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COMPETÊNCIA INFORMACIONAL E EDUCAÇÃO DE
USUÁRIOS: um estudo com alunos da Educação de Jovens e
Adultos (EJA) do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (CAp/UFRGS)
Leonise Verzoni Gonzalez
Bacharel em Biblioteconomia , UFRGS, Porto Alegre , RS
Resumo
Este artigo é o resultado de uma pesquisa realizada na Biblioteca Graciema
Pacheco (BibApl), com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do
Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(CAp/UFRGS). Analisa a importância da biblioteca e a necessidade de sua
participação ativa e permanente do processo educacional e de construção da
cidadania , assim como a atuação do bibliotecário como mediador neste
processo . Apresenta a Educação de Jovens e Adultos como meio de preparar
os indivíduos para as complexas condições de trabalho oferecidas pela atual
Sociedade da Informação cada vez mais exigente. Define, discute e caracteriza
competência informacional como elemento essencial ao acesso à informação,
fundamental para construção da cidadania. Propõe a introdução de uma nova
disciplina no currículo da Educação de Jovens e Adultos que possibilite o
desenvolvimento de habilidades em relação à localização e interpretação da
informação de forma autônoma e independente. Conclui que o combate a todas
as formas de analfabetismo pessoal, digital e informacional é o objetivo da
educação voltada para a informação.
Palavras-Chave: Competência Informacional; Cidadania; Educação de Jovens
e Adultos.
Abstract
This article is the result of a survey conducted in the Library Graciema Pacheco
(BibApl), with students of Youth and Adults Education of the College of the
Federal University of Rio Grande do Sul. It analyzes the importance of the
library and the necessity of their active and permanent participation in the
educational process and the construction of citizenship, as also the
performance of the librarian as mediator in this processo It shows Youth and
Adults education as a means of preparing individuais for the complex working
conditions offered by the information society increasingly demanding. It defines,
discusses and characterizes the information literacy as an essential element to
access to information, which is fundamental to build the citizenship. It proposes
the introduction of a new discipline in the educational program of Youth and
Adults Education, that enables the development of skills in relation to the
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location and interpretation of information in an autonomous and independent. It
concludes that the combat ali forms of illiteracy personal, digital informational is
the goal of education for the information .
Keywords: Information Literacy; Citizenship; Youth and Adults education .
1 Introdução
Ao decidir retornar à escola na idade adulta , o indivíduo busca subsídios
para (sobre)viver dignamente na sociedade do século XXI, a atual Sociedade
da Informação, pois acredita que a escola irá lhe proporcionar a chance de
crescimento e oportunidade de capacitação profissional, melhorando suas
condições de vida e promovendo seu desenvolvimento pessoal e social.
Com a aquisição de sua autoconfiança , ele vai modificando sua visão de
mundo e através da consciência crítica , começa a adquirir capacidade para
transformar a realidade na qual está inserido. Ao mesmo tempo em que
desenvolve sua autonomia cidadã e seu senso crítico, torna-se um indivíduo
hábil e competente . É neste contexto que se faz essencial a atuação do
bibliotecário, agente responsável pelo incentivo dos usuários, facilitador do
acesso à informação e coadjuvante no processo de desenvolvimento da
competência informacional do indivíduo.
Ainda não se tem conhecimento de um programa de capacitação
informacional incluído no currículo escolar, fator que contribui para que os
alunos, especialmente da EJA, foco principal deste estudo, se mantenham
aquém de suas capacidades e possibilidades de conhecimento. Desta forma,
julgou-se relevante conhecer as características, a eficiência e o conhecimento
na busca da informação, além de identificar as necessidades de informação e
demandas deste grupo.
Em um sistema de informação, é necessário que o bibliotecário tenha
consciência da finalidade de sua profissão, principalmente no que tange aos
serviços oferecidos, pois a partir do conhecimento das necessidades de seus
usuários e da tradução em demandas é que estes serviços serão adaptados
para melhor atendimento. Este estudo, portanto, se propôs a elucidar a
seguinte questão: de que forma a educação de usuários pode auxiliar os
alunos da EJA na construção da cidadania?
