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COMPARTILHAR É A SOLUÇÃO!
TERESA DA SILVA
UERJ – Instituto Politécnico
Caixa Postal 97282
CEP 28610-970 - Nova Friburgo - RJ - Brasil
tesilva@iprj.uerj.br
Resumo
Relaciona argumentos embasados em revisão de literatura justificando o compartilhamento
de acervos como solução para problemas do cotidiano das bibliotecas, como carência de
recursos financeiros, escasseamento de espaço para armazenamento e o trabalho de seleção
da informação, entre outros. São coletadas citações que apontam a premente necessidade
do compartilhamento e arrola benefícios que as bibliotecas virão a desfrutar caso optem
por esta iniciativa, em relação a economia de custos, desenvolvimento de coleções,
progresso
da
biblioteca
e
divulgação
da
informação.
Indica
experiências
de
compartilhamento em atividade atualmente para estudos de casos.
Palavras-chave: compartilhamento de acervos, gestão da informação, desenvolvimento de
coleções.
Introdução
“Compartilhar é o verbo do momento.” disse certa vez a jornalista Cristina de
Luca, do jornal O Globo, ao comentar a crescente adesão dos internautas à troca de
arquivos de músicas na internet, ambiente propício a este compartilhamento.
�2
Pode se dizer o mesmo em relação ao acervo das bibliotecas. Diante de
problemas
como
o
custo
da
aquisiç ão
de
material
bibliográfico,
despesas
com
processamento técnico e guarda dos documentos e o crescimento vertiginoso da
informação produzida no mundo, o compartilhamento de acervos é uma iniciativa que,
além de solucionar problemas do cotidiano bibliotecário, otimiza a biblioteca como
prestadora de serviços aos usuários. E com as tecnologias da informação, na forma da
digitalização dos documentos, esta iniciativa torna-se bem mais viável.
Estão relacionados neste artigo argumentações extraídas da literatura que
explanam motivos pelos quais as bibliotecas podem optar pelo compartilhamento de
acervos. São arrolados os benefícios que as bibliotecas venham a desfrutar do
compartilhamento no tocante a economia de custos, desenvolvimento de coleções,
progresso
da
biblioteca
e
divulgação
da
informação.
E
indica
experiências
de
compartilhamento para estudo de casos.
2 Por que compartilhar?
Figueiredo (1999, p.80) encara a cooperação como um acontecimento
inevitável no futuro das bibliotecas:
Cooperação não é mais uma atividade que as bibliotecas possam escolher
ou não participar; não se concebe mais uma biblioteca atuando
isoladamente. Pode-se dizer que, na verdade, não deve existir mais uma
coisa como ‘uma biblioteca’, mas somente ‘a biblioteca’, ou a fusão de
todas através da cooperação.
Com base em explanações de diversos teóricos, foram encontrados os seguintes
argumentos a favor do compartilhamento:
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2.1 O crescimento da informação produzida no mundo: No meio científico,
profícuo em pesquisas e descobertas e grande consumidor de informação especializada,
este problema é mais sentido por parte dos estudiosos. Em 1851, Joseph Henri, do
Smithsonian Institute, já alertava para o problema do crescimento da informação,
declarando que, caso não fosse tomada nenhuma providência para sanar este problema,
“tanto a literatura como a ciência perecerão esmagadas sob o seu próprio peso”
(KRZYZANOWSKI; TARUHN, 1998, p.193). As teorias do “crescimento exponencial do
acervo x crescimento aritmético do uso” (RIDER, apud PINHEIRO, 1998, p.12) e do
“caos documentário” (BRADFORD, 1961, p.196)
também confirmam este problema.
A
este respeito, Robredo; Cunha (1994, p.3) declararam que
com a ‘explosão’ da investigação científica e técnica, aparece um
fenômeno completamente novo na história da humanidade: o homem
curioso não consegue descobrir por si mesmo a existência dos
documentos que lhe interessam e não dispõe de tempo para ler tudo
aquilo que é publicado na sua área de interesse.
Concomitantemente a esse “boom” informacional, constatou-se que ideais
como os da “biblioteca auto-suficiente” (VERGUEIRO, 1989, p.13) e da “biblioteca
enciclopédica” (PINHEIRO, 1998, p. 12), entre outros, devem ser abandonados por serem
inviáveis. São aspirações impossíveis mesmo para as bibliotecas e centros de informação
com orçamento generoso e amplo espaço físico para armazenamento. Mulholland (2000,
p.2) declara que “as bibliotecas devem parar de sofrer do complexo de Biblioteca de
Alexandria ”: desejar adquirir tudo sobre tudo para o seu acervo. Argumento semelhante
utiliza Vianna (2000, p.2), dizendo que “nenhuma universidade pode ser tudo para todos ”.
