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TEORIA ATOR-REDE SOB A LUZ DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO:
ANÁLISE DA PÁGINA WEB DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA
UFPB
Edna Gomes Pinheiro (UFPB) - ednagomespi@yahoo.com.br
Marynice Medeiros Matos Autran (UFPB) - marynice.autran@gmail.com
Rosilene Agapito da Sliva Llarena (UFPB) - lenellarena@gmail.com
Gabriella Domingos de Oliveira (UFPB) - gabryellaholiveirah@gmail.com
Eliane Bezerra Paiva (UFPB) - paivaeb@gmail.com
Resumo:
Este artigo reflete a Teoria Ator-Rede (TAR) e a gestão da informação (GI) em inter-relações
sobrepostas no âmbito da Ciência da Informação. Apresenta contribuições teóricometodológicas e conceituais no âmbito da página web da Biblioteca Central da Universidade
Federal da Paraíba (SISTEMOTECA). A pesquisa tem como objetivos: a) tecer considerações
sobre a GI e TAR interligando-as entre si; b) levantar ações de GI voltadas para a questão das
redes, baseadas em autores de referência; c) relacionar ações de GI estabelecidas na página
web da biblioteca central da UFPB; d) relacionar as ações de GI na citada página e de que
forma elas podem interconectar-se com a TAR efetivando a missão, visão e objetivos do
SISTEMOTECA da UFPB em sua página web; e) construir um desenho organizacional das
citadas ações. Caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva.
Utiliza a análise de conteúdo como procedimento de análise dos dados. Os resultados da
pesquisa apontam que a TAR pode se configurar como uma teoria da agência, uma teoria do
conhecimento e uma das teorias das máquinas, unindo num mesmo propósito humanos e
não-humanos; explora o caráter da organização como efeito ou consequência de uma interação
e os efeitos sociais que envolvem estrutura da própria organização, denunciando, assim, o
ponto de ligação entre a TAR e a GI.
Palavras-chave: Teoria Ator-Rede. Gestão da Informação.
Universitárias. Ciência da Informação
Páginas
web.
Bibliotecas
Área temática: Eixo 2 - Responsabilidade Política, Técnica e Social
Subárea temática: Arquitetura da informação (usabilidade, ergonomia, entre outros)
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XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
1 Introdução
Neste estudo procuramos refletir sobre as possíveis contribuições que a Gestão da
informação (GI) voltada para a Teoria Ator-Rede (TAR) pode oferecer para as bibliotecas
universitárias. Embora complexa, a relação entre a TAR e a GI, pode ser estabelecida de
maneira que os entrelaçados teórico-conceituais e metodológicos emerjam diante das
reflexões que contribuem com seu corpus e que se fazem entrelaçados nas redes dos conceitos
(ARAÚJO, 2014). A gestão em si é a grande responsável pela sua efetividade e, junto a TAR,
pode permitir a disseminação do conhecimento científico de modo que os atores que
compõem a biblioteca universitária (bibliotecários, usuários e tecnologias) se entrelacem para
alcançar seus objetivos.
O fio condutor deste artigo é constituído pelas reflexões estabelecidas em um grupo de
pesquisa por meio das discussões sobre a gestão da informação frente à utilização de
tecnologias, especificamente a página web do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal
da Paraíba (SISTEMOTECA). Se agregada à TAR, como aquela que entende que humanos e
não-humanos, ou seja, homem e máquina se entrelaçam de maneira em que máquina e vida se
confundem nessa relação (a exemplo dos ciborgues), para compor uma característica
contemporânea que estabelece novas relações sociais na busca pela informação e pelo
conhecimento (LATOUR, 2012), a GI pode adquirir novo significado quando percebe e
estuda a informação em recursos tecnológicos surgidos junto à evolução histórica da
humanidade.
Este fio condutor busca novos horizontes de pesquisa e delineia sua pertinência nos
estudos relacionados às dinâmicas e artefatos informacionais no interior da Ciência da
Informação, onde a GI e a TAR ocupam seu lugar no contexto epistemológico, com
possibilidades multi ou até mesmo interdisciplinares.
Nesse contexto, este estudo preza-se por uma problemática central: De que maneira a
GI, relacionada à TAR, pode ser percebida no estudo da página web do
SISTEMOTECA?
