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��IV CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCIWBNTAÇAO
Tendências modernas do currículo no ensino da biblioteconomia
por
Antonio Caetano Dias
Fortaleza
1963
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st e m
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IV CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO
UNIVERSIDADE DO CEARÁ
7 a 14 de julho do 1963
TEMA IV
-
EDUCAÇÃO DO BIBLIOTECÄRIO-DOCUMENTALISTA
TENDâNCIAS MODERNAS DO CURRÍCULO NO ENSINO DA BIBLIOTECONOMIA
por
ANTONIO CAETANO DIAS (*)
CDU 378.9:02+002
M? Ct
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(♦) Diretor dos Cursos de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional
)
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�TENDÊNCIAS MODERNAS DO CURRÍCULO NO ENSINO DA BIBLIOTECONOMIA
Antonio CG.eta.no Dias
1, Histórico
2,
S i tucLç S.O At uclL
5» Tendêncic-s Modernc-s
h* Conclusões
1. HISTÖRICO
Foi no último qucjtel do século passado^
1879
exatamente no ano de
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro instituiu os seus
famosos concursos públicos para selecionar pessoal especializado,
Para os preenchimento das vagas de Oficial da B.N,
nhecimento das seguintes matérias:
eram exigidos co-
História Universal, Geografia, Li-
teratura, Filosofia, Bibliografia, Iconografia, Classificação de
nuscritos
e Línguas
(traduções de Latim, Francês e Inglês),
Ma-
Esses con-
cursos propo3!?cionai''ani o ingresso na Casa de Rcmiz Q-alv3.o de figuras
do roais elevado gabarito
cultural como Capistrano de Abreu, Antonio
Jansen do Paço, Miguel de Lemos,
Constâncio A.lves, Jo5.o Ribeiro c ou-
tros,
Além das matérias de cultura geral já. figuravam algumas di5cipli_
nas que, por si só, identificavam o sentido profissional da carreira
de bibliotecário, A disciplina Bibliografia, por exemplo, abrangia nSLo
só a história do livro,
tração do bibliotecas,
classificação,
como tiimbem incorporava conceitos de adminiscatalogação de livros e folhetos e ainda de
Tudo dentro do melhor figurino da época que era a obra
de Giuseppe Fujnagalli "Bibliografi'^, publicada em edição dos manuais
da Coleção '^Hoepli", Também IconogJafia e Catalogação de manuscritos
eram as outras componentes que já caracterizavam uma especialização.
Eram as normas clássicas, vigentes em todas as bibliotecas, ao
tempo em que começavam a aparecer na Europa e nos Estados Unidos
primeiras tentativas de 'codificação das regras de catalogação,
as
junta-
mente com a aplicação dos sistemas filosóficos dos conhecimentos humanos ao problema da localização dös livros nas estantes:
as classifica-
ções bibliográficas. Vale assinalar que a formação erudita dos bibliotecários, naquela época,
especializada,
sobrepunha-se amplamente a qualquer formação
Isso porque a produção bibliográfica caminhava lentamen-
te como vagarosamente progredia o quadro geral da ciência e da tecnologia até o advento da revolução industrial,
No Brasil,
como não poderia deixar de ser, a vinculação a cultxjr-
ra eui^opéia ora uma herança direta dos nossos imãos portugueses,
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£3.3 nomao clássicas ddotadc-s forcin. baseadas na "Êcolc des Cliartea" de
Püfflo^ quando se cogitou de estriiturar uuia fomaçSo profissional para
Oft*' primeiros bibliotecários brasileiros. Pato que se verificou em
I9ID, por ocasião da Refórma da Biblioteca Nacional quando esta se instalava no edificio da Avenida Rio Branco, No artigo
8,855j
decreto n,
11 de jullio de 1911j vamos encontrar as linhas gerais da es-
truturação do primeiro C^ítso de Biblioteconomia que viria a ser o pioneiro em toda a -fiüiiêrica Latina,
"Art,
5^-0 Curso de Biblioteconomia
