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IMPACTOS DE POLíTICAS PÚBLICAS NEOLlBERAIS EXPLíCITAS
SOBRE O QUADRO DE BIBLIOTECÁRIOS DE UMA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA BRASILEIRA
Leandro Martins Cota Busquet1, Marcia H. T. de Figueredo Um;i
1Mestre em Ciência da Informação, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação,
Niterói, RJ
20outora , Professora Adjunta, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação,
Niterói, RJ
Resumo
Apresenta considerações sobre os impasses e possíveis impactos negativos de
políticas públicas neoliberais implantadas nas universidades públicas quanto ao
número de servidores federais com enfoque sobre o número de bibliotecários nas
bibliotecas universitárias brasileiras na contemporaneidade. Evidencia que esta
análise possibilita uma percepção mais clara dos processos históricos vinculados à
biblioteca universitária, mas precisamente aqueles que são circunscritos aos marcos
político-legais no âmbito do sistema neoliberal, que vem, em virtude dos programas
governamentais, diminuindo o número de bibliotecários. Evidencia que a proposta
deste tema é apenas uma aproximação desse real, tendo em vista que este é algo
muito complexo e dinâmico.
Palavras-Chave:
Biblioteca universitária; Políticas públicas; Bibliotecários; Universidades federais ;
Servidor público.
Abstract
Presents considerations about the obstacles and possible negative impacts of
neoliberal policies implemented in the public universities in the number of federal
employees focused on the number of librarians in university libraries in contemporary
Brazil. Evidence that this analysis provides a clearer understanding of historical
processes linked to the university library, but precisely those who are confined to the
political and legal frameworks in the context of the neoliberal system , which comes
beca use of government programs, reducing the number of librarians. Evidence that
the purpose of this theme is only an approximation of reality, given that this is a very
complex and dynamic.
Keywords:
University library; Public policy; Librarians; Federal universities; Public server.
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1 Introdução
Este trabalho constitui-se de uma reflexão sobre possíveis efeitos deletérios
da incidência de políticas públicas voltadas a redução do quadro de servidores
públicos federais no âmbito de uma biblioteca universitária brasileira , na atualidade.
A hipótese sobre a qual trabalhamos é que, o discurso hegemônico veiculado
pela mídia e adotado pelo governo e por seus intelectuais, promove uma absorção
da visão neoliberal/neoconservadora quanto à redução significativa do número de
servidores públicos, a qual acaba por repercutir nas práticas sociais - algumas
mensuráveis estatisticamente - que levam as pessoas a optar por trabalhar ou
aposentar-se, por exemplo. Detectar a sintomatologia problemática das novas
configurações do trabalho e da prestação de serviços não é fácil, e, por isso mesmo,
não pode ser relegado como tema de pesquisa e análise na Universidade.
Consideramos que essa análise necessária tem suas dificuldades, visto que
a globalização de viés econômico (e não humano) enquanto articulação hegemônica
faz parte de um processo que, por ora, carece do nosso distanciamento para poder
analisá-Ia - estamos nela imersos e somos assujeitados por ela. Bourdieu (1998,
p.42-44), alerta que esse processo é chamado de "gota-à-gota simbólico", realizado
por muitas décadas e de uma maneira persistente. É isso que faz essa "onda"
discursiva, muitas vezes, parecer como algo desejável, inevitável e, por isso mesmo,
inquestionável 1 .
Mediante esta sinalização, consideramos fundamental abordar a situação
contemporânea da biblioteca universitária brasileira tendo em vista que esta não
está fora deste processo. Pelo contrário, este discurso também se reflete na própria
concepção de biblioteca universitária e na configuração das relações que se
estabelecem entre os bibliotecários e seu trabalho. Deste modo, seria interessante
observar a biblioteca universitária e traçar um paralelo com as modificações sociais,
políticas, econômicas e culturais que estamos vivendo e que incidem sobre a
estruturação de seu quadro de pessoal.
Sendo assim, desenvolveremos uma reflexão inicial sobre a situação atual de
uma biblioteca universitária, como exemplo do que ocorre de fato na "sociedade
global da informação", discutir esta instituição tendo como focos um dos seus
principais entes humanos envolvidos os profissionais bibliotecários. O trabalho maior
onde este trabalho se insere, analisou impactos das atuais políticas federais para as
universidades (notadamente as públicas) no atendimento do serviço de referência
das bibliotecas universitárias - o caso de uma biblioteca .
