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EMPREsTIMO NAo OFICIAL ENTRE AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÃRIAS
Maria Constãncia Martinhão Souto*
Julia Hisae Tokuno Kirihata*
Maria Luiza Fernandes Jardim Froner*
tvlaria L19ia Campos*
Tereza da Silva Freitas Oliveira*
RESUMO: COYL6-U.te. numa exptanação M,bllC a UNESP. como 6C ·~cae-Í=a (, CHI PJté.ô;tÍ-mo en:t'1e ôua Rede de B-Íbe(('teca~. RC66aCta a {mpo~tàHC{a
do empllé-6t-Ímo não o6-i.cia.€. Cllt~(' a-6 bibC{otecClô WI{VCll.6{tt"i~iCl~.
apontaVldo a.€.gwnaô llaVlta!)eYl6 C dcól'Cll/tC!gcI/6 9C~((d((6 pC'~ C6 te t_<
po de MllV-ÍÇO
PALAVRAS-CHAVE: Empréstimo. Empréstimo inter-bibliotecas.
Cooperação. Intercâmbio.
*Biblioteca Central da UNESP
603
�INTRODUÇAO
o objetivo
deste trabalho ê sensibilizar os bibliotecãrios
responsáveis
pelas bibliotecas universitãrias, sobre a necessidade do emprestimo
não
oficial entre as bibliotecas congêneres. Empregamos a expressão "empresti mo não ofi ci a1", tendo em vi sta não es tarmos propondo um programa de
emprésti·mo, baseado ell) normas e regulamentos, mas contando apenas com a
boa vontade dos bibliotecãrios.
Trabalhando na Biblioteca Central da UNESP, há vãrios anos, sentimos
a
ineficãcia de contarmos apenas com o nosso acervo - por volta de 360.000
volumes de obras avulsas - e como ele ê pequeno diante das
necessidades
de nossos usuãrios, e o quanto ê diflcil ampliar o universo de informa ções diante das barreiras impostas pelos bibliotecãrios (intermediários
entre a informação e o leitor), quando o material ê solicitado por em préstimo.
1. A UNESP
Cabem aqui, alguns esclarecimentos referentes ã Universidade
Estadual
Paulista - UNESP, por esta constituir geograficamente, um caso
peculiar
de Uni vers idade.
Atê 1976, havia no Estado de São Paulo, Institutos Isolados de Ensino Su
perior, que eram coordenados pela antiga Coordenadoria de Ensino Supe
rior do Estado de São Paulo - CESESP, possuindo uma determinada autonomia, sendo independentes entre si. Localizavam-se nos mais
di ferentes
pontos do Estado, mais precisamente em doze cidades: Araçatuba, Arara
quara, Assis, Botucatu, Franca, Guaratinguetã, Jaboticabal, Marllia,
Pr~
sidente Prudente, Rio Claro, São Jose do Rio Preto e São Josê dos Cam poso
Com a unificação destes Institutos Isolados, criou-se a terceira Univer-
604
�sidade Estadual, acrescentando-se ã mesma, o Instituto de Ar'tes de
SJQ
Bernardo do Campo (atualmente, Instituto de Artes do Planalto, na cidade
de são Paulo), e estabelecendo-se novos cursos na cidade de Ilha Solteira.
Em
conseq~ência
destas modificações, em 15/07/77, foi instalada uma bi-
blioteca central, localizada em Marília, com o objetivo de coordenar as
bibliotecas das unidades, que formaram a Rede de Bibliotecas da UNESP.
Uma das resoluções adotadas pela Biblioteca central foi de que todo ma terial existente em qualquer biblioteca das unidades componentes
da
UNESP, poderia ser emprestado entre si.
2.· COMO SE REALIZA O EMPRESTIMO ENTRE AS BIBLIOTECAS DA REDE DA UNESP
UM EXEMPLO
Em princlpio, o emprestimo era feito e controlado pela Biblioteca Cen
tral. A partir de 1984, decidiu-se por descentralizar este empréstimo
i .e., as unidades fariam os empréstimos diretamente entre si, a fim
de
agilizar o processo.
A função da Biblioteca Central passou a ser apenas de informante da
loc~
lização das obras, tendo em vista ser a mesma, a responsãvel pela orga nização e atualização do catãlogo coletivo de obras avulsas da Rede,
coordenadora do serviço,
A título de ilustração, segue quadro demonstrativo do movimento de em
prestimo realizado na UNESP, no ano de 1985.
605
e,
�Pedidos de
Empréstimos
Pedi dos
Pedidos não Pedidos
Localizados Localizados Atendidos
Entre a
Rede
Feitos ã
outras
Instituições
Recebi dos de
outras
Instituições
Total de
% de
f:>olicitações ~ tendi mento
521
552
521
1.073
48,55
128
42
76
170
44,70
22
03
22
25
88,00
CONS I DE RAÇOES:
- do total de 1.073 pedidos, a rede não possuia 552 titulos, embora conte com um acervo aproximado de 360.000 volumes.
Isto reforça a tese de que nenhuma biblioteca é auto-suficiente;
- de 170 pedidos de localização feitos ao Sistema de Bibliotecas da USPSIBI (responsãvel pelo catãlogo coletivo de obras avulsas da USP e algumas outras instituições do Estado de São Paulo), 128 foram localizados e solicitados. Apenas 76 foram atendidos.
Grande parte das justificativas pelo não empréstimo, é de que o mate rial não poderia sair do perimetro urbano local ou que o mesmo deveria
ser retirado pessoalmente;
- de 25 pedidos recebidos de outras instituições, deixaram de ser aten didos apenas 3, em virtude da inexistencia no acervo.
Para o serviço de empréstimo entre a Rede de Bibliotecas da UNESP, existe uma i·ns trução especl fi ca. Ver anexo.
606
�3. lMPREsTIMOS EXTRA-UNESP: EXPERItNCIAS POSITIVAS E NEGATIVAS
3.1 Experiências positivas
Não podemos generalizar que todas as instituições se recusam a colaborar
no compartilhamento de acervo. Tivemos experiências positivas com as seguintes bibliotecas: USP (Instituto de Física; de Psicologia; Faculdade
de Educação; de Odontologia de Bauru e de São Paulo; de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto; Escola de Educação Física; Departamento
de
Geografia); UNICAMP; Universidade Sagrado Coração de Jesus - Bauru; Co legio Rio Branco - SP; UFSM; UF Pelotas; Faculdade Tereza D'}I;vila - Lore
na; UFSCAR; PUC - SP; ITA - S.J.Campos; Instituto Teológico Pio XII- SP,
CENA - Piracicaba; EMPAER - Campo Grande; INEP-MEC - Brasília,
Fundação
SEADE - SP; entre outras.