Esta pesquisa teve como objetivo investigar o papel da educação de
usuários na formação da competência informacional, junto aos alunos da EJA,
que utilizam a Biblioteca Professora Graciema Pacheco do Colégio de
Aplicação da UFRGS (BibApl) , auxiliando-os na construção e no exercício da
cidadania .
2 Materiais e Métodos
Este estudo configurou-se em
abordagem qualitativa que utilizou
apresentando como objeto de estudo a
aos alunos da EJA e à formação da
uma pesquisa social descritiva com
a estratégia de estudo de caso,
competência informacional relacionada
cidadania. Em se tratando de uma
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pesquisa de natureza social e cultural , portanto complexa , a escolha desta
metodologia foi feita em função do tipo de problema a ser estudado.
Por interpretar as realidades sociais, o estudo qualitativo é desenvolvido,
conforme Lüdke e André (1986, p.18) "[... ] numa situação natural, é rico em
dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de
forma complexa e contextualizada." o que pareceu bastante adequado a essa
pesquisa que apresenta, como personagens principais, os alunos da EJA.
Sob outro aspecto , o método do estudo de caso tem preferência quando
as questões colocadas são do tipo "como" e "por que" e o problema está
focalizado em uma situação contemporânea inserida em um contexto da
realidade (YIN , 2005). Os estudos de caso apresentam ainda , de acordo com
Lüdke e André (1986) algumas características fundamentais que motivaram
sua escolha : eles visam à descoberta, revelam experiência vicária e permitem
generalizações, buscam retratar a realidade de forma completa e procuram
representar os diferentes pontos de vista de uma situação social.
A amostra deste estudo foi composta por seis alunos da EJA do Colégio
de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul , selecionados
aleatoriamente entre o total de 167 alunos do 2° semestre de 2009.
O levantamento das informações necessárias ao estudo foi realizado por
meio de entrevista individual com roteiro pré-estabelecido. As questões foram
formuladas de forma que a entrevista permitiu a compreensão das motivações
destes sujeitos e de seus comportamentos dentro deste contexto social.
A entrevista , do tipo semi-estruturada 1, possibilitou a interação entre o
entrevistador e o entrevistado facilitando assim , o esclarecimento imediato de
dúvidas tanto por parte do entrevistado como do entrevistador.
3 Revisão de Literatura
3.1 Biblioteca: espaço de sociabilidade
Mais do que organizar e preservar a informação, a biblioteca contribui
para o desenvolvimento da consciência crítica , promovendo o desenvolvimento
global do ser humano em parceria com a escola . Oferecer informação de
suporte ao programa pedagógico da escola, incentivar a leitura, facil itar a
busca da informação nas várias fontes , proporcionar um espaço ideal para o
desenvolvimento do senso crítico, de respeito à difusão das idéias e da
socialização, são algumas ações educativas da biblioteca .
Segundo Silva, E. (1985, p.141), a biblioteca é um espaço "[.. .]
construído através do 'fazer' coletivo [ .. .]" e tem como função "[. . . ] a
transmissão da herança cultural às novas gerações de modo que elas tenham
condições de reapropriar-se do passado, enfrentar os desafios do presente e
projetar-se no futuro ."
De acordo com o manifesto indicado pela IFLA 2 , juntamente com a
UNESC0 3 , para que ocorra o desenvolvimento da competência informacional,
1,,[... ] que se desenrola a partir de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente, permitindo que
o entrevistador faça as necessárias ad aptações." (LÜDKE e AN DRÉ, 1986, p.34)
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IFLA : Internati onal Federati on of Library Associati ons
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no processo de educação, é essencial que a biblioteca cumpra os seguintes
objetivos:
a) apoiar e promover os objetivos educacionais definidos na missão e de
acordo com o currículo da escola;
b) apoiar os alunos na aprendizagem e na prática de habilidades para
avaliação e utilização da informação, independentemente da natureza e
do suporte , incluindo a sensibilidade para o uso adequado das formas
de comunicação com a sua comunidade;
c) defender a idéia de que a liberdade intelectual e o acesso à informação
são essenciais à construção de uma cidadania plena e responsável e ao
exercício da democracia;
d) desenvolver e manter nas crianças o hábito e o prazer da leitura, da
aprendizagem e da utilização das bibliotecas ao longo da vida ;
e) oferecer oportunidades de utilização, produção e uso da informação
voltadas para a aquisição do conhecimento, à compreensão, ao
desenvolvimento da imaginação e ao lazer;
f) organizar atividades que incentivem a consciência e a sensibilização
para as questões de ordem cultural e social;
g) promover a leitura, disponibilizar os recursos e serviços da biblioteca
escolar à comunidade escolar e fora dela;
h) prover acesso aos recursos locais, regionais, nacionais e globais e às
oportunidades que exponham os alunos às idéias, experiências e
opiniões diversificadas;
i) trabalhar em conjunto com alunos, professores, administradores e pais
de modo a cumprir a missão e objetivos da escola.
