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Modelo 1
XVI Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação
22 a 24 de julho de 2015
Modelo 1: resumo expandido de comunicação científica
Resumo expandido
Apresentam-se as possibilidades de uso das ferramentas da web 2.0, em
especial o facebook, para a produção, organização e recuperação do
conhecimento acadêmico-científico. É traçado um breve histórico sobre o
avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), desde o
fenômeno chamado de informacionalismo, passando pela web 1.0 até a criação
de uma internet mais interativa e flexível, a web 2.0. Faz-se um paralelo da
evolução da web com as noções de rede social e inteligência coletiva e sua
capacidade de criar um ambiente favorável à produção colaborativa de
conhecimento. Também são analisadas as funcionalidades das ferramentas
blog, wiki, facebook e suas vantagens e desvantagens, bem como elas podem
ser aproveitadas na criação de um ambiente destinado à produção de
conhecimento acadêmico-científico. Foram analisados três grupos de usuários
do facebook de disciplinas do currículo do curso de Biblioteconomia da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) no período de
2012 a 2013.
ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO ACADÊMICO-CIENTÍFICO NO
FACEBOOK
Clarice Garcia Borges Ribeiro, Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro; e-mail: cgbribeiro@gmail.com. Ludmila dos S. Guimarães,
Professora Adjunto, Coordenadora Adjunta UAB/CAPES da Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro; e-mail: lguimaraes2007@gmail.com.
�Introdução
As redes sociais, tão utilizadas e conhecidas pela maioria de nós hoje
em dia, são a modernização de um fenômeno muito maior, mais antigo e que
sempre
esteve
presente
nos
relacionamentos
humanos.
Nossos
relacionamentos sempre foram baseados nas ligações fortes e fracas que
somos capazes de fazer uns com os outros e nas mensagens que somos
capazes de receber e passar ao longo dessa cadeia. A extensão desse
conceito para o ciberespaço ressalta a importância das interações sociais na
construção do conhecimento.
Tais ambientes existem hoje graças aos anos de evolução das
tecnologias de informação e comunicação. A nova forma de produção, que
surgiu durante e após a Segunda Guerra Mundial, deu início ao que Castells
(2000) chama de “Sociedade em Rede” e estimulou muitas outras mudanças.
No contexto da Guerra Fria tivemos os primeiros passos do que se tornaria,
posteriormente, uma internet primária e desorganizada. A segunda evolução
ficou por conta do surgimento da web 1.0, onde a informação era mais fácil de
ser localizada, facilitando o uso e a popularização da ferramenta, mas não
possibilitava muita interação entre criadores de conteúdo e seus consumidores
ou, mais do que isso, não permitia que qualquer usuário produzisse conteúdo.
Uma das grandes inovações da web 2.0 foi mudar esse paradigma, ao
apresentar ferramentas mais interativas e fáceis de serem utilizadas, acabando
com as barreiras que ainda sobravam entre as pessoas e entre a produção de
conhecimento.
Muitas ferramentas da web 1.0 tiveram seus sucessores – diretos ou
espirituais – na web 2.0. A seguir análise realizada por Galdo (2010) resume as
características dessas novas ferramentas:
• Weblogs ou blogs - Ferramenta para publicação de informações, opiniões
e ideias, com espaços para comentários de outros usuários da Internet.
Somam o poder noticiador dos grupos de discussão às informações
organizadas nas páginas web (ANTOUN, 2008). Os weblogs ou blogs são
personalizados pelo autor/autores e podem conter textos, imagens,
�vídeos, ferramentas de busca, links para outros blogs, estatísticas de
acesso, “nuvem de tags”, entre outros recursos.
•
Wikis - Ambiente em que cada usuário redige e comenta um
determinado termo acessível a todos os outros, que o leem, e podem
também contribuir com alterações. (CAVALCANTI; NEPOMUCENO,
2007, p. 24).