2 Globalização
De acordo com Santos (1994), a globalização corresponde a uma dimensão
direcionada à parte econômica em uma relação estreita com a política, o que por sua
vez oferece possibilidades para implementá-Ia em outros segmentos da esfera
social. No senso comum, a globalização tem sido reproduzida como uma panacéia
que materializaria uma atividade de libertação, onde as "correntes" são quebradas
1 Eni Orlandi em um minicurso promovido pelo mestrado em Educação na UFF, em 2000 mencionou que há
alguns anos, era interdito afirmar "abaixo a globalização!" (Citado por Lima, 2004, p. 94). Será que podemos
hoje dizer "Abaixo a sociedade da informação"?
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em prol de novas oportunidades. Neste ideal estão presentes alguns discursos, tais
como: o livre fluxo de informações, de pessoas e de mercadorias, novas
possibilidades de acesso a bens e serviços, por todos, independentemente de sua
localização no tempo e espaço. Sendo assim , são descritas atribuições, que até
então, soam como agradáveis a qualquer ouvinte, incluídos aí, a própria informação,
enquanto um insumo (uma matéria-prima) , que não precisaria se submeter a
nenhuma barreira .
Trata-se de nova fase da história humana. Cada época se
caracteriza pelo aparecimento de um conjunto de novas
possibilidades concretas, que modificam equilíbrios preexistentes e
procuram impor sua lei. Esse conjunto é sistêmico: podemos, pois,
admitir que a globalização constitui um paradigma para a
compreensão dos diferentes aspectos da realidade contemporânea
(SANTOS, 1994, p.48).
De acordo com o mesmo autor, podemos entender que ''[ .. .] a globalização é,
de certa forma , o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista."
(SANTOS, 2002 , p.23) . Ele afirma que neste momento, é essencial sabermos que
para sair da aparência e seguir em direção à essência, devemos evidenciar duas
características imprescindíveis à nossa análise : o estado das técnicas e o estado da
política . Sabemos que esses dois estados não foram considerados enquanto
categorias distintas, no século XX, devido ao avanço das ciências e das técnicas,
principalmente as da comunicação e computação. Por isso, as técnicas da
informação e da comunicação passaram a liderar, transmitindo a idéia de uma
existência planetária comum a todos. Entretanto, sempre devemos questionar como
se configuram estas técnicas no mundo globalizado.
A globalização não é apenas a existência desse novo sistema de
técnicas. Ela também é o resultado das ações que asseguram a
emergência de um mercado dito global, responsável pelo essencial
dos processos atualmente eficazes. Os fatores que contribuem para
explicar a arquitetura da globalização atual são: a unicidade da
técnica, a convergência dos momentos, a cognoscibilidade do
planeta e a existência de um motor único na história, representado
pela mais-valia globalizada. Um mercado global utilizando esse
sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa.
Isto poderia ser diferente se o seu uso político fosse diferente
(SANTOS, 2002, p. 24).
É certo pensar que, de um lado, a globalização evidencia uma difusão
instantânea da notícia. Segundo Bauman (1999) e Santos (2002) , essa
instantaneidade (soma de convergência dos momentos, a cognoscibilidade)
proporcionada pela globalização, nos traz a impressão de que temos o mundo em
nossas mãos e que, dessa forma , tudo podemos, não importando a distância em que
estivermos. É óbvio que as distâncias até parecem menores devido à "facilidade" de
acesso às tais informações e aos progressos tecnológicos nos meios de locomoção.
Conforme Bauman (1999) e Santos (2002) , é a partir das "diluições" em relação às
estruturas do tempo e espaço permitidas pelo uso das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC's) , que estas duas dimensões passam a ser concebidos como
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flexíveis. Os mesmos autores afirmam , ainda que a força motriz do nosso planeta
agora passa a ser o mercado.
Neste sentido, a globalização é um processo que se estende a vários
segmentos sociais, a saber: na implementação da competitividade em nível das
empresas, dos países e dos indivíduos, o individualismo, o consumo exagerado
entre outros elementos (SANTOS , 2002 ; BAUMAN, 1999). De modo paralelo a essa
concepção de globalização, também pode ser observado o conceito de sociedade da
informação.
2.1 Sociedade da informação
Segundo Job (2006), a sociedade da informação e a globalização,
apresentam como pilar a utilização das TIC's. Vale ressaltar que o mesmo ideal
apresentado pela globalização também é incorporado por essa outra proposta .
Segundo a autora , a sociedade da informação defende a centralidade da informação
no desenho de uma nova sociedade. A informação também é considerada como um
insumo, uma propriedade, que ora pode ser uma mercadoria ora pode ser
considerada como um bem .
Conforme evidencia Job (2006) , a fim de acompanhar as tendências
predominantes, os governos de muitos países têm elaborados alguns programas
que tentam ampliar o uso das TIC's para toda a população visando a inclusão digital.
