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Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina,
Florianópolis, v. 25, n. 2, p. 509-530, ago./dez., 2020.
ASSOCIAÇÃO DE BIBLIOTECÁRIOS E A AGENDA 2030: A
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DAS BIBLIOTECAS NO ESTADO DE
MINAS GERAIS
Jorge Santa Anna1
Maria Elizabeth de Oliveira da Costa2
Resumo: A construção de uma sociedade mais democrática e com melhores condições de vida constitui uma das
principais estratégias que norteiam o desenvolvimento sustentável e está amparada pela política pública da Agenda
2030, considerando o desejo esperado para as primeiras décadas do século XXI. Por meio dessa política,
profissionais e instituições de todos os contextos sociais são convocados a assumir essa causa, não eximindo dessa
função, bibliotecas e bibliotecários. Essa luta se intensifica com a adesão do movimento associativo bibliotecário,
que exerce um papel fundamental para despertar o potencial da classe para com o desenvolvimento sustentável.
Objetivo: O presente texto aborda a temática da Agenda 2030 no âmbito das associações de bibliotecários, com
destaque o Estado de Minas Gerais, cujo objetivo é relatar as ações realizadas pelo Projeto Agenda 2030,
gerenciado pela Associação de Bibliotecários desse Estado. Metodologia: Com esse propósito, apresenta
referencial teórico sobre a temática, expõe os propósitos e as atividades do citado projeto, e discorre sobre as
contribuições alcançadas. Conclusões: Conclui que as associações de bibliotecários, no âmbito dos estados e
municípios, exercem papel fundamental ao estimularem o envolvimento da classe bibliotecária com as causas
sociais, de modo que o potencial bibliotecário possa ser melhor explorado em favor da sociedade.
Palavras-chave: Movimento associativo. Associação dos bibliotecários de Minas Gerais. Agenda 2030. Papel
social das bibliotecas.
1 INTRODUÇÃO
A luta pela igualdade de direitos e pela consolidação dos direitos humanos e sociais tem sido um
dos principais resultados oriundos com a institucionalização dos estados democráticos das últimas
décadas. Com o passar dos anos, as nações vêm buscando a garantia de uma sociedade mais justa e
igualitária, com condições mais adequadas de sobrevivência. E esse desejo se intensifica com a ideia do
desenvolvimento sustentável, o qual é assegurado por meio de uma política pública de âmbito mundial,
gerenciada pela Organização das Nações Unidas (ONU): a Agenda 2030.
A Agenda 2030, em linhas gerais, tem o propósito de estimular o nascimento de uma sociedade
mais igualitária, com defesa de direitos socialmente instituídos, por conseguinte, representa a alternativa
para a conquista da paz mundial. Espera-se, por meio dessa política, que sejam unidos esforços, por parte
de todos os países, em prol dessa causa, sendo elencados 17 objetivos voltados ao desenvolvimento
Bibliotecário atuante na consultoria em informação. Secretário da Associação de Bibliotecários de Minas Gerais (ABMG).
Editor da ABMG Editora. E-mail: jorjao20@yahoo.com.br
2
Bibliotecária do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre e doutora em Gestão e
Organização do Conhecimento. Presidenta da Associação de Bibliotecários de Minas Gerais (ABMG). E-mail:
mabethcosta@gmail.com
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sustentável e que precisam ser atendidos até o ano de 2030.
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Dentre esses objetivos, pode-se citar, por exemplo: objetivo 1 - erradicação da pobreza; objetivo 2 –
fome zero e agricultura sustentável; objetivo 3 - saúde e bem-estar, para citar apenas alguns. O alcance
integral desses objetivos não é uma tarefa simples, e também não representa um esforço individual, mas
requer o envolvimento de diferentes instituições e profissionais em todo o mundo, sobretudo nos
contextos locais.
Considerando a importância desses objetivos e, ao mesmo tempo, a complexidade deles, como
também a contribuição que a Biblioteconomia muito pode oferecer para a sociedade, é que a Federação
Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA) aderiu a essa política, aproximando-a
do movimento associativo bibliotecário. No Brasil, a Federação Brasileira de Associação de
Bibliotecários (FEBAB) comungou da proposta, estimulando as associações a despertarem nas bibliotecas
e nos bibliotecários o potencial da área para o desenvolvimento da sociedade.
Esse cenário vem se ampliando no Brasil, tal como mostra alguns estudos publicados na literatura.
Segundo Sandrini (2019, p. 4), a temática do desenvolvimento sustentável ganha força, “[...] atraindo a
atenção de diferentes agentes sociais, seja na esfera pública ou privada, no meio acadêmico ou
profissional [...]”. Dutra, Pinto e Geraldo (2017) defendem que as bibliotecas podem contribuir com esse
desenvolvimento, ao possibilitar o acesso à informação e salvaguardar o patrimônio cultural das nações e
o uso das tecnologias digitais. Já Castro Filho (2018) adverte que a contribuição está relacionada ao
fomento à educação, ao possibilitar uma educação de qualidade, mais justa e inclusiva. Por sua vez,
Mariano e Brandão (2019) alertam que além do acesso à informação e educação, as bibliotecas precisam
centrar-se nas causas sociais, não deixando ninguém para trás, mediante ações que promovam a inclusão e
a igualdade de direitos entre todos os cidadãos.
Nesse contexto, entende-se que as associações profissionais, a partir de um de seus principais
objetivos, que é viabilizar “[...] o desenvolvimento de valores que agreguem importância às profissões, às
pessoas e ao papel profissional enquanto sujeito social e coletivo que contribui para o
desenvolvimento regional e do país” (MARTINS; TOMASI, 2018, p. 283, grifo nosso), muito podem
contribuir com as propostas da Agenda 2030. Cientes de que a Biblioteconomia vai muito além da mera
técnica em organizar papéis, desponta-se o lado humanista da área, cuja questão social precisa ser
colocada como prioridade, haja vista estreitar as relações entre o fazer profissional e a sociedade.
entre os bibliotecários. A partir desse empreendimento, é possível que a atuação bibliotecária, seja ela
desenvolvida em bibliotecas públicas, escolares, universitárias, ou até mesmo em serviços informacionais
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dos estados e municípios, é uma alternativa benéfica que pode disseminar a proposta da Agenda 2030
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Assim, os projetos sociais desenvolvidos pelas associações de bibliotecários, sobretudo no contexto
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autônomos se manifeste com um interesse mais social, de modo a transparecer o contributo da profissão
para com o desenvolvimento sustentável das nações.
O presente artigo constitui um relato de experiência, a partir da criação do projeto intitulado Agenda
2030 em Minas Gerais: o papel das bibliotecas, projeto esse gerenciado pela Associação de
Bibliotecários de Minas Gerais (ABMG). O intuito do texto é relatar os propósitos e as ações realizadas
por esse projeto, discorrendo sobre as contribuições alcançadas, em conformidade com o que está
disposto nos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODSs) e com o que está publicitado na literatura.
2 APONTAMENTOS TEÓRICOS
Caracterizada como uma proposta de intervenção mundial, como uma política pública para o
desenvolvimento dos países, ou ainda como um plano de ação, a Agenda 2030 está direcionada para o
futuro, considerando a melhoria na qualidade de vida, em diferentes aspectos, e os resultados possibilitam
benefícios para as pessoas, para o planeta, almejando a prosperidade. Destaca-se que nessa proposta, os
eixos norteadores não se limitam, apenas, a pessoas e ao futuro das gerações, mas também há o interesse
em alcançar a paz e a busca por parcerias, haja vista um futuro melhor para todos (SILVA, 2016).