3.2 Experiências negativas
As justificativas mais comuns apresentadas para recusa de emprestimo, fo
ram:
- que (' n,,'tenal não pode sair do perímetro urbano ou da propria insti
tuicão, ou ainda, que deve ser retirado pessoalmente. Justificativa
fundamentada no regulamento.
Na maioria das vezes
e
° bibliotecário
que impoe as normas do regula-
mento. Quando não, e função sua,conscientizar os responsáveis pela
DanÇa0 do regu 1 e,men i 0, sobre a importância destes emprestimos
el~
pela
opor'tunidade de divulgação, principalmente de seus trabalhos e na ob tençao de nOlas fontes de pesquisa;
- que
° pedido
s6 podL ser atendido mediante venda de copias xerogrãficffi.
Alem de gerar pr'oblefllils de dir'eitos autorais, torna a informação
por
dema"is DnerO'ia, tendr, el1l vista que geralmente estes pedidos são fei tos
por usuáric::. com
mel'O\'
poder aquisitivo: professores em inlcio de car-
reira e alunos de pôs-graduação;
- que hã fal ta de reCl ('50S financei ros para cobri r despesas de remessa.
607
�Esta justificativa foi apresentada por uma bibliotecária, que na época, dispunha de um sofisticado sistema de circuito interno de TV
em
sua biblioteca. Este fato foi levado ao conhecimento do diretor
da
instituição. que alegou desconhecer o assunto, uma vez que nunca havia
recebido solicitação de recursos para tal fim;
- que a obra é muito usada pela comunidade.
No entanto, ao verificar-se a papeleta ou controle de empréstimo, no ta-se que a mesma
quase ou nunca foi usada.
4. POR QUE EMPRESTAR?
"Não é a sol ução pa ra todos os problemas. que i mpedem o acess o ao docu mento.
r
uma resposta prática a uma necessidade". (NORTIER)
E. além di s to:
- nenhuma biblioteca é auto-suficiente;
- complexidade dos estudos especiallzados que requerem uma documentação
mais ampla;
- explosão documentária;
- escassez de recursos fi nancei ros;
- o gosto cada vez mais difundido pela investigação;
- avanço científico e tecnológico no mundo contemporâneo;
- as falhas da coleção;
o empréstimo é uma forma de se conseguir de maneira mais râpida e temporariamente, algo em que não consi·ste interesse definitivo por parte da
i ns titui ção.
Enfatizando a necessidade do empréstimo inter-bibliotecas, lembramos
as
leis propostas por Ranganathan hâ décadas, e que ainda hoje, muitos bi bliotecãrios ignoram:
- o livro certo para o leitor certo;
2 - os livros são para todos;
608
�3 - reduzir o tempo do leitor;
4 - as bibliotecas são organismos crescentes;
5 - os livros são para serem usados.
5. VANTAGENS E DESVANTAGENS
Dentre as inúmeras vantagens, podemos apontar:
- economia de recursos financeiros;
o usuãrio pOderã contar com um maior universo de informação;
- redução no tempo para se conseguir a obra. As vezes, a importação de mora de 3 a 4 meses;
- tornar disponlvel uma obra inexistente no mercado;
- agilizar e compartilhar acervos.
Em contrapartida, algumas des vantagens sao observadas:
estrago da obra, no fl uxo e manuseio
E um tanto re 1a ti vo, pois a mesma pode ser dete ri orada pela açao do tem-
po e pelas condi ções
ambientai~,
mesmo nao sendo usada.
- o fato de que a obra não se encontra disponlvel quando é procurada pelo usuãrio da comunidade.
Isto pode ocorrer em qualquer si tuação de empréstimo, mesmo que empres tada dentro da própria instituição.
- gastos de envio e devolução, dinheiro e operações que exigem
pessoal
qual i ficado.
Na mesma proporção em que se rvi r tem seu preço, o mesmo ocorre quando se
é servi do.
- perdas.
E um risco que vale a pena ser corrido, pois é melhor um livro lido
perdido, do que um livro guardado e não lido.
609
e
�6. RECOMENDAÇOES
- que, principalmente nas instituições estatais, o material bibliográfico nao seja considerado um bem permanente, suscetlvel de incorporação ao
patrimônio e sim, um bem de consumo, uma vez que o suporte flsico se deteriora e a informação em algumas áreas torna -se obsoleta
- que as autoridades competentes na área de comunicação se disponham
a
rever a legislação referente ãs tarifas postais, reduzindo-as ou mesmo ,
exting~indo-as
para as bibliotecas;
- que àlgum órgão tome a iniciativa de elaborar e manter atualizados catálogos coletivos de obras avulsas, pelo menos, em nlveis
regionais
pois os mesmos constituem ferramenta fundamental para que se realize
o
emprestimo inter-bibliotecas.
7. CONCLUSIIO
Segundo LITTON, "o livro e um objeto inerte e por si so não
se move
do
lugar onde o colocarem. Compete ao bibliotecário promover o encontro entre os 1ivros e os leitores em potencial da comunidade". Reforçando
a
premissa, lançamos a proposta de que o bibliotecário deixe de ser guar dião do acervo e saia do ostracismo, tornando o acervo dinâmico e a in formação acesslvel ao usuário. Que se disponha a ser solidário,
compartilhar, participar para que a biblioteca cumpra a sua
coopera~
verdadeira
função na sociedade, a de informar, lembrando que empréstimo não é obrigação, e sim gentileza e privilégio.
o bibliotecário também deve se conscientizar de que ele é
responsável
pela guarda flsica do documento, porém, o acesso ã informação é um di
reito de todos.
610
�A N E XO
EMPREsTIMO DE MATERIAL
BIBLIOGR~FICO
ENTRE A REDE DE BIBLIOTECAS
DA
UNESP - INSTRUÇDES
OBJETIVOS:
A presente instrução visa reestruturar as bases do processo de empresti
mo entre as Bibliotecas da Rede, visando:
- agilizar o processo jã existente;
- proporcionar o maior numero de informações ao maior numero de
usua-
rios, compartilhando o acervo;
- melhor aplicação de recursos financeiros, evitando a multiplicação de
gas tos;
- estabelecer maior intercâmbio entre as Bibliotecas.