Segundo a mesma autora, no Brasil, tivemos o Programa Sociedade da Informação,
implementado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Neste programa , foi
apresentado um documento chamado Livro Verde, porém tal empreitada ainda não
alcançou totalmente o efeito da inclusão digital. Conforme alerta a autora em
questão, tal feito ocorrerá somente quando uma série de requisitos sociais forem
atendidos previamente, entre os quais podem ser destacados: a alfabetização, a
erradicação da fome , o emprego, entre outros fatores .
Para Webster (1997), os programas dos países que seguem este ideal têm
em comum uma concepção de sociedade da informação que enaltece o técnico e o
econômico em detrimento das necessidades mais imediatas da população.
Conforme já foi sinalizado por alguns autores como Daniel Bell (1997) e agora
por Job (2006), nessa concepção de sociedade, a informação passa a ser uma
categoria central em diversas nações, sejam elas centrais ou periféricas.
2.2 Neoli beralismo/Neoconservadorismo
De acordo com Frei Betto (2007) , o capitalismo é uma força hegemônica no
mundo desde meados do século XIX a partir da Revolução Industrial, o qual passou
por uma fase assistencialista e com intervenções reguladoras do Estado Nacional na
primeira metade do século XX. Segundo ele, o neoliberalismo, a partir da década de
1970 se trata de uma nova "roupagem ", uma retomada , uma atualização dos
princípios liberais (como a mão invisível do mercado e do laissez faire) . Ainda
segundo Frei Betto (2007) , o capitalismo consegue transformar tudo em mercadoria,
bens e serviços, até mesmo a classe trabalhadora .
Deste modo, o neoliberalismo visto como um capitalismo neo-conservador, na
verdade, mercantiliza serviços fundamentais , como os sistemas de saúde e a própria
educação superior, entre outros. Segundo Moraes (2001), o neoliberalismo pode ser
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compreendido: 1. uma corrente de pensamento e uma ideologia, isto é, uma forma
de ver e julgar o mundo social ; 2. um movimento intelectual organizado , que realiza
reuniões, conferências e congressos, edita publicações, cria think tanks, isto é
centros de geração de idéias e programas, de difusão e promoção de eventos; 3. um
conjunto de políticas adotadas pelos governos neoconservadores, sobretudo a partir
da segunda metade dos anos 1970, e propagadas pelo mundo a partir das
organizações multilaterais criadas pelo acordo de Bretton Woods (1945) , isto é, o
Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) .
Segundo o mesmo autor, o neoliberalismo de nossos dias adota muitos
conceitos e pontos de vista políticos defendidos pelos conservadores do século XIX
(MORAES, Reginaldo. Neofiberalismo: de onde vem, para onde vai? São Paulo:
Senac, 2001 . p. 9-10). Dizendo de outra maneira, procuraremos indícios que nos
demonstrem como as atuais políticas públicas para a Universidade impactam no
trabalho de mediação exercido no contexto das bibliotecas universitárias, utilizando
como exemplo uma biblioteca universitária (brevemente descrita no item Materiais e
Métodos).
2.3 A universidade e a biblioteca universitária
Nesse modelo de BeU (1997) , a universidade passa a ser compreendida
enquanto um âmbito principal de produção do conhecimento em estreita ligação com
o setor produtivo. De acordo com essa análise, o conhecimento deve ter utilidade
apenas para ao apelo mercadológico. É neste aspecto, que de acordo com Job
(2006), a aceitação e a reprodução desse ideal passa a envolver as bibliotecas
universitárias na contemporaneidade.
Longe de defender esse apelo de mercado, não podemos esquecer que a
maior parte das bibliotecas universitárias utilizam os avanços derivados das TIC's,
entre os quais podemos destacar: o uso da Internet, do e-mail, as bases de dados
on fine , etc. Por isso, para Job (2006), também é importante destacar que grande
parte da intervenção realizada nas bibliotecas universitárias se deve à aproximação
dos produtos que foram gerados pela indústria do conhecimento, decorrentes da (e
importantes para) produção científica, como as bases de dados. Neste sentido,
conforme orienta a autora , também não podemos deixar de mencionar que tais
bibliotecas apresentam informações essenciais para a comunidade de usuários.
A autora argumenta que a biblioteca universitária articula a sua função social
a fim de atender às necessidades de informação de seus prováveis usuários. Ela
atua como um instrumento de comunicação ao intermediar a relação entre as fontes
de informação e os diversos agentes ali presentes. As bibliotecas universitárias têm
a responsabilidade de elaborar mecanismos que contribuam para a efetiva
participação de tais usuários de forma crítica. Tal inserção poderia fomentar o
desenvolvimento de conhecimentos, até mesmo por intermédio de pesquisas de
cunho científico.
Obviamente que o uso da potencial informação pelos usuários das bibliotecas
universitárias não fica circunscrito apenas as questões relativas à produções
científicas, mas também à própria construção e exercício de uma possível cidadania .