Essa Agenda foi instituída no ano de 2015, como resposta aos eventos mundiais realizados em
defesa do meio ambiente, como a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20)
(SILVA, 2016). O foco principal da Agenda é estabelecer mecanismos que condicionem o
desenvolvimento sustentável do planeta, o qual engloba o plano econômico, a qualidade de vida, a
sociabilidade e o meio ambiente (FURTADO, 2018).
Assim, o desenvolvimento sustentável não pode ser entendido, apenas, como uma questão
ambiental ou associada ao meio ambiente. Ele envolve questões mais amplas, que permeiam os conceitos
de democracia e cidadania, por conseguinte, garantia de direitos humanos e sociais (SILVA; ADOLFO;
CARVALHO, 2015). Essa complexidade inerente ao desenvolvimento sustentável demonstra que as
propostas da Agenda somente ocorrerão com o envolvimento de toda a sociedade mundial, sobretudo com
participação dos estados e municípios, visto que ações de mudança ocorrem, em especial, no âmbito das
instâncias locais (SANDRINI, 2019).
“[...] as reivindicações de uma proposta de caráter universal ganham peso e promovem mudanças, quando
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elementos sociais, proclamando a sociedade civil, os profissionais e diferentes instituições. Isso porque,
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Como relatado no estudo de Sandrini (2019), para consolidação da Agenda, a ideia é envolver os
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as ações acontecem no âmbito local, com envolvimento coletivo e direcionado à realidade vivenciada
pelas comunidades em seus contextos de atuação” (SANDRINI, 2019, p. 4).
No âmbito das bibliotecas, a IFLA aderiu a Agenda 2030, elaborando um conjunto de diretrizes
capazes de nortear o trabalho e envolvimento das bibliotecas e seus profissionais para com a causa do
desenvolvimento sustentável. Segundo essa instituição, as bibliotecas devem mostrar que podem
impulsionar o progresso ao longo de toda a Agenda 2030, mediante o desenvolvimento de planos de ação.
Com a condução desses planos, “[...] a comunidade bibliotecária de cada país terá uma clara oportunidade
de comunicar aos seus líderes governamentais como as bibliotecas podem ser parceiras para promover as
suas prioridades de desenvolvimento com uma boa relação custo-benefício” (IFLA, 2020, p. 2).
A IFLA (2016) elaborou algumas ações que podem ser implementadas pelas bibliotecas para
atendimento dos ODSs. Conforme relatado na literatura, desses objetivos, destacam-se o objetivo 4,
voltado à educação de qualidade, com destaque o papel da biblioteca escolar (CASTRO FILHO, 2018;
MARIANO; BRANDÃO, 2019) e os objetivos 1 (erradicação da pobreza), 10 (redução das
desigualdades), 16 (paz, justiça e instituições eficazes), dentre outros (LIMA; VELOSO, 2018).
No entendimento de Lima e Veloso (2018), as bibliotecas, em especial as públicas, são agentes de
transformação social. E essa transformação está associada a melhorias da realidade, o que promove
benefícios para as pessoas e instituições, de modo a promover o reconhecimento da profissão (SILVA;
SALES, 2012). Por contribuírem com o social, essas unidades acabam que preservando os registros da
coletividade, despertando um sentimento de identidade entre os indivíduos (SALCEDO; LIMA, 2018).
Assim, no contexto da Agenda 2030, tem-se o fortalecimento do campo destinado à
Biblioteconomia Social. Esse é um campo que enaltece o valor humanista da profissão, uma vez que
bibliotecas e bibliotecários, por meio dos projetos sociais, “[...] interferem na melhoria da qualidade de
vida das pessoas, possibilitando o exercício da cidadania a todas as classes sociais, sobretudo as minorias”
(SANTA ANNA; COSTA; SILVA, 2018, p. 11).
Os autores citados acreditam que a Agenda 2030 é um momento de reflexão para que os
bibliotecários redefinam as funções que exercem, com destaque a contribuição que podem exercer para
construção de uma sociedade mais justa, democrática, igualitária e inclusiva. A informação como objeto
do bibliotecário e que sustenta a dinâmica da biblioteca, segundo Mariano e Brandão (2019), é uma
tipo de discriminação ou barreira, seja ela econômica, cultural, ideológica, social, dentre outras.
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com vistas a democratização do acesso à informação, sem considerar limitações, preconceitos ou qualquer
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oportunidade que amplia as práticas de trabalho, cujo bibliotecário assume a missão de disseminador,
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3 O PROJETO AGENDA 2030 EM MINAS GERAIS: A PREOCUPAÇÃO COM AS CAUSAS
SOCIAIS
Em comunhão com as reflexões promovidas pelas instituições bibliotecárias de cunho internacional
e nacional, como a IFLA e a FEBAB, é que nasce o Projeto Agenda 2030 em Minas Gerais: o papel das
bibliotecas, cujo escopo principal de abrangência é o Estado de Minas Gerais. O projeto pretende
despertar o envolvimento de toda classe bibliotecária, haja vista trazer à tona, práticas inovadoras
desenvolvidas por bibliotecários e bibliotecas que provoquem um efeito benéfico na vivência das
sociedades, por conseguinte, contribua com o desenvolvimento humano e social.
O projeto é gerenciado pela ABMG e tem como objetivo principal fortalecer a discussão, em
instância local, acerca da contribuição desempenhada pelas bibliotecas na garantia do desenvolvimento
sustentável das nações. O projeto envolve um ciclo de palestras, cursos, oficinas, mesas redondas, dentre
outros eventos, com periodicidade não regular, e com temas relacionados à contribuição das bibliotecas
para o benefício das comunidades, haja vista a construção de uma sociedade mais democrática, cidadã,
igualitária e, principalmente, inclusiva.
O projeto foi instituído no segundo semestre de 2019, com previsão de encerramento no segundo
semestre de 2020, tendo como instituição apoiadora a Escola de Ciência da Informação da Universidade
Federal de Minas Gerais (ECI/UFMG). Salienta-se que as atividades serão desenvolvidas à medida que
houver participação e aceitação por parte da classe profissional. Portanto, a ABMG, ao longo do projeto,
mediante estratégias de identificação da satisfação e envolvimento dos profissionais, avaliará a
viabilidade em ampliar ou não o projeto para os anos seguintes.
Esse empreendimento foi pensado a partir das discussões propostas no evento de lançamento de
dois livros publicados pela ABMG, no final de 2018: Biblioteconomia Social e Empreendedorismo
Bibliotecário. Os autores dos capítulos dessas obras em comunhão com a diretoria da associação
perceberam a importância em se debater as questões sociais e o perfil inovador do bibliotecário, tendo em
vista despertar o potencial das bibliotecas e dos bibliotecários para promoção do desenvolvimento
sustentável, conforme almejado pela IFLA, para concretização da Agenda 2030 da ONU.
Com o intuito de apresentar uma síntese do referido projeto, expõe-se o quadro 1, o qual contém o
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detalhamento sistemático do plano do projeto.
