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PROPOSTA DE POLITICA DE SELEÇAO PARA A
BIBL10TECA CENTRAL DA UEMA *
Iracéli Rodrigues Machado **
RESUMO
Considerações gerais sobre seleção para formação e desenvolvimento
da coleção em Bibl iotecas Universitárias. Proposta de política de
seleção
para a Bibl ioteca Central da Universidade Estadual do Maranhão UEMA, median
te ã identificação de elementos adequados ã formação da coleção, dos
crité
rios para dupl icação de títulos, aval iação da coleção e descarte de
mate
rial. Abordagens sobre a importãncia dos programas cooperativos e quanto ao
comportamento diante da censura.
BIBLIOTECAS UNIVERSIT~RIAS PALAVRAS-CHAVES:
desenvolvimento de coleções; formação de acervos; orçamento. MA1ERIAL BIBLIOGR~FICO - aqu~
sição; avaliação da coleção; censura; descarte;
doação; permuta; politica de seleção; seleção.
POLTTICA DE SELEÇAO - diretrizes; normas.
* Parte do trabalho apresentado para conclusio do Curso de
Especializaçio em Planejamento e Administração de Bibliotecas do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Fede
ral do Maranhão, sio Luís, 1986.
**
Diretora da Biblioteca Central da UEMA.
465
�1 -
INTRODUÇi'.O
A forma de organização das bibliotecas universitárias
brasileiras varia conforme a estrutura organizacional da unive!.
sidade que serve porém, embora objetivos que se prendem ao
se
constituir o acervo de uma biblioteca universitária possam dife
renciar-se em. certos aspectos secundários, eles são, no
sempre idênticos: facilitar livros e outros materiais
fundo,
bibliogr~
ficos primeiro, aos estudantes e, em segundo lugar, às
pessoas
que se dedicam ao ensino, à pesquisa e à extensão.
A coleção de documentos é o ponto central de
qualquer,
biblioteca por lhe possibilitar atender às demandas de seus usu
ários, através do fornecimento dos próprios documentos ou da re
cuperação da informação neles contida.
os usuários das bibliotecas universitárias devem dispor
de acervos bem selecionados, que atendam às suas necessidadesde
g~
estudo, pesquisa e extensão. As coleções devem ter caráter
ral e especializado, incluindo livros de texto em grande
qua~
tidade suficiente para atender as necessidades dos estudantes.
portanto, uma das tarefas mais importantes e significativas do
bibliotecário é cuidar da formação adequada da coleção.
~Para
a maioria das bibliotecas as necessidades de
se
us usuários atuais devem ser prioritárias e isto significa, se
gundo Wilson, citado por Lima & Figueiredo:
l-número suficiente de exemplares das obras mais
mandadas;
466
de
�2
concentração nos assuntos de maior interesse;
3 - um esforço positivo para reduzir a coleção a um nú
cleo ativo, mantendo em depósito os documentos
de
menor consulta e realizando uma política racional
de descarte".l
Advertem as iá citadas autoras que:
"A política de descarte deve possibilitar a
preserv~
ção da memória e garantir os objetivos daquelas bibliotecas que
tem a responsabilidade de conservar coleções exaustivas indefi
njdamente e que são as bibliotecas de último recurso - as naci
onais e as grandes bibliotecas de pesquisa;
"Cada bibliotecário tem o dever de atender a
comunida
de a que pertence e serve e, para isso, deve manter uma =leção
com o núcleo de maior demanda e artj cular seus serviços =m redes e sis
temas para atender as demais necessidades. Mas, ainda
conforme
Wilson, citado pelas autoras 'a questão é equilibrar nossos
çamentos e os serviços a oferecer, nestes tempos de rápida
or
evo
lução tecnológica, social e política;'
Desta forma, passam a ser de transcendental importância
as atividades profissionais de selecionar, para
racionalmente~
senvolver a coleção, e avaliar continuadamente produtos e serv!
ços para melhor atender com menos dispêndios e máximo
rendimen
to".2
lLlMA, Regina C.M. & Figueiredo, Nice M. de. Seleção e aqu1s1çao: da visão
clássica ã moderna aplicação de técnicas bibliométricas. cio Inf., Brasí
lia, 1l.(2): 138, jul/dez. 1984.
