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Trabalho completo
o PROCESSO CRIATIVO COMO INSTRUMENTO PARA A
ALAVANCAGEM DO CONHECIMENTO NA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA
Josiana Florêncio Vieira Régis 1
1Sibliotecária e mestre em Engenharia de produção, UFRN, Natal, Rio Grande do Norte.
Resumo
Este artigo discute sobre a importância do processo criativo na biblioteca
universitária. Analisa o processo cognitivo como instrumento para a criação do
conhecimento. Descreve os modelos da Criatividade, teorias e suas implicações
para a promoção de um ambiente criativo . Compreende os fatores motivacionais
para a geração de novas ideias. Verifica a contribuição do profissional bibliotecário
para a alavancagem do conhecimento na biblioteca universitária. Utilizou-se como
metodologia a revisão de literatura, ou seja , a análise da produção bibliográfica na
área . Conclui-se que, a biblioteca universitária enquanto disseminadora do
conhecimento, necessita de profissionais criativos que despertem o usuário de
diversas formas e que haja interação com as novas tecnologias de informação e
comunicação. Em meio à explosão da informação, ser dinâmico e criativo é
essencial para a aquisição do conhecimento.
Palavras-Chave:
Criatividade. Conhecimento . Biblioteca universitária .
Abstract
This paper discusses about the importance of the creative process in the university
library. It analyzes the cognitive process as instrument for knowledge creation .
Describes the templates of creativity, theories and implications for the promotion of a
creative atmosphere. Includes the motivational factors for the generation of new
ideas. Verifies the contribution of the librarian to leverage the knowledge in the
university library. We used the review of the literature methodology, ie, the analysis of
the literature on the production area. We conclude that the university library while
disseminator of knowledge, needs creative professionals to wake up the user in
several ways to improve interaction with the new information and communication
technologies. In the middle of explosion of information , being dynamic and creative is
essential to the acquisition of knowledge.
Keywords:
Creativity. Knowledge. University library.
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1 Introdução
A biblioteca universitária deve adaptar-se ás necessidades da sociedade
contemporânea e realizar sua missão de conservação, transmissão, enriquecimento
e difusão do conhecimento, o que torna imprescindível a elaboração de estratégias
de aprendizagem e organização do conhecimento da unidade informacional.
Segundo Garvin, (1993) ''[. .. ] uma organização de aprendizagem é aquela que tem a
habilidade de criar, adquirir e transferir conhecimento e de modificar seu
comportamento para refletir sobre novos conhecimentos e insights [... ]", o que
resulta em organizações mais inteligentes.
Todavia , observa-se que as atividades rotineiras e técnicas dos funcionários,
em especial , dos bibliotecários, não deixam espaço para a geração de novas idéias,
mesmo que haja a necessidade de geração de novos produtos e serviços, estes
profissionais não exercem a cognição livremente. Porém, geralmente, os produtos e
serviços são postos de maneira técnica e imediata, o que ocasiona um bloqueio para
a criação ou aperfeiçoamento das idéias. Mas, para que estes profissionais tenham
a habilidade de criar e fazer acontecer, é preciso que sejam despertados e
preparados para exercer este tipo de modelagem do conhecimento: a criatividade.
Os indivíduos possuem a inteligência, sensibilidade e emoções para serem
compartilhadas e transformadas em novas idéias.
Para isso, é necessário que a gestão da biblioteca universitária proporcione
aspectos motivacionais que estimulem a criação de conhecimento e a criatividade,
destacando também a importância destes elementos para a alavancagem do
conhecimento e sucesso da unidade informacional.
Comumente, percebemos a criatividade como um componente do clima
organizacional na literatura existente sobre o assunto. Porém, poucos estudos
enfatizam a criatividade do servidor público da biblioteca universitária, daí a precisão
em analisar o assunto de forma mais específica e prática diante desta nova era da
informação e do conhecimento. Os usuários querem algo inovador e consistente que
possibilitem novas formas de aprendizagem , ou seja , modelos dinâmicos de serviços
e produtos que despertem a curiosidade para a assimilação dos conhecimentos
existentes na biblioteca universitária. Portanto, denominamos o ambiente criativo
como uma solução para esta nova exigência do usuário da biblioteca .
