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MOTIVAÇÃO DOS BIBLIOTECÁRIOS DE IES: SOB À PERSPECTIVA DE
MASLOW∗
Cicília Conceição de Maria∗∗
RESUMO
A presente pesquisa teve como finalidade identificar o posicionamento dos
bibliotecários universitários na hierarquia de Maslow. O estudo foi realizado dentro
das bibliotecas universitárias públicas e privadas nos maiores centros do Paraná:
Londrina, Maringá e Curitiba, verificando se as variáveis salário, turno de trabalho,
setor de atuação e tempo profissional interferem no posicionamento destes
profissionais na pirâmide hierárquica de Maslow. A amostra foi composta por 87
profissionais de IES (Instituição de Ensino Superior) particulares e públicas, sendo
83 profissionais do sexo feminino e 4 profissionais do sexo masculino. Para
posicionar estes profissionais na hierarquia de necessidades de Maslow foi
empregada a escala de “EHM” desenvolvida pelo Dr. Ramatis Monteiro Aguiar.
Contudo, verificamos que os bibliotecários que atuam no setor de atendimento
possuem suas necessidades básicas e de alto nível melhor preenchidas que os
bibliotecários que atuam no setor interno. Os dados levam à conclusão de que os
bibliotecários localizados na segunda faixa salarial (R$1.101,00 a R$ 2.200,00)
possuem suas necessidades humanas melhor preenchidas. Os bibliotecários de
IES (Instituição de Ensino Superior) públicas e particulares que exercem a
profissão há até 5 anos obtiveram melhores médias em todos os níveis de
necessidades humanas que bibliotecários com mais de 5 anos de exercício
profissional. Os bibliotecários que trabalham dia e noite, em dupla jornada,
registraram médias muito baixas em relação às necessidades de segurança
(3,79) e fisiológicas (3,86), ou seja, as menores médias deste estudo. Os
bibliotecários que atuam em bibliotecas de IES particulares e públicas obtiveram
médias superiores em todos os níveis de necessidades humanas de Maslow. Os
dados levam a concluir que as variáveis salário, tempo, turno e serviços
influenciam parcimoniosamente a posição dos sujeitos no nível de necessidades
humanas de Maslow.
PALAVRAS-CHAVE: Bibliotecários. Capital humano. Hierarquia de necessidades
humanas de Maslow. Maslow. Pirâmide hierárquica de necessidades.
INTRODUÇÃO
As bibliotecas estão inseridas no contexto sócio-econômico, provocando
mudanças relevantes na sociedade gerando um conhecimento intangível para
historiadores, pesquisadores e educadores, contribuindo para o desenvolvimento
�científico e tecnológico da sociedade. Carvalho1 (1981) apud Estefano (1996)
destaca que “a biblioteca universitária, por sua vez, tem importância fundamental
para a sociedade (...) pois possibilita acesso ao conhecimento existente, de modo
a permitir que novos conhecimentos possam ser gerados”.
As bibliotecas são também intituladas unidades de informação. Podemos
denominá-las organizações no sentido empresarial, visto que são compostas pela
estrutura organizacional (divisões dos setores), por recursos humanos (pessoas),
recursos materiais (mobiliário), recursos financeiros (cargo de carreira) e bens
intangíveis (pessoas, sistemas integrados de bibliotecas, informações contidas
nos diversos materiais bibliográficos). Sob o ponto de vista de Chiavenato (1995),
podemos alocá-las no ramo de atividades de empresas de prestação de serviços.
As bibliotecas fornecem serviços especializados para uma clientela específica.
Logo, para a eficácia do seu desempenho, necessitam de profissionais
capacitados para a execução desses serviços.
Essa necessidade leva-nos a questionar se investir somente em novas
tecnologias e equipamentos de última geração é suficiente para que as bibliotecas
se tornem precursoras do desenvolvimento científico e tecnológico. Parece-nos
fundamental que os bibliotecários utilizem seu conhecimento em beneficio da
biblioteca ou empresa em que atuam e que estas envolvam seus funcionários na
determinação dos objetivos, metas e, principalmente, em sua missão.
