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08c9591d3c98012c95c16b1c8587cc7d
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NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃ O BARBOSA LIMA SOBRINHO : ORGANIZAÇÃ O
P ARA IMP LANTAÇÃO
Neusa Cardim da Silva*
Bibliotecária -chefe da Biblioteca do Centro de Ciências Sociais
Especialista em Organização do Conhecimento para Recuperação de Informação pela Uni-Rio
e-mail: cardim@uerj.br
Christina T. R. Bottari*
Bibliotecária da Biblioteca do Centro Biomédico C
Especialista em Indexação e Recuperação da Informação pela USU
e-mail: bottari@uerj.br
Maria Bernadette de L. de A. Amazonas*
Bibliotecária do Núcleo de Memória, Informação e Documentação
Responsável pelo Acervo de Obras Raras
e-mail: amazonas@uerj.br
*Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rede Sirius – Rede de Bibliotecas UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524.
Cep. 20550-013 - Maracanã
Rio de Janeiro – RJ - Brasil
Resumo
Apresenta o projeto de organização do acervo do jornalista Barbosa Lima Sobrinho, adquirido pela
Universidade do Estado do Rio de janeiro e parte integrante do futuro Centro de Cidadania Barbosa Lima
Sobrinho. Descreve as ações iniciais para a integração do acervo ao patrimônio da Universidade, bem como
os procedimentos relativos ao tratamento (higienização e conservação) e processamento técnico do acervo
bibliográfico. Relata os resultados obtidos na primeira etapa do projeto e finaliza abordando os benefícios e
impactos do projeto para a comunidade acadêmica e para a população do Estado do Rio de Janeiro, em
particular.
INTRODUÇ ÃO
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), como instituição voltada para
o ensino superior público e gratuito, contribui para o avanço do conhecimento, investindo
na promoção de atividades de pesquisa e extensão, visando a contribuir para o bem estar
econômico e social da comunidade onde está inserida.
�Com este perfil, a Universidade busca ampliar, progressivamente, seus recursos
informacionais, não só com o produto do conhecimento interno, mas também a partir de
aquisições de acervos importantes, com o fim de servir à comunidade e preservar a
memória nacional.
No cumprimento dessas metas, a UERJ adquiriu, em dezembro de 2000, a
biblioteca que pertenceu ao renomado jornalista, advogado, escritor, professor e político,
Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho ( Recife, 1897 - Rio de Janeiro, 2000).
A compra foi precedida da análise do acervo por especialistas externos e dos
pareceres do diretor da Editora da UERJ (EDUERJ) e da Diretora da Rede Sirius. A
aquisição de tão valioso acervo atendeu a dois grandes propósitos: a) no âmbito da
Universidade, a concretização do desejo de, no ano de celebração do seu cinqüentenário,
serem instauradas as bases para a criação do seu Centro de Cidadania, com intuito de
prestar serviços e informações relevantes à população do Estado do Rio de Janeiro, no
tocante a seus direitos civis e a sua atuação na sociedade; b) no âmbito pessoal, atender a
vontade expressa do jornalista de que seu acervo fosse mantido no Rio de Janeiro ou em
sua cidade natal.
Dessa forma, a Universidade propôs-se a implantar o Centro de Cidadania Barbosa
Lima Sobrinho, com a missão de criar um novo espaço cultural na cidade do Rio de
Janeiro e disponibilizar esse acervo de inegável valor histórico à sociedade de modo geral,
e aos pesquisadores, em particular, por intermédio do seu Núcleo de Documentação.
A Rede Sirius – Rede de Bibliotecas UERJ – como responsável pelos acervos
documentais da Universidade, designou, oficialmente 3 (três) bibliotecárias do seu quadro
efetivo, para comporem um Grupo de Trabalho (GT) com os objetivos de elaborar e
implantar o Projeto do Núcleo de Documentação Barbosa Lima Sobrinho. Assim, as
atividades relacionadas aos acervos bibliográfico, arquivístico e numismático estão sendo
planejadas e executadas sob a supervisão desse GT.
�O objetivo desse trabalho é apresentar o Projeto e relatar, em linhas gerais, as
principais atividades realizadas por ocasião da aquisição do acervo, bem como os
procedimentos concernentes a sua organização e processamento técnico.
P ROJETO NÚ CLEO DE DOCUMENTAÇ ÃO BARBOSA LIMA SOBRINHO
O acervo bibliográfico do Núcleo de Documentação Barbosa Lima Sobrinho (BLS)
engloba cerca de 28.000 obras, sobre as mais variadas temáticas, com destaque para as
áreas de Direito, Fil osofia, História, Política e Literatura. Também fazem parte dessa
coleção documentos do arquivo pessoal do jornalista, materiais iconográficos e
numismáticos. Além do acervo, a UERJ recebeu todo o mobiliário que compunha a sala de
estar da residência do jornalista, local onde costumava recepcionar personalidades
representativas da intelectualidade nacional e que abrigava parte de sua coleção especial.
A reprodução desse ambiente original fará parte do Núcleo como forma de homenagem ao
ilustre jornalista.
Com o objetivo de organizar esse acervo, para colocá-lo à disposição da
comunidade, o GT elaborou um projeto preliminar, aprovado pela Rede Sirius, que vem
sendo executado há doze meses.
Na metodologia do Projeto, definiu-se, a priori, quatro etapas básicas para a sua
execução, a saber:
a) Transferência dos acervos, higienização e inventário do acervo bibliográfico;
b) Diagnóstico, higienização e inventário dos acervos arquivístico e numismático;
c) Processamento técnico dos acervos;
d) Disponibilização do acervo em suportes diversos.
Na medida em que a primeira etapa do projeto foi sendo executada, alterações se
fizeram necessárias nas etapas subseqüentes, não só pela questão operacional, como,
principalmente, pela necessidade da captação de recursos financeiros. Ressalte-se, ainda,
que essas etapas implicam necessariamente a elaboração de subprojetos específicos.
�ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Inventário, Transferência e Higienização do Acervo
Para a execução das atividades referentes à primeira etapa optou-se por contratar
uma firma na área de documentação. Assim, foram contactadas algumas firmas que, no
local onde o acervo estava alojado, avaliaram os serviços a serem realizados e
apresentaram propostas para o inventário preliminar, a transferência e a higienização.
Baseada nessas propostas, a UERJ promoveu uma licitação por carta convite,
atraindo quatro firmas proponentes.
O Núcleo de Documentação e Conservação da Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE-Niterói), instituição licitada para proceder às atividades da primeira
etapa, iniciou em junho de 2001, com uma equipe do composta por 1 (uma) bibliotecária, 1
(uma) especialista em restauração, 8 (oito) funcionários e 2 (dois) supervisores, suas
atividades na residência do jornalista. O inventário preliminar consistiu na inclusão dos
registros bibliográficos em um banco de dados, utilizando-se o aplicativo ACCESS 2000.
Posteriormente, foram emitidas listagens, a partir do banco de dados, para agilizar os
trabalhos de conferência e a inclusão no processo de aquisição do acervo.
O acervo de Barbosa Lima Sobrinho encontrava-se disperso em vários cômodos de
sua residência, no bairro de Botafogo e, aparentemente, desprovido de uma organização
formal. Na medida em que os livros iam sendo inventariados, providenciava-se a sua
embalagem e, posteriormente, o seu transporte para a sede provisória, no Edifício Pedro
Ernesto, de propriedade da UERJ, no bairro de São Cristóvão. O contrato com a APAE
previu apenas o inventário e a higienização do acervo bibliográfico, tendo em vista os
recursos financeiros disponíveis. Os documentos de arquivo, o acervo numismático e o
mobiliário foram apenas listados e transferidos.
O espaço destinado à alocação provisória do acervo BLS foi remodelado para que
estivesse em condições de abrigar a coleção e facilitar os trabalhos de higienização e
�processamento técnico. A reforma foi supervisionada pelo GT responsável pelo Projeto,
visando, sobretudo, à instalação adequada do mobiliário e dos equipamentos e ao conforto
ambiental necessário às atividades. A transferência para sua sede definitiva, no prédio da
antiga Faculdade de Direito, no bairro do Catete, se efetivará somente após a conclusão das
obras de restauração planejadas para o local.
Após a transferência para a sede provisória na Universidade, os livros passaram por
uma higienização mecânica, sendo retiradas todas as sujidades, folha por folha, com o uso
de trinchas apropriadas e mesa de exaustão. Durante o procedimento foram feitas pequenas
anotações quanto ao estado de conservação das obras. Aquelas que se apresentavam com
infestações de fungos e cupins foram colocadas em envelopes especiais, utilizando-se
papel neutro, ou amarrado-se com cadarços de algodão. No decorrer desse processo, os
materiais encontrados no interior dos livros, como papéis com anotações do próprio
Barbosa Lima, documentos e recortes de jornais foram referenciados e postos em
envelopes apropriados.
Concluída a higienização mecânica, os livros foram novamente cotejados com a
listagem impressa , acondicionados nas caixas de papelão e colocados em outra sala, no
mesmo andar, aguardando o processamento técnico.
Até
o
presente
momento,
cerca
de
25.000
exemplares
passaram
pelos
procedimentos acima descritos. Várias observações foram feitas com relação ao adiantado
processo de deterioração química e mecânica de grande parte do acervo, ressaltando-se a
necessidade de intervenções posteriores para fins de preservação.
�Diagnó stico, Higienização e Inventário dos Acervos Arquivístico e Numismático
Os documentos de arquivo foram contabilizados, colocados em caixas e estimados
em um total de 50.000 itens, que englobam recortes de jornal, correspondência, fichas de
referência manuscritas e fotografias. O acervo numismático contém medalhas e placas,
com os quais o jornalista foi agraciado em vida. As atividades inerentes a esses acervos
deverão ser realizadas por uma firma e/ou instituição especializada.
Algumas firmas e instituições foram contactadas para elaborar pareceres técnicos e
encaminhar propostas de trabalho relativas aos acervos citados, entre elas o Centro de
Pesquisa em Documentação Histórica (CEPEDOC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Contudo, dadas as especificidades desse tipo de acervo e o aporte de verbas necessários a
sua execução, a Universidade vem estabelecendo contatos com entidades fomentadoras de
projetos para garantir a viabilização dos trabalhos previstos para essa fase. Para tanto foi
elaborado um subprojeto e encaminhado à Fundação Vitae.
P rocessamento Técnico dos Acervos
O GT elaborou o subprojeto Processamento técnico do acervo bibliográfico para
sistematizar os procedimentos necessários à consecução dessa etapa. Com aprovação da
Direção da Rede Sirius, o subprojeto foi encaminhado à Reitoria. Assim, a Universidade
contratou, com dotação própria, uma equipe composta por 3 (três) bibliotecários, com
experiência em catalogação, selecionados previamente pelo Grupo de Trabalho, para. atuar
no processamento técnico.
A equipe recebeu treinamento específico no Núcleo de Processos Técnicos
(PROTAT) da Rede Sirius. Foram ministradas orientações quanto aos procedimentos
padrão adotados por todas as bibliotecas da UERJ, referentes à operacionalização da base
Digitombo, à utilização do software VTLS (Virginia Technological Library System)
adquirido pela Universidade para automatizar seus acervos e do CatBib, programa de
catalogação criado pela Fundação Getúlio Vargas. Este último
utilizado para o
�planilhamento eletrônico, para efetuar o back-up e enviar os registros bibliográficos para a
base local da UERJ.
A base Digitombo, responsável pelo registro dos itens bibliográficos, foi idealizada
pelo Núcleo PROTAT, usando o aplicativo Access 97.
O acervo BLS possui uma quantidade expressiva de títulos considerados raros, o
que impôs um treinamento específico da equipe contratada. A identificação das obras raras
obedeceu aos critérios de raridade estabelecidos na Ordem de Serviço, nº. 001/2001, da
Rede Sirius. Quando há a indicação de raridade, na pesquisa da Rede Bibliodata, busca-se
atestar essa condição mediante pesquisa em fontes de referência específicas. O
processamento dessas obras também requer o preenchimento de outros campos da planilha
eletrônica, tendo por base 2 (dois) manuais próprios: Marc para Obras Raras e/ou
Valiosas e Manual de Procedimentos : obras raras e/ou valiosas , ambos elaborados pelo
Núcleo PROTAT e pelo Núcleo de Memória, Informação e Documentação (MID) da Rede
Sirius. Após a etapa de treinamento, a equipe contratada deu início aos trabalhos na sede
provisória.
O GT definiu como prioridade o processamento das obras que se encontravam na a
sala de estar da residência do jornalista, não apenas por serem essas as de maior
importância para o Dr. Barbosa, de acordo com relato dos familiares, mas também por
constarem do ambiente original a ser reproduzido na sede definitiva do Centro de
Cidadania. Esses itens, após terem passado pelas etapas de inventário e higienização, estão
sendo pesquisados, catalogados e inseridos na base local da UERJ. Posteriormente, serão
disponibilizados on line no site da Rede Bibliodata/Calco.
O processamento técnico tem sido acompanhado de um diagnóstico, no qual todos
os itens que apresentam problemas em seu estado de conservação são listados para
realização de intervenções posteriores, visando a sua completa restauração.
�Os demais acervos – arquivístico e numismático – foram contemplados em
subprojeto específico, já referido, e encaminhado às agências de fomento, com as
propostas de trabalho elaboradas por instituições da área.
DISPONIBILIZAÇÃO DO ACERVO EM SUPORTES DIVERSOS
Atualmente, todos os esforços estão sendo direcionados para as etapas iniciais do
projeto. No entanto, paralelamente estão sendo realizados estudos e levantamentos sobre a
viabilidade de implantação de suportes diversos, não apenas para preservar as fontes
primárias, como para garantir a disseminação e favorecer o acesso à informação.
Com essa proposta, pretende-se preservar os documentos de arquivo, em
microfilme, suporte de durabilidade e eficácia comprovada e criar um Banco de Imagens
que reúna toda a documentação ativa e passiva de Barbosa Lima.
A última etapa, assim como as demais, será conduzida com todo cuidado inerente a um
projeto de tamanha magnitude, e as questões a ela pertinentes serão definidas no momento
oportuno.
BENEFÍCIOS E IMPACTOS DO P ROJETO
Os benefícios e impactos advindos do Projeto incluem a projeção da Universidade e
da Rede Sirius no cenário cultural brasileiro, a divulgação da memória intelectual e política
nacional, a promoção do acesso às informações sobre política, jornalismo e história
pertinentes à cultura brasileira. Conseqüentemente, confere à UERJ status instituição
patrocinadora de projetos de cunho sócio-cultural, bem como o
Núcleo na qualidade de
valiosa fonte de pesquisa para historiadores, juristas e cientistas políticos e sociais.
�CONCLUSÃ O
A implantação do projeto do Núcleo tem sido realizada, até o momento, com os
recursos financeiros da própria Universidade. Contudo, tendo em vista a grandiosidade
desse empreendimento e as necessidades específicas que surgem no decorrer do seu
desenvolvimento, devido, principalmente, à diversidade dos acervos que o constituem,
torna-se imprescindível o aporte de recursos e/ou o estabelecimento de parcerias para sua
continuidade.
A UERJ, juntamente com a Rede Sirius, tem se empenhado para que o Núcleo de
Documentação Barbosa Lima Sobrinho se transforme numa inesgotável fonte de pesquisa
para cientistas políticos e sociais, historiadores e juristas, no plano acadêmico e social.
Esses agentes disseminadores de informações pertinentes à questão de cidadania, terão
oportunidade de prestar relevantes serviços à população. O Núcleo propiciará o surgimento
de um fórum de debates permanentes com a participação de
diversos segmentos da
sociedade civil.
Cabe ressaltar, mais uma vez, o papel fundamental das entidades fomentadoras de
pesquisa e outras instituições interessadas em compartilhar recursos, tornando viável a
consecução de todas as etapas previstas para que esse projeto alcance os objetivos
pretendidos.
Abstract
Presents the arrangement’s project of Barbosa Lima Sobrinho’s collection, purchased by the Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, part of the newborn Centro de Cidadania Barbosa Lima Sobrinho. Describes the
first actions to make the collection part of the University patrimony. Also report the procedures referring to
documents processing and its restoration. Mention all the results from the projects’first stage, including its
benefits and the impact over the academic community as well as to Rio de Janeiro’s population.
�Bibliografia
CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS (Brasil). Recomendações para a constituição
de arquivos. Rio de Janeiro: O Conselho, 2000. 26p. Texto original: Ingrid Beck.
MACIEL, Alba Costa. Planejamento de bibliotecas: o diagnóstico. Niterói: EDUFF, 1993.
91p.
MANUAL de preservação de documentos. Coordenação Ingrid Beck; colaboração Antônio
Gonçalves da Silva, [et al...]. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional; ACAN, 1991. 75p.
(Publicações técnicas/Arquivo Nacional; 46)
PROJETO Memorial Antonio Houaiss. [Rio de Janeiro]: CEBELA, [199-]. 25p.
PROGRAMA: anteprojeto arquitetônico do edifício da Biblioteca Pública do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: INELIVRO, 1984. 46p. Cópia reprográfica.
SPINELLI JÚNIOR, Jaime. A conservação de acervos bibliográficos & documentos. Rio
de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Departamento de Processos Técnicos, 1997.
90p. (Documentos Técnicos; 1)
TRINKLEY, Michael. Considerações sobre preservação na construção e reforma de
bibliotecas: planejamento para preservação. Tradução de : Preservation concerns in
construction and remodeling of libraries: planning for preservation. Rio de Janeiro: Projeto
Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 1997. 102p.
VELHO, Ângela, BOTTARI, Christina T. R., CARVALHO, Regina. Planejamento para a
biblioteca do Instituto Politécnico do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: s.n., 1995. 28p. Cópia
reprográfica.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Núcleo de Documentação Barbosa Lima Sobrinho: organização para implementação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Neusa Cardim da
Bottari, Christina T. R.
Amazonas, Maria Bernadette de L. de A.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta o projeto de organização do acervo do jornalista Barbosa Lima Sobrinho, adquirido pela Universidade do Estado do Rio de janeiro e parte integrante do futuro Centro de Cidadania Barbosa Lima Sobrinho. Descreve as ações iniciais para a integração do acervo ao patrimônio da Universidade, bem como os procedimentos relativos ao tratamento (higienização e conservação) e processamento técnico do acervo bibliográfico. Relata os resultados obtidos na primeira etapa do projeto e finaliza abordando os benefícios e impactos do projeto para a comunidade acadêmica e para a população do Estado do Rio de Janeiro, em particular.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4150/SNBU2002_140.pdf
c73912b6f3d4d84bef2725570ada4f21
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1
DIMENSIONAMENTO DE RECURSOS HUMANOS PARA A REDE SIRIUS:
UMA CONTRIBUIÇÃO
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Rua São Francisco Xavier, 524 s.1027 - Bl. B. 1º andar. Maracanã. Rio de Janeiro. RJ.
CEP: 20.550-013 . Brasil. E-mail: planad@uerj.Br
Nadia Lobo da Fonseca 1 - nlobo@uerj.br
Ana Beatriz G. Levy e Silva2 - analevi@uerj.br
Sandra Maria G. Pimenta3 - spimenta@uerj.br
Lucia Facco Loures Dias4 - lfacco@ieg.com.br
1
Bibliotecária. Coordenadora do Núcleo de Planejamento e Administração - PLANAD
2
Bibliotecária. Núcleo de Planejamento e Administração - PLANAD
3
Bibliotecária. Chefe da Biblioteca CCS/A
4
Agente de Administração Universitária. Biblioteca CEH/B
RESUMO
Trata do dimensionamento de recursos humanos da Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ, a partir de um
referencial teórico fundamentado no novo paradigma emergente, que enfatiza o holismo, a visão do homem
segundo uma perspectiva integrada, e a valorização do ser humano, visto não como recurso, mas como
gerador de recursos. Apresenta uma análise da inserção das bibliotecas em seu ambiente mais próximo
(UERJ) e mapeia o ambiente interno (Rede Sirius). Os recursos metodológicos utilizados (pesquisa de
campo, levantamento documental) permitiram detalhar o quadro de pessoal da Rede Sirius, em seus aspectos
quantitativos (número/distribuição) e qualitativos (atuação profissional, percepção do ambiente de trabalho e
expectativas profissionais). Relaciona alguns resultados e elenca recomendações que apontam para a
necessidade de um planejamento de RH integrado ao planejamento estratégico da Rede Sirius, bem como
estudos e ações, em conjunto com o setor de recursos humanos da UERJ, objetivando o desenvolvimento do
pessoal da Rede, pré-requisitos para a sua consolidação como suporte informacional das atividades
acadêmicas.
1 INTRODUÇÃO
É fato que a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) vem buscando uma
administração mais ágil e descentralizada, através de uma gestão participativa, o que se
refletiu nas suas bibliotecas, nas quais hoje se busca um estilo de gerência coerente com as
demandas informacionais da Universidade, através da implementação, desde julho de
�2
19981, de uma estrutura organizacional mais moderna e flexível - a Rede Sirius - Rede de
Bibliotecas UERJ.
Unidade administrativa autônoma, subordinada diretamente à Reitoria, a Rede Sirius é
coordenada pela Direção secundada pelos Núcleos: de Processos Técnicos e Automação
(PROTAT), de Administração e Planejamento (PLANAD) e de Memória, Informação e
Documentação (MID), pelas 2 Seções de Apoio Administrativo, e pelas Chefias das 21
Bibliotecas localizadas dentro e fora do município do Rio de Janeiro.
A Rede Sirius é considerada, pela Administração Central, uma unidade pioneira no esforço
de modernização da UERJ, objetivando cumprir com eficácia e eficiência seu papel de
propulsora do Estado do Rio de Janeiro no cenário nacional2, consoante o dinamismo do
momento atual, e inúmeras dificuldades para as instituições públicas, quando há pelo
menos uma certeza: a
informação possui um valor estratégico, que não pode
ser
menosprezado, pois se constitui na base econômica das nações para o novo milênio.
Entendendo que a informação também é a base do conhecimento e do compromisso, pois
"o novo modelo econômico interpõe um novo perfil profissional que requer, além de maior
qualificação profissional, maior envolvimento emocional e social do trabalhador"3,
servidores da Rede Sirius enfocaram a gestão de RH a partir de uma concepção holística,
que propõe que as partes de um fenômeno sejam tratadas segundo seus mútuos
relacionamentos e o seu relacionamento com o todo - a UERJ, e do conceito do
atendimento com foco nos usuários.
Transparece do documento resultante desse estudo, já encaminhado aos órgãos
competentes da UERJ, e do qual o presente relato constitui-se apenas em uma síntese, a
consciência dos servidores de que, como todas as organizações modernas, bibliotecas
exigem capital humano preparado. No caso das universitárias, em especial, pela
diversidade de públicos, gerando demandas específicas e variadas e requerendo do seu
pessoal, inclusive administrativo, competências diferenciadas.
�3
2 PERSPECTIVA HISTÓRICA DA GESTÃO DE PESSOAL NAS BIBLIOTECAS
O
ápice da preocupação dos servidores da UERJ com a
questão de pessoal
consubstanciou-se, em 1998, na proposta para dimensionamento do quadro4 solicitada pela
Vice-Reitoria e apresentada pelo Grupo Especial de Trabalho - GET e na elaboração
participativa do Plano de Implantação da Rede Sirius 1999/20005.
Desde então, fez-se necessária também a avaliação da prestação de serviços, sob nova
ótica, entre outros motivos, pelas facilidades à oferta de produtos e serviços informacionais
mais sofisticados propiciadas pela automação das bibliotecas e pelo aumento progressivo
da demanda.
Assim, o estabelecimento de padrões de atendimento, para toda a organização, a começar
pela sua "linha de frente", ou seja, as pessoas que mantêm o contato inicial com os
usuários, hoje valorizadas como "cartão de visitas" da empresa, constitui-se no primeiro
passo para o alcance de suas metas e o
necessário investimento no capital humano.
Traduz- se, entre outras estratégias, em políticas de gestão, enfocando tanto aspectos de
contingente ideal (quantitativo), quanto os de promoção da qualidade de vida no trabalho
(valorização, capacitação).
Iniciativas
da UERJ, nesse sentido, instituindo a Comissão Permanente de Avaliação
Técnico-Administrativa (COPAT), com a finalidade de dimensionamento de pessoal
"efetivo e temporário dos órgãos administrativos e das unidades acadêmicas" e iniciando o
Programa de Qualidade de Vida do Trabalhador, denotam a oportunidade de estudos
sobre RH e, na Rede Sirius, delegou-se esta responsabilidade a um grupo de servidores
(bibliotecários e administrativos) - o GT/RH.
3 METODOLOGIA
Com o propósito de estabelecer um continuum metodológico, favorecendo inclusive
trabalhos posteriores sobre o tema, procurou-se, sempre que cabível, analisar os dados
�4
atuais, comparando-os com os do diagnóstico de 1997, que embasou a proposta de uma
estrutura em rede para as bibliotecas6.
O estudo considerou a relação entre a melhoria da prestação de serviços e a qualidade de
vida no trabalho (e alguns dos fatores que a determinam: ambientais, pessoais e
profissionais), à luz da literatura das áreas de Biblioteconomia, Ciência da Informação e
Administração, a que se agregaram informações sobre o contingente de pessoal obtidas em
fontes institucionais: quantitativo e sua distribuição, faixa etária, nível de escolaridade,
absenteísmo, mecanismos e oportunidades institucionais de capacitação e educação
continuada, além da participação em eventos e grupos de trabalho.
Em complemento, realizou-se um censo entre os 163 servidores efetivos, em parceria com
o Instituto de Matemática e Estatística IME/UERJ, aplicado por meio de um questionário,
enfocando o ponto de vista dos servidores, quanto à sua atuação, expectativas profissionais
e qualidade de vida no trabalho. Analisaram-se ainda, verbalizações dos servidores,
durante o Seminário de Avaliação da Rede Sirius (maio de 2001), sobre
a gestão de
pessoal na Rede Sirius.
4 GESTÃO DE PESSOAS NO ÂMBITO DA REDE SIRIUS
O levantamento nas bases de dados gerenciais da Rede Sirius 7 permitiu um aporte de
informações quali-quantitativas, que, em resumo, são indicadas a seguir.
Na Rede, são 3 os turnos de trabalho, para garantir o atendimento ao público de 2ª a 6ª
feira, de 8 às 22h (bibliotecas) e de 8 às 19h (Núcleos e Seções) e, para fins do estudo, os
vários cargos existentes foram agrupados em Administrativos e Técnicos (bibliotecários e
arquivista).
Observou-se: defasagem no quadro, mesmo em relação aos bibliotecários, cujo
quantitativo é estabelecido oficialmente; relação entre bibliotecários e administrativos
�5
abaixo da ideal (2 a 3 por bibliotecário)8 e complementação do quadro com mão-de-obra
temporária (prestadores de serviço, bolsistas, etc.).
Verificou-se também que a defasagem numérica tende a ser agravada a curto prazo, pelos
seguintes fatores: absenteísmo crescente, nos 2 últimos anos; aposentadorias por tempo
de serviço (de 50% das bibliotecárias); exoneração (de Administrativos, que por
possuírem o 3o. grau , têm sua inserção no mercado de trabalho favorecida).
O absenteísmo reflete a faixa etária da maioria dos servidores (superior a 41 anos),
denotando maior experiência pessoal e
profissional, mas também exigindo atenção e
cuidados constantes com a preservação da saúde e possível resistência a mudanças, o
agravamento de situações limite de stress, entraves à educação continuada e inadaptação
ao dinamismo das transformações atuais.
Por outro lado, aumentou o número dos que continuaram seus estudos, ao que se supõe,
como resultado de incentivos oferecidos pela UERJ, como o Programa de Capacitação do
Servidor Técnico-Administrativo (PROCASE) e não foi afetada a atuação em grupos
técnicos de trabalho (GTs).
Muitas vezes multidisciplinares, estes GTs tratam de problemas gerenciais e técnicos, no
âmbito da Rede. Entre outros benefícios, propiciam: a inserção dos servidores em grupos
de interesse; a integração de servidores, alunos e professores; a aplicação de metodologias
alternativas e parcerias com outras Unidades Administrativas e Acadêmicas da UERJ e o
"aprender a aprender" preconizado por Paulo Freire9, pelo exercício de qualificações
(independentemente do cargo ou da função, tal como preconiza a moderna gestão de
pessoas).
Os resultados do censo dos servidores da Rede Sirius 10, tiveram o mérito de permitir
complementar o perfil do pessoal da Rede, a partir do ponto de vista de 80,37% do seu
pessoal.
�6
Ficou caracterizada a ampliação tanto no quantitativo dos que utilizam equipamentos de
informática, quanto na diversidade do seu emprego, ao que se supõe, por ter aumentado
o número desses equipamentos nas bibliotecas, a partir de 1998, o que, associado a
investimentos em cursos de Informática, possibilitou a elaboração de produtos e serviços
mais sofisticados11.
Os servidores manifestaram-se insatisfeitos quanto a algumas condições do seu ambiente
de trabalho (mobiliário, espaço físico, segurança pessoal e do acervo). Contudo, o baixo
número de insatisfeitos, com a temperatura, a iluminação e a limpeza leva a supor ter
preponderado o julgamento pessoal, em detrimento de aspectos técnicos, tendo em vista
condições adversas observadas no dia -a-dia.
O relacionamento interpessoal satisfaz à maioria, sendo que aos motivos de insatisfação
(maior e mais concentrada entre os Administrativos) podem associar-se às opiniões sobre
as chances de ascensão profissional, a distribuição de tarefas e serem reforçadas pelo
apurado sobre a valorização profissional. Esta questão, freqüentemente abordada em
reuniões internas, engloba um "mix" de fatores - da adequação do ambiente físico a
oportunidades de desenvolvimento, participação e ascensão profissional.
O desenvolvimento pessoal contempla mais as expectativas dos Técnicos, o que pode ser
entendido como reflexo da especificidade do trabalho em bibliotecas, onde prioriza-se o
desempenho do cargo técnico.
Pode
também ter contribuído para o resultado, o
quantitativo de pessoal que, para a maioria, não atende às necessidades do quadro, em
especial de Administrativos, dificultando a sua liberação para participar de eventos.
A pesquisa permitiu, ainda, o mapeamento das tarefas desempenhadas na Rede e a
descrição das específicas de bibliotecas, um dos objetivos prioritários do GT/RH, tendo
sido indicadas, pelos servidores, 43 tarefas , sendo que a execução das tarefas rotineiras,
que caberiam aos Administrativos, é compartilhada com os Técnicos, o que pode interferir
na qualidade da prestação de serviços, pois estes podem estar dedicando menos tempo às
suas atribuições específicas.
�7
As informações acima foram ratificadas, em parte, no relatório da consultoria externa
Seminário de Avaliação da Rede Sirius12, que contou com a participação espontânea de
83% do total esperado de servidores.
Ficou demonstrado o seu comprometimento e empenho em discutir as questões propostas,
em especial, as de recursos humanos, tendo sido pontuada a necessidade de dimensionar
tais recursos de forma mais abrangente, não puramente quantitativa e fundamentada, tão
somente, na distribuição do quadro por intervalos de tempo (funcionamento do setor/carga
horária dos servidores) e horas trabalhadas, o que encontra respaldo na literatura, pois
segundo Chiavenato 13, deve ser considerado que homens faltam, atrasam-se, adoecem.
Dessa
forma,
entre
as
medidas
sugeridas
pelos
servidores,
encontram-se:
o
dimensionamento de pessoal por setor, e não no todo da Rede, segundo critérios claros e
objetivos; o investimento em treinamento, garantindo a
participação de todos, sem
prejuízo do atendimento aos usuários; garantia de atendimento médico aos que dele
necessitem; gerência participativa, em todos os níveis hierárquicos; mecanismos para a
melhoria da comunicação interpessoal.
Mais uma vez, encontrou-se, na literatura 14, respaldo para o ponto de vista dos servidores,
a respeito do modus operandi das unidades de informação, na atualidade. A
descentralização administrativa é citada como uma das condições para a simplicidade e a
flexibilidade delas exigidas, face à necessidade de adaptarem-se e anteciparem-se a
profundas e constantes mudanças ambientais. Na UERJ, isto é favorecido pela estrutura
em rede, na qual das 21 bibliotecas, 20 contam com uma Chefia.
As
verbalizações
dos
servidores
também
enfatizaram
que,
embora
o
exercício
concomitante, pelos bibliotecários, das funções técnicas, informacionais e administrativas
seja inerente ao cargo, ocorrem dificuldades, na prática, para o exercício igual de todas
estas funções, pois “as de cunho gerencial estão a exigir cada vez mais empenho por parte
dos profissionais”15.
�8
Isto, apesar da conjuntura atual implicar em modificações, que demandam “conhecimentos
antes exigidos apenas para dirigentes” e que hoje, são esperados “também dos gerentes dos
níveis intermediários”, pois a “nenhum profissional bibliotecário, atuando em qualquer
nível da organização é permitido ignorar as questões e os problemas de ordem gerencial”'
ainda mais tratando-se de uma organização que tem buscado uma
administração
participativa , o que pressupõe que, a qualquer momento, “estes podem ser recrutados para
compartilhar
decisões
que,
anteriormente,
emanavam
unicamente
das
cúpulas
administrativas”16.
Torna-se indispensável, assim, o desenvolvimento constante, todos sendo capazes “de
atuar em diferentes funções - a generalização e a especialização simultâneas - preconizadas
pelo modelo holístico”, que tem sua estratégia complementada justamente por um “rodízio
permanente entre os integrantes das equipes”17, recurso para a flexibilização necessária às
organizações contemporâneas. Sabe-se que o rodízio de tarefas já é empregado em
algumas bibliotecas, com bons resultados.
Por outro lado, a avaliação de desempenho também reivindicada pelos servidores deve ser
contemplada com a aprovação de um plano de cargos, carreiras e salários, em tramitação,
esperando-se que este promova “a consecução das metas organizacionais e o
desenvolvimento dos recursos humanos, através de um processo participativo, dinâmico,
contínuo e sistematizado de planejamento, acompanhamento, avaliação e melhoria do
desempenho” 18.
A análise da gestão de pessoas na Rede Sirius indica demanda por um modelo que,
Galbraith
referencia como “organizações de alto envolvimento”, caracterizando-as a partir
dos seguintes atributos: compartilhamento de informações ; descentralização de poder
para os níveis mais inferiores da organização; investimentos dirigidos ao fortalecimento de
competências ; recompensas destinadas àqueles que contribuem para o negócio 19.
Tendo em vista que “gerir pessoas é responsabilidade de linha e função de staff”, segundo
Chiavenato 20, buscou-se, ainda que de maneira sumarizada, estabelecer um paralelo entre a
gestão da Rede, tal como esta afeta a vida das pessoas - no período que vai de set. 1998
�9
(início de sua implantação) a jul.2001 - e o esperado em uma organização que se propõe
inovadora, flexível, pró-ativa, de alto envolvimento.
Para tanto, consideraram-se fatores contingenciais internos (Rede Sirius) e externos
(UERJ), tendo em vista as seguintes estratégias de recursos humanos: fluxo de trabalho,
admissão e desligamento de funcionários, gestão de desempenho, treinamento e
recompensa.
Constatou-se que, enquanto a organização estruturada em rede pressupõe flexibilidade,
inovação e amplas classes de cargos, contando com pessoas competentes para tal
empreendimento, tratando-se a UERJ de uma universidade pública, vigora uma política de
pessoal que não atenta para essa demanda.
Evidenciou-se o foco institucional na gestão por cargos e seus requisitos, quando,
paradoxalmente, o discurso enfatiza a valorização do servidor, que priorizaria as pessoas,
suas características pessoais, pressupondo-se o desenvolvimento de tecnologias de gestão
focadas em competências, em atributos, e não em atribuições.
Por contingências legais a que está submetida, a UERJ desautoriza o “desvio de função” e
os atributos muitas vezes são sufocados por um modelo mais tradicional de gerência, em
detrimento de modelos mais flexíveis, consoante tendência atual.
Torna-se, portanto, indispensável a consolidação da parceria - SRH/Rede Sirius - visando a
aprimorar tecnologias de gestão, em que a Rede, nos limites da sua competência, têm
proposto alternativas, que compreendem desde o estudo aqui sintetizado, até medidas
práticas como a participação no processo de recrutamento e seleção, subsidiando-a na
formulação das normas dos concursos públicos, na definição dos perfis profissionais
requeridos, na ambientação dos recém-admitidos, de modo a promover sua adequação à
cultura organizacional.
�10
Por outro lado, impõe-se a elaboração conjunta de um programa de formação e
desenvolvimento dos servidores da Rede , que contemple: a macro-ambiência (análise de
contexto), os postos de trabalho (análise operacional), bem como as discrepâncias de
competências (análise individual).
O Sistema de Informações Gerenciais - SIG, em desenvolvimento, inclui um módulo,
cujos elementos favorecem esta análise individual, pois arrola e categoriza a participação
e/ou a
contribuição dos servidores em eventos técnico–científicos. Outro módulo foi
planejado para agregar informações sobre a produção técnico-científica dos servidores.
Entendendo-se a avaliação como “processo de produzir informações sobre o valor dos
resultados para saber se a estratégia e a implementação continuam congruentes com os
objetivos previstos” 21, pode-se considerar que a iniciativa da Rede promovendo o
Seminário de Avaliação constituiu-se em um primeiro passo, nesse sentido. No entanto, as
sugestões dos servidores no referido evento, indicam a necessidade de ir, mais adiante,
implementando medidas em que se destaca um planejamento integrado de recursos
humanos, com metas bem definidas, consensadas.
Este seria o ponto de partida para valorizar a contribuição de cada setor e de cada um para
alcançá-las e se complementaria com um sistema de recompensas, buscando criar vínculos
entre os servidores e os objetivos organizacionais, onde as pessoas passam a ser
recompensadas de acordo com a sua contribuição para o negócio. Ou seja, além de
responsabilidades e atividades, são considerados também competência e desempenho.
Ainda que, no momento, não seja possível oferecer salário variável, baseado no indivíduo,
no desempenho, mas observando-se empenho no desenvolvimento e envolvimento
profissional,
busca-se
apoio
institucional
para
implantar
mecanismos
viáveis
de
valorização dos servidores, pois o que se remunera, “através do sistema tradicional, é o
desempenho satisfatório das funções básicas de cada empregado, prevista em sua descrição
de cargos. Porém, o desempenho de excelência – aquele que é decisivo para o negócio,
fica a cargo da remuneração flexível” 22. Esta inclui benefícios indiretos (vantagens
oferecidas aos servidores) e alternativas criativas (programa de reconhecimento de
�11
desempenho visando estimular melhorias). Traduzem-se tais recompensas também em
recompensas monetárias (bônus, prêmios especiais, etc.).
No documento encaminhado aos órgãos competentes da UERJ, ressaltou-se, também, o
fato da Rede Sirius constituir-se, tal como preconizado por Ranganathan23, em um
organismo vivo, em constante crescimento - uma unidade dentro da diversidade - que
inclui suas próprias especificidades traduzidas em unidades prestadoras de serviços de
informação, Núcleos e Seções, não comportando, portanto, transpor, a priori, modelo
construído a partir de outra realidade.
Propôs-se, portanto, o aprimoramento e a ampliação do modelo apresentado pelo GET,
oportunizados por condições detectadas nos ambientes externo e interno, a saber: medidas
institucionais que sugerem vontade política de equacionar a questão dos recursos humanos,
a partir de uma visão holística; prestação de serviços e oferta de produtos informacionais,
focada no cliente e nos requisitos da força de trabalho contingenciadas pela adoção de
novas tecnologias e demandas emergentes (internas e externas); ampliação do aporte de
informações gerenciais, em meio eletrônico, relativas a pessoal e a outros aspectos
gerenciais da Rede, entre outras.
O equacionamento da questão dar-se-ia, em conjunto, SRH/Rede Sirius, e consideraria
fatores exógenos (fora do controle da biblioteca, mas relevantes, por seus reflexos na
qualidade do atendimento) e endógenos (inerentes à sua condição de unidade prestadora de
serviços de informação), valorados, por consenso, pelos servidores da Rede, bem como as
funções biblioteconômicas24, devidamente detalhadas.
As medidas sugeridas pelo GT/RH objetivaram garantir a efetiva implementação da
proposta de trabalho da Rede, evitando o desperdício dos recursos nela investidos, tendo
em vista que, em síntese, a análise prospectiva aponta para problemas: operacionais
(relacionados ao desenvolvimento normal das atividades, político-institucionais (inibidores
da expansão): frustração da comunidade acadêmica; desperdício dos recursos investidos;
descrédito; intensificação de conflitos e de rendimento global (também inibidores da
expansão).
�12
5 CONSIDER AÇÕES FINAIS
As transformações no mundo do trabalho refletem-se no capital humano das organizações,
implicando em novas formas de gestão, consoante o interesse organizacional e o
entendimento de que “as pessoas determinam a capacidade de desempenho de uma
organização, que nunca pode ir melhor do que as pessoas com que conta” 25.
No processo de melhorias exigidas pela sociedade à universidade, por extensão ao serviço
público, a interlocução direta (órgão gestor de recursos humanos e as pessoas da
comunidade universitária) não só mostra-se viável, como desejada pelos servidores, e
imprescindível à melhoria dessa prestação de serviços. A universidade configura- se como
laboratório propício a tais experimentações, pois é tarefa dos educadores comprometidos
com mudanças “incentivar desafios e rupturas, ao mesmo tempo que colaboram para a sua
superação e para a instauração do novo”26.
ABSTRACT
This paper treats of the dimensioning of human resources of Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ, starting
from a theoretical reference based in the new emerging paradigm, that emphasizes the holism, facing man
under an integrated perspective, and the human being's valorization, as a generator of resources, and not as a
resource itself. It presents an analysis of the insertion of the libraries in the institutional environment (UERJ)
and it maps the inner environment (Rede Sirius). The methodological resources (field research, documental
research) made possible a detailed picture of the staff of Rede Sirius, in their quantitative
(number/distribution) and qualitative aspects (professional performance, perception of the working
environment and professional expectations). It enumerates results and recommendations that indicate the
necessity of a human resources planning clo sely related to Rede Sirius's strategic planning, as well as studies
and actions, together with the Human Resources Department of the University, aiming the development of
Rede Sirius staff, prerequisites to its consolidation as an informational support a cademic activities.
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001/98 de 22 jul.1998. Cria a Rede de bibliotecas da UERJ - Rede Sirius e dá outras
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�14
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19. GALBRAITH apud SOUZA, Maria Zélia de Almeida; SOUZA, Vera Lucia de.
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humanos. Rio de Janeiro:[1999]. Material didático do curso realizadona UERJ. 1999.
21. SOUZA, Maria Zelia de Almeida; SOUZA, Vera Lucia de. Gestão de recursos
humanos. Rio de Janeiro: SENAI/DN, 1999. 170 p. p.119.
22. Id. p.123.
23. RANGANATHAN apud LANCASTER, F.W. Avaliação de serviços de bibliotecas .
Brasília, DF : Briquet de Lemos/Livros, 1996. 357 p. p.13.
24. MACIEL, op. cit., p.16, nota 14.
25. Id.
26. MORGAN apud TOJAL, Flávio; ROHM, Ricardo. Educação e disciplina: treinamento,
avaliação e classificação de recursos humanos. Revista de Administração Pública RAP, vol.30, maio/jun., nº 3, 1996. p.14.
�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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Title
A name given to the resource
Dimensionamento de recursos humanos para a Rede Sirius: uma contribuição.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Fonseca, Nadia Lobo da
Silva, Ana Beatriz G. Levy e
Pimenta, Sandra Maria G
Dias, Luciana Facco Loures
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Trata do dimensionamento de recursos humanos da Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ, a partir de um referencial teórico fundamentado no novo paradigma emergente, que enfatiza o holismo, a visão do homem segundo uma perspectiva integrada, e a valorização do ser humano, visto não como recurso, mas como gerador de recursos. Apresenta uma análise da inserção das bibliotecas em seu ambiente mais próximo UERJ) e mapeia o ambiente interno (Rede Sirius). Os recursos metodológicos utilizados (pesquisa de campo, levantamento documental) permitiram detalhar o quadro de pessoal da Rede Sirius, em seus aspectos quantitativos (número/distribuição) e qualitativos (atuação profissional, percepção do ambiente de trabalho e expectativas profissionais). Relaciona alguns resultados e elenca recomendações que apontam para a necessidade de um planejamento de RH integrado ao planejamento estratégico da Rede Sirius, bem como estudos e ações, em conjunto com o setor de recursos humanos da UERJ, objetivando o desenvolvimento do pessoal da Rede, pré-requisitos para a sua consolidação como suporte informacional das atividades acadêmicas.
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pt
snbu2002
-
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46affec6b4ad247d7b6690a393157496
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O gerenciamento da informação em biblioteca universitária: um estudo de caso na
Biblioteca Central da UNEB
Zuleide Paiva da Silva*
eide@campus1.uneb.br
Entendida como uma organização, a biblioteca universitária pode ser
percebida como um conjunto de partes que atuam de forma coordenada tendo
em vista o atendimento a objetivos específicos. Essas partes podem ser
agrupadas em três categorias básicas, ou seja, o capital, os recursos
humanos e as informações. Reconhecendo o caráter indispensável da
informação para o funcionamento de uma organização, este estudo buscou
investigar o gerenciamento da informação na Biblioteca Central da
Universidade do Estado da Bahia/UNEB, localizada em Salvador/Ba, levando
em conta a cultura organizacional, o uso que as pessoas fazem da informação
e as tecnologias usadas para administra-la. O sujeito deste estudo restringiuse à direção da biblioteca e, para a coleta de dados foram utilizados
questionários e entrevistas aplicados no local de trabalho. Os dados,
refletindo a expressão de um dado momento, revelam que o ambiente
informacional da Biblioteca Central da UNEB sofre interferências que
comprometem a aquisição, a compreensão, a disseminação e o uso da
informação como matéria prima das decisões.
Palavras-chave: Gerenciamento de Informação – Biblioteca Universitária
1 Introdução
Partindo de um enfoque sistêmico, as unidades de informação, entendidas como
organizações, podem ser percebidas como um conjunto de partes que atuam de forma
coordenada, tendo em vista o atendimento a objetivos específicos. Essas partes podem ser
agrupadas em três categorias básicas: a) o capital, abrangendo as instalações físicas e os
recursos financeiros; b) os recursos humanos, representados pelas pessoas associadas a
uma organização, seja na qualidade de proprietários ou empregados; c) as informações,
comportando um vasto conjunto de dados, que alcançam desde o ambiente externo à
organização, passando pelas informações de controle gerencial e de execução operacional,
incluindo ainda as informações de mercado e as informações de natureza políticainstitucional e de domínio tecnológico (Monteiro, 2000). Ressaltamos aqui o caráter
indispensável da informação para o funcionamento de uma organização, ainda que os
mecanismos para o seu armazenamento e processamento sejam bastante variados de uma
organização para outra. Porém, a aceitação de que a informação possua o mesmo valor que
*
Bibliotecária, Subgerente da Biblioteca Central/UNEB. Especialista em Arquivologia e as Novas
Tecnologias Documentais/UNEB. Mestranda em Administração Avançada/UNEB - UNIBAHIA
�os outros recursos da organização é um tanto polêmica e, apesar de sua importância, a
informação tem crescido de forma exponencial e desordenada, tornando caótico o ambiente
informacional de muitas organizações, aqui entendido como aquele onde a informação é
produzida, disseminada e utilizada
Assim, este estudo buscou investigar o gerenciamento da informação na Biblioteca
Central da UNEB, localizada em Salvador, a partir da abordagem de Thomas Davenport,
denominada Ecologia da Informação, levando em conta a cultura organizacional,
compreendida aqui como os valores e as crenças dos gestores da UNEB sobre a
informação, e levando em conta também as armadilhas que interferem no intercâmbio de
informação e as tecnologias usadas para administrá-la. Os objetivos específicos desse
trabalho foram assim definidos: a) identificar como os gerentes percebem seus ambientes
informacionais; b) compreender que tipo de informações os gerentes precisam para auxiliar
a sua tomada de decisão; c) identificar as fontes de informação utilizadas pelos gerentes; d)
identificar que tipo de informação é classificada e armazenada nas gerências; e)identificar
os meios utilizados na distribuição das informações; f) identificar como os gerentes
utilizam as informações para a tomada de decisão.
Tomou-se como população-alvo os administradores da Biblioteca, sendo que por
administrador deve ser entendido aquele que tem o poder de decisão. Assim, o sujeito
deste estudo restringiu-se à direção da Biblioteca. Para coleta de dados, utilizamos
entrevista e questionários que foram aplicados in loco e demos ênfase na observação
participante das rotinas de trabalho. A pesquisa foi iniciada pela seleção dos conceitos que
dão substância ao objeto. Em seguida, passamos para a discussão da bibliografia específica
que explica o gerenciamento da informação e sistemas de informação nas empresas
públicas e privadas. Foi a partir desse referencial teórico que construímos elementos de
juízo que puderam ser confrontados com os dados obtidos através de entrevista e
questionários, realizados, respectivamente, em maio e novembro/2001.
Este estudo reflete a expressão de um dado momento, e assim deve ser entendido. É
importante deixar claro que houve mudanças significativas no ambiente informacional da
Biblioteca desde o início até a conclusão desse trabalho.
�2 A Natureza da informação
A sociedade contemporânea vive de tal modo a economia da informação, que
revoluciona a maneira como trabalhamos, como pensamos e, até mesmo, a maneira como
vivemos, pois a informação tornou-se um bem precioso; é produto gerador de prosperidade
e de riqueza em todos os lugares. Nessa economia, chamada por Castells (2000) de
informacional e global, a produtividade e a competitividade de unidades ou agentes
econômicos dependem principalmente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de
forma eficiente a informação baseada no conhecimento.
A compreensão do valor da informação passa, necessariamente, pelo uso que se faz
dela e pelo entendimento que se tem do seu conceito. Palavra de origem latina, formatio,
forma, informação tem sido objeto de pesquisa em diferentes áreas do conhecimento e,
conseqüentemente, recebe variadas conotações. A literatura é vasta e demostra a
complexidade do termo, de muitas acepções e riqueza semântica. Aceitando o processo
evolutivo que vai do dado ao conhecimento, onde o “dado é a matéria prima da informação
e a informação pode ser entendida como a matéria prima da qual deriva o conhecimento”
(McGarry, citado por Pinheiro e Loureiro, 1995, p. 44), neste trabalho, categorizamos a
informação como um recurso administrativo que tem por finalidade subsidiar a tomada de
decisão, identif icando o papel por ela desempenhado no funcionamento da universidade,
enquanto organização.
Em muitas organizações a informação confunde-se com o “objeto” que representa.
É o caso da biblioteca universitária, que tem o conhecimento como objeto a ser
administrado. Assim, a análise da gestão dessa instituição deve centrar-se no estudo do
processamento das informações, procurando identificar o papel por ela desempenhado na
viabilização do seu funcionamento.
3 A Universidade do Estado da Bahia e sua Biblioteca Central
Criada pela Lei-Delegada nº 66, de 1º de junho de 1983, e reconhecida pela Portaria
Ministerial 909, de 31 de julho de 1995, a Universidade do Estado da Bahia, UNEB, tem
sua origem no Centro de Educação Técnica da Bahia – CETEBA. Estruturada sob forma
�multicampi, a UNEB é uma Instituição mantida pelo Governo Estadual, sob regime de
autarquia, vinculada à Secretaria da Educação. É caracterizada como uma universidade
multirregional, distinguindo-se, portanto, por essa particularidade das demais universidades
integrantes do Sistema Estadual de Educação Superior que possuem feição regional.
A Biblioteca Central da UNEB, BC, tem sua origem na Biblioteca do Centro de
Educação Técnica da Bahia – CETEBA. Teve o seu primeiro Regulamento aprovado em
15 de Agosto de 1980, após a transformação do CETEBA em Superintendência de Ensino
Superior da Bahia –SESEB, que em 1983 originou a UNEB. Com a criação da
Universidade, a BC torna-se Órgão Suplementar vinculado a Reitoria, coordenador do
Sistema de Bibliotecas da Universidade. Após mudanças na estrutura organizacional da
universidade, a BC deixa de ser vinculada à Reitoria, perdendo o cargo de Diretor, que é
substituído pelo cargo de Gerente. Atualmente, vinculada à Pró-Reitoria de GraduaçãoPROGRAD, a BC funciona com a seguinte estrutura:
I – Direção II 1
II – Secretaria Geral
III – Secretaria Administrativa
IV – Sub-Gerência de Atendimento ao Leitor
V- Sub-Gerência de Processamento Técnico
VI- Sub-Gerência de Seleção e Aquisição
Em 1999, a Administração Central da Universidade transferiu o acervo e os
funcionários da Viodeteca, até então subordinados ao Arquivo Central, para a BC, que
assumiu a administração do setor e a responsabilidade pelos serviços oferecidos.
4 O gerenciamento da informação na Biblioteca Central da UNEB
O gerenciamento da informação é um grande desafio para as bibliotecas
universitárias, que buscam se fortalecer como instituições produtivas e eficazes, capazes de
subsidiar com qualidade a tríade ensino, pesquisa e extensão. Embora exista uma vasta
literatura que aborda o gerenciamento da informação nas empresas privadas, existe uma
lacuna em relação ao tema nas empresas e instituições públicas. Apesar da existência de
amplas
1
pesquisas
e
conhecimentos
relativos
à informação,
suas
características
equivalente, em termos de remuneração e status, ao cargo de Gerente na estrutura da
Universidade. Em função disso, a referencia feita ao responsável pela biblioteca às vezes é
de Diretor, outras vezes é de Gerente.
Cargo
e
�alternativas para gerenciá -la, esse conhecimento é recente e tende a ser fragmentado, mal
compreendido e mal-aplicado (Mc Gee, 1994).
No campo da administração de empresas, o gerenciamento da informação é definido
por Davenport (1998) como um processo que envolve um conjunto de atividades
estruturadas e desenvolvidas por uma empresa com o objetivo de adquirir, distribuir e usar
a informação e o conhecimento, que são bens importantes para qualquer organização. É de
fundamental importância administrar a informação sob a perspectiva de um processo que
pode ser mensurado, avaliado e aperfeiçoado em cada etapa. Também é importante que
esse processo tenha um responsável pelo sucesso final. O modelo que define o
gerenciamento da informação depende dos interesses, dos problemas e das especificidades
de cada organização. A literatura que trata desse assunto aponta modelos genéricos, uma
vez que a informação recebe diferente ênfase nas organizações e, as tarefas dentro do
modelo assumem níveis diferenciados de importância e de valor entre as organizações.
Considerando o modelo de gerenciamento da informação proposto por Davenport, ou
seja, um processo formado por quatro etapas (determinação das exigências, obtenção,
distribuição e utilização), descreveremos a seguir cada uma dessas etapas confrontando os
dados coletados na pesquisa, levando em conta as especificidades de uma biblioteca
universitária e as particularidades da Biblioteca Central da UNEB.
Primeira etapa: Determinação das exigências ou identifi cação das necessidades
informacionais
É a etapa mais subjetiva do processo e também a mais importante. Por ser subjetiva,
é também uma etapa difícil e envolve: identificar como os tomadores de decisão e os
funcionários percebem seus ambientes informacionais; identificar os usuários da gerência;
identificar as fontes de informação, dentro ou fora da instituição; reconhecer o valor da
informação estruturada e não estruturada, como recurso estratégico para alcançar as metas
institucionais.
Um dos objetivos dessa etapa é identificar as informações necessárias para auxiliar o
processo decisório. Para tanto é necessário que o gerente seja proativo, que conheça a
�missão e a estrutura organizacional e que os objetivos de sua gerência estejam em
consonância com a missão institucional.
Conhecer a missão da UNEB não é algo tão simples quanto pode parecer. Segundo
Marcovitch (1998, p.22), “a missão acadêmica é algo que se reconceitua a cada época e
jamais será definida com exatidão ao longo da história”. A UNEB, que foi inicialmente
uma universidade voltada para a formação de professores, hoje tem suas diretrizes
apontando para a interiorização do ensino, da pesquisa e da extensão. A sua missão,
reforçando a colocação de Marcovitch, não é claramente definida e tão pouco conhecida da
grande maioria dos seus servidores. Conseqüentemente, a BC apresenta dificuldades para
definir sua missão e também seus objetivos em consonância com a missão da universidade.
Sem missão e sem objetivos, claramente definidos e interiorizados pelos funcionários, e
com uma estrutura organizacional comprometida, existe na BC uma certa incerteza em
relação a sua importância para a instituição, e um sentimento de descontentamento em
relação ao apoio recebido da administração central da universidade 2.
Nesse clima de incertezas e insatisfação, o ambiente informacional da BC apresenta
vários pontos de estrangulamento. Entre os fatores que comprometem o fluxo da
informação, apontados em ordem de importância, estão os recursos humanos e
tecnológicos3.
Em relação aos recursos humanos, a BC conta atualmente com 36 funcionários, 05
estagiários de nível médio e 01 menor aprendiz, que juntos, formam um quadro de 42
colaboradores para coordenar e desenvolver todos os serviços e atividades inerentes a uma
unidade de informação. Deste total, 24 servidores têm nível superior, sendo que 19 destes
têm especialização concluída ou em curso, e os bibliotecários com especialização
representam aproximadamente 45% desse universo.
Os servidores da BC, sem exceção, definem seus horários de trabalho, de acordo com
os seus interesses pessoais, sem nenhuma restrição da administração da biblioteca, que
oferece três turnos de trabalho. No entanto, apesar de funcionar ininterruptamente, de
2
3
Entrevista com a diretora da BC, em 17/01/01.
Questionário respondido pela diretora da BC, em nov/01.
�Segunda à Sexta-feira e aos Sábados no período matutino, esses horários não são
respeitados. Os servidores, de uma forma geral, chegam atrasados ou faltam ao trabalho
com freqüência. Segundo a Diretora da biblioteca4, muitas são as reclamações dos usuários
em relação ao horário de funcionamento da BC, que não abre e não funciona, de forma
regular e integral, no horário estipulado.
De acordo com a política da universidade, os servidores que ocupam cargos
comissionados ou “cargos de confiança”, devem ter uma carga horária de 40 horas/semana
e os demais servidores 30 horas/semana. Aqueles que ocupam os “cargos de confiança” são
reconhecidos como os responsáveis pelos serviços que desenvolvem e/ou chefes dos
setores que trabalham, de forma que na universidade como um todo e em especial na
biblioteca, é culturalmente cultivada a idéia de que somente os chefes de setores assumem
responsabilidades e respondem pelos serviços. Na BC, apenas quatro bibliotecários,
incluindo a diretora da
biblioteca, ocupam cargos comissionados. A distribuição das
funções
contempla
gratificadas
não
os
setores
de
Periódicos
e
de
Referência,
conseqüentemente, esses setores não têm um responsável pelos serviços. Esses dados
sugerem um comprometimento no gerenciamento dos serviços e, conseqüente prejuízo no
ambiente informacional.
Quanto aos recursos tecnológicos, apontados como outro ponto de estrangulamento
do ambiente informacional da BC, podemos dizer que o investimento em tecnologia tem
recebido especial atenção dos gestores.
Esse investimento tecnológico pode ser observado
no projeto de informatização do Sistema de Bibliotecas, que se encontra em fase de
implantação. Com esse projeto, desenvolvido pela
Potiron Informática,
busca-se
modernizar as bibliotecas que funcionarão em rede, facilitando assim a disseminação e uso
da informação como suporte ao processo de ensino e aprendizagem. O projeto teve início
em 1997, e o prazo estimado para a conclusão dos trabalhos foi de vinte e quatro meses
“podendo ser entregue antes, a critério da Potiron, por sua conta e risco [...].” (Potiron,
1997).
A introdução ou alteração de TIs tem profundo impacto ambiental e organizacional.
Segundo Stumpf e Freitas (1997, p.77), “transforma o modo pelo qual os diversos grupos
atuam e interagem, mudando a maneira pela qual a informação é definida, acessada e usada
4
Entrevista com a diretora da BC, em 17/01/01.
�[...]”. Na BC, a implantação dessa ferramenta tem sido difícil e lenta, cheia de “altos e
baixos” e muitos “senões”, de acordo com a Diretora da biblioteca,5 que define a
informatização das bibliotecas como um “processo de modernização”.
Muitos são os
fatores que interferem e comprometem o sucesso do processo de informatização de todo o
sistema de bibliotecas da UNEB. As pessoas envolvidas não estavam preparadas técnica e
psicologicamente para receber e usar as ferramentas tecnológicas, que foram introduzidas
no ambiente de trabalho sem terem sido previamente apresentadas, discutidas e avaliadas.
A tecnologia que nasceu e se desenvolve, de forma direta ou indireta, nos centros de
pesquisas das universidades, parece a criatura que desafia o criador (Marcovitche, 1998), e
na BC, a “criatura”, tem sido um tanto ameaçadora e trazido mais transtornos que soluções.
Os usuários, principalmente os alunos, sentem-se prejudicados, pois as “quedas do
sistema” são constantes, o que impede e/ou dificulta as transações de empréstimo,
devolução e pesquisa, uma vez que a BC não apresenta soluções alternativas, previamente
estabelecidas e divulgadas.
De fato, os recursos tecnológicos têm sido um ponto de
estrangulamento do ambiente informacional da BC e provocado a insatisfação dos
usuários., como demonstra o seguinte depoimento:
“[...] Hoje em dia, a maior briga do usuário é a questão desse sistema que
estamos usando, que é totalmente via web e que tem tido queda constantes do
link, da Internet, e isso tem causado filas imensas , protestos e todo tipo de
insatisfação do usuário, que fica muito tempo na fila e, na verdade há até uma
inversão, porque você informatiza, moderniza para que o serviço fique mais
ágil, mais rápido e o usuário fica nesse paradoxo. [...] Então isso tem causado
protestos consideráveis e tá prejudicando demais a imagem da biblioteca, que,
na verdade, eu considero que já não é muito boa [...]6
Segunda etapa: Obtenção
Davenport (1998) afirma que, uma vez definidas as necessidades informacionais,
cada gerência deve desenvolver um plano para adquirir a informação na sua fonte de
origem ou coletá-la, de forma manual ou eletrônica, dos que a desenvolvem internamente
5
6
Entrevista com a diretora da BC, em 17/05/01.
Entrevista com a diretora da BC, em 17/05/01.
�(1998). A BC não possui um plano para obter a informação, mas a responsabilidade por
essa tarefa cabe à Direção e aos Subgerentes, que utilizam a Internet, software
especializados e o telefone no desempenho da tarefa, sendo o telefone a mídia mais
utilizada nesse processo. Identificar todas as fontes potenciais de informação é um grande
desafio, e pressupõe o conhecimento de todas as fontes de informação, tais como, bancos
de dados (públicos ou privados); documentos de fontes governamentais; material impresso
(jornais, periódicos, livros); rádio, televisão, Internet; seminários, congressos; outras
bibliotecas; conhecimento e experiência organizacional, entre outras.
Coletar informação na BC não tem sido uma tarefa fácil, como mostra o seguinte
depoimento:
“[...] outro dia ocorreu outra situação comigo: eu precisei, como gerente,
de
informações sobre a questão de horário [de trabalho] do funcionalismo. [...] Eu
me lembrei que tinha um decreto que disciplinava isso. Eu fui até a [....] e lá
tem uma pasta com xerox do Diário Oficial [...] Eu solicitei essa informação
porque eu queria fazer uma instrução para os funcionários [...] e eu não tive a
informação. Fiquei sem a informação. Depois de muito tempo foi que eu
consegui isso através da Internet. [...] Mas na hora que eu precisei, aquele setor
não tinha a informação para me dar[...]7
Esse depoimento demonstra algumas das dificuldades encontradas nessa etapa do
gerenciamento da informação, principalmente em relação às informações internas, ou seja,
as informações que são produzidas e armazenadas pela
biblioteca e também por outros
setores da universidade.
Obter informação é um processo ininterrupto, que consiste na classificação,
armazenamento,
tratamento
e
apresentação
das
informações.
Classificação
e
armazenamento pressupõem a maneira como os usuários terão acesso à informação. Isso
significa que o gerente deve conhecer os seus usuários e saber das suas necessidades
informacionais. Conhecer os usuários da BC e saber das suas necessidades informacionais
não é uma tarefa tão simples quanto parece. A princípio a BC atende à comunidade
7
Entrevista com a diretora da BC, em 17/05/01.
�acadêmica8, ou seja, alunos, professores e servidores da universidade. Diante da
abrangência desse universo, é de suma importância que a BC mantenha um sistema eficaz
de comunicação e muita interação com os demais órgãos da universidade. No entanto, a
UNEB, conseqüentemente a BC, é uma instituição que, até agora, parece não se deu conta
de que é preciso manter em suas estruturas um serviço profissionalizado de comunicação.
Falta comunicação. Os sistemas não são integrados. O sistema da biblioteca não se
comunica com o sistema acadêmico e não se comunica com o sistema da Gerencia de
Recursos Humanos. Isso significa que a BC não sabe, por exemplo, quando inicia ou
quando termina um curso de Pós-Graduação ou de Extensão. Também não sabe quando
encerra um contrato de trabalho de um prestador de serviço ou de um estagiário. Conhecer
as necessidades informacionais dos usuários significa conhece-los. Ouvi-los. Isso exige
estudo. Exige pesquisa. Isso a BC não faz. Isso compromete a obtenção da informação.
Quanto a tomar decisões apropriadas, sobre como a informação é classificada e
armazenada, Davenport (1998) afirma que os gerentes devem observar algumas questões
fundamentais, ou seja, devem definir que informação pode ser classificada; se certificar se
o sistema utilizado, seja ele informatizado ou não, atende às expectativas dos usuários e se
está adaptado ao modo como o usuário trabalha com a informação. Devem também definir
como o esquema classificatório será mantido e atualizado. O tratamento e apresentação da
informação são de fundamental importância e os gerentes devem estar sempre atentos para
garantir a padronização e a qualidade da informação produzida sob sua responsabilidade,
pois a apresentação da informação é uma das principais maneiras de lhe agregar valor.
O documento é a maneira mais óbvia e útil de se estruturar a informação dentro da
universidade, mas nem sempre os documentos produzidos pelas gerências têm o formato
certo; é o caso da BC, que não produz documentos de forma padronizada. As rotinas
administrativas, ou seja, as diferentes ações desenvolvidas pela universidade e que se
repetem com certa regularidade, além da comunicação das pessoas envolvidas na
instituição (Ofícios, Circulares, Comunicados, Memorandos, Informações, Cartas) geram
uma grande quantidade de documentos. No entanto, é importante o reconhecimento de que
papel em excesso resulta da falta de critérios e de capacidade de prestação de contas da
8
A Associação de Ex-Alunos da UNEB pleiteia, junto a Reitoria, o acesso à BC, com os mesmos direitos da
comunidade acadêmica.
�organização
(Davenport,
1998).
Os
documentos
precisam
ser
padronizados
e
administrados para melhor disseminação da informação.
A BC armazena informação estruturada em papel de acordo com a tipologia do
documento, e o acesso à informação não se dá de forma rápida, uma vez que o tempo gasto
na recuperação do documento arquivado é de aproximadamente 30 minutos, conforme
declaração da diretora da BC. Em nosso entendimento, e inútil para a organização manter
uma informação arquivada, quando não é possível torná-la disponível aos decisores, ou não
consegue fazê-lo em tempo hábil.
Terceira etapa: Distribuição
Essa etapa está diretamente relacionada ao poder e à tomada de decisão, pois quem
controla a informação certa possui mais poder e quem tem o poder é quem decide que tipo
de informação será distribuída e utilizada. Para Davenport, algumas organizações
centralizam o controle da informação, outras empregam técnicas similares para promover o
acesso às informações e envolver mais pessoas no processo de tomada de decisão (1998).
Há várias técnicas de distribuição da informação, entre elas workshops,
relatórios
técnicos, contatos, etc. Porém, nas organizações, de uma forma geral, a maioria das
informações são transmitidas em forma visual ou de leitura. Como ler e ver exigem um
comprometimento baixo, por parte do receptor, essas formas de distribuição da informação
são eficientes, mas não eficazes (Davenport, 1998).
A distribuição da informação no ambiente informacional da BC pode ser observada
em dois momentos distintos, ou seja, as estratégias utilizadas pela Direção da biblioteca
para repassar informação aos seus funcionários e a estratégia utilizada para repassar
informações aos usuários de uma forma geral, que pode ser um indivíduo ou um setor da
universidade. No repasse de informação para os funcionários, a Direção utiliza a forma de
leitura, através de CI (comunicação Interna), que “o funcionário lê e dá ciente”9.
Considerando o número de funcionários da BC e as dificuldades discutidas anteriormente,
em relação à comunicação organizacional, inferimos que a esta estratégia , como única
forma, ou como principal forma de repassar a informação é comprometida e,
9
Questionário respondido pela diretora da BC, em nov/01
�conseqüentemente, a informação é mal utilizada. Segundo Davenport e Prusak (2000) a
transferência espontânea e não estruturada da informação é vital para o sucesso de uma
organização, particularmente para as organizações
cujo papel principal e a criação do
conhecimento.
A estratégia utilizada pela BC para distribuir informações para os usuários externos é
a de esperar que o interessado procure a informação desejada, sem, no entanto, deixar claro
que tipo de informação está disponível. Como afirma a Diretora, “[...]o trabalho da
biblioteca praticamente se resume às tarefas clássicas, que são o processamento técnico do
material que chega, catalogação, classificação, o registro [...] e o empréstimo [...]”10 Adotar
essa estratégia significa partir do princípio que o usuário sabe de qual informação ele
precisa, o que nem sempre é verdadeiro, e, significa também perceber a biblioteca como
depositária passiva do conhecimento. É preciso, como bem afirma a Diretora, divulgar os
serviços da biblioteca, ou seja,”[...] é preciso vender o produto biblioteca para que as
informações se tornem estratégicas, que possam promover mudanças, ou como se diz, ter
valor, agregar valor, como a gente fala.”11
A universidade, como um todo, possui dados valiosos para os gerentes, mas poucos
destes sabem onde encontrar ou como conseguir, dentro da universidade, a informação que
precisa, o que reflete a cultura organizacional
Quarta etapa: Utilização
É o uso e não a existência da informação que pode permitir aos gerentes tomar
decisões melhores, baseadas em fatos. Um processo decisório consiste na escolha entre
diferentes alternativas, tomando-se por base, um determinado critério, e toda decisão
implica em alternativas, critério e ação.
As informações que chegam diariamente à Direção da BC são analisadas pela
Diretora e, após seleção, são armazenadas ou descartadas. A análise da quantidade de
informação subordina-se ao tipo de processo que tal informação deverá subsidiar, sendo de
fundamental importância a adequação das informações às necessidades da organização.
10
11
Entrevista com a diretora da BC, em 17/05/01
Entrevista com a diretora da BC, em 17/05/01
�Para resolver esse problema é necessário conhecer a hierarquia da organização e
reconhecer que cada nível hierárquico necessita de diferentes níveis de informação. Moresi
(2000) cita Urdenata, que aponta quatro níveis hierárquicos da informação no processo
decisório das organizações: dados, informação, conhecimento e inteligência.
Saber qual o uso da informação adquirida não é uma tarefa fácil, pois a maneira
como o gerente a procura, a compreende e a utiliza e se a utiliza para tomar uma decisão é
bastante
pessoal
e
depende
do
comportamento
e
da
cultura
organizacional.
O
comportamento está relacionado aos atos individuais e a cultura abrange os grupos. O
comportamento organizacional é a maneira como as pessoas lidam com a informação, e
isso inclui a busca, o uso, a alteração, a troca, o acúmulo, e também o ato de ignorar os
informes. A cultura organizacional pode ser aberta ou fechada, baseada na intuição, nos
rumores, internos e externos, ou na informação (Davenport,1998).
A Direção da BC utiliza 80% de informações factuais nos processos decisórios, ou
seja, informações administrativas, legais e institucionais, que são consideradas essenciais
para as atividades da Direção. As informações estruturadas em papel (processos, portarias,
instruções, resoluções, etc...) representam 50% desse percentual e as informações nãoestruturadas, identificadas como informações não-oficiais, representam 30%. Segundo
Davenport, os pesquisadores da área indicam que é mais comum que os gerentes tomem
suas decisões com base na intuição, porém as empresas mais bem sucedidas são aquelas
que “permanecem em sintonia com as informações factuais – de dentro e de fora da
empresa – e as utilizam no processo decisório” (1998, p.124). Os dados da BC contradizem
essa afirmativa, pois apesar da Direção usar apenas 20% de intuição nos processos
decisórios,
a
biblioteca
apresenta
um
ambiente
informacional
estrangulado
e
comprometido.
Considerações finais
A implantação de um processo de gestão da informação é um grande desafio a ser
enfrentado pelos sujeitos que planejam a universidade, entendidos aqui como todos aqueles
que participam do processo de tomada de decisão.
�Parafraseando a palestra do Diretor Geral da Fundação Luiz Eduardo Magalhães,
Sr. Geraldo Machado12, podemos dizer que é preciso uma gestão inspirada em missões,
pois sem missão não se pode vislumbrar estratégias. É preciso uma gestão orientada para
resultados, ligada à noção de desempenho, à qualidade dos serviços, à busca de soluções. É
preciso uma gestão voltada para os clientes, para servir os cidadãos, que são os
“compradores” do serviço público. É preciso uma gestão que delegue autoridade para
tomada de decisões mais próximas do usuário, propiciando rapidez e agilidade. É preciso
antever, se prevenir, trabalhar antes que os problemas aconteçam.
Para tanto, faz-se necessário o uso das Tecnologias da Informação (TI´s), que são
grandes facilitadoras no processo de adquirir, tratar, interpretar e utilizar a informação de
forma eficaz, devendo, portanto, ser tratadas como recurso estratégico na busca dos
objetivos e da missão institucional.
A UNEB, e as universidades brasileiras, de uma forma geral, têm buscado se
modernizar através do uso das tecnologias da informação e da comunicação. No entanto, o
progresso tecnológico não garante o progresso informacional. As empresas tendem a gastar
muitos recursos em sistemas que não oferecem a informação certa ou que não são
utilizados. Quase sempre imaginam que uma solução administrativa informacional está
pronta quando a tecnologia é implantada (Davenport,1998). É preciso mais investimento
em capacitação dos funcionários para o uso eficaz dessas ferramentas. No caso específico
da BC, ainda hoje, cinco anos após o início do processo de informatização, trabalhando
com um sistema via web, muitas são as dificuldades enfrentadas nesse sentido. Os dados
indicam o comprometimento do ambiente informacional da BC e sugerem a necessidade de
uma mudança de atitude em relação ao processo de informatização, porque só a tecnologia
não basta. É preciso que o homem esteja no centro desse processo para garantir o seu
sucesso.
12
Palestra realizada em 2000, no âmbito do Programa Fórum de Reflexões: A Fundação Luiz Antônio
Carlos Magalhães construindo o futuro, onde são discutidos alguns dos principais conceitos e provocações
de David Osborni, autor do livro Reinventando o governo.
�Referências
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede . 3.ed. São Paulo: Paz e Terra. 2000. 617p. (A era da
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DAVENPORT, Thomas H; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: como as
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DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o
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MACHADO, Geraldo. Reinventando o estado: uma reflexão sobre as idéias de Osborne. In:
FUNDAÇÃO Luiz Eduardo Magalhães. A gestão pública : desafios e perspectivas . Salvador:
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MARCOVITC, Jaques. (org.) A universidade (im)possível. São Paulo: Futura, 1998. 182p.
MACGARRY, K.J. Da documentação à informação: um conceito em evolução. Lisboa: Editorial
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MEC GEE, James; PRUSAK, Laurence. Gerenciamento estratégico da informação : aumente a
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MONTEIRO, Augusto de Oliveira. Gestão da informação e estratégia de organizações: uma
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URDENATA, I. P. Gestión de lá inteligencia, aprendizage tecnológico y modernización del
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O gerenciamento da informação em biblioteca universitária: um estudo de caso na Biblioteca Central da UNEB.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Zuleide Paiva da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Entendida como uma organização, a biblioteca universitária pode ser percebida como um conjunto de partes que atuam de forma coordenada tendo em vista o atendimento a objetivos específicos. Essas partes podem ser agrupadas em três categorias básicas, ou seja, o capital, os recursos humanos e as informações. Reconhecendo o caráter indispensável da informação para o funcionamento de uma organização, este estudo buscou investigar o gerenciamento da informação na Biblioteca Central da Universidade do Estado da Bahia/UNEB, localizada em Salvador/Ba, levando em conta a cultura organizacional, o uso que as pessoas fazem da informação e as tecnologias usadas para administra-la. O sujeito deste estudo restringiu-se à direção da biblioteca e, para a coleta de dados foram utilizados questionários e entrevistas aplicados no local de trabalho. Os dados, refletindo a expressão de um dado momento, revelam que o ambiente informacional da Biblioteca Central da UNEB sofre interferências que comprometem a aquisição, a compreensão, a disseminação e o uso da informação como matéria prima das decisões.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4148/SNBU2002_138.pdf
64feac84366d8f624c5c477095821351
PDF Text
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SIABI - SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS
Wellington Rodrigues da Silva – wel@bczm.ufrn.br
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Brasil
RESUMO: O SIABI é um sistema informatizado de gerenciamento de bibliotecas ,
projetado e implementado para atender as necessidades de um ambiente universitário. Ele
foi desenvolvido na linguagem Delphi , padrão Windows , acessando um banco de dados
ORACLE. A proposta do SIABI envolve o armazenamento e recuperação de documentos
digitais , a emissão de etiquetas com códigos de barra, o controle completo da circulação
dos materiais , a visualização de estatísticas por categoria de usuário, a geração de gráficos
de pizza da base bibliográfica , assim como, um rigoroso controle do acesso dos operadores
e usuários autorizados .O módulo de catalogação utiliza o formato USMARC - um padrão
internacional de catalogação projetado pela Biblioteca do Congresso Americano - o que
permite o intercâmbio de informações entre os acervos a um nível internacional,
obedecendo também ao formato ISO 2709 e a AACR2. O Banco tem a flexibilidade de
armazenar a foto do usuário, a capa de um livro ou a foto do autor , além de pequenos
arquivos de som e vídeo. Para os periódicos pode-se inserir resumos completos de
artigos, o que possibilita uma recuperação não só referencial, mas textual da obra.
Palavras-chave: Bibliotecas Universitárias; Informatização; Automação.
1 INTRODUÇÃO
O projeto SIABI surgiu da necessidade de se controlar as transações de empréstimo
na Biblioteca Central Zila Mamede , órgão coordenador do sistema de bibliotecas
da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Os processos automatizados
foram introduzidos na circulação desde o início dos anos 90 , com a utilização de um
software doado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais de São José dos Campos –
SP, denominado SIRIUS, que sofreu várias alterações para poder se adaptar às rotinas
locais , sendo rebatizado de SIABI. Embora utilizando a linguagem de programação Cobol
68
e trabalhando com terminais remotos com interface caracter, este sistema atendia
perfeitamente as transações de empréstimo, devolução e renovação de materiais, com a
utilização de teclados numéricos reduzido para digitação da assinatura eletrônica do usuário
e leitores de código de barra. Em maio de 1999, poucos meses antes do famoso bug do
�milênio, mudanças no sistema operacional do Centro de Processamento de Dados da
Universidade tornaram inviáveis a continuidade do sistema antigo. Nesta época, a Política
de penalidade em caso de atraso de material praticada pela UFRN , incluia a cobrança de
multa no valor de R$ 0,36 por dia de atraso ou suspensão por um período de três dias ,
sendo que a cada dia de suspensão cumprido, o valor total da multa era decrementado de
R$ 0,12, podendo o usuário optar pelo pagamento ou pela suspensão, ou pelos dois,
pagando uma parte da multa e cumprindo o valor restante convertido em dias de suspensão.
A complexidade de implementação desta política dificultou que um
novo sistema
adquirido pela biblioteca e que já estava com o módulo de Catalogação em pleno
funcionamento, pudesse ter o seu módulo de Circulação implantado de imediato. Para
solucionar este impasse que levaria a paralisação dos serviços oferecidos,
consideradas
foram
duas possibilidades : - Contratar uma empresa para converter os programas
do sistema SIRIUS , escritos em Cobol 68, para um versão mais nova, compatível com o
sistema operacional do servidor ou - construir um módulo novo em microcomputador que
funcionasse temporariamente , enquanto a biblioteca aguardava que o Conselho de
Administração da Universidade - CONSAD , alterasse a penalidade por atraso de
material para cobrança apenas de valor em multa, acabando com a suspensão em dias.
Por não implicar em custos para UFRN, a segunda opção foi escolhida e , em 55
dias foi projetado, codificado e colocado em funcionamento um módulo totalmente novo de
circulação. Nascia assim em 26 de julho de 1999, a primeira versão do SIABI na
plataforma Windows, escrito na linguagem DELPHI e acessando um banco de dados MSACCESS, funcionando em uma pequena rede local no balcão de atendimento com apenas 4
estações. A principal característica desta primeira versão eram suas rotinas seguindo um
padrão de soft comerciais, com um forte tratamento em auditoria do sistema e rígido
controle das permissões dos operadores.
Após 21 meses, em 21 de março de 2001, com o objetivo de atender às bibliotecas
remotas , distribuir terminais por toda a biblioteca central e aumentar o nível de segurança
das transações, surgiu a versão 2.0 do SIABI, a versão para o banco de dados ORACLE,
com filosofia Cliente/Servidor . Desta forma, a segunda maior setorial da UFRN pode ser
�atendida, passando a Biblioteca do Centro de Ciências da Saúde ter as suas rotinas de
circulação automatizadas acessando o servidor localizado no CPD da biblioteca central, à
quilômetros de distância das estações.
Em 23 de julho de 2001, por ocasião do XXIV ENEBD, Encontro Nacional de
Estudantes de Biblioteconomia e Documentação , ocorrido em Natal, o SIABI foi
apresentada à comunidade. A partir deste momento, foram formulados convites para que o
mesmo fosse utilizado em outras bibliotecas extra UFRN. O que até então se resumia a uma
experiência em cima do módulo de circulação foi expandido para abrigar também um
módulo nativo de Catalogação.
Foram necessários três
meses de estudo do Formato UsMarc e codificação das
rotinas para que este módulo de Catalogação estivesse concluído. A biblioteca
especializada em direito da Fundação Escola Superior do Ministério Público do RN –
FESMP-RN , foi o primeiro cliente a utilizar esta versão mais abrangente do SIABI.
Posteriormente , já no ano de 2002 , a biblioteca da Faculdade Natalense para o
Desenvolvimento do RN - FARN - adotou o SIABI como sistema para o controle de suas
duas setoriais: a biblioteca da
Escola Doméstica de Natal e a biblioteca do Complexo
Educacional Henrique Castriciano. Para que o sistema pudesse ser implantado nesta
instituição foi necessário converter suas rotinas para trabalhar com o Banco de Dados SQL
SERVER, além de terem sido desenvolvidos vários relatórios exigidos pelo MEC para as
faculdades particulares.
Este trabalho pretende traçar um perfil das principais características da versão atual
do SIABI e um breve relato dos seus principais módulos.
�2
CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA
2.1 Sistema corporativo
O SIABI foi projetado para ser um sistema corporativo, com a possibilidade de
trabalhar com várias bibliotecas, operando em arquitetura cliente / servidor. Na UFRN,
vários terminais estão distribuídos no ambiente físico da biblioteca central para atender
funções específicas.. Duas grandes setoriais, a Biblioteca do Centro de Ciências da Saúde e
a Biblioteca de Odontologia, ambas localizadas fisicamente a quilômetros do servidor,
estão sendo atendidas pelo sistema., através de fibra ótica e linha dedicada de dados.
2.2 Catalogação Compatível com o Formato USMARC
Com o objetivo de trabalhar com padrões mundialmente aceitos, incluindo entre
eles as regras definidas na Anglo American Catalouguing Rules - AACR2 (Código de
Catalogação Anglo Americano) , o SIABI optou por trabalhar com o formato USMARC.
O formato bibliográfico USMARC – Machine Readable Cataloging Format ,
desenvolvido e utilizado pela US Library of Congress (Biblioteca do Congresso Norte
Americano), padroniza a representação descritiva automatizada dos acervos bibliográficos.
Os seus campos de dados são definidos para identificar os elementos de um registro
bibliográfico como título, edição, assunto, etc., de modo a serem manipulados por
computadores. Um registro USMARC possui todas as informações de uma ficha
catalográfica, além de outras destinadas ao processamento do registro na máquina. São três
o elementos principais que formam um registro USMARC : Lider, Diretório e Campos
Variáveis . No Lider
estão armazenados os dados que fornecem informações para o
processamento do registro. Esses dados contém números ou códigos e são identificados
pela sua posição relativa. O lider possui o tamanho de 24 (00-23) caracteres e é o primeiro
campo de um registro. O Diretório é um índice gerado pelo computador. Uma série de
entradas que contém a localização e o tamanho de cada etiqueta (CAMPO) dentro do
registro bibliográfico. Cada notação possui 12 caracteres. Os dados em um registro
�USMARC estão organizados em Campos Variáveis , cada um identificado por 3
caracteres numéricos, que estão registrados no Diretório referente a cada campo.
2.3 Auditoria e histórico de todas as transações
Cada transação efetuada no SIABI , é armazenada em arquivos de auditoria, de
forma que é possível conhecer o histórico dos usuários e dos exemplares existentes no
acervo. Por exemplo: Quando um material é devolvido, é possível saber , a qualquer
tempo , qual o código de barras deste material, qual o título associado, quando ele foi
devolvido: data , hora , minuto e segundo em que ocorreu a transação, qual foi o usuário
que o devolveu, qual foi o operador responsável; se houve atraso, como o sistema calculou
o valor da multa, como está multa foi paga, quem a recebeu; se houve dispensa parcial ou
total, qual a justificativa apresentada. Resumindo, o sistema possui memória.
2.4 Segurança
Quando se pensou em segurança foram definidos três níveis em que a mesma
deveria se mostrar presente. Primeiro a nível de banco de dados, segundo no plano das
permissões dos operadores e finalmente, no âmbito das autorizações para cada estação de
trabalho.
2.4.1
O Banco de dados
O banco de
dados é o local onde fisicamente são armazenadas as informações. O
mercado possui várias opções disponíveis. O ORACLE está entre os bancos de dados mais
seguros do mundo, sendo adotado pelos grandes sistemas de gerenciamento de bibliotecas.
O seu mecanismo de controle de log de transações, recuperação em caso de falta de energia
e completo conjunto de instruções na linguagem SQL , o credenciou para ser o banco
escolhido para uso na Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.
Internamente O SIABI utiliza o conceito de controle de trans ação , onde várias
atualizações no banco são agrupadas logicamente formando
uma unidade. Se formos
�analisar um transação de devolução ela é composta dos seguintes passos : primeiro é criado
um registro no arquivo de devoluções, a seguir a situação do material é atualizada para
'DISPONÍVEL' na tabela de acervo, o total de livros em poder do usuário é decrementado
de um; se houver multa é gerado um log desta multa no arquivo de auditoria e são gerados
arquivos sintéticos de estatísticas de movimentos da data. Todas estas atualizações são
agrupadas logicamente como sendo apenas uma: devolução de material e , caso o soft
perca o contato com o banco antes de concluir todas as fases, o ORACLE é inteligente o
bastante para desfazer todas etapas já concluídas, enquanto o operador é informado para
tentar novamente. Desta forma a integridade dos dados é mantida.
Para as instituições de porte médio, o Microsoft SQL Server é um banco de dados
cliente / servidor que pode fornecer um bom desempenho com um ótimo grau de segurança
a um preço que a maioria das bibliotecas pode custear, não apenas a aquisição, mas também
o suporte técnico. O mesmo conceito de controle transacional praticado no ORACLE ,
pode ser aplicado aqui. O SIABI utiliza a versão 2000 deste banco na
Faculdade
Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte - FARN .
Pensando nas pequenas bibliotecas, muitas delas possuidora de apenas um micro, o
SIABI optou por trabalhar também com o banco de dados da Microsoft o MS-ACCESS.
Quando o número de terminais não ultrapassa em 5 unidades esta opção de banco tem sido
a mais ideal em termos de preço. Ela foi adotada em instituições como a Fundação Escola
Superior do Ministério Público do Rio Grande do Norte – FESMP-RN
, uma
biblioteca especializada em direito.
Como podemos ver, a diversidade de clientes atendidos pelo SIABI forçou com que
o mesmo fosse adaptado a várias plataformas de bancos de dados, sendo a flexibilidade ,
uma de suas características mais fortes.
�2.4.2 Controle de permissões dos operadores
A rotatividade dos operadores se tornou um obstáculo a ser superado pelo sistema.
Na UFRN , em apenas três anos de funcionamento já chegamos a marca de 150 Operadores
cadastrados. O desafio é : como impedir que um operador possa praticar ações danosas ao
sistema por inexperiência ou má fé ? Como preservar a segurança quando existem tantas
pessoas envolvidas ? Para resolver este problema foram definidos 3 grupos de permissões
por operador,
funcionando no escopo da setorial onde o mesmo está habilitado. Nível
básico, nível intermediário e nível avançado , num total de 28 permissões diferentes. Podese definir que o operador apenas pode fazer empréstimo ou devolução, que ele pode receber
ou dispensar multa,
que pode ver os endereços dos usuários cadastrados,
que pode
catalogar , etc.
2.4.3
Controle de permissões das estações
Quando trabalhamos com um ambiente corporativo , com vários terminais
espalhados pela instituição, faz-se necessário um controle de quais transações cada estação
está autorizada a fazer. O SIABI trabalha com endereços Ips fixos. Para cada endereço são
definidas
permissões tais como: fazer empréstimo, fazer devolução, receber multa,
executar rotinas de Backup , ver consultas estatísticas, etc.
Para que uma transação seja executada, além do operador ter permissão para
executá-la a estação também deve está autorizada
�3 MÓDULOS DO SISTEMA
3.1 Módulo de Catalogação
Este módulo inclui a manutenção de registros bibliográficos, a inclusão de
exemplares para estes registros, a manutenção de uma base de assuntos, ou vocabulário
controlado, a emissão de etiquetas de código de barras, assim como a emissão de etiquetas
lombada. Está em fase de testes a leitura ou importação de registros no formato ISO-2709.
3.1.1 Campos no formato USMARC
Quando um registro novo é incluído, o sistema gera automaticamente um campo
LÍDER e um CAMPO 008 , com valores que podem ser alterados. Qualquer campo no
formato USMARC no padrão: Número do Campo + Indicador + Letra do SubCampo
pode ser manipulado pelo SIABI.
FIGURA 01 – Exemplo de registro USMARC no SIABI.
�3.1.2 Campos próprios do SIABI
No formato USMARC campos com a numeração superior a 900 ou 9XX, são
considerados campos locais , de uso restrito da instituição. Nesta faixa foram definidos
campos próprios do SIABI.
Campo 901 - Código de Disciplina. Com a utilização deste campo , podemos
associar cada título a uma ou mais disciplinas. Relatórios gerenciais quantificam quantos
títulos cada disciplina possui.
Campo 902 - Área de Conhecimento. O uso da CDU para definir em que área de
conhecimento o título está enquadrado, muita vezes se revela ineficiente. Este campo
permite a associação de várias áreas de conhecimento para o mesmo título e a emissão de
relatórios que constituem exigência do MEC.
Campo 981 - Campo tipo Memo ou Texto longo, com ele podemos catalogar
resumos de arquivos de periódicos, a biografia do autor, a orelha do livro, etc. No módulo
de consulta, pode-se fazer pesquisa em cima de palavras inseridas neste tipo de campo,
permitindo uma recuperação não só referencial , mas textual da obra.
Campo 983 - Campo tipo som . permite a catalogação de pequenos arquivos de
som , formato .WAV, com até um minuto de duração.
Campo 984 - Campo tipo vídeo , para a catalogação de pequenos arquivos no
formato .AVI, com tamanho até 4 mega .
Campo Base Virtual :
o SIABI permite que sejam definidas bases virtuais. Por
exemplo, caso um professor doe toda sua biblioteca particular para o acervo da biblioteca
do campus, pode-se definir este subconjunto do acervo como Base Virtual Professor Fulano
de Tal,
e o sistema é capaz de fazer recuperação bibliográfica em cima apenas deste
subconjunto de registros , destacando logicamente coleções físicas.
�Campo tipo Imagem . Pode-se associar imagens ao registro bibliográfico, por
exemplo a capa de um livro, a foto do autor da obra, um quadro, etc.
FIGURA 02 – Campo imagem associado ao registro bibliográfico
A catalogação de materiais com diversos formatos de mídia
enriquece
sobremaneira o registro bibliográfico que deixa de ser uma informação apenas textual e
estática para ganhar vida com imagens, sons e movimento.
�MÓDULO DE CIRCULAÇÃO
O módulo de Circulação prevê a importação de dados dos usuários de outros
sistemas existentes na instituição. Esta transação é realizada através de um arquivo auxiliar
no formato .MDB. Uma vez que este arquivo seja alimentado, é possível fazer a importação
dos dados diretamente para o SIABI, sem a necessidade de se redigitar os dados principais
do usuário , como nome , endereço, código do curso, departamento, etc.
O controle de usuários está adaptado a rotinas como Quitação e Reingresso na
instituição. Visualização dos empréstimos e histórico do usuário em todas as setoriais onde
o mesmo está credenciado. Cadastro completo de endereço com possibilidade de envio de
e-mail. Mensagem de alerta para a tela de empréstimos, etc.
Na elaboração do módulo de circulação houve uma preocupação em permitir que a
instituição possa trabalhar com várias opções de empréstimos. O SIABI trabalha com três
tipos básicos .
•
Tipo NORMAL : O número de dias para devolução é parametrizável,
dependendo da categoria do Usuário.
•
Tipo ESPECIAL : utilizado para materiais de referência que só podem sair nos
finais de semana ou com devolução com 24 horas;
•
Tipo XEROX : onde o tempo para devolução é definido em número de horas, o
tempo necessário para que o usuário tire xerox do material e o devolva à
biblioteca.
Na mesma tela onde são realizados os empréstimos, são executadas também as
rotinas de renovação. O sistema mostra a foto e os principais dados do usuário para
conferência pelo operador. Uma senha ou assinatura eletrônica, é exigida para que a
transação possa prosseguir.
�FIGURA 03 – Tela de empréstimo do sistema
A rotina de devolução permite a impressão de recibo como comprovante para o
usuário. Caso o material esteja reservado, o sistema envia automaticamente um e-mail para
usuário interessado, além de imprimir uma papeleta para ser colada ao material que segue
para estante reserva.
O controle de Caixa
prevê o fechamento de caixa com relatório quantificando por
operador e indicação das dispensas existentes com a respectiva justificativa do responsável.
4.1 Módulo de Administração
No processo de criação deste módulo várias consultas e rotinas foram definidas de
forma a facilitar a vida do administrador da biblioteca:
�•
Informação de quais são os terminais do SIABI que estão abertos, quais são os
operadores que estão trabalhando, a que horas os mesmos se logaram e em que
máquinas;
•
Consulta da base bibliográfica dividido por Área de Conhecimento ou Código
de Disciplinas;
•
Estatíticas das transações de empréstimo por Categoria de usuário, curso, turno,
dia, dia e turno e por operadores;
•
Controle dos Operadores que podem acessar o sistema e checagem dos direitos
de cada um;
•
Na eventualidade da biblioteca fechar em um dia não previsto, este módulo
permite que o administrador transfira as datas de devolução para o primeiro dia
útil, de forma a não penalizar os usuários;
•
Visualização gráfica do acervo , com seu total de títulos e exemplares agrupados
por tipo e situação do material;
FIGURA 04 – Visualização gráfica do acervo
�•
Consulta da base bibliográfica por setorial, base de dados virtual, tipo de
material e faixa de datas de catalogação, com opção para impressão;
•
Avaliação quantitativa e qualitativa do trabalho dos catalogadores;
•
Avaliação do trabalho dos operadores no Balcão de Empréstimos;
•
Visualização gráfica dos usuários da biblioteca por Categoria e situação;
4.2 Terminal de usuários
Este módulo é composto de dois programas principais, a recuperação bibliográfica e
consulta situação de usuário.
A recuperação bibliográfica permite consulta à base por qualquer palavra constante
no título da obra, qualquer palavra constante no nome do autor ou por assuntos. No caso do
título não possuir nenhum exemplar disponível para empréstimo o sistema permite que seja
feita uma reserva em nome do usuário;
Uma consulta avançada realiza buscas em cima dos arquivos de textos associados
aos registros, por exemplo, podemos solicitar a relação dos periódicos que possuem
referência ao nome Osama Bin Ladem.
O programa consulta situação do usuário informa o número de empréstimos ativos,
o histórico das transações já realizada, a auditoria das multas cobradas e pagas, o endereço
completo , dados principais e a foto associada . Por serem consideradas informações
confidenciais o sistema exige que o usuário informe sua matrícula e senha de empréstimo
antes de mostrar a tela principal.
4.3 Terminal de Check-Out
�A segurança é um objetivo almejado pelo SIABI desde o ínicio do projeto do banco,
passando pelo controle rígido das permissões dos operadores, Neste contexto, o terminal de
check-out aparece para dá mais segurança ao controle do patrimônio das bibliotecas.
Este terminal deve ser localizado na saída da biblioteca. Através de um leitor de
código de barras utilizado para agilizar o processo, ele permite que sejam checadas a
situação de todo o material que deixa a biblioteca, se está emprestado, se não está em
atraso, etc. Em caso de irregularidade, uma mensagem é enviada para o operador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Está prevista para 2003 uma nova versão do SIABI, com a conclusão da importação
de registros no formato ISO-2709, que já se encontra em fase de testes, e a superação dos
atuais limites em termos de formato e tamanho dos arquivos de som e vídeo. Pretende-se
avançar também na utilização de campos especiais do formato USMARC, com o
aprofundamento da compatibilidade com este padrão de catalogação.
Ao começar este projeto,
há três anos , o autor, um Bacharel em Ciências da
Computação, não imaginava que o universo das bibliotecas era tão fascinante, ao mesmo
tempo que representa um desafio enorme para quem se propõe decifrá-lo. Neste sentido, o
apoio de todos os bibliotecários, funcionários e bolsistas que fazem a Biblioteca Central
Zila Mamede – BCZM , dando sugestões, fazendo críticas e solicitando alterações, foi de
fundamental importância para que o SIABI chegasse ao nível de maturação atual.
REFERÊNCIAS
DALTON, Patrick. MS SQL Server 7 Black Book. Tradução de João Eduardo Nóbrega
Tortello. São Paulo: Makron Books do Brasil, c1999. 324p. il.
FERREIRA, Margarida M. Introdução aos formatos bibliográfico e de autoridade
USMARC. São Paulo: Fundação Editora da UNESP , [199-?]. 109p.
HURSCH, Jack L.; HURSCH, Carolyn J. Usando ORACLE. Tradução de Daniel Vieira.
Rio de Janeiro: Campus, c1991. 418p.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SIABI - Sistema de Automação de Bibliotecas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Wellington Rodrigues da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O SIABI é um sistema informatizado de gerenciamento de bibliotecas, projetado e implementado para atender as necessidades de um ambiente universitário. Ele foi desenvolvido na linguagem Delphi , padrão Windows , acessando um banco de dados ORACLE. A proposta do SIABI envolve o armazenamento e recuperação de documentos digitais , a emissão de etiquetas com códigos de barra, o controle completo da circulação dos materiais , a visualização de estatísticas por categoria de usuário, a geração de gráficos de pizza da base bibliográfica , assim como, um rigoroso controle do acesso dos operadores e usuários autorizados .O módulo de catalogação utiliza o formato USMARC - um padrão internacional de catalogação projetado pela Biblioteca do Congresso Americano - o que permite o intercâmbio de informações entre os acervos a um nível internacional, obedecendo também ao formato ISO 2709 e a AACR2. O Banco tem a flexibilidade de armazenar a foto do usuário, a capa de um livro ou a foto do autor , além de pequenos arquivos de som e vídeo. Para os periódicos pode-se inserir resumos completos de artigos, o que possibilita uma recuperação não só referencial, mas textual da obra.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4147/SNBU2002_137.pdf
6690dd522d8ef57f273a6d4736d95654
PDF Text
Text
GESTÃO DA QUALIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIA BRASILEIRAS:
UM ENFOQUE NA CERTIFICAÇÃO
Waldomiro Vergueiro
Professor Associado
Departamento de Biblioteconomia e Documentação
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443
São Paulo, SP, Brasil 05508-900
wdcsverg@usp.br
Telma de Carvalho
Diretora Técnica
Serviço de Documentação Odontológica
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
Av. Prof. Lineu Prestes, 2227
São Paulo, SP, Brasil 05508-900
telmac@usp.br
Introdução
Os últimos anos do século 20 caracterizaram-se, entre outras coisas, pelas novas propostas ou
filosofías de gestão, aplicadas nas mais diversas áreas empresariais, tanto nas de produção
como nas de serviço, como resposta à crescente competição do mundo contemporâneo. Desde
o inicio das novas tendências, os programas de qualidade estiveram entre as iniciativas de
maior implementação no mercado, concorrendo e, muitas vezes, até mesmo suplantando
outros modelos de gestão, como a reengenharia e a aprendizagem organizacional, entre outros.
De uma maneira general, as bibliotecas universitárias também foram englobadas nessa busca
pela qualidade, com maior ou menor sucesso. Todavia, em países em desenvolvimento, como
é o caso de Brasil, a aplicação de programas de qualidade em bibliotecas universitárias não
tem sido tarefa das mais fáceis.
Além de existir limitada informação a respeito do tema, o custo para o desenvolvimento de
projetos de qualidade pode ter contribuído no sentido de coibir eventuais iniciativas das
bibliotecas universitárias. Problemas relacionados ao preparo dos bibliotecários para liderar
�processos de aplicação de programas de qualidade, englobando tanto suas deficiências
educacionais como o desconhecimento das possibilidades de associações que possam trazer
ajuda na busca dos objetivos da qualidade, também podem ser mencionadas como forças
restritivas na implementação de tais programas nessas bibliotecas.
Assim, a partir de levantamento inicial de dados, o trabalho procurou verificar a utilização de
Programas de Qualidade nas bibliotecas universitárias brasileiras, identificando as instituições
envolvidas em processos de busca de qualidade. Em um primeiro momento, buscou-se
identificar as bibliotecas e os programas de qualidade desenvolvidos com base no modelo
europeu - ou seja, a família das normas ISO9000. No entanto, o levantamento de dados na
literatura especializada evidenciou a inexistência de práticas formais de certificação exclusivas
das bibliotecas universitárias. Contatos por e-mail com instituições credenciadoras também se
mostraram infrutíferos no sentido de indicar instituições que atendessem a esse requisito.
Desta forma, optou-se por estudar os prêmios de qualidade nacionais sob o ponto de vista de
sua aplicação como passo inicial para a certificação da qualidade em bibliotecas universitárias
brasileiras. Essa decisão considerou os seguintes fatores: 1) os prêmios de qualidade são de
reconhecimento geral no país, tanto por parte do governo como da iniciativa privada; 2) a
busca dos prêmios de qualidade representa um processo de avaliação que pode gerar
mudanças na organização, una vez que esta opta pela adoção de padrões de excelência préestabelecidos; e 3) os prêmios da qualidade tornam possível a adequação dos serviços
prestados às necessidades dos clientes.
1 – A qualidade em unidades de informação
Existe um grande número de livros, artigos, folhetos e manuais sobre o tema da qualidade; no
entanto, muito pouco ainda se acha direta ou indiretamente relacionado com unidades
informação ou bibliotecas, de uma maneira geral (FITCH, THOMASON, WELLS, 1993,
JUROW, BARNARD, 1993). Os primeiros livros sobre qualidade em serviços de informação
�começaram a ser publicados a partir de 1995 (BROPHY, COULLING, 1996; HERNON,
ALTMAN, 1995; ST. CLAIR, 1995, 1996).
A partir da última década do século 20, assistiu-se também a um progressivo aumento de
interesse pelo assunto na literatura especializada em biblioteconomia, com fascículos de
periódicos da área integralmente dedicados à problemática da qualidade (JOURNAL OF
LIBRARY ADMINISTRATION, 1993; LIBRARY TRENDS, 1996) As primeiras revisões de
literatura na área também já podem ser encontradas, como, por exemplo, as de RIGGS (1992)
e BOELKE (1995), de caráter internacional, e a de VALLS e VERGUEIRO (1998),
focalizando a realidade brasileira.
Relatos de implantação da gestão da qualidade em bibliotecas e serviços de informação podem
também
ser
encontrados
nos
trabalhos
de
ASSER
(1993),
BARBALHO
(1996),
BOEKHORST (1995), CALDEIRA (1994), COSTA e LIMA (1994), FITCH et al. (1993),
KINNELL (1995), MACKEY e MACKEY (1992), MARTIN (1993), PINTO (1993), ROCHA
e GOMES (1993), SILVA et al. (1994), STUART e DRAKE (1993), VERGUEIRO e
CARVALHO (2001), WHITE e ABELS (1995), WHITEHALL (1992), entre outros.
De todos os textos identificados na literatura especializada, poucos foram aqueles que se
dedicaram à qualidade sob o ponto de vista da certificação. Isto talvez tenha ocorrido tanto em
função dos profissionais de informação terem dificuldade para entender a terminologia
utilizada pelas normas (CLAUSEN, 1995). Desta forma, muitas unidades de informação
acabam optando por programas de qualidade desvinculados de sistemas formais de
certificação, como os programas Just-in-Time, Kaisen, Controle de Qualidade Total,
Manutenção Produtiva Total e 5S. No caso desse último, seu atrativo principal está nos
benefícios que este traz para o aprimoramento do ambiente de trabalho, os estímulos para um
relacionamento mais humano e a melhoria da qualidade de vida dos funcionários, buscando
uma contraposição ao modelo totalmente voltado para a organização (VANTI, 1999).
Em termos da busca de certificação da qualidade em bibliotecas universitárias, a alternativa
mais viável para elas parece ser a obtenção dos chamados “prêmios de qualidade”. Muitos
�países instituíram prêmios específicos para suas realidades, demonstrando um interesse
mundial pela questão. Alguns prêmios nacionais da qualidade são os seguintes:
•
Prêmio da Qualidade da Argentina
•
Prêmio Nacional da Qualidade - Brasil
•
Prêmio Australiano da Qualidade - Avanço Significativo no Gerenciamento Total da
Qualidade
•
Prêmio Britânico da Qualidade
•
Prêmios da Excelência Industrial do Canadá
•
Prêmio Nacional da Qualidade da Colômbia
•
Prêmio Deming (Japão)
•
Prêmio Europeu da Qualidade (para empresas com sede na Europa Ocidental)
•
Prêmio Nacional da Qualidade da França
•
Prêmio Nacional da Qualidade da Índia
•
Prêmio da Qualidade da Associação das Indústrias Eletrônicas (Israel)
•
Prêmio da Qualidade da Malásia
•
Prêmio Nacional da Qualidade Malcom Baldrige (Estados Unidos)
•
Prêmio Nacional da Qualidade do México
•
Prêmios Railfreight da Nova Zelândia em Excelência na Produção
•
Prêmio da Qualidade da Noruega
•
Empresa do Ano em Qualidade Superior (Filipinas)
•
Comitê Polonês de Normalização
•
Prêmio da Qualidade da África do Sul
•
Prêmio da Qualidade da Suécia
•
Instituição da Norma Turca (ROLT, 1998)
No Brasil, o governo federal tem se preocupado em incentivar a qualidade das empresas do
setor público e privado, tendo instituído o Prêmio Nacional de Qualidade; da mesma forma,
alguns estados, como os de São Paulo e Rio Grande do Sul, instituíram prêmios próprios. O
custo de obtenção dos prêmios é relativamente baixo, quando comparado com o de
certificação via ISO 9000 por organismos nacionais ou internacionais. Neste sentido, as
�bibliotecas universitárias brasileiras podem priorizar a obtenção desses prêmios como uma
alternativa viável para certificação de sua qualidade, devendo, para tanto, conhecer as
particularidades de cada um deles e buscar adaptar-se às suas exigências.
2 – Os prêmios de qualidade no Brasil
Além dos prêmios nacionais de qualidade no país, deve-se destacar, também, as iniciativas de
adoção e/ou implementação dos programas de qualidade pelos diversos Estados da Federação
brasileira,
que
igualmente
podem
ser
consideradas
como
fator
estratégico
para
o
desenvolvimento nacional. O Estado do Amazonas, por exemplo, estimula a competitividade
dos bens e serviços para a melhoria da qualidade e produtividade. Da mesma forma, a
Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB, busca promover a adoção dos conceitos
e técnicas de gestão da qualidade pelas empresas e instituições desse Estado. No Paraná, o
Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade – IBQP, oferece a todos aqueles que buscam
a melhoria da Produtividade, associada ao desenvolvimento sustentável, à preservação
ambiental e à melhor qualidade de vida para toda a sociedade. O Programa Pernambucano de
Qualidade - PROPEQ, foi criado com o objetivo de incentivar a implantação dos programas de
gestão de qualidade total nos diversos segmentos sócio-econômicos do Estado. No Rio de
Janeiro, o Programa Qualidade Rio tem por missão promover ações sistemáticas, envolvendo
organizações públicas e privadas, organismos de defesa do consumidor e representantes dos
trabalhadores,
de
modo
a
contribuir
para
o
desenvolvimento
do
Estado
(www.portalqualidade.com.br, 2002).
Nas seções seguintes destacam-se alguns prêmios de qualidade no país, entendendo-se que os
mesmos podem representar exemplos significativos para utilização por parte das bibliotecas
universitárias.
2.1 Prêmio de Qualidade do Governo Federal e Prêmio Nacional de Qualidade
�A visão oficial do governo brasileiro sobre a gestão da qualidade é expressa de maneira
bastante concisa pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, nos seguintes termos:
A gestão pela qualidade é a prática gerencial que apóia toda ação de
transformação da gestão, antecedendo e dando movimento às novas
instituições que definem o novo espaço institucional-legal da
Administração Pública, contribuindo para o aumento da capacidade
administrativa e financeira (governança) do Estado e conferindo-lhe
maior legitimidade (governabilidade) (Prêmio Qualidade do Governo
Federal, 2002)
Como uma das ações estratégicas do Programa de Qualidade no Serviço Público, foi
instituído, em 03 de março de 1998, o Prêmio de Qualidade do Governo Federal, cuja
finalidade é reconhecer e premiar as organizações públicas que comprovem, mediante
avaliação feita por uma banca examinadora, “desempenho institucional compatível com as
faixas de reconhecimento e premiação”. Na realidade, ele surgiu tendo por base os processos
de excelência utilizados pelo Prêmio Nacional de Qualidade - PNQ, instituído a partir da
criação da Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade, uma entidade privada, sem fins
lucrativos, criada em 1991 por 39 organizações públicas e privadas, exatamente para
administrar esse prêmio.
Uma das finalidades primordiais do PNQ é a de premiar a excelência da gestão em
organizações consideradas como de “classe mundial”. No entanto, como o PNQ direcionavase basicamente para a iniciativa privada, com a categoria “Administração Pública” sendo
incorporada apenas em dezembro de 1996, sentiu-se a necessidade de instituir uma premiação
específica para a qualidade nos órgãos públicos. Assim, instituiu-se o Prêmio Qualidade do
Governo Federal – PQGF “como um sistema de reconhecimento e premiação intermediário,
que objetiva estimular e preparar o setor público para a qualidade da gestão, tornando possível
a apresentação de candidaturas ao “PNQ – Administração Pública”, de organizações com reais
de concorrência”. Desta forma, o PQGF busca reconhecer o esforço das instituições públicas
quanto à “implementação de um modelo empreendedor de gestão, voltado à prestaçáo de
serviços públicos de qualidade a um menor custo” (Prêmio Qualidade do Governo Federal,
2002).
�O público-alvo para concorrer ao Prêmio Qualidade do Governo Federal é constituído pelas
organizações públicas brasileiras do Poder Executivo em geral. Isso inclui todo tipo de órgão
da administração pública, ou seja, direta; autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades
de economia mista e organizações sociais. Da mesma forma, abrangerá todas as instâncias de
governo: federal, estadual ou municipal. Assim, conclui-se que as bibliotecas universitárias
públicas, ligadas a governos federais, estaduais ou municipais, podem se beneficiar dessa
categoria.
O Prêmio prevê três faixas de reconhecimento do esforço institucional da organização pública
em direção à qualidade da gestão:
1) Faixa Bronze: é concedida às organizações que estão mobilizadas para a Qualidade da
Gestão, iniciando projetos voltados para a melhoria desse setor.
2) Faixa Prata: organizações quais a Qualidade da Gestão começa a ser uma
preocupação sistemática, mantendo projetos de melhoria na maioria de seus principais
processos.
3) Faixa Ouro: aquela em que a qualidade já está internalizada. Sua liderança e seu
corpo funcional conhecem, compreendem e observam os valores e princípios da
Gestão Pública pela Qualidade, voltando-se para o atendimento dos interesses de seus
usuários (Prêmio Qualidade do Governo Federal. Revista Viva Qualidade, 2002).
Para concorrer ao PQGF, conforme salientado pela Revista Viva Qualidade (2002), as
organizações públicas passam por diversas etapas, como a elaboração de um relatório sobre as
práticas gerenciais que desenvolvem, no qual devem ser destacados aspectos do seu sistema de
liderança, as formas como estimulam a postura ética e responsabilidade pública dos
servidores, o seu processo de planejamento estratégico, além do desdobramento deste em
planos de ação, a apresentação dos mecanismos adotados para manter um relacionamento
bilateral produtivo com os usuários, a estruturação do sistema interno de informações e a sua
utilização no processo de tomada de decisão e as práticas de promoção do desenvolvimento
profissional e o comprometimento das pessoas com a organização e com o trabalho. A partir
das informações apresentadas em cada relatório, as instituições são avaliadas por uma banca
�examinadora, que, ao final, lhe atribuirá pontuação dentro de uma escala de zero a 500. As que
obtiverem melhores pontuações serão habilitadas para a etapa de avaliação "in loco", sendo
visitadas pela equipe de examinadores para verificação das práticas gerenciais descritas. Ao
fim da etapa de visitas, uma banca de juízes indicará o nome das finalistas, dentre as quais o
Conselho do PQGF decidirá aquelas que serão reconhecidas e/ou premiadas.
Ao final do processo, todas as organizações que se candidataram recebem um relatório
contendo uma avaliação especializada da sua gestão, apontando os pontos fortes e as
oportunidades de melhoria, o que possibilita à organização ter uma avaliação precisa de seu
atual estágio na busca da qualidade.
Tanto o PQGF como o PNQ utilizam os chamados “critérios de excelência”, derivados
integralmente do Malcolm Baldrige Nacional Quality Award, dos Estados Unidos, em
número de 7, a saber: Liderança, Estratégias e Planos, Clientes e Sociedade, Informação e
Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultados. Cada um desses critérios é dividido em itens,
que podem receber uma pontuação específica. No PNQ, uma instituição pode atingir até 1000
pontos, significando que alcançou o máximo em termos de excelência em serviços.
2.2 Prêmio Paulista de Qualidade da Gestão
O Prêmio Paulista de Qualidade da Gestão (PPQG) é administrado pelo Instituto Paulista de
Excelência da Gestão (IPEG), entidade civil de direito privado e sem fins lucrativos que
promove a melhoria da gestão das organizações públicas ou privadas do Estado de São Paulo,
constituindo-se uma espécie de reconhecimento às organizações do Estado de São Paulo que
demonstrem os melhores sistemas de gestão, de acordo com a opinião de uma Banca
Examinadora voluntária e independente. Ele utiliza os mesmos critérios do modelo do PNQ.
O reconhecimento à qualidade é realizado em periodicidade anual, simbolizado por meio de
troféus e medalhas concedidos às melhores Organizações, públicas e privadas, do Estado de
São Paulo, no que se refere aos métodos de gestão, aos resultados obtidos e às perspectivas
futuras (Prêmio Paulista de Qualidade da Gestão, 2002).
�2.3 O Prêmio da Qualidade do Estado do Rio Grande do Sul
O Prêmio Qualidade do Estado do Rio Grande do Sul (PQRS) representa o reconhecimento do
Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), às organizações do Estado que se
destaquem em seus esforços na busca da melhoria contínua do seu sistema de gestão. O pré
mio visa agir como mecanismo de reconhecimento aos esforços de melhoria das organizações
participantes, proporcionar uma oportunidade de avaliação externa especializada do sistema de
gestão das organizações candidatas - gerando uma realimentação formal para as mesmas -,
disponibilizar para a comunidade informações sobre práticas bem-sucedidas de gestão e
reforçar a importância do Sistema de Avaliação do PGQP. Ele prevê três níveis de premiação:
a) NÍVEL 1 - Medalha de Bronze : a organização premiada nesta modalidade destaca-se
em relação às demais organizações que estão em estágio inicial de implantação de
práticas gerenciais adequadas às exigências dos critérios de avaliação. Ênfase no
comprometimento da liderança na promoção de um desempenho cada vez melhor.
Não há modalidade de premiação como pré-requisito.
b) NÍVEL 2 - Troféu Bronze : modalidade que representa uma distinção inicial para as
organizações que estão no nível 2, correspondendo a um sistema adequado e com bons
resultados. Ênfase no comprometimento da liderança na promoção de um desempenho
cada vez melhor. Não há modalidade de premiação como pré-requisito; Troféu Prata:
além do comprometimento da liderança, são também enfatizados os aspectos
relacionados à gestão de processos.
O pré-requisito de modalidade de premiação é o
Troféu Bronze; Troféu Ouro: distinção às organizações que se destacam também
pelos resultados alcançados através da implementação de práticas gerenciais adequadas
e com uso sistematizado O pré-requisito de modalidade de premiação é o Troféu Prata.
c) NÍVEL 3 - Troféu Diamante: Focado em uma avaliação mais refinada e exigente do
modelo de gestão praticado pelas organizações. O seu propósito está alinhado ao
objetivo estratégico de alavancar progressivamente as organizações para a Classe
Mundial (Prêmio Qualidade RS 2002, p. 2-3)
�3 – Critérios de excelência dos prêmios e sua aplicação em bibliotecas universitárias
Os prêmios de qualidade acima descritos podem ser entendidos como possibilidades concretas
para aplicação pelas bibliotecas universitárias que almejem instituir a qualidade em serviços
como
o
principal
diferenciador
de
sua
atuação
institucional.
Neste
sentido,
quando
comparados com o processo de certificação ISO9000, os prêmios têm a grande vantagem de
ter um custo bem inferior, na medida em que, em geral, o mais alto custo é representado pelo
pagamento da inscrição. Apenas no caso de bibliotecas universitárias com mais de 100
funcionários haveria uma despesa adicional, incluindo o pagamento de deslocamento, estadia
e alimentação dos examinadores, caso ocorra a visita dos mesmos às instalações (Prêmio
Qualidade RS 2002, p. 14).
No entanto, ainda que o custo seja significativamente menor, é discutível se a maioria das
bibliotecas universitárias brasileiras terá condições para, sozinhas, atenderem a todos os
requisitos dos prêmios de qualidade. Pode ser necessária a utilização de assessores
especializados em processos de certificação, que indicarão às gerências e às equipes das
bibliotecas as providências necessárias para atingir os objetivos da premiação. Existem
motivos para acreditar que, antes de se pensar em preitear os prêmios de qualidade, é também
necessário um “estágio” de organização interna dos serviços, para que eles possam
minimamente ambicionar atingir os critérios de excelência propostos.
A maior parte das bibliotecas universitárias brasileiras ainda precisa ser conscientizada sobre
os benefícios da sistematização dos processos de qualidade. A experiência demonstra que
iniciativas relativamente simples de busca da qualidade, como, por exemplo, a implantação da
técnica do “5 S”, pode encontrar dificuldades, muitas vezes intransponíveis, para sua
aplicação, comprometendo o avanço para novos patamares. Por outro lado, um programa
como esse pode ser a primeira etapa para alavancar o processo de implantação da qualidade
em bibliotecas, conscientizando a equipe de profissionais, em todos os níveis, sobre suas
responsabilidades e compromissos em relação à questão. É o que testemunha Márcia Saad, da
biblioteca central da Escola Superior de Agricultura “Luis de Queiroz”, da Universidade de
São Paulo (ESALQ), ao relatar sua experiência de busca de um programa formal de qualidade:
�“com relação à nossa implantação do Sistema de Gestão de Qualidade na biblioteca,
começamos por volta de setembro/1998 com a aplicação da técnica do “5 S” como uma forma
de estar desenvolvendo e energizando toda a equipe. A linguagem também foi treinada (...)
Depois vieram todas as outras técnicas (...) que são as UGBs, PDCAs” (BRITO et al, 2001, p.
48).
Além do que foi acima citado, é importante lembrar que o processo de preparação para a
obtenção dos prêmios de qualidade é necessariamente prolongado, exigindo dos gerentes uma
posição firme em relação à questão. É importante que estes possibilitem a inserção total de
suas equipes na busca dos prêmios e evitem restrições à implementação da qualidade em suas
bibliotecas, garantindo, desta forma, maiores benefícios para seus clientes.
Conclusão
A certificação de bibliotecas universitárias brasileiras está ainda em fase embrionária,
revelando apenas algumas poucas iniciativas isoladas, como é o caso da biblioteca central da
ESALQ-USP. Independente disso, no entanto, a busca da certificação configura-se como uma
alternativa possível, desde que as gerências, equipes e, principalmente, as instituições
mantenedoras das bibliotecas universitárias estejam realmente engajadas no processo. Por
outro lado, a pesquisa evidenciou a necessidade de realizar essa busca de certificação por
etapas, conforme segue:
1. conscientização, por parte da gerência e equipes das bibliotecas, de que os serviços de
informação
atendem, a priori, aos requisitos estipulados pelos organismos de
certificação, mas que as bibliotecas devem-se organizar internamente antes de engajarse em qualquer processo de certificação. Isso pode envolver, inclusive, a utilização de
assessoria externa, encarecendo o custo da qualidade;
2. os diversos prêmios de qualidade nacionais – PQGF, PNQ, PPQG e PGQP, entre
outros – podem representar alternativas menos onerosas para a certificação de
�bibliotecas universitárias, ao mesmo tempo que servem para prepara-las para a
certificação por organismos internacionais, caso seja de seu interesse.
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and
information
service:
a
review.
Library
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Gestão da qualidade em bibliotecas universitária brasileiras: um enfoque na certificação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Vergueiro, Waldomiro, Carvalho, Telma de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A certificação de bibliotecas universitárias brasileiras está ainda em fase embrionária, revelando apenas algumas poucas iniciativas isoladas, como é o caso da biblioteca central da ESALQ-USP. Independente disso, no entanto, a busca da certificação configura-se como uma alternativa possível, desde que as gerências, equipes e, principalmente, as instituições mantenedoras das bibliotecas universitárias estejam realmente engajadas no processo. Por outro lado, a pesquisa evidenciou a necessidade de realizar essa busca de certificação por etapas.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4146/SNBU2002_136.pdf
21310fd2f480abef13105bc8399940ad
PDF Text
Text
ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS DOCENTES DO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE MARINGÁ – PR (1995-2000)
Ademir Henrique dos Santos
Ahdsantos@eum.br
Valéria de Fátima Cardoso
Vfcardoso@uem.br
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Av. Colombo, 5790 – Maringá – PR
CEP 87020-900
Analisa a produção científica dos docentes do Departamento de
Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá-PR
(DEQ/UEM), no período de 1995-2000. Utilizou-se como método a
coleta de dados junto ao currículo Lattes do CNPq onde apresentam-se
os dados pessoais e profissionais da vida de um pesquisador. Os
documentos foram classificados em seis formatos de apresentação:
capítulos de livros, livros, artigos de periódicos especializados, anais,
resumos e catálogos de projetos que entrou no item outros. Com os
dados apresentados, comprovou-se que os docentes do DEQ/UEM
participam ativamente de pesquisas, publicando suas obras na região e
em diversos países como Estados Unidos, Argentina, Chile entre
outros concluindo-se também que possuem qualidade acentuada para
seus pares.
INTRODUÇÃO
Com a aplicação dos conhecimentos adquiridos pelos pesquisadores nas atividades
práticas de seus experimentos, a tecnologia contribui no aperfeiçoamento das atividades
científicas, criando novos instrumentos. Barbieri (1990, p.19) ressalta que: “Na área
tecnológica, o importante é o resultado a ser alcançado com os componentes que integram o
pacote, e não os meios pelos quais eles foram obtidos”.
Com o auxílio dos avanços científico-tecnológicos, os pesquisadores estão sempre
produzindo novos conhecimentos e estes devem ser veiculados, transmitidos para a
comunidade científica em geral, visando a garantia de sua autenticidade. Estes conhecimentos
gerados, estando expostos
à comunidade científica podem sofrer alterações, críticas e
�2
sugestões, contribuindo para que haja integração no meio científico e o avanço da ciência, já
que novos conhecimentos foram gerados.
A análise da produção científica tem o intuito de prover a visualização das qualidades
da produção e das características de seus pesquisadores, objetivando maior disseminação da
produção para a comunidade em geral.
O Departamento de Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá –
DEQ/UEM-PR foi criado em 1971 e implantado em agosto de 1973 para dar suporte ao curso
de graduação em Engenharia Química. Em 1988, redefiniu suas áreas de interesse,
estabelecendo
as
seguintes
áreas
prioritárias:
Química
Fina/Biotecnologia,
Catálise
Heterogênea, Processos de Separação, Simulação e Controle de Processos e Energia. Com
estas novas áreas de estudo, há uma grande produção científica e, consequentemente, estes
estudos devem ser divulgados, disseminados para que aconteça informação e esta se
transforme em conhecimento.
Estes resultados das atividades de pesquisa e extensão têm sido divulgados através de
publicações em periódicos técnico científicos e de apresentações em congressos e seminários.
Este departamento destaca-se entre os departamentos que mais apresentam produção
científica no âmbito da Universidade. Suas pesquisas encontram-se fortalecidas e estáveis,
sendo necessário dividir o DEQ/UEM em 6 subáreas de pesquisas. A área de EQ/UEM, desde
sua criação está em rápida expansão e transformação e é considerada um polo de referência na
região noroeste do Paraná.
Este estudo objetiva analisar a produção científica dos docentes da área de
Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá – Paraná – EQ/UEM,
Quantificando
a
produção
científica,
caracterizando
os
docentes/pesquisadores
e
Os resultados do estudo da produção científica poderão, ainda, auxiliar o DEQ
a
identificando os canais de informação.
justificar novas pesquisas e a obter, consequentemente, novos financiamentos para o seu
desenvolvimento.
2 METODOLO GIA
O material utilizado para o estudo da produção científica dos 28
professores/pesquisadores do DEQ/UEM foram os currículos, no formato Lattes do CNPq, no
período de 1995 a 2000. Deste total , somente 18 currículos tinham acesso permitido pelos
pesquisadores.
�3
Para obtenção desses currículos entrou-se em contato com o chefe do DEQ. para
verificar a quantidade de docentes e a possibilidade de realização do estudo e o envio de
uma circular solicitando os currículos.
Com a chegada dos currículos, retirou-se dados pessoais dos docentes e suas
produções científicas no período já mencionado. Depois desta coleta, a produção científica,
em forma de referências bibliográficas, foi desmembrada e colou-se cada referência em
uma ficha individual. É importante ressaltar que acondicionou-se cada currículo, com suas
referências, em um envelope, ficando-se assim um total de 18 envelopes, correspondendo
ao número de currículos analisados.
Após esta preparação, deu-se início a coleta e contagem dos dados retirados dos
currículos. Para cada currículo montou-se uma tabela do programa planilha de cálculo
Excel for Windows para facilitar a tabulação e andamento da pesquisa. O conteúdo da
tabela constituiu-se das seguintes categorias: dados pessoais e dados sobre a produção
cie ntífica. Em cima dos dados constantes das tabelas, foram inseridas porcentagens e
freqüências. Elaborou-se, a partir dos dados apurados, os gráficos para melhorar a
visualização dos resultados. Os dados coletados foram relacionados à: idade, sexo,
formação e áreas de atuação.
O próximo passo foi a separação das referências bibliográficas por tipo de produção
e formatos, já que, rodeados de tecnologias, o mercado disponibiliza diversos formatos,
além do tradicional impresso em papel.
Do total bruto de dados coletados, ainda existiam as duplicatas que precisavam ser
retiradas para não comprometer o resultado do estudo. Tendo em vista os objetivos desse
estudo, alguns tipos de produções foram excluídas. Os formatos excluídos foram cartas,
memórias, palestras, entrevistas concedidas e apresentações orais.
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Dos 28 docentes do DEQ, todos possuem titulação. A maior parcela destes, 18
(66%) possui o nível de doutorado, sendo os outros divididos em 04 (14%) com título de
mestre, 04 (14%) doutorandos e 02 docentes (06%) com o nível de PhD.
�4
Estes docentes estão na faixa etária de 31 a 55 anos. A faixa etária de 41 a 50 anos
representa uma parcela considerável de docentes, perfazendo 16. Os outros docentes
distribuem-se entre 31 a 35 anos – 02 docentes, 36 a 40 anos – 06 docentes e 51 a 55 anos
– 04 docentes, correspondendo ao total de 28 docentes que integram o quadro de
funcionários do DEQ/UEM.
Referindo-se à categoria sexo, a parte dominante é de homens, com 16 docentes
(57%) em relação às 12 mulheres docentes que ocupam 43% das vagas de docentes do
DEQ. O gráfico 1 demonstra a relação existente entre a idade e o sexo dos docentes do
DEQ/UEM.
GRÁFICO 1 – Relação entre idade e sexo dos docentes do DEQ/UEM
4
3,5
3
2,5
2
1,5
Masculino
Feminino
1
0,5
0
31-35
anos
36-40
anos
41-45
anos
46-50
anos
51-55
anos
O DEQ/UEM subdivide-se em áreas de estudo, já que cada subárea de estudo é
complexa, melindrosa e sensível, precisando de atenção individualmente. Estas subáreas
estão apresentadas na tabela 3, onde se relaciona os 28 docentes do DEQ classificados em
cada subárea.
TABELA 3 – Subáreas do DEQ/UEM
SUBÁREAS
f
%
Catálise, Cinética e Reatores
05
18%
Processos de Separação
05
18%
Controle de Poluição
05
18%
�5
Termodinâmica
03
10,5%
Processos Biotecnológicos
04
14%
Projeto, Simulação e Controle de Processos
06
21,5%
TOTAL
28
100%
Fonte: Currículo Lattes/CNPq, 2001
É importante destacar que, dos 28 docentes do DEQ/UEM, 25 (89%) possuem
TIDE – Tempo Integral de Dedicação Exclusiva, o que auxilia no incentivo à dedicação às
pesquisas e à divulgação destas, resultando em produção científica.
O DEQ/UEM, com a capacitação de seus docentes resulta em um departamento
com pessoal capacitado, com infra-estrutura satisfatória e dedicação intensa às pesquisas,
visando sempre mais o aprimoramento das pesquisas e de seu pessoal.
Com relação ao idioma, os docentes do DEQ, encontram-se aguçados. A literatura
da área de Engenharia Química, em sua maioria, está em idiomas estrangeiros. Os artigos
publicados acham-se nas seguintes línguas: português, inglês, espanhol, italiano e outros.
Segundo os dados do ISI – Institute for Scientific Information, mencionados em Castro
([19--], p.168) [...] “mais de 80% dos artigos de 1973 são em inglês. Mais ainda dos artigos
assinados por autores do Terceiro Mundo, 85% são em inglês”.
Meadows (2000, p.168) complementa o relato sobre o idioma dizendo que: “Em
disciplinas onde a atividade de pesquisa é internacional, como nas ciências, a maior parte
dos periódicos de grande prestígio é redigida em inglês”.
Este é o caso do DEQ, onde lida-se com elementos de química, ensaios,
experimentos, etc. É uma das áreas da ciência que gira em âmbito internacional, não sendo
concebível se isolar do Universo, tendo como motivo a falta de conhecimento ou domínio
de um idioma que não o seu, no nosso caso, o português. O Brasil, sendo um país
miscigenado, facilita esta espécie de integração de línguas, principalmente na Região Sul,
onde ainda existem colônias estrangeiras e preserva-se a língua do país de origem, como é
o caso dos italianos, alemães, etc.
Na tabela 4 há duas variáveis: formatos e publicações subdividindo o total de 6
tipos de publicações, houve dois formatos de publicações: impresso em papel e impresso
em cd-rom. Nesta análise constata-se que a produção impressa em papel ainda é a mais
usada, apesar das inovações e dos acervos estarem sendo informatizados, ainda há
�6
bibliotecas que não estão informatizadas e o formato CD-ROM exige, para acessar as
informações contidas neste, de um microcomputador com leitora de CD-ROM. O acesso
eletrônico é um meio rápido de se obter informações e documentos que não necessitam da
presença física do pesquisador, podem ser acessados on-line domiciliarmente.
A informatização é uma ferramenta eficiente mas, em termos de conservação, não
se comprovou sua durabilidade e, outro fator interfere nesta informatização, as bibliotecas
não possuem dispositivos para conservação de materiais ópticos e digitais, como
climatizador de unidade e temperatura, materiais para o acondicionamento, etc. O papel
ainda é o meio mais eficiente para a preservação do conhecimento e, seu formato impresso,
se bem conservado o material onde estão contidos os dados, pode durar por mais de mil
anos.
TABELA 4 – Tipos e formatos de produção científica
TIPOS DE PRODUÇÃO
FORMATOS
IMPRESSOS
CDROM
TOTAL
f
%
f
Trabalhos resumidos apresentados
em eventos (resumos, abstracts,
etc)
321
99,69
1
0,31
322
100
Trabalhos completos apresentados
em eventos (anais, proccedings,
posters, etc)
252
88
35
12
287
100
Artigos de periódicos
58
-
-
-
58
100
Capítulos de livros
2
-
-
-
2
100
%
f
%
Outros (catálogo de projetos, etc)
2
-
-
-
2
100
Livros
1
-
-
-
1
100
Fonte: Currículo Lattes/CNPq, 2001
A produção científica do DEQ analisada apresentou um índice de autorias mistas,
variando entre 14,5% a 24,5% entre os trabalhos e os artigos de periódicos. Isto atesta que
os autores se reúnem para elaboração em conjunto de materiais podendo se retirar disso a
cooperação mútua para um empreendimento em comum.
�7
Na tabela 5, utilizou-se as variáveis ano e porcentagem e, visualizando-se os dados
contidos nesta tabela, nota-se que os eventos onde foram apresentados, os trabalhos
resumidos são os que se destacaram com maior evidência de publicações. São 322
apresentações no período analisado de 1995 a 2000. Os anais aparecem com 287 trabalhos
e o número de artigos de periódicos também foi representativo, sendo uma média de 2
artigos de periódicos por autor, considerando-se o total de 28 docentes do DEQ/UEM.
Em relação ao ano de apresentação ou publicação, o ano de 1999 foi o que totalizou
maior índice de materiais, 197, seguido pelo ano de 1997 com 114 materiais e 112
materiais em 2000. Somando-se o total geral da tabela 6 no período analisado (1995-2000)
atribuiu-se o valor de 671 materiais. Considerando-se todas as limitações das universidades
já relacionadas anteriormente, é uma quantia satisfatória, superando a expectativa inicial.
TABELA 5 – Distribuição da produção por formato de apresentação
ANO
Artigo de Trab.
Trab. res. Outros
periódico com.
apres. em
apres. em eventos
eventos
Cap.
livro
de Livros
Total
1995
3
28
29
-
1
-
61
1996
7
71
25
1
-
-
104
1997
9
45
59
1
-
-
114
1998
10
41
33
-
-
-
84
1999
15
60
122
-
-
-
197
2000
14
42
54
-
1
1
112
TOTAL
58
287
322
2
2
1
671
Os diversos tipos de publicações receberão melhor detalhamento no decorrer do
trabalho.
Há uma grande produção de artigos de periódicos pelos docentes deste
departamento. Na análise dos dados parciais apresentados na tabela 6, de 58 artigos
publicados, os periódicos que receberam maior número de artigos foram: Brazilian Journal
of
Chemical
Engineering,
com
12
artigos
publicados;
Applied
Biochemistry
and
Biotechnology com 13 publicações, Revista tecnológica com 8 artigos e Revista Unimar
com 4 artigos publicados. É interessante salientar que das quatro revistas apresentadas,
�8
duas delas são nacionais e, por coincidência ou não, os periódicos são da cidade onde a
universidade (UEM) está instalada (Maringá).
TABELA 6 – Artigos de periódicos publicados pelos docentes do DEQ/UEM no período
de 1995 a 2000 (dados parciais)
TÍTULO DA PUBLICAÇÃO
continua
TOTAL
Applied Biochemistry and Biotechnology
13
Brazilian Journal of Chemical Engineering
12
conclusão
Revista Tecnológica
8
Revista Unimar
4
TOTAL PARCIAL
37
Fonte: Currículo Lattes/ CNPq, 2001
Meadows (2000, p.168) assevera que: “Dependendo do campo de pesquisa, o autor
pode, portanto, sentir-se compelido a escrever numa língua estrangeira, a fim de alcançar o
público almejado”.
É o que se observa na tabela 6, acima apresentada, das 22 revistas aqui levantadas,
13 são internacionais, pois o importante é levar a informação certa ao público certo.
Um detalhe imprescindível é que, só o ato de publicar não basta, tem que haver a
responsabilidade, por parte do autor, com a verdade e, por parte do editor, ética e
responsabilidade com a eficiência, como atesta Meadows (2000, p.168): “Os pesquisadores
que encontram um periódico satisfatório onde publicar provavelmente voltarão a submeterlhe novas colaborações no futuro”.
Os artigos de periódicos científicos possuem um predicado excelente:
[...] além de oferecerem um meio para a preservação do conhecimento neles
registrado, servem também como forma de comunicação entre os cientistas, como
divulgação de resultados de pesquisas e estudos acadêmicos. (OHIRA, 1997b, p.8990)
�9
É a opinião que Ramos (1994, p.340-341) também expõe no seu artigo sobre o
periódico científico: [...] “possuem características significativas, as quais nos contam muita
coisa sobre a comunidade científica e sobre o modo como ela trabalha”.
O periódico científico também possui funções importantes que precisam ser
destacadas como: o registro público do conhecimento, função social e a disseminação da
informação. (Campello, Campos, Carlita, 1993, p.41-49).
Dos trabalhos completos apresentados em eventos, no período estudado, algumas
colocações precisam ser apresentadas. Do total global de 347 trabalhos apresentados, o
evento Seminário de Hidrólise Enzimática de Biomassas englobou 24 trabalhos no ano de
1996 e 18 trabalhos só no ano de 1999, uma taxa alta para um único evento, mas há
eventos que mantiveram um padrão de participação durante 1995 a 2000, como:
Ainda em destaque o Symposium of Bio technology for Fuels and Chemicals com
22 trabalhos e o Congresso de Engenharia de Processos do Mercosul com 10 trabalhos
publicados, apresentados na tabela 8 com dados parciais8.
De um modo geral, não levando em consideração a quantidade de publicações por
evento, mas sim a soma total destes, dos 86 eventos realizados, 63 aconteceram no
território brasileiro e 23 no exterior. Dos países relacionados destacam-se a Argentina,
Estados Unidos, Itália, Bélgica, Chile e França. Holanda, Cracóvia e Cuba receberam
somente uma participação em cada um no período analisado.
TABELA 7 – Trabalhos completos publicados em eventos na área de Engenharia
Química no período de 1995 a 2000 (dados parciais)
Seminário de Hidrólise Enzimática de Biomassas
42
Encontro Anual de Iniciação Científica
38
Congresso Brasileiro de Sistemas Particulados
36
Congresso Brasileiro de Engenharia Química
27
Symposium on Biotechnology for Fuels and Chemicals
22
Congresso de Engenharia de Processos do Mercosul
10
TOTAL PARCIAL
175
Fonte: Currículo Lattes/CNPq, 2001
�10
Campello, Bernadete e Campos (1993, cap.4) relata que os encontros científicos
merecem atenção,
[...] “considerando-se a importância que os contatos pessoais,
propiciados por esses encontros assumem no processo da comunicação científica”.
Baldovinotti; Octaviano (1999, p.243) afirma com outras palavras sobre os eventos
técnico-científicos [...] “como um dos canais mais utilizados para a transferência da
informação”.
Prazeres, citado por Baldovinotti; Octaviano (1999, p.243) assevera que:
“Os
eventos assumem importância significativa para a obtenção de informações relevantes, que
podem contribuir para o desenvolvimento das pesquisas”.
Os eventos científicos apresentam-se como meios de comunicação formal e
informal, onde há a integração da comunidade científica com áreas semelhantes e que se
identificam.
A apresentação dos resumos (trabalhos ainda não finalizados) nos eventos, de
acordo com os dados coletados durante a análise dos currículos, foi o tipo de apresentação
que teve maior pontuação, com a apresentação de 322 resumos de trabalho, somente no
período limitado ao estudo.
De todos os anos analisados, o evento que contou com maior participação foi, em
1999, o Encontro Anual de Iniciação Científica, com 23 resumos. Em seguida vem os
eventos: Congresso Brasileiro de Sistemas Particulados com 14 resumos, Seminário de
Hidrólise Enzimática de Biomassas, 14 resumos e Congresso de Engenharia de Processos
do Mercosul com 14 resumos.
Em 1997 merece destaque o Encontro Paranaense de Iniciação Científica em
Engenharia Química que englobou 15 resumos e Congresso Brasileiro de Engenharia
Química em Iniciação Científica com 11 resumos.
No período estudado (1995-2000), os eventos mais representativos englobaram os
valores: Encontro Anual de Iniciação Científica, 58 resumos, Congresso Brasileiro de
Sistemas Particulados com 32 resumos, Congresso Brasileiro de Engenharia Química em
Iniciação Científica, 26 resumos, Congresso de Engenharia de Processos do Mercosul com
20 resumos, Encontro Paranaense de Iniciação Científica em Engenharia Química com 16
�11
resumos e Seminário de Hidrólise Enzimática das Biomassas com 14 resumos, sendo estes
dados parciais apresentados na.tabela 8.
TABELA 8 – Trabalhos resumidos apresentados em eventos de Engenharia Química no
período de 1995 a 2000 (dados parciais)
continua
Encontro Anual de Iniciação Científica
58
Congresso Brasileiro de Sistemas Particulados
32
Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica
26
Congresso de Engenharia de Processos do Mercosul
20
Encontro Paranaense de Iniciação Científica em Engenharia Química
16
Seminário de Hidrólise Enzimática das Biomassas
14
TOTAL PARCIAL
164
Fonte: Currículo Lattes/CNPq, 2001
Um outro dado considerado relevante é a localização dos eventos em que foram
apresentados trabalhos. Do total geral de 52 eventos, 34 foram apresentados no Brasil e 18
no exterior. Destes, os países que mais promoveram eventos no período analisado foram:
Estados Unidos, Argentina, Chile, França, Colômbia. Em Budapest, Hungria, Espanha,
Canadá, Bruxelas e Cuba, houve apenas uma participação dos docentes do DEQ em cada
um destes países.
Os eventos onde são apresentados os trabalhos podem ser de diversas categorias
como congressos, conferências, encontros, etc. Nestes, o fator comunicação informal é
intenso. Travam-se relações com novos pesquisadores de áreas correlatas, atualizam-se
conversas com pesquisadores já conhecidos e acontece a interação do palestrante com os
participantes.
Cerca de 20% dos participantes travam novas relações que, terminado o congresso,
lhes proporcionarão informações úteis. O tipo mais comum de informação assim
proporcionado (além de textos de trabalhos) são conhecimentos práticos ou idéias
estimulantes.
(MEADOWS, 2000, p.140)
�12
Nos trabalhos de Marteleto (1984), Targino Caldeira (1988), Población (1986),
citados por Ohira (1997b, p.92), os eventos são ricas fontes para as comunicações formais
e informais:
[...] É possível divulgar o conhecimento e realizar intercâmbio das novidades
científicas, ampliando o âmbito das comunicações informais e, consequentemente, o
fortalecimento dos colégios invisíveis.
Os eventos científicos são excelentes fontes de convívio para a comunidade
científica, contribuindo na manutenção da interação entre os pesquisadores nacionais e
internacionais, dependendo da abrangência que determinado evento irá compreender.
CONCLUSÃO
Do quadro de 28 docentes do DEQ/UEM-PR, 16 (58,5%) concentram-se na faixa
etária de 41 a 50 anos. Com relação ao sexo, 16 (57,14%) são do sexo masculino e 12
(42,86%) são do sexo feminino, não se caracterizando uma área essencialmente masculina
nem feminina.
Quanto a formação profissional, considera-se que há incentivo à formação neste
Departamento, sendo 18 o número de doutores (66%), um número relativamente bom.
Além disso, 04 docentes são mestres, 04 doutorandos e 02 com título de PhD.
Analisando-se as 06 áreas de atuação do DEQ/UEM - Catálise, Cinética e Reatores;
Processos
de
Separação;
Controle
de
Poluição;
Termodinâmica;
Processos
Biotecnológicos; Projeto, Simulação e Controle de Processos - os docentes equiparam-se
em produtividade.
Os professores do DEQ/UEM são grandes produtores de ciência e a disseminação é
bastante diversificada, não abrangendo uma só região mas vários lugares do mundo.
Possuindo alto nível profissional, desenvolvem um trabalho integrado junto aos projetos,
têm um grande número de financiamentos e de projetos, interagindo com o CNPq, no que
corresponde a dedicação nas pesquisas.
�13
Os canais utilizados para a divulgação da produção científica dos docentes foram:
artigos de periódicos, trabalhos completos apresentados em eventos, trabalhos resumidos
apresentados em eventos, livros, capítulos de livros e outros.
No
período
estudado
(1995-2000),
destacam-se
os
trabalhos
resumidos
apresentados em eventos, com 322 participações. Os trabalhos completos apresentados em
eventos potencializaram 287 participações e os artigos de periódicos foram publicados em
58 revistas.
O ano de maior produção foi o ano de 1999 com 197 publicações, 29,31% do total
de 672 publicações. Analisando-se ano a ano os dados, para os trabalhos completos
apresentados em eventos, o ano de 1996 totalizou 71 apresentações.
Vivemos num mundo globalizado, com mais de 6 bilhões de habitantes. Não é
compreensível que um conhecimento gerado, por exemplo, no Brasil não atinja os demais
países. Para a ciência não deve haver limites, seja de idioma, credo ou distância.
A informação só se completa quando existe o fluxo, ligação do conhecimento com
o usuário. Se o conhecimento ou produto gerado não for disseminado, não é informação.
Como diz um velho ditado bíblico e popular,
[...] “nem se acende uma luz para
colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que
brilhe a todos que estão em casa”. (BÍBLIA, 1982, cap. 5, vers. 15 ) Assim é a ciência,
para sobreviver precisa irradiar conhecimento e aí há produção científica.
Esta é a verdadeira importância dos canais de informação: ser o elo de ligação entre
o conhecimento gerado pelos pesquisadores e o usuário carente de informação.
REFERÊNCIAS
BALDOVINOTTI, J. A.
transferência
de
informação
Avaliação dos eventos técnico-científicos como canal de
do
produto
da
pesquisa
na
EMBRAPA instrumentação
agropecuária. Transinformação, Campinas, v.11, n.3, p.227-246, set./dez. 1999.
BARBIERI, J. C. Produção e transferência de tecnologia. São Paulo : Ática, 1990. 181p.
�BÍBLIA, N. T. Mateus. Português.
Bíblia Sagrada.
41.ed.
14
São Paulo: Ave Maria, 1982.
1632p. il. Cap.5, vers. 15.
CAMPELLO, B.; CAMPOS, C. M.
Periódicos.
In: __________. Fontes de informação
especializada: características e utilização. 2.ed. Belo Horizonte: UFMG, 1993. p.41-49.
CASTRO, C. de M.
Há produção científica no Brasil?
Ciência e Cultura, São Paulo, v.37,
n.7, supl., p.165-187, [19--?].
CURRÍCULO.
Disponível em: <www.cnpq.br/lattes/curriculo.htm>. Acesso em: 01 de nov.
2000.
MEADOWS, A. J.
Canais da comunicação científica.
In: __________.
A comunicação
científica. Brasília: Briquet de Lemos, 2000. p.116-208.
OHIRA, M. L. B.
Produção técnico-científica e artística da Universidade do Estado de Santa
Catarina (1991-1995).
In: WITTER, G. P. (Org.).
Produção científica.
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Átomo, 1997b. p.87-113.
PLATAFORMA lattes. Disponível em: <www.cnpq.br/lattes>. Acesso em: 01 de nov. 2000.
RAMOS, M. G.
Modelos de comunicação e divulgação científicas – uma revisão de
perspectivas. Ci. Inf., Brasília, v.23, n.3, p.340-348, set./dez. 1994.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ.
Histórico da instituição.
Disponível em:
<www.uem.br>. Acesso em: 22 de agosto de 2000.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ.
consolidação
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<http://www.deq.uem.br>. Acesso em: 05 de ago. 2000.
Departamento de Engenharia Química.
na
UEM.
Disponível
A
em:
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Análise da produção científica dos docentes do Departamento de Engenharia Qímica da Universidade Estadual de Maringá – PR (1995-2000).
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Ademir Henrique dos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa a produção científica dos docentes do Departamento de Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá-PR (DEQ/UEM), no período de 1995-2000. Utilizou-se como método a coleta de dados junto ao currículo Lattes do CNPq onde apresentam-se os dados pessoais e profissionais da vida de um pesquisador. Os documentos foram classificados em seis formatos de apresentação: capítulos de livros, livros, artigos de periódicos especializados, anais, resumos e catálogos de projetos que entrou no item outros. Com os dados apresentados, comprovou-se que os docentes do DEQ/UEM participam ativamente de pesquisas, publicando suas obras na região e em diversos países como Estados Unidos, Argentina, Chile entre outros concluindo-se também que possuem qualidade acentuada para seus pares.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4145/SNBU2002_135.pdf
c36affbf44995a4e777d02d3ce7b328e
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Text
1
TUTORIAIS DE BASES DE DADOS DIDÁTICAS NA ÁREA QUÍMICA: AÇÃO
COMPARTILHADA ENTRE BIBLIOTECÁRIO E ALUNO
Valéria Aparecida Moreira Novelli
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação – Instituto de Química – UNESP
Caixa Postal 355, 14801-970 Araraquara, São Paulo, Brasil
e-mail: vnovelli@iq.unesp.br
Valéria de Assumpção Pereira da Silva
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação – Instituto de Química – UNESP
Caixa Postal 355, 14801-970 Araraquara, São Paulo, Brasil
e-mail: vpereira@iq.unesp.br
Wander Gustavo Botero
Curso de Graduação em Química, Licenciatura – Instituto de Química – UNESP
Caixa Postal 355, 14801-970 Araraquara, São Paulo, Brasil
e-mail: wanderiq@grad.iq.unesp.br
RESUMO
Relata a experiência da Biblioteca do Instituto de Química – UNESP, Câmpus de
Araraquara/SP. Trabalho realizado por bibliotecário e aluno estagiário do Curso de graduação
em Química (Licenciatura) para o estudo e o desenvolvimento de tutoriais impressos e
eletrônicos para algumas bases de dados didáticas disponíveis na Biblioteca, com o objetivo de
facilitar o acesso e a utilização destas fontes de informação. Para a apresentação e divulgação
dos tutoriais foram realizados workshops para docentes e alunos da comunidade acadêmica.
Os resultados obtidos nos mostram que os tutoriais permitem autonomia de utilização pelos
usuários, auto-treinamento e textos em português. Conclui-se que a ação compartilhada entre
bibliotecário e aluno favorece e incentiva o uso destas fontes de informação, intensificando a
integração biblioteca-alunos e contribui para a melhoria contínua dos serviços oferecidos.
PALAVRAS-CHAVES: tutoriais; bases didáticas na área de química; integração bibliotecaalunos; ação compartilhada bibliotecário-aluno.
�2
1 INTRODUÇÃO
Os usuários das bibliotecas acadêmicas apresentam atualmente um novo perfil que
vem sendo formado pela utilização das tecnologias de informática e telecomunicações
disponibilizadas para o acesso à informação.
Em 1990,
McKibbon e colaboradores já definiam o usuário final dos serviços de
informação (end-user searching) como “o especialista que elabora sua busca bibliográfica via
novas tecnologias, sem intermediação do bibliotecário ou que o bibliotecário faça a busca por
ele”. Assim sendo as estratégias de busca passaram a ser formuladas pelo próprio usuário e
também a consequente obtenção da informação desejada, o que veio ocasionar um
escasseamento do contato do usuário com o bibliotecário.
Para acompanhar as significativas mudanças estabelecidas neste novo perfil de usuário,
inserido em bibliotecas virtuais em desenvolvimento,
foi necessário que se reestruturasse
também o papel do bibliotecário, que nesse novo contexto, passou a desempenhar a função de
educador (trainer) ou seja, o profissional que trabalha para capacitar os usuários a se tornarem
permanentemente autônomos para realizar suas buscas nos sistemas automatizados de
informação, de forma eficiente e eficaz.
Nesse sentido, e com a preocupação de facilitar a utilização e também de viabilizar
novas formas de divulgação de alguns softwares específicos e especializados na área de
química, os quais, chamamos de bases de dados didáticas,
foi desenvolvido na Seção de
Referência, Atendimento ao Usuário e Documentação da Biblioteca do Instituto de Química –
UNESP, Câmpus de Araraquara, no período de agosto a dezembro de 2001, um trabalho
cooperativo entre o bibliotecário e um aluno estagiário do primeiro ano do Curso de
Graduação em Química (Licenciatura ) como bolsista de Incentivo Técnico Acadêmico Informática.
�3
O presente trabalho relata, portanto, a experiência vivenciada através da parceria
Biblioteca/Bolsista para o desenvolvimento de tutoriais impressos e eletrônicos como
instrumentos facilitadores para o acesso e a utilização destas fontes de informação (bases de
dados didáticas).
2 OBJETIVOS
♦ desenvolver instrumentos que possibilitem ao usuário autonomia de
acesso e de utilização de bases de dados didáticas disponíveis;
♦ otimizar o tempo do profissional bibliotecário para o desempenho de
sua função enquanto educador;
♦ promover a divulgação destes instrumentos facilitadores através de
mecanismos que ampliem e estimulem o contato dos alunos de
graduação com outras fontes de informação, além dos tradicionais
livros-textos.
3 METODOLOGIA
A Biblioteca do Instituto de Química possui em seu acervo vários títulos de bases de
dados on-line, em cd-rom e em disquetes, tipo referencial e texto completo. Dispõe também de
alguns softwares específicos e especializados na área de química, os quais, chamamos de
bases de dados didáticas e requerem um certo domínio do assunto para serem compreendidas
e utilizadas em sua totalidade. Estes títulos ao serem adquiridos foram devidamente instalados,
estudados individualmente pela bibliotecária e posteriormente divulgados para a comunidade
acadêmica através de e-mail, cartazes e palestras. Foram também oferecidos aos usuários
treinamentos para a utilização destas fontes de informação. Existia porém, por parte da Seção
de Referência e Atendimento ao Usuário,
uma grande preocupação em prover instrumentos
que possibilitassem a facilidade de utilização destas bases didáticas e também em intensificar
�4
a sua divulgação e ainda, torná-las ferramenta auxiliar no aprendizado da química,
preocupação esta, especificada no Plano Anual de Atividades do Serviço Técnico de
Biblioteca e Documentação como uma das metas a ser atingida no ano de 2001.
No período de agosto até dezembro de 2001 tivemos a oportunidade de receber um
aluno estagiário do primeiro ano do Curso de graduação em Química (Licenciatura) como
bolsista de Incentivo Técnico Acadêmico – Informática na Seção Técnica de Referência,
Atendimento ao Usuário e Documentação e desenvolver um trabalho conjunto.
A primeira etapa realizada foi a seleção pela bibliotecária-chefe da Seção de
Referência das bases didáticas disponíveis na Biblioteca que seriam estudadas e trabalhadas
pelo aluno. Para esta etapa foram considerados dois aspectos, a especificidade de
determinados assuntos
na área de química e o
maior grau de interesse apresentado pelos
alunos de graduação.
Catorze títulos foram escolhidos, sendo que
a maior parte deles no idioma inglês.
Estas bases quando adquiridas vieram acompanhadas dos
respectivos manuais de utilização e
algumas já contavam com uma primeira versão em português, elaborada pela bibliotecária.
A etapa seguinte constituiu-se de duas atividades distintas realizadas pelo aluno, a
primeira, se caracterizou pelo estudo detalhado de cada uma das bases selecionadas e a
segunda, pela tradução de partes dos manuais originais em inglês de cada delas e respectivas
adaptações.
Na referida seleção foram incluídos os títulos especificados no quadro a seguir:
�5
TITULO
DESCRIÇÃO RESUMIDA
ActivChemistry
Apresenta
conceitos
químicos
FORMATO
e
simulações CD-ROM
laboratoriais de foma interativa e multimídia.
CD Organic Chemistry
Apresenta conceitos de química orgânica através de CD-ROM
slides, vídeos e animações. É a versão da sexta edição
da obra Organic Chemistry, de T.W. Solomons.
Chemistry Skillbuilder
Apresenta
breve
definição
e
exercícios
de CD-ROM
nomenclatura química, balanceamento de equações e
estequiometria de forma interativa.
ChemWindow
Especialmente desenvolvido para desenhar moléculas Disquete
químicas, facilitando a visualização das estruturas.
Hyperchem 5 for Windows
Apresenta
estruturas
e
propriedades
químicas, CD-ROM
possibilita realizar simulação e modelagem molecular.
Icenine Phase Diagrams
Apresenta diagramas de fase de compostos.
Industrial Surfactants
Apresenta mais de 16.000 marcas de
químicos
com
suas
respectivas
CD-ROM
produtos Disquete
aplicações,
composições e fabricantes.
Interative Chemistry Journey
Apresenta conceitos básicos de química, estrutura CD-ROM
atômica e molecular, gases, cinética e equilíbrio
químico de forma interativa.
IUPAC
Stability
Constants Apresenta constantes de estabilidade de complexos Disquete
Database
metálicos e ligantes.
Material Safety Data Sheets – Apresenta
substâncias
MSDS
toxicologia e manuseio.
Outokumpu HSC Chemistry
Apresenta
conceitos
químicas
de
e
a
respectiva CD-ROM
físico-química,
reações Disquete
químicas, equilíbrio químico e possibilita cálculos
termodinâmicos.
Química para Vestibular
Apresenta o programa de química e testes de CD-ROM
vestibulares das principais universidades do país.
Saunders
Interactive
General Apresenta conceitos químicos de forma interativa.
CD-ROM
Chemistry
TAPP
–
Thermochemical and Apresenta dados estruturais e propriedades físicas e CD-ROM
Physical Properties
químicas
de
aproximadamente
17.000
espécies
químicas e uma coleção de 1.500 diagramas de fase.
�6
Na próxima etapa discutiu-se qual seria a melhor forma para viabilizar a apresentação
dos tutorias ao usuário. Optou-se então, pelo desenvolvimento de tutoriais eletrônicos em
ambiente Microsoft Power Point, tendo em vista que este recurso permite a inserção de
hiperlinks, caixas de texto, figuras e animações os quais, proporcionam um aspecto dinâmico
e atrativo para a respectiva consulta.
Definida a forma de apresentação, passou-se para a etapa de revisão e correção dos
tutoriais em formato eletrônico. Concluída esta etapa, passou-se para a seguinte, ou seja, para
a
elaboração de versões impressas em formato compacto para cada um dos manuais
conservando-se porém a mesma estrutura e aspecto do formato eletrônico.
Em cada um dos tutoriais podem ser encontradas informações gerais e detalhadas,
como por exemplo: apresentação de cada base, conteúdo e também um passo a passo, em
português, de como utilizá-las, em linguagem simples e direta.
A partir do presente trabalho o usuário pode contar atualmente com duas opções de
consulta, uma em formato eletrônico e outra em formato impresso, o que veio favorecer as
alternativas de estudo propiciando ao mesmo maior autonomia, facilidade e agilidade ao
utilizar cada uma das bases didáticas.
Os tutoriais eletrônicos encontram-se disponibilizados em um microcomputador
localizado na Sala das Bases de Dados da Biblioteca. Posteriormente pretende-se gravá-los em
um cd-rom para possibilitar maior agilidade na utilização e empréstimo domiciliar aos
interessados.
Os tutoriais impressos estão disponíveis para consulta na referida Sala.
Após a concretização de todo o processo de elaboração dos tutoriais, passou-se a etapa
�7
final, ou seja, a
divulgação do trabalho. Para esta etapa foram organizados Workshops, no
auditório da Biblioteca, dirigidos aos docentes e alunos do Curso de Graduação (Licenciatura
e Bacharelado) do Instituto de Química, disponibilizados em horários diferenciados para
contemplar a toda a comunidade acadêmica.
4 RESULTADOS E COMENTÁRIOS
De acordo com Ferreira (1998, p. 783) a Química, além de ser uma ciência
eminentemente experimental possui um lado muito visual. Várias teorias utilizadas para
explicar as reações químicas necessitam de um modelo, como por exemplo, orbitais atômicos
e moleculares.
A análise dos resultados obtidos na experiência vivenciada nos mostram que estas
bases de dados podem auxiliar os alunos na compreensão do conceito e na transformação do
modelo em seu próprio senso comum, facilitando o processo de ensino-aprendizagem.
Os resultados alcançados apontam ainda indicadores referentes aos tutoriais, ao aluno e
a Biblioteca, especificados a seguir:
§
Quanto aos tutoriais:
-
informam com textos em português de modo simples e objetivo como utilizar
os recursos disponíveis;
§
-
permitem autonomia de utilização pelos usuários;
-
possibilitam o auto-treinamento.
Quanto ao aluno estagiário:
-
importância de sua habilidade com computadores, conhecimento de química,
sua dedicação, boa vontade, organização e capricho;
-
tornou-se
elemento
multiplicador
de
conhecimento
para
seus
colegas.
Atualmente desenvolve trabalho de monitoria na disciplina de Química Geral I
�8
e II no Curso de Graduação (Licenciatura)
sendo selecionado em virtude
também desta sua experiência;
-
aprendeu a identificar e utilizar fontes de informação relevantes para sua área
de interesse;
-
§
o trabalho foi realizado dentro da realidade vivenciada por ele.
Quanto à Biblioteca:
-
favoreceu e incentivou o uso dessas fontes de informação;
-
possibilitou a interação de alunos e docentes com outras fontes informacionais
beneficiando o processo de ensino-aprendizagem;
-
contribuiu para auxiliar o docente na sua atividade de ensino, incentivando-o a
utilizar e fazer com que sejam utilizados esses recursos disponíveis (relato de
um deles dizendo que irá utilizá-los e indicá-los, mas não teria tempo para
estudá-los);
-
colaborou para a respectiva integração entre Biblioteca e comunidade
acadêmica.
Contribuíram para a obtenção deste resultado os seguintes fatores:
a) interação entre aluno-bibliotecário;
b) planejamento conjunto das atividades a serem desenvolvidas visando um maior
conhecimento e motivação para as etapas pretendidas;
c) participação constante do bibliotecário para as orientações necessárias e
acompanhamento durante todo o período estabelecido para esclarecimento de dúvidas e
troca de idéias.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os objetivos propostos neste trabalho ou seja, desenvolver instrumentos
para o facilitar o acesso e
intensificar a utilização de bases de dados didáticas disponíveis
�9
podemos dizer que foram alcançados com muito êxito. O aluno enfrentou com desafio a
dificuldade inicial do idioma (inglês), a Biblioteca trabalhou com a novidade e o trabalho
conjunto foi incentivando-o a continuar, superando nossas expectativas.
Assim sendo, os resultados obtidos nos mostram ser esse um interessante caminho a
ser seguido. Essa experiência nos conduziu a reflexões direcionadas para o desenvolvimento
de trabalhos específicos
com outros segmentos da comunidade acadêmica, cujos benefícios
serão coletivos.
Pretendemos portanto, dar continuidade a este trabalho, e principalmente estabelecer o
fortalecimento dos programas de divulgação das atividades realizadas pela Biblioteca, através
de novos workshops, demonstrações em horários específicos e outras.
Finalmente, pelo presente trabalho, concluimos que a ação compartilhada entre
bibliotecário e aluno favorece e incentiva o uso de fontes de informação disponíveis na
Biblioteca, intensificando a integração biblioteca-alunos e contribui para a melhoria contínua
dos serviços oferecidos.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, V.F. As tecnologias interativas no ensino. Química Nova, São Paulo, v. 21,
n. 6, p. 780-786, 1998.
McKIBBON, K.A. et al. How good are clinical Medline searches: a comparative study of
clinical end user and libraries searches. Computer Biomedical Research, v. 23, p. 583-593,
1990.
�10
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CHAGAS, J.; ARRUDA, S.; BLATTMANN, U. Interação do usuário na busca de
informações. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11.,
2000, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2000. 14 p. CD-ROM.
CHAVES, E. O. C. O computador como tecnologia educacional. Disponível em:
<http://www.edutecnet.com.br/Textos/Self/EDTECH/zoom.htm>. Acesso em: 11 jun. 2002.
HARRISON, M. da G. de A. O bibliotecário como agente educacional. Disponível em:
<http://intermega.globo.com/biblio_fespsp/artigos.htm>. Acesso em: 29 maio 2002.
KIESER, H. K.; FACHIN, G. R. B. Biblioteca escolar: espaço de interação entre bibliotecárioprofessor-aluno-informação um relato. Disponível em:
<http://intermega.globo.com/biblio_fespsp/artigos.htm>. Acesso em: 29 maio 2002.
MARTELETO, R. M. Necessidades de informação de professores e integração entre a
biblioteca universitária e atividades acadêmicas. Revista da Escola de Biblioteconomia da
UFMG, Belo Horizonte, v. 13, n. 1, p. 123-138, 1984.
OLIVEIRA, Z. C. P. de; CUNHA, P. L. F. da; MARMET, L. O treinamento de usuários
universitários com base na relação biblioteca/corpo docente. Revista de Biblioteconomia de
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ROSA, R. C. P. da. Integração da atividade acadêmica com a prática profissional na área da
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�11
SANTOS, G. C.; PASSOS, R. O papel das bibliotecas e dos bibliotecários às portas do século
XXI: considerações sobre a convivência da informação impressa, virtual e digital.
In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11., 2000,
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SILVA, V. de S. Reflexões sobre o processo de comunicação em um serviço de referência:
interação bibliotecários e usuários. Disponível em:
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de química. Química Nova, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 454-461, 1999.
�12
ANEXO – PARTES DO TUTORIAL CD – ORGANIC CHEMISTRY
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Tutoriais de bases de dados didáticas na área química: ação compartilhada entre bibliotecário e aluno.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Novelli, Valéria Aparecida Moreira
Silva, Valéria de Assumpção Pereira da
Botero, Wander Gustavo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata a experiência da Biblioteca do Instituto de Química – UNESP, Câmpus de Araraquara/SP. Trabalho realizado por bibliotecário e aluno estagiário do Curso de graduação em Química (Licenciatura) para o estudo e o desenvolvimento de tutoriais impressos e eletrônicos para algumas bases de dados didáticas disponíveis na Biblioteca, com o objetivo de facilitar o acesso e a utilização destas fontes de informação. Para a apresentação e divulgação dos tutoriais foram realizados workshops para docentes e alunos da comunidade acadêmica. Os resultados obtidos nos mostram que os tutoriais permitem autonomia de utilização pelos usuários, auto-treinamento e textos em português. Conclui-se que a ação compartilhada entre bibliotecário e aluno favorece e incentiva o uso destas fontes de informação, intensificando a integração biblioteca-alunos e contribui para a melhoria contínua dos serviços oferecidos.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4144/SNBU2002_133.pdf
a8bd2598a80dc2c264d731074f3e8139
PDF Text
Text
SISTEMAS ORGANIZACIONAIS DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UM BREVE ESTUDO DE SUAS GESTÕES
FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
Thais Castro Caldeira de Alvarenga1 (thais@ufrrj.br);
Solangel Barbara1 (solangel@ufrrj.br);
Teresinha Sena Pacielo1 (pacielo@ufrrj.br);
Mirian Elisabete da Penha Neves1 (mirianel@ufrrj.br)
1
Bibliotecária da Biblioteca Central da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Rodovia BR 465, Km 7, 23890-000, Seropédica, RJ, Brasil.
RESUMO
Neste trabalho, pretende-se mostrar a transformação ocorrida nas formas de gerenciamento
de bibliotecas universitárias em decorrência das novas tecnologias de informação. A
introdução destas tecnologias provocou profundas mudanças no ambiente das bibliotecas
universitárias, desde a automação de seus serviços até a alteração nas suas estruturas
organizacionais. A partir da expansão das redes de informação, estabeleceu-se o
aparecimento de novas formas de comunicação e de acesso à informação, ampliando a
atuação das bibliotecas universitárias. Foram consideradas, como objeto deste estudo, sete
bibliotecas de Universidades do Estado do Rio de Janeiro: (i) Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), (ii) Universidade Federal Fluminense (UFF), (iii) Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro (UFRuralRJ), (iv) Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO), (v)
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), (vi) Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (UERJ) e (vii) Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). São
apresentadas as estruturas organizacionais destas bibliotecas antes do boom da informática
e sua evolução até os dias de hoje, dando ênfase à modificação das suas estruturas
hierárquicas dentro da Universidade. Enfatiza-se também a estreita ligação das bibliotecas
universitárias
com
os
setores
responsáveis
pela
implantação,
desenvolvimento
e
manutenção dos serviços ligados à tecnologia de informação. Finalmente, são mostrados
�como estão os modelos atuais destas bibliotecas, melhor denominadas sistemas/redes de
informação.
PALAVRAS-CHAVE:
gerenciamento
organizacional
de
bibliotecas
universitárias
-
tecnologias de informação - redes de informação - sistemas de informação
ORGANIZATIONAL SYSTEMS OF UNIVERSITY LIBRARIES IN RIO DE
JANEIRO STATE: A BRIEF STUDY OF THEIR MANAGEMENT IN THE FACE
OF THE NEW INFORMATION TECHNOLOGIES
ABSTRACT
The purpose of this paper is to show the changes occurred in the form of managing
university libraries in face of the new information technologies. The introduction of these
new technologies brought about deep changes in the milieu of college libraries, from the
automation of their services to the changes in organizational structures. Out of the
expansion of information networks, there was the rise of new forms of both
communication with, and access to, new information, thus expanding the actions of
university libraries as well. Seven university libraries in the state of Rio de Janeiro were
considered for object of this study, namely, (i) Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), (ii) Universidade Federal Fluminense (UFF), (iii) Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro (UFRuralRJ), (iv) Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO), (v) Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), (vi) Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ), and (vii) Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). The
organizational structure of these libraries prior to the cybernetic boom, as well as its
evolvement to present are shown; emphasis is also given to the changes in their
hierarchical structures within the University. The close linkage of college libraries with the
sectors responsible for the implanting, development, and maintenance of services related to
the information technology is also stressed. Finally, it is shown how the current models of
said libraries – more appropriately called ‘information systems/networks’ – are at present.
�KEY
WORDS:
organizational
management
of
university
libraries
-
information
technologies - information networks - information systems
1. INTRODUÇÃO
O aumento vertiginoso do conhecimento técnico-científico mundial, nas últimas
décadas, tem sido um desafio permanente aos profissionais da área de informação, na
busca
de
recursos
para
melhor
organizar,
controlar
e
disponibilizar
todo
esse
conhecimento. O compartilhamento de serviços bibliotecários entre as bibliotecas, e
atualmente entre os sistemas e redes de informação, é um destes recursos que agilizam o
acesso à informação.
A idéia de compartilhar recursos informacionais no meio biblioteconômico vem de
longa data. As primeiras iniciativas neste sentido no Brasil começaram ainda nos anos 50,
com a criação, em 1954, do IBBD – Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação,
atual IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, que iniciou
projetos de serviços cooperativos, como a compilação de bibliografias brasileiras, por áreas
do conhecimento. Em 1967, foi instituída em São Paulo, a BIREME – Biblioteca Regional
de Medicina, que vem desenvolvendo até hoje trabalho cooperativo na área de Ciências da
Saúde (KRZYZANOWSKI, 1994) e disponibilizando diversos serviços de informação à
comunidade acadêmica nacional.
Paradoxalmente, nesta época, as bibliotecas universitárias brasileiras refletiam a
tendência de formação das universidades, em Escolas Isoladas: funcionavam ligadas a
estas Escolas, sem qualquer interação entre elas, em muitas das vezes distantes fisicamente
umas das outras, na mesma Instituição. Havia que se reorganizar estas bibliotecas para
evitar a duplicação de meios para fins idênticos (LEMOS, 1975).
Durante a década de 80, as bibliotecas universitárias brasileiras constataram que
não poderiam mais se manter isoladas, começando então algumas propostas de trabalho
compartilhado,
por
meio
da
constituição
de
sistemas
de
informação
institucionais
coordenados. A partir de 1986, com a implantação do PNBU – Plano Nacional de
�Bibliotecas Universitárias, pelo MEC/SESU, foi dado um direcionamento às ações das
bibliotecas
universitárias
no
Brasil,
com
o
estabelecimento
de
diretrizes
para
o
desenvolvimento e cooperação entre elas. Dentre estas ações, destacava-se a automação
das bibliotecas, onde era sugerida uma rede de intercâmbio de dados bibliográficos,
possibilitando serviços de catalogação cooperativa, empréstimo e comutação bibliográfica.
Ainda nos anos 80, surgem a Rede Nacional de Catalogação Cooperativa (Rede
BIBLIODATA), sediada na Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) e o Programa de
Comutação Bibliográfica (COMUT), do IBICT, com sede em Brasília. Também se iniciou
o acesso às bases de dados on line estrangeiras, via EMBRATEL, para buscas
bibliográficas. Todas estas contribuições foram fundamentais para o acesso mais rápido à
informação e tornaram evidente que as bibliotecas já não podiam mais ficar restritas aos
seus recursos informacionais locais, porém tinham que usá-los de forma compartilhada, de
modo a promover a disseminação e o uso da informação.
Na década de 90, a tecnologia do CD-ROM (Compact Disc/Read Only Memory)
concretizou-se no Brasil e com esta tecnologia, o acesso local a bases de dados estrangeiras
neste suporte. Em 1994, é ins tituído no país o Projeto ANTARES, que previa Centros
Distribuidores, disponibilizando acesso à informação técnico-científica on line de seus
bancos de dados, e Postos de Serviço, usuários destas informações, localizados em grande
parte nas bibliotecas universitárias. Ainda nos idos de 1990, as três universidades estaduais
paulistas – UNESP, USP e UNICAMP – reuniram seus acervos de livros e teses num
catálogo coletivo em CD-ROM, mais uma iniciativa para o compartilhamento dos sistemas
de informação (KRZYZANOWSKI, 1994).
Contudo, a despeito de todos estes esforços e iniciativas já mencionados, o grande
avanço no sentido da integração de recursos informacionais nas bibliotecas universitárias
brasileiras foi, sem dúvida alguma, a introdução de uma rede de comunicação científica no
Brasil, a Rede Nacional de Pesquisa – RNP, em 1989, pelo Ministério da Ciência e
Tecnologia – MCT. A sua implantação deu a infra-estrutura necessária para que a Internet
se tornasse uma realidade no meio acadêmico nacional. Desde então, começou a haver, em
quase todo o país, uma mudança no perfil das bibliotecas universitárias.
�O objetivo deste estudo é avaliar a evolução organizacional de sistemas de
bibliotecas universitárias e o impacto causado pela introdução das tecnologias de
informação nestes sistemas, em Instituições de Ensino Superior do Estado do Rio de
Janeiro, em busca de um modelo próximo do ideal.
2. BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Foram considerados neste estudo, com relação às transformações estruturais
ocorridas frente às tecnologias de informação surgidas, os sistemas informacionais de
bibliotecas de sete Universidades do Estado do Rio de Janeiro. São elas: Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRuralRJ), Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO),
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF).
Neste contexto, é importante destacar a participação da Rede Rio de Computadores,
coordenada e financiada pela FAPERJ, que interliga as instituições de pesquisa e
universidades, conectando-as à RNP, desde 1992.
Convém ressaltar que este é um estudo preliminar, com caráter expositivo, sem
tratamento estatístico para as questões analisadas e que será aprofundado posteriormente.
Alguns dados desta pesquisa foram obtidos verbalmente, através de visitas e contatos
telefônicos com bibliotecários das Instituições em questão, como também por correio
eletrônico.
2.1. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
O Sistema de Bibliotecas e Informação da UFRJ - SIBI atua como coordenador das
bibliotecas da Universidade, em nível interno e externo, desenvolvendo atividades relativas
a programas e projetos, à capacitação de recursos humanos e à racionalização de recursos
financeiros. Aprovado em outubro de 1989 e implantado em junho de 1990, surgiu da
�necessidade de se estabelecer para a Universidade um sistema integrado de informações
técnico-científicas, racionalizando recursos humanos e financeiros, otimizando a política
de aquisição, de modo a assegurar uma infra-estrutura permanente, indispensável ao ensino
e à pesquisa. Tem a Biblioteca Central como órgão de coordenação de todas as bibliotecas
da Universidade, proporcionando os meios necessários ao desenvolvimento do Sistema.
A Biblioteca Central da UFRJ foi criada em dezembro de 1945, na ainda
Universidade do Brasil (a denominação Universidade Federal do Rio de Janeiro é de
1961). Desde 1950, quando da inauguração das suas novas instalações no Campus da Praia
Vermelha, onde se localiza até os dias de hoje, ficou clara a intenção de “ligar as
bibliotecas dos diferentes estabelecimentos de ensino e pesquisa da Universidade, em
número de vinte e quatro, reunindo num só catálogo coletivo cerca de 300.000 volumes”,
conforme noticiado no Boletim da Universidade do Brasil ano 2, nº 69, de 20.10.1950.
A Biblioteca Central passou por diversas denominações e subordinações ao longo
dos anos. Nas décadas de 1960/70 chamou-se Biblioteca Geral, subordinada então ao
Fórum de Ciência e Cultura, através do Serviço de Documentação e Informação, da
Superintendência de Difusão Cultural, retomando a denominação de Biblioteca Central em
1976, que perdura até hoje. Em 1970, ficou estabelecido que cada Centro Universitário
teria a sua própria biblioteca. Com esta medida e o crescimento da área de documentação,
o número de bibliotecas aumentou consideravelmente (de 26 em 1955, para 46 em 1983).
Este fato acarretou diversos problemas, tais como: falta de recursos humanos, duplicidade
de material bibliográfico e escassez de recursos financeiros para manter as coleções.
Somado a tudo isso, as bibliotecas funcionavam de forma desintegrada. Em 1984, foi
criado um grupo de trabalho, constituído por docentes e bibliotecários de todos os Centros
Universitários, para fazer um projeto visando à integração das bibliotecas da Universidade.
Este estudo resultou na criação do SIBI, vinculado à Reitoria da UFRJ, que no momento
conta com 40 bibliotecas distribuídas pelos Centros Universitários, de acordo com as áreas
do conhecimento, em dois campi e em outras Unidades Isoladas, localizadas na Cidade do
Rio de Janeiro.
Atualmente, o SIBI possui quatro Divisões, com atribuições específicas cada uma,
que gerenciam todas as bibliotecas do Sistema, assim como disponibilizam serviços e
�produtos de informação em todas elas, de modo a atingir os objetivos gerais do Sistema;
conta ainda com Órgãos Consultivos e de Apoio (Conselho Assessor, Comitês Técnicos e
Comissões de Bibliotecas).
Com a implementação das novas tecnologias de informação, o SIBI conta hoje com
vários produtos eletrônicos próprios: a Base de Dados Bibliográficos da UFRJ (Base
MINERVA), com o acervo geral da Universidade; Sala de Leitura, com acesso a jornais e
revistas
nacionais
e
estrangeiras;
Biblioteca
Eletrônica,
onde
estão
disponibilizados
trabalhos produzidos por profissionais da área de Ciência da Informação; o InfoSIBI,
Jornal Eletrônico Interativo (originado do Informal, veicula mensalmente por correio
eletrônico as notícias de interesse e/ou referentes às bibliotecas do Sistema); Bases de
Dados em CD-ROM, em diversas áreas do conhecimento, existentes nas várias bibliotecas
do Sistema.
2.2. Universidade Federal Fluminense – UFF
Na Universidade Federal Fluminense – UFF, o órgão coordenador do Sistema de
Bibliotecas e Arquivos chama-se Núcleo de Documentação – NDC e está diretamente
subordinado à Reitoria. Foi criado como órgão suplementar da Universidade, em 1969,
visando o controle e o uso racional das coleções existentes nas quatorze bibliotecas então
existentes nas Faculdades/Escolas da UFF, a maioria delas localizadas no Município de
Niterói.
O NDC tem as funções muito semelhantes às de uma Biblioteca Central num
Sistema de Bibliotecas; porém, engloba ainda, além das 23 bibliotecas da Universidade, o
Arquivo Central (com suas subdivisões), o Centro de Memória Fluminense, o Laboratório
de Reprografia (LARE) e o Laboratório de Conservação e Restauração de Documentos
(LACORD).
Para coordenar técnica e administrativamente o Sistema, apoiar os programas de
ensino, pesquisa e extensão da Universidade e desenvolver serviços e produtos de
informação voltados à Comunidade Universitária, viabilizando o pleno funcionamento das
�Unidades sob sua coordenação, a Direção do NDC conta com três Divisões: Divisão de
Desenvolvimento (DDS), Divisão de Bibliotecas (DBT) e Divisão de Arquivos (DARQ),
com seus respectivos Serviços, além de um Conselho Técnico e Secretaria Administrativa.
A proposta inicial do NDC foi pela centralização do processamento técnico e da aquisição.
No entanto, a partir de 1996, apenas a aquisição continuou centralizada no NDC. Possui
catálogo on line e home page própria.
2.3. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRuralRJ
Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRuralRJ, a Biblioteca
Central se caracteriza por ser uma estrutura monolítica. Está subordinada hierarquicamente
à Vice-Reitoria, conforme estabelecido no seu Regimento e no Estatuto da Universidade.
Criada em 1948, teve seu primeiro acervo transferido da sede da Praia Vermelha, na
Cidade do Rio de Janeiro, para o 2º andar do Pavilhão Central no Km 47 da antiga Rodovia
Rio-São Paulo, em Itaguaí (hoje Município de Seropédica), onde foi instalada pelo
Instituto de Economia Rural. Em 1973, foi transferida para novas instalações, em prédio
especialmente construído ao lado do Pavilhão Central, onde permanece até hoje.
A Biblioteca Central está constituída por três Divisões: Divisão de Processamento
Técnico, Divisão de Monografias e Divisão de Periódicos e por um Núcleo de Formação e
Desenvolvimento de Acervo, além da Direção e Secretaria Administrativa (estrutura
vigorando há um ano, em fase de aprovação pelo Conselho Universitário). Reúne num
mesmo local todo o seu acervo, com centralização de todos os serviços bibliotecários,
desenvolvendo produtos de informação e dando apoio às atividades de ensino, pesquisa e
extensão da Universidade.
A UFRuralRJ possui ainda três bibliotecas desvinculadas da Biblioteca Central: a
Biblioteca
do
Projeto
Sanidade
Animal,
localizada
no
campus
da
Universidade,
subordinada ao Instituto de Veterinária e funcionando em regime de comodato entre a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a UFRuralRJ; a Biblioteca
do Curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, localizada no
Centro da Cidade do Rio de Janeiro, subordinada ao Instituto de Ciências Humanas e
�Sociais e a Biblioteca da Estação Experimental “Campus Dr. Leonel Miranda”, localizada
no Município de Campos dos Goytacazes, com subordinação direta à Coordenadoria da
Estação e com acervo oriundo do extinto PLANALSUCAR.
2.4. Universidade do Rio de Janeiro - UNIRIO
Criado em 1986, o Sistema de Bibliotecas da UNIRIO – UNIBIBLI é constituído
pela Biblioteca Central, Bibliotecas Setoriais e Conselho Biblioteconômico. As bibliotecas
do UNIBIBLI, todas situadas na Cidade do Rio de Janeiro, fornecem o suporte
informacional às atividades de ensino, pesquisa e extensão e apóiam a Administração
Superior da Universidade, integrando-se à sua estrutura acadêmico-administrativa e aos
sistemas de informação, em âmbito nacional e internacional.
A Biblioteca Central é o órgão coordenador do UNIBIBLI, vinculado diretamente à
Reitoria da Universidade, e responsável pela definição das políticas e estabelecimento das
diretrizes que orientam as atividades técnico-administrativas comuns às demais bibliotecas
do Sistema.
A Biblioteca Central teve sua origem em 1976, com o objetivo de dotar a então
Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro (FEFIERJ), de
estrutura mínima exigida pelo MEC, para ser reconhecida como Universidade (mais tarde
UNIRIO). Inicialmente foi instalada numa sala de chefia da Biblioteca do Curso de
Enfermagem. Foi inaugurada oficialmente em 1977, passando a ocupar outro espaço, onde
hoje funciona o Arquivo Central da Universidade. Em 1984, foi realizada uma análise
diagnóstica das bibliotecas da Universidade, trabalho que originou o Projeto Biblioteca.
Um dos desdobramentos deste Projeto foi a constituição de uma equipe, que viria a
elaborar o documento “Política de Desenvolvimento das Bibliotecas da UNIRIO”,
aprovado em 25 de agosto de 1986, que cria então o Sistema de Bibliotecas, definindo a
sua estrutura organizacional e funcional.
As Bibliotecas Setoriais do UNIBIBLI correspondem aos Centros Acadêmicos da
UNIRIO e foram sendo formadas a partir dos acervos das bibliotecas dos diversos Cursos
�da Universidade, de acordo com as áreas do conhecimento. A Biblioteca Setorial do Centro
de Ciências Humanas (CCH) teve origem em 1969, com a transferência da coleção
destinada ao 1º Curso de Biblioteconomia do Brasil, na Biblioteca Nacional, para a
Biblioteca da Escola de Biblioteconomia da Universidade e hoje abriga um acervo
multidisciplinar nas áreas de Ciências Sociais e Humanas; a Biblioteca Setorial do Centro
de Letras e Artes (CLA), especializada na área de artes, tem grande importância na
memória cultural brasileira, pois sua história está estreitamente ligada à Escola de Teatro
da UNIRIO, ao Serviço Nacional de Teatro e ao Instituto de Música Villa Lobos; a
Biblioteca de Enfermagem/Nutrição foi criada em 1988 unindo os acervos destas áreas do
conhecimento.A Biblioteca de Medicina reuniu acervo da Escola de Medicina e Cirurgia, e
a Biblioteca do Curso Básico formou-se com o acervo do Instituto Biomédico e Escola de
Ciências Biológicas. Assim o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) reúne
estas três bibliotecas. A Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia
(CCET) está em fase de institucionalização, para dar suporte às atividades de ensino,
pesquisa e extensão dos Cursos ministrados neste Centro.
As Bibliotecas Setoriais do CCH, do CLA e, num futuro próximo, a do CCET estão
localizadas no mesmo prédio da Biblioteca Central; as Bibliotecas correspondentes ao
CCBS estão topograficamente distantes entre si, e também da Biblioteca Central. O acervo
do Sistema de Bibliotecas já está disponível on line, contendo as obras adquiridas desde
1988.
O Conselho Biblioteconômico do UNIBIBLI é órgão deliberativo e consultivo,
composto pela Direção
da Biblioteca Central, pelas Chefias das Divisões da Biblioteca
Central, pelas Chefias das Bibliotecas Setoriais, pelos Decanos dos Centros Universitários,
por um representante do corpo docente de cada Centro Acadêmico e por um representante
do corpo discente de cada Centro Acadêmico (eleito por seus pares), funcionando como
canal de comunicação entre o Sistema e a Comunidade Universitária.
�2.5. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ
A Divisão de Bibliotecas e Documentação da PUC-RJ - DBD, criada em 1967, é
subordinada à Vice-Reitoria Acadêmica da Instituição. Está constituída por uma Biblioteca
Central (BC) e seis Bibliotecas Setoriais: Biblioteca Setorial do Centro Técnico e
Científico (BSCTC), Biblioteca Setorial de Química (BSQUIM), Biblioteca Setorial de
Informática (BSINF), Biblioteca Setorial do Centro de Estudos em Telecomunicações
(BSCETUC), Biblioteca Setorial do Centro de Teologia e Ciências Humanas (BSCTCH) e
Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Sociais (BSCCS). Todas estas bibliotecas
encontram-se em prédios distintos, localizadas no campus da Universidade, no bairro da
Gávea, na Cidade do Rio de Janeiro.
A Biblioteca Central tem seu acervo voltado aos cursos de graduação, enquanto o
das Bibliotecas Setoriais atendem à pós-graduação. A aquisição e o tratamento técnico de
todo o material bibliográfico estão centralizados na DBD, que possui cinco Unidades
Técnicas funcionando na BC, para dar o suporte necessário às suas atividades. A DBD
possui home page própria, catálogo on line (Sistema Pergamum) e outros serviços/produtos
eletrônicos.
Todas as Bibliotecas estão técnica e administrativamente ligadas à DBD, com
exceção da BSINF e da BSCETUC, que são administradas pelas suas respectivas Unidades
Acadêmicas, porém tecnicamente estão subordinadas à DBD. Neste ano de 2002, a
BSCTC e a BSQUIM tiveram seus acervos unificados, constituindo, por questões práticas,
uma só biblioteca. O mesmo ocorreu com a BSCTCH e a BSCCS; no entanto, estas duas
alterações ainda estão sendo formalizadas pela Administração Superior.
2.6. Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
As bibliotecas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ constituem a
Rede Sirius – Rede de Bibliotecas UERJ, implantada em setembro de 1998, uma unidade
autônoma e diretamente subordinada à Reitoria da Universidade. Localizada no Campus
Maracanã, conta atualmente com vinte e uma bibliotecas (a maioria delas na Cidade do Rio
�de Janeiro), além de três Núcleos, da Direção e das Seções de Apoio Administrativo
(SEAP/SIRIUS e SEAP/PLANAD).
A Rede Sirius foi instituída para atender demandas emergentes da comunidade
acadêmica, direcionadas a maiores facilidades para o acesso, a produção, o uso e a
disseminação da informação, constituindo-se efetivamente em apoio ao ensino, à pesquisa
e à extensão, contribuindo para a evolução artística e científica e para o desenvolvimento
econômico e social do Estado do Rio de Janeiro. Para atender sua missão, foram
estabelecidos também seus objetivos: desenvolver produtos e serviços com valor agregado,
promover o acesso à informação, incrementando o intercâmbio com outras instituições e
contribuir para a formação integral do usuário.
A coordenação da Rede cabe à Diretoria, que é composta pela Direção, secundada
pelas coordenações dos três Núcleos: de Processos Técnicos e Automação – PROTAT, de
Administração e Planejamento – PLANAD e de Memória, Informação e Documentação –
MID. Os núcleos são responsáveis pela elaboração de políticas e planos de gestão da Rede
(no caso do PLANAD) e instrumentos de padronização e controle técnico, inclusive no que
se refere à automação (PROTAT). Já o MID é o Núcleo que tem as atribuições mais
diversificadas, pois responsabiliza-se pela divulgação da Rede e preservação da memória
institucional, com a finalidade de disseminar informações referenciais para as comunidades
interna e externa.
Integra ainda a estrutura da Rede Sirius um Órgão Colegiado, consultivo e
deliberativo,
coordenadores
viabilizando
das
a
participação
Comissões
de
da
comunidade
Bibliotecas,
discentes
universitária
e
(docentes
servidores
-
técnico-
administrativos) em assuntos macro referentes à Rede, reunindo-se por convocação do
Presidente ou da Direção.
As vinte e uma bibliotecas estão agrupadas da mesma forma como se divide
academicamente a Universidade, em quatro Centros, a saber: Biomédico (CB), Educação e
Humanidades (CEH), Ciências Sociais (CCS) e de Tecnologia e Ciências (CTC), mas
também compõem a Rede: a biblioteca comunitária (COM) e as duas bibliotecas do
Colégio de Aplicação (CAP/A e CAP/B).
�2.7. Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF
Na Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF, localizada no Município
de Campos dos Goytacazes e criada em fins de 1992, há quatro Centros Acadêmicos:
Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), Centro de Ciência e Tecnologia (CCT),
Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) e Centro de Ciências do Homem
(CCH). Em cada um deles existe uma Biblioteca, subordinada ao Diretor do respectivo
Centro. Em questões de maior relevância, contudo, recorre-se ao Reitor da Universidade.
Portanto,
quatro
bibliotecas
funcionando
independentemente
umas
das
outras,
sem
qualquer centralização de serviços. Também não possuem estatuto, regimento ou
organograma próprios. Há um projeto de Biblioteca Central, ainda não aprovado, nem
orçado. No momento, cada biblioteca conta com um bibliotecário e acesso à Internet; duas
delas possuem alguns serviços automatizados em MicroIsis.
Existe um laboratório ligado ao CCT, em Macaé, onde há uma biblioteca, e também
a Casa de Cultura da Universidade, vinculada à Pró-Reitoria de Extensão, que possui uma
biblioteca para atendimento à comunidade, fora do campus universitário.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando-se os sistemas informacionais das sete bibliotecas universitárias em
questão, observou-se que os mesmos estão em estágios diferenciados de organização e
desenvolvimento tecnológico. A maioria deles funciona como órgãos coordenadores de
bibliotecas, abrangendo também arquivos, centros de memória, laboratórios e órgãos de
apoio administrativo. Alguns destes sistemas possuem órgãos colegiados e conselhos
biblioteconômicos, visando a participação da Comunidade Universitária nos seus rumos.
Aqueles que ainda não atingiram tal grau de desenvolvimento, estão inseridos em
instituições criadas mais recentemente ou que ainda não realizaram discussões mais
aprofundadas sobre o papel de suas bibliotecas universitárias.
�Este estudo vem mostrar ainda que os sistemas de bibliotecas pesquisados possuem
denominações bastante variadas, em sua grande maioria estão subordinados à Reitoria da
Universidade e tiveram seu boom tecnológico a partir da década de 90.
Considerando o exposto, percebe-se que não existe um modelo estrutural ideal,
fechado, para sistemas informacionais universitários. Eles devem ter a capacidade de
ajustar-se às tecnologias que surgem e de inovar nos seus procedimentos, dando apoio às
atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade, sempre em busca da excelência
nos seus serviços e produtos, sem perder de vista a sua função maior: tornar a informação
cada vez mais precisa e acessível aos usuários.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, Murilo Bastos. As tecnologias de informação e a integração das bibliotecas
brasileiras. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 8.,
1994, Campinas. Anais... Campinas: UNICAMP, 1994, p. 105-122.
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Rede
Rio de Computadores. Disponível em: <http://www.rederio.br>. Acesso em: 18 jun. 2002.
INFORMAL. Rio de Janeiro: SIBI/UFRJ, v. 7, n. 1, jan./mar. 1995. Suplemento 1.
__________. Rio de Janeiro: SIBI/UFRJ, v. 7, n. 2, abr./jun. 1995. Suplemento 2. Parte 2.
__________. Rio de Janeiro: SIBI/UFRJ, v. 7, n. 4, out./dez. 1995. Suplemento 4.
KRZYZANOWSKI,
Rosaly
Fávero.
Integração
e
compartilhamento
das
bibliotecas
brasileiras na busca e obtenção de informação: um desafio de muitas décadas. In:
SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 8., 1994, Campinas.
Anais... Campinas: UNICAMP, 1994, p. 47-54.
�LEMOS, Antonio Agenor Briquet de; MACEDO, Vera Amália Amarante. Posição da
biblioteca
na
organização
operacional
da
universidade.
Revista
da
Escola
de
Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 4, n. 1, p. 40-51, mar. 1975.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO. Divisão de
Bibliotecas e Documentação. Disponível em: <http://www.dbd.puc-rio.br>. Acesso em: 18
jun. 2002.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Rede SIRIUS - Rede de
Bibliotecas UERJ. Disponível em: <http://www2.uerj.br/~rsirius>. Acesso em: 18 jun.
2002.
UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO. Sistema de Bibliotecas – UNIBIBLI.
Disponível em: <http://lumiar.unirio.br/biblioteca>. Acesso em 18 jun. 2002.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Sistema de Bibliotecas e
Informação. Disponível em: <http://www.sibi.ufrj.br>. Acesso em: 19 jun. 2002.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Núcleo de Documentação - Sistema de
Bibliotecas e Arquivos. Disponível em: <http://www.ndc.uff.br>. Acesso em: 18 jun. 2002.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
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Sistemas organizacionais de bibliotecas universitárias do Estado do Rio de Janeiro: um breve estudo de suas gestões frente às novas tecnologias de informação.
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Alvarenga, Thais Castro Caldeira de
Barbara, Solangel
Pacielo, Teresinha Sena
Neves, Mirian Elisabete da Penha
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Date
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2002
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The nature or genre of the resource
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Description
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Neste trabalho, pretende-se mostrar a transformação ocorrida nas formas de gerenciamento de bibliotecas universitárias em decorrência das novas tecnologias de informação. A introdução destas tecnologias provocou profundas mudanças no ambiente das bibliotecas universitárias, desde a automação de seus serviços até a alteração nas suas estruturas organizacionais. A partir da expansão das redes de informação, estabeleceu-se o aparecimento de novas formas de comunicação e de acesso à informação, ampliando a atuação das bibliotecas universitárias. Foram consideradas, como objeto deste estudo, sete bibliotecas de Universidades do Estado do Rio de Janeiro: (i) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), (ii) Universidade Federal Fluminense (UFF), (iii) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRuralRJ), (iv) Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO), (v) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), (vi) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e (vii) Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). São apresentadas as estruturas organizacionais destas bibliotecas antes do boom da informática e sua evolução até os dias de hoje, dando ênfase à modificação das suas estruturas hierárquicas dentro da Universidade. Enfatiza-se também a estreita ligação das bibliotecas universitárias com os setores responsáveis pela implantação, desenvolvimento e manutenção dos serviços ligados à tecnologia de informação. Finalmente, são mostrados como estão os modelos atuais destas bibliotecas, melhor denominadas sistemas/redes de informação.
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pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4143/SNBU2002_132.pdf
64c62286549908213603a118e9dd9171
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COMPARTILHAR É A SOLUÇÃO!
TERESA DA SILVA
UERJ – Instituto Politécnico
Caixa Postal 97282
CEP 28610-970 - Nova Friburgo - RJ - Brasil
tesilva@iprj.uerj.br
Resumo
Relaciona argumentos embasados em revisão de literatura justificando o compartilhamento
de acervos como solução para problemas do cotidiano das bibliotecas, como carência de
recursos financeiros, escasseamento de espaço para armazenamento e o trabalho de seleção
da informação, entre outros. São coletadas citações que apontam a premente necessidade
do compartilhamento e arrola benefícios que as bibliotecas virão a desfrutar caso optem
por esta iniciativa, em relação a economia de custos, desenvolvimento de coleções,
progresso
da
biblioteca
e
divulgação
da
informação.
Indica
experiências
de
compartilhamento em atividade atualmente para estudos de casos.
Palavras-chave: compartilhamento de acervos, gestão da informação, desenvolvimento de
coleções.
Introdução
“Compartilhar é o verbo do momento.” disse certa vez a jornalista Cristina de
Luca, do jornal O Globo, ao comentar a crescente adesão dos internautas à troca de
arquivos de músicas na internet, ambiente propício a este compartilhamento.
�2
Pode se dizer o mesmo em relação ao acervo das bibliotecas. Diante de
problemas
como
o
custo
da
aquisiç ão
de
material
bibliográfico,
despesas
com
processamento técnico e guarda dos documentos e o crescimento vertiginoso da
informação produzida no mundo, o compartilhamento de acervos é uma iniciativa que,
além de solucionar problemas do cotidiano bibliotecário, otimiza a biblioteca como
prestadora de serviços aos usuários. E com as tecnologias da informação, na forma da
digitalização dos documentos, esta iniciativa torna-se bem mais viável.
Estão relacionados neste artigo argumentações extraídas da literatura que
explanam motivos pelos quais as bibliotecas podem optar pelo compartilhamento de
acervos. São arrolados os benefícios que as bibliotecas venham a desfrutar do
compartilhamento no tocante a economia de custos, desenvolvimento de coleções,
progresso
da
biblioteca
e
divulgação
da
informação.
E
indica
experiências
de
compartilhamento para estudo de casos.
2 Por que compartilhar?
Figueiredo (1999, p.80) encara a cooperação como um acontecimento
inevitável no futuro das bibliotecas:
Cooperação não é mais uma atividade que as bibliotecas possam escolher
ou não participar; não se concebe mais uma biblioteca atuando
isoladamente. Pode-se dizer que, na verdade, não deve existir mais uma
coisa como ‘uma biblioteca’, mas somente ‘a biblioteca’, ou a fusão de
todas através da cooperação.
Com base em explanações de diversos teóricos, foram encontrados os seguintes
argumentos a favor do compartilhamento:
�3
2.1 O crescimento da informação produzida no mundo: No meio científico,
profícuo em pesquisas e descobertas e grande consumidor de informação especializada,
este problema é mais sentido por parte dos estudiosos. Em 1851, Joseph Henri, do
Smithsonian Institute, já alertava para o problema do crescimento da informação,
declarando que, caso não fosse tomada nenhuma providência para sanar este problema,
“tanto a literatura como a ciência perecerão esmagadas sob o seu próprio peso”
(KRZYZANOWSKI; TARUHN, 1998, p.193). As teorias do “crescimento exponencial do
acervo x crescimento aritmético do uso” (RIDER, apud PINHEIRO, 1998, p.12) e do
“caos documentário” (BRADFORD, 1961, p.196)
também confirmam este problema.
A
este respeito, Robredo; Cunha (1994, p.3) declararam que
com a ‘explosão’ da investigação científica e técnica, aparece um
fenômeno completamente novo na história da humanidade: o homem
curioso não consegue descobrir por si mesmo a existência dos
documentos que lhe interessam e não dispõe de tempo para ler tudo
aquilo que é publicado na sua área de interesse.
Concomitantemente a esse “boom” informacional, constatou-se que ideais
como os da “biblioteca auto-suficiente” (VERGUEIRO, 1989, p.13) e da “biblioteca
enciclopédica” (PINHEIRO, 1998, p. 12), entre outros, devem ser abandonados por serem
inviáveis. São aspirações impossíveis mesmo para as bibliotecas e centros de informação
com orçamento generoso e amplo espaço físico para armazenamento. Mulholland (2000,
p.2) declara que “as bibliotecas devem parar de sofrer do complexo de Biblioteca de
Alexandria ”: desejar adquirir tudo sobre tudo para o seu acervo. Argumento semelhante
utiliza Vianna (2000, p.2), dizendo que “nenhuma universidade pode ser tudo para todos ”.
Atualmente as bibliotecas estão cientes de que é impossível armazenar todo o
conhecimento produzido. Conforme declarou Vergueiro (1997, p.103)
�4
as instituições de informação parecem estar caminhando para uma nova
fase de atuação, na qual não poderão mais acreditar que terão sequer as
mínimas possibilidades de atender totalmente, com seus próprios
recursos, às necessidades de seus clientes;
2.2 Custo da aquisição e armazenamento dos documentos: Krzyzanowski;
Taruhn (1998) afirmaram que a informação, apesar dos seus atributos sociais e culturais, é
adquirida por um alto valor pecuniário. No Brasil esse valor é mais elevado, devido à
inflação, aos altos preços das assinaturas de periódicos (principalmente quando são
importados) e à limitação orçamentária das bibliotecas. Limitação esta que pode impactar
em menos aquisições, afetando conseqüentemente a qualidade do acervo e dos recursos
oferecidos pela biblioteca.
Além da aquisição, Rider (apud PINHEIRO, 1998), compilou mais três
atividades bibliotecárias que demandam custo financeiro: preparação da obra para uso,
catalogação e armazenamento. Em todas as quatro atividades, está agregado também o
custo homem-hora, que é o custo financeiro do trabalho dos profissionais a ele dedicados.
2.3 Necessidade do usuário ter acesso rápido à informação: ao usuário da
biblioteca, como lembra Figueiredo (1999), não interessa como a biblioteca está
estruturada, e sim se o fornecimento de informação lhe é feito com presteza. É da
satisfação do usuário com o atendimento às suas necessidades informacionais que depende
o sucesso da biblioteca. Os resultados das experiências de compartilhamento resultarão em
benefícios para o atendimento ao usuário, indivíduo objeto das atenções da biblioteca.
Há uma demanda cada vez maior de usuários que querem acesso imediato e
ágil à informação, a fim de acelerar os seus estudos e pesquisas. A publicação eletrônica
transmitida via Internet é um recurso que oferece ao usuário acesso quase imediato à
informação de que necessita (KRZYZANOWSKI; TARUHN, 1998);
�5
2.4 Mudança de paradigma da obtenção da informação: Rowley (1996,
p.7) afirma que
há uma significativa mudança de um foco na coleção e desenvolvimento
do acervo para funções baseadas no acesso, onde as bibliotecas vêem o
seu papel como provendo acesso aos recursos, que podem estar em sua
coleção, mas que podem estar localizadas em qualquer outro lugar.
Graças às tecnologias da informação (como Internet e bases de dados em
linha), as bibliotecas estão preferindo o acesso ao documento em detrimento à sua posse.
Vergueiro (1989, p.13) fez uma declaração a esse respeito que vai direto ao ponto:
Ficou mais claro para os bibliotecários que, se pretendiam manter as
bibliotecas pelas quais eram responsáveis como organismos vivos e
atuantes, deveriam necessariamente mudar a ênfase de seu trabalho da
acumulação pura e simples do material para o acesso ao mesmo.
Lancaster (1996, p. 264) declara que:
o crescimento da editoração eletrônica [...] [juntamente] com o
desenvolvimento das redes de telecomunicações que permitem o acesso a
fontes de informação remotas, significa que os fatores compensadores [do
compartilhamento de recursos] podem ser estendidos além dos [seus]
conceitos convencionais [...].
Vergueiro (1997, p. 101-102) argumenta que
hoje em dia, ter acesso ao conteúdo de um documento pode significar
muito mais que localizá-lo no acervo de uma biblioteca próxima. Pode
�6
implicar em conectar -se a um computador remoto e transferi-lo para o
computador da biblioteca.
E, como declarou Cunha (1999, p. 261), “o diferencial mudará do tamanho do
acervo para o tamanho das verbas disponíveis para o acesso”. As bibliotecas estão
adotando os lemas “small is beautiful” e “small and rich is beautiful” para o
desenvolvimento de acervos.
Krzyzanowski; Taruhn (1998) previram sobre uma provável crise no sistema
tradicional de publicações científicas em papel, creditado ao seu custo e ao conseqüente
aumento dos preços das assinaturas. O acesso compartilhado pela Internet aos periódicos
eletrônicos é uma alternativa para manter a continuidade das suas coleções a um preço
menor;
2.5 Preferência da busca da informação em artigos de periódicos: Robredo;
Cunha (1994, p.4) declaram que a concepção de documento enquanto suporte mudou no
século XX, passando o artigo de periódico a ser o cerne da informação bibliográfica.
Segundo ainda os autores, isso ocorreu devido ao aumento do volume de documentos no
mundo. Consequentemente “a importância do livro ou do volume vai cedendo lugar à
publicação especializada e, dentro desta, ao artigo, e ainda, mais recentemente, aos
conceitos e dados nela contidos.”
Por conseguinte as bibliotecas cujos usuários são consumidores de informação
mais atualizada devem concentrar seus esforços na aquisição e acesso a periódicos, para
atender às suas necessidades de informação. O custo de adquirir coleções de periódicos
sem interrupção é elevado para bibliotecas isoladas. Esse custo pode ser partilhado entre
bibliotecas que compartilham acervos, para garantir a continuidade das coleções.
3 O que as bibliotecas tem a ganhar com o compartilhamento de acervos?
�7
3.1 Em relação à economia de custos:
3.1.1 Assegura a continuidade das assinaturas dos periódicos, através da
divisão da aquisição dos documentos : O preço dos documentos, principalmente dos
periódicos eletrônicos, aumenta a cada ano, levando alguns centros de informação a
cancelar a assinatura de alguns títulos por medida de economia. O cancelamento de
assinaturas deixa “falhas” nas coleções de periódicos que afetam a eficácia das bibliotecas.
Sobre este problema, Figueiredo (1999, p.71-72) avisa que
interrupções na aquisição têm somente efeito marginal nas áreas de
humanidades e ciências sociais, pois uma aquisição posterior poderá vir a
cobrir as lacunas. Na área de ciência e tecnologia, a literatura após dois
anos de publicação perde metade do seu valor e, após cinco anos, pode
não ser mais válida a sua aquisição.
Como
afirmou
Krzyzanowski;
Taruhn
(1998),
através
de
compromissos
firmados para o compartilhamento a continuidade das coleções de periódicos para o futuro
estará garantida.
Pois tendo a responsabilidade de adquirir determinados títulos para
atender seus usuários e os usuários das bibliotecas cooperantes, haverá menos risco de uma
biblioteca interromper suas assinaturas de periódicos. Conseqüentemente, haverá maior
segurança para a manutenção de coleções, evitando os “buracos” nas coleções
mencionados por Figueiredo (1999). E ainda beneficia equanimamente instituições que,
isoladas, não teriam condições de arcar com o pagamento das assinaturas de periódicos.
De acordo com Krzyzanowski; Taruhn (1998, p.194)
a adoção da prática de união de interesses por meio de consórcio de
bibliotecas, para a seleção, aquisição, manutenção e preservação da
informação eletrônica, apresenta-se como uma das formas encontradas
pelas instituições e profissionais envolvidos com o objetivo de diminuir
�8
ou dividir os custos orçamentários, ampliar o universo de informações
disponíveis aos usuários e o sucesso dessas atividades.
Cunha (1999, p.261) assegura que o trabalho cooperativo é necessário para
reduzir os custos da publicação eletrônica. Segundo ele, “haverá campo propício para
ações cooperativas mediante convênios. O compartilhamento de recursos será uma ação
crítica, e a comutação bibliográfica passará a ser uma função essencial na nova estrutura da
biblioteca universitária.”
Lancaster (1996) afirma que o custo da participação em um acordo de
compartilhamento é vantajoso até mesmo quando uma biblioteca empresta quatro vezes
mais do que toma emprestado, pois o custo do empréstimo dos documentos é mais baixo
do que seu valor de compra, caso fossem comprados;
3.1.2 Possibilita uma maior racionalização do uso das verbas para
aquisição: Vianna (2000) assegura que a racionalização nas compras, tendo em mente a
incapacidade da biblioteca ser auto-suficiente, é objetivo de preocupação da aquisição
cooperativa. O compartilhamento de acervos é uma excelente justificativa para solicitação
de verbas junto a instituições e órgãos de fomento, através de projetos que explanem
convincentemente os benefícios que as instituições das quais as bibliotecas são
participantes usufruirão.
3.2 Em relação ao desenvolvimento de coleções:
3.2.1 Aumento do custo/benefício das aquisições: o compartilhamento de
recursos pode ser um meio para tornar vantajosa a relação custo-eficácia das aquisições das
bibliotecas. Segundo Lancaster (1996, p.263),
�9
uma biblioteca talvez consiga, com seus próprios recursos, satisfazer
entre 80 a 90% das necessidades dos usuários. Mas não terá como passar
muito além desse ponto de maneira econômica, porque isso exigiria
gastos totalmente desproporcionais. Por exemplo, uma biblioteca talvez
consiga atender a 90% das necessidades de artigos de periódicos ao
assinar 200 títulos; para atender a 95%, talvez precise de 700 títulos, e
98% de satisfação talvez exijam o uso de até 2.000 títulos;
3.2.2 Compartilhamento da tarefa de filtrar a informação: Ortega y Gasset,
(apud FONSECA, 1992, p.60) ao falar a respeito da missão do bibliotecário, afirmou que
ele é “o filtro que se interpõe entre a torrente de livros e o homem”. Lancaster (1996, p.3)
considera a biblioteca “como uma interface entre os recursos de informação disponíveis e a
comunidade a ser servida”. E o desenvolvimento de coleções é a atividade que promove
essa
interface
enquanto
segmentação
orientada
para
o
cliente.
Nisonger
(apud
VERGUEIRO, 1997, p.104), argumenta que
os bibliotecários ainda se deparam com a mesma responsabilidade em
relação às publicações eletrônicas – filtrar do grande número disponível a
parcela que é relevante ao atendimento das necessidades de informação
de seus clientes.
Compartilhar o trabalho de seleção da informação elimina a redundância de
informação nos acervos, ao filtrar a informação que realmente interessa ao usuário. E ainda
agregará valor à informação, pois os clientes terão confiança de que estão tendo à sua
disposição as melhores fontes de informação da sua área de conhecimento.
Cunha (1999, p. 261) afirma que a biblioteca está mudando de paradigma:
graças às tecnologias de transmissão da informação, ela
�10
existirá mais como um conceito abstrato e não tanto como uma
realidade
física.
O
desenvolvimento
de
coleções
privilegiará
as
necessidades dos usuários, e não a completeza dos assuntos. Para tanto,
serão utilizados não só os recursos documentários locais, mas,
principalmente, pelo acervo virtual acessível via comutação bibliográfica,
consórcio, rede e vendedores comerciais. O desenvolvedor de coleções
terá como função fazer hiperligações para mapear os recursos
informacionais externos.
3.3 Em relação ao progresso da biblioteca:
3.3.1 Desenvolve capacitação dos recursos humanos, principalmente para
a operação e uso de bases de dados (KRZYZANOWSKI; TARUHN, 1998): A utilização
de documentos digitalizados demanda profissionais capacitados para buscar, acessar e
recuperar a informação em bases de dados locais e remotas. Segundo orientação de Cunha
(1999, p.267)
O novo ambiente digital irá exigir da biblioteca uma equipe mais bem
treinada no uso dos diversos equipamentos e programas. Serão
necessárias aptidões como conhecimento de língua estrangeira para
acessar sítios no exterior e realizar buscas . O ambiente bibliotecário,
nessa era digital, será cada vez mais internacional. A equipe deverá estar
bem mais preparada para um envolvimento mais constante com o usuário,
pois haverá um contato entre ambos maior do que na biblioteca
convencional.
É uma ocasião propícia para o aperfeiçoamento profissional dos bibliotecários
e seus auxiliares, pois participarão de cursos, treinamentos e estudarão mais sobre os
recursos da tecnologia da informação para recuperá-la e acessá-la.
�11
Além dos recursos financeiros, os conhecimentos tácitos dos profissionais
das bibliotecas podem ser compartilhados entre as cooperantes. Afirma Vianna (2000, p.2)
que as bibliotecas que compartilham seus acervos “juntas poderão experimentar e
progredir mais do que sozinhas”, através da troca de idéias e experiências;
3.3.2 Promove ação efetiva em conjunto sem prejudicar a autonomia e a
diversidade institucional: Vianna (2000) quis dizer com isso que, mesmo trabalhando em
grupo,
cada
biblioteca
continua
a
ter
identidade
própria.
E
mesmo
que
um
compartilhamento reúna bibliotecas de diferentes instituições (como universidades e
centros de pesquisa), essa diversidade não será prejudicial ao compartilhamento.
3.4 Em relação à divulgação da informação:
3.4.1 Aumento do universo de publicações disponíveis aos usuários,
através do acesso a um volume maior de informações: uma biblioteca participante
poderá ter à sua disposição documentos das demais cooperantes. Jasmen (1998),
explanando sobre o projeto de consórcio de bibliotecas universitárias chilenas “Alerta al
conocimiento”, afirma que as instituições participantes da aquisição cooperativa têm
acesso a um universo muito maior de periódicos do que as instituições que assinam
periódicos apenas para si. E as coleções de cada biblioteca participante passam a ter maior
uso, com a ampliação do número de usuários.
Sobre esse argumento, cabe citar a afirmação de Figueiredo (1999, p.80): “as
bibliotecas trabalhando juntas podem ultrapassar as barreiras locais (os campi), deixando
de ser órgãos fisicamente restritos, mas cientes do potencial de recursos coletivos
existentes para serem compartilhados”;
3.4.2 Promove a otimização da pesquisa científica, ao oferecer subsídios
informacionais para aquisição e transmissão do conhecimento (KRZYZANOWSKI;
�12
TARUHN, 1998): a comunidade científica é uma voraz consumidora de informação para
seus trabalhos de ensino e pesquisa. Mas essa informação, para atender às necessidades
dessa comunidade, deve ser precisa e chegar às mãos do requerente sem demora. O acesso
a um amplo leque de títulos de periódicos e a bases de dados, proporcionado pelo
compartilhamento, possibilita esse atendimento. Semelhante declaração fez Cunha (1977,
p.41) ao dizer que “a informação científica e tecnológica é propriedade de todos e a
participação nos lucros desse capital coletivo é o objetivo extremo da transferência do
conhecimento”.
4 Conclusão
A comunidade bibliotecária não tem como desconhecer o fato de que o
compartilhamento de acervos é uma boa alternativa para os problemas de seleção,
aquisição e armazenamento de documentos da biblioteca. Além de ser uma oportunidade
para melhorar ainda mais o atendimento ao usuário, razão de existência da biblioteca. Cabe
aos gerentes de bibliotecas, tendo em vista o histórico da instituição e suas necessidades,
tomar a decisão de compartilhar seus acervos, contactando gerentes de bibliotecas para
propor acordos de compartilhamento ou buscar participação em acordos já firmados.
Brown (1998) relata que o compartilhamento entre as bibliotecas americanas,
promovidos como consórcios, tem obtido
bastante sucesso nos propósitos de compartilhar
conhecimentos e repartir custos de aquisição de documentos. A iniciativa das bibliotecas
americanas foi a inspiração para o surgimento do compartilhamento entre as Instituições de
Ensino Superior do Rio de Janeiro - IES/RJ, como afirmou Vianna (2000).
Como não foi encontrada nenhuma argumentação que depusesse contra o
compartilhamento, a princípio isso pode ser considerado como sinal de sucesso. Para
constatar a certeza do sucesso das iniciativas de compartilhamento de acervos, podem ser
realizados estudos de casos de compartilhamento entre bibliotecas adotados por bibliotecas
e centros de pesquisa brasileiros. Dentre eles, pode-se estudar as experiências do
�13
Compartilhamento entre Instituições de Ensino Superior do Rio de Janeiro – IES/RJ
(informações
Biblioteca
disponíveis
Eletrônica
em
–
http://www.ndc.uff.br/compartilhamento),
ProBE
da
FAPESP
(informações
do
Programa
disponíveis
em
http://www.probe.br) e do portal Periódicos da CAPES (informações disponíveis em
http://www.periodicos.capes.gov.br) . Pode-se verificar, entre outros, se as experiências
são eficazes no propósito de beneficiar a comunidade acadêmica e científica.
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BRADFORD, S.C. Documentação. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961. 350 p.
BROWN, D.R. Consórcios e redes nas bibliotecas acadêmicas dos EUA. Transinformação,
Campinas, v. 10, n. 1, jan./abr. 1998. Disponível em:
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CUNHA, L.G.C. Sistemas e redes de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 6, n.
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CUNHA. Murilo Bastos da. Desafios na construção de uma biblioteca digital. Ciência da
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FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Paradigmas modernos da Ciência da Informação: em
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FONSECA, Edson Nery da. Introdução à biblioteconomia. São Paulo: Pioneira, 1992.
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�14
JASMEN S., A.M. Alerta al conocimiento S.A.: consorcio de bibliotecas en Chile.
Transinformação, Campinas, v. 10, n. 1, jan./abr. 1998. Disponível em:
http://www.puccamp.br/~biblio/transinformacao/ old/vol10n1/pag62.html.
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KRZYZANOWSKI, Rosaly Fávero; TARUHN, R. Biblioteca eletrônica de revistas
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LANCASTER, F.W. Avaliação de serviços de bibliotecas. Tradução Antônio Agenor
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MULHOLLAND, Elda. Consórcios: uma solução que bate à porta. Disponível em:
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PINHEIRO, Ana Virgínia. Organização e administração de bibliotecas: planos de
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ROBREDO, Jaime ; CUNHA, Murilo Bastos da. Documentação de hoje e de amanhã:
uma abordagem informatizada da biblioteconomia e dos sistemas de informação. São
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ROWLEY, Jeniffer. Informática para bibliotecas. Tradução Antônio Agenor Briquet de
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VERGUEIRO, Waldomiro. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis; Associação
Paulista de Bibliotecários, 1989. 95 p. (Coleção Palavra-Chave, 1).
�15
______. O futuro das bibliotecas e o desenvolvimento de coleções: perspectivas de
atuação para uma realidade em efervescência. Perspectivas em Ciência da Informação,
Belo Horizonte, v.2, n.1, p.93-107, jan./jun. 1997.
VIANNA, Maria José Gomes Monteiro. Consórcios de bibliotecas: em busca da
concretização. Disponível em: http://acd.ufrj.br/sibi/consorcios.doc . Acesso em: 08 dez.
2000.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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A name given to the resource
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An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Teresa da
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relaciona argumentos embasados em revisão de literatura justificando o compartilhamento de acervos como solução para problemas do cotidiano das bibliotecas, como carência de recursos financeiros, escasseamento de espaço para armazenamento e o trabalho de seleção da informação, entre outros. São coletadas citações que apontam a premente necessidade do compartilhamento e arrola benefícios que as bibliotecas virão a desfrutar caso optem por esta iniciativa, em relação a economia de custos, desenvolvimento de coleções, progresso da biblioteca e divulgação da informação. Indica experiências de compartilhamento em atividade atualmente para estudos de casos.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4142/SNBU2002_131.pdf
ef7041e54929c176e7da2d40a7409f3e
PDF Text
Text
CARREIRA E PERFIS PROFISSIONAIS: UM ESTUDO EM ANDAMENTO NA
USP
Joel Souza Dutra (FEA/USP)
Prof. do Dep. de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP
jdutra@usp.br
Rosa Tereza Tierno Plaza (IGc/USP)
Diretora de Serviço da Biblioteca do Instituto de Geociências da USP
rtplaza@usp.br
Maria Celisa de Mattos Zapparoli (DT/SIBi/USP)
Bibliotecária do Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP
celisa@sibi.usp.br
Teresinha das Graças Coletta (EESC/USP)
Diretora do Serviço de Biblioteca da Escola de Engenharia de São Carlos da USP
coletta@sc.usp.br
Eliana de Azevedo Marques (FAU/USP)
Diretora do Serviço de Biblioteca e Informação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP
emarques@usp.br
Sueli Mara Soares Pinto de Oliveira (ECA/USP)
Profa. do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da USP
smferrei@usp.br
1. INTRODUÇÃO
Criado em 1981, o Sistema Integrado de Bibliotecas da USP tem passado por
diversas etapas em seu desenvolvimento. Em 1994, uma proposta de modernização do
Sistema
criou,
a
denominados``Grupos
partir
de
do
anseio
Metas``.
dos
Dentre
bibliotecários,
esses
grupos,
Grupos
destacam-se
de
a
Trabalho
Meta
4:
Carreira/USP, a Meta 5: Recursos Humanos em Bibliotecas e a Meta 11: Estruturas
Organizacionais das Bibliotecas/USP.
A evolução dos estudos elaborados pelas Metas, fez com que os três grupos se
fundissem formando o Grupo de Estudo denominado Gestão de Recursos Humanos, que
iniciou as discussões sobre o assunto. Em 1997, foi constituído um grupo composto por
bibliotecários, um professor de gestão de carreiras, uma professora de biblioteconomia e
um representante do Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB-8), que elaborou
uma``Proposta de Atualização dos perfis profissionais do SIBi/USP`` (Krzyzanowski et al,
1997).
Acompanhando o desenvolvimento da área de Gestão de Pessoas, em 2001, o
Sistema sentiu necessidade de rever a proposta, e os estudos foram retomados por outro
grupo resultando no presente documento.
1
�Considerou-se para o início dos trabalhos a estrutura da carreira em vigor
atualmente na Universidade e propõe-se que os trinta e três níveis da carreira (I, II, III – de
A a J) se transformem em 06 (seis) níveis, no máximo.
Para a carreira de técnico sugere-se os níveis I, II e III, sem as subdivisões de A a
J. Para os bibliotecários sugere-se que os níveis sejam subdivididos em:
•
I (A e B). II (A e B), III (A e B)
Além dos níveis, a proposta considerou, para mobilidade na carreira, aspectos relacionados
a: a) atribuições e responsabilidades; b) requisitos de acesso; c) reconhecimento e entrega;
d) habilidades e atitudes.
2. BIBLIOTECÁRIOS E TÉCNICOS DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Neste estudo enfoca-se os grupos: "bibliotecário" e "técnico em documentação e
informação". O nível "auxiliar" não é tratado.
2.1. Bibliotecário
Os profissionais bibliotecários são essenciais nesta era da informação e precisam
estar capacitados a responder rapidamente às necessidades de informação com a vantagem
de proporcionar à organização informações baseadas no conhecimento.
Para atender satisfatoriamente essas funções, os bibliotecários necessitam de
competências profissionais ligadas à área de formação, ao conhecimento da área em que
atua e às competências pessoais que representam o conjunto de habilidades, atitudes e
valores. Estas três competências permitem ao bibliotecário trabalhar de forma eficiente e
eficaz para apresentar resultados de excelência dentro da organização.
2.2. Técnico em Documentação e Informação
São os profissionais cuja formação permite acompanhar as ações desenvolvidas
pelos bibliotecários, auxiliando-os em áreas que vão da comunicação e gestão até o
processamento técnico, aquisição, atendimento ao usuário entre outros.
2
�Esse profissional também necessita desenvolver seus conhecimentos, atuando de
forma a agregar valor a organização.
3. GESTÃO DE PESSOAS E CARREIRAS DE BIBLIOTECÁRIOS E TÉCNICOS
EM DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO NA USP
As pessoas têm seu desenvolvimento profissional atrelado à sua capacidade para
assumir atribuições e responsabilidades em níveis crescentes de complexidade. Este
aumento de complexidade requer uma reciclagem constante, que qualifica o profissional
criando-lhe oportunidades de reflexão e dando-lhe subsídios para um melhor desempenho
de suas atividades. Habilidades e atitudes completam o desenho que, aliadas à qualificação
profissional, permitem-lhe agregar valor à entrega.
A melhoria na qualidade ou no valor da entrega permite que o profissional seja
aquele que não apenas prevê os resultados de determinadas ações mas a elas se antecipa,
surpreendendo tanto o cliente interno quanto o cliente externo.
O desenvolvimento profissional deve criar uma parceria entre a organização e as
pessoas. Enquanto a organização dá subsídios para a carreira profissional, as pessoas
devem retribuir com a aquisição de novos conhecimentos e a transferência destes à
organização levando-os a novos desafios.
Para a presente proposta a ascensão dentro dos níveis considera aspectos
relacionados
a:
formação
(obrigatória
e
desejável);
outros
conhecimentos
(micro-
informática, idiomas etc) experiência, reconhecimento/entrega e habilidades/atitudes. Uma
vez que o conhecimento é cumulativo, as pessoas têm maiores possibilidades de transferílo para o seu dia a dia.
Segundo Dutra (2001b) nos últimos vinte anos o sistema formal de gestão de
pessoas utilizado pelas empresas tornou-se ultrapassado, sem que se chegasse até o
momento a um novo modelo confiável para substituí-lo integralmente. Partindo dessa
constatação afirma, no entanto, que muitas empresas vêm conseguindo bons resultados
com novas propostas e indica alguns elementos comuns que são passíveis de reprodução
para diferentes realidades organizacionais. Enumera três conceitos que explicam a
3
�realidade das empresas e o futuro da gestão das pessoas: competência, complexidade e
espaço organizacional.
Esses conceitos são assim entendidos:
a) Competência: conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para que a
pessoa desenvolva suas atribuições e responsabilidades. Culturalmente as pessoas são vistas,
dentro da organização, pela descrição formal de funções ou atividades o que prova a distorção
da realidade uma vez que podem não estar sendo aproveitadas de acordo com seu perfil.
b) Complexidade : nível de entrega e de agregação de valor que a pessoa realiza para a
organização. Para que a pessoa adquira condições de executar suas atividades, com
responsabilidade e maior complexidade, ela necessita desenvolver-se dentro da organização. A
partir dessa relação pode-se fazer um paralelo entre desenvolvimento e remuneração.
Dutra (2001a) explica que ``se a pessoa se desenvolve ao assumir responsabilidades
e atribuições de maior complexidade, e se, ao fazê-lo agrega mais valor para
empresa/negócio, é justo que deva ser remunerada adequadamente``.
c) Espaço ocupacional: decorrente da correlação entre complexidade e agregação de valor.
Assumindo maiores responsabilidades e atividades mais complexas, a pessoa passa a
ocupar um espaço maior dentro da organização ampliando-se, portanto, seu espaço
ocupacional. O desenvolvimento da pessoa somado a sua maior capacidade de agregar
valor, e a ampliação de espaço ocupacional devem estar atrelados ao crescimento salarial.
Citando Shinyashiki (2001) ``a carreira deve ser considerada em duas divisões. Ela
é importante porque as pessoas vão ter uma atividade mais interessante, mais desafiadora,
mais complexa. Isso, de alguma forma, é fundamental para o processo de motivação mas é
preciso, também, pensar que a carreira tem de refletir uma melhoria de remuneração``.
4. PROPOSTA
Apresentam-se, a seguir, planilhas específicas para identificação de perfis e carreira
para Bibliotecários e Técnicos em Documentação e Informação:
4
�4.1. Bibliotecário
Bibliotecário (Superior) - Atribuições e Responsabilidades, Requisitos de Acesso, Reconhecimento e Entrega e Habilidades e Atitudes
Níveis
Atribuições e
Responsabilidades
Utilização e Geração de
Informação e
Conhecimento
Nível I (A)
•
•
Consulta, coleta e
armazena dados
em sistemas de
informações.
Responde pela
integridade dos
dados e
informações,
assegurando
qualidade técnica
dos relatórios
informativos.
Nível I (B)
•
Estrutura e
transforma dados
brutos em
informações
sistematizadas.
•
Identifica
necessidades e
coordena
levantamento de
dados,
documentos e
informações.
Responde pela
integridade dos
dados e
informações,
assegurando
qualidade técnica
dos relatórios
informativos.
•
Nível II (A)
•
•
•
•
Emite parecer em
assuntos novos não
estruturados relativos
às suas atividades.
Analisa dados,
documentos e
informações
relacionadas às suas
atividades, avaliando
seus impactos e interrelacionamentos com
as demais
atividades/processos
da Unidade.
Propõe e implementa
soluções adequadas às
ameaças/
oportunidades
identificadas.
Responde pela
integridade dos dados
e informações,
assegurando
qualidade técnica dos
relatórios
informativos.
Nível II (B)
•
•
•
•
5
Analisa tendências e
potencialidades do
ambiente, visando
identificar ameaças e
oportunidades ,
dentro do escopo de
sua área de atuação,
avaliando os
impactos que podem
gerar em outras
unidades
administrativas.
Analisa dados,
documentos e
informações
relacionadas às suas
atividades, avaliando
seus impactos e interrelacionamentos com
as demais
atividades/processos
de sua unidade de
negócio.
Propõe e implementa
soluções adequadas
às ameaças/
oportunidades
identificadas.
Responde pela
integridade dos dados
e informações,
assegurando
qualidade técnica dos
relatórios
informativos.
Nível III (A )
•
Propõe e
implementa
soluções adequadas
às
ameaças/oportunida
des identificadas.
•
Responde pela
integridade dos
dados e
informações,
assegurando
qualidade técnica
dos relatórios
informativos.
Nível III (B)
•
Analisa
tendências e
cenários onde a
organização está
inserida, visando
a
identificação/ava
liação de riscos,
ameaças e
oportunidades e
os impactos que
podem gerar nas
diferentes
unidades da
organização.
•
Responde pela
integridade dos
dados e
informações,
assegurando
qualidade técnica
dos relatórios
informativos.
�Níveis
Atribuições e
Responsabilidades
Articulação Interna e
Externa
Aprimoramento de
Processos/Produtos e
Participação em Projetos
Nível I (A)
•
Presta informações
a clientes, em
questões inerentes
a sua atividade
principal e/ou de
natureza específica,
com base em
procedimentos prédefinidos.
•
Desenvolve
atividades
rotineiras ou préestruturadas com
base em instruções.
•
Executa atividades
não rotineiras sob
supervisão/
acompanhamento.
Nível I (B)
•
Troca informações
internamente, em
assuntos
relacionados à sua
área de atuação.
Nível II (A)
•
Troca informações
e experiências
interna e
externamente, em
assuntos
relacionados à sua
área de atuação.
Nível II (B)
•
•
•
•
Opera, instala,
•
mantém e monitora
equipamentos e/ou
sistemas com baixo
nível de interação
decisória.
Participa do
desenvolvimento
de projetos,
relacionados a sua
atividade principal,
com necessidade
de supervisão.
Desenvolve
projetos técnicos
rotineiros e de
baixa
complexidade,
relacionados às
suas atividades.
6
•
Nível III (A )
Troca informações
e experiências
interna e
externamente, em
assuntos
relacionados à sua
área de atuação.
Participa da
negociação de
projetos junto a
instituições,
fornecedores,
clientes externos e
parceiros, em
assuntos
essencialmente
relacionados à sua
unidade.
•
Participa de
equipes/grupos de
trabalho, com
objetivo de
acompanhar e
absorver
tecnologia,
adaptando e
customizando o
conhecimento
existente no
mercado às
demandas da
unidade.
•
•
Participa da
negociação de
projetos junto a
instituições,
fornecedores,
clientes externos e
parceiros, em
assuntos
essencialmente
relacionados à
unidade e à
organização.
Concebe a
negociação de
projetos no âmbito
da unidade.
Nível III (B)
•
•
Define/estabelece
•
metas, objetivos e
padrões de
desempenho e
qualidade bem
como de planos de
ação e
instrumentos de
análise e
monitoramento nas
atividades de sua
especialização, sob
supervisão.
Representa a
organização em
negociações e
eventos, diante de
instituições,
fornecedores,
clientes externos e
parceiros.
Concebe a
negociação de
projetos no âmbito
da organização.
Avalia as
alternativas
técnicas (interna e
externamente) e
define planos de
ação, identificando
oportunidades e
necessidades,
priorizando
atividades,
analisando
viabilidade e
avaliando custo
benefício.
�Níveis
Atribuições e
Responsabilidades
Aprimoramento de
Processos/Produtos e
Participação em Projetos
Nível I (A)
•
Oferece suporte
operacional aos
níveis superiores
de carreira,
executando
tarefas
repetitivas,
estruturadas e de
baixa
complexidade
Nível I (B)
•
•
•
Oferece suporte para
elaboração de
pareceres
técnicos/relatórios
informativos ou
analíticos.
Executa atividades
de média
complexidade, com
base em normas e
instruções técnicas
gerais, com
necessidade de
supervisão.
Auxilia no
desenvolvimento de
projetos técnicos
rotineiros e de baixa
complexidade,
relacionados às suas
atividades.
Nível II (A)
•
Desenvolve
alternativas
técnicas visando a
manutenção e o
aprimoramento dos
padrões
estabelecidos,
garantindo que as
operações de sua
área se
desenvolvam em
conformidade com
o estabelecido.
Nível II (B)
•
•
•
Coordena
equipes de
trabalho em
projetos da
unidade.
Realiza a
concepção e
desenvolviment
o de projetos
dentro de sua
área de atuação.
Avalia e propõe
correções de
rumo para os
projetos e
processos em
sua área de
atuação.
Nível III (A )
•
•
•
•
Resolução de Problemas
•
Encaminha
problemas e
questionamentos
de clientes
internos e
externos aos
níveis superiores
da carreira
•
Auxilia na resolução
de problemas, dando
suporte a níveis
superiores da
carreira.
•
Analisa problemas,
identifica soluções,
sugere e
implementa plano
de ação e
acompanha a
implementação em
processos e fluxos
de informações
complexas e pouco
estruturadas
7
•
Identifica e
analisa
problemas,
propõe
soluções,
sugere plano de
ação e
acompanha a
sua
implementação
em processos e
fluxos de
informações no
âmbito da
unidade.
•
Participa como
especialista em equipes
de trabalho
multidisciplinares,
podendo coordenar
projetos/processos que
envolv am outras áreas
da organização.
Acompanha e absorve
tendências no ambiente
externo, propondo a
internalização em sua
unidade de informação,
de acordo com as
prioridades e
necessidades da
organização.
Acompanha e elabora
plano de ação para
processo/projetos em
sua área de atuação.
Propõe correções de
rumo e soluções para
processos/projetos na
organização.
Responde pela
implementação de
soluções em processos
que envolvam outras
áreas, dentro de sua
área de atuação.
Nível III (B)
•
•
•
Coordena
tecnicamente
projetos de alta
complexidade na
organização,
envolvendo
diversas áreas ou
equipes.
Participa de
projetos de alta
complexidade, de
natureza
multidisciplinar e
interinstitucional.
Oferece respostas
customizadas
diante de
possibilidades
econômica e/ou
tecnicamente
viáveis para a
organização, a
partir de um
conhecimento
profundo de sua
especialidade e
geral do negócio da
organização.
�Níveis
Atribuições e
Responsabilidades
Resolução de Problemas
Gestão de prazos e
recursos
Nível I (A)
•
Soluciona
problemas técnicos
de natureza
simples, inerentes
às suas atividades,
com base em
procedimentos e
parâmetros prédefinidos.
•
Cumpre
cronograma
estabelecido.
•
Utiliza recursos,
zelando pela
eficiência em sua
aplicação.
Nível I (B)
•
Soluciona
problemas técnicos
de média
complexidade,
relacionados às
suas atividades,
seguindo padrões e
rotinas previamente
estabelecidas.
•
Contribui na
identificação e na
implementação de
soluções para
problemas
relacionados aos
sistemas de
informações que
abranjam a unidade
como um todo.
•
Demanda
condições
operacionais
seguindo
procedimentos e
parâmetros prédefinidos.
Nível II (A)
•
Acompanha/
responde pela
utilização dos
recursos e o
cumprimento de
prazos de
projetos sob sua
responsabilidade
8
Nível II (B)
•
Acompanha
/responde pela
utilização dos
recursos e o
cumprimento de
prazos de
projetos sob sua
responsabilidade
Nível III (A )
Nível III (B)
•
Identifica e analisa
problemas, propõe
soluções, sugere
plano de ação e
acompanha a sua
implementação em
processos e fluxos
de informações
complexas e pouco
estruturadas no
âmbito da
organização.
•
Define a melhor
solução para problemas
técnicos em sua
unidade de negócio,
considerando o
impacto potencial em
outras unidades da
organização.
•
Identifica
necessidades e
condições
operacionais
necessárias ao
desenvolvimento
de projetos que
envolvam mais de
uma área de
atuação dentro da
unidade.
•
Planeja, controla e
administra o
desenvolvimento e
implantação de
projetos e ações de
interesse da unidade,
avaliando e
monitorando fatores
que possam interferir
nos resultados, recursos
e cumprimento de
prazos.
�Níveis
Atribuições e
Responsabilidades
Gestão de prazos e
recursos
Nível I (A)
Nível I (B)
Nível II (A)
Nível II (B)
•
Identifica
necessidades e as
condições
operacionais
necessárias à
realização de
projetos
/processos e
atividades
relacionadas a
sua área de
atuação.
•
Demanda
recursos e
condições
operacionais
necessárias à
realização de
projetos/processo
s e atividades
relacionadas à
sua área de
atuação.
•
Fomenta e
realiza
apresentações e
palestras extraorganização,
sobre assuntos
relacionados à
sua área de
atuação.
•
Mobiliza a
equipe da qual
faz parte em
torno da busca
pela clarificação
dos objetivos e
foco na interação
com os trabalhos
que vem sendo
realizados pelas
demais equipes
existentes na
área em que atua
Transferência e
Absorção de
Conhecimentos
•
Apresenta preocupação
contínua com o autodesenvolvimento.
•
Dissemina, em
sua área,
conhecimentos e
informações
relativas às suas
atividades.
•
Estimula a troca
de experiências,
informações e
conhecimentos
nas equipes da
unidade.
Trabalho em Equipe e
Liderança
•
Troca informações, em
sua área de atuação,
sobre novas formas e
métodos de trabalho,
visando a melhoria de
seu desempenho.
•
•
•
Mantém canal aberto de
comunicação entre pares e
superiores, procurando
atuar de forma
colaborativa nas equipes
de trabalho em que
participa.
Mantém canal
aberto de
comunicação
entre pares e
superiores,
procurando atuar
de forma
colaborativa nas
equipes em que
participa.
Ajuda as equipes
•
em que participa
na construção de
consenso e na
manutenção e
coesão do grupo,
reforçando o
comprometiment
o com os
objetivos
definidos.
•
Demonstra
condições de
liderança.
Nível III (A )
9
Nível III (B)
•
Negocia, internamente,
prazos, recursos e
condições operacionais
necessárias ao
desenvolvimento de
projetos e ações
relacionadas a sua
unidade e a organização.
Estimula a troca
de experiências,
informações e
conhecimentos
nas equipes da
organização.
•
Identifica e incentiva a
absorção de
conhecimentos pela
equipe e no âmbito da
organização.
•
Fornece
feedback
constante sobre o
desempenho da
equipe.
•
•
Explicita os
resultados
pretendidos e
suas expectativas
em relação a
atuação de cada
participante sob
sua coordenação.
Incentiva a equipe sob
sua coordenação a inovar,
aceitando possíveis erros
e tomando medidas para
que os mesmos enganos
não se repitam.
•
Garante as condições para
manutenção do
entusiasmo e
comprometimento da
equipe sob sua
coordenação em torno dos
objetivos dos projetos sob
sua responsabilidade.
�Níveis
Atribuições e
Responsabilidades
Trabalho em Equipe e
Liderança
Nível I (A)
Nível I (A)
•
Superior em
Biblioteconomia e
Documentação
Nível I (B)
•
•
Formação Desejável
Nível II (A)
Nível II (B)
Nível III (A )
•
Níveis
Requisitos de
Acesso
Formação
Nível I (B)
•
Nível II (A)
Superior em
Biblioteconomia
e Documentação
Curso de
atualização na
área de atuação.
•
Estar inscrito em
cursos de
especialização na
sua área de
atuação ou
correlata.
•
•
Nível II (B)
Superior em
Biblioteconomia
e Documentação
Curso de
atualização na
área de atuação.
•
Curso de
especialização na
sua área de
atuação ou
correlata.
•
10
•
Nível III (B)
Mobiliza esforços,
clarifica idéias e
busca a coesão de
equipes
multifuncionais,
considerando as
diferenças,
culturais e
individuais e na sua
interação com
trabalhos realizados
pelas demais
equipes existentes
na unidade
administrativa.
Nível III (A )
Superior em
Biblioteconomia
e Documentação
Estar inscrito em
cursos de
especialização na
área de atuação
ou correlata.
•
Estar inscrito em
programa de pósgraduação/MBA/
mestrado
profissionalizante.
•
•
Nível III (B)
Superior em
Biblioteconomia e
Documentação.
Curso de
especialização na
área de atuação ou
correlata.
•
Mestrado/doutorado/
MBA na área de
atuação ou correlata
(em andamento).
•
•
Superior em
Biblioteconomia e
Documentação.
Curso de
especialização na área
de atuação ou correlata.
Mestrado/doutorado/
MBA na área de
atuação ou correlata
(concluído).
�Níveis
Requisitos de
Acesso
Outros Conhecimentos
Nível I (A)
Nível I (B)
•
Idioma inglês em
nível básico.
•
Idioma inglês em
nível básico.
•
Informática: domínio
de aplicativos.
•
Informática:
domínio dos
aplicativos em
uso na
biblioteca.
Nível II (A)
•
Idioma inglês em
nível
intermediário.
•
Idioma inglês em
nível
intermediário.
•
Informática:
domínio dos
aplicativos em
uso na
biblioteca.
Desejável:
conhecimento de
outros
programas.
•
Informática:
domínio dos
aplicativos em
uso na biblioteca
.
Desejável:
conhecimento de
outros
programas.
4 anos no nível I
(A-B)
•
•
Experiência
Níveis
•
Nível I (A)
2 anos no nível I
(A)
Nível II (B)
•
Nível I (B)
•
Nível II (A)
6 anos no nível I
e nível II
Nível III (A )
Nível III (B)
•
Inglês em nível
avançado.
•
Inglês em nível
avançado.
•
Conhecimentos
básicos de outro
idioma.
•
Conhecimentos básicos
de outro idioma.
•
•
Informática:
domínio dos
aplicativos em uso
na biblioteca e no
Sistema.
Informática: domínio
dos aplicativos em uso
na biblioteca e no
Sistema.
•
9 anos no nível I, II
•
12 anos no nível I,II e
IIIA
Nível II (B)
Nível III (A )
Nível III (B)
Reconhecimento
e Entrega
•
Entrega do
conjunto de
tarefas que lhe
foram
conferidas, de
acordo com os
prazos e recursos
pré-definidos.
•
•
Entrega do
conjunto de
tarefas de média
complexidade de
acordo com
prazos e
recursos.
Busca se
antecipar às
solicitações
demonstrando
capacidade de
liderança e
coordenação de
novas atividades.
11
•
Entrega do
conjunto de
tarefas de maior
complexidade.
•
Busca antecipar,
projetar, analisar,
inovar e otimizar
as atividades que
desenvolve.
•
Coordena equipes
de trabalho e
participa em
grupos/equipes de
trabalho
acompanhando e
absorvendo
tecnologia para
atender as
demandas da
organização.
•
Desenvolve esforços
para manter a equipe
coesa, participando
como especialista em
diferentes equipes de
trabalho analisando as
condições do ambiente,
desenvolvendo planos
de ação e coordenando
projetos/processos de
diferentes áreas da
organização.
�Níveis
Nível I (A)
Nível I (B)
Nível II (A)
Nível II (B)
Nível III (A )
Nível III (B)
Habilidades e
Atitudes
•
•
•
•
•
•
•
Atendimento com
qualidade e foco nas
necessidades,
interesses e
expectativas dos
clientes.
Capacidade de
negociação e
comunicação interpessoal com a
clientela interna e
externa.
Compromisso com a
educação da
clientela para
interação com a
ambiência
organizacional e uso
adequado dos
serviços e produtos.
Integração ao
ambiente de trabalho
e adaptação aos
requisitos do mesmo
e as novas
exigências sociais e
organizacionais.
Postura ética quanto
a moral, costumes e
convenções sociais e
profissionais.
Preocupação
contínua com o seu
desenvolvimento e
aprimoramento
pessoal.
Capacidade de atuar
em equipes, postura
inovadora e criativa
na solução de
problemas.
•
•
•
•
•
•
Atendimento com
qualidade e foco
nas necessidades,
interesses e
expectativas dos
clientes.
Capacidade de
negociação e
comunicação interpessoal com a
clientela interna e
externa.
Compromisso com
a educação da
clientela para
interação com a
ambiência
organizacional e
uso adequado dos
serviços e produtos.
Integração ao
ambiente de
trabalho e
adaptação aos
requisitos do
mesmo e as novas
exigências sociais e
organizacionais.
Postura ética
quanto a moral,
costumes e
convenções sociais
e profissionais.
Preocupação
contínua com o seu
desenvolvi- mento
e aprimoramento
pessoal.
Atendimento com
qualidade e foco
nas necessidades,
interesses e
expectativas dos
clientes.
Capacidade de
negociação e
comunicação interpessoal com a
clientela interna e
externa.
Compromisso com
a educação da
clientela para
interação com a
ambiência
organizacional e
uso adequado dos
serviços e produtos.
•
•
Iniciativa para
propor
soluções/sugestões
diante de novas
situações .
•
•
Integração ao
ambiente de
trabalho e
adaptação aos
requisitos do
mesmo e as novas
exigências sociais e
organizacionais.
Postura ética
quanto a moral,
costumes e
convenções sociais
e profissionais.
•
•
•
•
•
12
•
•
•
Atendimento com
qualidade e foco
nas necessidades,
interesses e
expectativas dos
clientes.
Capacidade de
negociação e
comunicação interpessoal com a
clientela interna e
externa.
Compromisso com
a educação da
clientela para
interação com a
ambiência
organizacional e
uso adequado dos
serviços e produtos.
Iniciativa para
propor
soluções/sugestões
diante de novas
situações.
Integração ao
ambiente de
trabalho e
adaptação aos
requisitos do
mesmo e as novas
exigências sociais e
organizacionais
Postura ética
quanto a moral,
costumes e
convenções sociais
e profissionais.
•
•
•
•
•
•
Atendimento com
qualidade e foco
nas necessidades,
interesses e
expectativas dos
clientes.
Capacidade de
negociação e
comunicação interpessoal com a
clientela interna e
externa.
Compromisso com
a educação da
clientela para
interação com a
ambiência
organizacional e
uso adequado dos
serviços e produtos.
Iniciativa para
propor
soluções/sugestões
diante de novas
situações.
Integração ao
ambiente de
trabalho e
adaptação aos
requisitos do
mesmo e as novas
exigências sociais e
organizacionais.
Postura ética
quanto a moral,
costumes e
convenções sociais
e profissionais.
•
•
•
•
•
•
Atendimento com
qualidade e foco
nas necessidades,
interesses e
expectativas dos
clientes.
Capacidade de
negociação e
comunicação interpessoal com a
clientela interna e
externa.
Compromisso com
a educação da
clientela para
interação com a
ambiência
organizacional e
uso adequado dos
serviços e produtos.
Iniciativa para
propor
soluções/sugestões
diante de novas
situações.
Integração ao
ambiente de
trabalho e
adaptação aos
requisitos do
mesmo e as novas
exigências sociais e
organizacionais.
Postura ética
quanto a moral,
costumes e
convenções sociais
e profissionais.
�Níveis
Nível I (A)
Nível I (B)
Nível II (A)
Nível II (B)
Nível III (A )
Nível III (B)
Habilidades e
Atitudes
•
•
•
•
Capacidade para
identificar
problemas,
facilitados em
atividades
ligadas ao fluxo
de informações.
Empatia e
comprometiment
o com a
clientela.
Capacidade de
interpretação,
análise, seleção e
síntese da
informação.
Comprometimen
to com a
qualidade do
serviço prestado.
•
•
•
•
•
Capacidade de
interpretação,
análise , seleção
e síntese da
informação.
Capacidade de
atuar em
equipes, postura
inovadora e
criativa na
solução de
problemas.
Capacidade para
identificar
problemas,
facilitados em
atividades
ligadas ao fluxo
de informações.
Empatia e
comprometimento com a
clientela.
Comprometimen
to com a
qualidade do
serviço prestado.
•
•
•
•
•
•
Preocupação
contínua com o seu
desenvolvimento,
aprimoramento
pessoal e da equipe.
Capacidade de
interpretação,
análise , seleção e
síntese da
informação.
Postura pró-ativa
para intervir no
processo de
mudança
organizacional.
Empatia e
comprometimento
com a clientela e a
com a organização.
Capacidade de
atuar e liderar
equipes.
Sensibilização e
comprometimento
com a qualidade na
prestação de
serviços em
sistemas de
informação.
13
•
•
•
•
•
•
Preocupação
contínua com o seu
desenvolvimento ,
aprimoramento
pessoal e da equipe.
Capacidade de
interpretação,
análise , seleção e
síntese da
informação.
Postura pró-ativa
para intervir no
processo de
mudança
organizacional.
Empatia e
comprometimento
com a clientela e a
organização.
Capacidade de
atuar e liderar
equipes.
Sensibilização e
comprometimento
com a qualidade na
prestação de
serviços em
sistemas de
informação.
•
•
•
•
•
Preocupação
contínua com o seu
desenvolvimento ,
aprimoramento
pessoal e da
equipe.
Capacidade de
atuar e liderar
equipes.
Postura pró-ativa
para intervir no
processo de
mudança
organizacional.
Empatia e
comprometimento
com a clientela e a
organização.
Sensibilização e
comprometimento
com a qualidade na
prestação de
serviços em
sistemas de
informação.
•
•
•
•
•
Preocupação contínua
com o seu
desenvolvimento ,
aprimoramento pessoal
e da equipe.
Postura pró-ativa para
intervir no processo de
mudança
organizacional.
Capacidade de atuar e
liderar equipes.
Empatia e
comprometimento com
a clientela e a
organização.
Sensibilização e
comprometimento com
a qualidade na
prestação de serviços
em sistemas de
informação.
�4.2
Técnico em Documentação e Informação:
Atribuições e Responsabilidades, Requisitos de Acesso, Reconhecimento/Entrega
Níveis
Nível I
Nível II
Nível III
Atribuições e Responsabilidades
Utilização de Dados e Informações
•
Consulta, coleta e armazena dados em
sistemas de informações ou documentos
próprios.
•
Consulta, coleta e armazena dados em
sistemas de informações ou documentos
próprios.
•
Consulta, coleta e armazena dados em
sistemas de informações ou documentos
próprios.
Trabalho em Equipe
•
Mantém canal aberto de comunicação
entre pares e superiores, procurando
atuar de forma colaborativa nas equipes
de trabalho em que participa.
•
Mantém canal aberto de comunicação
entre pares e superiores, procurando
atuar de forma colaborativa nas equipes
de trabalho em que participa.
•
Mantém canal aberto de comunicação
entre pares e superiores, procurando
atuar de forma colaborativa nas equipes
de trabalho em que participa.
Transferência e absorção de conhecimentos
•
Apresenta preocupação contínua com o
auto-desenvolvimento.
•
Apresenta preocupação contínua com o
auto-desenvolvimento.
•
Apresenta preocupação contínua com o
auto-desenvolvimento.
Resolução de Problemas
•
Encaminha problemas e
questionamentos de clientes internos aos
níveis superiores de carreira.
•
Sugere soluções de problemas e
questionamentos de clientes internos aos
níveis superiores de carreira.
•
Implementa soluções para problemas
técnicos de média complexidade,
relacionados às suas atividades,
seguindo padrões, procedimentos,
rotinas e parâmetros previamente
estabelecidos.
Gestão de prazos e recursos
•
Cumpre os prazos e cronogramas
estabelecidos.
•
Cumpre os prazos e cronogramas
estabelecidos.
•
Cumpre os prazos e cronogramas
estabelecidos.
•
Utiliza os recursos, zelando pela
eficiência em sua aplicação.
•
Utiliza os recursos, zelando pela
eficiência em sua aplicação.
•
Utiliza os recursos, zelando pela
eficiência em sua aplicação.
•
Controla as condições operacionais
seguindo procedimentos e parâmetros
pré-definidos.
•
Executa atividades de média
complexidade, com base em normas e
instruções técnicas gerais, com
necessidade de supervisão.
•
Participa do desenvolvimento de
projetos relacionados a sua atividade
principal, com necessidade de
supervisão.
Aprimoramento de Processos/Produtos e
participação em projetos
•
Oferece suporte operacional na execução
dos projetos/atividades da área.
•
Oferece suporte operacional na execução
dos projetos/atividades da área.
•
Executa tarefas repetitivas, de baixa
complexidade, com base em normas e
instruções técnicas pré- determinadas,
com supervisão.
•
Executa tarefas repetitivas de baixa
complexidade, com base em normas e
instruções técnicas pré-determinadas com
supervisão.
•
14
Oferece suporte para elaboração de
pareceres técnicos, relatórios informativos
ou analíticos.
�Níveis
Nível I
Nível II
Nível III
Atribuições e Responsabilidades
Aprimoramento de Processos/Produtos e
participação em projetos
•
Opera, instala, mantém e monitora
equipamentos e/ou sistemas com baixo
nível de interação decisória.
Impacto nas decisões da organização
Articulação interna e externa
•
Presta informações a clientes internos,
em questões inerentes a sua atividade
principal e/ou de natureza específica,
com base em procedimentos prédefinidos.
Níveis
Requisitos de
acesso
Formação:
•
Nível I
•
2 o grau completo ou ensino médio
profissionalizante.
Presta informações a clientes internos,
em questões inerentes a sua atividade
principal e/ou de natureza específica,
com base em procedimentos prédefinidos.
Experiência:
Fornece informações significativas para
a tomada de decisões inovadoras.
•
Presta informações a clientes internos,
em que stões inerentes a sua atividade
principal e/ou de natureza específica,
com base em procedimentos prédefinidos.
•
Troca informações internamente em
assuntos relacionados às suas atividades
e tarefas.
Nível II
Nível III
•
2 o grau completo ou ensino médio
profissionalizante.
•
2o grau completo ou ensino médio
profissionalizante.
•
Cursos de atualização.
•
Cursos de atualização.
•
Cursando nível superior na área de
atuação. (*)
Desejável:
Conhecimentos:
•
•
Técnicas de redação.
•
Técnicas de redação.
•
Inglês instrumental nível in termediário.
•
Microinformática e aplicativos.
•
•
•
Inglês básico.
Microinformática e aplicativos utilizados
na unidade de informação.
Domínio de aplicativos em uso na
unidade de informação.
•
Inglês instrumental básico.
•
4 anos (no nível I)
•
6 anos (níveis I e II)
(*) Quando concluir o curso referente à área de atuação estará apto a desenvolver atividades referentes ao nível superior mas não tem a mudança
automática na carreira.
15
�Níveis
Nível I
Nível II
Nível III
Reconhecimento/
Entrega
•
Entrega do conjunto de tarefas que lhe
foram conferidas, de acordo com os
prazos e recursos pré-definidos.
•
16
Utiliza os instrumentos de planejamento,
executando, controlando e avaliando os
procedimentos utilizados na unidade de
informação, oferecendo suporte para
elaboração de relatórios, pareceres e
outros.
•
Identifica suas possibilidades de atuação
face aos objetivos, características e
público alvo da unidade de informação.
Participa do planejamento e
desenvolvimento de projetos de
dinamização das atividades da unidade
de informação. Auxilia nos processos de
gestão, captando e fornecendo dados e
informações significativas para a tomada
de decisões inovadoras.
�5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Numa conceituação mais moderna, são redefinidos os perfis profissionais dos
bibliotecários e técnicos de documentação e informação, utilizando-se como parâmetros:
atribuições
e
responsabilidades,
requisitos
de
acesso,
reconhecimento
e
entrega,
habilidades e atitudes para que esses profissionais tenham mobilidade na carreira dentro da
Universidade de São Paulo.
O moderno profissional da informação necessita redobrar esforços qualificando-se
profissionalmente, através de uma educação continuada, adaptando seu acervo cognitivo e,
adequando-se para interagir e atuar junto às equipes da organização.
Desse
reconhecimento
responsabilidade
modo,
entende-se
profissional
demonstrada
que
na
que
os
profissionais
devem
considere
a
complexidade
entrega,
a
experiência
das
contar
com
suas
acumulada
atividades,
através
posicionamento da carreira e, conseqüentemente, a remuneração adequada a que faz juz.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DUTRA, J.S. Carreira técnica-administrativa: evolução e mobilidade. In: FORUM DE
POLÍTICAS UNIVERSITÁRIAS, São Paulo, 2000. A USP e seus desafios: módulo 1.
São Paulo: EDUSP, 2001a. p.161-172.
______. Gestão do desenvolvimento e da carreira por competência. In:______. Gestão
por competência: um modelo avançado para o gerenciamento de pessoas. São Paulo:
Gente, 2001b. p.41-62.
KRZYZANOWSKI, R.F. et al. Proposta de atualização dos perfis profissionais do
SIBi/USP. São Paulo: Sistema Integrado de Bibliotecas – Universidade de São Paulo,
1997.
SHINYASHIKI, G.T. Carreira técnico-administrativa: evolução e mobilidade. In:
FORUM DE POLÍTICAS UNIVERSITÁRIAS, São Paulo, 2000. A USP e seus desafios :
módulo 1. São Paulo: EDUSP, 2001. p.150-160.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ARRUDA, M.C.C.; MARTELETO, R.M.; SOUZA, D.B. Educação, trabalho e o
delineamento de novos perfis profissionais: o bibliotecário em questão. Ciência da
Informação, Brasília, v.29, n.3, p.14-24, set./dez. 2000.
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17
um
do
�DUTRA, J.S. Gestão de pessoas com base em competências . [S.l.:s.n.], [199-?]
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Marília, v.3, n.1, p.21-43, 2000.
18
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Carreira e perfis profissionais: um estudo em andamento na USP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Dutra, Joel Souza et al.
Coverage
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Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Numa conceituação mais moderna, são redefinidos os perfis profissionais dos bibliotecários e técnicos de documentação e informação, utilizando-se como parâmetros: atribuições e responsabilidades, requisitos de acesso, reconhecimento e entrega, habilidades e atitudes para que esses profissionais tenham mobilidade na carreira dentro da Universidade de São Paulo.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4141/SNBU2002_130.pdf
49bc5d1ec0c60d9278e6125a6cb575cc
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1
MODELO DE GESTÃO: proposta para o SIBi/USP *
Teresinha das Graças Coletta1
Márcia Elisa Garcia de Grandi2
Adriana Cybele Ferrari3
Ivone Robles4
Maria do Socorro Bezerra Rocha 5
1 Introdução
Os conceitos de gestão das organizações modernas vêm passando por profundas revisões
impulsionadas pelas mudanças dos ambientes interno e externo. Dentre estas mudanças,
destaca-se o fenômeno da globalização, que vem imprimindo novas relações de trabalho e
de poder e definindo novos paradigmas nos planos social, econômico e político.
O domínio das tecnologias de informação em todas as esferas de atividades humanas vem
impactando,
igualmente,
as
estruturas
organizacionais
e
práticas
de
gerenciamento.
Conceitos como qualidade total, foco no cliente, reengenharia e gestão do conhecimento
incorporam-se ao cotidiano das empresas, subsidiando estratégias adotadas para
um
melhor posicionamento frente a um ambiente altamente competitivo.
As turbulências presentes nesse cenário estão afetando com a mesma intensidade as
bibliotecas e os serviços de informação de maneira geral. Tendo como insumo básico a
*Artigo baseado em trabalho apresentado ao Programa de Inovação Científica e
Tecnológica nos Serviços de Informação, FIA/SIBi/USP, 2001.
1
Diretora Técnica do Serviço de Biblioteca da Escola de Engenharia de São Carlos –
Universidade de São Paulo - coletta@sc.usp.br
2
Diretora Técnica do Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Filosofia
Letras e Ciências Humanas - Universidade de São Paulo - megrandi@usp.br
3
Diretora Técnica do Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas da
Universidade de São Paulo - aferrari@usp.br
4
Supervisora Técnica do Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade - Universidade de São Paulo - ivrobles@usp.br
5
Diretora Técnica do Serviço de Biblioteca do e Documentação do Instituto de Ciências
Biomédicas - Universidade de São Paulo - mariasoc@usp.br
Endereço: SIBi/USP – Av. Prof. Luciano Gualberto, trav. J, n. 374 – 1º andar – Cidade
Universitária – 05508-900 São Paulo – SP - Brasil
�2
informação, as bibliotecas vêm passando por mudanças expressivas com a introdução das
novas tecnologias, envolvendo todos os
processos, atividades, fluxos de trabalho e práticas
administrativas.
Inserido neste contexto, encontra-se o Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de
São Paulo (SIBi/USP) que, nos últimos anos, vem apresentando, igualmente, alterações
significativas em sua dinâmica de trabalho, tendo em vista a necessidade de adequação aos
novos paradigmas e o cumprimento de seus objetivos. O SIBi/USP foi instituído pela
Resolução n. 2226, de 08.07.1981, com o objetivo "criar condições para o funcionamento
sistêmico das bibliotecas da Universidade a fim de oferecer suporte ao desenvolvimento
das atividades de ensino, de pesquisa e de extensão”. Atualmente, é composto por 39
bibliotecas,
administrativamente
tecnicamente coordenadas pelo
ligadas
às
respectivas
Unidades
Universitárias
e
Departamento Técnico. Além das Bibliotecas e do
Departamento Técnico, o Sistema dispõe de um Conselho Supervisor, formado por
docentes e bibliotecários da USP.
O SIBi/USP é o maior sistema de bibliotecas universitárias do país, perfazendo um total de
63.000 m2 de área construída, 740 funcionários, 180 monitores, 4.500.000 itens de acervo,
21.000
coleções
de
periódicos,
89.000
usuários
inscritos,
5.400.000
documentos
consultados e/ou emprestados, 85.000 pedidos de comutação atendidos e 11h diárias em
média de funcionamento (UNIVERSIDADE..., 2001).
Diante das mudanças pelas quais o Sistema vem passando desde a sua criação, evidenciase a importância de análise e revisão das práticas de gestão para o aprimoramento contínuo
dos
produtos
e
serviços
oferecidos
e,
conseqüentemente,
o
melhor
desempenho
organizacional.
2 Justificativa
A proposta de um Modelo de Gestão para o SIBi/USP justifica-se
pela necessidade de
adequação da estrutura organizacional e das práticas de gerenciamento aos novos
paradigmas que permeiam as organizações modernas.
�3
Complementarmente, é vital a implementação de métodos de comunicação interna
eficientes, que permitam maior agilidade do fluxo de informação entre todos os
componentes do Sistema. Isto deve propiciar um ambiente de integração efetiva, onde
sejam estimulados a participação e o comprometimento de todos os integrantes com os
processos de mudança e de melhoria.
A revisão das práticas de gestão do SIBi/USP faz-se também necessária tendo em vista a
prestação de serviços de qualidade à comunidade interna e externa (clientes), consolidando
a tendência de adoção de estratégias voltadas para o compromisso com o cliente e com o
cumprimento de sua responsabilidade social, em se tratando de um serviço de informação
inserido no contexto de uma universidade pública.
3 Objetivo
Propor um Modelo de Gestão do SIBi/USP que sirva de referencial para balizar as
atividades realizadas por todo o Sistema visando modernizá-lo, atendendo aos novos
requisitos da sociedade e da USP em particular, e incorporando as tendências do
gerenciamento de informações em ambientes universitários.
4 Metodologia
A metodologia adotada constou dos seguintes procedimentos: a) revisão da literatura; b)
contextualização do Sistema a partir da análise da documentação oficial (relatórios,
regulamentos, regimentos, organogramas); c) observação e reflexão do Sistema enquanto
profissionais nele atuantes; d) proposição do Modelo de Gestão e seus elementos (missão,
visão, premissas, processos, arquitetura organizacional, indicadores).
5 Referencial Te órico
As organizações vêm sendo marcadas por profundas transformações advindas da
introdução de novas tecnologias em todos os setores produtivos. Segundo Santos & Paim
(2000), estas transformações incidiram sobre a estrutura organizacional e romperam com
modelos tradicionais de processos de trabalho. As diferentes atividades de controle
deixaram de ser o centro do processo organizacional, cedendo espaço para a flexibilidade,
ao mesmo tempo em que a alta incorporação tecnológica expandiu-se da área de produção
para todas as outras atividades.
�4
As novas estruturas organizacionais passaram a apresentar um baixo nível de formalização,
formas avançadas de departamentalização, multiplicidade de comando, diversificação
elevada e comunicação horizontal e diagonal (VASCONCELLOS & HEMSLEY, 1986).
Predominam nas estruturas a flexibilidade, a delegação e descentralização de decisão, onde
o alinhamento vertical é substituído por arranjos que podem ir além de uma estrutura
piramidal invertida, dando lugar para o compartilhamento de informações, trabalho em
equipe e sinergia (RODRIGUES Y RODRIGUES, 2001).
Sintetizando os desafios e as características das organizações modernas e voltadas para o
futuro, Matos & Chiavenato (1999) e Nascimento et al. (2000), apontam para: a)
incorporação de práticas de administração estratégica, priorizando o benchmarking em
nível mundial; b) investimento no capital humano, incentivando o comprometimento das
pessoas com a organização e privilegiando o trabalho em equipe; c) satisfação das
necessidades e aspirações da clientela como indicador; d) agregação de valor aos produtos
e serviços por meio da qualidade; e) expansão da capacidade de processamento da
informação de modo a transformar o capital intelectual em oportunidades; f) foco nos
resultados e visão de futuro; g) provisão e estímulo a um ambiente de transformação.
O funcionamento adequado de uma organização implica na existência de um modelo de
gestão definido, o qual deve ser explícito e claro para todos. O objetivo do modelo de
gestão “é apresentar, de forma estruturada e organizada, como ocorre a integração entre os
seus sistemas, com a sua estrutura organizacional e cultura” (RODRIGUEZ Y
RODRIGUEZ, 2001, p.172). Assim o modelo de gestão pode ser definido como “o corpo
de conhecimento, compreendido como o conjunto de princípios, técnicas e explicações,
que orientam a concepção e o modo de funcionamento de todos os elementos constituintes
de uma organização” (PEREIRA & SANTOS, 2001, p.47). Tachizawa (1999) apresenta o
modelo de gestão como uma abstração da realidade, estabelecido com a finalidade de
mostrar a integração de instrumentos e técnicas como suporte ao gerenciamento de uma
organização. Para Ramos (1996), a gestão de unidades de informação compreende a
definição da estrutura interna, dos processos de produção e dos produtos pretendidos;
montagem das equipes, divisão de poder com atribuição de responsabilidades e tarefas,
obtenção de recursos físicos e humanos.
�5
Na conceituação de modelo de gestão, devem ser considerados os seus elementos básicos,
aqui sintetizados a partir dos enfoques adotados por Rodriguez y Rodriguez (2001) e
Pereira
&
Santos
(2001):
a)
pessoas
-
crenças, valores, atitudes, padrões de
comportamento, normas; b) organização - tarefas, estrutura, processos, sistemas formais de
fluxo de informações; c) tecnologia; d) insumos tangíveis e não-tangíveis; e) estratégia missão, visão, negócios, objetivos, políticas, forma de atuação (levando em conta o
mercado e o ambiente sócio-econômico e político externo).
Os novos modelos de gestão introduziram alguns conceitos e práticas tendo em vista as
mudanças nos ambientes interno e externo das organizações, destacando-se entre eles a
gestão estratégica, a gestão por processos e a gestão do conhecimento.
Surgida
na década de 90, a administração estratégica não constitui apenas uma
metodologia, mas uma forma de “gerenciar um negócio, visando a garantir sua viabilidade
e continuidade sustentada no futuro através da flexibilidade para se ajustar às mudanças na
arena competitiva”. Compreende: análise dos ambientes externo e interno, definição de
missão e objetivos gerais, formulação de estratégias, desenvolvimento do controle
estratégico (ANGELO & ARMOND, 2001).
A gestão por processos é uma estratégia que vem sendo adotada nas empresas como
contraponto à organização por tarefas e funções, onde prevalecem as estruturas
hierárquicas, verticais e rígidas. Parte-se do princípio que o processo é a forma natural de
organização do trabalho, levando a uma percepção diferente da organização como um todo
(MOLINA MOLINA et al, 1999).
O conceito de processo é apresentado como “um conjunto de atividades estruturadas e
medidas que resultam em produto específico para determinado cliente ou mercado, [...]
com ênfase na maneira como o trabalho é feito, em contraste com a ênfase exclusivamente
posta no produto em si” (SANTOS & PAIM, 2000, p.14). Expandindo o conceito,
Gonçalves (2000, p.19) refere-se ao processo como “um grupo de atividades realizadas
numa seqüência lógica com o objetivo de produzir um bem ou serviço que tem valor para
um grupo específico de clientes”. Acrescenta que “os inputs podem ser materiais,
equipamentos
conhecimento”.
e
outros
bens
tangíveis,
mas
também
podem
ser
informações
e
�6
Os processos podem ser categorizados ou subdivididos de acordo com diferentes
abordagens.
Tachizawa
(1999)
estabelece
uma
divisão
em
processos
produtivos,
compreendidos por aqueles que geram produtos aos clientes, e processos de apoio,
subentendendo-se aqui os processos que oferecem suporte aos processos produtivos. Outra
classificação estabelece cinco grupos de processos: processos de iniciação, processos de
planejamento, processos de execução, processos de controle e processos de encerramento
(PROJECT..., 2000).
Ao identificar os processos em unidades de informação, Molina
Molina et al. (1999) estabelecem diferentes níveis hierárquicos compreendidos por: macroprocessos, processos (primários e de apoio), sub-processos e atividades.
A organização da empresa por processos pressupõe a adoção do foco no cliente, que
implica na compreensão e atendimento de suas necessidades e expectativas. Assim, o
objetivo final das empresas é “oferecer para o cliente mais valor, de forma rápida e a um
custo mais baixo” (GONÇALVES, 2000, p.10).
Para contemplar a responsividade ao cliente, Spector (1998) afirma que a organização
precisa incorporar o conceito de horizontalização de modo a estabelecer uma “rede
contínua e interconectada de atividades”. A horizontalização prevê que a organização
refocalize o valor definido pelo cliente, criando e mantendo o trabalho em equipes
transorganizacionais, capacitadas, responsivas e com poder de decisão. Pressupõe,
também, a implementação de práticas contínuas de diagnóstico e melhoria do desempenho.
Em relato sobre a definição de novo modelo de gestão em um serviço de informação,
Andrade et al. (1998) descreve um plano de ação voltado a valorização dos recursos
humanos e adoção de gestão participativa, com a transformação de setores funcionais em
equipes de processos. Figuram entre as premissas do modelo adotado o foco no cliente,
adequação permanente da tecnologia de informação e um sistema de acompanhamento do
desempenho organizacional.
A partir dos processos da organização pode-se definir os indicadores, que são as medidas
destes processos e que podem ser classificados em indicadores de resultados, indicadores
críticos e indicadores de desempenho (RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2001). Um
�7
indicador pode ser definido como a expressão numérica, simbólica ou verbal usada para
caracterizar atividades (eventos, objetos, pessoas), em termos quantitativos e qualitativos,
com o objetivo de mensurar o valor dessas atividades e os métodos associados
(INTERNATIONAL..., 1998).
A definição de indicadores deve estar associada às estratégias e metas da organização,
visando o monitoramento contínuo do desempenho organizacional. Recomenda-se o
estabelecimento de um número limitado de indicadores, alinhados com a visão da
organização, para permitir um acompanhamento por parte dos gestores. É necessário,
também, que uma definição clara da metodologia de coleta e cálculo seja divulgada a todos
os elementos envolvidos (RODRIGUES Y RODRIGUES, 2001).
A noção de gestão de conhecimento refere-se a uma metodologia que se propõe a dirigir e
controlar o conjunto de processos produtivos que utilizam informação ou conhecimento
como fator fundamental para gerar valor nas organizações (TARDÓN, 1999). Ampliando o
conceito, pode-se considerar a gestão do conhecimento como uma estrutura integrada para
“identificar, capturar, gerenciar e compartilhar o acervo de conhecimento da organização,
dando suporte às operações e aos negócios da corporação” (BARRETO, 2000).
A gestão do conhecimento apresenta-se como uma tendência nas organizações modernas,
que passam a estabelecer seu diferencial competitivo a partir de valores intangíveis, com o
suporte predominante de profissionais do conhecimento (RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ,
2001). Para a sua implementação efetiva, deve-se monitorar e gerenciar quatro capitais: o
ambiental, o estrutural, o intelectual e o de relacionamento (CAVALCANTI & GOMES &
PEREIRA, 2001).
A organização orientada ao conhecimento deve dirigir seus esforços no sentido de
estabelecer um ambiente de sinergia que propicie o desenvolvimento de talentos, a
implementação de uma cultura voltada para o conhecimento e a criação de infra-estrutura
tecnológica que viabilize a criação e desenvolvimento do conhecimento (RODRIGUEZ Y
RODRIGUEZ, 2001). Desta forma, pode-se afirmar que a gestão do conhecimento agregase ao modelo de gestão de uma organização, constituindo-se em um mecanismo eficaz de
transformação
contínua.
Este
mecanismo
pode
conduzir
à
consolidação
de
uma
organização mutante, com baixo nível de stress, uma vez que as pessoas são estimuladas a
�8
desenvolverem a prontidão e a naturalidade para mudanças (PEREIRA & SANTOS,
2001).
6 Proposição do Modelo de Gestão e seus elementos
Dentre as diversas definições sobre modelo de gestão localizadas na literatura consultada,
adotou-se a postulada por Rodriguez y Rodrigues (2001, p.172), que entende o modelo de
gestão como a
“apresentação de forma estruturada e organizada de como ocorre a integração entre
os seus sistemas internos, formais e informais, que fazem com que seja assegurado
o atendimento às estratégias de negócio suportadas pelas pessoas dentro de uma
Organização formal de poder e sistemas”.
6.1 Missão do SIBi/USP
Segundo Rodriguez y Rodriguez (2001, p.177), “a
missão deve expressar a razão da
existência da sua organização”. Assim, é necessário que a declaração da missão descreva
de forma clara e concisa o negócio da organização, as necessidades básicas a que se propõe
atender, os seus clientes, competências, valores e contribuição social (MATOS &
CHIAVENATO, 1999).
A partir dessas diretrizes procedeu-se uma análise da declaração vigente de missão do
SIBi/USP, disponível em sua homepage (www.usp.br/sibi ), assim como do objetivo inicial
da sua criação, delineando-se um novo texto:
Promover o acesso e incentivar o uso e a geração da informação para contribuir
com o desenvolvimento das atividades do ensino, pesquisa e extensão.
6.2 Visão do SIBi/USP
Para definição da visão é necessário uma abstração dos paradigmas e competências atuais
para idealizar o futuro da organização (RODRIGUEZ Y RODRIGUEZ, 2001). A visão
tem um caráter missionário e visionário, mais voltada para aquilo que a organização aspira
ser do que realmente é (MATOS & CHIAVENATO, 1999). Adotando-se estas premissas e
o mesmo procedimento referente à definição de missão, propõe-se um novo texto para
expressar a visão do Sistema, tendo em vista as suas potencialidades atuais e futuros
cenários:
�9
Ser um modelo de excelência em sistemas de bibliotecas universitárias.
6.3 Premissas e bases do modelo de gestão
O modelo de gestão deve pautar-se em: a) orientação por processos e projetos; b) adoção
do conceito de horizontalização; c) foco no valor definido pelo cliente; d) foco no
estabelecimento
de
parcerias;
e)
formação
e
desenvolvimento
de
equipes
transorganizacionais; f) implementação de processo de comunicação eficaz; g) criação de
condições de flexibilidade e adaptação; h) promoção de programa de aprendizagem
contínua; i) utilização plena do potencial de tecnologia da informação; j) integração efetiva
dos componentes do Sistema; k) promoção do comprometimento de todos os elementos do
Sistema com o processo de transformação e com os resultados; l) desenvolvimento de
cultura voltada para inovação e produtividade; m) implementação de mecanismos de
avaliação contínua de desempenho; n) instituição de mecanismos de melhoria contínua; o)
identificação da marca do Sistema com a devida preservação das particularidades.
6.4 Definição dos processos do SIBi/USP
A definição dos processos de trabalho é uma tendência detectada na literatura sobre gestão
de
organizações
contemporâneas,
contrapondo-se
à
visão
tradicional
marcada
pela
descrição de funções ou linhas de especialização.
Para definição dos processos do SIBi/USP, procedeu-se, inicialmente, um levantamento e
análise das atividades desenvolvidas em âmbito sistêmico, tendo como base documentos
oficiais, destacando-se o estudo realizado por Pasquarelli & Krzyzanowski (1988), sobre a
estrutura
organizacional
das
bibliotecas
da
USP,
suas
atividades,
atribuições
e
responsabilidades.
A metodologia adotada para definição dos macro-processos, processos, sub-processos e
atividades do Sistema teve como base a categorização estabelecida por Molina Molina et
al.(1999) e o roteiro proposto pela APCA (1995).
�10
6.4.1 Macro -visão dos processos do SIBi/USP
MACRO PROCESSOS OPERACIONAIS
MACRO PROCESSOS
ESTRATÉGICOS
1 Planejamento Estratégico
1.1. Análise ambiental
1.2. Definição da filosofia de atuação e a reavaliação do modelo de gestão
1.3. Formulação das estratégias antecedida da análise dos resultados do último planejamento
estratégico
1.4. Desenvo lvimento de mecanismos de controle e avaliação
2 Marketing de Produtos/Serviços
2.1. Análise de ambiente (mercado)
2.2. Definição do plano de marketing
2.3. Administração do plano de marketing
3 Gerenciamento de Práticas de Transformação
3.1. Avaliação de Desemp enho
3.2. Realização de benchmarking
3.3. Definição de Processos, Sistemas e Arquitetura Organizacional
3.4. Implementação de práticas de gestão do conhecimento
3.5. Identificação de oportunidades e definição de ações prioritárias
4 Gerenciamento de Infra-Estrutura
4.1. Gerenciamento dos recursos de tecnologia da informação
4.2. Manutenção predial e de material permanente
4.3. Apoio logístico
4.4. Preservação e conservação de acervo
5 Gerenciamento de Recursos Financeiros
5.1. Previsão orçamentária
5.2. Aplicação de verbas e controle de gastos
5.3. Captação de recursos externos
6 Gerenciamento de Recursos Humanos
6.1. Formação de equipe
6.2. Capacitação
6.3. Promoção da qualidade de vida no trabalho
7 Formação e Desenvolvimento de Acervo
7.1. Seleção de material bibliográfico
7.2. Avaliação de coleção
7.3. Aquisição de material bibliográfico
8 Tratamento da Informação
8.1. Estabelecimento de política para o tratamento da informação
8.2. Análise e processamento da informação
8.3. Adoção de mecanismos para intercâmbio de registros bibliográficos
9 Mediação do Acesso à Informação
9.1. Adoção de formas mais modernas de acesso aos recursos informacionais locais e remotos
9.2. Maximização do uso das fontes locais e remotas
9.3. Adoção de mecanismos para obtenção e intercâmbio de materiais bibliográficos
6.5 Proposição de nova arquitetura organizacional
Propõe-se algumas recomendações para a definição da nova arquitetura organizacional do
SIBi/USP: a) gerência por processos e projetos; b) diminuição dos níveis hierárquicos das
atuais estruturas, tendo em vista a
racionalização de recursos e administração dos
processos; c) adoção e implementação de funções matriciais balanceadas; d) revisão das
atribuições do Conselho Supervisor; e) Criação de um Comitê de Operações junto ao
�11
Departamento
Técnico,
transorganizacionais;
com
definir
a
atribuição
políticas
de
de:
coordenar
atuação,
e
estabelecer
acompanhamento,
equipes
avaliação
e
aprimoramento dos processos; identificar tendências e oportunidades para as diferentes
áreas do conhecimento; propor novos projetos. Na composição do Comitê está prevista a
participação do Diretor Técnico do SIBi/USP;
três
um Diretor de Biblioteca de cada uma das
áreas do conhecimento (Ciências Biológicas, Ciências Exatas e Ciências Humanas) e
um participante “ad hoc” convidado pelo Comitê.
6.6 Indicadores de desempenho
Para definição dos indicadores gerais de desempenho do SIBi/USP, utilizou-se as seguintes
fontes:
CARVALHO
ASSOCIATION...(2000)
(1981),
e
BOEKHORST
RODRIGUEZ
Y
(1995),
RODRIGUEZ
INTERNATIONAL...(1998),
(2001).
Os
indicadores
visualizados na planilha devem ser desdobrados, sugerindo-se a adoção de metodologias já
MACRO PROCESSOS
OPERACIONAIS
MACRO
PROCESSOS
ESTRATÉGICOS
consolidadas, como a da ISO, para os cálculos, acompanhamento e análise.
1 Planejamento Estratégico
. atualização constante das definições de missão e visão;
. cumprimento das metas estabelecidas
2 Marketing de Produtos/Serviços
. número de usuários dos produtos/serviços;
. visibilidade dos produtos/serviços;
. aumento do valor da imagem da organização
3 Gerenciamento de Práticas de Transformação
. adoção de práticas mais modernas;
. revisão contínua e adequação dos indicadores
4 Gerenciamento de Infra-Estrutura
. Nível de adequação de mo biliário;
. espaço físico inclusive áreas de estudo;
. rede de informática e o número de equipamentos disponíveis;
. instalações para portadores de deficiência;
. sinalização;
. segurança;
. controle de temperatura, umidade, ruído e iluminação
5 Gerenciamento de Recursos Financeiros
. Administração de acordo com os objetivos;
. Uso dos recursos com eficiência e eficácia
6 Gerenciamento de Recursos Humanos
. adequação do número e da qualificação pessoal;
. apoio financeiro para garantia da qualificação contínua;
. satisfação e comprometimento da equipe
7 Formação e Desenvolvimento de Acervo
�12
. uso da coleção;
. disponibilidade de títulos e exemplares;
. tempo médio de aquisição;
. número de licenças para o acesso eletrônico;
. critérios para seleção, aquisição e avaliação contínua;
. benchmarking
8 Tratamento da Informação
. custo médio da catalogação por título;
. tempo médio do processamento do documento;
. organização de catálogos de acordo com padronização internacional
9 Mediação do Acesso à Informação
. satisfação do cliente;
. rapidez e eficiência na provisão de EEB;
. tempo de acesso compatível com as necessidades dos clientes;
. promoção, manutenção e avaliação da qualidade dos produtos/serviços;
. facilidade de acesso ao documento local e remoto;
. oferecimento de oportunidades de educação formal e informal aos clientes
7 Considerações finais
Este trabalho trata da primeira etapa para a implantação de um Modelo de Gestão para o
SIBi/USP e, a partir de decisão sistêmica e com a devida aprovação das instâncias
competentes, recomenda-se a continuidade do trabalho, com a etapa de aplicação e análise
dos resultados.
A adoção do Modelo é um trabalho que deve envolver além do Sistema, a administração da
Universidade, de acordo com a característica do processo em discussão.
Fica clara a necessidade de mudanças na forma de gestão do Sistema, mas toda mudança se
faz a partir da conscientização das equipes, num processo longo e evolutivo. Assim, o
Sistema deve dar continuidade às suas atividades e, gradativamente, ir inserindo a gestão
por processos e demais conceitos e procedimentos preconizados nas premissas aqui
propostas.
Ao decidir pela implantação do Modelo de Gestão, destaca-se a necessidade imediata de
revisão e adequação das estruturas do Departamento Técnico e das Bibliotecas, atividades
inseridas no contexto do processo de práticas de transformação. Aliado a isso, considera-se
como ações prioritárias a implementação do processo de planejamento estratégico e a
qualificação profissional, inserida no contexto do processo de gerenciamento de recursos
humanos.
�13
Referências
ASSOCIATION OF COLLEGE AND RESEARCH LIBRARIES. Standards for college
libraries
2000
edition.
Disponível
em:
http://www.ala.org/acrl/guides/college.html
(26.08.2001).
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�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFPE
Date
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2002
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Português
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Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Modelo de gestão: proposta para o SIBi/USP.
Creator
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Coletta, Teresinha das Graças
Grandei, Márcia Elisa Garcia de
Ferrari, Adriana Cybele
Robles, Ivone
Rocha, Maria do Socorro Bezerra
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
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2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho trata da primeira etapa para a implantação de um Modelo de Gestão para o SIBi/USP e, a partir de decisão sistêmica e com a devida aprovação das instâncias competentes, recomenda-se a continuidade do trabalho, com a etapa de aplicação e análise dos resultados.
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A language of the resource
pt
snbu2002
-
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1e62bc5827c812c756433e7a861c8b48
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Text
AVALIAÇÃO DAS CITAÇÕES EM DISSERTAÇÕES E TESES DO DEPARTAMENTO
DE CIÊNCIA POLÍTICA DA FFLCH/USP DEFENDIDAS NO ANO DE 2000: UM
ESTUDO DE USO
Tânia Maria Bueno de Paula¹
Maria das Graças Ferreira de Lima²
Patrícia Regina V. de A . Moraes³
Sandra Valéria da Silva4
¹ Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo – taniambp@usp.br
² American Chamber of Commerce – glima@amcham.com.br
³ Procuradoria Jurídica do Departamento de Águas e Energia Elétrica patyremora@uol.com.br
4 Centro de Documentação e Informação da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de
Previdência complementar - cdi@abrapp.org.br
End.: SBD/FFLCH/USP – Av. Prof. Lineu Prestes, trav. 12, n. 350 – 05508-900 - SP -Brasil
�1 INTRODUÇÃO
A Política de desenvolvimento de coleções deve nortear a manutenção e o crescimento
do acervo, de acordo com a demanda de seus usuários. O desenvolvimento do acervo é um
processo sistêmico e sinérgico, e deve haver nele coordenação entre todas as etapas para que a
política seja realmente eficiente e atinja os objetivos propostos, que são o de manter uma
coleção consistente e com o crescimento equilibrado.
De acordo com LUZ (1989) “para que esses objetivos sejam atingidos, as atividades da
Biblioteca Universitária devem ser planejadas, avaliadas, implementadas e
gerenciadas de
forma a maximizar a uso da informação.”
Dentre estas atividades a avaliação serve para verificar se os objetivos de atendimento
ao usuário estão sendo atingidos, pois é ela que realimenta o processo (ou sistema) de
desenvolvimento de coleções, identificando os pontos fracos e fortes da coleção e os sucessos
ou fracassos do planejamento.
Dentro do contexto da importância da etapa da avaliação no processo de
desenvolvimento de coleções, esse estudo verificou a capacidade do acervo da Biblioteca da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
(FFLCH/USP), em atender a demanda dos usuários em pós-graduação da área de Ciências
Políticas a partir da análise
de 923 citações utilizadas em 5 teses de doutorado
e
5
dissertações de mestrado defendidas no ano de 2000.
De acordo com ANDRADE (1992),
a área de Ciências Sociais e Humanidades se
diferencia das demais ciências quanto à obsolescência , interdisciplinaridade, utilização de
monografias e idiomas originais. De acordo com estudos realizados por
HOGEWED-DE
HAART (1989), através da INTERNATIONAL FEDERATION FOR DOCUMENTATION
(FID), há grande dispersão de informações nesta área, pois existe uma falta de definição clara
entre as áreas, os conceitos abstratos e idéias tem grande papel na pesquisa, ao contrário do
1
�conteúdo factual e o conhecimento passado não se invalida com a mesma intensidade do que
nas outras.
Em estudo realizado por ROZSA (1971), fica claro que a depreciação técnica nesta área
é lenta, que a demanda da pesquisa retrospectiva é grande e que o valor da informação em
livros decresce menos rapidamente. Também fica claro que a rapidez da informação é menos
importante e que a consulta a textos originais é relevante.
2 FUNDAMENTAÇÃO DA PESQUISA
A etapa da avaliação, como parte integrante do processo de desenvolvimento de
coleções, é o ponto de realimentação do sistema. De posse dos resultados obtidos com esta
etapa é possível verificar se os objetivos de atendimento ao usuário estão sendo atingidos e
reformulá-los ou adaptá-los, quando necessário.
Diante disto, “a avaliação se faz necessária, pois é ela quem direciona qualquer
mudança, transformação, modificação, alteração, realinhamento, manutenção e, até mesmo, o
fim de uma ação. Ela não só indica a necessidade dessa reorganização, como também
determina os rumos, os caminhos, as trilhas a serem seguidas. Todo o planejamento, incluindo
os seus vários componentes, pode ser completamente alterado. Os instrumentos, as técnicas e
os próprios objetivos podem ser modificados.
Sem avaliação, qualquer ação é exercida às
cegas, desconhecendo se os objetivos dos quais é oriunda foram alcançados.” (ALMEIDA
JUNIOR, 1999).
Para que o usuário possa ser um elemento ativo dentro deste processo, a avaliação deve
permitir a sua influência nos objetivos. Isto não significa que ela não deva se nortear pelos
objetivos propostos inicialmente; porém, deve ir além disto, ou seja, deve permitir a influência
da satisfação ou não do usuário na manutenção, ou, na transformação ou alteração, se for o
caso destes objetivos.
Sendo assim, a avaliação é um instrumento, uma ferramenta de apoio
administrativo que torna o processo dinâmico, participativo e voltado aos interesses do usuário
e este é entendido como “norteador” e fim último da Biblioteca. A avaliação não pode ser
entendida nem compreendida como sendo um fim em si mesma. Ela é um meio e como tal
dever ser exercida. Quando da implantação de um serviço, por exemplo, a avaliação é
dependente de objetivos, de procedimentos, e outros que compõem o planejamento, não se
2
�esgotando nela mesma. É dependente, também dos critérios determinantes do que se espera,
ao final, do serviço implantado.” (ALMEIDA JUNIOR, 1999).
SINGLETON, citado por NORONHA (1976), em análise comparativa entre 3
métodos: análise de citação, uso e julgamento de usuário, embora encontrando baixa
correlação entre os mesmos, conclui que medida de uso se correlaciona melhor com estudo de
citações do que com julgamentos de usuário e desde que se refiram aos mesmos objetos de
estudo. Por outro lado, em trabalho de revisão, OBERHOFER (1982) conclui que “análise
de citação” tem bom nível de correlação com o julgamento subjetivo de especialistas e com
seus hábitos de leitura: há dúvidas quanto ao nível de correlação com o volume de uso”.
Como LANCASTER (1996) afirma que o teste final da qualidade da coleção de uma
Biblioteca, é a extensão e medida de seu uso, optou-se dentre as inúmeras técnicas
empregadas, para se avaliar a coleção de uma Biblioteca pela “técnica de análise de citação”,
para a realização deste levantamento.
BUZZARD (1983) em seu estudo sobre citações, conclui que a avaliação através da
análise de citações é uma ferramenta valiosa para avaliar a sustentação da coleção e pode ser
usada em todas as disciplinas.
GUPTA & NAGPAL (1989, op.cit., p.89-90), na categoria de estudos orientados
para biblioteca, levantaram algumas aplicações práticas relacionadas com a administração e a
operacionalização do sistema. A análise de citação, neste caso, é vista como um indicador para
a formulação de uma política de aquisição e descarte, de uso de vários tipos de materiais,
facilitando o processo de decisão à realocação de recursos, dos materiais que poderão ser
incluídos
nos serviços de alerta, indexação e resumos, na montagem de sistemas de
classificações, das necessidades de informação dos pesquisadores, à compilação de
bibliografias.
Várias utilidades para o uso dos resultados de análise de citação foram indicados por
CAWEL (1977), como medida de uso para se estabelecer taxas de obsolescência e favorecer a
seleção de periódicos em uma biblioteca, medida de qualidade da literatura, medida de fluxo
de informação em uma comunidade, estudos de sociologia da ciência e indicador das
tendências científicas.
3
�Embora, para EVANS (1979), a medida de uso das coleções possa não ser totalmente
satisfatória, ela permite a obtenção de um índice parcial de relevância e da habilidade da
biblioteca em prover a informação à população potencial.
De acordo com GABRIEL (1995), a análise de citações é uma parte da Bibliometria
que investiga as relações entre os documentos citantes e os documentos citados – no todo ou
em parte. Estas relações estão expressas nas referências e citações bibliográficas. O âmago
desta abordagem/acessibilidade é a dependência nas pesquisas publicadas de outros escritores
para se estabelecer qualitativamente e quantitativamente a importância da coleção.
BAUGHMAN (1977), considera que os dados sobre o uso real e o uso potencial das
coleções podem determinar se a coleção é relevante para atender às necessidades de
informação expressa pelos usuários, ou seja, apesar das limitações destes estudos, que são
medidas mais em função da demanda que em relação às necessidades dos usuários, entendese que o uso de um item do acervo é a medida mais objetiva de sua utilidade para o usuário.
Desta forma, pode-se afirmar que a qualidade e a sustentação de uma coleção estão
diretamente relacionadas com o seu uso e, qual medida de uso se correlaciona melhor com
estudo de citações.
Pode-se afirmar também que a técnica de análise de citações permite
conhecer a
dinâmica do uso através da estrutura, em termos de formato, linguagem e idade, e será com
esses indicadores que a análise da demanda expressa pelo usuário se evidenciará nesse
trabalho.
3 OBJETIVO GERAL
-
Analisar as referências bibliográficas das teses de doutorado, e dissertações de
mestrado defendidas durante o ano 2000, no Departamento de Ciência Política da
Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo.
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-
analisar a tipologia e a temporalidade dos materiais utilizados;
-
identificar os autores mais citados;
4
�-
verificar a existência dos materiais na Biblioteca da Faculdade de Filosofia
Letras e Ciências Humanas e em outras Bibliotecas da Universidade de São Paulo.
4 METODOLOGIA
Esta técnica de análise de citações, compila uma lista especial de referências, a partir
de trabalhos publicados e as confronta com o acervo da Biblioteca, ou seja, checa-se os
trabalhos citados, contrapondo-os com o acervo para determinar quanto dos itens estão na
coleção. Esta é uma variação do método de Cheklist , mas para materiais de pesquisa.
Esta análise é baseada na suposição de que os documentos citados pelo pesquisador
foram usados no processo da pesquisa. Partiu-se da hipótese de que a obra escolhida pode ter
ser sido escrita, ou pelo menos uma parte dela, tenha sido baseada no material (coleção) da
biblioteca avaliada. Pressupõe-se que a biblioteca avaliada ou talvez, outra que o autor tenha
utilizado, sejam similares no propósito, tamanho e cobertura do assunto.
4.1 AMBIENTE DA PESQUISA
O Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
da Universidade de São Paulo, possui um acervo que totaliza 438.262 itens. De acordo com o
Anuário Estatístico da USP do ano de 2001 o acervo é composto por 267.199 livros, 10.254
teses, 6474 títulos de periódicos, 11.201 multimeios e 2.200 de outros materiais.
A tabela
abaixo representa o estudo de uso da biblioteca no ano de 2000.
FFLCH - ESTATÍSTICA DE USO - 2.000
Empréstimos domiciliares
Empréstimos entre Bibliotecas (EEB)
Consultas
COMUT
249.155
3.885
413.375
592
5
�4.2 MATERIAIS E PROCEDIMENTOS
No ano de 2000, foram defendidas 30 teses de doutorado e dissertações de
mestrado no Departamento de Ciência Política, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
da Universidade de São Paulo. Deste total, foram selecionadas 5 dissertações de mestrado e 5
teses de doutorado para a realização deste trabalho. Depois foi realizado um levantamento das
923 referências citadas nestes documentos e uma separação de acordo com a tipologia prédefinida para a verificação no Banco de Dados da USP –Dédalus. De posse destes dados
foram montadas planilhas de cálculos em MS-EXCEL para que através de tabulação, esses
dados fossem analisados para se conhecer melhor a dinâmica de uso e a estrutura da literatura
utilizada neste ano.
5 RESULTADOS
5.1 TIPOLOGIA DOS DOCUMENTOS
Os documentos foram categorizados em livros, periódicos, teses, eventos e literatura
cinzenta e conforme apresentado no gráf. A, foram utilizados 666 livros, 175 periódicos, 31
teses, 14 eventos e 36 materiais considerados como literatura cinzenta.