O acesso à informação e uso consciente de tais informações pelos usuários traz a
possibilidade do exercício de direitos básicos. Porém, conforme alerta Job (2006) ,
muitas vezes ao invés de a sociedade da informação capacitar a todos, o "fosso"
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existente entre aqueles que têm acesso à informação e aqueles que não têm ampliase cada vez mais, acirrando as desigualdades.
Outra problemática que deve ser destacada nas bibliotecas universitárias na
atualidade se relaciona com os códigos, bases de dados, catálogos e demais
elementos semelhantes que encontramos em tais unidades. Para Job (2006), a
presença profissional no serviço de referência é importante para que o usuário tenha
o direito básico à informação. Além disso, na situação sócio-econômica de nosso
país, a gratuidade dos serviços deve ser mantida e ampliada a fim de que todos
tenham direito de acesso à potencial informação. Isso seria fundamental , o que
conforme salienta a autora, já vem de certa forma sendo desenvolvido nas
bibliotecas universitárias das universidades públicas. Outra questão essencial que
merece destaque é em relação aos governos, visto que tais órgãos deveriam
reexaminar os orçamentos que são repassados às universidades e destas, paras as
suas respectivas bibliotecas.
A biblioteca universitária brasileira além de atender ao perfil de público já
consagrado (professores, alunos e pesquisadores), também atende (ou pelo menos
deveria atender) à comunidade como um todo, e a ausência de recursos financeiros
e humanos é um fator preocupante. Para Job (2006), a biblioteca universitária teve o
seu desenvolvimento devido em grande parte aos esforços que foram motivados
pelos seus profissionais. Foram eles que articularam uma cooperação entre
sistemas e redes de informação na só no interior das universidades, mas também
conectando-as com abrangência nacional.
O período contemporâneo, conforme salienta Castells (1999), é marcado pelo
uso das TIC 's, sem falar na disseminação e acesso a conteúdos em rede. O citado
autor também alerta que tudo isso é essencial para compreender a noção de
sociedade da informação. Contudo, reiteramos que além de possibilitar a circulação
do conhecimento em rede também poderá ocorrer o acirramento das desigualdades
sociais entre os diversos agentes sociais que demandam da potencial informação.
Nessa mesma perspectiva, Lemos e Macedo (1974) discutem que as bibliotecas
universitárias poderiam reverter positivamente os efeitos excludentes que o mercado
editorial/tecnológico faz incidir sobre os demandantes informacionais de usuários
com menor poder aquisitivo, opinião semelhante a que Roszak (1993) expressaria
sobre o potencial da biblioteca pública para centralizar e dar acesso a essas
tecnologias.
Conforme explicita Milanesi (1983), a biblioteca universitária é aquela
instituição que deveria oferecer a concretização mais imediata de uma das
características da entidade a qual ela está vinculada, e neste caso podemos citar a
questão da atualização permanente do conhecimento. Conforme salienta Dudziak;
Villela ; Gabriel (2002) a biblioteca universitária é entendida enquanto uma
organização de conhecimento que abrange informações e conhecimentos,
ofertando-os para o acesso e uso. Em conformidade aos pensamentos de Milanesi
(1983) concebemos a Universidade enquanto uma instituição de ensino superior
(seja ela pública ou privada) que abrange o conjunto de unidades de ensino, as
faculdades e os seus respectivos cursos, com o intuito de formar profissionais e
pesquisadores nas suas respectivas áreas de conhecimento .
Atualmente a biblioteca é considerada como organização de um sistema de
informação que têm objetivos delimitados no que se refere à prestação de serviços
informacionais e de atendimento ao usuário que busca algum tipo de conhecimento.
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No contemporâneo, a biblioteca tem o objetivo mais amplo de subsidiar o
desenvolvimento da sociedade e sua respectiva qualidade de vida . A biblioteca
universitária, enquanto um dos instrumentos essenciais ao processo
ensino/aprendizagem, não pode ser observada enquanto um loeus separado do viés
que integra o tripé ensino, pesquisa e extensão (MILANESI , 1983).
É por isso que os autores afirmam que a extensão concebida enquanto uma
das ramificações da atividade universitária teria de aproximar a biblioteca
universitária não só dos agentes presentes na comunidade acadêmica , mas também
ao seu entorno, ou como melhor refletem os autores, o dever da instituição
ultrapassar "os limites físicos da universidade". Entretanto, a biblioteca universitária,
em geral, apenas atua nesse contexto por intermédio de um enfoque único, ou seja,
na disponibilização de seu acervo para os agentes que interagem na comunidade
acadêmica, a saber: os professores, alunos e pesquisadores (como já tínhamos
sinalizado no início). Entretanto, vale sinalizar que essa situação naturalizada e
incorporada às ações dos profissionais que atuam em bibliotecas universitárias,
passa a se tornar suficiente como sinônimo de atuação extensionista não só para a
instituição como também aos próprios profissionais da informação ali presentes
(MILANESI , 1983).