2LIMA & FIGUEIREDO. loco cito
467
�Uma das características das bibliotecas
universitárias
brasileiras é a pobreza de seus acervos informacionais, o
que
tem impedido ao lado de outros problemas (insuficiência de
re
cursos financeiros e humanos, más instalações físicas, etc.)que
o seu desenvolvimento a.companhe a evolução do ensino e as
soli
citações da ciência e da tecnologia.
para Etelvina Lima "não se faz pesquisa sem adequado su
porte de informações"~ Atualmente quase todos os convênios
aquis~
financiamento a pesquisa incluem cláusulas que exjgem a
ção de material bibliográfico. Porém, os programas de
de
suporte
~
bibliográfico a pós-graduação e à pesquisa são prejudicados
la própria administração financeira da universidade com a
apl~
cação desordenada dos recursos recebidos para pesquisas, por
ta de programas abrangentes de seleção e aquis1ção de
f~
material
bibliográfico, como também a compra desse material, cada vez ma
is dificultada pelas restrições às importações, e a
conceitua
ção do livro ano material permanente tem impedido o crescimento
das coleções.
3 L1MA , Etelvina. A Biblioteca no ensino superior. Brasília, CAPES/ABDF,197R
p. 19.
468
�2.1 - Justificativa
Rarmnente são as bibliotecas da UEMA dotadas de verbas
próprias, que lhes possibilitem a renovação constante de seu
~
cervo necessário para que elas possam atingir seus objetivos.
Mesmo quando há dotação orçamentária, esta é tão insignificanco~
te que torna o trabalho de seleção do acervo um permanente
flito entre o que deveria ser adquirido e o que se pode adquirir.
A formulação e aplicação de uma política de seleção
dequada e racionaléfator decisivo para que as bibliotecas
a
man
tenham um acervo qualitativo e quantitativamente capaz de aten
der aos objetivos da Universidade e às necessidades dos
usuá
rios com os recursos disponíveis, dependendo dela o êxito
do
programa de aquisição.
A política de seleção oferece várias vantagens,
tais
como:
a)
fixar diretrizes uniformes para a coleção, incluindo âmbito de assunto; profundidade da cobertura
tipo de material a ser incorporado ao
e
~cervo;
b) servir como base do planejamento e elaboração do
çamento-programa e também para avaliação do
GE
desemp~
nho;
c) servir de base para a formulação e implantação
programas de aquisição cooperativa e outros
mas afins, tornando-se instrumento útil no
mento Jnterbibliotecário.
469
de
progr~
planej~
�Essa política deve ser estabelecida com a aprovação
e
participação da Administração Superior da Universidade,
admi
nistração da própria Biblioteca, representante do corpo
docen
te e discente.
Rogers e Weber, citados por Ge1fand, consideram que
todos os problemas de política com que se defronta urna
de
bib1io
teca universitária nenhum é mais intrínseco à natureza da
ins
tituição ou, isoladamente, tem maior impacto sobre os
custos
do que o programa de aquisição de livros, periódicos e
outros
recursos de ensino. Cada incremento nas aquisições anuais acaE
reta custos colaterais de processamento e formidáveis implicações para as instalações físicas." 4
Ao lado da limitação de recursos financeiros,outros
f~
tores têm aumentado a complexidade do processo de seleção tais
corno: o volume crescente de publicações em todo mundo; a forte
necessidade de infoDmações advindas de outros pa{ses~ os
cus
tos cada vez mais elevados de materiais bibliográficos; a
qu~
se inexistência de si.stemas de aquisição cooperativa eficiente;
a "fragilidade" da comutação bibliográfica e o intercãrnbio
in
terbib1iotecãrio: e a falta de controle sobre a informação
g~
rada no próprio país.
2.2 - A Universidade Estadual do Maranhão
A Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, foi criada
pela lei nQ 4.400 de 30 de dezembro de 1981, originando-se
da
4GELFAND M. politica de aqulslçao em bibliotecas universitãrias: planos e
progràmas, individuais e cooperativos de formação de· acervos. R. Bibliotecon. Brasilia, 2(2):162-3, jul.ldez. 1974.
