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Trabalho completo
COMUNICAÇÃO E TRABALHO: CONSIDERAÇÕES SOBRE A
APLICABILIDADE DO MÉTODO COACHING E SUA CONTRIBUiÇÃO
AO BIBLIOTECÁRIO
Adriana Maria de Souza 1
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Mestranda no programa de Pós-graduação em Ciências da Informação ECAlUSP, FESPSP,
São Paulo, SP
Resumo
Apresenta um estudo inicial sobre a possibilidade de integração e aplicação
da metodologia Coaching no contexto do mundo do trabalho e da comunicação,
tendo o Bibliotecário como protagonista , no que se refere à sua atuação social e
mediadora da informação em seu ambiente de trabalho, podendo ser este o
participante articulador e ativo dessa proposta, seja como Coach ou mesmo como
Gestor de processos comunicacionais. O presente estudo, também pretende inserir
um novo olhar a esse profissional em seu trabalho, na adoção desse dispositivo ou
apenas suscitar discussões sobre este tema para a ampliação e necessidade de
outras pesquisas. Propõe uma aproximação do profissional bibliotecário à prática
deste estudo nos Serviços de Informação.
Palavras-Chave:
Comunicação e trabalho; Coaching; Bibliotecários.
Abstract
It presents an initial study about the possibility of integration and application of
the methodology Coaching in the context of world work and communication , with the
Librarian as protagonist in relation to the its social and mediator of information activity
on their work environment, can be an active participant and organizer of this
proposal, either as a Coach or even as a Manager communication processes. This
study also intends to enter a new look at this professional in their workplace in the
adoption of these devices or only raise discussion on these issues for the expansion
and further researches are needed. It proposes an approach to the practice of the
professional Librarian in this study in information services.
Keywords:
Work and Communication ; Coaching ; Librarians.
Introdução
O surgimento exponencial das inovações tecnológicas propicia à sociedade
moderna e globalizante, um cenário de mudanças rápidas e constantes. O sujeito,
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segundo Hall (2005) , outrora concebido por uma identidade unificada e estável,
torna-se fragmentado, composto não de uma única, mas de várias identidades,
muitas vezes contraditórias e não-resolvidas. Assim, a área da comunicação, a partir
da atividade de trabalho é expressa no cotidiano dos sujeitos/indivíduos, propiciando
a interação humana, transformadora e mutável, que se apresenta no coletivo
mediatizado pela atividade linguageira, discursiva de seus integrantes. Dessa forma ,
quando estes realizam a atividade de trabalho, realizam-na também a fim de
satisfazerem suas necessidades comunicacionais. Entretanto, pode-se dizer, de
acordo com Leontiev (2004, p. 93), que a linguagem não desempenha apenas o
papel de intermediária de comunicação entre os homens, ela é também um meio,
uma forma de consciência do pensamento humano, pois se relaciona com os
processos de conhecimento, os instrumentos e as práticas no mundo do trabalho,
operados pela linguagem que age sobre o comportamento dos homens.
No tocante à proposta deste artigo, esse sujeito é representado na figura do
bibliotecário e no seu campo de trabalho pretendendo apresentar e aproximar o
método Coaching 1 (sem tradução para a língua portuguesa) à atuação desse
profissional em Serviços de Informação, como um método eficaz de
aperfeiçoamento contínuo desses sujeitos no mundo do trabalho uma vez que, o
tradicional ambiente informacional no qual este exercia sua atividade, modificou-se.
Dessa maneira, neste agora emergente e mutável mundo novo, figura-se a este
profissional a aquisição de um 'novo olhar' à sua prática profissional, uma vez que
atua como mediador da informação ao seu usuário, liderando equipes e
influenciando seus pares em benefícios mútuos e profícuos.
