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POLiTICA DE AUTOMAÇÃO PARA BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS
BRASILEIRAS
Wanda Maria M.R. Paranhos prof
Dept" Biblioleoonomia UFPR
Carlos Alberlo Picanço de Carvalho
Prol. Dept" Infomnática UFPR
Apresenta uma visão geral da automação de bibliotecas universitárias b.....
sileiras em 1988, comparando dados com levantamento de 1980. Há nitido
crescimento nas iniciativas, embora o esfo"", não respresente preocupação
fundamental com alividades de cooperação e inlercâmbio. O apoio do PNBU
à rede BIBLlODATAlCALCO da FGV representou signílícalivo crescimento
na rede e nos seus índices de cooperação, que evoluíram de 5% em 1981
pera 16,5% em 1988. Analisa a diretriz e ações associadas com automação
de bibliotecas universitárias na edição do PNBU em 1986 e propõe outras
recomendações.
1 INTRODUÇÃO
A automação de bibliotecas, sislemas e serviços de infomnação no Brasil
tem acompenhado, com atraso, a evolução ocorrida em outros pelses, embora se
encontre, em algumas entidades, ao mesmo nivel de seus similares estrangeiros.
A discussão lem sido mantida ativa no Brasil tania pela literalura fomnal
quanto pela programação regular de eventos, induindo a cobeo11.lra dada pelas Feiras de Infomnática, em Silo Pauto, o Encontro Nacional de Biblioteconomia e Informática, que desde 1984 oconre em Brasllia a cada dois anos, a exemplo do Seminário de Automação de Bibliotecas e Cenlros de Documentação em Silo José dos
Campos (e que em ma"", de 1989 se realizou em Aguas de Lindóia). A par estes
eventos regulares, o tema tem sido também abordado em sessões de eventos mais
genéricos e alguns regionais, com tratamento tanto dos aspectos teóricos quanto de
implementação, relacionamento com áreas como telecomunicações, organização e métodos, tudo isso conlribuindo para uma literatura nacional vasta e dispersa que in-
dui experiências com bibliotecas universitárias.
De um modo específico, o lema foi abordado em Simpósio especial no 2°
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (Brasília, 1981)8 e após sucess~
vas discussões em eventos similaras posteriores assumido como proposta do
�Plano Nacional de Bibliotecas Universitárias regulamentado pela Porlaria Ministerial n" 287186-MEC.1 Tal Plano foi estabeleddo após ampla consulta às entidades,
sua comunidade, espedalistas, entidades de fomento para atividades em ciência e
tecnologia e usuários, como sintese de propostas inicialmente apresentedas no 4"
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (Campinas, 1985).
Tal Plano incluiu pera a área a seguinte diretriz: "estimular a automação dos
procadimentos técnicos e administrativos das bibliotecas universitárias, visando
a facilitar o atendimento aos usuários". Associadas a esta diretriz foram explicitadas as seguintes ações:
" a) desenvolver uma rede de intercâmbio de dados bibliográficos e documentários, com um grande banco de dados central, para viabilizar serviços de catalogação cooperativa, empréstimo, comutação bibliográfica, ate, considerarr
do, entre outros fatores, como - localização da unidade central em instituição
de computador de grande porte; início
com vocação pera o serviço;
de operação com os maiores acervos de bibiolecas universitárias (pra1'arencialmente as que adotem normas semelhantes pera processamento lémiro) e
com o acervo de documentos nacionais da Biblioteca Nacional;
b) manter um Centro ra1'arencial de informação sobre automação de bibliotecas,
que assegure também orientação à implantação de projetos de automação de
bibliotecas;
c) estimular o desenvolvimento de softwares integrados pera automação de todas as funções de biblioteca;
d) apoiar a adoção do formato de intercêmbio CALCO, estimulando seu constante aprimoramento, de maneira a assegurar sua compatibilidade aos pa-
drões internacionais. I!