GRÁFICO A
MATERIAIS UTILIZADOS SEGUNDO A TIPOLOGIA
700
600
500
400
300
200
100
0
294
372
65
TA
S
N
C
E
V
E
IN
N
ZE
E
S
E
T
IC
D
IO
R
TESES DE
DOUTORADO
P
E
22
TO
S
S
O
S
O
R
V
14
4 10
11
110
LI
DISSERTAÇÃO DE
MESTRADO
20
6
�A quantidade de livros
utilizados gráf. B, foi mais representativa no conjunto, pois
totalizou 70% de todos os materiais citados, tanto nas teses de doutorado quanto nas
dissertações de mestrado.
7
�GRÁFICO B
LIVROS
OUTRAS UNIV. / USP
25 % - 168
FFLCH
38 % - 252
FFLCH
N / L
OUTRAS UNIV./ USP
N/L
37 % - 246
Os periódicos gráf. C, foram mais utilizados nas teses de doutorado, do que nas
dissertações de mestrado; porém, o número relativo aos não localizados, talvez seja em
decorrência de algumas referências bibliográficas analisadas terem sido
apresentadas de
Forma incorreta.
GRÁFICO C
PERIÓDICOS
OUTRAS
UNIV./USP
22% - 39
FFLCH
45%- 79
FFLCH
N/L
OUTRAS
UNID./USP
N/L
33% - 58
Os eventos (28%), gráf. E, poderiam ter maior representatividade, entretanto, de
acordo com NORONHA (1998), este fato pode estar relacionado à dificuldade de identificação
8
�e acesso a esse tipo de literatura, considerada cinzenta, pela não divulgação e pelo
desconhecimento de sua existência por parte dos pesquisadores.
GRÁFICO D
EVENTOS
OUTRAS UNIV.USP
21% - 3
FFLCH
N/L
OUTRAS UNIV. USP
N/L
72% - 10
FFLCH
7% - 1
As teses e as dissertações tiveram um alto índice de localização, ou seja, 71
GRÁFICO E
TESES
OUTRAS
UNID./USP
26% - 8
FFLCH
N/L
N / L
29% - 9
FFLCH
45% - 14
OUTRAS
UNID./USP
A literatura cinzenta (33%), graf. F, neste trabalho foi separada por representar os
materiais que não se enquadravam na tipologia escolhida, como: materiais mimeografados,
relatórios de pesquisa, textos para discussão e textos de apoio. Ressalta-se neste aspecto, que
esta literatura pode ter sido utilizada
através de outros materiais como publicações em
periódicos e apresentações em eventos.
9
�GRÁFICO F
LITERATURA CINZENTA
OUTRAS
UNID./USP
22% - 8
N / L
FFLCH
OUTRAS UNID./USP
FFLCH
11% - 4
N / L
67% - 24
5.3 TEMPORALIDADE
Os materiais foram separados em períodos de 3 a 5anos, 6 a 10 anos, 11 a 20 e mais de 20
anos, como demonstra o quadro seguinte:
TEMPORALIDADE
TIPOS DE
DOCUMENTOS
3a5
anos
6 a 10
anos
11 a 20
anos
mais de
20 anos
S/D
TOTAIS
LIVROS
102
173
200
164
27
666
PERIODICOS
40
56
32
43
4
175
TESES
8
6
7
10
0
31
EVENTOS
10
2
0
1
1
14
CINZENTA
8
13
10
3
2
36
922
Verificou-se portanto, conforme exposto, que a porcentagem maior ficou no período de
11 a 20 anos e mais de 20 anos, e a menor entre 3 e 5 anos. No entanto, há um equilíbrio entre
o período de 11 a 20 anos (30%), e a de mais de 20 anos (25%).
10
�5.2 AUTORES MAIS CITADOS
De acordo com as tabulações de dados os autores mais citados são: BOBBIO, N.;
CARDOSO, F. H.; LAMOUNIER, B.; LINS, J.; SALLUM JUNIOR, B.; BRESSER
PEREIRA, L. C. e SOLLA, L.
5.4 EXISTÊNCIA NA BIBLIOTECA
Dos materiais citados nas dissertações de mestrado e nas teses de doutorado,
defendidas no Departamento de Ciência Política no ano de 2000, 63%, foram localizados na
FFLCH e/ou nas outras bibliotecas do sistema. O restante, que totaliza 37%, não foi localizado
nas bases pesquisadas. Vale ressaltar que o serviço de atendimento ao usuário, além do próprio
acervo, conta com outras possibilidades de acesso a documentos, ou seja, o material utilizado
pode ter sido localizado através de outras formas de aceso que não foram objeto de estudo
deste trabalho.
6 CONCLUSÃO
Verificou-se através da análise das 923 citações utilizadas nas 10 teses de doutorado e
dissertações de mestrado, defendidas no Departamento de Ciência Política da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, no ano de 2000 que, o
uso de livros foi o mais elevado, e que os mesmos têm um índice de citação acima do
encontrado nas referências utilizadas,
confirmando que em Humanidades o valor da
informação em livros é grande, assim como comprova que a informação não se torna obsoleta,
pois o período mais utilizado foi de 11 a 20 anos e mais de 20 anos. Isto comprova que nesta
área a demanda por itens retrospectivos é bastante significativa e não se deteriora com o passar
dos tempos.
O uso de periódicos, de acordo com a quantidade de citações, foi menor que a de
livros. No entanto, as porcentagens de itens localizados, 67%, é praticamente idêntica a de
livros, 63%, com isto demonstra-se a qualidade desta coleção em atender a demanda pela
informação fatual,.
11
�Mesmo considerando a quantidade de citações de teses e dissertações, o
alto
percentual de itens dessa natureza localizados, indica a capacidade da biblioteca em fornecer
uma resposta positiva à busca por esse tipo de material.
Os eventos e os materiais considerados literatura cinzenta tiveram um percentual de
localização na biblioteca semelhante ao das dissertações e teses. No entanto, os anos mais
utilizados com relação aos eventos, foi entre 3 a 5 anos, demonstrando que o conteúdo destes
materiais tendem a perder o interesse do usuário com o passar do tempo. Ao contrário da
Literatura Cinzenta, que manteve um equilíbrio de uso entre os períodos de 3 a 5 anos até 11 a
20 anos.
A análise destas citações mostra que a Biblioteca atendeu satisfatoriamente a esses
usuários nos percentuais indicados.
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Português
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Avaliação das citações em dissertações e teses do Departamento de Ciência Política da FFLCH/USP defendidas no ano de 2000: um estudo de uso.
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Paula, Tania Maria Bueno de
Lima, Maria das Graças Ferreira de
Moraes, Patrícia Regina V. de A.
Silva, Sandra Valéria da
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2002
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Verificou-se através da análise das 923 citações utilizadas nas 10 teses de doutorado e dissertações de mestrado, defendidas no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, no ano de 2000 que, o uso de livros foi o mais elevado, e que os mesmos têm um índice de citação acima do encontrado nas referências utilizadas, confirmando que em Humanidades o valor da informação em livros é grande, assim como comprova que a informação não se torna obsoleta, pois o período mais utilizado foi de 11 a 20 anos e mais de 20 anos. Isto comprova que nesta área a demanda por itens retrospectivos é bastante significativa e não se deteriora com o passar dos tempos.
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ERGONOMIA NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SANTA CATARINA : Um estudo de caso.
Joseane Chagas∗
Susana Margaret de Arruda ∗ ∗
Resumo
Este artigo apresenta os passos do Projeto de Pesquisa "Ergonomia na Biblioteca
Central da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC: um estudo de caso". Tem por
finalidade apontar elementos para subsidiar as ações da organização na busca da humanização
da tecnologia, da melhoria das condições de trabalho e da qualidade de vida e verificar a
percepção dos funcionários da Divisão de Assistência aos Usuários - DAU, quanto ao aspecto
ergonômico do ambiente de trabalho de seus respectivos setores. A metodologia utilizada foi a
Observação Participante e Entrevistas Não estruturadas. Apresentam-se os resultados de
acordo com os seguintes itens: Perfil dos Funcionários, Percepção quanto ao Ambiente do
Trabalho e um Check-list para observação das percepções sobre as condições ergonômicas
para a realização das tarefas.
Palavras-chave : Ergonomia - Bibliotecas Universitárias.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho
trata de uma versão abreviada do Projeto de Pesquisa
"Ergonomia na Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC : um
estudo de caso",
∗
realizado no período de Janeiro à Junho de 2001, sob a Coordenação do
Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Informação
Tecnológica e Gestão Universitária, pelo Programa de Pós-Graduação da UFSC.
∗ ∗
Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Informação
Tecnológica e Gestão Universitária, pelo Programa de Pós-Graduação da UFSC.
�Núcleo de Pesquisas e Estudos em Recursos Humanos do Curso de Pós-Graduação em
Administração da UFSC. O objetivo foi o de pesquisar o grau de satisfação dos funcionários
da Divisão de Assistência aos Usuários – DAU, da Biblioteca Central - BC, da Universidade
Federal de Santa Catarina- UFSC, em relação aos seguintes aspectos:
•Ergonômicos, relacionados com o ambiente físico e psicológico;
•A percepção dos funcionários, até onde os aspectos não ergonômicos
causam prejuízos à
saúde e à execução das tarefas;
•A interferência da inadequação do ambiente de trabalho nas relações pessoais;
•A percepção dos funcionários nos pontos que podem ser melhorados.
Tendo em vista uma estreita relação entre Ergonomia, Qualidade e Satisfação dos
Recursos Humanos e a pouca ênfase dada à essa questão nas Bibliotecas Universitárias,
procedeu-se uma verificação Ergonômica nos setores: Balcão
de Empréstimo, Circulação no
atendimento aos usuários, Coleções Especiais, Referência, Periódicos e Encadernação, da
DAU na BC da UFSC, com vistas a pesquisar as condições ambientais em nível físico e sua
influência psicológica, na percepção de seus funcionários; suas
principais insatisfações e por
último, as possibilidades de mudanças apontadas por estes funcionários que poderão ser
implementadas pela organização.
Cabe salientar que para atingir a proposta acima citada, foi necessário a participação
dos profissionais bibliotecários e auxiliares, que garantiram a credibilidade necessária para o
presente estudo.
2 METODOLOGIA
O objeto de pesquisa foram os funcionários da Divisão de Assistência aos Usuários –
DAU, na Biblioteca Central – BC, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, que é
composta de 6 Setores, sendo que destes foram selecionados dois funcionários de cada Setor
totalizando 12 funcionários entrevistados, de diferentes Categorias Funcionais, com jornada de
�30 horas semanais de trabalho ( 6 horas diárias) no atendimento ao Balcão de Empréstimo, e
jornada de 35 horas semanais de trabalho ( 7 horas diárias) nos demais setores.
De
acordo
com
os
objetivos
definidos
inicialmente,
procurou-se
conhecer
e
compreender uma realidade organizacional, optando pela linha de Pesquisa Qualitativa, por
acreditar que este método proporciona o
conhecimento da realidade social através dos
significados dos próprios sujeitos da pesquisa.
Para
Triviños (1987), a pesquisa qualitativa permite analisar os aspectos implícitos ao
desenvolvimento das práticas organizacionais.
3 TRAJETÓRIA DA PESQUISA
Os caminhos seguidos pela pesquisa foram delineados a partir da definição do tema e
dos referenciais teóricos e metodológicos definidos para o estudo. Cabe salientar que em
pesquisa qualitativa, a trajetória de pesquisa não é algo estanque. Constrói-se gradativamente a
medida que se vai conhecendo melhor o tema e o campo de estudo.
Para atingir os objetivos, buscamos obter os
dados diretamente junto aos
funcionários no local de trabalho, através das técnicas de Observação Participante com
Entrevista Não Estruturada.
Para Minayo (1997), a importância da ida a campo se dá pela relação do pesquisador
com os sujeitos entrevistados porque permite captar os dados, conhecer, compreender e
posteriormente descrever o campo de pesquisa.
4 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DE DADOS
Os registros dos dados foram feitos no “Diário de Campo” que para Minayo (1999)
“como o próprio nome já diz, é um instrumento da rotina do trabalho que estamos realizando.
�[...] Nele diariamente podemos colocar nossas percepções, questionamentos e informações que
não são obtidas através da utilização de outras técnicas”.
A leitura dos dados, o registro e a sua ordenação demonstram a vivência e percepção do
ambiente físico e organizacional de trabalho, dos funcionários, sujeitos do estudo.
Entre os dados analisados foi estudado, O perfil dos Funcionários; a percepção quanto ao
ambiente de trabalho e foi finalizado com um Check List para
avaliação das condições
ergonômicas para a realização das tarefas dos Setores da DAU.
5 RESULTADOS OBTIDOS
As análises realizadas a partir do questionário mostram os resultados obtidos quanto a
percepção do ambiente de trabalho na DAU, que serão apresentados em forma de síntese, com
base nas principais respostas obtidas.
Quanto ao relacionamento funcionário-chefia, foi
percebida uma inter-relação muito
boa, assim da mesma forma, foi percebida como muito boa a inter-relação entre os colegas de
trabalho.
O significado do trabalho exercido pelos funcionários entrevistados, na percepção
destes, está voltado mais para o aspecto organizacional e também como um meio de satisfação
pessoal. Embora a maioria dos funcionários diga que o trabalho é bom, todos mostram
interesse em mudança.
Ficou muito evidente que apesar das dificuldades financeiras que o serviço público
federal está vivendo, nenhum funcionário entrevistado expressou o trabalho em si, voltado ao
aspecto financeiro.
Segundo os Dados analisados a grande maioria opinou que o ambiente familiar não
interfere no seu ambiente do trabalho.
�Sobre as distribuições de tarefas reclamam da sobrecarga do trabalho, mas não como
um problema de má distribuição de tarefa, e sim por falta de pessoal qualificado.
Quanto ao ruído, este é oriundo do estacionamento, do fluxo constante dos transeuntes
que circulam pelo espaço físico da Biblioteca, dos telefones, de equipamentos.
Fica claro que o ambiente ruidoso é uma das condições inadequadas que não contém
informações úteis para as tarefas da Biblioteca. O que é um tanto subjetivo, pois um som pode
ser indesejável para uns mas pode não sê-lo para outros como foi observado nas entrevistas.
No tocante a iluminação, a intensidade da luz natural é prejudicada pelos vidros com
películas, pela disposição inadequada das aberturas das janelas, somando-se a um número
grande de estantes, fazendo
com que as lâmpadas frias permaneçam
expediente, ocasionando sombras e
acesas durante
o
reflexos de luz nos monitores de computadores, uma vez
que alguns destes estão posicionados perto de janelas sem tela anti-reflexiva.
A temperatura é considerada
excessivamente alta no verão, o que causa bastante
desconforto resultando em tensão no trabalho. O sol incide diretamente no prédio por estar
localizado numa área aberta.
Os aparelhos de ar condicionado localizados em algumas salas de trabalho interno são
insuficientes para refrescar o ambiente e em muitos casos são antigos.
A sinalização não serve única e exclusivamente para identificar, dirigir e informar,
serve também para que se ganhe tempo.
Foi expressado pelos funcionários entrevistados, que os usuários não lêem as
informações, preferindo a informação verbal.
�Os funcionários entrevistados afirmaram que os equipamentos são insuficientes,
antigos e que existe uma má distribuição dos mesmos, não existindo conservação e
manutenção adequada para estes equipamentos.
No questionamento, ainda sobre enfoque do item equipamentos, sobre
problemas dos
meios de trabalho , os entrevistados foram além em suas colocações, destacando aspectos que
envolvem organização do trabalho que, segundo Dinoísio (2000)
refere-se na literatura aos
horários, turnos, pausas, divisão e distribuição das tarefas e treinamentos.
Dentre os itens da organização do trabalho, apontaram como principal problema a
ausência de treinamentos e a falta de pessoal qualificado, sendo estes um dos aspectos
limitantes para a realização de tarefas.
Foi citado também, como dificuldade a combinação do serviço interno dos Setores
analisados na DAU, com o atendimento externo aos usuários, porque prejudica a
concentração, ocasionando uma interrupção das tarefas pertinentes ao Setor.
Quanto ao aspecto de distribuição de tarefas de forma eqüitativa, a ausência de
pessoal qualificado, a falta de treinamento prévio para as tarefas, ocasionando uma sobrecarga
de atividades para alguns funcionários, originando também a dificuldade em manter um
atendimento externo com qualidade.
Destaca-se o depoimento de dois funcionários entrevistados,
ao dizerem que poucas
medidas tem sido adotadas para melhorar as condições de trabalho, principalmente no espaço
físico e também quanto aos equipamentos que são muito desatualizados.
�6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
ü Muitos funcionários não sabiam definir com conceitos exatos o que significa
Ergonomia, porém tinham conhecimento do que é Lesão por Esforço Repetitivo.
ü Considerou-se que a Chefia da DAU exerce uma administração participativa, onde as
equipes
de
trabalho
gerenciam
as
atividades
a
serem
executadas
com
responsabilidade.
ü Na maioria dos Setores da DAU observou-se uma insatisfação dos funcionários
referente a sobrecarga de trabalho por falta de funcionários qualificados, o que para
nós ficou evidente a necessidade de capacitação de profissionais para atuarem nos
diversos setores da DAU.
ü No tocante ao ambiente físico as opiniões dos funcionários entrevistados foram
unânimes no que se refere ao excessivo calor no verão.
Com relação a temperatura sabemos que tanto os homens como as máquinas são
sensíveis aos seus efeitos, desta forma a temperatura é sem dúvida um fator importante
ligado a produtividade humana.
Quanto ao ruído, não apresentou-se adequado ao ambiente de Biblioteca.
Recomenda-se a criação de Salas de leituras para grupos de usuários, com devido
isolamento acústico,
colocar em locais fechados os equipamentos telefônicos, ou o
abafamento parcial das campainhas.
Recomenda-se para o ruído das
impressoras, que estas sejam envolvidas pelo
abafador, minimizando o ruído provocado.
Sobre a iluminação, constatou-se as diferenças de brilho, sendo que na maioria dos
casos não é utilizado tela anti-reflexiva para evitar o brilho no campo visual frente ao
computador.
�Sugere-se evitar posicionar o computador próximos de janelas e que sejam usadas
luminárias com proteção adequadas.
Sugere-se para os fatores ambientais como: ruído, iluminação e temperatura, uma
avaliação mais detalhada juntamente com arquitetos, engenheiros e bibliotecários, para
que se possa
traçar diretrizes que venham auxiliar na melhoria desses
padrões. É
importante também convencer a administração superior e os usuários sobre as
vantagens de um projeto de tamanha grandeza, porque muitas vezes em virtude de
alguns indicadores como, doenças ocupacionais, os resultados só aparecem a longo
prazo.
ü Com relação aos equipamentos , ficou evidente que não há quantidade suficiente para
todos os Setores, impossibilitando desta forma, desenvolverem suas tarefas com rapidez e
eficiência, e que a manutenção e a conservação dos mesmos, não é realizada de forma
satisfatória.
ü Este Estudo sobre a percepção da análise ergonômica da DAU, permitiu alguns
esclarecimentos existentes porém não esgotou a relevância do tema.
Foi apenas um “ponto de vista”,
um olhar
singular
entre tantos possíveis, limitado
pela complexidade do tema e do pouco tempo para ampliá-lo.
Outra limitação que foi a amplitude do campo de pesquisa. Para que este estudo
pudesse ter sido mais profundo, precisaria ter sido limitado a um único Setor da DAU,
correndo o risco no entanto, de se tornar apenas um simples estudo de caso, uma vez que o
objetivo primeiro era conhecer a realidade da Divisão
com seus respectivos Setores, e para
isto o estudo múltiplo de caso era o mais indicado.
Cabe aqui ressaltar que para a elaboração de um programa institucional para um
ambiente ergonômico, há
a necessidade de um aprofundamento no estudo de caso,
�permanecendo maior tempo no campo, de forma mais participativa, ampliando e explorando
com maior profundidade o campo de pesquisa até outros Setores. Somente desta forma será
possível elaborar um programa adequado para um ambiente ergonômico aos trabalhadores da
Biblioteca.
Seria importante realizar um estudo em todos os Setores do Sistema de Bibliotecas
dando destaque tanto do ponto de vista Organizacional, quanto Social e Ergonômico para
melhorar a qualidade do ambiente de trabalho e consequentemente dos Serviços prestados pela
Instituição.
A ampliação desse trabalho permitiria a realização deste estudo em outras Instituições,
o que proporcionaria uma troca de conhecimentos teórico e metodológicos.
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�
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The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Arruda Susana Margaret de
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356fdac9bf703d597b961d545086062b
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RELATO DA EXPERIÊNCIA DE SE CRIAR O WEB SITE DO
SERVIÇO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO DA
FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Suely Campos Cardoso, Fabíola Rizzo Sanchez, Maria Fazanelli Crestana, Valeria
Vilhena, Marinalva S. Aragão, Maria Aparecida L. C. Santos, Eunice E. Furbetta, Tania A.
J. Dias, Carmelita Braz Bahia, Sonia L. P.T. Carvalho, Maria Julia A. L. Freddi
Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
Av. Dr. Arnaldo, 455 - 2o andar - Sala 2308 e 2312
01246-903 São Paulo, SP
http://www.usp.br/medicina/sobre/biblioteca
e-mail: sbd@biblioteca.fm.usp.br
e-mail para correspondência: suely@biblioteca.fm.usp.br
RESUMO: O web site do Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo começou a ser planejado em junho de 1999. A diversidade
de informações colocadas à disposição via web se tornou uma ferramenta indispensável
para profissionais que atuam diretamente na disseminação da informação. O web site foi
criado objetivando um meio de divulgação e interação com os usuários, tant o dos serviços
que são prestados à comunidade interna e externa, como para dar visibilidade ao Serviço e
à Instituição que o abriga. A finalidade é facilitar a um maior número de usuários o acesso
às informações dos serviços prestados pela biblioteca a toda a comunidade acadêmica. Um
grupo de profissionais deste Serviço, preparou um organograma das informações de cada
serviço, e pesquisou outros web sites para definição de critérios. A construção contou com
a colaboração de profissionais do Departamento de Telemedicina da FMUSP, responsável
pelo web da Unidade e, em dezembro de 1999, foi disponibilizado com trinta e nove
arquivos. Assim se concretizou a experiência em criar, atualizar e manter o web site deste
Serviço. O endereço eletrônico foi inserido em vários sites de busca, disponibilizando
nossas informações para um número maior de usuários. Atualmente o web site da
Biblioteca Central está com novo lay out, desenvolvido com software Front Page, mantido
e atualizado pela Seção de Preparo e Divulgação de Publicações, com monitoramento
semanal, voltado para a qualidade na prestação de serviços.
1
�1 INTRODUÇÃO
A Internet é considerada hoje um grande meio de disseminação da informação, com
grande velocidade de atualização, que torna muitas vezes, as informações impressas
obsoletas rapidamente.
No âmbito acadêmico, segundo Marcondes e Gomes (1997) a Internet "(...) vem
proporcionar facilidades que extrapolam o conceito tradicional, de informação
bibliográfica, baseado em documentos, como artigos de periódicos, trabalhos em
congressos, teses etc. Novos recursos informacionais estão à disposição da comunidade de
pesquisa além destes tradicionais, agora em versão eletrônica, como documentos
mutimídia, listas de discussão fóruns eletrônicos, conferências em linha, imagens (de
satélites, de microcópios em tempo real), modelos animados, bancos de "pre-prints" etc.
Estes recursos tanto servem de subsídios à pesquisa quanto de canais de comunicação dos
resultados e de garantia de primado e originalidade intelectuais dos mesmos".
A Internet assumiu proporções, após a invenção da World Wilde Web (WWW), de
uma das mais espetaculares ferramentas de navegação com recursos de multimídia, por
sua estrutura física (KILEY, 1999). Surgiu como uma nova maneira de disponibilizar e
recuperar informações, ampliando as alternativas de comunicação e agilizando a prestação
de serviços. Preenche espaço considerável, para o usuário acadêmico que necessita da
informação mais atualizada possível, uma vez que esta cresce diariamente.
É uma nova forma de se relacionar com a informação, romper barreiras e permitir
que uma pessoa, em qualquer lugar da terra, tenha acesso às informações que praticamente
abrangem todas as áreas do conhecimento humano. A evolução das tecnologias
computacionais e de telecomunicações tem sido responsável pelo grande crescimento da
Internet nestes últimos anos, transformando-a num dos veículos mais ágeis e eficientes da
atualidade para busca e recuperação de informações. Neste sentido, Marcondes e Gomes,
1997 consideram que "é o símbolo maior desta tendência, significando o que a tecnologia
tem de mais avançado, mais pleno de possibilidades. Muitas vezes, esquecemos que a
tecnologia é inerte, não tem autonomia, mas sim é instrumentalizada pelos homens, dentro
de relações sociais definidas. É nestas relações que estará o bom ou o mal uso das novas
2
�tecnologias. A internet em termos de sistemas de informação, provê acesso imediato a uma
quantidade gigantesca da informação científica, culturais, artísticas, de lazer, em tempo
real, de forma direta pelo usuário, abrindo para este possibilidades antes inimagináveis" .
Para as bibliotecas universitárias a Internet é um novo recurso com um universo
repleto de informações a ser explorado, contribuindo para a comunicação de memórias
compartilhadas e hipertextos comunitários.
Os Centros de Documentação estão elaborando e disponibilizando em seus sites,
serviços de forma a interagir com os usuários, por meio de conteúdos ágeis, informando, e
seguindo as novas tecnologias, aproveitando também para promoverem-se através do meio
eletrônico. De acordo com Guimarães (1999/2000) "o site pode ajudar a Biblioteca a
melhorar sua imagem junto à comunidade e junto à respectiva organização mantenedora,
divulgando ou informando aos seus usuários da disponibilidade e dos benefícios de seus
serviços e produtos de informação, de modo a estimular o uso dos mesmos ".
Os profissionais da informação têm que trabalhar cada vez mais voltados para os
usuários pois eles são os clientes das unidades de informação. Desse modo, os estudos de
usuários de sites de bibliotecas, tornam-se essenciais para o planejamento, elaboração e
aprimoramento desses sites.
As bibliotecas universitárias adquirem visibilidade através dos seus sites, dado que
disponibilizam informações e podem ser considerados instrumentos de promoção para
incentivar o uso de produtos e serviços (GUIMARÃES, 1999/2000).
Ao desenvolverem seus sites, as bibliotecas se deparam com questões práticas e
teóricas, e a partir destes questionamentos surge o desenho da audiência para o site, que é o
foco do projeto de criação. O usuário pode participar do processo de elaboração de sites de
bibliotecas , informando o que gostariam de obter durante a consulta (GUIMARÃES,
1999/2000).
Segundo Amaral (1988) apud Araujo (1999/2000) a informação é um fator
imprescindível para impulsionar o desenvolvimento da sociedade, sendo fundamental na
geração de conhecimento, pois possibilita, de modo eficiente, a satisfação das demandas de
informação da população.
3
�Ainda abordando a importância da informação para a sociedade, Araújo
(1999/2000), afirma: "a informação, sendo considerada como um bem, aumenta de forma
considerável a responsabilidade das unidades de informação, que além de exercerem seu
papel habitual junto à sociedade, pas sam a ser componentes estratégicos no
desenvolvimento da economia de qualquer nação".
A Internet , ainda que se constitua num potencial ilimitado de informações, para a
obtenção de imagens, resumos e textos completos, nem sempre corresponde a 100% da
expectativa, pois a pesquisa precisa ter uma boa estratégia de busca para que os resultados
esperados sejam satisfatórios. Cabe à biblioteca, através de seu web site, facilitar não só a
busca, mas a relevância dos dados.
2 OBJETIVOS
A criação do web site do Serviço de Biblioteca e Documentação da FMUSP, tem
como objetivo:
Ø Proporcionar aos usuários da biblioteca um suporte de acesso à informações,
seja na divulgação de serviços/produtos oferecidos e mantidos pela biblioteca,
podendo servir de apoio para toda comunidade acadêmica local e externa.
Para isso, algumas metas foram estabelecidas:
Ø manter a informação atualizada;
Ø otimizar a comunicação com os usuários;
Ø disponibilizar serviços e produtos de informação;
Ø interagir com a comunidade local na disseminação da informação.
Ø promover a imagem da Biblioteca Central junto à comunidade.
4
�3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Um grupo de profissionais da informação do Serviço se reuniu periodicamente para
discussão sobre os dados priorizados para a construção do web site. O grupo era composto
por bibliotecárias e técnico de documentação dos diferentes serviços da biblioteca, para
que pudessem ser levantadas questões pertinentes a cada setor da biblioteca.
Todo o material foi analisado, levando em consideração as informações específicas
desenvolvidas em cada um desses serviços.
Os aspectos gerais sobre o conteúdo do web site foram discutidos, avaliados e
selecionados. Definiram-se quais serviços seriam prestados e disponibilizados através da
internet.
Foram visitados e pesquisados vários sites de outras bibliotecas no Brasil e exterior
para observar e criar um diferencial que trouxesse um site mais atraente.
Definiu-se que o web site da instituição seria um instrumento de prestação de
serviços dinâmicos e atualizáveis; um espaço virtual de comunicação para diversos tipos de
usuários, como também para atrair outros que raramente procurariam informações em
acervos de bibliotecas.
Estabeleceram-se também as informações sobre a instituição (endereço físico,
e-mails, telefones, estrutura organizacional), informações sobre acervo, instrumentos de
pesquisa online, estrutura de funcionamento do atendimento ao usuário, links para diversos
sites da área médica.
O acesso e facilidade de navegação também foram amplamente discutidos
evitando-se a construção de páginas com textos longos e o uso de muitas imagens, pois
temos, sobretudo, a intenção de facilitar ao usuário remoto, o acesso ao nosso acervo.
5
�3.1 Organização para o modelo pretendido
O item "estrutura" mereceu grande atenção de toda a equipe, pois o web site
possuía muitas informações.
Com
a
estrutura
inicial
definida,
iniciou-se
a
padronização
das
páginas.
Considerou-se que a informação deveria ser colocada em lugar de fácil acesso, fácil
visualização, enfim, uma estrutura voltada ao usuário. O fundamental nesta etapa foi
solicitar e aceitar sugestões.
Dada a relevância da integração das informações, foi definido o padrão das páginas,
delimitando-se todo o lay out (cores, imagens, conteúdos etc).
Todas as páginas foram interligadas, permitindo várias possibilidades de retorno à
home ou às páginas subseqüentes. Procurou-se, nas páginas principais, informar o e-mail
para contato, da seção pertinente ao serviço (para este item foi necessária a criação de um
e-mail para cada seção).
A Disciplina de Informática Médica (Telemedicina) foi a responsável, num
primeiro momento, pela criação do primeiro web site, que deu origem ao lay out inicial,
com adequação e acesso ao conteúdo do web site deste Serviço de Biblioteca, na rede da
Instituição.
O site foi cadastrado em alguns indicadores de busca disponíveis na época, levando
a informação a todos os segmentos da sociedade e ampliando alternativas de comunicação,
a fim de permitir a recuperação dos dados por usuários de diversas áreas do conhecimento.
Em outubro de 2000 o web site possuía 98 arquivos, 31 imagens, 1318 hyperlinks,
sendo 769 externos e 549 internos (Gráfico 1 e Figura 1).
6
�Gráfico 1 - Posição do web site em outubro de 2000
769
800
700
549
600
500
400
300
200
98
31
100
0
Arquivos
Imagens
Hyperlinks
Hyperlinks
externos
internos
Figura 1 - Primeiro web site disponibilizado em 1999
A partir de setembro de 2001 o site foi redefinido de acordo com novos estudos: a
estrutura foi remodelada, colocando-se frame na página inicial. Facilitou-se, desse modo, a
navegação no web site, inserindo-se o mapa do site e outras informações. Ao final, o site
ficou com 248 arquivos e 39 imagens, 9750 hyperlinks, sendo 5512 externos e 4238
internos.
7
�A preocupação quanto à atualidade e qualidade é constante, sendo assim, procurase verificar se os links estão atualizados, coletam-se e pesquisam-se novas informações de
interesse na área e procura-se atualizar os arquivos já existentes, semanalmente (Gráfico 2
e Figura 2).
Gráfico 2 - Posição do web site em setembro 2001
5512
6000
5500
5000
4500
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
4238
248
Arquivos
39
Imagens
8
Hyperlinks
Hyperlinks
externos
internos
�Figura 2 - Web atual
Aproveitando a disponibilização desses novos conhecimentos, o web site deste
Serviço traz o conteúdo da informação acessível do seu acervo. Destacamos os produtos e
serviços disponibilizados em nosso endereço eletrônico:
Ø lista de doações de material bibliográfico;
Ø lista de livros incorporados ao acervo;
Ø lista de teses defendidas na FMUSP (com link para o banco de dados
bibliográficos - DEDALUS do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP - SIBi);
Ø lista de periódicos semanais expostos no Serviço de Biblioteca e Documentação
da FMUSP e Centro de Documentação Científica do Hospital das Clínicas da FMUSP
(com link para a página do periódico);
Ø lista das obras especiais constantes no acervo;
Ø normas de publicações das revistas com produção editorial do Serviço;
Ø Perfil, títulos dos periódicos correntes do SBD (com respectivos links);
Ø Manual de estrutura e apresentação de dissertações e teses;
Ø Plataforma Lattes - CNPq (link para o banco de dados de Curriculum de
pesquisadores do CNPq);
Ø Qualis (lista de periódicos científicos avaliados pela CAPES);
Ø Lista de periódicos eletrônicos da OVID-FMUSP, ProBE, SciELO e CAPES
(com respectivos links).
Ø Periodicamente, links que remetem para assuntos que merecem destaque no
momento e são de interesse da população, como: dengue, lançamento de livros e roteiro
para auto-exames de mamas. Considera-se que tais links têm papel importante na
prevenção de doenças e promoção da saúde, pois os textos, são acessíveis e de fácil leitura.
9
�Em junho de 2002 foi inserido no web site um software gerador de estatíst icas de
uso. Com este software está sendo possível analisar o número de acessos/dia, usuários mais
assíduos, e horários mais utilizados.
Nestes dois anos, as páginas tiveram mais de 169.900 acessos (posição até 16 de
junho de 2002), com uma média diária de aproximadamente 200 visitantes.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A distribuição de informações, via internet, é uma das alternativas adotadas por esta
Biblioteca para levar o conhecimento científico à toda comunidade com interesse na área.
Objetivando alcançar as necessidades informacionais do usuário, disponibiliza-se grande
volume de informações no web site. Com esta afirmativa, concorda Vicentini e Mileck
(2002) "... com o uso de novas tecnologias de informação, pode-se dispor o conhecimento
na rede para qualquer pessoa em qualquer lugar e a qualquer momento".
Atualmente, através deste web site, é possível ter acesso à várias bases de dados,
periódicos online com textos completos, catálogo de periódicos correntes incorporados ao
acervo nos últimos quatro anos, além de informações sobre fator de impacto e localização
online do periódico, relação de eventos da área médica até 2007, etc.
As reavaliações, as pesquisas e as alterações são constantes, com informações
atualizadas visando sempre ao interesse dos usuários internos e externos e a comunidade
de um modo geral.
De acordo com as avaliações constantes da equipe participante do planejamento e
criação do web site do Serviço de Biblioteca e Documentação, as consultas e o uso das
informações dispostas, atende às expectativas e os resultados esperados, fornecendo ainda
motivos para a implementação de melhorias e aperfeiçoamentos periódicos.
10
�5 REFERÊNCIAS
AMARAL, S. A. do. Marketing: abordagens em unidades de informação. Brasília:
Thesaurus, 1998 apud ARAUJO, 1999/2000.
ARAÚJO, W. J. Ferramentas para promoção em web sites de unidades de informação. Rev.
Bibliotecon. Brasília, v.23/24, n.1, p.89-107, 1999/2000.
GUIMARÃES, T. P. Uso e papel promocional do site de biblioteca: o caso da Biblioteca
Central da Universidade de Brasília. Rev. Bibliotecon. Brasília, v.23/24, n.1, p.109-31,
1999/2000.
KILEY, R. Finding what you want. In: KILEY, R. Medical information on the internet.
2.ed. Philadelphia: Harcourt Brace, 1999.
MARCONDES, C.H.; GOMES, S.L.R. O impacto da internet nas bibliotecas brasileiras.
Rev. Transinformação. Disponível em: www.puccamp.br/~biblio/marcondes92.html
TEIXEIRA, C. M. S.; Schiel, U. A internet e seu impacto nos processos de recuperação da
informação. Ci. Inf., v.26, n.1, jan. -abr. 1997. Disponível em: http://www.scielo.br
VICENTINI, L. A.; MILECK, L. S. Desenvolvimento de sites na web em unidades de
informação:
metodologias,
padrões
e
ferramentas.
Disponível
em:http://www.rau.tu.unicamp.br/nou-rau/sbu/document/get.php/3/t168.pdf
11
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Relato da experiência de se criar o web site do Serviço de Biblioteca e Documentação da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Cardoso, Suely Campos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O web site do Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo começou a ser planejado em junho de 1999. A diversidade de informações colocadas à disposição via web se tornou uma ferramenta indispensável para profissionais que atuam diretamente na disseminação da informação. O web site foi criado objetivando um meio de divulgação e interação com os usuários, tanto dos serviços que são prestados à comunidade interna e externa, como para dar visibilidade ao Serviço e à Instituição que o abriga. A finalidade é facilitar a um maior número de usuários o acesso às informações dos serviços prestados pela biblioteca a toda a comunidade acadêmica. Um grupo de profissionais deste Serviço, preparou um organograma das informações de cada serviço, e pesquisou outros web sites para definição de critérios. A construção contou com a colaboração de profissionais do Departamento de Telemedicina da FMUSP, responsável pelo web da Unidade e, em dezembro de 1999, foi disponibilizado com trinta e nove arquivos. Assim se concretizou a experiência em criar, atualizar e manter o web site deste Serviço. O endereço eletrônico foi inserido em vários sites de busca, disponibilizando nossas informações para um número maior de usuários. Atualmente o web site da Biblioteca Central está com novo lay out, desenvolvido com software Front Page, mantido e atualizado pela Seção de Preparo e Divulgação de Publicações, com monitoramento semanal, voltado para a qualidade na prestação de serviços.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4137/SNBU2002_126.pdf
6969d12dae4e254226f6f00b0d283755
PDF Text
Text
FORMALISMO NO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Sueli Goulart
sueligoulart@uol.com.br
Universidade Federal de Alagoas - UFAL
Biblioteca Central
Campus A. C. Simões – Tabuleiro do Martins
57072-970 – Maceió – AL
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Observatório da Realidade Organizacional
Administração
Av. dos Economistas, s/n Cidade Universitária
CEP 50740-590 - Recife, PE - Brasil
Fone: (81) 3271-8368 ou 8370 ramal 5162
Fax: (81) 3271-8870
/
Programa
de
Pós-Graduação
em
/
Programa
de
Pós-Graduação
em
Cristina Carvalho
cris_carvalho@uol.com.br
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Observatório da Realidade Organizacional
Administração
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CEP 50740-590 - Recife, PE - Brasil
Fone: (81) 3271-8368 ou 8370 ramal 5162
Fax: (81) 3271-8870
Formalismo no processo de institucionalização das bibliotecas universitárias
1 Introdução
�O surgimento de organizações ou de novas formas organizacionais pode ser visto
sob diferentes perspectivas, baseadas ora em fatores econômicos ora em fatores sócioinstitucionais. A teoria institucional, baseada na concepção da realidade socialmente
construída, indica não ser apenas a necessidade de coordenação de atividades cada dia mais
complexas, mas também a disseminação de crenças e processos cognitivos sobre a
natureza do mundo e a maneira como as coisas funcionam que determinam a criação das
organizações (Scott, 1998).
Entendidas como sistemas abertos, as organizações relacionam-se com o ambiente
influenciando ou sendo influenciadas tanto no processo de criação como nos processos de
mudança. De acordo com um dos pressupostos apontados por Wilson apud Machado-daSilva; Fonseca e Fernandes (2000) o ambiente é teoricamente construído mediante a
interação entre fenômenos objetivos e diferentes percepções dos membros organizacionais.
Isto
implica
aceitar
que
indivíduos,
grupos
ou
organizações
podem
perceber
diferentemente um mesmo contexto institucional o que os levaria a adotar diferentes
posturas frente à relação organização-ambiente e no conseqüente delineamento de
estratégias de ação.
No âmbito das universidades, as bibliotecas constituem uma organização social
prestadora de serviços, criada e mantida para dar sustentação aos programas de ensino,
pesquisa e extensão por meio de suas coleções, produtos e serviços de informação. A
centralidade desse serviço para a comunidade acadêmica é identificada no cotidiano dessas
organizações e nos processos de avaliação instituídos pelo Ministério da Educação (MEC),
nos quais as bibliotecas se inserem como infra-estrutura acadêmica indicativa da
capacidade de oferta de cursos.
A criação e manutenção de bibliotecas ou sistemas de bibliotecas respondem a
valores consolidados no ambiente, sempre simbolizaram o compromisso da universidade
com a qualidade da formação e da produção acadêmica e contribuem para seu
reconhecimento social. Por isso, identificam-se atributos institucionais nessas organizações
pois seu processo de desenvolvimento é orgânico, adaptando-se tanto às necessidades dos
grupos internos como aos valores da sociedade (Perrow, 1990), visando a sobrevivência,
perenidade e legitimação, mediante a contribuição social que são capazes de viabilizar
(Pereira, 1997).
Ao longo das últimas três décadas vem se assistindo a amplas mudanças societais,
cujos reflexos nas bibliotecas universitárias podem ser analisados por meio das mudanças
�estruturais ocorridas em seu âmbito. Isso requer a incorporação de elementos da teoria das
organizações que possam ampliar o entendimento das mudanças para além da capacidade
de adaptação a tecnologias do momento. A “onipresença” das organizações no mundo
contemporâneo indica que é por meio delas que os indivíduos se conectam ao universo
macro-societal. Nesse sentido, as bibliotecas universitárias representam elos fundamentais
entre os indivíduos e a sociedade da informação, acrescentando complexidade na análise
dessas organizações.
O aprofundamento da análise organizacional nas bibliotecas universitárias pode ser
realizado mediante a identificação de um quadro evolutivo do contexto institucional de
referência e a respectiva resposta destas organizações, bem como o sucesso alcançado por
elas.
Neste trabalho, procurou-se traçar a evolução do contexto institucional e sua
interação com os atores sociais componentes do campo organizacional das bibliotecas
universitárias, compreendendo elementos simbólicos, culturais e cognitivos que moldam,
dinamicamente, suas estruturas.
2 Evolução do contexto institucional e práticas formalísticas
Em 1914, quando Henry Ford implantava sua linha de montagem de automóveis, a
jornada de 8 horas e a gratificação por produção, tinha inicio, simbolicamente, o modelo de
produção fordista no mundo industrializado. Nessa altura, a separação entre concepção,
administração, execução e controle já estava instituída na indústria mas, ainda assim, o
“sistema Ford” era pioneiro: reconhecia que não se poderia inovar no modo de
organização da produção sem uma paralela reordenação do comportamento e da psicologia
dos homens nas suas atividades produtivas, da cultura, da estética e da ética do trabalho. O
modelo de produção pressupunha uma nova sociedade, com percepção diferente dos
conceitos de democracia, racionalidade, modernismo e populismo (Harvey, 2000). A
funcionalidade dos conceitos evidencia-se na “produção para todos”, na valorização dos
“fins em detrimento dos meios”, na “massificação” e no “pseudo-igualitarismo” derivado
dessa massificação.
Nessa formatação da sociedade, subentendida na proposta do modelo fordista de
produção, as corporações eram os centros do poder da regulamentação social e econômica.
Entretanto, a aceleração do crescimento após a Segunda Guerra Mundial, os enormes
�fossos entre a riqueza e a miséria no mundo obrigaram a um redesenho do papel e da força
dos atores sociais envolvidos na regulamentação e na condução do desenvolvimento social.
O Estado passa a ocupar papel preponderante como mediador dos interesses de
classes, tornando-o forte interventor e executor de políticas públicas e sociais, por meio da
regulamentação, suporte infra-estrutural e investimentos diretos no setor produtivo, como
forma de alavancar o desenvolvimento social em bases pretensamente mais eqüitativas. É o
chamado Estado keynesiano, no qual a intervenção estatal, especialmente os investimentos
públicos garantem o equilíbrio social, uma vez que somente o Estado teria capacidade para
realizar um volume tal de investimentos que garantisse políticas de emprego e renda como
suporte ao modelo econômico vigente.
No Brasil, o papel do Estado como agente executor de políticas públicas e sociais
foi definitivo na consolidação do sistema de ensino superior, especialmente a partir da
década de 50, com a ampliação da oferta de vagas nas universidades, criação de novas
instituições e fortalecimento da pós-graduação. Embora sejam organizações tão antigas
como as próprias universidades, as bibliotecas vêem sua relevância ampliada também a
partir daquela década, provavelmente como conseqüência da criação de dois órgãos de
vital importância e influência no redirecionamento da prática bibliotecária: o Conselho
Nacional de Pesquisa – CNPq e o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação –
IBBD, atual Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica – IBICT. Estes
fatos da década de 50, somados aos investimentos em pesquisa e pós-graduação, à
consolidação dos campi universitários e à regulamentação da profissão de bibliotecário, na
década de 60, passaram a exigir das bibliotecas universitárias novas políticas de atuação e
novas práticas de gestão.
Referenciadas no modelo fordista e em seus pressupostos fundamentais de
modernidade, homogeneidade e totalidade, as bibliotecas universitárias buscam moldar
suas estruturas no sentido de racionalizar práticas e processos. Isto pode ser ilustrado por
duas pesquisas realizadas nas décadas e 70 e 80 por Ferreira (1980) e Mercadante (1990),
respectivamente, descrevendo as estruturas organizacionais vigentes nos período referidos,
as principais tendências detectadas e formulando recomendações.
A pesquisa realizada por Ferreira (1980) identificou os modelos estruturais,
classificados em centralizados e descentralizados, baseado numa amostra de 17 bibliotecas
centrais e 133 setoriais, sem a pretensão de apresentar um único modelo ideal, mas
mostrando as vantagens e desvantagens de cada um. A pesquisa de Mercadante (1990)
�ocorreu no âmbito do Programa de Pesquisas, Estudos Técnicos e Desenvolvimento de
Recursos Humanos para Bibliotecas Universitárias, desenvolvido pelo Programa Nacional
de
Bibliotecas
organizacionais
de
Instituições
adotados
pelas
de
Ensino
bibliotecas
Superior
(PNBU).
universitárias,
Comparou
identificando
as
modelos
principais
variáveis determinantes, a fim de orientá-las quanto à adequação da estrutura adotada,
sugerindo mudanças e adaptações necessárias. O universo da pesquisa foi composto de
bibliotecas vinculadas a universidades, totalizando 78 instituições.
No estudo de Ferreira (1980) a centralização, como modelo estrutural, é
identificada como objeto de debate freqüente nos fóruns formais e informais de discussão,
prioritariamente
referidos
a
vantagens,
desvantagens,
formas
e
graus.
A
questão
encontrava-se razoavelmente definida pela centralização, uma vez que a maioria das
bibliotecas pesquisadas tendiam à centralização ou encontravam-se em fase de transição
para esse modelo. Os principais argumentos para essa formulação eram: 1) redução do
número de bibliotecas; 2) reunião das coleções; 3) integração dos serviços bibliotecários;
4) integração dos pesquisadores; 5) custos de manutenção e desenvolvimento dos produtos
e serviços; 6) custos e desempenho dos processos de gestão e controle; e 7) desempenho
orçamentário-financeiro. A pesquisa conclui e recomenda que o processo de centralização
das bibliotecas seja concebido como sistema e este como sub-sistema do sistema
universitário e que as instâncias de decisão e gestão governamental e das universidades
identifiquem e viabilizem os sistemas de bibliotecas como sub-sistemas nacionais de
informação imprescindíveis ao desenvolvimento do ensino superior no país.
O panorama estrutural apresentado no trabalho de Ferreira (1980) permite
caracterizar um contexto referenciado na busca de centralização, com ênfase na otimização
dos recursos e no fortalecimento interno da unidade, conforme representado na figura 1.
Figura 1 – Situação na década de 70. Tendência: Centralização
Administração
Central da IES
Biblioteca
Biblioteca
Biblioteca
Biblioteca
�No estudo de Mercadante (1990), a coordenação sistematizada, como modelo
estrutural,
é
identificada
na
regulamentação
oficial
da
maioria
das
instituições,
constituindo-se, no entanto, mais em discurso do que em prática. Para a autora, essa
situação decorre dos traços históricos de autoritarismo a que esteve submetida a
universidade brasileira e que ainda persistiam no ambiente universitário. Segundo sua
afirmação até aquela data, sofriam-se as conseqüências, “seja por parte do órgão central,
que não consegue captar plenamente a ação integrada, seja pelas bibliotecas setoriais que
ainda vêem este órgão com laivos de autoritarismo” (Mercadante, 1990, p. 56). Ainda
assim, a maioria das bibliotecas tendiam a sistema formado pelo conjunto das bibliotecas
central e setoriais e/ou outros serviços de informação, no qual as primeiras, via de regra,
exerciam função de órgão coordenador. Os argumentos básicos eram: 1) o momento
histórico da instituição; 2) a capacidade de cada segmento do sistema; 3) a política de
ensino e pesquisa da instituição; e 4) o desenvolvimento das áreas priorizadas pela
instituição. A pesquisa preocupa-se em formular recomendações para as situações
identificadas, quais sejam: que as universidades com bibliotecas descentralizadas se
conscientizem da necessidade de integrá-las a estruturas administrativas modernas, sob
uma única coordenação, assegurando um mínimo de participação em programas nacionais
cooperativos. Àquelas já assim estruturadas, sugeriu-se a adoção de medidas capazes de
consolidar a ação sistêmica dos serviços de informação. Essas medidas visavam assegurar
que o órgão coordenador de fato tivesse competências para definir políticas de informação
a nível institucional, garantisse representatividade junto ao Conselho Universitário e
detivesse condições de avaliação periódica do sistema. Para os sistemas de bibliotecas já
constituídos, o estudo recomendou que se formalizassem por meio da aprovação
institucional de regimentos; incluíssem comissões ou representações de usuários em seu
processo de gestão; participassem da política orçamentário-financeira da universidade, com
responsabilidades definidas; coordenassem, centralizadamente, os serviços de aquisição e
�processamento técnico; estabelecessem políticas e planos de serviços aos usuários e se
integrassem a redes e serviços cooperativos.
Em síntese, o contexto caracterizado por Mercadante (1990) remete à busca de
coordenação das ações em estrutura sistêmica, com ênfase na articulação de recursos
complementares e no fortalecimento das relações interorganizacionais. Nota-se também
que recomendações da primeira pesquisa repercutiram na segunda, sobretudo na concepção
organizacional sistêmica, conforme representado na figura 2.
Figura 2 – Situação na década de 80. Tendência: Coordenação
Administração
Central da IES
Unidade
Coordenadora
Unidade
do Sistema
Unidade do
Sistema
Unidade
do Sistema
Sistema de Bibliotecas
Relação Hierárquica
Relação Técnico-profissional
As situações identificadas em ambos os trabalhos permitem constatar a presença de
mecanismos isomórficos na formatação das estruturas organizacionais das bibliotecas
universitárias. Na tentativa de obter legitimidade, as organizações geralmente adotam
linhas de ação anteriormente definidas e racionalizadas na sociedade (Meyer e Rowan,
1992) e o fazem mediante processos isomórficos, assim caracterizados:
a) isomorfismo coercitivo: resultado da pressão formal ou informal de
organizações
que
têm
prevalência
sobre
outras,
especialmente
pela
dependência financeira;
b) isomorfismo mimético: caracterizado pela adoção de modelos já testados e
bem sucedidos em organizações similares; e
�c) isomorfismo normativo: decorrente da profissionalização que institui um
conjunto de normas e procedimentos delimitados para uma ocupação ou
atividade específica (DiMaggio e Powell, 1991).
A homogeneidade das estruturas formais entre as bibliotecas universitárias é
significativa e evidente, decorrendo, por um lado, da natural identidade funcional entre
essas organizações, incluindo aspectos como missão e objetivos, e de outro da busca de
legitimidade. Vulneráveis aos três tipos de processos isomórficos, estas organizações
tendem a conformar suas estruturas segundo pressões coercitivas de agentes controladores
e/ou financiadores, como o MEC e as entidades diretamente relacionadas ao ensino e à
pesquisa no nível superior, como a Secretaria de Ensino Superior (SESu) e a Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A identificação de
experiências bem sucedidas nas demais bibliotecas para a solução de problemas
específicos, como a automação, por exemplo, caracterizam os mecanismos miméticos. As
pressões normativas advêm da área profissional prioritariamente vinculada a estas
organizações por meio da atuação de associações, sindicatos, conselhos e escolas de
Biblioteconomia.
Entretanto, Machado-da-Silva e Fonseca (1993) advertem que, apesar das pressões
isomórficas, subsistirão diversidades entre as organizações pois a especificidade dos
esquemas interpretativos subjaz à visão de mundo dos dirigentes que, por sua vez, interfere
no delineamento das estratégias de ação, selecionando itens relevantes para situações
locais. O confronto entre a busca de legitimidade no ambiente institucional de referência e
as especificidades locais podem acarretar mudanças estruturais formalísticas, isto é, ocorre
uma dissociação entre o formal e o real.
Segundo Sander (1977, p.27) o formalismo é uma categoria da teoria administrativa
e pode ser operacionalmente definida “como a discrepância entre a conduta real e a norma
prescrita que se supõe regulá -la”. Como traço da cultura brasileira presente nas
organizações é estudado por Prates e Barros (1997, p. 62) e Caldas (1997), entre outros,
indicado pelos primeiros como um mecanismo de evitar incertezas “por meio da lei, e toda
espécie de regras formais e instituições”. Caldas (1997), ao tratar da fixação brasileira pelo
estrangeiro, afirma que as organizações mimetizam, geralmente de forma acrítica, práticas
de centros tidos como mais desenvolvidos, tornando-as externamente orientadas. Para o
autor, não se trata de negar os avanços alcançados, mas de questionamentos e seleção de
aspectos apropriados às condições locais.
�Essa situação pode ser detectada naquelas organizações cuja capacidade de
interpretação e absorção do contexto institucional são restringidas por desígnios e
limitações internas, conforme pode ser ilustrado pelo caso apresentado a seguir.
3
A implantação do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Alagoas
(SIBI/UFAL) : busca de legitimidade e mudança formalística
A UFAL foi criada em 1961, a partir da junção de seis cursos de graduação que
funcionavam isoladamente, chegando, aos dias atuais, com a oferta de 34 cursos de
graduação, 16 cursos de pós-graduação stricto sensu, sendo 13 em nível de mestrado e três
em nível de doutorado. A comunidade acadêmica incorpora aproximadamente 11.500
alunos, 868 professores e 1399 servidores técnico-administrativos.
Segundo Cardeal (1992), embora os primeiros 20 anos da UFAL tenham coincidido
com a chamada “década da educação”, em meio à relativa facilidade de acesso a recursos
financeiros e de pessoal, a instituição não contou com habilidade político-decisória capaz
de alavancar seu desenvolvimento, fortalecendo tanto a infra-estrutura física e de pessoal,
como a própria atividade acadêmica. Dessa forma, chega a meados da década de 80 com
considerável defasagem em relação às demais Instituições Federais de Ensino Superior
(IFES), constatada por fatos como a instalação do primeiro Curso de Mestrado na UFAL
ter-se dado apenas em 1985 e, no caso específico das unidades de informação, chegando-se
em 1986 com um quadro de cinco bibliotecários para atender a uma comunidade estimada
em 10.000 pessoas, quando estudos já indicavam a necessidade de pelo menos 33
profissionais (Universidade Federal de Alagoas. Grupo de Bibliotecários da UFAL, 1987).
O processo de modernização e melhoria das condições de funcionamento foi
impulsionado, no início da década de 80, por meio do acordo MEC-BID III, que viabilizou
a instalação definitiva do campus universitário da UFAL, financiando construções de
prédios, reformas, equipamentos, assistência técnica e capacitação de pessoal. Dentro desse
acordo foi projetada igualmente a construção de novo prédio para a Biblioteca Central (que
já funcionava no campus, em instalações precárias, desde 1978) e contratada, em 1985,
consultoria externa especializada para levantamento de necessidades e elaboração de
projeto, depois de duas outras propostas inconclusas. O relatório de viagem do consultor
revela a precariedade da situação então existente:
�A impressão geral foi desoladora quanto às condições de
funcionamento.
... coleção paupérrima
... quadro de pessoal muito limitado
... flagrante desrespeito à Lei 4.084 [que regulamenta a profissão de
bibliotecário]
... parecia (...) que a Biblioteca Central não se constituía em uma
aspiração da comunidade...
Em um quadro tão desolador quanto o das atuais bibliotecas da
UFAL, a construção de um novo prédio justifica-se como obra de
vital importância para a consolidação das atividades do campus
universitário, em caráter prioritário e urgente (Miranda, 1985).
Definido o projeto de construção do prédio, a partir do segundo semestre de 1986 o
corpo técnico é convocado para elaborar a proposta de implantação de sistema integrado.
Esse período coincide com o recém aprovado I Plano Nacional de Bibliotecas
Universitárias/PNBu, programa estabelecido no âmbito da SESu/MEC.
As diretrizes do PNBu e as ações delas decorrentes foram responsáveis por um
período de intensa atividade no conjunto das unidades de informação das universidades e
pelo fortalecimento de suas demandas frente às administrações das Instituições de Ensino
Superior (IES) e das atividades informacionais em nível nacional. Em nível local há que
lembrar a instalação do primeiro Curso de Pós-Graduação em 1985 e os efeitos do primeiro
processo eleitoral para escolha do reitor, que vieram reforçar o processo de formalização
do Sistema de Bibliotecas da Universidade.
O SIBI/UFAL tem seu regimento aprovado em 1989 e passa a ser composto pela
Biblioteca
Central
(unidade
coordenadora),
sete
bibliotecas
setoriais
(vinculadas
tecnicamente e administrativamente) e Órgão Colegiado (representações da comunidade
acadêmica com função de assessoria). Definida como órgão suplementar na estrutura
universitária, a Biblioteca Central vincula-se diretamente ao Reitor e organiza-se em quatro
divisões: Administrativa, Serviços ao Usuário, Desenvolvimento de Coleções e Tratamento
Técnico. Integra-se a redes de cooperação e prestação de serviços informacionais, como a
Rede Bibliodata/CALCO, a Rede Latino-Americana e do Caribe em Informações em
Ciências da Saúde – BIREME e COMUT.
Entre outros avanços, no sentido de valorizar e dotar de poder o sistema formado
pelo conjunto das unidades de informação, está o estabelecimento de percentual
orçamentário em 8% do orçamento de custeio e capital da Universidade que representou
um avanço significativo, em vista da média nacional da época que rondava os 5%, aquele
�estabelecido para as melhores bibliotecas universitárias (entre 8 e 12%) e a situação
vigente até 1987 quando não atingia 1% (Folha Semanal, 1991).
No processo de implantação e desenvolvimento do Sistema de Bibliotecas, percebese a atuação relevante de grupos e instituições cuja convergência de interesses, num
momento específico, possibilitou a criação de nova e moderna estrutura para os serviços
informacionais na UFAL. São eles: agências do MEC (SESu/PNBu, CAPES), dirigentes da
Universidade e os novos profissionais que viriam a compor a direção do Sistema. Nota-se
também a preponderância de elementos institucionais em sua implantação, vez que se
procurou adotar estrutura compatível com padrões nacionais, orientar-se por questões
normativas, configurando procedimentos isomórficos em busca de legitimidade.
Entretanto, estudos e observações realizadas no período de 2000 a 2001 mostraram
grandes dificuldades na efetivação da estrutura formal, detectadas em situações como a
composição do quadro funcional especializado que, apesar do aumento da comunidade
acadêmica, contava com 12 profissionais bibliotecários, dos quais quatro mantidos por
vínculo temporário. Destes, apenas um encontrava-se lotado em Biblioteca Setorial, o que
implica na inexistência de bibliotecários nas seis restantes, incluindo-se aquelas vinculadas
à pós-graduação. A precariedade do processo de desenvolvimento e organização das
coleções foi identificada pela inexistência de políticas explícitas e do deficiente processo
de automação dos serviços. A efetividade do Órgão Colegiado, como mecanismo de
interação com a comunidade, é questionável haja vista as afirmações de membros,
representantes dos docentes, entre as quais:
“... a relação do professor com a Biblioteca é muito ruim, ou seja, não
acho que o professor inclua a Biblioteca como instrumento
pedagógico”.
“... o pessoal do departamento não tem idéia da importância do Órgão
Colegiado: é como se a Biblioteca pudesse funcionar absolutamente
sozinha, isolada...”
Dessa forma, verifica-se que os elementos que atribuíram relevância simbólica à
estrutura organizacional adotada pelo SIBI/UFAL, atendendo às exigências e expectativas
do
ambiente
institucional,
contribuíram,
num
primeiro
momento,
na
obtenção
legitimidade. A importância mitificada pode ser ilustrada por afirmações feitas tais como:
“Uma universidade sem biblioteca não é universidade”. “... sem
biblioteca nós não teremos cérebros preparados”. “... a biblioteca é o
cérebro da instituição universitária”.
de
�No entanto, a importância revelada no discurso dos dirigentes e nas normas não se
traduzem em ações correspondentes; são portanto ritualísticas, confirmando que estruturas
determinadas
isomorficamente,
desvinculação
entre
estruturas
embora
formais,
ofereçam
atividades
legitimidade,
e
podem
implicar
em
comportamento
cotidiano
dos
membros da organização (Meyer e Rowan, 1992).
4 O novo cenário
Muito já se tem comentado a respeito dos impactos das novas tecnologias de
informação e comunicação sobre as bibliotecas, desde as mudanças radicais no que se
refere a suporte, posse e oferta de serviços de informação: do papel para meios digitais e
magnéticos; do “possuir” para o “acessar” e do espaço físico para o espaço virtual até às
estratégias para a inserção do país na sociedade da informação.
Em estudo prospectivo onde tenta visualizar possíveis cenários para a biblioteca
universitária brasileira em 2010, Cunha (2000) afirma que a tecnologia da informação afeta
tanto as atividades acadêmicas como a natureza do empreendimento em educação superior,
com reflexos significativos para as bibliotecas. Entre as mudanças prenunciadas, enfatiza a
mudança estrutural (terceirização de serviços e foco no atendimento), o financiamento
(estabelecimento
de
consórcios
e
diversificação
de
fontes), os serviços (balcões
eletrônicos, apoio a programas de ensino à distância) e a diversificação de público
(ampliação da população atendida e novos formatos de cursos).
Diante das perspectivas e exigências da sociedade, a transição para a sociedade da
informação impõe novos desafios aos dirigentes de universidades e bibliotecas pois exige
convivência com modelos tradicionais, aperfeiçoamento de serviços e planejamento
consistente na busca da contemporaneidade da oferta de serviços de informação. Por um
lado porque, como afirma Targino (1995, p. 195), “em anos e anos de informação
multifacetada, não há registro de casos de extinção de veículos de comunicação em face do
surgimento de outros. Ocorrem, sim, mutações, adaptações e avanços”.
Por outro lado,
porque as condições infra-estruturais encontram-se em estágios bastante diferenciados
entre as diversas regiões do Brasil e as próprias instituições que atuam na área de
informação. No Quadro 1 delineiam-se as características dos dois modelos de produção no
domínio das unidades de informação, entre os quais se incluem as bibliotecas
universitárias.
�Quadro 1: Modelos Fordista e Pós-Fordista nas Unidades de Informação
Modelo fordista
Modelo pós-fordista
SERVIÇOS DE INFORMAÇ ÃO
Atendimento indiferenciado a um público homogêneo
Atendimento específico a públicos heterogêneos e
de interesses informacionais diversificados
Tratamento de informações em formatos e suportes
convencionais (livros e periódicos em papel)
Tratamento de informações em múltiplos formatos
e suportes (audiovisuais, multimídia, em meios
magnéticos e/ou digitais, além dos convencionais).
Informação como mercadoria chave para geração
de negócios
Ênfase no acesso à informação. Prioridade para a
ampliação das áreas temáticas. Função de eficácia
Informação como suporte para a formação
Ênfase na aquisição de grande volume de material
bibliográfico. Multiplicidade de exemplares. Função
assistencial
Acumulação de material bibliográfico de baixo uso
Catalogação manual, isolada, explosão bibliográfica x
ampliação de backlogs
Duplicação de recursos entre unidades similares
Subordinação a rubricas orçamentárias
Integração vertical
Maior rotatividade e diminuição do tempo útil do
material bibliográfico
Catalogação automatizada, cooperativa,
importação de registros bibliográficos catalogados
por grandes bibliotecas ou redes (Biblioteca
Nacional, Bibliodata, OCLC)
Formação de consórcios e redes para
compartilhamento de recursos
Subordinação aos interesses de pesquisa
Terceirização de tarefas técnicas e/ou mecânicas
TRABALHO
Indivíduo treinado em uma única tarefa
Indivíduo polivalente, particularmente no
atendimento aos usuários
Especialização na área técnica profissional
Valorização de conhecimentos complementares em
áreas de interface (computação, por exemplo) e em
campos de conhecimento específico
Ênfase na intermediação entre a informação e o usuário
Ênfase nos procedimentos auto-explicativos para
o acesso autônomo dos usuários à informação
Pouco ou nenhum treinamento no trabalho
Atualização permanente de habilidades no trabalho
ESPAÇO/ESTRUTURA
Unidades centrais e setoriais definidas
Espaço físico amplo para manter acervo em papel e
serviços tradicionais (circulação e empréstimo)
Unidades de informação referenciadas no espaço local
e nacional
Design estrutural tradicional (divisões, setores e
seções)
Unidades provedoras de informação posicionadas
em rede
Espaço físico para suporte de acesso e conexão a
fontes virtuais de informação
Unidades de informação referenciadas no espaço
global
Integração por processos, atividades
O atual contexto parece remeter para estruturas mais flexíveis, tematicamente
especializadas,
articuladas
em
redes
de
naturezas
diversas,
com
ênfase
no
compartilhamento de recursos e referenciadas a um universo informacional global,
apresentado graficamente na figura 3.
Universo
Administrativo
Figura 3 – Situação na década de 90. Tendência: Ação em redes
Administração
Central da IES
Relação Funcional
Relação Técnico-profissional
�Relação Hierárquica
5 Considerações finais
Nesta transformação social, política, cultural, institucional, ética e estética que
caracteriza a passagem do modelo fordista para o modelo pós-fordista é de se esperar que
repercussões nas estruturas e processos das organizações possam ser observadas.
O
pós-fordismo, baseado nos pressupostos fundamentais de pós-modernidade,
pluralidade e especificidade, exige reconhecer a diversidade e a congruência entre o global
e o local. Trata-se, portanto, da busca de soluções compatíveis com os diversos estágios em
que se encontram as bibliotecas universitárias. Por um lado, políticas e ações centralizadas
nas instâncias de normatização precisam levar em conta a capacidade de absorção das
diversas bibliotecas. Por outro, estas devem estar atentas à pertinência dos processos
isomórficos, evitando reprodução acrítica, mas favorecendo a adaptação criativa.
No caso de mudanças estruturais é importante extrapolar a dimensão formal,
representada pela forma burocrática de organização, isto é, o conjunto de regras e normas,
a diferenciação horizontal e vertical, relações de autoridade delineando padrões de
regularidade. Essa formalidade, na maioria das vezes, não corresponde ao cotidiano das
organizações onde a relação entre as pessoas assim como os processos ocorrem de maneira
mais aleatória, atribuindo sentido às determinações formais da estrutura e delineando
padrões de interação.
�Admitir que os indivíduos constroem sentidos significa admitir que agem de acordo
com sua interpretação dos elementos estruturais e que podem limitar ou ampliar o escopo
dos processos que ocorrem nas organizações, uma vez que as estruturas refletem também
valores e interesses individuais ou grupais. Portanto, passam a refletir também as relações
de poder que ocorrem entre indivíduos e grupos, levando a que as organizações possam ser
entendidas como instrumentos de poder. Assim sendo, as mudanças estruturais podem
decorrer de mudanças cognitivas dos membros, de alterações nas relações de poder e de
influências do ambiente (Ranson, Hinings e Greenwood, 1980).
A continuidade do direcionamento homogêneo das ações modernizantes, mediante
mecanismos isomórficos coercitivos, e a negligência às diversidades e especificidades
locais, em favor de práticas acriticamente mimetizadas, fortalecem o caráter formalístico
das estruturas, terminando por institucionalizar, na verdade, o “faz-de-conta”. Esta
evidência pode se tornar ainda mais grave frente ao cenário de transformações tecnológicas
que modelam a sociedade da informação, surgida no bojo do novo modelo de produção e
acumulação pós-fordista baseado na flexibilidade.
São estas reflexões que a análise ao nível organizacional pode gerar e, assim,
contribuir na compreensão da ação das universidades e suas unidades de bibliotecas na
sociedade de informação.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Formalismo no processo de institucionalização das bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Goulart, Sueli
Carvalho, Cristina
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A transformação social, política, cultural, institucional, ética e estética que caracteriza a passagem do modelo fordista para o modelo pós-fordista é de se esperar que repercussões nas estruturas e processos das organizações possam ser observadas. O pós-fordismo, baseado nos pressupostos fundamentais de pós-modernidade, pluralidade e especificidade, exige reconhecer a diversidade e a congruência entre o global e o local. Trata-se, portanto, da busca de soluções compatíveis com os diversos estágios em que se encontram as bibliotecas universitárias. Por um lado, políticas e ações centralizadas nas instâncias de normatização precisam levar em conta a capacidade de absorção das diversas bibliotecas. Por outro, estas devem estar atentas à pertinência dos processos isomórficos, evitando reprodução acrítica, mas favorecendo a adaptação criativa.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4136/SNBU2002_125.pdf
471fe1339432e00c09778b20e65ba42a
PDF Text
Text
1
SITES DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS:
estudo das funções desempenhadas
Sueli Angelica do Amaral
(Professora CID/UnB , Brasília, Brasil
samaral@unb.br )
Tatiara Paranhos Guimarães
(Mestranda de Ciência da Informação/UnB, Brasília, Brasil
tatiara@unb.br )
Resumo
Estudo realizado em 141 sites de bibliotecas universitárias brasileiras, com o objetivo de
verificar, a partir da classificação das funções desempenhadas pelos sites de bibliotecas
proposta por Amaral e Guimarães (2002), a freqüência das ocorrências dos itens
indicativos de cada uma das seis funções: informacional, promocional, instrucional,
referencial, de pesquisa e de comunicação. Ficou demonstrado que a potencia lidade dos
sites observados não é explorada em sua totalidade, algumas funções não são
desempenhadas e outras funções desempenhadas de modo incipiente.
A evolução tecnológica e a biblioteca universitária
Kotler (1999, p.249) afirma que “o ciberespaço nos conduzirá a uma era em que a compra
e venda se tornarão mais automatizadas e convenientes.” Assegura que é necessário
“repensar as bases dos processos pelos quais identificamos, comunicamos e fornecemos
valor para o cliente, melhorar as habilidades de gerenciamento de clientes e aliados
individuais e envolver os clientes no ato de co-projetar os produtos desejados” (KOTLER,
1999, p.250).
Sawhney & Kotler (2001, p.421) consideram que a Era da Informação é também a Era da
democracia da informação, uma vez que a informação está se tornando onipresente e
barata. Quando abordam a temática do marketing na Era da democracia da informação,
afirmam que os clientes estão obtendo informações de muito melhor qualidade sobre os
profissionais de marketing e sobre a concorrência.
Ser informado; ter privacidade; ser ouvido; ter seu anonimato preservado; ser lembrado;
participar dos lucros; exigir responsabilidade são direitos ressaltados por Sawhney &
Kotler (2001, p.440) na Declaração dos direitos do cliente na Era da informação.
�2
A biblioteca universitária se defronta com o grande desafio de ajustar-se aos padrões
modernos, aprimorando suas condições de acesso à informação com o uso de tecnologias
avançadas, tornando-se cada vez mais eletrônica, digital e virtual, embora por outro lado
continue enfrentando a permanente e crescente dificuldade da tomada de decisão sobre os
documentos que deverão continuar integrando a coleção armazenada em suas instalações
físicas.
Cunha (2000) afirma que em 2010, quase a totalidade, se não a totalidade das bibliotecas
universitárias brasileiras, estará totalmente automatizada e muitas delas serão bibliotecas
totalmente digitais. O autor comenta que em decorrência disso, as bibliotecas universitárias
necessitarão de mais recursos financeiros para a provisão de equipamentos mais potentes e
modernos. Para o autor (CUNHA, 2000), ao existirem no ciberespaço, os problemas da
biblioteca digital serão relacionados ao “financiamento do acesso e padronização dos
fluxos que permitam ao usuário encontrar o caminho através dessa massa de recursos
disponíveis”.
Agrava-se essa situação, quando se considera o ambiente em que se inserem as bibliotecas
universitárias, levando-se em conta as carências da economia do país refletidas na situação
econômica das universidades, que por sua vez destinam poucos recursos para suas
bibliotecas. Se a sociedade não valorizar a biblioteca em geral, se esta instituição não for
vista como um recurso para o desenvolvimento social, por quê considerariam a biblioteca
universitária como algo importante dentro das atividades da instituição e lhe dariam o
reconhecimento, respeito e apoio?
A característica da biblioteca tradicional, segundo Cunha (2000), “é que, tanto a coleção,
quanto o seu catálogo utilizam o papel como suporte de registro da informação. Mesmo
ultrapassando suas paredes para obter outros recursos informacionais que seus usuários
demandavam, obtê-los dependia da sua localização física e da provisão de cópias. Em
decorrência disto, a biblioteca desenvolveu os mecanismos de acesso que pretendiam
encontrar esses documentos. O paradigma da biblioteca digital é diferente daquele da
biblioteca tradicional, por não precisar ter uma localização física. Como consequência,
bibliotecas digitais são simplesmente um conjunto de mecanismos eletrônicos que
facilitam a localização da demanda informacional, interligando recursos e usuários.”
Diante deste contexto, pode-se perceber que é cada vez maior o número de bibliotecas
universitárias que se utilizam da Internet para alcançar seus objetivos de forma mais
�3
efetiva, utilizando o ciberespaço para oferecer serviços e produtos, fornecer informações
institucionais, estabelecer comunicação com seus públicos, servir como portal para outras
fontes de informação de interesse de seus públicos, fazer promoção, alcançar um maior
número de usuários, em menor tempo e com a possibilidade de custos razoáveis dentre
outros.
Dentre as várias formas de as bibliotecas universitárias utilizarem a Internet no sentido de
atrair e manter usuários, encontram-se os sites Web. Os sites de qualquer organização
devem ser elaborados com base em um planejamento, devem ser constantemente
monitorados e avaliados, no sentido de garantir que todos esses esforços sejam
direcionados à obtenção de resultados efetivos.
Os sites das bibliotecas universitárias
A era dos negócios no ciberespaço proporciona diferentes condições, que podem e devem
ser aproveitadas, inclusive pelos gerentes das bibliotecas universitárias.
De acordo com Hortinha (2001, p.119), a presença na Internet pode trazer os seguintes
benefícios: (a)melhoria da imagem institucional; melhoria do serviço aos clientes; (b)
aumento da visibilidade e da marca, produtos e serviços; (c) expansão para outros
mercados; (d) possibilidade de transações on-line; (e) redução dos custos de comunicação.
Conforme o autor (HORTINHA, 2001, 72-73), os consumidores do novo milênio
valorizam os seguintes aspectos: valor, preço, customização, velocidade, conveniência,
facilidade, personalização, comprar num único local e ter acesso a soluções integradas,
livre serviço, resposta às mensagens.
Na opinião de Bax (1998), “a Web é de importância fundamental para as bibliotecas e
centros de informação. Pouco a pouco ela vai impondo uma mudança radical na maneira
pela qual as bibliotecas servem às comunidades. Aquelas bibliotecas que não forem
capazes de integrar estas mudanças, de forma efetiva, ainda que gradual, simplesmente
desaparecerão ao longo do tempo, muito provavelmente por falta de usuários”. Por outro
lado, Brinkley (1999, p.8-15) assegura que o “website é o melhor meio para promover e
publicar os serviços oferecidos pela biblioteca.”
De acordo com o nível de desenvolvimento, os sites são classificados como de primeira,
segunda e terceira geração (HORTINHA, 2001, p.117-118). Os sites de primeira geração
são estáticos e utilizam a comunicação um para muitos. Os de segunda geração são
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interativos simples e podem disponibilizar informação sobre produtos, serviços e preços,
embora o tipo de comunicação continue sendo de um para muitos, uma vez que não são
recolhidas quaisquer informações sobre seus usuários. Os sites de terceira geração são
totalmente interativos e dinâmicos, com vendas, serviços aos clientes e personalização ou
ferramentas de customização de massas para o marketing dir eto.
No caso da disponibilidade de produtos e serviços nos sites das bibliotecas universitárias,
mais que somente recursos informacionais, esses novos produtos e serviços disponíveis
devem abrir novas portas que extrapolam em muito aquelas oferecidas pelos tradicionais
serviços de referência (MARCONDES & GOMES, 1997), incorporando novos processos e
redirecionando o tratamento da informação e sua relação com o usuário. Isto porque, ao
usar a Internet, “as bibliotecas não apenas superam a barreira do espaço físico, mas
ampliam as suas possibilidades cooperativas a partir do desenvolvimento e da ação para
tornar disponíveis os serviços/produtos baseados nas especificidades de sua instituição
mantenedora, ajudando na consolidação do conceito de universalidade, não só pela
abrangência das áreas que estuda, mas também pelo maior alcance de sua produção” (PAZ,
2000, p. 2).
Se assim forem considerados, os sites das bibliotecas universitárias deveriam ser todos de
terceira geração, de modo a proporcionar não apenas a adequada disponibilidade dos
produtos e serviços informacionais, pois deverão possibilitar melhor relacionamento entre
as unidades de informação e seus usuários, por meio da utilização de todo potencial
oferecido pela Web.
Schnell (1997) acredita que a Web continua a mudar a maneira de as bibliotecas
oferecerem serviços, pois para atrair e conservar os seus usuários elas “têm se ocupado do
desenvolvimento de websites e estabelecido novos serviços eletrônicos baseados na Web.”
As possibilidades do uso potencial dos sites, incorporando as facilidades que podem ser
propiciadas à comunidade interessada nem sempre é observada ou utilizada em sua total
potencialidade, até porque as funções desempenhadas pelos sites são descritas na literatura
de maneira variada.
São diversas as abordagens dos estudos sobre os sites de bibliotecas. Alguns autores
classificaram as funções dos sites de bibliotecas, dentre eles podem ser mencionados
Brinkley (1999); Xiao, Pixey, Cornish (1997) e Cohen & Still (1999). No entanto, alguma s
semelhanças e diferenças são percebidas entre as classificações propostas pelos autores.
�5
Nesse sentido, Amaral & Guimarães (2002) propuseram uma classificação para as funções
dos sites de bibliotecas, a partir da análise comparativa das propostas apresentadas pelos
autores mencionados. As autoras (AMARAL & GUIMARÃES, 2002) observaram
também, alguns itens que poderiam indicar o desempenho de cada função nos sites. Desta
forma, a classificação das funções desempenhadas pelos sites de bibliotecas e a
correspondência dos itens relativos ao desempenho de cada função ficou estabelecida da
seguinte maneira:
1) função informacional: Informações sobre a biblioteca existentes no site, tais como:
nome da biblioteca, nome da instituição mantenedora, seções da biblioteca, equipe,
notícias e novidades sobre a biblioteca, eventos realizados pela ou na biblioteca, missão
da biblioteca, e-mail geral e setorial, telefone geral e setorial, número do fax, endereço
físico, histórico, horário de funcionamento, normas e regulamentos, informações sobre
as instalações físicas, estatísticas, fotos e/ou imagens da biblioteca, relação dos
produtos e serviços oferecidos;
2) função promocional: Uso de ferramentas promocionais da Internet existentes no site
(ARAÚJO, 1999/2000), tais como: selo com o logotipo da instituição, selo com o
logotipo da biblioteca, janelas pop up com informações sobre a biblioteca, banner da
biblioteca, webcasting, animações, hot site;
3) função instrucional: Instruções sobre o uso dos recursos informacionais oferecidos pela
biblioteca na forma tradicional e on-line existentes no site, tais como: FAQs (perguntas
mais freqüentes), tutoriais sobre como usar serviços e produtos disponíveis no site,
informações sobre como usar serviços e produtos oferecidos pela biblioteca, mapa do
site e instruções sobre o uso do site;
4) função referencial: Links para outras fontes de informação existentes no site, tais como:
acesso a bases de dados, links para mecanismos de busca, links para sites de outras
bibliotecas, links para materiais de referência (dicionários, enciclopédias), links para
periódicos eletrônicos, links para sites de instituições;
5) função de pesquisa: Serviços e produtos oferecidos on-line no site da biblioteca, tais
como: catálogo da biblioteca on-line, lista dos periódicos assinados pela biblioteca,
serviço de empréstimo, disponibilização de material bibliográfico on-line, serviço de
reserva, serviço de referência on-line;
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6) função de comunicação: Mecanismos para estabelecer relacionamentos, tais como:
formulários para cadastrar usuários, coletar opinião/satisfação pelos serviços, coletar
sugestões e críticas, pesquisar opinião sobre o site, coletar sugestão de compra e link
para contato com a biblioteca.
A classificação foi testada com a realização de uma pesquisa exploratória em oito sites de
bibliotecas universitárias do Distrito Federal, no Brasil (AMARAL & GUIMARÃES,
2002). Os resultados do teste da classificação proposta evidenciaram indícios diferenciados
do desempenho das seis funções nos sites pesquisados, percebendo-se maior índice de
desempenho das funções informacional, instrucional e referencial e menor das funções
promocional, de comunicação e de pesquisa.
Quais as funções desempenhadas pelos sites das bibliotecas universitárias brasileiras?
A partir da metodologia testada por Amaral & Guimarães (2002), foi possível realizar este
estudo, com o objetivo de verificar a freqüência das ocorrências dos itens indicativos de
cada função desempenhada pelos sites das bibliotecas universitárias brasileiras. Foi
considerado site, a “coleção de páginas da Web referentes a um assunto, instituição,
empresa, pessoa etc.” (SOCIEDADE, 2000).
A primeira etapa da identificação dos sites das bibliotecas universitárias brasileiras
resultou da consulta à lista de Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras, fornecida
pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), em fevereiro de 2002. Os endereços
eletrônicos dos sites das instituições não constavam da lista e foram obtidos por meio de
pesquisa na Internet. As faculdades, centros unive rsitários, estabelecimentos isolados
foram excluídos, em função da impossibilidade de identificação dos seus sites, com a
garantia de obtenção de uma lista completa, mesmo porque as diferentes denominações das
instituições excluídas também dificultavam a identificação. Por essas razões, limitou-se o
estudo às universidades brasileiras, que totalizavam 154 unidades. Dos sites destas
universidades, 12 não puderam ser acessados por problemas tecnológicos relacionados à
rede, 30 não possuíam informação sobre suas bibliotecas, 23 disponibilizavam acesso aos
sites dos seus sistemas de bibliotecas e 47 incluíam alguma informação ou apenas uma
página sobre suas bibliotecas. Desse modo, as universidades que disponibilizavam acesso
aos sites de suas bibliotecas, ficaram reduzidas ao total de 52 unidades. Dentre elas,
algumas possuíam apenas uma biblioteca central, outras dispunham de várias bibliotecas
setoriais, existindo também algumas estruturadas em sistemas de bibliotecas. Foi
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identificado um total de 141 sites de bibliotecas universitárias, dos quais 50 eram de
bibliotecas centrais e 91 de setoriais.
O formulário para coletar as informações de interesse foi estruturado em blocos,
relacionando os itens indicativos de cada função desempenhada pelos sites, e foram
preenchidos de acordo com as consultas específicas a cada site.
Os resultados da observação dos 141 sites de bibliotecas universitárias brasileiras são
apresentados a seguir, de acordo com cada função.
A figura 1 apresenta as informações sobre as bibliotecas, seus produtos e serviços
relacionados nos sites pesquisados, indicando o desempenho da função informacional.
Fig. 1: Função informacional dos sites das bibliotecas de universidades brasileiras
Itens indicativos da função informacional dos sites
Nome da biblioteca
Ocorrências
126
%
89%
Nome da instituição
122
87%
Relação dos serviços oferecidos
Horário de funcionamento
122
116
87%
82%
E-mail geral
108
77%
Telefone geral
107
76%
Endereço físico
Equipe
103
89
73%
63%
Número do fax
83
59%
Relação dos produtos oferecidos
83
59%
Histórico
E-mail setorial
82
72
58%
51%
Normas e regulamentos
70
50%
Fotos e/ou imagens da biblioteca
70
50%
Telefone setorial
Seções da biblioteca
55
54
39%
38%
Missão da biblioteca
40
28%
Informações sobre as instalaç ões físicas
30
21%
Notícias, novidades sobre a biblioteca
Estatísticas
22
15
16%
11%
Eventos realizados pela ou na biblioteca
9
6%
O nome da biblioteca e da universidade, por se tratarem de informações essenciais para a
identificação dos sites, deveriam constar em todos eles. No entanto, a realidade observada
não mostrou esse resultado, uma vez que não houve ocorrência total de nenhum dos itens
indicativos da função informacional. Os itens em que o índice percentual de ocorrência foi
verificado entre 87% e 58% eram os de informações que podem ser consideradas
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relevantes para o desempenho da função informacional. Isto porque, se referiam a: relação
dos serviços oferecidos, horário de funcionamento, e-mail geral, telefone geral, endereço
físico, equipe, número do fax, relação dos produtos oferecidos e histórico. Os índices de
menores ocorrências, entre 51% e 6%, foram registrados sobre as informações de: e-mail
setorial, normas e regulamentos, fotos e/ou imagens da biblioteca, telefone setorial, seções
da biblioteca, missão da biblioteca, informações sobre as instalações físicas, notícias,
novidades sobre a biblioteca, estatísticas, eventos realizados pela ou na biblioteca. Salvo
engano, a relevância desses itens como indicativos para o desempenho da função
informacional, uma vez que não existe nenhum estudo da importância dessas informações,
pode ser considerada de menor importância. Observou-se, então, que os mais baixos
índices de ocorrência foram os dos itens de informações que também foram consideradas
de menor relevância como indicativos do desempenho da função informacional. Neste
contexto cabe a exceção relativa à missão da biblioteca, que embora estivesse presente em
apenas 28% dos sites pesquisados, trata-se de informação relevante sobre a biblioteca.
Com relação à função promocional do site, caracterizada pelo uso de ferramentas
promocionais da Internet, os dados obtidos podem ser observados na figura 2 a seguir.
Fig. 2: Função promocional dos sites das bibliotecas de universidades brasileiras
Percebe-se, como evidenciado na figura 2, que o desempenho da função promocional é
inexpressivo, uma vez que o item indicativo desta função que obteve maior ocorrência, o
selo com o logotipo da instituição, constava em menos da metade dos sites pesquisados
(n=69). Com relação ao logotipo da biblioteca, pressupõem-se que as mesmas não
�9
possuíam seu próprio logotipo, uma vez que este tipo de promoção foi pouco observado
(n=23). As animações, as janelas pop up e o hot site obtiveram índice muito baixo de
ocorrência, e nenhum site utilizava o webcasting e os banners, demonstrando que as
bibliotecas universitárias brasileiras ainda não utilizam a tecnologia disponível para a
promoção por meio dos sites. Isto pode significar também desconhecimento do assunto.
Esta situação é preocupante, uma vez que antes da presença das bibliotecas na Internet por
meio dos seus sites, estudos sobre promoção indicavam que as atividades promocionais
eram desenvolvidas de maneira incipiente e insipiente. Tudo indica que, apesar dos
avanços tecnológicos, as atividades promocionais nas bibliotecas continuam no mesmo
estágio de desenvolvimento, ou talvez em condições precárias.
O desempenho da função instrucional é apresentada na figura 3, a seguir, que mostra os
dados obtidos a respeito das instruções nos sites sobre o uso da biblioteca e de seus
recursos informacionais.
Fig 3 : Função instrucional dos sites das bibliotecas de universidades brasileiras
Observa -se, com relação à função instrucional, pouca preocupação das bibliotecas relativas
às instruções a serem disponibilizadas para os seus usuários por meio dos sites. A maior
ocorrência dos itens indicativos do desempenho dessa função foi observado em menos da
metade das bibliotecas pesquisadas (n=55), que disponibilizavam nos seus sites, instruções
sobre os serviços oferecidos. As instruções sobre os produtos oferecidos pelas bibliotecas
estavam disponíveis em 22 sites. Instruções sobre o site, foram observados em apenas 10
sites e as FAQs (frequently asked questions), mecanismos comuns em sites de outras
organizações, não são aproveitados em sua potencialidade pelas bibliotecas universitárias
brasileiras, uma vez que apenas um dos sites pesquisados disponibilizava este recurso.
�10
Disponibilizar instruções sobre o uso da biblioteca e seus produtos e serviços significa
ampliar as condições do uso desses recursos informacionais, missão precípua da biblioteca.
As bibliotecas universitárias brasileiras precisam envidar esforços para vencer mais este
desafio, utilizando o potencial tecnológico que os seus sites oferecem.
Verificou-se que a função referencial, conforme indicado na figura 4, a seguir, apresentou
baixo índice de ocorrências.
Fig. 4: Função referencial dos sites das bibliotecas de universidades brasileiras
O item que obteve ocorrência maior foi acesso a bases de dados (n=77), seguido do acesso
a sites de Instituições (n=66). A presença dos links para mecanismos de busca ainda é
pouco explorada nos sites das bibliotecas universitárias brasileiras (n=27).
O desempenho da função de pesquisa, pode ser visualizado na figura 5 a seguir.
�11
Fig. 5: Função de pesquisa dos sites das bibliotecas de universidades brasileiras
O desempenho dessa função é percebido, significativamente, com a disponibilidade dos
catálogos on-line em 97 sites das bibliotecas pesquisadas. Os demais serviços disponíveis
nos sites tiveram inexpressiva ocorrência, demonstrando que a oferta de serviços por meio
dos sites das bibliotecas universitárias brasileiras ainda é pobre e incipiente.
Entretanto, serviços não indicados no formulário de coleta de dados deste estudo, foram
encontrados em 19 dos sites pesquisados, sendo que 11 sites disponibilizavam formulário
para solicitação de empréstimo entre bibliotecas, quatro ofereciam o jornal on-line da
biblioteca. Cinco sites disponibilizavam formulários para: pedido de nada consta, pedido
de duplicatas, pedido de doações, inscrição em cursos oferecidos pela biblioteca,
solicitação do serviço de disseminação seletiva, respectivamente, cada tipo de formulário
em um site. O serviço de alerta eletrônico e o de grupo de discussão ocorreram cada um
deles em um site específico. Os tipos de materiais bibliográficos disponibilizados on-line
nos sites pesquisados eram fotos e apostilas, ocorrendo cada tipo de material em um
respectivo site.
A função de comunicação dos sites foi a menos explorada pelas bibliotecas universitárias
brasileiras, como pode ser observado na figura 6.
Fig.6: Função de comunicação dos sites de bibliotecas de universidades brasileiras
Verificou-se que dois sites, entre os pesquisados, disponibilizavam formulário para envio
de dúvidas. Este tipo de formulário, apesar de poder ser considerado como indicativo do
�12
desempenho da função de comunicação do site, não havia sido relacionado no formulário
utilizado para coleta de dados. Embora 129 dos sites pesquisados disponibilizassem links
para efetivar contato com a biblioteca, como não foi pesquisado o tempo de resposta ou a
preocupação da biblioteca em responder as mensagens recebidas para manter o
relacionamento com a sua clientela, seria incorreto afirmar que a simples disponibilidade
deste formulário possa ser indício de verdadeiro relacionamento. Entretanto, como foi
observada também a ocorrência quase nula dos demais indicativos do desempenho da
função de comunicação por meio dos sites, isto pode significar a despreocupação das
bibliotecas universitárias brasileiras com o uso potencial dos seus sites como meio de
relacionamento efetivo com a sua clientela.
Considerações finais
Como foram pesquisados 141 sites, pode-se considerar o percentual de 51% ou superior
para indicar ocorrência representativa de um item indicativo do desempenho de uma
função, portanto, somente quando houver observação da sua existência em 72 sites ou
mais.
Não ocorreram freqüências de item indicativo de função desta grandeza, para as funções
promocional e instrucional. Isto significa que as bibliotecas universitárias brasileiras não
utilizam os seus sites como instrumento promocional ou para disponibilizar instruções de
uso da própria biblioteca e de seus serviços e produtos. De certa forma, o desinteresse em
disponibilizar instruções de uso está intimamente relacionado com a promoção,
enfatizando que não existe preocupação das bibliotecas universitárias brasileiras com o
desenvolvimento de atividades promocionais. Esta situação pode demonstrar que a
promoção não está sendo desenvolvida pela absoluta falta de condições para a prestação de
serviços pela biblioteca. Ainda que esta possibilidade possa ser considerada lamentável, se
não há condições de oferta, é aconselhável que a demanda não seja estimulada. Se
expectativas forem criadas e não puderem ser satisfeitas, fica justificado o não estímulo à
demanda.
Ocorrências de alguns itens indicativos da função informacional do site foram observadas
em 72 sites ou mais. Eram informações sobre: nome da biblioteca, nome da instituição,
relação dos serviços oferecidos, horário de funcionamento, e-mail geral, telefone geral,
endereço físico, equipe, número do fax, relação dos produtos oferecidos, histórico, e-mail
setorial. O fato de a função informacional concentrar o maior índice de ocorrências de
�13
desempenho não pode ser considerado de grande mérito, uma vez que prestar informações
é atividade estritamente relacionada à biblioteca universitária ou qualquer outro tipo de
biblioteca. Não seria aceitável imaginar ou elaborar o site de uma organização desta
natureza de forma diferente. É possível até admitir que apesar da maior concentração de
ocorrências de itens indicativos desta função, poderiam ter ocorrido freqüências mais altas
em maior número de itens.
Em relação à função referencial, apenas a existência de links para bases de dados obteve
freqüência considerável. Isto demonstra que as bibliotecas universitárias brasileiras ainda
não estão oferecendo aos seus usuários facilidades para busca de informações por meio de
links disponíveis em seus sites. Esta providência, apesar de ser simples não está sendo
considerada como poderia, indicando que deve ser dada maior atenção à função referencial
do site.
A observação de ocorrências em 97 sites para indicar o desempenho da função de pesquisa
do
site
revelou-se
apenas
pelo
fato
de
as
bibliotecas
universitárias
brasileiras
disponibilizarem nesses sites os seus catálogos on-line. Novamente, trata-se de situação
que evidencia fato de mérito pouco relevante. Seria admissível que, ao marcar presença no
ciberespaço por meio de seus sites, as bibliotecas universitárias brasileiras não
disponibilizassem pelo menos um catálogo on-line?
O índice de freqüência em 72 sites ou mais de item indicativo do desempenho da função de
comunicação dos sites das bibliotecas universitárias brasileiras ocorreu apenas em relação
à existência de link para contato com a biblioteca. Considerando-se, como já foi
comentado, que apenas a existênc ia deste link pode não ser suficiente para indicar o
desempenho da função de comunicação pelo site, pode-se deduzir que esta função é
praticamente não desempenhada.
De modo geral, verificou-se que a potencialidade dos sites não é suficientemente explorada
pelas bibliotecas universitárias brasileiras. As funções promocional e instrucional dos sites
não são consideradas, a de comunicação é praticamente não desempenhada e as funções de
referência e de pesquisa são pobremente exploradas. Mesmo o desempenho da função
informacional dos sites, cujo índice de freqüência foi o de maior ocorrência, ainda poderá
ser mais explorado pelas bibliotecas universitárias brasileiras.
Desse modo, as funções desempenhadas pelos sites de bibliotecas universitárias,
verificadas pela mensuração da freqüência das ocorrências dos itens indicativos de cada
�14
função, conforme apresentadas, refletem a incipiência do aproveitamento potencial do site
para a visibilidade das bibliotecas universitárias brasileiras, que ainda se mostram
timidamente aos seus públicos e à sociedade em geral.
É necessária a adaptação a novos conceitos e paradigmas. As bibliotecas universitárias
brasileiras precisam estar atentas a essa nova realidade, da sua representação no
ciberespaço por meio dos seus sites, se quiserem ser consideradas pela sociedade na
dimensão e posicionamento de valor que podem e devem ocupar.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Sites das bibliotecas universitárias brasileiras:estudo das funções desempenhadas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Amaral, Sueli Angelica do
Guimarães, Tatiara Paranhos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Estudo realizado em 141 sites de bibliotecas universitárias brasileiras, com o objetivo de verificar, a partir da classificação das funções desempenhadas pelos sites de bibliotecas proposta por Amaral e Guimarães (2002), a freqüência das ocorrências dos itens indicativos de cada uma das seis funções: informacional, promocional, instrucional, referencial, de pesquisa e de comunicação. Ficou demonstrado que a potencialidade dos sites observados não é explorada em sua totalidade, algumas funções não são desempenhadas e outras funções desempenhadas de modo incipiente.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4135/SNBU2002_124.pdf
ec3628b6273e2a772efe7ea7ac0bdb60
PDF Text
Text
FORMATO MARC 21 HOLDINGS PARA PUBLICAÇÕES SERIADAS
Autores:
1
Sonia Regina Casselhas Vosgrau – bccol@unicamp.br
2
Antonieta A. Cruz Santos – eta@ige.unicamp.br
3
Elizabeth Maria A. Prado Pazini – emapp@unicamp.br
4
Sandra Maria Moura – moura@bae.unicamp.br
5
Vera Lúcia de Lima – bicombi@unicamp.br
*
Estudo do formato MARC 21 Holdings a ser utilizado no registro dos dados da coleção das
publicações seriadas, usando como metodologia a análise de todos os campos do registro de
dados
deste formato, resultando no estabelecimento de padrões que auxiliem na implantação,
controle e gerenciamento da função Periódicos do Sistema Integrado de Funções VIRTUA,
adotado pelo Sistema de Bibliotecas da Unicamp.
Palavras-chave: Publicações Seriadas; Sistema MARC – Formato; Sistemas de controle de
publicações seriadas; Catalogação – Publicações seriadas
1
Bibliotecária BC/*UNICAMP. Especialista em Bibliotecas de Instituições de Nível Superior.
Coordenadora do Grupo de Estudos
2
Bibliotecária IG/*UNICAMP. Mestre em Biblioteconomia
3
Bibliotecária CMU/*UNICAMP.
4
Bibliotecária BAE/*UNICAMP. Especialista em Sistemas de Informação em C&T.
5
Bibliotecária BC/*UNICAMP.
* UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas – CP. 6136 – CEP 13036-050 – SP-Brasil
�Introdução
Cada vez mais a informatização dos serviços de biblioteca se faz presente, estabelecendo
relações estreitas entre informação e informática. Ao lado da preocupação da constituição dos
acervos, existe hoje a necessidade de disponibilizá-los aos usuários próximos e distantes e de
oferecer serviços mais ágeis e eficientes, mediante a automação das bibliotecas.
A informação em seu sentido mais amplo, tem sido fundamental em todas as sociedades,
mesmo em tempos medievais (Castells, 1996).
O avanço da tecnologia que traz a mudança de arquitetura de hardware, sugere o uso de
plataforma cliente-servidor. Ao mesmo tempo, a Internet se concretiza cada vez mais no
Brasil, trazendo, em curto espaço de tempo, novas ferramentas.
A freqüente utilização da tecnologia por parte dos usuários e bibliotecários, o aumento da
presença das bibliotecas na Internet e o conseqüente aumento da exigência por parte dos
usuários com relação aos serviços de informação em meio eletrônico têm obrigado os
profissionais
a
repensarem
o
planejamento
e
o
gerenciamento
dos
seus
serviços,
desenvolvendo novas abordagens para esta realidade.
Conforme Krzyzanowski (1998):
o uso das tecnologias da informação e da comunicação eletrônica apropriadas ao
acesso, à organização e ao processamento da informação cada vez mais eficientes e
eficazes, fundamentam as ações estratégicas das bibliotecas universitárias e trazem
novos desafios para o cumprimento de seus objetivos, exigindo um moderno perfil
gerencial dos agentes da informação.
Em 1995 o Sistema de Bibliotecas da UNICAMP iniciou um projeto de modernização visando
a adoção de padrões internacionais de comunicação e tratamento da informação, para maior
agilidade e racionalização de esforços na realização dos processos técnicos; melhoria da
qualidade dos serviços sistêmicos; atualização das políticas de desenvolvimento de coleções;
compartilhamento de recursos e identificação de parcerias institucionais de forma
para maior racionalidade das operações e para a ampliação de acesso à informação.
a contribuir
�Para Levacov (1996), “é importante que os bibliotecários participem do desenvolvimento de
metaferramentas que permitam aos usuários com diferentes habilidades computacionais
recuperarem as informações desejadas em um ambiente informacional complexo”.
Em setembro de 1997 foi feita a escolha do software integrado de funções Virtua da VTLS
Inc., que tem como lógica de desenvolvimento e uso a integração das várias funções
desenvolvidas na biblioteca e em 1998 deu-se início aos trabalhos de parametrização dos
dados para este sistema. Com esta finalidade foram formados quatro Grupos de Estudos, um
para cada função: Catalogação, Periódicos, Referência /OPAC e Circulação. O termo
Periódicos, posteriormente substituído por Publicações Seriadas por ser mais abrangente,
constitui o tema central dos estudos deste grupo de trabalho.
Consideradas um problema no processo de automação de bibliotecas o controle das coleções
de publicações seriadas é um grande desafio devido a diversidade e mutação das informações.
Este trabalho pretende compartilhar os estudos realizados com o formato MARC 21 para
dados de coleção – MARC 21 Holdings - desenvolvido especificamente para o controle
automatizado dessas coleções.
Histórico
A introdução de novas tecnologias fez surgir novos conceitos e metodologias de trabalho. As
informações constantes de uma ficha catalográfica não podem ser simplesmente digitadas no
computador, que requer um padrão para interpretar as informações contidas nos registros.
Os registros bibliográficos, em formato MARC (Machine-Readable Cataloging), tomaram
novas formas e desencadearam novas metodologias de trabalho, associadas a automação de
sistemas
de
informação
compartilhamento.
e
bibliotecas,
principalmente
ao
conceito
de
padrões
e
�Nos anos 60, a Biblioteca do Congresso Americano (Library of Congress – responsável pela
manutenção de toda documentação relativa ao MARC) criou o formato MARC, um sistema
que utilizava números, letras e símbolos, para indicar diferentes tipos de informação, visando
comunicar o dado bibliográfico e de autoridade entre seus usuários.
Somente duas décadas mais tarde, em 1986, que o primeiro formato MARC para coleção foi
criado por iniciativa de um grupo de oito instituições norte-americanas, sendo utilizado para
comunicação e não para exibição dos dados. Em suas subseqüentes atualizações, destacam-se:
a) em 1994, a inclusão de novos campos para inserção de informações sobre o item e para
versões múltiplas e a substituição do termo MARC para USMARC ; a mais recente em 2000,
contemplou a junção dos padrões norte-americano e canadense resultando no atual MARC 21
Holdings que incorporou também algumas alterações não previstas na atualização de 1998.
(Rosenberg, 2001)
No MARC 21 são definidos formatos padrões para cinco tipos de dados: Bibliográfico,
Autoridade, Coleção, Classificação e Informação à Comunidade, sendo que os dois primeiros
– Bibliográfico e Autoridade – são usados freqüentemente pelos catalogadores.
Conforme Rosenberg (2001), diversos são os benefícios para o uso dos padrões:
a base de dados é transferível de sistema para sistema; as melhorias nos sistemas
tornam-se mais fáceis com registros padrão do que com registros não padronizados;
as bibliotecas podem comprar registros prontos ao invés de criá-los; a base de
dados pode ser utilizada como fonte de recursos; e o uso dos padrões ajudam a
baratear os custos de automação. O uso dos padrões garantem a presença de
elementos de dados corretos, melhorando portanto a capacidade de importar ou
exportar dado e de migrar de um sistema para outro.
Por se tratar de um formato com múltiplas finalidades, o que lhe permite ser usado para muitas
funções através de vários processos de fluxo de trabalho, o formato MARC 21 Holdings –
apresenta características particulares e tem como objetivo principal transmitir informações
específicas sobre coleção.
�Com a introdução do novo software o Sistema de Bibliotecas da Unicamp passou a adotar
estes formatos padrões.
Formato MARC 21 Holdings para Dados de Coleção – MFHD
Por se tratar de um formato bastante complexo, apresenta inúmeras particularidades, sendo
que uma das características mais importante é sua potencialidade para expansão automatizada
das informações de dados da coleção. Dependendo do nível de codificação e eficiência do
sistema de automação em uso, os algoritmos do computador podem criar exibições de dados
de coleção concisas, retiradas de informações detalhadas ou vice-versa.
Por manipular vários dados simultâneos, a perda de uma informação implica no inteiro
comprometimento da funcionalidade e da exibição dos dados inseridos. Outra singularidade
deste formato: agrupa os campos na construção dos dados da coleção em um único campo
(853), usando legendas vinculando-o através dos números compartilhados em subcampos á
série de campos de dados que contêm enumeração e cronologia correspondente, para exibição
conjunta dos campos.
Metodologia
Para a introdução da nova metodologia de catalogação para as Publicações Seriadas que até
então seguiam as normas tradicionais, e com a inexperiência no uso do formato MARC para
este tipo de publicação, foi proposto o estudo campo a campo do formato MFHD. Com este
estudo procurou-se entender quais as necessidades para o bom desempenho da função
Publicações Seriadas no novo sistema, que oferece todas as etapas necessárias para o
gerenciamento da coleção para este tipo de publicação.
Após a análise campo a campo, foram selecionados todos aqueles pertinentes às Publicações
Seriadas, dividindo o trabalho em duas etapas. Na primeira, realizou-se a padronização do
�registro bibliográfico - MFBD (MARC 21 Format for Bibliographic Data) e a planilha padrão
de dados bibliográficos a ser apresentada ao sistema de bibliotecas.
Na segunda, foi elaborado o registro para dados da coleção – MFHD, que contém
especificações para a codificação de elementos de dados relacionados às informações do
acervo e sua localização.
Em ambas as etapas do estudo o material utilizado para o desenvolvimento dos trabalhos
foram as traduções dos manuais elaboradas internamente para esta atividade (“Serials Control
– Holdings e MARC 21 Holdings” ).
Resultados
Verificamos que a característica chave do Sistema em relação ao controle das publicações
seriadas é o fluxo de trabalho flexível que inclui as várias tarefas, sendo as principais:
recebimento, previsão e controle. Entretanto, para que isso funcione é necessário a elaboração
de dois registros: o bibliográfico e o de coleção.
O registro dos dados da coleção das Publicações Seriadas (MFHD) é separado do registro de
dados bibliográficos (MFBD), ou seja, para a inserção destes dados existem duas planilhas
distintas que são vinculadas através de campos específicos.
_____________________Registro_Bibliográfico_______________________
Registro de item
Registro de
Recebimento
Registro de
Reclamação
Registro de coleção
Registro de
Lembretes
Figura 1.
Registro de
Registro de
listagem de Rotina
Item
Fonte: Manual Virtua versão 0.9.10.17, p.2
Assim como os outros formatos o MFHD apresenta a mesma estrutura, ou seja, é formado por
três componentes principais: o Líder, o Diretório e os Campos Variáveis, cujas informações
�precedem as partes principais do registro de coleção e geralmente são específicas para uso do
programa podendo ser default ou configurado localmente.
Líder
Campo fixo de 24 (00-24) caracteres de posições não contendo indicadores nem subcampos. O
conteúdo dos dados é definido pela sua posição e estes campos deverão ser preenchidos de
acordo com 3 tipos
de itens bibliográficos, que são identificados a partir de um código na
posição 06 do Lider. Ex: item de parte única, item de vários volumes ou item de publicações
seriadas .
Outras informações como esta são definidas nas posições correspondentes segundo critérios
estabelecidos na parametrização.
Diretório
Índice gerado pelo computador para a localização dos campos de controle variável e campos
de dados dentro do registro. Localiza-se imediatamente após o Líder e consiste de uma série
de campos fixos de 12 caracteres cada, cuja finalidade é informar que etiquetas estão no
registro e onde estão localizadas.
Campos Variáveis
Os dados em um registro bibliográfico, estão organizados em campos variáveis, cada um
identificado por uma etiqueta de 3 caracteres numéricos, que estão registrados na entrada do
diretório referente a cada campo. Há dois tipos de campos variáveis: os campos de controle
variável e os campos de dados variáveis.
Campos de controle variável
Representados no Campo 00X, esses campos possuem uma estrutura diferenciada dos Campos
de Dados Variáveis e não contém indicadores e subcampos.
Eles podem conter um único elemento de dados ou uma série de elementos de dados de
campos fixos, identificados pela posição do caracter. Foram definidos neste estudo, para a
�base local, os campos 001, 003, 004 e 008), destacando-se o campo 004 que liga o registro da
coleção (MFHD) ao registro bibliográfico (MFBD) e o campo 008. Este, contendo os
elementos de dados de tamanho fixo é composto de 40 caracteres que podem ou não ser
usados na sua totalidade e que devem ser parametrizados obedecendo os critérios específicos
para identificar e recuperar os registros.
Campos de dados variáveis
Representados pelos Campos 01X-8XX. Dentro destes campos são usados dois tipos de
designação: os indicadores e os subcampos.
Foram definidos neste estudo, para a base local, os campos de controle 022, 024, 027e 035; os
campos de notas 841-845; os campos de localização 852 (local) e 856 ( Acesso eletrônico).
Os campos para dados de coleção são apresentados de várias maneiras e são definidos pela
informação registrada sobre os itens presentes na coleção da instituição. Estes elementos de
dados de registro MFHD, são divididos em 4 grupos nos quais são encontradas as descrições
dos campos específicos como segue:
Legenda e Campos Padrão (853-855)
Campos para Enumeração e Cronologia (863-865)
Campos para Listagem Textual da Coleção (866-868)
Campos para Informação sobre o Item (876-878)
Todos os campos de dados para coleção são relacionados a um particular tipo de unidade
bibliográfica:
Unidade bibliográfica básica (853/863,866,876)
Suplementos (854/864,867,877)
Índices (855/865,868,878)
Campos usualmente emparelhados:
85X e 86X – legenda e dados padrão / enumeração e cronologia
853 e 863 – para as unidades básicas
�854 e 864 – para suplementos
855 e 865 - para índices
A informação armazenada nestes pares de etiquetas é associada a exibição do sistema,
de
modo a apresentar informações sobre coleções individuais para cada tipo de item. A
codificação correta dos dados é essencial para a exata exibição, ligando os dados de coleção
853-878 relacionados devendo ser usado o subcampo $8 (número de ligação e número
seqüencial), que está estruturado da seguinte maneira: número de ligação e número seqüencial.
Campos de legenda e dados padrão (853-855)
Especificam a legenda adequada para cada nível de enumeração e cronologia, no campo 863865 (enumeração e cronologia) que está ligado a ele pelo subcampo $8 (número de ligação e
número seqüencial).
A legenda descreve qual tipo de partes uma publicação foi dividida, isto é; volume, número,
parte, seção, etc. Também definem o padrão de freqüência e regularidade com que as partes
são encontradas.
Estes campos mereceram especial atenção em nossos estudos pela diversificação de detalhes,
onde o tipo de periodicidade exige uma formula especial, que deve ser analisada e adaptada às
particularidades das coleções (holdings). Anexo 1 (Campo 853 - Forma e padrão para
fascículos).
Campos para Enumeração e Cronologia (863-865)
Contém a designação numérica, alfabética e/ou data, que são associadas com o campo 853855, com sua ordem determinada pelo número de ligação e número de seqüência. O
computador combina o dado de cada uma das legendas identificadas nos campos 853-854 e
exibe uma informação unificada de dados de coleção de forma a ser manipulada por
computador, e a partir daí pode gerenciar a coleção, ou seja, controlar e identificar os
fascículos recebidos, fazer previsões dos próximos, identificar as falhas e ainda gerar
informações para a aquisição.
�Campos para Listagem Textual da Coleção (866-868)
Contém dados, em texto livre de enumeração e cronologia. São geralmente utilizados para
registros de coleção de itens de parte única, e freqüentemente usados para informar coleções
retrospectivas. Podem ser usados no lugar dos campos codificados, legendas, campos
padronizados (853-855), enumeração e cronologia (863-865). Os dados da coleção são
inseridos da maneira como serão exibidos e não é possível ser manipulado pelo computador.
Após estudo detalhado das codificações dos registros de dados de coleção pertinentes ao
formato MFHD, foram definidos os campos mais adequados às especificações exigidas pelo
sistema. Anexo 2 (Campos Padrões Planilha Holdings)
Considerações finais
Ao término deste trabalho observou-se que a documentação utilizada oferecia excelente
material para a elaboração de manual e posterior treinamento da equipe do S BU.
A
codificação dos campos do MFHD é difícil e demorada, entretanto os benefícios futuros
justificam todo empenho no uso corrente deste formato. Portanto, da compreensão de toda
estrutura e função deste padrão e da eficiência do sistema de automação em uso, depende o
bom desempenho do controle das coleções das publicações seriadas cumprindo seu papel
principal de transmitir informações sobre as coleções.
Deste estudo definiu-se os padrões a serem adotados pelo SBU. Posteriormente será elaborado
um manual de procedimentos para ser utilizado nos treinamentos da equipe do SBU.
Os avanços a serem obtidos decorrem de um compartilhamento de esforços e investimentos
onde
novas
rotinas
e
fluxos
contínuos
de
comunicação
devem
ser
estabelecidos,
fundamentando-se no aperfeiçoamento dos serviços e fins para o cumprimento de nossos
objetivos: a difusão e intercâmbio do conhecimento.
�REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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implementação do software VIRTUA. Campinas: UNICAMP, 1999. 52 p. Apostila
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<http://lcweb.loc.gov/marc/umb/>. Acesso em:28 maio 1999.
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ZANAGA, M. P. Conversão retrospectiva e cooperação no processamento técnico de
materiais bibliográficos: a experiência do Sistema de Bibliotecas da UNICAMP. In:
SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 8. 1994, Campinas.
Anais ... Campinas: UNICAMP, 1994. p. 59-68.
�ANEXO 1: Campo 853 - Forma e padrão para fascículos
$a = v (volume)
- 1o nível de enumeração
$b = no. (número)
- 2o nível de enumeração
$c = pt. (parte)
- 3o nível de enumeração
$d =
- 4o nível de enumeração
$e =
- 5o nível de enumeração
$f =
- 6o nível de enumeração
$g =
- esquema de enumeração alternativa/1o nível de enumeração
$h=
- esquema de enumeração alternativa/2o nível de enumeração
$i = ano
$j = mês ou estação. Os códigos da estação são:
2.1 Spring (Primavera)
2.3 Fall (Outono)
2.2 Summer (Verão)
2.4 Winter (Inverno)
$k = dia
3o . nível
$l =
4o . nível
$m = numeração alternativa
$t = cópia
$u = unidades bibliográficas (quantos fascículos possui um item)
$w = freqüência
$x = mudanças de calendário
$y = padrão de regularidade. São eles:
pm = publicado mensalmente
om = omitido mensalmente
$v = c (contínuo)
$v = r ( não contínuo)
IMPORTANTE:
$8 = 8 Obs.: é o link em seqüência numérica. Cria o link com o campo 863
Ex: Publicação mensal
853 ## \8 8\a vol. \b no. \u 12\ v r\i (year) \j (month) \w m \x 01
863 ## \8 8.1\a 1 \b 1-12 \i 2001\j 01-12
�Anexo 2 – Campos Padrões Planilha Holdings
Holdings
Dados
Textuais
Holdings
Enumeração e
Cronologia
Holdings
Legendas e Padrões
Localizaçã
o e Acesso
eletrônico
NOTAS
CAMPOS FIXOS
Campo
Descrição
001
BIBID – Numero de controle
do sistema
003
UNI - Sistema de origem
004
Campo de ligação com o
Bibliográfico
008
Indicadores
Subcampos
Local Lvl
Enc. Lvl.
Rec. Stat
Acq. Stat
Acq. Method.
Gen. Ret.Policy
Spec. Ret.
Lang
Repro Poli
Report Date
Entered
Ambos indefinidos. Usar: ##
841
Dados codificados de valores
para registro da coleção (NR)
843
Nota de reprodução (R)
Ambos indefinidos. Usar: ##
845
Termos e diretrizes para uso
de notas de reprodução (R)
Ambos indefinidos. Usar: ##
852
Localização/No. De
chamada/Cópia
Localização e acesso
eletrônico
1= #
2=#
$a, $b, $c.
853
Unidade bibliográfica básica
1= 3 (desconhecido)
2= 0 (verificação completa da
forma – o seriado possui v.,
no., parte, etc.)
2= 1(verificação completa da
forma – o seriado possui parte
dos níveis
$a - $v,$8
ver anexo 1
854
Material suplementar
855
Indices
863
Unidade bibliográfica básica
864
Material suplementar
865
Indices
866
Unidade bibliográfica básica
867
Material suplementar
868
Índices
856
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Formato MARC 21 Holdings para publicações seriadas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Vosgrau, Sonia Regina Casselhas
Santos, Antonieta A. Cruz
Pazini, Elizabeth Maria A. Prado
Moura, Sandra Maria
Lima, Vera Lúcia de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Estudo do formato MARC 21 Holdings a ser utilizado no registro dos dados da coleção das publicações seriadas
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4134/SNBU2002_123.pdf
1ea515ae27526818bcf8674f6b19f80d
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Fator de Impacto na Web das Bibliotecas das Universidades Estaduais do Paraná:
uma proposta metodológica
Por:
Sônia Maria Marques de Oliveira
soliveira@tecpar.br
Rosângelis Visoni Azanha de Ornelas
ornelas@tecpar.br
Graça Maria Simões Luz
gracaluz@tecpar.br
TECPAR - Instituto de Tecnologia do Paraná
Rua Professor Algacyr Munhoz Maeder, 3775
Cidade Industrial de Curitiba - CIC
81350-010 - Curitiba - PR - Brasil
�Fator de Impacto na Web das Bibliotecas das Universidades Estaduais do Paraná:
uma proposta metodológica
Sônia Maria Marques de Oliveira
soliveira@tecpar.br
Rosângelis Visoni Azanha de Ornelas
ornelas@tecpar.br
Graça Maria Simões Luz
gracaluz@tecpar.br
O estudo descreve a metodologia para determinação do Fator de Impacto de sites na Web.
O conceito de Fator de Impacto na Web (FIW) tem como medida o número de links
apontados para um site, demonstrando a visibilidade de organizações como universidades,
empresas e institutos de pesquisa, na Web. Os seguintes princípios norteiam o estudo: a)
um site que é altamente apontado é visto como uma boa fonte de informação; b) os
hiperlinks que apontam para um site Web são fontes potenciais de novos visitantes e
instrumentos de marketing e c) sites em inglês possuem maior fator de impacto externo,
pois a língua inglesa é de fato o idioma da Web. A revisão de literatura indica que a
pesquisa webmétrica é um campo de estudo emergente, que aplica as técnicas da
bibliometria para o estudo de citações na Web. Como instrumento de coleta de dados são
utilizadas ferramentas de busca, tais como o AltaVista e AllTheWeb. Os resultados deste
estudo demonstram as implicações metodológicas para determinação do FIW dos sites das
Bibliotecas das Universidades Estaduais do Paraná, indicando o fator de impacto interno e
externo destes sites. Fornecem também indicadores para melhorar a visibilidade das
bibliotecas universitárias na Web.
1.Introdução
Este é um estudo exploratório que tem como objetivo determinar o Fator de
Impacto Web de sites das bibliotecas de Universidades Estaduais do Paraná, analisando a
distribuição dos seus links; levando em consideração que a Internet e a Web estão sendo
consideradas as maiores fontes de informação eletrônica.
O estudo está baseado na webmetria, uma disciplina emergente que aplica as
técnicas da bibliometria para o estudo da Web. A bibliometria é comumente associada à
medida quantitativa de documentos, no entanto, atualmente, as "modernas técnicas de
recuperação da informação oferecem facilidades que agregam novos valores para as busca
on-line na forma de análises quantitativas". (Wormell, 1998)
Almind & Ingwersen
(1997) cunharam o termo webmetria para um estudo
bibliométrico de páginas Web; utilizando a capacidade de busca do AltaVista para calcular
o tamanho e outras características do espaço Web escandinavo.
A webmetria utiliza amplamente as ferramentas de busca da Web, permitindo saber
o número total de páginas no espaço Web e os links existentes neste mesmo espaço. O
�termo "espaço Web", aqui é entendido como um domínio ou um grupo de diretórios, os
quais têm páginas em um diretório e nos sub-diretórios.
Os links podem ser vistos como um indicador do significado global de um site. Os
estudos webmétricos têm analisado o modo como são feitos os links entre os sites,
demonstrando que, potencialmente, este é um modo útil de verificar a influência e
autoridade dos mesmos, em determinada área ou campo de atuação. Em teoria, um site que
é altamente apontado é também visto como uma boa fonte de informação. Esta idéia foi
aplicada pela IBM (1998) no Projeto CLEVER, onde a busca de fontes de informação
autorizadas, na Web, foi realizada através da análise de links.
Bray (1996) usou o número de links para um site como medida de sua visibilidade.
Esta medida é também utilizada por algumas ferramentas de busca para avaliar a
informação de um site; para melhorar os índices de qualidade dos mesmos ou ainda, para
medir seu grau de relevância. Basicamente, um site é considerado superior quando este é
indicado por outros, especialmente se estes outros são sites altamente apontados (Shaw,
2001; Thelwall, 2001b).
Larson (1996) realizou um estudo de co-citações em um grupo de sites geofísicos e
identificou sites chaves que eram altamente linkados, utilizando o AltaVista
e o "Web
Crawler" como instrumentos de coleta de dados.
Rousseau (1997) empregou o termo "sitations" para links, e realizou um estudo de
distribuição de freqüência das citações relativas aos termos bibliometria - infometria cientometria, utilizando links ao nível de domínios, e empregou a Lei de Lotka na análise
dos dados. A proporção de auto-citações foi estimada em 30%.
Cui (1999) usou o método de análise de citações para detectar os sites com
informação médicas com maior número de links, indicados por 19 das maiores escolas
médicas dos Estados Unidos. Utilizando a Lei de Bradford, o que se encontrou foi um
núcleo de 78 sites mais altamente citados.
Leydesdorff & Curran (2000) utilizaram o recurso de busca por links, ao nível de
domínios, para comparar as relações entre universidade-indústria-governo, do Brasil e da
Holanda.
�2. Fator de Impacto na Web – FIW
Neste estudo o termo WIF - Web Impact Factor foi traduzido como Fator de
Impacto na Web, passando-se a utilizar a sigla FIW. O Fator de Impacto na Web (FIW) é
uma versão dos Fatores de Impacto publicados pelo ISI - Institute of Scientific
Information.
Ingwersen (1998) e Rodríguez I Gárin (1997) foram os introdutores do conceito do
impacto da informação na Web.
Rodríguez I Gárin (1997) apresenta uma metodologia para avaliar o impacto da
informação na Internet, usando as capacidades de indexação e recuperação do AltaVista,
descrevendo a função dos metadados do HTML como mecanismos de estruturação e
ordenação da informação. As limitações e confiabilidade do método são discutidas e são
expostos alguns dados que mostram a produção de páginas Web institucionais e em âmbito
da Espanha, em comparação com outros países europeus. O estudo enfatiza a possibilidade
de medir o impacto destas páginas em função do número de vezes que são linkadas por
páginas externas, de modo similar ao “ Citation Index” do Institute for Scientific
Information.
Ingwersen (1998), usou o AltaVista, para calcular o Fator de Impacto na Web sobre
um domínio ou site. O FIW é o índice de número de links para um site, dividido pelo
número de páginas do site. O autor calculou três fatores de impacto para um espaço Web:
a) o fator de impacto interno ou de auto-link, medindo links entre páginas de um
mesmo espaço Web;
b) o fator de impacto externo, medindo links para fora de um espaço Web;
c) o fator de impacto global, medindo o total de links para um espaço Web.
A partir deste estudo, outros autores empregaram a mesma proposta metodológica.
Smith (1999) e Thelwall (2000) calcularam o FIW de instituições e países, testando
a viabilidade e confiabilidade do AltaVista como ferramenta para coleta de dados.
Smith (1999, 1999a, 1999b) comparou o FIWs de universidades e revistas
científicas australianas. Para grandes organizações como as universidades ou institutos de
pesquisa, o Fator de Impacto pode ser visto como uma medida útil para demonstrar sua
influência no espaço Web. Neste mesmo ano, o autor também estudou o impacto de sites
australianos e neozelandeses, fazendo comparação entre links internos e externos. Em um
terceiro trabalho, comparou o FIW sobre uma amostra de sites de instituições de ensino e
pesquisa, da Austrália e Nova Zelândia e sites da América Latina (América Central e
�América do Sul). Neste terceiro estudo concluiu que os sites de instituições australianas
têm fator de impacto maior do que os de instituições latino americanas. Infere que por
razões lingüísticas, sites da América Latina não recebem atenção que merecem na Internet.
Thelwall (2000) conduziu uma pesquisa para testar a cobertura das ferramentas de
busca e determinar quando a cobertura parcial das ferramentas realmente torna-se um
obstáculo no cálculo do Fator de Impacto (FIW). Os resultados indicaram que a cobertura
das ferramentas de busca, para amplos domínios nacionais, são extremamente desiguais.
Thomas & Willet (2000) realizaram a análise webmétrica de links para sites de
departamentos de Biblioteconomia e Ciência da Informação americanos e ingleses,
focando nas atividades de pesquisa.
Vários estudos têm encontrado uma cobertura desigual entre as ferramentas de
busca
pesquisadas
e
uma
variabilidade
de
resultados
determinados
pelo
tempo,
dependendo do dia e hora em que a pesquisa foi realizada (Ingwersen, 1998; Rousseau,
1999; Snyder & Rosenbaum, 1999; Thelwall, 2000).
O FIW, normalmente tem sido calculado usando as facilidades dos recursos das
ferramentas de busca, no entanto, um fator limitador destas ferramentas é que elas cobrem
apenas uma fração da Web, ou seja, não mais que 16%. É importante notar as limitações
neste tipo de análise, que têm sido citadas por vários autores . (Ingwersen,1998; Smith,
1999; Thelwall, 2001c; Rousseau, 1999).
3. Classificação dos sites
Para que um site seja alvo de um link externo, é preciso considerar os objetivos e
necessidades daqueles que os apontam, e para conhecê-los sugere-se agrupá-los de acordo
com os seus tipos. Hooi-Im et al. (1998) propõe a seguinte classificação: loja virtual
(cyberstores), promoção online, produtos e serviços com valor agregado, publicidade
(banners), sites internos (intranets) e portais. Thomas & Willet (2000) utilizaram a
classificação proposta por Almind & Ingwersen (1997), que sugerem o agrupamento de
homepages
em:
pessoal;
institucional/organizacional,
assunto
específico,
índices
e
recursos. Analisando sites relativos a área médica , Cui (1999) propõe outra classificação:
bases de dados e servidores, institutos e universidades (incluindo hospitais, bibliotecas
pertencentes a estas instituições), organizações, ferramentas de busca, periódicos/revistas e
empresas comerciais.
�4. Método
Para a coleta de dados, o primeiro passo foi determinar as ferramentas a serem
utilizadas e, o segundo, explorar os comandos e as combinações possíveis de serem
empregados na pesquisa.
Embora o índice de resultados fornecidos pelas ferramentas de busca esteja sendo
utilizado como uma medida de sucesso de um site, vale lembrar que esta é apenas uma
indicação de que o site está sendo citado, e não que a informação foi utilizada.
Os estudos de webmetria recomendam que seja evitado o uso de ferramentas
restritas a uma localidade particular. Neste caso deixou-se de utilizar ferramentas nacionais
como Cadê, Tay, Radix entre outras e, portanto, a pesquisa foi realizada em ferramentas
internacionais, independente do idioma.
A escolha e a determinação das ferramentas utilizados na pesquisa está pautada nas
seguintes justificativas:
a) são ferramentas que trazem maior porcentagem de resultados únicos, isto é,
URLs que são encontradas em uma única ferramenta, em um universo de trinta
ferramentas pesquisadas. (Notess, 2000a);
b) tamanho da base de dados, indicado pelo número de resultados que ela fornece.
Esta medida é um indicador importante do número dos registros que um
ferramenta pode encontrar, e não está baseada na precisão, na revocação ou na
relevância dos resultados (Notess, 2002b);
c) AltaVista e AllTheWeb possuem recursos de busca com as mesmas
características de recuperação.
As ferramentas de busca facilitam grandemente a tarefa de localizar a informação
na Web, no entanto, o seu uso sem conhecer algumas de suas características de
funcionamento, provoca no usuário uma sensação de que o resultado da busca não se ajusta
a sua necessidade (Rodríguez Y Gairin, 1997).
No Quadro 1 são apresentadas as funções contidas em cada uma das ferramentas
definidas na pesquisa, para localização de links.
Neste estudo, a busca foi conduzida para determinar o número total de páginas no
espaço Web das Universidades paranaenses, que apresentam link para suas bibliotecas,
conforme relação apresentada no quadro 2.
�Quadro 1 - Recursos de busca das ferramentas e definição de suas funções.
ALL THE WEB
url.host:name
ALTAVISTA
host:nome
Função
Localiza páginas em um computador
url.host:www.tecpar.br ou host:www.tecpar.br
específico.
Ex.:
Host: nome do computador antes do ponto em um endereço de
Internet. Esse nome corresponde a um computador específico
que pode hospedar vários sites na Web.
link.all:URLtext
link:URLtexto
Localiza páginas com um link para uma página com o texto do
URL especificado.
Ex.: link.all:www.tecpar.br ou link:www.tecpar.br
url.all:text
url:texto
Localiza páginas com uma palavra ou frase específicas no URL.
Ex.: url:www.tecpar.br
url.tld:domainname
------------------
Localiza páginas sobre um domínio específico Ex.: url.tld:br
encontra páginas sobre o Brasil. url.tld:com encontra páginas de
sites comerciais.
Quadro 2 - Instituições consideradas na estudo e suas URLs correspondentes.
INSTITUIÇÃO
URL
Universidade Estadual de Londrina. Biblioteca Central - UEL
www.uel.br/bc/
Universidade Estadual de Ponta Grossa. Biblioteca Central - UEPG
www.uepg.br/bicen/
Universidade Estadual de Maringá. Biblioteca Central - UEM
www.bce.uem.br/
Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Biblioteca - UNIOESTE
www.unioeste.br/servicos/bibvirtual/
Universidade Estadual do Centro-Oeste. Bibliotecas - UNICENTRO
www.unicentro.br/bibliotecas/
Os dados foram compilados no mês de junho de 2002, em quatro diferentes dias e
horários, utilizando as ferramentas AltaVista e AllTheWeb, para evitar inconsistências
particulares de cada uma delas. Outras pesquisas, com o objetivo de analisar links,
utilizaram o AltaVista como instrumento de coleta de dados, e constaram uma
instabilidade na ferramenta, visto que a inversão da lógica booleana para obter o número
de links internos (I) e externos(E) deveriam fornecer um mesmo resultado (Smith, 1999 e
1999a; Rousseau, 1999; Snyder & Rosenbaum, 1999). Atualmente, este tipo de
inconsistência não foi detectado, porque usamos a versão mais recente do AltaVista (2002)
e recursos de busca destina dos a minimizar estes problemas.
Os vários recursos de busca permitidos para a contagem de citações foram
construídos e detalhados no quadro 3, tomando como exemplo a URL da Biblioteca
Central da UEL - Universidade Estadual de Londrina, para ser utilizado na busca simples e
avançada das ferramenta consultadas.
�Quadro 3 - Ferramentas e recursos utilizados na coleta de dados.
ALTAVISTA
url:*.uel.br/bc/ OU host:uel.br/bc/
link:*.uel.br/bc/
((link:*.uel.br/bc/ AND (url:*.uel.br/bc/ OR
host:uel.br/bc)) OR ((url:*.uel.br/bc/ OR
host:uel.br/bc/) AND link:*.uel.br/bc/))
I2**** ((link:*.uel.br/bc/ AND (url:*.uel.br/ OR
host:uel.br/)) OR ((url:*.uel.br/bc/ OR
host:uel.br/bc/) AND link:*.uel.br/bc/))
E***** ((link:*.uel.br/bc/ AND NOT (link:uel.br/
AND url:*.uel.br/ )) OR (link:*.uel.br/bc AND
NOT (url:*.uel.br/ AND link:uel.br/))
D*
L**
I1***
Nota:
ALL THE WEB
url.all:uel.br/bc/ OU url.host:uel.br/bc/
link.all:uel.br/bc/
Must include uel.br/bc/ in the link to URL
Must include uel.br/bc/ in the URL
Must include
Must include
uel.br/bc/
uel.br/
in the link to URL
in the URL
Must inclued
uel.br/bc in the link to URL
Must not include uel.br/
in the URL
*D é uma estimativa do número total de páginas em determinado espaço Web
**L é o número total de links para uma dada página, no espaço Web
***I1 é o número de auto-links ou links internos a unidade (biblioteca) , este links ocorrem entre
páginas de um mesmo espaço Web.
****I2 é o número de links internos a Instituição, , corresponde ao número de páginas da instituição que
apresentam links para a unidade (biblioteca)
*****E é o número de links externos a Instituição, fornece o número de páginas de outras instituições que
apresentam links para a unidade (biblioteca)
Os resultados das buscas foram utilizados para calcular:
L
D
§
FIW geral: FIW − G =
§
FIW externo a Instituição: FIW − E =
§
FIW interno a Unidade: FIW − I1=
§
FIW interno a Instituição:
E
D
I1
D
FIW − I 2=
I2
D
5. Resultados
Os valores FIWs obtidos para as bibliotecas das universidades estaduais do Paraná
estão listados nas tabelas 1 e 2.
Os parâmetros para determinar o que é um alto ou baixo fator de impacto na Web,
estão baseados na proposta de Smith (1999a), que os classifica em três grupos:
•
Sites com alto FIW possuem índices significativamente maiores do que um, ou
seja, em média cada página tem mais do que um link externo apontando para
ela;
•
Sites com médio FIW possuem índices em torno de um;
•
Sites com baixo FIW possuem índices significativamente menores do que um.
�Tabela 1 - Valor FIW para as Bibliotecas das Universidades Estaduais do Paraná, no AltaVista
Biblioteca
D
L
I1
I2
E
FIW G FIW I1 FIW I2
FIW E
UEL/BC
42
42
24
25
17
1,00
0,57
0,60
0,40
UEPG/BC
10
15
0
1
14
1,50
0,00
0,10
1,40
UEM/BC
5
3
0
13
1
0,60
0,00
2,60
0,20
UNIOESTE/ Biblioteca
0
1
0
1
0
0
0
0
0
UNICENTRO/ Bibliotecas
1
1
0
0
1
1,00
0,00
0,00
1,00
Tabela 2 - Valor FIW para as Bibliotecas das Universidades Estaduais do Paraná, no AllTheWeb
Biblioteca
D
L
I1
I2
E
FIW G FIW I1 FIW I2
FIW E
UEL/BC
41
56
23
29
27
1,37
0,56
0,71
0,66
UEPG/BC
16
41
0
1
41
2,56
0,00
0,06
2,56
UEM/BC
25
51
2
49
2
2,04
0,08
1,96
0,08
UNIOESTE/ Biblioteca
3
8
3
8
0
2,67
1,00
2,67
0,00
UNICENTRO/ Bibliotecas
0
1
0
0
1
0
0
0
0
Comparando-se os valores FIWs, obtidos nas ferramentas AltaVista e AllTheWeb,
nota-se que a AllTheWeb apresenta uma cobertura maior que o AltaVista. A diferença nos
resultados pode ser visualizada no gráfico 1, onde apresenta-se o Fator de Impacto Geral,
obtido a partir de cada uma das ferramentas.
WIF GERAL
2,67
2,56
2,04
1,50
1,00
0,60
UNIOESTE
UEPG
UEM
All The Web
UEL
UNICENTRO
Altavista
Gráfico 1 - Fator de Impacto na Web das Bibliotecas de Universidades Estaduais do Paraná, utilizando
as ferramentas AltaVista e AllTheWeb
�Considerando que mesmo as ferramentas de maior abrangência não fornecem
cobertura total das páginas disponíveis na Web, optou-se por analisar neste trabalho,
somente, os índices obtidos com a ferramenta AllTheWeb, por haver apresentado melhores
2,56
2,67
FIW - G
UNIOESTE
FIW - I1
0,08
0,00
FIW - I2
UEPG
0,66
0,71
0,06
0,56
0,08
0,00
1,00
1,37
1,96
2,04
2,56
2,67
resultados, conforme apresentado no gráfico 2.
FIW - E
UEM
UEL
Gráfico 2 - Fator de Impacto na Web das Bibliotecas das Universidades Estaduais do Paraná
Os resultados mostram que a Biblioteca da UNIOESTE é a que apresenta, no
cálculo geral, o maior Fator de Impacto na Web (FIW-G). No entanto, esta Biblioteca não
é representativa na Web, fora da própria Universidade (FIW-E); mas possui um alto
impacto interno (FIW-I2), refletindo sua visibilidade na Instituição. Enquadra-se nesta
mesma situação a Biblioteca da UEM, cujo site apresenta maior visibilidade interna (FIWI2) e menor impacto externo (FIW-E).
Inversamente, a Biblioteca Central da UEPG é a que apresenta maior fator de
impacto externo (FIW-E), ou seja, é altamente apontada por outras instituições, mas não
tem popularidade dentro da própria instituição (FIW-I2).
A Biblioteca da UEL possui um impacto interno e externo equilibrado, embora os
índices obtidos não alcancem valores significativos (maiores do que um).
Constata-se a baixa visibilidade do site da Biblioteca da UNICENTRO, para a qual
foi encontrado apenas um link externo, fato que a torna estatisticamente não representativa.
Do total de 150 links encontrados para todas as bibliotecas, 17% são auto-links, o
que pode ser considerado um baixo índice se comparado ao percentual encontrado por
Rousseau (1997), que foi de 30%.
Os resultados demonstram que a relação entre o tamanho do espaço Web (maior
número de páginas) ocupado por estas Bibliotecas e o número de links recebidos por elas,
�podem não ser satisfatórios. Melhor visibilidade é obtida por aquelas bibliotecas que,
mesmo ocupando um menor espaço na Web, conseguem obter um número de links, tal que
as tornem impactantes. Esta afirmação pode ser constatada pelo site da Biblioteca Central
da UEL, que mesmo possuindo o maior número de páginas Web e também o maior número
de links, tem uma visibilidade menor que outras bibliotecas, como por exemplo a
Biblioteca Central da UEPG. Os espaços Web das bibliotecas em estudo estão
apresentados no gráfico 3.
ESPAÇO WEB
41
25
16
3
UEL
UEM
UEPG
UNIOESTE
Gráfico 3 - Número de páginas Web das Bibliotecas das Universidades Estaduais Paranaenses
localizado pela ferramenta AllTheWeb.
Os links externos à instituição foram individualmente analisados e classificados,
com o objetivo de demonstrar onde estava ocorrendo, externamente, o impacto das
bibliotecas, conforme demonstra o Gráfico 4. A classificação utilizada no estudo teve por
base a proposta de Cui (1999), conforme descrito a seguir:
§
ONGs: organizações não governamentais, associações, sindicatos, representantes
de classes;
§
Bibliotecas Universitárias: bibliotecas ou serviços de informação pertencentes a
instituições de ensino superior;
§
Empresas comerciais: organizações produtoras de bens ou serviços;
§
Ferramentas de Busca: sites destinados a localizar informações na Web;
§
Órgãos governamentais: órgãos da administração municipal, estadual ou federal;
§
Portais: sites cujo objetivo é fornecer informações sobre um assunto específico;
§
Publicações: revistas, jornais ou outras publicações on-line;
§
Universidades: páginas pertencentes a outras instituições de ensino superior, tais
como, universidades, faculdades ou departamentos de universidades; incluindo
centros acadêmicos.
§
Páginas inacessíveis: páginas, apresentadas pelas ferramentas de busca, cujas URLs
apresentam-se inválidas.
�Ferramentas de Busca
18
14
Bibliotecas Universitárias
Páginas inacessíveis
5
2
Portais
6
0NGs
6
5
1 1
1
2
1
Empresas
4
Universidades
4
2
Órgãos governamentais
4
2
Publicações
11
3
1
UEL
UEPG
UEM
UNICENTRO
Gráfico 4 - Classificação dos sites que fornecem links para as Bibliotecas das Universidades Estaduais
Paranaenses
Os resultados indicam que aproximadamente 31% dos links externos são citados
pelas ferramentas de busca e 23% dos links são apontados por outras instituições
congêneres. Os percentuais apresentados pelas demais fontes de links mostram-se pouco
significativos, visto que a soma total destes percentuais não atinge 50%.
Uma das formas pelos quais um visitante chega a um site é seguindo o link
indicado por outro site. Pesquisas têm demonstrado que diretórios e ferramentas de busca
estão entre os sites mais populares e que atraem maior número de novos visitantes. Para
avalia r a informação sobre um site, uma das medidas usadas pelas ferramentas de busca
tem sido o número e a qualidade das páginas apontadas para ele (Thelwall, 2001b).
Neste sentido, a Biblioteca Central da UEL e da UEPG têm sido privilegiadas, uma
vez que estas bibliotecas são as mais freqüentemente citadas pelas ferramentas de busca e
por seus pares.
6. Conclusão
Cresce a importância da Web como forma de tornar o conhecimento disponível,
mudando as formas de aplicação dos estudos de informação. Técnicas bibliométricas estão
sendo aplicadas para estudos da Web e os Fatores de Impacto têm proporcionado um
caminho para comparar a influência de sites e avaliar a performance de vários tipos de
organizações com páginas Web.
�Seguindo estudos anteriores, os quais analisam grandes tipos de entidades Web
(incluindo países, domínios, universidades e periódicos), este estudo fez uma análise
webmétrica sob um nível maior de especificidade.
É importante ressaltar as limitações apontadas por diferentes autores para este tipo
de análise. A tecnologia atual das ferramentas de busca não permite obter dados totalmente
fidedignos.
Entretanto,
as
ferramentas
utilizadas
neste
estudo
apresentaram
menor
inconsistência do que as relatadas em estudos anteriores, principalmente se forem tomados
cuidados especiais com a definição adequada de estratégias de busca.
A metodologia proposta pode ser utilizada como um indicador de qualidade, capaz
de alertar as organizações sobre a necessidade de disponibilizar na Web informações de
valor agregado, considerando que uma página para obter um link, deve necessariamente
despertar a atenção de quem as aponta. Entretanto, esta é apenas uma das medidas que
podem ser utilizada em conjunto com outras, para uma análise integral do site.
Mesmo não tendo sido objeto deste estudo, constatou-se que há a necessidade de
uma análise dos motivos que levam as diversas instituições a optarem por fazer ou não link
para determinadas bibliotecas. Sugere-se, ainda, estudos sobre o conteúdo dos sites, ou
sobre os produtos e serviços disponíveis em uma página de biblioteca que sejam de
interesse para seus usuários.
Todos os links para as bibliotecas destas Universidades encontram-se dentro do
espaço Web brasileiro, o que se deve provavelmente à falta de páginas traduzidas para
outros idiomas, particularmente o inglês.
O método proposto pode ser utilizado como recurso auxiliar em diversas atividades,
desde as gerenciais, de marketing, inteligência de negócios à pesquisas de avaliação.
Abstract
The study describes the methodology for determination of the Impact Factor of sites in the Web.
The concept of Web Impact Factor (WIF) uses as measurement the number of links pointed with
respect to a site, demonstrating therefore the influence of organizations as universities, companies
and research institutes, in the Web. The following principles guide this study: a site that is highly
pointed is seen as a good source of information; b) hiperlinks which point to a Web site are a
potential source of new visitors and instruments of marketing; c) sites in English have greater
external impact factor, because the English language is really the language of the Web. The
literature review indicates that the webmetric research is a emergent field of study, that applies
bibliometric techniques for the citation's study in the Web. The search tools AltaVista and
AllTheWeb are used as data collection instruments. The study results demonstrate methodological
implications for determination of the internal and external WIF for University Libraries of the State
of Paraná. They also indicate the necessity to improve the university libraries visibility in the Web.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Fator de impacto na web das bibliotecas das Universidades Estaduais do Paraná: uma Proposta metodológica.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Oliveira, Sônia Maria Marques de
Ornelas, Rosângela Visoni Azanha de
Luz, Graça Maria Simões
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O estudo descreve a metodologia para determinação do Fator de Impacto de sites na Web
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4133/SNBU2002_122.pdf
9c8618ae553587f1f9d10bc36e35d9f9
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BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE MENTAL : UMA NOVA TECNOLOGIA DE
INFORMAÇÃO NA FORMAÇÃO E NA PRÁTICA DO PROFISSIONAL DA SAÚDE.
EIXO TEMÁTICO : GERENCIAMENTO DE TECNOLOGIAS EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
RESUMO
O estudo demonstra a importância do repositório de informações de modo sistematizado,
frente a grande quantidade de informações disponíveis online, enfatizando a contribuição aos
alunos, docentes e pesquisadores, visando a facilidade de acesso às informações utilizadas em
suas investigações científicas. Assim sendo, o objetivo do presente estudo é relatar a
construção de uma Biblioteca Virtual em Saúde Mental, editada pela Escola de Enfermagem
da Universidade de São Paulo pelo seu Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e
Psiquiátrica.
�BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE MENTAL : UMA NOVA TECNOLOGIA DE
INFORMAÇÃO NA FORMAÇÃO E NA PRÁTICA DO PROFISSIONAL DA SAÚDE.
Autora apresentadora, GARDIM, Sonia Maria*
sgardim@usp.br
FILET, Neide Bombeiro *
neidesat@usp.br
OLIVEIRA, Márcia Aparecida Ferreira de **
marciaap@usp.br
KURCGANT, Paulina ***
pkurcg@usp.br
BARROS, Sônia **
sobarros@usp.br
*
Bibliotecárias da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo - EEUSP
** Profªs. Drª s. do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica da
EEUSP
*** Profª Drª do Departamento de Orientação Profissional da EEUSP
�INTRODUÇÃO
A Biblioteca Virtual em Saúde Mental – BVSM é um projeto desenvolvido pelo
Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica – ENP, Centro Colaborador da
Organização Mundial da Saúde para Pesquisa e Treinamento em Enfermagem em Saúde
Mental e o Serviço de Biblioteca e Documentação – SBD da Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo – EEUSP em parceria com o Programa de Informação e
Comunicação para a Pesquisa – Prossiga/IBICT/CNPq.
OBJETIVOS
Esta biblioteca virtual tem por objetivos captar, organizar e disponibilizar informações
encontradas na Internet sobre o tema Saúde Mental.
PÚBLICO ALVO
A BVSM tem como público-alvo privilegiado a comunidade de pesquisadores, especialistas,
professores, gestores, administradores e estudantes que atuam na área de Saúde Mental, mas
também se dirige às organizações sociais, indivíduos e ativistas que se interessem e trabalhem
com esta temática.
ORGANIZAÇÃO
Para facilitar a consulta, as informações estão agrupadas em brasileiras, estrangeiras ou
internacionais nas categorias: Bases de Dados; Bibliotecas, Centros de Documentação e
Bibliotecas Virtuais; Especialistas e Pesquisadores; Eventos; Hospitais e Clínicas; Instituições
de Ensino e Pesquisa; Legislação; Listas e Fóruns de Discussão e Chats; Livros Artigos e
Outros Textos; Organizações da Sociedade Civil; Órgãos de Política, Coordenação e
Fomento; Periódicos e Outras Publicações Seriadas; Programas de Pós-Graduação e Projetos
e Programas. Na fase inicial, foram privilegiados os sites disponíveis em língua portuguesa e
espanhola. Refletindo nossa prioridade pela comunidade brasileira e latino-americana. Na
continuidade, serão privilegiados os idiomas: italiano, francês e inglês, pelas consideráveis
contribuições que países como a Itália, a França e o Canadá tem, recentemente, aportado à
Saúde Mental.
�CONCLUSÃO
A BVSM é mais um serviço de referência, onde as informações são captadas, analisadas,
organizadas e disponibilizadas, atendendo as necessidades dos educadores, pesquisadores,
estudantes e outros profissionais ligados a área temática. Apresenta também, em função da
facilidade do ambiente Internet, diversos mecanismos que favorecem a comunicação entre os
usuários, e, entre estes e a Biblioteca Virtual, criando uma comunidade virtual, como o Livro
de Visitas, que permite deixar sugestões e comentários e Chat, que é o ponto de encontro.
http://www.prossiga.br/ee_usp/saudemental/
Endereço
Universidade de São Paulo – Escola de Enfermagem
Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica
Serviço de Biblioteca e Documentação – SBD
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419
São Paulo – SP – 05403-000 Fone: (0xx11) 30667602 - Brasil
FAX: (0xx11) 30667615
E-mail sgardim@usp.br
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Biblioteca virtual em saúde mental: uma nova tecnologia de informação na formação e na prática do profissional da saúde.
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An entity primarily responsible for making the resource
Gardim, Sonia Maria
Filet, Neide Bombeiro
Oliveira, Márcia Aparecida Ferreira de
Kurcgant, Paulina
Barros, Sônia
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
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2002
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The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
O estudo demonstra a importância do repositório de informações de modo sistematizado, frente a grande quantidade de informações disponíveis online
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snbu2002
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http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4132/SNBU2002_121.pdf
9cce9c4f2e3d4b2f3eb9939557d1f475
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DIAGNÓSTICO DA ACESSIBILIDADE À BIBLIOGRAFIA
RECOMENDADA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DAS
ÁREAS DE SAÚDE E BIOLÓGICAS NA UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO - CAMPUS DE SÃO PAULO
SONIA GARCIA GOMES ELEUTÉRIO
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
Av. Dr. Arnaldo, 715
CEP 01246-904 – São Paulo, SP – Brasil
E.mail: aquis@fsp.usp.br
SUELY CAFAZZI PRATI
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
Av. Prof. Lineu Prestes , 2227
Cidade Universitária "Armando Salles Oliveira"
CEP 05508-900 São Paulo - SP Brasil
E.mail: prati@usp.br
Introdução
A idéia para essa pesquisa surgiu a partir da constatação de que anualmente
ingressa na Universidade de São Paulo um grande contingente de alunos direcionados para
as áreas de saúde e biológicas , distribuídos entre os vários cursos de graduação oferecidos.
Nesse ambiente compete às bibliotecas da Universidade disponibilizar o material
instrucional necessário aos primeiros contatos dos novos alunos com atividades de ensino e
pesquisa. E, para dar apoio a essas necessidades de informação, a biblioteca deve manter
um acervo diversificado que deverá conter todo tipo de material informativo, independente
de seu suporte físico.
Esse acervo deve ser atualizado, principalmente quanto às obras didáticas e
básicas usadas na graduação, isto é, obras fundamentais que formam o núcleo básico das
áreas de interesse.
Devido ao alto custo das obras didáticas e básicas das áreas de saúde e biológicas,
tornou-se impraticável o ideal de reunir nos acervos de cada biblioteca todo material
�2
necessário a essa demanda, que é resultado da interdisciplinaridade existente nos
programas dos cursos básicos e obrigatórios.
Devemos reconhecer que é utópico uma biblioteca satisfazer
todas as
necessidades de todos os usuários, porém, podemos planejar um serviço que irá satisfazer a
uma porcentagem razoável do total de demandas. Além disso, as bibliotecas estão
enfrentando
problemas para o armazenamento físico e a preservação do material
bibliográfico, em geral.
Focalizaram-se as áreas de saúde e biológicas uma vez que , no campus de São
Paulo, os cursos de graduação da Escola de Educação Física e Esportes, Escola de
Enfermagem, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Medicina, Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia , Faculdade de Odontologia, Faculdade de Saúde
Pública, Instituto de Biociências e Instituto de Psicologia tem no currículo um núcleo de
disciplinas obrigatórias que são de responsabilidade do Instituto de Ciências Biomédicas
(ICB), que concentra todos esses alunos, com uma bibliografia comum para as várias
especialidades.
“A função da Universidade é capacitar o indivíduo para ocupar um lugar na
sociedade..... Para desempenhá-la
a Universidade tem objetivos que se concretizam por
meio das atividades de ensino, pesquisa e extensão” (Klaes,1991).
A Universidade de São Paulo (USP) , criada pelo decreto n º 6.283, de 25 de
janeiro de 1934, é autarquia de regime especial , com autonomia didático-científica,
administrativa, disciplinar e de gestão financeira e patrimonial (artigo 1º do Estatuto da
USP).
É missão da USP:
•
promover e desenvolver todas as formas de conhecimento, por meio do ensino e da
pesquisa;
•
ministrar o ensino superior visando à formação de pessoas capacitadas ao exercício da
investigação e do magistério em todas as áreas do conhecimento, bem como à
qualificação para as atividades profissionais;
•
estender à sociedade serviços indissociáveis das atividades de ensino e pesquisa (artigo
2º do Estatuto da USP)
A USP é constituída de Unidades (Faculdades, Escolas, Institutos), órgãos de integração
(Museus) ;
e órgãos complementares (Hospitais), distribuídos nos campi da Capital e do
Interior do Estado de
São Paulo. Dentro dessa constituição , encontra-se o Instituto de
�3
Ciências Biomédicas (ICB) – unidade motivadora desta pesquisa - com disciplinas que são
comuns a vários cursos de graduação.
Entende-se por disciplina
a unidade de ensino;
um conjunto sistematizado de
conhecimentos afins correspondente a número determinado de créditos, ministrado em
período letivo semestral ou anual (artigos 66 e 67 do Regimento Geral da USP) .
Para dar suporte a essas disciplinas a biblioteca é responsável pelo apoio
informacional constituído, prioritariamente, pela bibliografia recomendada nos cursos ,
bibliografia essa que é
composta de uma coleção de obras didáticas e básicas, que deve
manter acessível para atendimento da comunidade acadêmica, em especial a discente.
Segundo Fonseca (1980)
a coleção didática se compõe de obras de livro texto
indicadas pelos professores como leitura obrigatória, é informativa e raramente crítica,
pouco profunda mas necessária para transmitir aos alunos os ensinamentos iniciais. É a
literatura mais solicitada, lida e que mais circula e deve somar-se com a coleção básica.
Também é desse autor a definição de coleção básica como sendo “obras fundamentais e
indispensáveis que constituem o núcleo das áreas de interesse, incluindo os títulos básicos
de cada disciplina e linhas de pesquisa oferecidas pela Instituição”.
Pelo fato de ser
fundamental para a iniciação científica é considerada a coleção mais difícil de ser
desenvolvida devido à rapidez com que essas obras se desatualizam.
Brandon & Hill (1999) vem repetindo, em artigos publicados a cada dois anos
desde 1965, uma lista de livros selecionados para a área médica que deveriam existir em
bibliotecas de pequeno porte , sendo que a responsabilidade pela atualização dessa “core
collection” a partir de 1994 é da Joint Commission on Accreditation of Healthcare
Organizations.
Compete às bibliotecas da Universidade desenvolver uma coleção de materiais
suficientemente significativo em termos de quantidade e qualidade para dar suporte às
atividades de pesquisa realizadas em nível de graduação e pós-graduação.
Já a coleção didática da
biblioteca do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) –
estudo desta pesquisa – assemelha-se a um acervo escolar, pois é desenvolvida para nortear
as exigências dos programas ou currículos dos cursos para as áreas de saúde e biológicas
oferecidos naquela unidade.
Cabe aqui colocar e discutir, a seguir, as cinco leis de Ranganathan (1931).
A aplicação da primeira lei de Ranganathan (apud Lancaster, 1996)
- Os livros
são para usar – implica em considerações de custo e eficácia. Por causa dos recursos
�4
financeiros limitados, o custo por uso deve ser do mais alto interesse e devemos decidir
quais os itens que seriam possíveis de ser adquiridos exemplares em duplicatas para
atender a forte demanda.
Como custo e eficácia se entende a otimização da alocação de recursos
financeiros
- quanto melhor a alocação de recursos tanto melhor a qualidade do serviço
(>uso = < custo).
Dados sobre livros emprestados ou usados na biblioteca têm uma limitação óbvia,
refletem apenas os sucessos e nada nos revelam sobre os insucessos. Precisamos
determinar a probabilidade do usuário procurar um item específico e encontrá-lo na hora
em que precise.
A segunda lei - a cada leitor seu livro – é uma extensão da primeira e extrapola a
avaliação de acervos, alcançando a avaliação da disponibilidade.
Não basta que a biblioteca possua o livro procurado por um usuário, é preciso que
esteja disponível no momento necessário, ou seja, para o leitor em sua necessidade
imediata.
A cada livro seu leitor –
a terceira lei – significa que os livros precisam achar
seus leitores, bem como os usuários precisam achar os livros de que necessitam, e esse
papel compete às bibliotecas disponibilizando seu acervo.
Para atender a quarta lei – poupe o tempo do leitor – a biblioteca deve satisfazer
as necessidades de modo mais
eficiente possível, pois o tempo do usuário tem custo e
poderia ser aproveitado mais produtivamente.
A biblioteca é um organismo em crescimento – diz a quinta lei. Entendemos que
as bibliotecas devem avaliar suas coleções para obter um crescimento saudável, que
implique em adaptações e condições mutáveis para os acervos. Esta adaptação implica em
que mudanças precisam ser feitas e qual a melhor forma de realizá-las, levando em
consideração as mudanças tecnológicas, os novos suportes das publicações e novos meios
de distribuí-las.
Dessa forma a biblioteca universitária deve estar sempre atenta aos programas das
disciplinas e manter estreito relacionamento com os docentes responsáveis para que esse
núcleo tenha atualização constante, uma vez que as áreas de saúde e biológicas estão em
constante evolução e a literatura resultante tende a tornar-se defasada em menor tempo do
que em algumas outras áreas.
�5
Seguindo essa diretriz de estreito relacionamento, Krzyzanowski & Monteiro
(1986) desenvolveram , em 1982,
trabalho de avaliação do uso da coleção didática
do
acervo da Biblioteca da Faculdade de Odontologia visando a adequação dessa coleção às
necessidades dos alunos desse curso e correspondência entre bibliografia recomendada e
bibliografia consultada.
O princípio que norteou esse estudo ainda é adotado pelo atual
Serviço de Documentação Odontológica , o que proporciona atualização constante da
bibliografia recomendada e interação entre corpo docente, discente e a própria biblioteca.
A importância da coleção didática é compartilhada por Miranda (1993) afirmando
que
o livro ainda representa
o principal instrumento da educação e ensino, mesmo nos
países desenvolvidos. Continua, ainda, afirmando que, com o advento e proliferação de
cursos de pós-graduação no Brasil, os orçamentos começaram a priorizar sistematicamente
a aquisição de periódicos, e , à medida que tais verbas foram sendo reduzidas durante a
crise global de nossa economia, foram sendo extinguidos os recursos para a rubrica
específica de ‘material permanente’ que engloba também livros e monografias, com os
conseqüentes prejuízos para todo o ensino e, em particular, para o segmento majoritário da
graduação.
Segundo Lancaster (1996), o acervo de livros pode ser considerado o principal
insumo de uma biblioteca e deve ser avaliado em função da medida em que satisfaz às
demandas que lhe são feitas.
Barker (appud Hill, Stickell, 1999) também enfatiza que o livro impresso continua
sendo a forma mais usada e conveniente, apesar da crescente popularidade das formas de
informação eletrônicas.
Existe na literatura um grande número de estudos para verificação da quantidade
de obras emprestadas aos usuários num determinado período, mas poucos deles abordam
quantas vezes os usuários não conseguiram obter esses itens. É nessa questão que se
desenvolveu
esta pesquisa pela
preocupação quanto ao não atendimento dessa demanda,
tanto na biblioteca do ICB quanto na de suas unidades de origem, surgindo os seguintes
questionamentos:
O aluno dos cursos de graduação nas áreas de saúde e biológicas está tendo acesso
à bibliografia recomendada?
A disponibilidade das obras está de acordo com a necessidade?
�6
Objetivos
Pretendeu-se, neste trabalho, verificar se os alunos de graduação das áreas de
saúde e biológicas tiveram acesso
à bibliografia recomendada para as disciplinas
obrigatórias dos cursos de graduação oferecidos
no
Instituto de Ciências Biomédicas
(ICB) e que são de uso comum aos vários cursos bem como sua disponibilidade naquela
biblioteca e nas outras bibliotecas dessa área.
Levando-se em consideração o exposto até o momento esboçou-se
um quadro
geral da necessidade de atendimento dessa demanda, partindo dos seguintes objetivos:
♦
Verificar se a bibliografia recomendada era de conhecimento das bibliotecas das
unidades de ensino nas áreas de saúde e biológicas envolvidas na pesquisa
♦
Enumerar as obras indicadas para atender essa comunidade discente
♦
Verificar se estas obras existiam nas bibliotecas das áreas de saúde e biológicas
♦
Verificar se o número de exemplares
existentes nos acervos era suficiente para
atender essa demanda, principalmente quanto ao acervo da biblioteca do ICB
♦
Verificar se os alunos tiveram acesso a essa bibliografia no ICB ou em sua unidade
de origem.
Método
O Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) foi criado formalmente, com a Reforma
Universitária de 1969, através do decreto nº 52.326 de 16 de dezembro e teve origem na
fusão de disciplinas básicas das Faculdades de Farmácia e Odontologia, Medicina, Higiene
e Saúde e Medicina Veterinária .
Uma característica destacada dessa Unidade é o fato de que não possui alunos de
graduação “próprios” porém é responsável pelo ensino das chamadas disciplinas básicas
para todos os alunos das áreas de saúde e biológicas do campus de São Paulo.
As disciplinas oferecidas no ICB, num total de 125, estão distribuídas para alunos
de 13 cursos que provem do ciclo básico obrigatório das Faculdade de Medicina (cursos de
Medicina, Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Fonoaudiologia), Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Faculdade de Odontologia, Faculdade de Saúde Pública (curso de
Nutrição), Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Escola de Educação Física
(curso de Farmácia e Bioquímica ) e
e Esportes, Escola de Enfermagem, Instituto de Psicologia e
Instituto de Biociencias (curso de Biologia). Em alguns cursos de graduação a carga
�7
horária de aulas é bastante significativa, alcançando 29% - Ciencias Farmacêuticas - e 25%
- Odontologia – do total do curso.
O ICB , contando com uma equipe docente multiprofissional, contribui com cerca
de 20% do ensino de graduação das áreas de saúde e biológicas.
Em 1970, com a instalação do ICB , foi criada a Biblioteca
que, inicialmente,
recebeu os acervos de livros e periódicos das disciplinas básicas dos vários departamentos
em outras unidades e que passaram a constituir o ICB.
O Serviço de Biblioteca e Informação Biomédica , criado em 1973, é constituído
como única biblioteca da Unidade, tendo como objetivo fornecer suporte bibliográfico e
tornar acessível a informação bibliográfica em apoio ao ensino e à pesquisa , atendendo à
comunidade do ICB e usuários externos. Seu acervo até 1998 é composto de 10.100 livros,
1.485 teses e 331 títulos de periódicos correntes, além de outros materiais, sendo que o
suporte bibliográfico principal para a comunidade discente é composto pelos livros das
coleções didática e básica.
Analisando a grade curricular do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB)
verificamos que a unidade concentra aproximadamente 1000 alunos de graduação
matriculados por ano nas disciplinas obrigatórias para as várias especialidades.
Elegemos o questionário como ferramenta para coleta de dados
Foram
elaborados dois questionários: um
desta pesquisa .
para aplicação nas bibliotecas das unidades de
ensino citadas no início deste trabalho e outro para aplicação junto aos alunos de cinco
cursos.
Quanto às bibliotecas, pretendeu-se verificar :
♦ se a bibliografia indicada nos cursos de graduação oferecidos no ICB é conhecida nas
bibliotecas
♦ quem informa a biblioteca sobre essa bibliografia
♦ se a biblioteca possui em seu acervo as obras indicadas
♦ como é o acesso, no caso de existir no acervo
Em relação aos alunos dessas especialidades pretendeu-se:
♦ verificar onde consultou essas obras (bibliografia)
♦ verificar se teve acesso facilitado a elas
♦ verificar se houve necessidade de adquirir algumas das obras
♦ obter sugestões para melhorar o acesso à bibliografia
�8
Outra forma de obter dados foi a partir da entrevista com a diretora do Serviço de
Biblioteca e Informação Biomédica do ICB (SBIB) da qual tivemos informações
essenciais, inclusive com a disponibilidade do histórico do ICB e da biblioteca. Esclareceunos que vem
adotando medidas restritivas como mecanismo de acesso a maior número
possível de alunos , uma vez que o aluno matriculado nos cursos oferecidos pelo ICB é o
usuário potencial do seu acervo. Algumas dessas medidas são:
♦ retenção dessas obras na biblioteca apenas para consulta no local;
♦ diminuição do prazo de empréstimo domiciliar;
♦ liberação para fotocópia parcial
Informou-nos que a Biblioteca
enfrenta o problema da superpopulação
de
usuários em razão da pequena área física disponível e que o número de exemplares das
obras para a graduação é insuficiente para a demanda ; que a alocação de verba para
atualização desse acervo é insuficiente para as necessidades da comunidade acadêmica do
ICB (que anualmente ultrapassa os 1000 alunos de 13 cursos de graduação da
Universidade). Possibilitou o acesso aos títulos da bibliografia recomendada através
lista elaborada pelo SBIB, utilizada para definição do núcleo
de
de obras comuns às várias
especialidades.
A dotação orçamentária
também não privilegia o ICB.
das unidades para aquisição de material bibliográfico,
Embora existam padrões de medidas de livros per capita
como o da Public Library Association, de 1967, - 2 livros per capita – e recomendações
como da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias, de 1986, - 2
a 3 volumes per capita – a situação do acervo do ICB deixa a desejar.
É responsabilidade da Biblioteca manter o acervo básico atualizado, se possível
ao mesmo tempo em que são publicadas novas edições das obras, objetivo esse dificultado
pela escassez de verbas para a compra de livros didáticos.
Foi identificado na grade curricular do ICB quais os cursos que são oferecidos
nessa Unidade e que são comuns às várias especialidades.
Através dessa grade
estabelecemos como estrato da pesquisa os alunos de 3º ano dos cursos de Enfermagem,
Medicina Veterinária, Fisioterapia,
Nutrição e Odontologia,
período diurno e noturno,
cuja carga horária nas disciplinas do ICB são representativas e , uma vez que já
freqüentaram as bibliotecas do ICB e de sua Unidade de origem, possuem a vivência de
ambas.
�9
A partir dessa identificação foram aplicados 240 questionários para os alunos
desse segmento a fim de
verificar em qual acervo esse aluno teve acesso à bibliografia
básica e didática, bem como suas opiniões sobre essa experiência. Os questionários foram
aplicados em salas de aula, assim distribuídos: Enfermagem
- 67 (84% do total de
matriculados), Medicina Veterinária – 42 (53%), Fisioterapia - 21 (84%),
Nutrição – 38
(95%) e Odontologia – 72 (54%).
Outro questionário foi aplicado a todas as bibliotecas das unidades das áreas de
saúde e biológicas , num total de 9 , tendo 5 identificadas como de origem desses alunos,
para verificar se:
♦
a bibliografia é conhecida dos profissionais bibliotecários
♦
essas obras
existem nos seus acervos. Em caso positivo se há medidas especiais
quanto ao empréstimo desse material.
Outro elemento utilizado para esse diagnóstico foi uma lista completa dos títulos
que compõem a bibliografia recomendada, a partir da indicação dos coordenadores das
áreas de ensino nas disciplinas oferecidas no ICB.
Tomando como base essa lista bibliográfica, elaborada pelo Serviço de Biblioteca
e Informação Biomédica – SBIB , foram levantados:
♦
quais títulos de livros são adotados para mais de uma especialidade (odontologia,
medicina veterinária, medicina, etc..)
♦
em quais acervos da USP estão disponíveis
♦
qual a atualidade das edições
Neste estudo identificamos a demanda de usuários em potencial dos livros que
compõem essa coleção didática e básica frente ao que existe disponível nos acervos dessas
Unidades da USP. Apesar do questionário ter sido aplicado aos alunos de 5 cursos apenas,
todos os títulos que são de uso comum dos 13 cursos puderam ser verificados, sendo que
para essa verificação foi utilizado o Banco de Dados Bibliográficos da USP – Dedalus . A
lista completa das obras recomendadas encontra–se disponível com as autoras.
Análise dos Resultados
Primeiramente apresentamos os resultados pertinentes às bibliotecas (1 a 3) e
depois os obtidos junto aos alunos (4 a 9).
�10
Como resultados obteve-se:
1. Situação das bibliotecas frente à bibliografia indicada pelo ICB
Do total de respostas obtidas , apenas 38% responderam saber quais disciplinas
eram oferecidas no ICB. Quanto ao conhecimento da bibliografia indicada para os cursos
do ICB , 50% das respostas foi positiva.
Quanto a existência dessas obras no acervo das bibliotecas estudadas , 75%
afirmaram possuir as obras indicadas nas disciplinas oferecidas pelo ICB, no todo ou parte.
A atualização de edições dessas obras, que é feita de acordo com a disponibilidade de
verbas, é representada com 38% das respostas
2 - Forma de conhecimento pela biblioteca sobre a bibliografia indicada no ICB
Verificou-se que a informação sobre quais são as obras
que compõem a
bibliografia indicada nos cursos do ICB chega às bibliotecas através dos alunos da Unidade
com a margem de 57%. Apenas 14% das respostas indicou esse conhecimento através do
Programa Curricular da Unidade. Outro dado relevante - não são informados sobre essa
bibliografia - é apresentado com 29% das respostas. Comparando esse último resultado
frente ao apresentado, no item “possui a bibliografia indicada” (75%), fica evidenciado
que as bibliotecas não dependeram dessa informação para a aquisição das obras.
Em relação à disponibilidade das obras aos usuários dos cursos de graduação
deste estudo, foi solicitado especificar as formas dessa oferta, baseada nas
opções da
pergunta 5 do questionário aplicado:
♦ Reserva para consulta local
♦ Empréstimo por tempo reduzido
3 - Formas de disponibilidade nas bibliotecas da bibliografia indicada nos cursos
Pelos dados obtidos, constatam-se que 80% das bibliotecas colocam as obras à
disposição dos alunos apenas para consulta no local. Em 60 % das bibliotecas as obras
podem ser emprestadas por tempo reduzido.
A seguir (4 a 9), refletem a opinião dos alunos de graduação envolvidos na
pesquisa, conforme sua unidade de origem.
Com a primeira pergunta do questionário “Você recebeu lista com a bibliografia
recomendada para leitura das disciplinas do ICB?” , pretendeu-se levantar junto aos
alunos inquiridos, o grau de conhecimento
envolvidos nesta pesquisa.
em relação a esta bibliografia
nos cursos
�11
4 - Conhecimento da bibliografia pelos alunos
Esse conhecimento atinge patamares entre 63% referente aos alunos do curso de
Nutrição e 94% dos alunos do curso de Odontologia, com média de 80% em todos os
cursos.
Em relação à questão 2 “Onde você consulta esses livros?”, procurou-se verificar
qual acervo é mais consultado.
Pode-se observar que, apesar das disciplinas serem oferecidas no ICB, os alunos
procuram tanto o acervo do ICB quanto o de suas unidades de origem.
5 - Biblioteca onde os alunos consultam as obras
A utilização de outros acervos do Campus de São Paulo também aparece, porém
com pouca representação.
A biblioteca do ICB
concentra, nos cursos de Odontologia e
Nutrição os maiores índices de consulta (61% e 60%, respectivamente). Já o curso de
Fisioterapia apresenta 52% de consulta na biblioteca da própria unidade e o curso de
Enfermagem utiliza 29% do acervo de outras bibliotecas.
A questão 3, “Eles estão disponíveis na Biblioteca do ICB”, foi aplicada para se
obter o grau de conhecimento dos alunos sobre a existência das obras no acervo do ICB.
A existência das obras indicadas para uso nas disciplinas do ICB é conhecida dos
usuários, porém, com variações. Os alunos do curso de Odontologia são os que melhor
demonstram esse conhecimento (90%), seguido do curso de Enfermagem (78%) e do curso
de Medicina veterinária (64%).
6 - Conhecimento pelos alunos da existência das obras no acervo do ICB
No item 4 do questionário, “Eles estão disponíveis na Biblioteca de sua unidade
de origem? “, procurou-se identificar
o grau de conhecimento dos alunos sobre a
existência das obras no acervo de sua Unidade de ensino. Os alunos dos cursos de
Enfermagem
e
Odontologia
foram
os
que
apresentaram
os
maiores
índices
de
conhecimento (60% e 56%).
Com a pergunta “Você precisou comprar algum
dos livros” procurou-se
verificar se houve essa necessidade, por parte do aluno, de algum item da bibliografia
recomendada.
7 - Conhecimento pelos alunos da existência das obras no acervo de sua Unidade de
origem
Os alunos do curso de Fisioterapia foram os que mais adquiriram material (61%),
seguido dos alunos dos cursos de Enfermagem (59%) e Odontologia (57%).
�12
Os alunos do curso de Nutrição foram os que menos precisaram adquirir a
bibliografia (36%)
8 - Necessidade dos alunos em adquirir as obras
Para complementar a questão anterior , foi perguntado aos alunos o “porquê” da
necessidade da aquisição das obras. Puderam ser enumeradas três causas principais.
9- Causas da necessidade de aquisição das obras pelos alunos
Pôde-se observar que os exemplares são insuficientes nos cursos de Nutrição
(100%) e Enfermagem (93%).
Os alunos do curso de Fisioterapia adquiriram material
bibliográfico por considerarem as edições desatualizadas (33%) e por não existirem nas
bibliotecas (17%) .
Conclusões e Recomendações
Diante dos resultados obtidos e com base na literatura abordada,
em relação ao
diagnóstico da acessibilidade à bibliografia recomendada nos cursos oferecidos no ICB, é
válido concluir que:
♦ as bibliotecas, em geral, ressentem-se da falta de um estreito relacionamento entre
docentes, biblioteca do ICB e demais bibliotecas das áreas de saúde e biológicas,
observado pelo desconhecimento da bibliografia recomendada (mesmo possuindo em
seu acervo parte das obras indicadas, essa informação é repassada às bibliotecas pelos
alunos da graduação, de maneira informal);
♦ o programa curricular do ICB para a graduação não é divulgado para bibliotecas,
acarretando o desconhecimento das obras recomendadas;
♦ os alunos, consultam tanto a biblioteca do ICB (onde são oferecidas as disciplinas
básicas),
quanto a de sua unidade de origem. Porém, o acesso à bibliografia
recomendada pelo ICB, é dificultado pelo número insuficiente
de exemplares
disponíveis para atendimento de toda a demanda o que força a aquisição particular de
algumas obras, pelos alunos.
♦ as bibliotecas adquirem as obras constantes da bibliografia recomendada pelo ICB
somente quando há procura pelos seus alunos ou quando esses solicitam a aquisição.
♦ referente à distribuição de verbas do Programa de Aquisição de Livros, gerenciado pelo
SIBi/USP - constatou-se que, em comparação com outras unidades da área de saúde e
biológicas, a verba destinada à biblioteca do ICB para essa finalidade é muito menor,
se confrontada com o número de alunos matriculados.
�13
♦ apesar de todos os esforços para captação de verbas , os acervos para a graduação
continuam desatualizados em função dos poucos recursos obtidos.
Recomendações
A partir dessas conclusões sugere-se:
♦ que a política de aquisição de livros continue a permitir a duplicidade de exemplares
em diferentes unidades, levando em consideração que o compartilhamento de um
mesmo acervo por alunos de várias unidades, demonstra ser insuficiente para atender a
demanda;
♦ que seja disponibilizada e divulgada a todas as bibliotecas das áreas de saúde e
biológicas a lista integral dos títulos recomendados na bibliografia básica para os
cursos de graduação oferecidos no ICB visando a possibilidade de aquisição pelas
bibliotecas;
♦ que seja criada uma política para a área de saúde através da formação de uma comissão
composta de profissionais de bibliotecas, docentes e Sistema Integrado de Bibliotecas
da USP, para atualização da bibliografia recomendada pelo ICB, visando estabelecer
critérios definidos em relação à duplicação ou não do acervo para atendimento das
necessidades;
♦ que se estude novas possibilidades em relação ao repasse de verbas, considerando o
número de alunos matriculados em cada unidade.
Referências *
FONSECA, E.N. Seleção de material bibliográfico em bibliotecas universitárias
brasileiras: idéias para um modelo operacional. In: MIRANDA, A.L.C. – Estruturas de
informação e análise conjuntural: ensaios. Brasília: Thesaurus, 1980. p. 63-85.
HILL, D.R.; STICKELL, H.N. Brandon/Hill selected list of books and journals for the
small medical library .Bull Med Libr Assoc, v. 87, n. 2, p. 145-169 , Apr. 1999.
*
De acordo com NBR-6023 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1989.
�14
KLAES, R.R. Sistema de informação gerencial para desenvolvimento de coleções. Ciênc
Inf, v. 20, n. 2, p. 220-228, jul./dez. 1991.
KRZYZANOWSKI, R. F.; MONTEIRO, A.M.C.C. Avaliação do uso da coleção de
livros didáticos existentes na biblioteca da Faculdade de Odontologia da Universidade de
São Paulo. Rev Esc Bibliotecon UFMG, v. 15, n. 2, p. 270-298, 1986.
LANCASTER, F.W. Avaliação de serviços de bibliotecas. Trad. de Antonio Agenor
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MIRANDA, A.L.C. Acervos de livros das bibliotecas das instituições de ensino superior
no Brasil: situação problemática e discussão de metodologia para seu diagnóstico
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SÃO PAULO. Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento
Econômico. USP: Universidade de São Paulo. São Paulo, 1990. p. 41-42.
SCHMIDT, S.; PRYSTHON, C.F.; ROCHA, J.G.C.; ROCHA, E.C. Alocação de recursos
para aquisição de livros para o Sistema de Bibliotecas da UFPE. Ciênc Inf, v. 20, n. 2,
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Alma mater paulista. São Paulo, EDUSP, 199?.
p.138-141.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Pró-Reitoria de Graduação. Catálogo dos cursos de
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VERGUEIRO, W.C.S. Desenvolvimento de coleções : uma nova visão para o
planejamento de recursos informacionais. Ciênc Inf, v. 22, n. 1, p. 13-21, jan./abr. 1993.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Diagnóstico da acessibilidade à bibliografia recomendada nos cursos de graduação das áreas de saúde e biológicas na Universidade de São Paulo- Campus de São Paulo.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Eleutério, Sonia Garcia Gomes
Prati, Suely Cafazzi
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Verifica se os alunos de graduação das áreas de saúde e biológicas tiveram acesso à bibliografia recomendada para as disciplinas obrigatórias dos cursos de graduação oferecidos no Instituto de Ciências Biomédicas
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4131/SNBU2002_120.pdf
4229c19b08ecd7e4cd7348e13fc7f563
PDF Text
Text
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
E SEUS SERVIÇOS AOS
PROJETOS DE ENSINO À DISTÂNCIA: A EXPERIÊNCIA DA UFSC.
Sigrid Karin Weiss Dutra¹
s ig rid @b u .u fs c.b r
Universidade Federal de Santa Catarina
Biblioteca Universitária
Campus Universitário – Trindade
Florianópolis-SC-Brasil
Ana Maria Bencciveni Franzoni ²
Franzoni@ecv.ufsc.br
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas
Campus Universitário – Trindade
Florianópolis-SC-Brasil
Edis Mafra Lapolli³
Lapolli@ecv.ufsc.br
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas
Campus Universitário – Trindade
Florianópolis-SC-Brasil
RESUMO
O artigo relata a experiência da implantação de serviços de acesso à informação, empréstimo e orientação
no uso dos serviços, na Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina, aos usuários da
modalidade de ensino à distância (virtual presencial), do Programa de Pós-Graduação em Engenharia da
Produção e Sistemas, bem como, para os cursos de mestrado e doutorado interinstitucionais realizados fora
da sede, pelos demais programas de pós-graduação da UFSC. Aborda desde a aquisição de bases de dados e
acesso aos periódicos eletrônicos, em parceria, bem como, propõem o desenvolvimento de novos serviços e
aponta para um Programa Educação de Usuários de Serviços de Informação, atrelado às disciplinas, em
instituições acadêmicas, seja através do uso da Internet ou presencial.
Palavras-chave: Ensino à distância, Bibliotecas Universitárias, Novas tecnologias da
informação.
TEMA: Gerenciamento de Tecnologias e Bibliotecas Universitárias
________________________
1. Mestranda em Engenharia de Produção e Sistemas: Empreendedorismo; Diretora da Biblioteca
Universitária/ UFSC
2. Doutora em Geociências; Profa. da Engenharia de Produção e Sistemas/UFSC
3. Doutora em Engenharia de Produção e Sistemas, Profa. da Engenharia de Produção e Sistemas/UFSC
�2
A era da informação, de forma acelerada, introduz um ritmo de mudanças contínuas na
sociedade humana, afetando às instituições e a sociedade como um todo. Estas mudanças
tem gerado turbulências que não trouxeram somente problemas, mas também, e acima de
tudo, tem se constituído em autênticas oportunidades.
O acesso e uso eficaz da informação e do conhecimento, das novas tecnologias,
se
constituem em ferramentas essenciais para o desenvolvimento econômico e social. Estes
paradigmas da sociedade atual causam um grande impacto sobre o papel da biblioteca na
sociedade, na absorção de novos conceitos e na maneira de pensar a nova Biblioteca
Universitária.
A Biblioteca Universitária deve considerar que a partir do crescimento exponencial da
informação, o crescimento da tecnologia da informação, a crescente complexidade do
conhecimento, a diversidade e formas da sua representação e da transformação do sistema
literário, e também, as tendências e novas modalidades de ensino, impostas pelo aumento
da demanda
no acesso ao ensino superior, o custo ascendente das faculdades,
a
competição entre empreendimentos privados na comercialização sempre crescente do
mercado da educação, deve estar em consonância com esta realidade que vem se impondo
de forma cada vez mais acelerada. E faz com que um número cada vez maior de pessoas
utilizem o acesso à informação em outros formatos além do impresso.
As tecnologias digitais tem contribuindo para um acesso ultrarápido à ricas fontes de
informação, ou seja, a politextualidade, que permite que diversos tipos de textos e imagens,
sons, bancos de dados, serviços de mensagens, redes interativas possam conviver no
mesmo espaço. Está lançado um grande desafio para as Bibliotecas Universitárias, que se
encontram diante da urgente questão,
que é saber como navegar em um espaço
documental híbrido, que inclue tanto o formato impresso como o digital e de como colocar
não somente o seu
acervo fisicamente
localizado em seus prédios e
seus serviços
tradicionais, mas também, o acesso às informações disponíveis no espaço virtual, de forma
integrada aos programas institucionais, à serviço de seus usuários presenciais e virtuais,
vindo a agregar novos serviços com o uso de novas tecnologias.
�3
As instituições que oferecem ensino à distância devem promover a integração da biblioteca
em seus projetos para prover serviços de informação, atividade complexa, que envolve
todos os recursos da biblioteca e requer um certo nível de coordenação entre o pessoal da
biblioteca e a área pedagógica dos programas. (Heller-Ross, 1999)
A ACRL, através da ALA-American Library Association, divulgou, em 1998 uma revisão
das diretrizes de serviços de bibliotecas, onde recomenda que a instituição que promove
ensino à distância deve garantir aos alunos o acesso à informação e serviços da biblioteca.
A UFSC, como uma instituição acadêmica, com 39 cursos de graduação (52 habilitações)
e 104 programas de pós-graduação em nível de mestrado e 26 de doutorado, foi pioneira
no ensino à distância, através do LED-Laboratório de Ensino à Distância, do Programa de
Pós-graduação em Engenharia de Produção e Sistemas, sempre se posicionando como
instituição preocupada com a qualidade do ensino, da pesquisa e extensão e sempre se
destacando como instituição inovadora.
SERVIÇOS DA BIBLIOTECA PARA USUÁRIOS À DISTÂNCIA
No final de 1999, a Biblioteca Universitária da UFSC e a Gerência Administrativa do
LED-Laboratório de Ensino à Distância do Programa de Pós-Graduação em Engenharia
de Produção e Sistemas iniciaram parceria, visando proporcionar o acesso à periódicos
eletrônicos aos alunos do referido programa, que estão estabelecidos no território nacional,
através de empresas e/ou instituições de ensino, que preocupadas com a capacitação de
seus profissionais,
mediante termos de convênio com a UFSC,
através do LED-
Laboratório de Ensino à Distância, proporcionam cursos de mestrado e doutorado, na
modalidade virtual/presencial, através de videoconferência e encontros presenciais.
Tomando por base as estatísticas de uso da base de dados ABI Inform (Proquest), na
versão em CD-Rom, existente desde 1990 na Biblioteca Universitária, e após análise de
algumas bases de dados disponíveis no mercado, e que possibilitassem o acesso remoto
através de senhas, não limitado ao IP
(information Provider) da UFSC, para que
independentemente da localização geográfica o aluno tivesse acesso ao serviço, optou-se
pela assinatura desta mesma base dados com acesso on-line, cujo conteúdo aborda as áreas
�4
de administração, gestão, negócios, economia, finanças, comunicação entre outras e que
possuía, na época, cerca de 800 títulos com texto completo.
Para ampliar a cobertura das áreas de interesse, assinou-se também o Education Plus Text,
com cerca de 170 títulos de periódicos com texto completo na área da educação e ainda o
CSSP/IEEE Computer Society, que oferece acesso às publicações daquela instituição e
para o qual o LED teve que oferecer acesso, via Servidor Proxi, pela limitação de acesso ao
IP existente.
Bases de dados referenciais também foram disponibilizadas e nas versões atuais, utilizando
o protocolo Z39.50, já permitem link para os títulos com texto completo assinados pelas
bibliotecas. O alto índice de acessos, tanto pela clientela remota, como também, pelos
alunos e professores dos cursos presenciais de diversos programas de graduação e pósgraduação da UFSC fizeram com que no ano de 2000 fosse efetivada a renovação dos
mesmos.
Ao contactar a biblioteca os alunos dos cursos à distância tem a responsabilidade de se
identificar em qualquer forma de pedido para assegurar rápido atendimento.
Serviço de referência virtual
Serviço de Referência, abrange todo o espectro que inclui desde uma vaga noção do
assunto aos leitores até um serviço de informação muito abstrato e altamente especializado
(SHERA, 1966) e sintetizado também, como “utilização de recursos da biblioteca visando
prestação de serviços (BECKER, 1963).
A disponibilização da Biblioteca, através de uma página na Internet, os ambientes virtuais,
como listas de discussão, correio eletrônico,
geraram
uma nova demanda para as
bibliotecas, que a partir de então, independente da localização geográfica de seus usuários,
permite que a conheçam e acessem. O atendimento, quase que em tempo real, aos
usuários remotos, foi viabilizado inicialmente através de um e-mail: bib@bu.ufsc.br e
�5
do correio eletrônico dos bibliotecários de cada setor onde as questões de referência,
passaram a ser atendidas também neste ambiente.
Orientação e normalização de trabalhos científicos
A primeira etapa de orientação na elaboração e normalização dos trabalhos científicos , à
distância, se deu com a disponibilização do texto “Como fazer referências: bibliográficas,
eletrônicas e demais formas de documentos”, que baseado na norma NBR6023, de agosto
de 2000, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, exemplifica modelos de
referências, que correspondem aos diversos tipos de documentos.
O usuário pode fazer download deste material, no formato HTML ou PDF. Bem como,
através de e-mail obter respostas e orientações no esclarecimento das dúvidas existentes.
Serviço de Empréstimo
A partir do ano de 2000 o Serviço de Empréstimo foi estendido para a clientela dos cursos
à distância, que a
partir do envio das listas nominais dos alunos,
Coordenadoria de cada Curso, são cadastrados no Sistema Gerencial
fornecida pela
da Biblioteca e
passam a contar com este serviço.
Os prazos de empréstimo são os mesmos adotados para os usuários presenciais e sujeitos
às mesmas normas. Os custos de envio são subsidiados pelos cursos de pós-graduação e
biblioteca e os de devolução por conta de cada aluno.
Serviço de renovação de empréstimos e reserva
No caso de necessidade de ampliação do prazo para uso dos materiais emprestados, o
Sistema Gerenciador utilizado permite aos usuários, a renovação da data, via Internet. Da
�6
mesma forma, ao consultarem o catálogo on-line da biblioteca e observarem que os títulos
desejados se encontram emprestados, permite que se efetue a reserva, via Internet.
O usuário pode, também, via internet, alterar dados de seu cadastro, consultar sua situação
na biblioteca, e, se incluir seu e-mail no cadastro receberá automaticamente mensagens
informando sobre a disponibilidade de material reservado e avisos sobre o vencimento da
data de empréstimo.
Educação dos usuários
A biblioteca, junto à Coordenadoria Pedagógica dos cursos à distância intensificou o
contato
com a comunidade de alunos virtuais/presenciais com a participação dos
bibliotecários em todo o workshop presencial realizado com as turmas dos programas de
pós-graduação, com a palestra: “Biblioteca Universitária da UFSC: seus produtos e
serviços”, quando é feita uma explanação, baseada na URL da biblioteca,
http://www.bu.ufsc.br, simulando o acesso e a realização de buscas nas bases de
dados e instruindo sobre o uso de todos recursos e serviços da biblioteca.
A
página da Biblioteca é atualizada periodicamente pela comissão composta por
bibliotecários e uma analista de sistemas , adotando padrões de ergonomia que facilitem o
acesso e a localização das informações disponíveis. Esta atividade compreende, também, a
elaboração de manuais, guias e tutoriais, impressos e on-line, que orientam sobre as bases
de dados existentes e como utilizar cada uma delas, passo a passo. Para esclarecimento de
dúvidas, o usuário deve fazer contato através de e-mail e/ou telefone.
Gerenciamento dos serviços aos alunos dos cursos à distância
Barton(1991) e
Lebowitz(1997) identificaram possíveis modelos para serviços de
bibliotecas para usuários à distância. A maioria dos modelos publicados para serviços de
biblioteca , dirigidos aos programas de ensino à distância,
descrevem uma divisão
�7
separada da biblioteca, ou um escritório de educação continuada com o propósito de prover
exclusivamente atendimento aos programas á distância. (apud HELLER-ROSS, 1999)
Na Biblioteca Universitária da UFSC, instituição pública de ensino superior, com as
limitações impostas pelo governo, no que se refere a ampliação do quadro de pessoal , a
estrutura vem sendo enxugada e o fator predominante para que inovações possam ser
introduzidas passou a ser a criatividade e a capacidade empreendedora de seus
bibliotecários. A equipe que atende os serviços tradicionais da biblioteca é envolvida
diretamente no atendimento à distância.
Todos os pedidos da clientela dos cursos à distância devem ser encaminhados para o
endereço ead@bu.ufsc.br, cujo atendimento é realizado por um bolsista especialmente
designado para esta finalidade e que gerencia o envio dos livros, cópias de artigos de
periódicos impressos e eletrônicos e demais materiais solicitados,
registro dos
empréstimos e devoluções realizados, orientação no uso dos recursos e serviços
disponibilizados e o controle das reservas on-line realizadas .
O gerenciamento das senhas de acesso aos serviços virtuais e pesquisas em bases de dados
com acesso restrito ao IP da UFSC, é realizado em parceria com os bibliotecários do
serviço de Acesso a Bases de Dados, e as questões específicas são redistribuídas para os
setores da Divisão de Assistência aos Usuários, que retornam ao bolsista, no menor prazo
possível a solução desejada para que este os remeta ao solicitante.
PROPOSTAS PARA IMPLANTAÇÃO DE NOVOS SERVIÇOS
As novas tecnologias na área da informação levam as bibliotecas a re-pensar e re-criar sua
organização, elas estão começando a reconhecer suas demandas especiais, levando os
bibliotecários à ampliarem o seu papel no processo ensino-aprendizagem. Ao mesmo
tempo, em que no espaço virtual os usuários exigem cada vez mais serviços e instruções
on-line.
�8
A Biblioteca Universitária tem investido na capacitação de seus profissionais, visando o
uso de novas tecnologias para a implantação de novos serviços que permitam colocá-la
sempre em vanguarda. Bibliotecários estão se capacitando, desenvolvendo projetos de
mestrado e doutorado que visam trazer inovações e aplicações práticas na sua gestão e
prestação de serviços.
Serviço de referência em tempo real
O serviço de referência no ambiente digital obriga as bibliotecas a repensarem seus
serviços e as levam a explorar novas formas de oferecer serviços , que no processo de
planejamento devem
definir os serviços
e
considerar o grau de satisfação das
necessidades dos usuários, que exigem cada vez mais obter respostas imediatas para suas
questões de referência .
A ALA-America Library Association criou comitês que estabelecem padrões relacionados
à serviços de referência e algumas diretrizes sugeridas podem ser adaptadas para serviços
aos usuários à distância.
A interoperabilidade dos softwares para os serviços de referência virtual está sendo
discutida, devido principalmente ao crescimento de novos sistemas de correio eletrônico e
de softwares intertivos e em tempo real.
Dentro desta perspectiva é proposta a utilização de uma ferramenta de atendimento que
permita a troca de mensagens entre usuário e bibliotecário, em tempo real, como por
exemplo, a introdução de um chat na página da Biblioteca Universitária.
Os softwares interativos usados para os chamados chats, apesar de serem muito populares
na Internet, não são usados nas bibliotecas devido a complicações que apresentam, tanto
sua configuração, com no seu funcionamento (ARELLANO, 2001). Segundo Meola
(1999) os novos “java browsers” permitem que os programas de chats já estejam
integrados nas páginas web e estão se convertendo no intermediário entre referência virtual
via correio eletrônico e a videoconferência.
�9
Programa de educação continuada de usuários
Como resultado da dissertação de mestrado de uma das bibliotecárias, obteve-se a proposta
de estabelecer um Programa de Educação de Usuários partir de um estudo baseado no
modelo de busca de informação denominado ISP- Information Search Process,
desenvolvido por Kuhlthau (1994), através da proposta da utilização de um modelo de
mediação e educação, dando ênfase, não apenas às ações de busca e uso da informação,
mas também às habilidades cognitivas e afetivas dos usuários , onde o bibliotecáriomediador,
desafie os usuários com experiências de aprendizagem significativas,
contextualizadas.
Para serem significativas estas experiências de aprendizagem devem acontecer no contexto
das disciplinas acadêmicas, independente de serem presenciais ou à distância.
“Os treinamentos de usuários oferecidos pelas bibliotecas, geralmente no início do ano
letivo, descontextualizados dos conteúdos a serem aprendidos, são rapidamente
esquecidos, pois a aprendizagem só ocorre quando ela é significativa, ou seja, quando
motivada por uma necessidade real por parte do estudante” (ALVES, 2001)
Digitalização e disponibilização da produção científica da UFSC
A Biblioteca Universitária da UFSC em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa e pósGraduação pretende disponibilizar sua produção científica, iniciando pelas dissertações de
mestrado e teses de doutorado, em formato PDF.
Houve ampla discussão com a Câmara de Pós-graduação e que culminou com a instituição
da obrigatoriedade da entrega dos trabalhos, na Biblioteca, em formato digital, a partir de 5
de agosto de 2002. A partir de então, com a autorização dos autores poderão ser acessados
diretamente no módulo de consulta ao acervo local, através de seu software gerenciador.
Além disso, a Biblioteca também integrará o projeto nacional da BDB-Biblioteca Digital
Brasileira, proposta pelo IBICT- Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
�10
Tecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia. A “BDB propõe-se a integrar em um
único portal os mais importantes repositórios de informação digital do país, aumentando a
presença de conteúdos brasileiros na Internet, em sintonia com as diretrizes do Programa
SocInfo.” (IBICT)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Impossível imaginar qualquer processo de ensino-aprendizagem sem um suporte
informacional, que no ensino tradicional está em grande parte no formato impresso e
armazenado nas bibliotecas das instituições. Neste sentido, no atual contexto, onde a
importância da educação e a alta demanda por ela, não está mais a exigir que a educação se
processe em ambientes de sala de aula, onde a educação à distância possibilita a
democratização do aceso a educação, e está em franca expansão, também as bibliotecas,
com seus serviços tradicionais precisam se adaptar a esta nova realidade.
Por isso, a BU/UFSC, não poderia estar à margem dos projetos de ensino a distância da
instituição, e numa ação inovadora estendeu seus serviços a todos os alunos a distância.
Ao fazermos uma análise dos serviços prestados aos usuários remotos na BU/UFSC, de
1999 a 2002, observamos um aumento considerável na demanda e por outro lado, um
aumento expressivo da disponibilidade de recursos de informação possíveis de serem
acessados remotamente.
O momento é propício para se fazer uma avaliação, medir o grau de satisfação da clientela
e principalmente os resultados na qualidade das dissertações e teses defendidas após a
implantação do acesso aos serviços da biblioteca aos alunos à distância.
�11
REFERÊNCIAS
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Libraries. Guidelines For Distance Learning Library Services. Disponível
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Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina,
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and the Organizations of Knowledge. [S.l.], Archon Books, 1966. p.158-168.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
A Biblioteca Universitária e seus Serviços aos Projetos de Ensino à Distância: a experiência da UFSC.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Dutra, Sigrid Karin Weiss
Franzoni, Ana Maria Bencciveni
Lapolli, Edis Mafra
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata a experiência da implantação de serviços de acesso à informação, empréstimo e orientação no uso dos serviços, na Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4130/SNBU2002_119.pdf
c23ee59fb121946d50a5183d430b31b4
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Text
ANÁLISE E TRAJETÓRIA DO SERVIÇO DE COMUTAÇÃO
BIBLIOGRÁFICA DA FOUSP: DADOS ESTATÍSTICOS E
ABORDAGENS ATUAIS
Rosemeire de Fátima Ferreira Pinheiro Costa
roseleme@usp.br
Glauci Elaine Damasio
damasio@usp.br
As atuais tecnologias incorporam uma nova forma de circular e sistematizar informações.
Baseada nesta informação, este trabalho busca evidenciar como o serviço de comutação
bibliográfica do SDO – Serviço de Documentação Odontológica da Faculdade de
Odontologia da USP – Universidade de São Paulo trabalhou nos últimos seis anos,
mostrando através de dados estatísticos esta trajetória. Discorre sobre o impacto das novas
tecnologias de informação e da Internet, em particular a disponibilidade dos periódicos
online e as suas conseqüências no serviço de comutação. Aborda a questão Acesso X
Custos X Disponibilidade, avaliando vantagens e desvantagens da estrutura atual em
relação ao acesso virtual no âmbito da comutação.
Palavras chaves: Comutação bibliográfica, documentos eletrônicos, tecnologias da
informação .
Instituição: USP – Universidade de São Paulo
Faculdade de Odontologia
SDO – Serviço de Documentação Odontológica
Av. Prof. Lineu Prestes, 2227 – Cidade Universitária
CEP: 05508-900 – São Paulo - Brasil
�1
Introdução
Muitas têm sido as mudanças em nossa sociedade nos últimos séculos, com relata Chartier
(1994): “ a revolução do nosso presente é, com toda certeza, mais que de Gutemberg. Ela
não modifica apenas a técnica de reprodução do texto, mas também as próprias estruturas e
formas de suporte que o comunica a seus leitores”. (p. 187)
Diante desse novo contexto competitivo – global e desigual – da chamada Sociedade da
Informação, o profissional da área, mais que nunca, será um parceiro do próprio cliente. O
momento é de desafios estimulantes, mas que exigem decisão rápida, mudanças radicais,
por parte dos profissionais, dos órgãos de classe e das instituições educacionais.
Nas
últimas
décadas
temos
testemunhados,
em
velocidades
cada
vez
maiores,
transformações amplas e profundas. Esse desenvo lvimento, de natureza tecnológica,
política, econômica e social modificou significativamente os mais diversos aspectos da
sociedade atual.
De uma forma especial, esse desenvolvimento se faz refletir no funcionamento das
organizações. Esta pesquisa realizada junto ao setor de Comutação do Serviço de
Documentação Odontológica – SDO da Universidade de São Paulo, procurou traçar a
trajetória dos últimos seis anos, revelando as mudanças que influenciaram no dia -a-dia do
setor.
O volume excessivo de informações, aliado a uma tecnologia que leva ao aumento da
produção de novas informações, exige cuidados especiais, pois não basta ter informações
disponíveis, é preciso que estas estejam organizadas e acessíveis a tempo de vencer a
concorrência e elaborar estratégias competitivas.
A evolução das ferramentas de armazenamento e recuperação da informação está levando a
uma modificação no modelo das informações tratadas pelos sistemas.
�2
Diferentes tecnologias, como armazenamento em discos ópticos, redes de comunicação,
sistemas de gerenciamento de textos, sistemas de hipertexto e hipermídia, além do
arquivamento eletrônico de documentos, dão margem ao desenvolvimento de vários
produtos de gerenciamento de textos e imagem.
A informação é vista como um meio de superar a inércia e aumentar a estratégia
competitiva
nas
organizações.
Essas
ações
certamente
requerem
investimento
e
planejamento, além de critérios de seleção de produtos e conhecimento dos softwares e
serviços disponíveis.
Segundo Barsotti (1990, p.23) “ à medida que o tempo ia avançando o computador foi se
afirmando cada vez mais como grande aliado da biblioteconomia e tudo o mais referente à
informação e ao seu manuseio.”
Os serviços informacionais, de modo a que possam alcançar qualidade, eficácia efetividade
em seus produtos, devem se centrar em reduzir a incerteza e aumentar o domínio do
conhecimento sobre o contexto em que estão inseridos, uma vez que o processo decisório
tem origem na identificação de uma necessidade e, consequentemente, na busca e
recuperação das respostas/informações, as quais irão satisfazer essa necessidade. O
processo de tomada de decisão envolve pesquisa e, a partir das informações extraídas da
pesquisa, o interessado decide as suas atitudes.
Conforme Faqueti & Ohira (1999), as bibliotecas são atingidas pelas modificações
tecnológicas de uma forma inquestionável e ratificam a tese de que o acesso à estante, aos
livros em formato material deve ser substituído pela possibilidade do acesso à informação
de qualquer lugar, ou seja, teremos um acesso a bits (de informação), e não a átomos (de
materiais), diferenciação esta bem discutida por Negroponte (1995).
As bibliotecas universitárias estão diretamente ligadas à qualidade dos cursos de suas
universidades, sejam eles de graduação ou de pós-graduação.
�3
A universidade é um espaço privilegiado para que ocorra o processo de construção de
acessibilidade, pois envolve a formação de distintas categorias de profissionais, e, além
disso, as condições de acessibilidade que adota possuem um efeito multiplicador, pois
funcionam como um modelo para várias outras instituições de ensino superior.
Os ambientes universitários estão associados à produção e disseminação do conhecimento,
destacando-se a informação como um dos elementos relevantes neste processo.
O periódico eletrônico: surgimento e tendências
O periódico científico é o meio mais utilizado para a difusão de resultados de pesquisa e
para a comunicação entre pares da “comunidade científica”. Esta importância dada à
revista foi muito marcante, no Brasil, no período 1960-1970. Após uma diminuição dos
recursos, nota-se atualmente, uma elevação destes às publicações periódicas para difundir
os conhecimentos produzidos, paralelamente ao desenvolvimento da utilização das
tecnologias da informação e da comunicação (Mueller, 1994).
Diversas publicações mostram o interesse que representa a revista científica para a
pesquisa. Ela é uma fonte essencial de informação para a ciência em curso de formação,
um indicador da atividade científica de grupos de pesquisadores e um indicador da
evolução de uma ciência. O periódico pode ser considerado como um meio essencial para a
pesquisa, a revista é utilizada de forma intensa pelos estudantes que preparam uma tese,
por exemplo. As pesquisas realizadas junto a este público revelam que há dificuldades em
se encontrarem referências úteis, por isso se faz importante a existência de um serviço que
faça a busca de referências pertinentes ao pesquisador, porém as mesmas encontram-se em
outro acervos. Isto explica por que os profissionais da informação que trabalham nas
unidades de formação e de pesquisa, preocupam-se com a criação ou com os meios
disponíveis para melhor alcançar a informação.
�4
Segundo Cunha (1994), a possibilidade de se utilizarem as tecnologias da informação nas
bibliotecas, principalmente nas bibliotecas universitárias é vantajosa para a pesquisa. Outro
fator imprescindível para o acompanhamento tecnológico é citado por Cianconi (1990), a
autora insiste na necessidade de formação inicial e de formação continuada das equipes de
documentação para a pesquisa de artigos online.
O nascimento da revista eletrônica, conforme Le Coadic (1995) deu-se em 1978, no New
Jersey Institute of Technology. Mas esta experiência e também uma segunda conduzida na
Grã-Bretanha (1980-1984), bem como uma terceira realizada na França (1984-1987),
fracassaram. Dez anos depois, as tecnologias avançadas permitem a proposição de um
meio com maior conformidades às necessidades dos leitores e mais econômico.
A revista eletrônica permite, atualmente, uma difusão rápida e contínua dos artigos, acesso
permanente, qualquer que seja o lugar onde a pessoa se encontre, e maiores possibilidades
de pesquisa. Para Población (1992) apud Menezes (1999) torna-se muito importante insistir
na rapidez de acesso à informação possível – para ela, somente via comunicação
eletrônica.
Miranda (1994), pensa que a extensão da infra-estrutura telemática não garante uma oferta
de serviços de informação em bases mais justas e equiparáveis. Ele discute a questão da
informatização como ideologia, sua globalização e o surgimento das bibliotecas virtuais,
levando em consideração que a inovação tecnológica exige grandes adaptações sociais.
Mueller (1994), por exemplo, a partir de uma recensão de estudos sobre os colégios
invisíveis e um resgate dos fluxos da informação científica por meio das tecnologias,
mostra que estas tecnologias oferecem facilidades para a comunicação. Segundo a mesma
autora, o problema mais fácil de se resolver é o referente aos aspectos tecnológicos. Mas
são as outras questões ligadas, principalmente, à adaptação psicológica dos usuários ao
estabelecimento da prioridade dos autores e
à confiabilidade das informações as mais
difíceis de serem resolvidas. Mas, se a principal vantagem é a vantagem é a velocidade da
divulgação que permite, em parte, a resolução das dificuldades ligadas à distribuição, os
problemas àqueles que não têm acesso à rede continua.
�5
Stumpf (1996) enfatiza a velocidade e os baixos custos, especialmente durante as etapas de
impressão e distribuição, mas o tempo necessário à avaliação pelos referees não é
comentado. A inconveniência relevada pelo autor é a da interatividade, possível graças aos
meios eletrônicos, que podem mudar os conteúdos dos trabalhos.
Conclui-se que agora é o momento de posicionar a comunicação científica brasileira no
movimento internacional de publicação eletrônica. A utilização das redes parece ser uma
solução. As tecnologias permitem eliminar as barreiras geográficas, os colégios invisíveis
de desenvolvem, o fluxo de informação se transforma todo dia, e o acesso a alguns
documentos é gratuito, permitindo maior agilidade na busca pela informação.
O setor de Comutação e sua trajetória
Ter acesso à informação é parte indissociável dos serviços de uma biblioteca. As
bibliotecas,
principalmente
as
universitárias,
tradicionalmente
possuem
o
setor
de
comutação, o qual possui como objetivo principal intercambiar documentos entre as várias
bibliotecas. Dependendo do acervo da biblioteca, esta terá maior ênfase no atendimento ou
solicitação de artigos.
A possibilidade de se utilizarem as tecnologias da informação nas bibliotecas em geral e
principalmente nas bibliotecas universitárias é vantajosa para a pesquisa. Há a necessidade
de se dispor de um equipamento próprio e de se utilizarem redes para aumentar a qualidade
dos serviços prestados. A comutação constitui-se em um processo dinâmico, associado não
só ao desenvolvimento tecnológico, mas principalmente ao desenvolvimento da sociedade
O SDO é considerado centro de referência na América Latina na área odontológica,
possuindo um dos maiores e melhores acervos na área. Tal fato fez do SDO centro
coordenador da rede de saúde oral do sistema BIREME - Centro Latino-Americano e do
Caribe de Informação em Ciência s da Saúde, ficando a seu cargo a administração dos
demais núcleos espalhados pelos Brasil.
�6
Como resultado, a comutação do SDO efetua um número bem maior de atendimento de
artigos se comparado com o número de solicitações de materiais não encontrados na
biblioteca. (Veja Gráfico 1 e 2).
A área de comutação bibliográfica, segundo Cunha (2000), tem crescido de importância
nos últimos trinta anos. Em meados dos anos 70, com a introdução do acesso em linha aos
bancos de dados comerciais, as bibliotecas passaram a ter enormes demandas de cópias de
artigos de periódicos de títulos inexistentes nos acervos locais. Nos anos 80, com a
existência de centenas de bibliotecas utilizando os catálogos públicos de acesso em linha e
dos catálogos de livros e periódicos, houve crescimento dos pedidos de documentos
disponíveis em outras regiões. Entretanto, como advento da informação digital, a
comutação bibliográfica deixou ser um mero mecanismo de superar falhas do acervo para
se transformar em uma das áreas básicas da organização bibliográfica.
Nos processo de pesquisa e difusão de conhecimentos, os profissionais das bibliotecas
possuem um papel fundamental a exercer tanto no ato de compatibilizar os serviços
bibliográficos, como na modernização da pesquisa pela utilização das tecnologias (Souza,
1990).
A
comutação
bibliográfica
acompanhou
o
desenvolvimento
tecnológico,
principalmente nos últimos anos em que o uso da informática e suas aplicações sofreu
grande desenvolvimento, uma evolução no conceito de acesso ao documento.Além do
aumento dos números de atendimentos, o setor sofreu mudanças de acordo com os avanços
tecnológicos, como exemplo temos a utilização do software Ariel que proporciona o envio
de documentos de forma eletrônica para um IP de máquina ou e-mail, possibilitando, desta
forma, um envio mais rápido que a forma tradicional, permitindo o estabelecimento de
maiores contatos, mais rápidos e mais eficazes e contribuindo para o crescimento da
produção de artigos, teses, dissertações e outros tipos de documentos.
Considerando a complexidade do tema, procurou-se fazer um recorte analítico no setor de
comutação bibliográfica do Serviço de Documentação Odontológica da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo – SDO - USP, recorte este que mantivesse a
�7
variedade de aspectos envolvidos, tendo a escolha recaído sobre o ambiente de uma
biblioteca universitária de grande porte.
Baseado nos dados estatísticos dos últimos seis anos, traçamos aquilo que denominamos
como a trajetória do setor de comutação do SDO.
PEDIDOS RECEBIDOS
131.742
110.473
92.315
84.102
68.399
53.757
6574
10.657
11.720
7.784
1996
1997
1998
1999
ANO
PEDIDOS ATENDIDOS
6.814
2000
10.414
2001
NÚMERO DE CÓPIAS
Gráfico 1 – Pedidos atendidos pelo setor de comutação bibliográfica do SDO
Como mostra o Gráfico 1, os pedidos atendidos tiveram aumento considerável, obtendo em
seu trajeto, mais especificamente em 1999 uma queda brusca, recuperando-se rapidamente
no ano seguinte. Tal queda deve-se a dois fatores: greve nas universidades estaduais e a
suspensão do serviço de fotocópias da biblioteca, ambos os fatores perduraram por meses.
Portanto, deve-se a esses fatos a diminuição no número de atendimento do setor. Nota-se
claramente o aumento nos atendimentos após a superação do problemas., tanto que o setor
atingiu no ano de 2001 atendeu mais de dez mil pedidos, perfazendo um toral de 131.742
cópias enviadas, inclusive eletronicamente.
�8
PEDIDOS SOLICITADOS
12.137
10.956
8.840
8.796
5.011
4.694
649
1996
877
1.014
1.313
966
879
1997
1998
1999
2000
2001
ANO
PEDIDOS ATENDIDOS
NUMERO DE COPIAS
Gráfico 2 – Pedidos solicitados pelo setor de comutação bibliográfica do SDO
Grande parte dos artigos solicitados não são constituídos por falhas na coleção, e sim
títulos de periódicos da área médica, saúde pública e outras, ou seja, títulos que não fazem
parte da política de aquisição da biblioteca até porque seria impossível abranger áreas
correlatas.
Analisando o gráfico das solicitações podemos verificar no ano de 1999 um aumento no
número de pedidos. Além do fato de que com o passar dos anos há mais usuários
solicitando artigos para o desenvolvimento de seus trabalhos, esse aumento deve-se
também à falta do serviço de fotocópias, o que obrigou o setor a solicitar artigos para outra
bibliotecas.
�9
Conclusões
Apesar
da
literatura
visualizar
o
acesso
rápido
a
documentos
disponibilizados
eletronicamente, temos que admitir que este fato está muito longe de ser alcançado no
Brasil devido à estrutura, custos e questões legais que o acesso eletrônico demanda, porém
a tendência é que, gradativamente, ocorra a substituição da busca do documento a um só
local pelo acesso eletrônico acessível a todos os interessados.
Considerando os dados apresentados pelos gráficos, podemos concluir que:
Ø O setor de comutação bibliográfica do SDO, mostrou uma evolução considerável em
seus serviços, tanto em números de pedidos atendidos como também na inserção de
tecnologias, inovando e atualizando sua forma de trabalho com o intuito de oferecer
qualidade nos serviços prestados.
Ø Os dados mostram que a demanda por artigos em acervos tradicionais continua
crescendo apesar da disponibilidade eletrônica de muitos periódicos.
A convergência e o uso integrado das tecnologias de comunicação, de computação e de
conteúdos em formato digital, cujo paradigma é a Internet, tem contribuído nos últimos
anos para criar um novo ambiente de acesso, disseminação, cooperação e promoção do
conhecimento. Estamos em meio a este processo, cujas conseqüências ainda não podemos
avaliar completamente, porém devemos adotar mecanismos que maximizem a integração e
interoperabilidade amplas entre serviços de informação.
Abstract:
Current technology incorporate a new way of circulate and access information. Based in
this information, this work look for to be evident how the service of bibliographic
commuting of SDO – Dental Documentation Service of University of São Paulo Dentistry
School. Describe about the impact of information new technologies and of Internet, in
particular the on line periodicals availability and its consequence in commuting service.
Board the question Access X Costs X Availability, valuing advantage and disadvantage of
current structure in relation to virtual access in commuting extent.
Key words: Document delivery, documents electronics, information technologies.
�10
REFERÊNCIAS*
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�
Dublin Core
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFPE
Date
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2002
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Português
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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Análise e trajetória do serviço de comutação bibliográfica da FO/USP: dados estatísticos e abordagens atuais.
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Costa, Rosemeire de Fátima F. P.
Damasio, Glauci Elaine
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2002
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Aborda a questão Acesso X Custos X Disponibilidade, avaliando vantagens e desvantagens da estrutura atual em relação ao acesso virtual no âmbito da comutação.
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c1e468a3975d65bc206534a00edfe4e1
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WEB SEMÂNTICA: NOVO DESAFIO PARA OS PROFISSIONAIS DA
INFORMAÇÃO
Rosa Maria Vivona Bertolini Oliveira1
RESUMO
Aborda, à luz da literatura, a evolução da web para a Web Semântica ou Inteligente, e suas
possíveis aplicações, interferências ou impacto nos atuais processos de indexação,
editoração e recuperação da informação. Apresenta a recente história da Web Semântica
que objetiva compreender, estruturar e gerenciar os conteúdos armazenados na web, na
forma de texto, som, imagem e gráficos a partir de valoração semântica desses conteúdos.
São abordados no artigo, os componentes básicos necessários para implementação da Web
Semântica: (a) representação do conhecimento, expressa pelas linguagens de marcação
(SGML, HTML, XML, RDF); (b) ontologia, a disciplina que estuda e determina as
relações entre conceitos estabelecendo regras lógicas de raciocínio sobre estes conceitos
gerando linguagens que são compreendidas pelos computadores e, (c)
agentes que são
programas gerados para coletar conteúdos na web a partir de fontes diversas, processar a
informação e permutar os resultados com outros programas permitindo através de
linguagem que expressa inferências lógicas resultantes do uso de regras e informação como
aquelas especificadas pelas ontologias. Aborda ainda aplicações da Web Semântica que
encontram lugar no comércio eletrônico com a produção de eficientes catálogos eletrônicos
e em sites não comerciais, objetivo maior deste estudo. A incorporação desta nova
abordagem de criação e forma de documentos, ao fazer do profissional bibliotecário
demandará, tempo e esforço conjunto de vários segmentos representados pelas instituições
de ensino em ciências da informação através de inserção de novas disciplinas nos
currículos mínimos de graduação e nos cursos de pós-graduação da área, especialmente os
oferecidos na modalidade de ensino à distancia, como das instituições de fomento à
pesquisa com a manutenção de programa na área e instituições responsáveis pela infraestrutura de comunicação de dados.
1
Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Sistema de Bibliotecas e Informação. Rua Marechal
Deodoro,1099, Campinas, SP, Brasil, 13020-904. E-mail: vivona@puc-campinas.br
1
�1
Introdução
Partindo da premissa de que o ser humano necessita constantemente renovar seus conceitos
(idéia fortemente explorada pela mídia propaganda) em busca de novas formas de
reconhecimento e entendimento desse novo mundo digital onde tudo está a mudar e tão
vertiginosamente que as concepções de vida, os métodos e formas de trabalho, as atitudes e
os valores necessitam ser revisitados ou rehabitados de forma imperativa. Este processo
implica em entendimento do que
há de realmente novo, separando com a maior clareza
possível o que são novas formas ou roupagens de novas essências.
A inserção dos profissionais bibliotecários neste novo e complexo mundo digital têm
provocado
alterações no “modo de fazer” biblioteconomico impulsionado não só pelas
novas tecnologias de informação como de comunicação.
Segundo Alvarenga (2001), os profissionais bibliotecários, desde o final da década de 60 e
início dos anos 70, já vinham oferecendo serviços
com utilização de tecnologia de
processamento eletrônico de dados, como acesso a bases de dados referenciais e OPAC’s
(on line public access catalogs) possíveis graças à padronização de dados e formatos.
O domínio completo da representação descritiva e de conteúdos através de regras e códigos
de catalogação (AACR2, ISBD) e classificação (CDD,CDU,LC,...) de materiais
bibliográficos convencionais e não-convencionais recebe impacto, não apenas pela
multiplicidade ou variedade de suportes informacionais mas pela inserção de novos atores
e novas tecnologias no ambiente informacional. Altera-se pois, em ambientes digitais, a
forma de representação da produção de documentos e forma de recuperação da
informação, onde reside talvez, o mais alto nível de dificuldade para profissionais/ atores
deste novo cenário.
Pode-se inferir que as mudanças dos paradigmas do fazer nas bibliotecas tradicionais para
digitais, contidos nos documentos e na própria natureza, não estão nem nos conteúdos, pois
estes não mudaram, continuam sendo produzidos em um novo contexto, libertados do
formato em papel onde ganham nova vida com agregações de sons e imagens e com
possibilidade de uso ( que vai além do simples acesso ) por um número maior de pessoas,
não cabendo neste momento discussão sobre a inclusão e exclusão digital que ocorrem em
nosso país.
2
�O espaço da biblioteca digital abriga portanto qualquer tipo de documento produzido,
independente de sua materialidade e apresenta-se como a concretização de um velho
sonho, o da biblioteca universal bem ao gosto não só dos enciclopedistas franceses, como
de todos nós. Existente e pronto está o espaço. Agora é só reorganizá-lo. A empreita está
nas mãos de inúmeros
agrupados
profissionais das mais diferentes áreas e
(ou classificados?) como profissionais
da informação.
especialidades, porém
São eles engenheiros
elétricos, jornalistas, lingüistas, bibliotecários, artistas gráficos, psicólogos e quem mais
puder agregar valor a este novo espaço.
2
Web Semântica ou Inteligente
A Web Semântica ou Inteligente, vem se apresentando como solução para ordenar o caos
informacional existente na web.
Segundo Berners-Lee et alii (2001), a web semântica será uma extensão
porém
da web atual
apresentará estrutura que possibilitará a compreensão e o gerenciamento dos
conteúdos armazenados na web independente da forma em que estes se apresentem, seja
texto, som, imagem e gráficos à partir da valoração semântica desses conteúdos, e através
de agentes que serão programas coletores de conteúdo advindos de fontes diversas capazes
de processar as informações e permutar resultados com outros programas
A web
semântica, a exemplo da web atual, será
tão descentralizada quanto possível e
deverá manter a responsabilidade exigida por esta descentralização, procurando alcançar o
ideal de consistência de interconexões, porém permitindo seu crescimento exponencial.
O fantasma de perda de informação
ou mensagens do
tipo “Error 404: Not Found”
deverão inexistir, ou estar, sob controle, ainda segundo os autores.
Para a implementação
pesquisadores
ou reorganização da web semântica
há um contigente de
trabalhando no W3C- World Wide Web Consortium,
hospedado
no
Massachusetts Institute of Tecnhology, Laboratory for Computer Science, nos Estados
Unidos, no Institut National de Rechurche in Informatique et em Automatique, na França,
e no Japão, a Keio University Shanam Fujisawa. O W3C é um fórum aberto de indústrias
e organizações com a missão de alavancar a web ao seu potencial máximo (www.w3.org;
www.w3.org./People ).
3
�Basicamente, a web
semântica
se compõe de três elementos: (a) Representação do
conhecimento (Knowledge representation);
(b) Ontologias (Ontologies) e (c) Agentes
(Agents).
(a) Representação do conhecimento
A web semântica trará estrutura ao conteúdo significativo (valoração semântica) de
páginas web criando um ambiente onde programas-agentes ou agentes inteligentes
buscando de uma página à outra poderá, imediatamente, executar tarefas sofisticadas para
os usuários.
(b) Ontologias
Designa
a faceta semântica da representação dos seres, dos entes, aquilo
que se
convenciona chamar de assuntos , conteúdos temáticos dos registros sobre a realidade.
A ontologia seria então, como uma especificação de uma conceituação. A Ontologia, na
web semântica estabelece uma ligação terminológica entre membros de uma comunidade
podendo ser estes membros, agentes humanos ou máquinas. No jargão dos pesquisadores
em inteligência artificial,
uma ontologia é um
documento ou arquivo que define
formalmente a relação entre termos.
Cabe neste contexto de formalidade relacional apresentar os metadados .
Etmologicamente, metadado significa “dado sobre dado”; dado que descreve a essência,
atributos e contexto de emergência de um recurso e caracteriza suas relações, visando o
seu acesso e uso potencial (FERREIRA, 1986).
Segundo Ikematu (2001), definir metadados tem sido uma tarefa
difícil pois as várias
interpretações sobre o assunto estão relacionadas ao estágio da organização dentro da
hierarquia evolucionária de gestão do conhecimento.
São apresentados alguns conceitos sobre metadados. Dados que descrevem atributos de
um recurso, suportando um número de funções, como: localização,
descoberta,
documentação, avaliação e seleção. Ou ainda, “Metadado é dado associado com objetos
que auxilia seus usuários potenciais a ter vantagem completa do conhecimento da sua
existência ou características”.
4
�O autor salienta ainda que se há necessidade
linguagem
de integração e de uniformidade de
e significado dos dados através da organização, os metadados devem ser o
núcleo dos esforços de forma centralizada. Para que isto ocorra, a instituição deve ter
pleno conhecimento
das vantagens da organização e da documentação dos dados.
informação baseada em metadados enriquece documentos
A
com informações semânticas
acrescentando explicitamente metadados aos recursos informacionais.
Existem várias linguagens de metadado que podem ser utilizadas para marcar ou anotar
estes recursos informacionais, como o XML e RDF (STAAB et alli, 2000, p.148).
As linguagens de marcação (markup languages) evoluiram desde o SGML (Standard
Generalized Markup Language), para o HTML (Hypertext Markup Language) em 1980 e
XML (Extensible Markup Language) em 1996.
Ao contrário da HTML que através das marcas pré-definidas gerenciam os textos marcados
e controlam sua representação estabelecendo ligações entre os documentos, a linguagem
XML marca semânticamente um documento. XML consiste em
marcação
padrão utilizado para
de documentos que contém informações estruturadas, ou seja, documentos que
contém uma estrutura clara e precisa da informação armazenada e obtida com XML. Esta
estruturação define e separa claramente conteúdo, significado e apresentação.
Assim os
documentos em XML podem ser indexados com maior precisão que as páginas planas
escritas em HTML.
O padrão XML permite troca de informações entre diversas plataformas e possibilita a
descrição de dados em arquivos texto. A linguagem XML torna-se poderosa ferramenta
para a publicação de informações na web (OLIVEIRA, 2002).
O padrão XML pode ser utilizado de modo geral, no armazenamento de bases de dados
e documentos estruturados e as aplicações de XML criam novos padrões e linguagens
(www.xml.com.br).
A sintaxe de
um documento XML é armazenada
em tabelas
DTD - Document Type
Definition que determinam as regras, hierarquias e marcações criadas para caracterizar as
informações do documento (BAX, 2001).
5
�Enquanto a função principal do metadado é descrever um documento através de atributos
conferidos
a um objeto, retratando as suas características como dimensão, formato,
autoria, localização e outros com o objetivo de intercambiar dados, o RDF – Resource
Description Framework é um grafo para descrever e intercambiar metadado.
Segundo Tim Bray (www.xml.com/ltp/a/2001/01/24/rdf.htm) as regras para construção de
RDF são: Fonte (Resource), qualquer coisa que possa ter uma identificação na rede – URI
(Uniform Resource Identifier); ou um elemento individual de
um documento XML;
-
Propriedade, é uma fonte que possui um nome e pode ser usado como uma propriedade e –
Afirmação (statement) que consiste na combinação de uma fonte, uma propriedade e um
valor, partes estas conhecidas como “assunto”, “predicado” e “objeto” de uma Afirmação
(statement). Para um objeto 0 existe um atributo A cujo valor é V, sendo que objetos e
valores são intercâmbiados em RDF, onde um objeto pode ser um valor. Em grafos RDF
pode-se identificar de que tipo é o objeto e estabelecer relações à sua definição (Decker et
alii, 2000).
Várias implementações podem ser desenvolvidas utilizando RDF nível simples ou Schema
RDF e aplicações XML.
O modelo a ser adotado para a web semântica parte do modelo RDF geral. Este modelo
básico contém apenas conceito sobre asserção (assertion) e de “quotation” – criando
asserções sobre asserções, portanto necessita, segundo
Berners-Lee (2001), em artigo
“Semantic Web Road Map” implementações e aplicações como conversão de linguagem,
leis da lógica, com o objetivo de imprimir lógica aos documentos; predicado lógico
(not, and, or) e leis de quantificação (para todo x y (x)). Neste estágio, o autor ainda cita
a introdução da linguagem
de provas e de busca e índices de termos evoluindo para
vocabulário .
A arquitetura da web semântica é processo em construção por grupos de trabalho da
W3C (www.xml.com/pub/r/1246; www.w3.org) com o objetivo de mapear as complexas
relações
semânticas, lógicas, de sintaxe e de apresentação dos documentos no novo
espaço.
6
�(c) Agentes
A função dos programas agentes ou agentes inteligentes é coletar conteúdos na web a
partir
de fontes diversas, processar a informação e permutar os resultados com outros
programas permitindo através de linguagem que expressa inferências lógicas resultantes do
uso de regras e informação como aquelas especificadas pelas ontologias. O principio está,
não no entendimento, pela máquina, daquilo que está escrito e sim no reconhecimento de
provas escritas na linguagem estabelecida pela ontologia, onde os programas-agente, pela
inferência
lógica retornam respostas ao que
podem alcançar
foi
requerido, ou agente e consumidor
entendimento compartilhado permutando as ontologias, que oferecem o
vocabulário necessário para a discussão.
3
O novo espaço digital e o bibliotecário
Após estas breves considerações sobre o cenário da web semântica, cabe transpor para o
ambiente
do fazer biblioteconômico,
respondendo algumas questões como:- O
profissional bibliotecário está preparado para interagir com este novo ambiente, ou
observa-se
uma desabilitação profissional? Os currículos em Ciência da Informação/
Biblioteconomia necessitam de mudanças?
Quais são as novas habilidades necessárias do
profissional bibliotecário?
Vários estudos sobre perfil profissional do bibliotecário (Pinheiro, 1996; Kobashi, 1997;
Tarapanoff, 1997; Beraquet 1997; Marchiori, 1997; Barbosa, 1998) do bibliotecário
apontam as transformações do cenário da informação pela inserção de novas tecnologias
de comunicação.
Estudos mais recentes (Arruda et alii, 2000) indicam a presença de novos profissionais,
advindos de outros campos de atuação causando insegurança no meio bibliotecário.
Não é raro encontrar o termo “novo profissional” como se a essência do trabalho
biblioteconômico tivesse sido alterada. Não se trata
profissional
com maior
de novo profissional
mas de
qualificação, incorporando sim, novas habilidades e com
competência, entendida aqui, como forma de repensar as interações com as pessoas, seus
saberes e capacidades.
7
�Segundo Ruas (1999), citado por Oderich & Lopes (2001)
“... a competência não se reduz ao saber, nem tampouco ao saber-fazer , mas
sim à sua
capacidade de mobilizar
e aplicar esses conhecimentos e
capacidades numa condição particular, aonde se
colocam recursos e
restrições próprias à situação específica. Alguém pode conhecer métodos
modernos de resolução de problemas e até
mesmo ter desenvolvido
habilidades relacionadas à sua aplicação, mas pode não perceber o momento
e o local adequados para aplicá-los na sua atividade . (...) A competência,
portanto, não se coloca no âmbito dos recursos (conhecimentos, habilidades),
mas na mobilização destes recursos e, portanto, não pode ser separada das
condições de aplicação.”
Portanto, a questão reside não nas mudanças curriculares pois estas vem correndo há pelo
menos cinco ou seis anos e ainda estamos aguardando pelo novo profissional?
formação acadêmica em nossa área não foge da estruturação
A
curricular disposta em
disciplinas, não mais
apenas de caráter disciplinar (seria uma redundância) mas com
caráter multidisciplinar
e interdisciplinar. O conteúdo
programático ministrado no bojo
de cada uma dessas disciplinas pode diferir de instituição para instituição,
não naquilo
considerado como currículum mínimo, e apoiado ou deferido nas diretrizes cur riculares do
MEC/CNE (parecer CNE/CES 492/2001 de 03/04/2001).
A agregação de novos conteúdos de formação especifica constante do Parecer pode se dar
através de parceria com outros cursos o que pode garantir a ampliação do núcleo de
formação básica, complementar
conhecimentos anferídos em outras áreas e promover
ênfases específicas em determinados aspectos da carreira.
As habilidades e competências dos profissionais bibliotecários citadas pelo documento são
também
citadas na literatura apontando que o profissional da informação deve rever sua
atuação com convergência para mudança no modelo
de gerenciamento de
informações
com altíssimo grau de utilização de tecnologias (Marchiori, 1997). O espaço para criação
de bibliotecas digitais
propicia
bibliotecário. A web inteligente está
ambiente ideal para o exercício profissional do
alavancando
(diria até “atropelando”) esta nova
forma de trabalho.
8
�Como se dará então, o fazer nessa nova forma?
Partindo da afirmação de que a biblioteconomia possui núcleos de conteúdos tradicionais
como teoria da classificação e catalogação, construção de vocabulário tesauro, indexação e
outras,
caracterizados
como núcleo conceitual
da área e que são aplicados tanto em
ambientes de biblioteca quanto em outros ambientes e ainda que, a
Biblioteconomia
Ciência da Informação possui conteúdos ou disciplinas oriundos de outras áreas como
administração e
informática que são, igualmente, aplicáveis a outras áreas pode-se
constatar que as “importações” de conhecimentos ge rados em outras áreas e “exportação”
de conhecimentos gerados na Biblioteconomia
Ciência da Informação, citados por
Barbosa (1998) tendem, com a devida e correta exploração pelos nossos profissionais abrir
nichos importantes de mercado. Portanto há oportunidade,
há nicho de mercado, há
cursos na área com comprometimento e competência para formar profissionais aptos e
atuantes sob uma nova perspectiva econômica, social e tecnológica.
A desabilitação profissional parece ocorrer em nossa área, pois a qualificação profissional
do bibliotecário, assim como em todas as outras ligadas à informação, sofreu impacto e
mudança de paradigma e
é preciso assimilar que ninguém pode
reunir
todas as
habilidades, conhecimentos e competências para resolver todos os problemas numa área
em ebulição. As saídas são várias, educação continuada à distância (a curto prazo);
formação de mestre e doutores (médio prazo), estabelecimento de parcerias/ consórcios
institucionais
e acompanhamento da evolução do estágio de conhecimento sobre web
semântica.
4. Oportunidades no espaço digital
O assunto poderia ser abordado em centenas de páginas pois o assunto web semântica
deve estar ocupando gigabytes em servidores espalhados pelo mundo.
Para melhor entender ou situar a participação dos bibliotecários e outros profissionais da
área da informação, cabe citar o clássico artigo de Vickery (1986) sobre as mudanças no
cenário da biblioteca, em
quais sejam:
-
-
especial na estrutura e representação dos dados e informação
estruturas semânticas e sintáticas da linguagem natural;
-
representação
do
conhecimento
-
modelos de memória humana.
na
inteligência
artificial
e
9
�Comparando-se com os elementos da web semântica, há uma total conformidade ao
preconizado, cerca de vinte anos atrás.
Alvarenga (2001), em excelente artigo sobre o contexto das bibliotecas tradicionais
e
digitais, a teoria do conceito em conexão com ontologias e metadados, nos traz os pontos
comuns e problemas sobre tratamento da informação, em especial a classificação, onde
afirma que:
“Assim sendo, ao se tentar classificar objetos, seres ou ideais, não é
suficiente que se observa um objeto captando sua essência e característica,
ou se considere, apenas, o nível lexial que define que define essas realidades.
É absolutamente necessário que se aprofunde no conhecimento das relações
entre as similitudes e diferenças entre esses objetos, extrapolando uma visão
individual daquele objeto e a partir dos termos que o simbolizam, fazendo o
mesmo aprofundamento nos seus conteúdos semânticos ou conceituais...”
A representação do conhecimento na web semântica é um processo ainda em construção e
onde reside um dos pontos necessários de trabalho de pesquisa assim como, o
desenvolvimento de vocabulários a partir das ontologias de áreas específicas que
alimentarão os agentes inteligentes tornando possível o processo de obtenção
de
informação dotado de extrema eficiência, simp licidade e rapidez.
Dessa forma, a web semântica virá a se configurar, nas palavras de seus idealizadores,
numa biblioteca universal e como tal os saberes e conhecimentos acumulados e
solidificados deverão ser absorvidos e incrementados recebendo nova roup agem (do velho
para o novo).
O quadro a seguir procura refletir o conhecimento da área e tendência de evolução para
web semântica.
10
�Quadro1 Percurso de conhecimento da Bibl/CI para uso na web semântica
Conhecimentos da Biblioteconomia
Necessário na Web
Semântica
Evolução PARA
Estágio
SIM
MARC no XML, DUBLINCORE +
XML + RDF Schema
Soluções encontradas
Representação descrita de documentos (objetos)
•
descrição de documentos (objetos)
- catalogação – formato e padrão MARC e AACR
- metadado – Dublin Core ENCODEA – (EAD)
Computer Interchange of Museum Info rmation
(CIMI) ...
SIM
•
LINGUAGEM NATURAL
TESAURO “universal”; Categorias
de Ranganatham? + LINGUAGEM
CONTROLADA
Representação temática de documentos (objetos)
Linguagem
- Vocabulário específicos (descritores, palavraschave)
Em pesquisa
- Sistemas de classificação (CDD.CDV.LC...)
SIM
•
Recuperação da informação sistemas baseados em:
Sistemas baseados em programação
Livre; Baseados em conhecimento
semântico (ont ologias).
Em pesquisa Engenharia Ontologica
- estrutura gráfico-fonetica
- estrutura lexical
11
�Pode-se inferir que áreas de representação de conteúdos demandará grandes esforços e
investimentos em pesquisa para geração de linguagens e mecanismos que possibilitam a
conceituação semântica aos documentos presentes na web.
Nos conteúdos já disponíveis na web e que utilizam diversos padrões e formatos, estes
deverão ser alvo de implementações, como no caso dos catálogos online em MARC que
deverão receber marcação XML e geração de Schemata para que haja interoperabilidade
entre os dados.
No Brasil, a ação do IBICT-Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
que gerencia desenvolvimento e implantação da Biblioteca Digital Brasileira merece
destaque,
pois
pretende
reunir,
em
consórcio,
as
Universidades
produtoras
de
conhecimento através de suas Bibliotecas, que deverão trabalhar cooperativamente na
construção da Biblioteca Digital de Dissertação e Teses – BDB. (www.ibict.br/bdtd/).
O CNPq, dentro de Projetos Cooperativos, através de Chamada 011/2001 para o Programa
RDC-T IC (Rede de Desenvolvimento de Competências
na área de Tecnologia de
Informação e Comunicação) deu oportunidade para o surgimento do Projeto
Digitais na
Internet
Conteúdos
no Brasil, eContents.br, com a participação de universidades e
institutos de pesquisa e setor produtivo. Os objetivos gerais do Projeto são traduzidos pela
promoção de novo modelo de P&D e empreendedorismo em TICs no Brasil, baseado em
“demand pull” do mercado
de Internet e telecomunicações, promoção de revisões
curriculares sistemáticas e abrangentes nos currículos de nível médio e de graduação em
cursos de TICs no Brasil. Os resultados advindos deste megaprojeto, certamente irão
beneficiar, à médio prazo, a formação/treinamento de pessoal envolvido em TCIs.
A atuação dos órgãos de fomento como CAPES – (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior) e o CNPq/MCT – (Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico do Ministério de Ciência e Tecnologia) muito tem contribuído
para o fortalecimento e registro da produção cientifica no país. A Plataforma Lattes do
CNPq é exemplo de serviço e pesquisa. Serviço pois, gera banco de dados sobre cientistas
brasileiros disponível à sociedade, e pesquisa, com o objetivo de integrar bases de
informação e conhecimento sobre a ciência e tecnologia e criar ontologia comum a esse
12
�tipo de
informação, foi desenvolvida a linguagem LMPL – Linguagem de Marcação da
Plataforma Lattes (PACHECO & KERN, 2001).
Não há como não evidenciar o papel da Bireme - (Centro Latinoamericano e do Caribe de
Informação em Ciências da Saúde) da OPAS – (Organização Mundial da Saúde), na
criação da Biblioteca Virtual em Saúde (www.bireme.br), integrando produtos já
consolidados como a Base de dados LILACS- Literatura Latinoamericana e do Caribe em
Ciências da Saúde e SciELO – Scientific Eletrônic Library Online, parceria BIREME e
FAPESP – (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo).As metodologias
geradas para construção de bibliotecas virtuais estão disponíveis,
mediante termo de
compromisso entre instituições de ensino e pesquisa e a Bireme.
Fruto de parceria entre Bireme e CNPq, foi apresentado à comunidade cientifica brasileira
metodologia para desenvolvimento de servidor de enlaces que operem na integração das
fontes, atualmente
com servidores disponíveis, mas com possibilidade de aplicação em
servidor de servidores de enlaces, no espaço nacional como propoem seus autores (Santana
et alii, 2001).
Para fornecer serviços de infra-estrutura de redes de protocolo Internet avançadas, a
prospecção, implantação e avaliação de novas tecnologias de rede, a RNP (Rede Nacional
de Ensino e Pesquisa) vem atuando desde 1989. Atualmente, a RNP fornece às
comunidades usuárias (Universidades, Instituições de pesquisa e sociedade) não apenas
ambiente tecnológico de comunicação de dados, mas
disseminação dessas tecnologias e
constitui-se em espaço de
capacitação de recursos humanos (www.rnp.br/rnp -
historica.html).
Apresenta-se portanto, o cenário completo para o desenvolvimento da área de
biblioteconomia e ciência da informação em nosso país, porém, é preciso que o
profissional atue de forma coesa, cooperativa, com esforços centralizados para promover
conhecimentos e alavancar tecnologias.
5 Conclusão
Procura-se elencar alguns pontos-chaves para vencer os desafios de inserção na web
semântica dos profissionais da informação-bibliotecários:
13
�-
apreensão ou re-aprendizado de disciplinas como representação descritiva e temática de
documentos através de cursos / treinamentos;
-
interagir no processo de apreensão de novas tecnologias, surjam estas em qualquer área
do conhecimento;
-
buscar competência no próprio ambiente de trabalho ou fora dele;
-
libertar todo e qualquer preconceito diante do “novo”;
-
incentivar, no ambiente de trabalho, formação de equipes multi-disciplinares;
-
participar pro-ativamente de associações/instituições de classe para provocar mudanças
no processo ensino -aprendizagem
14
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16
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Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Web Semântica: Novo desafio para os profissionais da informação.
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Oliveira, Rosa Maria Vivona Bertolini
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Apresenta a recente história da Web Semântica que objetiva compreender, estruturar e gerenciar os conteúdos armazenados na web
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O SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFRGS E A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Rejane Raffo Klaes
Diretora da Biblioteca Central – UFRGS
Av. Paulo Gama, 110 – Reitoria
90046-900 Porto Alegre – RS, Brasil
klaes@ufrgs.br
direcao@bc.ufrgs.br
Resumo
Discute a relevância do processo avaliativo em bibliotecas universitárias como forma de
permanente aperfeiçoamento da sua prestação de serviços de informação e de sua
integração no contexto institucional considerando o planejamento e a gestão universitária.
Apresenta a proposta de inserção do Sistema de Bibliotecas da UFRGS (SBU) no processo
de avaliação institucional da Universidade tomando como ponto de partida os critérios
estabelecidos pela Diretoria de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior (DAES) do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) na Avaliação das
Condições de Ensino, os documentos de avaliação de desempenho do SBU e o Plano de
Gestão da UFRGS 2000-2004.
Palavras-chaves: Avaliação institucional : Bibliotecas universitárias
Gestão : Bibliotecas universitárias
1 – Introdução
Por ocasião do VIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, em
Campinas, abordamos a questão da integração entre a biblioteca e a universidade quando
ressaltamos a importância da avaliação como uma das ações a serem implementadas
destacando que "a permanente avaliação das bibliotecas universitárias deve objetivar o uso
de seus resultados como forma de orientar o planejamento de ações futuras, em
consonância com os objetivos da universidade" (KLAES; PFITSCHER, 1994, p.297).
Discutimos, àquela época, a integração entre a biblioteca e a universidade e suas
implicações para um melhor desempenho da biblioteca universitária em favor da
comunidade acadêmica e de seu próprio reconhecimento. Nesta oportunidade, oito anos
�depois, vimos complementar o tema dentro de outro cenário por que passam as
universidades brasileiras: o processo de avaliação institucional.
Na visão de Dias Sobrinho (2002, p.37)
a avaliação tem muitas faces. Significa muitas coisas, se apresenta de muitos modos e busca
cumprir distintas finalidades. Também oculta muitos significados. Não a podemos
compreender simplesmente como instrumento ou mecanismo técnico. Ela produz sentidos,
consolida valores, afirma interesses, provoca mudanças, transforma.
Avaliação implica apreciação, análise, julgamento e, em nosso entendimento, deve
visar sempre o aperfeiçoamento do objeto que está sendo avaliado.
Objetivamente apresentamos a forma com que o Sistema de Bibliotecas da UFRGS
(SBU) vem trabalhando sua integração ao processo de avaliação institucional da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2 – A Avaliação Institucional na UFRGS
As primeiras experiências de avaliação na UFRGS datam da década de 70,
incluindo a avaliação de disciplinas e a implantação do Sistema CAPES para a pósgraduação.
Implantado em 1994, o Programa de Avaliação Institucional da UFRGS
(PAIUFRGS), com características de avaliação sistemática, teve como objetivos básicos à
época de sua implantação, repensar a Universidade com o intuito de projetá-la para o
século XXI, constituindo-se como um instrumento básico para o aperfeiçoamento de
métodos e práticas avaliativas desenvolvidas na Universidade. Em conformidade com o
Programa de Avaliação das Universidades Brasileiras (PAIUB) o 1º ciclo avaliativo da
UFRGS ocorreu no ensino de graduação, com avaliações internas e externas na quase
totalidade dos cursos da Universidade, os quais foram analisados numa perspectiva
globalizante.
O PAIUFRGS possuiu princípios e abrangências bastante específicos. Teve como
princípios a democratização, a autonomia, a qualidade, a comparabilidade interna, e a
legitimidade e auto-adesão. A abrangência da avaliação atingiu o ensino, a pesquisa, a
�extensão, a gestão e a infra-estrutura. Desde então, "a avaliação institucional passou a ser
uma
rotina
indispensável
ao
aperfeiçoamento
acadêmico,
à
melhoria
da
gestão
universitária e à prestação de contas do uso dos recursos públicos." (LEITE; TUTIKIAN;
HOLZ, 2000, p.73)
Atualmente, suas ações centralizam-se na organização do 2º ciclo avaliativo da
UFRGS, envolvendo as unidades de ensino e administrativas, e na elaboração de
indicadores de desempenho para as atividades de extensão visando sua conseqüente
avaliação. Este trabalho objetiva criar, com base em estudos de âmbito nacional,
indicadores próprios que permitam realizar um levantamento das atividades extensionistas
que estão sendo desenvolvidas na Universidade, tanto nas Unidades, como na Pró-Reitoria
de Extensão.
O Sistema de Bibliotecas da UFRGS, através do seu órgão coordenador, a
Biblioteca Central, tendo como base sua experiência acumulada em avaliação de
desempenho ao longo de 30 anos, pretende sistematizar um conjunto de indicadores de
desempenho, aperfeiçoando os dados que coleta regularmente, os quais têm como
finalidade a elaboração de relatórios anuais que servem não apenas como instrumentos
para prestação de contas, mas principalmente como elementos norteadores para fins de
planejamento e gestão.
A Avaliação Institucional no Plano de Gestão da UFRGS 2000-2004
O Plano de Gestão da UFRGS para o quadriênio 2000-2004 contempla em seu item
4 a questão da avaliação institucional permanente, abrangendo o acompanhamento e a
otimização das ações de avaliação através da criação de uma Secretaria da Avaliação
Institucional (SAI), com incentivo à participação da comunidade acadêmica nos
procedimentos de avaliação institucional.
A Secretaria de Avaliação Institucional (SAI), criada pela Portaria nº 2975 de 13 de
novembro de 2000, do Gabinete da Reitora, busca acompanhar e articular atuais e novas
ações de avaliação institucional, dando assessoramento às unidades de ensino e
administrativas no que concerne às demandas internas e externas. Constituem demandas
�internas a gratificação de ensino à docência (GED), a alocação de vagas docentes, a
avaliação do Sistema de Bibliotecas e a avaliação docente e de disciplinas pelos discentes,
entre outras. As demandas externas dizem respeito às exigências do Ministério da
Educação no que se refere à avaliação das condições de ensino e ao exame nacional de
cursos.
No contexto do Plano de Gestão 2000-2004 o Sistema de Bibliotecas da UFRGS
empenha-se em promover sua avaliação permanente e sistemática por meio da coleta de
dados e emissão de relatórios de atividades, utilizando estes relatórios como instrumentos
de avaliação, planejamento e gestão, buscando intensificar sua participação no processo de
avaliação institucional da UFRGS.
Neste sentido, em novembro de 2000, a direção da Biblioteca Central procurou a
Secretária de Avaliação Institucional para propor a inclusão formal do Sistema de
Bibliotecas da UFRGS no processo de avaliação institucional, solicitação que foi apoiada
pelo Conselho Deliberativo da SAI, passando, então a diretora da Biblioteca Central a
integrar,
também,
o
então
Comitê
PAIUFRGS,
hoje
Assessoria
Especializada,
consolidando e ampliando desta forma, a integração do SBU com a Universidade.
3 – A Avaliação Institucional e a Avaliação das Condições de Ensino
Os processos de avaliação implementados pelo Ministério da Educação têm
fundamentação legal no inciso IX do artigo 9º da Lei de Diretrizes e Bases – LDB (Lei nº
9.394/96) que arrola como atrib uições da União a autorização, o reconhecimento, o
credenciamento, a supervisão e a avaliação dos cursos das instituições de ensino superior.
A avaliação das condições de ensino, que têm exigências específicas em relação às
bibliotecas, está regulamentada pelo Decreto nº 3.860 de 9 de julho de 2001 que dispõe
sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos e instituições, e dá outras
providências.
�Com referência à biblioteca universitária no processo de avaliação encontramos no
Capítulo IV, artigo 17 do referido Decreto as ações que incluem o ambiente biblioteca,
como segue:
Art. 17. A avaliação de cursos e instituições de ensino superior será organizada e executada
pelo INEP, compreendendo as seguintes ações:
I – avaliação dos principais indicadores de desempenho global do sistema nacional de
educação superior, por região e Unidade da Federação, segundo as áreas do conhecimento e
a classificação das instituições de ensino superior, definidos no Sistema de Avaliação e
Informação Educacional do INEP;
II – avaliação institucional do desempenho individual das instituições de ensino superior,
considerando, pelo menos, os seguintes itens:
[. . .]
III – avaliação dos cursos superiores, mediante a análise dos resultados do Exame Nacional
de Cursos e das condições de oferta de cursos superiores.
§ 1º A análise das condições de oferta* de cursos superiores referida no inciso III será
efetuada nos locais de funcionamento dos mesmos, por comissões de especialistas
devidamente designadas, e considerará:
I - organização didático-pedagógica;
II - corpo docente, considerando principalmente a titulação, a experiência profissional, a
estrutura da carreira, a jornada de trabalho e as condições de trabalho;
III - adequação das instalações físicas gerais e específicas, tais como laboratórios e outros
ambientes e equipamentos integrados ao desenvolvimento do curso;
IV - bibliotecas, com atenção especial para o acervo especializado, inclusive o
eletrônico, para as condições de acesso às redes de comunicação e para os sistemas de
informação, regime de funcionamento e modernização dos meios de atendimento.
(grifo nosso)
Atualmente cabe à Diretoria de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior
(DAES) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) a estruturação
do Manual de Avaliação das Condições de Ensino que orienta os procedimentos
avaliativos no que se refere às três dimensões estruturais: organização didático-pedagógica,
corpo docente e instalações, onde destacamos o item Biblioteca.
A avaliação das condições de ensino está estruturada em dimensões, categorias de
análise e indicadores. A biblioteca universitária constitui uma categoria de análise da
dimensão instalações tendo como indicadores a serem avaliados um conjunto de aspectos
relacionados a espaço físico, acervo e serviços.
*
atualmente denominada condições de ensino.
�É importante ressaltar a participação da Comissão Brasileira de Bibliotecas
Universitárias no processo de definição dos indicadores avaliados na categoria biblioteca.
4 – A Avaliação em Bibliotecas
Em qualquer biblioteca universitária, o ponto de partida para a avaliação é o
conjunto de dados coletados a cada ano, geralmente apresentados sob a forma de um
relatório.
Carvalho (1995, p.10), em trabalho encomendado pelo Programa Nacional de
Bibliotecas Universitárias (PROBIB), afirma que
a importância dos dados estatísticos para o planejamento e a avaliação de qualquer tipo de
biblioteca é inquestionável. [...] No Brasil, a regularidade com que estão disponíveis e a
qualidade das informações estatísticas das biblotecas universitárias não tem merecido a
devida atenção de administradores e da própria classe bibliotecária.
Os processos de avaliação institucional surgidos desde então, no âmbito das
instituições de ensino superior, têm despertado nos bilbiotecários a preocupação com a
definição de um conjunto de dados estatísticos, incluindo tipo, formas de obtenção,
métodos e processos de coleta desses dados, para fins de avaliação dos serviços prestados
pelas bibliotecas universitárias.
Estes processos de avaliação devem servir não apenas para identificar problemas,
mas devem ir além, buscando alternativas de solução e especificando seu modo de
execução. A avaliação deve ser entendida como um processo com instrumentos, objetivos,
critérios e metodologia previamente definidos e nunca como tendo um fim em si mesma.
5 – A Avaliação no Sistema de Bibliotecas da UFRGS
O Sistema de Bibliotecas da UFRGS (SBU), composto por 29 bibliotecas setoriais
especializadas, duas bibliotecas de ensino fundamental/médio e ensino técnico e uma
biblioteca depositária da documentação da Organização das Nações Unidas, é coordenado
�pela Biblioteca Central, órgão suplementar vinculado diretamente ao Gabinete da Reitora
e, por delegação de competência, à Pró-Reitoria de Ensino.
Possui um acervo superior a 900.000 itens de informação e uma coleção de obras
comprovadamente
raras e/ou preciosas com cerca de 10.000 volumes que pode ser
consultado através da base de dados bibliográficos SABi, no seguinte endereço eletrônico:
http://www.sabi.ufrgs.br. Além disto participa de programas cooperativos nacionais e
internacionais, o que amplia sua capacidade de prestação de serviços.
Tendo como função primordial prover a infra-estrutura bibliográfica, documentária
e informacional para apoiar as atividades da Universidade, o SBU centra seus objetivos nas
necessidades
informacionais
do
indivíduo,
membro
da
comunidade
universitária.
Paralelamente ao contexto acadêmico, tem um compromisso com a sociedade nã o
vinculada à Universidade que se efetiva através da prestação de serviços, proporcionando o
acesso à informação, à leitura e a outros recursos disponíveis que são instrumentos de
transformação dessa sociedade.
Para além de sua função de apoio ao ensino, pesquisa e extensão, o Sistema de
Bibliotecas da UFRGS insere-se no compromisso da Universidade com a sociedade,
contribuindo efetivamente para a democratização da informação, prestando serviços à
comunidade local, regional, nacional e internacional.
Desde 1973 o SBU coleta dados anualmente para fins de relatórios e planejamento.
Até 1979 os dados coletados podem ser caracterizados como eminentemente quantitativos
e brutos, referindo-se aos serviços prestados pelas bibliotecas.
No período que se seguiu até 1984 agregaram-se informações de caráter qualitativo,
enfatizando-se aspectos como estrutura organizacional, programas acadêmicos, análise e
avaliação de resultados, existindo também a preocupação em coletar dados em atendimento
a solicitações de órgãos externos como IBICT, IBGE e MEC.
A partir de então, aumentou a preocupação em manter um instrumento de
levantamento de dados que, além de padronizar os procedimentos de coleta no âmbito do
�SBU, fornecesse dados com alto grau de confiabilidade e também servisse para a
elaboração de relatórios, projetos e avaliações de coleções e serviços. Esta preocupação
com seu aperfeiçoamento e simplificação (sem abrir mão de sua completude e
abrangência) conduziu ao formulário denominado DIGA (Dados e Informações Gerenciais
e Administrativas). Este documento tem como objetivo auxiliar a administração no
processo de transformação dos dados coletados em informações que serão utilizadas no
planejamento e gestão do SBU, visando avaliar a eficiência, eficácia e qualidade dos
serviços prestados.
Em termos mais específicos busca-se com o DIGA:
-
organizar e desempenhar serviços com qualidade e eficácia;
-
auxiliar no estabelecimento de padrões técnicos;
-
facilitar o acompanhamento e avaliação administrativa;
-
analisar a interação com o ambiente interno e externo;
-
visualizar oportunidades para implantação de serviços e produtos, e
-
preparar estratégias de ações para o futuro do SBU.
Sua estrutura básica é a seguinte:
1 Informações gerais
Objetivo: Identificar a biblioteca, sua localização, o bibliotecário-chefe, horário/período de
funcionamento, área física ocupada e formas de acesso as coleções.
2 Informações organizacionais
Objetivo: Informar os instrumentos normativos e de procedimentos utilizados pelas
bibliotecas setoriais.
3 Recursos humanos
Objetivo: Apresentar a situação e movimentação do quadro de pessoal nas bibliotecas do
SBU de acordo com as categorias do quadro funcional da UFRGS e pessoal alocado
tempariamente, incluindo bolsistas.
4 Acervo e processamento técnico
Objetivo: Apresentar dados referentes ao tratamento técnico do material informacional,
situação, formação e desenvolvimento de acervos.
�5 Investimentos
Objetivo: Demonstrar a aplicação de recursos financeiros em aquisição de material
informacional, e de mobiliário e equipamentos.
6 Comunidade usuária
Objetivo: Quantificar os usuários reais inscritos nas bibliotecas do SBU, por categoria.
7 Serviços
Objetivo: Quantificar a oferta de serviços nas bibliotecas do SBU, por categoria.
8 Atividades administrativas
Objetivo: Registrar as atividades administrativas desenvolvidas pelas bibliotecas do SBU.
9 Produção intelectual
Objetivo: Registrar a produção intelectual dos servidores do SBU.
10 Análise e metas
Objetivo: Analisar os dados coletados, interpretando-os para fins de avaliação e
planejamento.
Esta estrutura contempla e amplia os indicadores (espaço físico, acervo e serviços)
e seus aspectos avaliados dentro da categoria de análise biblioteca no processo de
avaliação das condições de ensino.
6 – A Proposta do Sistema de Bibliotecas da UFRGS para a Secretaria de Avaliação
Institucional
A participação efetiva do Sistema de Bibliotecas da UFRGS no processo de
Avaliação Institucional da UFRGS teve início com o aceite da SAI à nossa proposta de
integração. A partir de então, o SBU tem trabalhado no sentido de utilizar o processo de
avaliação como um meio de fortalecer suas relações com a Universidade e como base para
seu planejamento e gestão.
De modo análogo aos objetivos que nortearam a avaliação da graduação na UFRGS
o processo de avaliação no SBU tem como finalidades:
-
compreender as particularidades de cada biblioteca que compõe o SBU, através da
análise quantitativa e qualitativa dos dados coletados regularmente;
-
facilitar a avaliação externa coletando e fornecendo dados e informações sugeridos
por órgãos competentes;
�-
coletar sistematicamente e de forma consolidada dados e estatísticas para fins de
tomada de decisão; e
-
analisar o SBU em sua totalidade e relação com a UFRGS e com os demais
sis temas de bibliotecas universitárias do Brasil.
Para além destas finalidades pretendemos, através da implantação de uma comissão
institucional de avaliação no âmbito da Secretaria de Avaliação Institucional, identificar,
com base na experiência consolidada do SBU em avaliação de desempenho e relatórios,
um conjunto de indicadores mínimos que sirvam como parâmetros para o planejamento e a
gestão, em consonância com as demandas internas e com a avaliação das condições de
ensino ora efetivada pelo DAES/INEP.
Para trabalhar nesta proposta elegemos como ponto de partida três princípios
levantados por Ristoff (1995):
-
globalidade: incluindo a avaliação de todos os elementos que compõem os
procedimentos e serviços prestados pelo Sistema da Biblioteca da UFRGS;
-
comparabilidade: assegurando a utilização de uma linguagem única dentro do SBU,
passível de comparação com outros sistemas de bibliotecas; e
-
continuidade: fomentando o caráter permanente da avaliação para possibilitar
análises de seu desempenho ao longo do tempo, e demontrar sua evolução,
eficiência e eficácia.
Apresentada de forma esquemática, a proposta inclui:
1 - Coordenação: Direção da Biblioteca Central e Comissão Institucional de Avaliação do
SBU no âmbito da SAI;
2 - Objeto: (Re)definição de indicadores mínimos para fins de avaliação, planejamento e
gestão;
3 - Etapas:
-
Diagnóstico com base nos relatórios anuais e instrumento de coleta de dados;
-
avaliação interna da própria biblioteca e avaliação global do SBU;
-
avaliação externa a partir da avaliação das condições de ensino a partir da categoria
de análise "biblioteca"; e
�-
reavaliação anual, buscando o aprimoramento do processo e dos instrumentos de
coleta de dados e de avaliação.
Buscamos, desta forma, promover critérios mínimos de avaliação através de uma
ferramenta que contemple indicadores de forma objetiva, simples, que permita sua
comparação e forneça padrões de qualidade para utilização nas atividades de
aperfeiçoamento, planejamento e gestão do Sistema de Bibliotecas da UFRGS.
7 - Conclusões
É inegável a importância da avaliação na gestão acadêmica. A participação da
biblioteca universitária neste contexto precisa ser entendida não apenas como uma forma
de quantificar seus produtos e serviços, mas principalmente possibilitar a interpretação dos
dados quantificados com uma análise qualitativa, evidenciando o que a biblioteca
representa no processo acadêmico.
Assim, entendemos que a participação efetiva da biblioteca universitária no
processo de avaliação institucional traz como conseqüências a melhoria na prestação de
serviços e conduz a uma nova percepção da biblioteca universitária como parceira e não
apenas como apoiadora, ensejando uma nova leitura de sua missão e, acima de tudo,
promovendo a justa e necessária integração entre a biblioteca e a universidade.
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Especialista em Bibliotecas Universitárias pela PUC – Minas Gerais
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Analista de Sistemas – Atuante no Sistema Bibliotecário da UEFS
Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados pela UNIVALE – MG
�INTRODUÇÃO
Na era da informática os serviços nas bibliotecas tiveram que se adaptar as inovações
tecnológicas, dentre eles, o serviço de catalogação, que na maioria das bibliotecas, foi por
onde começou e onde se concentram as atividades de automação. Entretanto não é simples
automatizar a catalogação, pois existe a necessidade que isto ocorra dentro de normas e
padrões que muitas vezes são pouco conhecidas, e também pela falta de softwares que
trabalhem com os padrões definidos. Para isso, foi criado o formato MARC 21, que é um
padrão amplamente utilizado para a representação e troca de informações bibliográficas, de
tal forma, que seja legível por uma máquina.
PADRÃO MARC 21
O Formato MARC 21 para Dados Bibliográficos foi projetado para ser um
carregador
de
informações
bibliográficas
sobre:
materiais
impressos,
materiais
manuscritos, arquivos de computador, mapas, música, periódicos, materiais visuais,
materiais diversos, entre outros. Estas informações bibliográficas incluem: títulos, nomes,
assuntos, notas, dados de publicação, e informação sobre a descrição física de um item, etc.
Um registro MARC consiste de três componentes principais:
Líder - São elementos de dados que fornecem informações básicas sobre o item e as
informações necessárias para o processamento do registro. Esses elementos de dados são
formados por números ou letras que são identificadas de acordo com o posicionamento
desses caracteres. O Líder possui comprimento fixo de 24 caracteres e é o primeiro campo
em todos os registros MARC.
Diretório - é composto por uma série de entradas que contêm: a etiqueta, o
comprimento do campo, e a posição inicial de cada campo variável dentro do registro.
Cada entrada possui 12 caracteres posicionados seqüencialmente. A primeira entrada no
Diretório é o campo (001) “Número de Controle do Registro”. As entradas subseqüências
para os campos de dados variáveis seguem continuamente em posições de 12 caracteres. O
Diretório termina com um caractere finalizador de campo (ASCII 1E hex).
Campos Variáveis - Os dados de um registro MARC 21 são carregados em forma de
campos que podem variar no comprimento, cada um é identificado por uma etiqueta
formada por três caracteres numéricos que são armazenados na entrada do campo. Cada
�campo termina com um caractere finalizador de campo. O MARC registra o fim do
arquivo com um finalizador de registro (ASCII 1D hex). Existem dois tipos de campos
variáveis:
1. Campos Variáveis de Controle – São os campos (00X) do registro. Os Campos
Variáveis de Controle são estruturalmente diferentes dos Campos de Variáveis de
Dados. Esses campos não possuem indicadores de posição ou códigos de
subcampos. Eles podem conter um ou outro elemento de dados único ou em
séries seqüenciais de caracteres.
2. Campos Variáveis de Dados – São os campos (01X-8XX) do registro. Dentro dos
Campos Variáveis de Dados, são encontradas duas espécies de designação de
conteúdo:
•
Indicador de Posição - São os dois primeiros caracteres posicionados no
começo de cada Campo Variáveis de Dados que contem valores que
interpretam ou completam as informações encontradas nos campos. O
significado de cada Indicador de Posição é interpretado independentemente
um do outro, pois cada um possui sua função especifica. Os valores dos
Indicadores podem ser representados por um caractere de letra minúscula, ou
numérico, ou o caractere vazio (#), e é utilizado quando indica uma posição
de indefinição. Em uma posição definida, um vazio (#), pode ser designado
como um significado, ou não fornecer nenhuma informação.
•
Código do Subcampo - São dois caracteres, os quais precede cada elemento
de dado, dentro de um campo, que requer manipulação separada. Um código
de subcampo consiste em um delimitador representado por ($), seguido por
um identificador de elemento de dados. Os Identificadores de elementos de
dados são caracteres de letras minúsculas ou numéricas. Os Códigos de
Subcampos são definidos independentemente de cada campo, entretanto,
significados paralelos são preservados onde possíveis. Estes códigos são
definidos para propósitos de identificação. Os subcampos são geralmente
especificados por padrões externos ao conteúdo de dados, tal como outras
regras de catalogação.
�Campo e Subcampos Repetíveis - Teoricamente, todos campos e subcampos podem
ser repetidos, entretanto, a natureza dos dados impede freqüência de repetição. Por
exemplo, um registro pode conter unicamente o campo (1XX) ou possuir várias vezes o
campo (650), e o campo (100) pode conter unicamente um subcampo ($a), no entanto, este
mesmo campo pode conter mais de um subcampo ($c). Os sinais de indicação de repetição
são postos seguindo cada campo e subcampo. Os sinais são identificados da seguinte
forma:
•
(R) – Campo ou Subcampo Repetível.
•
(NR) – Campo ou Subcampo não Repetível.
Caractere Completo e Valores Relacionados - O código caractere completo,
representado como uma barra vertical (|), pode ser utilizada em um registro quando existe
um formato especifico para indicar no código, mas o criador do registro decide não tentar
fornecer um código. Um caractere completo é utilizado na posição de qualquer caractere
do líder ou etiquetas, indicadores, ou códigos de subcampos. O código caractere
desconhecido ou qualquer (u), é utilizado para indicar que o criador do registro tentou
fornecer um código, para a posição específica, mas foi incapaz para determinar o código
apropriado. O código caractere não aplicável (n), é utilizado para indicar que a
característica definida pela posição não se aplica para o tipo específico do item no registro.
Exibição de Constantes - Constante de display é um termo, relacionado com a forma
de apresentação das fichas para visualização do usuário, que indica o espacejamento ou a
pontuação usada na apresentação visual. O texto de display não é inserido no registro,
existindo apenas uma indicação, baseada no conteúdo das etiquetas, indicadores, códigos
de subcampos, ou valores codificados do registro. O uso e a exibição destas constantes é
determinado por cada organização ou sistema.
Agência Designadora é um elemento de dados cujo conteúdo é determinado e
controlado por uma determinada agência de controle. A exemplo, deste caso, o campo
(222) ‘Título Chave’ que é de responsabilidade do ISSN. Elementos de dados certos
contêm listas de dados controlados por agências designadas, é o caso do campo (041)
‘Código de Língua’, onde as informações deste campo são encontradas na lista “MARC
Code List for Languages” .
�CAMPOS DE UM REGISTRO MARC
Líder - O líder é um campo fixo que possui 24 posições, compreendendo entre os
caracteres (00-23) de cada registro, que fornece informação sobre o registro processado.
Posições dos campos do Líder:
•
(00-04) - Comprimento do Registro Lógico.
•
(05) - Situação do Registro Bibliográfico.
•
(06) - Tipo de Material.
•
(07) - Nível Bibliográfico.
•
(08) - Tipo de controle.
•
(09) – Indefinido.
•
(10) - Número de Indicadores.
•
(11) - Números de Códigos de Sub -Campos.
•
(12-16) - Endereço dos Campos de Dados.
•
(17) - Nível de Codificação.
•
(18) - Forma de Catalogação Descritiva.
•
(19) - Ligação de Registro.
•
(20-23) - Mapa do Diretório.
Campos Variáveis de Controle - Os campos (001-003-005) contêm os números de
controle e outros controles das informações codificadas, que são utilizados para processar
registros do marc bibliográfico. Cada campo de controle é identificado por uma etiqueta de
campo no diretório, e contém um ou outro elemento de dados, únic o ou em forma
seqüencial, que são identificados pela posição dos caracteres. Este campo não possui
indicadores de posição ou códigos de subcampos.
�Campo (001) – Número de Controle (NR): Este campo, que geralmente é gerado
pelo sistema, é criado pela organização que está criando, usando ou distribuindo o registro.
Campo (003) – Identificador do Número de Controle (NR): Este campo é usado para
especificar a organização que criou o número contido no campo (001).
Campo (005) – Data e Hora da Ultima Operação (NR): Este campo possui dezesseis
caracteres que indicam a data e tempo da ultima transação de registro. O campo segue a
formatação segundo Representação de Datas e Tempos (ISO 8601). A data requer 8
caracteres numéricos seguindo o modelo (yyyymmdd), e o temp o requer 8 caracteres
numéricos no modelo (hhmmss.f), onde a hora deverá variar entre (00-23).
Campo (006) – Características do Material Adicional (NR): este campo é formado
por 16 caracteres fixos, que contém características especiais do material catalogado.
Campo (007) – Descrição Física (NR): este é um campo fixo com 23 caracteres, que
contém informações referentes às características físicas do item.
Campo (008) – Informações Gerais (NR): Este campo possui 40 posições de
caracteres que fornecem informações codificadas do registro como um todo assim como os
aspectos bibliográficos do item que está sendo catalogado. Esses elementos são de grande
importância para a recuperação dos dados nos registros. Os elementos de dados são
definidos de acordo com as suas posições. O caractere posicionado que não está definido
contém um vazio (#). Neste campo, todas as posições devem ser preenchidas por um
caractere definido, em algumas posições deste campo, é usado o caractere completo (|). O
caractere completo pode ser utilizado quando uma organização que cataloga, indica
nenhuma tentativa para a posição específica. Este tipo de caractere não é permitido nas
posições (00-05) deste campo. Seu uso não é aconselhado para as posições (07-10), (1517), e (23 ou 29). Posições dos caracteres:
•
(00-05) – Data de Entrada do Registro no Arquivo.
•
(06) – Tipo de Data da Publicação.
•
(07-10) - Data Inicial.
•
(11-14) - Data Final.
�•
(15-17) – Lugar de Publicação.
•
(18-21) – Ilustrações.
•
(22) – Nível Intelectual.
•
(23) - Forma do item.
•
(24-27) – Tipo de Obra de Referência.
•
(28) – Publicação Oficial.
•
(29) – Publicação de Conferência.
•
(30) – Coletânea de Homenagens.
•
(31) – Índice.
•
(32) – Indefinido.
•
(33) - Forma Literária.
•
(34) – Biografia.
•
(35-37) – Idioma do Texto do Documento.
•
(38) – Modificação de Grafia.
•
(39) – Fonte de Catalogação
Campos Variáveis de Dados – São os campos onde se encontram as informações de
título, autor, editora, entre outros, referentes ao material catalogado. Estes campos variam
de (01X) até (8XX).
Campo (012) – Número de CPD (NR): Este campo esta disponível para que cada
instituição possa utilizar, de acordo com suas necessidades. Dentro da Rede Bibliodata
(Formato Calco), ele é utilizado para atribuir o número de CPD antecedido da sigla da
biblioteca que envia o registro.
�Campo (020) – Número do ISBN (R): Este campo indica o número de ISBN do item
designado por uma agência de controle nacional.
Campo (040) - Fonte de catalogação (NR): Este código identifica o nome ou o
código da organização que criou o registro bibliográfico original.
Campo (041) - Código da Língua (NR): Este código é usado para identificar as
línguas associadas ao item quando o código de língua no campo (008/35-37) do registro é
insuficiente, pois o item possui mais de uma língua. Neste caso, incluem regis tros para
itens de vários idiomas, itens que envolvem tradução, e itens onde o meio de comunicação
é uma língua de sinal. A fonte deste código é encontrada na lista: ‘MARC Code List for
Languages’.
Campo (043) – Código da Área Geográfica (NR): Indica o código da área geográfica
associada com os assuntos do item, descrito nos campos (6XX). O código possui sete
caracteres em comprimento. A fonte deste código esta na lista: ‘MARC Code List for
Geographic Areas’.
Campo (045) – Código Cronológico (NR): Indica o código do período de tempo
associado com os assuntos descritos nos campos (6XX) do item. O conteúdo deste campo
consiste em quatro caracteres numéricos que são determinados de acordo com a tabela
própria do período de tempo.
Campo (080) – Número de Classificação Decimal Universal (R): Este campo
identifica o número de classificação atribuído ao documento pela Classificação Decimal
Universal.
Campo (082) – Classificação Decimal de Dewey (R): Este campo identifica o
número de classificação atribuído ao documento pela Classificação Decimal Dewey, e a
edição da tabela utilizada.
Campo (092) – Localização Fixa da Obra (R): Indica o número de chamada da
localização fixa.
Os campos (1XX) possuem um nome ou um título uniforme utilizado como uma
entrada principal nos registros bibliográficos. Exceto às definições de indicadores
�posicionados e os códigos dos subcampos que são campos específicos, o designador de
conteúdo para cada tipo de nome e títulos uniformes é consistente para: Entrada Principal
(100-130), Declaração de Série (440-490), Entrada de Assunto (600-630), Entradas
Secundárias (700-730) e Entrada Secundária de Série (800-830).
Campo (100) – Entrada Principal – Nome Pessoal (NR): Indica o nome do autor da
obra, quando este for uma entrada principal.
Campo (110) – Entrada Principal – Entidade Coletiva (NR): Neste caso, o autor da
obra é uma entidade coletiva.
Campo (111) – Entrada Principal – Nome de Evento (NR): Quando um evento é
utilizado como uma entrada principal em um registro bibliográfico.
Campo (130) – Entrada Principal – Título Uniforme (NR): Neste caso, um título
uniforme é utilizado como uma entrada principal em um registro.
Campo (240) – Título Uniforme (NR): Indica o título da obra catalogada, quando
existe uma entrada para o campo (100), (110) ou (111).
Campo (243) – Título Convencionado para Arquivamento (NR): Indica um título
genérico utilizado para colecionar trabalhos, reunir edições, traduções de uma determinada
obra, ou até para reunir séries com títulos comuns.
Campo (245) – Declaração de Título (NR): Indicação do título principal da obra.
Campo (250) – Declaração de Edição (NR): Indica as informações relacionadas à
edição da obra catalogada.
Campo (260) – Publicação, Distribuição, etc (R): Indica as informações relacionadas
com a publicação, impressão, distribuição, tiragem ou produção de uma obra.
Campo (300) – Descrição Física (R): Indica a descrição física do item, como sua
extensão, dimensão, ou qualquer outro detalhe físico, incluindo informações físicas dos
materiais acompanhantes.
Os campos (440) e (490) contêm declarações de série. O campo (440) é usado para
como uma entrada de série, enquanto que o campo (490) é usado para uma declaração de
�série quando uma ou outra informação não é um dado de entrada do registro ou o dado de
entrada difere da declaração de série que aparece no item. Os campos (800-830) são
utilizados em conjunção com campo (490) quando a série é tratada diferentemente. Os
parêntesis que costumeiramente cercam uma declaração de série em alguns displays no
campo (440) não são carregados no registro MARC, e podem ser gerados pelo sistema.
Campo (440) – Título da Série: Transcrição do título principal da série, para gerar
uma entrada secundária.
Campo (490) – Indicação de Série: Neste caso, o título da Série não irá gerar uma
entrada secundária.
Os campos (500-53X) contêm notas relacionadas aos aspectos dos itens
bibliográficos que não estão especificados em qualquer outra área de controle.
Campo (500) – Notas Gerais (R): Indicas informações descritivas do item que não
são incluídos em suas respectivas áreas, onde para cada nota deve-se repetir o campo.
Campo (501) – Notas Iniciadas com a Palavra “com” (R): Uma nota que é utilizada
quando mais que um trabalho bibliográfico é contido em um item físico área de
publicação, liberação, questão, ou execução. Os trabalhos usualmente têm títulos
distintivos e carecem de um título coletivo.
Campo (502) – Notas de Dissertação ou Tese (R): Indicação específica de notas para
Teses ou Dissertações.
Campo (504) – Notas de Bibliografia (R): Indicação da presença de informações
referentes à bibliografia, apêndices ou índices no item.
Campo (505) – Notas de Conteúdo (R): Indica notas sobre o conteúdo do item.
Campo (506) – Notas de Acesso Restrito (R): Informação nas restrições que
governam acesso para ou a distribuição limitada dos materiais descritos.
Campo (520) – Notas de Resumo (R): Informação não formatada que descreve o
escopo ou o conteúdo geral dos materiais. Podendo ser um resumo, uma anotação, uma
�revisão, ou até uma frase descrevendo o material. O nível de detalhamento em um resumo
pode variar de acordo com o público para qual o material é produzido.
Campo (521) – Notas do Público Alvo (R): Indica as informações referentes ao
público a que se destina a obra.
Campo (530) – Notas de Disponibilidade da Forma Física (R): Indica as informações
referentes às formas físicas disponíveis do item descrito.
Campo (533) – Nota de Reprodução (R): Indicam as informações descritivas de uma
reprodução original de um item, mais a parte principal do registro bibliográfico, que
descreve o item original e as informações diferem.
Campo (534) – Notas da Versão Original (R): Indica os dados descritivos para um
item original quando a parte principal do registro bibliográfica descreve uma reprodução
daquele item e os dados diferem.
Campo (536) – Notas de Informação de Financiamento (R): Indica que o material
descrito é o resultado de um projeto financiado.
Campo (538) – Nota Requeridas pelo Sistema (R): Indica informações técnicas sobre
um item, como a presença ou ausência de códigos; ou características físicas de um arquivo
de computador, como densidades de gravação, paridade, modo de acesso, língua
programada, periféricos, nome ou sistema de gravação comercializado, número de linhas
de resolução, freqüência de modulação, e etc. Para sons e videocassetes, informações sobre
o nome comercializado ou o sistema de gravação, freqüência de modulação ou o número
de linhas de resolução podem ser incluídos.
Campo (546) – Nota do Idioma (R): Indica o idioma do texto dos materiais descritos.
Campo (590) – Notas Locais (R): Indica as informações relativas à situação do item
na instituição.
Campo (595) – Notas para Inclusão em Bibliografias (R): Refere-se às informações
que indicam que a bibliografia do documento deverá aparecer de acordo com tabelas de
códigos já incluídas nos respectivos subcampos.
�Os campos (600-65X), com a exceção do campo (653) que é utilizado para termos de
índice descontrolados, contêm os assuntos ou possui termos que fornecem informações
adicionais do registro catalogado através do título que é construído segundo o assunto
catalogando. A lista padronizada ou autoridade utilizada é identificada pelo valor no
segundo indicador posicionado ou pelo código contido no subcampo ($2).
Campo (600) – Assunto – Nome Pessoal (R): Gera uma entrada de assunto em que o
item é um nome pessoal.
Campo (610) – Assunto – Entidade Coletiva (R): Neste caso, o elemento de entrada
de assunto é uma Entidade Coletiva.
Campo (611) – Assunto – Nome de Evento (R): A entrada de assunto é o Nome do
Evento.
Campo (630) – Assunto – Título Uniforme (R): A entrada de assunto é um Título
Uniforme.
Campo (650) – Assunto – Tópico (R): Neste caso, a entrada de assunto é um Tópico
Geral.
Campo (651) – Assunto – Nome Geográfico (R): A entrada de assunto é um Nome
Geográfico.
Os campos (7XX) contêm entradas de dados do registro bibliográfico que não são
fornecidas nas entradas dos campos: entrada principal (1XX), assunto (6XX), declaração
de série (4XX), entrada secundária de série (8XX), ou nos campos de título (20X-24X).
Campo (700) – Entrada Secundária – Nome Pessoal (R): Indica a entrada secundária
para nomes pessoais que não tenham sido adotadas como entrada principal, como: coautores, colaboradores, ilustradores, coordenadores, compiladores, pessoas relacionadas
com a obra em geral.
Campo (710) – Entrada Secundária – Entidade Coletiva (R): Indica entrada
secundária de uma entidade coletiva.
�Campo (711) – Entrada Secundária – Evento (R): Indica entrada secundária de um
evento.
Campo (730) – Entrada Secundária – Título Uniforme (R): Indica neste campo o
título uniforme que não tenha sido adotado como entrada principal ou de assunto.
Campo (740) – Entrada Secundária – Título Adicional ou Título Analítico (R): Neste
campo é indicado o título adicional diferente do que é registrado no campo (245).
Campo (773) – Obra Principal (R): Indicação de Obra Principal.
Campo (830) – Entrada Secundária de Série (R): Indica o título de série para qual
deve ser gerada uma entrada secundária com forma diferente daquela registrada na
descrição bibliográfica no campo (440). O preenchimento deste campo está relacionado
com o campo (490), onde o primeiro indicador será (1).
Campo (852) – Sigla do Acervo (R): Identifica a organização na qual o item está
disponível. Este campo detalha informações sobre como localizar o item em uma coleção.
Campo (856) – Localização de Recurso Eletrônico (R): Indica uma informação
necessária para localizar e acessar um recurso eletrônico.
Os campos (9XX) possuem a particularidade de não serem predefinidos pelo MARC,
podendo ser definidos por cada instituição. Apesar do MARC ser muito detalhista podendo
catalogar quase todo tipo de informação, esses campos são usados numa eventual
necessidade em que o MARC não atenda da melhor forma possível. Mas, por outro lado
deve-se pesquisar o formato MARC em busca de um campo onde possa atender melhor a
necessidade, ou pesquisar entre as bibliotecas semelhantes, para que o campo possa ser
padronizado, antes de usar um destes campos livres.
CONCLUSÃO
A catalogação automatizada é o processo de colocar registros bibliográficos em meio
magnético e em produto de intercâmbio que possa ser aceito pelos softwares. Assim a
automação de catalogação veio aprimorar uma idéia iniciada nos anos 60, o da catalogação
cooperativa, que é o processo de não catalogar novamente aquilo que alguém já catalogou,
�entretanto para que se possa aproveitar este benefício, é necessário que ambas as partes
estejam dentro dos mesmos padrões.
O MARC 21, padrão para representação e troca de informações bibliográficas legível
por máquina, atende estas necessidades, pois possibilita as bibliotecas terem seus registros
em um formato que pode ser lido por vários softwares de automação e tem flexibilidade
necessária para que as bibliotecas adicionem informações locais aos registros MARC.
REFERÊNCIAS
1. BALBY, Claudia Negrão. Curso Formato USMARC. São Paulo: Ex Libris,
[2001]. 19p.
2. CARVALHO, Isabel Cristina Louzada. Bibliotecas universitárias federais: o
cenário da informatização. In: Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e
Documentação, 18, 1997, São Luiz. Anais... São Luiz: Collecta 1997. nv.
3. HUBNER, Edwin, ALMEIDA, Maria do Socorro Gomes de. Manual da Rede
Bibliodata. Rio de Janeiro, 2001. 121p.
4. MARC Standards. Disponível em: http://www.loc.gov/marc/. Acesso em: 14 de
março de 2002.
5. TACQUES , Maria de Nazareth Montojos, org.. Manual para Entrada de Dados
em Formato MARC. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1997.
105p.
�ANEXO I
Exemplo de Registro no Formato MARC:
Informações da Obra
Monografia
Autor: Marisa Idalécia de Souza.
Título: Viagem ao Mundo da Ética no
Direito: um tributo a Rui Barbosa.
Publicação: Salvador: Secretaria da
Cultura e Turismo, 2001.
Descrição: 305 páginas.
Número de Chamada: 174:34 S716v
Notas: Obra premiada pelo governo do
Estado da Bahia / Secretaria da Cultura
e Turismo – Prêmio Nacional Rui
Barbosa –2000
ISBN: 857505035-4
Assuntos: Direito – Ética. Barbosa,
Rui, 1849-1923.
Série: (Coleção Apoio, 62)
Localização: Biblioteca Pierre Klose –
BSPK
Tipo de Material: Livro
Formato MARC 21
001
003
005
008
012
020##$857505035-4
040##$aUEFS/BCJC
041##$apor
080##$a174:34
092##$a174:34 $bS716v
10010$aSouza, Marisa Idaléncia
24510$aViagem ao Mundo da Ética no
Direito $bUm tributo a Rui Barbosa $c
Marisa Idalência de Souza
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Estado da Bahia / Secretaria da Cultura e
Turismo – Prêmio Nacional Rui Barbosa 2000
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65004$aDireito $xÉtica
852##$aBSPK
948##$aLivro
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Catalogação automatizada comercial padrão MARC 21 .
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ribeiro, Rejane Maria Rosa
Passos Júnior, Jorge Fernando Guimarães
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O trabalho aborda a automação automatizada de acordo com o padrão MARC 21 catalogação legível por computador), seguido de seus principais campos e componentes.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4126/SNBU2002_115.pdf
0301c0a92a069e368a66301dcc8c9d5b
PDF Text
Text
DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
Uma análise a partir dos anais dos SNBUs
realizados na década de 90.
Raymundo N. Machado*
raymacha@ufba.br
Zuleide Paiva da Silva**
eide@campus1.uneb.br
A biblioteca universitária tem o papel de prover a infra-estrutura
informacional e documental ao corpo docente, discente e técnicoadministrativo. A nível nacional desempenha um papel de destaque, pois são
detentoras dos maiores acervos em Ciência e Tecnologia do país. Os
Seminários Nacionais de Bibliotecas Universitárias/SNBUs constituem no
foro máximo de discussão, proporcionado um ambiente de reflexão em torno
dos principais problemas que afetam essas instituições Entre as dificuldades
da biblioteca universitária podemos citar as relacionadas com o
desenvolvimento de coleções. O ato de selecionar, adquiri, avaliar e
conservar são temas sempre presentes nesses eventos. A análise da produção
cientifica, das comunicações registradas nos anais dos SNBUs, realizados na
década de 90, um recorte no desenvolvimento de coleções, constitui o
principal objetivo desse trabalho. O método utilizado foi o quantitativo,
sendo assim foram analisados: o tipo de autoria; a filiação institucional dos
autores; tipologia e idioma das fontes citadas,verificou-se também as
temáticas das comunicações. Os dados revelam um percentual de trabalhos
desenvolvidos por técnicos, tendo na atividade de avaliação de coleções a
temática que mais predominou nas comunicações.
Palavras-chave: Desenvolvimento de coleções.
Desenvolvimento de coleções. - SNBU
Seminário Nacional de Biblioteca Universitária
Introdução
Vivemos num momento de grandes transformações em todos os segmentos da
sociedade. Estamos na Infoera. Uma era diferente, caracterizada pela “razão de mudanças
máxima, limitada apenas pela capacidade do cérebro humano” (Zuffo, 1997, p.19).
Vivenciamos a “sociedade da aprendizagem” onde os espaços de aprendizagem e
conhecimento se multiplicam numa velocidade nunca antes imaginada.
A biblioteca universitária, como um espaço de aprendizagem, busca acompanhar o
ritmo das mudanças provocadas sobretudo pela Telemática, para com eficácia e eficiência
*
Professor Assistente do Departamento de Biblioteconomia do Instituto de Ciência da Informação/UFBA.
Mestre em Biblioteconomia e Ciência da Informação/PUC-Campinas.
**
Bibliotecária Subgerente da Biblioteca Central/UNEB. Especialista em Arquivologia e as Novas
Tecnologias Documentais/UNEB. Mestranda em Administração Avançada/UNEB - UNIBAHIA
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atingir o seu objetivo de proporcionar à comunidade universitária produtos e serviços que
venham a atender suas necessidades de informação.
Esses produtos e serviços muitas vezes têm sua origem nos estoques de informação,
isto é, nas coleções formadas e desenvolvidas ao longo dos tempos. Coleções essas que,
em função do crescimento exponencial da informação e da sua perenidade, são passíveis de
estudo a fim de subsidiar a tomada de decisão no que tange a seleção e aquisição de novos
materiais informacionais para compor e atualizar o acervo.
De acordo com Vergueiro (1986), o desenvolvimento de coleções é uma atividade,
sobretudo de planejamento que exige comprometimento com metodologias. É um processo
ininterrupto que compreende as seguintes etapas: estudo da comunidade, seleção,
aquisição, avaliação e desbastamento.
Reconhecendo a importância do desenvolvimento de coleção, e sabendo que, de
acordo com estudos realizados por Oliveira e Aragão (1991) e também por Purquerio e
Nastri (1990), as comunicações publicadas em anais de eventos científicos são mais
representativas que em outros tipos de publicação, como livros e artigos de periódicos.
Assim, o objetivo desse estudo foi mapear as comunicações e os painéis apresentados nos
Seminários Nacionais de Bibliotecas Universitárias/SNBU realizados na década de 90 que
abordam esse assunto, analisando especificamente o tipo de autoria, procedência do
primeiro autor, temática mais freqüente, ou seja, etapas do processo de desenvolvimento de
coleção mais discutidas nos seminários. Também se constituiu objetivo desse trabalho a
tipologia e o idioma das fontes utilizadas, assim como os autores mais citados.
O desenvolvimento de coleções e a biblioteca universitária
A biblioteca universitária tem entre os seus propósitos fundamentais suprir as
demandas e necessidades informacionais de sua comunidade discente, docente e de
pesquisadores, refletidas em conteúdos programáticos ou em projetos acadêmicos dos
cursos oferecidos pela Unidade que a abriga. A nível nacional desempenha um papel de
destaque, pois é detentora dos maiores acervos em Ciência e Tecnologia do país. Porém,
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apesar da sua importância, essa instituição passa por uma série crises, salvo algumas
exceções, que vêm se acentuando ao longo dos anos.
Um estudo realizado por Tarapanoff e colaboradores (1996), apresenta um
demonstrativo das principais dificuldades que afetam essas instituições. Os autores
apresentam um diagnóstico situacional e uma análise das recomendações elaboradas pelos
profissionais que atuam nessas bibliotecas e pelos Seminários Nacionais de Bibliotecas
Universitárias/SNBU, que se constituem em fórum máximo de discussão sobre a
problemática das bibliotecas universitária, onde são levantados os principais problemas,
assim como suas possíveis soluções. Em relação à coleção das bibliotecas universitárias, o
trabalho de Tarapanoff apontou “acervos insuficientes e incompletos; seleção e aquisição
descuidadas de acervo; anuência de critérios e de políticas de aquisição, seleção e de
descarte...(1996)”. Em relação às soluções para esses problemas, os autores afirmam que:
Há mais de 20 anos, os bibliotecários brasileiros se reúnem e discutem
problemas, propõem recomendações para solucionar os problemas
identificados; entretanto, na maioria das vezes, tais recomendações não
têm sido implementadas e problemas se repetem cumulativamente
(Tarapanoff e colaboradores, 1996),
Podemos generalizar essa problemática a todas as bibliotecas universitárias
brasileiras, no que tange as suas coleções. Sabemos que formar e desenvolver a coleção de
materiais informacionais de bibliotecas atuantes na sociedade contemporânea, também
chamada de sociedade da informação, do conhecimento, e da aprendizagem, requer um
estudo minucioso das reais necessidades de informação da comunidade a qual ela pretende
servir.
Numa era onde a informação se multiplica em fração de segundos e se instala um
novo paradigma, ou seja, acessar ou possuir, a decisão de manter um acervo atualizado
força o bibliotecário a repensar suas práticas e a romper com velhos conceitos. Segundo
Vergueiro (1989), para manter as bibliotecas pelas quais são responsáveis como
organismos vivos e atuantes, os bibliotecários precisam da clareza de que é preciso mudar
a ênfase de seu trabalho da acumulação pura e simples do material para o acesso ao
mesmo.
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As atividades que operacionalizam o desenvolvimento de coleções devem ser
abordadas em uma perspectiva sistêmica e nunca de forma isolada, pois, como afirma
Vergueiro (1989, p.16) essas atividades “estão todas em pé de igualdade, girando em torno
de um pequeno círculo onde se situam os bibliotecários responsáveis pelo desenvolvimento
da coleção”.
Para melhor entendimento, adotamos a terminologia proposta por Figueiredo (1993,
p. 64), por considerar a mais completa, assim temos:
§
Desenvolvimento de coleções: função do planejamento global da coleção;
§
Seleção: função do desenvolvimento d e coleções, processo de tomada de decisão
para títulos individuais;
§
Aquisição: processo de implementação das decisões a seleção;
§
Avaliação de coleção: função de desenvolvimento de coleção, relacionada com
planejamento, seleção, revisão, revisão e desbastamento;
§
Revisão da coleção: termo mais amplo, genérico, relacionado com avaliação e os
que seguem. É o processo pelo qual as decisões são tomadas e ações executadas;
§
Desbastamento:
processo de extrair títulos ou partes da coleção, quer para
remanejamento, quer para descarte;
§
Remanejamento: processo de retirar títulos ou parte da coleção para outros locais
menos acessíveis;
§
Descarte/seleção negativa: processo de retirada de títulos ou partes da coleção
para fins de doação ou eliminação. Para essa última decisão deve ser formado em
consideração e aspecto físico da obra;
§
Conservação/preservação – conservação é a retirada temporária do título para
recomposição física e para retornar à coleção. Preservação se refere a recomposição
de títulos raros para armazenamento especial.
Apesar da importância das atividades do desenvolvimento de coleções, poucas são as
bibliotecas brasileiras que possuem uma política bem definida para a nortear a execução
dessas atividades. Muitas são as razões que levam a grande maioria dos bibliotecários a
não realizar essas atividades, como por exemplo a falta de conhecimento de métodos
especificos. Em relação à atividade de avaliação de coleção, que ao nosso ver é o ponto de
partida para identificar áreas da coleção que estão estáticas ou em franco crescimento,
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Vergueiro (1986) aponta a falta de tempo e despreparo do profissional no que tange as
metodologias utilizadas, como uma das principais razões para a não realização dessa
atividade, que segundo Guerreio (1980), é uma atividade que tem entre seus objetivos é
colher subsídios para planejar melhor o desenvolvimento equilibrado do acervo.
As etapas que compõem a formação e o desenvolvimento de coleções têm suas
diretrizes na política de desenvolvimento de coleções, também conhecida por política de
seleção, carta de aquisição, documento de relevância que orienta a tomada de decisão, bem
como os procedimentos para a execução das etapas.
Os SNBUs
Os Seminários Nacionais de Bibliotecas Universitárias, eventos científicos que
ocorrem a cada dois anos, são de grande importância, pois se constituem em verdadeiro
foro de discussão que proporciona ao profissional o contato com os estudos/pesquisas que
estão sendo realizados na área. Para Ohira, esses ”assumem importante papel, pois
permitem que idéias novas sejam discutidas e avaliadas, através da transferência oral, tanto
formal como informal” (1997, p. 91).
Os Seminários Nacionais de Bibliotecas Universitárias/SNBU são eventos de
grande repercussão nacional, na área biblioteconomia, sendo superados apenas pelo
Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação e Ciência da Informação. Desde
o primeiro SNBU, realizado em Niteroi/RJ, em 1978, foram realizados 10 eventos,
conforme mostra Quadro 1.
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Quadro 1
Cronologia dos SNBUs
LOCAL
ANO
TEMA
REALIZAÇÃO
1º
1978
UFF
Niteroi
RJ
2º
1981
CAPES
Brasília
DF
3º
1983
UFRN
Natal
RN
4º
1985
A Biblioteca com suporte do ensino e da pesquisa
no desenvolvimento nacional
Avaliação do desempenho da Biblioteca
Universitária no Brasil
Mecanismo de administração de Bibliotecas
Universitárias
Bibliotecas universitárias: usuários e serviços
UNICAMP
Campinas
SP
5º
1987 Plano Nacional de Bibliotecas Universitárias
UFRGS
Porto Alegre
RS
6º
1988 Automação de bibliotecas e serviços aos usuários
1991 Automação de bibliotecas e serviços aos usuários
UFPA
Belém
PA
UFRJ
Rio de Janeiro
RJ
1994 Integração e compartilhamento
1996 A Biblioteca Universitária e a sociedade da
informação
1998 Gestão de Bibliotecas Universitárias estratégias
para um novo tempo
UNICAMP
Campinas
SP
UFPR e PUCPR
Curitiba
PR
UFCUNIFORABC
Fortaleza
CE
SNBU
7º
8º
9º
10º
Cidade
UF
Material e Método
O material utilizado neste estudo se constituiu dos anais dos VII, VIII, IX, X
SNBU, que foram analisados a partir de uma abordagem quantitativa.
Para dar inicio à coleta de dados foram obedecidas as seguintes etapas:
•
Levantamento, através do título, das comunicações e painéis referentes ao
tema;
•
Elaboração de planilhas no Microsoft Ecxel e preenchimento dos dados
indicando para cada comunicação e painel analisados: número de autores,
titulação e instituição do primeiro autor, temática mais freqüente, tipologia e
idioma das fontes utilizadas, assim como os autores mais citados.
Para análise da temática foi utilizado como critério a terminologia para o
desenvolvimento de coleções proposta por Figueiredo (1993, p. 64),
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Análise e discussão dos Dados
As comunicações e os painéis registrados nos anais dos Seminários Nacionais de
bibliotecas Universitárias, realizados na década de 90, totalizaram 233 trabalhos, destes 41
discutem as etapas do desenvolvimento de coleções.
Em relação ao tipo de autoria dos trabalhos analisados, observa-se no Gráfico 1 a
predominância da autoria múltipla, com um total de 60% dos trabalhos apresentados. A
autoria múltipla, de acordo com Noronha e colaboradores (2000), é uma tendência seguida
pelos demais trabalhos apresentados nos SNBUs.
Gráfico 1
Tipo de Autoria
40%
60%
Única
Múltipla
Quanto a procedência dos autores, o Gráfico 2 sinaliza que a Universidade de São
Paulo/USP é a instituição que apresentou o maior número de trabalhos, nesse casso seis,
correspondendo a 35,29%, seguida pela Universidade Estadual de Campinas/Unicamp,
com três trabalhos (17,65%). As demais instituições tiveram a mesma quantidade de
trabalhos, ou seja, dois (11,76%).
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Gráfico 2
Procedência dos Autores
USP
UNICAMP
UNESP
UFRGS
UFPR
UFES
0
1
2
3
4
5
6
7
Quanto à titulação dos autores, como mostra o Gráfico 3, a maioria dos trabalhos
foi de autoria dos bibliotecários, 74%, enquanto os docentes apresentaram 16%. Não foi
possível identificar a titulação de 10% dos autores. Os dados sugerem que os bibliotecários
que atuam nas bibliotecas universitárias estão desenvolvendo as etapas que compreendem
a gestão das coleções, principalmente no campo da avaliação de coleções, pois seus
trabalhos, de uma forma geral, são o resultado de pesquisas realizadas em seus locais de
trabalho.
