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defc9592f79b706a84c62cb13b27af09
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Arquitetura e segurança de bibliotecas
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EXPERIÊNCIA NA IMPLANTAÇÃO DO AUTOATENDIMENTO
COM TECNOLOGIA RFID NA BIBLIOTECA DA UNESP - CÂMPUS DE
RIO CLARO
Adriana Aparecida puerta', Ana Paula Santulo C. Medeiro~,
Cristina Marchetti Maia', Diosnelice Pereira Camargo da Silva', Josimeire
Moura da Silva3, Márcia Correa Bueno Degasperi', Regina Maria Seneda4,
Renan Carvalho Ramo~, Vivian Rosa Storti'
1Bibliotecária, Instituto de Biociências - UNESP, Rio Claro, SP
2Supervisor Técnico de Seção, Instituto de Biociências - UNESP, Rio Claro, SP
3Assistente de Serviços de Documentação, Informação e Pesquisa - ASDIP, Instituto de
Biociências - UNESP, Rio Claro, SP
4Diretor Técnico - Biblioteca, Instituto de Biociências - UNESP, Rio Claro, SP
Resumo
A Biblioteca do Câmpus de Rio Claro, por seu quantitativo de acervo,
empréstimos e consultas online entre outros dados, foi escolhida como a segunda
biblioteca da Rede Unesp a receber a tecnologia RFID para segurança do acervo e
modernização das rotinas de empréstimo e devolução das obras. A Radio Frequency
Identification (RFID) é uma tecnologia que possibilita reconhecer itens a partir da
identificação de ondas de rádio frequencia , empregada no setor comercial há
décadas e recentemente no setor de bibliotecas, permitindo a realização do
autoatendimento por parte do usuário. O autoempréstimo é um grande facilitador,
pois oferece autonomia aos usuários para a retirada de material bibliográfico, ficando
os funcionários do atendimento mais disponíveis para auxiliar em dúvidas. Com
relação ao serviço de autodevolução, há possibilidade de ampliar o horário por 24
horas. A implantação do sistema RFID contemplou etapas de infraestrutura física do
prédio, infraestrutura da rede lógica, processo de inclusão das etiquetas em cada
item do acervo, capacitação dos funcionários e educação dos usuários. Cada uma
dessas etapas é descrita neste trabalho visando compartilhar a experiência da
biblioteca, analisando as vantagens e desvantagens desse sistema, e ainda
descrevendo sua importância para a segurança de uma estrutura de grande porte
como as bibliotecas universitárias. Apesar do uso da tecnologia ser recente, a
Biblioteca do Câmpus de Rio Claro já observa resultados positivos.
Palavras-Chave:
Sistema RFID ; Autoempréstimo; Autodevolução; Sistema de segurança por
rádio frequencia ; Biblioteca universitária.
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Abstract
The Library of Campus of Rio Claro, on the quantitative collection, loans and
online consultations among other data, was chosen as the second library Unesp
Network to receive RFID technology for security of the acquis and modernization of
the routine lending and return of works. Radio Frequency Identification (RFID) is a
technology that enables to recognize items from the identification of radio wave
frequency, used in the commercial sector for decades and recently in the sector of
libraries, allowing the realization of self-service by the user. The auto loan is a great
facilitator, it offers autonomy to users for the withdrawal of bibliographic material,
leaving the officials care more available to assist with questions. With respect to
service auto return, it is possible to extend the time for 24 hours. The deployment of
RFID steps included the building of physical infrastructure, network infrastructure
logic, the process of inclusion of the labels on each item of the collection , employee
training and education of users. Each of these steps is described in this paper in
order to share the experience of the library, analyzing the advantages and
disadvantages of this system , and also describing its importance to the safety of a
structure as large university libraries. Despite the use of technology is new, the
Library of Campus of Rio Claro already seen positive results.
Keywords:
RFID System ; Auto loan ; Auto return ; Security system by radio frequency;
University library.