Revisão de Literatu ra
Os procedimentos metodológicos aqui descritos são de estudos teóricos
qualitativos. Na revisão de literatura pesquisada nacionalmente, ainda não há
estudos acadêmicos sobre a aplicação do Coaching na Ciência da Informação e na
Biblioteconomia, bem como na área de Comunicação, por ser uma metodologia de
estudo recente, uma vez que no Brasil o tema somente ganha maior relevância a
partir da década de 90. Na literatura estrangeira , precisamente em língua inglesa, há
vasta publicação sobre o tema, entretanto, com ênfase e difusão para a área de
Administração. No levantamento bibliográfico realizado , foram encontradas algumas
publicações relativas ao Coaching, uma delas na área de Biblioteconomia: o livro
Coaching in lhe Library de Ruth F. Metz, da American Library Associalion, dos
Estados Unidos da América e outra uma dissertação de mestrado pela Universidade
Católica de Brasília que apresenta um estudo sobre a prática do Coaching no
ambiente organizacional integrado à prática da Gestão do Conhecimento. Todavia,
faz-se necessário buscar um maior entendimento sobre o que realmente se
caracteriza esse método integrado com a abordagem ergológica para a verificação
De acordo com o The Oxford English Dictionary (1989, p. 381) , Coach era um termo usado na
Hungria desde o reinado do Rei Matthias Corvinus, 1458-90 , na cidade de Kocs , tornando-se
conhecido como kocsi em húngaro para determinar um tipo de transporte usado pela realeza , hoje
conhecido como carruagem , utilizado para o transporte público de passageiros. O veículo foi utilizado
na Inglaterra na metade do século XVI e, na Europa por volta de século XVIII. O termo foi utilizado
dentro do contexto universitário para definir a preparação (de um candidato) para um exame;
instrução para assuntos especiais; professor; e também utilizado como treinamento para uma
competição atlética. O termo Coaching é definido como a ação do verbo Coach .
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da real viabilidade de conduzirem-se como parte integrante no âmbito informacional.
o mundo do Trabalho
Ao longo da tumultuada trajetória da humanidade, quase nada, ou
muito pouco, foi mudado na relação capital-trabalho , mesmo
considerando-se a acelerada evolução tecnológica e as clareadoras
conceituações administrativas dos últimos 50 anos. Ou seja,
continuamos a cultuar as ancestrais mesmices, só que, agora,
travestidas pela modernidade de um imenso aparato tecnológico que,
registre-se, nem de longe conseguiu ser racionalmente decodificado
por grande parte das organizações no que tange à sua correta
utilização (ARAUJO FILHO, 2007, p. 304).
De acordo com Antunes (1995 , p. 23) , a década de 80 presenciou profundas
transformações no mundo do trabalho, podendo-se afirmar que a 'classe-que-vivedo-trabalho 2 , sofreu a mais aguda crise deste século, afetando a sua forma de ser.
Nesse novo cenário, pode-se notar a diminuição da classe operária para uma
expansão do trabalho assalariado com ênfase no setor de serviços, resultando
dessa transição, na busca de novos padrões de gestão da força de trabalho, na
concepção do toyotismo, o que não apresentou uma superação, mas sim uma nova
roupagem visando à promoção de uma nova forma de organização do trabalho,
agora mais participativa e cooperativa de forma a mascarar seu sentido real. Para o
autor, o toyotismo é a prática trabalhista com mais chances de se propagar e que
passa a fornecer o 'ideário dos trabalhadores'. Em contraponto , há a questão do
desemprego estrutural, que se propaga por todo o mundo em dimensões
alarmantes.
Estamos diante de um cenário fragmentado e complexo do mundo do
trabalho, no qual embora haja metamorfoses substanciais das formas de condução
do trabalho (domiciliar, terceiro setor, de serviços), o autor defende que as
alterações - tais como redução do número de trabalhadores fabris, crescimento do
setor de serviços, qualificação e desqualificação - não configuram uma tendência
que pode ser generalizada e que caminha em uma só direção, ou seja, "nem o
operariado desaparecerá tão rapidamente e, o que é fundamental , não é possível
perspectivar, nem mesmo num universo distante, nenhuma possibilidade de
eliminação da "classe-que-vive-do-trabalho", o que não é possível numa sociedade
produtora de mercadorias. Dessa forma , é pesaroso e preocupante constatar que,
em pleno século XXI, ainda se repliquem as mesmas condutas e formas de trabalho
que foram produzidas e difundidas pelo modelo taylorista-fordista , no qual o sujeito
era esquecido e transformado em "coisa descartável", como se pode verificar em
muitas empresas tidas como modernas. Mudam-se as terminologias, mas a essência
continua sendo a mesma: opressora e ditatorial, na qual o sujeito é visto como
2 Segundo Antunes (1995, p. 102), a classe-que-vive-do-trabalho ou a classe trabalhadora engloba
além dos trabalhadores produtivos (proletariado, conceito de economia política marxista), os
improdutivos , ou seja , aqueles cujas formas de trabalho são utilizadas como serviços sejam para uso
público ou para o capitalista . O trabalho improdutivo, ainda segundo o autor, abrange os assalariados ,
desde os inseridos no setor de serviços, bancos , comércio, serviços públicos até aqueles que
realizam atividades nas fábricas , mas não criam diretamente valor. Assim , o bibliotecário também está
inserido nessa classe de trabalhadores.