constará das seguintes matérias que constituiríio uma s6 serie e de
cujo ensino serüo encarregados os diretores de seçJlo:
a)
Bibliografia
b) Paleografia e Diplomática
c)
Iconografia
d)
Niomismática
Conforme se poderá observar, as matérias correspondiam exatamente ks seçSee da Biblioteca Nacional, A matéria "Numismática'j por exemrploj foi cancelada do currículo tüo logo a coleçSo de moedas p dC &OU. ^
guarda do Museu ílistárico do Rio de JaneiTO, Até hoje essa matéria
existe, mas no currículo do Curso de Museologia, Assim o Curso de Biblioteconomia, que sámente começou a funcionar em 1915^
^ cujtso
de formaçüo de bibliotecários exclusivamente para a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro,
Com cQ^gumas interrupções em certos anos, pela ausência de alunos
ou pela falta de^professôres, o Curso veio a sofrer algumas refármas
na sua estrutujra, Páde-se destacar a de 1951^ pelo decreto 20,675^
17 de novembro, que passou o seu tempo de duração para dois anos
e
assegurou aos portadores dos diplomas vantagens especiais para o exercício da profissão de bibliotecário na então Capital da República,
Os
alunos diplomados no Curso teriam preferencia absoluta para o provimento efetivo, interino,
contratado ou em comissão, no
cargo de bibliote-
cário de qualquer departamento ou repartição federal,
E também os fun-
cionários da BN que se diplomassem mereceriam a preferência para a promoção em seus quadros, Na nova refárma estaVam assim distribuídas
as
disciplinasí
12 ano:
a) Bibliografia
b)
Paleografia e Diplomática
a)
Histária literária
2Q anoí
aplicação à bibliogra-
b) Iconografia e Cartografia
Já por essa época começava a se fazer sentir o impacto de uma nova conjuntura após o advento, nos paises mais adiantados, da revolução
industrial com as suas implicações no campo da ciência e da tecnologia,
E os reflexos na produção bibliográfica não poderiam deixar de se fazer
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�5.
sentir, O crescimento progressivo do. produção bibliográficc.,
com ênfa-
se especial nos periódicos especializados, numa verdadeira avalanche
de papel impresso> veio provocar, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, logo depois da primeira conflagração mundial, problemas
de toda a ordem.
Modificava—se,
entSo, o conceito meramente humanístico das bi-
bliotecas para dai'' lu^ar a uma preocupação de utilitarismo aos
acervos,
seus
Surgiaßi, assim, as bibliotecas especializadas e os centros
de doc\iJfiientac?ío,
o
•
Essô panorama,
como n3.o poderia deixar de ser, iria tarabem pro-
duzir seus efeitos no Brasil,
Em Süo Paulo, no ano de 1929j o Instituto Mackenzie, prestigioso estabelecimento de ensino,
contratou a bibliotecária aiuericana
iorotliy Muriel G-eddes, hoje Mrs, Gropp,
com a dupla finalidade de pre-
parar a refómia da sua biblioteca e preparar a sua bibliotecária para
fazer o Curso de Biblioteconomia nos Estados Unidos,
Com a volta de D, Adelpha Rodrigues Figueiredo, diplomada pela
Escola de Biblioteconomia da Columbia University, no ano de
de reassumir as suas func3es de bibliotecária do Mackenzie, também se
encarregou de prosseguir na direção do Cujr-so de Biblioteconomia que a
bibliotecária americana iniciára na sua ausência. Eram as seguintes
as matérias básica desse cursot
a)
CatalogaçSo
b)
Classificação
c)
Referência
d)
Organização
Estava, assim, lançada em São Paulo, a semente da forroação profissional do bibliotecário,
métodos americanos.
já sob a direta influência dos consagrados
Tão logo se afirmava o êxito da iniciativa do Ins-
txtuto Mackenzie, a Divisão de Bibliotecas do Depai^tamento de Cultura
da Prefeitura de São Paulo promovia a criação do seu Curso de Biblioteconomia, Êsse fato ocorreu entre os anos de I935 e I956.
