-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/31/4411/SNBU2016_029.pdf
d8592c95fb1d69f8c9204d7e895c233c
PDF Text
Text
As bibliotecas universitárias brasileiras nas nuvens: plataformas de
serviços para gerenciamento de bibliotecas
Fabiana John Tonding (UFRGS) - fabianatonding@terra.com.br
Samile Andrea de Souza Vanz (UFRGS) - samilevanz@terra.com.br
Resumo:
Os softwares de gerenciamento de bibliotecas evoluíram constantemente ao longo dos anos
desde a primeira até a quarta geração; configurando os sistemas mais usados na atualidade no
Brasil, os sistemas de gerenciamento integrado (ILS). A próxima geração, denominada
plataforma de serviços de bibliotecas (LSP), vem crescendo internacionalmente, com
perspectivas de implantação no Brasil. A partir de um levantamento bibliográfico, o presente
trabalho identifica as características das plataformas de serviços de bibliotecas, relaciona seus
principais fornecedores e prospecta sobre a utilização destas soluções nas bibliotecas
universitárias brasileiras. Conclui que as plataformas de serviços de biblioteca incorporam
características que atendem as demandas das bibliotecas universitárias brasileiras em um
cenário que inclui o ensino a distância e o suporte aos diferentes recursos informacionais
disponíveis e necessários.
Palavras-chave: Informatização de bibliotecas. Sistemas de gerenciamento de bibliotecas.
Plataformas de serviços de bibliotecas. Computação em Nuvem.
Área temática: Eixo 3 - Ecologia da Informação
Subárea temática: Biblioteca universitária e EaD
Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
�1
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
1 Introdução
As bibliotecas universitárias necessitam vencer desafios gerados por mudanças
significativas em suas funções, em seus ambientes e nas demandas de seus usuários. A
tecnologia é uma das ferramentas que apoiam as bibliotecas na busca de formas de trabalho e
de prestação de serviços mais apropriadas. A explosão informacional, o aumento da oferta e da
procura por publicações eletrônicas, a diversidade de documentos fora do tripé livro-periódicotese/dissertação, a escassez de recursos financeiros e de pessoal das bibliotecas, a redução de
leitores na biblioteca, a diminuição de empréstimo de itens físicos das coleções, a concorrência
com ferramentas de busca como Google e outros sistemas equivalentes, o aumento do uso de
dispositivos móveis contra a redução do uso de computadores e a introdução de novos padrões
técnicos (como RDA, BIBFRAME, FRBR, Dublin Core, OpenURL) são fenômenos atuais que
fazem a biblioteca questionar seus objetivos e rumos. Davenport (1998 apud CÔRTE et al.,
1999, p. 242), comentou “às bibliotecas está reservado o papel de repensar suas atividades e
funções, adaptando-se aos novos modelos organizacionais e extraindo das tecnologias
disponíveis o substrato para a melhoria na prestação de serviços e na utilização eficaz de
informações”.
A indústria estrangeira de automação de bibliotecas, atenta às demandas de seu mercado,
passou a oferecer, a partir de 2012, novos sistemas para gerenciamento de bibliotecas. Esses
sistemas são desenvolvidos com tecnologias recentes, providos através de serviços em nuvem
e oferecem funcionalidades mais completas e modernas para gerenciamento unificado dos mais
diversos recursos de informação hoje existentes nas bibliotecas - sejam eles impressos,
eletrônicos ou digitais.
O uso destes novos sistemas para gerenciamento de bibliotecas vem se propagando nos
últimos anos no cenário internacional, principalmente em instituições de ensino superior e de
pesquisa. Na literatura técnica especializada e na área comercial, estas novas soluções aparecem
com as denominações: next generation library systems, webscale management solutions,
uniform management systems, unified resources management systems ou library services
platforms. No Brasil, o nome destes novos sistemas ainda não está consolidado, mas observamse as expressões “nova geração de sistemas para bibliotecas”, “sistemas de próxima geração” e
“plataformas de serviços de bibliotecas”. Neste trabalho adota-se o nome “plataforma de
serviços de biblioteca” e a correspondente sigla LSP - do inglês, library services platform. A
escolha desse nome se dá por dois motivos. Primeiramente pelo fato de que a qualidade de
“novo(a)” e de “próximo(a)” usada nas outras denominações tende a se degradar no tempo e
perder sua significação em poucos anos. O segundo motivo leva em conta a escolha feita por
Marshall Breeding, um dos autores mais importantes neste tema, que também denomina os
novos sistemas como library services platform.
A partir de um levantamento bibliográfico, o presente trabalho tem por objetivo
identificar as características das plataformas de serviços de bibliotecas, relacionar seus
principais fornecedores e prospectar sobre a utilização destas soluções nas bibliotecas
universitárias brasileiras. Nas seções a seguir estes objetivos são detalhados.