o ideal da biblioteca é, portanto , participar de forma ativa e permanente
do processo educacional e de construção da cidadania, é também promover o
acesso à informação de forma autônoma para formar indivíduos críticos e
hábeis que consolidem sua voz no espaço público.
3.2 Educação de Jovens e Adultos (EJA): o resgate da cidadania
A educação é direito social fundamental garantido no artigo 6° da
Constituição Brasileira de 1988 4 e pressupõe o desenvolvimento integral do ser
humano, ou seja, a formação de sua capacidade física , intelectual e moral.
Consiste em um processo de interação entre seres sociais onde ocorre a
transmissão de conhecimentos de um agente ao educando e vice-versa ,
visando à formação de habilidades, do caráter moral e da personalidade social
do indivíduo. Cita-se também, o art. 205 5 desta Constituição que garante,
UNESCO: United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
Art. 6° (CF: 1988) : São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança,
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição
5 Art. 205°(CF: 1988): A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a co laboração da sociedade, visando ao pleno desenvo lvimento da pessoa, se u preparo
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através do ensino gratuito, o pleno desenvolvimento do individuo, o preparo
deste para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.
Segundo Targino (1991 , p.155), o objetivo da Carta Magna ao
estabelecer a educação obrigatória no período da infância é formar o adulto
pleno, ou seja , não se trata de garantir os direitos da criança de frequentar a
escola, ''[. . .] mas do direito do cidadão de ter sido educado e informado" e
transformado em indivíduo capaz de participar democraticamente das decisões
da sociedade. Trata-se, portanto, de uma educação calcada no respeito, ao
mesmo tempo libertadora que desenvolve a consciência crítica e incentiva a
reflexão, a discussão e o debate.
A educação precisa ser compreendida como parte de um contexto
histórico e social, como um instrumento para entendimento, reflexão e crítica
dos valores herdados e dos novos que estão sendo propostos, não é, portanto,
um processo fechado, acabado e definitivo. Contudo, no Brasil , assim como
nas sociedades em geral , é praticamente impossível ensaiar algum conceito de
educação ou de cidadania , sem remeter às desigualdades sociais imbricadas
nestes temas.
Na maioria dos relatos obtidos através desta pesquisa , as pessoas
lamentam a não conclusão de seus estudos porque precisaram optar por
trabalhar, então abandonaram a escola pela necessidade de somar à renda
familiar. Este é o perfil dos alunos da EJA do CAp/UFRGS: com idade entre 31
e 50 anos, parecem ter combinado a resposta quando questionados do motivo
de não haver concluído seus estudos na idade regulamentar: "não concluí
porque tive que trabalhar para ajudar em casa".
Importante destacar a necessidade de preparar os alunos da EJA para
as complexas condições de trabalho oferecidas pela sociedade atual cada vez
mais exigente de forma que possam desenvolver autonomia para buscar
conhecimento e capacidade de aprender continuamente, percebendo suas
necessidades e sabendo como acessar e avaliar a informação, ou seja , como
diz Le Coadic (2004, p.112): "[ . .. ] aprender a se informar e aprender a informar
[ ... )" e ainda onde e como se informar. É através do acesso consciente à
informação que o cidadão adquire conhecimento de seus direitos e deveres e a
partir daí toma decisões nas situações concretas do seu dia-a-dia.