Os wikis permitem a criação coletiva de conteúdo na web e possuem formas de
regulação da produção da coletividade (PRIMO, 2008a) O exemplo mais
conhecido é a Wikipédia. Ferramentas wiki têm um grande potencial para a
construção colaborativa de trabalhos acadêmicos.
• Sites de Redes Sociais - Site que foca a publicação da rede social dos
atores (usuários da Internet). Representam processos dinâmicos em
consequência dos processos de interação entre esses atores.
(RECUERO, 2009).
Assim surgiram os blogs, as wikis, o orkut, o twitter, o facebook, o
tumblr, dentre muitos outros. Cada um desses espaços possuindo uma
proposta e dedicados a fornecer um tipo diferente de interação entre seus
usuários e, consequentemente, diferentes maneiras de produzir, armazenar e
compartilhar a informação. Os ideais da web 2.0 estão relacionados com a
importância da inteligência coletiva, em como cada parte pode contribuir para
gerar um conhecimento único, a partir das interações feitas em rede. Quanto
mais pessoas uma rede possuir mais informações podem ser trocadas entre
elas, e portanto é preciso democratizar o quanto for possível essas ferramentas
e saber o quanto elas podem ser flexíveis e aproveitadas com diversos
objetivos.
Foi questão de tempo até que essas ferramentas fossem apropriadas
pela esfera acadêmico-científica, já que elas encurtam o tempo e a distância,
facilitando a comunicação entre os pares. Elas permitem também que o
conhecimento esteja sempre sendo argumentado e renovado, criando um
�processo contínuo de trocas, que é a base de toda a produção de
conhecimento.
As novas TICs ajudaram a criar espaços de construção de conhecimento
que ultrapassam as barreiras de distância, espaço e tempo. O ciberespaço
transformou a aprendizagem em um processo contínuo e permanente, sempre
pronto para as trocas de saberes. Consequentemente os ambientes
educacionais como conhecíamos tiveram que se adaptar a essas mudanças,
principalmente levando em conta a rapidez e certas imprevisibilidades que as
novas tecnologias possuem. Coutinho e Bottentuit (2007, p. 199) explicam que:
Os ambientes de aprendizagem do futuro serão necessariamente
abertos e flexíveis, interativos, [...] respeitando o nível de
desenvolvimento cognitivo de cada um. Teremos de propor aos alunos
abordagens multidisciplinares que os preparem para lidar com as
incertezas de um mundo global em que aprendizagem e o
conhecimento são os únicos instrumentos para evitar a exclusão social
Antes que o termo web 2.0 fosse utilizado, as ferramentas que permitiam
a construção coletiva de conhecimento eram chamadas de groupware. Esse
conceito foi abordado extensamente por Lévy (1993), que as define como
ferramentas capazes de construir o conhecimento de forma progressiva,
criando uma rede e argumentação e documentação constante para os
membros da comunidade e que pode ser modificada a qualquer momento. Eles
permitem que cada interlocutor encontre seu lugar na estrutura lógica da
discussão em andamento “pois fornecem-lhe uma representação gráfica da
rede de argumentos” (LÉVY, 1993, p. 40) e, além disso, conseguem conectar
os argumentos aos documentos aos quais eles se referem, cirando um
contexto que, diferente do discurso oral, encontra-se totalmente explicitado e
organizado de forma ordenada e acessível. Com isso “o groupware talvez
tenha inaugurado uma nova geometria da comunicação” (LÉVY, 1993, p. 41),
baseada na organização da informação por meio de hipertexto, na
coordenação e cooperação entre os pares.
Segundo Primo e Brambilla (2005) ultimamente utiliza-se o termo
software social, já que as novas ferramentas abrangem uma série de recursos
de mediação de interações maiores do que apenas desempenhar uma tarefa
ou alcançar um determinado objetivo. O software social não é só uma
tecnologia capaz de facilitar o registro, a organização e a recuperação da
�informação, mas também capaz de promover a comunicação e a construção
social do conhecimento:
O software social se constitui em um número de tecnologias
empregadas para a comunicação entre pessoas e grupos por meio da
Internet. Utilizados através de websites ou aplicativos, o software social
visa a comunicação e a organização de informações. O suporte dado à
interação estimula que pessoas com interesses semelhantes
compartilhem diferentes ideias. O software social pode contribuir
também para o debate e negociação de diferenças. Além disso, as
possibilidades de publicação na Internet, acessíveis a qualquer
internauta, vêm a ser o diferencial mais visível do software social
(PRIMO; BRAMBILLA, 2005, P. 12).