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máquina produtiva, não sendo sua função refletir ou mesmo melhorar sua condição
de trabalho.
Na perspectiva de Leontiev (2004, p. 82), o trabalho humano é uma atividade
originariamente social. Quando um membro da coletividade realiza a atividade de
trabalho, realiza-a também com o fim de satisfazer uma necessidade sua, de
evolução e aperfeiçoamento.
o Coaching
Há várias designações atribuídas ao termo Coaching: guia, instrutor, mentor,
tutor, treinador, este último bastante difundido no contexto desportivo, para o
treinamento de atletas em determinado esporte, tendo como obra inicial "The inner
game of tennis" - de Timothy W. Gallwey, obra considerada o marco fundamental
para a propagação do coaching. Outras aproximações podem também ser
facilmente observadas em algumas disciplinas do conhecimento humano, tais como :
Psicologia, com a Programação Neurolinguística, Comunicação, Administração,
notando-se uma proximidade híbrida com a Ciência da Informação, campo de
atuação do bibliotecário, quanto ao seu ambiente multi-pluridisciplinar.
De acordo com Lages (2010, p. 5), "o coaching envolve relação e
procedimento" em igualdade com as áreas mencionadas acima, tendo um meio para
se chegar a um fim , uma maneira de ajudar e cooperar com o aperfeiçoamento das
pessoas, e que pode ser definido de muitas formas . No mercado editorial , há vasta
bibliografia voltada para vários âmbitos nos quais pode haver a aplicabilidade do
método, o que aponta, na maioria dos casos, que tais bibliografias são fruto de
resultados empíricos apenas, limitando o aprofundamento necessário ao
pesquisador científico, tornando-se assim , incompleta e escassa .
Vale mencionar sua proximidade com outras terminologias e abordagens
metodológicas, utilizadas nos ambientes de trabalho e nas instituições acadêmicas:
Aconselhamento de Carreira (Career Counselling) e Mentoria (Mentoring) .
Conforme Dutra (2010, p. 156), o aconselhamento de carreira, foi
primeiramente abordado na obra de Parsons, publicada em 1909 no qual se discutia
o trabalho a partir de grandes transformações que ocorriam nas relações de trabalho
e demandas sobre as pessoas, entretanto, tais preocupações já se apresentavam
nas obras de Homero: lIíada e Odisséia, onde Odisseu ao se envolver na guerra
entre gregos e troianos, solicita ao amigo Mentor para orientar seu filho Telêmaco em
sua ausência . Em função de sua origem , o termo mentoring normalmente está
associado à ideia da orientação de uma pessoa jovem ou iniciando sua vida
profissional/acadêmica por uma pessoa experiente.
Embora sejam terminologias similares, esta tríade é bastante confundida por
profissionais, autores e estudiosos, pelo fato de que o cerne de suas práticas se
efetiva na interação humana, nas conversas e nos discursos das relações sociais na
atividade de trabalho. Na utilização do método Coaching, há a habilidade de escuta
ativa e a formulação de questões-chave por parte do Coach 3 resultando em uma
ação, ou mesmo na tomada de decisão, na mudança, no aprendizado por parte do
Coachee 4 , objetivando seu crescimento e evolução, buscando nessas metodologias,
3/nstitute of Customer Services - /CS (2010, p. 4) no Reino Unido, o "Coach é alguém que apoia ,
desafia e prepara um ou mais indivíduos no processo de Coaching para o sucesso de seus objetivos".