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Título oficial
Escopo
Objetivo geral
Objetivos específicos
Justificativa
Principais
desdobradas
Público-alvo principal
Locais
prováveis
ocorrência
Periodicidade
Tempo de execução
Abertura oficial
Encerramento previsto
Gênese/origem
Quadro 1 – Plano do Projeto Agenda 2030 em Minas Gerais
Projeto Agenda 2030 em MG
Projeto Agenda 2030 em MG: o papel das bibliotecas
Agenda 2030. Desenvolvimento Sustentável. ODSs. Biblioteconomia
Social. Ações bibliotecárias inovadoras. Cidadania e democracia. Políticas
públicas. Sociedade inclusiva e igualitária
Fortalecer a discussão, em instância local, acerca da contribuição
desempenhada pelas bibliotecas na garantia do desenvolvimento sustentável
das nações
1 – Ampliar o debate sobre o campo da Biblioteconomia Social
2 – Aproximar profissionais e instituições para práticas colaborativas e troca
de conhecimentos e parcerias
3 – Despertar nos profissionais a necessidade da inovação no fazer
profissional
4 – Indicar possibilidades de aperfeiçoamento das bibliotecas e campos de
atuação bibliotecária
5 – Promover o debate acerca da inclusão social e o papel das bibliotecas
6 – Encorajar profissionais para a mudança, criatividade e engajamento
7 – Oportunizar o potencial, a visibilidade e o reconhecimento do fazer
bibliotecário para a sociedade, em geral
Manifesta-se como uma oportunidade de fortalecimento da prática
bibliotecária, sobretudo por demonstrar projetos e ações inovadoras
realizadas por bibliotecários e bibliotecas mineiras, em vários contextos e
instâncias do Estado de Minas Gerais. Como consequência, além da
valorização e reconhecimento profissional, fortalece a proposta da Agenda
2030, colocando o referido Estado em sintonia com instituições defensoras
da profissão, como IFLA e FEBAB
ações Ciclo de palestras, cursos, oficinas, mesas redondas, dentre outros eventos
de
Estudantes, pesquisadores e profissionais que buscam o fortalecimento da
Biblioteconomia/Ciência da Informação, na sociedade
Sede da ABMG, ECI/UFMG, dentre outros locais apoiadores
Não regular. Estará condicionada à demanda requerida pelos profissionais
Segundo semestre de 2019 até o final de 2020
26 de junho de 2019
Dezembro de 2020, em paralelo com o lançamento dos livros Mediação da
Informação e O bibliotecário e as redes sociais
Desenvolvimento, publicação e lançamento dos livros: Biblioteconomia
Social e Empreendedorismo Bibliotecário, no ano de 2018, pela ABMG
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
No que tange aos recursos para execução, a natureza social do projeto o torna sem fins lucrativos.
Por isso, requer a adoção de métodos alternativos que não demandem a necessidade de grandes recursos,
principalmente os de cunho financeiro. Portanto, espera-se que não haja custo (exceto para materiais
administrativos), sendo reservado um valor mínimo para custear despesas ocasionadas por intercorrências
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emergenciais, valor esse fornecido pela ABMG.
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ou imprevistos. O quadro 2 apresenta os recursos utilizados e o valor reservado para situações
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Tipo de recursos
Infraestrutura ambiental
(espaço)
Infraestrutura
tecnológica
Recursos Humanos
Recursos
materiais/administrativos
Valor reservado para
situações emergenciais
Valor total
Quadro 2 – Recursos para execução do projeto
Elementos dos recursos
Custo e justificativa
Sede da ABMG, salas de aula da ECI ou Sem custos, pois os locais são de
outros espaços de instituições públicas
instituições apoiadoras
Computador com internet e projetor Sem custos, visto que a ABMG
multimídia
possui esses recursos
Pessoas
envolvidas
na
comissão Sem custos, pois a atuação da
organizadora de cada evento: presidente, comissão organizadora é de natureza
coordenadores e monitores
voluntária e se beneficiará com a
entrega dos certificados para as
funções exercidas
Certificados da comissão organizadora R$50,00 reais
do evento e lista de presença
Imprevistos, como: uso de táxi, demais R$100,00 reais
materiais de impressão, necessidade de
lanche etc.
____
R$150,000 reais
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
A temática do Projeto Agenda 2030: o papel das bibliotecas em MG contempla, em linhas gerais, a
Biblioteconomia Social, considerada como um campo promissor para o século XXI. Esse campo
possibilita a realização de projetos interventivos que impactam diretamente no cotidiano das pessoas, por
conseguinte, agregando valor para a sociedade.
Já nos anos 1990, Almeida Júnior (1997) reforçou que o fazer bibliotecário precisa ter uma
contribuição mais concreta no âmbito da sociedade, não se restringindo a atividades técnicas realizadas
em acervos, no interior das bibliotecas. Se essa restrição continuar, segundo esse autor, os profissionais
podem estar fadados ao fracasso, o que viabiliza a necessidade constante de o profissional se reinventar.
A relação entre bibliotecas e sociedade resulta na formação de um novo conceito, a
responsabilidade social dessas unidades, cujas ações realizadas pelos profissionais da Biblioteconomia
visam a busca de metas “[...] que sejam boas para a instituição na qual ele atua e para a sociedade onde
essa instituição está inserida, atuando em conjunto com ela [...]” (MORAES, 2018, p. 62).
Pozzatti (2018, p. 8) também salientou que a preocupação com o social é de suma importância e ao
mesmo tempo instigante, pois envolve um trabalho “[...] que vai além das instituições, sejam elas públicas
ou privadas, com ações e práticas voltadas aos diferentes cenários da sociedade como hospitais, periferias,
presídios, centros urbanos, dentre outros”.
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acreditamos que compreender essas relações firmadas entre profissão e sociedade é de suma
importância para levantar denúncias sociais, como também propor melhores condições de vida,
tanto para profissionais envolvidos com uma causa, como também aos cidadãos, de uma forma
geral. Isso, provavelmente, tende a desencadear a consolidação dos direitos humanos e a promoção
de uma sociedade cada vez mais democrática.
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Em síntese, comungamos com os dizeres de Santa Anna (2018, p. 15), ao afirmar que:
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Além de abordar essa temática, o citado projeto coloca-se em sintonia com os ODSs, visto que eles
compreendem uma somatória de iniciativas que viabilizarão a construção de políticas públicas adequadas
para melhoria da qualidade de vida das pessoas e, dessa forma, garantir o desenvolvimento sustentável,
considerando pessoas, instituições e o meio ambiente, em geral.
Portanto, o escopo principal do citado projeto compreenderá diferentes temáticas, ancoradas no
campo da Biblioteconomia Social e na política pública internacional da Agenda 2030 da ONU. Assim,
citam-se como principais temas abordados nos eventos do projeto: Agenda 2030. Desenvolvimento
Sustentável. ODSs. Biblioteconomia Social e cidadania. Ações bibliotecárias inovadoras. Cidadania e
democracia. Políticas públicas. Sociedade inclusiva e igualitária, dentre outros.
3.1 EXECUTANDO O PROJETO
O Projeto Agenda 2030 em Minas Gerais não tem a intenção de ser exaustivo, tampouco, inflexível.
Logo, à medida que for sendo realizado, novas sugestões poderão ser acatadas, de modo que outros
eventos possam ser acrescentados ao seu planejamento, possibilitando o enriquecimento da agenda de
eventos a serem realizadas ao longo dos meses de 2019 e 2020. De qualquer modo, para este texto, são
apresentadas, apenas, as ações desenvolvidas no ano de 2019.
O processo de divulgação foi realizado em abril e maio de 2019, por meio de chamada pública,
convocando toda a classe bibliotecária a participar, principalmente, na organização dos eventos. Nesse
período, a ABMG recebeu algumas propostas de eventos enviadas por bibliotecários, a maioria voltada a
palestras sobre temas relacionados às experiências profissionais vivenciadas por esses sujeitos em seus
contextos de atuação. Com efeito, a comissão organizadora do projeto elaborou uma agenda provisória,
contendo as datas, temas abordados e formato do evento, conforme apresentado no quadro 3.
