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A PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA ATRAVÉS DAS COLEÇÕES
PARTICULARES DEPOSITADAS NA UFRJ : O CASO DA COLEÇÃO
AFONSO CARLOS MARQUES DOS SANTOS
José Tavares da Silva Filho
Bibliotecário Especialista em Gerenciamento da
Preservação e Acervos Raros – Universidade Federal do
Rio de Janeiro – Forum de Ciência e Cultura
e-mail: tavares@forum.ufrj.br
Rosane Cristina de Oliveira
Cientista Social e Mestre em Ciência Política pelo
Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ
Profa. Adjunta do Curso de Ciências da
Fundação Educacional Unificada Campograndense – RJ
e-mail: rosanecrj@aol.com
RESUMO:
O trabalho trata da Biblioteca como lugar de memória e preservação das coleções pessoais que vem sendo
depositadas em algumas bibliotecas da Universidade Federal do Rio de Janeiro a mais de meio século. Chama a
atenção para discutir os acervos particulares como cristalização da lembrança, garantindo a preservação desses
valiosos acervos documentais como fonte e forma de assegurar a pesquisa acadêmica resgatando, assim, a memória
individual dos colecionadores.
Palavras chave: Memória-Preservação, Coleções Pessoais, Bibliotecas pessoais–Memória.
ABSTRACT:
The work deals with the Library as place of memory and preservation of the personal collections that comes more
than being deposited in some libraries of the Federal University of Rio de Janeiro the last half of the XX century. It
calls the attention to argue the particular collection as the memory crystallization, guaranteeing the preservation of
these valuable quantities of documents as source and form to assure the academic rescuing research, thus, the
individual memory of the collectors.
Key words: Memory-Preservation, Personal libraries, Libraries collections - Memory
�Introdução
Os lugares de memória e de preservação da memória encontram nos acervos
particulares adquirido pelas universidades, conforme chamou a atenção Pierre Nora
(1993), mais um lugar de memória, “porque não há mais meios de memória”. A
problemática instala-se na dificuldade em lidar e cuidar desses “lugares de memória”, e
é neste sentido que o presente trabalho pretende trazer à luz para a discussão a
necessidade de se pensar melhores alternativas para o tratamento dos acervos
particulares recebidos pelas universidades, tendo como estudo de caso a Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
Os profissionais da área de gestão da informação, geralmente encarregados de
receber e manipular esses acervos, em sua maioria estão distantes da discussão e da
importância desses lugares de memória e, em alguns casos o tratamento destinado a
esses acervos confundem-se com as demais obras da biblioteca.
Lugar, Memória e História
As questões que envolvem lugar, memória e história vem sendo objeto de vários
estudos, especialmente de historiadores, como Pierre Nora, Jacques Le Goff e Afonso
Carlos Marques dos Santos. Pierre Nora (1993) centralizou a discussão na
problemática dos lugares de memória, pois “há locais de memória porque não há mais
meio de memória”, e é com o advento da sociedade industrial que as tradições,
costumes e a repetição ancestral enquanto meios de perpetuar a memória perde
sentido e espaço.
Memória e história, longe de se confundirem, na concepção de Nora (1993), a
primeira é “a vida”, em permanente construção e evolução, e a segunda, é a tentativa
�de reconstrução incompleta do que não existe mais. A negatividade da história estaria
na destruição da memória espontânea e a destruição do “passado vivido”, uma vez
que, a cada movimento histórico, a sociedade que se forma e suplanta a anterior, ao
mesmo tempo destrói e reconstrói os meios de legitimar-se,
o movimento da história, a ambição histórica não são a exaltação
do que verdadeiramente aconteceu, mas sua anulação. Sem
dúvida um criticismo gereralizado conservaria museus, medalhas
e monumentos, isto é, o arsenal necessário ao seu próprio
trabalho, mas esvaziando-os daquilo que, a nosso ver, os faz
lugares de memória. Uma sociedade que vivesse integralmente
sob o signo da história não conheceria, afinal, mais do que uma
sociedade tradicional, lugares onde ancorar sua memória. (Nora,
1993: p. 9)
Mas, a partir do momento em que dizemos que algo simboliza a memória, para
Nora (1993), significa que aquela memória não existe mais e que já se transformou em
história. Neste sentido, a necessidade dos arquivos, acervos, entre outros lugares de
memória, um movimento contemporâneo que tenta preservar o passado e o presente.