Gráfico 3
Titulação dos Autores
10%
16%
74%
Docente
Técnico
Não Identificado
Quanto à tipologia das fontes utilizadas para elaboração dos trabalhos, o Gráfico 4
indica que estas foram variadas. Na categoria “outras fontes” foram agrupadas publicações
do tipo folhetos, planos/programas/projetos.
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O artigo de periódico foi a fonte utilizada que recebeu o maior índice de citação,
isto é, 39,29%, o que reforça a importância do periódico cientifico como fonte de pesquisa,
pois esse é o veículo de comunicação mais importante no campo do desenvolvimento de
coleções devido à atualização dos estudos teóricos e/ou práticos que são publicados.
Os livros (capítulos e o livro como o todo) obtiveram o segundo lugar das fontes
mais citadas, 29,46%, enquanto outras fontes, que incluem a literatura cinzenta,
representam 18,30%, com destaque especial para os anais dos SNBU’s, que representam
5,80% ds fones citadas.
Esses dados revelam que a literatura convencional continua sendo a mais citada,
apesar da significativa utilização da literatura cinzenta, em especial dos anais dos SNBU’s,
que se constituem em uma rica fonte de informações relevantes, principalmente para
profissionais e pesquisadores que atuam na área de bibliotecas universitárias.
Gráfico 4
Fontes Utilizadas nos Trabalhos
Outras Fontes
Mat. Referência
Outros Eventos
SNBU
Dis./Tese
Artigo de Periódico
Livro
0
20
40
60
80
100
O Gráfico 5 apresenta o idioma das fontes citadas, apenas o português e o inglês
foram o mais utilizados, fontes em outros idiomas não foram encontradas. Esses dados
sugerem que a literatura específica na área de desenvolvimento de coleções e bem
representativa nesses idiomas.
�10
.
Gráfico 5
Idiomas das Fontes Citadas
37%
63%
Português
Inglês
Quanto à temática mais discutida nos trabalhos utilizados, observou-se, como
mostra o Gráfico 6, que os profissionais estão preocupados em avaliar seus acervos,
principalmente a coleção de periódicos. A avaliação e a aquisição foram os temas mais
discutido, representando 35% e 29%, respectivamente, dos trabalhos analisados,
demonstrando assim que essa atividade é objeto de reflexão e de pesquisa por partes dos
técnicos
das
bibliotecas
universitárias.
A
etapa
da
conservação
dos
materiais
informacionais também foi bem representativa (13%), Porém, pouco foi abordado sobre a
seleção (10%) e nada foi discutido sobre o estudo do usuário, com vistas ao
desenvolvimento de coleções. Esse é um dado que preocupa, pois diante do crescimento
exponencial
da
informação,
que
presenciamos
como
sujeito
ativo
na
sociedade
contemporânea, os responsáveis pelo desenvolvimento do acervo informacional de
unidades de informação, não podem minimizar a atividade de seleção, que é uma atividade
administrativa de fundamental importância. E o estudo do usuário, com vistas ao
desenvolvimento de coleções, ou seja, com o objetivo de conhecer as necessidades de
informação da comunidade atendida, é o grande norte que direciona a atividade de seleção
e pode garantir a qualidade do acervo de uma biblioteca, principalmente da biblioteca
universitária.
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Gráfico 6
Temática
10%
13%
35%
13%
29%
Avaliação
Dese. Coleções
Aquisição
Seleção
Conservação
Em 224 referências analisadas foram citados 194 autores. Desse total, dois autores
foram responsáveis por 24 citações, sendo que cada um foi citados 12 vezes,
o que
corresponde a 24,86% das citações. Um autor foi citado 6 vezes, o que representa 10,71%
das citações. Outro por 5 vezes, representando 8,93. Outros 7 autores contabilizaram um
total de 21 citações, representando 5,36% cada um. Os demais autores, que juntos
totalizam 138, foram citados duas ou apenas uma única vez.
A Tabela 1 consta os autores mais citados nos trabalhos, ou seja: Nice Menezes de
Figueiredo e Waldomiro C. S. Vergueiro, ambos com 12 citações. Esses autores são nomes
de destaques no cenário nacional na área de desenvolvimento de coleções, pois possuem
uma produção cientifica relevante que contribui para estudos na área em foco.
�12
Tabela 1
Autores mais citados
Autor
f
FIGUEIREDO, N. M. de
12
VERGUEIRO, W. C. S.
12
LANCASTER, F.W.
6
MIRANDA, A.
5
UFES
3
CAMPOS, V. F.
3
CARVALHO, M. C. R
3
EVANS, G. E
3
LANE, S. S.
3
MAGRILL, R. M.
3
MARTELLO, S.
3
Total
56
Considerações finais
Este trabalho verificou as etapas do desenvolvimento de coleções que mais vem
sendo discutidas nos SNBUs, na década de 90. Os dados apontam que a ênfase tem sido
dada para os processos de avaliação de coleções e aquisição de materiais informacionais.
Observa uma preocupação no que tange a atividade de conservação, com quatro trabalhos
referentes a esse tema. Observa -se também que o tema “livro raro” foi tratado em dois
trabalhos apresentados. No entanto não foi verificada a existência de estudos que tivesse
como centro da discussão a política de desenvolvimento de coleções. Documento básico
que contém as diretrizes para formar e desenvolver as coleções de matérias informacionais.
Trabalhos desse porte precisam ser realizados uma vez que se verifica, através da literatura
nacional, que existe uma carência desse tipo de documento em nossas bibliotecas
universitárias, ou seja, poucas são as bibliotecas universitárias que desenvolveram uma
política de desenvolvimento de coleções e que utilizam esse tipo de documento para
nortear suas atividades.
Referências
FIGUEIREDO, N. M. Desenvolvimento & avaliação de coleções. Rio de Janeiro: Rabiskus, 1993.
GUERREIRO, I. et al. Utilização de métodos quantitativos na avaliação de coleção. Re v. Esc.
Bibliotecon. UFMG, Belo Horizonte, v. 9, n. 2, p. 217-224, set. 1980.
�13
NORANHA, P. D., POBLACIÓN, D. A.., SANTOS, C. B. Dos. Produção científica: análise
cienciométrica das comunicações apresentadas nos SNBUs 1978-1998. In. SEMINÁRIO
NACIONAL
DE
BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS,
11.,
2000,
Florianópolis..
Anais....Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM.
OHIRA, M. L. B. M. L. B. Produção técnico-científica e artística da Universidade do Estado de
Santa Catarina (1991-1995). In: WITTER, G. P. (org). Produção científica. Campinas: Átomo,
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VERGUEIRO, W. Desenvolvimento de coleções . São Paulo: Polis/APB, 1989.
ZUFFO, J. A. A Infoera: o imenso desafio do futuro. São Paulo: Saber, 1997.
OLIVEIRA, M. P; ARAGÃO, E. M. Padrões de comunicação científica na Universidade Federal
da Bahia. Ciência da Informação, Brasília, v. 21, n. 3, p. 201-015, set./dez. 1992.
PURQUERIO, M. C. V.; NASTRI, R. M. Análise da produção bibliográfica de um Departamento
de uma escola de Engenharia oficial de são Paulo. Tansinformação, Campinas, v. 2, n. 1, p. 139,
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TARAPANOFF, K., KLAES, R. R., CORMIER, P. M. J. Biblioteca universitária e contexto
acadêmico. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNVIERSITÁRIAS, 9., 1996,
Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR/PUC-PR, 1996. 2 Disquetes1/4. Referência 4.3.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Desenvolvimento de coleções: uma análise a partir dos anais dos SNBUs realizados na década de 90.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Machado, Raymundo N.
Silva, Zuleide Paiva da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa a produção cientifica, das comunicações registradas nos anais dos SNBUs, realizados na década de 90, um recorte no desenvolvimento de coleções, constitui o principal objetivo desse trabalho.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4125/SNBU2002_114.pdf
e39e2a460d4558bc8696c8de29a8dcf5
PDF Text
Text
PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DA BIBLIOTECA DIGITAL DA PRODUÇÃO
CIENTIFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
Aldinar Martins Bottentuit (abottentuit@bol.com.br)
Cenidalva Miranda de Sousa Teixeira (ceni@elo.com.br)
Isabel Cristina dos Santos Diniz (isabelivanilde@bol.com)
Raimunda Ramos Marinho (dbibrai@ufma.br)
Maria Aparecida Lopes da Cruz
Universidade Federal do Maranhão – Departamento de Biblioteconomia/
Biblioteca Central
Av. dos Portugueses, s/n – Campus Universitário do Bacanga
65080-040 – São Luís –M A- Brasil
RESUMO: Análise teórica sobre biblioteca digital como recurso de informação
alternativo para as universidades brasileiras. Discutem-se os conceitos, terminologias,
características, cenários, serviços e produtos disponíveis com base em contribuições
teórico-conceituais e resultados de pesquisa de autores / pesquisadores nacionais e
estrangeiros. Propõe-se um modelo de biblioteca digital da produção cientifica dos
pesquisadores e docentes da Universidade Federal do Maranhão, como forma de
potencializar a disseminação e divulgação desse conhecimento.
Palavras-chave: Biblioteca Digital; Produção Científica - UFMA;
1 INTRODUÇÃO
As universidades brasileiras contam atualmente com vários recursos e serviços
de informação, desde o acesso à base de dados em CD-ROM, publicações eletrônicas,
COMUT, entre outras, até as Bibliotecas digitais, virtuais, eletrônicas, graças à evolução
das tecnologias de comunicação ocorrida nos últimos tempos, possibilitando, para as
Universidades,
novas
perspectivas
de
aplicação
da
Internet,
multimídia,
videoconferência e ensino auxiliado por computador no ambiente científico. Percebe-se
então que está acontecendo uma grande mudança nos modos de organização, produção,
acesso e divulgação da informação no que se chama de “era do conhecimento”.
�As redes telemáticas, particularmente a Internet, mostram de forma clara uma
nova modalidade de interação social; ela aparece como uma grande realização
participativa, democrática e integradora e, com isso, surgem novas práticas de
comunicação nas diversas “tribos eletrônicas” que se formam no interior dela. Essa
troca de informações na rede nada mais é do que uma interação e entendimento no
“Ciberespaço”. Entretanto, existe uma sobrecarga de informação de material que circula
na rede, o que causa um excesso de interações sociais. Em particular, esse excesso dá-se
por várias evidências, e principalmente pelo fato de nós, usuários de informação, sermos
também produtores.
Tem-se, na Internet, serviços com informação personalizada; trata-se dos
Agentes
Inteligentes
e/ou
Ferramentas
de
Busca,
WebCasting,
Listas,
Fóruns
Eletrônicos, Bibliotecas Eletrônicas, Bibliotecas Virtuais, pelos quais as informações
chegam até os usuários que tem inúmeras opções de escolha. Essas ferramentas, além de
oferecer catálogos, já dispõem os conteúdos na íntegra, algumas mais simples outras
mais complexas, entretanto, os resultados nem sempre satisfazem as necessidades
informacionais do usuário. Com relação a essa insatisfação, vale a pena ressaltar alguns
aspectos
que
interferem
diretamente
neste
processo:
barreira
lingüística;
desconhecimento das estratégias de busca utilizadas pelos sistemas na rede e a não
disponibiblidade de equipamentos e pontos de acesso a grande parte da população
brasileira, mesmo considerando as iniciativas implementadas pelo Programa da
“Sociedade da Informação” (Livro Verde).
É importante ressaltar que somente com políticas comprometidas com essa
questão se poderá concretamente ver todo o conhecimento disponibilizado em rede,
democratizado para os cidadãos brasileiros. Caso contrário, continuar-se-á na situação
polarizada entre os incluídos no mundo da informação e da Internet, no mundo digital,
e os outros excluídos, como acontece atualmente. Diante do exposto, cada instituição
deve tomar para si o desafio de minimizar essa situação, e no caso específico da
Universidade Federal do Maranhão, busca-se possibilitar, através da implantação da
Biblioteca Digital, as condições de acesso à produção científica dos pesquisadores e
docentes,
como
mais
um
recurso
de
informação
alternativo
conhecimentos, assim como potencializar a produção de novos saberes.
para
disseminar
�Este artigo objetiva, num primeiro momento, discutir a biblioteca digital a partir
de
contribuições
teórico-conceituais
de
autores
nacionais
e
estrangeiros
e,
posteriormente, apresentar a proposta Modelo da Biblioteca Digital da Produção
Científica dos Pesquisadores e Docentes da UFMA.
2 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA BRASILEIRA
Como dependentes de uma organização maior, a universidade, as bibliotecas
universitárias estão sujeitas a influências externas e internas do ambiente que as cerca,
com a observação de que, na condição de órgãos vivos e dinâmicos, as Instituições de
Ensino Superior-IES
influenciados
pelo
constituem
avanço
ou
deveriam
tecnológico,
em
constituir
su
a
um
dos
estruturação
grupos
e
formas
mais
de
operacionalização. No que tange à realidade brasileira, as bibliotecas universitárias, nos
últimos anos, têm lutado por sua integração junto à administração superior das
respectivas universidades, procurando alcançar supremacia. Segundo Ferreira (1980) e
Nascimento et al (2000), correspondem ao canal indispensável para o fomento da
informação no âmbito de abrangência de toda a universidade e comunidades adjacentes,
configurando-se como o centro das instituições.
Com base em Pinheiro e Vírginio (2000), afirma-se que, na atualidade, as
bibliotecas universitárias não estão sendo valorizadas tanto pela informação que contêm,
como no passado, mas sobretudo, pela informação que são capazes de disponibilizar
para alcançar um maior número de usuários, dentro do modelo conceitual do just in
time . É uma mudança latente de identidade da biblioteca dentro da sociedade da
informação.
Historicamente, observa-se que nos países centrais, a aplicação das tecnologias
de informação se dá, majoritariamente, no decênio de 60. Entretanto, nas nações ditas
periféricas, tradicionais consumidoras de tecnologias exportadas, a discussão sobre a
sua aplicabilidade inicia -se tão-somente no final da década de 70. E de fato, no Brasil, a
automação dos serviços de informação começa a acontecer nessa década, embora a
literatura destaque experiências frustradas nos anos 60. Sobre elas, Carvalho (1986,
�p.22) diz que se identificam como iniciativas isoladas e sem chance de continuidade,
acrescentando:
Até a primeira metade da década de 80, as barreiras a serem transpostas não
se prendiam apenas às questões sociais, econômicas e cult urais, porém muito
mais às questões políticas e tecnológicas já que as exigências burocráticas
impostas pela Política Nacional de Informática e a capacitação tecnológica
brasileira não proporcionavam nenhuma facilidade para o avanço dessa área.
É convenien te lembrar que, somente no final da década de 70, o Brasil inicia
uma política governamental visando à fabricação de equipamentos de
informática, enquanto, nos países desenvolvidos, já estava consolidada a
tendência no uso de sistemas ‘on -line’, de mini e microcomputadores, de
formatos de intercâmbio de dados bibliográficos e o desenvolvimento de
atividades objetivando o compartilhamento de recursos.
Indiscutivelmente, a realidade brasileira retratada acima repercute na situação de
quaisquer instituições direcionadas à disseminação da informação, tais como as
bibliotecas universitárias, o que encontra respaldo em Robredo (1981), cuja pesquisa
sobre a situação da automação dessas bibliotecas, realizada na década de 80, alerta para
os seguintes dados: situação ainda incipiente, poucos sistemas em operação, aplicativos
voltados para processos administrativos, entrada de dados e geração de catálogos, e uso
moderado de terminais.
A biblioteca universitária brasileira, até então, tinha necessidade premente de:
(a) manter equipamentos e programas para atender às demandas de ensino, pesquisa e
extensão; (b) renovar e ampliar seus acervos; (c) expandir os serviços oferecidos e
melhorar a sua qualidade. Fazendo um contraponto com os países desenvolvidos,
Carvalho (1986); Figueiredo (1986) e McCarthy (1990) enfatizam que estes também
enfrentam problemas similares, quando do início do processo de automação de suas
bibliotecas, tais como: custo dos serviços e racionalização no seu uso; capacitação dos
recursos humanos; conflito de interesses entre as equipes da biblioteca e da área de
informática; custo elevado dos serviços de telecomunicação e de correio; volume e
burocracia atrelados à aquisição de material bibliográfico, dentre outros.
Dentre tais itens, as questões de infra-estrutura, de incompatibilidade entre
hardwares e softwares e de absorção das inovações tecnológicas são mais acentuadas
nas nações periféricas, com o agravante de que tais fatores e outros, anteriormente
�citados, persistem. Independentemente desta s limitações, é inegável que, ao final da
década de 80 e início de 90, abre-se um novo espaço para as bibliotecas ora discutidas,
que se intensificam nos anos seguintes. De início, é só o fenômeno da automação.
Depois, a expansão das publicações eletrônic as on-line. Paralelamente a tudo isto, um
outro fato acontece no País: o desenvolvimento da pós-graduação, que fortalece o papel
das universidades na produção de conhecimentos científicos e tecnológicos. Como
conseqüência, com mais ênfase no ano de 2000, as bibliotecas universitárias, sobretudo,
aquelas localizadas nos centros de excelência do Sul e Sudeste, informatizam-se,
acessam e oferecem serviços on-line , colocando seus catálogos em rede, dentro da
perspectiva de que precisam acompanhar o progresso da sociedade, haja vista que a
universidade tem um compromisso social, que consiste na contribuição para a
construção de uma sociedade democrática mais justa e igualitária (ASSUMPÇÃO
NETO, 2000; BARSOTTI et al, 2000).
Isto significa que as instituições de ensino superior, em qualquer instância, têm
que adequar cursos e profissionais ao novo mercado de trabalho, registrando-se
considerável aumento no número de laboratórios de informática. Tudo isto conduz à
necessidade de bibliotecas atualizadas e dinâmicas, capazes de fornecer subsídios ao
fomento de novos conhecimentos. É função da biblioteca universitária dar suporte aos
programas de ensino, pesquisa e extensão da universidade, disponibilizando acervo,
oferecendo serviços, flexibilizando o prazo de emprést imo e fazendo uso das novas
tecnologias. Enfim, é a integração entre biblioteca e departamentos responsáveis pelo
gerenciamento dos programas dos cursos, rompendo o isolacionismo das bibliotecas.
Além do mais, no ambiente dessas bibliotecas, são inegáveis as possibilidades e
os impactos da Internet junto à comunidade. Além de instrumento de apoio ao ensino e
à pesquisa, subsidia informações atualizadas de forma rápida, fundamenta a pesquisa
acadêmica e favorece a divulgação de resultados e produtos, mesmo que com
interferências ligadas ao acesso lento, à danificação de equipamentos, entre outras. Por
outro lado, a instalação de biblioteca digital, na esfera da universidade brasileira, ou
mais especificamente, no raio de atuação das bibliotecas universitárias, interfere
positivamente no processo de comunicação científica, estimulando desafios profícuos
entre os atores envolvidos - pesquisadores e profissionais de informação (GOMES,
�1998). Complementando, palavras literais de Gómez et al, (1998) dão conta das
possibilidades da biblioteca universitária digital, assegurando que se firma como:
[...] aquela que abre as redes de informações e meta-informações para
permitir um novo mapa do conhecimento e do metaconhecimento – aquele
que permite reunir sem dissociar diferentes modos de gerar conhecimento,
favorecendo a dupla vinculação do saber, a epistemológica entre tipos e
níveis de saber, e a social, entre diferentes setores sociais. Deverá ser um
mapa que sustente uma nova política do conhecimento, numa reformulação
da relação entre o ‘poder conhecer’ de nossas histórias, nossas competências
e nossos recursos, e o ‘querer conhecer’ dos atores sociais, comprometidos
com a universidade - uma rede de virtualização em que possam ser
problematizadas e renovadas todas as redes sociais da atividade econômica,
estatal e comunitária.
Em suma, o ideal é que todas as bibliotecas universitárias atuem como centros
dinâmicos de informação, com coleções atualizadas e disponíveis via suportes modernos
de recuperação. No entanto, se algumas atingem esta meta, prevalecem bibliotecas com
nível técnico rudimentar, acervo precário tanto em termos de conservação como de
atualização, ao lado de condições físicas deficientes, principalmente em relação ao
acervo de periódicos. Tal realidade traz à tona os contrastes flagrantes entre as
bibliotecas das regiões brasileiras e que integram o cotidiano brasileiro e o gap existente
entre os estados brasileiros quanto ao nível de produção de informação e conhecimento,
e por extensão, quanto ao nível de suas instituições.
Reitera-se, pois, a informação de que, no Brasil, a biblioteca digital ganha força
apenas em meados de 1980, mas sobretudo, nas entidades do Centro-Sul. As
informações em suporte eletrônico passam a ser usadas com intensidade, permitindo a
cooperação e a partilha de recursos - catálogos, coleções e serviços mantidos pelas
unidades de informação conectadas em rede - entre as bibliotecas e demais unidades de
informação, buscando suprir ao máximo a demanda dos usuários. Como conseqüência
do conjunto tecnológico, ou seja, de todas as tecnologias aplicadas no campo da
Biblioteconomia, procedimentos técnicos para a preparação das fontes informacionais
são revistos, conduzindo à extinção de uns, alteração de outros, fusão de alguns ou
reformulação radical de mais outros, visando à consecução das novas funções da
biblioteca digital.
�Sobre a temática, vale discutir o estudo de Bertholino et al. (2000) sobre a web
como canal de divulgação de serviços e produtos de bibliotecas universitárias. Com base
em análise de conteúdo das respectivas home pages , além da constatação inicial do
crescimento de bibliotecas universitárias com sites na rede, conclui que:
§
as home libraries, como são chamadas as home pages das bibliotecas
universitárias, seguem padrão semelhante para a apresentação dos dados,
utilizando esse recurso como forma de divulgar sua estrutura, e assim, criar um
elo entre a biblioteca e o usuário remoto;
§
seu
conteúdo
é
predominantemente
descritivo,
com
poucos
recursos
operacionais que permitam ao usuário executar a busca da informação desejada;
§
o catálogo on-line é o grande trunfo das home libraries, pois virtualiza os
recursos bibliográficos, e portanto, abre caminho para a virtualização das
bibliotecas;
§
a web é uma ferramenta que pode ser mais explorada pelas bibliotecas, diante da
infinidade de recursos e formas de se disponibilizar informações aliada às
tecnologias oferecidas, uma vez que está associada a uma imagem de
modernidade e agilidade;
§
as home libraries devem proporcionar maior interatividade com o usuário,
explorando mais
as possibilidades do e-mail, com formulários para envio de
questões de referência e mecanismos de avaliação de seu conteúdo.
O mencionado estudo recorre ao Guia de Bibliotecas de Instituições Brasileiras
de Ensino Superior
de 1998 , que especifica o universo de bibliotecas universitárias
brasileiras, representado por 1.014 unidades. A amostra refere-se a 76 bibliotecas
(7,4%), 68 públicas (89,5%) e oito, particulares (10,5%). Em sua essência, a pesquisa
em pauta confirma que as bibliotecas universitárias estão totalmente inseridas no
contexto informacional on-line, e até mesmo as “principiantes” caminham de forma
decisiva para a interação com as NTIC, apesar de fatores intervenientes de ordem
diversa, como financeiro, humano (profissionais voltados para o processamento técnico
e distanciados de ações sociais e interatividade com o meio) e material, no que diz
respeito à alocação de equipamentos adequados e modernos.
�Outro estudo exploratório, que reafirma o anterior, é o de Bertholino e Oliveira
(1998), a respeito do uso dos recursos e ferramentas da Internet pelos bibliotecários de
instituições brasileiras de ensino superior. Através de questionário distribuído via email, identifica pontos de acesso da rede disponíveis nas bibliotecas, recursos,
catálogos/indexadores e atividades desenvolvidas. São selecionadas, aleatoriamente,
120 bibliotecas com endereço eletrônico, das quais se obtém um retorno de 58 dos
questionários enviados, o que representa uma amostra de 48,3% sujeitos (bibliotecários)
da população, sendo que seis (10,3%) não estão conectadas à rede.
Dentre os resultados mais específicos, comprova-se que a Internet está integrada
à rotina das bibliotecas universitárias brasileiras, sendo utilizada, com freqüência, por
seus profissionais, atingindo predominância diária em torno de 93,4%. Dentre os vários
recursos, o e-mail e o WWW são os mais usados. Dentre os catálogos indexadores de
maior incidência, estão o Alta Vista (84,63%) e Cadê ? (80,80%), seguido do Yahoo,
com 71,2%. A atividade que mais lança mão dos recursos da Internet é o levantamento
bibliográfico (86,51%), embora o COMUT também alcance o percentual significativo
de 69,2%, o que se justifica pelo fato de ser um serviço estruturado eletronicamente.
Também atinge índice expressivo (38,50%) o intercâmbio com outras instituições para
permuta de material bibliográfico, através de listas de duplicadas colocadas em
circulação nos sites das bibliotecas ou enviadas por e-mail.
Outro estudo que cabe ressaltar neste artigo, é o de autoria de Silva; Márdeo;
Cláudio (2001), o qual buscou identificar tipos de informação institucional, serviços,
produtos, possibilidades de recuperação e apontadores, das bibliotecas brasileiras na
Internet, e conclui que “as universidades saíram na frente na disponibilização de
catálogos via Internet”, o que consideravelmente facilita a pesquisa, a busca de
informação por parte do usuário.
3 DISCUSSÃO CONCEITUAL DO NOVO MODELO DE BIBLIOTECA
Infindáveis são as discussões em torno do novo modelo de biblioteca, no que diz
respeito a conceitos, características, estruturas e terminologias, quer como continuação e
�aperfeiçoamento dos sistemas tradicionais, quer como unidades de informação
independentes, “que conviverão em espaços diferenciados daqueles das bibliotecas já
estabelecidas” (MARCHIORI, 1997b, p.117). Aliás, essa autora, noutra publicação
(1997a), arrola termos que estão sendo adotados do ponto de vista terminológico e
conceitual:
biblioteca
polimídia;
biblioteca
eletrônica/electronic library (e-library;
biblioteca virtual/virtual library, biblioteca de realidade virtual; biblioteca digital;
biblioteca não física; desktop library illimited; without walls library; biblioteca biônica;
biblioteca ciberteca etc. Dentre tais opções, considerando a revisão de literatura
empreendida por Amat (1990); Dowlin (1984); Fernandes (1999); Ferreira e Marchiori
(1999); Marchiori (1997b); Marconi e Gomes (1997), Diniz (2000) e Santos e Passos
(2000), em que retomam a classificação de Barker (1996), fundamentada no impacto
das tecnologias de informação ao sistema informacional mundial, seguem algumas das
terminologias mais disseminadas e suas respectivas conceituações:
a) Biblioteca polimídia: Etimologicamente, o termo poli = muitas/várias e
mídia = meios/recursos de comunicação social donde, se conclui que a
biblioteca polimídia “é uma biblioteca similar à biblioteca convencional de
hoje, contendo livros na forma tradicional que convivem com vídeos, fitas,
CD-ROMs, microfilmes, software de computadores etc.” Mesmo dispondo de
computadores para os usuários, seus processos de gerenciamento e
organização são quase sempre manuais e as novas tecnologias não são
utilizadas para automação da própria biblioteca (MARCHIORI, 1997b, p.
118). A este respeito, Barker (1994) posiciona-se dizendo que podem
incorporar
computadores
disponíveis
não
para
qualquer
trabalho
de
automação, mas como auxiliar em etapas dos processos técnicos e na
composição do acervo de múltiplos suportes.
b) Biblioteca eletrônica: refere-se à biblioteca cujos processos básicos são de
natureza eletrônica, o que significa efetiva utilização dos computadores na
armazenagem, no tratamento, na recuperação e disponibilização de registros,
incluindo a construção de índices on-line , busca de textos na íntegra e
digitalização de livros. Pressupõe o uso extensivo de meios eletrônicos que
coexistem com as publicações eletrônicas, sendo possível remeter-se ao
bibliotecário e a sistemas especialistas, compreendidos como programas de
computador interativos, capazes de competir com as ações de negociação
efetivadas pelo bibliotecário em certas estratégias de busca.
�c) Biblioteca não física: A biblioteca não física comporta múltiplas
interpretações:
uma sala ou conjunto de salas onde livros e outros materiais são
armazenados;
uma coleção de materiais literários, filmes, fitas, registros sonoros,
brinquedos infantis etc. armazenados para empréstimo ou referência;
um edifício ou instituição que aloja uma coleção: uma biblioteca pública;
um conjunto de livros, publicados como séries, freqüentemente em um
formato similar;
tecnologia de computadores: uma coleção de programas-padrão e sub -rotinas
para uso imediato, contida em disco ou algum outro dispositivo de
armazenamento." (BARKER, 1994, p. 221).
Infere-se, pois, que a diversidade de concepções e as múltiplas implicações
que a expressão contém, confirmam, mais uma vez, quanto o novo modelo
de biblioteca provoca polêmicas e divergências, distanciando-se de uma
posição unívoca e consensual.
d) Biblioteca virtual: A condição sine qua non para a sobrevivência da
biblioteca virtual é a realidade virtual. Caracteriza-se por reproduzir o
ambiente de uma biblioteca em duas ou três dimensões mediante um software
próprio acoplado a um computador, de tal forma que, ao entrar numa BV, o
usuário, como diz Marchiori (1997b, p. 118), possa “circular entre as salas,
selecionar um livro nas estantes, ‘tocá -lo’, abri-lo e lê-lo” , embora o livro
exista somente no computador e na sua mente. Contrapondo-se a tal
posicionamento, Poulter, referenciado pela autora acima citada, nomeia este
tipo de biblioteca como – biblioteca de realidade virtual – assegurando que
são instâncias distintas. Em sua opinião, o conceito de BV relaciona-se
sempre com o conceito de acesso, através de redes, a recursos informacionais
disponíveis em sistemas de base computadorizada, em geral, remotos,
enquanto a biblioteca de realidade virtual assemelha-se a uma nova forma de
catálogo on-line de acesso público, construída a partir da tecnologia de
realidade virtual.
e) Biblioteca digital: Conforme afirma Diniz (2000) são os EUA que primeiro
registram a biblioteca digital, como resultado de numerosos estudos e
pesquisas agraciados por investimentos vultosos do governo e do setor
privado, tendo como centro as universidades, bibliotecas e outros órgãos
voltados para a pesquisa e o ensino. Daí, as iniciativas seguem para a Europa
e demais continentes. A biblioteca digital mantém informações no formato
tradicional,
disponibilizando-as
também
na
forma
digital, em meios
�diversificados de armazenagem, como as memórias eletrônicas - discos
magnéticos e óticos. Neste caso, a informação demandada é acessada, em
locais específicos e remotamente, através de redes eletrônicas de informação,
o que garante vantagens adicionais – compartilhamento imediato, relativa
facilidade e custo mais baixo (DINIZ, 1997).
Rodrigues (1997, p. 2) acredita que se caminha para a aceitação da expressão biblioteca digital - como o termo “[...] que melhor representará a realidade emergente,
podendo ficar reservado o nome biblioteca virtual para as bibliotecas digitais que
integrem no seu funcionamento e serviços técnicos aplicações de realidade virtual." Em
seu ponto de vista, as bibliotecas digitais irão organizar, armazenar, e pôr nas redes
eletrônicas um volume significativo de informações multimídia (texto, imagem, som
etc.) em suportes digitais e em outros, como o papel. Em contraposição ao autor
mencionado, Baldacci (1993) conceitua a biblioteca digital como enorme rede que
conecta ou interliga o mundo, proporcionando a instalação de uma biblioteca global,
contendo todo tipo de informação e nos mais diversificados suportes físicos. Enquanto
isto, Bax (1997, p. 38) posiciona as bibliotecas digitais como “[...] entidades capazes de
vencer as limitações naturais, espaço-temporais, impostas a objetos físicos (livros,
estantes, salas, prédios), permitindo novas práticas de trabalho e oportunidades.”
Em suma, para nosso estudo, o conceito adotado para Biblioteca Digital- BD,
consiste naquela biblioteca disponível on-line, porém fornecendo informações sobre
documentos no formato tradicional, até disponibilizando-o na íntegra (através da
digitalização do documento original – formato tradicional).
4 A PROPOSTA PARA CONSTRUÇÃO DA BIBLIOTECA DIGI TAL NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
A história da pós-graduação na Universidade Federal do Maranhão tem início no
ano de 1975, quando a Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior
(CAPES/MEC) lança nacionalmente o Programa Instituciona l de Capacitação de
Docente, visando à qualificação dos professores das universidades, em duas versões:
�bolsa para mestrado e doutorado, fora da sede e desenvolvimento de Curso de PósGraduação “lato sensu” na sede.
Atualmente, a UFMA possui um amplo leque de cursos de graduação e pósgraduação, e produzindo seus resultados de pesquisa através de artigos científicos,
papers, dissertações de mestrado e teses de doutorado, com diferentes estruturas e
conteúdos dos mais simples (apenas texto) até aqueles mais complexos (compostos de
vídeos e imagens). Assim, vêem-se aumentados a produção científica e seus registros,
emergindo várias questões, tanto no contexto institucional, como da C & T, as quais
são: como saber a autoria de determinada publicação produzida na UFMA, ou sobre
determinada temática? como armazenar o crescente volume de informação registrada no
suporte tradicional? terão as bibliotecas acompanhado o crescimento exponencial da
produção do conhecimento? verifica-se então que nestas indagações, o ífsico começa a
prescindir do virtual, para a manutenção, disseminação e recuperação da informação, na
velocidade das transformações do mundo.
Assim, a UFMA acredita que desenvolver mecanismos de publicação eletrônica
e digital para a comunidade acadêmica brasileira, aumentando sua visibilidade, torna-se
uma questão essencial para o desenvolvimento e maturidade da pesquisa científica
brasileira, além de que o conhecimento disponibilizado em rede democratiza o acesso à
informação e ao conhecimento.
Mediante o quadro exposto, a UFMA propõe-se a pesquisar “Biblioteca Digital”
de forma a desenvolver mecanismos de armazenamento, publicação e recuperação
eletrônica da produção científica dessa instituição com vistas à criação de um protótipo
ideal para a implantação de uma biblioteca digital que disponibilize e divulgue a
produção científica destes atores/pesquisadores. Para tanto, a instituição se estrutura em
torno de uma equipe interdisciplinar de pesquisadores das áreas de Biblioteconomia,
Ciência da Informação, Computação, dentre outras, pois sem essa integração a
Universidade não conseguirá atingir os objetivos propostos .Além dessa organização
interna, a proposta conta com o apoio de órgãos de fomento como CNPq/PIBIC e Fundo
de Amparo à Pesquisa no Maranhã o - FAPEM.
�4.1 Aspectos metodológicos
O estudo se constitui de uma proposta híbrida, utilizando metodologicamente
ritos da pesquisa descritiva, e procedimentos da Análise de Sistemas. Tem como
universo as bibliotecas digitais de universidades, e usará como ferramenta planilhas
estruturadas para a coleta de dados, que se dará através da identificação, registro,
catalogação, plataforma, Currículo Lattes – CNPq e outras. Após as análises, serão
definidos os requisitos funcionais e estudo de casos do contexto da Biblioteca Digital.
A equipe efetivará um levantamento bibliográfico exaustivo e atualizado sobre o
tema em questão e um mapeamento dos tipos de serviços e produtos disponíveis em
rede. Face aos dados obtidos, seguir-se-á
fase de elaboração dos instrumentos de
acordo com os aspectos mais importantes detectados no estudo preliminar.Na
elaboração destes instrumentos buscar-se-á
isolar e limitar as variáveis experimentais
(características institucionais, detalhes técnicos irrelevantes, características e perfil
específico de pesquisadores) e eliminar as variáveis não controladas que possam entrar
na formalização da situação empírica estudada (questões referentes à política
institucional,
política
nacional
de
recursos
e
transferência
de
conhecimento
tecnológico).
Elaborados os instrumentos iniciais (questionários e planilhas estruturadas) de
acordo com os critérios acima mencionados, serão aplicados em um grupo de controle
equivalente a 10% do universo de estudo, para efeito de pré-teste. A metodologia
adotada, portanto, tem o objetivo de formular hipóteses de estudo, que contribuam para a
formação de um modelo teórico e conceitual que sirva de base a um protótipo. Utilizar-se-á
análise de sistema na perspectiva estruturada, que será o resultado final do projeto de
pesquisa, ao qual se refere a construção do protótipo.O estudo adquire um caráter
interdisciplinar, com participação de especialistas nas áreas de informática e análise de
sistema.
Com a definição inicial da proposta, delinearam-se as ações prioritárias que
sistematicamente arrolam todas as atividades a serem executadas no prazo de
agosto/2002 a agosto/2003, as quais sejam: delimitação do quadro conceitual;
�prospecção tecnológica; definição do fluxo e das atividades do programa de pósgraduação; definição do processo de cessão dos direitos autorais da produção científica;
análise e desenvolvimento do sistema; criação e registro de documentação; projeto piloto e plano de divulgação. As ações e atividades serão acompanhadas e avaliadas
sistematicamente e, se necessário, redistribuídas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A informação e, em especial, o acesso a ela é o grande diferenciador desse
milênio. Assim sendo, em um mundo cujas regras ditadas são as da globalização, o
Projeto de Biblioteca Digital da Universidade Federal do Maranhão nada mais é do que
um instrumento de emancipação e de desenvolvimento para com a ciência e o mundo.
Mediante o exposto, podemos avaliar o grau de validação desse projeto sem nos
desviarmos da missão da Universidade que, a priori, é a produção e disseminação do
conhecimento.
Durante a consecução das ações, efetuar-se-á o acompanhamento, a avaliação e
o controle do projeto, para se necessário, incluir e/ou desdobrar outras ações.
REFERÊNCIAS
ASSUMPÇÃO NETO, J. de C.; MARTUCCI, E. M.; FACUNDO, M. L. C. Extensão
universitária participativa: uma parceria da biblioteca comunitária e do Departamento de
Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos para o resgate da
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MARCHIORI, P.Z. biblioteca virtual em construção. Disponível em:
<http://www.eca.usp.br/eca/nucleos/biblial1.html> Acesso em: 26 jul. 1997.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Proposta de construção da biblioteca digital da produção científica da Universidade Federal do Maranhão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Bottentuit, Aldinar Martins
Teixeira, Cenidalva Miranda de Sousa
Diniz, Isabel Cristina dos Santos
Marinho, Raimunda Ramos
Cruz, Maria Aparecida Lopes da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Propõe-se um modelo de biblioteca digital da produção científica dos pesquisadores e docentes da Universidade Federal do Maranhão
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4124/SNBU2002_113.pdf
020c40578910560ce701246bf1cda5f5
PDF Text
Text
Um Ambiente Cooperativo para dar Apoio à Atividade
Acadêmica e Suporte ao Desenvolvimento de Coleções
Rachel Cristina Mello Guimarães1, Claudia Mara Amigo Lopes 2, Crediné Silva
Meneses3
12Faculdade
Estácio de Sá de Vitória – FESV
Rua Herwan Modenesi Vanderlei
Quadra 6 – Lote 1 – Vitória -ES - Brasil
rachelcristina@fesv.br
amigo@fesv.br
3
Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
Centro Tecnológico – Departamento de Informática
Av. Fernando Ferrari, s/n, Goiabeiras – 29060-900 – Vitória - ES
credine@inf.ufes.br
�1 INTRODUÇÃO
Os avanços da tecnologia da informação reforçam mudanças econômicas e sociais que
estão revolucionando os negócios e a sociedade.
A nova espécie de economia –
baseada na informação – está emergindo onde o comércio e o investimento são globais
e empresas competem utilizando o conhecimento, redes eletrônicas e agilidade
(LEVY, 1999). Assim, cada vez mais as pessoas interagem com as novas tecnologias
buscando o conhecimento de como elas funcionam, como se adaptarem aos artefatos
tecnológicos existentes e como adquirir habilidade no manuseio dos recursos (LEVY,
1999).
Além disso, a tecnologia é um direito do cidadão contemporâneo, na medida em que
possibilita a ele conhecer e utilizar novas ferramentas e novas linguagens,
fundamentais para o domínio e a autonomia na convivência e no trabalho com o
mundo atual e globalizado.
Neste contexto, a escola exerce um papel fundamental,
propiciar o acesso aos alunos a essa nova tecnologia e as suas linguagens. Dessa
forma, surge uma nova proposta pedagógica que tem como objetivo incorporar a
interação dos alunos com o computador através da elaboração e da concretização de
projetos e incentivando-os na aquisição e troca de conhecimento.
Entretanto, a maior dificuldade que enfrentamos no momento é o de interagir com a
informação, ou seja, como conhecer os dados e a informação que são usados pelas
pessoas e organizações. Dessa forma, a pergunta chave é como obter domínio da
informação? Como conhecer caminhos para localizar a informação necessária para o
desenvolvimento de uma determinada tarefa? Como ter o suporte da informação no
momento de uma tomada de decisão?
As novas facilidades introduzidas pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação
possibilitam um repensar de nossas atividades. O elemento central para esse repensar é
a integração da informática com a comunicação que possibilitou a criação de
ambientes virtuais onde pessoas trabalhando em locais e tempos distintos podem
cooperar para resolução de problemas complexos. Assim, atividades que antes eram
feitas sem a participação dos vários interessados, onde se declinava o potencial das
�múltiplas contribuições, empobrecendo com isso a qualidade das soluções, começam a
ser repensadas a partir do uso de ambientes telemáticos cooperativos.
Neste contexto, este trabalho busca integrar dois projetos oriundos de duas dissertações
de mestrado em informática “Amigo OnLine – Um Ambiente Cooperativo para
Compartilhamento de Recomendação Bibliográfica” (LOPES, 2000) e “Um Ambiente
Cooperativo para Seleção de Material Bibliográfico a Adquirir” (GUIMARÃES, 2001)
desenvolvidas a partir da percepção de alguns pontos que serão descritos. O objetivo é
apoiar as atividades acadêmicas e dar suporte ao desenvolvimento de coleções de uma
biblioteca.
E é nesse cenário, que o trabalho propõe desenvolver um modelo cooperativo de
compartilhamento de recomendações bibliográficas, a construção de uma biblioteca
personalizada, um ambiente cooperativo para a construção de uma base de dados de
sugestões de material bibliográfico para que em um determinado momento essas
sugestões sejam selecionadas para a elaboração de uma lista de sugestões de material
bibliográfico a ser adquirido para as bibliotecas.
Além disso, a integração é possível a partir da observação de que os dois trabalhos
possuem como meta principal a interação entre professores, alunos e bibliotecários para
que eles trabalhem em conjunto, colaborando uns com os outros, utilizando as
tecnologias de ambientes cooperativo, filtros de informação e agentes inteligentes.
Assim, a discussão sobre o trabalho desenvolvido é realizada nas seções subseqüentes.
Os problemas encontrados no ambiente atual e o tratamento dado, são descritos na
seção 2. As técnicas utilizadas, na seção 3. A proposta de uma ambiente cooperativo
com uma abordagem orientada a agentes para tratar o problema é apresentada na seção
4. Na seção 5 e 6, as considerações finais e referencias.
2 O PROBLEMA E SEU TRATAMENTO ATUAL
Nesta seção serão apresentados os problemas encontrados no desenvolvimento da
pesquisa e o tratamento dado no desenvolvimento das atividades do ambiente estudado
.
�2.1Compartilhando Recomendações
Diariamente alunos e professores consultam, avaliam e/ou ficham diversos tipos de
material bibliográfico, tais como, livros, filmes, músicas e outros. Entretanto, o
produto final da análise elaborada pelos alunos e professores e as obras consultadas por
eles ficam perdidos e não são compartilhadas entre eles ou outros indivíduos que
pudessem ter acesso a essas informações, pois na maioria das vezes as pessoas não
registram suas opiniões para que as outras pessoas tenham acesso. Além disso, não
existe um mecanismo de busca para encontrar recomendações sobre o que as pessoas
estão precisando.
Assim, as dificuldades descritas acima podem ser exemplificadas em vários tipos de
trabalhos dentro de uma organização, mostrando que a abrangência do uso das
recomendações em grupo facilita a execução de um projeto. Como exemplo de
aplicação podemos citar:
• A Rede Pública de Ensino, que mesmo tendo reuniões pedagógicas com os
professores não possuem meios para dar suporte a tantas informações sobre livros
adotados, trabalhos criados, metodologias de ensino, enfim tudo que todos os
professores da rede desenvolvem. Entretanto é obvio que o conjunto dos professores
(milhares)
possui
em
suas
cabeças
informações
isoladas
que
poderiam
ser
compartilhadas.
• Ainda no contexto educacional, professores e alunos não registram informações
referentes aos trabalhos acadêmicos desenvolvidos que poderiam servir de base para
futuras pesquisas.
• No contexto cultural, o registro de informações a respeito de filmes, peças de
teatro, músicas, como também, informações turísticas (melhores praias, vida noturna,
locais visitados) que poderiam ser disponibilizados para que as pessoas tenham ajuda
no momento de tomar uma decisão.
�Diante destes problemas, surgem os seguintes questionamentos:
• Como organizar as informações que serviriam como recomendações?
• Como possibilitar a reutilização das recomendações?
Dessa forma,
com a proliferação dos computadores pessoais em conjunto com a
popularização da Internet aumentou o nível de comunicação entre diversos usuários,
criando uma variedade de serviços oferecidos por essa rede de diferentes ambientes,
diferentes sistemas e diferentes plataformas. Entretanto,
observa -se que há limitações
nos mecanismos de buscas na recuperação e entrega da informação, pois o conteúdo
resultante de uma pesquisa nem sempre tem relação com o conteúdo desejado, além do
tempo dedicado na busca da informação.
Assim, a proposta é desenvolver um ambiente que estimule e proporcione de forma
significativa no processo educacional uma alta interatividade, oferecendo vários
recursos para que professores alunos e bibliotecários trabalhem em um ambiente
baseado na Web projetado para grupos que possuam um mesmo interesse e possuam
como objetivo principal a criação de comunidades de conhecimento.
2.1 Seleção de Material Bibliográfico a Adquirir.
O desenvolvimento de um ambiente cooperativo para seleção de material bibliográfico
a adquirir surgiu a partir das dificuldades encontradas no Setor de Aquisição do
Sistema de Bibliotecas das instituições de ensino, tais como,
dificuldade de
comunicação entre professores, alunos e bibliotecários, a análise das sugestões é feita
somente pela Seção de Aquisição sem a participação dos departamentos de ensino.
É isso que faz com que o processo de seleção das sugestões de material bibliográfico
não seja democrática, eficiente e preciso no que diz respeito a real necessidade dos
departamentos de ensino podendo acontecer que uma determinada decisão tomada pela
biblioteca não seja adequada para algum departamento de ensino e que alguns
departamentos de ensino sejam contemplados e outros não.
Então, para entender o
problema e suas dificuldades começamos por um estudo das práticas correntes,
�visando ao desenvolvimento de coleções do Sistemas de Bibliotecas da Universidade
Federal do Espírito Santo - SIB/UFES.
A partir desse estudo foram realizados o levantamento e análise dos processos que
envolvem a coleta e a seleção das sugestões de material bibliográfico enviadas pelos
professores e alunos ao SIB/UFES.
Esse processo ocorre conforme as etapas descritas abaixo:
a) Distribuição de disquetes contendo o programa para cadastrar sugestões;
b) Recebimento dos disquetes distribuídos;
c) Análise das sugestões enviadas pelos departamentos de ensino;
d) Preparação da lista de sugestões feitas pelos departamentos de ensino;
e) Aquisição do material bibliográfico sugerido;
f) Recebimento das obras adquiridas;
g) Registro das obras adquiridas;
h)Envio das obras registradas para a Seção de Processamento Técnico do SIB/UFES;
i)Envio de relatórios para cada departamento de ensino, informando a respeito das
obras adquiridas.
Nesse
cenário,
foram
encontrados
alguns
problemas
referentes
às
atividades
desenvolvidas durante o processo de coleta e seleção das sugestões de material
bibliográfico a ser adquirido pelo SIB/UFES, a saber:
1) A não disponibilidade das informações referentes às sugestões de material
bibliográfico.
2) A dificuldade no processo de seleção do material bibliográfico.
Em síntese, é necessário que no processo de seleção das sugestões de material
bibliográfico a ser adquirido haja a colaboração entre corpo docente e o bibliotecário,
pois
este último não é um especialista em todos os assuntos referentes à área
acadêmica, mas deverá ser um especialista na coordenação dos trabalhos a serem
desenvolvidos durante o processo de seleção do material bibliográfico.
�3)A realização de serviços repetitivos e maçantes pelos funcionários da seção de
aquisição.
É nesse cenário, que os funcionários atuam filtrando às informações pertinentes as
necessidades de cada um dos alunos e professores aleatoriamente.
4)A falta de comunicação e colaboração entre os departamentos de ensino e entre os
departamentos de ensino e SIB/UFES.
E assim, constatamos que os departamentos de ensino, seus professores e o SIB/UFES
não trabalham em conjunto na alimentação da base de dados de sugestões, ou seja, não
há cooperação entre eles para que as sugestões de material bibliográfico sejam feitas
com um alto nível de qualidade, pois isto é um fator fundamental no momento de
selecionar e adquirir o material bibliográfico.
2.3 Compartilhamento de Informações Integrado ao Processo de Seleção de
Material Bibliográfico
Avaliando os dois ambientes, constatou-se que ambos estão inseridos no contexto
educacional, possuem uma comunidade de conhecimento e possibilitam a criação de
uma transição viável de pesquisa tradicional para a pesquisa virtual, oferecendo a
oportunidade de se reusar o material educacional existente.
Além disso, a tecnologia de agentes será utilizada para automatizar tarefas repetitivas
dos usuários, como por exemplo, o agente amigo (LOPES, 2000) que tem a função de
aproximar grupos de mesmo interesse para trocarem informações; ou o agente
NotificaMateria (GUIMARAES, 2001)... que conhecendo o perfil do usuário notifica-o
sempre que novas Obras são inseridas na base de dados.
3 TÉCNICAS UTILIZADAS
Na sociedade contemporânea é cada vez mais importante a existência de ambientes que
proporcionem o compartilhamento, o acesso e a troca de informações e conhecimento
dentro das organizações.
�Dessa forma, diante das dificuldades diagnosticadas nos ambientes estudados, foi
elaborado um projeto que propõe a utilização das tecnologias de redes (Internet e a
Intranet) (EVANS, 1998), ferramentas de groupware (HILLS, 1997), filtros de
informação e agentes (WOOLDRIDGE; JENNINGS, 2000) como ferramentas para
apoiar
no desenvolvimento de um Ambiente Cooperativo para compartilhar
recomendações bibliográficas, coletar e selecionar sugestões de material bibliográfico
para aquisição, a fim de solucionar os problemas encontrados e otimizar os processos
analisados em cada ambiente. Essas tecnologias são descritas nas seções 3.1 e 3.2.
3.1 TRABALHO COOPERATIVO
A relação de um indivíduo com outros incidem de forma decisiva sobre o processo de
socialização, para a aquisição de aptidões e de habilidades, através do desenvolvimento
das estruturas intelectuais. Para a obtenção de resultados favoráveis, é preciso ter uma
boa organização social das atividades envolvidas no ambiente. Assim, os sujeitos que
trabalham conjuntamente, têm um interesse coletivo e, existe uma cooperação mútua
entre todos os participantes, ou seja, uma interação cooperativa contínua.
O ato de cooperar é, antes de qualquer coisa, um ato social e, portanto, requer todos os
tipos de interação humana, desde a fala até a linguagem de sinais, passando pela escrita.
Cooperar pode ser considerado também um acordo de cavalheiros onde todos se
comprometem a trabalhar para atingir um objetivo comum.
Além disso, a cooperação envolve vários processos - comunicação, negociação,
coordenação, co-realização e compartilhamento. A comunicação entre os participantes
de um grupo é obviamente fundamental para que a cooperação ocorra. Isto é, para que
duas pessoas, em um mesmo local ou geograficamente distribuídas, trabalhem
cooperativamente, é preciso haver algum mecanismo que apoie a comunicação entre
elas. Uma linguagem que ambas compreendam, um protocolo de comunicação e um
telefone são exemplos destes mecanismos. Enfim, em um trabalho cooperativo quase
sempre ocorre o desenvolvimento de algum produto ou objeto. Durante o trabalho, este
objeto é compartilhado e manipulado pelos membros do grupo.
�Durante os últimos anos, principalmente a partir da grande popularização da Internet,
pesquisadores e especialistas tem buscado facilitar o trabalho cooperativo através da
utilização de ambientes onde as pessoas possam interagir cooperando, comunicando e
coordenando, para a concretização de um objetivo comum. Esses ambientes são
chamados de ambientes cooperativo.
3.2 Agentes que Filtram Informação
Os agentes são entidades de software que levam a cabo algum conjunto de operações
em nome de um usuário ou outro programa com algum grau de independência ou
autonomia, desta forma o agente irá empregar um pouco do seu conhecimento ou
representação das metas ou desejos do usuário.
Com essa visão, no desenvolvimento deste trabalho foram utilizadas técnicas de filtro
de informação para a construção dos agentes que fazem parte do sistema. Esses agentes
foram desenvolvidos para automatizar tarefas repetitivas dos professores, alunos e
bibliotecários filtrando informações que darão suporte a tomada de decisão.
Além disso, o uso da tecnologia de filtro de informação permitirá ao usuário especificar
o seu perfil através de uma interface. Assim, o usuário poderá receber informações
personalizadas de acordo com o seu perfil, pois os agentes de filtros de informação
juntam informação de fontes variadas, filtram esta informação baseado nas preferências
pessoais do usuário, e apresentam a informação filtrada para o usuário.
4 UM AMBIENTE COOPERATIVO COM UMA ABORDAGEM ORIENTADA
A AGENTES
Diante dos problemas detectados já descritos na seção 2 e das tecnologias citadas na
seção 3, foi realizada uma análise orientada a agentes para a construção de uma
arquitetura interna e especificação dos agentes (FIGURA 1) que irão interagir
ambiente cooperativo.
no
�amigo.exe
FiltraAreaInteresse.exe
Servidor
Banco de
Dados
NotificaSugestao.exe
Seleção.exe
FiltroColaborador
ISAonlienexe
BDE
Sql
SMPT
NotificaMaterial.exe
Figura 1- Arquitetura Interna do Ambiente Cooperativo
É nesse cenário, que os ambientes foram integrados, possibilitando assim que os
usuários da biblioteca possam fichar, consultar e analisar as obras, e compartilhar as
informações extraídas com outros usuários, como também poderão, sugerir a obra
consultada para compra. Além disso, haverá a interação entre os agentes dos dois
ambientes, como por exemplo o agente utilizado para recomendar indicações dos
usuários e o agente que informa quando uma sugestão é armazenada na base de dados
de sugestões. Esses agentes contribuem tanto para a troca de conhecimento, como
também para dar suporte a aquisição de material biblio gráfico de uma biblioteca.
a) Compartilhamento de Recomendações Bibliográficas
Utilizando uma interface que proporcione a cooperação de informações, alunos e
professores poderão registrar, filtrar ou recuperar
“fichas” de recomendações que
sejam de seu interesse a respeito de um determinado assunto. As “fichas” possuem
dados, tais como, de autor, título, ano e outros, do documento desejado, bem como
registros das principais idéias, críticas e a opinião pessoal do usuário colaborador que
ficará disponível a todos usuários do ambiente.
Além disso, as recomendações possuem informações a serem recuperadas através de
palavras-chaves e meta-informações (FIGURAS 2-3). Dessa forma, usuários poderão
contar com o sistema para indicação, e registro das informações para pesquisas futuras.
�Figura 2 – Formulário Fichando Documentos
Figura 2 – Fichando Documentos
Figura 3 – Formulário de Opiniões
É nesse cenário que vários agentes foram identificados para automatizar tarefas
repetitivas dos usuários. Esses agentes iniciam suas tarefas a partir da ação de um
usuário que irá fazer uma recomendação.
Assim, no ambiente cooperativo o usuário
“ficha” a obra e a partir dai, o agente captura de interface “capturará” a obra e
baseado em alguns campos recupera obras semelhantes. O agente consulta adiciona a
sua base de conhecimento os campos mais utilizados na pesquisa. O usuário
personaliza sua biblioteca adicionando seus interesses (FIGURA 4) para que possa
automatizar seus fichamentos e organizar suas obras de interesse.
Figura 4 – Formulário Amigo On-line
�O agente Amigo busca usuários que possuem o mesmo tipo de interesse para
aproximá-los. O agente filtro colaborador verifica através da sua base de
conhecimento a que usuários pode interessar a obra armazenada. O agente captura o
perfil da obra, e a medida que o usuário interage com o ambiente adicionando
recomendações ele vai gerando o “melhor perfil”. Com o “melhor perfil” o resultado
será cada vez mais preciso. Os documentos resultantes da busca são exibidos para que
o usuário defina se quer ou não adicionar a sua estante de favoritos.
b) Processo de Coleta de Material Bibliográfico
Para agilizar ainda mais o processo de coleta (FIGURA 5) e seleção (FIGURA 6-7) de
sugestões de material bibliográfico, incluindo também a aquisição das sugestões é
desejável que várias tarefas repetitivas dos funcionários da biblioteca, dos professores
e alunos que participam de todo o processo sejam automatizados, pois desta forma, os
esforços dos participantes estarão voltados para as atividades que realmente requerem
intervenção humana.
Figura 5 – Sugestão de Material Bibliográfico para Compra
Figura 6 - Abertura de Seleção de Material Bibliográfico para Compra.
�Figura 7- Seleção de Material Bibliográfico para Compra
Para modelar o sistema, foi escolhida a tecnologia de agentes, tendo em vista que sobre
ela
apresenta
como
a
mais
apropriada
segundo
a
literatura
técnica
atual
(WOOLDRIDGE; JENNINGS; KENNY, 2000).
O Agente Área de Interesse verifica a área de conhecimento das sugestões compara
com área de conhecimento do usuário.
Então, comunica ao usuário as sugestões
referentes à área de conhecimento que está na base. Dois agentes funcionam como
notificadores. O primeiro, é o Agente Sugestão que possui a função de notificar aos
representantes de departamentos de ensino que os seus departamentos não estão
enviando sugestões, como também enviar informações de sugestões de material
bibliográfico que fizeram parte da lista de compra, mas que não foram adquiridos por
algum motivo. O segundo, é o agente Material que tem a função de enviar informações
de materiais bibliográficos adquiridos que chegaram à biblioteca para os representantes
de departamento de ensino, professores, alunos e bibliotecário de referência que
participaram do processo de seleção. Outra função deste agente é enviar informações
para os usuários das bibliotecas, de que os materiais bibliográficos adquiridos já estão
disponíveis para consulta.
O agente Disciplina tem como função informar aos professores coordenadores de curso
quando a quantidade de uma determinada obra não é suficiente para atender
ao
número de alunos que estão matriculados numa determinada disciplina.
Nestes dois ambientes os agentes executam uma série de atividades que são repetitivas,
pois estar informando a alunos e professores continuamente a respeito das
recomendações bibliográficas, sugestões que eles estão colaborando é um trabalho
�contínuo e que requer tempo. Os agentes computacionais darão suporte aos alunos e
professores através das constantes indicações de recomendação bibliográficas, fazendo
com que eles estejam sempre informados dos assuntos referentes a seus perfis. Já o
Bibliotecário Coordenador ganhará tempo para estar trabalhando com outras atividades
que requerem sua dedicação e com isso haverá melhoria na qualidade no
gerenciamento do processo de elaboração da lista de compra de material bibliográfico.
Além disso, um fator essencialmente importante é que os professores e alunos não
deixarão de ser informados a respeito de suas sugestões e com isso eles estarão
motivados a colaborar, pois o fato de saber dos resultados referentes às suas sugestões
fará com que ele participe mais do processo.
c) Integração
O Agente Integração terá como principal função tomar conhecimento das sugestões
bibliográficas indicadas pelos professores e através deste conteúdo consultar as
opiniões que foram fichadas atravé s das recomendações bibliográficas feitas pelos
alunos e professores. Assim, envolvendo no processo de sugestão e aquisição de
material as opiniões registrada no Amigo OnLine podemos construir um acervo que
seja realmente utilizado na atividade acadêmica, e contribuir de forma real no
desenvolvimento da coleção.
5 Considerações Finais
Na nossa cultura temos dificuldades em trabalhar em grupo, pois temos tendências ao
individualismo, porém hoje quando estamos diante de um problema notamos que se faz
necessário o trabalho cooperativo para que possamos resolvê-lo mais facilmente. Assim,
pode-se dizer que a falta de cooperação seria um dos principais problemas para o
sucesso do ambiente apresentado.
Observamos, que aplicando a proposta do ambiente cooperativo na “vida real” notamos
como somos favorecidos na resolução de problemas, e como o trabalho pode ser
enriquecido com as idéias do grupo. A proposta de integrar os ambientes possibilitará
aos professores, alunos e bibliotecários a trabalhar em conjunto com o objetivo
�compartilhar recomendações e de formar uma lista de sugestões de material
bibliográfico a ser adquirido que expresse a real necessidade da comunidade acadêmica
em qualquer instituição de ensino.
Além disso, o modelo proposto poderá ser aplicado, tanto no compartilhamento de
recomendações bibliográficas e na elaboração de uma lista de materiais bibliográficos,
quanto na criação de uma lista de compra para quaisquer tipos de material a ser
adquirido numa organização ou recomendação de qualquer objeto.
Em resumo, percebemos como é importante que a nova sociedade, valorize a
inteligência coletiva, e tenha consciência da importância de se compartilhar informações
na construção do conhecimento.
6 REFERÊNCIAS
[1] EVANS, Tim. Construindo uma Intranet. São Paulo: MAKRON Books, c1998.
[2] HILL, Mellanie. Intranet como groupware. São Paulo: Berkeley Brasil, 1997.
[3] LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da
informática.
Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
[4] WOOLDRIDGE, M.; JENNINGS, N. R. Agent theories, architetures, and
languages: In: Intelligents Agents. Berlin: Springer-Verlag, 1995. p. 1-22.
[5] WOOLDRIDGE, M.; JENNINGS, N. R.; KENNY, David. The Methodology for
Agent- Oriented Analysis and Design. Boston: Kluwer Academic, 2000.
[6]GIRAFFA, L.; Boff,E (2000) “Construindo um Ambiente de Ensino -Aprendizagem
Cooperativo: Uma Experiência Interdisciplinar”. Anais SBIE 2000.
[7]LOPES, C.M.A. (2000) “Amigo OnLine: Um Ambiente Cooperativo para
Recomendações Bibliográficas”. Dissertação de Mestrado, UFES, 2000.
[8]BARROS, L. A. (1994) “Suporte a Ambientes Distribuídos para Aprendizagem
Cooperativa”. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, Tese de Doutorado.
[9]GUIMARÃES, R, C.: “Um Ambiente Cooperativo para Seleção de Material
Bibliográfico
a
Adquirir”.
Dissertação
de
Mestrado,
UFES,
2001.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Um ambiente cooperativo para dar apoio à atividade acadêmica e suporte ao desenvolvimento de coleções.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Guimarães, Rachel Cristina Mello
Lopes, Claudia Mara Amigo
Meneses, Crediné Silva
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O objetivo é apoiar as atividades acadêmicas e dar suporte ao desenvolvimento de coleções de uma biblioteca.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4123/SNBU2002_112.pdf
b0eb279e86e8a6f7709519b706d74702
PDF Text
Text
BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E DISSERTAÇÕES: uma experiência da
UNICAP.
Pedro Manoel da Silva
Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP
Rua do Príncipe, 526 – Boa Vista – Recife/PE –
Brasil
pedroma no@zipmail.com.br
Simone Rosa de Oliveira
Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP
Rua do Príncipe, 526 – Boa Vista – Recife/PE –
Brasil
sro@hotmail.com
�BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E DISSERTAÇÕES: uma experiê ncia da
UNICAP
Pedro Manoel da Silva1
Simone Rosa de Oliveira 2
Resumo:
As bibliotecas digitais surgiram graças aos novos recursos das tecnologias de
telecomunicações para atender às necessidades de um público cada vez mais exigente e
urgente por informação. Criar alternativas que atendam à essas expectativas se faz
necessário. E nesse sentido, este trabalho relata a experiência da Biblioteca Central da
Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP no compartilhamento cooperativo do
sistema operacional da Biblioteca Digital do Projeto Maxwell da PUC-RIO. Descreve o
gerenciamento dessa nova tecnologia na biblioteca, as particularidades, os critérios
necessários para se integrar nesse sistema, a metodologia e o uso dos metadados, padrão
Dublin Core. Aborda a questão dos direitos autorais e a política de captação de material
dentro da instituição. Aponta para a importância das bibliotecas digitais como ferramenta
para o desenvolvimento da pesquisa e da divulgação da produção científica da
Universidade.
Palavras-chaves: Biblioteca
Digital,
Metadados,
Compartilhamento
de
sistema
operacional.
____________________________________________________________
1
Bibliotecário do Setor de Periódicos e Coordenador da Biblioteca Digital da Universidade Católica de
Pernambuco – UNICAP
2
Bibliotecária do Setor de Assistência ao Usuário e da Biblioteca Digital da Universidade Católica de
Pernambuco – UNICAP.
�Introdução
Vivemos numa época de constantes transformações. No momento denominado
pelos historiadores de “a era da informação”, em que as mudanças ocorrem numa
velocidade frenética. Ter acesso à informação de maneira rápida por um custo menor é
uma vantagem decisiva nesta época tão competitiva.
As bibliotecas como centro de informação não podem ficar à margem deste
contexto. Necessitam integrar-se nesta realidade oferecendo em tempo hábil, produtos e
serviços a um público cada vez mais exigente e consumidor de inovações tecnológicas.
Nesse sentido, surgiram as bibliotecas digitais
Entretanto, os custos com desenvolvimento desta nova tecnologia faz com que as
instituições busquem outras alternativas mais econõmicas, tais como o compartilhamento
de sistemas operacional, recursos (financeiros e humanos) e intercâmbios de tecnologia.
Foi desta forma alternativa que em janeiro de 2002, a Biblioteca Central Pe. Aloísio
Mosca de Carvalho S.J. da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP inaugurou o
Projeto da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. A implantação é fruto de mais uma
parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio.
A nova parceria foi firmada no término do III Curso de Diretores em ETD-NET
oferecido pela UNESCO em Recife, ministrado pela professora Ana Pavani da PUC-Rio,
da qual partiu o convite de cooperação e compartilhamento do Sistema Maxwell de
Biblioteca Digital.
O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de implantação da Biblioteca
Digital da UNICAP - BDU, o compartilhamento do sistema operacional, gerenciamento e
particularidades locais necessárias para o funcionamento do projeto.
�Compartilhamento
O compartilhamento entre a UNICAP e PUC-Rio consiste na utilização por essas
instituições do mesmo sistema operacional de biblioteca digital. Nessa parceria as
instituições ficam encarregadas de cooperarem multuamente incluindo suas obras na base
de metadados do Projeto Maxwell da PUC-Rio que disponibiliza de forma unificada o
acesso as obras para as duas instituições.
A Biblioteca da UNICAP foi a pioneira no compartilhamento do sistema Maxwell.
E desta forma, atua como um subsistema cooperando com dados e informações com o
sistema central localizado na PUC-Rio.
O Projeto Maxwell, por sua vez, atua como sistema operacional central, provedor e
administrador da base de dados. Determina toda a estrutura operacional, padrões,
equipamentos, normas e programas necessários para a transmissão de dados e da
interoperabilidade entre as unidades do sistema.
Os dados do subsistema (BDU) são enviados em formato PDF via internet através
de metadados para o sistema central da PUC-Rio, na qual são processados, armazenados e
disponibilizados na base de dados comum às duas instituições.
Biblioteca Digital da UNICAP
A Biblioteca Digital da UNICAP foi implantada em várias fases. Do período do
projeto à implantação propriamente dita levou nove meses. Na fase de preparação do
�projeto foram realizadas duas reuniões com uma equipe multidisciplinar formada pela
Diretora da Biblioteca Central, um bibliotecário, o chefe do Núcleo de Informática, um
analista de sistema e uma professora representante do programa de Pós-graduação. A
elaboração do projeto ficou a cargo da Diretora com a contribuição técnica dos demais
membros da equipe.
O projeto foi submetido aos órgãos superiores da Universidade ressaltando a
viabilidade e a importância para a instituição. Salientou-se que a BDU seria mais uma
alternativa para facilitar o acesso e a utilização das teses e dissertações, diminuindo as
questões burocráticas de empréstimo e consulta, uma vez que as obras estiverem em
ambiente virtual podem ser acessadas simultaneamente por vários usuários a qualquer hora
e lugar, bastando estar conectado à internet. Outro item destacado foi que haveria uma
maior divulgação da produção científica, bem como, maior facilidade de inserção desta nos
meios científicos de pesquisa. Estes argumentos foram utilizados também como metas a
serem alcançadas.
O objetivo geral do projeto é criar uma Biblioteca Digital de teses e dissertações
dos docentes e discentes da UNICAP para contribuir com o desenvolvimento da pesquisa e
do ensino, assim como, divulgar a produção científica da instituição tornando de caráter
público o conhecimento produzido na Universidade
Quando o projeto foi aprovado, partiu-se para definição da política de captação de
material (dissertações) junto à Coordenação Geral de Pós-graduação e Pesquisa e o
Mestrado de Psicologia Clínica. Iniciou-se por esses departamentos por que o primeiro é
onde as obras são depositadas. E o segundo, por ser o único mestrado da UNICAP
desenvolvido sem a parceria com outras instituições. Que nesse caso, serão tratados
posteriormente. Além do fato que o mestrado em Psicologia Clínica já possuir quinze
dissertações
Desta forma, solicitou-se as seguintes providências para esses departamentos:
a) Enviar para Biblioteca as dissertações; b) Enviar correspondência aos concluintes do
Mestrado informando sobre a Biblioteca Digital e do interesse da Biblioteca Central em
disponibilizar a sua obra; c) Divulgar a Biblioteca Digital com os mestrandos; d) Definir
um formato único para apresentação dos trabalhos; e) Depositar as obras diretamente na
�biblioteca (um exemplar em CD-Rom, e outro impresso), já corrigida como requisito para
obtenção da titulação.
O objetivo é que estas solicitações torne-se normas e sejam incorpodas na rotina
dos departamentos envolvidos. Principalmente a definição de um formato único de
apresentação dos trabalhos.
Em seguida, deu-se início ao processo de preparação técnica das dissertações, ou
seja, catalogação, classificação e indexação. Na catalogação além de utilizar o código
Anglo American Catalogue Rules-AACR2 (padrão utilizado pela biblioteca), foi
adicionado o uso de metadados para atender o padrão utilizado no projeto Maxwell e haver
interoperabilidade entre os formatos de captura de informação.
Desta forma o fluxo de atividades para a disponibilização das as obras na BDU
segue dos seguintes itens: a) Depósito na Biblioteca de uma cópia da obra impressa e outra
em formato eletrônico (CD-Rom ou disquete); b) Autorização do autor para a
disponibilização da obra na Biblioteca através da assinatura de um termo; c) Catalogação,
classificação e indexação englobando os metadados; d) Inclusão da obra no Sistema de
Entrada de Obras (SEOB); e) Scaneamento, OCR e conversão para PDF; f) Captura dos
textos em documentos eletrônicos; g) Inclusão da obra no Sistema Maxwell de Biblioteca
Digital através dos metadados; h) Envio dos metadados
da base local utilizada pela
UNICAP para a base de dados do Maxwell na PUC-Rio; i) Arquivamento das obras em
formato digital na rede Novell da UNICAP.
Direitos Autorais
Diante do advento da internet muito se tem discutido sobre a questão dos
direitos autorais e o seu uso na rede mundial. Observa-se, cada vez mais, sites
disponibilizando indiscriminadamente obras artísticas e/ou intelectuais sem autorização de
seus detentores legais. Tal prática é crime e é passível de punição.
�No Brasil a Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 consolida a legislação sobre
direitos autorais e dá outras providências. Esta lei contribui para institucionalização do
depósito, armazenamento e disponibilização das teses e dissertações em meio eletrônico nas
universidades.
A política de direitos autorais da BDU funciona de acordo com as orientações
da legislação, obedecendo os seguintes requisitos: a) O autor é o detentor legal de sua obra;
b)A obra só será disponibilizada na Biblioteca Digital mediante autorização do autor ou de
seu representante legal através do preenchimento do termo de autorização [Figura 1]; c) O
autor opta por disponibilizar a obra na integra ou por capítulos;
d) O autor opta pela data que a obra ficará disponível (na Integra ou capítulo).
Figura 1: Termo de autorização
�Metadados
O acúmulo de informações que são geradas a cada ano aliado à busca
urgente por estas, fez com que se desenvolvesse novas tecnologias de processamento e
recuperação de informação. Surgiu o formato eletrônico de dados e a necessidade de criar
modelos de compatibilização entre diferentes formatos sem tanta rigidez técnica. Sendo
assim, surgiram os metadados, que segundo Valentim apud Souza et al. São:
“São descrições de dados armazenados em banco de dados, ou como é comumente
definido dados sobre dados a apartir de um dicionário digital de dados. Esse
dicionário de dados normalmente é utilizado para organizar os metadados. Ele
poderá conter uma seção descrevendo, numa visão geral, como os dados são
subdivididos em arquivos, que campos de registros se relacionam e possuir tópicos
tais como: convenções adotadas em definição (...) O metadado é estruturado com
elementos de descrição do conteúdo dos dados” (2001, p. 2).
Os metados são, desta forma, representação da informação. São descritores
de dados utilizados para facilitar a recuperação e permuta de informação nos meios
eletrônicos e na internet. Possibilita organizar os dados com objetivo de minimizar a
duplicação de trabalho e facilitar a manutenção dos mesmos.
De acordo com SOUZA et al os metadados apresentam as seguintes
vantagens:
•
“ Estabelecimento de padrões de dados diante da heterogeneidade de
informações contidas na rede;
•
Facilidade na definição da linguagem de consulta;
•
Facilidade e maior precisão na recuperação das informações deejadas;
•
Troca de informações entre aplicações e entre organizações”.
(SOUZA et al, 1997, p. 97)
A possibilidade de troca de informações entre organizações foi a principal
vantagem dos metadados utilizada pela UNICAP e PUC-Rio no compartilhamento da BD.
�No entanto, a funcionalidade dos modelos de metadados está no padrão, transferência de
dados e na recuperação da informação. O padrão utilizado no projeto é o Dublin Core –
DC.
O formato DC é um padrão internacional de metadados de responsabilidade
da Online Computer Library Center (OCLC) e a National Center for Supercomputing
Applications (NCSA), baseado no formato do protocolo Z 39.50 e apresenta os seguintes
elementos de descrição para metadados:
•
“Título – o nome (identificação) dado ao documento ou recurso
eletrônico;
•
Autor/Criador – pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pelo conteúdo
intelectual do documento/recursos eletrônicos;
•
Assunto/Palavras-Chave – conteúdo temático do documento ou recurso
eletrônico pode ser expressado por palavras-chave, índices, etc.;
•
Descrição
–
também
referente
ao
conteúdo
temático
do
documento/recurso eletrônico, pode ser expressado através de resumos
quando for conteúdo textual através de descrição – Document- like
Objects (DLO) - , quando conteúdo “midiático”;
•
Editor –
instituição,
setor
ou
departamento
responsável
pela
publicação/disponibilização do documento/recurso eletrônico;
•
Outros Colaboradores – pessoas físicas ou jurídicas que contribuíram
com o conteúdo intelectual do documento/recurso eletrônico;
•
Data -
a data em que o doumento/recurso eletrônico foi
publicado/disponibilizado naquele formato;
•
Tipo de Recurso – gênero do documento/recurso eletrônico, ou seja,
tipologias documentais e tipologias “midiáticas”;
•
Formato - a identificação física do documento/recurso eletrônico, como
por exemplo, a linguagem utilizada HTML;
•
Identificação do Recurso – código utilizado para identificar o
documento/recurso eletrônico, como por exemplo, a URL;
•
Fonte – identificação do qual se originou o documento/recurso
eletrônico;
�•
Língua – idioma do conteúdo intelectual do documento/recurso
eletrônico;
•
Relação –
estabelecimento
de
possíveis
relações
com
outros
documentos/recursos eletrônicos;
•
Cobertura – características espaciais ou temporais do conteúdo
intelectual do documento/recurso eletrônico;
•
Direito Autoral – informações sobre os direitos de propriedade ou
intelectuais sobre o documento/recurso eletrônico” (BEARMAN et al.
1999, p. 6 – 12; WEIBEL, 1995, P. 3; WEIBEL, 1997, P. 5).
Para estar de acordo com os padrões utilizados pela PUC-Rio a Biblioteca
da UNICAP passou a utilizar o padrão Dublin Core para descrever as dissertações e desta
forma cumprir as exigências da parceria.
Funcionalidade
O acesso à Biblioteca Digital pode ser feito através do site da UNICAP [Figura 2],
acessando o link da Biblioteca ou ainda pelo site do Projeto Maxwell [Figura 3].
Figura 2: Acesso pela Biblioteca da UNICAP:
�Figura 3: Acesso pela página do Maxwell:
O sistema bibliotecário do Maxwell compreende a Biblioteca Digital. O
bibliotecário tem acesso através de um login e senha para obter autorização e utilizar os
recursos da Biblioteca Digital. A busca a partir da página principal remete aos cadastros
bibliográficos e inclusões de conteúdos. No primeiro é feito o cadastro de autore, bem
como de palavras-chaves e no segundo, as inclusões dos dados do conteúdo dos
documentos ( autor, título, orientadores, banca, data de defesa, ...).
O usuário tem acesso apenas ao módulo de consultas [Figura 4] que remete à uma
listagem para consultas de autores, estatísticas, teses, publicações (artigos). Clicando-se em
uma das teses ou publicações, o usuário terá acesso aos metadados bem como ao conteúdos
dos documentos na íntegra em formato pdf.
Atualmente, a Biblioteca disponibiliza apenas as dissertações dos discentes do
Mestrado de Psicologia e artigos das Revistas produzidas pela Universidade.
�Figura 4: Módulo de consultas para todo usuário da internet:
Tecnologia utilizada
O Sistema Maxwell é o resultado de um Centro Digital de Referência, que mescla
ambiente de ensino em ambiente WEB com o ambiente de biblioteca digital. Por ser um
sistema direcionado para ensino à distância, o usuário pode ter acesso a mais de um
ambiente.
O usuário bibliotecário utiliza o sistema para organizar as informações e está
vinculado à entidade gestora. Responsável em alimentar o sistema., catalogar os
documentos a serem incluídos, captura de informações em diversos formatos: imagens ou
texto e preservação dos direitos autorais .
Para cada tarefa executada no sistema existem
programas de: consulta; inclusão ou cadastramento e alteração ou atualização.
O Maxwell se encontra instalado no Laboratório de Automação de Museus,
Bibliotecas Digitais e Arquivos – LAMBDA, dividido em oito sistemas distintos para
serem utilizados com públicos diferentes. Cada sistema tem seu acesso a partir de um
browser do servidor WEB, controlados por um único banco de dados na PUC-Rio. O
�sistema que compreende a Biblioteca Digital é o sistema Bibliotecário, cuja operação é
tipicamente local. A única necessidade é uma máquina que suporte browsers e plugins.
Os registros são em formato MARC, com suas funcões aderentes ao protocolo
ANSI Z39.50. No que diz respeito aos conteúdos, estão catalogados utilizando os
mestadados do IMS Project. As máquinas e software utilizados são: RS/6000 (E-30) – AX
– v 4.2; PC’s – Windows NT 4.0 e IBM DB2 Digital Libray – UDB (DB v5), Net.Data,
Text Miner, Netscape Server, C++ Set.
Considerações finais
Neste artigo foi apresentada a Biblioteca Digital da UNICAP, dando ênfase ao
compartilhamento, funcionalidade, tecnologia utilizada, importância para a comunidade
acadêmica da instituição, enfim, a experiência da instituição como pioneira desse projeto
no Nordeste junto à PUC-Rio.
A Biblioteca Digital trabalha no momento com dissertações do Mestrado de
Psicologia, mas também incluiu em suas atividades, os artigos de revistas produzidas pela
instituição, embora o sistema apresente atualmente uma interface que só permite inclusão
de artigos avulsos, mas mesmo assim, a equipe da UNICAP adaptou-se à realidade e já
disponibiliza alguns artigos de revistas fazendo referência aos seus respectivos fascículos.
Breve, os trabalhos de Iniciação Científica apresentados no PIBIC também serão inseridos
como documentos da BD.
Graças aos avanços tecnológicos, hoje os pesquisadores da UNICAP contam com
mais essa ferramenta de trabalho: a Biblioteca Digital. Esta, como melhor caminho para
minimizar os esforços, assumindo responsabilidade de assegurar a integração dos seus
recursos de informação e a previsão de uma grande base de dados de documentos
eletrônicos atendendo de forma acessível os múltiplos usuários da internet.
Esse projeto veio colocar à disposição de toda comunidade acadêmica: professores,
estudantes, docentes e pesquisadores, um produto para estimular o surgimento de novas
�idéias e áreas de pesquisa. De maneira geral, pode-se afirmar que estão sendo atingidos os
propósitos com a adoação de normas técnicas e políticas tecnológicas internaciona is, plena
consciência dos direitos autorais, ampliando a abrangência ao acesso às informações.
Ressalta-se ainda que, com o decorrer dos trabalhos, a equipe UNICAP
desenvolveu alguns produtos: manuais para uso do sistema bibliotecário e card files de
autores e assuntos. Paralelamente, foram desenvolvidas as seguintes providências:
captação de documentos para compor o acervo; autorização dos autores para disponibilizar
os documentos na rede; política de direitos autorais, catalogação, cabeçalho de assunto,
digitalização dos documentos que não existiam em formato eletrônico/digital.
O resultado deste esforço veio difundir a produção acadêmica e científica da
UNICAP dando importância à visibilidade da informação digital apresentada na íntegra.
Referências
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para Buscas em Bibliotecas Digitais. Disponível em:
http://www.uel.br/pessoal/ailton/Trabalhos/SemanaAcad.Ailton. Acesso em:
10 jun. 2002.
CHATAIGNIER, Maria Cecília Pragana; SILVA, Margareth Prevot da. Biblioteca
Digital: a experiência do Impa. Ciência da Informação, Brasília, v. 30, n. 3, p. 712, set./dez. 2001.
ELEMENTOS do Núcleo de Metadata “ Dublin Core”: descrição de referência.
Esse documento é a descrição de referência dos Elementos do Dublin Core.
Disponível em http://jlb.bn.pt/DC/elementos_dublin_core. Acesso em : 20 jan. 2002.
�MARCONDES, Carlos Henrique; SAYÃO, Luís Fernando. Integração e
interoperabilidade no acesso a recursos informacionais eletrônicos em C&T:
a proposta da Biblioteca Digital Brasileira. Ciência da Informação, Brasília,
v. 30, n. 3, p. 24 - 33, set./dez. 2001.
MASIERO, Paulo Cesar et. al. A Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
da Universidade de São Paulo. Ciência da Informação, Brasília, v. 30, n. 3,
p. 34 - 41, set./dez. 2001.
SOUZA, I. F. et al. Metadados para descrição de recursos de informação
eletrônica: utilização do padrão Dublin Core. Ciência da Informação, v. 29. n. 1,
p. 93-102, jan./abr. 2000.
SOUZA, Márcia Izabel Fugisawa; VENDRUSCULO, Laurimar Gonçalves; MELO,
Geane Cristina. Metadados para descrição de recursos de informação eletrônica:
utilização do padrão Dublin Core. . Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 1,
jan./abr. 2001. Disponível em http://www.ibict.br/cionline/290100/index.htm.
Acesso em: 12 jun. 2002.
SOUZA, Terezinha Batista; CATARINO, Maria Elisabete; SANTOS, Paulo
César dos. Metadados: catalogando dados na Internet. Revista Transinformação,
v. 9, n. 2, maio/ago. 1997. Disponível em: http://www.puccamp.br/~biblio/tbsouza92.
Acesso em 15 jun. 2002.
WEIBEL, S. The Dublin Core: a simple content description model for eletronic
resources. Asis Bulletin, oct. 1997. Disponível em:
http://www.asis.org/Bulletin/Oct-97/weibel.htm. Acesso em 12 set. 2000.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações: uma experiência da UNICAP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Pedro Manoel
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Descreve o gerenciamento dessa nova tecnologia na biblioteca, as particularidades, os critérios necessários para se integrar nesse sistema
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4122/SNBU2002_111.pdf
762af9e0e7031c0e5451481abe6fd213
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Text
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO MEC:
ALGUNS ELEMENTOS PARA O PLANEJAMENTO DA SUA GESTÃO1
Nídia M. L. Lubisco
Universidade Federal da Bahia - Brasil
nlubisco@ufba.br
ici@ufba.br
RESUMO: Enfoca a biblioteca universitária dentro de uma das modalidades de avaliação
dos cursos de graduação, implementada pelo Ministério da Educação, através de estudo de
caso. Inclui abordagens teóricas sobre avaliação institucional e sua aplicação em biblioteca
universitária, bem como a legislação federal que lhe dá suporte. Destaca também as
características dos procedimentos e dos instrumentos avaliativos desenvolvidos pelo MEC,
buscando demonstrar o hiato existente entre a intenção governamental e os resultados
obtidos, face à inadequação dos critérios e dos parâmetros adotados para aferir o papel da
biblioteca no desempenho dos cursos. Finaliza apontando caminhos de solução que
favoreçam o planejamento da gestão das bibliotecas universitárias no contexto nacional.
1
INTRODUÇÃO
Entender avaliação como processo supõe contextualizá -la no ciclo administrativo,
cujas funções têm no planejamento a etapa inicial onde se estabelecem os resultados a
serem alcançados por qualquer emp reendimento. Visto assim, o planejamento tornou-se
indispensável para a gestão das organizações, sendo seu espectro de abrangência
representado
pela análise das condições presentes para determinar formas de atingir
um futuro desejado. Isso implica escolher metas, prever, influenciar e
controlar a natureza e a direção de mudanças e, finalmente, rever
criticamente os resultados obtidos, avaliando a eficiência e eficácia dos
programas e atividades em relação aos objetivos e metas fixados.
(ALMEIDA, 2000, p. 3).
Nessa perspectiva, a avaliação é vista como etapa final do ciclo administrativo e
possibilita, a partir de “parâmetros predefinidos, aferir o sucesso do plano e traçar novos
objetivos e metas” (ALMEIDA, 2000, p. 12)
Assim, a avaliação institucional representa a aplicação dessa teoria no ambiente
organizacional acadêmico e, em que pese as diferenças de abordagens e contextos, é nele
consensualmente aceita como relevante. Esta aceitação decorre de sua função de “rever e
aperfeiçoar o projeto acadêmico e sócio-político da instituição, promovendo a permanente
1
Texto baseado na dissert ação de mestrado A biblioteca universitária no processo de “avaliação das
condições de oferta” dos cursos de graduação pelo MEC: o caso da UFBA (LUBISCO, 2001).
�melhoria da qualidade e pertinência das atividades [...]” de ensino, pesquisa, extensão e
gestão universitária (TRINDADE, 1994, p. 9).
A este conceito de avaliação estão relacionados os de qualidade, pertinência e
eqüidade, considerando-se os grandes desafios que as universidades públicas enfrentam
para cumprir sua missão política e técnico-científica, face à conjuntura internacional da
globalização. A associação entre qualidade e pertinência tem como instrumento de medida
a “avaliação institucional baseada num tríplice objetivo: melhorar a qualidade de educação
superior, melhorar a gestão universitária e prestar contas à sociedade” (LEITE e outros,
2000, p. 25). Neste sentido, o conceito de qualidade não é isolado daquele de pertinência,
pois não é absoluto. Trata-se de
um juízo de valor relativo a padrões socialmente
construídos, em um determinado contexto e com determinadas finalidades (LEITE e
outros, 2000, p. 24).
Com as bibliotecas universitárias não é diferente, se for considerado o caráter
sistêmico das organizações e a peculiaridade deste tipo de biblioteca, qual seja a de
constituir-se numa unidade integrante da instituição e não numa organização autônoma.
Esta condição impõe que o planejamento de sua gestão esteja não só alinhado, mas
totalmente integrado ao planejamento global da universidade. Com isto se quer frisar que o
cumprimento dos objetivos, finalidades e missão de uma universidade depende da parcela
de contribuição que compete à biblioteca, da mesma forma que o cumprimento dos
objetivos da biblioteca depende do seu nível de participação no planejamento da
instituição. Considerando-se esta relação de interdependência e de reciprocidade, é
possível reafirmar uma das convicções do Seminá rio Regional sobre o Desenvolvimento
das Bibliotecas Universitárias na América Latina, realizado em Mendoza (Argentina) em
1962, traduzida no seguinte pensamento: as universidades serão o que forem suas
bibliotecas 2 (GELFAND, 1968, p. 19).
2
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL NO BRASIL
A avaliação institucional no Brasil, iniciada com os cursos de pós-graduação nos
anos 70, é considerada uma realidade consolidada, tanto no ambiente acadêmico, quanto
governamental. O mesmo não pode ser dito em relação ao ensino de graduação, na medida
2
Tradução livre de universities will be as good as their libraries.
�que a sua sistematização foi implementada a partir de 1996, especificamente com o
Decreto 2 026.
A consagração do princípio da autonomia universitária, através da Constituição de
1988, trouxe consigo a necessidade da avaliação como meio de recuperar o ensino superior
no País, cuja evolução, segundo o próprio MEC, revela o descaso de que sempre foi alvo.
Instituída para atender as elites econômica e cultural na primeira metade do século XX, a
universidade brasileira se manteve dissociada das transformações pelas quais passava a
sociedade. Tanto assim, que o acesso a ela, em grande escala, começou a se dar no final da
década de 50 e já nos anos 60 havia movimentos organizados de professores e estudantes
em prol do aumento de vagas e da reforma universitária; no entanto, esta só ocorreu em
1968 sob a égide dos governos militares, sem corresponder aos anseios alinhados às
reformas de base propostas pelos segmentos mais progressistas da sociedade. Aquela
reforma, afirma hoje o MEC,
apesar de adotar na legislação o modelo universitário centrado na
pesquisa e na pós -graduação, foi seguida de uma grande expansão do
ensino privado, sobretudo na forma de instituições isoladas de ensino. O
regime militar atendeu à pressão social por mais vagas, mas os prejuízos
em relação à qualidade do ensino foram enormes” (BRASIL. Ministério
da Educação. Secretaria da Educação Superior, 2000, p. 7).
Assim, o crescimento desordenado do ensino superior nos anos 70 resultou numa
grande proliferação de escolas e faculdades, preponderantemente alocadas na rede privada,
cuja autorização para funcionamento limitava-se a trâmites burocráticos. Nos vinte anos
que se seguiram, o número de matrículas cresceu 51%, sendo que na década de 80 essa
expansão não chegou a acompanhar o crescimento populacional. Tomando novo fôlego a
partir de 1995, a retomada do aumento das matrículas ocorreu, segundo o MEC, “já
subordinada a severos critérios de avaliação e submetida a mecanismos de supervisão,
acompanhamento e controle, em todas as etapas do processo” (BRASIL. Ministério da
Educação. Secretaria da Educação Superior, 2000 p. 7-8).
Considerando novamente o caráter sistêmico das organizações e as características da
biblioteca universitária enquanto organização, pode-se depreender que avaliá-la, por
princípio e tendo em vista sua natureza, deve constituir -se numa ação totalmente inserida
na avaliação da instituição como um todo e na avaliação do ensino, em particular. Dentro
deste critério, a inclusão da biblioteca como uma das variáveis de Avaliação das Condições
de Ensino dos cursos de graduação deve ser reconhecida como uma decisão relevante do
�MEC, embora na prática, analogamente ao que diz Belloni a respeito da universidade, isto
não a tenha livrado de uma
certa fluidez conceitual e metodológica, grande dose de amadorismo e
empirismo, além de pouca clareza sobre sua relevância ou utilidade,
assim como freqüente escassez de critérios (BELLONI, 1998, p. 39).
3
AVALIAÇÃO DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: INTENÇÃO &
REALIDADE
Do ponto de vista histórico-conceitual, a trajetória da biblioteca universitária no
cenário nacional reflete a própria história da educação no País, marcada pelo espírito
colonialista, pelo escravagismo e influenciada pela Igreja Católica. Tanto é assim que o
Brasil foi o último país da América espanhola a ter universidade, fato ocorrido somente em
1920, apesar de tentativas anteriores e dos cursos isolados criados ao longo do século XIX.
Convivendo simultaneamente com disparidades que vão do neolítico aos avanços
científicos e tecnológicos do século XXI, os setores educação e cultura não conseguiram,
como regra geral, prover e consolidar no País bibliotecas e sistemas de bibliotecas
eficientes, efetivos e eficazes. Um dos sintomas dessa fragilidade é a omissão que a
biblioteca universitária sofreu na lei da Reforma Universitária de 68,
situação denunciada
na literatura desde a década de 70.
3.1
ABRANGÊNCIA PROPOSTA
O Sistema de Avaliação dos Cursos de Graduação, no Brasil, engloba, atualmente, o
Exame Nacional de Cursos, seguido da Avaliação das Condições de Ensino. Além dessas
duas
modalidades,
há
outras
Reconhecimento de cursos e
continuamente
realizadas
-
como
Autorização
Credenciamento e Recredenciamento de IES -
e
todas
alicerçadas nas Leis 9 131/95 e 9 394/96 (LDB) e no Decreto 3 860/01, que consolidou os
Decretos 2 026/96 e 2 306/97. A principal mudança trazida pelo Decreto de 2001 referese à organização e à execução da avaliação, que saem do âmbito da Secretaria da Educação
Superior (SESu) e passam à responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (INEP).
A implementação desse processo implicou a produção de instrumentos próprios,
elaborados por Comissões de Especialistas de Ensino por área e aplicados por Comissões
de Avaliação in loco, nomeadas periodicamente pelo MEC .
�Os poucos anos de experiência do MEC com a implementação de processos
avaliativos regulares junto às instituições de ensino superior, tal como se apresentam
atualmente na modalidade Avaliação das Condições de Ensino, por um lado podem ser
caracterizados como prolíficos em termos de produção de atos legais e normativos e de
impactos na sociedade. Por outro, têm trazido algumas dificuldades, tanto para as
instituições e cursos, como para as próprias Comissões, em decorrência da adoção de
critérios “extremamente heterogêneos [...] embora alguma heterogeneidade [...] seja
natural, considerando [...]as diferentes áreas do conhecimento”, conforme pondera o
Parecer 1 070/99 da Câmara de Educação Superio r, do Conselho Nacional de Educação.
O que se pretende com essas informações é demonstrar que, embora os atos legais e
normativos
do
Governo
expressem
uma
intenção
de
sistematicamente o sistema de ensino superior, de modo a
largo
alcance
–
avaliar
assegurar sua qualidade e
eficácia – na prática ainda apresentam limitações na sua implementação, especificamente
para a biblioteca universitária, com referência aos seguintes aspectos: a) não uniformidade
nas exigências básicas e comuns às diversas áreas; b) indefinições sobre a abrangência dos
indicadores empregados para avaliar a variável biblioteca; c) inexistência de indicadores de
desempenho e de padrões que permitam respostas reveladoras do verdadeiro papel da
biblioteca para o desempenho do curso.
A literatura especializada e a prática têm demonstrado que a maior precisão de um
processo avaliativo depende, dentre outros, de elementos como comparação com
congêneres, aplicação de padrões e análise relacional entre os indicadores .
Sobre o elemento comparação, a American Library Association (2000), ao publicar
seus Standards for college libraries, é enfática na recomendação de “comparação com
bibliotecas
semelhantes”,
objetivamente
selecionadas
mediante
a
coincidência
de
afinidades em [alguns] pontos [...]”, recomendação encontrada também em outros autores,
como Vergueiro e Belluzzo e Maria Carmen Romcy de Carvalho.
Sobre o elemento padrões de avaliação, Chastinet, Carvalho e Krzyzanowski, citando
autores como Watkins, Tuttle e Gopinath, alertam para a necess idade de estabelecê-los,
indicando suas aplicações como requisito ao planejamento e à gestão das bibliotecas.
Já o terceiro elemento indicado como necessário para conferir maior precisão ao
processo avaliativo - análise relacional de indicadores – objetiva a obtenção de uma visão
sistêmica da biblioteca, uma vez que os indicadores vistos de forma dissociada entre si não
�oferecem as condições globais de análise e diagnóstico, defendidas por Lancaster, podendo
ademais interferir de forma distorcida na visão de conjunto do objeto avaliado.
3.2 CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS
A Avaliação das Condições de Ensino, segundo a legislação pertinente, tem como
propósito avaliar in loco os cursos de graduação submetidos ao Exame Nacional de Cursos,
a partir de três dimensões: a) Qualificação do Corpo Docente, b) Organização DidáticoPedagógica e c) Instalações, sendo que estas abrangem tanto a área física em geral, quanto
as consideradas especiais, como laboratórios e bibliotecas.
A título de preparação dessa verificação in loco , os Coordenadores dos Cursos
podem ter acesso ao instrumental de avaliação elaborado pelo MEC de dois modos: a)
pelo roteiro enviado pelo INEP, ou capturado na web, a partir do qual são coletados e
preparados os dados e informações para a futura visita da Comissão de Avaliação; b) por
outros instrumentos – também encontráveis no site do INEP e úteis não só para a citada
visita e para outras modalidades de avaliação, mas para questões processuais, permanentes,
como o planejamento dos cursos e das bibliotecas. Entretanto, o que se observou foi o
desconhecimento da existência e/ou da aplicabilidade desses instrumentos para o
planejamento da gestão das bibliotecas, por parte dos dirigentes universitários (diretores de
unidades e coordenadores de cursos) e dos próprios bibliotecários.
No que se refere aos instrumentos propriamente ditos, cumpre destacar que as
diferentes modalidades de avaliação – das Condições de Ensino, Reconhecimento e
Credenciamento –
não dispõem de instrumentos próprios para implementar seus
respectivos processos, utilizando-se do instrumental da modalidade Autorização. Essa
situação, no caso específico da Avaliação das Condições de Ensino, foi confirmada por
assessores ad-hoc do MEC: as Comissões recorrem aos instrumentos de Autorização para
implementar a Avaliação das Condições de Ensino, o Reconhecimento e Credenciamento
(XIMENES, 2000).
Vale assinalar que a experiência do MEC com a análise de situações referentes a
Autorização e a Reconhecimento de cursos demonstra, apesar das críticas ao excesso de
enfoques quantitativos, que tem havido aperfeiçoamento, atualização e adequação dos
instrumentos avaliativos. Entretanto, no que se refere à biblioteca, não se confirma o
mesmo procedimento, pois além de os referidos instrumentos não incluírem padrões
específicos, os indicadores utilizados para sua avaliação se mostram inadequados,
�insuficientes e passíveis de julgamentos subjetivos. Assim, mesmo a ausência de uma base
teórica ou metodologia específica sendo aqui apontada como um fator prejudicial à
avaliação da biblioteca universitária, hão que ser lembrados autores como Tuttle, Gopinath
e Watkins que, embora preconizem o uso de padrões e metodologias para realizá-la,
reconhecem que a maioria deles resulta de consenso de opiniões e de observação de bons
exemplos de desempenho (apud CARVALHO, 1981, p. 25). E mais do que isto, atentandose para o fato de que os padrões devem balizar ações nacionais, torna -se recomendável que
sua elaboração seja o mais abrangente possível, facilitand o a adaptação e a aplicabilidade,
considerando não só as peculiaridades regionais, como também as encontradas em
determinadas instituições ou grupo de instituições similares. Esta reflexão encontra
respaldo no pensamento de Whiters (apud KRZYZANOWSKI, 1993) e da própria ALA,
em seus Standards for college libraries (2000), que oferece não uma metodologia mas um
conjunto de princípios, desenvolvido a partir de três elementos: a) a matéria -prima da
biblioteca (inputs), isto é, seus recursos financeiros, espaço, coleção, equipamentos,
equipe; b) os produtos que quantificam o trabalho executado nas bibliotecas (outputs), isto
é, número de livros em circulação, questões de referência respondidas e não respondidas
etc; c) os resultados ou impactos ou ainda as medid as qualitativas (outcames), que mostram
a mudança sofrida pelos usuários em decorrência do seu contato com recursos e serviços
da biblioteca.
No Brasil, a biblioteca universitária dispunha de instrumentos com menor nível de
abrangência e detalhamento do que os atuais, segundo o que rezava a Lei de Diretrizes e
Bases de 1961, a Lei 5.540/68 - que estabeleceu a organização e o funcionamento do
ensino superior, e suas respectivas regulamentações e alterações - e ainda as Resoluções do
antigo Conselho Federal de Educação, de números 16 a 19. Estas últimas se constituíam
nos instrumentos orientadores dos processos de Autorização e de Reconhecimento de
cursos, no entanto, registre-se que só a de número 18 trazia em seu artigo 9º detalhamento
sobre a biblioteca como “requisito essencial para a autorização do curso”. Úteis como
baliza, na prática essas Resoluções não conseguiram que as bibliotecas universitárias
brasileiras primassem pela qualidade e adequação ao seu papel. Denuncia Maria Carmen
Romcy de Carvalho que, no País, as bibliotecas universitárias - dos primórdios aos 80 pelo
menos - “se constituíram [...] de iniciativas particulares isoladas o que propiciou uma
verdadeira proliferação de bibliotecas setoriais, pequenas, que mantinham seus acervos
fechados, inertes, organizadas de forma artesanal e intuitiva” (CARVALHO, 1981, p. 17).
�A Resolução CFE nº 1/93, referente à autorização de funcionamento de instituições
isoladas de ensino superior e criação de novos cursos, embora não traga novidades quanto
ao item biblioteca, inclui uma inovação que merece destaque: o parágrafo 3 º do seu artigo
20 estabelece que a Comissão Verificadora poderá solicitar à SESu/MEC “o auxílio de
especialistas, para análise das instalações físicas da biblioteca [...]”. Esta inovação, apesar
de restrita a “instalações físicas”, opõe-se ao que reza a Resolução CFE 16/77, quanto à
verificação das instalações: “será sempre levada a efeito por professores da mesma área de
ensino”. Mesmo contando com a prerrogativa aberta pela Resolução 1/93, nenhuma das
Comissões de Visita que esteve na UFBA, durante o período abrangido pela pesquisa,
incluiu um bibliotecário em sua equipe, sendo todos seus membros titulados na área
específica do curso visitado. Este fato pode levar à suposição de que se a avaliação da
variável biblioteca contasse com a presença de um profissional bibliotecário, além de um
elenco de padrões de qualidade e indicadores de desempenho específicos, certamente seus
resultados ofereceriam maior visibilidade de sua função e de sua contribuição para o
desempenho do curso.
Desde o Código dos Institutos Oficiais de Ensino Superior, datado de 1901, que em
seu artigo 258 traz com riqueza de detalhes o item biblioteca, até os subseqüentes e atuais
que tratam a biblioteca como requisito para Autorização e para Reconhecimento de cursos
de graduação, é possível observar como têm sido tratados a biblioteca e os elementos que a
compõem: proposições vagas, desprovidas de descrição da sua abrangência, de padrões de
qualidade e de indicadores de desempenho, dando margem a interpretações diversas ou a
interpretação alguma, como ocorreu no passado e como ocorre ainda hoje com os
instrumentos elaborados pelas diferentes Comissões de Especialistas do MEC.
3.2
ABRANGÊNCIA OBSERVADA
Para efeito da pesquisa que deu origem a este trabalho, a análise dos atos
governamentais e do instrumental de avaliação foi completada com entrevistas aplicadas
aos Coordenadores dos Colegiados e aos bibliotecários lotados nas unidades sede dos
cursos selecionados pelo MEC para Avaliação das Condições de Ensino. A escolha desses
informantes teve como objetivo cotejar as visões dos dois grupos em relação às seguintes
expectativas: a) quanto aos Coordenadores de Curso, conhecer seu entendimento sobre os
indicadores de avaliação e sua opinião sobre a função da biblioteca no curso de graduação;
b) quanto aos bibliotecários, obter sua opinião sobre a validade e/ou adequação dos
�indicadores estabelecidos para avaliar a biblioteca, sobre a visão das Comissões
Verificadoras em relação aos itens a serem avaliados e sobre a função da biblioteca no
curso de graduação.
Nenhuma das expectativas referentes aos docentes (Coordenadores de Colegiado e
membros das Comissões de Visita) foi correspondida e o motivo, tudo indica, decorre da
falta de conhecimentos específicos sobre o tema. Já em relação aos bibliotecários, a
expectativa também foi frustrada, uma vez que faltou-lhes uma compreensão mais ampla
sobre as potencialidades da biblioteca e dos instrumentos avaliativos, bem como sobre as
limitações que estes apresentam.
O instrumento operacional básico enviado aos Cursos para coleta de dados e
informações refere-se à infra-estrutura administrativa e técnica da biblioteca e está
representado por 12
indicadores (horário de funcionamento; informatização do acervo;
informatização do sistema de consulta; informatização do sistema de empréstimo; política
de atualização do acervo; participação em redes; equipamentos; pessoal técnico; salas
especiais; videoteca; periódicos disponíveis; títulos de livros e número de exemplares). A
esses indicadores foi acrescido mais um – qualidade da catalogação – por dois motivos: a)
por estar presente em instrumentos de outras modalidades de avaliação e b) por ser
significativo num processo de avaliação de biblioteca. Assim, a pesquisa foi desenvolvida
sobre a análise de 13 indicadores. Destes, alguns serão aqui comentados, na perspectiva de
demonstrar a utilidade que poderiam ter na avaliação da biblioteca e do curso, caso fossem
descritos dentro de uma metodologia própria e segundo cânones contemporâneos de gestão
documentária e de unidades de informação. Os aspectos considerados para analisar os
indicadores foram: função da biblioteca universitária; entendimento dos Coordenadores
sobre o significado de cada um daque les indicadores; atuação dos membros das Comissões
do MEC durante o processo de visita.
A informatização do acervo , num sentido restrito, significa a ação de cadastrar em
meio eletrônico uma determinada coleção ou conjunto de coleções. Dentro deste prisma ,
pode-se considerar que o entendimento dos Coordenadores a respeito foi compatível com a
pergunta e com a pretensão do MEC, uma vez que a tônica das respostas esteve associada à
disponibilidade de determinada obra e ao acesso a bibliografias por computador. No
entanto, considerá-la somente por este aspecto pode implicar dois tipos de redução: 1ª ) do
ponto de vista dos gestores universitários, ela deixa de ser significativa, na medida que isto
não explica, por exemplo, o nível de informatização, isto é, quanto do acervo não está
�cadastrado e assim que parcela se encontra indisponível para o usuário; qual o percentual
cadastrado do acervo ativo e processado em moldes tradicionais; se estão em máquina os
registros das áreas temáticas consideradas prioritárias para os cursos (bibliografias
básicas); se o software adotado integra as funções da biblioteca, o que se constitui num
fator de localização imediata e de conhecimento do status das obras, isto é, se em processo
de aquisição, em preparo técnico, já disponíveis para circulação, emprestadas, reservadas
etc; 2ª) do ponto de vista dos usuários – docentes e estudantes – impede que explorem os
recursos existentes, por exemplo, bibliografia sobre determinado assunto ou assuntos e
relação de uma obra com outras áreas temáticas. Deste modo, conceber a informatização
do acervo apenas como a possibilidade de saber sobre a disponibilidade ou não de uma
obra,
além de revelar desconhecimento, não justificaria o investimento feito. Portanto, o
indicador informatização do acervo, como proposto no instrumento do MEC, não revela
aspectos importantes como o nível de informatização do acervo, isto é, percentual
cadastrado; o modus operandi da equipe, quer dizer, se trabalha de forma centralizada ou
não, vantagens e desvantagens encontradas; produtividade por pessoa segundo as
diferentes modalidades de catalogação; percentual do acervo não processado e/ou em
catálogos convencionais.
Já
a informatização do sistema de consulta
foi considerada sinônimo de
informatização do acervo e associado à possibilidade de consulta à base de dados
bibliográficos da Universidade. Pode-se considerar que os informantes em parte têm razão,
já que a informatização da consulta se origina da informatização do acervo, embora a ela
não se restrinja. Entretanto, cabe acrescentar que esse processo compreende consulta sobre
a existência, localização e acesso a determinada obra, e não somente se está disponível,
como interpretaram alguns, que é uma função do sistema de empréstimo. Então, o que
precisaria ser entendido, quanto à confirmação da existência e à localização de uma obra, é
que esta informação, num sistema automatizado,
depende do nível de informatização do
acervo, constituindo-se no ponto focal da consulta. A informatização da consulta, num
sentido mais amplo, supõe também número e localização de pontos de rede, visando
propiciar aos usuários acesso fácil e simultâneo a informações e documentos residentes e
não residentes, como supõe ainda a interatividade do software. Há ainda três outros
aspectos a serem considerados na informatização da consulta: a) as condições de acesso a
bases de dados em CD-ROM e on-line nacionais e estrangeiras (por exemplo, catálogos de
bibliotecas, o SciELO, o PROSSIGA , o Web of Science, o Portal de Periódicos da
�CAPES); b) a possibilidade de participação em serviços cooperativos (por exemplo, a rede
BIBLIODATA, a BIREME, o CCN); c) a possibilidade de participação em redes de
serviços (por exemplo, o COMUT). Vale registrar que estes aspectos da informatização da
consulta não foram abordados em sua totalidade nem pelos Coordenadores, nem pelos
bibliotecários, além de não constarem da maioria dos instrumentos elaborados pelas
Comissões de Especialistas do MEC. Na realidade, esses instrumentos insinuam uma certa
abrangência dos indicadores, mas não a fomentam, nem do ponto de vista conceitual – de
modo a constar uma descrição de cada item, por exemplo –, nem do ponto de vista prático,
já que as Comissões de Visitas não averiguam os indicadores com a abrangência que daria
visibilidade ao desempenho da biblioteca no curso.
A informatização do sistema de empréstimo, em que pese constituir o serviço mais
elementar e comum da biblioteca, foi entendida pela maioria dos Coordenadores como
sinônimo de informatização do acervo. Segundo os bibliotecários, as Comissões não
revelaram nenhum interesse sobre o tema. Conceitualmente, o empréstimo automatizado
concerne ao processo de consulta em máquina, visando à certificação da disponibilidade de
determinada(s) obra(s) e à possibilidade de cedê-la(s) ao usuário por tempo pré-fixado.
Mas
uma
faceta
importante
não
foi
averiguada
pelos
avaliadores:
a
relação
empréstimo/informatização do acervo. Isto porque o fato de uma obra não constar do
catálogo informatizado não significa que não exista na biblioteca; e, no caso de existir e
não estar disponível para empréstimo, ela poder ser obtida pelo sistema de consulta, para
uso na sede. Portanto, por parte dos avaliadores seria necessário conhecer a relação
empréstimo/nível de informatização e as características do software sobre integração de
funções, uma vez que é esta peculiaridade que informa o status das obras. Embora na
formulação do item conste a expressão “informatização do sistema de empréstimo”, um
outro aspecto não foi explicitado nos instrumentos de avaliação: a administração do serviço
(horário de funcionamento, regulamento, quantidade de funcionários e de exemplares
disponíveis para circulação, entre outros fatores). No entanto, cabe registrar que a
formulação encontrada nos instrumentos sobre a “facilidade’’ oferecida pelo sistema pode
sugerir que as Comissões estariam interessadas em identificar os aspectos acima
mencionados.
O item política de atualização do acervo, embora de compreensão bastante
diversificada entre os Coordenadores, suscitou visões convergentes para o âmago das
preocupações dos docentes: o acervo, elemento central da biblioteca universitária. Convém
�deixar claro desde logo que, mesmo com as possibilidades tecnológicas atuais de acessar
informações e documentos a distância, a biblioteca universitária não prescinde de contar,
manter e desenvolver coleções residentes fortes. Tarapanoff, Klaes e Cormier (1998)
fazem prospecções muito plausíveis sobre o uso de bibliotecas virtuais em universidades,
no lugar das tradicionais; mas não desconhecem que sempre haverá, em algum lugar, uma
biblioteca que centralizará as coleções físicas a serem disponibilizadas de forma digital ou
por outros serviços cooperativos. Fácil vislumbrar, no entanto, que um empreendimento
dessa natureza e envergadura implica altos investimentos e uma decisão política forte, no
âmbito governamental. Assim, supondo tratar-se de uma realidade distante para a maioria
das
instituições
brasileiras
de
ensino
superior,
deveriam
ter
sido
considerados
imprescindíveis os seguintes elementos como critérios para o desenvolvimento de
coleções: atualização do acervo, pertinência do conteúdo às diferentes disciplinas e
quantidade de exemplares por título e por aluno. A “política de desenvolvimento de
coleções”, esta sim,
resultaria de um processo mais amplo – não abordado nem pelas
Comissões, nem pelos Coordenadores, nem pelos bibliotecários. Assim, a “política de
atualização” pretendida pelo MEC deveria estar alinhada a outros elementos importantes
da “política de desenvolvimento de coleções”, como a quantidade de acervo, os tipos de
material, idiomas, idade da coleção, entre outros.
Na proposição do MEC, “atualização”
deveria também dizer respeito aos critérios referentes a: a) incorporação de novas edições e
de novos títulos de livros; b) manutenção das coleções correntes de periódicos e de outras
publicações seriadas; c) distribuição de recursos condizente com as peculiaridades de cada
curso; d) celebração de convênios (BIBLIODATA, CCN, BIREME, banco de teses
brasileiras, entre outros).
O indicador pessoal técnico, pela formulação dada no instrumento do MEC, seria
auto-explicativo, não oferecendo margem de dúvidas sobre a que se propunha. No entanto,
revelou a visão dos docentes desprovida de caracterização das categorias por função, fato
que pode estar associado a três questões: a) ao citado desconhecimento dos docentes sobre
especificidades da biblioteca; b) à pouca diferença que os técnicos (bibliotecários) e os
auxiliares
(apoio)
demonstram,
tanto
em
habilidades,
quanto
em
atitudes
no
desenvolvimento do seu trabalho; c) a uma questão cultural reinante na academia, na qual
os recursos humanos são divididos em duas categorias: docentes e técnico-administrativos,
sendo que os últimos são, de modo geral, vistos indistintamente como apoio. A
possibilidade de que esta suposição seja correta remete, certamente, à necessidade a) de
�melhor capacitação dos recursos humanos, b) de um planejamento que dê novo
dimensionamento às equipes e /ou nova distribuição do pessoal de biblioteca, c) de uma
melhor definição de funções e atribuições desse pessoal e d) de maior envolvimento dos
docentes com a biblioteca; e) de acesso à progressão e outros benefícios por titulação,
restritos aos docentes.
Os indicadores títulos de periódicos e títulos de livros e números de exemplares,
compreensivelmente, despertaram significativo interesse dos docentes Avaliadores e
Coordenadores de Curso, só que de forma restrita à existência ou não dos títulos.Com isto
se quer dizer que, do ponto de vista da avaliação como subsídio ao planejamento, a
expectativa é que outros aspectos fossem destacados, como a promoção das coleções
(livros e periódicos); atualidade das bibliografias básicas (livros); situação das coleções de
periódicos (pertinência, atualização, representatividade na área, lacunas, estudo de uso).
Estes aspectos, considerados a razão dos investimentos e o problema mais crucial das
bibliotecas, não foram revelados pela avaliação. Além disso, este estado de coisas remete
às formulações de Lancaster (1996) e da ALA (2000) sobre avaliação de biblioteca: a)
conhecer a opinião do usuário, seu grau de satisfação, b) acompanhar o desempenho desse
usuário como medida para avaliar o impacto (outcames) que a biblioteca, seu acervo, seus
serviços, exercem sobre ele, e c) conhecer também o nível de eficiência da biblioteca, pela
proporção das demandas atendidas. Embora a proposição relativa a impacto (outcames)
seja de difícil execução, deve estar no horizonte de uma pesquisa institucional.
O último indicador a ser aqui comentado -
qualidade da catalogação -
conceitualmente se refere às condições técnicas de descrição do acervo, visando à
consistência dos catálogos, quer em fichas, quer eletrônicos. Assim, o destaque para este
item decorre do seu significado para a acessibilidade da informação e dos documentos,
uma vez que a função dos catálogos é exatamente localizar determinada obra. Fácil supor,
por conseguinte, a importância de se averiguar a “qualidade da catalogação”, pois é esta
atividade técnica que, ao descrever um documento e seu conteúdo, determina os meios de
acessá-lo e recuperá-lo,
preferentemente mediante o emprego de normas e padrões
internacionais. Os resultados das entevistas, no entanto, revelaram total desconhecimento
quanto ao seu significado, fato considerado compreensível porque originário de docentes
que não conhecem as funções, as características e as técnicas de catalogação, mas
comprometedor na medida que deixa de revelar aspectos fundamentais do papel e do
funcionamento da biblioteca.
�4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não obstante as ações governamentais voltadas para a avaliação da educação
superior tenham um caráter de regularidade e de mobilização do setor a partir da aplicação
da legislação de 1995, o arcabouço teórico que fundamentou o presente estudo confirmou
seu pressuposto de que o MEC ainda não dispõe de uma base teórica e de uma metodologia
específica para avaliar a biblioteca universitária, no mesmo nível de exigência apresentado
em relação às outras duas dimensões avaliadas, quais sejam, a Qualificação do Corpo
Docente e a Organização Didático-Pedagógica. Com base nisso, foram estabelecidos os
dois objetivos da pesquisa, sendo um, conhecer a base teórica que as Comissões de
Especialistas do Ministério utilizaram para estabelecer os indicadores referentes à variável
biblioteca e o outro, averiguar empiricamente a adequação desses indicadores para revelar
o papel da biblioteca para o desempenho dos cursos.
Assim é possível concluir, a vista daqueles objetivos, que a Avaliação das Condições
de Ensino dos cursos de graduação, levada a efeito na UFBA, em todo o ano de 1997 até
fevereiro de 2000, obteve êxito parcial face ao que propõe o Ministério. Isto porque, do
lado exitoso, pode-se considerar como fator favorável a própria inclusão da biblioteca
como uma das variáveis a ser avaliada no contexto do curso, o que veio dar visibilidade
formal ao setor, desde
a extinção do PNBU. Do lado do insucesso, suas causas e
resultados encontram eco no princípio defendido por Watkins (apud CARVALHO, 1981,
p. 18) de que quanto maior for o investimento em educação, maior será a necessidade da
existência e aplicação de padrões. Com isto se quer dizer que o sucateamento das
universidades públicas, em geral, e a falta de indicadores e padrões de desempenho da
biblioteca, em particular, revelam fragilidades das políticas governamentais. O pouco êxito
também pode ser explicado pela voz de autores como Briquet de Lemos, Etelvina Lima e
Antonio Miranda sobre a presença da biblioteca universitária: parece decorrer mais do
cumprimento de exigências legais, do que da convicção de que ela é um fator fundamental
para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa, no ambiente acadêmico. Outro aspecto
restritivo ao sucesso da Avaliação das Condições de Ensino pode ser creditado à falta de
conhecimentos específicos sobre biblioteca e suas potencialidades, por parte dos membros
das Comissões do MEC e dos Coordenadores de Colegiado, e à pouca expansão dada pelos
bibliotecários aos indicadores para avaliar a biblioteca, fatores que determinam,
respectivamente, demanda por e oferta de serviços de informação de qualidade indesejável.
�Mais do que resultados objetivos que a pesquisa de campo tenha revelado,
emergiram
questões de fundo, que envolvem e sustentam as fragilidades da biblioteca
universitária: a) o estudante brasileiro, seja do 1º, do 2º ou do 3º grau, como a população
em geral, historicamente pouco ou nada conviveu – e não convive – com a cultura letrada.
O problema atribuído ao estudante é o mesmo do docente e do bibliotecário: falta de
familiaridade e de acesso aos meios formais de informação - o jornal, a revista, o livro e,
atualmente, a Internet - ao longo das suas vidas (DE FIORE, 2000); b) a biblioteca
universitária está sendo tratada - porque assim concebida pelo Governo, pelos docentes e
pelos bibliotecários - como uma instalação da universidade e não como uma função
acadêmico-pedagógica, o que significa que há uma questão conceitual lastreando o
problema, enraizada na formação cultural brasileira. Por outro lado, os depoimentos dos
membros das Comissões de Visita, dos Coordenadores de Colegiado e mesmo dos
bibliotecários – os primeiros centrados no acervo e os dois últimos considerando o
empréstimo e a consulta como a maior relação da biblioteca com o curso - podem sugerir
mais outra conclusão: trata-se de bibliotecas passivas, que não se antecipam à demanda,
não exploram seu potencial, configurado nos recursos informacionais locais e não
residentes. Com isto e por isto, pode-se dizer que elas estão dissociadas do planejamento
institucional, do projeto pedagógico e do planejamento das atividades
didáticas das
respectivas unidades de ensino – e vice-versa. O que se pode depreender destas duas
últimas conclusões a respeito das bibliotecas da UFBA – biblioteca espaço e biblioteca
passiva - é a compatibilidade entre elas, a convergência que apresentam; mas também há
que se considerar que: 1) embora a ação da biblioteca universitária seja centrada na coleção
física, fato que a orienta para as questões de espaço, hoje é vital que ela se capacite
também para o uso sistemático dos serviços e produtos obtidos em redes on-line ; 2) sua
missão não se restringe a rastrear, organizar e disseminar a informação, mas a dar suporte,
direta e intensivamente, para a geração de informações e conhecimentos; 3) a biblioteca
não esgota as necessidades informacionais de uma instituição, devendo, portanto, integrar
uma rede de informações, segundo propõem Tarapanoff e outros (1998).
Diante do exposto, descortina -se que a reversão daquelas forma s de atuação
(biblioteca espaço e biblioteca passiva) e a implementação das três prospecções acima
depende de mudança de mentalidade e de reformas institucionais,
requerendo um
investimento maciço, por parte da comunidade acadêmica, em relação a iniciativas como a
atualização, capacitação e titulação do pessoal das bibliotecas; criação e/ou fortalecimento
�de sistemas locais de bibliotecas universitárias, de modo que atuem de forma integrada e
harmônica, visando aos objetivos institucionais; congregação de esforços visando a um
sistema nacional de bibliotecas universitárias, a exemplo do PNBU, em níveis compatíveis
com demandas qualificadas e com elevados padrões de serviços e produtos informacionais
(tal sistema seria assistido por um colegiado consultivo, formado por ampla representação
de interesse da área acadêmica e em posição hierárquica que venha a facilitar a tomada de
decisão, o poder de coordenação e o planejamento das políticas de captação e
compartilhamento de recursos necessários e capazes de ala vancar o setor biblioteca na
universidade brasileira; oferta sistemática aos cursos de graduação e pós-graduação, e aos
grupos de pesquisa, de treinamentos específicos visando a autonomia dos usuários no uso
dos recursos informacionais; gestões junto às instâncias competentes das IES e do MEC,
visando a inclusão da temática Biblioteca e Leitura nos cursos de formação de professores
de 2º e 3º graus).
Considerando a realidade atual e as positivas prospecções feitas por Chastinet
(1990), apresenta-se como viável e oportuno fortalecer uma associação operando na
mesma linha da Association of College and Research Libraries, da ALA, como foro de
integração dessas bibliotecas e de promoção de estudos para o setor, tanto pela função que
teria, quanto pelos seguintes fatores: a) já existe um foro associativo no País com atuação
relevante, a CBBU; b) as atuais políticas governamentais evitam abrigar funções que
onerem o Estado, de modo que aguardar iniciativas por parte do Governo seria uma
expectativa vã; c) já há no setor uma massa crítica capaz de propor e gerir modelos de
bibliotecas e de sistemas adequados à nova realidade acadêmica, no que diz respeito às
demandas informacionais, às novas tecnologias, ao trabalho cooperativo e ao que elas
podem proporcionar em termos de comunicabilidade. No entanto, convém desde logo
esclarecer que a sugestão de fortalecer uma associação não exclui a busca de uma instância
governamental responsável pela formulação de políticas de sustentação e desenvolvimento
do setor biblioteca; ao contrário, o trabalho competente e independente de uma associação
poderá desempenhar uma ação profícua junto ao Governo, a exemplo da ANDIFES,
quando propôs o PAIUB ao Governo Federal.
Quanto aos instrumentos de avaliação elaborados pelas Comissões de Especialistas
de Ensino do MEC e objeto de análise neste trabalho, foram considerados inadequados e
incompletos, tendo-se que sua aplicação não revelou o desempenho da biblioteca no curso.
A impossibilidade de tais instrumentos fornecerem ao MEC e às IES um retrato real da
�contribuição das bibliotecas para os cursos, além de confirmar o pressuposto desta
pesquisa, sugere a necessidade de desdobramentos deste estudo. Com este objetivo, foi
concebida pesquisa – e encontra-se em estágio de projeto – a ser direcionada para o
desenvolvimento de um modelo e o estabelecimento de uma metodologia específica,
voltados para avaliar e planejar a gestão das bibliotecas, segundo as peculiaridades locais e
regionais, alicerçando-se nos cânones universais defendidos principalmente pela ALA e
por Lancaster.
Por oportuno, evoca-se aqui o antropólogo Luiz Eduardo Soares quando discorre
sobre a necessidades de informações qualificadas, no propósito de estabelecer e
implementar diagnósticos e políticas. Atendidas essas demandas, num contexto de
planejamento institucional, de projetos pedagógicos e de vontade política comprometida
com uma universidade de qualidade, certamente a biblioteca universitária estará
extrapolando suas funções tradicionais – de coletar, organizar e dar amplo acesso à
informação – para integrar-se a uma rede capaz de inseri-la como partícipe dos processos
de transferência de informação e de geração de conhecimentos.
***
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TRINDADE, Hélgio. Projeto de avaliação institucional da ANDIFES. Revista: Educación
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Belo Horizonte, v. 6, n. 1, p. 27-40, jan./jun. 2001.
XIMENES, D. de A. Detalhando conversa... [mensagem pessoal] Mensagem recebida por
<nlubisco@ufba.br> em 7 de jul. 2000.
***
Nota: A metodologia adotada na pesquisa que deu origem a este trabalho incluiu a análise dos atos
legais e normativos do Governo Federal relativos ao tema, de 1901 a 2001, estando todos
referenciados na dissertação citada nas Referências acima sob a entrada LUBISCO, 2001.
�
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A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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Português
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Title
A name given to the resource
A biblioteca Universitária e o processo de avaliação do MEC: Alguns elementos para o planejamento da sua gestão.
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Lubisco, Nídia M. L.
Coverage
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Publisher
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Date
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2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Destaca as características dos procedimentos e dos instrumentos avaliativos desenvolvidos pelo MEC
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snbu2002
-
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ESTUDO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOS ALUNOS DA PÓS-GRADUAÇÃO
DA FACULDADE DE DIREITO DA UERJ : DISSERTAÇÕES E TESES, 1994-2001
Neusa Cardim da Silva
Bibliotecária – Gerente da Biblioteca CCS/C
Especialista em Gestão do conhecimento para recuperação da informação
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rede Sirius – Rede de Bibliotecas da UERJ
Biblioteca de Ciências Sociais – C (CCS/C)
Rua São Francisco Xavier, 524, 7° andar, sala 7002, bl. C
Cep. 20550-013 Maracanã - Rio de Janeiro – RJ - Brasil
e-mail: cardim@uerj.br
RESUMO
Apresenta um estudo elaborado a partir da análise da produção científica da pós -graduação (stricto-sensu) da
Faculdade de Direito da UERJ, no período de 1994-2001. As dissertações (121) e teses (9), correspondentes
aos graus de mestrado e doutorado, respectivamente, constituem-se em documentos científicos valiosos para
a pesquisa e para a produção de novos conhecimentos. Esse acervo encontrava-se, em sua maioria,
processado tecnicamente na Biblioteca que, procurando implementar novas formas de recuperação da
informação jurídica, especialmente a ali produzida, decidiu reuni-lo num único documento, impresso e
eletrônico. Por esse instrumento disseminador de informações, objetiva-se agilizar a busca e a recuperação da
informação, tanto quanto garantir a preservação da memória institucional. Relaciona os itens avaliados, com
base na coleta de dados, para compor a publicação. Discorre acerca dos resultados obtidos, tendo como base
os itens avaliados.
INTRODUÇÃO
A pós-graduação no Brasil começa a se delinear a partir da Lei nº. 4.024, de 20 de
dezembro de 1961 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB). A LDB, em
seu Art.69, ao classificar os diferentes tipos de cursos superiores, destaca, na alínea b, os
cursos de pós-graduação “abertos à matrícula de candidatos que hajam concluído o curso
de graduação e obtido o respectivo diploma”.
Contudo, a conceituação da pós-graduação, suas características fundamentais, nos
níveis de mestrado e doutorado, foram apresentadas no Parecer 977/65 da Câmara de
Ensino Superior (C.E.Su), do então Conselho Federal de Educação (CFE), que ressaltou a
necessidade de regulamentação e reconhecimento desses cursos pelo CFE, como meio de
disciplinar o processo de implantação dos mesmos.
�De acordo com a literatura sobre o assunto, a criação dos cursos de pós-graduação
deve ser precedida pela existência de grupos de pesquisa sólidos, em um ambiente de
investigação científica e tecnológica, para a qualificação dos docentes e a geração de
conhecimento técnico-científico (GUIMARÃES, 2000; DUHAN, 1996) .
A reforma universitária de 1968 representou um grande avanço para o ensino
superior, principalmente para a pós-graduação. Havia, a essa época, a necessidade de
formar recursos humanos qualificados, imprescindíveis ao desenvolvimento econômico do
país. Dessa forma, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) passou a investir na
modernização do ensino superior, contratando professores em tempo integral e dedicação
exclusiva. Por outro lado, as agências de fomento à pesquisa (CAPES, CNPq, FINEP)
ampliaram suas áreas de atuação, criando programas para financiar a pesquisa e estimular a
qualificação docente. (DUHAN, 1996).
Assim sendo, o incremento desses cursos efetivou-se a partir das décadas de 70 e
80. Hoje, o Sistema Nacional Brasileiro de Pós-graduação é tido como uma experiência
educacional bem sucedida, reconhecida dentro e fora do país.
Na área de Direito, os cursos de pós-graduação stricto-sensu vêm se consolidando
desde a década de 90, como pode ser comprovado nas duas últimas avaliações da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Na avaliação correspondente ao biênio 1996-1997, por exemplo, registrou-se um
avanço qualitativo tanto do corpo docente, quanto da produção acadêmica, da infraestrutura e das instalações. Na avaliação correspondente ao triênio 1998-2000, declarou-se
que “a área apresenta evolução significativa, quer em termos quantitativos, quer em termos
qualitativos (aumento de programas com conceito 6), expondo uma relação equilibrada
entre os níveis 3,4,5, e 6”. (COORDENAÇÃO..., 2002)
Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o Programa de Pósgraduação em Direito (PPGD) teve início em 1991, obtendo conceitos que indic am a
relevância do conhecimento produzido nos seus cursos de mestrado e doutorado, registrado
nas monografias finais para obtenção de grau.
�Profissionais bibliotecários da Biblioteca Reitor Antonio Celso Alves Pereira
(Biblioteca de Ciências Sociais C – CCS/C, que atende aos cursos de graduação e pós,
conscientes da necessidade de facilitar e agilizar o acesso a esse material, reuniram os
dados referenciais das teses e dissertações produzidas entre 1994 e 2001, em um único
documento: Produção científica da Faculdade de Direito: dissertações e teses (19942001).
Tratando-se a Biblioteca CCS/C de uma das bibliotecas da Rede Sirius – Rede de
Bibliotecas UERJ, cuja filosofia é baseada na cooperação e no compartilhamento, não
poderia deixar de promover o desenvolvimento de ferramentas de gestão da informação
que favoreçam a sua disseminação. Ainda mais que a Faculdade de Direito (FD) goza de
inegável prestígio na área acadêmica, conseguido também pelos investimentos realizados
para melhoria do aporte de recursos informacionais.
O processo de organização do documento acima citado propiciou um estudo
avaliativo, cujos resultados são apresentados neste trabalho, a ser complementado por
possíveis estudos posteriores, de forma a subsidiar o aprimoramento do Programa, em
termos da elaboração e disseminação da sua produção científica.
O PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE DIREITO DA UERJ
A Faculdade de Direito (FD) da UERJ teve sua origem na antiga Faculdade de
Direito do Rio de Janeiro, criada em 1935. E, ao lo ngo de sua trajetória até os dias atuais,
seu curso
consolidou-se como de excelência, no conceito dos avaliadores externos,
adquirindo prestígio interno e externo.
Assim é que, no ano de 1991, a Faculdade criou o seu primeiro curso de mestrado,
com área de concentração em Direito da Cidade, sendo que a defesa das dissertações
ocorreu a partir de 1994. À época, o regulamento do curso estabelecia como prazo mínimo
para a defesa das dissertações, 2 (dois) anos, e máximo 3 (três) anos. Seguiram-se a este o
mestrado em Direito Civil, em 1995, mesmo ano em que se iniciou o primeiro curso de
doutorado, com área de concentração em Direito Civil. Em 1997, surgiram dois mestrados:
�Direito Internacional e Integração Econômica e Direito Público. Dois anos depois, o
doutorado em Direito Público. Em 2002 foram criados o mestrado de Direito Processual e
o doutorado em Direito Internacional e Integração Econômica.
A par dessa variada oferta de mestrados e doutorados, o Programa de pósgraduação da FD/UERJ, na avaliação da CAPES, no ano 2000, obteve conceito 6, o que
equivale a grau de excelência.
Inicialmente, o Mestrado em Direito da Cidade foi contemplado com quatro linhas
de pesquisa: Novos instrumentos jurídicos do regimento urbanístico; Violência e
criminalidade no Rio de Janeiro; A configuração do processo urbano e Cidade e
subjetividade. Com a ampliação do Programa instituindo os cursos de mestrado
e
doutorado em Direito Civil, houve necessidade de uma reformulação nas linhas de
pesquisa, o que resultou na fusão de algumas das anteriores e na criação de outras que
representavam a nova proposta.
Atualmente, dez linhas de pesquisa atendem ao Programa de pós-graduação, a
saber:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
Acesso à justiça e Tutela dos direitos;
Direitos humanos e ética;
Novos instrumentos jurídicos
Princípios e normas jurídicas;
Relações jurídicas privadas e sociedade;
Transformações do Estado contemporâneo;
Violência e criminalidade;
Transformação da ordem internacional;
O econômico na ordem jurídica internacional;
Direito ambiental e processo de urbanização.
As áreas de concentração desenvolvem as mesmas linhas de pesquisa, o que é
decorrência da integração valorativa e metodológica do Programa. Assim, os projetos de
pesquisa se vinculam às linhas que se caracterizam pela interdisciplinaridade, sem prejuízo
do aprofundamento teórico em uma área de concentração.
O dinamismo do Programa reflete-se na produção acadêmica de mestrandos e
doutorandos, que se encontrava organizada na Biblioteca de Ciências Sociais C - CCS/C ,
�necessitando, no entanto, de reunir os seus dados principais, com o objetivo de agilizar a
busca e a recuperação da informação. Dessa forma, foi elaborado um documento,
disponível em meio impresso e eletrônico, cujo processo de organização serviu como
insumo básico para a pesquisa ora relatada.
OBJETIVO
Avaliar a produção acadêmica dos discentes da pós-graduação stricto sensu da
Faculdade de Direito da UERJ, no período de 1994 a 2001, a fim levantar dados sobre:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
alunos ingressantes e alunos concluintes;
linhas de pesquisa mais desenvolvidas;
produção acadêmica anual;
professores que mais orientaram;
tempo de duração do curso;
temáticas predominantes;
formato de apresentação dos trabalhos.
METODOLOGIA
A idéia do levantamento surgiu durante a feitura da publicação que visava reunir a
produção discente num único documento, e este foi realizado em etapas concomitantes
com aquela.
Inicialmente foram arroladas as dissertações e teses defendidas entre 1994 e 2001,
que correspondiam aos alunos que fizeram cursos entre 1991-1998, no caso do mestrado e
entre 1996-1997, no caso do doutorado . Os dados não encontrados nos documentos foram
retirados da base de dados enviada à CAPES
Desenvolveu-se uma base eletrônica armazenando-se os dados que permitiram
mapear essa produção e que foram obtidos durante a coleta, transcrição e organização do
material.
�Assim é que, das quatro etapas estabelecidas para a composição do documento
anteriormente citado, três forneceram subsídios para alcançar os objetivos propostos, como
apresentados a seguir:
a) levantamento da produção acadêmica, permitiu coletar dados sobre:
Ø alunos ingressantes e alunos concluintes;
Ø tempo de duração do curso;
Ø produção acadêmica anual.
b) o inventário da coleção de dissertações e teses forneceu indicadores acerca de:
Ø linhas de pesquisa mais desenvolvidas;
Ø professores que mais orientaram;
Ø temáticas predominantes.
c) a composição gráfica da publicação forneceu subsídios para o desenvolvimento
da seguinte variável:
Ø formato de apresentação dos trabalhos.
DESENVOLVIMENTO
A primeira variável analisada foi referente aos alunos ingressantes (I) e concluintes (C)
por curso e por ano (Tabela 1).
TABELA 1
Formação de Mestres na FD – 1991-1998
CURSO
ANO
Cidade
Civil
Público
Internacional
I
C
I
C
I
C
I
C
1991
15
4
-
-
-
-
-
-
1992
15
7
-
-
-
-
-
-
1993
14
9
-
-
-
-
-
-
1994
16
9
-
-
-
-
-
-
1995
15
7
12
7
-
-
-
-
1996
10
9
9
8
-
-
-
-
1997
10
8
10
8
10
10
10
5
1998
8
5
10
9
10
8
10
8
Total
103
58
41
32
20
18
20
13
�Verifica-se que o curso mais antigo (Cidade), até 1995, apresentou índice de
concluintes em torno de 50%.
A partir daí, o quantitativo quase se equipara, o que denota uma progressiva
consolidação do mestrado, com turmas menores, mas um índice de conclusão em torno de
80 %.
Esta hipótese encontra respaldo quando se analisam os dados relativos aos outros
cursos, implantados a partir de 95, e verifica-se que esta tendência se confirma também no
doutorado (Tabela 2).
TABELA 2
Formação de Doutores na FD – 1996-1998
CURSO
ANO
Direito Civil
I
C
1996
5
5
1997
4
4
Total
9
9
O índice de concluintes do doutorado alcançou 100%, o que indica o
amadurecimento do Programa de Pós-graduação em seu todo, considerando-se serem estas
as primeiras turmas desse curso.
O PPGD estabelecia no seu Regulamento (Deliberação 019/90, Anexo 1) como
prazos para obtenção do título de mestre 2 (dois) anos no mínimo e 3 (três) no máximo.
Em 1994, o Regulamento, reformulado com a criação do mestrado e doutorado em Direito
Civil, estabeleceu o prazo mínimo de 1 (um) ano e máximo de 3 (três) para o mestrado.
Quanto ao doutorado, o prazo mínimo era de 2 (dois) e máximo de 5 (cinco)anos (
Deliberação 017/94, Anexo I, Art. 26). A partir de 2001, foi alterado apenas o prazo
máximo para obtenção do grau de doutor, definido agora em 4 (quatro) anos.
Os dados das tabelas 3 e 4 revelaram o tempo médio despendido para titulação de
mestres e doutores.
�TABELA 3
Tempo de duração para a titulação – Mestrado
DURAÇÃO
CURSO
1 ano
2 anos
3anos
4anos
5anos
6 anos
Total
8
37
10
2
1
58
Cidade
Civil
1
3
24
3
1
-
32
Publico
-
6
12
-
-
-
18
Internacional
-
1
11
1
-
-
13
Total
1
18
84
14
3
1
121
Observa-se que 85,12% dos alunos concluíram o curso dentro do prazo
estabelecido, sendo que 69% o fizeram em 3 anos. É digno de nota o fato de um aluno,
dentre 121, ter alcançado o grau em apenas 1 ano.
TABELA 4
Tempo de duração para a titulação – Doutorado
DURAÇÃO
CURSO
Civil
3 anos
4 anos
Total
2
7
9
Verificou-se que a totalidade dos doutorandos obteve grau antes do prazo máximo,
sendo que 22,22% o obtiveram no prazo mínimo.
TABELA 5
Produção de Dissertações por ano
ANO
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Total
PRODUÇÃO
F
2
1
13
17
7
26
29
26
121
%
1,65
0,82
10,74
14,04
5,78
21,48
23,97
21,48
100%
�Os dados indicam que o ano 2000 foi o de maior produção, representando 23,97%
das defesas. Os dois anos iniciais de implantação da Pós apresentaram índices menores:
0,82% e 1,65%, respectivamente.
Comparando-se os resultados das tabelas 1 e 4, nota-se que o ano de 1997
apresentou o maior número de concluintes (31), atingindo um alto percentual no período,
tal qual a produção do ano 2000, o que é coerente com o tempo médio verificado para
titulação 3 (três) anos (Tabela 3).
O programa de pós-graduação da FD tem, no seu corpo docentes, servidores
efetivos da UERJ e docentes visitantes. Desse conjunto, 33 orientaram os mestrandos
(Tabela 6).
TABELA 6
Orientadores do Mestrado 1994-2001
ORIENTADORES
MESTRANDOS
%
1
16
13,23
1
13
10,74
1
8
6,61
2
7
5,45 (cada)
4
5
4,13(cada)
6
4
3,30(cada)
3
3
2,47(cada)
3
2
1,65(cada)
12
1
0,82 (cada)
33
121
100%
Cabe ressaltar que algumas dissertações/teses apresentaram co-orientadores, não
computados, por esta prática não ser comum a todos os trabalhos.
Dos cinco docentes que mais orientaram os mestrandos, três são coordenadores das
linhas de pesquisa.
�TABELA 7
Orientadores do Doutorado 1996-2001
ORIENTADORES
DOUTORANDOS
%
1
3
33,34
1
2
22,22
4
1
11,11(cada)
6
9
100%
Os professores que mais orientaram doutorandos são coordenadores de linhas de pesquisa.
TABELA 8
Distribuição das dissertações segundo a linha de pesquisa
Anos
Linha de pesquisa
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
TOTAL
%
A configuração do processo
urbano
Acesso à justiça e tutela dos
direitos
Cidade e subjetividade
3
-
1
-
-
-
-
-
4
3,30
-
-
4
4
2
3
1
2
16
13,20
-
-
2
-
-
-
-
-
2
1,65
Direitos humanos e ética
-
-
-
3
-
3
4
3
13
10,74
Novos instrumentos jurídicos
-
-
-
-
-
6
4
2
12
9,81
Novos instrumentos jurídicos
do regime urbanístico
O econômico na ordem
jurídica internacional
Princípios e normas jurídicas
-
1
2
1
-
-
-
-
4
3,30
-
-
-
-
-
-
2
1
3
2,45
-
-
-
-
-
1
4
2
7
5,73
Relações
jurídicas
não
patrimoniais
Relações
jurídicas
patrimoniais
Relações jurídicas privadas e
sociedade
Relações privadas e sociedade
-
-
1
-
-
-
-
-
1
0,82
-
-
3
-
-
-
-
-
3
2,45
-
-
-
-
-
-
8
12
20
16,32
-
-
-
4
3
6
-
-
13
10,64
Transformações do estado
contemporâneo
Violência e criminalidade
-
-
-
1
-
4
3
2
10
8,2
-
-
-
4
2
3
3
2
14
11,5
121
100
TOTAL
Os dados obtidos permitiram inferir que há uma relação entre as linhas de pesquisa
mais seguidas com os professores orientadores que as coordenam. Tal relação reveste -se de
significado maior quando esses docentes são os que mais orientam.
�O fato de algumas linhas de pesquisa não terem continuidade ou aparecerem a
partir de determinado período deve -se às duas reformulações feitas no Programa, em 1997
e em 2000, respectivamente.
A identificação da maior concentração das linhas de pesquisa é um dos itens
relevantes a ser considerado para o crescimento do acervo, permitindo subsidiar a política
de seleção e aquisição da biblioteca.
TABELA 9
Distribuição das dissertações segundo a linha de pesquisa
Anos
Linha de pesquisa
1999
2000
2001
Acesso à justiça e tutela dos direitos
1
1
1
3
33,33
Direitos humanos e ética
-
1
-
1
11,12
Novos instrumentos jurídicos
-
2
-
2
22,22
Relações jurídicas privadas e sociedade
1
1
1
3
33,33
9
100
TOTAL
TOTAL
%
A área de concentração do doutorado, no período avaliado, foi Direito Civil e os
dados apresentados indicam a opção por quatro linhas de pesquisa. Dessas, três foram
também as de maior adesão dos mestrandos.
Das dez linhas de pesquisa pertinentes às áreas de concentração, as três que
tiveram o maior percentual de escolha foram Relações jurídicas privadas e sociedade;
Acesso à justiça e tutela dos direitos; Violência e criminalidade. Em conseqüência, as
temáticas mais abordadas diziam respeito aos direitos fundamentais, direitos reais, direito
urbanístico, direito constitucional, direito de família, assistência jurídica, delitos penais e
processo penal.
�APRESENTAÇ ÃO DOS TRABALHOS
A metodologia da pesquisa preconiza que a produção científica deva ser pautada
pela observância de padrões mínimos exigíveis, visando a garantir o controle bibliográfico
e, em última instância, a transferência de informações.
Dessa forma, no levantamento preliminar para a coleta dos dados da produção
acadêmica, constatou-se que as teses e dissertações não seguiram os padrões estabelecidos
no manual adotado pelo Programa.
Em decorrência, informações imprescindíveis ao controle bibliográfico faltaram
dos documentos. Tal fato acarretou um dispêndio maior de tempo, procurando-se em
outras fontes os dados não localizados nas obras.
Verificou-se, também, que a apresentação gráfica das monografias foge ao
estabelecido na publicação acima referida, mesmo em seus elementos básicos, tais como
tipo, tamanho da fonte e espacejamento.
A análise das 130 dissertações e teses defendidas baseou-se em normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e considerou apenas alguns dos
elementos ali consignados como essenciais, observando-se, em resumo, que a maioria
deles apresentava:
a) capa - em plástico transparente e espiralada - o que dificulta a sua armazenagem
e conservação -, ausência de informações cabíveis à sua adequada e imediata
identificação;
b) folha de rosto – diagramação inadequada dos elementos, implicando destaques
equivocados, como, por exemplo, o nome da instituição, onde deveria constar o
do autor, ou, por outro lado, a supressão de informações consideradas
imprescindíveis,
como
o
nome
do
orientador.
Em
sua
apresentavam, no verso da folha, a ficha catalográfica correspondente.
maioria
não
�c) sumário - considerado item obrigatório em trabalhos científicos, o sumário é a
enumeração das principais divisões, seções e outras partes de um documento, na
mesma ordem em que a matéria nele se sucede. Difere, portanto do índice que
tem por finalidade arrolar palavras-chave ou nomes (pessoas, locais instituições
etc) e indicar sua localização no texto. Em parte dos trabalhos analisados, o
sumário foi confundido com o índice.
d) resumo- parte obrigatória num trabalho científico, tem como objetivo fornecer
subsídios que permitam ao leitor decidir sobre a leitura ou não do texto original,
constituindo-se, assim, em elemento indispensável à agilização da recuperação
da informação. Isto posto, considera-se muito alto o índice de 36% de
documentos que não o apresentaram ou apenas o fizeram em outra língua.
A observância destes itens contribuiria para aprimorar a qualidade da apresentação
das dissertações e teses, favorecendo sua disseminação intra e extra UERJ. Há necessidade,
portanto, de orientação aos mestrandos e doutorandos quanto à referida apresentação, em
consonância com as normas estabelecidas para trabalhos científicos da ABNT.
Como resultado do empenho da Biblioteca junto à coordenação do PPGD, na
Resolução nº 8, de 10 de setembro de 2001 foram estabelecidas normas para padronização
da apresentação gráfica das dissertações e teses. Embora as normas se restrinjam à
obrigatoriedade da apresentação de resumo e a padronização da capa, considera-se que,
essa Resolução constitui-se no primeiro passo para o aprimoramento aqui citado, visando à
economia de tempo e recursos para a organização da informação nelas contida, objetivando
a sua recuperação.
CONCLUSÃO
A avaliação contemplou 130 trabalhos, sendo 121 dissertações e 9 teses, elaboradas
no período de 1994 a 2001.
O Programa apresentou, a partir de 1995, um índice de concluintes em torno de
80%, o que atesta a consolidação do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Direito.
�No conjunto dos mestrandos, o prazo médio gasto para a titulação foi de três anos,
o máximo estabelecido pelo Programa. Os doutorandos despenderam, em média, quatro
anos para a obtenção de grau, não necessitando do prazo máximo definido pelo curso.
Dentre as temáticas desenvolvidas, aquelas que apresentaram uma freqüência maior
foram as relacionadas ao Direito internacional público; Direito constitucional; Direitos
fundamentais; Direitos reais; Direito de família; Direito urbanístico; Delitos penais;
Processo penal e Responsabilidade civil do Estado.
Observou-se que a apresentação das dissertações e teses, nos seus aspectos
normativos e gráficos, não estavam, na sua totalidade, em conformidade com as normas da
ABNT, o que dificulta a disseminação e recuperação da informação.
Diante do exposto, ressalta-se que
a) o Programa de pós-graduação da FD tem investido no fortalecimento da
pesquisa e na expansão de recursos humanos qualificados, tendo
progredido quantitativamente (com a criação dos novos cursos) e
qualitativamente, em vista das avaliações feitas pela CAPES;
b) a análise indica que, para estar à altura do conceito adquirido pelo PPGD
da Faculdade, sua produção ainda precisa observar, com rigor, alguns
elementos de padronização;
c) a Unidade acadêmica e a Biblioteca devem solidificar a parceria,
mantendo uma articulação efetiva, ambas afinadas, tendo em vista as
necessidades e interesses da comunidade acadêmica.
ABSTRACT
Presents an elaborated study starting based on the analysis of the scientific production of the pos-graduated
(stricto-sensu), dissertations and thesis of UERJ’s Law University from 1994-2001. These important and
precious documents, ready for research, were at first techinically processed by the University Library. Due to
their importance as a cody to disseminate and propagate news or to recover juridic informations, mainly
product of UERJ. Those thesis were gathered in just one printed and eletronical document. The main purpose
was facilitate the search and recovery information as well as to preserve the instutional memory. The itens
avaliated are catalogue to estabilish relations or analogies to produce the publication. This work relate the
results of available itens investigated.
�REFERÊNCIAS
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Estudo da produção acadêmica dos alunos da pós-graduação da Faculdade de Direito da UERJ: Dissertações e Teses, 1994- 2001.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Neusa Cardim da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta um estudo elaborado a partir da análise da produção científica da pós-graduação (stricto-sensu) da Faculdade de Direito da UERJ,
Language
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pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4120/SNBU2002_109.pdf
da26451e05d3b425fcf02bb50cb5c48f
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DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES DE QUALIDADE PARA O
PLANEJAMENTO DA GESTÃO EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO DA
REDE SIRIUS - REDE DE BIBLIOTECAS UERJ
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UERJ
R. São Francisco Xavier, 524/s.1019. Bl.B
Marac anã. Rio de Janeiro. RJ
CEP: 20.550-013. Brasil
Nadia Lobo da Fonseca 1 - nlobo@uerj.br
Regina Serrão Lanzillotti2 - lanzillotti@uol.com.br
Nysia Oliveira de Sá3 - nysia@uerj.br
Valéria Dias Batista4 - vbdias@hotmail.com
1
Bibliotecária, Coordenadora do Núcleo PLANAD/Rede Sirius
Docente, Coordenadora dos Projetos de Extensão do IME/UERJ, Doutoranda do PET/COPPE/UFRJ
3
Bibliotecária, Diretora da Rede Sirius
4
Graduanda em Estatística do IME/UERJ
2
�RESUMO
Trata do estabelecimento de indicadores quali-quantitativos para a Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ,
visando ao aprimoramento da gestão das suas unidades de informação. A equipe é integrada por
bibliotecárias e estatísticas. Esta iniciativa insere -se no conjunto de providências que vêm sendo
implementadas pela universidade, com o objetivo de instaurar um processo interno de avaliação, que propicie
a excelência acadêmica e o retorno à comunidade dos recursos nela investidos. O estudo fundamentar-s e-á no
mapeamento do estado da arte, adotando-se métodos não paramétricos, que permitirão inferir padrões com
base em atributos tangíveis. Na aplicação desta metodologia, a Rede Sirius será assessorada pelo Instituto de
Matemática e Estatística da UERJ, em continuidade à parceria entre estas unidades administrativa e
acadêmica, respectivamente. O histórico desta parceria demostra que esta tem possibilitado implementar
práticas de trabalho e métodos gerenciais que contribuem para um desempenho laboral participativo e
interativo, em que se almeja a identidade da Rede, respeitando -se as peculiaridades de cada biblioteca.
Palavras–chave: Indicadores de qualidade; Gestão de Bibliotecas Universitárias; Rede Sirius - Rede de
Bibliotecas UERJ
1 INTRODUÇÃO
As Instituições de Ensino Superior (IES) inseridas em uma realidade global em permanente
transformação enfrentam, na atualidade, pressões internas e externas que se traduzem em
demandas cada vez mais sofisticadas, exigindo agilidade na tomada de decisão.
Para fazer face aos desafios que se apresentam, a Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ) entende que “o processo de avaliação é uma das questões centrais para a
melhoria da qualidade das universidades favorecendo a modernização e contribuindo para
repensar a instituição”1. Trata-se de aferir a eficiência, “com a clara finalidade de aumentar
sua produtividade e, principalmente, o impacto sobre o setor econômico”2.
Consoante tal política, a UERJ vem promovendo um esforço coletivo de reflexão, em torno
da
definição
de
critérios
internos
para
essa
avaliação,
que
contemplem
suas
especificidades, e a Rede Sirius, buscando inserir-se nesse esforço tem empreendido
estudos multidisciplinares, visando, em última instância, ao aprimoramento da prestação de
serviços e oferta de produtos informacionais.
A estratégia de abordar os problemas de gestão, sob uma ótica multidisciplinar, é uma
prática, desde o início da implantação da Rede Sirius, em set. 1998, com resultados que
possibilitam afirmar quanto ao acerto dessa opção metodológica.
�Em função da mesma, estabeleceram-se várias parcerias, ao longo dos anos, intra e extra
UERJ, sendo que, entre aquelas, assume especial relevância a da Rede com o Instituto de
Matemática e Estatística (IME/UERJ). Entre outros motivos, por tratar-se da conjugação
de esforços de uma unidade administrativa (Rede Sirius) e uma unidade acadêmica, cuja
continuidade tem favorecido a implementação de práticas de trabalho e métodos gerenciais
que contribuem para um desempenho laboral participativo e interativo.
Este trabalho apresenta, portanto, um histórico e resultados positivos dessa experiência,
consubstanciada em vários estudos realizados, por vezes, de forma simultânea, desde 1997,
e que culminou em um projeto de desenvolvimento de indicadores de qualidade para as
bibliotecas (em andamento).
2 HISTÓRICO DA PARCERIA
Bibliotecas não diferem de outras organizações, no que se refere à necessidade de infraestrutura informacional para apoio à tomada de decisão de forma ágil e segura3. Em função
disto, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, bibliotecários promovem,
desde há muito, estudos objetivando dotar as bibliotecas de tal infra-estrutura.
No entanto, a assessoria de outras unidades da UERJ, para tais estudos, só passou a
ocorrer, de forma sistemática, a partir de 1997, quando a Reitoria designou ao Grupo
Especial de Trabalho (GET) a tarefa de avaliar e propor uma nova estrutura para o Sistema
de Bibliotecas (SISBI). Na ocasião, este grupo solicitou e contou com a colaboração
técnica do IME/UERJ, na área de Estatística Descritiva, visando efetuar o Diagnóstico das
Bibliotecas e o Estudo de Necessidades e Demandas de Informação (ENDI).
Essa avaliação ressaltou a necessidade de ser implantado um modelo organizacional mais
adequado às demandas emergentes da comunidade acadêmica, caracterizado por uma
gestão descentralizada e participativa, mais ágil e flexível, consubstanciado na Rede Sirius
– Rede de Bibliotecas UERJ 4.
�A partir do início da implantação desta nova estrutura -, em setembro 1998, passaram a ser
revistos procedimentos e instrumentos gerenciais, de forma a adequá-los às exigências
deste modelo organizacional, entre elas, o aporte de informações, que constitui-se em fator
estratégico para o sucesso do empreendimento, contribuindo para a identidade dos setores
(21 bibliotecas, 3 Núcleos e 2 Seções de Apoio Administrativo) e unidade da organização,
que congrega quase 200 servidores (técnicos e administrativos).
Além disso, acresce que, à mudança organizacional, seguiu-se um incremento qualiquantitativo da demanda, tanto em termos de suporte informacional tradicional, quanto na
participação, em projetos nas Sub-Reitorias de Graduação, Extensão e Pesquisa. Para
contemplar tais expectativas de docentes, discentes, servidores e comunidade externa, com
os recursos disponíveis, impõe-se a busca de tecnologias de gestão voltados para a
qualidade.
Esta
conjuntura,
extremamente
estimularam a continuidade da
dinâmica,
e
os
resultados
obtidos
anteriormente
interação Ensino/Extensão configurada na parceria
IME/Rede Sirius - envolvendo futuros estatísticos tutelados por um professor orientador e
servidores das bibliotecas, nos estudos preliminares à implantação de um Sistema de
Informações Gerenciais (SIG).
Assim sendo, desde 1998, são vários os trabalhos conjuntos IME/REDE SIRIUS
beneficiando algumas bibliotecas ou a Rede como um todo, o que contribui para que,
posteriormente, a parceria fosse reconhecida oficialmente pela Sub –Reitoria de Extensão
da UERJ (SR3) 5.
Inicialmente, destacam-se, neste relato, os trabalho s de maior abrangência, englobados nos
estudos preliminares à implantação do SIG, e em seguida, sumariza-se a pesquisa em
andamento.
Os estudos preliminares, baseados no Sistema de Aprendizado Adaptativo, têm sido
realizados desde 1999, e incluem: um levantamento denominado Macrovisão das
�Bibliotecas , o processo de automação dos dados estatísticos e informações gerenciais e o
ENDI.
A
experiência
acumulada
no
desenvolvimento
desses
trabalhos
estimulou
o
aprofundamento gradual das discussões direcionando-as para a busca de um padrão de
qualidade.
No entanto, a literatura na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação ressalta a
inexistência de padrões aplicáveis a bibliotecas universitárias brasileiras 6. Vergueiro, cujo
trabalho é pioneiro, nesse campo, frisa as dificuldades inerentes à construção de
indicadores, que reflitam com algum nível de segurança a realidade que se supõe que eles
representem, pois trata-se de espelhar em toda a sua complexidade, as múltiplas facetas
desta realidade, condicionadas por inúmeras variáveis, interrelacionadas em uma trama de
resultado imprevisível7.
Dessa forma, na UERJ, inicialmente aplicou-se um modelo experimental interativo,
entendendo-se que este poderia responder à logística da Rede, que congrega bibliotecas
universitárias, com peculiaridades inerentes aos Centros Biomédico (CB), de Tecnologia e
Ciências (CTC), de Educação e Humanidades (CEH) e de Ciências Sociais (CCS),
bibliotecas escolares – afetas ao Instituto de Aplicação Fernandes Rodrigues da Silveira
(atende ao 1 o e 2 o graus) - e também, a biblioteca Comunitária (COM), e localização
geográfica, em diferentes municípios do Rio de Janeiro.
3 METODOLOGIA
Como já relatado, o GET, em 1997, deparou-se com um aporte de informações aquém do
necessário ao estudo avaliativo, que subsidiou a implementação de uma nova estrutura para
as bibliotecas da UERJ.
Não se contava, naquela ocasião, com elementos suficientes para definir o perfil dos
usuários das bibliotecas.
�Esta dificuldade impôs, portanto, que fosse realizado um ENDI, e optou-se por um método
alternativo, abrangendo freqüentadores e não freqüentadores, baseado na lógica Fuzzy8.
A
metodologia
adotada
pressupõe
uma
equipe
multidisciplinar
constituída
por
especialistas, no caso, das áreas de Biblioteconomia, Ciência da Informação e Estatística, à
qual coube a definição dos macro- objetivos (perfil dos usuários, comportamento na busca
da informação e avaliação das bibliotecas) focos norteadores para estruturação da Rede.
Cada um deles foi decomposto em objetiv os específicos, que conduziram aos atributos,
originando os indicadores traduzidos em medidas avaliativas.
Por sua vez, a análise das séries temporais relativas aos indicadores, vai demonstrar a
tendência, a sazonalidade e os ciclos da busca da informação, favorecendo uma resposta
em termos de qualidade do serviço prestado.
Acresce que a interação entre os indicadores concorre para priorizá -los e também a sua
substituição e/ou eliminação, gerando um sistema adaptativo que subsidie a gestão da
Rede.
A implementação deste sistema impõe análises quali-quantitativas constantes, valendo-se
da Estatística, Biblioteconomia e Ciência da Informação, sendo que a primeira dá suporte
às demais, através dos métodos Inferenciais e da Análise Exploratória dos Dados.
Dessa forma, replicou-se o ENDI9, em 2000, buscando segmentar a clientela, em grandes
grupos, tal como se subdivide a área acadêmica da UERJ (CB, CCS. CEH, CTC). Desta
vez, atenção especial foi dada às bibliotecas escolares e à Biblioteca Comunitária (COM),
por atenderem a um público diferenciado.
Verificou-se que o perfil dos freqüentadores e não freqüentadores, em cada área, não
apresentou discrepâncias significativas, em relação ao ENDI aplicado em 1997.
�Também com o objetivo de um mapeamento o mais próximo possível da realidade, já
havia sido conduzida, em 1999, uma pesquisa sobre o atendimento em 20 bibliotecas, que
entre outros resultados, confirmou que o público prioritário da COM, é composto pelos
alunos de 1º e 2º graus, seguidos dos servidores. Em função disto, a biblioteca reestruturou
suas atividades para melhor atendê-los e atualmente promove um estudo de usuários.
Paralelamente, promoveram-se sucessivas avaliações dos procedimentos e ferramentas
para a coleta de dados e informações gerenciais, nos setores da Rede, implementado-se
melhorias tais que acabaram implicando na gradativa substituição do sistema manual por
um automatizado, no decurso de 3 anos.
Para consecução dessa sistemática avaliativa, o Núcleo de Planejamento e Administração
(PLAN AD) contou com a assessoria de estagiárias de Estatística e dos servidores da Rede,
que participaram ativamente desse processo, interagindo com a equipe do Núcleo
PLANAD e do IME/UERJ, testando, criticando e sugerindo alterações no sistema.
Em conseqüência , observa-se que a padronização de instrumentos e procedimentos, tal
como se esperava, contribuiu para a consistência da bases de dados gerenciais, agilizando a
elaboração de relatórios e o desenvolvimento/aprimoramento de outras ferramentas de
gestão.
Os resultados positivos alcançados refletem ainda o desenvolvimento profissional dos
servidores, hoje mais conscientes da importância da infra-estrutura de informações
gerenciais para a tomada de decisão. Impondo-se então para avançar no desenvolvimento
do SIG, concurso de especialistas da área de Informática, pois constatou-se que já havia
elementos suficientes para a modelagem do mesmo, também como ferramenta para o
intercâmbio de informações entre todos os setores da Rede, e entre estes e as demais
Unidades da UERJ.
Assim sendo, no início de 2002, sob a chancela do IME/UERJ, o Departamento de
Informática e Ciências da Computação (COMPUT) e a Rede Sirius elaboraram e
apresentaram projeto, visando à modelagem do SIG, Programa de Apoio Técnico às
Atividades de Ensino, de Pesquisa e de Extensão (PROATEC). A aprovação desse
�projeto representou, o reconhecimento institucional da relevância e do impacto da
proposta, traduzindo-se, em termos práticos, na contratação de 1 Técnico em Programação,
com recursos do PRO ATEC, para dedicar-se em tempo integral ao projeto.
Tão logo foi divulgada a aprovação do projeto, constatou-se a repercussão dessa nova
vertente de trabalho com o IME/UERJ, entre os discentes da Informática, pois o
desenvolvimento do SIG, foi eleito, por um deles, como tema do seu trabalho de conclusão
de curso. A adesão de servidores da Rede à equipe foi decisiva, propiciando elementos
para a modelagem do sistema automatizado que deve entrar em operação, em etapas
sucessivas até o final de 2002.
Quando isto ocorrer, a alimentação dos módulos do SIG se dará de maneira
descentralizada, acumulando, processando, e transmitindo on line , dados e informações
para os gerentes, de forma sistematizada, adequada e regular, o que contemplará
determinadas peculiaridades da Rede Sirius, favorecendo a tomada de decisão em tempo
hábil, interagindo cada uma das 21 Bibliotecas, com os Núcleos: Memória Informação e
Documentação (MID), Processos Técnicos e Automação (PROTAT), Planejamento e
Administração (PLANAD) e a Direção, os 2 últimos assessorados pelas respectivas Seções
de Apoio Administrativo (SEAP).
A meta é, em resumo, que informações disponíveis no meio ambiente, sejam estruturadas,
mediante a interação entre os indicadores, para atingir padrões de qualidade a serem
observados por todas as bibliotecas.
Pretende-se, ainda, que os focos norteadores indicados neste trabalho, na Metodologia,
integrem-se em conjunto harmônico e flexível, visando a garantir a identidade da Rede,
porém mantendo a autonomia das Bibliotecas e demais setores.
Portanto, constituem a próxima etapa e já estão em curso os estudos para o
desenvolvimento de indicadores de qualidade para as bibliotecas, que permitirão aferir, do
ponto de vista dos clientes internos (servidores das bibliotecas) e externos (docentes e
discentes) o impacto de todo esse processo de melhoria da gestão das bibliotecas. Tal
�procedimento propicia um menor grau de entropia no sistema ou, em última instância, a
consolidação da Rede Sirius como suporte informacional do ensino, pesquisa e extensão.
4 PERSPECTIVAS DE TRABALHO – REDE SIRIUS/IME/UERJ
A continuidade da parceria IME/Rede Sirius foi um fator decisivo para as bibliotecas terem
alcançado o estágio atual nesse processo, de melhoria, culminando em 2002, não só com a
modelagem do SIG, com respaldo institucional, já relatada, mas também com a seleção do
projeto de uma aluna da Estatística, ex-estagiária do Núcleo PLANAD, para concorrer ao
Prêmio Carmem Portinho concedido pela UERJ/Sub -Reitoria de Graduação (SR-1)
aos melhores projetos acadêmicos de seus alunos inscritos
em áreas temáticas escolhidas dentre temas atuais, visando
estimular a produção discente nos cursos de graduação,
favorecer a reflexão sobre temas e demandas de interesse
público e valorizar o exercício da criatividade e o
desempenho do estudante da UERJ10.
Desde então, o projeto Desenvolvimento de Indicadores para a Gestão das Bibliotecas
da UERJ11 vem sendo desenvolvido, pela aluna, sob a orientação da professora Regina
Serrão Lanzillotti, do IME/UERJ, coadjuvada por bibliotecárias da Rede Sirius, com
previsão de término, em outubro de 2002.
Considera-se este fato mais um marco na experiência em curso na Rede Sirius, favorecido
pela
continuidade
do
modelo
experimental
interativo,
porque
reverterá
para
o
aprimoramento da gestão das unidades de informação da UERJ.
Esta iniciativa da Rede Sirius é condizente com a postura pró-ativa que vem sendo buscada
desde o início da sua implantação e se coaduna com o processo institucional, já
mencionado, visando a estabelecer critérios internos de avaliação e se traduz na futura
implementação de medidas avaliativas, a partir da validação dos indicadores sugeridos na
literatura consultada.
�Estas medidas avaliativas tomam caráter descritivo, correlacional e inferencial e
convergirão ao estabelecimento de um padrão de qualidade para bibliotecas universitárias
agregadas por áreas do conhecimento, buscando-se a identidade da Rede, sem
desconsiderar as especificidades (área de atuação, diversidade do perfil do cliente na busca
da informação) dos seus componentes, favorecendo a pretendida gestão participativa.
O estudo está, atualmente, em suas etapas iniciais, já tendo sido realizado, na literatura, um
levantamento do estado da arte no que se refere à gestão da qualidade em bibliotecas
universitárias brasileiras, que permitiu uma aproximação inicial do tema, optando-se por
validar, indicadores de qualidade sugeridos por Vergueiro como padrões para as
bibliotecas universitárias12. Com este objetivo estabeleceram-se critérios para seleção da
biblioteca-piloto, em consenso, pela equipe do projeto.
O instrumento de coleta das informações a ser utilizado está em elaboração e seu teste se
dará com a clientela interna da biblioteca piloto.
No momento discute-se a escolha da ferramenta pertinente a Estatística não paramétrica
adequada que permitirá inferir padrões de qualidade com base em atributos tangíveis.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mencionaram-se até aqui vários benefícios auferidos com os desdobramentos desse
trabalho multidisciplinar Rede Sirius/IME, mas nunca será demais reiterar que há outros,
não menos relevantes, afetos às pessoas nele envolvidas e que cabe ressaltar.
No que tange aos graduandos, em Estatística, a inserção de vários deles, nos estudos, ao
longo destes anos, propiciou-lhes estagiar em um campo diversificado e enriquecedor,
adquirindo habilidades pessoais e profissionais, favorecendo sua inserção no novo mundo
do trabalho.
�Quanto aos bibliotecários e demais servidores da Rede, estes puderam refletir criticame nte
sobre o seu cotidiano, interagindo, compartilhando e integrando elementos das Ciências
Exatas e Humanas.
Da mesma forma, os docentes, ao perceberem a Rede Sirius como objeto passível de
estudos, estimulando seus alunos a enfocarem-na em seus projetos de conclusão de curso,
abrem-lhes novas perspectivas profissionais e favorecem a oportunidade de aplicação de
conceitos de suas áreas interagindo saberes, buscando solucionar questões, cujo
equacionamento reverte em benefícios para a coletividade.
Promove-se, assim, o capital humano da instituição mediante sua integração a grupos de
interesse que realizam experimentos, aplicações e avaliações, empregando metodologias
alternativas, multidisciplinares, e caracterizando uma aprendizagem adaptativa.
Essa efervescência intelectual se materializa na produção gerada por tais grupos,
enfocando os vários estudos realizados no decorrer do processo aqui relatado, que vem
sendo divulgada em Eventos Técnico-científicos e Periódicos.
Em última instância, o trabalho conjunto Rede Sirius e IME/UERJ permite, ainda, que seja
vislumbrado um novo enfoque para o enfrentamento de dificuldades comuns a instituições
públicas de ensino superior, na busca de seu desenvolvimento: cooperação dentro da
própria Instituição, compartilhamento e persistência para alcance dos objetivos.
Toda a riqueza de perspectivas suscitada por esta alternativa adotada na UERJ, traz à
lembrança a afirmação de Paulo Freire: “Educar é dar sentido às atividades do cotidiano.”13
�SUMMARY
It treats of the establishment of quali-quantitative indicators for the Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ,
seeking for the improvement of the administration of their units of information. The team is integrated by
librarians and statistics. This initiative is part of the roll of providences that have to be implemented by the
university, with the objective of establishing an internal process of evaluation, that propitiates the academic
excellence and the return of the resources that have been invested to the community. The study will be based
on the mapping of the state of the art, adopting no parametric methods, that will allow to infer patterns based
on tangible attributes. In the application of this methodology, Rede Sirius will be advised by the Institute of
Mathematics and Statistics of UERJ, in continuity to the partnership between these administrative and
academic units, respectively. The report of this partnership demonstrates that it has made possible the
implement of work practices and managerial methods that contribute to a participative and interactive
working performance, aiming the identity of Rede Sirius, considering the peculiarities of each library.
Keywords: quality indicators; academical libraries; Rede Sirius - Rede de Bibliotecas UERJ
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Windows 6.0.
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bibliotecas da Rede Sirius: uma alternativa metodológica. [Rio de Janeiro, 2001].
52p. datil.
10. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Trabalhos selecionados:
Prêmio Carmem Portinho: 1998/1999. Rio de Janeiro, 2000. 300p. p.
11. DIAS, Valéria Batista. Desenvolvimento de indicadores de qualidade para o
plane jamento da gestão em unidades de informação da Rede Sirius - Rede de
Bibliotecas UERJ. Rio de Janeiro, 2001. 10 p.
12. VERGUEIRO, W. op. cit.
13. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido . 5.ed. Rio de Janeiro, 1978. 218 p.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Desenvolvimento de indicadores de qualidade para o planejamento da gestão em unidades de informação da Rede Sirius- Rede de Bibliotecas UERJ.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Fonseca, Nadia Lobo da
Lanzillottr, Regina Serrão
Sá, Nysia Oliveira de
Batista, Valéria Dias
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda o estabelecimento de indicadores quali- quantitativos para a Rede Sirius Rde de Bibliotecas UERJ
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4119/SNBU2002_108.pdf
7f2fc85f101e5f4643804ca61068f4a9
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TRANSFORMAÇÃO DO ÍNDICE DE ARQUITETURA BRASILEIRA EM UMA
BASE DE DADOS ACESSADA VIA WWW
MÔNICA DE ARRUDA NASCIMENTO E
EMILY ANN LABAKI AGOSTINHO
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo
São Paulo
Brasil
monyfau@usp.br ; emilyfau@usp.br
�2
INTRODUÇÃO:
O Serviço de Biblioteca e Informação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo publica, desde 1950, o Índice de Arquitetura Brasileira . Essa
publicação, sendo única em sua forma e conteúdo no Brasil, é uma preciosa fonte de
referência aos pesquisadores e docentes das áreas de arquitetura, planejamento urbano,
paisagismo e outras afins. São indexados, no momento, 29 títulos de periódicos nacionais
nas áreas já citadas, e organizadas em uma única ordem alfabética as entradas de autor e
assunto.
Desde o começo, a publicação em papel obrigava a uma limitação nas opções de
busca, não oferecendo ao pesquisador alternativas que agilizassem a localização da
informação desejada. Além disso, a edição em papel sempre dependeu de recursos da
Faculdade para ser publicada, o que acarretou problemas na sua periodicidade e portanto na
qualidade do serviço de atendimento aos usuários internos e externos à nossa Instituição.
Com o desenvolvimento e implantação dos projetos de infraestrutura da FAPESP pelo
Serviço de Biblioteca e Informação da FAUUSP ocorreu a atualização dos equipamentos de
informática e a ampliação do acesso à informação através da Internet, o que possibilita o
desenvolvimento de bancos de dados que ampliam as opções de recuperação da
informação, e tem o seu custo limitado ao desenvolvimento e implantação da base na WEB.
Dessa maneira, neste trabalho iremos relatar a experiência do Serviço de Biblioteca
e Informação da FAUUSP na implantação do projeto que tem como objetivo permitir a
transformação dessa publicação em uma Base de Dados que possa ser acessada via WWW,
o que seria de vital importância para a pesquisa em arquitetura e urbanismo no Brasil.
�3
HISTÓRICO E ORGANIZAÇÃO DO ÍNDICE
O Índice de Arquitetura Brasileira começou a ser elaborado no ano de 1950, quase
que ao mesmo tempo em que a Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo foi
criada, assim como a própria Faculdade, fundada em 1948. Desde seu início teve como
proposta a indexação de artigos de periódicos nacionais, nas áreas de arquitetura, arte e
planejamento territorial, pertencentes ao acervo da Biblioteca.
Como organização da informação foi adotada uma estrutura geral, à maneira de um
catálogo dicionário, em uma só ordem alfabética por assuntos e autores. Os dados relativos
aos artigos indexados foram apresentados em forma de citação bibliográfica, de acordo com
as normas da ABNT. Além dessas normas, as ferramentas utilizadas no decorrer dos anos
para a indexação foram o catálogo de autoridades da Biblioteca e a lista de cabeçalhos de
assunto criada pelos profissionais responsáveis pela pesquisa e elaboração do Índice, desde
o seu início.
Nessa lista de cabeçalhos de assunto foram feitas abordagens basicamente por :
1. FORMA (DA ARQUITETURA)
EX: Arquitetura de interiores
Arquitetura paisagística
2. FUNÇÃO (DA ARQUITETURA)
EX: Edifícios comerciais
Bibliotecas
Casas de praia
3. TEMPO
EX: Arquitetura-1950-1960
Arte-Séc.20
�4
4. TÉCNICA:
EX: Sistemas construtivos
Materiais de construção
5. LUGAR :
EX: Casas - São Paulo, S.P.
Desenho industrial - Itália
Desde o ano de 1950, quando se iniciou a indexação de artigos de periódicos
nacionais para compor o Índice de Arquitetura Brasileira foram publicadas as edições :
1950-1970; 1971-1980; 1981-1983; 1984-1989; 1990-1991; 1992-1993; 1994-1995. E
temos publicada listagem provisória relativa a 1996.
Quanto aos tipos de documentos indexados, encontram-se dois tipos diferentes:
periódicos com texto de estrutura argumentativa e também descritiva, que apresentam
aspectos teórico/metodológicos de procedimentos ou estudos realizados em arquitetura ou
áreas do conhecimento afins (planejamento territorial ; desenho industrial; tecnologia da
construção; história da arte); e periódicos com texto de estrutura narrativa, que apresentam
ilustrações, fotografias ou elementos visuais para representar ações, experiências realizadas,
ou conceitos aplicados por profissionais da arquitetura e/ou áreas afins (arquitetura de
interiores; arquitetura paisagística, desenho industrial, programação visual).
A indexação, portanto, é feita de maneira a acompanhar as características de cada
um dos tipos de documentos acima apresentados, o que se dá de modo a retirar dos textos
os elementos necessários para determinar seu conteúdo informativo.
�5
PROBLEMAS DETECTADOS NO PROCESSO DE INDEXAÇÃO E SOLUÇÕES
ENCONTRADAS
I) EM RELAÇÃO AOS TÍTULOS DE PERIÓDICOS :
No início do Índice de Arquitetura Brasileira, os títulos indexados eram 15 e , com o passar
do tempo, o aumento das publicações nas áreas de interesse para a indexação fez com que
hoje sejam indexados 29 títulos. Essa quase duplicação no número de títulos acarretou o
aumento também no volume de informação a ser processada, processo esse que não foi
acompanhado de grandes mudanças no uso de tecnologia para a otimização dessa atividade.
Optou-se por realizar indexação seletiva da informação, além da utilização do processo
automatizado para registro e busca .
II) EM RELAÇÃO A LINGUAGEM UTILIZADA:
Cada volume do Índice de Arquitetura Brasileira foi indexado utilizando-se listas de
cabeçalho que foram se diferenciando ao longo do tempo, por serem produtos gerados em
diferentes épocas, acompanhando tendências conjunturais. Assim sendo, muitos termos
foram sendo atualizados, outros tornaram-se obsoletos e ocorreram diferenças no seu uso.
Exemplificando :
a) (1971-1980) HIDROVIAS VEJA TRANSPORTES FLUVIAIS
(1981-1983) TRANSPORTES FLUVIAIS
b)(1971-1980) ARQUITETURA PAISAGÍSTICA VEJA PAISAGISMO
(1981-1983) ARQUITETURA PAISAGÍSTICA
PAISAGISMO
(1984-1989) ARQUITETURA PAISAGÍSTICA
c) (1971-1997) SHOPPING CENTERS VEJA CENTROS DE COMPRAS
(1998-
) SHOPPING CENTERS
�6
d) (1971-1997) DESIGN VEJA DESENHO INDUSTRIAL
(1998-
) DESIGN
DESENHO INDUSTRIAL
Surge então a necessidade de se compatibilizar as diferentes linguagens utilizadas
nos Índices, com o vocabulário adotado pela Biblioteca em seus diferentes setores, e
também com o novo Vocabulário Controlado adotado por todas as bibliotecas do Sistema
Integrado de Bibliotecas da USP.
Este Vocabulário pretendeu estabelecer maior equivalência entre os assuntos
adotados em cada biblioteca e maior proximidade à terminologia das áreas do
conhecimento envolvidas. Para a elaboração deste vocabulário, contou-se com
bibliotecários de unidades do Sistema, além de especialistas nas várias áreas do
conhecimento e assessoria de docentes em Análise Documentária do Departamento de
Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da USP.
O resultado deste trabalho , em sua versão definitiva, já se encontra em uso por todo
o Sistema Integrado de Bibliotecas da USP. O acompanhamento e a atualização deste
vocabulário serão realizados pelo Grupo de Gerenciamento do Vocabulário Controlado
USP.
Desde meados de 2001 iniciou-se um levantamento dos termos do Índice de
Arquitetura, e a sua compatibilização com os termos do novo vocabulário USP. Os termos
usados no Índice de Arquitetura Brasileira foram comparados com o novo Vocabulário e
anotados termos equivalentes e/ou quase equivalentes e termos não contemplados no
Vocabulário, tanto descritores quanto qualificadores.
Elaborou-se então uma lista de sugestões para inclusão de termos não constantes no
Vocabulário USP, mas necessários na indexação dos periódicos das áreas citadas
anteriormente. Esta lista foi encaminhada à Coordenação do Grupo de Gerenciamento.
�7
Com relação aos artigos indexados já publicados e que serão convertidos para a base
de dados, vários procedimentos estão sendo estudados em função da mudança do novo
vocabulário e da interface de busca, já que o programa prevê a recuperação de palavras em
todos os campos (autor, título do artigo, titulo do periódico, assunto).
III) EM RELAÇÃO A AUTOMAÇÃO DO PROCESSO DE INDEXAÇÃO :
Com o advento da Internet e da facilidade de acesso a informação por parte dos
usuários, principalmente os ligados aos centros de pesquisa e unidades acadêmicas, tem-se
cada vez mais a necessidade de tornar acessível ao público essa informação organizada e de
maneira rápida e eficiente.A tecnologia deveria ser aplicada na busca dessa organização,
rapidez e eficiência e, portanto, o não uso dessa tecnologia implicaria ì ¥ Á 9
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ato de já existirem na Universidade de São Paulo várias Unidades de Ensino e Pesquisa
que implantaram suas Bases de Dados locais utilizando esse software. Este, além de
compatível com o Banco de Dados Bibliográficos da USP - Dédalus permite uma interface
de qualidade com o usuário. Além disso é também utilizado em Instituições de Pesquisa do
Brasil e da América Latina, com o apoio e suporte da BIREME, para treinamentos e
atualizações.
�17
Uma vez implantada a Base de Dados, estão sendo convertidos os dados já digitados
e publicados em papel, em dados correspondentes aos que serão incluídos futuramente na
Base em Isis. Essa conversão permitirá que se inicie a Base de Dados com um volume de
informação por volta de 25.000 artigos de periódicos, indexados de 1981 até 1997.
A Base da Dados agilizará a recuperação da informação, pois será possível
pesquisar de uma só vez todo o volume de informação indexada nos últimos 19 anos, além
de contar tanto com a busca por palavras do título quanto com a busca já existente por autor
e assuntos.
RECURSOS NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAÇÃO DESTE PROJETO
-
MATERIAL PERMANENTE : Um microcomputador servidor Pentium III 833
Mhz, multimídia, com memória RAM de 256 MB, com unidade de disco rígido de
ao menos 36 GB, unidade de floppy de 1.44MB, monitor de SVGA Color 15” .
-
MATERIAL DE CONSUMO : Software Windows NT com licença de uso e
Software WXIS versão 4.0 com licença de uso.
-
SERVIÇOS DE TERCEIROS : Contratação de uma Empresa Especializada no
desenvolvimento, implantação e treinamento relativos à Base de Dados e que seja
também responsável pelos serviços de normalização dos dados já digitados em
editores de texto convertendo-os em dados para a Base, além da entrada de novos
dados relativos ao ano de 2000.
CONTRAPARTIDA DO SERVIÇO DE BIBLIOTECA E INFORMAÇÃO -FAUUSP
•
ofereceu condições ambientais para instalação física dos equipamentos a serem
adquiridos;
•
disponibilizou os terminais de acesso, já existentes no Serviço de Biblioteca e
Informação , aos usuários para pesquisa da Base de Dados;
•
coordenou todo o trabalho realizado pela equipe prestadora de serviços;
�18
•
está realizando a indexação dos artigos de periódicos relativos aos anos de
1998/2002 para atualização da Base desenvolvida;
•
efetuou a compatibilização dos assuntos utilizados no Índice de Arquitetura
Brasileira com os assuntos utilizados pelo Banco de Bados Bibliográficos da USP Dédalus, em sua nova versão implantada desde o ano de 2001.
CONCLUSÕES
Apresentamos aqui algumas considerações que julgamos procedentes para
conhecimento do público, visto que este trabalho trata-se do relato de uma experiência que
ainda não alcançou o seu término.
Foi com surpresa e satisfação que observamos a possibilidade de uso dos registros
indexados desde 1981 para a conversão na base de dados em MicroIsis, já que os mesmos
se encontravam digitados em programas editores de texto. Este era na época o recurso
utilizado para a impressão das fichas dos registros para serem colocados à disposição do
público. A divisão dos registros em “campos” para futura conversão exigiu uma equipe de
digitadores/revisores dado o volume das informações. Mas o resultado foi excelente.
Quanto à compatibilização dos assuntos adotados pelo Índice desde 1981 ainda
devem ser tomadas algumas decisões relativas aos dados convertidos, por razões já
apresentadas anteriormente (diferenças de uso de termos, mudanças de contextos e novos
conceitos...).
A adoção do software WXIS 4.0 também tem sido avaliada como positiva, tanto no
sentido de facilidade na entrada de dados quanto nos diversos testes realizados quanto à
interface de busca das informações, permitindo inclusive que seja planejada a inclusão,
num primeiro momento, de textos completos em formato eletrônico dos periódicos
publicados pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP .
�19
Acreditamos, no entanto, que a maior colaboração em relação à pesquisa e ensino
nas áreas de arquitetura, urbanismo e outras afins se dará na disponibilização da Base de
Dados para acesso via WWW. Isto porque a indexação de periódicos nacionais nestas áreas
citadas carece de recursos automatizados. Os índices internacionais processam a
informação, periodicamente, de apenas um título brasileiro. E desconhece-se , no Brasil,
outra iniciativa de organização destas informações.
Assim sendo, temos a intenção de estar colaborando com novos projetos e
experiências quando da efetiva implantação deste instrumento de pesquisa .
BIBLIOGRAFIA
CINTRA, A. M. M. et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo :
Polis/APB, 1994. (Coleção Palavra-Chave, 4)
KOBASHI, N. Y.; LIMA, V. M. A. (Coords). Vocabulário controlado USP: base de
dados de descritores em língua portuguesa para indexação e recuperação
da informação. São Paulo: SIBi/ECA, 2001. (CD-ROM)
LIMA, V. M. A.; CAMARGO C. A.; AGOSTINHO, E. A. L. et al. Vocabulário USP : um
instrumento para integração dos processos de representação e recuperação da
informação em bibliotecas Universitárias. In : SEMINÁRIO NACIONAL DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10., Fortaleza, 1998. Anais. Fortaleza :
TECTREINA, 1998. (Publicado em disquete)
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Transformação do índice de arquitetura brasileira em uma base de dados acessada via www.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Nascimento, Mônica de Arruda
Agostinho, Emily Ann Labaki
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata a experiência do Serviço de Bibliotecas e Informação da FAUUSP na implantação de um projeto
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
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http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4118/SNBU2002_107.pdf
efe883b919657a87e77021a132c4b3a1
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MAPAS : TRATAMENTO TÉCNICO DE MATERIAIS ESPECIAIS
SANTOS, Simone Aparecida dos1
Biblioteca Universitária da UFMG
Av. Presidente Antônio Carlos, 6627
CEP 31.270-901Pampulha - Belo Horizonte – MG - Brasil
E-mail: dir@bu.ufmg.br
SILVA, Moema Brandão da2
Biblioteca da Escola de Arquitetura da UFMG
Rua Paraíba, 697 - Funcionários
CEP.30.103-140 Belo Horizonte – MG - Brasil
E-mail: moe@arq.ufmg.br
RESUMO
O trabalho descreve o processo de catalogação de mapas na UFMG - Universidade Federal
de Minas Gerais, visando a disponibilização deste material na base de dados do Sistema de
Bibliotecas definido por um grupo de estudo com o objetivo de analisar as dificuldades
técnicas na determinação dos campos para elaboração do manual de catalogação.
A metodologia adotada pela equipe foi o levantamento da situação do acervo,
contemplando os diferentes tipos de mapas para serem trabalhados através de amostragem.
Como fontes de pesquisa foram utilizadas: OCLC, Catálogo da LC, sites de bibliotecas
virtuais de mapas e atlas e contatos com as bibliotecas do Rio Grande do Sul, IGC/USP,
especialistas na área do IGC/UFMG, para troca de informações.
Os resultados alcançados demonstraram a importância de um trabalho de visão ampla e em
equipe. A participação de professores do IGC/UFMG, bibliotecários e funcionários que
fazem parte do grupo de estudo, revelou-se essencial para o desenvolvimento do processo.
A entrada deste material no Sistema VTLS (Software usado pela UFMG), está se
processando de forma gradual e os resultados obtidos já permitem revelar algumas
vantagens, principalmente quanto à recuperação da informação e aos produtos que foram
gerados como: Glossário Cartográfico, Manual de catalogação para material cartográfico:
versão preliminar, Acervo de Mapas da Biblioteca do IGC/UFMG: diagnóstico preliminar.
Palavras-Chave: Mapa - Catalogação
1
2
Diretora da Biblioteca Universitária da UFMG
Bibliotecária da Escola de Arquitetura/UFMG e Especialista em Gestão Estratégica da Informação.
�1 INTRODUÇÃO
Em 1998, o Sistema de Bibliotecas da UFMG, adotou o VTLS - Virginia Tech Library
System, software que permite a utilização do formato MARC, disponibilizando seu acervo
localmente e via Internet. Para maior agilidade no desenvolvimento e adaptação do
sistema, formou-se grupos de estudos para os diversos tipos de materiais existentes em
biblioteca, sendo o enfoque deste trabalho voltado para materiais cartográficos.
O grupo foi composto por bibliotecários e uma assistente administrativo e assessorado por
professores da geografia e cartografia do Instituto de Geociências– IGC/UFMG.
As primeiras reuniões do grupo foram realizadas para estudo do AACR2 - capítulo 3, que
trata de Materiais Cartográficos, USMARC Format for Bibliographic Data no que se
refere aos campos usados para mapas e posteriormente, foram realizados testes na base de
dados da UFMG.
A partir deste estudo foi elaborado o Manual de catalogação para material cartográfico:
versão preliminar. Este manual será revisado de acordo com o MARC21, sendo
instrumento básico para catalogação do acervo de mapas do Sistema de Bibliotecas da
UFMG.
Com o aumento da coleção e a crescente demanda de usuários, o tratamento de mapas
necessita de um cuidado especial na sua operacionalização para que fiquem em condições
de serem utilizados. Ler um mapa tecnicamente consiste em examinar as informações, nele
contidas, ao descrever um mapa o catalogador deve estar habilitado de tal maneira que
permita aos usuários visualizá-los através de sua descrição. Estas considerações situam a
importância do material dentro de uma rede de informações e chama a atenção no sentido
de que não basta o conhecimento exclusivamente de processos técnicos de cartografia e
classificação, mas a necessidade de uma base cultural no campo em que o profissional vai
atuar.
Ao se organizar uma acervo de mapas deve-se levar em consideração: a sua finalidade,
tipo de acervo, processos técnicos a serem utilizados, forma de recuperação,
�sinalização/divulgação que implica em métodos que permitam a recuperação deste material
com rapidez e eficácia.
Constatou-se que a padronização dos nomes geográficos, para indexação do material,
apresenta uma certa dificuldade, pois, não existe no Brasil um organismo legalmente
responsável pela coleção e classificação dos nomes geográficos. A Fundação IBGE supre
essa carência em função da demanda interna de informações dessa natureza nas atividades
estatísticas, geográficas e cartográficas. A Divisão de Bibliotecas do IBGE foi eleita como
responsável pela normalização de nomes geográficos brasileiros e estrangeiros
incorporados à Base de Dados Bibliográficos da Rede BIBLIODATA, coordenada pela
Fundação Getúlio Vargas - FGV. (MAUROUN, 1996).
2 BREVE HISTÓRICO SOBRE A CARTOGRAFIA
Os homens sempre procuraram conservar a memória dos lugares e dos caminhos úteis às
suas ocupações. Aprenderam a gravar os seus detalhes em placas de argila, madeira ou
metal, ou a desenhá-los em papiros e pergaminhos. Assim, apareceram no Egito, na
Assíria, na Fenícia e na China os primeiros esboços cartográficos.
Conforme definição adotada pela Associação Cartográfica Internacional3 a cartografia
compreende:
o conjunto dos estudos e das operações científicas, artísticas e
técnicas que intervêm a partir dos resultados de observações
diretas ou da exploração de uma documentação, em vista da
elaboração e do estabelecimento de mapas, planos e outros modos
de expressão, assim como de sua utilização.
"Mapas" e "Cartas" não apresentam uma diferença rígida , podendo-se usar tanto uma
quanto a outra nomenclatura.
pode-se chamar de mapa a carta geográfica em escala pequena,
cobrindo um território mais ou menos extenso, representando a
superfície da terra nos seus aspectos físicos e culturais e que se
destina a fins culturais ou ilustrativos, não tendo portanto caráter
científico. A " carta" é a representação dos aspectos naturais ou
artificiais da terra, similar ao "mapa", mas de caráter
3
Associação Cartográfica Internacional, Comissão para a Formação de Cartógrafos: Reunião na UNESCO,
abr.1966.
�especializado, constituída com uma finalidade específica, e
geralmente em escala grande". (PEROTA,1191, p.77, grifo do
autor).
O mapa descreve uma porção do espaço geográfico com suas características qualitativas
e/ou quantitativas. Não é apenas uma simples ilustração, é também um meio de armazenar
e de tratar uma documentação espacial.
Pode-se perceber a dificuldade de muitos em interpretar um mapa, nunca se aprende a ler
um mapa como se aprende a ler os livros, para quem não está habituado é necessário
buscar alguns conhecimentos sobre geografia e geomorfologia para uma boa análise do
material.
De acordo com o tipo de usuário para o qual foram elaborados, os mapas podem ser gerais,
especiais e temáticos.
Mapas gerais: atende um grande número de usuários, geralmente são mapas de orientação
ou informações generalizadas, mas insuficientes para muitas e determinadas necessidades.
Mapas especiais: ao contrário dos mapas gerais, são destinadas para um grupo específico
de usuários, uma faixa técnica/científica, está voltado quase sempre a fatos, dados ou
fenômenos específicos, tendo que se fixar nos objetivos do assunto ou atividade a que está
ligado, não sendo útil para outras áreas.
Mapas temáticos: são aqueles mapas representados através de um fundo geográfico básico,
em quaisquer escalas, visando o estudo, análise e à pesquisa. Representam os fenômenos
geográficos, demográficos, econômicos, etc.
Os produtos cartográficos devem atender à função de veículo de comunicação, tendo como
objetivo tentar promover de forma clara a interpretação dos dados.
3 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO INICIAL DO ACERVO DE MAPAS NA UFMG
Fez-se um levantamento em todas as Unidades da UFMG, com objetivo de analisar e
diagnosticar o acervo de material cartográfico com vistas à catalogação e inclusão dos
dados bibliográficos na base de dados do Sistema de Bibliotecas da UFMG. Os seguintes
aspectos foram observados em duas bibliotecas que possuem número significativo de
mapas: Biblioteca do IGC e Arquitetura.
�Quantidade de material: A Biblioteca do Instituto de Geociências- IGC possui em torno
de 4.500 mapas a serem catalogados e a Biblioteca da Escola de Arquitetura com 2.750.
Espaço Físico: deficiências espaciais para o acondicionamento e tratamento técnico,
pouca perspectivas de futuras expansões de espaço destinados a este material nas unidades.
Mobiliário: mapotecas de gavetas horizontais (Arquitetura) e verticais (IGC), com número
excessivo de mapas.
Organização das mapotecas: os mapas são organizados por ordem alfabética de título nas
mapotecas. Em cada mapa constam as seguintes informações: identificação da mapoteca,
título, tipo de mapa, escala, número do exemplar e data.
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Catalogar os mapas do acervo da UFMG.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
•
Facilitar a recuperação da informação, através do sistema automatizado.
•
Disponibilizar o material catalogado para cooperação entre Instituições.
5 METODOLOGIA
Devido a ausência de uma padronização com relação às informações, apresentação e
formato dos materiais cartográficos, o grupo pesquisou e estudou algumas fontes com o
objetivo de definir a entrada de dados e ainda prever o melhor acondicionamento destes
materiais visando sua preservação. Também foram consultados alguns especialistas do
Instituto de Geociências e segundo eles alguns campos, ou subcampos MARC não seriam
utilizados na entrada de dados dos mapas. Com base nos estudos dos campos MARC e os
�capítulos do AACR2 referentes a entradas principais e adicionais(21-26) e ainda o capítulo
3 que prevê a catalogação de materiais cartográficos, foi elaborado o Manual de
catalogação para material cartográfico: versão preliminar. Após este processo, foram
escolhidos mapas de diferentes tipos para que esta diversidade fosse trabalhada como
amostragem.
Dentro das metodologias adotadas pela equipe de tratamento da informação, citamos o uso
do CATCD da Online Computer Library Center - OCLC (CD-ROOM de catalogação),
mas para material cartográfico não existe esta fonte. A possibilidade seria a conversão
retrospectiva através do World Cat da OCLC. Foram realizados contatos com as
bibliotecas do Rio Grande do Sul, IGC/USP e pesquisas na Internet na LC e no site
Bibliotecas Virtuais Mapas e Atlas.
Os campos de busca definidos para recuperação do material foram: número da folha,
número da zona, número da quadrícula, área geográfica, tipo de mapa, coordenadas
(latitude e longitude), escala.
6 TRATAMENTO TÉCNICO DE MAPAS UTILIZANDO O SOFTWARE VTLS
A fim de que haja um efetivo conhecimento do trabalho realizado no tratamento técnico
sobre o assunto, relacionamos abaixo planilhas com
detalhes dos campos que são
utilizados. A FIG. 1, apresenta um registro bibliográfico MARC com campos específicos e
delimitadores, conforme planilha de entrada de dados definidas pelo grupo de estudo.
A FIG.2 , apresenta os campos fixos, seguido das especificações sobre seu preenchimento.
A FIG.3, pode-se observar a planilha do EasyCat (editor de catalogação do VTLS) com
campos variáveis. Na FIG. 4, mostra os campos correspondentes às FIG 1 e 3 com o
significado de cada campo dentro da planilha.
A atribuição de cabeçalhos de assuntos através do campo MARC 651 segue a Base de
Dados Assuntos (Autoridades) da Rede Bibliodata como fonte primária de pesquisa e
LCSH da Library of Congress.
�As classificações4 mais utilizadas são: Classificação Decimal de Dewey (CDD),
Classificação Decimal Universal (CDU), Classificação da Biblioteca do Congresso (LC),
Classificação de Boggs & Lewis. No caso da Biblioteca do IGC e da Arquitetura, ambas
não utilizam nenhum sistema de classificação e sim um número identificador da mapoteca
- campo 090 da planilha, assim os mapas são identificados pelas mapotecas e dentro delas
organizados pela ordem alfabética.
Figura 1 - Tela referente aos campos fixos e variáveis do regitro bibliográfico Marc.
4
Cf. PEROTA, 1991, p.101-104 e BASTOS, 1978, p.62-87.
�FONTE - Base de dados da UFMG - Licença Easy Pac, 2002.
�Figura 2 - Retirada da Base de dados/UFMG
FONTE - Especificações dos campos fixos de mapas - 008
Local Lvl: Fonte de registro
Analyzed: Não utilizar, deixar em branco
Operator: Código do Operador com 2 dígitos
Edit: Não utilizar deixar em branco
RegG: Tipo de material cartográfico
Rec Stat: Status do registro
Lang: Idioma
CNTL: Número de controle (automático)
Desc: Forma de catalogação descritiva
Govt Pub: Publicação governamental
Ctry: Local de Publicação
Entrd: Data de entrada na base
Enc. Lvl: Nível de codificação
Form: Características especiais de formato
Mod rec: Modificação do registro
Used: Data da última transação
Source: Fonte de catalogação
Relief: Relevo
Dat tp: Tipo de data
Base: Projeção
Indx: Indice
Archive: Tipo de controle
Dates: 1a data e 2a data
�Figura 3 - Tela referente aos campos variáveis do registro bibliográfico MARC
FONTE - Base de dados da UFMG - Licença Easy Cat, 2002.
�Figura 4 – Especificações de cada campo variável.
FONTE: Base de dados da UFMG, especificações retiradas do manual de
catalogação/UFMG.
7 PRODUTOS GERADOS
-
Documento: Acervo de mapas da Biblioteca do Instituo de Geociênciasda UFMG:
diagnóstico preliminar.
-
Glossário cartográfico.
-
Manual de catalogação para material cartográfico: versão preliminar.
�8 RESULTADOS
O estudo revelou a importância de um trabalho de visão ampla e realizado em equipe. A
participação de especialistas do IGC, bibliotecários e funcionários, foi essencial para o
desenvolvimento do processo.
A utilização de sistemas automatizados, o uso de padrões no tratamento técnico de
materiais está permitindo o intercâmbio de informações catalogadas entre bibliotecas,
evitando à duplicação de esforços na entrada de dados e gerando economia de trabalho.
A comunidade de geólogos, cartógrafos, arquitetos e outros que antes tinham acesso as
informações referentes aos mapas por catálogo impresso, começaram a acessar parte dos
documentos via base de dados. Este fato não só agilizou a busca, como também contribuiu
para divulgação do acervo da Biblioteca do IGC e da Arquitetura, o que aumentou
consideravelmente o índice de utilização dos mapas.
A entrada deste material na base da dados, está se processando de forma gradual e os
resultados obtidos já permitem a recuperação de parte deste acervo. As dúvidas vão
surgindo à medida que mapas mais complexos aparecem, sendo discutidas em grupo até
chegar a um consenso.
A criação de um banco de imagens referente ao material cartográfico é projeto posterior,
que dará maior transparência ao acervo cartográfico da UFMG.
�9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, Zenóbia P. S. de Moraes. Organização de mapotecas. Rio de Janeiro: BNG,
1978.
CABRAL, Aline de Miranda. Tratamento de material cartográfico. Recife: Associação
Pernambucana de Bibliotecários, 1963.
FORMATOS e sua evolução: formatos no exterior e formatos brasileiros. [ S.n.t.].
Mimeografado.
JOLY, Fernando. A cartografia. Campinas: Papirus, 1990.
MAUROUN, Maria Célia Bou; NEVES, Maria de Lourdes Therezinha Pacheco. Nomes
geográficos: normas para indexação. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.
MOURA, Ana Clara Mourão. Cartografia II. Belo Horizonte: IGC/UFMG, 1997.
(Apostila de curso).
OLIVEIRA, Cêurio de. Curso de cartografia moderna. 2 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1993.
OLIVEIRA, Cêurio de. Dicionário cartográfico. 4 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1993.
PEROTA, Maria Luiza Loures Pacheco Rocha (Org.). Multimeios: seleção, processamento,
armazenagem, empréstimo. Vitória: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1991.
RIBEIRO, Antônia Motta de Castro Memória. AACR2: Anglo american cataloguing rules,
2nd edition: descrição e pontos de acesso. 2.ed. Brasília: Ed. do autor, 2001.
TACQUES, Maria de Nazareth Montojos (Org.). Manual de entrada de dados em formato
MARC. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional/Dept. de Processos Técnicos, 1997.
RAISZ, Erwin Josephus. Cartografia general. Barcelona: Gustavo Gili, 1953.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Mapas: Tratamento técnico de materiais especiais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Simone Aparecida dos
Silva, Moema Brandão da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Descreve o processo de catalogação de mapas na UFMG- Universidade Federal de Minas Gerais
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A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4117/SNBU2002_106.pdf
e2d78eff70c6c1b14048ee4d2f60bfc4
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Text
ACESSIBILIDADE DA INFORMAÇÃO VIA REDE NAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS DO RIO DE JANEIRO
Mirian Elisabete da Penha Neves1 (mirianel@ufrrj.br);
Solangel Barbara 1 (solangel@ufrrj.br);
Teresinha Sena Pacielo 1 (pacielo@ufrrj.br) ;
Thais Castro Caldeira de Alvarenga1 (thais@ufrrj.br)
1
Bibliotecária da Biblioteca Central da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Rodovia BR 465, Km 7, 23890-000, Seropédica, RJ, Brasil.
RESUMO
Ultrapassando os antigos conceitos, as bibliotecas deixam de ser um espaço estático
para se tornar um espaço em constante mutação, passando de uma organização totalmente
ligada ao material impresso, para outra onde tudo, ou quase tudo, será armazenado de
forma digital. As novas tecnologias foram incorporadas às suas atividades, provocando
mudanças na maneira de oferecer produtos e serviços, que venham de encontro as
necessidades de pesquisa de sua comunidade acadêmica e de outros segmentos da
sociedade. É crescente o número de bibliotecas que disponibilizam informações através de
acesso eletrônico. Este trabalho tem por objetivo analisar a atual situação das bibliotecas
universitárias de Instituições Públicas localizadas no Estado do Rio de Janeiro,
comparando-as às bibliotecas universitárias de Instituições Privadas localizadas na Cidade
do Rio de Janeiro, quanto às informações oferecidas em seus sites. A natureza do mesmo
requer uma visita aos sites das Instituições de Ensino Superior (IES), levantamento dos
links integrantes das páginas de acesso, e do tipo de informações neles contidas.O estudo
registrará as características gerais das páginas on line e suas especificidades, procedendo
em seguida julgamento de valor, que indique em que medida este pode colaborar para o
enriquecimento das páginas virtuais das bibliotecas universitárias. O confronto das
informações disponíveis nos sites das IES, públicas e privadas, dará
notícia sobre as
maiores ou menores facilidades de acesso à informação nas bibliotecas analisadas.
PALAVRAS-CHAVE: bibliotecas virtuais – bibliotecas digitais – bibliotecas eletrônicas
�– acesso eletrônico
ABSTRACT
By surpassing old concepts, libraries cease to be static institutions and become
ever-changing institutions; from an organization totally linked to printed matter, they turn
themselves wholly other in which everything – or almost everything – is increasingly
becoming digitally stored. New technologies have been incorporated to their activities,
thus bringing about changes in the way of offering products and services which meet the
needs of the academical community as well as of other sectors of society. The number of
libraries making available information by electronic means is always increasing. This
paper aims at analysing the current status of university
libraries of public institutions in
Rio de Janeiro State, and comparing them with private universities libraries in the city of
Rio de Janeiro as to the amount of information offered in their Web sites. The nature of
this paper demands for a visit to those sites, a survey of links integral to the access pages,
as well as the type of information contained in those sites. The study records the general
characteristics of on-line pages as well as their specificities; then there is a value judgment
which may indicate to what extent it can contribute to the enrichment of virtual pages of
the university libraries. The confrontation of available information in both
public and
private library sites shall provide the news on the major or minor ease of access to the
information provided by the libraries analysed.
KEY WORDS: virtual libraries - digital libraries - electronic libraries - electronic access
1. INTRODUÇÃO
Ultrapassando os antigos conceitos, as bibliotecas deixam de ser um espaço estático
para se tornar um espaço em constante mutação, passando de uma organização totalmente
ligada ao material impresso, para outra
onde tudo, ou quase tudo, está armazenado de
forma digital. As novas tecnologias foram incorporadas às suas atividades, provocando
mudanças na maneira de oferecer produtos e serviços que ve nham ao encontro das
necessidades de pesquisa de sua comunidade acadêmica e de outros segmentos da
sociedade.
�A
tecnologia que
revolucionou a disponibilização e acesso à informação foi a
Internet - a grande rede de computadores que alterou a relação da biblioteca com o seu
público. Diante deste quadro, as bibliotecas, que há muito vinham informatizando seus
serviços, sentiram-se impelidas a responder às exigências da sociedade da informação,
também chamada sociedade tecnológica ou do conhecimento.
Segundo Amaral e Guimarães (2002, p.1)
As organizações perceberam no ciberespaço o local ideal para oferecer
informações institucionais, serviços e produtos, estabelecer comunicação com
seus usuários, servir como portal para outras fontes de informação, fazer
promoção, dentre outros.
A internet permitiu às bibliotecas disporem seus acervos e serviços
buscassem seus dados na web, criando assim os
seus web sites.
a todos que
A recuperação da
informação, que antes dependia da presença física do usuário no local de prestação de
serviço – a própria biblioteca -
passou agora a ser disponibilizada on line. Com este
advento, foi vencida a necessidade do deslocamento pessoal, assim, em qualquer horário e
de qualquer lugar do mundo, pessoas localizam o que buscam nas páginas virtuais das
bibliotecas. O processo de refinamento das páginas tem sido gradativo, incorporando aos
dados referências uma grande e diversificada gama de produtos.
Com a criação dos web sites, as bibliotecas, receberam várias e diversificadas s de
denominações: bibliotecas virtuais, bibliotecas digitais, bibliotecas eletrônicas, etc.
.
Segundo Marchiori (1997, p.8) descreve:
A biblioteca virtual é conceitualizada como um tipo de biblioteca que, para
existir, depende da tecnologia da realidade virtual. Neste caso, um software
próprio acoplado a um computador sofisticado reproduz o ambiente de uma
biblioteca em duas ou três dimensões, criando um ambiente de total imersão e
interação. È então possível, ao entrar em uma biblioteca virtual, circular entre as
salas, selecionar um livro nas estantes, “tocá-lo”, abri-lo e lê -lo.
Já o conceito para biblioteca digital foi analisado por Borges (2001, p.5)
Diferem das demais porque suas informações existem somente de forma digital
(em disquetes, winchester, CDs etc.), não contendo livros na forma
�convencional. Dispõem d e todos os recursos de uma biblioteca eletrônica,
oferecendo pesquisa e visualização dos documentos (full text, vídeo etc.), tanto
local como remotamente por meio de redes de computadores.
Segundo Barker (apud MARCHIORI, 1997 p. 7), identifica biblioteca eletrônica
Como o termo que se refere ao sistema no qual os processos básicos da
biblioteca são de natureza eletrônica, o que implica ampla utilização de
computadores e de suas facilidades na construção de índices on -line, busca de
textos completos , recuperação e armazenagem de registros. Esta se direcionará
para ampliar o uso de computadores na armazenagem, recuperação e
disponibilidade de informação, podendo envolver-se em projetos para a
digitalização de livros.
As nomenclaturas aqui citadas poderiam ser muitas e ambíguas. No momento atual
essas conceituações passam por um processo ainda indefinido. As tecnologias propiciaram
a expansão da biblioteca tradicional, transgredindo barreiras nunca antes supostas. A
grande missão da biblioteca - disponibilizar a informação não importando o suporte ou a
tecnologia, continua a mesma.
Biblioteca virtual, eletrônica ou digital ?
Para o
usuário a resposta será sempre a mesma: informação, informação,
informação!
Como estará a informação sendo disponibilizada e acessada nessa “nova”
biblioteca?
Na literatura nacional foram encontrados alguns estudos sobre a análise de sites de
bibliotecas.
Bertholino et al. (2000), em seu estudo analisou as estruturas das informações
disponibilizadas em home pages para divulgar as bibliotecas universitárias. Identificou o
conteúdo dessas páginas, destacou a estrutura e terminologia adotada para as informações
disponíveis. Concluiu que as home libraries seguem um padrão semelhante para a
apresentação de seus dados, e que as mesmas mostram uma miscelânea de informações
�com algumas divergências nas conceituações dos itens, que o conteúdo das mesmas é
predominantemente descritivo e com poucos recursos operacionais. Destacou ser o
catálogo on line o grande trunfo das home libraries.
No estudo elaborado por Silva et al. (1997),
foram identificados o perfil das
bibliotecas e serviços de informação brasileiros na internet. A pesquisa
distribuição de bibliotecas virtuais por estado, categoria
mostrou a
da biblioteca , serviços e
produtos. A análise conclusiva assinalou que o setor de bibliotecas universitárias
continuava sendo o mais atuante e que elas haviam
biblioteca
virtual.
Identificou
se destacado na difusão e uso da
também uma acentuada concentração de bibliotecas
brasileiras na internet localizadas na região Sul e Sudeste. Quanto aos principais produtos e
serviços disponíveis destacou
o acesso a apontadores, obras digitalizadas, catálogos e
informações institucionais.
Amaral & Guimarães (2002), apresentaram e testaram no estudo uma classificação
das funções dos sites, verificando a frequência das ocorrências dos itens indicados de cada
função. A classificação proposta baseava-se em categorizar as funções em: informacional,
promocional, instrucional, referencial, de pesquisa e de comunicação. Relataram em suas
conclusões que foram identificados indícios diferenciados do desempenho das funções nos
sites pesquisados, percebendo também maior índice de desempenho das funções
informacional, instrucional e referencial.
Esse estudo se propõe a analisar em caráter exploratório os sites das bibliotecas de
instituições públicas do estado do Rio de Janeiro comparado- o aos sites das bibliotecas de
instituições privadas da cidade do Rio de Janeiro identificando as informações de conteúdo
e seus acessos.
2. Metodologia
Tendo
em vista o objetivo do estudo procedeu-se a investigação considerando,
além das 06 (seis) instituições públicas de ensino superior do estado do Rio de Janeiro, 07
(sete) instituições privadas de ensino superior da cidade do Rio de Janeiro. As instituições
escolhidas- Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Universidade Estadual
�do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade do Rio
de Janeiro (UNIRIO), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRuralRJ), Faculdades Integradas Helio Alonso
(FACHA), Centro Universitário Carioca (Unicarioca), Universidade Veiga de Almeida
(UVA), UniverCidade, Pontificia Universidade Católica (PUC -RJ), Universidade Candido
Mendes (UCAM), Universidade Castelo Branco (UCB).A escolha se deu entre aquelas que
fazem parte do Projeto
de Compartilhamento das Instituições de Ensino Superio r do
Estado do Rio de Janeiro, a partir do endereço eletrônico do referido Projeto http://
www.ndc.uff.br /compartilhamento. Efetivou-se, a princípio a identificação dos seus sites,
e, a seguir, viabilizou-se a observação e análise das páginas, cujos conteúdos foram
organizados em 03 (três) categorias: informações gerais, informações específicas e
informações com recursos on line.
O número e o tipo de itens, abarcados pelas categorias, não foram previamente
definidos
pelas autoras do estudo, pois pretendiam que o levantamento, realizado nos
meses de março a junho de 2002, espelhasse o mais fielmente as informações encontradas.
As bibliotecárias, encarregadas da busca, lotadas na UFRuralRJ, encontraram motivação
para conduzir a proposta no interesse que tem em intervir no aprimoramento da página
virtual da biblioteca em que atuam.
2.1 Apresentação e análise dos dados
Os dados relacionados à categoria Informações Gerais, disponíveis nas páginas
consultadas, encontram-se no quadro 1.
Quadro 1. Distribuição de itens pertinentes à categoria Informações Gerais.
IES
Itens
Apresentação
Histórico
Estrutura
Regulamento
Acervo
Serviços e Produtos
Mis são
Telefone
Endereço
Públicas(relação a 5)
1
2
4
2
5
5
2
5
5
Privadas (relação a 7)
7
1
3
6
5
5
0
8
5
�9
8
7
6
5
UNIV.PÚBLICAS F (RELAÇÃO A 5 )
4
3
UNIV. PRIVADAS
- F(RELAÇÃO A 7
Endereço
Telefone
Missão
Serviços e
Produtos
Acervo
Regulamento
Estrutura
Histórico
1
0
Apresentação
2
Em relação ao item Apresentação - isto é, ao procedimento por meio do qual a
biblioteca se faz conhecer – constataram-se registros referentes à sua subordinação
administrativa, participação em convênios, acervo em número de volumes, tipo de material
disponível e endereço convencional. Estes dados, obtidos a partir do estudo das
informações relativas às instituições privadas, mostraram certo grau de diferenciação em
relação aqueles encontrados no site da única Instituição Pública que se ateve ao item. No
caso, houve menção à criação do próprio
site, à estrutura técnico - administrativa, à
disponibilização de catálogos on line, aos serviços e produtos ofertados, à participação em
consórcios e a links associados a diversas áreas do conhecimento.
O item analisado mostrou boa diversidade de informações. Constatou-se, no
entanto, que os dados fornecidos pelas IES privadas são de fato bastante gerais, não
transcendendo à própria categoria, enquanto que os constantes das IES públicas
incorporam à categoria ainda a referência a serviços e produtos disponíveis.
O item Histórico não mereceu maior atenção dos elaboradores das páginas virtuais
das bibliotecas, embora duas das IES públicas tenham tecido algumas considerações. Isto
sugere uma reflexão do item.
No que se refere ao item Estrutura, os sites das bibliotecas das IES privadas
limitaram-se a fornecer informações sobre suas bibliotecas
setoriais bem como
as
situadas em outros campi: as bibliotecas das IES públi cas relacionaram em ordem
�hierárquica, suas divisões e subdivisões, às vezes citando seus endereços convencionais e
eletrônico, o nome das bibliotecas e respectivas chefias.
Percebeu-se que as bibliotecas das IES públicas expuseram a informação pertinente
ao item com maior detalhamento, fato que pode ser favorável ao usuário caso, em algum
momento, dependa da atenção particularizada de dado setor.
Quanto ao Regulamento observa -se que as bibliotecas privadas registraram-no em
suas páginas, informando ao público aspectos como (consulta, empréstimo, reserva,
devolução, etc.), e sobre a possibilidade de acesso a periódicos e a base de dados on line.
Do universo das IES públicas, apenas o site de uma delas contemplou o aspecto.
A alusão ao Acervo - item constante da maioria dos sites considerados - não teve
tratamento diferenciado por parte das instituições públicas e privadas. Grosso modo, deram
ênfase à quantidade e ao tipo de material disponível (livros, periódicos, teses, vídeos, CDROM, etc.), como ta mbém às coleções específicas. Não houve, portanto, distinção na
abordagem.
Retornando à leitura do quadro 1, nota-se que outros itens integrantes da Categoria
Informações Gerais são : serviços e produtos, missão, endereço e telefone.
Dentre os Serviços descritos os de maior destaque foram: empréstimo domiciliar,
descrito pela totalidade de bibliotecas analisadas, seguido pela consulta local - aspecto
contemplado pelo total de bibliotecas de IES públicas, e por 05 (cinco) das bibliotecas
privadas. Os serviços de comutação bibliográfica COMUT e de levantamento bibliográfico
apareceram em terceira posição, sendo ofertados por 05 (cinco) instituições públicas e 04
(quatro) privadas. As atividades relativas à, reprografia
foram postas à disposição do
usuário por 04 (quatro) das IES públicas e 05 (cinco) privadas, entre estas uma informou
que o fornecimento de cópias estava restrito às obras de editoras associados à Associação
Brasileira de Reprografia (ABDR). Na seqüência,
a reserva de materiais bibliográficos
ocupa a quarta posição, sendo mencionada por 03 (três) bibliotecas públicas e 04 (quatro)
privadas. Em uma das bibliotecas, a reserva pode ser feita através de formulário on line. O
empréstimo entre bibliotecas destaca-se em seguida, sendo que uma das IES disponibiliza
�na rede instrumento para cadastro. O acesso à
internet é oferecido aos usuários por 01
(uma) biblioteca pública, em contraposição a 04 (quatro) bibliotecas privadas. Treinamento
do usuário, considerado importante
pelas IES públicas, foi descrito por 04 (quatro) das
bibliotecas, as bibliotecas de IES particulares não priorizaram o serviço, somente 01(uma)
fez menção a ele. As visitas orientadas foram enfatizadas por poucas instituições públicas.
Encerrando o tópico serviço foi observado que 02 (duas) bibliotecas públicas inovaram
neste item informando sobre editoração e laboratório de multimídia.
A indicação de Produtos teve baixa recorrência. As listas de novas aquisições
estiveram entre os de maior citação:
públicas
bibliotecas
03 (três) bibliotecas particulares contra 02 (duas)
consideraram o aspecto. Boletins de sumários correntes
e informativos das
foram mencionados em 03 (três)bibliotecas particulares e em 01 (uma)
biblioteca pública. Na seqüência
há especificação das normas para utilização de
computadores, - esta informação está disponível no site de 02 (duas) bibliotecas publicas
quanto particulares, em seguida destaca-se exposição merecendo atenção de 02 (duas)
bibliotecas públicas e 02 (duas) privadas. Exposições virtuais – que colocam o internauta
em contato com autores, eventos, datas comemorativas, etc – mereceu atenção por 02
(duas) bibliotecas públicas e 01 (uma) privada. Murais, jornais murais, guias de home
pages, guias para buscas bibliográficas e guia do usuário, constam do site de 02 (duas)
bibliotecas públicas .No rol dos produtos
relacionados encontram-se, ainda: clipping,
catalogação na fonte, apostilas para normalização bibliográfica, normas para apresentação
de teses por 01 (uma ) das IES privadas.
Como o quadro 1 mostra, a Missão das bibliotecas foi destacada tão somente no
site de 02 (duas) delas - UFF, UNIRIO. As instituições privadas não fizeram referência ao
quesito. Ao que parece, a decisão sobre a pertinência do item deve ser objeto de estudo,
pois precisa-se considerar em que medida acrescenta dados essenciais ao usuário do
sistema.
O item Telefone teve grande ocorrência tanto nos sites das IES públicas quanto nos
das IES privadas.
�O item Endereço mereceu total atenção das bibliotecas das IES públicas, o mesmo
não se observando entre as privadas. Via de regra sendo parte da identificação consta
geralmente do endereço formal, telefone, fax e–mail.
Quadro 2. Distribuição de itens pertinentes à categoria Informações Específicas
Itens
IES
Públicas
3
0
3
1
1
Eventos
Sugestão p/compra
Informativo do sistema
Conservação em bibliotecas
Lacord
Privadas
1
1
0
0
0
3,5
3
2,5
2
UNIV. PÚBLICAS F (RELAÇÃO A 5)
1,5
UNIV. PRIVADAS F (RELAÇÃO A 7)
1
0,5
Lacord
Conservação
em
bibliotecas
Informativo
do sistema
Sugestão
p/compra
Eventos
0
No tópico as autoras focalizaram sua análise nas informações diferenciadas de cada
biblioteca, observando a multiplicidade de nomes para o mesmo tipo de conteúdo. Dentro
desta categoria foi observado que as bibliotecas das IES públicas apresentaram maior
ocorrência de itens diferenciados, entre os quais obteve destaque:
Eventos – tratando da divulgação e promoção dos eventos ligados à área diversas,
ou a eventos específicos da biblioteca.
Informativo do sistema – Publicação on line, com característica de periódico,
contendo informações gerais sobre o sistema de bibliotecas, ou direcionado a assuntos do
seu interesse.
Conservação em bibliotecas – Apresentado por 01 (uma) biblioteca de IES pública,
disponibilizou informações sobre projetos de conservação preventiva com o objetivo de
�reunir e disseminar o conhecimento
para preservação oferecendo links relacionados a
manuais, banco de dados sobre instituições e acervos ligados ao assunto.
Lacord – Referia-se a informações sobre o laboratório de restauração de
documentos, mostrando dados sobre o seu funcionamento, horário, endereço, etc.
Quadro 3. Distribuição de itens pertinentes à categoria Informações com recursos on line.
IES
Itens
Catálogos on line
Periódicos on line
Base de dados on line
Correio eletrônico
Links interessantes
Públicas(relação a 5)
4
4
4
5
4
Privadas(relação a 7)
4
3
3
4
4
6
5
4
UNIV.PÚBLICAS
- F(relação a 5)
3
UNIV.PRIVADAS
- F (relação a 7)
2
1
Links
interessantes
Portais de
informação
Correio
eletrônico
Base de
dados on line
Periódicos on
line
Catálogos on
line
0
Acesso a catálogos
As bibliotecas que sempre buscaram mecanismos de utilização que possibilitassem
viabilizar a disseminação rápida da informação, viram na criação das páginas virtuais das
bibliotecas, o grande desafio de sua utilização como meio de divulgação da informação
organizada ao seu usuário.
A disponibilização de catálogos on line é o grande trunfo das bibliotecas virtuais. É
através dele que o usuário visualiza a possibilidade de sanar suas necessidades de
informação.
�Como estão sendo disponibilizados esses catálogos?
Constatou-se que esse foi um item que mereceu total atenção tanto por parte das
bibliotecas das IES Públicas como pelas bibliotecas
observou-se
das IES Privadas. Na análise
a similaridade na forma de apresentação dos catálogos, que geralmente
possibilitam a busca por autor, título, assunto, não importando o suporte
material, e
oferecendo seus
Públicas disponibilizavam
ou tipo de
resultados de busca no formato reduzido. Duas das IES
texto explicativo sobre
o mecanismo de busca aos seus
catálogos.
O item acesso a Periódicos aparece mais fortemente nas IES públicas. Por certo o
fato de elas terem acesso ao portal da CAPES.
No que se relaciona ao item Acesso a Base de dados constata -se também a melhor
situação das IES públicas, o que provavelmente possa ser atribuído ao mesmo aspecto –
acessibilidade ao referido portal.
O Correio eletrônico – mecanismo interativo de comunicação por meio do qual
usuário contacta a biblioteca.
Em relação a esse item foi observado que a maioria das IES
públicas utilizavam-se deste canal de comunicação, contra parte das IES privadas –
somente 04 (quatro) delas. Em algumas situações, as bibliotecas fazem uso do correio
eletrônico através de acessos que podem ser denominados “fale cono sco” ou “contato”.
O item Links da categoria em estudo apresenta-se ao usuário por meio de distintas
denominações, como por exemplo Hot links, Links interessantes. A multiplicidade e
abundância de tipos de sites disponibilizados foi uma constante. Percebeu-se neste item
que as bibliotecas tentam atrair o seu usuário/cliente disponibilizando uma grande e
diversificada gama de links, geralmente relacionados às áreas específicas de atuação da
biblioteca. Os tipos de links mais disponibilizados tanto por parte das bibliotecas das IES
públicas como nas
Bibliotecas
de
bibliotecas das IES privadas foram
Universidades
Nacionais,
Instituições
os links que davam acesso à
Nacionais
e
Internacionais,
Bibliotecas Virtuais, Livrarias e editoras, seguidos de links de acesso a jornais e revistas on
�line e mecanismo de busca. Já em menor incidência foram encontrados links que davam
acesso a materiais de referência, tradutor on line e sites de utilidade pública.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As páginas virtuais das bibliotecas, hoje podem ser consideradas uma extensão das
bibliotecas tradicionais, e como tanto devem prestar os mesmos ou quase os mesmos
serviços.
Ao observarmos a análise destas detectamos alguns pontos a considerar:
É importante ressaltar que a criação e disponibilização das páginas virtuais das
bibliotecas é simplesmente mais um serviço oferecido pelas bibliotecas. A biblioteca
tradicional não deixa de existir, ela continua lado a lado com a esta “nova” biblioteca, e
como ela deve, da melhor maneira possível atender aos anseios de seus usuários. Para que
isto aconteça, esta informação tem que estar disponível de forma clara e precisa.
Ao longo deste estudo, as autoras avaliaram que a criação das páginas virtuais das
bibliotecas estão bem construídas, apresentando algumas informações descritivas, mas
também disponibilizando serviços on line (catálogos, periódicos, base de dados, etc.).
Na análise geral, as bibliotecas das IES públicas apresentam informações bem
estruturadas, claras e objetivas. As informações contidas em
suas páginas eram de
qualidade e significativas para o usuário, com recursos operacionais que permitiam
busca da informação com resultado rápido e relevante.
a
�4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERTHOLINO, M. L. F.; PINTO, I. T. R.; INOUE, M. T. et al. A web como canal de
divulgação de serviços e produtos de bibliotecas universitárias: análise de conteúdo de
home pages . In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11.
Florianópolis, 2000. Anais... Florianóplis: UFSC, 2000. 1 CD Rom. Windows 3.1.
CUNHA, M. B. da. Desafios na construção de uma biblioteca digital. Ci. Inf., Brasília, v.
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LEVACOV, M. Bibliotecas virtuais: (r)evolução? Ci. Inf. , Brasília, v. 26, n. 2, mai./ago.
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA. Disponível em: <http://www.puc-rio.br>.
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�REBEL, S. L.; CHASTINET, Y. S.; HENNING, P. et al. Bibliotecas virtuais na internet: a
experiência do PROSSIGA. Ci. Inf., Brasília, v. 25, n. 3, 1996. Disponível em:
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SILVA, L. A. G. da.; MÁRDERO, M. A.; CLÁUDIO, S. Acompanhamento das
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UNIVERSIDADE
CÂNDIDO
MENDES.
Disponível
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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO. Disponível em: <http://www.castelobranco.br>.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Rede SIRIUS - Rede de
Bibliotecas UERJ. Disponível em: <http://www2.uerj.br/~rsirius>. Acesso em: 18 jun.
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UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO. Sistema de Bibliotecas – UNIBIBLI.
Disponível em: <http://lumiar.unirio.br/biblioteca>. Acesso em 18 jun. 2002.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Sistema de Bibliotecas e
Informação. Disponível em: <http://www.sibi.ufrj.br>. Acesso em: 19 jun. 2002.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Núcleo de Documentação - Sistema de
Bibliotecas e Arquivos. Disponível em: <http://www.ndc.uff.br>. Acesso em: 18 jun. 2002.
UNIVERSIDADE VEIGA DE A LMEIDA. Disponível em: <http://www.uva.br>. Acesso em: 17 jun.
2002.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Acessibilidade da Informação via rede nas Bibliotecas Universitárias do Rio de Janeiro.
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An entity primarily responsible for making the resource
Neves, Mirian Elisabete da Penha
Barbara, Solangel
Pacielo, Teresinha Sena, Alvarenga, Thaís Castro Caldeira de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa a atual situação das Bibliotecas Universitárias de Instituições Públicas localizadas no Estado do Rio de Janeiro
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A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4116/SNBU2002_105.pdf
8b4bb72f2ab76b60becf26682498332b
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DINÂMICA EVOLUTIVA DA PESQUISA ESCOLAR
proposta de um modelo
Marouva Fallgatter Faqueti
Biblioteca Setorial do Colégio Agrícola de Camboriú - BU UFSC - Florianópolis/SC/Brasil
Marouva@bol.com.br
Gregório Varvakis Rados
CIN - PPGEP -UFSC
Florianópolis/SC/Brasil
Grego@eps.ufsc.br
�1
DINÂMICA EVOLUTIVA DA PESQUISA ESCOLAR:
proposta de um modelo
Marouva Fallgatter Faqueti – BSCAC – BU - UFSC
Gregório Varvakis Rados - CIN – PPGEP - UFSC
Resumo
A Dinâmica da pesquisa, numa perspectiva construtivista, é um recurso educacional que
favorece a aprendizagem escolar, bem como, oportuniza ao educando o contato com um
instrumento que pode lhe ajudar no continuo aprendizado ao longo da vida através do uso de
informações. Neste sentido o artigo apresenta um modelo denominado “Dinâmica Evolutiva
da Pesquisa escolar” que objetiva traçar um caminho que possibilite facilitar a vivência do
processo da pesquisa escolar de uma forma dinâmica, criativa e crítica, envolvendo professor,
aluno e bibliotecário. A organização do modelo possui uma concepção sistêmica e complexa
apresentando suas premissas educacionais, o referencial teórico que apresenta as etapas
evolutivas do processo de pesquisa e uma organização didática que orienta sua
implementação.
.
Palavras-chave: Bibliotecário escolar; pesquisa escolar; processo de aprendizagem; pratica da
pesquisa
1 Introdução
Pode-se dizer que existe um consenso entre os bibliotecários escolares sobre a
importância de sua ação educativa no que tange a dinamização do prazer pela leitura,
mediação na
busca e uso de recursos informacionais disponíveis e/ou acessíveis em
bibliotecas, normalização de trabalhos escolares dentre outros.
Também se considera fato de
que essas ações, quando desenvolvidas de forma integrada com os professores, tendem a
alcançar um dimensionamento mais satisfatório para todos os envolvidos (QUINHÕES, 1998;
KIESER, FACHIN, 2000; FURTADO, 2000; COELHO, DIEGUEZ, MACHADO, 2000;
NEVES, 2000; BIANCARDI, 2000; BLATTMANN, 2000; MARTUCCI, 2000; CAMPELLO
et al, 2000).
Vê-se então a escola como um sistema complexo, como um organismo vivo,
composto de pessoas que interagem entre si e com o meio
em que estão inseridos
modificando-o e sendo modificados constantemente (MORIN, 2000). Esta forma de entender
�2
a realidade é que permite se fazer novas leituras quanto a
identidade do profissional
bibliotecário e o alcance de suas ações em biblioteca.
Uma das finalidades básicas da biblioteca escolar é buscar atender as necessidades
informacionais de seus usuários. Essas necessidades podem ser pontuais como por exemplo,
saber qual a produção de grãos em Santa Catarina no ano de 2001, ou mais abrangentes como
buscar elementos socio-econômicos que contribuíram para a referida produção de grãos; ou
ainda mais complexas envolvendo variáveis diferenciadas e interdisciplinares sobre o assunto.
Para cada um desses níveis, a interação educativa bibliotecário/usuário, segundo
Kulhthau ( apud ALVES, 2001) abrange envolvimentos de
mediação diferenciados. Quanto
maior for o nível de complexidade, maior deverá se o grau de entendimento do bibliotecário
sobre o processo de aprendizagem que se desenvolve no uso das informações, bem como suas
implicações inerentes considerando que os envolvidos não apenas pensam e agem, mas
também sentem.
Neste sentido, este trabalho visa apresentar um modelo para dinamizar a vivência
do processo de pesquisa escolar denominado “Dinâmica Evolutiva da Pesquisa Escolar”.
Fundamentado na atuação integrada de professores, bibliotecários e alunos, possui um
referencial teórico sobre as etapas evolutivas da pesquisa escolar,
avança
em direção a
construir orientações e instrumentos metodológicos para essa ação interdisciplinar e tendo
como sustentação básica algumas premissas educacionais.
2
A construção do modelo: etapas desenvolvidas
Visando contribuir para a reflexão e a busca de alternativas viáveis para se instituir
na prática a melhoria da qualidade da pesquisa escolar, articulando as potencialidades dos
sujeitos envolvidos nesse processo (aluno, professor e bibliotecário) em prol dos objetivos
educacionais das instituições de ensino, este trabalho foi construído tendo-se os seguintes
passos:
�3
Inicialmente buscou-se na literatura nacional e internacional identificar elementos
teórico-práticos sobre o processo de pesquisa escolar, bem como o papel do bibliotecário nesse
contexto
A análise comparativa das abordagens encontradas permitiu que se delineasse uma
proposta metodológica para a vivência processual da pesquisa escolar. Estruturou-se as etapas
da pesquisa em quatro grandes momentos (figura 01):
Iniciação
Exploração
Formalização
Avaliação
Figura 01 – Estrutura básica do pré-modelo para o processo de pesquisa escolar
Em posse desse estudo foi possível desenvolver uma pesquisa de campo junto a
alunos, professora e bibliotecária-educadora no Colégio Agrícola de Camboriú/UFSC,
objetivando conhecer como os sujeitos envolvidos no processo experienciariam a vivência da
pesquisa escolar em suas diversas etapas.
A aplicação da proposta permitiu avaliar sua pertinência e complexificar sua
estruturação visando ampliar os subsídios teórico-práticos que estimulem o desenvolvimento
do processo de ensino-aprendizagem através da pesquisa escolar de uma forma evolutiva,
envolvendo professores, alunos e bibliotecários. Originou-se assim o modelo “Dinâmica
Evolutiva da Pesquisa Escolar”.
3 Dinâmica Evolutiva da Pesquisa escolar: referenciais básicos do modelo
Entende-se por Pesquisa [...] "a atividade básica da Ciência na sua indagação e
construção da realidade" (MINAYO, 2000). O termo pesquisa escolar, corroborando a visão
de Minayo, é trazido na percepção de Freire (2000, p.32) onde o ato de pesquisar surge da
dinâmica do [...]“buscar curioso que indaga e se indaga, constata e constatando intervém e
intervindo educa e é educado".
Sendo assim, a pesquisa escolar é percebida enquanto ação, onde os sujeitos
envolvidos buscam respostas, reorganizam seus conhecimentos já existentes dando-lhes um
novo arranjo e agregando-lhes valores distintos de caráter inusitado. Entende-se também que
�4
este movimento se desenvolve de forma evolutiva, seguindo um curso probabilístico,
justificando-se assim a escolha do nome “Dinâmica Evolutiva da Pesquisa Escolar”.
3.1 Organização estrutural do modelo
A organização estrutural do modelo proposto possui uma concepção sistêmica e
complexa. Essa concepção apresentada por Leite (2000) fundamenta-se principalmente na
complexificação da Teoria dos Sistemas proposta por Edgar Morin.
Sendo assim o modelo proposto se caracteriza pela organização relacional de três
elementos fundamentais: a filosofia, a ciência e a técnica formando assim uma unidade global.
A filosofia engloba os saberes relativos aos valores e crenças que permeiam o contexto. A
Ciência apresenta a dimensão científica e conceitual e a técnica, organiza sua viabilidade
aplicativa.
A aplicação desse padrão organizacional ao modelo proposto para abordar a
“Dinâmica Evolutiva da Pesquisa Escolar”, configura o seguinte desenho (figura 1):
Premissas Educacionais
Referencial Teórico
Orientações
metodológicas
Figura 1 - Organização estrutural do modelo proposto
Fonte: Faqueti (2002)
Nesta estrutura:
•
As premissas educacionais que embasam este trabalho são adequadas aos referenciais
apresentados na Lei de Diretrizes e Bases, tendo como construto filosófico o pensamento
�5
de diversos autores destacando-se: Dewey (visão construtivista) e Paulo Freire (visão
dialógica e crítica).
•
O referencial teórico apresenta a evolução progressiva das fases da pesquisa escolar e a
análise de suas características apoiada no curso probabilístico de uma pesquisa, numa
perspectiva não linear.
•
As orientações metodológicas norteiam a aplicação prática do modelo, fornecendo
diretrizes para a organização didática dos procedimentos integrando a participação do
bibliotecário-educador junto a professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem
através da pesquisa, podendo ser adequado a diversos níveis de escolaridade.
Essa organização revela-se sistêmica e complexa porque seus elementos interagem
de forma interdependente. Este formato adotado para o modelo proposto resulta da busca de
uma alternativa integradora para se pensar processos educativos. As linhas do pensamento
educacional necessitam de um canal que as transformem em uma proposta vivencial, desta
forma, o modelo teórico que fundamenta cientificamente a prática educativa deve estar
intimamente associado a uma reflexão sobre suas premissas e comprometido com orientações
metodológicas e procedimentos didáticos coerentes.
3.2 Referencial teórico sobre o processo de pesquisa escolar
Estudos na literatura nacional e internacional sobre o processo evolutivo da
pesquisa escolar oportunizaram o reconhecimento de diversas abordagens. Eisenberg e
Berkowitz (EISENBERG, 1997; 1998) apresentaram uma proposta de processo de pesquisa
focada no uso da informação para resolução de problemas. Kulhthau (1994; 2000) elaborou
um modelo processual
de busca de informação em
bibliotecas desenvolvido a partir de
padrões comuns de comportamento (pensamento, sentimento e ações) vivenciados por
estudantes de nível médio. Leite (2000) traçou uma relação entre o processo de pesquisa
escolar com o desenvolvimento da criatividade. Por fim, Demo (1997), enfatizou suas
contribuições, sob um enfoque metodológico-propedêutico, aliando teoria e prática para a
construção do conhecimento pela pesquisa, de forma crítica e criativa.
�6
A análise comparativa das abordagens supra citada, aliada aos resultados da
pesquisa de campo realizada junto a professores e alunos possibilitaram a elaboração do
quadro demonstrativo (figura 2) das etapas evolutivas do processo da pesquisa escolar,
comentado na seqüência:
ETAPAS EVOLUTIVAS DO PROCESSO DE PESQUISA ESCOLAR
INICIAÇÃO
Mobilização da
curiosidade
Identificação do
tema/problema
de pesquisa
Contatos
preliminares
com fontes de
informação
Seleção inicial
de um tópico de
Figuraestudo
EXPLORAÇÃO
FORMALIZAÇÃO
AVALIAÇÃO
Busca de
informações sobre
o tópico
selecionado
Avaliação
interpretativa das
informações
Retrospectiva do
processo vivido
Síntese e
reconstrução dos
conhecimentos
Apreciação do
produto final
Organização final
da pesquisa
Avaliação do
processo e
produto final
Seleção das
informações
Formulação do
foco
Coleta de dados
específica
Apresentação
Generalização da
experiência
vivida
Figura 2 – Etapas Evolutivas da pesquisa escolar
Fonte: Faqueti (2002)
Conforme indica o quadro acima, cada etapa envolve ações específicas a serem
vivenciadas pelo aluno/pesquisador, dentro de um curso probabilístico, podendo ser assim
descritas:
3.3.1 Iniciação
Refere-se ao início de todo o processo para o desenvolvimento de uma pesquisa
escolar, envolve a percepção sobre a necessidade de novas informações para a resolução de
�7
um problema, para o entendimento de um fenômeno ou elaboração de um trabalho. A vivência
desta etapa pode abranger as seguintes passos:
•
Mobilizar a curiosidade – Estar aberto e curioso diante dos fatos ou fenômenos
convocando a imaginação do aluno/pesquisador, suas emoções, sua capacidade de
formular perguntas criativas e descobrir o que não conhece.
•
Identificar o problema/tema da pesquisa – Elaborações mentais se processam do
educando/pesquisador que busca compreender o problema/tema relacionando com
experiências anteriormente adquiridas, tecendo considerações sobre possíveis tópicos a
serem abordados e formulando questionamentos. Cada qual estabelece uma relação
significativa com o objeto de investigação.
•
Contatar preliminarmente as fontes de informação – O educando/pesquisador busca
obter informações gerais sobre a temática, observando o contexto envolvido, conversando
com professores, colegas, pais ou parentes, consultas aos catálogos de bibliotecas, Internet,
acessando algumas informações.
•
Seleção do tópico de estudo – O reconhecimento geral sobre as possibilidades
informacionais disponíveis aliado aos interesses pessoais, o tempo disponível e os
objetivos as serem alcançados com a realização da pesquisa permitem ao educando a
escolha de seu tópico de pesquisa.
3.3.2 Exploração
O educando, após ter escolhido em termos gerais o tema/problema a ser resolvido e
o tópico a ser estudado, parte em busca de informações, numa perspectiva do geral para o
específico:
•
Busca de informações bibliográficas sobre o tópico selecionado – investigação inicial
sobre o tópico selecionado, buscando reconhecer as possibilidades e limites sobre o
assunto. Neste momento é normal que se depare com informações contraditórias e
inconsistentes, muitas vezes não ratificando previsões construídas.
�8
•
Seleção das informações – A leitura e seleção das informações, até então, adquiridas é
que permite que o educando/pesquisador reconstrua seus questionamentos com um
aprofundamento crítico, agora com mais conteúdos sobre o tópico de pesquisa. Envolve
identificar e selecionar as fontes de informação e idéias relevantes sobre o tópico de
pesquisa.
•
Formulação do foco – Embora o foco possa ser formado num repentino insight, ele
normalmente emerge gradualmente num processo de construção da aprendizagem como no
momento da iluminação do processo criativo. Quanto maior for o envolvimento do
educando melhor são as chances de que o foco do trabalho adquira um caráter
personalizado e criativo. A formulação do foco afunila os limites do estudo de acordo com
as informações coletadas, os conhecimentos e experiências anteriores do educando e sua
interação contextual. Ele marca o fim do período exploratório difuso e pouco delineado e o
início do período de exploração focada. A partir deste momento o aluno/pesquisador é
capaz de definir a coleta de dados sobre o foco da pesquisa e formular estratégias de busca
das informações com maior precisão.
•
Coleta de dados específica – A tarefa é reunir informações pertinentes sobre o foco
escolhido, utilizando o(s) método(s) escolhido(s). Neste momento é importante definir
quais são as fontes de informação mais relevantes e saber como acessá-las.
3.3.3 Formalização
Nessa terceira etapa,
se processa o uso efetivo das informações onde se
evidenciam a reflexão crítica, a interpretação e a elaboração própria do pesquisador. Refere-se
as fases de reconstrução do conhecimento:
•
Avaliação
interpretativa
das
informações
–
As
informações
coletadas
são
criteriosamente avaliadas e selecionadas de acordo com parâmetros pré-estabelecidos.
•
Síntese e reconstrução do conhecimento – É a aplicação de todas as informações
consideradas necessárias para responder sobre o tópico ou problema levantado. A síntese
envolve a reestruturação e reorganização da informação com elaboração própria, de uma
forma original, crítica e criativa.
�9
•
Organização final da pesquisa - Durante todo o processo vivido o educando/pesquisador
esteve construindo esta organização. O cessar deste movimento culmina com o
encerramento das buscas e a formatação final da pesquisa de acordo com os padrões
estabelecidos inicialmente.
•
Apresentação – Comunicação formal dos resultados da pesquisa.
3.3.4 Avaliação
Fase final do processo de pesquisa escolar. Momento de reflexão sobre o processo
vivido e o produção final do trabalho.
•
Apreciação do produto final – Este olhar permite apreciar o produto sem ainda tecer
julgamentos de valor.
•
Avaliação do produto final – Os alunos/pesquisadores auto-avaliam seu produto
podendo-se utilizar os critérios pré-estabelecidos no início dos trabalhos, favorecendo
assim o incremento da responsabilidade por sua aprendizagem.
•
Avaliação do processo vivido – Envolve o reconhecimento pelos alunos do processo
vivido para elaboração da pesquisa escolar. Esta forma de avaliação raramente é
considerada relevante no sistema educacional brasileiro, mas assume significação especial
para a reflexão do educador e educando sobre os caminhos trilhados e os resultados
alcançados, tornando-os assim mais capazes de organizar a experiência vivida.
Identificado assim o fluxo probabilístico do processo de pesquisa escolar pode-se
delinear algumas orientações metodológicas e procedimentos didáticos para facilitar sua
vivência em sala de aula e integrando o bibliotecário no contexto.
3.4 Referências didático/metodológicas
A organização metodológica visa oferecer suporte para facilitar a experimentação
processual da pesquisa escolar, respeitando-se a progressividade de sua dinâmica evolutiva.
Para tanto, segue-se o padrão convencional de planejamento didático acrescentando algumas
proposições apresentadas Leite em seu
(FAQUETI 2002).
Método de Facilitação do Processo Criativo
�10
A
implementação
do
modelo
envolve
uma
seqüência
de
atividades
de
planejamento, execução e acompanhamento, conforme indica a figura 3 - Evolução do ciclo
didático, dando assim condições para que os organizadores (professores e bibliotecários) da
Dinâmica tenham condições de prever, programar, executar e avaliar o processo de ensinoaprendizagem.
EVOLUÇÃO DO CICLO DIDÁTICO
Plano geral
da
“Dinâmica
Evolutiva da
Pesquisa”
Fase de
Planejamento
Profissionais
Envolvidos:
Professores
e
bibliotecários
Fase de
Execução
Acompanhamento
evolutivo
Retroalimentação
Figura 3 - Evolução do ciclo didático
Fonte: Faqueti (2002)
3.4 1 Procedimentos didáticos
Visando favorecer a vivência evolutiva da pesquisa escolar tendo-se como público
alvo, alunos do ensino médio e ensino técnico profissionalizante, organizou-se um quadro
(figura 04) indicando possíveis
ações a serem implementadas pelos professores e
bibliotecários envolvidos durante cada etapa da pesquisa.
Destaca-se que as indicações orais apresentadas emergiram de estudos e análises
sobre os resultados da pesquisa de campo realizadas junto a alunos e professora no Colégio
Agrícola de Camboriú, quando foi possível diagnosticar zonas potenciais de intervenção
bibliotecária.
�11
AÇÕES DOS EDUCADORES NA PESQUISA ESCOLAR
PROFESSOR
INICIAÇÃO
EXPLORAÇÃO
• Apresentar o tema e/ou acolher de • Apresentar uma introdução
temas trazidos pelos alunos;
sobre o processo da pesquisa, fontes
de informação primária, secundária e
• Facilitar o contato progressivo
terciária, bem como, métodos de
com a temática explorando-se diversas
coleta de dados;
possibilidades;
• Diagnosticar
lacunas
de
• Introduzir noções básicas sobre o
conhecimento entre os envolvidos
que é pesquisa, o que é pesquisável,
sobre as formas de acesso a
sua importância no nível da formação
informações
disponíveis
em
pessoal e profissional; tipos de bibliotecas;
pesquisa.
• Organizar, com base no
• Favorecer um espaço para reflexão
diagnóstico
acima
citado,
para a escolha de um tópico de estudo;
treinamentos específicos para suprir
Estabelecer com os alunos os as necessidades identificadas.
parâmetros gerais da pesquisa:
objetivos a serem alcançados, métodos
de pesquisa, forma de apresentação,
cronograma e forma de avaliação.
• Acompanhar as buscas de
informação proporcionando espaços
para livre exploração dos tópicos de
pesquisa selecionados visando ampliar
o repertório de conteúdos e
experiências e facilitar o despertar
criativo
• Mediar o processo de busca de
informações
na
biblioteca,
formulação de estratégias de busca,
avaliação e seleção das fontes de
informações, podendo-se organizar
intervenções
diretas
(aulas
estruturadas) ou indiretas (mediação
informal), de forma individual ou
• Orientar o processo de formulação
grupal dependendo do nível de
do foco da pesquisa (delimitação do
complexidade da pesquisa e das
problema/tema).
necessidades dos alunos.
FORMALIZAÇÃO • Orientar
o
processo
de
formalização final do trabalho,
buscando favorecer que o educando
encontre uma forma harmônica e
adequada aos parâmetros préestabelecidos para apresentar os
resultados alcançados.
AVALIAÇÃO
BIBLIOTECÁRIO-EDUCADOR
• Orientar
bibliográfica.
a
referenciação
• Colaborar na orientação sobre a
apresentação final do trabalho
escrito.
• Organização de um espaço que • Participar do processo avaliativo
favoreça aos alunos e educadores da pesquisa escolar.
envolvidos poder apreciar e avaliar o
• Sugerir formas da divulgação
produto final da pesquisa;
dos resultados para a comunidade
• Proceder à avaliação do produto escolar
(jornal,
arquivo
na
final dos alunos, levando-se em biblioteca, etc).
consideração os resultados de sua
própria auto-avaliação;
�12
Figura 04 – Ações dos educadores na pesquisa escolar
Vale ressaltar que os procedimentos didáticos deverão ser ajustados de acordo com
o público alvo a que se destina e os objetivos que se deseja atingir com o trabalho de pesquisa,
devendo-se, portanto proceder às devidas adequações em cada aplicação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A configuração desse modelo resultou da busca de uma alternativa integradora para
se pensar processos educativos. Sua proposta visa assegurar um desenvolvimento gradativo e
seqüencial das atividades de ensino-aprendizagem através da pesquisa escolar, possibilitando
o acesso à informação, à reflexão crítica e à formalização criativa na produção de
conhecimentos, integrando bibliotecário, professor e aluno no processo.
A proposta apresentada de um modelo para a vivência do processo de pesquisa
escolar interligando bibliotecário, professor e aluno, foi o resultado de uma ampla investigação
teórica e prática.
A pesquisa escolar é um importante instrumento metodológico de ensinoaprendizagem, sendo possível, através dela, desenvolver ações educativas de cunho
interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar. Sua utilização, dentro de parâmetros
construtivistas,
favorece
ao
desenvolvimento
de
competências,
habilidades
básicas
e
específicas indispensáveis à formação profissional do educando. Em fim, sua prática pode
contribuir para que o educando aprenda como transformar informação em conhecimento e
assim continuar aprendendo ao longo de sua vida profissional.
Ressalta-se que para sua aplicação, tanto professor quanto o bibliotecário devem
estar conscientes de suas funções educacionais enquanto estimuladores do processo de
aprendizagem desenvolvidos na escola. Estar presente em tudo o que fazem, de forma
significativa e abertos para o estabelecimento de parcerias são alguns elementos chaves para
que os objetivos educativos possam ser alcançados com proficiência e sabedoria.
�13
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Dinâmica evolutiva da pesquisa escolar: proposta de um modelo.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Faqueti, Marouva Fallgatter
Rados, Gregório Varvakis
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta um modelo denominado "Dinâmica Evolutiva da Pesquisa Escolar"
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4115/SNBU2002_104.pdf
1765b174d5d2557ff5aaa600dd03a12e
PDF Text
Text
PLANO DE GESTÃO DO WEBSITE DO SIB i/USP COM A IMPLANTAÇÃO
DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO
Marcia Rosetto
Universidade de São Paulo
Sistema Integrado de Bibliotecas
Departamento Técnico*
mrosetto@usp.br
Mariza Leal de Meirelles Do Coutto
Universidade de São Paulo
Sistema Integrado de Bibliotecas
Departamento Técnico*
marizadc@usp.br
Virgínia de Paiva
Universidade de São Paulo
Instituto de Física
Serviço de Biblioteca e Informação**
vfrances@sbi.if.usp.br
*
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS – Departamento Técnico
Av. Prof. Luciano Gualberto, Trav. J, 374 - 1º andar - Cidade Universitária
05508-900 - São Paulo, SP - Brasil
Fone: (0XX11) 3091-4194 e 3091-4197 - Fax: (0XX11) 3815-2142 - dtsibi@org.usp.br
http://www.usp.br/sibi
**
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE FÍSICA – Serviço de Biblioteca e Informação
Rua do Matão, Trav. R, 187 - Cidade Universitária
05508-900 - São Paulo, SP - Brasil
Fone: (0XX11) 3091-6923 e 3091-6746 - Fax: (0XX11) 3091-6703 – bib@if.usp.br
�Resumo
Os ambientes de trabalho, estudo e lazer vêm sendo significativamente impactados pela
incorporação de tecnologias de informação e comunicação. Nessa nova ordem social, a
informação e os meios de comunicação se confirmam como fatores estratégicos para a geração
de novos conhecimentos. Na área de Ciência da Informação, a serviço das atividades de
ensino,
pesquisa
e
extensão,
as
transformações
em
andamento
são
significativas,
especialmente nas metodologias para o desenvolvimento de conteúdos e nas formas de
comunicação. Nesse cenário, a biblioteca desenvolve recursos on-line, com ênfase para o
acesso a índices de citações, periódicos eletrônicos, bases de dados, entrega de documentos
entre outros. Para isso deve desenvolver a capacidade de categorizar, armazenar, e dispor de
sistemas com funções integradas, que proporcionem acesso às informações com recursos
eletrônicos. Assim, para melhor aproveitamento da tecnologia
disponível
para o Sistema
Integrado de Bibliotecas da USP, foi elaborado um plano de gestão para o seu website, que
possibilitará a reunião de informações selecionadas nos repositórios web do Sistema,
ampliando a disseminação e facilitando o acesso ao usuário final, com agregação de valor aos
recursos informacionais (produtos e serviços) oferecidos.
Eixo temático: Gerenciamento de Tecnologias em Bibliotecas Universitárias
Palavra-Chave: Website – gerenciamento
Sistema de informação
�1 Introdução
São muitos os sinais de que o conhecimento se tornou o recurso econômico mais
importante para a competitividade das organizações e dos países, onde a gestão pró-ativa
desse conhecimento adquire um papel central (Terra, 1999).
Esse cenário decorre, principalmente, do desenvolvimento das tecnologias de
comunicação e de informação que nessas últimas décadas trouxeram grande impacto à
sociedade, proporcionando a infra-estrutura apropriada às estratégias de gestão, com redes
de serviços locais, regionais e internacionais, dentre as quais se consagrou a Internet.
Os ambientes de trabalho, estudo e lazer vêm sendo significativamente impactados
pela incorporação dessas tecnologias e, segundo Fonseca (2000), estas sempre foram
forças transformadoras da comunidade humana ao longo de toda sua história. “Sinais de
fumaça, códigos sonoros e tambores, escrita, imprensa, fotografia, telégrafo, rádio, cinema,
televisão e Internet são exemplos de como a humanidade necessita de informação e de
canais de comunicação para criar o ambiente propício ao seu crescimento e evolução”.
Assim, nessa nova ordem social que se estabelece, a informação e os meios
de
comunicação estão se confirmando cada vez mais como fatores estratégicos para a geração
de novos conhecimentos, equiparando-se aos recursos de produção, materiais e financeiros;
“agora a informação não é apenas um recurso, mas o recurso... a importância de
informação para as organizações é universalmente aceita, constituindo, senão o mais
importante, pelo menos um dos recursos cuja gestão e aproveitamento estão diretamente
relacionados com o sucesso desejado” (Moresi, 2000).
Através dessas características, um novo paradigma se define, designado pelos
pesquisadores como Sociedade da Informação e Sociedade do Conhecimento, criando
novos conceitos para as atividades sociais, de poder, de tempo e espaço, onde o virtual é o
novo território e a informação desempenha um papel crescente para a geração de novos
conhecimentos. Nesse contexto, o paradigma de posse da informação se altera para o
acesso à informação, independente de onde ela esteja.
Na área de Ciência da Informação, a serviço das atividades de ensino, pesquisa e
extensão,
as
transformações
em
andamento
são
significativas,
especialmente
nas
metodologias para o desenvolvimento de conteúdos e nas formas de comunicação.
Conforme Moran (2000) “Educar é colaborar para que professores e alunos nas escolas e
organizações transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem (...). Na
1
�sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a
ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal
e o social”.
Os avanços tecnológicos aumentam a dimensão do acesso e da distribuição da
informação e do conhecimento. Na área biblioteconômica,
de acordo com Lancaster e
Sandore (1997), a “Internet é o recurso eletrônico que atualmente tem provocado maior
impacto nos serviços e operações de bibliotecas e nas atividades profissionais dos
bibliotecários”.
Verificam-se as modificações que vêm ocorrendo nas formas tradicionais de
transmissão de conteúdos(1) e as possibilidades que a rede Internet oferece (2) , novas
metodologias para preparação e apropriação de conteúdos.
Da mesma maneira, as bibliotecas modificam sua forma de atuar, com a implantação
de serviços em rede:
Formas Tradicionais
Em Rede (Internet)
− Catálogos em fichas
− Catálogos on-line
− Índices impressos
− Bases de dados
− Comutação via correio (cópias)
− Comutação on-line
− Empréstimo local
− Empréstimo on-line
− Assistência face-a-face, ou por meios de
− Interatividade via rede (virtual)
comunicação tradicionais (fax, telex etc.)
Fonte: Lancaster e Sandore (1997)
Nesse panorama, a tecnologia de comunicação e de informação contribuem,
velozmente,
para o desenvolvimento de novas formas de acesso e transmissão do
conhecimento, caracterizando novos sistemas componentes da “educação virtual” (Samier,
1998).
O novo modelo de atuação está levando as instituições a reverem e modificarem as
políticas e os procedimentos existentes. Como exemplo de estratégia para a construção de
uma comunidade eletrônica para o aprendizado, pode ser citado o projeto realizado em
1996 pela California State University: “ Target 2000 – Building the Electronic Learning
(1)
(2)
Oral , textos, audiovisuais (slides, filmes, vídeos, outros), TV, entre outros.
Videoconferência, e-mail, chat, fórum, recursos multimídia.
2
�Community”, onde são implementados programas(3) com essa filosofia. Esse projeto
estabelece que “o programa da biblioteca deve prover e organizar a informação de forma
que seja o coração do ambiente eletrônico para o aprendizado”. Nesse ambiente, a
biblioteca desenvolve recursos on-line, com ênfase para o acesso a índices de citações,
periódicos eletrônicos, bases de dados com textos completos e entrega de documentos.
Deve, também, desenvolver a capacidade de categorizar, armazenar, prover acesso a
informações e dispor de sistemas com funções integradas, que proporcionem
a
recuperação de dados com “recursos eletrônicos”.
Para isso, as organizações precisam de profissionais com “...capacidade de planejar,
comunicação mais fácil, trabalho em equipe...competência teórica, conhecimento dos
produtos/serviços e dos processos/atividades, habilidades de intervir na produção,
capacidade de organização do próprio trabalho e senso de auto-crítica” (Belluzzo, 1999),
para atender a demanda a partir do novo paradigma. Por sua vez, para melhor proveito
desses recursos, o segmento usuários remotos(4) deve ter, como pressuposto, domínio de
informática e habilidades para a apropriação adequada dos conteúdos. Os dinamizadores
e/ou mediadores de informação/conteúdos e os receptores
estarão interagindo num
ambiente que ao mesmo tempo é real e virtual, sendo esse último efetivado pelas redes
telemáticas que proporcionam essa amplitude na comunicação.
Como pode ser verificado, o desenvolvimento tecnológico se revela como um dos
setores mais promissores para a difusão do conhecimento. No Brasil, de acordo com dados
estatísticos (5) , o País brevemente será o 9º, em escala mundial no uso da Internet, com
previsão de 24 milhões de usuários, em 2005.
Em decorrência desse avanço, as características da biblioteca vêm se modificando.
Conforme Michael Dertouzos “as bibliotecas continuarão com a custódia dos materiais
sólidos, com destaque para os livros. Contudo, elas se tornarão também gerenciadoras de
linhas de comunicação com outros locais de conhecimento (...) decidindo quais merecem
(3)
Cinco programas macro são explanados: Instructional Support (Faculty Computing, Student Co mputing,
Classroom Technology, Library Resources and Services, Distance Learning); Communication Systems;
Institutional Support; Curriculum Development Support; Faculty/Staff/Student Training and Support.
(4)
Usuário remoto – que se utiliza dos recursos tecnológicos (meios de comunicação via rede de
computadores e equipamentos – hardware e software ) e informacionais a distância, mediados
principalmente pela Internet, que oferece ferramentas para serviços de correio eletrônico, transferência de
dados e acesso on-line à informação, entre outros (Hypólito, A. et al, 2000).
(5)
Seminário Regional da OMPI sobre Comércio Eletrônico e Propriedade Intelectual para Países da América
Latina (2000).
3
�menção pelos selecionadores e hiperorganizadores da biblioteca local (...) e será crucial
para a qualidade das instituições de ensino no futuro” (apud Cunha, 2000).
Nesse ambiente, a rede Internet se constitui em um grande canal a ser utilizado como
ferramenta de trabalho, oferecendo maior
visibilidade e acesso aos serviços de
informação, e promovendo maior interatividade com os usuários e outros profissionais.
Várias experiências estão sendo desenvolvidas quanto à utilização da Internet na área
educacional; no tocante à Universidade de São Paulo (USP), que já possui iniciativas na
área, a tendência é ampliar o desenvolvimento de programas/conteúdos através desse meio
de comunicação e o Sistema Integrado de Bibliotecas da USP – SIBi/USP se insere nesse
contexto.
2 O SIBi/USP na WWW
Atualmente, no SIBi/USP convivem 39 bibliotecas com diferentes níveis/estágios de
automação, de acordo com os recursos tecnológicos utilizados em suas atividades e
prestação de serviços. Predominam as bibliotecas híbridas, ou seja, aquelas que dispõem de
recursos tradicionais e eletrônicos (Anexo 1).
De acordo com seu planejamento estratégico e em consonância com a política da
Universidade, o SIBi/USP desenvolve ações que propiciam a ampliação dos serviços de
informação (Anexo 2), com uso de recursos tecnológicos, participando inclusive, de
programas interdisciplinares para elaboração de novos serviços/produtos em ambientes
digitais/virtuais (ex. Teses Digitais da USP – http://www.teses.usp.br; Biblioteca Digital de
Obras Raras, em desenvolvimento).
Desde 1997, com a reformulação do website do SIBi/USP, foi possível disseminar
informações sobre o mesmo (39 bibliotecas e o Departamento Técnico), pela Rede de
Serviços do SIBi/USP – SIBiNet, bem como oferecer o acesso público ao Banco de Dados
Bibliográficos da USP-DEDALUS, catálogo coletivo das bibliotecas do Sistema, com
recursos de www (6) .
Para melhor aproveitamento de recursos tecnológicos disponíveis para o Sistema e
atendimento à demanda por aprimoramento dos serviços e produtos já existentes, tornou-se
urgente mais uma reformulação do website do SIBi/USP para acompanhamento das
tendências.
(6)
O DEDALUS esteve disponível para acesso pela Internet, desde 1993 , por ferramenta Telnet.
4
�Dessa forma, pretende-se instalar, a partir do novo website,
um serviço que
possibilite a reunião de informações selecionadas nos repositórios web do DT/SIBi e
bibliotecas, ampliando a disseminação e facilitando o acesso para o usuário final, com
agregação de valor aos recursos informacionais (produtos e serviços) oferecidos.
A construção da nova versão do website contempla a estrutura da informação e o
projeto gráfico propriamente dito. Está apoiada em procedimentos, ferramentas e padrões
normativos, consagrados por estudos e experiências congêneres, em consonância com a
bibliografia consultada. O website deve ter como características:
• conteúdo calcado nos repositórios de informação do DT/SIBi e bibliotecas;
• ferramenta de busca por diretórios;
• base de dados com estrutura de metadados;
• projeto gráfico que proporcione uma interface de navegação simples, clara e
objetiva, com etiquetas de fácil compreensão pelo usuário;
• adoção de software(s) que proporcionem facilidade de uso (relativo ao esforço
despendido pelo usuário)
e
acessibilidade (tecnologias adaptativas para
portadores de deficiência visual);
• mecanismos de recuperação de informações sobre uso (indicadores) do sistema
para subsidiar novas ações.
Através dos recursos tecnológicos, os conteúdos devem ser organizados, de forma
qualificada, para oferecer um serviço que atenda às expectativas da comunidade usuária,
com mecanismos capazes de mediar as informações e o usuário propriamente dito, a partir
das suas reais necessidades.
3 Plano de gestão para reformulação do website do SIBi/USP com a implantação de
um sistema de informação
Para desenvolver um novo website para o SIBi/USP, com um sistema de informação,
foi constituído um projeto, desdobrado em duas etapas:
1ª Etapa - Reformulação do projeto gráfico do website da SIBiNet, a partir da
reestruturação dos conteúdos nele já existentes como núcleo inicial da
proposta (etapa implantada);
5
�2ª Etapa
- Criação de um sistema de informações que amplie os conteúdos já existen-tes,
com
outros
oriundos
dos
websites
das
bibliotecas
do
SIBi/USP,
proporcionando aos usuários mecanismos de busca para recuperação dos
serviços e produtos na área de bibliotecas, na USP, a partir de um mesmo
instrumento localizador. Nessa etapa, a manutenção deve ocorrer de forma
dinâmica.
3.1 Objetivos
3.1.1 Geral:
Oferecer ao usuário um sistema de informação, via web, para o SIBi/USP, de modo
a proporcionar visão ampla dos recursos informacionais disponíveis no Sistema.
3.1.2 Específico:
Planejar
ações para criar um sistema de informação, contendo a metodologia para
estruturar e representar os conteúdos dos websites das bibliotecas e do DT/SIBi,
agrupando-os e qualificando-os de modo a permitir a recuperação dos mesmos por sistema
de busca em base de dados, a partir de website.
3.2 Metodologia da proposta
A elaboração da presente proposta está fundamentada nas tendências observadas na
literatura, no ambiente externo e nas experiências já desenvolvidas sobre o assunto.
Considera a situação atual do website do Sistema (DT e bibliotecas), que conta com um
potencial de informações existentes nesses ambientes. Propõe a elaboração de um plano
para a construção de um sistema de informações, ampliando as facilidades de acesso para o
usuário final, e recomenda procedimentos para a implantação do mesmo.
Dessa forma, a metodologia tem característica de análise descritiva, levando em
conta: as condições atuais do website, as necessidades identificadas em estudos efetivados
e sugestões recebidas, e como alcançar as soluções para atendê-las, ou segundo Salomon
(1972 p.131-132), “análise de conteúdo que consiste no exame sistemático de informes ou
documentos como fonte de dados”.
3.3 Metas, Resultados e Atividades
Para se atingir os objetivos propostos, foram definidas metas, resultados a atingir e o
roteiro de atividades a serem desenvolvidas para a consecução das mesmas (Quadro 1).
6
�Quadro 1 –Desenvolvimento do projeto: metas, atividades, resultados
Fases de
Desenvolvimento
• Análise de dados
Metas
Resultados a atingir
Atividades a serem desenvolvidas
• Definir a abrangência
• Relação dos itens levantados
− Identificação dos conteúdos dos websites das
bibliotecas e do DT/SIBi.
• Estruturar as informações do
• Tabela de categorias dos recursos
− Estabelecimento das grandes categorias para a
classificação dos itens identificados, tendo por base
as categorias de serviços já prestados pelo SIBi/USP
(Anexo 2), cujos indicadores numéricos denotam a
relevância dos mesmos(7).
do
conteúdo das informações
dos
websites a serem
indexados (inventário).
inventário em
hierárquicas.
categorias
informacionais
indexados
a
serem
• Outras tabelas de categorias em
função das bases a serem criadas:
notícias, entidades (bibliotecas,
Unidades
USP,
instituições
conveniadas)
• Desenvolvimento
do Website
• Estabelecer
padrão
de
navegação para acesso às
informações nos websites do
sistema.
• Mapa do site
− Tratamento das informações:
a – categorização dos itens identificados pelas
grandes áreas estabelecidas; ex: tipos de
serviços;
b – indexação por assunto, utilizando o Vocabulário
Controlado da USP.
− Elaboração, nos mesmos moldes da tabela de
categoria de serviços, para bases de dados
complementares como por exemplo: notícias,
entidades (bibliotecas, Unidades USP, instituições
conveniadas e prestadores de serviço na área, entre
outros).
− Definição das categorias (rótulos/ etiquetas) para
estruturar a navegação no website.
− Estabelecimento dos fluxos de navegação (menu) e
da manutenção de coerência entre os mesmos.
(7) Universidade de São Paulo. Sistema Integrado de Bibliotecas. Dados Estatísticos do Sistema Integrado de Bibliotecas 2001. São Paulo: SIBi/USP. 2002. 93p.
Outras categorias poderão ser incluídas, de acordo com as tendências observadas na literatura especializada que registra novas modalidades de serviços incorporadas à
cultura das bibliotecas e sistemas de informação.
7
�Fases de
Desenvolvimento
Metas
• Desenvolver projeto gráfico,
Resultados a atingir
Atividades a serem desenvolvidas
− Estabelecimento de critérios para o visual do website
(ex.: navegação simples, mínimo de recursos
tecnológicos, identidade visual, entre outros).
• Proposta gráfica do website
com base na estrutura da
informação definida.
• Sistema
Informação
de
• Definir bases de dados a
serem criadas para o sistema
de informações, a partir do
inventário dos conteúdos.
• Relação das bases de dados que
integrarão
o
informações
sistema
de
• Definir padrão de estrutura
• Modelagem das bases de dados
dos dados para a construção
de bases de dados definidas.
a serem criadas, com a adoção de
padrão internacional
− Análise da estrutura da informação categorizada para
estabelecimento das bases de dados.
− Análise e definição de formato metadados, de acordo
com padrão internacional, para a modelagem das
bases de dados a serem implantadas; exemplos:
GILS, Dublin Core, MARC, entre outros.
− Análise e definição dos campos a serem adotados
dentro das especificações do formato selecionado.
− Estabelecimento dos campos a serem indexados, com
vistas à recuperação da informação pelo usuário
final.
• Definir diretrizes para a
descrição das informações
nas bases de dados.
• Procedimentos de descrição dos
conteúdos nas bases de dados
• Estabelecer diretrizes para a
• Políticas de responsabilidade,
manutenção das bases de
dados.
formulários on-line e programa
de
treinamentos
para
a
manutenção das bases de dados,
suporte técnico para resolução de
dúvidas
8
− Estabelecimento de padrões para a introdução de
dados
qualificados,
utilizando
instrumentos
existentes, como por exemplo: ISDN, AACR2,
tabelas de assunto, tabelas de conteúdos pré definidos, entre outros.
− Elaboração de procedimentos para os integrantes do
Sistema participarem da manutenção das bases de
dados.
− Elaboração de formulários para cadastramento dos
conteúdos nas bases de dados.
− Planejamento de um programa de treinamento para a
manutenção das bases propriamente ditas.
�Fases de
Desenvolvimento
Metas
Resultados a atingir
Atividades a serem desenvolvidas
− Definição do tipo de atendimento a ser oferecido para
suporte técnico das atividades de manutenção das
bases de dados.
• Estrutura
física
(programas
e
equipamentos)
• Indicadores
qualitativos
quantitativos
• Analisar
e
selecionar
software para:
gerenciamento da base de dados e
interface de recuperação das
informações; acessibilidade
(acessos especializados às
informações dos websites);
controles
estatísticos;
editoração gráfica do site.
• Estabelecer mecanismos para
e
interatividade com o usuário.
• Estabelecer mecanismos para
controles numéricos
atividades do website.
• Avaliação
projeto
do
das
• Estabelecer parâmetros para
• Indicação de software(s) para as
diversas finalidades:
implementação gráfica, bases de
dados, busca, entre outros
− Levantamento de software(s) existentes no mercado
para as finalidades pretendidas.
− Análise das características dos software(s)
identificados, dando preferência aqueles de domínio
público.
para envio de
sugestões pelo usuário (livre ou
dirigido)
com
mecanismos
automáticos de indexação para
identificar
necessidades
de
informação, bem como de perfis
dos usuários para subsidiar
estudos
de
possíveis
aprimoramentos dos serviços/
produtos e atendimento por
segmentação de usuário
− Elaboração de formulário on-line para manifestação
do usuário quanto a: sugestões, necessidades, entre
outros.
• Relatórios numéricos de acesso
− Definição dos tipos de controles estatísticos a serem
fornecidos, a partir dos acessos efetivados ao
website.
• Formulário
às informações com vistas a
subsidiar elaboração de matriz de
necessidades do usuário
• Implantação do projeto
acompanhar o progresso do
projeto no decorrer de suas
etapas.
9
− Estabelecimento de procedimentos para classificar,
via software, os dados coletados quanto a: tipos de
serviços/ produtos ou categorias de usuários.
− Elaborar procedimentos para verificação do nível de
satisfação do usuário (formu -lário específico e
definição de periodicidade).
− Análise dos resultados das avaliações periódicas para
retroalimentação do sistema.
− Análise das atividades a serem desenvolvidas para
verificação de possíveis desvios em relação às metas
definidas e respectivas ações corretivas.
− Elaboração de parâmetros para medição do
desempenho da equipe face às responsabilidades
definidas.
�3.4 Planejamento de recursos para execução da proposta (8)
3.4.1 Recursos humanos e equipamentos/materiais
Para o desenvolvimento das fases previstas e respectivas metas delineadas, será
necessário:
•
definir uma equipe e estabelecer as qualificações pessoais a serem observadas no
preenchimento das posições no projeto, inclusive as atribuições/ responsabilidades;
•
definir recursos físicos e materiais necessários para implementação do sistema
pretendido.
No Quadro 2 apresenta-se o dimensionamento previsto para o desenvolvimento do
sistema de informação da SIBiNet – Rede de Serviços de Informação do SIBi/USP.
Quadro 2 – Previsão de recursos para implementação da proposta
Fases de
Desenvolvimento
Recursos
Humanos
Análise de Dados
2 Bibliotecários
1 Técnico de
Documentação
Desenvolvimento do
Website
2 Bibliotecários
1 Webdesigner
1 Webmaster
Sistema de Informação
2 Bibliotecários
1 Analista de sistema
Materiais
- 3 microcomputadores
- Software Excel
- Vocabulário Controlado USP
- Software para design gráfico (ex.: PhotoShop, Coral Draw)
- Editor de WebPage (ex.: Dreamweaver, Composer,
Frontpage)
- Servidor (hardware)
- Servidor de páginas web (ex.: Apache, Windows)
- Software para base de dados (entrada e gerenciamento de
dados)
- Software para interface de recuperação
- Normas e padrões para estrutura de dados de descrição de
Estrutura física
(programas e
equipamentos)
1 Bibliotecário
1 Analista de sistema
(Base de Dados)
1 Webmaster
Indicadores qualitativos e 1 Bibliotecário
quantitativos
1 Analista de sistema
-
- Software para gerenciamento e controle de mensagens
-
(8)
conteúdos
Catálogos e fonte de informação sobre equipamentos
computacionais, software, entre outros
recebidas
Software para verificação de frequência de ocorrências em
busca
Software para realização de dados estatísticos do website
“Em pequenos projetos, o planejamento de recursos, estimação de custos e elaboração do orçamento podem ser
tomados como um processo único”, entendendo-se por “...recursos (pessoas, equipamentos, materiais)
necessários à execução do projeto e as respectivas quantidades” (Silveira, José Augusto G., 2001).
10
�3.4.2 Estimativa de custos e elaboração de orçamento
Para a realização dessa etapa será observado o roteiro que se segue, para cada fase de
desenvolvimento prevista (item 3.3).
• Levantamento de custos diretos (recursos humanos, equipamentos, programas e
materiais) e indiretos (transporte, alimentação, material de consumo, entre outros);
• Levantamento, análise e seleção de orçamentos;
• Determinação de custo real (orçamento), após análise;
• Determinação do custo total;
• Elaboração do plano de administração dos gastos;
• Definição do cronograma de prazos de desembolso;
• Organização da documentação administrativo/financeira, gerada durante a execução do
projeto (orçamentos, contratos, notas fiscais, planilhas de custo, entre outros);
• Elaboração de relatórios de controle e prestação de contas.
11
�3.5 Cronograma para execução das fases previstas na proposta
2001
Etapas
Período
Maio
Jun.
Jul.
2001/2002
Ago.
Set.
Mês 1
Mês 2
Mês 3
Mês 4
Mês 5
Mês 6
Mês 7
Mês 8
Elaboração da Proposta de Projeto
----------
−
definição
−
elaboração
−
apresentação da proposta (preliminar)
−
entrega da versão preliminar
−
apresentação em seminário
03
−
apresentação da proposta (final)
13
--------- --------- ---------02
20
Desenvolvimento da proposta (Fases)
----------- ----------- -----------
−
Análise de dados
−
Desenvolvimento do website
−
Sistema de informação
−
Estrutura
física
equipamentos)
−
Indicadores
−
Avaliação
---------------- --------------------- ----------- ----------- ----------- ----------- ----------- -----------
(programas
----------- ----------- ----------- -----------
e
----------- ----------- ----------- ----------- --------------------- ----------- ----------- ----------- ----------- ----------- ----------- -----------
12
�3.6 Atividades complementares para a implantação do novo website da SIBiNet
Em paralelo, para a implementação final do website deverão ser, ainda, definidas ações
que complementam a implantação propriamente dita, bem como a manutenção, a saber:
• definição de uma equipe permanente de gerenciamento do website; (1 bibliotecário, 1
analista, 1 webmaster, 1 comunicador);
• estabelecimento de responsabilidades quanto a: manutenção de equipamentos e
software; controle/manutenção dos conteúdos (serviços/produtos, notícias e outros);
análise de dados gerenciais e propostas de adequações/novas implementações;
• obtenção de recursos para novas implementações, quando for o caso;
• plano de divulgação do próprio website;
• interação com as equipes de marketing e grupo de usuários do SIBi/USP para oferecer
e coletar subsídios (indicadores) para novas ações.
4 Considerações finais
O plano de gestão ora proposto atualiza o website nesse momento. Entretanto, para o
contínuo aprimoramento dos serviços/produtos e recursos tecnológicos, é necessário manter-se
em harmonia com o ambiente local e global, em constante mutação. A sintonia mencionada e
o desenvolvimento contínuo de novas ações caracterizam uma organização em permanente
processo de aprendizagem, sensível ao seu contexto.
Para isso, as oportunidades de maior interatividade com os usuários proporcionarão
subsídios para outras implementações, a serviço do interesse coletivo, ratificando o aspecto
empreendedor, inovador de mudanças da instituição.
13
�5 Referências Bibliográficas
BELLUZZO, Regina Célia Baptista. Gerenciamento de equipes bibliotecárias: enfoques
modernos. (Material apresentado em aula da disciplina Administração de Recursos Humanos,
do Curso de Especialização em Sistemas Automatizados de Informação Científica e
Tecnológica para o SIBi/USP, 1999).
CALIFORNIA State University. Target 2000: building the electronic learning community.
Disponível em: <htpp://www.csuchico.edu/inf/T2000>. Acesso em: agosto de 2000.
CUNHA, Murilo Bastos da. Construindo o futuro: a biblioteca universitária brasileira em
2010. Ciência da Informação, v. 29, n. 1, p. 71-89, jan./abr. 2000.
DERTOUZOS, Michael. O que será: como o novo mundo da informação transformará nossas
vidas. In: CUNHA, Murilo Bastos da. Construindo o futuro: a biblioteca universitária
brasileira em 2010. Ciência da Informação, v. 29, n. 1, p. 71-89, jan./abr. 2000.
FONSECA JUNIOR, Fernando Moraes. Tecnologias em educação a distância. In: MORAN,
José Manuel. Educação a distância. Disponível em: <http://yguassu.redealuno.usp.br>.
Acesso em: maio de 2000.
HYPÓLITO, A.; ROSETTO, M.; COUTO, M. L. M. DO. Identificação e evolução de
demanda de informação de usuários, via correio eletrônico do Departamento Técnico do
Sistema Integrado de Bibliotecas da USP. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS,
11., 2000, Florianópolis. Anais. Florianopólis, 2000. (Publicado em CD-ROM).
LANCASTER, F. W.; SANDORE, Beth. Technology and management in library and
information services. Champaign: University of Illinois, 1997.
MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Disponível em:
<http://yguassu.redealuno.usp.br>. Acesso em: Maio de 2000.
MORESI, Eduardo A. Dutra. Delineando o valor do sistema de informação de uma
organização. Ciência da Informação, v. 29, n. 1, p. 14-24, jan./abr. 2000.
OPPENHEIM, Charles; SMITHSON, Daniel. What is the hybrid library? Journal of
Information Science, v. 25, n. 2, p. 97-112, 1999.
POULTER, Alan. Building a browsable virtual reality library. Aslib Proceedings, v. 46, n. 6,
p. 151, 1994.
SALOMON, Delcio Vieira. Como fazer uma monografia. Belo Horizonte: Interlivros, 1972.
293 p.
SAMIER, Henry; SANDOVAL, Victor. La recherche intelligente sur l’internet: outils et
méthodes. Paris: Hermes, 1998. 155 p.
14
�SILVEIRA, José Augusto G. da. Gestão financeira no ambiente de pesquisa. (Material
apresentado no curso Programa de Administração da Inovação Científica e Tecnológica nos
Serviços de Informação – PROTAP/SIBi/USP, 2001).
TERRA, José Claudio C. Gestão do conhecimento: aspectos conceituais e estudo exploratório
sobre as práticas de empresas brasileiras. 1999. 293 p. Tese (Doutorado) – Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Sistema Integrado de Bibliotecas. Dados estatísticos do
Sistema Integrado de Bibliotecas 2001. São Paulo: SIBi/USP, 2002. 93 p.
Bibliografia Consultada
ACCESSIBLE libraries on campus: a practical guide to creation of disability-friendly
libraries. The Journal of Academic Librarianship. Book Reviews, v. 26, n. 3, p. 210, jan.
2000.
BRASIL. Lei nº 1679, de 2 de dezembro de 1999.
CENDÓN, B. V. Ferramentas de busca na web. Ciência da Informação, v. 30, n. 1, p. 39-49,
jan./abr. 2001.
DIAS, C. A. Portal corporativo: conceitos e características. Ciência da Informação, v. 30, n.
1, p. 50-59, jan./abr., 2001.
GEUS, A. de. A empresa viva: como as organizações podem aprender a prosperar e se
perpetuar. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 210 p.
KRUGLIANSKAS, I. Planejamento, execução e acompanhamento de projetos. (Material
apresentado no curso Programa de Administração da Inovação Científica e Tecnológica nos
Serviços de Informação – PROTAP/SIBi/USP, 2001).
MARCOVITCH, J. A universidade impossível. São Paulo: Futura, 1998. 182 p.
MARMION, D. Library web page design: are we doing it right? (subject-oriented in web
page design). Information Technology and Libraries, v. 20, n. 1, mar. 2001. Disponível em:
<http://web3.infotrac.apla.galegroup.com>. Acesso em: 31 jul. 2001.
VAUGHAN, J. Three interactions of an academic library web site. Information Technology
and Libraries, v. 20, n. 2, jun. 2001. Disponível em:
<http://web3.infotrac.apla.galegroup.com>. Acesso em: 31 jul.2001.
15
�Anexo 1 – Descrição dos vários estágios de biblioteca que a tecnologia proporciona
Biblioteca tradicional
Biblioteca Virtual
(ou Biblioteca Eletrônica)
Biblioteca Digital
− Local específico
com uma coleção
“finita”
− Que se utiliza de
meios eletrônicos
para acesso à
informação em
todos os níveis
− Aquela que contempla
documentos gerados ou
transpostos para o ambiente
digital (eletrônico)
− Biblioteca que
transformou parte
de seus canais de
provimento da
informação em
formato eletrônico
(catálogo on-line);
usuário não precisa
comparecer à
biblioteca para
obter informações
do acervo
Ex. no SIBi/USP :
DEDALUS (Catálogo
on-line das bibliotecas
USP)
− Nenhum acervo,
nem salas, mas
dissemina
informação seletiva
ao usuário,
geralmente por
meios eletrônicos
Ex.: Biblioteca Virtual
do SIBi/USP
− Um serviço de informação
(em todo tipo de formato) no
qual todos os recursos são
disponíveis na forma de
processamento eletrônico
(aquisição, armazenagem,
preservação, recuperação e
acesso são via tecnologias
digitais)
Ex.: - Biblioteca Digital de
Dissertações e Teses da
USP
- Revistas eletrônicas
- Bases de dados on-line
Biblioteca Híbrida
Coexistência entre coleções impressas, digitais e acessos via rede eletrônica (virtual)
(Oppenheim, 1999; Poulter, 1994)
�Anexo 2 – Tipos de serviços oferecidos pelo SIBi/USP, para acesso à informação pelos
usuários
Manutenção de acervos (atualização da coleção, preservação e conservação)
On-line
Bases de dados produzidas pelo Sistema
CD-ROM
Consulta ao acervo
Consulta a bases de dados
Empréstimo (inclui EEB)
Catálogo tradicional
âmbito local
Catálogo on-line
âmbito global/local
CD-ROM
âmbito local
On-line e Biblioteca Virtual
âmbito global
Tradicional
âmbito local
On-line
em implantação
Convencional
Internacional
Atendimento e
solicitação
On-line
(programas de
gerenciamento)
Comutação Bibliográfica
(Interna/ Externa)
Nacional
COMUT
BIREME
British Library
Istec/LigDoc
DEDALUS (em
implantação)
Local
Formas de envio e
recebimento
Correio
Fax
Eletrônico (Ariel/Correio eletrônico)
Serviços de Referência (*)
Publicações elaboradas
(*)
Acesso ao documento
Atendimento à comunidade
Disseminação Seletiva de Informação
Levantamento bibliográfico
Normalização técnica de publicações
Treinamento de usuários
Guias, Diretórios, Boletins etc.
Catálogos da Produção Docente
Bibliografias especializadas
Apoio às publicações dos usuários e das Unidades Universitárias
Disponív eis: Local, Telefone, Fax, Correio, Correio eletrônico, Ariel.
Nota: Quadro elaborado a partir dos serviços constantes no RIBI (Relatório Individual para Bibliotecas) 1999, com dados de
1998. (Hypólito, A. et al, 2000)
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Plano de Gestão do Website do SIBi/USP com a implantação de um sistema de informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Rosetto, Marcia
Coutto, Mariza Leal de Meirelles do
Paiva, Virgínia de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta um plano de gestão para website do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4114/SNBU2002_103.pdf
0850963c6c13e41c62841c673ed707d2
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1
TRATAMENTO ARQUIVÍSTICO NA UFMG: A EXPERIÊNCIA NA
DESCRIÇÃO DE DOSSIÊS DA SÉRIE VIDA DO ACERVO CURT
LANGE
Maria Helena Santos - mhsantos@bu.ufmg.br
Bibliotecária da Central de Controle de Qualidade da Catalogação do Sistema de Bibliotecas da
UFMG
Marlene de Fátima Oliveira Lopes - mlopes@bu.ufmg.br
Bibliotecária da Central de Controle de Qualidade da Catalogação do Sistema de Bibliotecas da
UFMG
Marina Cajaíba da Silva - marina@universiabrasil.net
Bibliotecária bolsista do Acervo Curt Lange
Vilma Moreira dos Santos - vilma@eci.ufmg.br
Professora da Escola de Ciência da Informação da UFMG
Análise, estudo, arranjo e descrição arquivística dos 894 dossiês da Série Vida do Acervo Curt Lange da
UFMG. O trabalho desenvolvido corresponde a segunda fase do Projeto Inventário de Acervos da UFMG,
no qual o Acervo Curt Lange constituiu o projeto piloto. A Série Vida, possui vasta tipologia documental,
sendo as informações nela contidas de extrema relevância para o estudo da musicologia sul-americana,
considerando as atividades do musicólogo Francisco Curt Lange nesta área. O resultado do trabalho
comprovou que é possível recuperar toda informação contida nos documentos de cada dossiê. A
metodologia desenvolvida no Acervo Curt Lange pode se tornar modelo para o tratamento dos demais
acervos arquivísticos da UFMG.
1 INTRODUÇÃO E ANTECEDENTES
O surgimento e a trajetória da musicologia na América Latina mantiveram-se por muito
tempo desconhecidos, por se tratar de uma área de estudo pouco desenvolvida no
continente. As primeiras descobertas foram reveladas recentemente, há cerca de 70
anos, através das pesquisas realizadas pelo musicólogo alemão Francisco Curt Lange,
durante o período em que viveu em terras sul-americanas, chegando a naturalizar-se
cid adão uruguaio.
Dotado de grande perspicácia e constância, Curt Lange desbravou o interior dos países
sul-americanos, em busca de informações sobre a movimentação musical manifestada
em suas mais variadas formas. Para tanto, vasculhou os arquivos religiosos de
congregações e estabeleceu constantes contatos com viúvas e familiares remanescentes
de compositores do período remoto à colonização sul-americana, bem como junto a
�2
moradores locais, conhecedores da formação histórica e cultural das pequenas cidades
dos diversos países onde se manifestara qualquer possível atividade musical.
Em sua investida inicial, Curt Lange recolheu rica documentação datada do período em
que a América do Sul esteve sob regime colonial, onde a análise de tal documentação,
realizada pelo musicólogo, possibilitou o estudo de obras, compositores e instituições
musicais da época. Em um primeiro momento, o estudo desvendou a existência de uma
considerável movimentação musical do período, sendo a qualidade das composições
comparada aos grandes mestres europeus, informações até então desconhecidas pelos
acadêmicos e pesquisadores.
Apesar de muitas de suas descobertas serem contestadas entre os críticos de todas as
épocas, inclusive da atualidade, não há como negar a inestimável contribuição do
trabalho precursor de Curt Lange. Foi dele o primeiro passo para a conscientização da
importância da musicologia histórica sul-americana e, em especial, a brasileira, tendo
em vista que um de seus trabalhos mais importantes foi realizado em Minas Gerais - a
série de publicações História da Música na Capitania Geral das Minas Gerais .
Seus trabalhos tornaram público a existência de inúmeros músicos até então anônimos,
composições inéditas e manifestações artísticas antes desconhecidas, acumulando assim,
considerável gama de material
bibliográfico, arquivístico e museológico, hoje
constituindo o Acervo Curt Lange , sob a custódia da Universidade Federal de Minas
Gerais.
Fazendo jus ao legado que Curt Lange confiou à UFMG, é dever da mesma zelar para
que o acervo tão cuidadosamente acumulado ao longo da atividade do musicólogo, seja
preservado, organizado e colocado à disposição dos pesquisadores que investigam e
reescrevem a história da musicologia sul-americana, considerando a relevância dos
estudos iniciais de Curt Lange, principalmente aqueles referentes à sociedade colonial
mineira. De forma especial, destacam-se as pesquisa que cobrem a fase de ouro do
Barroco Mineiro.
O tratamento arquivístico do Acervo Curt Lange adquiriu o caráter de projeto piloto no
contexto dos trabalhos desenvolvidos pela Comissão de Política de Acervos da UFMG,
na sua atribuição de desenvolver metodologias para o tratamento e conservação
preventiva de acervos. Este projeto foi coordenado pela Profa. Rosângela Pereira
Tugny, da Escola de Música da UFMG e subsidiado por recursos advindos da Fundação
�3
Vitae e da Fundação de Amp aro à Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG. Cabe
destacar o apoio irrestrito da Biblioteca Universitária no desenvolvimento do Projeto,
em especial, a participação da bibliotecária Maria Helena Santos, ligada ao Sistema de
Bibliotecas. Sua atuação foi de suma importância para a elaboração da Tabela de
Conversão ISAD (G) x MARC e o Manual de Entrada de Dados em Formato Marc:
arquivos e coleções especiais.
Até o momento, o Projeto se estruturou em duas etapas. A primeira delas foi
apresentada no CBBD 20001 e constou dos processos de arranjo e descrição, quando
foram definidos a metodologia de tratamento do Acervo como um todo e o software a
ser utilizado. Optou-se pela adoção do software VTLS e pelo formato Bibliográfico
MARC para a entrada de dados (USMARC..., 1994), já utilizados pelo Sistema de
Bibliotecas da UFMG no tratamento da informação e gerenciamento dos serviços
oferecidos pelo Sistema. Verificou-se que este formato, internacional e integrado,
permitia também tratar acervos arquivísticos, além de possibilitar a inclusão de “links”
de arquivos de imagens, sonoros e web sites, entre outros. Um fator decisivo para
adoção do formato MARC, foi a possibilidade de utilizá-lo para registrar padrões de
conteúdo dos elementos de dados, no caso, a Norma Geral Internacional de Descrição
Arquivística - ISAD(G). A inclusão dos elementos de dados da ISAD (G) no formato
MARC, resultou de um estudo detalhado do item 3 da ISAD(G) - Elementos da
descrição,
verificando-se a correspondência conceitual desses elementos com os
campos e subcampos do MARC. A partir desse estudo, foi elaborada a Tabela de
Conversão da ISAD (G) para o USMARC Format for Bibliographic Data including
guidelines for content designation.
Esta Tabela teve como objetivo servir de suporte para a elaboração do Manual de
Entrada de Dados em Formato USMARC para a Descrição Arquivística -
versão
preliminar. Esse Manual é um instrumento fundamental, para se proceder à
inclusão
dos registros de natureza arquivística na base de dados da UFMG (SB@Net).
Atualmente, o software VTLS proporciona a visão de uma base de dados única,
contendo registros bibliográficos e arquivísticos, com possibilidade de interface local e
na Internet. Conforme demonstrado no trabalho apresentado no CBBD 2000, ao se
1 SANTOS, Vilma Moreira dos et al. O tratamento de acervos arquivísticos na UFMG: a experiência de organização
do Acervo Curt Lange. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 19,
2000, Porto Alegre. Anais...Porto Alegre : FEBAB, 2000. (CD-ROOM)
�4
finalizar a primeira etapa do Projeto, a equipe sugeriu a criação de uma base exclusiva
para os registros de acervos arquivísticos e de caráter misto (arquivos e coleções).
Conforme preconizado pelo princípio de descrição arquivística multi-nível, ainda na
primeira etapa, foram definidos dois níveis hierárquicos – série e sub-série, as quais já
se encontram devidamente descritas na base de dados. O quadro de arranjo do Acervo
Curt Lange (ACL) está apresentado na figura 1.
A descrição arquivística da Série Vida seguiu os mesmos princípios adotados na fase
inicial do projeto, principalmente ao ser possível avaliar que o princípio da descrição
multi-nível havia sido adequadamente atendido nos aspectos de entrada de dados e de
recuperação da informação, tanto na interface local como na web.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados da segunda etapa deste
Projeto, que constou da descrição arquivística da Série Vida, enfatizando-se as etapas e
implicações da metodologia utilizada, as particularidades da documentação em questão
e, principalmente, os resultados alcançados.
2 A SÉRIE VIDA
Talvez, a série “vida”, possa ser considerada como uma das maiores preciosidades do
Acervo Curt Lange. O termo vida, por si só, chama a atenção para a relevância desta
parte do acervo, tanto mais por ter recebido essa denominação do próprio Curt Lange.
Além disso, há fortes indícios de que também tenha sido organizada por ele mesmo.
Sem sombra de dúvida, o conjunto de registros batizado por Curt Lange de “vida”,
revela a sua trajetória como pesquisador e musicólogo.
A série vida é constituída de 894 dossiês de extensão variada, todos já intitulados e
ordenados cronologicamente.
“Recuerdos,
Inicia -se com o dossiê BRUFMGBUCL3.001 intitulado
documentaciones,
1923-1928”
e
encerra-se
com
o
dossiê
BRUFMGBUCL3.894 “[Wagner - Lohengrin, 1994]”. Os dossiês são constituídos dos
mais diversos tipos de documentos, tais como: certidão de nascimento, passaportes,
relações de despesas, honrarias, recortes de jornais , jornais, partes de publicações
(capas, sumários e artigos), fotografias, programas e convites de concertos, textos de
palestras e conferências, cartas manuscritas e datilografadas, cartazes, cartões postais,
cartões de visita, mapas e guias turísticos, panfletos, folders, cardápios, papéis e
envelopes em branco e timbrados, textos datilografados, notas fiscais, bilhetes de
�5
passagens, contratos diversos, termos de seguro, documentação de automóvel, desenhos
infantis dos filhos de Curt Lange, revistas e documentos referentes a tratamentos de
saúde.
A quantidade de documentos em cada dossiê varia de um a oitenta, aproximadamente.
Como se vê, grande parte desta documentação reúne detalhes da vida do music ólogo e
captados, principalmente, por meio de recortes de jornais, fotografias e revistas, como,
por exemplo, um recorte de um jornal da época que notic iava o seu casamento com
Maria Luiza Vertiz – descendente o vice-rei do Rio do Prata.
A complexidade desta documentação bem como sua diversidade de tipologia s
documentais, proporcionou e continuará proporcionando uma experiência de grande
valor em tratamento arquivístico.