470
�Federação das Escolas Supériores do
~;aranLão
- FESM que congr.<::.
~':edi
gava as escolas de Engenharia, 7'gronornia, Administração,
cina Veterinária em são Luís, e as Faculdades de Educação
de
Caxias e de Imperatriz.
A UEMA é uma autarquia de natureza especial, vinculada
à Secretaria de Educação do Estado do Maranhão, com uma
estru
tura organizacional básica (ver figo 1 - organograma) ,
tendo
como objetivos:
a) oferecer educação de nível superior, formando
fissionais técnicos e científicos, tendo em
pr~
vista
os objetivos nacional, regional e estadual;
b) dinamizar a produção científica e renovação do
co
nhecimento humano, através de pesquisas voltadas so
bretudo para a realidade regional;
c) promover a participação da comunidade nas atividades
de cultura, ensino e pesquisa;
d) organizar a interiorização do ensino superior, atra
vés da criação de cursos, notadamente ~e Agronomia
e Medicina Veterinária, para fazer face às peculiaridades do mercado de trabalho regional.
Para apoiar os programas de ensino, pesquisa e extensão
em suas necessidades de acesso ao conhecimento e à informação,
esta Universidade conta com um sistema de bibliotecas
formado
pela Biblioteca Central e Bibliotecas das Unidades de Estudos
de Educação de Caxias e de Imperatriz.
471
�~g.
1 -ORGANOGRAMA
DA
UNIVERSIDADE
I
I
ESTADUAL
CONSELH.O UNIVERSITÁRIO
CONS. DE ENSINO
PESO. E EXTENSAO
I
~uRiDICA 1 - - - - - - - - - 1
GABINETE
f
SECo DE OllGA6S
COLEGIADOS
I
~
PRO-REITORIA ADMINIS
TRATlVA
......
N
I
I
PRÓ-REITORIA DE ~Ns.1
PESO· E EXTENSAO
PRO-REITORIA
DE
PLANEJAMENTO
I
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P~EFE'TURA
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CURSO
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�2.3 - SistE:ma de Bibliotecas da UEMA
o Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual
Maranhâo - UEMA é formado pela Biblioteca Central e
do
Bibliote
cas das Unidades de Estudo de Educação de Caxias e Imperatriz.
Da Biblioteca Central, como coordenadora do sistema,
manam todas as normas para as demais componentes,
~
corresponde~
do, assim, aos conceitos básicos da Reforma Universitária.
2.3.1 - Biblioteca Central
A Biblioteca Central, coordenadora do sistema, iniciou
suas atividades em outubro de 1978 e resultou da incorporação
das coleções existentes nas Bibliotecas das Escolas de
Engenh~
ria, Agronomia, Administração e Medicina Veterinária, tendo
tualmente um total de 16.635 volumes de livros e 401
a
títulos
de periódicos e 2.822 títulos de folhetos.
Localizada na Cidade Universitária Paulo VI, está
ins
talada num prédio com área de 1.680m 2 , ocupando apenas uma paE
te correspondente a 1.000m 2 .
Subordinada ã Pró-Reitoria de Ensino, Pesquisa e
são, tem como função servir de apoio ao ensino, pesquisa e
Exte~
ex
tensão da UEMA. Atende a toda comunidade universitária da UEMA
em são Luís, tendo um total de 1.310 leitores inscritos entre:
alunos
1. 032
241
professores
técnicos e administrativos 17
Funciona de segunda a sexta-feira, no horário de 8:00
473
�às 17:30 horas e aos sábados, de 8:00 às 12:00 horas.
Como Biblioteca Central, tem caráter geral, embora
es
pecializada em assuntos referentes aos cursos de Administração,
Agronomia, Engenharia Civil e Mecânica e Medicina Veterinária.