31 de outubro
20 de novembro
02 de dezembro
05 de dezembro
Preservação da memória institucional
Palestra expositiva e demonstrativa
A Biblioteca Pública de Lagoa Santa
Palestra expositiva e relatos de experiência
Clubes de leitura
Rodas de conversa
Formação do sujeito crítico em Palestra expositiva
bibliotecas públicas
Ações de marketing
Palestra e relatos de experiência
Acessibilidade em bibliotecas
Mesa redonda
Biblioteca escolar
Palestra expositiva
Serviço de referência
Mesa redonda
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
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26 de junho
12 de agosto
30 de agosto
25 de setembro
Quadro 3 – Projeto Agenda 2030 em Minas Gerais: eventos previstos para o ano de 2019
Tema do evento
Natureza/formato do evento
Página
Data
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Conforme consta no quadro 3, nota-se que a maioria dos eventos foram planejados para acontecer
na forma de palestra expositiva, com predominância, também, de mesas redondas. A abertura do projeto
ocorreu no dia 26 de junho de 2019, com uma palestra proferida sobre Preservação de documentos em
instituição de memória. Já o encerramento das atividades para o ano de 2019 foi planejado para ocorrer
em 05 de dezembro, com uma mesa redonda sobre Serviços de informação.
Ao longo dos meses, não foram recebidas mais propostas de eventos, como também não foram
executados os eventos do dia 25 de setembro e 02 e 05 de dezembro. O evento do dia 25 não ocorreu, pois
houve um imprevisto na agenda do palestrante. Já os demais eventos não ocorreram, pois seminários com
a mesma temática, gerenciados por outras instituições, aconteceram em datas próximas, tornando inviável
a realização desses eventos. Por essa ocorrência, a comissão do projeto optou por agendar esses eventos
para o ano de 2020. Assim, o ano de 2019 foi encerrado com a mesa redonda sobre acessibilidade,
ocorrida em novembro.
A partir desse planejamento e das ocorrências que se manifestaram ao longo do segundo semestre
de 2019, o Agenda 2030 em Minas Gerais foi abrilhantado com cinco edições, cujo número da edição,
I
II
III
IV
V
Quadro 4 – As cinco edições do Projeto Agenda 2030 em Minas Gerais
Tema/Título
Breve ementa
Data de
realização
Preservação da memória Relatos de uma bibliotecária que atua em instituição 26
de
institucional: avanços e de memória, destacando as ações de preservação de junho
desafios
documentos e a importância do trabalho de
intervenção do bibliotecário que atua, nesse contexto
A Biblioteca Pública de Experiências narradas por duas bibliotecárias acerca 12
de
Lagoa Santa e a Agenda do trabalho de criação de um espaço específico para agosto
2030:
o papel
do acolher e desenvolver atividades direcionadas às
bibliotecário na sociedade pessoas com necessidades visuais, em uma biblioteca
da informação e do pública. Os relatos reforçaram a importância dos
conhecimento
recursos de tecnologia assistiva, como também a
necessidade do bibliotecário ser inovador e
audacioso, ao preocupar-se com o social, tornando a
biblioteca um espaço acolhedor para todos
Clubes de leitura em Discurso sobre os resultados de pesquisa alcançados 30
de
bibliotecas escolares e com o desenvolvimento de duas dissertações sobre agosto
espaços públicos
leitura. Relatos de experiência de duas professoras,
mediadoras de leitura em bibliotecas escolares
Ações de marketing e Relatos de experiência sobre a modernização de uma 31
de
incentivo à leitura na biblioteca corporativa, com destaque as ações de outubro
Biblioteca Corporativa do divulgação e envolvimento da biblioteca com os
SEBRAE
demais setores da organização, além das ações de
incentivo à leitura e clubes de leitura
Acessibilidade
em Roda de conversas, com o relato de seis 20
de
bibliotecas:
ações bibliotecários atuantes em diferentes instituições e novembro
inclusivas
com atividades direcionadas à inclusão
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
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Edição
517
tema, breve ementa e data de realização do evento são apresentados no quadro 4.
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O evento da primeira edição teve como objetivo principal apresentar práticas bibliotecárias
interventivas para melhorias de um acervo histórico, possibilitando a sua acomodação, preservação e uso
mais adequado e satisfatório pela organização mantenedora, o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN). O quadro 5 apresenta breve conteúdo programático abordado pela
palestrante.
Tópico abordado
Legislação
pertinente
proteção
do patrimônio
documental
Quadro 5 – Síntese do conteúdo programático abordado
Descrição
à
- Principais leis federais e estaduais que versam sobre a
preservação documental, sobretudo em instituições de memória
- O papel das instituições de cultura e memória em face das
adequações a essas leis
O contexto de criação e objetivos principais do IPHAN
Conservação dos documentos arquivísticos- A importância da prática da conservação
e bibliográficos
- Os impactos causados quando da falta das ações e projetos de
conversação
- Características e formas de organização de documentos
arquivísticos e bibliográficos
Estratégias
contra
a
- Ações práticas realizadas em acervos do IPHAN
deteriorização
de coleções em arquivos, - Demonstração dos efeitos promovidos com as ações de
bibliotecas e museus
conversação
- Os projetos desenvolvidos no IPHAN para conservação de
seus acervos
- O papel do bibliotecário nesse processo
Atitudes
inovadoras
e proativas
do
profissional
Fonte: Dados da pesquisa (2020).
Importante mencionar que a palestra teve uma concepção mais empírica do que epistemológica, cuja
ministrante teve a oportunidade de expor aos participantes os desafios, conquistas e estratégias inovadoras que
permeiam o seu fazer profissional na instituição onde atua. Em vários momentos do discurso proferido, foi
enfatizada a importância e necessidade de os profissionais deixarem a “zona de conforto”, de modo a tornarem-se
profissionais inovadores, com espírito crítico que provoque a mudança no contexto em que atuam. O discurso foi
permeado por diversos comentários, tanto de profissionais quanto de estudantes, os quais se mostraram adeptos
dessa necessidade, mudança essa que começa, a princípio, na formação profissional e precisa ser levada com
intensidade e engajamento para o mercado de trabalho.
A experiência relatada na palestra explorou as atividades de planejamento acerca da organização de
acervos bibliográficos e arquivísticos, especificamente quando se encontram em situação de
trabalho realizado, com otimização de recursos para o instituto.
Já em fase de encerramento, a bibliotecária reforçou que sua experiência profissional, como é de
praxe, em qualquer profissão e contexto de atuação, perpassou por obstáculos, conquistas e aprendizado.
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projetos, as quais são consideradas como estratégias mais adequadas para garantir a excelência do
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deteriorização. Além do tratamento técnico aos documentos, apresentaram-se as ações de elaboração de
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É, evidentemente, o esforço profissional, a busca por inovação, a capacidade em perder o medo para
enfrentar desafios e o apoio da instituição que farão toda a diferença no sucesso dos resultados a serem
atingidos.
A primeira edição iniciou-se às 19:00h, encerrando-se às 22:00h, e reuniu um total aproximado de
20 participantes, dentre eles: alunos de Graduação em Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia;
alunos de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado); e profissionais de diferentes áreas, a maioria
bibliotecários.
A segunda edição do Agenda 2030 em Minas Gerais, ao discorrer sobre a acessibilidade, teve o
propósito de apresentar a adequação das bibliotecas públicas à Agenda 2030 da ONU, com destaque o
papel do bibliotecário nas ações de inclusão para com as pessoas com algum tipo de necessidade especial.
Nesse evento, no formato de palestra proferida por duas bibliotecárias, foram destacados os
procedimentos para criação da Sala Braille, um ambiente de convívio para as pessoas com necessidades
visuais, cidadãos da cidade de Lagoa Santa/MG.
A primeira parte do evento foi conduzida por apontamentos teóricos, cujos assuntos foram os
seguintes: - A função social da Biblioteca Pública e o papel do bibliotecário - Agenda 2030: objetivos 3,
4, 8 e 10 na Biblioteca Pública; e - Uso de recursos de tecnologia assistiva na promoção da inclusão social
da pessoa com deficiência visual. Na segunda parte, foi relatado o passo a passo para criação da Sala
Braille, com destaque a necessidade de planejamento e gestão adequados para o efetivo funcionamento do
espaço.