Este trabalho representa uma sintese da situação das bibliotecas universm.
rias brasileiras em relação à automação de seus processos em 1988, a partir de
dados informados para projeto de pesquisa assumido por técnicos do Centro de
Informações Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear, gentilmente
colocados à disposição pera evitar nova abordagem junto às instituições de ensino
superior (IES) informantes (tal estudo sem referido como de SAYÀO et am 1989,
São apresentadas também algumas implicações de tal diagnóstico e recomendações preliminares submetidas à discussão dos participantes do 6" Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias - SNBU, de onde deve derivar uma versão d&finitiva de diretrizes a orientar tanto a
do PNBU quanto das próprias IES e
das entidades de fomento eventualmente envolvidas no processo.
205
�:2 VISÃO GERAL DA AUTOMAÇÃO DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
BRASILEIRAS EM 1988
O. dado. colelados po, SAVÃO el alii, 1989, e aqui anali.ados em lermos
genéricos e preliminare., relrelam a siluação peculia, da experiência de.envolvida
em 40 IES po' lipo de função abordada no projeto de automação,
do
processo (em planejamento, implanlBção ou operação), po, tipo de IES e em relaçao as
do paí.,
Em comparação com dados de diagnó.tico semelhante feilo po, ROBREDO
em 1980, pode-se alirma, que o esforço na área de automação de bibliotecas uniwrsilãrias foi "","""nte no periodo, confo""e Tabela 1, que resume dados apena.
do. sistema. em operação,
TABELA 1 - SITUAÇÃO GERAL DE SISTEMAS IMPLANTADOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS, 1980 e 1988
SITUAÇÃO
Sistemas em operação"""""""""""""""",
Desenvolvido na IES """"""""""""""""'"
Adquirido de oulra enlidade ......................... .
FONTE: SAVÃO elalii, 1989
ROBREDO
SAYÃO ET ALlI
1980
1988
nO
n
8(80%)
:2 (20"10)
48
40(83%)
8 (17%)
10
Q
Em 1980, IES de 10 aslBdos explic:ilaram projetos implemenlBdos; em 1988,
foram 13 os eslados rep",senlBdos, sendo 5 nOllos (portanto, hã IES cujos dados
não fo,am fornecidos em 1988).
Dos 48 sistemas registrados como implemenlBdos em 1988, 32 (67%) referem-se a tratamento de dados relacionados com constituição de base de dados e
oferta de serviços, enquanto 16 (33%) relerem-se mais a tratamento de processos
administrativos, Do ponto de lIiela do equipamento exigido, 31 sistemas (65%) são
voltados para microcomputadores, enquanto 17 sistemas (35%) dependem de
equipamentos de maior porte, É preciso reconhecer a possibilidade de repasse
dos sislemas voltados para microcomputadores, tanto quanto convier às IES interessadas e às condições daslES fornecedoras, Tal pràticajá lIem ocorrendo, com
206
�a cessão do direito de uso de sislemas entre as IES, por exemplo com a rU' ....II"'",
UFSC e UFPR em relação aos sistemas que desenvolveram para microcomputadores, Por outro lado, também é preciso reconhecer que a maioria de tais soluçlles
representou um esforço para eliminar ou diminuir sensivelmenta o gargalo associado a certa. tarefas, ma. a solução integrada de software para automação total
de bibliotecas univ..rsilària. provavelmenle exigirá equipamentos de outro porte ..
com oulTas facilidades, não podendo depender, na maioria das vezes, apenas de
microcomputadores.
O esforço de aplicação de soluções automatizadas parece ainda isolado,
tania a nível de utílízação de microcomputadores como de equipamentos de médio
e grande porta, a maioria das IES lendo optado pelo de.envolvimento de .eu próprio sistema (83% em 1988),
A T abala 2 apresenta a distribuição das IES informantes em 1988 por tipo de
IES;
TABELA 2 - DISTRIBUiÇÃO DOS PROJETOS DE AUTOMAÇÃO DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS BRASILEIRAS' POR
REGIÃO DO PAIs E TIPO DE IES -1988
TIPODEIES
REGIÃO
Federal
16
NORTE""""""""""
NORDESTE """"",
CENTRO"ÜESTE
1
12
5
25
Estad,
Comuni!.