2 As gerações dos sistemas para gerenciamento de bibliotecas
A evolução dos sistemas para gerenciamento de bibliotecas tem sua trajetória pautada
pelo surgimento e disponibilização de novas tecnologias, que permitem que os sistemas sejam
modernizados, visando atender as necessidades técnicas e informacionais contemporâneas das
bibliotecas e de seus usuários. Rowley (2002) estabelece um enquadramento dos sistemas de
informatização de bibliotecas em quatro gerações. A primeira se caracterizava por sistemas com
�2
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
foco na catalogação e na circulação, não havendo integração entre os módulos. Na segunda
geração, os fabricantes passaram a preocupar-se com a interligação de módulos, mas as
interfaces ainda eram rudimentares e a utilização dos sistemas dependia de menus. Apareceram
as primeiras possibilidades de exportação e importação de registros, porém restritas a sistemas
específicos. A terceira geração de sistemas para gerenciamento de bibliotecas disponibilizou
relatórios padronizados e a opção para a biblioteca definir aqueles de seu interesse. A utilização
de cores, janelas, ícones e menus, tornou a interface gráfica e mais amigável. Já na quarta
geração, a importação e exportação de registros passou a ser totalmente integrada e facilitada,
a arquitetura cliente-servidor permitiu o acesso a outros servidores da internet e os usuários
finais podiam consultar os catálogos a partir de múltiplas mídias.
Atualmente no Brasil, as soluções para gerenciamento de bibliotecas mais utilizadas
pelas universidades enquadram-se na quarta geração, como por exemplo, os softwares Aleph
(Ex Libris), Pergamum (PUCPR) e Sophia (Prima), cujas primeiras versões, projetadas com
base na arquitetura cliente-servidor surgiram no final dos anos 90 e início dos anos 2000,
acompanhando o crescimento da Internet. Cabe constatar que “No mundo da automação de
bibliotecas, os ciclos dos produtos muitas vezes são mais longos do que os das tecnologias da
informação” (BREEDING, 2011, p. 33, tradução nossa), tendo em vista que alguns produtos
existentes do mercado atual passaram por mais de uma geração, evoluíram ao longo de sua
existência, renovando-se tecnologicamente, até chegar à quarta geração, com versões
compatíveis, por exemplo, com a estrutura cliente-servidor.
Os sistemas utilizados atualmente nas bibliotecas acadêmicas brasileiras, e classificados
por Rowley (2002) como de quarta geração oferecem, de forma geral, funcionalidades nas áreas
de catalogação, circulação, aquisição, controle de periódicos, gerenciamento e, por último, mas
não menos importante, busca e recuperação de informações. São denominados no meio
profissional, genericamente, como a) sistemas para gerenciamento de bibliotecas - por
suportarem as atividades de administração das bibliotecas, b) sistemas de informatização ou
automação de bibliotecas - por permitirem a realização das rotinas e serviços das bibliotecas
com apoio de recursos de hardware e software e, mais especificamente como c) sistemas
integrados de bibliotecas, tradução de Integrated Library Systems (ILS, sigla também utilizada
neste trabalho) – por integrarem banco de dados e interface de utilização. Os sistemas
integrados para gerenciamento de bibliotecas (ILS), cujas funcionalidades foram desenvolvidas
com foco apenas em recursos impressos, como livros e periódicos, concentraram os esforços
da indústria internacional por alguns anos.
A educação superior passou por mudanças importantes nos últimos anos e a realidade
das bibliotecas que atendem às instituições desse segmento vem mudando significativamente.
O ensino à distância e a ampliação dos suportes de informação são alguns elementos desse novo
contexto, no qual, acadêmicos, professores e pesquisadores dependem de uma ampla
infraestrutura de recursos de informação, com variedade de fontes e mídias. Para
desenvolvimento do ensino e da pesquisa na universidade, os usuários necessitam apoiar-se no
acervo local da biblioteca, pesquisável via os ILS e em outras fontes, como bases de dados,
periódicos e livros eletrônicos, repositórios institucionais e a internet de um modo geral.
A insatisfação com a falta de uma ferramenta de busca unificada, o tempo necessário
para pesquisa nas diversas fontes e a necessidade de conhecer os detalhes de acesso e interfaces
fizeram com que surgissem os sistemas de descoberta e entrega:
[...] no início desta década surgem os Web Scale Discovery Systems, denominados
neste trabalho, em tradução livre, de serviços de descoberta em rede ou apenas
serviços de descoberta. O princípio básico dos serviços de descoberta é fornecer um
índice único de metadados [...] previamente coletados que permita uma busca
unificada substituindo a busca federada, ou seja, a busca em cada uma das bases
�3
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
provedoras de conteúdos, utilizada até então. Hospedados local ou remotamente,
disponibilizam uma variedade de informações que podem incluir todo tipo de
conteúdo licenciado, conteúdo local e o próprio catálogo da biblioteca, tudo
combinado num índice único. (PAVÃO, 2014, p. 16)
Os sistemas de descoberta, além da busca em si, também permitem acesso ao texto
completo dos documentos eletrônicos que a instituição possui na mesma interface, sem
necessidade de acessar o site de origem – processo identificado como de “entrega” (em inglês
utiliza-se a expressão discovery and delivery). As bibliotecas que implementam sistemas de
descoberta, em geral, os combinam com os seus sistemas para gerenciamento, usando o primeiro
para as funções de busca e recuperação de informações e o segundo para as atividades
operacionais da biblioteca. Complementando os sistemas para gerenciamento de bibliotecas, as
soluções de descoberta e entrega tornaram-se obrigatórias para as bibliotecas preocupadas em
oferecer serviços de qualidade aos usuários, assegurando acesso ágil e relevante a todo conteúdo
que dispõem.
A Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em 2011, foi pioneira
no Brasil na implantação do sistema de descoberta Primo produzido pela Ex Libris (VIANA,
2016, p. 71-72). No entanto, ainda há poucas bibliotecas universitárias utilizando sistemas de
descoberta no Brasil.
