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e3c2514d4c0249d71584bc0ddbc0b35a
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CDD 023
CDU 023.4
O BIBLIOTECÁRIO
AVALIAÇÃO CRITICA E PERSPECTIVAS
cecIlia ANDREOTTI ATIENZA
CECÍLIA
CRB 8/186
Diretora do Centro de Documenta ção e Informática da Câmara
câmara Munic^
pal de são
Sao Paulo.
LINDA HAYDÉE
HAYDÊE LIEBER!
LIEBERT
CRB 8/ Processo 257/79
Bibliotecária do Centro de Documen
tação e Informática da'
da Câmara
câmara Mun^
Muni^
cipal de Sao
São Paulo.
VERA LOCIA
lOCIA silveira FAGUNDES
CRB 118/79
Bibliotecária do Tribunal de Con tas do Estado do Rio Grande do Sul,
ã disposição da Câmara Municipalde
Sao Paulo.
são
RESUMO
Análise da posição do bibliotecário no contexto
sõcio-econô mico e cultural brasileiro.
Visão
histórica, passando pela abordagem técnico-educacional e profissional da atualidade, com vistas aos novos horizontes que se descortinam
a
este profissional.
1
INTRODUÇÃO
Como objeto de nossa investigação procuraremos abordar o
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problema do posicionamento do bibliotecário dentro do cenário so
s£
cio-econômico e cultural brasileiro. Nosso intuito, em princí
princl pio, é analisar a problemática fundamental e característica
de
uma profissao,que procura se firmar dentro de um contexto cient^
fico, tecnológico e social. E, atentando para o desempenho profissional do bibliotecário, descobrir como vem contribuindo,para
desfazer a imagem de que o Brasil ainda se encontra hibernando ,
em termos de informação e, até que ponto desenvolveu a consciência da responsabilidade»que lhe cabe nesse particular.
2
DESENVOLVIMENTO
2.1
Abordagem histórica
2.1.1
Antes da era tecnológica
0 conceito tradicional de biblioteca, advindo de séculos,
prendia-se ã1 imagem de organismo destinado á conservação de do cumentos, exigência esta, nascida do próprio desenvolvimento intelectual do Homem, que, num dado m-omento
momento histórico, traduziu-se
na necessidade de transmitir seus pensamentos e experiencias,nao
mais através das tradições orais, mas através dos caracteres ,sim
sim
histori bélicos da linguagem escrita. Ao inicio
início de um esboço históri
CO do papel do bibliotecário e sua atuaçao junto ao meio socio
sócio cultural, vamos encontrá-lo nos antigos mosteiros e palácios
,
onde se armazenava um acervo composto quase so de obras raras. 0
desenvolvimento da literatura em prosa aumentou a necessidade das
as pesqu^
consultas áa biblioteca, que passou a servir de veículo ás
sas. É certo que a invenção da imprensa veio a dinamizar sensivelmente a situaçao, contribuindo mesmo para difundir o livro ,
popularizar a cultura e a própria figura do bibliotecário. En tretanto, segundo Murilo Bastos da Cunha "a profissão de bibliotecário, que até o,século
o.século XIX era representada por homens eruditos, de ciências, escritores e sobretudo, por grandes leitores ,
mudou muito sua imagem nos últimos 70 anos. Assim, era comum re^
presentar o bibliotecário como homem silencioso, oculto entre as
pilhas de livros - muitas vezes com poeira secular - ranzinza
quando perturbado por algum leitor. Essa imagem, quase carica tural, representou uma época em que a principal missão do biblio^
tecário era ser guardião
guardiao do acervo existente na bib1ioteca"^^^.
bib 1 ioteca"^^^ .
Essa mudança, na imagem do bibliotecário, deveu-se ãs
as varias
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transformações sofridas pela Humanidade. 0 próprio conceito tra
dicional de biblioteca evoluiu através dos tempos, passando
de
mero depósito a centro eminentemente social de difusão dos conhe
conhe^
cimentos e da informação.
2.1.2
Explosão documentaria
documentária do século XX
Acarretada pelo grande avanço tecnológico ocorrido após o
término da Segunda Guerra Mundial, redundou na gama de conheci mentos especializados sobre os mais variados assuntos. Este fenômeno contribuiu para embasar ainda mais o conceito moderno de
biblioteca e da posição do bibliotecário como profissional.