Atualmente, vivemos em um ambiente globalizante em todos os setores
sócio-econômicos; no entanto, existem, ainda, profissionais acomodados e
bibliotecas tentando sobreviver em um mundo competitivo de forma isolada, o que
leva-nos a inquirir o porquê desse isolamento; se isso acontece em virtude da
falta de auto-estima ou da frustração das necessidades básicas e superiores que
não são preenchidas, causando um sentimento da falta de status por parte dos
responsáveis pelas bibliotecas. Assim sendo, sentimos a necessidade de estudar
um dos fatores críticos para o sucesso das bibliotecas universitárias: a motivação.
1
CARVALHO, Maria Carmen Romcy de. Estabelecimento de padrões para bibliotecas universitárias.
Fortaleza: UFC; Brasília: ABDF, 1981. (Coleção Biblioteconomia,1).
�Existem muitas teorias motivacionais convergentes, que se resvalam, em
terminologias diferenciadas. A teoria que estudaremos é a de Maslow, ou seja, a
Teoria da Hierarquia das Necessidades.
A Hierarquia de Necessidades de Maslow é muito discutida em diversas
organizações. Desenvolvida em meados dos anos 40 e durante os anos 50,
continua ainda bastante atual. Em um contexto moderno e desafiador, é uma
teoria elaborada de forma simples e lógica, que pode ser entendida por pessoas
que não tenham conhecimento profundo em psicologia. A teoria de Hierarquia de
Maslow perpassa o sentido de produção, inquirindo o homem em sua totalidade,
começando com suas necessidades básicas até as necessidades mais elevadas,
ou seja, das temporais para as atemporais.
As
necessidades
temporais
são
necessidades
básicas
para
a
sobrevivência dos seres humanos, isto é: fisiológicas (fome, sede, ar e sexo);
segurança (ausência de perigo); social, ou denominada necessidade de amor
(afiliação, aceitação, fazer parte de um grupo). As necessidades atemporais são
as que perpassam o tempo de vida dos indivíduos.
São elas: necessidade de estima (aprovação, reconhecimento dos outros)
e necessidade de auto-realização (realização das potencialidades próprias do
indivíduo). Nessa fase, o indivíduo não tenta provar para ninguém que é melhor, a
não ser para si mesmo, desenvolvendo toda a sua potencialidade, isto é, dando o
melhor que pode de si para a realização de uma tarefa.
A Pirâmide Hierárquica de Maslow é compostas pelas seguintes
necessidades:
Nec.
Auto-realização
Nec. De Estima
Nec. De Social
Nec. Segurança
Nec. Fisiológica
FIGURA - PIRÂMIDE HIERÁRQUICA DE NECESSIDADES DE MASLOW
�O desafio, portanto, é analisar a teoria de Maslow no que diz respeito a
categoria profissional bibliotecária, em um contexto histórico, passou por diversas
fases; os primeiros bibliotecários foram monges, uma educação subserviente e
silenciosa. Eram pessoas cultas que possuíam a arte de organizar os materiais
bibliográficos. O segundo momento foi de indivíduos leigos, letrados, que tinham
conhecimento da arte de organizar. No Brasil, os jesuítas foram os primeiros
bibliotecários. No primeiro momento histórico, ser bibliotecário era cargo
reservado apenas ao diretor da Biblioteca Nacional (cargo de status). Hoje, o
termo bibliotecário é utilizado para denominar toda e qualquer pessoa que
trabalha em biblioteca, isto é, usado amplamente para todas
pessoas
independente da função que exercem dentro da biblioteca, portanto, para nós não
é correto pois, para ser bibliotecário é necessário um curso superior em
biblioteconomia. E, nesse âmbito, queremos verificar, com este estudo, onde se
situam os bibliotecários das bibliotecas universitárias paranaenses em relação à
Pirâmide Hierárquica de Necessidades de Maslow.
A motivação, mais que um pressuposto para alcançar qualidade e
produtividade, é imprescindível para um trabalho com significado, agregando valor
à vida, como afirma Abraham Maslow (2000, p. 46):
Todos os seres humanos preferem trabalho com significado a
trabalho sem significado. Isto é o mesmo que enfatizar a grande
necessidade humana de um sistema de valores, um sistema de
compreensão do mundo e dele tomar ciência (...) se o trabalho
não tem significado a vida perde significado.
Maslow faz uma analogia entre o trabalho e a vida, apresentando o
trabalho como componente essencial à vida do ser humano. O trabalho, invenção
do homem e para o homem, reacende o sentindo de viver, resultando em
atividades empreendedoras, extrapolando o seu próprio universo. Neste sentido,
percebemos que todas as atividades possuem um significado, que o próprio
homem lhes dá. Dentre as diversas atividades, destacamos o trabalho
desenvolvido nas bibliotecas.