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soluções reflexivas e conscientes para a caminhada profissional, acadêmica e até
mesmo pessoal. O aspecto humano no desenvolvimento dessas práticas deve ser a
tônica de todo o processo comunicacional e de integração, em detrimento das
vantagens e necessidades unicamente corporativas, acadêmicas e ou institucionais.
De acordo com Metz (2002 , p. 16), em sua abordagem nos Serviços de
Informação, o Coaching é um processo facilitador resultante em uma mudança para
melhor. Coaches auxiliam indivíduos ou equipes a moverem-se de onde estão para o
destino que almejam chegar. Este processo geralmente implica em muito mais do
que uma simples interação monitorada.
Os bibliotecários lidam com pessoas empenhadas em atividades
especiais:
cnaçao,
registro, armazenamento,
recuperação,
disseminação e uso de informações. Estamos envolvidos de formas
e diferentes graus de intensidade nisso que podemos chamar ciclo
da informação. Assim, precisamos saber certas coisas a respeito das
pessoas a quem servimos se quisermos executar nosso trabalho de
maneira eficiente. Precisamos saber como as pessoas informam as
outras e como se informam (MCGARRY, 1999, p. 149).
O bibliotecário, nessa perspectiva, pode ser o mediador entre a prática do
Coaching e o Serviço de Informação, identificando as necessidades de
desenvolvimento e capacitação de sua equipe, traduzindo-se em benefícios mútuos
para todos os envolvidos com a prática e a gestão do trabalho, dentro e fora dele.
"Interpretar uma mensagem significa introduzir a perspectiva do receptor - seus
desejos e crenças; torná-lo um parceiro ativo no processo de informação"
(CAPURRO, 2007, p. 21).
Como ressalta Blanco (2006, p. 77), a prática do Coaching caracteriza-se
como um processo de interação colaborativa voltada à promoção e ao estímulo da
aprendizagem, da mudança e do crescimento. Como resultado, a prática torna-se
mais abrangente, passando pelos indivíduos, pelas equipes e atingindo todo o
ambiente de trabalho, propiciando uma visão sistêmica em concordância com o
Serviço de Informação.
o Coaching X Linguagem e Trabalho
"O material privilegiado da comunicação na vida cotidiana é a palavra e é
justamente nesse domínio que a conversação e suas formas discursivas se situam"
(BAKHTIN, 2006, p. 37-38) . De acordo com o autor, a palavra é o fenômeno
ideológico por excelência , sendo o modo mais puro e sensível de relação social.
Assim, é na ideologia do cotidiano que o individuo se insere e se relaciona
discursivamente, com toda a complexidade e contradição das lutas de classes.
O bibliotecário tem em seu cotidiano de trabalho, a atividade de trabalho
preliminarmente regida pela linguagem, pelos atos de fala de seus sujeitos, na qual
é legitimada pelas relações sociais e seus meandros, uma vez que a língua é uma
instituição social. Como afirma Fígaro (2008, p. 116), comunicação e trabalho são
constitutivos do humano, dessa forma, é de suma importância e pertinência refletir
sobre a linguagem no trabalho e seus discursos, para se ter consciência das atitudes
que devem ser tomadas para melhorar a atividade de trabalho, não havendo assim,
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um único caminho a trilhar no aspecto metodológico, todavia pode-se aproximar o
Coaching a este objetivo na perspectiva das práticas linguageiras referenciadas por
Lacoste (1993), citado por Nouroudine (2002): as práticas linguageiras constituem
uma tripartição: a 'linguagem como trabalho', a 'linguagem no trabalho' e a
'linguagem sobre o trabalho'. Faz-se necessário inferir sobre a articulação do sujeito
no trabalho, tendo em vista a complexidade da relação trabalho/linguagem .
Na linguagem como trabalho há dois níveis de linguagem: as falas e os
gestos utilizados ao se dirigir a um colega , visando a efetivação do trabalho,
constitutiva da atividade coletiva deste; e a fala interior que acompanha e orienta a
tarefa . Entretanto, como se refere Bakhtin , citado por Todorov, 1981, há um terceiro
nível necessário: o 'mínimo dialógico', expresso por um pensamento e um gesto
reflexivo e silencioso . É uma linguagem econômica, sendo utilizada como meio de
gestão do tempo de trabalho.