O ensino baseado no uso de ferramentas da web 2.0 é chamado de elearning 2.0 e “não se trata apenas de utilizar novas ferramentas tecnológicas,
mas de quebrar alguns paradigmas da educação formal em contraponto à
proposta original do e-learning, que nunca conseguiu abandonar os velhos
formatos de cursos” (MACHADO, 2008, p. 7). A mudança mais importante
trazida pela cybercultura não é só a redução das distâncias ou mudança entre
comunicação oral para a escrita. Para Lévy (2007) a maior mudança é a
transição entre a educação e formação institucionalizada, seja na escola ou na
universidade, para um ambiente onde ocorre o intercâmbio de saberes, do
ensino da sociedade para a sociedade.
Utilizando a força da inteligência coletiva esses novos espaços têm a
potencialidade de servir como instrumentos auxiliares na criação contínua e
coletiva, inclusive dentro do contexto da produção de conhecimento acadêmicocientífico.
Os
profissionais
precisam,
portanto,
se
interessar
pelas
novas
ferramentas e tentar usá-las de forma equilibrada e eficiente, em uma Internet
que “já não é apenas um espaço a que acedemos para buscar informação, mas
um ambiente descentralizado de autoridade, onde o conhecimento é construído
de forma colaborativa já que cada um (e todos) somos livres para aceder, utilizar
e reeditar a informação” (COUTINHO; BOTTENTUIT, 2007, p. 199).
Nesse sentido,
buscou-se compreender como a web 2.0 pode ser
utilizada pelos profissionais no processo de produção coletiva do conhecimento
acadêmico-científico e como seus aplicativos podem ser apropriados dentro do
âmbito pedagógico de forma a estimular a produção de conhecimento e a troca
entre alunos e professores.
�A investigação procurou explicar como o facebook se relaciona com os
conceitos de rede social e inteligência coletiva, descrevendo a ferramenta sob
a ótica de suas funcionalidades para a produção, organização e recuperação
do conhecimento acadêmico-científico e, analisar a interação dos alunos das
disciplinas do curso de Biblioteconomia da UNIRIO em grupos do facebook.
Método da pesquisa
O estudo de caso, de caráter descritivo e exploratório, teve como
motivação familiarizar-se com o fenômeno das redes sociais na web e a
possibilidade de uso acadêmico-científico no curso de Biblioteconomia da
UNIRIO. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, procurando situar a produção
do conhecimento na contemporaneidade a partir da perspectiva sociopolítica
de Manuel Castells e Pierre Lévy, com ancoragem principal nos conceitos,
respectivamente, de informacionalismo e inteligência coletiva. Esses conceitos
constituíram a base fundamental de compreensão da organização e produção
do conhecimento acadêmico-científico no contexto da Web 2.0.
Foram
identificadas,
descritas
e
analisadas
preliminarmente
as
ferramentas wikis, os blogs e o facebook com o objetivo de identificar as
possibilidades e dificuldades relativas à produção e organização do
conhecimento no âmbito acadêmico-científico, sobretudo para avaliar as
relações existentes entre as ferramentas e seu potencial de interação
comunicativa e pedagógica.
O estudo foi norteado pela busca de melhor definição do problema do
uso das ferramentas na prática comunicativa e elemento pedagógico para a
organização e produção do conhecimento.