1 Introdução
A Biblioteca da Unesp, Câmpus de Rio Claro foi criada juntamente com a
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro (FAFI) em 1957 através da
publicação da Lei nO 3895 , passando a funcionar efetivamente a partir de 1958.
Inicialmente o acervo era formado por 1.966 obras, que atendiam aos cursos de
Licenciatura em Geografia, História Natural, Pedagogia e Matemática. Em 1976 a
Faculdade de Filosofia , Ciências e Letras de Rio Claro transformou-se em
Universidade Estadual Paulista - Unesp, e com isso a biblioteca passou a fazer
parte dessa instituição (SILVA; RIBEIRO; GERARDI , 2002).
Atualmente a biblioteca ocupa uma área de 1.800 m2, contém 21 salas de
estudo com capacidade de até 4 pessoas em cada sala; mesas para leitura e estudo
distribuídas por todo acervo; anfiteatro com 49 lugares equipado com multimídia,
TV, DVD e microcomputador; acesso à rede sem fio - wireless e; 15 netbooks que
podem ser emprestados pelos usuários cadastrados para uso no interior da
biblioteca. Conta com duas salas para pesquisa em bases dados, com 14
microcomputadores, permanecendo um bibliotecário para orientações e
esclarecimento de dúvidas.
Para docentes, pós-graduandos e graduandos há o serviço de VPN (Virtual
Private Network), que assegura o acesso ao conteúdo restrito das bases de dados e
Portal de Periódicos CAPES para computadores que estão fora da Unesp.
O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h e aos
sábados das 9h às 13h.
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o acervo é composto por 86 .937 itens de materiais bibliográficos (livros,
teses, dissertações, TCCs, cds, mapas) e 182.703 fascículos de periódicos. No
Câmpus, o Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação (STBD) atendente a 10
cursos de graduação: Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Ecologia,
Educação Física, Engenharia Ambiental, Física, Geografia, Geologia, Matemática e
Pedagogia e a 15 programas de pós-graduação: Biologia Celular e Molecular,
Biologia Vegetal , Ciências da Computação (multicâmpus) , Ciências da Motricidade,
Desenvolvimento Humano e Tecnologias, Educação, Educação Matemática , Física ,
Geociências e Meio Ambiente, Geografia, Geologia Regional, Gerenciamento
Ambiental : Sustentabilidades, Matemática em Rede Nacional, Matemática
Universitária e Microbiologia Aplicada .
As bibliotecas da Rede Unesp, estão subordinadas administrativamente à
Diretoria da Unidade onde estão inseridas e, tecnicamente, à Coordenadoria Geral
de Bibliotecas (CGB) , com sede na Reitoria em São Paulo e com um escritório na
cidade de Marília. Em se tratando de gestão da biblioteca , utilizam o software
ALEPH versão 20, formando a base bibliográfica Athena, que permite integração
entre todas as unidades.
Em 2009 foi implantado o empréstimo unificado e o sistema biométrico,
possibilitando a criação da categoria do usuário rede flex, permitindo que a retirada
de material da biblioteca seja feita pelo reconhecimento da digital do usuário, sendo
que este pode emprestar livros em qualquer biblioteca da rede Unesp,
pessoalmente, e devolver em qualquer biblioteca da rede.
O STBD possui em seu quadro uma diretoria e duas seções técnicas: Seção
Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação (STATI) e Seção Técnica de
Referência, Atendimento ao Usuário e Documentação (STRAUD). Conta com 26
servidores, sendo : 8 bibliotecários, 15 assistentes de serviços de documentação,
informação e pesquisa, 1 assistente de informática, além do apoio de 2 assistentes
administrativos. No período letivo há circulação de 1.000 a 1.200 usuários por dia,
sendo que em 2011, foram registrados 113.137 empréstimos. Os serviços de
consulta ao acervo, renovação e reservas, podem ser feitos online pela interface
com o Aleph, empréstimo entre bibliotecas (EEB), comutação bibliográfica (Comut),
ficha catalográfica , pedidos de compra de livros, inscrição em treinamentos e
oficinas também estão informatizados e podem ser acessados através do site:
http://www.rc.unesp.br/biblioteca. Esses, dentre outros fatores, incluiram a Biblioteca
do Câmpus de Rio Claro no Programa de Infraestrutura Tecnológica para as
Bibliotecas (Sistema RFID: autoempréstimo e autodevolução) sendo a segunda
biblioteca da rede contemplada, dentro do Programa de Desenvolvimento
Institucional (PDI) da Unesp.