0
progresso científico
cientifico vertiginoso tornou, por sua vez, expressiva
a necessidade metodológica
metodologica da documentação, tendo em vista o aumento considerável da produção de documentos e a crescente busca
de informações por parte dos pesquisadores. Afirma o Prof. Silva,da Fundaçao Getúlio Vargas, que vivemos "na era da informação
diluvial". Realmente, hoje em dia, somos agredidos através
da
informação veiculada pelos meios de comunicação em massa, queir^
mos ou nao. Este fato, aliado ã procura voluntária da informa çao, para fins de estudo e pesquisa, gerou a necessidade de sele
cionar, armazenar, recuperar e divulgar,o que realmente interessa, objetivando-se a um plano de prioridades pragmáticas e so
bretudo de atualização
atualizaçao e, se esta necessidade eé produto desta n£
no
va exigencia, procuraremos nos ater com maior cuidado ã análise
do binonio INFORMAÇÃO - BIBLIOTECÁRIO , visando a realidade de
seu desempenho, também como informata, pois "a ciência da informação dara
dará apoio ãa Biblioteconomia, orientando-a para que chegue
rapidamente, a um estágio mais avançado, ao estabelecer um con junto de noçoes gerais comuns, que sirvam ã solução dos seus pro^
blemas específicos, na prestaçao de serviços eficientes a um maior
'
-r
(2)' .
numero
de pessoas e ao menor custo possível"''
possível"'
2.2
Abordagem didátíca-prpfíssiona1
didática-prpfissiona1
2.2.1
Perfil profissional do bibliotecário brasileiro
Nestes quase oitenta anos de século XX evoluiu muito, não
nao
só nos países mais adiantados, mas também no Brasil, todavia,sem
poder chegar ainda ao ponto de ombrear-se com outras profissões
mais antigas, universalmente conhecidas, reconhecidas e respeita
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das. A verdade.é
verdade>e que a maioria das pessoas desconhece a nossa
profissão e nao sabe quem ié o bibliotecário, ainda visto no nosso contexto, como "um arrumador de livros nas estantes", burocra
ta, executor de tarefas complicadas e, ate
até mesmo, desnecessárias,
ocultando do mundo o carater
caráter interdisciplinar de seu trabalho ,
pois "o bibliotecário é o supremo 'ligador do tempo' e a sua dis^
di^
ciplina é a mais interdisciplinar
interdiscip1inar de todas, pois e a ordenaçao ,
relaçao e estrutura dos conhecimentos e dos conceitos"'
conceitos" ' .
A
profissão de bibliotecário no Brasil tem caráter essencialmente
feminino, fenômeno este que se deve ãá emancipaçao da mulher, sobretudo com a problemática de pós-guerra,
pos-guerra, que a compeliu a assumir um papel
papel- mais produtivo dentro da realidade socio-economica
vigente. Este fato,teve alcance não
nao apenas no Brasil, mas de s£
so^
bremodo nos países mais duramente atingidos pela eclosão bélica.
Nos Estados Unidos e na Suécia, segundo Anita R. Schiller, a biblioteconomia situa-se entre as "ocupaçoes" rotuladas como tipicamente femininas, sendo este enquadramento uma forte evidencia,
evidência,
de que há discriminação nessa área.
area. De fato, deve-se levar
em
conta o determinismo biológico, que obriga as mulheres a optarem
por profissões que melhor se adatem, como a biblioteconomia, as
suas características bio-psiquicas: qualidades espirituais, senso de colaboràçao
colaboraçao e o instinto domestico de dona-de-casa
dona-de-casa.. Estes,
inclusive, foram os fatores apontados por Justin Winsor como razoes para justificar a conclamaçao da mao-de-obra feminina a for^
ça de trabalho bibliotecário, após a crise econômica de 1930
1930,nos
,nos
Estados Unidos. Nesse país,a
pais,a representação profissional mascu lina na área bib1ioteconômica
bib1ioteconÔmica é maior do que no Brasil, e isto ,
talvez se justifique pela exigencia atual de dinamismo e
pela
saturação
saturaçao de mercado de trabalho em outros setores. Estudo re centemente elaborado, para se determinar o "status" homem-mulher
dentro da biblioteconomia americana, veio comprovar que os ho
mens, ainda que exercendo
exercendo'uma
uma atividade "dita essencialmente feminina", recebem melhores salários e ocupam as posiçoes chaves.