A atuação do bibliotecário, como mediador neste processo de
construção do conhecimento é fundamental , e é assim que se alcança o
objetivo principal do processo: a formalização legal da escolarização, mesmo
que não na idade regular, contudo, a tempo de resgatar a identidade do
indivíduo assim como sua autonomia cidadã neste processo de "pertencimento"
ao grupo social.
3.3 Competência Informacional + Autonomia = Emancipação
A partir das grandes mudanças e necessidades advindas das
tecnologias da informação e comunicação (TIC) deste século , o termo
competência foi assimilado pelos bibliotecários que passaram a falar em
para o exercício da cidadania e sua quali ficação para o trabalho.
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competência informacional (uma das traduções do termo inglês information
literacy) . O termo Information literacy foi utilizado inicialmente nos Estados
Unidos da América e traduzido pela primeira vez no Brasil como "Alfabetização
Informacional" por Caregnato (2000) e muito ainda se discute, a respeito da
utilização dos termos e do conceito propriamente dito.
De acordo com o documento Information Literacy Competency
Standards for Higher Education (2000) da American Library Association (ALA),
information literacy é um conjunto de habilidades que as pessoas possuem
para reconhecer suas necessidades informacionais e ter a capacidade de
localizar, avaliar e utilizar eficazmente a informação de que precisa, entre as
diversas possibilidades de escolha que, em meio à abundante informação
disponível , provocam dúvidas sobre a autenticidade, validade e confiabilidade
destas informações. O documento afirma que information literacy é a base para
a aprendizagem ao longo da vida, é comum a todas as disciplinas, a todos os
ambientes educacionais e a todos os níveis de ensino .
A fim de escolher a tradução mais adequada do termo inglês
information literacy, buscou-se caracterizar o sentido do termo "competência".
Para isso, representou-se "competência " através da inter-relação dos conceitos
dispostos no esquema mostrado a seguir:
.--_ _ _ _ _ _..;..F~igura 1: Características da Competência
Conhecimento
Atitude
Fonte: da autora
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Sobre esse aspecto, competência implica:
a)
b)
c)
d)
Atitude: ter iniciativa, ou seja, inteligência prática;
Conhecimento: experiência pessoal anterior adquirida no assunto;
Habilidade: capacidade de produzir algo;
Liberdade para decidir.
A partir desta caracterização, portanto, optou-se utilizar, no decorrer
deste estudo, a expressão "competência informacional" para tradução do termo
inglês information literacy em detrimento dos termos "alfabetização" ou
"Ietramento", traduções equivalentes à palavra literacy.
O uso da informação para os indivíduos, de forma competente, traduz
uma relação de emancipação na medida em que conseguem perceber a sua
necessidade de informação, usar de suas próprias habilidades na localização,
interpretação, análise e avaliação da informação de modo que esta lhe traga
soluções cabíveis nas situações concretas de suas vidas. O relatório da
American Library Association - ALA, em 1989, apud 6 Campello e Abreu (2005,
p.179) atinente, descreve competência informacional da seguinte maneira:
Para ser competente em informação a pessoa deve ser capaz
de reconhecer quando precisa de informação e possuir
habilidade para localizar, avaliar e usar efetivamente a
informação. Para produzir esse tipo de cidadania é necessário
que escolas e faculdades compreendam o conceito de
competência informacional e o integrem em seus programas de
ensino e que desempenhem um papel de liderança preparando
indivíduos e instituições para aproveitarem as oportunidades
inerentes à sociedade da informação. Em última análise,
pessoas que têm competência informacional são aquelas que
aprenderam a aprender.
Quase nenhuma formação relativa à educação de usuários é oferecida
aos alunos da EJA na biblioteca do CAp/UFRGS e a ação neste sentido se faz
necessária e urgente. O processo de educação de usuários envolve
principalmente, o dever social de formar o indivíduo competente informacional.
Segundo a ALA (2000) 7, o indivíduo competente informacional é capaz de:
a) Acessar a informação necessária de forma eficaz e eficiente;
b) Avaliar criticamente a informação e suas fontes;
c) Compreender as questões econômicas legais e sociais relacionada ao
uso da informação, assim como acessar e usar a informação de maneira
ética e legal;
6
7
American Library Associafion - ALA,1989 apud CAMPELLO e ABREU , 2005, p.179
Tradução da autora
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d) Determinar a extensão e abrangência da informação necessária ;
e) Incorporar a informação selecionada a sua base de conhecimento;
f) Usar as informações de forma eficaz para atingir objetivos específicos.