Na linguagem no trabalho refere-se à realidade constitutiva da situação de
trabalho global na qual acontece a atividade , para a execução eficaz do trabalho . Diz
respeito a todas as conversas que favorecem trocas na situação de trabalho.
Na linguagem sobre o trabalho apresenta-se nos saberes transmitidos entre
os indivíduos em um coletivo de trabalho, ao se expressarem a respeito de sua
atividade, possibilita avaliar uma situação, um problema, objetivando a ação. Esta
linguagem se encontra imbricada com as outras linguagens, revelando-se adequada
a uma melhor disponibilização do conhecimento a serviço da ação sobre o trabalho,
visando à mudança.
Como afirma Baccega (1995, p. 40-43), é no cotidiano que as palavras que
acompanham os nossos gestos, que compõem os nossos atos, brotam em mutação,
muitas vezes indecisas, plenas de sua condição de reprodução/transformação. A fala
é sempre produto de um individuo social, inclui participação ativa . O homem se
forma no processo de instituição dessas relações , modificando o mundo exterior e,
ao modificá-lo, modifica-se. Por isso, a palavra não é um dado, é um dando-se, vez
que ela participa desse processo de transformações.
Na linguagem sobre o trabalho, pode-se incorporar a metodologia do
Coaching e seu desenvolvimento, já que os sujeitos fazem uso da linguagem para
criar, modificar, adaptar e resolver suas questões individuais e coletivas na atividade
de trabalho, para tanto, a aplicabilidade do método pode colaborar, através do uso
da linguagem, para a construção de uma ação voltada à mudança dos envolvidos
"na situação de trabalho" como menciona Fa"ita (2002, p. 24) . Para o autor, uma
situação de trabalho apenas tem sentido se estiver inscrita na complexidade da
experiência de trabalho, dessa forma, o mesmo ocorre para uma eficaz viabilidade
da prática do Coaching.
o Bibliotecário e sua atuação
O bibliotecário, ao longo da história da Biblioteconomia, sendo uma das
profissões mais antigas do mundo, continua sendo alvo de constantes estereótipos e
críticas focados em sua atuação no ambiente de trabalho. Muitos ainda são vistos
como retrógrados , passivos, sistemáticos, avessos às mudanças, tecnicistas, sendo
desqualificados e pouco reconhecidos como profissionais atuantes e engajados,
embora estejamos em pleno século XXI. No contexto das instituições públicas, a
grande maioria desses profissionais atua como trabalhadores e, pode-se perceber,
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outras tantas conotações pejorativas até mais enfáticas do que estas mencionadas.
Entretanto,
a profissão do bibliotecário reveste-se de extrema importância. Não
de uma importância passiva, restrito ao mero trabalho de fornecer
livros previamente solicitados pelos usuários, mas de uma
importância ativa, reflexo e conseqüência de uma atividade que exige
posicionamentos e opções a cada momento. Para cada questão
formulada por um usuário, existe a necessidade de uma atividade
diferenciada, de uma opção quase que única de atendimento. A
estratégia de busca é diferente, em cada pesquisa, pois deve
adequar o tipo de informação àquele usuário em particular. Sem uma
postura, sem um posicionamento anterior, é impossível atuar sobre
aquela relação com um mínimo de coerência (ALMEIDA JUNIOR,
2009).
Deve-se inferir que mais do que a intervenção da sociedade, do Estado
e do poder capitalista dominante, o profissional bibliotecário deve, por si mesmo,
resgatar sua identidade profissional, tornando-se participativo e atuante, sendo
agente transformador de mudanças, buscando na educação continuada e no
autoaperfeiçoamento, construir uma nova imagem condizente com o seu papel de
mediador entre a informação e o usuário. É reconhecido que, a melhoria da
qualidade dos serviços de informação prestados e, a consequente satisfação dos
usuários é resultante do modo de gestão do trabalho desenvolvido nos serviços e
tem o bibliotecário como protagonista desse processo.
O bibliotecário tem um longo caminho a percorrer para reorganizar sua forma
de atuação e aprimorar suas competências para o devir do trabalho, assim, pode-se
utilizar do método Coaching para averiguar suas necessidades de aperfeiçoamento
e de superação de problemas e dificuldades advindas de sua prática profissional.