A explicação para este fato seria a internalização,
internaiizaçao, em nível inconsciente, do conceito de que os homens, atuando nos a3rttrs~T«>«-.
alrtt)'S~pt>«tos, fariam com que o "status" da profissão se igualasse ao das
demais, sem se falar na tradiçao cultural atavica de que o Homem
é ser superior e, portanto, detentor do poder de mando. No Brasil, a situaçao
situação éi muito mais séria, como sociedade tradicional mente patriarcal e preconceituosa que é, onde a mulher "enfrenta
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obstáculos de várias naturezas, além dos citados: em primeiro lu
gar, ha a desconfiança generalizada quanto ã sua competência e a
discriminação que lhe dificulta o acesso a postos de maior impor
tancia e responsabilidade; em segundo lugar, está a organização
domestica a exigir o desempenho de papéis que interferem com
a
atividade profissional; em terceiro lugar, encontram-se os con flitos psicológicos e o custo emocional que podem resultar
de
sua situaçao de "desviante", de indivíduo que foge ãs normas do
grupo. Alem disso, o processo de socialização a que sao
são subme tidas as meninas brasileiras faz com que grande parte delas não
adquiram as capacidades e as características de personalidade ne
cessárias ao exercício de atividades científicas"^^^
cessarias
científicas"^.. 0 fato é
que a feminizaçao da biblioteconomia no Brasil é um dos fatores
responsáveis pela falta de status e pelo baixo salário,
é
sabido^que as areas onde predominam as muIheres,ficam como
que
marginalizadas, sem conseguir reconhecimento de seu verdadeiro va
lor. Essa nossa afirmação é embasada pelas palavras de P. HavardWilliams: "Os bibliotecários culpam, pelo baixo status do biblio tecário e os conseqüentes
conseqUentes salários baixos, a falta de interesse da
sociedade em geral. Esse é um fato corriqueiro em todo mundo, nao
sendo específico do Brasil. Representa, não
nao obstante, uma atitude
totalmente errônea. Quem promove a mqlhoria da posição dos médi COS, advogados, arquitetos, livreiros ou edidotres? É a própria
profissão que tem de dar seus passos em sua marcha rumo a um nível
mais elevado. A tendência
tendencia dos bibliotecários ãá introspecção,
introspecçao, le va-os a cuidar mais dos livros do que dos leitores ou mais destes
do que dos responsáveis pela elaboração dos orçamentos"^^^. E,con
siderando-se que a biblioteconomia é a mais "interdiscip1inar" de
todas as ciências e, nao sendo nenhuma delas dona absoluta do universo do conhecimento, cabe aqui ponderar-se, ainda, sobre a neces
sidade de ater-se a um estudo mais profundo,a respeito da admissao
de profissionais de outros campos da cultura,na área de nossa competência. Em verdade "isso, de certa forma, já esta acontecendo.
Bibliotecas universitárias e de pesquisa estão tratando de empre gar pessoal com qualificações em outros campos do conhecimento para o desempenho de atividades especializadas. Na realidade, porém
os bibliotecários e que deveriam estar dando sua colaboraçao pa ra o trabalho nesses campos especializados (...). Não êé somente ,
uma questão de ter conhecimentos mas é uma questão de poder dialogar com os leitores na linguagem de suas especializações e,
até
mesmo, de assumir atitudes simi1 ares"^^^
ares"^ . Urge, pois, uma mudança
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radical e incontinenti dos bibliotecários, uma vez que o fator
concorrência existe, não
nao apenas, por parte dos profissionais de
outras areas que se interessam pela ciência da informação, mas ,
sobretudo por estagiários do Curso de Biblioteconomia. Estes úl^
timos, ao realizarem estágios de comp1ementaçao
complementação curricular em em
presas particulares, exercem funções privativas de bibliotecá rios, restringindo oportunidades no mercado de trabalho, pois ,
estas, ao término do mesmo,preferem contratar novos estagiários,
com salarios
salários inferiores, em vez de reformular os contratos com o
ex-estudante, agora como profissional. Como alternativa decisõria: ou se realizaria uma efetiva fiscalização do exercício profissional, ou se reformularianas
reformular iam as bases do,
do estágio, que pode
ria ser desenvolvido nas próprias escolas, em bib1iotecas-1aborabib1iotecas-1 aboratórios. Quanto aos outros, seria uma solução eficiente, permi tir que se associassem aos bibliotecários, o que apresenta dupla
vantagem, pois, neutralizaria a concorrência, alêm
alem de estimular
a melhoria do nível de nossa classe.