É necessário, portanto, o planejamento e avaliação da ação pedagógica
em busca dos meios de oferecer desafios e oportunidades aos alunos em um
programa de educação de usuários que cumpra com seus objetivos de forma
permanente e eficaz.
3.4 Cidadania e Acessibilidade: uma relação necessária
Para ser considerado cidadão pleno e ter condições de exercer a
democracia é necessário que o indivíduo possua direitos civis, políticos e
sociais. São considerados direitos civis, o direito de ir e vir, à vida , à liberdade,
à propriedade e à igualdade; os direitos políticos se referem à participação do
indivíduo nas decisões da sociedade em que vive, votar e ser votado, e os
direitos sociais dizem respeito ao direito à educação, ao trabalho, ao salário
justo, ao lazer, à cultura e à saúde. Segundo Morigi, Vanz e Galdino (2003) ,
dos direitos fundamentais do cidadão (civis, políticos e sociais) derivam outros
direitos, entre eles, o direito às novas tecnologias, direito à informação, direito
do consumidor, ou seja , direitos referentes à sociedade contemporânea. A
construção da cidadania no século XXI passa , necessariamente , pelo acesso e
uso da informação. A informação, hoje, é um bem social e também direito de
todos, é através da informação que se estrutura a ligação entre os indivíduos e
destes com a sociedade.
O conceito de cidadania , no entanto, é um conceito histórico , que vai se
transformando com o passar dos tempos. Desde sempre se relacionou com as
desigualdades sociais e com o sistema capitalista, mas no curso da história, vai
incorporando características relativas às transformações das sociedades que
alteram as relações sociais, econômicas e políticas. Em relação a um modelo
de cidadania ideal , Morigi e Rhoden (2006, p.180) comentam :
o sentido de cidadania sofreu modificações e continua até hoje
a ser constantemente alterado. Uma cidadania acessível a
todos , com igualdade de direitos , sem exclusões ou
discriminações, fornecendo igualdade de direito à informação,
fator fundamental na formação de cidadãos conscientes em
uma sociedade democrática, ainda está por vir.
Para que o indivíduo possa participar da vida política e social é
imprescindível que tenha acesso aos vários tipos de informação e,
evidentemente, tenha condições de entendimento e reflexão acerca da
informação recebida. O acesso à informação é a única maneira de se combater
a alienação social e cultural, possibilitando ao sujeito a capacidade de
interação nas formações sociais a partir de posicionamentos criticos para
discussão sobre os direitos básicos do cidadão, tais como habitação,
saneamento básico, educação, saúde e segurança pública exercendo assim
sua capacidade cidadã .
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Ladeira e Amaral (1999) apud Passerino e Montardo (2007, pA)
conceituam inclusão social "[ ... ] como um processo que se prolonga ao longo
da vida de um indivíduo e que tem por finalidade a melhoria da qualidade de
vida do mesmo."
Para que este processo de conscientização se efetive e o exercício da
cidadania se desenvolva plenamente é preciso fortalecer as bases que estão
consolidadas na educação. De acordo com Morigi, Vanz e Galdino (2002,
p.141), "O direito à educação pressupõe de imediato o direito ao acesso à
informação, uma vez que a informação é parte do processo educativo." Por
conseguinte, o acesso à informação é fundamental na construção da cidadania
e é somente através da socialização da informação que se chegará ao ideal de
cidadania para toda a sociedade.
Considera-se o profissional bibliotecário, neste processo, agente
importante na democratização da informação, tanto no papel de educador
como no de "[ ... ] catalisador e difusor da informação [... ]" (TARGINO,1991,
p.157).
Com base nas idéias propostas, para fins de ilustração, apresentamos
um círculo cujos elementos se complementam e se relacionam no resgate ou
construção da cidadania , representado na figura 2.