Nesse sentido, o foco do artigo é apresentar a experiência da Biblioteca da
Unesp, Câmpus de Rio Claro, na implantação do Sistema RFID, analisando toda a
parte de infraestrutura, fluxo de processos, equipe de trabalho e educação de
usuários.
2 Revisão de Literatura
2.1 Radio-Frequency Identification (RFID)
A Radio Frequency Identification (RFID) é uma tecnologia antiga que
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possibilita reconhecer itens a partir da identificação de ondas de rádio, empregada
no setor comercial há décadas e recentemente no setor de bibliotecas, permitindo a
realização do autoatendimento por parte do usuário. Em uma pesquisa nas bases de
dados científicas Library and Information Sicience Abstracts (LISA) da Proquest e
Library e Information Science & Technology Abstracts da EBSCO foi constatado que
os estudos sobre o sistema RFID em bibliotecas tiveram início no começo da última
década. Segundo informações da empresa 3M , "2% das bibliotecas dos Estados
Unidos utilizam a tecnologia RFID e 8% em todo o mundo" (MEHRJERDI , 2011, p.
37). No Brasil, algumas das bibliotecas que fazem uso do autoatendimento e que
utilizam esta tecnologia são: Biblioteca de São Paulo, localizada na antiga Estação
Carandiru ; Biblioteca da PUC-Rio Grande do Sul ; Biblioteca da Unesp, Câmpus
Bauru e Câmpus Rio Claro.
2.2 Características da tecnologia RFID
o sistema RFID utiliza etiquetas que contem um microchip que guarda os
dados do item a ser identificado, e uma antena que emite ondas eletromagnéticas
transmitindo as informações do item, identificando-o. Uma das definições do sistema
RFID é que:
RFID é um termo genérico utilizado para um conjunto de tecnologias
que usa radiofreqüência e micro-chip na comunicação de dados,
permitindo identificar alguma coisa . É, portanto, uma tecnologia que
pode substituir a tecnologia de identificação por código de barras
(VIERA, VIERA, VIERA, 2007, p. 183).
De acordo com Shahid (2005), o sistema RFID possui quatro componentes:
etiquetas; antena ; leitores ou sensores e um servidor.
Existem dois tipos de etiquetas RFID (Figura 1): as "somente leitura" e as
regraváveis. Aquelas denominadas como "somente leitura", não possuem a
capacidade de reescrever os dados posteriormente. No outro tipo, que são as
escolhidas pela maioria das bibliotecas, podem ter informações alteradas ou
acrescentadas após a primeira gravação da etiqueta . Essa função é possível pois as
etiquetas regraváveis, diferentes das etiquetas normais, possuem algumas
combinações, uma para leitura e outras para memória, sendo então possível que os
dados sejam regraváveis.
Figura 1 - Etiqueta RFID padrão
Fonte: Viera , Viera, Viera (2007, p. 184)
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As antenas (Figura 2) funcionam como comunicadores entre a etiqueta e o
leitor, uma vez que emitem ondas eletromagnéticas que ativam o microchip e
consequentemente as informações contidas nas etiquetas. Geralmente instaladas na
entrada/saída das bibliotecas que, além de possuir a função de contagem de
usuários, funciona como um alarme, reconhecendo a tecnologia RFID e também as
etiquetas eletromagnéticas, emitindo ruído sonoro ao passar pela antena quando um
item da biblioteca não foi emprestado.