A pesquisa foi dividida em quatro partes. A primeira foi o levantamento
bibliográfico, que foi realizado consultando dissertações de mestrado
disponíveis em repositórios digitais de universidades federais, além de
periódicos e publicações que tratavam do surgimento da sociedade da
informação, da Internet, da web 2.0 e suas respectivas ferramentas. Em
seguida foram selecionadas e descritas três ferramentas – wiki, blog e o
facebook – e indicadas suas vantagens e desvantagens no processo de
produção de conhecimento.
�Com base na literatura pesquisada e análise preliminar das três
ferramentas pesquisadas, o facebook foi selecionado para a realização da
coleta de dados. A escolha foi feita baseando-se na crescente utilização pelos
discentes e docentes para a comunicação além do ambiente da faculdade,
sendo que esse uso é o mais novo entre as ferramentas exploradas. Dessa
forma o objetivo foi observar como o conhecimento é produzido, organizado e
recuperado nesse ambiente e como seus usuários produzem conhecimento, se
comunicam e interagem.
Após essa apuração decidiu-se que a coleta de dados seria referente a
três grupos criados entre 2012 e 2013 para as disciplinas de Teoria do
Conhecimento, Organização de Conceitos e Linguagens Documentárias e
Fontes de Informação Especializadas, ministradas no curso de Biblioteconomia
da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Diante disso investigamos o uso dessas ferramentas e as possibilidades
que elas apresentam dentro do contexto da produção e organização do
conhecimento acadêmico-cientifico.
A coleta de dados foi realizada em três grupos de usuários de facebook
criados entre 2012 e 2013 para as disciplinas de Teoria do Conhecimento,
Organização de Conceitos e Linguagens Documentárias e Fontes de
Informação Especializadas, ministradas no curso de Biblioteconomia da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Esses grupos foram
escolhidos por se tratarem de ambientes fechados, disponíveis apenas para os
alunos das disciplinas naquele semestre, não havendo interferência de nenhum
usuário externo à área de interesse. Apesar de não serem mais utilizados, os
grupos não eram desativados ao término do semestre.
O material/espaço pesquisado corresponde a um semestre inteiro,
incluindo desde a primeira publicação até a última, no fim do semestre, e os
dados coletados correspondem as publicações dos alunos integrantes dos
grupos.
Para fins de análise as atividades realizadas pelos alunos no facebook
foram separadas nas seguintes categorias: a) produção de conhecimento;
informações relacionadas ao curso, nas publicações onde encontramos alunos
trocando informações sobre as aulas e suas atividades; b) links externos, onde
encontramos a divulgação de links para outros sites ligados à área da
�Biblioteconomia; c) arquivos para as publicações com anexos; d) divulgação de
eventos e outros, para os casos que não se encaixaram em nenhuma das
categorias anteriores.
Resultados
A partir da categorização e análise das publicações de três grupos
formados por professores e alunos das disciplinas Fontes de Informação
Especializadas, Teoria do Conhecimento e Organização de Conceitos e
Linguagens Documentárias do curso de Biblioteconomia da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro que utilizaram o facebook para produzir e
organizar o conhecimento acadêmico e científico entre 2012 e 2013, foi
possível observar que:
1) O grupo referente à disciplina Fontes de Informação Especializadas foi
criado em 1 de dezembro de 2012 e utilizado até o dia 11 de abril de 2013
(data da última publicação) e tinha como objetivo ser um canal de trocas de
informação entre os alunos e a professora, sendo válido apenas para o
semestre na qual as aulas foram ministradas. Enquanto esteve ativo o
grupo se dedicou majoritariamente a trocar informações relativas as aulas
como: detalhes sobre as atividades passadas pela professora, avisos sobre
visitas marcadas e funcionamento da Universidade. Na tabela abaixo
encontra-se a relação do conteúdo de todas as publicações feitas no grupo
enquanto esteve ativo.