Figura 2: Relações entre informação, educação e cidadania
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Educação
Informação
CIdadania
Fonte: da autora
O acesso à informação é condição básica para que a educação se
efetive e parte fundamental na construção da cidadania . A educação por sua
vez, é elemento chave no desenvolvimento da cidadania, formando o ciclo
representado na figura acima . O símbolo (raio) representa o catalisador das
etapas, ou seja, o profissional bibliotecário atuante em todas as transformações
do processo de construção da cidadania .
Desta forma , ressalta-se, a importância do papel do bibliotecário e sua
atuação como profissional da informação no processo de construção da
cidadania dos alunos da EJA. Este deve assumir a postura de cidadão membro
da sua comunidade e de agente disseminador, facilitando o acesso à
informação que esses usuários necessitam, ou seja, informação objetiva,
atualizada e em linguagem acessível. Ao ser questionada de que forma
avaliava a informação a que tinha acesso, uma das alunas da EJA, respondeu :
"escolho a informação que oferece melhor entendimento no sentido de ter a
escrita mais acessível para mim "
Em meio a tantas desigualdades, é dever do bibliotecário estar atento à
necessidade de promover a inclusão social e cultural, assumindo o
compromisso de participar ativamente no desenvolvimento do indivíduo, na sua
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melhoria pessoal, na sua qualificação profissional e na formação da sua
cidadania plena.
3.5 Formação, Informação e Acesso: aquisição de competência para uma
cidadania competente
A competência informacional está ligada ao desenvolvimento de uma
sene de habilidades relacionadas à busca, acesso e uso da informação e
precisam ser desenvolvidas, ensinadas/apreendidas para a formação do
indivíduo competente informacional. Dudziak (2003, p.26) comenta que o
relatório da American Library Association (ALA) ressalta a importância da
competência informacional para todos os indivíduos, trabalhadores e cidadãos.
Diz a autora :
As recomendações se concentram na implantação de um novo
modelo de aprendizado, com diminuição da lacuna existente
entre a sala de aula e biblioteca. Esse novo modelo de
aprendizado só é possível a partir de uma reestruturação
curricular na qual seja privilegiado o uso dos recursos
informacionais disponíveis, para a aprendizagem e resolução
de problemas, de forma contextualizada, a fim de incutir nos
aprendizes o hábito de buscar e utilizar criticamente a
informação (e a biblioteca) .
A idéia resultante desta pesquisa com os alunos da EJA, é a proposição
de uma reestruturação no currículo da EJA, pretende-se não apenas diminuir a
lacuna existente entre a sala de aula e a biblioteca, mas integrá-Ias.
Considerando a evolução constante das tecnologias da informação
(TIC), a grande quantidade de informação disponível atualmente e a necessária
educação para um posicionamento crítico e reflexivo perante à sociedade,
acredita-se que essa nova proposta, a introdução da "informação" no currículo
da EJA, garantiria o aprendizado e acesso consciente destes indivíduos à
informação. Le Coadic (2004, p.113) afirma :
A introdução no ensino da disciplina 'informação', com um
quadro de professores especializados, seria a garantia de
ingresso dos alunos na sociedade da informação. Permitiria
lutar contra esse considerável analfabetismo informacional, e,
portanto, suprimir a distância que hoje separa os inforricos dos
infopobres.
Para Guinchat e Menou (1994) qualquer ação de formação deve ser
realizada de acordo com um plano que responda as questões: Para quem?
Como? Por quanto tempo? De que forma? Onde?
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A partir das entrevistas realizadas para este estudo, pode-se levantar
informações a serem utilizadas quando da decisão e preparação das atividades
a serem propostas. Ao serem inquiridos a respeito de como localizam o
material que procuram na biblioteca , como aprenderam a procurar e, se a
biblioteca supre suas necessidades de informação, as respostas obtidas foram
unânimes: "Localizo o material que preciso com a bibliotecária"; "Não aprendi a
procurar, sempre peço ajuda no balcão"; "Sim, sempre que precisei, a
biblioteca supriu minhas necessidades" .
A análise das respostas pressupõe que os alunos da EJA são
dependentes e incapazes de buscar informação básica por si só e
desconhecem que a biblioteca pode oferecer vários assuntos relacionados à
vida cotidiana . A maioria não utiliza a biblioteca porque não sabe como fazer
isso. Respondem que a "biblioteca supre totalmente suas necessidades" por
ser essa , a única realidade que conhecem . "O serviço da biblioteca é
satisfatório, não percebo se falta alguma coisa".