Figura 2 - Modelo de antena RFID
Fonte: Viera , Viera, Viera (2007, p. 188)
Os leitores RFID (Figura 3) codificam e decodificam os dados existentes no
circuito integrado das etiquetas RFID e gerenciam o fluxo de comunicação entre as
etiquetas RFID e o computador principal ou servidor.
Figura 3 - Leitor RFID
Fonte: Multisystems (2012)
2.3 Aplicação RFID em bibliotecas
Algumas bibliotecas no mundo têm implementado o sistema RFID para
agilizar suas atividades e fornecer novos serviços, dentre eles: o autoempréstimo e a
autodevolução de materiais; inventário mais ágil e segurança contra furtos. Para
isso, cada item do acervo deve receber uma etiqueta RFID.
O principal objetivo das bibliotecas com a adoção do RFID é a necessidade
de aumentar a eficiência dos seus serviços e reduzir custos. Além disso, o
autoempréstimo e autodevolução possibilitam que algumas rotinas de trabalho sejam
revistas e funcionários da biblioteca possam ser readequados para outras tarefas.
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Dentre as outras vantagens na utilização desta tecnologia estão : autonomia
do usuário; redução das filas no atendimento, tanto para empréstimo quanto para
devolução; ampliação do horário de atendimento - devolução 24 horas; diminuição
das tarefas repetitivas; ampliação da segurança interna; aumento da eficiência do
inventário e gerenciamento de coleções. A eficiência da tecnologia está na
capacidade do leitor, pois a etiqueta pode ser lida em qualquer posição e, tal
precisão auxilia em processos como controle de obras e agiliza o serviço de
atendimento.
Dentre as desvantagens estão o custo e algumas características das
etiquetas. Com relação ao custo, ele envolve desde compra de hardware, software e
materiais, como consultoria e treinamento de funcionários bem como a instalação
dos equipamentos. No que diz respeito às etiquetas, algumas vezes é possível
comprometer um sistema RFID, pois colocando dois ou mais itens de uma vez, as
etiquetas são sobrepostas, anulando alguns sinais e assim dificultando a leitura .
Além disso, as etiquetas contêm informação estática e
[... ) a falta de padrões de ampla aceitação para a tecnologia RFID é
outra dificuldade que pode ocasionar que etiquetas produzidas por
um determinado fabricante somente possam ser lidas por certo tipo
de equipamento do mesmo fabricante e não por outros (tecnologia
proprietária) , dificultando a interoperabilidade dos sistemas RFID.
(VIERA, VIERA, VIERA, 2007, p.190).
2.4 Sistema RFID na Biblioteca da Unesp - Câmpus de Rio Claro
A implantação do sistema RFID na biblioteca do Câmpus de Rio Claro foi um
projeto elaborado pela Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB) da Unesp.
A equipe de bibliotecários de Rio Claro fez uma visita orientada à biblioteca de
Bauru , para conhecer o sistema implantado e, também recebeu uma documentação
da primeira experiência de implantação do sistema na Rede UNESP.
Em um primeiro momento, o acervo de livros da biblioteca foi contemplado
com as etiquetas. O processo de colocação das etiquetas durou cerca de 3 meses,
contudo como o projeto está em andamento, parte do acervo ainda precisa ser
trabalhado (obras de referência, teses, dissertações e trabalhos de conclusão de
cursos).
A tecnologia RFID proporcionará aos usuários das bibliotecas da
Rede UNESP maior autonomia e agilidade na realização
empréstimos/devoluções,
utilizando
os
equipamentos
de
autoempréstimo e autodevolução. Além da ampliação do horário de
devolução, pois o usuário será capaz de fazer a devolução mesmo
se a biblioteca estiver fechada, diminuirá o fluxo no balcão de
atendimento permitindo aos funcionários dedicarem-se a outras
tarefas, e possibilitará graças a um leitor portátil, a localização de
obras guardadas fora de ordem e a realização, em poucas horas, do
inventário que antigamente era feito manualmente e levava vários
dias. (BASTOS, 2011) .