Ao longo do evento, além dos relatos acerca da criação do espaço destinado às pessoas com
necessidades visuais, muito foi enfatizado acerca da importância de envolvimento do bibliotecário nessas
ações de inovação. Conforme proferido pelas palestrantes, na sociedade da informação e do
conhecimento, é essencial que o profissional de Biblioteconomia busque proporcionar aos leitores com
deficiência a inclusão educacional, informacional e cultural para alcançar os objetivos da Agenda 2030.
Assim, deve-se assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos assegurando o acesso à informação de qualidade e de maneira
igualitária.
Segundo as mediadoras do evento, na Sala Braille, além do empréstimo de livros acessíveis, são
deficiência visual (Dosvox, NVDA e internet), oficina de iniciação ao alfabeto braille e excursões a
instituições culturais. Além de apresentarem os procedimentos para criação da sala e as atividades
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cinema com recurso acessível (audiodescrição), roda de leitura, inclusão digital para pessoas com
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oferecidas diversas atividades visando a inclusão social e a acessibilidade na biblioteca: sessões de
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realizadas no espaço, foram demonstrados os resultados alcançados, sobretudo no que tange à melhoria da
qualidade de vida das pessoas atendidas. Nas palavras das mediadoras do evento:
“Os resultados reforçam a viabilidade do projeto, a concretização dos ODSs e, principalmente, o papel do bibliotecário,
nesse processo. Consideramos que a prática bibliotecária não se resume, apenas, ao trabalho fechado de organização de
acervo, no interior das bibliotecas. A função do bibliotecário é, antes de tudo, humana; logo, tem a preocupação com o social.
Portanto, ao realizar ações de inclusão e bem-estar para as pessoas, esses profissionais e as bibliotecas que gerenciam
tornam-se facilitadores no processo de construção do conhecimento” (Discurso proferido por uma das palestrantes).
Esse evento teve início às 19:30h e o encerramento foi às 22:10h. O público contou com a presença
de aproximadamente dez pessoas, a maioria bibliotecários. Além desses profissionais, fez-se presente,
também, professores/pesquisadores que lecionam disciplinas de cunho social, sobretudo as direcionadas à
inclusão.
A terceira edição do projeto objetivou constituir um momento de discussão a respeito dos efeitos da
leitura na vida das pessoas e o que profissionais e instituições podem fazer em prol dessa causa, sobretudo
no que tange à formação e gestão dos clubes de leitura. O conteúdo programático do evento contemplou
os seguintes assuntos: - Histórico e formação dos clubes de leitura; - Mediação de leitura e formação do
leitor; - Relatos de pesquisa em clubes de leitura em bibliotecas escolares e espaços públicos.
A princípio, foram apresentados os resultados de duas dissertações defendidas recentemente: uma
abordou a evolução das práticas de leitura ao longo dos tempos, enfatizando a leitura no recinto familiar,
até a formação das cafeterias e dos clubes de leitura, além da leitura mediada por meio dos recursos
digitais, como acontece nos blogs; a outra pesquisa enfocou nas ações de mediação, considerando o papel
do bibliotecário escolar, em conjunto com professores, haja vista tornar a biblioteca mais atrativa, com
atividades que estimulem o hábito da leitura pelos estudantes, tais como: hora do conto, contação de
histórias, clubes do livro, dentre outras.
As atividades realizadas demonstraram as contribuições da leitura, considerando a evolução do
sujeito em sua individualidade, ou enquanto elemento pertencente a um contexto social (coletividade).
Também reforçaram a necessidade em se desenvolver iniciativas que provoquem o hábito da leitura, uma
vez que ela constitui uma habilidade adquirida; logo, precisa ser estimulada.
Segundo as palestrantes, quando a prática da leitura é realizada no meio social, aumentam-se as
possibilidades de formação de leitores mais críticos, além do compartilhamento de conhecimento entre os
Neves.
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Municipal Aurélio Pires, Clube da Leitura do ICJ, Clube do Livro BH e Clube do Livro de Ribeirão das
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que mediam essas práticas. Portanto, quatro clubes de leitura foram citados: Clube do Livro da Escola
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Em seguida, duas professoras narraram as experiências com mediação de leitura na escola onde
atuam, destacando que esse é um papel do professor e que o bibliotecário muito pode contribuir com esse
empreendimento. As professoras reforçam o potencial da leitura, visto que ela contribui não apenas com o
aprendizado requerido nas escolas, mas transforma a vida das pessoas. Assim se expressou uma das
professoras, no final do evento:
“Se pensar bem, nada mais natural. O livro não nos oferece apenas a segurança do conhecimento, mas a passagem para
novos mundos e perspectivas. Ainda que esteja a portas fechadas e ao redor o ambiente seja inóspito, ninguém está
verdadeiramente preso se está com um livro. O livro é sempre uma janela aberta” (Discurso proferido por umas das
palestrantes do evento).
A terceira edição iniciou-se às 19:00h, encerrando-se às 22:30h, e reuniu um total aproximado de 50
participantes, um público bastante diversificado, composto por: professores da educação básica,
graduandos e pós-graduandos de Biblioteconomia, servidores da UFMG, bibliotecários e profissionais de
outras áreas, como: Pedagogia, Letras, Filosofia e Administração.
A quarta edição abordou a temática do Marketing em unidades de informação e visou explorar
estratégias de marketing e divulgação que promovessem os serviços das bibliotecas, envolvendo todo o
contexto de uma organização. Nesse evento, dois bibliotecários apresentaram, na forma de palestra com
exposições e demonstrações, as ações realizadas na biblioteca, de modo a fundamentar a sua existência na
empresa, elucidando os benefícios que a organização teria ao aderir aos diversos serviços gerenciados
pelos bibliotecários, serviços esses que vão muito além da mera organização de livros.
Após a apresentação da organização e estrutura da biblioteca, foi exposta a situação da biblioteca
nos últimos anos, que não era das melhores. A gestão da empresa decidiu por descontinuar os serviços da
biblioteca, haja vista a pouca importância que ela exercia na instituição. Em meio a essa grave ameaça, os
bibliotecários iniciaram um processo de reestruturação dos tradicionais serviços oferecidos, com o fim de
demonstrar para a gestão da empresa o potencial da biblioteca.
Nesse contexto, serviços inovadores foram implementados, como: divulgação de boletim
bibliográfico, estímulo à participação nos clubes de leitura, serviços de alerta e disseminação seletiva,
criação de espaço de leitura, melhorias no site da biblioteca e no catálogo eletrônico, programações
culturais, dentre outros. Os palestrantes frisaram, em vários momentos da palestra, que nada seria
Portanto, os bibliotecários investiram no marketing informacional, inserindo a biblioteca no
ambiente das redes sociais e disseminando os serviços oferecidos para todos os setores da organização.
Além disso, como mecanismo de fortalecimento do marketing, foram gravados e divulgados vídeos com
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trabalho da organização ficariam cientes do papel da biblioteca e dos bibliotecários.
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realizado, se não houvesse as ações de marketing, pois, somente dessa forma, os gestores e as equipes de
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relatos dos bibliotecários acerca da importância e contribuição da biblioteca. Nesses vídeos, foram
inseridas campanhas de motivação, de modo que a participação das pessoas resultaria em premiações ou
promoções, enaltecendo, de alguma forma, a imagem do colaborador no contexto organizacional.