Inicialmen-
te, apenas com a cadeira de Cataloc'.acäo _e Classificação, a Escola de
Biblioteconomia passou a fu.ncionar no prédio da Escola de Comércio Alvai^es Penteado, no recinto ocupado pela Escola Livre de Sociologia e
Política.
Enquanto se extinguia o Cui^so do Instituto Mackenzie.
1957 outra cadeira foi criada:
te completava-se o currículo
Em
a de História ^ Livro,e no ano seguin-
com a cadeira de Referência. Mais tarde,
com a duração de dois anos, auxiliada pela Fundação Rockfe
er (l ■9101.),
continuou a Escola de Biblioteconomia de São Paulo prestando sei^viços
da maior relevancia ao progresso da Biblioteconomia era todo o país.
Dessa fôrma tínliamos, por volta de I9I-1.O, duas Escolas fmcionando no Brasilí
uiua em São Paulo, representando as necessidades modernas
da especialização do - bibliotecário, sob a inspiração direta, dos métodos norte—americanos,
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Outra, no Rio de Janeiro, atrave
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da Biblioteca
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NcLcionc-l, representando as necessidades cldssicas da fomação do Bi—
bHo>'ki&eáélôo sob a inspiração direta dos métodos europeus^ tendo
como
justificativa a presença do mais valioso acervo bibliográTico do conrtinente siü—americano,
Porêra, as necessidades de iima renovação no processo de formação
do bibliotecário moderno também se fizeram sentir na antiga Capital
da Repilblica, Novas bibliotecas surgiram em decorrência da Reforma Administrativa empreendida pelo Departamento Administrativo do Serviço
Publico,
E foi o próprio DASP quem tomou a iniciativa de instituir um
Cui^so Intensivo de Biblioteconomia, ao mesmo tempo que determinava a
divisão da carreira de bibliotecário em "bibliotecário"- e bibliotecário—auxiliar", pelo Decreto 2,lé6, de 6 de maio de ISh-O«
Pelo Decreto 6.[|-l6 de 50
Intensivo de Biblioteconomia,
do até 13h3f
outubro de I9Í-Í-O instituiu uju Curso
com a dujração de seis meses, funcionan-
G.S seguintes matérias no seu currículo?
a)•
Catalogação
e Classificação
«w» ^
5
b) Bibliografia e Referência
c)
Organização e Administração de Bibliotecas
Também na própria Biblioteca Nacional se fazia sentir a necessidade de algujaas reforaias, Não só em seus serviços como tombem no Curso de Biblioteconomia, Foi ainda na profícua administração de Rodolfo
Garcia (1955~í9^5)j
se verificai^aiu as tão reclamadas reformas,
A criação de uma Seção de Referência e a Reforma dos Cursos de Biblioteconomia ocorreram em I9I4ÍI- com a efetiva participação da bibliotecária recém chagada dos Estados Unidos, Cecilia Roxd Wagley e do técnico de educação, professor Josué de Sousa Montello,
A Reforma dos Cursos da Biblioteca Nacional teve a principal
finalidade de transformar o antigo curso que, a rigor,
se limitava a
formar bibliotecários para a Biblioteca Nacional em curso destinado
a promover, ujua formação básica em princípio util a qualquer tipo de
biblioteca, Foi este o espírito que norteou a Reforma estabelecida
pelo Decreto^Lei n2
Decreto 15.595
é.Liii.O, de 27 de abril de 19^+1-!-^ regulaj-aentado pelo
27 de abril de 19^^^!-. O
seu. currículo ficou assim
constituído;
a)
b)
Curso Fujidamental de Biblioteconomia
1)
Organização de Bibliotecas
2)
Catalogação
5)
Bibliografia e Referência
I4.)