Atualmente as bibliotecas estão cientes de que é impossível armazenar todo o
conhecimento produzido. Conforme declarou Vergueiro (1997, p.103)
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as instituições de informação parecem estar caminhando para uma nova
fase de atuação, na qual não poderão mais acreditar que terão sequer as
mínimas possibilidades de atender totalmente, com seus próprios
recursos, às necessidades de seus clientes;
2.2 Custo da aquisição e armazenamento dos documentos: Krzyzanowski;
Taruhn (1998) afirmaram que a informação, apesar dos seus atributos sociais e culturais, é
adquirida por um alto valor pecuniário. No Brasil esse valor é mais elevado, devido à
inflação, aos altos preços das assinaturas de periódicos (principalmente quando são
importados) e à limitação orçamentária das bibliotecas. Limitação esta que pode impactar
em menos aquisições, afetando conseqüentemente a qualidade do acervo e dos recursos
oferecidos pela biblioteca.
Além da aquisição, Rider (apud PINHEIRO, 1998), compilou mais três
atividades bibliotecárias que demandam custo financeiro: preparação da obra para uso,
catalogação e armazenamento. Em todas as quatro atividades, está agregado também o
custo homem-hora, que é o custo financeiro do trabalho dos profissionais a ele dedicados.
2.3 Necessidade do usuário ter acesso rápido à informação: ao usuário da
biblioteca, como lembra Figueiredo (1999), não interessa como a biblioteca está
estruturada, e sim se o fornecimento de informação lhe é feito com presteza. É da
satisfação do usuário com o atendimento às suas necessidades informacionais que depende
o sucesso da biblioteca. Os resultados das experiências de compartilhamento resultarão em
benefícios para o atendimento ao usuário, indivíduo objeto das atenções da biblioteca.
Há uma demanda cada vez maior de usuários que querem acesso imediato e
ágil à informação, a fim de acelerar os seus estudos e pesquisas. A publicação eletrônica
transmitida via Internet é um recurso que oferece ao usuário acesso quase imediato à
informação de que necessita (KRZYZANOWSKI; TARUHN, 1998);
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2.4 Mudança de paradigma da obtenção da informação: Rowley (1996,
p.7) afirma que
há uma significativa mudança de um foco na coleção e desenvolvimento
do acervo para funções baseadas no acesso, onde as bibliotecas vêem o
seu papel como provendo acesso aos recursos, que podem estar em sua
coleção, mas que podem estar localizadas em qualquer outro lugar.
Graças às tecnologias da informação (como Internet e bases de dados em
linha), as bibliotecas estão preferindo o acesso ao documento em detrimento à sua posse.
Vergueiro (1989, p.13) fez uma declaração a esse respeito que vai direto ao ponto:
Ficou mais claro para os bibliotecários que, se pretendiam manter as
bibliotecas pelas quais eram responsáveis como organismos vivos e
atuantes, deveriam necessariamente mudar a ênfase de seu trabalho da
acumulação pura e simples do material para o acesso ao mesmo.
Lancaster (1996, p. 264) declara que:
o crescimento da editoração eletrônica [...] [juntamente] com o
desenvolvimento das redes de telecomunicações que permitem o acesso a
fontes de informação remotas, significa que os fatores compensadores [do
compartilhamento de recursos] podem ser estendidos além dos [seus]
conceitos convencionais [...].
Vergueiro (1997, p. 101-102) argumenta que
hoje em dia, ter acesso ao conteúdo de um documento pode significar
muito mais que localizá-lo no acervo de uma biblioteca próxima. Pode
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implicar em conectar -se a um computador remoto e transferi-lo para o
computador da biblioteca.
E, como declarou Cunha (1999, p. 261), “o diferencial mudará do tamanho do
acervo para o tamanho das verbas disponíveis para o acesso”. As bibliotecas estão
adotando os lemas “small is beautiful” e “small and rich is beautiful” para o
desenvolvimento de acervos.