Para responder à essa problemática, determinamos como objetivos desta investigação:
a) tecer considerações sobre a GI e TAR interligando-as entre si; b) levantar ações de GI
voltadas para a questão das redes, baseadas em autores de referência; c) relacionar ações de
GI estabelecidas na página web da UFPB; d) relacionar quais as ações de GI na citada página
e de que forma elas podem interconectar-se com a TAR efetivando a missão, visão e objetivos
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BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
do sistema de biblioteca da UFPB em sua página web; e) construir
um desenho
organizacional das citadas ações.
2 A TAR no âmbito da GI
Também conhecida como ‘sociologia da tradução’, a TAR caracteriza-se por um corpo
teórico e empírico que trata das relações sociais, incluindo o poder e a organização, como
efeitos de rede. Trata-se de uma abordagem das ciências sociais cuja essência está em
descrever e explicar estruturas sociais, organizacionais, científicas e tecnológicas, processos e
eventos, dos quais, independentemente de seus componentes (humanos e não-humanos)
formam uma rede de relações heterogêneas que podem ser mapeadas e descritas,
simultaneamente, entre coisas e conceitos (materiais e semióticas), numa mesma linguagem,
analisados nas mesmas condições, estabelecendo uma única rede em busca de objetivos
pertinentes às suas necessidades.
Para Latour (1994) a TAR se faz presente no entendimento do ‘eu’ social, do
sujeito/indivíduo, ou o ator que compõe as redes estabelecidas socialmente, passando
continuamente do local ao global, do humano ao não-humano, estabelecendo os nós da rede
de práticas e de instrumentos, de documentos e traduções de linguagens adaptadas aos
sistemas de uma organização ou instituição, para refletir a questão do sujeito/indivíduo e seu
papel social. É na subjetividade humana, envolta pelas transformações culturais, que as
interconexões são refletidas e o estabelecimento de novas relações e novas aprendizagens se
configuram pela busca da informação e do conhecimento por meio de técnicas que evoluem
com a história da humanidade.
A TAR utiliza-se de dois princípios: o da simetria generalizada e o da imparcialidade.
O primeiro, visa justificar que a natureza e a sociedade devem ser descritas da mesma
maneira, com os mesmos termos. Este princípio propõe manter sob o mesmo arcabouço de
análise elementos humanos e não-humanos, natureza e cultura, crença ingênua e ciência,
aquele que estuda e aquele que é estudado, teoria e prática, coisa e representação,
interioridade e exterioridade, ciências da natureza e ciências humanas, entre outras, evitando
falsas dicotomias e visões compartimentalizadas da realidade (DOSSE, 2003). O segundo,
visa explicar o sucesso e o insucesso, assim como o verdadeiro e o falso na mesma
proporcionalidade. A utilização desses dois princípios permearão os resultados dessa pesquisa
junto às ações de GI na análise que nos propomos.
Na Ciência da Informação (CI), a TAR busca entender os fenômenos da realidade na
perspectiva das redes, cujas interações humanas e não-humanas também estabelecem
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BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
processos de traduções e interpretações. O fato da CI ter nascido no período moderno, em
meio ao crescimento exponencial de informação científica e técnica, possibilita refletir com
maior propriedade como ela e as ciências sociais estabelecem uma nova relação para a
questão do conhecimento: o envolvimento entre o sujeito e o objeto, de forma que o objeto
torna-se uma extensão do sujeito e vice-versa, viabilizando a relação entre a TAR e a CI
(ARAÚJO, 2014).
A GI assume o conceito de estudo dos processos informacionais, do modo como a
informação pode ser organizada, armazenada, recuperada e utilizada para a tomada de
decisões e para a construção do conhecimento (DUARTE, 2011). Caracteriza-se por um
conjunto de estratégias que visa identificar as necessidades informacionais, mapear os fluxos
formais de informação nos diferentes ambientes da organização, assim como sua coleta,
filtragem, análise, organização, armazenagem e disseminação, objetivando apoiar o
desenvolvimento das atividades cotidianas e a tomada de decisão no ambiente corporativo
(VALENTIM, 2004).