Alguns documentos encontrados em outras partes do Acervo foram reintegradas a esta
série, por solicitação do próprio titular.
No final do processo de descrição, foram encontrados aproximadamente 31 dossiês com
características diferentes. Procedeu-se um exame destes dossiês concluindo-se que eles
deverão ser inseridos nas devidas unidades de descrição após estudo minucioso.
2.1 METODOLOGIA
Esta segunda etapa do projeto teve início com a realização do curso: "A UFMG e os
arquivos privados" ministrado pela professora Vilma Moreira dos Santos, da Escola de
Ciência da Informação da UFMG, para todos os participantes do Projeto. O curso foi
estendido a outros profissionais da UFMG e de outras instituições, interessados no
assunto e teve como objetivos:
q
discutir o papel da universidade no recolhimento de acervos privados;
q
discutir o processo de recolhimento de acervos privados na UFMG;
q
analisar metodologias de tratamento de acervos privados.
Para a descrição documental da série Vida a Tabela de Conversão e o Manual foram
revisados, conforme a 2.ed. da ISAD (G) e o MARC 21 Concise Format for
Bibliographic Data. O título do Manual foi alterado para Manual de Entrada de Dados
em Formato MARC: arquivos e coleções especiais, visando adequá-lo a atualização do
formato e a sua aplicação exclusiva para arquivos e coleções especiais.
�Acervo Curt Lange
Col.
Correspo
Bibliog.
Partituras
ndências
Col. Instr.
Instr.
de
Docs.
Trabalho
Musicais
Homenagem
Atividades
Lembranças
Culturais
Raros
Iconograf
Vida
Docs. de
Pesquisa
Reg. Audio
Visuais
1
1
2
2
1
2
3
4
5
6
7
3
1
2
3
3
1
1
2
2
3
4
5
8
1
2
3
4
5
6
7
1
2
4
3
8
6
5
7
10
9
12
11
Coleção Bibliográfica: (1) Obras de Referência; (2) Monografias; (3) Periódicos; (4) Separatas; (5) Folhetos; (6) Libretos de ópera; (7) Publicações editadas por CL
Correspondências: (1) Enviadas; (2) Recebidas
Partituras: (1) Originais e cópias de manuscritos; (2) Publicadas por CL; (3) Publicadas
Registros Audio-Visuais: (1) Discos de vinil; (2) Compact disc; (3) Fitas Cassetes; (4) Fitas de rolo; (5) Fitas de vídeo;
Iconografia: (1) Fotografias; (2) Quadros; (3) Slides e microfilmes; (4) Imagens diversas; (5) Negativos
Documentos Raros: (1) Obras musicais; (2) Documentos manuscritos de arquivos históricos; (3) Livros e revistas
Documentos de Pesquisa: (1) Biobliografia; (2) Miscelânea; (3) Estudos e transcrições de documentos de arquivos históricos; (4) Artigos e estudos avulsos recebidos por pesquisadores; (5)
Transcrição e restauro de manuscritos históricos; (6) Domenico Zipoli; (7) Manuscritos avulsos de CL; (8) Listagens; (9) Exemplos musicais; (10) Recortes da imprensa; (11) Documentos de
programações musicais; (12) Catálogos e folders; (13) Catálogos comerciais de edit oras e gravadoras
Atividades Culturais: (1) Convites, programas e cartazes; (2) Recortes; (3) Programas
Figura 1: Quadro de Arranjo do Acervo Curt Lange
13
�7
O processo de descrição observou o princípio arquivístico de respeito à ordem original2
exceto nos casos em que foram encontrados documentos duplicados no mesmo dossiê.
Esses documentos foram reunidos, mas descritos uma única vez.
Outra decisão tomada pela equipe foi a criação de um novo item hierárquico de
descrição – o de dossiê - de modo a refletir a organização idealizada pelo próprio titular.
Definiu-se, também, que o conteúdo dos dossiês seria descrito no campo “Nota de
Resumo” conforme etapas a seguir:
q
conferência dos dossiês com a respectiva listagem realizada pela Biblioteca
Universitária, por ocasião do recebimento do acervo;
q
conferência das folhas;
q
atribuição de uma ordem numérica seqüencial aos documentos de cada dossiê;
q
anotação à lápis do código de referência em cada dossiê.
A descrição arquivística, iniciou-se em fase experimental com dez dossiês, seguindo-se
uma avaliação por parte da equipe, principalmente no aspecto de exibição dos dados,
considerando o ponto de vista do pesquisador.
De acordo com a ISAD (G) a Área de Conteúdo e Estrutura tem como objetivo
“capacitar os usuários a avaliarem a potencial relevância da unidade de descrição”.
Assim, procurou-se informar no campo MARC “Nota de Resumo” através de uma
descrição sumária, todo o conteúdo documental de cada dossiê especificando datas e
locais, quando era o caso, além de informar o título acrescentado da tipologia de cada
documento. No caso dos recortes de jornais que às vezes predominavam nos dossiês,
optou-se pela nota introdutória conforme explicada neste item no campo MARC 520
para evitar repetição de info rmação. Optou-se também por não usar aspas na transcrição
de títulos formais. Já os títulos atribuídos foram informados entre colchetes. Como por
exemplo, na descrição da Certidão de Nascimento de Curt Lange. Além do título formal
em Alemão atribuiu-se o título em Português.
2 Princípio adotado no processo de arranjo, que preconiza a não alteração da ordem original dos
documentos no decorrer de sua organização. (Ver BELLOTTO, H.L. Arquivos permanentes; tratamento
documental. São Paulo: T.A Queiroz, 1991.)
�8
Todas estas questões foram amplamente discutidas e avaliadas pela equipe do Projeto.
Cabe destacar que uma das vantagens proporcionadas pelo VTLS é permitir modificar e
corrigir dados conforme a dinâmica do trabalho.
A entrada dos dados foi efetuada através da planilha "archives.wfm" do EasyCat, editor
de catalogação do VTLS, específica para tratamento técnico de materiais mistos, dentre
os quais se situam os acervos arquivísticos. Esta planilha se divide em dois campos: fixo
e variáveis.
Nos campos fixos, são informados códigos do formato MARC que definem: tipo de
documento, nível, data, local de publicação, língua e outros códigos atribuídos
automaticamente pelo sistema. A seguir, serão evidenciadas algumas decisões tomadas
pela equipe no que se refere aos campos fixos:
q
País de publicação (MARC 008/15-17): a atribuição deste código foi baseada no
próprio título dos dossiês, sempre intitulados por países ou cidades representando o
local de acumulação. No caso de dossiês contendo documentos de locais diversos
foi usado o código MARC específico;
q
Língua (MARC 008/35-37): para dossiês constituídos de documentos em mais de
uma língua foi usado o código da língua predominante;
q
Tipo de data (MARC 008/06): foram informados os códigos: s para data simples; i
para datas inclusivas e q para datas questionáveis.
A seguir e, em conformidade com as decisões tomadas na primeira etapa do projeto,
apresentamos os campos variáveis
do MARC e sua correspondência na ISAD (G),
utilizados nos registros arquivísticos da série Vida:
TAG MARC
CONCEITO MARC
CONCEITO ISAD
CONTEÚDO/D OSSIÊS DA
SÉRIE VIDA
090
NÚMERO DE CHAM ADA
CÓDIGO DE REFERÊNCIA
BRUFMGBUCL3.01
Seguindo a regra 3.1 da ISAD (G)
- Área de identificação, assim ficou definido o
código de referência:
-
BR (código do país, conforme a tabela de País ISO 3166)
-
UFMG (código do detentor)
-
BU CL(código de depósito local; Biblioteca Universitária – Curt Lange)
�9
-
(3= número seqüencial correspondente a cada unidade de descrição; 01= numeração
seqüencial dos documentos dentro do dossiê)
TAG MARC
CONCEITO MARC
CONCEITO ISAD
CONTEÚDO/D OSSIÊS DA
SÉRIE VIDA
245
TÍTULO
TÍTULO
VI Encontro......
246
VARIAÇÕES DO TÍTULO
_____________
Sexto Encontro......
Os dossiês foram intitulados pelo próprio Curt Lange, conforme já mencionado
anteriormente. No processo de descrição, os títulos
encontravam datilografados
foram transcritos conforme se
nas etiquetas dos dossiês. Alguns dossiês apresentam
títulos manuscritos à lápis em etiquetas sobrepostas às etiquetas originais. Este
procedimento foi realizado por ocasião do inventário da coleção ao ser recebida pela
Biblioteca Universitária. A equipe optou por adotar os títulos atribuídos, porque os
documentos não apresentam, de fato, qualquer relação com os títulos originais. Pode-se
inferir que os documentos que realmente correspondem aos títulos datilografados
tenham se extraviado e que as pastas tenham sido utilizadas para abrigar os novos
documentos. É possível também que, durante o processo de recolhimento do acervo, os
documentos inicialmente arquivados tenham sido inseridos aleatoriamente em outras
pastas componentes do acervo. O importante é que a equipe está consciente do fato,
encontrando-se em alerta para a possibilidade de localização dos documentos
inicialmente arquivados. Tais ocorrências foram descritas no campo MARC 500 “Notas
gerais”.
Ainda de acordo com a ISAD(G) outra informação a ser registrada é a data, informada
no subcampo \f do campo MARC 245. A ISAD(G) prevê pelo menos dois tipos de
datas devem ser registradas: datas de acumulação dos documentos e datas de produção
dos documentos. Vários dossiês, não contêm data; neste caso, foi informada a data
referente ao conteúdo dos dossiês.
O campo MARC 246, “Forma variante do título” foi adotado para as seguintes situações
encontradas:
q
títulos iniciados por numerais, visando sua alfabetação na lista de exibição dos
títulos;
q
dossiê com dois títulos, sendo um na frente e outro no verso do dossiê;
q
título datilografado e outro manuscrito, indicando uma alteração no título.
�10
TAG MARC
CONCEITO MARC
CONCEITO ISAD
CONTEÚDO/DOSSIÊS DA
SÉRIE VIDA
351
ORGANIZAÇÃO
NÍVEL DE DESCRIÇÃO
Dossiê organizado
cronologicamente pelo titular
Esta informação mostra o nível de descrição da unidade, no caso “Dossiê”, bem como a
sua organização
TAG MARC
CONCEITO MARC
CONCEITO ISAD
CONTEÚDO/DOSSIÊS DA
SÉRIE VIDA
300
DESCRIÇÃO
DIMENSÃO E SUPORTE
38 documentos
48 folhas
Este item informa a quantidade de documentos e o número de folhas do dossiê. No caso
de documentos como revistas, folhetos ou outras publicações, considerou-se o número
de páginas de cada publicação somado ao número de folhas dos outros documentos do
dossiê.
TAG MARC
CONCEITO MARC
CONCEITO ISAD
CONTEÚDO/DOSSIÊS
DA
SÉRIE
VIDA
541
FONTE IMEDIATA DE
AQUISIÇÃO
PROCEDÊNCIA
Doação; BDMG Cultural; Vitae; Marlies
Lange Vertiz, 1995, UFMG – Biblioteca
Universitária
De acordo com a ISAD(G), este campo deve registrar a origem imediata de aquisição.
No caso do Acervo Curt Lange, este campo é comum em todos os níveis de descrição,
uma vez que esta informação não é confidencial.
TAG MARC
CONCEITO MARC
CONCEITO ISAD
CONTEÚDO/DOSSIÊS DA
SÉRIE VIDA
506
ACESSO
CONDIÇÕES DE ACESSO
Acesso conforme regulamento
próprio do Ace rvo
Este campo também é comum a todos os níveis de descrição, uma vez que essas
condições são as mesmas para todo o acervo. O regulamento de acesso está disponível
no campo MARC 856 “Acesso e localização eletrônica”.
�11
TAG MARC
CONCEITO MARC
CONCEITO ISAD
CONTEÚDO/DOSSIÊS DA
SÉRIE VIDA
520
NOTA DE RESUMO
ÂMBITO E CONTEÚDO
Os documentos estão
organizados na dossiê na
seguinte o rdem: 1. ....... - 2.
Neste campo foi especificado o conteúdo e a tipologia dos documentos contidos no
dossiê. Devido a diversidade de tipologia documental, a nota introdutória adquire
formas variadas, tais como:
q
Dossiê contendo todos os tipos de documentos
"Os documentos estão organizados no dossiê na seguinte ordem:"
q
Dossiê contendo apenas 01 documento
"O dossiê contém o documento:"
q
Dossiê contendo apenas recortes de jornais
"Os recortes de jornais estão organizados no dossiê na seguinte ordem:"
q
Dossiê contendo recorte s de jornais e outros documentos
"Os documentos estão organizados no dossiê na seguinte ordem:"
Nesse último caso, foi informada também a seguinte nota no campo MARC 500: "Os
documentos de n.º x-xx são recortes de jornais".
TAG MARC
546
CONCEITO MARC
NOTA DE LÍNGUA
CONCEITO ISAD
IDIOMA
CONTEÚDO/DOSSIÊS
SÉRIE VIDA
DA
Em português, espanhol e alemão
Descrição dos idiomas conforme os documentos do dossiê.
TAG MARC
CONCEITO
MARC
CONCEITO ISAD
CONTEÚDO/DOSSIÊS DA
SÉRIE VIDA
773
PARTE DE
RELAÇÃO ENTRE AS
DESCRIÇÕES
Parte de: Acervo Curt La nge
Parte de: Vida : Acervo Curt Lange
Este campo permite mostrar a posição da unidade de descrição na hierarquia de arranjo
do Acervo.
�12
TAG MARC
CONCEITO
MARC
CONCEITO
ISAD
CONTEÚDO/DOSSIÊS DA SÉRIE VIDA
856
ACESSO E
LOCALIZAÇÃO
ELETRÔNICA
-----------------------
Http://www.bu.ufmg.br/clange/regulamento.htm
Campo usado para acesso eletrônico de páginas, imagens etc. conforme a necessidade
de cada registro.
Definido os campos acima, foi criado o registro MARC referente ao dossiê: “Recuerdos,
documentaciones, 1923-1928” Considerado como registro mestre dentro da Série Vida.
Usando a metodologia “copy cataloging”, os demais foram criados através deste registro
mestre, sendo efetuadas as edições para as devidas alterações de dados correspondentes
aos novos registros.
3 ACONDICIONAMENTO
O acondicionamento da Série Vida permanece inalterado, mantendo-se o método
adotado pelo próprio titular. Isto é, os documentos estão inseridos em pastas suspensas –
os dossiês – que, por sua vez, estão acondicionados em dois arquivos de aço. Ao serem
recolhidos à Biblioteca Universitária, os arquivos componentes do ACL foram
numerados sequencialmente. A Série Vida encontra-se nos arquivos de número seis e
sete. Conforme mencionado anteriormente, a ordem original dos dossiês foi mantida,
ocorrendo alterações apenas na disposição física dos dossiês localizados no final do
processo de descrição. A seguir, apresenta-se a lista da Série Vida, de acordo com a
localização física.
Arquivo/Gaveta
Número de referência/Título do Dossiê
BRUFMGBUCL3.001– Recuerdos, documentaciones, 1923-1928
A6 G1
A
BRUFMGBUCL3.087 – Viaje al Ecuador, méxico, etc., 1938-1939
BRUFMGBUCL3.088 – Venezuela, 1939
A6 G2
A
BRUFMGBUCL3.219 – Decreto creación de publicaciones Instituto Int. de Musicologia, 1948
BRUFMGBUCL3.220 – Montevideo – Recortes, 1948
A6 G3
A
BRUFMGBUCL3.393 – Alemania III, 1961-1963
BRUFMGBUCL3.394 – Placards de Conferencias (Alemania), 1961-1963
A6 G4
A
BRUFMGBUCL3.529 – Os supostos concêrtos do P.J.M., 1974
�13
BRUFMGBUCL3.530 – Heterofonia Dr. Francisco Curt Lange y Minas Gerais, 1974
A7 G1
A
BRUFMGBUCL3.661– Grecia – Roma (Recuerdos), 1983
BRUFMGBUCL3.662 – Conferencia de Composición, Musicologia y Crítica Musical, 1983
A7 G2
A
BRUFMGBUCL3.763 – 2º Seminário Latinoamericano Evangelización durante la Colonia, 1989
BRUFMGBUCL3.764 – 30 Años Escuela de Música del Chacao, 1989
A7 G3
A
BRUFMGBUCL3.877– Subercaseaux, Juan – Folleto, 1992
BRUFMGBUCL3.878 – Programas de conciertos diversos, 1993
A7 G4
A
BRUFMGBUCL3.894 – [Wagner – Lohengrin], [1994]
Legenda: Arquivo=A Gaveta=G
A equipe admite a inadequação do método de acondicionamento atual, por não atender
aos princípios de preservação, mas este aspecto deverá ser brevemente considerado.
Contando com a colaboração CECOR/UFMG, a Prof. Rosângela P. Tugny, está
apresentando à Fundação Vitae, um projeto voltado para a conservação preventiva e
restauração do Acervo Curt Lange .
4 CONCLUSÃO
A experiência de descrição arquivística no nível de dossiês no VTLS pode ser
considerada positiva porque:
q
Possibilita a descrição multinível
q
Possibilita o registro das relações entre as unidades de descrição, exibindo suas
posições na hierarquia
q
Emprego de formatos e padrões internacionais, permitindo o intercâmbio de
informações através da Internet
q
Possibilita recuperar o conteúdo dos dossiês através de pesquisa por palavra chave
Pode-se dizer que a principal dificuldade na descrição da série Vida foi com relação à
língua. A série contém documentos em diversas línguas, por exemplo, alemão, servocroata, grego, russo dentre outras. Para sanar essa dificuldade, a equipe contou com o
apoio de professores de línguas clássicas da Faculdade de Letras/UFMG e de colegas de
profissão.
�14
Uma peculiaridade a ser registrada é que a Série Vida contém algumas tipologias
documentais que constituem séries ou sub-séries do acervo, como correspondências
enviadas e recebidas e fotografias. A equipe optou por manter esses documentos na
Série Vida e criar registros para estabelecer as relações entre as respectivas séries e subséries.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
TREJOS RAMÍREZ, Xinia. La norma de descripción internacional ISAD-G y su
aplicación en el Archivo Nacional de Costa Rica. INFOLAC , v. 11, n.3, 1998.
Disponível em: http://infolac.ucol.mx/boletin/11_3/archivos.html
2.
RUFI I PAGÈS, Jaume. Los modelos y la Norma: fuentes de la normalización
internacional de la descripción archivística. DoIS Documents in Information Science.
Disponível em: http://dois.mimas.ac.uk/DoIS/data/Articles/julrajcgqp:6279.html
3.
BEINECKE RARE BOOK AND MANUSCRIPT LIBRARY. Orbis Cataloging
Disponível
Manual:
Mixed
Materials
Format.
http://www.library.yale.edu/beinecke/manuscript/mscat/begcat.htm 1997.
em:
4.
CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS. ISAD (G) Norma Geral
Internacional de Descrição Arquivística. 2ª ed. rev., adotada pelo Comitê de Normas
de Descrição, Estocolmo, Suécia, 19-22 de setembro de 1999, versão final aprovada
pelo CIA. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2000, 119p.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Tratamento arquivístico na UFMG: a experiência na descrição de dossiê da série vida do acervo Curt Lange.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Maria Helena
Lopes, Marlene de Fátima Oliveira
Silva, Marina Cajaíba da
Santos, Vilma Moreira dos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O trabalho desenvolveu a segunda fase do Projeto Inventário de Acervos da UFMG
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4113/SNBU2002_102.pdf
fce88e451eb5ad0b7a64da16b3dafb4c
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A UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO DE TREINAMENTO E CONSULTA ÀS BASES
DE DADOS PELOS USUÁRIOS DA BIBLIOTECA DA FACULDADE DE
ODONTOLOGIA DE PIRACICABA – UNICAMP
Autoria: MARILENE GIRELLO
Especialista no Uso Estratégico das Tecnologias em Informação, pelo Departamento de
Biblioteconomia e Documentação da Faculdade de Filosofia e Ciências – Campus de
Marília, UNESP. Trabalha como Bibliotecária na Faculdade de Odontologia de Piracicaba,
UNICAMP.
E-mail : mgirello@fop.unicamp.br
Instituição
LIBERALLI
:
BIBLIOTECA
DA
PROF.
FACULDADE
DE
DR.
CARLOS
HENRIQUE
ODONTOLOGIA
DE
ROBERTSON
PIRACICABA
DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Endereço: Av. Limeira, 901 – CP 52 – Piracicaba, SP – Brasil - CEP 13414-903
Homepage : http://www.fop.unicamp.br/biblioteca/
1
�RESUMO
A pesquisa avalia o serviço de treinamento e consulta às bases de dados que
estão a disposição dos usuários da biblioteca para a recuperação das informações de seu
interesse. Para isso, foi aplicado 79 questionários, compreendendo 15 questões abertas e de
múltipla escolha. A população alvo estudada foi constituída por alunos da graduação, da
pós-graduação, da especialização e professores, e como requisito básico metodológico para
responder ao questionário o usuário teria que estar inscrito na Biblioteca da Faculdade de
Odontologia de Piracicaba da UNICAMP. Os dados coletados foram analisados de forma
quantitativa e qualitativa e, através dos resultados obtidos concluiu-se que: a) o serviço de
treinamento é essencial para a capacitação dos usuários no uso das novas tecnologias como
recurso informacional; b) o avanço tecnológico está marcando uma nova era para os
serviços prestados pela biblioteca universitária, para a profissão de bibliotecário e
mudando o perfil dos usuários.
Palavras-chave
Bases de Dados, Treinamento de Usuários, Tecnologia da Informação
INTRODUÇÃO
Mudanças estão ocorrendo com a natureza, a velocidade e aplicação da
tecnologia da informação em todos os setores. A biblioteca encontra-se atingida por essas
mudanças, com o desafio de mudar e inovar a forma de trabalhar; às suas funções devem
ser incorporadas novas funções e novos papéis devem ser assumidos pelas bibliotecas
(ANDRADE et al., 1998). Desde a passagem dos manuscritos para os textos impressos, o
uso do CD-ROM e o advento da biblioteca digital, as bibliotecas sempre foram
dependentes da tecnologia da informação (CUNHA, 2000), a qual está marcando uma nova
era para os serviços desenvolvidos na biblioteca e conseqüentemente mudando o papel do
profissional bibliotecário (KHALID, 2000); exigindo da biblioteca considerável atenção
aos problemas de interação dos usuários com os sistemas de informação automatizados
(LOPES, 1983), adaptando os serviços e produtos oferecidos às necessidades da clientela
(LAPP, 1996; MACHADO & WALTER, 1992).
2
�Os serviços de levantamentos bibliográficos, com a nova tecnologia do uso de
bases de dados, transformaram a biblioteca em um organismo muito mais dinâmico e
participativo, uma vez que o serviço oferecido firmou-se como um instrumento
imprescindível no desenvolvimento da atividade científica (SAMPAIO & SABADINI,
1998). Conforme Lapp (1996), os usuários somente poderão ter o máximo de uso destes
recursos tecnológicos se eles souberem o que estão procurando. O autor acrescenta que os
usuários estão confusos pela variedade de bases de dados e que eles não sabem quais bases
consultar para aquele tipo de informação. A dinâmica de mudança das tecnologias de
informação aumenta a necessidade de educar os usuários para o melhor proveito destes
recursos (KHALID, 2000), havendo a necessidade das bibliotecas oferecerem treinamentos
e cursos específicos para os usuários (CUENCA, 1999). O bibliotecário, passa a ser um
educador, capacitando os usuários a se tornarem permanentemente autônomos para
realizarem suas buscas nos sistemas de informação automatizados de forma eficiente e
eficaz (CUENCA, 1999).
O SERVIÇO DE TREINAMENTO NA FOP/UNICAMP
Com a mudança do formato eletrônico de algumas bases de dados de CD-ROM
para online, o acesso gratuito às bases LILACS e Medline e o surgimento de outras bases,
a Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da UNICAMP, desde 1998,
colocou à disposição da comunidade acadêmica o serviço de treinamento e consulta às
bases de dados, proporcionando habilidades e conhecimentos adequados no uso destas
ferramentas como recurso informacional. O treinamento era realizado nos micros da
biblioteca, com duração de duas horas e aulas práticas ministradas por um Bibliotecário.
Apesar deste serviço ser considerado de suma importância pela biblioteca e
oferecido aos usuários de forma sistemática, ele estava sendo subutilizado e alguma
característica do usuário ou do sistema que oferece o serviço, não estava adequada. O
número de alunos que procuravam pelo treinamento diminuiu consideravelmente entre os
anos de 1999 e 2000. A Faculdade de Odontologia de Piracicaba oferece cursos de pósgraduação, onde os alunos são usuários e produtores de informação. Se esses alunos não
utilizam as bases de dados da própria biblioteca do curso e não procuram pelo serviço de
treinamento, entendemos que algum desvio está acontecendo.
3
�Objetivo
A pesquisa reflete o interesse da biblioteca em levantar os motivos do
desinteresse dos usuários com relação ao serviço de treinamento e consulta às bases de
dados, bem como a necessidade de conhecer os fatores dificultadores existentes.
Metodologia
A população alvo estudada foi constituída por alunos da graduação, da pósgraduação, da especialização e professores, e como requisito básico metodológico para
responder ao questio nário o usuário teria que estar inscrito na Biblioteca da Faculdade de
Odontologia de Piracicaba da UNICAMP. A comunidade acadêmica é composta por 816
alunos e 91 professores, 794 são usuários inscritos na biblioteca. A pesquisa foi realizada
em 10% da população, totalizando 79 usuários.
A coleta de dados foi realizada através de um questionário (Anexo) que
permitiu levantar as características do sistema e do usuário, bem como suas necessidades e
opiniões em relação ao serviço de treinamento e consulta às bases de dados. O questionário
foi constituído de questões abertas e de múltipla escolha, que permitiu ao usuário opinar e
também sugerir mudanças. Os dados coletados foram analisados de forma quantitativa e
posteriormente qualitativa, procurando-se atingir os objetivos inicialmente propostos.
RESULTADOS E COMENTÁRIOS
Dos
79
questionários
aplicados,
58,22%
retornaram,
totalizando
46
instrumentos respondidos e que foram considerados para a análise.
Divulgação do Serviço
Apesar dos benefícios que a internet proporciona em facilitar o acesso à
informação e à comunicação entre pessoas, independentemente da sua localização
(HENNING, 1993), os usuários da biblioteca ainda não estão totalmente familiarizados
com essas tecnologias. Na análise foi constatado que o e-mail e a Homepage obtiveram o
mesmo porcentual, 6,38% de aceitação (tabela 1).
4
�Com 36,17% das respostas, a maior forma de divulgação do serviço foi através
do contato com o amigo/colega, como agente multiplicador, demonstrando que os outros
canais de divulgação utilizados só se tornam eficientes quando a divulgação se faz
constantemente.
TABELA 1
Como o Usuário Soube da Existência do Serviço
Formas de Divulgação
o
N (T=47)
%
Cartaz
1
2,13
Homepage
3
6,38
E-mail
3
6,38
Amigo/colega
17
36,17
Cursos em sala de aula
9
19,15
Não conhece
4
8,51
Outros
10
21,28
O Treinamento
Da população estudada, somente 22 respondentes indicaram que receberam
treinamento para utilizar as bases de dados disponíveis nos micros da biblioteca. Apesar da
maioria, 24 (52,17%) utilizarem as bases de forma autônoma, sem um treinamento prévio,
45 (97,83%) responderam que acham necessário a existência do serviço. Isso indica que a
comunidade tem interesse neste serviço, gostariam de receber o treinamento, há a
necessidade de orientação profissional, mas não o procuram por algum motivo.
Na tabela 2, pode-se observar que o método utilizado pelo Bibliotecário foi
considerado de ótimo a bom, indicando, assim, que o treinamento vem atendendo as
necessidades dos treinandos. Com relação ao material utilizado no treinamento, 16
(76,19%) responderam que o material é ótimo ou bom e 5 (23,81%) consideraram regular.
A maioria (34) gostaria de receber algum material no término do treinamento, sendo o
manual o mais indicado (7), roteiro de uso (5) e algum material complementar (3). Apesar
de haver uma considerável insatisfação com o tempo de duração do treinamento (42,86%),
os treinandos acharam que o Bibliotecário tem clareza e domínio no momento de passar as
instruções de uso das bases de dados (71,43%), indicando que o tempo não influencia o
5
�profissional na realização do treinamento. Na avaliação do item espaço físico, 2
respondentes acharam ótimo, 12 bom e 7 regular. A falta de um espaço próprio dentro da
biblioteca para realizar o treinamento em bases de dados pode ter causado a insatisfação
dos 7 respondentes.
TABELA 2
Avaliação Feita pelo Usuário do Treinamento Recebido
Pontos Avaliados
Ótimo
Bom
Regular
Método utilizado pelo bibliotecário
9
11
1
Domínio e clareza do bibliotecário
15
6
-
Material utilizado no treinamento
5
11
5
Duração do treinamento
1
11
9
Espaço físico
2
12
7
As Bases de Dados
De acordo com as respostas, 37 (82%) utiliza ou já utilizou as bases
disponíveis nos micros da biblioteca. A maior utilização dessa tecnologia está concentrada
entre estudantes de pós-graduação e docentes. Foi observado que dos 37 que utilizaram as
bases, 22 receberam um treinamento e 15 usam as bases de forma autônoma, sem uma
orientação profissional.
As bases de dados foram 97 vezes assinaladas. A quantificação do uso de cada
base está sendo representada na figura 1. As bases Medline (42) e LILACS (22) foram as
mais utilizadas pelos pesquisadores para a realização dos levantamentos bibliográficos.
6
�FIGURA 1
Uso das Bases de Dados pelos Usuários da Biblioteca
Uso das Bases de Dados
42
22
8
8
6
4
4
1
Medline
LILACS
WoS
SITE/IBICT
BBO
ProBE
UNIBIBLI
1
SciELO
1
CCN/IBICT
0
outra
ERL
Bases de Dados
Das 57 respostas, 4 (7,02%) utilizam bases em CD-ROM, 17 (29,82%) em
papel e 36 (63,16%) preferem e utilizam o formato online, identificando, desta forma, o
interesse dos pesquisadores pelos meios automáticos para a recuperação da informação e
demonstrando a boa aceitação dessa tecnologia.
Os respondentes avaliaram alguns pontos das bases de dados que utilizam e a
quantificação dos resultados obtidos estão sendo demonstrados na tabela 3. A maioria
(95,12%) considerou a linguagem das bases consultadas compreensível, 2 (4,88%)
acharam regular. A cobertura do assunto, a facilidade de uso e a atualização das bases
foram consideradas ótimo ou bom pelos pesquisadores. Apesar das bases serem
razoavelmente fáceis de usar, cada base possue recursos diferentes de busca, sendo desta
forma, necessário conhecer as especificidades de cada sistema, para que as buscas se
tornem mais eficientes (AMARAL, 1994).
TABELA 3
Avaliação das Bases de Dados pelos Pesquisadores
Pontos Avaliados
Ótimo
Bom
Regular
Linguagem compreensível
20
19
2
Cobertura do assunto
14
23
4
Facilidade de uso
13
24
4
Atualização
21
16
4
7
�A Informação Recuperada
Das 67 respostas obtidas, 27 indicaram que utilizam as bases para a elaboração
de trabalhos acadêmicos do tipo dissertação e tese, 18 de graduação, 9 de estágio, 7 outros
tipos de trabalhos (projetos de pesquisa, trabalhos e artigos científicos, preparo de aulas) e
6 de especialização.
Com 41 (95,35%) das respostas, as bases de dados, em geral, atenderam as
necessidades informacionais dos pesquisadores, que indicaram estarem satisfeitos com os
resultados que obtiveram nas pesquisas e, 36 (80%) recuperaram informações relevantes e
9 (20%) não obtiveram as informações desejadas, indicando os possíve is motivos: a) falta
de domínio da base; b) nem sempre encontrei o que procurava; c) não encontrei todos os
dados; d) tem muitas coisas que não são encontradas; e) faltaram muitas revistas; f) muitos
periódicos estão ausentes e desatualizados. Dos motivos mencionados, observa-se que a
escassez de revistas no acervo da biblioteca, as quais estejam indexadas em fontes
bibliográficas e a existência de coleções desatualizadas, foram as maiores queixas dos
respondentes insatisfeitos.
Os Equipamentos
Os equipamentos disponíveis na biblioteca foram considerados em bom estado
de utilização, apesar desta afirmativa, foi constatado que os equipamentos estão gerando
problemas quando utilizados e os problemas mais comuns estão relacionados com a
velocidade da rede e o travamento do computador; a quantidade de micros disponíveis é
suficiente para atender a demanda e os usuários também consideraram que os micros estão
em localização adequada (Tabela 4 e Figura 2).
TABELA 4
Avaliação dos Equipamentos da Biblioteca
Pontos Avaliados
Sim
Não
suas consultas?
28
16
Os equipamentos estão em bom estado de utilização?
28
16
Alguma vez que os utilizou, houve algum problema?
22
22
Os equipamentos estão em localização adequada?
38
6
Geralmente você encontra equipamentos disponíveis para
8
�FIGURA 2
Problemas mais Comuns que Ocorrem com os Microcomputadores
1
2
10
Velocidade
Travamento do Micro
Drive defeituoso
Vírus
24
Benefícios e Sugestões
Comparando as buscas de informação em catálogos tradicionais impressos com
as buscas agora possíveis através do serviço automatizado oferecido pela biblioteca, as
bases de dados, segundo os usuários, foram consideradas um importante recurso
informacional. Os usuários demonstraram que têm conhecimento dos benefícios que o
acesso às bases proporcionam e mencionaram, todos os fatores facilitadores dess e acesso.
Conforme demonstrado na tabela 5, os principais benefícios indicados foram: facilidade de
uso, informações atualizadas e maior quantidade de informações armazenadas, entre
outros.
TABELA 5
Benefícios que as Bases de Dados Oferecem, Segundo o Usuário
Benefícios
(T=60)
Facilidade de uso
36
Atualização das informações
5
Maior quantidade de informações armazenadas
4
Confiabilidade das informações
2
Ferramenta essencial para pesquisas
2
Menor custo de acesso
1
Não utiliza
2
Não respondeu
7
Nulo
1
9
�Conforme tabela 6, dos fatores dificultadores do serviço de treinamento, as
tecnologias de informação mais atualizadas e em maior quantidade (5), foram os fatores
mais reivindicados pelos pesquisadores; elaborar um manual/apostila de uso das bases de
dados, para acompanhar o treinamento (4); os respondentes mencionaram a importância de
incluir uma disciplina específica nos cursos de graduação e de pós-graduação (4), que
abordasse sobre o acesso às bases de dados; 3 indicaram a necessidade de maior
divulgação do serviço. Constata-se que os pesquisadores acham necessário a existência de
serviços desta ordem, demonstrando que as novas tecnologias de informação estão
mudando os serviços prestados pela biblioteca e marcando uma nova era para a profissão
de bibliotecário, exigindo dele, atualização constante, para acompanhar as mudanças e
atender as necessidades informacionais dos usuários com qualidade.
TABELA 6
Sugestões Indicadas pelos Usuários ao Serviço de Treinamento
Sugestões
(T=52)
Tecnologias de informação mais atualizadas e em maior quantidade
5
Disciplina específica sobre acesso à bases de dados em todos os cursos de graduação e pós
4
Manual / Apostila
4
Maior divulgação do serviço de treinamento
3
Treinamento mais longo
1
Roteiro de uso
1
Maior quantidade de profissionais capacitados
1
Destinar uma quantidade de micros somente para o acesso às bases de dados
1
Melhorar a disposição dos equipamentos no espaço físico da biblioteca
1
Melhoria do acervo e dos serviços de obtenção dos do cumentos
1
Nulo
1
Não respondeu
29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados obtidos, a Biblioteca da FOP, identificou os fatores
inibidores e reestruturou o serviço de treinamento às necessidades dos usuários,
intensificou a promoção do serviço, aumentou o tempo de duração do treinamento para
quatro horas, elaborou manuais de uso para cada base de dados e folder informativo. Além
disso, o treinamento é feito em uma sala apropriada com 18 micros interligados em rede,
10
�para o melhor aproveitamento do pesquisador. Essas mudanças surtiram um efeito
positivo. Hoje, o número de pesquisadores que procuram pelo serviço aumentou
consideravelmente, em 2000 a demanda era de 65 e em 2001 foi de 161, demonstrando que
a biblioteca não mediu esforços para solucionar os fatores dificultadores do serviço,
alcançando os objetivos propostos e desta forma possibilitou uma aproximação maior dos
usuários com os sistemas automatizados atualmente disponíveis. Observou-se que o perfil
do usuário está mudando, surge um usuário mais interessado em se capacitar no uso das
novas tecnologias para realizar, com mais autonomia, seu levantamento bibliográfico,
efetuando buscas mais eficientes e recuperando informações relevantes a pesquisa,
tornando-se mais ativo e exigente quanto à qualidade dos serviços e produtos oferecidos
pela biblioteca, justamente pelas facilidades que a tecnologia proporciona no acesso à
informação. A importância da educação dos usuários no uso da tecnologia é evidente e o
treinamento é visto como um processo para desenvolver a proficiência no uso dos recursos
informacionais. O avanço tecnológico também requer mudança no perfil do bibliotecário,
exigindo dele atualização constante, para o aperfeiçoamento profissional e para enfrentar o
desafio da tecnologia da informação, desenvolvendo habilidades para o bom uso das
ferramentas da informação e promover treinamentos para a educação do usuário na
utilização dos recursos informacionais que a biblioteca dispõe.
11
�REFERÊNCIAS
AMARAL, S.A. Marketing da informação eletrônica. Ciência da Informação, Brasília,
v.23, n.2, p.226-232, maio/ago. 1994.
ANDRADE, M.T.D. et al. Mudanças e inovações : novo modelo de organização e gestão
de biblioteca acadêmica. Ciência da Informação, Brasília, v.27, n.3, p.311-318, set./dez.
1998.
CUENCA, A.M.B. O usuário final da busca informatizada : avaliação da capacitação no
acesso a bases de dados em biblioteca acadêmica. Ciência da Informação, Brasília, v.28,
n.3, p.293-301, set./dez. 1999.
CUNHA, M.B. Construindo o futuro: a bib lioteca universitária brasileira em 2010. Ciência
da Informação, Brasília, v.29, n.1, p.71-89, jan./abr. 2000.
HENNING, P.C. Internet @ RNP.BR : um novo recurso de acesso à informação. Ciência
da Informação, Brasília, v.22, n.1, p.61-64, jan./abr. 1993.
KHALID, H.M. The use of technology for housekeeping and bibliographic searching
activities in university libraries of Saudi Arabia: the need for acceleration. Library Review ,
London, v.49, n.4, p.179-185, 2000.
LAPP, E. Information services and user training in the eletronic library. Library
Management, West Yorkshire, v.17, n.7, p.31-36, 1996.
LOPES, I.L. Consulta a base de dados : vantagens e desvantagens. Revista Brasileira de
Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v.16, n.3/4, p.31-48, jul./dez. 1983.
MACHADO, M.T.; WALTER, T. Base de dados bibliográficos dos cerrados brasileiros:
um projeto interistitucional. Ciência da Informação, Brasília, v.24, n.2, p.245-248,
maio/ago. 1995.
SAMPAIO, M.I.C.; SABADINI, A.P. O impacto do uso de bases de dados sobre o serviço
de referência, com ênfase na comutação bibliográfica. Inf. Inf., Londrina, v.3, n.1, p.45-50,
jan./jun. 1998.
12
�THE USE OF TRAINING SERVICE AND DATABASES CONSULTING FOR
LIBRARY USERS AT DENTAL SCHOOL - UNICAMP
ABSTRACT
This study analyses the use of the training and consulting services of databases
available to the library users to recover information of their interest. A questionnaire was
applied to know characteristics of the system and users. The collected data were analyzed
quantitatively and qualitatively and through the obtained results it was concluded that
training service is essential for the users in the adoption of new technologies as resource
informational and the technological progress.
Keywords
Databases, Users’ training, Information technology
13
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A utilização do serviço de treinamento e consulta às bases de dados pelos usuários da biblioteca da Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Girello, Marilene
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A pesquisa avaliou o serviço de treinamento e consulta às bases de dados que estão a disposição dos usuários da biblioteca para a recuperação das informações
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4112/SNBU2002_101.pdf
2c365898117b1e24583d5fa43fe1919d
PDF Text
Text
PERIÓDICOS CIENTÍFICOS NACIONAIS: CITADOS ou CITANTES?
Marilda Corrêa Leite dos Santos
UNESP - Instituto de Química de Araraquara
marilda@iq.unesp.br
Marisa Costa Terra
Faculdade de Educação Ciências e Letras Don Domenico
marisaterra@yhaoo.com
Resumo: Introdução: A produção científica gerada nas universidades é um dos parâmetros
mais significativos nos processos de avaliação acadêmica dos pesquisadores e docentes
dessas instituições. A grande maioria da produção técnica, científica e artística é encontrada
principalmente em periódicos científicos. Os artigos científicos arbitrados e publicados em
periódicos são a forma padrão da disseminação dos resultados de pesquisa científica no
mundo todo e em todas as áreas do conhecimento. O presente estudo é realizado com os
periódicos brasileiros científicos. Objetivo: O objetivo é identificar a situação dos periódicos
brasileiros em algumas áreas do conhecimento baseada em análise feita na Lista QualisCAPES, na Scielo - Scientific Electronic Library Online e Web of Science. Metodologia:
Identificação na Lista Qualis CAPES dos periódicos nacionais com o respectivo nível e a
circulação. Elaboração de pesquisa na Web of Science com a finalidade de identificar as
citações feitas por periódicos estrangeiros nos periódicos analisados. Posteriormente a
identificação na Scielo dos periódicos nas áreas pesquisadas acrescentando-se a cada título
encontrado o número de títulos citados e número de títulos citantes e qual a abrangência
destas citações (local, nacional e internacional). Em seguida a verificação da coexistência
dos
títulos disponibilizados na Scielo com da Lista Qualis, identificando o nível e a
circulação destes na referida Lista.
�INTRODUÇÃO
A produção científica gerada nas universidades é um dos parâmetros mais
significativos dos processos de avaliação acadêmica dos pesquisadores e docentes dessas
instituições. A grande maioria da produção técnica, científica e artística é encontrada
principalmente em periódicos científicos. Os artigos científicos arbitrados e publicados em
periódicos são a forma padrão da disseminação dos resultados de pesquisa científica no mundo
todo e em todas as áreas do conhecimento.
A avaliação da produção científica vem preocupando grande parte dos
pesquisadores já alguns anos, talvez porque não são tão claros os critérios utilizados, não
existem modelos feitos para uma avaliação com análise qualitativa, apenas a soma de dados
quantitativos.
Evidentemente, a utilização de critérios puramente quantitativos não avaliam com
exatidão o envolvimento de uma nação com a ciência e tecnologia, mas é um critério que deve
ser considerado e que somando a outros, pode demonstrar, o desconforto científico de uma
comunidade.
Nos últimos anos tem sido crescente o interesse de especialistas e autoridades
governamentais por indicadores quantitativos estes além de auxiliar o entendimento da
dinâmica de ciência e tecnologia (C&T) funcionam também como instrumentos para
planejamento de políticas e tomadas de decisões neste setor.
Nas duas últimas décadas, a produção científica brasileira cresceu de maneira
extraordinária: passou de 2609 publicações em todas as áreas do conhecimento em 1981, para
12.015 publicações, em 1999. Em 1981 as publicações nacionais representavam 0,28 do total
da literatura mundial e, em 1999, saltaram para 1,02. Esse crescimento quantitativo foi
acompanhado por um crescimento da participação da ciência brasileira nas bases indexadas do
ISI - Institute for Scientific Information. (ISI, 2000).
Entre as bases internacionais de maior repercussão, está a do Institute for
Scientific Information, Philadelphia, Estados Unidos da América do Norte (EUA). Na forma
comercial a de empresa, e científica como editora de bases de dados, o ISI busca suprir as
demandas informacionais da comunidade cientifica nos diferentes campos do saber, mantendo
a mais abrangente de dados bibliográfica e multidisciplinar de informações cientificas do
2
�mundo. Segundo Landi (2002) estima-se que circulem hoje, pelo mundo , cerca de um milhão
de periódicos científicos. Menos de um por cento deste volume, aproximadamente encontra-se
indexado nos bancos de dados do ISI.
No Brasil. a base de dados ISI cobre cerca de 16 mil publicações, entre periódicos,
livros e anais de congressos em ciências puras, ciências sociais, artes e humanidades, das quais
cerca de 8 mil são revistas técnico-cientificas (Testa, 1998). Dentre estas, somente 17 títulos
brasileiros, o que eqüivale ao percentual de 0,21%, que suscita questionamento a respeito de
sua representatividade, sobretudo quando se considera o total de revistas brasileiras.
Tomando-se como referência a base de dados do International Standard Serial Number
(ISSN), mantida pelo Instituto Brasileiro de Informação, em Ciência e Tecnologia (IBICT,
1999), são 4.580 títulos de periódicos correntes brasileiros - 331 técnico-científicos, 1.238
científicos, 3.011 técnicos -, arrolados até o segundo semestre de 1999, o que corresponde a
tão-somente 0,37%. (Targino, 2000).
O presente estudo tem como pano de fundo os periódicos brasileiros científicos
pertencentes a Lista Qualis-Capes Biênio1999/98.
O objetivo desta pesquisa foi identificar as citações feitas em periódicos brasileiros
nas três áreas do conhecimento: ciências biológicas (Medicina), ciências exatas (Química) e
ciências humanas (Educação) através da análise na Web of Science do ISI - Institute for
Scientific Information e Scielo (Scientific Electronic Library Online)
MEDODOLOGIA
Através da Lista Qualis-Capes (Biênio 98/99) foram identificados os títulos de
periódicos nas áreas de medicina, química e educação. Os títulos foram classificados de
acordo com sua circulação e nível. A partir da listagem dos títulos de abrangência nacional nível A foi realizada uma pesquisa na Web of Science (Cited Reference Search) com a
finalidade de verificar se os títulos desta abrangência e nível são citados por periódicos
estrangeiros.
3
�Em seguida identificou-se a coexistência dos títulos de abrangência nacional nível A da Scielo com a Lista Qualis de. Na Scielo identificou-se a freqüência de citações feita
nos referidos títulos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas tabelas, 1, 2 e 3, a seguir, poderá ser observado o percentual de distribuição
por abrangência (circulação ) e nível (A, B e C) dos títulos de periódicos nas áreas de
medicina, química e educação pertencentes a Lista Qualis Capes. As listagens analisadas são
com os dados apenas de abrangência nacional referentes a cada área e foram extraídos da Lista
Qualis. As tabelas 4 e 5 trazem as comparações dos dados entre as áreas analisadas e a tabela
6 traz os dados de citações nacionais dos periódicos pesquisados.
Ciências Biológicas
Tabela 1 – Distribuição dos periódicos da Lista Qualis – Área : Medicina
Abrangência
Nível
B
A
f
%
f
Total
C
%
f
f
%
%
524
57
38
4
90
10
652
71
20
2
98
11
146
15
264
28
Local
-
-
2
0,3
5
07
1
Total
544
59
138
15
241
923
100
Internacional
Nacional
0,7
26
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes- biênio 98/99
Na distribuição dos titulos de periódicos, na área de Medicina da Lista Qualis,
observa-se que predomina com 57% dos títulos a abrangência internacional com o nível A. Na
abrangência internacional encontram-se títulos de periódicos brasileiros, porém não com o
nível A, como exemplo, o Brazilian Journal Medical Biological Research, título nacional ,
com abrangência internacional de nível B.
4
�Na abrangência nacional a maior parte dos títulos está concentrada no nível C
(15%). O nível B com 11%, e na abrangência nacional de nível A aparece apenas com 2% do
total de títulos. Nota-se que a maioria dos títulos são de periódicos brasileiros.
Listagem: Área: Medicina
Circulação: NACIONAL
Título
Nível: A
ISSN
0066-782X
Nivel
A
Circulação
Nacional
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia
0004-2730
A
Nacional
Arquivos Brasileiros de Oftalmologia
0004-2749
A
Nacional
Ars Curandi
0571-1370
A
Nacional
Cadernos de Saúde Pública
0102-311X
A
Nacional
Jornal Brasileiro de Nefrologia
0101-2800
A
Nacional
Jornal de Pediatria
0021-7557
A
Nacional
Jornal de Pneumologia *
0102-3586
A
Nacional
Mem Inst Oswaldo Cruz *
0074-0276
A
Nacional
Rev Panam Salud Publica/ Pan Am J Public Health
1020-4989
A
Nacional
Revista Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina USP 0041-8781
A
Nacional
Revista AMRIGS *
0102-2105
A
Nacional
Revista Associação Médica Brasileira *
0104-4230
A
Nacional
Revista Brasileira de Genética *
0100-8455
A
Nacional
Revista Brasileira de Medicina Tropical *
0037-8682
A
Nacional
Revista da Associação Médica Brasileira *
0104-4230
A
Nacional
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical *
0037-8682
A
Nacional
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo *
0036-4665
A
Nacional
Revista Latino-Americana de Enfermagem *
0104-1169
A
Nacional
São Paulo Medical Journal *
1516-3180
A
Nacional
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
*
*
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes- biênio 98/99
* Citados por periódicos estrangeiros (pesquisa na Web of Science)
A listagem acima é referente aos títulos de abrangência nacional e nível A (2%) da
Lista Qualis na área de Medicina. Destes títulos, 80% são citados por periódicos estrangeiros,
conforme pesquisa realizada na Web of Science (Cited Ref. Search).
Nesta área destaca-se também o título Brazilian Journal Medical
Biological
Research, título nacional, de abrangência internacional de nível B, sendo muito citado por
periódicos estrangeiros de acordo com os dados encontrados na Web of Science.
5
�Ciências Exatas
Tabela 2 – Distribuição dos periódicos da Lista Qualis – Área : Química
Abrangência
Nível
B
A
f
%
f
Total
C
%
f
f
%
%
242
39
138
22
52
9
432
70
17
3
51
9
68
11
136
23
Local
-
-
-
-
47
7
47
7
Total
259
42
189
31
167
27
615
100
Internacional
Nacional
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes- biênio 98/99
Na tabela-2, baseada na Lista Qualis na área de Química, predomina a abrangência
internacional com o nível A. Na abrangência nacional segue como a área de medicina,
predomina o nível C com 11% dos títulos, seguido do nível B com 9% e com apenas 3% dos
títulos o nível A desta abrangência.
Listagem: Área: Química
Circulação: NACIONAL
Título
ISSN
Journal Materials *
Journal Essential Oil Research
*
Nível: A
Nivel
Circulação
0933-5137
A
Nacional
1041-2905
A
Nacional
0161-8202
A
Nacional
Journal of Membrane Science
0376-7388
A
Nacional
Journal of Microcolumn Separation
1040-7685
A
Nacional
0255-5476
A
Nacional
Material Science Forum
0255-5476
A
Nacional
*
0272-9172
A
Nacional
0272-9172
A
Nacional
0793-0291
A
Nacional
Microporous and Mesoporous Materials
1387-1811
A
Nacional
Organic Letters
1523-7060
A
Nacional
Pharmaceutica Acta Helvetica
00316865
A
Nacional
Propellants Explosives Pyrotechnics
0721-3115
A
Nacional
Journal of Arachnology
*
Magnetism, Magnetic Materials and their Applications
Materials Research
Materials Research Society
Metal Based Drugs
*
*
*
1042-0150
A
Nacional
Solid State Sciences
1293-2558
A
Nacional
The Science of the Total Environment
0048-9697
A
Nacional
Radiation Effects & Defects in Solids
*
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes- biênio 98/99
* Citados por periódicos estrangeiros (pesquisa na Web of Science)
6
�A listagem acima traz a relação dos 17 títulos de abrangência nacional nível A.
Aproximadamente 50% destes títulos encontram-se citados na Web of Science por periódicos
estrangeiros. Observa-se que, diferente das duas outras áreas analisadas, a maioria dos títulos
nesta abrangência e nível, não é título de periódicos brasileiros.
Listagem: Área: Química
Circulação: INTERNACIONAL
Títulos Nacionais
Journal Brazilian Chemical Society.
0103-5053
B
Internacional
Pesticidas: Revista de Ecotoxicologia e Meio Ambiente
0103-7277
C
Internacional
Quimica Nova
0100-4042
C
Internacional
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes- biênio 98/99
* Citados por periódicos estrangeiros (pesquisa na Web of Science)
Os títulos nacionais, ou seja, os títulos de periódicos brasileiros, acima citados são
de abrangência internacional. Na área de química a lista Qualis é composta de 615 títulos,
dentre os quais apenas 3 títulos de periódicos brasileiros são de abrangência internacional.
Na pesquisa realizada na Web of Science em citação dos periódicos encontrou-se
os referidos títulos nacionais citados por periódicos estrangeiros. O periódico Química Nova
aparece citado em 967 referências bibliográficas estrangeiras e nacionais.
Ciências Humanas
Tabela 3 – Distribuição dos periódicos da Lista Qualis – Área : Educação
Abrangência
Nível
B
A
f
%
f
Total
C
%
f
Internacional
3
5
2
3
Nacional
8
13,5
10
17
Local
3
5
6
Total
14
23
18
f
%
-
%
-
5
20
33
38
63,5
10
8
13,5
17
28,5
30
28
47
60
8
100
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes- biênio 98/99
7
�A área de Educação, conforme a distribuição da tabela-3, observa-se que a
concentração dos títulos estão na abrangência nacional de nível C, isto é, 63% dos títulos são
de abrangência nacional e 47% destes estão no nível C. Apenas 5% dos títulos são de
abrangência internacional. Acredita-se que seja uma característica da área. A abrangência
nacional é composta por 8 títulos, ou seja 13,5% dos títulos da Lista Qualis.
Listagem QUALIS Área: Educação Circulação: NACIONAL
Título
ISSN
Cadernos CEDES
*
Contemporaneidade e Educação
*
Nivel
Nível: A
Circulação
A
Nacional
A
Nacional
Educação e Filosofia
A
Nacional
Educação e Pesquisa
A
Nacional
Em Aberto
A
Nacional
A
Nacional
A
Nacional
A
Nacional
História da Educação
*
*
Psicologia da Educação
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes- biênio 98/99
* Citados por periódicos estrangeiros (pesquisa na Web of Science)
Nesta área, também como na área de medicina, os títulos de abrangência nacional
de nível A são títulos de periódicos brasileiros e 50% destes títulos são encontrados em citação
de periódicos estrangeiros na Web of Science.
Listagem QUALIS Circulação: INTERNACIONAL
Título
Títulos Nacionais
ISSN
Cadernos de Pesquisa
*
*
Nivel
Circulação
A
Internacional
A
Internacional
Revista Brasileira de Educação *
A
Internacional
Educação e Realidade
B
Internacional
Educação em Revista
B
Internacional
Educação e Sociedade
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes- biênio 98/99
* Citados por periódicos estrangeiros (pesquisa na Web of Science)
A área de Educação, na Lista Qualis é composta de 60 títulos (Tabela-3), portanto,
parece ser significativo um percentual 14% referente a abrangência internacional com títulos
nacionais nesta área.
8
�A seguir observa-se os dados entre as três áreas analisadas. Estes dados foram
extraídos da Lista Qualis-Capes biênio 98/99.
Tabela – 4 Distribuição: Abrangências por Área
Abrangência/ Internacional Nacional
(A-B-C)
(A-B-C)
Níveis
%
%
Tabela – 5 Distribuição: Abrangência Nacional
Local
(A-B-C)
%
Biológicas
70,6
28
Medicina
Exatas
70,2
22
Química
Humanas
8
63,5
Educação
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes biênio 98- /99
1
8
28,5
Abrangência/
Níveis
Nacional
A
f
B
%
f
C
%
f
Biológicas
20 2
98 11
Medicina
Exatas
17 3
51
8
Química
Humanas
8 13
10 17
Educação
Fonte:Capes-Lista Qualis Capes- biênio 98/99
%
146
15
68
11
20
33
Na tabela 4, os títulos estão distribuídos dentro das áreas pela abrangência e
agrupados pelos níveis. Nesta ordem observa-se que a Medicina e a Química predominam na
abrangência internacional, isto é, a maior parte dos títulos destas duas áreas está concentrada
na abrangência internacional. Já, na Educação a maioria dos títulos está concentrada na
abrangência nacional.
A tabela-5 apresenta a distribuição de títulos na abrangência nacional. Estima-se
que a maioria dos títulos de periódicos brasileiros, pertencentes a Lista Qualis, concentram-se
nesta abrangência. Nesta distribuição, dentro da abrangência nacional, a área de Medicina
detem a maioria dos títulos no nível C, seguido pelo nível B e posteriormente o nível C. Nas
áreas de química e educação prevalece a mesma distribuição. Portanto, conclui-se que a
maioria dos títulos de abrangência nacional, pertencentes a Lista Qualis destas áreas, estão
concentrados no nível C.
Diante destes resultados, pode-se identificar e analisar as citações destes
periódicos no âmbito nacional, ou seja, os periódicos de abrangência nacional analisados no
contexto da pesquisa brasileira. Para isto, utilizou-se os títulos de periódicos disponibilizados
pela Scielo.
9
�Listagem: Títulos coexistentes na Listas Qualis e Scielo
Titulos
QUALIS/SCIELO
ISSN
Nível
Circulação Disponível
Área
Educação e Sociedade
0101-7330
A
Internacional
SCIELO
Educação
Brazilian Journal Medical Biological Research
0100-879X
B
Internacional
SCIELO
Medicina
Journal Brazilian Chemical Society
0100-5053
B
Internacional
SCIELO
Química
Química Nova
0100-4042
B
Internacional
SCIELO
Química
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
0066-782X
A
Nacional
SCIELO
Medicina
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia
0004-2730
A
Nacional
SCIELO
Medicina
Cadernos CEDES
0101-3262
A
Naciona
SCIELO
Educação
Cadernos de Saúde Pública
0102-311X
A
Nacional
SCIELO
Medicina
Jornal de Pneumologia
0102-3586
A
Nacional
SCIELO
Medicina
Materials Research
0272-9172
A
Nacional
SCIELO
Química
Memorial do Instituto Oswaldo Cruz
0074-0276
A
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista Associação Médica Brasileira
0104-4230
A
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
0037-8682
A
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
0036-4665
A
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista Latino-Americana de Enfermagem
0104-1169
A
Nacional
SCIELO
Medicina
São Paulo Medical Journal
1516-3180
A
Nacional
SCIELO
Medicina
Anais da Academia Brasileira de Ciências
0001-3765
B
Nacional
SCIELO
Medicina
Arquivos de Gastroenterologia
0004-2803
B
Nacional
SCIELO
Medicina
Brazilian Journal of Infectious Diseases
1413-8670
B
Nacional
SCIELO
Medicina
Brazilian Journal of Physics
0303-402X
B
Nacional
SCIELO
Química
Eclética Química
0100-46770
B
Nacional
SCIELO
Química
Genetics and Molecular Biology
1415-4757
B
Nacional
SCIELO
Química
Psicologia USP
0103-6564
B
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
4420-5390
B
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia
0034-7299
B
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista Brasileira de Psiquiatria
1516-4446
B
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista de Microbiologia
0001-3714
B
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista de Saúde Pública
0034-8410
B
Nacional
SCIELO
Medicina
Acta Cirúrgica Brasileira
0102-8650
C
Nacional
SCIELO
Medicina
Arquivos de Neuro-Psiquiatria
0004-282X
C
Nacional
SCIELO
Medicina
Brazilian Journal of Chemical Engineering
0104-6632
C
Nacional
SCIELO
Química
Cerâmica
0366-6913
C
Nacional
SCIELO
Química
Ciência e Tecnologia de Alimentos
0101-2061
C
Nacional
SCIELO
Química
Estudos de Psicologia
0103-166X
C
Nacional
SCIELO
Medicina
Polímeros: Ciência e Tecnologia
0104-1428
C
Nacional
SCIELO
Medicina
Radiologia Brasileira
0100-3984
C
Nacional
SCIELO
Medicina
Revista Brasileira De Biologia
0034-7108
C
Nacional
SCIELO
Química
Scientia Agrícola
0103-9016
C
Nacional
SCIELO
Medicina
Fonte: Capes - Lista Qualis Capes biênio 98-/
Fonte: Scielo (Scientific Electronic Library Online)
10
�A listagem Títulos coexistentes na Listas Qualis e Scielo traz os títulos de
periódicos nas áreas de Medicina, Química e Educação pertencentes a Lista QUALIS e
disponibilizadas no SciELO. Dentre os 80 títulos disponibilizados pela
Scielo, 38 títulos,
destas áreas, coexistem na Listas Qualis. Destes 5% têm abrangência internacional. A análise
foi feita a partir da lista Scielo.
Tabela – 6 Revista mais citadas* – Ordem decrescente de freqüência de citação
Titulos QUALIS/SCIELO
ISSN
Nivel
Circulação Citações
* Posição**
Memorial Instituto Oswaldo Cruz
0074-0276
A
Nacional
617
1º
Revista de Saúde Pública
0034-8410
B
Nacional
334
2º
Revista da Sociedade Bras.de Medicina Tropical 0037-8682
A
Nacional
302
3º
Revista do Instituto de Medicina Tropical de SP
0036-4665
A
Nacional
272
4º
Cadernos de Saúde Pública
0102-311X
A
Nacional
233
5º
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
0066-782X
A
Nacional
192
6º
Brazilian Journal Medical Biological Research
0100-879X
B
Internacional
163
7º
Arquivos de Neuro-Psiquiatria
0004-282X
C
Nacional
158
8º
Química Nova
0100-4042
B
Internacional
143
9º
Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
4420-5390
B
Nacional
51
13º
Revista Associação Médica Brasileira
0104-4230
A
Nacional
38
17º
Acta Cirúrgica Brasileira
0102-8650
C
Nacional
35
18º
Cerâmica
0366-6913
C
Nacional
33
19
Brazilian Journal of Physics
0303-402X
B
Nacional
20
26
Educação e Sociedade
0101-7330
A
Internacional
27
23
Ciência e Tecnologia de Alimentos
0101-2061
C
Naciona
23
24
Brazilian Journal of Chemical Engineering
0104-6632
C
Nacional
11
29
Materials Research
0272-9172
A
Nacional
7
32
Cadernos CEDES
0101-3262
A
Nacional
5
34
Eclética Química
0100-46770
B
Nacional
4
35
Estudos de Psicologia
Fonte: Scielo (Scientific Electronic Library Online)
0103-166X
C
Nacional
1
36
* Revistas mais citadas em um período de três anos Ano base 2001 (Citações de revistas da Scielo)
** Classificação de acordo com os 36 títulos mais citados
Na tabela 6 observa-se que os periódicos na área de Medicina, aparecem do 1º ao 8º como
os mais citados dentro desta ordem. Nota-se que, dos 80 títulos disponibilizados pela Scielo, os mais
citados por revistas da Scielo são da área de medicina.
11
�Dentre os periódicos brasileiros disseminados via ISI, dez (58,82%) possuem
homepage na Internet. Destes, sete (41,18%) estão também no Scientific Electronic Library
Online (SCIELO), o qual divulga o objetivo das revistas, as instruções aos autores, as formas
de assinatura e as bases de dados onde estão indexadas(Targino, 2000).
Um dos padrões proposto pelo ISI, o “índice de imediação” (immediacy index),
calculado pelo número de citações dos artigos durante o mesmo ano em que são publicados
representa a idéia de rapidez com que são referidas as publicações. As publicações eletrônicas
contribuem com este instrumento de avaliação, pois, disseminam rapidamente as pesquisas
científicas. No Brasil a Scielo tem se destacado na rapidez e eficiência na disponibilização do
periódicos na forma eletrônica.
CONCLUSÃO
Na conclusão desta pesquisa citamos ainda, um artigo nacional tratando da
internacionalidade da ciência. Neste artigo o autor (Forattini, 1997) diz que “a ciência para
merecer este nome, deve ser internacional.” [...] Mas, como dar à nossa pesquisa roupagem
internacional? Para alguns, bastará redigir o manuscrito e, logicamente, publicá-lo em idioma
inglês. Haja visto o polular de novos "Brazilian Journals" e mesmo de periódicos tradicionais,
assim transvestidos até na sua própria correspondência interna.
No entanto, entendemos que se faz necessário uma política de citação de
periódicos. A quantidade de citações, principalmente no âmbito internacional é um dos
instrumentos utilizados também na avaliação da produção científica de um país.
Atualmente, não é mais questionado se deve-se ter sistemas de avaliação, discutese como eles devem ser estruturados e como devem funcionar.
As citações de periódicos nacionais em periódicos estrangeiros ainda são muito
irrelevantes. As citações de periódicos nacionais em periódicos nacionais também ainda são
pouco significativas.
Para exemplificar verificamos o periódico Química Nova. Este periódico durante o
período analisado teve 143 citações. Porém 113 (80%)das citações vieram do próprio
periódico, o restante das citações 20% vieram de outros 5 periódicos nacionais.
12
�Em se tratando de citações feitas pelo periódico Química Nova encontramos 218
revistas citadas. Apenas 6% das revistas citadas são referentes a periódicos nacionais. E assim
verificamos outros títulos como a Acta Cirurgica Brasileira , Educação e Sociedade, e outros
onde não chegam 10% de suas citações em títulos de periódicos nacionais.
Diante desta amostragem, conclui-se que o fortalecimento dos periódicos
nacionais junto aos sistemas de avaliação nacional e/ou internacional necessita de uma política
estabelecida de citação do periódico nacional e da conscientização dos autores/pesquisadores
no que se refere ao significado estratégico da citação destes periódicos, assim como da própria
produtividade científica brasileira. O alto índice de citação dos periódicos nacionais,
principalmente citados em periódicos estrangeiros, contribuirá efetivamente para as categorias
indicativas de qualidade (A alta, B média ou C baixa) e também para a abrangência de
circulação (internacional, nacional e local) destes periódicos.
Este estudo foi realizado em apenas três áreas do conhecimento e um período parcial de
publicações, portanto representa um momento do cenário de uma área.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FORATTINI, O. P. A internacionalidade da ciê ncia
Rev. Saúde Pública, v. 31 n. 2, abr. 1997
INSTITUTE FOR SCIENTIFIC INFORMATION (ISI). About ISI. [on-line] Disponível:
http://www.isinet.com/prodserv/citation/citsci.html.Arquivo acessado em Junho de 2002.
INSTITUTE FOR SCIENTIFIC INFORMATION (ISI).
http://www.webofscience.fapesp.br. Acessado em Julho de 2002
Cited
reference
Disponível:
LANDI, F. R. Produção Científica IN: Indicadores de ciência, tecnologia e inovação em São
Paulo – 2001 FAPESP. São Paulo, FAPESP, 2002. 488p. Cap. 6
Qualis http://gw-prpg.prpg.ufpb.br/~foprop/ Arquivos capturado em 22.03.2002
Scielo (Scientific Electronic Library Online). Disponível: http://www.scielo.br. Acessado em Julho 2002.
TARGINO, M. G. & GARCIA, J.C.R. Ciência brasileira na base de dados do Institute for Scientific
Information (ISI) Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n.1 jan./abr. 2000. Disponível:
http://www.scielo.br. Acessado abril 2002.
TESTA, J. A base de dados ISI e seu processo de seleção de revistas. Ciência da Informação,
Brasília, v.27, n.2, p.233-235, maio/ago. 1998. Disponível: http://www.scielo.br. Acessado abril 2002.
13
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Periódicos Científicos Nacionais: citados ou citantes?
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Marilda Corrêa Leite
Terra, Marisa Costa
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O objetivo é identificar a situação dos periódicos brasileiros em algumas áreas do conhecimento baseada em análise
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4111/SNBU2002_100.pdf
69ac3b1b733cbd869b418b03755ee192
PDF Text
Text
PROGRAMA DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DE PESSOAS EM
PERSPECTIVA SISTÊMICA E ACADÊMICA NA REDE DE
BIBLIOTECAS DA UNESP: 2001 - 2004
Eixo temático:
Gerenciamento Organizacional de Bibliotecas Universitárias
Mariângela Spotti Lopes Fujita*
cgb@marilia.unesp.br
Maria Constância Martinhão Souto*
msouto@marilia.unesp.br
Maria Ferraz Souto**
mferraz@reitoria.unesp.br
* UNESP/Coordenadoria Geral de Bibliotecas
Avenida Vicente Ferreira, 1278 – Maria Izabel
17515-901 Marília - SP Brasil
** UNESP/Coordenadoria Geral de Bibliotecas
Alameda Santos, 647 10. andar
Cerqueira César
01419-901 São Paulo – SP Brasil
�1
Programa de Gestão da Informação e de Pessoas em
Perspectiva sistêmica e Acadêmica na Rede de
Bibliotecas da Unesp: 2001 - 2004
Resumo : A gestão de informação e de pessoas em unidades e redes de informação
necessita da participação efetiva do todo, a partir do Planejamento Estratégico para clareza,
identidade e definição de objetivos e metas comuns. O foco principal do Planejamento
Estratégico foi a Gestão Participativa, com a proposta de se obter e utilizar os novos
produtos e serviços, bem como capacitar a equipe para garantir a eficácia na
disponibilização dos mesmos. Considera Gestão Participativa, a integração entre o Órgão
Coordenador e a Rede de Bibliotecas com a comunidade acadêmica e administrativa. A
Coordenadoria Geral de Bibliotecas da Unesp, órgão responsável pelo funcionamento
sistêmico das vinte e três bibliotecas que compõem a sua Rede, espalhadas em dezesseis
cidades do Estado de São Paulo, desenvolveu a partir de 1999 um Programa de Ação em
perspectiva sistêmica e acadêmica, que resultou no Planejamento Estratégico 2001 – 2004.
As diretrizes do Planejamento Estratégico foram definidas a partir de revisão da literatura,
necessidades e exigências do usuário, aquisição e utilização das inovações tecnológic as
disponíveis no mercado, plano anual das atividades das Bibliotecas da Rede e experiência
acadêmica na Universidade. Como resultado da implementação do Planejamento
Estratégico obtém-se a modernização e adequação das Bibliotecas à realidade da
Sociedade do Conhecimento, através da adoção de padrões internacionais de excelência
para os serviços e produtos oferecidos, e conscientização e comprometimento da Rede de
Bibliotecas, para que racionalize e compartilhe recursos na Rede local e com outros
sistemas de informação nacionais e internacionais. Conclui-se que o alcance dos resultados
atende às reais necessidades da comunidade científica e acadêmica, permitindo que a
Universidade atinja seus objetivos de ensino, pesquisa e serviços de extensão, em benefício
da Sociedade.
�2
Introdução
Considerando a biblioteca universitária dentro do seu contexto mais amplo – a
Universidade ou a Instituição de Ensino Superior – é importante compreender que sua
gestão não poderá estar desvinculada do meio -ambiente acadêmico e sua cultura. Neste
ambiente sabe-se que o principal insumo é o conhecimento e por isso a informação é uma
das principais demandas de uma comunidade de pessoas que possuem conhecimento e o
compartilham incessantemente para promover a geração de mais conhecimento a ser
registrado e divulgado.
A dinâmica dessa comunidade possui seus próprios canais de comunicação formais e
informais instituídos por condicionantes acadêmicos para estabelecer seus próprios meios
internos e externos de validação do conhecime nto. Assim, temos os Programas de PósGraduação com a pesquisa geradora de conhecimento, validada pelo corpo de docentes
credenciados que orientam e que avaliam; os Grupos de Pesquisa que desenvolvem
pesquisas, cuja validação é feita por interlocução com seus pares externos; o ensino de
Graduação, cujos conteúdos curriculares são continuamente validados por colegiados
internos sob princípios da legislação vigente. Enfim, é um organismo vivo, um
agrupamento de pessoas em permanente interação com atividades específicas.
Em seu contexto, a biblioteca universitária é um sistema de informação que é parte de um
sistema de informação acadêmico, mas, por outro lado, integra sistemas de informação
locais, regionais, nacionais e internacionais. Essa condição expõe a biblioteca universitária
a um contexto social, político e econômico também amplo e, atualmente, em processo
acelerado de mudanças face ao fenômeno da Globalização.
Nessa perspectiva, a biblioteca universitária poderá atender mais adequadamente a
demanda de informação dessa comunidade ao incluir-se como participante desse processo
interativo com uma gestão estratégica e participativa e passar a refletir em seu
planejamento estratégico a visão sistêmica e acadêmica efetiva e atuante, de fato e de
direito.
O momento atual vivido pelos Sistemas de Informação exige o estabelecimento de um
Programa de Gestão de Informação e de Pessoas, que considere a cultura da Instituição
�3
acadêmica, inserindo-a na Sociedade da Informação, resultado da Globalização vivida pela
humanidade.
A gestão estratégica e participativa com pessoas em perspectiva sistêmica
Todo o contexto e ambiente da biblioteca universitária vistos sob enfoque sistêmico são
bastante abrangentes por conta da Universidade ter uma função social que transcende seus
limites institucionais. Tachizawa et al. (2001, p.55) entende que o enfoque sistêmico
permite ver a instituição como um macrosistema aberto interagindo com o meio ambiente.
O meio ambiente, através do enfoque sistêmico, servirá como base para a definição de
cenário provável de longo prazo para a definição de objetivos institucionais e suas
estratégias. (TACHIZAWA et al., 2001, p.55)
A Universidade promove a construção de conhecimento através da pesquisa, e realiza, por
meio dos conteúdos curriculares, o contato do aluno com o conhecimento já construído. A
construção de conhecimentos através da pesquisa é, antes de tudo, o pensar de forma
crítica e com liberdade acadêmica. O conhecimento construído em pesquisa é difundido e
ampliado no ensino (e vice-versa) e socializado na extensão, contexto em que novamente
receberemos subsídios que impliquem criação de novos conhecimentos.
Tudo isso, de
forma contínua, em um contexto dinâmico, onde, naturalmente, convivemos com os
elementos que põem em funcio namento o processo de construção de conhecimentos: a
reflexão e a discussão sobre os saberes teóricos e metodológicos e a motivação para a
busca de soluções, ainda que parciais e temporárias para problemas existentes em nosso
mundo a cada contribuição da C iência.
As funções básicas da biblioteca universitária derivam dessa dinâmica social que, em um
movimento circular, fornecem insumos para sua própria continuidade.
Dentro dessa
dinâmica, visualizamos as funções de:
• Armazenagem do conhecimento: desenvolvimento de coleções, memória da produção
científica e tecnológica, preservação e conservação;
• Organização do conhecimento: qualidade de tratamento temático e descritivo que
favoreça o intercâmbio de registros entre bibliotecas e sua recuperação;
�4
• Acesso ao conhecimento: a exigência de informação transcende o valor, o lugar e a forma
e necessita de acesso. Por isso devemos pensar não só em fornecer a informação, mas
possibilitar o acesso simultâneo de todos.
Para o desempenho dessas três funções, rapidamente podemos inferir que há necessidade
da existência de requisitos, tanto por parte da infra-estrutura física e de materiais quanto
dos profissionais:
ü pessoas com conhecimento teórico-prático
ü visão sistêmica para uma gestão estratégica
ü política de rede e sistema de informação
ü tecnologia de comunicação de dados para conexão com outros sistemas de
informação
Os dois primeiros requisitos dizem respeito às pessoas com o conhecimento teórico-prático
e sua contínua interação. Os dois últimos requisitos estão atrelados às condições materiais
e políticas da instituição em seu meio ambiente e servirão para facilitar a interação com o
meio-ambiente.
O enfoque sistêmico nos permite observar um cenário composto pela inserção da biblioteca
universitária em um meio ambiente acadêmico com ampla função social, no qual as
pessoas são os principais valores, porque são portadoras de conhecimento e agentes da
geração e consumo de conhecimento.
Em qualquer contexto, o que provoca mudanças e realiza atividades são as pessoas. As
pessoas se envolvem e dão algo de si mesmas. “Modernizar edifícios, fábricas, máquinas e
equipamentos, tecnologias, matérias-primas, produtos e serviços somente tem sentido
quando se faz isso tudo através das pessoas...” (CHIAVENATO, 1997, p.xii). Portanto, é
estratégico gerenciar a biblioteca universitária com a participação das pessoas que
integram o meio ambiente para que elas sejam os sujeitos ativos da gerência.
A gestão estratégica numa organização pode ser entendida como o conjunto de
decisões tomadas previamente acerca do que deve ser feito a longo prazo.
�5
Gestão, em síntese, é pôr em prática uma estratégia, tanto no nível microssocial
quanto no nível macrossocial, ou seja, operacionalmente, as estratégias devem
direcionar a gestão da organização. (TACHIZAWA et al., 2001, p.61)
Nesse modo participativo, a gerência realiza -se numa forma de democracia de consenso
em que “...prevalece o resultado das negociações entre todas as partes, incluindo também a
vontade das minorias e de todas as partes envolvidas.” (CHIAVENATO, 1997, p.62)
Nesse caminho, estamos absorvendo parte das propostas teórico-metodológicas da
administração participativa e da administração estratégica. Entretanto, o foco da proposta
que se faz presente, constitui-se nas pessoas integrantes dos micro e macrosistema e sua
interação.
Dirigindo esse foco no ambiente da biblioteca universitária, estamos considerando a
Universidade como o macrosistema que se constitui com seus docentes, pesquisadores,
alunos e servidores técnic o-administrativos, as pessoas que realizam as atividades de
ensino, pesquisa e extensão com o objetivo de geração e disseminação de conhecimentos.
A biblioteca universitária, como microsistema, constitui-se como sistema de informação
dotado de infra-estrutura física de armazenagem, organização e recuperação de
conhecimentos e de pessoas que realizam as atividades técnicas e administrativas.
Ações de gestão estratégica, tais como: criação de Grupos de Metas, Grupos de Trabalhos,
Comissões, Listas de Discussões, Publicações de Portarias, Reuniões Periódicas, dentre
outros, com representatividade dos três segmentos da Universidade, docente, discente e
administrativo, proporcionaram a interação dessas pessoas que formaram parcerias para o
alcance de objetivos mútuos.
Tais ações da gestão estratégica e participativa resultaram no planejamento estratégico
contido no Programa de gestão da informação e de pessoas em perspectiva sistêmica e
acadêmica na rede de bibliotecas da UNESP: 2001 – 2004.
Planejamento estratégico da Coordenadoria Geral de Bibliotecas da Unesp
�6
Em janeiro de 2001, toma posse o novo Reitor da Unesp. A cada quatro anos muda-se a
cúpula dirigente da Universidade (Reitor, Vice-Reitor, Pró-Reitores, Assessores). Em toda
gestão, pressupõe-se a elaboração de um planejamento estratégico de todos os setores, que
se coadunem entre si e com a política adotada pelos administradores, visando o enfoque e
funcionamento sistêmico do órgão.
É necessário que haja uma efetiva interação das
propostas adotadas e da tomada de decisões para que a Universidade atinja plenamente os
objetivos a que se propõe, baseado no tripé: ensino, pesquisa e extensão à comunidade;
mantendo o nível de excelência e qualidade em prol da sociedade que a mantém.
Uma
das
finalidades
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8
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$ spersas
em
dezesseis diferentes cidades do Estado de São Paulo, com características, necessidades e
expectativas próprias e peculiares, não só do ponto de vista de necessidades
informacionais, como também de exigências e carências econômico-sociais regionais. Isto
se constitui em grande desafio a ser vencido.
Procurou-se, então, com o planejamento
estratégico transformar essas dificuldades/diferenças em oportunidades de ações.
As
diferenças haviam de ser respeitadas, consideradas e transformadas em soluç ões
específicas. O planejamento estratégico deveria ter uma base comum, padronizada, porém
adaptado às especificidades de cada Unidade universitária.
Ações propostas pela Coordenadoria
Considerando a perspectiva sistêmica e acadêmica de gestão participativa e transparente,
algumas ações foram propostas e concretizadas, ou se encontram em andamento através
do:
• Estabelecimento da Missão da Coordenadoria Geral de Bibliotecas da Unesp, definida
pela sua equipe, em consonância com os objetivos da Universidade:
Propiciar uma efetiva interação entre a Rede de Bibliotecas, o meio acadêmico e
Instituições congêneres Nacionais e Internacionais, através de ações conjuntas,
facilitando a comunicação entre os vários segmentos da Universidade, visando à
democratização da informação em benefício da Sociedade (UNIVERSIDADE
ESTADUAL PAULISTA. Coordenadoria Geral de Bibliotecas. Programa de
Gestão ..., 2001, p.1)
•
Estabelecimento da Missão da Rede de Bibliotecas, decidida em Fórum de Diretoras
Técnicas da Rede de Bibliotecas de Bibliotecas:
Disponibilizar a informação, apoiando as atividades de ensino, pesquisa e
extensão, contribuindo para a melhoria de vida do cidadão (UNIVERSIDADE
ESTADUAL PAULISTA. Coordenadoria Geral de Bibliotecas. Programa de
Gestão ..., 2001, p.1)
�11
(
Instituição de execução de Plano e Relatório Anuais de Atividades
dos três Grupos que compõem a Coordenadoria:
- Grupo
de
Apoio
Técnico
Especializado,
responsável
pela
Assessoria à Coordenação no Planejamento e Gerenciamento
da Rede;
- Grupo
de
Automação,
encarregado
pelo
processo
e
gerenciamento da automação das rotinas das bibliotecas,
bem
como
pelo
seu
funcionamento
em
redes
locais
e
remotas;
- Grupo
de
Formação
e
Desenvolvimento
de
Coleções,
incumbido de dotar as bibliotecas de recursos informacionais;
(
Instituição de execução de Plano e Relatório Anuais de Atividades das
vinte
e
três
Bibliotecas
que
compõem
a
Rede
de
Bibliotecas,
estabelecidos oficialmente pela publicação da Portaria 471/99.
É importante ressaltar o quanto os Planos e Relatórios Anuais de
Atividades da Rede de Bibliotecas forneceram subsídios e embasaram o
Planejamento
Estratégico
da
Coordenadoria.
Essas
ferramentas
permitiram mapear, analisar e avaliar o potencial das bibliotecas, o que
possibilitou que se propusessem metas a serem cumpridas com vistas à
modernização e ao funcionamento sistêmico das Bibliotecas da Rede,
em âmbito da Unesp e com sistemas de informação externos.
( Articulação administrativa e acadêmica
Proposta de mecanismos que fornecessem subsídios e condições que
possibilitassem e facilitassem a articulação da Rede de Bibliotecas,
integrando-a no contexto da Universidade, mais precisamente com o
meio acadêmico e administrativo.
Para tanto, a partir de 1999,
�12
estabelece-se
uma
mudança
na
política
de
atuação
da CGB que
implanta uma gestão participativa e transparente, ouvindo-se todas as
Unidades e aproximando e envolvendo-as com os meios acadêmico e
administrativo.
As ações adotadas de articulação administrativa e
acadêmica podem ser classificadas em seis grupos principais:
- Relações pessoais para política administrativa: Instituição do
Fórum de Decisões com Diretores Técnicos de Bibliotecas,
Visitas Técnicas da Coordenação às Unidades, Participação
em Reuniões de órgãos colegiados, Reuniões, Contatos com
Diretores e Coordenadores de Áreas;
- Participação em Comissões Acadêmicas: Comissão Técnica de
Biblioteca e Comissão de Bibliotecas, instituídas pela Portaria
471/99, Comissão Supervisora (em fase de estudo);
- Comunicação:
integração
da
Listas
de
Discussão
Rede,
rompendo
as
que
possibilitam
barreiras
da
a
distância
geográfica e zerando o elemento tempo;
- Pesquisa avançada, com a criação de: Quatro grupos de
metas: (Consolidação das Novas Tecnologias, Verbas para
Material Bibliográfico e Aquisição Descentralizada, Articulação
Estratégica e maior Integração entre as Bibliotecas da Rede e
a
Coordenadoria
Geral
de
Bibliotecas
e
Valorização
de
Recursos Humanos); Grupos de Trabalhos; Parcerias com
Departamentos das Unidades Universitárias;
- Sistematização
e
divulgação
das
Rotinas:
Publicações
de
Normas e Portarias;
- Conscientização para a função e uso da Biblioteca Acadêmica:
Instituição de Datas Comemorativas (Semana Nacional da
Biblioteca e Dia do Livro, Recepção aos Calouros).
�13
( Experiência acadêmica na Universidade
Ao
ser
gerenciada,
a
partir
de
1999,
por
uma
biblioteconomista,
docente do Departamento de Ciência da Informação, com visão ampla
de
Universidade,
acadêmico,
possibilitou-se
beneficiando
e
uma
integração
completando
o
total
com
enfoque
o
meio
sistêmico
e
acadêmico da gestão participativa.
(
Aquisição
e
utilização
das
inovações
tecnológicas
disponíveis
no
mercado
Em 1995, a Coordenadoria Geral de Bibliotecas concentra esforços no
Projeto de Automação das Bibliotecas, iniciando suas atividades de
automação,
Bibliodata,
Cooperativa,
firmando convênio com a Fundação Getúlio Vargas –
que
permite
através
do
a
utilização
de
aproveitamento
recursos
de
da
registros
Catalogação
bibliográficos
prontos, visando a formação do Banco de Dados Bibliográficos da
Unesp.
Para que isso se concretizasse, fazia-se necessária a aquisição de
softwares e hardwares adequados às necessidades de automatização
dos processos operacionais das bibliotecas e que possibilitassem sua
operação em redes locais e remotas.
Com recursos obtidos nos Projetos INFRA I-IV, da FAPESP – Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, foi possível que a Rede
de
Bibliotecas
e
a
Coordenadoria
formassem
o
seu
parque
computacional moderno e adequado às suas necessidades, bem como
adquirisse
softwares
avançados
e
de
ponta,
viabilizando
a
implementação do Projeto de Automação da Rede, que era exigido pela
sua comunidade acadêmica e científica, insatisfeita com o processo
�14
manual vigente que dificultava a recuperação e acesso à informação,
bem como a participação em sistemas de informação similares, em
nível nacional e internacional.
( Software ALEPH-500
Em 1997, decidiu-se pela aquisição do software ALEPH-500, tendo em
vista as vantagens oferecidas, tais como:
ü atendimento às necessidades técnicas e custo/benefício,
ü compatibilidade com outros sistemas,
ü compartilhamento de recursos informacionais
O software permitiu que as vinte e três bibliotecas passassem a se
utilizar
da
funções
mesma
locais,
facilitando
e
metodologia
possibilitando
reduzindo
os
operacional
uma
custos
automatizada
intercomunicação
das
atividades
para
as
permanente,
de
integração,
coordenação e treinamento de pessoal.
( Software SCAD
Um dos serviços desenvolvidos entre as Bibliotecas da Rede Unesp é a
Comutação Bibliográfica, que consiste no fornecimento a seus usuários
de
cópias
xerográficas,
em
sua
grande
maioria
de
artigos
de
publicações periódicas, independente de onde ele ou a publicação se
encontrem fisicamente, permitindo assim, o acesso a toda coleção
existente
nas
bibliotecas
componentes da Rede que, apresentavam
alguns desafios a serem superados, como:
ü morosidade,
ü atraso
na
processamento,
obtenção
da
informação
referente
ao
�15
ü desatualização de informações,
ü maior utilização de mão de obra,
ü falta de relatórios e estatísticas.
Diante disto e visando não só uma melhoria na qualidade do serviço,
como também torná-lo mais ágil e produtivo, foi adquirido o software
SCAD desenvolvido pela BIREME, permitindo assim a automatização do
gerenciamento do serviço de Comutação dentro da Rede de Bibliotecas
da Unesp, resultando nas seguintes vantagens:
³ agilização, otimização e aprimoramento na qualidade do
serviço,
³ precisão de dados no acompanhamento on-line dos pedidos,
³ maior satisfação do usuário,
³ agilidade na comunicação entre as bibliotecas,
³ eliminação das tarefas na operacionalização do serviço,
³ elaboração de relatórios e estatísticas,
³ envio de pedidos de fotocópias via fax ou Ariel, dispensando
o serviço de malote.
Com
a
implantação
do
sistema
de
acompanhamento
on-line
da
comutação, onde o próprio usuário cadastrado faz seu pedido de artigo
de
revista,
tese,
capítulos
de
monografias,
a
Unesp
superou,
parcialmente, um de seus maiores problemas: a dispersão geográfica.
( Software ARIEL
Assim como o software SCAD, o software ARIEL foi adquirido para que o
Serviço
de
Comutação
das
bibliotecas
da
Rede
Unesp,
buscasse
precisão, qualidade e agilização no envio e recebimento de documentos.
�16
Por se tratar de um software para transmissão de documentos, via
internet, o mesmo permite o envio de documentos independente de
onde
o
solicitante
ou
a
publicação
se
encontrem
fisicamente,
viabilizando assim, o acesso a toda coleção existente nas Bibliotecas da
Rede Unesp e em outras bibliotecas do país ou exterior que disponham
do software.
A utilização do software resultou nas seguintes vantagens:
³ agilização, otimização e aprimoramento na qualidade do
serviço, obtenção da informação em tempo real,
³ maior satisfação do usuário,
³ resposta automática/acesso direto,
³ minimização de falta de recursos humanos envolvidos no
processo de comutação,
³ compartilhamento
acesso
direto
de
aos
maiores
acervos
informações,
de
instituições
através
do
nacionais
e
internacionais,
³ economia
de
recursos
por
evitar
a
duplicação
de
assinaturas, e despesas de correio
³ sistema mais rápido e eficaz na qualidade e precisão dos
dados.
Considerações finais
Com a implantação do Planejamento Estratégico, constatou-se:
0 que
foi
iniciado
para
vencer
desigualdades,
modernizar
e
adequar as Bibliotecas da Rede Unesp à realidade da Sociedade
do Conhecimento, na qual o insumo
de produção é a informação;
determinante dos meios
�17
0 sua consolidação através dos produtos e serviços que a Rede
de Bibliotecas oferece, bem como na satisfação dos usuários
que às vezes se deslumbram ou mesmo se assustam com a
grande gama de ofertas do mercado e anulação de distância
geográfica e do conceito tempo;
0 que cumpre a sua missão à medida em que se assiste à
participação
conjunta
de
vários
setores
da
Universidade
e
estabelecimento de parcerias com o meio externo, resultando
nas redes de cooperação.
Pode-se afirmar que o avanço obtido é o resultado de uma gestão
participativa implantada pela atual gestão, na qual é indiscutível a
importância de ações interativas no desenvolvimento do trabalho em
equipe que levam à tomada de decisões globais,
máximo
individualismos
e
casuísmos
na
evitando-se ao
busca
de
soluções
padronizadas, e respeitando-se as peculiaridades de cada Biblioteca.
Assim, o grande desafio a ser enfrentado no século XXI pela Rede de
Bibliotecas da Unesp é a modernização harmônica e contínua de suas
Bibliotecas, num contexto que disponibiliza a todo momento inovações
tecnológicas
que
afetam
os
produtos
e
serviços
oferecidos
pelos
sistemas de informação.
Para tanto, o enfoque sistêmico não pode ser esquecido, para não
prejudicar a geração e transferência do conhecimento e as novas
tecnologias
devem
ser
utilizadas
visando
a
democratização
socialização do conhecimento com vistas a servir bem a sociedade.
REFERÊNCIAS
e
�18
CHIAVENATO,
I.
Gerenciando
pessoas:
o
passo
decisivo
para
a
administração participativa. 3.ed.rev. ampl. São Paulo: Makron Books,
1997. 257p.
TACHIZAWA,
T.,
FERREIRA,
V.C.P.,
FORTUNA,
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Coordenadoria Geral de
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Florianópolis: UFSC,
1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa
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FERREIRA, A. et al. Administração participativa. In: ______. Gestão empresarial de
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TACHIZAWA, T., ANDRADE, R.O.B.
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�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Programa de gestão da informação e de pessoas em perspectivas sistêmica e acadêmica na Rede de Bibliotecas da UNESP: 2001-2004.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Fujita, Mariângela Spotti Lopes
Souto*, Maria Constância Martinhão
Souto**, Maria Ferraz
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda a gestão da informação e de pessoas em unidades e redes de informação a partir do Planejamento Estratégico.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4110/SNBU2002_099.pdf
9f50786f28bd9fdb3fed1773ce4e96ec
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A DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO EM BIBLIOTECAS VIRTUAIS DE
UNIVERSIDADES AMAZÔNICAS
Maria Odaisa Espinheiro de Oliveira
Universidade Federal do Pará
Centro Socioeconômico/Dep. Biblioteconomia
Av. Augusto Corrêa, 01 – Guamá
Belém – Pará/Brasil
66.075-900
e-mail: odaisa@ufpa.br
RESUMO:
A disseminação de informação é parte do processo documental pelo qual a
Biblioteca Universitária
facilita ao usuário a informação ou o conjunto de informações,
mediante distintos produtos e serviços, em função dos interesses de seus usuários. Com as
tecnologias surgem as mudanças na maneira de disseminar a informação como extensão
universitária.
Sendo assim, o trabalho parte de alguns questionamentos: Será que as
Universidades Federais Amazônicas já possuem Bibliotecas Virtuais como serviços de
extensão universitária? Dessa maneira, o objetivo do trabalho é conhecer os serviços e
produtos de disseminação de informação disponibilizados para os usuários como um
serviço de extensão universitária, por meio da Biblioteca Virtual em Universidades
Amazônicas.
Para isso, utilizou-se o método empírico descritivo para uma pesquisa
exploratória, em um “corpus” formado pelas Universidades Amazônicas Brasileiras,
representantes dos nove Estados que formam a Amazônia Legal. A coleta de dados foi
realizada pela Internet e a análise foi desenvolvida para identificar os serviços e produtos
oferecidos à comunidade universitária
no espaço
e na concepção de Biblioteca Virtual.
Como resultado tem-se os serviços e os produtos oferecidos aos usuários nesse espaço para
a observação do gerenciamento que vai servir para beneficiar a educação universitária,
visando contribuir para o desenvolvimento da Região.
Palavras - Chave: Disseminação de Informação, Biblioteca Virtual, Universidades
Amazônicas .
�1 INTRODUÇÃO
Hoje com o desenvolvimento das tecnologias o mundo se comunica sem fronteiras.
Os acontecimentos desse desenvolvimento são algumas das manifestações específicas de
uma grande onda de fundo tecnológico. Pode-se observar a relação a dados, textos,
imagens, sons, mensagens de todos os tipos que são digitalizados e, cada vez mais,
diretamente produzido sob forma digital que chegam nos setores da atividade humana por
meio de mensagens. A extensão das redes digitais de transmissão amplia, a cada dia, um
ciberespaço mundial no qual os elementos de informação encontram-se em contato virtual.
Muitas bibliotecas universitárias já conhecem essa tecnologia que vai ajudar tanto
no armazenamento, como na recuperação e disseminação da informação. A criação da
biblioteca chamada de virtual vai trabalhar com o gerenciamento da informação
realizado como extensão
que é
à comunidade por meio da disseminação da informação. É por
meio desse processo que a Biblioteca Universitária facilitará ao usuário a informação ou o
conjunto de informações, mediante distintos produtos e serviços para atender as
necessidades de seus usuários.
As bibliotecas, tanto tradicionais como virtuais universitárias, fazem parte de
universidades que tem como missão: o ensino, a pesquisa e a extensão. Em relação ao
território brasileiro, muito se ouve falar em bibliotecas virtuais que já foram implantadas e
outras não.
Para conhecer uma parte de um todo brasileiro é que este trabalho inicia com
alguns questionamentos como: Será que as Universidades Amazônicas já possuem
Bibliotecas Virtuais como serviços de extensão universitária? Com o intuito de ir buscar
esse questionamento, o objetivo do trabalho é conhecer os serviços e produtos de
disseminação de informação disponibilizados para os usuários como um serviço de
extensão universitária, por meio da Biblioteca Virtual de Universidades Amazônicas.
�2 A BIBLIOTECA VIRTUAL E A DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÃO
Para se entender a biblioteca virtual, busca-se primeiro conhecer a biblioteca
tradicional.
Este tipo de biblioteca é considerado o lugar onde os documentos são
armazenados para serem disseminados. Seus usuários devem transporta-se fisicamente até
ela para acessar a informação desejada. A disseminação, por sua vez, é considerada o
processo pelo qual a biblioteca facilita ao usuário a informação mediante distintos produtos
e serviços. Neste entendimento, Del Valle Gastaminza (1990) observa que não existe uma
forma única de disseminação, mas sim, diferentes tipos de produtos e serviços oferecidos
aos usuários.
Com a Biblioteca virtual cria-se nova necessidade e altera-se velhos e sólidos
paradigmas. Para Levacov
(1999)
uma
das primeiras coisas que alteram, quando se
comparam as características de uma biblioteca tradicional com uma virtual, é a tecnologia
das telecomunicações em rede. O lugar onde o documento reside não é mais importante. O
conceito de lugar torna-se secundário, tanto para bibliotecários quanto para usuários. Nesse
sentido o que é importante é o acesso à informação em um novo meio de comunicação - o
ciberespaço, que segundo Levy ( 1998 ) é uma palavra de origem americana e designa o
universo das redes digitais.
Muitas são as definições de rede. Ela pode ser considerada como realidade material
e social a fim de integrar informações.
Para Castells (2000) as novas tecnologias da
informação estão integrando o mundo em rede por meio de uma dinâmica econômica e
social da nova Era da informação.
É nesta Era que a idéia de biblioteca virtual vem integrando as redes de informação
e aparecendo com diferentes conceitos. Para alguns, significa a troca de informações. Para
outros, uma rede depositária de documentos. No entanto, a transição da organização do
documento para a disponibilidade de informação tem sido diferenciada para diversos tipos
de bibliotecas. Como observa Marchiori (1997), as várias formas para o gerenciamento de
recursos de informação estão sendo discutidas.
Essa reflexão mostra uma quebra no
�paradigma de tratamento e disseminação de informações representado pelos recursos,
atividades e serviços da biblioteca denominada de tradicional.
No ciberespaço da biblioteca existem vários tipos de serviços e diante da
diversidade da tipologia dos serviços que habitam esse espaço, a terminologia pode nortear
a discussão sobre os conceitos a serem empregados nas várias denominações como:
biblioteca digital, biblioteca do futuro, biblioteca eletrônica, biblioteca sem paredes,
biblioteca cibernética, e mais recentemente, portais de informação. Observa-se que a “
home page” é, também, uma porta com vários “ links” para a informação na internet. No
entanto, no momento, os portais são importantes em relação ao ponto de equilíbrio entre a
totalidade dos conteúdos disponíveis e a qualidade e facilidade de navegação.
Gomes
(2000), preocupada com o conceito de biblioteca virtual, observa que no tesauro da
American Society for Information Science – ASIS de 1998, ela tem duplo movimento e
potencializa ações de informação e de comunicação. Nesse sentido remete-nos da rede para
entidades físicas. Mas como observa Pereira (1995, p. 103), não há consenso na literatura
profissional a respeito do significado de biblioteca virtual. As fontes variam para se
conhecer sua face no uso de bibliotecas ou na sua construção no espaço virtual oferecido
pela internet.
As bibliotecas universitárias são construídas visando uma comunidade de usuários,
a interação entre eles, seus interesses de pesquisa e os padrões informacionais das
diferentes áreas do conhecimento a que pertencem.
São, portanto, espaços para a produção
e a expansão de novos conhecimentos. Essas bibliotecas estão oferecendo facilidades de
acesso a seus usuários ao coletarem, organizarem e disseminarem a informação por meio da
internet. É importante observar sua ajuda para os pesquisadores por meio da biblioteca
virtual que compõe a dimensão eletrônica: a informação, a comunicação e a tecnologia, a
fim de facilitar as atividades de produção, disseminação e uso da informação. Neste caso a
internet deve ser usada para levar a biblioteca tradicional a assumir a responsabilidade de
disseminar a informação científica entre pesquisadores acadêmicos, abrigando sua
produção em bases de dados e promovendo sua responsabilidade social, quer em termos
internacionais, nacionais como regionais e locais.
�3
AS BIBLIOTECAS VIRTUAIS DE UNIVERSIDADES AMAZÔNICAS
Como em outras partes do mundo e do Brasil, na Amazônia, também, as bibliotecas
universitárias necessitam disponibilizar seus serviços e produtos para conhecimento de seus
usuários para que possam fazer uso deles. Lira (1989) já observava essa necessidade
quando em essa época a Amazônia Brasileira contava com seis (06) Universidades
Federais.
Suas bibliotecas ofereciam serviços e produtos e, em sua maioria, operavam
como sistemas de bibliotecas por meio de um órgão central. No entanto, considerando os
métodos tradicionais de armazenamento e recursos da informação que não atendiam mais o
nível de exigência de qualidade e rapidez, foi recomendado a utilização do computador,
com vistas à formação de base de dados.
Devido as características da Amazônia foi
observada a necessidade de um canal formal de intercâmbio de informação para permitir a
disseminação do andamento e resultado de pesquisas produzidas na e sobre a região.
Hoje,
com o desenvolvimento da tecnologia as bibliotecas universitárias amazônicas já podem se
beneficiar da Internet para criarem suas bibliotecas virtuais.
3.1 Procedimentos Metodológicos
Para conhecer os questionamentos e chegar nos objetivos propostos. O trabalho
utilizou-se do método empírico descritivo para uma pesquisa exploratória, em um corpus
formado pelas Bibliotecas de Universidades Amazônicas da área federal, localizadas na
Amazônia Brasileira, que representam os noves Estados que formam a Amazônia Legal.
Assim, o corpus do trabalho foi formado pelas nove bibliotecas universitárias dos
Estados da Amazônia Legal, de acordo com a lei n. 5.173 de 1966, que foi criada para fins
de planejamento do governo federal brasileiro, os quais são: Acre, Amapá, Amazonas,
Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
A técnica de coleta dos dados foi desenvolvida por meio da INTERNET, através
dos “sites” das universidades.
Ao entrar na página da Universidade, se buscou o termo
biblioteca e nela o termo biblioteca virtual.
�3.2 Análise
A análise partiu para identificar os serviços e produtos oferecidos para a
comunidade acadêmica universitária de universidades amazônicas, no processo de
disseminação da informação.
Para identificar a biblioteca virtual de cada universidade
estudada, a análise partiu por meio de quadros dos serviços e produtos oferecidos na
biblioteca tradicional
para chegar na virtual, a fim de observar o gerenciamento da
informação e o avanço tecnológico.
3.2.1
A Disseminação de Informação sobre os Serviços e Produtos da Biblioteca da
Universidade Federal do Acre
A Universidade Federal do Acre possui uma Home Page na internet e nela se
pode chegar até a página da Biblioteca Central. No quadro I, de acordo com os serviços
incluídos na página da internet, a Biblioteca Central dessa universidade informa os seus
serviços que estão disponíveis na biblioteca tradicional, disponibilizando o histórico,
serviços, horário de expediente, acervo bibliográfico, ”links,” novidades e fotos. O termo
Biblioteca Virtual não aparece na sua página, nem os produtos são disseminados.
TIPO DE BIBLIOTECA
BIBLIOTECA TRADICIONAL
BIBLIOTECA VIRTUAL
QUADRO I
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
BIBLIOTECA CENTRAL
SERVIÇOS E PRODUTOS
SERVIÇOS
Atendimento/ usuários/ pesquisas internas /empréstimos.
Orientação técnica a usuários
Intercâmbio com outras Bibliotecas
Comutação Bibliográfica
Levantamento Bibliográfico
Termo não encontrado
FONTE: http://www.ufac.br/biblioteca/serviços.htm
�3.2.2
A Disseminação de Informação sobre os Serviços e Produtos da Biblioteca da
Universidade Federal do Amapá
A Universidade Federal do Amapá possui uma Home Page que dá acesso ao termo
Biblioteca. Possui uma biblioteca central ligada administrativamente à Pró-Reitoria de
Ensino de Graduação, Extensão e Interiorização. No quadro II observa-se que a biblioteca
dessa Universidade já está
disponibilizando o seu acervo através da internet para a
pesquisa do acervo on-line que pode ser feita por título, autor e palavra chave.
TIPO DE IBLIOTECA
QUADRO II
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
BIBLIOTECA
SERVIÇOS E PRODUTOS
BIBLIOTECA TRADICIONAL
Foi encontrado a biblioteca online
BIBLIOTECA VIRTUAL
O termo encontrado foi biblioteca online .
FONTE: http://www.unifap.br/biblioteca_online.htm
3.2.3 A Disseminação de Informação sobre os Serviços e Produtos da
Biblioteca da Universidade do Amazonas
A Universidade do Amazonas possui uma biblioteca central e um sistema de
bibliotecas denominado SISTEBIB gerenciado pela biblioteca central que é o órgão
suplementar responsável pela coordenação e gerenciamento do sistema, subordinado
diretamente à Reitoria. No quadro III, pode-se observar os serviços oferecidos pela
biblioteca tradicional. Nesta biblioteca já há uma evolução em relação à consulta on-line.
TIPO DE BIBLIOTECA
BIBLIOTECA
TRADICIONAL
QUADRO III
UNIVERSIDADE DO AMAZONAS
BIBLIOTECA CENTRAL
SERVIÇOS E PRODUTOS
SERVIÇOS
Comutação bibliográfica – COMUT
Consulta em base de dados: BIREME, LILACS,
AGRIS, Portal CAPES (periódico capa a capa)
Acesso a rede ANTARES
Levantamento bibliográfico
Consulta local/Empréstimo/Devolução
�Consulta on-line, renovação e reserva de obras para
empréstimo on-line (em implantação)
Orientação de currículum vitae
Disponibilização de catálogo de teses e dissertações
da UA e outras Universidades
Disponibilização do catálogo das jornadas científicas
do PIBIC/CNPq
Intercâmbio entre bibliotecas (doações e permuta)
BIBLIOTECA VIRTUAL
Termo não encontrado
FONTE: http://www.fua.br/institucional/bibli_serviços.htm
3.2.4
A Disseminação de Informação sobre os Serviços e Produtos da Biblioteca da
Universidade Federal do Maranhão
A Universidade Federal do Maranhão possui um sistema de bibliotecas
relacionado ao ensino pesquisa e extensão. Não indica o nome biblioteca ou biblioteca
central. Na página do sistema de bibliotecas apresenta a estrutura organizacional, o acervo,
empréstimo, serviço oferecidos, programas especiais disponíveis, usuários, política de
informação e atualização, área física, locais e horário de funcionamento. Nos programas
especiais estão: Rede Antares, Comut, Catálogo Coletivo Nacional de Publicações
Seriadas – CCN, Rede Brasileira de Informação em Ciências da Saúde – BIREME, Sistema
de Informação Científica e Tecnológica da Amazônia Brasileira – INFORMAM. No
quadro IV pode-se observar os serviços oferecidos.
QUADRO IV
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
SISTEMA DE BIBLIOTECAS
TIPO DE BIBLIOTECA
SERVIÇOS E PRODUTOS
SERVIÇOS
Pesquisa online
Consulta a bancos de dados jurídicos via RENPAC
BIBLIOTECA TRADICIONAL
Comutação bibliográfica
Normalização de trabalhos acadêmicos
Empréstimo domiciliar
Treinamento de usuários
Pesquisa em Estação de Trabalho – GPO e
IEEE/IEE
BIBLIOTECA VIRTUAL
Termo não encontrado
FONTE: http://www.ufmt.br/biblioteca/serviços.html
�3.2.5
A Disseminação de Informação sobre os Serviços e Produtos da Biblioteca da
Universidade Federal do Mato Grosso
A Universidade Federal do Mato Grosso possui uma home Page que dá
acesso à biblioteca. O termo utilizado foi biblioteca e não biblioteca central. Apesar de
apresentar os termos produtos e serviços na sua página, somente informa um tipo de serviço
que denomina de pesquisa ao acervo que é realizada em terminais de computadores. No
quadro V pode-se observar que a biblioteca apresenta como serviço à pesquisa o acervo da
biblioteca em suas diversas coleções.
QUADRO V
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO
BIBLIOTECA
TIPO DE BIBLIOTECA
SERVIÇOS E PRODUTOS
BIBLIOTECA TRADICIONAL
Pesquisa ao acervo
BIBLIOTECA VIRTUAL
Termo não encontrado
FONTE: http://www.ufmt.br/biblioteca/serviços.html
3.2.6
A Disseminação de Informação sobre os Serviços e Produtos Biblioteca da
Universidade Federal do Pará
A Universidade Federal do Pará possui uma Home Page que dá acesso a
consulta na página da biblioteca central. Essa universidade possui o sistema integrado de
bibliotecas – SIBI que é composto por uma biblioteca central e 31 bibliotecas setoriais,
sendo 22 na capital e 9 nos campi do interior. Importante observar que a informação sobre
o SIBI, biblioteca virtual e o catálogo online do acervo da biblioteca central estão
disponíveis no “site” da biblioteca. Não apresenta seus produtos. Para esta biblioteca, a
virtual “ é um serviço do sistema integrado de bibliotecas (SIBI) da UFPA, que tem como
objetivo auxiliar os usuários em suas pesquisas e minimizar o tempo de navegação
permitindo o acesso eletrônico”. No quadro VI pode-se observar os serviços oferecidos na
biblioteca tradicional e na biblioteca virtual.
�TIPO DE BIBLIOTECA
BIBLIOTECA TRADICIONAL
BIBLIOTECA VIRTUAL
QUADRO VI
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
BIBLIOTECA CENTRAL
SERVIÇOS E PRODUTOS
SERVIÇOS
Consulta local
Consulta à base do acervo bibliográfico:
PERGAMUM
Empréstimo domiciliar
Orientação na normalização de trabalhos técnicocientíficos
Orientação bibliográfica
Comutação bibliográfica on line (cópias de artigos
de periódicos especializados nacionais e
estrangeiros, teses, trabalhos publicados em anais de
congressos e capítulos de monografia não existentes
no acervo da bc)
Levantamento bibliográfico
Localização de documentos em outras bibliotecas
Acesso à Internet
Serviços em Braille
Visita orientada
PRODUTOS
Portal do Conhecimento
Guia da Biblioteca Central
BC Informa e outros
Catálogo on-line: Pergamu m
Bases de dados:
Com acesso restrito
Com acesso público na Internet
Links interessantes
Aos portais
Aos sites paraenses
FONTE: http://www.ufpa.br/bc/bib_virtual. htm
3.2.7 A Disseminação de Informação sobre os Serviços e Produtos Biblioteca da
Universidade Federal de Rondônia
A Universidade Federal de Rondônia possui uma Home Page. No entanto não
está incluída a biblioteca. No quadro VII pode-se observar a falta de informação tanto da
biblioteca tradicional como da biblioteca virtual.
TIPO DE BIBLIOTECA
QUADRO VII
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA
SERVIÇOS E PRODUTOS
BIBLIOTECA TRADICIONAL
BIBLIOTECA VIRTUAL
FONTE: http://www.unir.br./index.html
Não encontrado
Termo não encontrado
�3.2.8 A Disseminação de Informação sobre os Serviços e Produtos Biblioteca da
Universidade Federal de Roraima
A Universidade Federal de Roraima possui uma Home Page que dá acesso à
biblioteca central. Essa biblioteca informa que o seu objetivo é atender a comunidade
universitária, disponibilizando e disseminando suportes informacionais para o ensino,
pesquisa e extensão. Sua página apresenta somente os serviços que estão disponíveis na
biblioteca central como pode-se observar por meio do quadro VIII.
QUADRO VIII
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
BIBLIOTECA CENTRAL
TIPO DE BIBLIOTECA
SERVIÇOS E PRODUTOS
BIBLIOTECA TRADICIONAL
SERVIÇOS
Periódicos eletrônicos da CAPES
Comutação bibliográfica/COMUT
Rede Bibliodata
Internet grátis para pesquisas acadêmicas.
BIBLIOTECA VIRTUAL
Termo não encontrado
FONTE: http://www.ufrr.br/biblioteca_centra.htm
3.2.9 A Disseminação de Informação sobre os Serviços e Produtos Biblioteca da
Universidade Federal do Tocantins
A Universidade Federal do Tocantins não indica a sua Home Page. É uma
universidade que teve sua aprovação pela Câmara dos Deputados. (informação em
22/08/2000 da Folha Online) e sua sede será em Palmas, a capital do Estado. A criação da
Universidade prevê a utilização dos campi da UNITINS (Universidade do Tocantins) pelo
governo federal.
Segundo informação da página na internet
são 10 campi pelo Estado,
com 5.161 alunos. A UNITINS possui uma Home Page mas não aparece informação sobre
a biblioteca.
TIPO DE BIBLIOTECA
QUADRO IX
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
SERVIÇOS E PRODUTOS
BIBLIOTECA TRADICIONAL
BIBLIOTECA VIRTUAL
FONTE: http://www.geocities.com/andre_lira/tocatins.htm
Não encontrado
Termo não encontrado
�3.3 Resultados
Das nove (9) Universidades da Amazônia Brasileira, sete (7) possuem informações
disponibilizadas pela Internet sobre a biblioteca. Das nove, a única biblioteca que apresenta
os produtos e os serviços disponilizados na internet e o termo Biblioteca Virtual é a da
Universidade Federal do Pará. Esta biblioteca faz a diferença entre o catálogo online
disponibilizado na biblioteca virtual e a consulta à base do acervo bibliográfico na
biblioteca, a qual remete o usuário à estante onde está armazenado o documento em seus
vários suportes no local de seu uso.
No entanto, pode-se perceber uma evolução na
biblioteca da Universidade Federal do Amapá quando apresenta a biblioteca denominada
online. Mesmo que as bibliotecas tenham produtos e serviços, os produtos são poucos ou
quase nada visíveis para os usuários.
O que se pôde observar foi que as bibliotecas
amazônicas de universidades federais estão passando de tradicionais para a automação
seguindo a modernidade em que os computadores são usados para serviços básicos em
relação à organização do acervo, visando
chegar à
biblioteca eletrônica.
o acesso do usuário para,
posteriormente,
Essa biblioteca eletrônica é pensada como uma nova
estratégia para o resgate de informações e acesso, onde o texto completo de documentos
estará disponível online para chegar na universalidade, mudando, também, os meios
formais e informais de disseminação de informação.
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio deste trabalho observou-se pontos importantes para serem estudados na
disseminação da informação em relação à biblioteca virtual. Um ponto é que a
sobrevivência da biblioteca e o exercício de suas atividades dependem de reflexão sobre as
mudanças apropriadas e a atenção sobre como esta mudança, quando implantada e
gerenciada, pode favorecer á comunidade.
As ações dessas bibliotecas, mesmo que ainda emergentes, precisam de uma
reflexão e discussão a fim de contribuírem na política pública de informação no Brasil e,
principalmente na Amazônia, a fim de focalizar a Biblioteca Virtual para além dos
�objetivos técnicos que envolvem o computador, o programa, os protocolos e as interfaces.
Torna-se necessário analisar e compreender o ambiente cognitivo e a rede de relações
sociais que estes objetos favorecem na constituição da biblioteca virtual.
Quanto a disseminação de informação, de serviços e produtos, vai facilitar à
comunidade universitária para a geração de novos conhecimentos. E esses conhecimentos,
certamente, beneficiarão a educação universitária e, ainda, o desenvolvimento da Região.
ABSTRACT:
The information dissemination is part of documentary
process which the
University Library facilitates to the user the information. Which the technologies begin the
changes in the way of the information dissemination as university extension. So, this work
has left of some questionings:
It will be that the Amazonian Federal Universities already
possess Virtual Libraries as services of university extension?
In this way, the objective it
work is to know the services and products offered for dissemination of information to the
users as a service of university extension, by means of the Virtual Library in Amazonian
Universities. For this was used the descriptive empirical method for a exploretory research
in one “corpus” formed by the Brazilian representative Amazonian Universities of the nine
States that form the Legal Amazônia.
The collection of data was carried through by the
InterNet and the analysis was developed to identify to the services and products offered to
the university community in the space and the conception of Virtual Library. As result has
the services and the products offered to the users in this space for the comment of the
management that goes to serve to benefit the university education, aiming to contribute for
the development of the Region.
Key Words: Dissemination of Information, Virtual Library, Amazonian Universities.
REFERÊNCIAS
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 4.ed. Tradução: Roneide Venâncio Majer
com a colaboração de Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e terra, 2000. 617p. (A
Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, v. 1)
�DEL VALLE GASTAMINZA, Félix. La difusión, como forma operativa del Centro de
Documentación. In: LÓPEZ YEPES, José. (Org). Fundamentos de información y
documentación. Madrid: EUDEMA, 1990. 485p. p.221-226.
GOMES, Sandra Lúcia Rebel . Bibliotecas virtuais: informação e comunicação para a
geração de conhecimentos. In: PEREIRA, Maria de Nazaré Freitas; PINHEIRO, Lena
Vânia Ribeiro (org) . O sonho de Otlet: aventura em tecnologia da informação e
comunicação. Rio de Janeiro/Brasília: IBICT/DEP/DDI, 2000. p. 137-161.
LEVACOV, Marília.
Bibliotecas virtuais. In: MARTINS, Francisco Menezes,
SILVA,
Juremir Machado (orgs). Para navegar no século XXI: tecnologias do imaginário e
cibercultura. Porto Alegre: EDIPUCRS/ Sulina, 1999. 288p.
LÉVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. Tradução
Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Edições Loyola, 1998. 212p.
LIRA, Maria Cristina Montenegro Duarte. Bibliotecas Universitárias na Amazônia..
In:
ARAGÒN, Luis E. , IMBIRIBA, Maria de Nazaré (Orgs). Informação e Documentação
na Amazônia.
Belém: UFPA/ARNI/CELA, 1989.
p. 165-190.
(Série Cooperação
Amazônica,2)
MARCHIORI, Patrícia Zeni.
“Ciberteca” ou biblioteca virtual: uma perspectiva de
gerenciamento de recursos de informação.
Ciência da Informação, Brasília, v.26, n.2,
1997. Disponível em < http://www. Ibict.br> acesso em 17 jun. 2002.
PEREIRA, Maria de Nazaré Freitas.
Bibliotecas virtuais: realidade, possibilidade ou alvo
de sonho. Ciência da Informação, Brasília, v.24,n.1, p.101-109, jan./abril, 1995 .
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A disseminação de informação em bibliotecas virtuais de Universidades Amazônicas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Oliveira, Maria Odaísa Espinheiro de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O objetivo do trabalho é conhecer os serviços e produtos de disseminação de informação disponibilizados para os usuários como um serviço de extensão universitária
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4109/SNBU2002_098.pdf
e3e1bb6d90e03dd868a01c3820d6c347
PDF Text
Text
BIBLIOTECAS VIRTUAIS E DIGITAIS:
ANÁLISE COMPARATIVA DOS ARTIGOS DE PERIÓDICOS E
COMUNICAÇÕES EM EVENTOS (1995/2000)
Maria Lourdes Blatt Ohira
Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC.
Mestrado em Biblioteconomia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Professora do Curso de Biblioteconomia da UDESC. e-mail: f2mlbh@udesc.br
Noêmia Schoffen Prado
Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC.
Mestrado em Administração pelo Centro de Ciências da Administração-ESAG/UDESC.
Professora do Curso de Biblioteconomia da UDESC. e-mail: r4nsp@udesc.br
Luciana Schmidt da Cunha
Acadêmica do Curso de Graduação em Biblioteconomia da UDESC. Bolsista do Programa
de Iniciação Científica PIBIC - CNPq/UDESC. e-mail: f6lsc@pobox.udesc.br
Resumo
Apresenta a evolução da temática Biblioteca Virtual e Biblioteca Digital, como assunto dos
artigos de periódicos e das comunicações em eventos, da área de Biblioteconomia e
Ciência da Informação, publicados no Brasil no período de 1995 a 2000, sendo analisados
33 artigos e 39 comunicações em eventos com relação aos seguintes aspectos:
produtividade dos autores e tipo de autoria; número de referências bibliográficas por
artigo; tipo e idioma dos documentos citados dentre outros. Aponta como resultados que a
Revista Ciência da Informação concentrou a maior produção e que o Seminário Nacional
de Bibliotecas Universitárias – SNBU destacou-se como o evento que reuniu maior
número das comunicações. A autoria única predominou nos artigos de periódicos,
enquanto que nas comunicações em eventos o destaque foi para trabalhos produzidos por
dois ou mais autores, observando-se ainda que os autores mais produtivos, necessariamente
não foram os mais citados, como também, que os autores dos artigos de periódicos nem
sempre foram os produtores das comunicações, dentre outros resultados. É possível afirmar
que estudos desta natureza permitem conhecer o comportamento da área em determinado
período e espaço, revelando ainda as tendências do tema visando futuros estudos e
pesquisas.
Palavras-Chave: Biblioteca Digital; Biblioteca Virtual; Produção Cientifica: Produção
Bibliográfica; Periódicos; Eventos Científicos.
�1 INTRODUÇÃO
O volume de informação aumenta consideravelmente a cada dia e novas
tecnologias surgem no mundo da informação como um meio de oferecer maior rapidez e
eficiência no fornecimento e tratamento da informação em serviços bibliotecários. Em
conseqüência,
surgem
novos
suportes
de
informação
e
as
Unidades
de
Informação/Bibliotecas apresentam automaticamente uma evolução nos seus conceitos e
enfoques.
Com o extraordinário crescimento da Internet que permite o acesso praticamente
instantâneo a um universo de informações, ganha importância organizar os recursos de
informação nela disponíveis, através das bibliotecas virtuais, que oferecem facilidades de
acesso a estes meios, a partir de mecanismos que aceleram o processo de localização da
informação desejada. Para Marcondes & Gomes (1997, p. 5), pode-se destacar, de forma
resumida, três alternativas relativas à disponibilização de informação pelas bibliotecas na
Internet:
a) Disponibilização do catálogo do seu acervo na rede, usando, a princípio, o
protocolo telnet, passando hoje, gradativamente, para o HTTP;
b) Digitalização de documentos e sua disponibilização na rede;
c) Organização de informações da própria Internet e disponibilização desta
informação na rede.
O tema – Bibliotecas Virtuais – tem seus registros mais significativos na literatura a
partir do inicio dos anos 90. Muitas são as definições existentes, que variam, inclusive, em
função do arranjo e/ou dos recursos que arrolam. Com o objetivo de conhecer o
comportamento do tema, foi realizado por Ohira & Prado (2002) a análise dos artigos
publicados nos periódicos brasileiros de Biblioteconomia e Ciência da Informação, no
período de 1995 a 2000, com o objetivo de verificar o conceito que melhor representa os
diversos tipos de “bibliotecas do futuro”, os autores que estudam e se dedicam ao tema, o
grau de influência estrangeira na literatura brasileira dentre outros aspectos, resultando um
artigo publicado na Revista Ciência da Informação, v. 31, n. 1, de 2002.
Concomitantemente, uma pesquisa de Iniciação Científica do CNPq/UDESC
realizada por Cunha & Ohira (2002) avaliou as comunicações apresentadas nos eventos da
área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, publicados nos respectivos Anais,
realizados no Brasil, no período de 1995 a 2000, abordando o tema Biblioteca Virtual e
�Digital. Para a realização desta pesquisa adotou-se os mesmos objetivos e procedimentos
do levantamento da produção utilizado quando da análise dos artigos de periódicos.
Utilizando-se dos dados coletados nas pesquisas mencionadas acima, é objetivo
deste trabalho, apresentar uma análise comparativa do comportamento do tema, em artigos
de periódicos e em comunicações em eventos relativos ao período de 1995 a 2000.
2 MÉTODO
Para identificação das comunicações em eventos e dos artigos publicados em
periódicos brasileiros efetuou-se a pesquisa em bases de dados, utilizando-se como
estratégia de busca os termos: Biblioteca Virtual, Biblioteca Digital, Biblioteca Polímidia,
Biblioteca Eletrônica e Biblioteca do Futuro, disponíveis nos seguintes sites:
http://www.cnpq.br/prossiga/pcientifica - PROSSIGA – Informação e Comunicação para a
Pesquisa.
http://www.cg.org.br/gt/gtbv/gtbv.htm
-
Grupo
de
Trabalho
de
Bibliotecas
Virtuais.
Comitê Gestor Internet Brasil – IBICT.
http://www.prossiga.br/bibvirtual
-
Biblioteca
Virtual
sobre
Bibliotecas
Virtuais
do
PROSSIGA.
http://www.scielo.br - Scientific Electronic Library Online – SciELO
http://www.bireme.br/futura - Base de Dados FUTURA.
O levantamento foi complementado pela consulta nos sumários de periódicos
brasileiros especializados e nos sumários dos Anais dos Eventos em Biblioteconomia e
Ciência da Informação, publicados no período delimitado pela pesquisa.
2.1 Procedimentos
Para a classificação do contingente de artigos de periódicos e das comunicações em
eventos, considerou-se como critério a presença do termo Biblioteca Virtual e/ou
Biblioteca Digital no titulo do artigo e/ou no resumo (Abstract) e /ou ainda, nas palavraschave (Keywords), visando delimitar o universo da pesquisa.
O caminho percorrido para a organização dos artigos analisados, visando a
avaliação da produção científica, obedeceu aos seguintes critérios:
a) Identificação dos conceitos predominantes na literatura, utilizados pelos autores
para representar os diversos tipos de “biblioteca do futuro”;
b) Classificação dos assuntos em grupos temáticos;
�c) Pertencer ao período delimitado pela pesquisa (1995/2000).
d) Produtividade dos autores e o número de co-autores por artigo, considerando-se a
autoria única e autoria múltipla;
e) Identificação dos periódicos utilizados para divulgação dos artigos;
f) Identificação dos eventos utilizados para comunicação dos trabalhos.
Após a seleção dos artigos, sua classificação por grupos temáticos e a avaliação da
produção científica, procedeu-se um cruzamento bibliográfico visando conhecer:
a) Número de referências citadas nos artigos de periódicos e nas comunicações para
determinar a média de referências por trabalho;
b) Tipos de documentos citados nas referências bibliográficas;
c) Idioma dos documentos citados nas referências bibliográficas;
d) Estabelecer dentre as revistas citadas, quais as de maior impacto na comunidade
científica;
e) Identificar entre os eventos realizados, o que concentrou maior número de
comunicações sobre o tema.
f) Autores mais citados no conjunto dos artigos publicados em periódicos e nas
comunicações de eventos.
3
RESULTADOS
Foram identificados 33 (trinta e três) artigos de periódicos e 39 (trinta e nove)
comunicações apresentadas em eventos da área de Biblioteconomia e Ciência da
Informação sobre o tema Biblioteca Virtual e Digital, e retratam uma amostragem da
produção intelectual brasileira, uma vez que, alguns artigos identificados no levantamento
bibliográfico não foram obtidos na íntegra.
3.1 Conceitos
No momento, não somente no Brasil, mas no mundo todo, a terminologia utilizada
para definir as atuais Bibliotecas, ou melhor, as “Bibliotecas do futuro” tem sido alvo de
discussão. Alguns autores dos artigos analisados nesta pesquisa, destinguem os diversos
tipos de bibliotecas classificando-as em quatro categorias: Biblioteca Polimídia, Biblioteca
Eletrônica, Biblioteca Digital e Biblioteca Virtual. Soma-se a esta classificação o conceito
de Biblioteca Híbrida. Nosso objetivo não é discutir academicamente estes conceitos e tão
�pouco chegar a um consenso sobre o termo que melhor representa, e sim, apresentar um
conceito selecionado do contingente dos trabalhos analisados, visando fundamentar a
pesquisa.
Segundo Marchiori (1997), Biblioteca Eletrônica “é o termo que se refere ao
sistema no qual os processos básicos da biblioteca são de natureza eletrônica, o que
implica ampla utilização de computadores e de suas facilidades na construção de índices
on-line, busca de textos completos e na recuperação e armazenagem de registros”.
Numa forma mais simples de compreensão, encontra-se o conceito de Biblioteca
Polimídia
que,
segundo
Marchiori
(1997),
“seriam
instituições
que
armazenam
informação utilizando uma extensa e variada gama de mídias”.
Com relação ao termo Biblioteca Digital, parece haver um certo consenso entre os
autores, que consideram, neste caso, a existência da informação apenas na forma digital.
Para Zang et al. (2000), “o conceito digital parece não permitir muitas alte rnativas: é uma
forma de apresentação de acervo. O acervo pode ser digital, nas diferentes formas de
mídia: disquete, disco rígido, fita e disco compacto”.
Dentre os inúmeros conceitos de Biblioteca Virtual, destaca-se o apresentado pelo
Prossiga-Rei (1997, p. 6), como “um conjunto de links para documentos, softwares,
imagens, bases de dados etc, disponíveis na Internet, organizados em categorias de
informação ou por áreas temáticas, de maneira estruturada, de forma a possibilitar que o
usuário encontre a informação que considera relevante”.
Ainda, neste vasto repertório conceitual, tem-se o termo Biblioteca Híbrida que,
conforme Oppenheim & Smithson apud Macedo & Modesto (1999), “é compreendido
como uma fase intermediária na direção da biblioteca totalmente digital” . Seria uma
biblioteca tradicional que, ao mesmo tempo, implementasse tecnologias da biblioteca
digital, integrando ambos conceitos.
3.2 Temáticas e questões discutidas
Para a classificação do contingente de artigos de periódicos e das comunicações
apresentadas em eventos, em torno dos grupos temáticos e respectivos subtemas, visando
não dispersar os mesmos em muitas categorias específicas, levou-se em consideração o
debate central proposto pelo(s) autor(es). A definição da inclusão nos grupos temáticos foi
decisão dos autores desta pesquisa, após análise de cada artigo (método dedutivo) mesmo
conscientes de que, o mesmo artigo poderia ser enquadrado em um ou mais grupos
�temáticos, cabendo a decisão da escolha, por apenas um dos grupos definidos na Tabela 1.
Apresenta-se no final deste trabalho, a relação dos trabalhos envolvidos na pesquisa,
agrupados de acordo com os respectivos grupos temáticos.
Tabela 1 – Distribuição dos artigos de acordo com os grupos temáticos
GRUPOS TEMÁTICOS
Biblioteca Virtual e Digital: Metodologia
para implantação
Biblioteca
Virtual
e
Digital:
Desenvolvimento de Coleções
Biblioteca Virtual e Digital: Impacto das
Tecnologias
Biblioteca Virtual e Digital: Pesquisas,
Estatística e Programas Institucionais
Biblioteca Virtual e Digital: Produção
Bibliográfica
TOTAL
Artigos
abordando
aspectos
ARTIGOS
PERIÓDICOS
12
36,36
ARTIGOS
EVENTOS
16
41,02
08
24,24
6
15,38
06
18,18
10
25,64
04
12,12
7
17,96
03
9,10
-
-
33
100,00
39
100,00
metodológicos
%
para
implantação
de
%
Bibliotecas
Virtuais e Digitais, destacam-se em periódicos com 36,36% da produção como também nas
comunicações em eventos com o índice de 41,02%. Visível a preocupação com os aspectos
relacionados com a política de desenvolvimento de coleções e discussões em torno do
paradigma do “acervo” ao “acesso” e os impactos causados pela utilização das tecnologias
de informação e comunicação nos sistemas de informação, em especial nos profissionais
de informação, no sentido de conscientizar para os novos papéis que estão sendo exigidos
pela adoção das mesmas.
Observa-se que praticamente inexiste a preocupação em acompanhar o crescimento
do número de bibliotecas Virtuais na Internet, uma vez que, o último trabalho foi publicado
em 1997, e em consulta ao Site do Grupo de Trabalho de Bibliotecas Virtuais, no link de
Estatística, constatou-se que a última atualização ocorreu em 1998. Observa-se ainda,
poucas pesquisas com o objetivo de avaliar a produção bibliográfica da área realizadas no
período.
3.3 Veículos de divulgaç ão
Para identificar os títulos de periódicos que concentraram a maior produção sobre o
tema Biblioteca Virtual e Biblioteca Digital, procedeu-se o agrupamento dos artigos de
�acordo com os títulos dos periódicos brasileiros onde os mesmos foram publicados,
conforme Tabela 2.
Tabela 2 - Distribuição dos veículos: periódicos
TÍTULO DOS PERIÓDICOS
Ciência da Informação – IBICT
Revista da USP: Informática/Internet
Revista Online Bib. Joel Martins – UNICAMP
Transinformação – PUCCAMP
Perspectiva em Ciência da Informação – UFMG
Outras Revistas Brasileiras com um artigo cada
TOTAL
N. artigos
15
03
03
03
02
07
33
%
45,45
9,09
9,09
9,09
6,06
23,33
100,00
Constata-se que, dos 33 artigos de periódicos, 22 artigos (66,66%) foram
publicados
em
periódicos
da
área de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
destacando-se como o mais utilizado para divulgação da produção a Revista Ciência da
Informação do IBICT com 45,45%, o que se justifica por esta destinar-se à publicação de
trabalhos relacionados com a ciência da informação e que apresentam resultados de
estudos e pesquisas sobre as atividades do setor de informação, como também, a utilização
da ciência e da tecnologia para trabalhar o mundo da informação. Constata-se ainda que
23,33% da produção encontra-se dispersa em vários títulos de periódicos.
Da mesma forma as comunicações foram agrupadas de acordo com eventos que
aconteceram no Brasil, no período da pesquisa, conforme Tabela 3.
Tabela 3 - Distribuição dos veículos: Eventos
TÍTULO DOS EVENTOS
SNBU -Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
CBBD – Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação
SEAB – Seminário de Automação de Bibliotecas e Centros de
Documentação
Outros Eventos
TOTAL
N. artigos
23
7
4
%
58,97
17,95
10,26
5
39
12,82
100,00
Dentre os eventos o Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias - SNBU,
concentra maior número de trabalhos apresentados sobre o tema, com 58,97% da
produção, seguido do CBBD - Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação,
com o percentual de 17,95% e do SEAB - Seminário sobre Automação de Bibliotecas e
Centros de Documentação, com 10,26% das comunicações apresentadas. Estão reunidas
em “outros Eventos” seis comunicações, o que corresponde a 12,82%. Frente aos dados
apresentados, conclui-se que 76,92% das comunicações foram apresentadas nos dois
eventos da área, que congregam maior número de participantes.
�3.4 Produção no período (1995/2000)
Visando conhecer o crescimento da produção no período de 1995 a 2000, os artigos
foram agrupados de acordo com o ano de publicação, conforme Tabela 4.
Tabela 4 – Distribuição dos artigos por data de publicação
ANO DE
PUBLICAÇÃO
1995
1996
1997
1998
1999
2000
TOTAL
ARTIGOS
PERIÓDICOS
2
2
16
3
4
6
33
%
6,06
6,06
48,48
9,10
12,12
18,18
100,00
COMUNIC.
EVENTOS
0
1
10
11
1
16
39
%
2,56
25,64
28,21
2,56
41,03
100,00
Nos anos de 1995 e 1996 os artigos publicados em periódicos alcançaram o
percentual de 6,06% respectivamente. Em 1997, foi publicado 48,48% do total da
produção do período, podendo-se relacionar este aumento à criação do Grupo de Trabalho
sobre Bibliotecas Virtuais do Comitê Gestor da Internet – Brasil, em novembro de 1996.
Este grupo, sob a coordenação do IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia, compõe-se de membros institucionais e individuais (especialistas) cuja atuação
no campo profissional, no ensino e/ou pesquisa tem estreita relação com a área. Outro fator
que contribuiu para o crescimento da produção foi a publicação da Revista Ciência da
Informação, volume 26, número 2, no ano de 1997, que reuniu trabalhos e comunicações
em torno do eixo temático: Biblioteca do futuro: sonho ou realidade?
No caso das comunicações em eventos, contata-se que a maior produção é
registrada nos anos em que os grandes eventos da área de Biblioteconomia e Ciência da
Informação foram realizados, como é o caso de 1997 (CBBD e SEAB) com 25,64% da
produção, em 1998 (SNBU) com 28,21% das comunicações e no ano de 2000 (SNBU e
CBBD), com o índice de 41,03%. Por outro lado, nos anos que não ocorreu eventos na
área, como no caso de 1995 e 1999, foi encontrada pouca produção.
3.5 Produtividade dos autores e tipo de autoria
Com o objetivo de identificar os autores mais produtivos no período, de artigos de
periódicos (Tabela 5) e de comunicações em eventos (Tabela 6), considerou-se na análise,
os autores com dois ou mais artigos publicados no período do levantamento dos dados.
�Tabela 5 – Autores mais produtivos em artigos de periódicos
Nome dos Autores
CUNHA, Murilo Bastos da
LEVACOV, Marilia
PEREIRA, Maria Nazaré Freitas
GOMES, Sandra Lúcia Rebel
CHASTINET, Yone S.
FERREIRA, Sueli Mara S.P.
N.
3
3
2
2
2
2
Constata-se pela nominata dos autores, que alguns são membros do Grupo de
Trabalho sobre Bibliotecas Virtuais, reforçando assim o reconhecimento do Grupo, no
papel de contribuir para o desenvolvimento de bibliotecas virtuais no país. Verifica-se
também, entre os autores, alguns pesquisadores oriundos do meio acadêmico, que têm se
dedicado ao tema como Patrícia Zeni Marchiori, Ursula Blattmann, Yara Rezende, Rosely
Fávero Kryzanowski, Omer Pohlman Filho e outros, com um trabalho publicado no
período.
No caso das comunicações em eventos, os autores são pouco conhecidos e em sua
maioria, são oriundos de Bibliotecas Universitárias e Especializadas com destaque para
relatos de experiências realizadas e/ou em desenvolvimento no local de trabalho,
observando-se ainda, que em sua maioria publicam em co-autoria. Apenas um autor Sandra Lúcia Rebel Gomes – marcou presença como produtora de artigos de periódicos e
de comunicações em eventos.
Tabela 6 – Autores mais produtivos em comunicações de eventos
Nome dos Autores
BERTHOLINO, Maria Luiza Fernandes
CASTRO, Nivalde
MAGALHÃES, Maria Alice E.
GOMES, Sandra Lúcia Rebel
MARCONDES, Carlos Henrique
NASCIMENTO, Maria Alice Rebelo do
POHLMANN FILHO, Omer
VICENTINI, Luiz Atilio
VICENTINI, Regina A Blanco
N.
3
2
2
2
2
2
2
2
2
Com o objetivo de conhecer como os autores se organizaram para publicar os seus
artigos, os dados foram agrupados por tipo de autoria, considerando-se a autoria única e
autoria múltipla, conforme Tabela 7. No conjunto dos 33 artigos de periódicos tiveram a
participação de 61 autores, o que significa uma média de 1,84 autor/artigo, enquanto que as
39 comunicações em eventos envolveram a participação de 91 autores o que representa
uma média de 2,33 autor/comunicação.
�Tabela 7 - Número de autores por artigo de periódicos e comunicação em evento
Nº DE AUTORES
n. artigos
periódicos
18
06
04
01
03
01
33
1 autor
2 autores
3 autores
4 autores
5 ou mais autores
Instituições
TOTAL
%
54,54
18,18
12,12
3,03
9,10
3,03
100,00
Comunicações
eventos
14
12
7
1
5
39
%
35,89
30,77
17,95
2,56
12,83
100,00
Pela análise dos dados, verifica-se que nos artigos de periódicos, os artigos de autoria
única alcançaram o índice de 54,54%, seguido dos artigos produzidos por dois autores,
com 18,18% da produção. A soma dos artigos que tiveram a participação de dois ou mais
autores, atingiu o índice de 45,46%.
Nas comunicações em eventos a autoria única
concentrou 35,89% da produção e a soma das comunicações produzidas com a participação
de dois ou mais autores atingiu o índice de 64,11%. Frente aos dados apresentados, tem-se
que a individualidade na publicação é predominante, nos artigos de periódicos enquanto
que, para apresentação em eventos os autores organizam-se em grupos.
3.6 Número de Referências por artigo
Visando conhecer a média de referências utilizadas pelos autores, na redação dos
seus artigos publicados em periódicos, os dados foram agrupados de acordo com a Tabela
8, onde constata-se que sete artigos de periódicos não utilizaram nenhuma referência, o que
representa 21,22% do total de artigos.
Tabela 8 – Número de Referências por artigo
NÚMERO DE
REFERÊNCIAS
Sem Referências
De 1 até 10 Referencias
De 11 a 20 Referências
De 21 a 30 Referências
De 31 a 40 Referências
Mais de 40 Referências
TOTAL
TOTAL REFERÊNCIAS
PERIODICOS
7
9
9
3
2
3
33
448
%
21,22
27,27
27,27
9,09
6,06
9,09
100,00
Média 13,5
Ref/artigo
%
EVENTOS
0
12
18
6
3
0
39
589
0
30,77
46,15
15,38
7,70
0
100,00
Média 15,10
Ref/artigo
Ainda em relação aos artigos de periódicos, 54,54% utilizaram de 1 a 20 referências
por artigo. Na análise dos dados, verifica-se que foram utilizadas pelos autores uma média
em torno de 13,5 referência/artigo. Com a exclusão dos artigos que não apresentaram
referências, esta média sobe para aproximadamente 18 referências/artigo. Na análise dos
dados relativos às comunicações apresentadas em eventos, observa-se que 46,15%
�utilizaram de 11 a 20 referências, seguido dos trabalhos com 1 a 10 referências, com
30,77%, atingindo a média de 15,10 referências por comunicação/artigo.
3.7 Tipos de Documentos citados
Para conhecer os tipos de documentos utilizados pelos autores, na redação dos
artigos de periódicos e das comunicações em eventos, os mesmos foram agrupados em:
Livros e/ou Capítulos de Livros; Artigos de Periódicos; Comunicações em Eventos
(Anais); Textos Eletrônicos disponíveis na Internet e “Outros Tipos de Documentos”,
conforme Tabela 9.
Tabela 9 - Tipos de documentos mais citados nas referências bibliográficas
Tipos de documentos citados
Artigos de Periódicos
Livros e/ou Capítulos de Livros
Comunicações em Eventos (Anais)
Textos eletrônicos – Internet
Outros Tipos de Documentos
TOTAL
N. REFER.
PERIOD.
210
63
13
116
46
448
%
46,88
14,06
2,90
25,89
10,27
100,00
N. REFER.
EVENTOS
256
196
58
36
43
589
%
43,47
33,28
9,84
6,11
7,30
100,00
Constata-se que os periódicos foram os mais citados nos textos, com 46,88% do
total de referências, o que se justifica por serem canais rápidos e atualizados de
comunicação. Os textos eletrônicos tiveram uma ocorrência de 25,89%, ficando assim com
a segunda maior incidência. Por outro lado, cabe destacar que em muitos casos foi difícil
distinguir os periódicos dos textos eletrônicos, uma vez que, encontramos muitos
periódicos impressos on-line (impressos com versão on-line) e outros eletrônicos
(disponíveis somente na rede).
Na categoria “outros documentos” foram agrupados as teses, dissertações,
monografias, relatórios de pesquisa, com a participação de 10,27% de referências. O que
chamou a atenção foi o reduzido número de documentos resultantes das comunicações em
eventos (Anais), com apenas 2,90% de referências citadas nos artigos de periódicos e
9,84% das citações nas comunicações em eventos.
3.8 Idioma dos documentos citados
Com o objetivo de verificar o grau de influência da literatura estrangeira, as
referências foram agrupadas por idioma: português, inglês, espanhol e “outros”, conforme
Tabela 10.
�Tabela 10 – Idioma dos documentos citados
IDIOMA
Português
Inglês
Espanhol
Outros idiomas
TOTAL
N. periodicos
%
181
256
6
5
448
40,40
57,14
1,34.
1,12
100,00
n.
eventos
368
195
20
6
589
%
62,48
33,10
3,39
1,03
100,00
Nos artigos de periódicos observa-se o predomínio de literatura inglesa, com
57,14%, considerada a língua universal da comunidade científica. A contribuição dos
trabalhos em português atingiu o índice de 40,40% do total de referências utilizadas pelos
autores dos artigos de periódicos. Enquanto que nas comunicações em eventos, os
trabalhos publicados em português foram os mais citados com 62,48%, e a influência da
língua inglesa foi de 33%.
3.9 Periódicos mais citados
Com o objetivo de identificar quais os periódicos que constituíram o núcleo
central, isto é, os que foram citados pelos autores dos artigos nas referências utilizadas, foi
considerado como critério principal, que o título tenha sido citado cinco vezes ou mais.
Constatou-se que, a Revista Ciência da Informação, do IBICT, foi o periódico nacional
com maior número de citações, sendo os demais periódicos, estrangeiros. Do total de 210
referências de artigos de periódicos, 72 artigos foram publicados em sete periódicos o que
representa 34,28% da produção (Tabela 11).
Tabela 11 – Distribuição dos títulos de Periódicos mais citados
na produção dos artigos de periódicos
TÍTULO DO PERIÓDICO
Ciência da Informação
Special Libraries
The Public Accen Computer System Review
Libri
The Electronic Library
Aslib Proceedings
College & Research Library
TOTAL
N.
30
8
7
7
7
7
6
72
Da mesma forma, foi levantado quais os títulos de periódicos mais citados na
produção das comunicações em eventos, agrupados na Tabela 12.
�Tabela 12 – Distribuição dos títulos de Periódicos mais citados
na produção das comunicações em eventos
TÍTULO DO PERIÓDICO
Ciência da Informação
Revista da Escola de Biblioteconomia UFMG
Perspectiva em Ciência da Informação
Transinformação
INTERNET World
Special Libraries
Library Trends
Communications of the ACM
TOTAL
N.
45
12
11
10
5
5
5
93
A Revista Ciência da Informação, foi a mais citada, seguida da Revista Perspectiva
em Ciência da Informação e Transinformação, o que vem comprovar no cruzamento das
variáveis que os autores das comunicações em eventos, utilizam com maior freqüência
documentos em português.
3.10 Autores mais citados
Da mesma forma procurou-se conhecer quais os autores citados com maior
freqüência, adotando-se como critério, que os mesmos tenham sido mencionados cinco
vezes ou mais, independente de ser citação e/ou auto-citação, conforme Tabela 13.
Tabela 13 – Distribuição dos autores mais citados nos artigos de periódicos
AUTORES
LÉVY, Pierre
CUNHA, Murilo Bastos da
MARCHIORI, Patrícia Zeni
PEREIRA, Maria de Nazaré Freitas
REZENDE, Yara
KRYZANOWSKI, Rosaly Favero
ZANG, Nelson
N.
11
11
7
6
6
5
5
Destacam-se como autores mais citados, Pierre Lévy e Murilo Bastos da Cunha,
com o mesmo número de citações, seguido de Patrícia Zeni Marchiori, com sete citações.
Comparando-se os dados da Tabela 13, com os dados da Tabela 5, observa-se que nem
sempre, os autores mais produtivos foram os mais citados. Autores com um artigo como
Yara Rezende, Patrícia Zeni Marchiori e Rosaly Fávero Kryzanowski foram citados várias
vezes.
Nas comunicações em eventos, de acordo com a Tabela 14, destacam-se como
autores mais citados Pierre Lévy, seguido de Patrícia Zeni Marchiori e Omer Polhman
�Filho com o mesmo índice de citações. Observa-se da mesma forma, pela comparação com
a Tabela 6, que os autores mais produtivos necessariamente não foram os mais citados.
Tabela 14 – Distribuição dos autores mais citados nas comunicações em eventos
AUTORES
LÉVY, Pierre
MARCHIORI, Patrícia Zeni
POHLMANN FILHO, Omer
LEGGETT, Hohn J.
GOMES, Sandra Lucia Rebel
LANCASTER, F. W.
MARCONDES, Carlos Henrique
FERREIRA, Sueli Mara Soares
RAABE, A.
N.
12
9
9
8
8
6
5
5
5
7 SEMELHANÇAS versus CONTRASTES
A trajetória histórica percorrida na produção intelectual brasileira sobre Biblioteca
Virtual e Biblioteca Digital, mesmo dentro do universo limitado dos trinta e três (33)
artigos de periódicos analisados, e das trinta e nove (39) comunicações em eventos
permitem, pela análise comparativa, a identificação de algumas semelhanças e alguns
contrastes no que tange ao comportamento da produção científica da área.
Conceito: Não existe um consenso sobre o conceito de Biblioteca Eletrônica,
Biblioteca Polimídia, Biblioteca Digital e Biblioteca Virtual, e até Biblioteca do Futuro,
onde observa-se as maiores reflexões em torno da Biblioteca Virtual e Biblioteca Digital,
por serem as mais emergentes e que se utilizam de uma variada quantidade de tecnologias
de comunicação e informação;
Veículos: Para publicação/divulgação dos trabalhos, constata-se a preferência pela
Revista Ciência da Informação, enquanto que o Seminário Nacional de Bibliotecas
Universitárias – SNBU destaca-se como o evento que reuniu o maior número de
comunicações apresentadas no período de 1995-2000.
Produção no período: O ano de 1997 reuniu praticamente a metade da produção
de artigos de periódicos (48,48%), resultado da publicação do número especial da Revista
Ciência da Informação sobre Bibliotecas Virtuais. Destaca-se também, a criação em
novembro de 1996, do Grupo de Trabalho de Bibliotecas Virtuais do Comitê Gestor
Internet-Brasil, responsáveis pela publicação de parte da produção no período. As
comunicações em eventos resultaram da data de realização dos eventos. Observa-se ainda,
o crescimento gradativo ano a ano, da quantidade de artigos sobre o tema, porém, a partir
�do ano de 1998 é notório a influência do crescimento exponencial da Internet, na produção
bibliográfica.
Autores: Observa-se que os autores mais produtivos necessariamente não foram os
mais citados, como também, que os autores dos artigos de periódicos nem sempre foram os
produtores das comunicações em eventos. Oportuno destacar que a tendência observada na
literatura nacional, prevalece a individualidade na área de Biblioteconomia e Ciência da
Informação. Infere-se que o predomínio de autoria única em artigos de periódicos almeja
aos pesquisadores o mérito a receber pela quantidade de publicações exclusivas de sua
autoria, enquanto que, os autores das comunicações buscam organizar-se em equipe, uma
vez que a característica das mesmas com a apresentação oral do trabalho, estão sujeitas a
criticas da comunidade científica que comparece aos eventos.
Referências : No cruzamento bibliográfico do conjunto das 448 referências
bibliográficas utilizadas pelos autores dos artigos de periódicos e das 589 referências
bibliográficas utilizadas pelos autores das comunicações, contata-se uma média de
aproximadamente 15 referências/artigo.
Os artigos de periódicos destacam-se como os
mais utilizados, em ambos os casos, por serem canais mais rápidos e atualizados de
comunicação, somando-se ao crescimento dos títulos disponíveis na Internet, (impressos
com versão on-line) e os periódicos eletrônicos (disponíveis apenas na rede).
Idioma: Nos artigos de periódicos observa-se o predomínio de literatura inglesa,
com 57,84%, enquanto que nas comunicações em eventos destacam-se os trabalhos
publicados em português com aproximadamente 62%.
Periódicos mais citados : A Revista Ciência da Informação aparece como a mais
citada, tanto nos artigos de periódicos como nas comunicações em eventos. Observa-se
ainda que, para a produção dos artigos de periódicos foram utilizados periódicos
estrangeiros, enquanto que a produção das comunicações em eventos foi subsidiada na
utilização dos periódic os nacionais.
Autores mais citados: Pierre Lévy foi o autor mais citado em ambos os casos.
Observa-se que os autores mais produtivos necessariamente não foram os mais citados,
como também, que os autores dos artigos de periódicos nem sempre foram os produtores
das comunicações em eventos. Ficou evidente o impacto causado por um artigo, pelo
número de citações recebidas.
Núcleo de Periódicos: A Revista Ciência da Informação, Perspectiva em Ciência
da Informação e Transinformação, destacam-se como os periódicos nacionais mais citados,
�enquanto que Special Libraries, Library Trends e Internet World, destacam-se como os
periódicos estrangeiros mais utilizados pelos autores brasileiros.
Grupos Temáticos: A inclusão dos trabalhos nos grupos temáticos permitiu
verificar que, tanto em artigos de periódicos como nas comunicações em eventos a
preocupação esteve centrada nos aspectos metodológicos que devem ser considerados
quando do desenvolvimento e implantação de projetos de Bibliotecas Virtuais e Digitais.
Observa-se que praticamente inexiste a preocupação em acompanhar o crescimento do
número de bibliotecas Virtuais na Internet, uma vez que, o último trabalho foi publicado
em 1997, e em consulta ao Site do Grupo de Trabalho de Bibliotecas Virtuais, no link de
Estatística, constatou-se que a última atualização ocorreu em 1998. Da mesma forma, o
controle da produção bibliográfica não mereceu a atenção necessária, pois em consulta a
Base de dados FUTURA, observou-se que a mesma deixou de ser atualizada desde 1997.
Considerando-se que são estes indicadores que permitem constatar e comprovar o
crescimento e o comportamento de uma área e/ou de determinado assunto, lamenta-se o
descaso com estas questões. No que tange as comunicações de eventos nenhum trabalho
foi dedicado ao tema.
É possível afirmar que estudos desta natureza – avaliação da produção científica –
permitem conhecer o comportamento da área em determinado período e espaço, revelando
ainda as tendências do tema visando futuros estudos e pesquisas.
_________________
Notas:
1) A Revista Ciência da Informação, dedicou um número especial sobre “Bibliotecas
Digitais” (v. 30, n. 3, de 2001).
2) No v. 31, n. 1, de 2002, foi publicado o artigo “Bibliotecas Virtuais e digitais: análise de
artigos de periódicos brasileiros (1995/2000)”, da autoria de Maria Lourdes Blatt Ohira e
Noêmia Schoffen Prado.
3) A Biblioteca Virtual sobre Bibliotecas Virtuais do PROSSIGA, reúne organizado
cronologicamente e atualizados, sites, artigos de periódicos e comunicações em eventos
sobre o tema Biblioteca Virtual e Digital, considerados relevantes para a área, disponíveis
em: http://www.prossiga.br/bibvirtual
4) Parte do Projeto de Pesquisa “Biblioteca Virtual e Digital na Literatura Brasileira:
análise dos artigos de periódicos e comunicações em evento (1995/2000)” do Programa de
Iniciação Científica do CNPq/UDESC.
�ANEXO
RELAÇÃO DOS ARTIGOS DE PERIÓDICOS E COMUNICACÕES EM EVENTOS
ANALISADOS NA PESQUISA, DE ACORDO COM OS GRUPOS TEMÁTICOS
1 BIBLIOTECA VIRTUAL E DIGITAL:
METODOLOGIA PARA IMPLANTAÇÃO
1.1 Aspectos a considerar
CUNHA, M. B. da. Desafios na construção de uma biblioteca virtual. Ciência da Informação, Brasília, v.
28, n. 3, 1999. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
FERREIRA, S. M. S. P. Design de biblioteca virtual centrado no usuário: a abordagem sense-Making para
estudos de necessidades e procedimentos de busca e uso da informação. Ciência da Informação, Brasília, v.
26, n. 2, 1997. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
MACHADO, M. T. F. As bibliotecas universitárias jurídicas como ponte para a conquista da cidadania
através da informação. In: JORNADA SUL RIO GRANDENSE DE BIBLIOTECONOMIA E
DOCUMENTAÇÃO, 14, 1998, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre: UFRGS, 1998. Disponível
em: http://orion.ufrgs/jornada/anais/tematico3.html Acesso em: 14 mai. 1999.
MÁRDERO, M. Á. Workshop design de bibliotecas virtuais centrado no usuário: a abordagem do “ SenseMaking” para estudo de necessidades e comportamentos de busca e uso de informação. In: WORKSHOP
DESIGN DE BIBLIOTECAS VIRTUAIS CENTRADO NO USUÁRIO, 1997, São Paulo. Anais
eletrônicos... São Paulo, 1997. <Disponível em: http://www.cg.org.br/gt/gtbv/artigo01.htm.>
Acesso em: 07/10/1997
1.2 Tecnologias
BAX, M. P. As bibliotecas na Web e vice -versa. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte,
v. 3, n. 1, p. 5-20, jan./jun. 1998.
GOMES, G. R. R.; MELO, R. N.; CORTÊS, S. da C. Uma arquitetura de sistemas de bibliotecas na Internet.
In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000, Florianópolis. Anais
eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
GONZALEZ, M.; POHLAMANN FILHO, O.; BORGES, K. S. O papel da informação digital no ensino. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 19, 2000, Porto Alegre.
Anais eletrônicos... Porto Alegre, ARB, 2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
RAABE, A., POHLMANN FILHO, O. Estudo comparativo entre sistemáticas de digitalização de
documentos: formatos HTML e PDF. Ciência da Informação, Brasília, v. 27, n. 3, p. 300-310, set./dez.
1998. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
POHLAMANN FILHO, O.; CAMPOS, M. de B.; et al. Em direção a criação de uma biblioteca digital na
Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul: uma experiência prática. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS ASSOCIADAS, 2, SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE
BIBLIOTECAS ASSOCIADAS A UNESCO,2, 1998, Rio Grande do Sul. Anais... Rio Grande do Sul:
PUCRS, 1998. p. 1-13.
1.3 Produtos e Serviços
FUNARO, V. M.; CARVALHO; T.; RAMOS; L. M. S. V. Inserindo a disseminação seletiva da informação
na era eletrônica. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000,
Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
�KRZYZANOWSKI, R. F. Ações para a construção de uma Biblioteca Virtual: relato de experiência do
Sistema Integrado de Bibliotecas da USP. Revista USP: Informática/Internet, São Paulo, n. 35, set./nov.
1997 Disponível em: <http://www.usp.br/geral/infousp/ > Acesso em: 12, fev. 1999.
OLIVEIRA, R. M. V. B. de et al. Recurso informacional na área de psicologia utilizando interface wwwIsis:
a base de dados Index PSI. Revista Online Bibli. Prof. Joel Martins, Campinas, v. 2, n. 1, out. 2000.
Disponível em: <http://www.bibli.fae.unicamp.br/revbfe/>
OLIVEIRA, R. M. V. B. de. et al. Index Psi: recurso informacional na área de Psicologia utilizando interface
WWWISIS. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000,
Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
SADI, B. S. C.; REIS, M. G. C. Produtos e serviços de informação disponíveis em bibliotecas acadêmicas:
estudo para apoio aos programas de educação a distância. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC,
2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
SANTOS, G. C.; PASSOS, R. A formação de uma biblioteca digital, através dos sumários correntes de
periódicos da área educacional: procedimentos, metodologia e acesso online de documentos. Revista
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TEIXEIRA, C. M. de S. Um serviço de informação bibliográfica via Internet – SEI-Bib. In: CONGRESSO
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Maranhão: FINEP, 1997. 3 disquetes 3 ½pol.
VICENTINI, L. A. A homepage e a Internet como instrumento de disponibilização dos serviços
bibliotecários. In: SEMINÁRIO SOBRE AUTOMAÇÃO EM BIBLIOTECAS E CENTROS DE
DOCUMENTAÇÃO, 6,1997, São Paulo. Anais... São Paulo: INPE, 1997. p. 103-109.
1.4 Relatos de Experiências
BLATTMANN, U., BELLI, M. J. As bibliotecas na educação à distancia: revisão de l iteratura.
Revista Online Bibli. Prof. Joel Martins, Campinas, v. 2, n. 1, out. 2000. Disponível em:
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FACHIN, G. B. Biblioteca virtual: serviço de informação online. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
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FRANCISCO, M. H. Di; TOGNETTI, M. A. R. et al. Biblioteca virtual de óptica básica e aplicada. In:
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em: 09 fev. 2001.
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INSFRAN, A. A. et al. Portal virtual de referência em Arquivologia, Biblioteconomia e Ciência da
Informação para os profissionais do núcleo de documentação da Universidade Federal Fluminense. In:
SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000, Florianópolis. Anais
eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
MENDONÇA, G. M.; SÁ, E. P.; VEIGA, A. L. A Intranet integrando informações na Copene Petroquímica
do Nordeste. In: SEMINÁRIO SOBRE AUTOMAÇÃO EM BIBLIOTECAS E CENTROS DE
DOCUMENTAÇÃO, 6, 1997, Águas de Lindóia. Anais... Águas de Lindóia: INPE, 1997. p. 76-79.
�PEREIRA, J. D. da S. Biblioteca virtual de gestão em meio ambiente: a experiência da Biblioteca da área de
engenharia BAE/UNICAMP. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11,
2000, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
REZENDE, A. P. de. Centro de Informações jurídica eletrônico e virtual. Ciência da Informação, v. 29, n.
1, p. 51-60, jan./abr. 2000. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
REZENDE, Y. Natura cosméticos: quando é virtuoso ser virtual. Ciência da Informação, Brasília, v. 26, n.
2, maio, 1997. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
SILVEIRA, J. G. da. Gerenciando bibliotecas universitárias na era da Internet: disponibilização de
informações e comunicação interativa com usuários, concretizada no site da Biblioteca da Escola de
Biblioteconomia da UFMG. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS,10,
1998, Fortaleza. Anais eletrônicos... Fortaleza, 1998. Disponível em:
file:///C/lourdes/SnbuCE/ANAIS/trabalho/sessao/gerencia.htm Aceso em: 01 dez. 1998.
ZANG, Nelson et al. Biblioteca virtual: conceito, metodologia e implantação. Revista de Pesquisa e PósGraduação, Erechim, v. 1, n. 1, p. 217-236, 2000. Disponível em:
<http://www.uri.br/publicacoes/revistappg/ano1n1/> Acesso em: 20 fev. 2001
2 BIBLIOTECA VIRTUAL E DIGITAL:
DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO
2.1 Políticas de Desenvolvimento de Coleções
BERTUCCI, L. M. Seleção: aspecto primordial do gerenciamento da biblioteca universitária no Século XXI.
In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000, Florianóp olis. Anais
eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
LEVACOV, M. Bibliotecas virtuais: (r)evolução? Ciência da Informação, Brasília, v. 26, n. 2, p. 125-135,
maio/ago. 1997. <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
LEVACOV, M. Bibliotecas virtuais. Revista da FAMECOS : mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre, n.
6, p. 70-85, 1997. Disponível em: <http://www.ultra.pucrs.br/famecos/rf6.maril.html> Acesso em 18 ago.
1999.
LEVACOV, M. Bibliotecas Virtuais: problemas, paradoxos, controvérsias. In: Texto Porto Alegre , v. 1, n.
1, 1997. Disponível em: <http://www.ilea.ufrgs.br/intexto/> Acesso em: 9 de abr. 2001.
MERCADANTE, L. M. Z. Novas formas de mediação da Informação. Transinformação, Campinas, v. 7, n.
1/2/3, p. 33-39, jan./dez. 1995.
2.2 Publicações Eletrônicas
ALMEIDA, R. L. de et. al. Buscando s oluções para publicar na Internet: a experiência do IBICT com a
Ciência da Informação on-line. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 3, 1996. Disponível em:
<http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
MANDEL, A. Bibliotecas virtuais. Revista USP Informática/Internet, São Paulo, n. 33, set./nov. 1997.
Disponível em: <http://www.usp.br/geral/infousp/ > Acesso em: 7, mar. 2001.
NASCIMENTO, M. A. R. Gestão da coleção de periódicos científicos das bibliotecas universitárias
brasileiras: a multiplicidade de suporte e formatos e a diversidade de interesses e expectativas da
comunidade acadêmica. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000,
Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
NASCIMENTO, M. A. R. A (Re)visão do novo mundo: as revistas científicas de países periféricos frente ao
impacto das bibliotecas virtuais. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS,10,
�1998, Fortaleza. Anais eletrônicos... Fortaleza, 1998. Disponível em:
file:///c/netscape/anais/trabalho/sessao/arevisao.htm Acesso em: 09 fev. 2001.
PINHEIRO, E. G.; VIRGINIO, M. H. da S. Um olhar sobre os limites e possibilidades da biblioteca
universitária e os meios eletrônicos: a busca de uma nova identidade. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC,
2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
2.3 Recursos disponíveis na Internet
GOMES, S. L. R. Novos modos de conhecer: os recursos da Internet para uso das bibliotecas universitárias.
In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSI TÁRIAS,10, 1998, Fortaleza. Anais
eletrônicos... Fortaleza, 1998. Disponível em:
<file:///C/lordes/SnbuCE/ANAIS/trabalho/sessao/novosmod.htm Acesso em: 01 dez. 1998.
PEREIRA, E. C.; RUTINA, R. O século XXI e o sonho da biblioteca universal: quase seis mil anos de
evolução na produção, registro e socialização do conhecimento. Perspectivas Ciência da Informação, Belo
Horizonte, v. 4, n. 1, p. 5 -19, jan./jun. 1999.
SOUZA, C. M. de. Aviso aos navegantes ou onde fica a biblioteca? Transinformação, Campinas, v. 9, n. 2,
maio/ago. 1997. Disponível em: <http://www.puccamp.br/~biblio/> Acesso em: 13 de mar, 2001.
3 BIBLIOTECA VIRTUAL E DIGITAL:
IMPACTO DAS TECNOLOGIAS
3.1 Impacto nas Unidades e Sistemas de Informação
CHACON, W. Novos paradigmas para repensar a biblioteca tradicional e a virtual. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS,10, 1998, Fortaleza. Anais eletrônicos... Fortaleza,
1998. Disponível em: file:///c/netscape/anais/trabalho\sessao\novospar.htm Acesso em: 09 fev. 2001.
CUNHA, M. B. da Construindo o futuro: a biblioteca universitária brasileira em 2010. Ciência da
Informação, Brasília, v. 29, n. 1, p. 71-89, jan./abr. 2000. Disponível em:
<http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
FURTADO, J. A. Bibliotecas na era digital. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 22, n. 1, p. 3-17,
jan./jun. 1998.
GOMES, M. N. G.; CAVALCANTI, I. G. M. et al. A universidade e as bibliotecas na era de sua
virtualização: trajetórias e estratégias. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS,10, 1998, Fortaleza. Anais eletrônicos... Fortaleza, 1998. Disponível em:
file:///c/netscape/anais/trabalho\sessao\aunivers.htm Acesso em: 09 fev. 2001.
GONÇALVES, B. L. V.; MARCONDES, C. H. O impacto da Internet nos serviços bibliotecários: um estudo
exploratório. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS,10, 1998, Fortaleza.
Anais eletrônicos... Fortaleza, 1998. Disponível em:
File:///C/Lourdes/SnbuCE/ANAIS/trabalho/sessao/oimpacto.htm Acesso em 01 dez. 1998.
MACEDO, N. D. de , MODESTO, F. Equivalências: do serviço de referência convencional a novos
ambientes de redes digitais em bibliotecas. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação: Nova
Série, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 38-54, 1999
PEREIRA, M. de N. F. Bibliotecas Virtuais: realidade, possibilidade ou alvo de sonho. Ciência da
Informação, Brasília, v. 24, n. 1, 1996. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
�3.2 Impacto nos Usuários e Profissionais da Informação
ALVES, M. B. M.; MENDES, E. B. Um modelo de aprendizagem construtivista para busca de informação
significativa em bibliotecas virtuais. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM.
Acrobat Reader.
BAX, M. P. Agentes de interface para bibliotecas digitais: a arquitetura. In: SEMINÁRIO SOBRE
AUTOMAÇÃO EM BIBLIOTECAS E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO,6,1997, São Paulo. Anais...
São Paulo: INPE, 1997. p. 34-43.
BERTHOLINO, M. L. F. Os profissionais da informação, suas atribuições e seus título: o que faremos e
como seremos chamados no futuro? In: SEMINÁRIO SOBRE AUTOMAÇÃO EM BIBLIOTECAS E
CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO, 6, 1997, São Paulo. Anais... São Paulo: INPE, 1997. p. 212-216.
CATTELAN, P. Bibliotecas digitais: alternativa viável para gerenciar o caos da Internet. IN: CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 18, 1997, Maranhão. Anais eletrônicos...
Maranhão: FINEP, 1997. 3 disquetes 3 ½pol.
KRAMER, P.; MOTTA, M. E. A globalização e o futuro das bibliotecas. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 18, 1997, Maranhão. Anais eletrônicos... Maranhão:
FINEP, 1997. 3 disquetes 3 ½pol.
MARCHIORI, P. Z. “Ciberteca” ou biblioteca virtual: uma perspectiva de gerenciamento de recursos de
informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 26, n. 2, p. 115 - 124, maio/ago. 1997. Disponível em:
<http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
MACHADO, R. das N. et al. Biblioteca do futuro na percepção de profissionais da informação.
Transinformação, v. 11, n. 3, p. 215-222, set./dez. 1999.
PATACO, V. L. P.; CORREA, I. C.; M ARQUES, R. R. Rede de bibliotecas da Universidade Estácio de Sá:
rumo ao 3o milênio. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS,10, 1998,
Fortaleza. Anais eletrônicos... Fortaleza, 1998. Disponível em:
file:///c/netscape/anais/trabalho/paineis/rededebi.htm Acesso em: 09 fev. 2001.
PUPO, D. T.; VICENTINI, R. A. B. A integração do usuário portador de deficiência às atividades de ensino
e pesquisa: o papel das bibliotecas virtuais. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS,10, 1998, Fortaleza. Anais eletrônicos... Fortaleza, 1998. Disponível em:
file:///c/netscape/anais/trabalho/comum/aintegra.htm Acesso em: 09 fev. 2001.
TOLEDO, N. de O.; LOPES, C.; BARRETO, A. R. A biblioteca central da Universidade Federal Rural de
Pernambuco e os desafios das tecnologias emergentes de informação. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 9, 1996, Curitiba. Anais eletrônicos... Curitiba, 1996. 2 disquetes 3 ½
pol.
4 BIBLIOTECA VIRTUAL E DIGITAL:
PESQUISAS, ESTATISTICAS E PROGRAMAS INSTITUCIONAIS
4.1 Estatísticas das Bibliotecas Brasileiras
BERTHOLINO, M. L. F. et al. A Web como canal de divulgação de serviços e produtos de bibliotecas
universitárias: análise do conteúdo de home pages. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM.
Acrobat Reader.
DINIZ, I. C. dos S.; RAMALHO, F. A. As expectativas dos bibliotecários ante à biblioteca virtual: o caso
das bibliotecas centrais das universidades federais do Maranhão e da Paraíba. In: SEMINÁRIO NACIONAL
DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC,
2000. 1 CD-ROM. Acrobat Reader.
�FERREIRA, J. R. A Biblioteca digital. Revista USP: Informática/Internet, São Paulo, n. 35, set./nov.
1997 Disponível em: <http://www.usp.br/geral/infousp/> Acesso em: 06, abr. 2001.
OLIVEIRA, N. M.; BERTHOLINO, M. L. F. Usuários remotos e serviços de referência (SR(s)) disponíveis
nas home pages das bibliotecas universitárias. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 11, 2000, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2000. 1 CD-ROM.
Acrobat Reader.
SILVA, L. A. G. da et al. Acompanhamento das bibliotecas brasileiras na Internet. Ciência da Informação,
Brasília, v. 26, n. 2, p. 221-225, maio/ago. 1997. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
VICENTINI, L. A. O catálogo das bibliotecas da UNICAMP na Internet: uma avaliação do uso. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO. 18, 1997, Maranhão.
Maranhão. Anais eletrônicos... Maranhão: FINEP, 1997. 3 disquetes 3 ½pol.
4.2 Programas Institucionais
CASTRO, N. J; MAGALHÃES, M. A. E. Política científica e rede virtuais de conhecimento. In:
ENCONTRO ANUAL DO FÓRUM UNIVERSITÁRIO MERCOSUL,1, 2000, Rio de Janeiro. Anais
eletrônicos... Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: http://www4.prossiga.Br/marketing/doctec/Doc2000.htm
Aceso em: 27 set. 2001.
CASTRO, N. J; MAGALHÃES, M. A. E. Bibliotecas virtuais: portais para a comunidade científica. In: SBC’
99, 1999, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro, 2000. Disponível em:
http://www4.prossiga.Br/marketing/DocTec/Doc99-09v.1.htm Aceso em: 27 set. 2001.
GOMES, S. L. R.; CHASTINET, Y. S. Bibliotecas virtuais: avanços e desafios para cientistas e profissionais
de informação. Jornal das Bibliotecas, Rio de Janeiro, v. 4, n. 6, p. 5, jul./dez. 1997. Disponível em:
<http://www4.prossiga.br/marketing/> Acesso em: 20, mar. 2001
MARCONDES, C. H.; GOMES, S.L. R. As bibliotecas e a Internet: aspectos metodológicos da construção
de bibliotecas virtuais à luz da experiência do Prossiga. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO. 18, 1997, Maranhão. Anais eletrônicos... Maranhão: FINEP,
1997. 3 disquetes 3 ½pol.
PROSSIGA: (http://www.prossiga.cnpq.br) disponibilizando bibliotecas virtuais na Internet. Boletim CRB 7, Rio de Janeiro, v. 25, n. 2, p. 1-8, abr./jun. 1997. Disponível em: <http://www4.prossiga.br/marketing/ >
Acesso em: 4, set. 2001
5 BIBLIOTECA VIRTUAL E DIGITAL:
PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1 Bibliografias
CUNHA, M. B. da. Biblioteca digital: bibliografia internacional anotada. Ciência da Informação, Brasília,
v. 26, n. 2, p. 195-213, 1997. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
DRABENSTOTT, K. M., BURMAN, C. M. Revisão analítica da biblioteca do futuro. Ciência da
Informação, Brasília, v.26 n.2, p.180-194, maio/ago. 1997. Disponível em:
<http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
5.2 Bases de Dados
FERREIRA, S. M. S. P. et al. “FUTURA”: uma base de dados sobre a biblioteca do futuro. Ciência da
Informação, v. 26, n. 2, 1997. Disponível em: <http://www.ibict.br/cionline/artigos/>
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Bibliotecas virtuais e digitais: análise comparativa dos artigos de periódicos e comunicações em eventos.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ohira, Maria Lourdes Blatt
Prado, Noêmia Schoffen
Cunha, Luciana Schmidt da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta a evolução da temática Biblioteca Virtual e Biblioteca Digital, como assunto dos artigos de periódicos e das comunicações em eventos
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4108/SNBU2002_097.pdf
8c04b1846d9bbd861ee19e37168fd381
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Text
AV ALI AÇÃO DO U SO DA COLEÇÃO DE PERI ÓDI COS POR
DOCEN T ES E ALU N OS DA FACU LDADE DE CI ÊN CI AS
FARM ACÊU T I CAS – UNESP.
Maria Irani Coito
Bibliotecária Supervisor Técnico de Seção – STRAUD
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP - Campus de Araraquara
Rodovia Araraquara-Jaú, KM 1
Caixa Postal 502
14801-902 – Araraquara, SP - Brasil
irani@fcfar.unesp.br
Natalina Lambini Escremin
Diretora Técnica - Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP - Campus de Araraquara
Rodovia Araraquara-Jaú, KM 1
Caixa Postal 502
14801-902 Araraquara, SP - Brasil
natalina@fcfar.unesp.br
Sonia Mara Alves Scutari
Bibliotecária Supervisor Técnico de Seção – STATI
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP - Campus de Araraquara
Rodovia Araraquara-Jaú, KM 1
Caixa Postal 502
14801-902 Araraquara, SP - Brasil
sscutari@fcfar.unesp.br
Ana Cristina Garcia Camilo Santos
Bibliotecária Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – STATI
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP - Campus de Araraquara
Rodovia Araraquara-Jaú, KM 1
Caixa Postal 502
14801-902 Araraquara, SP - Brasil
acristin@fcfar.unesp.br
EIXO TEMÁTICO: Gerenciamento Organizacional de Bibliotecas Universitárias.
�AV ALI AÇÃO DO U SO DA COLEÇÃO DE PERI ÓDI COS POR
DOCEN T ES E ALU N OS DA FACU LDADE DE CI ÊN CI AS
FARM ACÊU T I CAS – UNESP.
Maria Irani Coito
Bibliotecária Supervisor Técnico de Seção – STRAUD
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP Campus de Araraquara
irani@fcfar.unesp.br
Natalina Lambini Escremin
Diretora Técnica - Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP Campus de Araraquara
natalina@fcfar.unesp.br
Sonia Mara Alves Scutari
Bibliotecária Supervisor Técnico de Seção – STATI
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP Campus de Araraquara
sscutari@fcfar.unesp.br
Ana Cristina Garcia Camilo Santos
Bibliotecária Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – STATI
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP Campus de Araraquara
acristin@fcfar.unesp.br
Resumo: Este estudo analisa o uso da coleção de periódicos da Biblioteca, através da
coleta de dados sobre empréstimos, consultas, comutação bibliográfica e citações nas teses,
dissertações e monografias apresentadas à Faculdade de Ciências Farmacêuticas. A
coleção foi analisada de acordo com critérios pré-estabelecidos para avaliação de
periódicos adotados para a Rede de Bibliotecas da Unesp. Os dados foram coletados e
transpostos para uma planilha por título, com a somatória das citações. Foi comparado o
uso efetivo da coleção com a lista básica de periódicos da Biblioteca. A partir dos dados
obtidos, foi possível estabelecer parâmetros para uma política de desenvolvimento de
acervo adequada à demanda da bibliografia do Programa de Ensino. O resultado da
metodologia testada mostrou uma lista básica por sub-área de assunto existentes no acervo
da biblioteca e uma dispersão em relação à área de assunto multidisciplinares,
evidenciando o compartilhamento de acervos. Este estudo sugere um estudo da
comunidade em suas áreas de assunto e a continuidade de avaliação de uso da coleção para
estar em sintonia com as linhas de pesquisas e os projetos desenvolvidos na Faculdade.
Palavras-chave: Uso de periódicos. Gerência de coleções. Faculdade de Ciências
Farmacêuticas.
1
�INTRODUÇÃO
Os estudos de avaliação de periódicos são realizados com o intuito de verificar a relevância
do acervo à demanda de uso da coleção. A literatura científica sobre avaliações de
periódicos se caracteriza por estudos com base em teorias e metodologias já consagradas
na literatura, como as análises quantitativas de produtividade, sem oferecer experiências
positivas aplicáveis à realidade das Bibliotecas, no que tange aos estudos de avaliação
centrada no uso da coleção,
que visem identificar núcleos de periódicos em áreas de
assuntos multidisciplinares.
Os estudos encontrados
sobre avaliação de coleções, usaram metodologias quantitativas e
qualitativas, ouvindo a opinião dos usuários, focando a avaliação na composição do
acervo,
visando
um
núcleo
com
representatividade
de
artigos
por
periódicos,
(BRADFORD, 1961; BROOKES, 1981; KREMER. 1989; PEREZ & RUSSO, 1993;
TEIXEIRA, 1993).
Em análise para medir o “uso do acervo”, encontrou-se o trabalho de Noronha (1989), com
uma análise descritiva detalhada sobre a eficiência do acervo e serviços cooperativos no
fornecimento de documentos aos seus usuários. Este trabalho usou metodologia centrada
no uso da coleção por métodos estatístico em exame direto da coleção de periódicos,
utilizando diversas variáveis como diagnóstico qualitativo da coleção.
Para Figueiredo (1998), a avaliação de coleções deve levar em consideração as metas
estabele cidas no planejamento dos serviços da biblioteca tendo como objetivo o
desenvolvimento de coleções adequadas às necessidades da comunidade acadêmica, tendo
em vista fatores de qualidade no fornecimento de documentos em tempo hábil. A autora,
ainda descreve métodos para avaliar coleções como o planejamento de dados estatísticos
sobre o uso, através do exame direto da coleção aplicando padrões quantitativos e
qualitativos de análise.
A Biblioteca em seu planejamento deve levar em consideração a quantidade de cursos,
Programas de ensino, pesquisas, e cursos de
extensão da instituição, que demandam
bibliografias específicas.
A avaliação do uso da coleção na Biblioteca da Faculdade de Ciências Farmacêuticas,
compreende um estudo sobre a multidisciplinaridade do curso e suas modalidades de
formação profissional, visando o desenvolvimento do acervo.
2
�O curso de graduação em Farmácia
Bioquímica forma profissionais nas modalidades
“Fármacos e Medicamentos”; “Análises Clínicas e Toxicológicas” e “Alimentos”.
Tem
curso de pós graduação em “Ciências Farmacêuticas”; “Análises Clínicas” e “Alimentos”,
com foco para ciências nutricionais e ciência dos alimentos (tecnologia). O curso de
Especialização em: “Análises Clínicas” e “Saúde Pública”,
recebe alunos de formação
profissional de várias áreas. A complexidade interdisciplinar do curso, com bibliografia
específica em cada disciplina, transforma numa tarefa criteriosa, a avaliação para
determinar um núcleo básico de periódicos, que irá atender as necessidades de todos os
usuários. Sabemos que a Política de Desenvolvimento de coleções implica na relevância da
bibliografia aos currículos de ensino e que cada disciplina deve estar representada no
acervo da biblioteca por uma literatura adequada ao ensino e à pesquisa da Instituição. Para
isso, precisa-se de uma Política de Seleção voltada aos objetivos e missão da Instituição.
JUSTIFICATIVA
Durante o Workshop realizado em Marília, SP, foi
apresentada uma “Proposta para
avaliação de periódicos para a Rede de Bibliotecas da UNESP”. O Grupo de Formação e
Desenvolvimento de Coleções de Periódicos da UNESP,
realizou um estudo sobre
avaliação de periódicos, estabelecendo critérios para manter um núcleo básico deles em
cada área do conhecimento das Unidades
prevê duas etapas de
que compõem a Universidade. Esta proposta
estudos: a avaliação dos títulos de assinaturas correntes, onde a
Biblioteca da Faculdade de Ciências Farmacêuticas foi escolhida como biblioteca Piloto,
na primeira fase,
e a avaliação do uso da coleção de periódicos por cada biblioteca da
Rede, (KIRIHATA, et al. 1999). A avaliação que ora se realiza visa
medir o uso do
acervo e seu desenvolvimento, diagnosticar pontos fortes e fracos, bem como conhecer a
dispersão em detrimento das necessidades de fornecimento de documentos aos usuários.
OBJETIVOS
•
Identificar o nível de eficiência do acervo no fornecimento de documentos aos
usuários,
•
Determinar o conjunto de periódicos com maior representatividade dos interesses da
comunidade,
•
Estabelecer uma política de serviços cooperativos de acesso ao documento.
3
�MATERIAL
O material analisado é composto
dos títulos de periódicos da Biblioteca, que foram
emprestados e/ou consultados, os solicitados pelo Programa de comutação bibliográfica no
âmbito da UNESP e Catálogo Coletivo Nacional CCN-IBICT e os títulos de artigos citados
nas dissertações, teses e monografias apresentados à Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
METODOLOGIA
O presente estudo compreendeu três etapas de coleta de dados. A coleta da literatura foi
realizada através de análise estatística, em planilhas para registro do uso da coleção da
biblioteca da FCF referente ao ano de 2001;
levantamento das citações de artigos em
trabalhos acadêmicos, como teses, dissertações e monografias do Curso de Especialização
em Saúde Pública, no período de 2000-2001, com os seguintes critérios:
-
Identificar títulos emprestados/consultados do acervo v. títulos citados;
-
Identificar correlação entre títulos emprestados/consultados v. títulos citados;
-
Identificar títulos citados que não constam do acervo;
-
Identificar a dispersão das citações em relação ao acervo.
Para obtenção dos dados procedeu-se da seguinte forma:
Etapa 1
Na análise do uso da coleção da biblioteca, computou-se os levantamentos estatísticos
diário s, registrando para cada título, o número de vezes que o mesmo foi emprestado e/ou
consultado. Após a coleta, os dados foram transpostos para uma planilha por título, com a
somatória dos pontos em ordem decrescente de pontuação;
Etapa 2
Para
análise deste estudo, realizou-se um levantamento das citações dos artigos
referenciados nas teses, dissertações e monografias dos trabalhos acadêmicos apresentados
à Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Os títulos de periódicos foram transpostos para
uma planilha com a somatória dos pontos em ordem decrescente de pontuação;
4
�Etapa 3
Para a análise estatística dos dados coletados tanto na etapa um quanto na etapa dois, foi
adotado a lei de Bradford por permitir agrupar os dados em zonas de produtividade, isto é,
títulos com maior demanda de uso na biblioteca e títulos com maior número de citações
nos trabalhos acadêmicos. Nesta fase verificou-se também a correlação de uso do acervo
com índice de citações, títulos com freqüência de citação e que não constam do acervo da
biblioteca e a dispersão das citações.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
•
Uso do acervo da Biblioteca da Faculdade de Ciências Farmacêuticas:
Para a análise estatística foi adotada a Lei de Bradford, fundamentada nas seguintes
condições: a)
o assunto da literatura deve ser bem definido, isto é, o assunto deve ser
específico; b) a literatura deve ser completa para que todos os artigos e periódicos possam
ser incluídos; c) a literatura deve cobrir um período de tempo suficiente para que todos os
periódicos possam contribuir com seus artigos relevantes (BRADFORD, 1961).
Os valores encontrados no uso da coleção de periódicos da biblioteca evidenciaram uma
freqüência de uso dos materiais, incluindo as três categorias de usuários: docentes, alunos
de pós graduação e alunos de graduação, num total de 14.362 usos, referentes a 400 títulos
de periódicos nacionais e estrangeiros correntes e não correntes, pertencentes ao acervo,
adquiridos por compra, permuta e doação. Dentre estes títulos, o maior número de uso
foram par a os títulos nacionais, usados pelos alunos de graduação e pós graduação e, em
seguida, os periódicos de assinaturas. Outros títulos referentes à área aplicada receberam
boa freqüência de uso durante o período observado. Como era de se esperar, apesar de
encontrado um núcleo dos periódicos mais usados na planilha de dados, a distribuição não
aderiu ao primeiro princípio da Lei (referir -se a um assunto específico), por conter
periódicos de diversas áreas com bom número de freqüência, prejudicando a distribuição,
com uma discrepância na divisão dos periódicos em zonas, onde não acontece o enunciado
da Lei: 1: n: n2: n3 : n4 .....Constatou-se que o
uso do acervo referiu-se a todas as
necessidades de informação acadêmicas da clientela da biblioteca. Esta análise vem
confirmar os estudos de Trueswell, (1969), onde 20% da coleção atende a 80% dos
usuários.
5
�•
Análise das citações:
Foram analisados 68 trabalhos distribuídos da seguinte forma: 17 dissertações na área de
Alimentos, 2 teses de livre docência; 19 dissertações da área de Análises Clínicas, 3 teses
de livre docência; 6 dissertações da área de Ciências Farmacêuticas, 1 tese de doutorado e
20 monografias do Curso de Especialização. O total de referências foi de 4.306, e a média
de citação por dissertação foi de 108 para “Análises Clínicas”; 84 para “Fármacos e
Medicamentos”; 54 para “Alimentos” e 20 por monografia do curso de Especialização.
Neste estudo não foram computados as citações referentes a livros, dissertações, teses e
trabalhos apresentados em congressos.
Para análise estatística das citações nos trabalhos acadêmicos, foi necessário elaborar
planilhas por área:
a) Análises Clínicas: o número de citações possibilitou encontrar um núcleo com os
títulos de maior interesse, e uma dispersão nas áreas correlatas de ciências da saúde.
Apesar dos assuntos estarem em equilíbrio nesta área, ficou evidenciado o Journal of
Clinical Microbiology em primeiro lugar em citações,
Infection and Immunity em
segundo, Clinical and Infectious Diseases em terceiro e Journal of Infectious Diseases
em quarto. Somente o título em terceiro lugar não pertence ao acervo da Biblioteca da
FCFAR. Em avaliação de periódicos usando critérios quantitativos e qualitativos,
realizado anteriormente por Coito et al., (2000), estes títulos ocuparam as mesmas
posições como núcleo da coleção, evidenciando uma sintonia com o ensino, pesquisa e
pós graduação nas duas avaliações.
Ficou evidenciado uma dispersão de grande número de artigos publicados em periódicos
que não constam do acervo da biblioteca. Na análise bibliométrica, o total das referências
bibliográficas encontradas foi de 1458 citações, distribuídos em 367 títulos de periódicos.
Isto indica que existe um núcleo de periódicos relevantes na área que devem ser avaliados
no processo de desenvolvimento de coleção. A partir dos dados, procedeu-se a distribuição
em zonas de produtividade de acordo com o enunciado da Lei, onde todas as zonas devem
ter a mesma quantidade de artigos. A relação dos títulos que compõem cada uma das
zonas, está ordenada segundo a produtividade decrescente de pontuação. Verificou-se que
a lista de periódicos pode ser dividida em três zonas, sendo que cada uma possui um
número aproximado de citações de artigos, isto é, o número de periódicos em cada zona
cresce numa progressão geométrica. A distribuição ideal segundo Bradford é de 1: n: n2 :
n3 : n4 :..... da seguinte forma:
6
�Distribuição da dispersão:
Distribuição ideal de Bradford:
Zona 1 = 18 periódicos
Zona 1 = 18 periódicos
Zona 2 = 68 periódicos
Zona 2 = 18 x 3.95 = 71 periódicos
Zona 3 = 281 periódicos
Zona 3 = 18 x (3.95) 2 = 280,84 periódicos
O multiplicador de Bradford (mB ) foi encontrado dividindo-se o número de títulos
existentes na terceira zona pelo número de títulos da Segunda zona, e dividindo-se o
número de títulos da Segunda zona pelo número de títulos da primeira, e encontrada a
média pela soma dos resultados da divisão, obtendo o mB igual a 3,95. Apesar de na
primeira zona conter 18 títulos, o crescimento exponencial, está bem próximo do ideal.
TABELA 1 - Distribuição dos periódicos com o número de citações
Pe.
A
ÓPe.
Ó Pe.A
1
59
1
59
1
48
2
107
1
45
3
152
1
42
4
194
1
40
5
234
1
37
6
271
1
35
7
306
1
31
8
337
1
29
9
366
2
26
11
418
1
23
12
441
1
22
13
463
2
19
15
501
1
18
16
519
2
16
18
551
2
15
20
581
2
14
22
609
1
13
23
622
2
12
25
646
4
11
29
690
2
10
31
710
8
9
39
782
3
8
42
806
11
7
53
883
6
6
59
919
10
5
69
969
17
4
86
1037
35
3
121
1142
70
2
191
1282
176
1
367
1458
P= Número de periódicos
A= Citações
Ó Pe= Soma acumulada dos periódicos
Ó Pe.A= Soma acumulada de citações
7
�TABELA 2 Divisão em zonas de produtividade
Zonas
Citações
Periódicos
Multiplicador de Bradford
Z1
551
18
--
Z2
486
68
3,77
Z3
421
281
4,13
TABELA 3 - Títulos formadores do núcleo da dispersão
Zona 1
n. 1
n. 2
n. 3
n. 4
n. 5
n. 6
n. 7
n. 8
n. 9
n. 10
n. 11
n. 12
n. 13
n. 14
n. 15
n. 16
n. 17
n. 18
Títulos de periódicos
Citações
Clínical and Infecious Diseases
Mutation Research
New England Journal Medicine
Science
Antimicrobial Agents and chemotherapy
Nature
Proceedings National Academy of Sciences USA
Blood
Journal of Hospital Infection
Cell
Journal of Medical Microbiology
Hemoglobin
Journal Antimicrobial Chemotherapy
Lancet
Journal General Microbiology
American Journal Medicine
American Journal clinical Pathology
Reviews Infectious Diseases
59
48
45
42
40
37
35
31
29
26
26
23
22
19
19
18
16
16
b) Em Ciências Farmacêuticas, o número de citações evidenciou um núcleo relacionado
ao desenvolvimento de medicamentos e à área clínica, mostrou uma dispersão para a
área de química analítica. Os periódicos destacados como prioritários foram Drug
Development and Industrial Pharmacy em primeiro lugar nas citações, International
Journal of Pharmaceutics em segundo (este título não consta do acervo da biblioteca),
Parasitology Today em terceiro, Journal Pharmaceutical Sciences em quarto. Estes
títulos, menos o segundo, fazem parte de assinaturas correntes de periódicos.
8
A
�quantidade de citações, em área específica, não foi suficiente para a distribuição da Lei
no período observado;
c) Em Ciências dos Alimentos, o número de citações foi para a literatura específica,
caracterizando uma dispersão para a área clínica e bioquímica aplicada, onde a maioria
das citações não pertence ao acervo da biblioteca, sendo complementada com acervo
das bibliotecas da Rede Unesp e acervo de outras bibliotecas da área.
d) As monografias do Curso de Especialização contém citações nas áreas de saúde pública
geral e específica em odontologia (infecções nosocomiais: clínicas e consultórios
odontológicos). A porcentagem de citações de artigos de periódicos foi de 60% do total
analisado, ficando os 40% restantes para citações de livros, dissertações e monografias.
Em todas as áreas analisadas ficou evidente a dispersão de periódicos. A biblioteca possui
coleções retrospectivas decorrentes de mudanças de títulos de periódicos e cancelamento
de assinaturas. As falhas em alguns títulos da coleção, propiciaram o compartilhamento da
bibliografia com
acervos
de outras bibliotecas. A existência de vários assuntos nas
listagens não permitiu a distribuição de Bradford. Mesmo considerando a não aderência da
distribuição bibliométrica, a Lei de Bradford
ainda é um instrumento eficiente em
avaliações de coleções, podendo sofrer ajustes por parte do profissional de informação,
fornecendo resultados positivos para análise destes tipos de acervos.
CORRELAÇÃO ENTRE USO DO ACERVO E CITAÇÕES
O coeficiente de correlação entre uso do acervo e citações foi calculado por postos de
Spearman (SIEGEL, 1975). Calculou-se o coeficiente sobre o total de títulos constantes
nas duas planilhas: acervo v. citações. O índice encontrado foi de 0,38, considerado um
índice muito baixo em relação ao uso versus citação, evidenciando a não citação
da maior
parte dos documentos do acervo.
O índice de correlação entre o uso de periódicos de assinaturas correntes e citações foi de
0,80, sendo considerado um índice significativo. Há uma observação importante a ser
considerada, causada por uma terceira variável, “dispersão”, afetando o comportamento
das variáveis “acervo” e “citações”, onde o uso do acervo não atende ao total de citações,
propiciando uma distribuição da dispersão pela Lei de Bradford. O nível de dispersão da
literatura está relacionado com as citações de documentos identificados fora do acervo da
biblioteca.
9
�Para Lancaster (1996), o ideal seria que “o núcleo dos periódicos que espelham os
interesses dos usuários estivessem na coleção da biblioteca .... e que os níveis de
acessibilidade dos materiais correspondessem aos níveis de demanda”.
Se considerarmos o total de citações na lista de periódicos da dispersão, a abordagem de
Lancaster vem comprovar os resultados encontrados neste estudo. Este fenômeno sugere
um estudo da comunidade em suas linhas de pesquisas como diagnóstico para
planejamento dos recursos da biblioteca e serviços que vá direto ao encontro das
necessidades dos usuários, proporcionando acesso aos itens de seus interesses.
CONSIDERAÇÕES
A área de Ciências Farmacêuticas é apoiada por diversas áreas do conhecimento como
Ciências da Saúde, Ciências Nutricionais e pela área de Química: analítica, orgânica,
inorgânica e tecnológica. Esta interdisciplinaridade
opõe-se à definição de uma literatura
específica. Desta forma, não pode ser mantida uma representatividade de concentração de
produtividade em
periódicos, com assuntos bem definidos, confirmando a não aderência
ao primeiro princípio da Lei para todas as áreas analisadas. Este fenômeno se caracteriza
na formação profissional de cada pós graduando, seu interesse de pesquisa
e a literatura
sobre o assunto escolhido. Para estes casos, a análise bibliométrica recomenda que os
artigos de áreas correlatas, sejam adquiridos através de acesso cooperativo e serviços de
empréstimos com outras bibliotecas de mesma área. Considerando que parte do núcleo está
incluída na coleção que está dispersa, faz-se necessário as seguintes fundamentações
teóricas:
Brookes, (1981), propõe que “é mais econômico comprar artigos publicados em periódicos
relevantes”, ao manter coleções de baixo uso.
Ferguson, (1993) e Schwartz, (1998), desenvolveram análises de coleções baseadas em
custo-por-uso versus alto-custo-por-uso, considerando que os títulos de baixo uso devem
serem substituídos por serviços de empréstimos ou compartilhamento de acervos do que a
possessão destes títulos na biblioteca.
Lancaster (1996), sugere estudo da comunidade versus avaliação da coleção num processo
contínuo para estar em sintonia com estes dois fatores principais aos objetivos da
Biblioteca.
Vergueiro (1997), propõe que as bibliotecas devem definir em seu planejamento ou plano
de trabalho, o item avaliação de coleção como uma tarefa rotineira para diagnóstico dos
10
�fatores de desenvolvimento e crescimento de acervos, tendo em vista a comunidade que
será atendida.
Figueiredo, (1998, 1999), descreve métodos de avaliação de uso de coleções centrados em
estudos de usuários. A metodologia da autora estabelece critérios para planejamento de
avaliações de coleções e avaliações de serviços como produto da biblioteca. O objetivo
deste tipo de avaliação é mensurar a eficácia da biblioteca e saber como e quanto de uso
está sendo feito dos serviços
pela comunid ade. A autora ainda descreve métodos e
técnicas para estudos de usuários, com abordagem de autores já consagrados na literatura.
PROPOSTA DA BIBLIOTECA
Considerando os resultados deste estudo de avaliação do uso da coleção como um
diagnóstico para tomada de decisões, propõem-se um “estudo da comunidade acadêmica
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas”, com prioridade a curto prazo, para prestação de
serviços mais próximos às necessidades de seus usuários.
Formação Profissional dos alunos por Curso
G
GR
RA
AD
DUA
AÇ
ÇÃ
ÃO
O
M
MO
OD
DA
AL
LIID
DA
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DE
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Farmacêutico
Bioquímico
Análises Clínicas e Toxicológicas
Farmacêutico
Bioquímico
Fármacos e Medicamentos (Indústria farmacêutica)
Farmacêutico
Bioquímico
Alimentos
Especialização
E
C
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Análises Clínicas
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AL
L
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Farmácia Bioquímica, Biomedicina,
Ciências Biológicas (Mod. Médica )
Saúde Pública
Administração de Empresa, Assistente Social, Biologia,
Cirurgião Dentista, Enfermagem, Engenharia Civil (Área Ambiental),
Medicina, Nutrição, Psicologia, Veterinária.
11
�Pós Graduação (Mestrado e Doutorado)
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A
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A
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AL
L
Análises clínicas
Farmácia
Bioquímica,
Ciências
Biológicas,
Biomedicina,
Ciências
Biomédicas.
Alimentos
Ciências biológicas, Economia Doméstica, Educação física, Engenharia de
Alimentos,
Farmácia
Bioquímica,
Fisioterapia,
Medicina
Veterinária,
Nutrição, Odontologia, Processamento de Dados. Químico.
Ciências Farmacêuticas
Farmácia Bioquímica, Odontologia.
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11,
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13
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Avaliação do uso da coleção de periódicos por docentes e alunos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas- UNESP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Coito, Maria Irani
Escremin, Natalina Lambini
Scutari, Sonia Mara Alves
Santos, Ana Cristina Garcia Camilo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa o uso da coleção de periódicos da Biblioteca, através da coleta de dados sobre empréstimos, consultas, comutação bibliográfica e citações nas teses,dissertações e monografias apresentadas à Faculdade de Ciências Farmacêuticas.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4107/SNBU2002_096.pdf
87dc7fb840db9871428e872dafb8fb4e
PDF Text
Text
AVALIAÇÃO CONTINUADA DA QUALIDADE DOS PRODUTOS E SERVIÇOS
OFERECIDOS PELO SIBI/USP
1
Maria Imaculada Cardoso Sampaio;
2
Maria Alice França Rangel Rebello;
3
4
Maria Aparecida Bezerra;
Maria Cristina Olaio Villela;
5
1
Célia Maria Sant'Anna
Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Psicologia da Universidade de São
Paulo - isampaio@usp.br
2
(Serviço de Biblioteca e Documentação do Hospital Universitário da Universidade de São
Paulo - sbdc@hu.usp.br
3
(Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Geociências da Universidade de
São Paulo - mbezerra@usp.br
4
Serviço de Biblioteca e Documentação da Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo - cristina.villela@poli.usp.br
5
Serviço de Biblioteca e Documentação do Museu Paulista da Universidade de São Paulo celiasan@usp.br
�Resumo: Apresenta uma proposta de avaliação continuada da qualidade dos produtos e
serviços oferecidos pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo
(SIBi/USP). A proposta visa oferecer um modelo que, uma vez implementado em nível
sistêmico, permitirá ao SIBi/USP ouvir seus clientes em relação às suas expectativas e
desejos. O motivo do estudo foi o reconhecimento da falta de um programa efetivo de
avaliação da qualidade na prestação de serviços oferecida pelo Sistema, percebido em
estudo anterior, levado a cabo por parte dos autores dessa proposta. A partir da análise de
experiências registradas na literatura e vivenciadas por colegas, propõe um modelo que
permita avaliar continuamente, de forma qualitativa, essa prestação de serviços. O modelo
sugerido baseia-se na experiência do projeto LibQual+, desenvolvido pela Association of
Research Libraries, e o instrumento de coleta de dados é adaptado do modelo SERVQUAL.
Fundamenta a proposta no paradigma atual que norteia as ações das bibliotecas, em que o
cliente desempenha um papel predominante na definição dos produtos e serviços a ele
dirigidos e no qual a qualidade na prestação de serviços é um valor que todos os serviços
necessitam providenciar.
Descritores: Avaliação da qualidade; Bibliotecas Universitárias; Serviços de informação
1 Introduçao
O evento das tecnologias para organização e recuperação da informação tem impactado
as ações das bibliotecas em geral, principalmente as universitárias. O acesso eletrônico à
informação e aos documentos vem exigindo dos serviços de informação uma re-orientação
de seus paradigmas, à medida que a abordagem dessas organizações se volta totalmente
para o usuário. Graças a essa fantástica mudança, as universidades e suas bibliotecas estão
realinhando a prestação de serviço, voltando, completamente o foco de seus objetivos para
o usuário, afinal, é ele (o usuário) o maior auditor do sistema.
Nesse contexto, os tradicionais estudos de usuários também demandaram por mudanças
e evoluíram, de simples questionários, para complexos programas de avaliação, compostos
por formulários eletrônicos, entrevistas, estudos de casos, perfeitamente alinhados com a
proposta da abordagem centrada no usuário (NAHL, 1996). Os modelos atuais de avaliação
buscam acessar qualidade nos serviços, por isso seus esforços são no sentido de medir a
percepção que os usuários têm do serviço e quais são suas expectativas, uma vez que
quanto mais se aproxima da expectativa dos clientes, maior qualidade um produto ou
serviço contém. Essa questão não está muito bem resolvida na maioria das bibliotecas, e
ainda é inquietante para muitos pesquisadores da área da Ciência da Informação. Segundo
Cullen (2000), muitas questões sobre qualidade nos serviços e satisfação dos clientes ainda
necessitam de maiores esclarecimentos, tais como:
�•
Quais pesquisas estão, efetivamente, sendo efetuadas no campo da qualidade dos
serviços e satisfação dos clientes na área da Ciência da Informação?
•
O que se pode aprender dessas pesquisas?
•
As pesquisas sobre qualidade nos serviços e medidas de satisfação dos clientes
podem ajudar as bibliotecas a se tornarem mais competitivas nesse novo ambiente
digital, retendo sua clientela?
É dessa perspectiva que o presente estudo, a partir de experiências identificadas na
literatura e comprovadas por colegas bibliotecários, propõe ao Sistema Integrado de
Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBi/USP) um modelo de avaliação continuada,
visando inserir, definitivamente, o Sistema na era atual da informação, em que a qualidade
tem valores insubstituíveis.
2 O Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo - SIBi/USP
Composto por 39 bibliotecas das diversas áreas do conhecimento, o SIBi/USP é
hoje o maior sistema de bibliotecas do país. Devido à heterogeneidade de suas bibliotecas,
o SIBi/USP, além daqueles produtos e serviços comuns às bibliotecas, particularmente aos
sistemas de informação de universidades, tais como: manutenção do OPAC, empréstimo e
consulta do acervo e bases de dados, comutação bibliográfica e capacitação do usuário,
oferece uma prestação de serviço diferenciada, de acordo com a especificidade de cada
área. Nos últimos anos, o SIBi/USP vem se empenhando na busca pela qualidade através da
constante inovação tecnológica. Moresi (2000), afirma que os sistemas de informação têm
sido desenvolvidos para otimizar o fluxo de informações relevantes no âmbito de uma
organização, desencadeando o processo de produção do conhecimento e facilitando as
tomadas de decisões, bem como sua intervenção na realidade. Sendo assim, a inserção das
bibliotecas e seus clientes no complexo mundo das tecnologias de informação, exigiu das
equipes bibliotecárias do SIBI/USP uma postura pró-ativa, uma vez que a informação,
insumo básico da era atual e motivo da existência do próprio sistema, passa a influenciar
diretamente na tomada de decisões na Universidade, através da fundamentação teórica e
prática encontrada na literatura publicada no país e no exterior. Alinhada com a missão
atual do SIBi/USP, que é "Promover o acesso e incentivar o uso e a geração da informação
para contribuir com o desenvolvimento das atividades do ensino, pesquisa e extensão",
�definida no novo modelo de gestão proposto por Colleta e colaboradores (2001, p.58), a
visão do sistema, cuja proposta é "Ser um modelo de excelência em sistema de bibliotecas
universitárias"
(p.59)
impõe,
urgentemente,
um
repensar
nos
modelos
em
vigor,
estabelecendo como um das metas a serem alcançadas a implantação de um programa de
avaliação da qualidade, que permita às bibliotecas a total adequação de seus produtos e
serviços às necessidades reais da clientela, agregando, assim, valores incalculáveis ao bem
de maior relevância disponível em todos os tempos: a informação. Sabe-se de antemão que
ignorar essas necessidades poderá se refletir em sérios prejuízos para o desenvolvimento
das atividades acadêmicas da Universidade, comprometendo o ensino, pesquisa e a geração
do novo conhecimento.
1.4 Justificativa
Ao se propor um programa de avaliação de produtos e serviços, parte-se da premissa de
que a qualidade é o julgamento do usuário em relação à excelência ou a superioridade geral
de produtos e serviços a ele destinados. Essa percepção do usuário só pode ser avaliada a
partir de um processo pré- estabelecido e padronizado para todas as bibliotecas do Sistema,
pois, embora a partir do evento da criação da Rede de Serviços do SIBi/USP - SIBiNet, o
sistema tenha se firmado como um organismo homogêneo, faltam diretrizes sistêmicas para
o processo de avaliação dos produtos e serviços ofertados à comunidade. Dessa forma, a
busca pela almejada qualidade na prestação de serviços só será efetivada mediante a
aplicação
de
rigorosos
processos
de
avaliação
que,
uma
vez
implementados
sistemicamente, garantirão a satisfação do usuário do SIBi/USP.
4 Objetivo Geral
Implementar um programa de avaliação continuada da qualidade dos produtos e
serviços oferecidos aos clientes do SIBi/USP.
4.1 Objetivos específicos
q
Identificar, na literatura e através de benchmarking, os modelos utilizados para
avaliação da qualidade dos produtos e serviços oferecidos em bibliotecas e
serviços de informação, nacionais e internacionais.
�q
Analisar esses modelos, considerando as especificidades do SIBi/USP.
q
Desenvolver metodologia que permita a avaliação continuada dos produtos e
serviços oferecidos aos usuários .
5 Produtos resultantes
q
Instrumento de pesquisa próprio.
q
Escala de mensuração do Instrumento.
q
Material de divulgação da pesquisa para uso da Biblioteca.
q
Relatórios dos resultados para divulgação entre comunidade.
q
Relatórios de avaliação para as bibliotecas.
q
Relatório de avaliação do projeto.
6 Metas
q
Definir o Grupo de Trabalho.
q
Desenvolver instrumentos de avaliação de produtos e serviços.
q
Desenvolver uma metodologia para ser aplicada imediatamente.
q
Promover Workshop com os gerentes do SIBi/USP para validação da proposta.
q
Implantar piloto da avaliação até dezembro de 2002.
q
Publicar um resumo da avaliação, tão logo a primeira dimensão seja concluída.
q
Implementar o processo de avaliação de forma continuada, após análise dos
resultados e realinhamento da proposta.
7 Embasamento teórico
A avaliação da qualidade dos serviços vem preocupando os estudiosos de várias áreas,
principalmente aqueles que trabalham diretamente com os usuários, como é o caso dos
profissionais de marketing, além de outros, responsáveis pela implementação de estratégias
para medir as expectativas dos usuários. A literatura relata os primeiros estudos sobre
qualidade dos serviços como sendo iniciados por Oliver (1980) e Gronroos (1983), que
enfatizaram a necessidade de se estabelecer estratégias para avaliação nos setores de
serviços e decisões baseadas na satisfação do usuários.
Mesmo o Poder Público, muitas vezes conhecido, em alguns setores, por sua falta de
percepção para com as necessidades de seus usuários, vem adotando novas políticas de
�atendimento. Desta forma, é assegurado, por Lei, o direito à informação, à qualidade na
prestação do serviço e o controle adequado deste serviço aos usuários do serviço público do
Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 1999).
O primeiro modelo específico para avaliação de serviços pode ser atribuído ao trabalho
dos pesquisadores norte americanos Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985), que
desenvolveram o modelo visando captar critérios para avaliação da qualidade em serviços.
Os critérios de avaliação, ou dimensões, foram aplicados considerando-se os gaps; que são
as diferenças entre as expectativas dos usuários e o que é realmente oferecido, uma vez que
de acordo com Parasuraman, Berry e Zeithaml (1988), os usuários avaliam a qualidade do
serviço comparando o que desejam ou esperam com aquilo que obtêm. O modelo define
cinco gaps identificados entre as expectativas e percepções dos usuários:
Gap 1 = discrepância entre expectativas dos usuários e percepções dos gerentes sobre
essas expectativas.
Gap 2 = discrepância entre percepção dos gerentes das expectativas dos usuários e
especificação de qualidade nos serviços.
Gap3 = discrepância entre especificação de qualidade nos serviços e serviços realmente
oferecidos.
Gap 4 = discrepância entre serviços oferecidos e aquilo que é comunicado ao usuário.
Gap 5 = discrepância entre o que o usuário espera receber e a percepção que ele tem
dos serviços oferecidos.
Os primeiros quatro gaps contribuem para o quinto, que é exatamente onde reside o
problema: expectativa do usuário X percepção dos serviços oferecidos. Assim, a quinta
lacuna foi estabelecida como uma função das quatro lacunas anteriores, isto é, (gap+f
[gap1, gap2, gap3, gap4]).
Mais tarde, em 1988, os mesmos pesquisadores, criaram uma escala intitulada
SERVQUAL, objetivando identificar cinco componentes da qualidade dos serviços:
confiabilidade/credibilidade, receptividade, garantia, empatia e tangibilidade. O modelo
SERVQUAL representou uma ruptura no processo de avaliação de serviços e estimulou um
grande número de estudos na área, sendo que muitas outras pesquisas refinaram o modelo
conceitual de Parasuraman e seus colaboradores.
Cook e Thompson (2000), detalham as dimensões definidas no modelo SERVQUAL:
�q
Tangibilidade (Tangibles): facilidades e aparência física das instalações,
equipamentos, pessoal e material de comunicação.
q
Confiabilidade/Credibilidade (Reliability): habilidade em fazer o serviço
prometido com confiança e precisão.
q
Receptividade (Responsiveness): disposição para ajudar o usuário e fornecer
um serviço com rapidez de resposta e presteza.
q
Garantia (Assurance): conhecimento e cortesia do funcionário e sua habilidade
em transmitir segurança.
q
Empatia (Empathy): cuidado em oferecer atenção individualizada aos usuários.
Algumas destas dimensões estão garantidas na Lei de proteção e defesa do usuário
público. Conforme a Seção III “Do Direito à Qualidade do Serviço”, o Art. 7o dispõe que
“O direito à qualidade do serviço público exige dos agentes públicos e prestadores de
serviço público”: I – urbanidade e respeito no atendimento aos usuários do serviço (...); VI
– cumprimento de prazos e normas procedimentais; VII – fixação e observância de horário
e normas compatíveis com o bom atendimento do usuário (...); X – manutenção de
instalações limpas, sinalizadas, acessíveis e adequadas ao serviço ou atendimento (SÃO
PAULO, 1999). De todas as dimensões, a confiabilidade mostrou ser o aspecto que os
usuários mais consideram ao avaliar um serviço. Naturalmente não é o determinante nas
avaliações, mas, com certeza, é a essência da qualidade do serviço (BERRY;
PARASURAMAN, 1995). Um estudo realizado pela TARP-Technical Assistance Research
Program, com mais de 400 corporações nos Estados Unidos, Japão e países da Europa,
identificou três problemas básicos em relação à mediação de satisfação dos usuários com a
prestação de serviços. O primeiro é que uma empresa ou instituição não consegue
interpretar o significado da insatisfação de seus usuários. O segundo é que são poucas as
empresas ou instituições que medem a satisfação de seus usuários, através da inclusão de
perguntas que avaliem os produtos ou serviços oferecidos. O terceiro problema é que não se
indaga aos usuários sobre os reais motivos de sua satisfação/insatisfação com o que é
oferecido. Sendo assim, conhecer o que os usuários esperam em relação ao produto/serviço
oferecido é a etapa mais crítica na prestação de serviços com alta qualidade
(GONÇALVES, 2001).
�A preocupação com avaliação de serviços vem sendo demonstrada em vários
segmentos, sendo o modelo SERVQUAL o mais utilizado. O instrumento fundamentou a
avaliação dos serviços de um empresa de construção civil, em 1994. O objetivo do estudo
era o de analisar os serviços de engenharia utilizados pela empresa. O modelo permitiu
identificar um gap em relação à receptividade na prestação do serviço, uma vez que os
usuários declaram estar insatisfeitos com os prazos de conclusão dos serviços (GUEDES;
MORGADO; QUELHAS).
Outra experiência de avaliação que utilizou o SERVQUAL é relatada por Moraes e
Lacombe (1999). Segundo os autores, a análise da distribuição de três empresas: Elma
Chips, Coca-Cola e Souza Cruz, na cidade do Rio de Janeiro, foi avaliada a partir do
modelo. O objetivo era identificar lacunas entre a percepção de qualidade e as expectativas
dos usuários que recebiam os produtos das três empresas. Os resultados permitiram
identificar gaps entre os atributos levantados, concluindo que as expectativas dos varejistas
estão aquém daquilo que é oferecido. O modelo demonstra, uma vez mais sua
potencialidade em medir qualidade na prestação de serviços.
O setor de transporte e logística também foi avaliado a partir de uma adaptação do
modelo SERVQUAL. O instrumento denominado TRANSQUAL buscava medir a
satisfação do usuário final sob a ótica do operador logístico (LIMA; FONTES; TACLA,
1996). O resultado é apresentado em termos da melhoria da comunicação entre o usuário e
na identificação das expectativas desses em relação à qualidade do serviço oferecido, ou
seja, identificados os gaps o caminho é diminuir tais lacunas, de modo a obter a perfeita
harmonia entre sistema e usuário.
O modelo SERVQUAL mostra-se robusto também na avaliação de serviços na área de
educação. Segundo Araújo (1996), a escala analisou a qualidade percebida dos serviços
prestados por organizações escolares e demonstrou ser concisa, confiável e com validade
para o estudo. O estudo mediu e comparou as cinco dimensões do modelo, considerando
qual é mais valorizada em termos da prestação de serviços em escolas públicas e
particulares. O instrumento mostrou ser adequado para levantar o índice de qualidade
percebida em suas diversas dimensões e, também, para revelar o perfil dos alunos em
relação às mesmas.
�Os serviços terceirizados prestados por uma empresa de informática também foram
avaliados segundo o modelo SERVQUAL. Na busca pela qualidade e de um melhoramento
contínuo, quer seja na tecnologia empregada em seus serviços, quer nas relações com seus
colaboradores, uma empresa que presta serviços de informática aplicou o modelo buscando
conhecer as expectativas dos usuários. Os resultados evidenciam uma perda de qualidade
após terceirização dos serviços, declarada pelos usuários, quando solicitado os atributos
sobre o serviço desejado, aceitável e percebido (SANTOS, 2001).
Voltando para o campo da biblioteconomia, Hernon e Altman (1996) empreenderam
uma pesquisa dirigida à avaliação de serviços em bibliotecas, utilizando o modelo
SERVQUAL, o estudo gerou a monografia intitulada Service Quality in Academic
Libraries. A obra apresenta a importância e oferece sugestões para a avaliação dos serviços
bibliotecários especialmente desenvolvidos para a comunidade acadêmica.
Mais especificamente para a biblioteca universitária, no Brasil, tem-se uma aplicação
do modelo em bibliotecas especializadas em odontologia. Vergueiro e Carvalho (2001)
relatam o resultado da pesquisa empreendida no Estado de São Paulo, totalizando 7
bibliotecas da Universidade de São Paulo, Universidade de Campinas e Universidade
Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". "A pesquisa procurou identificar indicadores
de qualidade aplicáveis às bibliotecas universitárias brasileiras" (p.30). Ainda segundo os
autores, uma lista com 16 indicadores foi elaborada a partir da literatura levantada, visando
avaliar os itens: comunicação, acesso, confiança, cortesia, efetividade/eficiência, qualidade,
resposta, tangibilidade, credibilidade, segurança, extensividade, garantia, satisfação do
usuário, custo/benefício e tempo de resposta.
A análise permitiu avaliar, para cada
indicador proposto, os aspectos que são valorizados pelas diferentes categorias pesquisadas.
Os autores concluem que o exercício da definição de indicadores de qualidade constitui-se
em estratégia viável visando a qualidade de processos e serviços nos serviços de
informação de países em desenvolvimento e sugerem a realização de novos trabalhos
envolvendo diferentes áreas do conhecimento. Selecionando-se um universo de usuários
mais assíduos ao serviço de informação, os autores acreditam que, assim, o conhecimento
desses usuários quanto aos produtos/serviços e políticas adotadas pelas bibliotecas possa
contribuir para uma prestação de serviços com padrões efetivos de qualidade
(VERGUEIRO; CARVALHO, 2001).
�8 Metodologia
O motivo do estudo foi o reconhecimento da falta de um programa efetivo e
sistêmico de avaliação da qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelo SIBi/USP.
Uma vez identificada a questão, partiu-se para o levantamento, tanto na literatura, quanto
em experiências vivenciadas por outras bibliotecas em relação ao uso de modelos para
avaliação da qualidade dos produtos e serviços oferecidos em bibliotecas e serviços de
informação nacionais e internacionais.
A etapa seguinte consistiu-se na análise desses modelos, considerando-se as
especificidades do SIBi/USP. O resultado da análise culminou na apresentação de uma
proposta, em forma de monografia, ao Programa de Administração da Inovação Científica e
Tecnológica nos Serviços de Informação - SIBi/USP - PROTAP, em agosto de 2001* .
A estratégia foi parte do processo de implementação de um novo modelo de gestão
para o SIBi/USP; aprovado pelo Conselho Supervisor, a estratégia foi repassada à equipe
"PAQ -
Programa de Avaliação da Qualidade" (Projeto 10), responsável pelo
desenvolvimento do projeto, cujo escopo é aqui apresentado.
8.1 Universo da pesquisa
Devido ao seu caráter exploratório, formam o universo da pesquisa os usuários dos
produtos e serviços das bibliotecas do SIBi/USP, independentemente de serem usuários
internos ou externos à Universidade. A segmentação deste universo encontra-se descrita na
população da pesquisa.
8.2 População da pesquisa
Para um maior detalhamento da amostra e identificação dos dados demográficos
colhidos, os usuários são primeiramente categorizados como usuários internos ou externos.
Na categoria de usuário interno, apresentam-se as subdivisões: docente, aluno de pós–
graduação, aluno de especialização, aluno de graduação, funcionário e outros. Para
usuários externos, as categorias são: docente, aluno de pós–graduação, aluno de
*
A monografia está disponível no seguinte endereço:
http://www.sibi.usp.br/gestao/proj10/10020325monografia_protap.pdf
�especialização, aluno de graduação, profissional e outros. Todas as categorias são
contempladas no formulário eletrônico de pesquisa.
Segundo Cook, Heath e Russel (2000) uma amostra de pouco mais de 10% da população
pode ser extremamente representativa, oferecendo retorno significativo, podendo ser mais
representativa que uma amostra de 50% ou 60% da população. A representatividade da
amostra garante o sucesso da pesquisa. Os autores exemplificam com as pesquisas
elaboradas por ocasião das eleições, quando uma parcela de 2.000 respondentes falam em
nome de 150.000.000 eleitores, o que significa 0.000013 do total da população. Nesse caso,
a representatividade é mais importante que o número de respostas obtidas. Entretanto,
pesquisas baseadas em formulários eletrônicos administrados via Web são flexíveis,
rápidos e apresentam baixo custo de aplicação e, considerando-se o número de pessoas que
acessam a Internet diariamente, os resultados, em geral, são satisfatórios.
8.3 Técnica de coleta de dados
O modelo para a avaliação da qualidade dos produtos e serviços do SIBi/USP é
fundamentado na escala SERVQUAL. Seu grande mérito é permitir ao usuário avaliar o
serviço, comparando o que se espera ou deseja com o que realmente é oferecido. O modelo
SERVQUAL apóia-se na definição de cinco importantes dimensões para avaliar a
qualidade: receptividade, empatia, confiabilidade, garantia, tangibilidade .
Ordenados dentro dessas cinco dimensões, os produtos e serviços são analisados da
perspectiva do usuário. As pessoas que prestam o serviço são entendidas como o elemento
chave desse processo, logo precisam ser avaliadas enfaticamente, pois influenciam em
todas as dimensões.
8.4.1 Instrumento de pesquisa
Questionários muito longos têm sido criticados por especialistas em avaliação, por
desestimularem os respondentes e, quase sempre, não serem completados. Optou-se, então,
por dividir a pesquisa em cinco etapas, contemplando-se, em cada uma, as dimensões préestabelecidas. Pretende-se com este procedimento, além de não desanimar o usuário com
um questionário muito longo, despertar sua curiosidade em relação ao próximo item de
avaliação. Conforme a dimensão selecionada, serão levantados e explicitados os
indicadores de avaliação, apresentando-se, sempre que necessário, uma descrição dos itens
�que os compõem, para auxiliar o respondente. A escala é composta por dois graus de
avaliação: o grau de importância (“o que o usuário espera ou deseja receber”) e o grau de
satisfação (“o que o usuário percebe”). Para dimensionar cada grau, optou-se por uma
escala de quatro níveis, evitando-se o uso de escalas ímpares, onde há a tendência de
centralização das respostas.
8.4.1.1 Entrevistas
A entrevista é o segundo instrumento a ser utilizado pelo PAQ, tendo por objetivo
levantar dados pontuais e locais sobre a percepção do usuário quanto à biblioteca.
Composta de apenas três perguntas, busca levantar dados sobre o que o usuário menos
gosta, mais gosta e o que mudaria na Biblioteca. Segundo Hernon e Altman (1998), estas
três perguntas são utilizadas no software Benevox® Public Satisfaction System, da
Surveytools Coorp., desenvolvido por John Whitman. A entrevista será efetuada durante
uma semana, a contar do dia seguinte à disponibilização do primeiro questionário na
SIBiNet e aplicada a uma amostra acidental, isto é, o maior número de usuários possível
deverá ser entrevistado, independentemente da categoria ou do horário de freqüência da
Biblioteca. As respostas serão tabuladas e comparadas com os resultados dos questionários
online do PAQ, servindo de parâmetro de avaliação.
8.5 Divulgação e promoção da pesquisa
Em se tratando de pesquisa com o instrumento em formato eletrônico, torna-se
necessária uma ampla divulgação para a obtenção de um número maior de participantes. As
bibliotecas e o departamento técnico promoverão uma intensa campanha convidando os
usuários para participação no processo de avaliação. A estratégia para essa chamada
contará com a utilização de outdoors dentro dos campi, cartazes afixados nas diversas
unidades, folhetos, e-mail e convites pessoais via bibliotecários de referência e atendentes
do balcão e portaria. A entrevista também servirá como uma estratégia para a sensibilização
do usuário em relação à importância de sua participação no Programa.
A partir da segunda etapa, ou seja, da disponibilização da segunda dimensão, os
resultados das etapas anteriores também deverão estar disponíveis aos usuários. Ao final do
processo será feita uma análise detalhada dos resultados de todas as dimensões
�contempladas, gerando-se relatórios específicos, para cada uma das bibliotecas avaliadas e
gerais, para envio ao DT/SIBi.
9 Considerações finais
O Programa de Avaliação da Qualidade - PAQ parte da premissa que é urgente investir
na promoção da qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelas bibliotecas do
SIBi/USP, a partir do conhecimento das expectativas e desejos dos clientes. A avaliação de
produtos e serviços em bibliotecas e serviços de informação vem ganhando extrema
relevância, fato comprovado pelas experiências aqui relatadas. Os paradigmas atuais em
serviços de informação, assim como nos serviços de modo geral, estão focalizados nas
expectativas e desejos da clientela. Sendo assim, deixa de existir o interesse na posse do
documento e a atenção se volta para a prestação de serviços. Nunca foi tão relevante ouvir
o cliente. Nunca o cliente desempenhou um papel tão predominante na definição dos
produtos e serviços a ele dirigidos. Essa nova realidade tornou-se um desafio para os
prestadores de serviço, principalmente aos administradores de serviços de informação, que
gerenciam o insumo básico da atualidade. Nesse sentido, fica a proposta desse trabalho
como uma semente a ser disseminada nas bibliotecas do Sistema, esperando ver prosperar
naqueles que prestam serviços no SIBi/USP, o interesse em desenvolver estratégias de
trabalho inovadoras, nas quais as exigências e expectativas dos clientes sejam as premissas
básicas no gerenciamento das bibliotecas.
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�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Avaliação continuada da qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelo SIBi/USP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Sampaio, Maria Imaculada Cardoso
Rebello, Maria Alice França Rangel
Bezerra, Maria Aparecida
Villela, Maria Cristina Olaio
Sant'Anna, Célia Maria
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta uma proposta de avaliação continuada da qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBi/USP). A proposta visa oferecer um modelo que, uma vez implementado em nível sistêmico, permitirá ao SIBi/USP ouvir seus clientes em relação às suas expectativas e desejos. O motivo do estudo foi o reconhecimento da falta de um programa efetivo de avaliação da qualidade na prestação de serviços oferecida pelo Sistema, percebido em estudo anterior, levado a cabo por parte dos autores dessa proposta. A partir da análise de experiências registradas na literatura e vivenciadas por colegas, propõe um modelo que permita avaliar continuamente, de forma qualitativa, essa prestação de serviços. O modelo sugerido baseia-se na experiência do projeto LibQual+, desenvolvido pela Association of Research Libraries, e o instrumento de coleta de dados é adaptado do modelo SERVQUAL. Fundamenta a proposta no paradigma atual que norteia as ações das bibliotecas, em que o cliente desempenha um papel predominante na definição dos produtos e serviços a ele dirigidos e no qual a qualidade na prestação de serviços é um valor que todos os serviços necessitam providenciar.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4106/SNBU2002_095.pdf
2897ebe36f78e49e89eb89683b603d26
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PERCEPÇÃO DO CLIENTE EM RELAÇÃO À QUALIDADE DOS PRODUTOS E
SERVIÇOS OFERECIDOS PELO SIBI/USP
Maria Imaculada Cardoso Sampaio 1
Márcia Elisa Garcia de Grandi2
Maria Cristina Olaio Villela3
Roberto Barsotti4
Orientador: Prof. Dr. Henrique Rozenfeld5 )
1
Serviço de Biblioteca e Documentação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
isampaio@usp.br
2
Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de
São Paulo - megrandi@usp.br)
3
Serviço de Biblioteca e Documentação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo cristina.villela@poli.usp.br
4
Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo
5
Conselho Supervisor do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo - roz@sc.usp.br
Endereço: Instituto de Psicologia. Universidade de São Paulo - Av. Prof. Mello Moraes, 1721 – Cidade Universitária –
05508-900 – São Paulo – SP - Brasil
1
�Resumo: As necessidades informacionais dos clientes e suas percepções em relação à prestação de
serviços oferecida por bibliotecas e centros de documentação têm sido objeto de vários estudos na
área da Ciência da Informação. Considera-se que o desconhecimento em relação à essas
necessidades pode causar prejuízos para o desenvolvimento das atividades acadêmicas,
comprometendo o ensino, pesquisa e a geração do novo conhecimento. Os modelos atuais de
avaliação da qualidade estão focalizados nas expectativas dos clientes, já que, quanto mais se
aproximam dessa expectativa, maior qualidade é atribuída aos produtos e serviços. É dessa
perspectiva que o presente estudo partiu para avaliar a percepção do cliente em relação à qualidade
dos produtos e serviços oferecidos pelo Sistema Integrados de Bibliotecas da Universidade de São
Paulo (SIBi/USP). O estudo contou com a participação de uma biblioteca de cada área do
conhecimento, além da inclusão de uma biblioteca localizada em um dos campi do Interior,
considerando-se o maior número de alunos inscritos na Unidade, nos cursos de graduação e pósgraduação. A amostra foi composta por Docentes, Alunos de pós – graduação, Alunos de
graduação, Funcionários e Clientes externos, selecionados de acordo com critérios pré definidos na
metodologia do estudo. A avaliação permitiu identificar pontos fortes e fracos nos produtos e
serviços oferecidos pelo sistema, possibilitando a definição de estratégias que culminarão com a
melhoria da qualidade na prestação de serviços oferecidos pelas bibliotecas da USP, assim como na
implementação de um processo de avaliação continuada.
Descritores: Avaliação da qualidade; Bibliotecas Universitárias; Serviços de informação
1 Introdução
O conhecimento sobre as necessidades dos clientes e suas percepções em relação aos
produtos e serviços oferecidos por bibliotecas e serviços de informação tem sido objeto de vários
estudos na área da Ciência da Informação, (Danuta, 2000). Não basta conhecer as necessidades
informacionais dos clientes, porém é fundamental medir-se a qualidade percebida, pois é a partir
dessa percepção que a biblioteca/serviço pode avaliar se seus objetivos estão sendo cumpridos.
A
totalidade de componentes e características de um produto ou serviço que influenciam a sua
potencialidade para satisfação das necessidades manifestas ou implícitas dos clientes é definida
como qualidade pela International Organization for Standarlization (ISO), 1991.
Sendo
assim,
a
qualidade baseada na percepção dos clientes assume que qualidade é o que os clientes avaliam
como tal, (Araújo, 1996). Tendo esse cliente necessidades e desejos próprios, os produtos que
satisfazem suas preferências individuais são julgados como aqueles de qualidade mais alta. Quanto
aos serviços, a qualidade baseada no cliente é referida na literatura como qualidade percebida,
Zheithaml, 1988, citado por Araújo, 1996. Ainda segundo o autor, qualidade percebida é o
julgamento do cliente sobre a excelência ou superioridade geral de um evento ou coisa.
Linguanotto, Grandi e Sampaio, 2001, discutem a importância da qualidade nos serviços de
informação, a partir da revisão da literatura especializada sobre o tema em questão. Segundo os
autores, "Embora com variações, os conceitos de qualidade giram em torno da conformidade,
adequação ao uso e satisfação do cliente", (p.7). O embasamento teórico do trabalho serviu como
2
�pano de fundo para que os autores, após diagnóstico da situação das bibliotecas do Sistema
Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBi/USP) e estudo focado na opinião do
cliente, apresentassem uma proposta de "Indicadores de qualidade do Serviço de Referência do
SIBi/USP", elencando 48 indicadores categorizados de acordo com a natureza dos produtos e
serviços e definidos a partir dos desejos dos clientes. Os modelos atuais de qualidade de serviços
estão focalizados em descobrir quais são as expectativas dos clientes, pois quanto mais se
aproximam dessa expectativa, maior qualidade esses serviços contêm. Acessar qualidade nos
produtos e serviços oferecidos é o primeiro passo para reter o cliente no atual ambiente
competitivo, e a qualidade é a competitividade necessária para as empresas e instituições
prestadoras de serviços no mundo atual, afirmam Hernon e Altman (1998). As bibliotecas
precisam, urgentemente, reexaminar a qualidade dos seus produtos e serviços, adequando sua
oferta às expectativas da clientela. Essa questão não está muito bem resolvida na maioria das
bibliotecas, e ainda é inquietante para muitos pesquisadores da área da Ciência da Informação.
Segundo Cullen (2000), muitas questões sobre qualidade nos serviços e satisfação dos clientes
ainda necessitam de maiores esclarecimentos.
É dessa perspectiva que o presente estudo partiu para avaliar a percepção do cliente do
SIBi/USP em relação aos produtos e serviços oferecidos pelas bibliotecas do Sistema, acreditando
oferecer subsídios para a implementação de programas estruturados e voltados, exclusivamente,
para a avaliação da qualidade.
2 O Sistema Integrado de Bibliotecas da Univers idade de São Paulo - SIBi/USP
O Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo, criado em 08.07.1981, a
partir da resolução n. 2226, da Reitoria da USP, foi idealizado com o objetivo de estabelecer a
organização sistêmica das atividades desenvolvidas pelas, atualmente, 39 bibliotecas das diversas
áreas do conhecimento. Devido à heterogeneidade de suas bibliotecas, o SIBi/USP oferece
produtos e serviços diferenciados aos seus clientes. Essa diversidade, bem como as diferentes
abordagens e políticas particulares para o ensino e pesquisa nas várias Unidades Universitárias dos
Campi da Capital e do Interior, torna complexa a tarefa de implementar conceitos de qualidade aos
produtos e serviços ofertados pelo Sistema. Vale lembrar que essa prestação de serviços não está
voltada apenas para o usuário local, porém é estendida aos clientes externos também, ou seja, de
outras instituições que não a USP. A partir da implantação da Rede de Serviços do SIBi/USP, as
bibliotecas unem o tradicional papel de bibliotecas acadêmicas ao papel inovador de provedoras de
3
�informação e incorporam as novas tecnologias de informação, buscando agregar qualidade na
prestação de serviços, à medida que promovem velocidade e flexibilidade na comunicação das
informações. Moresi (2000), afirma que os sistemas de informação têm sido desenvolvidos para
otimizar o fluxo de informações relevantes no âmbito de uma organização, desencadeando o
processo de produção do conhecimento e facilitando as tomadas de decisões, bem como sua
intervenção na realidade. Sendo assim, o Projeto de Modernização das Bibliotecas do SIBi/USP
inseriu as bibliotecas e seus clientes no complexo mundo das tecnologias de informação, e esses
passaram a atuar de forma pró ativa na geração do novo conhecimento e influenciando a tomada de
decisões na Universidade, através da fundamentação teórica e prática encontrada na literatura
publicada internacionalmente. A missão de oferecer apoio às atividades de ensino, pesquisa e
extensão universitária das bibliotecas fortaleceu-se com o impacto provocado pelas tecnologias de
informação. A evolução observada no SIBi/USP exige mudanças urgentes, incluindo revisão
imediata do atual modelo mental que impera na avaliação da prestação de serviços oferecida pelas
bibliotecas do Sistema. É mister implantar-se um modelo de avaliação que permita às bibliotecas a
total adequação de seus produtos e serviços às necessidades reais da clientela, agregando-se assim
valores incalculáveis ao produto de maior relevância disponível em todos os tempos: a informação.
Considera-se que essas necessidades, uma vez não satisfeitas podem causar prejuízos para o
desenvolvimento das atividades acadêmicas da Universidade, comprometendo o ensino, pesquisa e
a geração do novo conhecimento.
3 Metodologia
3.1 Universo do estudo
Selecionou-se uma biblioteca de cada área do conhecimento, além da inclusão de uma biblioteca
localizada em um dos campi do Interior, considerando-se o maior número de alunos inscritos na
Unidade, nos cursos de graduação e pós-graduação, a saber:
Biológicas – Faculdade de Medicina (FM)
Exatas – Escola Politécnica (EP)
Humanas – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH)
Interior – Escola de Engenharia de São Carlos (EESC)
3.2 Definição da amostra piloto
4
�Categorias: Docentes, Alunos de pós – graduação, Alunos de graduação, Funcionários e Clientes
externos, selecionados de acordo com os critérios abaixo:
a) docentes – todos das bibliotecas selecionadas para o estudo;
b) alunos de pós – graduação – todos das bibliotecas selecionadas para o estudo e que tenham email;
d) alunos de graduação – 2% do total de alunos inscritos no(s) curso(s);
e) funcionários - todos das Unidades selecionadas;
f) clientes externos - todos aqueles que freqüentaram a biblioteca, durante o período destinado à
aplicação do questionário.
Foram encaminhados questionários para os docentes, através dos diretores de Unidades,
alunos de pós graduação, via Serviços de Pós Graduação, enquanto os alunos de graduação e
clientes externos foram entrevistados nas próprias bibliotecas. Os funcionários foram contatados
com o auxílio dos Serviços de Pessoal das Unidades participantes do estudo.
Quadro 1 - Total de questionários distribuídos por unidades e categorias de usuários
Unidade
FM
EP
FFLCH
EESC
Total
Docentes
263
389
272
164
1088
Alunos de Pós Graduação
1738
2410
2757
1197
8102
Alunos de Graduação
68
192
342
63
665
Total
2069
2991
3371
1424
9855
4 Análise dos resultados
A tabulação dos dados foi extremamente facilitada graças à criação do formulário eletrônico
pela equipe de informática do Departamento Técnico do SIBi/USP. A análise dos resultados foi
efetuada considerando-se a ordem em que as questões aparecem no formulário. Optou-se por
analisar a opinião geral de todos os clientes consultados, independente da categoria ou biblioteca,
apresentando-se neste trabalho os resultados em forma de tabelas, sendo a análise detalhada,
através do cruzamento dos dados das bibliotecas representados graficamente, apresentada em
relatório geral às bibliotecas do Sistema.
4.1 Percepção geral dos clientes
O número de formulários que retornou, da parte dos docentes e alunos de pós graduação
estava muito abaixo do esperado, levando o Grupo à definição de uma nova estratégia visando a
obtenção de maior representação por parte dessas duas categorias de clientes. Foi construído, então,
5
�um formulário eletrônico pela equipe de informática do DT/SIBi e disponibilizado no site da
SIBiNet e encaminhou-se um e-mail de reforço aos docentes e pós graduandos, solicitando, uma
vez mais, sua colaboração no sentido de responder e enviar o formulário, já que sua participação é
fundamental no estudo.
Tabela 1 – Identificação do cliente
Categorias
Número de clientes
Docentes
463
Alunos de Pós Graduação 1762
Alunos de Graduação
698
Funcionários
341
Total
3344
A tabela abaixo permite analisar a opinião dos clientes em relação à utilização dos produtos
e serviços oferecidos pelas bibliotecas da própria unidade.
Tabela 2 – Utilização dos produtos e serviços da própria biblioteca
Você utiliza os produtos/serviços da biblioteca:
Da sua Unidade?
Freqüentemente: 1508
Às vezes: 637
Raramente: 163
Se não usa, por que?
Não necessito: 79
Não conheço: 21
O acervo é limitado: 31
Não tenho permissão: 3
Tenho biblioteca própria: 12
Utilizo outro recurso: 48
De
Unidade(s)?
Freqüentemente: 304
Às vezes: 561
Raramente: 330
outra(s)
Observa-se que 1508 clientes declararam utilizar os produtos e serviços da biblioteca da
própria unidade, enquanto 637 assinalaram a opção “às vezes”. Apenas 163 clientes consultados
raramente recorrem à prestação de serviços de sua biblioteca. Os respondentes diluíram sua opinião
em relação ao porque da não utilização desses P&S, como bem demonstra a tabela. Quanto à
utilização da biblioteca em outras Unidades da USP, as respostas não demonstram impacto dessa
dimensão, ficando a grande maioria com o item “às vezes”.
A infra estrutura das bibliotecas pode ser medida a partir da tabela 3.
6
�Tabela 3 – Infra estrutura da biblioteca
Em relação à infra-estrutura da biblioteca, como você avalia os itens:
Bom: 1801
Médio: 531
Condições gerais do prédio
Ruim: 82
Desconheço: 107
Bom: 841
Médio: 942
Número de Computadores
Ruim: 344
Desconheço/Não Utilizo: 354
Bom: 2026
Médio: 300
Limpeza
Ruim: 20
Desconheço: 134
Bom: 1269
Ambiente
de
leitura/estudo Médio: 763
individual/grupo
Ruim: 156
Desconheço/Não Utilizo: 318
Bom: 344
Instalação para portadores de Médio: 398
deficiência
Ruim: 343
Desconheço: 1380
A avaliação dos clientes em relação à infra estrutura das quatro bibliotecas analisadas
resultou extremamente favorável. As condições gerais dos prédios, o número de computadores
destinados aos clientes, a limpeza e o ambiente de leitura/estudo de forma individual ou em grupo
foram pontuados com os quesitos “Bom” e “Médio”, o que permite fazer a leitura de que a
qualidade desses recursos atendem às expectativas da clientela. Poucos desconhecem ou não
utilizam esses espaços/bens das bibliotecas analisadas. Observa-se um grande número de pontos
para “desconheço” no item “Instalação para portadores de deficiência”, deixando transparecer a
necessidade de maiores esclarecimentos em relação à questão, uma vez que não é possível
identificar-se se o desconhecimento por parte dos clientes deve-se à inexistência desses espaços, ou
falta de divulgação desses recursos que, atualmente, são obrigatórios nas instituições públicas e,
principalmente, nas bibliotecas.
A próxima tabela analisa um item de extrema relevância nas bibliotecas e serviços de informação
da atualidade.
Tabela 4 – Fontes de acesso à informação
Para obter informação de seu interesse, você considera os produtos/serviços:
(não considerar problemas de acesso, tais como tempo de resposta)
7
�Bom: 909
Médio: 802
Fichário
Ruim: 221
Desconheço/Não Utilizo: 515
Bom: 757
Referência
(bibliografias, Médio: 648
enciclopédias, etc)
Ruim: 75
Desconheço/Não Utilizo: 562
Bom: 873
Médio: 396
SIBiNet
Ruim: 26
Desconheço/Não Utilizo: 828
Bom: 1151
Médio: 539
DEDALUS
Ruim: 77
Desconheço/Não Utilizo: 595
Bom: 240
Médio: 147
ERL
Ruim: 14
Desconheço/Não Utilizo: 1750
Bom: 350
Médio: 151
SciELO
Ruim: 25
Desconheço/Não Utilizo: 1641
Bom: 554
Médio: 182
Web of Science
Ruim: 19
Desconheço/Não Utilizo: 1436
Bom: 491
Médio: 279
Outros recursos da Internet
Ruim: 56
Desconheço/Não Utilizo: 1199
Considerando a relevância das fontes de acesso à informação, uma vez que prover o acesso à
informação é um dos momentos máximos das bibliotecas atuais, vale a pena analisar-se cada item
separadamente.
Fichário: 909 clientes consideram o item “Bom”, e 802 pontuaram como “Médio” o tradicional
recurso para acesso à informação, o que permite avaliar o item como de boa qualidade para a
comunidade. “Desconheço/Não Utilizo” recebeu 515 respostas, levando a sugerir que, neste caso,
valeria desdobrar ainda mais a questão, pois “Desconheço” tem um significado diferente de “Não
Utilizo”, que pode significar a substituição do fichário pelos modernos OPACS, disponíveis em
todas as bibliotecas da USP, o DEDALUS.
8
�Referência: as obras de referências são reconhecidas como relevantes para 757 clientes, contra 648
que pontuaram o item como “Médio”. Novamente a opção “Desconheço/Não Utilizo”, com 562
respostas chama a atenção pela alta pontuação e aponta para a necessidade de uma avaliação mais
pontual.
SIBiNet: a rede de serviços do SIBi/USP recebeu parecer favorável de 873 clientes consultados,
contra 396 pontos para “Médio”e apenas 26 para a avaliação “Ruim”. Este item, devido ao alto
número de respostas “Desconheço/Não Utilizo”, necessita de atenção especial por parte da equipe
do SIBi/USP, pois considerando-se a relevância desse canal de comunicação entre as bibliotecas e
seus clientes, a garantia de acesso à informação torna-se excessivamente prejudicada pela falta de
promoção da rede de serviços online, onde espera-se que as informações trafeguem atualmente.
DEDALUS: o banco de Dados Bibliográficos da USP aparece como bem pontuado pelos clientes
do estudo, uma vez que 1151 respostas foram favoráveis ao item, e 539 opções foram para a
grandeza “Médio”, e apenas 77 pontuaram o Banco como “Ruim”. Novamente o alto impacto da
opção “Desconheço/Não Utilizo” chama a atenção para a falta de divulgação dos veículos de
comunicação entre a comunidade uspiana.
ERL: a biblioteca de fontes referenciais de informação da SIBiNet, que reúne bases de dados das
diversas áreas do conhecimento apresenta sérios problemas em relação à avaliação dos clientes.
Apenas 240 respondentes consideraram o item “Bom” e 147 o avaliaram com “Médio”. Entretanto,
1750 clientes declararam desconhecer ou não utilizar essas fontes, que são valiosas contribuições
para a otimização do acesso à informação.
ProBE, SciELO, Web of Science: assim como “outros recursos da Internet” carecem da mesma
atenção apontada para o itens anteriores, devido ao alto número de clientes que declarou
desconhecer ou não utilizar as ferramentas que, sem dúvida, podem contribuir exaustivamente para
a geração de novo conhecimento na Universidade.
A seguir serão analisados os recursos para acesso ao documento.
Tabela 5 – Recursos para a obtenção do documento
Para obter o documento de seu interesse, você considera os produtos/serviços:
Acervo
Empréstimo domiciliar
Bom: 1037
Médio: 995
Ruim: 158
Desconheço/Não Utilizo: 230
Bom: 1100
Médio: 484
9
�Ruim: 108
Desconheço/Não Utilizo: 680
Bom: 603
Médio: 602
Empréstimo entre Bibliotecas
Ruim: 332
Desconheço/Não Utilizo: 821
Bom: 878
Reposição (livros, periódicos, Médio: 809
etc) nas estantes
Ruim: 211
Desconheço/Não Utilizo: 444
Obtenção de Cópias de Bom: 535
artigos científicos em outra Médio: 517
biblioteca
(Comutação Ruim: 215
bibliográfica, Comut)
Desconheço/Não Utilizo: 1133
Tanto o acervo, quanto o empréstimo domiciliar foram bem pontuados pelos clientes,
recebendo as maiores pontuações as grandezas “Bom” e ‘Médio”. O empréstimo entre bibliotecas é
apontado como desconhecido ou não utilizado por 821 clientes, sendo o serviço considerado
“Bom” por apenas 603 dos respondentes. A reposição de livros, periódicos e outros materiais nas
estantes satisfaz a necessidade da maioria da clientela consultada. Outro serviço que aparece como
desconhecido ou não utilizado pela maior parte dos clientes é o de obtenção de cópias de artigos
em outras bibliotecas, ou seja, a comutação bibliográfica. Informar o cliente dessa possibilidade
torna-se de fundamental importância, considerando-se as facilidades de comunicação decorrentes
da Internet, que possibilitaram a implementação de sistemas velozes e confiáveis para troca de
documentos entre instituições, ou mesmo entre particulares. Assim como a comutação
bibliográfica, o item “obtenção de documento via Internet” também aparece como desconhecido ou
não utilizado pela comunidade.
A tabela 6 analisa os recursos/serviços de apoio à utilização da biblioteca.
Tabela 6 – Recursos/serviços de apoio à utilização da biblioteca
Bom: 1738
Médio: 502
Atendimento em geral
Ruim: 58
Desconheço: 144
Bom: 792
Treinamento no uso da tecnologia Médio: 594
para recuperação de informação
Ruim: 100
Desconheço: 921
Bom: 409
Visitas e palestras sobre o uso da
Médio: 341
biblioteca
Ruim: 144
10
�Desconheço: 1483
Bom: 1051
Médio: 787
Comunicação visual (Sinalização)
Ruim: 212
Desconheço: 345
O atendimento em geral oferecido pelas equipes das bibliotecas analisadas foi pontuado como
“Bom”, por 1738 clientes e “Médio” por 502, o que permite observar a boa qualidade dos serviços de
referência das bibliotecas que participaram do estudo. Os treinamentos no uso das tecnologias para
recuperação da informação são apontados como desconhecidos por 921 dos respondentes, chamando a
atenção para a necessidade de maior divulgação dessa modalidade de serviço. As visitas e palestras, sobre
o uso da biblioteca, também são desconhecidos pela maioria dos clientes consultados. A comunicação
visual das bibliotecas agrada a maior parte dos respondentes, sendo considerada boa por 1051 e média por
787 dos clientes da amostra.
A tabela seguinte discorre sobre as normas para a elaboração de trabalhos científicos.
Tabela 7 – Normas para elaboração de trabalhos científicos
Em relação às normas para elaboração de monografias, referências bibliográficas, etc.,
você considera os produtos/serviços:
Bom: 708
Orientação
quanto
à Médio: 520
normalização
Ruim: 123
Desconheço/Não Utilizo: 1073
Bom: 740
Normalização
realizada
pela Médio: 464
biblioteca
Ruim: 76
Desconheço/Não Utilizo: 1122
Bom: 552
Médio: 492
Manuais de orientação
Ruim: 98
Desconheço/Não Utilizo: 1217
A observação da tabela permite concluir que a maioria dos clientes consultados desconhece
essa prestação de serviços nas bibliotecas consultadas. Considerando que a Universidade é a grande
fonte geradora de dissertações, teses, monografias e artigos de periódicos a análise do item é
preocupante, pois, em princípio, todos os trabalhos deveriam seguir normas e padrões de qualidade
na apresentação.
A última tabela discute sobre a divulgação dos produtos e serviços oferecidos pelas bibliotecas.
Tabela 8 – Divulgação dos produtos e serviços
11
�Quanto à divulgação dos produtos/serviços, você considera:
Bom: 641
Médio: 765
Cartazes
Ruim: 240
Desconheço: 732
Bom: 436
Médio: 653
Eventos
Ruim: 279
Desconheço/Não Utilizo: 1001
Bom: 575
Médio: 693
Folhetos
Ruim: 238
Desconheço: 855
Bom: 635
Médio: 614
Home pages
Ruim: 195
Desconheço: 910
Bom: 526
Médio: 618
Painéis
Ruim: 222
Desconheço: 972
Os sistemas de divulgação dos produtos e serviços entre a comunidade necessitam de
revisão quanto à sua estratégia. A maior parte dos clientes declarou não conhecer cartazes, eventos
promovidos, folhetos e painéis impressos com o objetivo de promover a prestação de serviços
oferecida pelas bibliotecas. Considerando a relevância da Internet enquanto fonte de informação na
atualidade, vale observar o desconhecimento de 910 clientes em relação às home pages de suas
bibliotecas.
5 Considerações Finais
Um breve resumo da análise da percepção dos clientes do SIBi/USP em relação aos
produtos e serviços permite identificar que a qualidade da infra estrutura das quatro bibliotecas
consultadas é identificada por todas as categorias dos sujeitos do estudo.
Quanto às fontes de informação, o DEDALUS - Banco de Dados Bibliográficos da USP foi
muito bem pontuado pelos entrevistados, enquanto a ERL (Electronic Reference Library), o ProBE
(Programa Biblioteca Eletrônica), a SciELO (Scientific Electronic Library Online) e a Web of
Science aparecem como desconhecidas, ou não utilizadas, pela maior parte dos clientes
consultados. A facilidade de obtenção do texto na íntegra de revistas internacionais e nacionais
diretamente no computador das bibliotecas, ou mesmo da sala dos docentes e laboratórios da USP,
12
�é tido com desconhecido por grande parte da comunidade estudada. Considerando a relevância
dessas fontes de acesso à informação e ao documento, enquanto apoio ao ensino e à pesquisa, o
pouco uso ou desconhecimento dos recursos demandam atitudes pró ativas das bibliotecas, como
por exemplo, ênfase na divulgação das ferramentas. O acervo das quatro bibliotecas recebeu alta
pontuação por parte dos clientes, reforçando a excelência das coleções de livros, periódicos, teses e
outros tipos de documentos disponíveis na Universidade, entretanto os serviços para obtenção de
cópias em outras bibliotecas, ou mesmo na Internet, é tido como pouco conhecido/utilizado pelos
sujeitos da pesquisa. O serviço de Empréstimo entre Bibliotecas, motivo de grandes queixas para
os bibliotecários de referência, foi avaliado com qualidade insatisfatória por grande parte da
clientela. De modo geral, o atendimento oferecido pelas bibliotecas consultadas vai ao encontro das
expectativas dos clientes. Os treinamentos no uso da tecnologia para recuperação da informação,
assim como as palestras sobre o uso da biblioteca, são desconhecidos, ou não utilizados pela
maioria dos clientes consultados. As normas para elaboração de monografias, referências
bibliográficas e outros recursos de orientação, não receberam parecer favorável de grande parte dos
clientes consultados. Considerando que a Universidade é a grande geradora da produção intelectual
do país, o resultado da análise é preocupante, pois, em princípio, os trabalhos aqui produzidos
deveriam primar pela qualidade, não só de conteúdo, com também na forma de apresentação. Os
sistemas de divulgação utilizados nas bibliotecas consultadas necessitam de revisão urgente em
relação às suas estratégias, a maioria dos clientes declarou desconhecer essa prestação de serviços.
As condições gerais dos prédios que abrigam as bibliotecas foram consideradas de qualidade por
quase
todos
os
clientes
sujeitos
do
estudo. Os manuais de orientação são poucos
conhecidos/utilizados pelos clientes analisados, entretanto a comunicação visual é avaliada com
excelência de qualidade pela maioria dos entrevistados. Qualidade nos serviços é um valor que as
bibliotecas necessitam providenciar para os produtos e serviços oferecidos. Nesse sentido,
implementar processos de avaliação da percepção dos clientes em relação à prestação de serviços é
uma estratégia da qual as bibliotecas não podem se furtar atualmente.
Diante da valiosa oportunidade que foi concedida pelo presidente do Conselho, assim como,
a orientação segura que o mesmo empreendeu para que esse estudo fosse viabilizado, é
inquestionável os benefícios colhidos a partir deste trabalho. A participação direta da diretora do
SIBi/USP permitiu identificar que o comprometimento da alta administração é de vital importância
para o bom desenvolvimento das atividades, dando a certeza de que ao cumprir com seu
significativo papel, a gerência e/ou facilitadores farão com que uma nova cultura de gestão se
13
�consolide no Sistema. A aplicação de técnicas para avaliação requer um aprendizado contínuo, é
como fazer uma faculdade, nunca se atinge o conhecimento total de uma matéria. O processo
requer muito esforço daqueles que o implementam, e vale dizer que a ansiedade por resultados
imediatos traz frustrações que às vezes podem ameaçar os resultados. Especialmente por se tratar
de serviços, o SIBi/USP deverá aprender como estreitar o que é fornecido do que é percebido pelo
cliente, de modo a atender com maior eficiência seus desejos, anseios e necessidades. Diante do
percebido, sugere-se a implementação imediata de um sistema de avaliação contínua dos produtos
e serviços oferecido pelo SIBi/USP, o que assegurará aos clientes das bibliotecas do Sistema a
promoção de produtos e serviços especialmente desenhados para sua satisfação.
Referências
ARAÚJO, J. R. Cultura organizacional e qualidade de serviço: um estudo comparado na área da
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14
�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Percepção do cliente em relação à qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelo SIBi/USP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Sampaio, Maria Imaculada Cardoso
Grandi, Márcia Elisa Garcia de
Villela, Maria Cristina Olaio
Barsotti, Roberto
Rozenfeld, Henrique
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As necessidades informacionais dos clientes e suas percepções em relação à prestação de serviços oferecida por bibliotecas e centros de documentação têm sido objeto de vários estudos na área da Ciência da Informação. Considera-se que o desconhecimento em relação à essas necessidades pode causar prejuízos para o desenvolvimento das atividades acadêmicas, comprometendo o ensino, pesquisa e a geração do novo conhecimento. Os modelos atuais de avaliação da qualidade estão focalizados nas expectativas dos clientes, já que, quanto mais se aproximam dessa expectativa, maior qualidade é atribuída aos produtos e serviços. É dessa perspectiva que o presente estudo partiu para avaliar a percepção do cliente em relação à qualidade dos produtos e serviços oferecidos pelo Sistema Integrados de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBi/USP). O estudo contou com a participação de uma biblioteca de cada área do conhecimento, além da inclusão de uma biblioteca localizada em um dos campi do Interior, considerando-se o maior número de alunos inscritos na Unidade, nos cursos de graduação e pós-graduação. A amostra foi composta por Docentes, Alunos de pós-graduação, Alunos de graduação, Funcionários e Clientes externos, selecionados de acordo com critérios pré definidos na metodologia do estudo. A avaliação permitiu identificar pontos fortes e fracos nos produtos e serviços oferecidos pelo sistema, possibilitando a definição de estratégias que culminarão com a melhoria da qualidade na prestação de serviços oferecidos pelas bibliotecas da USP, assim como na implementação de um processo de avaliação continuada.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
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bd50a7ecc5aab7cb6285d500ad2ad90a
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Título: AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE COMUTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA ATRAVÉS
DO SOFTWARE SCADUNESP
Autores: Disleide Silvia Valério
Maria Ferraz Souto
Instituição: UNESP – Universidade Estadual Paulista
Coordenadoria Geral de Bibliotecas
Endereço: Alameda Santos, 647 – 10º andar
São Paulo – SP - BRASIL
CEP 01419-901
Endereços eletrônicos : disleide@reitoria.unesp.br
mferraz@reitoria.unesp.br
�1 - INTRODUÇÃO
No conceito moderno, informação é poder, e talvez somente através dela seja
possível atingir o progresso igualitário da humanidade.
Segundo Silva (1986), a necessidade de informação é característica do mundo
atual; a informação é elemento fundamental no processo decisório, em qualquer nível.
Assim sendo, o direito à informação é preconizado por organizações internacionais e por
todas as instituições democráticas que lutam pelos direitos humanos.
Considerando todos
esses aspectos é que as bibliotecas têm procurado encontrar meios que facilitem e
aumentem o processo de transferência da informação.
Nos últimos anos têm ocorrido não só mudanças estruturais e organizacionais,
como também nas próprias atitudes dos administradores, bibliotecários e usuários, visando
a melhor performance das bibliotecas para torná-las eficientes instituições sociais.
Nesta busca de soluções as redes de informação se impõem como a grande
possibilidade para colocar a informação à disposição de todos e, em última análise,
contribuir para o desenvolvimento econômico e social de um país. Rede de informação
significa, desse modo, a formalização do compartilhamento de recursos entre instituições,
em qualquer nível. Esse compartilhamento de recursos é o processo pelo qual as funções e
recursos são partilhados por várias bibliotecas, com o objetivo comum de melhorar a
disponibilidade e o uso da informação.
A informação, por sua vez, é recurso básico, e significa todo o conhecimento
científico, tecnológico e cultural registrado em qualquer forma que viabiliza a transferência
de conhecimento, através dos diferentes canais de comunicação. Com isso, as bibliotecas,
como instituições sociais, têm o compromisso de promover a organização e o pleno uso da
informação.
A transferência da informação ocupa um papel vital nas funções das bibliotecas,
isto porque hoje é um dos mais importantes agentes de transformação social. Neste
contexto, onde o nível de importância e o desenvolvimento da informação atingem
proporções incalculáveis, as responsabilidades das bibliotecas têm aumentado, a ponto de
se exigir dessas instituições uma organização que possibilite uma prestação de serviços
realmente eficaz. Reconhecendo as limitações de um trabalho isolado e todas as
2
�dificuldades de ordem econômica impostas pelo crescimento acelerado da informação, na
manutenção de uma coleção completa e atualizada, as bibliotecas têm optado pelo
desenvolvimento de trabalhos cooperativos com instituições similares.
A coope
isponíveis, a catalogação cooperativa, a divisão
de responsabilidades quanto a indexação de determinados
títulos de periódicos, a apresentação, nas reuniões da rede, de
sugestões quanto a criação, alteração e exclusão de descritores
são resultados palpáveis do trabalho cooperativo.
Segundo Euclides (2000), a Universidade como geradora de massa critica,
contribui para que um número cada vez maior de usuários sejam exigentes e críticos com
relação aos serviços de biblioteca.
A forma tradicional de acesso e distribuição da informação sofreu grande impacto
com a mudança tecnológica ocorrida nos últimos anos.
transformação
econômica,
condicionou
os
Essas mudanças, acrescidas da
bibliotecários,
como
intermediário
da
informação, a assumir uma postura diferente da tradicional (Villela, 1998) obrigando então
o bibliotecário a procurar parcerias e equipar-se com a infra-estrutura básica necessária á
implementação e ao desenvolvimento de recursos mais ágeis para a localização e busca de
documentos.
Podemos afirmar que a integração é causa e efeito do processo de cooperação e
normalização (Miranda, 1995).
O Programa de Comutação Bibliográfica (COMUT), criado em 1980 pela
CAPES, tem atendido durante muitos anos as necessidades dos pesquisadores, professores
e estudantes de pós-graduação do país. Experiências como ao COMUT no atendimento de
solicitações de fotocópias, já tinham sido desenvolvidas pela USP, BIREME, IBBD (hoje
IBICT), EMBRAPA, etc.
O modelo de coordenação centralizada e execução descentralizada adotada pelo
COMUT, continua sendo adequado a realidade do país (Nocetti,1995)
Segundo Tarapanoff (1995), o Comut tem como missão “promover o acesso ao
documento primário em todas as áreas do conhecimento, a todos os seguimentos que
manifestarem o seu interesse pelas
publicações técnico/cientifico, pela adoção de
3
�tecnologia modernas e ágeis, diversificando o suporte de cópias a serem oferecidas em
resposta a demanda especifica, da forma mais completa, rápida e eficiente possível,
antecipando com sua rede de biblioteca-base a demanda de potenciais”.
O COMUT, Programa de Comutação Bibliográfica, permite que qualquer pessoa
possa solicitar e receber, por intermédio de uma Biblioteca, cópia de artigos publicados em
periódicos técnico-científicos (revistas, jornais, boletins, etc.), teses e anais de congressos
existentes nas melhores bibliotecas do país.
O Programa é mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), Secretaria Nacional de Educação Superior (SESU), Financiadora de
Estudos e Projetos (FINEP) e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
(IBICT), onde está instalado.
Desde fevereiro de 1997, o usuário do COMUT está contando com um novo
serviço: o COMUT ON-LINE. Com ele, pode-se solicitar cópia de documentos por meio
eletrônico. Para ter acesso a esse novo serviço, o usuário deverá estar conectado à Internet,
maior rede eletrônica de
comunicação do
mundo. Inicialmente, os usuários devem
conectar-se ao computador central do IBICT. Nela também,
poderão acessar a base de
dados do Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN), a Base de Teses e a
de Anais de Eventos para localizar o documento desejado e a biblioteca onde ele pode ser
encontrado.
O COMUT não tem fins lucrativos e só faz atendimento a nível nacional. O valor
cobrado visa apenas custear as cópias ( R$ 4,64 a cada 15 cópias) e o envio. No COMUT
ON-LINE, o usuário deverá adquirir um crédito junto ao programa no valor que desejar. A
cada
transação efetuada, o programa debitará automaticamente da "conta eletrônica" o
valor correspondente.
Todas as instruções necessárias para a utilização do COMUT ON-LINE, passo-apasso, estão disponíveis na homepage do IBICT (http://www.ibict.br/).
A
BIREME
desenvolveu
o
SCAD-
Serviço Cooperativo de Acesso ao
Documento, sistema este, parecido com o desenvolvido pelo IBICT, que possibilita o envio
de pedidos de fotocópias de artigos ou documentos e no atendimento de pedidos nas
Bibliotecas Centros Cooperantes do sistema BIREME, através da Internet.
4
�A Unesp através da Coordenadoria Geral de Biblioteca- CGB adquiriu o software
SCAD, passando a denominar na Rede Unesp como SCADUNESP, sendo este um
software com o objetivo de prover o acesso a documentos existentes na Rede de
Bibliotecas da UNESP.
Além da interação das Bibliotecas da Rede, permitirá também a interação entre o
usuário e o sistema. O software também agilizará o processamento automatizado de
pedidos de fotocópias de artigos e capítulo de documento, no âmbito das bibliotecas e
pesquisadores ligados à Universidade, que consiste no envio de pedidos, repasse
automatizado, resultado de processamento e compensação automatizada.
É seguro afirmar que as grandes vantagens da participação da biblioteca em
atividade de cooperação, quando absorvida pela equipe, pode oferecer vantagens ilimitadas
ao usuário (Santoro, 1998).
A comutação da Rede UNESP é descentralizada e o processo de tramitação do
formulário de solicitação é moroso, sendo necessário aproximadamente quinze dias para
ser realizado.
Com a aquisição do software SCAD o que se pretende é que o usuário possa
além de fazer o pedido, ele também possa controlar o atendimento de tudo que solicitou.
Muitas vezes quando o artigo chega até o usuário ele, pelo tempo de demora de
resposta, não precisa mais do artigo, resultando no descontentamento do usuário com o
serviço de comutação. Um outro problema que gera o descontentamento do usuário com o
serviço é a impossibilidade dele controlar ou ter acesso as suas solicitações.
Apesar das novas tecnologias, como o software ARIEL, a solicitação via e-mail,
o atendimento da rede ainda é demorado.
Assim sendo, a implantação on-line do Serviço em questão permitirá que a
UNESP supere o problema da dispersão geográfica e que suas bibliotecas sejam
Instituições sem paredes, possibilitando que sua clientela navegue pelos seus catálogos,
tendo acesso e compartilhando todo o acervo de que é depositária, visando atender às
necessidades
informacionais
dos
usuários,
através
do
uso
das
atuais
tecnologias
disponíveis no mercado, num contexto onde a rapidez é vital para a sobrevivência.
A UNESP, é a mais jovem das três Universidades Estaduais Paulistas, no
decorrer dos seus vinte e cinco anos de existência, vem se consolidando como modelo
5
�peculiar de organização e de ensino no Estado de São Paulo. É uma autarquia de regime
especial, foi criada pela Lei Estadual n° 952, de 30/01/76.
Uma das suas grandes realizações é a disseminação do ensino superior de alta
qualidade por todo o interior do Estado de São Paulo, respeitando-se as características
específicas de cada região e provendo-as de mão de obra especializada.
Atualmente o seu quadro é composto de 3.400 professores, 20.579 alunos
matriculados nos 81 cursos de graduação e 6.263 nos 63 cursos de pós-graduação,
ministrados nas diferentes áreas do conhecimento.
A UNESP atua de modo contínuo no desenvolvimento e promoção da ciência
e da cultura através do ensino e da pesquisa, formando recursos humanos para o exercício
da investigação artística, científica, humanística, além de investir na extensão de serviços à
comunidade.
Apresenta características próprias por ser uma Universidade multicâmpus. É
composta por 24 Unidades Universitárias dispersas geograficamente, em 16 diferentes
cidades, sendo 19 Faculdades e 8 Institutos.
Se por um lado, o fator dispersão geográfica é um dado positivo no que se
refere à formação de profissionais, desenvolvimento de pesquisas e prestação de serviços à
comunidade, suprindo as deficiências de cada região, por outro lado, esse mesmo fator
acarreta problemas e custos gerados pela distância na localização física das Unidades. No
entanto, a UNESP tem se esforçado para minimizar e vencer essa dificuldade e vem
superando-a, mesmo porque, hoje, com o desenvolvimento tecnológico, principalmente nas
áreas de telecomunicações e informática, o problema distância deixa de existir.
A Coordenadoria Geral de Bibliotecas participa ativamente deste processo de
desenvolvimento desde a criação da Bibì
Unesp, através do
SCADUNESP, que é um
serviço cooperativo de acesso ao documento do sistema, cujo principal objetivo é prover o
acesso a documentos exclusivamente para fins acadêmicos e de pesquisa, respeitando
rigorosamente os direitos do autor.
É um sistema usado para fazer a Comutação Bibliográfica on-line entre as
bibliotecas da Rede UNESP, e está disponível provisoriamente via Internet no endereço:
http://scad.cgb.unesp.br/scad/scad.htm
6
�Para ser usuário do sistema, o interessado deve se dirigir a biblioteca do
Campus e solicitar sua inscrição junto a bibliotecária de Referência A partir daí, irá
preencher um formulário eletrônico, com seus dados cadastrais, vinculo com a Unesp,
endereço para receber as fotocópias, forma de pagto., etc. A biblioteca fornecerá a ele uma
senha de acesso, que somente ele terá acesso de uso no sistema.
O SCADUNESP, se divide em 2 módulos:
- Módulo de Pedido: agrupa as funções de entrada de novos pedidos,
modificação,
cancelamento
e
consulta/acompanhamento
do
processo
de
atendimento dos pedidos. Este módulo está disponível para todos os usuários
do SCADUNESP.
- Módulo de Atendimento: agrupa funções de lista de pedidos a serem
atendidos, resposta de atendimento e consulta/acompanhamento de pedidos
processados. Este módulo está disponível somente para as bibliotecas que
fazem parte da Rede UNESP.
O Sistema é explicativo, dispensando treinamento de usuário.
O GATE participa do Sistema como o Comutador Central ou seja sua função é a
de coordenação, operação e manutenção do sistema. As faturas de pagamento serão
enviadas aos usuários, no inicio de cada mês, devendo ser pagas até o décimo dia útil do
mês. O usuário que não efetuar o pagamento é automaticamente bloqueado no sistema e só
o Comutador Central tem autorização para desbloqueá-lo.
A proposta deste trabalho foi o de avaliar o software SCAD adquirido pela
UNESP e utilizado pela Rede de Bibliotecas para fazer a Comutação Bibliográfica,
com
relação a agilidade na comunicação entre as Bibliotecas e integração sistêmica das
mesmas.
2 - OBJETIVOS
- Objetivo Geral
7
�Avaliar se a Comutação Bibliográfica na Rede Unesp teve melhora com a
aquisição do software SCAD com relação a agilidade na comunicação entre as Bibliotecas
e integração sistêmica das mesmas.
- Objetivo Especifico
- Agilização, otimização e aprimoramento na qualidade do serviço;
- Precisão de dados no acompanhamento on-line do processamento dos
pedidos;
- Maior satisfação do usuário;
3 - JUSTIFICATIVA
Um dos serviços desenvolvidos entre as Bibliotecas da Rede é a Comutação
Bibliográfica, que consiste no fornecimento de cópias xerográficas, em sua grande maioria
de artigos de publicações periódicas a seus usuários, independente de onde ele ou a
publicação se encontre fisicamente, permitindo assim, o acesso a toda coleção existente nas
Bibliotecas componentes da Rede UNESP.
O acervo de publicações periódicas da UNESP totaliza aproximadamente 30.000
títulos, correspondendo a 1.500.000 fascículos. Os títulos nacionais assinados somam 425
e 3.700 títulos estrangeiros.
Atualmente,
este
serviço
é
operacionalizado
manualmente,
preenchimento de formulário padrão que é remetido, via malote. Assim,
através
de
visando não só
uma melhoria na qualidade do serviço, mas também torná-lo mais produtivo, fez-se
necessário a aquisição de um sistema que permitisse a implantação do Serviço de
Comutação Bibliográfica, via Internet, na Rede UNESP, que fará com que possamos
melhor avaliar a qualidade e o desenvolvimento do Serviço de Comutação.
4 - PLANO DE TRABALHO
8
�- Em janeiro/2001 começou a ser feita a Comutação on-line, a nível somente
de bibliotecas, pela Rede UNESP, pois foi feita a implantação das outras bibliotecas
que não participaram do Projeto Piloto.
- Em junho/2001 foi dado um treinamento para os bibliotecários responsáveis
pelo SCADUNESP de como fazer o registro de usuário individual.
- Para outubro/2002, com a implantação do sistema de Boleto Bancário, os
usuários individuais terão acesso ao sistema.
5 - PLANO ORGANIZACIONAL DO PROJETO
A responsabilidade na administração do SCADUNESP caberá a Coordenadoria
Geral de Bibliotecas (CGB), através do GATE, lotada na Reitoria, em São Paulo. Devido a
proximidade física com a BIREME que dá suporte ao software.
Recursos humanos
- 1 Bibliotecário do GATE, atuando como um comutador central, que terá acesso
a configuração do sistema, bloqueando ou desbloqueando usuário ou mesmo bibliotecas.
Emitirá também relatórios estatístico e enviará dados para Nossa Caixa Nosso Banco que
emitirá as faturas.
- Setor de finanças da Reitoria, administrando o recebimento do pagamento dos
artigos, que será feito via fatura emitida pela Nossa Caixa-Nosso Banco, através do
Netbank, onde o usuário receberá um e-mail, informando que a sua fatura já está
disponível para pagamento. O próprio usuário irá imprimir a fatura e paga-la.
- 1 Bibliotecário e 1 auxiliar em cada uma das bibliotecas que já trabalham no
serviço de comutação bibliográfica, que irão cadastrar os usuários individuais e comunicar
ao Comutador Central que o determinado usuário efetuou o pagamento da fatura.
- 1 Analista de Sistemas da CGB que dará suporte ao SCADUNESP, uma vez que
o software ficará hospedado no Servidor da CGB-São Paulo.
6 - RESULTADOS E CONCLUSÕES
9
�O universo da pesquisa do projeto piloto foi composta por dez bibliotecas da
Rede UNESP, com áreas afins.
A população estudada envolveu as seguintes bibliotecas:
Faculdade de Odontologia de Araçatuba – BFO;
Faculdade de Odontologia de Araraquara – BOA;
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – BSJ;
Faculdade de Engenharia de Bauru – BBA;
Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá – BEG;
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – BIS;
Campus de Botucatu – Rubião Junior – BBO;
Inst. de Biociências, Letras e Ciências Exatas de S. J. do Rio Preto – BRP;
Campus de Rio Claro – BRC;
Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente – BPP.
A Rede de Bibliotecas da UNESP é composta por 23 bibliotecas, sendo os sujeitos
da pesquisa apenas dez, correspondendo a 43,48%.
O Projeto Piloto entrou no ar em outubro/2000 e terminou em dezembro/2000. O
objetivo deste era que as bibliotecas participantes detectassem os pontos negativos e
positivos, sugerissem as
mudanças ou mesmo qualquer adaptação que a BIREME poderia
fazer para melhorar a configuração do sistema.
Ao analisarmos os resultados, pudemos perceber que as Bibliotecas participantes
apontaram como vantagens:
- Formulário padronizado;
- Operações on-line;
- Acesso a informações sobre o trâmite do pedido;
- Dispensa de preenchimento de formulário manual, arquivamento de papeis,
relação de remessa, controle manual do processo;
- Envio imediato com dispensa de malote (se o artigo for enviado via Ariel);
10
�- Gerenciamento do sistema;
- Facilidade em digitar apenas uma vez o pedido, com opções de locais sendo
o repasse entre as bibliotecas automático;
- Rapidez e agilidade dos pedidos;
- Padronização na solicitação e estatística;
Como sugestão foram apresentados os seguintes itens:
- Apresentação em lista para atendimentos de todos os pedidos que se
encontram pendentes e não somente os novos;
- Campo para colocar o total de páginas solicitadas;
- Ícones: colocar a palavra pesquisa (tirar o desenho e escrever a palavra).
Não foi apontada nenhuma desvantagem.
O quadro abaixo mostra a quantidade de pedidos solicitados, atendidos e
rejeitado, durante os 2 meses do Projeto Piloto.
Pedidos efetuados no Projeto Piloto
Unidades
Em espera
Em processo Atendidos
Rejeitados
Total
BBO
0
0
292
44
336
BSJ
0
0
105
10
115
BRC
0
0
71
5
76
BFO
0
0
64
5
69
BOA
0
0
52
3
55
BRP
0
0
40
3
43
BBA
0
0
26
5
31
BEG
0
0
14
8
22
BIS
0
0
17
0
17
BPP
0
0
7
6
13
11
�Após 20 meses de funcionamento ainda que por intermediário da biblioteca, a
aceitação do serviço esta sendo satisfatória, pois o usuário recebe com maior rapidez seus
documentos. A biblioteca só recorre ao acervo externo, quando o documento solicitado não
for encontrado na UNESP.
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13
�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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Avaliação do serviço de comutação bibliográfica através do software SCADUNESP.
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Valério, Disleide Silvia
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Recife (Pernambuco)
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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Avalia se a Comutação Bibliográfica na Rede Unesp teve melhora com a aquisição do software SCAD com relação a agilidade na comunicação entre as bibliotecas e integração sistêmica das mesmas. Analisando ainda a agilização, otimização e aprimoramento na qualidade do serviço; a precisão de dados no acompanhamento on-line do processamento dos pedidos.
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snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4104/SNBU2002_093.pdf
57e1991f61445e29fa5e32423eb50f6b
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A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA NO MEIO DIGITAL:
análise das bibliotecas dos cursos de direito em Minas Gerais
Maria Eugênia Albino Andradei
eugeniaandrade@eci.ufmg.br
Marina Cajaíba da Silvaii
marina@universiabrasil.net
Euvânia Luzia Gusmão Machado*iii
Kátia Martins Gomes Rodrigues*
katiamg@globo.com
Renata Ferreira dos Santos*
refes@eci.ufmg.br
Vanessa Cristina Moreira Pinto*
vanessacristin@bol.com.br
Com a utilização crescente das tecnologias de informação, as bibliotecas
universitárias têm procurado se fazer presentes além de suas fronteiras físicas por
meio da Internet. Para conhecer como elas estão utilizando os recursos tecnológicos
para expandir seus serviços, pesquisou-se os sites das bibliotecas de 35 instituições
de ensino superior que ministram 45 cursos de graduação em direito em Minas
Gerais. Constatou-se que a maior parte se restringe a oferecer informações sobre os
serviços prestados no espaço físico das bibliotecas do que o acesso real a produtos e
serviços on-line. A pesquisa mostra que as bibliotecas dos cursos de direito ainda
não se constituem enquanto bibliotecas digitais. Assinala a necessidade de maiores
investimentos para que a comunidade universitária possa usufruir os mesmos
serviços e produtos, disponíveis no âmbito físico da biblioteca, em meio virtual.
1 INTRODUÇÃO
Com a utilização crescente das tecnologias de informação, as bibliotecas universitárias têm
procurado se fazer presentes além de suas fronteiras físicas por meio da Internet, buscando
estreitar ainda mais sua relação com o ensino, a pesquisa e a extensão no âmbito
acadêmico. Nesta busca, serviços são criados e ofertados sob demanda, ou não, e se tornam
visíveis em muitas dessas organizações brasileiras proporcionando uma mudança no perfil
de atuação das mesmas, tido anteriormente como passível e ultrapassado.
Entretanto, se fisicamente as bibliotecas avançam rumo a um maior delineamento em suas
atividades como prestadora de serviços à comunidade acadêmica, no ambiente virtual essa
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atitude não é ainda nítida. No mundo digital que convivemos atualmente, apenas o espaço
físico não é mais suficiente caso se pretenda facilitar a busca e o acesso às informações
necessárias aos docentes, discentes, tecnólogos e pesquisadores em suas atividades diárias.
Com a disseminação crescente do uso de fontes de informações on-line, a biblioteca
universitária necessita também migrar para o ambiente virtual, prestando serviços de
qualidade que apóiem as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Nesta perspectiva, espera-se que as bibliotecas universitárias estejam desenvolvendo ações
que visem ao atendimento dos usuários também em meio digital. Assim, este trabalho
busca conhecer como as bibliotecas universitárias de cursos de graduação em direito em
Minas Gerais estão utilizando os recursos tecnológicos para expandir sua atuação, pela
análise da existência ou não da prestação de serviços e produtos em ambiente virtual, tal
como acontece no espaço físico das organizações.
2 METODOLOGIA
Definiu-se por pesquisar os serviços e produtos em meio eletrônico oferecidos por
bibliotecas de instituições de ensino superior no campo de direito em Minas Gerais por
meio da análise de seus web sites, uma vez que o estado possui tradição e apresenta
crescimento constante de cursos de graduação neste ramo de educação.
Após essa definição, procedeu-se à identificação das instituições de ensino superior em
Minas Gerais que oferecem o curso de direito. Consultou-se, primeiramente, o site da
Ordem dos Advogados do Brasil - Minas Gerais, que lista as unidades acadêmicas cujos
alunos prestaram o Exame de Ordem - http://www.oabmg.org.br/faculdades.asp. Visando
verificar se havia alguma instituição não incluída no site já pesquisado, consultou-se o
mecanismo de busca de universidades e faculdades brasileiras www.cybercampus.com.br.
Ao final, foram identificadas 35 instituições que oferecem 45 cursos. Os sites dessas
organizações foram analisados sob diversos aspectos que incluem desde a existência de site
da biblioteca na Internet e, principalmente, o conteúdo do site (catálogo on-line, acesso a
periódicos, acesso a base de dados, serviços de referência on-line, empréstimo, links,
informações sobre a biblioteca, suporte a educação à distância e atualização do site), além
de recursos de navegação (ajuda e instruções, intralinks, aspecto visual, barra de
navegação e possibilidades de contato com a instituição).
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Os dados obtidos no estudo dos sites , registrados em formulário elaborado para a coleta de
dados, serão apresentados e analisados no tópico seguinte.
3 OS SITES DAS BIBLIOTECAS:
apresentação e análise dos dados
Os dados obtidos pela pesquisa estão organizados e analisados nos seguintes tópicos:
acesso aos sites das bibliotecas, produtos on-line, serviços on-line, acervos on-line,
informações sobre a biblioteca e apresentação do site.
3.1 Acesso aos sites das bibliotecas
Dentre as instituições analisadas, há predominância de faculdades ou escolas isoladas da
rede particular (45,71%), enquanto a rede pública - estadual e federal – oferece seus cursos
em universidades.
A consulta aos sites mostrou que o meio mais comum de acesso às bibliotecas
universitárias dos cursos de graduação de direito em Minas Gerais é através da homepage
das instituições mantenedoras dos cursos (21 do total de 35, correspondendo a 60,00%).
Apenas quatro bibliotecas possuem sites próprios, sendo que outras quatro disponibilizam
acesso através da página na Internet do Sistema de Bibliotecas local. Nove das instituições
pesquisadas (25, 71%), não incluem suas bibliotecas em suas homepages, e essas também
não possuem sites próprios, o que as fazem ausentes do meio virtual. A presença da
biblioteca nos sites das instituições indica o reconhecimento do valor da biblioteca ao
incluí-la
entre
os
recursos
educacionais
colocados
à
disposição
da
comunidade
universitária.
Os dados obtidos por esta pesquisa coincidem com estudo realizado sobre as bibliotecas
universitárias do sudoeste americano, cujo acesso também se dá pelo site da instituição na
maioria dos casos (AGINGU, 2000, p.33-34).
3.2 Produtos on-line
As
bibliotecas,
especialmente
as
universitárias,
têm
investido
substancialmente
na
automação de seus catálogos nas últimas três décadas, sendo o produto no qual se pode
observar avanços significativos da informatização.
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Esta pesquisa revela que 50,00% das bibliotecas pesquisadas disponibilizam seus catálogos
on-line. Entretanto, apresentam variações consideráveis, principalmente, em relação às
estratégias de busca que abarcam desde as mais simples até as mais sofisticadas. A busca
por título, autor e pista é possível em todos os casos. Em relação à busca por assunto,
11,54% permitem apenas a busca simples, enquanto 38,46% possibilitam a busca mais
elaborada dos assuntos dos documentos por meio do uso da lógica booleana.
Outras
bibliotecas
possuem
catálogos
automatizados
não
acessíveis
em
rede,
disponibilizando terminais para consulta no espaço físico da biblioteca, o que pode
assinalar a possibilidade de colocá-los em rede num futuro próximo.
Cabe destacar que uma das bibliotecas relaciona em seu catálogo somente apostilas, não
incluindo qualquer outro tipo de recurso informacional. Este fato revela um acervo não
condizente com o que é esperado de um curso de nível universitário.
Com a utilização das tecnologias da informação passa a surgir um produto relacionado
com a mesma: a relação de links de outros sites que podem ser consultados pelos usuários.
Nos sites analisados, os links apresentados remetem a outras bibliotecas e sites diversos.
Assim, os sites das bibliotecas pesquisadas funcionam também como portais de acesso a
serviços de informação on-line. 38,46% incluem links para outras bibliotecas, sendo
23,07% para bibliotecas especializadas em direito, como as do Senado Federal e dos
Tribunais Regionais e 26,92% para bibliotecas de diferentes áreas do conhecimento, o que
indica um currículo com disciplinas de diversas áreas, bem como suporte aos outros cursos
oferecidos pelas instituições de ensino.
Além dos sites de diversas bibliotecas, 42,31% das bibliotecas pesquisadas indicam links
de outros sites que apresentam informações relevantes para o usuário. Incluem pontos de
acesso a sites de busca, tais como yahoo, google , de publicações na área de direito,
especialmente o Diário Oficial da União, de órgãos governamentais, de organismos
internacionais e de grupos de pesquisa. Este fato mostra a preocupação primeira na
orientação do usuário no uso de fontes eletrônicas de informação.
3.3 Serviços on-line
A prestação de serviços on-line constitui oportunidade da biblioteca universitária se fazer
presente de forma dinâmica além do seu espaço físico. Dentre as bibliotecas de instituições
de ensino superior analisadas, nota-se que apenas 11 (43,30%) oferecem orientações on-
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line sobre serviços, como levantamento bibliográfico, pesquisas na internet e normalização
bibliográfica, podendo ser solicitados através do site.
Dez bibliotecas (38,46%), incluem a informação sobre solicitação de cópia de artigos
através do Comut. Mas, pode-se questionar se nestes casos há o real oferecimento de
serviços on-line, pois é preciso preencher o formulário localmente.
Percebe -se que existe um equívoco com relação ao que seja produto e serviço em uma
biblioteca. Muitas consideram o serviço de alerta, o boletim de novas aquisições e até
mesmo links para pesquisas e de outros sites como serviços.
Outro serviço incluído nos sites é o de empréstimo, ou seja, suas atividades que comportam
a realização via meio eletrônico. Ao analisar o serviço de empréstimo, constatou-se que,
11,53%
e
3,84%
permitem
ao
usuário
fazer
renovações
e
reservas
on-line,
respectivamente. Estes fatos assinalam que as bibliotecas universitárias têm investido
numa melhor e mais rápida prestação de serviço aos usuários.
Quanto ao empréstimo entre bibliotecas, embora conste dos sites analisados, não há
explicação se os formulários de solicitação são preenchidos on-line ou no local. Este fato
demonstra que não estão sendo transmitidas informações suficientes aos usuários, pois para
obtê-las deverão ser utilizados o telefone ou o e-mail. O que revela o estágio incipiente
deste serviço on-line.
3.4 Acervos on-line
Para os pesquisadores atuais, a interação com a tecnologia tornou-se necessária. Saber o
que acontece quase que instantaneamente é uma prática cada vez mais nítida no âmbito das
instituições de ensino superior, o que abrange também as informações técnico-científicas.
Segundo Stumpf (1997), “a instantaneidade das comunicações, ampliação de espaços
para acesso à informação e a substituição do real e do concreto das publicações em papel
pela virtualidade das publicações eletrônicas divulgadas no ciberespaço, são algumas das
mudanças que afetaram as atividades de informação ligadas à pesquisa”.
Essas mudanças na comunicação científica estão se tornando cada vez mais visíveis,
podendo-se
observar
o
número
crescente
de
periódicos
científicos
publicados
eletronicamente. Entretanto, esta realidade ainda está distante da maioria das bibliotecas
pesquisadas, visto que 38,46% disponibilizam apenas listas dos periódicos existentes
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nessas organizações. Dessa forma, a leitura ou o acesso ao conteúdo dos mesmos fica
restrito ao ambiente físico da biblioteca.
O efetivo acesso ao conteúdo desses recursos informacionais é permitido por apenas quatro
(15,38%) das bibliotecas pesquisadas. Cabe destacar que estas são bibliotecas de
universidades públicas federais que disponibilizam acesso ao Portal Capes de publicações
periódicas. Entretanto, não se pode ignorar que esta oferta é resultante de programas
governamentais implantados na área de informação para bibliotecas universitárias do que
realmente uma iniciativa da organização biblioteca.
Estudos mostram que “em média, 50% a 90% dos cientistas de determinada área usam
periódicos eletrônicos ao menos uma parte do tempo;” e que “os alunos preferem o
periódico eletrônico e escolherão uma versão eletrônica de preferência a uma impressa,
ainda que o artigo seja menos relevante.” (TENOPIR e KING, 2001, p.23). Considerando
esses estudos, não se pode afirmar que as bibliotecas pesquisadas incentivem a busca de
informações em periódicos da forma como se apresentam na atualidade.
Em relação às bases de dados disponíveis on-line, 42,30% das bibliotecas apresentam
apenas a lista das bases disponíveis no espaço físico. Dentre essas, 26,92% possibilitam
também consultas ao conteúdo, pertencendo a maioria a instituições federais de ensino.
Há a preocupação de incluir links que indicam formas de acessar bases de dados, como,
por exemplo, Prossiga e Antares, ampliando os horizontes de busca de informações dos
usuários. Entretanto, seria desejável que as bibliotecas analisadas indicassem com maior
freqüência a existência de bases de dados em formato eletrônico por apresentarem
informações imprescindíveis ao trabalho de pesquisa. O fato do ensino de direito em Minas
Gerais ser ministrado, principalmente, por escolas isoladas e da rede particular explique a
baixa incidência de bases de dados nos acervos.
3.5 Informações sobre a biblioteca
As informações sobre a biblioteca apresentadas nos sites são diversificadas e se referem,
principalmente, as possibilidades de atendimento aos usuários no espaço físico das
bibliotecas. Entre as bibliotecas pesquisadas, 69,30% informam o seu horário de
funcionamento, indicando a preocupação em se mostrarem disponíveis aos usuários.
A segunda informação mais presente nos sites é referente às possibilidades de entrar em
contato com a biblioteca. O meio mais divulgado é o telefone, incluído em 57,69 % dos
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casos. 53,84% dos sites analisados informam seu e-mail e o endereço físico das bibliotecas.
Os e-mails dos funcionários, em sua maioria chefes dos setores, são apresentados em
19,23%.
Uma prática comum entre os sites pesquisados é citar os recursos com que conta, 46,15%
das bibliotecas fazem referências aos terminais disponíveis para consulta ao catálogo e
internet, composição da coleção bibliográfica e seu quadro de pessoal, destacando a
existência de pessoal capacitado para atender demandas específicas como normalização
bibliográfica.
46,15% das bibliotecas analisadas informam também sobre os serviços prestados,
principalmente sobre o empréstimo domiciliar, o treinamento de usuários e o auxílio à
normalização de trabalhos acadêmicos.
O regulamento das bibliotecas está incluído em 30,76% dos sites pesquisados que
divulgam as normas de acesso à coleção, de empréstimo e outros tópicos comumente
presentes nesse documento.
3.6 Apresentação do site
Os sites foram analisados quanto à sua apresentação, facilidade de navegação e
atualização.
Na construção de um site, podem ser empregados recursos que visam atrair a atenção e
manter o interesse do usuário da internet. Esses recursos são utilizados por 76,92% dos
sites pesquisados. Utilizam para melhor divulgação de suas informações ilustrações, fotos
da biblioteca, mapas dos campi e da localização da biblioteca na cidade, complementando
os textos apresentados. Apesar dos recursos gráficos utilizados, o tempo de acesso
demandado ao usuário é relativamente pequeno. Observa-se que os recursos disponíveis no
meio eletrônico são utilizados apropriadamente.
Há predominância do uso de cores suaves e padronizadas em 84,61% dos sites, que em
muitos casos seguem as mesmas das suas instituições mantenedoras. A combinação dos
recursos gráficos com as cores suaves resulta em aspecto agradável e convidativo.
Os recursos de ajuda e instruções para pesquisa são importantes para orientar o usuário na
navegação. Dos sites pesquisados, somente 19,23% possuem esses recursos que facilitam o
acesso às informações apresentadas.
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Em todos os sites pesquisados, são utilizados recursos que facilitam a navegação. Incluem
a possibilidade de voltar à página inicial da biblioteca, seja através de barras de menu,
frames ou setas.
Ao se falar em internet, um dos pontos positivos que são apresentados diz respeito à
possibilidade de se ter informações atualizadas. Dessa maneira, os sites têm a preocupação
de indicarem a data de atualização, como uma das suas credenciais positivas. Além disso,
trata-se de dado fácil de ser incluído. Contrariando as expectativas, constata-se que apenas
duas (7,69%) bibliotecas têm o cuidado em fornecer esta informação. A não apresentação
deste dado implica em não se ter certeza quão novos são os documentos referenciados nas
listas de novas aquisições do acervo, bem como em não se saber se houve alguma alteração
no horário de funcionamento ou nas possibilidades de entrar em contato com a biblioteca.
4 CONCLUSÂO
O discurso da e sobre a biblioteca universitária tem destacado que ela é um organismo vivo
e é imprescindível para o pleno e real funcionamento das instituições de ensino superior.
Assim, adotar uma postura atuante e observar uma constante evolução de sua prática, ainda
é um grande desafio a ser vencido pelos profissionais que nela atuam. Atualmente, este
desafio torna-se maior com a disseminação da utilização de recursos eletrônicos,
demandando-lhe a inclusão dos mesmos em seus acervos e a presença das bibliotecas
universitárias em meio digital por meio de seus web sites.
A afirmativa de Agingu (2000, p.36) na conclusão de seu estudo sobre web sites de
bibliotecas
universitárias
americanas,
pode
ser
estendida
a
todas
as
bibliotecas
universitárias:
“Para manter seu papel como fornecedores de informação em um
meio ambiente eletrônico que está mudando rapidamente e para
fornecer serviços com alta qualidade, as bibliotecas da HBCU
[universidades americanas] devem desenvolver web sites dinâmicos
que satisfaçam as necessidades de seus usuários das comunidades
tanto acadêmica quanto global.”
Esta preocupação é observada na maioria das bibliotecas dos cursos de graduação em
direito de Minas Gerais, embora seus web sites ainda estão aquém do ideal. Pois, as
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páginas pesquisadas constituem principalmente um canal de divulgação das bibliotecas e
das atividades que desenvolvem. Nota-se a presença ainda incipiente de acervos e serviços
on-line.
Predominam nos sites pesquisados, informações relativas à própria biblioteca, seu horário
de funcionamento e as formas de entrar em contato com elas. São também apresentadas
relações dos serviços executados e dos materiais que compõem os acervos. De modo geral,
observa-se que os sites se aproximam, quanto ao conteúdo, dos guias impressos de
bibliotecas.
A inclusão dos catálogos nas páginas eletrônicas das bibliotecas universitárias constitui
uma evolução marcante neste produto milenar. 50,00% dos sites pesquisados o incluem,
revelando a preocupação das bibliotecas em se fazerem presentes para além do seu espaço
físico. Além disso, este fato é resultado dos esforços gradativos e constantes empreendidos
na automação desse produto nas últimas décadas.
A presença de atividades de renovação e reservas de obras do serviço de empréstimo
parece indicar a tendência de se prestar serviços on-line quando os mesmos permitirem.
Essa tendência também pode ser observada em relação ao acervo ao se incluírem lista dos
títulos que compõem a coleção de periódicos e acesso a base de dados.
Ao criarem links as bibliotecas revelam que compreendem bem o que é um web site e o
meio em que este é projetado e mantido. Entretanto, a geração desse produto demanda
critérios cuidadosos de seleção para garantir um bom nível de qualidade e, assim, o
atendimento às necessidades de informação de seus usuários.
O fato das bibliotecas universitárias dos cursos de graduação em direito de Minas
Gerais possuírem sites mostra o interesse de suas instituições mantenedoras bem
como revela que recursos lhe são destinados, o que pode ser observado no aspecto
visual dos sites pesquisados.
Com a disseminação progressiva das tecnologias da informação e da educação à
distância, será demandado às bibliotecas que se façam presente no meio digital de
forma mais completa. Isso implicará em um grande esforço por parte das bibliotecas
analisadas para que suas páginas eletrônicas se constituam em instrumentos de
disseminação da informação e de prestação de serviços.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGINGU, Beatrice O. Library web sites historically black colleges and universities.
College e Research Libraries, v. 61, n. 1, p.30-37, January 2000.
GUIMARÃES, Tatiara Paranhos, Uso e papel promocional do site de bibliotecas: o caso
da biblioteca Central da Universidade de Brasília. Revista de Biblioteconomia de
Brasília, Brasília, v. 23/24, n. 1, p.109-118, 1999-2000.
HOUGHTON, David. Building an academic library website: experiences at De Montfort
University. Program, v. 34, n.3, p.269-280, July 2000.
STUMPF, Ida Regina Chitto. O uso da Internet na pesquisa universitária: o caso da
UFRGS. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, v. 21, n. 2, p.189-200, jul./dez.
1997.
TENOPIR, Carol; KING, Donald W., A importância dos periódicos para o trabalho
científico. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 25, n. 1, p.15-26, jan./jun. 2001.
ZANAGA, Mariângela Pisoni; SILVA, Izilda Morelli Pignataro da. Disponibilização do
catálogo do acervo das bibliotecas da UNICAMP na web, utilizando o Altavista Search
Intranet. Transinformação, v. 12, n. 1, p.7-10, jan./jun. 2000.
i
Professora Adjunta da Escola de Ciência da Informação da UFMG. Doutora em Ciência da Informação.
Escola de Ciência da Informação da UFMG – Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha – Belo Horizonte –
Caixa Postal 1606 – cep. 30.161-970
ii
Bibliotecária formada pela Escola de Ciência da Informação da UFMG
iii
Alunas do 8º período do Curso de Biblioteconomia da Escola de Ciência da Informação da UFMG
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A biblioteca Universitária no meio digital: análise das bibliotecas dos cursos de direito em Minas Gerais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Andrade, Maria Eugênia Albino et.al.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Com a utilização crescente das tecnologias de informação, as bibliotecas universitárias têm procurado se fazer presentes além de suas fronteiras físicas por meio da Internet. Para conhecer como elas estão utilizando os recursos tecnológicos para expandir seus serviços, pesquisou-se os sites das bibliotecas de 35 instituições de ensino superior que ministram 45 cursos de graduação em direito em Minas Gerais. Constatou-se que a maior parte se restringe a oferecer informações sobre os serviços prestados no espaço físico das bibliotecas do que o acesso real a produtos e serviços on-line. A pesquisa mostra que as bibliotecas dos cursos de direito ainda não se constituem enquanto bibliotecas digitais. Assinala a necessidade de maiores investimentos para que a comunidade universitária possa usufruir os mesmos serviços e produtos, disponíveis no âmbito físico da biblioteca, em meio virtual.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4103/SNBU2002_092.pdf
3b92bdb5df804be3ebdd7a75cd679405
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PADRÕES COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO E QUALIDADE EM
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS.