Por um lado, os sistemas de descoberta solucionam a busca integrada e o acesso a toda
coleção da biblioteca. Por outro, os softwares do tipo ILS, para gerenciamento das bibliotecas,
não suportam o conteúdo eletrônico e digital, devido ao número crescente de fontes, à variedade
e à complexidade de opções de aquisição e licenciamento, às necessidades específicas de registro,
catalogação e fornecimento (circulação e entrega ao usuário) destes recursos. Para gerenciamento
deste espectro de materiais, no que diz respeito às atividades e competências administrativas, de
processos técnicos e de prestação de serviços envolvidas, as bibliotecas precisam, além dos
softwares de bibliotecas do tipo ILS, munir-se de um conjunto de sistemas e ferramentas
adicionais, que atendam às novas demandas. Nesse contexto surgem os sistemas chamados
plataformas de serviços de bibliotecas, modelados para atender as atuais necessidades das
bibliotecas.
Observa-se desde 2012, principalmente entre bibliotecas universitárias e de pesquisa dos
Estados Unidos e Europa, uma crescente substituição dos sistemas integrados de bibliotecas pelas
plataformas de serviços de bibliotecas. As características das LSP não se enquadram na categoria
quarta geração estabelecida por Rowley (2002), justificando a criação de uma quinta geração,
denominada por Viana (2013) como “Nova geração”, conforme observa-se a seguir:
Figura 1 – Gerações de sistemas para gerenciamento de bibliotecas
Fonte: VIANA (2013)
�4
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
Evidencia-se uma grande mudança nos atributos que caracterizam a nova geração de
sistemas em comparação à quarta geração. Dentre as características mencionados por Viana
(2013), destaca-se a computação em nuvem, fator tecnológico de maior importância e influência
na concepção dos novos sistemas para gerenciamento de bibliotecas – o que foi previamente
evidenciado por Breeding (2012, p. 32):
De todas as tendências tecnológicas que tenho acompanhado nos últimos anos, a
computação em nuvem é a de maior visibilidade e está em condições de transformar
mais radicalmente a forma de tecnologia das bibliotecas. Eu vejo que estamos em um
dos principais pontos de mudança, no qual a tecnologia renovará o convencional.
Cabe ainda ressaltar que os modelos brasileiros para avaliação de softwares de
bibliotecas estabelecidos por Côrte e colaboradores (1999) e por Café, Santos e Macedo (2001)
são aplicáveis aos sistemas de quarta geração. Eles foram utilizados por muitas bibliotecas
brasileiras como referência e apoio ao processo de seleção dos sistemas de informatização que
hoje utilizam. Estes modelos de análise ainda são válidos se aplicados às opções de software do
mercado nacional e dos ILS de forma geral, mas tornam-se obsoletos quando submetidos às
plataformas de serviços de bibliotecas que possuem características funcionais inovadoras e são
desenvolvidas com tecnologias atuais. Com enfoque atual, Viana (2014) apresentou um
levantamento de critérios para avaliação de plataformas de serviços de bibliotecas subdivididos
em gerenciais e financeiros, biblioteconômicos, computacionais e baseados em serviços e
processos. No meio internacional, por sua vez, há iniciativas de metodologias de avaliação
como a da Ken Chad Consulting que mantém um site, disponível no endereço
https://libtechrfp.wikispaces.com/, para discussão de especificações de softwares para
bibliotecas, incluindo sistemas integrados de bibliotecas (ILS), serviços de descoberta,
plataformas de serviços de bibliotecas (LSP) e sistemas para gerenciamento de recursos
eletrônicos (ERM).
3 Plataformas de serviços de bibliotecas – surgimento e suas premissas tecnológicas
Os primeiros sistemas do tipo plataformas de serviços de bibliotecas surgiram no início
desta década no mercado internacional, contemplando o gerenciamento de todos os materiais
das coleções - impressos, eletrônicos e digitais - múltiplos formatos de metadados e a mudança
para utilização de serviços hospedados em nuvem. No artigo “Future of library systems”, Carl
Grant (2012a) afirma que muitas bibliotecas estão em processo de avaliação da eficiência das
ferramentas de automação que utilizam para prestação de serviços dentro e fora de seus limites
físicos. Se por um lado, na maioria das bibliotecas, os serviços são mediados por sistemas
integrados para gerenciamento de bibliotecas, os ILS, por outro, estão as ofertas de uma nova
geração de sistemas, batizados por Marshal Breeding como “library services platforms (LSP)”.
Breeding (2012) destaca que as plataformas de serviços de bibliotecas são um dos
principais norteadores da indústria de automação de bibliotecas, que devem permanecer no
mercado nos próximos dez anos e que estão em condições de dar início a um ciclo de migrações.
Estes produtos diferem substancialmente dos ILS e não podem ser enquadrados na mesma
categoria. Entre as características que os distinguem estão o gerenciamento de materiais
impressos e eletrônicos, utilização de bases de conhecimentos globais ao invés de bases de
dados locais, implementações através do modelo Sofware as a Service (SaaS) em arquiteturas
multi-tenant e o provisionamento de um conjunto de APIs (Interface de Programação de
Aplicativos) que permitem interoperabilidade e extensibilidade. A biblioteca necessita utilizar
uma variedade de sistemas além do ILS para gerenciar todos seus recursos e serviços; portanto,
a implementação dessa nova plataforma pode substituir muitos sistemas, incluindo os ILS, as
�5
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
ferramentas para gerenciamento de recursos eletrônicos (ERM), os “resolvedores de links
OpenURL” e os sistemas para gerenciamento de coleções digitais.