3 A GI no âmbito das Bibliotecas Universitárias
A Sociedade do Conhecimento modificou as formas de produção de bens e serviços. O
trabalho intelectual e as competências das pessoas são; o capital humano torna-se essencial,
pois o ser humano é o único elemento capaz de assimilar informação, desenvolver-se e
compartilhar ideias e experiências. As organizações foram impelidas a investir no capital
humano, ao reconhecerem que o conhecimento é um recurso vital para a sua sobrevivência.
Nessa nova configuração, as bibliotecas universitárias "são consideradas estratégicas,
pois contribuem para aumentar a capacidade das nações de gerar conhecimento e convertê-lo
em vantagens competitivas, o que representa riqueza e crescimento" (DIB; SILVA, 2006,
p.21), podendo, assim, serem consideradas um dos pilares da vida acadêmica, uma vez que
têm a função de apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão da universidade
fornecendo recursos informacionais seletivos, diversificados e organizados (SILVEIRA,
2009). Desempenham papel preponderante no desenvolvimento da sociedade, ao atuarem
como mediadoras no processo de geração e produção do conhecimento acadêmica (PAIVA,
2002). Ademais, representam um fenômeno social e são caracterizadas como organismos
dentro de um organismo maior, tornando-se, ao mesmo tempo, beneficiárias e vítimas da
infraestrutura das instituições em que estão inseridas (MIRANDA, 1980).
O modelo usual das bibliotecas universitárias é o de "não possuir estratégias próprias e
agir em função das demandas, muitas vezes desorganizadas, provenientes de diversos grupos
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BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
existentes dentro da universidade" (HEEMAN; COSTA; MATIAS, 2000 apud DIB; SILVA,
2006, p.21), mas, sim, fortalecer sua imagem, renovando-se, adotando práticas gerenciais
modernas e monitorando o ambiente em que está inserida (DIB; SILVA, 2006).
Aliar às práticas cotidianas da biblioteca universitária a gestão da informação, que é
um processo que se configura como "um conjunto estruturado de atividades que incluem o
modo como as empresas identificam as necessidades informacionais, obtém, distribuem e
usam a informação” (DAVENPORT, 2002, p.50).
Uma robusta proposição desta pesquisa é que a GI torna-se parte integrante da TAR,
no que concerne às suas ações de gestão estratégica e gestão de tecnologia da informação
(TI). Sobre a gestão estratégica, as ações explicitadas por Amorim e Tomaél (2011)
estabelecem: o desenvolvimento de projetos de responsabilidade social referente aos serviços
oferecidos à comunidade acadêmica e a toda a sociedade; a gestão de relacionamentos com o
público; a avaliação da utilização dos serviços oferecidos etc. Quanto à gestão de TI, a GI se
efetiva quando: estabelece portais corporativos com tecnologia livre; gestão eletrônica de
documentos, disponibilização dos conteúdos na Internet; sistemas de busca e acessibilidade e
compartilhamento e uso das informações.
Essa reflexão pressupõe que a TAR estabelece conexão com GI à medida que as redes
estabelecidas são responsáveis por construírem conhecimentos que devem ser utilizados de
maneira apropriada. Para tanto, o contexto onde ela se dá, neste caso, o ambiente web, precisa
ser gerenciado na medida em que fluxos, circulações, alianças, tensões, movimentos, são
constituídos através de seres animados e inanimados, conectados e agenciados, se
materializando na informação.
Para Ramalho (2006), uma página da web é utilizada pelas organizações para
comunicar, ligar, trocar, intercambiar ideias, pensamentos, conhecimentos, informações ou
teorias de maneira atraente aos usuários. Nas organizações públicas, torna-se grande aliada à
gerências de recursos de informação (GRI), caracterizando-se como parte integrante no
processo de efetividade dos seus objetivos.
3.1 Arquitetura da informação e usabilidade
Segundo Agner (2012), a arquitetura da informação se propõe a identificar as
necessidades de informação dos usuários e representar essas necessidades durante a
elaboração do design e desenvolvimento do projeto. Isto significa a organização da
informação de um website em rótulos, agrupamentos, hierarquia, menus de navegação, ou
seja, a estrutura do conteúdo do website, o sistema de busca e navegação etc.