Todo o processo de implantação do sistema RFID na Biblioteca da Unesp
Câmpus de Rio Claro será detalhado a seguir.
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3 Materiais e Métodos
o Projeto RFID para Autoempréstimo e Autodevolução envolveu várias etapas
que serão detalhadas a seguir:
a) etapa 1-lnfraestrutura
o projeto contemplou a instalação da estação de autoempréstimo híbrido
(Figura 4) ; estação de autodevolução - parte externa (Figura 5) e sistema embutido
e classificador de dois dispensadores - parte interna (Figura 6); etiqueta RFID
(Figura 7) ; etiqueta adesiva de identificação e proteção (Figura 8); antena antifurto
híbrida (Figura 9) ; 5 câmeras de segurança e instalação do servidor; ampliação de
pontos de rede e troca dos switchs; 3 estações de trabalho para cadastramento das
etiquetas.
Figura 4 - Autoempréstimo híbrido
Fonte: Elaborado pelos autores
Para a instalação da estação de autodevolução foi necessária a escolha de
um local estratégico para facilitar o acesso externo ao serviço . Para a sala escolhida
foi realizada uma reforma para adaptação, onde os espaços das janelas foram
diminuídos, deixando apenas o tamanho da entrada da autodevolução e todo o
restante da parede foi fechado . Também foi instalado um sistema de proteção que
trava a entrada para o sistema embutido da autodevolução onde somente com
cartão de acesso é possível liberação.
O terminal de autoempréstimo foi instalado próximo ao balcão de
atendimento, para possibilitar que os funcionários da biblioteca dessem auxílio aos
usuários.
As câmeras de segurança foram instaladas no autoempréstimo, na entrada da
biblioteca e balcão, no acesso à sala de autodevolução e, na parte externa na
autodevolução.
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Figura 5 - Autodevolução (parte externa)
Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 6 - Autodevolução (parte interna)
Fonte: Elaborado pelos autores
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAU LISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
Câmpus de Rio Claro
Biblioteca
Figura 7- Etiqueta RFID
Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 8 - Etiqueta adesiva
Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 9 - Antena antifurto híbrida
Fonte: Elaborado pelos autores
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b) etapa 2 - Definição do fluxo de processos
o Projeto RFIO envolveu todos os funcionários da biblioteca , suas seções
STATI e STRAUO e a diretoria. Inicialmente foram trabalhados apenas livros,
eventos e folhetos , sendo que teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso
ficaram para a segunda fase , que deverá ocorrer em julho de 2012 . Os periódicos e
mapas não estão no planejamento e os recursos eletrônicos (COs, OVOs) não serão
colocados no projeto, pois há etiquetas RFIO especiais para esses materiais que não
foram adquiridas. O preparo do material inclui a inserção de etiqueta na obra bem
como seu cadastro no sistema RFIO e foi realizado nos meses de dezembro de 2011
à fevereiro de 2012, período de implantação da primeira fase do projeto.
Foi desenvolvida uma metodologia de trabalho como forma de organização
desse processo , constituída de 6 passos conforme fluxograma (Figura 10). Cada
etapa foi discutida com a equipe exaustivamente antes do início do processo:
Pesquisar no
Pesqu isar nas Bases
Aleph: Registro
Correto ou
Convertido?