História do Livi'o e das Bibliotecas
e Classificação
Curso Superior de Biblioteconomia
1)
Organização
e Adiíiini st ração de Bibliotecas
2)
Catalogação
e Classificação
5)
História da Litera-bura (aplicada a bibliografia)
I^)
Disciplina optativa entre as seguintes; Noções
de Pai eografia; Catalogao•
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llll|llll|llll|llll|llll|llll|llll|llll|llll|
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�5.
çSo de Mcmuscrltos, Mapoteccisj
Iconografiaj
Bibliotecas Infantis e Escolares;
tecas Universitárias;
Biljilioteca. de Músicaj
Bibliotecas Especializadas; Biblio-
Bibliotecas Públicas ou qualquer disciplina ou
grupo de disciplinas cursadas na Faculdade de Filosofia ou Instituto
congênere^ versando sobre assuntos de interesse para a cultura do Bibliotecário,
c)
Cursos Avulsos
Além dos Cursos reguläres,
que âZío direito a diploraa, a Reforma
de I9L1I!- estabeleceu a realização de cursos avulsos, de livre escoltia
da direçS.o dos Cursos, destinados a atualizar os conhecimentos dos bibliotecários
já diplomados.
Convém assinalar que os diplomas e:5çpedidos pelos Cursos de Biblioteconomia da B»N,
sZo, desde 1955j registrados pela Diretoria do
Ensino Superior do Ministério da EducaçS-o e Cultura,
✓
Como São Paulo, também o Rio de Janeiro, depois da Reforma de
191+1^., passou a conceder bolsas de estudo a candidatos residentes fora
do Rio de Janeiro, Essa providência teve como conseqüência a descentralização do
ensino da Biblioteconomia,
Todos os cursos ou escolas
de biblioteconomia, fundados em outros estados, tiveram como principais colaboradores ex-bolsistas dos Cursos da Biblioteca Nacional ou
ex—bolsistas da escola de S.Paulo,
Aos poucos aumentava o número de bibliotecas e tamb^ cresciam
as necessidades de bibliotecários formados, Ainda em S.Paulo, no ano
j de 19l!lj-í outro Curso de Biblioteconomia era fundado:
^ de Filosofia ?'Sede Sapientiae",
mente extinto,
Elti 19^4-5^
^
o da Faculdade
com a Duração de dois anos e recente-
cidade de Campinas, sob os auspícios do
Reitor da Universidade Catáilica, Monsenhor Dr.
da—se outra escola de biblioteconomia.
Emilio José Salim,fun-
Funciona até hoje,
com a dura-
ção de três anos, com sua estrutura curricular atualizada e prestando inestimáveis serviços a cultura nacional, Na Baiiia, no ano de 19Í|6,
surgia o Curso de Biblioteííonomia,
com a duração de uj?i ano,
orientação de Bemardette Sinay Neves, Fujiciona até hoje,
ção de quatro anos, incorporada a Universidade da Bahia,
sob a
com a duraTambém Per-
nambuco e Rio Grande do SuJ., respectivamente, tiveram os seus cursos
ie biblioteconomia criados nos anos de 19l4fl e I95O, Funcioncuu ambos,
com a duração de três anos, incorporados também ^s Universidades dos
seus Estados,
E o Instituto Nacional do Livro, realizando Cursos In-
tensivos, com pessoal especializado contratado especialmente para
A •
"*
esse fim, proporcionou a Belo Horizonte e CuJjitiba a estrutm^açSo de—
f •
finitiva de seus Cursos, agora integrados às Universidades de Minas
ferais e Paraná,
2,
SITUAÇAO ATUAL
A "Conferência para o desenvolvimento das bibliotecas públicas
los pais es latino—araericanos'^, realizada sob os auspícios da UNESCO
cm
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^
em Süo PcLulo, no uno de 1951> trouxe pc.rn. o Brasil, c.lcm de excelentes
resultadoo^
técnicos, um resultc-do prático de estraordinário alcance no
ccunpo da biblioteconomia e da documentaçSoS
sileiro de Bibliografia e Documentação»
a criaoSlo do Instituto Bra-
A criaç&o desse Instituto, dentro do Consellio Nacional de Pes—
quizas, proporcionou a vinda ao Brasil de dois competentes-documentaristas europeus:
^
Zeferino Ferreira Paulo e Herbert Coblans,
A presença desses dois especialistas, nos anos de 1952 e 1955^
respectivamente, no Rio de tTaneiro, veio modificar o panorama da Biblioteconomia em nosso país,
Com as vantagens de ser um. país de estru-
tura nova, na sua formaçSo cultural, o Brasil aproveitou extraordinariamente a liçS.0 deixada pelos docujnentaristas estrangeiros,
repetiu,
ropeus:
se ■
Não
em nosso país, o mesmo problema ocorrido em certos países
eu-
"a desafortunada separação da documentação da BIblioteconomla
ortodoxa" iniciada em meados do século XIX.