Uma das características transformadoras dos novos sistemas é que as bibliotecas deixam
de operar suas próprias instalações de produtos de automação e passam a utilizar serviços
hospedados, incluindo Software as a Service e implementações baseadas em infraestruturas
providas através de computação em nuvem (BREEDING, 2012). Para compreensão e
identificação das plataformas de serviços de bibliotecas é necessário definir os conceitos de
SaaS, computação em nuvem e software multi-tenant, explanados a seguir.
Software as a Service (em português, Software como Serviço) é um modelo de utilização
de sistemas no qual o software é desenvolvido e hospedado pelo fornecedor e o acesso do
usuário final é por meio da internet. O consumidor, nesse caso, a biblioteca, paga para utilizar
o serviço por um determinado tempo ou demanda. Todos os clientes utilizam o mesmo sistema,
sem customizações para necessidades específicas e, quando o fornecedor inclui novas
funcionalidades ao sistema, elas ficam automaticamente disponíveis para os usuários. O
fornecedor é responsável pela manutenção dos servidores, máquinas onde o sistema está
instalado, de modo que a biblioteca fica livre deste tipo de atividade (GRANT, 2012a).
O conceito de computação em nuvem foi bem definido pelo National Institute of
Standards and Technology (2011, p. 2, tradução nossa) como:
[...] um modelo para acesso a rede sob demanda, ubíquo e conveniente para um pool
compartilhado de recursos computacionais configuráveis (como por exemplo redes,
armazenamento, aplicações ou serviços) que podem ser rapidamente provisionados e
lançados com mínimo esforço de gerenciamento ou interação com o provedor de
serviços.
A computação em nuvem, inicialmente vista como a solução de todos os problemas que
afligem as bibliotecas, esteve no topo das expectativas de tecnologias nos anos de 2010 e 2011,
conforme o Hype Cycle Special Report do grupo Gartner (2010, 2011). Segundo Leite (2015,
p. 25), “a computação em nuvem tem um componente hype, um componente de onda, mas ela
é definitiva sob o ponto de vista do formato de trabalho e do formato de utilização de
tecnologia”. Grant (2012b) comenta que usando o mesmo conceito de computação em nuvem,
no ramo de sistemas de bibliotecas, há empresas que se limitam a oferecer Software as a Service
como sua solução de computação em nuvem, enquanto que há outras organizações que
realmente oferecem softwares com novas funcionalidades e novas arquiteturas.
As plataformas de serviços de bibliotecas ainda incluem a proposta do modelo de
software chamado multi-tenant ou “multi-inquilino”, uma aplicação que atende a diversos
clientes. A arquitetura multi-tenant é essencial para um ambiente em nuvem, pois permite que
vários clientes compartilhem os mesmos recursos físicos, mas permaneçam logicamente
isolados. A vantagem é a redução de custos de desenvolvimento e manutenção, uma vez que
estes são compartilhados.
Além das características técnicas das implementações baseadas em nuvem, com modelo
de SaaS e arquitetura multi-tenant explanados anteriormente, as plataformas de serviços de
biblioteca apresentam outro aspecto importante em relação a abordagem que os fornecedores
adotaram para o desenvolvimento de suas soluções. Grant (2012a, p. 7-8) estabelece três
abordagens:
a) Nova concepção: algumas empresas, em função das mudanças tecnológicas e das
demandas das bibliotecas, concluíram ser fundamental criar um novo produto, de
modo a acomodar necessidades atuais, integrar perfeitamente os fluxos de trabalho
independentemente do tipo de material (impresso, eletrônico e digital), garantindo
eficiência e eficácia às atividades das bibliotecas. Disto, surge o ponto negativo: em
�6
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
função do tempo e recursos para o desenvolvimento, as primeiras versões poderiam
não contemplar algumas funcionalidades. Aliado ao fato de que algumas destas
empresas possuem um conjunto de soluções já estabelecidas no mercado, que devem
ser mantidas e atualizadas, é considerado arriscado por parte dos fornecedores
desenvolver um produto totalmente novo, pois pode deixar clientes já conquistados,
bem como os usuários dos novos produtos, insatisfeitos. Sistemas que se enquadram
nesta abordagem são, por exemplo: Alma (Ex Libris, a ProQuest Company), Intota1
(ProQuest) e WorldShare Management Services (OCLC).
b) Evolução: fornecedores que seguem esta linha - como por exemplo a Innovative que
desenvolve o Sierra - reutilizam parte dos sistemas que possuem, e os aperfeiçoam
para criar uma solução com novas funcionalidades. A decisão destas empresas
apoia-se na dificuldade de desenvolver produtos totalmente novos, e de que as
mudanças que as bibliotecas impõem são mais de cunho evolutivo do que
revolucionário e que os custos não compensam os ganhos. Por parte das bibliotecas,
também há aquelas que entendem que mudanças são necessárias de forma rápida e
substancial, com custo razoável e sem abandonar aquilo que funciona. Se o
fornecedor não oferece uma solução com fluxos de trabalho integrados e facilitados,
assim como os sistemas do tipo “nova concepção”, esta não deve ser a melhor opção
para bibliotecas que desejam dar suporte às coleções eletrônicas e digitais. Cabe a
biblioteca uma avaliação sobre o trabalho, o tempo, o custo e os benefícios entre
migrar para o modelo mais novo e eficiente ou buscar por soluções com abordagem
“evolução”.
c) Software livre: o software livre teve visibilidade no mercado de sistemas para as
bibliotecas por algum tempo, originando sistemas da categoria ILS como o
Evergreen e o Koha. Em relação às plataformas de serviços de bibliotecas há
esforços por parte da Kuali Foundation que oferece o Open Library Environment
(OLE). No que diz respeito ao caráter dos itens a e b acima, o OLE enquadra-se
como um sistema de nova concepção, com desenvolvimento totalmente novo.