É necessário incluir no programa de educação dos alunos da EJA, a
princípio, as habilidades mais simples de educação para acesso à informação.
Caregnato (2000, p. 51) ao falar na tarefa fundamental para as bibliotecas
universitárias, se refere ao desenvolvimento de "[ . .. ] habilidades relacionadas
à localização, seleção, acesso e utilização da informação [... ] de uma forma
independente, criteriosa e produtiva ."
A discussão em torno das atividades práticas e teóricas que deverão ser
desenvolvidas, assim como os conteúdos, temas e objetivos que deverão ser
adaptados para esse novo programa para a educação dos alunos da EJA, são
assuntos a serem debatidos em reuniões futuras com os departamentos de
ensino e coordenação pedagógica . No momento, serão apresentadas algumas
sugestões, sempre levando em consideração que o foco é o estudante da EJA
e como tal , devem ser consideradas também as diferenças sociais, políticas,
religiosas e econômicas do público-objeto deste estudo.
A proposta deste trabalho é a implantação de uma disciplina ao
currículo da EJA que prepare esses indivíduos para o uso eficiente da
informação de forma autônoma e permanente de maneira que sejam incluídos
na Sociedade da Informação. Esta disciplina, que deverá estabelecer conexões
entre saberes e conteúdos, deverá também relacionar os saberes gerais e
profissionais, uma vez que um dos motivos de retomada dos estudos deste
público, está relacionado à formação profissional.
Ao serem questionados a respeito do motivo de terem retomado seus
estudos, os alunos entrevistados indicaram a qualificação profissional.
"Retomei meus estudos porque vi esperança de uma mudança profissional e
financeira "; "Voltei a estudar para conseguir serviço" e ainda: "Voltei a estudar
porque achava falta de entendimento, me sentia diminuída e excluída da
sociedade de participação. Até meu contra cheque eu tinha que pedir para
alguém ver, agora tenho autonomia. Tinha vergonha de não saber, de não falar
direito ... "
Em função disso, é preciso planejar esta disciplina de forma a buscar
meios de oferecer desafios e oportunidades aos alunos em um programa de
educação de usuários que cumpra com seus objetivos na capacitação pessoal
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e profissional destas pessoas. Poderíamos nomeá-Ia: Formação, Informação,
Acesso e Cidadania.
A tabela a seguir tem a pretensão de organizar respostas para as
perguntas de Guinchat e Menou (1994):
Tabela 1: Perguntas e respostas: plano de ação de formação
PERGUNTAS
RESPOSTAS
Para Quem?
Alunos da EJA
Como?
Teoria e Prática
Por quanto tempo?
De que forma?
Onde?
2 h pl semana durante a
formação
50% teoria
50 % atividades práticas
Sala de aula e biblioteca
Fonte: da autora
Kuhlthau (2006) em seu programa de atividades sugere o
desenvolvimento de algumas habilidades a serem incorporadas como disciplina
na proposta curricular do ensino fundamental que podem ser adaptadas à EJA.
São habilidades de localização e interpretação para usar os recursos
informacionais e a biblioteca, que irão enriquecer o conhecimento e deverão
ser significativas para a vida . Envolvem três aspectos principais:
a) Aprender a reagir ao que viram e ouviram ;
b) Conhecer as fontes de informação disponíveis;
c) Conviver com a Internet e lidar com grande quantidade de informação.
Sugere-se a inclusão no programa pedagógico da disciplina, conteúdo
e atividades que possibilitem ao aluno da EJA:
Acessar links ;
Aprender a citar fontes e fazer referências ;
Buscar informações em revista e jornais;
Buscar informações na Internet;
Comparar as informações de várias fontes ;
Conhecer o arranjo do acervo e como está disposta a informação na
biblioteca ;
g) Desenvolver técnicas de busca por autor, título e assunto;
a)
b)
c)
d)
e)
f)
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Trabalho completo
h) Identificar e caracterizar a coleção de referência, juvenil, infantil, de
periódicos, de folhetos , CO's, OVO's e o acervo geral ;
i) Identificar biografias;
j) Interpretar as informações;
k) Manusear enciclopédia e dicionários e aprender como está distribuída a
informação nestes suportes;
I) Procurar assuntos no catálogo e identificar o número de chamada ;
m) Produzir texto a partir de informações recebidas;
n) Saber avaliar criticamente as informações;
o) Saber buscar informações em almanaques e Atlas;
p) Saber pesquisar nos índices.