Como instrumento para a realização deste serviço, a Biblioteca
Cen
tral (BC) elaborou um impresso prõprio (conforme modelo em anexo),
em
4 vias coloridas, visando o controle e a uniformização.
la. via - branca; 2a. via
amarela; 3a. via - rosa; 4a. via - verde.
l. SOLICITAÇAO DE EMPREsTIMO
1.1 As solicitações serão encaminhadas ã Biblioteca Central.
Para
maior rapidez no processo de emprestimo, sugere-se que os pedidos sejam
fei tos atraves do telex.
1.2 Conhecendo a localização do material, os pedidos poderão ser feitos
diretamente ã Biblioteca Fornecedora (BF).
A BC tentarã localizar o material no catãlogo coletivo da Rede, solicitando ã biblioteca depositária, o envio do mesmo diretamente ã Biblio teca Solicitante (BS). No caso da inexistência ou impossibilidade
emprestimo, a BS serã comunicada.
611
do
�2. FLUXO DO EMPREsTIMO
2.1 Envio do material pela Biblioteca Fornecedora:
- preencher as 4 vias do formulãrio nos campos 1, 2, 3, 4 e 6;
enviar o material diretamente ã BS com as 3 primeiras vias;
- reter a 4a. via para controle do material "cedido por
emprestimo'~.
2.2 Recebimento do material pela Biblioteca Solicitante:
- conferir a publicação;
- preencher as 3 vias recebidas, nos campos 5 e 7;
- enviar a 3a. via ã BF, acusando o recebimento;
- reter as 2 primeiras vias para controle das obras "recebidas por em
prestimo.
2.3 Recebimento da 3a. via pela Biblioteca Fornecedora:
- transcrever os dados dos campos 5 e 7 para a 4a. via;
encaminhar a 3a. via
ã BC.
Renovação do prazo de emprestimo
A pedido da BS, a BF poderã prorrogar o prazo de devolução da obra. Sendo prorrogado o prazo, ambas preencherão o campo 8 nas respectivas
vias
de controle. A BC deverã ser notificada pela BF. Sugere-se que o processo de renovação seja feito tambem, atraves de telex.
3. DEVOLUÇAO DO MATERIAL PELA BIBLIOTECA SOLICITANTE
- preencher o campo 9 nas la. e 2a. vias;
- enviar o material diretamente ã BF com a 2a. via;
- reter a la. via para controle.
3.1 Recebimento do material em devolução pela Biblioteca Fornecedora:
- conferi r a obra;
- transcrever os dados do campo 9 para a 4a. via;
- preencher o campo 10 nas 2a. e 4a. vias;
- enviar a 2a. via
ã BC para notificar o recebimento do material.
612
�A BC remeterá ã BS, a 2a. via como comprovante de que
o processo
es tã
encerrado.
A BS, neste caso, descartará a la. via.
No caso do ma
~rial
solicitado não constar do catãlogo coletivo da Re
de, a BC poderã tentar localizã-lo em bibliotecas congêneres, a
pedi do
do sol i citante.
Concedido o emprestimo, a BC atuarã como BF.
A BS se responsabilizarã pela devolução ã BC na data estipulada (im
prorrogãvel) e pela conservação do material. Conhecendo a
localização
do material, os pedidos poderão ser feitos diretamente as
instituições,
não cabendo, neste caso, responsabilidade ã BC.
OB5: Para efeito de controle e estatistica, a Qt'ganização do(s)
vo(s) fica a criterio das necessidades de cada Unidade.
unesp.~~,~~~=~~
F. M P R E
s
SERVIÇO DE PROCESSOS Tt::CNJCOS
T I
~ N T R E
B I B L I
" o
BIBLICYJ.Eo. FORiECEIX'lRA
2
SlDUO'l'Eo.
sor.rCITAA'lE
o
I
1
T E C 1\ S
101-110 N9
3
t,L"TOO !::.:s) ;
4
11Tt1Iih
Pf':DlCO POR:
5
CARro:
BIBLIalECA FOlMXECORA
CATA.
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FEDIOO,
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DATA DO ENVIO,
6
pR\m PA;<A !E\OUr.;Kh
".'151Q
BIB.Lrarr.'J".A
"1I:.:.'ít) BIBL.-QfEFE:
7
CE\OLl.ÇÃO 00 MA.'IERIAL EM:
m
I
B
VIS'IO BIBL.-QfEfE:
css.,
Il'XEHlI't:Nro 00 MMf;JUAL EM [E\OU.Ç'lo
[:r\TI\:
MATERIAL EM:
VIS'IO BIBL.-cHEFE:
BIBL.-O{En~J
f':Wf.('..:.~THD PfORR:)G\OO
co
5
SOLtCIT_~
10
613
9
arqui-
�Non-official interlibrary loan in academic libraries
ABSTRACT:
P~ent4 an expianation abo~ UNESP ~b~e6 netwo~k
conceJmi.ng ..i.t6 in-tM~blUV!.y tOM. Poinú out the
.únpoUance 06 non-o 66.i.c.i.at .i.n-te~blUV!.y .tOM in
academic
~b~e6,
-6hoLllÚlg -60rne va.nt:a.geM
cU.6advan-tllge6 cteated b:y th.i.-6 kind 06
Md
-6e~vice.
KEY WORDS: Lending. Inter-libraries loan. Cooperation.
Interchange.
REFERENCIAS BIBLIOGRÃFICAS
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R.E-6c.
BibUo.ú.con. UFMG. Belo Horizonte, .l!{l): 73-81, mar. 1982.
2 - FERREIRA, L.S. Bibliotecas universitarias; formas de organização.
In:-- B.i.b~oteCA4 un.i.veA6U4~ b/ta.6lle..iJla4; anãU6e de u.tJtutUIU14 ceY/.tlta.t.i.zaCÚLII e de.6centll.a.Uzada.6.
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1980.
p. 15-35.
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Horizonte, .lQ(1) :13-26, mar. 1981.
5 -
LITTON, G.
0-6
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te.i.to~ e -6eU6 ~V~-6.
242p.
São Paulo, MacGraw-Hil1 do
6 - NORTIER. M.
Prestamos ertre b~liotecas: a1gunos problemas y sus
posíbles soluciones. B.UNESCO Bibt. Paris, 28(2):71-7,
mar./abr. 1974.
614
�ORIENTAÇAO BIBLIOGR~FICA NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZADO PARA
ALUNOS DE GRADUAÇAO - UMA EXPERItNCIA DID~TICA
MARIA TERESINHA DIAS DE ANDRADE
Professor Assistente do Departamento de
Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP; Diretora do Serviço de Bi
blioteca e Documentação FSP/USP.
SOPHIA CORNBLUTH SZARFARC
Professor Livre-Docente do Departamento
de Nutrição da FSP/USP.