2.3.1.1 - Estrutura organizacional
Os serviços da Biblioteca Central estão estruturados em
trés divisões: Divisão de Assistência ao Leitor, Divisão
Processamento Técnico e Divisão de
Documentaç~o
de
(ver Fig. 2
organograma) •
2. 3 .1.2 -
Orçamento
Um dos graves problemas que as bibliotecas do
sistema
vêm enfrentando é a falta de recursos para aquisição de
mate
rial bibliográfico. As verbas destinadas à compra deste
mate
rial (quando existem) têm sido irrisórias, não atendendo
seu elevado custo e ao aumento do número de alunos,
ao
profess~
res e funcionários.
O controle sobre a dotação orçamentária, o p;Lanejamento prévio e aquisiçao planificada
têm sido impedidos pelo
ia
to da Biblioteca Central não se constituir numa Unidade
Orç~
mentátia, um dos mais graves fatores que tem contribuido
para
acentuar suas deficiências.
2.3.1.3
~ ~essoal
A Biblioteca Central conta atualmente com um número re
duzido de pessoal, número este insuficiente para que ela possa
474
�Fi g. 2 -
ORGANOGRAMA DA
BIBl:.IOTECA
CENTRAL
DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO MARANHÃO
DIRETORIA
I
BIBLI9TECA
~
DIViSÃO DE PROCESSAMENTO
UNIDADE
TÉCNICO
EDUCAÇÃo
-1--- -I
CAX~~ ]-- - -
DIViSÃO
DE
ASSISTÊNCIA
BIBLIOTECA
UNIDADE~;P~;;;;;-]
AO LEITOR
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Q
'"
�cumprir com as suas finalidades e atingir seus objetivos.
Pessoal disponível:
Bibliotecários
07
Secretária
Dl
AgentsAdministrativos
06
Auxiliar Operacional
03
Agente de Portaria
Dl
A diretora da Biblioteca tem a seu cargo as
funções
administrativas e de planejamento, além da coordenação das
de
mais bibliotecas do sistema.
2.3.2 - Biblioteca da Unidade de Estudos de Educação de Caxias
A Biblioteca da Unidade de Estudos de Educação de
xias, conta com um acervo de 7.708
Ca
volumes, 150 títulos de
p~
riódicos e 174 folhetos. Serve aos cursos de Pedagogia,
Estu
dos Sociais, Ciências e Letras, atendendo a um total de
350
alunos e 44 professores.
Em termos de pessoal, conta com uma ribliotecária
e
dois auxiliares.
2.3.3 - Biblioteca da Unidade de Estudos de Educação de
Imper~
triz
A Biblioteca dessa Unidade serve aos cursos de Estudos
Sociais, Ciências e Letras. Seu acervo conta com um total
de
6.012 volumes de livros e 52 títulos de periódicos, 52 títulos
de folhetos e 30 mapas.
476
�1,tuCllmente contél com um potorcial de 566 usuários
( 534
alunos e 32 professores) dos quais 216 estio inscritos.
Quanto a pessoal, se por um lado esta biblioteca nio tem
bibliotecá:,to, ela dispõe de três (3) auxiliares.
Segundo Fiuza na seleção é o processo de tomada de dec,!
sães, e a aquisição é a implementaçio das decisões
tomadas~ 5
Dada a sua importância para a formação do acervo é essencial o
estabelecimento de uma política de seleção a ser adotada
pela
Biblioteca Central e demais componentes do Sistema de Bibliote
cas da UEMA.
2.4.1 - Objetivos
2.4.1.1 - Geral
Assegurar um acervo ativo mais adequado às necessidades
dos usuários e que atenda aos objetivos e programas de ensino,
pesquisa e extensão da UEMA.
2.4.1.2 - Específicos
a - permitir o crescimento racional e equilibrado
do
acervo;
;) -
identificar os elementos adequados à formação da co
leçio;
5FIUZA, Marysia Malheiros, Contribuições para a tomada de decisão no pro
HorT
cesso de seleção em bibliotecas. ~. Esc. Bibliotecon. UFMG.Belo
zonte, .l.(2) : 131-40, ~et. 1979. p. 136.