MARIA ETELVINA MADALOZZO RAMOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA
GROSSA - PARANÁ/ BRASIL
etel@uepg.br
O estudo ressalta a importância da avaliação dos serviços bibliotecários e coloca o
estabelecimento de padrões como instrumento de avaliação e qualidade nas bibliotecas
universitárias. Revisa a literatura nacional e internacional a respeito de padrões,
indicadores e medidas de qualidade. Sugere padrões e indicadores qualitativos para
bibliotecas universitárias.
Palavras-chave: qualidade; padrões; avaliação; bibliotecas universitárias.
A avaliação das atividades de informação não é apenas um exercício teórico, mas
um instrumento fundamental para a gestão, que precisa ser inserido em todos os setores de
uma unidade de informação, avaliando-se o conjunto de funções ou de algumas funções
específicas.
Entre os critérios mais utilizados estão as normas, os custos, o esforço despendido,
o tempo de resposta, os diversos aspectos da qualidade (exaustividade, precisão, revocação,
novidade e validade) e as diversas formas de satisfação dos usuários.
Mas como avaliar os serviços sem ter padrões estabelecidos para compará-los e
verificar se os procedimentos adotados estão de acordo com as normas estabelecidas e que
normas seriam essas? Por exemplo, poder-se-ia verificar mensalmente em 5% das questões
tratadas em um serviço de busca retrospectiva, se a completeza das respostas e o
procedimento adotado estão de acordo com os padrões estabelecidos. Mas quando não se
tem
normas, medidas, indicadores e ou padrões estabelecidos, qual seria o percentual
ideal? Essa situação impede a avaliação de qualquer função em uma unidade de
informação.
�O estabelecimento de padrões para bibliotecas universitárias poderia ser uma
ferramenta valiosa como instrumento de avaliação, auxiliando no planejamento global das
bibliotecas e/ou unidades de informação e colaborando para o fornecimento de serviços de
alta qualidade em diferentes áreas. Pode-se incluir itens relacionados às funções na
Biblioteca, como administração, instalação, orçamento, pessoal, acervo, serviços e
produtos.
Pode-se citar como exemplo de padrões para bibliotecas universitárias a
publicação, datada de 1986, preparada pelo Comitê de Bibliotecas da International
Federation of Library Associations - IFLA, na qual eles foram agrupados em dez
categorias: propósitos, organização e administração, serviços, coleção, staff, facilidades,
orçamento e finanças, novas tecnologias, preservação, conservação, e cooperação.
Em 1993 os Scottish Library & Information Council e Scottish Library
Association elaboraram um documento sobre padrões para desempenho e mecanismos de
ação para as faculdades escocesas de educação continuada, no qual se recomendam níveis
mínimos de provisão. Por exemplo, o percentual do material emprestado da biblioteca e sua
rápida devolução mostram como providenciar a qualidade e como pode ser medida e
realizada.
No ano de 1995 a Association of College and Research libraries (ACRL) , como
divisão da American library Association (ALA) , aprovou a versão final dos padrões para
bilbiotecas universitárias elaborado pelo Comitê de Bibliotecas Universitárias - seção
Padrões que se subdividem em: 1) Missão, metas e objetivos, 2) Coleção, 3) organização e
materiais, 4)Staff, 5) Serviços, 6) Facilidades, 7) Administração e 8) Orçamento, incluindo
três fórmulas específicas para formação e desenvolvimento de coleções, número de
bibliotecários e espaço físico para coleção, staff e usuários.
No Brasil, algumas tentativas foram feitas para o estabelecimento de padrões para
Bibliotecas Universitárias. Conforme afirma Carvalho (1981,p.18)..."como critério para
�avaliação, os padrões servem como base para a análise e comparação de um caso
(biblioteca) em particular com outros de mesma natureza e considerados como executores
de serviços de alta qualidade...". Em seu estudo, a autora teve como objetivo determinar um
perfil das bibliotecas universitárias, tendo como referência o acervo, pessoal, área física,
acomodação e orçamento. A partir dos dados coletados foram estabelecidos padrões
mínimos, e a autora faz questão de afirmar que não são rígidos nem ideais. Sugere ela que
cada bibliotecário procure descobrir seus próprios parâmetros, elaborados de acordo com
suas necessidades, objetivos, recursos e limitações.
Outro trabalho relevante sobre padrões é do Grupo de Trabalho em Administração
de Bibliotecas da Universidade do Rio Grande do Sul, coordenado por Schreiner et al
(1983), que desenvolveu padrões para os serviços bibliotecários nessa Universidade. Ao
todo somam 18, que foram divididos por tipo de serviços oferecidos, processos técnicos,
avaliação de desempenho, equipamentos, estudo de usuários, impressos, estágios para
alunos do Curso de Biblioteconomia e avaliação da coleção.
A inexistência de padrões brasileiros como subsídios ao planejamento e à
avaliação de bibliotecas universitárias conduziu à escolha do tema do 7ª
Seminário
Nacional de Bibliotecas Universitárias, realizado em 1991 no Rio de Janeiro. Esse
seminário teve como enfoque principal os padrões voltados para a infra-estrutura de pessoal
e orçamento, para serviços técnicos - incluindo desenvolvimento de coleção e
de
tratamento técnico, para serviços aos usuários e produtos de informação.
Os trabalhos apresentados durante o evento, em sua maioria, trataram de sugestões
e das diversas situações que os bibliotecários que atuam em bibliotecas universitárias
precisam trabalhar e repensar, para que os padrões sugeridos possam ser utilizados.
No ano de 1998, Ramos; Bertholino; Belluzzo realizaram estudo exploratório
junto aos Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de Ponta Grossa que teve como
objetivo identificar indicadores de desempenho , atribuindo um grau de importância para o
serviço desejado e o serviço encontrado. A coleta de dados foi realizada de forma aleatória
�nos três segmentos da comunidade acadêmica: professores, alunos e funcionários. As
questões foram reunidas em cinco grupos: estrutura organizacional das bibliotecas,
ambiente, recursos humanos, serviço de referência e empréstimo. Os resultados
demonstraram que os três segmentos pesquisados classificaram como muito importante e
importante os indicadores sugeridos quanto ao serviço desejado e ao serviço encontrado.
Os indicadores referentes à administração e ao planejamento estratégico revelaram o
desconhecimento do usuário quanto à normatização e finalidades, objetivos e missão da
biblioteca. Quanto ao ambiente houve divergência de opiniões nos três segmentos, e os
indicadores atualização do acervo e modernização de equipamentos despertaram maior
interesse nos sujeitos pesquisados, demonstrando a importância da atualização do acervo e
investimento em novas tecnologias que possibilitem agilizar e ampliar a oferta de serviços
e produtos. Quanto aos recursos humanos foram apontados como essenciais os indicadores
: qualificação, segurança no atendimento e treinamento da equipe. No que diz respeito ao
Serviço de Referência os indicadores mais destacados foram: informações corretas, fontes
de referência e orientação e assistências imediata. Já o Serviço de empréstimo foi
classificado como muito importante e teve como indicadores relevantes a flexibilidade no
serviço (prazos, quantidades, ) e facilidades quanto a reserva de materiais. Portanto , podese afirmar a título de conclusão final , que os três segmentos consideraram todos os
indicadores muito importantes no desempenho de um sistema de bibliotecas.
Vergueiro e Carvalho (2000) realizaram estudo nas sete Bibliotecas Universitárias
da área odontológica, no Estado de São Paulo, com o objetivo de validar 16 indicadores
apontados pela literatura no período entre 1996 e 1997 no Information Sciences Abstracts.
Os indicadores se classificaram em : comunicação, acesso, confiança, cortesia,
efetividade/eficiência,
qualidade,
respostas
tangíveis,
credibilidade,
segurança,
extensividade, garantia , satisfação do cliente externo, custo/benefício e tempo de resposta.
Os resultados foram: a pouca participação do clientes externos na tomada de decisões, a
deficiência em relação ao acervo, a importância do setor de referência para definir
qualidade. O bom atendimento foi predominante, como também a busca por um serviço
excelente que supere as expectativas de seus usuários, deverá ser uma constante
preocupação dos dirigentes do setor.
�O estabelecimento de padrões consistentes é condição essencial para implantação
de um programa de garantia de qualidade em bibliotecas, cujos critérios de qualidade
devem ser detectados e resolvidos mediante o estabelecimento de alvos. Torna-se
necessário, pois, que "seja feita uma análise de cima para baixo do trabalho da biblioteca"
(BELLUZZO,1995, p.32), desde sua missão, objetivos, serviços oferecidos até a
determinação dos alvos a serem alcançados, como também levantamentos para verificação
das expectativas e das necessidades dos usuários, tornando-os alvo dos padrões.
Aliada à necessidade da existência dos padrões é ainda necessária a utilização de
medidas e indicadores de desempenho para garantia da qualidade.
Na revisão de literatura efetuada sobre o assunto, foram encontrados medidas e
indicadores desenvolvidos por Van House et al (1990), nos quais foram identificadas 15
medidas sobre:
1 - satisfação geral do usuário;
2- número de empréstimos registrados, retirados das estatísticas de circulação;
3 - número de itens utilizados/consultados na biblioteca, coletados do material deixado
sobre as mesas;
4- uso total do material bibliográfico consultado e emprestado;
5-disponibilidade do material requisitado e atendido (sucesso na obtenção);
6 -demora/tempo de espera do material em falta, incluindo material emprestado , fora de
lugar ou inexistente na biblioteca;
7- freqüência do número de visitas à biblioteca;
8- usuários remotos;
9- soma da freqüência do número de visitas e usuários remotos externos;
10- taxa de uso das facilidades oferecidas pela biblioteca;
11- utilização do ponto focal de serviço (número médio de usuários atendidos num
determinado serviço);
12- uso das dependências físicas da biblioteca ( número médio de pessoas);
�13- capacitação do profissional de referência na interação com o usuário (definida como o
contato que envolve o conhecimento, uso, orientação ou instruções de uma ou mais fontes
pelo bibliotecário);
14 - satisfação com o serviço de referência resultante de um levantamento junto aos
usuários que obtiveram produto com relevância;
15- satisfação quanto à busca on-line pelos usuários
foram divididas em sete questões
agrupadas em quatro tópicos: satisfação, seleção das bases de dados, tempo para solução do
problema e satisfação com a fonte on-line.
Van House et al. sugere ainda 16 indicadores de desempenho, divididos em quatro
grupos: indicadores de desempenho operacional, indicadores de eficiência, indicadores de
custo:eficácia e indicadores de impacto.
As medidas de desempenho são descritas em termos quantitativos, como por exemplo, o
número de itens emprestados pela biblioteca para uma determinada classe de usuários. Já os
indicadores de desempenho quando expressos quantitativamente pressupõem dados
quantitativos somente sobre o desempenho ou relativos aos aspectos da organização ou da
operacionalização.
Outro estudo relevante foi desenvolvido por Kânia (1988), envolvendo sete
bibliotecas de instituições de ensino superior de uma região, que identificou padrões
analisando seu conteúdo e, posteriormente, fez a combinação com medidas de desempenho
identificadas mediante revisão de literatura. Essa combinação de padrões com medidas de
desempenho foi analisada por um Conselho de Especialistas sob dois aspectos: 1)
adequação dos padrões quanto aos propósitos das escolas e 2) adequação quanto à utilidade
das medidas de desempenho para avaliação e realização de alguns padrões. Através desse
estudo foi possível desenvolver uma coleção de padrões regionais testados e analisados,
que poderiam ser adaptados em três setores da maior biblioteca acadêmica com bons
resultados. As medidas de desempenho foram identificadas e verificadas quanto à
aplicação, com o propósito de obter credibilidade dos padrões e também de sua utilização
no cenário real da biblioteca.
�Da mesma forma Lynch, em 1982, publicou um estudo realizado com 184
bibliotecas universitárias americanas, que teve como objetivo conhecer a utilidade e
efetividade dos padrões dentro das bibliotecas.
Concluiu que os bibliotecários em geral
estão utilizando os padrões com o propósito de avaliação , enquanto outros os utilizam para
estabelecimento de metas de excelência,
podendo ser reaplicados
e ainda utilizados
mediante a técnica de "benchmarking".
Kaser (1982) fez uma previsão
com relação à utilização de padrões pelos
bibliotecários, onde o consenso é o suporte para sua efetividade, mediante sua difusão e
adoção. Isso porque os bibliotecários necessitam de padrões com diferentes propósitos, em
tempos diferentes, causando uma diversidade de intenções quando do seu estabelecimento.
Eles sugerem, também, que haja participação da comunidade.
Para que se obtenha a garantia da qualidade na implantação de um programa nas
bibliotecas é necessário que os bibliotecários desenvolvam padrões, medidas e indicadores
dentro de suas unidades, tendo como alvo as necessidades dos usuários como também
promovam a sensibilidade da equipe, implantando treinamento contínuo para que bem
executem suas atividades técnicas rotineiras, utilizando-se adequadamente das estatísticas
como parâmetros de avaliação para determinação de indicadores bons ou ruins, através da
interação com seus clientes transformando suas expectativas em medidas quantitativas e
qualitativas.
Neste contexto os padrões qualitativos devem guiar a formulação de medidas e
indicadores, estabelecendo assim um novo rumo a ser tomado pelas bibliotecas com relação
ao planejamento, desempenho e produtividade.
Está na hora que os Conselhos Estaduais de Classe, Associações, Grupos
Especializados de Bibliotecas
ou mesmo a Comissão Brasileira de Bibliotecas
Universitárias - CBBU se empenharem na elaboração de padrões regionais, respeitando as
características nacionais econômicas e políticas de cada Estado e a partir daí cada
�Bibliotecário possa traçar suas medidas e indicadores tendo em vista a qualidade de seus
serviços e a satisfação de seus usuários.
Se os bibliotecários estão em busca da excelência em suas bibliotecas, é preciso
que sejam feitas mudanças como sugere Barter Jr e Richard, (1994, p.13) quando afirmam
que ..."as mudanças são vitais quando queremos adotar a real excelência nas bibliotecas"...
Essas mudanças implicam no estabelecimento da missão, das metas, dos objetivos, dos
padrões,
das medidas de desempenho,
dos indicadores, de treinamento contínuo e a
absorção das novas tecnologias, tendo em vista as necessidades de seus clientes.
Com este trabalho espera-se contribuir com algumas diretrizes básicas para o
estabelecimento de padrões em bibliotecas universitárias, tendo em vista revisão de
literatura efetuada no pais e no exterior, como também estudo realizado com bibliotecas
universitárias paranaenses. As diretrizes aqui propostas serão qualitativas, não se pretende
quantificar devido as diferenças sócio - econômicas regionais que refletem nos ambientes
das bibliotecas.
Os padrões poderão ser divididos em : Missão e Metas, Coleção, Organização, Pessoal,
Serviços e Orçamento:
a) Missão e Metas: o estabelecimento da missão da biblioteca é condição essencial para que se
possa ter um referencial a ser seguido e cumprido pelo seu diretor e pessoal. A utilização da
ferramenta auxiliar de qualidade, o planejamento estratégico será de grande valia para se
determinar ações dentro do ambiente da biblioteca.
b) Coleção: estabelecer uma política de desenvolvimento de coleção escrita, integrada aos
programas acadêmicos de ensino e calcada em indicadores apontados mediante coleta de
dados estatísticos de uso, idade, idioma e disponibilidade do acervo em nível local, regional
e nacional. Utilizar - se da Lista Qualis como parâmetro seguro na tomada de decisão
quanto a coleção dos periódicos.
�c) Organização: o material bibliográfico deverá estar arranjado de forma mais acessível
possível , oferecendo aos seus usuários rápida recuperação da informação, como também
oferecer treinamento na utilização das novas tecnologias , como por exemplo, a Internet
propiciando ao usuário complementação de assuntos que não façam parte de sua coleção.
d) Pessoal: a determinação da quantidade de pessoal deverá ser proporcional ao número de
serviços e produtos oferecidos pela biblioteca. Cabe ressaltar que a qualidade do pessoal,
tanto de bibliotecários quanto de auxiliares de biblioteca, é condição importante para o
desenvolvimento das atividades na biblioteca. Sugere-se que o recrutamento e seleção de
pessoal esteja bem definido com relação às atribuições que irão exercer, como também que
o treinamento em serviço seja uma prática rotineira adotada nas bibliotecas. A avaliação de
desempenho será um instrumento útil para que os bibliotecários possam avaliar e melhorar
seu desempenho perante os usuários. Os gerentes de bibliotecas devem adotar uma postura
empreendedora , se valendo de idéias inovadoras e incentivado seu staff' a ampliar seus
horizontes mediante cursos de atualização e ou pós-graduação.
e) Serviços: os bibliotecários deverão se valer de metodologias apropriadas que auxiliem na
tomada de decisão para o oferecimento de novos serviços. A aplicação de técnicas de
"Marketing" e estudo de necessidades de seus usuários deverá constar do planejamento dos
novos serviços como também na definição de parâmetros para avaliação e possível
melhoria dos serviços existentes.
f) Orçamento: a caracterização da biblioteca universitária como unidade orçamentária e o
preparo do bibliotecário quanto a sua atuação gerencial no planejamento orçamentário e na
administração de recursos financeiros são ações imprescindíveis para que a biblioteca
garanta sua consolidação na comunidade universitária.
Uma nova postura profissional deve ser adotada nos ambientes das bibliotecas
universitárias, motivando os gerentes na utilização de novas técnicas gerenciais,
�construindo medidas , indicadores e padrões tendo em vista a competitividade e qualidade
de seus serviços.
REFERÊNCIAS
ASSOCIATION OF COLLEGE AND RESEARCH LIBRARIES. Standards for college
libraries. CERL news , p.145-257, apr. 1995.
BARTER , R. J.; RICHARD, F. In search of excellence in libraries. Library
management , v.15, n.8 , p. 4-15, 1994.
CARVALHO, M. C. R. de Estabelecimento de padrões para bibliotecas
universitárias. Fortaleza: UFC/ABDF, 1981.
______ . Estatísticas e padrões para o planejamento e a avaliação de bibliotecas
universitárias. Brasília: [s.n.], 1995.
KANIA, A. Academic libraries standards and performance measure. College &
research libraries , p.16-21, jan. 1988.
KASER, D. Standards of college libraries. Library trends, p.7-19, summer, 1982.
LANCASTER, F. W. Avaliação de serviços de bibliotecas . Brasília: Briquet de Lemos,
1996.
LYNCH, B. P. University library standards. Library trends , p.33-47, summer, 1982.
�RAMOS, M.E.M. Por uma política de qualidade nos serviços de informação em
bibliotecas universitárias paranaenses. 1997. 97f. Dissertação ( Mestrado em
Biblioteconomia e Ciência da Informação - Planejamento e administração de Sistemas
de Informação) - Departamento de Pós - Graduação em Biblioteconomia e Ciências da
Informação , Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas.
RAMOS, E. M. ; BERTHOLINO, M.L.F.; BELLUZZO,R.C.B. Gestão de qualidade em
bibliotecas universitárias: em busca de indicadores de desempenho. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS , 1998 , FORTALEZA. Anais...
Fortaleza: UFCE, 1998. 2 disquetes.
SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 1991, Rio de
Janeiro. Anais... Rio de janeiro: MEC/SENESU/PROBIB, 1992. 2 v.
WHITEHALL, Tom. Quality in library and information service: a review. Library
management , v.13, p.23-35, 1992.
VAN HOUSE, N. Output measures in libraries. Library trends , v.38 , n.2 , p.268-79,
1989.
VERGUEIRO,W.; CARVALHO, T. Indicadores de qualidade em bibliotecas
universitárias Brasileiras: o ponto de vista dos clientes. IN: CONGRESSO
BRASILEIRO EM BIBLIOTECNOMIA ER DOCUMENTAÇÃO , 19, Porto Alegre,
2000. Anais.... Porto Alegre: FEBAB, 2000. 1 CD - ROM.
This paper deals with the evaluation of library services and it shows the impotance of
standards established to be used as tools for quality evaluation in academic libraries.
Ntional and foreign literature is reviewed according are suggested to be used in Brazilian
academic libraries.
Key words: quality, standards; evaluation; academic libraries.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Padrões como instrumento de avaliação e qualidade em bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ramos, Maria Etelvina Madalozzo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O estudo ressalta a importância da avaliação dos serviços bibliotecários e coloca o estabelecimento de padrões como instrumento de avaliação e qualidade nas bibliotecas universitárias. Revisa a literatura nacional e internacional a respeito de padrões, indicadores e medidas de qualidade. Sugere padrões e indicadores qualitativos para bibliotecas universitárias.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4102/SNBU2002_091.pdf
27f4ebc3a0f5d7209bc40d28a6320ca2
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Text
MEMÓRIA INSTITUCIONAL: acervo fotográfico
Maria do Carmo de Almeida Silva1 - docarmo@uerj.br
Angela da Silva Velho2 - velho@uerj.br
Rute Brazil dos Santos 3 - rutebrasil@zipmail.com.br
1
Bibliotecária. Coordenadora do Núcleo de Memória, Informação e Documentação - MID
2
Bibliotecária. Núcleo de Memória, Informação e Documentação - MID
3
Bibliotecária. Contratada MID
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rua São Francisco Xavier, 524 s.1020 - Bl. B. 1º andar.
Maracanã. Rio de Janeiro. RJ.
CEP: 20.550-013 . Brasil.
RESUMO
Apresenta o Projeto Memória Institucional: acervo fotográfico, que visa à organização,
processamento técnico, digitalização e conservação preventiva do acervo fotográfico da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, bem como à disseminação e disponibilização
das informações sobre a memória institucional, via web, para as comunidades interna e
externa. Este Projeto caracteriza-se pela interdisciplinaridade, contando com a participação
de profissionais de vários campos do saber - Biblioteconomia, História, Desenho Industrial
e Comunicação - que convergem para o objetivo comum de resgate da memória e
disseminação da informação. A preservação desse acervo possibilita sua consulta por
pesquisadores desta e de outras instituições, servindo como fonte para as atividade de
ensino, pesquisa e extensão.
Palavras-chave: Memória institucional; Acervo fotográfico.
�“Há certas memórias que são como pedaços de gente, em que não podemos tocar sem
algum gozo e dor, mistura de que se fazem saudades.”
Machado de Assis
“A fotografia é o traço de representação memorial do homem. Ela retém a boa imagem que
temos de nós mesmos, das outras pessoas e dos lugares onde passamos e deve conter
sempre a possibilidade de reconstrução de uma história. No território da memória se
enraízam os elementos que marcam nossa identidade, nele o pessoal e o coletivo
encontram uma harmonia que não desconhece as diferenças, nele, enfim, o que é esquecido
pode ganhar a mesma relevância do que é lembrado.”
Ricardo Silva de Hollanda
Introdução
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), criada segundo a Lei nº 547 de 4 de
dezembro de 1950, recebeu o nome de Universidade do Distrito Federal (UDF), agregando
a Faculdade de Filosofia de Ciências e Letras do Instituto La-Fayette, e as faculdades
privadas de Ciências Econômicas, Ciências Jurídicas e de Ciências Médicas. Até
constituir-se na UERJ atual, passou por mais duas diferentes denominações: em 1958,
Universidade do Rio de Janeiro; em 1961, Universidade do Estado da Guanabara (UEG).
Em 11 de abril de 1975, após a fusão entre o Estado da Guanabara e o Estado do Rio de
Janeiro, passa a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ainda na década de 1960, é
removida a Favela do Esqueleto, nome dado à estrutura abandonada do que seria o
Hospital de Clínicas da Universidade do Brasil, e que, reformado constituiu o atual
Pavilhão Reitor Haroldo Lisboa da Cunha, inaugurado em agosto de 1970. Inicia-se a
formulação do projeto do primeiro campus micro-universitário urbano do país, integrando
as zonas norte e sul da cidade: o Campus Universitário Francisco Negrão de Lima. Nas
décadas de 1980 a 1990 são instituídos os campi regionais da UERJ, como a Faculdade de
Formação de Professores (FFP), em São Gonçalo, a Faculdade de Educação da Baixada
Fluminense (FEBF), em Duque de Caxias, o Campus Regional de Resende (CRR), e o
Instituto Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ), em Nova Friburgo. Finalmente, é criado o
Campus Regional da Ilha Grande, que abriga o Centro de Estudos Ambientais e
Desenvolvimento Sustentável (CEADS).
2
�Atualmente, a UERJ oferece cursos de graduação e de pós-graduação nas áreas de Ciências
Sociais, Humanas, Tecnológicas e Biomédicas, com um total de 18.068 alunos de
graduação, 2.744 alunos de pós-graduação e 2.070 docentes.
Oferecendo apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão, a Rede Sirius – Rede de
Bibliotecas UERJ, tem como objetivo promover o acesso, a disseminação, a produção e o
uso da informação. É composta por uma Direção, três Núcleos – Núcleo de Processos
Técnicos e Automação (PROTAT), Núcleo de Planejamento e Administração (PLANAD)
e Núcleo de Memória, Informação e Documentação (MID) -, duas Seções de Apoio
Administrativo (SEAP/SIRIUS e SEAP/PLANAD), e vinte e uma bibliotecas, organizadas
por área do conhecimento.
Iniciada com a fundação de bibliotecas isoladas na década de 1950, sofre mudanças em sua
estrutura com a criação da Biblioteca Central, em 1961. Ainda na década de 1960 são
criadas as Bibliotecas de Engenharia
e de Direito. Em 1969, surge o Sistema de
Bibliotecas (SISBI) e, finalmente em 1998, a Rede Sirius, cuja estrutura propõe uma
“gestão mais ágil e compartilhada, visando a uma melhor performance das bibliotecas, e a
melhor gestão dos recursos financeiros”.(SILVA, 2000, p. 29)
Dentro dessa nova estrutura o Núcleo MID como coordenador de políticas para promoção
e divulgação da Rede Sirius, dos programas para preservação da memória institucional e
disseminação de informações referenciais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
tem por objetivo reunir, identificar, organizar e disseminar informações sobre a memória
institucional, e possui acervo iconográfico, bibliográfico e documental.
O que hoje se constitui em realidade material, já foi objeto de estudo da dissertação
"Centro de Memória da UERJ", de Nysia Oliveira de Sá, apresentada ao Curso de
Mestrado em Memória Social e Documento, da Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO), em 1996. Partindo da constatação de que a vasta massa documental produzida pela e
sobre a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e que abrange, além da produção
técnico-científica e artística e acervo administrativo, fotografias, filmes, fitas de vídeo,
projetos gráficos, etc., encontrava-se dispersa e "sem tratamento técnico, nas diversas
unidades da UERJ", inviabilizando "a recuperação, o acesso e a disseminação dessas
3
�informações" (SÁ, 1996, p. 8), o referido estudo propõe a criação de um Centro de
Memória da UERJ.
O presente trabalho aborda o processo de organização do acervo fotográfico da UERJ,
visando constituir-se em fonte de informações para as atividades de ensino, pesquisa e
extensão, documentando a trajetória político-institucional, técnico-científica e artística da
Universidade, através do Projeto Memória Institucional: acervo fotográfico. Elaborado
pelo Núcleo MID, vem sendo desenvolvido, desde 2000, por uma equipe interdisciplinar
formada por bibliotecários, historiadores e estagiários das áreas de Biblioteconomia,
Comunicação, Desenho Industrial e História.
O Projeto tem ainda um antecedente: o projeto de pesquisa Memória Visual do Rio de
Janeiro que propõe a parceria entre o Núcleo MID e a Faculdade de Comunicação Social
para a criação do Centro de Referência Visual da UERJ.
Discorreremos sobre as etapas realizadas detalhando a metodologia utilizada, os resultados
e as metas a serem alcançadas.
Antecedentes
Iniciado em fevereiro de 2000, ano do cinqüentenário da UERJ, o Projeto Memória
Institucional: acervo fotográfico estabeleceu como meta, para sua primeira etapa, a seleção,
identificação e processamento técnico de fotografias que contassem, através de imagens, a
trajetória da Universidade, com o objetivo de organizar uma exposição comemorativa que
incluísse todos os seus segmentos, organizando, assim, um painel onde as pessoas se
reconhecessem e reconhecessem os amigos, colegas de trajetória profissional, conhecidos e
colaboradores. Era preciso também retratar o processo de construção, bem como toda
efervescência cultural da Universidade. Para isto, foi decidida a reunião das fotografias por
blocos temáticos. O primeiro deveria conter imagens que contassem a história da
construção da UERJ, o segundo deveria reunir pessoas - todas as pessoas - que, de alguma
forma, tivessem contribuído para a construção e concretização das metas da Instituição; e,
finalmente, um terceiro que mostrasse uma parte dos inúmeros eventos técnico-científicos
e culturais que ocorrem de forma quase ininterrupta na UERJ. Assim, ficaram definidos os
4
�módulos: Como se constrói uma Universidade , Quem constrói a Universidade e
Eventos .
O envolvimento das pessoas que, de uma maneira ou de outra, participaram, ou vêm
participando do processo de construção da história da Instituição é de fundamental
importância para que as mesmas percebam sua inserção nesse micro universo e se
conscientizem da importância da preservação dessa memória social e a ela recorram como
fonte de conhecimento. Isso significa que faz mais do que fornecer um conjunto
de categorias através do qual, de um modo inconsciente, um grupo habita o seu
meio; dá também ao grupo matéria de reflexão consciente. Isso significa que
devemos situar os grupos em relação às suas próprias tradições, descobrindo
como interpretam os seus próprios “fantasmas” e como os utilizam para fonte de
conhecimento. ( FENTRESS, 1992, p. 42)
Realizar, dessa forma, uma exposição de fotografias institucionais, mais do que festejar
uma importante data comemorativa, teve por objetivo atrair o interesse da própria
Instituição para a questão da organização e preservação da memória.
Metodologia
Nosso ponto de partida foi o acervo transferido para o Núcleo MID pela Diretoria de
Comunicação Social (COMUNS) da Universidade, contendo cerca de 4.000 fotos, num
rico conjunto de eventos que cobriam, basicamente, vinte anos de trajetória: da década de
1980 ao ano 2000. Não estando o acervo organizado, os historiadores iniciaram a pesquisa
pela identificação dos eventos e das pessoas retratadas, fornecendo, assim, elementos para
que os bibliotecários organizassem esse universo de informações de modo sistemático,
num trabalho de catalogação e indexação, de forma a possibilitar a recuperação e
disseminação da informação. As fontes de pesquisa foram os boletins da Universidade,
editados do ano de 1954 até 1996, documentos administrativos, publicações sobre a UERJ
e produzidas pela UERJ, além de consultas online e entrevistas com personalidades
relevantes para a história da Instituição.
5
�Para localizar e recuperar imagens que cobrissem os eventos das décadas de 1950, 1960 e
1970, a equipe do projeto contou com a colaboração de um dos mais antigos fotógrafos da
Universidade - João Vitalino, que, além de disponibilizar seus arquivos e reproduzir as
imagens selecionadas, mostrou-se colaborador incansável durante todo o processo de
seleção de fotos e organização da exposição. Cabe ressaltar o pioneirismo de Vitalino que,
desde a década de 1970, teve a preocupação registrar a memória fotográfica da
Universidade. As associações de docentes, de servidores e de alunos da UERJ, bem como
professores e servidores técnico-administrativos, que cederam fotos de suas coleções
particulares, foram da maior importância para completar esse painel de pessoas e eventos
que são parte de nossa história.
A pesquisa e seleção de fotos que registram o processo de construção material da
Universidade foi, basicamente, realizada nos arquivos do Departamento de Manutenção,
Obras e Projetos (DEMOP) - que pertence à Prefeitura dos Campi. A assessoria e interesse
da equipe do DEMOP foi fundamental para que chegássemos ao conjunto de fotos que
compõem o módulo Como se constrói uma Universidade, onde está registrado não apenas
a construção do Campus Universitário Francisco Negrão de Lima, no Maracanã, o Edifício
Prof. Américo Piquet Carneiro, o Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), a Escola
Superior de Desenho Industrial (ESDI) e o Instituto de Aplicação Professor Fernando
Rodrigues da Silveira (CAP), mas também cada uma das Unidades que integram a UERJ:
o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (CEADS), na Ilha
Grande, a Faculdade de Formação de Professores (FFP), em São Gonçalo, a Faculdade de
Educação da Baixada Fluminense (FEBF), em Duque de Caxias, o Campus Regional de
Resende (CRR), em Resende e o Instituto Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ).
Ao longo do processo de seleção, reunimos, à parte, uma série de fotos que, se não
continham muito interesse de caráter informativo para os módulos, por outro lado, atraíam
nossa atenção pelo ângulo inusitado ou pelo efeito gráfico que sugeriam. Criamos, assim, o
módulo Ângulos, que reuniu esses diversos olhares sobre a Universidade.
Ao longo do ano 2000, foram realizadas visitas técnicas a instituições de renome e de
reconhecida experiência na área de preservação de acervos fotográficos, tais como a
Fundação Biblioteca Nacional (FBN), a Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro
6
�(BPERJ), o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNUFRJ), o
Museu Histórico Nacional (MHN), o Museu da Imagem e do Som (MIS), o Arquivo
Nacional (AN) e o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ), com o objetivo
de estudar as formas de tratamento dadas ao acervo fotográfico e estabelecer intercâmbio
com essas instituições.
A Exposição Acervos de Memória: exposição comemorativa do cinqüentenário da UERJ,
inaugurada no dia 05 de dezembro de 2000, foi um dos pontos altos das comemorações dos
50 anos, permanecendo aberta ao público até abril de 2001, quando foi iniciada a
elaboração do catálogo da exposição, primeiro produto gerado pelo Projeto.
Os módulos foram estruturados em verbetes, cada um deles composto por uma fotografia e
sua respectiva legenda, em ordem cronológica. As legendas são sucintas, com os objetivos
de oferecer informações esclarecedoras e desencadear o interesse de pesquisadores pelo
rico acervo fotográfico da Universidade. Cada legenda oferece dados de autoria (nome do
fotógrafo ou “Anônimo”, quando não identificado), local, data (exata ou estimada),
dimensões originais e proveniência.
Outro aspecto a ser ressaltado refere-se ao serviço de atendimento ao usuário interno e
externo que tem ocorrido ininterruptamente desde o início do Projeto, mostrando a
importância da reunião de acervos dispersos, viabilizando a recuperação, o acesso e a
disseminação dessas informações sobre e para a Universidade.
A seguir, descreveremos a metodologia adotada na atual fase do Projeto, em etapas, que se
reiteram, sendo executadas simultaneamente.
O levantamento dos acervos fotográficos internos realizado na fase de organização da
exposição, propiciou um contato com as diversas unidades acadêmicas e administrativas,
além das associações de servidores e alunos, o que chamou a atenção da comunidade
universitária para o papel do Núcleo MID como local de guarda, preservação e divulgação
da memória institucional. Isto resulta no enriquecimento desse acervo, que já conta com
cerca de 6.000 fotos, através de transferências feitas por componentes organizacionais,
bem como doações de acervos pessoais.
7
�Tão importante quanto a localização e reunião desses documentos, é a pesquisa que leva a
informações esclarecedoras e complementares à informação imagética. O trabalho de
pesquisa histórica inclui, como já
mencionado, fontes bibliográficas, entrevistas com
servidores e com os fotógrafos que produziram as imagens, e consultas ao site da
Universidade e a outros sites.
O
tratamento
(catalogação,
técnico
do
classificação
acervo
e
fotográfico
indexação),
engloba
quanto
o
tanto
aspecto
o
aspecto
material
intelectual
(higienização,
restauração, conservação e acondicionamento).
Quanto ao processamento técnico da informação, este se inicia com o preenchimento de
uma planilha (Anexo 1), que teve como base para sua elaboração o Manual para
Catalogação de Documentos Fotográficos, da Fundação Nacional de Arte (FUNARTE) e
Fundação Biblioteca Nacional (FBN), sendo a catalogação feita de acordo com as normas
do AACR2 e o formato USMARC. É adotada a Classificação Decimal Universal (CDU),
classe 77, para todas as fotografias. São utilizados os cabeçalhos de assunto da Base de
Dados de Autoridades da Rede Bibliodata para a indexação das fotografias. Quanto à
organização, estão associadas ao número de chamada localização fixa.
Com a finalidade de agilizar a recuperação e disponibilização da informação, foi
desenvolvida uma base de dados local, de caráter temporário. Os campos definidos para
recuperação da informação são: número do item, localização fixa (número do armário,
gaveta, pasta, envelope e número seqüencial da fotografia), data da catalogação, autor,
título, local e data da imagem, mudança de nome da Unidade, resumo, aquisição, local de
publicação e assunto), cujas informações serão transferidas, posteriormente para a base de
dados iconográficos da Rede Sirius.
A manutenção desse acervo em condições ambientais favoráveis e acondicionamento
adequado visa à sua conservação preventiva. Leva-se em consideração o mobiliário
apropriado às dimensões de cada item, não apenas para facilitar o manuseio, mas também
para preservá-lo da degradação. O acondicionamento visa proporcionar ao material
diversos níveis de proteção contra luz excessiva, poeira, oscilações de temperatura e
umidade relativa do ar. O sistema escolhido foi o de acondicionamento vertical (em função
8
�das dimensões do acervo - imagens de dimensões medianas e pequenas-, espaço interno e
mobiliário). As fotografias, sendo todas em gelatina, são primeiro acondicionadas, uma a
uma, folders de papel alcalino, inseridas em envelopes que reúnem, no máximo, cinco
folders e, posteriormente, em pastas suspensas que são colocadas em arquivos de aço
pintados com esmalte sintético polimerizado em estufa e com tratamento prévio por
fosfatização contra oxidação.
Quanto à higienização das fotografias, esta se refere à limpeza, retirada de colas e fitas
adesivas.
Na etapa atual do Projeto, estão sendo digitalizadas apenas imagens que já tenham sido
publicadas, uma vez que será objeto de estudos a questão do direito de imagem e dos
direitos autorais. Está prevista, também, a formação de um acervo de negativos de segunda
geração, com o objetivo de preservação dos originais.
Considerações finais
Contribuir para o resgate e preservação da memória institucional é contribuir para a
construção da identidade coletiva, que se forma a partir da convergência de esforços para
realização do interesse comum, onde a história de cada um se confronta e se enriquece com
a história dos outros.
O Projeto Memória Institucional: acervo fotográfico tem o predicado de sedimentar na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro uma área dedicada à guarda, preservação e
disseminação de documentos e informações, o que valoriza o trabalho de pesquisa de seu
corpo acadêmico, dando maior visibilidade à UERJ como centro de referência para
pesquisas.
Résumé
Ce travail présente le Projet Mémoire Institutionel: collection photographique, qui a le but
d’organizer, de faire le processus technique, de digitalizer et de préserver la collection
photographique de l’Université de l’Etat de Rio de Janeiro, et, aussi, de divulguer et mettre
à la disposition des informacions sur la mémoire institucionel à travers l’internet, pour les
9
�communautés interne et externe. Ce projet a, comme caractéristique, l’interdisciplinarité,
avec la participation de profissionnels de plusieurs secteur du savoir – la
Bibliotheconomie, l’Histoire, le Dessin Industriel et la Communication – qui ont, comme
le même but, la préservation de la mémoire et la divulgation de l’information. La
préservation de cette collection favorise l’étude des rechercheurs, et sert comme source
pour les activités de l’enseignement, de la recherche et de l’extension.
Mots-clé: Mémoire institutionel; Collection photographique.
Referências Bibliográficas
ACERVOS de memória: exposição comemorativa do cinqüentenário da UERJ. Rio de
Janeiro: UERJ, Rede Sirius, 2001. 192p.
FENTRESS, James; WICKHAM, Chris. Memória social: novas perspectivas sobre o
passado. Lisboa: Teorema, 1992. p.42.
LEMOS, Maria Teresa Toríbio Brittes; MORAES, Nilson Alves de (Org.). Memória e
construções de identidades. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2000. 101 p.
MARC 21: formato condensado para dados bibliográficos. Marília: UNESP, CGB, 2000.
v.1.
MELLO, Márcia; PESSOA, Maristela. Manual de acondicionamento de material
fotográfico. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1994. 32 p.
PARDAL, Paulo. UERJ: apontamentos sobre sua origem. Rio de Janeiro: UERJ, 1990. 52
p.
SÁ, Nysia Oliveira de. Centro de memória da UERJ. 1996. 97 f. Dissertação (Mestrado
em Memória Social e Documento) – Centro de Ciências Humanas, Universidade do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 1996. 97 p.
SILVA, Neusa Cardim da. Bibliotecas da UERJ: proposta de um Centro Referencial
baseada num estudo historiográfico. 2000. 121 f. Monografia (Especialização em
10
�Organização do Conhecimento para Recuperação da Informação) – Departamento de
Estudos e Processos Biblioteconômicos, Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
SPINELLI JÚNIOR, Jayme. A conservação de acervos bibliográficos & documentais.
Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Departamento de Processos Técnicos, 1997.
90 p.
11
�Anexo 1 – Planilha Acervo Fotográfico
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12
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Memória institucional: acervo fotográfico.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Maria do Carmo de Almeida
Velho, Angela da Silva
Santos, Rute Brazil dos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta o Projeto Memória Institucional: acervo fotográfico, que visa à organização, processamento técnico, digitalização e conservação preventiva do acervo fotográfico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, bem como à disseminação e disponibilização das informações sobre a memória institucional, via web, para as comunidades interna e externa. Este Projeto caracteriza-se pela interdisciplinaridade, contando com a participação de profissionais de vários campos do saber - Biblioteconomia, História, Desenho Industrial e Comunicação - que convergem para o objetivo comum de resgate da memória e disseminação da informação. A preservação desse acervo possibilita sua consulta por pesquisadores desta e de outras instituições, servindo como fonte para as atividade de ensino, pesquisa e extensão.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4101/SNBU2002_090.pdf
c4201f9542a2fd3ffb9ab7949ac450b7
PDF Text
Text
PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
1
PLANEJANDO A BIBLIOTECA DO SECULO XXI
O Caso do Sistema de Bibliotecas da UFPA
Maria das Graças da Silva Pena
Bibliotecária/Especialista
Universidade Federal do Pará - UFPA
Av. Augusto Correia, 1, Campus Universitário - Guamá
Belém-Pará-Brasil - 66075-900
www.ufpa.br/bc
pena@ufpa.br
Luiz Otavio Maciel Silva
Bibliotecário/Mestre
Universidade Federal do Pará - UFPA
Av. Augusto Correia, 1, Campus Universitário - Guamá
Belém-Pará-Brasil - 66075-900
www.ufpa.br/bc
loms@ufpa.br
RESUMO – Para o planejamento e a implantação do Sistema Integrado de Bibliotecas da UFPA foi
previsto o uso de novas tecnologias considerando a perspectiva de mudança de paradigmas para a prestação
dos tradicionais serviços de informação em bibliotecas. A transformação da biblioteca num portal na web
brasileira e num sistema operacionalizado em rede em meio ao compartilhamento de serviços, com vistas ao
intercâmbio de informações, à disponibilização e ao acesso facilitado dos conteúdos informacionais, foram as
metas que caracterizaram o novo patamar alcançado pela biblioteca. Para isso foram feitos investimentos de
ordem financeira, humana, de infra-estrutura e meios materiais que tiveram como objetivo viabilizar a
funcionalidade do sistema em relação aos resultados que se desejava alcançar. O Sistema Integrado de
Bibliotecas da UFPA hoje possui recursos instalados, pessoal capacitado, produtos e serviços de maior
qualidade que são os itens mínimos e imprescindíveis para elevá-las ao nível desejado da informatização .
Para isso foram empreendidas ações no sentido de adquirir hardware, software, treinar e capacitar pessoal e
estabelecer parcerias e consórcios para captação de recursos e prestação de serviços. Com essas medidas foi
possível acelerar os processos de comunicação e de transferência de conhecimento, passando a dispor de uma
rede consolidada de serviços e de informação, com produtos disponibilizados via Intranet/Internet, pronta
para enfrentar os desafios da nova era.
PALAVRAS-CHAVE:
Bibliotecas.
1.
Informatização
de
Bibliotecas,
Bibliotecas
Universitárias,
Sistemas
de
INTRODUÇÃO
A utilização de novas tecnologias na prestação dos serviços de informação no
processo de transmissão do conhecimento científico e tecnológico é considerado um dos
fatores
imprescindíveis
para
a
melhoria
de
qualidade
do
ensino,
influenciando
satisfatoriamente na formação de profissionais e no desenvolvimento da pesquisa
(SAMPAIO, 2001, p1). Esses serviços se realizam em meio ao funcionamento de redes e
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
2
serviços cooperativos, fazendo com que as bibliotecas dêem um salto de qualidade para o
futuro no contexto acadêmico e científico (CORTE, 1999, p. 1).
As bibliotecas desse novo século transformam-se em portais na web brasileira, com
conteúdos que abrangem itens do acervo informacional bibliográfico, digital e multimídia e
versam sobre a literatura científica, tecnológica e cultural em âmbito mundial. É premente
dar visibilidade à contribuição científica das instituições que geram o novo conhecimento
nas diversas áreas, para disseminar seus produtos usando sistemas inteligentes de
informação, ao mesmo tempo em que são impelidas a criar ambientes interativos com
infra-estrutura adequada para importar tecnologias e implantar ferramentas que venham
facilitar o acesso eletrônico à informação (AGOSTINHO, 1999, p. 1, 5-6)
Nessa perspectiva se incluem, universidades, institutos, empresas, laboratórios,
indústrias etc., considerados núcleos de excelência, geradores da pesquisa, com quadro de
pesquisadores altamente qualificados, que elevam a demanda em níveis mais exigentes, a
medida em que acompanham o avanço da ciência. A importância da informatização de
serviços dessa natureza está na aceleração dos processos, na agilidade do atendimento às
necessidades de informação, na qualidade e na eficiência do serviço prestado e, finalmente,
na igualdade de condições em usufruir das benesses frente aos centros mais adiantados do
país e do mundo (KRZYZANOWSKI, 1996, p.4; CORTE, 1999, p. 60).
A incorporação das Tecnologias da Informação pelas bibliotecas universitárias
brasileiras é de vital importância para o incremento de pesquisas que resultarão em novas
tecnologias que, de uma forma ou de outra, quando disponibilizadas e aplicadas,
influenciarão diretamente na melhoria da qualidade de vida de toda comunidade em sua
área de influência.
Para que esse objetivo seja visualizado em curto prazo pelas universidades
brasileiras, há de se criar mecanismos que reduzam as incertezas e a conseqüente
diminuição dos erros.
Assim sendo, os agentes facilitadores do processo de informatização de bibliotecas,
que tornam mais ágil o acesso, capazes de prover informações a comunidade científica,
são:
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
1)
3
Os recursos de tecnologia de informação existentes no mercado nacional e
internacional, como hardware, softwares – Aleph, Pergamum, Virtual, Informa, Thesaurus,
Ortodocs etc - e serviços (CORTE, 1999, p. 16-30; CAFÉ, 2001, p. 73);
2)
A existência de sistemas consolidados e redes cooperativas que permitem o
compartilhamento de serviços, intercâmbio de informações e acervos - SIBI/USP,
SIBI/UFRJ, BIREME, BIBLIODATA, ISTEC, REBAP, PERGAMUM, BN etc;
3)
A efetiva política nacional de bibliotecas universitárias e de instituições de
pesquisa, sob o comando da Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias, CBBU,
com 9 representações regionais, em atuação junto aos órgãos oficiais - CAPES,
MEC/SESu, CNPq, FINEP, IBICT;
4)
Os consórcios nacionais e internacionais para assinatura e acesso eletrônico
a periódicos estrangeiros e para a alimentação de portais - Silverplatter, Periódicos
CAPES, Páginas Brasileiras, Ciência Tecnologia Educação, Scielo, Web of Science, Teses
Brasileiras etc.;
5)
Programas de capacitação e treinamento de recursos humanos nas novas
tecnologias e ferramentas ministrados pelas agências de serviços e editoras - CAPES,
BIREME, Elsevier, Silverplatter, Ideal, High Wire, OVDI etc.
Nesse contexto é que se delineiam as diversas etapas que a Biblioteca Central da
Universidade Federal do Pará cumpriu em seu processo de evolução para Sistema
Integrado de Bibliotecas, que hoje reúne um conjunto de 32 bibliotecas universitárias, 23
localizadas na capital e 9 no interior do Estado (FIGURA 1).
A trajetória da Biblioteca Central da UFPA caracterizou-se em ações que foram
decisivas em aspectos considerados relevantes para a transformação dos serviços
tradicionais da biblioteca universitária em sistema integrado, com a funcionalidade de um
portal do conhecimento aberto à comunidade virtual que foram:
•
planejamento e administração dos recursos financeiros e humanos;
•
infra-estrutura e recursos tecnológicos;
•
produtos e a prestação de serviços.
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
4
FIGURA 1 - Organograma do Sistema e da Biblioteca Central/UFPA. 19972001
SISTEMA INTEGRADO
DE BIBLIOTECAS
BIBLIOTECA CENTRAL
Diretor Técnico
SECRETARIA
FORMAÇÃO
E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
SERVIÇOS GERAIS
ACESSO
À
INFORMAÇÃO
SELEÇÃO
E AQUISIÇÃO
ACESSO
AO DOCUMENTO
TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
PERIÓDICOS
PROGRAMAS
ESPECIAIS
MULTIMEIOS
CONSERVAÇÃO
ENCADERNAÇÃO
BRAILLE
PRODUÇÃO
DA
INFORMAÇÃO
BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
(22 na capital)
(09 no interior)
DOCUMENTAÇÃO
Fonte: UFPA.Biblioteca Central. Relatório de atividades, 2000
2.
PLANEJANDO E ADMINISTRANDO RECURSOS
Para criar um sistema que congregue várias bibliotecas é preciso que ele tenha o
desenho de uma estrutura administrativa adequada aos novos paradigmas, tomando como
base os serviços e produtos já totalmente automatizados. Essa nova estrutura, além de
viabilizar a funcionalidade dos serviços, tende a criar novos setores de apoio,
principalmente,
computacional
as
a
atividades
de
operacionalização
informática,
sistêmica
às
proporcionando
suporte
Bibliotecas
manutenção
e
técnico
dos
equipamentos e programas. A filosofia que orienta essa nova estrutura obedece ao
princípio lógico do desenvolvimento de coleções com a formação do acervo (seleção,
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
5
aquisição, manutenção e conservação), o tratamento da informação e indexação (registro
bibliográfico e autoridades, indexação e alimentação das redes e serviços cooperativos),
acesso à informação e ao documento (referência, acesso eletrônico e intercâmbio de
informações), produção da informação (produtos, publicações e bases de dados). (FIGURA
2)
FIGURA
2
-
PRINCÍPIO
ESTRUTURAL
DA
INFORMAÇÃO
EM
UM
SISTEMA
DE
BIBLIOTECAS
seleção
publicações
bases de dados
Produção da
informação
Formação
do Acervo
aquisição
manutenção
websites, portais
conservação
PRODUTOS
CONHECIMENTO
COLEÇÕES
registro
bibliográfico
referência
Acesso à
Informação e ao
Documento
acesso
eletrônico
Tratamento e
indexação da
informação
Intercâmbio de
informações
autoridades
redes/serviços
cooperativos
(BIREME,
Um sistema assim planejado visa não somente integrar as bibliotecas, assim como
configura uma rede consolidada de serviços e de informação, em meio a qual ficam
disponibilizados todos os produtos informacionais, via Intranet/Internet. No entanto, verbas
devem ser alocadas no mínimo para atender as necessidades básicas de infra-estrutura e, no
máximo, para oferecer serviços de precisa qualidade (FAPESP, 2001, p.17). Caso
contrário, sem a alocação dessas verbas torna-se absolutamente inviável o processo da
informatização.
Para colocar em execução o sistema de bibliotecas da UFPA três pontos foram
evidenciados, sem os quais torna-se-ia quase impossível qualquer ação:
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
•
6
Investimento de recursos financeiros para a aquisição de software/hardware;
capacitação e treinamento de recursos humanos em informática e processos técnicos; e
consultorias/assessorias;
•
Integração aos serviços cooperativos e consórcios nacionais para racionalizar
investimentos, ampliar e facilitar o acesso eletrônico aos serviços de informação
disponíveis mundialmente;
•
Modernização dos meios através dos quais se processam os serviços e são
disponibilizados os produtos, criando-se um canal visível na Internet - a biblioteca
virtual/digital – objeto fim da informatização (homes page, sites, portal etc).
Ou seja, as condições indispensáveis que asseguram o sucesso da informatização de
um sistema, são a existência de uma infra-estrutura mínima computacional, a Intranet
institucional, computadores e demais componentes, verbas da instituição para as despesas
iniciais, e pessoal com conhecimento básico em informática e em formatos de registro
biblio gráfico.
Além disso, para garantir a eficiência dos serviços e sua continuidade é importante
prever a necessária manutenção dos equipamentos e programas (upgrade ) tendo em vista a
ampliação e crescimento dos serviços para atender a crescente e exigente demanda
2.1 RECURSOS FINANCEIROS
Esses recursos não devem apenas ater-se às verbas do orçamento da instituição
mas, principalmente atender aos editais das agências de fomento e outras fontes como
forma de captar. É nessa ocasião que estabelecem-se parcerias e consórcios para a
elaboração e encaminhamento de propostas.
Normalmente os recursos alocados para as bibliotecas mal chegam para a
manutenção e desenvolvimento das coleções, muito menos para a aquisição e upgrade de
equipamentos e programas, no entanto, devem prever (KRZYZANOWSKI, 1996, p. 4):
•
aquisição de acervo bibliográfico, incluindo a participação em consórcios;
•
aquisição de hardware/softwares específicos, já testados e de comprovado uso;
•
instalação da rede interna de computadores e do Sistema de Bib liotecas;
•
edição de produtos da informação nos suportes papel e eletrônico;
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
•
7
capacitação e treinamento de recursos humanos nas novas tecnologias.
No plano da informatização, o investimento inicial deve atender aos itens acima,
dependendo da situação em que se encontrar a biblioteca, se já possui infra-estrutura
computacional ou não. No caso da UFPA, foram investidos recursos de orçamento para
aquisição de hardware, software, capacitação de recursos humanos, serviços e infraestrutura equivalente a plataforma existente, entretanto o suficiente para: (QUADRO 1)
QUADRO 1 – ÁREA FÍSICA, ACERVO, E CAPACIDADE DE ATENDIMENTO DA
BIBLIOTECA CENTRAL DA UFPA – 1997-2000
ÁREA FÍSICA
m2
LOCAL
Leitura
Acervo
Serviços Técnicos
Circulação
Administração
Apoio
TOTAL
1.386,6
2.051,12
917,26
364,76
123,52
292,9
6.117,81m2
ACERVO
livros (exemplares)
NÚMERO
200.000
periódicos (títulos)
outros (teses, folhetos, vídeos etc.)
TOTAL
4.000
328.324
532.024
Serviços:
Registro bibliográfico, autoridades,
aquisição, acesso as bases de dados,
periódicos, circulação etc
Movimento anual
Consulta/Empréstimo/Devolução (itens)
190.000
Fonte: UFPA. Biblioteca Central. Relatório de atividades . 2000.
Os recursos dispendidos foram suficientes para: (QUADRO 2)
•
Instalação da rede interna elétrica e lógica do prédio para inteligar
computadores;
•
Aquisição do software Pergamum, Ariel, Flash , Dreamweaver etc;
•
Aquisição de hardware, computadores, componentes e periféricos;
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
8
•
Capacitação de recursos humanos – cursos, treinamentos e outros eventos;
•
Serviços, como conversão de arquivos, emissão e impressão de etiquetas,
programação, consultorias, visitas técnicas etc.
QUADRO 2 - ORÇAMENTO INICIAL PARA INSTALAÇÃO DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA
UFPA – 1999/2000
Itens
Descrição
Valor – R$
Rede Interna
lógica e elétrica
Variável de acordo com o tamanho da biblioteca: área
física, acervo, usuários, serviços, demanda e capacidade
de atendimento
Software
Com funções integradas para gerenciamento de serviços
e da rede de bibliotecas (Pergamum).
Hardware
Aquisição de computadores, impressoras e outros.
Mínimo de 50 computadores*
Capacitação e
treinamento
Congressos, seminários, cursos e treinamentos
70.000
Serviços
Impressos, consultorias, visitas técnicas
20.000
TOTAL
40.000
40.000
100.000
270.000
Fonte: UFPA.Biblioteca Central. Gestão 1997-2001. 2001
* 25 micros para ilhas de consulta (acesso ao acervo, à internet) e à circulação de obras; 15 para os
processo técnicos (aquisição, livros, periódicos e outros); 5 para levantamento, comutação e acesso
eletrônico às bases bibliográficas; 2 para a produção de website e 3 para administração
2.2 RECURSOS HUMANOS
De acordo com a estrutura organizacional, com a criação e implementação de novos
serviços, sujeitos à avaliações e constantes atualizações, há necessidade de se alocar
pessoal técnico e de apoio nas áreas operacional e técnica. Como ações básicas são
constantemente implementados programas de capacitação, treinamento e atuali zação de
recursos humanos para melhorar o desempenho profissional e pessoal e oferecer serviços
com maior eficiência para atender a demanda qualificada (FAPESP, 2001, p, 6).
Além dos programas institucionais de treinamento direcionados ao quadro técnico
da biblioteca, devem ser elaborados outros para atender, particularmente, às necessidades
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
9
técnicas e operacionais do sistema ao longo das diversas etapas do trabalho
concomitantemente com a reciclagem e atualização do pessoal.
Essas ações concentram-se em:
•
Implementar cursos de pós-graduação lato sensu , especialmente, na área das
Ciências da Informação (Informação e Informática), aplicado à operacionalização dos
sistemas;
•
Incluir ou intensificar nos cursos de graduação temas voltadas ao uso mais
longo das bases de dados temáticas, ao acesso eletrônico de periódicos, as novas
tecnologias e ferramentas disponíveis na Internet;
•
Promover eventos e incentivar a participação de profissionais em congressos,
seminários, cursos etc.
É fundamental que o profissional envolvido esteja atento às mudanças, pois a
informatização provoca transformações radicais até na maneira de pensar tecnicamente. As
alterações sofridas refletem-se em todos os processos do trabalho, que passam a ser
realizados de forma integrada, iniciando-se pela formação do acervo, com a seleção e
aquisição, continuada pelo tratamento, acesso à informação impressa e digital e a
circulação da obra (FAPESP, 2001, p. 4, KRZYZANOWSKI, 1996, P. 4).
O programa de treinamento ministrado para o SIBI/UFPA foi dividido em
diferentes módulos, incluindo a participação de todos os servidores nos diversos eventos,
nos diferentes níveis, categorias e por especificidade, em Belém e em outras capitais.
Um extenso programa foi cumprido, visando à operacionalização e funcionamento
sistêmico das bibliotecas da UFPA. Para a equipe da área de computação foram realizados
treinamento técnicos e operacionais do produto e para a equipe da biblioteca, treinamentos
básicos de microinformática e específicos sobre o sistema da biblioteca.
Dentre os cursos específicos para bibliotecários, foi ministrado o Treinamento no
uso do Formato MARC, fundamental para o registro de entrada de dados bibliográficos e
de autoridades legíveis por computador. O uso desse formato junto ao protocolo Z39.50,
permite o intercâmbio de informações entre os acervos da biblioteca em função da
interface
entre
os
sistemas,
em
nível
nacional
e
internacional.
(QUADRO
3)
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
10
QUADRO 3 - PROGRAMA DE TREINAMENTO DA BIBLIOTECA CENTRAL/UFPA- 1997-2001
EVENTOS NACIONAIS
Congressos, Seminários etc.
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Encontro de usuários do Sistema Pergamum
Estágios – PUC/PR
Processos técnicos – registro bibliográfico e de autoridades no sistema pergamum
Serviço de aquisição e periódicos
EVENTOS LOCAIS
Palestras
Palestra do Bibliófilo José Mindlin
Palestra de Rosaly Favero Kryzanowsky
Cursos, Treinamentos (locais)
Informática básica: Word, Excell, Access, Power Point, Corel Draw, Internet,
Windows NT.
Atualização da língua portuguesa
Inglês instrumental
Uso do Formato MARC
MARC21 – curso a distância
Operacionalização do Sistema Pergamum: aquisição, periódicos, circulação..
Fonte: UFPA. Biblioteca Central. Relatório de Atividades . 2000
3.
INFRA-ESTRUTURA E RECURSOS TECNOLÓGICOS
Relacionados aos recursos de infra-estrutura, indispensáveis à realização dos
serviços, existem pontos importantes que devem ser destacados e direcionados para a
otimização dos recursos instalados, objetivando a integração da graduação x pós-graduação
x pesquisa x formação profissional x pesquisador nas diversas instituições.
É fundamental que exista um suporte mínimo para o desenvolvimento dos
trabalhos, como servidores, microcomputadores e periféricos (impressoras, scanners,
leitores óticos, no breaks, gravadores de CDR etc), que formem ilhas de consulta e
pesquisa para atendimento em massa.
Enquanto nas bibliotecas tradicionais, onde o acervo e o armazenamento da
informação encontram-se em salas especiais e estanterias, ocupando um espaço físico
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
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considerável e um quadro de pessoal com formação para atender num horário de 12 a 15
horas, o mesmo não acontece na virtual/digital, que cobre 24 horas e necessita de um
suporte com equipamentos computacionais e vários pontos de acesso na Internet para
conexão aos diversos conteúdos digitais, de modo instantâneo e simultâneo. (CUNHA,
1999 p. 258)
Os indicadores que norteiam a proposta de informatização referem-se a:
•
Bibliotecas
bem
equipadas,
com
recursos
tecnológicos
de
informação
suficientes para o atendimento a demanda básica - microcomputadores, impressoras,
scanners, leitores óticos etc.;
•
Pessoal qualificado para tratamento e acesso ao suporte informacional -
condição básica para o desenvolvimento intelectual;
•
Avaliações
permanentes
da
biblioteca
pelo
público
alvo,
quanto
ao
desempenho, atualização, qualidade dos produtos e serviços oferecidos;
•
Ampliação do portal com a inclusão de novos links e produtos de informação,
crescente e com apresentação de qualidade.
Prover recursos de infra-estrutura de informática, de equipamentos e de pessoal
qualificado para a execução dos serviços é imprescindível nesse processo. Logo, a
instalação de terminais de computadores para facilitar o acesso aos acervos das bibliotecas,
aos especializados que estão disponíveis na Internet, às bases de dados e a outros
conteúdos digitais, é essencial para se atingir aos objetivos da informatização. Deve-se
ainda, dotar os ambientes com estações de trabalho convenientes para o desenvolvimento e
compartilhamento dos serviços técnicos. (QUADRO 4)
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
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QUADRO 4 – SUPORTE COMPUTACIONAL APÓS INFORMATIZAÇÃO – 1997-2001
SITUAÇÃO ANTERIOR
Equipamentos
Tipo
número
Rede física e lógica
Não havia
Servidor
microcomputadores
16 (386/486/Pentium)
Imp. matriciais
7
Imp. Jato de tinta
2
Imp. Laser
1
miniimpressoras
Leitores óticos
Scanners
1
Nobreak
1
Projetor multimídia
1 (datashow)
Cânera digital
Webcam
-
58 pontos
3
58 pentiuns
5
7
3
4
4
4
6
1
1
3
Softwares
SABII
In house
Peripuc
SGBD
Website
Pergamum
“
“ + Ariel
3
1
Acervo
Circulação
Periódicos
-
SITUAÇÃO ATUAL
Descrição
172 pontos. 58 ativados
9GB, 20GB, 50GB
32 a 250 MB
O acervo e circulação foram
convertidos inicialmente
Intercâmbio + comutação
SQL, DBD-2, DELPHI
Front page, Flash
Fonte: UFPA.Biblioteca Central. Relatório de Atividades . 2000
4.
PRODUTOS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
A realização dos serviços prestados à comunidade e a oferta dos produtos de
informação em paginas e links decorrem das atividades que culminam com a disseminação
do conhecimento, com o tratamento e com a produção da informação. Em geral, quando se
é integrante de uma rede, os serviços técnicos bibliográficos e de informação, são
compartilhados, a cooperação técnica é instituída e assimilada de imediato e os resultados
dessa relação ficam disponibilizados em rede, em benefício próprio da instituição e para
todos os demais interessados.
Além do que está posto é imprescindível:
•
estabelecer novas e constantes parcerias para o desenvolvimento de projetos que
proporcionam o compartilhamento de serviços, com órgãos públicos e instituições civis;
•
elaborar projetos, programas, visando o aperfeiçoamento e crescimento dos
serviços, o aumento da capacidade de atendimento e a melhoria de qualidade dos produtos
apresentados;
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
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•
avaliar custo x benefício dos serviços prestados;
•
firmar consórcios para diversos fins e natureza, como assinaturas de periódicos
e prestação de serviços.
Democratizar o acesso à informação, otimizar o potencial de atendimento em
relação às necessidades de informação, disponibilizar acervos, bases de dados, publicações
eletrônicas e outras ferramentas, interligar bibliotecas, unidades universitárias como
centros e campi, são das inúmeras vantagens que o Sistema de Bibliotecas da UFPA
começou a proporcionar, além do ingresso no espaço virtual da Intranet e Internet,
acelerando serviços e causando impacto no ambiente acadêmico. As funções técnicas estão
integradas e gerenciadas pelo software Pergamum que, inicialmente, foi instalado na
Biblioteca Central, disponibilizando de imediato o acervo de livros para consulta online.
Em fase posterior estão sendo disponibilizados os acervos das demais bibliotecas, seguindo
um planejamento pré-estabelecido.
5.
CONCLUSÃO
O sucesso da informatização do sistema de biblioteca da UFPA resultou de um
planejamento seguro e acertado de etapas que incluíram a plataforma computacional da
instituição
–
fortemente
considerada
-
à escolha
do
software, passando
pelo
compartilhamento e prestação de serviços de qualidade, posto em relação ao investimento
financeiro e humano feito, à capacitação e à qualificação de profissionais e ao feedback
positivo do sistema.
A informatização dos serviços e o funcionamento sistêmico das bibliotecas
causaram impacto na execução dos trabalhos. A participação em rede permitiu o
compartilhamento dos serviços, facilitado pelo uso dos formatos internacionais próprios
para o intercâmbio de dados.
Como resultados imediatos houve a aceleração dos serviços de circulação (consulta
e empréstimo de obras); de produção do registro bibliográfico e autoridades - menor
margem de erros pelo uso de formatos internacionais de catalogação cooperativa; melhor
qualidade e eficiência dos serviços prestados.
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
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Com essa instrumentalização o sistema hoje ocupa uma posição no cenário
internacional, por estar interligado ao resto do mundo e pronto para enfrentar o novo
milênio - com recursos instalados e sofrendo atualizações, pessoal sendo capacitado
constantemente e serviços sendo executados com nova tecnologia.
Nessa perspectiva foi efetivamente instalado o Sistema Integrado de Bibliotecas da
UFPA, implementada a Biblioteca Virtual e a Biblioteca Central Universitária passou a
acumular funções de coordenador técnico do sistema, e mais, desempenhar o seu papel no
espaço da Internet, oferecendo serviços online de:
•
Referência e circulação (consulta e empréstimo de obras);
•
Acesso eletrônico a bases de dados e periódicos eletrônicos;
•
O intercâmbio eletrônico de documentos agilizados com o uso do software
Ariel para a comutação bibliográfica;
•
Produção
do
registro
bibliográfico e autoridades – uso de formatos
internacionais da catalogação cooperativa;
•
Melhor qualidade e precisão dos serviços – a participação em rede permite o
compartilhamento dos serviços;
•
Registro e manutenção em portais institucionais e serviços cooperativos –
Páginas Brasileiras, Ciência Tecnologia Educação, Teses Brasileiras, LILACS.
O impacto do investimento feito nos níveis financeiro, humano e tecnológico
factível pelos resultados do estudo da avaliação custo x benefício e valor agregado da
informação, constatado a partir do momento em que o retorno positivo foi traduzido
através da satisfação dos usuários pela pontualidade das respostas, da credibilidade
adquirida pela rapidez e eficiência dos serviços, da segurança de ações pela solução dos
problemas em menor escala de tempo e com menores recursos. Enfim, se trata agora de um
cenário moderno, de um sistema interligado ao resto do mundo e disponível a sociedade ¢.
PLANNING A NEW LIBRARY FOR THE 21st CENTURY
Abstract: For the planning and implantation of a libraries integrated system at UFPA (the Federal University
of Pará, Brazil), the use of new technologies was introduced considering the perspective change of paradigms
for the service supply in library traditional information services. The transformation of the library into a
Brazilian web portal and into a web system that operates by means of service sharing, aiming the exchange of
information and the availability of content easy access, was the reason that moved UFPA’s library to reach
such new level. To accomplish this task, investments (financial, human, infra-structure and material means)
were made in order to enable the system’s functionality in face of the desired results. The UFPA’s Library
Integrated System has, nowadays, installed equipment, trained staff, products and services of better quality,
�PENA, Maria das Graças S; SILVA, Luiz OM. Planejando a biblioteca do século XXI...2002
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which are minimum items necessary to achieve the desired level of information processing. To get there,
hardware and software were acquired, personnel were trained and partnerships were established for fund
raising and service supply. Such steps enabled to accelerate communication and knowledge transference
processes and provided a strong net of services and information, with products put available through Internet
and Intranet, comprising the necessary conditions to face the new era.
Key words: Library Information Processing, University Library, Library Systems.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOSTINHO, Emily A L.; MARIA, Maíra C.S.; TASCA, Maria Cristina M. Auxílios
financeiros para bibliotecas universitárias: avaliação de impacto dos projetos financiados
pela FAPESP para o Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo . São
Paulo: SIBI/USP, 1999.
CAFÉ, Ligia. Proposta de um método para escolha de software de automação de
bibliotecas. Ciência
da Informação, v.30, n. 2, 2001. Disponível em:
http:www.ibict.br/cionline. Acesso em: 8/03/2002
CORTE, Adelaide R.; ALMEIDA, Ieda M. Avaliação de softwares para a automação de
bibliotecas e centros de documentação. São Paulo: Polis, APB, 1999.
CRISTIANIN I, Gláucia M.S.; MORAES, Juliana S. Bibliotecas e pesquisadores: a
cooperação vital na sociedade da informação. In: SEMINÁRIO Nacional de Bibliotecas
Universitárias, 10, fortaleza. Anais... Fortaleza: UFC, 1998. disquete.
CUNHA, Murilo B. Desafios na construção de um biblioteca digital. Ciência da
Informação, Brasília, v. 28, n.3, p.257-268, set./dez.1999. Disponível em:
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GOMES, Sandra L.R. Novos modos de conhecer: os recursos da Internet para uso das
bibliotecas universitárias In: SEMINÁRIO Nacional de Bibliotecas Universitárias, 10,
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INVESTIMENTO em instalações mais seguras e eficientes: PUC prepara a base para
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KRZYZANOWSKI, Rosali F. Subsídios para análise, seleção e aquisição de softwares
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PESQUISA FAPESP.Infra-estrutura 1- Revitalizando bibliotecas, museus e arquivos. São
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SAMPAIO, Maria Imaculada C. et al. Uso da internet em bibliotecas acadêmicas: proposta
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UMA Mudança de conceito com bases tecnológicas: programa modernizou as principais
bibliotecas do Estado. Pesquisa FAPESP. São Paulo, n.63, p. 4-7, abr. 2001. Suplemento
Especial.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ. Biblioteca Central. Gestão 1997-2001. Belém,
2000.
___________. Relatório de atividades. 2000. Belém, 2000.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Planejando a biblioteca do século XXI: o caso do Sistema de Bibliotecas da UFPA.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pena, Maria das Graças da Silva
Silva, Luiz Otavio Maciel
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Para o planejamento e a implantação do Sistema Integrado de Bibliotecas da UFPA foi previsto o uso de novas tecnologias considerando a perspectiva de mudança de paradigmas para a prestação dos tradicionais serviços de informação em bibliotecas. A transformação da biblioteca num portal na web brasileira e num sistema operacionalizado em rede em meio ao compartilhamento de serviços, com vistas ao intercâmbio de informações, à disponibilização e ao acesso facilitado dos conteúdos informacionais, foram as metas que caracterizaram o novo patamar alcançado pela biblioteca. Para isso foram feitos investimentos de ordem financeira, humana, de infra-estrutura e meios materiais que tiveram como objetivo viabilizar a funcionalidade do sistema em relação aos resultados que se desejava alcançar. O Sistema Integrado de Bibliotecas da UFPA hoje possui recursos instalados, pessoal capacitado, produtos e serviços de maior qualidade que são os itens mínimos e imprescindíveis para elevá-las ao nível desejado da informatização. Para isso foram empreendidas ações no sentido de adquirir hardware, software, treinar e capacitar pessoal e estabelecer parcerias e consórcios para captação de recursos e prestação de serviços. Com essas medidas foi possível acelerar os processos de comunicação e de transferência de conhecimento, passando a dispor de uma rede consolidada de serviços e de informação, com produtos disponibilizados via Intranet/Internet, pronta para enfrentar os desafios da nova era.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4100/SNBU2002_09.pdf
2aaa5e51797105223fd6976a3c499f6d
PDF Text
Text
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊCIAS DA INFORMAÇÃO
QUALIDADE NO ATENDIMENTO DO SERVIÇO DE REFERÊCIA
Adriana Patrícia Costa Batista
costa@fir.br
Recife
2002
�RESUMO
A biblioteca universitária é notoriamente uma extensão da sala de aula, diante
disto à organização dos serviços prestados pela biblioteca devem esta bem definidos para
o usuário. O serviço de referência deve adotar uma filosofia pautada na crença de que o
usuário universitário precisa obter segurança na sua necessidade de informação. As
maiores dificuldades enfrentadas pelo usuário universitário na busca pela informação
são provenientes de vários segmentos, entre eles: ausência da ajuda do profissional
qualificado, presa, falta de conhecimento do usuário no processo de busca da
informação, a biblioteca não oferece um setor definido de serviço de referência. Qual é
real função do bibliotecário do serviço de referência? Este tem atendido as reais
necessidades do usuário? De tectar o status quo do serviço de referência de uma
biblioteca universitária. Verificar o nível de importância, que na prática o profissional
vem dando ao serviço de referência são algumas questões analisadas neste projeto.
Palavra chave: Serviço de referência, atendimento ao cliente, qualidade serviço
de atendimento.
Adriana Patrícia Costa Batista (costa@fir.br)
UFPE- CAC- Dep. De Ciência da Informação.
INTRODUÇÃO
As unidades de informação devem ter como principal objetivo o atendimento às
necessidades de informação de sua clientela. Precisa, portanto direcionar suas atenções de
forma a realizar efetivamente as tarefas necessárias para cumprir esse compromisso.
A
biblioteca é considerada uma extensão da sala de aula e no meio universitário a busca pela
informação vai além do conceito de aprendizagem, chega a ser critério de avaliação e
qualificação do futuro profissional.
Os
serviços
oferecidos
por
uma
biblioteca
universitária
precisam
ter
um
direcionamento organizacional, segundo NEVES (1987). Uma unidade de informação precisa:
2
�reunir, processar e fornecer informações, e deve levar em conta, principalmente a eficiência
operacional dos serviços oferecidos.
No caso das bibliotecas universitárias, elas precisam integra-se na essência de sua
missão: Tornando-se meio de transmissão do conhecimento e suporte para o desenvolvimento
da pesquisa. Para integra-se nesta missão, a biblioteca universitária precisa contar com
funcionários de alto nível, capazes de comunicar-se com sua exigente clientela, composta de
alunos,
professores
e
pesquisadores,
com
necessidades
de
informações
bastantes
diversificadas, tanto na sua quantidade como na qualidade.
O profissional da informação, gesto de uma unidade de informação precisa organizar e
direcionar os serviços para as reais necessidades da sua clientela, este precisa adotar um
pensamento estratégico que segundo TARAPANOFF (1987) seria. “A capacidade do
individuo em antecipar-se a demanda do meio ambiente e sua adaptação a esse meio de forma
pró-ativa. no caso do profissional, adaptando o seu perfil às novas demandas”.
Diante desses fatores e exigências o setor de serviço de referência, como a própria
nomenclatura já diz, é o serviço qualificado de uma biblioteca, deve ser executado diante de
um planejamento respaldado na crença de que o cliente passe a sentir nas respostas à sua
necessidade de informação o resultado de um pensar dinâmico, exigência do próprio meio.
SERVIÇO DE REFERÊNCIA.
É notório que, hoje, o conceito do serviço de referência está ampliado, podendo ser
chamado de serviço de informação, embora muitas vezes a expressão deixe muita a desejar
por sua dúbia semântica, chegando muitas vezes a ser chamada de serviço ao público.
O que é o serviço de referência? Qual a sua finalidade? Tentaremos de maneira o mais
objetiva possível, expor a finalidade do serviço de referência, especificamente em uma
biblioteca universitária, não que a função deste serviço mude de acordo com a unidade de
informação em questão. Na sua essência o serviço de referência tem as mesmas funções e
objetivos, mas a maneira como este é realizado é diferenciada em cada unidade. Cada
biblioteca possui clientes específicos e com características próprias na sua necessidade de
informação, o que especifica o serviço de referência.
3
�Se a transmissão da informação tem um papel definitivo na evolução do progresso
social, a biblioteca universitária é um elemento fundamental desse progresso, já que realiza
três das atividades básicas que impulsionam esse desenvolvimento, tais como: a conservação,
promoção e difusão da informação, apoiando o objetivo das universidades que é o ensino,
pesquisa e extensão. Razão porque não basta a uma biblioteca universitária informar, quando
é solicitada, mas precisa levar a clientela a um desenvolvimento cultural que redunde no
desenvolvimento da coletividade.
Os serviços aos clientes, das bibliotecas universitárias, devem ser entendidos como
alguma coisa a mais que um simples apoio à educação acadêmica formal. Eles são básicos e
têm valor e função em si mesmos.
O Serviço de Referência necessita se exercido por um profissional qualificado
(Bibliotecário), não que um auxiliar não possa executa-lo, mas as etapas no atendimento de
referência podem tornar-se cada vez mais complexas o que exigi uma habilidade de
interpretação no contexto correto. Realizar as manipulações mentais que levam às fontes
certas, encontrar a informação relevante, e relacionar a resposta com a necessidade de
informação do cliente. Todo esse processo mesmo sendo realizado pelo bibliotecário pode vir
a resultar em erros, mas a necessidade de entender as dificuldades envolvidas em cada uma
dessas etapas podem e até devem ser de mais fácies resoluções se realizadas por um
profissional preparado para essa função.
Na realidade do dia-a-dia das bibliotecas universitárias vemos que o bibliotecário
possui tantas atribuições burocráticas tais como: processamento técnico, contato com
fornecedores, seleção e aquisição de materiais, gestão de pessoal, entre tantas outras
atividades que no decorrer do dia não sobra tempo para realizar um atendimento qualificado e
específico ao cliente. Colocar essa falta de tempo como desculpa infundado por parte do
bibliotecário parasse fácil para os que estão de fora, mas a verdade é que, as organizações
universitárias dispõem de poucos bibliotecários e esses têm seu tempo todo de trabalho
sufocado por atividades burocráticas (mas isso seria tema para uma nova pesquisa).
O bibliotecário deve interpretar a questão do usuário para a linguagem da biblioteca. O
relacionamento pessoal entre o bibliotecário e o usuário deve transpor os fatores humanos
4
�facilitando a interação, bibliotecário x cliente, o que torna este um dos problemas mais
difíceis no estudo do processo de referência.
De acordo com PRADO (1992), “negociação no processo de referência é um dos mais
complexos atos de comunicação humana” A fase da busca da informação requer do
bibliotecário um vasto conhecimento do setor de informação. Esta fase é uma das mais
difíceis do processo de referência, pois o seu sucesso depende principalmente do treinamento
do bibliotecário e do conhecimento que tem dos recursos disponíveis para a resposta à
questão. Como afirma FIQUEREDO (1997) “ara uma atuação correta na busca da
informação, o bibliotecário deve ter habilidade para traduzir a questão do usuário, como
estabelecida na negociação, para a linguagem dos catálogos, bem como para outros
instrumentos bibliográficos da coleção”.
A BUSCA PELA INFORMAÇÃO
Alguns pontos devem ser considerados no processo da busca pela informação:
•
Estruturação do Serviço de Referência.
•
Informações prestadas por telefone ou correio.
•
Preparações de sumários e traduções.
•
Levantamento de listas bibliográficas.
•
Serviços de disseminação seletiva de informação.
•
Orientação sobre o uso de catálogos, coleção.
•
Orientação sobre visitas dirigidas.
•
Treinamento formal do cliente.
•
Lista informativa de novas aquisições.
•
Empréstimo entre bibliotecas.
•
Programas de animação cultural, tais como exposição, concertos, exibições etc.
que visam atrair o publico potencial e transforma-lo em publico real.
•
A indexação e busca que são consideradas atividades intelectuais paralelas, uma
para entrada e outra para a saída.
5
�•
Treinamento do bibliotecário com as formas de recuperação da informação.
•
Falhas técnicas do bibliotecário
•
Falhas do usuário
•
Falhas nas fontes
JUSTIFICATIVA
A pretensão deste estudo é de analisar o atendimento do serviço de referência em uma
biblioteca universitária.
Analisando os perfis dos usuários, CASTRO (1994) mostra que “existem perfis
individuais e coletivos. Os perfis coletivos são menos precisos, podendo haver modificações
nos índices de satisfação, que ocasionalmente mudam de acordo com as necessidades dos
cliente”.
É necessária uma análise do atendimento no serviço de referência, verificado a sua
viabilidade e aplicação. Analisando os pontos do processo de busca da informação que são ou
deveriam ser executadas no atendimento de referência, verificando os questionamentos e
necessidades geradas no atendimento de referência.
Diante desta realidade o presente projeto tem a pretensão de analisar o serviço de
referência de uma biblioteca universitária, objetivando sedimentar os pontos do desempenho
no atendimento de referência
METODOLOGIA
O critério para a escolha do universo a ser pesquisado foi o conhecimento e vivência
em uma biblioteca universitária durante a graduação. Foram aplicados cem questionários
(superando a estimativa inicial que seria de cinqüenta ) nos três turnos de funcionamento da
6
�biblioteca. Os questionários foram aplicados de forma individual, buscando sempre evitar a
influência de outras pessoas, para obtenção de um resultado justo e conciso.
O questionário teve a finalidade não só de avaliar a qualidade do serviço de referência
como também levantar algumas considerações sobre o estudo do usuário.
Para a exposição e analise dos dados foram utilizados os softwares “statistica" para
codificação e tabulação e o "Excel", para a construção dos gráficos. São apresentados as
perguntas seguidas da demonstração gráfica dos resultados com comentário a baixo de cada
gráfico.
ANALISE DOS QUESTIONÁRIOS
1º Qual o seu vínculo com a biblioteca?
10%
14%
63%
13%
Funcionario
Professores
Visitantes
Alunos
Como já era previsível, o maior números de clientes que utilizam os serviços prestados
pela biblioteca são os alunos (63%), em seguida os professores (14%), visitantes (13%) e pôr
ultimo os funcionários (10%). A grande parte dos usuários de uma biblioteca universitária é
composto de alunos. A biblioteca atende em torno de novecentos alunos, oitenta e cinco
professores, cinqüenta funcionários e de trinta a quarenta visitantes diariamente, em dias
normais, para realizar esse atendimento a biblioteca dispõe de duas bibliotecárias, 4 auxiliares
administrativos e três estagiários .
Os cursos que são oferecidos pela faculdade são: turismo, administração, direito,
relações internacionais, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, sistema de informação.
7
�2º Com que freqüência costuma utilizar os serviços da biblioteca?
As Vezes
15%
7%
Sempre
23%
Sempre que o professor
indica
Só no periodo de prova
55%
O nível de interesse pela pesquisa ainda é bastante pequeno. Só 7% dos entrevistados
são clientes assíduos da biblioteca, em contrapartida ocorre o aumento considerável dos
clientes no período de provas, que chega a ter um aumento de 48%. Este fator requer um
maior desempenho por parte dos atendentes da biblioteca, pois o aumento de clientes é
bastante considerável o que o ocasiona um aumento da fila no atendimento o que gera em
queixas por parte dos clientes menos pacientes. Temos também 15% que ocasionalmente
usam os serviços da biblioteca e 23% quando o professor indica a leitura de alguma
bibliografia.
3º Já obteve orientação no processo de bus ca no acervo?
24%
42%
21%
Sim
Não
Quando solitado
Nunca precisou
13%
Estes índices são relativos, pois não podemos definir com certeza o que levou aos
clientes a obterem ajuda, mas constatamos que 63% já tiveram orientação quando realizavam
o processo de busca, porem esse ajuda na maioria das vezes fica restrita apenas na indicação
8
�da localização do livro na estante. Verifica-se também que 37% não obtiveram orientação ou
nunca precisaram.
4º Senti alguma dificuldade nos terminais de consulta?
23%
56%
Sim
Não
As vezes
21%
O índice de clientes que encontram dificuldades nos terminais de consulta e bastante
alto, 56% e se juntamos a ele os 23% que ocasionalmente sentem dificuldades teremos 79%,
índice extremamente alto. Toda essa dificuldade no processo da recuperação da informação
pode ser conseqüência de vários fatores, mas o que ficou em evidência foram os termos de
indexação de referências, os clientes reclamam bastante que não conseguem achar as
referências quando procuram por termos mais comuns aos seus conhecimentos.
5º O que você acha do atendimento na biblioteca?
12%
42%
20%
Demorado
Rapido
Eficiente
Ineficaz
26%
Verificamos que 54% classificaram em ruim o atendimento na biblioteca em oposição a
46% que o classificaram em bom. Ressaltamos que os clientes não conseguem entender que a
biblioteca é um setor onde é necessário tempo e paciência para se obter a informação
necessária e que também existem normas a serem cumpridas, o que muitas vezes não são bem
aceitas pôr parte dos clientes.
9
�6º Conhece ou já utili zou algum serviço on-line da biblioteca?
21%
56%
Sim
Não
Alguns
23%
77% dos usuários conhecem ou já utilizaram os serviços on-line oferecidos pela
biblioteca. Destacamos que os serviços oferecidos são: Internet, Comut, Bireme, Psycinfo.
7º Já obteve atendimento individual quando em dificuldade na escolha do material de
seu interesse?
10%
35%
Sim
Não
As vezes
55%
Dentre os entrevistados 45% já obtiveram atendimento individual quando estavam no
processo de busca pela informação. Sabemos que a essencial do serviço de referência está no
atendimento individual, quando é realizada a entrevista feita pelo bibliotecário ao cliente,
onde são analisados todos os pontos da dificuldade encontrados pelo cliente no processo de
busca.
8º Qual desses serviços você mais utiliza na biblioteca?
10
�10%
25%
10%
7%
15%
33%
Atendimento individual
Cadastro de usuário
Emprestimo, devolução e renovação
Terminais de consulta
Catalagos
Coleções especiais
O carro chefe da utilização dos serviços é o de empréstimo, devolução e renovação com
33% de utilização, As consultas nos terminais abrangem uma utilização de 25%, o cadastro de
usuários é constante tendo 15%, o atendimento individual, catálogos e a utilização das
coleções especiais que geralmente requerem o auxílio do bibliotecário junto obtiveram 24%.
9º Já desistiu de fazer alguma pesquisa na biblioteca por nã o ter conseguido encontrar o
que desejava?
25%
Sim
Não
As vezes
47%
28%
Por algum motivo 47% às vezes já desistiram, 25% sim e 28% não. Verificamos que os
clientes em grande maioria desistem de suas pesquisam o que diz que saem da biblioteca sem
a informação que desejavam, fator que não é bom; pois a mesma nestes casos tem deixado de
cumprir seu papel.
CONCLUSÃO
A revisão de literatura mostra que há vários fatores que podem causar falhas no processo
de referência. Na realidade verifica-se que o serviço de referência não está bem definido para
o cliente e que nem mesmo este sabe o que é e a que se destina esse serviço. O que pode ser
ainda argumentado é que o nível de satisfação do cliente não pode ser cem por cento
11
�avaliados, já que o mesmo não sabe o que podem esperar da biblioteca e dos serviços por esta
prestados.
Na verdade, NEVES (1987) declararam que a "maioria das críticas racionais sobre o
serviço de referência vem não dos leigos, mas dos próprios bibliotecários".
Verificamos alguns pontos que necessitam de maior atenção:
O serviço de referencia não é estruturado e a assistência ao cliente é prestada
informalmente.
Falta de programas de animação cultural, tais como exposição, concertos, exibições etc,
que visam atrair o publico potencial e transforma-lo em publico real.
Treinamento do bibliotecário com as formas de recuperação da informação. Como
também conhecimento do acervo. É neste ponto em particular que se pode perceber as
fraquezas do bibliotecário, ou o grau de sua aptidão profissional e responsabilidade para com
a tarefa que tem a cumprir. É nesta fase também que o conhecimento que o bibliotecário tem
dos "truques do negocio" mostrará e diferenciará o bibliotecário experiente do novato ou sem
treinamento.
O processo de planejamento é normalmente muito difícil de ser gerenciado em qualquer
organização de informação, porque sofre muitas resistências, e o operacional quase nunca é
controlado ou avaliando.
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na graduação. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
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12
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Ciência da informação. Rio de Janeiro, v.6, n.2, p.87-98, 1997.
GROGAN, D. A prática do serviço de referência. Tradução Antônio Agenor Briquet de
Lemos. Brasília: Briquet de Lemos, 1995.
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Informação. Brasília, v.15, n.1, p.39-44, jan./jun. 1987.
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p.47-51, jan./abr. 1996.
TARAPANOFF. K. O profissional da informação pensando estrategicamente. Ciência da
Informação. Brasília. V.12, n.2, p.115-140, jul./dez. 1987.
________________Planejamento bibliotecário -em busca da identidade. Revista de
biblioteconomia. Brasília , v.15, n.2, p.229-236, jul./dez. 1997.
Carta de solicitação
Venho solicitar a apreciação do meu projeto (Qualidade do atendimento no Serviço de
Referência), para futura apresentação oral no SNBU 2002. Sendo o mesmo aprovado será
necessário a disponibilização de retropojetor.
Fico no aguardo do parecer de aprovação.
Grata.
Aluna: Adriana P. C. Batista.
e-mail-
costa@fir.br
UPFE
Recife, 07 de 2002.
13
�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
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Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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A name given to the resource
Qualidade no atendimento do serviço de referência.
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Batista, Adriana Patrícia Costa
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Recife (Pernambuco)
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A biblioteca universitária é notoriamente uma extensão da sala de aula, diante disto à organização dos serviços prestados pela biblioteca devem esta bem definidos para o usuário. O serviço de referência deve adotar uma filosofia pautada na crença de que o usuário universitário precisa obter segurança na sua necessidade de informação. As maiores dificuldades enfrentadas pelo usuário universitário na busca pela informação são provenientes de vários segmentos, entre eles: ausência da ajuda do profissional qualificado, presa, falta de conhecimento do usuário no processo de busca da informação, a biblioteca não oferece um setor definido de serviço de referência. Qual é real função do bibliotecário do serviço de referência? Este tem atendido as reais necessidades do usuário? De tectar o status quo do serviço de referência de uma biblioteca universitária. Verificar o nível de importância, que na prática o profissional vem dando ao serviço de referência são algumas questões analisadas neste projeto.
Language
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pt
snbu2002
-
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GESTÃO DO CONHECIMENTO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
ELISABETH ADRIANA DUDZIAK
e-mail: elisabeth.dudziak@poli.usp.br
MARIA CRISTINA OLAIO VILLELA
e-mail: cristina.villela@poli.usp.br
MARIA APARECIDA GABRIEL
e-mail: maria.gabriel@poli.usp.br
Escola Politécnica da USP
Serviço de Bibliotecas
Av. Prof. Luciano Gualberto, Trav.3, n. 158
05508-900 - São Paulo – SP- Brasil
RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar de forma descritiva os fatores que possibilitam
desenvolver sistemas de gestão do conhecimento no âmbito da Biblioteca Universitária.
Inicialmente, aborda-se a questão da gestão do conhecimento, onde são definidos os
conhecimentos tácito, explícito e cultural, amparados nas bases individual, social e
tecnológica. São discutidas as atividades que envolvem desenvolvimento e controle do
conhecimento na organização Biblioteca, visando a consecução de seus objetivos. Ao
potencializar o aprendizado da organização, a gestão do conhecimento é a forma de
adicionar valor a processos e produtos, expandindo o poder de desenvolvimento e
competitividade das bibliotecas universitárias. Conclui-se que o desenvolvimento de
sistemas de gestão do conhecimento nas bibliotecas universitárias é fundamental para que a
organização possa atender aos desafios atuais.
�1 INTRODUÇÃO
A busca pela adequação ao novo contexto flexível e dinâmico têm levado as
Bibliotecas Universitárias a refletir sobre sua organização, práticas e estratégias de
atuação, apontando cada vez mais para o estabelecimento de redes cooperativas, parcerias
e a estruturação de modelos de gestão mais flexíveis (gestão participativa) apoiados no
pla nejamento estratégico, na busca pela qualidade de seus serviços e produtos e na gestão
do conhecimento.
A gestão do conhecimento tem despertado o interesse dos profissionais de
informação particularmente em relação aos clientes. A gestão interna de conhe cimento, ou
seja, como instrumento de melhoria de qualidade da organização bibliotecária, até o
momento foi pouco explorada. Apesar das bibliotecas reconhecerem a importância e o
imperativo da gestão do conhecimento, engajando-se em projetos e atividades ligadas ao
processo, poucas tomaram a gestão do conhecimento como um fator diferencial em sua
filosofia organizacional.
Em termos gerais, quanto mais avançam as pesquisas a respeito da gestão do
conhecimento, uma variada gama de metodologias e sistemas emergem, a partir de uma
série de disciplinas ou ênfases. Entretanto, o ponto que aglutina todos estes estudos é a
visão integradora do conhecimento e sua gestão, segundo três dimensões: como filosofia ,
como processo e como objeto .
As matérias primas da gestão do conhecimento são o conhecimento tácito e o
conhecimento explícito. Enquanto o conhecimento explícito apresenta -se mais formalizado
e codificado, o conhecimento tácito por vezes é intangível, difícil de ser coletado e
explicitado por estar dentro das pessoas. A gestão do conhecimento ocupa-se desta
desafiadora tarefa e é uma forma de adicionar valor a processos, produtos e serviços,
potencializando o aprendizado organizacional e a competitividade, levando à constante
inovação.
É considerando essa ótica integradora de gestão do conhecimento e sua tipologia
que este trabalho se apresenta, enfatizando seus aspectos práticos em Bibliotecas
1
�Universitárias e expondo de forma descritiva, os fatores que possibilitam desenvolver
sistemas de gestão do conhecime nto no âmbito destas organizações.
Contudo, não é pretensão deste trabalho apresentar soluções definitivas e verdades
inquestionáveis.
Antes, o objetivo é fomentar as discussões em torno do tema e tornar
disponíveis as experiências e idéias de estudiosos e dos autores deste artigo.
2 A GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Indiscutivelmente, a gestão do conhecimento pode trazer significativas mudanças
para a estrutura e cultura da biblioteca, assim como alterar e criar novas perspectivas e
demandas para administradores e demais membros (Jantz, 2001). No âmbito das
Bibliotecas Universitárias e assumindo uma ótica mais prática, as mudanças se iniciam a
partir de uma série de questionamentos referentes à organização na definição do projeto:
•
Qual é a missão, a visão e os objetivos da biblioteca?
•
Quais são os objetivos da gestão do conhecimento?
•
Qual será o foco (interno, externo, implícito, explícito)?
•
Com que profundidade o conhecimento será tratado e gerido?
•
Quais são as tecnologias necessárias?
•
Quem serão os profissionais gestores? Quais as competências desejadas?
Neste cenário, certas condições, elementos e atividades são essenciais às reflexões
que servirão de base à implementação de sistemas baseados no conhecimento, e que
nortearão este trabalho:
2.1 Os diferentes tipos de conhecimento
2.2 Definição de gestão do conhecimento
2.3 Objetivos e benefícios da gestão do conhecimento
2.4 Os fatores que alicerçam a implementação e o sucesso de projetos de sistemas
de gestão do conhecimento
2
�2.5 Atores envolvidos nos processos de gestão do conhecimento e suas
competências
2.6 Passos necessários à implementação de projetos de sistemas de gestão do
conhecimento em Bibliotecas Universitárias
2.1 OS DIFERENTES TIPOS DE CONHECIMENTO
O objeto de estudo no qual se apoia a gestão do conhecimento é composto
basicamente pelos conhecimentos tácito e explícito , amparados em bases individuais e
coletivas.
A criação de conhecimento se refere a um processo reflexivo que envolve o
pensamento racional e o empírico, a mente e o corpo, a análise e a experiência, o implícito
e o explícito (Nonaka e Takeuchi, 1997).
O conhecimento tácito envolve fatores intangíveis, é difícil de ser articulado numa
linguagem formal uma vez que se baseia no ser humano a partir da interação de duas
dimensões: uma técnica e a outra cognitiva. A dimensão técnica se refere às habilidades do
indivíduo (know-how), enquanto a dimensão cognitiva se refere aos modelos mentais,
crenças, intuição e percepções do indivíduo, moldando sua forma de perceber o mundo.
Por não estar associado aos aspectos emotivos e inconscientes do indivíduo, o
conhecimento tácito no mais das vezes é assistemático (se comparado ao conhecimento
explícito), encontra-se desarticulado, tornando difícil sua externalização e codificação em
uma linguagem formal. Porém, trata-se do conhecimento, do bem intangível mais valioso
para a organização por representar o diferencial de competitividade.
O conhecimento explícito por sua vez, refere-se àquele conhecimento articulado em
uma linguagem formal, sistemático, externalizado, objetivo, tangível, documentado, que se
refere a textos, livros, relatórios, documentos escritos em geral, sendo de fácil coleta,
codificação e recuperação.
O fator de sucesso de um projeto de conhecimento bem sucedido é seu ajuste à
cultura organizacional, aos processos de liderança e uma ligação com o valor econômico
do negócio da empresa em que está inserido.
3
�O desafio para as organizações se dá na mudança de sua cultura de modo que se
crie um clima propício à mudança e ao aprendizado, gerando a chamada Espiral do
Conhecimento.
De acordo com Nonaka e Takeuchi (1997) a criação de conhecimento nas
organizações envolve quatro padrões básicos descritos a seguir:
Tácito a tácito - criação de conhecimento a partir da observação, da prática, do
compartilhamento de experiências. O fazer junto.
Tácito a explícito – criação de conhecimento pela articulação do conhecimento
tácito e sua transformação em conhecimento explícito
Explícito a explícito – criação de conhecimento pela combinação de dados,
informações e conhecimentos sistematizados e articulados formalmente
Explícito a tácito – criação de conhecimento pela comunicação de conhecimentos
explícitos que, quando absorvidos e processados pelos indivíduos são entendidos
intuitivamente e traduzidos em conhecimento tácito.
Todos os quatro padrões interagem dinamicamente em espiral. Fecha-se assim a
espiral do conhecimento. A partir destes processos começa-se a definir o que seria a gestão
do conhecimento.
2.2 DEFINIÇ ÃO DE GESTÃO DO CONHECIMENTO
Genericamente, a gestão do conhecimento envolve todos aqueles processos
associados à coleta, identificação, organização, acesso e criação de conhecimento,
objetivando a manutenção de repositórios de conhecimento, seu compartilhamento e uso de
modo a facilitar o aprendizado e a inovação organizacional. Diz respeito à exploração e
4
�desenvolvimento dos recursos de conhecimento presentes na organização, definidos a
partir de suas metas e objetivos (Rowley, 1999).
Segundo Loughridge (1999), a gestão do conhecimento pode ser definida como a
aquisição, troca e uso do conhecimento dentro das organizações, incluindo os processos de
aprendizado e os sistemas de informação, requerendo a transformação do conhecimento
pessoal em conhecimento corporativo de forma a ser compartilhado e apropriadamente
aplicado, sendo sua sistematização vital às organizações.
As melhores empresas no futuro serão aquelas nas quais todos criam e usam de
forma compartilhada o conhecimento, ao invés de mantê-lo entesourado e individualizado.
O conhecimento passa a ser um bem da empresa e não de uma pessoa só.
À parte das inúmeras definições existentes a respeito da gestão do conhecimento, a
visão integradora parece ser a mais coerente, considerando-se a ótica sistêmica,
metodologia inerente às organizações bibliotecárias. Desta forma, baseando-se na visão de
Shin (2001) e Gao et al (2002) com algumas modificações, tem-se que a gestão do
conhecimento se dá a partir de três dimensões: como filosofia , como processo e como
objeto .
Como filosofia , a gestão do conhecimento está inerentemente ligada ao clima
organizacional, sua cultura, seus valores, a ética e a moral, a visão de um projeto que
enfatiza o conhecimento, seu uso, troca, criação de valor e inovação, a partir da
comunicação ampla e irrestrita e da consequente flexibilização da organização. Neste
contexto, é fundamental o comprometimento das lideranças para que haja um extenso e
contínuo diálogo (tanto interno quanto externo), o compromisso e a motivação de todos os
membros para com o compartilhamento de informações e saberes. Devem ser quebradas
as barreiras pessoais e políticas que interferem na livre comunicação e uma nova cultura
organizacional deve ser criada, baseada em critérios comuns de humanidade, honestidade e
confiança.
Como processo, a gestão do conhecimento liga-se estruturalmente às atividades e
tarefas necessárias à sua coleta, acumulação, organização, controle, disponibilização e uso
5
�por parte de todos os membros da organização. Neste cenário, a ênfase se dá aos processos
ligados à implementação de sistemas e à infraestrutura informacional e de conhecimento, à
coleta de dados, ao resgate de informações e conhecimentos, à construção de repositórios
de conhecimento (rede de especialistas, cadastro de fontes de informação), à arquitetura de
informação (bancos de dados, redes de comunicação, intranets), necessários à real
implementação de sistemas de gestão do conhecimento.
Como objeto, a gestão do conhecimento se refere aos eventos, aos dados que, por
atribuição de significados, se transformam em informações, por sua vez se transformando
em conhecimento a partir de processos interpretativos e reflexivos. O conhecimento por
seu lado pode ser subdividido em outros subsistemas: os conhecimentos científicos,
os
técnicos e procedimentais e os administrativos.
A integração da filosofia, dos processos e objetos ligados à gestão do conhecimento
é um todo interdependente que torna possível a implementação e a perpetuação dos
sistemas de gestão do conhecimento no âmbito das Bibliotecas Universitárias. Neste
contexto, torna -se importante a elaboração de um plano de ação que integre as referidas
dimensões, de acordo com os objetivos necessários, contando com os atores envolvidos.
2.3 OBJETIVOS E BENEF ÍCIOS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO
Davenport e Prusak (1998) estudaram uma série de projetos de gestão do
conhecimento nas empresas e definiram os principais objetivos relacionados à sua criação:
•
Criar repositórios de conhecimento que reúnam tanto conhecimento quanto
informação, principalmente documentos escritos. Estes repositórios podem
ser
de
três
tipos:
conhecimento
externo
(inteligência
competitiva);
conhecimento interno estrutural, (relatórios, produtos, procedimentos e
técnicas); conhecimento interno tácito ou informal;
•
Proporcionar ou aumentar o acesso à informação e ao conhecimento,
facilitando
sua
difusão
dentro
da
organização.
São
enfatizados
a
6
�conectividade, o acesso e a transferência de informação e conhecimento. A
base para tais processos são as tecnologias digitais que garantem a
alimentação, o acesso e a transferência em tempo real. O estabelecimento de
normas e padrões são essenciais para organizar a memória digital.
•
Criar um ambiente positivo onde a criação, transferência e uso do
conhecimento
sejam
valorizados.
Isso
envolve
visão,
valores
e
comprometimento das lideranças dispostas a encorajar a criatividade
individual e o trabalho em equipes multifuncionais.
•
Reconhecer o conhecimento como um bem, seu valor para a organização.
Como um valor, três dimensões se apresentam:
a) o conhecimento dos processos internos da organização;
b) o conhecimento da clientela e do ambiente externo;
c) o conhecimento enquanto subsídio à inovação e ao aprendizado
Os benefícios da gestão do conhecimento em Bibliotecas Universitárias são:
•
Construção de uma base documentada que ampara os processos decisórios
dentro da biblioteca;
•
Melhoria da comunicação e interconectividade entre todos os setores da
Biblioteca, de modo que as informações e o conhecimento possam fluir, de
forma independente do desejo das pessoas, havendo também a redução dos
obstáculos inerentes à separação geográfica;
•
Disponibilização
integrada
de
dados,
informações
e
conhecimentos
importantes ao ambiente e funcionamento internos, e ao core business da
biblioteca (que é a busca constante pela satisfação de seus clientes);
•
Racionalização
de
tarefas
como
conseqüência
da
padronização
de
procedimentos e conhecimento de normas;
•
Maior eficiência dos setores, independentemente da rotatividade de pessoas
e/ou a eventual falta de algum membro da equipe;
7
�•
Compartilhamento de experiências entre todos os membros das equipes
bibliotecárias, onde conhecer o outro fortalece as relações interpessoais,
fomenta e qualifica o diálogo, havendo a valorização do trabalho de todos;
•
Facilidade de compartilhamento de conhecimentos e troca de experiências
entre as bibliotecas (benchmarking), o que leva a um maior aprendizado;
2.4 FATORES QUE ALICERÇAM A IMPLEMENTAÇÃO E O SUCESSO DA
GESTÃO DO CONHECIMENTO
a) Comprometimento das lideranças;
b) Visão estratégica com clareza de metas e objetivos;
c) Valorização do ser humano e das relações interpessoais;
d) Clima organizacional flexível e aberto ao diálogo;
e) Criação de mecanismos de recompensa dentro da organização que motivem o
compartilhamento de idéias e conhecimentos, bem como o aprendizado;
f) Ampla e irrestrita comunicação, com livre fluxo de informações;
g) Postura profissional baseada na superação de limites e perfis pessoais ao encarar
dificuldades e desafios.
h) Atores afeitos ao projeto de gestão do conhecimento: sua identificação na
organização e suas competências pessoais.
2.5 ATORES ENVOLVIDOS NOS PROCESSOS DE GESTÃO DE CONHECIMENTO
E SUAS COMPETÊNCIAS
A implementação de sistemas de gestão do conhecimento passa necessariamente
pela identificação e articulação dos diversos atores na organização (Barreto, 2000). Dentro
dessa perspectiva, o início de qualquer projeto depende do estabelecimento de uma rede de
conexões entre:
a) os campeões de conhecimento: indivíduos interessados e capazes de liderar os
processos de mudança;
8
�b) os patronos do conhecimento : indivíduos que apoiam ideologicamente a gestão do
conhecimento;
c) os céticos ou descrentes: indivíduos hostis à iniciativa de mudança;
d) os parceiros do conhecimento : indivíduos aliados na implantação do projeto.
Os atores alinhados com o projeto de gestão do conhecimento deverão desenvolver
grupos de competência que agrupem os membros da equipe de modo a garantir o sucesso
do empreendimento:
•
o líder empreendedor: indivíduo estrategista, o visionário que pode
transformar a organização;
•
o ambientalista : indivíduo que cria um ambiente propício à criação e troca
de conhecimento e de aprendizado;
•
o
tecnólogo: indivíduo que viabiliza o projeto a partir de seus
conhecimentos e parcerias com outros profissionais;
•
o consultor: indivíduo que apoia e está disposto a ajudar os membros da
organização a externarem seus conhecimentos e competências.
Cabe ao líder identificar tais atores e chamá -los a trabalhar em equipe, de modo a
implementar a gestão do conhecimento na Biblioteca.
2.6 PASSOS NECESSÁRIOS À IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS DE SISTEMAS
DE GESTÃO DO CONHECIMENTO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
A seguir são apresentadas sugestões a respeito de uma metodologia de implementação
do projeto de um sistema de gestão do conhecimento no âmbito da Biblioteca
Universitária. Tais sugestões podem servir de base para a real implementação de tais
projetos, não se constituindo porém numa solução fechada ou estanque. Outras variáveis
devem ser consideradas de acordo com as especificidades de cada organização e o contexto
no qual se insere. A partir disso será necessário:
9
�a) Colocação do foco da organização no ser humano, em seus aspectos subjetivo e
objetivo.
b) criação de um clima organizacional afeito à comunicação e à inovação, de
articulação de idéias e linguagem comuns a todos;
c) implementação de um planejamento estratégico, amparado numa gestão
participativa, onde o projeto será definido a partir de seus atores, objetivos,
profundidade,
implantação,
monitoramento,
avaliação
e
aprendizado
(Nascimento et al, 2000); é necessário haver clareza de objetivos;
d) mapeamento do conhecimento individual e coletivo, com a identificação de
conhecimentos tácitos e explícitos;
e) identificação de dados (sua objetividade, exatidão, confiabilidade), informações
(confiabilidade) e o próprio conhecimento (selecionado de acordo com sua
aplicabilidade e relevância a partir das metas e objetivos da organização);
f) escolha de matérias e idéias as mais apropriadas aos objetivos (memória da
organização, rotinas e procedimentos);
g) resgate das idéias e conhecimentos (a partir das pessoas, documentos escritos,
manuais técnicos, e-mails, memorandos, relatórios, artigos, etc);
h) construção
de
uma
relação
preliminar
entre
dados,
informações
e
conhecimentos; sua interpretação e organização;
i) articulação entre as variáveis e indicadores que caracterizam todos os atores do
negócio, com a disponibilização do capital intelectual da organização (Koenig,
1996)
j) avaliação das relações elaboradas e realização de agrupamentos e cruzamentos
de dados, informações e conhecimentos;
k) avaliação de sua acessibilidade (a partir de terminologias/linguagens comuns
aos membros da equipe);
l) avaliação
da
usabilidade
e
da
qualidade
de
dados,
informações
e
conhecimentos, de modo que possam apoiar apropriadamente os processos
decisórios, e mesmo antecipar demandas, contribuindo para a melhoria da
qualidade dos serviços e produtos.
m) aprendizado através do processo e experiências adquiridas de modo a criar um
círculo virtuoso de melhoria contínua e inovação.
10
�2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
São grandes os desafios enfrentados atualmente pelas Bibliotecas Universitárias e
seus gestores, tanto em relação a seus clientes quanto em relação à apropriação da
tecnologia. Certamente a gestão do conhecimento é um fator diferencial para o sucesso da
biblioteca e os bibliotecários devem estar atentos às demandas daí advindas.
Somente a partir da flexibilização da cultura nas bibliotecas e da criação de um
clima organizacional que potencialize a comunicação, o diálogo, o compartilhamento de
conhecimentos, é possível conduzir
as Bibliotecas Universitárias para o centro dos
acontecimentos no ambiente acadêmico.
11
�2.8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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curso ministrado pelo SENAC - São Paulo, 2000)
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12
�
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Gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias.
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An entity primarily responsible for making the resource
Dudziak, Elisabeth Adriana
Villela, Maria Cristina Olaio
Gabriel, Maria Aparecida
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O objetivo deste trabalho é apresentar de forma descritiva os fatores que possibilitam desenvolver sistemas de gestão do conhecimento no âmbito da Biblioteca Universitária. Inicialmente, aborda-se a questão da gestão do conhecimento, onde são definidos os conhecimentos tácito, explícito e cultural, amparados nas bases individual, social e tecnológica. São discutidas as atividades que envolvem desenvolvimento e controle do conhecimento na organização Biblioteca, visando a consecução de seus objetivos. Ao potencializar o aprendizado da organização, a gestão do conhecimento é a forma de adicionar valor a processos e produtos, expandindo o poder de desenvolvimento e competitividade das bibliotecas universitárias. Conclui-se que o desenvolvimento de sistemas de gestão do conhecimento nas bibliotecas universitárias é fundamental para que a organização possa atender aos desafios atuais.
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A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4098/SNBU2002_088.pdf
6d194adc0325ed44aa326014c56fa349
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LISTA DE ASSUNTOS FFLCH/USP
(relato de experiência da elaboração)
Maria Célia Amaral
E-mail: mcamaral@usp.br
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Serviço de Biblioteca e Documentação
Av. Prof. Lineu Prestes, Travessa 12, nº 350
Cidade Universitária – Butantã
05508-900 – São Paulo – SP
1
�LISTA DE ASSUNTOS FFLCH/USP
(relato de experiência da elaboração)
Maria Célia Amaral(*)
Resumo : Este projeto tem o propósito de apresentar o produto de um trabalho de pesquisa terminológica, sistemática,
monolíngüe, relativa aos termos a serem utilizados pelos bibliotecários do processamento técnico da Biblioteca da
FFLCH/USP, no processo de análise documentária. Numa primeira etapa apresentamos um levantamento parcial. Os
demais termos serão incorporados em etapa posterior a ser definida. Justificamos a necessidade deste trabalho
normalizador, cujo cerne é uma lista de termos/descritores classificada e arranjada alfabeticamente, pelo fato de existirem,
atualmente, diferentes listas para cada uma das seções do SBD. O público-alvo desta pesquisa, é constituído,
principalmente, pelos bibliotecários do processamento técnico do SBD/FFLCH/USP. O “corpus” tomado por base para o
levantamento dos termos r epresentativos das diversas áreas da estrutura curricular da FFLCH, constitui-se de
enciclopédias e dicionários gerais e especializados, obras da coleção básica, tesauros, “corpus”de divulgação e, várias
edições do sistema de classificação decimal de Melvil Dewey (CDD). A macroestrutura da Lista de Assuntos compreende
os campos conceituais formadores dos domínios das dez classes principais da CDD. A presente lista é formada por 1798
termos e remissivas. Contém, lista de siglas e abreviaturas, anexos com par te da estrutura temática, informações sobre o
uso das tabelas de autor (Cuttern-Sanborn e “PHA”) e, bibliografia utilizada.
1. INTRODUÇÃO
As linguagens documentárias (LD) são instrumentos auxiliares da análise documentária
(AD) e, são também são determinant es para a recuperação da informação. Dentre os vários
tipos existentes, podemos classificá-las em dois grupos: as pré-coordenadas, que combinam ou
coordenam os termos no momento da indexação, como por exemplo, os sistemas de
classificação CDD, CDU, LC, de Ranganathan, que são considerados as mais antigas linguagens
documentárias. Abrangem todas as áreas do conhecimento e, representam os conceitos através
de notações compostas de números, letras ou a mistura de ambos. Atualmente, têm basicamente
a função, de ordenar por assunto, os livros nas estantes. As listas de cabeçalhos de assunto,
também linguagens pré-coordenadas, são listas gerais que arrolam termos de todas as áreas do
conhecimento, alfabeticamente organizadas, com sinais como o traço, a vírgula e o parêntese
para estruturar os cabeçalhos indiretos. Apresentam sinais de relação entre os cabeçalhos. No
Brasil, as mais conhecidas são a Library of Congress Subject Headings e a Sears List of Subject
Headings.
(*) Bibliotecária-chefe do Serviço Técnico de Livros do Serviço de Biblioteca e Documentação
2
�da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. E-mail: mcamaral@usp.br
As linguagens de indexação pós-coordenadas, são as que combinam ou coordenam os
termos no momento da busca. As mais conhecidas são o sistema Unitermo, criado por Mortimer
Taube em 1953 e, os tesauros, que baseados nas classificações facetadas, apresentam relações
de equivalência, hierárquicas (gênero/espécie; coisa/tipo), relações parte/todo, poli-hierárquicas,
relações associativas e/ou não-hierárquicas. Possuem sinais para indicar a função dos
descritores. Ex: TG (BT) = termo geral; TE (NT) = termo específico.
Ao realizar a análise documentária, o bibliotecário executa “um conjunto de
procedimentos com o fim de expressar o conteúdo de documentos, sob formas destinadas a
facilitar a recuperação da informação“ ( CUNHA, 1987, p.38), considerando sempre, que
fatores sócio -culturais, ideológicos e lingüísticos naturalmente interferem nestas operações
semânticas.
A leitura, a compreensão e a transposição destes signos está diretamente relacionada
com o sucesso/insucesso na busca da informação processada. Datam da década de 70, as
primeiras pesquisas acerca do processo de análise documentária e, das inevitáveis questões
lingüísticas envolvidas (SMIT, 1987, p.5).
Como elemento do processo comunicativo acervo/pesquisador, a AD expressa a
integração e a fragmentação, diversidades e desigualdades, o jogo dos conflitos e das
acomodações do discurso, especialmente no âmbito das Ciências Humanas, onde a comunicação
se estabelece em vários níveis de especialização; vão desde um nível de alta especialidade até os
chamados discursos de banalização científica.
A elaboração de um instrumento com o objetivo de padronizar, exigiu a utilização de
técnicas combinadas de documentação e de terminologia, afim de se obter representações
semelhantes de um mesmo documento, submetido a diferentes bibliotecários/analistas e também,
para tornar este instrumento de trabalho eficaz, ao evitar ambigüidades na comunicação
documentária.
3
�1.1 Justificativa
Por serem antigas, múltiplas e inconsistentes as Listas de Assuntos existentes no
SBD/FFLCH, justifica-se a necessidade da elaboração de um novo instrumento auxiliar do
trabalho de análise documentária.
As antigas listas, são um produto da compilação de cabeçalhos de assuntos, criados
aleatoriamente e, apostos na parte superior das fichas catalográficas, que remetiam à notação da
obra indexada. Assim, por exemplo: à uma obra cujo assunto principal era o COMUNISMO e,
portanto cuja notação seria 335.43 (CDD), foram atribuídos cabeçalhos de assunto como
ECONOMIA, TRABALHO, PROPRIEDADE, e, também a estes, naturalmente, foi atribuída a
mesma notação, pois tratava-se da mesma obra analisada. As notações CDD dos últimos
cabeçalhos mencionados seriam, respectivamente 330, 331 e 333.3232.
Pelo fato de não contextualizar os termos, as antigas listas acabavam por induzir a erros
ou distorções nas análises documentária e temática dos documentos. Podemos ilustrar este
fenômeno “polissêmico” da seguinte forma:
COMUNISMO (335.43)
ECONOMIA (330)
335.43
TRABALHO (331)
PROPRIEDADE (333.3232)
Como a notação determina a localização dos livros na estante, pode-se deduzir as
conseqüências destes “desvios” para a organização do acervo e para a recuperação da
informação.
Assim como a terminologia, a documentação visa atender a uma exigência de
padronização, para que haja comunicação sem ambigüidades, isto é, um termo/descritor deve
expressar apenas um conceito e vice-versa.
4
�Além disso, as listas do SBD/FFLCH, que foram elaboradas há mais de 10 anos sem
atualizações ou correções, deixam de contemplar um grande número de conceitos novos
surgidos neste período. Outros termos caíram em desuso ou evoluíram semanticamente e, devem
ser eliminados, substituídos ou transformados em remissivos.
1.2 Objetivos do trabalho
O trabalho propõe-se a cumprir os seguintes objetivos:
1.2.1 Contribuir para a melhoria da qualidade da análise documentária dos textos/documentos
do SBD/FFLCH/USP;
1.2.2 Elaborar uma lista de termos/descritores, classificada, com base em um “corpus”
determinado, com a finalidade de auxiliar os bibliotecários do processamento técnico nas
operações de análise documentária.
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
“A fines del siglo XX, cuando la ciencia y la tecnologia forman y
determinan una parte esencial de nuestra existencia con un impacto
nunca antes experimentado, parece existir el acuerdo general de que las
terminologías
– las palabras y frases usadas en el discurso
especializado – constituyen un elemento del lenguaje
de creciente
importancia. ... y es también natural que se haja creado una profesión
de especialistas en información y comunicación entre los especialistas y
el público profano, superando así los obstáculos terminológicos creados
por el contacto de lenguas. “ (CABRÉ, 1993, p.11).
2.1 Comunicação
A palavra “comunicação” deriva do latim “ communicare”, que significa ‘fazer saber’,
5
�‘participar’.
A comunicação é, genericamente, permuta, ou troca de informação – que se processa
entre um emissor, que envia a mensagem, e um receptor, que a recebe. Para que a comunicação
se estabeleça, é necessário haver um canal, um meio de comunicação e um código conhecido,
ainda que parcialmente, por ambos, emissor e receptor.
EMISSOR
MENSAGEM
RECEPTOR
Canal
(Representação esquemática da comunicação)
Shanon e Weaver, propõem um esquema geral de comunicação que permite a
identificação de seis partes do processo comunicativo:
1. a fonte da mensagem - constituída de vários elementos, que são o repertório do emissor:
letras, palavras, números, etc... e, por um sistema de regras, destinadas a ordenar aqueles
elementos, para transformá-los em mensagem.
2. o destino da mensagem – o receptor, como o emissor, também possui o seu repertório,
embora diversos, nos casos mais gerais, possuem, no entanto, uma parte comum, para que a
comunicação seja possível.
3. o emissor – transforma, converte os sinais ou signos. É tarefa do emissor efetuar uma
codificação que permita levar a mensagem de uma linguagem para outra.
4. o receptor – converte os sinais ou signos, decodificando-os, ou seja, retorna a mensagem à
linguagem inicialmente formulada.
5. o canal – o meio que torna possível a transmissão da informação. Podem ser: livros, discos,
fitas gravadas, quadros, etc.
6. o objetivo de cada comunicação é partilhar informações. Esse objetivo pode ser afetado por
diferentes fatores.
A comunicação documentária segue, em linhas gerais, o mesmo processo, no entanto sua
6
�função é restritiva a contextos documentários, ou seja, devem tornar possível a comunicação
usuário/sistema.
2.2 Terminologia
A terminologia é um termo polissêmico usado para denominar diversos conceitos.
Selecionamos aqui algumas definições:
FELBER:
a) “Ciência da terminologia, campo inter/transdisciplinar do conhecimento que trata dos
conceitos e de suas representações (termos, símbolos, etc.).
b) Conjunto de termos que representam o sistema e conceitos de uma área determinada do
conhecimento.
c) Publicação em que o sistema de conceitos de uma determinada área do conhecimento é
representado por termos”. (FELBER, 1987, p. 1)
RONDEAU:
a) “O conjunto de termos de uma área, ou de uma disciplina.
b) Os métodos de coleta e classificação de termos, de criação de neologismo, de padronização
de termos, de difusão de termos.
c) Uma ciência cujo objeto de estudo é de natureza lingüística, mas que abrange na sua
essência várias disciplinas e se fundamenta na Lingüística , na Lógica, na Ontologia, na
Normalização e na Informática”. (RONDEAU, 1984, p. 18)
CABRÉ:
a) “El conjunto de princípios y bases conceptuales que rigem el studio de los términos”.
b) El conjunto de directrices que se utilizan en el trabajo terminográfico.
c) El conjunto de términos de una determinada área de especialidad”. (CABRÉ, 1993, p. 82)
7
�ISO 1087:
“Conjunto de termos que representa um sistema de conceitos de um domínio particular”.
(Norma Internacional, que trata do vocabulário da terminologia)
Para alguns autores, entre eles os da Escola Germano-Austríaca, a terminologia
subdivide-se em terminologia descritiva e terminologia prescritiva. A terminologia descritiva,
segundo Felber (1987, p. 10-11) é o registro de dados terminológicos de conceitos isolados em
uma ou mais línguas, citando-se a fonte, sempre que possível.
A terminologia prescritiva atende a uma exigência de padronização que visa à comunicação sem
ambigüidade, por isso, a polissemia, a homonímia e a sinonímia devem ser evitadas.
2.3 Linguagens documentárias
Uma linguagem documentária (LD) é um conjunto de termos, providos ou não de regras
sintáticas, utilizado para representar conteúdos de documentos técnicos – científicos, com fins de
classificação ou busca retrospectiva de informações “ (GARDIN apud CINTRA et al,1994, p.
25)”. Para o autor, uma LD deve integrar três elementos básicos:
-
um léxico, identificado com uma lista de elementos descritores, devidamente filtrados e
depurados;
-
uma rede paradigmática para traduzir certas relações essenciais e, geralmente estáveis, entre
os descritores; e
-
uma rede sintagmática destinada a expressar as relações contingentes entre os descritores,
relações essas que só são válidas no contexto particular onde aparecem. (CINTRA et al,
1994, p. 25).
As LDs são formadas de palavras preferenciais, combinando palavras de vocabulários de
deter minados domínios e palavras utilizadas pelo usuário, englobando vários discursos,
cumprindo assim a sua função intermediadora, sua função “tradutora”.
3. METODOLOGIA DE TRABALHO
8
�Na elaboração de nosso trabalho, tomamos por base alguns procedimentos da
terminologia prescritiva, i. é., buscamos a comunicação sem ambigüidades: cada termo
selecionado deve expressar apenas um conceito e vice-versa.
A coleta dos dados consistiu em “garimpar” termos nos textos das diversas áreas, o
processamento constituiu-se de operações de delimitação, de sistematização e representação de
conceitos; a organização, diz respeito à preparação da lista para apresentação com base em
alguns pressupostos teóricos, procuramos respeitar as recomendações técnicas e formais
exigidas pelo trabalho terminológico.
Segundo critérios adotados por Cabré (1993), este trabalho pode ser classificado como
monolíngue, no que se refere ao número de línguas e, quanto à abrangência, pode ser
considerado como uma pesquisa sistemática, pois procura abranger todo o vocabulário das áreas
em questão. A função normalizadora, restringe-se ao uso dos termos no âmbito da análise
documentária.
Inicialmente, foi feita uma pesquisa bibliográfica para levantar textos básicos das áreas e,
textos para a fundamentação teórica e metodológica do trabalho terminológico. Freqüência a
cursos de terminologia e consulta a especialistas, foram recursos também utilizados nesta
pesquisa.
Na pesquisa terminológica, com metodologia temática, três procedimentos podem ser
utilizados: o procedimento onomasiológico, que parte dos conceitos classificados em forma
sistemática fazendo-os corresponder aos respectivos termos; o procedimento semasiológico, que
parte da unidade lexical ou de sintagmas oriundos do discurso falado ou escrito que são
considerados termos. Este procedimento baseia -se nos métodos lexicológicos e lexicográficos e,
consiste em fazer o levantamento das denominações que pertencem a um determinado domínio
ou subdomínio, para em seguida, analisar as noções que representam e, assim classificá-las
hierarquicamente; o procedimento misto, mais comumente utilizado, consiste na utilização
simultânea dos dois procedimentos citados anteriormente. Neste trabalho, foi utilizado o
procedimento misto, porque se configurou como mais adequado para o proposto. Numa
9
�primeira etapa, estabeleceu-se a árvore de domínio com base na CDD. Num segundo momento,
procedeu-se à coleta dos termos, e finalmente, os termos foram analisados quanto às noções que
representam, para serem posteriormente classificados segundo sua situação dentro da árvore de
domínio. As fichas terminológicas foram elaboradas com os seguintes dados: termo, na forma
lematizada, ou seja, limitados à sua forma morfológica básica (substantivos e adjetivos sempre no
masculino singular, com exceção para os casos em que os substantivos aparecem sempre no
plural ou são femininos); termo(s) remissivo(s), constituído(s) por sinônimos ou quase-sinônimos;
nota de escopo, definição do termo + fonte; termo genérico ou hiperônimo; e número de
classificação CDD.
3.1 Critérios para a escolha dos termos
Estabelecemos inicialmente o limite de três classes ou domínios principais para a coleta
dos termos, respectivamente, as classes 100 (Filosofia); classe 200 (Religião) e, classe 300
(Ciências sociais), que inclui os subdomínios Antropologia, Política e Sociologia. Posteriormente,
termos de áreas já trabalhadas em projetos anteriores foram incorporados. São os termos
pertencentes às seguintes áreas: literatura, língua, civilização e culturas grega, latina, árabe,
armênia, chinesa, coreana, japonesa, romena, russa, hebraica e, literatura sânscrita, do Projeto
de Transliteração (1998). Foram inclusos também os termos das classes 100, 200 e 300 da nova
lista/USP,coletados para o Projeto Meta 01, do SIBi/USP.
Para a seleção desses termos, utilizamos os critérios da pertinência e da
representatividade, independente da sua freqüência.
Foram incorporados os termos substantivos e em alguns casos para evitar ambigüidades,
esses substantivos foram adjetivados ou combinados com outros substantivos, utilizando-se os
sinais convencionais de relação entre os termos, contextuando-os assim em sua área de domínio.
Nomes próprios, siglas e títulos de coleções também constam da lista. Os termos remissivos são
identificados pela entrada em itálico. Os termos adotados estão sempre em caixa alta.
3.2 Elaboração da lista
10
�Com base nos dados coletados nas fichas terminológicas previamente elaboradas,
estruturamos o nosso trabalho da seguinte forma :
A macroestrutura é composta de uma introdução contendo a justificativa e objetivos da
lista; os fundamentos teóricos que balizaram o trabalho; a metodologia utilizada e a lista
propriamente dita, contendo os termos ordenados alfabeticamente com suas respectivas
classificações baseadas nas dez classes ou campos conceituais da CDD e, em anexo, mapa de
distribuição das Tabelas de Cutter -Sanborn e PHA e, bibliografia utilizada na execução do
trabalho.
A microestrutura observou que os termos adotados fossem destacados pela
apresentação gráfica (sempre em caixa alta) e, quando apresentassem ambigüidade ou
dificuldade de compreensão fossem contextualizados. Os termos remissivos figuram com
caracteres itálicos.
BIBLIOGRAFIA
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BNG/BRASILART, 1979. 142 p.
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3. AUBERT, F.H. Introdução à metodologia da pesquisa terminológica bilingüe. São Paulo :
FFLCH/CITRAT, 1996. 99 p. (Cadernos de Terminologia;2)
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Ciência da Informação , Brasília, v.24, n.3, p. 322-327, set./dez. 1995.
5. CABRÉ, M.T. La terminologia : representación y comunicación - elementos para una teoría
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Universitari de Lingüística Aplicada, 1999. 369 p.
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Antártida/Empúries, 1993. 529 p..
11
�7. ___________. La terminología hoy: concepciones, tendencias y aplicaciones. Ciência da
Informação, Brasília, v.24, n.3, p.289-298, set./dez. 1995.
8. CINTRA, A.N.M. et al. Para entender as linguagens documentárias. São Paulo :
Pólis/APB, 1994. 72 p. (Coleção Palavra Chave; 4)
9. A CONSTITUIÇÃO da normalização terminológica no Brasil. Cadernos de Terminologia,
São Paulo, n.1, 1996.
10. CUNHA, I.M.R.F. A análise documentária. In: SMIT, J. (Org). Análise documentária : a
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11. CURRÁS, E. Tesauros : linguagens terminológicas. Brasília : IBICT, 1995. 286 p.
12. DUBOIS, J. et al. Dicionário de lingüística. São Paulo : Cultrix, 1988. 653 p.
13. DUBUC, R. Manuel pratique de terminologie . 2.ed. Montréal : Linguatech, 1985.
14. FELBER, H. Manuel de terminologie. Paris : UNESCO/Infoterm, 1987.
15. GOMES, H.E. (Coord). Diretrizes para a elaboração de tesauros monolíngües. Brasília,
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16. GUSMÃO, H.R. Tesauros : análise e utilização. Niterói : CEUFF, 1985. 126 p.
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19. LUCAS, C.R. Leitura e interpretação em biblioteconomia . Campinas : Editora da
UNICAMP, 2000. 91 p. (Coleção Pesquisas)
20. MACHADO, M.D. Aspectos para um vocabulário técnico-científico da área
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terminológico, 1997. (Dissertação de Mestrado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo.
21. SMIT, J. (Coord). Análise documentária : análise da síntese. Brasília : IBICT, 1987. 133
p.
12
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Lista de assuntos FFLCH/USP: relato de experiência da elaboração.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Amaral, Maria Célia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este projeto tem o propósito de apresentar o produto de um trabalho de pesquisa terminológica, sistemática, monolíngüe, relativa aos termos a serem utilizados pelos bibliotecários do processamento técnico da Biblioteca da FFLCH/USP, no processo de análise documentária. Numa primeira etapa apresentamos um levantamento parcial. Os demais termos serão incorporados em etapa posterior a ser definida. Justificamos a necessidade deste trabalho normalizador, cujo cerne é uma lista de termos/descritores classificada e arranjada alfabeticamente, pelo fato de existirem, atualmente, diferentes listas para cada uma das seções do SBD. O público-alvo desta pesquisa, é constituído, principalmente, pelos bibliotecários do processamento técnico do SBD/FFLCH/USP. O “corpus” tomado por base para o levantamento dos termos r epresentativos das diversas áreas da estrutura curricular da FFLCH, constitui-se de enciclopédias e dicionários gerais e especializados, obras da coleção básica, tesauros, “corpus”de divulgação e, várias edições do sistema de classificação decimal de Melvil Dewey (CDD). A macroestrutura da Lista de Assuntos compreende os campos conceituais formadores dos domínios das dez classes principais da CDD. A presente lista é formada por 1798 termos e remissivas. Contém, lista de siglas e abreviaturas, anexos com par te da estrutura temática, informações sobre o uso das tabelas de autor (Cuttern-Sanborn e “PHA”) e, bibliografia utilizada.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4097/SNBU2002_087.pdf
c7c229ab37d27066bce175e99d854ce1
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1
MUDANÇAS NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA, EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, SOB O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS
Maria Bernardete Martins Alves 1
berna@bu.ufsc.br
Universidade Federal de Santa Catarina
Biblioteca Central
Campus Universitário - Trindade
Marouva Fallgatter Faqueti 2
Universidade Federal de Santa Catarina
Colégio Agrícola de Camboriú
Rua João da Costa, s/nº - 88340-000 - Camboriú/SC
marouva@bol.com.br
RESUMO
Analisou-se as mudanças no Serviço de Referência sob o impacto das novas tecnologias de informação. Sem
perder de vista que a essência do serviço de referência é a interação bibliotecário-usuário, é importante
discutir essas mudanças sob o ponto de vista dos usuários e dos bibliotecários. A revisão da literatura
centrada no usuário aponta para uma maior intervenção dos bibliotecários no processo de busca de
informação. Para compreender essas mudanças, fez -se: a) uma revisão da literatura sobre o comportamento
dos usuários no processo de busca de informação em bibliotecas acadêmicas e; b) uma revisão na literatura
sobre serviços de referência. As mudanças nos serviços das bibliotecas acadêmicas em geral e no serviço de
referência em especial, frente às novas tecnologias, são perceptíveis. Todavia, saber como essas tecnologias
podem alterar ou de que maneira elas irão alterar o processo de busca de informação e a interação
bibliotecário-usuário é a questão central deste trabalho.
Palavras-chave: Serviço de Referência, Bibliotecas Universitárias, Novas tecnologias d
informação.
TEMA: Gerenciamento de Tecnologias e Bibliotecas Universitárias
1
Mestre em Engenharia de Produção
2
Mestre em Engenharia de Produção
�2
1 INTRODUÇÃO
A partir da revisão da literatura sobre estudos de usuários e das novas tecnologias da
informação, este estudo tece considerações à respeito das mudanças no serviço de
referência das bibliotecas acadêmicas. Foram analisados os trabalhos dos principais autores
representativos da abordagem centrada no usuário, por representarem um novo paradigma
para os sistemas de ni formação e seus serviços, tendo em vista que o foco desses trabalhos
é o comportamento de busca e uso de informação. Baseado numa relação altamente
interativa entre os dois principais atores desse cenário, o usuário e o bibliotecário, um
modelo de mediação é analisado.
2 ESTUDOS DE USUÁRIO
Para compreender as mudanças nos serviços de informação em geral e nos serviços
de referencias em especial, é importante compreender como os usuários buscam e utilizam
a informação. Parafraseando Marchionini (1995), reconhecer os conhecimentos e as
habilidades dos usuários na busca de informação contribui para o desenvolvimento de um
modelo mais adequado para a educação deles. Como afirma Esteves (apud SILVA, 1995,
p. 12) ”os programas de treinamentos de usuários são planejados de acordo com o que os
bibliotecários acham que os usuários precisam aprender e não nas necessidades reais dos
usuários”.
O principal motivo [dos treinamentos] é promover o uso dos serviços e dos recursos
das bibliotecas e, liberar o bibliotecário para outras tarefas consideradas mais importantes.
“Criar uma forma de instrução que seja eficaz enquanto modelo de educação de modo a
tornar o usuário auto-suficiente, é o grande desafio”, sintetiza Grogan, (1991, p. 16), para
quem, os programas de Instrução Bibliográfica não funcionam porque não alcançam o seu
principal objetivo que é tornar os usuários indivíduos confiantes em si mesmos.
A literatura sobre estudos do usuário se insere em duas abordagens distintas: a
abordagem tradicional ou demográfica e a abordagem alternativa ou cognitiva. Os estudos
que se inserem na abordagem tradicional, denominada por Kuhlthau (1994) de paradigma
bibliográfico, têm como foco principal o sistema de informação, o qual compreende o
acervo, as bases de dados, os bibliotecários, bem como os problemas, as barreiras, a
satisfação
ou
insatisfação
que
envolve
a
relação
usuário
e
sistema
de
�3
informação/biblioteca. Tais estudos fazem a descrição dos usuários, para diagnosticar seu
comportamento em relação à busca e ao uso da informação, considerando fatores
relevantes como: a idade, o sexo, a formação acadêmica, o curso, o departamento etc. e,
são efetuados com o objetivo de melhorar a resposta do sistema e dos seus serviços, além
de aumentar a satisfação do usuário.
A partir da identificação e a categorização dos usuários, traçam um perfil de suas
necessidades de informação. Eles chegam a resultados, como por exemplo, usuários da
área de humanas, preferem usar livros como fonte de informação, já os usuários da área
médica usam mais periódicos e assim por diante. Para Ferreira (1995) esses estudos na
verdade mostram que as características demográficas são válidas, mas não são indicadores
potenciais do comportamento de busca e de uso da informação.
Já os estudos que se inserem no paradigma centrado no usuário se preocupam com
a percepção, com os sentimentos, com o modo como as pessoas aprendem, em fim, com
aspectos que, segundo os teóricos da corrente cognitivista, interferem no comportamento
de busca e de uso de informação. De uma maneira geral, o foco dos trabalhos inseridos
nessa abordagem, também conhecida como abordagem cognitiva, são:
a) os aspectos cognitivos e afetivos, que interferem na busca e no uso da informação;
b) a relevância das experiências individuais;
c) a visão do ser humano como um ser ativo e criativo;
d) a necessidade da informação é situacional e contextualizada;
e) a necessidade de informação muda a medida que o usuário avança em seu processo de
busca de informação.
O trabalho de Taylor (1968) sobre negociação da questão3 é considerado um
marco para a abordagem cognitiva da busca de informação. Conforme Taylor (1968),
quando o usuário formula uma questão ou pergunta de referência, ele não pede, de fato, o
que necessita, por não ter consciência do que precisa e por acreditar que o sistema de
informação usado exige que ele explicite sua necessidade em uma linguagem apropriada
do sistema. A partir da análise dessas questões, Taylor (1968) identificou quatro (4)
estágios de necessidades de informação:
Q1 - Necessidade Visceral (Visceral Need) - Aquela ainda não expressa, mas que
pode ser manifestada por uma vaga insatisfação;
3
Forma como a necessidade de informação é apresentada ao sistema de informação e clarificada pelo
bibliotecário
�4
Q2 - Necessidade consciente (Concious Need) – Aquela indefinida pelo usuário,
que pode ( ou não), ser expressa de uma forma ambígua;
Q3 - Necessidade Formal (Formal Need) – Aquela que usuário pode descrevê -la,
em termos concretos, por isso ele procura o sistema de informação para identificar
em quais recursos, se em livro, em periódicos, em teses etc, pode encontrar a
informação desejada;
Q4 - Necessidade Comprometida (Compromised Need) - Neste nível, o usuário já
começou a sua busca e então procura o sistema de informação/ bibliotecário, dando
início, por meio de uma entrevista de referência, a uma negociação da questão (sua
necessidade de informação).
Taylor (1968) sugere um método para auxiliar o bibliotecário a compreender e a
categorizar as necessidades de informação. A esse método o autor denominou “cinco
filtros”.
a) A área ou assunto de interesse do usuário;
b) a motivação do usuário (a razão da busca);
c) as características pessoais do usuário (background);
d) a relação da expressão de busca do usuário com a organização bibliográfica;
e) a resposta antecipada (quando o usuário determina a quantidade de itens que
deseja recuperar).
Conforme Ingwersen (1982) observou, durante a negociação da questão, um
processo complexo de comunicação se estabelece entre o usuário e o bibliotecário, a
interação é influenciada pela percepção4 de um em relação ao outro e, do próprio sistema
de informação. É a percepção que o indivíduo tem a respeito do sistema de informação que
irá determinar a atividade de busca de informação. Essa atividade é determinada não
apenas pela percepção que o usuário tem do sistema de informação, mas também, pela
tarefa e pelo assunto pesquisado.
A percepção formada a partir de experiências relacionadas à biblioteca, aos
bibliotecários e à informaçãço, torna -se uma referência para um modelo de busca de
informação. Citando Mann, Umiker-Sebeok e Gregson, (1998) afirmam que, baseado nas
suas percepções à respeito dos sistemas de informação, os usuários podem cometer erros,
4
A “percepção é um processo pelo qual o indivíduo usa seus conhecimentos prévios para
interpretar os estímulos recebidos do mundo exterior”. (MATLIN, c1998, p. 27)
�5
quando recorrem ao sistema de informação com idéias preconcebidas do que irão
encontrar.
Ao resgatar a percepção do usuário à respeito do uso da biblioteca e de seus
recursos, é possível não apenas determinar e predizer o comportamento futuro desse
usuário, mas também corrigir possíveis erros. A descoberta da percepção do usuário de
biblioteca pode trazer contribuições significativas para os serviços da biblioteca em geral e,
para o serviço de Referência, em especial
Apoiados nos trabalhos de Taylor (1968), sobre os quatro níveis de necessidade e,
na observação do comportamento dos usuários, Belkin et al. (1982) desenvolveram o
conceito de estados anômalos do conhecimento (ASK - Anomalous satate of knowledge).
Para os autores, esse processo tem início com um problema (ou uma dúvida) que motiva o
usuário a buscar informação para resolvê-lo ou “preencher uma lacuna” em seu
conhecimento. A essa lacuna ou "gap", Belkin et al. denominaram de estado anômalo do
conhecimento, e criaram a sigla ASK - Anomalous State of Knowledge .
Conforme o conceito ASK, a necessidade de informação apesar de desconhecida
pelo indivíduo, está subjacente à tarefa de resolução de um problema ou da aquisição de
um novo conhecimento. Isto ocorre quando o usuário, diante de um problema, reconhece
que seu o conhecimento não é suficiente para resolvê-lo, por isso precisa obter novas
informações. Essa é a motivação necessária, a qual deverá desencadear o processo de
busca de informação. Nesse momento, o usuário toma a decisão de procurar um sistema de
informação/biblioteca, dando início ao chamado "processo de referência".
O ASK se baseia na concepção da necessidade de informação do usuário como
um processo dinâmico e evolucionário, que se diferencia do modelo estático da
necessidade de informação, reflexo da concepção tradicional do usuário como um sujeito
passivo, tendo em vista que ele deve expressar a sua necessidade de informação de uma
maneira clara e segura, numa linguagem compatível com o sistema de informação.
Esta abordagem se contrasta com a abordagem centrada no usuário que considera
o usuário um sujeito ativo cuja necessidade de informação muda à medida que ele avança
no seu processo de busca de informação. Já a visão tradicional traz em seu bojo a idéia de
que é o usuário quem deve adequar-se ao sistema de informação. Essa visão gerou um
modelo de política de treinamento de usuários com o intuito de transformar os usuários em
eficazes consumidores de eficientes serviços e produtos de informação.
�6
Além disso, os sistemas de recuperação de informação tradicionais se apoiam no
princípio
denominado
best-match,
em
português,
princípio
da
equivalência,
cujo
pressuposto considera que a representação da necessidade de informação do usuário e a
representação dos documentos são equivalentes. (Belkin et al. 1982)
A despeito de sua importância para os sistemas de informação tradicionais, esse
princípio é incompatível com os sistemas de informação voltados para o usuário.
Conforme Belkin et al. (1982, p. 63):
“um documento reflete aquilo que o autor sabe sobre um tópico ou assunto,
refletindo o seu conhecimento sobre aquele tópico ou assunto, enquanto a expressão de
necessidade do usuário é, ao contrário, uma declaração daquilo que o usuário não sabe
sobre o assunto. Em outras palavras, um documento é a expressão do conhecimento de uma
pessoa, já a necessidade de informação é a representação de uma dúvida ou, um estado
anômalo do conhecimento”.
Outra constatação de Belkin et al. (1982) que invalida o uso do princípio da
equivalência, diz respeito ao fato de o estado de necessidade de informação - ASK, ser
dinâmico e evoluir à medida em que o usuário interage com o sistema de informação e
avança no processo construtivo de busca de informação, que se inicia com um problema e
termina com a sua solução. Assim como Taylor, Belkin et al.(1982) utilizam uma escala,
denominada, focus continuum, para medir o nível ou o estado de necessidade de
informação cujo início é o diagnóstico do problema ou da dúvida e o fim é a solução do
problema.
Outro trabalho representativo da abordagem centrada no usuário é o trabalho de
Dervin. Ela desenvolveu um modelo de busca de informação denominado abordagem
sense-making (Sense-Making
Approach), cuja tradução aproximada seria, atribuir
significado ao mundo. Este modelo segundo Ferreira (1995) está ancorado em alguns
pressupostos:
a) “A informação é algo subjetivo, resultado da atividade humana;
b) a atividade de busca e uso da informação é uma atividade construtiva;
c) a realidade não é completa nem constante, ao contrário, ela é
permeada por descontinuidade e
lacuna;
a realidade é construída pelo indivíduo a partir das suas observações do mundo;
o foco é a análise qualitativa”.
d)
e)
A informação, afirma Dervin (1983), não é uma entidade independente da
interação do homem com o mundo enquanto objeto do seu conhecimento. Segundo essa
visão, os documentos contém apenas dados que somente após lidos e interpretados
criticamente pelo individuo, deixam de ser apenas dados para transformar-se em
informação.
�7
Uma informação para ser relevante, precisa ser significativa para o indivíduo,
razão pela qual podemos dizer que a relevância da informação depende do estado da
necessidade de informação do indivíduo. Como a necessidade de informação é dinâmica e
está em constante mudança, a relevância da informação também é dinâmica pois se altera à
medida que o indivíduo interage com o sistema de informação.
A partir da concepção da “busca de informação como um processo de
aprendizagem”, Kuhlthau (1994), desenvolveu um modelo denominado ISP - Information
Search Process. Seus estudos se apoiaram no conceito de necessidade de informação,
utilizados por Taylor, 1968 e Belkin et al., 1982, como uma falha ou uma lacuna no estado
do conhecimento.
Após trabalhar com usuários de várias categorias acompanhando o processo de
busca de informação deles, Kuhlthau (1994) observou que o processo de busca de
informação é caracterizado por mudanças nos estados físicos (ações), cognitivos
(pensamentos) e afetivos (sentimentos), que levam os usuários a se comportarem e terem
reações afetivas comuns.
No início do processo, por exemplo, os usuários sentem-se inseguros, cheios de
dúvidas e de ansiedade, mas à medida que avançam em direção à seleção do tópic o, eles
são tomados por grande euforia e otimismo, para novamente terem sentimentos de
incerteza até que consigam delimitar o tema central de suas pesquisas.
O sentimento de incerteza deve acompanhar o estudante nos primeiros estágios,
pelo menos até a delimitação do tema central que deverá ocorrer no quarto estágio. Ao
contrário dos modelos tradicionais, Kuhlthau recomenda que o bibliotecário explore a
incerteza do usuário a respeito da sua necessidade de informação.
Fortemente influenciado por teorias de aprendizagem construtivistas, para as quais
a aprendizagem ocorre não pela transmissão como no modelo behaviorista, mas pela
construção pessoal e ativa do novo conhecimento o modelo de busca de informação,
denominado ISP (Information search process), proposto por (KUHLTHAU, 1994),
pressupõe que o indivíduo precisa estar, ativamente engajado e motivado, para que a
aprendizagem ocorra.
O ISP é um modelo de aprendizagem de busca de informação para bibliotecas, que
parte de um problema real, contextualizado, uma tarefa que é solicitada ao estudante: fazer
um trabalho de pesquisa sobre um determinado tema. Para resolver o problema que lhe foi
�8
apresentado, o estudante sente necessidade de informação e vai buscá-la em uma biblioteca
ou em um serviço de informação qualquer.
O modelo ISP compreende seis estágios e cada um representa um estado de
necessidade de informação. O nome dado aos estágios está relacionado à tarefa principal
cujas características se baseiam nas tarefas, nos sentimentos e nos pensamentos comuns a
cada estágio: Iniciação, Seleção, Exploração, Formulação, o mais importante, Coleção ou
Coleta e, Apresentação.
Quadro 1: ISP - Modelo do Processo de Busca de Informação
ESTÁGIOS/
1
2
TAREFAS
iniciação
seleção do
tópico
SENTIMENTOS
incerteza
otimismo
3
exploração
ou
(pré-foco)
confusão,
4
5
6
formulação
coleta da
apresentação
do foco
informação
clareza
Senso
de alívio
frustração,
direção,
(satisfação
dúvida
confiança
insatisfação)
PENSAMENTOS
ambigüidades ----------------------------------------------------------------especificidades
AÇÕES
busca de informação relevante ----------------------- busca de informação pertinente
Fonte: Kuhlthau (1994)
Algumas características distinguem o modelo ISP dos modelos tradicionais de
pesquisa em bibliotecas:
a) O papel ativo do bibliotecário na orientação e intervenção do processo de busca de informação;
b) a parceria entre o professor e o bibliotecário no processo, considerado fundamental para o
sucesso do processo;
c) a motivação para a pesquisa na biblioteca deve se configurar a partir de uma necessidade real
de informação;
d) a pesquisa deve gerar um produto final, que pode ser: uma apresentação oral, um artigo para
publicação ou mesmo uma monografia;
e) o trabalho de pesquisa não deve ser baseado apenas em anotações de sala de aula e/ou em
apostilas;
f) o uso da coleção de biblioteca(s). (KUHLTHAU, 1994)
Embora tenha sido implementado junto a estudantes de nível secundário , estudos
posteriores confirmaram a aplicabilidade do modelo ISP, para estudantes de qualquer nível
e/ou para pessoas de qualquer idade, desde que envolvidos em um trabalho de pesquisa que
exija um esforço pessoal de avaliação, seleção e interpretação crítica de um assunto ou
tópico, (KUHLTHAU, 1988a).
ou
�9
Os resultados de um estudo feito por Byron e Young. (2000), demonstraram que o
modelo ISP também se aplica à ambientes de aprendizagem virtual e que portanto ele
independe do ambiente físico.
2.1 Um novo papel para o Bibliotecário de Referencia
A adoção de um paradigma centrado no usuário, cujo foco é o usuário e não o
sistema de informação, como no paradigma tradicional, pressupõe um novo papel,
vislumbrado para o bibliotecário na era das novas tecnologias da informação.
Este novo papel deverá ser respaldado por um modelo de mediação no qual o
bibliotecário assume uma postura pró-ativa, cria situações que estimulem o gerenciamento
da busca e de uso de informação a qual deverá gerar um novo conhecimento. Sem perder
de vista que, o sujeito é quem gerencia e constrói o seu conhecimento quando reflete sobre
o que conhece e o que deve conhecer. Razão pela qual os sistemas de informação devem,
promover a autonomia dos usuários criando situações que estimulem as estruturas
cognitivas e afetivas desses usuários. A importância dos mediadores5 - formal e informal,
no processo de busca de informação foi destacada no modelo ISP. Mediadores formais são
os professores e os bibliotecários, mediadores informais são os colegas, os amigos, os
familiares dos estudantes/usuários envolvidos na busca de informação.
Para Kuhlthau (1994) o termo mediação deve ser usado em substituição ao termo
intermediário, porque a mediação pressupõe uma interação humana entre aqueles que estão
envolvidos num processo de busca de informação. Já o intermediário intervém entre a
informação e o usuário sem que haja qualquer interação entre eles.
2.2 O modelo ISP e a ZDP
O conceito de área ou zona de intervenção chamada “zona de desenvolvimento
proximal” (ZDP), criado por Vygotsky (1989, p.97), é a distância entre o atual nível de
desenvolvimento cognitivo, o real, e o nível de desenvolvimento desejado ou o potencial.
O desenvolvimento real corresponde às habilidades amadurecidas e estabelecidas. Já o
desenvolvimento potencial corresponde àquelas habilidades que estão em fase de
5
Mediador é aquele que ajuda, guia, orienta e intervém no processo de busca de informação para a
construção do conhecimento, de outra pessoa” (KUHLTHAU, 1994, p.128).
�10
amadurecimento. Quando o estudante-usuário é capaz de resolver problemas por conta
própria sem auxílio de ninguém ele está na zona de desenvolvimento real. Ao contrário, se
ele não consegue resolver um problema sem a ajuda de alguém, um professor, um colega
ou um bibliotecário, ele está dentro da zona de desenvolvimento potencial. Neste caso ele
precisa de intervenção no seu processo de construção do conhecimento.
Baseada no conceito ZDP, criado por Vygotsky, Kuhlthau (1996, p.95, 1994, p.
137) aponta a existência de uma “zona de intervenção” que corresponde aos estágios do
modelo de busca de informação, o modelo ISP, nos quais os bibliotecários poderão intervir
para auxiliar os usuários.
Portanto, o modelo ISP, desenvolvido por Kuhlthau (1996) é um modelo que
encoraja a intervenção na orientação dos usuários no processo de busca da
informação. Nesse modelo, o bibliotecário cria atividades ou estratégias 6 que possibilitem
a identificação das ZDPs nos estudantes, de maneira a levá-los ao pleno desenvolvimento
de suas potencialidades. Essas atividades, além de auxiliarem no diagnóstico das
necessidades de informação, são usadas pelos bibliotecários como estratégias para mediar
o processo de busca de informação compatível com a zona de desenvolvimento proximal
em que o usuário se encontra.
Assim, por exemplo, se o usuário se encontra na Z1 ele prescinde de mediação
pois neste estágio o próprio usuário é capaz de identificar sua necessidade de informação e
localiza-la sem o auxilio do bibliotecário. Nesse caso, de acordo com a categorização dos
tipos de mediação 7 estabelecidos por Kuhlthau (1994), o bibliotecário terá apenas o papel
de organizador, mantendo uma coleção organizada de maneira a facilitar a localização da
informação pelo próprio usuário. Já nos níveis Z2 a Z5 um nível de intervenção é
necessário conforme o tipo de mediação:
a) Mediação no acesso e uso das fontes de informação - Serviço de Referência
b) Mediação no processo de aprendizagem do uso das fontes de informação Educação do usuário.
Quando a tarefa de busca de informação é uma tarefa simples, como por exemplo,
a localização de uma determinada obra ou ainda uma informação factual como “quais
países fazem parte do Mercosul?” o processo de aprendizagem da busca de informação não
6
Kuhlthau (1994, p.714), sugere o uso de estratégias para auxiliar tanto os usuários a identificar as etapas do
processo quanto ao bibliotecário a identificar as zonas de intervenção e estabelecer um nível de mediação
adequado. As estratégias são: Colaboração, Continuação, Conversação, Desenho e, Redação.
7
Tipos de mediação: Organizador, Localizador Identificador, Orientador e Conselheiro.
�11
é necessário. Porém para responder questões mais complexas, como por exemplo, o perfil
dos usuários de bibliotecas, dos cursos de educação a distância, um processo de
aprendizagem é requerido, e a experiência no processo necessária. Nesse caso o
bibliotecário deve assumir o papel de Conselheiro8 mediando o processo de busca de
informação.
2.3 As mudanças no serviço de referencia frente as novas tecnologias
Frente às novas tecnologias, em especial à internet, as bibliotecas virtuais/digitais
surgem como uma das principais fontes de informação, modificando a natureza, o
tratamento, a recuperação e a disseminação da informação. Dos bibliotecários espera-se
que reconheçam a indispensável necessidade de mudança, ainda que isso signifique um
enorme desafio. A mudança de paradigma não ocorre apenas na estrutura física das
bibliotecas, mas também, no perfil do usuário e no papel do bibliotecário.
Tradicionalmente, o bibliotecário de referência tem exercido o papel de
intermediário entre as fontes de informação e o usuário. Com o advento do computador e
das novas tecnologias da informação, ele, o usuário, atraído pelas facilidades dos softwares
de recuperação das bases de dados em CD-ROM, passou a executar, com o auxilio do
bibliotecário, as buscas antes feitas pelos bibliotecários.
A introdução da Internet e das bases de dados online motivou o usuário a fazer as
buscas sozinho. Essas mudanças afetaram a mediação entre o usuário e o bibliotecário. As
buscas, antes local e assistidas agora com a internet, passam a ser remota e sem mediação.
A intermediação nos moldes dos sistemas tradicionais já não é mais necessária. O
usuário já não necessita mais de ajuda para conduzir suas buscas na web. Todavia, ele
necessita de orientação sobre como ele deverá conduzi-las, como selecionar a informação
relevante as quais ele necessita. Nessa perspectiva, o bibliotecário tem um papel
fundamental na orientação dos usuários a conduzir suas pesquisas no ambiente
digital/virtual. Isso deve refletir numa mudança tanto nos métodos quanto no conteúdo dos
treinamentos.
Conforme Tenopir (1999), no futuro, com o aumento da disponibilidade das
ferramentas eletrônicas e da necessidade de aumentar a oferta de treinamentos formais, o
papel instrucional do bibliotecário de referência será fundamental.
8
O conselheiro é o mais alto nível de mediação., sendo o nível de mediação desejável para o bibliotecário de
referência.
�12
Na discussão sobre as mudanças no serviço de Referência, é fundamental
considerar as duas principais abordagens de estudo do usuário, a abordagem tradicional
cujo papel central do serviço de referencia seria a provisão da informação considerando
que o objetivo da busca de informação é o produto e, a abordagem alternativa cujo foco é a
orientação aos usuários na busca da informação e, o objetivo é o processo.
Essas duas abordagens vão refletir em dois modelos para o bibliotecário de
referencia: o tradicional, aquele que assume o papel de intermediário e o mediador, aquele
que guia, orienta, educa.
Portanto, cabe ao bibliotecário, o desafio de criar novas formas de mediação, tanto
na obtenção como na disseminação de informação. Desse modo, ele não pode perder de
vista a necessidade de orientar e estimular as competências dos usuários, à identificação de
seus problemas/necessidade de informação, ao acesso, à avaliação e ao uso das
informações disponíveis.
Essas habilidades tornam-se importantes na sociedade contemporânea devido à
necessidade de formar indivíduos críticos, frutos de um novo modelo de educação que
privilegia o aprender a aprender, a educação continuada e a autonomia dos aprendizes, na
busca de informação para a construção do conhecimento.
Nessa perspectiva, o bibliotecário deve investir também na formulação da
pergunta ao usuário (a negociação da questão), substituindo a tradicional entrevista de
referência, por um diálogo, porque é na interação que o usuário percebe, não apenas, que a
sua necessidade de informação muda, como também ela se torna mais clara.
Na orientação da delimitação da questão e na seleção dos conceitos (palavraschave), o bibliotecário poderá usar algumas ferramentas cognitivas, como por exemplo, os
mapas conceituais, que são particularmente facilitadoras desse diálogo no ambiente
digital/virtual. Outros recursos como o hipertexto, também já são utilizados.
A despeito das aparentes facilidades da rede, a orientação do usuário no uso das
ferramentas e serviços adequados (os mecanismos de busca, os catálogos de bibliotecas, os
sites de pesquisa, as bases de dados, o e-mail, apenas para citar alguns), são fundamentais
nos novos ambientes digitais/virtuais.
Convém assinalar que a baixa qualidade e a quantidade de informações,
recuperadas pelos mecanismos de busca dific ultam a localização de uma fonte específica,
razão pela qual, as tarefas tradicionalmente executadas pelos bibliotecários, selecionar,
organizar e indexar a informação no ambiente da Internet, tornaram-se necessárias e
�13
indispensáveis. Parafraseando Levacov (1996), a euforia inicial com a Internet criou a idéia
equivocada de que cada usuário pode ser um bibliotecário de referência.
2 CONCLUSÃO
Os trabalhos de Taylor (1968), Belkin, et al. (1982) Dervin (l983), Kuhlthau
(1994) apenas para citar alguns, são os mais representativos do paradigma centrado no
usuário ou paradigma alternativo.
A adoção do paradigma focado nas características e experiências individuais,
como o modelo ISP sugerido por Kuhlthau, deve orientar as mudanças no serviço de
referência, da mediação com as fontes aos programas de educação do usuário. Embora o
modelo ISP não tenha sido desenvolvido para ambientes digitais/virtuais, estudos
posteriores demonstraram sua aplicabilidade nesses ambientes.
Quando o sistema de
informação está focado no usuário, ou seja, quer saber como eles constróem o seu
conhecimento, como procuram, como usam, como divulgam, e, como acessam a
informação, os serviços em geral e o serviço de referência em especial são criados e/ou
modificados de modo a atender às reais necessidades e legitimas demandas deles.
Considerando que a essência do serviço de referência é a interação usuáriobibliotecário, os bibliotecários devem investir fundamentalmente na mediação. As
tecnologias da informação não substituem o bibliotecário, ao contrário, elas são
ferramentas que completam o trabalho deles, tendo em vista que possibilitam o acesso
remoto aos recursos antes disponível apenas aos usuários presenciais. O e-mail, o chat, os
softwares
inteligentes
ou
mesmo
a
videoconferência,
são
poderosas
ferramentas
colaborativas que estendem os limites dos serviços informacionais.
A esse respeito, fazemos uma analogia às palavras de Lévy, sobre a mudança na
função do professor. A principal função do bibliotecário de referência, não é mais
intermediar a informação, porque outros meios, entre eles, a Internet a fazem de forma
mais eficaz. Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e a
construção do conhecimento (LÉVY, 1999, p.171).
�14
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�
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2002
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Analisou-se as mudanças no Serviço de Referência sob o impacto das novas tecnologias de informação. Sem perder de vista que a essência do serviço de referência é a interação bibliotecário-usuário, é importante discutir essas mudanças sob o ponto de vista dos usuários e dos bibliotecários. A revisão da literatura centrada no usuário aponta para uma maior intervenção dos bibliotecários no processo de busca de informação. Para compreender essas mudanças, fez -se: a) uma revisão da literatura sobre o comportamento dos usuários no processo de busca de informação em bibliotecas acadêmicas e; b) uma revisão na literatura sobre serviços de referência. As mudanças nos serviços das bibliotecas acadêmicas em geral e no serviço de referência em especial, frente às novas tecnologias, são perceptíveis. Todavia, saber como essas tecnologias podem alterar ou de que maneira elas irão alterar o processo de busca de informação e a interação bibliotecário-usuário é a questão central deste trabalho.
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pt
snbu2002
-
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BIBLIOTERAPIA! ENCONTRO PERFEITO ENTRE O BIBLIOTECÁRIO, O
LIVRO E O LEITOR NO PROCESSO DE CURA ATRAVÉS DA LEITURA.
ESTAMOS PREPARADOS PARA ESSA REALIDADE?
Maria Aparecida Pardini
Bibliotecária
Divisão Técnica de Biblioteca e Documentação
UNESP/Universidade Estadual Paulista – Bauru/SP
Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, s/nº
CEP. 17033-360 Bauru/ São Paulo/ Brasil
ccidinha@terra.com.br
cidinha@bauru.unesp.br
Resumo:
O trabalho apresenta algumas reflexões sobre o quanto o profissional bibliotecário pode e
deve atuar em parceria com profissionais das mais diversas áreas do conhecimento.
Procura incentivar este profissional a aceitar o desafio de aplicar o seu potencial dentro e
fora da biblioteca, reconhecendo inclusive o valor da solidariedade. Investiga a atuação do
bibliotecário como biblioterapeuta, através da parceria entre profissionais, principalmente
da área médica, na recuperação da saúde física ou mental das pessoas. No Brasil, a
escassez de informações concretas sobre a prática, ainda é grande, embora literaturas
mostrem a eficiência da aplicação da biblioterapia desde os primórdios.
Palavras-chave: biblioterapia, leitura terapêutica
�Introdução
É longo o caminho a percorrermos se quisermos falar de biblioteca,
bibliotecários, biblioteconomia e até biblioterapia. Pretendemos neste texto, falar um
pouco daquilo que podemos e devemos fazer para que a nossa profissão seja melhor
conhecida e reconhecida. Afinal, somos profissionais da informação e deixamos muitas
vezes espaços para que perguntas como estas cheguem até nós: Biblio o quê?
A palavra Biblioteconomia causa, em muitos , um grande ponto de interrogação.
Ainda desconhecem o potencial desse profissional! O bibliotecário é um profissional
privilegiado por estar ligado a vários ramos do conhecimento. Sabemos que ele pode atuar
em bibliotecas, sejam elas públicas, particulares, especializadas ou gerais. Pode atuar em
empresas, indústrias, hospitais, museus, centros de documentação, editoras, rádios,
desenvolver e administrar Bancos e Bases de Dados, integrar equipes de manutenção de
Sites na Internet ou ainda exercer a profissão como autônomo.
Cabe a esse profissional, enfrentar o desafio de lançar-se no mercado de trabalho,
inclusive podendo atuar naquilo que mais lhe dá prazer. De que forma? Sendo criativo,
corajoso, batalhador! Quantas vezes em um final de semana, em um feriado ou durante as
férias lançamo-nos diante de um computador para estarmos melhor informados, buscando
atualização, através de cursos, assistindo palestras, lendo textos científicos, enfim, fazendo
tudo o que possa enriquecer os nossos conhecimentos. É a vontade e a coragem que nos
tornam aptos a enfrentar a realidade! Já ouviu dizer que nada acontece por acaso? Para
tudo há uma razão! Já recebemos tantas denominações e ainda não esgotamos a nossa
capacidade de atuação. Vamos refletir?
ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE BIBLIOTECÁRIOS E BIBLIOTERAPIA
Você já ouviu falar sobre biblioterapia? Já pensou que muitas vezes
esquecemos o nosso lado humano e deixamos o profissional tomar conta do nosso dia-adia? Estamos em contato direto com informações através da leitura e não paramos para
refletir o quanto podemos entrar num estado de relaxamento através dela. Não sabemos
se alguém já perguntou para você: qual é a tua formação? Você responde: bibliotecário!
A pessoa pergunta: mas precisa cursar uma faculdade para ser isso? O que você cursou
para se formar bi- blio-te-cá-rio? Você responde: Biblioteconomia! A pessoa diz: biblio
o quê ???
Sabemos que esse profissional só tem crescido, aprimorado e conquistado o seu
espaço. Mas acreditamos que ainda podemos fazer mais! Podemos visitar os cursos de
segundo grau e divulgarmos a nossa profissão! Devemos conhecer melhor a atuação do
�bibliotecário no mundo, compartilharmos das experiências e ganharmos espaço!
Divulgarmos algo sobre a nossa profissão e sobre o nosso trabalho, através dos meios de
comunicação existentes!
Enfrentar o desafio de falar um pouco sobre biblioterapia, embora tenha pouco
embasamento teórico sobre o assunto, é gratificante! Ela pode ser aplicada em diversas
situações, inclusive para pessoas portadoras de câncer, AIDS, depressivas, portadores
de necessidades especiais, pessoas hospitalizadas, sejam elas adultos ou crianças,
sempre obtendo muito sucesso. Um dia, lendo uma revista, deparamo-nos com o tema
BIBLIOTERAPIA: que tal prescrever um bom livro para quem está deprimido,
estressado ou ansioso? É o que prega um programa criado por um grupo de médicos e
bibliotecários ingleses. Eles acreditam que a leitura favorece a reflexão: ao se colocar
no lugar dos personagens, aprende-se a lidar com situações difíceis e a aplicar isso na
vida real para ganhar equilíbrio. Ao concentrar-se em um romance, por exemplo, o
leitor identifica problemas de relacionamento similares aos dele e percebe que não é o
único a enfrentar dificuldades. Assim, se sente mais seguro e pode até mesmo
vislumbrar soluções na narrativa. (CLÁUDIA, p.116)
No Brasil, encontra-se pouca bibliografia sobre o assunto, mas gostaríamos de
fazer um paralelo das falas de alguns autores, seja de artigos de revistas, textos de
livros, dissertação ou trabalho de conclusão de curso.
OUAKNIN, (p.12) fala que a palavra “biblioterapia” não é uma novidade, já
que a encontramos no Webster International com a seguinte definição: “The use of
selected reading materials as therapeutic adjuvants in medicine and psychiatry. Also:
guidance in the solution of personal problems through directed reading ”. (“A
biblioterapia é o uso dos materiais de leitura selecionados como auxiliares terapêuticos
em medicina e psiquiatria. Também: auxílio na solução de problemas por meio de
leitura dirigida"). Podemos ver alguns aspectos através das palavras de (PEREIRA, p.
23) quando diz que as primeiras experiências em biblioterapia foram feitas por médicos
americanos no período de 1802 a 1853, que receitavam para os pacientes hospitalizados,
leitura de livros cuidadosamente selecionados e adaptados às necessidades individuais.
A partir de 1904, a biblioterapia passa a ser considerada como um ramo da
biblioteconomia. Há informações de que a biblioterapia floresceu durante o período da
primeira guerra mundial, quando bibliotecários leigos, ajudaram a construir rapidamente
bibliotecas nos hospitais do Exército. A partir da década de 20, vários artigos e
relatórios foram publicados, inclusive um que merece destaque com o título
“Biblioterapia para bibliotecários”. Sempre houve uma grande dúvida: será que
biblioterapia é “arte ou ciência”? Não sabemos! Mas sabemos que ela é discutida e
aplicada desde a antiguidade.
No livro Biblioterapia de OUAKNIN, (p.11), encontramos informações
valiosíssimas sobre o tema em questão do qual tomamos a liberdade de fazer algumas
citações. O que é um livro? O que é a leitura? O que é uma doença e que sentido dar à
palavra “terapia”. Será somente a cura? E a biblioterapia oferece à pessoa o caminho
de sua liberdade. A leitura nos dá a liberdade de imaginar para imaginar a
liberdade.[...] p.16 O que difere essencialmente entre um livro e um amigo não é a sua
maior ou menor sabedoria, mas a maneira pelo qual nos comunicamos com eles; a
leitura, ao contrário da conversa, consiste para cada um de nós, em receber
�comunicação de outro pensamento, ao mesmo tempo que permanecemos sozinhos, isto
é, continuando a usufruir do poder intelectual que temos na solidão e que a conversa
dissipa imediatamente, podendo continuar inspirados, permanecendo no pleno trabalho
fecundo do espírito sobre ele mesmo.[...] p.58, diz que a diferença entre uma
biblioterapia e uma psicoterapia é que o encontro não se dá entre um paciente e um
terapeuta, mas entre dois simples leitores, onde cada um desempenha para o outro o
papel de terapeuta.
Todas as informações enc ontradas foram de importância relevante, mas a
citação acima deixa muito claro o seu sentido, quando diz que na biblioterapia o
encontro se dá entre dois simples leitores e a importância que cada um tem para o outro.
Também, muito relevante a colocação que “o biblioterapeuta deve conhecer os livros e
os leitores e também, os efeitos de se colocar os dois juntos”.
A cura através da leitura ou o uso do livro na cura, a poesia na biblioterapia,
jogos e outras atividades, têm sido interpretados de formas diferentes por médicos,
bibliotecários, psicólogos, etc. Mas, através de algumas leituras, faz-se muito clara a
informação de que as bibliotecas hospitalares foram as primeiras nas quais o livro foi a
principal ferramenta para se conseguir determinados resultados com os pacientes.
Ainda de acordo com (OUAKNIN, p.99), na leitura, pode acontecer um
momento em que o leitor, como o próprio autor, se sente perdido. Mas essa
desorientação, esse extravio fora do caminho já traçado do saber, é a própria
experiência da vida. A “experiência da vida” não designa apenas a “experiência”, no
sentido da instrução que poderíamos ter sobre isto ou aquilo, mas o próprio fato de
estar aberto para experiências.
Sabemos que somos a soma dos conhecimentos adquiridos e essa troca de
experiência nada mais é do que colocarmos em prática no nosso dia-a-dia tudo aquilo
que aprendemos, seja ouvindo, sentindo, observando, dando ou recebendo no decorrer
da vida. Isso é crescimento!
NA BIBLIOTERAPIA, NÃO BASTA SER PROFISSIONAL, É NECESSÁRIO SER
HUMANO!
Sabemos que a história se constrói do passado. Já ouvi dizer que a nossa forma
de andar simboliza a história. Quando damos um passo, não pulamos como canguru,
mas através das pernas trazemos o passado até o presente e avançamos para o uf turo.
Com isso, ficam simbolizados os passos da história, sempre alternando entre uma perna
e outra como se arrastássemos o passado até o presente e avançássemos para o futuro.
�Quanta coisa existe desde os primórdios! O fato de acusarmos, de errarmos, de
pecarmos, se deu ainda nos tempos de Adão e Eva quando eles comeram do fruto
oferecido. Ao serem interrogados, ele culpou Eva, ela acusou a serpente de tê-la
enganado e assim sucessivamente até os dias de hoje. Sofremos influência sempre,
desde o passado até os dias presentes. Muitas coisas vêm acontecendo no decorrer do
tempo, mas muito também se perdeu pelo caminho. Nós, particularmente podemos dizer
que se perdeu calor humano.
Hoje, muito mais pessoas sofrem de angústias e depressões. Será por excesso
de informação? Será pela distância que se criou nos relacionamentos? Será por solidão?
Hoje já não se pode mais fazer uma visita sem dar um telefonema antes de perguntar se
a pessoa pode nos receber! Isso não é um ponto a ser refletido? Às vezes, a solidão bate
e as pessoas não têm coragem de procurar o colega por medo de serem inconvenientes!
Assim, a solidão toma conta do espaço deixado pela falta de uma visita.
(ADAMS, p.116) diz que o toque é um elemento essencial para a saúde. A
comunidade humana não existiria sem ele. Pense na forma como usamos a palavra.
Uma história que mexe conosco emocionalmente é “tocante” e a pessoa que se
emociona com ela fica “tocada”.Para nos aproximarmos de pessoas ou emoções nós
entramos “em contato”. Quantas vezes ficamo s ansiosamente à espera do “toque” do
telefone! O toque de profissionais da área de saúde tem um poder curativo e quase
mágico...Sempre que sua voz interior disser: “gostaria tanto de conseguir ajudar”, a
melhor coisa que você pode fazer pelo seu amigo é tocá -lo com carinho.
Nós que vivemos no aconchego de um lar onde as pessoas têm a liberdade de
chegar sem ser comunicado antecipadamente porque “as portas da casa e do coração”
estão abertas constantemente e as visitas são sempre muito bem vindas, demo-nos o
direito de fazer questionamentos como esses acima, porque sentimos que muita gente
sofre com o distanciamento das pessoas. Preservam-se umas coisas e perdem-se outras
importantíssimas! Em casa, na nossa infância, adolescência ou juventude, não havia
liberdade de abraços e carinhos através de toque físico, mas o tratamento era especial.
Preservava -se valores herdados de gerações. Preocupava-se em preservar o lado
humano, em receber as visitas com carinho... e carinho gera carinho, afeto gera afeto,
amor gera amor, calor humano gera calor humano!
Mas nas palavras de (ADAMS,. p.99) um dos fatores mais importantes para a
boa saúde é a auto-estima: gostar de você mesmo de uma forma carinhosa e sentir-se
feliz em ser quem é. Se você não aprendeu isso com seus pais ou com a sociedade,
então escute e aceite as palavras amorosas de seus amigos.
�Apaixonamo-nos pelo filme Patch Adams: o amor é contagioso e uma vez
adquirido o livro do qual temos a honra de citar alguns trechos, porque nele, vemos
muito do que já fizemos, não como profissional, mas como ser humano e é assim que
pretendemos continuar sendo e fazendo!
Às vezes, o fato de sermos consideradas comunicativas, afetuosas e carinhosas,
atrai situações difíceis e até constrangedoras. Mas é tão gratificante e compensador
saber que pode-se aliviar momentos de sofrimentos através de uma mensagem, uma
visita, um telefonema, algumas palavras amigas, uma leve massagem no ombro de
alguém que reclama estar tenso; um abraço em quem está sofrendo; algumas estórias
confortantes, que não nos cansamos em pagar o preço por ser assim. Você tem medo de
enfrentar desafios? Sempre crescemos pelo desafio! Aliás, se não fosse por eles nós não
seríamos a pessoa que somos hoje!
No livro de BUSCÁGLIA, (p.109) diz que “a pior de todas as coisas que nos
impedem de ver o que é essencial é a apatia... creio realmente que o aposto do amor
não é o ódio, e sim a apatia. Farei qualquer coisa, e qualquer coisa mesmo, para
despertar as pessoas de um estado de apatia, pois isso é pior do que a morte. Posso
enfrentar o ódio, posso enfrentar a raiva, posso enfrentar o desespero, posso enfrentar
qualquer pessoa que esteja sentindo alguma coisa, mas não posso enfrentar o nada. Se
eu tivesse de escolher entre a dor e o nada, escolheria a dor.
E fascinadas pelas palavras de (ADAM, p.13) tomamos a liberdade de mais uma
vez mencionar as comprovações que ele apresenta:
estudos bastante desenvolvidos verificaram que elementos como amor, humor,
surpresa, curiosidade, paixão, perdão, alegria, esperança, entusiasmo, dar e partilhar,
estimulam o sistema imunológico. Eles ajudam o nosso corpo a combater infecções e
estimulam células naturais que combatem o câncer e afetam a forma com que cuidamos
de nós mesmos e dos outros. Também diz (p. 106) que pesquisas médicas confirmam o
que os poetas, artistas e místicos sempre souberam: que amor, compaixão, humor,
empatia, ternura, fé, toque, criatividade e dedicação ajudam as pessoas a se sentirem
melhor. Portanto, qualquer tipo de visita é ótimo quando essas qualidades são
expressadas.
Acessando
<http://www.terra.com.br/istoe/1608/1608vivabem.htm>,
em
07.01.2002, encontramos o seguinte anúncio:
Livro terapia: O governo da Inglaterra está lançando um tratamento
diferente para quem sofre de stress, depressão e ansiedade: correr para a livraria mais
próxima. A justificativa é a de que um livro com histórias engraçadas, por exemplo,
ajuda a esquecer as tristezas. Da mesma forma que uma obra dramática é capaz de
apresentar personagens com sofrimentos mais terríveis que os do leitor. Os títulos
serão indicados por médicos e bibliotecários.
�Acreditamos possuir habilidades necessárias para compartilhar momentos
fáceis e difíceis e ainda... aprenderemos a ouvir mais! Falamos muito, colocamos muito
mais vírgula do que ponto. Precisamos aprender colocar mais pontos; mas, também isto
estamos aprendendo! O contato com as pessoas nos ensina muito. “Para tudo há um
tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus” (Ecl 3,1). É preciso
estarmos atentos! Sabermos reconhecer as qualidades e os defeitos, batalharmos para
não continuarmos praticando os mesmos erros e estarmos dispostos a melhorarmos
sempre.
(ADAMS, p.123) diz que há tantas coisas passando pela cabeça do paciente,
que o visitante pode prestar um grande serviço simplesmente ouvindo com atenção.
Deixe seu amigo falar à vontade. Demonstre um profundo interesse em tudo, sem
mostrar impaciência. Você não tem que dar respostas ou dizer grandes palavras de
sabedoria. Ajude seu amigo a organizar seus pensamentos e a formular as perguntas
que quer fazer para os médicos. De forma amigável, procure descobrir o que ele está
sentindo ou desejando, cuidando para não sugerir coisas que possa ameaçá-lo. Esses
momentos farão com que vocês se aproximem e construam uma intimidade gratificante
para ambos. Repare como você passa a conhecer-se melhor e a entender mais sua
própria saúde. Ouvir o outro fortalece a amizade em qualquer situação da vida.
Às vezes não conseguimos tocar as pessoas porque não falamos com o
coração. Se não estivermos praticando com amor as nossas ações, não conseguiremos
ajudar aos outros que conseqüentemente estarão nos ajudando também. O que seria de
nossas idéias ou sentimentos se não tivéssemos com quem compartilharmos?
BRYAN apud PEREIRA, p.61 apresenta uma lista de cinco objetivos: a)
evidenciar para o leitor que ele não é o primeiro a sentir o problema; b) fazer ver ao
leitor que existe mais de uma solução para o seu problema; c) ajudar o leitor a ver os
valores envolvidos na sua experiência em termos humanos; de oferecer fator necessário
para a solução do seu problema, e d) encorajar o leitor a encarar realisticamente o seu
problema.
A fé, o amor e a esperança são totalmente gratuitos e causam um impacto
curativo na vida das pessoas. Quando falamos de fé, não precisamos falar de religião,
mas é necessário que tenhamos fé, que acreditemos em melhores possibilidades e
batalhemos por elas!
João Paulo II em suas sábias palavras diz que a síntese entre cultura e fé não é
somente uma exigência da cultura, mas também da fé. Uma Fé que não se torna cultura
é uma fé que não é plenamente acolhida nem inteiramente vivida. (PASTRO)
ELSER apud PEREIRA, p.63, fala sobre duas qualidades básicas desse
bibliotecário; como primeira qualidade essencial, que o biblioterapeuta deverá
valorizar as pessoas como indivíduos e como seres humanos, mostrando-lhes interesse
e indicando que se sente fortemente motivado a ajudá -los; a segunda qualidade
essencial é a habilidade de comunicar. O biblioterapeuta deverá mostrar compreensão
e preocupação pelos sentimentos dos indivíduos e não avaliar precipitadamente as
�declarações dos outros. [...] existe outro aspecto qualitativo no processo de
comunicação, que se torna necessário: é a habilidade de ler dicas não-verbais. Tornase oportuno enfatizar que o biblioterapeuta deve conhecer os livros e os leitores e
também os efeitos de colocar os dois juntos.
Às vezes, mesmo estando entre várias pessoas, nos sentimos imens amente
sozinhos. Mas o grande poeta Mário Quintana escreveu que “O livro traz a dupla delícia
de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado”. Vamos ler, contar estórias,
falar da natureza, falar sobre sonhos, lembranças... até conseguirmos proporcionar
momentos agradáveis para quem necessita melhorar o seu estado, seja quanto à saúde, à
auto-estima, ou mesmo, coragem de buscar momentos prazerosos que proporcionem
alegria de viver. Podemos verificar pela divulgação dos livros mais vendidos que a
procura pelos livros de auto-ajuda têm crescido muito ultimamente. A clientela, são os
mais diversos leitores, independente da sua formação e da sua crença.
A partir do momento que conseguirmos nos colocar no lugar do outro, seremos
capazes de fazer por eles aquilo que gostaríamos que fizessem por nós. Temos
capacidade de amar! Vamos viver cada momento de forma que não precisemos nos
arrepender... e quanto teremos de recompensa com o retorno da nossa dedicação!
Devemos ser orgulhosos por pertencermos à classe dos bibliotecários,
profissão que nos permite atuar em constante parceria com os demais profissionais de
todas as áreas.
Atualmente, são tantas as facilidades para enriquecermos o conhecimento! Em
algumas horas de pesquisas na Internet, conseguimos nos comunicar com outros
profissionais igualmente interessados em um determinado assunto. Podemos criar uma
lista de discussão...! Podemos ainda levantar os dados sobre determinado assunto em
questão de minutos ou horas e estarmos preparados para iniciarmos uma caminhada pela
qual sonhamos encontrar o caminho. Vamos tentar?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depende de nós, profissionais bibliotecários, defendermos o nosso espaço!
Olhe quanta coisa podemos fazer, além de sermos classificadores, catalogadores,
disseminadores, organizadores, gerenciadores, educadores, até chamados de arquitetos
da informação, porque trabalhamos com ela nos mais variados suportes. Vamos refletir
sobre essa imensa capacidade de podermos atuar nas mais diferentes áreas.
Tomamos a liberdade de comparar o bibliotecário com uma árvore, onde do
seu tronco saem muitas ramificações, mas o fruto é único e próprio dela. A qualidade
vem do trato, a beleza vem do bom cultivo e o amadurecimento é a soma de uma longa
trajetória de comprometimento e dedicação.
Cabe aqui uma reflexão e um convite: você trabalha com a prática da
biblioterapia? Quer compartilhar as suas experiências? Sabe se há algum evento para
�capacitação dos biblioterapeutas? Sabemos que há um mural via Internet onde
bibliotecários e alunos da biblioteconomia deixam o seu recado sobre o assunto.
Fazendo a busca pela palavra biblioterapia em sites gerais, chegamos aos resultados
armazenados (em forma de recado) através dos dados colocados em um cadastro.
Devemos registrar como têm sido gratificante receber e-mail de colegas que atuam na
área, ou melhor, já é significativo o número de pessoas que buscam informações a
respeito da biblioterapia e poucas as pessoas que atuam no ramo. Isto mostra que esse
mural deve ser gerenciado por alguém! Por quem? Há reuniões? Onde? Como
poderíamos ser informados a respeito? Há informação de que a The International
Federation of Library Association (IFLA) e a American library Association (ALA)
publicaram, na década de 70, cada uma em anos diferentes, trabalhos sobre
biblioterapia. Será que existe uma forma de comunicação bastante dinâmica, seja
através de uma sala de bate-papo ou através de qualquer outro meio que facilite o nosso
encontro para falarmos sobre o assunto? Juntos, podemos dinamizar e viabilizar
encontros ou eventos para aprimoramento e troca de experiências dos profissionais
envolvidos na biblioterapia! Vamos nos atualizarmos para podermos divulgar as
experiências!
ORSANI apud BRAGHIN, 1988, p.7, declara que como a saúde física precisa ser
conservada, mediante o alimento e o exercício, a saúde psicológica também tem essa
necessidade, mediante a alimentação de símbolos afetivos: pela literatura que nos
conduz a novas fontes de fruição; pela literatura que nos faz sentir que não estamos
sozinhos em nossa miséria; pela literatura que expõe nossos problemas a uma nova luz;
pela literatura que sugere novas possibilidades e nos abre novos campos de
experiências; pela literatura que nos oferece uma grande variedade de estratégias
simbólicas mediante as quais nos tornamos aptos a circunscrever as nossas situações.
De acordo com alguns relatos, a biblioterapia é comentada há milênios,
sendo que desde o ano de 1800, encontram-se relatos primeiramente pelos médicos e se
expandindo entre psicólogos e bibliotecários, sempre crescendo até o momento. Que
bom se daqui há algum tempo ela estiver reconhecida oficialmente em Associações de
Classes e puder aliviar o sofrimento da humanidade! Somos profissionais privilegiados
por podermos atuar de forma tão grandiosa!
E o bibliotecário, assim como todo ser humano, merece e deve praticar
a biblioterapia para aliviar as suas tensões diárias. Familiarizar-se com o livro não
apenas como um objeto de trabalho, mas com as letras que formam frases significativas
e encante momentos do seu dia. Desta forma, estará ao mesmo tempo recebendo e
transmitindo experiências, que o levará num processo de crescimento mútuo, através da
leitura, gerada pelo efeito deste encontro.
Dedicamos este trabalho a todas as pessoas que corajosamente deixaram o
seu recado sobre biblioterapia e fizeram a sua parte pelo bem de alguém. Dedicamos de
forma especial para a Clarice Fortkamp Caldin, pelo brilhantismo na atuação com
crianças e por, mesmo sem nos conhecer, ter-nos incentivado, encorajado e nos feito
acreditar que possamos atuar como biblioterapeutas. Dedicamos a Marília Pereira
(mesmo que ela nem saiba da nossa existência). Aqui fica claro o quanto podemos fazer
pelo crescimento do outro. Apresenta-se aqui o “toque” emitido apenas por um saber
�que existe em algum lugar, alguém que desenvolve habilidades iguais aquelas que você
tanto almeja alcançar.
Que você seja “tocado” a entender o quanto um profissional bibliotecário
pode e deve atuar não só em benefício de si próprio mas também de alguém!
Referências
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BRAGHIN, Patrícia Fernanda . Biblioterapia : estudo da aplicabilidade na área de
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BUSCAGLIA, Leo. Vivendo, Amanda e aprendendo . 13.ed. Rio de Janeiro: Record,
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COBRA, Nuno. A semente da vitória.
OAKNIN, Marc-Alain. Biblioterapia . São Paulo: Loyola, 1996. p.11-2, p.16, p.58, p.99
PEREIRA, Marília Mesquita Guedes. A biblioterapia em instituições de deficientes
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Bibliografia Consultada
FONTENELE, M. F. S. A biblioterapia no tratamento do câncer infantil.In:
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PARDINI, Maria Aparecida. Valorização da participação dos usuários: inovação
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PASTRO, C. Guia do espaço sagrado. 3.ed. São Paulo: Loyola, 2001. 263p.
PEREIRA, Marília Mesquita Guedes. A biblioterapia e leitura crítica para a
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Cunha”. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E
DOCUMENTAÇÃO, 19. Porto Alegre-RS, 24 a 30 set. 1999, v.1. (CD)
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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A name given to the resource
Biblioterapia! Encontro perfeito entre o bibliotecário, o livro e o leitor no processo de cura através da leitura. Estamos preparados para essa realidade?
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Pardini, Maria Aparecida
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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2002
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pt
snbu2002
-
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NOVAS TENDÊNCAS DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA
NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Margareth Monteiro Gadelha
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Química
Edifício do Centro de Tecnologia
Bloco A, sala 527, 5. andar
Rio de janeiro - RJ, Brasil, cep. 21.941-590
E-mail:bib@iq.ufrj.br
margareth@iq.ufrj.br
�INTRODUÇÃO
A proposta do trabalho é ressaltar a importância e a responsabilidade social do Serviço
de Referência no contexto universitário , adotando como modelo para avaliação a Biblioteca do
Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
As transformações tecnológicas, trouxeram novas atividades e desafios para o
Bibliotecário de Referência e , a partir de atitudes simples é que este profissional poderá
contribuir de maneira substancial no programa de inclusão digital em sua comunidade. Tratase de um profissional que possui ligação direta com os usuários, sendo o interlocutor entre os
novos procedimentos de pesquisas e as necessidades específicas de cada indivíduo.
�ACOMPANHANDO OS NOVOS RUMOS DO SOCIAL
As expectativas dos usuários das bibliotecas universitárias mudaram. As bibliotecas
precisam atuar como educadoras, embora a Internet esteja bastante disseminada ainda são
muitos os que possuem dificuldades ou mesmo falta de vontade para utilizar os benefícios
proporcionados pela rede.
"Pela primeira vez na história da humanidade a mesma geração que produziu uma
revolução tecnológica está convivendo diretamente com as conseqüências desta revolução. Por
esta razão, os instrumentos, as instituições, os costumes e a moral vigentes não são capazes de
responder plenamente aos imperativos que a mudança tecnológica em curso propõe"
(MATTAR, 2002).
É necessário uma reflexão dos serviços prestados pelas bibliotecas, cada usuário que
recebe um treinamento adequado e conhecimento básico das novas tecnologias, representa
dezenas de usuários indiretos.
O cuidado e atenção em transmitir a um pesquisador de que forma ele poderá recuperar
a informação, precisa ser o mesmo cuidado que se deve ter ao transmitir os conhecimentos aos
funcionários dos serviços auxiliares. Mesmo que não faça parte das atividades de um funcionário
do serviço de limpeza a utilização das novas tecnologias de informação, o fato deste funcionário
conhecer e aprender a pesquisar na rede, além de ser uma importante contribuição da
bibliotecas para a inclusão digital, ptoporcionará a este usuário a recuperação auto-estima, da
cidadania.
�O exercício da responsabilidade social nas bibliotecas, não é um somatório de problemas
mas sim, um somatório de conquistas. É preciso, criar uma conscientização do papel social das
bibliotecas universitárias a fim de contribuir com a nova ordem social.
As transformações ocorridas na sociedade, trouxeram novas características à questão
social. A desagregação social, a ineficiência dos gastos públicos, o individualismo, são questões
a serem discutidas e resolvidas. E para que as bibliotecas universitárias sejam reconhecidas
como entidades socialmente responsáveis, é necessário que as atividades direcionadas aos seus
usários correspondam a toda comunidade indiscriminadamente.
�SERVIÇO DE REFERÊNCIA E CIDADANIA
“O desenvolvimento da Web possibilitou que a Internet alcançasse, em um período de
cinco anos, a marca de 50 milhões de usuários em todo o mundo, marca atingida pelo rádio em
38 anos, pela televisão “aberta” em 16 anos e pela televisão por assinatura em 10 anos ( revista
Diga lá,1999). Mais importante, porém, pode ser a intensidade com que a tecnologia dos
computadores exigiu a adaptação das pessoas e das organizações (Dizard, 1982), em
comparação com a forma gradativa de outras revoluções tecnológicas. Castells(1999) registra
que a Internet foi “apropriada” por pessoas e organizações com os mais diferentes objetivos “ (
SILVEIRA,2001).
Qualquer biblioteca pode ser socialmente responsável, com uma equipe pequena, com
poucos recursos financeiros ou tecnológicos mas, com muita vontade de agir para o progresso
do equilíbrio social . “ Ainda em 1977, Miranda registrava que o usuário dos sistemas deveria
ser qualquer indivíduo, em qualquer nível da atividade humana.”
(SILVEIRA,2001).
O público atendido pela biblioteca universitária, não se restringe ao pesquisador, ao
professor, ao aluno da graduação, ele abrange qualquer cidadão que necessite de seus serviços.
É esta a diferença que permite uma biblioteca exercer a sua responsabilidade social, nossa
perplexidade pela falta de conhecimentos básicos das novas tecnologias de informação de um
cidadão, pode ser transformada em criatividade, em ação.
�“Os desafios, quaisquer que eles sejam, nascem sempre de perplexidades produtivas. Tal
como Descartes exercitou a dúvida sem sofrer, julgo ser hoje necessário exercitar a
perplexidade sem sofrer.” (SANTOS,1996).
A INCLUSÃO DIGITAL NO INSTITUTO DE QUÍMICA
Objetivo: Disseminar a informação digital.
Público alvo: docentes, pesquisadores, mestrandos, doutorandos, alunos da graduação,
alunos do curso de pré-vestibular para comunidade carente, funcionários e prestadores de
serviços auxiliares.
Infra-estrutura: Uma sala de aula, um retroprojetor, um microcomputador
Metodologia : Seminários em sala de aula, abrangendo o maior número de pessoas possível,
treinamentos individuais com hora marcada, e divulgação de informações por e-mail , cartazes e
folders
Objetivo específico 1: Divulgar as bases de dados científicas disponíveis na rede, mais
especificamente bases da CAPES e seus mecanismos de busca
Produto 1.1: Criar home page da biblioteca.
Produto 1.2: Editar Manual de Acesso às Bases de Dados
Atividade 1.2: Apresentar de seminários .
Atividade 1.2.1: Treinamentos práticos.
�Público Alvo 1.3: docentes, pesquisadores, mestrandos, doutorandos e alunos da graduação.
Objetivo específico 2 : Divulgar o conceito de Internet, os serviços de utilidade pública
disponíveis na rede , como utilizar e recuperar informações.
Produto 2.1: Editar Manual de Acesso à Internet .
Atividade 2.2: Apresentar de seminários .
Atividade 2.2.1: Treinamentos práticos
Público alvo 2.3: Alunos do curso de pré- vestibular para comunidade carente, funcionários, e
prestadores de serviços auxiliares.
�DECLARAÇÃO DE COPENHAGUE
SOBRE DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Em 1995, 117 países reuniram-se em Copenhague a fim de firmar compromissos para o
desenvolvimento social. Esses compromissos tinham por finalidade a implementação de políticas
econômicas e sociais , com objetivos mundiais de erradicação da pobreza, criação de
empregos, trabalhar pelos direitos humanos, pelo fim da marginalização social e estimular a
cooperação internacional e o desenvolvimento dos países pobres.
A Declaração de Copenhague, reconheceu o desenvolvimento social como elemento
fundamental das aspirações e necessidades de todos os povos, de responsabilidade dos
governos e de todos os setores da sociedade civil. Observou também, que em todo mundo
existe uma grande desigualdade entre a prosperidade de alguns e o aumento da pobreza de
outros. Que a globalização, ao mesmo tempo que permite o progresso de alguns setores e abre
novas oportunidades para o desenvolvimento econômico também é responsável pelo aumento
da pobreza, pelo desemprego e desintegração social.
A Declaração de Copenhague apresentou algumas análises sobre o desenvolvimento
social mundial e definiu 10 compromissos entre os países participantes .
OS 10 COMPROMISSOS DE COPENHAGUE
1.
Criar um ambiente econômico, político, social, cultural e legal que possibilitará ao povo a
�aquisição do desenvolvimento social.
2. Erradicar a pobreza no mundo, através de ações decisivas nacionais e da cooperação
internacional, como um imperativo ético, social, político e econômico da humanidade.
3. Promover a meta do emprego para todos como prioridade básica das políticas econômicas.
4. Promover a integração social, fomentando as sociedades estáveis, seguras e justas, as quais se
baseiam na promoção e na proteção de todos os direitos humanos, assim como na não
discriminação, na tolerância, no respeito pela diversidade, na igualdade de oportunidades, na
solidariedade, na segurança e na participação de todas as pessoas, inclusive dos grupos das
pessoas desfavorecidas e vulneráveis.
5. Promover o respeito pela dignidade humana e, alcançar a igualdade e justiça entre os homens e
mulheres , reconhecer e aumentar a participação e as posições de liderança das mulheres na
vida política, civil, econômica, social e cultural e no desenvolvimento.
6. Promover e atingir as metas do acesso igual e universal a qualidade de educação, ao mais
alto padrão atingível de saúde física e mental e, ao acesso de todos à assistência básica de
saúde, evitando esforços especiais para retificar desigualdades relacionadas as condições
sociais e sem distinção de raça, nacionalidade, gênero, idade ou deficiência; respeitando e
promovendo nossas culturas comuns e específicas; lutando para fortalecer o papel da cultura
no desenvolvimento; preservando as bases essenciais do desenvolvimento sustentado
centrado no povo; contribuindo para o pleno desenvolvimento dos recursos humanos e para
o desenvolvimento social. A finalidade destas atividades é erradicar a pobreza, promover o
emprego total e produtivo e trabalhar pela integração social.
�7. Acelerar o desenvolvimento do potencial econômico, social e humano da África e dos países
menos desenvolvidos.
8. Garantir acordos em torno de programas de desenvolvimento social, principalmente a
erradicação da pobreza, promover o emprego produtivo para todos e aumentar a integração
social.
9.
Incrementar significativamente e utilizar mais eficientemente os recursos alocados para o
desenvolvimento social, a fim de atingir as metas da Cúpula através das ações nacionais,
regionais e internacionais.
10. Estruturar a cooperação internacional, regional e sub-regional para o desenvolvimento social,
dentro de um espírito de parceria, através das Nações Unidas e de outras instituições
multilaterais.
A EXPERIÊNCIA DE VILLA EL SAVADOR: DO AREAL A CONQUISTAS FUNDAMENTAIS
MEDIANTE UM MODELO SOCIAL DE VANGUARDA
Villa El Salvador no Peru, é uma caso de determinação , desejo, esperança. Nasceu, sem
a menor possibilisdade de dar certo, mas deu. Em vez de reclamar do pouco de tinham optaram
por tirar proveito.
Em 1971, 200 pessoas invadiram alguns terrenos e aos poucos outros pessoas foram
juntando-se a esse grupo. Não tardou, e logo já eram 50.000 pessoas. O grupo chamou
atenção, e ápós várias negociações entre o govreno e ocupantes, foi transferido para um imenso
�areal desprovido de qualquer meio de subsistência. A sociedade se organizou e conseguiu se
superar, se organizar e desenvolver.
"Atualmente moram em Villa El Salvador cerca de 250.000 pessoas. Estas moradias
organizam-se nuns 300 quarteirões , em 110 grupos residenciais e 7 setores. Cerca de 75% das
moradias possuem serviços de água e esgoto e 80% possuem luz elétrica. dispõe de 64
estabelecimentos educacionais, 41 núcleos de serviços integrados de saúde, educação e
recuperação nutricional, 51 postos e 4 centros de saúde comunitária, 31 mercados, cerca de
1.100 pequenos armazéns, estrutura viária. Mas talvez mais importante do que tudo isso sejam
as metas sociais atingidas pela comunidade.” (FRANCO,1994).
Porém, a comunidade de Villa El Salvador ainda é considerada pobre, o desenvolvimento
social dessa comunidade não foi igual ao desenvolvimento econômico. Falta o apoio de políticas
públicas no Peru.
Em todas essas formas de organizações sociais, é essencial a formação de parcerias
entre sociedade e governo . Como a experiência de Villa El Salvador , a Declaração de
Copenhague dependerá da boa vontade política, da sociedade participativa , e da transparência
do caráter humano e social dos nossos representantes.
CONCLUSÃO
A iniciativa de inserir a Declaração de Copenhague no presente trabalho , teve como
finalidade ressaltar a necessidade mundial da integração social . Os compromissos de
Copenhague, levaram em conta a responsabilidade de promover esforços para retificar as
desigualdades sociais sem esquecer de respeitar e promover as culturas comuns e específicas.
�Não sendo questão para o presente momento discutir os pontos negativos ou positivos da
Declaração.
A Experiência de Villa El Salvador, precisa ser lembrada sempre que nos deparamos
com situações difíceis e aparentemente impossíveis de resolver. Acreditando e trabalhando em
equipe, caminhando ,mesmo que devagar, sem estacionar , alcançaremos nosso objetivo.
O papel da biblioteca universitária é fundamental na educação da comunidade, tendo em
vista a diversificação do meio cultural e características específicas de cada indivíduo. Muitas
já desenvolvem atividades com o objetivo de inserir socialmente todos os seu usuários.
O que tem sido feito na Biblioteca do Instituto de Química da UFRJ, ainda é muito
pouco. Porém, os resultados estão sendo surpreendentes e gratificantes. A biblioteca sofre
financeiramente, não tem espaço, a equipe é pequena, enfim possui todos os tipos de problemas
que podem deixar os profissionais desmotivados. No entanto, se ficarmos aguardando a solução
dos problemas, nos tornares apemas mais um setor burocrático da Unidade.
O desenvolvimento das tecnologias de informação tanto pode isolar como unir os
usuários as suas bibliotecas. “Tão importante quanto o componente bibliográfico do serviço de
referência é o elemento humano, sua natureza de intrínseca reciprocidade.” (GROGAN, 1995).
�REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DECLARAÇÃO de Copenhague sobre desarollo social y programa de acción. Copenhague:
ONU, 1995.
FRANCO, Carlos . A experiência de Villa El Salvador: do areal a conquistas
fundamentais mediante um modelo social de vanguarda. In:KLIKSBERG, B. Pobreza,
uma questão inadiável. Brasília: ENAP/UNICEF, 1994.
GROGAN, Denis. A prática do serviço de referência. Brasília: Briquet de Lemos /Livros,
1995.196p.
MATTAR, Helio. Consumo consciente e responsabilidade social. Diálogos Akatu. São Paulo:
Instituto Akatu, v.1,n.1, p.3 – 10, 2002.
ROSAVALLON, Pierre. A nova questão social. Brasília: Instituto Teotônio Vilela, 1998.
SANTOS, Boaventura de Souza. Cinco desafios à imaginação sociológica. In:________. Pela
mão de Alice. São Paulo: Cortez,1996. Cap.1
SILVEIRA, Henrique Flávio Rodrigues da. Internet, governo e cidadania. Ciência da
Informação. Brasília, v.30, n.2, p.80-90, maio/ago.2001.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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A name given to the resource
Novas tendências do serviço de referência nas Bibliotecas Universitárias.
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Gadelha, Margareth Monteiro
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
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2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A proposta do trabalho é ressaltar a importância e a responsabilidade social do Serviço de Referência no contexto universitário , adotando como modelo para avaliação a Biblioteca do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As transformações tecnológicas, trouxeram novas atividades e desafios para o Bibliotecário de Referência e , a partir de atitudes simples é que este profissional poderá contribuir de maneira substancial no programa de inclusão digital em sua comunidade. Trata-se de um profissional que possui ligação direta com os usuários, sendo o interlocutor entre os novos procedimentos de pesquisas e as necessidades específicas de cada indivíduo.
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BIBLIOTECAS VIRTUAIS TEMÁTICAS: O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO
DA BIBLIOTECA VIRTUAL DE ARQUITETURA E URBANISMO
Marcos Vinícius Mendonça Andrade 1
Bibliotecário-Documentalista
ndcmarc@vm.uff.br
Mara Lucia Andrade Baraúna
Bibliotecária-Documentalista
Biblioteca da Escola de Arquitetura e Urbanismo / UFF
barauanamara@ig.com.br
Universidade Federal Fluminense
Núcleo de Documentação
Biblioteca da Escola de Arquitetura e Urbanismo
Rua Passo da Pátria, 156 – Casarão – São Domingos
Niterói – RJ – Brasil – bau@ndc.uff.br - Tel.: 21 27291809
RESUMO
Apresenta o planejamento e implantação das primeiras fases da Biblioteca Virtual de
Arquitetura e Urbanismo, através da parceria do Núcleo de Documentação e da Escola de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense e o PROSSIGA do CNPq.
Entende-se por Biblioteca Virtual o serviço que reúne informações dispersas na Grande
Rede e que são capturadas, organizadas, sistematizadas, integradas e disponibilizadas na
Internet. Estas informações podem conter ainda metadados de documentos, pessoas,
instituições, serviços e objetos, originalmente na forma impressa, multigrafada ou
eletrônica, mesclando texto e multimídia (imagem, som e movimento), abrangendo
inclusive bibliotecas digitais e, eventualmente, informações coletadas fora da rede.
INTRODUÇÃO
Por definição, biblioteca virtual é um serviço especializado que reúne num único espaço
virtual informações dispersas, capturadas na Internet e em outros ambientes, que são
integradas e dispostas de acordo com normas, padrões, metodologias e tecnologias
comuns, organizadas em forma de base de dados e disponibilizadas na Internet”.
1
Chefe da Biblioteca da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Flumiense, Especialista em
Administração e Sistemas de Informações, Mestrando em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense.
�1. BIBLIOTECA VIRTUAL X BIBLIOTECA DIGITAL
Os conceitos de biblioteca virtual e Biblioteca Digital suscitam polêmicas. Os termos
envolvem diferentes acepções e denominações registradas na literatura brasileira e
internacionais disponíveis sobre o assunto.
Segundo a ASIS – American Society for
Information Science, as Bibliotecas Virtuais são “sistemas nos quais os recursos são
distribuídos via rede, independentemente de sua localização física num determinado
local” ao passo que as Biblioteca Digitais “são serviços de informação cujos conteúdos
estão originalmente em forma eletrônica e são acessados local ou remotamente por meio
de redes de comunicação”.
É interessante destacar que as bibliotecas virtuais podem incluir bibliotecas digitais e,
eventualmente informações coletadas fora da rede.
2. O PROSSIGA E AS BIBLIOTECAS VIRTUAIS NO BRASIL
Criado em 1995, o programa PROSSIGA “tem por objetivo promover a criação e o uso
de serviços de informação na Internet voltados para as áreas prioritárias do Ministério da
Ciência e Tecnologia, assim como estimular o uso de veículos eletrônicos de
comunicação pelas comunidades dessas áreas”.
Visando o alcance do objetivo proposto, o PROSSIGA, na área de Ciência, Tecnologia e
Informação, fortalece a presença da informação brasileira na Rede atribuindo-lhe maior
visibilidade e acessibilidade e estimula a criação e consolidação de comunidades virtuais.
2.1 As Bibliotecas Virtuais Temáticas e o fomento à pesquisa
As Bibliotecas Virtuais Temáticas do PROSSIGA têm como objetivo favorecer, para
pesquisadores, o acesso à informação de suas áreas, armazenada na Internet, assim como
integrar a essa Rede dados e informações nacionais considerados relevantes para a
pesquisa.
�O PROSSIGA fomenta a implantação das Bivliotecas Virtuais transferindo, através de
treinamento, sua metodologia de criação de Bibliotecas Virtuais e o software
especialmente desenvolvido para este fim. Durante o período de preparação da Biblioteca
até seu lançamento (geralmente cerca de 6 meses), o supervisor da Biblioteca, da equipe
do PROSSIGA, acompanha e avalia, via rede, semanalmente, o desenvolvimento do
trabalho e em uma sala de chat, específica para tal fim, fornece as orientações
necessárias. Durante este período, o supervisor reune-se periodicamente com os técnicos
das instituições parceiras, para avaliação presencial.
As Bibliotecas Virtuais Temáticas do PROSSIGA abordam temas prioritários apontados
pelo CNPq. Suas equipes são constituídas de técnicos (de preferência com experiência na
área de informação, que navegam na Internet, selecionam sites, os registram e indexam e
sobre eles fazem comentários) e de pesquisador (responsável pela orientação científica,
aprovação dos sites selecionados, enfim, pela qualidade do produto final).
2.2 O Sistema automatizado do PROSSIGA
Uma Biblioteca Virtual
do PROSSIGA é uma página hipertextual desenvolvida em
linguagem HTML – Hipertext Markup Language - abrigada em um servidor Internet e
acessível através do protocolo HTTP. Nas primeiras Bibliotecas Virtuais desenvolvidas,
as informações coletadas eram armazenadas sumariamente no “bookmarks” do programa
navegador e as páginas das bibliotecas virtuais eram desenvolvidas manualmente,
utilizando-se somente um editor de HTML. No entanto, este processo estava sujeito a
erros e à falta de padronização.
A metodologia do PROSSIGA consta de dois momentos metodológicos distintos, que
têm que ser atendidos por uma eventual metodologia automatizada de suporte: a coleta e
armazenamento de informações e sua disponibilização como uma Biblioteca Virtual
composta de páginas HTML.
A incorporação às metodologias do PROSSIGA de desenvolvimento de Bibliotecas
Virtuais, de gerenciadores de bases de dados como ferramentas, trouxe uma série de
�vantagens e passou a permitir: o armazenamento dos recursos informacionais de uma
Biblioteca Virtual numa base de dados; a geração automática das páginas HTML pelo
próprio SGBD; a possibilidade de pesquisa direta sobre a base de dados dos recursos
informacionais
de
uma
Biblioteca
Virtual
como
estratégia
de
recuperação
de
informações, além do “browse” pelos arranjos das páginas de uma Biblioteca Virtual que
era, até então, a única estratégia disponível; e a padronização das informações que irão
compor as categorias de informação de cada Biblioteca Virtual.
A atual metodologia, o SGBV - Sistema de Gerenciamento de Bibliotecas Virtuais - é
uma metodologia automatizada desenvolvida para dar suporte ao armazenamento e
recuperação de dados de Bibliotecas Virtuais. Sua base de dados permite uma descrição e
indexação completa dos recursos informacionais de uma Biblioteca Virtual, inclusive
com a possibilidade de traduzi-la para até três idiomas. Permite ainda que o administrador
de uma Biblioteca Virtual possa escolher entre diversas estratégias de organização, de
exibição e de recuperação das informações da Biblioteca. Procurou-se baseá-la numa
plataforma
tecnológica
bastante
disseminada,
aproveitando-se
ao
máximo
as
funcionalidades já fornecidas por um SGBD já pronto: desenvolvida sobre a plataforma
WINDOWS NT/SQL SERVER e linguagem ASP, é esta metodologia que atende hoje ao
PROSSIGA e de maneira bastante satisfatória, tanto em relação às suas funcionalidades
quanto ao seu desempenho. Novas funcionalidades estão em fase de implementação nesta
metodologia, entre elas a geração de dados estatísticos sobre a interação UsuáriosBibliotecasVirtuais.
3. A BIBLIOTECA VIRTUAL DE ARQUITETURA E URBANISMO
Dizer que a Internet hoje é um imenso repositório de informações onde se encontra
praticamente de tudo, não é mais novidade. Entretanto “a informação dispersa não
constitui inteligência” (Tarapanoff, 2000), ou seja, se a “informação está disponível na
Internet mas não é localizada, o conhecimento não é realizado” (Marcondes, 2002).
�O que se pretende com a Biblioteca Virtual Temática de Arquitetura e Urbanismo é criar
um serviço que reúna informações dispersas na Grande Rede sobre Arquitetura,
Urbanismo e áreas afins.
Mas para que estas informações estejam disponibilizadas num único portal, precisam ser
capturadas, organizadas, sistematizadas e agrupadas. Ressalta-se ainda que a adoção e
manutenção de um sistema como este deve ser assegurada por uma série de
procedimentos que necessitam estar sempre em revisão, dadas as constantes mutações e
flexibilidades das informações disponíveis na Rede.
Este serviço foi idealizado pela equipe da Biblioteca da Escola de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal Fluminense – BAU – que pretendia transformar a
Home Page da BAU (http://www.ndc.uff.br/bibliotecas/bau/index.htm) em um portal de
referência – Rede BauNet de Informação em Arquitetura e Urbanismo, porém não se
possuía tecnologia e metodologias adequadas ao desenvolvimento desse portal.
3.1 A parceria com o PROSSIGA
Sendo o PROSSIGA um Programa do CNPq voltado exclusivamente para implementação
de bibliotecas virtuais, procurou-se estreitar as relações da Universidade com o CNPq,
culminando com a assinatura de um convênio onde se assegura o repasse de
metodologias, treinamento, suporte, acompanhamento e supervisão no desenvolvimento
das atividades, além da garantia de armazenamento da biblioteca virtual nos servidores
do PROSSIGA.
3.2 Implementando a BV
Após algumas reuniões entre a Coordenação da PROSSIGA do Rio de Janeiro e a equipe
de BAU, foram traçados os objetivos e metas que cada uma das partes envolvidas
ficariam responsáveis por alcançar.
�3.3 Perfil da Equipe
A equipe montada para implementar o o projeto da BV de Arquitetura e Urbanismo é a
seguinte:
•
2 Bibliotecários – Estes profissionais possuem um plano de trabalho específico,
detalhado mais adiante.
•
2 Curadores – Profissionais de Arquitetura e Urbanismo, sendo neste caso dois
professores da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal
Fluminense
•
1 Bolsista IC da FAPERJ – Desenvolve atividades de apoio dentro do plano de
trabalho dos bibliotecários. Neste caso o bolsista em questão é da área de
Biblioteconomia e Documentação, fato que permite um bom fluxo de trabalho.
Participam ainda da equipe as direções da Escola de Arquitetura e Urbanismo e do
Núcleo de Documentação da UFF que mantêm as articulações em nível institucional.
3.4 Metodologia
Após a definição do perfil da equipe e do escopo da Biblioteca Virtual – o tipo de
clientela e o nível de informação adequado – estão sendo adotadas as seguintes
metodologias:
•
Pesquisa exaustiva na Internet e demais fontes de informação sobre o tema
coberto;
•
Coleta sistemática das informações, mediante o uso das ferramentas de busca
na rede, incluindo o controle dos termos empregados na coleta, ouvindo
especialistas na área para ratificação da pertinência da mesma;
�•
Descrição e indexação da informação no formulário de entrada de dados da
biblioteca, após validação da informação coletada e descrita, conforme os
procedimentos prescritos na metodologia do PROSSIGA;
•
Definição de categorias – que formam um sistema de classificação /
organização dos recursos incluídos na BV;
•
Preparação do ambiente – preparação da área no servidor do PROSSIGA para
abrigar a BV e preparação da Intranet da Biblioteca da Escola de Arquitetura e
Urbanismo da UFF para armazenamento dos recursos a serem levantados para
análise e registro posteriores.
4. RESULTADOS PRELIMINARES
Os
trabalhos de coleta, análise, armazenamento e alimentação da base estão em
andamento, com previsão do lançamento oficial da BV para novembro de 2002. Estão
ainda em andamento a atualização e a checagem dos links inativos e links que foram
alterados.
A equipe já está desenvolvendo, junto com um “webdesigner”, a identidade visual da BV
bem como as suas interfaces com o usuário.
Em paralelo à implantação da BV, tramitou o convênio oficial de parceria entre o IBICT
e Universidade Federal Fluminense, oficializando
a cooperação entre as partes e
garantindo a unidade da equipe e a alocação de equipamentos indispensáveis ao projeto.
�4. CONCLUSÃO
Atentos à nova ordem no fluxo de criação, disseminação e transferência de informação, e,
conseqüentemente de conhecimento, a equipe da Biblioteca da Escola de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal Fluminense propôs a criação de uma biblioteca
virtual que contemplasse as áreas de arquitetura e urbanismo.
A idéia foi adiante culminando com a formalização de Convênio entre a Universidade e o
IBICT, objetivando a criação da referida BV.
Muito além de centralizar e organizar sites sobre arquitetura e urbanismo, a Biblioteca
Virtual Temática de Arquitetura Urbanismo que está sendo “construída”,
agilidade
propiciará
no acesso das informações relevantes das áreas cobertas, além de oferecer
ferramentas como “chat” (sala de bate-papo), que estimulará a criação e a consolidação
de comunidades virtuais.
�ANEXO I – Plano de Trabalho do Bibliotecários
BIBLIOTECA VIRTUAL DE ARQUITETURA E URBANISMO
=PLANO DE TRABALHO=
OBJETIVO
Implantação da Biblioteca Virtual Temática de Arquitetura e Urbanismo, através de
convênio firmado entre a Universidade Federal Fluminense e o PROSSIGA – CNPq.
Compreende-se por Biblioteca Virtual o “serviço de informação que reúne
informações dispersas, capturadas, organizadas, sistematizadas , integradas e
disponibilizadas na Internet, contendo metadados de documentos, pessoas
instituições, serviços e objetos, originalmente na forma impressa, multigrafada ou
eletrônica, mesclando texto e multimídia (imagem som e movimento), podendo
incluir bibliotecas digitais e, eventualmente, informações coletadas fora da rede”.
LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
UFF / NDC / Biblioteca da Escola de Arquitetura e Urbanismo
Rua Passo da Pátria, 156 – Casarão
Campus da Praia Vermelha
RESPONSÁVEIS PELA IMPLANTAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO
Marcos Vinícius Mendonça Andrade
Chefe da BAU
Mara Lucia Andrade Baraúna
Bibliotecária-Documentalista
Mariana Duarte
Supervisora
PROSSIGA/CNPq
RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS
Para desenvolvimento do Plano de Trabalho, deverão ser alocados no âmbito da
Biblioteca da Escola de Arquitetura e Urbanismo os seguintes recursos, além dos já
existentes:
Humanos
01 Bibliotecário-Documentalista
01 Técnico Administrativo de Nível Médio
02 Bolsistas
Materiais
01 Micro computador Pentium II ou similar, em rede
01 Linha telefônica
01 Impressora Jato de tinta
�PRAZO PARA LANÇAMENTO DA BIBLIOTECA VIRTUAL
Novembro 2002 – com meta inicial de 300 sites cadastrados.
PLANO DE TRABALHO DOS BIBLIOTECÁRIOS
O bibliotecário deverá trabalhar em estreito contato com a supervisora do
Prossiga/IBICT/CNPq – Bibliotecas Virtuais Temáticas, exercendo atividades de
execução direta, a seguir discriminadas:
Atividades de execução direta:
1. Navegação na Internet para busca de informação a ser integrada na
biblioteca;
2. Coletar a informação na Internet, mediante o uso das ferramentas de busca da
rede, mediante o controle dos termos empregados na coleta, ouvindo os
especialistas na área temática para ratificação da pertinência da mesma;
3. Descrição e indexação da informação no formulário de entrada de dados da
biblioteca, após validação da informação coletada e descrita, conforme os
procedimentos prescritos na metodologia do Prossiga;
4. Gerência das atividades de indexação da informação na biblioteca;
5. Execução das atividades de atualização das URLs e do conteúdo dos sites
registrados na biblioteca;
6. Empregar
ferramentas
indicadas
pela
metodologia
do
Prossiga,
para
manutenção dos links selecionados;
Elaboração de levantamento mensal de dados sobre o trabalho realizado, com
vistas ao levantamento estatístico realizado pelo Prossiga/CNPq;
�REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMO surgiram as Bibliotecas Virtuais Temáticas do PROSSIGA. Disponível em:
http://www.lig-sr1.nuca.ie.ufrj.br/historicobvs.doc
DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o
sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 2001.316p.
DAVIDOW, William H., MALONE, Michael. S. A corporação virtual: a estruturação e
revitalização da corporação para o século 21. São Paulo: Pioneira, 1993.
KEEN, Peter G. W. Guia gerencial para a tecnologia da informação: conceitos essenciais e
terminologia para empresas e gerentes. Rio de Janeiro: Campus, 1996.
LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuo do pensamento na era da informática.
Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
MARCONDES, C.H.; GOMES, S.L.R. O impacto da Internet nas bibliotecas brasileira.
Transinformação, Campinas, v. 9, n. 2. jul./ago. 1997.
O’BRIEN, James A. Sistemas de informação e decisões gerenciais na era da Internet. São
Paulo: Saraiva, 2001.
PROSSIGA: o que é. Disponível em http://www.prossiga.br/oquee.html
TARAPANOFF, Kira, ARAÚJO JÚNIOR, Rogério Henrique, CORMIER, Patrícia Marie J.
Sociedade da informação e inteligência em unidades de informação. Ciência da Informação,
Brasília, v. 29, n. 3, p. 91-100, set./dez. 2000.
TRICATE, Heloisa. A tecnologia da informação na gestão pública. Arquivo & História, Rio
de Janeiro, n. 4, p. 50-65, 1998.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Bibliotecas virtuais temáticas: o processo de implantação da biblioteca virtual de arquitetura e urbanismo.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Andrade, Marcos Vinícius Mendonça
Baraúna, Mara Lucia Andrade
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta o planejamento e implantação das primeiras fases da Biblioteca Virtual de Arquitetura e Urbanismo, através da parceria do Núcleo de Documentação e da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense e o PROSSIGA do CNPq. Entende-se por Biblioteca Virtual o serviço que reúne informações dispersas na Grande Rede e que são capturadas, organizadas, sistematizadas, integradas e disponibilizadas na Internet. Estas informações podem conter ainda metadados de documentos, pessoas, instituições, serviços e objetos, originalmente na forma impressa, multigrafada ou eletrônica, mesclando texto e multimídia (imagem, som e movimento), abrangendo inclusive bibliotecas digitais e, eventualmente, informações coletadas fora da rede.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4093/SNBU2002_083.pdf
56913cc5ced025ad4a906ded36fceaf3
PDF Text
Text
GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DA INFORMAÇÃO: FERRAMENTA PARA A
GERÊNCIA EFICIENTE DOS PROCESSOS DE TRABALHO .
Marcos Vinícius Mendonça Andrade1
ndcmarc@vm.uff.br
Universidade Federal Fluminense
Núcleo de Documentação
Biblioteca da Escola de Arquitetura e Urbanismo
Rua Passo da Pátria, 156 – Casarão – São Domingos
Niterói – RJ – Brasil – bau@ndc.uff.br
RESUMO
Apresenta o Gerenciamento Eletrônico de Documentos – GED como ferramenta para
obtenção de informações de forma rápida, consistente e precisa, dentro das organizações,
quer sejam privadas ou governamentais. Enfatiza que além de ser uma ferramenta para
redução de espaço físico e acesso simultâneo a documentos, o GED tem como principal
foco a agilidade na obtenção de informações, auxiliando na tomada de decisões. Mostra as
principais ferramentas para a implantação e consolidação do GED, com ênfase no
Workflow – uma tecnologia que permite gerenciar de forma pró-ativa qualquer processo de
negócio das empresas garantindo o acompanhamento constante de todas as atividades e um
aumento de produtividade com objetividade e segurança. Destaca as características básicas
de um Sistema de GED dentro das organizações.
1
Bibliotecário-Documentalista, Núcleo de Documentação da Universidade Federal Fluminense, Especialista em
Administração e Sistemas de Informações, Mestrando em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense.
�INTRODUÇÃO – Qual a vantagem de gerenciar documentos eletronicamente?
Praticamente todas as grandes organizações brasileiras já possuem no mínimo um sistema
de Gerenciamento Eletrônico de Documentos – GED e estão expandindo suas aplicações.
Naturalmente a primeira aplicação depende da organização, por exemplo, nos bancos,
normalmente é a concessão de crédito ou no gerenciamento dos extratos de conta-corrente;
nas indústrias, documentação técnica e/ou normas para certificação ISO 9000, no setor
público, recursos humanos, processos em tribunais e mais recentemente a aplicação de
prontuários dos pacientes do Sistema Único de Saúde – SUS.
Mas é importante ainda ressaltar que existe um potencial inexplorado na maior parte dos
sistemas. A implantação de um sistema eletrônico de informações oferece oportunidades
para a organização agregar valor a seus bens e produtos, possibilitando vantagens
competitivas.
É necessário identificar as oportunidades de aplicação de tecnologia dentro da organização,
estudar como as informações fluem e como podem ser usadas para atingir essas
oportunidades, avaliar produtos e fornecedores, fazendo-os trabalhar para a organização - a
empresa não deve, por princípio, mudar seus procedimentos para se adequar ao produto do
fornecedor - preparar e implementar um plano, incluindo riscos e benefícios, que ajudarão a
empresa atingir seus objetivos estratégicos.
As tecnologias de GED estão servindo de alicerce para novos conceitos. Para tanto é
condição sine qua non que estejam consolidadas. Hoje, pode-se afirmar que as tecnologias
de GED estão maduras e algumas destas soluções já têm mais de 10 anos e, continuam a
amadurecer lentamente, pois acompanham a evolução das plataformas de hardware e
software.
Pensa-se que soluções para adoção do GED custam altíssimo, entretanto, com a migração
das plataformas cada vez mais abertas, os custos dos sistemas caíram sensivelmente, sem
contar que a própria movimentação da indústria faz com que os custos de hardware e
software caiam ano após ano.
�1. A GERÊNCIA DE DOCUMENTOS
Segundo Frank Gilbane, presidente da Publishing Technology Management e editor de The
Gilbane Report on Open Information and Document Systems, pelo menos 80 por cento das
informações eletrônicas corporativas encontram-se na forma de documentos, em oposição
aos registros estruturados de bancos de dados (REIN,1994). Esta afirmação baseia-se no
fato de que quase a totalidade dos usuários empresariais de computadores empregam
software de processamento de textos em seus equipamentos.
O gerenciamento de documentos adquire agora mais importância com a perspectiva das
empresas utilizarem formas mais complexas de armazenar e dispor de informações, que não
aquela que simplesmente transpõe as informações do papel para meios eletrônicos.
Recursos multimídia, abordagem de orientação a objetos e as idéias dos bancos de dados
distribuídos, ganham força nas organizações. Isso tudo exige uma nova dinâmica na
condução de projetos de implantação da gerência de documentos.
O gerenciamento eletrônico de documentos exige habilidade de trabalhar com uma
variedade de formatos, que nem sempre podem ser previstos pelos projetistas de aplicação
ou por seus usuários. Imagens, textos e gráficos podem ser armazenados como imagens. De
acordo com o tipo de uso desta informação, entretanto, este pode ou não ser o método mais
eficiente ou o mais efetivo. O tipo de documento, o método de recuperação e a necessidade
de armazenamento determinarão o conteúdo e a arquitetura do documento, e como
resultado orienta para a tecnologia de informação necessária.
O gerenciamento eletrônico de documentos envolve a organização sistematizada e
automatizada, interna e externa, de documentos ao longo do tempo, através de algum tipo
de banco de dados ou seu equivalente.
Gerenciar e organizar os documentos que circulam por uma empresa não é tarefa fácil.
Mesmo pequenas empresas recebem grandes quantidades de correspondência de seus
clientes e fornecedores, além da documentação gerada dentro da própria organização, tais
como memorandos, cartas, requisições, documentação fiscal, etc., tornando difícil a tarefa
de armazenar, recuperar ou acompanhar o processamento do documento na organização.
�Com o advento do microcomputador e com as facilidades do editor de texto, as empresas
mudaram a maneira de trabalhar, utilizando esses recursos e melhorando o gerenciamento
dos documentos. As mudanças nesse processo, em empresas de maior porte, ocorreram
seguindo o que poderia ser caraterizado como uma evolução natural, não contando com
outros fatores que acelerassem ou disciplinassem seu andamento. Na prática, as mudanças
foram incentivadas pela própria área de informática que, na maioria das vezes, servia como
piloto.
2. QUESTÕES DE TERMINOLOGIA
O termo Gerência de Documentos é parte da disciplina mais ampla de sistemas de
informação. Podemos classificar a informação em duas formas: informação codificada e
informação documental. O uso do termo informação documental, distinta de documento, é
significante porque sugere que existe algo intrínseco acerca da natureza desse tipo de
informação, que é independente do meio em papel ou seu equivalente eletrônico.
Segundo Walter Kock, GED é a somatória de todas as tecnologias e produtos que visam
gerenciar informações de forma eletrônica. Quando se fala em informações precisa-se
definir as formas como se apresentam sejam elas na forma de voz, texto ou imagens.
O GED visa gerenciar o fluxo das informações desde sua captura até o seu arquivamento.
As informações podem, originalmente, estar registradas em mídias analógicas ou digitais.
Podem ser criadas em papel, revisadas no papel, processadas a partir de papel e arquivadas
em papel dentre outras formas.
3. GERENCIAMENTO DE DOCUMENTOS
Produtos voltados ao gerenciamento do ciclo de criação/revisão dos documentos, onde
dados do tipo número da versão, revisão, data de criação, autor, data de expiração, etc. são
os mais relevantes, ou seja, o tipo de informação é mais dinâmica, pois está em constante
processo de alteração. Os produtos de document
management
não gerenciam
�obrigatoriamente imagens, já que estas são somente um tipo de documento. Gerenciam
arquivos oriundos de editores de texto, planilhas e outras formas de documentos. Exemplos
de uso desta tecnologia “são o gerenciamento de documentos para efeito da certificação
ISO 9000 e fórmulas de produtos farmacêuticos”.
3.1 Técnicas para processamento de imagens
Para o processamento de imagens são, ferramentas utilizadas para obter dados processáveis
por sistemas de processamento de dados a partir de imagens. Para a conversão de caracteres
gerados de forma mecânica (datilografada, impressa) utiliza-se o OCR - Optical Character
Recognition, ou reconhecimento optico de caracteres – para a conversão de caracteres
gerados de forma manuscrita utiliza-se o ICR - Intelligent Character Recognition, ou
reconhecimento inteligente de caracteres. Esta conversão de imagens para caracteres pode
ser feita de diferentes formas. “No primeiro exemplo, a matriz resultante do processo de
digitalização é comparada a um banco de dados de matrizes e a matriz mais semelhante é
escolhida. Na segunda técnica, são analisadas as características da imagem para a
identificação de caracteres semelhantes. Ambos exemplos deixam claro que um dos fatores
de sucesso no reconhecimento é a existência de uma base de grafia que contenha a grafia a
ser reconhecida (o que nem sempre ocorre com os produtos importados).
3.2 WORKFLOW - Gerenciando Fluxos de Trabalho
Produtos voltados ao gerenciamento de fluxos de trabalho e à integração de ferramentas em
processos estruturados. As ferramentas de workflow de produção são empregadas para a
automação de processos que envolvem altos valores e volumes. Entre os principais
exemplos existentes no mercado nacional, estão os processos de concessão de crédito,
câmbio e sinistro em seguros.
�Existem ainda produtos voltados ao roteamento de informações em processos não
estruturados. Estes não possuem interface gráfica para a fluxogramação de processos pois
não é possível fluxogramar processos não estruturados.
Produtos de workflow ad-hoc são basicamente utilizados para gerar infra-estrutura de
comunicação e integração de ferramental de automação de escritórios.
4. FERRAMENTAS PARA GERÊNCIA DOS PROCESSOS DE TRABLAHO
Cada vez mais identificam-se organizações calcando em soluções híbridas o gerenciamento
do seu acervo documental. Documentos com valor legal e / ou histórico, ficam em papel.
Documentos com longo prazo de retenção, mas com baixo volume de acesso ficam em
mídias micrográficas. Documentos com alto índice de acesso, ficam em mídias eletrônicas.
Vale ainda destacar que o mesmo documento pode estar em papel e mídia eletrônica ou
então em mídia micrográfica e eletrônica.
E qual o profissional que está capacitado para cuidar disso tudo? À combinação de
arquivologia, biblioteconomia e informática, acrescente um tempero de organização e
métodos e tal profissional estará pronto.
Talvez, por ainda não possuirmos este “super-profissional” nos quadros das organizações,
está havendo apenas uma visão unilateral do grande problema que é o gerenciamento de
documentos. E, quando a visão é unilateral, corre-se para a solução da moda. Neste
momento, a moda é o gerenciamento eletrônico.
Após o aporte da tecnologia descobrem que a questão é mais complexa. Como fazer backup de 1,2 TeraBytes? Como migro duas torres de CD para DVD? E aí é que surge a saída
híbrida em termos de mídias de armazenamento. Papel, micrográfica e eletrônica
conviverão em harmonia ainda por um bom tempo.
�5. A GESTÃO DO CONHECIMENTO
Segundo Carl Frappaolo, gestão do conhecimento é " um conjunto de ferramentas para a
automação dos relacionamentos entre informações, usuários e processos. A conhecimento é
a informação residente na mente das pessoas, utilizada para a tomada de decisões em
contextos desconhecidos". Ou seja a Gestão do Conhecimento visa ,conectar detentores do
conhecimento e usuários deste através do uso de tecnologias. Já Jay Bromberek, da
Doculabs, define KM como "o processo de obter, gerenciar e compartilhar a experiência e
especialização dos funcionários utilizando-se de tecnologias para alavancar isto de forma
corporativa".
5.1 Formas de conhecimento
Quando se fala em conhecimento, este pode ser classificado em dois opostos:.
•
Explícito - quando o conhecimento é facilmente mapeado e passível de ser
aprendido por terceiros.
•
Tácito - refere-se ao conhecimento pessoal, calcado em experiências pessoais com
insumos subjetivos. Assim, o maior desafio para as organizações é a captação do
conhecimento tácito já que aí reside o conhecimento com maior valor estratégico
para estas.
•
6. ARQUITETURA DOS SISTEMAS
Existem as mais diversas formas de se desenhar a arquitetura do conceito de Gestão do
Conhecimento em termos tecnológicos. Andy Moore da KM World classifica em:
•
definição - você define a melhor forma de se fazer determinado processo para
replicar esta entre a sua força de trabalho. Estas melhores formas de se fazer as
coisas precisam ser guardadas;
�•
gerenciamento das formas de fazer - utiliza-se de document management e
groupware para armazenar, recuperar e gerenciar estas formas;
•
captação e recuperação - todas as maneiras que permitem "captar" o
conhecimento, indo de uma simples transcrição de algo que está na mente de um
funcionário para um arquivo Word até o uso,de document imaging, OCR,
ferramentas de pesquisa na WEB e ferramentas de automação de, processos, como
workflow;
•
disponibilização - não adianta deter o conhecimento sem compartilhá-lo com quem
o efetivamente necessita. Esta disponibilização pode ser feita, por exemplo, via
CDR, DVD-R ou HTML.
•
infra-estrutura - todos os componentes anteriores não têm sentido se não
possuirmos uma infra-estrutura que permita mapear inter-relacionamentos de
pessoas e coisas. Para tanto, podem ser utilizados de bancos de dados relacionais a
Intra/Extranets. O Delphi Group agrupa as fases de KM da seguinte forma:
intermediação - a transferência de conhecimento entre detentores e usuários deste.
Esta intermediação pode ser feita através de Intranets, groupware, ferramentas de
pesquisa, workflow
e até de forma verbal; management e pesquisa para a sua
classificação;
•
externalização - a transferência do conhecimento da mente de alguém para um
repositório da forma mais eficiente possível. Para tanto podem ser usadas
ferramentas de workflow (alguém definindo uma forma de trabalho), document
imaging, document internalização - a extração do conhecimento do repositório e o
uso de filtros para obter o de maior relevância para os usuários. Ferramental de data
warehousing e de pesquisa fazem parte deste grupo;
•
tomadas de decisão - a funcionalidade de sistemas tomarem decisões sobre o
conhecimento existente. É a aplicação da tecnologia sobre o conhecimento obtido
nas três etapas anteriores. Para tanto, utilizam-se de sistemas especialistas/
inteligência artificial..
�7. COMO AS TECNOLOGIAS EXISTENTES SE INTEGRAM
Na verdade não existem novas tecnologias por trás do KM e sim um novo conceito com
novas aplicações e, para extrair o máximo destes conceitos, estamos falando em explorar
mais ferramentas como:
•
groupware e Intranets - nas aplicações de KM normalmente são utilizadas para a
disseminação do conhecimento;
•
workflow -utilizado para a captura de conhecimento explícito e para iniciar a
captura e execução de conhecimento tácito;
•
ferramentas de busca - para localizar, seja dentro da organização em Intranets, seja
no mercado em Extra ou Internet o conhecimento desejado;
•
document imaging e document management - duas alternativas para registrar o
conhecimento;
•
COLD
-
forma
para
armazenar
conhecimento
oriundo
de
sistemas
de
processamento de dados.
Um dos primeiros ramos onde o conceito de Gestão do Conhecimento está despertando
atenções é no gerenciamento do relacionamento com clientes.
Carl Frappaolo classifica a Gestão do Conhecimento como "a segunda fase da GED,
quando os documentos da memória corporativa passam, a saber, quando e por quem eles
são desejados". Ou seja, a Gestão do Conhecimento é a evolução natural das coisas.
Segundo Scott McCready, "a Internet é, sem dúvida, um dos principais fatores
influenciadores na indústria de software hoje em dia". Especificamente na indústria de
produtos voltados ao Gerenciamento Eletrônico de Documentos, esta afirmativa é
totalmente verdadeira. A facilidade com que informações podem ser disponibilizadas na
rede mundial para os milhões de usuários já existentes, com número crescente de forma
exponencial e com custo relativamente baixo, permitiu a introdução de novos conceitos e
alternativas de implementação.
�As atividades internas à organização também são gerenciadas pelo mesmo produto de
workflow, e as informações são disponibilizadas através de uma estrutura Intranet, ou seja,
é possível a conjugação de atividades externas e internas de um mesmo processo sob uma
única ferramenta. Como terceira forma de integração de produtos voltados ao
Gerenciamento Eletrônico de Documentos, cabe citar o desenvolvimento de aplicações
utilizando-se de recursos de Internet.
E, por fim, existe ainda produtos e recuperação de informações que estão tendo um escopo
aumentado para a realização de pesquisas, não apenas em servidores corporativos, mas em
toda a rede.
Como benefícios que podem ser obtidos imediatamente com a adoção destes conceitos,
temos a possibilidade de estender os processos das organizações em termos universais sem
limitações geográficas, em plataformas heterogêneas, para a execução das atividades a
partir de qualquer ponto. Referenciar a transparência para o usuário final, que está
interagindo sempre com a interface e a possibilidade de controle total e todas as tarefas de
forma única e centralizada.
8. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE UM SISTEMA DE GERENCIAMENTO
ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS
“Onde está o conhecimento que perdemos com a informação?”. Esta é a dúvida do poeta
T.S.Eliot. A humanidade gerou a mesma quantidade de informação nos últimos 50 anos que
nos 5 mil anteriores. E esse número duplicará nos próximos 24 meses. Em 2010 a
informação duplicará a cada 11 horas. Como encontraremos o conhecimento?.
O Gerenciamento Eletrônico de Documentos – GED é ao mesmo tempo : um método, um
sistema
e uma tecnologia,
para a conversão e processamento de documentos como
informação eletrônica digital. Essa ferramenta surgiu a partir da necessidade das empresas
em gerenciar a informação que se encontrava desestruturada visando facilitar o acesso ao
conhecimento explícito da corporação.
�O GED promove a automação do ciclo de vida dos documentos, provendo um repositório
comum, o qual possibilita capturar, armazenar e indexar documentos de qualquer
formato/suporte físico (texto, imagens, páginas html, documentos escaneados, formatos
multimídia). Deve também assegurar a integridade e reutilização do documento, integração
e escalabilidade
8.1 Tecnologias para gerência de documentos
Além da infra-estrutura tecnológica, existe um conjunto de tecnologias direcionadas ao
tratamento de documentos. Estas tecnologias proporcionam a funcionalidade para
processamento e gerenciamento de documentos, tanto na forma eletrônica, como em papel.
Estas funções podem ser analisadas em duas camadas: funções de processamento e funções
de gerenciamento. As funções de processamento compreendem o ciclo de vida do
documento:
•
Captura e criação. Compreendem as tecnologias para digitalização da informação.
Grande variedade de editores de textos, ferramentas gráficas, software de autoria e
de trabalho cooperativo possibilitam a criação da maior parte dos documentos.
Informações em papel podem ser escaneadas e transferidas para meio magnético
onde são manipuladas. Existe software capaz de interpretar os dados e armazená-los
em formato comprimido para economizar espaço de armazenamento.
•
Armazenamento
e
organização.
Várias
tecnologias
determinam
como
os
documentos serão armazenados e organizados. Os sistemas gerenciadores de banco
de dados convencionais não atendem as exigências de armazenamento de dados
multimídia, documentos compostos, hipertextos e armazenamento distribuído.
•
Recuperação e síntese. Documentos armazenados em bancos de dados podem ser
recuperados através de pesquisa de seu conteúdo. Embora alguns produtos ofereçam
técnicas avançadas de responder a uma solicitação, a maioria dos recuperadores de
textos utilizam lógica Booleana. O critério para pesquisa pode ser estabelecido em
função de palavras-chave definidas no perfil do documento ou em todo texto,
�dependendo da necessidade da aplicação. Alguns produtos incorporam o critério de
palavras próximas, ou o uso de thesaurus. Perguntas podem resultar em uma lista de
documentos organizados em ordem da relevância desejada. Uma extensão dessa
abordagem permite chegar a síntese ou sumarização de documentos.
•
Transmissão e disseminação. Produtos E-mail estão se tornando a ferramenta mais
usual para transmissão de documentos eletrônicos, inclusive para os chamados
documentos compostos, constituídos de vários objetos. Outra forma empregada para
transmissão e roteamento de documentos é feita através de aplicações workflow.
Ambas tecnologias foram abordadas no tópico sobre redes.
•
Visualização e impressão. Mesmo trabalhando com o documento na forma
eletrônica, torna-se necessário, às vezes, a sua impressão em papel. Para executar
essa função o mercado dispõe de uma variedade muito grande de alternativas de
equipamentos e tecnologias, desde impressoras de impacto para texto até
sofisticados equipamentos de alta definição para editoração.
8. 2 Requisitos do sistema gerenciador de documentos
Os objetivos de um sistema para gerenciamento de documentos incluem:
•
Melhorar a velocidade dos processos da empresa (workflow);
•
Reduzir custos dos processos;
•
Produzir documentos que comunicam seu conteúdo mais efetivamente;
•
Reduzir custos de produção de documentos;
•
Melhorar a importância dos documentos recebidos por um indivíduo, isto é, dar a
informação certa para a pessoa certa;
•
Reduzir custos para obter documentos solicitados.
�9. O FUTURO ALÉM DO PAPEL
Muitas das atuais tecnologias de gerência de documentos proporcionam um substituto
eletrônico para a máquina de escrever, a fotocopiadora, o serviço de correio, o arquivo, e a
biblioteca. Esta tecnologia percorre um longo caminho para melhorar o acesso e a
apresentação de documentos, e agilizar o workflow.
A principal característica dessa tecnologia é que ela mantém a metáfora do documento em
papel. Isto a torna facilmente aceitável pelos usuários, mas também limita os benefícios que
podem ser atingidos. Observa-se o surgimento de algumas possibilidades quando se
abandona a metáfora do papel:
•
documentos contendo componentes multimídia;
•
documentos hipertexto e hipermídia, que permitem ao usuário navegar no conteúdo
numa seqüência variável e nos níveis de detalhe desejados;
•
documentos com conteúdos ativos que permitem ao leitor responder ou fazer
comentários ao autor, eletronicamente, ou comprar um produto anunciado;
•
documentos multilinguais, onde o leitor vê o texto na linguagem que quiser, à sua
escolha;
•
documentos genéricos em que o usuário quer se especializar (manual de
manutenção
de um determinado veículo, por exemplo).
Todas essas idéias colidem com a tradicional noção do que constitui um documento. E é
por todas essas razões que alguns autores preferem se referir a informação documental ao
contrário de documento, em oposição aos que dizem que a fronteira do que constitui um
documento, individualmente, está se tornando vaga.
Deve-se gerenciar documentos para: otimizar e fazer fluir as funções dos negócios, ter
acesso local à informação, poder realizar operações paralelas, reduzir espaços de
armazenamento, aumentar a velocidade de acesso, aumentar e preservar o valor da
�informação, ganhar tempo em decisões críticas, levar vantagem competitiva, melhorar a
sensibilidade nos negócios e a prevenção de riscos.
9.1 Avaliação de produtos
Na aquisição de sistema para gerenciamento de documentos alguns pontos devem ser
observados:
•
Que formatos de documentos serão gerenciados: textos, imagens ou outros?
•
Qual o volume de documentos?
•
É necessária recuperação por pesquisa no texto completo?
•
O produto é compatível com o ambiente operacional de hardware e software da
empresa?
•
Quantos usuários terão acesso ao sistema?
•
É importante a integração com workflow, ou apenas carga e recuperação são
suficientes?
•
Que nível de segurança e controle de acesso são necessários?
•
É necessário o controle de versão?
•
O acesso via rede WAN é necessário?
•
O fornecedor apresenta algum plano futuro de evolução do produto?
•
Serão utilizados recursos de multimídia?
A correta especificação do produto deve levar em conta os planos de médio e longo prazos
da empresa, e não apenas uma visão do momento, pois os custos de mudança de produto
são, em geral, altos.
�CONCLUSÃO
Atualmente as organizações – sejam elas públicas ou privadas – têm problemas diferentes
que levam a soluções diferentes. O que existe em comum é a necessidade de algum tipo de
sistema para gerenciar documentos. Inicialmente deve-se entender qual será a função do
sistema de gerenciamento de documentos e aceitar o fato de que não existe uma fórmula
mágica que faça tudo automaticamente resolvendo o problema de todas as pessoas. Todos
devem estar preparados para muito trabalho.
No
futuro,
numa
economia
plenamente
globalizada
e
competitiva,
as
empresas
inevitavelmente terão que ligar seus clientes nas suas redes de computadores, fornecendo
vídeos digitais para apresentação e venda de produtos e serviços, entre outras formas de
negócios. Entretanto, para que isso se torne realidade, os fabricantes de produtos de
sistemas e redes ainda têm que vencer um grande desafio tecnológico: como fazer para
manter o fluxo de informações e imagens em tempo real e com alta qualidade, já que o uso
simultâneo de dados, sons e imagens em rede exige um meio de transmissão capaz de
trabalhar com grande volume de informações e alta velocidade.
A questão técnica parece ser a de mais fácil solução. Fornecedores acenam com novos
produtos para atender o mercado, e os padrões estão sendo estabelecidos.
Entretanto os aspectos metodológicos e comportamentais são os mais difíceis, pelo pequeno
número de experiências relatadas, grande envolvimento que existe com pessoas, e por ser o
ambiente de escritório de natureza complexa e pouco estruturada.
Implantar e gerenciar o documento eletrônico nas empresas é mais do que uma idéia
elegante. Para algumas delas isto pode significar a própria sobrevivência.
�REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVEDON, Dom M. Gerenciamento da imagem eletrônica: processamento da imagem e
discos ópticos. São Paulo: CENADEM, 1993.
D’ALLEYRAND, Marc. Workflow em sistemas de gerenciamento eletrônico de
imagens. São Paulo: CENADEM, 1995.
DAVIDOW, William H., MALONE, Michael S. A corporação virtual: estruturação e
revitalização ca corporação para o século 21. São Paulo: Pioneira, 1993.
GED cresce sem alarde. Disponível em http://www.computerworld.com.br. 18/10/2000.
INFOIMAGEM aponta as tendências do armazenamento digital de documentos. O Globo,
Rio de Janeiro, 23 out. 1999.
KEEN, Peter G. W. Guia gerencial para a tecnologia da informação: conceitos
essenciais e terminologia para empresas e gerentes. Rio de Janeiro, 1996.
KOCK, Walter W. Gerenciamento eletrônico de documentos – GED: conceitos,
tecnologias e considerações gerais. São Paulo: CENADEM, 1998.
LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da
informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.
O’BRIEN, James A. Sistemas de informação: e as decisões gerenciais na era da Internet.
São Paulo: Saraiva, 2001.
SCHANTZ, Herbert F. Planejamento de instalações para sistemas de processamento
eletrônico de imagens de documentos. São Paulo: CENADEM, 1995.
WALTON, Richard E. Tecnologia de informação: o uso de TI pelas empresas que obtêm
vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Gerenciamento eletrônico da informação: ferramenta para a gerência eficiente dos processo de trabalho.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Andrade, Marcos Vinícius Mendonça
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta o Gerenciamento Eletrônico de Documentos – GED como ferramenta para obtenção de informações de forma rápida, consistente e precisa, dentro das organizações, quer sejam privadas ou governamentais. Enfatiza que além de ser uma ferramenta para redução de espaço físico e acesso simultâneo a documentos, o GED tem como principal foco a agilidade na obtenção de informações, auxiliando na tomada de decisões. Mostra as principais ferramentas para a implantação e consolidação do GED, com ênfase no Workflow – uma tecnologia que permite gerenciar de forma pró-ativa qualquer processo de negócio das empresas garantindo o acompanhamento constante de todas as atividades e um aumento de produtividade com objetividade e segurança. Destaca as características básicas de um Sistema de GED dentro das organizações.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4092/SNBU2002_082.pdf
615d178c61a9db339b730559999dd3ff
PDF Text
Text
DESENVOLVIMENTO DE BASE DE DADOS PARA GERENCIAMENTO
DO VOCABULÁRIO CONTROLADO USP ELABORADO PELO SIBi/USP
Marcia Rosetto
Universidade de São Paulo
Sistema Integrado de Bibliotecas
Departamento Técnico*
mrosetto@usp.br
Adriana Hypólito Nogueira
Universidade de São Paulo
Sistema Integrado de Bibliotecas
Departamento Técnico*
adriana@sibi.usp.br
Vania Mara Alves Lima
Universidade de São Paulo
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Serviço de Biblioteca e Informação**
vamal@usp.br
João Carlos Holland de Barcello
Universidade de São Paulo
Sistema Integrado de Bibliotecas
Departamento Técnico*
jocax@usp.br
Ricardo Amaral de Faria
Universidade de São Paulo
Sistema Integrado de Bibliotecas
Departamento Técnico*
ramal@usp.br
*
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS – Departamento Técnico
Av. Prof. Luciano Gualberto, Trav. J, 374 - 1º andar - Cidade Universitária
05508 -900 - São Paulo, SP - Brasil
Fone: (0XX11) 3091-4194 e 3091-4197 - Fax: (0XX11) 3815 -2142 - dtsibi@org.usp.br
http://www.usp.br/sibi
**
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ARQU ITETURA E URBANISMO – Serviço de Biblioteca e Informação
Rua do Lago, 876 – Cidade Universitária
05508-900 – São Paulo, SP – Brasil
Fone: (0XX11) 3091 -4518 e 3091-4519 - Fax: (0XX11) 3091 -5038 – bibfau@edu.usp.br
�Resumo
As Bibliotecas da USP caracterizam-se pela descentralização e especialização de seus acervos.
O acesso global a esse fundo informacional requer, desse modo, uma linguagem comum de
representação temática, que contemple a convivência, em cada acervo, de ítens bibliográficos
gerais, voltados para o ensino de graduação, e de ítens especializados, que respondem às
demandas do ensino de pós-graduação e da produção de conhecimento pelas diferentes linhas
de pesquisa. Para enfrentar esse desafio, optou-se pela criação de um vocabulário unificado,
tendo como ponto de partida as linguagens efetivamente utilizadas pelas bibliotecas do Sistema.
A elaboração de um vocabulário controlado fundamenta-se no princípio de que um instrumento
dinâmico, capaz de ser atualizado de forma criteriosa, requer uma estrutura de relações lógicosemânticas explícitas entre as áreas, subáreas e a terminologia propriamente dita, em seus
diferentes níveis e a apresentação de regras de utilização igualmente explícitas e compartilhadas.
Para implementação operacional do Vocabulário USP, de modo a contemplar essas
características e especificidades, e em consonância com as tecnologias de informação
disponíveis, optou-se pela elaboração de uma base de dados. Esse desenvolvimento
proporciona o ferramental adequado às necessidades de: interface para consulta às tabelas
existentes, decorrentes dos conjuntos de termos; aplicação de procedimentos para subsidiar
indexação de documentos; manutenção da macroestrutura do Vocabulário e de suas relações
lógico-semânticas entre termos.
Eixo temático: Gerenciamento de Tecnologias em Bibliotecas Universitárias
Palavra Chave : Vocabulário Controlado USP – base de dados;
Base de Dados – Gerenciamento de Vocabulário
�1 Introdução
A atividade de indexação/catalogação de assunto visa a organização do catálogo de
assunto, ou a preparação de índices de assunto, com o principal objetivo que é prover acesso à
informação
contida
nos
documentos.
Assim,
“a
questão
central
nas
atividades
informacionais/documentais pode ser resumida na busca de soluções para alcançar o acesso ao
conteúdo, sem descuidar do acesso físico ao documento” (Gomes, 1996).
De acordo com Kobashi (1996) “ a elaboração de informações documentárias de
natureza textual supõe a transformação de um objeto (documento) em outros objetos que
possam representá-lo. Trata-se de uma modalidade específica de análise de textos (...)
sintetizados e transformados em novos textos”. Esse processo requer sua compreensão e a
hierarquização das informações, com o intuito de se obter um produto que represente um nível
informacional elevado e consistente.
A indexação requer um trabalho intelectual de análise, síntese e representação, e para
determinar os assuntos dos documentos deve -se estar apoiado por uma terminologia que atenda
os diversos perfis socioculturais e socioprofissionais dos usuários. Além disso, é necessário
estabelecer um padrão que contemple a diversidade, assegurando-se, simultaneamente, a
consistência do sistema (Kobashi, 2001).
Nesse sentido a biblioteconomia e a ciência da informação vêm elaborando, ao longo dos
tempos, ferramentas para subsidiar a representação dos conteúdos dos documentos, facilitando a
busca e recuperação da informação. Dessa forma, a experiência de construção de um
vocabulário controlado, vivenciada pelo Sist ema Integrado de Bibliotecas da USP – SIBi/USP,
contemplando os aspectos delineados acima, proporcionou um resultado que assegura a
utilização de um instrumento dinâmico, atualizado de forma criteriosa, com regras explícitas e
compartilhadas.
2 Vocabulário Controlado USP
As 39 bibliotecas da Universidade de São Paulo, que compõem o Sistema Integrado de
Bibliotecas da USP – SIBi/USP, caracterizam-se pela descentralização e especialização de seus
1
�acervos. O acesso global a esse fundo informacional requer uma linguagem de representação
temática que contemple, simultaneamente, ítens bibliográficos gerais (presentes nas várias
bibliotecas do Sistema), voltados para o ensino de graduação, e ítens especializados (igualmente
presentes nas várias bibliotecas), que respondem às demandas do ensino de pós-graduação e da
produção de conhecimento pelas diferentes linhas de pesquisa.
Para enfrentar esse desafio, optou-se pela criação de um vocabulário unificado, tendo
como ponto de partida as linguagens efetivamente utilizadas pelas bibliotecas do Sistema. O
Vocabulário Controlado USP é um instrumento terminológico construído com o objetivo
específico de ser utilizado no Banco de Dados Bibliográficos da USP – DEDALUS. Abrange
as áreas de conhecimento inerentes às ativid ades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade
de São Paulo e é constituído atualmente de 24.492 termos de entrada, entre os autorizados para
indexação, os termos “não-autorizados” que operam como remissivas, e os elos “falsos”, os
quais apenas agrupam termos mais específicos.
Devido à diversificação e abrangência dos termos incluídos, referentes às várias áreas do
conhecimento, acredita-se que o vocabulário poderá ser utilizado para a representação do
conteúdo de documentos de diferentes sistemas de informação. Sua utilidade deverá ser maior,
contudo, em bases de dados bibliográficos de instituições de ensino superior (Lima, 2002).
Os procedimentos organizacionais e metodológicos para o desenvolvimento do
vocabulário foram:
- Organização das bibliotecas da USP em nove grupos;
- Elaboração da estrutura temática de cada área e compatibilização das estruturas por subgrupos;
- Desenvolvimento de uma base de dados para:
· gerenciamento operacional e manutenção da macroestrutura com as relações
lógico–semânticas entre os termos;
· realizar consulta aos índices e tabelas para acesso aos termos definidos;
· permitir a escolha dos termos para realizar a indexação dos documentos;
2
�· utilizar, conjuntamente com o Banco DEDALUS, durante a catalogação/digitação
do registro bibliográfico;
realizar a exportação dos termos com as etiquetas (tags) do formato MARC,
·
para o registro bibliográfico.
3 Base de dados para gerenciamento e uso do Vocabulário Controlado USP
O Vocabulário Controlado USP é organizado hierarquicamente, através de uma
macroestrutura, sendo possível consultar os termos por uma lista sistemática e lista alfabética;
contem ainda Tabela de Qualificadores, Tabela Geográfica e Tabela de Gênero e Forma.
Para o gerenciamento operacional, de modo a contemplar as características e
especificidades necessárias, e em consonância com as tecnologias de informação disponíveis, foi
desenvolvida uma base de dados que proporcionasse um ferramental adequado para subsidiar a
indexação de documentos e a sua própria manutenção.
Nesse contexto, estabeleceu-se como requisitos para definição da ferramenta de
desenvolvimento:
·
rapidez, tanto para o desenvolvimento propriamente dito do programa como
para o código executável (velocidade de execução);
·
possibilidade de incorporar os recursos que o ambiente Windows oferece como
facilidades para usuário (navegabilidade): telas amigáveis, intuitivas e de rápida
compreensão na sua operacionalidade.
Assim, optou-se pelo sistema Delphi 4.0 para
Windows (1), como ferramenta de
desenvolvimento, e nesse conjunto, pelo Banco de Dados Paradox. O Vocabulário encontra-se
em duas versões: em CD-ROM (monousuário), que pode ser utilizada por qualquer sistema de
informação e, versão para rede, especificamente delineada para utilização com o Banco de
Dados Bibliográficos da USP – DEDALUS.
(1)
Delphi é um sistema integrado para desenvolver aplicações baseado na linguagem Object Pascal, que permite operar
com diversos tipos de bancos de dados, entre os quais o Paradox, escolhido para essa base de dados.
3
�Esse trabalho apresenta as características da versão para rede, tendo em vista as
condições especiais elaboradas, a ser utilizada junto à base de dados em Formato MARC. A
seguir encontram-se as principais telas da base e as funções estabelecidas para a sua utilização.
3 .1 Tela de abertura da base de dados:
3.2 Recursos da tela principal:
1
2
3
6
4
7
5
8
9
10
11
12
4
�A partir do botão “Entrar”, na Tela de Abertura, aparece a Tela Principal, que possibilita:
1 Identificação do programa
2 Menu principal
. Campo 650 Índice – Assunto (Lista alfabética contendo os descritores (assuntos))
. Campo 650 Hierarquias – Assunto (Lista dos descritores em ordem hierárquica,
precedidos dos respectivos códigos alfanuméricos (os códigos alfanuméricos referem-se às
relações de controle na base de dados))
. Campo 651 – Geográfico (Lista alfabética contendo nomes geográficos)
. Campo 655 – Gênero / Forma (Lista alfabética contendo termos referentes a gênero e
forma)
Nota: os campos 650, 651,655 referem-se aos campos de assunto do Formato MARC,
adotado para o Banco DEDALUS
. Tabelas (há 3 tipos: Tabela de qualificadores, Tabela geográfica e Tabela de gênero/forma)
3 Campo assunto - utilizado para efetuar digitação do descritor (assunto) a ser recuperado; ao
iniciar a digitação o cursor automaticamente se posiciona no índice pela ordem alfabética
4 Botões da área superior da tela para voltar ou avançar na lista
5 Coluna 1: encontrada no lado esquerdo da tela, relaciona a lista alfabética dos descritores; o
sinal
indica a posição do descritor em destaque
6 Coluna 2: espaço encontrado no lado direito da tela, onde serão relacionados os descritores
selecionados pelo usuário
7 Barra vertical - separa as colunas 1 e 2, podendo ser deslocada para direita ou para esquerda
para aumentar o tamanho de uma das duas colunas
8 Campo em que é visualizado o código alfanumérico correspondente ao descritor onde o
cursor se encontra posicionado (sinal , na Coluna 1)
5
�9 Botões intermediários - os botões do lado esquerdo da tela referem-se à Coluna 1 e os do
lado direito, à Coluna 2
Coluna 1
Remete ao descritor adotado, quando houver remissiva
Volta à remissiva
Apresenta a hierarquia do assunto de interesse para o usuário (somente para o
campo 650)
Seleciona o termo e o transfere para a Coluna 2
Coluna 2
Remove o(s) descritor(es) marcado(s) pelo usuário
Remove todos os descritores selecionados pelo usuário
Apresenta a hierarquia onde está localizado o descritor selecionado pelo usuário
(somente para o campo 650)
Ao clicar nesse botão, o sistema abre uma nova tela (área de indexação) com os
termos que se encontram na Colona 2
10 Campo de visualização do descritor de Assunto, ou Geográfico ou Gênero/Forma onde o
cursor está posicionado (por extenso)
11 e 12 Botões da área inferior da tela, com informações sobre o programa, a base e o
vocabulário
6
�3.3 Macroestrutura do Vocabulário Controlado USP
O botão Macro, encontrado na Tela Principal, remete para a tela a seguir.
a
b
a) Apresentação das classes principais do Vocabulário, com algumas opções, pelo uso dos
botões relacionados no item b (botões da área inferior da tela)
3.4 Como efetuar pesquisa em índices e tabelas
Utilizando-se as opções do Menu Principal da Tela Principal, o usuário tem as seguintes opções
de pesquisa:
3.4.1 Pesquisa por índice alfabético (Cpo 650 Índice – Assunto), para preenchimento do
campo 650 do formulário de cadastramento de registros do Banco DEDALUS
Estando ativada a opção Cpo 650 Índice de Assunto, digitar o descritor ou início do descritor no
campo assunto (Ex.: biologia), ou percorrer a lista alfabética com auxílio da barra de rolagem,
até o termo de interesse, conforme exemplo na tela abaixo.
7
�3.4. 2 Pesquisa por hierarquia com códigos alfanuméricos (Cpo 650 Hierarquias – Assunto)
Estando ativada a opção Cpo 650 Hierarquias – Assunto, digitar o código ou início do código
correspondente ao descritor do assunto (Ex.: CA100) ou percorrer a lista alfabética com auxílio
da barra de rolagem, até localizar o código e o descritor de interesse.
8
�Os códigos são compostos por duas letras, correspondentes às iniciais das grandes áreas do
conhecimento, acompanhadas de subdivisão decimal de 100 a 794.9.3. Os códigos do descritor
remissivo são acompanhados da letra X.
Assim:
CA = Ciências Agrárias
CB = Ciências Biológicas
CE = Ciências Exatas
CH = Ciências Humanas
3.4. 3 Pesquisa pelo índice geográfico (Cpo 651 – Geográfico), para preenchimento do
campo 651 do formulário de cadastramento de registros do Banco DEDALUS
Estando ativada a opção Cpo 651 – Geográfico, digitar o nome ou o início do nome do local no
campo “Local Geo” (Ex.: Brasil), ou percorrer a lista alfabética com auxílio da barra de rolagem,
até o nome de interesse.
Quando se escolhe um nome de lugar remissivo, o sistema automaticamente seleciona o nome de
lugar autorizado; neste caso, quando se clica no botão, o nome de lugar transferido para a
Coluna 2 (Locais Selecionados) será o autorizado.
9
�3.4.4 Pesquisa por gênero/forma (Cpo 655 – Gênero/Forma), para preenchimento do
campo 655 do formulário de cadastramento de registros do Banco DEDALUS
Estando ativada a opção Cpo 655 – Gênero/Forma, digitar o descritor ou início do descritor no
campo assunto (Ex.: documentário), ou percorrer a lista alfabética com auxílio da barra de
rolagem, até o descritor de interesse.
3.4.5 Pesquisa por Tabelas
Estando ativada a opção Tabelas, aparecerá uma nova tela, onde o usuário poderá consultar a
tabela de qualificadores, a tabela geográfica e a tabela de gênero e forma.
10
�4 Área de “indexação” (como exportar descritores para o Banco DEDALUS)
Após a identificação e seleção dos descritores de assunto de interesse, os mesmos são
levados automaticamente para a área de indexação do programa, conforme tela a seguir,
com o uso do botão
“Transfere o descritor selecionado para a área de
indexação”, encontrado na Tela Principal (item 3.2). Nessa área, o usuário poderá compor
a seqüência dos descritores, acrescentando opcionalmente o qualificador, a data e/ou o
termo geográfico ao assunto principal.
11
�Descrição dos recursos da tela:
Abre tela com a Tabela de Qualificadores em ordem alfabética; os
qualificadores são termos utilizados em combinação com a lista de assuntos,
tanto para complementar um ponto de vista, como para eliminar
ambigüidades
Abre tela com a Tabela Geográfica em ordem alfabética; inclui países e
respectivas capitais, bem como os estados e municípios brasileiros e
principais rios
12
�Exemplo de uso de Termo Qualificador e de Termo Geográfico na área de Indexação
(complementando o assunto principal)
Abre tela para indicação de data; preencher de acordo com os exemplos
abaixo:
Data simples: 1980
Data composta: 1980-1990
Século: Século 20
13
�Exemplo de uso de Data na área de Indexação (complementando o assunto principal)
5 Considerações Finais
O Vocabulário Controlado USP constitui-se em um produto aberto, contemplando atualizações
periódicas para a realização de ajustes e correções, com o gerenciamento efetuado por um
grupo interdisciplinar, formado por docentes, bibliotecários e especialistas convidados pela
Universidade.
A implantação desse produto contribuirá significativamente para aprimorar o acesso ao acervo
bibliográfico da Universidade de São Paulo. Da mesma forma poderá constituir-se num
instrumento de apoio a outros sistemas para a indexação e recuperação da informação de
publicações na língua portuguesa.
14
�6 Referências Bibliográficas
BORLAND. Delphi 4 for windows 95 and windows NT: developer´s guide. Scotts Valley,
Inprise Corporation, 1983-1988. pg. variada.
GOMES, Hagar Espanha. A organização do conhecimento diante das novas tecnologias. In:
Organização do conhecimento e sistemas de classificação. Brasília: IBICT, 1996. p.54-57.
KOBASHI, Nair Yumiko. A organização e a transferência de informações documentárias:
problemas e perspectivas. In: Organização do conhecimento e sistemas de classificação.
Brasília: IBICT, 1996. p.65-67.
KOBASHI, Nair Yumiko. Manual de indexação e tesauro. São Paulo: USP/ECA, 2001. 10p.
(Material de apoio ao curso de revisão de indexação e uso do Vocabulário Controlado USP)
LIMA, Vânia Mara Alves; KOBASHI, Nair Yumiko; IMPERATRIZ, Inês Maria de M.
Vocabulário controlado USP: desenvolvimento, implantação e gerenciamento. In: Integrar – 1º
Congresso Internacional de Arquivos, Bibliotecas, Centros de Documentação e Museus. Textos,
São Paulo: FEBAB, 2002. p. 225-235.
VOCABULÁRIO Controlado USP: base de dados de descritores em língua portuguesa para
indexação e recuperação da informação – manual do usuário (versão preliminar). São Paulo:
SIBi/USP, 2001. 32p.
15
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Desenvolvimento de bases de dados para gerenciamento do vocabulário controlado USP elaborado pelo SIBi/USP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Rosetto, Marcia
Nogueira, Adriana Hypólito
Lima, Vania Mara Alves
Barcello, João Carlos Holland de
Faria, Ricardo Amaral de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As Bibliotecas da USP caracterizam-se pela descentralização e especialização de seus acervos. O acesso global a esse fundo informacional requer, desse modo, uma linguagem comum de representação temática, que contemple a convivência, em cada acervo, de ítens bibliográficos erais, voltados para o ensino de graduação, e de ítens especializados, que respondem às demandas do ensino de pós-graduação e da produção de conhecimento pelas diferentes linhas de pesquisa. Para enfrentar esse desafio, optou-se pela criação de um vocabulário unificado, tendo como ponto de partida as linguagens efetivamente utilizadas pelas bibliotecas do Sistema. A elaboração de um vocabulário controlado fundamenta-se no princípio de que um instrumento dinâmico, capaz de ser atualizado de forma criteriosa, requer uma estrutura de relações lógico-semânticas explícitas entre as áreas, subáreas e a terminologia propriamente dita, em seus diferentes níveis e a apresentação de regras de utilização igualmente explícitas e compartilhadas. Para implementação operacional do Vocabulário USP, de modo a contemplar essas características e especificidades, e em consonância com as tecnologias de informação disponíveis, optou-se pela elaboração de uma base de dados. Esse desenvolvimento proporciona o ferramental adequado às necessidades de: interface para consulta às tabelas existentes, decorrentes dos conjuntos de termos; aplicação de procedimentos para subsidiar indexação de documentos; manutenção da macroestrutura do Vocabulário e de suas relações lógico-semânticas entre termos.
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a6bc48cd422bfa2c216a9b9c2e5f3fe8
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APLICAÇÃO DE ELEMENTOS METADADOS DUBLIN CORE
PARA DESCRIÇÃO DE DADOS BIBLIOGRÁFICOS ON-LINE
DA BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES DA USP
Marcia Rosetto
Universidade de São Paulo
Sistema Integrado de Bibliotecas
Departamento Técnico*
mrosetto@usp.br
Adriana Hypólito Nogueira
Universidade de São Paulo
Sistema Integrado de Bibliotecas
Departamento Técnico*
adriana@sibi.usp.br
Resumo
Os recursos da rede Internet são considerados atualmente importantes meios de comunicação, e
estão se transformando, tamb ém, em importantes instrumentos para a disseminação de
publicações e serviços de informação. Nesse sentido, tornam-se um ambiente poderoso para a
implementação de procedimentos para a produção de documentos eletrônicos e a elaboração de
pesquisas de informações digitais. Dessa forma, novos modelos (formatos metadados) estão
sendo desenvolvidos para estruturar e descrever distintos objetos significativos de informação,
armazenados em bibliotecas e centros de documentação e que, por meio de recursos
tecnológicos, são distribuídos e recuperados através de websites. O presente trabalho apresenta
os elementos metadados do Dublin Core e a sua aplicação quanto à definição do conjunto de
informações para a descrição bibliográfica de documentos na Biblioteca Digital de Teses da
USP.
Eixo temático: Gerenciamento de Tecnologias em Bibliotecas Universitárias
Palavra Chave : Formato Metadado; Formato Dublin Core
*
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS – Departamento Técnico
Av. Prof. Luciano Gualberto, Trav. J, 374 - 1º andar - Cidade Universitária
05508 -900 - São Paulo, SP - Brasil
Fone: (0XX11) 3091-4194 e 3091-4197 - Fax: (0XX11) 3815 -2142 - dtsibi@org.usp.br
http://www.usp.br/sibi
��1 Introdução
A era digital vem impactando drasticamente o planejamento das atividades das bibliotecas,
exigindo que se efetue novas configurações para acomodar o uso da tecnologia, tanto para a
armazenagem quanto para prover acesso às informações digitais disponíveis em redes de
computadores, principalmente a Rede Internet. Nesse processo de mudanças, os serviços
tradicionais também continuam tendo demandas requerendo, portanto, uma gestão que permita a
coexistência, pacífica, entre os vários recursos criados por essas tecnologias avançadas (IFLA,
2001).
Através da Internet pode-se ter acesso a uma grande variedade de recursos
informacionais, como por exemplo e-mails, listas de discussão, websites, artigos em revistas
eletrônicas, informações comerciais, culturais, artísticas, entre outras, e bibliotecas virtuais e
digitais.
Nesse último aspecto, segundo Fox (1998), a biblioteca digital é uma das formas mais
avançadas e complexas de sistemas de informação, pois freqüentemente envolve “suporte de
forma colaborativa, preservação de documento digital, gerenciamento de base de dados
distribuída, hipertexto, filtros de informação, recuperação de informação, módulos de instrução,
gerenciamento de direitos autorais, serviços de informação multimídia, serviços de referência e
respostas às questões enviadas, busca de recursos, e disseminação seletiva”. Por outro lado, uma
biblioteca digital estende e amplia os recursos e serviços existentes, propicia o desenvolvimento
de novos tipos de expressão humana e dá oportunidades para o intercâmbio em nível mundial.
A definição de biblioteca digital, de acordo com vários autores, ainda encontra-se em fase
de maturação. Atkins (1998) propõe que “o conceito de biblioteca digital está na analogia com
um lugar onde se encontra um repositório contendo uma coleção organizada de publicações (que
possam ser impressos) e outros artefatos físicos, combinados com sistemas e serviços que
facilitem o acesso físico, intelectual, e disponível por longo tempo”. Sreenivasulu (2000),
identifica em seu trabalho algumas definições e características elaboradas por vários autores que
ilustram o atual momento sobre o tema, incluindo as competências necessárias para que o
profissional da informação possa gerenciar esse tipo de sistema.
1
�No contexto da informação digital, um dos principais aspectos a considerar é a seleção
dos tipos de materiais das coleções existentes a serem preservados com o uso dessa tecnologia,
requerendo uma análise quanto aos elementos necessários para a sua identificação e os meios de
captura dos mesmos para o ambiente digital.
De acordo com Lazinger (2001), inicialmente, documento digitais podem ser
caracterizados quanto a sua origem:
Material digitalizado – documentos convertidos em formato eletrônico;
Material digital original – documento editado diretamente na forma digital.
Essa categorização não é suficiente e, nesse sentido, estudos estão sendo realizados para
melhor compreensão do assunto. Entre as classificações já elaboradas, encontra-se a de Waters
(Lazinger, 2001), que propõe a divisão por atributos de objetos de informação digital em
categorias como descrito a seguir.
Características das Publicações Eletrônicas
1. Fontes e modos de distribuição:
Materiais individuais (e-mails, notas, manuscritos, preprints, bases de dados, etc.);
Materiais corporativos (registros dos recursos humanos, financeiros, de planejamento,
relatórios, etc.);
Editores (livros, publicações seriadas, filmes, registros sonoros, etc.);
Bibliotecas, museus e outras instituições educacionais.
2. Contexto:
Meta-Informação (catálogos bibliográficos, índices, diretórios de sistemas, etc.); em
contraposição a
Documentos e outros objetos aos quais as meta -informações se referem, tais como
textos monográficos e seriados, gráficos e imagens fotográficas, registros sonoros,
coleções de dados, etc.
3. Estrutura de codificação, formato e conteúdo:
2
�Formatos padrão: ASCII, TIFF, Textos, JPEG, GIF, etc.;
Linguagens de marcação SGML com DTD - Document Type Definition(com
qualidades para sua própria definição);
Objetos multimídia que podem incorporar todas essas qualidades.
Outras tipologias de publicações eletrônicas estão sendo construídas e podem subsidiar
estudos corporativos.
As publicações eletrônicas/objetos no ambiente digital são identificadas por um conjunto
de elementos que os caracterizam e localizam. A normalização desses conjuntos, chamados
formatos, propic iam as condições necessárias a sua recuperação e intercâmbio via rede.
Conforme Paepcke (1998), “a função primária para mediação automática é a tradução
dos formatos dos dados e os modos de operação”. Um dos pontos fundamentais para facilitar o
intercâmbio é utilizar normas que facilitem a tradução entre sistemas, com formatos diferentes,
inclusive o MARC.
2 Formatos Metadados
Nos anos 60 surgiram os formatos para a descrição de dados bibliográficos(1), que são
modelos normativos para a automatização da informação. Com o desenvolvimento de
tecnologias de informação e comunicação mais sofisticadas, novas formas para estruturar e
disponibilizar a informação eletrônica estão sendo possíveis para o acesso através da Internet. A
edição e transmissão da informação nesses novos suportes são elaboradas com a adoção de
normas, incluindo a utilização das já existentes e atualizadas para esse fim, e que, ao mesmo
tempo, geram registros bibliográficos para as bases de dados, como por exemplo o MARC 21.
Esses formatos estão sendo designados como metadados, e já constituem um grande conjunto de
normas aplicáveis à gestão da informação digital.
(1)
“Os formatos tradicionais para a descrição de dados bibliográficos são estruturados de acordo com a Norma ISO 2709 "
Format bibliographic information interchange on magnetic tape". A estrutura desses formatos permite alto grau de
flexibilidade e manejo da informação e orienta o desenho de bases de dados; a codificação da informação em formatos
de intercâmbio serve como instrumento para construir campos que, junto com a aplicação de regras normativas,
representam a descrição de um documento/informação.
3
�Metadado é freqüentemente identificado como dado acerca de dado, ou informação sobre
informação que está no espaço digital e virtual. É um sumário de informações sobre a forma e o
conteúdo de um recurso eletrônico, ou não, que pode ser um objeto bibliográfico (livros,
seriados, mapas, etc.), catálogo de registros bibliográficos, inventários e registros de arquivos,
objetos geoespaciais (imagens de satélites, etc) , recursos de museus e visuais, ou
implementações de software (Ercegovac, 1999).
Os elementos metadados podem ter diferentes níveis de especificidade, estrutura e
complexidade, e seu propósito primário é: descrever, identificar, e definir um recurso eletrônico
com o objetivo de modelar e filtrar o acesso, termos e condições para o uso, autenticação e
avaliação, preservação, e interoperabilidade. “A idéia de metadado tem sido comparada com as
citações bibliográficas, mas o conceito pode ser aplicado mais amplamente. (...) ‘Metadado’ é
um termo genérico para dados que caracteriza qualquer tipo de informação” (GILS, 2001).
Dempsey & Heery (Sutton, 1997), também afirmam que os metadados podem ser
informações descritas tradicionalmente (ex: catálogos de bibliotecas), ou informações de recursos
eletrônicos (arquivos
automatizados, textos eletrônicos ou páginas web), cuja forma de
recuperação está baseada nos motores de busca da web para a localização. Da mesma forma
que um catálogo de biblioteca fornece informação para localizar um livro, um metadado é usado
para localizar uma informação (registro), que poderá ser um endereço Internet, recursos web,
livros, e-mail, eventos, artefatos, conjunto de dados, projetos, organizações, etc. É um poderoso
instrumento normativo para identificar e descrever recursos de informação e auxiliar os
pesquisadores a localizarem e obterem essas informações.
Atualmente há uma grande variedade de formatos de metadados, dentre eles o Dublin
Core Resource Description (DC). O DC é um formato menos estruturado e mais flexível, que
adota a sintaxe do Resource Description Framework – RDF. Estabelecido pelo Consórcio
W3C, responsável pelo gerenciamento da Internet, propicia um conjunto de 15 elementos
padrão, permitindo a inclusão de elementos adicionais para atender às particularidades de cada
usuário. Foi estabelecido por consenso de um grupo internacional e interdisciplinar de
profissionais – bibliotecários, analistas, lingüistas, museólogos, entre outros, e é utilizado para
descrever uma variedade de recursos existentes na Internet, com o propósito de ser um meio de
comunicação e de procura de informações disponíveis nessa rede. Tem sido adotado por
4
�importantes instituições e como padrão nacional em agências governamentais (Dublin Core,
2001). A seguir é relacionado o conjunto de elementos metadados definidos pelo Dublin Core.
Dublin Core metadada element set (Dublin Core, 1999)
Título
Criador
Assunto
Descrição
Editor
Contribuinte
Data
Tipo
Formato
Identificação
Fonte
Idioma
Relação
Cobertura
Direitos
- um título dado ao recurso
- uma entidade principal responsável pela elaboração do conteúdo do recurso
- assunto referente ao conteúdo do recurso
- uma descrição sobre o conteúdo do recurso
- a instituição responsável pela difusão do recurso
- uma entidade responsável pela contribuição ao conteúdo do recurso
- data associada com um evento no ciclo de vida do recurso
- a natureza ou gênero do conteúdo do recurso
- manifestação física ou digital do recurso
- identificação não ambígua do recurso dentro de um dado contexto
- uma referência para um outro recurso o qual o presente recurso é derivado
- idioma do conteúdo intelectual do recurso
- uma referência a um outro recurso que se relaciona com o recurso
- a extensão ou cobertura espaço-temporal do conteúdo do recurso
- Informações sobre os direitos do recurso e seu uso
Entre as várias aplicações do Dublin Core pode-se citar como exemplos a Networked
Digital Library of Theses and Dissertations, disponível em: <http://www.ndltd.org>; The Nordic
Metadata Project, disponível em: <http://www.lib.heilsink.fi/meta/index.html>; Art, Design,
Architecture & Media Information Gateway and Visual Arts Data Service, disponível em:
<http://adam.ac.uk>; CIMI (Consortium for the Computer Interchange of Museum Information),
disponível em: <http://www.cimi.org>; CORC (Cooperative Online Resources Cataloguing),
disponível em <http://purl.oclc.org/corc/>.
Em nível nacional há a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, cuja base de
dados foi estruturada utilizando-se o conjunto de elementos desse modelo de metadados, e
encontra-se disponível em: <http://www.teses.usp.br/>.
3 Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São Paulo - USP
A biblioteca digital da USP foi disponibilizada para a comunidade a partir de junho de
2001, com o objetivo de facilitar o acesso remoto a essa parte de produção intelectual da
Universidade de São Paulo, englobando teses e dissertações nas áreas de ciências humanas,
exatas e biológicas, com diferentes estruturas e conteúdos (Masiero, 2001).
5
�Dentre as atividades desenvolvidas para a implementação da biblioteca digital, constou a
definição do conjunto de elementos metadados necessários à descrição dos recursos
bibliográficos a serem introduzidos na base de dados. Essas informações são digitadas pelo
próprio autor da Tese, durante o processo de submissão do documento em formato eletrônico
ao programa para armazenagem de dados.
Outro aspecto verificado foi a possibilidade de exportação automática desses dados para
o Banco de Dados Bibliográficos da USP - DEDALUS, que abriga todos os registros
bibliográficos referentes ao acervo de Dissertações e Teses apresentadas à USP. A arquitetura
da biblioteca digital encontra-se na figura a seguir, que oferece uma visão geral dos processos
desenvolvidos e em operação.
Fonte: Masiero, 2001
Após análise de alguns formatos metadados, optou-se pelo Dublin Core, que é um padrão
adotado mundialmente em vários tipos de projetos para gestão de recursos digitais. Além disso,
trata-se de um modelo que permite a inclusão de elementos adicionais para atender às
particularidades da instituição, sendo ainda um formato padrão adotado para efetuar a
interoperabilidade entre outros formatos. No item 3.1 encontram-se relacionados os elementos
metadados definidos para a Biblioteca Digital de Teses da USP, com a correspondência dos
campos do Formato MARC do Banco DEDALUS.
6
�3.1 Mapeamento de Elementos Metadados Dublin Core para Descrição e Gerenciamento da Biblioteca Digital de Teses da USP, e
correlação com campos do Formato MARC no Banco DEDALUS
ELEMENTOS DUBLIN CORE (DC)
DC.Title.Pt
DC.Title.X-Subtitle.Pt (+)
DC.Title.En (+)
DC.Title.X-Subtitle.En (+)
DC.Title.X-Notes
DC.Creator.PersonalName
DC.Creator.X-PID
DC.Creator.X-No.USP (+)
Status
(M – O – R) 1
M
M
O
O
O
M
M
MARC (DEDALUS)
245 $a
245 $b
245 $ a
245 $b
----100 $a
946 $b
946 $c
Origem/ Preenchimento
(A – B - F – T – Aut)2
A
A
A
A
F
F
M
F
DC.Creator.Address
DC.Creator.X-Institution
O
M
EXT 01
------
B
Default
DC.Creator.X-Major
DC.Creator.X-College
DC.Creator.X-Dept
DC.Subject.X-Keyword.Pt (+)
M
M
O
M
590 $d $e
946 $e $f
599 $a $b
952$a
$f
F
F
F
A
A
DC.Subject.X-Keyword.En (+)
M
952$a
$f
A
A
1
Conteúdo / Notas
Título do documento em Português
Subtítulo do documento em Português
Título do documento em Português e Inglês
Subtítulo do documento em Português e Inglês
Notas sobre o Título
Autor Principal do Documento
Identificação na USP (CodPess do Autor )
Identificação na USP (No. USP do Aluno de PósGraduação quando houver)
Email do autor
Nome da Instituição do Autor (Default Universidade de
São Paulo)
Área de Concentração (programa de pós) (nome e código )
Unidade USP sigla e nome da Unidade
Departamento da Unidade sigla e nome da Unidade
Palavras-chave em português
(Colocar o valor default “Proveniente da Base Teses
Digitais da USP” no DEDALUS)
Palavras-chave em Inglês
Colocar o valor default “Proveniente da Base Teses Digitais
da USP” no DEDALUS)
Status ( M = mandatório, O = Opcional, R = Recomendado)
Origem / Preenchimento (A = Aluno, B = Biblioteca, F = Importado do Fênix (Base de Dados Corporativos da Pós-Graduação na USP), T = Tabela, Aut = Automático/Gerado pelo
Sistema)
(+) extensões propostas para a USP
2
7
�ELEMENTOS DUBLIN CORE (DC)
DC.Description.X-Degree (+)
Status
(M – O – R) 1
M
MARC (DEDALUS)
502 $a
Origem/ Preenchimento
Conteúdo / Notas
(A – B - F – T – Aut)2
T (para aluno escolher qual o Grau da Tese/Dissertação
atributo)
Introduzir na Tabela os seguintes atributos:
DC.Description.Abstract.Pt
DC.Description.Abstract.En
DC.Publisher.CorporateName
M
R
M
520 $a
940 $a
----------
A
A
Default
DC.Publisher.CorporateName.Address
M
260 $a
A
DC.Contributor.X-Chair.PersonalName
DC.Contributor.X-Chair.PersonalName.Address
DC.Contributor.X-Committee.PersonalName
DC.Contributor.X-Committee.PersonalName.Address
M
O
O
O
700 $a
EXT 01
-----------------
F
A
F
A
1
Dissertação (Mestrado)
Tese (Doutorado)
Professor Titular
Provimento de Cátedra
Lente Substituto
Grau nao identificado
Resumo em Português
Resumo em Inglês
Nome da “Editora”
Default Universidade de São Paulo
Endereço da “Editora” –
Cidade do Campus
Colocar tabela com atributos para o aluno escolher :
Bauru
Piracicaba
Pirassununga
Ribeirão Preto
São Carlos
São Paulo
Nome do Orientador
Email do Orientador
Nome do Membro da Banca
Email do Membro da Banca
Status ( M = mandatório, O = Opcional, R = Recomendado)
Origem / Preenchimento (A = Aluno, B = Biblioteca, F = Importado do Fênix (Base de Dados Corporativos da Pós-Graduação na USP), T = Tabela, Aut = Automático/Gerado pelo
Sistema)
(+) extensões propostas para a USP
2
8
�ELEMENTOS DUBLIN CORE (DC)
DC.Date.Valid
(YYYY – MM- DD)
DC.Date.X-Publication (+)
DC.Date.X-Approved
DC.Type
Status
(M – O – R) 1
M
M
O
M
MARC (DEDALUS)
945 $i
(DD-MM-YYYY)
260 $c
-----------945 $y
Origem/Preenchimento
(A – B - F – T – Aut)2
F
Data da Defesa
A
Aut.
T (DC)
Ano de Publicação
Data da Revisão/Aprovação
Tipo de Documento na classificação DC
DC.Type.X-USP (+)
M
945 $a $b
Default
DC.Format
M
945 $z
T (DC)
Conteúdo / Notas
Coleção (Collection)
Conjunto de dados (Dataset)
Evento/ocorrência (Event)
Imagem (Image)
Recursos interativos (Interactive electronic)
Moldelo (Model)
Parte (Party)
Objeto físico (Physical object)
Lugar (Place)
Serviço (Service)
Software
Som (Sound)
Texto (Text)
Tipo de Documento USP (default t – tese)
945 $a T
945 $b Tese
Formato do documento na classificação DC
Texto html
sgml
xml
pdf
zip
1
Status ( M = mandatório, O = Opcional, R = Recomendado)
Origem / Preenchimento (A = Aluno, B = Biblioteca, F = Importado do Fênix (Base de Dados Corporativos da Pós-Graduação na USP), T = Tabela, Aut = Automático/Gerado pelo
Sistema)
(+) extensões propostas para a USP
2
9
�ELEMENTOS DUBLIN CORE (DC)
Status
(M – O – R) 1
Origem/Preenchimento
(A – B - F – T – Aut)2
MARC (DEDALUS)
Conteúdo / Notas
Imagem jpeg
gift
ief
tiff
cgm
DC.Format.X-ContentLength
DC.Format.X-Checksum
DC.Identifier
DC.Identifier.X-CallNumber.LC
DC.Identifier.X-CallNumber.Local
DC.Source
DC.Language
DC.Relation.Collection
DC.Relation.Part
DC.Coverage
DC.Rights **
DC.Rights.X-Availability **
DC.Rights.X-Availability.Notify **
DC.Rights.X-Proxy.PersonalName **
DC.Rights.X-Proxy.Address
**
DC.Rights.X-Signature **
O
O
M
O
O
O
M
O
O
O
O
M
O
O
O
O
------------------EXT 11
---------------------------041 $a
----------------------------------------------------------------------------------
Aut
Aut
Aut
Não adotar
Não adotar
Adotar / Futuro
default pt
Adotar (Futuro)
Adotar (Futuro)
Adotar (Futuro)
T
1
Som (áudio) basic
tone
Tamanho do arquivo
Checksum do arquivo
Identificador do documento (URN ou URL)
Identificador na Biblioteca Lybrary of Congress
Identificador na Biblioteca Local
Descrição do documento original
Idioma do documento (pt = português)
Identificador do documento principal
Identificador de um documento secundário (anexo)
Termo de Acordo
Disponibilidade (total/pública, restrita a USP, retida)
Data para reavaliar a disponibilidade
Nome do Procurador do Autor
Email do Procurador
Assinatura Digital (ex. PGP)
Status ( M = mandatório, O = Opcional, R = Recomendado)
Origem / Preenchimento (A = Aluno, B = Biblioteca, F = Importado do Fênix (Base de Dados Corporativos da Pós-Graduação na USP), T = Tabela, Aut = Automático/Gerado pelo
Sistema)
(+) extensões propostas para a USP
**
conforme definido pela Assessoria Jurídica
2
10
�Quando o documento é submetido à biblioteca digital, o sistema busca e importa da Base
de Dados Corporativos da Pós-Graduação da USP - Fênix - as informações referentes a alguns
elementos metadados: banca examinadora, data de defesa, orientador e título; após, o aluno
complementa os demais campos definidos para essa base.
Estando o documento depositado na biblioteca, é efetuada a análise dos dados
introduzidos com a cópia impressa. Após, é efetivada a liberação para a consulta através da
Internet (www.teses.usp.br). Nesse momento, é realizada também a transferência dos dados
para o DEDALUS (em formato MARC), para ser complementado pela equipe catalogadora da
biblioteca.
4 Considerações finais
Como observam Macedo & Modesto (1999), “mudanças e transformações no mundo
todo em áreas diversas estão ocorrendo (...) com a entrada da Internet nos canais de
comunicação e informação. Consequentemente, o uso de seus vários recursos (...) estão
alterando comportamentos de emissores/receptores” e, independentemente das várias questões
que essa rede suscita, um fato é concreto: ela é a onda gigantesca que vai abalando a sociedade
como um todo.
A tecnologia da informação e comunicação está possibilitando o desenvolvimento de
metodologias, como é o caso dos modelos metadados, que propiciam novas práticas para a
organização e tratamento da informação, nesse caso em formato digital, proporcionando
diferentes mecanismos de busca e recuperação. Para Cunha (2000) em todas as épocas as
bibliotecas sempre foram dependentes da tecnologia da informação e o advento da biblioteca
digital, no final dos anos 90, demonstra que nos últimos 150 anos as bibliotecas sempre
acompanharam e venceram os novos paradigmas tecnológicos.
Segundo Miranda (1999) o impacto dessa tecnologia sobre o desenvolvimento de sistemas
e serviços de informação está obrigando a uma reengenharia dos processos de produção e
distribuição da informação, e uma reformulação no manejo de estoques mais convencionais
como os dos arquivos e bibliotecas. Assim, o profissional da informação frente a esses novos
instrumentos e práticas que estão sendo estabelecidos, tem o compromisso de ser o agente para
11
�a construção e mediação desses conjuntos de conteúdos digitais, criando condições para uma
fácil recuperação das informações pelos usuários no novo contexto que se estabelece.
12
�5 Referências Bibliográficas
ATKINS, Dan. Vision for digital libraries. In: An International research agenda for digital
libraries, p.11-14, outubro1998.
CUNHA, M. B. da. Construindo o futuro: a biblioteca universitária brasileira em 2010. Ciência
da Informação, v.29, n.1, p.71-89, jan./abr., 2000.
DUBLIN CORE METADADA INITIATIVE. Dublin Core metadada element set, version 1.1:
reference description. Disponível em: <http://dublincore.org/documents/dces/> Acesso em: 09
nov.2001.
ERCEGOVAC, Zorama. Introduction. Journal of the American Society for Information
Science, v.50, n.13. 1165-1168, 1999.
FOX, Edward A.; MARCHIONINI, Gary. Toward a worldwide digital library.
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GLOBAL information locator service (GILS) – making it easier to find all the information.
Disponível em: <http://www.gils.net/about.html> Acesso em: 09 nov. 2001.
IFLA. Section on Library Buildings and Equipment. Future places: reinventing libraries in the
digital age. Newsletter, n.02, p.3 Sept. 2001.
LAZINGER, Susan S. Digital preservation and metadata: history, theory, practice. Englewood:
Libraries Unlimited, 2001. 359p.
MACEDO, Neusa D.; Modesto, Fernando. Equivalências: do serviço de referência convencional
a novos ambientes de redes digitais em bibliotecas. Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação, São Paulo, Nova Série , v.1, n.1, p.38-72, 1999.
MASIERO, Paulo César et al. A biblioteca digital de teses e dissertações da Universidade de
São Paulo. Ciência da Informação, v.30, n.3, p.34-41, set./dez. 2001.
PAEPCKE, Andreas; CHEN-CHUAN, K. Chang; GARCÍA-MOLINA, Héctor;
WINOGRAD, Terry. Interoperability for digital libraries worldwide. Communications of the
ACM, v.41, n.4, p.33-43, abril 1998.
SREENIVASULU, V. The role of a digital librarian in the management of digital information
systems (DIS). The Electronic Library, v.18, n.1, p.12-20, 2000.
SUTTON, Stuart A. Conceptual design and development of a metadata framework for
educational resources on the Internet. Journal of the American Society Information Science,
v.50, n.13, p.1182-1192, 1999.
13
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Aplicação de elementos metadados Dublin Core para descrição de dados bibliográficos on-line da Biblioteca Digital de teses da USP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Rosetto, Marcia
Nogueira, Adriana Hypólito
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Os recursos da rede Internet são considerados atualmente importantes meios de comunicação, e estão se transformando, também, em importantes instrumentos para a disseminação de publicações e serviços de informação. Nesse sentido, tornam-se um ambiente poderoso para a implementação de procedimentos para a produção de documentos eletrônicos e a elaboração de pesquisas de informações digitais. Dessa forma, novos modelos (formatos metadados) estão sendo desenvolvidos para estruturar e descrever distintos objetos significativos de informação, armazenados em bibliotecas e centros de documentação e que, por meio de recursos tecnológicos, são distribuídos e recuperados através de websites. O presente trabalho apresenta os elementos metadados do Dublin Core e a sua aplicação quanto à definição do conjunto de informações para a descrição bibliográfica de documentos na Biblioteca Digital de Teses da SP.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4090/SNBU2002_080.pdf
91efee8e8b60ab9f046d3a78d347121c
PDF Text
Text
”MODELO DE GESTÃO DA DIVISÃO DE BIBLIOTECA
E DOCUMENTAÇÃO – DIBD”
Marcia Regina Migliorato Saad
Diretora Técnica – Divisão de Biblioteca e Documentação - ESALQ/USP, Caixa Postal 9,
Piracicaba, SP , Brasil – mrmsaad@esalq.usp.br
Sandra Helena Marchizeli Gregório Ribeiro dos Santos
Diretora Técnica de Serviço – Divisão de Biblioteca e Documentação - ESALQ/USP, Caixa
Postal 9, Piracicaba, SP , Brasil – shmgrsan@esalq.us p.br
Maria Angela de Toledo Leme
Diretora Técnica de Serviço – Divisão de Biblioteca e Documentação - ESALQ/USP, Caixa
Postal 9, Piracicaba, SP , Brasil – matleme@esalq.usp.br
Resumo
O modelo de gestão adotado para a DIBD, foi baseado no Gerenciamento da
Qualidade Total, que busca atender os interesses dos quatro consumidores da Organização:
o Cliente, a Administração, os Colaboradores e a Sociedade, de forma equilibrada. O
modelo serve de referência para realização de ajustes, melhorando continuamente, seu
sistema de administração e ajuda no apoio de “como” buscar resultados traçados nas
políticas e apontado nos objetivos.
A sua
implantação se deu no final de 1998, e vem sendo consolidada através da
implementação das ferramentas do sistema: Linguagem do Sistema, Política Básica,
Política do Ano, Planejamento (objetivo, meta e método) QFD, Padronização da Rotina
Indicadores, Programa de Educação, etc
Atualmente a biblioteca vem trabalhando neste
dinâmico e que permite que a melhoria seja contínua.
formato, que é absolutamente
�1 Introdução
Com a criação do Programa Permanente de Qualidade e Produtividade na
Universidade de São Paulo em 1996, a partir da exigência do Decreto 40.536, do exgovernador Mário Covas, todas as Unidades de Ensino também criaram suas comissões
locais.
E a Comissão de Gestão da Qualidade e Produtividade do Campus “Luiz de Queiroz”
– CGQPlq
Fundação
em Piracicaba numa decisão de vanguarda, desenvolveu em parceria com a
de
Desenvolvimento
Humano
Douglas
Andreani
um
programa
de
desenvolvimento de sistemas de gestão, utilizando o Sistema Dia de Gestão*.
A implantação se deu em alguns setores do Campus, mas de maneira mais efetiva e
abrangente na Divisão de Biblioteca e Documentação da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz – DIBD/ESALQ, da Universidade de São Paulo.