4 Características funcionais e tecnológicas
As plataformas de serviços de bibliotecas possuem inúmeras características, conforme
descrição de Breeding (2015, p. 8, tradução nossa):
Uma plataforma de serviços de biblioteca permite às bibliotecas adquirir e gerenciar suas
coleções, abrangendo vários formatos de conteúdo, desde itens físicos até materiais eletrônicos.
Estes produtos suportam vários processos de aquisição, incluindo a compra de itens permanentes,
aqueles com licenças pagas e assinaturas, e aqueles selecionados em fontes de acesso aberto.
Oferece um ambiente de gerenciamento de metadados, contemplando vários esquemas conforme
apropriado para cada um dos respectivos formatos de materiais, incluindo no mínimo os padrões
MARC e Dublin Core. Uma plataforma de serviços de biblioteca pode incluir um serviço de
descoberta integrado ou fazer uso de uma interface de descoberta adquirida, apoiando-se em
APIs e outros protocolos de interoperabilidade. As plataformas de serviços são oferecidas através
de uma estrutura multi-tenant, com interfaces via web para acesso aos funcionários e usuários.
Estes produtos proporcionam acesso a bases de conhecimento que representam o corpo de
conteúdo de informação além da coleção específica da biblioteca.
A seguir as características principais das plataformas de serviços são detalhadas:
_________________________
1
A ProQuest pretende, em 2016, descontinuar o Intota e integrá-lo ao Alma, desenvolvido pela Ex Libris, a
ProQuest Company (ENIS, 2016).
�7
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
Unificação de fluxos de trabalhos
As bibliotecas atualmente possuem diversos silos de informação, tais como, o sistema
para gerenciamento de bibliotecas para o acervo convencional, o catálogo da biblioteca, os
repositórios institucionais ou temáticos, as interfaces para acesso aos periódicos eletrônicos e
e-books, as bases de dados, sistemas para gerenciamento dos recursos eletrônicos, etc. Os
diferentes acervos e sistemas geram duplicação de dados e de trabalho, assim como uma
diversidade de caminhos e de interfaces para gerenciamento, busca e acesso a estes recursos.
Alguns exemplos que ilustram as soluções unificadas suportadas pelas plataformas de serviços
de bibliotecas são:
- O processo de aquisição de materiais impressos e eletrônicos pode ser gerenciado
usando a mesma plataforma e fluxo, adaptando-se às exigências de um ou outro material –
enquanto um livro será recebido, uma fonte eletrônica será ativada; enquanto um item será
cadastrado, uma fonte terá sua licença de uso registrada. Além disto, as LSP suportam os
modelos de licenciamento de materiais eletrônicos: aquisição perpétua, assinaturas de pacotes
ou títulos específicos, Patron (Demand) Driven Aquisition (aquisição orientada ao
usuário/demanda ou PDA/DDA).
- No que diz respeito à catalogação dos recursos de informação, os padrões podem ser
usados de forma híbrida: dependendo do recurso, pode-se ter um registro em formato MARC21
ou Dublin Core. A funcionalidade de catalogação passa a ser chamada em inglês de “Metadata
management”, ou seja, gerenciamento de metadados. A tradicional divisão entre registro de
catalogação e registro de coleção física aplicada ao ILS, passa a ser denominada nas plataformas
de serviços como informação de metadados e informação de inventário, sendo que este
inventário engloba os registros necessários para os itens físicos e para os materiais eletrônicos
(nesse caso, registros de coleções, portfólios e serviços).
- O termo Circulação é ampliado para o termo, em inglês, “fulfillment”, que equivale a
atendimento, e pode ser efetivado com atividades como provisionamento de um pedido de
reserva, empréstimo de um item físico, digitalização de um artigo, envio de um material para
outra biblioteca.
Interatividade
As plataformas de serviços sinalizam atividades que aguardam por ação de seus usuários
(no caso, gestores, bibliotecários e auxiliares da equipe), tais como, pedidos de aquisição
aguardando aprovação, ativações de fontes eletrônicas pendentes, pedidos de empréstimo cujos
itens devem ser localizados no acervo e separados para os solicitantes, etc. O usuário também
pode, em algumas situações, atribuir a responsabilidade de execução de uma atividade para
outro operador. Esta interação que a LSP propicia, diferentemente do caráter estático dos
sistemas tradicionais para gerenciamento de bibliotecas, dá agilidade ao processo, torna a
plataforma uma ferramenta de organização do fluxo de trabalho para a equipe, permitindo
divisão, atribuição e sinalização de tarefas.