477
�2.4.2 - Princípios
Para o alcance dos objetivos propostos deve-se levar em
consideração fatores que, sem dúvida, determinarão a política
de seleção da Biblioteca Central:
a - os objetivos e os programas de ensino, pesquisa
e
extensão da UEMA;
b - as normas adotadas para criação de novos cursos
e
seu reconhecimento;
c - número de alunos matriculados;
d - as condições atuais do acervo, destacando-se as áre
as satisfatórias e deficitárias;
e - avaliação e meios de formação do acervo;
f - conhecimento do acervo das bibliotecas vizinhas e a
possibilidade de acesso a elas;
g - demanda e necessidades dos usuários;
h - a produção bibliográfica nas diversas áreas do
nheci~ento
co
humano;
i - recursos financeiros tanto internos quanto externos.
j - posição da Diretoria da Biblioteca Central
dentro
da hierarquia administrativa da UEMA.
2.4.3 - comissão de seleção
Concordamos com Graça Targino quando diz que "partindo
478
�do pressuposto de que toda a comunidade universitãria estã inte
ressada no uso da coleção, cabe a ela a responsabilidade
pela
seleção. Desta forma, se o professor detém o conhecimento
esp~
cífico do assunto, é o bibliotecário o profissional que deve ter
a visão de conjunto da coleção, o conhecimento do mercado livrei
ro e editorial e o domínio das técnicas indispensáveis ao desen
6 Contudo, ao professor e ao
volvimento a d equado da coleçao.
bi
biotecário, deve-se unir a representação estudantil, a fim
de
compor a "Comissão de Seleção" da Biblioteca Central da UEMA,de
caráter interdisciplinar, e assim constituida:
a - Diretora da Biblioteca Central (a quem compete
Presid&ncia da
Comiss~o
e a declsão final sobre
a
o
que deve ser adquirido) ;
b - Chefe da Divisão de Informilção e l.ssistêIlcia ao Lei
tor (bibliotecário que devióo ao permanente contato
com o pGblico, estã apto a identificar mais
eficaz
mente os interesses dos usuários;
c - Chefe da Divisão de Processamento Técnico (bibliote
cário a quem compete a adoção das decisões
~);
d - Professores representantes de cada uma das Unidades
de Ensino da UEMA, designados, respectivamente,
los Coordenadores de Unidades: A eles compete
vir de elo entre a BC e o corpo docente,
p~
ser
cabendo-
lhes a tarefa específica de coletar junto aos Chefes
de Departamento de "sua" Unidade os pedidos de
aqu~
6TARGINO, Maria da Graça. Uma proposta de política dE' seleção para a bibli
oteca Central da Fundação Universidade Federal do piauí. Boletim ABDF,
Nova Série. Brasília,1.(l) :32, jan./mar. 1984.
479
�sição a serem encaminhados. dentro do praZO e normas
pré-estabelecidas. pela Seção de Intercâmbio e
Aqu!
sição, descritas em seu manual de serviço;
e - Alunos representantes de cada um dos Diretórios Aca
démicos e um representante do Diretório Central. rle
signados, respectivamente, pelos Presidentes dos Di
ret5rios e com atribuição primordial de
encaminhar
à Biblioteca sugestões do corpo discente, para
de
senvolvimento da coleção.
Os membros da comissão poderão ser substituidos ou
ree
leitos após um ano de atuação.
2.4.3.1 - Atribuições
A Comissão de Seleção da Biblioteca Central da UEMA,
d~
ve se reunir urna vez no início de cada período letivo em data a
ser pré-fixada pela sua Presidente, tendo as seguintes
atribui
ções:
a - estabelecer as políticas de seleção e.descarte
material bibliográfico e/ou audiovisual da
do
Biblio
teca;
b - analisar os pedidos para aquisição,-
estabelecendo
prioridades de acordo com os princípios adotados;
c - aprovar ou não a incorporação ao acervo da Bibliote
ca dos títulos adquiridos por doação e permuta,
d - manter contato, formal e/ou informal, com o
maior
número possível de membros da comunidade universitá
480
�ria, a fim de coletar sugest5es para
atualiz~ç~o
~o
acervo;
e - elaborar o orçamento
anual para a aquisição do
ma
terial bibliográfico;
f - opinar sobre a distribuição do acervo.