Ao longo da palestra, foram utilizados recursos midiáticos e ilustrativos, tais como vídeos, fotos dos
eventos que a biblioteca promove, estrutura do site, dentre outros recursos que tornou o momento mais
atrativo. Essas estratégias foram benéficas, pois despertou a atenção dos participantes, além de facilitar o
entendimento de como as ações de divulgação e inovação foram realizadas pelos profissionais.
Assim como nos eventos anteriores do Agenda 2030, os bibliotecários palestrantes, em vários
momentos, frisaram a importância do perfil interventivo do bibliotecário. Nas palavras de um dos
palestrantes:
“Infelizmente, a gente tem vivenciado, em muitos contextos, bibliotecários morosos, inquietos com a realidade, mas sem
adotar nenhuma estratégia que dê visibilidade ao seu trabalho. O marketing informacional entra em cena nesse contexto, pois
coloca a biblioteca e os serviços oferecidos em sintonia com os usuários, ou com futuros usuários. A nossa experiência tem
demonstrado que muito depende de nós, bibliotecários, de fazermos que nosso trabalho seja reconhecido e valorizado.
Desafios, certamente, não deixam de existir, mas o que não se pode deixar acontecer é a postura estática, engessada e
pessimista do profissional, pois, se assim for, a biblioteca tenderá a ser descontinuada, como os gestores queriam fazer no
início da nossa gestão” (Discurso proferido por palestrante do evento).
Esse evento foi abrilhantado com a presença de aproximadamente 25 pessoas, um público, também,
bastante diversificado, contendo bibliotecários atuantes em bibliotecas universitárias, públicas e
especializadas, estudantes de Biblioteconomia e profissionais ligados à área da Administração. Além
disso, contou com a participação de dois docentes de Biblioteconomia e de familiares dos palestrantes.
Por fim, quanto à quinta e última edição do Agenda 2030, no ano de 2019, tem-se a mesa redonda
sobre acessibilidade em bibliotecas. Com o título Acessibilidade em Bibliotecas: ações inclusivas, o
evento objetivou apresentar ações, projetos e/ou atividades diversas desenvolvidas em unidades de
informação que demonstrem o compromisso dessas unidades com a causa da acessibilidade, rumo ao
alcance de uma sociedade mais inclusiva. Além disso, foi pretensão, também, desse evento, levantar
fundamentos que reforçassem a importância de as bibliotecas aderirem a essa causa, em busca de uma
sociedade justa, democrática e igualitária.
O conteúdo programático da mesa ateve-se às próprias temáticas das seis palestras apresentadas,
como ambiente democrático e inclusivo; e - O papel da biblioteca na concretização de uma sociedade
mais inclusiva.
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e perspectivas; - Projetos de acessibilidade nas bibliotecas e nas instituições de ensino; - A biblioteca
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sendo resumidos aos seguintes tópicos temáticos: - Acessibilidade nas bibliotecas: conceitos, importância
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Iniciando a apresentação das discussões de cada expositor, duas bibliotecárias atuantes em
biblioteca pública apresentaram, de modo conjunto, as ações que tendem a tornar a biblioteca um
ambiente de todos e para todos, com destaque o uso das tecnologias assistivas e a adequação dos espaços
para circulação de pessoas e acesso ao acervo e aos serviços informacionais. Em seguida, por meio da
segunda exposição, também foi narrado o contexto de criação da Sala Braille em biblioteca pública, e os
recursos e atividades ofertadas que tornem a sala um espaço de convívio. A terceira discussão da noite
trouxe fundamentos teóricos para se pensar a acessibilidade e como ela é importante e faz toda diferença
na vida das pessoas, haja vista fomentar uma sociedade mais inclusiva. A quarta discussão foi
abrilhantada com as atividades realizadas pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da UFMG,
sendo apresentada a influência do instituto para garantir a acolhida e permanência do aluno com alguma
limitação na universidade. A quinta exposição contemplou a apresentação de detalhes acerca do que
caracteriza o autismo, como também foram explorados os resultados alcançados com estudo de caso
aplicado a alguns alunos que se consideram com essa limitação. Ao final, na sexta exposição, foi
discursado a respeito da acessibilidade no âmbito de um sistema de bibliotecas universitárias, que vem
unindo esforços, nos últimos anos, no sentido de garantir melhorias às unidades integrantes, haja vista
eliminar as barreiras que impedem o acesso à informação e aos serviços oferecidos pelas unidades do
sistema.
Ao findar das apresentações, mediante discurso da moderadora da mesa, ficou evidenciado que a
acessibilidade precisa permear o contexto não apenas institucional, mas também, social, visto que ela é
um direito de todos, haja vista garantir a concretização da prática cidadã. Proferiu a moderadora que:
“Mediante o envolvimento de toda a classe bibliotecária, ao acreditar na importância e necessidade da acessibilidade e ao
aderir essa causa, os bibliotecários se tornarão mais capacitados e conscientes, de modo que possam ser planejadas ações
para adequação das unidades, considerando o perfil específico dos usuários em seus contextos de sociabilidade” (Discurso
proferido pela moderadora da mesa).
A mesa redonda sobre acessibilidade foi executada em três horas de discussão, das 19:30h às
22:30h. Foi registrado um total aproximado de 25 participantes, a maioria pessoas ligadas à
Biblioteconomia, como: alunos, bibliotecários de vários campos de atuação, sobretudo em bibliotecas
A partir dos eventos realizados no ano de 2019, no âmbito do Projeto Agenda 2030 em Minas
Gerais, foi possível elucidar algumas contribuições oriundas desde importante empreendimento. Em
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3.2 AS CONTRIBUIÇÕES ALCANÇADAS COM O AGENDA 2030 EM MINAS GERAIS
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públicas, e alguns pesquisadores que investigam a temática.
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especial, para cada um dos eventos, torna-se oportuno apontar alguns resultados alcançados que se
manifestam como contribuições valiosas, haja vista demonstrar o potencial das bibliotecas e dos
bibliotecários para o desenvolvimento sustentável.
Com a primeira edição, constatou-se a satisfação da palestrante e dos participantes, sobretudo
quando se reflete acerca do papel interventivo do bibliotecário, não podendo ser ele um sujeito limitado,
mas inovador, crítico e dinâmico. Ademais, outro diferencial dessa edição foi a interação dos
participantes e a diversidade no perfil deles, congregando profissionais, pesquisadores e estudantes. Outra
vantagem que precisa ser mencionada é o contributo para as organizações, visto que a memória não é algo
relacionado à obsolescência; ao contrário, a memória institucional traz o registro de uma história, de um
percurso trilhado por diferentes personalidades e que refletirá na construção das futuras gerações. Além
disso, a memória organizacional é um dos trunfos que a instituição possui, haja vista fundamentar a
tomada de decisões.
De acordo com os ODSs, percebe-se que essa prática bibliotecária pode ser inserida no objetivo de
número 16, em especial quando menciona acerca da formação de instituições eficazes. Assim, caberá às
bibliotecas “[...] promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável,
proporcionando o acesso à justiça para todos e construindo instituições eficazes, responsáveis e
inclusivas em todos os níveis” (IFLA, 2016, p. 21, grifo nosso). Na literatura, como fundamentos para
essa reflexão, cita-se o estudo de Salcedo e Lima (2018, p. 3030), ao afirmar que a preservação da
memória constitui atividade bibliotecária e que “[...] o resgate das memórias das instituições é
significativo ao melhor entendimento da própria história institucional, bem como para a memória coletiva
ou social [...]”.