Compartilhamento
O conceito de compartilhamento está amplamente aplicado às plataformas de serviços
de bibliotecas, de modo a evitar o retrabalho de edição de metadados, visando a simplificação
dos processos de aquisição e de catalogação. Neste sentido, a LSP oferece opções de importação
de registros a partir de um grande catálogo de fontes provenientes de editores, agregadores e
bibliotecas, como Library of Congress, British Library, Harvard University, entre outras. Nesse
repositório de registros para compartilhamento estão disponíveis dados bibliográficos, de
autoridades e de fontes eletrônicas. Os dados descritivos e de acesso das fontes eletrônicas,
providos pelos fornecedores de conteúdo, são reunidos em uma base de conhecimento - em
�8
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
inglês, “knowledge base (KB)” - mantida pelo fornecedor da plataforma de serviços. A
disponibilidade destas ferramentas de compartilhamento de dados resulta na simplificação,
economia de tempo e redução de custo nos processos de aquisição, edição de registros e controle
de autoridades.
Implementações SaaS em arquitetura multi-tenant
As plataformas de serviços de bibliotecas são providas através de infraestrutura em
nuvem, com arquitetura multi-tenant e uso do modelo Software como Serviço; resultando em
redução de custo, tempo e envolvimento das áreas de TI e das bibliotecas das instituições
usuárias. Com esta modelagem, não há servidores locais para instalação do software, o acesso
ao sistema é totalmente via web, reduzindo o custo de aquisição e de manutenção de
infraestrutura de hardware e software para a instituição usuária. Outro aspecto importante é que
os sistemas providos neste modelo tendem a ser frequentemente atualizados, de forma mais
rápida e tranquila, pois são gerenciados de forma centralizada. Isto não é observado em
instalações locais, comumente utilizadas pelos ILS, onde variáveis como hardwares, sistemas
operacionais, bancos de dados, versões do software em si e disponibilidade das equipes
envolvidas comprometem o processo de atualização. Sendo a manutenção, ampliação e
atualização do sistema (hardware e software) responsabilidade do fornecedor das plataformas
de serviços, fica a equipe da instituição usuária desonerada destas tarefas, dando condições para
ela desenvolver atividades criativas e proativas, condizentes com uma abordagem
contemporânea de prestação de serviços pelas bibliotecas.
Interoperabilidade e extensibilidade
As plataformas de serviços de bibliotecas suportam APIs (Interface de Programação de
Aplicativos) que permitem o desenvolvimento de extensões para a solução de modo a atender
necessidades específicas da biblioteca e/ou da instituição usuária, assim como integrar a
plataforma com outras aplicações e sistemas do ambiente local.
Dados, análises e relatórios
As LSP contemplam soluções de “business intelligence” (BI) que permitem reunir todos
dados controlados pelo sistema e oferecem um conjunto de ferramentas para análise e geração
de relatórios. Com as ferramentas BI, a biblioteca pode, com facilidade e intuição, combinar os
mais diversos dados e obter os relatórios que necessita com o objetivo de auxiliar em suas
tomadas de decisão. Atualmente, com a escassez de recursos financeiros para investimentos
vivenciada pelas bibliotecas esta capacidade é essencial para estabelecer prioridades e rumos à
atividade.
Sistemas de descoberta
As plataformas de serviços de bibliotecas integram-se aos sistemas de descoberta para
oferecer aos usuários as funções de busca, localização e acesso aos recursos informacionais,
não possuindo uma interface própria para este fim; diferentemente dos ILS que contemplam os
tradicionais catálogos de bibliotecas, chamados OPACs. Os serviços de descoberta não têm uma
relação direta com os dados de usuários e suas atividades (pedidos de aquisição, reservas,
empréstimos, pedidos de digitalização, etc) gerenciadas através das LSP; sendo necessário criar
esta interrelação através de APIs.
Alguns fornecedores de plataformas de serviços também oferecem serviços de
descoberta, como pode ser verificado no Quadro 1.
�9
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
Quadro 1 - Opções de plataformas de serviços de bibliotecas e de serviço de descoberta
Plataforma de Serviços de
Serviços de Descoberta
Biblioteca (LSP)
WorldShare Management Services WorldShare Discovery Service
Alma
Primo com Primo Central
Kuali OLE
Nenhum
Intota
Summon
Sierra
Encore
Fonte: adaptado de BREEDING (2015, p. 24)
Software Livre de Descoberta
VUFind, Blacklight
VUFind
Assinatura e valores
Comercializadas através do modelo de negócio de assinatura, as plataformas de serviços
de bibliotecas diferem-se dos ILS com instalação local, pois estes aplicam um valor inicial de
licenciamento e uma taxa de manutenção e atualização anual. As implementações do tipo SaaS
são normalmente oferecidas através de assinaturas anuais cujos valores dependem do tamanho
e da complexidade da instituição. Nos valores das assinaturas estão embutidos custos de
hardware, sistemas operacionais, infraestrutura de data center e de pessoal técnico, sendo, em
geral, superior às taxas de manutenção associadas com os sistemas instalados localmente. No
entanto, o custo total das implementações de LSP, quando todas as despesas e investimentos
são calculadas, equiparam-se as cobradas pelos ILS.
Usando as plataformas de serviços, “as bibliotecas deixarão de ser organizações reativas
e prestadoras de serviços genéricos para se tornarem proativas e prestadoras de serviços
altamente personalizados”, proferiu Carl Grant em sua apresentação feita para bibliotecas
universitárias brasileiras durante o evento “Alma Solution Day”, realizado em São Paulo no
início de março de 2016.
5 Principais fornecedores
Com base no levantamento de Breeding (2015, p. 27-36), abaixo são apresentados os
principais fornecedores de soluções de plataformas de serviços de bibliotecas e alguns detalhes
de suas trajetórias e produtos LSP.