2,4.4 -
Formação do acervo
o
material bibliográfico e audiovisual para a
formação
do acervo deve ser rigorosamente selecionado, segundo as
neces
sidades e demandas da clientela, nas áreas do ensino, pesquisa
e extensão, observando-se os seguintes critérios:
na -
Adequação do material:
aos objetivos educacionais gerais e específicos
da instituição
- ao nível educacional pretendido, no que se
ref~
re ao vocabulário, conceituação e desenvolvimen
to do assunto;
b - Autoridade do autor e/ou editor;
c - Atualidade, quando for desejável;
d - Qualidade pedagógica, no sentido de estimular a
cessidade de saber, encorajando a
reflex~o
sobre
blemas importantes e despertando a criatividade
ne
~
e
imaginação dos alunos;
e - Equilíbrio e organização da obra, no que se
ã distribuição do conteudo e ao equilíbrio
481
refere
entre
�texto/ilustração ou texto/música;
f - Qualidade técnica do ponto de vista gráfico, sonoro
e/ou cromático:
g
QUalidade artística ou literária:
h - Custo justificável, considerando-se a verba dispon!
vel e a possibilidade de substituição satisfatória
por outros materiais existentes na biblioteca;" 7
i - Língua acessível aos usuários.
Considerando a facilidade de manuseio e acesso, bem
mo as limitações do marcado editorial e/ou livreiro, as
co
Biblio
tecas do Sistema devem reunir, de acordo com a necessidade
de
seus usuários e de maneira equilibrada, diferentes tipos de
ma
teriais, tais como:
a - obras de
referênci~
almanaques; bibliografias
is e especializadas; censos estatísticos;
ger~
dicioná
rios linguisticos, literários, biográficos e espec!
alizados; enciclopédias gerais e especializadas; ma
pas geográficos e históricos, atlas;
b -
livros;
c - teses;
d - folhetos;
7CARVALHO , Maria da Conceição. Uma política de desenvolvimento de coleção
para a biblioteca do Instituto de Educação de Minas Gerais. R. Esc. Bi
bliotecon. UFMG. Belo Horizonte,~(2):202-3, set. 1980.
482
�e - periódicos
(abstracts, revistas gerais e
especidl~
zadas, jornais, etc.)i
f - muI timeios
(discos, slides, microformas', etc.).
Tanto a Biblioteca Central como as outras Bibliotecasdo
Sistema devem reunir obras de interesse para os cursos que
vem. para maior ou menor ênfase a ser dada em temas
ser
específico~
devem ser analisados além da demanda do assunto, os currículos
vigentes, o número de alunos matriculados nos diversos cursos e
o número de professores interessados nos assuntos.
Comi~
Para a formação do acervo, é imprescindível que a
são de Seleção, além de iGentificar os usuários, os
currículos
dos cursos e os recursos disponíveis, tenha conhecimento
dos
próprios materiais a serem adquiridos, o que só é possível atra
vés de estudo das fontes de informação para seleção.
Dentre
elas, destacam-se:
a - materiais distribuidos por editores e livrarias
tálogos e listas comerciais, livros enviados a
Ca
bi
blioteca para exame e critica);
b - resenhas de periódicos;
c - bibliografias gerais e especializadas;
d - guias de literatura gerais e especializados;
e - catálogos, listas de novas aquisições e boletins de
outras bibliotecas;
f - sugestões de usuários;
483
�g - visitas a livrarias, exposições literárias,
feiras
de livros e promoções similares;
h - publicações de entidades, como o
Sindi~ato
Nacional
de Editores de Livros, a Câmara Brasileira do
Livr~
etc.
2.4.5 - Duplicação de títulos
A duplicação de títulos deve ser determinada pela
dema~
da dos mesmos. Deve ser levado em consideração o número de
alu
nos e professores interessados na utilização do título, bem
co
mo a existência de livros de conteúdo similar. Também é de suma
importância verificar se a demanda é apenas transitória
(indic~
ção de um determinado professor para um evento específico, etc),
o que não justifica uma duplicação de exemplares.