Com o evento da segunda edição, evidenciou-se que as bibliotecas públicas assumam seu papel
dentro dos objetivos da Agenda 2030, em prol do desenvolvimento sustentável, em especial o
de assegurar uma educação acessível para todas as classes sociais. A partir das contribuições alcançadas
com o Projeto Sala Braille, confirmou-se o quanto as bibliotecas podem fazer, haja vista fortalecerem o
direito dos cidadãos, em uma sociedade que, muitas vezes, gera possibilidades de marginalização das
pessoas, ao invés de acolhê-las. Reiteramos que bibliotecas e bibliotecários são personagens protagonistas
dos ODSs, sendo que as unidades e profissionais, inseridos, principalmente, no contexto dos municípios -
normativas e legais estabelecidas por órgãos e representantes governamentais.
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eles que possibilitam a concretude do que está expresso nas políticas, nos princípios e nas determinações
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muitos deles situados em regiões longínquas dos grandes centros – estão à frente nessa causa, pois são
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Com a construção da Sala Braille como espaço de convívio, novamente, entende-se que essa
iniciativa se enquadra no objetivo de número 16, quando dispõe que é necessário construir instituições
mais fortalecidas em diferentes aspectos, de modo que essas se tornem mais inclusivas, em todos os
níveis. Também é possível relacionar essa iniciativa com o objetivo de número 10, que visa a redução das
desigualdades, dentro dos países e entre eles (IFLA, 2016). Na literatura, segundo Mariano e Brandão
(2019, p. 238), por meio das ações de inclusão, em bibliotecas, é assegurada a educação inclusiva e
equitativa de qualidade, promovendo “[...] oportunidades de aprendizagem ao longo da vida de todos”.
Mediante a execução da terceira edição, explorando o tema da leitura, foi possível perceber que a
leitura manifesta-se como a chave que abre as portas para o conhecimento, para a cidadania e para o
desenvolvimento individual e coletivo. A leitura é muito mais do que a decodificação de códigos
linguísticos; vai muito além do auxílio à alfabetização e ensino-aprendizagem. Ela também envolve
questões subjetivas profundas, capaz de tocar os sentimentos e emoções, servindo, portanto, como ponto
de fortalecimento para a vida. Nesse sentido, entende-se que, ao desenvolver ações de leitura, as
bibliotecas estão contribuindo com o desenvolvimento sustentável, alinhadas ao objetivo de número 4,
que dispõe sobre a oferta de educação para todos, em especial, nas escolas, com a disponibilização de
equipes dedicadas “[...] que apoiem a educação na primeira infância (educação continuada); - acesso à
informação e à pesquisa para estudantes em todo o mundo; e - espaços inclusivos onde os custos não
sejam uma barreira para adquirir novos conhecimentos e habilidades” (IFLA, 2016, p. 1). Sobre esses
aspectos, reforça-se o papel da biblioteca escolar, que, para Castro Filho (2018, p. 362), precisa ser “[...]
um espaço ativo de ação pedagógica, de incentivo e de práticas à leitura, com inserção de atividades
lúdicas complementares ao processo tradicional de ensino-aprendizagem [...]”.
Pelos resultados alcançados com o evento da quarta edição, inferiu-se que a atuação impositiva do
bibliotecário não pode ser “escondida” atrás dos acervos impressos e, muitas das vezes, inutilizáveis. O
marketing manifestou-se como um instrumento ou ferramenta de apoio que o bibliotecário pode se
sustentar, haja vista dar visibilidade às contribuições que a biblioteca pode oferecer para diferentes
públicos, e, por conseguinte, produzindo efeitos benéficos no ambiente organizacional. As ferramentas
administrativas comungadas com a criatividade e audácia do profissional são condições essenciais para
fazer surgir uma nova Biblioteconomia, reinventada, adequada às necessidades e desejos da
capacitação “[...] para desenvolver habilidades que as pessoas necessitem para encontrar melhores postos
de trabalhos, candidatar-se a eles e ter sucesso em melhores empregos” (IFLA, 2016, p. 2). Essa ideia é
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sobre trabalho decente e crescimento econômico - quando prevê a provisão de acesso à informação e
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contemporaneidade. Essa constatação está alinhada, com mais intensidade, ao objetivo de número 8 -
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corroborada por Silva e Sales (2012, p. 401), ao mencionarem que o bibliotecário pode intervir nas
organizações que demandem de informação, onde ela “[...] é entendida como um insumo essencial para o
desenvolvimento das atividades. E também para fornecer melhores serviços aos seus clientes, ganhando
assim, destaque no mercado”.
Quanto à quinta edição, evento que explorou o tema da acessibilidade em diferentes contextos,
percebeu-se que são as unidades de informação e as instituições que precisam se adequar às necessidades
específicas de cada usuário e não o contrário. Além disso, o usuário com alguma deficiência, seja ela qual
for, precisa ser tratado com respeito e cordialidade, tendo a seu dispor todos os recursos informacionais
que garantam o seu aprendizado. Não se trata de “ter pena”, pois o fundamento não é esse. Trata-se de se
adequar, oferecendo aos usuários o que lhes são garantidos por direito. Por meio das reflexões propostas
nesse evento, constatou-se que, é somente com esse pensamento, que estaremos unindo esforços em prol
de uma sociedade inclusiva, conforme proposta formulada pela Agenda 2030, haja vista garantir o
desenvolvimento da sociedade, sustentada pelo respeito às diferenças e fomentadora da prática cidadã.
Novamente, é possível identificar a correspondência desses resultados com o que reza o objetivo de
número 10, ao considerar que as unidades de informação precisam ser “[...] espaços neutros e
agradáveis que permitam a aprendizagem para todos, incluindo os grupos marginalizados, como os
imigrantes, os refugiados, as minorias, os povos indígenas e pessoas com deficiência; - acesso equitativo
à informação que promova a inclusão social, política e econômica” (IFLA, 2016, p. 2, grifo nosso). Por
meio das ações inclusivas, as bibliotecas também contribuem com a concretização do objetivo de número
16, ao possibilitar a paz, justiça e instituições eficazes, que devam ser “[...] responsáveis e inclusivas em
todos os níveis” (IFLA, 2016, p. 2).
Em suma, as diferentes palestras comungam de ideias e propósitos similares, sobretudo quando
possibilitam algum tipo de benefício ou melhoria, seja para as próprias bibliotecas, para as organizações e
para os cidadãos. Desse modo, confirma-se o papel social das bibliotecas, ou seja, como mencionou Santa
Anna, Costa e Silva (2018), é preciso adequar e alinhar as atividades realizadas pelos bibliotecários com
as expectativas das comunidades, de modo que o potencial da área possa ser aproveitado como contributo
para a evolução e desenvolvimento da própria sociedade. Essa é uma das propostas do desenvolvimento
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sustentável e, como tal, bibliotecas e bibliotecários têm muito a contribuir.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo, conduzido, metodologicamente, por um relato de experiência, apresentou a
criação do Projeto Agenda 2030 em Minas Gerais: o papel das bibliotecas, com menção aos propósitos,
às ações desenvolvidas e às contribuições alcançadas, a partir dos cinco eventos realizados no ano de
2019. Em linhas gerais, constatou-se que as discussões em torno da Agenda 2030 da ONU não estão
distantes da realidade das bibliotecas, cujos fazeres realizados pelos bibliotecários muito podem
contribuir para a concretização dos ODSs. Assim, infere-se que as propostas da Agenda manifestam-se
como uma oportunidade de transformação para a Biblioteconomia, no atual século.
Nesse contexto, depreende-se que a Biblioteconomia Social, um campo ou disciplina até então
obscuro aos olhos de muitos profissionais, pode ser considerada como um tema emergente e que precisa
ser inserido no fazer profissional, nesses novos tempos. Não bastasse essa oportunidade surgida
internacionalmente, no contexto brasileiro, a FEBAB aderiu às ações propostas pela IFLA, o que pode
representar um mecanismo de ascensão para o campo da Biblioteconomia Social, no Brasil.