RESUMO: Apresenta-se experiência didãtica vivida com a ministração da disciplina de Orientação Bibliogrãfica para alunos de gra
duação, do Curso de Nutrição da Faculdade de Saude Pública
da
Universidade de São Paulo. Descreve-seoplanejamento da disciplina
em módulos, mostrando as diferentes etapas desenvolvidas com
o
objetivo de proporcionar aos alunos a habilidade de identificar,
acessar, conhecer, sintetizar e aplicar informações extraidas de
diferentes fontes bibliogrãficas. Enfatiza-se a importância
da
integração da Biblioteca com o corpo docente no processo ensino/
aprendizagem, como meio imprescindivel para se alcançar os objetivos de disciplina desta natureza. A exemplo do que ocorreu no
Curso de Nutrição, propõe-se a incorporação do bibliotecãrio no
corpo docente de instituições de ensino superior como meio efi caz para se alcançar essa integração.
Palavras-chave: Orientação bibliogrãfica. Treinamento do usuãrio.
Ensino de graduação.
INTRODUçAü
Não se pode duvidar da importância que representa, para o aluno dos cursos de graduação, receber treinamento referente ã utilização dos recursos bibliogrãficos existentes em
sua
area de formação acadêmica. t na Biblioteca que o aluno vai en contrar o apoio bibliogrãfico necessãrio para sua formação pro f i s s i o na 1 e de f u t u r c-
p~ s4-U
i s a d o r. No e n ta n to, p a r a que o a 1 uno
possa utilizar com maior propriedade os recursos existentes e ne
cessãrio
conhece-los, identificar
615
suas
diferentes
fi -
�nalidades, o papel que desempenham, as dificuldades de sua busca. Alem disso, ele deve saber como utilizar a informação, como
analisar criticamente essa informação e como desenvolver trabalhos de natureza academica e de pesquisa.
A necessidade de se freqUentar a biblioteca estã dire
tamente ligada ao processo de ensino. Se este, como e desejãvel,
se pauta em criar condições para o aluno desenvolver seu espirl
to critico e despertar sua criatividade, interessando-o, inclusive, para a investigação cientifica, a biblioteca tem realmente um papel importante a desempenhar. Ela é indispensãvel
por
ser um instrumento imprescindivel que permite o aluno desenvolver-se e tornar-se um profissional capacitado para exercer
seu
papel na sociedade.
Inseridos, portanto, no processo de ensino, deverão
estar os docentes-bibliotecãrios-alunos, que integrados contribuirão para o aperfeiçoamento do ensino superior. Esta integração beneficia a triade: ao aluno, estimulando sua capacidade de
observação, anãlise, sintese, compreensão e avaliação de informações; ao bibliotecãrio, que participando diretamente no pro cesso ensino/aprendizagem, acarretarã visivel aperfeiçoamento
no desempenho de seu papel no contexto acadêmico; aos professores que, ao mesmo tempo que terão contacto mais de perto com
o
material de interesse didãtico, poderão exigir dos alunos traba
lhos de melhor qualidade, enfatizando a importância do uso
de
informações fundamentadas na elaboração de seus trabalhos.Assim,
o fluxo da informação entre os tres grupos serâ muito mais eficiente. Acrescente-se que a participação direta do bibliotecã rio no processo ensinofaprendizagem serã mais facilmente
ating~
da se ele também fizer parte do corpo docente.
O objetivo do presente trabalho é descrever metodologia desenvolvida na ministração da disciplina "Orientação
bliogrãfica" e mostrar sua importincia no processo
616
Bi-
ensino!apre~
�dizagem na formação de alunos de graduação do Curso de Nutrição,
da Faculdade de Saude Publica da Universidade de São Paulo.
CARACTERlSTICAS DA DISCIPLINA
A disciplina "Orientação Bibliogrifica" i ministrada
aos alunos do Curso de Nutrição da Faculdade de Saude Publica
da USP(FSP/USP), desde 1968. Ao longo desses anos sofreu vãrias
modificações em relação principalmente ao conteúdo, metodologia
e atividades discentes. Esta disciplina, em 1978, por
decisão
do Conselho Universitirio da USP, foi aprovada para ser ofereci
da para todos os cursos de graduação, a critirio das Unidades,
ficando codificada na Escola de Comunicações e Artes, no Departamento de Biblioteconomia e Documentação. Assim, a partir
de
1978, a Disciplina denominada Orientação Bibliogrifica, passou
a fazer parte do elenco das disciplinas obrigatórias do Curso de
Nutrição. A responsabilidade da disciplina coube ao bibliotecãrio que, em conseqUência, passou a fazer parte do corpo docente
da FSP/USP. O programa da disciplina encontra-se especificado no
"Anexo".
Com a ministração desta Disciplina pretendeu-se pro porcionar ao aluno de graduação conhecimentos bisicos sobre metodos e tecnicas usados na pesquisa bibliogrãfica, e, ao mesmo
tempo, despertar-lhe o espirito de observação, anãlise e sintese, orientando-o para a compreensão e avaliação dos dados obtidos na pesquisa bibliogrãfica.
Inicialmente, antes da reformulação e aprovação
da
Disciplina, o programa era desenvolvido pelo bibliotecãrio,sendo a participação do docente do Curso de Nutrição muito pequena.
Este fato fez com que o aproveitamento do aluno e o interesse do
docente fossem limitados. Com a reformulação da Disciplina e p!
ra que os objetivos propostos fossem alcançados tornou-se neces
617
�sãria a integração bibliotecãrio-docente-aluno. Um outro aspecto que tambem contribuiu para reforçar essa integração, foi
o
fato de o bibliotecário ter passado a fazer parte do corpo do cente da FSP/USP.
A Disciplina tem 30h/aula, oferece dois creditos e
e
desenvolvida durante o primeiro semestre escolar. A metodologia
desenvolvida consta de aulas expositivas e prãticas, alem de as
sessoramento individual ou em grupo, na Biblioteca ou em
salas
de estudo.
As atividades discentes envolvem exercicios prãticos
na Biblioteca, elaboração de um trabalho dissertativo e sua dis
cussão em seminãrios. A avaliação de todas as atividades sempre
e feita pelo aspecto de sua forma e conteúdo.
PLANEJAMENTO DA DISCIPLINA
O planejamento da Disciplina e anualmente elaborado
em trabalho conjunto realizado pelo bibliotecário, responsãvel
pela Disciplina, e por professores do Curso de Nutrição.