Considerações Parciais/Fi nais
Mediante os temas abordados neste trabalho , é crucial olhar para o ser
humano (trabalhador) e o mundo do trabalho em que este se insere e permuta
diuturnamente, para a ampliação desta temática para além do que o senso comum
entende como trabalho e seus meandros, propondo um olhar reflexivo, transmutável
e que preserve a dignidade humana para a qual o trabalho é provedor.
Nessa perspectiva , é necessário obter respostas sobre qual será o futuro dos
trabalhadores dentro da nova lógica trabalhista . Como o trabalhador deve se
adaptar, se reconhecer, se integrar e sentir-se parte intrínseca dentro das mudanças
no mundo do trabalho, sem o determinismo do poder e do controle por parte dos
capitalistas? Como a comunicação pode efetivamente colaborar para que os
trabalhadores possam ser levados em conta, serem ouvidos em suas necessidades
de bem-estar, em suas demandas de trabalho? Deve-se começar transcendendo as
teorias clássicas de comunicação: mensagem , receptor, emissor, ruído , uma vez que
a linguagem é ação transformadora do indivíduo e a comunicação é parte do
processo produtivo de trabalho, é procedimento. Outra forma é fazendo uso do
método Coaching, potencializando e melhorando a otimização dos processos e do
ambiente de trabalho, fazendo prevalecer as questões concretas desse local na
governança da empresa, colocando em palavras o que realmente se faz no trabalho
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e o impacto no 'coletivo de trabalho'.
O trabalho é uma atividade fundamental para todos os seres que habitam o
planeta, sejam eles animais racionais ou não, e o mundo corporativo está abarrotado
de cartilhas, manuais, livros de gestão e negócios, de autoajuda , enfim , de diversas
tábuas de mandamentos com instruções precisas de como se manter empregável.
A atuação do bibliotecário não se restringirá apenas à organização da
informação, à seleção e aquisição de recursos informacionais e à gestão da coleção
de seus acervos. O atual cenário tecnológico e comunicacional acelera o processo
de reconstrução desses locais em ambientes de trabalho repletos de novos desafios
e oportunidades de aprendizagem e ações. Assim, o bibliotecário enquanto
trabalhador e gestor de processos comunicacionais, já se depara com novas formas
de gerir os membros de sua equipe, de seu trabalho, atuante na instituição que faz
parte. Por consequência dessas transformações, é cabível e necessário pensar e
incluir a prática do Coaching como uma ferramenta importante e necessária , por
auxiliar os indivíduos a atingirem seus objetivos na busca de melhorar a forma de
trabalho de seus trabalhadores.
Estas considerações pretendem iniciar a discussão, tornando-a mais
instigante e desafiadora, podendo ser pensada e analisada em cada âmbito onde se
trabalha com conhecimento, comunicação e sujeitos, bem como refletir sobre os
detalhes de aplicação e condução da prática do Coaching a partir de outros métodos
e abordagens.
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Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 17 - Ano: 2012 (UFRGS - Gramado/RS)
Subject
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: A biblioteca universitária como laboratório na sociedade da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFRGS
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2012
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Português
Type
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Evento
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Title
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Comunicação e trabalho: considerações sobre a aplicabilidade do método coaching e sua contribuição ao bibliotecário.
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Souza, Adriana Maria de
Coverage
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Gramado (Rio Grande do Sul)
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UFRGS
Date
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2012
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The nature or genre of the resource
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Apresenta um estudo inicial sobre a possibilidade de integração e aplicação da metodologia Coaching no contexto do mundodo trabalho e da comunicação, tendo o Bibliotecário como protagonista, noquese refere à sua atuação social e mediadora da informação em seu ambiente de trabalho, podendo ser este o participante articulador e ativo dessa proposta, seja como Coach ou mesmo como Gestor de processos comunicacionais. O presente estudo, também pretende inserir um novo olhar a esse profissional em seu trabalho, na adoção desse dispositivo ou apenas ssucitar discussões sobre este tema para a ampliação e necessidade de outras pesquisas. Propõe uma aproximação do profissional bibliotecário à prática deste estudo nos Serviços de Informação.
Language
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pt