1
2
5
8
1
2
3
6
Pal1ic,
11
SUDESTE """""",
Total
1
8
1
17
13
40
SUL """""""""""
TOTAL """"""""""""""'""
FONTE: SAYÃO et alii, 1989
NOTA; Inclui projetos em planejamento, implantação e já implantados
Os projetos de automação de bibliotecas universilàrias têm dependido mais
do setor público - principalmente das IES federais - e eslà o esforço mais concentrado nas re,liá"s sul/sudeste do pais, seguindo a distribuição das próprias
IES,
207
�Do ponto de vista de dependência tecnológica (tipos de equipamentos) e facilidades de cooperação institucional (participação em rede e uso do serviço
RENPAC da EMBRATEL, por exemplo) os dados da Tabela 3 fomecem panorama
geral.
TABELA 3 - DISTRIBUiÇÃO DO ESFORÇO DE AUTOMAÇÃO NAS
IES POR TIPO DE EQUIPAMENTO, PARTICIPAÇÃO
EM REDE E USO DO SERViÇO RENPAC -1988
TIPO DE EQUIPAMENTO PART.REDE USORENPAC
REGIÃO
Micro
Outro
Total
Sim
Não
Sim
Não
IES
NORTE .....................................
NORDESTE ..................
CENTRO-OESTE
SUDESTE ..................
SUL
.........................
TOTAL
...................
6
5
8
1
9
17
16
6
11
9
11
13
12
4
9
32
27
40
38
14
26
16
826
1
2
FONTE: SAYÃO et alii, 1989
A disponibilidade de microcomputadores em biblioteca universitárias é uma
realidade (80% das IES informantes), embora também seja positiva a presença ou
acesso, real ou previsto, de 68% das IES informantes a equipamentos de médio ou
grande porte. Apenas 5% das IES informantes explicitam sua participação em algumas rede, o que parece indicar pouca atividade de cooperação com recurso
computacionais, também evidenciado pelo baixo número de bibliotecas com uso do
serviço RENPAC para comunicação de dados e acesso a bases/serviços de outras entidades.
Com relação às funções/atividades desenvolvidas com recursos computacionais, os dados estão sumarizados na Tabela 4. Das 20 atividades previstas no
estudo de SAYÃO et alii, 1989, apenas duas delas (treinamento de usuários e calendário/comunidade) não foram abordadas nos projetos relatados. Há maior concentração de esforços em atividades relacionadas com processamento técnico
(20% do total dos projetos), seguido de registro/controle de usuários (12,5% dos
projetos) e controle da produção científica da IES (11% dos projetos).
208
�TABELA 4 - PROCESSOS E SERViÇOS AUTOMATIZADOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS - 1988
REGiÕES
SUL
PRODUTOS/SERViçoS'
IES
1. Controle orçamentário ••••
2. Contabilidade ••••••••
3. Eslatfstica • • • • • • • • • • •
7. Aeg/catlclasslprep. emp
~
••
!
N211ES
11. Catálogo ooletivo ••••••
12. Ae90/Controle usuários
••
13. Empréstimo •••••••••
14. Referência •••••••••
15. Dissem. seletiva in!. • •••
16. Busca retrospectiva •••••
17. Sumários correntes •••••
18. Treinamento de usuários ••
19. Calendários/comunidades •
20. Outros ••••••••••••
TOTAL
••••••••••••
!
I
WJIESJ N2!
I
NORDESTE
IES
IN"
C. OESTE
[IES
1
I N1
9
TOTAL
NQ
UFPR,
FUR
FUEM,
FURe
FURB
UFPR,
FURS
UFPR.
FURB
UFPR.
FUR
%
1,5%
FLiRB
ÜFMA
i:>ÜCfAJ
••• ü"FMGlBV
T
UFF, UERJ
2
UFRJ, UNIRIO, BlREME
UFMGlBU. PUC/RJ
BIREME, UFJFIMED,
UFMGIBV
BIREME
UFRJ, BIREME
5
UNIRIO. UFJFIMED,
PUC/AJ
CEFET/MG, UFJFlMEo.