O planejamento e feito com base na avaliação e sugestões feitas ao termino de cada semestre em que a Disciplina
e
ministrada. Essas avaliações, realizadas pelo bibliotecãrio
e
docentes, são de muita utilidade, apontando os aspectos que devem ser mantidos ou modificados. Na realidade, a busca do aperfeiçoamento do ensino/aprendizagem e constante, numa perfeita
harmonia de objetivos.
Em 1986, a Disciplina foi planejada para ser desenvol
vida em quatro mõdulos, para um total de. 40 alunos ingressantes
no Curso de Nutrição. Este planejamento em mõdulos foi inspirado em trabalho recente de Smith e Salisburg (1985).
Os quatro mõdulos desenvolvidos estão apresentados
seguir.
618
a
�Módulo I - A Biblioteca como Apoio ao Ensino e ã Pesquisa.
O conteudo deste módulo teve por objetivo:
a) Introduzir o aluno nos diferentes aspectos do trabalho universitário.
b) Informar o aluno sobre os recursos e serviços
de
Bibliotecas e Centros de Documentação disponiveis
no campo da nutrição.
c) Familiarizar o aluno com a organização e politica
de atendimento da Biblioteca da FSP/USP.
d) Familiarizar o aluno com os tipos de publicações e
assuntos do acervo da Biblioteca da FSP/USP e serviços oferecidos pela mesma.
A este módulo foram dedicadas 3h/aula, com aulas eXPQ
sitivas complementadas com visita e exercicio prático na BibliQ
teca. A finalidade do exercicio foi fazer com que o aluno se fa
miliarize com a Biblioteca, a partir de perguntas sobre
ques-
tões e assuntos ligados ã nutrição, ã Faculdade e ã Universidade e sua relação com a comunidade.
Módulo 11 - Pesquisa Bibliográfica.
A partir deste módulo todo o trabalho do aluno
e
diri
gido para o desenvolvimento de temas de nutrição com vistas ã
~
presentação de um trabalho dissertativo.
O conteudo do módulo, com 6h/aula, foi desenvolvido
com os seguintes objetivos:
a) Familiarizar o aluno com temas e problemas na area
da nutrição.
b) Mostrar ao aluno a importância da pesquisa bibliográfica para realização de trabalhos.
c) Introduzir o aluno na estrategia de busca da infor
mação sobre determinado assunto.
d) Orientar o aluno quanto ao uso e recursos dos indi
ces e "abstracts".
619
�e) Informar e orientar o aluno sobre os meios disponI
veis para obtenção da informação desejada.
Para desenvolvimento deste mõdulo estiveram envolvi dos os docentes, ilustrando as aulas com artigos e trabalhos de
interesse na ãrea, especialmente aqueles
desenvolvidos na Uni-
dade. Nesta oportunidade, os alunos foram orientados sobre
as
dificuldades de escolha e delimitação do assunto e da defini.ção
do objetivo do trabalho a partir de justificativas fundamenta das em bibliografia.
Alem disso, o bibliotecãrio procurou situar o aluno
no processo da comunicação científica, mostrando os problemas
com o crescimento exponencial da informação e categorizando
os
diferentes tipos de publicação e sua finalidade na ciincia.
Os
alunos tomaram conhecimento das principais fontes bibliogrãfi cas especializadas em nutrição, disponíveis para o aperfeiçoa mento do seu aprendizado, e receberam orientação sobre as for mas de registro e organização da informação selecionada e as fa
cilidades para sua obtenção.
Para que o aluno possa utilizar de imediato as informações bibliogrãficas disponíveis, ele deve
apresentar, con -
forme jã mencionado, um trabalho dissertativo baseado na discus
são de hipóteses explícitas sobre problemas atuais de nutrição.
As hipóteses de trabalho escolhidos para 1986 foram as constantes do Quadro.
620
�Quadro - Hipóteses sobre problemas atuais de nutrição desenvolvidas pelos alunos do Curso de Nutrição da FSP/USP, 19
semestre de 1986.
2
3
4
5
6
7
8
- A renda familiar e um fator que limita a compra de alimen tos.
- O desconhecimento do va 1 ar nutri ci ona 1 dos a 1 i mentos favorece
o consumo inadequado dos mesmos.
- A merenda escolar e refeição importante para o consumo diário dos escolares.
- A população subdesenvolvida consome habitualmente hortali ças e frutas.
- O consumo de ferro e adequado nas dietas.
- O consumo de vitamina A e adequado nas dietas.
- A preservação do valor nutritivo dos alimentos independe dos
metodos de cocção.
.
- A qualidade de vida dos idosos não tem relação com sua nutri
ção.
As hipóteses de trabalho foram distribuldas entre os
grupos de alunos (5 alunos em cada) e cada grupo (ou ate
dois
grupos) foi orientado por um docente do Curso de Nutrição e pelo bibliotecãrio.
De posse dos temas, os grupos passaram a desenvolver
as diversas etapas do trabalho de acordo com distribuição de ta
refas,tanto individuais como em grupo.
Para este módulo foram programadas as seguintes tarefas:
a) Definição e delimitação do tema a ser desenvolvido.
Nesta fase o aluno
e
orientado a consultar a bibliografia bãsi-
ca que ele mesmo deverã localizar na Biblioteca. Cabe rã ao do cente orientã-10 a incluir outras obras importantes, não sele cionadas. Sempre sob a orientação do docente, o aluno deverá
zer, por escrito, uma exposição curta do tema, mostrando o
do atual do assunto, sua magnitude e evolução no tempo,
cando sua escolha e definindo o objetivo do trabalho. O
f~
est~
justif~
aluno
começa a tomar conhecimento sobre as dificuldades para se desen
621
�volver um tema, seja por excesso seja por falta de bibliografia,
agravado por deficiencia de sua capacitação intelectual.
b) Levantamento Bibliográfico.
Nesta fase o aluno deverá executar um levantamento
bibliográfico dirigido especificamente para o objetivo a ser es
tudado. O período de levantamento é fixado nos ultimos 5 anos,
dividido entre os alunos do grupo. O levantamento deverá abranger consulta aos catálogos da Biblioteca (livros, teses, relató
rios técnicos e outros), lndices e Habstracts" especializados e
alguns tltulos de periódicos da área, principalmente aqueles não
indexados nas fontes especializadas.
O levantamento é avaliado pelo seu aspecto de forma e
conteudo. Na avaliação do conteudo, o docente orienta o
aluno
quanto is citações consideradas mais relevantes e que deverão
ser utilizadas na construção do trabalho final, podendo
indi -
car outros trabalhos importantes não selecionados.