Tabela 1 - Formas de utilização do grupo Fontes de Informação Especializada
Atividade
Produção de conhecimento
Número de publicações
0
Informações relativas ao curso
28
Links externos
3
Arquivos
1
Divulgação de eventos
1
�Total
33
Fonte:
Autora
com
base
nas
(https://www.facebook.com/groups/383648581720372/)
publicações
do
grupo
2) O grupo para as aulas de Teoria do Conhecimento foi criado em 3 de
maio de 2013 e teve sua última publicação em 4 de setembro de 2013. Vale
mencionar que para uma parte da turma as aulas não eram presenciais e
grande parte das informações relacionadas a matéria eram passadas aos
alunos nesse ambiente. Da mesma forma que o anterior ele foi criado com o
objetivo de trocar informações relacionadas ao curso que seria ministrado
naquele semestre. O conteúdo das publicações é semelhante ao anterior e
pode ser conferido no quadro abaixo:
Tabela 2 -Formas de utilização do grupo Teoria do Conhecimento
Atividade
Número de publicações
Produção de conhecimento
0
Informações relativas ao curso
30
Links externos
2
Arquivos
20
Divulgação de eventos
1
Outros
5
Total
58
Fonte: Autora com base nas publicações do grupo
(https://www.facebook.com/groups/174869846013591/)
Diferente do outro grupo o compartilhamento de documentos foi maior. O
grupo conta com 20 arquivos compartilhados entre eles materiais para a
elaboração dos trabalhos e os próprios trabalhos feitos pelos alunos. Todos os
arquivos podem ser acessados facilmente graças a aba “Arquivos”, localizada
no topo da página.
�No
entanto,
mais
uma
vez,
não
foi
localizada
produção
de
conhecimento, nem troca entre os membros do grupo, servindo mais como um
canal de disseminação das informações necessárias aos alunos daquela
disciplina. O conteúdo das publicações limitou-se à perguntas sobre o material
ou produção dos trabalhos. Pudemos constar que, pelo menos, os grupos
podem funcionar como um repositório de arquivos, visto que ainda é possível
ter acesso a todos os arquivos disponibilizados pelos membros do grupo e
saber a sua data de publicação.
3) O último grupo analisado foi criado para a disciplina Organização de
Conceitos e Linguagens Documentárias, utilizado de 23 de maio de 2013 até
19 de agosto de 2013. O comportamento dos membros dos grupos foi
semelhante ao anterior, mas, nesse grupo, foi encontrada uma presença maior
de publicações que envolviam algumas trocas de conhecimentos. Entretanto, o
número de publicações não chegou a ser expressivo o suficiente em relação ao
tamanho do grupo de usuários. O quadro a seguir, da mesma forma que os
anteriores, mostra o conteúdo das publicações e quantas vezes eles foram
localizados.
Tabela 3 - Formas de utilização do grupo Organização de Conceitos e Linguagens
Documentárias
Atividade
Produção de conhecimento
2
Informações relativas ao curso
25
Links externos
1
Arquivos
14
Divulgação de eventos
0
Outros
0
Total
Número de publicações
40
Fonte:
Autora
com
base
nas
publicações
(https://www.facebook.com/groups/ocld2013.1/files/)
do
grupo
�Ao longo do período escolhido para a análise não foi observado
nenhuma produção de conhecimento efetiva em nenhum dos grupos, que
funcionaram apenas como canal de troca de informação entre os estudantes.
Discussão
Uma das maiores dificuldades para o uso acadêmico-científico do
facebook é a recuperação das publicações. Por exemplo, para recuperar algo
publicado no grupo em determinado mês é necessário lembrar-se de algum
termo utilizado nela e realizar a busca na caixa de pesquisas ou conferir cada
publicação manualmente, utilizando a barra de rolagem do navegador. A tarefa
que já é incômoda nos casos que possuem poucas publicações, torna-se
impraticável em grupos maiores e mais movimentados. Se os grupos
possuíssem uma área capaz de recuperar as publicações por mês e ano –
assim como a que existe na linha do tempo – o tempo dedicado para procurar
uma informação antiga seria menor. A barra de buscas também é pouco
eficiente uma vez que não possui refinamento, recuperando todas as
publicações que contenham o termo pesquisado, em linguagem natural. Em
compensação os grupos servem como um bom repositório de materiais digitais,
já que esses são facilmente localizados e acessados e ficam disponíveis
enquanto o grupo existir, podendo ser baixados para o próprio computador do
usuário ou visualizados online. Além disso, podemos notar que nos três grupos
analisados existiu nenhuma ou quase nenhuma comunicação direta entre seus
membros, sendo boa parte da interação feita por meio da ferramenta “curtir” ou
de comentários breves. Infelizmente, nessa análise, não conseguimos verificar
o facebook sendo utilizado como meio de produção do conhecimento
acadêmico-científico. Seu uso ficou restrito, em sua maioria, a ser um canal de
disseminação rápida sobre informações rápidas sobre as aulas e as atividades
propostas pelos professores das disciplinas no momento em que elas eram
ministradas.