1.1 Objetivos
Este trabalho descreve, desde o início da implantação do sistema em 1999, até os
resultados obtidos atualmente, e a consolidação das técnicas e ferramentas empregadas.
2 Sistema de Gestão: Conceito e Linguagem
Num sistema de gestão , o uso da linguagem é um instrumento facilitador da
comunicação entre as pessoas nas relações de trabalho, uma vez que envolve desde
conceitos de planejamento até formas da cobrança de resultados.
Esta linguagem para ser eficaz, necessita ser repassada em cascata, ou seja do diretor
para o gerente, do gerente para o chefe e assim sucessivamente.
O uso dos conceitos de gestão por meio da linguagem traduzida, na prática gerencial
ocasiona transformações estruturais na organização, permitindo o enfrentamento de três
barreiras: o comprometimento da direção, o envolvimento da media gerência e o sistema
de informação para os funcionários.
____________
*Diagrama Consultoria em Qualidade
�2.1 O que é um Sistema de Gerenciamento
É um sistema amplo que busca atender a todos os consumidores da organização.
O primeiro consumidor é o cliente; se não há necessidades do cliente para serem
atendidas, não há negócio nem espaço para o empreendedor. Para se atender ao segundo
consumidor: acionista é necessário definir custos. Um sistema de gerenciamento existe
para buscar, em primeiro lugar, a sobrevivência do negócio. O terceiro consumidor na
ordem do planejamento deve ser o funcionário que procura a empresa para solucionar suas
próprias necessidades (MASLOW 2000) tais como:
a) Auto realização
b) Ego (reconhecimento)
c) Socialização
d) Segurança
e) Fisiologia
Razão pela qual a estruturação do sistema de gestão deve se buscar na natureza
humana que é universal. Antes de se produzir um bem ou um serviço, é necessário treinar
as pessoas, ou seja produtos destes bens e serviços.
Para o quarto consumidor, a sociedade, a organização não pode produzir bens ou
serviço que agridam o ambiente, ou tragam prejuízos a esta sociedade.
3 Gestão Sistêmica . DIBD/ESALQ
O início da implantação se deu em setembro de 1998, em parceria com a Fundação
Douglas Andreani, utilizando o Sistema Dia de Gestão, que se baseia fundamentalmente
nos valores humanos.
O primeiro trabalho foi a aplicação da técnica dos “5 S” como uma forma de
envolver e energizar a equipe.
�Em seguida a linguagem do sistema também foi repassada para o entendimento geral
da equipe. Depois, sucessivamente,
vieram as outras técnicas e já no segundo semestre
deste mesmo ano, a DIBD tinha montado sua Política Básica.
Durante todo este período o sistema vem sendo consolidado, mas hoje já é possível
evidenciar alguns resultados.
3.1 Política Básica
Para a definição da política básica a DIBD reuniu as chefias para juntos escreverem a
missão, os valores e a visão da Instituição.
Tendo o cliente como ponto de partida , definiu-se qual era a natureza do “negócio”,
ou seja, qual a Missão da DIBD, a razão de ser, seu fim último, para onde deveria
convergir as energias da equipe.
Para afixar a Missão, respondeu-se as seguintes perguntas: 1) Qual é o nosso
negócio?, 2) Quem é o nosso cliente e onde ele está?, 3) O que é de valor para o cliente ou
como agregarmos valor para o cliente. 4) O que será nosso negócio?, 5) O “porque da
organização DIBD.
O Valores definidos em seguida foram baseados nas placas de estradas, indicando o
que respeitar e o que levar em consideração na busca dos objetivos da organização. Os
valores balizam o comportamento de cada um dentre da DIBD. O consumidor considera
como valor o que o serviço faz por ele.
Para definir aonde se queria chegar faltava a Visão, ou seja um quadro vívido do
futuro que tem o poder de motivar e inspirar (HUDIBURG. 1992). A Visão gera esforço
coletivo entre todos os colaboradores da Instituição.
Na Figura 1 estão definidas a Missão, Valores e Visão da DIBD, ou seja a sua
Política Básica. Ela figura no quadro da política anual e sob a forma de marcador de livro
e é distribuída a colaboradores e clientes.
�Figura 1 - Política Básica
3.2 Planejamento Estratégico
Depois da Política básica definida, que tem duração de 3 a 5 anos, a partir de 2000 e
a cada final de ano, as chefias se reúnem para o Planejamento Estratégico, que tem por
objetivo discutir os pontos fracos e fortes do ano anterior, os fatores internos e externos à
Universidade, usando o que se chama de “método post it” no qual vão se agrupando itens
afins para depois então definir as políticas anuais.
3.3 Políticas do Ano
As políticas do ano são definidas pela diretoria, tendo como base o planejamento
estratégico. O papel principal da diretoria é assegurar que os esforços essenciais esteja m
colocados no lugar correto. Não é necessário só fazer bem feito, é necessário fazer a coisa
certa.
As políticas são desdobradas e os desdobramentos se transformam em objetivos e
metas. Estão sempre atreladas à Política Básica e devem atender a um dos consumidores
�básico: o cliente, o acionista, os colabores (funcionários) , a sociedade e por fim o sistema
de gestão.
Para cada política e respectivo desdobramento, há uma correlação com a unidade de
serviço que tem envolvimento com aquela política,
um coordenador e um indicador. Ex:
Política 1: “Aumentar o número de usuários dos serviços “on line” 1.1: “Seminário sobre
Uso das Ferramentas Virtuais”, Unidades Envolvidas: Circulação e Empréstimo e
Referência, Indicador: número de pessoas nos seminários, número de atendimentos nas
diversas mídias, número de acessos a homepage.
3.4 Objetivo/Meta/Método
O objetivo e a meta são na verdade o desdobramento das políticas, o planejamento,
que na linguagem adotada é intitulado PDCA. É o PDCA (Figura 2) que garante o
cumprimento das políticas. O objetivo é o foco, a meta o objetivo traduzido em números e
prazos. A meta é sempre negociada com a equipe, uma vez definida não se abre mais mão
dela e para cada meta há um indicador.
Figura 2 – PDCA
�O método é atribuição da equipe envolvida e todos os seus executores assinam o
Procedimento de Planejamento. Há uma data fatal para prestação de contas, que é
workshop.
4 Padronização da Rotina
As rotinas para cada unidade de serviço denominada de Unidades Gerenciais
Básicas-
UGB
-
são
estabelecidas
pelo
“Procedimento
Operacional”.
Não
há
procedimentos para todas as tarefas, somente para aquelas que acarretam maiores riscos,
usando-se para tal o gráfico de Pareto. Para estas tarefas descreve -se o “como fazer” e
“quem faz”, qual o requisito ou seja fazer quando e em quanto tempo. A Figura 3 mostra o
modelo de Procedimento Operacional da UGB Comutação.
Figura 3 – P. O.
4.1 Sistema de Informações Gerenciais
É o sistema que monitora a produtividade das UGBS, naquelas tarefas definidas
como essenciais e que tem um procedimento operacional – P.O. Cuja mera é que é
monitora. Ex: Prazo de fornecimento de cópias para a Comutação – 3 dias.
�O sistema é detalhado em um trabalho específico apresentado neste mesmo evento.
5 Processo do Sistema de Gestão
O Sistema é composto de técnicas de trabalho, ferramentas de controle e conceitos
próprios de linguagem.
Para cada item há um gerente que é treinado e exaustivamente para em seguida, fazer
a implantação e o treinamento para toda a equipe.
5.1 Comitê e Sub-Comitê
O Comitê do sistema é formado pela Diretoria da DIBD; a Diretora Geral e as
Diretoras de Serviço e pelo Presidente da Comissão de Gestão de Qualidade e
Produtividade do Campus – CGQPlq.
O sub-comitê é formado pela média gerência o que equivale as chefes de seção. Para
alguns itens do sistema de gestão, foram indicadas pessoas do nível operacional.
5.2 Técnicas de Trabalho
As técnicas utilizadas e já consolidadas são as seguintes:
a) UGB: Unidades Gerenciais Básicas, que são células de produção ou grupos
autônomos que como nome diz, tem autonomia para o gerenciamento da rotina
de trabalho. A UGB possui seu serviço bem definido na forma de procedimento
operacional. Não tem um chefe, mas um líder rotativo eleito pela equipe.
b) PDCA – o ciclo do planejamento. Eles podem ser de melhoria e inovação e em
cumprimento das políticas traçadas ou apenas para melhorar a rotina. Ambos tem
objetivo, meta e método.
c) Administração Visível: torna mais fácil o acompanhamento das metas, através de
gráficos que ficam dispostos em quadros na UGBS e na Diretoria.
d) Auditoria de Procedimentos: é a checagem nas UGBS, visando manter os
procedimentos
operacionais.
Sua
realização
deve
ser
comunicada
com
antecedência. Na auditoria são verificadas evidências objetivas para identificar a
�não conformidade e definir as ações de melhoria, com novo treinamento. A
equipe é formada por funcionários da DIBD, com um coordenador.
e) 5S: É a técnica que busca a melhoria da qualidade de vida no trabalho. O 5S
ajudam os funcionários a desenvolver autodisciplina, além de tornar o trabalho
um local próprio para a qualidade. Os 5s são:
1) Organização: a arte de colocar fora coisas sem uso
2) Arrumação: cada coisa no seu lugar para pronto uso
3) Limpeza: a arte de tirar o pó
4) Padronização: a arte de manter o estado de limpeza
5) Disciplina: a arte de fazer as coisas certas naturalmente
Dentro dos 5S, a DIBD faz a cada 12 meses o dia da “Bermuda”, dia dedicado a
reavaliar a melhoria do ambiente de trabalho.
f) Reunião Relâmpago: é a reunião rápida onde informações objetivas são
transmitidas. É realizada diariamente, em geral relatando-se pontos negativos do
dia anterior. Devem entrar na pauta também informações de interesse do
funcionário.
5.3 Ferramentas de Controle
Para acompanhamento das metas dos PDCAS em andamento, a DIBD utiliza o
gráfico de controle (Figura 4), que ficam localizados nos quadros de administração visível
das UGBS.
�Figura 4 – Gráfico de Controle
A folha de verificação para os itens dos 5S (Figura 5) ficam nos quadros das UGBS
juntamente com o lay-out da sala.
Figura 5 – Folha de Verificação dos 5Ss
�5.4 Programa de Educação
O conteúdo do programa é direcionado para liberação do potencial humano em
benefício
do
próprio
indivíduo,
prepará-lo
para
crescer
e
realizar-se
pessoal
e
profissionalmente.
Está dividido em:
6
-
Conceitos de natureza humana
-
Auto gerenciamento
-
5S, (este já incluído em técnicas de trabalho)
Avaliação dos Clientes
Um sistema de gestão busca a melhoria contínua de seus produtos e serviços, para
tanto é necessário que o cliente expresse a sua opinião sobre a qualidade desejada e que
esta seja analisada e incorporada aos seus produtos e ser viços.
Em 2000, com uma equipe multifuncional, incluindo docentes, funcionários alunos
de
graduação
e
pós-graduação,
aplicando-se
o
método
QFD
“Quality
Function
Deplayerment deu-se no início a avaliação dos serviços e produtos da DIBD.
O desdobramento da função qualidade QFD é uma ferramenta que tem a função de
traduzir as demandas do cliente para as etapas da produção (AKAO, 1990), mas também
tem larga aplicação em outras áreas inclusive de serviços de informação.
Toda a metodologia e resultados podem ser obtidos no trabalho apresentando por
MILAN (2001).
7
Resultados
Com base na opinião dos usuários a DIBD alterou seu horário de atendimento de
alguns serviços, recebeu investimentos em novos equipamentos de informática, remanejou
em horários de pico equipes para evitar
formação de filas, utilizou-se
da caixa de
sugestões para aquisição de novos livros ou exemplares.
Alguns itens como silencio, salas de estudo individual ainda não foi possível atender,
porque demandam em investimentos.
�Do ponto de vista do Acionista a DIBD, conseguiu em 2001 durante o período de
racionamento reduziu em 40% seu gasto com energia, e 15% em seus custos operacionais.
Já na valorização ao Ser Humano, 95% dos funcionários foram treinados e
certificados nos itens do Sistema de Gestão. Do total de funcionários 37, 20% deles são
gerentes de alguma técnica ou item do sistema, 11% são monitores.
Nos demais treinamento fora do sistema, 85% foram qualificados no aplicativo
Office e 40% estão inscritos em cursos de inglês, promovido pela ESALQ.
Os funcionários que desenvolveram os sistema de estatística são alunos especiais de
disciplinas da área na ESALQ.
Além dos cursos citados, ao longo
destes quatro anos de implantação do sistema,
houve outros cursos tais como: gramática, operação e manutenção de máquinas copiadoras,
outros software aplicativos, cursos e treinamentos específicos para bibliotecários.
Em parceria com a Universidade Metodista de Piracicaba e sob coordenação de
fisioterapeutas do Campus, oferece-se diariamente em 2 horários distintos, ginástica
laboral para os funcionários, como forma de melhorar sua condição postural e prevenir
doenças por esforço repetitivo.
8
Conclusão
Todo esse processo sem dúvida gerou mudanças de postura, de paradigmas e também
melhorias, principalmente no desenvolvimento pessoal.
Um sistema humano, porem não paternalista, cria confiança e auto-motivação.
Quando o funcionário gerencia sua própria rotina, ele amadurece, cresce internamente e se
sente realizado.
Todas as pessoas desejam ter seu trabalho e capacidade reconhecidos. A auto estima
leva a auto-confiança e a valorização.
Um sistema que prioriza estes valores tem chances de obter sucesso.
�A DIBD pretende ainda em 2002 proceder a avaliação invertida, ou seja dos
colaboradores para as chefias com o intuito de checar o alcance dos objetivos do sistema,
do ponto de vista do funcionário.
Referências Bibliográficas
ANDRIANI, C.S. Quality quadrinhos: programa de educação e desenvolvimento pessoal.
São Paulo: COMMIT. 2000. 128p.
ANDRIANI, C.S. Sistema de Gestão: conceitos e linguagem. Campinas: FDA, 2001.
162p.
HUDIBURG, J.J. Vencer com qualidade: a história da Florida Power & Light. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 1992.
MASLOW, A.H. Maslow no gerenciamento. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000. 392p.
MILAN, M. et al. Planejamento das atividades da Biblioteca Central da ESALQ/USP,
aplicando o QFD./Trabalho apresentado ao 11. Congresso Brasileiro da Qualidade e
Produtividade, Ouro Preto, 2001/.
AKAO, Y. Quality function deployment: integrating customer requirements into product
design. Portland: Maple-Vail, 1990. 369p.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Modelo de gestão da Divisão de Biblioteca e Documentação - DIBD.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Saad, Marcia Regina Migliorato
Marchizeli, Sandra Helena
Leme, Maria Angela de Toledo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O modelo de gestão adotado para a DIBD, foi baseado no Gerenciamento da Qualidade Total, que busca atender os interesses dos quatro consumidores da organização: o cliente, a administração, os colaboradores e a sociedade, de forma equilibrada. O modelo serve de referência para realização de ajustes, melhorando continuamente, seu sistema de administração e ajuda no apoio de “como” buscar resultados traçados nas políticas e apontado nos objetivos. A sua implantação se deu no final de 1998, e vem sendo consolidada através da implementação das ferramentas do sistema: Linguagem do Sistema, Política Básica, Política do Ano, Planejamento (objetivo, meta e método) QFD, Padronização da Rotina Indicadores, Programa de Educação, etc. Atualmente a biblioteca vem trabalhando neste formato, que é absolutamente dinâmico e que permite que a melhoria seja contínua.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4089/SNBU2002_08.pdf
2c0be9403baff8996db734756ce6969a
PDF Text
Text
EL CONOCIMIENTO COMO RECURSO, UNA VENTAJA COMPETITIVA:
“PROYECTO DE GESTION POR EL CONOCIMIENTO
EN BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS”
Biblioteca Central
Universidad Nacional de Mar del Plata - Argentina
http://biblio1.mdp.edu.ar/
Equipo de trabajo:
Lic. Adriana Di Doménico (adidomen@mdp.edu.ar)
C.C. Graciela De Bona (gradebo@mdp.edu.ar)
Lic. Oscar Fernandez (ofernand@mdp.edu.ar)
Ana Maria Alzugaray (aalzuga@mdp.edu.ar)
Descriptores: gestión por el conocimiento – activos intangibles - gestión del capital
intelectual - aprendizaje organizacional – tecnologías de información.
Resumen: El complejo proceso de toma de decisiones en el ámbito de las instituciones de
Educación Superior, especialmente el de las universidades de gestión pública, merece ser
apoyado por herramientas que permitan aumentar la racionalidad, la coherencia y consistencia
de decisiones en relación con los fines institucionales. No obstante el protagonismo que
ostenta la Universidad en el desarrollo y difusión de nuevas teorías de la ciencia de la
Administración, este tipo de organización ha sido renuente a incorporar elementos de las
mismas en la propia gestión.
�Hipótesis: La Gestión por el Conocimiento es un paradigma de administración bajo el cual es
posible generar metodologías y procesos para la gestión en el ámbito de las Instituciones de
Educación Superior.
Objetivos:
•
El objetivo principal de este proyecto es el desarrollo bajo el paradigma de la Gestión
por el Conocimiento de propuestas, métodos y herramientas aplicables en los
diferentes ciclos y ámbitos de la gestión de las instituciones de Educación Superior.
•
Desarrollo de herramientas como sistemas de soporte a las decisiones (DSS. Decision
Support System)
•
Sistematizar la información existente sobre la extracción de conocimiento a partir de la
fase exploratoria y su papel en los procesos de toma de decisiones.
•
Evaluar la aplicación de las diferentes técnicas de extracción de conocimiento en un
proceso de minería de datos.
•
Analizar, diseñar e implementar un modelo híbrido que
posibilite la selección de las
técnicas que mejor se adapten a las condiciones de los datos y al interés del usuario
(agente de gestión)
Desarrollo del marco teórico:
La Gestión del conocimiento es una corriente modelizadora de la transformación de las
organizaciones introduciendo la consideración de otro recurso más (el conocimiento), para
dar respuesta a las nuevas demandas de cambio y mejora, y para lograr mantener posiciones
competitivas empleando de manera intensiva las capacidades de las personas y de las
tecnologías de la información. (1)
La Gestión por conocimiento, es otra forma de responder al mismo fenómeno, pero haciendo
hincapié en el valor del conocimiento como elemento estratégico que condiciona y
�configura la organización y su modelo, la gestión y el desarrollo de la empresa, sus productos
y servicios, y la red de sus colaboradores, como criterios claves en la misión y visión del valor
del negocio, en la contribución de las personas y sus responsabilidades, en la organización de
los equipos de trabajo, y en el desarrollo de la estrategia orientada a explorar y explotar el
conocimiento.
Uno de los objetivos de la gestión por el conocimiento en Bibliotecas Universitarias, es
promover el cambio de conocimiento entre el personal de la unidad de información, reforzar la
conciencia y habilidades de la innovación, elevar el entusiasmo del personal y la posibilidad
de aprender, haciendo que el conocimiento sea mejor aplicado a las actividades,
reconstruyendo hacia una organización de aprendizaje continuo.
El medio ambiente económico y el de la información esta cambiando rápidamente hoy en día.
La gestión del conocimiento se ha convertido en una herramienta todopoderosa para promover
la innovación y darse cuenta de rediseñar los diferentes modos de vida. Ocupa una posición
privilegiada en la creación de los sistemas de innovación del conocimiento de un país.
La gestión
por el conocimiento es un nuevo concepto, aparecido en todo el mundo en los
últimos años como subdisciplina de la economía del conocimiento; la gestión del
conocimiento es un concepto completamente nuevo, así como un nuevo modelo de gestión.
Funciona para convertir activos intelectuales de trabajadores y miembros del personal de las
organizaciones, en fuerzas altamente productivas, generando un nuevo poder y valor de la
competencia
También significa crear un acercamiento para lograr transformar y compartir el conocimiento
tácito y explícito y de esa manera aumentar la necesidad y capacidad utilizando el saber del
equipo, desarrollando el capital humano. No se puede gerenciar al conocimiento, lo que es
posible, es gestionar el proceso y el espacio de la creación de conocimiento.
En los conceptos de información, de conocimiento y de aprendizaje;
se está poniendo el
énfasis en aspectos vinculados con procesos de desarrollo intelectual, en aspectos relativos, a
�como el conocimiento es adquirido, aplicado, distribuido y “memorizado”, en suma en
aspectos relacionados, con la forma de poner la “inteligencia en acción”. Las teorías de la
competitividad han girado alrededor del análisis de fuerzas externas (como las cinco fuerzas
de Michael Porter) En los últimos tiempos hemos pasado de la competitividad basada en las
capacidades y competencias internas.
Si se quiere gestionar el conocimiento, se deberá primero comprender que es necesario generar
un clima adecuado, no es la simple instalación de una intranet o un programa. La clave es
cambiar el punto de apoyo centrado en el énfasis tradicional sobre los activos materiales y
considerar el eje en los activos intangibles. Cuando priorizamos esta estructura de trabajo, se
necesitará crear activos emocionales (confianza, relaciones personales...)Hoy una Biblioteca
de buen nivel, es la suma de conocimiento del usuario más la capacidad de absorción de
conocimientos del entorno, multiplicado por la capacidad e respuesta y elevado a la confianza.
La Gestión del Conocimiento es, en definitiva, la gestión de los activos intangibles que
generan valor para la organización. La mayoría de estos intangibles tienen que ver con
procesos relacionados de una u otra forma con la captación, estructuración y transmisión de
conocimiento. Por lo tanto, la Gestión del Conocimiento tiene en el aprendizaje organizacional
su principal herramienta.
El aprendizaje organizativo
permite aumentar las capacidades de una organización, es decir,
es un medio para que la empresa pueda resolver problemas cada vez más complejos. Cuando
una serie de personas empiezan a trabajar en grupo, al principio se suelen producir problemas
de coordinación, cuando pasa un tiempo, se van afinando los procesos y cada vez se realiza
mejor la tarea. Esto, en definitiva,
es aprendizaje organizativo, aprender juntos a resolver
problemas con una efectividad determinada.
Los datos, una vez asociados a un objeto y estructurados se convierten en información. La
información asociada a un contexto y a una experiencia se convierte en conocimiento. El
conocimiento asociado a una persona y a una serie de habilidades personales se convierte en
�sabiduría, y finalmente el conocimiento asociado a una organización y a una serie de
capacidades organizativas se convierte en Capital Intelectual o si se prefiere, Capital Humano.
El Capital humano se refiere a los activos denominados del conocimiento tácito o de
“competencia individual”
porque engloban
a la educación, experiencia, "know how",
conocimientos, habilidades, aptitudes, valores que las personas de una organización poseen.
Estos valores no son propiedad de la organización y se caracteriza por ser difícil de codificar,
formalizar y transmitir. En contraposición
el conocimiento explícito,
es aquel transmisible
mediante el lenguaje formal y sistemático.
Ikujiro Nonaka (2) señala que la conversión del conocimiento se origina mediante la
interacción entre conocimiento tácito y explícito, durante los procesos de socialización
(conversión
de
tácito
a
tácito),
internalización
(conversión
de
explícito
a
tácito),
externalización (conversión de tácito a explícito) y combinación (conversión de explícito a
explícito)
El Capital Intelectual está formado por capital humano (valor base, valor de relaciones y valor
potencial) y capital estructural, es decir, todo aquello que permanece en la organización
cuando los empleados se van a casa: sistemas de información, bases de datos, software de
tecnologías de la información, etc. El capital humano representa el conocimiento, habilidad y
capacidad de los empleados para proporcionar soluciones a los clientes. El capital estructural
está integrado por capital de clientes y capital organizativo.
Toda esta estructura de gestión se articula sobre una determinada plataforma tecnológica.
Considerando a
la tecnología, como un soporte construido a partir de un conjunto de
conocimientos sistematizados, previamente incorporados, y que facilitan los procesos técnicos
a seguir o los procesos de transformación económica.
Como ya hemos afirmado: las herramientas para la gestión del conocimiento realmente no
gestionan el conocimiento, pero ayudan a capturarlo, almacenarlo y transmitir el material a
partir del cual el individuo adquiere el conocimiento. Se debe procurar que el Conocimiento
�Tácito se convierta en Conocimiento Explícito, con la finalidad de que el trabajo de las
organizaciones se haga más competitivo. La información debe ser clasificada y después de ser
analizada y empaquetada, ponerse a disposición del personal de la institución. En esto las
tecnologías de información son una herramienta de gran utilidad.
DSS
Los Sistemas de Ayuda a la Toma de Decisiones (Decisión Support Systems - DSS´s) (3)
poseen como principal objetivo la complementación de las capacidades de decisión del ser
humano, valiéndose de la potencia que adoptan los computadores para el procesamiento de
datos.
Al contemplar la organización,
una
estrategia como requerimiento indispensable para su
éxito, la creación y mantenimiento de una base tecnológica adecuada que sustente al proceso
decisorio, le facilitará alcanzar las ventajas competitivas deseadas, así como crear las mayores
sinergias favorables para la organización
La definición de DSS que actualmente prevalece es la generada por Ralph Spague y Eric
Carlson quienes lo definen como (4):
•
sistemas basados en computadoras
•
que ayudan a quienes deciden.
•
abordan problemas pobremente estructurados.
•
permiten el diálogo o interacción con el usuario
•
utilizando modelos que permiten analizar, interpretar y predecir comportamientos.
Definir lo que podría ser un sistema de apoyo a la toma de decisiones, es importante antes de
empezar a crearlo en detalle. Por esta razón entre las múltiples definiciones que se han
formulado en los últimos años adherimos a la caracterización de Freyenfeld (5), que determina
al sistema de ayuda a la Toma de Decisiones (DSS´s) como: un proceso de datos interactivo y
�un sistema de representación visual (entorno gráfico) que es usado para ayudar en el proceso
de toma de decisiones y debe reunir las siguientes características:
•
Ser lo suficientemente sencillo para que lo pueda utilizar el que debe decidir en
persona.
•
Debe mostrar la información en formato y terminología familiar para el usuario.
•
Ser selectivo en su provisión de información (evitando sobrecargar al usuario)
Después de tener definidos los objetivos del sistema es fundamental que este tipo de práctica
siga unas pautas preestablecidas en los Planes Estratégicos. Estos factores se resumen en:
•
Los DSS deben mejorar el proceso de toma de decisiones, proporcionando información
que actualmente no existe, como también mejoras en el acceso. La visualización el
análisis de la información. Por otro lado se proporcionan mejoras en los
procedimientos deductivos partir de la información con la cual disponemos y
ofreciendo mejor explicación a terceros sobre las decisiones tomadas.
•
El DSS debe ser tan “especializado” sobre el problema del usuario como sea posible.
•
El DSS debe tener en cuenta la problemática que rodea a los usuarios potenciales.
•
Los DSS deberán ser gestionados por “expertos” que entiendan lo que el usuario desea
ver y como lo debe hacer.
•
Los DSS deben ser controlables por el usuario: el cual deberá ser capaz de especificar:
que informes necesita, conque prioridad los desea, y como deberán ser confeccionados
los datos.
•
EL DSS debería ser capaz de utilizar cualquier dato, modelo, disciplina, herramienta o
técnica de presentación visual y en definitiva todo aquello que facilite la decisión del
ser humano.
�Contando con los caminos y las herramientas informáticas básicas, se deberá articular
modelo de Administración del Conocimiento Organizacional
un
que contemple los factores
explicitados por el modelo Arthur Andersen y APQC (6)
El Modelo de Andersen propone cuatro facilitadores (liderazgo, cultura, tecnología y
medición) que favorecen el proceso de administrar el conocimiento organizacional. Estos
facilitadores engloban a todo tipo de Bibliotecas.
Liderazgo.- Comprende la estrategia y cómo la Biblioteca define sus productos y servicios
además del uso del conocimiento para reforzar sus competencias críticas.
Cultura.- Refleja cómo la Biblioteca enfoca y favorece el aprendizaje y la innovación
incluyendo todas aquellas acciones que refuerzan el comportamiento abierto al cambio y al
nuevo conocimiento.
Tecnología.- Se analiza cómo la Biblioteca equipa a sus miembros para que se puedan
comunicar fácilmente y con mayor rapidez.
Medición.- Incluye la medición del capital intelectual y la forma en que se distribuyen los
recursos para potenciar el conocimiento que alimenta el crecimiento.
Procesos.- Incluyen los pasos mediante los cuales la empresa identifica las brechas de
conocimiento y ayuda a capturar, adoptar y transferir el conocimiento necesario para agregar
valor al usuario y potenciar los resultados.
Una parte sustancial del sostén de la cultura organizacional es la información almacenada. A
partir de la difusión y del uso masivo de las Tecnologías de la Información (TI) se han creado
y mantenido bases de datos, algunas de las cuales merecen el nombre de Almacenes de Datos
o “Data Warehouse”.
Dentro de los sistemas de soporte a las decisiones hallamos a la Minería de Datos como una
herramienta poderosa La Minería de Datos (Data Mining) es un proceso que, a través del
�descubrimiento y cuantificación de relaciones predictivas en los datos, permite transformar la
información disponible en conocimiento útil para la organización. El crecimiento de los
almacenes de datos ha creado montañas de datos, que representan un recurso de gran valor
para la organización
Una de las definiciones aceptables de la minería de datos afirma que es una metodología de
análisis
de datos tradicional,
enriquecida con las técnicas más avanzadas,
aplicadas al
descubrimiento de patrones desconocidos. Constituye una de las vías clave de explotación del
Data Warehouse.
La minería de datos, consistente en la extracción de información oculta y predecible de
grandes bases de datos, Estas herramientas exploran las bases de datos en busca de patrones
ocultos,
encontrando
información
que
un
experto
humano
difícilmente
encontraría,
estableciendo relaciones y patrones de las cuales las organizaciones pueden obtener grandes
beneficios.
Esencialmente la técnica que utiliza, denominada modelado, consiste en el acto de construir un
modelo en una situación donde se conoce la respuesta y aplicarlo luego en otra situación
donde se la desconoce.
Este proceso de construcción de un modelo ha sido utilizado desde hace mucho tiempo, antes
del auge de las computadoras y de la tecnología de la minería de datos
Para obtener información provechosa que no está representada explícitamente en los datos, la
minería de datos combina técnicas de inteligencia artificial, análisis estadístico, bases de datos
y visualización gráfica
En las Bibliotecas se suelen almacenar grandes cantidades de información, proporcionando un
gran volumen de datos para ser analizados, ahora nos preguntamos: ¿de qué nos sirven los
datos si no disponemos de herramientas que nos permitan extraer de ellos información valiosa
para nuestra organización?
Para facilitar la extracción de datos se dispone de una extensa
�gama de técnicas que le pueden ayudar en cada una de las fases de dicho proceso, Algunas de
las herramientas que utiliza la Minería de Datos son:
•
análisis jerárquico: se elige un atributo como raíz y se desarrolla el árbol según las
variables más significativas
•
análisis discriminante: permite determinar gráficamente la línea que separa mejor dos
clases de datos
•
clustering o segmentación: se crean grupos de individuos reuniendo los elementos con
comportamientos similares y separando los elementos con comportamientos diferentes.
•
geometría fractal: es especialmente importante para el ingente volumen de datos sobre
el que se trabaja. Esta tecnología puede trabajar rápidamente en muchos gigabytes de
datos, ofreciendo posibilidades alentadoras para las búsquedas que tienen normalmente
un gran tiempo de procesamiento.
Estos elementos se insertan en el complejo proceso de un proyecto de minería de datos que
comienza con la preparación de los datos y finaliza con la validación y el descubrimiento de
conocimiento. A continuación se detallan las etapas del proceso:
•
preparación de los datos (preprocesado, muestreo, filtrado, eliminación de valores
inválidos o desconocidos)
•
selección de características (reconocer las variables más influyentes en el problema sin
sacrificar la calidad del modelo de conocimiento obtenido en el proceso de minería)
•
algoritmos de extracción de conocimiento (técnicas de minería de datos que generan
distintos modelos)
•
interpretación y evaluación (se comprueba que las conclusiones que arroja son válidas
y suficientemente satisfactorias)
La Minería de Datos constituye una búsqueda de relaciones y patrones de comportamiento en
un Data Warehouse, sin que existan a priori hipótesis sobre su relación o comportamiento.
�El planteo de la Metodología de la Investigación, define como primer paso, un proceso de
investigación que consiste en, concebir la idea a investigar,
para después establecer las
hipótesis que guiarán el proceso.
Las técnicas utilizadas por la Minería de Datos son especialmente exploratorias puesto que se
trata de descubrir la incidencia de unas variables sobre otras sin supuestos de partida.
La gestión de gran cantidad de datos se convierte también en una fuerte preocupación de la
Biblioteca (bases de datos de usuarios, compras, transacciones de préstamos y devoluciones,
etc) Con la ayuda de la tecnología, aparecen sofisticadas herramientas que permiten descubrir
modelos o tendencias interesantes en importantes volúmenes de datos, siendo esta la principal
meta de la Minería de Datos. Esta tendencia lleva a la utilización de herramientas avanzadas
de visualización de datos, en aras de la ergonomía y la navegabilidad, utilizando para ello
tecnologías tales como la realidad virtual, los sistemas de información geográfica y toda
aplicación futura
La apoyatura que las herramientas que provienen de las Tecnologías de Información, aportan
a la gestión por el conocimiento son de una importancia superlativa. No se podría gerenciar un
sistema de información, hoy en dia, sin la apoyatura informática necesaria y pertinente. Pero
no olvidemos que son instrumentos que permiten en buen desempeño de la función, no
remplazan la tarea de diseñar e implementar un sistema de gerenciamiento por el
conocimiento.
Gestionar por el conocimiento, es un proceso complejo porque amerita que, la teoría se
articule sobre cada organización en particular. Capitalizar el conocimiento que cada Biblioteca
tiene, es una de las ventajas más seguras sobre las que podemos transitar. Máxime en estos
momentos, en los que tenemos usuarios altamente entrenados por una cultura tecnológica, que
se despliega a temprana edad, porque existe más cantidad de información de la que podemos
llegar a procesar. Porque la cultura del hombre informado, en definitiva, presenta un reto que
no tiene límites.
�Conclusiones:
Las Bibliotecas poseen dos grandes ventajas para adentrarse en gerenciar sus sistemas
basados en el conocimiento propio.
Las funciones convencionales de: reunir, procesar, difundir, almacenar y usar la información,
demuestran un alto entrenamiento en el uso de información. Esto es una cualidad que no posee
otro tipo de organizaciones.
Otra de las fortalezas más notables de las Bibliotecas,
es el grado de compromiso y el
entrenamiento en servicio de sus recursos humanos, cuestión
que favorece la creación de
comunidades de práctica, siendo éstas un grupo de individuos que han estado trabajando
juntos durante un largo período, y que por haber compartido prácticas también comparten ricas
experiencias.
También las Bibliotecas han elaborado sus propios mecanismos de confianza, porque todos
saben lo que cada uno de ellos es capaz de hacer. Eso permite que, dentro de la comunidad, las
ideas fluyan muy fácilmente. Las posibilidades de establecer estos mecanismos son potables
en sistemas de información, más en Bibliotecas de niveles Universitarios.
Las Universidades y por ende, las Bibliotecas Universitarias, deberán enfrentarse al nuevo reto
de gestión por el conocimiento y deberá propender a construir sistemas de gestión del
conocimiento.
�Citas:
(1) BUENO, EDUARDO www.gestiondelconocimiento.com
(2) NONAKA, I., TAKEOUCHI, H. (1995): The knowledge-creating company, Oxford University Press, New
York.
(3) http://www.gestiondelconocimiento.com/documentos2/stanislav_ranguelov/sistemas.htm
(5) ) FREYNFELD,W,A. (1984): decision Support Systems; Ed. N
(6) http://www.gestiondelconocimiento.com/modelos_kmat.htm
Bibliografía sumaria:
EDVINNSON, L. y MALONE, M. S. (1999): El Capital Intelectual, Gestión 2000, Barcelona.
BUKOVITZ, W. y WILLIAMS, R. (2000): Knowledge Pool, CIO Magazine (July 15, 2000)
CAMELO, C. (2000): “La Estrategia de Diversificación Interna. Una aproximación desde la Teoría basada en el
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EUROFORUM (1998): "Proyecto Intelect. Medición del Capital Intelectual". Euroforum, Madrid.
FAYYAD U., PIATETSKY-SHAPIRO G., SMYTH P., UTHURUSAMY S., editors. (1996). “Advance in
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FIRESTONE, J. M. (1997) “Data Mining and KDD: A Shifting Mosaic”. White Paper Nro. Two.
FOSS, N. (1996): “More Critical Comments on Knowledge-Based Theories of the Firm”, Organization Science,
vol. 7, nº 5, pp. 519-523.
FRANCO JEAN-MICHEL Y EDS-
INSTITUT PROMÉTHÉUS . (1997) “El Data Warehouse. El Data
Mining”. Ediciones Gestión 2000.
LLORIA, M. B. (1998): “El Conocimiento como Recurso y Capacidad. Un análisis de la Ventaja Competitiva”,
Universidad de Valencia, Working Paper., VIII Congreso Nacional de ACEDE, Septiembre, Las Palmas de Gran
Canaria.
ORDOÑEZ, P. (1998): “Gestión del Conocimiento y Medición del Capital Intelectual”, VIII Congreso Nacional
de ACEDE, Septiembre, Las Palmas de Gran Canaria.
ITAMI, HIROYUKI
(1989): Mobilizing invisible assets: the key for successful corporate
strategy; Ed. E.Punset y G.Sweeney
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
El conocimiento como recurso, una ventaja competitiva: "proyecto de gestion por el conocimiento en bibliotecas universitárias".
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Doménico, Adriana Di Doménico
De Bona, Graciela De Bona
Fernandez, Oscar Fernandez
Alzugaray, Ana Maria
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
El complejo proceso de toma de decisiones en el ámbito de las instituciones de Educación Superior, especialmente el de las universidades de gestión pública, merece ser apoyado por herramientas que permitan aumentar la racionalidad, la coherencia y consistencia de decisiones en relación con los fines institucionales. No obstante el protagonismo que ostenta la Universidad en el desarrollo y difusión de nuevas teorías de la ciencia de la Administración, este tipo de organización ha sido renuente a incorporar elementos de las mismas en la propia gestión.
Language
A language of the resource
es
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4088/SNBU2002_079.pdf
85e9132a60d9148dd5b16091c1d59d8c
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1
UMA BIBLIOTECA EM CONSTRUÇÃO: O COMPROMISSO COM O CLIENTE
Márcia Elísa Garcia de Grandi1
Adriana Cybele Ferrari 2
Diva Carraro de Andrade 3
Sonia Marisa Luchetti4
Resumo : Partindo dos resultados obtidos em avaliação realizada pelo Grupo de Estudos
Usuários da Informação, do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São
Paulo (SIBi/USP), o Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas analisou os dados referentes ao seu contexto em relação às
estratégias que vêm sendo adotadas pela Biblioteca, tendo em vista os novos conceitos de
gestão por projetos e com foco no cliente. As bibliotecas vêm atravessando um processo
crítico de transformação, do que são para alcançarem o que pretendem ser, e a percepção
do cliente é o instrumento por excelência para medir a qualidade dos serviços prestados e
subsidiar ações futuras de aprimoramento contínuo. Assim, no estudo, foram considerados
os itens de infra-estrutura, produtos e serviços, acesso aos documentos, divulgação e
contribuição dos produtos/serviços às atividades acadêmicas. Conclui-se que há a
necessidade de um realinhamento estratégico em determinadas áreas de modo a garantir o
atendimento das necessidades do cliente e a melhoria dos produtos e serviços oferecidos.
Eixo temático: Gerenciamento Organizacional de Bibliotecas Universitárias
1 Introdução
“A característica da biblioteca universitária é a de uma organização de prestação de
serviços informacionais, em apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão, de
professores, pesquisadores e alunos da universidade, não se limitando ao nível sistêmico
1
Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo - megrandi@usp.br
2
Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo –
aferrari@usp.br
3
Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo – dandrade@usp.br
4
Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo – luchetti@usp.br
Endereço: SBD/FFLCH/USP – Av. Prof. Lineu Prestes, trav. 12, n. 350 – 05508-900 São Paulo – SP - Brasil
�2
organizacional na busca da informação e conhecimento necessários para essas atividades”
(TARAPANOFF, KLAES, CORMIER, 1996).
Os serviços prestados por uma biblioteca universitária continuam sendo os tradicionais selecionar, armazenar e disseminar informações, mas o ambiente onde essas atividades são
desenvolvidas e a postura dos profissionais diretamente envolvidos no gerenciamento da
informação apresentam mudanças significativas.
As bibliotecas universitárias, seguindo tendências verificadas nas organizações de maneira
geral, vêm sendo pressionadas a se adequarem a novos paradigmas, revendo o foco de suas
atividades e objetivos. Os últimos anos presenc iaram a primazia do papel do cliente como
fator decisivo na definição de políticas e práticas institucionais, com o conseqüente realinhamento da missão e objetivos da biblioteca universitária em função do atendimento às
necessidades e expectativas dos seus clientes. Vários relatos de experiências e reflexões
teóricas sobre a adoção dos conceitos de qualidade em bibliotecas e serviços de informação
podem ser encontrados em Xavier; Belluzzo (1996) Vergueiro; Carvalho (2000),
Linguanoto; Grandi; Sampaio (2001), Nitecki (2001), Perry; Weber (2001).
No entanto, muitas bibliotecas universitárias ainda não incorporaram plenamente os
padrões de atendimento aos clientes como elemento básico de sua estratégia de atuação
institucional, ignorando a premissa básica de que os serviços e produtos oferecidos devem
estar em plena concordância com as necessidades e expectativas dos mesmos.Afinal, os
clientes são os mais indicados para julgar a qualidade do que recebem e, portanto, uma
postura que os negligencie pode significar o próprio questionamento da função social da
instituição e da razão de sua existência. (VERGUEIRO, 2000).
Tarapanoff; Klaes; Cormier (1996) destacam três pontos vitais na relação usuário versus
serviço: a) o serviço deve ser da melhor qualidade, ou seja, preciso, rápido e pró-ativo; b)
o mercado e o usuário devem ser conhecidos, sendo necessário o mapeamento completo de
todas
as
atividades
desenvolvidas
na
instituição,
assim
como
as
necessidades
informacionais dos usuários, obtidas por meio de estudos e definições de perfis para
subsidiarem a implementação de serviços personalizados; c) os usuários devem ser bem
atendidos.
�3
Ceretta Soria (2001) aponta para o desafio da biblioteca universitária diante do
desenvolvimento e implementação das tecnologias de informação, que exigem o
estabelecimento de vínculos de relacionamento interativo, baseado na estreita convivência
e conhecimento mútuos e levando em consideração as demandas específicas de informação
dos usuários O bibliotecário passa a atuar como intermediário entre o usuário e a
biblioteca, buscando novas formas de comunicação e relacionamento e colhendo subsídios
para a implementação de serviços relevantes à comunidade.
As novas tecnologias, se por um lado têm disponibilizado a informação de forma veloz e
sem fronteiras, por outro exige da biblioteca universitária uma atitude dinâmica de
antecipação das necessidades de informação do cliente. Não se trata mais de suprir
referências e documentos, mas de filtrar a informação requerida, promovendo novos
serviços e parcerias que agreguem valor e adotando padrões de qualidade aos produtos e
serviços.
Seguindo as tendências verificadas nos novos cenários dos serviços de informação, o
Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo (SBD/FFLCH/USP), assim como os demais
componentes do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBi/USP), vêm passando por
expressivas transformações no sentido de incorporar às suas práticas os novos conceitos de
gestão que privilegiem o atendimento das necessidades e expectativas dos seus clientes.
Em decorrência desta filosofia de atuação, o SBD/FFLCH/USP participou de uma pesquisa
de avaliação da “Percepção do cliente em relação à qualidade dos produtos e serviços
oferecidos pelo SIBi/USP”, ao lado de outras três bibliotecas do Sistema (SAMPAIO et al,
2001). A partir dos dados referentes ao contexto específico da Biblioteca, foi realizada uma
análise em relação às estratégias adotadas pela biblioteca, tendo em vista os novos
conceitos de gestão por projetos e com foco no cliente.
2
Caracterização do SBD/FFLCH/USP
Em 1987 foi criado o SBD/FFLCH/USP, que veio reunir, administrativamente, acervos e
setores, tendo como principal objetivo a racionalização e dinamização de serviços, além da
modernização da infra-estrutura de equipamentos e mobiliário, buscando obter condições
para atender a grande demanda interna e externa, uma vez que detém um dos maiores e
�4
mais completos acervos da área de Ciências Humanas do país. Compreende uma área de
5528 m2, contando com instalações modernas e bem equipadas para o desenvolvimento de
suas atividades. O acervo é composto de 282.653 livros/monografias, 11.081 teses e
dissertações, 13.401 multimeios, mantendo uma coleção de 966 periódicos correntes e
3.028 não correntes.
O quadro de pessoal conta com 52 funcionários, sendo 16 bibliotecários e 36 auxiliares de
biblioteca. Com este staff realiza anualmente a aquisição de cerca de 11.000 documentos,
processa
9.000 monografias/ livros e 4.000 fascículos de periódicos, além
de outros
materiais. Em média, atende 568.000 usuários, realizando 319.700 empréstimos e 411.000
consultas por ano.
Além de empréstimo e consulta de material bibliográfico, o SBD oferece os seguintes
serviços aos usuários: levantamentos bibliográficos
em bases de dados nacionais e
internacionais; empréstimo entre bibliotecas local e regional; reprodução de documentos;
comutação bibliográfica nacional e internacional; assistência e capacitação ao usuário,
normalização de publicações; orientação sobre o uso de normas para apresentação de
trabalhos acadêmicos e serviços de alerta.
2.1 Novas tendências
Desde sua criação, o SBD/FFLCH/USP vem passando por transformações impulsionadas
pela necessidade de adaptação e antecipação das exigências advindas dos ambientes
interno e externo.
Nos últimos quatro anos foram elaborados planos de ação contemplando as seguintes áreas
definidas como estratégicas: 1) melhoria das condições físicas; 2) manutenção e
atualização
do
acervo
bibliográfico;
3)
preservação
e
conservação
do
acervo;
desenvolvimento de produtos e serviços aos usuários; 4) programa de capacitação de
usuários; 5) programa de capacitação de equipes.
Para implementação dos planos de ação foi necessário rever procedimentos e rotinas de
trabalho com o objetivo de obter a maximização dos recursos e resultados dentro de um
prazo mínimo de tempo, que são as exigências impostas às organizações de maneira geral.
�5
Percebeu-se, então, que era inviável a manutenção de um modelo de administração
atrelado rigidamente à estrutura formal existente, pois isto implicaria a perpetuação de um
quadro de imobilidade, onde prevalecia a execução das atividades de rotina da Biblioteca,
sem espaço para o desenvolvimento de novos produtos e serviços com valor agregado.
Em uma Biblioteca com as dimensões de acervo e demanda de atendimento, como já
explicitados, tendo à disposição um quadro de pessoal nem sempre proporcional à
demanda de trabalho, tornou-se vital encontrar alternativas que criassem condições para a
introdução de novos procedimentos e posturas visando o aprimoramento dos serviços
prestados e a satisfação das necessidades e expectativas da comunidade. O desafio que
então se impunha era atingir o padrão de excelência dos serviços a partir de um
planejamento tendo como centro o usuário, ao invés de procurar uma adaptação desses a
uma biblioteca idealizada pelos profissionais que nela atuam, ponto já levantado por Line
(1998).
Dentre as alternativas investigadas para imprimir uma nova dinâmica à atuação do SBD,
optou-se pela gestão por projetos, tendo em vista o potencial de flexibilidade, integração e
inovação contido nesta abordagem.
A gestão por projetos vem sendo adotada nas organizações, substituindo ou sobrepondo-se
às práticas administrativas tradicionais. Um projeto pode ser definido como “um
empreendimento temporário, com o objetivo de criar um produto ou serviço único,
respondendo às exigências que não podem ser contempladas dentro dos limites
operacionais estabelecidos” (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2000).
Essa abordagem permite que sejam desenvolvidas atividades mediante a formação de
equipes
multidisciplinares,
que
ultrapassam
os
limites
impostos
pelas
estruturas
hierárquicas vigentes. Assim, com a utilização dessa metodologia de trabalho, foi possível
implementar novos produtos e serviços ao lado das atividades rotineiras de cada Serviço ou
Seção.
Foram desenvolvidos os seguintes projetos visando o aprimoramento dos serviços
prestados à comunidade:
�6
•
Preparação para o software sistêmico de circulação;
•
Organização da produção científica do corpo docente e criação do arquivo memória
da FFLCH;
•
Organização da mapoteca;
•
Patrimoniação do acervo;
•
Implementação da oficina de conservação de material bibliográfico.
Outros projetos foram empreendidos por meio do estabelecimento de parcerias ou
obtenção de recursos externos:
•
Produção de base de dados de obras raras e especiais;
•
Produção de base de dados de acervo catalogado através de transliteração;
•
Produção de base de dados do acervo cartográfico;
•
Adequação das condições ambientais do SBD (ampliação do espaço físico,
climatização do acervo, iluminação, mobiliário etc);
•
Dimensionamento e provisão do parque de informática;
•
Comunicação visual da biblioteca;
•
Aquisição de material bibliográfico no programa FAPLIVROS da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP);
•
Participação no projeto de Recursos Latino-Americanistas de Pesquisa da
Associação de Bibliotecas de Pesquisa (EUA), colaborando com alimentação da
base de dados LAPTOC – Latin American Periodicals Tables of Contents.
Além
dos
projetos
relacionados,
foram
instituídos
dois
programas
considerados
estratégicos para a biblioteca: 1) desenvolvimento de equipes; 2) capacitação de usuários.
O programa de desenvolvimento de equipes foi motivado pela necessidade de rever formas
e metodologia de trabalho, visando o aprimoramento dos serviços oferecidos, promoção de
mudanças efetivas na filosofia e fluxos e sensibilização da equipe no sentido de buscar o
crescimento individual e profissional (GRANDI; FERRARI, 2000).
Em paralelo foram sistematizadas ações educativas voltadas aos usuários, tendo como
objetivo o desenvolvimento de habilidades quanto ao uso do espaço e dos recursos
�7
informacionais disponíveis. Para atender aos diferentes tipos de usuários e necessidades, o
programa foi implementado em módulos, com a adoção de estratégias distintas para
atendimento das demandas específicas (GRANDI; FERRARI, 2000).
3 Análise dos resultados
A pesquisa foi realizada no período de Março a Abril de 2001 nas 04 (quatro) bibliotecas
selecionadas para o estudo piloto, conforme detalhamento em Sampaio et al (2001). No
caso específico da FFLCH, optou-se pela distribuição dos questionários apenas no prédio
da Biblioteca Central, tendo em vista a operacionalização do levantamento.
Conforme metodologia, os questionários foram distribuídos a usuários que estiveram na
Biblioteca no período mencionado, além do contato direto, por meio da Unidade, com
docentes e alunos de pós-graduação. O universo dos clientes que deram retorno ao
levantamento pode ser verificado no quadro abaixo:
Tabela 1 – Identificação do cliente
Categorias
Docentes
Alunos de Pós Graduação
Alunos de Graduação
Funcionários
Externos à USP
Total
Número de clientes
49
458
247
06
10
770
Os dados referentes à utilização dos produtos e serviços oferecidos são apresentados na Tabela 2:
Tabela 2 – Utilização dos produtos e serviços da própria biblioteca
Você utiliza os produtos/serviços da biblioteca:
de sua Unidade?
Freqüentemente: 525
Às vezes: 188
Raramente: 37
Os resultados acima permitem concluir que o corpo docente e discente da Faculdade comparece
com alta freqüência à Biblioteca, atingindo índice de 70%. Mesmo a freqüência regular apresenta
porcentagem significativa (25%), confirmando a relevância da Biblioteca no desenvolvimento
das atividades acadêmicas.
�8
3.1 Infra-estrutura
Dentro do item relacionado à infra-estrutura da biblioteca, as condições gerais do prédio
receberam pontuação esmagadoramente positiva (96% entre “Bom” e “Médio”), conforme atesta
o gráfico abaixo. Esta avaliação revelou-se significativa, pois foi efetuada logo após a
inauguração do novo espaço da Biblioteca Central, ou seja, dentro do período de reconhecimento
e adaptação, que poderia ter gerado impressões negativas. Os resultados indicam a eficácia das
diretrizes observadas na concepção, planejamento e execução das obras, fruto de um trabalho de
equipe formado por bibliotecários e arquitetos, onde foram previstos a otimização do espaço, o
conforto e as condições propícias para disponibilização de serviços para os clientes da Biblioteca.
Gráfico 1
Condições Gerais do Prédio
Ruim
Desconheço
3%
1%
Médio
16%
Bom
80%
A disponibilidade de computadores para pesquisa e acesso a catálogos foi considerada
adequada, se analisadas as pontuações atribuídas às categorias “Bom” e “Médio” (84%).
Claro está que estes índices ainda podem ser otimizados por meio de uma política de
captação de recursos que garanta a atualização e expansão do parque de informática da
Biblioteca.
Gráfico 2
Número de Computadores
Desconheço
5%
Ruim
11%
Bom
45%
Médio
39%
�9
3.2 Produtos e Serviços
Foram avaliados neste item as diferentes bases de dados e recursos disponíveis para acesso
à informação. De maneira geral, o estudo revelou incidências muito altas dentro da
categoria Desconheço/Não utilizo, o que demonstra claramente a necessidade de
campanhas mais incisivas de divulgação e treinamento no uso das fontes.
Dentre os produtos avaliados, podemos destacar a coleção de referência e o Dedalus, banco
de dados bibliográficos do SIBi/USP.
A coleção de referência recebeu pontuações que são consideradas razoáveis (69% nas
categorias “Bom” e “Médio”). Entretanto, pode-se concluir que seja um item a merecer um
cuidado especial, não somente no que toca à seleção e aquisição do material, mas também
na divulgação de recursos tão importantes para a pesquisa e que permanecem
desconhecidos ou não utilizados por uma parcela significativa dos usuários (26%).
Gráfico 3
Referência
Desconheço
5%
Ruim
26%
Bom
34%
Médio
35%
O Dedalus é a fonte oficial para acesso ao acervo da Biblioteca, uma vez que não são mais
mantidos catálogos manuais ou automatizados locais para acesso à coleção circulante.
Dessa forma, os resultados obtidos na avaliação (85% nas pontuações “Bom”e “Médio”)
revelam-se significativos na medida em que indicam a satisfação dos usuários com o
principal
instrumento
de
recuperação
da
informação
disponível
localmente.
Complementarmente, o Dedalus fornece informações sobre os acervos de todas as outras
bibliotecas do Sistema, agilizando assim a localização do material bibliográfico e o
empréstimo entre bibliotecas.
�10
Gráfico 4
Dedalus
Desconheço
10%
Ruim
5%
Médio
31%
Bom
54%
3.3 Obtenção de documentos
Foram avaliados neste conjunto o acervo, serviços de empréstimo domiciliar, comutação
bibliográfica e reposição de materiais nas estantes. Levando-se em conta os altos índices de
freqüência de usuários (568.000/ano ou 2.185/dia) e a dimensão do acervo (458.275
volumes), os itens
considerados
relacionados ao acervo, empréstimo e guarda de material são
prioritários
na
administração
da
Biblioteca,
exigindo
avaliação,
aprimoramento e investimentos permanentes.
O acervo foi avaliado positivamente, levando-se em conta os índices comp reendidos entre
“Bom” e “Médio” (88%), os quais podem ser vistos como resultado imediato da política de
desenvolvimento de coleções que vem sendo sistematicamente adotada pela Biblioteca.
Gráfico 5
Acervo
Ruim
8%
Desconheço
4%
Bom
45%
Médio
43%
O serviço de empréstimo disponível foi bem pontuado pela maioria dos usuários
consultados, num total de 88% entre “Bom” e “Médio”. Causa estranheza a porcentagem
obtida na categoria “Desconheço/Não utilizo”, a qual pode, talvez, ser explicada por algum
�11
tipo de divergência em relação à interpretação do termo, entendido como algum serviço de
entrega domiciliar.
Vale destacar, também, a magnitude do serviço de empréstimo, traduzida pela média de
319.700 transações ao ano, ou 1230 ao dia. É facultado aos usuários o empréstimo de 10
(dez) itens, incluindo neste total livros, teses ou dissertações e material audiovisual. Esta
política de flexibilização do acesso ao material deriva num movimento significativo junto
ao balcão de empréstimo, exigindo a implementação e aprimoramento contínuos de fluxos
e rotinas de trabalho de forma a garantir o atendimento eficaz e a conseqüente satisfação
dos usuários. A Biblioteca conta com um sistema automatizado de empréstimo, em vigor
desde 1991, estando no aguardo do desenvolvimento e implantação de um programa em
nível sistêmico, que unifique o serviço de todas as unidades da USP.
Gráfico 6
Empréstimo Domiciliar
Desconheço
19%
Ruim
5%
Médio
24%
Bom
52%
A reposição de material bibliográfico nas estantes recebeu uma pontuação inferior ao item
anterior, mas ainda com expressivo índice de aprovação, 72% de “Bom” e “Médio”. Este é,
particularmente, um ponto que vem merecendo a atenção e revisão contínua de estratégias,
tendo em vista a intensa circulação de materiais da Biblioteca, perfazendo um total de
411.000 itens anuais ou 1581 ao dia. Com o objetivo de minimizar os problemas
decorrentes da circulação, tais como deslocamentos ou acúmulo de materiais sobre as
mesas, a guarda é realizada continuamente durante o período de atendimento, que é de 13
(treze) horas diárias, havendo, inclusive, a disponibilidade de carrinhos separados por
assunto, onde livros e demais itens podem ser localizados fora das estantes.
�12
Gráfico 7
Reposição
Desconheço
12%
Ruim
16%
Bom
43%
Médio
29%
3.4 Auxílio no Acesso à Informação
Os seguintes aspectos foram analisados nesta vertente: atendimento geral, capacitação de
usuários e comunicação visual.
A avaliação do atendimento obteve índices extremamente positivos, com um total de 94%
nas pontuações “Bom” e “Médio”. Estes dados podem ser interpretados como resultado da
adoção de uma política voltada para a satisfação das necessidades dos usuários. Nos
últimos anos, houve um investimento expressivo na melhoria dos serviços prestados pela
Biblioteca, incluindo o programa de capacitação da equipe de bibliotecários e auxiliares
quanto à qualidade e técnicas de atendimento ao público. Os números atribuídos ao item
podem ser verificados no gráfico abaixo:
Gráfico 8
Atendimento Geral
Médio
27%
Ruim
4%
Desconheço
2%
Bom
67%
Outro recurso para o qual se atribuiu índices satisfatórios foi a comunicação visual (82%
entre “Bom”e “Médio”) apontando mais uma vez para a eficácia de estratégias
implementadas tendo em vista a qualidade dos serviços prestados e a satisfação da
clientela. O projeto visual da Biblioteca foi desenvolvido pelos bibliotecários e
especialistas da área, com o objetivo de otimizar a utilização do espaço e recursos pelos
usuários e, ao mesmo tempo, criar e fixar uma marca de identificação da instituição.
�13
Gráfico 9
Comunicação Visual
Ruim
9%
Desconheço
9%
Médio
32%
Bom
50%
3.5 Auxílio na elaboração de trabalhos científicos
Os serviços e produtos destinados à orientação na normalização de trabalhos acadêmicos
vêm sendo desenvolvidos pela Biblioteca, embora tais iniciativas ainda não estejam
plenamente implementadas. De qualquer forma, os resultados da avaliação deste item
apontam para o desconhecimento ou não utilização dos recursos por parte de um número
expressivo da amostra, revelando mais uma vez a necessidade de adoção de estratégias de
divulgação mais efetivas.
4 Considerações finais
De maneira geral, os resultados apontam para uma avaliação positiva do usuário em
relação aos produtos e serviços oferecidos pela Biblioteca. Comparando os dados obtidos
com o plano de ação adotado nos últimos anos, verificou-se o acerto do diagnóstico inicial
a partir do qual as estratégias foram implementadas.
A presente avaliação da qualidade dos serviços e produtos oferecidos comprova que
ocorreu um processo de mudança significativo e que o mesmo foi percebido pelos usuários
da Biblioteca.
No entanto, algumas áreas
demandam ainda especial atenção, exigindo a adoção de
estratégias mais eficazes para o aprimoramento da qualidade e sintonia com as expectativas
e necessidades do cliente. Dentre elas podemos destacar a política de marketing, uma vez
que é alto o percentual de produtos e serviços que permanecessem desconhecidos ou não
utilizados.
�14
Apesar do grande esforço empreendido e dos investimentos que ainda vêm sendo feitos
para a melhoria contínua na prestação de serviços com foco no cliente, permanecem
desafios e obstáculos a serem transpostos. Além disso, a adoção da filosofia da qualidade
pressupõe o monitoramento e ajuste ininterruptos de todas as atividades desenvolvidas pela
Biblioteca e a prospecção de tendências e necessidades, de modo a manter uma postura
pró-ativa no delineamento de estratégias e implementação de ações futuras, tendo como
meta a busca da excelência no cumprimento da sua missão institucional.
Referências
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El vínculo interactivo biblioteca universitaria-usuario en el siglo
XXI: algunas consideraciones para fortalecer este relacionamiento.
Encontros Bibli:
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Indicadores de qualidade em bibliotecas
universitárias brasileiras: o ponto de vista dos clientes. In: CONGRESSO BRASILEIRO
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(SR&I).
Qualidade no serviço de referência e informação
In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 9.,
1996, Curitiba. Anais .... Curitiba : UFPR : PUC, 1996. Disquete.
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Uma biblioteca em construção: o compromisso com o cliente.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Grandi, Márcia Elisa Garcia
Ferrari, Adriana Cybele
Andrade, Diva Carraro de
Luchetti, Sonia Marisa
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa às estratégias adotadas pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo, tendo em vista os novos conceitos de gestão por projetos e com foco no cliente
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snbu2002
-
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O PAPEL DOS POSTOS DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO NOS SISTEMAS DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS: O Exemplo da Coleção do Lamce
Magda Almada
Responsável pela Biblioteca
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)/Brasil
Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE)
almada@lamce.ufrj.br
Resumo
Desde o surgimento do Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU) as
bibliotecas universitárias brasileiras vêm se desenvolvendo no sentido de oferecer melhores
serviços e produtos para a comunidade acadêmica adaptando-se sobretudo às mudanças
sociais, econômicas, políticas e tecnológicas. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) em particular, surgiram os chamados Postos de Serviços de Informação, que são na
verdade uma espécie de evolução de bibliotecas paralelas, descentralizadas, mas integradas ao
sistema de bibliotecas, subordinados às bibliotecas centrais do Centro de Ciências que esteja
integrado. Como exemplo, pode-se citar os Postos de Serviços de Informação do Centro de
Tecnologia da UFRJ, que atende à demanda específica das Áreas Interdisciplinares em
Mestrado e Doutorado da COPPE/UFRJ, em especial aquelas coordenadas pelos professores
do
Laboratório
de
Métodos
Computacionais
em Engenharia: Computação de Alto
Desempenho (Mecânica Computacional, Sistemas Computacionais); Engenharia Ambiental
(Modelagem
Computacional,
Ciências
Atmosféricas
em
Engenharia);
Tecnologia
para
Explotação dos Recursos do Mar (Estruturas Offshore, Sistemas Computacionais orientados à
Indústria do Petróleo, Sistemas Petrolíferos, Modelos Numéricos para Simulação de
Reservatórios). Vale ressaltar que esses últimos citados integram um dos Programas de
Formação de Recursos Humanos para o Setor de Petróleo e Gás da Agência Nacional de
Petróleo (PRH02-ANP/UFRJ – Formação de Profissionais em diversas áreas da Engenharia
para o Setor Petróleo e Gás). Neste caso, o Posto de Serviço de Informação oferece todo o
suporte técnico bibliográfico ao desenvolvimento da ciência e tecnologia de tais áreas. O
estabelecimento de tais Postos de Serviços de Informação é também decorrente do aumento de
informações de forma geral e conseqüentemente, de maior volume de publicações, livros,
1
�periódicos e trabalhos científicos produzidos relativos a cada área específica de conhecimento.
Dentro desse contexto, pretende-se, através deste trabalho, discutir a importância da interação
de tais Postos de Serviços de Informação com a Biblioteca Central, visto que seu trabalho é
complementar àquele realizado pelas Bibliotecas Setoriais da Universidade, atendendo às
demandas específicas de informação e/ou conhecimento. Os Postos de Serviços de Informação
tornam-se, cada vez mais, uma realidade no Sistema de Bibliotecas Universitárias Brasileiras,
como alternativa para reduzir custos, dividir investimentos e compartilhar acervo bibliográfico
de forma racional.
Palavras – chave: postos de serviços de informação, bibliotecas universitárias
1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios dos eventos realizados pelo Seminário Nacional de Bibliotecas
Universitárias (SNBU) tem ocorrido um constante aprofundamento nas reflexões, talvez por
influência do rápido processo de mudanças na área científica, tecnológica, econômica, política
e social. “A partir dos anos 80 visando a criação de um sistema para as bibliotecas
universitárias houve um planejamento que pudesse refletir a situação das bibliotecas
universitárias brasileiras existentes em suas Unidades, sob o ponto de vista de organização e
funcionamento, de recursos e serviços, das bibliotecas ligadas a Escolas, Faculdades,
Institutos, Departamentos e Cadeiras, surgiram e funcionaram , sem obedecer a uma
coordenação efetiva.” (POBLACIÓN, 1982)
Analisando os documentos apresentados nos SNBU, verifica-se uma preocupação
relacionada com determinados temas, tais como: planejamento, recursos humanos e
financeiros, estudo de usuários, desenvolvimento de coleções, processos técnicos, automação ,
arquitetura de bibliotecas e atividades cooperativas. Sem descartar a importância desses itens,
acreditamos que o tema inovador, como Posto de Serviços de Informação (PSI) poderia
participar para complementar os enriquecedores assuntos ressaltados nos encontros.
2
�Com base nesse enfoque é que foi realizado este trabalho, cujo objetivo é uma
tentativa de apresentar, sugerir e contribuir com as expectativas e as tendências no cenário das
bibliotecas universitárias brasileiras para o desenvolvimento de empreendimentos desta
natureza. Os temas abordados inserem um breve histórico do Programa de Engenharia Civil
(PEC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); breve histórico do Laboratório de
Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE) da UFRJ; considerações sobre Postos de
Serviços de Informação; o surgimento, desenvolvimento e funcionamento do acervo do
LAMCE. Nessas apresentações serão vistas, de maneira relevante, as modificações ocorridas
na realidade das bibliotecas universitárias brasileiras que vêm se desenvolvendo no sentido de
oferecer melhores serviços e produtos à comunidade acadêmica adaptando-se sobretudo às
mudanças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas. Existe uma tendência cada vez maior
na implantação dos PSI, cujo papel ainda encontra-se em estudo dentro do cenário da
biblioteconomia
uma
vez
que
bibliotecas
diretamente ligadas às Escolas, Institutos,
Departamentos e Laboratórios possuem informações mais personalizadas, atendendo às
necessidades específicas do local ao qual ela esteja ligada.
É valido dizer que, por se tratar de uma abordagem pioneira dentro da UFRJ, não é
intenção e nem tão pouco pretensão, analisar e concluir a realidade futura no sistema de
bibliotecas universitárias brasileiras. Pretendeu-se, no entanto, que este trabalho servisse de
instrumento auxiliar na importante reflexão sobre o tema, pois é sabido que “a nossa é uma
dessas épocas em que a poeira das perguntas demora a assentar e quando as respostas chegam
já estão obsoletas.”(CAMPOS, 1999)
2 BREVE HISTÓRICO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL (PEC) NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)
O PEC iniciou suas atividades em 1967 e oferece atualmente cursos de Mestrado e
Doutorado credenciados pelo Conselho Federal de Educação, avaliados com nota 6 (que é
uma das notas máxima concedida a cursos de pós-graduação em engenharia) pela
CAPES/MEC. Tem também importante participação em cursos de mestrado executivo
(extensão) promovidos pela COPPE como MBE – Meio Ambiente e MBP – Petróleo. A
3
�excelência acadêmica do PEC verifica-se através de sua participação proeminente em 3
projetos PRONEX (Programa de Núcleos de Excelência) do MCT e também por ter 4 de seus
docentes Líderes de Grupos de Pesquisa laureados como Cientista do Nosso Estado da
FAPERJ.
A estrutura acadêmica é baseada nas três áreas clássicas que são as seguintes:
Estruturas, Geotecnia e Recursos Hídricos. Mais recentemente o PEC tem atuado em diversas
áreas interdisciplinares, como Engenharia Ambiental, Computação de Alto Desempenho e
Tecnologia para Explotação dos Recursos do Mar.
Cabe citar a forte inserção nacional e internacional do PEC, através de acordos de
cooperação científica, participação de professores visitantes, estágios de professores e alunos,
além de participação em comitês de diversas associações de pesquisa.
Ao longo dos seus trinta anos o PEC tem desenvolvido importantes atividades de
consultoria e desenvolvimento de projetos técnico-científicos com empresas estatais, privadas
e organismos governamentais através da Fundação COPPETEC, possuindo atualmente uma
carteira de aproximadamente 100 Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento.
Aliando conhecimento científico à solução dos problemas práticos colocados pela
indústria e pela sociedade, o Programa de Engenharia Civil da COPPE/UFRJ está capacitado a
oferecer uma formação de pós-graduação de elevado nível em engenharia civil.
3
BREVE
HISTÓRICO
DO
LABORATÓRIO
DE
MÉTODOS
COMPUTACIONAIS EM ENGENHARIA (LAMCE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)
“Com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia contemporâneas, as fronteiras
interdisciplinares são cada vez mais ricas e menos rígidas. A linha de pesquisa em Métodos
Computacionais pode ser citada como uma delas. Através de métodos numéricos como o dos
4
�Elementos Finitos, esta linha de pesquisa atende aos diversos segmentos da mecânica do
contínuo, formulando, desenvolvendo e implementando técnicas e sistemas computacionais
para a solução de seus problemas. Além disso esta linha permite atuar em atividades de
pesquisa correlatas como Computação Gráfica, Inteligência Artificial, Confiabilidade de
Sistemas, Computação de Alto-Desempenho (Computação Vetorial/Paralela), etc.No caso da
COPPE e, semelhante ao que vem ocorrendo em diversos outros centros de ensino e pesquisa
do exterior, estas atividades tiveram início no programa de Engenharia Civil (P.E.C.). Desde
1970, com a defesa da 1 a Tese de Doutorado no assunto, o P.E.C. é reconhecido como um
dos mais importantes centros de pesquisa em métodos numéricos da América Latina. O
Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE), reúne um grupo de
pesquisadores do Programa de Engenharia Civil, que vem se dedicando há mais de 2 décadas
à pesquisa, formulação e desenvolvimento de métodos numéricos nas áreas de Sistema e
Mecânica Computacional. A transferência dos resultados das pesquisas e desenvolvimentos
tecnológicos obtidos por este grupo tem sido realizada ao longo deste período através de três
vias principais de comunicação com a sociedade: publicação de trabalhos científicos,
formação de recursos humanos e realização de projetos de sistemas computacionais e de
consultoria técnica”. (MELLO, 2002)
4 CONSIDERAÇÕES SOBRE POSTOS DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO
Segundo a definição adotada pelo SISTEMA DE BIBLIOTECAS E INFORMAÇÃO SIBI- da Universidade Federal do Rio de Janeiro citada por GUEDES (2001), “postos de
serviços de informação se caracterizam como unidades informatizadas do SIBI/UFRJ,
localizadas em áreas da universidade, subordinadas administrativa e tecnicamente a uma
biblioteca do sistema, que permite acesso interativo às bases bibliográficas interna, para
consulta e reserva de publicações, e a bases externas. Estes postos não possuem acervo
bibliográfico próprio, para empréstimo e assim possibilitam a consulta local, restrita a obras
de referência e a um acervo limitado de periódicos correntes, cedido temporariamente pela
biblioteca a qual estiverem subordinados”.
5
�5 SURGIMENTO, DESENVOLVIMENTO E FUNCIONAMENTO DO ACERVO
DO LAMCE
“A Universidade é contribuinte dinâmico no processo pela geração, difusão e
intercâmbio de novas idéias e conhecimentos, ampliando os recursos da pesquisa e do ensino.
Neste contexto, cabe às bibliotecas universitárias tornar disponível a informação, tanto para
apoio às atividades de ensino e pesquisa, como para subsídio à tomada de decisão. O uso das
tecnologias da informação e da comunicação eletrônica apropriadas ao acesso, à organização e
ao processamento da informação, cada vez mais eficientes e eficazes, fundamentam as ações
estratégicas das bibliotecas universitárias e trazem novos desafios para o cumprimento de seus
objetivos,
exigindo
um
moderno
perfil
gerencial
dos
agentes
de
informação”.
(KRZYZANOWSKI, 1998)
Inicial e sucintamente falando, o espaço era utilizado apenas para localizar Teses,
Congressos, livros e alguns títulos de periódicos ligados direta e/ou indiretamente à
Engenharia Civil com ramificação para a Geociências. No entanto para atender às
necessidades bibliográficas dos docentes, pesquisadores e alunos de Mestrado e Doutorado em
Sistemas Petrolíferos foi necessário solicitar os serviços de biblioteconomia para que assim se
pudesse dar início à organização, administração e automação da “Coleção do LAMCE”.
A demanda foi aumentando devido à oferta, ou seja, com a presença da profissional
(bibliotecária) iniciaram as solicitações de produtos e serviços bibliotecários, somando-se ao
cotidiano de uma biblioteca (classificação, aquisição, empréstimo, catalogação, levantamento,
pesquisa e levantamento bibliográfico). Devido ao cenário bibliográfico que foi se formando,
começou uma mobilização da responsável pelo acervo, no intuito de poder colaborar através
da inclusão do mesmo no SIBI/UFRJ, uma vez que a coleção apresentada, não se enquadrava
na categorização das bibliotecas pertencentes aos seguintes grupos: bibliotecas centrais,
bibliotecas setoriais e bibliotecas departamentais. Assim podendo ser cadastrado e oficializado
no centro ao qual pertença – Centro de Tecnologia (CT), será possível viabilizar a utilização
dos serviços oferecidos pelo ALEPH – Automatic Library Expanded Program às atividades
6
�técnicas e dessa maneira qualificando os produtos e serviços da coleção como do próprio
LAMCE.
A intenção da integração desse projeto de Posto de Serviço de Informação ao SIBI
constitui uma espécie de evolução de bibliotecas paralelas, descentralizadas e isoladas. O
produto final passa a ser um somatório de contribuições da Biblioteca Central com os Postos
de Serviços de Informação, onde as atividades estão vinculadas intrinsicamente umas às
outras; assim podemos compreender que a pesquisa com eficiência e eficácia é um trabalho de
parceria, complementar.
Atualmente o acervo é composto de livros (em papel) aproxidamente 800 títulos e 910
exemplares; livros (em CD-ROM) com 5 títulos e periódicos (em CD-ROM) com 3 títulos.
Em relação aos serviços que caracterizam esse tipo de tentativa que inclui levantamento e
pesquisa bibliográfica em base de dados, na Internet, CD-ROM e meios tradicionais, além da
prestação dos seguintes serviços : empréstimo e consulta; atendimento ao cliente; busca
bibliográfica na Internet, incluindo a Base Minerva ; busca em base de dados em CD-ROM;
normatização técnica de trabalho; reprodução de documentos; pesquisas entre bibliotecas;
comutação bibliográfica e exposição de novas aquisições.
É válido dizer que a formação de “bibliotecas paralelas” no cenário de bibliotecas
universitárias brasileiras está crescendo de uma maneira funcional, mas isto não significa que
a “biblioteca paralela” ou posto de serviço de informação esteja fazendo prestação de serviços
e produtos isoladamente da Biblioteca Central; pelo contrário, são atividades complementares,
pois o que categoriza a biblioteca é seu tipo, usuário e coleção. Normalmente, um posto de
serviço de informação é mais voltado para um público específico, enquanto a Biblioteca
Central a que este posto está ligado hierarquicamente, tem o trabalho de disseminação da
informação em aspecto geral ao centro ao qual pertença.
“As necessidades da sociedade acadêmica determinam as aplicações do conhecimento
gerado nas universidades.”(CUNHA, 2000). Partindo dessas mesmas necessidades que a
7
�perspectiva e tendência nas bibliotecas universitárias brasileiras estão cada vez mais
direcionando-se às coleções que desenvolvem-se nas Escolas, Institutos, Departamentos,
Laboratórios, etc.
6 CONCLUSÃO
Podemos perceber, com propriedade, que há carência de material para consulta na
literatura da área abordada.
Embora o material bibliográfico do LAMCE ainda não está participando do
SIBI/UFRJ, a experiência profissional em um considerado Posto de Serviços de Informação é
enriquecedora tanto para o bibliotecário quanto para a universidade, pois as bibliotecas
universitárias brasileiras mostraram que elas precisaram mudar e se adptar visando à
preservação da informação tradicional ou digital, geral ou especializada. Portanto, apesar de
os impulsos de mudança nessa nova era da informação serem bem mais rápidos, devido ao
meio virtual e eletrônico, o sistema de bibliotecas universitárias brasileiras está tentando se
ajustar, adaptar e adotar esse novo perfil que está se instalando nas bibliotecas universitárias
brasileiras. Isso devido a esta era de transformações rápidas, destacando-se como uma das
importantes instituições do nosso tempo, a universidade e com ela suas Unidades de
Informação que atendem a crescentes e variadas solicitações da comunidade acadêmica,
porque cada usuário sejam estes alunos de pós-graduação, professores e pesquisadores têm um
enfoque diferenciado de informação.
Podemos verificar que as necessidades dos clientes são diretamente proporcionais as
publicações existentes na biblioteca, o que a uma biblioteca central atende perfeitamente ao
grupo da graduação e o corpo docente, o Posto de Serviços de Informaçào já possível não
atenderá; porque seu acervo é específico à uma determinada àrea do conhecimento
8
�É interessante deixar entendido que o desafio de mudança não seja observado como
ameaçador, mas sim como uma oportunidade de contribuir para renovação nas próprias
bibliotecas universitárias brasileiras.
9
�REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MELLO, Luís F. N. Publicação eletrônica [mensagem pessoal] . Mensagem recebida
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11
�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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2002
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Português
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O papel dos postos de serviços de informação nos sistemas de bibliotecas universitárias brasileiras: o exemplo da coleção do LAMCE.
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Almada, Magda
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Recife (Pernambuco)
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2002
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Discute a importância da interação dos Postos de Serviços de Informação com a Biblioteca Central da Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ
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f214e7d853b7f3a2abbbec0583b5aa09
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O LIVRO ELETRÔNICO: MUDANDO PARADIGMAS
LUIZ OTÁVIO MACIEL DA SILVA1
Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Pará
Av. Augusto Correa, 01 - Guamá
Belém - Pará - Brasil
RESUMO:O artigo tem por objetivo principal apontar as principais implicações do uso do livro eletrônico,
com sua nova roupagem, ou seja, um device que se apropria do formato do livro impresso na busca de
popularização desse artefato informacional como veículo de produção e divulgação da produção humana.
Algumas áreas da biblioteca (processamento técnico, armazenamento e serviço de referência, por exemplo)
serão diretamente afetadas com o advento do livro eletrônico. È proposta, também, deste trabalho, despertar
ou intensificar os debates sobre estas novas modalidades de registro da informação, tanto no seu aspecto
tecnológico, econômico e cultural.
1. INTRODUÇÃO
O livro como conhecemos hoje passou por diversas "transformações" até a sua
consolidação como objeto símbolo da existência humana, responsável pelo registro da
história da nossa Civilização através dos milênios. A necessidade humana de registrar os
feitos e fatos de sua história ao longo do tempo, demandou o desenvolvimento de “técnicas
de escrita” e de "artefatos", nos quais eram feitas as "anotações". Dentre as “técnicas” da
escrita podemos citar a pictográfica, cuneiforme, mnemônica, ideográfica, hieroglífica e a
fonética que se divide em escrita silábica e escrita alfabética.
A invenção da prensa de tipos móveis por Gutenberg no Século XV, revoluciona a
produção de livros, causando efeitos positivos na sociedade da época, como a diminuição
do analfabetismo. Mudança cultural significativa verifica-se, também, por causa do novo
invento: a igreja perde o poder de (re)produtora e guardiã dos livros (conhecimento) em
virtude da Reforma Protestante; o surgimento da "leitura silenciosa" é outro importante
fator decorrente da cultura impressa., provocando uma “reforma social”. Somente no século
seguinte o livro adquire formato e tamanho que permite o seu transporte sem maiores
dificuldades.
1
Mestre em Ciência da Informação. Especialista em Administração de Bibliotecas. Professor
Assistente do Curso de Biblioteconomia da UFPA. Chefe da Seção de Bibliotecas Setoriais da
UFPA.
1
�O desenvolvimento tecnológico chega ao livro, aprimorando e agilizando a sua
produção e disseminação. Mas, o emprego dos recursos da informática,
faz surgir
questionamentos acerca de seu desaparecimento e sua substituição por um novo padrão,
passando do impresso para o digital.
2. O LIVRO ELETRÔNICO
O livro, a partir de sua “formatação” em códice, o que para muitos autores foi a maior
revolução do livro, passou por várias etapas no processo da transição do manuscrito para a
impressão por prensa de tipos móveis.
Também o livro eletrônico tem as suas fases de transição no processo de consolidação
de um produto com pretensões de substituir os átomos pelos bits, procurando superar o
livro impresso, tanto na parte comercial quanto na parte cultural.
Para melhor entendimento, dividimos a evolução do livro eletrônico em duas fases: A
primeira, quando a tecnologia do hipertexto passou a ter larga difusão e emprego na
elaboração de textos produzidos na e para a Internet. A segunda fase, quando do surgimento
dos devices, aí sim, uma alusão clara e indiscutível ao livro impresso, e por isso mesmo,
vencendo barreiras que o hipertexto não conseguiu transpor (ex.: a portabilidade), pois
ainda não conseguiu se desvencilhar da matéria (PC) apesar de produzido em bits. A seguir
veremos as terminologias e os conceitos de livro eletrônico.
Por ser de um passado recente, o livro eletrônico ainda não possui um só termo que o
designe (e-Book, i-Book, Livro Eletrônico, Hipertexto, Livro Digital, etc.) e por
conseguinte uma conceituação única ou uniforme. Para exemplificar, a seguir serão citados
alguns conceitos encontrados na literatura que tem o livro eletrônico como assunto:
1. “uma coleção de páginas de informação dinâmicas, interativas que executam a
metáfora do livro” 2 .
2
BARKER, Philip G. Electronic books. Educational and Training Technology International - Special
Edition, v. 28, n. 4, p. 269-368, 1991.
2
�2. “o livro eletrônico são sistemas de entrega de informação que são capazes de
prover seus usuários com acesso a páginas de informação eletrônica com que
podem interagir”3 .
3. “representações do conhecimento em hipertexto em um ambiente de rede
mundial”4 .
4. “é um dispositivo para ler textos e ver imagens no formato eletrônico”5 .
5. “dispositivo aplicado para funções específicas”6 .
6. “são produtos híbridos que combinam as capacidades de visualização de textos
com a versatilidade dos computadores, entre as quais, ecrãs sensíveis ao toque,
portabilidade, capacidade de alteração do tipo e tamanho da fonte, assim como a
inclusão de dicionários gramaticais e/ou técnicos”7
Nos três primeiros conceitos está bem clara a idéia do hipertexto, da rede e da
interatividade proporcionada pelo meio, que deixa o leitor livre para realizar a leitura de
qualquer ponto; destacam, ainda, a Web, estando implícito a utilização de um computador
pessoal como intermediário para o acesso.
Nos demais (quarto, quinto e sexto conceitos), a ênfase é no dispositivo, no
equipamento necessário para fazer a intermediação do usuário com o texto, sem necessaria-
3
BARKER, Philip. Exploring Hypermedia. Londres : Kogan Page, 1993.
FROSSARD, Vera Cecília. A trajetória do livro: da matéria impressa ao mundo digital novas
possibilidades emergem para a aquisição do conhecimento. Orientadores: Maria de Nazaré Freitas Pereira e
Carlos José Pereira de Lucena. Rio de Janeiro : UFRJ-ECO/IBICT, 1998. Dissertação (Mestrado em Ciência
da Informação). p. 43.
5
WHAT’S an ebook? Disponível na Internet via http://www.ebookbet.com/about/indexwhere.htm. Arquivo
consultado em 17/10/1999.
6
McKENNA, Brian. The Coming of the electronic book. Online & CD-ROM Review, v.22, n. 5, p. 346348, 1998. p. 346.
7
RIBEIRO, Jorge Alves, SANTOS, Paulo Alexandre Gomes dos. Ebook. Disponível na Internet via
http://www.student.dei.uc.pt/~torres/Ebook.htm. Arquivo consultado em 06/07/00.
4
3
�mente precisar de um computador. A Web está implícita, pois ela é a “interface” de
mediação do dispositivo com o usuário na busca de documentos.
A
própria
cronologia
dos
conceitos
(1991[conceito
1],
1993[conceito
2],
1998[conceitos 3,4 e 5] e 2000[conceito 6]) determina esse enfoque, uma vez que o
surgimento dos dispositivos data dos dois últimos anos. E isto fica bem claro na sexta
definição apresentada, onde a ênfase recai sobre o device.
O maior problema dos devices é a leitura em tela por ser muito cansativa. A solução
proposta é o desenvolvimento de um software capaz de transformar a tela dos devices em
uma superfície igual a do livro impresso.
O surgimento de um novo suporte físico para o registro dos escritos do homem,
acarreta uma série de implicações, em especial nos itens relacionados a seguir:
2.1 ACESSO
Neste novo contexto, o acesso modifica-se. Deixa de existir o acesso presencial ao
documento. Basta apenas uma conexão à Internet (com ou sem fio) para obter o documento
pretendido. O papel de intermediação, entre o usuário e o documento, desempenhado pelo
bibliotecário é totalmente redefinido.
Essa, contudo, não é a opinião de Lancaster8 ao analisar a evolução da publicação
eletrônica e seus efeitos nas funções de uma biblioteca e o novo papel do bibliotecário
frente à nova realidade. O autor afirma que o profissional bibliotecário terá lugar garantido
nessa nova ordem, enquanto a biblioteca, como sinônimo de prédio, tende a desaparecer,
argumentação esta reforçada em outro artigo 9 14 anos depois.
8
LANCASTER, Wilfred. The evolving paperless society and its implications for libraries. Int. Forum Inf.
Doc., v. 7, n. 4, p. 3-10, 1982.
9
LANCASTER, Wilfred. Networked scholarly publishing: potential impact on library and librarian. In:
CONGRESSO REGIONAL DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE (1996 : Rio de Janeiro).
Anais... Rio de Janeiro :OPAS/OMS/BIREME ; FIOCRUZ, 1996 (Atividades Pré-Congresso) p. 113-121.
4
�A redefinição das funções básicas de uma biblioteca no atendimento ao usuário, pois
não basta mais o acervo disponível fisicamente no prédio da biblioteca, passa,
necessariamente, pela modernização de todos os processos envolvidos nessas funções. Esse
fato requer administração cuidadosa por parte dos responsáveis pelos serviços, em
decorrência das expectativas criadas pela idealização da Internet como um repositório
massivo de informações.
Outro aspecto que se apresenta problemático, diz respeito à integração dos países que
não possuem uma infra-estrutura adequada, na área de serviços e de telecomunicações para
suportar um aumento imediato de acesso à Internet. Além disso, os custos elevados da
conexão, via linha principalmente, são um complicador a mais a ser solucionado.
Por isso, não é de se estranhar que a comercialização dos ebook’s comece pelos
países mais ricos (Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, França e Alemanha), pois neles o
ambiente necessário para tal iniciativa, já se encontra pronto.
2.2 ARMAZENAMENTO E EMPRÉSTIMO
A forma de armazenamento a que estamos habituados, ou seja, a guarda do livro nas
estantes (a informação é arquivada juntamente com o suporte físico que a contém) perde o
sentido em relação ao artefato device. Nesse caso, a informação pode estar armazenada em
outro local (no PC, nos Provedores de acesso à Internet, nas “estantes” das
Livrarias/Editoras Virtuais, etc.). O conteúdo e o suporte físico são separados.
A principal desvantagem (talvez a mais grave) é a impossibilidade de “empréstimo”
de “livros” entre as pessoas, visto que, ao emprestar um “livro”
(Alice no País das
Maravilhas, por exemplo), estaria emprestando o device, e logicamente, todo o “acervo”
contido nele.
Quanto às bibliotecas, elas não armazenariam os devices (matéria), e sim, os
conteúdos, livros em bits, os quais seriam “copiados” por quem dispusesse do equipamento
apropriado.
5
�O empréstimo, no formato atual, é totalmente eliminado com a introdução dos livros
produzidos em meio digital.
No caso do empréstimo de “obras digitais”, este requer desenvolvimento de soluções
tecnológicas que concilie os interesses da biblioteca e usuário com a preservação dos
direitos autorais em relação ao controle de cópias não autorizadas.
Este é um assunto que começa a ser investigado, como pode ser observado na
dissertação de mestrado de Borges10 , defendida em janeiro de 2000 na Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, que tem como tema um “Sistema de
Empréstimo de Objetos Digitais – SEOD.
O SEOD preserva os direitos autorais do autor e “procura ser fiel aos processos
bibliotecários incorporados ao longo dos séculos [buscando] inovar na forma como tais
processos deverão ser executados a partir da transição para o formato digital”.11
A identificação, autenticação e controle mais a integridade e confiabilidade dos
dados, são feitos através do uso de mecanismos, tais como: criptografia, assinatura digital,
cálculo hash e senhas.
A biblioteca também pode utilizar o SEOD para “negociar” a disponibilização do seu
acervo a Provedores mediante cobrança de taxas de acesso.
A vantagem do SEOD para o usuário é o não limite no número de obras digitais a
serem emprestadas, contrastando com o sistema de empréstimo de obras impressas.
2.3 HÁBITOS DE LEITURA
Os hábitos de leitura tradicional se alteram em função do novo suporte. A leitura em
tela não tem mais a imposição da linearidade do texto, com exceção de algumas obras, na
qual a leitura seqüencial é ponto importante para a compreensão do texto.
10
BORGES, Karen Selbach. Bibliotecas digitais: um Sistema para o Controle de Empréstimos e Devoluções
de Objetos Digitais. Orientador: João Batista Souza de Oliveira. Porto Alegre : PUCRS/Faculdade de
Informática, 2000. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação).
6
�Chartier12 afirma que “é preciso considerar que as formas produzem sentidos, e que
um texto estável na sua literalidade investe-se de uma significação e de um estatuto quando
mudam os dispositivos de objeto tipográfico que o propõe à leitura”. Os “saltos” ou as
interconexões que podem ser feitas com outros textos, são as principais vantagens nessa
nova modalidade de leitura.
Xavier13 dissertando sobre o hipertexto faz referências a uma nova modalidade de
leitura – a Leitura Sinestésica – afirmando que:
“o acondicionamento das várias formas de textualização das idéias superpostas e
intra-relacionadas sobre um mesmo suporte físico inaugura, até então, uma nova
modalidade de leitura – a sinestésica – que, por sua vez, optimiza, em tese, a
compreensão das idéias, conceitos e atitudes do sujeito-produtor de discursos
pluritextuias, cuja expressividade tende a crescer enormemente e com ela o nível
de clareza das suas categorizações, análises e conclusões. Ou seja, a capacidade de
explicitação e argumentação de posições assumidas por um dado autor tende a
crescer à proporção que ele intensificar a utilização dos recursos informáticos
pluritextuias”.
A leitura de um texto que permite ao leitor fazer conexões imediatas com outros
textos que foram utilizados como base para gerar o documento ora em consulta, é para
Levy14 a recuperação da “possibilidade de ligação com um contexto que tinha desaparecido
com a escrita e com todos os suportes estáticos de formação”.
As conexões com outros textos possibilitam a interatividade textual, pois quem se
desloca é o texto diante do leitor e não o contrário. A leitura deixa de ser um ato “estático”
11
Idem, p. 73.
CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados, v. 11, n. 5, p. 173-191, jan./abr.
1991. p. 178.
13
XAVIER, Antonio Carlos S. Leitura, texto e hipertexto. Disponível via Internet http://www.
unicamp.br/~hytex/lth10.htm.
14
LEVY, Pierre. A emergência do ciberspace as mutações culturais. Disponível na Internet via
http://www.hotnet.net/PierreLevy/aemergen.html. Arquivo consultado em 05/06/1998.
12
7
�e passa ter dinamismo e interatividade, a partir do momento que o leitor participa na
redação do texto, tendo como conseqüência “uma desterritorização dos textos, das
mensagens, enfim, de tudo que é documento”15 .
Ainda é muito cedo para a comprovação de qualquer teoria acerca das modificações
dos hábitos de leitura. Qualquer prognóstico feito agora é passível de contestação por vários
fatores que são inerentes à questão, como por exemplo, as desigualdades econômicas,
culturais e tecnológicas entre os países e, até mesmo, dentro de uma região.
2.4 COPYRIGTH
No Século XV, após o invento de Gutenberg as obras ganharam uma “produção
industrial” e como conseqüência, surgiram problemas que demandavam solução para
proteção dos direitos autorais e remuneração dos autores.
Segundo Martins Filho16 “o copyright começa a ser reconhecido na Inglaterra por
meio do Copyright Act de 1790, que protegia as cópias impressas por 21 anos, contados a
partir da impressão. Obras não-impressas eram protegidas apenas por 14 anos”.
O direito autoral é tema de grande debate por conta das facilidades de publicação e
reprodução de documentos produzidos na e para a Internet. Sempre que se criam novas
formas tecnológicas de reprodução e armazenamento de documentos, modifica-se o
conceito de direito do autor e, ao mesmo tempo, abre-se discussão acerca das formas de
remuneração/arrecadação do que é devido ao autor na nova mídia.
Estados Unidos estão à frente dessa discussão, por possuírem a maioria absoluta dos
internautas e das empresas ponto.com, sendo por conseguinte, os mais prejudicados pela
não regulamentação da rede.
No Brasil, a Lei n.º 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, que “altera, atualiza e consolida
a legislação sobre os direitos autorais e dá outras providências”17 , assegura ao autor e seus
15
Ibid.
MARTINS FILHO, Plínio. Direitos autorais na Internet. Ciência da Informação, Brasília, v. 27, n. 2, p.
183-188, maio/ago. 1998. p. 183. p. 183.
17
BRASIL. Lei n.º 9610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos
autorais e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo,
Brasília, v. 136, n. 36, p. 3-9, 20 fev. 1998. p. 3.
16
8
�sucessórios por um prazo de setenta anos, independente do meio físico ou digital existente
ou a ser criado, os direitos de exploração comercial.
A regulamentação é um importante passo, mas não resolve de todo o problema de
cópias ilegais na Internet, até porque o princípio da rede é disponibilizar informações
gratuitas para todos, indo de encontro aos interesses de diversos setores.
Uma questão importante a ser levantada diz respeito à aquisição de um device, sem
implicar, necessariamente, que o usuário tenha que comprar esta ou aquela publicação.
Pode-se formar uma “biblioteca pessoal” dos títulos “grátis” disponíveis na Internet (o
Projeto Gutenberg é um exemplo). O que está sendo comprado é um aparelho eletrônico,
capaz de ler e armazenar textos, gráficos e figuras e, portanto, não sujeito à legislação dos
direitos autorais.
O sistema adotado pelos fabricantes, não permite cópias ou impressão em papel. Os
direitos autorais são negociados entre os autores e as Editoras. Estas, por sua vez, negociam
com as empresas fabricantes dos devices, pagamento da ordem de 40 a 60% do preço final
de venda, assegurando que não haja, a princípio, qualquer prejuízo aos direitos autorais.
Pode-se dizer que as publicações disponíveis na rede enfrentam o mesmo drama que
as publicações em papel passaram (ou continuam passando), quando foram lançadas no
mercado as máquinas fotocopiadoras. Contudo, parece haver uma diferença cultural nos
dois
casos.
As
publicações
impressas
procuram
preservam
um
nicho
comercial
institucionalizado a um bom tempo, onde a comercialização das obras é considerada um
fato normal e “legal”. No caso das publicações eletrônicas, o pagamento para sua obtenção
contraria todo o espírito “democrático” e de livre acesso, que são inerentes à rede mundial
de computadores.
2.5 DEPÓSITO LEGAL
À primeira vista, a questão quanto ao depósito legal, não seria procedente, pois
estamos falando de equipamento eletrônico, que deveria receber um número de patente e
não ISBN (International Standard Book Number).
9
�Por ser um artefato eletrônico, que não traz consigo nenhuma publicação inédita ou
nova versão de um título já “publicado”, tal exigência não é aplicável. Ocorre, contudo, que
um Device - Rocket Book - apresenta um ISBN para cada um de seus modelos. Questionada
sobre essa incoerência – um equipamento eletrônico sendo caracterizado como uma
publicação impressa – a empresa nada declarou, deixando dúvidas quanto ao procedimento
por parte de quem concedeu o ISBN, ou se de fato trata-se de uma novidade, algo a ser
esclarecido por outros estudos.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao abordar um tema tão contemporâneo e bastante arriscado, por se tratar de artefatos
embutidos de tecnologias recentes, a expectativa maior é despertar nas pessoas o interesse
para um assunto, que até pouco tempo parecia tão distante da nossa realidade. O cuidado
tem que ser redobrado, pois a linha que separa o novo do antigo é muito tênue, e nada pode
ser considerado como definitivo.
A cautela e precaução são necessárias para que a isenção de ânimo seja
predominante, evitando-se excesso, tanto a favor quanto contra, de uma novidade
tecnológica que pode causar uma “revolução” na forma de geração e disseminação do
conhecimento.
A chegada dos devices irá provocar uma série de mudanças, tanto culturais quanto
econômicas. Na área econômica, mais precisamente na parte da comercialização de livros,
o mercado editorial é o que sofrerá o maior abalo com a popularização da publicação
eletrônica. Mas, pergunta-se: A publicação eletrônica já não existia há um bom tempo sem
que houvesse interferência negativa no mercado editorial de livros? A resposta é que as
publicações eletrônicas dependiam de um PC para a sua obtenção e leitura, sendo esta
bastante dificultada pela resolução dos monitores dos PC’s que ainda não permitem a
leitura de um documento com muitas páginas sem provocar cansaço à vista e ao corpo,
decorrente do desconforto da posição, sempre sentado, em frente a um PC.
10
�A eliminação da intermediação do PC para acesso e leitura de livros no formato
eletrônico é, talvez, o maior golpe que a indústria da impressão em papel venha a sofrer em
curto espaço de tempo. Bem maior que o apelo ecológico até então usado contra os
impressos.
Com a proliferação de títulos, haveria uma justificativa para o investimento na
compra de um device, que atualmente ainda é alto, apesar da redução vertiginosa dos preços
em curto lapso de tempo. A popularização é outro fator que contribuiria para a rápida queda
de preço, tornando-o um objeto de consumo e desejo igual à televisão ou outro bem de
consumo qualquer.
Embora não se possa afirmar com precisão o que vai acontecer, em termos
tecnológicos, daqui a alguns anos, podemos fazer um exercício de responder a algumas
questões que sempre se repetem, sempre que se fala em um substituto para o livro
impresso. A seguir estão algumas dessas inquietações:
1. O livro eletrônico será mais barato que o impresso?
Teoricamente sim, pois os custos diretos envolvidos na produção do livro impresso
(tinta, papel, etc.) seriam eliminados. O custo maior nesse caso, seria em relação aos
direitos autorais.
Atualmente o grande problema enfrentado pelo livro eletrônico é a falta de títulos dos
autores consagrados. Os contratos que estes mantêm com as Editoras são o principal
entrave a ser resolvido pelos produtores do livro eletrônico. Quando um autor de renome é
“publicado” nas duas “mídias”, o preço de venda é quase o mesmo, pois as Editoras
detentoras dos direitos autorais, cedem o direito de publicação em formato padrão das
empresas mediante acordo prévio de equivalência do preço.
2. Os devices são uma ameaça aos PC’s?
11
�Juntos com os computadores de mão (Palm-Top) devem tirar uma boa parcela dos
que utilizam o PC e atrair aqueles que não gostariam de ter um, ainda mais se consideramos
o acesso à Internet sem fio.
3. Os Devices podem ser considerados como livros?
Se a análise for feita tomando por base as definições estabelecidas para o livro a
resposta é não. O máximo a que poderíamos chegar é que os devices são uma “biblioteca
portátil particular”. Mas, há de se levar em consideração, que a cada nova “invenção”
introduzida na vida do ser humano, a teoria/definição ligada diretamente a ela é abalada de
tal forma, que uma reformulação se faz necessária para reafirmar o status quo antigo ou
fazer surgir o novo. As definições e conceituações que são associadas ao livro eletrônico e,
nesse caso específico, aos devices
ainda estão em construção, mesmo porque, estamos
ainda em sua primeira geração e qualquer julgamento acerca do certo ou errado é
extremamente difícil.
4. O livro impresso vai desaparecer?
A resposta é simples: NÃO (pelos menos na nossa geração). Para que tal aconteça
uma mudança estrutural muito grande tem que ocorrer. Estamos falando da parte de infraestrutura adequada que permita tal revolução. Lembram-se da política de comercialização
dos devices? Ela priorizou os mercados que possuem uma infra-estrutura bastante
desenvolvida (Estados Unidos, Canadá, Alemanha e França), pois esta é uma exigência
fundamental para a sua popularização.
Outro indicativo que pode ser evidenciado é com a introdução do computador nas
rotinas burocráticas, em substituição às máquinas de escrever. Elas, as máquinas (eletro e
eletrônicas), deixaram de ser fabricadas no Brasil há menos de quinze anos, enquanto nos
Estados Unidos há mais de 30. Isto também aconteceu com CD em relação ao disco de vinil
e está acontecendo com o DVD em relação ao videocassete.
12
�Em relação ao livro impresso, o complicador é que o objeto a ser substituído tem uma
longa trajetória que lhe confere um alto grau de confiabilidade e estabilidade, coisa que os
objetos citados anteriormente não possuem. O livro impresso tem na sua perenidade de
registro da história da humanidade uma das suas vantagens sobre o livro eletrônico, pois os
documentos produzidos em meio digital, ainda não garantem a longevidade de sua
utilização, bem como, a perda de dados nesse tipo de mídia é muito maior que na mídia
impressa. E entre estas mudanças estará, com certeza, a redução do número de página de
um documento produzido para ser lido em tela. Alguns estudos apontam que este número
estará compreendido entre 50 a 100. Mas tudo isso são especulações, devidamente aceitas
num momento de transição como este que vivemos atualmente.
Enfim,
teremos
a
convivência
dos
dois
instrumentos
de
representação do
conhecimento humano por longos e longos anos e, a supremacia de um sobre o outro caberá
ao tempo determinar.
Abstract:The article's main purpose is to identify the implications of the use of the electronic book taking
into account its modern appearance, a device that approaches the printed book format in the search for the
popularization of such product as a vehicle of production and divulgation of the human work in general.
Some library areas (technical processing, storage, reference service) will be directly affected by the electronic
book. This article also proposes to stimulate or intensify debates about those new kinds of information
registration, in the technological, economical and cultural aspects.
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International – Special Edition, v. 28, n. 4, p. 269-368, 1991.
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http://www.northernlight.com
http://www.nuvomedia.com
http://www.powells.com
http://www.softbookpress.com
http://www.yahoo.com
14
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O livro eletrônico: mudando paradigmas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Luiz Otávio Maciel da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aponta as principais implicações do uso do livro eletrônico, com sua nova roupagem
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4085/SNBU2002_076.pdf
d3b9344d044c469955f021191349ebd0
PDF Text
Text
O GERENCIAMENTO DE CONTEÚDOS DIGITAIS: CONCEPÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DE BIBLIOTECA DIGITAL NO CONTEXTO
DA UNIVERSIDADE UTILIZANDO-SE DE SOFTWARE LIVRE
Luiz Atilio Vicentini
Diretor SBU – UNICAMP
vicentin@unicamp.br
A informação estratégica
A informação, reconstituída pela sociedade da informação, cogita estabelecer a
informação enquanto elemento de resistência e sobrevivência, agindo como elemento chave
de comunicação e de harmonização do indivíduo com o mundo. O acesso à informação
torna-se imprescindível, imperativo, vital, garantindo liberdade, como potencial para o
homem na sua capacidade de escolha, de decidir por si e pelo melhor da sociedade. O que
pressupõe o uso da informação não sendo compartilhada igualmente por todos, sua
condição essencial indica uma necessidade de informação bem definida, tornando-se
condição básica à eficácia de qualquer tomada de decisão.
As
Bibliotecas
atuais
convivem
constantemente
com
conflitos
estruturais/organizacionais, orçamentos reduzidos e pessoal não qualifiquado e ao mesmo
tempo insuficiente. Esta situação acaba influenciando na questão da gestão da informação
armazenada, que, segundo Davenport (1998) “constitui-se de um conjunto estruturado de
atividades que incluem o modo como as instituições produzem, obtêm, distribuem e usam a
informação e
o conhecimento, tendo nos recursos tecnológicos o instrumento facilitador
deste processo”.
A
automação/informatização,
as
novas
tecnologias,
os
produtos
eletrônicos
disponíveis, ocasionaram e continuam influenciando na revisão dos processos internos de
controle e disseminação da informação, conforme explicita Heeman (1994), “na sociedade
informatizada, a informação passa a fluir livremente, fugindo do controle dos catálogos e
�acervos, para dentro dos arquivos dos computadores, circulando globalmente de usuário
para usuário, sem que possa ser coletada, armazenada e disseminada. Altera-se, assim, o
processo de transferência da informação, desde o ciclo produtor/emissor, os suportes, até o
destino/receptor”.
As Bibliotecas devem dirigir seus esforços em um novo conceito de estrutura, com a
implantação de Bibliotecas Híbridas, trabalhando fundamentalmente na “logística da
informação” armazenada, coletada e acessada.
Ainda segundo Davenport (1998), “a
informação não pode ser considerada de maneira isolada nas instituições”. Às bibliotecas
está reservado o papel de repensar suas atividades e funções, adaptando-se aos novos
modelos organizacionais e extraindo das tecnologias disponíveis o substrato para a
melhoria na prestação de serviços e na utilização eficaz de informações.
Diante de sua missão de fomentar o ensino a pesquisa e extensão, as universidades
devem criar mecanismos para abrir possibilidades de fornecer meios cada vez mais eficazes
para que a comunidade acadêmica possa publicar seus trabalhos de forma rotineira,
diretamente na Internet, aumentando com isso sua visibilidade nacional e internacional,
otimizando o fluxo de comunicação científica e reduzindo o cico de geração de novos
conhecimentos.
O papel primordial de qualquer universidade é a criação e disseminação de
informações e conhecimentos. Este dever das universidades tem sido consideravelmente
facilitado pelas milhares de alternativas oferecidas pelo mundo do software livre.
Dentre
esses produtos que utilizam-se de software livre, destacamos o “Nou-Rau”, e a sua
utilização no gerenciamento de conteúdos digitais através da Biblioteca Digital da
UNICAMP.
O software Livre
O software livre pode ser definido a partir de suas três características fundamentais:
1 – Não existe custo de licenciamento. O software livre pode ser utilizado, copiado
e redistribuído livremente.
�2 - O código fonte é distribuído livremente junto com o software. Código fonte são
as instruções de programação que formam a funcionalidade do software. De posse desse
código fonte, qualquer programador competente pode visualizar o funcionamento interno
do sistema, bem como alterá-lo para introduzir melhoras, corrigir problemas ou ampliar sua
funcionalidade. Usando uma analogia culinária, é como se o usuário recebesse o bolo e a
receita do bolo.
3 - As alterações, melhorias, otimizações ou correções feitas no software livre da
forma descrita acima devem obrigatoriamente ser distribuídas gratuitamente, dentro do
mesmo esquema de software livre, incluindo também o novo código fonte. É importante
não confundir software livre, da forma conceituada acima, com software proprietário
distribuído gratuitamente. Muitas vezes, por motivos estratégicos ou de marketing, as
empresas podem optar por distribuir gratuitamente um determinado produto de software.
Isso não é software livre porque o código fonte não acompanha o produto, e os usuários não
podem alterar nem redistribuir livremente o sistema. Neste caso, o software continua sendo
propriedade da empresa, que pode a qualquer momento cancelar a distribuição gratuita.
Uma das questões com relação ao software livre é que ao instalar software de
origem
desconhecida,
a
integridade
do
sistema
operacional
poderia
estar
sendo
comprometida por código malicioso, que poderia causar danos aos dados ou a outros
computadores. Pela experiência de Queiroz em mais de dez anos usando software livre
NUNCA encontramos nada que pudesse prejudicar alguém ou causasse algum tipo de dano.
Já as violações da privacidade causadas por várias softwares comerciais são bem
conhecidas. A questão é, não podemos confiar naquilo a que não temos acesso.
O uso de software livre no mundo acadêmico já vem de longa data. Os softwares
desenvolvidos
pela
Free
Software
Foundation
são
referência
obrigatória
para
administradores de sistemas de todo o mundo.
Nas universidades, até bem pouco tempo, a maior parte do processamento científico
era feita em máquinas com sistemas Unix e o processamento administrativo era feito em
sistemas proprietários, como os equipamentos de grande porte comercializados pela IBM e
diversos outros fabricantes. Esta opção por plataformas proprietárias vem de muito tempo
�atrás, quando não existiam alternativas. Todas as soluções existentes não se comunicavam
com as demais. O dilema para os administradores era terrível, pois qualquer opção que se
fizesse desembocaria inevitavelmente em uma situação de aprisionamento, com o cliente
integralmente nas mãos do fornecedor, tanto em termos das soluções oferecidas como dos
preços.
A questão principal entretanto é que este modelo não
oferecia alternativas.
Felizmente este não é mais o caso. Alternativas hoje existem muitas, o mais difícil é a
mudança de mentalidade, em acreditar que sistemas completos de gestão universitária e
para pesquisa baseados em software livre podem ser criados e mantidos com custos muito
menores do que sua contrapartida proprietária. Sistemas proprietários por definição
constituem um tremendo obstáculo a inovação. Estes obstáculos são o elevado custo de
aquisição de licenças e sua manutenção. Cada nova funcionalidade ou serviço que se deseja
oferecer representa uma nova fonte de gastos.
Com o software livre a liberdade de criar e inovar é total. A maioria dos softwares
estão disponíveis na Internet a custo zero. Com o código fonte disponível tudo o que é
necessário é um pouco de conhecimento para adequar o que existe às nossas necessidades.
A Biblioteca Digital na Unicamp
A Biblioteca Digital da Unicamp surgiu através da iniciativa do Sistema de
Bibliotecas da UNICAMP no primeiro semestre de 2001, através do interesse demonstrado
pela comunidade, e pelas 19 Bibliotecas do Sistema, a vislumbrar a possibilidade de
disponibilizar em formato digital a produção científica de dissertações e teses da
Universidade, com a estruturação da Biblioteca Digital de Teses da UNICAMP.
Após várias iniciativas isoladas, foi apresentado à reitoria em agosto de 2001 uma
proposta de criação da Biblioteca Digital de Teses da UNICAMP, tal proposta foi aceita, e
a ela estendeu-se a possibilidade de não fixar-se somente em dissertações e teses,
possibilitar a comunidade científica da Universidade a alternativa de disponibilizar a sua
produção na Internet através da Biblioteca Digital da UNICAMP.
�A Biblioteca Digital da UNICAMP, foi oficialmente instituída em 08/11/2001,
através de portaria do Sr. Reitor de nº
GR-85, que trata da estruturação da Biblioteca
Digital da UNICAMP, “através da produção Científica-Acadêmica da Unicamp em formato
eletrônico de: artigos, fotografias, ilustrações, obras de arte, revistas, registros sonoros,
teses, vídeos e outros documentos de interesse ao desenvolvimento científico, tecnológico e
sócio cultural”.
A estruturação do Banco de Dados Digital com o Software Livre
Muito do conhecimento gerado em universidades é inacessível ao público em geral,
não por um desejo de ocultá-lo mas pela falta de mecanismos adequados que o tornem
disponível a todos que dele necessitem. Uma das prioridades para o site institucional da
Unicamp foi estabelecer um indexador de todo o conteúdo disponível na Web da
universidade. Foram feitos experimentos com indexadores conhecidos no mercado como
Altavista e Infoseek, porém o altissimo custo financeiro para a aquisição de licenças para a
indexação da quantidade de informação disponível na Unicamp tornava esta alternativa
inviável. Optamos então pelo software livre “htdig”, que nos permitiu trazer a tona para
nossa comunidade de usuários muita informação que até então estava disponível apenas a
uns poucos. Com isto tivemos uma sensível melhora no serviço prestado à nossa
comunidade.
O produto utilizado foi chamado de “Nou-Rau”, com objetivo de implementar um
sistema on-line para armazenamento e obtenção de documentos digitais, provendo acesso
controlado e mecanismos eficientes para busca.
Através de sua característica de possibilitar a disponibilização e gerenciamento de
conteúdos digitais, o Nou-Rau tem como meta principal:
•
Possibilitar o armazenamento de qualquer tipo de documento;
•
Manter informações básicas sobre cada documento, possibilitando a inclusão de
dados mais específicos quando necessário;
�•
Prover um mecanismo de busca que pesquise tanto nas informações, quanto no
conteúdo dos documentos;
•
Controlar o “upload” somente de documentos desejados e prover mecanismos para
aprovação de documentos submetidos;
•
Possibilitar intervenção externa para verificação de vírus.
A organização da informação na Biblioteca Digital
Tópicos
O banco digital contém diversas áreas denominadas
“tópicos”. Um tópico
representa um assunto específico e serve para agrupar documentos relacionados. Por
exemplo: um tópico pode ser criado para o assunto “Geometria” e outro para “Aids”.
Para cada tópico pode existir um responsável, que cuida de seu gerenciamento e
efetua a aprovação de documentos submetidos para o mesmo.
Os tópicos podem ser organizados hierarquicamente, ou seja, dentro de um tópico
pode existir um ou mais subtópicos.
Categorias:
Uma "categoria" corresponde a um conjunto de tipos de documentos válidos,
juntamente com um limite de tamanho.
Uma categoria é definida pelo administrador do sistema e representa um meio de
indicar os tipos de documentos válidos para um tópico. Em particular, um tópico pode
aceitar uma ou mais categorias de documentos. Por exemplo, o tópico 'Geometria' pode
somente aceitar documentos da categoria 'Diagramas' e 'Exercícios', limitando o tamanho
máximo aceito a 100Kb. Já o tópico 'Culinária' pode aceitar as categorias 'Artigos' e
'Vídeos', sem impor limites.
�A medida em que novas categorias se tornem necessárias, basta que sejam criadas
pelo administrador e associadas aos tópicos.
Formatos:
Cada categoria especifica um ou mais "formatos" a serem aceitos.
Um formato define um tipo particular de arquivo, tal como 'PostScript' ou 'Imagem
GIF'. Somente o administrador pode definir novos formatos e modificar os já existentes.
O sistema já vem com os formatos mais comuns cadastrados (DOC, PDF, HTML,
JPEG, MP3, etc), juntamente com mecanismos para que uma classe inteira de formatos
cadastrados seja aceita (por exemplo, 'Qualquer Imagem').
Documentos:
Um "documento" corresponde a um arquivo submetido ao sistema, juntamente com
uma série de informações associadas.
Estas informações incluem título, nome dos autores, e-mail para contato, palavraschave, descrição e versão do documento. Um campo
para quaisquer outras informações
também é provido, para registrar informações específicas a cada documento (ISBN para
livros, resolução para imagens, etc).
Adicionalmente o sistema registra automaticamente o tópico a que cada documento
pertence, sua categoria e o seu formato, além do usuário que fez a submissão.
�Armazenamento
Os documentos são armazenados sem modificações após serem aprovados, podendo
ser comprimidos automaticamente em certos casos para economizar espaço.
Na maioria das situações, a compressão é utilizada apenas internamente. Quando
requisitados os documentos são retornados na sua forma original.
Mecanismos de Busca
O mecanismo de busca é provido por uma ferramenta dedicada, “ht://Dig”.
Esta ferramenta mantém uma base de dados própria, otimizada para fazer buscas. O
sistema alimenta essa base de dados com o conteúdo dos documentos e com a informação
associada, de maneira que todos os dados mantidos pelo sistema podem ser pesquisados.
O sistema suporta a indexação do conteúdo de documentos nos seguintes formatos:
- Texto ASCII, HTML, RTF, SGML, WML e XML
- MS Word, Excel e PowerPoint
- PDF e PostScript
- TeX, LaTeX e DVI
Personagens
Os personagens são os possíveis papéis que os usuários possam ter dentro do
sistema.
�Visitante:
Corresponde a quem acessa o sistema em busca de informações. Não precisa estar
cadastrado, mas limita-se a consultar tópicos, efetuar buscas e fazer download de
documentos.
Colaborador:
É uma pessoa cadastrada no sistema. Um colaborador pode fazer “upload” de novos
documentos, passando a ser o dono dos mesmos. Para tanto cabe a um colaborador escolher
um tópico e uma categoria associada ao mesmo, submeter um arquivo e fornecer os dados
necessário para o cadastramento deste documento.
Após ser aprovado, o documento pode ser atualizado ou removido pelo seu dono, e
seus dados podem ser modificados.
Responsável:
É quem administra um ou mais tópicos. Em particular, é o responsável que aprova
os documentos submetidos.
Administrador:
Cuida da manutenção do sistema e define novos tópicos, cadastrando responsáveis
pelos mesmos. Também define novas categorias e formatos de documentos.
Nada impede que uma mesma pessoa atue como mais de um personagem, como por
exemplo o responsável por um tópico que também age como colaborador em um outro
tópico.
�Estrutura Funcional da Biblioteca Digital
Outra característica necessária na Biblioteca Digital é a sua estruturação para
integração e interoperabilidade dos dados dos documentos digitais, através de metadados e
da utilização da linguagem XML - Extensible Markup Language, possiblitando a captura e
disponibilização dos dados que irá permitir o acesso aos documentos digitais.
A Biblioteca Digital da Unicamp, está estruturada para captura de metadados da
base referencial Acervus quando é realizada a inclusão das teses digitais.
Os dados das teses digitais estão também estruturados no formato XML, que
permitirá a exportação de dados e a integração da Biblioteca Digital com outras Bibliotecas
Digitais
Nacionais
e
Internacionais,
universalizando
o
conhecimento
científico
disponibilizado no Banco Digital.
Conclusão
A sociedade da informação, advinda neste novo milênio está provocando alterações
cada vez maiores no dia-a-dia de pessoas, instituições e empresas, impulsionando as
organizações na busca da modernização de suas estruturas e na “expertise” na prestação de
serviços à comunidade.
A sociedade baseada na informação também estão criando novos divisores, novas
fatores de exclusão. O uso de software livre é um fator estratégico para o desenvolvimento
nacional, para a competitividade de nossos produtos no mercado mundial e para a melhoria
de nossa qualidade de vida.
Nesse contexto a informatização/automação de Unidades de Informação, sempre
esteve diretamente ligada a automação dos procedimentos de rotinas e serviços, a partir do
uso de novas tecnologias de informação, com novas opções de desenvolvimento de
produtos para gerenciamento de conteúdos informacionais em formato digital, diante desse
�novo paradigma as bibliotecas devem trabalhar cada vez mais na estruturação de um
planejamento voltado para a Logística da Informação, visando oferecer ao seu usuário a
informação precisa, independente de onde ela esteja localizada.
Conforme o pensamento apresentado pelo atual reitor da UNICAMP, Prof. Dr.
Carlos Henrique de Brito Cruz (2002), “Num mundo em que a informação cada vez mais
tem menos valor, por ser cada vez mais acessível, cresce o valor de uma formação
completa, multidisciplinar e abrangente. Não há chance de desenvolvimento econômico ou
social para o Brasil se não tivermos instituições de ensino superior capazes de propiciar
educação superior dentro de referenciais de excelência internacinais.
Espera-se que uma
boa universidade forme cidadãos, além de bons profissionais. Qualidade essencial de seus
graduados deve ser a flexibilidade intelectual que lhes permita aprender continuamente
coisas novas durante sua vida profissional. A obsolescência rápida de tecnologias e a sua
vertiginosa sucessão em processo industriais em constantes alterações de paradigmas
filosóficos, científicos e artísticos, obrigam a universidade a comprometer-se radicalmente
em garantir que seus estudantes aprendam a aprender”.
Diante de um perfil voltado para a qualidade do ensino e a pesquisa, a concretização
do projeto da Biblioteca Digital da UNICAMP deverá propiciar difusão internacional dos
trabalhos científicos e acadêmicos da universidade, ampliando o conhecimento de domínio
público, proporcionando impacto positivo na formação científica das gerações atuais e
futuras, criar competências na implementação de projetos universitários para pôr a
disposição do público, na Internet, além de garantir maior confiabilidade e abrangência,
uma vez que estará inserida na iniciativa global reconhecida pela UNESCO, que fomenta a
livre iniciativa universal de divulgação da informação científica.
Bibliografia:
ALMEIDA, R. Q. de. Pesquisa e desenvolvimento com software livre. Revista do
Governo Eletrônico, São Paulo, n. 1, dez. 2001, jan./fev. 2002. Seção Artigos. Disponível
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2002.
�CRUZ, C.H.B. Quando o parâmetro é a qualidade.Disponível em:
<http://www.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0701200209.htm>Acesso em: 07 jan. 2002.
DAVENPORT, T. H. Ecologia da Informação: por que só a tecnologia não basta para o
sucesso na era da informação. Tradução por Bernadette Siqueira Abrão. São Paulo:
Futura, 1998. 316p. Tradução de Information ecology.
HEEMANN, V. Mudança de hábito: impacto das novas tecnologias na qualificação do
profissional bibliotecário e no uso final. In: SEMINÁRIO SOBRE AUTOMAÇÃO EM
BIBLIOTECAS E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO, 5., 1994, São José dos Campos,
Anais... São José dos Campos: UNIVAP, 1994, p.172-176.
LIMA, G. A. B. Softwares para automação de bibliotecas e centros de documentação na
literatura brasileira até 1998. Ciência da Informação On-line, Brasília, v. 28, n. 3, 1999.
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MARCONDES, C. H.; SAYÃO, L. F. Integração e interoperabilidade no acesso a recursos
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SANTOS, L. F. Software livre: mitos e fatos. Revista do Governo Eletrônico, São Paulo,
n. 1, dez. 2001, jan./fev. 2002. Seção Artigos. Disponível em:
<http://www.prefeitura.sp.gov.br/revista/luiz_flaviano1.asp.>. Acesso em: 29 jan. 2002.
Dados do autor:
Luiz Atilio Vicentini
Diretor da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP,
graduação em Biblioteconomia e Documentação pela Escola de Biblioteconomia e
Documentação de São Carlos, especialização em Gestão de Negócios e Tecnologia da
Informação pela Fundação Getúlio Vargas-FGV, CRB-8/2870.
E-mail: vicentin@unicamp.br
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O gerenciamento de conteúdos digitais: concepção de desenvolvimento de biblioteca digital no cntexto da universidade utilizando-se de software livre.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Vicentini, Luiz Atilio
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Discorre sobre a utilizaçãode software livre e o gerenciamento de conteúdos digitais
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
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20540da5cd4a20ee153ccfa5aee6362d
PDF Text
Text
REFLEXÕES SOBRE A APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Luciana de Souza Gracioso (lugracioso@yahoo.com.br)
PUC - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Programa de pós-graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação
Praça Imaculada, 105, CEP 13045-910
Campinas, SP, Brasil.
Adriana Lourenço (drilou@yahoo.com.br)
PUC - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Programa de pós-graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação
Praça Imaculada, 105, CEP 13045-910
Campinas, SP, Brasil.
Marivalde Moacir Francelin (marivalde@zipmail.com.br)
PUC - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Programa de pós-graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação
Praça Imaculada, 105, CEP 13045-910
Campinas, SP, Brasil.
Resumo:
Descrever a relevância dos Sistemas de Informação no atual contexto social,
político e econômico tornou-se redundante. O que se faz necessário no momento, é
discutir como sustentar e dinamizar estes Sistemas de Informação para que sejam
eficazes. A inserção do Planejamento Estratégico neste ambiente propicia ferramentas
que otimizam a execução de tarefas, o desempenho de funcionários e agrega
confiabilidade na tomada de decisões por parte de líderes e gestores. Neste sentido, as
Bibliotecas Universitárias – como sendo um efetivo Sistema de Informação - devem
valer-se deste Planejamento Estratégico para desempenho de suas funções. No entanto,
o Planejamento Estratégico receitado às organizações em geral, deve ser analisado com
ressalvas quando adotados em Bibliotecas Universitárias, visto que estas, têm sua
missão, objetivos e metas condizentes aos da Instituição de Ensino a qual esta inserida.
A partir disto, pretendeu identificar com este estudo, algumas considerações sobre a
adoção do Planejamento Estratégico em Sistemas de Informação, dentre eles a
Biblioteca Universitária, apresentando os principais conceitos, métodos e orientações
existentes na Literatura visando concentrar informações sobre o tema, visando agilizar
a aquisição destas informações por Bibliotecários e outros Profissionais que tenham
diagnosticado a relevância e a importância da adoção do Planejamento Estratégico em
sua Instituição.
Palavras-chave: Planejamento estratégico; Gestão estratégica; Sistemas de
informação.
�INTRODUÇÃO
Em decorrência das mudanças ambientais e de sua velocidade no atual contexto social,
onde a ênfase está no compartilhamento de atividades para se atingir um objetivo específico,
há crescente demanda em torno dos Sistemas de Informação quanto à adoção de novas formas
de gestão voltadas à melhoria da qualidade dos serviços prestados a seus clientes. Como os
sistemas de informação estão presentes em todos os meios de administração e gestão, pode-se
dizer que contamos hoje com uma nova visão para gerenciar tais sistemas.
A gestão estratégica de sistemas de informação pretende, dentro deste novo ambiente,
mostrar subsídios para que líderes e gestores possam ter confiabilidade e segurança na tomada
de decisão em relação a sua Instituição. A gestão estratégica traz, aos indivíduos de uma
organização, não só um perfil de seu ambiente externo e interno, como promove a
sistematização do caminho a ser seguido pela empresa, pautados nestas análise.
O planejamento estratégico é a principal ferramenta para uma efetiva gestão
estratégica, já que neste planejamento, a Instituição mapeia seus planos, objetivos e metas, a
longo prazo, pautados na missão da organização.
A Instituição de Ensino Superior é, antes de mais nada, um complexo sistema de
informação, onde a principal função da sistematização deste sistema é promover a educação.
O planejamento estratégico, nesta Instituição auxilia não só o gerenciamento de cursos,
alunos, e finanças como a direciona para as novas necessidades do mercado educacional.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E A SUA EVOLUÇÃO
Uma maneira sugestiva de explicar o conceito de sistema de informação consiste em
considerar que qualquer organização recebe fluxos físicos do exterior e opera sobre eles de
acordo com as suas finalidades, fornecendo de novo ao exterior os fluxos de saída resultantes.
No caso de uma empresa transformadora, por exemplo, os fluxos de entrada são matérias
primas e os fluxos de saída são produtos acabados.
Para Oliveira (1999) sistema é um conjunto de partes integrantes e interdependentes
que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinada objetivo e efetuam
�determinada função. Ambiente de um sistema é o conjunto de elementos que não pertencem
ao sistema, mas qualquer alteração no sistema pode mudar ou alterar os seus elementos e
qualquer alteração nos seus elementos pode alterar o sistema.
A primeira forma de utilização dos sistemas de informação correspondeu à
automatização de processos básicos ao serviço de objetivos de eficiência (fazer as coisas
corretamente). As funções pedidas aos sistemas de informação nesta categoria de utilizações
correspondiam e correspondem tipicamente ao processamento de transações. São os
denominados Sistemas de Processamento de Dados, ou sistemas de DP (Data Processing).
Inicialmente tratou-se de automatizar os processos relativos a pagamentos, encomendas dos
clientes e encomendas aos fornecedores. Mais tarde, o campo de aplicação foi-se alargando
para a gestão da produção, a gestão de stocks e o setor comercial.
Usados na automatização dos processos básicos, os sistemas de informação não eram
explorados de forma a permitir produzir informação utilizável pelos gestores nos seus
processos de decisão. Começou então a reconhecer-se a necessidade de satisfazer as
necessidades de informação dos gestores. Surgiam, assim, os objetivos de eficácia (fazer o
que deve ser feito). Tratava-se, e trata-se, de fornecer aos utilizadores ligados ao processo de
gestão os utensílios de interrogação e de análise que lhes permitam obter e trabalhar
informação destinada a apoiar os processos de tomada de decisão. A possibilidade de fazer
análises estatísticas sobre a informação guardada numa base de dados, ou a geração de
cenários e simulações para testar um modelo de planejamento, são exemplos de atributos
desejados nos sistemas de informação utilizados a este nível. São os Sistemas de Informação
de Gestão ou MIS (Management Information Systems).
Os sistemas de informação são fundamentais para o desempenho e desenvolvimento
das organizações já que subsidiam todas as decisões e direcionam todos os caminhos a serem
tomados pela mesma. Atualmente a gestão de uma organização esta diretamente relacionada
ao e respaldada pelo seu sistema de informação.
GESTÃO ESTRATÉGICA
A gestão estratégica organiza os contributos que as diversas áreas têm a dar à
organização, servindo como linha orientadora à integração dos esforços desenvolvidos pelos
vários especialistas, dispersos pela organização.
�Este tipo de gestão permite desbloquear o individualismo seccionista, desassociado
dos objetivos globais da empresa. Um exemplo deste individualismo é a preocupação, por
parte de alguns departamentos, com apenas o grupo de interessados (stakeoholders) que lhe
diz respeito mais diretamente, ignorando as necessidades e interesses da globalidade dos
grupos de interessados (acionistas, clientes, fornecedores, etc.). Permite ainda uma visão
temporal mais favorável à sobrevivência da organização, pensando-se constantemente a curto
e longo prazo.A gestão estratégica é um processo complexo que consiste na análise,
formulação e implementação. Gestores e trabalhadores, têm ambos papéis individuais a
desempenhar, que deve ser todo integrado de alguma forma. Os fatores de diversidade e o
grande número de indivíduos envolvidos, são um grande desafio em qualquer tentativa de
gestão estratégica.
As atividades de gestão de uma organização podem ser estruturadas em três níveis
conforme Antony (1995): estratégico, tático e operacional. No primeiro nível, o estratégico,
inclui-se a elaboração de planos de longo prazo, a definição de objetivos para a organização e
de estratégias para a prossecução dos objetivos. O nível tático considera as atividades de
planeamento à médio prazo, a verificação da prossecução dos objetivos e metas e se as
estratégias definidas estão a ser devidamente implementadas, a tomada de decisões referentes
a ações de correção. O nível de gestão operacional inclui a elaboração de planos de curto
prazo e o controle de execução de tarefas planejadas no sentido de verificar se estas estão a
ser executadas eficientemente. O nível operacional corresponde às atividades operacionais
propriamente ditas, isto é, às transformações que a organização tem por missão realizar
utilizando os recursos disponíveis e seguindo as instruções, regras ou planos que tenham sido
definidos.
Conforme Oliveira (1995), o planejamento tático é a metodologia gerencial que tem
por finalidade otimizar determinada área de resultado da empresa, visando a uma situação
futura desejada.
Planejamento operacional é a formalização das metodologias de desenvolvimento e
para implementação de resultados específicos a serem alcançados pelas áreas funcionais da
empresa. É
a metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela
empresa, visando a maior integração com o ambiente.
�Do planejamento estratégico chega-se à gestão estratégica. Para que isto aconteça, é
necessário que se tenha bem delimitados os pontos fortes e os fracos da Instituição, em sua
situação atual, a fim de que se obtenha êxito nos objetivos propostos para o futuro.
(CARVALHO,1999).
O Planejamento estratégico é essencial ao desenvolvimento da organização já que tem
dois papéis: é o alvo a atingir e é o elemento concentrador que permite à organização atingir o
alvo. Apesar da sua aparente independência, as finalidades devem ser pensadas sempre com
base na situação em que a organização se encontra.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
De acordo com Motta (1992) o planejamento estratégico é um processo contínuo e
sistemático de antecipar mudanças futuras, tirando vantagem das oportunidades que surgem,
examinando os pontos fortes e fracos da organização, estabelecendo e corrigindo cursos de
ação à longo prazo. Portanto é essencialmente um processo gerencial, que se concentra nos
níveis hierárquicos mais elevados da organização e que não pode ser concebido como
atividade clássica de planejamento, delegável a comissões de grupos de planejamento.
Oliveira (op.cit) considera que o planejamento estratégico é uma metodologia
gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela empresa, visando maior grau de
interação com o ambiente.
Um processo de planejamento estratégico, serve para integrar a vasta gama de
decisões e de ações que a gestão estratégica requer. Quando bem feito, o planeamento fornece
à organização um "mapa de estradas" que facilita a iniciativa individual. (FIGUEIREDO,
1998).
Para Johnson (1996), o planejamento estratégico pode ser considerado como um
instrumento de suporte conceitual e metodológico na condução do processo de mudanças.
Planejamento estratégico é uma técnica administrativa que, através de análise do
ambiente de uma organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças dos seus
pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e, através desta consciência,
�estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as
oportunidades e evitar riscos. (FISCHMANN, 1995). É uma metodologia para desenvolver
novos talentos, necessários para uma gestão que pode eficazmente enfrentar as ameaças do
amanhã. É uma metodologia científica para alocar os recursos escassos da empresa de forma
racional para uma continuidade do empreendimento em um macroambinete turbulento e
incerto. É a única área das ciências administrativas onde existem possibilidades de ganhar
vantagens competitivas para manter, ou aumentar sensivelmente, o lucro operacional do
empreendedor, apesar das dinâmicas alterações no macroambiente e das variáveis específicas.
Serve para a transição do hoje para o amanhã na área comportamental e cultural da empresa.
Peter Drucker, um dos estudiosos mais conceituados atualmente em questões de
gestão, compara o executivo e o seu plano com o maestro a sua orquestra. O maestro não
consegue tocar os instrumentos tão bem como os músicos, verdadeiros especialistas, que são
supostos dar o seu melhor contributo. O maestro interpreta o trecho da peça e comunica a sua
lição global de como a peça deverá ser tocada. Sem o maestro a peça sairia toda desafinada.
Em semelhança, a liderança e direção do executivo devem existir no plano estratégico para
que a descentralização e o trabalho individual funcionava eficazmente.
Vasconcellos Filho (1979) faz considerações como sendo o planejamento estratégico o
único método para analisar complexidades do ambiente externo da empresa e preparar
medidas eficazes para controlar ameaças, inovações tecnológicas e táticas de sobrevivência
perante o dinâmico desenvolvimento tecnológico e o processo de obsolência. É um método
eficaz para se manipular as complexidades da demanda interna da empresa, com as
ferramentas estratégicas organizacionais de consolidação, formação de empresas, holding,
descentralização, aquisições, fusões, incorporações, retrointegrações, horizontalizações e
verticalizações
estratégicas
para
uma
continuidade
e
um
crescimento
ordenado
do
empreendimento.
MODELOS DE APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O planejamento estratégico é um planejamento da direção que a empresa deve seguir,
envolvendo
decisões
estratégicas.
O
planejamento
estratégico
é
predominantemente
�qualitativo. È um planejamento a prazo longo, mas voltado para idéias. Com ele procura-se a
eficácia da organização (fazendo-se aquilo que deve ser feito).
Alguns pontos importantes devem ser considerados no planejamento estratégico como
a comunicação dos objetivos da empresa; o processo de estabelecimento dos objetivos; a
análise ambiental; os focos de atenção dos gerentes de segunda linha; a função do planejador
da empresa e as ligações entre planejamento e orçamento. Mesmo sendo elencados as
principais
etapas
do
planejamento estratégico não existe um sistema universal de
planejamento porque as
empresa diferem em tamanho, diversidade de operações,
organização, filosofia e estilo gerencial.
No planejamento estratégico, é essencial a completa integração das pessoas envolvidas
no processo de formulação e implantação. O planejamento não pode e não deve ser feito
exclusivamente por administradores; eles necessitam de apoio técnico. As principais etapas a
serem trabalhadas no desenvolvimento do Plano estratégico conforme Vasconcellos Filho
( op.cit) são:
1 Definição do âmbito da Organização: Refere-se aos limites físicos e psicológicos da
atuação de uma organização em termos de influenciar e ser influenciada pelo ambiente. Para
definir este âmbito pode-se tentar responder questões como “ quem é nosso cliente?, onde está
nosso cliente?, quais os benefícios
que o nosso cliente espera obter ao comprar nosso
produto?. Contudo o âmbito de atuação só é benéfico ( ou prejudicial) a partir do momento
que direciona o processo decisório da organização, em termos de políticas estratégias e
objetivos.
2
Análise ambiental: compreende atividades contínuas de mapeamento, classificação
e análise das variáveis que compõe o Ambiente Total da Organização.
3
Definição das macropolíticas da organização: macropolítica são políticas de caráter
geral. As políticas devem promover flexibilidade, abrangência, coordenação e ética e suas
principais vantagens são as de promover profunda delegação de autoridade, administração por
exceção, consistência, continuidade, planejamento, trabalho de equipe, maior entendimento,
treinamento e melhores relações humanas.
�4 Definição das políticas funcionais da organização: são padrões de comportamento
coerentes com as macropolíticas e podem ser subdivididas em políticas de marketing;
políticas de recursos humanos; políticas financeiras; e políticas de produção.
5 Definição da filosofia de atuação da organização: é a síntese das macropolíticas e
políticas funcionais, traduzindo, assim os princípios que orientam a sua atuação em termos de
decisões e comportamentos.
6 Formulação da macroestratégia da organização: irá definir o posicionamento da
organização frente o contexto ambiental, identificado e definido anteriormente, buscando,
assim um maior grau de interação positiva com o ambiente. Identificado através da análise
ambiental que sondou e analisou os ambientes macro, operacional e interno. Definido através
da delimitação do âmbito de atuação e do estabelecimento de macropolíticas, políticas
funcionais e filosofia de atuação da organização. Dependendo do contexto ambiental a
organização optará entre as estratégias de sobrevivência, de manutenção, de crescimento e ou
desenvolvimento.
7 Formulação das estratégias funcionais da organização: surgem
a partir da
necessidade de se escolher o posicionamento de cada área funcional da organização frente ao
contexto ambiental identificado e definido. Estas estratégias funcionais devem ser formuladas
em consonância com a macroestrátégia definida
anteriormente e podem ser estratégias de
marketing, estratégias financeiras, estratégias de recursos humanos, estratégias de produção.
As estratégias funcionais são extraídas de planos estratégicos.
8 Definição dos objetivos funcionais da organização: são compostos por objetivos de
marketing, objetivos financeiros, objetivos recursos humanos, objetivos de produção.
9 Definição dos macroobjetivos da organização: são levantados a partir dos objetivos
funcionais e funcionarão como um conjunto dos resultados esperados, comum a todas as áreas
funcionais.
10 Elaboração de planos de ação: para cada objetivo definido será elaborado um plano
de ação constituído por metas e subestratégias. As metas são fragmentos de um Objetivo e a
sua utilização permite um melhor controle dos resultados atingidos e também possibilita a
distribuição de responsabilidades entre os componentes da equipe. As subestratégias são as
ações necessárias para atingir as metas. fixadas.
�11 Checagem da consistência do plano estratégico: nesta etapa deve-se verificar a
consistência interna( recursos da organização, escala de
valores dos dirigentes, gerentes e
funcionários, cultura organizacional.), consistência externa( recursos externos, legislação
concorrentes, distribuidores, planos de governo, conjuntura econômica e política), riscos
envolvidos( riscos econômicos, sociais, políticos) e horizonte e tempo ( impactos recebidos e
exercidos a curto, médio e longo prazo).
12 Preparação de quadros financeiros: devem ser considerados os valores do ativo e
passivo, origens e aplicações dos recursos e demonstrativos financeiros do exercício.
Já Oliveira (op.cit) sugere as seguintes etapas para elaboração de um planejamento
estratégico:
1 Diagnóstico estratégico
1.1 identificação das expectativas de pessoas representativas
1.2 análise externa ( ambiente, oportunidades e ameaças)
1.3 análise interna ( ponto forte, ponto fraco, ponto neutro)
1.4 análise dos concorrentes
2 Missão da empresa
2.1 estabelecimento da missão da empresa
2.2 estabelecimentos dos propósitos atuais e potenciais
empresa
2.3 estruturação e debate de cenários
2.4 estabelecimento da postura estratégica
2.5 estabelecimento das macroestratégias e macropolíticas
empresa
3 Instrumentos prescritivos e quantitativos
3.1 estabelecimento de objetivos, desafios e metas da empresa
3.2 estabelecimento de estratégias e políticas funcionais da empresa
3.3 estabelecimento dos projetos e planos de ação da empresa
4 Controle e avaliação
da
da
O primeiro passo para a implantação do processo de planejamento estratégico é a
definição da missão da organização, ou seja, que papel a organização desempenha face ao
ambiente onde atua e consequentemente deve-se delimitar também seus objetivos e suas
metas.
�O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Devida
a
grande
importância
que
a
informação
vem
tomando
com
os
desenvolvimentos tecnológicos, econômicos e sociais, têm-se a necessidade de aperfeiçoar os
serviços e operações dos sistemas de informações. Para que esses sistemas possam auxiliar
empresas e organizações nas tomadas de decisões e na melhoria de qualidade de seus
produtos e serviços se faz necessário um planejamento estratégico. A partir do planejamento
sabe-se avaliar as perspectivas a curto médio e longo prazo, sabe-se agir sobre o mercado,
desenvolver
diferenciais
competitivos,
antecipar
a
situações
desconfortáveis,
criar
participação no mercado e desenvolver serviços e produtos adequados ao mercado.
Carvalho (op.cit) considera que como qualquer outra organização, os sistemas de
informação têm se ressentido da falta de uma diretriz norteadora para suas atividades,
cabendo a seus dirigentes a tarefa de preparar a organização para se conscientizar e
acompanhar as mudanças ocorridas num ambiente globalizado e cada vez mais competitivo.
Pode-se considerar o exercício sistemático do planejamento como uma maneira de
minimizar a incerteza do processo decisório e, consequentemente, aumentar a probabilidade
de alcançar os objetivos, desafios e metas estabelecidos pela empresa, para os seus níveis
estratégico, tático e operacional.
O grande desafio do planeamento estratégico de Sistemas de Informação é o de,
partindo da identificação das necessidades estratégicas, táticas e operacionais de uma
organização, expressas em termos dos objetivos da organização e dos requisitos necessários
para atingir esses objetivos, obter uma solução de sistema de informação que satisfaça da
melhor forma essas necessidades.
O grande desafio do planejamento estratégico de sistemas de informação é o de,
partindo da identificação das necessidades estratégicas, táticas e operacionais de uma
organização, expressas em termos dos objetivos da organização e dos requisitos necessários
para atingir esses objetivos, obter uma solução de sistema de informação que satisfaça da
melhor forma essas necessidades.
Como já mencionado, para iniciar um planejamento estratégico em uma organização
deve-se primeiro esclarecer qual sua missão seus objetivo e metas. Visando, neste trabalho
propor um modelo de planejamento de um sistema de informação pode-se dizer a missão de
�um sistema de informação exprime sua razão de ser, contribuindo para explicitar o negócio,
os usuários, os produtos ou serviços e mercados, orientando e delimitando as ações e
definindo a que ela se propõe. Deve responder perguntas como: Quem somos enquanto
organização? Qual é o nosso negócio, nossa vocação, ou nossa razão de ser?
Uma das metodologias de elaboração do planejamento estratégico de sistemas de
informação baseia-se na utilização de modelos, diagramas e matrizes, com o intuito de
estabelecer uma compreensão comum do negócio e identificar as necessidades de informação
que suportem os fatores críticos de sucesso da empresa. O enfoque integra os conhecimentos
do negócio, as necessidades de informação e o uso de tecnologias de Sistemas de informação,
através do envolvimento e comprometimento dos usuários, alta administração e pessoal de
desenvolvimento de sistemas.
De acordo com Furlan (1991) o escopo de estudo de planejamento estratégico para
sistemas de informação pode ser toda uma organização, uma empresa, uma divisão, ou
mesmo uma seção. Este planejamento se dá através da indagação e resposta de três questões :
onde estamos?; para onde iremos?; como iremos?.
Complementando a definição de missão para um sistema de informação pode-se que
esta é também obtida através das respostas de questões como: “onde estamos” que visa
determinar o posicionamento atual da empresa no mercado (auditoria de posição), incluindo
uma análise de negócios e verificação da efetividade dos sistemas computadorizados atuais da
empresa e do parque computacional instalado. “Para onde iremos” visa determinar as
expectativas dos executivos com relação ao futuro da empresa, incluindo a sua participação
futura de mercado e necessidades adicionais de negócio. “Como iremos” visa determinar os
meios e recursos necessários para que a empresa atinja os seus objetivos de curto, médio e
longo prazo.
De acordo com Rasmussem (1990) o planejamento estratégico é ferramenta primordial
que a alta gestão de empresas possui para obter vantagens sobre os seus competidores e
conseguir identificar oportunidades no seu macroambiente operacional. Ele, por definição,
significa planejar o futuro perante as limitações psicológicas e físicas e os pontos fortes e
fracos de uma organização, considerando as alterações do comportamento do macroambiente
referente aos segmentos econômicos, políticos, tecnológicos, sociais, ecológicos, legais,
geográficos, demográficos e principalmente competitivos.
�Pode-se considerar o planejamento estratégico como:
-
metodologia para desenvolver novos talentos, necessários para
uma gestão que pode eficazmente enfrentar as ameaças do amanhã.
-
metodologia científica para os recursos escassos da empresa de
forma racional para apoiar uma continuidade do empreendimento em um
macroambiente turbulento e incerto.
-
única
área
das
ciências
administrativas
onde
existem
possibilidade de ganhar vantagens competitivas para manter ou aumentar
sensivelmente, o lucro operacional do empreendimento, apesar das
dinâmicas alterações no macroambiente e das suas variáveis específicas.
-
serve para a transição do hoje para o amanhã na área
comportamental e cultural da empresa.
-
é o único método para analisar as complexidades do ambiente
externo da empresa e preparar medidas eficazes para controlar ameaças,
inovações tecnológicas e táticas de sobrevivência perante o dinâmico
desenvolvimento tecnológico e processo de obsolescência.
demanda
é um método eficaz para se manipular as complexidades da
interna
da
empresa,
com
as
ferramentas
estratégicas
organizxacionais de consolidação, formação de empresas “ holdings”,
descentralização, aquisições, fusões, incorporações, retrointegrações, próintegrações, horizontaliações e verticalizações estratégicas para garantir
uma continuidade e um crescimento ordenado do empreendimento.
(RASMUSSEN,1990).
De acordo com Furlan (op.cit) os objetivos do planejamento estratégico de sistemas de
informação são:
-
investigar as oportunidades de ganho de vantagens competitivas através
do melhor uso de tecnologias;
-
estabelecer objetivos e fatores críticos de sucesso para a empresa;
�-
facilitar a consecução dos objetivos empresariais através da análise de
seus fatores críticos de sucesso;
-
determinar
quais informações podem auxiliar a gerência a realizar
melhor o seu trabalho;
-
priorizar a construção de sistemas de informação em função das
necessidades da empresa;
-
crias modelo funcional e de dados do negócio;
-
subdividir o modelo funcional de negócios para uma utilização
posterior na fase de análise da área de negócio;
-
determinar qual área de negócio deve ser analisada primeiro;
-
permitir à alta administração visualizar o negócio em termos dos
objetivos, funções, informações, fatores críticos de sucesso e estrutura
organzacional.
O planejamento de serviços de informação e bibliotecas, já se preocupam com sua
integração a sistemas maiores. Elas não podem estar relacionadas apenas a seus ambientes
imediatos. A estrutura organizacional deve ser planejada e reavaliada constantemente em
relação a todas as atividades da sociedade. (PENNA apud CARVALHO, op.cit).
Fernandez-Abali (1993) sugere três aspectos voltados ao conceito de gerência de
recursos informacionais: assegurar um papel de liderança; ser o principal conselheiro ou
assessor em matéria de informação em um sistema de tomada de decisão; participar como
membro do grupo de direção de sua organização e trabalhar comprometido com os resultados
esperados.
Na organização do planejamento deve haver o estabelecimento de uma compreensão
comum e expectativas sobre o escopo do projeto, as regras e responsabilidades
organizacionais, o plano de trabalho e as atividades e os resultados e propósitos de elaboração
do planejamento. (CARVALHO, op.cit).
�O principal passo do planejamento seria o levantamento das necessidades de
informação e problemas existentes para propor soluções e desenvolver planos em
concordância com os objetivos, desafios e metas da empresa a curto, médio e longo prazo.
Essa análise da situação atual levará em consideração a missão e os objetivos da empresa.
Outro passo seria a definição dos objetivos sustentados pela missão estabelecida e
como seguinte o levantamento do modelo organizacional de sustentação onde são
estabelecidas as funções gerenciais, os objetivos da área funcional, os desafios e as metas dos
níveis estratégico, tático e operacional.
Com base nestas aplicações em Sistemas de Informação
como Bibliotecas
Universitárias, devem ser consideradas as variáveis do ambiente interno e externo, com o
objetivo de orientar as decisões sobre missão, os objetivos, as metas e as estratégias porém, as
universidades não desenvolvem este tipo de habilidade por possuírem uma lógica de
funcionamento diferente e por não serem administradas por um modelo rigoroso de
custo/benefício. É importante salientar que a universidade não possui um bom sistema de
informações em geral orientado para a administração e não para a atividade de planejamento,
o que dificulta a montagem de cenários estratégicos para o estabelecimento de mudanças e
adaptação necessárias à consecução da orientação estratégica. Tomar a universidade como
uma organização dificulta a aplicação do planejamento estratégico, podendo entretanto, ser
aplicada em unidades isoladas.
Birdsall e Hensesley (1994) afirmam que o planejamento estratégico para bibliotecas
não é um conceito novo e citam que as bibliotecas universitárias foram as primeiras a
reconhecerem seu potencial através do trabalho de Kaser, em 1972. A ACRL ( Association of
College and Research Libraries) utilizaram o modelo de HENSLEY-SCHOPPMEYER para
o desenvolvimento do planejamento estratégico para ambientes da Biblioteca.
�CONCLUSÕES
O Planejamento Estratégico em uma Instituição, seja ela de grande, médio ou pequeno
porte, redireciona os processos existentes visando agilizar sua execução, facilitar seu
desempenho e dar confiabilidade aos seus resultados. Instituições que resistem a adotar
planejamento
estratégicos
para
alcance
de
seus
objetivos
estão,
possivelmente,
se
distanciando da concepção do que seja adequado para o desenvolvimento organizacional
contemporâneo. Nesse sentido,
os Sistemas de Informação, principalmente as Bibliotecas
Universitárias devem, ao adotar o Planejamento Estratégico como ferramenta de trabalho,
adequar sua missão, metas e objetivos aos da Instituição a qual está vinculada. Somente
assim, terá respaldo de que seus esforços estarão sendo direcionados a atender seu ambiente
interno (funcionários, serviços técnicos) e externo (alunos universitários e comunidade geral).
E embora o principal objetivo da Biblioteca Universitária seja atender sua demanda especifica
de usuários (universitários), é dela também a função de ordenar e dinamizar o uso da
produção científica de determinado segmento do conhecimento. A partir disto, sua missão
torna-se muito mais abrangente, talvez, incalculável. Neste ambiente de infinitos objetos e
objetivos, a Biblioteca Universitária deve buscar seguridade junto ao Planejamento
Estratégico para o desempenho efetivo de seus serviços e produtos. Finalizando, o que se
pretendeu mostrar com este estudo foram algumas considerações sobre a adoção do
Planejamento Estratégico em Sistemas de Informação, dentre eles a Biblioteca Universitária,
apresentando os principais conceitos, métodos e orientações existentes na Literatura a esse
respeito visando agilizar a obtenção de informações sobre o tema, por Bibliotecários e outros
Profissionais que tenham diagnosticado a relevância e a importância da adoção do
Planejamento Estratégico em sua Instituição.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Reflexões sobre a aplicação do planejamento estratégico em sistemas de informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Gracioso, Luciana de Souza
Lourenço, Adriana
Francelin, Marivalde Moacir
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Algumas considerações sobre a adoção do Planejamento Estratégico em Sistemas de Informação, dentre eles a Biblioteca Universitária, apresentando os principais conceitos, métodos e orientações
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4083/SNBU2002_074.pdf
aab2433a9bb0f848553048ce99ce0033
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1
PROJETO DE ESTABELECIMENTO DO
SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA
UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA
Ligia Scrivano Paixão
UNIVERSIDADE SANTA URSULA
SISTEMA DE BIBLIOTECAS
RIO DE JANEIRO - BRASIL
E-MAIL BCENTRAL@USU.BR
LPAIXAO@BR.INTER.NET
�2
RESUMO
Descreve o planejamento e a implantação do sistema de Bibliotecas da Universidade Santa
Úrsula (Rio de Janeiro) no que se refere a todos os aspectos de organização de bibliotecas :
aspectos físicos, de recursos humanos, de política de acervos, automação de serviços e
disseminação de produtos dentre outros.
�3
A) HISTÓRICO E DESCRIÇÃO ATUAL DA BIBLIOTECA SANTO AGOSTINHO
1.
Introdução
A Biblioteca Santo Agostinho, fundada em 1938, tem como finalidade dar acesso à
informação aos alunos, professores e funcionários da USU, como também à comunidade
acadêmica em geral
É importante e indispensável que se estabeleça a troca entre pessoas, a consulta direta
ou virtual, através de obras tradicionais ou graças às maravilhas das novas formas de
tecnologia e canais de comunicação.
Para isto é vital que a Biblioteca seja o coração e o cérebro da Universidade, o espaço
democrático do saber, o local do encontro e do encanto, fazendo sempre o prazer de
descoberta, a sensação do bem estar e da boa acolhida para que todos possam ter a vontade de
retornar.
2.
Histórico
A Biblioteca da USU que recebeu o nome de SANTO AGOSTINHO, um dos maiores
pensadores da Igreja, foi fundada em 15 de dezembro de 1938.
O acervo de 200 livros era constituído basicamente, por obras doadas pela Embaixada
da França e selecionada pelo Prof. Roberto Garric, na gestão da Madre Maria de Santo
Agostinho Godivier, O.S.U.
A Biblioteca inicial, fundada em 1938, servia de apoio didático ao primeiro grupo de
3º grau, da então Associação Universitária Santa Úrsula
Somente no dia 06 de agosto de 1938, a Biblioteca recebe seu nome de batismo :
BIBLIOTECA SANTO AGOSTINHO.
2.1 - Acervo atual
O acervo atual da BIBLIOTECA SANTO AGOSTINHO é de 97.928 volumes em
livros, teses, folhetos, relatórios etc. e 1.355 títulos de periódicos (entre correntes e
retrospectivos). A Biblioteca funciona como um Centro Cultural e de Educação Continuada,
com ênfase nos cursos oferecidos pela USU. O acervo geral do Sistema de Biblioteca é de
400.000 volumes
3.
A Estrutura
3.1 - Estrutura do Sistema
A estrutura do Sistema de Bibliotecas da Universidade Santa Ursula é formada por:
Biblioteca Central Santo Agostinho
Setorial de Ciências Ambientais
Setorial de Biologia e Ciências Nutricionais
Setorial de Direito
Setorial de Teologia
Setorial do ICEG (compondo as áreas de Economia, Administração e Ciências
Contábeis)
Setorial do ITIC (Tecnologia da Informação e da Comunicação e Biblioteconomia)
Setorial de História (a ser implantada em novas instalações (20.000 volumes)
Setorial de Educação Matemática
�4
3.2
Organização - A Biblioteca Central Santo Agostinho como cabeça do Sistema
Os seguintes setores compõem a estrutura da Biblioteca Central Santo Agostinho:
Chefia
A Chefia da Biblioteca tem como competência coordenar os trabalhos das Bibliotecas
Central e Setoriais, preparar relatórios, planejar melhorias e novos serviços a serem
oferecidos, visando a excelência no atendimento feito pelas Bibliotecas.
Setor de Referência
O Setor de Referência possui as obras de referência consideradas importantes para a
consulta dos alunos, professores e pesquisadores. Essas obras são compostas basicamente de
dicionários, enciclopédias, biografias, bibliografias etc.
Setor de Periódicos
O Setor de Periódicos possui o acervo de periódicos especializados nas áreas de interesse
dos diversos cursos de graduação e pós-graduação da USU.
Setor de Acervo Geral
O Setor de Acervo Geral possui o acervo de livros, monografias, teses, relatórios,
materiais especiais referentes às áreas de interesse dos diversos cursos de graduação e pósgraduação da USU.
Setor de Processos Técnicos
O Setor de Processos Técnicos é o setor que prepara tecnicamente as obras para sua
incorporação no acervo da Biblioteca Santo Agostinho (Central) e coordena a implantação de
novas obras dentro dos padrões do Bibliodata e do ALEPH, na Biblioteca Central e nas
Bibliotecas Setoriais.
3.4. Organograma
SISTEMA DE
BIBLIOTECAS
Chefia
S. Referência
S. Proc. Tec.
S. Periódicos
S. Acervo Geral
Bibliotecas Setoriais
Biologia
C. Ambientais
Economia
Teologia
ITIC
B.Setorial Direito
�5
3.5. Serviços.
São eles:
- Sistema Aleph 500
- Redes
BIBLIODATA
COMUT
BRITISH LIBRARY DOCUMENT SUPPLY CENTRE (Coordenado no Brasil pelo British
Council)
3.6. Integração dos Cursos com as Bibliotecas
Periodicamente a Biblioteca Central Santo Agostinho encaminha a todos os professores
da USU uma correspondência para que façam sugestões de títulos de obras (livros, periódicos,
material especial, periódicos etc.) a serem adquiridos.
As solicitações, também podem ser feitas através do preenchimento das “ Fichas de
sugestões”, fornecidas pelos funcionários da biblioteca responsáveis pelo atendimento.
3.7. Equipamentos adequados
A Biblioteca Central Santo Agostinho encontra-se com equipamentos computacionais
pertinentes às necessidades de trabalho.
4. Serviços oferecidos aos usuários das Bibliotecas Central e Setoriais da USU
Os seguintes serviços são oferecidos
- Consultas no local
- Empréstimo domiciliar
- Empréstimo-entre-bibliotecas
- Reservas
- Livre acesso às estantes
- Auxílio às pesquisas bibliográficas
- Comutação Bibliográfica
- Treinamento de usuários através de palestras para as turmas de novos alunos.
- Reprodução de documentos (Biblioteca Central)
5. Modernização das Bibliotecas da USU
A partir de maio 2000, a Biblioteca Central Santo Agostinho, coordenou, com o apoio
da Chancelaria e da Reitoria, a reforma e ampliação (física e do acervo) das Bibliotecas
Central e Setoriais de Ciências Biológicas e Nutricionais.
No que se refere às outras bibliotecas setoriais, estudos estão sendo feitos visando sua
melhoria.
As Bibliotecas da USU têm, hoje, instalações adequadas e confortáveis para estudo em grupo
e individual, pesquisa e atividades culturais.
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B) PROJETO DE CRIAÇÃO DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA USU
1- APRESENTAÇÃO
No que se refere à elaboração de um Projeto de Modernização das Bibliotecas da USU, sendo
assim criado um sistema de bibliotecas, é importante repensar algumas questões, tais como : o
espaço, a organização, o método e os instrumentos, em vista dos processos de informatização,
definindo-se algumas prioridades referentes à :
• modernização de meios, métodos e recursos humanos
• critérios para a aquisição de livros e assinaturas de periódicos
• agilização dos procedimentos de registro e acesso à informação
• relação entre a Biblioteca Central e as Bibliotecas Setoriais
• inter-relação com outras bibliotecas universitárias
• exame do perfil das bibliotecas setoriais face às novas tecnologias de acesso a acervos
bibliográficos de outras instituições
• instalação e aparelhamento da Biblioteca Central necessários à implantação do projeto
• indicação de prioridades para a progressão de ações na implantação do projeto
2. PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES
• Organização
• Levantamento e avaliação da situação de todas as bibliotecas que fazem parte do
sistema
• Revisão dos Organogramas das Bibliotecas Central e Setoriais
• Recursos Humanos
• Contratação / realocação de pessoal técnico : bibliotecários e funcionários
administrativos e funcionais
• Infra-estrutura
• Inclusão no orçamento anual de rubricas e programas destinados à atualização do
acervo
• Otimização do uso da Internet para divulgar os serviços oferecidos pelo Sistema de
Bibliotecas da USU
• Aprovação de parâmetros mínimos (de espaços, condições de conservação do
acervo, conforto dos usuários, equipamentos
etc para o funcionamento das
bibliotecas setoriais
• Aquisição de material bibliográfico
• Revisão das rotinas de aquisição, para eliminação de tarefas supérfluas
• Criação de um Comitê de Aquisição com função consultiva
• Processamento técnico
• Replanejamento das atividades de processamento técnico realizadas na Biblioteca
Central e nas Bibliotecas Setoriais, visando a priorizar as tarefas de catalogação.
• Preparação e informatização de toda a coleção (Bibliotecas Central e Setoriais) de
modo a permitir a pesquisa eletrônica de todo o catálogo
• Prioridade à implantação do software ALEPH
• Cooperação entre universidades
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• Revisão de todos os processos cooperativos (Bibliodata, Comut) visando aumentar
sua eficiência
• Formalizar os serviços de empréstimos entre bibliotecas praticados com outras
universidades.
• Ampliar a participação em Redes especializadas
3. QUADRO ATUAL
Ao assumir, em maio de 2000, a coordenação do Sistema de Bibliotecas da
Universidade Santa Úrsula, foi
observado que, tanto a Biblioteca Central quanto as
Bibliotecas Setoriais trabalhavam independentemente com exceção da Biblioteca Setorial de
Direito, recentemente desmembrada da Biblioteca Central e trabalhando em sintonia.
Esse panorama estava causando alguns obstáculos, tais como :
• Diversidade no uso de sistemas e procedimentos biblioteconômicos : sistemas de
catalogação e de classificação, softwares de entrada e de recuperação da informação,
procedimentos de circulação de publicações etc.
• Falta de entrosamento entre os profissionais lotados nas diversas unidades
Na prática, cada segmento se desenvolveu numa linha própria, e as relações foram de
isolamento e de conflito
• Dupla subordinação dos bibliotecários e auxiliares que atuam nas várias bibliotecas
setoriais
• Distribuído o acervo em tantas unidades, é previsível que obras afins se encontrem em
diversos locais
• Grande atraso nos procedimentos de automação, constando em máquina um percentual
muito pequeno do acervo geral da USU
4. A RACIONALIDADE POSSÍVEL PARA O SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA USU :
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
Assentado numa solução de compromisso junto à Direção da Universidade, o Sistema
de Bibliotecas precisa promover uma interação eficaz entre os segmentos docente e técnicoauxiliares por um lado, e entre a Biblioteca Central e as Setoriais, de outro.
A Coordenação de Bibliotecas deve aprofundar ao máximo seu conhecimento em
relação às bibliotecas setoriais, o que permitirá assumir, de fato, em relação a elas o papel de
orientação que lhes cabe.
É importante que as Bibliotecas Setoriais e a Central aumentem sua interação no
terreno técnico, e provavelmente a melhor forma de o fazerem consiste em preparar
conjuntamente, um protocolo de colaboração destinado a fixar as
respectivas
responsabilidades, tão amplo e detalhado quanto possível. Aprofundar o conhecimento
recíproco dos dois segmentos evita a duplicação de meios para um mesmo fim e contribui para
a tomada de decisões individualizadas e casuísticas
É importante, também, priorizar o processo de catalogação do acervo (inserindo-o na
Rede Bibliodata e no ALEPH), informatizando-o em sua totalidade. .No que se refere à
automação, é importante a elaboração de um levantamento de recursos humanos e materiais
�8
necessários à sua implementação, e de propor uma planificação realista, articulada em metas
parciais.
4.1. CRIAÇÃO DE UMA COMISSÃO CONSULTIVA DE SELEÇÃO
Necessidade de uma equipe interdisciplinar de docentes e bibliotecários para planejar a
composição do acervo, permitindo atualização, de forma mais racional e integrada, da coleção,
sendo necessário o estabelecimento de diretrizes dessa comissão.
4.1.1 MEDIDAS RECOMENDADAS
4.1.1.1 - CURTO PRAZO
• Elaboração de um protocolo de atribuições e funções
• Formação de um grupo de trabalho interdisciplinar, tendo sua composição a ser
estabelecida, com a finalidade de definir o acervo das Bibliotecas da USU.
• Estabelecimento de recursos financeiros destinados à aquisição de novas obras - de forma
centralizada pela Biblioteca Central
4.1.1.2- MÉDIO PRAZO
• Inclusão no catálogo da Biblioteca Central de todos os acervos pertencentes à
Universidade, através do processamento técnico via Bibliodata e Aleph
• Incorporação ao Sistema de Bibliotecas de todas as coleções e bibliotecas existentes nos
campi da USU, garantindo a possibilidade de recuperar todas as informações disponíveis.
4.2. RECURSOS HUMANOS
Atualmente, o corpo de funcionários da USU é de 26 funcionários, assim distribuídos :
1 Coordenador do Sistema
15 Bibliotecários
11 Auxiliares de Biblioteca :
Os profissionais estão assim distribuídos :
Coordenação do Sistema
Central
Direito
Biologia
ITIC
Meio Ambiente
ICEG
Teologia
Educação Matemática
TOTAL
.
1
Bibliotecários
2
1
1
1
3
1
1
1
12
Auxiliares
6
1
2
1
1
11
-
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4.2.1 - ALGUNS CAMINHOS PROMISSORES
São eles :
• Assimilação por parte dos bibliotecários de uma mentalidade de trabalho interdisciplinar.
A mentalidade ultrapassada do corporativismo modificou-se profundamente à medida que
as tarefas de Biblioteconomia passaram a ser compartilhadas com os profissionais de
informática, devido a automação
• busca de interlocução com o segmento docente, devido ao apoio que os docentes poderão
vir à dar à Biblioteca.
4.2.2- - NOVAS PERSPECTIVAS
Diante do diagnóstico feito anteriormente, o importante é tratar de superar os
obstáculos tradicionais, tirando o máximo proveito das tendências positivas observadas e de
algumas experiências que deram resultados positivos nos últimos anos.
4.2.3. MEDIDAS RECOMENDADAS
4.2.3.1 - Curto Prazo
• identificar postos vacantes de caráter técnico e administrativo e providenciar seu
preenchimento mediante entrevistas e análise de curriculos.
• promover formas de rodízio entre as funções similares, e entre a Biblioteca Central e
Bibliotecas Setoriais
4.2.3.2. Médio Prazo
• que seja reavaliado o organograma da Biblioteca Central
5. INFRA-ESTRUTURA
Trataremos, sob o título geral de infra-estrutura, dos recursos físicos e técnicos e
através dos quais o Sistema de Bibliotecas garante seu próprio funcionamento, bem como o
conjunto de recursos colocado à disposição de seus usuários.
5.1 ACERVO
Espera-se que os acervos das bibliotecas universitárias de maneira exaustiva o cânone
de leituras que a cultura universal definiu para as áreas em que as instituições atuam. Nossa
universidade deve, portanto, seguir essa diretriz, mantendo nosso acervo atualizado.
Historicamente, as formas mais praticadas para promover o crescimento das coleções, foram :
• a compra de bibliotecas pré-formadas e a incoporação de doações
• a aquisição de livros
• atualização buscada pela seleção dos “melhores títulos” em catálogos recentes de editoras
comerciais
Apesar de suas diferenças e das vantagens específicas que cada uma comporta, essas
formas de aquisição se assemelham sob um aspecto representam ampliações de acervo de
caráter sempre localizado. Embora tenhamos, hoje, acervos de proporções razoáveis persistem
lacunas, em prejuízo de um ensino menos escolar e de uma pesquisa mais ampla.
É nesse contexto que se impõe a necessidade de qualificar os acervos , ou seja, de balizar seu
crescimento através de diretrizes e parâmetros mais especificamente voltados para a
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constituição de coleções que efetivamente representem os principais caminhos já trilhados
pelo saber, nos campos que a USU atua , e para um atendimento mais sistemático das
necessidades de ensino e suas áreas emergentes de pesquisa’
É indispensável que seja criada uma ou mais linhas de financiamento para a aquisição de
material bibliográfico visando atualizar o acervo e, também, criar acervos correspondentes a
cursos em fase de implantação.
5.2- ÁREA FÍSICA E EQUIPAMENTOS
Os sucessivos relatórios de atividades elaborados para dar conta do desenvolvimento
das bibliotecas, incluem as especificações de áreas físicas e equipamentos.
É importante que estudos sobre espaço físico valem para os outros aspectos de funcionamento
das bibliotecas da USU que envolvem o uso de equipamentos : a segurança (proteção de
acervos contra incêndios e água, proteção contra roubos), a duplicação de documentos, o
acesso online ou off line a bases de dados e outras fontes de pesquisa.
Para que a Biblioteca Central assuma seu papel de orientação das bibliotecas setoriais, numa
época que o trabalho realizado (por bibliotecários e usuários) em qualquer biblioteca, se torna
cada vez mais dependente da máquina, impõem-se, aqui também, duas tarefas que são faces de
uma mesma medalha : de um lado, a realização de levantamentos confiáveis, de outro a
definição de exigências mínimas de funcionamento em termos de equipamentos.
Em relação a esses “parâmetros mínimos”, a expectativa é que o grau de exigência neles
expressos venha a ser aumentado gradualmente, como forma de investir na melhoria do
Sistema. Soluções de padronização serão consideradas necessárias ou oportunas.
5.3. DISPONIBILIDADE E VIABILIDADE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Muito ainda pode ser feito no que se refere a esses itens :
• visitas guiadas aos alunos e professores
• criação de um espaço no site da universidade, contendo um manual de uso do sistema das
bibliotecas ou um “tudo o que você gostaria de saber a respeito do sistema de bibliotecas da
USU e não sabia a quem perguntar”
5.4. MEDIDAS RECOMENDADAS
• Atualização do acervo
• Estabelecimento de parâmetros mínimos (de espaço, condições de conservação e segurança
do acervo. conforto dos usuários, recursos de várias ordens, incluindo os equipamentos
computacionais) para o funcionamento das bibliotecas setoriais.
• Teste da página WEB com vistas a seu uso como orientação sobre o sistema de bibliotecas.
Eventual revisão da página.
6. AQUISIÇÃO DE MATERIAIS BIBLIOGRÁFICOS (LIVROS, REVISTAS E
MATERIAIS ESPECIAIS)
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Todos os procedimentos de aquisição para as Bibliotecas Central e Setoriais serão
coordenados pela Biblioteca Central, com a finalidade de evitar a duplicação de acervos e um
melhor gerenciamento dessas atividades.
Algumas providências deverão ser tomadas, tais como:
• intensificar o relacionamento entre o Sistema de Bibliotecas e as coordenações dos cursos,
bem como com os docentes da universidade
• buscar junto ao corpo discente, suas necessidades de pesquisa.
• periodicamente, expedir correspondência aos docentes visando obter sugestões de aquisição
de publicações
• estabelecer uma Comissão Consultiva de Seleção
7. PROCESSAMENTO TÉCNICO NO CONTEXTO DA REDE BIBLIODATA
O Sistema de Bibliotecas da USU firmou um convênio com a FGV para usufruir da
Rede BIBLIODATA, que é uma Rede de Catalogação Cooperativa, da qual fazem parte
grande Bibliotecas Brasileiras. Tem como finalidade contribuir para o aperfeiçoamento dos
Serviços de documentação e informação das instituições, em relação aos trabalhos de registro
e recuperação das informações documentárias.
Na catalogação de documentos distinguem-se 3 situações :
• cooperação - ou, talvez exatamente catalogação cooperativa, quando a obra já foi
previamente incluída no catálogo coletivo, em uma outra biblioteca filiada, e há um
aproveitamento da catalogação anterior
• cooperação local, quando a obra já existe na mesma biblioteca, havendo, somente
acréscimo de exemplares
• implantação - quando a obra está sendo incluída pela primeira vez no catálogo coletivo
Os procedimentos para a catalogação são parcialmente diferentes de um caso para outro, assim
como o são o fluxo das informações, e os tempos de processamento.
No que se refere à circulação das informações entre a FGV e as Bibliotecas filiadas, o veículo
utilizado é o site do Bibliodata, facilitando extremamente essa comunicação de forma cada vez
mais rápida.
7.1. A IMPLANTAÇÃO DO BIBLIODATA NA USU
A adesão da USU à Rede Bibliodata começou em 1995, e os bibliotecários foram
habilitados para as suas tarefas., sendo observado alguns pontos negativos :
• o pessoal alocado para essas tarefas era insuficiente
• os bibliotecários lotados nas bibliotecas setoriais não tinham comprometimento em
participar da Rede
7.2. CONCLUSÕES
Ao assumir a Coordenação do Sistema de Bibliotecas da USU, observei o atraso
existente na entrada de dados da Biblioteca Central e, praticamente a inexistência de registros
no Bibliodata das Bibliotecas Setoriais.
�12
Hoje, o quadro encontra-se mais animador. Observa-se um crescimento do número de
registros no período de maio de 2000 até a presente data devido ao crescimento do acervo e da
diminuição do percentual de obras já existentes a serem inseridas no Bibliodata.
7.3. CUSTO-BENEFÍCIO NO USO DO BIBLIODATA
Importante enfatizar que a participação na Rede Bibliodata é de grande valia no
aumento da produção de obras catalogadas, possibilitando o bom andamento de inclusão de
obras no Sistema. È peça fundamental no desenvolvimento da instalação do ALEPH na USU.
A participação em redes desse tipo possibilita que as rotinas sejam agilizadas e,
consequentemente, as metas propostas de inserção de obras no sistema sejam alcançadas com
maior rapidez.
8. PERSPECTIVAS FUTURAS
• Substituição do acesso via Microisis pelo ALEPH
Para obter sucesso na implantação do Software ALEPH no Sistema de Bibliotecas da USU,
considero de extrema importância que a coordenação desse processo esteja a cargo da
Diretoria do Sistema de Bibliotecas da USU, por ter uma visão de conjunto no que se refere às
necessidades de automação e, também, no estabelecimento de prioridades no processo Cabe
enfatizar que estudos estão sendo feitos no sentido de agilizar esses processos, principalmente
na decisão sobre quais bibliotecas terão prioridade na automação.
A implantação do ALEPH possibilitará uma integração entre as Bibliotecas Central e
Setoriais, e, também, o trabalho bibliotecário totalmente interligado, uma vez que esse sistema
possibilita o controle automatizado desde a entrada do documento na biblioteca com o seu
registro até a consulta online à base de dados. O sistema ALEPH possibilita, também, toda a
administração de dados tais como : controle de aquisição e de periódicos, estatísticas e
emissão de relatórios.
É importante a adesão ao uso do ALEPH não só como integração entre as bibliotecas como
também a implantação do Sistema de Bibliotecas da Universidade.
No planejamento deverão ser considerados, necessariamente os seguintes aspectos :
• Cronograma de implantação - será preciso definir um cronograma em que sejam previstos,
numa sequência lógica e cronológica, os ajustes necessários à utilização do ALEPH no
contexto do Sistema de Bibliotecas da USU.
• Testes - Já está em fase final os testes de uma base considerada piloto com 9.000 registros
• Definição clara de objetivos - será preciso definir com muita clareza o que se espera para os
próximos anos, em termos de informatização do acervo.
• Definição clara dos agentes - Será preciso estimar o tamanho e a composição da equipe
encarregada de implantar o ALEPH e encaminhar o processamento do acervo. Um dos
aspectos a ser considerado é, naturalmente, a grande participação das bibliotecas setoriais
• Acompanhamento - será necessário prever mecanismos
para que o processo de
informatização do acervo através do ALEPH receba um acompanhamento adequado, pela
avaliação dos resultados obtidos nas etapas intermediárias em que se articula o processo.
• Divulgação - Será preciso prever mecanismos que permitam à comunidade universitária
inteirar-se do processo.
�13
Quanto ao apoio esperado, ele se traduz basicamente :
• encontrar, por parte da administração superior,
encaminhamento das questões do ALEPH
um
tratamento
prioritário
no
8.1 MEDIDAS RECOMENDADAS
• Preparação e informatização de toda a coleção, em formato MARC (utilizando o Bibliodata
e o ALEPH), de modo a permitir a pesquisa eletrônica de todo o catálogo
• Replanejamento das atividades de preparação técnica realizadas nas Bibliotecas Central e
Setoriais.
• Prioridade à implantação do software ALEPH
• A Biblioteca Central redimensiona suas equipes de modo a dar prioridade às tarefas de
catalogação
9- COLABORAÇÃO ENTRE INSTITUIÇÕES
Uma característica importante do trabalho a ser desenvolvido no Sistema de
Bibliotecas da USU é a colaboração, no terreno da informação bibliográfica, com outras
entidades, sejam elas instituições universitárias de ensino e pesquisa, ou entidades cuja função
é organizar e disponibilizar a informação bibliográfica mediante a criação de bases de dados
com diferentes âmbitos e propósitos.
9.1- COMPARTILHAMENTO
DE
INFORMAÇÕES
PRINCIPAIS LINHAS DE COLABORAÇÃO
BIBLIOGRÁFICAS
:
No que se refere ao compartilhamento de informações bibliográficas, é importante
participar mais ativamente do compartilhamento de recursos, firmando convênios com
bibliotecas de instituições similares à USU, ou que possibilite melhorais no desenvolvimento
de novas tecnologias, intercâmbio de informações, dentre outros.
Foram encaminhados à Chancelaria dois convênios a serem analisados :
• Rede de Bibliotecas na Área de Psicologia - Projeto coordenado pela USP, através do seu
Instituto de Psicologia, que possibilita o intercâmbio entre as bibliotecas brasileiras
especializadas em Psicologia.
• Compartilhamento de Bibliotecas das Instituições de Ensino Superior do Estado do Rio de
Janeiro - Grupo criado em março de 2000, contando com mais de 20 instituições de ensino
superior, que se reúne periodicamente com a finalidade de discutir problemas, estabelecer
intercâmbios e compartilhar recursos.
Outros contratos deverão ser firmados com a finalidade de aderir a novos grupos de
instituições que desenvolvam serviços e projetos de interesse para o desenvolvimento das
bibliotecas da USU.
10- CONCLUSÃO
Um grande trabalho deve ser feito para que - realmente - seja instituído o SISTEMA
DE BIBLIOTECAS DA USU.
�14
É fundamental que estejamos entrosados no que se refere à Biblioteca Central com as
Setoriais, que compartilhemos as mesmas tecnologias para conseguirmos um PADRÃO em
nossos serviços e processamento da informação e que RECURSOS sejam disponibilizados
visando essa implantação.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA, Maria Christina Barbosa de. Planejamento de bibliotecas e serviços de
informação. Brasília : Briquet de Lemos, 2000.
CARVALHO, Maria Carmen Romcy de. Estabelecimento de padróes para bibliotecas
universitárias. Fortaleza : Edições UFC, 1981.
FERREIRA, Glória Isabel S, OLIVEIRA, Zita Prates. Informação para administração de
bibliotecas. Brasília : ABDF, 1989.
MACIEL, Alba Costa. Instrumentos para gerenciamento de bibliotecas. Niteroi : EDUFF,
1995
------ . Pl anejamento de bibliotecas : o diagnóstico. Niteroi : EDUFF, 1993.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Projeto de estabelecimento do Sistema de Bibliotecas da Universidade Santa Úrsula.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Paixão, Lígia Serivano
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Descreve o planejamento e a implantação do sistema de Bibliotecas da Universidade Santa Úrsula (Rio de Janeiro) no que se refere a todos os aspectos de organização de bibliotecas
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4082/SNBU2002_073.pdf
29476fecb124bd837be2fa1f7438423e
PDF Text
Text
CULTIVAR O HÁBITO DE LER: MISSÃO ÁRDUA DE AVALIAR
MARIA ANGÉLICA DUPAS
srefer@power.ufscar.br
LÍGIA MARIA SILVA E SOUZA
scultura@power.ufscar.br
Departamento de Ação Cultural da BCo
Universidade Federal de São Carlos
Rodovia Washington Luís, km 235
Caixa Postal 676
13565-905 – São Carlos – SP
Brasil
1
INTRODUÇÃO
Desde agosto de 1995, quando a Biblioteca Comunitária da Universidade Federal de
São Carlos – UFSCar foi inaugurada, alguns programas e projetos de atividades culturais,
visando atender principalmente o público de 1º e 2º graus, começaram a ser implementados,
tendo como objetivo primordial, promover o uso do livro e da Biblioteca, de forma atraente,
agradável e eficiente. Até então, nossa Biblioteca era uma típica Biblioteca Universitária,
atendendo as necessidades de ensino e pesquisa, como tantas outras. Com a aprovação de
alguns projetos de extensão, fomos motivadas a extrapolar os limites geográficos da sala de
leitura infantil e abrirmos nossos horizontes, levando o livro e a leitura para praças, escolas,
feiras e principalmente, os postos de saúde.
Nos Postos de Saúde encontramos ambiente e público favoráveis para desenvolver o
Projeto: “ Ler é prazer: se Maomé não vai à montanha...” . Enquanto as crianças aguardam
atendimento médico, para consulta ou vacinas, montamos nosso espaço com colchonetes,
almofadas, uma repleta mochila com livros infantis da melhor qualidade e iniciamos o
trabalho de mediação de leitura. Nessa atividade, onde é realizada a leitura na íntegra do texto,
�o livro é manuseado e explorado em todos os seus aspéctos gráficos e artísticos. A
preocupação primordial é disponibilizar o objeto livro como um instrumento lúdico. Os laços
de intimidade, sonho e distração que envolvem os participantes, principalmente as crianças,
permitem que elas esqueçam a febre, o medo, a ansiedade e aguardem, com menos sofrimento
sua vez de serem consultadas.
2
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES: leitura, hábito de ler, mediação de leitura,
avaliação dos resultados
Em nossa análise, o tratamento dispensado à leitura não se prende a fundamentação
pedagógica exigida na aplicação do texto em sala de aula ou no profundo entendimento dos
processos de decodificação na narração pelo leitor.
2.1 Leitura
A ênfase da leitura oferecida nos Postos de Saúde através do nosso Projeto, procurando
o engajamento em um programa de democratização preconizado por SILVA (1997)
“compreende uma política de leitura, que mobilizando diferentes segmentos sociais, possibilite
a popularização do livro e sua circulação, livre e desimpedida, sobretudo entre os setores mais
carentes da população”.
Queremos que o livro entre para a vida da criança logo cedo, antes da idade escolar, e
que seja integrado ao seu cotidiano e seus brinquedos, não correndo o risco de ser encarado
como objeto de trabalho e, a leitura, como uma tediosa obrigação imposta pelo adulto. Nessas
atividades nos coube o melhor pedaço: a leitura pelo prazer.
A classe bibliotecária tem sido suficientemente criticada pela falta de uma série de
atributos no trabalho com a leitura, principalmente pela falta de projetos concretos e ações que
transformem a realidade social em que estamos inseridos. Ainda, segundo o parecer do Prof.
Ezequiel (SILVA, 1997), a freqüente atitude do “nada posso fazer” deveria ter sido revista e
substituída pelas atitudes “parar para pensar” e do “ agir para transformar”.
�2.2 Hábito de Ler
A formação do hábito de ler pode encontrar um paralelo na formação do hábito
alimentar: assim como a criança come o que a família ou grupo consome, levando em
consideração a cultura, o poder aquisitivo, e o tempo disponível no preparo da alimentação, a
criança também só irá formar hábitos de leitura se esses mesmos fatores forem satisfatórios
(cultura, poder aquisitivo e tempo), com o agravante da leitura não constituir insumo básico
para a sobrevivência física. No entanto, a habilidade de ler e entender o mundo e seus códigos
é um dos principais fatores de inclusão social, competitividade e sobrevivência cultural.
A incorporação de um hábito exige repetição freqüente e apresentação precoce do ato,
para que a criança acostume, assimile, aprenda. E com a leitura, o processo é semelhante,
principalmente se considerarmos o imenso prazer da releitura que existe na infância.
(SANDRONI; MACHADO, 1991). Se considerarmos que muitas das crianças frequentadoras
dos Postos de Saúde, não tem oportunidade de acesso ao livro no ambiente doméstico e que a
maioria dos pais não encontra tempo disponível para ler ou contar histórias para seus filhos, a
tentativa de preenchimento dessa lacuna constitui em uma ação concreta, que embora pequena,
contribui para incutir na criança o prazer de ler e possibilita que os objetivos extensionistas da
Biblioteca Comunitária sejam atingidos.
2.3 Mediação de Leitura
Através da mediação de leitura, toda a grandiosidade do texto é preservada. A
tendência de simplificação de palavras difíceis para facilitar o entendimento, que ocorre
durante a narração e contação de histórias, não acontece quando ele é lido na íntegra. A
preocupação do mediador é adequar a obra a ser trabalhada com a idade e interesses do grupo
em que irá atuar.
A mediação de leitura não exige do mediador grandes habilidades artísticas ou dotes
�teatrais. Qualquer pessoa que saiba ler adequadamente e goste de trabalhar com
literatura e pessoas (crianças e adultos) pode e deve participar dessa experiência que permite
que a criança possa manusear e ter um contato íntimo com o objeto de seu interesse,
interagindo com as demais e compartilhando as emoções, alegrias e surpresas contidas nos
livros.
“ A rede afetiva que se estabelece entre todos, através dos livros, abre um espaço no
qual cada criança pode expressar-se, ouvir e contar histórias ou ainda ficar em silêncio,
sem a necessidade de produzir conhecimentos específicos. Nessa situação , as crianças,
cada uma de uma maneira, está produzindo conhecimentos, mas não necessariamente
pré-determinados pelo adulto. Ou seja, ela está aumentando seu repertório cultural, seu
imaginário, sua linguagem, está tendo possibilidade de escolha de livros e de parceiros
para a sua leitura e, além disso, pode conhecer outras visões de mundo e estabelecer
relações com sua realidade “ (ABRINQ, 1999, p.6).
2.4 Avaliação dos Resultados
Durante as atividades de mediação de leitura realizadas nos Postos de Saúde, é feita
uma coleta
de dados, em formulário sugerido pela ABRINQ,
responsável pelo Projeto
Biblioteca Viva, que foi uma das precurssoras dessa modalidade de leitura, no Brasil.
�Registro de Trabalho de Campo
Nome da mediadora:
Instituição:
Data:
Faixa etária das crianças:
Número de crianças:
1- Livros escolhidos para o trabalho de hoje:
2- Livros lidos para as crianças:
3- Registre as situações que você considerou mais importantes no dia de hoje, tentando
reproduzir o que as crianças falaram, suas opiniões e reações em relação aos livros e às
atividades propostas.
Em decorrência dessa coleta de dados, constituímos uma rica documentação, reunindo
relatos de adultos e crianças, que contribuem para as discussões da equipe de mediadores, na
troca de experiências e planejamento de atividades futuras.
Queremos destacar alguns aspectos importantes:
2.4.1
A satisfação do público alvo: as crianças
“ Ler histórias para crianças, sempre...sempre...” (ABRAMOVICH, 1994, p. 17).
Levando em consideração que as crianças precisam ouvir histórias sempre, de
diferentes gêneros e autores, manusear o livro e ter contato com suas ilustrações e formatos,
explorando a imagem da obra, que tem linguagem universal, comprovamos em nossas
experiências de mediação, a profunda impressão que a leitura provoca nas crianças. As
histórias lidas permitem que elas se identifiquem com os personagens, aliviem suas emoções e
consigam solucionar muitos problemas psicológicos de forma descontraída e gostosa. Muitas
delas voltam aos Postos de Saúde nos dias programados para leitura, mesmo sem necessidade
�de consulta médica, pelo prazer de encontrar a equipe de mediadoras com seus livros. Outras
manifestam desejo de escrever suas próprias histórias. E todas ficam mais calmas e tranqüilas
contribuindo para que o ambiente das salas de espera permaneça sem choro e sem correria.
A magia e atração que as histórias exercem sobre seus ouvintes, contribui para o
desenvolvimento infantil por ser: recreativa, educativa, instrutiva, afetiva (desperta emoções e
valoriza sentimentos), estimula a socialização, desenvolve a atenção e disciplina e ajuda na
recuperação física de crianças enfermas. A prova maior desse benefício é a proliferação de
grupos que oferecem atendimento e contam histórias nos hospitais, promovendo alegria e
consolo.
2.4.2
A satisfação dos acompanhantes e familiares: os adultos
Para muitos acompanhantes das crianças nos Postos de Saúde, essa oportunidade de
leitura tem sido única. Ainda é grande o número de avós analfabetas que se deliciam com a
beleza das obras literárias infantis e aproveitam para ouvir histórias. Sentem-se muito
valorizadas quando enfatizamos a importância das impressões e lembranças que as crianças
guardam da infância: as histórias antes de dormir, os casos que as vovós contam para os
netinhos e que povoam todo o imaginário infantil e que os acompanham durante toda a vida.
Tem sido grande o número de acompanhantes que pegam os livros, e por livre
iniciativa, começam a ler para suas crianças imitando as mediadoras.
2.4.3
A satisfação do pessoal da área de saúde: médicos, enfermeiras e atendentes
Temos registrado inúmeros depoimentos do pessoal da área de saúde dos dois Postos
onde temos trabalhado atualmente e todos os comentários convergem para os benefícios de se
promover a felicidade em situações de dor, doença e conflitos. A leitura, pela praticidade do
uso do livro e pela facilidade
de interação que propicia, tem suscitado reconhecimento e
sugestões para futuras ações do grupo, na expectativa de expandir o campo de atuação para
outros Postos da cidade. Isso tem motivado a organização de um grupo de voluntários da
leitura, para ampliação do quadro e atendimento das expectativas de demanda.
�2.4.4
A questão qualitativa
Segundo Demo (1991), “ o centro da questão qualitativa é o fenômeno participativo”.
A avaliação qualitativa, pois , deve levar em conta principalmente a qualidade de vida atingida
e o envolvimento dos atores no processo que busca a transformação social. “ Na qualidade não
vale o maior, mas o melhor; não o extenso, mas o intenso; não o violento, mas o envolvente;
não a pressão, mas a impregnação. Qualidade é estilo cultural, mais que tecnológico; artístico,
mais que produtivo; lúdico, mais que eficiente; sábio, mais que científico” (p.24).
A questão dos direitos da cidadania, também uma qualidade indiscutível e difícil de ser
medida é a preocupação constante de todos que possuem uma consciência política
desenvolvida e atenta para ações que busquem promover a dignidade humana e a decência
social estimulando os anseios de melhoria da qualidade de vida.
3
A IMPORTÂNCIA DE SE FORMAR LEITORES
Na luta pela democratização da leitura no Brasil, acreditamos que a formação de novos
leitores é condição básica para que o livro seja definitivamente incorporado à prática comum e
deixe de ser privilégio de poucos.
Conforme salienta Cagneti e Zotz (1986) temos quatro motivos para formar novos
leitores:
3.1 O acesso à leitura deve ser um direito de todos
Pouco adianta o cidadão ser alfabetizado se ele não tiver livros identificados segundo
sua faixa etária e anseios específicos, para poder usufruir do seu direito a ler. Livros antigos,
obsoletos, mal conservados e danificados, localizados a quilômetros de sua residência não
contribuem em nada para que ele se sinta motivado a substituir a leitura por qualquer outra
atividade.
�3.2 A leitura é processo de contínuo aprendizado
Alguém acostumado a ler, sabe onde encontrar respostas para suas dúvidas e procurar
se informar e atualizar continuamente. A criança deve compreender que o ciclo de
aprendizagem não termina na escola. Iniciada desde cedo à leitura ela buscará nos livros, com
naturalidade, a fonte para continuar alimentando sua ânsia de acompanhar a dinâmica do
conhecimento humano. Irá usufruir das informações em todos os seus suportes, desde o jornal
até os computacionais, cada vez mais acessíveis. Quanto mais habilitado o indivíduo, menos
barreiras encontrará e menor será o seu grau de exclusão.
3.3 A leitura ajuda a formar seres pensantes
A possibilidade de fazer uso da reflexão e do espírito crítico é um atributo humano que
diferencia o homem dos seres irracionais. Acumular um indivíduo de conhecimentos não
garante seu sucesso ou realização pessoal.
A leitura crítica, engajada na realidade social,
isenta de posições estereotipadas, livre de idéias preconceituosas, fornece subsídios para a “
construção ou produção de um outro texto: o texto do próprio leitor” ... “ Acreditamos que a
leitura se constitui na principal dieta nutricional para o crescimento criativo de um indivíduo”
(SILVA, 1997). Ela é a
fonte inesgotável de conhecimento para melhor compreender a si
mesmo e o mundo.
3.4 Leitura é lazer
Conhecendo a realidade brasileira e constatando o poderio imenso da televisão, como o
principal instrumento de lazer das classes sociais menos favorecidas, principalmente pelo seu
baixo custo e acesso imediato, a competição com o livro acaba levando desvantagem, mas isso
deve impelir os defensores do livro como fonte de lazer, à ações mais concretas e efetivas.
Lutar por uma política governamental é fundamental, mas conquistar a criança em todas as
oportunidades, apresentando a uma leitura como atividade de lazer é a esperança de
transformar velhos hábitos em novos comportamentos.
�Transportar a criança para outros mundos e dar vida aos seus sonhos através da leitura
é contribuir para a formação do hábito de ler. Conseguir realizar essa ação em conjunto com
crianças e adultos, através da leitura em voz alta, mediação em pequenos círculos separados
por idade, enfim praticando a leitura coletiva, tem sido uma atividade que deixa repleto de
prazer todos os participantes.
4
FINALIZANDO
“O amor pelos livros não é coisa que apareça de repente. É preciso ajudar a criança a
descobrir o que eles lhe podem oferecer” (SANDRONI; MACHADO, p. 16).
No favorecimento desse despertar, todos devem estar engajados: a família, a escola, o
governo, as instituições. A importância de se cultivar o hábito de ler, como fator determinante
na formação de cidadãos críticos e atuantes é tão fundamental na transformação de nossa
sociedade que todos deveriam encarar a formação da criança com muito cuidado e atenção.
Segundo a filosofia indígena, é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. Todos são
convocados para contribuir.
Nós bibliotecários, enquanto categoria profissional de especialistas em livros, em
informação, em sistemas e redes especializadas , em permitir o acesso rápido à informação,
em democratizar o conhecimento, etc e tal... temos ficado de braços cruzados esperando que o
leitor apareça prontinho, ávido por livros e conhecedores de todas as maravilhas tecnológicas
que temos para oferecer.
Oportunamente,
descobrimos que o prazer de levar a leitura e plantarmos pequenas
sementes junto ao público infantil menos favorecido, pode de momento, desabrochar apenas
em felicidade, mas já é um bom começo.
�5
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. 4. ed. São Paulo: Scipione,
1994.
ABRINQ. Projeto Biblioteca Viva: a mediação de leitura e as crianças. São Paulo, 1999.
CAGNET, S. S. ; ZOTZ, W. Livro que te quero livre . Rio de Janeiro: Nórdica, 1986.
DEMO, P. Avaliação qualitativa. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1991 (Coleção Polêmicas do
Nosso Tempo, 25).
SANDRONI, L. C. ; MACHADO, L. R. (Org.) A criança e o livro: guia prático de estímulo à
leitura. 3. ed. São Paulo: Ática, 1991.
SILVA, E. T. Leitura e realidade brasileira. 5. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1997.
�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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A language of the resource
Português
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The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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Title
A name given to the resource
Cultivar o hábito de ler: missão árdua de avaliar.
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An entity primarily responsible for making the resource
Dupas, Maria Angélica
Souza, Lígia Maria Silva e
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
Relata o processo de mediação de leituras e a importância do hàbito de ler
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pt
snbu2002
-
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74ff6cc9c74a434b5e39887ae4ceaf1d
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RECURSOS
HUMANOS
E
QUALIDADE
DE
VIDA
UNIVERSITÁRIAS: o profissional do futuro
KÁTIA DE CARVALHO
INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - ICI–
Campus Universitário do Canela, s/n – Campus do Canela
Salvador-BA Tel/Fax: (71) 336.6755/6174 e-mail: posici@ufba.br
EM
BIBLIOTECAS
�RECURSOS HUMANOS E QUALIDADE DE VIDA EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: o profissional do futuro
ANTECEDENTES
As origens da área de informação está associada ao desenvolvimento da ciência, da
informação científica, desde a antiguidade clássica e a idade média. A influência da
imprensa contribuiu para o acesso à informação que a partir do livro impresso, primeiro
meio de comunicação, permitiu o desenvolvimento do conhecimento, não somente
religioso, mas científico. Neste sentido, a revolução científica dos séculos XVII e XVIII,
impõe um novo ritmo, sendo que a ampliação do conhecimento se torna visível com o
aparecimento dos periódicos científicos, fruto do projeto iluminista que se somam aos
livros na complexa tarefa de disseminar a informação. No século XX, aumenta a produção
do conhecimento que vai determinar a proliferação de novas técnicas de organização da
informação, cabendo lembrar a sistematização científica da documentação liderada por
Paul Otlet, La Fontaine e M. Dewey. Isto se expressa pela busca de novas abordagens para
uma melhor recuperação da informação e merecem destaque programas de cooperação
planificada, normalização e classificação, programas de informação científica seletiva e
registra-se a preocupação com a reprodução documental.
Ainda sob o impacto da Guerra Mundial, coube a Tefko Saracevic, na década de 50,
defender a importância da recuperação da informação, surgem novos conceitos que levam
à legitimação da área de Ciência da Informação. Nos anos seguintes, década de 60,
destacam-se o aparecimento dos thesaurus utilizados com o fim de aprimorar
serviços.
Na década de 70, evidenciam-se alterações no ritmo do avanço tecnológico e as novas
tecnologias voltadas para as linguagens coordenadas ampliam os serviços de recuperação
da informação apontando para uma nova era. A informetria e a bibliometria expressam as
possibilidades de aferição e avaliação de coleções contribuindo para serviços de
informação mais modernos. A partir dos anos 80, a evolução da Ciência da Informação
resulta da realidade marcada pela preocupação com o crescimento exponencial da
informação, não somente científica, mas em geral. O foco de interesse se desloca da guarda
do documento para o acesso à informação. Para organizar serviços, passa-se a usar a
automação que os torna mais eficazes. A aplicação das tecnologias da informação passa a
1
�ser usada para dar conta de volume da informação que se evidencia com o surgimento de
bases de dados, bases de conhecimento, documentos multimídia e acesso à informação em
rede.
Neste sentido, vale ressaltar as transformações, que vem se acelerando desde os anos
oitenta, afetando não somente as bibliotecas mas a sociedade. Essas mudanças se dão na
esfera dos serviços desenvolvidos mas também no uso dos serviços por parte dos usuários.
A lucidez do pensamento de Paul Otlet demonstra a previsão inteligente deste autor com
relação a esta área, no seu conhecido Tratado que prima pela universalidade e visão ampla,
sendo a leitura obrigatória para os alunos de Biblioteconomia.
Nesse contexto a biblioteca tem um papel preponderante, apesar de estar sujeita a
modificações e ajustes que se expressam na sua perda de limites, passando a assumir a
função
de
uma
grande
base
de
conhecimento universal. O desenvolvimento da
comunicação e do uso das telecomunicações se reflete na necessidade de competentes
serviços de aquisição, catalogação cooperativa, empréstimo bibliotecário, referência, uso
de catálogos de outras bibliotecas, de originais em rede. Particularmente, as bibliotecas
virtuais
estimulam
mais
incisivamente
o
uso
corrente
das
redes
eletrônicas
via
computadores.
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
A biblioteca é um dos mais antigos sistemas de informação. A biblioteca é conceituada por
muitos autores prevalecendo nesses conceitos o sentido de ser um local que reúne
informações
para
satisfazer
as
necessidades
do
usuário.
Nela
as
coleções
são
disponibilizadas por temas seguindo um sistema de classificação por ordem alfabética que
tornou os documentos acessíveis pela consulta de índices, de catálogos tradicionais ou
eletrônicos.
A biblioteca tem a função de educar e neste caso distinguem-se as bibliotecas públicas,
escolares, universitárias. Entretanto, a biblioteca tem outras funções: a função de preservar
a memória, e neste caso a biblioteca nacional, prioritariamente, cumpre esta exigência,
2
�outras tem como principal função a recreação, caso específico das bibliotecas públicas,
escolares e infantis. Contudo, toda biblioteca preserva a importância da disseminação da
informação para todo usuário que a necessite. A compreensão do que é uma biblioteca está
associada a sua função difusora. A biblioteca direciona os seus serviços para a pesquisa
apoiando a investigação de docentes e pesquisadores. A biblioteca é em última análise uma
instituição social. Ela proporciona a relação interpessoal dinâmica entre profissionais e
usuários, entre usuários e cumpre o seu papel de apoiar o exercício da cidadania pelos
serviços de informação comunitária. A biblioteca universitária, voltada para a educação,
reúne funções primordiais atenta a pesquisa, a educação, ao ensino e a aprendizagem e nas
últimas décadas, o avanço científico e tecnológico imprime marcas nessas instituições, na
área comportamental, moldando novos padrões.
Vale lembrar que a universidade é uma instituição em busca de novos espaços, visível nas
freqüentes solicitações que vem recebendo da sociedade. A inserção da biblioteca, na
universidade, é complexa porque ela não é um setor de captação de recursos e a sua
manutenção envolve um custo elevado. Além disto, a inserção da biblioteca no contexto
que privilegia ensino, pesquisa e extensão, requer avaliações mais profundas porque a sua
participação na inserção didático-pedagógica ainda é questionável em muitos aspectos.
Outro fato a ser considerado é a sua dependência de tecnologias da informação, por isso
deve ser compreendida como elemento chave no contexto universitário.
RECURSOS HUMANOS NA BIBLIOTECA
Originariamente, o profissional que lidava com o livro, o primeiro meio de comunicação
importante, era o bibliotecário. A sua condição era de zelar pelo livro. Essa condição sofre
abalos
com
o
aparecimento
de
novas
tecnologias
e
atribuições
decorrentes
da
complexidade determinada pelas mudanças que deslocam o foco de interesse do
documento para a informação.
O perfil deste profissional se estabelece no ambiente social, pressionado pelas exigências
do meio. Francisco das Chagas de Souza (1977) questiona o objeto do trabalho desse
agente de informação e destaca a função mediadora entre produtores e consumidores do
conhecimento. Os profissionais da informação, em geral, surpreendem-se com essas
mudanças. Enclausurados nos seus universos, debruçados sobre suas atividades, cuidando
3
�da preparação de coleções, às vezes se dedicam mais à preparação de acervos em
detrimento da função precípua de uma biblioteca, que é a disseminação da informação, e
como especialistas são os maiores conhecedores dos seus acervos.
O bibliotecário era uma pessoa culta. As sucessivas discussões sobre o perfil desse
profissional explicam algumas reformas curriculares que vêm ocorrendo no país desde a
década de 70 até a década de 90 à procura de um perfil mais condizente com a necessidade
do mercado. Edson Nery da Fonseca (1998), ao estabelecer uma crítica à formação
inadequada focada na técnica, relembra alguns nomes de bibliotecários, homens cultos e de
expressão na sociedade em que vivera, como o Padre Vieira, Ortega y Gasset, Ramiz
Galvão. Nessa lista, deve-se acrescentar o próprio Edson Nery da Fonseca. Posteriormente,
transforma-se em um profissional com competência para garantir a organização racional do
trabalho, voltado para conhecimentos técnicos em detrimento de uma cultura humanística
mais ampla. Desse modo, a formação americana dá ênfase às técnicas, enquanto a escola
francesa privilegia as questões culturais e domínio de outras línguas.
Os Conselhos profissionais consideram que além do princípio da organização e difusão do
conhecimento, a ação desse profissional é marcadamente pedagógica, quando estimula o
interesse pelo livro, pelo hábito de ler, contribuindo para o desenvolvimento intelectual do
leitor hoje aprimora a sua formação, focando suas atenções para as tecnologias e para o
conhecimento científico.
Nesta nova era, detém o poder quem detém conhecimento, deve dominar diferentes áreas,
conhecer as tendências econômicas e mercadológicas do contexto onde vive e atua. Exigese uma visão holística, vasto leque de conhecimentos gerais, de línguas, principalmente do
inglês, de informática, de comunicação, de psicologia.
Kátia Montalli (1994) comenta os resultados de sua pesquisa, enfatizando a necessidade de
presença de doutores e mestres nessa área para ocupar cargos de maior responsabilidade e
destaque para liderarem debates no país e no exterior. Trata-se, sobretudo, de egressos dos
cursos de Biblioteconomia e Administração. Estudos sobre o perfil do profissional do
futuro revelam determinadas características que são novas. Nos dias atuais, o ser humano é
4
�visto como gerador de capital intelectual, sendo o capital na organização, na empresa, o
talento dos seus profissionais.
O que parece estar em curso é um trabalhador que vive testando suas experiências e que é
receptivo a novos aprendizados. É o profissional que usa a criatividade para moldar cada
experiência, cada projeto implementado. O trabalhador do século XXI deve distinguir as
competências técnicas das competências relacionais e sociais e a sua permanência no
trabalho depende dele próprio. Ele deve saber comunicar e interpretar a informação
disponível e planejar ações. Entre as competências podem ser citadas criatividade,
dinamismo, iniciativa, uso da informação, aprendizado a leitura e da escrita, domínio da
cultura da organização e a capacidade de liderança.
Atenta as mudanças, Suzana Mueller (l989 p.178) demonstra preocupação com as
limitações dos cursos de Biblioteconomia para formar profissionais e com a diversidade de
conhecimentos e habilidades. A autora enfatiza as dificuldades de delimitação do campo
profissional quando afirma:
...informação permeia todas as atividades humanas, torna-se
difícil discernir com clareza o que é próprio ou não da atividade
profissional, o que é viável assumir como responsabilidade
profissional...
São muitas as denominações utilizadas para se referir aos profissionais que lidam com a
informação.
Profissional
da
informação,
agente
de
informação,
profissional
do
conhecimento, trabalhador do conhecimento, capital humano, entre tantas outras. Dentre os
profissionais
da
informação,
verdadeiros
mediadores,
está
o
bibliotecário
que
historicamente resgata as origens da área. Ele é cada vez mais o mediador entre a
informação e o usuário e representa o elemento humano nas relações com o meio em um
mundo em transformação com um modelo de economia global baseada no conhecimento.
A criação de uma nova associação nos Estados Unidos, substituindo os espaços deixados
pela American
Library Association e o Institute of Information Science, dá indícios que
estão ocorrendo mudanças.
5
�O foco principal desse artigo é o profissional da informação
que atua na biblioteca
universitária, responsável pela organização, disseminação e uso de acervos.Ele representa
o elemento humano nesse sistema.
Segundo Richard Crawford (1994) a primeira etapa de mudanças da economia na estrutura
social é a que o homem passa da economia tribal da caça e extrativa, para uma economia
agrícola. A segunda etapa é marcada pela passagem da economia agrícola para a economia
industrial. A terceira etapa é a da sociedade baseada no conhecimento. Na primeira etapa,
muitas pessoas nascem e falecem antes de envelhecer sendo o seu desejo ser dono de uma
plantação. Na segunda etapa, o indivíduo almeja chegar a ser dono de uma usina de aço, de
uma fábrica de automóveis. A terceira etapa é diferente das duas primeiras porque é uma
economia de processamento de informações, tendo o computador e as telecomunicações
como estratégias para a difusão da informação e do conhecimento. O autor entende que a
informação é o que pode ser encontrado, do livro ao computador, ou seja, contido nos
suportes sendo que o conhecimento só é encontrado nos seres humanos. Conhecimento
como “expertise” (1994 p.21).
Portanto, o conhecimento se auto-reproduz e pode ser
disseminado, ele é compartilhável. Nessa sociedade o conhecimento é decisivo e orientado
para a competitividade na organização.
Nesse sentido, o elemento propagador das
mudanças em relação a empregabilidade é a produtividade. Para Castells (1999), os
serviços se desenvolvem chegando à maturidade da industrialização que na era da
economia do conhecimento, multiplicam-se os serviços nos vários setores que incluem
governo, educação, saúde, lazer e o meio empresarial.
Os recursos humanos crescem no conjunto da força do trabalho. As mudanças são
percebidas nas relações do trabalhador, do profissional de ensino e
aprendizagem
valorizando a alfabetização e o treinamento técnico. O profissional universitário representa
o grupo mais expressivo, em se tratando de recursos humanos. Assim sendo, o
conhecimento se torna recurso estratégico e as universidades, centros de pesquisa,
institutos acadêmicos se tornam centros de excelência na produção dos recursos humanos.
Neste sentido,
o fator relevante é a aceleração tecnológica que torna obsoletos
conhecimentos adquiridos e, por este motivo o desenvolvimento da educação continuada
torna-se uma realidade. O profissional da informação necessita de um aprendizado
continuado para enfrentar as constantes mudanças que ocorrem no seu espaço de trabalho.
6
�Todas elas afetam a questão comportamental do indivíduo. Percebe-se que já não há
limites entre a esfera pública e o espaço privado, próprio da intimidade de cada ser
humano. Na esfera doméstica, dificilmente os seus membros convivem
quotidianamente,
como de hábito as responsabilidades de orientação da prole são repassadas para a escola
negligenciando a transferência de hábitos e de conhecimentos que são próprios da
formação do cidadão. Nesse caso, conhecimentos adquiridos por outros meios de
comunicação sofrem a interferência dos canais de televisão, do convívio nos condomínios
onde estão sujeitos a adquirirem comportamento ditados pelo grupo sem controle e sem
nenhum processo de filtragem, conduzindo a uma atitude comportamental que desfruta de
um tipo de liberdade questionável. Em uma realidade que não facilita o acesso ao
conhecimento, a precária alfabetização não conduz o indivíduo ao pleno exercício da
cidadania
e esse é
um fator preocupante e tem reflexos significativos quando esse
indivíduo consegue chegar à universidade, sem o hábito de freqüentar bibliotecas, sem ter
desenvolvido o hábito de ler. A
biblioteca tem
função
educadora e o papel do
profissional da informação, nesses casos, é relevante.
A ampliação do campo da pesquisa no seio da universidade convoca a biblioteca a
direcionar os seus serviços para este fim e novamente o profissional de informação amplia
a sua função mediadora. A cultura escrita ao
utilizar o impresso opera uma profunda
transformação no olhar do indivíduo e nas suas relações com a sociedade que se acredita
ser similar a mesma perplexidade que está sendo
experimentada
nesse momento de
passagem da cultura escrita para a cultura eletrônica que modifica os limites de tempo e
espaço. O uso de novas tecnologias da informação produzem a interatividade que modifica
a relação do usuário com as estruturas de informação e a interconectividade que permite o
deslocamento desse usuário de um espaço a outro de informação.(BARRETO,A; SMIT,J.
2002) Esses novos formatos de acesso a informação influenciam o profissional com
relação ao seu novo papel. Crawford (1994) tece considerações básicas para a
compreensão das mudanças doasnas sociedades industrial e do conhecimento.
Recursos humanos que trabalha em bibliotecas universitárias tendem a se movimentar
repetindo as inseguranças de uma instituição que se encontra em fase de redefinição do seu
pape social. As mudanças no setor da empregabilidade se desenvolvem na organização e
vale a pena lembrar algumas questões emergentes.
7
�Sociedade Industrial
Sociedade do Conhecimento
Hierarquia
Igualdade
Conformidade
Padronização
Centralização
Eficiência
Individualidade e criatividade
Diversidade
Descentralização
Eficácia
Especialização
Maximização da riqueza material
Generalização, interdisciplina, holismo
Qualidade de vida conservação
recursos materiais
dos
Ênfase no conteúdo quantitativo
Ênfase na qualidade do resultado
Segurança
Auto-expressão e auto-realização
FONTE: CRAWFORD, Richard. Na era do capital humano.
Recursos humanos que trabalham em bibliotecas universitárias tendem a se movimentarem
repetindo as inseguranças que afligem a instituição como um todo e que se encontra em
fase de redefinição do seu papel social. As mudanças no setor da empregabilidade se
desenvolvem na organização e vale a pena lembrar algumas questões emergentes.
De modo geral, algumas características se delineiam sobre o tema. Para Peter Drucker
(1999, p. 113) um dos primeiros autores a se ocupar do trabalho manual e dos
trabalhadores manuais foi Frederick W. Taylor (1856-1915) responsável pela base dos
ganhos sociais e econômicos do século XX que só teve os seus méritos reconhecidos 20
anos depois sobre o que ele denominou análise de tarefas ou gerenciamento de tarefas e
que posteriormente se denominou administração científica. Taylor dedicou-se ao trabalho
manual de fabricação que foram de algum modo apropriados uma vez que existem
trabalhos de acesso ao conhecimento que requerem conhecimento teórico avançado e que
incluem operações manuais. Entretanto, o grande investimento na sociedade é para
tornar
produtivo o trabalho desse profissional que está em ascensão e que espera-se ser a força de
trabalho mais significativa da sociedade do futuro.
Drucker lembra que inicialmente é preciso fazer-se a pergunta: Qual a tarefa? E não mais
como deve ser feito o trabalho? Defende que o profissional necessita se auto-gerenciar e ter
autonomia para compreender a importância da inovação continuada e do aprendizado
contínuo e conseqüentemente ensino continuado porque nessa realidade a qualidade é a
meta a ser atingida. A ótica da economia entende que este profissional deve ser
8
�reconhecido como ativo e não custo. A qualidade é, portanto, a essência da produção. A
etapa que se segue após a definição de qual a tarefa? É aquela que depende de requisitos
tais como responsabilidade, inovação continuada e ensino e aprendizagem intrínsecos e
constantes.
Em seguida, a avaliação é indispensável para aferir os padrões desejados de qualidade e
produtividade. Para que esses profissionais sejam produtivos devem possuir
meios de
produção. A soma do trabalho do conhecimento ao trabalho manual é inerente ao que Peter
Drucker denomina ser da responsabilidade do tecnólogo, aquele que aplica conhecimento
de alto nível embora haja o grupo que lida com conhecimento, mas com subordinação. É o
caso
dos
técnicos
de
laboratório,
raios-X,
reabilitação,
mecânicos
de
empresas
automobilísticas entre outras categorias que tem funções que exigem vantagem competitiva
regularmente.
Nesse contexto, o trabalho precisa ser organizado como parte de um sistema onde o
profissional tem que desenvolver o censo de gerenciar a si mesmo, para permanentemente
fazer a revisão das suas contribuições fut uras, preservando o seu papel ativo nas
organizações.
Robert Wong (2001) reconhece a necessidade do profissional de se inserir no contexto e
sugere certos cuidados: auto-conhecimento, investir em si próprio, visualizar de forma
abrangente, ter objetivos claros, estar motivado para o trabalho, manter relações interpessoais, tornar-se indispensável na organização.
Os recentes trabalhos no campo da Inteligência Competitiva consideram que o patrimônio
intelectual da organização é formado pelas tecnologias, por conhecimentos de mercado
provenientes dos clientes e fornecedores e dos conhecimentos decorrentes da própria
organização tais como as normas, padrões e procedimentos. Assim, o capital intelectual ou
ativos intangíveis de uma organização é representado pelo talento dos seus profissionais da
competência dos seus sistemas gerenciais e da relação com os clientes. Isto é importante
tanto para o indivíduo quanto para a organização. Deste modo, o novo profissional que
atua no campo da informação assume um novo papel social na organização.
9
�Klein (1998) admite que o capital intelectual sempre existiu, mas é na sociedade da
informação que passa a ter relevância. Ele está difuso no banco de dados da organização,
nas metodologias utilizadas, no domínio das tecnologias, no refinamento dos processos
utilizados, em síntese, na produção das mentes das pessoas. É o ser humano quem
transforma a informação em conhecimento porque é o ser humano que tem a capacidade de
sentir, criar e desenvolver relações interpessoais.
O conhecimento existente em uma organização é de natureza tácita e explícita e se
somados e estimulados podem crescer na organização. Segundo Vera L. M. Lellis (p 4):
A empresa utiliza o que as pessoas sabem, um número maior de
pessoas sabe coisas úteis para a organização e compartilham este
conhecimento; quando as pessoas são liberadas de tarefas
mecânicas, do trabalho burocrático e competições internas.
Para a autora, conhecimento tácito é o conhecimento pessoal, de experiências e habilidades
acumuladas em cada indivíduo, sendo difícil de ser formalizado e socializado. Algumas
práticas estimulam a sua disseminação como facilitação do acesso a especialistas,
promoção de encontros entre pessoas, formação de equipes multidisciplinares e de redes
virtuais e estimulo a redes informais. A transformação do conhecimento tácito em explícito
é o grande desafio das organizações. Conhecimento explícito é aquele conhecimento
transmitido
comunicação
em
linguagem
permitem
a
formal,
circulação
sistematizado
da
e
informação
codificado.
mediante
Alguns
canais
meios
de
formais,
os
documentos e informais, conversas telefônicas e redes eletrônicas.
Para P. Senge (1997), o perfil do trabalhador do conhecimento é o do indivíduo que testa
as suas experiências e é sensível à aprendizagem, enquanto Stewart(1998) afirma que o
capital intelectual, ou seja, o que é produzido pelo homem é insubstituível em uma
organização.
Partindo desse princípio, evidencia-se um perfil do profissional de informação de grande
representatividade que vai além da sua função de simples mediador entre acervos e
usuário. Ele também é produtor de conhecimentos.
10
�O fato do profissional da informação fazer parte do capital intelectual da universidade
revela uma situação privilegiada por estar a instituição voltada para a educação, atenta ao
ensino e aprendizagem e, além disto, a pesquisa que permite o aprofundamento de
conhecimentos de modo contínuo. Por outro lado, cabe ao profissional que atua na
biblioteca manter serviços de informação pela necessidade de ter estoques de informação
bem organizados considerando que o registro em alguns suportes garante a sua
permanência. O bibliotecário tem a formação enriquecida pela bagagem histórica das
técnicas, procedimentos, ferramentas oriundas da Biblioteconomia que se somam às novas
tecnologias e uso de ferramentas que são fundamentais no trato da informação.
Valentim(2002 p.151) faz uma precisa avaliação do profissional que atua no campo da
informação no Brasil e defende a observância das competências e habilidades necessárias a
esse profissional em consonância com a sua inserção geográfica e as demandas sociais
existentes. Considerando que as tecnologias da informação, as telecomunicações e a
informação modificam a sociedade e assim sendo, o profissional deve acompanhar
naturalmente essas mudanças.
A autora (2002, p 121), afirma que no Brasil existem cerca de 22 mil pessoas atuando na
área de informação nos setores públicos, privado, associativo e autônomo. Entre os fatores
que influenciam a obtenção de emprego estão: ter experiência profissional (tecnológica e
científica); saber utilizar tecnologias de informação; ter domínio de pelo menos uma
língua, o inglês; ter domínio de web e de ferramentas para a conectividade . A maioria
trabalha em regiões metropolitanas do país, sendo São Paulo o maior mercado de trabalho.
A atualização profissional se faz através de cursos de extensão, especialização, mestrado e
doutorado.
A formação do profissional da informação
se apoia nas competências, habilidades,
procedimentos e paradigmas que levam a uma nova abordagem de ensino e aprendizagem.
Deve-se discutir os currículos de forma continuada adequando-os às regulares mudanças
que ocorrem na sociedade. O profissional da informação do futuro precisa interagir
socialmente para compreender e contribuir para melhorar o seu papel profissional no
mundo que o cerca. A realidade mostra que muitos motivos influenciam as carências
estruturais para se atingir um ensino desejado e de qualidade. Além das razões físicas,
11
�muitas outras atingem o desempenho profissional desse trabalhador que se deseja serem
cada vez mais minimizadas.
Os antigos preceitos da Biblioteconomia permanecem nas bibliotecas e principalmente o
bibliotecário continua a manter a sua preocupação com a seleção, armazenagem,
organização de fontes obedecendo a thesaurus, linguagem controlada, descarte de obras,
em suma, a organização do acervo. Contudo, há um setor da biblioteca que vem
se
expandindo mais intensamente: a disseminação. A necessidade de manter os links
ajustados a buscar bancos de dados, a privilegiar o acesso à informação em detrimento da
armazenagem do documento estabeleceu novos contornos para a biblioteca que passou a
não ter paredes, ou seja, limites.
O profissional da informação, inclusive o bibliotecário, deve ser o mediador entre o acervo
passivo e o usuário. O papel do profissional da informação é de muita importância porque
ele lida com questões especiais exigidas pela organização da documentação, a utilização
das técnicas que muitas vezes são redutoras e esse processo redutor afeta a linguagem
natural. Entretanto, no processo eletrônico, outras linguagens hipermídia influenciam
positivamente a assimilação da informação.
Para Gilberto Dimenstein,(2000) em recente pesquisa com a assessoria do Professor José
Pastore realizada durante três meses, entrevistou pessoas que trabalham em cargos de
relevância em empresas, unidades de ensino e mídia com o objetivo de captar a visão desse
segmento formador de opinião no que tange a participação de um trabalhador em uma
sociedade competitiva. Os resultados obtidos, levam-no a considerar que nessa sociedade
não é mais a máquina que impõe o modelo, más os valores intrínsecos ao ser humano, a
criatividade e o desejo da descoberta. As resposta da pesquisa mostram que nunca deve-se
parar de aprender; ter clara visão do que espera de você mesmo; maturidade para
comandar; ser ético, honesto e idôneo; saber se adaptar,, ser flexível; ter estabilidade
emocional e confiança; ter capacidade analítica para resolver problemas. Na nova visão,,
pelo viés econômico sobre as questões de empregabilidade, emergem a mudança de
emprego como fator de flexibilidade e o talento. Torna-se evidente que o profissional deve
ser coerente consigo mesmo entendendo que a relação é de troca, quando empresta sua
competência à organização.
12
�Nessa sociedade, o acesso à informação reforça a importância dos processos de
comunicação que promovem a articulação rápida e precisa entre fontes de informação e
usuário. Nessa realidade, que busca a qualidade de vida, eficiência econômica, acesso à
cidadania e respeito ao meio ambiente, o profissional da informação especialmente o que
atua na biblioteca universitária tem um papel relevante: cabe a ele disponibilizar
informações considerando as constantes mudanças político-econômica-cultural.
13
�Bibliografia
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15
�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
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Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Recursos humanos e qualidade de vida em bibliotecas universitárias: o profissional do futuro.
Creator
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Carvalho, Kátia de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Destaca o papel do profissional da informação que atua na biblioteca, responsável pela organização, disseminação e uso de acervos
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
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9c263cb27b807d00c812659bba810816
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1
GESTÃO DE CONSERVAÇÃO PREVENTIVA NO CONTEXTO DA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA DA UFMG: ACÕES EXTENSIONISTAS VIA INTERAÇÃO COM
A EMPRESA ATLAN SERVIÇOS, VISANDO A QUALIFICAÇÃO DE SEUS
FUNCIONÁRIOS.
Júlia Gonçalves da Silveira
Mestre em Ciência da Informação pela UFMG
Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas
Gerais – ECI/UFMG
Av. Antônio Carlos, 6627 – Campus Pampulha
31.270-901 – Belo Horizonte – MG – Brasil
E-mail: juliags@eci.ufmg.br
Marlene de Fátima Vieira Lopes
Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Minas Gerais –
BU/UFMG
Av. Antônio Carlos, 6627 – Campus Pampulha
31.270-901 – Belo Horizonte – MG - Brasil
E-mail: mlopes@bu.ufmg.br
RESUMO
Aborda a problemática referente a área de conservação preventiva em bibliotecas
universitárias nacionais e internacionais, destacando situação vivenciada pelas
bibliotecas brasileiras,
retratada na literatura técnico-científica analisada. Apresenta
histórico e detalha o processo de planejamento e de inserção de programa de
atividades de treinamento, implantado na UFMG,
visando a qualificação de
funcionários da empresa Atlan, prestadora de serviços de limpeza no contexto desta
Instituição e de suas bibliotecas. Inclui resultados da avaliação dos serviços de limpeza
prestados, baseada em opiniões emitidas pelos bibliotecários-chefes das bibliotecas
setoriais envolvidas. Insere recomendações e sugestões para aperfeiçoamento do
programa.
�2
1 INTRODUÇÃO
Entre temas abordados constantemente na literatura biblioteconômica,
acervos”
“preservação de
tem alcançado destaque progressivo tanto em âmbito internacional quanto nacional.
Evidenciam-se inúmeras iniciativas registradas pela produção técnico-científica da área e
interdisciplinares ressaltando, neste caso,
publicações dos campos de Biblioteconomia,
Arquivologia e Museologia, que denotam preocupações de órgãos, de instituições e empresas,
de comissões, de pessoas e da sociedade de modo amplo, com a preservação do conhecimento
mundial. Contido em suportes diversificados e armazenados em ambientes, às vezes
inadequados ao acondicionamento ideal, os materiais bibliográficos e não bibliográficos
registram, em última análise, a produção técnico-científica e cultural da humanidade. Daí a
importância da conscientização, do domínio de áreas do conhecimento pertinentes ao tema
preservação e conservação de registros bibliográficos e não bibliográficos, culminando em
esforço coletivo para evitar processos de deterioração e de destruição destes.
A conservação preventiva, aspecto integrante da área mais abrangente “preservação de
acervos”, restringe-se às ações e procedimentos adotados visando a evitar deterioração dos
materiais ou a deter danos existentes, responsabilidade que deve ser compartilhada pela
comunidade acadêmica e externa: bibliotecários, usuários, autoridades universitárias e outros
interessados. (KENNEDY, 1987:41).
As ações inerentes a preservação de acervos envolvem adoção de medidas preventivas e
curativas. As medidas preventivas visam a evitar a destruição ou a retardar a degradação física
das coleções. Elas se apresentam sob os seguintes aspectos: medidas de controle das condições
ambientais, incluindo controle da temperatura e da umidade, de luminosidade, das condições
de armazenagem e de eliminação de poluentes, limpeza rigorosa de livros, de outros materiais
constitutivos dos acervos, de prateleiras e demais mobiliários; transferência de documentos
para um outro suporte (microformas, fac-símiles, etc.); treinamento do pessoal da biblioteca e
dos usuários; sensibilização dos administradores das bibliotecas, dos governantes, da indústria
�3
de papéis e dos editores para o fenômeno de deterioração das coleções (nível mais político).
As medidas curativas caracterizam-se em intervenções diretas sobre os documentos e suportes
dos materiais, destinadas a reparar os danos causados nas coleções, a fim de eliminar
processos de deterioração.
A necessidade de conservar as coleções adquiridas é evidente. Reconhecida como função
administrativa, a preservação de acervos, muitas vezes é relegada a segundo plano por
dirigentes e até mesmo por profissionais técnicos responsáveis por acervos. No contexto geral,
e especialmente no universitário,
parece merecer atenção especial, na maioria das
circunstâncias observadas, daquelas instituições possuidoras de obras raras ou antigas e de
outras coleções consideradas especiais.
CUNHA, citado por KREMER et al (1992:138) constata que as condições gerais de
preservação na maioria das bibliotecas não satisfazem, devido aos seguintes fatores:
degradação química dos materiais, do uso intenso, do armazenamento inadequado e da ação
das condições ambientais desfavoráveis. As medidas de preservação incluem, portanto,
procedimentos
que
objetivam
prevenir
danos
através
de
controle
ambiental,
limpeza,
armazenamento e manuseio adequados e de intensificação da segurança. “... Constituem um
contínuo de ações e devem fazer parte integrante da vida da biblioteca, envolvendo todos os
funcionários a cada dia do ano [...] é imprescindível, também, que se faça um trabalho de
conscientização junto a todos os que lidam com registros, para que conheçam a sua parcela de
responsabilidade.” (KREMER et al: 139). Ainda segundo os autores deste artigo, observa-se,
nas últimas décadas, “uma atitude mais científica em relação a esse aspecto administrativo”,
opinião que parece também compartilhada por NASSIF (1992:11) ao afirmar que “de uns anos
para cá, a preservação de acervos tem merecido a atenção de vários estudiosos”, o que
certamente tem contribuído para formação de corpo teórico e prático, convergindo para
formulação de recomendações de “...métodos viáveis de tratamento preventivo em larga escala
não só de materiais bibliográficos, mas também de materiais não convencionais”.
�4
A Unesco, em finais da década de 80, atendendo pedido do Conselho Internacional de
Arquivos e da International Federation of Library Association – IFLA, coletou dados para
subsidiar evento sobre conservação, envolvendo avaliação do patrimônio literário mundial. Os
dados revelaram que os problemas nessa área são grandes e que os recursos investidos são
mínimos. Se a situação apresentada anteriormente acontece nos países desenvolvidos, é de se
supor que nos países ditos subdesenvolvidos a realidade tende a se agravar, principalmente em
regiões tropicais, devido às características ambientais destas, onde predominam
temperaturas
e umidade relativa do ar altas. Nestas, prevalecem as condições ideais para proliferação de
insetos, roedores e de microorganismos que de algum modo ou de outro afetam os materiais
bibliográficos e não bibliográficos.
Constituem objetivos essenciais deste trabalho:
q
registrar algumas das iniciativas e ações empreendidas pela Biblioteca Universitária da
UFMG, especificamente no aspecto relativo a limpeza rotineira dos ambientes e dos
acervos armazenados nos recintos das bibliotecas setoriais;
q
detectar deficiências, identificar problemas atuais relacionados com a preservação e
conservação preventiva de materiais;
q
destacar
ação
extensionista
educativa
empreendida
pela
Biblioteca
Universitária
interferindo na qualificação dos funcionários da empresa Atlan;
q
verificar opinião dos bibliotecários e dos instrutores de cursos ministrados para pessoal
encarregado da limpeza sobre aspectos positivos e negativos observados, considerando
realidade vivenciada nas bibliotecas;
q
apresentar
sugestões
visando
embasar
aprimoramento
de
programas
e
políticas
direcionados à área de conservação preventiva.
2
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DA UFMG VERSUS CONSERVAÇÃO
PREVENTIVA
Órgão suplementar na estrutura organizacional da UFMG, a Biblioteca Universitária é
integrada por 27 bibliotecas setoriais,
englobando seu acervo atual, um total de 473.593
títulos e 703.337 exemplares de livros, teses, monografias e similares, conforme dados
�5
apresentados pelo Boletim Informativo da UFMG, publicado em 30 de maio do ano em curso.
Além deste acervo denominado bibliográfico, acrescido pelas coleções de publicações
periódicas (em papel), as bibliotecas da UFMG possuem outros acervos significativos
registrados em suportes constituídos de materiais diversos, originários de vegetais e de
minerais, sujeitos a transformações químicas e que sabe-se necessitar, portanto, de cuidados
especiais, caso queira prolongar seu tempo de vida útil.
Na UFMG a localização física das bibliotecas é dispersa, estando estas integradas aos prédios
das diversas unidades acadêmicas às quais se vinculam administrativamente. À Biblioteca
Universitária compete, em sua condição de coordenadora técnica de sua rede de bibliotecas,
estar atenta aos problemas que colocam em risco a integridade de seu acervo. Interferindo e
orientando no âmbito do contexto acadêmico, e junto aos prestadores de serviços terceirizados
sobre medidas preventivas e corretivas, assim como sobre providências adequadas a adotar,
nos casos de constatação de condições que influenciam negativamente e que, portanto,
ameaçam a integridade física do patrimônio bibliográfico e especial da Instituição, estará
exercendo seu papel de co-responsável pela conservação e preservação do patrimônio
Institucional.
Analisando historicamente a questão de conservação preventiva no contexto da UFMG,
constata-se que sempre existiram iniciativas e ações isoladas, praticadas pelo conjunto das
bibliotecas setoriais, sem que possam, entretanto, caracterizá-las como itens constantes de um
programa ou de planejamento coletivo propriamente dito. As dificuldades de adoção de
procedimentos padronizados não apenas na área de preservação de acervos como em outras já
observadas, parecem profundamente vinculadas à estrutura organizacional desses setores,
mencionada
anteriormente.
dependentes
das
Universitária,
as
Sendo
unidades
dificuldades
as
bibliotecas
acadêmicas,
e
prevalecentes
setoriais
tecnicamente
no
contexto
subsistemas,
hierarquicamente
subordinados
desta
já
última,
à
Biblioteca
originam-se
provavelmente da não detenção de orçamento suficiente nem tampouco de autonomia para
gerir todas as áreas ou aspectos de interesse e ou da alçada das bibliotecas. Entretanto, essa
�6
situação conflituosa pode ser amenizada, com a intervenção política e educativa da Biblioteca
Universitária, idealizando e monitorando seu universo de abrangência técnica, sensibilizando
órgãos colegiados e de deliberação da Universidade, e a comunidade universitária de modo
geral. Compete também à Biblioteca Universitária sensibilizar e orientar outras pessoas de seu
quadro ou não, envolvidas com manipulação, uso e manutenção dos acervos Institucionais.
Documentos impressos e eletrônicos registram ações de gestores da Biblioteca Universitária
da UFMG nos últimos dez anos, confirmando existência de preocupação crescente com as
questões relativas a conservação preventiva. Nos relatórios de atividades anuais desta
Biblioteca, destacam-se iniciativas diversificadas, incluindo adesão de gestores a comissões
envolvidas com estudos, programas e outras atividades alusivas a acervos e coleções,
exposições (de obras mutiladas, de obras raras e preciosas) e campanhas, impressão e
divulgação de folders, cartazes e marcadores de livros relativos ao tema, elaboração e
execução de
projetos, entre outras ações empreendidas. No elenco de propostas de áreas a
priorizar pela diretoria da Biblioteca Universitária, 1998-2000, o item “Conservação de
Acervos” recebeu destaque especial, sendo respaldado pelas chefias das bibliotecas setoriais e
das divisões técnicas desta Biblioteca, durante seminário interno realizado visando a
elaboração do plano estratégico consensual a ser aplicado ao Sistema de Bibliotecas. Entre
ações planejadas e implementadas durante a gestão anteriormente citada, ressaltam-se ainda as
seguintes atividades: integração do diretor da Biblioteca Universitária na Comissão “Política
de Acervos da UFMG” e sua participação em equipe multidisciplinar visando a elaboração do
projeto “Inventário de Acervos da UFMG”,
que constou entre outros subprojetos o de
“Conservação Preventiva do Acervo Cultural da UFMG – Gerenciamento e Monitoramento de
Condições Ambientais.”
Considerando recurso financeiro parcial liberado pela Fundação de
Desenvolvimento da Pesquisa – FUNDEP para execução deste projeto, viabilizou-se, durante
primeira fase, realização do inventário de acervos da UFMG, abrangendo coleções
bibliográficas e de materiais de arquivo, assim como tratamento técnico e conseqüente
melhoria das condições de acondicionamento de obras constantes de algumas coleções
especiais (Acervo “Curt Lange” e Coleção “Paula Lima”). A Comissão de Política de Acervos
da UFMG, concluindo a primeira fase de trabalhos, encaminhou à Reitoria desta Instituição
documento contendo recomendações consensuais de seus integrantes que contemplam, entre
�7
outros itens abordados, aspectos relativos a segurança, conservação preventiva e adequação
dos prédios que abrigam coleções bibliográficas e especiais, destacando acervos arquivísticos.
Tendo em vista objetivos ressaltados neste trabalho, cabe agora relatar o esforço da Biblioteca
Universitária, no sentido de oficializar e interferir de maneira mais abrangente nos
serviços e
processos até então adotados para limpeza dos ambientes, dos mobiliários, de equipamentos e
de acervos da Biblioteca Universitária, extensivo obviamente ao conjunto de bibliotecas. Em
finais de 1998, a Universidade informou estar abrindo nova concorrência para prestação de
serviços de limpeza e conservação. Uma das iniciativas primeiras da Divisão de Serviços
Gerais – DSG desta Instituição foi ouvir expectativas das diretorias e da comunidade
universitária de modo amplo em relação à área mencionada, através de contatos telefônicos e
de entrevistas. Aproveitando essa oportunidade, a diretoria da Biblioteca Universitária, redigiu
e repassou documento caracterizando as bibliotecas como setores que mereceriam tratamento
especial, em decorrência de características inerentes aos materiais que abrigam, ressaltando
entre estas, preciosidade, valor e vulnerabilidade. Em 1999, foi acrescentado ao Contrato1
firmado entre empresa prestadora de serviços de limpeza, de manutenção de prédios e de
arruamento e UFMG, cláusulas que detalhavam
relativos a limpeza de suas bibliotecas.
rotinas e procedimentos mais adequados
Como inovação maior, incluiu-se cláusula prevendo a
realização de cursos regulares para os funcionários dessa empresa, os quais deveriam ser
ministrados por bibliotecários ou outros profissionais qualificados na área de conservação e
preservação de acervos. Procurou-se ainda, através da oportunidade desse novo contrato,
inserir cláusulas que garantissem lotação de funcionários alfabetizados, ao cuidar dos acervos.
Dessa forma, estariam minimizados problemas detectados com freqüência nesta Instituição,
relacionados a guarda ou recolocação de materiais em ordens indevidas, dificultando e até
mesmo inviabilizando localização de documentos.
1
Contrato no 022/99 que firmam a Universidade Federal de Minas Gerais e a empresa Atlan Serviços Ltda. para
prestação de serviços de limpeza e conservação.
�8
3
AÇÃO EXTENSIONISTA/EDUCATIVA PRESTADA VIA PARCERIA
Pelo terceiro ano consecutivo, a Biblioteca Universitária vem realizando o curso de
treinamento
intitulado
“Manutenção
e
Conservação
em
Bibliotecas”.
Idealizado
especificamente para ser ministrado aos funcionários da empresa Atlan Serviços Ltda.,
vencedora do processo de licitação que objetivava contratação dos serviços terceirizados de
limpeza, manutenção de prédios e arruamento da UFMG, este curso destaca como objetivos
principais “treinar funcionários que prestam serviços de limpeza e de manutenção de acervos
nas bibliotecas da UFMG, visando a capacitação adequada dos mesmos na adoção de
procedimentos que garantam a conservação preventiva das coleções e “capacitar funcionários
que prestam serviços de limpeza e de manutenção de acervos nas bibliotecas da UFMG para
entendimento dos objetivos institucionais, de alguns conceitos básicos relacionados a sua área
de atuação e da organização sistemática das coleções”. Sua ementa prevê abordagem dos
seguintes tópicos:
q
Apresentação do Sistema de Bibliotecas da UFMG: objetivos, missão;
q
A biblioteca: conceituação, tipologia e serviços;
q
Instalação de bibliotecas : prédios, móveis e equipamentos;
q
Tipos de materiais constitutivos dos acervos: organização
q
Limpeza e conservação: equipamentos, técnicas, produtos e materiais;
q
Visita à Biblioteca;
q
Práticas de limpeza e de manutenção das estantes
A carga horária deste curso é atualmente de dezesseis horas, estando o tempo compartilhado
entre aulas teóricas e práticas.
4 METODOLOGIA ADOTADA PARA COLETA DE DADOS E DE INFORMAÇÕES
�9
O
instrumento
utilizado para identificar opiniões dos bibliotecários responsáveis pelas
bibliotecas setoriais e pela Divisão de Planejamento e Divulgação da Biblioteca Universitária2 ,
acerca da limpeza prestada no contexto dos setores sob suas coordenações foi um questionário,
cujo roteiro abordava as seguintes questões: identificação de responsabilidade pelos serviços
de limpeza prestados; identificação de pontos positivos e negativos intervenientes nos serviços
de limpeza, tendo em mente a necessidade de se prolongar vida útil dos livros, dos periódicos
e de outros materiais componentes do acervo das bibliotecas; identificação de pontos positivos
e negativos intervenientes na limpeza do ambiente físico das bibliotecas (pisos), assim como
em mobiliários e equipamentos; identificação de materiais e de equipamentos utilizados no
processo de limpeza das bibliotecas e de seus acervos e coleções; identificação de funcionários
envolvidos com processos de limpeza; certificação sobre conhecimento ou desconhecimento
por parte dos bibliotecários responsáveis acerca do conteúdo das cláusulas contidas no
Contrato firmado entre empresa Atlan, prestadora dos serviços de limpeza e UFMG.
Utilizou-se ainda, como instrumento para coleta de dados, um questionário que fora aplicado
aos funcionários da empresa Atlan, por ocasião da avaliação do treinamento ministrado aos
referidos, atividade esta, sob responsabilidade e coordenação da Biblioteca Universitária da
UFMG, bem como considerações emitidas por um dos instrutores deste mencionado
treinamento.
O conjunto das informações coletadas, através das respostas ou dos conteúdos registrados nos
três
documentos:
questionário
aplicado
às
chefias,
itens
constantes
treinamento e relatório elaborado pelo instrutor deste curso, subsidiará
da
avaliação
do
esclarecimentos de
questões desconhecidas, problemáticas ou polêmicas sobre limpeza das bibliotecas e de seus
acervos. Na apresentação dos resultados , estabeleceremos paralelos entre opiniões emitidas
pelas três categorias envolvidas, anteriormente discriminadas. A incidência maior de temas
considerados polêmicos e problemáticos, obviamente merecerão maior atenção por parte dos
2
Divisão responsável pelas coleções especiais da Biblioteca Universitária (Obras Raras, Memó ria Intelectual da
UFMG, entre outras).
�10
gestores das bibliotecas e de outros setores responsáveis por acervos, bem como da empresa
visando adequação e aprimoramento dos serviços prestados à expectativa registrada no
contrato firmado entre UFMG e empresa Atlan.
Quanto aos questionários dirigidos aos responsáveis pelas bibliotecas e pelas coleções
especiais, totalizando 27 unidades, obteve-se retorno de 15 respondentes. O que corresponde a
percentual de 55,55%. Embora o índice de retorno não seja ideal, em termos de percentuais
estatísticos esperados e recomendados, consideramos bastante válida
apresentação e discussão
dos resultados alcançados, pois as opiniões e informações registradas dão uma visão
abrangente do que tem acontecido no contexto dessas bibliotecas. Certamente o elenco de
informações apresentadas poderão não apenas vislumbrar panorama atual sobre serviços de
limpeza nesses setores, mas principalmente fornecer subsídios para o alcance dos objetivos
definidos neste trabalho, notadamente no que diz respeito a auxiliar a Instituição na busca de
soluções aos problemas detectados, assim como em ações inerentes às exigências de
cumprimento do Contrato firmado. Em apenas uma das bibliotecas respondentes a Atlan não
presta os serviços de limpeza.
5
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DAS OPINIÕES COLETADAS
Analisando avaliações feitas pelos funcionários da empresa Atlan, relativas aos últimos cursos
ministrados, registradas no tópico encaminhamento de “sugestões”, constatam-se que algumas
das cláusulas constantes do Contrato não estão sendo cumpridas a contento. Várias das
sugestões apresentadas não estariam sendo explicitadas ou demandas pelos próprios
funcionários da empresa, caso as atividades ou rotinas estivessem sendo executadas conforme
texto do Contrato e das recomendações constantes dos anexos deste.
A título de exemplo, transcrevemos, a seguir, itens que receberam incidência maior,
considerando o conjunto de avaliações entregues por 37 funcionários participantes dos cursos,
�11
bem como trechos do Contrato onde estão prescritos procedimentos relacionados ao tema,
objeto de discussão:
Sugestões apresentadas pelos funcionários da empresa:
“ ...minha sugestão é o seguinte arrumar um aspirador menor, e mais leve. Máscaras para entrar na Biblioteca,
tampão para os ouvidos para evitar barulhos do aspirador. Acompanhamento de um funcionário no Setor;”
“ se possível um aspirador menor[...] melhorar o aspirador, pois o barulho é horrível. Ter bons equipamentos
para proteger nossa saúde. Ter um acompanhamento de um funcionário do setor”;
“Acho que devemos usar sempre que formos aspirar, luvas máscara, avental [...]acredito que sempre que formos
limpar é importante que teji (sic) um instrutor do local”.
“deve ter os material (sic) adequado para fazer a limpesa (sic) dos livros. Devemos muito cuidado com os livros
porque ele (sic) muito importanti (sic)”;
“Sugiro que a empresa forneça outros cursos para que sua equipe fique mais apita (sic) ao ambiente onde estará
execultando (sic) a sua função para aver (sic) mais perfeição, e tambem (sic) material adquo (sic) ao serviço”;
“Devemos ter o material serto (sic) para a limpesa (sic) adequada. Aspiradores de pó, etc.”;
“trabalhar com proteção, como máscara, luvas, etc. – equipamento adequado [...] ter aspirador em cada
unidade. Ter sempre cursos para atualiza (sic)”;
“Acho que tudo foi muito bem explicado, mas acho que não é toda hora que se pode usar o aspirador. Não temos
todo o material para uso da (sic) Biblioteca, como máscara”;
“deve ter os materiais certos, como a mascara (sic), luvas aspirador flanelas”;
“gostaria que a firma (ATLAN), desse-nos mais condições (maquinário) para que o serviço possa ser bem
executado”;
“ para fazer uma limpeza boa, que deve, é necessario (sic) os materiais. Não só o aspirador, flanela, etc. mas
também material para os funcionarios (sic) se protegerem, como luva, mascara (sic) e um aparelho para
proteger o barulho do aspirador”.
Conforme Cláusula Segunda,
Parágrafo Quinto, item I, do Contrato nº
deveria “fornecer saneantes domissanitários,
materiais,
022/99, a firma
equipamentos, ferramentas e
utensílios necessários para a perfeita execução dos serviços de limpeza, conservação dos
prédios (áreas internas e externas), de arruamento e demais atividades correlatas.”
As deficiências relativas a materiais e equipamentos, impecilhos para limpeza adequada de
bibliotecas e de seus acervos também foram destacadas pelas chefias. Nos depoimentos
�12
prestados, percebem-se reclamações referentes a quantidade insuficiente de aspiradores,
obsolescência destes e de outros equipamentos, inexistência de materiais e de outros utensílios
recomendados pela literatura da área de conservação preventiva. Ainda com relação aos
aspiradores disponibilizados pela Empresa, constataram-se os seguintes problemas: excesso de
barulho durante expediente normal das bibliotecas, potência excessiva em relação a
vulnerabilidade de materiais aspirados. Analisando recomendações expressas pela Contratante
neste sentido, constata-se que cuidados relacionados a esses aspectos não estão sendo
observados, segundo o texto integrante de “Especificidades da Biblioteca Universitária” que
recomenda."Há necessidade de aspiradores de pó domésticos (mais delicados), que deverão
ser utilizados na limpeza dos acervos bibliográficos. Estes equipamentos não podem ser
possantes que provoquem estragos nos livros e revistas, nem muito barulhentos que
comprometam a tranqüilidade necessária aos ambientes de estudo.”
Deficiências relacionadas ao quantitativo de pessoal destinado para limpeza de bibliotecas e
dos acervos foram mencionadas por 70,30% dos funcionários participantes do treinamento.
Opinião coincidente com expressões registradas no item relativo a pontos negativos
percebidos também pelos bibliotecários, entre eles prevaleciam queixas sobre número
reduzido de pessoal, inadequação no processo de redistribuição de áreas por funcionários,
irregularidade nos prazos estabelecidos para limpeza mais profunda dos acervos.
Analisando o Anexo integrante do Contrato, onde encontram-se especificadas tarefas e
freqüência recomendadas pela Contratante, verifica-se que o item 39 determina “proceder a
limpeza adequada nos acervos armazenados na Biblioteca (onde houver), independentemente
de seu suporte bibliográfico, exemplo: acervos de fitas cassete, video-fitas, cd-roms, discos,
quadros artísticos, mapas, etc.”, bimestralmente.
Na Cláusula Segunda, Parágrafo Terceiro,
alínea b, define-se que a empresa deve garantir número suficiente de pessoal para execução de
limpeza e conservação diária. Compromisso este reafirmado no Parágrafo Quinto, que diz
“...bem como prever toda a mão-de-obra necessária para garantir a operação dos serviços,
nos regimes contratados...” Realidade que parece não estar acontecendo, considerando índice
�13
de registros de problemas relatados tanto pelas chefias quanto pelos funcionários da própria
empresa relativos a carência de pessoal para execução da diversidade das tarefas, grandes
áreas sob responsabilidade de apenas um funcionário, tamanho do acervo da UFMG
(atualmente perfazendo total aproximado de 700.000 exemplares de livros, desconsiderando
demais não bibliográficos existentes) em relação ao número de funcionários capacitados e
disponibilizados para realização do elenco de
atividades inerentes a limpeza. Outro aspecto
merecedor de alto índice de citações como problemático, refere-se a descontinuidade de
trabalhos
em
andamento,
constantemente
sujeitos
a
interrupções,
conseqüência
de
deslocamentos de funcionários da limpeza para outros setores ou atividades.
A prática indevida de utilização de panos úmidos para limpeza de acervos foi
bastante
mencionada. Pode-se observar, nos depoimentos de funcionários e de chefias de bibliotecas,
inclusive contradições em relação ao que fora recomendado durante o treinamento e
orientações provenientes de supervisores da empresa Atlan. O que pode ser comprovado no
texto, a seguir, registrado na resposta fornecida por chefia de uma biblioteca setorial: “...a
respeito da supervisão da limpeza, observei, desta vez que vieram limpar o nosso acervo, que
a moça utilizava PANO ÚMIDO para limpar as prateleiras, recolocando os livros no lugar
sem secá-lo antes com o pano seco. Perguntei a ela se quem deu o curso sobre limpeza nos
acervos ensinou aquilo. ELA DISSE QUE NÃO E QUE ERA ORIENTAÇÃO DA
SUPERVISORA DELAS. Portanto, apesar do curso dado para o pessoal da Atlan, está
havendo descumprimento na maneira correta de se fazer as coisas.”
Estas e outras observações acerca de procedimentos inadequados aos processos de limpeza
que vêm sendo prestados ao Sistema de Bibliotecas da UFMG, merecem atenção especial das
direções das bibliotecas setoriais e, especialmente da Biblioteca Universitária, culminando
com a formulação de uma política de preservação e manutenção dos acervos Institucionais.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
�14
O diagnóstico parcial ora apresentado poderá subsidiar a Biblioteca Universitária em projetos
de avaliação e reestruturação das atividades específicas de limpeza rotineira dos ambientes
físicos das bibliotecas e de coleções abrigadas em seus recintos.
Recomenda-se que a Biblioteca Universitária realize diagnóstico mais abrangente e detalhado,
visando ao conhecimento pleno da realidade atual, interferente em aspectos que possam estar
prejudicando preservação de seus diversificados acervos, sujeitos a vários fatores que os
desgastam naturalmente. Entre estes, o uso intenso, associado à má qualidade dos papéis e de
outros suportes, geralmente agravado pelo manuseio e armazenagem inadequados.
A literatura da área revista para realização deste trabalho mostrou que programas preventivos
requerem informações atualizadas e setorizadas, culminando no diagnóstico do estado físico
das coleções, das inadequações dos prédios e das condições ambientais.
Sugere-se que os estudos para conhecimento desta realidade no Sistema de Bibliotecas da
UFMG sejam elaborados em parceria com a Escola de Ciência da Informação desta
Universidade, que poderá utilizar tanto para planejamento da pesquisa quanto para coleta de
dados propriamente dita, potencial constituído por professores e alunos envolvidos com a
disciplina “Formação, Desenvolvimento e Preservação de Acervos”, bibliotecário atuante no
Laboratório de Preservação de Acervos –LPA e outros profissionais lotados no Sistema de
Bibliotecas, que têm demonstrado interesse e se qualificado nessa área. Alunos sensibilizados
e/ou integrantes de equipes de pesquisa (bolsistas de iniciação científica e mestrandos) em
assuntos pertinentes ao tema preservação e conservação de bibliotecas, também constituem
elementos fundamentais para atuarem nos processos de estudo e de avaliação sugeridos.
O documento final, a ser elaborado após conhecimento efetivo, abrangente e atualizado da
realidade, deverá, segundo a literatura especializada consultada, contemplar recomendações
relativas
aos
seguintes
aspectos,
entre
outros:
controle
das
condições
ambientais;
estabelecimento de um programa de reparação e de restauração; treinamento do pessoal da
biblioteca
e de outros funcionários envolvidos com este Setor; sensibilização dos usuários;
�15
estabelecimento de uma política de conservação, explicitando as prioridades e os modos de
conservação para os variados tipos de coleções.
Algumas das ações destacadas pela literatura consultada, que deveriam ser implantadas de
imediato, considerando índice de interferência positiva consensual no contexto da conservação
preventiva, dizem respeito a limpeza diária, armazenamento adequado aos tipos diversificados
de materiais bibliográficos e não bibliográficos, orientações para manuseio correto, promoções
de palestras e de campanhas, reformulação administrativa no que concerne a serviços, tarefas e
funções.
O sucesso do programa preventivo, dependerá, a exemplo de quaisquer programas elaborados
com o propósito de interferir beneficamente em uma determinada realidade constatada
deficitária, de recursos financeiros e humanos que viabilizem implantação e continuidade do
que foi planejado, bem como da conscientização coletiva sobre necessidade óbvia de se
prolongar a vida útil dos documentos, registros da produção técnico-científica e cultural da
humanidade.
Considerando aspecto relativo a conscientização coletiva, comprova-se, através deste trabalho
que a Biblioteca Universitária da UFMG tem procurado sensibilizar e educar grupos internos e
externos envolvidos com a manipulação dos acervos e coleções armazenados nos recintos de
suas bibliotecas. Além da busca de sensibilização e de preparação das equipes envolvidas com
a limpeza de bibliotecas e dos materiais constitutivos de seus acervos, a Biblioteca
Universitária, nesta circunstância da parceria estabelecida com a Atlan, objetivou, além da
garantia de prestação de serviços adequados às bibliotecas setoriais, vistas como setores que
merecem tratamento especial devido ao precioso e vulnerável material que abrigam,
oportunizar qualificação especializada dos servidores dessa empresa, exercendo efetivamente
função educativa extensionista. Finalizando, cabe destacar que a diretoria da Biblioteca
Universitária, o Setor de Serviços Gerais da UFMG e a empresa Atlan receberão cópia deste
documento,
que
poderá,
caso
considerem-no
pertinente,
subsidiar
processos
de
aperfeiçoamento dos serviços específicos de limpeza, prestados no contexto da rede de
bibliotecas desta Instituição.
�16
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECK, I. Manual de conservação de documentos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1985.
35 p.
CUNHA, G. M.; CUNHA, D. G. Library and archives conservation: 1980s and beyond.
Metuchen, N. J. : Scarecrow Press, 1983. v. 1
FEATHER, J. Preservation and the management of library collections. London, The
Library Association, 1991. 122 p.
KENNEDY, M.
L. Conservación de materiales bibliograficos en regiones tropicales. Revista
de la Universidad Autónoma de Yucatán, Mérida, n. 160, p. 41-47, ene./mar. 1987.
KREMER, J. M.; SILVEIRA, J. G. da; CONTI, S. de. Avaliação das condições de
preservação e do estado de conservação da coleção da Biblioteca da Escola de
Biblioteconomia da UFMG. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo
Horizonte, v. 21, n. 1, p. 136-173, jan./jun. 1992.
LUCCAS, L.; SERIPIERRI, D. Conservar para não restaurar: uma proposta para
preservação de documentos em bibliotecas. Brasília: Thesaurus, 1995. 125 p.
NASSIF, M. E. Subsídios para a formulação de políticas de preservação de acervos de
bibliotecas: um estudo de caso. 1992. 130p.
Dissertação (Mestrado em Biblioteconomia) –
Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
OGDEN, S. (Ed.). Armazenagem e manuseio. 2. ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação
Preventiva em Bibliotecas e Arquivos, 2001. 49p.
�
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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A name given to the resource
Gestão de conservação preventiva no contexto da Biblioteca Universitária da UFMG: ações extensionistas via interação com a empresa Atlan Serviços, visando a qualificação de seus funcionários.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silveira, Júlia Gonçalves da
Lopes, Marlene de Fátima Vieira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda a problemática referente a área de conservação preventiva em bibliotecas universitárias nacionais e internacionais
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4079/SNBU2002_070.pdf
bfe6299345cf8f1f07f0ac48b23ea9d9
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INTERNET – BIBLIOTECA – COMUNIDADE ACADÊMICA:
CONHECIMENTOS, USOS E IMPACTOS; PESQUISA COM TRÊS
UNIVERSIDADES (UNESP- UNICAMP - USP)
Autores
José Fernando Modesto da Silva
Neusa Dias de Macedo
Universidade de São Paulo - USP
Escola de Comunicações e Artes - ECA
Departamento de Biblioteconomia e Documentação
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 – Cidade Universitária
CEP: 05508-900 – São Paulo – SP – Brasil
Endereço eletrônico:
fmodesto@usp.br
nedima@ig.com.br
1. Introdução
Estimativas atuais indicam mais de 500 milhões de pessoas formando a comunidade
globalizada que
se
conecta à Internet, a rede das redes, que dilui fronteiras geográficas e
políticas, tornando-se um meio de troca virtual jamais desenvolvido pelo homem até então.
Com um simples clicar no botão do computador, qualquer pessoa acessa informações
ou se comunica com outros parceiros que, localizados em qualquer parte do planeta,
naturalmente estão conectados à rede. Nessas conexões interpessoais, utilizam-se recursos
existentes na Internet, que, entre outras funções de comunicação, permitem envio de
mensagem, conversação em tempo real, ou filiação a grupos de interesse.
Esta capacidade da Internet1 em permitir rápida comunicação entre indivíduos ou
grupos formam colégios invisíveis (agora chamados de “grupos de interesse”), é tida como
1
Internet é aqui compreendida como um sistema de redes sob protocolo TCP/IP
�2
uma revolução neste início de século. É uma inovação comparada ao advento do telefone, que
ampliou a comunicação das pessoas para além da simples vizinhança. Se a telefonia
aproximou as pessoas, independentemente das distâncias, a Internet o fez de modo mais amplo
e motivador.
Enfim, interessa-nos compreender os reflexos de possíveis mudanças ocorridas quando
do uso da Internet, e que estejam beneficiando e/ou causando obstrução no desenvolvimento
contínuo e tecnológico da área de comunicação/informação no meio acadêmico.
È consenso
que as novas tecnologias de automação racionalizam as rotinas das atividades do Sistema de
Informação, agilizando os processos de recuperação e a transferência da informação,
possibilitando o surgimento de recursos inovadores na prestação de serviço.
2. O Estudos da Internet em bibliotecas
Este trabalho é síntese de pesquisa de doutorado explorando o advento da Internet no
ambiente acadêmico, em especial das bibliotecas universitárias. Justifica-se pela ocasião
propícia
para
considerarmos
que
bibliotecas
e
bibliotecários
tradicionalmente
têm
desempenhado um papel de mediadores entre o usuário e a informação; porém, é importante
que o façam também nesta sociedade de informação/conhecimento, em termos mais
dinâmicos.
Avaliar a Internet enquanto facilitadora do acesso à informação e seu impulso na
prestação de serviços em bibliotecas, centros de documentação e outras instituições de
informação, mostra-se, ao mesmo tempo, necessário e instigante para detecção dos impactos
decorrentes de seu uso, tanto do ponto de vista positivo como negativo.
Faz-se necessário, conhecer e compreender os indícios de impulsos obtidos e impactos
da Internet como meio de comunicação e de informação neste universo digital e eletrônico,
algo a corrigir, algo para benefício do usuário. Interpretar causas e efeitos, com a introdução
da Internet no contexto da biblioteca universitária, contribuirá com reflexões na própria
formação do bibliotecário e na reformulação da carreira.
�3
3. Dos Objetivos da Pesquisa
Focada no ambiente acadêmico, tendo como população de estudo a UNICAMP,
UNESP e USP, os objetivos que nortearam o presente trabalho constatou:
1) De forma geral, foi constatado que a Internet
envolve ambientes acadêmicos que
requerem uso de ferramentas dinâmicas de comunicação, informação para desempenho de
atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como formação de recursos humanos.
2) Dos resultados da pesquisa, identificaram-se recursos vários
da Internet em uso comum
das bibliotecas na prestação de serviços aos docentes e pesquisadores.
3) Verificou-se que tanto houve uma série de benefícios, como manifestações de
dificuldades, impactos e até traumas psicológicos, no uso dos recursos da Internet entre os
docentes e também com os bibliotecários.
4. Da Metodologia da Pesquisa
Para demonstração de dados conclusivos de pesquisa, utilizamos para a apresentação
das fases da pesquisa a forma sincrônica sob rubricas, determinando a abreviatura [PB] para
pesquisa nas bibliotecas universitárias , [PD] para a pesquisa com os docentes e [RB] para
a entrevista junto à Biblioteca da Faculdade de Saúde Pública/USP.
Como instrumento de coleta de dados, foram utilizados questionários estruturados [um
para bibliotecários e outro para docentes] e um roteiro de entrevista para estudo
particularizada de biblioteca.
[PB] – O instrumento de pesquisa foi composto por 23 questões, tendo um zoneamento
com base em 6 grandes indicadores: 1) Caracterização do informante; 2) Uso da Internet pela
biblioteca; 3) Equipamentos de informática (hardware/software); 4) Usuários x Direitos ao
uso; 5) Mudanças em desempenho dos recursos humanos decorrentes do uso da Internet; 6)
Formação de opinião. Dos 71 questionários enviados via correio eletrônico, coletaram-se 23
�4
respostas válidas ou 32,4% do universo de pesquisa, considerando-se, pois, representativa a
população de informantes das bibliotecas universitárias.
[PD] – Para obter-se um quadro comparativo de análise sobre a realidade do uso da
Internet
pelas
bibliotecas
docentes/pesquisadores
universitárias,
coletaram-se informações indicativas junto aos
a partir de um questionário composto de 16 questões, tendo um
zoneamento com base em
quatro grandes indicadores: 1) Caracterização dos informantes; 2)
Relação com a Internet; 3) Relação com a biblioteca; e 4) Formação de opinião. Dos
questionários remetidos via correio eletrônico a 193 docentes, retornaram 42, ou seja, 21,8%.
Entretanto, considerando-se representativa esta população de informantes para os objetivos do
trabalho.
[RB] – Para a validação dos resultados de pesquisa, procedeu-se ao estudo da
Biblioteca da Faculdade de Saúde Pública da USP. Os critérios de escolha basearam-se na:
participação da amostragem de coleta de dados; fornecimento de indicações diferenciadas de
uso e aplicações da Internet e de mudanças decorrentes; avaliação de evidências in loco, pelo
investigador; e histórico de inovações.
5. [PB] – Indicadores das Bibliotecas: síntese das análises
5.1 Caracterização do Informante
Área de conhecimento da Biblioteca :
os informantes representam 39,1% das áreas de
ciências biológicas e humanas, e 21,8% das áreas de exatas. Não é intenção da pesquisa
comparação entre áreas do conhecimento, mas percebemos que na década de 90 as três áreas
de conhecimento, no que tange às bibliotecas universitárias, estavam em gradativa ascensão
em termos de serviços bibliotecários.
5.2 Uso da Internet/Biblioteca
Home Page da Biblioteca : entre as bibliotecas, 82,6% desenvolvem home page próprias,
demonstrando estarem conscientizadas a lidar com recursos básicos da Internet para dispor
�5
informações aos usuários por meio das redes eletrônicas, expandindo sua prestação de
serviços.
Recursos mais utilizados : os recursos www (21,3%), correio eletrônico (20,4%), FTP
(19,4%) e lista de discussão (18,5%) obtiveram os primeiros escores, sendo os mais citados
entre os informantes, aspecto que se repete na identificação dos recursos da Internet utilizados
por atividades/setores das bibliotecas: seleção e aquisição, representação descritiva e temática,
e referência. Esses são recursos populares entre usuários da Internet, fato que recai entre as
bibliotecas, indicando que a utilização encontra-se difundida no seu ambiente.
Iniciação/Decisão de emprego : o início de uso da Internet recai entre os anos de 1995 a
1997. O curto período de contato havido entre as bibliotecas e a tecnologia da Internet indica
uma interação crescente, bem como um cenário ainda em maturação e, portanto, uma fase de
descoberta do potencial do novo meio, ainda que tardiamente, em comparação a países mais
desenvolvidos.
O principal motivo de emprego da Internet na biblioteca decorreu de decisão
motivada pela Coordenadoria Central de Bibliotecas (sendo parte de uma política de
informatização prescrita). Daí, a existência de uma consciência institucional para a entrada de
tecnologias emergentes é um dos fatos mais importantes a assinalar.
Novos produtos e serviços : respostas referentes aos produtos fornecidos variam entre
boletim bibliográfico (50,0%), sumários de periódicos (20,8%), catálogos eletrônicos (16,7%),
endereços de sites (8,3%) e manuais e textos eletrônicos (4,2%). Já os serviços oferecidos,
variam
(18,7%),
entre
pesquisa
orientação
bibliográfica
bibliográfica
(41,9),
informal
comutação
(4,6%),
bibliográfica
(25,6),
instrução/treinamento
empréstimo
formal
(4,6%),
perguntas e respostas (2,3%) e reservas de equipamento (2,3%). O ponto de atenção recai na
pesquisa bibliográfica, praticada por quase metade da amostra com apoio da Internet.
Atividades/Setores x Recursos da Internet : seleção e aquisição: www e correio eletrônico;
catalogação e classificação: www, correio eletrônico e FTP; empréstimo dos recursos citados:
correio eletrônico e www; na referência: correio eletrônico, www e lista de discussão.
�6
Reforça-se como uso comum o www e o correio eletrônico, com alternância apenas na terceira
opção, que varia conforme as especificidades de cada um dos setores/atividades.
5.3 Equipamentos de Informática (hardware e software)
Quantidade de computadores : a quantidade total de computadores disponíveis na biblioteca
varia entre menos de 10 e mais de 60. Dentro deste total, em média, 32 computadores estão
conectados à Internet, sendo que 13 equipamentos são reservados à consulta para os usuários.
Há necessidade de padrões mínimos que definam o número de computadores adequados à
biblioteca para acesso aos usuários. Entretanto, este número pode também não ser significativo
se observarmos que, nas unidades de ensino, existem núcleos ou laboratórios de informática
que aliviam o fluxo de uso e de acesso à Internet na biblioteca.
Modelo dos computadores : os modelos citados (acima de 20,0%),
variam de Pentium I,
Pentium II e PC486, com maior freqüência para processadores Pentium. Ao indicar um estágio
tecnológico, visualiza-se uma certa obsolescência para os padrões computacionais diante da
evolução dos softwares e mesmo dos processadores para hardware.
Softwares/Programas utilizados : Windows é o sistema operacional mais adotado (95,0%),
com as versões 95 e 98 (77,5%) equipando os computadores. Já os programas para transitar
pela Web se dividem entre Internet Explorer e Netscape, indicando que as bibliotecas se
encontram
compatibilizadas
com
o
uso
de
programas
populares
do
mercado.
Para
comunicação via correio eletrônico, os sistemas preferidos são o Messenger, Spider (servidor
da própria USP), Outlook e Eudora. Outros programas utilizados com maior destaque são o
Editor de HTML e FTP. Observa-se que, para os bibliotecários, os conhecimentos sobre
recursos de operação e de aplicação dos programas nas atividades dos serviços de informação
são novos requisitos atualmente necessários.
5.4 Usuários x Direitos ao uso
Aberturas : detectou-se que 65,2% das bibliotecas não possuem controle sobre o número de
usuários que utilizam a Internet em seus ambientes, talvez pela dificuldade de fazê-lo, ou não
ser uma preocupação urgente, o que torna preocupante em termos de segurança quanto aos
�7
usos indevidos por pessoas mal-intencionadas. Já 56,6% não praticam controles de usuários
atendidos via correio eletrônico.
Restrições : o acesso à Internet na biblioteca é feito de modo eqüitativo pela comunidade
universitária em geral (corpo docente, discente e funcionários), recebendo idêntico escore
(26,1%). A comunidade externa da universidade também tem acesso liberado à Internet. Entre
as 23 bibliotecas consultadas, obteve-se 11 respostas, das quais 63,6% informam adotar
controle de uso de recursos para correio eletrônico, bate-papo e programas de conversação em
tempo real, FTP e confecção de trabalhos escolares. Os demais tipos de restrição citados
referem-se à limitação de acesso a certos sites, uso de impressora e agendamento prévio de
horário para uso do equipamento. Entretanto, é imprescindível a organização de regulamentos,
normas e instruções para evitar arbitrariedades e desentendimentos na utilização da Internet.
Limitações de tempo para acesso e uso : para 43,5% das bibliotecas consultadas, não há
controle ou imposição de limite de tempo de acesso à Internet para o usuário. Quando
controlado, o período de uso varia entre 30 minutos a 2 horas (39,1%).
Apoios : o fornecimento de apoio ao usuário (para uso da Internet) implica em cumprir as
diretrizes básicas de assistência aos usuários por orientação informal. Em menor escore,
implica no oferecimento de algum treinamento de uso ou de folhetos explicativos sobre o uso
da Internet. A capacitação formal para uso dos recursos é tênue. Embora os bibliotecários
sejam aptos a utilizar os recursos da Internet, encontra-se em menor grau a capacitação de
usuários que procuram algum auxílio no uso da Internet.
5.5 Mudanças em desempenho dos recursos humanos decorrentes do uso da Internet
Formas de capacitação dos recursos humanos : as formas de capacitação dos recursos
humanos mais adotadas são o treinamento/formação em serviço e a auto-aprendizagem. O que
se observa é a necessidade de investimento na formação e aperfeiçoamento dos
humanos, de maneira mais condizente ao melhor desempenho com as tecnologias emergentes.
recursos
�8
Tipo de dificuldades/impactos : para 77,3% dos informantes, existe algum tipo de
dificuldade no uso da Internet. Em maior número, os tipos de dificuldades decorrem de:
lentidão, barreira lingüística e necessidade de capacitação e disponibilidade de tempo. Os
resultados podem confirmar desde a deficiência da infra-estrutura das telecomunicações até a
existência de treinamentos deficientes para os recursos humanos.
Benefícios mais significativos : o uso da Internet é visto como recursos que colaboram para o
melhor desempenho dos profissionais (28,1%), melhoria no atendimento ao público (26,9%),
maior motivação (21,9%) e sentimento de valorização (20,7%). A existência de dificuldades
parece não ser um óbice aos benefícios da biblioteca. Os dados obtidos reforçam a idéia de
que mudanças irão ocorrer no perfil do bibliotecário.
5.6 Formação de opinião
Perspectivas de mudanças com Serviços de Informação em bibliotecas universitárias que
utilizam a Internet : mudanças ocorrendo no serviço de informação, decrescendo para a
melhor facilidade de acesso à informação e reforços na atualização profissional. Crescimento
das bibliotecas virtuais e aumento ou formação de cooperação e parcerias institucionais.
Diminuição na freqüência dos usuários à biblioteca. Essas mudanças
podem ser interpretadas
sob a forma de as bibliotecas (como provedoras de informação) oferecerem serviços
personalizados. O novo ambiente disponibilizará ou ocupará o bibliotecário
para a realização
de novos trabalhos e serviços de informação online, como também exigirá revisão de seus
processos operacionais.
Formação de opinião de bibliotecário sobre os usuários em relação à Internet : em três
situações se enquadram as manifestações: a) desintermediação/autonomia; b) mediação do
bibliotecário; e c) temor, resistência e desconhecimento dos usuários ao uso da máquina. O
item “a” não é claro, usuários podem estar motivados pela curiosidade que a Internet desperta.
Nos demais itens realça-se a necessidade do papel do bibliotecário como orientador.
�9
6. [PD] – Indicadores dos docentes – síntese das análises
6.1 Internet/Comunidade científica/Uso da biblioteca
Caracterização dos informantes : biologia é a área de conhecimento com maior escore,
seguida de humanas e exatas. O retorno de respostas indica que os docentes das áreas de
biologia foram mais solícitos. O resultado obtido equivale aos dados auferidos na pesquisa das
bibliotecas. Porém, conclusões mais detalhadas sobre o uso da Internet entre áreas de
conhecimento podem ser trabalhadas por interessados na questão.
Categoria funcional : professores doutores (54,8%), seguidos da categoria dos professores
associados (16,6%), professores assistentes (14,3%) e professores titulares (11,9%). Revela-se,
na categorização dos docentes, um significativo nível de titulação, indicando que as questões
relativas à comunidade científica e Internet despertam interesse entre os docentes brasileiros,
desde o titular ao associado e doutor.
Atividades didático-administrativas exercidas : além da docência, a maioria exerce outras
atividades em comissões ou ocupam cargos de chefia de departamento, cuja vivência, em
funções gerenciais, colabora para uma melhor visualização e o entendimento da questão da
Internet no ambiente universitário e especialmente em relação às bibliotecas.
6.2 Relação com a Internet
Tempo de utilização da Internet : o maior escore (35,7%) no tempo de utilização da Internet
recai entre 5 a 6 anos. Período bem razoável de contato, verificado também entre as
bibliotecas consultadas. Entre os docentes, há período de contato entre 7 a 8 anos
e acima,
como também períodos de tempo menores: entre 2 a 4 anos e até 1 ano. Neste cenário, pode
haver docentes familiarizados e avançados no uso da Internet, e outros, ainda iniciantes, que
certamente devem apresentar dificuldades no domínio dos recursos e possibilidades de uso das
redes digitais.
Freqüência de acesso à Internet : a freqüência de acesso à Internet é diária para 98,0% dos
informantes. Indica ser o novo meio de comunicação e informação como parte integrante das
atividades do docente. Nesse sentido, estudos que avaliem especificamente as necessidades e
�10
desenvoltura deste público, com o advento das tecnologias emergentes e de mudanças nos
serviços de informação, apresentam-se atraentes e necessários.
Recursos da Internet utilizados : dos recursos mais utilizados, destacam-se: correio
eletrônico e www, seguidos por FTP e lista de discussão. Os primeiros recursos assemelhamse às manifestações dos informantes das bibliotecas. É, também, um indicativo para as
bibliotecas
explorarem
as
atividades
de
comunicação
e
desenvolverem
artefatos
informacionais, de preferência dos docentes, utilizando a Internet. Assim, a Biblioteca pode
dispor de novos canais de fidelização do usuário aos seus produtos e serviços.
Finalidade de utilização da Internet : o maior uso do correio eletrônico entre os docentes
justifica-se pela finalidade de troca de correspondência. Em escore menor, segue a realização
de pesquisa bibliográfica, acessar artigos eletrônicos na íntegra, obter informações sobre
pessoas e instituições, comprar livros e materiais de pesquisa, produzir textos e artigos em
conjunto, participar textos e artigos em conjunto, participar de fóruns eletrônicos, consultar a
home page da biblioteca da unidade e divulgar trabalhos. As finalidades mencionadas indicam
mudanças no uso de meios tradicionais por meios eletrônicos na atividade acadêmica. Os
docentes utilizam a Internet como um ambiente de acesso a informações que melhore suas
atividades. Certamente, estudos sobre avaliação de serviços digitais realizados em bibliotecas
precisam
ser
desenvolvidos
para
orientar
a
melhor
aplicação
dos
novos
recursos
proporcionados pelas tecnologias emergentes de informação e Internet.
Efeitos da Internet sobre a atividade de ensino e pesquisa : para 90,5% dos docentes a
Internet tornou as atividades de ensino e pesquisa mais ágeis e produtivas . É uma indicação
de mudança na atividade e que merece ser estudada, até para determinar com maior exatidão
as dimensões das mudanças ocorridas ou que estejam a ocorrer. Justifica-se pela rapidez e
facilidade de acesso à informação e facilidade na comunicação. Para uns, pode significar que
nada
mudou,
enquanto
que
para
outros
o
entendimento de mudança necessita vir
acompanhado de uma capacitação que permita explorar os recursos do novo ambiente. De
qualquer forma, verifica-se no mínimo a existência de efeitos positivos sobre as atividades de
docência, com o advento da Internet.
�11
Fontes de informação utilizadas : para as atividade de ensino e pesquisa, encontram-se a
biblioteca e o banco de dados na Web. Observa-se uma divisão entre meios tradicionais e
digitais, o que reproduz um momento de transição e também de convivência dos meios
informacionais: impressos e eletrônicos/digitais.
Dificuldades ou não com o Uso da Internet : 52,4% informam não ter dificuldade no uso da
Internet, enquanto 47,6% dizem o contrário, sugerindo existência de grupos com maior ou
menor
familiaridade
equipamentos:
com
a
tecnologia.
hardware/software;
Tipos
falta
de
de
dificuldades:
treinamento;
lentidão
e
da
Internet;
aspecto
comportamental/psicológico. Portanto, questões relacionadas à infra-estrutura de tecnologia e
de capacitação, e que precisam ser supridas. Para o grupo que não tem dificuldade, justifica-se
pelo conhecimento do uso da Internet em geral; satisfação pessoal; facilidade dos recursos da
Internet;
e
infra-estrutura
de
conexão.
Independente
de
haver
grupos
apresentando
dificuldades, ou não, observa-se que ninguém se encontra indiferente às redes digitais.
Impactos gerados pelo uso da Internet : para 85,7%, a Internet está provocando impactos no
ensino e na pesquisa. Os impactos ocorrem nas atividades realizadas (acesso informação,
docência, divulgação de pesquisas e levantamento bibliográfico); no contato com os pares; e
com os fatos de impressão pessoal com o uso da Internet. Há necessidade de estudos mais
amplos que avaliem a influência da Internet na atividade didática e na produtividade científica
das universidades, com metodologia de medidas compatíveis com o ambiente digital.
Programas utilizados : sendo dois os recursos mais citados: correio eletrônico e www, é
essencial a utilização de softwares para navegar na Web: Internet Explorer e Netscape, não
havendo entre as citações uma supremacia de sistema. São também os mais utilizados entre as
bibliotecas, indicando facilidades para elaborar produtos em linguagens compatíveis com os
programas. Quanto ao correio eletrônico, há maior variedade, mas os sistemas de maior escore
são: Outlook e Messenger. Observa-se que não há óbices significativos na comunicação por
sistemas variados; ao contrário, as bibliotecas podem desenvolver produtos e/ou serviços que
melhor explorem as possibilidades do correio eletrônico.
�12
6.3 Relação com a biblioteca
Freqüência à biblioteca de unidade onde atua : não foi possível determinar se o uso da
Internet pelos usuários afeta sua freqüência à biblioteca. A freqüência se dá entre diária a 2 ou
3 vezes por semana; e a cada 15 dias a uma vez ou outra. A biblioteca não está excluída como
fonte de consulta dos docentes, ao contrário, cabe
à mesma estimular a freqüência ao seu
ambiente, até mesmo utilizando-se da Internet para tal fim. A Internet não é, necessariamente,
a causa principal da baixa freqüência dos docentes à biblioteca. De qualquer forma, estudos de
usuários mostram-se necessários, em vista da mudança do perfil e de interesse do público.
Acesso à Internet com equipamentos da biblioteca: a maioria das bibliotecas consultadas
possui computadores conectados à Internet,
disponíveis para consulta dos usuários. Na
categoria dos docentes, constatou-se que 54,8% já utilizaram os equipamentos da biblioteca
para efetuar acesso e consulta à Internet, enquanto 45,2% não o fizeram. Apesar de os
professores, normalmente, terem computadores em suas salas de trabalho, os resultados
corroboram para a necessidade de as bibliotecas estruturarem programas de treinamento e/ou
orientação ao uso da Internet e também dos seus produtos e serviços.
6.4 Formação de Opinião
Perspectivas de mudanças com serviços de informação em bibliotecas universitárias que
utilizam a Internet : a maior perspectiva de mudança é com o acesso à informação e controle
do acervo, enfatizando a maior acessibilidade das informações. Com a tecnologia da Internet,
considera-se que o serviço de informação fica mais ágil com os acervos compartilhados em
uma rede cooperativa. Assim, deixa de haver necessidade de todas as bibliotecas possuírem o
mesmo material. Fica evidente que mudanças devem estar ocorrendo, e já percebidas pelos
usuários.
7 [RB] – Indicadores do modelo de biblioteca: síntese das análises
Objetivo do estudo : apresentar resultados de uma unidade universitária que exemplifique
ações biblioteconômicas inovadoras e
configurações de mudança face ao uso das tecnologias
emergentes de informática e comunicação. Nesse sentido, a Biblioteca de Saúde Pública da
�13
USP – BSP, recentemente deu início a uma nova perspectiva organizacional atenta às
transformações da Sociedade do Conhecimento.
Ambientação institucional : a BSP – parte integrante de uma instituição historicamente
responsável pelo desenvolvimento da saúde pública no Brasil – atende usuários de cursos de
graduação, especialização e pós-graduação. A Faculdade de Saúde Pública neste nível de
instituição geradora de conhecimentos e instrumental teórico
só poderia contar com um
suporte informacional diferenciado, ou seja, o Centro de Informação e Referência.
Ambientação organizacional ao uso das tecnologias : pertencente ao SIBi/USP, este Centro
de Informação e de Referência na área de Saúde Pública, além de possuir vasto acervo (80 mil
volumes e 800 títulos de periódicos correntes),
oferece ambiente computacional com rica
infra-estrutura, mantém biblioteca virtual, cursos de bases de dados e atendimento a usuários
(presenciais e remotos) dignos de nota. Além disso, adota inovado modelo organizacional,
com responsabilidade compartilhada entre a equipe da biblioteca, com enfoque no cliente.
Infra-estrutura da Biblioteca e paradigmas novos : os recursos da Internet não diferem dos
dados quantitativos obtidos junto às bibliotecas consultadas na pesquisa. O diferencial é a
identificação das finalidades de uso em cada setor da BSP. Em síntese, o correio eletrônico é
o recurso mais utilizado, por ser canal efetivo de inter-comunicação, como também meio de
realizar atividades cooperativas ou de atendimento a usuários remotos. De outro lado, a menor
participação em lista de discussão decorre do tempo tomado para tal fim, das prioridades de
cada setor e do volume de informação gerado. Porém, os bibliotecários não podem perder o
entendimento deste meio como importante recurso de atualização profissional.
Softwares : Windows NT (rede de computadores), Norton (antivírus para segurança dos
dados), Netscape e Internet Explorer (navegação na Internet), Spider, Netscape e Outlook
(programas de correio eletrônico), SQL server (banco de dados para Internet e Intranet), Bloco
de Notas (elaboração de home page) e Ariel (comutação bibliográfica) representam os
softwares utilizados. A situação exige atenção na adoção de políticas de segurança de dados,
�14
adaptação de pessoas ao uso de sistemas e critérios para atualização das versões dos
programas existentes.
Habilidades e conhecimentos : diante da adequação das estruturas tradicionais para uma
ambiência mais digital/virtual, é necessária uma programação contínua de capacitação dos
profissionais para a apropriação de novos conhecimentos e habilidades tecnológicas de
informática e de Internet, bem como propensão a interações ao novo patamar de mediação
com os usuários.
Usuários : apoios e serviços : a atenção irrestrita ao usuário é meta contínua da biblioteca.
Programas de capacitação incluem agora não só o oferecimento do equipamento, como
também a orientação sobre o uso do mesmo; envolve ainda a internalização de conteúdos de
saberes éticos, sociais, culturais e do próprio crescimento
profissional e de produtor de
conhecimento. Agora, um novo serviço de referência aflora – em espaços digitais –
com
paradigmas novos de atendimento tanto ao usuário presencial como ao remoto.
7.1 Formação de opinião dos informantes
Políticas e controles de informática : controles de segurança e comportamentos no uso do
sistema computacional devem ser consubstanciados em normas e regulamentos da biblioteca.
Expectativas do BSP ao uso da Internet nas bibliotecas universitárias : agilização na
prestação de serviços;
nova forma de pensar a organização tradicional de uma biblioteca;
novas concepções organizacionais do trabalho bibliotecário;
no
suporte
informacional;
convivência
mútua
de
otimização do acervo;
sistemas
(tradicional
com
mudança
digital);
capacitação dos recursos humanos; investimento em recursos tecnológicos.
8. Considerações Finais
Para uso da Internet, são necessários Certeza, Comportamentos e Direção. A rede por
si só não é revolução nem mudança. Ela promove e motiva, mas o impulso inicial é dado pela
rede humana, social. Mudam-se radicalmente a forma de tratamento e a distribuição das
informações na biblioteca após a incorporação das redes computacionais de comunicação e
informação. Já é comum, hoje em dia, bibliotecas de qualquer porte, organizarem e tratarem
�15
informações com base em sistemas computacionais. Desta forma, neste estudo, pudemos
desenhar um quadro situacional de bibliotecas universitárias oficiais, no estado de São Paulo,
verificando indícios de mudanças e transformações. Ficou claro que, apesar do volume final
de informações e conhecimentos, este nosso estudo é exploratório e deve ser aprofundado por
outros investigadores ou grupos de trabalho ou pesquisa. De qualquer maneira, esperamos ter
contribuído às universidades paulistas (objeto deste estudo) com indicadores de pesquisa e
sugestões para futuros estudos e pesquisas do gênero.
Bibliografia
SILVA, José Fernando Modesto. Internet – Biblioteca – Comunidade
acadêmica: conhecimentos, usos e impactos; pesquisa com três universidades
paulistas (UNESP, UNICAMP e USP). São Paulo, 2001. Tese (Doutorado em
Ciências da Comunicação) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de
São Paulo.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Internet- Biblioteca- Comunidade Acadêmica: conhecimento, usos e impactos; pesquisa com três universidades (UNESP-UNICAMP-USP).
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, José Fernando Modesto da
Macedo, Neusa Dias de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Estuda os reflexos de possíveis mudanças ocorridas quando do uso da Internet, e que estejam beneficiando e/ou causando obstrução no desenvolvimentocontínuo e tecnológico da área de comunicação/informação no meio acadêmico.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4078/SNBU2002_07.pdf
c8b7766aa61a3f2de22ea85368ab4349
PDF Text
Text
A DURABILIDADE DOS SUPORTES ELETRÔNICOS E A PRESERVAÇÃO DA
INFORMAÇÃO
Adriana de Almeida Barreiros
Universidade de São Paulo
Divisão de Biblioteca e Documentação
do Conjunto das Químicas
adribar@bcq.usp.br
Fátima Aparecida Colombo Paletta
Universidade de São Paulo
Divisão de Biblioteca e Documentação
do Conjunto das Químicas
fatima@bcq.usp.br
_______________________________
*UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
DO CONJUNTO DAS QUÍMICAS
Av. Prof. Lineu Prestes, 950 - Cidade Universitária
05315-970 - São Paulo - SP - Brasil
Fone: (0xx11) 3091-3859 / 3091-3823 - Fax: (0xx11) 3812-8194
bibcq@bcq.usp.br
http://www.bcq.usp.br
�RESUMO
Com o surgimento da "Sociedade do Conhecimento", consequência do grande
avanço científico, estamos presenciando a todo momento, uma explosão de informações,
registradas sob novas tecnologias (CD-ROM, Disquetes, Fitas, VHS, etc ). Pesquisas
realizadas pela Eletronic Document Systems Foundation (EDSF ) mostram que hoje temos
70% das informações em forma impressa e 30% em forma eletrônica. Os cientistas da
informação devem preocupar-se com a preservação destes novos acervos. Neste trabalho
abordamos a durabilidade destes suportes tecnológicos que possuem tempo de vida útil
instável, quando expostos sob condições ambientais inadequadas.
Eixo Temático: Gerenciamento de Tecnologias em Bibliotecas Universitárias
1 INTRODUÇÃO
Para sobreviver e competir na "sociedade do conhecimento" algumas ações como a
criação de novas tecnologias, surgem para capturar, gerenciar e armazenar as informações
existentes nas bibliotecas e a demanda emergente que vem desta "sociedade da
informação". O conhecimento é o único recurso que aumenta com o uso (Probst, 2000).
O advento das novas tecnologias, como suporte da informação passa por um
processo constante de adaptação para atender as necessidades de armazenagem desta.
Dentro deste contexto pretendemos abordar a preservação da informação, palavra de
ordem neste cenário de mudanças tecnológicas.
2 HISTÓRICO
As bibliotecas, em todas as épocas sempre foram dependentes de tecnologia da
informação. O paradigma da imprensa ao computador e redes eletrônicas afetaram e
alteraram as bibliotecas ao longo do tempo. Algumas tecnologias, tais como o microfilme e
o disco óptico, tiveram suas primeiras aplicações testadas dentro de uma biblioteca (Cunha,
1999).
2
�Essas tecnologias foram incorporadas às atividades dos serviços de biblioteca,
provocando mudanças internas na maneira de prover produtos e serviços. Nos últimos
anos, a mudança tecnológica tem sido cada vez maior num espaço temporal cada vez
menor. Este fato colocou a biblioteca em um período de transição.
Decisões rápidas precisam ser tomadas para que os sistemas de informação
acompanhem as progressivas transformações. Equipamentos precisam ser adquiridos e
softwares adequados a nova realidade.
A biblioteca vem passando por um momento de mudanças, onde a organização
totalmente direcionada ao material impresso não tem mais vez. Hoje temos 70% das
informações em forma impressa e 30% em forma eletrônica,
segundo dados da Eletronic
Document Systens Foundation (Ferreira, 2001). No entanto, estes dados estão se alterando
com o conceito de biblioteca digital. Nas últimas décadas o computador tem sido utilizado
de forma cada vez mais crescente. As bibliotecas já implementam as redes eletrônicas,
colocando seus catálogos on line, acessando bases de dados, texto completos de periódicos,
livros e
outros tipos de documentos, fazendo uso de mídias eletrônicas variadas, como
CD-ROM, DVD, fitas VHS etc, para armazenamento e à recuperação da informação.
Esta realidade parecia utópica em meados da década de 70, mas diante de um
processo evolutivo (Figura 1) acreditamos que os serviços de informação encontram-se no
caminho da era virtual.
Figura 1 - Evolução tecnológica da biblioteca
Fonte: Cunha, 2000. p.75
3
�3 TIPOS DE MÍDIAS
A tecnologia da digitalização é a mais poderosa e flexível ferramenta de
arquivamento, preservação e acesso a documentos através do armazenamento de suas
imagens em formato digital (Desimoni, 2002).
Para administrar tais serviços criou-se o GED (Gerenciamento Eletrônico de
Documentos), converte informações, essas podem ser voz, texto e imagens, para forma
digital.
Funciona com softwares e hardwares específicos e
usa as mídias ópticas, em
geral, para armazenamento. Um sistema de GED usa a tecnologia de infor mática para
captar, armazenar, localizar e gerenciar versões digitais das informações.
Existem
vários tipos de mídias utilizadas no GED. Para maior compreensão destes
novos suportes eletrônicos de informação, descrevemos, abaixo, quais são estas mídias.
3.1 DISCOS MAGNÉTICOS - Também chamados de floppy disks ou simplesmente
floppy,
são os disquetes comuns, onde as informações são armazenadas magneticamente,
ou seja, seu bit 0 é representado pela magnetização positiva, o bit 1 será a negativa. E
vice-versa.
O disquete é composto de um disco fino e flexível, que o usuário habitualmente não
vê, protegido por uma capa, que pode ser dura (nos discos de 3 1/2) ou flexível (5
1/4
).
Referimo-nos aos disquetes pela sua medida em polegadas. Assim, dizemos um
"disquete de 5
1/4
" ou um "disquete de 3
1/2
Entretanto, à medida que o tamanho
". No passado havia os "disquetes de 8
1/2
".
do disco veio diminuindo, a capacidade de
armazenamento foi aumentando, pois o máximo que um disco de 81/2
podia armazenar
era 80 kb e os de 5 1/4 800 kb (Gennari, 1999).
3.2 FITAS MAGNÉTICAS - Fita de material plástico revestida de fina camada de
material magnetizável, em que pode ser gravados os dados.
A fita magnética é usada em sistemas informáticos como um dispositivo de
armazenamento seqüencial de informações: para acessar uma determinada informação, é
necessário ler todas as informações gravadas antes.
Existem vários tipos de fitas magnéticas. Normalmente elas são acondicionadas em
cartuchos que também podem ser de vários tipos (Gennari, 1999).
4
�3.3 ZIP DRIVE
- Termo que se refere tanto à unidade quanto ao disco de 3,5 polegadas,
cuja capacidade de armazenamento está em torno de 100 Mbytes (Gennari, 1999).
3.4 CD-ROM - Compact Disc - Read Only Memory - São discos ópticos gerados através
de um processo de masterização a partir de um original A capacidade de um CD-ROM é de
aproximadamente 650 Mb de informações, sejam elas em forma de dados e/ou imagens em
suas 4¾ polegadas de diâmetro. Após a geração de um disco destes, não é possível ser
acrescentada ou alterada qualquer informação. Estes discos são lidos normalmente em
drives de CD ou em equipamentos que permitem o armazenamento de uma biblioteca
destes, conhecidas também por jukebox Normalmente esta mídia é empregada quando se
tem grande quantidade de cópias de informações estáticas como, enciclopédias, catálogos
etc (Simões, 2002).
3.5 CD-R - Compact Disc - Recordable ou Writable - São discos ópticos com mesmo
padrão de leitura do CD-ROM. Porém, a gravação desta mídia pode ser feita nas
instalações de sua empresa ou casa, bastando para tanto ter -se uma unidade de gravação
para esta mídia, ou seja, diferentemente do CD-ROM, estes discos podem ser gravados em
casa. Normalmente a mídia CD-R é dourada, permitindo, facilmente, diferenciar entre esta
e o CD-ROM. Estes discos podem ser lidos com os mesmos periféricos utilizados para a
leitura do CD-ROM, já que o formato é o mesmo. Esta mídia é utilizada quando o número
de cópias da mesma informação é baixo e/ou para o armazenamento de informações
dinâmicas, onde o tempo necessário para a geração de um CD-ROM tornariam estas
obsoletas (Simões, 2002).
3.6 CD-RW - Compact Disk - Rewritable - Estes discos ópticos têm o mesmo padrão de
leitura do CD-ROM. Porém, a gravação desta mídia pode ser feita nas instalações da sua
empresa ou casa, bastando para tanto ter-se uma unidade de gravação para esta mídia. A
diferença entre o CD-R e o CD-RW é que o último é regravável, enquanto o primeiro não é
(Simões, 2002).
5
�3.7 DVD
- Digital Video Disk ou Digital Versatil Disk - São os discos ópticos mais
recentes que vêm sendo apontados como os substitutos do CD. Possuem exatamente a
mesma dimensão do CD (4¾). A família DVD possui os mesmos membros da família CD.
Ou seja, DVD-ROM (gerado em linhas industriais), DVD-R ("recordable", gravável em
casa) e DVD-RAM (DVD regravável). Ainda não existem padrões claros para os discos
DVD, havendo discussões sobre a capacidade destes. A capacidade máxima hoje
anunciada no mercado é de 4,7 GB para uma face, uma camada, 9 GB para uma face,
dupla camada, 17 GB para duas faces, duas camadas (Simões, 2002).
3.8 WORM
-
Write Once, Read Multiple - Esta sigla é utilizada para designar discos
ópticos nos quais o processo de gravação é físico, alterando a superfície destes. Esta
gravação não pode ser alterada, tornando os discos passíveis de serem gravados somente
uma vez, mas com ilimitadas leituras. Conceitualmente, esta expressão também se aplica
aos discos CD citados anteriormente. Os discos ópticos WORM são encontrados
normalmente em tamanhos de 5¼, 12 e 14 polegadas, com capacidades variando de 650
MB a 25 GB. Estes discos são encapsulados em invólucros plásticos semelhantes aos seus
primos CD, podem ser lidos em unidades standalone ou em jukeboxes. Segundo algumas
correntes, esta mídia deverá ter preferência no uso em aplicações onde se deseja valor legal
para a informação (Simões, 2002).
3.9 DISCOS ÓPTICOS REGRAVÁVEIS - Estes discos, com tamanhos de 3½, 5¼ e 12
polegadas, com capacidades entre 128 MB e 15 GB, podem ser apagados para novo
processo de gravação, ou seja, após o expurgo da informação, a mídia pode ser
reaproveitada. Existem diferentes formas de se fazer este processo, sendo o magnetoóptico e o phase change os mais comuns (Simões, 2002).
Os suportes
eletrônicos vem causando uma grande mudança nos sistemas de
informação. Com os vários tipos de mídia já agregados aos acervos das bibliotecas, estas
tiveram ainda, que adaptar-se a nova estrutura tecnológica
como, a torre de CD-ROM -
são leitoras de CD ligadas em série. Cada leitora pode ler apenas o CD que nela está. As
torres são mais rápidas, pois têm uma leitora para cada CD; e as jukebox ou biblioteca
robótica é um equipamento que armazena vários discos ópticos ou CDs. Possuem um braço
6
�robótico eletromecânico, controlado por um software, que gerência o movimento de discos
acomodados em suas prateleiras internas. O braço robótico é responsável pela carga e
descarga das mídias em drives de alta performance instalados no seu interior, e pelo
acomodamento das mídias em suas respectivas prateleiras, logo após a leitura e gravação.
A jukebox oferece grande capacidade de armazenamento. Existem jukebox para discos
ópticos, WORMs e regraváveis, CDs e DVDs (Simões, 2002).
Este cenário constitui a grande transição das bibliotecas.
4. DURABILIDADE DAS MÍDIAS
Os estudos de durabilidade das mídias
são escassos. Seus dados constam de 1996,
(Revista Veja errou..., 1998), sendo que esta tabela não é definitiva, e consta de uma
compilação feita pelo CENADEM de várias fontes.
Testes recentes revelam que a durabilidade das mídias está sempre aumentando. O
NML (National Media Laboratory), sede em St. Paul, MN, EUA, noticiou que está
providenciando novos estudos sobre este assunto (Revista veja errou..., 1998).
Tabela 1 - Condições Ambientais X Durabilidade
Nome da Mídia
CD-ROM
WORM
CD-R
MAGNETO-ÓPTICO
MICROFILME COM QUALIDADE
ARQUIVISTICA(PRATA)
Temp. ºC
40
30
20
10
40
30
20
10
40
30
20
10
40
30
20
10
40
30
20
10
Umidade Relativa
(%)
80
60
40
25
80
60
40
25
80
60
40
25
80
60
40
25
80
60
40
25
Durabilidade Anos
2
10
50
200
5
20
100
200
25
30
100
200
2
5
30
100
20
50
200
500
Fonte: Revista Veja errou..., 1998 p.12.