SIM
Et iquetas
Co locar Etiqueta RFID
Co lar
eti q uet~
de
prot eçio
Guarda r na Esta nt e
Figura 10 - Fluxograma da implantação RFID
Fonte: Elaborado pelos autores
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a) passo 1 - Retirar os livros das estantes seguindo a ordem de classificação,
utilizando carrinhos de livros, nos quais foram enumerados com etiquetas
(ordem de 1 a n) e colocada a mesma numeração na bandeja onde
estavam as obras, para agilizar a devolução na bandeja de origem ;
Informar o balcão sobre a classificação retirada para a verificação da
classificação de cada obra devolvida e já trabalhadas para que não ficasse
nenhuma obra sem o processo RFID;
b) passo 2 - Verificar o registro da obra no Aleph para a confirmação do seu
registro no sistema e verificação da catalogação. Se a obra não tivesse
catalogada era encaminhada para as bibliotecárias da STATI e retornava
ao fluxo RFID posteriormente;
c) passo 3 - Colar a etiqueta RFID seguindo as orientações da empresa
fornecedora , tais como: colar a etiqueta na parte interna da contracapa da
obra, sempre do lado direito próximo a lombada, assim caso a capa seja
retirada ou danificada, terá maior visibilidade pelos funcionários . Não sendo
possível, colar na página imediatamente anterior no mesmo padrão.
Foi utilizado um marcador (Figura 11) com o formato de dedo indicador
visando facilitar a colagem da etiqueta na obra, tendo em vista que há alguns
detalhes a serem considerados como, por exemplo , uma distância da lombada e
parte inferior da obra, para uma melhor leitura da etiqueta pelo sistema RFID. Esta
idéia foi desenvolvida pela equipe de Bauru, primeira unidade da rede UNESP a ser
implantado o autoatendimento.
Para obras que possuem anexo, como tabelas e mapas, o cadastramento das
etiquetas foi feito por uma equipe específica para um controle rigoroso, pois cada
anexo tem que receber uma etiqueta RFID e possuir um item de registro no sistema
Aleph . Alguns anexos como transparências, slides e microfilmes, não foram
contemplados devido à impossibilidade da colagem de etiqueta nesse tipo de
material ;
o
Figura 11 - Marcador com formato de dedo indicador
Fonte: Elaborado pela equipe da Biblioteca do Câmpus de Bauru
d) passo 4 - Registrar o código de barras no sistema RFID e confirmar o
registro . É necessário cadastrar um livro por vez, e não deve haver
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aproximação de outras etiquetas RFID no ato do registro, pois o software
pode registrar o mesmo código de barras em várias etiquetas. Nesse
projeto foram adquiridas etiquetas regraváveis, porém como forma de
segurança dos dados, optou-se pela sistemática de uma única gravação;
e) passo 5 - Colar a etiqueta de identificação e proteção somente após o
cadastro da etiqueta RFID como forma de controle de todo o processo;
f) passo 6 - Arrumar as obras no carrinho em ordem de classificação e
guardar na estante.
Para agilizar o processo de trabalho , foram feitos marcadores (Figura 12)
contendo as etapas descritas acima , que foram colocados nos carrinhos. Isso
facilitou o processo, pois identificava-se facilmente em qual etapa estava cada
carrinho das obras.
1- PESQU ISAR TITU LO DA OBRA NO SISTEMA ALEPH
2 - COLAR ETIQUETA RFID
3 - CADASTRAR RFID
4- COLAR ETIQUETA DE IDENTIFICAÇÃO E PROTEÇÃO
5 - GUARDAR OBRA NA ESTANTE
Figura 12 - Marcadores de identificação do processo
Fonte: Elaborado pelos autores
Como forma de divulgar o novo serviço, assim como capacitar os usuários na
utilização do autoatendimento, foram elaborados pela Assistente de Informática da
biblioteca, vídeos explicativos com o passo a passo de cada etapa para realização
do empréstimo e da devolução. Estes vídeos estão disponíveis no canal da
biblioteca no YouTube
(http://www.youtube.com/watch?v=S9sLbhigNhA) e são
transmitidos diariamente em um display localizado na entrada da biblioteca . Outra
forma de divulgação foi durante a Semana de Recepção aos Ingressantes, quando
foram feitas demonstrações de como fazer o autoatendimento e também foram
esclarecidas as dúvidas apresentadas. Além disso, um email informativo foi enviado
para toda comunidade do Câmpus e as informações sobre o serviço foram
disponibilizadas no site da biblioteca .