A Teoria de Hierarquia das Necessidades existente a quase sete décadas,
ela ainda possui muita aplicabilidade, haja vista que o capital humano converge
�para a realização pessoal no local de trabalho. Essa interatividade entre objetivos
pessoais e objetivos das empresas se entrelaçam para uma meta, uma missão.
Em um panorama histórico, a profissão de bibliotecário é a segunda mais
antiga do planeta, mas, ainda hoje, pouco conhecida. Não queremos, aqui,
verificar os atributos que tornam uma profissão conhecida ou não. Mas podemos,
a exemplo de Maslow, perguntar: “O que as pessoas pretendem da vida? De que
necessitam para serem felizes? O que faz com que procurem certos objetivos? E
em termos mais concretos, o que é que as faz seguirem fielmente Hitler ou
Estaline?” (Hoffman, 2001). Nessa linha de raciocínio, verificam-se grandes
líderes de movimentos extremistas que ceifaram muitas vidas. O que queremos
ressaltar não são os personagens que marcaram tais movimentos e sim sua
convicção naquilo que faziam.
O sucesso, o êxito da administração depende, portanto, não somente das
habilidades técnicas das pessoas, mas dos atributos humanos e, sobretudo, das
inter-relações, da satisfação no trabalho. Ao passo em que as necessidades
humanas vão sendo satisfeitas, concomitante, ou, paulatinamente, os seres
humanos vão descobrindo seu valor.
Este estudo parece ser único no contexto biblioteconômico. Levantamentos
bibliográficos que foram realizados nas bases Library Science Abstracts (Lisa),
resultaram em um artigo de Walker do ano de 1994; pesquisas na base Dedalus e
Eric revelaram que não existem estudos relacionando profissionais bibliotecários
com a Pirâmide Hierárquica de Necessidades de Maslow. Esta pesquisa,
portanto, poderá contribuir para uma melhor compreensão da gestão de pessoas
em unidades de informação. Escolhemos os bibliotecários por acreditarmos que
estes profissionais desempenham uma função vital na sociedade.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
�O objetivo principal deste estudo é analisar em que nível, na Hierarquia de
Necessidades de Maslow, os bibliotecários de universidades privadas e públicas
do estado do Paraná se enquadram.
Objetivos específicos:
Para alcançar o objetivo geral exposto, delimitamos os seguintes objetivos
específicos:
•
verificar
se
níveis
salariais
dos
bibliotecários
de
universidades
paranaenses interferem na posição dos bibliotecários dentro da hierarquia
das Necessidades de Maslow;
•
verificar se o turno de trabalho e o tempo de serviço dos bibliotecários de
universidades parananeses interferem na posição dos bibliotecários na
hierarquia das necessidades de Maslow;
•
verificar
onde
se
posicionam
os
bibliotecários
de
universidades
paranaenses que desempenham funções administrativas, atendimento ao
público, interno, os que atuam concomitantemente no setor
interno -
atendimento dentro da hierarquia de Maslow;
•
verificar onde os bibliotecários de bibliotecas de IES - Instituição do Ensino
Superior (públicas e particulares) do estado do Paraná se posicionam na
Hierarquia de Necessidades de Maslow para realizar uma comparação
entre os participantes;
•
verificar onde os bibliotecários participantes desta pesquisa se posicionam
na Hierarquia de Necessidades de Maslow.
MÉTODO
Este estudo é de natureza exploratória qualitativa e quantitativa. Foi
realizada uma pesquisa bibliográfica retrospectiva de 1966 a 2003. Os recursos
bibliográficos foram catálogos de bibliotecas e as bases de dados na área de
Ciências Humanas: Encolit, Lisa, Eric, LLBA, MLA, Philosopher`s Index,
Sociological Abstracts, Web of Science .
�Para a mensuração dos dados quantitativos e análise qualitativa, foi
aplicado um questionário envolvendo bibliotecários de universidades públicas e
particulares do Estado do Paraná.