A incorporação dos métodos e dos processos da Documentação aos
currículos permanentes das escolas de biblioteconomia brasileiras,foi,
sem duvida, a valiosa colaboração que Herbert Coblans deixou cm nosso
país.
Num Curso Avulso que ministrou na Biblioteca Nacional, mais tar-
de publicado pelo Serviço de Docujaentação do Dasp,
trodução ao estudo de Decumentação",
sob o título "In--
encontramos a seguinte advôrtên-
cia de Coblans que vale- reproduzir pela sua oportunidade;
"A documen-
tação o muito mais do que máquinas e mlcrocáplas. Traz uma nova mentalidade que forçará a extenção gradativa dos limites da biblioteca tra—
^ dlcional e se incluirá nas suas práticas.
Neste assunto os cursos de
biblioteconomia têm grande responsabilidade. A menos que os currículos
sejam modificados para Incluírem a docujnentação, haverá um.a tendênciapara tratar os documentarlstas como profissionais diferentes cora grande prejuízo para a classe de bibliotecários em geral. Acredito firmemente que esta separação
é um rejirocesso e deve ser evitada.
Em alguns
países as condições locais são tais que exigem separação temporária,
O bibliotecário e o documentarlsta devem ser especializações de uma
mesma profissão," Essa opinião
está apoiada expressamente numa reco-
mendação da Conferência de 19^4-6 da Pederation Internationale de Dociimentation (PIS):
"training In general docujnentation shouid sei^c as
an Introductlon to trainlng In special do cujnentation for llbraries,
museums and archlves," E reforçada mais tarde, em 1955f
ocasião
do "Congres International des bibliothcques et Centres de Documenta—
tlon,"realizado cm Bmxelas, no magistral trabalho de Suzanne Briet
"Formation des bibllothécalres plus partlculierement en vue de leur
participatlon a Ia vle economique et sociale". Entre outras coisas
afirma a autora no seu excelente informe: - "Les professions voisines
de bibliothecaires, d'archiviste, de
conservateur de collections
de documentaliste n'ont pas encore etc d6finies avec toute Ia
cislon dcsirable
ítscate
de monographles
et
pre—
professionelles, ou faíi-te
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�professionelles, ou faute de formc-tlon distincte,
Lea pays de structure enclenne evoluent plus lenteraent que len
pays neufß, La prise de conscience de cliacune des peofesslons est
plus ou moins clalre selon le degré d'evolutlon d^un pays donnê,
Pour ce que est des blbliotheques,
c'est tantot la fonction
conservatrice que l'eriiporte, ■'"vantôt la fonction utilisatrice, Dans
les vieux pays, -les bibliotiièques thesaurisent essentiellement,
et
les centres de docuraentation selectionnent prlncipalement, Dans les
pays les plus nouvelleraent équipês, la bibliotheque joue d^ eniblêe le
role de centre de docunientatlon".