Este módulo, bastante trabalhoso para alunos nao ha bituados a este tipo de atividade, tem também como'objetivo evitar
um posslvel hábito decorrente de comodismo na consulta exclusiva de bibliografia de livros indicados pelos professores, des considerando a riqueza das diferentes e variadas fontes bibliográficas.
Para que este módulo possa ser desenvolvido a contento, o trabalho de monitoria na Biblioteca, realizado pelos bi bliotecários de referência, é fundamental para o processo de aprendizado.
Módulo 111 - Seleção de Informações, Documentação e Elaboração
do Trabalho.
Neste módulo o aluno é orientado sobre vários aspec tos ligados ã fase de leitura e seleção de informações sobre os
aspectos de análise crítica das mesmas. Recebem instruções so bre normas de referências bibliográficas, formas recomendadas de
622
�anotações e citações em trabalhos, bem como sao orientados so bre os principais aspectos a serem observados na elaboração
de
sua dissertação.
Este módulo, ao qual se dedicam 15h/au1a, é desenvolvido com aulas expositivas, discussões em grupo e exerclcios
pr~
ticos. Para orientação quanto a avaliação crltica do conteudo,
os alunos recebem um trabalho da ãrea de Nutrição para ser discutido em grupo, com os docentes. Quanto ã parte assim dita for
mal. os alunos recebem instruções pelo processo de aula expositiva, complementada por exerclcios prãticos.
A meta é fazer com que o trabalho dissertativo seja
~
presentado da melhor forma posslve1, tanto do ponto de vista de
conteudo como forma, introduzindo correções na medida de sua elaboração. Portanto, a orientação do bib1iotecãrio e dos docentes
e muito
importante. Evidentemente, o aproveitamento vai de-
pender não só do grupo, mas do aluno individualmente.
Módulo IV - Avaliação
Este módulo tem por objetivo avaliar o trabalho do aluno, buscando obter melhor resultado no aprendizado, bem como
colher subsidios para seu planejamento futuro. Para este módulo
foram reservadas 6h/au1a.
O total de trabalhos elaborados (8 em 1986) foi apresentado em seminãrios, sendo que cópias dos mesmos foram
distr~
buidas previamente aos docentes e bib1iotecãrio para avaliação.
Os seminãrios permitiram ampla participação dos alunos, professores e bibliotecário, sob os aspectos de conteudo, forma,
apr~
sentação e dificuldades encontradas para a e1aboraçãodo trabalho.
Em anos anteriores, quando o numero de alunos era menor (20),05 trabalhos dissertativos eram feitos individualmente,
o que oferecia possibilidades de se obter melhores resultados.
No entanto, o trabalho em grupo, e por ser acompanhado de tarefas individuais, mostrou-se também eficaz uma vez que propiciou
623
�maior troca de idéias entre os alunos, demonstada principalmente por ocasião dos seminãrios.
Um outro instrumento de avaliação jã realizado ante riormente foi a apreciação dos trabalhos feita pelos colegas,
por sorteio entre eles. No entanto, esta mecânica nem sempre
mostrou-se eficiente em razão da inexperiência dos alunos,
emb~
ra ainda seja considerada por alguns docentes da disciplina
um
instrumento útil.
COMENTARIOS
Uma disciplina de orientação bibliogrãfica, por me lhor que possa ser planejada e ministrada e venha a alcançar
seus verdadeiros objetivos, deve, em primeiro lugar, contar com
a integração docente-bibliotecãrio.
Em trabalho sobre treinamento do usuãrio, de Oliveira
et al., realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
no Departamento de L;nguas, é enfatizada a importância do trabalho conjunto de docentes e bibliotecirio "como forma de integrar a biblioteca no processo ensino-aprendizagem e utilizar a
mot+vação do aluno como fator principal na aprendizagem do uso
dos recursos e serviços bibliotecirios".
Segundo Smith
e
Salisbury, em treinamento realizado
com alunos de Graduação em Administração de Serviços de Saúde,
da "Washington University School of Medicine", o aspecto
mais
importante desse curso foi o fato de os alunos entrarem em contacto com a literatura cient;fica existente e poderem aplicar o
treinamento recebido em outros momentos de seu aprendizado.
Do
Curso participaram o bibliotecirio e professores de administração em saúde.
A disciplina "Orientação Bibliogrifica" da Faculdade
de Saúde Públi~a, integrada com o corpo docente do Curso de Nu-
624
�trição, tem influldo de forma positiva para melhoria da formação
dos seus a 1unos.
A avaliação constante feita ã disciplina Orientação Bl
bliogrãfica pela equipe responsável tem levado a vãrios questionamentos entre os quais a época, dentro da estrutura curricular,
mais adequada para sua inclusão. Temos, por um lado, que a
mini~
tração desse Curso, no primeiro semestre escolar, é extremamente
vantajosa pois propicia ao aluno (habituado a estudar exclusivamente em apostilas ou anotações de caderno) conhecer e consultar
textos inseridos em livros, revistas e outras formas de divulgação. O estudante encontra assim facilidade para elaborar seus tr!
balhos. Acrescente-se que,professores responsãveis por disciplinas, posteriores a es ta ,têm testemunhado que, mesmo se
tornando
mais exigentes a cada ano em relação ao conteúdo e forma de apr!
sentação de trabalhos, têm obtido respostas positivas. Por outro
lado, a inclusão da Orientação Bibliogrãfica no 79 ou 89 semes tre, permitiria ao aluno, jã maduro, apreender o potencial que a
Biblioteca oferece
para sua atualização e não vê-la somente co-
mo um setor acadêmico com função de armazenar e emprestar publicações.
Outras dúvidas surgem anualmente: como avaliar, equill
bradamente, a forma e o conteudo de trabalhos apresentados ã Ois
ciplina? De que forma deve se avaliar o trabalho de grupo
ao
qual se inserem tarefas individuais? Essas e outras questões são
levantadas rotineiramente e as modificações propostas são retom!
das quase ciclicamente. Para elas, acreditamos, não existe
uma
solução definitiva.
Em contrapartida a tantas dúvidas estamos seguros
de
que uma disciplina relativa ã orientação bibliográfica é impor tante e imprescindivel para a formação dos alunos, qualquer seja
seu curso de graduação. A integração entre profissionais da Bi blioteca e da área profissionalizante conseguida no Curso de Nutrição é responsável, em grande parte, pelo êxito que a discipll
625
�na vem obtendo. Hã que salientar que a presença de docente, gr!
duado em biblioteconomia, na Faculdade de Saude Publica, consti
tui, ao mesmo tempo, uma conquista de espaço para o bibliotecãrio e um avanço na qualidade do Curso de Nutrição.