O autor lança uma crítica interessante aos profissionais que cuidavam da preservação
da informação e aprenderam “a arte da destruição controlada”. Mas, reconhece que no
presente, os profissionais, especialmente os que atuam em instituições privadas,
recebem recomendações para guardar tudo. Se, no passado, os produtores de
arquivos eram as grandes famílias, a igreja e o Estado, atualmente cresce o número de
indivíduos que querem guardar e especialmente registrar sua memória. O arquivo é o
elemento principal quando se pensa em preservação da memória na sociedade pósmoderna. As bibliotecas, também, só se tornam lugares de memória se a imaginação
investir em uma aura simbólica. Daí a idéia da criação de campo simbólico, conforme
chamou a atenção Pierre Bourdieu (2000), e neste caso, as bibliotecas compõem um
universo simbólico de preservação da memória, individual e coletiva.
�Um lugar de memória: os acervos bibliográficos
A formação e o desenvolvimento dos acervos bibliográficos tiveram início com a
transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, resultando transformações
que deram especificidade à História da América portuguesa, abrangendo não só o
âmbito econômico como também o cultural, com a fundação de uma série de
instituições. Entre estas instituições, desçamos a criação das primeiras Escolas
Superiores, como um elemento fundamental para o patrimônio1 cultural brasileiro.
Além das Escolas Superiores, o professor Maurício Joppert da Silva chamou a
atenção para o processo de criação de uma universidade no Brasil, como resultado da
instauração do Convento de Santo Antônio por religiosos franciscanos, destacando que
a primeira idéia de criação de uma universidade no Brasil parece
ter partido dos religiosos franciscanos, do Convento de Santo
Antonio, no Rio de Janeiro, no século XVIII, o qual deveria
compreender cursos de teologia, filosofia, retórica, hebreu, grego,
latim, entre outros. O plano foi aprovado por alvará de 11 de
junho de 1776, mas a idéia não teve andamento.
A segunda tentativa para a criação de uma universidade no Brasil encontramos
nos planos da Inconfidência Mineira. (Fávero, 2000) As referências podem ser
observadas nos documentos que integram parte dos Autos da devassa da
Inconfidência Mineira (Brasil, MES, 1936). Ainda em 1808, D. João VI criou os
primeiros Cursos ou Aulas, que mais tarde, em 1832, constituiriam a Faculdade de
Medicina. Após a criação dos cursos médicos, o imperador vislumbrou a necessidade
de instalação de um curso ou Escola que formasse militares e engenheiros (Lobo,
1980). Em 4 de dezembro de 1810, foi inaugurada a Academia Real Militar, que mais
tarde, em 1839, receberia o nome de Escola Militar, em 1858, Escola Central, e em
1874, após várias modificações, passou a chamar-se Escola Polythecnica. Em 1812,
formada pela Missão Francesa e chefiada por Joaquim Lebreton, foi criada a Escola
Real de Ciências, Artes e Ofícios, que após o processo de independência, passou a
�chamar-se Imperial Academia de Belas Artes. Já o Museu Nacional teve origem do
Gabinete de História Natural, fundado em 1782, pelo vice-rei D. Luís de Vasconcelos.
Em junho de 1818, D. João VI transformou em Museu Real, inicialmente sediado no
Campo de Sant´Ana e, em 1892, foi transferido para a Quinta da Boa Vista.
Nos últimos anos do império, em 1882 foi criada a Faculdade de Ciências
Jurídicas e Sociais, e em 1891, a Faculdade Livre de Direito da Capital Federal, ambas
de iniciativa privada, reconhecidas pelo decreto 639 de 31 de outubro de 1891. No Rio
de Janeiro, em 7 de setembro de 1920, foi a criada a Universidade do Rio de Janeiro,
sancionado pelo presidente Epitácio Pessoa, com sede na atual Faculdade de Direito
da UFRJ, iniciando com 3.117 alunos.
Após o breve comentário acerca da formação dos primeiros cursos ao longo do
regime imperial do século XIX, destacamos a criação da Universidade do Brasil, atual
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesta universidade, estão abrigadas várias
coleções pessoais nas bibliotecas das unidades da instituição. Como testemunho da
lembrança, as coleções pessoais depositadas nas bibliotecas da UFRJ representam e
atuam como um instrumento de reconstrução da memória de bibliógrafos e
colecionadores, registrando o saber individual e subjetivo, transformando em social,
coletivo, materializando a memória e preservando o passado, democratizando as
informações até então dispersas e muitas vezes não preservadas.