2.4.6 - Programas cooperativos
Em face da limitação de recursos as bibliotecas da UEMA
devem: continuar incentivando a aquisição por doação e permuta;
participar de programas de comutação
bibliogrãfic~
e
estabele
cer um plano de aquisição cooperativa para as bibliotecas
inte
grantes do sistema; buscar acordos de cooperação para acesso
~
acervos de outras bibliotecas.
2.4.6.1 - Doação
A doação como meio de aquisição é fator importante para
o enriquecimento do acervo. As bibliotecas poderão solicitar
ações de instituições tais como: editoras e livrarias,
484
d~
embaixa
�(3
ou
\1:jj '.fel::-Su~lqucr
j
tl~;(Jcs
f
0r~:," -'5
govc·rnL1;~.cntais
fE:-:derais e
estaduais
instituiçâo gue edite ou distribua publicaç5es
de
interesse dos usuirios.
To:~
material doado, nao solicitado, serã selecionado
antes de ser incorporado ao acervo. O que não for de
interesse
para a Biblioteca Central seri enviado a outra biblioteca
do
sistema que tenha interesse.
2.4.6.2 - Permuta
As bibliotecas devem estabelecer permuta com outras
bi
bliotecas ou centros de documentação, através do envio de lista
gens duplicatas de material a ser permutado ou doado. Elas
vem se incorporar a programas cooperativos que visam a
de
permuta
de material e que se tornam gradativamente comuns a quase
rodas
as bibliotecas universitárias brasileiras.
~
de interesse que a Biblioteca Central se torne membro
de convénios internacionais, tais como do DEU
Duplicate
change Union, executado pela American Library Association,
Ex
do
IEDMA- International Exchange of Duplicate Medical Literature ,
programa executado pela Organização Mundial de Saúde.
2.4.7 - Avaliação da coleção
A avaliação da coleção é a primeira etapa para
implant~
ção da política de seleção, que por sua vez, possibilitará
uma
verdadeira seleção do material bibliogrãfico. A formação e
m~n~
tenção de uma coleção atualizada, completa e adequada às
neces
sidades dos usuários, só é possível através do confrontamentoen
485
�tre o que é solicitado e o que existe, o que torna a
avaliação
o elemento essencial para o desenvolvimento da coleção,
sendo
para isso necessário:
a - levantamento detalhado dos acervos das bibliotecas
do sistema, o que significa uma análise
quantitat!
va e qualitativa da coleção:
b - observação sobre o uso do material existente e ped!
dos não atendidos:
c - levantamento de documentação sobre o(s) assunto (s)
independente (s) dos acervos das bibliotecas do sis
tema:
e - contato com professores, alunos e funcionários para
determinar seus intp.resses.
Essa avaliação deverá se tornar sistemática e
contínua
a fim de impedir o crescimento aleatório e impulsionar o
desen
volvimento racional dos acervos das bibliotecas, de modo a aten
der satisfatõriamente a seus usuários.
2.4.8 - Descarte
A seleção de obras para descarte, como resultado da rea
valiação do acervo, é parte integrante do processo de
formação
da coleção. O descarte assume grande importância, devido às
mitações de espaço físico e de recursos financeiros (comum
li
a
muitas bibliotecas brasileiras), devendo por isso ser realizado
periõdicamente, obedecendo-se os seguintes critérios:
a - inadequação das obras;
486
�b -
dcsatualizaç~~
do material;
c - desgaste de exemplares (danificados pelo uso ou
la falta de consciência dos usuârios), cujo
p~
valor
não justifique a despesa de sua restauração ou
en
cadernação;
d - desuso comprovado do material;
e - número excessivo de exemplares de um mesmo títuloem
relação à demanda.
Apesar disso, sempre que se fizer necessârio, a
Comis
são de Seleção deve recorrer a um ou mais especialistas no
sen
tido de evitar a perda de obras de valor.
2.4.9 - Censura
Quanto à censura, a comissão de seleção deve levar
sem
pre em consideração a liberdade de investigação científica e
a
dignidade da pessoa humana, embora tenha que acatar a censura o
ficial.