De acordo com Nogueira (2001) e Freire (2006), ainda seguindo esta linha de
argumentação, devemos refletir que a noção e a prática de extensão utilizada até
então (surgidas em meados do governo de Getúlio Vargas) é tão insípida que nos
remete a práticas "redentoras", como se os agentes sociais presentes na
comunidade (principalmente os de classes populares) tivessem que ter a sua cultura
(tida como inferior) modificada/restaurada pela elite da época . Em uma atitude
benevolente, esses agentes sociais tratavam de disseminar os seus conhecimentos
por intermédio de cursos e similares para a comunidade externa, até o golpe que
marcou o início do período do Regime Militar.
Vale evidenciar que, após a ditadura , devido ao processo de abertura política,
a extensão universitária teve uma nova orientação, e isso ocorreu principalmente a
partir do "I Encontro Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades", no
ano de 1987, que passou a estabelecer as bases conceituais vigentes até os dias
atuais. Nesta lógica Vicentini et aI. (2007) e Costa et aI. (2008) observaram uma
alteração no padrão de intervenção das bibliotecas universitárias devido às
implementações de extensão a partir das iniciativas "embrionárias" dos profissionais
da informação que assumem o papel de agentes nesta dinâmica. Tais autores
refletem que a posição assumida pelos bibliotecários se insere no âmbito da leitura,
palestras e oficinas para a (e, raramente com a) comunidade externa à Universidade
Ainda conforme Vicentini et aI. (2007) e Costa et aI. (2008) , as bibliotecas
universitárias deveriam ser concebidas enquanto espaços de cidadania,
materializados por intermédio de atividades de extensão em consonância aos
agentes da comunidade em geral. Isso deveria ser evidenciado de forma mais clara
em uma visão que privilegie a indissociabilidade entre a universidade e a sociedade ,
o código de ética profissional e a ideia do acesso à informação enquanto um recurso
possível de construção da cidadania . Repensar as bibliotecas universitárias em seu
papel social significa descobrir novas possibilidades de atuação fundamentadas nas
atividades de extensão. Todavia , estas são naturalizadas pelas universidades como
meras atividades de "apoio" ao ensino e à pesquisa .
É nesse sentido que Ferreira (1980), ao traçar um paralelo entre a
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universidade e as bibliotecas universitárias, entende que a universidade precisa
estar vinculada às necessidades educacionais, culturais, científicas e tecnológicas
do país. As referidas bibliotecas deveriam intervir em conformidade a essas
diretrizes, condicionadas que são aos objetivos desse tipo de universidade. Deste
modo, caberia às bibliotecas universitárias participar ativamente do sistema
educacional , pelo menos no segmento representado pelas universidades. Da mesma
forma que não há razão de universidades desvinculadas da realidade sócioeconômica, as bibliotecas universitárias só teriam sentido na atuação concomitante
aos programas de ensino, pesquisa e extensão das universidades.
Freire (1983), ao destacar o papel das bibliotecas como centros culturais que
deveriam ser dotados de uma instrumentalidade necessária à garantia da
emancipação das classes populares no que diz respeito aos planos subjacentes ao
binômio cultural e político, traz à tona uma aproximação desses leitores com a
própria realidade em questão (um entendimento dessa realidade , levaria ao
estranhamento). Além de favorecer o acesso informacional, a biblioteca universitária,
assim concebida, também favoreceria o desenvolvimento das possíveis
potencialidades dos diversos agentes sociais que estão ali presentes. E isto
ocorreria pela capacitação dessas pessoas e pela possibilidade de ampliar os seus
horizontes teórico-metodológicos ao fortalecer as suas idéias. Considerar as
bibliotecas universitárias como a "essência" da própria universidade é reconhecer
nela os objetivos imprescindíveis que deveriam fortalecer o desenvolvimento dos
aportes educacionais culturais, científicos e tecnológicos do país e da a sociedade .
A biblioteca, de um modo geral, precisa funcionar "... como uma fonte
dinâmica de cultura, que deve atender às várias e amplas
necessidades de seus freqüentadores, sejam eles crianças ou
adultos, estudantes ou pesquisadores". É este também o conceito de
escola renovada , em que não é mais o professor, como na escola
antiga, o único instrumento para transmitir conhecimentos - e sim em
que o ensino se fundamenta na auto-atividade do aluno, provocado
em sua natural curiosidade , motivado por sua experiência pessoal ,
levado agradavelmente a procurar - e a encontrar - por si mesmo, o
mundo maravilhoso da cultura (CARVALHO, 1972, p. 198).