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XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
A usabilidade, por sua vez, corresponde à capacidade de um produto ser “[...] usado
por usuários específicos para alcançar objetivos específicos com eficácia, eficiência e
satisfação em um contexto específico de uso” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2002, p.3). A norma ISO 9241 refere-se à usabilidade e foi publicada pela
International Organization for Standardization (ISO) em 1998. Conforme a referida norma,
são características de qualidade de software: funcionalidade, confiabilidade, eficiência,
portabilidade e possibilidade de manutenção (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2002).
É no cenário da arquitetura da informação e usabilidade, aliadas a GI e à TAR que
pretendemos analisar o website do SISTEMOTECA da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB).
A UFPB lançou sua primeira Home Page no ano de 1996. Inicialmente, conhecida
como site da UFPB, exibia apenas informações institucionais, porém sem nenhuma menção
ao Sistema de Bibliotecas (SISTEMOTECA). Em 2000, o website da UFPB, passou a exibir
novo formato, dispondo novos links, entre eles, o da biblioteca central. Os usuários eram
conduzidos a um Localizador Padrão de Recursos (URL)1 que exibia informações sobre o
SISTEMOTECA, contudo não permitia nenhuma interação com o usuário. No ano de 2002,
foi adicionado um link ao Portal de Periódicos da CAPES. Em 2003, com novos layout e
links, os usuários passaram a ter acesso ao acervo do SISTEMOTECA.
Em 2005 a página foi substituída, passando a ter nova URL2 e no mesmo ano ocorreu
nova mudança para a URL3, a qual se mantém até os dias atuais. A página disponibiliza
acesso às coleções de livros, dissertações, teses, periódicos, multimeios, portais de periódicos
digitais e bases de dados de e-books. De acordo com as informações colhidas no próprio site,
a inscrição nas Bibliotecas do Sistema deve ser feita diretamente pelo Sistema Integrado de
Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA)4 da UFPB.
3 Materiais e métodos
A pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, exploratória e descritiva. Para a análise
da página web da biblioteca central da UFPB utilizamos os critérios da usabilidade na
perspectiva da GI e da TAR.
1
http://www.sistemoteca.ufpb.br,
http://www.iblioteca.ufpb.br/
3
http://www.biblioteca.ufpb.br/
4
https://sistemas.ufpb.br/sigaa/verTelaLogin.do
2
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XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
Para responder à questão da investigação e cumprir com os objetivos propostos,
adotamos a análise de conteúdo de Bardin (2004) como procedimento de análise dos dados.
Ao analisarmos a referida página, por meio de observação direta, procuramos
concentrar as percepções em três categorias:
CATEGORIA 1 – Ações de GI baseadas em autores de referência.
A escolha de tais autores, cujas ações são descritas no Quadro 1, justifica-se em razão de
serem os mais citados na literatura sobre GI.
Quadro 1: Ações de GI propostas pelos autores de referência.
Modelo proposto por Choo (2003)
etapas:
Identificação
informação
das
necessidades
de
Aquisição de informação
Organização e armazenamento
informação
da
Desenvolvimento
de
informacionais e serviços
Distribuição da informação
Uso da informação
produtos
Modelo proposto por
Davenport (2002) etapas:
Modelo proposto por McGee e Prusak (1994)
etapas:
Determinação de exigências de
informação
Identificação de necessidades e requisitos de
informação
Obtenção de informação
Distribuição da informação
Aquisição e coleta de informação
Classificação, armazenamento,
apresentação da informação
tratamento
e
Utilização da informação
Desenvolvimento de produtos e serviços
informação
Distribuição e disseminação da informação
Análise e uso da informação
de
Fonte: Baseado em Souza; Duarte, 2011.
CATEGORIA 2 – Descrição das ações de GC baseadas na estrutura da página. Para
tanto elencamos duas subcategorias:
a) Arquitetura da informação, distribuição das informações disponíveis e
facilidade de uso e originalidade – Trata-se da distribuição e organização das
informações da maneira como são consideradas pela organização, de modo a
garantir a eficácia de seu gerenciamento. Além disso, trata, ainda, do
estabelecimento de dispositivos que objetivam motivar o usuário a buscar as
informações necessárias, superando as barreiras de acesso ou a busca de outras
páginas para conseguir as informações necessárias.
b) Interatividade e redes de comunicação – Trata-se dos links estabelecidos
com outras redes de contatos que possibilitam informações adicionais além
daquelas oferecidas pelas organizações em foco.