UFMG/BU
3
1
2
2
2
àiÃEME. UFMGJBV
PüC/P
UFMGtElV
UnS
UFMA, UFANo UFPB
UFAl,. UN!CAMP
3 UFPA
1
2
UFAN
UFMA, UFAN, UFC
3 UFPA
UFMA
... UFPA
UFMA
FONTE: SAVÁO et a1ii (dados tabulados até 14.4.89)
* Conforme constam na planilha tabulada pelos autores.
5
Uns
UnS
1
unS
3
20%
&,25%
5%
11%
5
8%
8
12,5%
1
3
1
1
1
1
1
1
5%
1,5%
1,5%
6,25%
3%
1
13
6:25%
1,5%
1,5%
6,25%
7
unS
UnS
1
1
"
"3
1
1
'4
13
3
2
24
1
1
UnS
UnS
ÜFC
14
.,. ÜnB T
UnS
2
2
8. Comutação ••••••••••
9. CliaçãolmanuL vocab •• ••
1O. Prod. liter. IES •••••••
NORTE
UFPR
4. Inventário •••••••••••
5. Seleção . . . . . . . . . . .
6. Aquisição •••••••••••
I
SUDESTE
10
4
2
"i
1;5%
64
100%
�(: importante registrar que das 13 IES com atividades de automação de processamento técnico em ritmo operacional (o que equivale a esforço de constttuição
de base de dados do acervo 10ceQ, apenas cinco explicitaram adoção de algum
rormato/interface padrão para intercâmbio de dados (3 CALCO, 1 IBICT e 1 UNISIST). Na constituição de bases de dados loceis relativas à produção científice em
sete IES com a função já implantada, apenas duas seguem algum formato/interface pedrão (uma indicou ISO 2709 e oulra o formato UNISIST).
Tal penorama não contribui pera a potencialização da interação entre as IES
a nível de intercâmbio de ragistros e representa grave perda de oportunidade para
aumento da cooperação entre as entidades.
A T ebela 5 espelha a constituição da rede BIBlIODATAlCAlCO ""orden...
da pela Função Getúlio Vargas (FGV) desde 1980, destacando a perticipação das
bibliotecas universitária. e os indices de cooperação (aproveitamento de registro
da base) no período.3
TABELA 5 - PARTICIPAÇÃO DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS
NA REDE BIBlIODATAlCALCO-1980IMar. 1989
BIBL UNIV. NA REDE
N° DEBIBL
NA REDE
ANO
1980
1981
1
1982
"6
1983
14
N°mpO DE IES·
F
E
C
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
1984
16
1
1985
21
1
1
1986
25
1
2
1987
37
10
2
1988
46
13
5
15(a)
5(b)
1989 (Mar) 50
1(<:)
I
TOTAL%
PI
O
O
O
O
O
O
O
O
O
0%
0%
0%
0%
0%
0%
2%
14%
5,4%
7%
3%
19%
14%
8%
16%
9%
13%
35%
12%
19%
41%
16,5%
l(d) 22%
44%
da Rede BIBLlODATAlCALCO, 13-14/4/89'
F=Federal; E=Estadual; C=Comunilária; P=Particular
(a) UFRGSlEducação; UFRRJ; UFAl; 10 UFMG; UFG; UFSC;
(b) UNESP/Júlio Mesquita; UNIRIO; FURB; UDESC; UNIRIOIMED;
(d) Faculdades Positivo.
210
0%
5%
5%
3%
4%
FONTE: Relatório da FGV apresesenlado na IV Reunillo Anual
(c) PUCIRJ;
INDICEDE
COOPERAÇÃO
?