A partir da formação e desenvolvimento destas e de outras habilidades
que venham a ser incluídas no programa pedagógico da EJA, o indivíduo
deverá adquirir competência para acessar a informação de forma eficiente e
eficaz, com criatividade e exatidão.
4 Considerações Finais
o estudo de caso realizado neste trabalho possibilitou a oportunidade
de conhecer um pouco do perfil dos alunos da EJA do CAp/UFRGS, verificar
suas capacidades e analisar algumas de suas particularidades.
Constatou-se a necessidade de promover uma educação diferenciada
que integre a teoria e a prática , cultura e trabalho com autonomia no acesso à
informação, de maneira a formar indivíduos críticos e hábeis para que
consolidem sua voz e sejam capazes de exercer a democracia na atual
Sociedade da Informação e do Conhecimento. A formação educacional cidadã
visa, portanto, desenvolver uma consciência individual e coletiva das condições
modernas de informação.
O bibliotecário exerce papel fundamental enquanto mediador no acesso
à informação e na formação das habilidades necessárias ao indivíduo neste
processo . Em conjunto com os professores, participa ativamente na formação
intelectual dos alunos auxiliando-os na construção e no exercício da cidadania .
Para produzir esse tipo de cidadania , é necessário o entendimento do
conceito de competência informacional e a integração deste nos programas de
ensino. A competência informacional é fundamental para desenvolver qualquer
atividade pessoal ou profissional , pois define e norteia a melhor escolha na
resolução de problemas. Pode-se afirmar que, quanto mais aprimoradas as
competências mais chances de alcançar os objetivos pessoais e profissionais.
"A minha vida continua a mesma, mas as expectativas de melhorar de vida me
estão mais próximas"s.
Verificou-se, a partir deste estudo, a necessidade de uma educação
permanente e constante aos alunos da EJA em relação aos saberes
8 Co mentário de wn dos alunos entrevistados.
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Trabalho completo
informacionais por parte da biblioteca e da escola . Observou-se o desejo e
necessidades dos alunos da EJA.
Em função dos resultados , a sugestão deste trabalho é a implantação
de uma disciplina ao currículo da EJA que prepare esses indivíduos para o uso
eficiente da informação de forma autônoma . O indivíduo irá adquirir
competência informacional não só para o uso da informação como também
para transformar, comunicar e produzir.
Combater todas as formas de analfabetismo pessoal , digital e
informacional que dificultam o desenvolvimento econômico-social de nosso
país, é o objetivo-fim da educação voltada para a informação.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 17 - Ano: 2012 (UFRGS - Gramado/RS)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: A biblioteca universitária como laboratório na sociedade da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2012
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Gramado (Rio Grande do Sul)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Competência informacional e educação de usuários: um estudo com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CAp/UFRGS).
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Gonzalez, Leonise Verzoni
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Gramado (Rio Grande do Sul)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2012
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este artigo é o resultado de uma pesquisa realizada na Biblioteca Graciema Pacheco (BibApl), com alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CAp/UFRGS). Analisa a importância da biblioteca e a necessidade de sua participação ativa e permanente do processo educacional e de construção da cidadania, assim como a atuação do bibliotecário como mediador neste processo. Apresenta a Educação de Jovens e Adultos como meio de preparar os indivíduos para as complexas condições de trabalho oferecidas pela atual Sociedade da Informação cada vez mais exigente. Define, discute e caracteriza competência informacional como elemento essencial ao acesso à informação, fundamental para construção da cidadania. Propõe a introdução de uma nova disciplina no currículo da Educação de Jovens e Adultos que possibilite o desenvolvimento de habilidades em relação à localização e interpretação da informação de forma autônoma e independente. Conclui que o combate a todas as formas de analfabetismo pessoal, digital e informacional é o objetivo da educação voltada para a informação.
Language
A language of the resource
pt