PARTICIPANTES
Um dos parâmetros para realização da pesquisa foi escolher
participantes devidamente
os
inscritos no CRB9 do Estado do Paraná, isto é,
profissionais que estivessem exercendo o cargo de bibliotecário. Pesquisa
realizada via telefone ao Conselho Regional de Biblioteconomia da Região 9,
levantamos que nas bibliotecas universitárias existem aproximadamente 150
profissionais, exercendo o cargo de Bibliotecário. A amostra foi composta de
oitenta e sete (87) bibliotecários, ou seja, 58% dos bibliotecários atuantes em
bibliotecas universitárias. Os participantes desta pesquisa procede de bibliotecas
localizadas nas regiões norte, noroeste e leste do estado, onde se localizam as
cidades de Curitiba, Londrina e Maringá.
INSTRUMENTO DE PESQUISA
O instrumento utilizado para coletar os dados foi um questionário composto
de duas partes: a primeira teve como objetivo coletar informações que
identificassem os indivíduos pesquisados, isto é, coletar informações sobre sexo,
idade, formação de origem, estado civil, renda e moradia dos sujeitos. A segunda
parte foi a Escala de Hierarquia de Maslow (EHM).
Esse instrumento foi desenvolvido a partir da escala de Lester, possuindo
50 itens. Dez itens foram constituídos para medir cada uma das cinco
necessidades - fisiológicas, segurança, social, auto-estima, auto-realização.
PROFISSIONAIS DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (IES)
Conforme a informação obtida por telefone do Conselho Regional de
Biblioteconomia do Estado do Paraná, existem 150 bibliotecários trabalhando nas
�faculdades e universidades do estado.O número de participantes desta pesquisa
foi de 87
RESULTADOS
Constatamos que os bibliotecários não são profissionais frustrados, mas
sim profissionais que se escondem do público, haja vista a grande quantidade de
profissionais que atuam no setor interno.
Esse fato revela uma grande preocupação dos bibliotecários com as
tarefas conhecidas como tradicionais, refletindo, para a sociedade, sua
inexistência. Isso só não se repete no meio acadêmico. Neste sentido,
ressaltamos os dados do Ministério da Educação relativos ao número de
bibliotecários que saíram para o mercado de trabalho nos últimos dez anos,
apenas 7.233 alunos, de 1992 a 2001.
Isto significa que chega a 2% (24.304) dos que se formaram em
Administração de Cooperativas só no ano de 1992, e 28,7% (25.204) dos
formados em Pedagogia no ano de 1992; ou seja, significa que o número de
bibliotecários é muito pequeno comparado aos demais profissionais que saem
para o mercado de trabalho,
sem contar que esses profissionais raramente
aparecem em novelas e filmes. Logo, percebemos que a sociedade, como um
todo, os despreza ou não os conhece. Jung (1980) afirmou que “o inconsciente
coletivo é um reservatório de imagens latentes”. Desse modo, a imagem de que o
bibliotecário não existe está registrada em nosso psique, não vemos estes
profissionais em desenhos animados, tampouco em filmes e revistas. Os meios
de comunicação de massa apresentam imagens de várias profissões, tais como
músicos, médicos, advogados etc. E o bibliotecário, a sociedade conhece? O
próprio bibliotecário conhece a sua identidade profissional?
Em nosso estudo, verificamos que os bibliotecários que ganham até
R$1.100,00 invertem a ordem da pirâmide hierárquica de Maslow, ficando, então,
por ordem de maior carência: necessidade de segurança, necessidade fisiológica,
necessidade social, necessidade de estima e necessidade de auto-realização. Os
bibliotecários das IES (Instituição Ensino Superior) que ganham até R$2.200,00
�não inverteram a seqüência de necessidades da pirâmide hierárquica de Maslow,
permanecendo em ordem: fisiológica, necessidade de segurança, necessidade
social, necessidade de estima, necessidade de auto-realização. Por outro lado, os
que ganham salários até R$5.500,00, como os profissionais da primeira faixa
salarial, também inverteram a seqüência da pirâmide hierárquica de Maslow, ou
seja, ficando da seguinte forma a ordem de necessidades: necessidade
fisiológica, necessidade de segurança, necessidade social, necessidade de autorealização e necessidade de estima. Parece-nos, contudo, que o salário influencia
levemente quanto às prioridades das necessidades. Quanto menos o indivíduo
ganha, mais satisfeitas estão as necessidades fisiológicas; quanto maior a renda,
menos satisfeitas estão as necessidades fisiológicas.