Em um país como o Brasil, cuja preocupação com a questão da preservação e
os lugares de memória assumiu maior destaque em fins do século XX, observa-se que
não há como disciplina prática a importância das Instituições que hoje são detentoras
de coleções pessoais e o testemunho de um lugar material investido no simbolismo,
garantindo um acontecimento na lembrança, onde a interação história e memória o
constitui.
�Neste sentido, reportamo-nos a Pierre Nora,
O que nós chamamos de memória é, de fato, a constituição
gigantesca e vertiginosa do estoque material daquilo que nos é
impossível
lembrar,
repertório
insondável
daquilo
que
poderíamos ter necessidade de nos lembrar. ... À medida em que
desaparece a memória tradicional, nós nos sentimos obrigados a
acumular religiosamente vestígios, testemunhos, documentos,
imagens, discursos, sinais visíveis do que foi, como se esse
dossiê cada vez mais prolífero devesse se tornar prova em não
se sabe que tribunal da história... (Nora, 1993: p. 15)
As coleções pessoais na UFRJ: estudo de caso
Em 14 de outubro de 1950, as novas instalações da Biblioteca Central foram
inauguradas no Palácio Universitário da Praia Vermelha. A partir daí, o acervo foi
sendo formado por doações e aquisições de coleções pessoais, destacando-se as que
pertencem a Ramalho Ortigão, Afrânio Coutinho, Olegário Mariano, Rodolfo Garcia,
Adyr Guimarães e Antônio Monteiro de Barros.2 Destas coleções, a de maior
visibilidade é a de Adyr Guimarães, constituída por obras com dedicatórias de
personalidades renomadas na área de literatura e ciências sociais. Em 1969, a pedido
do Prof. Afrânio Coutinho, estas coleções foram transferidas para a Faculdade de
Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A coleção Adyr Guimarães está
depositada na Seção de Obras Raras da Biblioteca da Faculdade de Letras.
Ainda na biblioteca da Faculdade de Letras da UFRJ, outras coleções de valor
histórico-cultural estão separadas do acervo acadêmico, como a Coleção Celso Cunha,
adquirida em 1990 pelo valor de U$ 500.000,00 (quinhentos mil dólares). O acervo,
composto de 25.000 exemplares, entre livros periódicos, medalhas e diplomas,
abrangendo as áreas de filologia, lingüística, medievalismo, entre outras. As obras
raras estão sediadas em um espaço reconstituído com mobiliário do escritório do
�professor Celso Cunha. Sua biblioteca destaca-se, ainda, por possuir as primeiras
edições dos assuntos citados acima e os primeiros dicionários da língua portuguesa.
Outra coleção de peso, a Coleção Afrânio Coutinho, chegou à universidade em 1994 e
integra mais de 100.000 volumes incluindo livros, periódicos e artigos de jornais nas
áreas de literatura brasileira e universal, arte e literatura barroca, crítica literária,
manuscritos, documentos raros, obras raras e autografadas. A partir de um projeto
elaborado pela biblioteca da Faculdade de Letras da UFRJ e com financiamento da
Fundação Vitae, foi criado o Centro de Estudos Afrânio Coutinho – CEAC.
Reconhecida internacionalmente, a Biblioteca do Museu Nacional, fundada em
1863, abriga a Coleção Thereza Cristina, oriunda da Biblioteca de D. Pedro II, doada
ao Museu Nacional em fins do século XIX, quando partiu para exílio em 1889. Outras
obras da imperatriz chegaram à biblioteca por meio do acervo da Comissão Científica
de Exploração voltada para as ciências naturais. Atualmente, essa importante e rara
biblioteca pessoal está depositada na seção de obras raras da biblioteca.