�A principal motivaçao na amslituiçao de uma rede de catalogaçao cooperativa, é justamente diminuir o Onus da catalogaçao pela disponibilidade de registros
na base que possam se, aproveitados, com algumas adaptações, representando o
indice de oooperaçao da rede. Tem sido crescente tal indice na rede BIBLlODATNCALCO e a e\loluçao pode ser creditada em boa parte á .ignificativa pertícipaçao das biblioteca. universitária. na rede. Em 1982 não havia biblioteca. univer"itária. na rede e o fndice de oooperaçao era de 5%. Em 1988 havia 19 biblioteca.
universitária. na rede (41% do IotaQ e a cooperaçao atingiu 16,5%.
O apoio do PNBU fi rede em 1987 representou um ma,co em seu crescimento: 4 bibliotecas universitária" participevam dela em 1986, 22 perticipa"...em
1989. Em 1986 a" bibliotecas universitária. ,epresentavam 16% do total da. bibliotecas oooperanles; em mal1JO de 1989 reprasentam 44%. Dentre a" 22 perticipentes nesta dsta, 20 (91%) são mantida. pelo setor público, 15 dela. (75%) vinculada" ao 90verno federal.
Depoi. do apoio do PNBU fi rede em 1987 ooonreram alguma. importantes
implementações, a saber:
expansão dos equipementos na FGV e de suas facilidades de leleoomunicaçao;
criaçao e instalaçao da Comissão Consuiliva da rede;
implantaçao do sistema de Autoridades, com prasumivel aumento de velocidade
no procassamento técnico local e julgamento mais ágil de modificações nesta
bese;
desenvolvimento de novo programa de entrada de dados para microcomputadores da linha IBM-PC ou competivel, com maior flexibilidade de forma a permitir
conslruçao de formatos de registros pera oulTos tipos de materiais (cartográfico,
sonoro, manuscrito);
conversão da fita CALCO de intercâmbio pera o Sislema Microisis (cedido pela
UNESCO, distribuído no Brasil pelo IBICl), este de fijcil disponibilidade para l<>da. as bibliotecas e potencialmente úHi! para implementações imediates a nivel
local quanto a tratamento e recuperaçao de registros bibliográficos.
Em um clássico texto sobre a"aliaçao de serviços bibliotecários em geral,
LANCASTER apresenta, em capítulo devotado à avaliaçao de serviços automatizados, as seguintes motivações para projetos de automaçao:5
1. Aumento de produtividade:
2. Reduçao de pessoal;
3. Aumento do controle;
4. Reduçao do erro;
5. Aumento da velocidade;
211
�6, Aumento no escopo e profundidade do serviço;
7, Facilidade de cooperação;
8. Produtos paraletos;
9, Aumento de disseminação; 10, Redução
do custo unitário da oparação,
Pelos custos associados ao desenvolvimento de projetos de automação,
oonsiderada a exigibilidade simuitánea de equipamentos C'hardware''), sistemas
\,sof!ware'') e passoal C'human ware''l, parece ser imprescindível que não se perca de vislB a ne""""idade de justificar eoonomicamente os esforços de automação
e de avaliar oonslBntemente o esforço,
Embora os dados disponíveis não apresentem evidências quanto a possíveis ganhos oom relação a vários dos aspectos acima indicados, pelo menos em
relação à facilidade de cooperação há indícios de que embora a n;vel da rede de
calBlogação oooperativa os índices apresentem esperado crescimento (devendo
ter efeito na redução do custo unitário do esforço de processamento técnico, ainda
a ser medido), no geral as oportunidades de oooperação parecem ainda frágeis a
nivel de possibilidade de intercâmbio de regislros,
3 DIRETRIZES DO PNBU EM 1986
o estímulo à automação de biblioteca. universitárias indicados oomo diretriz
do PNBU em 1986 incluía como ação, conforme citado anteriormente, o apoio a rede
de Intercâmbio de dados bibliográficos, a manutenção de um centro referencial, o
desenvolvimento de um sof!ware Integrado para automação em bibliotecas e 11
adoção do formato CALCO. A seguir são apresenlBdos elementos para discussilo de !eIs ações,
3,1 Rede de In!ercâmblo de dados bibliográficos
Em decorrência das discussões durante o 59 Seminário Nacional de Blblle>tecas Universitárias (Porto Alegre, 1987), howe formalização da escolha da FGV
como a entidade nacional coordenadora de rede de calBlogação cooperativa, o que
fundamentou Investimentos significativos na FGV e o expresso apoio do PNBU à
participação das bibliotecas universitárias na rede.