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4 Resultados Parciais
Uma vez realizado todo o trabalho de infraestrutura, conferência de registros,
colagem de etiquetas, capacitação e divulgação, o autoatendimento começou a ser
utilizado no início de março deste ano.
A utilização do sistema é apresentada em uma tela de monitor com instruções
pormenorizadas, passo a passo . Inicialmente o usuário deverá escolher, na tela de
um computador sensível ao toque , em qual idioma deseja que estejam as instruções
(disponíveis em inglês, português ou espanhol), em seguida deverá identificar-se
digitando seu CPF. Feito isto será solicitada a verificação do leitor biométrico e os
dados deste usuário aparecerão na tela. Após o usuário ser identificado e
autorizado, o item objeto de empréstimo deverá ser posicionado no local designado,
um item por vez, e será feita a leitura da etiqueta RFID. Uma vez identificado e
autorizado para empréstimo, o item terá sua proteção desativada e o empréstimo
será efetuado, podendo o usuário optar pela forma que deseja receber seu
comprovante, sendo apenas por email, apenas impresso ou ambos.
O acesso do usuário à autodevolução fica localizado na parte externa da
biblioteca e se assemelha a uma caixa de correio. Para realizar a devolução o aluno
deve primeiramente, confirmar se a luz indicativa do sistema está verde, o que indica
que o serviço esta disponível. Caso assim seja , o usuário poderá dar continuidade
ao procedimento, optando entre receber ou não o comprovante de devolução. Caso
decida por receber o comprovante, o primeiro passo para realizar a devolução é
apertar o botão preto que está localizado acima da impressora, inserir todos os livros
na caixa (um livro por vez), voltar a apertar o botão preto e aguardar a impressão do
recibo. Caso a opção seja sem recibo, basta apenas que o livro seja inserido na
caixa de devolução.
Após feita a autodevolução pelo usuário, é necessário que cada obra seja
magnetizada, uma vez que as obras continuam recebendo a etiqueta
eletromagnética . No caso das obras com reservas ou alguma pendência , o próprio
sistema de autodevolução separa em um dispensador próprio para estes casos.
Uma medida preventiva adotada é que para cada obra devolvida no balcão de
empréstimo é verificado se a mesma já possui etiqueta RFID, garantindo que
nenhuma obra volte para o acervo sem ter passado por todo o processo do sistema
RFID.
Após está primeira fase de preparação e implantação do projeto, pode-se
notar grande curiosidade e aceitação por parte da comunidade acadêmica do
Câmpus de Rio Claro a respeito da tecnologia utilizada e o modo como foi feita a
implantação do serviço.
Por tratar-se de um serviço recente, ainda não é possível a tabulação e
apresentação de dados quantitativos a respeito do serviços com tecnologia RFID ,
contudo, ocasionalmente, os funcionários da biblioteca são abordados pelos
usuários, que elogiam a opção de autoatendimento e ressaltam a agilidade que ela
promove e aguardam que logo seja implantada em todo o acervo .
5 Considerações Parciais
A tecnologia RFID permite que as bibliotecas implementem serviços de
autoatendimento de materiais sem a necessidade de intervenção dos funcionários, e
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com isso, permite aumentar a eficiência, reduz perdas, diminui a rotina de trabalho e
redireciona alguns funcionários para outras tarefas da biblioteca .
A tecnologia implantada possibilita o oferecimento de serviços diferenciados,
como o horário de atendimento estendido para devolução de obras 24h e autonomia
no empréstimo de obras. Futuramente, ao ser adquirido o leitor portátil de inventário
será possível fazer a leitura da etiqueta RFID na própria estante, gerando um
inventário de todas as obras do acervo, bem como possibilitando localizar materiais
perdidos nas estantes.
Apesar de todas as dificuldades para a implantação do sistema (desocupação
de sala, retirada de janela e recorte na parede) além de toda infraestrutura lógica
necessária para trazer até o local, pontos de rede e tomadas elétricas, considera-se
muito produtivo o resultado que obtido até o momento.