O Projeto Agenda 2030 em Minas Gerais é fruto dessa atual conjuntura, de adesão do movimento
associativo em prol do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas deste século. Foi pensado
com a ideia de disseminar as propostas dos ODSs na classe bibliotecária, estimulando os profissionais a
demonstrarem o potencial que possuem para o desenvolvimento da sociedade. Conduzido por um longo
ciclo de eventos, na forma de palestras, mesas redondas, seminários, dentre outras ocorrências, é
destinado a dar voz aos bibliotecários que acreditam na transformação promovida pelo seu fazer.
As experiências relatadas em cada um dos eventos do Projeto Agenda 2030 evidenciam que as
bibliotecas contribuirão com o desenvolvimento sustentável à medida que mudanças forem
implementadas nas instâncias locais, que provoquem modificações no cotidiano das pessoas e das
instituições. Ou melhor, como política pública que visa a erradicação da pobreza e garanta o
desenvolvimento das nações, a Agenda 2030 somente alcançará essa proposta quando os objetivos forem
aderidos e transformados em atitudes práticas, sobretudo no âmbito local, com envolvimento do Estado e
das instituições, em especial na esfera municipal. Portanto, confirma-se que as associações de
bibliotecários, no âmbito dos estados e municípios, exercem papel fundamental ao estimularem o
Os eventos realizados no ano de 2019 demonstraram o potencial do bibliotecário ao promover
melhorias na vida dos cidadãos, das organizações e da sociedade. Em todos os eventos, as intervenções
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ser melhor explorado em favor da sociedade.
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envolvimento da classe bibliotecária com as causas sociais, de modo que o potencial bibliotecário possa
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tiveram um propósito direcionado à melhoria de um contexto, ou seja, um fazer interventivo, o que
confirma que o fazer profissional vai muito além da mera organização e tratamento de acervos impressos,
visão equivocada atribuída à área por muitos leigos. No âmbito dos ODSs, confirmaram-se as reflexões
da literatura, de que as bibliotecas contribuem, sobremaneira, com o desenvolvimento dos objetivos de
número 4, 8, 10 e 16.
Os resultados alcançados com as atividades do projeto, realizadas em 2019, despertam a
necessidade de continuidade do projeto, com eventos contemplando outras contribuições das bibliotecas
para o desenvolvimento sustentável. Assim, para 2020, estão previstos os seguintes temas: formação do
sujeito crítico pela biblioteca pública, serviços de informação na era digital, a contribuição das bibliotecas
no ensino a distância, dentre outros. Sugere-se, também, que projetos similares a esse sejam
implementados em outras realidades brasileiras, em especial no âmbito dos estados e municípios, de
modo a fortalecer essa causa no movimento associativo, disseminá-la entre os profissionais e,
principalmente, garantir o reconhecimento pela sociedade, acerca do potencial das bibliotecas para um
mundo melhor.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Sociedade e Biblioteconomia. São Paulo: Polis; APB, 1997.
CASTRO FILHO, Claudio Marcondes de. Agenda 2030 para o desenvolvimento
sustentável: uma leitura de política pública na clave da biblioteca escolar. Revista Digital de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 16, n. 3, p. 335-372, set./dez. 2018.
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AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a oportunidade por terem constituído a diretoria da Associação de Bibliotecários de
Minas Gerais (ABMG) (Gestão 2018 a 2020), representada pelos seguintes membros: Maria Elizabeth de
Oliveira da Costa (Presidenta), Jorge Santa Anna (Secretário), Edycleiton Fernandes (Tesoureiro),
Andreia Brandão (Conselho fiscal), Graciane Borges (Conselho fiscal), Maria Cléa Borges (Capitação de
recursos) e Taciane Borges (Capitação de recursos). Também agradecem ao apoio e incentivo recebido da
Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB),
da Escola de Ciência da Informação da UFMG e de todos os associados e apoiadores da ABMG.
ASSOCIATION OF LIBRARIES AND THE 2030 AGENDA: THE SOCIAL CONTRIBUTION
OF LIBRARIES IN THE STATE OF MINAS GERAIS
Abstract: The construction of a more democratic society with better living conditions is one of the main
strategies that guide sustainable development and is supported by the public policy of Agenda 2030,
considering the desire expected for the first decades of the 21st century. Through this policy,
professionals and institutions from all social contexts are called upon to take up this cause, not exempting
libraries and librarians from this function. This struggle is intensified with the adhesion of the associative
librarian movement, which plays a fundamental role in awakening the class's potential for sustainable
development. Objective: This text addresses the theme of Agenda 2030 within the scope of librarian
associations, especially the State of Minas Gerais, whose objective is to report the actions carried out by
the Agenda 2030 Project, managed by the Association of Librarians of that State. Methodology: For this
purpose, it presents a theoretical framework on the theme, exposes the purposes and activities of the
aforementioned project, and discusses the contributions achieved. Conclusions: It concludes that the
associations of librarians, within the scope of states and municipalities, play a fundamental role in
stimulating the involvement of the librarian class with social causes, so that the potential librarian can be
better exploited in favor of society.
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Keywords: Associative movement. Association of librarians of Minas Gerais. Agenda 2030. Social role
of libraries.
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Title
A name given to the resource
ABMG - Associação dos Bibliotecários de Minas Gerais
Subject
The topic of the resource
A ABMG tem como principal missão congregar bibliotecários, instituições e pessoas interessadas em Biblioteconomia, Ciência da Informação e áreas afins. Defender os interesses e apoiar as reivindicações dos associados. Representar os associados junto aos órgãos da classe nacionais e internacionais, aos órgãos públicos e privados e incentivar o aprimoramento da profissão e o desenvolvimento cultural através de cursos, congressos, seminários, palestras e outros.meuip.co
Text
A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
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Title
A name given to the resource
Associação de Bibliotecários e a Agenda 2030: o papel social das bibliotecas no Estado de Minas Gerais
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Jorge Santa Anna
Maria Elizabeth de Oliveira Costa
Contributor
An entity responsible for making contributions to the resource
ABMG
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Florianópolis : Santa Catarina
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Revista ACB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2020
Language
A language of the resource
pt
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
1414-0594
Type
The nature or genre of the resource
Artigo de Periódico
Subject
The topic of the resource
Associação de Bibliotecários
Agenda 2030
Papel Social das Bibliotecas
Description
An account of the resource
A construção de uma sociedade mais democrática e com melhores condições de vida constitui uma das principais estratégias que norteiam o desenvolvimento sustentável e está amparada pela política pública da Agenda 2030, considerando o desejo esperado para as primeiras décadas do século XXI. Por meio dessa política, profissionais e instituições de todos os contextos sociais são convocados a assumir essa causa, não eximindo dessa função, bibliotecas e bibliotecários. Essa luta se intensifica com a adesão do movimento associativo bibliotecário, que exerce um papel fundamental para despertar o potencial da classe para com o desenvolvimento sustentável. Objetivo: O presente texto aborda a temática da Agenda 2030 no âmbito das associações de bibliotecários, com destaque o Estado de Minas Gerais, cujo objetivo é relatar as ações realizadas pelo Projeto Agenda 2030, gerenciado pela Associação de Bibliotecários desse Estado. Metodologia: Com esse propósito, apresenta referencial teórico sobre a temática, expõe os propósitos e as atividades do citado projeto, e discorre sobre as contribuições alcançadas. Conclusões: Conclui que as associações de bibliotecários, no âmbito dos estados e municípios, exercem papel fundamental ao estimularem o envolvimento da classe bibliotecária com as causas sociais, de modo que o potencial bibliotecário possa ser melhor explorado em favor da sociedade.
Source
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