Alma
Fornecedor: Ex Libris, a ProQuest Company1
2009 – Início do desenvolvimento
2012 – Instituição pioneira: Boston College
Dezembro 2014 – 370 instituições com contratos assinados e 150 bibliotecas em
produção, sendo a maioria bibliotecas universitárias.
Novembro 2015 – primeira apresentação e demonstração do Alma para bibliotecas
universitárias brasileiras2
Intota
Fornecedor: ProQuest
2011 – Início do desenvolvimento
_________________________
1
Em dezembro de 2015, a Ex Libris foi adquirida pela ProQuest e passou a ser chamada Ex Libris, a ProQuest
Company (nota das autoras).
2
O evento “Alma Solution Day”, realizado em São Paulo, em 17/11/2015, para bibliotecas universitárias, teve
apresentações de gerentes da Ex Libris (Israel, Estados Unidos e Brasil) e de Carl Grant, Associate Dean,
Knowledge Services e Chief Technology Officer da University of Oklahoma Libraries (nota das autoras).
�10
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
2013 – Lançamento da versão inicial do Intota
2014 – 31 instituições usuárias de outras aplicações ProQuest com contratos assinados
2015 – Lançamento da versão completa do Intota 1
Kuali OLE (Open Library Environment)
Software livre, desenvolvido através de diversas iniciativas com fundos da The Andrew
W. Mellon Foundation
Agosto 2014 – Instituições pioneiras: Lehigh University e University of Chicago
Agosto 2014 – Foi criada a empresa comercial KualiCo, mas sem impactos sobre o
projeto Kuali OLE até o final de 2014
Sierra
Fornecedor: Innovative Interfaces
2011 – Início do desenvolvimento
2012 – Instituição pioneira: Bloomfield Township Public Library
Dezembro 2013 – 336 instituições usuárias
Março 2014 – Innovative adquire a VTLS
Dezembro 2014 - 560 instituições com contratos assinados e 495 bibliotecas em
produção
WorldShare Management Services
Fornecedor: OCLC
2009 – Início do desenvolvimento do chamado Web-scale Management
2010 – Craven-Pamlico-Carteret Regional Library System com o serviço em
produção
Dezembro 2014 – 340 instituições com contratos assinados e 270 bibliotecas em
produção
O Quadro 2 a seguir apresenta uma síntese do número de instalações e contratos das
plataformas de serviços de bibliotecas:
Quadro 2 – Instalações de LSP por fornecedor até dezembro de 2014
Plataforma de Serviços de
Instalações
Biblioteca (LSP)
Alma
150
Intota
0
Kuali OLE
2
Sierra
495
WorldShare Management Services
270
Total
917
Fonte: adaptado de BREEDING (2015, p.13)
* dados corrigidos em relação à tabela original
Contratos
370
31*
10
560
340
1311*
6 Considerações finais
Autores como Breeding (2012) e Rowley (2002) já comentaram que a transição para os
sistemas de nova geração é um processo delicado para os fornecedores e para as bibliotecas,
tendo em vista que estas não aceitam transições brutas e forçadas. Por este motivo, os
fornecedores mais atentos e com recursos e infraestrutura necessários dividem seus esforços
entre o desenvolvimento, a manutenção e o suporte aos produtos já existentes, assim como
________________________
1
A ProQuest pretende, em 2016, descontinuar o Intota e integrá-lo ao Alma, desenvolvido pela Ex Libris, a
ProQuest Company (ENIS, 2016).
�11
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
canalizam energias para o desenvolvimento e marketing de suas novas soluções, pois falhar
com seus produtos tradicionais pode resultar na perda de credibilidade e prejuízos na
prospecção de novos negócios.
Observa-se há alguns anos a oferta das plataformas de serviços de biblioteca por
fornecedores internacionais. Ano a ano, inúmeras bibliotecas vêm incorporando estas
plataformas, devido a demanda crescente de gerenciamento de acervos cada vez mais
diversificados e em função das tecnologias modernas por elas empregadas. De fato, como
mencionou Viana (2016, p. 77), é necessário dispor de um levantamento atualizado das
bibliotecas universitárias no Brasil, no que diz respeito ao número de unidades existentes, tipos
e números de acervos, situação de automação, avaliação dos sistemas e tecnologias que
utilizam, verificação de expectativas de melhorias de serviços e processos, necessidade e planos
de mudança de sistemas de informatização.
Acredita-se que este trabalho propicia aos bibliotecários e gestores das instituições de
ensino superior um levantamento preliminar de informações com vistas ao conhecimento,
compreensão e amadurecimento técnico em relação a essa emergente tecnologia que está
começando a chegar no Brasil.
7 Referências
BREEDING, Marshall. A cloudy forecast for libraries. Computers in Libraries, v. 31, n. 7,
p. 32-34, Sept. 2011. Disponível em: < L>. Acesso em: 20 abr. 2016.
______. Agents of change: automation product vendors are poised for a major transition.
Library Journal, v. 137, n. 6, p. 30-36, Apr. 2012. Disponível em:
<http://www.thedigitalshift.com/2012/03/ils/automation-marketplace-2012-agents-of-change/>.
Acesso em: 31 ago. 2015.
______. Library services platform: a mature genre of products. Library Tecnology Reports,
Chicago, v. 51, n. 4, May/June 2015. Disponível em: <
https://journals.ala.org/ltr/issue/viewIssue/509/259>. Acesso em: 21 abr. 2016.