CATEGORIA 3 – Ações de GI interconectadas com os objetivos da TAR. Para
alcançar essa categoria elencamos as atividades de GI que estabelecem relações de
essencialidade
com
as
tecnologias
da
informação
e
comunicação
nomeadamente: o computador, a Internet e as redes colaborativas.
(TIC),
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BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
4 Resultados finais
Na análise da referida página pudemos perceber resultados que se coadunam com as
atividades sugeridas pelos autores de referência:
CATEGORIA 1:
Quadro 2: Ações de GI comuns entre os autores de referência
Modelo proposto por
Choo (2003)
Modelo proposto por
Davenport (2002)
Identificação das
necessidades de
informação
Determinação de
exigências de
informação
Aquisição de
informação e uso da
informação
Obtenção de
informação
Organização e
armazenamento da
informação
______
Desenvolvimento de
produtos
informacionais e
serviços
Distribuição da
informação
_____
______
Distribuição da
informação
Utilização da
informação
Modelo proposto por
McGee; Prusak
(1994)
Identificação de
necessidades e
requisitos de
informação
Aquisição e coleta de
informação
Classificação,
armazenamento,
tratamento e
apresentação da
informação
Desenvolvimento de
produtos e serviços de
informação
Distribuição e
disseminação da
informação
Análise e uso da
informação
Ações de GI percebidas na análise do site estudado
Ícone de busca; disponibilidade de números de
telefones, agenda e contatos; disponibilidade de
acesso à canais de conteúdo, canais de atendimento,
acesso à informação, serviços, participação e
legislação pertinentes; links com as redes sociais
(facebook, twitter, youtube); serviços de informações.
Ações de conexão com as bibliotecas setoriais, com
as instituições de fomento e com os professores de
departamentos da UFPB por meio de solicitação de
serviços e aquisição de informações.
Criação e alimentação de bases de dados da
instituição; editor de serviços.
A ênfase do site está nos seguintes serviços
informacionais: doação de livros, elaboração de ficha
catalográfica, empréstimo de materiais, portais de
pesquisa e bases de dados, visitas dirigidas, seção de
periódicos, orientação à utilização das NBRs, BDTD
– orientações para publicação, agendamento do
auditório.
Site oficial da biblioteca central, canais através das
redes sociais na internet.
No site, não há informações sobre a utilização e
análise da informação, como processo avaliativo, nem
no que refere aos usuários, como aos funcionários da
biblioteca e também pelo próprio sistema. A
inferência fica por conta dos clicks e acesso ao site.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.
CATEGORIA 2:
c) Arquitetura da informação, distribuição das informações disponíveis, facilidade de
uso e originalidade - Os ícones informativos do site são organizados de maneira simples.
As informações estão bem distribuídas e de fácil acesso. Os dispositivos apresentam
poucas cores, ícones e movimentos. Torna-se necessário despertar no usuário a motivação
pela busca das informações, superando as barreiras de acesso ou a procura de outras
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páginas para conseguir as informações. Consideramos que o site presenta uma arquitetura
simplificada e de fácil acesso.
d) Interatividade e redes de comunicação – O site disponibiliza links de
compartilhamento de informações remetendo os usuários aos seguintes sites: Minha
Biblioteca, Cengage Learning, Target GEDWeb, Ebrary, SciFinger, BMJ Learning,
Slavery &Anti-Slavery, Periódicos, BDTD/UFPB, Biblioteca UFPB Digital, UpToDate,
Portal de Periódicos Científicos Eletrônicos da UFPB, Portal Domínio Público, Portal de
serviços do Governo Federal e a interconexão com o SIGAA/UFPB.
CATEGORIA 3:
Ações de inter-relação entre GI e TAR observadas:
1. A primeira refere-se aos serviços prestados pela biblioteca pelo SIGAA/UFPB. Os
usuários podem acessar diretamente o site, ou realizar as buscas pelo próprio sistema.
Permite o acesso remoto ao acervo, às bases e a outros serviços.