No ano de 2004, a Biblioteca Pedro Calmon do Forum de Ciência e Cultura da
UFRJ, antiga Biblioteca Central da Universidade do Brasil, recebeu, através de doação,
o acervo particular do historiador Afonso Carlos Marques dos Santos, professor titular
da cadeira de Teoria e Metodologia da História do Instituto de Filosofia e Ciências
Sociais da UFRJ e coordenador no Forum de Ciência e Cultura desta universidade, no
período de 1999 a 2002, falecido em maio de 2004. A coleção é constituída de
aproximadamente 11 mil volumes de livros e documentos em diversos suportes, sendo
o resultado das aquisições realizadas ao longo de trinta anos de dedicação à docência
e à pesquisa histórica. O acervo reúne títulos de extrema relevância, em diversos
idiomas,
como o francês, o espanhol, o inglês, além do português,
cobrindo os
campos de estudo em torno da História do Brasil; História de Portugal; História do Rio
de Janeiro; História da Cidade e Patrimônio Cultural; Teoria, Historiografia e
Metodologia da História; História da Arte; Arquitetura, Urbanismo e Literatura ocidental
clássica. Há que se ressaltar no acervo obras de edições esgotadas e únicas
�adquiridas na Europa, Estados Unidos da América e Argentina e títulos de autoria do
próprio colecionador, constituindo assim uma coleção de preciosidades.
Posteriormente, foi desenvolvido um projeto cujo objetivo é garantir a
incorporação da coleção, como conjunto não-desmembrável, ao acervo da Biblioteca
Pedro Calmon do FCC, localizada no Campus da Praia Vermelha, integrada ao
Sistema de Bibliotecas e Informação-SiBI da UFRJ, segundo vontade expressa do
próprio professor. Trata-se de garantir a preservação de valioso acervo documental na
cidade do Rio de Janeiro e na Universidade onde ele atuou, de forma a assegurar
fontes para a pesquisa acadêmica no campo da história e da cultura, disponibilizando
via internet na Base Minerva - Sistema de Documentação da UFRJ do SiBI
(www.minerva.ufrj.br), bem como consulta local. O projeto está em fase de
desenvolvimento e recebe financiamento da Fundação Universitária José Bonifácio e o
apoio da Pró-Reitoria de Graduação, Sistema de Bibliotecas e Informação da UFRJ e
da Associação Nacional de História-RJ.
Atualmente, cerca de 60% da coleção de monografias, encontra-se
registrada com as respectivas descrições bibliográficas na Base Minerva da UFRJ.
Como forma de disseminar a coleção Afonso Carlos Marques dos Santos,
foi criado também, uma página dentro do site da Biblioteca Pedro Calmon
(www.forum.ufrj.br/biblioteca) com dados referentes à sua trajetória acadêmica,
trabalhos publicados e sua coleção particular.
Metodologia
A metodologia adotada, foi dividida em 6 fases, de acordo com o objetivo do
projeto.
�1ª. Fase
Identificação e seleção por tipo de documento.
Nesta fase, os documentos foram separados em duas categorias:
1ª. Documentos Pessoais: trabalhos publicados, fotos , diplomas , cartas,
quadros e medalhas.
2ª. Coleção Bibliográfica : livros, periódicos, separatas, folhetos, fitas de
vídeo e disquetes.
2ª. Fase
Pesquisa dos livros na Base Minerva da UFRJ (www.minerva.ufrj.br), para
verificar se as obras já foram incluídas na Base por outra biblioteca do Sistema.
Nesta fase, o livro pesquisado encontrado na Base Minerva, é incluído o exemplar da
Coleção Afonso Carlos Marques dos Santos (ACMS), com o respectivo número de
chamada referente à Biblioteca Pedro Calmon e à Coleção ACMS.
3ª. Fase
Os livros não encontrados na Base Minerva, foram pesquisados nos principais
catálogos online das bibliotecas universitárias voltadas para a área e idioma da coleção
e nas principais bibliotecas nacionais do mundo, identificando no verso da folha de
rosto da obra, as seguintes informações:
. Disponível em outra biblioteca universitária do Brasil
. Não disponível em outra biblioteca universitária do Brasil
. Disponível na Biblioteca Nacional do Brasil
. Não disponível na Biblioteca Nacional do Brasil
. Disponível somente em uma Biblioteca Nacional do exterior
. Não disponível nos acervos das Bibliotecas do exterior
�Além da base Minerva da UFRJ, as principais bibliotecas pesquisadas foram :
Fundação Biblioteca Nacional, Universidade de São Paulo, Universidade de Campinas,
Universidade de Brasília, Library of Congress,
The British Library, Bibliothèque
Nationale de France, Biblioteca Nacional de Portugal, Biblioteca Nacional de Espanha,
Biblioteca Nacional da Argentina e o Catálogo Virtual Karlsruher .