Com relação às instalações, notou-se que o contato da empresa com o
pessoal da informática deveria ser feito antes do início do projeto, para evitar atrasos
nas etapas e problemas de padronização de material utilizado. Após o início
verificou-se que seria necessário substituir o switch existente para um de maior
capacidade e isto atrasou o projeto em 3 dias. Outro fator importante a ser
considerado é que a implantação de um projeto desse porte deve ser feita em
período de férias dos alunos, evitando assim problemas com ruído, liberando espaço
para a realização do trabalho e contando com a quase totalidade do acervo , pois foi
suspensa a retirada de livros para as férias (maior prazo) com a conscientização dos
usuários.
Mesmo recente, percebe-se que há boa receptividade e facilidade quanto ao
uso do serviço com a tecnologia RFID . Constantemente, os funcionários oferecem
orientações na realização do autoatendimento, quando necessário, e nota-se que
aos poucos, os usuários tornam-se mais autônomos e satisfeitos.
Com isso, conclui-se que a tecnologia RFID nas bibliotecas deve ser
considerada uma excelente opção na hora da atualização da infraestrutura
tecnológica de gestão eletrônica do acervo em bibliotecas, principalmente nas
bibliotecas que possuem um grande volume de obras e usuários, pois é fundamental
que os serviços acompanhem a evolução tecnológica e modernizem as rotinas de
trabalho, visando oferecer qualidade nos produtos e serviços.
Como essa experiência demonstra, é essencial que seja elaborado um
planejamento cuidadoso para que a execução do projeto bem como seus resultados
sejam satisfatórios, incluindo além do preparo físico adequado do material,
instalação de equipamentos, capacitação da equipe e posteriormente do usuário na
utilização do autoatendimento.
6 Referências
BASTOS, F. M. Depoimento do cliente. In: MULTISYSTEMS. Nossos clientes.
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<http://www.multisystems.com .br/novo/clientes/depoimentos/u nesp-u niversidadeestadual-paulista/#boxDepoimento>. Acesso em : 23 abro2012.
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�Arquitetura e segurança de bibliotecas
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Trabalho completo
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2664
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Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 17 - Ano: 2012 (UFRGS - Gramado/RS)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: A biblioteca universitária como laboratório na sociedade da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2012
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Gramado (Rio Grande do Sul)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Experiência na implantação do autoatendimento com tecnologia RFID na Biblioteca da UNESP- Câmpus Rio Claro.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Puerta, Adriana Aparecida et al.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Gramado (Rio Grande do Sul)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2012
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A Biblioteca do Câmpus de Rio Claro, por seu quantitativo de acervo, empréstimos e consultas online entre outros dados, foi escolhida como a segunda biblioteca da Rede Unesp a receber a tecnologia RFID para segurança do acervo e modernização das rotinas de empréstimo e devolução das obras. A Radio Frequency Identification (RFID) é uma tecnologia que possibilita reconhecer itens a partir da identificação de ondas de rádio frequencia, empregada no setor comercial há décadas e recentemente no setor de bibliotecas, permitindo a realização do autoatendimento por parte do usuário. O autoempréstimo é um grande facilitador, pois oferece autonomia aos usuários para a retirada de material bibliográfico, ficando os funcionários do atendimento mais disponíveis para auxiliar em dúvidas. Com relação ao serviço de autodevolução, há possibilidade de ampliar o horário por 24 horas. A implantação do sistema RFID contemplou etapas de infraestrutura física do prédio, infraestrutura da rede lógica, processo de inclusão das etiquetas em cada item do acervo, capacitação dos funcionários e educação dos usuários. Cada uma dessas etapas é descrita neste trabalho visando compartilhar a experiência da biblioteca, analisando as vantagens e desvantagens desse sistema, e ainda descrevendo sua importância para a segurança de uma estrutura de grande porte como as bibliotecas universitárias. Apesar do uso da tecnologia ser recente, a Biblioteca do Câmpus de Rio Claro já observa resultados positivos.
Language
A language of the resource
pt