2. Acesso fácil e rápido ao site de Atuação Governamental canais de conteúdo e de
acesso à informação.
3. Links interativos com as redes sociais: Facebook, Twitter e Youtube, onde as
informações circulam de maneira interativa e motivadora para utilização da
informação no contexto atual, em que a informação assume forma e movimentos
diferenciados.
A partir dessas observações, apresentamos o desenho organizacional das ações
identificadas, seguidas das sugestões para a consecução das ações de GI interligada à TAR,
não apenas na construção do site da Biblioteca Central da UFPB, mas para a execução das
ações de gerenciamento da biblioteca (Figura 1).
Figura 1: Ações de GI de comuns aos autores de referência
AÇÕES DE GI DE
ACORDO COM OS
AUTORES DE
REFERÊNCIA
Identificação e
determinação das
necessidades e
exigências de
Aquisição e obtenção
da informação
Classificação,
organização e
tratamento da
informação
Desenvolvimento de
produtos e serviços
informacionais e
utilização da
informação
Distribuição e análise
da informação
Análise e uso da
informação
Fonte: elaborado pelos autores, 2016.
Dentro das ações gerais, são caracterizadas as ações específicas do site, citadas no
Quadro 2. Algumas estão interconectadas de maneira a confundir elementos humanos e nãohumanos para a efetividade das ações. Dessa forma, as ações de interconexão se apresentam
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5 Considerações finais
Sobre a TAR percebemos que sua relação pode ser estabelecida com a GI nos
meandros da corrente teórica da CI apresentando contribuições teórico-metodológicas e
conceituais no âmbito da página web da Biblioteca Central da Universidade Federal da
Paraíba (SISTEMOTECA).
Consideramos que os objetivos da pesquisa foram alcançados interpostos nas três
categorias de análise e na apresentação de um desenho organizacional que descreve a interrelação entre as ações de GI e a TAR no âmbito da Home Page da Sistemoteca da UFPB.
Os resultados da pesquisa apontam que a TAR pode se configurar como uma teoria da
agência, uma teoria do conhecimento e uma das teorias das máquinas, unindo num mesmo
propósito humanos e não-humanos; explora o caráter da organização como efeito ou
consequência de uma interação e os efeitos sociais que envolvem estrutura da própria
organização. Aqui, a nosso ver, está o ponto de ligação entre a TAR e a GI.
Essa relação pode desmitificar toda uma cultura organizacional e cultura informacional
sendo necessária sua aplicabilidade aos processos de gerência de organizações, portanto, na
gerência do site da Biblioteca Central. Dessas reflexões acreditamos que conseguimos
conjecturar, mesmo que timidamente as contribuições que a TAR tem oferecido à GI.
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�
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SNBU - Edição: 19 - Ano: 2016 (UFAM - Manaus/AM)
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Documentação
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Tema: A biblioteca universitária como agente de sustentabilidade institucional.
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Date
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2016
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Português
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2016
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este artigo reflete a Teoria Ator-Rede (TAR) e a gestão da informação (GI) em inter-relações sobrepostas no âmbito da Ciência da Informação. Apresenta contribuições teórico-metodológicas e conceituais no âmbito da página web da Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba (SISTEMOTECA). A pesquisa tem como objetivos: a) tecer considerações sobre a GI e TAR interligando-as entre si; b) levantar ações de GI voltadas para a questão das redes, baseadas em autores de referência; c) relacionar ações de GI estabelecidas na página web da biblioteca central da UFPB; d) relacionar as ações de GI na citada página e de que forma elas podem interconectar-se com a TAR efetivando a missão, visão e objetivos do SISTEMOTECA da UFPB em sua página web; e) construir um desenho organizacional das citadas ações. Caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva. Utiliza a análise de conteúdo como procedimento de análise dos dados. Os resultados da pesquisa apontam que a TAR pode se configurar como uma teoria da agência, uma teoria do conhecimento e uma das teorias das máquinas, unindo num mesmo propósito humanos e não-humanos; explora o caráter da organização como efeito ou consequência de uma interação e os efeitos sociais que envolvem estrutura da própria organização, denunciando, assim, o ponto de ligação entre a TAR e a GI.
Language
A language of the resource
pt