È exatamente nesse sentido que se tenta atualraente, no Brasil>
a nova estruturação curricular das
eseolas e cursos de bibliotecono-
mia,
Sendo que as novas escolas, as criadas mais recentemente, já.
*
trazem nas suas denord.naç5es a indicação der,sa nova concepção: Escola
de B iblio t e conomia _e Do cumentacSo, Ê o que se pode constatcr com a Escola do Instituto de Santa Ursula no Rio,
com a Escola mais recente de
todas, a da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que começou a
funcionar este ano, em Niterói, e outras que foram recentemente inco3>poradas Vs Universidades dos seus Estados,
como as de Pernambuco e
Baliia,
No
/
/
campo da Documentação deve—se também assinalar a notável con-
tribuição que vem sendo prestada \s bibliotecas científicas do país
pelo IBBD. Não semente atrávez su^s publicações como tamb^ pelos seus
Cursos de Faoqulsas Bibliográficas. Em 19^2 funcionou,
com pleno êxi-
to, o Curso de Pesquisa bibliográfica em Ciências Médicas e no corrente ano está. sendo realizado outro CuJ^'so de Pesquisas bibliográficas
em Ciências Agrícolas. A professora Lídia de Queiroz Sambaquy deve-se
o êxito dessas iniciativas na qualidade de fundadora e tcmbem Presidente do I.B.B.D,
A REFORMA DE I962
Dentixi do panorama geral que acabamos de descrever pode-se verificar, sem esforço, que nova reforma se fazia-necessária para os
Cursos de Biblioteconomia da Biblioteca Nacional,
Já os dois anos
eram insuficientes para o numero de disciplinas novas que devei'iam
ser incorporadas devido ^s razões acima, expostas', bem como outras razões não menos fortes,
í*.omo a abolição da matrícula também conliecida
como ex-oficio, para funcionários de bibliotecas, independentemente
de apresentação de certificado de conclusão do segundo eíclo ginasial,
dispositivo esse que prejudicava toda uma classe na sua justa aspiração ao nível universitário,
Muito embora encaininiiada desde o ano de 195^ pela direção dos
Cursos a direção geral da Biblioteca Nacional, por motivos que não
mais vêm ao caso relatar,
somente
era I962, na administração do
tor Adonias de Aguiar Pillio, teve o processo da reforma o
to assegurado, atrave'z do Decreto n£
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escri-
seu andaiuen
^^0,(\.c 1 de fevereiro de 19^2,
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l'i
�publicado o texto da Reforma no dia seguinte, pelo Diário Oficial,
Cora três anos de dui^ação, ficou o seu currículo assim constituído:
12 ano
a)
Técnica do àerViço de Referência
b) Bibliografia Geral
c)
Introdução a catalogaçSo e classificaçíío
d)
Organização e AdministraçSo de Bibliotecas
e)
Histária do Livro e das Bibliotecas
2S ano
a)
Organização e Técnica de Documentação
b) Bibliografia Especial^izada
c)
d)
Catalogação e Classificação
o
Literatua-a e Bibliograi'ia Llterá:ria
e)
Introdução a cultui^a histórica e sociólogica
a)
Catalogação Especializada
b)
Classificação Especializada
c)
Reprodução de Docujiientos
d)
Paleografia
e)
Introdução a cultura filosófica e artistica
52 ano
Para obter a diplomação, o aluno ficará obrigado a prestar prova
desuni Curso Avulso^ de livre escollizi,
entre os Cursos ministrados de
acôrdo com o planejajnento anual promovido pela direção dos Cursos da
B,N., obedecendo, de preferencia, às seguintes disciplinas;
Bibliote■
cas Infantis, e Escolares, Bibliotecas Universitárias, Iconografia,
Mecanização bibliográfica. Estabelecimento de Textos e Edições Críticas, Poto-Docujaentação, Artes Gráficas, Cartografia, Bibliotecas'de
Música, Relações Huinanas, .Bibliografia Brasileira, Bibliografia Aplicada
Artes, Bibliografia aplicada as Ciências, Bibliografia Aplica-
da as Religiões, Bibliografia Aplicada a Filosofia, Bibliotecas Especxalizadas, ou qualquer disciplina ou grupo de disciplinas cujr-sadas na
Faculdade de Filosofia ou Instituto
congênere, versando sobre assujito
de interesse para a cultura geral do bibliotecário e docujnentarista.