Krzyzanowski; Taruhn (1998) previram sobre uma provável crise no sistema
tradicional de publicações científicas em papel, creditado ao seu custo e ao conseqüente
aumento dos preços das assinaturas. O acesso compartilhado pela Internet aos periódicos
eletrônicos é uma alternativa para manter a continuidade das suas coleções a um preço
menor;
2.5 Preferência da busca da informação em artigos de periódicos: Robredo;
Cunha (1994, p.4) declaram que a concepção de documento enquanto suporte mudou no
século XX, passando o artigo de periódico a ser o cerne da informação bibliográfica.
Segundo ainda os autores, isso ocorreu devido ao aumento do volume de documentos no
mundo. Consequentemente “a importância do livro ou do volume vai cedendo lugar à
publicação especializada e, dentro desta, ao artigo, e ainda, mais recentemente, aos
conceitos e dados nela contidos.”
Por conseguinte as bibliotecas cujos usuários são consumidores de informação
mais atualizada devem concentrar seus esforços na aquisição e acesso a periódicos, para
atender às suas necessidades de informação. O custo de adquirir coleções de periódicos
sem interrupção é elevado para bibliotecas isoladas. Esse custo pode ser partilhado entre
bibliotecas que compartilham acervos, para garantir a continuidade das coleções.
3 O que as bibliotecas tem a ganhar com o compartilhamento de acervos?
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3.1 Em relação à economia de custos:
3.1.1 Assegura a continuidade das assinaturas dos periódicos, através da
divisão da aquisição dos documentos : O preço dos documentos, principalmente dos
periódicos eletrônicos, aumenta a cada ano, levando alguns centros de informação a
cancelar a assinatura de alguns títulos por medida de economia. O cancelamento de
assinaturas deixa “falhas” nas coleções de periódicos que afetam a eficácia das bibliotecas.
Sobre este problema, Figueiredo (1999, p.71-72) avisa que
interrupções na aquisição têm somente efeito marginal nas áreas de
humanidades e ciências sociais, pois uma aquisição posterior poderá vir a
cobrir as lacunas. Na área de ciência e tecnologia, a literatura após dois
anos de publicação perde metade do seu valor e, após cinco anos, pode
não ser mais válida a sua aquisição.
Como
afirmou
Krzyzanowski;
Taruhn
(1998),
através
de
compromissos
firmados para o compartilhamento a continuidade das coleções de periódicos para o futuro
estará garantida.
Pois tendo a responsabilidade de adquirir determinados títulos para
atender seus usuários e os usuários das bibliotecas cooperantes, haverá menos risco de uma
biblioteca interromper suas assinaturas de periódicos. Conseqüentemente, haverá maior
segurança para a manutenção de coleções, evitando os “buracos” nas coleções
mencionados por Figueiredo (1999). E ainda beneficia equanimamente instituições que,
isoladas, não teriam condições de arcar com o pagamento das assinaturas de periódicos.
De acordo com Krzyzanowski; Taruhn (1998, p.194)
a adoção da prática de união de interesses por meio de consórcio de
bibliotecas, para a seleção, aquisição, manutenção e preservação da
informação eletrônica, apresenta-se como uma das formas encontradas
pelas instituições e profissionais envolvidos com o objetivo de diminuir
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ou dividir os custos orçamentários, ampliar o universo de informações
disponíveis aos usuários e o sucesso dessas atividades.
Cunha (1999, p.261) assegura que o trabalho cooperativo é necessário para
reduzir os custos da publicação eletrônica. Segundo ele, “haverá campo propício para
ações cooperativas mediante convênios. O compartilhamento de recursos será uma ação
crítica, e a comutação bibliográfica passará a ser uma função essencial na nova estrutura da
biblioteca universitária.”
Lancaster (1996) afirma que o custo da participação em um acordo de
compartilhamento é vantajoso até mesmo quando uma biblioteca empresta quatro vezes
mais do que toma emprestado, pois o custo do empréstimo dos documentos é mais baixo
do que seu valor de compra, caso fossem comprados;
3.1.2 Possibilita uma maior racionalização do uso das verbas para
aquisição: Vianna (2000) assegura que a racionalização nas compras, tendo em mente a
incapacidade da biblioteca ser auto-suficiente, é objetivo de preocupação da aquisição
cooperativa. O compartilhamento de acervos é uma excelente justificativa para solicitação
de verbas junto a instituições e órgãos de fomento, através de projetos que explanem
convincentemente os benefícios que as instituições das quais as bibliotecas são
participantes usufruirão.