Este ambiente criativo favorece a criação de objetivos compartilhados,
gerando um sentimento de coletividade que permeia a organização e dá coerência
às diferentes atividades, contribuindo para o engajamento e participação das
pessoas.
A formalização do conhecimento não está alicerçada no técnico, mas está
baseada principalmente na capitalização do savoir-faire, isto é, no saber fazer. Ir em
busca do conhecimento, de saber e saber fazer, para aprender de fato e realizar o
que precisa ser realizado. Por isso, a biblioteca universitária pode contribuir na
integração do conhecimento, a habilidade e a atitude no saber, saber fazer e o fazer
do bibliotecário , dos funcionários . Confirmando esta idéia Nonaka (1997, p.27) diz
que "numa economia onde a única certeza é a incerteza, a única fonte garantida de
vantagem competitiva duradoura é o conhecimento".
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Este estudo se torna relevante por se tratar de um tema contemporâneo no
âmbito da biblioteca universitária: a criatividade. Neste contexto, espera-se um
desenvolvimento de novas idéias, novos conhecimentos, dialogicidade, tratamento
da informação, análise, seleção e síntese da informação e conseqüentemente do
conhecimento pelo profissional da informação. Para isso, serão utilizadas teorias
que justificam a melhoria contínua deste processo de criação, organização e
disseminação do conhecimento na biblioteca universitária .
Nesta perspectiva, espera-se promover o conhecimento e o reconhecimento
mútuo dos três universos acadêmicos, a administração, Ciência da Informação e a
Teoria cognitivista , como forma de proporcionar a socialização da informação e do
conhecimento através de práticas reflexivas e explícitas sugeridas pelas teorias
adjacentes destes três universos, que serão sobrepostos um ao outro neste estudo.
A criatividade não é considerada como um assunto que podemos investigar
apenas teoricamente, ela precisa ser observada , refletida, analisada e
contextualizada com o novo cenário da sociedade da informação e do
conhecimento. A comunicação das idéias e informações torna o conhecimento como
forma de aprendizagem . Nesta perspectiva, tem-se a modelagem do conhecimento
como uma premissa para a transferência de processos criativos.
Logo, o conhecimento é a base da criatividade, cada pessoa possui um
determinado conhecimento, o que permite que a criatividade também seja
diferenciada, e então é muito interessante que as organizações saibam quem são
seus colaboradores, que idéias podem ser estudadas mais profundamente e como
desenvolver condições para que os estudos e pesquisas necessários sejam
realizados antes de demonstrar uma idéia.
Para isso, torna-se evidente a descrição da teoria cognitivista como parte da
geração do conhecimento, assim como a utilização de linguagens de comunicação e
sua codificação como informação e aprendizagem, ou seja, a transformação do
conhecimento tácito em conhecimento explícito para que haja uma padronização
dos produtos e serviços da biblioteca universitária.
O objetivo geral deste estudo é discutir sobre a importância do processo
criativo na biblioteca universitária. Os objetivos específicos são: Analisar o processo
cognitivo como instrumento para a criação do conhecimento; Descrever os modelos
da Criatividade, teorias e suas implicações para a promoção de um ambiente
criativo; Compreender os fatores motivacionais para a geração de novas idéias;
Verificar a contribuição do profissional bibliotecário para a alavancagem do
conhecimento na biblioteca universitária.
2 Revisão de literatura
A sociedade do conhecimento constitui-se no novo modo informacional de
desenvolvimento, a fonte de produtividade acha-se na tecnologia de geração de
conhecimentos, de processamento de informação e de comunicação de símbolos.
Na verdade, conhecimento e informação são elementos cruciais em todos os modos
de desenvolvimento, visto que o processo produtivo sempre se baseia em algum
grau de conhecimento e no processamento da informação.
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Contudo, o que é específico ao modo informacional de desenvolvimento é a
ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos como principal fonte de
produtividade. Castells (2000) busca apreender o fato de que o conhecimento
transformou-se no principal fator de produção no mundo atual. Schreiber et aI. (2002
apud FIALHO et aI. 2006), conceituam o conhecimento como "o conjunto completo
de informações, dados e relações que levam as pessoas à tomada de decisão, à
realização de tarefas e à criação de novas informações ou novos conhecimentos".