Em conseqüência, houve esforço da FGV para adequação de seu sistema
às possibilidades de interação com biblioleces dotadas de recursos de automação
(por exemplo, mediante facilidades de leleoomunicação e aCllSllO em linha à base).
212
�seu
duplo
�portável,
computacional.
socio-institucional.
�seu
�qualidade
dados.
usuária;
produtora,
qualidade
dos dados,
�de do pessoal, ele. Parece necessário ressaltar a importância de cada projeto de
automação de bibliotecas contemplar com prioridade a constituição de sua base de
dados bibliográficos garantindo a sua qualidade: pera uso locel e pera intercámbio
porque não podemos correr o risco, dado o porle de investimento necessário, de
reprocessar e transfoomar os dados referentes a milhares de registros se não tiver
havido esforço na qualidade do dado (do ragistro) na sua entrada no sistema.
Outro aspecto que merece destaque é a conveniência de que o sistema integrado de automação da biblioteca interaja com os demais sistemas especializapossivelmente funnando um sistema
dos (pera os outros tipos de dados) da
integrado de infunnações universitárias, de excepcional alcance tanto pera a gerência quanto pera a ""aliação, de cada unidade e da IES como um todo.
O panorama de automação de bibliotecas universitárias brasileiras será
sensivelmente melhorado, por conseguinte, " medida que gradualmente muitas e
mais IES disponham de facilidades de produção ou constituição de bases de dados bibliográficos, e de acesso a bases dos outros dados disponiveis na IES. É
preciso, pois, considerar a disponibilidade de condições para a constituição de bases de dados bibliográficas locais prioritariamente.
Considerando tal concepção e a situação das bibliotecas universitárias antelioomenta analisada, o panorama de automação das bibliotecas universitárias brasileiras pode ser visto em relação às seguintes etapas ou fases:
Fase 1 (superada): Desenvolvimento isolado ou Ocorrência espontânea
Os primeiros projetos - de iniciativa da pr6pria biblioteca ou de outras unidades da IES, ou atendendo a circunstâncias ou apelos externos - se concretizaram
de fuoma espontânea sem relação uns com os outros. Há niveis tecnológicos desiem função dos seus pr6prios recursos ou prioridades. As soluguais entre as
ções buscadas (algumas já implementadas, oulTas em planejamento) suprem necessidades segundo a ótica local e não são necessariamente ITansferiveis ou
aproveitáveis por outras
a não ser circunstancialmente, por semelhança casual de ambientes computacionais e socio-inslitucionais.
Fase 2 (atual): P ..~o!:u~,açlo com intercâmbio ou Ocorrência estimulada
Esta fase está a.sociada basicamente ao inicio de atuação do PNBU e é
exemplificada por duas inicietivas separadas mas convergentes em relação ao
esforço de cooperação. Uma fui o apoio do PNBU à rede BIBLlODATA, tanto na
melhoria das condições de ITabalho na FGV como no estimulo e apoio ao ingresso
217
�de bibliotecas universitárias na rede. Como conseqOência, apesar de os projetos
locais terem a caraderiedca autônoma associada à fase anterior, a preocupação
com a produção de registros padronizados e com a utilização de trabalho cooparatlvo para formação da base local constitui um avanço significativo quanto a etitudes
e quanto a produtos. Com certeza houve mudança em nível de qualidade dos dados disponíveis.