As vãrias tentativas de repetir o programa oferecido
pela FSP
dificilmente encontrarão o mesmo sucesso se não conta
rem com a integração docente da qual o bibliotecârio faça parte.
E
preciso refletir também que um técnico em biblioteca, não-do-
cente, dificilmente encontrarâ as mesmas condições para partici
par do planejamento, ministração e avaliação de uma disciolina.
x
x
Para concluir, queremos destacar que a "Orientação Bi
bliogrâfica" oferecida aos alunos do Curso de Nutrição, embora
possa ser aprimorada, proporciona aos alunos a habilidade de identificar, acessar, sintetizar, aplicar e elaborar um relatõ rio e/ou pesquisa bibliogrâfica a partir de diferentes fontes bi
bliogrâficas (os mesmos objetivos do curso relatado por Smith e
Salisbury); proporciona aos alunos a capacidade de identificar
a evolução cientifica dos conhecimentos na sua ârea de interesse; permite a ele conhecer os meios de se manter atualizado como convem a qualquer profissional. Enfim, como afirma Brassil,
o principal é que o aluno poderâ transferir a orientação recebi
da para qualquer situação, seja na condição de aluno seja na sua
carreira profissional. E a motivação do aluno alcançada principalmente pela
integração docente-bibliotecãrio é primordial p!
ra a eficâcia da disciplina.
O estimulo para que outras Faculdades incorporem o bi
bliotecârio no seu corpo docente deve ser feito com base no a primoramento profissional que se consegue quando o bibliotecâ rio participa, integralmente, da formação do aluno.
626
�REFERtNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASSIL, E11en C.
A seminar for pub1ic hea1th graduate students.
Med.Ref.Sem.Quart., 1l(1): 79-B3, 1984.
OLIVEIRA, Zita Catarina Prates de et a1.
O treinamento de usua-
rios universitários com base na relação biblioteca/corpo do cente.
Rev.Bib1iotecon.Brasi1ia, li(l): 139-146, jan./jun.
1986.
SMITH, Marc D. & SALISBURY,
Linda.
Bib1iographic research and
critica1 inquiry: a 1earning module for gradua te students in
health services administration.
Su11. medo Libr. Ass., Z2(3):
242-248, Ju1. 1985.
ANEXO
Faculdade de Saude Publica
Curso de Nutrição
Programa da Disciplina Orientação Bibliográfica (CBD-100)
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Conteudo
A natureza do trabalho universitário
O processo da comunicação cientifica
Biblioteca como recurso de informação
Escolha e delimitação do tema de pesquisa
Esquema de trabalho
Levantamento Bibliográfico - P1anejaménto do trabalho
Anotações e organização de informações
Seleção e avaliação critica de informações
Document~ção e utilização de dados bibliográficos
Estrutura, normalização e apresentação de trabalhos acadêmicos.
627
�I ND I C E
DE
A U T O R E S
ABATH. Rache1 Joffi1y, 357
ALMEIDA, Iêda Muniz de, 65
ALMEIDA. Marina dos Santos, 27
ALV~S,
Mari1ia Amaral Mendes, 149
ANDRADE, Eni1da, 27
ANDRADE. Maria Teresinha Dias de, 615
ARIAS ORDONEZ, Jose. 231
ARRUDA. Ronice M. A1bamonte, 27
BANDEIRA, Sue1ena Pinto, 65
BERTO, Zu1eika. 399
BLANK, Ve1eida Ana, 399
BONESIO, Maria Cristina M., 27
BOOS JR., Arthur, 399
BORGES, Ste11a Maris, 167
BRETAS, Maria Beatriz Almeida S., 561
BUIM, Maria Aparecida Maritan, 269, 287
BUTTARELLO, Maria Jose Stefani, 269, 287
CABRAL, Anna Maria Rezende, 553
CAMPOS, Ma ri a L; gi a, 305, 603
C.ARIBF, Eliane e Rita, 65
CARVALHO, Luc;lia R. de, 9
CHRIST, Virgínia, 587
CORREA, He1ma B. , 9
CORRFA, Marlene Pi 1 enghi , 399
CORTE , Ade1aide Ramos e, 65
629
�COSTA, Tharci11a Martins, 535
DRUMOND, Vania Regina Peres, 535
FERLINI, Maria Amazi1ia,
~
FERNANDES, Miriam Ve1ci Barcellos, 373
FERREIRA, Maria Luiza A1phonsus de Guimaraens, 47
FIGUEIREDO, Nice, 37, 443, 527
FIUZA, Marysia Ma1heiros, 47
FRONER, Maria Luiza Fernandes Jardim, 305, 603
GARCIA, Nice Maria A., 9
GIACOMETTI, Maria Marta, 417
GUARIDO, Maura Duarte Moreira, 269, 287
IMPERATRIZ, Inês M. de Morais, 27
JUNGBLUT, Silvia Maria, 325
KIRIHATA, Ju1ia Hisae Tokuno, 305, 6Q3
KLAES, Rejane Raffo, 9
KOEHLER, Luiza, 9
KRZYZANOWSKY, Rosa1y Favero, 27, 313
KUAE, Laura Kikue Nasuno, 313
LOBO, Mari1ena Pinheiro, 27
LOTT,
~eatriz
Março11a, 587
LOUREIRO, Maria Cristina Guimarães, 587
LUVECCE, Galo, 193
MACHADO, Irace1i Rodrigues, 465
MAGALHAES, Gilberto da Costa, 561
MEIRELLES, Luci1ena Ve11eda, 391
MIRANDA, Antonio, 65
MIRANDA, Ligia Maria Cafe de, 65
MORAES, Sy1via Helena M. Horigue1a de, 269
630
�NAGEL, Maria Alice de Brito, 39Y
NOKONHA, Uaisy Pires, 27
OLIVEIRA, Beatriz Marona de, 373
OLIVEIRA, Lucia Regina Vianna, 417
OLIVEIRA, Sueli Ferreira Julio de, 325
OLIVEIRA, Tereza da Silva Freitas, 269, 287, 305, 603
OLIVEIRA, Zita C. Prates de, 9
PAIM, Isis, 47
PANIAGO, Clara de Assis Magalhães, 535
PASQUARELLI, Maria Luiza Rigo, 27, 313
PEREIRA, Maria de Nazarã Freitas, 75
PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro, 75
PINHEIRO, Marisa Gurjão, 587
PLAZA, Rosa Tereza Tierno, 27
PORCELLO, Ana Maria B., 9
SAFIR, Cecilia, 9
SALAZAR, Vivian, 325
SEGAL, JoAn S., 177
SILVA, Fãtima Serio, 561
SILVEIRA, Amelia, 517
SILVEIRA, Julia Gonçalves da, 561
SOUTO, Maria Constância Martinhão, 305, 603
SOUZA, Francisco das Chagas de, 491
SOUZA, Yvonne Coelho de, 417
SULLIVAN, Daniel F., 47
SZARFARC, Sophia Cornbluth, 615
THORELL, Ana Maria Vasconcellos, 325
TOLOr, Neusa, 27
VALLENTE, Jose Luiz da Silva, 391
ZAPPAROLI, Maria Celisa de M., 27