Desta forma , as bibliotecas universitárias também se apresentam enquanto
"espaços de culturas" - expressão que aqui utilizamos para alertar sobre a
pluralidade de sujeitos envolvidos nos processos comunicacionais típicos da leitura:
autores, leitores, mediadores. Os últimos citados, por sua vez caracterizam a
possibilidade de elo entre o conhecimento que foi produzido/registrado no passado e
os usuários. Nesse contexto, não pode passar despercebida a importância da
necessidade do desenvolvimento dos diversos agentes presentes nesse loeus e fora
dele (a própria comunidade) em nossa contemporaneidade. Por isso, através dos
seus diversos suportes informacionais (que também são elementos de culturas
devido à mediação implícita e explícita 2 profissional) uma vez que representam uma
Mediação implícita e explícita. - A mediação implícita se dá em atividades meio da biblioteca
(seleção, aquisição, registro , catalogação , classificação, indexação), nas quais não há a presença do
usuário, mas há a intenção de atender suas necessidades de informação e prover formas de apoio a
esses usuários. Já a mediação explicita está relacionada às atividades fins , como as de disseminação
seletiva da informação e do serviço de referência, nas quais há um alto grau de interação entre
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trajetória de construção histórica dos sujeitos, os leitores têm a possibilidade de
interagir com outros agentes produtores de conhecimento, quer sejam do passado
quer sejam do presente.
Nesse contexto, é na biblioteca universitária que o bibliotecário seria o agente
responsável em auxiliar os usuários na mudança de seus relacionamentos com a
realidade social , que por vezes apresenta-se como algo dado. De acordo com
Perrotti e Pieruccini (2007) , através dessa visão os sujeitos podem assumir uma
autonomia que até então era despercebida. É na biblioteca universitária que podem
ser criadas novas possibilidades de escolhas. Desta forma, as bibliotecas
universitárias também podem ser consideradas como espaços privilegiados, tendo
em vista a existência de outros loei, tais como as bibliotecas públicas, museus, entre
outros. Quando relacionamos a biblioteca universitária na contemporaneidade e a
mediação, é interessante realçar que o espaço físico dessa instituição pode ou não
ser um elemento que possibilite o acesso e uso da informação. Neste aspecto, a
forma com que os objetos são articulados, a postura com que os profissionais
realizam o atendimento no serviço de referência e o modo como os usuários
sistematizam e compreendem este encadeado de ações trazem à tona significados.
Segundo Gomes; Santos (2011), tais significados podem ou não promover
algum tipo de sentimento positivo nos usuários de tais bibliotecas universitárias.
Ainda segundo as autoras, caso exista um predomínio de sentimento positivo, tais
leitores podem passar a interpretar essa instituição enquanto um loeus favorável à
construção de conhecimentos. Na perspectiva das autoras, quando esta unidade de
informação é visualizada e construída desta forma, permitem-nos refletir que o leitor
poderá abstrair elementos dos conteúdos lidos e, além disso, reconhecer possíveis
relações entre os conteúdos e identificar lacunas em seus próprios conhecimentos.
Ao refletirmos sobre a essencialidade das bibliotecas universitárias para a
manutenção do próprio ensino superior, temos como premissa o fomento da
pesquisa . Nesta perspectiva, tal unidade informacional deveria atuar para atingir
metas maiores do que a pura disponibilização dos itens existentes em suas
coleções, mas, sim, oferecer aos seus usuários várias possibilidades de acesso à
informação. Em uma breve visão histórica de nosso país podemos observar que nos
anos 70 ocorreu uma expansão considerável do ensino superior, todavia não
podemos afirmar que este mesmo crescimento estivesse em sintonia qualitativa.
Na história da educação brasileira, a década de 70 marca um
instante de expansão do ensino universitário que, ganhando em
números, perdeu em qualidade. Isso levou à preocupação pela falta
de qualificação dos ingressantes, sinal vislumbrado na incompetência
elementar de transferir um pensamento para o papel (MILANESI,
1983, p. 66) .
Neste sentido as bibliotecas universitárias teriam de uma forma concomitante
com as suas respectivas universidades, visto que ambas deveriam contribuir para a
formação continuada dos diversos agentes sociais ali presentes, sejam eles do meio
acadêmico ou da comunidade. Enfim , as bibliotecas de ensino superior precisariam
oferecer as condições necessárias para a investigação e problematização de
determinada realidade universitária (entendendo como parte dessa Universidade, o
usuário e bibliotecário (Gomes; Santos, [p.3] , 2009) .
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entorno geográfico e humano fora desta, mas proxlmo à mesma). Desta forma
"Mesmo que exista um abismo entre o modelo atual de biblioteca e o real da
universidade brasileira, sobra um espaço para que se acredite na função de ambas
na formação de indivíduos [00 ')" (MILANESI , 1983, p. 70) .