A segunda iniciativa associada a esta fase foi a apresentação simuitánea de
projetos de automação pela UFRGS e pela UFSC que, seguindo os trâmites junto
a entidade extemas à busca de apoio financeiro, induziu apelo do PNBU para esforço cooperativo no desenvolvimento dos sistemas, surgindo o que se convencionou chamar de "Projeto Rede Sul", incluindo a UFPR. Na verdade, UFRGS e
UFSC concebaram isoladamente seus projetos de automação e " ... houve receptividade imediata li oporiuna idéia de adaptar tais projetos (età onde a concepção
original o permita) à dinâmica de um esforço cooperativo tanto na fase atual do d....
senvolvimento dos sistemas quanto na fase futura de interação entre sistemas".7
Haverá dois sistemas desenvolvidos - um deles com compromisso de portabilidade - e no curso de seu desenvolvimento as equipes têm interegido, trocado idéias
sobre parâmetros, estratégias, normas, havendo expectativa de melhoria de qualidade tanto dos sistemas (produtos) quanto dos dados a serem registrados, em d....
corrência deste esforço.
A partir deste eslégio, não é possível concebar projetos que não contemplem
a possibilidade de interc1imbio de registros bibliográficos, e se hà soluçOes implantadas ou em planejamento contrariando tal assertiva, o interesse do país pede
revisão do projeto, especialmente no tocante às IES do setor público.
Faae 3 (proposta): Nivelamento tecnológico 011 Ocorrência planejada
~ posslvel imaginar um cenário onde os benelicios decorrentes de soluções
automatizadas poderiam ser agilizados ou potencializados se for posslvel conciliar
as condiçOes individuais de IES (algumas? todas? escolhidas? apresentação esponl1inea ou induzida?) com o apoio de entidades de fomento e coordenação pelo
PNBU. Consiste na identilicação de patemares ou nlveis de desenvolvimento tecnol6gico na automação de bibliotecas universitárias a serem alcançados segundo
planejamento. O primeiro esforço exigiria definição das etapas ou níveis a serem
cumpridos e seu cronogl"llma, objetivando o desenvolvimento ou aproveitamento de
soluções mudulares como que em regime de mutirâo, com alocação dos recursos
necessários (humanos, financeiros e outros) para !larantir seu sucesso durante o
prazo previsto.
218
�Ainda que eventualmente restrito a algumas IES (se de todo o programa nao
pudesse ser mantido amplo), a capacitação homogênea das IES envoMdas poderia representar uma estratégia, por economia de escala, que agilizasse a elevação
da qualidade dos projetos, dos dados e do potencial de interação das IES. A cada
etapa, as metas são identificadas e as IES se comprometem a cumpri-Ias.
"ela depandência de recursos públicos que os projetos de automação têm
demonstrado, parece juslilicável o estabelecimento de uma estratégia - como a
proposta - que potencialize as aplicações visando" multiplicação dos beneficios.
Se os óbices politioos e operacionais relacionados com a autonomia institucional e financeira das IES e das agências de fomento puderem ser contornados,
tal estratégia poderá acelerar a implantação de projetos de automação, atenuar as
dificuldades de intercâmbio e interação entre as IES (e entre as IES e outras entidades), garantir um padrão de qualidade dos dados, dos produtos e dos serviços
oom eles prestedos, Presumivelmente, a oonseqüência seria a ooorrência de efeitos imediatos na melhoria da qualidade do ensino, pesquisa, extensão e administração universitárias oom os seus desdobramentos positivos no desenvolvimento
social, científico e tecnológico do pais em todas as áreas, que é a motivação principal do esforço,
5 RECOMENDAÇOES
As seguintes premissas orientaram a elaboração das reoomendaçées:
a) há restrição de verbas nas IES e nas enlidades de fomenlo para desenvolvimento e manutenção de programas de automação de bibliotecas universitárias,
sendo o setor públioo em geral, e o governo federal em especial, seu principal
patrocinador; b)é afio o cuslo de sistemas integrados de aulomação de
bibliotecas, especialmente quanlo ao módulo de gerenciamento dos registros de
dados bibliográfioos, dada a sua complexidade, sendo esle o de produção
especifica pela biblioteca; c) há restrição na aquisição, por parte das IES
brasileiras, de equipamentos de grande porte importados;
li) há restrição de passoal disponível e compelente para desenvolvimento de
sistemas integrados de automação de bibliotecas;
e) é desejável a garantia de lrabalho cooparalivo enlre as bibliolecas universitárias brasileiras em geral, e imperiosa entre as mantidas pelo selar público de
qualquer insliíncia;
219
�I) existe pouca familiaridade do pessoal de informática com os problemas, aplicações e necessidades da área de informática documentárias;
g) sistemas integrados de aulomaçtlo de bibliotecas coordenados com oulros
sistemas de informaçtlo nas IES possibilitam economia de escala também pera
evitar duplicaçtlo de coleta de dados e manulençtlo de registros de uso comum
nas IES.