Nesta perspectiva, a criação do conhecimento organizacional, segundo
Nonaka e Takeuchi (1997) representam a capacidade da empresa em criar um novo
conhecimento, difundi-lo e incorporá-lo a produtos/serviços e sistemas/processos.
Para os autores, o processo de criação do conhecimento organizacional
compreende duas dimensões: uma epistemológica e outra ontológica . A dimensão
ontológica apresenta os níveis de entidades criadoras do conhecimento (individual,
grupal, organizacional e interorganizacional). Já a dimensão epistemológica se
distingue entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito.
O ponto chave para a criação de novos conhecimentos está na mobilização e
conversão do conhecimento tácito. Isto se dá porque utilizamos nosso conhecimento
tácito, intuitivo, implícito. Portanto, dizemos que o "nosso conhecimento está em
nossa ação." (SCHON , 2000 , p.49) . O conhecimento tácito tem caráter pessoal, é
difícil de ser transmitido e compreende as relações cognitivas dos indivíduos
(analogias e modelos mentais), enquanto que o conhecimento explícito refere-se ao
conhecimento capaz de ser facilmente difundido em linguagem formal e sistemática,
podendo ser materializado por meio de documentos, sons, imagens, vídeos, dentre
outros (NONAKA; TAKEUCHI , 1997).
Nonaka e Takeuchi (1997, p. 77) apresentam também a interação entre os
conhecimentos tácitos e explícitos e esta como a espiral formadora de novos
conhecimentos. Essa espiral do conhecimento movimenta-se entre as duas
dimensões provocando a interação entre os conhecimentos e entre os níveis de
conhecimento. Para esses autores, "as experiências através da socialização,
externalização e combinação do conhecimento tornam-se os ativos valiosos" para as
organizações.
Choo (2006) destaca três arenas distintas onde a criação e o uso da
informação desempenham um papel estratégico no crescimento e na capacidade de
adaptação da empresa . Primeiro, a organização usa a informação para dar sentido
às mudanças do ambiente externo. A segunda arena do uso estratégico da
informação é aquela em que a organização cria, organiza e processa a informação
de modo a gerar novos conhecimentos por meio do aprendizado. A terceira arena do
uso estratégico da informação é aquela em que as organizações buscam e avaliam
informações de modo a tomar decisões importantes. Embora sejam quase sempre
tratadas como processos independentes de informação organizacional, as três
arenas são de fato processos interligados, de modo que, analisando como essas
três atividades se alimentam mutuamente, teremos uma visão holística do uso da
informação.
Os três modos de uso da informação - interpretação, conversão e
processamento - são processos sociais dinâmicos, que continuamente constituem e
reconstituem significados, conhecimentos e ações. A organização que for capaz de
integrar eficientemente os processos de criação de significado, construção do
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conhecimento e tomada de decisões pode ser considerada uma organização do
conhecimento (CHOO, 2006, p.30).
A construção do conhecimento é conseguida quando se reconhece o
relacionamento sinérgico entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito
dentro de uma organização, e quando são elaborados processos sociais capazes de
criar novos conhecimentos por meio da conversão do conhecimento tácito em
conhecimento explícito. Desse modo todo conhecimento constitui, ao mesmo tempo,
uma tradução e uma reconstrução, a partir de sinais, signos, símbolos, sob a forma
de representações, idéias, teorias, discursos. A organização dos conhecimentos é
realizada em função de princípios e regras e comporta operações de ligação
(conjunção, inclusão, implicação) e de separação (diferenciação, oposição, seleção ,
exclusão) (MORIN , 2003).
Sabe-se que a produção de conhecimento demanda um processo cognitivo em
que dados e informações sejam processados e transformados em conhecimento .