Entre as outras ferramentas analisadas – os blogs e as wikis – o
facebook possui como vantagem ser a mais focada na criação de laços entre
seus usuários. Isso porque, dentro das ferramentas analisadas, é a única que é
uma rede social e pode conectar as pessoas dessa forma. Com as suas
�ferramentas “curtir”, “compartilhar” e “comentar” o facebook “proporciona
inúmeras formas de facilitar as ligações entre as redes de amigos, criando um
efeito rizomáticos na transmissão da informação” (PENTEADO; AVANZI, 2013,
p, 19).
As diversas opções de privacidade dão ao usuário a possibilidade de
compartilhar a informação direcionada a determinados núcleos de interesse
dentro do seu grupo de amizades, criando diversos espaços dentro de um só.
Ou ainda é possível criar diversas páginas e convidar todos os seus contatos
ou pessoas especificas para cada uma – da mesma forma que é feito com os
grupos – criando comunidades onde alunos e professores podem compartilhar
interesses mútuos e se comunicar. Além disso, sua comunicação é feita em
tempo real entre os usuários, sem a necessidade de espera de nenhum outro
usuário aceitar o seu comentário ou a sua edição. A criação de eventos
também é uma ótima possibilidade de unir o real e o virtual, podendo servir
para marcar encontros, grupos de estudo e aproximar profissionais da área e
estudantes. Sem contar nos perfis pessoais e páginas, que não puderam ser
aprofundados neste trabalho devido a sua extensão, mas que também
apresentam ótimas alternativas para os docentes criarem conteúdo e obterem
o feedback direto dos seus alunos.
Em compensação, uma vez que a publicação é feita ela corre o risco de
ser facilmente esquecida, já que o sistema de buscas do facebook não é
suficiente para recuperar as informações postadas na rede. O sistema de tags
mostrou-se razoável, mas infelizmente seu uso não é recorrente entre seus
usuários.
Diferente das outras ferramentas analisadas, onde o tudo que é
produzido vira um verbete ou um post, as publicações do facebook servem
mais como um canal rápido de trocas entre seus usuários, em uma espécie de
pré-encontro para a produção do conhecimento. Apesar dos problemas
relatados o facebook ainda pode ser pensado como uma ferramenta eficiente
para a produção do conhecimento acadêmico-científico, principalmente por ser
eficiente em conectar pessoas, o que é útil para encontrar profissionais da
mesma área e, com isso, criar algum espaço dedicado a produzir e trocar
conhecimento. Além disso, oferece diversas oportunidades para a interação,
seja no perfil pessoal, num grupo ou com a criação de uma página de forma
simples e prática que pode ser resumida, de forma geral, a fazer uma
�publicação de sua autoria ou compartilhar uma publicação de terceiros, seja
dentro do próprio site ou externos. Pela análise feita neste trabalho ainda
estamos no começo desse longo caminho, até mesmo artigos sobre o tema
não são fáceis de serem encontrados. O facebook apresenta diversas
alternativas simples para a aproximação de profissionais e alunos, além de ser
uma ferramenta popular e conhecida, eliminando um pouco do estranhamento
na sua utilização.