7
�5 PRESERVAÇÃO DIGITAL
Pode-se definir preservação digital de forma muito prática como planejamento,
alocação de recursos e aplicação de métodos e tecnologias para assegurar que a informação
digital de valor contínuo permaneça acessível e utilizável (Hedstron, 1996).
Entretanto, é preocupação dos bibliotecários e arquivistas garantir o acesso as
informações armazenadas em meios eletrônicos, já que existem muitas controvérsias
quanto à longevidade dos dados neste tipo de suporte. Assim sendo, alguns fatores devem
ser considerados. Tais como, ambiente e obsolescência dos equipamentos.
É fato que a temperatura e a umidade inadequadas influenciam diretamente no tempo
de vida dos suportes eletrônicos (Tabela 1, p.7). No entanto, fungos, insetos e
microorganismos, poeira e outras sujidades do meio ambiente não são considerados nas
tabelas de temporalidade. E ainda, outras observações
como a incidência de luz, sinistros
(incêndio e inundação), vandalismo e processamento químico não são citados como
possíveis agentes de deteriorização destes materiais, quando se trata de sua durabilidade.
Outro fator que pode agravar o problema da preservação digital, é quando se refere à
obsolescência dos equipamentos e programas informáticos. Assim, à medida que os
sistemas computacionais são alterados, também os suportes que registram a informação
digital devem ser mudados, e seus dados migrados para novo suporte.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O maior patrimônio que uma instituição acadêmica pode ter
é a sua produção
intelectual. Se não houver preservação de suas fontes de informação perde-se o que temos
de mais importante, o conhecimento. Preservar é uma medida de segurança que permite a
transferência da informação para gerações futuras.
Ressaltamos neste contexto que não existe uma solução única e final para a
preservação digital. Assim sendo, podemos dizer que a preservação da informação, ainda é
um dos calcanhares de Aquiles da biblioteca digital (Cunha, 1999).
8
�7 ABSTRACTS
As a "Knowledge Society" came out as a consequence of great scientific
advancements, we now witness an ongoing swarm of information brought about by new
technologies, such as the CD-ROM, floppy disks, magnetic tapes, and VHS. Research
carried out by the Electronic Document Systems
Foundation (EDSF) demonstrates that
nowadays 70% of all information comes in print, whereas 30% comes in electronic format.
Therefore, information scientists should take care of with the preservation of this new
material. In this work, we seek to discuss the durability of this technological support,
whose life cycle is unstable when it is exposed to inadequate environmental conditions.
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10
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A durabilidade dos suportes eletrônicos e a preservação da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Barreiros, Adriana de Almeida
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Com o surgimento da "Sociedade do Conhecimento", consequência do grande avanço científico, estamos presenciando a todo momento, uma explosão de informações, registradas sob novas tecnologias (CD-ROM, Disquetes, Fitas, VHS, etc ). Pesquisas realizadas pela Eletronic Document Systems Foundation (EDSF ) mostram que hoje temos 70% das informações em forma impressa e 30% em forma eletrônica. Os cientistas da informação devem preocupar-se com a preservação destes novos acervos. Neste trabalho abordamos a durabilidade destes suportes tecnológicos que possuem tempo de vida útil instável, quando expostos sob condições ambientais inadequadas.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4077/SNBU2002_069.pdf
18d3bf10437c6d1eb12d6c5f720d2c4d
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CATÁLOGOS ONLINE: DISPONIBILIZAÇÃO DAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS
Joana Barbosa Guedes 1
joanna@ufba.br
RESUMO
Na nossa sociedade o aumento da procura por fontes eletrônicas de informação já desencadeou
novas mudanças no cenário envolvendo a política de telecomunicações, novas formas de
abordagens e adaptação das estruturas para organizar essas informações são oferecidas em
redes. As bibliotecas digitais apresentam uma forma mais eficiente para organizar essas
informações. As estruturas evoluem conforme as exigências das novas tecnologias. Os OPACs
- Catálogo Online de Acesso Público,
oferece um potencial de forma diferente para a
biblioteca digital como um repositório de informação que possuem as bibliotecas e sua
localização na Internet.
O Catálogo da biblioteca
indica a origem da informação e a
ferramenta possível para construção de alguns serviços da biblioteca digital. Este trabalho tem
como objetivo mapear os catálogos oferecidos pelas bibliotecas universitárias do Brasil e
verificar a metodologia para o funcionamento desses catálogos serão verificadas também, as
bibliotecas que já oferecem o link nos catálogos para o texto completo. Para essa análise foram
levantados os catálogos das bibliotecas universitárias já mapeadas pelo IBICT e a metodologia
de uso. Os resultados mostraram que ainda não são oferecidos nos links dos catálogos, os
textos completos e a metodologia de uso é diferenciada. Porém, a maioria permite o acesso ao
catálogo sem restrição de usuários.
Palavras-chave: Catálogos Online; Bibliotecas Digitais
1 INTRODUÇÃO
O processo de globalização e a rápida difusão das tecnologias de informação e
comunicação estão propulsionando um novo padrão de desenvolvimento. O uso da
informática e das telecomunicações vem revolucionando as próprias formas de produção,
acesso, tratamento e disseminação da informação, colocando a informação como fator
primordial de crescimento econômico.
Alguns autores já descrevem esse fenômeno como uma revolução da informação, o que
vem a modificar o paradigma da ciência da informação, no que se refere a tempo e espaço
e, caracteriza-se na sociedade pós-industrial a sociedade da informação tendo em vista que,
as principais atividades produtivas são estruturadas em torno da produção e articulação de
informações.
1
Bibliotecária Chefe da Biblioteca da Faculdade de Ciências Econômicas/UFBA
Mestre em Ciência da Informação/UnB.
Universidade Federal da Bahia
Praça da Piedade, 6 – Centro – 40070 010 - Salvador – Bahia – Brasil
Telefone (0xx71) 329 4522 Ramal 214 – Email: fce-bibl@ufba.br
�2
Surge então, na última década, as organizações virtuais que se configuram como uma
forma de corporação tendo como característica a utilização das tecnologias da informação
e a junção dos componentes estratégicos, competências e recursos. Neste cenário emerge o
conceito de bibliotecas digitais, com projetos arrojados e enfrentando muitos entraves para
sua execução.
Historicamente, a chamada biblioteca do futuro, foi visualizada no período pós-guerra,
quando o Dr. Vannevar Bush demonstrando sua preocupação com a perda das informações
faz previsões, baseado na tecnologia existente, do armazenamento e recuperação da
informação, através de um relacionamento associativo dos conceitos de um documento - o
famoso projeto Memmex.
Contudo, foi na década de 1990, que a informação veiculada através de rede teve maior
destaque e as bibliotecas tradicionais começaram a se preocupar em fornecer a seus
usuários informações digitais, compartilhando, assim, as informações, não só com a sua
comunidade, mas para todos os interessados.
A biblioteca digital pressupõe a potencialização de um sistema de informação com
capacidade para identificar, localizar, buscar e disponibilizar a informação sem a
necessidade da manutenção do acervo interno. Essa estrutura apoiada na conexão com
bancos e bases de dados, redes eletrônicas de comunicação e bibliotecas armazenadoras,
situadas localmente ou no exterior, que dispõe de acervo digital ou digitalizado, como os
institutos de pesquisas, universidades, núcleos de desenvolvimento, instituições públicas
etc. que permite o acesso a um conjunto de fontes e acervos muito mais amplo e
diversificado do que, o criado internamente. Esse sistema utilizando-se das ferramentas de
buscas em bancos e bases de dados e em convênio com centros armazenadores pode
gerenciar de forma ágil e flexível à busca e acesso a fontes de informação onde quer se
encontrem.
Para a localização das informações as bibliotecas disponibilizam seus catálogos Online,
também chamados OPACs (Online Public Access Catalogs), com ampla difusão. São
catálogos em linha abertos à consulta remota por parte de qualquer pessoa. Muitas
bibliotecas que já haviam informatizado seus catálogos para acesso em redes locais, com a
�3
difusão das novas tecnologias, a sua disponibilização online foi facilitada de forma
imediata. Atualmente, temos uma gama de bibliotecas disponibilizando seus catálogos no
Brasil e no exterior.
Todavia este trabalho tem como objetivo mapear os catálogos Online ou OPACs,
oferecidos pelas bibliotecas das universitárias brasileiras, verificar a metodologia para o
funcionamento desses catálogos, além de verificar as bibliotecas que já oferecem o link nos
catálogos para o texto completo.
2 BIBLIOTECAS DIGITAIS
Os principais conceitos de bibliotecas digitais encontrados na literatura são variados, as
expressões utilizadas são as mais diversas, encontramos definições de bibliotecas virtuais,
biblioteca eletrônica, biblioteca sem paredes, biblioteca do futuro, biblioteca biônica, todas
significando praticamente a informação veiculada em redes ou em formatos diversos. A
seguir veremos algumas dessas definições:
A biblioteca digital é definida, segundo Saffady (1996), como um tipo de serviço fornecido
no momento solicitado. Ele acrescenta, que os softwares devem ser examinados,
antecipadamente, para oferecer de forma eficiente, os serviços solicitados a uma biblioteca
digital. Os servidores e terminais de redes devem atender as exigências necessárias a essa
finalidade. E, finalmente, o staff é necessário para o sucesso da biblioteca digital. O staff
refere-se não só a técnicos, sistemas de bibliotecas ou serviços eletrônicos. Pelo contrário,
inclui-se o staff da Biblioteca tradicional. Para a construção da biblioteca digital é exigida
uma seleção de conteúdo, aquisição, catálogo, serviço de referência e atividades técnicas
com uma mesma ênfase. O staff da biblioteca digital pode ser o mesmo de uma biblioteca
tradicional, com implementação de velhas atividades veiculadas por novos caminhos.
Segundo Cunha (1999, p.259), no Brasil poucas bibliotecas estão equipadas para que nelas
possam
coexistir
catálogos
em
linha,
microcomputadores,
leitoras
de
CD-ROM,
cabeamento com fibra ótica, redes locais e outras tecnologias da informação que começam
a fazer parte da moderna biblioteca digital.
�4
Porém, a biblioteca digital requer uma tecnologia para ligar os recursos de muitas
bibliotecas digitais e serviços de informação. A meta é acessar universalmente todas as
bibliotecas que oferecem serviços de informação. Cunha (apud OHIRA, PRADO, 2002)
acrescenta que as bibliotecas digitais são simplesmente uns conjuntos de mecanismos
eletrônicos que facilitam a localização da demanda informacional, interligando recursos e
usuários.
O acervo não é limitado a documentos, inclui artefatos que não podem ser representados
ou distribuídos sob a forma impressa. Alguns potenciais básicos são necessários à
biblioteca digital como: a) redução das limitações de tempo e lugar; b) a criação e uso de
formatos integrados para a representação de dados, informação e conhecimento; c)
manutenção de novas formas de colaboração grupal na criação e uso da informação; d)
possibilidade de personalização da informação (CUNHA, 1997).
O armazenamento digital amplia as possibilidades de pontos de acesso a um determinado
documento. Nos sistemas manuais tradicionais e mesmo nos catálogos automatizados
produzidos até o final da década de 90, existia uma limitação de campos e de memória de
massa para se descrever um item documental. Porém, essas limitações faziam com que as
descrições ficassem restritas a dados sobre o autor, título e cabeçalhos de assunto. Com a
crescente automatização das bibliotecas, essas limitações foram reduzidas (CUNHA, 1999,
p.262).
A Biblioteca eletrônica - refere-se ao sistema no qual os processos básicos de biblioteca
são de natureza eletrônica, com amplo uso dos computadores e das facilidades para a
construção de índices online, busca de textos completos, recuperação e armazenamento de
registro. Neste caso, a biblioteca ampliará o uso dos computadores na armazenagem,
recuperação e disponibilidade de informação, podendo envolver-se em projetos para a
digitalização de livros.
�5
3 CATÁLOGOS ONLINE
Historicamente, as bibliotecas se proliferaram como guardiãs e preservadoras dos
documentos e quanto maior o número de itens existente na Biblioteca, melhor seria o
atendimento ao usuário. O acesso ao documento sempre dependeu de catálogos manuais,
em sua maioria, desatualizados e a posse do documento se tornava morosa comparada à
situação atual.
As novas condições de armazenagem e acesso aos documentos proporcionados pelas novas
tecnologias apontam uma nova direção para o resgate das informações verificando que
existe uma enorme transformação no processo de aquisição, tempo, espaço onde a
informação está localizada, formato e abrangência, dependendo da demanda do usuário e
da dinâmica de disponibilidade oferecida por cada ponto de origem.
Os catálogos Online de acesso ao público funcionam como parte da biblioteca da realidade
virtual e apresentam-se com estruturas de bibliotecas físicas e, além dos catálogos,
podemos encontrar salas, estantes, documentos, mural com novas aquisições, boletins
bibliográficos, alertas e variadas formas para dar idéia de uma biblioteca virtual.
A automação dos catálogos representa o primeiro passo para o acesso ao documento
completo. O exemplo de parceria, cooperação e compartilhamento é o mais viável para a
construção de uma biblioteca digital. Como exemplo, a iniciativa de Frederick Kilgmore,
representa um sucesso, por que ele criou, desde 1969, um catálogo cooperativo
compartilhado organizando um consórcio de bibliotecas acadêmicas em Ohio, baseado no
pressentimento de que brevemente as bibliotecas utilizariam os computadores para
armazenar e ordenar seus catálogos e achando também que seria tolice reproduzir várias
vezes os mesmos dados.
Este consórcio (OCLC - Ohio Colleges Library Center) permite
atualmente, que mais de 21 mil bibliotecas, em 62 países compartilhem um banco de dados
de indexação com mais de 30 milhões de registros. A idéia de disponibilizar esse catálogo
na Internet foi uma decorrência natural (LEVACOV, 1997, p.127).
.
No Brasil as bibliotecas universitárias saíram na frente na disponibilização dos seus
catálogos via Internet. Os sistemas de bibliotecas da USP e UNICAMP fornecem a
�6
consulta por autor, título e assunto etc. Assim o usuário fica sabendo o que a biblioteca
dispõe sem precisam se deslocar até lá. Nesses catálogos as referências dos textos também
aparecem no catálogo online. Dessa forma, quando o usuário precisar ir pessoalmente à
biblioteca, já pode levar consigo, a referencia daquilo que deseja – uma economia de
tempo e trabalho.
O OPAC - Catálogo Online de Acesso Público, oferece um potencial de forma diferente
para a biblioteca digital como um repositório de informação que possuem as bibliotecas e
sua localização na Internet.
O Catálogo da biblioteca indica a origem da informação e a
ferramenta possível para construção de alguns serviços da biblioteca digital. A função e a
importância do OPAC é também assegurada na biblioteca digital porque à proporção do
conteúdo digital é considerado muito pequeno em comparação com o material impresso.
Não é a conversão do impresso para digital a forma mais apropriada para reduzir
substancialmente o tamanho da coleção de material impresso. Porém, o OPAC continuará a
fornecer informação sobre o valor e a existência da informação ainda não digitalizada.
O IBICT com o GT de bibliotecas virtuais mapeou as bibliotecas dos Estados,
principalmente de universidades que disponibilizam seus conteúdos através da Internet.
Devido aos entraves e a falta de recursos para digitalização de documentos, muitas
bibliotecas estão disponibilizando os seus catálogos. Como exemplo, os sistemas de
bibliotecas da USP e o próprio IBICT permitem conexão via telnet, para consulta a seus
catálogos, efetuada por título, autor, assunto etc. Nesses catálogos, os usuários podem fazer
pesquisas bibliográficas Online sobre o assunto do seu interesse e, como recurso final, o
usuário pode, além de listar os documentos, consultar a ficha catalográfica Online
completa de cada um deles.
4 METODOLOGIA
Para análise dos catálogos optou-se pelo método qualitativo e quantitativo dos dados, que
foram estruturados em planilha eletrônica no Microsoft Excel, de acordo com a
apresentação das bibliotecas universitárias de cada estado. Foram consultados os catálogos
online das bibliotecas universitárias e verificado o funcionamento dos links na relação
disponibilizada pelo GT de Bibliotecas Virtuais do IBICT. Alguns links foram encontrados
�7
inativos, neste caso, a busca foi realizada pelo no site da universidade onde foi localizado o
link do site da biblioteca e verificado a forma de utilização dos catálogos e as saídas como
resultado final. A pesquisa se ateve apenas nas bibliotecas universitárias que oferecem seus
catálogos online.
O total de bibliotecas que disponibilizam catálogos online no site do GT de Bibliotecas
Virtuais do IBICT soma-se 45, este total compõe o universo da pesquisa, e encontra-se
relacionadas por Estados do Brasil.
RELAÇÃO DE BIBLIOTECAS ENCONTRADAS NO SITE DO GT DE BIBLIOTECAS
VIRTUAIS DO IBICT:
Amapá
Biblioteca da Universidade Federal do Amapá
Bahia
Universidade Federal da Bahia
Ceará
Biblioteca da Universidade Federal do Ceará
Biblioteca da Universidade de Fortaleza
Distrito Federal
Biblioteca Central da UnB “Biblioteca Virtual de Periódicos”
Minas Gerais
Biblioteca da Escola de Biblioteconomia da UFMG
Biblioteca Mauá
Sistema de Bibliotecas da UFMG
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Uberlândia
Pará
Biblioteca da Universidade do Amazônia
Paraíba
Sistema de Bibliotecas da UFPB
Paraná
Biblioteca Central – PUC/PR
SistEma de Bibliotecas da UFPR
Pernambuco
Sistemas de Bibliotecas da Universidade Federal de Pernambuco
�8
Rio de Janeiro
Biblioteca Maria Anunciação Almeida de Carvalho
Sistema de Bibliotecas da PUC/RJ
Sistemas de Bibliotecas da UFRJ
Rio Grande do Norte
Biblioteca Central Zila Mamede - UFRN
Rio Grande do Sul
Biblioteca Central da Universidade de Santa Maria – UFSM
Biblioteca Central Irmão José Otão – PUCRS
Biblioteca da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/RS
Biblioteca La Salle
Bibliotecas da UNISC
Sistema de Automação de Bibliotecas da UFRGS – SABI
Sistema de Bibliotecas da UFPEL
Sistemas de Bibliotecas da Universidade de Passo Fundo
Santa Catarina
Biblioteca Central Professor Martinho Cardoso da Veiga / FURB – SC
Biblioteca Universitária da UDESC
Biblioteca da Universidade do Oeste de Santa Catarina
Biblioteca Universitária – UFSC
São Paulo
Biblioteca Central da Universidade do Vale do Paraíba
Biblioteca da Área de Engenharia – Unicamp (Base Acervus)
Biblioteca da Faculdade de Saúde Pública – USP
Biblioteca da Fundação Instituto de Ensino para Osasco – FIEO
Biblioteca da Universidade de São Francisco
Biblioteca da Universidade de São Marcos
Biblioteca Prof. Joel Martins da Faculdade de Educação –UNICAMP
Biblioteca Setorial Professor Achille Bassi ISMSC/USP
Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro
Centro de Documentação Lucas Gamboa – Instituto de Economia – UNICAMP
Coordenadoria Geral de Bibliotecas da UNESP
Serviço de Biblioteca e Informação do Instituto de Física – USP
Serviço de Biblioteca da Escola de Engenharia de São Carlos – USP
Sistema de Bibliotecas da UNICAMP (Acervus - Banco de dados bibliográficos)
Sistema Integrado de Bibliotecas da USP – SIBI/USP (Dedalus – Banco de dados
Bibiliográficos da USP)
5
RESULTADOS E COMENTÁRIOS
As bibliotecas universitárias com disponíveis na Internet no site do GT de Bibliotecas
Virtuais do IBICT somam-se 107 distribuídas por estados, alguns com número relevante de
�9
bibliotecas, como é o caso do Estado de São Paulo que já possui 31 bibliotecas
universitárias online, seguidos do Rio Grande do Sul, com 22 bibliotecas, Rio de Janeiro
com 15 e Minas gerais com um total de 11. Estes são os Estados que possuem mais
bibliotecas
universitárias
caracterizadas
como
bibliotecas
virtuais.
Destas
bibliotecas,
apenas 45 disponibilizam seus catálogos online, e a consulta é aberta aos usuários sem
restrições. Destas, 10 catálogos não estavam acessíveis, em algumas o site estava fora do ar
ou em construção. Como apresentado na Tabela 1.
Verifica-se um número bastante inferior de bibliotecas que disponibilizam catálogos online
em relação às bibliotecas já caracterizadas como bibliotecas virtuais. Porém, em alguns
estados, percebe-se um número correspondente de catálogos disponibilizados.
TABELA 1
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS COM SITES ONLINE POR ESTADO
ESTADO
BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
BIBLIOTECAS COM
CÁTALOGOS ONLINE
Amapá
Amazonas
1
1
1
0
alagoas
1
0
Bahia
2
1
Ceará
Distrito Federal
2
2
2
1
Espírito Santo
Goiás
1
1
0
0
Maranhão
Mato Grosso do Sul
1
1
0
0
Minas Gerais
11
4
Pará
Paraíba
2
1
1
1
Paraná
2
2
Pernambuco
1
1
15
3
1
1
22
8
8
4
31
15
107
45
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
São Paulo
TOTAL
�10
O gráfico 1 revela que a região que mais apresenta catálogos disponibilizados online é a
região sudeste. O que é confirmado na Tabela 1, o estado que apresenta o maior número é
São Paulo que possui 15 catálogos acessíveis na Internet. Em seguida vem a Região Sul
com 14, o Nordeste fica em 3º lugar com 6 catálogos apenas. Por meio da apresentação dos
catálogos podemos verificar o desenvolvimento tecnológico e os investimentos da região
nas bibliotecas universitárias brasileiras. Leva-se em conta que para disponibilização dos
catálogos, o acervo precisa está informatizado, o que prescinde de equipe, aquisição de
software e investimentos.
GRÁFICO 1
Bibliotecas que Oferecem Catálogos Online por
Região
Norte
Nordeste
Centro Oeste
Sudeste
Sul
O Gráfico 2 mostra que algumas instituições oferecem mais de um catálogo. São grandes
instituições com unidades localizadas em campus diferentes e com diversas especialidades.
Isso foi verificado na Universidade de São Paulo – USP com 5 catálogos, UNICAMP com
3 e na Universidade Federal de Minas Gerais, com dois catálogo.
GRÁFICO 2
Verifica-se no Gráfico 3 que a maioria das instituições universitárias que oferecem
Instutuições com mais de um catálgo
USP
6
UNICAM
P
UFMG
4
2
0
1
catálogos online são as federais, isso mostra que a força de vontade supera a falta de
recurso que vem sofrendo as universidades federais atualmente, porque mesmo com
dificuldades financeiras investem na disseminação da informação. As instituições federais
�11
são representadas por 21 instituições, superando as instituições privadas que apresentam 19
instituições e as estaduais em número de 5.
GRÁFICO 3
Tipos de Instituições Universitárias
ESTADUAIS
FEDERAIS
PRIVADAS
O gráfico 4 revela as formas de busca nos catálogos que em sua maioria, oferece opções
pelo autor, título, assunto e muitos utilizam também os operadores booleanos. Existem
também opções para pesquisa que varia da básica a avançada. Não foi detectado nenhum
catálogo oferecendo link para o texto completo dos documentos nos catálogos de livros e
de periódicos. Porém muitas bibliotecas oferecem em seus sites opções para o download do
texto completo da produção científica das instituições correspondentes, ou mesmo, os links
para instituições afins que disponibilizam os seus trabalhos.
GRÁFICO 4
Formas de Busca
40
Autor
Título
30
Assunto
20
Operadores Booleanos
10
0
1
Pesquisa básica,
avançada etc
O Gráfico 5 revela que a maioria dos links do IBICT não está ativos, foram detectados 29
links para catálogos de bibliotecas universitárias inativos. Ressalta-se, porém, que 10
desses estavam fora do ar ou com algum aviso de funcionamento interrompido e não foi
possível o seu acesso.
GRÁFICO 5
�12
Links do IBICT inativos
Sim
Não
O Gráfico 6 mostra vários softwares utilizados para informatização de sistemas de
informação, para a disponibilização os catálogos e alguns serviços online. O Software mais
destacado foi o ALEPH da Ex-Libris, que foi utilizado por 14 bibliotecas das 35
pesquisadas. Em seguida temos o PERGAMUM com 4 e o VTLS com 3.O ORTODOCS
da Potiron aparece com apenas dois catálogos de bibliotecas. Os demais são utilizados
apenas 1 por cada biblioteca. Foi verificado ainda, que uma Biblioteca possui a entrada
para consulta pelo TELNET, - Protocolo da Internet que permite aos usuários estabelecer
Logon com outro computador conectado a rede.
GRÁFICO 6
Softwares mais utilizados
ORTODOCS
ALEPH
THESAURUS
VTLS
PERGAMUM
ATHENA
INFORMA
BIBLIOTECH
15
10
5
0
1
Dentre os catálogos consultados verifica-se, no Gráfico 7, que 13 configuram-se como
sistemas de bibliotecas universitárias, o que mostra que as instituições estão organizadas de
forma abrangente e cooperativa para o desenvolvimento de sistemas de informação, bem
como para a disponibilização dos seus serviços online.
GRÁFICO 7
Sistemas de Bibliotecas
40
Sim
20
Não
0
1
�13
Já o Gráfico 8 revela alguns serviços oferecidos online aos usuários de algumas
bibliotecas. Dentre os quais destaca-se o empréstimo e a reserva de livros. O gráfico
revela, também, que há serviços de renovação de empréstimos e o serviço de solicitação de
cópias oferecidos por 2 instituições. O sistemas, porém só permite o acesso aos usuários
para as solicitações por meio de senhas
GRÁFICO 8
Serviços Online
Empréstim
o
Reserva
Renovação
As formas de saídas são variadas e os softwares oferecem opções para a grande maioria
de bibliotecas, 34 catálogos remetem a ficha catalográfica, outros além de fornecer a
própria ficha, verifica-se que 8 instituições oferecem a saída no formato Marc, e algumas
fornecem também, o formato em referências bibliográficas. Apenas 1 catálogo não fornece
a ficha catalográfica, e sim uma listagem por autor e título.
GRÁFICO 9
Formas de Saída
40
30
20
10
0
Ficha Catalográfica
Formato Marc
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O esforço para recuperar as funções básicas da biblioteca universitária necessitará de
compreender que mais e mais usuários estão resolvendo suas demandas informacionais por
�14
meio das redes. É vital também, que se observem os novos contornos que estão em curso
no que se refere à provisão de informação digital e que a criação de uma biblioteca digital
é um dos caminhos a serem trilhados com a relocação de recursos para projetos
colaborativos e para a implementação de projetos de bibliotecas digitais ou virtuais. É
preciso introjetar o compromisso de mudança e o senso de urgência (CUNHA, 1999, p.
267).
Segundo Pereira e Rutina (apud OHIRA,PRADO, 2002) A biblioteca digital seria aquela
que teria, além de seu catálogo, os textos dos documentos de seu acervo armazenados de
forma digital, permitindo sua leitura na tela do monitor ou sua importação (dowload) para
o disco rígido do computador. No entanto, neste trabalho não foi encontrado nenhum
catálogo
de
biblioteca
universitária
disponibilização do conteúdo
oferecendo
esta
opção.Verificou-se, portanto, a
da produção científica geradas nessas universidades e, em
algumas delas, o fornecimento de links para outras instituições de áreas afins que
disponibilizam o texto completo de documentos.
As
bibliotecas
digitais
tornam-se
necessárias,
também,
com
a
implementação
de
universidades virtuais, que oferecem cursos de graduação, pós-graduação etc. logo, se faz
necessário a criação de bibliotecas digitais disponibilizando os documentos online para os
alunos que se encontram a distancia e, portanto, sem acesso à biblioteca tradicional.
A metodologia de consulta aos catálogos, é a mesma que os usuários encontram em muitas
gavetas de arquivo de aço em bibliotecas espalhadas pelo Brasil. A busca por autor, título,
palavra-chave remete a uma ficha catalográfica completa do livro. Nesta ficha é fornecido
o número de classificação indicando a localização do livro nas estantes das bibliotecas.
Essa informação facilita ao usuário daquela biblioteca encontrar mais rapidamente o item
selecionado. Por meio da consulta o usuário pode verificar a localização, quando se tratar
de um sistema de bibliotecas e a disponibilidade do livro, se encontram emprestado bem
como, a data de devolução. Verificou-se também que muitas oferecem serviços online,
como empréstimo, renovação, reserva e solicitação de cópias.
�15
Ressaltou-se a utilização de do Software ALEPH da Ex-libris por 14 bibliotecas
universitárias, que apesar do mesmo ter origem em Israel está se tornando popular entre as
bibliotecas universitárias brasileiras.
Entendendo as instituições universitárias como laboratórios do desenvolvimento científico
e tecnológico, considera-se que essas instituições de ensino e pesquisa terão importância
cada vez maior na sociedade da informação. As bibliotecas universitárias precisam está
atentas para todas as mudanças que ocorrem e se adaptar dia a dia a todas as formas de
elaboração e transferência do conhecimento científico e tecnológico. Para tanto, é vital
acreditar no desafio da mudança como uma oportunidade de renovação, talvez uma
renascença do ensino superior e das bibliotecas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, Murilo Bastos. A biblioteca digital e seus impactos. (Palestra proferida no
Departamento de Ciência da Informação - UnB, no dia 05 de novembro de 1997).
CUNHA, Murilo Bastos. Desafios na construção de uma biblioteca digital. Ciência da
Informação, Brasília, v.28, n.3, p.257-268, set./dez.1999.
IBICT. GT de Bibliotecas Virtuais. Bibliotecas Brasileiras que disponibilizam seus
catálogos
on-line.
Acesso
em:
15.07.2002.
Disponível
em:
http://www.cg.org.br/gt/gtbv/catalogos.htm
LEVACOV, Marília. Bibliotecas virtuais; (r)evolução? Ciência da Informação, Brasília,
v.26, n.2, p.125-135,maio/ago.1997
OHIRA, Maria de Lourdes B., PRADO, Noêmia S. Bibliotecas virtuais e digitais: análise
dos artigos de periódicos brasileiros (1995/2000) Ciência da Informação, Brasília, v.31,
n.1, p.61-74, jan./abr. 2002
SAFFADY, Willian. The availability and cost of online search service. Library technology
reports, Chicago, v.32, n.3, p.337-454, may/june.1996
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Catálogo online: disponibilização das bibliotecas universitárias brasileiras.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Guedes, Joana Barbosa
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa os catálogos oferecidos pelas bibliotecas universitárias do Brasil e verifica a metodologia para o funcionamento desses catálogos de bibliotecas, que já oferecem o link nos catálogos para texto o texto completo
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snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4076/SNBU2002_068.pdf
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1
VERDES SINAIS DE ESPERANÇA?
A EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA –BAE
UNICAMP, COM O TRABALHO DOS REEDUCANDOS
DO PRESÍDIO “ATALIBA NOGUEIRA”
JOANA D’ARC DA SILVA PEREIRA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA-BAE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP - BRASIL
joana@bae.unicamp.br
Resumo: A Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP iniciou em novembro de 1999 uma
parceria com o Presídio “Ataliba Nogueira” de Campinas, onde os presidiários, em fase final de pena e
em regime semi-aberto, os reeducandos, têm a oportunidade de trabalhar. A Biblioteca da Área de
Engenharia -BAE, em fevereiro de 2000, iniciando uma expansão em suas instalações solicitou a
participação dos reeducandos para as atividades de deslocamento do acervo bibliográfico e adequação
da disposição do mobiliário e equipamentos. Com o término da reforma a BAE continua com a
colaboração de dois reeducandos que tem contribuído para a qualidade dos serviços e produtos
oferecidos aos usuários. A BAE, com este trabalho dos reeducandos, tem tido a oportunidade de
inovar em relação ao gerenciamento organizacional de uma biblioteca universitária, bem como de
manter um compromisso social com a comunidade.
Palavras -chave : gerência de bibliotecas universitárias; inclusão social; reeducandos
1- Introdução
Vêem-se cotidianamente pessoas e grupos vivenciando a exclusão na sociedade. Leis
têm sido criadas para garantir esses direitos a todos, mas, apesar delas, percebe-se que a
sociedade ainda exclui as pessoas que considera diferentes. A diferença das pessoas não
diminui seus direitos: são cidadãos e fazem parte da sociedade como qualquer outro.
A sociedade evolui e faz-se necessária uma preparação para lidar com a diversidade
humana. Todas as pessoas devem ser respeitadas, não importando o sexo, a idade, as origens, a
opção sexual, o nível econômico ou as deficiências.
�2
Para a construção de uma sociedade aberta a todos, que estimule a participação de cada
um, aprecie as diferentes experiências humanas e reconheça o potencial de todo cidadão, é
necessário avaliar as políticas públicas e ações da sociedade.
Focalizando os presidiários como os excluídos sociais, objeto de estudo deste trabalho,
é essencial conhecer alguns aspectos básicos da história do sistema penitenciário . As prisões
de antigamente serviam para trancar escravos e prisioneiros de guerra. Fora dessas categorias
albergavam apenas prisioneiros à espera de julgamento ou serem torturados, prática legal
naqueles dias. A partir do século 18, no entanto, a finalidade do encarceramento passou a ser
isolar e recuperar o infrator. “Houve um direcionamento novo da arte de fazer sofrer.”
(FOUCAULT,1977)
Dois sistemas penitenciários americanos influenciaram a organização dos presídios no
final do século 19: o sistema de Filadélfia e o de Auburn. O primeiro preconizava isolamento
em cela individual, silêncio absoluto, castigo físico para os desobedientes e vigilância
permanente. O outro, além de silêncio e das punições físicas, propunha oito horas de trabalho
diário nas oficinas.
Mais tarde, como aumento progressivo do número de presos e do custo para manter
prisões com celas individuais, a adoção desses sistemas se tornou impraticável. Entrou, então,
em moda um modelo criado na Irlanda, segundo o qual a pena seria cumprida em três fases: na
inicial, os detentos deviam ser mantidos em regime celular, isolados, em silêncio, com
“trabalho duro e alimentação escassa”; depois vinha um período intermediário de trabalho em
grupo, ainda em silêncio, mas com isolamento apenas noturno, no qual os bem-comportados
ganhavam o direito de adquirir a liberdade condicional, terceira fase da pena.
Como evolução das prisões brasileiras tem-se as cadeias localizadas no andar térreo
das Câmaras Municipais, sem muros, com grades que davam para a rua, através das quais os
presos pediam esmolas aos transeuntes, até a construção das primeiras Casas de Correção, em
São Paulo e no Rio de Janeiro, nos anos de 1850. Nelas, segundo SALLA (1999), os presos
eram condenados ao trabalho forçado, à prisão perpétua, ao açoite nos calabouços, e, numa
�3
demonstração clara de arejamento do sistema, os escravos não podiam mais ser condenados à
morte nem a receber mais do que 50 chibatadas por dia.
Esta síntese histórica fundamenta o entendimento das prisões modernas, das quais a
Penitenciária de São Paulo, construída em 1920, encarnava a nova filosofia de tratar o
criminoso como doente e a cadeia, como hospital destinado a regenerá-los.
Ao chegar à situação atual das 871 prisões brasileiras, com suas 107 mil vagas,
CARVALHO FILHO (2000) abre caminho no emaranhado de artigos de nosso Código Penal,
para deixar claro o que poucos sabem: quando a pena é superior a oito anos, o condenado deve
cumpri-la em regime fechado. Quando não é reincidente e a pena é inferior a oito e superior a
quatro anos, poderá ser cumprida em regime semi-aberto. Se for inferior a quatro anos, o
principiante pode ir direto para o regime aberto
Além disso, cumprido pelo menos um sexto
da sentença, o preso de bom comportamento, que não tenha cometido crime hediondo, tem
direito de passar de um regime para o seguinte, do fechado ao semi-aberto e deste para o
aberto.
Considerando-se ou não que “lugar de bandido é na cadeia”, essas são as leis do país.
Se forem pouco enérgicas para conter a escalada do crime em nossas cidades, devem ser
modificadas urgentemente. Mas, enquanto não o forem, precisam ser respeitadas. O não
cumprimento delas, segundo VARELLA (1999) é a principal causa das rebeliões nas nossas
cadeias.
CARVALHO FILHO (2000) analisa ainda as principais controvérsias sobre as causas e
tratamentos da violência urbana que aflige as cidades. Mostra que o custo da manutenção
daqueles que foram condenados por crimes não violentos no país (cerca de 30% do total de
criminosos) seria suficiente para construir 54 mil casas populares por ano e que o problema da
segurança pública nunca será resolvido com a retórica dos demagogos, que prometem
devolver segurança imediata à população através de programas do tipo “tolerância zero”.
Enfatiza ainda que não há perspectiva de melhoria nesse campo sem a implementação de uma
série de políticas que envolvem desde medidas aparentemente singelas, como iluminação
�4
pública e criação de áreas de lazer para a população periférica, até reformas mais profundas,
voltadas para a reversão do processo de exclusão econômica e para o aperfeiçoamento das
instituições policiais e jurídicas.
Enviar para o sistema penitenciário um jovem que tenha cometido delito de média
gravidade pode revelar-se contraproducente. Ele pode sair do cárcere muito mais perigoso do
que entrou; e o “curso de especialização” teria sido pago pelo contribuinte. Ao mesmo tempo
em que é imperioso prender bandidos, há presos em demasia no sistema. Uma solução racional
para o problema seria a atuação tanto sobre a oferta de vagas, construindo presídios, como
sobre a demanda, o que se poderia fazer ampliando a aplicação de penas alternativas. No
Brasil, elas não chegam a 3% das condenações. Nos EUA e na Europa, respondem por de 30%
a 40%. (DEMAGOGIA prisional, 2002)
2- Trabalho dos reeducandos
Hoje, nas penitenciárias paulistas, quase 40% dos internos se mantêm ociosos, 27% se
ocupam com serviços internos das unidades e 33% tem atividade remunerada. Verifica-se que
mais da metade dos presidiários têm alguma atividade. (OLIVEIRA, 2000). Porém a situação
está longe do ideal. Quando o assunto é trabalho, os próprios detentos citam, corriqueiramente,
o velho dito “mente vaza, moradia do diabo”.
Segundo SILVA (2001) foi realizada uma pesquisa por estudiosos da Universidade de
São Paulo-USP, tendo como objeto a reincidência criminal no estado de São Paulo,
alcançando como resultado que a maioria absoluta dos casos de reincidência estavam entre os
criminosos que cumpriam suas penas em regime fechado, ou seja, no sistema carcerário.
Noutra perspectiva, os infratores que pagaram suas sentenças com medidas alternativas,
prestação de serviço à comunidade, regime semi-aberto, eram de uma porcentagem
insignificante comparados aos reincidentes que estiveram no regime fechado.
Cabe aqui um questionamento: por que ainda há tantos presos ociosos no Estado? As
iniciativas que visam elevar a porcentagem de presos nas linhas de produção esbarram
�5
principalmente no modo de se pensar sobre o preso e o sistema carcerário no Brasil. O Brasil
passa por uma fase de transição relativa às prisões que, aos poucos, estão deixando de ser
depósitos de criminosos e começando a se tornar lugares de “reeducandos” e “regenerandos”.
O problema encontra-se tanto no empresariado quanto no Estado. Para os primeiros, a
imagem estereotipada que têm do preso apresenta-se como um entrave de difícil solução.
Existem dificuldades de motivação pela mão-de-obra carcerária, apesar das vantagens para
quem a utiliza: mão-de-obra farta e barata e inexistência de encargos trabalhistas. Em relação
ao Estado, os problemas apontam mais a falta de iniciativa do que o preconceito – além, claro,
dos problemas já como falta de estrutura e superlotação dos presídios.
Apesar das dificuldades citadas, várias ações estão acontecendo no Estado. Como
exemplo pode-se citar a HM Engenharia, que em parceria com Presídio “Ataliba Nogueira”,
de Campinas, está dando continuidade a um projeto de reintegrar reeducandos (presos em
regime semi-aberto, em oportunidades de trabalho) à sociedade. Ajudam a reintegrar cidadãos
que
cumprem
pena,
ensinando-lhes
uma
profissão
e,
principalmente,
dando-lhes
a
oportunidade de serem efetivados ao final de suas penas.
Outro exemplo digno de destaque: a 81 km da cidade de São Paulo, em Bragança
Paulista, um grupo de empresários, advogados, dirigentes sindicais, donas-de-casa e religiosos
assumiu há quatro anos a cadeia pública. Num convênio com o governo estadual, melhoraram
a alimentação e as acomodações e promoveram a assistência médica e psicológica. Foram
criadas oficinas para profissionalização, vendendo os produtos para empresas da região – as
empresas oferecem monitores para converter marginais em trabalhadores, além de garantir a
qualidade dos produtos. Resultado preliminar: a taxa de reincidência dos ex-presos é de 25%.
O trabalho é um direito do preso? Sim. O preso tem o direito social ao trabalho (art. 6°
da Constituição Federal).
Ao Estado incumbe o dever de dar trabalho ao condenado em
cumprimento de pena privativa de liberdade, ou àquele a quem se impôs medida de segurança
detentiva.
�6
O que é remição? É uma norma que permite, pelo trabalho, dar como cumprida parte
da pena, vale dizer, abreviar o tempo de duração da sentença. O condenado que cumpre pena
em regime fechado ou semi-aberto poderá diminuir, pelo trabalho, parte do tempo de execução
da pena. A contagem do tempo para o fim de remição será feita em razão de um dia de pena
por três de trabalho (art. 126 da LEP); assim por exemplo, se o detento trabalhar três dias terá
antecipado o vencimento de sua pena em um dia.
3- Parceria UNICAMP - Presídio “Ataliba Nogueira”, de Campinas
Na Europa e mesmo nas Américas, a história das universidades é secular, enquanto que
no Brasil ela ainda é recente. E se a história da universidade
brasileira assim é, a da
Universidade Estadual de Campinas é ainda mais recente. A UNICAMP teve seu campus
instalado oficialmente em 05 de outubro de 1966. Mas poucos anos mais tarde ela já havia se
firmado como uma das principais universidades brasileiras e latino-americanas, verdadeira
usina de pesquisas avançadas e de interesse local, hoje inteiramente consolidada.
Assim, a UNICAMP soube aliar sua juventude a uma forte experiência na produção de
conhecimento novo em praticamente todas as áreas. Não por acaso, presentemente ela
concentra 15% de toda a produção científica brasileira e cerca de 10% da pós-graduação
nacional. Isto faz com que mantenha áreas de compatibilidade científica e tecnológica com os
principais centros de pesquisa do mundo, com os quais mantém mais de uma centena de
convênios de cooperação.
Podemos visualizar a modernidade da UNICAMP na sua visão de futuro, onde destaca
como missão da Universidade: formar profissionais capazes de constante aprendizado
preparados para atuar em uma sociedade cada vez mais orientada pelo conhecimento. Cultivar
sua capacidade de identificar e resolver problemas de maneira crítica, eficaz e criativa dentro
de referenciais de excelência em seus campos de especialização. Desenvolver suas habilidades
de liderança e valorizar o seu compromisso com a sociedade, o meio ambiente e a cidadania.
�7
Diante deste enfoque da academia não foi surpreendente testemunhar, em 1999, o
início do Convênio Mão-de-obra de Reeducandos, entre UNICAMP e Presídio “Ataliba
Nogueira”, de Campinas.
A Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU) em
contato com o Juiz de Direito Corregedor (Vara de Execuções) de Campinas,
efetivou esta
parceria.
Os reeducandos, vestidos com seus uniformes verdes, chegaram ao campus,
inicialmente restritos às atividades de jardinagem e construção.
Em fevereiro 2000, a direção da
Biblioteca da Área de Engenharia-BAE
tomou
conhecimento desta parceria através da Coordenadoria do Sistema de Bibliotecas da
UNICAMP e do Vice-prefeito da Cidade Universitária. Logo após o convite e aceite para
participar deste convênio, a BAE iniciou o planejamento das possíveis atividades que seriam
oferecidas aos reeducandos.
No mesmo mês a BAE iniciou as reformas das suas instalações, visando a ampliação
do espaço de 900m2 para 2.200m2. O trabalho contou com a participação de 12 reeducandos
que, com a supervisão da equipe de funcionários da Biblioteca, desenvolveram os serviços de
deslocamento do acervo bibliográfico (Quadro 1- Acervo bibliográfico da BAE)
juntamente
com todas as estantes e a adequação da disposição dos móveis e equipamentos
(Quadro 2-
Mobiliário e Quadro 4- Equipamentos da BAE). Faz-se necessário salientar que a ampliação
da BAE ocorreu no período de 8 meses, com o funcionamento normal ao público.
QUADRO 1
Acervo bibliográfico da BAE
livros
teses
periódicos
títulos correntes
títulos não correntes
mapas
microformas
QUADRO 2
Mobiliário
34.993
3.346
831
1.573
96
5.620
Mesas de trabalho
Cadeiras de trabalho
Mesas para usuários
Cadeiras para usuários
Armários
Mesas para microcomputadores
Sofás
Cadeiras – Sala Treinamento
Balcões
15
15
68
225
23
18
8
34
12
�8
QUADRO 3
Equipamentos
item
quantidade
microcomputadores
40
Impressoras
6
Scanner
3
Leitores de microfichas
4
Após a reforma, a direção da BAE optou por permanecer com dois reeducandos para o
desenvolvimento das seguintes atividades: auxílio da equipe da Biblioteca no preparo do
material bibliográfico, reposição do material nas estantes, ordenação dos espaços de estudo e
pesquisa, manutenção dos expositores de periódicos, colocação de espirais em documentos. O
Quadro 4 mostra a lista de reeducandos que já trabalharam na BAE no período de fevereiro de
2002 a junho de 2002.
QUADRO 4
Reeducandos na BAE: fev. 2000 a jun. 2002
Tempo na BAE
Nome
Idade
Situação atual
Agenor
45 anos
47 meses
L
Alcides
50 anos
3 meses
BAE
Alex
30 anos
87 meses
L
Alexandre
26 anos
3 meses
F
Anderson
23 anos
3 meses
F
Eduardo
24 anos
3 meses
L
Ezequiel
22 anos
2 meses
BAE
João
75 anos
7 meses
F
Lizandro
22 anos
4 meses
P
Manoel
36 anos
2 meses
L
Márcio
25 anos
15 dias
L
Mário
23 anos
5 meses
L
Maurício
30 anos
7 meses
L
Pedro
33 anos
1 ano
L
Reinaldo
31 anos
2 meses
L
Rodolfo
30 anos
1 ano e 4 meses
L
Sidney
26 anos
6 meses
L
Grupo de 10 Reeducandos
25 anos
(idade média dos
reeducandos deste grupo)
7 meses
Sem informações
(Reforma da BAE)
Legenda: L-Liberdade F-Fugitivo P-Prisão
BAE-em trabalho
�9
4- Convivência e Depoimentos
Para a apresentação deste trabalho foram realizadas entrevistas com os funcionários da
BAE e com os próprios reeducandos, em dois períodos: junho de 2001 e maio de 2002, tendo
uma única pergunta: O que representa a presença dos reeducandos na UNICAMP?
A
comparação das respostas obtidas fundamenta a direção da Biblioteca.
Para a melhor compreensão das respostas utilizou-se a seguinte categorização:
-
medo e curiosidade (funcionários)
-
aceitação (funcionários)
-
desempenho dos reeducandos (funcionários)
-
depoimentos dos próprios reeducandos
4.1- Medo e curiosidade (funcionários)
“A primeira pergunta que meio à cabeça foi: que tipos de crime cometeram?”
“No início, quando fiquei sabendo, houve uma curiosidade vinculada a um medo,
como se eles respirassem o mal e fossem atacar a qualquer momento”.
“Presidiários na biblioteca? Que será isso?”
“E não importava qual fosse o crime que tivessem cometido eram marginais, e do
marginal devemos ter medo”.
4.2- Aceitação (funcionários)
“Nem sempre a presença dessas (na maioria sofridas) pessoas no nosso meio é bem
vista. Julgamos o julgado sem conhecermos sua sentença, o motivo que o levou a cometer um
ato não aceito pela sociedade”.
‘Nós merecemos esta convivência com eles?”
“É prejudicial o relacionamento com eles?”
“Eu aprovo o trabalho dos reeducandos, é até bom para eles estarem trabalhando do
que fazendo coisas erradas na rua”.
�10
“A presença dos reeducandos no Campus representa uma oportunidade deles estarem
convivendo em um ambiente de alto nível cultural e intelectual. Apesar de achar que muitas
vezes, eles estão aqui apenas como mão de obra barata, e não para serem reeducados.”
“Não devemos descriminá-los, mas mostrar a eles, principalmente vivendo em nosso
meio universitário, que ainda há tempo para que eles amanhã sejam um de nós, com empregos,
bons salários, cargos, educação. Devemos ensiná-los a pensar para repensar e buscar algo
melhor.”
“Muitos reeducandos quando tem esta oportunidade de vir para a UNICAMP, não
sabem aproveitar e muitas vezes, ao meu ver esta tirando a oportunidade de outro reeducando
e ate mesmo a contratação de um funcionário.”
“Mas não cabe a nós julgarmos e sim darmos oportunidade para se integrem à
sociedade e, também e por que não, mostrar para eles qual a perda que tiverem, o que
deixaram de viver e proporcionar a sua família, quando cometeram aquele ato insensato.”
“Será que estão sendo reeducados?”
“Será que eles têm consciência da situação que se encontram?”
“Reconheceram o erro que cometeram?”
“Depois que me acostumei com a convivência com eles achei que alguns dos que
passaram por aqui tinham vontade de integrar novamente à sociedade.”
“A convivência com eles é muito boa, são educados e prestativos”.
“Verdinhos? Por que não?”
�11
4.2- Desempenho dos Reeducandos (funcionários)
“Admirei muito a facilidade e habilidade que eles tem em aprender os serviços.”
“A minha meta de trabalho foi cumprida graças a ajuda de um reeducando que sempre
estava disposto a cooperar.”
“O que me chama a atenção é a dedicação deles.”
“Quando eles não estão eu percebo logo cedo, vendo a desordem das mesas de estudo.”
“Na minha opinião os reeducandos são muito importantes aqui na Biblioteca para
ajudar como guardar livros, periódicos, serviço de manutenção dos carrinhos de livro nas
estantes etc... Também é bom para eles vim trabalhar para eles distrair a mente ficar só preso
deve ser muito chato.”
“Estas pessoas tem atuado na Biblioteca de forma eficaz, e muito tem contribuído no
desenvolvimento dos serviços de todos os setores desta Biblioteca.”
4.3 - Depoimento dos Reeducandos
“O pessoal é tudo gente fina.”
“O serviço é bom, é daqui pra rua...”
“O serviço é coisa simples, é só não deixar em falta para não acumular.”
“O que aparecer eu estou à disposição.”
“Daqui eu não tenho o que falar, todo mundo me trata com sorriso, cumprimenta de
manhã.”
“Aqui somos tratados como gente, de igual pra igual.”
“Quando cheguei fui apresentado à todos como funcionário, isso me envaideceu muito,
apesar deles saberem de onde eu vinha.”
�12
“Tem diferença de tratamento, aqui tudo bem, mas tem alguns lugares que eles se
afastam ou fazem que não estão vendo a gente, isso é normal.”
“Na hora do almoço eu procuro andar destacado (sozinho), verdinho já é marcado,
andando em função (3 ou 4 reeducandos) então...”
“Na minha opinião é melhor saber com quem está lidando, queira ou não é um
reeducando...”
“Não são todos os reeducandos que tem a mente fechada, a mente da maldade.”
“Quanto mais tempo ficar longe do presídio é melhor, nem que fosse sem receber nada,
eu aceitaria esse serviço aqui na UNICAMP, Deus me livre ficar lá o tempo todo...”
5- Conclusão
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Fernando Pessoa
Para finalizar é imperioso destacar que a questão: o que representa a presença dos
reeducandos na BAE- UNICAMP?, feita com os funcionários e com os próprios reeducandos
nos períodos de
junho de 2001 e maio de 2002, alcançou um nível significativo de
semelhança, o que vem demonstrar que os funcionários ainda não admitiram plenamente a
presença dos presidiários trabalhando juntamente com eles, como também, que o próprio
reeducando ainda não compreendeu totalmente o seu papel neste contexto.
Para a otimização deste Convênio é inevitável o desenvolvimento de um plano de
informação e conscientização com a comunidade acadêmica e os reeducandos. Tal plano
deverá ter metas visando o melhor aproveitamento da mão-de-obra dos reeducandos, a
capacitação em atividades de interesse e que possam facilitar a recolocação no mercado de
trabalho após a liberdade, acompanhamento de profissionais da Universidade (psicólogos,
�13
médicos, etc.)
que poderiam facilitar o trabalho rotineiro, como também a orientação para os
responsáveis pelos setores que recebem os presidiários.
Para a Equipe da BAE este trabalho com os reeducandos tem sido uma oportunidade
de inovar em relação ao gerenciamento organizacional de uma biblioteca universitária, bem
como de manter um compromisso social com a comunidade. Também é necessário destacar a
participação de outras Bibliotecas do Sistema de Bibliotecas da UNICAMP (SBU) no
Convênio UNICAMP-Presídio “Ataliba Nogueira”, com resultados promissores.
Quando a comunidade se envolve em parceria com o setor público, a eficácia do
recurso social se multiplica. E o que é problema vira solução. Essa parceria é que vai mostrar
as chances de o Brasil reduzir a exclusão _ e não somente a boa vontade ou destreza dos
governantes. Tão óbvio e tão pouco praticado.
IS THERE A GREEN SIGN OF HOPE?
THE EXPERIÊNCE OF THE LIBRARY OF THE AREA OF ENGINEERING –BAE OF
UNICAMP: THE WORK OF PEOPLE FROM THE
PRISION “ATALIBA NOGUEIRA” WHO ARE BEING REEDUCATED
Abstract: The State University of Campinas-UNICAMP has set up a partnership with the Prision
“Ataliba Nogueira” of Campinas in November 1999, where prisoners, which are serving their final
term of penalty outside jail and are in semi-opened regimen, the ‘reeducandos’, have the oportunity to
have an occupation. In February 2000, the Library of the Area of Engineeering-BAE started an
enlargement of its physical space and requested the ‘reeducandos’ to take part in the activities of
moving de bibliographic holdings and to adapt furnishings and equipments in the new space. As the
renovation finished the BAE Library keeps conting with the collaboration of two of the ‘reeducandos’,
which have contributed to the high quality of services and products offered to users. With the help of
these ‘reeducandos’ the BAE Library has the opportunity to innovate the organizational management
of a University Library, as well as keeping a social commitment with the community.
Keywords : University Library management; social inclusion; reeducated people; ‘reeducandos’
�14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADORNO, Sérgio.
A prisão sob a ótica de seus protagonistas: itinerário de uma pesquisa.
Tempo Social , São Paulo, v. 3, n. 1-2, p. 7-40, 1991.
CARVALHO FILHO, Luís Francisco. A prisão. São Paulo: Publifolha, 2000. 88 p.
DEMAGOGIA prisional. Folha de São Paulo, São Paulo, 13 abr. 2002. p. 2.
FOUCAULT, Michel.
Vigiar e punir: história da violência nas prisões.
Petrópolis: Vozes,
1977. 124 p.
OLIVEIRA, Mary Pérsia de. Trabalho em prisões pode ser melhor utilizado. O Estado de
São Paulo, São Paulo, 27 nov. 2000. Disponível em:
http://www.estadao.com.br/agestado/nacional/2000/nov/27/5.htm. Acesso em: 18 abr. 2001.
SALLA, Fernando.
As prisões em São Paulo: 1822-1940. São Paulo: Annablume, 1999.
167 p.
VARELLA, Dráuzio. Estação Carandiru. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. 297 p.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Verdes sinais de esperança? a experiência da biblioteca da área de Engenharia- BAE UNICAMP, com o trabalho dos reeducandos do presídio "Ataliba Nogueira".
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pereira, Joana D'Arc da Silva
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata a experiência da parceria entre a Biblioteca da Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP e o Presídio "Ataliba Nogueira"
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
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3089b4f56d43569b0ee1d254462c9728
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1
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
NUCLEO DE DOCUMENTAÇÃO
BIBLIOTECA DA FACULADADE DE ECONOMIA
Rua Tiradentes, 17 – Ingá – Niterói – Rio de Janeiro - Brasil
CEP: 24210-510
Telefone: 0xx(21)2729-1405
E-mail: jmarques@vm.uff.br
tesauro: um instrumento de representação do conhecimento em
sistemas de recuperação da informação
POR
Jerocir Botelho Marques De Jesus
Bibliotecário
Especialista em Administração e Sistemas de Informações pela
Universidade Federal Fluminense
�2
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
1. Introdução
A tecnologia cria novas necessidades e altera velhos e sólidos paradigmas estabelecidos ao
longo do tempo, visto que, esta transição é que torna a informação cada vez menos ligada
ao objeto físico que a contém. Consequentemente, o crescimento extraordinário do acesso
comercial auxilia e acelera esta transição, transformando em capital a própria informação,
através da distribuição e recuperação.
Hoje em dia, existe também a possibilidade de reunir coleções geograficamente dispersas,
que podem ser construídas instantaneamente por meio de diferentes campos indexadores,
ou seja, os bancos de dados hierárquicos convencionais, são substituídos por um mundo de
informação dinâmica - em permanente mudança e expansão, o que torna os operadores
booleanos, cada vez mais próximos e integrados com o vocabulário dos usuários, e assim
novas informações são constantemente refeitas de forma mais natural possível.
Considerando a informática como fator importante no processo de recuperação da
informação, percebe-se que cada momento surge novas tecnologias, algumas mais
sofisticadas do que outras, no entanto, o objetivo alvo estará sempre centrado na interação
direta entre os usuários e os sistemas.
“Tesauro é uma lista estruturada de termos associada empregada por analistas de
informação e indexadores, para descrever um documento com a desejada
especificidade, em nível de entrada, e para permitir aos pesquisadores a
recuperação da informação que procura” 4CAVALCANTI, 1978.
4
CAVALCANTI, C. R. Indexação e tesauro: metodologia e técnica, Brasília, ABDF, 1978. 89p. p.27.
�3
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
Nestes sistemas, entretanto, ou mais precisamente nos Sistemas de Recuperação da
Informação, vários são, os instrumentos utilizados para representar o conhecimento de uma
dada área do saber, e um deles é denominado Tesauro, uma linguagem documentária, que
apresenta algumas peculiaridades, pois sua hierarquia de assuntos possui uma relação
associativa e sua estrutura não se baseia em conceito de palavras simplesmente, mas sim de
termos conceituados e relacionados. Logo, no processo de recuperação, o potencial
informativo deve ser avaliado não só pela quantidade, mas sobretudo pela qualidade e
possibilidades de acesso à informação, pois, a rapidez com que se pode obter a informação,
depende do uso de instrumentos adequados à realidade da clientela.
O uso das linguagens documentárias, em bases terminológicas, como instrumento de
representação/recuperação permite a comunicação entre o documento, a informação e o
usuário, uma vez que essa comunicação ocorre através desta linguagem. Entretanto, a
informação registrada necessita de uma inter-relação dos conceitos emergentes e a
conseqüente alteração no significado dos conceitos existentes na área e de suas relações
com as outras. Como conseqüência, percebem-se esforços científicos, cada vez maiores, no
sentido de padronizar a terminologia usada pelas várias ciências.
Sendo assim, só o conjunto de termos estruturados numa linguagem particular póscoordenada em sua forma e conteúdo, é que permitirá gerar novos termos e/ou alterar
significados já existentes, que garanta ao pesquisador no processo de busca e seleção da
informação e do documento, encontrar a resposta de que necessita numa linguagem
padronizada e de qualidade. Isto revela, que a identificação de conceitos relacionada à
sistematização e representação de uma determinada área do conhecimento é de suma
importância para os Sistemas de Recuperação da Informação, e o Tesauro, é o instrumento
dinâmico que apresenta essa terminologia estruturada, que permite atualização periódica.
�4
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
2. Relevância do Estudo
A análise do conhecimento é vista sob o prisma da fragmentação, mas não disciplinar e sim
temática, onde sugere um movimento no sentido da personalização dos resultados de forma
analógica e tradutora, ou seja, incentiva a emigração dos conceitos para outros lugares fora
e dentro de seu contexto de origem, isto é, de suas relações. Este procedimento concebe um
instrumento que flexibiliza operacionalmente os dados quantitativos do conhecimento, em
dados qualitativos (conceitos relacionados) do conhecimento analisado.
No primeiro estágio da análise do documento, é uma oportunidade para examinar o
contexto, devido à necessidade de juntar o máximo de informação possível sobre o
documento a ser analisado. Assim, uma vez que os objetivos e contexto do documento
tenham sido estabelecidos, o passo seguinte é analisar os aspectos das relações conceituais
entre os termos, ou seja, permitir condições básicas de análise estrutural dos vocabulários.
A criação de uma terminologia tem função de relevância, pois, de um lado, promove a
identificação de itens informacionais que respondam, de modo pertinente, a uma pergunta
dada e, de outro, deve permitir a tomada de decisão sobre a consulta ou não do documento
original. Assim para cumprir com eficácia tais funções, deve-se elaborar metodologias que
garantam a equivalência de sentido entre o texto-fonte e a sua representação.
O uso de um vocabulário estruturado permite ao pesquisador recuperar a informação com o
termo
exato
utilizado
para
descrever
o
conteúdo
daquele
documento
científico,
provenientes de termos consistentes, que permite ao usuário selecionar a informação de
que necessita. Logo, a coleta, a descrição, o processamento e a apresentação de
informações a respeito de termos padronizados para a compilação de glossários,
dicionários e bancos de dados terminológicos, representam uma nova perspectiva para a
terminologia.
�5
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
Contudo, a estratégia de recuperação da informação entre as relações conceituais, está
numa ferramenta que traduz o conhecimento em autoconhecimento, e que proporciona a
liberdade de associação entre termos de forma variada, tendo em vista as possibilidades
infinitas de exploração do mundo da informação, do conteúdo e dos objetivos da pesquisa.
Na formação acadêmica, a pesquisa aplicada é uma das chaves para o crescimento
profissional, pois dela necessita-se
para obter uma visão mais ampla que permita analisar
os fatores necessários à tomada de decisões; e ainda na área do processamento
informacional, a pesquisa oferece uma base mais sólida aos profissionais que atuam ou
virão a atuar no mercado de trabalho.
Assim, a identificação de princípios que possam nortear a área de representação e
recuperação da informação tem sido objeto de análise de diversas áreas. Portanto, este
artigo tem por finalidade contribuir para um estudo teórico, que visa tentar avaliar a
importância do tesauro, segundo os objetivos que se quer alcançar.
�6
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
2.1 Tesauro
O termo “tesauro” tem origem no dicionário analógico de Peter Mark Roget, intitulado
“Thesaurus of English words and phrases”, publicado, pela primeira vez, em Londres, em
1852. Roget pretendia com obra facilitar sua atividade literária, pois em seu dicionário as
palavras não foram agrupadas segundo a ordem alfabética, como ocorre com os dicionários
da língua, mas ‘de acordo com as idéias que elas exprimem’, isto é, as palavras deveriam
ser encontradas pelas idéias que elas poderiam expressar. Com este objetivo, as palavras
estão aqui arranjadas estritamente de acordo com seu significado.
“Uma pesquisa na área de representação e recuperação de informação (Campos,
1994), mostrou a existência de princípios comuns entre aspectos teóricos de
instrumentos como esses, que têm por base a Teoria da Classificação Facetada, a
Teoria do Conceito e a Teoria Geral da Terminologia, para a formação de
estruturas sistemáticas, pois os conceitos de uma área de conhecimento se
encontram relacionados entre si. Estes princípios são constituídos por elementos
que estão na base da formação de tal estrutura, que são os conceitos, a relações
entre os conceitos e a própria apresentação do sistema de conceitos.”
3
CAMPOS,
1995
Através do agrupamento de termos, por analogia a obra de Roget, as novas listas
estruturadas passaram a ser chamadas de tesauros, e a função de indexar/recuperar a
informação, ficou associada a duas grandes características do Tesauro de documentação: os
termos e suas relações.
3
CAMPOS, Maria Luiza Almeida. Perspectiva para o estudo da área de representação da informação. Ciência da Informação, Brasília,
v.25, n.2, 1995.
�7
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
Em sentido amplo, os tesauros pressupõem atender à demanda da indexação da
informação, objetivando sua identificação, localização e obtenção de forma rápida e com
eficiência. A indexação incorpora as exigências de acessibilidade que o sistema,
periodicamente atualizado, deve levar em conta na recuperação do documento ou da
informação.
O tesauro que tem sido amplamente adotado para controle de terminologia nos sistemas
pós-coordenados, tanto na estrutura como na organização, sendo bastante similar às
convencionais listas de cabeçalhos de assunto, pois ambos controlam sinônimos e
homógrafos. A principal diferença entre os dois instrumentos consiste na maneira de
aplicação. O cabeçalho de assunto apresenta-se sozinho no catálogo alfabético de
assunto, enquanto o descritor é usado em conjunção com outros descritores.
Para a construção de um Tesauro, é necessário examinar seus elementos e selecionar
aquele que produzirá um adequado desempenho para um sistema específico. Assim, para
assegurar a recuperação de um número desejável de documentos relevantes (revocação)
e garantir uma seleção mais precisa (precisão), devemos fazer um controle da
terminologia, que delimite os meios pelos quais se poderá expressar idéias, não
necessariamente estabelecer limites, mas sim, regras que permitam a expansão e
efetividade do sistema, através de bom controle vocabular, que garanta efetividade nas
relações entre perguntas e respostas.
5
CURRÁS (1995, p. 222) aconselha utilizar situações reais de uso na indexação de
documentos e na recuperação da informação; planejar situações fictícias de indexação e
de busca de informação; solicitar aos usuários que sugiram buscas de documentos ou
assuntos de trabalho e remeter o tesauro para colegas na área do assunto, para que
comprove o seu uso, como algumas estratégias para comprovar a eficácia de um tesauro.
5
CURRÁS, Emília. Tesauros: linguagem terminológica. Brasília : IBICT, 1995.
�8
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
Trabalhar com tesauros na indexação é muito importante, para que os termos sejam
combinados inicialmente, e não posteriormente, o que significa que a forma do termo a ser
procurado deve ser idêntica à forma sob a qual foi utilizado na indexação.
Veja o exe mplo abaixo:
Um termo longo deve ser subdividido em dois ou mais termos, que serão combinados para
recuperar a informação sobre o assunto desejado.
LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
LINGUAGEM
DOCUMENTÁRIA
BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA
Na indexação, os termos só serão combinados apenas por ocasião da recuperação da
informação, e o usuário
entra com os termos do tesauro separadamente. O sistema
combina estes termos e, pela lógica booleana localiza os documentos.
LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
LINGUAGEM
BIBLIOTECA
DOCUMENTOS
UNIVERSIDADE
Os documentos que apresentam os quatros componente do termo composto
DOCUMENTÁRIA
EM
BIBLIOTECAS
conjunta escurecida dos quatro círculos.
UNIVERSITÁRIAS
LINGUAGEM
são localizados na interseção
�9
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
Portanto, deve-se definir se o vocabulário será mais superficial ou mais específico, pois o
mais importante é disponibilizar um vocabulário de entrada adequado, isto é, quando
ocorrer à
busca do termo, o usuário deverá ser imediatamente conduzido ao conceito
estando este sob um cabeçalho geral ou específico. Logo, conclui-se que, um vocabulário
de entrada bem estruturado ajuda a reduzir o esforço intelectual na busca e na indexação,
pois uma vez tomadas às decisões e registradas, não precisam mais ser tomadas cada vez
que um conceito aparece.
A ordem de citação pré-fixada, na maioria das vezes, favorece a precisão na recuperação e
dispensa o uso de artifícios de ligação para evitar coordenações falsas. Mesmo assim, é
necessário alertar que algumas vezes a prefixação dos termos acaba dispersando
elementos de conceitos relacionados. Contudo, na apresentação dos tesauros, onde a
estrutura poderá ser alfabética ou sistemática e suplementada por um índice alfabético, a
coordenação dos termos é que permitirá a precisão na recuperação da informação.
Segundo 7GOMES, ‘a modalidade alfabética é a forma tradicional de apresentação dos
tesauros. Esta ordem é pratica e permite que se localize rapidamente o termo desejado.
Entretanto, o tesauro que se apresenta unicamente sob esta forma dificultará a percepção
dos princípios de classificação subjacentes’ .
O uso de conceitos composto, próprio de determinadas áreas, colabora para a
especificidade da linguagem, possibilitando melhor precisão na recuperação.
7
GOMES, Hagar Espanha. Org. Manual de elaboração de tesauros monolíngües. Brasília : Programa Nacional de Bibliotecas de
Instituições de Ensino Superior, 1990.
�10
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
2.2 Sistema de Recuperação da Informação
Ao iniciar o trabalho de construção de um tesauro devemos observar que tipo de sistema de
recuperação da informação, ele deverá servir.
Os Sistemas de Recuperação da Informação (SRI), ou simplesmente, Sistemas de
Informação, entre outras funções neste contexto, visa dar acesso às informações
potencialmente contidos em documentos registrados, organizados e processados, afim de
garantir a eficácia do processo de busca e maximizar o uso.
Considera-se que todos os sistemas de recuperação da informação definem-se em:
INDEXAR
ARMAZENAR
RECUPERAR
Nestes sistemas, seleciona-se os tópicos a serem representados pelos termos de indexação
com base no julgamento subjetivo, porém quase sempre coerentes com os assuntos tratados
no documento. Depois se extrai dois, três ou mais termos atribuídos de um documento e os
associa a uma linguagem de indexação, que poderá ser controlada (uma lista de termos
aprovados) ou não controlada (emprego de quaisquer termos que se julgue adequado). A
seguir faz-se um registro desses termos atribuídos e se compila um arquivo invertido, que
se constitui no armazenamento. Sendo assim, a recuperação que é um processo de localizar
documentos e itens de informação, se define como objeto do armazenamento, onde as
pessoas que fazem buscas descrevem o assunto de seu interesse por meio de termos
concisos contidos nesses índices, no qual se pode fornecer orientações alternativas de
busca.
�11
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
Na Era da Informação, as habilidades mais importantes têm a ver com o conhecimento,
entretanto, é necessário está atento ao ciclo da produção do conhecimento, o que nos faz
despertar para a necessidade de entender o processo. Esse processo passa primeiramente
pela coleta de dados, que devem ser organizados para dar sentido a informação. Depois
precisamos
considerar
todas
as
informações
existentes
para
gerar
finalmente
o
conhecimento, que ao ter relações com outros conhecimentos poderá gerar novos dados,
novas informações e novos conhecimentos, isso é o ciclo da produção do conhecimento.
Contudo, o que realmente precisa ser feito, é organizar o imenso volume de dados e
informações disponíveis de maneira mais eficaz possível para transformar essa informação
em conhecimento, o que significa possibilitar o compartilhamento. No entanto, apesar de
não termos um sistema especial que capture o conhecimento na sua forma mais completa,
temos sim, que adotar sistemas e processos que organizem e disseminem essa
informação, para que haja captura de informação; e isso só acontece através dos
Sistemas de Recuperação.
Numa linguagem controlada é importante que as palavras no vocabulário sejam
normalizadas, para assegurar a coincidência entre as formas das palavras usadas
na
indexação e na busca.
Entretanto, a lógica de busca ponderada, ou seja, nos enunciados de busca onde é possível
indicar que certos conceitos são mais importantes do que outros, têm proporcionado a
criação de perfis de buscas formulados por meio de uma lista de termos, na qual para cada
um se atribui um peso e uma classificação de relevância, combinando termos e pesos de
itens avaliados como sendo adequados para recuperação, o que significa um serviço
especial para o qual podemos chamar de Disseminação Seletiva da Informação (DSI).
�12
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
Logo, quando os parâmetros de um sistema de informação estão estabelecidos, devemos
nos preocupar com o tipo de linguagem de recuperação deverá ser adotado, para cumprir
seu desempenho de maneira mais efetiva e num ambiente específico, isto é, utilizando um
dos principais instrumentos de controle de vocabulário, para fins de indexação e
recuperação da informação: o Tesauro.
TESAURO
Conceito
4 Linguagem
documentária dinâmica que contém termos relacionados
semântica e logicamente, cobrindo de modo compreensivo um domínio do
conhecimento.
Função do Tesauro
4 Representar
o conhecimento através da determinação dos assuntos
dos documentos e das solicitações de busca.
Tipos de Tesauros
Monolíngues ou Multilíngues
Nivel de Especificidade
Macrotesauros e Microtesauros
Nos Sistemas de Recuperação da Informação, estão presentes instrumentos, denominados
de uma forma geral, por linguagens documentárias. Eles se apresentam sob duas maneiras:
alfabética ou sistemática. A sistemática, o que está
em questão, torna evidente uma
estrutura de conceitos, entendida como elemento de significação, ao que denominamos
como ‘termo de recuperação’, devido às relações existentes entre os conceitos de uma dada
área do conhecimento.
�13
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
O tratamento da informação não é uma função isolada, ao contrário, depende de várias
outras funções que ocorrem nos sistemas de informação e de recuperação, pois pode variar
de acordo com o nível de detalhamento desejado num determinado sistema, ou de acordo
com o instrumental utilizado. Essas decisões vão ser determinadas, em parte, pelo tipo de
sistema ou recuperação de informação em que ocorre esse tratamento.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
DOCUMENTOS
SELEÇÂO
ENTRADA
ANÁLISE CONCEITUAL
INDEXAÇÃO
TRADUÇÃO
ACERVO
BASE DE DADOS
TERMOS DO SISTEMA
TRADUÇÃO
ANÁLISE CONCEITUAL
ESTRATÉGIAS DE
BUSCA
PEDIDOS
USUÁRIOS DO SISTEMA
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
Em sistemas de recuperação da informação é necessário o controle da terminologia para
garantir a relação entre perguntas e respostas.
�14
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
O argumento a favor da linguagem natural e do processamento automático na indexação
dos recursos eletrônicos utilizados atualmente na Internet, tem uma visão muito
generalizada, pois parece haver uma interpretação de que a geração do conhecimento
científico, ocorre na mesma velocidade com que uma enorme gama de informações, sem
qualquer valor, são geradas e disponibilizadas na Internet. Isso revela uma enorme
ignorância do processo de geração do conhecimento científico, e da falsa compreensão da
Internet como um sistema de informação, ou de recuperação, quando não é uma coisa nem
a outra. A Internet é um sistema de comunicação que facilita muito o acesso a sistemas de
informação e de recuperação da informação, sejam aqueles já existentes há tempo, sejam
outros que têm sido desenvolvidos para aproveitar essa capacidade de comunicação.
“Harter define um sistema de recuperação de informação (SRI) como um dispositivo
que se interpõe entre os usuários e a coleção de informação. Strzalkowski
complementa esta definição, afirmando que tais sistemas têm como função típica à de
selecionar documentos de uma base de dados, em resposta a uma questão do usuário,
apresentando-os em ordem de pertinência, enquanto Salton e Mcgill conceituam
tecnicamente um SRI como um sistema que trata da representação, do armazenamento,
da organização e do acesso aos itens de informação.” Citado por
1995.
8
KURAMOTO,
Enfim, pelo volume e complexidade de informação, hoje não se concebe o uso de listas de
cabeçalhos de assunto no âmbito de sistemas de informação científica, sem antes adotar um
instrumento mais preciso e mais robusto, o thesaurus, pois numa linguagem controlada de
indexação para a obtenção de termos, freqüentemente existirá um disponível em formato
impresso ou em linha, sendo, portanto, um instrumento útil para restringir ou ampliar os
assuntos das buscas.
8
KURAMOTO,
Hélio. Uma abordagem alternativa para o tratamento e a recuperação de informação textual: os sintagmas nominais.
Ciência da Informação, Brasília, v.25, n.2, 1995.
�15
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
2.3 Conclusão
Os sistemas de informação devem ser gerenciados de forma que o seu ciclo de vida inclua
análise,
projeto,
implementação,
evolução
operacional,
deterioração
e
substituição,
possibilitando assim a criação de um sistema novo. Entretanto, as metodologias de
sistemas de informação foram desenvolvidas para oferecer uma abordagem metódica de
análise e projeto de sistemas, no qual, o planejamento estratégico de sistemas de
informação seja um componente essencial da organização, e que, uma vez implantado
exigirá manutenção constante.
A análise conceitual, vista aqui, diz respeito à interpretação do que o usuário
na verdade
está a procura, enquanto tradução é a representação de suas necessidades; pois os termos
selecionados do vocabulário do sistema, está na representação dessa necessidade de
informação, que poderá ser considerada uma estratégia de busca.
Dentre as linguagens controladas, os tesauros constituem um dos meios mais utilizados
para indexação e recuperação de documentos e/ou informações. Sendo assim, faz-se
necessário verificar se atendem às necessidades atuais de seus clientes consumidores de
informação.
O objetivo principal do tesauro é dar assistência ao usuário (pesquisador ou indexador) de
maneira que ele consiga encontrar o termo que represente um determinado significado para
o que se procura, ou seja, com a ajuda do tesauro, o usuário no momento da busca poderá
identificar termos alternativos, que permitirá descrever a informação contida no documento
de forma mais adequada.
�16
Tesauro : um instrumento de representação do conhecimento em Sistemas e Recuperação da Informação
Após o estabelecimento de um sistema de informação e da definição do tipo de linguagem
de recuperação adequada a cumprir efetivamente sua função, podemos considerar que para
um bom desempenho, o tesauro precisa de uma estrutura aceitável, e está adaptado ao
campo de interesse, a fim de permitir as alterações necessárias, sem a qual certas áreas de
assunto não
poderiam ser desenvolvidas com maiores detalhes. No entanto, caso não
exista uma linguagem de recuperação adequada, será necessário construir
um novo
tesauro, sem desprezar o já existente, que poderia fornecer termos para utilização com o
novo sistema.
Assim, o volume de informação disponível atualmente, em especial nas áreas científicas e
tecnológicas,
fez
despertar
para
a
necessidade
de
normalização
e
controle
dos
vocabulários, principalmente devido ao aparecimento de ambigüidades terminológicas, o
que vem dificultando o rápido acesso à informação armazenada.
Enfim, a importância do tesauro como recurso auxiliar num sistema de recuperação da
informação, e o grande volume de dados disponibilizados através das tecnologias da
informação, faz verificar que esses dados precisam ser tratados de forma prática e com
muito bom senso na geração de informações pertinentes.
Contudo, sob o ponto de vista do uso das tecnologias de informação e comunicação, todos
que lidam com estes recursos devem estar atentos ao novo cenário e acompanhar as
transformações, utilizando a tecnologia como ferramenta essencial ao desempenho de sua
função de socializar e democratizar as informações produzidas pela humanidade.
�
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Tesauro: um instrumento de representação do conhecimento em sistemas de recuperação da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Jesus, Jerocis Botelho Marques de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aponta para a importância do tesauro como recurso auxiliar num sistema de recuperação da informação
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4074/SNBU2002_066.pdf
c1e19f3790e4d74da6f06c401bb09ffd
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Text
PORTAL LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL SENAC-SP
ZILIAN N. ASSUNÇÃO¹ ; EDUARDO B. CARDOSO¹ ; JEANE D R. PASSOS²;
BEATRIZ P. GUIA³
¹Projeto “Tecnologia da Informação”, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Rua General Jardim, 618, 2º andar, 01223-010, São Paulo, SP, Brasil
zilian@sp.senac.br; eduardo.bcardoso@sp.senac.br
²Gerência de Desenvolvimento Educacional, Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial
Rua Dr. Vila Nova, 228, 8º andar, 01222-903, São Paulo, SP, Brasil
e-mail: jpassos@sp.senac.br
³Centro de Tecnologia e Gestão Educacional, Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial
Rua Dr. Vila Nova, 228, 3º andar, 01222-903, São Paulo, SP, Brasil
e-mail: beatriz.pguia@sp.senac.br
Mostra os aspectos de elaboração e disponibilização de um Portal com uma base completa
de documentos textuais relativos ao tema Legislação Educacional no Brasil. Disserta sobre
a abrangência do Portal, etapas de elaboração, seu significado para o SENAC, enquanto
instituição de Formação Profissional, a metodologia adotada em sua confecção, bem como
especificações técnicas do software NXT3, software utilizado para a construção do Portal.
Apresenta a ferramenta de busca mais abrangente para a visualização desses documentos,
que representam o corpo de normas que regem tal Legislação. Destaca alguns aspectos que
diferenciam esse Portal de outros Sites ou Portais de legislação existentes na WEB e traz
uma contribuição de enorme significância para o trabalho interdisciplinar, pontuando que
este Portal foi
desenvolvido por bibliotecários e informatas que atuam na área de
informação e gestão do conhecimento.
Palavras-chaves: Legislação Educacional; Internet; Portal; Legislação; Educação.
�INTRODUÇÂO
Afirma-se com freqüência que o acesso à informação é um fator de cidadania, de
desenvolvimento profissional e de evolução da organização e da sociedade como um todo.
Nesse sentido, é importante criar formas de difusão da informação a um número
cada vez maior de pessoas.
A concepção deste Portal baseou-se no princípio de que a informação só tem valor
quando pode ser incorporada pelo maior número possível de pessoas.
Houve uma grande mudança nas bibliotecas nos últimos anos, assim como em todas
as outras instituições. Todas elas recebem contínuos impactos das mudanças tecnológicas e
sociais que permeiam a sociedade moderna.
O acesso a informação está em um momento de transição, passando de uma
organização totalmente ligada ao material impresso para outra onde tudo ou quase tudo,
será armazenado sob a forma digital.
Atualmente, a Internet é um meio de comunicação revolucionário que mudará o
caráter sociocultural da Sociedade, e isto já é observado no meio acadêmico de forma
muito rápida, atingindo, contudo varias áreas como o comércio, a indústria, chegando até
as relações de trabalho, onde uma gama muito grande de informações são acessadas
através da Internet (Pohlmann Filho, 2000).
Organizações virtuais, envolvidas diretamente com as técnicas e tecnologias
eletrônicas, interagiram no desenvolvimento e virtualizacão de documentos e acervos, ao
dar suporte as atividades tradicionais, assim com, no perfil do profissional a na relação
entre os profissionais e as novas tecnologias que estão em constante evolução.
A proposta deste Portal é facilitar a pesquisa sobre a Legislação que norteia o
Sistema Educacional Brasileiro.
A nossa grande preocupação é disponibilizar em um único acesso o maior número
possível de Leis, Projetos de Leis, Decretos, Constituições, Emendas Constitucionais,
Resoluções, Pareceres, Portarias, Medidas Provisórias e legislações pertinentes a área de
educação, sempre com acesso ao texto completo dos documentos.
Além disso, o pesquisador terá informações e acesso ao texto completo de teses,
dissertações,
textos,
artigos
de
periódicos,
links,
bibliotecas
virtuais,
bibliografias,
informações sobre eventos e outros trabalhos referentes a educação, de maneira geral e em
outras áreas de atuação do SENAC
como: Educação Ambiental, Comunicação e Artes,
�Saúde, Moda, Turismo e Hotelaria, Beleza, Beleza, Decoração, Informática, Administração
e Negócios, Educação Comunitária (Terceiro Setor) e Educação à Distância.
Destacamos aqui, alguns aspectos que diferenciam o nosso Portal de outros Sites ou
Portais de legislação existentes na WEB:
1- Acesso
totalmente
gratuito.
(em
alguns
Portais
é
necessário
assinatura paga para acesso as informações).
2- Acesso ao texto de normas que regem a Educação no Brasil em
todos os níveis, no âmbito Federal e Estadual (São Paulo), em um único Portal.
(hoje para fazermos uma pesquisa desta natureza teríamos que recorrer a vários
sites, ex: leis e decretos (site senado), Constituição federal(site presidência),
constituições estaduais (sites dos governos estaduais), leis orgânicas municipais
(sites das prefeituras quando existem), resoluções (diferentes Ministérios e
Secretarias) etc.
3- Acesso ao texto de Pareceres do Conselho Estadual e Conselho
Nacional de Educação.
4- Atualização Semanal das Normas Jurídicas.
5- Além disso, o pesquisador pode consultar teses, dissertações, textos,
artigos
de
periódicos,
links,
bibliotecas
virtuais, bibliografias, informações
sobre eventos e outros trabalhos referentes à educação, de maneira geral e
outras áreas de atuação do SENAC como: Educação Ambiental, Comunicação e
Artes, Saúde, Moda, Turismo e Hotelaria, Beleza, Decoração, Informática,
Administração e Negócios, Educação Comunitária (Terceiro Setor), Educação a
Distância, Tecnologia e Gestão Educacional e Idiomas. (Disponível na Segunda
fase do Projeto que está em Construção).
Ressaltamos que algumas Normas Jurídicas e Constituições Estaduais e Leis
Orgânicas Municipais de cidades que possuem Unidades do SENAC não estão
disponíveis no Portal, porque além de não existir formato eletrônico das mesmas,
estamos aguardando o envio das normas em papel para que possamos digitalizá-las.
(Já entramos em contato com as Prefeituras e Governos e estamos aguardando os
envios)
�METODOLOGIA
ETAPAS DO TRABALHO: Organização e Tratamento Técnico
1- Em um primeiro momento, definimos junto com o Professor Francisco
Aparecido Cordão, o grande idealizador deste projeto, a árvore de assuntos e os níveis de
interação correspondentes aos mesmos seguindo o modelo abaixo:
Legislação Geral
-
Constituição Federal
-
Constituição Estadual
-
Leis Orgânicas de Municipais
-
Emendas Constitucionais (PEC)
-
Profissões Regulamentadas (Conselhos e Sindicatos)
-
SENAC Nacional/Regional São Paulo
-
Acordos e Convenções Internacionais (do Brasil)
-
Convênios e Acordos Nacionais e Internacionais do SENAC
-
Códigos Nacionais ( defesa do consumidor, vigilância sanitária, estatuto da
criança e do adolescente...)
-
Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional – LDB
-
Manual de Procedimentos da Administração Educacional
Legislação Educacional
-
Educação Profissional
Nível Básico
Nível Técnico
Nível Tecnológico
-
Educação Básica
-
Educação Infantil
-
Ensino Fundamental
-
Ensino Médio
-
Educação de Jovens e Adultos
�-
Educação Superior
Graduação
Pós –Graduação
Cursos Seqüenciais
Extensão Cultural
Formação de Docentes
-
Educação a Distância
-
Educação Especial
-
Educação Indígena
-
Educação Rural
Publicações / Curiosidades / Links
-
Textos
-
Produção Científica
-
Dissertações e Teses
-
Bibliografias
-
Eventos
-
Anais
-
Boletins
-
Catálogos
-
Bibliotecas Virtuais
-
Notícias
-
Curiosidades
-
Links
As etapas de trabalho resumem-se nos seguintes passos:
1- Seguindo o modelo da árvore contendo os temas principais, capturamos na
Internet ou digitalizamos as normas que regem a legislação educacional no Brasil e
outras normas que permeiam o assunto 1961(antiga LDB) até os dias atuais, embora
tenhamos algumas leis do Brasil Colônia e Brasil Império.
2- Formatamos
este
documento
obedecendo
padronização
e
estilos
concensados com as equipes envolvidas.
3- Distribuímos os documentos na árvore dentro dos assuntos correspondentes
aos mesmos.
�4- Catalogamos
os
documentos
nos
metadados
definidos
pela
equipe
responsável pelo conteúdo do Portal.
Após todo este trabalho, partimos para a elaboração dos textos que comporiam a
apresentação do Portal bem como os textos de ajuda (Help) que auxiliariam o pesquisador
em caso de dúvida.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO SOFTWARE NXT3
O software NXT3 possibilita:
Catalogação em Metadados
Dados Básicos
Alterações e revogações
Palavras Chave
Possibilidades de Pesquisa
- Busca Referencial
- Busca Avançada
- Busca Booleana
Metadados e texto das normas
- Busca Referencial
Funções Principais do Aplicativo Gestor
Gerenciamento de pastas e documentos;
Interface de entrada/manutenção dos metadados;
Facilidades para criação de links entre documentos;
Geração do Mak file (XML contendo o path para cada arquivo e seus respectivos
metadados extraídos do banco de dados ORACLE);
Atualização via FTP dos arquivos trabalhados desde a última atualização da base.
CONCLUSÕES
�O Portal já está no ar e pode ser acessado pela URL www.sp.senac.br/legislacao
REFERÊNCIAS
1
FAZIOLI, R.A; MORAES, L.M.Z.M. Biblioteca virtual do Governo do Estado de
São
Paulo: uma proposta para disponibilização na WEB. São Paulo, 2000,
Monografia (Especialização em Gerência de Sistemas automatizados de informação)
67p.
–
FESP.
2
GARAY, A. B. S. As diferentes faces do processo de qualificação: algumas
dimensões esquecidas. RAUSP Revista de Administração, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 52-61,
jul./set. 1997.
3 POHLMANN FILHO, O. Guia para criação de bibliotecas virtuais. Disponível em:
httpl/www-cglobal.pucrs· br/bibdigital/kit1.htm. Acessado em 13 set. 2000.
4 STEWART, T. A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas .
4. ed. Rio de Janeiro: Campus, c1998.
�ANEXOS
Textos de Apresentação
Boas-Vindas
O SENAC oferece um banco de dados fundamental para facilitar suas
pesquisas
sobre a Legislação que norteia o Sistema Educacional Brasileiro.
Estão disponíveis Leis, Projetos de Leis, Decretos, Constituições, Emendas
Constitucionais, Resoluções, Pareceres, Portarias, Medidas Provisórias e legislações
pertinentes à área de educação, sempre com acesso ao texto completo dos documentos.
Além disso, o pesquisador pode consultar teses, dissertações, textos, artigos de
periódicos, links, bibliotecas virtuais, bibliografias, informações sobre eventos e outros
trabalhos referentes à educação, de maneira geral e outras áreas de atuação do SENAC
como: Educação Ambiental, Comunicação e Artes, Saúde, Moda, Turismo e Hotelaria,
Beleza,
Decoração,
Informática,
Administração
e
Negócios,
Educação
Comunitária
(Terceiro Setor), Educação a Distância, Tecnologia e Gestão Educacional e Idiomas.
A navegação é simples e antes de começa-la, consulte nossas dicas e o glossário de
termos técnicos. Assim você irá fazer uma pesquisa mais rápida e eficiente. Boa Consulta!
Legislação Educacional
Aqui você encontra leis, decretos e regulamentações federais, estaduais e
municipais relativas à Educação e temas afins.
Educação Superior
Neste espaço você tem acesso a Projetos de Lei, Decretos, Resoluções,
Pareceres, Portarias, Medidas Provisórias e outras normas que regem a Educação
Superior no Brasil.
Para facilitar a busca, dividimos em 05 áreas: Graduação, Pós-graduação,
Cursos Seqüenciais, Extensão Cultural e Formação de Docentes.
Educação Profissional
Um completo banco de dados sobre a Legislação que rege a Educação
Profissional no Brasil.
�A pesquisa pode ser realizada em 03 níveis: Educação Profissional de Nível
Básico, Educação Profissional de Nível Técnico e Educação Profissional de Nível
Superior.
Educação Especial
A institucionalização da Educação Especial no Brasil tem pouco mais de três
décadas. A partir da década de 70 se inicia um processo de centralização
administrativa e coordenação política a partir do governo federal. Na legislação, a
Educação Especial aparece pela primeira vez na LDB 4024/61, apontando que a
educação dos excepcionais deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral
de educação.
Conheça aqui a legislação que rege a Educação Especial no Brasil.
Educação Rural
A Constituição Federal Brasileira de 1988 proclama a educação como direito
de todos e dever do Estado, transformando-a em direito público subjetivo,
independentemente dos cidadãos residirem nas áreas urbanas ou rurais. Deste
modo, os princípios e preceitos constitucionais da educação abrangem todos os
níveis e modalidades de ensino ministrados em qualquer parte do país. Apesar de
não se referir direta e especificamente ao ensino rural, a Constituição Federal
possibilitou às Constituições Estaduais e à LDB - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional –
o tratamento da educação rural ou do campo no âmbito do
direito à igualdade e do respeito às diferenças.
Educação Básica
Leis, Projetos de Leis, Decretos, Resoluções, Pareceres, Portarias, Medidas
Provisórias e outras legislações que regem a Educação Básica no Brasil.
Para facilitar sua pesquisa, separamos 04 áreas:
Educação Infantil
A Educação Infantil é considerada a primeira etapa da Educação Básica.
Dessa forma, o trabalho nela desenvolvido promove a construção da identidade e
autonomia das crianças.
Ensino Fundamental
O
Ensino
Constituição Federal,
Fundamental,
direito
público
subjetivo,
garantido
pela
propicia aos alunos os conhecimentos historicamente
incluídos nos currículos escolares.
�Ensino Médio
O Ensino Médio, de qualidade, como etapa de consolidação da Educação
básica, é entendido como capaz de articular questões das várias áreas do
conhecimento, aprofundando a formação dos alunos em todos os saberes adquiridos
no Ensino Fundamental, dando-lhes condições de continuar aprendendo.
Educação de Jovens e Adultos
É papel da sociedade civil educativa ser um indutor de políticas públicas, na
busca de igualdade com qualidade para expandir e qualificar o atendimento de
Jovens e Adultos antes excluídos do Sistema Educacional Brasileiro.
Educação à Distância
É clara a intenção da atual LDB de investir na Educação a Distância e novas
tecnologias como uma das estratégias para democratizar e elevar o padrão de
qualidade da educação brasileira.
Aqui você encontra a legislação completa sobre o assunto.
Educação Indígena
A Constituição Federal e a LDB deixam claras as necessidades de reforçar e
valorizar a construção de uma política pública educacional para as escolas
indígenas, de acordo com as reivindicações dos diversos povos indígenas e dos
princípios estabelecidos pela Constituição de 1988. Veja aqui as leis que amparam
a Educação Indígena no Brasil.
Aprendizagem
Segundo o Decreto 31.546, de 06 de outubro de 1952, considera-se
aprendizagem o contrato individual de trabalho realizado entre um empregador e
um trabalhador maior de 14 e menor de 18 anos, pelo qual, além das características
mencionadas no artigo 3º da CLT, aquele se obriga a submeter o empregado à
formação profissional metódica do ofício ou ocupação para cujo exercício foi
admitido e o menor assume o compromisso de seguir o respectivo regime de
aprendizagem.
Entende-se como sujeito à formação profissional metódica de ofício ou
ocupação, o trabalhador menor matriculado em curso do SENAI ou SENAC ou em
cursos por eles reconhecido nos termos da legislação que lhe for pertinente.
Aqui você encontra a legislação completa sobre o tema.
Profissões Regulamentadas e Fiscalizadas
�A regulamentação das profissões é conseguida e garantida por leis, decretoslei, decretos, instruções normativas, portarias e resoluções emanadas dos poderes
públicos
e
dos
Conselhos
Profissionais
Federais
e
Regionais,
legalmente
instituídos.
No Brasil, há quase 150 profissões regulamentadas e que são regidas por
regras especiais estabelecidas.
Aqui
você
encontra
a
legislação
relativa
as
categorias
profissionais
regulamentadas e fiscalizadas por força de legislação específica.
Constituições
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO
DA
REPÚBLICA
FEDERATIVA
DO
BRASIL."
Preâmbulo da Constituição Federal de 1988.
Constituição Federal
Emendas Constitucionais
Textos que alteram e modificam a Constituição Federal em
vigência.
Constituições Estaduais
Leis Orgânicas Municipais
Projetos de Lei (do Executivo ou do Legislativo)
Aqui você vai encontrar as proposições do Executivo Federal em tramitação.
Projetos de Lei
Projetos de Lei Complementar
Propostas de Emendas Constitucionais
Acordos e Convenções Nacionais e Internacionais
Aqui você vai encontrar normas referentes a convênios de e acordos de
cooperação educativa entre a República Federativa do Brasil e do SENAC
com outros países e outras instituições.
�Brasil
SENAC
LDB
Aqui você encontra as Leis, Projetos de Leis, Decretos, Resoluções,
Pareceres, Portarias, Medidas Provisórias e outras legislações que regem a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sempre com acesso ao texto completo
dos documentos.
LDB 9394/96
LDB 4024/61
Legislação Trabalhista
Definitivamente instalada em todo o território nacional em 01/05/1941, com
a finalidade de solucionar os conflitos trabalhistas entre patrões e empregados, a
Justiça do Trabalho nasceu e cresceu ao longo do processo histórico republicano
brasileiro.
Aqui você pode pesquisar Leis, Projetos de Leis, Decretos, Resoluções,
Pareceres, Portarias, Medidas Provisórias e outras legislações que regem a Justiça
do Trabalho no Brasil.
Códigos Nacionais
Códigos Nacionais são contratos que regem áreas específicas e, portanto,
possuem legislação própria, tais como: Estatuto da Criança e do Adolescente,
Código de Defesa do Consumidor, de Águas, Civil, Penal, Florestal, Eleitoral,
Tributário, Mineração, Propriedade Industrial, Trânsito, Vigilância Sanitária e
outros.
Dissertações e Teses
Um sistema de informação centralizado que facilita o acesso e a recuperação de
dissertações e teses auxilia o trabalho de pesquisadores, profissionais, graduandos e pósgraduandos
e
demais
interessados,
contribuindo,
dentre
outros
aspectos,
com
o
desenvolvimento da pesquisa e da produção científica de qualidade.
Reunimos aqui textos completos de dissertações e teses e também, referências
bibliográficas de textos autorizados para publicação sobre educação e outras áreas de
atuação do SENAC.
�Bibliografias
As bibliografias abaixo são referenciais. Indicações de livros, periódicos,
teses e dissertações importantes para uma introdução consistente aos temas
indicados.
Se você tem algum livro importante para indicar, por favor, escreva-nos.
Bibliotecas Virtuais
A Internet concentra hoje a maior rede mundial de bibliotecas. Visite os
mais completos acervos bibliográficos do Brasil e do Mundo. O SENAC mostra a
você esse caminho do conhecimento.
Periódicos
Aqui você encontra os links para alguns dos principais produtores de
publicações especialmente elaboradas para a disseminação da informação por meio
eletrônico.
Eventos
Aqui você encontra informações para uma série de eventos nacionais e
internacionais no mundo da educação e outras áreas de atuação do SENAC.
Links
Aqui você encontra links interessantes na área de educação e outras áreas de
atuação do SENAC.
Consulte as Bibliotecas do SENAC
A Pesquisa que você realiza neste site tem como suporte a sofisticada Base de
Dados Mercúrio, com mais de 160.000 registros, constituída por dados bibliográficos do
Departamento Nacional do SENAC e de seus Departamentos Regionais. A Base Mercúrio
é atualizada periodicamente e seu universo temático compreende as áreas de comércio,
serviços, formação profissional, trabalho, turismo, administração, moda, beleza, hotelaria,
saúde, decoração, varejo, design de interiores e fotografia, entre outras. A Base é composta
por
livros,
periódicos,
normas
técnicas,
catálogos
técnicos
e
outros
documentos
bibliográficos, além de materiais especiais, como fitas de vídeo, discos óticos, disquetes e
fotografias. Todos os títulos dispõem de resumos indicativos e são associados a palavraschave, como nome de autores, datas, títulos, entre outras que dinamizam a busca de dados.
Através da Base Mercúrio, é possível pesquisar os registros bibliográficos de livros
(produzidos no Senac ou não), artigos de periódicos e materiais especiais (vídeos, discos
�ópticos, disquetes, fotografias etc.). Tratam-se de materiais catalogados pelas unidades
documentais do Sistema SENAC, espalhadas por todo o Brasil.
Ajuda
Para tornar a pesquisa mais eficiente siga alguns passos básicos:
1- tenha em mãos o máximo de informações sobre o documento que você quer
encontrar.
2 - preencha o formulário que mais se adeqüe às informações que você já possui
sobre o documento.
3 - quando você fizer uma pesquisa mais abrangente, que possa envolver um grande
número de documentos, faça a consulta através do busca rápida. Basta escrever a palavra
(ex: educação) que todos os textos que contenham a palavra serão exibidos.
4 – já para uma consulta mais específica, selecione o formulário que mais se adapte
aos seus objetivos e preencha os campos com as informações solicitadas. Você tem a sua
disposição três tipos de formulários para sua pesquisa: avançada, booleana ou
referencial.
5 – busca avançada: é o formulário de pesquisa mais aprimorado com
possibilidades de combinação de palavras/expressões. A busca avançada é indicada para
quem quer obter um resultado mais preciso, com um menor número de documentos.
6 – busca booleana: é uma espécie de formulário de busca avançada que trabalha com
operadores lógicos (ex: E, Ou, Negação, entre outros) para que a busca retorne também
com um menor número de resultados na pesquisa. Necessita de uma explicação maior, pois
não é trivial como a anterior devido aos operadores (&, ||, +, etc...)
7 – busca referencial: é a busca nos campos "extra-documentos", ou seja, os resultados
dessa busca são links para arquivos que exibem todos os dados “extra-documentos” de
cada norma e um link para a visualização completa. A busca referenc ial representa um
grande diferencial do nosso site.
8 – consulte a relação de palavras-chave para conhecer melhor os termos que estão
à sua disposição e as ferramentas que vão ajudar na sua pesquisa.
9 – conheça com antecedência as denominações técnicas da legislação (leis,
decretos, emendas, etc) para realizar sua pesquisa com mais rapidez.
�Vamos deixar disponível no formulário de referência a lista das abreviaturas
seguidas do significado delas? (vide site do senado)
10 – para facilitar a sua busca criamos um texto-base para cada tipo de legislação
para que você saiba se está procurando no lugar certo. Leia-o atentamente!
11 – formatos de apresentação: ao utilizar esse recurso você terá na tela algumas
informações que servirão para esclarecer se esse é o documento procurado. Um trecho
menor (curto); um com mais dados (médio) ou um pouco mais detalhado (longo). A
palavra-chave utilizada inicialmente estará em destaque e ao clicá-la você verá na tela
todas as partes do texto em que ela está inserida.
12 – documento: sempre que clicar aí o usuário poderá visualizar qual documento
está atualmente aberto.
13 – Resultado da busca: mostra um ou mais documentos resultantes da última
pesquisa realizada. A tela de resultados é mantida e pode ser visualizada a qualquer
momento.
14 – documentos e resultados: este recurso irá facilitar a navegação entre os
documentos encontrados na busca, pois o texto integral dos resultados encontrados poderá
ser visualizado na mesma tela, deixando o acesso mais ágil e rápido.
15 – formulário de busca selecionado: para realizar uma nova pesquisa, ao
selecionar esse item será aberto o mesmo formulário já utilizado na pesquisa anterior.
16 – mostrar posição: ao utilizar este recurso você terá a exata posição do
documento assinalado com destaque no lado esquerdo da tela.
17 – marcação anterior/próxima marcação: quando a palavra selecionada
aparecer mais de uma vez no documento, você poderá clicar para mostrar essas ocorrências
da mesma palavra para frente ou para trás utilizando esses recursos
18 - limpar marcação: limpa as marcações das palavras no documento que estiver
aberto. Ao clicar no recurso as marcações são apagadas no texto selecionado e você pode
continuar a leitura sem as marcações selecionadas anteriormente.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Portal Legislação Educacional SENAC- SP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Assunção, Zilian N.
Cardoso, Eduardo B.
Passos, Jeane D. R.
Guia, Beatriz P.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Disserta sobre a abrangência do Portal, etapas de elaboração, seu significado para o SENAC, enquanto instituição de Formação Profissional,
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4073/SNBU2002_065.pdf
0cf48867effd24cd6062a7faf36fb8ad
PDF Text
Text
EDUCAÇÃO E COMPETÊNCIA : A PROPOSTA DO SENAC-SP NO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU “GERENCIANDO
INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO”.
JEANE R. PASSOS¹ ; BEATRIZ P. GUIA²
¹ Gerência de Desenvolvimento Educacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Rua Dr. Vila Nova, 228, 8º andar, 01222-903, São Paulo, SP, Brasil
e-mail: jpassos@sp.senac.br
²Centro de Tecnologia e Gestão Educacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Rua Dr. Vila Nova, 228, 3º andar, 01222-903, São Paulo, SP, Brasil
e-mail: beatriz.pguia@sp.senac.br
Apresenta a proposta do SENAC-SP para o curso de pós-graduação Lato Sensu
“Gerenciando a Informação para a Gestão do Conhecimento”, com base nos métodos de
uma educação orientada para o desenvolvimento de competências e habilidades totalmente
voltadas para a necessidade do mercado. A organização curricular deste curso assegura o
atendimento aos princípios de interdisciplinaridade e contextualização, bem como a sua
estrutura
compreende projetos de trabalho integrados superando a visão fragmentada da
educação por conteúdo.
Palavras-chave:
Gestão
da
Competência; Formação Profissional.
Informação;
Gestão
do
Conhecimento;
Educação;
�INTRODUÇÃO
As
organizações
vêm
medindo
seu
desempenho,
baseadas
em
indicadores
financeiros e valores quantitativos, mas esse modelo não se presta à Sociedade do
Conhecimento. O Setor Serviços, onde a disseminação do conhecimento tem um valor
extraordinário e muitas vezes é mal mensurado, não pode se basear em padrões onde
números se colocam à frente do conhecimento organizacional.
Mas não só o Setor Serviços está preocupado com essa questão. Todas as
organizações já detectaram falhas em suas avaliações e mensurações no que diz respeito ao
gerenciamento de suas informações e conhecimento.
O profissional da informação, e aí ressaltamos o Bibliotecário dos novos tempos,
desenvolve esforços no sentido de auxiliar as organizações onde trabalham, a melhor
gerenciar
suas
informações
e
seu conhecimento. Esta gestão da informação e
conhecimento, visa obter vantagens competitivas que permitam a manutenção da
organização no mercado, a prospecção/ identificação de nichos que mereçam investimento
e a criação/projeção de novos produtos e serviços, através da administração eficaz do que
se chama capital intelectual. Esse capital, representa as informações e o conhecimento
“armazenado” na cabeça das pessoas que trabalham nas organizações.
A gestão moderna exige que a tomada de decisão seja feita com o máximo de
informação. E informação de boa qualidade.
Partindo do princípio que para gerenciar com eficiência uma organização do
conhecimento é necessário investir na capacitação permanente de pessoas, em tecnologias
de informação e comunicação e na organização e monitoramento desse conhecimento
como parte das estratégias competitivas, os ativos intangíveis foram categorizados em:
competência dos funcionários; estrutura interna; estrutura externa. Assim, o Curso de PósGraduação Gerenciando Informação para a Gestão do Conhecimento que o SENAC se
propôs a realizar, vem totalmente de encontro às necessidades de mercado e à nova visão
do papel que o Gestor da Informação tem que desempenhar nas organizações.
�DISCUSSÕES
COMO ESTÁ A CONFIGURAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR DE
BIBLIOTECONOMIA NO BRASIL?
Com todas as mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho e preocupação
que as empresas começaram a ter com a gestão da informação e o conhecimento, cabe uma
pergunta:
Quando você saiu da universidade você se sentiu preparado para o
mercado?
Capaz de responder a todas as
necessidades que as
organizações têm de gestão da informação?
Certamente sua resposta será “Não. Assim que me formei não estava preparado
para o mercado”.
As Diretrizes Curriculares para os Cursos de Biblioteconomia (Aprovadas pelo
Parecer CNE/CES n. 492/2001), nos mostram que ainda há muito que fazer para
“preparar” o profissional da informação para o atual mercado.
Em seu item 1 (Perfil dos Formandos) temos:
“A formação do bibliotecário supõe o desenvolvimento de determinadas
competências
e
habilidades
e
o
domínio
dos
conteúdos
da
Biblioteconomia. Além de preparados para enfrentar com proficiência e
criatividade os problemas de sua prática profissional, produzir e difundir
conhecimentos, refletir criticamente sobre a realidade que os envolve,
buscar aprimoramento contínuo e observar padrões éticos de conduta, os
egressos dos referidos cursos deverão ser capazes de atuar junto a
instituições e serviços que demandem intervenções de natureza e alcance
variados: bibliotecas, centros de documentação ou informação, centros
culturais, serviços ou redes de informação, órgãos de gestão do patrimônio
cultural etc.
As IES poderão acentuar, nos projetos acadêmicos e na organização
curricular, características do egresso que, sem prejuízo do patamar
mínimo aqui considerado, componham perfis específicos.”
Pergunta objetiva: não seria hora de mudar o perfil desse profissional já nessas
diretrizes e trazer uma nova visão de mundo para o indivíduo que acaba uma universidade
�numa Era chamada do Conhecimento? Não estaríamos sendo um pouco “distraídos” na
hora de traçar tal perfil?
Observe o que diz o capítulo 2, sobre Competências e Habilidades:
“Dentre as competências e habilidades dos graduados em Biblioteconomia
enumeram-se as típicas desse nível de formação.
A)
Gerais
·
gerar produtos a partir dos conhecimentos adquiridos e divulgá-los;
·
formular
e
executar
políticas
institucionais;
·
elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos;
·
utilizar racionalmente os recursos disponíveis;
·
desenvolver e utilizar novas tecnologias;
·
traduzir as necessidades de indivíduos, grupos e comunidades nas
respectivas áreas de atuação;
·
desenvolver atividades profissionais autônomas, de modo a orientar,
dirigir, assessorar, prestar consultoria, realizar perícias e emitir laudos
técnicos e pareceres;
·
responder a demandas sociais de informação produzidas pelas
transformações tecnológicas que caracterizam o mundo contemporâneo.
B) Específicas
. Interagir e agregar valor nos processos de geração, transferência e uso da
informação, em todo e qualquer ambiente;
·
Criticar, investigar, propor, planejar, executar e avaliar recursos e
produtos de informação;
·
Trabalhar com fontes de informação de qualquer natureza;
·
Processar a informação registrada em diferentes tipos de suporte,
mediante a aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta,
processamento,
·
armazenamento
e
difusão
da
informação;
realizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência
e uso da informação.”
�Sobre os conteúdos curriculares, o Parecer fala que: “Os conteúdos dos
cursos distribuem-se em conteúdos de formação geral, destinadas a oferecer
referências
cardeais
externas
aos
campos
de
conhecimento
próprios
da
Biblioteconomia e em conteúdos de formação específica, que são nucleares em
relação a cada uma das identidades profissionais em pauta.
De caráter propedêutico ou não, os conteúdos de formação geral envolvem elementos
teóricos e práticos e têm por objetivo o melhor aproveitamento dos conteúdos específicos
de cada curso.
Os conteúdos específicos ou profissionalizantes, sem prejuízo de ênfases ou
aprofundamentos programados pelas IES, têm caráter terminal. Constituem o núcleo básico
no qual se inscreve a formação de bibliotecários.
.....................................................
O desenvolvimento de determinados conteúdos como a Metodologia da Pesquisa
ou as tecnologias em Informação, entre outras – poderá ser objeto de itens curriculares
formalmente constituídos para este fim ou de atividades praticadas no âmbito de uma ou
mais conteúdos.
Recomenda-se que os projetos acadêmicos acentuem a adoção de uma perspectiva
humanística na formulação dos conteúdos, conferindo-lhes um sentido social e cultural que
ultrapasse os aspectos utilitários mais imediatos sugeridos por determinados itens.
As IES podem adotar modalidades de parceria com outros cursos para:
·
ministrar matérias comuns;
promover
ênfases
específicas
em
determinados
·
ampliar o núcleo de formação básica;
·
complementar conhecimentos auferidos em outras área.”
aspectos
da
carreira;
E finalizando são apresentados os:
“Estágios e Atividades Complementares: Mecanismos de interação do aluno com o mundo
do trabalho em sua área, os estágios serão desenvolvidos no interior dos programas dos
cursos, com intensidade variável segundo a natureza das atividades acadêmicas, sob a
responsabilidade imediata de cada docente. Constituem instrumentos privilegiados para
associar desempenho e conteúdo de forma sistemática e permanente.
Além disso, o colegiado do curso poderá estabelecer o desenvolvimento de
atividades
complementares
de
monitoria,
pesquisa,
participação
em
seminários
e
congressos, visitas programadas e outras atividades acadêmicas e culturais, igualmente
�orientadas por docentes (de preferência em regime de tutoria) a serem computadas como
carga horária.
Estrutura do Curso: A estrutura geral do curso de Biblioteconomia deverá ser
definida pelo respectivo colegiado, que indicará a modalidades de seriação, de sistema de
créditos ou modular.
Avaliação Institucional: Os cursos deverão criar seus próprios critérios para a
avaliação periódica, em consonância com os critérios definidos pela IES à qual pertence,
incluindo aspectos técnico-científicos, didático-pedagógicos e atitudinais.
Cabe a pergunta: estariam os bibliotecários preparados para as novas exigências de
mercado?
É uma boa questão que precisa ser respondida.
QUAL
O
PERFIL
QUE
O
MERCADO
ESPERA
DO
PROFISSIONAL
DA
INFORMACAO HOJE NO BRASIL?
A profissão de bibliotecário no Brasil, desde sua criação, passou por fases bem
marcadas, conforme Guimarães (1997).
Primeiramente “a visão do bibliotecário erudito, de formação eminentemente
humanista, ligado à cultura e às artes, sob forte influência francesa da École de Chartres,
aspecto que norteou a criação do primeiro curso de Biblioteconomia do país: o da
Biblioteca Nacional (1911-1930)”.
Em seguida, uma fase mais tecnicista, “o bibliotecário de formação técnica, sob
nítida influência norte-americana (que inspirou os primeiros cursos de São Paulo), ligado a
atividades de tratamento e organização de documentos (1930-1960)”.
No início na 2ª metade do século 20 aconteceu “o reconhecimento oficial da
profissão em nível superior, com o estabelecimento de uma legislação profissional e a
criação de órgãos de classe (década de 60)”.
A seguir, veio “a criação dos cursos de pós-graduação, o desenvolvimento da
pesquisa na área e o surgimento dos primeiros periódicos científicos (década de 70)”.
Recentemente tivemos “a reformulação curricular em Biblioteconomia e a visão do
bibliotecário como agente cultural /de informação (década de 80).”
�A partir da década de 90, por sua vez, com uma nova ordem social voltada para a
globalização de mercados e a quebra de paradigmas, surge um novo conceito de
profissional, de natureza notadamente mais abrangente: o profissional da informação.
Assim, fica claro que houve uma evolução do papel do bibliotecário ou profissional
da informação no Brasil, o que prova a necessidade de mudança contínua de seu perfil, de
sua preparação para o mercado cada vez mais exigente.
A informação tornou-se moeda para todos os setores da sociedade: o empresarial, o
político, o financeiro e o social. E quem gerencia a informação é o bibliotecário.
Hoje, esse profissional não mais se detém em processos de catalogação,
classificação e arrumação de livros na estante, receber o usuário e estar subordinado a
normas e padrões os quais não pode questionar ou tentar modificar se assim lhe convier.
Acompanhando as tendências mundiais, vemos o desenvolvimento das novas
tecnologias e novos meios de comunicação, assim como a detecção de novos processos de
negócios. Essas novas tendências criaram novas necessidades. Receber a informação em
qualquer parte do mundo, partilhá-la com outros clientes/usuários ou a personalização da
informação de acordo com as necessidades desse cliente/usuário são hoje fundamentais,
não só para um bom desempenho como até para a manutenção de uma posição de trabalho.
Segundo Rezende (2001) “crescem em número e importância os sistemas de
informações conjugados, onde bibliotecas virtuais e com foco de atuação no acesso e
pesquisas de informações suprem centros de inteligência competitiva.
Essa nova
abordagem trata a informação, de maneira mais objetiva, como sendo sinônimo de dado
imbuído de significado, que só terá valor se gerar valor. Tal pressuposto revoluciona não
apenas a maneira como é vista e entendida a informação, como traz uma nova perspectiva
para aqueles que trabalham direta ou indiretamente com ela. São os especialistas em
intermediar o acesso à informação, cujo processo se inicia com a identificação e
interpretação das demandas de informação do negócio, seguida da identificação de fontes
de informação, da seleção e pesquisa propriamente dita, da organização que torna as
informações acessíveis e , por fim, da sua disseminação.”
CAPITAL HUMANO NA ÁREA DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO
�O comportamento humano nas organizações nasce de necessidades humanas e dos
sistemas de valores. As organizações quando empregam, estão lidando não apenas com as
habilidades ou cérebro de uma pessoa, mas com diferentes traços humanos que são partes
de um sistema que constrói o todo da pessoa. Neste todo a habilidade não existe sem uma
bagagem ou conhecimento, a vida doméstica não é separada da vida de trabalho e as
condições emocionais estão ligadas as condições físicas. Mas há interesses mútuos entre as
organizações e as pessoas. As pessoas enxergam as organizações como um meio para
ajudá-las a atingirem seus objetivos, enquanto estas necessitam das pessoas para ajudarem
na consecução de objetivos organizacionais.
Em todas essas turbulências atuais, o ser humano é o principal fator que pode tornar
as organizações permanentemente competitivas, o ser humano qualificado, que pode
prestar serviços com qualidade. A capacitação das pessoas certamente é um dos fatores
críticos de sucesso. O capital humano passa a ser o de maior valor para as organizações e
esse conceito está diretamente ligado a seu pessoal, que passa a ser o seu ativo principal, e
ele é que pode aumentar a qualidade dos produtos e serviços aumentando a
competitividade. Outros conceitos importantes são o conhecimento e a gestão do
conhecimento. Mas é preciso que esse conhecimento, também possa ser colocado em
prática gerando soluções para os problemas e desafios que são apresentados às
organizações.
Entretanto, com as transformações ocorridas em relação ao mundo do trabalho o
desemprego
está
evoluindo
rapidamente.
Cada
vez
mais
existirá
o
conceito
de
empregabilidade, que vem substituir o compromisso de carreira vitalícia. Qualificação e
versatilidade são as características mais procuradas. A competência adquirida garantindo a
empregabilidade
futura.
O
desemprego
estrutural
é
ocasionado
pela
crescente
produtividade nas empresas e pelas inovações tecnológicas. Com a globalização, o
desemprego torna-se uma equação de difícil resolução. Nessa mudança nos paradigmas
existentes, a mão-de-obra vinculada ao conhecimento vem crescendo continuamente, com
o antigo conceito de carreira desaparecendo e a constante reciclagem de conhecimentos
tornando-se essencial.
As melhores organizações com certeza, precisam manter pessoas com alta
empregabilidade, com a capacidade de desenvolver novas competências para que possam
enfrentar os desafios e as novas exigências do mercado de trabalho. Na era da
�globalização, das tecnologias complexas, do aumento da produtividade, do desemprego
estrutural, a vantagem competitiva das pessoas e das organizações é o conhecimento e a
capacidade de aprender a aprender. Espera-se que o ser humano não tenha uma atitude
passiva, fatalista frente aos acontecimentos, mas assuma uma postura ativa, envolvendo-se
num processo constante de aprendizagem e auto-desenvolvimento.
A aprendizagem é descrita como a aquisição e a modificação de conceitos que a
curto ou longo prazo podem ou não modificar o comportamento do indivíduo. A
aprendizagem também é descrita como um processo ativo de codificação e de
armazenamento da informação. A utilização da informação armazenada, é eficaz caso o
seu acesso seja pertinente e o momento oportuno, portanto o processo de recuperação
apropriado, eficaz e flexível é tão importante quanto o processo de codificação eficiente. O
armazenamento e a recuperação da informação não são considerados como funções
separadas, estes processos caminhariam lado a lado. O processo de recuperação dependeria
do modo como a informação foi armazenada na memória. Para Soares (1997)
“intuitivamente, uma nova informação é aprendida quando ela é integrada aos
conhecimentos já existentes na memória, permitindo que a partir de conhecimentos
adjacentes ela possa ser recuperada e utilizada”. A informação nova é codificada e
armazenada, e no processo de recuperação é interpretada em um contexto de
conhecimentos já existentes.
Um
mercado
globalizado
e
altamente
competitivo,
no
qual
qualidade
e
produtividade passaram a ser elementos fundamentais exigiu mudanças na organização do
trabalho,
buscando
uma
adequação
às
novas
exigências
Neste
novo
cenário
de
competitividade, passou-se a exigir novas qualificações para os trabalhadores. Para
Almeida et al. (apud Garay, 1997) entre as mudanças destacam-se: “aumento de
escolaridade; exigência de conhecimentos gerais; capacidade de planejar; capacidade de
comunicação; trabalho em equipe; flexibilidade; acesso a mais informações; capacidade
de decisão ante a problemas complexos; valorização de traços de personalidade (como
responsabilidade, criatividade, iniciativa e espírito crítico)”.
Para Garay (1997) qualificação representa um fenômeno complexo, incluindo
dimensões muitas vezes esquecidas, sendo mais fácil concebê-la como conhecimento, tanto
teóricos quanto práticos adquiridos ao longo da vida profissional. A autora considera
qualificação um fenômeno que apresenta diferentes faces, ou seja, pode ser vista como um
conjunto
de
competências
profissionais
(expresso
por
escolaridade,
conhecimentos
�teóricos, experiências, habilidades e comportamento dos trabalhadores), como o resultado
de uma construção social (processo de trabalho, espaço de relações sociais), e como um
processo psicológico (expressão de sentimentos, vivências, saúde etc.).
Um outro conceito que atualmente permeia a sociedade é a da grande quantidade de
informação, da explosão da informação. Hoje em dia a quantidade de informações novas
que aparecem a todo instante são tão grandes que já se fala na ansiedade da informação,
porque as informações chegam não só través dos meios tradicionais como os livros, artigos
de periódicos, os jornais de grande circulação, como também através de meios cada vez
mais rápidos, mídias como a Internet. Hoje em dia as pessoas não podem mais tomar
decisões sem serem providas de informações e as organizações não vivem/sobrevivem
mais sem informação, que passa a ser uma questão vital.
Assim, é importante o bom processamento dessa informação para que se possa
manter a sua qualidade. Informações sempre atualizadas e precisas são uma ferramenta
importante para a tomada de decisão. A qualidade da informação disponível pode ser uma
vantagem competitiva das organizações.
Como a informação atualmente é considerada recurso estratégico, verdadeiro
insumo para a organização, há que se pensar na transferência e no trânsito da informação
nas organizações. Quem produz informação, faz com intenção de comunicar. Sistemas de
informação
para
a
tomada
de
decisão
empresarial,
específicos
para
ambiente
organizacional interno e externo, incluem: coletas de dados dos resultados da empresa, de
suas vendas, de seus custos, quem é seu cliente, seus concorrentes, comunidade, resoluções
de governo, economia etc. Estas informações estão em diversos suportes, jornais,
periódicos, nas análises dos especialistas, nos trabalhos de consultoria e geralmente estão
escritos, explicitados, em meios tradicionais ou outros suportes. Como organizar todo esse
complexo de conhecimentos?
A tecnologia de informática tem permitido às empresas perceberem a importância
do uso adequado da informação e do conhecimento na obtenção da vantagem competitiva.
A busca da excelência em suas atividades é o maior objetivo das organizações na era da
globalização. Nesse contexto conhecimento e informação são elementos básicos para o
sucesso e as organizações estão percebendo que a administração da informação deve ser
vista como atividade estratégica. Independente das tarefas, objetivos, status para poderem
atingir suas finalidades, as organizações precisam ter a informação como base para o seu
desempenho.
�CONCLUSÕES
A PROPOSTA DO SENAC-SP NO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
“GERENCIANDO INFORMAÇÃO PARA A GESTÃO DO CONHECIMENTO”.
Para Barato (2002) “a idéia de competência invadiu o discurso educacional no
Brasil. Nos gabinetes do MEC ou nas sala s de professores de escolas da periferia
paulistana, é comum ouvir declarações de que a educação nossa de cada dia deve estar
baseada em competência (s). Guias curriculares de todos os níveis de ensino procuram
explicitar competências desejáveis em vez de conteúdos necessários”.
Coisa
parecida
está
acontecendo
nas
diretorias
de
Recursos
Humanos.
Competência, nos últimos anos, passou a ser a palavra mais utilizada para definir
expectativas com relação ao desempenho dos trabalhadores.
Diversos países e organizações vem trabalhando a idéia de competência como
principal referência para reformas em seus sistemas educacionais, principalmente quando
se trata de relações entre ensino e trabalho.
No Brasil, já há um certo esforço para
usar o conceito de competência em
concepções curriculares, planejamento educacional e desenvolvimento de pessoal.
A análise da legislação educacional em vigor deixa evidente a preocupação com a
cidadania e a formação para o trabalho.
Educar para a cidadania consciente, crítica, participativa e responsável é papel
essencial das agências educacionais, viabilizado pelo paradigma da aprendizagem com
autonomia (do aprender a aprender), juntamente com o desenvolvimento de competências
que assegurem um melhor desempenho no exercício do trabalho.
Por sua vez, focalizando o desenvolvimento de competências profissionais,
o
Parecer CNE-CEB nº16/99, de 05/10/99 e Resolução CNE-CEB nº04/99, de 08/12/99,
conceitua competência profissional como a “capacidade de mobilizar, articular e colocar
em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e
eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho”.
�Para Nori (2002) “essa ênfase nas competências reflete um paradigma pedagógico
onde a atenção se desloca do ensino (visto sobretudo como transmissão de conteúdos e
respectivas disciplinas) para o processo de aprendizagem”.
O que é aprendizagem?
Observe que a cada dia estamos mudados, com pequenas ou grandes diferenças no
nosso modo de pensar, agir ou sentir.
De fato, desde nosso nascimento até a morte, a mudança faz parte da nossa vida.
Por exemplo: ninguém nasce andando, falando ou dirigindo um veículo. Nós aprendemos
essas e todas as outras coisas de que precisamos para viver neste mundo.
Para Nori (2002) “podemos dizer, de um modo geral, que a aprendizagem se refere
a mudanças de comportamento”.
Nesse caso, estamos usando o termo comportamento em um sentido bem amplo,
englobando não apenas as ações da pessoa, mas também seus sentimentos, atitudes,
valores, pensamentos, conhecimentos e habilidades.
Além disso, é importante ressaltar que a aprendizagem está sendo considerada aqui
como um processo que ocorre durante toda a vida do indivíduo, como resultado de suas
relações com os outros indivíduos e o ambiente, e é fundamental para o seu
desenvolvimento como pessoa e cidadão.
Em
resumo:
podemos
definir
aprendizagem
como
uma
mudança
de
comportamento ou do potencial de desempenho da pessoa, que persiste no tempo e não
pode ser atribuída apenas ao processo de crescimento físico do indivíduo, nem a alterações
fisiológicas ou psicológicas ocasionais. Ela é resultado da experiência pessoal ou da
observação da experiência de outras pessoas.
Nesse novo papel, o foco não está mais sobre o “ensinar”, mas sim sobre o “mediar
a aprendizagem”.
Assim, o Curso de Pós-Graduação Lato Sensu “Gerenciando Informação para a
Gestão do Conhecimento” que o SENAC-SP se propôs a realizar, vem totalmente de
encontro às necessidades de mercado, a nova visão do papel que o Gestor da Informação
tem que desempenhar nas organizações e com a preocupação com a cidadania e a formação
para o trabalho.
A organização curricular do curso, foi elaborada segundo algumas referências e
princípios:
�•
Ênfase na identidade com o mercado e na laboralidade - o que significa
garantir o desenvolvimento das competências em situações práticas e reais de trabalho –
propiciando visão de realidade e solução de problemas de forma crítica e criativa.
•
Organização curricular a partir das competências: desenhada a partir de
projetos integradores, socialmente significativos, aplicáveis, inovadores, desafiadores, que
assegurem o atendimento aos princípios de Interdisciplinaridade e contextualização e
propiciem práticas relacionadas com a realidade de trabalho.
•
A estrutura curricular por projetos de trabalho supera a visão fragmentada em
que um conteúdo deve ser vencido para então um outro ser apresentado ao aluno. Ela
possui uma concepção dinâmica de prática pedagógica, em que os conteúdos são tratados
como insumos a serem disponibilizados para a solução dos problemas e construção do
conhecimento; pressupõe uma concepção de conhecimento como produção essencialmente
coletiva; exige dos docentes intervenções criativas para explorar situações - problema,
introduzir informações e incentivar a busca, pelos alunos, de novas formas para ampliar
suas concepções e compreensão da realidade; demanda a atuação de um coordenador para
garantir coerência e consistência.
•
Aprendizagem com autonomia é a base da estruturação de atividades, a partir e
em função de projetos que, envolvendo situações diversificadas no contexto de trabalho,
possam mobilizar o raciocínio hipotético, a solução de problemas e a construção de novos
conhecimentos, de forma a assegurar o saber, o saber fazer e saber ser.
Foram detectados os seguintes fatores que mostram a viabilidade e o sucesso do
curso oferecido pelo SENAC-SP:
1) Demanda reprimida de profissionais da informação que necessitam se
capacitar e se preparar para as necessidades das organizações;
2) Ausência de cursos no mercado que atendam às reais necessidades de
capacitação de profissionais da informação e conhecimento;
3) Mercado extremamente exigente e totalmente aberto à inovação na área de
�informação e conhecimento. Ou seja, as organizações precisam inovar, renovar e se
manterem atuantes e com a falta de profissionais capacitados, o conhecimento
organizacional ainda está mal gerenciado;
4) Metodologia/modelo pedagógico inovador/a desenvolvida/o pelo Centro de
Tecnologia e Gestão Educacional do SENAC-SP que está em consonância com os
novos tempos;
5) Atendimento de prerrogativas sócio-econômicas do SENAC-SP e do
público, ou seja: um curso inovador, com metodologia inovadora, atendendo a uma
parcela da sociedade que, embora ansioso por informações e capacitação, não pode
arcar com altos custos. Tanto o SENAC-SP atende suas necessidades quanto o nicho de
mercado;
6) Visão de futuro. Na medida em que capacitamos profissionais da
informação criamos uma sociedade mais ajustada aos novos tempos e necessidades. As
organizações estarão gerenciando melhor suas informações e conhecimento, criando
novas demandas, novos públicos e novos cursos para o SENAC-SP;
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perspectivas brasileiras. São Paulo : SENAC-SP, 2002. 10 p. (Documento interno)
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�
Dublin Core
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Educação e competência: a proposta do SENAC- SP no curso de pós-graduação Lato Sensu " Gerenciando Informação para a Gestão do Conhecimento".
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Passos, Jeane R.
Guia, Beatriz P.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta a proposta do SENAC-SP para o curso de pós-graduação Lato Sensu “Gerenciando a Informação para a Gestão do Conhecimento”, com base nos métodos de uma educação orientada para o desenvolvimento de competências e habilidades.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4072/SNBU2002_064.pdf
d289adc02afcdfe871d0785b20c520d1
PDF Text
Text
E-THESES DO CID: RESULTADOS DA NOVA METODOLOGIA DE
CRIAÇÃO DE TESES ELETRÔNICAS
Jayme Leiro Vilan Filho
Professor Assistente do Departamento de
Ciência da Informação e Documentação (CID)
da Universidade de Brasília (UnB)
Campus Darcy Ribeiro – Asa Norte
Brasília – DF – Brasil Cx Postal 04561
CEP 70919-970
jleiro@unb.br
RESUMO:
Iniciado em 1999 o Projeto Teses do CID tem como objetivos preservar a memória técnica e
aumentar o acesso à produção científica do CID/UnB, mais especificamente em relação às
teses de doutorado e dissertações de mestrado produzidas pelo CID desde 1980. Um acervo
eletrônico (e-theses) em hipertexto no formato PDF foi criado a partir de 2001 por meio de
uma metodologia que está em constante evolução. São abordados aspectos relacionados com
a criação de acervos eletrônicos de teses e dissertações (“e-theses”), incluindo estruturas de
“links” e metodologias desenvolvidas com ferramentas do mercado. O acervo está sendo
criado por alunos de biblioteconomia com conhecimentos básicos de informática em um
ambiente acadêmico. São mostrados os primeiros resultados do uso da nova metodologia de
criação de e-these do CID. Dificuldades operacionais são relatadas, bem como novas metas
para a próxima fase do projeto. Conclui que um documento com média de 116 páginas
(média de 6,5 páginas com figuras coloridas) é transformado em uma e-these em
aproximadamente 6 horas de trabalho, incluindo cerca de 40 minutos para montagem dos
cerca de 100 “links”, e resultando em um arquivo no formato PDF texto com tamanho médio
de 5,39 MB. O número de páginas coloridas tem influência direta no tamanho dos arquivos.
PALAVRAS-CHAVE: autoria de hipertexto; e-these; CID/UnB; documento eletrônico;
digitalização
1 INTRODUÇÃO
O Departamento de Ciência da Informação e Documentação (CID) da Universidade de
Brasília (UnB) mantém atualmente dois cursos de pós-graduação em ciência da informação
nos níveis de mestrado e de doutorado. De 1980 a maio de 2002, foram aprovados 161
trabalhos entre teses de doutorado e dissertações de me strado. Tais trabalhos constituem
um acervo localizado no próprio CID, cujo acesso é bastante limitado, além das cópias
existentes na biblioteca central da UnB e em outras instituições como a biblioteca do
IBICT.
A tese e a dissertação são documentos com características específicas que dificultam a sua
preservação e sua disseminação como: o pequeno número de exemplares em locais
públicos, a baixa qualidade editorial, a deterioração causada por manipulação durante o
processo de reprografia e, apenas um pequeno número de títulos são publicados
amplamente.
1
�Uma das alternativas para a preservação e disseminação de informações bibliográficas é a
publicação eletrônica em diversos suportes como disquete, CD-ROM e Internet, que tem
como principais vantagens1:
a) redução de custos;
b) maior capacidade de disseminação da informação e;
c) maior eficiência na administração de coleções na forma de banco de dados.
O termo e-theses é amplamente utilizado atualmente para designar as teses e dissertações
eletrônicas e, dentre as razões e vantagens de sua elaboração temos2:
a) maior liberdade dos autores demonstrar os resultados de sua pesquisa;
b) maior flexibilidade na apresentação de teses;
c) inclusão de links ativos para outras pesquisas e fontes eletrônicas;
d) inclusão de ilustrações com som e/ou movimentos etc;
e) maior canal de feedback;
f) melhor armazenagem da biblioteca digital;
g) melhor acesso público à pesquisa corrente;
h) disponibilidade do documento a qualquer momento e;
i) menos cópias físicas para tratamento, não sendo necessário o pessoal (re)colocar
material.
Nos últimos cinco anos nota-se um grande crescimento do número de iniciativas
institucionais voltadas para a pesquisa, produção e disseminação de e-theses em várias
instituições nacionais, como a PUC-RS3 e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações –
BDTD do IBICT4, e internacionais como a Virginia Tech Graduate School5 , Université de
Lyon 2 6 e Networked Digital Library of Theses and Dissertations (NDLTD)7.
2
�O Projeto Teses em Dissertações do CID tem como objetivos a preservação da memória do
CID e o aumento do acesso à sua produção científica, especificamente teses e dissertações.
Iniciado em 1999, o projeto produziu catálogos bibliográficos automatizados em bancos de
dados 8 9 10 11 e em hipertexto12 e, a partir de 2001, iniciou a digitalização de documentos
visando a formação de um acervo de e-theses 13 14.
Existe um catálogo automatizado disponível nos equipamentos dos laboratórios e salas de
professores do CID para facilitar a identificação de referências das teses e possibilitar a sua
localização física15.
2 O ACERVO ELETRÔNICO DO CID
No primeiro semestre de 2001 foram digitalizados ou convertidos os primeiros 16
documentos em formato PDF, em uma estrutura hipertextual simples16. Entretanto, foram
observados os seguintes problemas:
a) os documentos digitalizados a partir dos originais impressos eram cerca de catorze
vezes maiores que os documentos convertidos de arquivos de editores de texto;
b) em alguns dos documentos convertidos, a versão eletrônica produzida não era
idêntica à versão impressa, na maioria dos casos por problemas de formatação e;
c) o processo de digitalização mostrou-se muito lento tanto por inadequação de
equipamentos quanto de softwares.
A partir do segundo semestre de 2001, em colaboração Instituto Brasileiro de Informação
em Ciência e Tecnologia (IBICT) iniciamos vários esforços para obter equipamentos mais
modernos17 e sistemas de tratamento de imagens e de OCR mais adequados, visando obter
uma nova metodologia de digitalização e autoria de e-theses que proporcione documentos
em PDF fiéis ao original impresso.
Nessa segunda fase, foi considerada prioritária, além da obtenção da nova metodologia, a
padronização do acervo em arquivos únicos no formato PDF texto que permite buscas por
palavras. Foram convertidos nove documentos que estavam em PDF imagem, e foram
acrescentados três novos documentos que somando-se aos sete documentos existentes
totalizam 19 documentos eletrônicos em PDF texto.
3
�A nova metodologia está representada na Figura 1, que mostra a entrada de dois tipos de
documentos: a) os originais impressos por meio de digitalização ou, b) os arquivos
eletrônicos de editores de texto ou PDF imagem fornecidos por autores e convertidos para
um formato específico de editoração.
Na etapa de Editoração é feita a limpeza e correção da imagem de cada página, enquanto a
etapa de OCR transforma as imagens em texto. A última etapa da metodologia, chamada
de Autoria, prevê a montagem dos links de hipertexto que possibilitarão a navegação no
documento eletrônico. Os demais processos representam as tarefas necessárias para a
integração do documento eletrônico ao catálogo bibliográfico em banco de dados e para a
leitura, ou navegação, do documento eletrônico pelo usuário final.
Figura 1 – Visão geral da metodologia de criação de e-theses.
Cada documento eletrônico está estruturado, conforme descrito na Figura 2, com links de
contexto, como no sumário e nas listas de figuras e quadros, e links fora de contexto, em
uma estrutura chamada de marcadores (bookmarks), que reproduz a sequência de partes da
obra.
4
�Figura 2 – Estrutura de links de uma e-these
Na Figura 3 podemos ver a exibição de um documento eletrônico na tela de computador,
(no lado direito) com seus respectivos marcadores (no lado esquerdo da tela). Assim, o
leitor poderá chegar a um determinado capítulo ou anexo, tanto a partir do sumário como a
partir dos marcadores.
5
�Figura 3 – Exibição da estrutura e da folha de rosto de uma e-these
A estrutura dos marcadores (bookmarks) inclui links para todas as partes da obra, incluindo
folha de rosto, ata, resumo, abstract, lista de figuras, lista de quadros, sumário,
agradecimentos, capítulos e anexos. Tanto os capítulos quanto os anexos incluem entradas
hierarquizadas para cada seção e subseção. Desta forma, o usuário tem a esquerda da tela
toda a estrutura detalhada da obra, podendo acessar cada parte com apenas um toque no
mouse.
A maior parte do projeto é executada por meio de trabalhos finais de conclusão de curso de
bacharéis em biblioteconomia. Além dos trabalhos de conclusão de curso, alguns alunos
trabalham voluntariamente em atividades específicas. Existe ainda um projeto PIBIC18
relacionado com as teses do CID.
6
�3 OS RESULTADOS DA NOVA METODOLOGIA
Os resultados obtidos com a utilização da nova metodologia para a criação dos nove
documentos convertidos e para os três documentos digitalizados são descritos na Tabela 1.
Tempo médio de criação em horas
Convertidas (9)
6,22
Digitalizadas (3)
6,04
114,5
99,33
5,33 M B
121
111,3
5,57 MB
Número médio de páginas
Número médio de links
Tamanho do arquivo
Tabela 1 – Resultados da nova metodologia em cada conjunto processado
Infelizmente o número de documentos digitalizados (3) não é suficiente para conclusões,
mas é surpreendente que o tempo médio de digitalização (6,04 horas) tenha sido menor do
que a média da conversão dos documentos (6,22 horas), o que indica que nem sempre a
conversão de um documento eletrônico é mais rápida do que a sua redigitalização.
Na Tabela 2 vemos os resultados considerando o conjunto de 12 documentos processados.
Número médio de páginas
Número médio de páginas coloridas
Número médio de links
Tempo médio para montagem dos links
Tamanho médio dos arquivos sem páginas
coloridas
Tamanho médio dos arquivos com páginas
coloridas
Tamanho médio dos arquivos
116,6
6,5
102,33
40,41 min.
2,67 MB
8,11 MB
5,39 MB
Tabela 2 – Resultados geral da nova metodologia
Pode-se observar a grande diferença de tamanho entre os documentos que possuem e os
que não possuem páginas coloridas.
Em relação à metodologia anterior as vantagens foram:
•
podem ser feitas pesquisas por palavras em todos os documentos;
•
cada documento ocupa apenas um arquivo contra quatro na metodologia anterior;
•
tamanho médio dos arquivos de cada documento é 4,32 vezes menor.
7
�4 CONCLUSÃO
Apesar das dificuldades técnicas iniciais, os alunos de biblioteconomia envolvidos com a
metodologia conseguiram dominar as técnicas de digitalização, de OCR e de autoria de
hiperdocumentos com conhecimentos básicos de informática. Isso comprova não só a
possibilidade de que um bibliotecário inexperiente devidamente treinado produza um
acervo digital com ferramentas de fácil acesso, como revela a sua capacidade de ocupar um
mercado profissional emergente.
A conversão direta dos arquivos fornecidos pelo autores para PDF texto apresenta muitos
problemas em decorrência de:
a) alguns trabalhos serem editados manualmente;
b) a conversão automática dificilmente reproduz as mesmas características da mancha
gráfica original, como as margens e o número de linhas por página;
c) autor faz correções no arquivo eletrônico depois da entrega dos originais.
Foi obtida uma nova metodologia de criação de e-theses de simples operação para alunos
de biblioteconomia usuários de computadores. Esperamos a médio prazo obter recursos
para a montagem de uma laboratório de digitalização de documentos que permita:
a) a digitalização de todo o acervo de teses e dissertações produzidas pelo CID;
b) criar um pacote metodológico de e-theses que possa ser repassado a outras
instituições;
c) aperfeiçoar a estrutura de links das e-theses permitindo mais possibilidades de
navegação;
d) avançar nos estudos de indexação e controle terminológico dos catálogos de teses
visando possibilitar consultas com mais recursos;
e) disseminar os catálogos e o acervo de e-theses para todas as instituições da área de
Ciência da Informação;
8
�f) obter um padrão editorial em formato eletrônico que permita a rápida integração de
novas teses e dissertações ao acervo eletrônico;
g) incluir outros tipos de documentos ao acervo eletrônico, como periódicos e
monografias de graduação produzidos pelo CID.
O tamanho médio dos arquivos de e-theses (5,39MB) possibilita a sua disseminação pela
Internet de maneira mais adequada do que com arquivos da metodologia anterior
(24,09MB). A grande quantidade de links facilita a navegação no documento tanto pelos
links de contexto, incluídos no próprio texto quanto pelos links da estrutura auxiliar de
marcadores (bookmarks), tais links dão uma visão geral do documento permitindo
deslocamentos mais rápidos entre as partes da obra. A possibilidade de localização de
palavras permite a pesquisa direta no texto.
Para efeito de subsidiar projetos e estudos de criação de e-theses podemos considerar que
um documento com média de 116 páginas é transformado em uma e-these, usando-se a
nova metodologia do CID, em aproximadamente 6 horas de trabalho incluindo cerca de 40
minutos para montagem dos cerca de 100 links, e resultando em um arquivo no formato
PDF texto com tamanho médio de 5,39 MB.
Na terceira etapa da digitalização do acervo, que se realizará de junho a setembro de 2002,
pretende-se dar mais ênfase ao aumento do número de e-theses, de 19 para 50 documentos,
e ao maior controle da qualidade, além de identificar pontos críticos da nova metodologia.
O controle do acervo de teses e dissertações do CID/UnB por meio de catálogos
automatizados e e-theses permitirá não só a preservação da memória e a disseminação fácil
e ampla das informações contidas nos documentos, mas também proporcionará condições
de serem realizados trabalhos mais avançados de indexação automática, bibliometria e
metodologia científica.
9
�5
1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E NOTAS
PACKER, Abel L. Publicações eletrônicas, controle bibliográfico e recuperação de informação: um
enfoque integrado. In: CONGRESSO REGIONAL DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE, 3,
1996, Rio de janeiro. Anais... Disponível: http://www.bireme.br/cgi-bin/crics3/text0?id=crics3-mr1.2mr1.2.2-04 [capturado em 10 out. 2000].
2
MCMILLAN, Gail. Electronic theses and dissertations : merging perspectives. Cataloging and
classification quarterly, v. 22, n° 3/4, p. 105-125, 1996.
3
RAABE, André, POHLMANN FILHO, Omer. Estudo comparativo entre sistemáticas de digitalização de
documentos : formatos HTML e PDF. Ciência da Informação., Brasília, v. 27, n. 3, p. 300-310, set./dez.
1998.
4
Acessível através do URL www.ibict.br
5
MCMILLAN, op. cit.
6
BOULÈTREAU, Viviane, GAUVIN, Jean-François, DUCASSE, Jean-Paul. La publication électronique à
destination de la francophonie. Documentalis: Sciences de l´information, v. 36, nº 6, 1999.
7
Acessível através do URL www.theses.org
8
COLOMBELLI, C.M. Sistema de controle bibliográfico do acervo deteses de doutorado e dissertações
de mestrado produzidas no CID . 1999. Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) – Departamento
de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília, Brasília.
9
MEDEIROS, R.U.F. de. Indexação e resumo dos documentos do acervo de tese do CID. 2000.
Monografia (Bacharelado em Biblioteconomia) – Departamento de Ciência da Informação e
Documentação, Universidade de Brasília, Brasília
10
OLIVEIRA, P. H. N. de. Inclusão de resumos na base de tese do CID . 2000. Monografia (Bacharelado
em Biblioteconomia) – Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de
Brasília, Brasília.
11
MELO, R.de O. Criação de um aplicativo de teses do CID no Winisis. 2001. Monografia (Bacharelado
em Biblioteconomia) – Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de
Brasília, Brasília.
12
ZIMBA, H. Implementação do hipercatálogo de tese do CID. 2000. Monografia (Bacharelado em
Biblioteconomia) – Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília,
Brasília.
13
RODRIGUES, A.M. Acervo eletrônico de tese do CID . 2001. Monografia (Bacharelado em
Biblioteconomia) – Departamento de Ciência da Informação e Documentação, Universidade de Brasília,
Brasília.
10
�14
ARISAWA, Elisângela Dourado. Digitalização de tese do CID : uma nova metodologia. 2002. Monografia
(Bacharelado em Biblioteconomia) – Departamento de Ciência da Informação e Documentação,
Universidade de Brasília, Brasília .
15
VILAN FILHO, Jayme Leiro. E-theses do CID. In: Congresso Brasileiro de Biblioteconomia
Documentação e Ciência da Informação, 20, 2002, Fortaleza. Anais...
16
RODRIGUES, op. cit.
17
Estão sendo usados os seguintes recursos: um computador IBM Personal Computer 300GL Pentium II de
500 Mhz, 128 MB RAM, HD com 10 GB, sistema operacional Windows 98, monitor de 15” e scanner
TCE S540.
18
DA SILVA, S.D. Indexação e controle terminológico das dissertações e teses do programa de pósgraduação em ciência da informação do CID . – Departamento de Ciência da Informação e
Documentação, Universidade de Brasília, Brasília. Projeto de pesquisa PIBIC sob orientação da Prof.
Dout. Haruka Nakayama (UnB/CID).
11
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
E-THESES do CID: resultados da nova metodologia de criação de teses eletrônicas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Vilan Filho, Jayme Leiro
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda aspectos relacionados com a criação de acervos eletrônicos de teses e dissertações (“e-theses”), incluindo estruturas de “links” e metodologias desenvolvidas com ferramentas do mercado.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4071/SNBU2002_063.pdf
b833c826537482fd26136e5bb996d0a9
PDF Text
Text
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SUB-REITORIA DE EXTENSÃO E CULTURA – SR-3
CENTRO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL – CTE
VIDEOTECA
PRO – ILHA VIDEOTECA ITINERANTE - UMA NOVA FORMA DE
APOIO ÀS COMUNIDADES EXTERNAS À UNIVERSIDADE.
Por: Janny Linhares Fortes
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.
Rua São Francisco Xavier n.º 524, Pavilhão João Lyra Filho, 10º andar, sala 10.043, Bloco F
Videoteca-CTE, Campus Maracanã, CEP 20550-013
Tel. (0xx21) 2587-7152, Tel/Fax. (0xx21) 2568-7074, Rio de Janeiro-RJ - Brasil.
�E-mail: janny@uerj.br e videotec@uerj.br
RESUMO
O projeto visa o entrosamento Universidade / Escola / Comunidade da Ilha Grande – Angra dos
Reis/RJ, com destaque para as questões educacionais, de cultura e cidadania.
Está sendo desenvolvido na Ilha Grande desde 1999 e durante este período sofreu ampliações
partindo da Vila Dois Rios para a Vila do Abraão – Ilha Grande.
Seu objetivo é levar a Videoteca do Centro de Tecnologia Educacional - CTE/ UERJ à Ilha Grande
e a outros municípios, possibilitando o desenvolvimento de um olhar mais crítico e sensível sobre os
produtos audiovisuais oferecidos pela mídia, e proporcionar às escolas, como recurso pedagógico, a
utilização de vídeos educativos realizados pelo CTE e por outras produtoras, assim como oferecer
atividades culturais e de lazer para a comunidade.
Palavras chaves: educação; educação – novas tecnologias; videoteca itinerante; cidadania; direitos
humanos.
�INTRODUÇÃO
A VIDEOTECA do Centro de Tecnologia Educacional – CTE, vinculada a Sub-reitoria de
Extensão e Cultura - SR3, é um núcleo disseminador do conhecimento em vídeo, gerado por
unidades acadêmicas e outras produtoras.
Organizar uma Videoteca educativa representa criar um espaço para o vídeo na educação. É
preciso considerar o papel da videoteca como núcleo formador e disseminador de novas formas de
aprendizagem. Daí porque todas as ações devem ser pensadas dentro de um projeto educacional.
Quando pensamos as possibilidades do vídeo levamos em conta o seu modo de ser, ou seja,
linguagem que incorpora vários códigos e que por isso mesmo, estimula simultaneamente vários
sentidos, trazendo para a sala de aula, a imagem, o teatro, o cinema, a música, o jornal, o desenho, o
documento e outros.
A riqueza do vídeo reside na possibilidade de estimular a percepção por vários canais e assim,
poder envolver e estabelecer contatos mesmo com aqueles que aparentemente não conseguem
acompanhar o fluxo do raciocínio verbal.
Este trabalho mostra as ações passadas dentro de um projeto educacional de uma videoteca com as
características ressaltadas que é levado às comunidades externas à universidade. Apresenta ainda os
resultados colhidos em uma comunidade isolada em uma ilha – Ilha Grande-RJ –, atuando em uma
área de extensão própria de uma universidade pública, em que o compromisso se estende às
comunidades externas à UERJ e assim servindo à sociedade.
�OBJETIVOS
Geral:
Levar o conhecimento em vídeo, disponível na Videoteca do CTE, às comunidades externas à
UERJ, possibilitando o uso de novas tecnologias na Educação e o desenvolvimento de um olhar mais
crítico e sensível sobre os produtos audiovisuais, oferecidos pela mídia, buscando atingir o maior
número possível de estudantes, em todas as faixas etárias, do ensino formal e não formal.
Específico:
O projeto visa o entrosamento Universidade / Escola / Comunidade da Ilha Grande – Angra dos
Reis –RJ, com destaque para as questões educacionais, de cultura e cidadania, compreendendo:
-
dar apoio ao professor em sala de aula;
-
proporcionar a utilização de fitas educativas em sala de aula como recurso
pedagógico através de vídeos realizados pelo CTE e por outras produtoras;
-
levar o conhecimento a estudantes de diferentes níveis, com uso de recursos
inovadores sofisticados, otimizando os investimentos disponíveis;
-
desempenhar papel disseminador do conhecimento acadêmico junto as
comunidades externas, dentro de um programa educativo de mobilização social;
�-
proporcionar discussões dirigidas sobre diversos temas que envolvem a
sociedade local, segundo programação organizada em conjunto com as comunidades externas,
criando um ambiente integrado apropriado ao processo educativo.
JUSTIFICATIVA
A crescente busca de informação no suporte vídeo tanto por professores, pesquisadores e
estudantes quanto pelo cidadão em geral, interessado em assuntos específicos, tem servido de
incentivo e consolidação do uso da videoteca com fins educativos. Além disto, o desenvolvimento
tecnológico tem permitido uma maior ousadia em termos criativos, proporcionando a reconstituição
de cenas passadas e geração de cenas futuras, imaginadas segundo concepções atuais. Tudo isto
desperta o interesse e a criatividade do indivíduo, justificando o uso crescente do vídeo como
instrumento de aprendizado.
METODOLOGIA
A divulgação do acervo junto às comunidades externas levou à possibilidade de se proceder a
realização de trabalho conjunto, criando programas dirigidos para a comunidade da Ilha Grande-RJ,
caracterizando uma situação peculiar por se tratar de uma ilha onde os recursos disponíveis são
limitados. O programa de base, compreendendo fornecimento de vídeos selecionados e discussão
com os ilhéus, foi aplicado inicialmente na comunidade de Vila Dois Rios, onde está instalado o
Centro de Estudos Ambientais de Desenvolvimento Sustentado – CEADS, da UERJ. Esta fase
exigiu um conjunto de reuniões prévias com a comunidade local, tomada como piloto, de modo a
estabelecer as diretrizes do programa conjunto universidade-comunidade. Estas diretrizes
�consideraram também as avaliações de entrevistas do tipo questionário aberto, feitas com membros
da comunidade, seguidas de discussões conjuntas com os responsáveis pelo programa de educação
da comunidade. Foi entregue às escolas um catálogo simplificado de títulos do acervo de videoteca,
com temas específicos. Posteriormente, o programa foi estendido à comunidade de Vila Abraão,
seguindo os mesmos procedimentos adotados para a de Vila Dois Rios.
A implantação da videoteca itinerante em Vila Dois Rios teve a diretriz da videoteca educacional
como fundamental, do ponto de vista de preparar a comunidade local para os impactos sociais a que
está submetida, nos confrontos impostos pela época atual em que os meios de comunicação geram
impactos diversos com repercussões imprevisíveis. Assim, o papel da UERJ, reveste-se de
importância significativa diante das obrigações criadas pelo compromisso assumido com o Estado e
seu papel social como universidade.
�PÚBLICO ALVO
•
Vila Dois Rios
-
Escola Estadual Padre Júlio Maria;
-
Comunidade de moradores de Vila Dois Rios;
-
Comunidade do Centro de Estudos Ambientais de Desenvolvimento
Sustentado - CEADS (professores, alunos e funcionários).
•
Vila Abraão
-
Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega;
-
Escola Estadual Brigadeiro Nóbrega.
PARCERIAS
Escolas locais:
-
Associação de Moradores de Vila Dois Rios;
-
Associação de Moradores de Vila Abraão;
-
Centro de Estudos Ambientais de Desenvolvimento Sustentado CEADS;
�-
Fundação Instituto Estadual de Florestas;
-
Alguns projetos da UERJ que realizam atividades em Vila Dois Rios
(NAI – IFCS, Clube de Ciência – Biologia).
PROGRAMA DE TRABALHO COM BOLSISTA
A aquisição do conhecimento em cada um de nós depende de nossas percepções críticas,
expressões e criatividade. Os homens não se percebem como seres atuantes e integrantes do meio,
sentindo-os, em sua maioria, à margem dos acontecimentos, como se fossem seres isolados. A
oportunidade do bolsista – estagiário ter experiência com uma comunidade insular, quase isolada do
ambiente externo, proporcionado por uma grande cidade, cria condições específicas de trabalho
com repercussões sobre toda a sua futura vida profissional.
Segundo esta ótica o projeto Videoteca Itinerante incorporou a diretriz de desenvolver o projeto
com uso de bolsistas de formações diversas, incluindo as disciplinas de geografia, história,
comunicação, pedagogia, informática e outras, tendo por objetivo colocá-los em contato com os
temas dos vídeos, envolvendo-os em atividades de análise crítica, enquadramento na classificação
temática, elaboração de síntese, identificação e apresentação de problemas, participação em
discussões dirigidas e outras atividades. Desta forma, o bolsista se envolve em um programa de
treinamento básico em sua formação, disseminando conhecimento sob coordenação superior,
gerando respostas diversas do público alvo.
�RESULTADOS OBTIDOS E ESPERADOS
O projeto Videoteca Itinerante teve início em 1999, segundo um programa de aproximação com a
população infantil da comunidade de Vila Dois Rios, buscando contribuir na formação das crianças
tanto através do estímulo à criatividade quanto rompendo barreiras impostas pela situação local,
sobretudo a do confinamento insular. As ações empreendidas durante o processo de apresentação
de vídeos, combinando orientações, palestras e discussões com os alunos e professores levaram a
extensão do projeto a toda comunidade, determinando maior empenho da equipe da Videoteca.
Posteriormente, as duas escolas de Vila Abraão, Escola Municipal e Estadual Brigadeiro Nóbrega,
solicitaram que o programa fosse ampliado para assistência às aulas e estudos dirigidos dos alunos,
diante da facilidade demonstrada pelo estímulo visual bem como pela ampliação de recursos não
disponíveis sobre temas específicos, com riqueza de recursos de exposição. Mais recentemente, a
Secretaria de Educação do município de Angra dos Reis, por interferência de professores de outras
escolas, tem solicitado a extensão do projeto a todas as suas escolas no município, reconhecendo a
eficácia do apoio visual, valorizado ainda pela conjugação das etapas do aprendizado com
momentos sócio-culturais de reconhecido efeito sobre os alunos ( consciência negra, drogas, índio
etc).
�A tabela abaixo apresenta dados relativos às fitas exibidas nas Escolas/Comunidades envolvidas no
projeto:
Total de Fitas Levadas às Escolas/Comunidades da Ilha Grande
Escolas/Comunidades
Vila Dois Rios
Vila do Abraão
Total
1999
Fitas
43
4
47
Públ.
237
70
307
2000
Fitas
42
25
67
Públ.
232
198
430
2001
fitas
89
48
137
Públ.
304
454
758
2002*
Fitas Públ.
90
147
38
266
128
413
* Os dados referentes ao ano de 2002 foram calculados até o mês de julho.
CONCLUSÕES
A videoteca cumpre seu objetivo educacional de difusor do conhecimento produzido pela Academia
tanto na própria universidade quanto na comunidade externa, realizando na prática o que se espera
de uma universidade pública. Por outro lado, a Videoteca ao implantar projetos em que o saber
acadêmico e as demandas da comunidade têm vínculo estreito, supera seus objetivos tradicionais e
abre caminho para novas formas de atuação. Embora esta premissa não seja nova o que se tem visto
é o distanciamento entre a produção científica e a democratização dos benefícios para toda a
comunidade. Este, entende-se é um ponto significativo nas atividades desenvolvidas pela videoteca
educacional, no contexto de que sua experiência possa ser continuamente avaliada, discutida,
aperfeiçoada e venha a contribuir para a divulgação ampla do conhecimento. Espera-se que, desta
forma, ela proporcione benefícios efetivos à comunidade em geral.
Através da inter-relação Universidade / Escola / Comunidade e da contínua utilização de recursos
audiovisuais de valor pedagógico reconhecido, estaremos despertando a comunidade para a
conscientização para valorização da cidadania, para a preservação do meio ambiente e para a
importância do desenvolvimento sustentável.
�BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA JUNIOR, O . F. Bibliotecas públicas e bibliotecas alternativas.
Londrina-PR, UEL, 1997.
BITTENCOURT, Luís Carlos. Manual de Telejornalismo. Rio de Janeiro: UFRJ, 1993.
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VALENTIM, M.P. (Org.) Profissionais da Informação: formação, perfil e atuação profissional. São
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�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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2002
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Português
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Evento
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PRO- Ilha Videoteca Itinerante- uma nova forma de apoio às comunidades externas à universidade.
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Fortes, Janny Linhares
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2002
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The nature or genre of the resource
Evento
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Relata as ações passadas dentro de um projeto educacional de uma videoteca com as características ressaltadas é levado às comunidades externas à Universidade
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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO:
UM BREVE HISTÓRICO E SUA APLICABILIDADE EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
Jacqueline Rodrigues de Oliveira Balducci
UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá
Campus Prof. José Rodrigues Seabra – Av. BPS 1303 – Bairro Pinheirinho
CEP 37500-000 – Itajubá – MG - Brasil
Biblioteca Mauá
Telefones- 35 3629 11 24 – 35 3629 12 63
E-mail : jacq@unifei.edu.br
reitoria@unifei.edu.br
UNINCOR – Universidade Vale do Rio Verde
Av. Rio Branco 82 – Bairro Chácara das Rosas
Três Corações – MG – Brasil
CEP 37410-000
Telefone- 35 3239 1000 - 35 3239 1239
�SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: um breve histórico e sua aplicabilidade em
Bibliotecas Universitárias
Jacqueline Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária da Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI
Mestranda em Gerência da Produção pela Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI
Professora do Curso de Biblioteconomia da Universidade Vale do Rio Verde UNINCORTrês Corações-MG
Resumo. Atualmente, o manuseio das informações, uma área abordada pela Tecnologia da
Informação ou Sistemas de Informação, faz parte de toda atividade de negócio de uma
empresa que oferece um produto ou serviço, desde a concepção, planejamento e produção
até a comercialização, distribuição e suporte.
Este trabalho busca mostrar a importância da participação ativa dos dirigentes, a
identificação das necessidades de informação, a definição dos requisitos dos sistemas a
serem implantados, a seleção do software e do hardware adequados e o treinamento das
pessoas que irão utilizá-los, como também, sintetizar a aplicabilidade em bibliotecas
universitárias. As novas tecnologias e a utilização da grande rede criam um ambiente
favorável a um maior entrosamento com a área acadêmica, promovendo um melhor
atendimento ao usuário final.
Palavras – chave: Sistemas de Informação, Tecnologia da Informação, Aplicação em
Bibliotecas Universitárias.
Abstract. Nowadays, the handling of the information, area approached by Computer
Science or Information Systems, is part of the busineess enterprise of any company that
sell products or services, from their conception, planning, and production to their comerce,
distribution, and support.
We want to show the importance of the active participation of the manager, of the
identification of the need of information, of the establishment of the system requirements
�to be implemented, of the right software and hardware choice, and the training of the staffs
which will use then. We also want to synthesize the aplication in university libraries.
The new technologies and the use of the great net create a favorable atmosphere to a larger
organize with the academic area, promoting a better attendance to the end user.
Keywords: Systems of Information, Technology of the Information, Application in
University Libraries.
1- INTRODUÇÃO
Enfoca-se conceitos orientados para a compreensão dos processos de Sistemas de
Informação desenvolvidos por empresas, especialmente em bibliotecas e centros de
documentação. Tenta-se mostrar o papel destes processos na melhoria e eficácia dos
serviços, tratando de forma sucinta sobre administração de informação, fatores críticos de
sucesso, tecnologias de informação, planejamento, projeto, estruturas, dentre outros.
O objetivo desta revisão literária e do trabalho no todo é tentar alertar para as
seguintes questões: Como avaliar
sistemas
os sistemas de informação disponíveis? Quais os
disponíveis? Quais as características
necessárias para
a
implantação de um
sistema de informação para bibliotecas?
A acelerada difusão das novas tecnologias da informação e comunicação
promovem uma
modificação radical nos contatos e trocas de informação. Com a
“revolução informacional ” passamos a utilizar essas tecnologias como bases designadoras
da nova era chamada sociedade ou economia da informação ou do conhecimento.
Esse novo padrão vem impondo novas formas de organização nas instituições como
as universidades, favorecendo rápidas mudanças em suas estruturas e transformando as
relações interpessoais.
Sabendo-se que a biblioteca universitária é um contribuinte na geração, difusão e
intercâmbio de idéias e conhecimentos, utilizando cada vez mais das tecnologias da
informação e da comunicação eletrônica apropriadas ao acesso, à organização e ao
processamento da informação, cada vez mais eficientes e eficazes, fundamentando assim,
suas ações e fazendo cumprir seus objetivos.
2- SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E OU TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
�A invenção da imprensa foi considerada como a maior revolução na comunicação
humana, até que milhões de pessoas pudessem ao mesmo tempo, Ter acesso a milhões de
informações através de redes. Surgindo em conseqüência os termos Sistemas de
Informação, Tecnologia da Informação, dentre tantos outros termos técnicos da era da
informática.
Segundo BIO ( 1996 ), “Sistema de informação é um subsistema do
sistema
empresa”, composto de um conjunto de subsistemas de informação, por definição
interdependentes. É quando o sistema pode responder a uma variada gama de
necessidades de informação para tomada de decisões. Embora o conceito em si mesmo
não se refira a este ou aquele meio de processamento em termos práticos, o computador é
que torna possível cogitar tal grau de integração. Hoje o conceito implica o uso de
equipamentos automáticos de processamento de dados. “
No mundo dos negócios, as redes, principalmente a rede mundial está provocando
uma excepcional transformação com a expectativa de se tornar o principal meio de
comunicação, ou seja, o principal ambiente para negócios de todos os tipos.
Para TOFFLER ( 1985 ), a informação é tão importante, talvez até mais, que a
terra, o trabalho, o capital e a matéria – prima. Em outras palavras, a informação está se
tornando a mercadoria mais importante da economia contemporânea. Os sistemas de
informação podem auxiliar as empresas a aperfeiçoarem os seus serviços e operações, a
aumentar os seus lucros e crescimento e a melhorar a sua atuação no mercado. Para ajudar
a aumentar a rentabilidade, melhorar ou garantir a sua imagem no mercado, as empresas
necessitam planejar com mais eficácia a utilização dos recursos de sistemas de informação.
O planejamento estratégico de sistemas de informação auxilia a empresa a planejar o uso
destes recursos de forma a suportar os objetivos, desafios e metas estabelecidas.
Os recursos de sistemas de informação são significativamente dispendiosos para
serem desperdiçados, sendo assim, as empresas devem procurar um retorno de
investimento razoável sobre estes recursos para suportarem as suas estratégias de negócios
e atingirem os seus objetivos empresariais.
A falta de um planejamento pode gerar um desvio de foco, pois muitas empresas
não definem para que serão usados os equipamentos e sistemas antes de comprá-los,
máquinas e softwares em si, nada resolvem, se não forem absolutamente adequados para
uma finalidade específica. Este tipo de investimento pode ser muito desastroso para a
�empresa, caso ela e os funcionários não estejam totalmente capacitados a lidar com essa
nova tecnologia.
Portanto, para a sobrevivência e resultados satisfatórios, se faz necessário o
planejamento estratégico, contendo sua missão, estudo de ambiente externo e interno,
questões estratégicas, programa de trabalho, operacionalização, equipe de trabalho,
recursos, etc., incluindo o planejamento da informatização propriamente dito, sistema,
pessoal, equipamentos e outros.
Seria interessante que neste processo de planejamento de informatização, fossem
feitas visitas às empresas similares que já tenham sofrido este processo, contratar pessoas
especializadas,
analisar
o
sistema
atual,
identificar
os
processos
que
devem
ser
informatizados, analisar a adoção de rede interna ( intranet ), a criação de uma rede que
possibilite a comunicação com clientes ( extranet ) e a conecção para comunicação externa
( internet ), definir as expectativas para a informatização: grau, prazos, custos, benefícios
esperados etc., comparar custos e benefícios inclusive os indiretos, estabelecer um
cronograma, preparar seus
funcionários através de conscientização e treinamento, definir
os softwares necessários e depois o hardware apropriado, iniciar o processo de
informatização respeitando o cronograma e mantendo sempre a manutenção dos softwares.
O não planejamento coloca a empresa em total desvantagem em relação à
concorrência e outros fatores quanto ao seu andamento financeiro, desde a implantação até
às situações inesperadas e ampliações.
CRUZ ( 1998 ), afirma que, devemos antes de mais nada, considerar o
inquestionável custo de tecnologia da informação. Qualquer tecnologia é cara se não for
bem planejada e utilizada. Infelizmente, não é essa prática que se tem como estado normal
de administração de tecnologia da informação. Muitas empresas, quando muito, controlam
os custos de aquisição dos equipamentos e sistemas, mas não fazem a mínima idéia dos
custos operacionais.
Para controlar os custos de tecnologia da informação existem o orçamento de
investimento e orçamento operacional
2.1- Orçamento de investimento.
�Neste tipo de orçamento deve-se levar em consideração as necessidades de cada
usuário e o porte da empresa para delinear o que se pretende fazer em um plano formal ou
informal. O orçamento de investimento deve contemplar os seguintes pontos:
O projeto: Quando feito corretamente o plano de tecnologia da informação, o projeto
estará amarrado ao planejamento estratégico da empresa. Os planos não são imutáveis,
podem ocorrer desvios, possibilitando mudanças com um grau de segurança muito maior
do que se ele não existisse.
Itens : Desdobra-se cada projeto nos itens que o compõem. É importante testar as
qualidades e dependência que cada um tiver.
Responsáveis pelos itens: Cada parte de cada projeto tem um responsável por sua
realização, logo cada item tem que ter um responsável por sua aquisição e utilização.
Valores de cada item : Aqui se prevê o custo de cada item. Ao fazer o orçamento, deve-se
levar em consideração o retorno sobre o investimento, que será realizado ao longo do
período.
2.2- Orçamento operacional.
Pouco se sabe o que realmente se gasta no processo produtivo. Com toda a
dificuldade que fazer um orçamento operacional possa ter, esse instrumento de
administração é extremamente necessário. Vejamos uma divisão de custos bastante
simples.
Custos Conhecidos:
salários, benefícios, manutenção de equipamentos e softwares,
terceiros, comunicação, etc.
Custos Desconhecidos:
energia, material de escritório, material de consumo para
informática, depreciações, ocupação de espaço físico, material de limpeza, treinamento,
reposição de pessoal, etc.
Concluímos então que não se pode prever nem definir custos para a empresa sem
antes fazer
o planejamento estratégico da informação. Serão drásticas as conseqüências
desta falta de organização.
2.3- Estrutura do Sistema
�A identificação dos componentes do sistema e das suas inter – relações é o que se
denomina “estrutura” do sistema.
Segundo
VIDAL
(
1995
),
um
sistema
de
computação
adequadamente
dimensionado, executará exatamente as instruções que lhe forem fornecidas. O problema
básico consiste em desenvolver ou adquirir um sistema que satisfaça as necessidades de
informação de uma empresa em particular.
Sabe-se que existem as estruturas antigas ou formais ( fluxogramas ), que podem
ser tradicionais ou experimentais e informais, cada qual com suas vantagens e
desvantagens.
Embora, com a globalização influenciando toda nossa vida, tornando difícil
encontrarmos uma nova abordagem organizacional, concluímos que os sistemas de
informações estão baseados em “Estruturas “. Ele só existe enquanto tecnologia para fazer
funcional qualquer tipo de estrutura que possa ter uma organização. CRUZ ( 1998 ).
3- FILOSOFIA DE INFORMATIZAÇÃO
A empresa espera que o seu sistema de informação satisfaça os seguintes requisitos.
VIDAL ( 1995 ) :
1- Produção de informações realmente necessárias, confiáveis, em tempo hábil e
com custo condizente;
2- Integrar-se à estrutura da organização e auxiliar na coordenação entre as
diferentes unidades organizacionais ( departamentos, seções, etc. ) por ele
interligadas;
3- Ter um fluxo de procedimentos ( internos e externos ao processamento )
racional, integrado, rápido e de menor custo possível;
4- Ter diretrizes capazes de assegurar o atendimento dos objetivos de maneira
direta, simples e eficiente;
5- Contar com dispositivos de controle interno que garantam a confiabilidade das
informações de saída e adequada proteção aos dados controlados pelo sistema;
6- Ser simples, seguro e rápido em sua operação. Conforme MELLO ( 1999 ), esta
filosofia, objetivos e alternativas de ação, envolvem a criatividade, em que se
busca da quantidade, alcançar a maior qualidade, o que, sem dúvida, é um dos
aspectos mais importantes para todo o processo.
�Para se evitar tomadas de decisões diferentes ou de forma particular que trazem
um risco maior ao processo empresarial, decidimos elaborar as diretrizes
visando fixar políticas administrativas, através do Planejamento Estratégico.
3.1 – Fatores chaves de sucesso
Os fatores chaves de sucesso devem ser definidos como sendo de importância vital
para a organização.
São eles que farão a diferença perante os mercados atingidos ou pretendidos.
TORRES [ 1998? ] delineia-os da seguinte forma:
SERVIÇO – Qualidade, preço, durabilidade, capacidade, conteúdo de informação,
segurança, acesso, compatibilidade, configuração.
ESTRUTURA LOGÍSTICA – Eficiência nos canais de distribuição, processo de
compra, métodos de venda.
INSUMO – Custos de aquisição, garantias, qualidade e manutenção.
PRODUÇÃO – Velocidade, adaptação e modificações
ESTRUTURA – Capacidade, disponibilidade, flexibilidade
EMPRESA x AMBIENTE – Influência, poder de negociação com autoridades,
capacidade de encarar mudanças e concorrências.
Os fatores críticos de sucesso, conforme o próprio termo indica, são áreas de uma
organização que tem contribuição significativa e determinante para seu sucesso.
Buscando a manutenção de vanguarda da empresa e com as tecnologias necessárias
já
definidas,
deve-se
incorporá-las
às
atividades
de
maneira
que
se
justifiquem
economicamente, mantendo uma concentração de atenção sobre tais tecnologias e somente
entrar em novas, quando elas se mostrarem comprovadamente eficientes.
Sabe-se também que não são somente os aspectos financeiros ou econômicos que
justificam o uso de uma determinada tecnologia. As aplicações e usos de tecnologias
podem ter resultados associados a diferentes dimensões de análise:
-
Dimensão econômica: redução de custos, aumento de produtividade e
eficiência, ganho de tempo, ganhos econômicos.
�-
Dimensão
organizacional:
demandas
externas,
performance
de
pessoal,
segurança de dados, controle e funcionamento da companhia, redução de
problemas.
-
Dimensão estratégica: aumento de competitividade, qualidade de produtos e
serviços, flexibilidade, redução de tempo de tarefas.
-
Dimensão da capacitação da empresa: manutenção e espírito de vanguarda,
imagem inovadora.
3.2- Esquema de Rede
Uma rede permite que computadores operem em grupo, de modo que possam
compartilhar o acesso a equipamentos e principalmente informações.
Para VIDAL ( 1995 ), o sistema operacional de rede é um conjunto de programa de
computador, que viabiliza e controla a comunicação e o acesso dos usuários à rede. Alguns
são processados nas estações de trabalho e outros nos servidores. Eles ampliam a utilização
dos microcomputadores, adicionando recursos, operações e criando um ambiente de
trabalho em grupo.
Os sistemas operacionais de rede incrementam novos recursos aos computadores
oferecendo a ela, por exemplo, serviços de acesso e segurança que não estão disponíveis
em microcomputadores isolados. Por exemplo, para ter acesso a determinados dados,
poderá ser exigida uma senha, ou determinados dados só poderão ser acessados em certos
horários ou em dias da semana, por pessoas autorizadas.
Outra vantagem de se utilizar um software aplicativo em rede é a padronização da
versão utilizada e o controle centralizado. Quando não se utiliza uma rede, cada usuário
tem a liberdade de utilizar o software e a versão que mais lhe convier, quase sem controle.
Para aquisição de software, usamos de uma avaliação quanto ao atendimento das
necessidades, considerando os seguintes itens: funcionalidade, desempenho, segurança,
capacidade de auditoria, capacidade de expansão e modificação, flexibilidade, suporte e
assistência técnica, método, facilidade de uso, facilidade de aprendizado, documentação,
testabilidade,
consumo
de
recursos
computacionais,
portabilidade,
compatibilidade, qualidade do fornecedor, custo e condição de pagamento.
integração
e
�Quanto à seleção dos equipamentos ( Hardware ), segue uma orientação baseada
em: levantamento de necessidades, especificação dos requisitos, fornecedores, seleção,
testes, escolha e instalação.
3.3- Treinamento de Pessoal
As exigências de capacitação de pessoal têm mudado muito, forçando a
administração de informática, como toda a empresa voltarem-se para o negócio e para o
relacionamento entre os ambientes internos e externos, além do aspecto técnico.
ALBERTIN ( 1996 ).
O treinamento e capacitação do pessoal é fundamental para o bom andamento de
todo o processo. Partindo da alta gerência, atingindo todos os funcionários e em alguns
casos, até mesmo os usuários. Todos deverão estar a par de todo processo e estrutura da
empresa, dos serviços e sistemas.
Com o preparo do pessoal para desenvolvimento de todo o sistema, fica mais fácil
determinar falhas nos recursos ( software e hardware ), como também determinar quando
deverão ser atualizados. As falhas mais comuns destes recursos são facilmente detectadas,
sendo esta, uma das premissas do momento certo de atualização. Uma segunda premissa é
a necessidade de maior capacidade e agilidade dos equipamentos.
4- APLICABILIDADE DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM BIBLIOTECAS
O processo de transferência de conhecimentos e informações tem exigido também
das bibliotecas, novas performances e criação de interfaces compatíveis com a dinâmica
das organizações e dos indivíduos.
As bibliotecas têm passado por períodos marcantes de transição, provocando
mudanças significativas em suas funções.
O primeiro período foi marcado pelo advento da imprensa, que de centros
depositários, passaram a atuar como centros de educação, recreação e pesquisa.
Desencadeou a segunda mudança, o surgimento dos computadores, que conquistaram
todos os campos de atividade, inclusive as bibliotecas em relação à organização e
utilização dos recursos informacionais, o que impulsionou as bibliotecas modernas a
encontrarem soluções para se gerenciamento, de forma mais eficiente.
�O terceiro período de transição tem se caracterizado pelas soluções qualitativas, que
implicam em redução de tempo e de precisão dos serviços.
Este novo contexto, provocado pelo desenvolvimento tecnológico, dinamicidade da
ciência e qualificação dos usuários, tem pressionado as bibliotecas a integrar modernas
tecnologias da informação aos seus serviços e atividades.
De acordo com COSTA e HEEMANN ( 1994 ), o uso das novas tecnologias tem
colaborado para o aumento das opções de distribuição de informação. Papel e microformas
são ainda opções viáveis, porém, a publicação de informações em CD-ROM tem
revolucionado a disponibilidade de informações, oferecendo outra alternativa para o uso de
base de dados.
Proporcionar acesso a uma multiplicidade de fontes de informações tem sido
possível, principalmente nas universidades, pois, oferecem menus simples de serviços,
acessados pelos usuários, através de redes locais e ou conexões de redes externas.
Oferecer eletronicamente todas as informações, implica em fornecer também o
documento completo. Acesso ao texto completo, onde estão contidas as informações para
os usuários, é tarefa essencial no processo de transferência de informações.
Para subsidiar a atuação dos profissionais bibliotecários como gerentes da
informação, apresentaremos alguns recursos de aplicação nos serviços de informação.
4.1- Tecnologias – Softwares para aplicação
-
Gerenciadores de base de dados: suporte para criação de base de dados.
Pesquisas podem ser feitas dentro de cada campo específico, onde o dado se
localiza, através de palavras chave.
-
Editores ou processadores de textos : suporte para cria ção, armazenamento,
alterações, atualizações e recuperação de textos. As aplicações mais freqüentes
são em cartas, relatórios, compilações, listas, manuais, etc.
-
Planilhas eletrônicas: facilitam a manipulação de dados numéricos, podendo
inserir textos e realizam várias operações aritméticas nos dados. Trabalha com
gráficos, sendo úteis para informações de estatística e custos.
-
Editores gráficos: publicação de documentos incluindo texto e gráficos,
assistindo a geração de boletins, avisos, notícias, cartazes, planos, bibliografias,
guias, folders, etc.
�-
Softwares específicos para bibliotecas : poderão ser desenvolvidos conforme
solicitação da equipe da biblioteca, como também adquiridos no mercado em
formato nacional, ou internacional, para descrição de registros bibliográficos.
Geralmente são softwares bastante simples, com menus simplificados para fácil
compreensão e acesso por parte dos usuários, com sistema de segurança disponibilizando
somente comandos para busca e recuperação da informação, através, de palavras chaves
impedindo ao usuário o acesso à entradas ou mudanças dos dados.
Além de trabalharem com estes softwares em redes internas, muitas bibliotecas,
principalmente as universitárias já disponibilizam estes sistemas de pesquisas através da
Internet, geralmente em páginas específicas das referidas bibliotecas ou das universidades,
utilizando o mesmo sistema de busca por palavras chave, o que possibilita ao usuário
pesquisador localizar ou não um determinado material ( livro, artigo, teses, etc. ) de modo
referencial e muitas vezes ful-text.
Este trabalho das bibliotecas caminha para uma era virtual de informações
acadêmicas, o que, irá influenciar positivamente a concretização do tão polêmico “ ensino
a distância “.
As instalações de todos os softwares e sistemas devem ser acompanhadas do
treinamento correspondente para bibliotecários. Um grave problema
está
ocorrendo no
desenvolvimento deste tipo de serviço, a falta de capacitação do profissional quanto ao
conhecimento de
Sistemas
e
Tecnologias de informação. Esta carência ocorre tanto em
sua formação acadêmica, quanto ao pós-acadêmico, dificultando o desenvolvimento destes
serviços, o que está forçando cada profissional procurar se capacitar.
4.1.2- Redes e Serviços
INTERNET – Sistema de informação integrado por várias redes de computadores,
que permite o tráfego de correio eletrônico e outros serviços. Caracteriza-se por:
-
organização das informações
-
transmissão de grandes quantidades de dados
-
acesso a um grande volume de recursos informacionais
-
serviços: correio eletrônico, acesso remoto, transferência de arquivos.
RNP – Rede Nacional de Pesquisa: projeto do Ministério de Ciência e Tecnologia,
coordenado pelo CNPq para implantação de uma rede de informação para apoio à
�pesquisa
e
educação. Proporciona a interconexão entre redes nacionais e
internacionais.
4.1.3 – Novos suportes
HIPERTEXTO: software que permite o acesso não seqüencial ao texto, para o
armazenamento individual de livros no todo, registros
e comunicações para consultas com
velocidade e flexibilidade. Componentes básicos:
-
uma rede de dados textuais
-
uma rede semântica conectando os componentes do texto
-
ferramentas para criação de elos
MULTIMÍDIA: combinação de diferentes tipos de mídia na comunicação de
informações entre dois ou mais usuários e seus componentes. Incluem comunicações de
voz, ( som, síntese musical e CD-ROM’s ), comunicação de dados, telecomunicação e
processamento de imagem.
HIPERMÍDIA: acesso à informação combinando características de hipertexto,
através da interação dos diferentes tipos de elos que possam existir entre as diferentes
peças de informação, combinando os diferentes materiais visuais ( vídeo e gráfico ), das
multimídias.
Conclui-se, portanto, que
as bibliotecas contemporâneas encontram-se em pleno
terceiro período de transição, convivendo com sérios conflitos organizacionais, orçamentos
reduzidos, e pessoal insuficiente para o desempenho de suas funções atuais.
As bibliotecas, como parte das organizações, em plena evolução, tem enfrentado os
desafios oriundos destas transformações, incorporando o novo papel que lhes cabe na
transferência de conhecimentos e informações. Isto, no entanto, tem exigido conhecimento
e incorporação dos recursos tecnológicos para sua organização e prestação de serviços de
informação.
A
questão
principal não está mais concentrada na
automação
nas bibliotecas,
serviços
implantados,
já
e sim, como automatizar,
qualificando-os
e
utilização ou
garantindo
aperfeiçoando-os,
a
não
da
continuidade
dos
gerando
serviços
para
atendimento das novas demandas dos usuários, do mercado e da própria organização.
Portanto, para se obter um bom projeto para informatização de bibliotecas, torna-se
necessário conhecer bem os serviços da biblioteca, tais como: acervo circulante, sistema de
�empréstimo, coleção de periódicos, coleções especiais, acesso à base de dados, referência
multimídia
e
a disponibilização de bases
também é o conhecimento
das bases
de dados externas e internas. Tão importante
dados disponíveis, o conhecimento dos softwares
e hardwares a serem adquiridos. Assim sendo teremos o conhecimento do “ status quo “
da área, podendo trabalhar com o máximo de segurança.
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Sistemas de informação: um breve histórico e sua aplicabilidade em bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Oliveira, Jacqueline Rodrigues de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aponta para a importância da participação ativa dos dirigentes,a identificação das necessidades de informação, a definição dos requisitos dos sistemas a serem implantados
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4069/SNBU2002_061.pdf
c457ae5162b084f9c1309836724ed13b
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ACESSO À BASES DE DADOS ONLINE : ROTINA DE TREINAMENTO PARA
USUÁRIOS DA BIBLIOTECA CENTRAL DA FURB
Evanilde Maria Moser
emmoser@furb.br
Izildinha Ramos Accetta
dinha@furb.br
FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau
Biblioteca Central
Rua Antônio da Veiga, 140 - Bairro Victor Konder
89010-971 – Blumenau – SC – Brasil
�Acesso à bases de dados online : rotina de treinamento para usuários da
Biblioteca Central da Furb
*Evanilde Maria Moser
**Izildinha Ramos Accetta
RESUMO
Localizar o que se procura é um grande problema para os usuários da Internet devido aos
diferentes recursos e à riqueza de informações desta rede. O papel dos profissionais da
informação, no momento atual, não é mais o de simples transmissor de conhecimentos,
mas o de capacitar o aluno/usuário a saber procurar a informação que deseja, utilizando os
recursos avançados que a tecnologia oferece. Por esta razão, os profissionais da Biblioteca
Central da Furb têm investido em treinamentos para o acesso à informação na Internet,
especialmente em bases de dados científicas. O artigo relata a evolução desse serviço desde
o início dos anos noventa até os dias atuais e mostra o
programa e a metodologia
utilizadas atualmente para divulgar o serviço e estendê-lo a todos os interessados.
Palavras-chave: Acesso à Internet para usuários de Bibliotecas; Banco de dados;
Bibliotecas universitárias – Orientação aos usuários
*Bibliotecária, pós -graduação em Metodologia do Ensino e Gestão Avançada em Recursos Humanos;
**Bibliotecária, pós-graduação em Qualidade na Comunicação.
INTRODUÇÃO
A Universidade Regional de Blumenau está
situada na região do Médio Vale do
Itajaí, no Estado de Santa Catarina, região sul do Brasil. Oferece, atualmente,
trinta e
quatro (34) cursos de graduação, cinco (05) cursos de pós-graduação em nível de mestrado,
�além de vinte e quatro (24) cursos pós-graduação em nível de especialização em diversas
áreas do conhecimento.
Sua comunidade acadêmica conta com quase catorze mil (14000) alunos, oitocentos
e quatro (804) docentes e quatrocentos e noventa e oito (498) servidores técnicos
administrativos, distribuídos em seis (07) campus localizados em diversos pontos da
região.
A Biblioteca Central “Prof. Martinho Cardoso da Veiga”
da Universidade Regional de Blumenau e tem como missão
é um órgão suplementar
desenvolver e disponibilizar
para a comunidade universitária um acervo bibliográfico e serviços que atendam as
atividades de ensino, pesquisa e extensão, adotando modernas tecnologias para o
tratamento e recuperação da informação.
O acervo da Biblioteca Central (BC) está, atualmente, constituído de cento e vinte e
cinco (125)mil títulos e aproximadamente trezentos e oitenta (380) mil volumes,
distribuídos nas coleções de livros, periódicos, teses/monografias, folhetos, artigos de
jornais e materiais especiais.
O SERVIÇO DE LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
“...os serviços de uma biblioteca têm que ser tão
essenciais aos seus usuários quanto a iluminação
e o calçamento das suas ruas...” (FIGUEIREDO,
1996).
A Seção de Serviços aos Usuários da BC da FURB oferece, entre outros, os serviços
de levantamento bibliográfico e participa do Programa de Comutação Bibliográfica, o
COMUT,
desde sua criação em 1980. Além de suas próprias coleções, a BC acessa
importantes acervos e bases de dados do país e do exterior com o objetivo de colocar a
informação ao alcance de seus usuários onde e quando for necessário.
�Até o começo dos anos 90 foram usados sistemas manuais para execução de
levantamentos bibliográficos. A rotina era extremamente lenta, pois era necessário
buscar
manualmente nos sumários de todos os fascículos, muitas vezes de várias coleções, as
referências que atendiam as necessidades do usuário. As referências selecionadas eram
datilografadas e só então essa lista era entregue ao usuário. Uma pesquisa envolvia várias
pessoas, muitas horas, às vezes dias, e o resultado, nem sempre atingia a expectativa de
qualidade dos usuários, principalmente pela demora.
Quando a coleção da Biblioteca não era suficiente para oferecer um levantamento
adequado, era necessário enviar a pesquisa para outros centros como BIREME,
EMBRAPA ou para outras Bibliotecas Universitárias. Isso envolvia procedimentos ainda
mais demorados, uma vez que as solicitações eram formais e usava-se o correio para enviar
o pedido e para receber o resultado, que dificilmente tinha um retorno inferior a vinte (20)
dias.
A partir de 1992 a BC da FURB começou a investir em acesso à base de dados.
Primeiramente, via RENPAC - Rede Nacional de Pacotes (EMBRATEL), foram firmados
convênios para acesso às bases de dados disponíveis na BIREME (Lilacs e Medline),
SERPRO(Alice),
Senado
Federal
(PRODASEN),
Tribunais
Federais
e
Regionais,
DIALOG (bases internacionais), etc.
Durante essa fase, o serviço de levantamento foi oferecido com mais qualidade de
apresentação e de conteúdo, entretanto, o usuário ainda não participava diretamente do
processo de busca. A pesquisa era executada por um bibliotecário,
principalmente porque
o usuário desconhecia completamente as interfaces de busca, a construção das expressões
com uso de conectores booleanos e, muitas vezes, até o manuseio do computador.
Com a Internet, a partir de 1996, o uso da ferramenta Telnet facilitou o acesso mas,
ainda se manteve a dificuldade do uso das bases pelos usuários. Em parte devido à
complexa construção das expressões de busca e também pela falta de equipamentos, Por
esses motivos, o serviço de levantamento bibliográfico continuou a ser oferecido com a
intermediação do bibliotecário habilitado para esse fim.
�O aparecimento e popularização da WWW e o protocolo de transferência de hiper
texto (http), a
partir de 1994,
viabilizou a criação de interfaces gráficas capazes de
oferecer facilidades como: campos de busca pré-definidos, conectores booleanos junto aos
campos, além de um visual peculiar a cada base de dados e a possibilidade de uso de
linguagem natural.
Todas essas mudanças passaram a exigir do usuário final o
desenvolvimento de habilidades específicas capazes de transformar essas tecnologias em
aliadas na obtenção do material necessário e relevante para a fundamentação teórica de sua
pesquisa científica.
Em novembro de 1996 a BC da Furb inaugurou seu site (http://www.bc.furb.br) e
começou a oferecer seus serviços em espaço virtual. Através desse site, a Biblioteca
possibilita o acesso remoto à sua base bibliográfica e também a serviços como consulta aos
dados dos usuários, sugestões para aquisição, links para pesquisa bibliográfica, entre
outros.
O TREINAMENTO PARA O ACESSO AS BASES DE DADOS
“Compete às bibliotecas, em larga medida,
propiciar a competência necessária ao seu
usuário, promovendo, para isso, programas
específicos
para
elaboração
de
normalização
e
uso
de
seus
pesquisa
estrutura
recursos,,
bibliográfica,
da
comunicação
científica.” ( PASQUARELLI, 1996).
O aumento do volume
de documentos publicados
eletronicamente e a
disponibilidade de acesso online a bases de dados e catálogos de bibliotecas, inclusive o
acesso ao próprio catálogo, estimulou mudanças consideráveis no formato de todos os
serviços da BC.
A disponibilidade de informação online, que tem aumentado a cada dia, acelerou,
ainda mais, a necessidade de prover os usuários com instrumentos necessários para que o
�mesmo realizasse suas próprias buscas. Devido às características específicas de cada base
de dados, a qualidade de recuperação de informação pode variar enormemente, sendo
necessário entender as peculiaridades de cada uma para alcançar melhores resultados.
Baseado nessa necessidade, a partir de 1998, a BC passou a oferecer instruções em
estratégias de pesquisa em bases de dados científicas com o objetivo de promover a
capacitação de seus usuários no uso dos recursos dessas bases, garantindo resultados
eficientes em suas pesquisas.
Em 1999 foi possível a
implantação de um serviço permanente de treinamento ao
acesso às bases de dados online. Com a aquisição de equipamentos e a criação um espaço
adequado, foi estabelecido um programa para atender cada usuário individualmente,
ajudando-o com suas pesquisas e colaborando para esclarecer suas duvidas de acesso.
Entre 1999 e 2001, foi possível atender dois mil duzentos e setenta e quatro (2274)
alunos e professores, num crescimento progressivo conforme mostra o quadro abaixo.
Serviço de Levantamento Bibliográfico
1200
1000
1015
800
600
734
525
400
200
0
Ano 1999
Com
a
demanda
aumentando
Ano 2000
Ano 2001
consideravelmente,
foi
necessário
repensar
o
programa e a metodologia, bem como os recursos humanos necessários para a manutenção
desse serviço durante todo o período em que a BC está aberta ao público, inclusive aos
sábados.
�Foi estabelecido uma união dos recursos humanos desse serviço com o serviço de
periódicos e as quatro (4) pessoas envolvidas nesse processo
foram devidamente
capacitadas para esse atendimento.
O espaço reservado para esse serviço foi ampliado para oito baias com
equipamentos adequados ao
treinamento individual. Dessa forma, foi possível estender o
uso desse local para todos os usuários que já dominam a pesquisa.
A divulgação entre os professores possibilitou um trabalho em parceria onde o
serviço é requisitado para atender alunos de uma determinada área. Para o treinamento de
grupos de alunos de áreas específicas foi estabelecido um programa básico, número de
horas-aula e definição de itens conforme a área de interesse e nível dos alunos.
PROGRAMA
Site da Biblioteca da Furb
- Serviço de aquisição
- Acesso ao Catálogo
- Serviço de Empréstimo
- Serviço de Comutação
- Serviço de Levantamento Bibliográfico
Estrutura das bases de dados
IBICT
- CCN
- COMUT
- Teses brasileiras
- BDB - Biblioteca Digital Brasileira
- BDT - Biblioteca Digital de Teses
Lógica booleana
Prossiga
- Bibliotecas Virtuais Temáticas
- Produção Científica
Estratégia de busca
Scielo
Portal da Capes
- O que é e como usar?
- Acesso aos periódicos assinados
- Acesso as bases
- Editores e Distribuidores
- Links Selecionados de Acesso Gratuito
- Destaques
Bireme
- Lilacs
- Medline
- Medicina Baseada em evidência
Normalização de Documentos
Buscadores na Internet
- Google
�METODOLOGIA
Para viabilizar o treinamento em grupos, foram definidas aulas expositivas
realizadas em laboratório de informática da Universidade, utilização de projetor multimídia
e computadores para cada aluno acompanhar os acessos online.
Como os usuários apresentam diferentes expectativas e necessidades, foram
divididos em três categorias onde o programa é apresentado de forma distinta, como segue:
GRUPO 1 – Alunos da 1ª fase (calouros) - 2h aula
Para essa fase, o programa enfatiza os serviços da BC que estão disponíveis online:
1 – serviço de aquisição que permite ao usuário cadastrar uma sugestão de obra para
compra e acompanhar todo o processo até o livro chegar à estante;
2 – serviço de acesso ao catálogo – uso das interfaces de consulta rápida, consulta
avançada, uso de conectores, consulta ao acervo de periódicos, visualização da resultado e
leitura do resultado ou o quê anotar para recuperar o documento: número de chamada,
número da estante e piso de localização do material;
3 – serviço de empréstimo
– quantas obras o usuário pode levar, período de empréstimo
de cada coleção, que material pode ser reservado, como fazer uma reserva;
4 – serviço de comutação
– o que é o Comut, que tipo de material pode ser solicitado,
preço do serviço;
5 – serviço de levantamento bibliográfico – clicando em “Links” no site da BC o aluno
encontrará disponível uma lista de sites selecionados para cada área; demonstração dos
produtos disponíveis no Portal da Capes: revistas da área
com texto completo, acesso à
base de dados da área e acesso as bases de dados interdisciplinares;
demonstração dos
produtos do Prossiga: Produção Científica e a Biblioteca Virtual Temática; demonstração
do acesso aos textos completos das revistas disponíveis no Scielo; demonstração do Banco
de Teses do Ibict; demonstração das bases Lilacs e Medline disponibilizados pela Bireme
(se forem alunos da área de saúde); demonstração de sites para normalização de
documentos e demonstração da ferramenta de busca Google: busca simples, busca
avançada, busca por imagens; como guardar o resultado da pesquisa em arquivo word.
�GRUPO 2 – Alunos de pós graduação em nível de especialização ou mestrado, alunos
em fase de elaboração do TCC (Trabalho de conclusão de curso); alunos aprovados
pelos Projetos de Pesquisa da Universidade – 4h aula
– Requisito: Ter participado de uma aula com alunos do grupo 1
Para esses alunos, a ênfase é dada no acesso as bases de dados da área afim:
1 – organização e estrutura das bases de dados;
2 – uso dos conectores booleanos;
3 – elaboração de estratégias de busca;
4 – palavras chaves;
5 – clicando em “Links” no site da BC o aluno encontrará disponível uma lista de sites
selecionados para cada área;
6 – Portal
da Capes: como abrir, selecionar e baixar o texto completo dos artigos
disponíveis nas revistas da área, acesso à base de dados da área e bases interdisciplinares
com explicação dos recursos que são utilizados para busca, exercício prático;
7 – como acessar os textos completos das revistas disponíveis no Scielo: como pesquisar
por assunto, título ou autor em cada revista ou em todas as revistas ao mesmo tempo,
exercício prático;
8 – banco de teses do ibict: como pesquisar usando um ou mais campos e também os
conectores booleanos, como visualizar o resultado, exercício prático;
9 – demonstração do CCN e do COMUT;
10 – produção científica do Prossiga: como efetuar a busca utilizando “todas as palavras”,
onde está intrínseco o conector “and”, como efetuar a busca utilizando “qualquer palavra”,
onde está intrínseco o conector “or” ou ainda utilizando a “frase exata” que aceita a
linguagem natural, como detalhar o resultado, como refinar o resultado;
11 – biblioteca virtual temática do Prossiga: explicação dos recursos de busca para páginas
brasileiras e estrangeiras;
12 – normalização de documentos: são demonstrados os sites que oferecem exemplos de
normalização e disponibilizados os serviços dos profissionais bibliotecários da BC;
13 – como consultar jurisprudência (para alunos de direito).
�GRUPO 3 – Alunos da área da saúde – 4h aula
– Requisito: Ter participado de uma aula com alunos do grupo 1
Para os alunos da área da saúde ficou estabelecido:
1 – organização e estrutura das bases de dados;
2 – uso dos conectores booleanos;
3 – elaboração de estratégias de busca e a importância de uma boa performance;
4 – clicando em “Links” no site da BC o aluno encontrará disponível uma lista de sites
selecionados para cada área;
5 – Portal
da Capes: como abrir, selecionar e baixar o texto completo dos artigos
disponíveis nas revistas da área, acesso à base de dados da área e bases interdisciplinares
com explicação dos recursos que são utilizados para busca, exercício prático;
6 – como acessar os textos completos das revistas disponíveis no Scielo: como pesquisar
por assunto, título ou autor em cada revista ou em todas as revistas ao mesmo tempo,
exercício prático;
7 – acesso ao Medline, Lilacs e Medicina baseada em evidência utilizando o programa de
treinamento disponível no site da Bireme;
CONCLUSÕES
O serviço de treinamento para o acesso a bases de dados científica, oferecido
Biblioteca
Central
da
Furb,
tem
sido
reconhecido
pelos usuários como um
instrumento importante para que possam empreender as buscas em bases de dados online.
Muitos têm demonstrado satisfação com o resultado, principalmente por tornarem-se autosuficientes para realizar suas próprias pesquisas. Os profissionais envolvidos com essa
tarefa percebem que os usuários têm grande interesse nessa qualificação e isso os deixa
motivados a buscar
serviço.
contínua atualização para aprimorar cada vez mais esse importante
�REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAX, Marcello Peixoto. As bibliotecas na Web e vice-versa. Perspectivas em Ciência da
Informação, Belo Horizonte, v.3, n.1, p.5-20, jan./jun. 1998.
CENDÓN, Beatriz Valadares. Ferramentas de busca na Web. Ciência da Informação,
Brasília, v.30, n.1, p. 39-49, jan./abr. 2001.
CUENCA, Angela Maria Belloni. Usuário da busca informatizada: avaliação do curso
Medline/Lilacs no contexto acadêmico. 1997. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) USP – Universidade de São Paulo, São Paulo.
DRABENSTOTT, Karen M., BURMAN, Celeste M. Revisão analítica da biblioteca do
futuro. Ciência da Informação, Brasília, v.26, n.2, p. 180-194, maio/ago. 1997.
LOPES, Ilza Leite. Uso das linguagens controlada e natural em bases de dados: reisão da
literatura. Ciência da Informação, Brasília, v.31, n.1, p.41-52, jan./abr. 2002.
PASQUARELLI,
Maria Luiza Rigo. Procedimentos para busca e uso da informação:
capacitação do aluno de graduação. Brasília: Thesaurus, 1996.
SAMPAIO, Maria I.C., ROSA, Célia R. de O., SABADINI, Aparecida A.Z.P. Instrução
dirigida para execução de buscas na base de dados psycLIT. Cadernos de Psicologia, São
Paulo, v.4, n.1, p. 163-168, 1998
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Acesso à base de dados online: rotina de treinamento para usuários da Biblioteca Central da FURB.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Moser, Evanilde Maria
Accetta, Izildinha Ramos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata a evolução dos serviços de informação, desde o início dos anos noventa até os dias atuais e mostra o programa e metodologias utilizadas para divulgar o serviço
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4068/SNBU2002_060.pdf
ccb53c4611034b4f91ddbb9cc018072c
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USO DE BASES DE DADOS NA BIBLIOTECA DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA DO CCS/UFPB
Eixo temático: Gerenciamento de tecnologias em Bibliotecas Universitárias.
IZABEL FRANÇA DE LIMA - CRB/4 1098
Biblioteca de Pós-Graduação em Odontologia do CCS/UFPB
Cidade Universitária – Campus I - João Pessoa/PB - Brasil - CEP 58069-900
e-mail:belbib@bol.com.br
BEATRIZ ALVES DE SOUSA-CRB/4 1090
Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba/ CEFET-PB
Av 1.º de maio 720, Jaguaribe, João Pessoa/PB - Brasil - Cep 58015-430
e-mail: beatrizalvesjp@bol.com.br
RESUMO
Relata uma experiência acumulada no uso das bases de dados on-line BBO (Bibliografia
Brasileira de Odontologia) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde) pelos usuários da Biblioteca de Pós-Graduação em Odontologia do
CCS/UFPB. Através de técnicas e procedimentos de avaliação dos serviços desenvolvidos
nesta biblioteca procurou-se identificar o interesse, as dificuldades no acesso, as
informações desejadas e o grau de satisfação alcançado pelos usuários que buscam
informação nas referidas bases de dados. Os resultados apontam para a continuidade de
promoção desse serviço e apresenta sugestões para o seu aperfeiçoamento.
�2
1 INTRODUÇÃO
Com o avanço das novas tecnologias da informação as bibliotecas e em particular
as acadêmicas tiveram que mudar o seu perfil introduzindo em seus serviços o ouso desses
recursos, não apenas no que diz respeito ao os sistemas automatizados que de acordo com
Rowley (1994, p.3,) “lidam com a manutenção de registros e das transações decorrente do
funcionamento da biblioteca” mas principalmente com o uso de fontes eletrônicas de
informação que proporcionam o acesso e a recuperação de informação on-line a base de
dados externa.
Com base nesses princípios, pode se afirmar que as novas tecnologias da
informação são ferramentas imprescindíveis nas bibliotecas para aumentar a capacidade
das funções humanas e criar novos mecanismos de gerenciar e fornecer informação de
forma imediata e precisa, com este propósito foi
criada em 1992 A Biblioteca de pós-
graduação em odontologia do CCS/ UFPB que desde então funciona como Centro de
Apoio à Pesquisa da Sub-Rede Nacional de Informação na Área de Ciências da Saúde
Oral.
Assim sendo, em 1994 foi assinado um termos de ajuste de cooperação técnica
junto ao SDO/FOUSP (Serviço de Documentação Odontológica da Faculdade de
odontologia da USP) conjuntamente com a BIREME (Centro Latino-Americano e do
Caribe de Informação em Ciências da Saúde) para o estabelecimento do Centro de Apoio à
Pesquisa da “Rede Brasileira de Informação em Ciências da Saúde para a área de
Odontologia” Com assinatura
desse termo ficou estabelecido a esta biblioteca o direito de
utilizar os serviços oferecidos em comutação bibliográfica e busca bibliográfica, bem como
outros serviços que viessem a ser implantados pela REDE, arcando com os custos
decorrentes dos mesmos; e ainda, utilizar as bases de dados disponíveis na BIREME e
SDO/FOUSP através de serviços RENPAC da EMBRATEL e/ou Internet, arcando com os
custo correspondentes.
Recebeu por doação:
1 micro 386 SX;
1 Leitor de CD-ROM;
1 Impressora Laser;
1 Modem;
�3
1 Assinatura completa de LILACS 17ª de 1986;1993 juntamente com B.B.O de 1986/1992.
Se comprometendo a:
•
Manter recursos humanos, materiais e físicos, adequados à demanda da pesquisa
bibliográfica regional na área de odontologia, utilizando o CD-ROM LILACS;
•
Divulgar os serviços oferecidos pela BIREME e SDO/FOUSP, atuando como
intermediário entre esses e os usuários;
•
Respeitar as normas e procedimentos estabelecidos na utilização dos serviços da
REDE;
•
Elaborar e encaminhar relatório trimestrais ao SDO/FOUSP, para acompanhamento
e apreciação de sua interação como Centro de Apoio à Pesquisa da REDE
•
Solicitar comutação bibliográfica pelo sistema on-line da BIREME.
Por outro lado o SDO/FOUSP se compromete a:
•
Dar apoio técnico à biblioteca de odontologia do CCS, sempre que necessário,
facilitando e assegurando o cumprimento de suas obrigações para com a REDE;
•
Dispor o acesso à base de dados BBO e acervo da biblioteca, através da RENPAC
da EMBRATEL, ou outros meios;
•
Facilitar a biblioteca o acesso à base de LILACS;
•
Cientificar, expressa e formalmente a Diretoria do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Federal da Paraíba, a entrega de equipamentos de qualquer natureza à
biblioteca, para os devidos fins e efeitos de direito, a guarda, manutenção e futura
devolução, ao SDO/FOUSP, desses equipamentos recebidos em função das
atividades decorrentes no termo de ajuste de cooperação técnica.
A base de dados mais freqüentemente consultada é BBO (Bibliografia Brasileira de
Odontologia), e a LILACS ( Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde) principalmente em decorrência da barreira lingüística.
A política desenvolvida pela Biblioteca de pós-graduação em odontologia do CCS/
UFPB, tem sido a de da aos professores, alunos de graduação e de pós- graduação em
Odontologia um tratamento diferenciado, para tanto, vários projetos foram implantados
como o da reestruturação organizacional e gerenciamento da informação, desenvolvimento
�4
de um software para registrar e indexar os periódicos (em andamento), e com a finalidade
de otimizar os serviços de busca e recuperação da informação foi realizado uma avaliação
do uso das bases de dados on-line BBO (Bibliografia Brasileira de Odontologia) e LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), junto aos usuários da
biblioteca, donde os resultados encontram-se descrito na pesquisa.
2 BREVE HISTÓRICO SOBRE AS BASES DE DADOS
A base de dados LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde, coordenada pela BIREME, compreende toda a literatura relativa às Ciências da
Saúde, produzida por autores latino-americanos e do Caribe, publicada nos países da
Região da América Latina e Caribe, a partir de 1982.
Atualmente, integram o Sistema LILACS as bases de dados:
LILACS; SeCS; AdSaúde; BBO; BDENF;MEDCARIB e bases de dados nacionais dos
países da América Latina.
LILACS
é
um esforço
cooperativo
regional,
do
qual
participam
Centros
Coordenadores Nacionais de cada país e Centros Coordenadores Especializados, que, por
sua vez, coordenam Centros Cooperantes, que processam e ingressam literatura para a base
de dados.
A base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde) é
um produto cooperativo do Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde, coordenado pela BIREME.
A ela contribuem os Centros Coordenadores Nacionais dos países da América
Latina e Caribe, através de suas redes e sistemas de informação e os centros regionais
especializados da Organização Pan-Americana da Saúde.
No caso do Brasil, a BIREME é o Centro Coordenador Nacional e coordena uma
rede de bibliotecas e centros de documentação na área da Saúde, estruturada em forma
descentralizada em dois níveis: Centros Cooperantes e Unidades Participantes. Os Centros
Cooperantes têm a responsabilidade de coletar, analisar e processar literatura gerada a
nível nacional no seu âmbito de atuação, seja este geográfico ou temático.
�5
Como as funções de coleta e seleção de documentos são feitas de forma descentralizada, é
necessário que os Centros Cooperantes da Rede possam contar com um Guia de Seleção de
Documentos para orientá-los.
Para garantir a integridade e a compatibilidade dos registros da base de dados é
necessário estabelecer critérios comuns ao sistema, com o objetivo de manter um equilíbrio
entre a rigidez e a tolerância extremas,
evitando assim tanto a inclusão indesejável de documentos, como a exclusão daqueles
relevantes.
É responsabilidade de cada país integrante da Rede decidir quais documentos têm
valor internacional para serem incluídos na base de dados regional. Os documentos de
interesse local poderão ser incluídos nas bases de dados nacionais, utilizando a mesma
metodologia, sem ser, porém, transferidos para a base de dados LILACS.
A Base de Dados mais usada na Biblioteca é a BBO - Bibliografia Brasileira de
Odontologia que faz parte do sistema LILACS, é uma base de dados de literatura nacional
na área de saúde oral, a partir de 1986, de responsabilidade do Serviço de Documentação
Odontológica da Faculdade de Odontologia da USP. Contém livros, teses, folhetos,
separatas e publicações periódicas, assim como artigos de autores nacionais publicados em
revistas estrangeiras e não especializadas, sem a preocupação de seleção, com vistas a
obter a Memória Nacional em Odontologia, a partir de 1986.
3 INTERFACE DAS BASES DE DADOS
Figura 1 - Pagina principal da Home page da Biblioteca Virtual em Saúde
�6
Figura 2 - Página para escolha da base de dados que quer pesquisar
Figura 3 - Formulário para pesquisa avançada
4 PESQUISA
4.1 Objetivo
Avaliar o uso das bases de dados on line BBO (Bibliografia Brasileira de
Odontologia) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde)
pelos usuários da Biblioteca de Pós-Graduação em Odontologia do CCS/UFPB.
�7
4.2 Método
Este estudo caracteriza-se como pesquisa de campo que envolve o levantamento e o
exame dos dados obtidos, para verificar a variável em questão.
4.3 População
Os sujeitos da pesquisa constituíram-se dos usuários da Biblioteca de PósGraduação em Odontologia do CCS/UFPB.
4.4 Instrumento
Para coleta dos dados utilizou-se o questionário, estruturado com questões fechadas
e abertas, oportunizando o pesquisado expressar sua opinião ou enumerá-las de acordo
com o grau de importância desejado.
4.5 Procedimento
Os questionários foram entregues diretamente aos usuários no âmbito da biblioteca,
num período de 8 dias foram entregues 50 questionários, dos quais a maioria respondidos e
devolvidos imediatamente e o restantes em dias posteriores.
Na
análise
dos
dados
utilizou-se dos recursos da Estatística, organizando,
agrupando e tratando os dados conforme descrito no material.
4.6 Resultados
Os dados aqui apresentados estão baseados nas respostas dadas através de
questionários respondidos pelos usuários da Biblioteca de Pós-Graduação em Odontologia
do CCS/UFPB, escolhidos como sujeitos da pesquisa.
�8
24%
76%
Questionários respondidos e devolvidos
Questionários não devolvidos
Figura 4 - População da pesquisa
Foram entregues 50 questionários dos quais 38 foram respondidos e devolvidos o
que correspondeu a 76% do total
Câncer bucal
Placa bacteriana
Microbiologia oral
8%
6%
24%
Diabetes Mellitus
12%
Periodontia e Saúde Bucal
Prótese dentária
14%
20%
Defeitos do esmalte e nutrição
16%
Figura 5 - Assuntos de interesse dos pesquisadores
Questionados sobre o assunto de interesse os mais citados foram: Câncer bucal 12
(24%), placa bacteriana 10 (20%), microbiologia oral 8 (16%), - Alterações bucais em
portadores de diabetes mellitus 7 (14%), Periodontia e saúde bucal 6 (12%), prótese
dentária4 (8%) e defeitos do esmalte e nutrição 3 (6%)
8%
92%
Termos usados como indexador
Nenhuma dificuldade
Figura 6 - Dificuldades encontradas no uso das bases de dados
�9
Perguntados sobre as dificuldades encontradas no uso das bases de dados 46 (92%)
dos respondentes colocaram os termos usados como indexador como maior entrave para
recuperar a informação desejada, e 4 (8%) afirmaram não ter dificuldade .
Obs: Mediante as respostas dadas a esta pergunta, detectou-se que apesar das Bases
de Dados usarem vocabulários estruturados, os mesmos não coincidem com os termos
técnico usados pelos profissionais da área de odontologia.
8%
92%
Encontram-se insatisfeitos
Encontram-se satisfeitos
Figura 7 - Grau de satisfação no uso das bases de dados
Questionados sobre o grau de satisfação no uso das bases de dados 46 (92%) dos
pesquisados sentem-se insatisfeitos com os resultados na hora da busca, porem tem um
fator bastante positivo, das referencias encontradas na base de dados 80% dos artigos estão
disponíveis no acervo do biblioteca.
Observa-se no entanto que apesar da impossibilidade da realização de uma pesquisa
exaustiva nas bases de dados, há uma grande precisão na localização dos documentos
referenciados, os 4 (8%) demonstraram satisfação.
3.7 Conclusão
Conclui-se com a pesquisa que existe uma dificuldade dos usuários em
recuperar a informação nas bases de dados em estudo, pois apesar dos termos
indexadores atribuídos nestas bases de dados ressaltarem o aspecto saúde, mesmo
assim não estão compatíveis com os termos técnicos usados pelos usuários na hora da
busca, o que provoca muitas vezes esta insatisfação com os resultados obtidos.
�10
LUCAS (2001, p. 5) analisando textos de base de dados diferentes verificou
equívocos e ambigüidade na relação dos planos de indexação, o que dificulta a
recuperação da informação por parte do usuário. De acordo com a autora “o indexador
dentro de suas condições de produção especificas pode ser atravessado pelo real, pela
historia e pela língua”.
Ainda a autora supra-citada, se repondo a linguagem documentaria no caso o
vocabulário controlado, mostra que apesar de ser elaborado a partir de um conjunto de
definições dos termos específicos de uma área, que contextualiza o sentido da palavra,
busca
o
controle
da
terminologia
e
a
normalização
da
representação
do
conceito/informação da área considerada, mesmo assim, pode ser afetado pelo
complexo das formações discursivas historicamente determinada.
Este é um
ponto de vista já defendido por Orlandi (1996, p. 43)que diz o
seguinte “o modo como as palavras fazem sentido, tem haver com a língua, com o
sujeito e com a história”.
As considerações dos autores mostram porque pode ocorrer certas dificuldades
na recuperação da informação quando os termos de indexação são atribuídos por um
indexador no momento de criação da base de dados por mais que se trate de um
especialista na área, pode ocorrer incompatibilidade no uso dos termos na efetuação da
busca.
Um outro ponto a considerar é que mesmo parecendo simples o processo de
busca e recuperação de informação em uma fonte eletrônica de informação é necessário
que o usuário tenha conhecimento das técnicas de indexação usadas, da linguagem
documentaria, dos prefixos de campo e comando de busca, bem como da lógica
booleana de interação dos termos.
Estes aspectos observado na pesquisa levou a um entendimento que seria de
fundamental importância a realização de treinamentos com os usuários da biblioteca
afim de capacitá-lo para um melhor uso das bases de dados, a partir do conhecimento
da estruturação, da metodologia, avaliação dos conteúdos e interface de busca
prevendo com isto a otimização dos resultados nas pesquisas realizadas.
�11
4 REFERÊNCIAS
CUENCA, A. M. B. et al. Capacitação no uso das bases de dados Medline e Lilacs:
avaliação de conteúdo, estrutura e metodologia. . Ci. Inf, Brasília, v.28, n.3, set./dez. 1999.
Disponível em: < http://www scielo- php? Script = sci – artext & pid = SO 102 - >.
Acesso em: 23 ago. 2001
CUENCA, A. M. B. O usuário final da busca informatizada: avaliação da capacitação no
acesso a base de dados em bibliotecas acadêmica. Ci. Inf, Brasília, v.28, n.3, set./dez.
1999. Disponível em: < http://www scielo- php? Script = sci – artext & pid = SO 102 - >.
Acesso em: 23 ago. 2001
LUCAS, C. R. A metalinguagem como lugar da interpretação: terminologia e base de
dados informatizadas. Delta: documentação de estudos em lingüística teórica e aplicada,
São Paulo, v.15, n.1, fev/jul 1999. Disponível em: < http://www scielo- php? Script = sci –
artext & pid = SO 102 - >. Acesso em: 23 ago. 2001
ORLANDI. E. P; GUIMARÃES, E. Interpretação. Petrópolis: Vozes, 1996
ROWLEY, J. Informática para biblioteca. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros, 1994.
SILVA, M. N. O. et al. Uso de base de dados na Biblioteca Central da Universidade de
Brasília In: ENCONTRO NACIONAL DE BIBLIOTECNOMIA E INFORMÁTICA, 2.,
1986, Brasília. Anais...Brasília: Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal, 1986.
P121- 130
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Uso de bases de dados na Biblioteca de Pós-Graduação em Odontologia do CCS/UFPB.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Lima, Izabel França de
Sousa, Beatriz Alves de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata uma experiência acumulada no uso das bases de dados on-line BBO (Bibliografia Brasileira de Odontologia) e LILACS (Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde)
Language
A language of the resource
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snbu2002
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1ce7984e61a0f6d2abcf7793d436f0bc
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1
O Consórcio CRUESP/Bibliotecas: a gestão compartilhada e
participativa no estabelecimento de diretrizes futuras
Adriana Cybele Ferrari1
Luiz Atilio Vicentini2
Mariângela Spotti Lopes Fujita3
Resumo
O Consórcio CRUESP/Bibliotecas, Conselho de Reitores das Universidades Estaduais
Paulistas, dos Sistemas de Bibliotecas da USP, UNESP e UNICAMP, iniciado há três anos,
hoje consolida-se com o oferecimento de serviços compartilhados aos usuários das três
Universidades.
Esse trabalho apresenta
um breve histórico do Consórcio que hoje reúne
82 Bibliotecas, um acervo de aproximadamente 5 milhões de itens de documentos e atende
a mais de 100.000 usuários.
Mostra os produtos já implantados, as propostas de gestão
compartilhada e o planejamento de ações futuras visando o uso de novas tecnologias para
os três Sistemas de Bibliotecas.
1 Introdução
O conceito de Consórcio de Bibliotecas
implica acima de tudo no entendimento do bem
comum, e no impacto ocasionado no ambiente das Bibliotecas, tornando-se em um
elemento de gestão, tendo resultado efetivo
e permitindo que o esforço coletivo renda
resultados satisfatórios a toda a comunidade acadêmica envolvida.
A gerência deve estar preocupada com as
exigências da comunidade, buscando
instrumentos e ações que lhe permitam enfrentar os desafios da sociedade contemporânea.
Daí a necessidade de um perfil de gerência participativa e inovadora.
1
2
Diretora Técnica do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo – aferrari@ usp.br
Diretor Associado do Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de Campinas – vicentin@unicamp.br
�2
Na
organização
moderna
deve
prevalecer
um
sistema
participativo,
compartilhado,
centrando seus esforços no ser humano, apresentando as seguintes características:
•
preferência para o trabalho em equipe;
•
criatividade e inovação;
•
compromisso com os resultados.
As Bibliotecas Universitárias hoje, assim como as empresas e organizações, recebem no
seu dia a dia as influências da nova sociedade da informação, que aliada ao uso das
ferramentas eletrônicas no processamento de dados têm reflexos nas relações de trabalho.
A Biblioteca Universitária deve estar preparada de modo a acompanhar as transformações
que vêm ocorrendo nas universidades, tais como a implantação de programas de educação à
distância, universidade virtual e novos métodos educacionais.
O grupo de estudos CRUESP/BIBLIOTECAS, instituído desde o ano de 1999, tem por
objetivo criar condições para o funcionamento sistêmico das bibliotecas da USP, UNESP e
UNICAMP, no desenvolvimento de estudos para o compartilhamento de produtos e
serviços e a otimização dos recursos destinados às Bibliotecas, a fim de oferecer suporte ao
desenvolvimento do ensino e pesquisa.
Nesse sentido, após 3 anos de atividades, além da constante troca de experiência e
informações, a ação cooperativa entre os Sistemas de Bibliotecas da USP, UNESP e
UNICAMP, no âmbito do CRUESP – Conselho de Reitores das Universidades Estaduais
Paulistas, possibilitou a aquisição compartilhada para acesso simultâneo ao conjunto de
bases de dados da Editora SilverPlatter, criando a Eletronic Reference Library
iniciativa proporcionou maior racionalidade na aplicação dos recursos para
- ERL. A
aquisição de
fontes de informação de interesse comum à comunidade acadêmica das Instituições
envolvidas.
3
Diretora da Coordenadoria Geral de Bibliotecas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” – cgb@ marilia.unesp.br
�3
2 Breve Histórico
O Grupo de Trabalho CRUESP/Bibliotecas foi estruturado com objetivo de desenvolver um
conjunto de atividades coordenadas entre os três Sistemas de Bibliotecas da USP,
UNICAMP e UNESP, visando o estabelecimento de um consórcio entre as Universidades
Estaduais Paulistas.
Através
da
Resolução
CRUESP
nº
149/99
foi
criado
o
Grupo
de
Trabalho
CRUESP/Bibliotecas que teve a sua primeira formação com as três diretoras dos Sistemas
de Bibliotecas à época de sua constituição: Maria Alice Rebello do Nascimento –
UNICAMP, Rosaly Fávero Kryzanowski - USP e Glaura Maria Oliveira Barbosa –
UNESP. Ainda contou com a supervisão dos vice reitores Prof. Dr. Fernando Galembeck
– UNICAMP, Prof. Dr. Adolpho José Melfi – USP e Prof. Dr. Luís Roberto de Toledo
Ramalho – UNESP.
O atual Grupo de Trabalho CRUESP/Bibliotecas é constituído pelos autores deste trabalho,
e contou, no período de 2000 a fevereiro de 2002, com a participação de Teresinha das
Graças Coleta, então Diretora Técnica do SIBi/USP. Como Reitores, os professores
doutores José de Souza Trindade (UNESP), atual presidente do CRUESP, José Adolpho
Melfi (USP) e Carlos Henrique de Brito Cruz (UNICAMP).
O primeiro aspecto considerado pelo GT
existentes, quando da produção do
foi o de buscar as alianças de cooperação
UNIBIBLI -
já
Catálogo Coletivo em CD-ROM de
Livros, Teses e Publicações Seriadas, pertencentes aos Sistemas de Bibliotecas da USP,
UNICAMP e UNESP, tendo sido sua última edição (6ª) lançada em 2000.
Dentre as
atividades desenvolvidas, que resultaram em estudos e estabelecimento de
diretrizes priorizou-se:
•
Análise de bases de dados de periódicos eletrônicos referenciais e em texto
completo;
�4
•
Estudo do EEB – Empréstimo Entre Bibliotecas, através do estabelecimento de
procedimentos que pudessem otimizar esta atividade entre as três universidades;
•
Início dos estudos para elaboração de uma aquisição planificada, com o
estabelecimento de políticas e diretrizes de desenvolvimento de coleções.
O CRUESP/Bibliotecas é constituído por: 82 Bibliotecas, atendendo cerca 140.000
usuários (alunos, docentes e pesquisadores), além de outros usuários pertencentes à
comunidade externa, contando com um acervo de mais de 4.000.000 de ítens.
3 Resultados obtidos
O resultado mais significativo obtido pelas três Universidades e seus Sistemas de
Bibliotecas, foi a implantação da Electronic Reference Library – ERL.
As bases de dados da ERL encontram-se disponíveis para acesso on-line, a partir dos
equipamentos existentes na USP, UNICAMP, UNESP, no próprio ambiente de trabalho do
pesquisador
ou
nas
bibliotecas
das
Instituições
(www.usp.br/sibi ; www.unicamp.br ;
www.unesp.br ).
A tecnologia adotada para o ERL oferece, ainda, recursos de gerenciamento do sistema, tais
como emissão de relatórios de acesso e de utilização das informações, que poderão
subsidiar estudos bibliométricos e de perfil do interesse da comunidade.
Outra grande vantagem da nova sistemática adotada em 2002 para o ERL, foi a parceria
com a empresa
CD-Rom Professional que possibilitou a transferência das bases de dados
para o equipamento da própria empresa, sem custos adicionais.
4 Plano de trabalho - 2002/2005
�5
Dando seqüência aos trabalhos e considerando a crescente necessidade da implantação de
serviços e produtos compartilhados, foi preparado o seguinte
plano de trabalho para o
período 2002-2005.
•
Portal CRUESP/BIBLIOTECAS
Fase I: UnibibliWEB - busca simultânea – Catálogos Bibliográficos Dedalus,
Acervus e Athena.
O UnibibliWEB – versão on-line do UNIBIBLI CD-ROM – que proporciona o acesso
simultâneo, via internet, com interface de busca única nos catálogos automatizados dos
três Sistemas de Bibliotecas. Essa interface está sendo desenvolvida em parceria com a
empresa Potiron Informática.
Fase II: Empréstimo entre bibliotecas on-line – EEB
Atualmente é possível efetuar o EEB entre as 3 Universidades, porém, há necessidade
de otimizar os procedimentos para solicitação e envio do material.
Neste sentido, está previsto para a segunda fase do Portal Cruesp/Bibliotecas, a
disponibilização do EEB on-line, proporcionando às bibliotecas efetuar as solicitações
on-line, acompanhando o fluxo do material e conseqüentemente, dar respostas mais
rápidas aos usuários.
•
Capacitação das equipes de bibliotecárias
Consiste em criar condições para o aprimoramento contínuo por meio de cursos,
workshops, palestras, listas de discussões etc. Pretende-se também realizar o “I
Seminário de Benchmarking” previsto para agosto de 2003.
•
Políticas para aquisição consorciada
Realizar a avaliação dos acervos bibliográficos de periódicos, visando estabelecer
política de aquisição consorciada no âmbito do Cruesp, permitindo a planificação do
uso de recursos orçamentários para o desenvolvimento de coleções, oferecendo à
�6
comunidade acadêmica maior quantidade de material bibliográfico impresso e on-line,
tendo como foco principal evitar a duplicação das assinaturas de periódicos.
Etapas:
-
definir metodologia de avaliação da coleção;
-
estabelecer controles de uso das coleções, visando a geração de indicadores
permanentes de avaliação.
•
Conservação e preservação de acervos
Realizar estudos no sentido da identificação e registro de coleções especiais e raras e
da oficialização de uma política de preservação dos acervos bibliográficos para as
universidades, com ênfase na digitalização dos acervos.
•
Captação de recursos junto a
órgãos de fomento para infraestrutura global das
bibliotecas
Elaboração de projetos a órgãos de fomento que permita captar recursos para as 82
bibliotecas, visando melhorar e ampliar sua infraestrutura, principalmente no que se
refere ao parque tecnológico.
•
Catalogação Cooperativa e processamento do back-log de livros
A partir do Portal CRUESP/Bibliotecas e da disponibilização do UnibibliWEB, será
possível
compartilhar
os
registros
bibliográficos
em
formato
MARC,
utilizando
metodologia apropriada, estabelecendo a Rede de Catalogação Cooperativa CRUESP.
Outro aspecto importante é a eliminação do back-log de processamento das bibliotecas,
portanto, serão envidados esforços na catalogação retrospectiva dos acervos por meio
da contratação de empresas especializadas e/ou força tarefa .
�7
•
Base
de dados de especialistas e produção científica dos profissionais que atuam
nos Sistemas de Bibliotecas
Para que os Sistemas de Bibliotecas possam conhecer melhor suas equipes no que diz
respeito à especialização dos profissionais, pretende-se criar um banco de currículos.
Dessa maneira os sistemas terão uma visão dos especialistas em cada área da
biblioteconomia e ciência da informação para
incentivar a troca de experiências.
Atrelado ao banco de currículos, estarão sendo
disponibilizado os trabalhos publicados
pelos bibliotecários nos eventos e revistas científicas da área.
A reunião dessas informações é uma das etapas para institucionalizar o conhecimento,
de forma que, se houver modificações nas equipes das bibliotecas (demissões,
aposentadorias) o conhecimento adquirido permaneça disponível aos Sistemas.
5 Considerações finais
O estágio atual das tecnologias de informação e a necessidade cada vez maior de um
trabalho compartilhado levam os três sistemas de Bibliotecas da USP, UNICAMP e
UNESP a fortalecer a integração de serviços e produtos, num trabalho orientado para um
horizonte de quatro anos.
As conquistas já obtidas foram significativas, porém, ainda há um grande caminho a
percorrer em direção à melhoria da qualidade dos produtos e
serviços prestados à
comunidade das três universidades.
Tendo em vista os resultados positivos obtidos, o consórcio CRUESP/Bibliotecas poderá
servir de referência a outras instituições brasileiras que pretendam trabalhar de forma
compartilhada.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O Consórcio CRUESP/Bibliotecas: a gestão compartilhada e participativa no estabelecimento de diretrizes futuras.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ferrari, Adriana Cybele
Vicentini, Luiz Atilio
Fujota, Mariângela Spotti Lopes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O Consórcio CRUESP/Bibliotecas, Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas, dos Sistemas de Bibliotecas da USP, UNESP e UNICAMP, iniciado há três anos, hoje consolida-se com o oferecimento de serviços compartilhados aos usuários das três Universidades. Esse trabalho apresenta um breve histórico do Consórcio que hoje reúne 82 Bibliotecas, um acervo de aproximadamente 5 milhões de itens de documentos e atende a mais de 100.000 usuários. Mostra os produtos já implantados, as propostas de gestão compartilhada e o planejamento de ações futuras visando o uso de novas tecnologias para os três Sistemas de Bibliotecas.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4066/SNBU2002_059.pdf
ea37d47e7b43ebf7d44a2bb5fa154824
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ELABORAÇÃO DE UM SITE PARA COLETA DE DADOS PARA A REDE DE
BIBLIOTECAS DA UNESP.
Célia Silva Cruz Morales
Bibliotecária Supervisora Técnica de Seção Substituta – STATI
Divisão Técnica de Biblioteconomia e Documentação – UNESP – Campus de Bauru
morales@bauru.unesp.br
Isabel Pereira de Matos
Bibliotecária Supervisora Técnica – STRAUD
Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP – Campus de Araçatuba
isabel@foa.unesp.br
Ana Maria Ramos Antunes
Bibliotecária Supervisora Técnica de Seção – STRAUD
Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá – UNESP – Campus Guaratinguetá
anamaria@feg.unesp.br
Disleide Silvia Valério
Assistente Técnica de Direção I
Coordenadoria Geral de Bibliotecas – Reitoria – São Paulo
disleide@reitoria.unesp.br
Maria Irani Coito
Bibliotecária Supervisora Técnica de Seção – STRAUD
Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP – Campus de Araraquara
irani@fcfar.unesp.br
Priscila Carreira Bittencourt Vicentini
Bibliotecária Supervisora Técnica de Seção – STRAUD
Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara – UNESP – Campus Araraquara
prisbv@uol.com.br
Suely de Brito Clemente
Bibliotecária Supervisora Técnica de Seção – STRAUD
Instituto de Biociências de Rio Claro – UNESP – Campus Rio Claro
suelybcs@rc.unesp.br
Juliano Caires Scudeler
Estagiário de Informática
Coordenadoria Geral de Bibliotecas – Marilia - SP
jcs@marilia.unesp.br
“...devolver o homem ao centro do mundo da informação, colocando a tecnologia
a serviço dele e não ao seu comando.”
Davenport
�Resumo: Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um programa on-line de Coleta
dados para fins estatísticos com o objetivo de padronizar a coleta de dados e o relatório
anual apresentado pelas bibliotecas da Rede UNESP, à Coordenadoria Geral de Bibliotecas
– CGB. A metodologia utilizada para realização deste site foi à elaboração de planilhas
eletrônicas baseadas nas planilhas manuais com adequações as reais necessidades de dados
coletados às necessidades da Rede de bibliotecas para gerenciar de forma transparente
todos os serviços apresentados à Coordenadoria Geral de Bibliotecas e aos usuários da
Universidade. A Coleta de dados quando bem elaborada evidencia os pontos fortes e fracos
da operacionalização dos serviços da biblioteca. Em primeiro teste das planilhas
eletrônicas, os resultados da alimentação on-line mostraram que o ambiente on-line de
trabalho onde das Faculdades e dos Institutos estão descentralizados da coordenação
central da Universidade, minimizando assim o fluxo das informações entre os elos
componentes do sistema.
Palavras-chave: Coleta de dados. Estatística em bibliotecas. Gerência de bibliotecas.
INTRODUÇÃO
Gerenciar
bibliotecas
desde
a
estrutura
organizacional
até
a
operacionalização dos serviços implica em sistematizar o fluxo de documentos, as rotinas
de trabalho tendo como foco principal o ensino, pesquisa, extensão e às necessidades de
seus usuários.
O planejamento das atividades e os relatórios dos serviços até então estão
sendo realizados de forma manual. Surgiu então, a necessidade de se estudar a viabilidade
de um sistema padronizado que atenda a demanda dos fluxos de serviços sem, contudo,
interferir na gerência da biblioteca devido a morosidade de certas rotinas de trabalho. Para
este estudo, foi criado um grupo de trabalho composto por bibliotecários da Rede UNESP
e um estagiário de informática também da UNESP para elaborar um site com planilhas
eletrônicas para coleta de dados estatísticos com alimentação diária/semanal/mensal dos
serviços realizados pela Rede de bibliotecas. Os dados estatísticos são utilizados desde os
tempos remotos, as civilizações utilizaram-se da estatística para análise de dados relevantes
a um determinado estudo. Estes dados ainda ajudam na tomada de decisão uma vez que
apresentam de maneira clara os resultados de estudos em todas as áreas do conhecimento
(EVANGELISTA, 1995). Na literatura encontramos relatos que a falta de padronização na
coleta de dados prejudica o gerenciamento da biblioteca no que tange a desenvolvimento
de coleções, avaliação dos serviços da biblioteca prestados aos seus usuários implicando
�num planejamento inadequado de serviços bibliotecários não ideal aos objetivos da
Instituição (FIGUEIREDO, 1982; MIRANDA, 1989).
OBJETIVOS
Padronizar a coleta de dados na Rede de Bibliotecas da UNESP afim de que
todas as bibliotecas coletem e consolidam seus dados usando a mesma metodologia e
critérios, possibilitando maior rapidez na análise dos dados quanto:
-
Avaliar cada biblioteca por quantidade de serviços realizados;
-
Avaliar a complexidades dos serviços que cada biblioteca oferece aos seus usuários;
-
Período de maior uso da biblioteca;
-
Maior rapidez na análise de dados para a tomada de decisão.
-
Readequar funcionários no desenvolvimento das tarefas.
PROBLEMA
Tendo em vista o gerenciamento das bibliotecas da rede UNESP, a
Coordenadoria Geral de Bibliotecas – CGB, se faz necessário uma padronização na coleta
de dados e do relatório anual, apresentado pelas bibliotecas da rede UNESP, para o
planejamento dos serviços oferecidos pelas mesmas.
Cada biblioteca da rede tem sua característica, uma estrutura diferente, pois
atende a um público específico de sua região, entretanto os serviços oferecidos são os
mesmos.
Para melhor adequar os recursos às bibliotecas é necessário que se análise
os dados estatísticos dos serviços e produtos oferecidos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Considerando a falta de padronização de coleta de dados das bibliotecas da
rede UNESP e partindo do pressuposto de que constantemente os serviços de informação
devem avaliar os seus serviços, para melhor atender seu público. Lancaster(1996, p. 8)
afirma que uma boa razão para avaliar uma biblioteca “é comparar o desempenho de várias
�bibliotecas e serviços”. O autor argumenta também que “uma avaliação é feita não como
exercício intelectual, mas para reunir dados úteis para atividades destinadas a solucionar
problemas ou tomar decisões”.
A avaliação de um serviço de informação pode ser objetiva ou subjetiva. A
avaliação objetiva está baseada em resultados quantificáveis, com é o caso dos dados
estatísticos.
Segundo Lancaster(1996, p.10) “a avaliação terá sua utilidade máxima se
for analítica e diagnóstica. Esta avaliação é baseada em critérios objetivos”.
De acordo com Evangelista (1995, p.5) “A palavra estatística vem de status,
que em Latin significa Estado”.
A Estatística baseia-se na coleta, organização, resumo, apresentação e
análise de dados, bem como na obtenção de conclusões válidas e na tomada de decisões
baseadas em tais análises.
Atualmente com as novas tecnologias torna-se imprescindível a rápida
recuperação de dados estatísticos para tomada de decisão. O acesso a esse tipo de
informação pode decidir a vida das empresas, por tanto as informações estatísticas tem
importância vital para a tomada de decisão.
Atualmente informações numéricas são necessárias para os cidadãos e
organizações de qualquer natureza, e de qualquer parte do globo.
Para Senra (1999, p.124) “A informação sempre foi importante, em
diferentes tempos e espaços e expressivas aberturas de mundo”.
Segundo Paiva (2000, p.2) “Para tomada de decisão é necessário analisar o
cenário. Os cenários são ferramentas que descrevem uma percepção de pessoa ou grupo de
pessoas sobre futuros alternativos”.
Os cenários trabalham com dois universos: O mundo dos fatos, geralmente
reconhecido por índices, estatísticas e relatos, e o mundo das percepções, que inclui fatores
mais sutis e não lineares. A ênfase deste trabalho está voltada para os dados estatísticos,
por serem informações objetivas, consolidadas através de coleta e avaliação de dados.
De acordo com Senra (1999, p.128) “A estatística só consegue amparar-se
sobre situações concretas, objetos materiais e atos humanos”.
A estatística, portanto apresenta resultados quantificáveis que são essenciais
para a tomada de decisão e elaboração de um plano de trabalho.
�METODOLOGIA
Por se tratar de análise de dados estatísticos, o material utilizado será o
ambiente
on-line
para
programação
dos
arquivos
que
compoem as planilhas de
alimentação dos dados, através do site onde os usuários entrarão com os dados e os
mesmos serão armazenados em banco de dados gerando no final um relatório completo.
Segundo Martins (2001) “Durante os últimos 20 anos, o campo da
estatística
sofreu
uma
extraordinária
mudança
pelo
desenvolvimento
de
softwares
especialmente construídos para análises estatísticas”.
Para construção do site, utilizou-se a linguagem PHP e o banco de dados
MySQL, ambos com versões FREWARE para utilização ilimitada.
A interface do programa é amigável, possibilitando ao usuário uma
recuperação rápida das informações desejadas.
O Site apresenta segurança na forma dos registros e gerenciamento dos
dados, capacidade de armazenamento compatível com o volume de dados a serem
inseridos e acesso simultâneo de usuários à base de dados.
ANÁLISE DOS DADOS
Trata-se de método estatístico, apresentando texto claro e compreensível de
métodos e técnicas para análise de análise de dados quantitativos e qualitativos, por meio
de conteúdos teóricos fundamentais, buscando entendimento e compreensão de seus
pressupostos, bem como interpretação dos resultados.
O Site do grupo de coleta de dados da Rede UNESP estará disponível no
final deste ano. Portanto, a partir de 2002, o relatório anual será feito de forma eletrônica.
No menu inicial do programa haverá uma barra de rolagem com o nome de
todas as bibliotecas, onde cada uma fará a sua opção para entrar com seus dados
estatísticos, e alimentar a base de dados do programa.
A alimentação da base de dados deverá ser diária/semanal/mensal, conforme
a orientação para cada serviço executado na biblioteca.
A planilha deverá ser preenchida e o programa fará a somatória dos dados e
apresentará os resultados de acordo com a solicitação. Conforme exemplo abaixo:
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Grupo de CoIetII de Dedos
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CanceJ.do s
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Rec.bidos
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C
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Interne!
J[-i .cQiill1
�Cada biblioteca terá sua senha para acesso e alimentação da base, porém os
resultados estarão disponíveis para que qualquer usuário tenha acesso as informações.
Exemplificando, caso um usuário de Araraquara precise saber quantos
usuários a biblioteca de Bauru atende, ele entrará no Site e poderá ter esta resposta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
resultado
deste
trabalho
possibilitará
à
Coordenadoria
Geral
de
Bibliotecas – CGB maior rapidez na análise de dados para tomada de decisão, já que os
dados estarão disponíveis on-line e a alimentação dos mesmos será diária/semanal/mensal,
explícito na planilha para alimentação on-line.
O grupo de trabalho que participou do desenvolvimento deste Site contou
com a colaboração das bibliotecas da Rede o que contribuiu para o resultado do mesmo.
Não será mais necessário que a coordenadoria geral de bibliotecas solicite às
bibliotecas da rede relatório anual, ou até mesmo parciais, já que poderá entrar no
programa sempre que necessário e recuperar estas informações.
Caberão as bibliotecas envolvidas a responsabilidade de coletar estes dados
conforme determinado, ou seja, diário/semanal/mensal, e alimentar o programa, pois caso
o mesmo não esteja atualizado poderá gerar imprecisão nas informações disponíveis.
Acredita-se que este programa trará benefícios tanto para a Coordenadoria
Geral De Bibliotecas como para as bibliotecas da Rede que poderão destinar o tempo gasto
para elaborar os relatórios estatísticos com outras atividades para melhorar seu
desempenho junto a seus usuários.
Haverá também um benefício para os usuários que poderão acompanhar o
desenvolvimento dos serviços das bibliotecas e propor melhorias, caso achem necessário.
Acredita-se também que os resultados estatísticos em tempo real trarão um
diagnóstico sobre cada biblioteca, já que cada uma tem suas características e
especialidades, possibilitando que cada unidade possa ser mensurada como tal.
Portanto, a padronização na coleta de dados e a análise dos mesmos, se
transformarão numa ferramenta de gestão, que passará a ser de suma importância aos
gestores na definição de políticas para a Rede de Bibliotecas da UNESP.
�O grupo de trabalho que participou do desenvolvimento deste Site, contou
com a colaboração das bibliotecas da Rede, o que contribuiu muito para o resultado do
mesmo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EVANGELISTA, P. Estatística básica. São Paulo: Cortez, 1995.
FIGUEIREDO, N. M. Seleção de livros. In: MACHADO, U. D. (Ed.) Estudos avançados
em biblioteconomia e documentação. Brasília, DF: ABDF, 1982. v.1, p.1-48.
LANCASTER, F.W. Avaliação de serviços de bibliotecas. Brasília, DF: Briquet Lemos,
1996. 356p.
MARTINS, G. de. A estatística geral aplicada. São Paulo: Atlas, 2001.
MIRANDA, A. Acervos de livros das bibliotecas das instituições de ensino superior no
Brasil: situação problemática e discussão de metodologia para seu diagnóstico permanente.
Ci. Inf., Brasília, v. 22 , n. 1, p. 32, 1990.
PAIVA, F. Criando cenários para tomada de decisão. 2000. (Apostila)
SENRA, N. C. Informação estatística: política, regulação, coordenação. Ci.Inf., Brasília,
v.28, n 2, p. 124 – 135, 1999.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Elaboração de um site para a coleta de dados para a Rede de Bibliotecas da UNESP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Morales, Célia Silva Cruz
Matos, Isabel Pereira de
Antunes, Ana Maria Ramos
Valério, Disleide Silvia
Coito, Maria Irani
Vicentini, Priscila Carreira Bittencourt
Clemente, Suely de Brito
Scudeler, Juliano Caires
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta o desenvolvimento de um programa on-line de Coleta dados para fins estatísticos com o objetivo de padronizar a coleta de dados
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4065/SNBU2002_058.pdf
1d0b5377e8756fa65272f7612aef619a
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Text
GERENCIANDO A BIBLIOTECA DO AMANHÃ: TECNOLOGIAS PARA
OTIMIZAÇÃO E AGILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO
Autora: Isabel Cristina Nogueira – Apresentação oral do trabalho
icnogueira@hotmail.com
Bacharel em Biblioteconomia pela Escola de Ciência da Informação da UFMG
Rua V, 95, Bairro V. Pinho, Belo Horizonte – MG - Brasil
Colaboradores:
Gláucia Gomes
glauciag@idbrasil.com.br
ID Systems do Brasil
Jorge Abrunhosa
jorgea@idbrasil.com.br
ID Systems do Brasil
Maria Elizabeth de Oliveira Costa
beth@bu.ufmg.br
Bibliotecária da Biblioteca Universitária da UFMG
�Gerenciando a Biblioteca do Amanhã: Tecnologias para Otimização e Agilização dos
Serviços de Informação
Resumo
O profissional de Biblioteconomia que hoje já é visto como um
Gerente de Informações é cada vez mais solicitado a conhecer e a
empregar as Tecnologias de Vanguarda. Dentre estas Tecnologias
existem
algumas
altamente
promissoras
para
auxiliarem
esse
profissional na criação de sistemas que facilitem o acesso do usuário
aos serviços e produtos oferecidos pela Biblioteca.
Dentro dessa pespectiva o presente trabalho visa apresentar uma
abordagem teórica e prática desta relação.
O avanço tecnológico vem influenciando profundamente bibliotecas e bibliotecários,
caminhando em direção à realidade de um mundo eletrônico, o que demanda urgência em
propostas de soluções para suprir as demandas informacionais e funcionais dos usuários de
bibliotecas.
O bibliotecário do século XXI deverá assumir a postura de moderno profissional de
informação, a quem compete fornecer aos usuários a informação solicitada, vinda de fontes
certas, por meios certos e em momentos certos. Para isso o bibliotecário deverá vencer o
marasmo que ronda as tarefas meramente tecnicistas.
Informação
Estamos vivendo o que alguns autores chamam de consolidação da mudança de paradigma
do acervo para a informação, do suporte físico para o informacional. A biblioteca vem
mudando a sua concepção histórica de depósito de livros para instituição voltada para a
disseminação de informações.
Alguém já disse que o amanhã é onde passaremos o restante de nossas vidas.Assim, numa
sociedade contemporânea, que já vive como sociedade da informação e caminha de forma
mais ampla para Era da Informação, o profissional de Biblioteconomia já visto como
�Gerente de Informações é cada vez mais solicitado a conhecer e a empregar as chama das
Tecnologias de Vanguarda.
Dentre estas tecnologias existem algumas altamente promissoras para auxiliarem este
profissional na criação de sistemas que facilitem o acesso do usuário aos serviços e
produtos oferecidos pela Biblioteca, destacando entre eles o sistema de auto-atendimento, a
implantação de sistemas eletrônicos de segurança do acervo e a tecnologia RFID.
Neste contexto, o presente trabalho visa apresentar algumas dessas várias tecnologias que
estão em sintonia com as necessidades das bibliotecas, voltadas a facilitar a vida dos
usuários e reduzir o esforço repetitivo e de pouco valor agregado dos funcionários.
Sistemas de Auto-Atendimento para Bibliotecas
O auto-atendimento pode ser considerado como uma ferramenta fundamental para o
gerenciamento do acervo bibliográfico na biblioteca moderna. Atualmente as bibliotecas já
são operadas como uma complexa organização, utilizando-se intensivamente das novas
tecnologias de informação e comunicação disponíveis na sociedade da informação.
Novos horizontes surgem para o gerenciamento do acervo bibliográfico, pois com um
sistema de auto-atendimento o usuário pode realizar seu próprio empréstimo, dinamizando
a circulação do acervo bibliográfico e simultaneamente oferecendo total segurança às
dinâmicas envolvidas no cotidiano de uma biblioteca.
Os sistemas de auto-atendimento atualmente disponíveis no mercado brasileiro são
tecnologias de fácil operação.
São comercializados pelas empresas ID Systems e 3M.
Apresentam interfaces compatíveis com a maioria dos softwares empregados em
automação de bibliotecas. Além disso os sistemas de
auto-atendimento
possuem
características próprias que os tornam plenamente operacionais para funcionarem em
bibliotecas
que já utilizem sistemas de segurança eletrônica do acervo com etiquetas
protetoras de tecnologia Eletromagnética (EM) Podem ainda operar em ambientes
�gerenciados por tecnologia de identificação por rádio-frequência (RFID –
Radio-
Frequency Identification). As tecnologias EM e RFID serão posteriormente explicadas ao
longo do trabalho.
O sistema é constituído de: tela plana em cristal líquido, software interativo com orientação
passo a passo, leitora de cartão (magnético, código de barras, proximidade, smart card ou
biométrico,
dispositivo
de
desativação(para
empréstimo)
e/ou
reativação
(renovação)
,impressora de termo-transferência para impressão de comprovantes e scanner ótico para
leitura do código de barra identificador do livro ou item (em caso de RFID utiliza-se um
leitor apropriado).
Até a presente data deste trabalho o único sistema de auto-atendimento instalado e em fase
de testes no Brasil é o produzido pela ID Systems. A Biblioteca é a da PUCRS (Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e o software de circulação é o Aleph,
comercializado pela empresa Ex-Libris. Este sistema de auto-atendimento emprega uma
exclusiva tecnologia que o torna compatível para operação com qualquer sistema de
segurança eletromagnético (ou seja que oferece desativação/reativação das etiquetas
protetoras) de padrão internacional.Além disso, o equipamento possui design ergométrico,
o que facilita sua instalação na biblioteca.
A
utilização
do
sistema
é
apresentada
numa
tela
de
monitor
com
instruções
pormenorizadas, passo a passo. Inicialmente, o usuário deve identificar-se através de um
dos seguintes tipos de leitores: magnético, código de barras, proximidade, smart
card/RFID ou biométrico. Nesta fase inicial a identificação será feita através do software já
utilizado na automação da biblioteca, sendo necessário para isso que o mesmo ofereça uma
interface apropriada para auto-atendimento (protocolos SIP1, SIP2, etc). É importante
ressaltar que os softwares ainda não homologados com a interface dos atuais sistemas de
segurança poderão sê-los, bastando para isto adotarem um protocolo de auto-atendimento
disponível no mercado.
Após identificado e autorizado o usuário, o item objeto de empréstimo deverá ser
posicionado no local designado e um scanner ótico (ou leitor de RFID) lerá o código de
�barras (ou a etiqueta de RFID), que o identificará . Para empréstimos de itens de mídia
magnética (fitas de vídeo, áudio, disquetes, etc) existem modelos específicos que permitem
operar tais mídias sem nenhum risco de danos às mesmas.
Uma vez identificado o item e autorizado o empréstimo, o item terá sua proteção
desativada e o empréstimo será efetuado.O sistema é programável possibilitando à
biblioteca definir parâmetros como: limite para itens emprestados, prazo de devolução,
critérios para empréstimo e renovação, emissão de multas, dentre outros. Estes parâmetros
são os mesmos normalmente já oferecidos pela biblioteca. Ao concluir o processo de
empréstimo, o usuário retirará o item já emprestado e o seu cartão de identificação. A
seguir receberá um comprovante impresso (extrato) com data e hora da operação além de
informações como data de devolução, mensagem da própria biblioteca, avisos de quota de
empréstimo ultrapassada, dados bibliográficos sobre o item. Também é oferecida uma
opção chamada Status (disponível em alguns softwares de circulação), que possibilita ao
próprio usuário conferir sua atual situação com a biblioteca. Outra opção é Idioma, onde o
usuário pode escolher em qual idioma deseja que estejam as instruções.
As modernas tecnologias empregam sensores e algoritmos eficientes que possibilitam que
o item a ser emprestado seja colocado em qualquer posição, desde que a etiqueta de código
de barra fique visível ao scanner, evitando o inconveniente dos equipamentos antigos que
só liam em determinadas posições.
No caso de se utilizar a tecnologia RFID, como a
leitura é feita por sinais de rádio, não existe a preocupação de localizar a etiqueta, pois ela
será lida mesmo com o livro fechado, sem nenhum tipo de contato.
Também já estão previstas neste sistema de auto-atendimento rotinas que impossibilitam
operações ilegais como troca de itens ou tentativa de desativar mais de um item durante o
processo de desativação. Na ocorrência de um destes casos a operação de empréstimo será
abortada.
Os sistemas de auto-atendimento são projetados para operar com eficácia durante décadas,
desde que sejam observadas as seguintes condições: seja mantido em temperaturas entre 0
e 35 graus Celsius, não seja submetido à exposição solar permanente, seja mantido fora do
�alcance de água ou agentes químicos e também não sofra ações mecânicas tais como
quedas e/ou impactos.
Resumindo os sistemas de auto atendimento podem ser entendidos como um auxilio ao
gerenciamento de acervo bibliográfico onde o usuário pode realizar seu próprio
empréstimo,dinamizando a circulação do acervo, oferecendo ainda total segurança do
acesso global. Também é facilitado o acesso dos usuários aos serviços e produtos da
biblioteca, aumentando a agilização do atendimento, evitando filas, bem como poupando
tempo dos bibliotecários que poderão assim dispensar maior atenção a outras atividades de
importância dentro da Instituição.
Sistemas de Segurança Eletrônica de Acervo Bibliográfico
Os Estados Unidos da América foram os pioneiros no uso de sistemas eletrônicos de
segurança (anti-furtos) na proteção de acervos bibliográficos. Em 1963 a empresa
Sentronic International criou um sistema baseado em campos eletromagnéticos que teve
como primeiro cliente a Biblioteca Pública de Grand Rapids, Michigan. O sistema era
formado por quatro componentes básicos: sensores ou antenas, unidade de controle,
unidades de desativação e reativação e etiquetas protetoras, permitindo a sua utilização
com acervo aberto nos modos by-pass e livre acesso.
O modo by-pass ou desvio implica em utilizar as etiquetas protetoras sempre ativadas e
para tanto necessita-se que o sistema de segurança seja instalado próximo ao balcão de
atendimento e uma vez efetuado o empréstimo o atendente entrega ao usuário o item
emprestado numa posição situada após os sensores ou antenas. A grande questão é o
constante constrangimento ao usuário que ao ingressar em outros recintos protegidos por
sistemas similares ou ainda durante a devolução fará acionar o alarme. Isto tem gerado
bastante problemas paras as instituições, inclusive em aspectos legais.
O modo de livre acesso opera com desativação e reativação, permitindo que as antenas ou
sensores estejam instalados em qualquer local, independentemente da posição do balcão.
�Seu grande mérito é evitar constrangimentos aos usuários e possibilitar um lay-out mais
funcional e operacional para a biblioteca.
Inicialmente os sistemas de segurança não foram bem vistos pelos usuários das bibliotecas,
que se sentiam ofendidos e vigiados, no entanto no início da década de 70 a segurança
eletrônica já estava ganhando a simpatia unânime dos usuários, passando de tabu de
desonestidade a mais uma ferramenta de gerenciamento de acervos.
Entre as empresas pioneiras na área de segurança eletrônica de acervo bibliográfico
destacaram se: a Gaylord Library Magnavox, Knogo (adquirida em 2000 pela ID Systems),
Library Bureau e 3M.
O mercado brasileiro de sistema de segurança eletrônica de acervo bibliográfico apresenta
duas empresas que se destacam pela sua elevada especialização e experiência: ID Systems
e 3M.
A utilização destes sistemas tornou-se muito popular não só pelas normas e
diretrizes do MEC (Ministério da Educação e Cultura), que estimulam a utilização do
acervo aberto ao usuário mas também pela sua elevada eficácia em média superior a 90%,
na preservação do patrimônio das instituições.
Os sistemas de segurança eletrônica oferecidos pela ID Systems são: sistemas de segurança
eletrônica com tecnologia eletromagnética e seus componentes: etiquetas protetoras
desativáveis/reativáveis adequadas a qualquer tipo de encadernação,
CDs e mídias
magnéticas, desativadores e reativadores manuais e eletrônicos, desativador e reativador de
mídia magnética, contador eletrônico de fluxo de usuários, verificador de presença de
etiquetas manual, dentre outros. Oferece
ainda sistemas de segurança eletrônica com
tecnologia radiofreqüência e seus componentes.
Os sistemas de segurança eletrônica oferecidos pela 3M são: sistemas de segurança
eletrônica com tecnologia eletromagnética, ativadores e desativadores específicos para
materiais magnéticos e não magnéticos, fitas de detecção para livros, fitas cassete de áudio
e vídeo, CDs e outros.
�Basicamente os sistemas eletrônicos de segurança mais adotados na proteção de acervo
bibliográficos
empregam
dois
tipos
de
tecnologia
a
saber:
radiofreqüência
e
eletromagnética. Os sistemas de radiofreqüência são caracterizados pelo uso de energia
transmitida por ondas de rádio em freqüência específica. Atualmente esses sistemas
empregam alta tecnologia digital em processamento e filtragem de sinais apresentando
sinalização sonora e/ou visual e excelente detecção tridimensional.
Esses sistemas operam apenas no modo by pass ou desvio, uma vez que as etiquetas
utilizadas estão sempre ativas.
Entre as vantagens desta tecnologia podemos citar: o baixo custo de implantação e
manutenção; a ocorrência mínima de alarmes falsos, uma vez que não há como desativar e
reativar etiquetas desta tecnologia, são adequadas para mídias magnéticas (fitas de vídeo,
áudio, disquetes entre outros); atende as normas da ABNT(Associação Brasileira de
Normas Técnicas) e ADA(American with Disabilities Act) quanto ao acesso de usuários de
cadeiras de rodas. As principais desvantagens são a fácil localização da etiqueta pelo
usuário e não possibilitar desativar e reativar a proteção oferecida pela etiqueta.
A tecnologia eletromagnética funciona com um campo magnético produzido por energia
elétrica.
Os
sistemas
de
tecnologia
eletromagnética
atuais
oferecem
detecção
tridimensional, apresentando. Operam tanto no modo by-pass ou desvio quanto no modo
livre acesso, já que possilitam desativar e reativar a proteção da etiqueta.
As principais vantagens da tecnologia eletromagnética são a grande adequação das
etiquetas protetoras aos itens existentes no acervo bibliográfico, o fato de operarem com
desativação e reativação, evitando constrangimentos ao usuário e eventuais ações legais
por parte deste usuário, a modularidade e versatilidade dos mesmos, bem como o
atendimento às normas de acesso a usuário de cadeiras de rodas ABNT e ADA.
�Os atuais sistemas eletromagnéticos proporcionam proteção eletrônica com total segurança
quanto à integridade das mídias magnéticas, ao contrário dos primeiros modelos.
RFID – Identificação por Rádio-Frequência
Esta tecnologia de vanguarda surgiu em meados da década de 90. RFID significa
Identificação
por
Rádio-Frequência
(Radio-Frequency
Identification).
Consiste
basicamente da utilização de uma etiqueta plana, adesiva, de dimensões reduzidas,
contendo um micro-chip em conjunto com sensores especiais e dispositivos que
possibilitam a codificação e leitura dos dados contidos na mesma.
O micro-chip contido na etiqueta permite armazenar inúmeros campos de informação nesta
e ainda apagar esta informação e armazenar novos campos. Com isto tem-se um infinito
campo de aplicações e soluções integradas numa única tecnologia. Tudo isto é feito sem
contato físico de nenhuma espécie, não apresentando o inconveniente do código de barra
que precisa ser lido individualmente e está sujeito a depredações ou danos. No caso da
etiqueta de RFID ela pode ser inserida no interior de um livro e mesmo assim será lida sem
nenhum problema. A única limitação tecnológica é quanto a itens metálicos, que podem vir
a “blindar” ou bloquear os sinais de rádio impossibilitando a leitura. A migração dos dados
existentes atualmente no código de barras ocorre de forma amigável e rápida para a
tecnologia RFID. No Brasil esta tecnologia é oferecida para bibliotecas pelas empresas ID
Systems e 3M.
A tecnologia RFID apresenta características peculiares que nenhuma outra oferece. Por
exemplo, leitura simultânea de até 30 itens num período de um segundo, utilizando-se de
poderosos algoritmos de anti-colisão. Com isto pode-se realizar inventários de milhares de
itens, diretamente das estantes em questões de minutos, utilizando um leitor de RFID
manual. Também pode-se controlar o processo de devolução do itens emprestados,
passando os livros por uma esteira rolante com leitora de RFID acoplada.
�A maioria das aplicações atuais restringem-se por enquanto a inventários. Contudo, já é
possível pensar em uma instituição que utilize o RFID em seu acervo, no controle
de
acesso de funcionários e usuários em todo o campus, no acesso de veículos ao seu
estacionamento, nos seus terminais de auto-atendimento, na proteção de seu patrimônio,
enfim as aplicações estão limitadas à própria imaginação.
Considerações Finais
Passando de uma abordagem conceitual, pode-se discutir outras perspectivas sobre o
impacto destas Tecnologias de Vanguarda. A primeira seria a ótica econômica, e neste caso
seriam contabilizados os resultados positivos da implantação de sistemas de segurança
eletrônica sobre a preservação e manutenção do acervo, com a redução substancial do
índice de furtos. Isto é de importância fundamental num momento de grandes restrições
orçamentárias que vivenciamos dentro das instituições públicas e privadas, além da
dificuldade de reposição de certas obras esgotadas. Some-se a isto que os processos de
aquisição são demorados e traumáticos e também o processamento técnico dos materiais
demanda esforço, tempo e custos para a instituição.
Partindo de uma abordagem humanística, cabe discutir a repercussão da introdução de
sistemas de auto-atendimento no ambiente da biblioteca. A primeira idéia é que isto
ocasionaria é o mal-estar da substituição do trabalho do profissional de Biblioteconomia
por uma máquina. Contudo, numa análise mais criteriosa pode-se pensar numa analogia
com o impacto ocasionado pela introdução da máquina a vapor há quase três séculos na
Inglaterra. Naquela época muitas pessoas acreditaram que o advento da máquina fosse
gerar conseqüências desastrosas para os trabalhadores, tendo acontecido justamente o
contrário, vindo a Inglaterra a se tornar uma das maiores economias do mundo e o
fenômeno da industrialização estendeu-se por outros paises.
Assim, optou-se por entender que o sistema de auto-atendimento é mais uma ferramenta de
automatização a disposição de todos os profissionais atuantes na biblioteca. Estes
profissionais, com a introdução deste sistema serão beneficiados com a supressão de
tarefas repetitivas e pouco produtivas, podendo executar outras atividades de caráter
�intelectual
tais
como
catalogação,
indexação,
classificação,
pesquisas
acadêmicas,
capacitação profissional, etc.
Finalizando, consolidando as óticas econômicas e humanísticas numa única abordagem
pode-se discutir o impacto da tecnologia RFID na elaboração de inventários. Inventariar é
uma atividade extremamente necessária, apresentando uma dinâmica de difícil e demorada
execução, o que a torna um verdadeiro pesadelo dos pontos de vista dos profissionais e
usuários da biblioteca e do custo operacional. A introdução desta tecnologia acredita-se irá
trazer um impacto positivo na execução desta tarefa e pelo potencial oferecido pelo RFID
pode-se supor o fim de outros pesadelos, transformando-os em sonhos.
Referências Bibliográficas
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2000. Catálogo da Empresa.
2. BIANCARDI, Alzinete Maria Rocon. A morte dos acervos: um estudo psicossocial do
vanadalismo em bibliotecas.1996 (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do
Espírito Santo).
3. GILLES, Frances. Radio frequency and electromagnetic technologies. Quebec: ID
Systems, 1999. 13p.
4. GUARDIAN, Gaylord. Loss prevention program. USA: Guardian, 1994. 115 p.
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DO
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Gerenciamento
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Auto-
Atendimento, RFID e Sistema de Segurança Eletrônica para Acervos Nova Friburgo: ID
Systems do Brasil, 2002. Catálogo da Empresa.
6. SHUMAN, Bruce A. Library security and safety handbook: prevention, policies, and
procedures. USA: American Library Association: 1999. 210 p.
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Gerenciando a biblioteca do amanhã: tecnlogias para otimização e agilização dos serviços de informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Nogueira, Isabel Cristina
Gomes, Gláucia
Abrunhosa, Jorge
Costa, Maria Elizabeth de Oliveira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta as tecnologias que estão em sintonia com as necessidades das bibliotecas, voltadas a facilitar a vida dos usuários e reduzir esforços repetitivos
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4064/SNBU2002_057.pdf
4ed1bce155bf3ca9dfdc7fdd74031f5d
PDF Text
Text
AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS E
AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO:
AMPLIANDO OS ESPAÇOS DA COMUNICAÇÃO PEDAGÓGICA1
ISABEL CRISTINA LOUZADA CARVALHO
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Ciência da Informação
Campus Universitário – Goiabeiras
Vitória – ES 29060-900
Brasil
louzada@npd.ufes.br
ppge@terra.com.br
Resumo
Investiga se e como as bibliotecas universitárias federais brasileiras, a partir da adoção das
novas tecnologias da informação e comunicação, têm contribuído para o processo de
socialização do conhecimento. Após análise dos dados coletados via questionário,
reconhece que essas bibliotecas devem se revestir como espaços de comunicação
pedagógica para promover a cooperação entre pessoas e grupos, canalizando o potencial
das tecnologias no sentido de acelerar a socialização do conhecimento estocado em seus
ambientes, quer no tradicional, quer no virtual.
Descritores
Bibliotecas universitárias – automação
Novas tecnologias da informação
Socialização do conhecimento
1
Apresentado originalmente, em 2002, ao Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do título de mestre.
A presente comunicação representa apenas 10% do texto integral.
�2
1
INICIANDO UM PERCURSO
Quem de nós, profissionais envolvidos com a área de educação ou até, quiçá, os não
envolvidos, consegue conceber a educação sem que a ela esteja atrelado o compromisso de
promover mudanças, transformações, reinvenções gestadas num espaço no qual, ao invés
de se praticar a simples adaptação do indivíduo ao mundo, procura-se instigar, inquietar
esse indivíduo a conquistar seu próprio caminho?
Com certeza não há receitas mágicas, mas sim expectativas de postura e de atuação que
podem contribuir para que a informação possa ser reelaborada, construída, apropriada e
que se apresente como conhecimento. Enfim, uma prática que reconheça a importância da
intensificação das interconexões tão características do ambiente contemporâneo.
Vencer tal desafio requer a instalação e o fortalecimento de instituições, como as
bibliotecas, que enfrentam a transição da organização de estoques de documentos para
assumirem
a acessibilidade e disponibilidade da informação e que por isso precisam rever
e redesenhar ações, produtos e serviços. Agora, cabe -lhes o provimento da informação e
não somente o armazenamento e o simples informar onde essa informação está localizada.
Interconectando o conhecimento produzido por outros pesquisadores com a descrição dos
resultados de nossa investigação, esperamos estar contribuindo para que as bibliotecas
universitárias federais brasileiras (BUFB) se revistam em espaços de comunicação
pedagógica.
2
AS TRAMAS DA PESQUISA
As transformações pelas quais a sociedade passou e vem passando têm servido de cenário
para discussões cujos enfoques levam-nos a reconhecer que a capacidade do ser humano
em utilizar o conhecimento produzido e acumulado, no decorrer de sua própria história,
sempre esteve atrelada à apropriação e ao uso de diferentes técnicas que estão
representadas pela expressão que Lévy (1993) cunhou como tecnologias da inteligência: a
oralidade, a escrita e a informática, consideradas como molas propulsoras contemporâneas,
mesmo que tenham surgido em variados espaços-tempos da sociedade.
O autor deixa evidente que, de forma alguma, tais dispositivos sociotécnicos podem ser
considerados
como
representantes
de
eras
ou
como
pontos
de
inflexão,
não
correspondendo de forma simples a épocas determinadas, pois, com intensidade variada e
�3
simultaneidade, mostram-se, a cada instante, presentes em nossas vidas. Kranzberg (apud
Castells, 2000) e Lévy (1993, p. 194) argumentam que esses dispositivos não são neutros,
nem bons, nem maus, nem necessários e nem invencíveis, mas são “...apenas uma
dimensão, recortada pela mente, do conjunto do jogo coletivo, aquela na qual desenham-se
as conexões físicas do mundo humano com o universo...”.
Portanto, é preciso ter clareza de que a apropriação social dessas tecnologias, e de
quaisquer
outras,
deve
estar
articulada
a
um
projeto
social
ampliado,
pois,
necessariamente, terão que ser reinterpretadas e metamorfoseadas objetivando a interação
homem/máquina, o que irá repercutir, diferentemente, no cotidiano de cada cidadão e nas
formas de aprender, apreender e compreender o saber que lhe é transmitido.
Buscamos fundamentação teórica nas contribuições de estudiosos, como Castells (2000) e
Lévy (1993), para articular as discussões em torno das categorias novas tecnologias da
informação e socialização de conhecimento; e, em Deleuze & Guattari (1995), para
construir a imagem de rizoma, como forma de organização mais apropriada às bibliotecas
universitárias no enfrentamento das transformações que emergem e modelam a Sociedade
da Informação.
Dentro desse escopo, definimos o objeto da pesquisa como constituído pelas bibliotecas
vinculadas às instituições federais de ensino superior no Brasil, englobando universidades
e estabelecimentos isolados (autarquias e fundações públicas). A pesquisa foi direcionada
para responder à seguinte questão: as bibliotecas universitárias federais brasileiras, ao
desencadearem o processo de informatização de seus serviços e produtos, estão
comprometidas em garantir a socialização do conhecimento?
Como o foco do nosso estudo envolveu a interconexão de três fenômenos – bibliotecas
universitárias, novas tecnologias da informação e socialização do conhecimento − que
trazem embutidos em sua concretização aspectos sociais, culturais, educacionais, além dos
tecnológicos, optamos por realizar uma investigação com enfoque qualitativo.
A coleta de dados envolveu a aplicação de dois questionários que, ao serem respondidos,
nos permitiram atingir a representatividade de 63,8% das BUFB e a análise desses dados
foi executada a partir de duas técnicas: tratamento estatístico e triangulação.
�4
Assim, com base nesses procedimentos teórico-conceituais, esperamos estar contribuindo
para a geração de novos conhecimentos que permitam a cartografia, a análise e a
interferência dos e nos traços constitutivos no cenário de mudanças vivido pela sociedade.
3
A TECNOLOGIA, AS BIBLIOTECAS E O CONHECIMENTO
Irreversível como a evolução do ser humano e coincidente com a sua história, a presença
da tecnologia se faz sentir desde a pré-história quando, ainda no período Paleolítico, os
hominídeos, na relação que estabeleceram com a natureza, criaram instrumentos que
tornaram sua vida melhor, possibilitando a superação dos limites impostos pela natureza,
bem como a adaptação de um ao outro (Lévy, 2000).
No
decorrer
da
história
da
tecnologia,
conseguimos
identificar,
claramente,
o
desenvolvimento e o fornecimento de condições para a abertura de novas possibilidades
pelo e para o homem, cabendo-nos discernir dentre essas possibilidades quais instituem
estratégias de libertação e dominação e quais estão impregnadas de excesso. Tal postura
exige cooperação entre os profissionais das mais diversas áreas do conhecimento científico
na busca de possíveis soluções para os reais e concretos desafios humanos, com a clareza
de que dois aspectos são importantes:
§ não se destrói totalmente o velho para fazer emergir o novo, pois o universo
cultural humano mostra a coexistência de uma variedade de espaços-tempos,
donde intuímos que a tecnologia retorna à questão instituída e propõe algo novo.
Ao desenvolvermos um novo produto, seja ele concreto, seja fluido, estamos
mostrando o resultado da bricolagem que compusemos para produzi-lo, sendo
condenável sua utilização sem que esta perpasse por uma etapa de interpretação e
metamorfose; e
§ não existe neutralidade nem autonomia no âmbito da tecnologia. Percebemos sim
a tecnologia como mediadora entre a natureza e o homem, produzindo algo
híbrido de natureza e cultura. As metas interpostas no contexto social só são
alcançadas com a interação entre tecnologia e outros elementos sociais.
Concordando com as discussões postas por Lévy (1993, p. 10-16), evidenciamos que o
determinismo tecnológico não pode fundamentar tal temática, já que certas técnicas
“...tornam possíveis ou condicionam certas evoluções culturais, ao mesmo tempo em que
�5
deixam uma grande margem de iniciativa e interpretação para os protagonistas da
história...”. Destaca, ainda, que os produtos gerados pela tecnologia “...são fontes do
imaginário, entidades que participam plenamente da instituição de mundos percebidos” e
que a simples divulgação de um novo dispositivo desencadeia um desequilíbrio no mundo
das representações e das imagens e a busca de uma nova estabilidade vem logo a seguir.
Nessa perspectiva, podemos afirmar que a tecnologia não determina nada, pois é resultado
de intercruzamentos de interpretações, que também têm que ser interpretados, o que indica
que a tecnologia condiciona, inclina, pesa, pode interditar, mas não determina.
Assim, a partir das considerações de alguns teóricos, dentre eles Lucien Sfez, Gilbert
Simondon, Cornelius Castoriadis e Pierre Lévy, importa assinalar que a tecnologia, seja no
seu estado puro, seja a que dá suporte às áreas de informação e comunicação, as chamadas
novas
tecnologias
da
informação
e
comunicação
(NTIC),
seja
a
que
usamos
cotidianamente sem mesmo percebermos que o fazemos, exige a busca de um aprendizado
constante, uma nova visão de mundo e uma disposição concreta de não retroceder, mas sim
de avançar. Isso representa estarmos atentos para compreender as transformações que
submetem nosso cotidiano a uma eterna sensação de obsolescência e desordem, em que a
experiência, a memória e a completeza são apresentadas como “estados ultrapassados”,
para não nos deixarmos levar pelos temores dos que apregoam a desrealização do real; nem
mesmo pela falácia de que as atividades tradicionais desaparecerão.
Por isso, ousamos afirmar que, com a tecnologia, e mais especificamente com as NTIC, é
possível pensar tateando, testando, simulando e construindo o conhecimento ao invés de
aceitarmos uma solução pronta e ideal.
Nessa perspectiva, precisamos reconhecer que as fases de encantamento e de
reencantamento pelas tecnologias já passaram e, se ainda não passaram, urgem
passar. Entramos, agora, na fase de assimilação e de utilização impregnada de
uma velocidade, que, às vezes, transcende nossa percepção sobre o e do
cotidiano, e de uma sensação de coletividade, conflituosa com a idéia de
unicidade, de solidão que, por exemplo, permeia as discussões sobre a
cibercultura,
espaço
no
qual
o
compartilhamento,
a
descentralização,
a
distribuição, o é nosso compõem os protocolos dos que participam desse
momento
das
sociedades
contemporâneas.Em
torno
desse
quadro,
é
�6
fundamental destacar o papel da informação e do conhecimento nas atividades da
universidade, já que ambos determinam a base de todos os seus processos,
representados pelas diferentes formas de ação sobre a informação (Cunha, 2000;
Moraes & Simon, 1997). Isso implica reconhecer que, nas atividades de pesquisa,
estão caracterizadas a criação e a descoberta do conhecimento, bem como o seu
uso, diretamente acoplado ao desenvolvimento de outras tecnologias; e que, nas
de ensino e extensão, estão caracterizadas sua transmissão e socialização. Uma
outra vertente também se apresenta como relevante nesse contexto e está
relacionada com a preservação desse conhecimento, que deve estar atrelada a
atitudes que concomitantemente promovam sua visibilidade, acessibilidade e
disponibilidade, envolvendo assim a biblioteca e os canais de comunicação da
produção técnico-científica (Moraes & Simon, 1997).
Tal atitude resulta do fato de ser a universidade um dos locus do conhecimento,
compelindo-a a se preocupar, em algum momento e de alguma forma, com a sua
acumulação, visando à preservação, quer no suporte tradicional, quer numa acumulação
repleta de virtualidade, obrigando-a a estabelecer espaços concretos e/ou virtuais para onde
esse saber acumulado se desloque. Nesse cenário, eis, então, a imagem da biblioteca,
instituição social mais milenar que a própria universidade, também atingida pelas
mudanças do mundo contemporâneo e que busca adaptar-se às novidades e vencer os
desafios que a sociedade lhe apresenta para que possa ser entendida numa perspectiva
múltipla, sempre aberta e adaptável, preparada para desenhar rizomas, desterritorializar
seus pontos e evoluir para uma rede de acessos múltiplos. É óbvio que a presença da
tecnologia nesse contexto é primordial.
Assim, ao analisarmos, no âmbito das BUFB, as questões inerentes à temática, foi-nos
possível cartografar o nível de informatização2 de serviços e produtos, assim distribuído:
§ totalmente informatizado: acesso à base de dados em CD-ROM e on-line
(90,7%), pesquisa bibliográfica (74,4%) e cadastramento de usuários e acesso aos
catálogos de bibliotecas de outras instituições (65,1%);
2
Destacamos os três maiores índices por nível de informatização devido àlimitação da extensão e
do formato desta comunicação no 12º SNBU (Recife, 2002).
�7
§ parcialmente
informatizado:
aquisição
de
material
bibliográfico
(48,8%),
comunicação com os usuários e recebimento de sugestões para aquisição (39,5%)
e tratamento da informação (30,2%);
§ não
informatizado:
empréstimo
interbiblioteca
(46,5%),
recebimento
de
sugestões para aquisição (37,2%) e recebimento de críticas/comentários sobre
serviços/produtos e sumários de periódicos (34,9%).
Ao pesquisarem os reflexos das NTIC nas bibliotecas universitárias brasileiras, Figueiredo
(1998), Klaes (1996) e Ramalho (1992) concluem que os serviços e produtos mais
atingidos são: consulta a catálogos e a bases de dados, tanto no suporte on-line como em
CD-ROM; pesquisa bibliográfica; tratamento da informação; aquisição; comutação; e
acesso a Internet.
Complementando essa identificação, e tomando como base outros autores, constatamos
que a maior parte considera as NTIC como elementos-chave no processo de socialização
do conhecimento, quer pelos resultados alcançados no processamento de informações, quer
pelo tempo de resposta ao serviço/produto. Apesar dessas vantagens, existem problemas a
serem vencidos, tais como: complexidade das ferramentas de busca, quantidade de lixo
recuperado nas buscas, custo dos filtros de informação, qualidade das bases de dados
institucionais. Na tentativa de evidenciar quais dos serviços e produtos elencados só se
justificam, atualmente, com o uso das novas tecnologias, constatamos que o acesso a
catálogos, o acesso a bases de dados e a pesquisa bibliográfica são os que mais demandam
o emprego de tais tecnologias.
Ao
investigarmos
os
fatores
que
influenciaram
o
processo
de
informatização,
cartografamos que, na sua totalidade, as BUFB buscaram, em primeiro lugar, melhorar a
qualidade dos serviços e produtos oferecidos, seguido de três outros fatores: agilizar
tratamento da informação e proporcionar maior controle sobre as coleções (ambos com
96,7%) e agilizar o atendimentos das demandas informacionais (93,3%). Esse resultado
está próximo do alcançado por Figueiredo (1998) e Ramalho (1992), sendo importante
frisar que a adoção das novas tecnologias, independentemente do segmento da economia
ou do ramo de atividades, vem acompanhada da previsibilidade de apresentar soluções que
aperfeiçoem a eficiência das organizações e aumentem o controle sobre o patrimônio, o
fluxo de pessoas e a movimentação de estoques. É preciso ter claro que tais fatos só se
�8
concretizam quando a informatização é acompanhada por uma criteriosa revisão dos
procedimentos aplicados na execução das tarefas (Klaes, 1996; Mercadante, 1995).
Dois outros fatores que influenciaram esse processo merecem destaque, por possibilitarem
a ampliação do acesso aos estoques informacionais: proporcionar acesso ao catálogo e/ou à
coleção de bibliotecas de outras instituições e implementar serviços e produtos em base
cooperativa interinstitucional (ambas com 80%), o que nos aproxima das conclusões
estabelecidas por Figueiredo (1998), Klaes (1996), Mercadante (1995) e Ramalho (1992).
É indiscutível que o volume de informação produzido é um dos maiores "problemas" do
mundo contemporâneo, impulsionando as organizações ligadas ao setor quaternário a
buscarem
alternativas
conseqüentemente,
no
para
agilizar
atendimento
das
o
processamento
demandas
desse
expressas
acervo,
pelos
refletindo,
usuários e na
acessibilidade ao conhecimento produzido.
Blattmann & Alves (1998) e Mercadante (1995) alertam que a organização e a indexação
da informação em torno de catálogos ou bases de dados são tarefas indispensáveis em
qualquer ambiente eletrônico e que os bibliotecários devem estar atentos para essas
questões que influenciam a qualidade final dos serviços e produtos oferecidos. Assim, é
válido reforçar que não é mais suficiente estar preocupadas apenas com a recuperação das
informações armazenadas internamente, mas sim em viabilizar caminhos para acessar o
grande volume de informações disponível interna e externamente.
No ambiente da Sociedade da Informação, torna-se quase irrelevante saber o locus de
armazenamento da informação, pois acessá-la, e no menor tempo possível, é o resultado
que mais interessa aos usuários, o que significa passar a ser reconhecida pela sua
capacidade de acessar, recuperar, comunicar e intercambiar informações, agregando-lhe
valor ou até viabilizando pontos de acesso para que o próprio usuário possa ligar o seu
equipamento portátil e utilizar o sistema da biblioteca para acessar a informação que
necessita.
Entendendo que o catálogo (ou o banco/base de dados institucional) representa o estoque do
conhecimento acumulado na biblioteca, constatamos que ele pode ser acessado via redes de
comunicação de dados em 63,3% das BUFB. Ao manterem o catálogo acessível, por
exemplo, via Internet, essas bibliotecas parecem estar reconhecendo a importância de tornar
�9
público o conjunto de informações que dispõem com a possibilidade de facilitar sua
apropriação
não
extramuros
da
só
pela
comunidade
universidade/faculdade.
universitária,
Assim,
a
mas
também
conjugação
de
pela
dois
comunidade
fatores,
como
centralidade no acesso à informação e centralidade no usuário, apoiada pelo uso adequado
das NTIC, representa uma das oportunidades de a biblioteca universitária assumir a função
de socializadora do conhecimento (Miranda, 1993; Tarapanoff et al., 1996).
Procuramos também identificar variáveis consideradas como intervenientes no processo de
socialização
do
conhecimento,
tendo
sido
diagnosticado
que
pesquisa
bibliográfica
(100%); acesso ao catálogo das bibliotecas e a bases de dados on-line (ambos com 96,7%);
tratamento da informação, participação em redes de comunicação de dados e acesso ao
catálogo coletivo da biblioteca (cada item com 93,3%); e acesso ao catálogo de bibliotecas
de outras instituições, a bases de dados em CD-ROM e a bases de dados da produção
técnico-científica da própria instituição (cada item com 86,7%) são os serviços e produtos
que mais contribuem para o processo de socialização do conhecimento.
Autores como Cunha (2000), Klaes (1996) e Ramalho (1992), citando apenas alguns, são
categóricos ao afirmarem que serviços e produtos com intensiva aplicabilidade de NTIC,
como no caso de acesso a catálogos, acesso a bases de dados, participação em redes, estão
reconhecidamente incluídos como os que em maior grau facilitam a socialização do
conhecimento.
Complementando essa discussão, é possível intuir que as bibliotecas universitárias, mas
não só elas, devem nortear ações no sentido de estabelecer uma malha rizomática por onde
trafegue o estoque de conhecimento indispensável ao processo ensino-aprendizagem, ao
desenvolvimento de pesquisas e de atividades de extensão, conectando-as com outros
centros possibilitadores de acesso, reconhecendo o crescente volume de fontes de
informação e sua diversidade de suportes e formatos, sem que, para isso, rejeite as formas
convencionais já consolidadas. Ainda que as NTIC ameacem o império dos livros, as
bibliotecas, como depositárias do conhecimento produzido no decorrer da história da
humanidade, continuarão se multiplicando e mostrando, por meio de acesso on-line e da
digitalização do seu acervo, como serão as bibliotecas neste novo milênio. Na realidade, ao
se prepararem para as mudanças que estão ocorrendo nas práticas de leitura, as bibliotecas
mostram sua perenidade.
�10
O reconhecimento de que seu significado também deve mudar no ambiente universitário
vem, inclusive, da Unesco (1999, p. 73), quando declara que a biblioteca
...não é mais somente um lugar onde livros e outros materiais escritos, relevantes
para o ensino e a pesquisa, são regularmente colecionados, catalogados e
preservados. Está se tornando, cada vez mais, o centro nervoso para a interação
entre aqueles que providenciam as informações e seus usuários, dos quais o ensino
moderno e a pesquisa dependem. Juntamente com arquivos e museus, as
bibliotecas providenciam não somente um local físico, mas também um contexto
intelectual para a guarda, preservação e troca de conhecimento.
Continuando a delinear as variáveis intervenientes no processo de socialização do
conhecimento, constatamos que o empréstimo interbibliotecário é praticado por 40% das
BUFB sem que haja algum tipo de restrição quanto à biblioteca a ser atendida,
preocupando apenas o índice de instituições (26,7%) que ainda executa esse serviço de
maneira informal e, nessa informalidade, quem perde é o usuário.
Sobre esse tipo de serviço, é importante destacar duas questões: é uma atividade que
amplia
o
acesso
ao
estoque
informacional
de
outras
bibliotecas
possibilitando
o
atendimento das demandas que a biblioteca não tem condições de suprir, o que indica sua
importância no processo de socialização do conhecimento. Segundo, reforça o uso
intensivo das NTIC na fase de recuperação da informação e identificação da biblioteca.
No decorrer das últimas décadas, uma das formas encontrada pelas bibliotecas para
minimizar os problemas decorrentes do crescimento exponencial da literatura técnicocientífica e da escassez de recursos orçamentários e financeiros está representada pela
possibilidade
de
reprodução
de
material
bibliográfico
(fotocópia,
transferência
de
arquivos). As informações prestadas pelas BUFB confirmam que, praticamente, não há
restrições à reprodução de material informacional via comutação, exceto para modalidade
livros na íntegra.
Dentro desse enfoque, é importante destacar a opinião de Cunha (2000, p. 80), ao afirmar
que a comutação cresceu de importância a partir da década de 70 e que "...com o advento
da informação digital [...] deixou de ser um mero mecanismo de suprir falhas do acervo
para se transformar em uma das áreas básicas da organização bibliotecária".
Escassez de recursos humanos (93,3%), pouco investimento na biblioteca (83,3%) e a
ausência de políticas públicas para o setor (76,7%) são os três fatores que as BUFB mais
consideram como dificultadores do processo de socialização do conhecimento. Tais
�11
indicações refletem as conseqüências da política governamental que também atinge as
bibliotecas
universitárias,
principalmente
quanto
ao
desmantelamento
das
equipes
(aposentadorias, pedidos de demissão, não recomposição das equipes) e a desaceleração
dos investimentos em acervos bibliográficos, em informatização e em infra-estrutura,
confirmando a inexistência de políticas internas e externas (Klaes, 1996; Ramalho, 1992)
que possam balizar e fortalecer a atuação das BUFB. Segundo Castells (2000, p. 31), na
relação que se estabelece entre tecnologia e sociedade, é relevante entender
...que o papel do Estado, seja interrompendo, seja promovendo, seja liderando a
inovação tecnológica, é um fator decisivo no processo geral, à medida que
expressa e organiza as forças sociais dominantes em um espaço e uma época
determinados...
É importante também destacar que as bibliotecas parecem dispostas a superar diferenças
nas áreas de infra-estrutura de serviços e produtos (50%), de acervos (43,3%) e de recursos
humanos (36,7%), pois consideram esses fatores como os que pouco dificultam a
socialização do conhecimento. Isso nos possibilita inferir que essas bibliotecas parecem
estar conscientes de que a heterogênese é um desafio que pode e deve ser vencido no
ambiente da Sociedade da Informação, reconhecendo que essas estruturas são impregnadas
de diferenças, como qualquer malha rizomática, e ter habilidade e competência para atuar
nesse ambiente é de extrema importância (Deleuze & Guattari, 1995).
Levando em conta as discussões de Figueiredo (1998) que evidenciam a participação em
redes e consórcios de bibliotecas como proporcionadores da socialização do conhecimento,
constatamos que tal fato é também preocupação das BUFB, pois 90% reconhecem a
relevância dessa proposta de atuação como elemento que facilita muito a socialização do
conhecimento. Além do que é importante frisar que a organização de bibliotecas,
respeitando a morfologia de redes, objetiva agilizar o acesso à informação; evitar
duplicidade de ações, serviços, produtos e acervos; maximizar o uso dos estoques de
informação; aumentar o retorno dos investimentos destinados às bibliotecas; e evitar a
posse exclusiva de estoques informacionais.
Os resultados mostram que tal tendência está consolidada, pois a totalidade das BUFB
declarou participar de, pelo menos, três iniciativas que envolvem compartilhamento de
recursos, justificando que assim o fazem para ampliar virtualmente as coleções (56,7%),
incrementar acessibilidade às coleções (23,3%) e facilitar a localização de documentos
�12
(23,3%),
o que evidencia preocupação com a ampliação do atendimento das demandas de
informação dos usuários, estritamente vinculadas à socialização do conhecimento.
A segunda razão mais destacada – diminuir custos (33,3%) –, quando vinculada à
preocupação de minimizar os efeitos das restrições orçamentárias (13,3%), indica que a
participação
em
redes
e
consórcios
de
bibliotecas
tem sua vertente econômica
perfeitamente compatível com a situação das instituições federais de ensino superior que,
cada vez mais, buscam alternativas para sobreviver diante das restrições impostas pela
política governamental para o ensino público (Blattmann & Alves, 1998).
Ao analisarmos as razões que têm levado as bibliotecas a buscarem o compartilhamento de
recursos como alternativa para ampliar seu estoque informacional e seu leque de serviços e
produtos, bem como para enfrentar as questões econômico-financeiras e as transformações
advindas das NTIC, vislumbramos uma aproximação com três teóricos contemporâneos.
Primeiro, com Castells (2000, p. 497), quando discorre que na dinâmica geral da sociedade
...as funções e os processos dominantes na era da informação estão cada vez mais
organizados em torno de redes [...] [que o autor conceitua como] estruturas abertas
capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam
comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos
de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho). Uma
estrutura social com base em redes é um sistema aberto altamente dinâmico
suscetível de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio...
Segundo, com Deleuze & Guattari (1995), quando difundem a imagem do rizoma, que se
configura numa de rede de interfaces, num movimento transversal, configurando múltiplos
acessos, localizando por meio da cartografia os pontos (nós) mais relevantes do espaço e
não perdendo de vista a interação entre eles.
É nesse sentido que enxergamos o compartilhamento de recursos informacionais, repleto
do uso intensivo das NTIC, ou seja: bibliotecas sem centro, sem ligações estruturais
instituídas, que se fortalecem ao unir, ao conectar suas potencialidades a outros nós
(bibliotecas) da rede, permitindo, assim, minimizar a condição estática, obsolescente e
quase inútil dos estoques informacionais que acumulam, transformando-os em “...matéria prima ativa no processo de desenvolvimento da sociedade...” (Miranda, 1995, p. 13) ou,
como afirma Figueiredo (1998, f. 10), que se conscientizem
...de que sozinha, isolada, a biblioteca, por mais perfeita que seja (esta é a visão de
muitos bibliotecários), pode muito pouco. Só com o apoio, a união, a cooperação,
o compartilhamento dos recursos, é que a biblioteca poderá atingir o ideal
�13
moderno de intermediária da informação, e não ser apenas uma pequena coleção
(todas as bibliotecas brasileiras possuem apenas uma pequena coleção).
Ao estabelecerem as características do rizoma, Deleuze & Guattari (1995) destacam os
princípios de conexão, de heterogênese, de ruptura a-significante e de cartografia nos quais
identificamos
elementos
para
traçar
um
paralelo
entre
esse
conceito
e
o
de
compartilhamento de recursos infor macionais.
Assim, no princípio de conexão está contido um dos pontos fundamentais para que as
bibliotecas contribuam para o processo de socialização do conhecimento. O princípio de
heterogênese como retrato mais real das BUFB mostra-nos que as diferenças não devem
impedir o desenvolvimento de um trabalho cooperativo (princípio de conexão), que em
muito contribui para o processo de socialização do conhecimento, amenizando as
deficiências tão comuns às bibliotecas. No princípio de ruptura a-significante, está
explícito o traçar linhas de segmentaridade, o que permitirá estratificar, territorializar,
organizar
e
dar
significado
à
informação,
mas
também
o
traçar
linhas
de
desterritorialização da informação, representando o rompimento de seu território para
acessar e/ou recuperar a informação requerida pelo usuário, não importando as barreiras
espaciais e temporais. Por fim, o princípio de cartografia, representando a não adoção de
nenhum modelo estrutural para o desenvolvimento da rede de interfaces, mas sim a
possibilidade de construirmos uma cartografia dessas instituições com múltiplas entradas e
saídas e permitindo às bibliotecas modificarem-se, desmontarem-se e conectarem-se a cada
demanda informacional explicitada pela comunidade universitária.
A partir das variáveis pesquisa bibliográfica, comunicação com os usuários, acesso a
catálogos, acesso a bases de dados e acesso a redes de comunicação de dados, procuramos
definir se as práticas estabelecidas nas bibliotecas universitárias contribuem para a
socialização do conhecimento.
Ao questionarmos se a solicitação de pesquisa bibliográfica pode ser feita via Internet,
constatamos que 80% das bibliotecas universitárias assim procedem e que o resultado final
é fornecido aos usuários, preferencialmente (66,7%), nos suportes papel, disquete e
on-line. Essas tendências nos permitem inferir que as bibliotecas estão buscando
acompanhar e implantar em seus ambientes as NTIC, mas, mesmo que pareça
inimaginável, quando tratamos de universidades, as bibliotecas ainda convivem com
deficiências decorrentes da não disponibilidade concreta dos recursos indispensáveis à
�14
oferta e geração de serviços e produtos intensivos em tecnologia. Ainda contribui para
agravar essa situação a redução e o desestímulo, cada vez maior, dos profissionais e a
ausência de políticas públicas e/ou institucionais que balizem as decisões tomadas no
âmbito das bibliotecas. Tais situações também são apontadas por Figueiredo (1998) e
Ramalho (1992).
Consideramos que a socialização do conhecimento, no caso das bibliotecas, não se faz,
única e exclusivamente, com interface das inovações tecnológicas, mas é preciso
reconhecer que o volume e a localização espacial das informações requeridas e o tempo de
resposta podem ser insignificantes quando as novas tecnologias estão acopladas em seu
resultado, além de permitirem respeito à singularidade de cada usuário.
Diante dessa cartografia, consolidamos a visão que construímos sobre a universidade como
produtora e socializadora do conhecimento e a experiência que vivenciamos e também
construímos sobre suas bibliotecas.
4 TECENDO AS MALHAS PARA POSSÍVEIS CONCLUSÕES
O conhecimento, um dos elementos fundamentais à vida social, resulta do processo de
aprendizagem e é considerado como um dos fatores capaz de gerar a superação de
desigualdades,
de
proporcionar
a
agregação
de
valor,
influir
na
condição
de
empregabilidade dos indivíduos e de propagar o bem-estar. Sua produção, conseqüência de
ações coletivas, tem crescido de forma tão exponencial e desordenadamente que socializálo passou a ser um desafio tanto para seu produtor – o homem – como para as instituições
que com ele está envolvido – escolas, universidades, museus, bibliotecas, arquivos, etc.
Na Sociedade da Informação a estrutura em rede se torna viável por meio das NTIC que
representam e apresentam alternativas que não podem ser relegadas a segundo plano, sob
ameaça de sermos arremessados ao caos informacional sem que, nesse labirinto,
consigamos acessar e selecionar informações relevantes para então proceder a sua
manipulação e transformá-las em saberes úteis e prazerosos ao nosso cotidiano.
Assim, aprender a navegar, aprender a traçar linhas de segmentaridade que nos permitam
territorializar e desterritorializar a informação e aprender a tecer uma rede de interfaces
como estrutura aberta, capaz de expandir-se infinitamente, de forma dinâmica, que
suplante o espaço e invalide o tempo, têm-se consolidado como atitudes das quais não
�15
podemos fugir, sem que isso represente a aceitação de que a tecnologia determina a
sociedade ou que a sociedade determina a tecnologia.
E foi justamente por reconhecermos a penetrabilidade das NTIC no espaço da biblioteca
universitária, bem como a importância desses aparatos na organização, processamento,
recuperação e disseminação de estoques informacionais que nos propusemos a investigar a
temática em questão e a construir os saberes aqui apresentados. Afinal, mesmo
reconhecendo que parte da sociedade ainda não participa desse movimento, não há como
deixar de afirmar que estamos vivenciando e buscando gestar a construção da Sociedade da
Informação, o que nos destaca não só como usuários, mas também como produtores de
conhecimentos.
O compromisso das BUFB, com o processo de socialização do conhecimento, parece-nos
estar justificado a partir da constatação de que os produtos e serviços atingidos pelas novas
tecnologias
são,
também,
considerados
como
elementos-chave
na
socialização
do
conhecimento (Cunha, 2000; Figueiredo, 1998; Klaes, 1996; Ramalho, 1992), e nesta
pesquisa
foram
confirmados
como
facilitadores
do
processo
de
socialização
do
conhecimento. Dentre esses serviços e produtos, destacamos: acesso a bases de dados em
CD-ROM e on-line, pesquisa bibliográfica e acesso a catálogos de outras bibliotecas.
Soma-se a essas considerações o fato de tais serviços e produtos demandarem o uso
intensivo de novas tecnologias, e, praticamente, só se viabilizarem com o emprego dessas
tecnologias.
Segundo
Figueiredo
(1998),
esses
serviços
e
produtos
são
os
mais
demandados pelos usuários.
Assim, entendemos que, para cumprir seu papel, as BUFB precisam reconhecer que não
podem permanecer alheias aos valores, exigências e necessidades de uma sociedade que
busca, cada vez mais, precisão, eficiência, simplicidade e personalização na informação.