Neste contexto, concebe-se neste estudo a criatividade como processo de
alavancagem do conhecimento na biblioteca universitária. Então, pode-se notar que
uma das principais dimensões presentes nas mais diversas definições de
criatividade diz respeito ao fato de que implica emergência de um produto novo, seja
uma idéia ou invenção original , seja a reelaboração e aperfeiçoamento de produtos
ou idéias já existentes (ALENCAR, 1993, p. 15).
Compreende-se que a criatividade é fluência , flexibilidade , utilidade e
originalidade de associação, mas não simplesmente velocidade na resolução de
problemas convencionais verbais ou matemáticos apresentados em forma de
múltipla escolha (FEIST, 2008). De Masi (2000), adiciona que para ser criativo é
essencial ainda , o cruzamento entre racionalidade e emotividade, sendo que a
emoção, fantasia, racionalidade e concretude são, em sua visão, os ingredientes da
criatividade. Para esse autor, a criatividade é um momento de síntese entre o
consciente e o inconsciente e entre a esfera racional e emotiva .
Feldman (2008) também destaca a importância do fator cultural, uma vez que o
mesmo pode aumentar ou diminuir a probabilidade da realização de grandes feitos
criativos em certos campos, devido ao valor e importância dados a eles. Segundo
Pereira et aI. (2009), a criatividade pode ser considerada o motor da sociedade
pós-moderna, uma vez que, converteu-se em um bem intangível de valor
inestimável, tornando-se uma real vantagem competitiva . De Masi (2000) destaca
que entre as atividades que realizamos com o cérebro, as mais valorizadas no
mercado de trabalho são as atividades criativas.
O coração desta sociedade é a informação, o tempo livre e a criatividade .
Portanto, o futuro pertence a quem souber libertar-se da idéia de trabalho tradicional ,
como obrigação ou dever, e for capaz de investir numa mistura de atividades, onde o
trabalho possa se confundir com o tempo livre, com o estudo e o jogo. Assim, De
Masi (2000, p. 101) complementa, "queiramos ou não, devemos saber que o único
tipo de emprego remunerado que permanecerá disponível com o passar do tempo
será de tipo intelectual criativo."
Entende-se que, além da importância do contexto cultural já apresentada ,
questões de personalidade e temperamento não podem ser desconsideradas no
processo de criação. O aspecto da motivação é considerado essencial também por
grande parte dos pesquisadores.
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As pessoas criativas são aquelas que de forma consciente e propositada
decidem seguir seu próprio caminho. Elas fazem isso porque querem e não porque
alguém as obriga . Nickerson (2008) também salienta a importância da paixão que os
criadores nutrem pelo seu trabalho. Na ausência de uma forte motivação, o potencial
criativo pode não se desenvolver, pois é necessário suportar anos de trabalho duro
antes de se concretizar suas ambições, complementa este autor.
A natureza criativa do homem se elabora no contexto cultural. Todo indivíduo
se desenvolve em uma realidade social, em cujas necessidades e valorações
culturais se moldam os próprios valores de vida. No indivíduo confrontam-se, por
assim dizer, dois pólos de uma mesma relação: a sua criatividade que representa as
potencialidades de um ser único, e sua criação que será a realização dessas
potencialidades já dentro do quadro de determinada cultura (OSTROWER, 1993).
Weisberg (2006) destaca que o processo criativo articula os processos cognitivos na
produção de inovações, sendo considerado um indivíduo criativo aquele que produz
inovações e que um produto criativo surge quando um indivíduo produz algo novo
na tentativa de atingir algum objetivo .
No contexto atual , as mudanças continuam acontecendo com relação ao
profissional criativo . Carvalho (2002, p.2) enfatiza que ele deve ser multifacetado
devendo buscar incessantemente redimensionar as suas funções no complexo
universo da informação que tem na biblioteca a sua base, continuando a linha de
raciocínio. Oddone (1998) relembra que não é apenas uma adaptação a novas
mecânicas e ferramentas, mas realmente um novo modo de pensar, sentir e viver,
uma nova mentalidade, uma nova maneira de ver o mundo.