O tempo de serviço foi um dos fatores motivacionais analisados em nossa
pesquisa. Vimos que somente os profissionais que atuam até 5 anos nas IES
invertem a seqüência de prioridade da pirâmide hierárquica de Maslow, ficando da
seguinte forma: necessidade de segurança, necessidade fisiológica, necessidade
social, necessidade de auto-realização e necessidade de estima. Neste item,
notamos que os 55 (63,22%) sujeitos pesquisados que atuam há mais de 5 anos
registraram médias inferiores para todos os níveis de Necessidades Humanas de
Maslow se comparados aos 32 (36,78%) sujeitos que atuam no período inferior a
5 anos.
O turno de trabalho corresponde aos períodos dia, dia e noite e noite. Os
bibliotecários que trabalham nos períodos dia e noite e os que trabalham somente
à noite inverteram a seqüência de prioridade da Pirâmide Hierárquica de Maslow.
Os que trabalham dia e noite registraram a seguinte seqüência de prioridade:
necessidade
de
segurança,
necessidade
fisiológica,
necessidade
social,
necessidade de estima e necessidade de auto-realização. A prioridade dos que
trabalham à noite foi: necessidade de segurança, necessidade fisiológica,
necessidade social, necessidade de estima e necessidade de auto-realização.
Quanto ao fator extrínseco turno, percebemos que a inversão foi somente
dentro de necessidades básicas (fisiológica e segurança) para os profissionais
que trabalham dia e noite e noite. As necessidades de níveis superiores não
tiveram inversão de seqüência.
�Os profissionais que trabalham de dia e noite obtiveram as menores
médias de todo o estudo dentro das necessidades básicas. Embora somente três
profissionais trabalhem à noite, as melhores médias foram para necessidades de
nível superior auto-realização (22,00) e necessidade de estima (20,33).
Os profissionais que atuam concomitantemente no setor interno e setor de
atendimento inverteram a ordem de prioridade da Pirâmide Hierárquica de
Maslow, ficando da seguinte forma: necessidade de segurança, necessidade
fisiológica, necessidade social, necessidade de estima e necessidade de autorealização. Os que atuam nos setores administrativo, interno e de atendimento
não inverteram a seqüência da pirâmide. Verificamos que os profissionais que
trabalham na administração e no atendimento obtiveram médias melhores que os
profissionais que trabalham com atividades não reveladas, como catalogação,
aquisição e indexação. Parece-nos que o meio ambiente em que o indivíduo atua
influencia seu estado motivacional. O setor interno revela um serviço amouco, de
pouco reconhecimento externo, cujo apreço é dado pelo próprio bibliotecário, e
enquanto que, para o usuário, o mais importante é encontrar a informação e nada
mais. Não queremos dizer que a classificação e a catalogação não são tarefas
inerentes à Biblioteconomia. Queremos dizer apenas que o produto não pode ficar
escondido no estoque. Para vendê-los, é necessário divulgação e exposição.
Verificamos que os bibliotecários de IES particulares possuem melhores
médias em todos os níveis de necessidades humanas de Maslow, comparados
aos bibliotecários de IES públicas. Antes dos resultados da pesquisa,
acreditávamos que, dentro das bibliotecas públicas, os profissionais estavam
altamente motivados, em virtude dos salários, do plano de carreira e da
estabilidade de emprego. Para nossa surpresa, constatamos que nas empresas
particulares, em que a oferta salarial não é tão rentável, quase não possui um
plano de carreira profissional e não existe estabilidade de emprego. Estes
profissionais registraram que suas necessidades humanas estão melhor
preenchidas que a dos profissionais que atuam em bibliotecas públicas.
Em nosso estudo, percebemos que os níveis salariais, tempo de exercício
profissional, turno e setores influenciam o posicionamento dos bibliotecários
dentro da Pirâmide Hierárquica de Maslow.
�Ao visitarmos as bibliotecas para aplicarmos os questionários, notamos que
a pouca preocupação com auto-imagem ainda está presente em nossas
bibliotecas. Poucos dos entrevistados sabem o que está acontecendo no mundo a
seu redor. A forma de vestir-se dos profissionais é bastante simples nas
instituições públicas, quase não existem diferenças entre as vestimentas do
porteiro e do bibliotecário, situação oposta aos funcionários das bibliotecas
particulares.