Em uma análise ampliada desse contexto, a possibilidade de
"entrelaçamento" entre a universidade e a biblioteca universitária deveria garantir
aquilo que consideramos como uma "via de mão-dupla". Se esta unidade
informacional oferecesse aos usuários os meios necessários (sejam eles através dos
variados suportes informacionais, somadas às condições satisfatórias de usabilidade
e acessibilidade) para a geração e finalização de determinadas pesquisas, estas
poderiam retornar às universidades (e com isso para toda a coletividade) de forma
mais consistente. Conforme sinaliza Milanesi (1983), todo esse aparato nada mais é
do que um ciclo, e o resultado deste é a produção que a princípio deveria trazer à
tona novas perspectivas para as dificuldades enfrentadas pela sociedade.
Uma medida da qualidade de uma instituição de ensino superior é a
excelência de sua biblioteca [ ... ) Não é possível a existência de uma
universidade de nível alto erguida sobre uma biblioteca com um
acervo ridículo, pessoal incompetente e espaço inadequado.
(MILANESI , 1983, p. 72).
3 Materiais e Métodos
°
Este é um estudo que se faz sobre informações estatísticas de uma biblioteca
de universidade pública brasileira.
estudo recortou uma biblioteca - doravante
Biblioteca X - e utilizou parâmetros ideais de número de bibliotecários por usuário
inscritos e número de atendimentos diários apresentados em SNBUs anteriores por
(SAMPAIO, et aI. 2000) que adaptou parâmetros estabelecidos por equipe da
Universidade Federal da Bahia (SANTANA, et aI. 1992 apud SAMPAIO, et aI. 2000),
tendo ainda recorrido a trabalhos de semelhante teor elaborados por equipes da
UFRJ (PEREZ, eta/. 1991) e USP (ALMEIDA, eta/. 1996) .
Optamos por revisitar os trabalhos datados dos anos 90 que trataram da
questão dos padrões, porque essa década marca a eleição de dois governos
sucessivos que implantaram políticas públicas neoliberais. Como alertado em
Sampaio et aI. (2000), a literatura indica que ao se definir padrões quantitativos, é
preciso estabelecer bases qualitativas que favoreçam a melhoria do desempenho e
da produtividade das unidades de informação.
3.1 A biblioteca X
Em relação ao Sistema de Bibliotecas e Arquivos da Universidade que
escolhemos como exemplo, este era coordenado de forma centralizada em seus
aspectos técnicos e administrativos por um Núcleo. Este fora idealizado pelas
professoras e também bibliotecárias de renome no cenário nacional, aqui omitidos
para preservar o anonimato da biblioteca em questão, no ano de 1967. Contudo foi
apenas no ano de 1969 que este projeto foi apresentado ao Conselho Universitário
por em uma seção ordinária em 20 de agosto de 1969 e publicado no Diário Oficial
da União em setembro do mesmo ano. Este Núcleo coordenador do sistema de
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bibliotecas da Universidade é um órgão Suplementar sempre esteve vinculado ao
Reitor em sua estrutura formal , e no que tange à estrutura informal ele encontra-se
ligado a Pró-Reitoria que trata de Assuntos Acadêmicos.
De acordo com a Portaria N.o 44.482 de 18 de abril de 2011, o antigo Núcleo
agora passa a ser chamado de Superintendência de Documentação (SDC), por
intermédio de uma ratificação que embasa a sua criação e consequente vinculação
ao Gabinete do Reitor conforme ficou explícito pelas Decisões do Conselho
universitário de 2011 , através do desmembramento da estrutura da Pró-Reitoria de
Graduação (PROGRAD). O SDC é responsável pela coordenação técnica e
administrativa do Sistema de Bibliotecas e Arquivo desta Universidade. Atualmente é
composto por 26 Bibliotecas, o Arquivo Central, dois Laboratórios: Laboratório de
Conservação e Restauração de Documentos (LACORD) e Laboratório de
Reprografia (LARE).
Segundo os documentos oficiais da referida Universidade, a sua "missão" se
configura em proporcionar recursos informacionais e assessoria técnica na área de
documentação por intermédio de redes e sistemas integrados, favorecendo o acesso
informacional em nível nacional e internacional. O SDC também oferece subsídios a
fim de apoiar os programas de ensino, pesquisa e extensão da Universidade para
que atender às necessidades de informação da comunidade acadêmica.
3.2
Padrões
universitárias
mínimos
de
recursos
humanos
para
bibliotecas
Segundo Sampaio et aI. (2000, p. 2)
A necessidade do estabelecimento de padrões mmlmos, como
medida para se planejar e avaliar os serviços desenvolvidos em
bibliotecas, tem sido enunciado como importante na literatura
especializada, desde o início da década de 60. A princípio, tentou-se
estabelecer padrões quantitativos, a nível nacional e internacional.