Quanto à gestão, Uribe (2001) refere que a subjetividade é um tema que está
na ordem do dia em função da emergência de uma nova visão. O autor destaca
ainda a importância da cultura, da liderança comunicativa e da aprendizagem
organizacional. A idéia não refere espedicamente a complexidade, mas apresenta
indícios da importância da subjetividade da complexidade, pelas várias
interpretações que ela possibilita .
O processo de cognição exigido para a produção do conhecimento também
envolve a complexidade, pois requer uma sistematização virtual de vários dados e
informações e, sobretudo, de várias interpretações (MIRANDA et aI., 2008). Para
que consideremos a complexidade como desafio e como uma motivação para
pensar, não devemos confundir a complexidade com a completude. Entretanto, são
os processos criativos que renovam o conhecimento, promovendo avanços
particulares ou desenvolvimento em geral. Em outras palavras, é preciso negar a
tradição para ampliar a tradição (PEREIRA; PAVANATI ; SOUSA, 2011). O
pensamento criativo, afirma Weisberg (2008), é um processo baseado na direta
aplicação do conhecimento . Entretanto , também afirma que o conhecimento é uma
condição necessária, mas não suficiente para realizações criativas.
É universalmente aceito que o conhecimento de um campo específico é
necessário para que uma pessoa tenha esperanças de produzir algo novo. Também
é amplamente assumido pela comunidade científica, que muita experiência pode
fazer com que o indivíduo não consiga ir além de respostas estereotipadas. Surge ,
então, uma relação entre conhecimento e criatividade que pode ser modelada na
forma de um U invertido, com a máxima criatividade ocorrendo quando o
conhecimento está em seu nível intermediário (WEISBERG, 2008).
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Para Campello (2003), o aprendizado ao longo da vida prepara o Profissional
da Informação a atingir metas e aproveitar oportunidades em evolução para o
benefício compartilhado. Além disso, auxilia-o a enfrentar os desafios tecnológicos,
econômicos e sociais para reverter desvantagens e incrementar as oportunidades.
A competência informacional está no cerne do aprendizado ao longo da vida .
Ela capacita as pessoas em todos os caminhos da vida para buscar, avaliar, usar e
criar a informação de forma efetiva para atingir suas metas pessoais, sociais,
ocupacionais e educacionais (INTERNATIONAL FEDERATION OF LlBRARY ... ,
2005). A informação, objeto de trabalho dos Profissionais da Informação, quando
associada ao termo competência pode ganhar um significado importante: um
processo contínuo de internalização de conhecimentos.
Assim , a profissão do bibliotecário está fundamentada em duas vertentes para
exercer o seu papel social. A primeira delas é a competência técnica e administrativa
concernente informação (classificar, catalogar, disseminar numa linguagem
acessível ao usuário). A segunda é atrelada à responsabilidade de zelar e fazer
compartilhar a herança do exercício a cidadania, trabalhando com a informação,
levando-a àqueles que dela necessita (ORTEGA Y GASSET. 2006) . Neste sentido,
Bandura (2005), diz que as pessoas são perceptivas demais e não têm o tempo e os
recursos necessários para continuar reinventando as características básicas de
sistemas, serviços e produtos bem-sucedidos. Elas adotam elementos vantajosos,
fazem melhorias neles, os sintetizam em novas formas e os adaptam a suas
circunstâncias específicas.
Deste modo, observa-se que os bibliotecários necessitam de grande
variedade de competências pessoais: manter-se atualizado, liderar equipes,
trabalhar em equipe e em rede, capacidade de análise e síntese, conhecimento de
outros idiomas, capacidade de comunicação, capacidade de negociação, agir com
ética, senso de organização, capacidade empreendedora , raciocínio lógico,
capacidade de concentração, pró-atividade, criatividade. Logo, estas competências
exigem uma mente criativa e aberta para diversas situações, ou seja, a motivação e
a criatividade são os principais instrumentos para a alavancagem do conhecimento
na biblioteca universitária. As habilidades do bibliotecário, muitas vezes destacam a
informação e o conhecimento para o lugar e a pessoa certa quando se sentem
amplamente criativos e motivados para exercer tais habilidades.