Conclusão
A web 2.0 transformou o ciberespaço em um ambiente mais interativo e
social, onde as ferramentas são baseadas na construção contínua do
conhecimento e na constante comunicação e interação entre os seus usuários.
Consequentemente, esses espaços aproximam indivíduos com os mesmos
interesses criando redes e comunidades capazes de amenizar as barreiras
temporais e geográficas, permitindo um intercâmbio de saberes menos formal e
institucionalizado. Dessa forma, as novas tecnologias surgem não para
substituir as formas de ensino e produção do conhecimento que já
conhecemos, mas as tornam mais flexíveis e democráticas, surgindo como
uma possibilidade de extensão do ensino e auxílio para os profissionais de
todas as áreas do conhecimento.
No decorrer do trabalho analisamos os blogs, as wikis e o facebook; três
ferramentas da Web 2.0 já que são mais utilizadas com o objetivo proposto, por
oferecerem mais possibilidades dentro do contexto de produção coletiva e
interação. Conferimos que tanto as wikis quanto os blogs já são
frequentemente utilizados para esse fim, principalmente as wikis que foram
criadas com a intenção de serem plataformas de troca de conhecimento, já que
são baseadas na constante edição dos seus artigos. Os blogs também são
muito utilizados por profissionais para trocar conhecimento uns com os outros e
já são até bem consolidados nessa tarefa, possuindo uma série de espaços
dedicados a isso.
Como a análise foi restrita ao curso de Biblioteconomia da UNIRIO e o
período observado pouco extenso não foi possível identificar uma produção
efetiva de conhecimento acadêmico-científico com o uso do facebook, o que
�não invalida a sua capacidade de ser uma ferramenta qualificada para esse
propósito. Apesar de seus pontos fracos em relação à recuperação da
informação, do ponto de vista pedagógico é um ambiente que prioriza a
interação entre os seus usuários, possibilita a troca de conhecimentos rápida e
eficaz, além de uma estrutura que permite organizar o conhecimento de forma
simples e prática.
Com a observação de suas funcionalidades, realização de planejamento
do curso, e adequações dos conteúdos à ferramenta, é possível construir, no
futuro, diversos pequenos espaços dedicados às disciplinas específicas dentro
do curso de graduação de Biblioteconomia da UNIRIO, capazes de contemplar
a produção do conhecimento entre os alunos e docentes, bem como integrar os
conhecimentos das várias disciplinas e facilitar as trocas entre os especialistas,
alunos e profissionais da área.
Palavras-chave: Organização do conhecimento acadêmico-científico. Produção do
conhecimento acadêmico-científico. Facebook. Produção colaborativa. UNIRIO.
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
CBBD - Edição: 26 - Ano: 2015 (São Paulo/SP)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Publisher
An entity responsible for making the resource available
FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2015
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
São Paulo/SP
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Organização e produção de conhecimento acadêmico-científico no facebook
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ribeiro, Clarice Garcia Borges
Guimarães, Ludmila dos S.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
São Paulo (São Paulo)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2015
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Subject
The topic of the resource
Conhecimento (organização)
Redes Sociais
Description
An account of the resource
Apresentam-se as possibilidades de uso das ferramentas da web 2.0, em especial o facebook, para a produção, organização e recuperação do conhecimento acadêmico-científico. É traçado um breve histórico sobre o avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), desde o fenômeno chamado de informacionalismo, passando pela web 1.0 até a criação de uma internet mais interativa e flexível, a web 2.0. Faz-se um paralelo da evolução da web com as noções de rede social e inteligência coletiva e sua capacidade de criar um ambiente favorável à produção colaborativa de conhecimento. Também são analisadas as funcionalidades das ferramentas blog, wiki, facebook e suas vantagens e desvantagens, bem como elas podem ser aproveitadas na criação de um ambiente destinado à produção de conhecimento acadêmico-científico. Foram analisados três grupos de usuários do facebook de disciplinas do currículo do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) no período de 2012 a 2013.
Language
A language of the resource
pt
cbbd2015