CÔRTE, Adelaide Ramos e et al. Automação de bibliotecas e centros de documentação: o
processo de avaliação e seleção de softwares. Ciência da Informação, Brasília, v. 28, n. 3, p.
241-256, set./dez. 1999 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019651999000300002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 7 abr. 2016.
CAFE, Lígia; SANTOS, Christophe Dos; MACEDO, Flávia. Proposta de um método para
escolha de software de automação de bibliotecas. Ciência da Informação, Brasília, v. 30, n.
2, p. 70-79, maio/ago. 2001 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019652001000200009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 3 abr. 2016.
ENIS, Matt. All systems go. Library Journal, 6 Apr. 2016. Disponível
em:<http://lj.libraryjournal.com/2016/04/technology/all-systems-go-library-systemslandscape-2016/>. Acesso em: 19 abr. 2016.
GARTNER. Gartner's 2010 hype cycle special report evaluates maturity of 1,800 technologies.
Gartner, Stamford, 7 Oct. 2010. Newsroom. Disponível em:
<http://www.gartner.com/newsroom/id/1447613>. Acesso em: 31 ago. 2015.
�12
XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
_____. Gartner's 2011 hype cycle special report evaluates the maturity of 1,900 technologies.
Gartner, Stamford, 10 Aug. 2011. Newsroom. Disponível em:
<http://www.gartner.com/newsroom/id/1763814>. Acesso em: 31 ago, 2015.
GRANT, Carl. The future of library systems: library services platforms. Information Standards
Quarterly, v. 24, n. 4, Fall 2012a. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.3789/isqv24n4.2012.02>. Acesso em: 31 ago. 2015.
______. Thoughts from Carl Grant: impressions of the new library service platforms - part 1,
2012b. Disponível em: <http://thoughts.care-affiliates.com/2012/10/impressions-of-new-libraryservice.html>. Acesso em: 31 ago.2015.
LEITE, Cesar. Ninguém escapa da nuvem. Amanhã, v. 30, n. 314, p. 24-32, ago./set. 2015.
Disponível em:
<http://www.processor.com.br/Documentos/Entrevista%20Cesar%20Leite_Revista%20Amanha
_ago_15.pdf>. Acesso em: 8 set. 2015
NATIONAL INSTITUTE OF STANDARDS AND TECHNOLOGY. The NIST definition of
cloud computing: recommendations of the National Institute of Standards and Technology.
Gaithersburg: NIST, set. 2011. 7 p. (NIST Special Publication 800-145). Disponível em:
<http://csrc.nist.gov/publications/nistpubs/800-145/SP800-145.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2015.
PAVÃO, Caterina Marta Groposo. Comportamento de busca e recuperação da informação
em serviços de descoberta em rede no contexto acadêmico. 2014. 225 f. Tese (Doutorado
em Comunicação e Informação). Programa de Pós-Graduação em Comunicação e
Informação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. 2014. Disponível em:
< http://hdl.handle.net/10183/96705>. Acesso em: 3 abr. 2016.
ROWLEY, Jennifer. A biblioteca eletrônica. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2002. 399 p.
VIANA, Michelângelo Mazzardo Marques. Nova geração de sistemas para uma nova
geração de bibliotecas. 2013. 50 slides. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/miquemv/novageracao-desistemasparabibliotecas2013viana>. Acesso em: 4 abr. 2015.
______. Sistemas de informação para bibliotecas universitárias: os requisitos dos gestores,
dos bibliotecários e da equipe de tecnologia. 2014. 63 slides. Minicurso apresentado no XVIII
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, Belo Horizonte, 2014. Disponível em:
<http://pt.slideshare.net/miquemv/sistemas-de-informao-para-bibliotecas-universitrias-anlisemulticritrios-2014>. Acesso em: 8 abr. 2015.
______. Uma breve história da automação de bibliotecas universitárias no Brasil e algumas
perspectivas futuras. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação, Brasília, v. 9, n.
1, p. 43-86, jan./jun. 2016. Disponível em:
<http://periodicos.unb.br/index.php/RICI/article/view/15688/12852>. Acesso em: 6 abr. 2016.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 19 - Ano: 2016 (UFAM - Manaus/AM)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: A biblioteca universitária como agente de sustentabilidade institucional.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFAM
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2016
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Manaus (Amazônia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
As bibliotecas universitárias brasileiras nas nuvens: plataformas de serviços para gerenciamento de bibliotecas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Tonding, Fabiana John; Vanz, Samile Andrea de Souza
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Manaus (Amazonas)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFAM
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2016
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Os softwares de gerenciamento de bibliotecas evoluíram constantemente ao longo dos anos desde a primeira até a quarta geração; configurando os sistemas mais usados na atualidade no Brasil, os sistemas de gerenciamento integrado (ILS). A próxima geração, denominada plataforma de serviços de bibliotecas (LSP), vem crescendo internacionalmente, com perspectivas de implantação no Brasil. A partir de um levantamento bibliográfico, o presente trabalho identifica as características das plataformas de serviços de bibliotecas, relaciona seus principais fornecedores e prospecta sobre a utilização destas soluções nas bibliotecas universitárias brasileiras. Conclui que as plataformas de serviços de biblioteca incorporam características que atendem as demandas das bibliotecas universitárias brasileiras em um cenário que inclui o ensino a distância e o suporte aos diferentes recursos informacionais disponíveis e necessários.
Language
A language of the resource
pt