A direlliz estabelecida pera o PNBU em 1986 pode ser mantida, e as ações
então delineadas precisarão ser revisadas em lunçtlo das respostas dadas às
questões levantadas na parte 3. Adicionalmente, fica a proposta da seguinte diretriz e ações complementares:
DIRETRIZ: Manter programa de capacitaçtlo homogênea das IES quanto a automaçtlo de bibliotecas universilãrias pelo estabelecimento de niveis tecnológicos a
serem atingidos, com melas e prazos fixados consensualmente por planejamento
entre os participantes, PNBU e entidades de fomento.
AÇOES COMPLEMENTARES:
1. apoiar, até que se consolidem, programas formais de capacitações de recur-
sos humanos para a área de informática documenlãria, incluindo a olerla, a
curto prazo, de curso dirigido aos proles sores dos cursos de Biblioteconomia
e Documenteçtlo do pais visando facilitar suas condições de repasse, e incluindo programa de intercâmbio de especialistas tanto de informática quanto
de Biblioteconomia e áreas afins a convite de IES interessadas;
2. apoiar projetos de automaçtlo documentáría em bibliotecas universitárias que
dependam de equipemento nacional;
3. estimular os esforços de oonstítuiçtlo de bases de dados bibliográficos nas
IES necessariamente com capacidade de produzir e de receber registros bibliográ
ficos no formato de intercêmbio adotado;
4. estimular o desenvolvimento de beses de dados bibliográficos locais referen
tes à produçtlo inteledual da IES tento para fins de sua disseminaçtlo como
para fins da avaliação da IES com possibilidade de produçtlo dos registros em
lomnato de intercâmbio adotado (evitando-se redundência no processo de en
ITada de dados nas bibliotecas das IES e novo tratemento manual dos dados
para encaminhamento a oulTas entidades) e apoiar projetos de oonversllo com
tal objetivo;
5. impedir apoio de entidades governamentais ao desenvolvimento ou implanteçtlo de programas de automação de bibliotecas que não oontemplem de ime-
220
�Diário Oficial da
�União,
Bibliotecas das instituições federais de ensino superior:
Rede BIBLIODATA/CALCO:
Formato IBICT:
The
measuremente and evaluation of library services.
Linguagem comum de recuperação
de informações;
Projeto cooperativo de desenvolvimento de sistemas integrados de automação de bibliotecas universitárias da Região Sui;
Anais.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 06 - Ano: 1989 (UFPA - Belém/PA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Automação de bibliotecas e serviços aos usuários.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPA
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Belém (Pará)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Política de automação para Bibliotecas Universitárias Brasileiras.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Paranhos, Wanda Maria M.R
Carvalho, Carlos Alberto Picanço de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Belém (Pará)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1989
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta uma visão geral da automação de bibliotecas universitárias brasileiras em 1988, comparando dados com levantamento de 1980. Há nítido crescimento nas iniciativas, embora o esforço não respresente preocupação fundamental com atividades de cooperação e intercâmbio. O apoio do PNBU à rede BIBLIODATA/CALCO da FGV representou significativo crescimento na rede e nos seus índices de cooperação, que evoluíram de 5% em 1981 para 16,5% em 1988. Analisa a diretriz e ações associadas com automação de bibliotecas universitárias na edição do PNBU em 1986 e propõe outras recomendações.
Language
A language of the resource
pt
snbu1989