Por outro lado, relacionando com os pensadores Jung e Maslow,
transportamos para o passado e percebemos o quanto as bibliotecas e seu capital
humano eram concebidos de maneira insignificante; as bibliotecas eram locais de
pouca luz e ventilação, o capital humano era constituídos por pessoas quase que
sem conhecimento, pois o que importava era organizar a imensidão de materiais
que provinha de várias repúblicas. É lógico, não podemos nos esquecer de que a
Biblioteconomia no Brasil, antes de Dewey, tinha a importância direcionada mais
para o erudito do que para o pragmatismo.
Mas, para nós, o passado deprimente é uma simples lembrança, não existe
vitória sem o fracasso. Quando nascemos, as lágrimas vêm antes de
aprendermos a sorrir. E se hoje no Brasil a Biblioteconomia é uma profissão de
nível superior, foi graças ao empenho de grandes personalidades da época, ao
trabalho árduo desenvolvido com amor, visando a uma metanecessidade que era
a aprovação da lei 4.084/62, a crença impregnada da auto-eficácia dos
bibliotecários paulistas e dos bibliotecários cariocas.
Dentre essas personalidades, destacamos Laura Russo, que acreditou no
valor de sua profissão. Para nós, os fracassos do passado nos ensinam a
conhecer nossa identidade profissional e, através dos erros, podemos aprender a
não
cometê-los
mais.
No
passado,
os
bibliotecários
brigavam
com
documentalistas em relação a coisas mínimas e secundárias. Hoje, a realidade de
confronto é a ciência da informação, constituída por um grupo heterogêneo de
todas as áreas.
A necessidade de auto-realização, atualmente, é a competência para
atendermos às demandas sociais vigentes. Desdogmatizar a idéia de que o
bibliotecário ou profissional da informação é detentor do conhecimento ou da
�forma correta de utilizar esse conhecimento é um bom começo, a nosso ver. O
conhecimento está em todos os lugares. Se tentarmos sermos corretores do
poder do conhecimento hoje, morreremos no mercado do trabalho.
Para aprendermos, precisamos não saber. Essa postura nos ajuda a nos
sintonizarmos com os outros profissionais, a valorizar o nosso potencial e o
potencial do outro. Isto não significa nos transformarmos em ‘usurpadores’, mas
sim
procurarmos
adquirir
uma
visão
global
das
tarefas
desenvolvidas
cotidianamente, sob pontos de vista teóricos da informação e da comunicação,
procurando conceber esses pontos sempre sob um prisma tecnológico, político,
social e cultural do país e do mundo.
Muitas bibliotecas universitárias existem não porque a biblioteca é algo vital
para as universidades, mas sim para a aprovação dos cursos superiores. A
Hierarquia de Necessidades Humanas de Abraham Maslow ajuda-nos a entender
que a base estrutural de uma profissão está em procurar desenvolver
paulatinamente as necessidades básicas visando às metanecessidades, ou seja,
à necessidade de auto-realização.
Os
espaços
abertos
deixados
nesta
pesquisa
propiciarão
novas
investigações. Sugerimos então:
•
Comparação
do
profissional
profissionais
cientistas
da
bibliotecário
Informação,
com
na
os
demais
Hierarquia
de
Necessidades Humanas de Maslow;
•
Motivação como subsídio científico e tecnológico;
•
identidade profissional do bibliotecário;
•
auto-imagem do bibliotecário;
•
Necessidades fisiológicas da profissão da Biblioteconomia;
•
Necessidade de segurança da profissão da Biblioteconomia;
•
Necessidade social da profissão da Biblioteconomia;
•
Necessidade de estima da profissão da Biblioteconomia;
•
Necessidade de auto-realização da profissão da Biblioteconomia;
•
Inventário do termo motivação em uma visão cronológica;
•
Investigação das principais teorias motivacionais aplicadas às
bibliotecas e centros de documentação;
�•
Relação da auto-estima e educação continuada em uma perspectiva
de Maslow.
Concluímos que nossa pesquisa teve algumas limitações, falta de
referencial teórico sobre recursos humanos aplicados à Biblioteconomia,
motivação, identidade profissional ou até mesmo algo sobre estatística aplicada à
Biblioteconomia. Além dessas limitações, o próprio instrumento, que foi adaptado
para estudantes brasileiros. Reconhecemos a falta de um instrumento validado
para profissionais sob uma perspectiva de Maslow.
UNIVERSITY SCIENCE INFORMATION
PERSPECTIVE A OF MASLOW.