2.2.2
Perfil educacional do bibliotecário brasileiro
Para se situar o preparo do bibliotecário brasileiro den
tro da atualidade, éê necessário revermos a evolução dos currículos. "o ensino de biblioteconomia no Brasil data de 1915, quan do a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro deu início ao primeiro curso destinado ã formaçao de bib1iotecários"^. Nesse curso inicial, baseado na Escola de Chartes, as disciplinas eram:B^
bliografia. Diplomática, Iconografia e Numismática. Quando
da
criaçao do curso pelo Instituto Mackenzie de Sao Paulo, em 1929,
o currículo passou a constituir-se de: Catalogaçao, Classifica çao. Referência e Organizaçao, seguindo exemplo norteamericano.
nortearnericano.
Somente em 1962, o Conselho Federal de Educação ao regulamentar
a profissão, aprovou o currículo mínimo constituído de: Documentação, Paleografia, História do Livro e das Bibliotecas, Histó
Histo ria da Literatura, História da Arte, Introdução aos Estudos Históricos e Sociais, Evolução do Pensamento Historico
Histórica e Cientifi —
CO, Organizaçao e Administração de Bibliotecas, Catalogaçao
e
Classificação, Bibliografia e Referência. Atualmente, formou-se
uma Comissão do Conselho Federal de Educaçao, visando a reformulação deste currículo, por nao mais adequar-se ãs
as necessidades
brasileiras, inclusive ã reforma universitária. Objetivando maior
nível profissionalizante, criou-se em 1970, o Curso de Pos-Gra cm
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duaçao em Ciência da Informação do IBBD, atualmente IBICT,
a
nível de Mestrado. Em 1976, o Curso de Mestrado em Administra çao de Bibliotecas,na Universidade Federal de Minas Gerais e"a
posteriori" , mais três
tres cursos de Mestrado, na Universidade de Bra
silia, na Pontifícia Universidade Católica de Campinas e no Esta
do da Paraíba. Existe uma preocupaçao,no sentido de se formarum
tipo de profissional mais acurado, através do estabelecimento de
uma nova estrutura de ensino bib1ioteconômico,que venha a aten der a crescente demanda da técnica da informação e mudar as tendências gerais do ensino atual, de estrutura essencialmente prag
pra^
matica, métodos empíricos e baseados em doutrinas superadas. Es
sa mudança radical de posição se faz necessária frente ãs exi gencias do mercado de trabalho, que requer pessoal de alto nível
de especia 1izaçao,nas
1ização,nas mais diversas áreas do conhecimento. E,pa
ra que esta realidade se concretize, faz-se mister:
19) Ter em mente uma nova escola de biblioteconomia, mediante algumas conceituaçoes
concei tuações , tais como: a melhoria da qualidade do
ensino, pois, muitas escolas não se interessam pelo
pelo- aperfeiçoa mento de seus profissionais, nem os liberam, sob hipótese algu freqUentar curso de atualizaçao ou de formaçao,
ma, para freqllentar
formação, esque cendo-se de que a beneficiada seria ela própria, uma vez que con
taria com um corpo docente mais preparado e mais responsável. 0
professor deveria adquirir uma mentalidade de análise crítica e
de reflexão e ao iniciar sua atividade docente, deveria ter lastro suficiente para continuar pesquisando, experimentando, jul gando e inovando, pois só assim, poderia enfrentar os problemas
do dia-a-dia didático. Dever-se-ia criar uma didática dinâmica,
situacional, pois nao basta possuir alguns princípios gerais, va
wa
gos, muito bem estabelecidos. Precisaria agir de acordo com
a
realidade existencial de sua atividade, adquirindo o hábito
de
submeter seus conhecimentos ao crivo da realidade, reformulando,
reestudando sempre seus conceitos e práticas e imbuindo-se do f^
fa
,
zer educativo. Realizar, experimentar, praticar, mas também
analisar, criticar, julgar, aceitar ou rejeitar, de acordo
com
os dados obtidos. 0 critério principal da validade de seus prin
cipios seria a eficiência em situações concretas. Didática é vida em forma de aluno. Deveria experimentar novas técnicas,
ou
adaptar técnicas já em uso, de acordo com as necessidades, pos sibilidades e exigências do seu ambiente. Precisaria dispor de
recursos vários, nao sofisticados, mas eficientes. Professores