3.2 Em relação ao desenvolvimento de coleções:
3.2.1 Aumento do custo/benefício das aquisições: o compartilhamento de
recursos pode ser um meio para tornar vantajosa a relação custo-eficácia das aquisições das
bibliotecas. Segundo Lancaster (1996, p.263),
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uma biblioteca talvez consiga, com seus próprios recursos, satisfazer
entre 80 a 90% das necessidades dos usuários. Mas não terá como passar
muito além desse ponto de maneira econômica, porque isso exigiria
gastos totalmente desproporcionais. Por exemplo, uma biblioteca talvez
consiga atender a 90% das necessidades de artigos de periódicos ao
assinar 200 títulos; para atender a 95%, talvez precise de 700 títulos, e
98% de satisfação talvez exijam o uso de até 2.000 títulos;
3.2.2 Compartilhamento da tarefa de filtrar a informação: Ortega y Gasset,
(apud FONSECA, 1992, p.60) ao falar a respeito da missão do bibliotecário, afirmou que
ele é “o filtro que se interpõe entre a torrente de livros e o homem”. Lancaster (1996, p.3)
considera a biblioteca “como uma interface entre os recursos de informação disponíveis e a
comunidade a ser servida”. E o desenvolvimento de coleções é a atividade que promove
essa
interface
enquanto
segmentação
orientada
para
o
cliente.
Nisonger
(apud
VERGUEIRO, 1997, p.104), argumenta que
os bibliotecários ainda se deparam com a mesma responsabilidade em
relação às publicações eletrônicas – filtrar do grande número disponível a
parcela que é relevante ao atendimento das necessidades de informação
de seus clientes.
Compartilhar o trabalho de seleção da informação elimina a redundância de
informação nos acervos, ao filtrar a informação que realmente interessa ao usuário. E ainda
agregará valor à informação, pois os clientes terão confiança de que estão tendo à sua
disposição as melhores fontes de informação da sua área de conhecimento.
Cunha (1999, p. 261) afirma que a biblioteca está mudando de paradigma:
graças às tecnologias de transmissão da informação, ela
�10
existirá mais como um conceito abstrato e não tanto como uma
realidade
física.
O
desenvolvimento
de
coleções
privilegiará
as
necessidades dos usuários, e não a completeza dos assuntos. Para tanto,
serão utilizados não só os recursos documentários locais, mas,
principalmente, pelo acervo virtual acessível via comutação bibliográfica,
consórcio, rede e vendedores comerciais. O desenvolvedor de coleções
terá como função fazer hiperligações para mapear os recursos
informacionais externos.
3.3 Em relação ao progresso da biblioteca:
3.3.1 Desenvolve capacitação dos recursos humanos, principalmente para
a operação e uso de bases de dados (KRZYZANOWSKI; TARUHN, 1998): A utilização
de documentos digitalizados demanda profissionais capacitados para buscar, acessar e
recuperar a informação em bases de dados locais e remotas. Segundo orientação de Cunha
(1999, p.267)
O novo ambiente digital irá exigir da biblioteca uma equipe mais bem
treinada no uso dos diversos equipamentos e programas. Serão
necessárias aptidões como conhecimento de língua estrangeira para
acessar sítios no exterior e realizar buscas . O ambiente bibliotecário,
nessa era digital, será cada vez mais internacional. A equipe deverá estar
bem mais preparada para um envolvimento mais constante com o usuário,
pois haverá um contato entre ambos maior do que na biblioteca
convencional.
É uma ocasião propícia para o aperfeiçoamento profissional dos bibliotecários
e seus auxiliares, pois participarão de cursos, treinamentos e estudarão mais sobre os
recursos da tecnologia da informação para recuperá-la e acessá-la.
�11
Além dos recursos financeiros, os conhecimentos tácitos dos profissionais
das bibliotecas podem ser compartilhados entre as cooperantes. Afirma Vianna (2000, p.2)
que as bibliotecas que compartilham seus acervos “juntas poderão experimentar e
progredir mais do que sozinhas”, através da troca de idéias e experiências;
3.3.2 Promove ação efetiva em conjunto sem prejudicar a autonomia e a
diversidade institucional: Vianna (2000) quis dizer com isso que, mesmo trabalhando em
grupo,
cada
biblioteca
continua
a
ter
identidade
própria.
E
mesmo
que
um
compartilhamento reúna bibliotecas de diferentes instituições (como universidades e
centros de pesquisa), essa diversidade não será prejudicial ao compartilhamento.