(
LIBRARIES)
:
UNDER
THE
ABSTRACT
The present research had as its purpose identify the position of the university
librarians into Maslow`s hierarchy. The study was carried through inside the public
and private university libraries in the largest centers of Paraná: Londrina, Maringá
and Curitiba, verifying if the variables wage, turn of work, sector of performance
and professional time interfere with the positioning of these professionals in the
hierarchic pyramid of Maslow. The sample was composed by 87 professionals of
private and public STI (Superior Teaching Institutions), being 83 female
professionals and 4 males. To locate these professionals Maslow`s hierarchy it
was used the EHM scale developed by Dr. Ramatis Monteiro Aguiar. However,
we verified that the librarians who act in the attendance sector possess its basic
and high level needs better fulfilled than the librarians who act in the internal
sector. The data lead to conclude that librarians located into second wage band
(R$ 1,101.00 to R$ 2,200.00), possess its human necessities better filled.
Librarians of public and private STI that exert the profession up to 5 years full
attained better averages in all the levels of human necessities than librarians with
more than 5 years of professional exercise. We notice that the librarians who work
day and night in double shift registered very low averages in relation to the
necessities of security (3,79) and physiological (3,86), being the lowest averages
of this study. The librarians who work in libraries of private STI reached superior
averages in all the levels of human necessities of Maslow. However, it seems that
the variables wage, time, turn, services, lightly influence the positioning of the
subjects in the level of human necessities of Maslow.
KEY-WORDS: librarians. Human capital. Maslow`s hierarchy of human needs.
Maslow. Hhierarchic pyramid of human needs.
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∗
Dissertação de Mestrada defendida em 23/06/2003. Orientador: prof. Silas Marques de Oliveira
Ms Ciência da Informação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Bibliotecária da
Universidade Estadual de Maringá (PR). Av. Colombo,5790 – Campus Universitário/ CEP 87020-900
ccmaria@pur.com.br ; ccmaria@uem.br.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 13 - Ano: 2004 (UFRN - Natal/RN)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: (Re) Dimensão de bibliotecas universitárias: da gestão estratégica à inclusão social.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRN
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2004
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Natal (Rio Grande do Norte)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Motivação dos bibliotecários de IES: sob à perspectiva de Maslow.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Maria, Cicília Conceição de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Natal (Rio Grande do Norte)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRN
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2004
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A presente pesquisa teve como finalidade identificar o posicionamento dos bibliotecários universitários na hierarquia de Maslow. O estudo foi realizado dentro das bibliotecas universitárias públicas e privadas nos maiores centros do Paraná: Londrina, Maringá e Curitiba, verificando se as variáveis salário, turno de trabalho, setor de atuação e tempo profissional interferem no posicionamento destes profissionais na pirâmide hierárquica de Maslow. A amostra foi composta por 87 profissionais de IES (Instituição de Ensino Superior) particulares e públicas, sendo 83 profissionais do sexo feminino e 4 profissionais do sexo masculino. Para posicionar estes profissionais na hierarquia de necessidades de Maslow foi empregada a escala de “EHM” desenvolvida pelo Dr. Ramatis Monteiro Aguiar. Contudo, verificamos que os bibliotecários que atuam no setor de atendimento possuem suas necessidades básicas e de alto nível melhor preenchidas que os bibliotecários que atuam no setor interno. Os dados levam à conclusão de que os bibliotecários localizados na segunda faixa salarial (R$1.101,00 a R$ 2.200,00) possuem suas necessidades humanas melhor preenchidas. Os bibliotecários de IES (Instituição de Ensino Superior) públicas e particulares que exercem a profissão há até 5 anos obtiveram melhores médias em todos os níveis de necessidades humanas que bibliotecários com mais de 5 anos de exercício profissional. Os bibliotecários que trabalham dia e noite, em dupla jornada, registraram médias muito baixas em relação às necessidades de segurança (3,79) e fisiológicas (3,86), ou seja, as menores médias deste estudo. Os bibliotecários que atuam em bibliotecas de IES particulares e públicas obtiveram médias superiores em todos os níveis de necessidades humanas de Maslow. Os dados levam a concluir que as variáveis salário, tempo, turno e serviços influenciam parcimoniosamente a posição dos sujeitos no nível de necessidades humanas de Maslow.
Language
A language of the resource
pt