A biblioteca deve oferecer à comunidade universitâria o
bras, mesmo que reflitam pontos de vistas divergentes em
quer aspecto-religioso, político, moral, etc., bem como
evitar
que sejam retirados da coleção livros que não são de interesse
de determinada pessoa ou do próprio bibliotecârio.
Procedendo assim. a biblioteca oferece aos alunos
opo~
tunidade de formar um espírito crítico e de tirar suas próprias
conclusões e o bibliotecário demonstra seu respeito a
de universitária como um grupo de indivíduos capazes de
487
comunida
discer
�nir sobre o que melhor lhes convém.
2.4.10 - Considerações finais
o êxito da política de seleção não depende somente
do
bibliotecário traçar diretrizes para um sistema eficiente de se
leção mas, sobretudo, da participação efetiva e real de toda co
munidade universitária. Consequentemente, essa política
a~ém
de
escrita, deverá ser discutida e aprovada pelo Conselho Universi
tário e depois conhecida por
ton~s.
no sentido de:
a - "permitir aos encarregados da seleção uma base raci
esp~
onal mediante a definição de objetivos e metas
cíficas para consolidar coleções mais
representat!
vas das necessidades (reais e potenciais) da comuni
dade, permitindo a aplicação mais equitativa dos re
cursos financeiros;
b - informar aos administradores, agências
financiado
ras e usuários quanto às limitações e alcance
das
coleções existentes, conforme o resultado do
levan
tamento e estudos científicos de sua pituação;
c - informar quanto aos planos de desenvolvimento do
~
cervo a curto, médio e longo prazos, especificando
e justificando as estratégias na expansão mais
ou
menos aceleradas em determinadas disciplinas ou
11
determinados tipos de materiais de informação.
de
18
8M1 RANDA , Antonio. Seleção de material bibliográfico em bibliotecas uni ver
sitârias brasile1ras ... ~
28
488
�o estabelecimento de uma política de desenvolvimento do
acervo da Biblioteca Central da UEMA compatível com as
priorid~
dcs de ensino, pesquisa e extensão dessa Universidade e que aten
da as necessidades de seus usuários, favorecerá sem dúvida,
o
desejado equilíbrio entre oferta e demanda de informação.
A Biblioteca deverá desenvolver, com regularidade,
do do usuário, para conhecer suas necessidades, reais e
est~
potenc~
ais, como também transformar em rotina a avaliação, cujos resul
tados contribuem para o estabelecimento de uma política que
mita a perfeita
adequaç~o
das coleções aos interesses dos
pe~
usuã
rios.
A seleção do material bibliográfico, embora seja
uma
das principais atividades do bibliotecário, deve contar, em
bi
bliotecas universitárias, com a partictpação de professores
a
alunos.
Somente com estas medidas poderá se ter um acervo
dese~
volvido homogeneamente, segundo os interesses da çomunidade ac~
dêmica da UEMA, evitando-se compras desnecessárias, permitindo
melhor aplicação dos recursos econômicos, bem como uma melhor se
leção das doações.
SUMMARY
Considerations about selectlon for collection development in
uni
versities I ibraries. A proposal of selectlon policy statement for the
Cen
traI Library of the State University of Maranhão - UEMA, by means of identi
fication of adequa te for collectlon development, criterious for title
dupl~
cation, collection evoluation and material discard. Discutions about the im
portance of cooperatives programs and at the conduct in front of the
sure.
489
cen
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 05 - Ano: 1987 (UFRGS - Porto Alegre/RS)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Plano Nacional de Bibliotecas Universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1987
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Porto Alegre (Rio Grande do Sul)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Proposta de política de seleção para a Biblioteca Central da UEMA.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Machado, Iracéli Rodrigues
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Porto Alegre (Rio Grande do Sul)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRGS
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1987
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Considerações gerais sobre seleção para formação e desenvolvimento da coleção em Bibliotecas Universitárias. Proposta de política de seleção para a Biblioteca Central da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, mediante a identificação de elementos adequados à formação da coleção e descarte de material. Abordagens sobre a importância dos programas cooperativos e quanto ao comportamento diante da censura.
Language
A language of the resource
pt
snbu1987