A primeira conseqüência prática da Reforma de I962 foi a promulgo.çao da Lei ij.,08l4., de 30 de jujah.o de 19^2, que regixLajüientou as atividades profxssionais dos bibliotecários em todo o país,
E com essa pro-
vxdência foi alcançada outra importante reivindicação da classe; o
nível ujiiversitário e a valorização da carreira. Deve-se registrar aqui
o extraordinário esforço da PEBAB, na pessoa de seu presidente, a bibliotecária paulista Laura Ru.sso, que não poupou sacrifícios pessoais
para alcançar ,esses objetivos,
CURRÍCULO MÍNIMO
É também de lonoa data a tentativa de se obter ujíi denominador
comum, o currículo mínimo, para todas as escolas era funcionamento no
país.
j
cm
Sob os auspícios da Diretoria do Ensino Superior do MEC foi
constxtuj-da comissão, para esse fim,
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com representantes de todas as
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�escolas,
O interesse principal desse, providência era o registro, dos
diplomas, expedidos pelas escolas existentes^ naquela Diretoria,
Esse
processo, depois de longa peregrinação, foi despachado pela Diretoria
do Ensino Superior ao ConsellX) Federal de Educação que, pelo Parecer
nö 526, baseado nos artigos 9s
(alinea e)
e 70 da Lei de Diretrizes
e Bases, aprovou finalmente a fixação do currículo mínimo e determinou o tempo de duração para os Cursos de Biblioteconomia,
Arts 10;
3 currículo mínimo do curso de Biblioteconomia comr-
preenderd. as seguintes matérias:
a)
Histeria do Livro e das Bibliotecas
b) Histária da Literatura
c) História da Arte
d)
Int3X)dução aos estudos históricos e sociais
e)
Evolução do pensamento filosófico e científico
f)
Organização e administração de bibliotecas
g)
Catalogação e classificação
h) Bibliografia e Referência
i) Docuinentação
j)
Paieografia
Arts 22:
A duração do Ciifso será de três anos letivos,
ArtQ 52í
Ê obrigatória a obsei'väncia dos artigos IQ
e 22 a
partir do ano letivo de 1965»
Cujnpre assinalar a contribuição, mais
vez, do professor
Josué Montello que na qualidade de relator do processo no Conselho
Federal de Educação envidou todos os esforços no sentido de que mais
essa reivindicação fosse atendida em beneficio do ensino da biblioteconomia em nopso país,
TENDÊNCIAS MODERNAS DOS CUEBÍCüLOS
Muito embora se possa proclcunar como importantes conquistas todas as medidas aqui assinjiLadas, devemos estar previnidos no sentido
de que se observem, na prática, tôdas as suas reações, para futuras
decisões,
Além da incorporação das disciplinas 'de Docujuentação podemos
observar a tendência das escolas em incluir matéria do cultura geral
com o nítido, sentido de suprir as lacxmas de um imperfeito sistema de
ensino médio,
Qy.cr me parecer que esses objetivos são remanescentes,
de uma mentalidade que até bem pouco tempo prevalecia em nosso país.