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29) Ter em mente a possível Implantação
implantação de um Centro
de
Treinamento, para: revisão do conteúdo e técnicas de ensino;
especialização (não
(nao podemos deixar de reconhecer como absolutamente imprescindível aa,posse
posse de conhecimentos profundos na ãrea
área
de especialização); atualização pedagógica, com ênfase ã ava liaçao do rendimento escolar; cursos rápidos e.intensivos
e intensivos
de
formaçao ou treinamento; exames de suficiência (com curso preparatório) que constituem solução de emergência, onde não
nao hou ver outras possibilidades; cursos obrigatórios em períodos de
fácil acesso aos professores, esp^cialmente nas férias ou
em
fins de semana;
39) Finalmente, o crescimento desordenado de escolas
no
país,
pais, levou a algumas atitudes, que compoem um quadro, que pode^
riamos chamar de síndrome
ríamos
sindrome do crescimento. Torna-se, pois, indͣ
indij^
pensável fixar metas e introduzir no sistema um estabilizador ,
que impeça o seu crescimento desordenado, estabelecendo-se critérios para a expansão, a fim de se evitar conseqUências como :
inflacionar o mercado de trabalho com profissionais excedentes,
ou o que éê muito pior, inflacionar o mercado de trabalho
com
profissionais,que sem culpa própria,
propria, nao dispõem de preparo ade^
qUado
qllado .
2.3
Abordagem técnica-cu1tural
técnica-cultural
2.3.1
Perfil sócio-cu1tural
sócio-cultural do bibliotecário brasileiro
"A biblioteca êé uma instituição social. Para atingir
sua finalidade precisa refletir a sociedade da qual faz par
te, evoluindo de acordo com o seu progresso"^.
progres so"^ . Tendo em vista
esta assertiva, somos obrigados a considerar a realidade brasileira, de país
pais em desenvolvimento, onde o nível socio-cultural
se reflete nos elevados índices de analfabetismo. Somente desta maneira,haverá condições de verificar^se os profissionais
profissionais bi^
bliotecários vêm atuando de forma compatIve1
compatível,ao
, ao meio em que exer^
cem suas atividades. Independentemente disto, convém
convem enfatiza_r
enfatizar^
mos ainda mais, outro aspecto importante da nossa analise e que
se prende ao desnível do desenfreado progresso tecnologico na cional, em contraposição ao despreparo técnico-cultural
têcnico-cultural do povo,
o que demonstra a ausência de infra-estrutura, impedindo um desenvolvimento concomitante e harmonioso. Esta despropor.ciona
desproporciona -
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lidade, de fato, atinge também o âmbito do ensino de biblioteco
bibliotec^
nomia, cujas "diretrizes (...) muitas vezes se distanciam da re£
lidade; de um lado, encontramos uma orientação tecnicista
que
descuida da fixaçao de princípios e estabelecimentos de uma teo
ria cientifica que localize a área de estudos bibliotecários ,
dentro do contexto sócio-economico brasileiro; por outro lado ,
a preocupação exagerada em dirigir as atividades profissionais
para o campo das ciências ligadas ã Eletrônica e Cibernética (co
mo se o cumputador, inusitadamente transformasse o até
então
"guardador de livros" em "cientista da informação"). Entre
a
tradicional posição do bibliotecário e as tentativas de desen volvimento da profissão em direção ãs máquinas e seus produtos
permanece um vazio subjacente, uma defasagem entre a realidade
das bibliotecas brasileiras e seu público e a moderna tecnolo gia aplicada (muito acertadamente em alguns casos) (GRIFO NOSSO)
a centros de^pesquis
de^pesquisas
as e bibliotecas"' ' . Quanto a posição do
bibliotecário frente aos modernos e imprescindíveis meios de d^
fusão da informação - a automaçao - é importante adotar-se uma
atitude coerente ã nossa realidade econômica-cultural,
economica-cu11ura 1, deixan do de copiar modelos importados de países mais desenvolvidos ,
sem a previa adaptaçao ãs nossas condiçoes locais. De fato
,
"(...) a automação das bibliotecas é uma tônica da literatura e
nas rodas profissionais, mas a utilização de elementos mecani COS e eletrônicos na biblioteca é apenas uma atividade auxiliar
no desenvolvimento e modernização de nossas bibliotecas (...) .