Enfim, a investigação do processo cognitivo de aprendizagem torna-se
primordial no ambiente da biblioteca universitária enquanto provedora de
conhecimentos. É no processo de construção do conhecimento que destacamos a
qualidade e a principal fonte de disseminação e utilização do mesmo e de que forma
este conhecimento irá interferir na sociedade . Constata-se que o conhecimento tem
vários níveis e etapas até que seja formulado na memória do ser humano. Para isso,
torna-se imprescindível a análise cognitiva e motivacional da construção do
conhecimento no âmbito da biblioteca universitária.
3 Metodologia
Este estudo constitui-se de uma revisão de literatura, a qual é definida por
Noronha e Ferreira (2000 , p. 191) como estudo que analisa a produção bibliográfica
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em determinada área temática , dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma
visão geral ou um relatório do estado da arte sobre um tópico específico,
evidenciando novas idéias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor
ênfase na literatura selecionada. Logo, a revisão de literatura deve ser consistente e
reflexiva a luz de referenciais norteadores.
4 Considerações finais
Diante deste estudo, verificou-se que a criatividade agrega valor ao
conhecimento. Observou-se que o estudo da criatividade envolve tanto abordagens
científicas quanto intuitivas. O aspecto emocional é o elemento de maior destaque.
Neste sentido, a tendência mais recente dos estudos sobre criatividade é a de
analisá-Ia como um processo mental e emocional.
Sabe-se que poucas são as empresas que estão treinando seus funcionários
além do nível de conhecimento cognitivo ou das habilidades avançadas,
desperdiçando parte do potencial de inovação deles e, indiretamente a oportunidade
de auto-treinarem-se em habilidades básicas e avançadas.
Entende-se que o processo criativo acontece através do conhecimento
cognitivo, das habilidades avançadas, do entendimento sistêmico e da criatividade
motivada internamente. Além disso, considera-se que a motivação também é
fundamental para o processo criativo. Ter uma gestão que proporcione a motivação
eleva o grau de criatividade na empresa, especialmente na biblioteca universitária.
A criatividade individual precisa ser cuidada, protegida, incentivada,
planejada , alimentada e enriquecida continuamente de modo a sempre elevar o grau
inovador na empresa . Neste caso, a biblioteca universitária enquanto disseminadora
do conhecimento, necessita de profissionais criativos que despertem o usuário de
diversas formas e que haja interação com as novas tecnologias de informação e
comunicação. Em meio à explosão da informação, ser dinâmico é essencial para a
aquisição do conhecimento.
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Gestão de pessoas
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Trabalho completo
WEISBERG , R. W . Creativity and knowledge: a challenge to theories. In :
STERNBERG , R. J. Handbook of creativity. 11. ed . New York, NY: Cambridge
University Press, 2008. p. 226-250.
WEISBERG , R. W. Modes of expertise in creative thinking : evidence from case
studies. In : Ericsson , K. A. et aI. The Cambridge handbook of expertise and
expert performance. New York, NY: Cambridge University Press, 2006. p. 761-787 .
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 17 - Ano: 2012 (UFRGS - Gramado/RS)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: A biblioteca universitária como laboratório na sociedade da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2012
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Gramado (Rio Grande do Sul)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O Processo criativo como instrumento para a alavancagem do conhecimento na biblioteca universitária.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Régis, Josiana Florência Vieira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Gramado (Rio Grande do Sul)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2012
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este artigo discute sobre a importância do processo criativo na biblioteca universitária. Analisa o processo cognitivo como instrumento para a criação do conhecimento. Descreve os modelos da Criatividade, teorias e suas implicações para a promoção de um ambiente criativo. Compreende os fatores motivacionais para a geração de novas ideias. Verifica a contribuição do profissional bibliotecário para a alavancagem do conhecimento na biblioteca universitária. Utilizou-se como metodologia a revisão de literatura, ou seja, a análise da produção bibliográfica na área. Conclui-se que, a biblioteca universitária enquanto disseminadora do conhecimento, necessita de profissionais criativos que despertem o usuário de diversas formas e que haja interação com as novas tecnologias de informação e comunicação. Em meio à explosão da informação, ser dinâmico e criativo é essencial para a aquisição do conhecimento.
Language
A language of the resource
pt