631
�INDICE
o E
A S S U N TOS
Ação cultural bibliotecaria, 553
Administração de bibliotecas universitãrias
cursos de especialização, 47, 65
Analise de cltações
produção cientifica
Instituto de Fisica da UFRGS, 399
Aquisição de periõdicos, 305, 313
aquisição cooperativa, 313
aquisiçao planificada, 313
importação, 305
racionalização, 313
Automação em bibliotecas
Co1ombia, Z31
FURG, 391
Avaliação de coleções
de periõdicos, 9, 27, 37, 269, 287
de Fisica, 399
de Letras, 287
de referência, 527
Avaliação de uso de co1eçoes
de periõdicos, 9, 27, 37, 269, 399
Banco Naci ona1 de Teses, 149
Biblioteca Nacional, 149
Bi b1iotecas universitãrias
Argentina, 193
coleta de dados, 443
Co1ombia, 231
Estados Unidos, 177
estudos de uso, 443
Mato Grosso do Sul, 417
Carro-biblioteca
UFMG, 553
Coleções de referencia
avaliação, 527
Cooperação em bibliotecas universitãrias
Argentina, 193
Co1ombia, 231
633
�lstados Unidos, 177
UNESP, 6U3
Cursos de especialização
em administração de bibliotecas universitârias, 47, 65
para bibliotecários de instituições de ensino superior, 75
Deficientes f;sicos e visuais
UFMG, 561
Divulgaçao de serviços
bibliotecas universitarias, 491
Emprestimo inter-bibliotecas, 603
Estudos de uso
bibliotecas universitárias, 443
Extensão universitaria
UFMG, 553
FURG, 391
Imagem da biblioteca, 325
Marketing
bibliotecas universitãrias, 491, 517
Memória das instituições de ensino superior, 167
Memória intelectual
instituições de ensino superior, 167
Orientação bibliográfica, 615
Peri õdi cos
aquisição
importação, 305
aquisição cooperativa, 313
aquisição planificada, 313
avaliação de coleções, 9, 27, 37, 269, 287
avaliação de uso, 9, 27, 37, 269, 399
"core co11ection", 269
nuc1eo básico, 9
Pessoal de biblioteca, 325, 357
relacionamento interpessoa1, 325
treinamento, 373
Plano Nacional de Bibliotecas Universitãrias lPNBU), 149, 177, 417
po1itica de seleção
material bibliográfico, 465
Produção cient;fica e cultural
instituições de ensino superior, 149, 167
634
�Instituto de Fisica da UFRGS, 399
UFMG, 167
Programa de Aquisição Planificada de Publicações periõdicas e Seriadas, 9
Recursos humanos em bibliotecas universitãrias, 47, 65, 75, 325,
357, 373
Redes de bibliotecas universitãrias
Argentina, 193
COlombia, 231
Estados Unidos, 177
Seleção de material bibliogrãfico, 465
Serviço de referência
UFMG, 535
Trabalho bibliotecãrio
motivação, 357
nivel de enriquecimento, 357
Treinamento
de pessoal auxiliar
UFRGS, 373
de usuários, 615
UEMA, 465
UFMG, 167, 535, 553, 561, 587
UFPB, 357
UFRGS, 9, 373, 399
UFRJ, 357
UnB, 357
UNESP, 269, 287, 305, 603
UNISINOS, 325
Uso de coleções
de periódicos, 9, 27, 37,269, 399
USP, 27, 313,615
Usuãrios
cegos, 561
deficientes fisicos e visuais, 561
operãri os, 587
treinamento, 615
635
��UFRGS/Biblioteca Central
MEC/Secretaria de Ensino Superior
5 Seminário
~.......
Nacional
~ de Bibliotecas
Universitárias
Q
Porto Alegre, 12 a 16 de janeiro de 1987
Tema centra I:
PLANO NACIONAL
DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÃRIAS
Com a aprovação pelo Ministério da Educação
do Plano Nacional de Bibliotecas
Universitárias (PNBU) e a criação de seu órgão
executivo, o Programa Nacional de Bibliotecas
Universitárias, vê-se finalmente concretizado
um objetivo que, pela sua importância e repercussão
no meio universitário, tem aparecido
reiteradamente em recomendações de congressos,
seminários e reuniões de Biblioteconomia.
O Plano Nacional de Bibliotecas Universitárias,
seus objetivos, programas e projetos foi escolhido
como tema central do 5Q Seminário Nacional
de Bibliotecas Universitárias para propiciar
sua divulgação e debate através de apresentações
em plenário e discussões em grupos de trabalho,
objetivando obter participação ativa
e consciente dos bibliotecários presentes.
Subtemas:
- Objetivos, programas e projetos do PNBU
- Programa de aquisição planificada
para bibliotecas universitárias
- Recursos humanos em bibliotecas
universitárias
- Rede automatizada de intercâmbio de dados
bibliográficos e documentários
- Controle bibliográfico e divulgação da produção
científica e cultural das instituições de ensino superior
Apoio:
FINEP, MECIFNDE, CNPq e IBICTIPADCT
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 05 - Ano: 1987 (UFRGS - Porto Alegre/RS)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Plano Nacional de Bibliotecas Universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1987
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Porto Alegre (Rio Grande do Sul)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Empréstimo não oficial entre as bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Souto, Maria Constância Martinhão
Kirihata, Julia Hisae Tokuno
Froner, Maria Luiza Fernandes Jardim
Campos, Maria Ligia
Oliveira, Tereza da Silva Freitas
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Porto Alegre (Rio Grande do Sul)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1987
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Consiste numa explanação sobre a UNESP, como se realiza o empréstimo entre sua Rede de Bibliotecas. Ressalta a importância do empréstimo não oficial entre as bibliotecas universitárias, apontando algumas vantagens e desvantagens geradas por este tipo de serviço.
Language
A language of the resource
pt
snbu1987