Antes da automaçao temos de criar uma linguagem técnica nacio nal, temos de uniformizar e racionalizar nossos processos téc nicos, etc. (...)"
. E, para finalizar, é importante termos
sempre em mente, as palavras de Fosket, que tão bem traduzem a
expressão da verdade: "Quando todas as lições do passado tiverem sido aprendidas e compreendidas, e tiverem sido levados em
conta os objetivos e as aspirações dos que produzem e dos
que
utilizam o conhecimento; quando as realizações tecnológicas tiverem sido dominadas e postas a serviço do - Homem -, e não
o
contrário; quando bibliotecários e técnicos de informação encararem o seu papel como o que proporciona ativamente a transfe rência do conhecimento, e também a custódia dos registros; te remos então planejado e constuído uma organizaçao que coordenará o esforço social em pról
prõl da consecução de um propósito so cialmente válido"^^
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CONCLUSÃO
Cabe, pois, a nós bibliotecários a adoção de uma atitude
profissional mais amadurecida, que possibilite o incremento, din^
mizaçao e a evolução de atividades-meio tradicionais, de uma forma homogênea em todo o território, de modo a construir uma estrutura, que sirva de base ã implementação de meios mais sofistica dos, passíveis de englobar e suprir as necessidades do usuário,em
carater nacional. Além disso, êé importante atingir-se um estágio
de colaboração, altamente desenvolvido, tendo em vista um firme
propósito:
proposito: o de compreender, com bastante nitidez, que não
nao basta
ter nomes vinculados a grandes empreendimentos, mas sim colaborar
com aqueles (empreendimentos) que provarem sua eficácia, ou que
tenham condiçoes
condições ou prê-requisitos
pré-requisitos para serem eficazes, lembran do, que todo ser humano éê sempre um devedor áã sua profissão. E ,
finalmente, devem ser abolidos certos hábitos já arraigados
da
classe, como o de tecer criticas indiscriminadas que, por motivos
ideológicos ou falho conhecimento do assunto, ainda se fazem alea^
ale^
toriamente; já êé tempo de superarmos uma das notas característi
caracteristi cas das culturas subdesenvolvidas, que consiste numa atitude hi percrltica, levada ao extreno patológico de autof1agelaçao.
percritica,
autoflagelaçao.
0
que interessa nos assuntos mais delicados, éê a análise objetiva e
serena dos fatos, a começar por suas raízes
raizes históricas. Estas ,
enfim, seriam algumas das formas de se alcançar e promover um coii
coti
ceito mais moderno, dinâmico e atuante da biblioteconomia, contr^
buindo-se, inclusive, para a melhoria de nossa imagem dentro do
contexto s5cio-cu1tural
sócio-cultural brasileiro.
ABSTRACT
Analyse of the librarian position in the social,
economic and cultural brazilian context. His toric Vision,
vision, outstanding the technical, educacional and profissional aspects in the present
time and, considering the new
horizons
that
appear to him.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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A name given to the resource
CBBD - Edição: 10 - Ano: 1979 (Curitiba/PR)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Publisher
An entity responsible for making the resource available
FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1979
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Curitiriba (Paraná)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O bibliotecário: avaliação crítica e perspectivas
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Atienza, Cecília Andreotti
Liebert, Linda Haydée
Fagundes, Vera Lúcia Silveira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Curitiba
Publisher
An entity responsible for making the resource available
FEBAB & Associação Bibliotecária do Paraná
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1979
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Subject
The topic of the resource
Bibliotecários (aspectos socioeconomicos)
Description
An account of the resource
Análise da posição do bibliotecário no contexto socioeconômico e cultural brasileiro. Visão histórica, passando pela abordagem técnico-educacional e profissional da atualidade, com vistas aos novos horizontes que se descortinam a este profissional.
Language
A language of the resource
pt