Dentro do quadro gemi das tendências de ensino,
cm todos os campos
da pedagogia universal, observa-se que atualmente, a escola e a ciência pedagógica se defrontam com as dificuldades de estabelecer uma ligação entre o ensino
e o trabalho pixjdutivo, A ligação do ensino com
o traballTo produtivo é necessário tanto para a elevação da qualidade
do trabalho como para a assimilação dos conhecimentos abstratos. Assim,
pensamos, que, na aplicação prática do atual currículo mínimo — que
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n?ío impede absolutcjiiente a mplic-cSo de disciplineis - c.s matérias de
cultura geral (Literatura, Arte, História, Sociologia, Filosofia e
Ciência), sejcm ministradas com enfase absoluta no seu aspecto bibliográfico,
Entendemos quei para o bibliotecário moderno, tíLo iniportcnte
será o seu conhecimento sôbre essas matérias corno mais importante ainda será o seu Coniiecimeríto sobre fontes de pesquisas e todo o repertório bibliográfico sobre as mesmas,
O que,
em áltima cnálise, estabele-
cerá um vínculo- com as atividades práticas das bibliotecas ou centros
de documentaçSo,
NÜo se quer dizer com isso que se tente subordinar o
ensino ao trabalho, prática que se observou em algms países, socialistas, Mas, ao mesmo tempo, nZLo se pode deixar de reconhecer que está
ficando para trás, mesmo nos países n2o socializados, a estmturaçS.o do
ensino e- do trabalho
como dois processos independentes sem ligaçELo en-
tre êles,
Na formaçílo do bibliotecário moderno parece-nos deôuma importância a ligaçSo entre o
ensino
e o trabalho. Deve mesmo,
em nossa modeo^
ta opiniüo, ser êsse o seu princípio diretor,
I4..
CONCLUSOES
O Brasil ê uju país em marcha batida para o desenvolvimento,
uma taxa anual de crescimento demográfico de
mundo, as soluçCSes dos
Com
^^.s mais altas do
seus problemas só serüo alcançadas através do
aumento da pixjdutividade,
Quer no setor industrial, quer no setor de
produçíío agrícola, os índices de pixDdutividade terão que acompanhar o
ritmo Vertiginoso do
cresciraento populacional, A missSo do bibliote-
cário está vinculada a essas exigências,
Seüs. serviços, altamente es-
pecializados, serSo cada vêx mais necessários, NSo somente nas bibliotecas como também nos centros de documentação onde exercerão suas funções
de docujnentarista,
E também nos laboratórios de pesquisas, nas indus-
trias e ainda nos escritórios,
0 currículo münimo, estabelecido pelo Conselho Federal de EducaçS.0,
como o próprio nome sugere,possibilitará as Escolas de Biblioteco-
nomia e Docuiuentaçüo a inclufi2o de outras disciplinas modernas que forem
sm^gindo nos paises mais adiantados, Ê o ponto de partida para o currí-gciílo móvel que vem sendo
adotado nas esferas de ensino mais avançadas.
Diante desse panorama geral, bastante resujuido, no quel pixDcuramos n?5o entrar no mérito das discussões polêmicas ainda existentes cm
tômo de alguns pontos da estrutui^a c\irricular das escolas de biblioteconomia, podemos chegar a certas conclusões que nos autorizam a formular,
como feclio dês te trabalho, algujnas recomendações;
a) Sómente a aplicação prática do atual oujrrículo mínimo
poderá
nos trazer observações e conclusões sobre os seu£ defeitos ou suas qualidades (já se pode prever, que,
em algujis estados da
ederação, a sua
aplicação será muito difícil);
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Dublin Core
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Title
A name given to the resource
CBBD - Edição: 04 - Ano: 1963 (Fortaleza/CE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Source
A related resource from which the described resource is derived
IV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação
Publisher
An entity responsible for making the resource available
FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1963
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Fortaleza/CE
Language
A language of the resource
Português
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Source
A related resource from which the described resource is derived
IV Congresso Brasileiro de Bblioteconomia e Documentação
Title
A name given to the resource
Tendências modernas do currículo no ensino da biblioteconomia
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Dias, Antonio Caetano
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Fortaleza
Publisher
An entity responsible for making the resource available
FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1963
Language
A language of the resource
pt
cbbd1963