4ª. Fase
Após a pesquisa, é efetuado o processamento técnico da obra na Base Minerva
da UFRJ com a inclusão do ítem da Biblioteca Pedro Calmon e da Coleção Afonso
Carlos Marques dos Santos
5ª. Fase
Em seguida, são digitadas as etiquetas com o número de chamada do livro ,
colado o Ex-Libris e enviado para armazenamento.
6ª. Fase
Quanto ao espaço físico, a coleção ficará localizada no antigo salão de leitura da
Biblioteca Pedro Calmon, onde está armazenado o nosso acervo de obras raras. A
esse espaço foi instalada uma porta de vidro tipo blindex a fim de facilitar o controle
do uso da coleção bibliográfica e documentos pessoais do colecionador.
Com relação a preservação da coleção no ambiente de armazenamento, a
biblioteca foi contemplada pelo projeto SiBI/BNDES com
câmeras e monitor, para
controlar possíveis tentativas de furtos ou danos às obras.
Tendo em vista que o imóvel é tombado pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio
HIstórico Nacional, está sendo elaborado um projeto para a instalação de um sistema
de refrigeração
em todo o ambiente da biblioteca, complementando o projeto de
preservação do acervo das coleções depositadas na Biblioteca Pedro Calmon.
�A proposta deste trabalho, mais do que pensar os lugares de memória, baseiase no interesse em chamar a atenção para discutir a cristalização da lembrança, tendo
os acervos pessoais, especialmente a Coleção do Professor Afonso Carlos, recém
chagado à universidade, como uma fonte importante para pensar novas alternativas de
preservação da memória.
1
A definição de patrimônio, no dicionário da língua portuguesa Hauaiss, diz respeito ao “conjunto de bens naturais
ou culturais de importância reconhecida num determinado lugar, região, país ou mesmo para a humanidade, que
passa por um processo de tombamento para que seja protegido epreservado”. (Hauaiss, 2004: p. 2151)
2
As informações sobre a vida e a obra destes letrados estão disponíveis na página eletrônica da Academia Brasileira
de Letras. (www.abl.br)
�Referências
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. São Paulo: Bertrand Brasil. 2000.
CALMON, Pedro. O Palácio da Praia Vermelha. Rio de Janeiro: Gráfica da UB, 1952. p. 7.
FÁVERO, Maria de Lourdes de. A Universidade do Brasil: das origens à construção. Rio de
Janeiro: Ed. UFRJ, Comped, Inep, 2000. p. 17-25.
LE GOFF, J. (Coord.). Memória - História. Lisboa: Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 1984.
p. 11-50. (Enciclopédia Einaudi, 1).
LOBO, Francisco Bruno. UFRJ: subsídio à sua história. Rio de Janeiro: UFRJ, 1980. p. 5-9.
NORA, Pierre. Entre memória e história – a problemática dos lugares. Tradução de Yara Aun
Khoury. Projeto História; Revista do Programa de Estudos Pós-graduados em História e do
Departamento de História da PUC/SP. São Paulo, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.
SANTOS, Afonso Carlos Marques dos. Memória cidadã: História e patrimônio cultural. Anais
do Museu Histórico Nacional, n. 29, 1998, p. 37-55.
SILVA, Maurício Joppert da. As cidades universitárias: aula inaugural da Universidade do
Brasil, ano letivo de 1950. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Engenharia, 1950. 54 p.
�
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A name given to the resource
SNBU - Edição: 14 - Ano: 2006 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Acesso livre à informação científica e bibliotecas universitárias.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2006
Language
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A preservação da memória através das coleções particulares depositadas na UFRJ: o caso da coleção Afonso Carlos Marques dos Santos.
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Silva Filho, José Tavares da; Oliveira, Rosane Cristina de
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2006
Type
The nature or genre of the resource
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Description
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O trabalho trata da Biblioteca como lugar de memória e preservação das coleções pessoais que vem sendo depositadas em algumas bibliotecas da Universidade Federal do Rio de Janeiro a mais de meio século. Chama a atenção para discutir os acervos particulares como cristalização da lembrança, garantindo a preservação desses valiosos acervos documentais como fonte e forma de assegurar a pesquisa acadêmica resgatando, assim, a memória individual dos colecionadores.
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pt