Diversos estudos criados para este fim , relataram ser tarefa de difícil
realização, tendo em vista a diversidade das características das
instituições, região ou nação.
Tarapanof (1995) citada por Sampaio (2000) afirma que
Os padrões são parâmetros de avaliação qualitativas e quantitativas
que têm como objetivo prestar auxílio para decisões e ações e
estabelecer uma situação considerada ideal para viabilizar seu
desenvolvimento. (TARAPANOFF, 1995, p.123).
Dentre os aspectos relacionados aos padrões de pessoal apontados pelo
documento elaborado por Carvalho, (1995, p.148) podemos destacar:
A biblioteca deve ter um número e uma variedade suficiente de
pessoal para desenvolver, organizar e manter as coleções, serviço
de referência e informação para satisfazer às necessidades da
universidade. O tamanho e a qualificação do quadro de pessoal será
determinado por inúmeros fatores, entre os quais incluem-se o
tamanho e o escopo das coleções, o número de bibliotecas setoriais,
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o número de pontos de serviço, o número de horas de
funcionamento, a média de aqulslçao, a média de circulação, a
natureza do processamento e a natureza da demanda por serviços.
4 Resultados Finais: o caso da Universidade X
°
Nosso estudo foi feito com base em dados estatísticos. número total de servidores
públicos da atividade por morte ou aposentadoria de 1991 a 2010 pode ser representado
graficamente como segue abaixo:
Figura 1 - Servidores Civis Ativos da Administração Federal, 1991-2010
Fonte: IPEA (2011, p.4)
No tocante ao caso da Biblioteca analisada , vejamos o número de
bibliotecários desde sua fundação em 1994:
2S
22
20
1S
10
S
_
Ex i s t e ntes
~ Id ea l
Figura 2 - Quantidade de Bibliotecários Existentes e o Ideal
Fonte: Dados coletados pelo autor nos livros de ponto da biblioteca X presentes no
Arquivo da Universidade, entre os anos de 1994-1995, nos relatórios e livros de ponto
da referida biblioteca entre os anos de 1996-1998 e 2000-2011 ; para o ano de 1999 a
fonte foi (SAMPAIO, et aI. 2000) .
5 Considerações Finais
De acordo com os resultados obtidos pelo nosso estudo, consideramos que é
notória a queda no quantitativo de bibliotecários na unidade de informação
analisada, com uma curva muito semelhante à redução geral no quadro de
servidores federais em período próximo anterior. Enquanto a diminuição do número
de servidores públicos é perceptível a partir do ano de 1992, segundo o IPEA, a
biblioteca em questão foi criada em 1994 e, embora tenha havido uma queda
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relativamente forte no número de bibliotecários de 1996, uma curva notadamente
similar é observada no período de 2001 a 2007 . Assim , podemos concluir que a um
decréscimo geral no quadro de servidores públicos federais, corresponde uma
posterior queda correlativa no número de bibliotecários em nível de uma
microanálise de uma biblioteca universitária.
Cabe revelar enfim que este estudo se insere no corpo maior de uma
pesquisa feita para dissertação de mestrado que contém dados qualitativos - como
entrevistas com a atual diretora da Biblioteca X, que confirmam os problemas
atinentes ao atendimento de referência aos usuários. Teríamos a comentar sobre os
serviços a serem oferecidos em uma biblioteca universitária e as frustrações de
usuários e bibliotecários, mas isto ainda pode dar uma guinada para outra história.
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 17 - Ano: 2012 (UFRGS - Gramado/RS)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: A biblioteca universitária como laboratório na sociedade da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2012
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Gramado (Rio Grande do Sul)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Impactos de políticas públicas neoliberais explícitas sobre o quadro de bibliotecários de uma biblioteca universitária brasileira.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Busquet, Leandro Martins Cota; Lima, Marcia H. T. de Figueredo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Gramado (Rio Grande do Sul)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2012
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta considerações sobre os impasses e possíveis impactos negativos de políticas públicas neoliberais implantadas nas universidades públicas quanto ao número de servidores federais com enfoque sobre o número de bibliotecários nas bibliotecas universitárias brasileiras na contemporaneidade. Evidencia que esta análise possibilita uma percepção mais clara dos processos históricos vinculados à biblioteca universitária, mas precisamente aqueles que são circunscritos aos marcos político-legais no âmbito do sistema neoliberal, que vem, em virtude dos programas governamentais, diminuindo o número de bibliotecários. Evidencia que a proposta deste tema é apenas uma aproximação desse real, tendo em vista que este é algo muito complexo e dinâmico.
Language
A language of the resource
pt