3.4 Em relação à divulgação da informação:
3.4.1 Aumento do universo de publicações disponíveis aos usuários,
através do acesso a um volume maior de informações: uma biblioteca participante
poderá ter à sua disposição documentos das demais cooperantes. Jasmen (1998),
explanando sobre o projeto de consórcio de bibliotecas universitárias chilenas “Alerta al
conocimiento”, afirma que as instituições participantes da aquisição cooperativa têm
acesso a um universo muito maior de periódicos do que as instituições que assinam
periódicos apenas para si. E as coleções de cada biblioteca participante passam a ter maior
uso, com a ampliação do número de usuários.
Sobre esse argumento, cabe citar a afirmação de Figueiredo (1999, p.80): “as
bibliotecas trabalhando juntas podem ultrapassar as barreiras locais (os campi), deixando
de ser órgãos fisicamente restritos, mas cientes do potencial de recursos coletivos
existentes para serem compartilhados”;
3.4.2 Promove a otimização da pesquisa científica, ao oferecer subsídios
informacionais para aquisição e transmissão do conhecimento (KRZYZANOWSKI;
�12
TARUHN, 1998): a comunidade científica é uma voraz consumidora de informação para
seus trabalhos de ensino e pesquisa. Mas essa informação, para atender às necessidades
dessa comunidade, deve ser precisa e chegar às mãos do requerente sem demora. O acesso
a um amplo leque de títulos de periódicos e a bases de dados, proporcionado pelo
compartilhamento, possibilita esse atendimento. Semelhante declaração fez Cunha (1977,
p.41) ao dizer que “a informação científica e tecnológica é propriedade de todos e a
participação nos lucros desse capital coletivo é o objetivo extremo da transferência do
conhecimento”.
4 Conclusão
A comunidade bibliotecária não tem como desconhecer o fato de que o
compartilhamento de acervos é uma boa alternativa para os problemas de seleção,
aquisição e armazenamento de documentos da biblioteca. Além de ser uma oportunidade
para melhorar ainda mais o atendimento ao usuário, razão de existência da biblioteca. Cabe
aos gerentes de bibliotecas, tendo em vista o histórico da instituição e suas necessidades,
tomar a decisão de compartilhar seus acervos, contactando gerentes de bibliotecas para
propor acordos de compartilhamento ou buscar participação em acordos já firmados.
Brown (1998) relata que o compartilhamento entre as bibliotecas americanas,
promovidos como consórcios, tem obtido
bastante sucesso nos propósitos de compartilhar
conhecimentos e repartir custos de aquisição de documentos. A iniciativa das bibliotecas
americanas foi a inspiração para o surgimento do compartilhamento entre as Instituições de
Ensino Superior do Rio de Janeiro - IES/RJ, como afirmou Vianna (2000).
Como não foi encontrada nenhuma argumentação que depusesse contra o
compartilhamento, a princípio isso pode ser considerado como sinal de sucesso. Para
constatar a certeza do sucesso das iniciativas de compartilhamento de acervos, podem ser
realizados estudos de casos de compartilhamento entre bibliotecas adotados por bibliotecas
e centros de pesquisa brasileiros. Dentre eles, pode-se estudar as experiências do
�13
Compartilhamento entre Instituições de Ensino Superior do Rio de Janeiro – IES/RJ
(informações
Biblioteca
disponíveis
Eletrônica
em
–
http://www.ndc.uff.br/compartilhamento),
ProBE
da
FAPESP
(informações
do
Programa
disponíveis
em
http://www.probe.br) e do portal Periódicos da CAPES (informações disponíveis em
http://www.periodicos.capes.gov.br) . Pode-se verificar, entre outros, se as experiências
são eficazes no propósito de beneficiar a comunidade acadêmica e científica.
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2000.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
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Title
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Compartilhar é a solução!
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Silva, Teresa da
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2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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Relaciona argumentos embasados em revisão de literatura justificando o compartilhamento de acervos como solução para problemas do cotidiano das bibliotecas, como carência de recursos financeiros, escasseamento de espaço para armazenamento e o trabalho de seleção da informação, entre outros. São coletadas citações que apontam a premente necessidade do compartilhamento e arrola benefícios que as bibliotecas virão a desfrutar caso optem por esta iniciativa, em relação a economia de custos, desenvolvimento de coleções, progresso da biblioteca e divulgação da informação. Indica experiências de compartilhamento em atividade atualmente para estudos de casos.
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pt
snbu2002