A crença na adequabilidade da imagem do rizoma ao conjunto das BUFB vem apoiada no
fato de que, diante dos desafios postos pela Sociedade da Informação, é preciso encontrar
alternativas que eliminem o isolamento e a sensação de auto-suficiência no atendimento de
demandas verificadas nessas organizações. Entendemos ser preciso estabelecer uma
complexa malha de pontos de informação e comunicação que se interliguem e interajam no
compromisso de disponibilizar a informação demandada. Cada nó dessa malha pode ser
�16
representado por uma biblioteca que permite conexões a outras bibliotecas, que trazem
conexões a outras e assim infinitamente, sem que esse movimento necessite de um ponto
central e específico.
Nesse movimento de ir e vir, de desterritorialização, as NTIC são peças-chave permitindo
oferecer um vasto universo bibliográfico para qualquer usuário, em qualquer espaço, a
qualquer tempo. Esse fato projeta as BUFB como um lugar para compartilhamento do
conhecimento produzido, a base do processo de cooperação social, sem que nenhuma delas
seja superada como gerenciadoras do conhecimento acumulado. Muito pelo contrário,
sempre presentes, a postos, para reativar de forma intensa seu estoque informacional.
A análise dos fatores intervenientes no processo de informatização reforça a assertiva do
envolvimento das BUFB na tarefa de socialização do conhecimento, tendo como base o
fato de que as NTIC possibilitam às bibliotecas tratar com rapidez e precisão, armazenar
numa estrutura lógica, e recuperar de forma racional e ágil um volume considerável de
itens informacionais.
O desenvolvimento desses processos impõe aos bibliotecários o domínio de saberes que
permitam tratar tal volume de informações de forma que sua recuperação seja presencial
ou a distância, por exemplo, via Internet, selecionar informações pertinentes de modo a
vencer as barreiras do espaço e do tempo e gerenciar esse estoque informacional com uma
política de serviços e produtos compatível com o perfil dos usuários. Enfim, reconhecemos
que a responsabilidade das BUFB com a socialização do conhecimento compreende tanto a
informação disponível nos suportes e formatos tradicionais como nos eletrônicos, bem
como as opções de acesso que não devem ser restritas ao estoque de informação
armazenado especificamente num espaço físico, mas também disponível no ciberespaço
(Cunha, 2000; Figueiredo, 1998; Mercadante, 1995; Miranda, 1993).
Por entendermos que contribuir com a socialização do conhecimento deve ser uma das
ações prioritárias de qualquer biblioteca, independentemente da tipologia, concluímos, ao
analisar duas das categorias de nossa pesquisa – socialização do conhecimento e serviços e
produtos possibilitadores da socialização do conhecimento – que as BUFB mostram-se
engajadas nesse processo.
�17
É possível afirmar, sem nenhum receio de erro ou de exagero, que uma das alternativas
disponíveis para que as bibliotecas possam vencer os desafios presentes no contexto da
sociedade contemporânea está representada nas ações que buscam o compartilhamento de
recursos informacionais. Muitos são os autores que enfatizam que a auto-suficiência na
formação
e
processamento
de
estoques
informacionais,
na
disponibilização
e
no
provimento de itens de informação e na composição de equipes, é coisa do passado e que o
compartilhamento de recursos não é apenas mais uma opção, mas sim uma necessidade
inquestionável, concretizando-se e recebendo um novo impulso a partir da implantação das
NTIC, principalmente na construção de bases de dados (referencial, de resumo ou de texto
integral), de catálogos coletivos, dentre outras opções.
Posto isso, reconhecemos, nessa forma de ser e de fazer das BUFB, os movimentos
traçados pelos princípios que caracterizam rizoma. Conexões devem ser estabelecidas,
diferenças passam a ser irrelevantes, fios condutores de ações devem ser lançados, linhas
de desterritorialização desenhadas e uma cartografia configurada com múltiplos acessos,
de forma que o conhecimento armazenado em seus
ambientes seja socializado,
contribuindo para uma educação que se proponha reflexiva e crítica e uma sociedade mais
digna.
Precisamos abandonar a percepção e, mais do que a percepção, a prática de centrar a
biblioteca em sua própria organização, de oferecer serviços e produtos já preparados e
testados na perspectiva somente do bibliotecário, como algo imutável ou passível apenas
de pequenas adaptações. Se pretendem atender às expectativas, às necessidades e aos
desejos de seus usuários, ou seja, de reconhecê-los como elemento norteador de suas
atividades, as BUFB precisam começar por mapear as características e demandas desses
usuários, aceitando o ponto de vista deles como o que prevalece na definição da política de
serviços e produtos.
Com a clareza de que vivenciamos um momento de extrema singularidade, resultado das
transformações gestadas nos cenários educacional, social, econômico e tecnológico,
transformações essas que ainda não se esgotaram e tendem a não se esgotar, até porque
novas estruturas, novos meios e novos conteúdos vão se mesclando aos que já estão
consolidados, é que concluímos que nossas bibliotecas devem interpretar como cenas do
�18
passado as cenas que as focalizam como instituições centradas em si mesmas, bem como
as que pretendem as NTIC apenas como ferramentas para informatizar.
Urge que tais figuras sejam substituídas por significações que indiquem as bibliotecas
como
§ provedoras de acesso à informação;
§ imbuídas da responsabilidade de mapear e atender às necessidades e intenções de
seus usuários;
§ dotadas de equipes para atuar em diferentes ambientes informacionais; e
§ usuárias de inovações tecnológicas como ampliadoras do campo de possibilidades
para acesso a estoques informacionais dispersos.
Enfim, a cena cartografada está representada pelo mapa do Estado brasileiro.
Cada unidade da federação, representando as instituições federais de ensino superior nelas
sediadas, simboliza os nós tramados pelas linhas de segmentaridade que saem em busca de
itens informacionais, demonstrativos das demandas dos usuários. Quando rompidas essas
linhas, como conseqüência do não provimento da informação requerida, novas linhas
emergem sem que esse movimento indique o isolamento desse nó, pois, como num rizoma,
não há começo nem fim, mas um meio que permite crescimento e transbordamento. Ele
brota de todas as direções e se desenvolve com a adição de elementos independentes e com
a construção de novas conexões.
Assim posto, as BUFB devem se revestir como catalisadoras, como espaços de
comunicação pedagógica para promover a cooperação entre pessoas e grupos, canalizando
o potencial das novas tecnologias, no sentido de acelerar a socialização do conhecimento,
produzido ou não no âmbito das universidades, que está estocado em seus ambientes, tanto
no tradicional como no virtual, o que evidencia um contínuo repensar de papéis e a
responsabilidade de promover um constante redimensionamento de ações, serviços,
produtos, espaços e equipes direcionados a usuários que não devem ser mais apenas
passivos utilizadores de algo idealizado por outrem, mas produtores e consumidores de
informação
e
conhecimento,
produtores
e
consumidores
de
novas
tecnologias,
consumidores de serviços e produtos de informação planejados a partir de suas
necessidades.
�19
Essa é nossa utopia, não no sentido de algo impossível, mas como um sonho ao qual nos
entregamos e pelo qual lutamos, de corpo e alma, para ver realizado numa ação
instituinte.
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UNESCO. Política de mudança e desenvolvimento no ensino superior. Rio de Janeiro:
Garamond, 1999.
Abstract
Checks how and wether Federal Public University libraries from the use of new
information and communication technologies have contributed to the socialization process
of knowledge. After analysis of collected date through questionaire, recognize that those
libraries should be coat like educational communication spaces to promote cooperation
among people and groups, leading the new technology of information and communication
with the objective of speeding up the knowledge socialization present in its tradicional and
virtual environment.
Keywords
University libraries – automation
New information technology
Knowledge socialization
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
As bibliotecas universitárias e as novas tecnologias da informação: ampliando os espaços da comunicação pedagógica.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Carvalho, Isabel Cristina Louzada
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Investiga se e como as bibliotecas universitárias federais brasileiras, a partir da adoção das novas tecnologias da informação e comunicação, têm contribuído para o processo de socialização do conhecimento.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4063/SNBU2002_056.pdf
e14367a550650c181a41730c0ced90ab
PDF Text
Text
Hilda Maria Fiuza Abras Reinehr
Bibliotecária e Documentalista
Faculdades integradas do Instituto Ritter dos Reis
Prof. Elysio Mira Soares de Oliveira
Bibliotecário e Documentalista
Consultor em Ciência e Tecnologia da Informação
Diretor da InfoArte
personal home library a biblioteca 24h no ar
Infoarte@elysio.com.br
Hilda@ritterdosreis.br
�INTRODUÇÃO
O PHL é um sistema que permite de forma simples e eficiente a
administração das principais rotinas de uma biblioteca, além de disponibilizar
acervos e serviços através da internet/intranet. Embora tenha sido desenvolvido
para funcionar em ambiente WWW, pode funcionar perfeitamente em modo
local, sem a necessidade do computador estar conectado a nenhum tipo de rede.
A versão de uso local, é distribuída gratuitamente pelo autor segundo os termos
da Licença Pública Geral GNU publicada pela Free Software Foundation,
versão
2
da
licença.
Foi
desenvolvido
com
tecnologia
cliente/servidor,
tornando-se compativel com qualquer tipo de equipqmento (PC, Macinctosh,
etc) e qualquer sistema operacional (Linux, Windows, Unix, etc.).
�1 PHL – PERSONAL HOME LIBRARY
Todas as rotinas e serviços do PHL serão sempre executadas a partir de
um navegador Web (IExplorer, Netscape, Opera, etc.), configurados para
navegação “on-line”.
O PHL utiliza bases de dados no padrão CDS/ISIS © Unesco. Este
padrão
proporciona
grande
portabilidade,
mantendo
compatibilidade
com
qualquer outro ambiente ou sistema operacional. Outra característica do padrão
ISIS, é sua capacidade de armazenamento de grande quantidade de dados em
espaços bastante reduzidos. Por exemplo, todo o PHL somado com as bases de
dados do acervo de uma biblioteca com 100.000 títulos e 6.000 usuários
cadastrados, caberia com folga em um CD-ROM (600 Mb).
O PHL foi desenvolvido na linguagem IsisScript XML, interpretada no
ambiente CGI pelo software WWWisis, disponível para a maioria dos sistemas
operacionais (Unix, Linux ,Windows, etc.). Todo o sistema, incluindo o
software WWWisis, ocupa apenas 570 Kb, ou seja, menos da metade do
espaço disponível em um disquete convencional (1.4 Mb).
1.1 Rotinas do PHL
ü Tombamento (pré-catalogação)
ü Cadastro de Usuários
ü Catalogação e indexação
ü (Livro,
Tese,
Folheto,
Dicionário,
Guia,
Manual,
Catálogo,
Almanaque, Periódico, Anais de Congresso, Registro de Patente,
Normas
técnicas,
Legislação,
Jurisprudência,
Doutrina,
Filme,
Fotografia, Imagem de satélite, Diapositivos, Gravuras, Pintura a
óleo, Transparências, Desenho técnico, Atlas, Mapas, Música,
Entrevista Gravada, Escultura, Objeto de museu, Banco de dados,
Software, Site da Web.)
ü
Empréstimo
�ü Devolução
ü Reservas
ü Renovações
ü Controle de Multas ou Suspensões
ü Controle contábil das multas pagas por período
ü Configuração de prazos de empréstimo conforme tipo de documento
e usuário
ü Emissão de Relatórios Contábeis
ü
Buscas por palavras
ü Buscas por descritores
ü Buscas por expressão booleana
ü Buscas por perfil do usuário (DSI)
ü Permite controle de sistemas de bibliotecas;
ü Permite buscas em todos os acervos do sistema de bibliotecas ou
seleção de acervos específicos;
ü Novas opções de formatos de exibição de registros (decorado, texto,
título)
ü Opção de filtragem de busca conforme conteúdos pré-determinados;
ü Opção de descritores com links de navegação;
ü Emissão de etiquetas de lombada;
ü Emissão de etiquetas com código de barras (opção disponível
somente para servidores Linux);
ü Emissão
de
mais
de
390
tipos
de
relatórios
estatísticos
e
operacionais;
ü Controle de documentos extraviados;
ü Controle de acervo de fotos, gravuras, pinturas;
ü Controle de acervo de Legislação, Jurisprudência e Doutrinas.
O PHL quando instalado em ambiente WWW, disponibiliza ao cliente o
acesso remoto aos serviços e catálogos da biblioteca e integra, em tempo
real, os catálogos às rotinas de controle, permitindo a qualquer usuário
efetuar buscas, reservas e renovações, sem se deslocar de sua casa ou
ambiente de trabalho.
�1.2 Serviços públicos através da Web:
ü Consultas aos catálogos da biblioteca; (livros, periódicos, aquisições
recentes, etc.);
ü
Impressão do resultado da busca;
ü
Reservas; (restrito aos usuários matriculados)
ü
Renovações de empréstimo; (restrito aos usuários matriculados)
ü
Sugestão de compra de publicações; (restrito aos usuários matriculados);
ü
Acompanhamento dos processos de compra; (restrito aos usuários matriculados)
ü
Geração e impressão de extratos e históricos das operações efetuadas com a biblioteca;
(restrito aos usuários matriculados)
ü Acesso ao serviço de DSI, se inteirando das aquisições recentes pertinentes
ao perfil de interesse.
1.3 Serviços operacionais através da Web
ü
Acesso remoto controlado por senhas
ü
Controle de senhas com vários níveis de permissões
ü
Entrada e edição de dados
ü
Emissão de relatórios
ü
Administração remota de todas as rotinas da biblioteca.
1.4 Restrições
Usuários:
No máximo 16 milhões de usuários por base de dados.
Acervo:
No máximo 16 milhões de objetos por base de dados.
Transações/Ano: No máximo 16 milhões (média de 51.282/dia útil) por biblioteca.
Requisitos:
Requer um navegador instalado: (Netscape, IExplorer, etc.).
Requer software interpretador de XML IsisScript (WWWisis).
Requer ambiente cliente/servidor com suporte CGI.
2 Páginas do PHL
Página Principal
A página principal do PHL apresenta “links” que permitem o acesso remoto a
todos os serviços e rotinas da biblioteca. O acesso a esta página não requer
senhas.
�~
PHL
I.
"
I24n
~
Bibliqteca
aberta
lo
R.nova
""l _".,son" ""mo c;",...,
C"",.; .... 1OO' _=
"
. ••
Esp anol
English
•
So b.
'"c
PHL - Personal Home Library 6.0 - Beta 01
EI"';o ... . S .[l lv .. "
Pri ncipais Novidades:
•
••
••
••
••
••
Versão trilingüe (português, espanhol e inglês);
Importaç!ío " export.>ç!ío de registros em vários formatos ;
EmisSilo de compnh ante único par. múltiplas operações de empréstimo e devolução ;
Rese ..... s por título;
Cancelamento automático de rese",as ;
Configuraç!ío de nO>'08 tipos de documentos" usuários ;
Configuraç!ío das regr.s de empréstimo , de'o'Oluçilo , reservas e r"n "",a ção ;
Configuraçoo do con,.údo das cai .. s de seleção de todos os formulários ;
Rotina de .quisiç!ío , renO\laç!ío de assinatur.s ;
V.rde,;
Processamento de novos tipos de documentos" objetos ;
EJ;sio Mira Soare6 de Oliveira
BibikhcMo.
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�Buscas e Reservas
Opção que dá acesso aos serviços de buscas e reservas. Abre o formulário que
contém a caixa de texto para transcrição da expressão de busca e as caixas de
seleção de formatos, acervos e filtros.
Cada registro resultante da busca é apresentado no padrão ABNT NBR-6023,
ilustrado com a foto da capa e alguns recursos que irão permitir a reserva do
documento e a navegação no catálogo da biblioteca.
DSI (Disseminação Seletiva da Informação)
Opção que dá acesso aos serviços de Disseminação Seletiva da Informação.
Abre o formulário de identificação do usuário. A partir da identificação do
usuário, o PHL recorre ao registro do usuário e efetua a busca conforme o
perfil armazenado.
�Renovações
Opção que dá acesso ao serviço de renovação de empréstimos. Abre o
formulário de identificação do usuário. Fornece um extrato de todas as
operações pendentes do usuário com a biblioteca.
Sugestões
Opção que permite aos usuários matriculados a sugerirem novas aquisições.
Abre o formulário de identificação do usuário. Após a identificação, abre o
formulário para o registro da sugestão.
Acompanhamento
Opção que permite aos usuários matriculados o acompanhamento das
sugestões de compra. Abre um formulário com uma caixa de texto para
indicação do número da sugestão ou processo. Após o fornecimento do
número da sugestão, o PHL apresenta um relatório com os procedimentos
que já foram tomados no processo de aprovação e compra.
�Processos Técnicos
Opção que dá acesso à área de acesso restrito aos bibliotecários e
funcionários responsáveis pelos serviços da biblioteca. Abre um formulário
para ingresso da senha que dará acesso aos seguintes serviços: empréstimo;
devolução; reserva; alimentação e edição das bases de dados; emissão de
relatórios e etiquetas. O PHL permite 4 níveis de senhas, destinando a cada
funcionário
uma
responsabilidade.
senha
que
lhe
dá
acesso
aos
serviços
de
sua
�3 Rotinas da Biblioteca
3.1 Empréstimo
A operação de empréstimo é feita através do fornecimento do número de matrícula do
usuário e do tombo correspondente. O formulário de uso restrito da biblioteca apresenta um
formulário para preenchimento dos dados do empréstimo. Os dados correspondentes à
identificação do usuário e do tombo poderão ser fornecidos diretamente pelo teclado ou através
de um leitor de código de barras. Concluída a operação de empréstimo, renovação ou
devolução, o sistema apresenta o comprovante correspondente a ser impresso. A operação de
empréstimo controla as seguintes condições:
1.Se o número de tombo for um número válido;
2.Se o número do usuário for um número válido;
3.Se a data de devolução calculada pelo sistema, for uma data válida no calendário;
4.Se o documento estiver definido como circulante;
5.Se o documento não estiver emprestado com outro usuário;
6.Se o usuário não estiver suspenso;
7.Se o usuário não tiver débitos pendentes;
8.Se a quantidade de empréstimos em poder do usuário for menor que a permitida;
9.Se não existir reserva para outro usuário.
�3.2 Devolução
A operação de devolução é feita através do fornecimento do tombo
correspondente. Os dados correspondentes à identificação do tombo poder ser
fornecido diretamente pelo teclado ou através de um leitor de código de barras.
Concluída a operação de devolução, o sistema apresenta o comprovante
correspondente. Durante a operação de devolução o sistema efetua as seguintes
comparações:
1.Se o prazo estiver expirado, o sistema calcula a multa correspondente e armazena o
valor no registro do usuário;
2.Se o documento estiver reservado, envia mensagem ao operador durante o processo de
devolução.
3.3 Renovação
A operação de renovação pode ser executada diretamente pelo usuário a partir
de uma conexão remota ou diretamente no balcão de empréstimo. A renovação
só terá efeito se as condições necessárias para o empréstimo, descritas
anteriormente, forem obedecidas.
3.4 Entrada e Edição de Dados
Todas as bases de dados utilizadas pelo PHL são alimentadas e editadas através de formulários
específicos para cada base de dados ou tipo de documento. A rotina de alimentação e edição é
acionada através dos links “inserir” ou “Buscar/Inserir” disponível no formulário restrito à
biblioteca.
3.5 Emissão de Relatórios
O processo de emissão de relatórios é acionado através do link “Emitir”
disponível no formulário restrito à biblioteca. Ao acionar o link, o sistema
apresenta uma caixa de seleção contendo as opções de relatórios. São 390 tipos
de relatórios previstos. Além destes, há opção de geração de relatórios
personalizados não previstos.
�REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT. Informação e documentação: referências - elaboração. Rio de Janeiro: ABNT,
ago. 2000. 22 p. NBR 6023:2000.
Bireme. Manual de descrição bibliográfica para a base de dados LILACS. São Paulo,
Bireme, 1988.
_____ . WWWisis: a world-wide web server for ISIS-databases. São Paulo, Bireme,
1997.
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Programmes and Services. Mini-micro CDS/ISIS: reference manual. Paris, Unesco, 1989.
UNIBID. Reference manual for machine-readable bibliographic descriptions. Paris,
1981.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Personal Home Library a Biblioteca 24h no ar.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Reinehr, Hilda Maria Fiuza Abras
Oliveira, Elysio Mira Soares de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Enumera as funções e rotinas do Personal Home Library
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4062/SNBU2002_055.pdf
531fc0cb34f13ce0282c33d97ce54fdd
PDF Text
Text
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÃO
DA ÁREA DE ORTODONTIA DA FOP/UNICAMP
HELOISA MARIA CECCOTTI
Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Biblioteca
Av. Limeira, 901 - Areião
Caixa Postal 52
CEP 13414-018
Piracicaba – SP – Brasil
E-mail: heloisac@fop.unicamp.br
URL: http://www.fop.unicamp.br/biblioteca
RESUMO
Trata-se do desenvolvimento de um Sistema Integrado de Informação (SI Orto) que
atenda às necessidades da Área de Ortodontia da FOP/Unicamp no uso e transferência
de informações técnico-científicas ali geradas e armazenadas. O Sistema será uma
grande fonte de informação que ampliará e democratizará a participação e a interação
dos envolvidos nas rotinas da Área, como as de clínicas, de docência e as
administrativas/burocráticas. Os recursos do Sistema proporcionarão um poderoso
ambiente
para
desenvolvimento
e
ampliação
de
ferramentas
para
pesquisas
e
informações. O SI Orto tem como objetivos permitir gerar Bases de Dados de
Pesquisa; prover um sistema adequado às necessidades e demandas, com facilidade de
implementação de novas funcionalidades; possibilitar a padronização na geração de
prontuários;
acompanhar
o
desenvolvimento
acadêmico
e
científico
dos
alunos;
dinamizar o acesso à informação técnico-científica e, dessa forma, promover a
integração entre os setores da Área, contribuindo para o salto qualitativo das rotinas e
da pesquisa; dinamizar os processos de rotina e facilitar o controle patrimonial.
Permitirá o gerenciamento de forma integrada das bases de dados nele inseridas,
possibilitando
informações
o
de
armazenamento,
forma
simples
atualização,
e
rápida.
recuperação
Congrega
à
e
sua
disseminação
estrutura
de
algumas
�características relevantes, como rapidez e flexibilidade na captura, gerenciamento e
recuperação de informações, além de oferecer facilidade de uso. O sistema será
desenvolvido
utilizando
a
ferramenta
de
desenvolvimento
Delphi,
em
plataforma
Windows, uma vez que as demais bases de dados desenvolvidas na FOP utilizam-se
desta ferramenta, o que facilitaria a “conversação” entre as bases, quando necessário.
Palavras-chave:
Sistema
integrado
de
informação
– Sistemas de computador –
Ortodontia - Informática
INTRODUÇÃO
O efeito da comunicação gerou mudanças na ambientação da comunidade acadêmica.
Na sociedade atual, com toda a evolução tecnológica, a valorização da informação
como
ferramenta
indispensável
de
trabalho,
provoca
crescente
utilização
dos
computadores. Um Sistema de Informação que venha a atender às necessidades da
Área de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP/Unicamp) será
vital para prover aos docentes, funcionários e alunos acesso às informações ali
geradas e registradas. Será o Serviço que dará respostas rápidas às necessidades dos
que dele se utilizar.
No momento, a Área de Ortodontia da FOP/Unicamp abrange inúmeras rotinas, como
as clínicas, administrativas, burocráticas e de docência, que esbarram em problemas
que têm, em algum momento, ligação com a forma com que a informação é
gerenciada.
Com o estreito vínculo da informática e das telecomunicações, surge a cada dia novos
processos, ferramentas e produtos tecnológicos que provocam imensos avanços ao
acesso à informação, com mais flexibilidade. A flexibilidade de interligação na
ambiência do Sistema possibilitará facilidade de comunicação e acesso a dados
contidos nos diversos programas, sendo importante fonte de informação. Esta fonte
de informação contribuirá para ampliar e democratizar a participação e a interação
entre as pessoas envolvidas nas rotinas da Área.
Visando cumprir da melhor forma seus objetivos, a Área de Ortodontia da
FOP/Unicamp poderia estar lançando mão de mecanismos mais adequados para o uso
e transferência da informação. Para tanto, há necessidade de concentrar esforços no
�sentido de implantar um Sistema que torne disponível e circulante a informação
técnico-científica gerada e armazenada.
Os recursos do Sistema tornarão possível um serviço melhor e diferenciado. Estes
recursos proporcionarão um poderoso ambiente para desenvolvimento e ampliação de
ferramentas para pesquisas e informações, contando com documentos e/ou arquivos
armazenados. Neste particular, é perfeitamente possível gerar produtos e serviç os
mais dinâmicos, alcançando as necessidades do corpo docente e discente.
DESENVOLVIMENTO
A informática, com seus equipamentos e programas, é uma realidade nos mais
diferentes campos de atividade humana, por meio de microprocessadores de dados,
simuladores, robôs etc.
Na área odontológica, em meados dos anos 80, a American Dental Association
(ADA) apresentou um sistema para dentistas com auxílio de computador, com o
objetivo de levar à classe a situação das aplicações do computador na odontologia. No
mesmo ano, a ADA publicou uma revisão da nomenclatura dos códigos utilizados nos
procedimentos
odontológicos
(feita
pelo
Council
on
Dental
Care
Program),
demonstrando claramente a preocupação e o interesse em desenvolver novos sistemas
de armazenamento e análise de dados (NOVELLI, 1991).
Em 1976, Callender descreveu o “Orthomatic”, que tratava-se de um sistema de
informatização
baseado
no
de
consultórios
fluxograma
de
ortodônticos,
atendimento
que
clínico.
propunha
Dentre
automatizar
as
principais
a
rotina
funções,
destacavam-se os arquivos do paciente, agendamento, emissão de correspondência e
controle financeiro.
Um dos programas pioneiros no Brasil para gerenciamentos de clínicas de Ortodontia
foi o Orto Manager, desenvolvido por Ribas, em 1981, citado por Nakama (2001),
sendo que as funções disponíveis eram o cadastro do cliente, a emissão de
correspondências e o controle financeiro. Ribas apontou limitações de interface e
funcionalidade nos programas para a ortodontia, afirmando que os mesmos eram
voltados às clínicas particulares, não atendendo satisfatoriamente às características de
uma clínica de ensino (graduação e pós-graduação).
�Em 1981, Graham apresentou um sistema que propunha controle de cadastro de
clientes,
controle
financeiro,
registro
de
procedimentos
clínicos,
controle
de
agendamento e impressão de cartas de orientação de tratamento.
Rubin & Hershenson (1982) salientam que saber se o programa se enquadra na rotina
de trabalho, assim como se o programa fornece informações importantes para
tomadas de decisão fazem parte das primícias básicas para avaliação, no sentido de
aumentar as chances de sucesso no momento de adotar um sistema.
Economides
(1983)
destacou
que
a
interação
do
computador
com
a
prática
ortodôntica gera parâmetros, estruturas e diminuição do estresse operacional da
equipe. A economia de tempo gerada pelo computador na automação de tarefas
permite uma maior atenção ao cliente, resultando em bem-estar.
Indicando como principais usos da informática na clínica de ortodontia as tarefas de
cadastramento,
controle
financeiro,
agendamento,
diagnóstico,
tratamento,
entre
outros utilitários, Graham (1984) concluiu que um sistema informatizado poderia
desempenhar tarefas administrativas e gerenciais de maneira mais rápida e mais exata
do que em um sistema manual, sendo que a informatização permitiria rapidez no
acesso aos dados.
Em 1988, Grec relatou a aquisição de computador por parte dos cirurgiões dentistas
sem a devida orientação, e que encontrava com bastante freqüência computadores não
utilizados ou subutilizados nos consultórios dentários, servindo apenas como máquina
de escrever. Em 1991, Grec & Marotta Filho elaboraram um roteiro completo para
orientar o cirurgião dentista na aquisição de um computador, baseado na utilização do
equipamento na clínica odontológica.
Para Roehm (1986), a informática no gerenciamento de clínicas permitiria melhor
acompanhamento do tratamento de cada cliente, melhor controle financeiro através de
relatórios, controle de indicações de novos clientes, ganho de produtividade da
equipe, melhor organização e melhor controle geral da clínica.
Weinberg et al. (1987) descreveram um sistema desenvolvido para controle de fichas
de pacientes do Departamento de Ortodontia da Universidade Estadual da Louisiana
que operava em várias bases de dados simultaneamente, filtrava dados conforme
�critérios específicos estabelecidos pelo usuário, era de fácil aprendizado e facilmente
atualizado.
Segundo Cauduro Neto (1989), em 1980, apenas 2% dos dentistas americanos tinham
computador, alcançando 19,5%, em 1986, sendo 30% no final da década de 80. Nesta
mesma época, no Brasil, estimava-se que apenas mil cirurgiões dentistas faziam uso
de computador em seus consultórios, sendo seu emprego restrito exclusivamente a
tarefas administrativas.
Já em 1989, Tracy previa a utilização cada vez maior da informática na área
ortodôntica, destacando como vantagens a maior disponibilidade, rapidez e precisão
dos dados, importantes nas tomadas de decisão gerenciais e de marketing.
Bobb, em 1991, afirmou que o uso de computadores na odontologia era uma realidade
irreversível
e
de
profundo
impacto.
Primeiro
porque
os
computadores
eram
indispensáveis na otimização do gerenciamento de informações e, segundo, abriam
perspectiva de progresso na atividade odontológica que antes não era viável. Os
dentistas precisavam de sistemas que fossem fáceis de usar e totalmente integrados à
rotina clínica. Durante o processo de informatização da clínica, o foco do serviço
deveria ser mantido naquilo em que os dentistas e a equipe estavam treinados, isto é,
na prática odontológica e não no uso da informática.
Eisner (1991) evidenciou a importância dos dados clínicos estarem imediatamente
disponíveis em forma de ícones e gráficos de rápida compreensão, que permitiria
aumento na qualidade de atendimento aos clientes.
Ribas & Miranda (1991) comentaram que os sistemas computadorizados aumentam a
produtividade, agilizam os serviços, produzem informação para a tomada de decisões,
resolvem problemas e auxiliam pessoas. Na odontologia, os autores citaram algumas
aplicações, como: agenda, livro horário; cadastro de pacientes; listas de preços e
honorários profissionais; orçamento; contas a receber e a pagar; emissão de recibos;
mala
direta;
controle
de
estoque;
prontuário
clínico
do
paciente;
análise
cefalométrica; produção, consumo, custo e pesquisa; enfim, todas as áreas envolvidas
no armazenamento de grande quantidade de dados que necessitem ser manipulados de
maneira precisa, rápida, segura e eficiente.
�Novelli (1991) destacou que uma das aplicações do computador na área odontológica
referia-se
ao
processamento
digital
de
imagens
nos
diversos
campos
das
especialidades, como traçados cefalométricos em Radiologia, sistemas de CAD/CAM
(desenhar
e
Restauradora,
manufaturar
Próteses
e,
por
computador),
principalmente,
moldagem
“sistemas
óptica
inteligentes”
em
para
Dentística
diagnósticos
clínico e histopatológico. A outra aplicação, segundo o autor, referia -se à utilização
de interfaces amigáveis entre o dentista e o computador, permitindo a manipulação da
informação de forma rápida, segura e eficiente.
No mercado, há vários softwares para uso odontológico; a maioria com abordagem
para a clínica geral, que procura atender a diversas especialidades. No entanto, como
salientam
Schulhof
(1990)
e
Abelson
(1992a),
a
clínica
ortodôntica
apresenta
peculiaridades, que não são consagradas nestes programas.
Para Abelson (1992b), os programas dariam certo quando passassem a trabalhar
sintonizados com o sistema de trabalho dos dentistas. Acrescentou, ainda, que o
computador facilitava em 85% o trabalho do dentista com relação às comunicações
que deveriam ser feitas.
Sakuda et al. (1992) descreveram as funções do sistema informatizado na clínica de
ortodontia do Hospital Universitário de Osaka, no Japão, destacando o cadastro de
clientes, o agendamento, a informação da chegada do cliente, o controle de
documentação, anamnese, diagnóstico e planejamento cefalométrico, armazenamento
de imagens, controle financeiro e filtragem de dados. Os dados eram armazenados em
um servidor e, ligados em rede, eram disponibilizados terminais localizados ao lado
de cada cadeira de atendimento. Dentre as dificuldades encontradas na implantação
do sistema, os autores relataram a integração de vários tipos de informação,
processamentos
de
imagens,
transmissão
eficiente
de
dados
pela
rede,
desenvolvimento de um método analítico de diagnóstico e construção de uma base de
dados contendo diferentes informações.
Mednick (1995) discutiu as vantagens de uma rede de computadores, como a
disponibilidade de programas e informação, resultando em melhor atendimento aos
clientes e aumento na eficiência da clínica, e produtividade da equipe.
Pereira (1996) apresentou a informática aplicada à odontologia como uma realidade e
necessidade aos que desejam manter suas clínicas organizadas e bem administradas.
�Destacou, principalmente, a utilização de imagens digitalizadas, em especial para
estudos cefalométricos, predictivos de tratamento e documentação geral dos casos
clínicos. Dentre as vantagens, destacou, ainda, a possibilidade de manipulação de
imagens, a melhoria na comunicação com os clientes e colegas, a formação de bancos
de imagens e a possibilidade de cópia e transmissão de imagens à distância.
Golovan (1997) acreditava que o sistema de gerenciamento deveria ser eficiente em
quatro
enforques:
agendamento,
acompanhamento
clínico
(diagnóstico,
planejamento
e fichas clínicas), comunicação e promoção.
Em 1999, Nakama desenvolveu um programa de computador (defendido como
dissertação de mestrado na Faculdade de Odontologia de Araraquara, Unesp) para
gerenciamento
de
desenvolvido
para
clínicas
especializadas
plataforma
Windows
em
com
Ortodontia
utilização
e
do
Ortopedia
Facial,
aplicativo
Access,
intitulado Ortho Freeware. O programa foi desenvolvido baseando-se nas principais
tarefas de uma clínica e em sua execução.
informações
sobre
pacientes,
como
O banco de dados do programa contém
dados
pessoais,
anamnese,
diagnóstico
e
planejamento, agendamento, controle financeiro e emissão de cartas-padrão. Este
programa está disponibilizado gratuitamente na internet (http://www.ceddo.com.br).
De acordo com o autor, um aplicativo para a área ortodôntica deve atender a alguns
requisitos, como manter-se o mais próximo possível da rotina já estabelecida na
clínica ortodôntica; apresentar telas simples e limpas, fáceis de se visualizar e
entender; conter menus lógicos e baseados nas tarefas diárias mais freqüentes; ter
procedimentos intuitivos e lógicos - o programa deve “pensar como um dentista”; ser
de fácil compreensão, com pequena curva de aprendizado; apresentar facilidade de
navegação entre as telas do aplicativo, dispondo as informações mais requisitadas
com, no máximo, um único procedimento (um único clique no mouse ou uma única
tela); ter mínima necessidade de uso do teclado; ter instruções e informações claras,
quando e onde necessárias; ter caixas de combinações que facilitem opções, acelerem
a entrada de dados e aumentem a consistência dos dados; permitir o uso simultâneo
de outros aplicativos; poder trabalhar em rede; limitar o acesso a módulos reservados
do aplicativo através de senha definida pelo usuário; ter um manual de instrução; ser
de baixo custo e mínima manutenção; permitir a integração com outros aplicativos.
�Como já visto anteriormente, a busca de informatização por parte dos cirurgiõesdentistas
acontecia,
primeiramente,
para
controle
administrativo
do
“negócio/consultório” e da agenda de consultas. O computador era visto como
ferramenta que poderia oferecer o controle financeiro rápido e exato da clínica.
Nos dias atuais, mais do que o controle administrativo e da agenda de consultas, a
informática – com seus programas de gerenciamento – propiciam registros mais
detalhados que podem ser recuperados mais agilmente, para o bom planejamento com
relação à terapêutica a ser aplicada para cada paciente. Hoje, há uma necessidade
cada vez mais premente de dados que possam auxiliar o ortodontista na tomada de
decisão, principalmente se tratando de uma clínica “acadêmica”.
O programa idealizado para a Clínica de Ortodontia da FOP/Unicamp deverá ser um
sistema de gerenciamento de informações padronizadas que trabalhe em rede e
permita a execução simultânea de várias tarefas; tenha dados integrados de fácil
manuseio; seja um sistema de fácil operação, que consuma poucas horas de
treinamento e requeira pouca habilidade do operador; permita o compartilhamento de
informações sobre cada paciente.
A proposta inicial para o desenvolvimento do SI Orto foi estabelecida com base nos
seguintes objetivos:
¬ prover à Área um sistema adequado às suas necessidades e demandas, com
facilidade de implementação de novas funcionalidades;
¬ permitir gerar uma Base de Dados de Pesquisa;
¬ possibilitar a padronização na geração de prontuários (informação);
¬ acompanhar
o
desenvolvimento
acadêmico
e
científico
do
aluno,
criando
dispositivos que identifiquem estatisticamente as maiores demandas;
¬ dinamizar o acesso à informação técnico-científica e, dessa forma, promover a
integração entre os setores da Área, contribuindo para o salto qualitativo das
rotinas e da pesquisa;
¬ criar um sistema de realimentação, busca e atualização das informações;
¬ dinamizar os processos de rotina;
¬ facilitar o controle patrimonial.
�A concepção e o planejamento do sistema devem ser iniciados a partir de um
levantamento
de
demandas,
além
das
observações,
avaliações
e
sugestões,
apresentadas pelas pessoas que farão uso do programa, como docentes, profissionais
técnico/administrativos e alunos. Deverá, também, ser analisadas as fichas e os
controles já utilizados manualmente.
A
situação
atual
mostra
que,
provavelmente,
devido
à
metodologia
aplicada
no
armazenamento das informações (já existentes ou geradas) na Área de Ortodontia, os
dados não possam ser analisados para determinar seu grau de relevância, seja nas
rotinas clínicas e/ou administrativas/burocráticas, ou em pesquisas. Há, também, uma
necessidade crescente de minimizar o tempo decorrido para cada trâmite.
O público-alvo deste serviço é o acadêmico (aluno de pós-graduação), docentes e
profissionais administrativo que integram a Área. Os usuários do sistema deverão ser
classificados para que tenham diferentes níveis de acesso aos dados do Sistema,
devendo ser imediatamente identificado ao iniciar a operacionalização do Programa.
O Sistema permitirá o gerenciamento, de forma integrada, das bases de dados nele
inseridas, possibilitando o armazenamento, atualização, recuperação e disseminação
de informações de forma simples e rápida. Deverá congregar à sua estrutura algumas
características relevantes, como rapidez e flexibilidade na captura, gerenciamento e
recuperação de informações, além de oferecer facilidade de uso.
O SI Orto deverá ser composto de itens (links) que deverão ser dispostos da forma
mais
consensual
entre
os
utilizadores
do
programa.
Deverão
conter
entradas/recuperação para dados clínicos, como fichas de clientes (contendo dados
pessoais,
anamnese,
exame
clínico
intrabucal,
análise
facial,
exame
radiográfico,
ficha cefalométrica, diagnóstico diferencial e análise clínica, análise do espaço total
da
dentição
e
largura
mesio-distal
dos
dentes;
diagnóstico
e
planejamento;
acompanhamento clínico), cadastro de cirurgiões dentistas, alunos de graduação/pósgraduação e demais profissionais envolvidos com a clínica; agenda de consultas;
comunicação com o cliente, incluindo as correspondências; dados administrativos; e,
também, biblioteca.
Para o desenvolvimento do aplicativo, a equipe contratada deverá decidir quais são as
necessidades no que se refere a equipamentos para o cumprimento da tarefa, sendo
que, obrigatoriamente, deverá ser utilizada a ferramenta de desenvolvimento Delphi,
�em plataforma Windows, uma vez que as demais bases de dados desenvolvidas na
FOP utilizam-se desta ferramenta, o que facilitaria a “conversação” entre as bases,
quando necessário. Esta equipe deverá, ainda, mapear as tecnologias já existentes na
Área e propor novas tecnologias, se necessário. O sistema deverá ser testado por, no
mínimo, seis meses para que seja “ajustado” às necessidades reais de uso.
Quanto à recuperação de dados, o Sistema deverá oferecer inúmeras possibilidades na
formulação
de
estratégias,
permitindo
ser
utilizados
diversoss
recursos,
como
combinações entre comando, operadores booleanos, entre outros.
O Plano Promocional consistirá na confecção de folders informativos e explicativos
sobre o serviço que deverá ser entregues aos que dele se utilizarão. Estes folders
deverão ser encaminhados juntamente com uma carta de apresentação do Plano,
solicitando sugestões, críticas e apoio ao serviço.
CONCLUSÃO
A crescente complexidade dos sistemas de informação atuais, bem como a pressão
sentida pela administração pública no sentido de redução de custos, provocou a
necessidade de uma coordenação cada vez maior da utilização das tecnologias da
informação, de acordo com as necessidades da organização e de suas atividades.
Visando cumprir seus objetivos, a Área de Ortodontia da FOP/Unicamp tem
expectativa de ganhos consideráveis de eficiência no setor clínico e na qualidade de
atendimento, através de um Sistema Integrado de Informação, uma vez que o
detalhamento das informações de cada caso estará inteiramente disponíveis para
consulta, melhorando a capacidade de apoio às decisões, assim como aperfeiçoando
os mecanismos de gest ão e de controle por meio da racionalização das estruturas e
métodos de trabalho.
O Sistema permitirá o gerenciamento, de forma integrada, de bases de dados
documentais,
possibilitando
o
armazenamento,
atualização,
recuperação
e
disseminação de informações de forma simples e rápida.
Superada a etapa de programação e entrada de dados no Sistema, a velocidade de
processamento dos dados e a disponibilização de informações tornarão os benefícios
evidentes.
�REFERÊNCIAS
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CALLENDER,
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othodontic office.
Orthomatic:
a
computerized
approach
to
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Sistema integrado de informação da área de ortodontia da FOP/UNICAMP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ceccotti, Heloisa Maria
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aponta o desenvolvimento de um Sistema Integrado de Informação (SI Orto) que atenda às necessidades da Área de Ortodontia da FOP/Unicamp no uso e transferência de informações
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4061/SNBU2002_054.pdf
4610751fdb89fbe965cc47fb2871a8e3
PDF Text
Text
ANA PAULA SOARES WORMSBECKER
HÉLIO GOMES DE CARVALHO
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA
DECISÕES ESTRATÉGICAS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
Trabalho apresentado ao Seminário Nacional
de Bibliotecas Universitárias da Universidade
Federal de Pernambuco.
Autores: Hélio Gomes de Carvalho, Prof. Dr.
do
Programa
de
Pós-Graduação em
Tecnologia do Centro Federal de Educação
Tecnológica do Paraná – CEFET/PR
Ana Paula Soares Wormsbecker, Mestranda do
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia
do Centro Federal de Educação Tecnológica
do Paraná – CEFET/PR
Curitiba
2002
�1
RESUMO
A importância do conhecimento como recurso e aplicação gerencial é indiscutível na atual
conjuntura econômica social sendo pressuposto para a obtenção de vantagem competitiva.
Novos serviços de informação que atendam às necessidades impostas pelas exigências do
mundo contemporâneo estão sendo desenvolvidos. Neste ambiente, a Inteligência
Competitiva se destaca como uma abordagem que permite o monitoramento do ambiente
não apenas empresarial, mas também acadêmico. Este trabalho apresenta o estado-da-arte
dos modelos de Inteligência Competitiva – IC, visando a descrever, de forma breve, a
evolução das atividades referentes a esta temática, observando os processos comuns
abordados pelos diferentes modelos, enfocando principalmente as possibilidades de
utilização da IC pelo meio acadêmico com a contribuição das bibliotecas universitárias
como
gestoras do processo.
Descreve o perfil do profissional da informação,
considerando esse termo como associado aos profissionais de diferentes formações, mas
que trabalham no âmbito dos sistemas de informação. A metodologia utilizada será
baseada em revisão de literatura. A contribuição final será a proposta de um modelo que
contemple os melhores processos de IC com aplicação no ambiente acadêmico.
PALAVRAS - CHAVE: Inteligência Competitiva; Bibliotecas Universitárias; Profissional
da Informação; Bibliotecário.
ABSTRACT
The importance of information as a resource and managerial application
is unquestionable in the present economic and social juncture and a
principle
to
obtain
competitive
advantage.
New
information
services
which meet the needs imposed by the demands of the contemporary
world
are
being
developed.
In
this
environment,
the
Competitive
Intelligence
is highlighted as an approach that allows the monitoring, not only of
the
entrepreneurial
but
also
of
the
academic
context.
This
study
presents
the
state-of-art
of
the
Competitive
Intelligence
models,
aiming
at
describing
briefly
the
evolution
of
the
activities
regarding this topic, observing the common processes approached by the
different
models.
It
focus
mainly
on
the
possibilities
of
Competitive
Intelligence
usage
by
the
academic
environment,
with
the
contribution
of
university
libraries
as
the
process
leaders.
It
approaches
several
concepts
related
to
information.
It
describes
the
profile
of
the
information
professional,
associating
in
this
term
professionals
graduated
in
different
areas
but
working
in
the
information
system
management
field.
The
methodology
used
will
be
based
on
literature
review. The final contribution will be the proposal of a Model which
considers
the
best
processes
of
Competitive
Intelligence
with application in the academic environment.
KEY WORDS: Competitive Intelligence; University Libraries; Information Professional,
Librarian
�2
1. Introdução
A importância do conhecimento como recurso e poder gerencial tem sido crescente,
especialmente neste atual mercado competitivo onde o sucesso nos negócios depende, em
grande parte, da capacidade de gerir conhecimento.
Novos serviços de informação, que atendam às necessidades impostas pelas
exigências do mundo contemporâneo, precisam ser desenvolvidos pois as atividades
executadas no passado e oferecidas por bibliotecas tradicionais e centros de informação
atendem apenas parcialmente esse novo mercado. Trata-se de uma evolução natural, pois
como a própria história da biblioteca, antes tida apenas como guardiã do conhecimento,
passou, gradualmente, a ser considerada como uma organização responsável por
sistematizar o acesso às informações.
No passado, sem dúvida, às bibliotecas desempenharam esse papel de forma
primorosa, conforme destaca MILANESE “a história da biblioteca é a própria história do
registro da informação” (1988, p.16). Guardar a informação e preservá -la era a principal
função das bibliotecas do passado. Séculos de produção passaram e a resposta para
armazenar a explosão da informação veio no século XX com a criação dos computadores
capazes de ordenar os registros do conhecimento.
Espera-se mais dos bibliotecários nesse novo milênio, pois a idéia de ponte entre o
usuário e a informação já não atende à nova demanda. É urgente a necessidade de
bibliotecários se unirem a outros profis sionais atingindo o objetivo da interdisciplinaridade
e contribuindo para o oferecimento de serviços de informação mais próximos da
necessidade dos clientes.
Como bem destaca VIEIRA, quando comenta sobre a união de bibliotecários com
profissionais de outras áreas do conhecimento, “...a caminho da maturidade das profissões
de informação, aprendemos uns com os outros e, como resultado, os usuários vêm
recebendo um produto informacional de mais alto valor agregado que no passado, quando
trabalhávamos isoladamente.” (1995, p. 3)
Sem sombra de dúvida, novos campos de trabalho estão sendo abertos para
bibliotecários sedentos por novos horizontes. CRONIN citado por VIEIRA, quando
comenta das reflexões e transformações da profissão, sintetiza o campo de trabalho para
profissionais da informação em três níveis:
�3
tradicional (heartland – trabalho na biblioteca como bibliotecário), áreas menos
exploradas (hinterland – trabalho com informação no mundo das bibliotecas virtuais,
como especialista em marketing da informação, coordenador de bases de dados,
gerente de informação etc.) e área de fronteira tecnológica (horizon : trabalho em
ambientes tecnológicos, como engenheiro de software e hardware, gerente de
telecomunicações etc.). (1995, p.4).
As bibliotecas corporativas têm realizado mudanças no sentido de não atuarem
apenas como ponte entre o usuário e a informação. Já é possível visualizar a atuação do
bibliotecário em funções que oferecem ao cliente conhecimento com valor agregado. Este
é o caminho que possivelmente será percorrido por bibliotecas universitárias também,
afinal é uma exigência do contemporâneo e uma necessidade para a profissão da
informação.
O presente artigo não pretende discutir a importância dos sistemas tradicionais de
informação que, sem dúvida, são necessários e de suma importância, mas visa a oferecer
algumas reflexões sobre o perfil do novo profissional da informação frente às novas
exigências do mercado, sob o enfoque da Inteligência Competitiva – IC, propondo que esta
ferramenta para tratamento da informação e do conhecimento seja utilizada nos ambientes
das bibliotecas universitárias.
Apresenta o estado-da-arte dos modelos de IC, enfocando a utilização desta
ferramenta pelo universo acadêmico, sugerindo a atuação das bibliotecas universitárias
como agentes/contribuintes para os processos de tomada de decisão pelas Instituições de
Ensino Superior. Conceitos acerca da temática da informação também serão abordados.
2. Inteligência Competitiva – O que é qual sua contribuição
Vivemos o momento de desenvolvimento tecnológico que pode proporcionar
infinitas possibilidades de armazenamento, acesso e disseminação de informações como
nunca antes visto na história da humanidade. A informação neste contexto, é percebida
como valor, dada a possibilidade de se transformar em conhecimento e em inovação
tecnológica.
A sociedade tem consciência de que a informação é fator de insumo para o sucesso
e principal ingrediente para a competitividade. A dificuldade encontra-se, todavia, em
como utilizar tal informação de forma prática, a ponto de obter vantagem competitiva.
Afinal, o volume de informações é cada dia maior e o quantitativo supera o qualitativo.
�4
Conforme FULD citado por CARVALHO, “achar dados certamente não é problema nestes
dias; achar o tipo certo de informação é que é” (2000a, p. 1).
Com o objetivo de esclarecer e tornar claro algumas terminologias do universo da
informação o presente artigo definirá, na seqüência: Dado, Informação, Conhecimento,
Inteligência, Gestão do Conhecimento e Inteligência Competitiva.
Segundo DAVENPORT e PRUSAK “dados são um conjunto de fatos distintos e
objetivos, relativos a eventos. Ou seja, dados são registros isolados. Conforme DRUCKER
citado por DAVENPORT e PRUSAK (1998, p.2) “informações são dados dotados de
relevância e propósito, o que decerto sugere que dados, por si só, têm pouca relevância ou
propósito.” Entretanto é um erro pensar que os dados não são importantes para as
organizações, pois eles constituem a matéria prima da informação. Sem os dados a
informação não pode ser gerada.
DAVENPORT e PRUSAK (1998, p.4) apresentam a clássica definição de
informação. Segundo eles “informação são dados que fazem a diferença” ou seja,
diferente do dado, a informação para ser caracterizada como tal deve gerar para o receptor
da mensagem a possibilidade de ação a partir da emissão de tal conteúdo.
Conhecimento na concepção de NONAKA e TAKEUCHI (1997, p. 63) é a
“crença verdadeira justificada”. Eles complementam dizendo ainda que:
conhecimento é uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação
contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação
e incorporação de novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado na
mente dos conhecedores. Nas organizações, ele costuma estar embutido não só em
documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas
organizacionais. (1997, p.63)
Embora muitos autores não façam distinção entre conhecimento e inteligência notase que a inteligência pressupõe a estruturação do conhecimento. Segundo VIEIRA,
inteligência são informações analisadas e contextualizadas para fins decisórios, ou seja,
tem como base o conhecimento organizacional. (1999, p.176)
É possível observar com estes conceitos que dado, informação, conhecimento e
inteligência estão relacionados hierarquicamente, ou seja, não se obtém informação sem o
dado e, muito menos conhecimento sem informação.
A inteligência é um processo
subsequente ao conhecimento, e envolve análise e reflexão culminando com a
possibilidade de resolução de problemas.
�5
Figura 1: Hierarquia dos conceitos: Dado, informação, Conhecimento e
Inteligência
Para NONAKA e TAKEUCHI “existem dois tipos de conhecimento humano, o
conhecimento explícito, que pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em
afirmações
gramaticais,
expressões
matemáticas,
especificações,
manuais
e
o
conhecimento tácito, difícil de ser articulado na linguagem formal.” (1997, p.13). Estes
conceitos clássicos de conhecimento são fundamentais para compreender a GC que é
formada a partir de tais estruturas.
Ainda para NONAKA e TAKEUCHI:
conhecimento explícito é um conhecimento mais fácil de ser transmitido uma vez que
está armazenado em manuais, especificações técnicas, fórmulas matemáticas etc. O
conhecimento tácito trata-se de um conhecimento difícil de ser trabalhado por se tratar
de conhecimento pessoal incorporado à experiência individual e envolve fatores
intangíveis como, por exemplo, crenças pessoais, experiências e até mesmo
perspicácia e visão de negócio. (1997, p.42)
Não é fácil trabalhar com esta realidade. A experiência marcada por anos de
atividade é de fato difícil de ser transmitida a outros. Além desta dificuldade, é comum
observar que os trabalhadores, em alguns casos, dificultam est e repasse por entenderem
que outros podem tomar seu trabalho afinal, depois desta atitude de “repasse” estes
também poderão ser capazes de executar determinada tarefa, antes apenas área de
competência dos primeiros.
Quando o conhecimento é utilizado para a tomada de decisões nos negócios é
comum que os estudiosos se referiam a esta atividade utilizando o termo Inteligência
Competitiva. Conforme a FIGURA 1, partindo de conceitos básicos de dado,
informação, conhecimento, chega-se a definição de inteligência que pode ser
considerada segundo a UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA como:
�6
o resultado de um processo sistêmico que envolve coleta, organização e
transformação de dados em informação, passando por análise e contextualização,
cujo resultado é aplicado em processos de solução de problemas, formulação de
políticas, definição de estratégias, comportamento organizacional e tomada de
decisão, que geram vantagens competitivas para as organizações (1999, p.11)
A coleta organizada para uso é a característica principal desta atividade. A
Inteligência Competitiva contribui para o melhor uso da informação por parte das
empresas. Oferece ao cliente informação pró-ativa e conhecimento acerca do mercado
externo servindo como diferencial competitivo.
A Inteligência nasceu no ambiente militar, dentro dos departamentos de defesa,
mas foi no mundo empresarial que se tornou
mais conhecida e disseminada. Nas
empresas a inteligência se transformou e passou a ser conhecida como Inteligência
Competitiva que pode ser entendida como um “processo sistemático de coleta e
análise de informações sobre a atividade dos concorrentes e tendências gerais do
ambiente econômico, social, tecnológico, científico, mercadológico e regulatório para
ajudar no cumprimento dos objetivos institucionais na empresa pública e privada”.
(UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, 1999, p. 12).
Enfatiza-se que a inteligência competitiva não é espionagem, mas baseia -se na
captura, análise, síntese e utilização de informação disponível publicamente. Segundo
SHARP “95 por cento das informações utilizadas na Inteligência Competitiva são
públicas e apenas 5 por cento são, verdadeiramente, informações privadas do tipo: lista
de clientes, de preços e de propriedade intelectual...” (2000, p.38). Portanto, é a correta
utilização dos dados que proporciona vantagem competitiva.
Conforme destaca CARVALHO, “é um desafio para organizações e empresas
de qualquer porte, de qualquer indústria, de qualquer setor, fazer uso adequado da
informação, potencializa-la em conhecimento/inteligência e agregar valor aos seus
produtos e/ou processos”. (2000, p.20). O processo de inteligência não é simplório,
pois envolvem sistematização da informação coletada, análise e propostas para a
solução de problemas.
Ainda segundo PORTER, citado por PALOP e VICENTE pode-se sintetizar a
inteligência em quatro tipos:
Tecnológica – centrada nos avanços da técnica e da tecnologia e da oportunidades
e ameaças que a geram; Competitiva – implica na análise dos competidores
�7
atuais e potenciais e aqueles com produtos substit utivos; Comercial – dedica à
atenção a clientes e provedores e de Ambiente Empresarial – dedica à atenção a
uma série de conjuntos e aspectos sociais, legais, ambientais, culturais. (1999,
p.24)
3. Inteligência Competitiva – Para Que e Para Quem
É grande o número de instituições que se preocupam apenas com o
armazenamento da informação, sem se preocupar com sua real utilização.
Resgatando a história das bibliotecas, as instituições vivem uma situação ainda
tradicional de tratamento da informação. De modo geral, preocupam-se com o resgate
e armazenamento, assim como as bibliotecas do passado se preocupavam com a
captura e preservação. Talvez a comparação seja um pouco exagerada na visão de
muitos, entretanto, dentro das empresas é comum ver dados e mais dados armazenados
para nenhum fim de fato concreto. DAVENPORT, citado por CARVALHO “comenta
o depoimento de um executivo de uma grande empresa americana da área de
alimentos que confidenciou que a sua companhia analisava no máximo 2 por cento dos
dados coleta dos”. (2000, p.23). Os processos de inteligência competitiva propõem,
justamente, uma forma eficiente para a utilização da informação.
Para se compreender os passos da inteligência competitiva é importante
resgatar como é o processo de tratamento da informação que, basicamente, envolve
quatro etapas:
§
Alimentação – captação, classificação e codificação de informações
externas e internas à organização;
§
Memorização – estruturação em um banco de dados, normalmente feita
com o apoio de especialistas;
§
Recuperação – sistematização de forma e métodos quantitativos e
qualitativos para recuperar a informação armazenada;
§
Tratamento
–
análise
quantitativa/qualitativa
para
disponibilização
ao
usuário.
O processo de Inteligência Competitiva é formado, basicamente, por quatro
grandes processos:
•
Captura
•
Tratamento
�8
•
Análise
•
Disseminação
PALOP e VICENTE destacam as funções básicas de um processo de
vigilância: “observação (busca, captação e difusão); análise (tratamento, análise e
validação) e utilização (exploração dos resultados)” (1999, p.66). A figura 2 demonstra
esses processos:
Figura 2 – Funções Básicas da Inteligência Competitiva
FONTE: PALOP, Fernando; VICENTE, José M. Vigilância tecnológica e inteligência competitiva, 1999.
Os sistemas de informação, geralmente, conseguem trabalhar bem com os
processos de captura, tratamento e disseminação. Entretanto, a fase de análise da
informação é problemática para a maioria das unidades de informação. Nota -se, inclusive,
que a maioria trabalha apenas com as três fases mencionadas, deixando de considerar a
fase de análise que é justamente o momento de contextualização da informação. Isto
�9
acontece porque a fase de análise é a mais complexa, uma vez que envolve,
necessariamente, um corpo de profissionais preparados que tenham conhecimento do
assunto tratado, com poder de reflexão e decisão.
O modelo de Inteligência que CARVALHO (2000, p.166) sugere para ambientes
no âmbito da interface escola-empresa, o qual chama de Inteligência Tecnológica, propõe o
desenvolvimento das seguintes atividades:
•
Conhecer a predisposição de todas as pessoas em trabalhar nesse sistema;
•
Levantamento da situação, da percepção e da preparação das pessoas para atuar
no Grupo de Inteligência;
•
Trabalhar a cultura organizacional, de forma a atender às expectativas das
pessoas;
•
Identificação das limitações e necessidades da empresa e das Instituições de
Ensino Superior;
•
Estabelecimento dos direcionamentos;
•
Buscar interface com o Marketing/Comercial;
•
Estabelecimento do processo de comunicação e dos canais (pessoas – contato
principal – e meio) envolvidos, principalmente devido à distância física;
•
Definição do modelo de trabalho;
•
Motivação dos Grupos;
•
Estabelecimento de cronograma – atividade e prazos.
Além dessas considerações e com o objetivo da continuidade do programa, elege-se
como fatores complementares o estabelecimento de grupos de discussão, por temas, no
âmbito da Intranet, utilização compartilhada de periódicos entre bibliotecas de Instituições
de Ensino Superior e de Institutos; grupos internos de discussão; desenvolvimento de um
método de circulação eletrônica de informação com agregação de valor – em complemento
ao sistema tradicional
- de forma a garantir uma maior formalização. Tais características
não são únicas para um sistema de Inteligência , neste caso, Tecnológica, também, mas a
partir deste sistema é possível visualizar uma possível evolução no sentido de condução
para um sistema de Inteligência Competitiva.
O modelo de Inteligência Competitiva proposto por STOLLENWERK comenta as
necessidade de as organizações integrarem seus sistemas de Inteligência Competitiva aos
processos de formulação da estratégia. (2002, p.189). Ou seja, o ambiente estratégico da
organização não deve apenas ser de conhecimento dos analistas da IC como também deve
�10
receber a interação constante deste grupo de profissionais. ROCKART citado por
STOLLENWERK (2001, p.192), define fatores críticos de sucesso que devem ser
considerados em ambientes de IC. São eles:
•
Indústria ou ramo de negócio – alguns fatores críticos estão diretamente
associados à característica do próprio ramo;
•
Estratégia e posicionamento competitivo – uma empresa pode ocupar um
determinado nicho ou exercer um papel especial no ramo de negócio. Essas
condições poderão favorecer o crescimento mais rápido da empresa em
relação a seus concorrentes, constituindo-se, portanto, em fatores críticos de
sucesso;
•
Fatores-chave do ambiente externo – mudanças ambientais são cada vez
mais freqüentes e podem contemplar aspectos regulatórios, condições
político-econômicas, gostos, preferências e hábitos da sociedade, dentro
outros.
•
Fatores temporais – estes fatores relacionam-se a situações de curto prazo,
geralmente crises, como aquelas causadas por acidentes, publicidade
negativa, escassez de recursos ou até perda de posição no mercado;
•
Posição gerencial – alguns fatores críticos de sucesso estão relacionados a
um determinado gerente e, mais especificamente, às atribuições de seu
cargo e ao exercício de sua função.
A Inteligência Competitiva tem por propósito monitorar e oferecer informação
tratada e que faça a diferença e promova vantagem competitiva. Em geral as empresas são
as maiores beneficiadas pelos processos de inteligência competitiva. Por outro lado, entre
as pequenas e médias empresas, sistemas de inteligência competitiva são praticamente
inexistentes. Entretanto, é errado afirmar que a prática da IC seja comum no Brasil, mas já
é possível observar em pesquisas que a atenção dos dirigentes está crescendo neste sentido.
Atualmente
considerações
positivas,
inclusive
empresariais,
afirma
que
a
informação e o conhecimento são extremamente importantes para a competitividade, mas
são poucos os que consegue m sistematizar sistemas de IC dentro das suas instituições.
Assim, a maioria está ainda distante de sistemas que privilegiem a IC. Mas é a IC uma
atividade exclusiva para ambientes empresariais? A resposta é um enfático não. A IC é
comumente aplicada em ambientes empresariais, mas pode ser também aplicada em
ambientes governamentais e acadêmicos, por exemplo. O principal objetivo da IC é
�11
oferecer vantagem em relação ao concorrente baseada em sistemática coleta e análise de
informações públicas. A IC não esta baseada apenas em busca de informações disponíveis
na Internet ou em outras fontes, mas o desenvolvimento de suas atividades trabalha de
forma a possibilitar ajuda a garimpar informações que façam a diferença e que gerem
resultado para o processo.
O propósito da IC é o de oferecer informações que realmente satisfaçam o cliente
(aquele que fez a encomenda do serviço) envolvendo assim, a compreensão do pedido e o
oferecimento de atividades que façam a diferença. Desta forma, os Centros de Inteligência
Competitiva podem atuar no meio acadêmico de forma a se preocuparem em estudar as
necessidades do cliente e oferecer informações com alto valor agregado. KALB comenta
que “o trabalho de um analista de IC envolve recomendações e não pacotes de informações
previamente definidos” (2000, p.43). O grande diferencial entre as bibliotecas tradicionais
e os atuais Centros de Inteligência Competitiva é justamente a função de análise e o
oferecimento de propostas que possam agregar valor ao processo. Ou seja, entender o que
o cliente quer e oferecer literatura não atinge o papel de um ambiente que promove a
inteligência
competitiva.
A
importância
do
intercâmbio
de
conhecimentos
entre
profissionais com diferentes formações, que atuam no ambiente acadêmico, deve ser
destacada como forma de solucionar problemas. Assim o profissional da informação
poderá atuar em duas situações neste ambiente. Primeiro como executor no sentido da
captura e armazenamento e, depois, como analista e disseminar oferecendo subsídios para
a tomada de decisão por parte dos dirigentes de Instituições de Ensino.
4. O Profissional da Inteligência Competitiva
Uma nova possibilidade de atuação é destinada aos bibliotecários, afinal a IC
pedem profissionais aptos a capturar, tratar e disseminar informações, habilidades
desenvolvidas durante séculos, por esses profissionais. Assim, o profissional da
informação atua como recuperador de informação em sistemas de IC ou ainda como
auditor de informação, analista de negócios, investigador de oportunidades de negócios.
Novamente, pensando em bibliotecas tradicionais, quase nada mudou em relação ao perfil
do profissional, mas pouco a pouco, se nota a incorporação de bibliotecários com novas
atribuições, muito mais interessados em oferecer informações com alto valo r agregado e
não apenas dados.
�12
O livro Conhecimento Empresarial de Davenport e Prusak, quando comenta sobre a
profissão de Biblioteconomia/Ciência da Informação identifica uma das funções do
bibliotecário como sendo a corretagem do conhecimento. A literatura clássica chama esse
profissional de “Information Broker”. Na visão dos autores, que têm larga experiência nas
atividades de informação, esse profissional é indispensável nas corporações por ser aquele
que mais tem conhecimento sobre fontes de informação formais e informais. Em geral, é o
bibliotecário que quando recebe a solicitação sobre uma nova pesquisa pode informar
quem são os outros membros da empresa que já fizeram ou estão fazendo pesquisas
semelhantes, por exemplo. Assim, além de oferecer conhecimento explícito esse oferece,
também, conhecimento tácito.
Entretanto serão apenas estas as atribuições dos bibliotecários? Nota-se mais uma
vez que a perfil do bibliotecário está progressivamente se transformando, afinal já é
possível observar profissionais trabalhando também no âmbito da análise da informação.
Em outras palavras, quando se fala em poder de análise o antigo conceito do
bibliotecário muda, pois uma nova dimensão da informação foi englobada no processo.
Para se trabalhar com esta característica da IC são necessários profissionais que
desenvolvam um raciocínio capaz de analisar o todo, ou seja, capaz de contextualizar a
informação, entregando ao cliente soluções que possibilitem a tomada de decisão.
Obviamente
o
bibliotecário
estará
inserido, necessariamente,
numa
equipe
multidisciplinar com a função maior de ser capaz de agregar valor à informação. A
mudança profissional não é exclusividade da Biblioteconomia ou Ciência da Informação,
mas a necessidade de adaptação às novas realidades do mund o contemporâneo exige
mudanças de postura de todos os profissionais. Para as profissões relacionadas à
informação, parece que tais modificações são mais acentuadas devido ao impacto que
oferecem ao mundo globalizado.
ARRUDA et al destaca que “elege-se como ideal o profissional que potencialize a
comunicação, a interpretação de dados, a flexibilização, a integração funcional e a geração,
absorção e troca de conhecimento”. (2000, p.17)
ALMADA DE ASCENIO citada por ARRUDA et al comenta ainda que:
Nenhum profissional da atualidade tem condições de reunir todas as habilidades,
conhecimentos e competências necessários para interagir e equacionar os
problemas decorrentes dos fluxos de informação e conhecimento. Para resolvê -
�13
los é necessária à formação de equipes interdisciplinares em todos os níveis e
processos: estratégicos, gerenciais e operacionais .(2000, p.19)
Portanto, a IC estará necessariamente composta por profissionais com formações
diferenciadas. O bibliotecário por ser um profissional que necessariamente trabalha à
informação, poderá estar presente nestas equipes multidisciplinares. Características como
criatividade e persistência devem estar mais do que nunca presentes nas atividades de IC,
pois como já visto, esta atividade exige dedicação constante e olhar crítico sobre as
situações a serem resolvidas. Mais uma vez pensando na história da profissão de
biblioteconomia, pode-se visualizar que o bibliotecário facilmente poderá compor esta
equipe porque está condicionado a trabalhar com profissionais de diferentes formações. A
biblioteca corporativa é um exemplo dessa situação, pois é lá que a inter-relação acontece
com maior freqüência. Entretanto, pode-se enxergar esta possibilidade de atuação também
em bibliotecas universitárias onde o profissional da informação poderá ser um gestor da
informação e do conhecimento proporcionando referências para o processo de tomada de
decisão por parte dos dirigentes de instituições de ensino superior. Afinal os números de
especialistas nos mais diferentes ramos do conhecimento são grandiosos em uma
Universidade facilitando, assim a construção e o intercâmbio de entre os vários
profissionais. Um sistema de inteligência competitiva teria lugar garantido nestes
ambientes.
�14
6. Conclusão
O artigo apresentou, de forma breve, a evolução dos sistemas de informação. Uma
breve revisão da literatura foi apresentada com o intuito de esclarecer os vários novos
termos discutidos na área da informação.
Abordou que os sistemas de informação conseguem, facilmente, trabalhar bem
nas etapas de captura, tratamento e disseminação da informação. O processo de análise da
informação, por outro lado, pode ser considerado problemático, pois envolve um corpo de
profissionais comprometido com o resultado, envolvendo informações contextualizadas,
com alto valor agregado. Atualmente, mais do que executar essas tarefas, o profissional da
informação precisa desenvolver habilidades de analisar, refletir e propor recomendações.
Uma proposta para estudo sobre o poder de análise dos profissionais de IC fica aqui
registrada, juntamente com a pergunta: Será possível criar uma sistemática com o intuito
de ajudar estes profissionais a aumentar o poder de análise em suas atividades?
Reflexões a respeito da temática da análise da informação foram consideradas não
com o intuito de exaurir o tema, mas muito pelo contrário, lançando apenas a necessidade
de maior observação desse aspecto do ciclo da IC.
Em ambientes acadêmicos a atuação de centros de inteligência competitiva deve
trabalhar de forma a propor soluções e não apenas oferecer literatura, ou seja dados brutos.
É necessário lapidar o produto, neste caso a informação, de forma que se possa oferecer
um produto que faça e diferença e resulte em vantagem competitiva para a Instituição.
Considerou as características que devem estar presentes nos profissionais da
informação, aqui retratados por todos aqueles que trabalham no âmbito de sistemas de
informação e não apenas os formados em biblioteconomia. Destacou-se especialmente a
questão relacionada à importância da união entre as diferentes especialidades profissionais
dentro de centros de inteligência Competitiva como fator indispensável para o sucesso das
atividades. Portanto, é correto afirmar que é possível que a Biblioteca Universitária atue de
forma a contribuir para a formulação de decisões estratégicas em instituições de ensino
superior
�15
Referências
ARRUDA, Maria da Conceição Calmon; MARTELO, Regina Maria; Souza, Donald Bello.
Educação, trabalho e o delineamento. Ciência da Informação, Brasília, v.29, n.3, p.14-24,
set./dez. 2000.
CARVALHO, Hélio Gomes de Carvalho. Gestão da Informação tecnológica. Curitiba:
CEFETPR, 2000. Disponível em: <www.ppgte.cefetpr.br>. Acesso em: 09 mar. 2001.
CARVALHO, Hélio Gomes de; SANTOS, Neri dos. A Estreita relação entre gestão do
Disponível
em:
conhecimento
e
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competitiva.
<http://www.ubq.org.br/caoc/conhecimento.htm> Acesso em: 05 fev.2001.
DAVENPORT, Thomas H; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: como as
organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
KALB, Clifford C. CI, BI, KM and SCIP: a conversation with Cliff Kalb. Competitive
Inteligence Magazine , v.3, n.3, jul./set. 2000.
MILANESE, Luis. O Que é biblioteca. Rio de Janeiro: Globo, 1989.
NONAKA, Ikujiro;TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa. Rio de
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PALOP, Fernando; VICENTE, José M. Vigilância Tecnológica e inteligência
Competitiva. su potencial para la empresa espanola. Fundación COTEC, 1999. Disponível
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STOLLENWERK, Maria Fátima Ludovico. Gestão do conhecimento; conceitos e
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Universidade de Brasília, 2001.
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Centro de Apoio ao desenvolvimento tecnológico.
Inteligência competitiva para pequenas empresas . Brasília: GH Comunicação Gráfica,
1999.
VIEIRA, Anna da Soledade. Monitoramento da competitividade científica e tecnológica
dos estados brasileiros: um instrumento de macropolítica de informação. Ciência da
Informação, Brasília, v.28, n.2, p.174-189, mai./ago. 1999.
VIEIRA, Anna da Soledade Vieira. Na janela do tempo com IBBD e Drummond:
passagens, transformações e novos desafios em educação. Ciência da Informação,
Brasília, v.24, n.1, p.1-8, jan./mar. 1995.
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
A biblioteca universitária e sua contribuição para decisões estratégicas em instituiçoões de ensino superior.
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An entity primarily responsible for making the resource
Wormsbecker, Ana Paula Soares
Carvalho, Hélio Gomes de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta o estado-da-arte dos modelos de Inteligência Competitiva – IC, visando a descrever, de forma breve, a evolução das atividades referentes a esta temática,
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4060/SNBU2002_053.pdf
004e42a8179ce6145b336e4eb268d981
PDF Text
Text
O BIBLIOTECÁRIO DAS UNIVERSIDADES DO SÉCULO XXI:
O QUE O MERCADO PEDE E O QUE A ESCOLA FORMA
Gláucia Maria Saia Cristianini – CRB 8/4938*
glaucia@icmc.usp.br
Juliana de Souza Moraes – CRB 8/6176**
jumoraes@icmc.usp.br
RESUMO
Considerando o novo papel das bibliotecas universitárias, voltado ao atendimento de um
cliente acostumado com tecnologias diferenciadas para o acesso à informação e
também o acesso mais facilitado de tecnologias de ponta no âmbito das bibliotecas,
torna-se necessário o incessante trabalho de revisão das competências do profissional da
informação. Focalizando este aspecto, este trabalho propõe uma abordagem do perfil do
profissional de acordo com as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho. Em
complementação a este estudo foi elaborado uma análise comparativa da demanda do
mercado versus a formação acadêmica deste profissional. Ao término, é apresentado o
perfil mais próximo das necessidades do mercado de trabalho assim como sugestões
complementares para os currículos dos cursos de Biblioteconomia e Ciência da
Informação.
Palavras-chave : Profissional da Informação, Mercado de Trabalho, Biblioteconomia Currículo.
* Diretora Técnica da Biblioteca “Prof. Achille Bassi” – ICMC/USP - Brasil
Mestre em Biblioteconomia – PUC Campinas
Professora Substituta do Curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da
UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
** Bibliotecária Supervisora da Seção de Tratamento da Informação –
Biblioteca “Prof. Achille Bassi” – ICMC/USP - Brasil
Professora Substituta do Curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da
UFSCar – Universidade Federal de São Carlos
Mestre em Biblioteconomia – PUC Campinas
�1 O mercado de trabalho e a Biblioteconomia
O mercado de trabalho atual e futuro é tema de discussões e de preocupações
para algumas categorias profissionais, senão para todas elas. A transformação pela qual
o mundo tem passado nos últimos anos,
em especial na última década do século
passado, fizeram, e ainda estão fazendo, com que pessoas e organizações dos mais
variados tipos revejam seus conceitos sobre as profissões, sobre o que é de competência
de cada profissional, qual é o perfil profissional desejado neste mundo em constante
revolução de processos, qual é o seu espaço de atuação dentro da sociedade moderna,
entre tantos outros questionamentos dentro deste universo. A globalização é,
certamente, uma das causas dessa transformação, que trouxe, em termos gerais e
salvando determinadas especificidades e especializações, a homogeneização do perfil
profissional desejado e necessário para o mercado de trabalho.
Como colocado por Teixeira Filho (2002), as profissões estão mudando
drasticamente e o conteúdo informacional das ocupações está ficando cada vez mais
intenso. A informação passa hoje a ser o ativo mais importante nas organizações. A vida
atual depende totalmente da informação para tomada de decisões.
Dessa maneira, o
profissional da informação passa a ter um papel chave dentro de toda e qualquer
organização.
Completamente inserida no contexto determinante para a continuação da
transformação da sociedade, o contexto dinâmico da informação, a Biblioteconomia e a
Ciência da Informação passaram e continuamente passam por revisões conceituais
teóricas e práticas da sua atuação neste mundo moderno. Tais revisões, sempre
acompanhadas de debates, simpatizantes e não-simpatizantes, são essenciais para a
permanência deste profissional no mercado de trabalho atual, conseqüentemente
assegurando o mercado futuro, e para a reordenação, quando necessária, do vínculo com
o objeto informação.
A era da informação, tão divulgada no século passado, fez com que muitos
estudos fossem realizados tentando identificar as capacidades e as habilidades
necessárias aos profissionais da informação. O perfil do profissional da informação no
Brasil foi delineado por Tarapanoff (1997), através de uma pesquisa direcionada ao
profissional, assim como o perfil do bibliotecário na cidade de São Paulo foi traçado por
�Souza (1996) também questionando o próprio profissional. Já Barbosa (1998) faz uma
análise
da
perspectiva
profissional
da
área,
identificando,
da
mesma
forma,
necessidades comuns para a adequação dos profissionais no mercado atual, como uma
melhor capacitação, incluindo conhecimentos de outras áreas e também a ampliação do
papel das bibliotecas como agências de informação.
O estudo sobre o mercado de trabalho do profissional bibliotecário, assim como
suas competências e, especialmente, suas qualificações necessárias e desejáveis, têm
como uma das discussões finais, ou a principal delas, o ensino da Biblioteconomia e da
Ciência da Informação.
Estudos neste sentido foram e são, felizmente, continuamente realizados em
nível nacional e internacional. Guimarães (1997), em seu estudo focalizado para as
características e linhas de ação do moderno profissional da informação, descreve a
importância do ensino de Biblioteconomia e de Ciência da Informação, e com ênf ase na
reformulação de currículos, para que o profissional possa atender a nova realidade de
trabalho que se apresenta.
Preocupados com a satisfação do mercado de trabalho quanto a atuação do
profissional bibliotecário, e entendendo que o currículo escolar é uma das partes que
pode determinar esta satisfação, torna -se vital conhecer o que o mercado de fato tem
desejado deste profissional e como de fato a escola tem formado este profissional.
Com esse propósito esse estudo pretendeu identificar, junto ao mercado de
trabalho, as necessidades e as exigências requeridas para o preenchimento do cargo
destinado ao profissional bibliotecário e, a título de complementação do estudo, foi
levantado, junto aos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação, o tempo
destinado para os requisitos demandados pelo mercado de trabalho.
Método semelhante foi utilizado por Ocholla (2001) na África do Sul, onde o
autor traçou um perfil do profissional através de uma pesquisa do mercado de trabalho
para bibliotecários em anúncios de jornal, juntamente com uma entrevista com alunos
de graduação e pós-graduação do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação e
também com empregadores.
�2 Obtenção dos Dados
Os dados obtidos para a análise proposta foram coletados em ofertas de
empregos, para todo o Brasil, disponíveis em sites, classificados em geral e editais para
concursos e processos seletivos. Todas as fontes encontradas foram consultadas uma
única vez, com o intuito de não se contabilizar a mesma oferta duas vezes. Da mesma
forma, quando identificados dados em comuns em fontes diferentes, excluía-se a
segunda informação. O levantamento dos dados foi realizado em um período de trinta
dias.
Com os dados apontados pelo mercado, indubitavelmente surge a curiosidade
em saber o que e quanto as escolas oferecem de subsídios para esse mercado. Assim,
através de alunos do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da UFSCar,
Universidade Federal de São Carlos, foi obtido, informalmente, os currículos dos cursos
de Biblioteconomia das escolas do Estado de São Paulo.
Foram analisadas cento e quatorze ofertas de emprego para bibliotecários.
Dentre as ofertas foram identificados e quantificados todos os requisitos solicitados para
cada vaga.
Os requisitos foram agrupados da seguinte forma:
•
Experiência – para toda e qualquer solicitação de experiência anterior, solicitação
essa que oscilou entre um e cinco anos;
•
Arquivo/Arquivística – conhecimentos de técnicas em arquivística, documentação,
noções de arquivo;
•
Informática – prática de informática, conhecimento de redes, uso de bases de dados,
automação de bibliotecas, Micro Isis, pacote Office, PowerPoint, Internet;
•
Desenvolvimento de Projetos – elaboração de projetos;
•
Laudos Técnicos;
•
Língua Inglesa – conhecimento solicitado em vários níveis, desde o básico ao
avançado, fluência;
•
Processamento Técnico –
técnicas de indexação, catalogação, classificação,
cadastramento de livros, conhecimentos específicos da área;
�•
Serviço de Referência – conhecimento de uso e recursos para a recuperação da
informação, atendimento ao usuário, controle de entrada e saída de livros,
conhecimentos específicos da área, levantamento bibliográfico, normalização de
publicações, orientação de consulentes, elaboração de bibliografias;
•
Aquisição – procedimentos para aquisição de material bibliográfico, formação de
acervos;
•
Administração – cargos de gerência, gestão de recursos humanos, planejamento;
•
Editoração – noções de técnicas editoriais para publicações de livros e periódicos.
A estratificação das disciplinas seguiu o seguinte critério:
•
Processamento Técnico –
representação descritiva, linguagem de indexação,
tratamento
representação
da
informação,
temática,
linguagens
documentárias,
construção de tesauro, indexação e resumos, organização de coleções, materiais não
convencionais;
•
Serviço de Referência – fontes de informação, disseminação da informação, fontes
bibliográficas, serviço de referência e informação, orientação bibliográfica, usuários
da informação, psicologia do usuário, redes de informação, educação do usuário,
usos e usuários da informação, recuperação da informação, estudo do usuário;
•
Administração
–
teoria
da
administração,
administração
de
bibliotecas,
planejamento bibliotecário, marketing de bibliotecas, gestão da preservação em
unidades de informação, gestão de acervos informacionais, gestão financeira para
unidades de informação, gestão de pessoas em unidade de informação;
•
Práticas para Elaboração de Projetos – métodos e técnicas de pesquisa, TCC
(trabalho de conclusão de curso), teoria e méto dos de pesquisa, projeto experimental
em Biblioteconomia, documentação da pesquisa científica, métodos quantitativos
aplicados à Ciência da Informação, projetos de pesquisa;
•
Língua Inglesa – língua inglesa, inglês instrumental, língua estrangeira moderna;
•
Editoração – editoração;
•
Informática – introdução à informática, automação de bibliotecas e/ou unidades de
informação, documentação e informática, tecnologias de informação, informática
aplicada à Biblioteconomia, introdução à análise de sistemas, geração e uso de base
de dados, informática documentária;
�•
Arquivo/Arquivística
–
técnicas
de
arquivo,
documentação,
introdução
à
organização de arquivos, organização de arquivos fotográficos, arquivologia,
organização de documentação arquivística, difusão da informação de arquivos;
•
Aquisição – formação e desenvolvimento de coleções.
3 O que o mercado pede
Para melhor apresentação das informações obtidas pelos dados do mercado de
trabalho foi elaborada seguinte tabela:
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Requisitos
Experiência
Informática
Arquivo/Arquivística
Língua Inglesa
Processamento Técnico
Serviço de Referência
Administração
Desenvolvimento de Projetos
Aquisição
Editoração
Laudos T écnicos
Total
Ocorrências
74
46
37
33
31
22
10
6
6
2
1
268
%
28%
17%
14%
12%
12%
8%
4%
2%
2%
1%
0%
100%
- Experiência - a experiência nada mais é senão a aplicação prática dos
conhecimentos teóricos. Dessa maneira, é importante lembrar que os conhecimentos
específicos da profissão encontram-se nas áreas de Processamento Técnico e Serviço de
Referência e que esse dado só vem a confirmar a imprescindibilidade deste referencial
para o bibliotecário. A ênfase na experiência caracteriza uma preocupação do mercado
de trabalho em empregar profissionais com conhecimento prático da realidade da
profissão, e ao, mesmo tempo, indica que o empregador não tem interesse no recémformado à primeira vista. Este desinteresse está vinculado possivelmente a dois fatores:
a necessidade de um profissional apto a iniciar o trabalho e a produzir imediatamente
após sua admissão, ou seja, não há tempo para treinamentos e capacitações, e/ou,
conhecimento das lacunas disciplinares existentes e fundamentais para o exercício da
profissão nos recém-formados, resultado de currículos que não atendem às necessidades
do mercado de trabalho. Pode-se questionar, nesta altura, onde estariam todos os recémformados em Biblioteconomia e Ciência da Informação. Responde-se, enfatizando que
�esta é feita apenas através da lógica e não de comprovação formal (e por isso, exposta a
limitações), que os recém-formados estão sendo absorvidos pelo mercado de trabalho
mesmo sem preencherem todos os requisitos solicitados. Esta absorção ocorre devido à
grande procura por este profissional gerada pela importância dada à informação no
cenário atual.
- Informática - seguindo uma tendência atual, gerada pela inserção dos processos
automatizados nas diferentes rotinas de trabalho e como sinônimo do acesso ao mundo
globalizado, o conhecimento prático da informática aparece como segundo item
necessário para a entrada no mercado de trabalho.
- Arquivos/Arquivística - é clara a preocupação do mercado de trabalho com as
questões relacionadas ao tratamento e gerenciamento de arquivos, visto que este item
representa o terceiro requisito mais solicitado pelos empregadores. Traduz-se disto que
há uma procura significativa por profissionais com conhecimento de Arquivística e de
Documentação, e, de forma indireta, de disciplinas relacionadas à estas. Esta
preocupação do mercado sugere ainda a valo rização do objeto informação dentro da
organização e a consciência da necessidade de tratá-la a fim de tê-la como matériaprima que contribui para o seu sucesso.
- Língua Inglesa - o conhecimento da língua inglesa aparece como quarto
requisito mais solicitado pelo mercado de trabalho. A exigência deste conhecimento
pode estar atrelada ao início do processo de globalização. No âmbito da
Biblioteconomia e da Ciência da Informação, este conhecimento é vital no exercício de
atividades que são a essência da profissão, como a organização e a recuperação da
informação.
- Processamento Técnico - os processos técnicos tradicionais da Biblioteconomia
e Ciência da Informação representam parte significativa dos requisitos necessários para
a entrada do bibliotecário no mercado de trabalho, identificado neste estudo como
quarto requisito mais solicitado assim como a língua inglesa. Comumente vistos como
procedimentos que estão sendo substituídos por procedimentos automatizados e que,
por isso, não se faz necessário sabe-los com profundidade, o mercado de trabalho
confirma, através de suas necessidades, que o conhecimento teórico e prático destes
�processos é parte do próprio exercício da profissão, seja o ambiente de trabalho
permeado ou não pelas tecnologias de informação.
- Serviço de Referência - do mesmo modo que o item anterior, o mercado de
trabalho vem novamente confirmar, através das suas exigências, que as atividades
relacionadas ao serviço de referência também são parte do próprio exercício do
bibliotecário, e que, mesmo diante de todas as tecnologias da informação, a função do
bibliotecário como intermediador entre informação e usuário é imprescindível para o
êxito de um sistema de informação.
- Administração - fundamental para todas as áreas, a administração mostrou um
diferencial em vagas para cargos de gerência e/ou chefias em bibliotecas.
- Desenvolvimento de projetos - parte da administração, a elaboração de projetos
foi apresentada de forma isolada, em função do número da carga horária destinada ao
assunto dentro dos currículos e demonstra uma preocupação do mercado em uma
tendência diferenciada da administração.
- Aquisição - item que inclui diferentes tipos de conhecimentos, desde os
administrativos às fontes de informação, o que mostra a necessidade do mercado de um
profissional com conhecimentos diferenciados.
- Editoração - com uma freqüência menor, o especialista em editoração também
faz parte da demanda do mercado de trabalho.
- Laudos Técnicos - com uma única aparição, a exigência na elaboração de
laudos técnicos mostra a diversidade de conhecimentos necessários para o profissional
da Biblioteconomia e Ciência da Informação.
Além dos conhecimentos formais, identificou-se um conjunto de habilidades
individuais que o mercado de trabalho anseia para o profissional. São elas: dinamismo,
boa redação, técnicas de negociação, liderança, ser comunicativo e organizado e ter bom
relacionamento interpessoal. Tais habilidades podem ser desenvolvidas em várias
disciplinas e no próprio ambiente universitário, mas existem dificuldades em identificálas nas disciplinas ou ainda criar disciplinas exclusivas para o desenvolvimento de
habilidades em geral.
�4 O que a escola forma
A distribuição da carga horária entre as Escolas de Biblioteconomia e Ciência da
Informação do Estado de São Paulo apresentam-se da seguinte maneira:
Disciplinas | Escolas de Biblioteconomia
Áreas
| Carga Horária
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Processamento Técnico
Práticas para elaboração de Projetos
Administração
Serviço de Referência
Informática
Língua Inglesa
Arquivo/Arquivística
Aquisição
Editoração
Carga Horária Total
Escola A Escola B Escola C Escola D Escola E Escola F Escola G
Total
%
448
3221
27%
384
64
2075
18%
192
256
1988
17%
306
192
160
1682
14%
102
352
160
1112
9%
144
0
128
160
654
6%
0
72
170
0
32
469
4%
30
180
72
0
64
64
410
3%
60
0
0
72
34
0
32
198
2%
1.605
1.810
1.764
1.656
1.870
1.728
1.376
420
555
648
360
374
416
405
390
144
144
544
240
240
432
288
340
240
280
288
216
120
90
0
288
60
90
72
60
135
0
11.809 100%
O levantamento da carga horária foi feito somente em função da demanda do
mercado de trabalho, assim, só foram elencadas as área que apresentam um conteúdo
relacionado com esta demanda.
De acordo com a distribuição da carga horária apresentada pelas escolas,
podemos verificar que o maior tempo, entre as áreas utilizadas para o estudo, é atribuído
para as disciplinas relacionadas ao processamento técnico. A seguir pode-se notar que
um longo período é destinado para a elaboração de projetos, muito deste tempo é
exigido em função da necessidade da confecção do trabalho de conclusão de curso,
exigido para a obtenção do título de bacharel.
A terceira maior carga horária é para as disciplinas relacionadas com a
Administração, indicando uma preferência das escolas na formação de um profissional
habilitado para cargos gerenciais.
O Serviço de Referência aparece em quarto lugar, confirmando a necessidade do
alto número de horas para conhecimentos específicos em Biblioteconomia e Ciência da
Informação.
De forma variada, o ensino de Informática aparece com uma carga horária
pequena, sendo o quinto item entre as disciplinas estudadas.
�As
disciplinas
relacionadas
às
áreas
de
Língua
Inglesa,
Editoração,
Arquivo/Arquivística e Aquisição foram identificadas com um número reduzido de
horas, sendo que, em alguns currículos tais disciplinas não foram constatadas.
5 Conclusão
Considerando o item Experiência como o mais requisitado pelo mercado, não há
como o currículo atender esta expectativa, uma vez que esta é uma aquisição obtida
após a formação escolar. Disciplinas que contam com uma atividade prática ou mesmo
o estágio supervisionado realizado na graduação não são entendidos pelo mercado como
uma prática profissional. Vale enfatizar que, a soma das horas das áreas de disciplinas
relacionadas ao Processamento Técnico e ao Serviço de Referência, constituem um
percentual significativo dentre as demais e representativa do referencial teórico
necessário para a prática bibliotecária.
As disciplinas voltadas para as áreas de Administração e Gestão de Bibliotecas
e/ou Sistemas de Informação, incluindo todas as suas peculiaridades, são oferecidas
com carga horária satisfatória tendo em vista a solicitação do mercado de trabalho.
Mesmo que tópicos específicos, aqui estudados, apareçam em determinadas
disciplinas, já que não foram analisadas as ementas das disciplinas, de acordo com o
resultado deste estudo pode-se dizer que alguns destes tópicos deveriam formar
disciplinas específicas, de modo a oferecer um maior número de horas e,
consequentemente, um maior aprofundamento do assunto. Encaixam-se nesta situação
os tópicos: Arquivo/Arquivística, Editoração e Aquisição. Importante ressaltar que,
excluindo Experiência, o item de Arquivo/Arquivística é o segundo mais exigido pelo
mercado.
A Língua Inglesa e a Informática, embora constem como disciplinas específicas,
talvez merecessem uma maior carga horária, visto que são duas áreas muito requisitadas
pelo mercado de trabalho e, possivelmente, procuradas pelos profissionais em cursos de
atualização e/ou reciclagem.
Mudanças fazem parte do cotidiano de todas as profissões, toda e qualquer
evolução implica em mudanças. O mercado de trabalho ao mesmo tempo que gera
mudanças, também reage às mudanças. Assim, para que as escolas garantam egressos
�aptos a este mercado, é preciso que as mudanças ocorram também no nível curricular.
Tendo consciência das barreiras que dificultam as mudanças curriculares, como o tempo
despendido para análise, planejamento e aprovação de novas disciplinas, não há como
negar a necessidade de revisões curriculares periódicas de modo a garantir a qualidade
do ensino e, consequentemente, atender a demanda do mercado aliada a boa imagem do
profissional bibliotecário.
6 Referências Bibliográficas
BARBOSA, R.R. Perspectivas profissionais e educacionais em Biblioteconomia
Ciência da Informação. Ciência da Informação, v.27, n.1, p.53-60, 1998.
e
GUIMARÃES, J.A.C. Moderno profissional da informação: elementos para sua
formação no Brasil. Transinformação, v.9, n.1, p.124-137, 1997.
OCHOLLA, D.N. Curriculum response to a changing national and international
information environment: theoretical and methodological paradigms on review and
revision. Education for information, v.19, n.2, p.143-167, 2001.
SOUZA, M.A. Perfil profissional do bibliotecário no mercado de trabalho da cidade de
São Paulo. Transinformação, v.8, n.1, p. 158-166, 1996.
TARAPANOFF, K. Perfil do profissional da informação no Brasil: diagnóstico de
necessidades de treinamento e educação continuada. Brasília: IEL/DF, 1997.
TEIXEIRA FILHO, J. Qual é o futuro dos profissionais da informação? Disponível
em <http://www.informal.com.br/artigos/a20091999001.htm> Acesso em: 5 abril 2002.
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
O bibliotecário das universidades do Século XXI: o que o mercado pede o que a escola forma.
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Cristianini, Gláucia Maria Saia
Moraes, Juliana de Souza
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
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An account of the resource
Aborda o perfil do profissional da informação de acordo com as habilidades exigidas pelo mercado de trabalho
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PRODUÇÃO INTELECTUAL DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNICAMP :
O GERENCIAMENTO DAS DISSERTAÇÕES E
TESES DIGITAIS PELA BIBLIOTECA
Gildenir Carolino Santos
Rosemary Passos
Sérgio Ferreira do Amaral
Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Educação
Av. Bertrand Russel, 801 – Cidade Universitária
Campinas – São Paulo - Brasil
gilbfe@unicamp.br / bibrose@unicamp.br / amaral@unicamp.br
1. INTRODUÇÃO
Há um abismo entre os novos meios de comunicação e seu público. Os meios de
guarda e divulgação das informações atualmente, centralizam o acesso em locais específicos o
que gera um grande problema de restrição ao acesso à informação. A tendência que se observa
para o futuro é que ela esteja ao alcance das pessoas, não importando o local físico ou
localidade.
Atualmente ao passarmos de suportes materiais, ou analógicos, para suportes digitais,
estamos experimentando a ausência de limitações ou pontos de apoio com que estávamos
acostumados no meio analógico.
Ao mudarmos para o universo digital e/ou virtual, não teríamos limite de tamanho para
uma página (até o conceito de página é questionável), o acesso seria rápido e possível através
de Robots (software) de busca, o espaço físico ocupado reduzir-se-ia drasticamente e a mídia
poderia ser conservada por períodos de tempo incomparavelmente maiores que o sistema
analógico. Mas, isso seria apenas a metade do caminho andado, toda essa informação depois
de digitalizada, ainda estaria restrita aos centros de produção e veiculação sejam eles
bibliotecas de universidades, instituições de pesquisa, etc.
Como fazer para promover a distribuição coletiva dessa informação? Como fazer para
que ela seja útil e disponível a um número cada vez maior de pessoas? Uma das alternativas
�possíveis, seria tornar acessível parte dessa mídia já digitalizada e existente em bancos de
dados diversos, através do maior meio de disseminação de informação existente atualmente, a
Internet, através de uma biblioteca digital. Para tanto, pensamos na elaboração de um estudo
de viabilidade, para que este projeto de uma biblioteca digital de teses e dissertações na área
de Educação fosse possível.
Essa
melhoria
na
disseminação
de
informatização,
justificaria
o
investimento
necessário, um software de controle poderia ser usado, a digitalização ou escaneamento do
material poderia ser realizado por pessoas com treinamento técnico, páginas e mais páginas de
texto e documentação poderiam ser lidos por programas como o Acrobat, que possui 99% de
acerto na leitura e coloca diretamente o material lido em editores de texto como o Word.
2. BIBLIOTECA DIGITAL DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
O projeto Biblioteca Digital, foi uma iniciativa da Biblioteca da Faculdade de
Educação da Universidade Estadual de Campinas (BFE-UNICAMP), em disponibilizar em
meio eletrônico, as dissertações e teses, defendidas na Unidade, através de autorização direta
com os autores.
Devido a grande procura para cópia ou mesmo empréstimo do material, e pelo motivo
de espaço físico, a BFE está inovando com sua experiência, em sociabilizar as informações de
modo que todos tenham acesso e possam adquirir gratuitamente o material desejado, visto que
os exemplares impressos encontram-se encadernados, e para preservá-los encontrou-se a
melhor forma de tornar disponível o acervo das teses em formato digital.
Desde 1997, a BFE possui mais de 300 trabalhos, formatados e armazenados em
disquetes e/ou CD-ROM, conforme acordo mantido com a Coordenação de Pós-Graduação da
Faculdade de Educação (CPG-FE), para preservação da memória e da conservação do material
impresso.
�Alguns dos autores, não autorizam a extração completa dos arquivos, apenas dados
essenciais
como
sumário,
resumo,
bibliografia,
que
ficam
registrados
em
formulário
padronizado fornecido pela CPG-FE durante a finalização para a defesa dos trabalhos na Pós.
A idéia de compor uma equipe para auxiliar na execução do Projeto, foi iniciativa da Direção
da Biblioteca, em que apostou confiantemente na formação do grupo. Hoje contamos com
pessoas competentes da própria Biblioteca, que manifestaram interesse em participar e
colaborar nas árduas etapas do Processo de Digitalização dos materiais.
Todas as teses e as dissertações autorizadas para publicação na Web, também terão um
link direto na base de dados Acervus da UNICAMP, gerenciada pelo software VIRTUA, onde
basta apenas executar o levantamento, e aquelas que se encontrarem com link multimídia,
poderá ser acesso o conteúdo completo do material. Para que isto aconteça, basta apenas
possuir instalado no computador pessoal ou de trabalho, a cópia do software Acrobat Reader
da Adobe1, que disponibiliza gratuitamente o software para execução de download pela
Internet. (UNICAMP, 2000).
3. OBJETIVOS
Entre os objetivos desejáveis para a concretização do projeto, acreditamos nos
seguintes (UNICAMP, 2002):
•
Disponibilizar em meio digital, as teses e as dissertações produzidas na Faculdade de
Educação.
•
Reunir um acervo digital especializado em Educação, com intuito de tornar-se uma
Biblioteca Digital 24 horas.
•
Buscar parcerias internas ou externas a UNICAMP, para a divulgação das teses e das
dissertações digitais.
•
Otimizar espaço físico, preservando apenas um exemplar impresso para a conservação
da memória, e dispor de mais exemplares a comunidade através da Biblioteca Digital.
1 Consulte o site da Adobe em: www.adobe.com.br
�4. TESES E DISSERTAÇÕES : CONCEITO
Teses e dissertações são documentos originados das atividades dos cursos de pósgraduação. Esses cursos visam principalmente a capacitar professores para o ensino superior,
além de formar pesquisadores e profissionais de alta qualificação em vários níveis. No nível
de mestrado, o aluno, para obter o título de mestre, deve, além de completar um curso formal,
elaborar uma dissertação consistindo em um trabalho de pesquisa que demonstre sua
capacidade de sistematização e domínio do tema e da metodologia científica. Já no nível de
doutorado, o aluno deve produzir uma tese que envolva uma revisão bibliográfica adequada,
sistematização
das
informações
existentes,
planejamento
e
realização
de
trabalho
necessariamente original. (CAMPELLO, 2000).
Segundo Campello (2000), no Brasil, o termo dissertação está associado ao grau ou
título de mestre, e o termo tese ao grau de doutor. É importante observar que em outros países
os termos são usados de maneira diversa. Na Grã-Bretanha, tese (thesis) é normalmente
utilizado para descrever todo o gênero, independentemente do grau acadêmico a que se refere,
enquanto que nos Estados Unidos e na Europa continental, o termo mais utilizado é
dissertação (dissertation).
Com a entrada da Internet nos meios de comunicação, houve uma grande mudança nos
conceitos tradicionais, passando a entrar neste universo também, o termo tese eletrônica, que
significa a disponibilização em forma digital da versão original impressa, a qual é nosso foco
neste artigo.
5. TESES E DISSERTAÇÕES NO MUNDO : CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
As teses e dissertações tiveram origem nas universidades medievais que, desde o
século XII, conferiam graus
acadêmicos. As universidades, naquela época, eram muito
diferentes das atuais, formais e burocráticas, e consistiam de associações informais de
estudantes e professores. O emprego de professor em uma universidade medieval quase
sempre implicava no estabelecimento de um contato direto com os estudantes, que pagavam
determinada quantia pelas aulas ministradas. (CAMPELLO, 2000).
�Com o aumento do número de comunidades universitárias, houve a necessidade de
proteger a reputação do ensino do ensino das melhores escolas, e isso forçou o aparecimento
de um sistema que pudesse assegurar a competência dos novos docentes. Assim, os candidatos
a professor nessas comunidades deveriam submeter-se a um processo de avaliação de
conhecimentos, dirigido por um grupo de docentes mais antigos do estabelecimento.
No século XIII, na Universitá degli Studi di Bologna, a avaliação era feita em duas
etapas: um exame público e outro privado; o primeiro era o verdadeiro teste de competência,
sendo o exame público uma formalidade. Para o exame privado o candidato era apresentado
por um patrocinador (isto é, um professor que já lecionasse no estabelecimento) e deveria
fazer exposição oral sobre dois assuntos escolhidos no momento
pelo grupo de examinadores.
O candidato tinha algumas horas para preparar a apresentação dos temas, auxiliado pelo
patrocinador. Em seguida à apresentação, era argüido por dois professores escolhidos pelo
grupo, sendo que todos os outros poderiam propor questões. O processo concluía-se com uma
votação, e a maioria simples dos votos era suficiente para a provação do candidato.
(CAMPELLO, 2000).
Atualmente, as práticas para a atribuição de graus acadêmicos variam de país para país
e de universidade para universidade; dentro de uma mesma instituição de ensino superior pode
haver variações no processo, de uma escola para outra. Os cursos de pós-graduação das
universidades brasileiras conferem títulos de mestre e de doutor que, na carreira acadêmica,
permitem que o titulado exerça as funções de professor assistente e adjunto, respectivamente.
A proliferação dos cursos de pós-graduação no mundo inteiro reflete os esforços feitos
para a formação de pesquisadores, e a manutenção de curso de pós-graduação strictu sensu2 ,
isto é, nos níveis de mestrado e doutorado, confere às universidades um grande privilégio. No
Brasil, a maioria delas despendeu muito esforço nos últimos anos, não só criando novos
2 No Brasil os programas de pós-graduação se estruturam em três níveis: especialização, mestrado e doutorado.
�cursos, como também melhorando a qualidade dos já existentes, de forma a obter o conceito
mais alto nas avaliações da CAPES3
6. TESES DIGITAIS DO SISTEMA DE BIBLIOTECA DA UNICAMP
O Sistema de Bibliotecas da UNICAMP
(SBU) tem se empenhado ao máximo para
viabilizar a difusão de informação científica e tecnológica.
Recentemente, uma equipe formada por profissionais da UNICAMP tem a participação
de bibliotecários4
e docentes5, que, por meio de um trabalho de cooperação, busca soluções
para a implementação da Biblioteca Digital de Teses. O grupo de trabalho conta ainda com o
suporte técnico de profissionais da área de informática6, para darem suporte n a área técnica.
Esta equipe foi indicada através de portaria para criarem o a Biblioteca Digital de Teses da
UNICAMP, a qual engloba a Biblioteca da Faculdade de Educação, que tem como base inicial
a disponibilização na íntegra, dos trabalhos desenvolvidos e apresentados por mestrandos e
doutorandos da universidade na Internet.
A proposta tem em vista, assim como a biblioteca digital da Faculdade de Educação, a
agilidade na divulgação e
obtenção da informação; a disponibilização online para a
comunidade acadêmica interna e de outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais;
o uso simultâneo do documento por pesquisadores; acesso 24 horas; biblioteca acessível a
diferentes classes de usuários; a preservação dos originais; a racionalização dos espaços com
armazenamento em formato eletrônico/digital; e a oferta de suporte às iniciativas de ensino a
distância (EAD) na UNICAMP. (UNICAMP, 2002).
3
Coordenadoria de Aperfeiçoamento e Pesquisa em Ensino Superior – agência de fomento responsável pelo
financiamento da pós-graduação das instituições de ensino superior no Brasil.
4 Luiz Atílio Vicentini (BC); Gildenir Carolino Santos (FE); Rita Aparecida Sponchiado, do Instituto de Física
(IFGW); Valéria dos Santos Gouveia Martins (BC); Regina Aparecida Blanco Vicentini (BC); Sandra Lúcia
Pereira (FCM); Célia Maria Ribeiro (BC) e Gilmar Vicente (BC).
5 Professor Sérgio Ferreira do Amaral (FE) e Professor Janito Vaqueiro Ferreira (FEM).
6 Rubens Queiroz de Almeida (CCUEC) e Marcos Dario Garcia Sae (BC).
�O projeto do SBU vem ao encontro da expectativa de muitos pesquisadores em poder
ver futuramente seus trabalhos – atualmente em formato impresso, com uso restrito de
pesquisadores de sua área – atingindo sua proposta social, acessível a usuários do mundo todo.
A produção arquivada em formato impresso restringe a difusão de pesquisas.
O que impulsionou
a equipe do projeto a criar a Biblioteca Digital de Teses é a
responsabilidade legada ao SBU de difundir e disseminar as produções acadêmicas. Conforme
dados estatísticos do anuário da universidade, a produção intelectual da UNICAMP chega a
aproximadamente mil teses por ano. Acreditamos que, a divulgação por meios eletrônicos,
utilizando meios de comunicação e informação, ruma para a criação de um significativo
acervo de informação de domínio público, acessível a qualquer pessoa.
Atualmente, de acordo com as formalidades finais de defesa para o preenchimento de
formulários exigidas por cada Coordenadoria de Pós-Graduação da UNICAMP, são
encaminhados dois exemplares impressos à Biblioteca Central para a inserção no Catálogo
Eletrônico Referencial – Acervus.
Após a inclusão, um exemplar retorna à biblioteca de origem e outro fica no Banco de
Teses Impressas como depósito legal da Produção Científica da Universidade, que atrapalha o
acesso ao documento até o fim destes processos burocráticos.
7. BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E DISSERTAÇÕES BRASILEIRA
O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) vem
coordenando, nestes últimos anos, um sistema cooperativo que integra, em uma única base de
dados, referências bibliográficas provenientes de 17 instituições de ensino superior (IES). Esta
base conta atualmente com cerca de 121.000 registros. Embora seja uma iniciativa importante,
este sistema tem sua abrangência limitada. Não só há restrições quanto à cobertura das teses
produzidas por brasileiros como as informações registradas referem-se tão somente à
descrição bibliográfica do documento.
�Com a proliferação de tecnologias de informação e comunicação que viabilizam a
publicação
eletrônica de textos completos, diversas instituições em nível nacional e
internacional iniciaram ações para a disponibilização dos textos completos desse tipo de
documento em rede de computadores. Seguindo essa tendência, no ano passado (2001) o
IBICT formou um grupo de estudo para analisar questões tecnológicas e de conteúdo
relacionadas com a publicação de teses e dissertações na Internet. Esse grupo, formado por
especialistas da Bireme7, CNPq, IBICT, USP, PUC-Rio e UFSC e consultores contratados
pelo Instituto, com base em experiências internacionais e considerando necessidades de
informações nacionais, propôs um padrão de metadados para o intercâmbio de informações de
teses e dissertações. Este padrão, expresso em uma DTD (Data Type Definition) não só inclui
itens de dados relativos à descrição e localização de informações de teses e dissertações como
também incorpora itens de dados que possibilitam a gestão dessa informação e a interligação
entre fontes de informação. (IBICT, 2002).
Em fins de 2001, foi desenvolvido um projeto-piloto onde três das instituições
representadas no grupo de estudo enviaram uma amostra dos metadados das teses e
dissertações publicadas em seus servidores, seguindo o padrão então estabelecido. A base de
dados gerada, embora apresentando alguns erros de conversão de formatos, comprovou a
viablidade da solução proposta. Ajustes finais nesse padrão estão atualmente em andamento.
Considerando essas duas iniciativas: a base cooperativa de referências bibliográficas de
teses e dissertações e a base de metadados de teses e dissertações publicadas em meio
eletrônico, o IBICT propôs a criação do Consórcio Brasileiro de Teses e Dissertações. (IBICT,
2002).
O consórcio está sendo formado por instituições de ensino superior que cooperam com
o Instituto seja por meio do envio de referências bibliográficas sobre as teses e dissertações
defendidas e aprovadas localmente, seja por meio da disponibilização de informações sobre a
localização eletrônica dos textos integrais desse tipo de documento. O consórcio, integrando
7 Bireme
– Centro de Informações em Ciências da Saúde para a América Latina e do Caribe.
�essas duas iniciativas, passa a ser o principal alimentador da Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações - BDTD. (IBICT, 2002).
Do ponto de vista do usuário final, ao acessar a BDTD, este poderá realizar buscas de
forma unificada a informações de teses e dissertações existentes nas diversas instituições
consorciadas. Existindo cópias em meio eletrônico dos textos integrais destes documentos,
estas poderão ser acessadas a partir de ponteiros de hipertexto que irão recuperá-las no
servidor da instituição provedora da informação. Na inexistência de versão eletrônica do
documento desejado, o usuário poderá solicitar cópia do mesmo por meio do serviços de
Comutação Bibliográfica - COMUT.
O desenvolvimento da BDTD ocorre no âmbito do programa da Biblioteca Digital
Brasileira e, portanto, vale-se das soluções tecnológicas que vem sendo adotadas naquele
programa. A tecnologia de coleta automática de metadados (harvesting) será particularmente
importante na implementação da BDTD.
A BDTD se operacionalizará por meio da geração de uma base centralizada de
metadados. Enquanto que na fase inicial do projeto as instituições consorciadas enviam
arquivos de metadados para alimentar a base centralizada, numa segunda fase, quando o
processo de coleta automática de metadados estiver implantado no IBICT, este processo será
capaz de ir buscar os metadados diretamente nos servidores das instituições provedoras das
informações. (IBICT, 2002).
8. METODOLOGIA DA BIBLIOTECA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
A metodologia utilizada pela BFE para o processamento das teses e dissertações digitais
foi constituída
em seis etapas. A primeira etapa foi a elaboração de documento que procede
com a elaboração de um formulário de Autorização dos Direitos Autorais (ADA) que
reconhecesse a importância do depósito da tese ou dissertação em meio magnético na
biblioteca e sem complicações na Internet. Nesta etapa foi realizada ações junto a CPG-FE,
através da elaboração de um documento, visando estabelecer a forma de encaminhamento das
�futuras teses e dissertações impressas e em formato eletrônico à biblioteca, e o resgate das já
defendidas e existente em formato eletrônico.
Iremos descrever as etapas desta metodologia ao decorrer deste trabalho, porém
poderemos sintetizar este início, conforme observa-se na FIG. 1 a seguir:
1. Recolhimento dos
Direitos Autorais no
momento da elaboração
da ficha
2. Recebimento do
material (CD ou Disquete)
da Pós-Graduação
4.
Conversão dos
arquivos (JPG,
DOC) em PDF
3. Processamento
técnico temporário
(identificação)
5.
Salvamento dos
arquivos parciais e
integrais no
servidor
6. Preparação da
página em HTML e
disponibilização do site
na Internet
FIGURA 1 – Fluxo resumido da metodologia utilizada pela BFE
8.1 Recolhimento dos Direitos Autorais
O primeiro passo para o processamento da reformatação das teses é o recolhimento dos
direitos autorais. Este procedimento acontece no momento em que o usuário comparece na
biblioteca para a elaboração da ficha catalográfica, que é obrigatória para a defesa e entrega
dos documentos para a CPG-FE. Entrevista-se o usuário e este é informado sobre o projeto de
construção da biblioteca digital. Se há concordância do usuário em participar do projeto, é
preenchido um formulário com controle seqüencial, contendo os seguintes dados, conforme
apresentados na FIG. 2:
1.Autor
Formulário ADA
4.Orientador
2.Título
5.Data de Defesa
3.Grau
6.E-mail
FIGURA 2 - Conteúdo do formulário da Autorização dos Direitos Autorais
O usuário assina duas cópias impressas do documento, e a direção da biblioteca também.
Uma das cópias, é entregue ao usuário, e a outra permanece na biblioteca, como registro do
repasse dos direitos autorais da publicação para disponibilização na Web, isentando a
biblioteca de qualquer irregularidade que possa ocorrer.
�8.2 Recebimento do material: disquete ou CD-ROM
No momento da entrega da documentação para a defesa, o usuário entrega uma cópia
de sua tese ou dissertação na
CPG-FE, a qual será depositada na biblioteca. A CPG-FE
fornece ao usuário um formulário, que será preenchido com seus dados e autorizando ou não a
disponibilização do material para cópia de terceiros
Logo após o disquete ou CD, são encaminhados à biblioteca, juntamente com o
formulário para permissão de cópias.
8.3 Processamento técnico temporário e leitura dos arquivos (DOC – GIF – JPG)
O material recebido na
relacionados os
biblioteca é registrado em um bando de dados, onde são
dados de autor, título, n. de chamada e quantidade de disquetes ou CD
entregues, a seguir os disquetes ou CDs são arquivados, no aguardo dos próximos passos da
digitalização.
Os arquivos recebidos, são abertos para verificar qual o formato utilizado para gerar o
documento. Alguns possuem extensão DOC, outros já estão em
PDF, existem ainda arquivos
que possuem imagens separadas nos formatos GIF ou JPG, ou ainda BMP.
8.4 Tratamento automatizado dos arquivos e conversão para formato PDF
Após verificar qual formato do arquivo, os arquivos em DOC, são separados dos
demais, para serem convertidos em PDF. O arquivo recebido em DOC e que está autorizado
para disponibilizar na Internet, é copiado para um diretório temporário e a seguir, inicia-se o
processo para a conversão em PDF, clicando no ícone Adobe do software Acrobat Write
(versão atual da biblioteca é 4.05). Surge na tela o histórico de conversão e porcentagem de
conclusão da conversão. Na FIG. 3, podemos observar a simulação para conversão do formato
PDF a seguir:
�Transformação
em PDF
Arquivo DOC
recebido em
CD-ROM
Salvamento no
Servidor
Seleção
dos
Arquivos
FIGURA 3 – Processo de conversão de documentos DOC em PDF
8.5 Salvamento dos arquivos integrais e parciais
Ao término do processo de conversão para PDF, aparece na tela do computador, uma
janela indicando o diretório onde o arquivo convertido será salvo, e por se tratar de um
arquivo aberto, salva-se sem senha de proteção no diretório onde contém os dados do site da
Biblioteca Digital. Os arquivos fragmentados que vem no disquete são salvos cada um com os
seus
nomes
específicos
convertidos
em
PDF.
Exemplo:
Resumo,
Abstract,
Sumário,
Introdução, etc.
8.6 Design e inclusão de itens na página em HTML para acesso na Web
O site da Biblioteca Digital é elaborado através do software FrontPage8, que permite
um design simples e fácil de acessar. Os dados do design da página são alterados em HTML,
salva-se os arquivos da página; formata-se no padrão das páginas que fazem parte do site da
Biblioteca Digital e coloca-se no formulário apropriado para busca.
Alterando o design, são incluídos os dados necessários a recuperação do documento na
Internet em HTML, a saber :
•
Autor: digita-se o nome do autor de forma direta.
•
Título: digita-se o título e o subtítulo da tese ou dissertação.
•
Grau (mestrado ou doutorado): digita-se o grau do trabalho.
•
Ano: digita-se o dia, o mês e o ano em que a tese ou dissertação foi defendida.
�•
Autorização dos Direitos Autorais (ADA): digita-se o n.º de controle dos direitos autorais.
•
Resumo: digita-se o resumo da tese ou dissertação, conforme apresentado no original.
•
Conteúdo (trabalho completo ou em partes): nesta etapa, após inserir o trabalho completo
ou as partes, como Capa, Introdução, Resumo, Abstract, etc., faz-se um link para acessar o
documento.
Os trabalhos convertidos em PDF, são armazenados no servidor da biblioteca e
disponibilizados no site da Biblioteca Digital, onde é permitido ao público interno e externo da
universidade,
o acesso aos dados completos ou até a execução de download de cópias das
teses e dissertações, de acordo com o site abaixo:
FIGURA 4 – Tela de acesso ao site da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da BFE
9. COOPERAÇÃO EM PROJETOS INTERNACIONAIS
Na oportunidade de disponibilizar o acesso as teses digitais da Faculdade, e com o
intuito de tornar-se uma das bibliotecas a disponibilizar o seu acervo via Internet, a BFE
tornou-se membro da Networked Digital Library of Theses and Dissertation (NDLTD)9, que
facilitou a divulgação do trabalho realizado na biblioteca da Faculdade.
8 O software FrontPage usado na BFE
9 http://etd.vt.edu
é a versão FP2000.
�Por estar participando deste consórcio, a UNICAMP, em vez de apenas a Faculdade de
Educação, solicitou inclusão dela num todo.
A NDLTD, foi uma das primeiras instituições a criar o conceito de teses e dissertações
eletrônicas (ETDs), este conceito foi discutido e aberto por profissionais de informação em um
encontro em Ann Arbor (EUA), organizado pela University Microfilm International (UMI) em
1987. (NDLTD, 2002).
Atendida pelos representantes da Virgínia Tech, da Universidade de Michigan, do
SoftQuad, e do ArborText. Como segue, a Virgínia Tech criou o primeiro desenvolvimento do
formato
SGML através do Document Type Definition (DTD) para esta finalidade,
pelo
consorciado Yuri Rubinski do SoftQuad. (NDLTD, 2002).
O Dean Gary Hooper da
desenvolvimento
em 1991.
Virgínia Tech concordou no financiamento adicional do
Os consorciados e idealizadores da rede Edward Fox e John
Eaton (Dean of the Graduate School) tiveram a colaboração neste projeto desde o início,
investigando os problemas associados com a produção, arquivamento e acesso, com o auxílio
inicialmente de um comitê local da faculdade. (NDLTD, 2002).
Desde de 1992 eles trabalharam com o Coalition for Networked Information (CNI),
Council of Graduate Schools (CGS), UMI e outras organizações interessadas, que ajudaram
no
funcionamento
de uma série de projetos e reuniões realizados através de discussões.
Adicionalmente, a University Library´s Scholarly Communications Project, desenvolveu os
procedimentos e os sistemas para processar, arquivar, e fornecer o acesso público aos
trabalhos de pesquisa dos graduados da Virgínia Tech. (NDLTD, 2002).
Com
proposta, a NDLTD agrega atualmente em seu consórcio, aproximadamente 132
instituições de diversos países, inclusive a Faculdade de Educação da UNICAMP, como já
mencionado, e futuramente a UNICAMP como um todo.
�10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A concretização desse projeto da Biblioteca Digital de Teses da UNICAMP, bem como
da Faculdade de Educação, deverá propiciar difusão do conhecimento de domínio público a
nível nacional, por meio de parceria com a futura Biblioteca Digital Brasileira do IBICT, e em
nível internacional, por meio da iniciativa global, reconhecida pela UNESCO, da NDLTD,
como as iniciativas já existentes na Virgínia Tech University (EUA), e outras instituições.
A apresentação da metodologia utilizada pela BFE, demonstra que na verdade, basta que
a instituição tenha uma pequena infra-estrutura e disposição para poder disponibilizar o seu
acervo para acesso público de forma digital, já que os custos e mão-de-obra necessários, não
irá afetar as rotinas da biblioteca e
sim de agregar uma nova tarefa ao seu papel de
gerenciadora de conhecimentos de produtos gerados pela instituição.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIBLIOTECA de teses digital. Semana da UNICAMP, Campinas, n.161, p.9, 24 a 30 set. de
2001. (Conhecimento e Educação). Disponível na Internet:
<http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/semana/unihoje_sema161pag09.html>.
Acesso em: 26 abril 2002.
CAMPELLO, B.S. Teses e dissertações. In: CAMPELLO, B.S. ; CENDÓN, B.V. ;
KREMER, J.M. (Org.). Fontes de informação para pesquisadores e profissionais . Belo
Horizonte : Ed. UFMG, 2000. Cap. 9. (Aprender).
IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia.
Brasileira. Disponível em: <www.ibict.br/bdb>. Acesso em: 08 junho 2002.
Biblioteca Digital
NDLTD - Networked Digital Library of Theses and Dissertations. NDLTD : information
about the initiative. 2002. Disponível em: <http://www.ndltd.org/about.html>. Acesso em: 26
abril 2002.
UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Faculdade de Educação.
Biblioteca Prof. Joel Martins. Biblioteca Digital de Dissertações e Teses. Campinas, 20002002.
Disponível em: <http://www.bibli.fae.unicamp.br/bibdig/teses/form.html.>
Acesso em:
26 abril 2002.
�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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2002
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Português
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Produção intelectual da Faculdade de Educação da UNICAMP: o gerenciamento das dissertações e teses digitais pela biblioteca.
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Santos, Gildenir Carolino
Passos, Rosemary
Amaral, Sérgio Ferreira do
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Estuda a viabilidade de uma biblioteca digital de teses e dissertações para melhoria na disseminação de informação
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snbu2002
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GERENCIAMENTO E ESTRUTURAÇÃO DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS :
A EXPERIÊNCIA DO PERIÓDICO ETD – EDUCAÇÃO TEMÁTICA DIGITAL DA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Gildenir Carolino Santos
Rosemary Passos
Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Educação
Av. Bertrand Russel, 801 – Cidade Universitária
Campinas – São Paulo - Brasil
gilbef@unicamp.br / bibrose@unicamp.br
1. O PANORAMA DOS PERIÓDICOS ELETRÔNICOS
BRASILEIRO : REVISÃO DE LITERATURA
Historicamente, o surgimento do primeiro periódico
NO
CENÁRIO
ocorreu em Paris no ano de
1665, denominado “Journal des Sçavans”, destinado a publicação de notícias sobre
acontecimentos europeus na ‘república das letras’.
“Até o século XVII a ciência era feita por filósofos, que usavam a
argumentação e dedução para explicar os fenômenos da natureza. A
partir do século XVII há uma grande mudança no meio científico: a
dedução deixou de ser aceita como método principal de pesquisa, e a
comunidade cientifica começa a exigir evidências baseadas na
observação e na experiência empírica para que os conhecimentos
resultantes, pudessem ser considerados científicos.” (MUELLER, 2000,
p.73)
No período anterior a materialização dos periódicos,
a comunicação de novos
conhecimentos era realizada através de reuniões para debater questões filosóficas, e
mensageiros eram enviados ao exterior para coletar dados e analisar informações, através
de conversas e observações diretas, enquanto outros permaneciam na sede lendo e fazendo
resumos da literatura publicada no mundo inteiro.” (MEADOWS, 1999, p.7)
Essa forma de comunicação científica era utilizada pela Royal Society, criada em
1662 em Londres, por um grupo de filósofos ingleses interessados na comunicação.
O esforço empreendido e o custo despendido
incalculável. Com o volume crescente de
na busca de informações era
informações coletadas, surgiu a necessidade de
�buscar na publicação impressa, uma solução para a questão da divulgação e distribuição de
informações.
A materialização de informações em periódicos significa a “formalização do
processo de comunicação”, e esse
processo
constitui um canal formal de registro e
transmissão de conhecimento “de forma durável e acessível.” (MEADOWS, 1999, p.9)
Segundo Meadows (1999, p.7), “os periódicos científicos surgiram na segunda
metade do século XVII devido a várias razões, algumas específicas, como a obtenção de
lucros por parte dos editores , outras gerais, como a crença de que para fazer novos
descobrimentos era preciso que houvesse um debate coletivo. Mas o objetivo principal
seria a necessidade e de comunicação, do modo mais eficiente possível, e com uma
clientela crescente interessada em novas realizações.
“A principal finalidade do periódico científico e a divulgação das pesquisas
realizadas entre os pesquisadores de comunidades científicas, além da :
•
•
•
•
comunicação formal de resultados da pesquisa original para a comunidade científica e
demais interessados;
a preservação do conhecimento registrado;
estabelecimento da propriedade intelectual;
manutenção do padrão da qualidade na ciência.” (MUELLER, 2000, p.73)
“Além de estarem coerentes com os objetivos da área, os resultados da
pesquisa, também mensagens de informação, precisam representar um
anseio da comunidade que elabora as suas práticas cotidianas. A opinião
do público que detém o saber acumulado no campo pesquisado deve
aceitar a informação de pesquisa como verdade e, por consenso,
socializar esse conhecimento como um novo conhecimento público,
aceito pelo pares em comunidade” (BARRETO, 1998, p.123)
De Revista a
Journal, de Journal a Magazine e finalmente de Magazine
Periodical [periódico]. A
evolução dos termos
reflexos da explosão de informações,
a
veio acompanhada de alguns problemas,
“que se agravam com o desenvolvimento da
tecnologia e se modificam os meios de comunicação científica”. (MUELLER, 2000, p.76)
A demora na publicação do artigo; altos custos de aquisição e manutenção de
coleções; a rigidez do formato impresso em papel; a dificuldade na localização de assuntos
�pertinentes ao pesquisador; e a dificuldade de acesso, são apontados por Mueller (2000,
p.76-77), como problemas crônicos da publicação científica..
Definitivamente o desenvolvimento da tecnologia da informação possibilitou aos
cientistas novas formas de comunicação. O compartilhamento de informações ocorre
praticamente de forma simultânea, utilizando-se os recursos das telecomunicações e da
Internet (RUSSEL, 2000, p.38).
2. O PERIÓDICO NA ÁREA EDUCACIONAL
No Brasil a comunicação científica
é limitada. A produção científica brasileira
necessita ser visualizada e acessível no âmbito nacional e internacional.
“Os resultados de pesquisa, que têm por objeto a comunicação
ocorrida entre os membros de uma comunidade científica , podem
ser vistos como subsídios para os estudos epistemológicos e
arqueológicos desenvolvidos com a finalidade de se aprofundar no
conhecimento de campos disciplinares constantes do sistema dos
saberes.” (ALVARENGA, 2000, P.123)
“O problema da comunicação dos resultados de pesquisas na área
da educação tem sido objeto de reflexão por parte de
pesquisadores que integram a comunidade específica no Brasil.
Estudos ressaltam o problema da divulgação dos resultados de
pesquisa, assinalando o caráter social das publicações, enquanto
registro escrito do que é produzido no campo da educação,
identificando-se carências no processo de divulgação da pesquisa,
tanto no meio universitário, como em outros espaços: entre
professores e alunos dos diversos níveis de ensino, e entre
membros de outros segmentos da sociedade em geral, que têm a
educação como objeto de estudo.”(ALVARENGA, 2000,p.127)
O periódico ocupa papel importante no processo de divulgação e produção do
conhecimento, por ser um canal de divulgação de pesquisas, garantindo a prioridade sobre
descobertas e idéias originais. Mas a irregularidade na publicação dos fascículos,
dificuldades das bibliotecas na manutenção dos acervos, demora na publicação dos
trabalhos, faz com que muitas vezes o periódico seja preterido, como fonte segura de
informação. (ALVARENGA, 2000,
p.124-125)
�Em pesquisa realizada por Ortega, Favero, Garcia (1998), publicada na RBPE1, os
pesquisadores analisaram os periódicos correntes sobre Educação, produzidos no Brasil,
localizados nos acervos da Faculdade de Educação/USP, Fundação Carlos Chagas,
Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, Ação Educativa e Fundação de
Desenvolvimento da Educação na cidade de São Paulo - SP.
A análise realizada
classificou os periódicos científicos em duas categorias : periódico científicos
(gerais,
especializados) e periódicos genéricos (de divulgação ampla, de divulgação restrita). O
resultado gerou um catálogo com 120 referências (títulos), que compreende periódicos
e
séries educacionais.
O que mais marcou nesta pesquisa, foi o fato de que muitas publicações não
conseguem,
em
impossibilidade
alguns
casos,
honrar
a
categoria
"periódico",
exatamente
pela
de manter a periodicidade definida, pela falta de informação para
obtenção do ISSN (registro importante para o periódico) e principalmente pelo número
reduzido de indexações em bases de dados nacionais e internacionais da área educacional.
A área de ciências humanas está se destacando, o que não ocorri anteriormente na
realização de publicações eletrônicas, visto que com o advento da Internet, a publicação
eletrônica passa a ser aceita universalmente, tornando-se uma ferramenta para a
disseminação e divulgação dos resultados de pesquisas científicas, aumentando o espaço de
publicações na área educacional.
3. ETD – EDUCAÇÃO TEMÁTICA DIGITAL : A CONSOLIDAÇÃO DE UMA
PUBLICAÇÃO
A Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (FE/Unicamp)
desde o início de suas atividades em 1972, tem consolidado o seu papel na formação dos
futuros educadores, com o intuito de garantir novas formas de vinculação entre a teoria e a
prática, valorizando o espaço para a pesquisa na formação docente, com investimentos
institucionais que englobam a captação de recursos financeiros para a promoção projetos
relacionados a infra-estrutura da Faculdade, recursos humanos e
materiais, no sentido de
criar condições favoráveis ao pleno desenvolvimento de pesquisas e projetos educacionais.
1
RBPE - Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, DF, n.193, 1998.
�Tais investimentos refletem diretamente na produção científica da FE/Unicamp,
através dos alunos de graduação e
pós graduação,
que são contemplados com bolsas
financiadas por instituições de fomento como Capes, CNPq, FAPESP, PIBIC, para
desenvolvimento de projetos de iniciação científica, pesquisas de mestrado e doutorado.
Além dos projetos desenvolvidos por seus alunos, a
FE/Unicamp conta com a
produção intelectual de seus 36 grupos de pesquisa2, expressa nas publicações da própria
Faculdade, que possui atualmente 5 (cinco) revistas, e nos vários livros editados durante o
ano, onde professores e alunos registram e demonstram a construção do conhecimento
produzido em sala de aula.
“Os sistemas de promoção na carreira universitária
e de
concessão de prêmios e financiamentos dos órgãos governamentais
de fomento à pesquisa, aos quais os cientistas e professores
universitários atualmetne são submetidos, adotam o número de
publicações como um dos critérios mais importantes no julgamento
do mérito científico.”(MUELLER, 2000, p.77)
Assim como tem ocorrido na esfera mundial, a produção de informações, também
assumiu grandes dimensões em nossa Faculdade. A produção intelectual muitas vezes,
acaba restrita apenas no universo da
Instituição, restrição essa ocasionada pela falta de
divulgação de alguns trabalhos desenvolvidos, que encontram dificuldades no momento de
publicação,
tais como : falta de recursos financeiros; restrição na quantidade de artigos
publicados em cada
fascículo; seleção e correções gráficas que ocasionam a demora na
publicação.
Nesse sentido a Biblioteca Prof. Joel Martins da
Faculdade de Educação da
Unicamp (BFE/UNICAMP), tomou a iniciativa de promover a divulgação da produção
intelectual da Faculdade, idealizando a Revista Online da Biblioteca Prof. Joel
Martins,
atualmente ETD – Educação Temática Digital.
Inicia lmente os bibliotecários da BFE/UNICAMP, com
a
colaboração de 3
(três) alunos (1 de graduação e 2 de pós graduação), que participaram da revista como
voluntários, divulgaram o projeto da Revista, através de pequenas apresentações para
2
Veja site com a relação dos grupos de pesquisa : http://www.fae.unicamp.br/html/grupopes.html
�alguns grupos de pesquisa da Faculdade. A idéia tinha como principal objetivo agregar as
áreas temáticas destes grupos de pesquisa, bem como divulgar a produção intelectual da
Faculdade, promover o intercâmbio de informações entre os pares da Academia.
A princípio foi acordado que como a Revista não possui um Comitê Editorial para
Avaliação dos Artigos, a responsabilidade pelo conteúdo das informações seria de cada
grupo, sendo que o Coordenador do Grupo ficaria responsável pela revisão do teor de cada
artigo a ser publicado, com relação a normalização e padronização da estrutura do artigo,
esta seria função dos bibliotecários da BFE/UNICAMP.
Fazer a publicidade da revista na Faculdade de Educação/UNICAMP, foi uma
tarefa dispendiosa, pois a consolidação do produto que estava sendo oferecido, dependia
exclusivamente da colaboração dos artigos produzidos pelos grupos participantes e
principalmente no fator confiança, por se tratar de um projeto inovador dentro da
Instituição.
Acontece em 1999 a concretização do projeto da Revista Online da Biblioteca Prof.
Joel Martins, como uma publicação quadrimestral (atualmente semestral) composta por
artigos produzidos por alguns dos vários grupos de pesquisa da Faculdade de
Educação/UNICAMP e instituições convidadas, transformando a Revista em uma fonte de
pesquisa nos diversos canais e em formato digital, com textos completos de artigos em
português e inglês, com o formato HTML e PDF de acesso gratuito.
O gerenciamento e diagramação eletrônica (tratamento técnico dos documentos) da
revista é realizado pelos próprios bibliotecários da BFE/UNICAMP, juntamente com a
colaboração de alunos voluntários e membros da equipe técnica da revista.
A Comissão Editorial da revista, conta com a participação de um representante de
cada coordenador temático, além dos convidados de outras instituições em cada área.
A revista possui normas para a sua estruturação, e adota para padronização as
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que orienta com relação a
descrição bibliogáfica de dados coletados na Internet ou em outro meio magnético.
�Como fonte de registro, a
revista está cadastrada e patenteada, possuindo o
controle de International Standartization Serial Number (ISSN), indicada para publicações
seriadas,
e indexada nas bases de dados bibliográficos da Biblioteca da Faculdade de
Educação, Edubase e Sumários Correntes de Periódicos Online, estando também em
processo de indexação em outras bases, tanto nacionais e estrangeiras.
4. ESTRUTURAÇÃO DE UM PERIÓDICO
A estruturação de um periódico convencional, baseia-se apenas na diagramação, no
tipo de papel, no formato de impressão, no registro do título na Agência Nacional do ISSN,
conforme o mercado gráfico de publicações.
A publicação de um periódico digital, envolve algumas etapas, diferenciadas do
processo utilizado no periódico tradicional, relacionadas nos tópicos a seguir.
4.1. O cadastramento no ISSN
Um dos primeiros passos a serem tomados na estruturação de um periódico, é sem
margem de dúvida,
o registro do seu título na Agência Nacional do ISSN3, sediada no
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), uma vez que este título
não deverá ser cópia de outro título existente, verificando-se no Ibict a sua procedência.
Após a realização do registro do título, este será encaminhado ao solicitante com a devida
numeração do ISSN, bem como a forma padronizada da abreviatura do título atribuído ao
periódico.
O número do ISSN é importante para o periódico, caracterizado como se fosse o
RG para uma pessoa. Através deste número, o periódico pode ser localizado nos catálogos
e diretórios sobre periódicos, como o Ulrichs4 e mesmo pela Internet. Segundo
informações da Agência do Nacional do ISSN, que encaminha juntamente com o número,
instruções para se fixar o número no periódico.
3
ISSN – International Standard Serial Number
�4.2 O processo de formatação dos textos
Na seqüência, após o cadastramento do periódico, passamos para a formatação do
texto, que significa tratá-lo tecnicamente através de um processador de texto, como por
exemplo MS-Word5 (versão utilizada 7.0), que irá delinear o tipo de fonte que será usado
em todo texto (Times New Roman e Arial), o tamanho da fonte no corpo do texto (12),
resumo/abstract (11), palavras-chave/keyword (11)notas de rodapé (10), título do artigo
(14),
nome do autor e títulações (12), título da seção do periódico (artigo, resenha, relato
de experiência, etc.) (14). Além do tipo e tamanho da fonte, utiliza-se para destacar alguns
dos tópicos, o negrito e itálico. O negrito será usado para o título do artigo, título da seção,
nome do autor, título dos tópicos do artigo internamente, nas palavras resumo, abstract,
palavras-chave e keyword,
e algumas palavras dentro do próprio texto. O itálico será
usado na titulações dos autor, no título do periódico que segue no rodapé de cada folha, e
algumas palavras em destaque inseridas dentro do texto.
Na formatação dos parágrafos, entre linhas o espaço utilizado é de 1,5 cm, e para os
demais como resumo, abstract entre linhas adota-se o espaço simples, com alinhamento
justificado. Para que haja um layout próprio de um periódico científico, adota-se o uso de
duas colunas do texto até o final. Se houver figuras, quadros, etc. que ilustram o texto,
deverá ser colocado de forma que não prejudique a leitura contínua do texto. A
configuração da página segue o padrão adotado do próprio computador, ou seja, margens
superiores, inferiores e laterais 2,5 cm. O tamanho do papel adota-se o formato carta (216 x
279 mm).
4.3 A conversão para o formato PDF
Todo documento em formato MS-Word, tem a sua extensão salva em .DOC. Este
formato é compatível na conversão para o formato PDF (Portable Document File)6 do
4
Ulrichs – Diretório internacional de controle dos títulos lançados no mercado do mundo inteiro.
M S-Word – Microsoft Word é um processador de texto americano, registrado pela marca ® Microsoft,
empresa de Bill Gates.
6
PDF – é um tipo de arquivo de compactação, que permite a visualização do documento da mesma forma do
original, sem modificações. É um arquivo de domínio da empresa Adobe, que desenvolveu o Acrobat Writer,
programa para gerar o PDF, e o Acrobat Reader, programa para leitura do Arqui vo PDF.
5
�programa Acrobat Writer (versão utilizada 4.05),
programa escolhido para geração dos
arquivos em PDF do periódico em estudo neste artigo.
O processo de conversão baseia-se simplesmente, em abrir o arquivo no MS-Word,
que possui um ícone disponível no próprio programa, que
converte
automaticamente o
texto em PDF, através de um quadro de opções para selecionar a sua continuidade na
conversão.
Poderemos observar nas figuras a seguir, o conversor de texto em PDF, que permite
além da conversão, a seguridade e integridade do texto, não permitindo copiá-lo, apenas
imprimi-lo da mesma forma convencional dos textos disponíveis na Internet.
FIGURA 1 – Janela de abertura do processador do Acrobat Writer para PDF
FIGURA 2 – Janela de processamento dos links de processamento para PDF
�FIGURA 3 – Processo de conversão final do DOC para PDF
FIGURA 4 – Apresentação do texto convertido em PDF
�4.4 A linguagem HTML
Dentro da metodologia utilizada para a constituição do periódico digital, está
também a linguagem HTML7.
O uso da linguagem foi adotado no início da idealização do periódico estudado, até
o momento de mudança para o formato PDF. Atualmente utiliza-se a linguagem HTML,
para disponibilização do sumário do periódico, bem como a página de
abertura principal
do site que abriga o periódico ETD.
Elabora-se através do uso do software Frontpage8, software que possibilita a
confecção das tabelas do sumário e menus da página central. Adotou-se o Frontpage na
confecção das páginas, por ser um software amigável e semelhante ao MS-Word por se
tratar de software da mesma empresa. Independente do Frontpage, outros tipos de editores
de HTML podem ser utilizados na confecção de periódicos eletrônicos, como o Browser
do Netscape, ou outro editor gratuito existente na rede, dependendo da versão do MSWord, pode-se salvar o documento elaborado em HTML.
A página principal de acesso para o periódico ETD, é produzida totalmente na
linguagem HTML.
4.5 O processo de indexação em bases de dados da área
Após a transformação do periódico, e da consolidação de sua consistência na
Internet, é necessário para que ele seja conhecido pelos órgãos de fomento como uma
publicação científica, cadastrá-lo ou melhor, solicitar o processamento dele em bases
nacionais e internacionais de indexação.
Entre as base nacionais mais conhecidas da área de Educação, estão a base do
CIBEC/INEP
–
BBE
(Bibliografia
Brasileira
de
Educação),
da
Faculdade
de
Educação/UNICAMP - Edubase (Base nacional de artigos periódicos em Educação);
internacionais estão a base do ERIC, Contents Page, etc. A indexação nestas bases é aceita
7
HTML – Hypertext Markup Language (linguagem universalmente utilizada na Internet).
�mediante uma solicitação, e dependendo da relevância do periódico ele é aceito para
indexação.
4.6 O acesso aos artigos
O periódico ETD, depois de toda sua constituição física no meio digital, é
depositado no servidor da biblioteca com o conteúdo de todos os artigos gerados em PDF,
e cria-se um link para o acesso destes artigos, através de um endereço específico (URL)
direcionado na Internet pelo endereço: www.bibli.fae.unicamp.br/etd/index.html.
Na figura abaixo, poderemos verificar a página principal do ETD, que contém todos
os dados de acesso aos artigos na integra.
FIGURA 5 – Página do periódico ETD
5. VANTAGENS DE UM PERIÓDICO ELETRÔNICO
No princípio pudemos observar que com a flexibilidade para publicação de
documentos, artigos, comunicações, etc., houve uma integração construtiva entre grupos
8
Frontpage – é um software de domínio e registro da empresa ® Microsoft.
�das áreas temáticas de nossa Faculdade , promovendo entre seus membros o espírito de
colaboração, e incentivo à produção intelectual.
Aos poucos os grupos de pesquisa que não aderiram no primeiro momento da
revista, trouxeram suas colaborações em artigos, o que demonstrou a aceitação do projeto.
Os vários recortes da revista , permitiu a construção de um conteúdo rico, que por
sua diversidade permitiu aos leitores, a realização de um percurso interessante e interação
com assuntos importantes e atuais.
Segundo Mueller (2000, p.81):
“Nessa busca por alternativas inovadoras e mais satisfatórias, o
meio eletrônico foi vislumbrado como a esperança da solução há
muito buscada, já que oferece mais rapidez na comunicação e
flexibilidade de acesso, tem largo alcance e baixo custo relativo,
disponibilidade imediata, é capaz de diminuir a necessidade de
manutenção de coleções, barateando os custos.”
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde o início do projeto da revista, a proposta principal foi a de buscar o
aperfeiçoamento, para oferecer qualidade, tanto na construção da revista, quanto na
apresentação dos trabalhos, pesquisadores, pós-graduados, e outros profissionais que
decididamente firmaram um compromisso cultural e científico, seja na área de educação,
ensino superior, formação de professores, biblioteconomia, estreitando os laços de
conhecimentos diversos, que reunidos na revista eletrônica, demonstram a preocupação de
muitos com a história da educação brasileira, com a política educacional e social do país, e
com o desenvolvimento da Ciência e Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC).
A especificidade dos assuntos tratados na revista, foi relevante para atingirmos
diferentes focos de cultura. Houve um aumento do
intercâmbio de informações entre os
Grupos de Pesquisa da FE/UNICAMP, com os seus pares de área espalhados pelo país, que
encontram muitas vezes nesta publicação, um complemento para sua pesquisa.
�Criou-se
mais um espaço de troca e produção de conhecimento dentro da
Faculdade de Educação, e um link entre nossa Instituição com outras no país. O que antes
era restrito apenas aos Grupos de Pesquisas, ganhou dimensão nacional, reconhecida
através dos contatos que ocorridos entre os autores e o público leitor que acessa o endereço
da revista.
A metodologia implementada pelos bibliotecários da FE/UNICAMP, para a
construção de um periódico eletrônico, é uma solução eficiente para instituições que
dependem de recursos dos órgãos de fomento, ou da própria instituição, para aplicação de
investimentos
disponível
Internet, e
em publicação impressa, mas possuem uma pequena infra-estrutura
(computador, servidor, software), para a disponibilização de um periódico na
o que
é mais importante, a divulgação da produção cientifica de cada
instituição. (PACKER, 1998).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARENGA, L. Alguns enunciados sobre a comunicação e o uso de fontes de
informação entre pesquisadores brasileiros da área da educação In: MUELLER, S.P.M. ;
PASSOS, E.J.L. (Org.). Comunicação científica. Brasília, DF : Depart. Ciência da
Informação Universidade de Brasília, 2000. p.123-138.
MUELLER, S.P.M. O periódico científico In : CAMPELLO, B.S.; CENDON, B.V.;
KREMER, B.M. (Org.). Fontes de informação para pesquisadores e profissionais. Belo
Horizonte: Ed. UFMG, 2000, p.73-95.
MEADOWS, A . J. A comunicação científica. Brasília, DF : Briquet de Lemos, 1999.
ORTEGA, C. ; FÁVERO, O. ; GARCIA, W. Análise dos periódicos brasileiros de
educação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, DF, v.709, n.193, p.1734, set./dez. 1998.
PACKER, A.L. SciELO : uma metodologia para publicação eletrônica. Ciência da
Informação, Brasília, DF, v.27, n.2, p.109-121, maio/ago. 1998.
RUSSELL, J.M. Tecnologias
eletrônicas de comunicação : bônus ou ônus para os
cientistas dos países em desenvolvimento? In: MUELLER, S.P.M. ; PASSOS, E.J.L.
(Org.). Comunicação científica. Brasília, DF.: Depart. Ciência da Informação
Universidade de Brasília, 2000. p.123-138.
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2002
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Português
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Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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Gerenciamento e estruturação de periódicos eletrônicos: a experiência do periódico ETD- Educação Temática Digital da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.
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Santos, Gildenir Carolino
Passos, Rosemary
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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UFPE
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2002
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The nature or genre of the resource
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An account of the resource
Destaca a necessidade de buscar na publicação impressa, uma solução para a questão da divulgação e distribuição de informações
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A language of the resource
pt
snbu2002
-
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40464c2ddfd93fcd03e03f506a994f00
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O COMPORTAMENTO ÉTICO E SUA INFLUÊNCIA NA ERA DA
INFORMAÇÃO
Fátima Aparecida Colombo Paletta
Universidade de São Paulo
Divisão de Biblioteca e Documentação
do Conjunto das Químicas
Av. Prof. Lineu Prestes, 950 - Cidade Universitária
05315-970 - São Paulo - SP - Brasil
fatima@bcq.usp.br
Francisco Carlos Paletta
Novell do Brasil
Av. das Nações Unidas, 12.995 - 8º andar
04578-000 - São Paulo - SP - Brasil
fpaletta@novell.com
1
�RESUMO
Neste trabalho, enfoca-se alguns aspectos de ética e moral relacionados ao
conhecimento e informação. Primeiro, discute-se a ética como característica inerente a toda
ação humana e por esta razão, um elemento vital na produção da realidade social. A seguir
destaca-se aplicação da ética no campo das novas tecnologias e na disseminação da
informação. Na terceira parte, aborda-se o ambiente organizacional e sua reestruturação
sob a ótica da ética na gestão do conhecime nto. Para finalizar, apresenta-se uma reflexão
sobre os problemas teóricos e práticos no terreno moral, onde a pessoa e a organização são
mais eficientes quando há congruência entre os valores e as crenças a respeito de como o
trabalho deve ser feito e as espectativas e exigências da organização em relação ao sucesso.
Eixo Temático: Gerenciamento de Tecnologias em Bibliotecas Universitárias
1 ÉTICA E MORAL NA GESTÃO DO CONHECIMETO
Contribuir para a capacitação profissional no mercado de tecnologia de
informação é uma forma de assegurar o crescimento do setor como um todo e a
manutenção da base instalada das empresas. Sem dúvida alguma, a busca por profissionais
de primeiríssima qualidade é o item mais importante da agenda das empresas nos dias de
hoje. Não estão em jogo apenas as oportunidades de expansão num mundo cada vez mais
competitivo, mas a própria sobrevivência do negócio, em especial quando temos como
foco a nova Economia. Esta premissa vale no Brasil, onde 50% das vagas na área de
tecnologia da informação não são preenchidas por falta de mão-de-obra qualificada, apenas
11% dos jovens na faixa etária entre 18 e 24 anos fazem faculdade e somente 64% da
população empregada nem sequer completou o primeiro grau.
Se o panorama nacional nos faz crer que a demanda por recursos humanos não
será preenchida a curto prazo, está mais do que na hora de as empresas baseadas no Brasil
proporem soluções que visem minimizar este cenário e seja capaz de transformar bits e
bytes em poderosa vantagem competitiva para todos.
2
�A Gestão do Conhecimento é vista como uma coleção de procesos que governa a
criação, disseminação e utilização do conhecimento para atingir plenamente os objetivos
da organização. A Gestão do Conhecimento lida principalmente com aqueles aspectos
críticos para a adaptação e sobrevivência da empresa, diante de um ambiente de mudança
crescente e descontínua. O conhecimento é a chave para o poder nos negócios e as
empresas que voltam para a Gestão do Conhecimento necessitam de uma abordagem que
veja a organização como uma comunidade humana, cujo conhecimento coletivo representa
um diferencial competitivo em releção a concorrência. É no conhecimento coletivo que se
baseiam as competências competitivas essenciais.
A Tecnologia da Informação tem um papel fundamental que muitas vezes tem
sido negligenciado, ou mesmo tem passado desapercebido, na maioria das empresas e
orgãos de informática. As competências essenciais e o conhecimento coletivo se baseiam
em informações de negócio: conhecimento e experiência. O papel a ser desempenhado pela
TI é estratégico: ajudar o desenvolvimento coletivo, e do aprendizado contínuo, tornando
mais fácil para as pessoas na organização compartilharem problemas, expectativas, idéias e
soluções. Neste cenário competitivo do mundo contemporâneo, o principal desafio das
organizações esta em estabelecer os padrões éticos nas relações entre pessoas e empresas.
Mas afinal o que é Ética? A ética é uma característica inerente a toda ação humana
e, por esta razão, é um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui
um senso ético, uma espécie de “consciência moral”, estando constantemente avaliando e
julgando suas ações para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.
A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os
outros relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas idéais de bem e
virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa
existência
plena e feliz. Hoje, mais do nunca, a atitude dos profissionais em relação às
questões éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso ou fracasso. Ser ético nada mais é
do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. Ser ético é, também , agir de
acordo com os valores morais de uma determinada sociedade. Essas regras morais são
resultado da própria cultura de uma comunidade. Elas variam de acordo com o tempo e sua
localização no mapa. A regra ética é uma questão de atitude, de escolha. Já a regra jurídica
não prescinde de convicção íntima - as leis têm de ser cumpridas independentemente da
3
�vontade das pessoas. A ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas
atividades envolvem uma carga moral. A pessoa e a organização são mais eficie ntes
quando há congruência entre valores e as crenças a respeito de como o trabalho deve ser
feito e as expectativas e exigências da organização em relação ao sucesso. (Jacomino,
2000)
A empresa que almeje ser ética deve divulgar declarações precisas defin indo as
regras e deve criar procedimentos de verificação para assegurar que todos na organização
as estão cumprindo.
2
APLICAÇÃO DA ÉTICA NO CAMPO DE NOVAS TECNOLOGIAS
Não podemos ser inocentes e pensar que empresas são apenas entidades jurídicas.
Empresas são formadas por pessoas e só existem por causa delas. Por trás de qualquer
decisão, de qualquer erro ou imprudência estão seres de carne e osso. E são eles que vão
viver as glórias ou o fracasso da organização. Por isso, quando falamos de empresa étic a,
estamos falando de pessoas éticas. Uma política interna mal definida por um funcionário
de qualquer nível pode atingir em cheio dois dos maiores patrimônios de uma empresa: a
marca e a imagem. (Jacomino, 2000)
ÉTICA (do grego: moral, caráter, costumes). - Ciência que trata da moral, de sua
origem e de seu desenvolvimento, das regras e das normas de conduta dos homens, de seus
deveres para com a sociedade, a pátria, o Estado, etc. Às vezes se atribui ao têrmo "ética" o
mesmo sentido que ao têrmo "moral". Antes de Marx, as doutrinas éticas se integravam
nos sistemas religiosos ou filosóficos e constituiam tentativas idealistas e metafísicas para
estabelecer regras e normas de conduta imutáveis, independentes do desenvolvimento
histórico, válidas para todas as épocas e para todos os povos, classes e agrupamentos
sociais. Nem os idealistas, nem sequer os materialistas premarxistas que tinham uma
concepção idealista da história, estavam em condições de criar uma teoria científica da
moral. O marxismo, que realizou uma revolução na filosofia, foi o primeiro a criar uma
teoria científica da moral e demonstrou que a moral é uma forma da consciência social,
pondo em evidência o caráter de classe da moral em uma sociedade classista. (Rosental,
1959)
4
�A história das doutrinas éticas forma parte integrante da história da sociedade, da
luta de classes, da sucessão das diversas formações sociais. As doutrinas éticas religiosas
adquiriram particular difusão na sociedade feudal. Essas doutrinas atribuiam à existência
humana, como fim supremo, o amor a Deus, a submissão absoluta às autoridades da Igreja,
a felicidade "no outro mundo" mediante uma renúncia ascética a todos os gozos terrenos.
Com o nascimento da sociedade burguesa, assistiu-se ao aparecimento de doutrinas éticas
progressistas, antifeudais, criadas pela jovem burguesia que censura a moral ascética da
idade Média e proclama o "egoísmo racional" segundo o qual, a conduta do homem deve
depender não da religião, porém dos interesses pessoais bem compreendidos.
Os
materialistas russos do século XIX eram os promotores de uma moral que tinha por
princípio o bem do povo. Eles também não podiam compreender, porém, o papel histórico
do proletariado e não puderam, por esta razão, produzir uma ética científica. Esta foi obra
do
marxismo,
o
primeiro
que
descobriu
as
leis
objetivas
que
determinam
o
desenvolvimento da moral e seu papel na luta de classes. (Rosental, 1959)
MORAL, regras da vida em sociedade e da conduta entre os homens, que
determinam seus deveres entre si e para com a sociedade. A moral é uma das formas da
consciência social. Para os idealistas, a moral é absolutamente independente das condições
materiais da vida dos homens. Não existe moral alguma à margem da sociedade humana:
semelhante noção seria um artifício. Numa sociedade de classes, a moral tem um caráter de
classe. Não é uma categoria abstrata, mas uma categoria histórica. A medida
que as
formas da ordem social e a base econômica evolucionam, a moral evoluciona também. O
homem é um ser-no-mundo, que só realiza sua existência no encontro com outros homens,
sendo que, todas as suas ações e decisões afetam as outras pessoas.
A moral pode então ser entendida como o conjunto das práticas cristalizadas pelos
costumes e convenções histórico-sociais. Cada sociedade tem sido caracterizada por seus
conjuntos de normas, valores e regras. São as prescrições e proibições do tipo “não
matarás”, “não roubarás”, de cumprimento obrigatório. Muitas vezes essas práticas são até
mesmo incompatíveis com os avanços e conhecimentos das ciências naturais e sociais. A
moral tem um forte caráter social, estando apoiada na tríada cultura, história e natureza
humana. É algo adquirido como herança e preservado pela comunidade. (Rosental, 1959)
5
�Além de ser individual, qualquer decisão ética tem por trás um conjunto de
valores fundamentais. Muitas dessas virtudes nasceram no mundo antigo e continuam
válidas até hoje. Eis algumas das principais: ser honesto em qualquer situação, ter coragem
para assumir as decisões, ser tolerante e flexível, ser íntegro e ser humilde.
A Internet tem modificado o comportamento humano, incentivando a paixão pelo
conhecimento, educação e cultura. A sociedade contemporânea valoriza comportamentos
que praticamente excluem qualquer possibilidade de cultivo de relações éticas. É fácil
verificar que o desejo obsessivo na obtenção, possessão e consumo da maior quantidade
possível de bens materiais é o valor central na nova ordem estabelecida no mundo e que o
prestígio social é concedido para quem consegue esses bens. Esse desejo se tornou mais
voluptuoso e de acesso mais fácil depois da ascensão do comércio eletrônico na Internet. A
pessoa que antes devia fazer um mínimo esforço para uma compra ou aquisição, hoje se vê
diante de um mar de ofertas da tela do seu computador. O sucesso material passou a ser
sinônimo de sucesso social e o êxito pessoal deve ser adquirido a qualquer custo.
Prevalecem o desprezo ao tradicional, o culto à massificação e mediocridade que não
ameaçam e que permitem a manipulação fácil das pessoas. Um dos campos mais carentes,
no que diz respeito à aplicação da ética, é o das novas tecnologias e nisso inclui-se a
Internet. Não existe uma legislação prevendo condutas ou regras, com isso fica muito perto
o limite da ética no trabalho e exercício profissional. Uma das principais e mais evidentes
realidades da Internet é o individualismo extremo, esse fator muitas vezes associado à falta
de ética pessoal, tem levado alguns profissionais a defender seus interesses particulares
acima dos interesses das empresas em que trabalham, colocando-as em risco. Esse quadro
nos remete diretamente à questão da formação de recursos humanos, pois são as pessoas a
base de qualquer tentativa de iniciar o resgate da ética nas empresas e nas relações de
trabalho e Gestão do Conhecimento.
Ética, além de ser a ciência que estuda o comportamento moral das pessoas na
sociedade, é um investimento. Um investimento que traz bons frutos a longo prazo. É
importante entender que o conceito de que estender benefícios à sociedade é um meio
concreto de abraçar a ética e criar uma boa imagem para a empresa. Na Internet, é
extremamente necessário se ter credibilidade para que a empresa possa sobreviver no
comércio eletrônico.
6
�3 O AMBIENTE ORGANIZACIONAL SOB A ÓTICA DA ÉTICA NA GESTÃO
DO CONHECIMENTO
O conhecimento antropológico nos ensina que não se devem confundir normas
morais, socialmente praticadas, com pautas abstratas, universais e anistóricas, pois elas são
padrões sociais convencionadas que espelham condições históric as bem determinadas.
Devemos distinguir, entretanto, normas jurídicas (leis, regulamentos) e normas morais.
Ambos os tipos de normas regulamentam as relações sociais, postulam condutas
obrigatórias, assumem a forma de imperativos e visam a garantir a coesão social. Mas,
enquanto as normas morais exigem uma adesão ideológica que se transforma em coação
interna aos agentes, as normas jurídicas são cumpridas haja ou não adesão, porque
funcionam sobretudo com base na coerção externa. As primeiras tiram seu substrato do
princípio da legitimidade; as segundas tiram seu substrato do princípio da legalidade. As
normas morais são simbólicas e animam as relações de saber , hegemonia e conformidade
as normas jurídicas são políticas e expressam as relações de poder, dominação e sujeição.
A moral é um discurso de justificação e se encontra no coração da ideologia. É
um dos mais poderosos mecanismos de reprodução social, porque define o que é permitido
e proibido, justo e injusto, lícito e ilícito, certo e errado. As morais têm caráter
exclusivamente social, não se aplicam a atos pessoais que não afetem os outros ou que não
produzem conseqüências sobre outrem. Expressam relações de força e formam os núcleos
das ideologias. Assim, para conhecer a moralidade de uma organização é preciso antes de
tudo saber como se imbricam suas ideologias política e econômica, porque toda ideologia
comporta uma moral particular. (Srour, 1998)
Como disciplina teórica, a ética sempre fez parte da filosofia e sempre definiu seu
objeto de estudo como sendo a moral, o dever fazer, a qualificação do bem e do mal, a
melhor forma de agir coletivamente. A ética avalia então os costumes, aceita-se ou
reprova-os, diz quais ações sociais são moralmente válidas e quais não o são. Define o bem
moral como ideal do melhor agir ou do melhor ser. E tem procurado as fontes da moral nas
divindades, na natureza ou no pensamento racional.
Nas sociedades contemporâneas, é quase proverbial imputar aos indivíduos
pendores para a venalidade. Costuma -se dizer que somente crentes de funda ortodoxia ou
7
�fanáticos intransigentes deixam de cometer desvios de ordem moral, compondo assim a
galeria das exceções à regra. Não afirma o senso comum que todos os mortais têm um
"preço", cuja moeda corresponde à sua aspiração mais íntima? Desde logo, no entanto,
uma ressalva merece ser feita: a vulnerabilidade existente não resulta de alguma misteriosa
herança genética nem decorre de alguma aberrante deformação psicológica, porque ela
deita suas raízes em condições históricas muito precisas - aquelas que as economias
monetárias e mercantis forjam. (Srour, 1998)
A leitura da Administração contemporânea enfrenta a problemática moral, no
mais das vezes, proferindo exortações, chamamentos e apelos. E acaba resvalando, no
discurso edificante e moralista. Ora, esse discurso, cujo conteúdo é dificilmente
contestável, constrange mais do que mobiliza, porque não lida pragmaticamente com as
questões ambíguas do dia -a-dia do administrador. No universo empresarial, nem sempre
as decisões podem ser tomadas com o talhe claro dos catecismos, sabendo-se de antemão o
certo e o errado. Há inúmeras situações carentes de normalização que não remetem às
confortáveis dicotomias do tipo branco e preto. Diante delas, as opiniões se dividem,
exacerbadas, porque os interesses subjacentes convivem em frontal oposição. Quem será
beneficiado e quem sairá prejudicado? Eis por que se justifica uma competente reflexão
ética. Vale a pena distinguir então entre: racionalizações, que são situações em que o
agente sabe o que é certo fazer, mas deixa de fazer mediante justificações e dilemas , que
são situações em que o agente não sabe o que é certo fazer e patina na incerteza moral.
Os países capitalistas navegam com certa desenvoltura na ambigüidade moral, já
que o interesse pessoal é visto como motor da economia. A mão invisível do mercado, ou
sua ação disciplinadora, seria realmente capaz de gerar efeitos moralmente benéficos? E
em benefício de quem? Em que medida isso operaria em prol da coletividade? Onde estão
as evidências de que o jogo de soma zero não compensa os desonestos? Repousam aí as
dificuldades
dos
problemas
éticos
contemporâneos.
Como
equacionar
interesses
individuais e responsabilidade social? Como perseguir a maximização do lucro sem ferir os
interesses dos stakeholders . Como agir moralmente quando a generalização da mercadoria
permeia todos os poros da sociedade e mercantiliza praticamente todas as atividades?
Como ser ético num mundo em que se confrontam valores e fins que, por sua própria
pluralidade, sustentam a irracionalidade ética do mundo? (Srour, 1998)
8
�Assim, toda tomada de decisão processa-se num contexto em que interesses
contraditórios se movimentam, tenham ou não tenham consciência os agentes envolvidos.
Tal ou qual curso de ação beneficia quem? Quais interesses estão em jogo? Os interesses
gerais, nacionais, públicos ou comunitários? Os interesses universais, coletivos, sociais, ou
os interesses paroquiais, familiares, pessoais?
Qualquer sistema de normas morais põe em cena crenças e valores, fins e meios, a
partir de um conjunto de informações que procuram descrever a situação. Supõe também
as conseqüências prováveis das ações que poderão vir a ser adotadas. E ainda implica os
interesses que sustentam o edifício todo. Ora, toda moral palpita no coração de uma
ideologia e, de maneira aparentemente paradoxal, reivindica um caráter universalista.
Ocorre que, a despeito disso tudo, as morais correspondem as perspectivas particularistas classista, estamental, corporativa, étnica, racial, sexual, organizacional, paroquial, familiar,
individual. De maneira que os apelos ao universalismo funcionam como máscara ou álibi,
e visam sobretudo a ampliar o nível de legitimação.
Quem fala em nome da
"humanidade", por exemplo, presume alguma essência do homosapiens sapiens, anistórica
e abstrata, e, no fundo, confere-lhe seus próprios pressupostos filosóficos. (Srour, 1998)
Em outras palavras, a ambigüidade moral que acomete as sociedades
contemporâneas pode ser interpretada da seguinte forma: à medida que intenções e gestos,
discursos e percursos, retóricas e práticas, palavras e ações funcionam de forma dissociada,
corre-se o risco de transformar a fraude em rotina, perde-se a "virtude" e embarca-se no
oportunismo. Como o comum dos mortais costuma tachar tal situação de falta de ética,
sentencia também que, aquém da hipocrisia e da fala, há uma base egoísta em cada
homem. Ora, tal duplicidade moral, longe de ser excepcional, tornou-se regra nas
economias monetárias.
A chave da discussão contemporânea gira em torno do egoísmo ético em choque
com as morais socialmente orientadas. Assim é que nos países latinos, e em particular no
Brasil, rastreia-se uma dupla moral social: uma moral da integridade, que é a moralidade
oficial, edificante e convencional, compondo uma retórica pública que se difunde nas
escolas, nas igrejas, nos tribunais e na mídia; e uma moral do oportunismo, que é a moral
oficiosa, pragmática e dissimulada, furtivamente praticada como ação entre amigos, e
muitas vezes celebrada pela "esperteza" de seus procedimentos. (Srour, 1998)
9
�A moral da integridade caracteriza-se por ser sobranceira e pressupor uma
probidade universal. Tem por base uma ética da convicção, cuja matriz teórica é
deontológica. É praticada por aqueles que muitos denominam "rigoristas", agentes que se
orientam pelo rigor moral, escrupulosos, cuidadosos, severos, minuciosos no respeito às
normas morais vigentes. A moral do oportunismo , por sua vez, assume um caráter
interesseiro e repousa na complacência ou na leniência ante as transgressões às normas
morais oficiais. Tem por base o egoísmo ético que, na ânsia de obter vantagens e saciar
caprichos, despe-se de quaisquer escrúpulos. É eticamente marginal porque é reduzida ao
mais estreito interesse pessoal. A moral do oportunismo articula princípios e valores, finca
raízes no solo de uma forte tradição histórica e desfruta de larga difusão que recorta
diagonalmente todas as classes sociais.
Os valores da moral da integridade são a honestidade, a lealdade, a idoneidade, o
respeito à verdade e à legalidade, o compromisso com a retidão. Tais virtudes desenham o
perfil do homem de caráter, confiável, decente e digno, cumpridor de suas obrigações e fiel
à palavra empenhada, sujeito eminentemente virtuoso e inflexível na preservação dos
valores consagrados. Quaisquer decisões e ações deveriam orientar-se por princípios que,
por definição, valem para todos os homens. Em contra partida, a moral do oportunismo
funciona com base em procedimentos cínicos como o jeitinho, o calote, a falta de
escrúpulo, o desprezo irresponsável pelas conseqüências dos atos praticados, o vale -tudo, o
engodo, a trapaça, a exaltação da malandragem, o fisiologismo e a bajulice. Esta moral
valoriza o enriquecimento rápido e o egotismo, consagra a esperteza e acredita que o
proveito pessoal move o mundo. Assim, desde que a finalidade seja alcançada, a ação se
justifica, não importam os meios, lícitos ou não. (Srour, 1998)
A moral do oportunismo opera sob a égide do jeito - prática paralegal utilizada
para contornar o excesso de burocracia e de regulamentações através da "quebra do galho".
O jeito desfruta de conotação positiva. Legitima-se na consciência popular como
mecanismo de adaptação às situações perversas e intricadas da sociedade.
Ora, queiram ou não, as empresas convivem com os padrões morais que suas
contra- partes partilham. Ferir tais padrões significa estimular a deslealdade individual aos
interesses da empresa. Em razão disso, é preciso convencionar um código de honra que
ligue as organizações a seus funcionários.
10
�Ademais, as empresas têm uma imagem a resguardar, patrimônio essencial para a
continuidade do próprio negócio. A imagem da empresa não pode ser vilipendiada
impunemente, nem pode ser reduzida à mera moeda publicitária, porque ela representa um
ativo econômico sensível à credibilidade que inspira.
4 MORAL E ÉTICA NO SUCESSO DO INDIVÍDUO E ORGANIZAÇÃO
Ao fundamentar decisões, as organizações legitimam seus atos de gestão e
contribuem para sua permanência ao longo do tempo. Afinal, diante da capacidade de
retaliação que as contrapartes dispõem, por que arriscar a própria sobrevivência
organizacional ? O paradoxo moral do sistema capitalista, pode ser superado com o
argumento central aqui desenvolvido: a intervenção política dos interesses em choque
força os indivíduos a serem socialmente responsáveis.
Nada disso será possível, todavia, sem uma sociedade civil ampla e articulada,
engajada de forma molecular em processos de fiscalização e de defesa dos cidadãos,
contribuintes, consumidores, usuários e públicos em geral. Ou seja, coletividades
totalitárias ou autoritárias não autorizam tal mediação. Sem mecanismos democráticos de
controle, manejados por organizações voluntárias, não há como morais orientadas para o
bem da maioria prevalecerem. Mais do que uma opção da consciência individual, as
morais são resultados da mobilização da cidadania. Assim, para que os interesses pessoais
não se sobreponham aos interesses coletivos, cabe inverter a fórmula do ínico dos anos 90
que celebrou a necessidade da "ética na política". É preciso fazer "política pela ética", com
cidadãos organizados afirmando incessantemente seus direitos e atualizando seus deveres.
A ética está amplamente constituída de regras de sobrevivência, regras de
comportamento associadas à profissão, regras de relacionamento que possibilitem
harmonia na convivência social e assim por diante. Ética gera questões extremamente
delicadas e, na maioria das vezes, de foro íntimo. Não existe uma receita universal, pronta
e completamente eficaz para resolvê-las. A decisão sempre varia de pessoa para pessoa, de
consciência para consciência, cada um tem os seus limites, impostos por suas crenças e
pelas leis, e deve segui-los. (Jacomino, 2000)
11
�As atitudes devem ser rápidas e certeiras, mas sempre seguindo estratégias
globais; estas, sim, capazes de diferenciar as empresas e garantir resultados consistentes no
que diz respeito à sobrevivência das organizações. As empresas hoje buscam profissionais
com um perfil diferenciado. A era da informação é implacável: joga para escanteio quem
não têm instrução adequada e coloca no ápice os mais preparados.
Os sistemas formais da organização correspondem aos métodos, às políticas e aos
procedimentos que claramente identificam qual o negócio, quando, como, onde e por que
ele se realiza. Quando os sistemas formais contêm um direcionamento ético claro, os
funcionários tem uma compreensão correta das expectativas e exigências.
Quando esses
sistemas não são claros ou quando a mensagem ética varia entre os sistemas, os indivíduos
buscam outro ponto de referência para uma orientação definitiva, uma dimensão
tipicamente de liderança. Quando os sistemas não se referem à questão ética, a mensagem
é que não existe um padrão ético. Isso deixa os funcionários totalmente dependentes de
seus valores pessoais e do comportamento observável dos outros.
O que fazer para andar com um pouco mais de segurança nesse terreno nebuloso?
Saiba exatamente quais são os seus limites éticos; avalie detalhadamente os valores da sua
empresa; trabalhe sempre com base em fatos; avalie os riscos de cada decisão que tomar,
saiba que, mesmo ao optar pela solução mais ética, poderá se envolver em situações
delicadas; ser ético significa, muitas vezes, perder dinheiro, status, e benefícios.
Falhas éticas “arranham” a imagem da empresa e as levam a perder clientes e
fornecedores importantes, dificultando o estabelecimento de parcerias, pois na hora de dar
as mãos, além de levantar as afinidades culturais e comercias, as empresas também
verificam se existe compatibilidade ética entre elas. É fundamental criar relacionamentos
mais éticos no mundo dos negócios para poder sobreviver e, obviamente, obter vantagens
competitivas.
ABSTRACTS
In this paper, we have chosen to focus on some moral and ethic al aspects related
to knowledge and information. First of all, we discuss ethics as a characteristic of every
human action, which is for this reason an essential element in the making of social reality.
12
�Secondly, we stress the use of ethics in the field of new technology and information
distribution. Thirdly, we approach the organizational environment and its restructuring
under an ethical view regarding the management of knowledge. Finally we present our
reflections on theoretical and practical issues related to moral behavior, where the
individual and the organization become more efficient whenever the values and beliefs
with respect to job accomplishment are consistent with the organization's expectations and
demands concerning a successful performance.
13
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Capturado em 23 de maio de 2002.
________. Conhecimento, tecnologia e organização; evolução, conflitos e perspectivas .
[on-line].
Disponível
em
http://www.informal.com.br/artigos/art006.htm.
Capturado em 19 de maio de 2002.
___________. Tecnologia da informação para a gestão do conhecimento . [on line]
Disponível em
http://www.informal.com.br/artigos/art008.htm
Capturado
em 23 de maio de 2002.
ZANETTI, R.
Disponível
Internet em benefícios do acesso a informação jurídica [on line]
em
http://www.cbeji.com.br/artigos/artrobson01.htm.
em 27 de maio de 2002.
15
Capturado
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O comportamento etico e sua influência na era da informação .
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Paleta, Fátima Aparecida Colombo
Paletta, Francisco Carlos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Enfoque em alguns aspectos de ética e moral relacionados ao conhecimento e informação.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4056/SNBU2002_05.pdf
e56ab7f05a20838757735b1a6b083686
PDF Text
Text
INFORMAÇÃO DIGITAL NO CONTEXTO UNIVERSITÁRIO: proposta de criação
da Biblioteca Digital da Universidade Potiguar.
Conhecimento;
Adriana Carla Silva de Oliveira
Informação
Digital;
Universidades.
Bacharel
UFPB
em
Biblioteconomia
(João
Pessoa,
PB,
pela
Brasil),
Abstract
especialista em Gestão Estratégica de
Empresas pela Universidade Potiguar
In tis articule they analyze it informacional
(Natal, RN, Brasil) e Mestranda em
evolutivo
Engenharia de Produção pela UFRN
management of the knowledge and the
(Natal, RN, Brasil).
technologies
_______________________
communication, between them the Internet
also
foram
of
argue
the
he
approach
the
in
information
context
of
the
and
digital
information, its paper and impotance in the
Resumo
institutions
of
superior
Neste artigo analisam-se as evoluções
specifically,
university.
informacionais a partir do enfoque na
applicabilit
in
gestão do conhecimento e o uso das
specifically,
university.
tecnologias
da
e
applicability inprecensial education is very
comunicação.
Discute-se
também
o
important
contexto
informação
digital,
da
informação
seu
papel e importância nas Instituições de
Ensino
Superior,
Universidades.
in
The
educacion,
precensial
the
The
current
necessity
of
education,
necessity
days.
of
Finally
presents na sketch of the construction of the
library project.
especificamente,
Finalmente apresentam-
Keywords
se um esboço da construção do projeto
de Biblioteca Digital da Universidade
Knowledge;
Potiguar.
University.
Digital
Information;
Palavras-chaves
1
�organizada em diferentes formatos
INTRODUÇÃO
e meios
de armazenamento, sejam os registros em
O
enfoque
deste
trabalho
será
papel, microfilme, CD-Rom e digital,porém,
direcionado na importância do uso das
não completou cinco décadas desta nova era
tecnologias
de
e
(chamada sociedade da informação, para
comunicação,
tendo
insumo
uns, e sociedade do conhecimento, para
principal a informação digital, dentro do
outros) e a sociedade sofre transformações
contexto das universidades, utilizando
profundas,
essas novas ferramentas como recurso à
indivíduos e profissionais,
produção de novos conhecimentos.
entre as suas preocupações as questões da
informação
como
afetando
os
atores
como
que devem ter
gestão da informação e do conhecimento,
Observa-se a evolução do uso da
que vêm interferir no modelo informacional,
informação
nos métodos de trabalho, nas inovações, nas
com
relevância
organizações
educacionais,
especificamente,
inserção
das
nas
universidades
novas
e
a
ferramentas
de
estratégias competitivas,
no comportamento
dos usuários de informação.
ensino, apresentando aqui os passos
Nos tempos atuais, quando a velocidade e a
básicos realizados
no estágio incipiente
capacidade de comunicação eliminam as
de criação do projeto de Biblioteca
fronteiras e impactam a vida dos indivíduos,
Digital da Universidade Potiguar(UNP),
seja no lar, seja no ambiente profissional e
que tem como principal importância o
social, a política, as leis e a educação
elo entre a produção intelectual de sua
precisam
comunidade acadêmica e a biblioteca.
mudanças.
rapidamente
se
adequar
às
Em meio a tantas informações que surgem
todos os dias a gestão do conhecimento
1 GESTÃO DO CONHECIMENTO
busca
No
mundo
contemporâneo
onde
a
organizar
estimular
informações
discussões
e
que
relevantes,
gerem
novos
disponibilizar
essas
economia é globalizada e a sociedade
conhecimentos
baseia-se no conhecimento o sucesso é
informações para que sejam bem utilizadas
determinado pelo que se sabe e não pelo
quando necessário. O objetivo da gestão do
que se possui. Afinal, a informação é
conhecimento
é
fornecer
a
capacidade
2
�intelectual
da
empresa
para
os
inúmeras
possibilidades
tecnológicas
que
tomadores de decisões. A gestão da
tornam o mundo cada vez menor. Os
sobrecarga de informação torna-se um
processos de comunicação e a tecnologia
desafio para a empresa, principalmente,
transformaram o mundo, que passou de um
porque
grande
o diferencial competitivo das
organizações hoje
universo
desconhecido
para
um
é a atitude das
mundo conhecido e pequeno. As mudanças
organizações para gerir corretamente a
se multiplicaram exigindo reações rápidas.
informação.
As
relações
entre
os
países
também
cresceram e na área econômica, estas
Informação: aspectos conceituais e
relações
têm
servido
como
fator
evolutivos
determinante da concorrência internacional.
Esta mudança na informação ocasiona a
A
invenção da escrita foi a primeira
redefinição
da
sua
função
e
de
seu
grande revolução da informação, há
propósito.
5.000 anos na Mesopotâmia, milhares
Por essas, entre outras razões, o papel da
de anos mais tarde, na China e depois
informação passou a ser evidenciado, haja
pelos Maias na América Central. A
vista nunca se falou tanto em informação
segunda, aconteceu com a invenção do
como se fala hoje.
livro escrito, primeiro na China e depois
na
Grécia.
Entre
1455,
Cabe destacar que o avanço científico tem
Gutemberg revolucionou a informação
inpactado a sociedade e, desse modo
com o invento da prensa e dos tipos
verifica-se que a informação científica e
móveis,
tecnológica,
assume
contemporânea da gravura, marcando
extremamente
estratégico.
assim,
quando se fala em estratégias, se fala em
como
a
terceira
1450
a
e
invenção
revolução
da
informação.
um
papel
Atualmente,
informação. O saber como encontrar e
explorar a informação traz às organizações
A quarta revolução da informação é
em geral, vantagens para criação de novas
uma revolução de conceitos, atingindo
oportunidades
todas as organizações. Várias mudanças
colocando-os
vêm ocorrendo no mundo, trazendo
frente aos competidores, com possibilidades
e
novos
mercados,
em posição de vantagem
3
�de reagir rapidamente e fazer uso dessas
correio
vantagens.
outras ferramentas de ensino.
O eficaz gerenciamento da
informação
é
o
que
eletrônico,
videoconferências
e
faz
A partir de 1994 com o fenômeno da
a diferença. A globalização evidencia, a
Internet, as possibilidades de acessar e
cada dia, que a matéria-prima atual é a
recuperar
informação. O excesso, escassez ou a
grandiosamente, com ênfase nos suportes de
imperícia em sua manipulação subtraem
informação e nas novas ferramentas e
seu poder de agregar qualidade e
metodologias
produtividade à organização. De outro
transmissão
lado, quando apreendida, transformada,
conteúdos
aplicada, preservada e gerenciada, a
estabeleceu esta nova realidade.
informações
de
ensino
parcial
para
aumentaram
as
e
aplicadas.
gradativa
novas
A
dos
tecnologias,
informação se transforma em efetiva
vantagem
competitiva
empresa.constituindo
de
uma
um
insumo
fundamental para o desenvolvimento da
O uso de novas ferramentas como meios de
acesso, ocasionou um evolutivo uso da
informação digital.
ciência,afinal, ela é a principal matériaprima para a tomada de decisões, no
Para DRUCKER (2000),
grande diferencial para se prevenir das
ameaças
e/ou
aproveitar
as
oportunidades.
a revolução da informação se encontra no
ponto em que a revolução industrial se
encontrava no início da década de 1820,
O uso das tecnologias da informação e
cerca de 40 anos depois de a máquina a
comunicação
vapor ser aperfeiçoada por James Watt ter
sido aplicada na indústria. E a máquina a
Com a expansão do uso da tecnologia, a
vapor foi para a primeira Revolução
informação adquiriu novos processos de
Industrial
geração, acesso, fluxo, disseminação e
sendo para a Revolução da Informação: seu
uso.
gatilho, mas também e sobretudo seu
As
redes
e
os
serviços
aquilo que o computador vem
informacionais e de comunicação foram
símbolo.
redefinidos em nível mundial, através
O uso da Internet e de suas aplicações
dessas tecnologias, como a Internet,
representou a adoção de inovações para as
4
�organizações
comerciais
em
diversas
pesquisa, tornando praticamente ilimitada a
situações. A evolução neste ambiente é
liberdade dos educadores para indicação do
contínua, assim como sua utilização em
material bibliográfico, sem a preocupação
organizações
de
educacionais
consumidores,
e
neste
seus
contexto,
Universidades.
espaço
e
quantidades
disponíveis.
Ressaltando que a utilização deste recurso
não garante a qualidade da informação
disponibilizada ao usuário
No
ambiente
das
organizações
educacionais o uso da internet foi
A convergência e o uso integrado das
intensificado
tecnologias de comunicação e de conteúdos
rapidamente,
num
prazo
muito curto de tempo, surgindo assim,
em
um novo momento para o uso da
grandemente para este novo ambiente de
informação digital, que passou a ser
acesso,
mais um recurso de apoio às atividades
compartilhamento
de
conhecimento em escala globalizada.
ensino.
A
diversificação
de
formato
digital,
disseminação,
e
têm
contribuído
cooperação
ou
promoção
do
ferramentas e suportes informacionais
comprova a importância da informação
Para tanto, novos suportes de conhecimento,
na contribuição do ensino e no processo
estão sendo criados e inovados a cada dia,
crescente
ou seja, esses novos suportes, que são acima
de
produção,
uso
e
disponibilização da informação.
de tudo novas ferramentas cognitivas que
extrapolam em muito aquelas
INFORMAÇÃO
DIGITAL
NO
oferecidas
por documentos em papel que proporcionam
CONTEXTO DA UNIVERSIDADE
uma leitura linear.
As
Nas Universidades o uso das TICs trouxe
novas tecnologias de informação e
comunicação em rede mundial
de
consigo uma nova ordem econômica e
computadores tornam possível o acesso
informacional, independente da forma de
aos acervos, ou parte deles, inclusive as
ensino, enfatizando a importância da busca
bibliotecas digitais e virtuais. O uso de
por
acervos
gerenciamento
digitais
na
universidade
expande os horizontes do ensino e da
soluções
que
de
uma
viabilizem
o
plataforma
de
informações que apoiem desde a geração,
5
�manutenção, disseminação dos suportes
reflexos positivos e negativos, nas funções e
informacionais, entretanto os de formato
serviços desta. Porém, está realidade faz-se
digital, que colaboram para a construção
necessária
de novos conhecimentos e saberes.
evolução normal e gradativa deste novo
se
analisarmos
como
uma
século. Porém, se estabelece a necessidade
Dentro
da
Universidade,
encarregado
de
prover
o
os
órgão
suportes
de criar novas estratégias no âmbito da
biblioteca
a
fim
do
de
mercado
acompanhar
o
globalizado
e
informacionais e de disponibilizar os
crescimento
conteúdos para a construção desses
estabelecer ações que visem cada vez mais o
novos saberes são as bibliotecas. Estas
compartilhamento
enfatizadas aqui não só como um
informações.
e
a
acessibilidade
de
depósito de livros e revistas, e sim em
um sentido mais amplo caracterizada
Proposta de criação da biblioteca digital
por um conjunto mais diversificado de
da Universidade Potiguar
informações,
digital
incluindo
como
um
a
informação
suporte
existente.
As bibliotecas tradicionais estão em um
Assim sendo, a finalidade de uma
momento
biblioteca
disponibilidades
universitária
é
fornecer
de
transição,
suas
informacionais
suportes (bibliográficos ou digitais), a
contextualizam
fim
deixando de ser um espaço que dispõe
de
atender
informacionais
acadêmica
subsidiando
de
as
necessidades
sua
comunidade
(professores
as
e
alunos),
bibliografias
o formato digital e estão
apenas de acervos impressos,
para se
tornarem o ponto focal de pesquisa variada,
das
que possibilita o acesso remoto a qualquer
disciplinas dos cursos oferecidos pela
hora por usuários de vários lugares do
instituição, promovendo o elo entre a
mundo, simultaneamente.
produção intelectual de sua comunidade
acadêmica e a biblioteca.
Na criação de uma biblioteca digital, é
necessário se estabelecer uma cultura que
A introdução de processos digitais nos
vai desde a definição de uma sistematização
diversos serviços existentes em uma
de digitalização de documentos, até o
biblioteca,
modelo completo de uma biblioteca digital.
provoca
impactos,
com
6
�É importante se ter em mente,
a
acervo. um processo gradual e evolutivo.
necessidade
e
A inovação que surge com a criação da
disponibilização de conteúdos em uma
biblioteca digital, é o fato de que também
proposta que contemple:
muda as formas de negociação dos direitos
de
submissão
autorais
•
aspectos legais - direitos autorais;
•
sistemática
da
os
obras
digitais.
Essas
negociações variam muito de um ambiente
coleta
de
para o outro, em função das características
distintas de cada um.
informações;
•
das
mecanismos
de
pesquisa
eficientes;
Um aspecto importante a ser mencionado é
•
controle seguro e registro de acesso;
a
•
gerenciamento
através da biblioteca digital, conteúdos e
empréstimos
sistemático
dos
dos
documentos
possibilidade
produção
de
de
ser
disponibilizado
conhecimentos
não
industrializados, ou seja, gerados dentro da
digitais.
O conceito de biblioteca digital aparenta
própria instituição. Otimizando a pesquisa
algo revolucionário, mas na verdade ele
interna e motivando a construção de novos
é resultado de um processo gradual e
conhecimentos.
evolutivo. Os conceitos e as tecnologias
da
biblioteca
enfoque
digital
provêm
automatizado
um
ao
Passos para elaboração da biblioteca
digital
armazenamento e à recuperação dos
materiais bibliográficos.
Diante
deste
contexto
a
Universidade
Potiguar em seu papel de contribuir para o
Uma biblioteca digital é composta de
crescimento intelectual do Estado do Rio
textos completos digitalizados de obras
Grande do Norte e da Região Nordeste,
que não possuem restrição em relação
através
aos direitos autorais, sob a forma de
promovendo novos conhecimentos, dispõe
texto, imagem, som ou apenas acesso ao
do Sistema Integrado de Bibliotecas ( que é
catálogo de referências de bibliotecas,
caracterizado
por intermédio de consulta on-line ao
multidisciplinar
de
seus
armazenamento,
serviços,
por
gerando
um
de
transmissão,
e
sistema
processamento,
recuperação,
7
�e disseminação da informação ) como
anais de eventos científicos, entre outros.
sendo um mediador neste processo de
construção do conhecimento de seus
Para esta proposta
clientes,
trabalho que nortearam este processo forma
criando
dessa
forma,
a
necessidade de intensificar cada vez
mais
as
novas
tecnologias
sugeridas:
de
informação.
-
Criação
de
estabelecerá
A
proposta
teve
como
base
importância do conhecimento
fator
fundamental
intelectual
da
para
a
uma
comissão
os
requisitos
que
para
implantação da biblioteca digital;
como
evolução
sua
algumas diretrizes de
-
comunidade
Criação
de
uma
comissão
para
estabelecer os requisitos específicos e
acadêmica e consequentemente para a
tecnológicos
sociedade,
gerenciamento das informações digitais;
bem
pesquisa
como
dentro
consolidar
do
a
do
-
Elaboração das normas técnicas para
Bibliotecas da Universidade Potiguar,
coleta
não
serem digitalizadas;
limita
mais
de
universo
institucional. O Sistema Integrado de
se
sistema
a
acervos
e tratamento das informações a
convencionais e está sempre buscando
as novas tecnologias da informação,
-
atualizando os seus serviços e colocando
Estabelecimento das rotinas do processo
de digitalização dos conteúdos;
à disposição, informações e suportes
múltiplos. Dentro desta nova realidade,
-
a proposta de criação de uma biblioteca
Capacitação
dos
recursos
humanos
envolvidos no processo;
digital terá como conteúdo a produção
intelectual
da
possibilitando
line,
monografias,
as
Universidade
Potiguar,
através de acesso onpesquisas
dissertações,
-
Estabelecimento da política de acesso e
disponibilização do acervo digital.
internas,
artigos
Para se obter sucesso na criação de uma
científicos, livros de autores internos,
Biblioteca Digital, é preciso que se tenha
um núcleo de construção e manutenção do
8
�acervo digital, que dê suporte ao fluxo
comunicação,
de trabalho que vai desde a coleta até a
serviços. Daí a necessidade de identificar
disponibilização de um documento.
quais
os
seus
insumos, produtos e
recursos
e
ferramentas
educacionais estão sendo aplicadas nas
No que se refere a Biblioteca Digital
universidades. Visando a disseminação da
Universitária, a proposta é a de que o
produção intelectual através da informação
usuário, ao utilizar esse material de
construção do saber.
apoio, poderá contar com especialistas
capacitados para criar material didático
Este
digital que atenda às suas necessidades,
Universidade Potiguar encontra-se em fase
bem como, utilizar este meio como
de definição e estruturação.
também
uma
oportunidade
Projeto
de
Biblioteca
Digital
na
de
disponibilização de suas pesquisas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Neste prisma a Universidade Potiguar
CHATAIGNEIR, Maria Cecília Progana.
SILVA, Margareth Prevat da. Biblioteca
digital: a experiência do Impa. Ciência da
Informação, Brasília, v. 30, n.3, p. 7-12,
st./dez.2001.
está
no
estágio
incipiente
do
seu
processo de construção , porém a
preocupação
fundamental
está
no
fornecimento de novas ferramentas e
metodologias
contribuindo
de
informação,
assim,
para
o
enriquecimento da qualidade do ensino
dos seus cursos.
CONCLUSÃO
Monitorar este desenvolvimento dentro
da Gestão do Conhecimento não é tarefa
fácil, visa especialmente mensurar e
valorar
de forma adequada as novas
tecnologias
de
informação
CIANCONI, Regina. Gestão da informação
na sociedade do conhecimento. 2ed.
Brasília: SENAI, 2001
CIMBALISTA, Silmara. A importância do
conhecimento nas organizações. Análise
Conjuntural, [s.l], v. 23, n. 7-8, p. 13-15,
jul./ago. 2001.
CUNHA, Murilo Bastos da. Desafios na
construção de uma biblioteca digital.
Ciência da Informação, Brasília, v. 28, n.
3, p. 257-268, set. /dez. 1999.
FLEURY,
André
Leme.
Dinâmicas
organizacionais em mercados eletrônicos.
São Paulo: Atlas, 2001.
e
9
�MACEDO, Tânia Marta Barbosa. Redes
informais nas organizações: a co-gestão
do
conhecimento.
Ciência
da
Informação, Brasília, v. 28, n. 1,
jan.1999.
Disponível
em:
http://www.scielo.br Acesso em 06
Maio 2002.
MARCONDES,
Carlos
Henrique,
SAYÃO, Luís Fernando. Integração e
interoperabilidade no acesso a recursos
informacionais eletrônicos em CeT: a
proposta da biblioteca digital brasileira.
Ciência da Informação, Brasília v. 30,
n. 3, set./dez. 2001.
MORAES, Alice Ferry de.
tecnologias
de
informação
comunicação e o processo
globalização.
Disponível
http://www.ufpe.br/snbu Acesso em
jul. 2002.
As
e
de
em:
16
10
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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A name given to the resource
Informação digital no contexto universitário: proposta de criação da Biblioteca Digital da Universidade Potiguar.
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Oliveira, Adriana Carla Silva de
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Neste artigo analisam-se as evoluções informacionais a partir do enfoque na gestão do conhecimento e o uso das tecnologias da informação e comunicação. Discute-se também o contexto da informação digital, seu papel e importância nas Instituições de Ensino Superior, especificamente, Universidades. Finalmente apresentam-se um esboço da construção do projeto de Biblioteca Digital da Universidade Potiguar.
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A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4055/SNBU2002_049.pdf
911b1b3b6cbafd177ef20ea9012651d1
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Text
SERVIÇO DE INFORMAÇÃO: UM INSTRUMENTO PARA A INTEGRAÇÃO
UNIVERSIDADE/EMPRESA
Eudes Garcez de Souza Silva*
Raimunda Ramos Marinho**
Abordagem sobre o papel e a necessidade dos
serviços de informação no processo de
transferência de informação científica e
tecnológica.
Elege-se
a
integração
universidade-empresa como uma inevitável
forma de atuação que consolida a garantia de
produtividade e desenvolvimento para as partes
envolvidas e sociedade como um todo.
Inserem-se as bibliotecas universitárias entre os
canais de comunicação, capazes de intermediar
todo o processo de aprendizagem que, em
cumprimento ao papel da universidade, assume
o caráter multidisciplinar e de fundamental
importância, como também , nas diretrizes
sociais, políticas e democráticas, de maneira a
formar cidadãos críticos, com visão ampliada,
boa capacidade de apreciação e compreensão
dos
problemas
do
país,
visando
o
estabelecimento de soluções para causas
pertinentes ao bem estar da humanidade.
1
INTRODUÇÃO
Não há dúvida de que o setor industrial constitui um dos principais segmentos da
sociedade ou, porque não dizer, da economia de um povo.
______________________
*
Bibliotecária da Universidade Federal do Maranhão/Pólo de Formação e Educação Permanente do Pessoal
em Saúde da Família/MA. Aluna do Curso de Especialização em Magistério Superior da UFMA. Universidade
Federal do Maranhão. Palacete Gentil Braga – Praça Gonçalves Dias, 351 – Centro. São Luís/MA/Brasil.
eudesgarcez.silva@bol.com.br
** Bibliotecária. Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão. Mestre
em Biblioteconomia -PUCCAMP/Brasil. Universidade Federal do Maranhão. Av. dos Portugueses s/n –
CAMPUS - Bacanga. São Luís/MA/Brasil. dbibrai@ufma.br
�Por ser este setor determinante do progresso de todos os demais setores: comércio,
serviços, atividades econômicas e outros, carece ser entendido como um recurso de
transformações, cujo nascimento e evolução remonta desde os tempos pré-históricos, onde o
homem sentiu a necessidade de elaborar seus próprios utensílios e armas, perpassando pela
Idade Média, com as corporações de artesão, cujo conhecimento era passado de pai para filho.
Chega-se, então, à Modernidade na qual o setor industrial pode ser considerado o motor da
renda nacional, capaz de transformar matérias-primas em bens de consumo ou de produção,
desde que auxiliado por máquinas.
Entretanto, de nada adiantará tais esclarecimentos, se não enfocarmos a influência
da informação nas indústrias. É prudente entendê-la como condicionante da interação nesse
novo paradigma industrial que se estabelece, dada a intensificação da competição entre
empresas e países. Deve ser considerado o recurso
gerencial e consolidador de
produtos/serviços, entendidos como sincronizadores de ações que se convertem em qualidade
e produtividade.
Tais ações podem ser articuladas a partir
do aprofundamento da interação
Universidade – Empresa, baseada na necessidade de se integrar ações desenvolvidas no
âmbito das universidades e das empresas como forma de
fortalecimento das capacidades
para busca de soluções conjuntas. Esse fortalecimento pode ser resgatado
transferência
de
conhecimentos
gerados
no
meio
acadêmico
para
as
a partir
de
organizações
empresariais, implicando na resolução de múltiplos problemas, indo ao encontro das
expectativas de ganho para o setor empresarial.
Por outro lado, mudar a visão empresarial em relação ao papel da universidade na
vida brasileira é algo necessário. Ela vai muito mais além do que a restrita função de formar e
fornecer às empresas profissionais qualificados com competência para assegurar o bom
funcionamento da economia nacional. Compete-lhe ainda,
A formação de pesquisadores para gerar o saber e garantir meios de
se adquirir e manter o conhecimento científico e tecnológico e o
desenvolvimento cultural em sua forma mais ampla, indispensáveis ao
desenvolvimento do país. (MINDLIN 1991, p.108).
�Surge então, a necessidade de um maior entrosamento entre as instituições
de
pesquisa com a empresa, seja industrial, comercial, agrícola, e outros.
Nesse estreitamento de relações seria marcante a presença, na empresa, de
...docentes e de pesquisadores, quer como consultores ou como participantes de
determinadas atividades, permitindo-lhes conhecimento direto do dia- a- dia da
empresa e daria aos empresários [...] um sentido da importância da teoria científica
da pesquisa básica e aplicada. (MINDLIN, 1991, p.109).
Nesse contexto, consideram-se as Empresas-Júnior como laboratório real de
aprendizagem, cuja implantação visa a atender a demanda empresarial. Constitui-se,
juridicamente uma associação civil, sem fins lucrativos, formada por estudantes
universitários, que prestam serviços às empresas ou instituições pelo preço de custo,
cuja
coordenação
é
feita
pelos
próprios
professores/pesquisadores
de
universidades.(MARINHO & SILVA & BRASIL, 1998, p.66)
Cabe aqui reforçar a importância do estágio como campo de atuação que visa a
estabelecer um elo entre o ensino teórico e a prática operacional das empresas, proporcionando
uma experiência profissional e uma vivência nos campos de trabalho. Na Universidade, ele
aperfeiçoa a
função de capacitação e formação, permitindo ao estudante integrar os
conhecimentos adquiridos, os princípios e as teorias, com a observação e experimentação de
métodos e processos de suas aplicações práticas e fornecendo aos professores, motivações e
meios para atualização permanente de seus cursos. Nas empresas, traz o estímulo para o
aperfeiçoamento da técnica operacional e a simplificação de determinadas tarefas com o
conseqüente aumento da produtividade.
Para que o estreitamento dessa relação se torne um fato corrente será necessário
encontrar caminhos com promissora indicação de buscas, nos quais a informação científica e
tecnológica
funcionará
como
aditivo
fortalecedor
do
processo
de
transferência
de
conhecimentos, de modo a transformar a sociedade como um todo.
Com referência a “encontrar caminhos”, pensa-se na plena adequação de canais
institucionais de comunicação, definidos como Serviços de Informação que funcionem como
facilitadores da recuperação de informações entre os referidos setores, visando suprir, de
forma recíproca, suas necessidades de informação científica e tecnológica.
�A organização desse trabalho inicia-se por evidenciar o valor que a informação
agrega nesse novo paradigma industrial. Partindo-se da análise funcional desse insumo,
evidencia-se sua necessidade para melhor atuação dos Serviços de Informação , através dos
quais, geram-se produtos e serviços de qualidade, desenvolvimento econômico e divisas para o
país.
Nesse
processo
de
desenvolvimento,
cogita-se
a
integração/parceria
Universidade/Empresa como forma de consolidar a garantia de produtividade a partir da
geração e aquisição de novos conhecimentos. Além do que, ressalta-se o valor das instituições
envolvidas enquanto organismos sociais.
Consequentemente, tornou-se necessário identificar o bibliotecário como componente
ativo e integrante da equipe responsável pela atuação dos serviços de informação, visto que, a
este profissional confere a capacidade de integração, como especialista no manejo da
informação.
2
SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA NO CONTEXTO
INDUSTRIAL
Partindo-se da necessidade de fortalecer a articulação madura e consciente entre as
empresas, instituições de ensino e pesquisa, evidencia-se a informação como o meio que
permite colocar com eficiência, a Ciência e Tecnologia a serviço da população. Assume
importante significação, desde que seu valor esteja diretamente relacionado ao benefício que
ela poderá proporcionar. Esse benefício, que se converte em desenvolvimento, prescinde de
uma estrutura informacional adequada, cujo suporte maior dá-se através dos Serviços de
Informação.
Segundo MAUTORT apud AGUIAR (1991, p.8), a informação pode estar definida
em duas grandes classes consideradas no âmbito das atividades de ciência e tecnologia e de
desenvolvimento industrial: informação científica e tecnológica ,e,
informação industrial e
tecnológica.
Ao definir a primeira classe, considera todo tipo de informação que serve de
matéria-prima, ou seja, para geração de conhecimentos científicos e de tecnologias. A segunda
classe de informação difere da primeira, pois sua função é contribuir para a aplicação desses
conhecimentos para o desenvolvimento econômico, incluindo, então, o desenvolvimento
industrial.
�KJEID KLINTOE apud AGUIAR (1991, p. 8), propõe conceitos diferenciados
para Informação para a Indústria e Informação Industrial. Em sua primeira definição diz que:
Informação para a indústria é todo esforço intelectual para estimular os
administradores e técnicos de uma dada empresa, pública ou privada, no sentido de
aperfeiçoar suas operações e
inovar métodos, processos, produtos e serviços,
através da conversão, em resultados práticos, de toda a forma de conhecimentos
obtidos por qualquer meio.
Por sua vez,
Informação Industrial é definida como o esforço de coletar, avaliar e tornar
disponível informações sobre o setor industrial e suas operações produtivas,
gerando dados técnico - econômicos, informações sobre tecnologias utilizadas, a
estrutura industrial, a produtividade setorial, estudos de viabilidade, dados
de
investimento e retorno, implantação de indústria, transferência de tecnologia dentre
outros.
De acordo com essas definições, observa-se que a diferença entre elas reside
exatamente na percepção de que
informação para a indústria consiste na obtenção de
conhecimentos que venham atender as necessidades
específicas na empresa, fazendo com
que, ao elaborar seus produtos, esses possam ter condições de acompanhar a dinâmica de
mercado, através da qual torna-se mais fácil detectar oportunidades e ameaças e, diante dessa
panorâmica, implementar estratégias emergenciais, permitindo-lhe prever e minimizar os
efeitos e crises que possam surgir. É preciso ter conhecimento de fontes alternativas de insumo
e de matérias- primas no sentido de melhor contribuir para o desenvolvimento tecnológico.
A informação industrial, por sua vez, consiste em estabelecer parâmetros de
comparação de desenvolvimento
entre os setores industriais em conformidade com a
evolução sócio-econômica, partindo-se da identificação da estrutura, características, perfil dos
problemas, dentre outros. A partir de tal comparação, analisa-se a necessidade de estabelecer
políticas, estratégias e diretrizes de caráter global, na intenção de favorecer
desenvolvimento
dos setores.
Percebe-se,
também, a larga abrangência da informação e que sua função deve
estar em conformidade com o tipo de necessidade do público - alvo que a instituição se propõe
a atender ou atingir. Como diz SANTOS (1996, p.13),“A recuperação, o tratamento e a
�difusão de informações úteis são, nos dias atuais, fatores determinantes para a
competitividade das empresas, como também, da força econômica dos países”
É notório a importância da informação e o valor que agrega, devendo atender as
necessidades específicas de seu mercado, satisfazendo a seus consumidores.
No caso das unidades/serviços de informação voltados ao atendimento de
empresas, RAMOS (1996, p.15) assegura que,
...a função da informação repousa no entendimento do processo de evolução
emanutenção dos níveis de competitividade e lucratividade das empresas. A
competição a que estão expostas as empresas exige constante evolução e
aprimoramento dos seus conhecimentos.
Tudo indica que é preciso mudar e investir de forma planejada para que a empresa
possa defrontar-se com a concorrência, mantendo-se lucrativa e, sem medo de enfrentar as
mudanças, sejam elas tecnológicas, comerciais, mercadológicas, e outras, assegurando-lhe
evolução e sobrevivência. Qualquer proposta de mudança deve ser iniciada por uma reflexão
sobre o próprio conteúdo da situação para a qual se pretende analisar. O valor da informação
está, pois, diretamente relacionada ao benefício que ele proporcionará, no caso, atrair clientes
e, assim, tornar a empresa mais competitiva.
A idéia de valor perpassa pela necessidade, ou seja, pelo movimento(motivação)
que leva o cliente a procurar um produto/serviço, mantendo uma relação de utilização. Assim,
“ O VALOR é definido como sendo uma grandeza que cresce quando a satisfação de uma
necessidade do consumidor aumenta ou o conjunto de dispêndios induzidos diminui.”
(FREITAS, 1999, p.38
Consagrando a informação como a entidade que permeia toda atividade humana, os
Serviços de Informação se sobressaem nessa nova era mundial como o canal facilitador da
transferência dessa informação, num processo de melhoria contínua, para conquista de sucesso
e desenvolvimento das empresas, características que determinam sua sobrevivência no
mercado. Entretanto, torna-se interessante refletir sobre sua atuação e qualidade desses
serviços.
Os serviços de informação devem ser criados ou organizados na intenção de fazer
�da própria difusão da informação um momento de criação, tendo em vista o atendimento de
um de seus principais objetivos – a socialização do saber – que influi na evolução e
emancipação dos homens em seu conjunto, comprometendo-se, pois, com as causas e
movimentos
da sociedade. Torna-se essencial incluir os Serviços de Informação no debate
atual sobre a sociedade pós-industrial, no sentido de facilitar e aprimorar o fluxo de
informação entre diversos setores.
Entretanto, é visível o reconhecimento de que,
A idéia da informação como um recurso de valor com um valor econômico agregado
ainda não está amplamente explorada, apesar da crescente explosão da informação
e do surgimento das tecnologias de informação que vieram para facilitar e melhorar
o fluxo de informação. (CYSNE,1996, p. 26).
E ainda acrescenta que,
...o fraco impacto da informação científica e tecnológica seja, no processo de
inovação tecnológica, junto com outros fatores sociais, econômicos e culturais, um
resultado da falta de serviços integrados, especializados e eficientes de informação
que contem com especialistas de informação para aprimorar e facilitar o fluxo deste
conhecimento entre universidades e institutos de pesquisa e o setor produtivo
.(Id.Ibid.)
Com base nessas colocações, é imperativo que o setor produtivo perceba que,
...a informação gera conhecimentos; este quando acumulado, possibilita a produção
científica e tecnológica e essa última é responsável pela geração de bens e serviços
em nível de concorrência no mercado internacional. A internacionalização propicia
mais investimentos que, se reintegrados ao setor de informação (setor quaternário)
continuarão gerando insumos que darão suporte ao desenvolvimento econômico,
reiniciando o ciclo informação/desenvolvimento. (MAIA ,1991, p.683).
Pelo que se observa, a informação científica e tecnológica é o insumo básico para
as empresas e deve estar presente em todas as suas atividades, desde o conhecimento do
mercado, definição dos produtos, produção dos mesmos, passando pelos sistemas de
suprimento e vendas. Ou seja, a empresa, enquanto sistema de informação, pode ser definida
como um conjunto de processos inter-relacionados, no qual a informação passa a ser utilizada
de forma sincronizada, constituindo-se numa cadeia de transformação para a qual
convertem informações sobre estratégia, marketing, desenvolvimento
se
de produto e processo,
�gestão, aquisição, operações e distribuição.
As universidades e institutos de pesquisa por sua vez, dentro do processo de
aquisição e produção de conhecimento científico, têm papel fundamental, como provedora de
idéias e cérebros para as atividades de P & D (Pesquisa e Desenvolvimento)
do setor
produtivo. Mais especificamente, os sistemas de informação, considerados um novo
paradigma de inovação tecnológica, exercem (ou deveriam exercer) importante papel nos
relacionamentos e integração entre as organizações, de modo a combinarem as novas
facilidades oferecidas pelas tecnologias, com o potencial de habilidades humanas, objetivando
descartar, filtrar, reempacotar e/ou adaptar informações para os usuários finais e prepará-los
com a necessária bagagem de conhecimento e habilidades para avaliar e também,
filtrar
informações
A informação é a base sobre a qual se planejam mudanças. Por isso, sua necessidade é
permanente para melhor atuação dos serviços de informação, assim como, para a
competitividade dos mercados. No exato momento em que se relacionam produtividade e
qualidade com informação, é que surgem os Serviços de Informação, como fator importante
no desenvolvimento econômico. Assim,
...a qualidade e a relevância especifica da informação fornecida para apoiar a situação
única da tomada de decisão para produtos e processos a serem desenvolvidos
demandam que os serviços de informação se tornem, eles próprios, sistemas de
aprendizado. (FIGUEREDO, 1989, p.87).
Representa também,
...um atributo de produtos e serviços que atendem às necessidades de quem os
usa.[...]. Um sistema de qualidade é basicamente um sistema de informação.
Fornece respostas as principais perguntas que as pessoas fazem para gerir as
atividades da empresa: o que deve ser feito, como fazer, por que fazer, quando fazer,
quem é o responsável, onde e quando produzir. (MOURA ,1996, p, 37).
Significa dizer que, devem ser organizados para responder as necessidades reais do
tomador de decisão, usando para isso, tecnologia de maneira criativa e imaginativa, de modo a
fornecer resposta rápida, específica e utilizável, além de introduzir, continuamente, mudanças
�e inovações nos seus sistemas, serviços e produtos.
Tecnologia é pois,
... o conjunto organizado de conhecimentos de natureza técnica e organizacional
que permite a produção de bens e serviços em condições econômicas. No contexto
da globalização, é fator vital para a sobrevivência e competitividade empresarial[...]
que lhes permitem superar as desvantagens inerentes ao seu porte.( SEBRAE, [199], p.22)
Desde que organizados para suprir as necessidades empresariais, deverão estar
cientes de que, as empresas, independentes do seu porte, ramo ou localização, precisam, a todo
instante, da informação sobre diversos assuntos e áreas do conhecimento. Desta feita, cresce a
responsabilidade dos serviços de informação, como
agentes transformadores da sociedade,
seja em universidades, centros de pesquisa, empresas e outros.
A correta organização dos Serviços/Unidades de Informação constitui ponto
essencial para assegurar a qualidade e a produtividade na produção de bens e serviços. Isso
significa está
preparada para o cumprimento de suas funções básicas que justificam e
reforçam o porquê de sua existência e que, segundo RAMOS (1996, p.16), podem ser assim
estabelecidas:
a) satisfazer a sua clientela mediante oferta de produtos e serviços de informação de
qualidade compatível com o mercado;
b) gerar receitas pela venda de produtos e serviços e a execução de projetos
suficientes para sua auto-sustentação e o desenvolvimento continuado;
c) identificar e organizar fontes e informações potencialmente úteis à sua clientela;
d) analisar e processar informações com qualidade e produtividade, para a geração
de produtos e serviços de informação do mercado;
e) desenvolver ferramentas e métodos de trabalho eficazes e eficientes.
Imbuído nesse processo de desenvolvimento está o processo do saber
administrar/gerenciar os Serviços de Informação. É necessário que o administrador encontre
os métodos mais adequados ao seu meio ambiente, estimulando o fluxo de idéias analisandoas criteriosamente. Sua atitude positiva de futuro consiste em acreditar que esse futuro pode
ser modificado por decisões feitas no presente, criando um clima organizacional que encoraje
�e promova mudanças.
Com a necessidade de investir cada dia em atividades informacionais, acredita-se
na possibilidade de gerenciá-las com um bem econômico e estratégico e indispensável às
empresas, sobrepondo-se a figura do administrador, como profissional capaz de combinar e
utilizar informações em decisões e ações em benefício do crescimento empresarial.
Reforçando tais argumentos, VIEIRA (1993, p.99) discorre,
...entende-se hoje como um dos mais nobres papéis do administrador aquele
relacionado à preservação e ao desenvolvimento do saber específico de sua
organização, em todos os seus setores e níveis hierárquicos, seja esse saber
codificado sob forma
de dados, documentos, informações e sistemas, ou
personalizado sob forma de
Know-how do especialista dotado de conhecimento
teórico e experiência prática.
No bojo da administração da informação como um recurso, o gerente necessita ter
a capacidade de antever os vários possíveis usos das informações coletadas ou produzidas para
o
bom
desempenho
comportamento
empresarial.
gerencial,
deverá
A
informação,
permitir-lhe
enquanto
acompanhar
insumo
fortalecedor
tendências
ameaças
do
e
oportunidades para manter suas empresas em sobrevivência e competitivas no mercado local
ou mundial e, os serviços de informação, deverão colocar-se em posição estratégica, enquanto
agentes de mudanças.
Nesse entendimento, o profissional, ao incorporar essas características, deverá ser
um constante observador do ambiente organizacional para que possa saber o exato momento
de inserir mudanças táticas em benefício da classe empresarial . É preciso compreender que a
estratégia está diretamente ligada aos objetivos da missão da empresa e ao seu negócio. Se
bem assessorada através dos serviços de informação, tornar-se-á capaz de avaliar
oportunidades e ameaças, definindo com mais clareza os desafios e caminhos a seguir, a partir
dos pontos fortes e fracos.
Na condição de empreendedor, o gerente de informação precisa agir com determinação
e empenho, dedicando-se à utilização de ferramentas com a criatividade e inovação para
estabelecer uma compreensão mais aprofundada de caráter e da natureza de cada segmento
empresarial.
�3
PESQUISA & PRODUÇÃO: uma parceria conseqüente
A Universidade é a mais importante e mais complexa agência de educação por
transmitir e disseminar conhecimentos , além de formar indivíduos dotados de qualificações
para o mercado de trabalho, providos de uma certa concepção de mundo e da vida, ou seja,
ela forma para a sociedade suas lideranças. Por sua vez, a empresa, considerada célula- mater
do desenvolvimento, tomada também como local de ensino, corrige ou procura corrigir as
distorções das qualificações profissionais vindas das universidades. Sendo elo importante das
cadeias produtivas que buscam a competitividade empresarial brasileira, enriquece a educação
pela experiência exigindo e permitindo novas formas de atuação. Produz educação da mesma
forma que a universidade produz desenvolvimento, ao produzir conhecimento.
É nessa ótica que se estabelece a necessidade da integração universidade- empresa,
pois o desenvolvimento não pode esperar, e a dimensão do tempo é muito importante. Já que o
mundo se apresenta cada vez mais cambiante,
com a tecnologia evoluindo aceleradamente,
torna-se necessário que se conceba novas formas de atuação. A palavra integração consolida a
garantia de produtividade e desenvolvimento para as partes envolvidas. Entretanto, essa
integração só será possível quando empresa e universidade permitirem que uma atue no
desenvolvimento da outra. Com a integração oriunda desse contato, serão trazidos, frutos de
grande valia ao nosso país.
O desenvolvimento da relação universidade- empresa deve acontecer a partir do
momento em que iniciativas forem tomadas no sentido de encorajar diferentes formas de
esforço conjunto da empresa e da universidade no domínio da pesquisa, ensino e formação
permanente. A universidade, em colaboração com a empresa, poderá facilitar uma aplicação
mais direta e mais rápida dos resultados da pesquisa. Na fala de FREITAS( 1996, p.30),
“A
pesquisa dentro da empresa apresenta duas importantes características: aumenta
substancialmente a capacidade de inovação da empresa e propicia um processo de
aprendizagem que é fundamental para a formação e capacitação de seus recursos humanos”
Isso nos induz a pensar na aquisição e geração de novos conhecimentos, além de
garantir à empresa a possibilidade de explorar potenciais tecnológicos presentes à sua volta.
Em outras palavras, sendo a universidade parte da sociedade como um todo, terá
plena
potencialidade de bem servir o país e, juntamente com a empresa, atender no médio e longo
�prazo, às necessidades do processo de desenvolvimento, agregando-lhes então o seu real valor
de organismos sociais.
Na visão de FREITAS(1996, p.28), várias outras medidas e/ou iniciativas deverão
ser tomadas para facilitar a integração universidade - empresa.
a) As universidades podem criar uma ‘ incubadora de empresas[...] levar seu apoio
a firmas já instaladas, colaborar de forma permanente com as empresas de base
tecnológica e elaborar novas formas de colaboração com as indústrias tradicionais;
b) Devem ser criadas programas de estudo em que os alunos da
universidade sejam encorajados a colaborar na realização de projetos industriais;
c)Deve ser dado ao pesquisador universitário o direito de prestar serviços de
consultoria e ser remunerado por estes;
d)Instituto de pesquisa cooperativa devem ser criados para desenvolver programas
em colaboração com os complexos industriais;
e) As direções das empresas deveriam estabelecer serviços de ligação que teriam
por tarefa entrar em contato com grupos de pesquisadores universitários;
f) Deveriam ainda serem criadas fundações junto às instituições universitárias de
pesquisa e aos institutos de pesquisas estatais, para criar condições favoráveis ao
estabelecimento de cooperação com setor produtivo.
Pelo que se pode observar , é necessário fazer acontecer as relações entre a
universidade e a empresa. Oportunamente, o referido autor questiona sobre a criação de
comunidades sóciotecnológicas como uma necessidade nessa relação por permitir que pessoas
de diferentes origens, sejam firmas de alta tecnologia, industrias tradicionais, pequenas
empresas, universitários ou pesquisadores de todas as disciplinas, dentre outras, discutam suas
preocupações, interesses e problemas, possibilitando, por conseguinte, as vantagens que
oferecem a cooperação.
Partindo-se do estabelecimento de programas comuns, o estreitamento entre estas
esferas tornar-se-á mais facilitado, complementando-se mutuamente “ sem que isso implique
de modo algum, descaracterização ou perda de identidade de uma e de outra”. ( MINDLIN,
1991, p.110)
Salienta-se pois, que o papel da universidade assume caráter multidisciplinar e de
fundamental importância , não só do ponto de vista acadêmico, como também nas diretrizes
sociais, políticas e democráticas de maneira a formar cidadãos críticos, com visão ampliada,
boa capacidade de apreciação e compreensão dos problemas do país, visando o
estabelecimento de soluções para causas pertinentes ao bem estar da humanidade. Não se pode
descartar, também, o papel do setor produtivo, como agente de transformação, vindo a criar
�riquezas e divisas para o país através de seus produtos e serviços.
Nesse campo de atuação devem ser buscadas parcerias entre universidades e setores
produtivos/empresariais para que possam ser viabilizadas pesquisas científicas e tecnológicas
através de recursos múltiplos, facilitando assim, o processo de integração.
4 CONCLUSÃO
Nessa evidente etapa da evolução da civilização pós-industrial, onde a mudança de
paradigma vem estimular a eficiência produtiva que, em conformidade com o novo padrão de
desenvolvimento exige a transformação radical das organizações, pode-se perceber que a
informação assume valor estratégico no processo desenvolvimentalista das sociedades
contemporâneas. Entendida como elemento modificador da consciência humana, produz
conhecimentos e traz benefícios para a sociedade como um todo, associada ao conceito de
ordem e de redução de incertezas, cujas vantagens habitam num determinado espaço social,
político e econômico.
Para dar sustentação a estas palavras BARBOZA(1994) afirma:
A informação é tão fundamental para a estratégia das organizações públicas e
privadas que uma nova conceituação de competitividade se faz presente. A
competitividade está na razão direta da capacidade de uma organização processar ‘
quantidade’ e ‘qualidade’ de informações para a tomada de decisões. As
organizações vitoriosas têm sido aquelas que compreenderam essa nova dinâmica e
utilizam a informação como ‘fator chave’ em suas estratégias
Identifica-se a informação como fator de saber e mudança apoiadas num processo
de transformação que referencia os Serviços de Informação como principal ferramenta
envolvida no debate atual sobre a sociedade pós-industrial e facilitadora desse processo no que
se refere ao fluxo e transferência de informações científicas e tecnológicas necessárias para
assegurar a qualidade e produtividade na produção de bens e serviços.
São agentes transformadores da sociedade e para tal propõe-se rigor nos
procedimentos de coleta, tratamento e disseminação de dados /informação conhecimento,
tornando-os capazes de subsidiar apoio aos usuários, refletir as aspirações de mercado, além
de introduzir princípio de qualidade (produtos e serviços), firmando-se como estratégia de
�sobrevivência no processo de gestão e desenvolvimento do setor industrial, ambiente sujeito a
permanente mutação. Uma outra observação a ser feita é que, apesar da unanimidade de sua
relevância, os serviços de informação ainda continuam desconhecidos para maioria da
clientela empresarial. É preciso que se tornem visíveis, ampliando a oferta de informações e
democratizando o seu acesso, corrigindo e buscando melhor equilíbrio com o setor
empresarial. É prudente concordar com AGUIAR(1994) quando diz que,
A sistematização dos serviços de informação científica e tecnológica, no atual
contexto das políticas tecnológicas e industrial, constitui estratégia fundamental
para o aumento da competitividade do setor produtivo através da melhoria da
qualidade, da inovação tecnológica e do aumento da capacitação gerencial.
Assim,
... é urgentemente necessário que os serviços de informação para
setores especializados, como é o setor industrial, sejam redezenhados
de modo a responder com mais objetividade às necessidades dos
países em desenvolvimento.(CYSNE, 1996, p.29)
Nesse entendimento, vale refletir sobre integração universidade - empresa, como
uma articulação próxima e freqüente que necessita de aprendizagem permanente e ajustes
recíprocos sempre voltados para um processo mutuamente enriquecedor, capaz de contribuir
para que cada entidade, na sua esfera, avance na busca de excelência. Partindo –se dessa
compreensão,
ou
seja,
da
necessidade
de
interagir
a
iniciativa
privada
com
universidade/institutos de pesquisa, visando o fortalecimento das capacidades para busca de
soluções conjuntas, “ estreitam-se os contatos pessoais, ampliam-se as trocas de
informações estratégicas e o uso da sistemática de subcontratações, e os ajustes e
negociações tornam-se mais freqüentes”. Esses fatores foram apontados por vários autores
como SCOTT, & STORPER E CASTELLS citados por MEDEIROS et al (1992, p.3) .
Entretanto, para a efetiva concretização desses fatores, cogita-se a criação de uma cultura de
informação para negócios, investindo-se, à priori, na conscientização das instituições
envolvidas da necessidade de um ambiente favorável que venha subsidiar a acumulação de
conhecimentos e produção de inovações. Nesse sentido,
�... o novo paradigma cria dimensão tecnológica inusitada : o foco da
competitividade recai diretamente sobre o setor produtivo( o segmento da demanda),
induzindo, em consequência, transformações substanciais ao fomento tecnológico
que objetiva facilitar a prática da pesquisa cooperativa, do desenvolvimento
tecnológico e da consolidação de uma adequada infra-estrutura de serviços(oferta)
à disposição das empresas. Nesse contexto, a consolidação de um sistema articulado
de informação tecnológica pode constituir imprescindível elemento à estratégia de
competitividade de ambos os segmentos: o das empresas usuárias e o das
instituições prestadoras de serviços.(FROTA & FROTA, 1994, p.7)
Por outro lado, nos satisfaz dizer que as universidades públicas e as empresas,
embora não totalmente voltadas para a compreensão do seu papel social, já se movimentam
para uma maior aproximação, num estreitamento de relações entre as esferas envolvidas.
Segundo REGO( 1998, p.7) este progresso já é visível na formação dos profissionais. E cita os
estágios não-obrigatórios como um componente importante no desenvolvimento técnico de um
número cada vez maior de universitários, através dos quais acumulam informações sobre a
dinâmica econômica, relações com o capital, com o trabalho, com o usuário dos produtos e
serviços, além de aumentar sua empregabilidade e tornar mais qualificado o seu serviço.
Assim, a competência da universidade que era de formar empregados e profissionais liberais
para o mercado de trabalho, passa para a formação de profissionais empregadores.
Em outro momento, apresentaram-se algumas entidades que compõem a estrutura
básica da área de informação tecnológica no Brasil e que são reconhecidas por
disponibilizarem serviços de informação especializados, além de facilitarem o processo de
transferência de informação científica e tecnológica para a classe empresarial brasileira,
através de pontos de atendimento, unidades regionais, empresas juniors, incubadoras, etc. A
exemplo, citam-se o SEBRAE, SENAI, IBICT, INPI,ABIMAQ,CNEN, dentre várias outras.
Tais entidades podem ser citadas como exemplos bem sucedidos, cuja preocupação consiste
em prover a indústria de informações voltadas para negócios. Torna-se evidente o esforço
dessas instituições na medida em que tentam compartilhar recursos com parceiros eficientes
para o provimento do setor industrial. São principalmente canais institucionais de
comunicação, cujo principal componente é a informação através da qual
... a produção, difusão, assimilação e uso estratégico do conhecimento empresarial
devem se constituir em atividades a serem compartilhadas solidariamente por
tomadores de decisão e profissionais da informação, atuantes na organização, de tal
modo, que seus papéis se interpenetrem nas atividades de inteligência e análise de
negócios (VIEIRA, 1993, p.100)
�E finda-se por concordar com as palavras de REGO(1998, p.8) esperando que : “
essa leitura nos aguce a visão de futuro, trazendo à lume a necessidade de entender e refletir
que ciência e tecnologia significam democracia, justiça, bem-estar e soberania”.(grifo nosso)
SUMMARY
Approach above the role and neeed of information
services in the process of transfering cientifical
and tecnological information. Elect the integration
university-company as an inevitable form of
performance that consolidate the guarantee of
productive and development to whole society.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Serviço de informação: um instrumento para a integração universidade/ empresa.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Eudes Garcez
Marinho, Raimundo Ramos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda o papel e a necessidade dos serviços de informação no processo de transferência de informação científica e tecnológica.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4054/SNBU2002_048.pdf
17f702d339640ded82a6c43d357e8020
PDF Text
Text
HEMEROTECA DIGITAL DO CMU: PROJETO PILOTO
1
Autor:
Elizabeth Maria Alcântara P. Pazini – emapp@unicamp.br
2
Rosaelena Scarpeline – rscarpel@unicamp.br
*3
Resumo:
Relato da experiência da Biblioteca do CMU, na elaboração, montagem, indexação de uma
hemeroteca, estabelecendo metodologias para que a partir de uma análise criteriosa dos artigos, seja
desenvolvido um conjunto de padrões para identificar, armazenar e disponibilizar as informações em
texto completo dos artigos de jornais e revistas que compõe seu acervo num ambiente digital,
possibilitando a busca e a recuperação deste tipo de material não só através de índices, thesaurus e base
de dados, mas também a pesquisa palavra por palavra, resultando na interoperabilidade entre interfaces
abertas e protocolos de comunicação de dados, onde os usuários poderão realizar suas consultas de
forma unificada em uma única interface, sem interferência de terceiros, fornecendo também a
possibilidade de retornar o texto digital em papel.
Palavras-chave: Biblioteca digital; Hemeroteca
1
Bibliotecária responsável pelo setor de Periódico e Hemeroteca
Bibliotecária Diretora da Biblioteca
3
Biblioteca do Centro de Memória da Unicamp. Caixa Postal 6123. Campinas – S.P. 13.083-970 - Brasil
2
�INTRODUÇÃO
A Biblioteca do Centro de Memória possui uma Hemeroteca com cerca
de 45.000 recortes de jornais e revistas diversos, com interesse especial para a
historia e o cotidiano da cidade de Campinas. Abrange um período que vai de
1920 até os dias atuais, divididas em duas grandes coleções:
Coleção João Falchi Trinca: o maior bibliófilo da historia de Campinas.
Composta de 18.000 artigos de jornais e revistas de Campinas e região,
retratando o cotidiano da cidade durante mais de 70 anos.
Coleção Corrente: com o passar dos anos fomos recebendo mais
coleções que foram compondo essa Hemeroteca. Também passamos, desde
1986, a colecionar os jornais diários da cidade, selecionando as matérias de
interesse e anexando ao acervo.
Com o apoio da FAEP e da FAPESP a coleção João Falchi Trinca foi
trabalhada física e tecnicamente, e como resultado deste trabalho inicial,
publicamos em 1997 o índice/tesaurus “História de Campinas através da
Hemeroteca João Falchi Trinca: descritores e afins”, na série Instrumentos de
Pesquisas do CMU, trazendo os assuntos indexados de forma ordenada,
respeitando a linguagem natural uma relação dos principais assuntos tratados
nesta coleção, facilitando assim o processo de consulta.
Além de classificar os artigos pelos seus assuntos específicos, este
sistema foi elaborado para facilitar as pesquisas no acervo da hemeroteca.
A séries são as seguintes:
1. Aspectos urbanos;
2. Ciências;
3. Cultura
4. Economia;
5. Educação;
6. História
7. Literatura;
�8. Personagem;
9. Política;
10. Religião;
11. Transporte
Cada série subdivide-se em sub-séries, classes, sub-classes, grupo, subgrupo etc, quantas vezes se fizer necessário.
Com o Know-how adquirido neste trabalho, passamos a trabalhar então
a outra coleção e partindo do índice já implantado fomos desenvolvendo os
temas específicos e criando novas palavras chaves.
Diante do grande volume de artigos e de informações geradas através
dos índices surgiu a necessidade de se estudar uma maneira fácil e rápida de
disseminação dessas informações.
Em 1998, novamente com o auxilio da Fapesp desenvolvemos as bases
de dados on-line, em Microisis, que são roteadas para internet pelo software
WWWIsis, visando uma rápida recuperação de dados, permitindo uma pesquisa
mais especifica, seja por autor, titulo, assunto específico. Atualmente estamos
on-line com 38.000 artigos.
DIGITALIZAÇÃO
Sendo a internet um espaço muito utilizado na disseminação da
informação, tanto para disponibilizar os serviços tradicionais como para a
inclusão das novas formas de busca, há cada vez mais por parte dos
pesquisadores anseios quanto ao uso dos serviços eletrônicos.
O serviço de referência hoje, porta de entrada para os acervos das
bibliotecas passaram a funcionar no ambiente virtual com uma precisão
absoluta. Desta forma, fomos impelidos a procurar novas ferramentas que
dessem ao pesquisador uma maior abrangência no momento da busca, não só
através de autoria e assunto específico, mas a liberação do texto integral,
�possibilitando a varredura do texto, palavra por palavra, sem que ele precise da
interferência de terceiros.
A partir da inauguração da Biblioteca Digital da Unicamp, inaugurada
em maio de 2002, gerenciada pelo Sistema Nou-Rau, que implementa um
serviço on-line de armazenamento e obtenção de documentos digitais,
promovendo um acesso controlado e mecanismos eficientes de busca, passamos
a estabelecer os primeiros contatos para o estudo de parceria onde o objetivo
seria a colocação do texto integral dos artigos que compõem o acervo da
Hemeroteca. O Sistema Rau-Tu ( Nou-Rau) foi desenvolvido pelo Instituto
Vale do Futuro em parceria com o Centro de Computação da Unicamp. É de
uso livre e gratuito.
Começamos então por avaliar a transformação da linguagem da base
atual Microisis para ASCII com a finalidade de obter suporte com o protocolo
Z39.50. Este protocolo era a exigência do Sistema Nou-Rau, transformando a
base de Microisis numa linguagem compatível com o próprio sistema, não
havendo necessidade da conversão da base de dados como um todo.
OBJETIVOS
Tendo como noção básica que o usuário tem que estar sempre bem
orientado, sendo capaz de navegar pelas bases de informação com segurança
procuramos montar um site de pesquisa levando em conta:
-
Disponibilização da informação durante 24hs. permitindo acesso em
sua própria residência ou em lugares onde não poderá obter
orientação próxima;
-
Agilidade para a obtenção da informação;
-
Uso simultâneo do mesmo documento por vários pesquisadores
-
Preservação dos originais
�METODOLOGIA
Tomou-se por base a especificidade da biblioteca para podermos ter um
ponto de partida. Escolhemos para esta primeira etapa, como projeto piloto, a
Série História, pois traz em sua formação temática varias fontes que norteam a
pesquisa em história de Campinas, já que o perfil de nossa biblioteca é história
regional.
A parceria CMU/BC para a Biblioteca Digital começou com o
levantamento de procedimentos necessários para que o trabalho pudesse dar
seguimento, neste momento contamos não só com o apoio na disponibilização
de software compatíveis, mas também com o empenho do Diretor de Sistema
Automatizados Marcos Dario G. Sae e dos estagiários de informática Felipe
Rodrigues Uriane e Marcelo S. Macedo.
Partindo da biblioteca on-line hemeroteca, e com os artigos trabalhados
física e tecnicamente iniciamos os passos seguintes:
1 – Transformar a linguagem microisis para ASCII
2 – Digitalizar os textos em PDF
3 – Digitalizar as imagens em JGJ – 150 DPIs
4 – Anexar texto à imagem
5 – Inserção do arquivo na base Rau-Tu
6 – Reindexação da base Rau-Tu feita a cada 2 horas
No momento da inserção de cada texto digitalizado em PDF na base
Rau-Tu, segue o MFN correspondente, desenvolvido em microisis que
possibilita a pesquisa também pelo registro bibliográfico na Biblioteca Digital.
A base de dados da Hemeroteca na Biblioteca on-line CMU em Wisis
permanece com sua integridade, apenas será acrescentado um link no MFN
digitalizado, informando que o referido artigo está disponível em texto integral
na Hemeroteca Digital.
�Ao se clicar neste link o usuário terá acesso de imediato ao texto em
PDF, não havendo necessidade de reformular sua pesquisa na Biblioteca
Digital, obtendo assim uma resposta mais ágil e eficaz para sua pesquisa.
Desta forma fica disponível na rede Web duas formas de pesquisa:
1.
Dentro da Biblioteca on-line CMU, na base de dados
Hemeroteca por autor, titulo e assunto especifico;
2.
Dentro da Biblioteca Digital da Unicamp, na Hemeroteca
Digital, onde além da pesquisa disponível na biblioteca online, poderá também fazer a varredura no texto integral,
palavra por palavra.
As bases de dados, Biblioteca on-line Hemeroteca e Hemeroteca Digital estão abrigadas em
servidores diferentes, no primeiro caso em um servidor Pentiun III 500 na própria Biblioteca do
CMU, e no segundo um servidor Dual Pentium III 750 mhz do Sistema de Biblioteca da Unicamp,
no Centro de Computação (CCUEC).
Durante o planejamento dos trabalhos alguns pontos foram relevantes para a tomada de
decisões em relação ao software utilizado
•
Capacidade de gerenciar grandes massas de dados;
•
O grande volume de informação não afetaria a velocidade nem a
performance do sistema, no que se refere a recuperação dos
dados;
•
A pesquisa é realizada palavra por palavra buscando informação
no texto integral e também por assunto especifico com
expressões booleanas;
•
Facilidade para acessar as bases sem a necessidade de
conhecimentos específicos em informática.
Outros pontos que foram levados em consideração foi a instalação de
uma interface amigável que permitisse a facilidade do manuseio e a que fosse
garantido a proteção das bases contra usos indevidos do sistema.
�Para se obter uma resposta rápida no momento de se visualizar o texto
integral é necessário uma arquitetura mínima:
1. Computador Pentium,
2. Monitor colorido SVGA 800X600 256 cores;
3. Impressora com resolução igual ou superior a 150 dpi;
4. Sistema operacional Windows 95/98 ou outras versões atualizadas do
mesmo;
5. Internet Explorer versão 5 ou similar;
6. Software Adobe Acrobat Reader.
Conclusão
Com esse trabalho esperamos colocar a disposição dos pesquisadores
facilidades que ultrapassem o modo tradicional de pesquisa em papel,
facilitando sua interação remota entre a biblioteca e seus usuários.
A disponibilização do texto integral no ambiente eletrônico representa
uma economia de tempo e esforço no momento da realização de uma pesquisa,
não só para o pesquisador mas também para o bibliotecário. Isso só é possível
se o usuário estiver bem orientado para saber com segurança levantar palavras
chaves sem necessitar de um atendimento mais refinado e direto, para que a
resposta obtida seja rápida, limpa e devidamente filtrada.
Para isso estamos trabalhando no desenvolvimento de um browser para
o recebimento de mensagens, procurando medir a satisfação do usuário, receber
sugestões ou fazer uma orientação mais aprofundada na pesquisa a ser
desenvolvida, esse será nosso serviço de referencia on-line dentro da base
especifica de hemeroteca, interagindo diretamente bibliotecário de referencia X
usuário on-line. Desta forma as dificuldades serão detectadas e o serviço
oferecido poderá ser melhorado.
Não podemos deixar de lembrar que a disponibilização da Hemeroteca
Digital estará funcionando também como um serviço de marketing para os
�outros serviços da biblioteca do Centro de Memória e suas bases de dados online, sendo o ponto de partida para que possamos estudar a possibilidade de
transformarmos outras bases em bibliotecas híbridas e interativas.
Para
o
acesso
da
Biblioteca
online
do
CMU
Hemeroteca
http://www.unicamp.br/suarq/cmu/biblioteca
Para
o
acesso
da
Biblioteca
Digital
da
Unicamp
http://www.unicamp.br/bc/bibdig/index.htm
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Hemeroteca digital do CMU: projeto piloto.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pazini, Elizabeth Maria Alcântara P.
Scarpelini, Rosaelena
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relato da experiência da Biblioteca do CMU, na elaboração, montagem, indexação de uma hemeroteca
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4053/SNBU2002_047.pdf
004e526dfca692b5b95983f8afbde7ae
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INFORMATION LITERACY EDUCATION: INTEGRAÇÃO PEDAGÓGICA ENTRE
BIBLIOTECÁRIOS E DOCENTES VISANDO A COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO
E O APRENDIZADO AO LONGO DA VIDA
ELISABETH ADRIANA DUDZIAK
e-mail: elisabeth.dudziak@poli.usp.br
RESUMO
Em função do cenário atual de explosão informacional, tem crescido o interesse por parte
de bibliotecários e educadores em torno da information literacy ou competência em
informação. O conceito tem sido amplamente adotado e difundido em países como os
Estados Unidos, Canadá e Austrália. A Information Literacy surgiu na literatura em 1974 e
basicamente pode ser definida como o domínio sobre o universo informacional,
incorporando habilidades, conhecimentos e valores relacionados à busca, acesso,
avaliação, organização e difusão da informação e do conhecimento. O objetivo deste
trabalho é, a partir da definição de Information Literacy , estabelecer e definir o que seria a
Information Literacy Education,
aprofundar os conhecimentos acerca do tema e
seus
reflexos nos paradigmas educacionais. O papel da biblioteca universitária e do
bibliotecário são discutidos em função desta abordagem pedagógica. Comparam-se a
Educação tradicional e a Educação voltada para a informação. Discute-se o processo que
envolve implantação da Information Literacy Education no ambiente acadêmico e a
necessidade
do
estabelecimento
de
parcerias
entre
docentes,
bibliotecários
e
administradores. Destacam-se duas abordagens pedagógicas: o currículo integrado e o
aprendizado baseado em recursos, ambos privilegiando a integração das atividades
educacionais entre biblioteca e sala de aula, bibliotecários e docentes. Conclui-se que a
Information Literacy Education é de fundamental importância na formação dos futuros
profissionais.
�1 INTRODUÇÃO
A entrada no século 21 trouxe para as bibliotecas e bibliotecários desafios maiores
principalmente em função da explosão informacional sentida através da Internet. Aliado a
isso, o rápido desenvolvimento tecnológico alterou profunda e definitivamente a natureza
do trabalho bibliotecário, notadamente nas Bibliotecas Universitárias, onde o impacto tem
sido maior.
Novas demandas surgiram em relação à Educação, sobressaindo-se os temas
ligados à centralização no usuário/cliente/aprendiz e em seus processos de construção de
conhecimento a partir da busca e uso da informação. De fato, as Bibliotecas Universitárias
tiveram de se adequar à nova realidade a partir da mudança de foco dos sistemas pelos
sistemas para o foco no cliente/aprendiz e suas necessidades frente a este novo universo
informacional.
Amparado neste novo contexto e como resultado de um longo caminho percorrido
por diversos estudiosos, cresceu o interesse entre os bibliotecários e educadores por um
tema polêmico: a Information Literacy.
Genericamente definida como o ‘domínio do universo informacional e seus
processos’, mais especificamente a Information Literacy pode ser definida como o
processo de interiorização de valores, conhecimentos e habilidades ligadas ao universo
informacional e à competência em informação. Surgida junto com à chamada Sociedade da
Informação, termo criado já há cerca de trinta anos, seu aparecimento se deu em função do
crescimento de demanda em torno do universo informacional que, já àquela época se
expandia, principalmente em função dos avanços das tecnologias de informação.
Cunhado por bibliotecários, a Information Literacy apareceu pela primeira vez na
literatura no início da década de 70 (Zurkowski, 1974). Desde o seu aparecimento, muita
polêmica tem-se criado em torno desta intrigante expressão, a ponto de transformá-la em
um movimento que adquiriu proporções mundiais. Apesar de até o momento ter sido pouco
explorada no Brasil e sequer haver um consenso quanto à sua tradução, difundiu-se pelo
mundo, principalmente nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Suécia e Canadá. É certo
�que a Information Literacy traz consigo o germen de uma revolução para o trabalho
bibliotecário, principalmente no âmbito das Bibliotecas Universitárias. Isto se dá devido a
seu caráter eminentemente multidisciplinar e por ter seu desenvolvimento intimamente
ligado à Educação.
Em termos conceituais, esta interface entre a Information Literacy (ou competência
em informação) e a Educação, é o que define o escopo da Information Literacy Education
(ILE), tema que será focalizado neste trabalho.
O objetivo deste trabalho é, a partir da definição de Information Literacy,
estabelecer e definir o que seria a Information Literacy Education ,
aprofundar os
conhecimentos acerca do tema e seus reflexos na implementação de novos paradigmas
educacionais, enfatizando o papel da biblioteca como organização aprendente, do
bibliotecário como educador e do necessário estabelecimento de parcerias com os docentes
para a integração de aprendizado e saberes referentes à competência em informação.
2 DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA INFORMATION LITERACY
Para ser competente em informação, uma pessoa deve ser capaz de
reconhecer quando uma informação é necessária e deve ter a habilidade de
localizar, avaliar e usar efetivamente a informação...Resumindo, as pessoas
competentes em informação são aquelas que aprenderam a aprender. Elas sabem
como aprender pois sabem como o conhecimento é organizado, como encontrar a
informação e como usá-la de modo que outras pessoas aprendam a partir dela.
(American Library Association - Presential Committee on Information Literacy
1989, p.1)1
1
"To be information literate, a person must be able to recognize when information is needed and
have the ability to locate, evaluate, and use effectively the needed information...Ultimately,
information literate person are those who have learned how to learn. They know how to learn
because they know knowledge is organized, how to find information, and how to use information in
such a way that others can learn from them. They are people prepared for lifelong learning,
because they can always find the information needed for any task or decision at hand."(ALA, 1989)
�A partir da definição da ALA (1989) fica claro que a expressão Information
Literacy
refere-se fundamentalmente ao domínio do universo informacional e sua
dinâmica. Visto que diante do excesso de informações, torna-se cada vez mais necessário
“dominar” o universo informacional, de forma que possamos construir conhecimento e
aprender, torna-se necessário:
. Reconhecer nossas necessidades informacionais,
. definir estas necessidades,
. buscar e acessar a informação, física e intelectualmente,
. avaliá-la,
. organizá-la,
. transformá-la em conhecimento (a partir dos processos reflexivos),
. aprender a aprender,
. e aprender ao longo da vida.
É desta matéria que se ocupa a Information Literacy . Tem assumido diferentes
formas e não existe, até o momento, um consenso sobre seu significado. Como uma
metáfora bem construída (Behrens, 1994; Shapiro e Hughes, 1996), repleta de conotações,
nem sempre é bem entendida. Enquanto diversos autores advogam sua causa (Breivik e
Gee,1989; Bruce,1999; Doyle,1994), outros afirmam que a Information Literacy é apenas
um nome mais atual para práticas biblioteconômicas consolidadas (Foster, 1993; White,
1992).
Inegavelmente, a Information Literacy surgiu no âmbito da Biblioteconomia ligada
aos processos de investigação, ao pensamento crítico e ao aprendizado independente.
Relacionada à construção de significados a partir da informação, a Information Literacy
permeia qualquer processo de criação, resolução de problemas e/ou tomada de decisão.
Desta forma, envolve toda a atuação da Biblioteca e dos bibliotecários, levando-os
a assumir uma postura mais presente e ativa na comunidade acadêmica. Praticamente
inexplorada no Brasil (Dudziak, 2001; Belluzzo, 2001) a expressão ainda não possui
tradução para a língua portuguesa. Porém, algumas expressões possíveis seriam:
�alfabetização informacional, letramento, literacia, fluência informacional, competência
em informação.
Diante deste cenário ao bibliotecário surgem os questionamentos: como educar os
estudantes de forma que se tornem competentes em informação? Como levá-los às práticas
investigativas? Como capacitá-los a operar neste imenso universo informacional? Como
conduzi-los ao pensamento crítico em seus processos de busca e uso da informação? A
Orientação Bibliográfica não bastaria, uma vez que são necessárias outras ênfases que
tornem as atividades educacionais contextualizadas, integradas, ou seja, atividades que
façam parte do universo educacional diário e rotineiro do estudante.
Constata-se então a necessidade de não mais atuarmos isoladamente, antes devemos
atuar em cooperação com os docentes, de modo a potencializar as práticas de pesquisa,
adotando novos espaços de aprendizado que não a sala de aula (como por exemplo a
Biblioteca), incentivando as práticas dialógicas, inseridas num contexto educacional mais
abrangente. Este é o objetivo da Information Literacy Education .
3 O MODELO TRADICIONAL DE EDUCAÇÃO
Apesar do fato de que as instituições educacionais já terem iniciado o processo de
transformação
em
organizações
mais
flexíveis,
onde
já
proliferam
os
discursos
progressistas, que enfatizam o aprender a aprender, o aprendizado ao longo da vida, o
aprendizado independente, as práticas nem sempre se coadunam com os discursos.
Por vezes permanecem aquelas práticas já consolidadas que privilegiam o
aprendizado
mecânico,
essencialmente
centralizador e o aluno ouvinte; a
cognitivo
e
instrumental,
com
o
docente
dissociação entre docentes e alunos; um certo
confinamento às salas de aula; departamentalização; uma orientação objetivista de
avaliação pontual.
Tal modelo de Educação baseado em práticas e visões consolidadas criam-se
barreiras à implementação de novos modelos de Educação. O desafio é superar estas
barreiras, promovendo o diálogo, o compartilhamento de idéias, o amplo acesso à
�informação, criando uma ‘cultura da informação’, ambiente ideal para a implementação da
Information Literacy Education.
4 DEFININDO A INFORMATION LITERACY EDUCATION
Se a Information Literacy liga-se à competência em informação, a Information
Literacy Education é o caminho que nos leva a esta competência. O movimento
transformador que envolve a Information Literacy Education exige mudanças no modo de
pensar e crenças da biblioteca e de toda a comunidade educacional.
Sua implantação é um processo longo e ligado à construção de novas visões
educacionais onde o aprendiz é sujeito, definido como ni divíduo participante da sociedade.
A Information Literacy Education é um processo que se inicia com a percepção da
necessidade de informação, de socialização do acesso físico e intelectual à informação;
acontece lentamente e envolve toda a comunidade educacional, tendo seu desenvolvimento
neste contexto.
Por envolver docentes, administradores, bibliotecários e estudantes em busca da
construção de um novo paradigma educacional mais ligado às demandas atuais, à
informação, ao aprendizado independente e o aprendizado ao longo da vida, a Information
Literacy Education não é de fácil execução. Outrossim, necessita ser construída, embasada
em objetivos comuns a toda a comunidade educacional, única forma de perpetuá-la. Desta
forma está intimamente ligada à mudança da filosofia educacional de docentes,
administradores, estudantes e bibliotecários.
A Educação voltada para a competência em informação é aquela que socializa o
acesso à informação, ao conhecimento e ao aprendizado. Incentiva a participação ativa da
comunidade (ou seja, seu comprometimento) na definição de metas e objetivos
educacionais. Busca o aprendizado, enquanto processo, de conteúdos significativos.
Enfatiza a integração curricular e a educação baseada em recursos. Adota práticas
pedagógicas voltadas para a construção de conhecimento, o aprendizado independente e o
aprendizado ao longo da vida, a partir da elaboração de projetos de pesquisa e a resolução
de problemas.
�Concebida como processo de aprendizado, a Information Literacy engloba além das
habilidades e do conhecimento, a noção de valores situacionais e sociais, com ênfase na
responsabilidade social do ser humano/sujeito, que é o indivíduo enquanto ator social.
Desta forma, a visão sistêmica do aprendizado carrega em si dois conceitos: contexto e
interdependência.
5 A INSERÇÃO DA INFORMATION LITERACY EDUCATION NO CONTEXTO
EDUCACIONAL UNIVERSITÁRIO
Entendendo então que as organizações, os fenômenos e acontecimentos estão
dinamicamente interconectados e que observador e observado estão relacionados
reciprocamente, a noção de sistema é transposta para a filosofia educacional, com o
consequente reflexo nas metas e práticas ligadas ao aprendizado enquanto fenômeno social
(Bruce, 2000).
Desta maneira, as modificações no modelo de Educação vigente tornam-se
modificações
transformacionais,
muito
mais
que
simples
incrementos
às
práticas
consolidadas, conforme quadro abaixo:
Comparação entre a educação tradicional e a educação voltada para a Information
Literacy
Educação tradicional
Educação voltada para a IL
Ênfase nos conteúdos de aprendizado, aquisição de Ênfase no aprender a aprender, como formular
um conjunto de “informações
certas” uma vez e questões, estar aberto a novos conceitos, como
para sempre
acessar a informação; saber como o “conhecer” pode
se alterar
O aprendizado é um produto, uma meta a ser atingida
O aprendizado é um processo; os aprendizes tomam
decisões a respeito do aprendizado e são encorajados
a serem autônomos e independentes
Estrutura
autoritária
de
aprendizado
onde a As abordagens de aprendizado são flexíveis e se
conformidade é recompensada e a diferença é coadunam com as características e comportamentos
desencorajada
dos grupos de aprendizado
O aprendizado repousa sobre estruturas teóricas de O aprendizado teórico é complementado pela
conhecimento
experimentação, dentro e fora da sala de aula
O docente é a autoridade; relacionamento unilateral O docente é um facilitador; relacionamento baseado
com o aprendiz
na troca de informações
A informação é vista como um objetivo em si, blocos A informação cria significado e compreensão, habilita
de informações com significados constantes
os aprendizes a encontrar o sentido das situações; os
significados variam de pessoa para pessoa
Ênfase
na
transferência
de
informação
– O usuário da informação está ativamente envolvido
comportamento passivo do usuário
com a produção e transferência da informação e busca
�satisfazer suas necessidades informacionais
O individualismo é caótico; um mesmo nível de O aprendizado, bem como o comportamento
serviço é válido para todos
de busca e uso da informação variam de pessoa a
pessoa; o contexto influencia o comportamento
Ênfase na neutralidade da informação
Acesso físico e intelectual à informação apropriada às
necessidades, habilidades e interesses dos aprendizes
As bibliotecas são vistas como repositórios de livros; As bibliotecas são vistas como sistemas aprendentes,
conveniências de armazenamento se sobrepõem às centros de aprendizado, ambientes multiculturais
conveniências dos usuários
Abordagem passiva no desenvolvimento de serviços Abordagem cooperativa entre todos os setores da
de informação voltados para os usuários; baixo infraestrutura
informacional
e
da
infraestrutura
feedback
educacional para o desenvolvimento de serviços e
produtos que levem ao aprendizado; o diálogo é
essencial
Tradução e adaptação do texto de KIRK, J.; TOOD,R. Information literacy: challenging roles for
information professionals. 1995 apud BRUCE, 1997.
Desta forma, a alteração do paradigma educacional pela Information Literacy
Education passa por sua inserção ao contexto de aprendizado acadêmico, de forma
inequívoca e amplificada, uma vez que, muito mais que se referir a treinamentos ou
disciplinas estanques, refere-se à inovação organizacional, cultural e individual. Neste
cenário, tem-se que:
- O aprendizado é um processo contextualizado, com real envolvimento e diálogo
contínuo entre estudantes, docentes e bibliotecários;
- Cultiva-se uma relação cotidiana com a informação;
- O docente e o bibliotecário são facilitadores, mediadores e mesmo aprendizes;
- Reconhecendo-se a diversidade, pratica-se o respeito às opiniões e estabelece-se o
diálogo, o debate construtivo;
- O processo de avaliação torna-se parte do processo, sendo baseado no mesmo.
Segundo diversos autores (Leckie e Fullerton, 1999; Rader, 1999; Schaffner et al,
1999) administradores, docentes, bibliotecários, técnicos, e estudantes têm de estar
envolvidos, num esforço conjunto para:
•
Estabelecer uma infra-estrutura básica de telecomunicações e redes de computadores,
de modo a tornar acessíveis através da tecnologia, as informações relativas à
comunidade educacional, permitindo a interação entre os vários sistemas de
�informação educacional, bem como garantir o acesso a dados, fatos, acontecimentos e
conhecimentos que envolvem a comunidade e o mundo;
•
Facilitar a integração da informação ao currículo, criando uma cultura da informação;
isto
implica
necessariamente
na
valorização
da
biblioteca
enquanto
sistema
multicultural e pluralístico;
•
Oferecer todas as oportunidades para que a comunidade educacional se aproprie da
tecnologia e dos recursos informacionais em seus variados formatos, de modo que se
crie um ambiente educacional favorável à pesquisa, à investigação, enquanto processo
de busca e uso de informações para a construção de conhecimento e tomadas de
decisão conscientes;
•
Fomentar o diálogo entre todos os membros da comunidade educacional;
•
Buscar parcerias, o trabalho cooperativo, transdisciplinar, integrado. (Dudziak, 2001)
•
O bibliotecário deve adquirir uma postura ativa, dialogando com os docentes, buscando
novas atividades e práticas pedagógicas que potencializem os processos de aprendizado
a partir da busca e uso da informação, a investigação, o pensamento crítico,
incentivando o aprendizado independente, auto-orientado dos estudantes.
•
A Biblioteca, enquanto organização deve rever seus próprios paradigmas, almejando
sua transformação em uma organização mais flexível, afeita à mudança, ao diálogo
interno e externo, tornando-se uma organização aprendente. Enquanto espaço, a
Biblioteca deve ser o tanto quanto possível um ambiente propício ao estudo, à
descoberta, auto-explicativa, proporcionando as condições ideais à investigação e ao
aprendizado.
Neste cenário educacional, a Information Literacy encontra uma base para se
desenvolver. As instituições que adotarem este modelo de educação estarão um passo a
diante em direção à uma sociedade mais informada e portanto mais democrática.
�6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de ser um tema novo, a Information Literacy e a Information Literacy
Education são movimentos que adquiriram feições mundiais, tendo sido aceitos em muitos
países. Muitos institutos foram criados e são inúmeros os sites na Internet disponíveis
sobre o assunto. A implementação da Information Literacy Education não é tarefa fácil por
envolver mudanças nos paradigmas educacionais. Implementar programas baseados em
disciplinas tem sido o modo mais comum de implantação do movimento, muito embora
não se constitua por si só um mecanismo de mudança de visão, de mentalidade
educacional.
Aos bibliotecários cabe a árdua tarefa de consolidar o conceito e difundi-lo de
modo a fomentar o diálogo entre os docentes, administradores, estudantes e os próprios
bibliotecários para que haja um real comprometimento com uma ‘ cultura da informação’
onde se privilegiem valores, conhecimentos e habilidades ligados à informação e seu vasto
universo,
valorizando
o
aprendizado
contextualizado,
integrado,
interdisciplinar,
o
aprendizado independente, orientado ao aprendizado ao longo da vida. Estes são os
preceitos da Information Literacy Education.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Information literacy education: integração pedagógica entre bibliotecários e docentes visando a competência em informação e o aprendizado ao longo da vida.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Dudziak, Elisabeth Adriana
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Discute-se o processo que envolve implantação da Information Literacy Education no ambiente acadêmico e a necessidade do estabelecimento de parcerias entre docentes, bibliotecários e administradores.
Language
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pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4052/SNBU2002_046.pdf
2fe401e50e73f3a9a66f3c144d7361bf
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SEMINÁRIO SOBRE USO DAS FERRAMENTAS DE ACESSO À
INFORMAÇÃO ATRAVÉS DA HOME PAGE
http://dibd.esalq.usp.br
Eliana Maria Garcia
Bibliotecária Supervisora da Seção de Referência - Divisão de Biblioteca e Documentação
ESALQ/USP, Caixa Postal 9, Piracicaba, SP, Brasil - emgarcia@esalq.usp.br
Kátia Maria de Andrade Ferraz
Bibliotecária Supervisora da Seção de Circulação e Empréstimo - Divisão de Biblioteca e
Documentação ESALQ/USP, Caixa Posta 9, Piracicaba, SP, Brasil - kmaferra@esalq.usp.br
Ligiana Clemente do Carmo
Bibliotecária da Biblioteca Setorial do Departamento de Economia e Sociologia Rural - Divisão de
Biblioteca e Documentação, ESALQ/USP, Caixa Postal 9, Piracicaba, SP, Brasil ligiana@esalq.usp.br
Márcia Regina Migliorato Saad
Diretora Técnica da Divisão de Biblioteca e Documentação ESALQ/USP, Caixa Posta 9, Piracicaba,
SP, Brasil - mrmsaad@esalq.usp.br
Resumo
Tradicionalmente a Divisão de Biblioteca e Documentação – DIBD oferece aulas sobre
orientações bibliográficas vinculadas à disciplina “ Seminários” dos cursos de pós-graduação
da ESALQ.
No entanto, com os avanços na área de informação, principalmente no que se refere aos
acessos via internet, fizeram-se necessárias reformulações constantes no conteúdo dos
programas dos seminários oferecidos, adaptando-os às novas realidades.
Atualmente, a metodologia utilizada baseia-se no acesso direto e on-line a home page da
DIBD, através de equipamentos de multimídia com apresentações teóricas e práticas para cada
link selecionado.
�Neste contexto espera-se então, capacitar o usuário para que se torne auto-suficiente na
realização de suas pesquisas e serviços oferecidos “on-line” e, com isto conscientizá-lo de que
a biblioteca está a sua disposição 24 horas/dia.
1 Introdução
Nos últimos vinte anos, as bibliotecas universitárias têm sido transformadas pela
tecnologia eletrônica, e em decorrência disso pela avalanche de novas fontes e recursos de
informação, apesar das restrições orçamentárias.
Estas mudanças no ambiente de trabalho, aumentaram as responsabilidades do
profissional, as expectativas sobre o papel do bibliotecário de referência,
fez-se necessário
então, novas práticas, novas competências e habilidades (NOSFINGER, 1999).
Atualmente, o bibliotecário de referência mudou da posição conservadora de coletor e
curador das obras de referência, para educador, consultor de informação, mediador entre
usuários/informação, com a responsabilidade de assistir aos usuários e a Universidade, com
recursos que vão além dos muros da biblioteca.
O Serviço de Referência consiste no atendimento pessoal aos usuários, mas
principalmente no ensino e orientação, formalizados através dos seminários ministrados pelas
bibliotecas. Seminários estes, considerados de importância estratégica para o desenvolvimento
da pesquisa no país e para a auto-suficiência dos pesquisadores no que se refere à busca de
informações pertinentes às suas atividades e ao conhecimento do que se pesquisa no mundo
(através da internet), além do estímulo ao contato com os Centros de Informações.
Em função disto, a Divisão de Biblioteca e Documentação (DIBD) da Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP) vem realizando sistematicamente o
treinamento para seus usuários através dos seminários sobre o uso da ferramentas de acesso à
informação.
2
�O objetivo deste trabalho consiste em divulgar a experiência acumulada da DIBD neste
campo de atuação e demonstrar através de indicadores quantitativos e qualitativos a sua
contribuição no processo educacional, na visão daquele que tem participado.
Traz
também
um
apanhado
histórico
dos
treinamentos,
evidenciando
a
transformação/evolução do método e da tecnologia empregada.
2
Histórico
Desde 1959 a Biblioteca da ESALQ mostrou-se preocupada e comprometida com o
espaço que já ocupava no cenário agrícola. Onde já surgia a primeira iniciativa por parte de
suas bibliotecárias, de orientações sobre o uso da biblioteca e o manuseio dos índices,
bibliografias e revistas de resumos direcionadas à grupos de alunos.
Em 1962 após seminário realizado na ESALQ sobre a preparação de trabalhos agrícolas,
motivou em 1966 a introdução da disciplina optativa “Redação Técnica” no currículo dos
cursos dos pós-graduandos, cuja responsabilidade cabia a um professor titular, sendo a
biblioteca convidada a ministrar aulas sobre o seu uso. Somente a partir de 1970, esta
colaboração tornou-se efetiva e passou a denominar-se “Redação Técnica e Uso da
Biblioteca”.
Em 1975 devido às solicitações de docentes e pós-graduandos foi organizado o 1º curso
de orientação bibliográfica, considerado como curso de extensão universitária, ministrado
pelas bibliotecárias e docentes convidados. O impacto causado foi positivo e, em 1977 a
equipe foi convidada a ministrar cursos à técnicos de Instituto Açucareiro, capacitando muitos
pesquisadores.
Posteriormente, este seminário foi transformado em disciplina optativa denominada
“Orientação Bibliográfica”, com duração de um semestre para atender os alunos de graduação
dos cursos de Engenharia Agronômica, Florestal e Economia Doméstica.
3
�Inicialmente a preocupação com o conteúdo dos programas dos cursos restringia-se à
normalização de documentos, referências bibliográficas, estrutura do trabalho científico,
sistemas de indexação e pesquisa bibliográfica. No decorrer dos anos, ocorreram várias
alterações em função das necessidades informacionais dos usuários e do avanço tecnológico.
Já na década de 80, a DIBD passou a colaborar com o Departamento de Química, na
disciplina “Nutrição Mineral de Plantas”, onde já se aliava a prática da busca de informação ao
conhecimento agrícola (caráter mais específico), constituindo assim um estímulo mais
concreto e eficaz em relação ao interesse dos usuários.
Em paralelo, a biblioteca participava também da disciplina “Introdução à Agronomia”
oferecida aos calouros e coordenada por um docente, cujo objetivo era uma visita à biblioteca,
a divulgação e recuperação de seu acervo, e uma rápida explanação sobre “introdução à
pesquisa”.
A partir de 1998, por iniciativa da Sistema de Bibliotecas da USP (SIBi/USP), criou-se a
Semana DEDALUS, um evento realizado no início de cada ano letivo dirigido à alunos
ingressantes na graduação, com o objetivo de ensinar noções básicas do uso da biblioteca e do
Banco de Dados Bibliográficos da USP (DEDALUS) que muito se aproximava ao que a
biblioteca já vinha realizando com seus alunos ingressantes.
Além desta iniciativa, a biblioteca oferecia treinamentos especiais direcionados às
atividades de pesquisa, aos alunos de graduação inscritos no Programa Especial de
Treinamento da CAPES – PET.
Diante da repercussão positiva que estes seminários causavam no campus, os docentes
dos cursos de pós-graduação solicitaram para que esta atividade fosse estendida aos alunos de
mestrado e doutorado, cujo o tema seria o “Uso da Biblioteca e Pesquisa Bibliográfica”, onde
eram abordados além do uso das ferramentas de busca para a pesquisa, os serviços e produtos
oferecidos pela DIBD e as orientações sobre as dissertações e teses, sempre acompanhada dos
novos recursos existentes para a exposição da aula.
4
�Mais recentemente esta atividade passou a ser incluída no programa oficial da pósgraduação na disciplina “Seminários” denominados “Pesquisa Bibliográfica em Ciências
Agrárias através da Internet”, envolvendo todos os cursos. Novamente houve a ampliação do
conteúdo, devido a abrangência e complexidade das informações e ao grande avanço da
tecnologia, principalmente com o acesso via internet. E, em decorrência disto a equipe de
bibliotecários responsável pelos seminários, vem sendo contemplada com certificado que
evidencia o valor e a relevância do trabalho desenvolvido.
Devido à grande demanda, a DIBD incluiu em seu programa do serviço de referência,
seminários extras desvinculados de qualquer disciplina.
3 Metodologia
3.1 Recursos Utilizados
Os recursos utilizados como material didático no decorrer destes últimos anos sofreram
muitas transformações: do quadro negro, flip-chart, slides e transparências para projetor de
multimídia, microcomputador e folders.
A DIBD sempre procurou acompanhar a evolução das informações e recursos existentes,
bem como a contínua capacitação dos seus profissionais envolvidos.
Atualmente, as aulas são realizadas na própria biblioteca, em auditório próprio com
capacidade para 60 pessoas, equipado com TV, vídeo, lousa, tela de projeção,
microcomputador com acesso à internet e projetor de multimídia.
3.2 Dinâmica
Os seminários são dinâmicos e interativos, com explanação específica sobre pesquisa,
onde há orientação de como se elabora as estratégias de busca através de lógica booleana e há
5
�demonstrações práticas de diversas bases de dados, ferramentas de busca e sites de interesse
geral, onde seu desenvolvimento se dá a partir da home page http://dibd.esalq.usp.br,
conforme ilustrado na Figura 1.
Figura 1 – Home page da DIBD
Os links demonstrados são os seguintes:
6
�3.2.1 Informações
Destaca-se neste link o regulamento da DIBD e o comprometimento da biblioteca
através de suas políticas básicas.
3.2.2 Serviços
Neste link “Serviços” são demonstrados todos os serviços oferecidos aos usuários,
alguns deles disponíveis de forma interativa, como a comutação bibliográfica, sugestão para
novas aquisições, catalogação na publicação, entre outros.
São apresentadas também com destaque, as normas para elaboração de dissertação ou
tese e os procedimentos para sua entrega final, considerados como pré-requisitos para a
conclusão do seu trabalho na universidade.
3.2.3 Bases de Dados
O primeiro passo para a explanação das bases de dados é divulgar aos ingressantes o
nome das bases de interesse, o seu conteúdo e qual o link da home page pode ser selecionado.
O passo decorrente é a explicação sobre como se faz a pesquisa, com orientações sobre
estratégias de busca – lógica booleana, utilizando para isso exemplos com os assuntos
pertinentes ao público alvo.
A partir de então faz-se o acesso das principais bases nacionais e internacionais, com as
devidas orientações de cada item referenciado, podendo-se inclusive pesquisar tópicos
solicitados pelos próprios usuários, tornando a aula mais dinâmica, interessante e participativa.
7
�3.2.4 Revistas Eletrônicas
São demonstradas a partir do Portal CAPES, o qual permite o acesso a textos completos
de aproximadamente 2000 títulos de periódicos científicos. Neste momento, há uma interação
com o público de forma a esclarecer dúvidas que possam surgir no momento do acesso.
Faz-se também uma demonstração da base de dados SCIELO, que disponibiliza também
textos completos de títulos de periódicos nacionais e latino-americanos.
3.2.5 Recursos da Internet
Destaca-se também o link denominado “Recursos da Internet”, onde são relacionados
sites específicos da área de ciências agrárias (instituições de pesquisa, universidades,
empresas, laboratórios, etc) e também sites de referência de caráter geral, que oferecem
facilidades ao pesquisador: dicionários, agências de fomento, fontes de conversão/cálculo e
guias de serviços de utilidade pública, sempre selecionando o tópico a ser demonstrado de
acordo com a área dos usuários participantes.
3.2.6 Expositor Eletrônico
É importante divulgá-lo aos alunos para que eles conheçam as recentes publicações
incorporadas semanalmente ao acervo da DIBD, caso estes estejam impossibilitados de virem
até o local.
3.2.7 Catálogo de Publicações
A divulgação deste tópico evidencia a interação virtual que o usuário tem acesso, pois
trata-se de uma lista com as publicações disponíveis para a venda, incluindo o formulário de
instruções e aquisições on-line.
8
�3.3 Inovações
Como complemento aos seminários formalizados, a DIBD disponibilizou mais um
formato de treinamento, “personalizado”, que pode ser agendado previamente e selecionado
pelo pesquisador/usuário os temas de seu interesse. Este serviço é divulgado através de folders
que inclui: a explanação simplificada de cada tópico oferecido, formulário para inscrição e um
kit com brindes da biblioteca.
Com a introdução do Programa de Gestão da Qualidade, a DIBD passou a fazer a
avaliação formal de todos os seminários oferecidos aos usuários, incluindo as visitas
orientadas, com o intuito de determinar possíveis falhas, aprimorar a didática, a forma de
apresentação, o conteúdo abordado, o espaço utilizado e o tempo gasto x benefício.
4
Resultados
O resultado obtido durante todos esses anos que a DIBD tem se dedicado aos
seminários,
foi
extremamente
satisfatório,
sendo
comprovado
através
de
certificados
expedidos pelos docentes às bibliotecárias, pela grande procura por parte dos pesquisadores e
alunos, pela própria evolução da atividade, desde os espaços utilizados, às modificações dos
conteúdos até a capacitação de seus profissionais envolvidos.
Já nos 02 últimos anos este resultado pode ser mensurado mais concretamente, pois as
avaliações foram incluídas já com um caráter mais formal. Realizou-se neste período 27
seminários, totalizando um público participante de 476 alunos de pós-graduação e docentes.
Os dados coletados se referem ao conteúdo, tempo, lógica booleana, dinâmica e espaço físico
e podem ser avaliados conforme Figuras 2 a 6.
9
�Resultado: 318 = ótimo; 153 = bom; 5 = regular; 0 = ruim
1%
32%
Ótimo
0%
Bom
Regular
Ruim
67%
Figura 2 – Conteúdo do seminário
Resultado: 381 = Sim; 95 = Não
20%
Sim
Não
80%
Figura 3 – Tempo gasto
10
�Resultado: 474 = Sim; 2 = Não
0%
Sim
Não
100%
Figura 4 – Lógica booleana
Resultado: 350 = Ótimo; 121 = Bom; 5 = Regular; 0 = Ruim
1%
25%
Ótimo
0%
Bom
Regular
74%
Ruim
Figura 5 – Dinâmica e recursos utilizados pela palestrante
11
�Resultado: 327 = Ótimo; 138 = Bom; 10 = Bom; 1 = Ruim
0%
2%
Ótimo
29%
Bom
69%
Regular
Ruim
Figura 6 – Espaço físico
5
Discussão
Após a análise dos resultados e mais especificamente destes 2 últimos anos, concluiu-se
que os seminários tiveram boa receptividade dos usuários, o conteúdo vem atendendo as
expectativas, o espaço atual físico foi considerado agradável e o desempenho da equipe, fator
crucial, foi considerado pelos participantes como ótimo, atestando a sua capacitação.
Algumas sugestões como a disponibilidade de microcomputadores individuais durante
as aulas devem ser avaliadas, e com isso que se continue a luta pelo auxílio orçamentário tão
essencial à evolução dos seminários.
A participação dos usuários na avaliação dos cursos é o caminho para um serviço de
melhor qualidade.
12
�5.1 Recomendações
Um programa de treinamento e orientação, requer da biblioteca um planejamento para
que se possa ajustá-lo às expectativas atuais do usuário, onde antes, a prioridade era apenas o
próprio usuário, e hoje as suas necessidades passaram a ser muito mais essenciais (MILLSONMARTULA; MENON, 1995).
Outro fator importante é definir o objetivo e a meta: o que, quando e quanto se quer
atingir. Simultaneamente, atentar-se ao custo, questão esta que deve ser negociada com a
administração, que no mínimo deve estar conscientizada e convencida da importância de se
envidar esforços para viabilizar o programa.
Nenhum programa dessa natureza pode ser realizado sem custo (equipamentos, acesso a
internet e homens/hora) e este, não pode ser absorvido para outros fins, por isso o papel do
bibliotecário e o espaço ocupado por ele na comunidade que está inserido, são fundamentais
nas negociações com a administração.
6
Conclusões
A experiência acumulada pela biblioteca, a capacitação dos profissionais e a
participação dos usuários no processo são fatores relevantes para a avaliação da continuidade e
melhoria destes seminários.
A equipe de bibliotecários responsável pelos treinamentos tem comprovado a evolução
ocorrida nestes anos e renova a cada ano suas políticas de atualização e revê a metodologia
adotada, baseando-se sempre nas necessidades e prioridades de atendimento. Neste sentido, a
DIBD tem investido muito e vem obtendo êxito e reconhecimento.
A divulgação deste trabalho tem a intenção de compartilhar esta experiência com as
outras bibliotecas, uma vez que, segundo Jurrow (1992), as bibliotecas universitárias vêm
13
�mudando rapidamente, desafiando seus profissionais a exercerem suas funções de forma cada
vez mais efetiva.
Para enfrentar as novas tecnologias e as transformações na sociedade, os bibliotecários
de referência precisam desenvolver novas habilidades, novos conhecimentos e reverem
constantemente suas atitudes, uma vez que as demandas tem sido cada vez mais complexas e
de alto nível, exigindo responsabilidade e competência.
Referências Bibliográficas
JUROW, S. Preparing academic and research library staff for the 1990’s and beyond. Journal
of Library Administration, v. 17, p. 14, 1992.
MILLSON-MARTULA, C.; MENON, V. Customer expectations: concepts and reality for
academic library services. College and Research Libraries, v. 56, n.1, p. 34, 1995.
NOFSINGER, M.N. Training and retraining reference professionals: are competences for the
21 st. Century. The Reference Librarian, n. 64, p. 9-19, 1999.
Bibliografia Consultada
KATZ, B.; FRALEY, R.A. (Ed.). Conflicts in reference services. New York: The Harworth
Press, 1985. 236p.
LUBANS Jr., J. Educating the library user. New York: R.R. Bowker, 1974. 435 p.
MORETTI, D.M.B. et al. Orientação bibliográfica na área agrícola. /Trabalho apresentado ao
9. Congresso Brasileiro e 5. Jornada Sul-Rio-Grandense de Biblioteconomia e Documentação,
Porto Alegre, 1977/.
REICHARDT, K. (Ed.). ESALQ 100 anos: um olhar entre o passado e o futuro. São Paulo:
Prêmio, 2001. 193p.
14
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Seminário sobre uso das ferramentas de acesso à informação através da Home Page.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Garcia, Eliana Maria
Ferraz, Kátia Maria de Andrade
Carmo, Ligiana Clemente do
Saad, Márcia Regina Migliorato
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Descreve a experiência acumulada da Divisão de Biblioteca e Documentação da Escola Superior de Agricultura
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4051/SNBU2002_045.pdf
f676b4abaf5403e94c9e4fbcec239cbb
PDF Text
Text
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE USUÁRIOS DO
SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNICAMP
Eliana Marciela Marquetis
Universidade Estadual de Campinas
Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência
Cx.P. 6133
13083-970 – Campinas – SP
Brasil
e-mail: marciela@cle.unicamp.br
Equipe de Bibliotecários do Sistema de Bibliotecas da UNICAMP*
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca Central
Cx.P. 6136
13083-970 – Campinas – SP
Brasil
Resumo
Durante o ano de 2001 e o primeiro semestre de 2002, o Sistema de
Bibliotecas da Universidade Estadual de Campinas (SBU) implantou um programa de
capacitação de usuários com o objetivo de treiná-los no acesso às diversas fontes de
informação e recursos disponíveis na universidade. Como todo serviço implantado em uma
unidade de informação o programa foi avaliado. A cada treinamento efetuado, os usuários
faziam uma avaliação do mesmo, sendo que o presente trabalho apresenta os resultados da
avaliação do primeiro semestre de 2002.
*Equipe Composta pelos seguintes Profissionais
Celia M. Ribeiro, Clarinda R. Lucas, Gildenir C. Santos, Gilmar Vicente, Heloisa M. Ceccotti, Joana D’Arc
da S. Pereira, Josidelma F. de Souza, Liliane Forner, Marcia Ap. Pillon D’Aloia, Marcia R. S. Marcondes
Sevilhano, Marli I. A. de Medeiros, Rachel C. Ribeiro, Regina Ap. B. Vicentini, Rita Ap. Sponchiaro,
Rosemary Passos, Silvania R. de J. R. Sirilo, Vanda de Fatima F. de Olivieira, Vera Lucia de Lima.
�1 Introdução
Com o advento das novas tecnologias que permitem o acesso à informação de
maneira mais rápida e eficiente, uma novo desafio surgiu para os profissionais da
informação e também para as unidades de informação, principalmente as acadêmicas e de
pesquisa – a capacitação dos usuários no uso dos novos recursos que surgiram nos últimos
anos. Como bem coloca Cuenca (1999, p.340) “com as novas tecnologias de acesso à
informação, as bibliotecas, principalmente as acadêmicas, tiveram de introduzir em seus
serviços a capacitação de usuários, para que essas tecnologias fossem rapidamente aceitas
e utilizadas.”
A capacitação de usuários tem demonstrado, de acordo com Córdoba González
(1998), ser valiosa para o desenvolvimento de uma comunidade, no nosso caso a
acadêmica, levando os usuários a serem mais produtivos, reflexivos e capazes de explorar
mais eficientemente os recursos colocados à sua disposição.
Para a mesma autora, o conceito de educação ou capacitação de usuários é o de
provê-los de conceitos e ferramentas que lhe serão úteis, não somente às suas necessidades
imediatas, mas também através de toda sua vida (Córdoba Gonzaléz, 1998, p.62). Para
Oliveira (2000), “a educação de usuários de bibliotecas, de modo geral, entende-se como o
processo pelo qual o usuário interioriza comportamentos adequados com relação ao uso da
biblioteca e desenvolve habilidades de interação
Diante desses novos recursos para obtenção da informação, o bibliotecário assume
um novo papel, o de educador, não aquele que tradicionalmente nos ensinam nos cursos de
graduação, mas “aquele que capacita os usuários a se tornarem permanentemente
autônomos para fazer suas buscas nos sistemas de informação automatizados de forma
eficiente e, sobretudo, eficaz” (Cuenca, 1999a, p.293).
Assim, procurando atender às novas demandas e com o objetivo de capacitar os
usuários nas novas ferramentas de acesso à informação, o Sistema de Bibliotecas da
UNICAMP, implantou um Programa de Integração e Capacitação de Usuários. Tal
programa teve início em 2001, de forma sistemática, tendo continuidade no presente ano.
�Desse modo, o presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados da avaliação
efetuada pelos usuários que participaram do programa durante o 1º semestre de 2002.
2 O Programa de Capacitação de Usuários da UNICAMP
O Programa de Capacitação de Usuários da UNICAMP foi estruturado
através de Módulos Instrucionais. Tal estrutura deu-se por entendermos que o Programa
deveria nortear os usuários desde o momento inicial da pesquisa, quando ele deve conhecer
as fontes de informação e os tipos de documentos. Em seguida, o acesso às informações
disponíveis através dos meios eletrônicos e finalmente a elaboração do seu trabalho
científico. A estrutura dos Módulos Instrucionais foi elaborada a partir da definição da
ementa, conteúdo programático, metodologia a ser aplicada e público alvo.
Os Módulos Instrucionais são os seguintes:
MÓDULO INSTRUCIONAL I
- Tipos de Documentos: Fontes Primárias, Secundárias,
Terciárias, Livros, Periódicos, Obras de Referência; Suportes da Informação: Impressos e
Meio Eletrônico, apresentando as fontes de informação existentes, das impressas às
eletrônicas, identificando os vários tipos de documentos e os canais da comunicação
científica: Canais formais e Canais informais, com a finalidade de ajudar no processo de
escolha das fontes, quando da elaboração da pesquisa bibliográfica. Carga horária: 4 horas.
MÓDULO INSTRUCIONAL II
- Catálogos e Bibliotecas Eletrônicas: Acervus, CAPES,
Web of Science, ERL, Scielo entre outros. Consulta às principais
Bases de Dados
Nacionais e Internacionais, apresentando os diferentes tipos de Bancos e Bases de Dados
disponíveis no mercado informacional, suas diferenças, conteúdos, formas de acesso e
recuperação da informação científica e tecnológica, visando propiciar aos participantes
conhecimento na seleção e uso dos recursos das tecnologias de informação, com especial
ênfase, às disponíveis nas Bibliotecas da Unicamp. Carga horária: 8 horas.
MÓDULO INSTRUCIONAL III - Pesquisando na Internet através dos mecanismos de
Busca: Genéricos e listas, Mecanismos de Pesquisa
Brasileiros, Fotos, Gráficos, Música,
Metabuscadores, apresentando os mecanismos de busca (search engines) mais utilizados na
Web, fornecendo dicas para refinar a pesquisa e escolher o serviço de busca mais adequado
�para o trabalho desejado, enfocando também os cuidados que se deve ter em relação à
confiabilidade das fontes de informação e sua atualização. Carga horária: 4horas
MÓDULO INSTRUCIONAL IV -
Elaboração de Trabalhos Científicos: Trabalhos de
Conclusão de Curso, Dissertações e Teses.
Apresentação da estruturação de trabalhos
científicos, tais como: trabalho de conclusão de curso, dissertação e tese, elaboração de
resumos
e
identificação
de
palavras-chave,
estruturação
de
referência
e
citação
bibliográfica de diversos tipos de documentos de acordo com as normas vigentes da
ABNT. Carga horária: 8 horas.
Durante o primeiro semestre de 2002 os módulos foram oferecidos da seguinte
maneira: Módulo I foi dado duas vezes em abril e maio e uma vez em junho. Os Módulos
II e IV foram ofertados duas vezes em abril, maio e junho. Quanto ao Módulo III, ele foi
dado uma vez em abril, maio e junho. Todos os módulos serão oferecidos durante o
segundo semestre.
Ao final de cada Módulo Instrucional, o usuário preenche um formulário de
avaliação (anexo 1), onde assinala ótimo, bom, regular ou ruim, para os seguintes aspectos:
-
Treinamento, de maneira geral;
-
Aproveitamento do usuário;
-
Entendimento dos assuntos apresentados;
-
Desempenho do instrutor;
-
Carga horária;
-
Material de apoio;
-
Formato de apresentação;
-
Satisfação das expectativas do usuário.
3. Resultados
Através dos formulários de avaliação preenchidos pelos usuários, fizemos uma
primeira análise do Programa de Capacitação desenvolvido durante o primeiro semestre de
2002.
Para melhor compreensão, analisaremos cada módulo separadamente.
�3.1 Módulo I
Como podemos observar pela tabela 1, o itens que merecem ser reformulados é
quanto à carga horária que foi considera regular e até ruim e a forma de apresentação.
Quanto aos demais itens a maioria dos usuários os avaliaram como bom.
Tabela 1 – Avaliação do Módulo I
Mod. I
ÓTIMO
BOM
REGULAR
Treinamento
30 – 34%
54 – 63%
3 – 3%
Aproveitamento
19 – 21%
62 – 72%
6 – 7%
26 – 30%
60 – 69%
1 – 1%
44 – 50%
39 – 45%
4 – 5%
31 – 36%
43 – 49%
12 – 14%
Material de apoio
36 – 41%
42 – 48%
9 – 11%
Apresentação
36 – 41%
36 – 41%
14 – 17%
Expectativas
25 – 28%
51 – 59%
11 – 13%
Entendimentos dos
assuntos
Desempenho do
instrutor
Carga horária
RUIM
1 – 1%
1 – 1%
De maneira geral, o Módulo I foi considerado pelos usuários como sendo bom,
como podemos observar através do gráfico 1.
Módulo I
60
55,60
50
%
40
35,49
ótimo
bom
30
regular
ruim
20
10
8,62
0,29
0
Gráfico 1 – Avaliação global do Módulo I
�3.2 Módulo II
Em relação ao Módulo II, pela tabela 2 podemos verificar que muitos usuários têm
restrições quanto à carga horária e ao material de apoio, sendo que este último item chegou
a receber avaliação ruim por alguns usuários.
Tabela 2 – Avaliação do Módulo II
Mod. II
ÓTIMO
BOM
REGULAR
Treinamento
40 – 55%
31 – 43%
1 – 2%
Aproveitamento
23 – 32%
44 – 61%
5 – 7%
27 – 37%
42 – 58%
3 – 5%
46 – 63%
26 – 37%
21 – 30%
34 – 47%
17 – 23%
Material de apoio
31 – 43%
26 – 36%
13 – 18%
Apresentação
38 – 52%
32 – 45%
2 – 3%
Expectativas
35 – 49%
33 – 46%
4 – 5%
Entendimentos dos
assuntos
Desempenho do
instrutor
Carga horária
RUIM
2 – 3%
Pelo gráfico 2, em uma análise global, podemos verificar que o existe um equilíbrio
entre os usuários quanto a considerarem o Módulo II do programa de capacitação como
bom e ótimo.
Módulo II
50
45,31
46,53
45
40
35
ótimo
%
30
bom
25
regular
20
ruim
15
10
5
7,81
0,35
0
Gráfico 2 – Avaliação global do Módulo II
�3.3 Módulo III
O Módulo III não teve nenhum item avaliado como ruim. Os itens que tiveram mais
avaliação regular foram a carga horária, material de apoio, formato de apresentação e as
expectativas do usuário. (Tabela 3)
Tabela 3 – Avaliação do Módulo III
Mod. III
ÓTIMO
BOM
REGULAR
Treinamento
17 – 44%
20 – 51%
2 – 5%
Aproveitamento
13 – 34%
23 – 59%
3 – 7%
20 – 51%
17 – 44%
2 – 5%
23 – 59%
15 – 38%
1 – 3%
17 – 44%
18 – 46%
4 – 10%
Material de apoio
22 – 56%
13 – 34%
4 – 10%
Apresentação
19 – 49%
16 – 41%
4 – 10%
Expectativas
15 – 38%
19 – 49%
5 – 13%
Entendimentos dos
assuntos
Desempenho do
instrutor
Carga horária
RUIM
Apesar de alguns usuários avaliarem vários itens como regular, de maneira global a
avaliação do Módulo III foi considerada ótima, como podemos observar pelo gráfico 3.
Módulo III
50
46,79
45,19
45
40
35
ótimo
%
30
bom
25
regular
20
ruim
15
10
8,01
5
0
Gráfico 3 – Avaliação global do Módulo III
3.4 Módulo IV
�Em relação ao Módulo IV, podemos verificar pela tabela 4, que itens como
desempenho do instrutor, carga horária e material de apoio tiveram algumas avaliações
ruins. Se compararmos com os demais Módulos, todos os itens tiveram avaliações como
regular.
Tabela 4 – Avaliação do Módulo IV
Mod. IV
ÓTIMO
BOM
REGULAR
Treinamento
32 – 48%
33 – 49%
2 – 3%
Aproveitamento
15 – 22%
47 – 70%
5 – 8%
21 – 31%
43 – 64%
3 – 5%
26 – 38%
35 – 52%
4 – 7%
2 – 3%
12 – 18%
47 – 70%
7 – 10%
1 – 2%
Material de apoio
26 – 38%
36 – 53%
4 – 7%
1 – 2%
Apresentação
24 – 36%
37 – 56%
6 – 9%
Expectativas
28 – 42%
31 – 47%
8 – 11%
Entendimentos dos
assuntos
Desempenho do
instrutor
Carga horária
RUIM
Analisando globalmente a avaliação dos usuários em relação ao Módulo IV,
podemos verificar, através do gráfico 4, que o citado Módulo foi considerado bom, apesar
de alguns itens terem recebido avaliação regular ou ruim.
Módulo IV
70,00
57,65
60,00
50,00
ótimo
34,33
bom
%
40,00
regular
30,00
ruim
20,00
10,00
7,28
0,75
0,00
Gráfico 4 – Avaliação global do Módulo IV
�4 Considerações Finais
Como uma primeira análise da avaliação realizada pelos usuários que participaram
dos Módulos Instrucionais do Programa de Capacitação, podemos verificar que de maneira
geral os mesmos foram bem aceitos, sendo considerados, na maioria como bons. Alguns
ajustes devem ser realizados, principalmente no que tange à carga horária e material de
apoio.
Os Módulos I, II e III são ministrados utilizando todos os recursos fornecidos pela
web, sendo que muitas vezes o acesso a determinados “sites” é lento, o que dificulta o bom
andamento do treinamento, gerando algumas críticas por parte dos usuários.
O Módulo IV foi que recebeu mais avaliação regular ou ruim para quase todos os
itens.
Desse
modo,
faz-se necessário um estudo mais aprofundado, visando sua
reformulação para adequação às necessidades dos usuários.
O atual programa de capacitação deve sempre ser revisto, tendo como base a
avaliação efetuada pelos seus usuários, razão de sua existência. Devemos realizar um
estudo mais aprofundado desses formulários,procurando verificar os motivos que levaram
os usuários a considerarem alguns itens como regulares ou ruins.
Iniciativas
de
programas
de
capacitação
de
usuários
devem
sempre
ser
incentivadas, tendo em vista o rápido avanço tecnológico que vivenciamos. Não devemos
acreditar que, com todas as facilidades hoje existentes através de meios eletrônicos e a
habilidade que os usuários demonstram com as novas tecnologias, eles estão preparados e
capacitados para a utilização dos novos serviços e produtos oferecidos através das unidades
de informação.
Bibliografia
CÓRDOBA GONZÁLEZ, S.
La formación de usuarios con metodos participativos para
estudiantes universitários. Ciência da Informação, v.27, n.1, p.61-65, 1998.
�CUENCA, Ângela M. B. Et al. Capacitação no uso das bases Medline e Lilacs: avaliação
de conteúdo, estrutura e metodologia.
Ciência da Informação, v.28, n.3, p.340-346,
1999.
________.
O usuário final da busca informatizada: avaliação da capacitação no acesso a
bases de dados em biblioteca acadêmica.
Ciência da Informação, v.28, n.3, p.293-301,
1999a.
GARCEZ, E. M. S.; RADOS, G. J. V.
Necessidades e expectativas dos usuários na
educação a distância: estudo preliminar junto ao Programa de Pós-Graduação em
Ciência da
Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.
Informação, v.31, n.1, p.13-26, 2002.
OLIVEIRA, S. F. J. de.
A contribuição dos esforços de educação de usuário para a
formação dos usuários de informação tecnológica.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 19., 2000, Porto Alegre.
Anais...
Porto
Alegre : ARB, 2000. 1 CD-Rom.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Sistema de Bibliotecas.
Programa de
integração e capacitação de usuários: a experiência do Sistema de Bibliotecas da
UNICAMP.
Trabalho apresentado no 1º
Congresso Internacional de Arquivos,
Bibliotecas, Centros de Documentação e Museus – INTEGRAR - São Paulo, 2002.
Anexo 1 – Formulário de avaliação
�PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE USUÁRIOS EM
INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
2002
USU Á RI O D A IN FO RM AÇ Ã O DE
CI Ê NC IA E T ECN O LO G I A
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO
MÓDULO 1 – TIPOS DE DOCUMENTOS
Data:
Periodo: 13:30 às 17:30 hs
Responsável pelo Treinamento:
Assinale com um "X" a sua opinião
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
1- O treinamento foi:
2- Na atividade desenvolvida, o seu aproveitamento foi:
3- O entendimento dos assuntos apresentados foi:
4- O desempenho do instrutor foi:
5- A carga horária foi:
6- O material de apoio foi:
7- O formato de apresentação do treinamento foi:
8- Com respeito à satisfação das suas expectativas, o
treinamento foi:
9- Sugestões e comentários:
IDENTIFICAÇÃO (NÃO OBRIGATÓRIA)
Nome:
Telefone:
E-mail:
©SBU - 2002
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Avaliação do programa de capacitação de usuários do Sistema de Bibliotecas da UNICAMP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Marquetis, Eliana Marciela
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta os resultados da avaliação efetuada pelos usuários que participaram do Programa de Integração e Capacitação de Usuários na UNICAMP
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4050/SNBU2002_044.pdf
92916a69ec560914e9d2a22dfe48cbd4
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Text
REDE PERGAMUM. A EXPERIÊNCIA DA PUC-RIO E PUCPR
Elda Mulholland
Diretora da Divisão de Bibliotecas e Documentação
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Presidente da Rede Pergamum
PUC-Rio
Rua Marques de São Vicente, 225 - Gávea
Rio de Janeiro - Brasil
http://www.dbd.puc-rio.br
elda@dbd.puc-rio.br
Outubro de 2002
1
�Rede Pergamum. A experiência da PUC-Rio e PUCPR
Elda Mulholland
Diretora da Divisão de Bibliotecas e Documentação
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Presidente da Rede Pergamum
Resumo:
Em 4 de outubro de 1996, durante a primeira reunião dos usuários do Sistema
Integrado
de
Gerenciamento
de
Bibliotecas
implementada a formação da Rede Pergamum.
PERGAMUM,
foi
decidida
e
Foram definidas as Comissões
Técnicas e os objetivos específicos da Rede. Foi elaborado o primeiro Regimento da
Rede Pergamum, o qual sofreu modificações na reunião anual de 2001. A Rede
Pergamum iniciou sua existência com 13 instituições, em 2000 o número subiu para
36, em 2001 eram 47 as instituições que faziam parte da Rede e nesse momento, em
2002 são 58 os participantes que englobam instituições de ensino superior
particulares, públicas, escolas de segundo grau, tribunais de justiça, empresas, entre
outros.
2
�1.
Histórico dos acessos automatizados e Internet
Durante os anos 80, apenas um pequeno número de bibliotecas universitárias brasileiras
tinha serviços disponíveis através do uso de computadores, através de terminais conectados
a um computador de grande porte.
Evidentemente, a biblioteca tinha que competir com todos os outros departamentos da
instituição, e pouca importância era dada à informação.
Algumas bibliotecas estavam conectadas, via telex, aos bancos de dados Dialog e Orbit;
algumas usavam também o Pascal, desenvolvido pelo Centre Nationale de la Recherche
Scientifique, da França.
A grande maioria das bibliotecas das universidades ainda utilizavam processos manuais
para o processamento e recuperação da informação.
O trabalho básico de uma biblioteca universitária era tão trabalhoso que pouco tempo
sobrava para que as bibliotecárias pudessem estudar e se informar sobre as novas
tecnologias, quanto mais aplica-las.
Portanto, o usuário era relegado a um segundo plano uma vez que o trabalho interno de
processamento tomava todo o tempo disponível dos bibliotecários.
O relacionamento com os editores e livrarias também era difícil. Não existiam e-mail,
página na Internet, e muitas vezes as conecções telefônicas eram rudimentares.
A Internet no Brasil foi desenvolvida através do meio acadêmico.
Professores e
pesquisadores que haviam estudado e trabalhado em países desenvolvidos já conheciam as
redes internacionais de comunicações tais como a Bitnet, o que possibilitava que trocassem
mensagens com seus pares no mundo todo.
Em 1988, o LNCC - Laboratório Nacional de Computação Científica passou a ter acesso à
Bitnet através da University of Maryla nd.
A FAPESP - Fundação para o Auxílio à
3
�Pesquisa do Estado de São Paulo também passou a se conectar com a Bitnet através do
Laboratório Fermi, de Chicago
Estes eram os únicos meios de acesso às redes internacionais disponíveis até 1989. Em
1989, o CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa criou a Rede Nacional de Pesquisa - RNP
e ao final de 1992 algumas universidades brasileiras estavam conectadas através do nó de
telecomunicação da FAPESP (UNESP, UNICAMP, FUEL,FUEM,FUERG, USP, INPE,
UFSC, UFRGS UFRN, UFPb, UFPE, ITEPE, MEC, UFPR, UFMG, CEFET-MG) e
algumas através do nó de telecomunicações do LNCC (UFRJ, PUC -Rio IME, FGV-RJ,
UFF, UERJ, ON, IMPA, CBPF, IBGE, FIOCruz, UFES, UFSe, UFBa, GOELDI, FUA,
UFMS, UFU além de uma interconecção entre FAPESP e LNCC).
Em 1989, O Instituto Brasileiro para Análise Social e Econômica - IBASE, juntamente
com a ajuda das Nações Unidas, desenvolveu a rede Alternex, um serviço de mensagens
eletrônicas e de conferências.
A rede Alternex foi o primeiro acesso brasileiro fora da
comunidade acadêmica.
Em 1994, o Governo Federal, através do Ministério de Ciência e Tecnologia juntamente
com Ministério de Comunicações,
promoveram o desenvolvimento da Internet no Brasil.
Em 1995, o acesso à Internet foi possibilitado através da Empresa Brasileira de
Telecomunicações - EMBRATEL.
O grande desenvolvimento da Internet aconteceu em 1996.
2.
Desenvolvimento do Software Pergamum
Em 1996,
o Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias - SNBU aconteceu em
Curitiba, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR.
4
�Além de considerável quantidade de novas informações apresentadas durante o SNBU, foinos possível conhecer o software que estava sendo utilizado na Biblioteca Central da
PUCPR para a catalogação e a recuperação das informações.
O software era chamado Pergamum, como uma referência à importante cidade de
Pergamum, na Ásia Menor, onde o pergaminho (charta pergamena) foi inventado como
consequência da proibição da exportação do papiro, durante o reinado de Ptolomeu
Filadelfo. A biblioteca da cidade de Pergamum, construída durante o reinado de Attalus I
Soter e Eumenes II, no século dois antes de Cristo, rivalizava em tamanho e importância
com a de Alexandria.
O objetivo era tornar-se um software competitivo junto aos outros existentes no mercado
brasileiro, sendo os mais conhecidos os estrangeiros VTLS e ALEPH.
Também em 1996, a Rede Bibliodata, a primeira rede brasileira para a catalogação
cooperativa, criada em 1984, estava passando por grandes mudanças.
O CPS, uma
ferramenta essencial para o uso das aplicações desenvolvidas para o Bibliodata/Calco, foi
descontinuada pela IBM. Todos os membros da Rede Bibliodata precisavam decidir sobre
que sistema utilizar.
O RDC da PUC -Rio precisava desconectar o mainframe que era utilizado para as
aplicações da Divisão de Bibliotecas e Documentação.
2.1
PARCERIA DBD e PUCPR
Tendo em vista a necessidade premente de se encontrar solução para o impasse criado com
a descontinuidade do CPS, a DBD iniciou a avaliação de softwares existentes no mercado
que fossem específicos para o gerenciamento integrado dos serviços de Biblioteca.
5
�Enfrentávamos os seguintes problemas:
1. precisavamos encontrar um software que pudesse integrar todas as funções de
um sistema de bibliotecas,
2. a DBD contava com uma verba mínima para essa aquisição,
3. não tinhamos como garantir pagamentos de manutenção em moeda forte (dólar,
por exemplo)
Diretrizes que balizaram a escolha da nova ferramenta a ser utilizada pela DBD
• possibilidade de compatibilização integral às necessidades da DBD
• acesso aos programas-fonte
• interface WEB para acesso à Internet ou remoto
• acesso a documentos digitais
• interface amigável para os usuários
• filosofia de banco de dados relacional, a fim de possibilitar a indexação de qualquer
material bibliográfico, digital e audiovisual, no todo ou em parte
• estatística em todos os módulos para auxiliar o gerenciamento dos serviços através
de índices
• possibilidade de parceria no desenvolvimento do aplicativo
• possibilidade de comercialização conjunta
Em junho de 1997, a DBD conheceu a estrutura do Sistema Pergamum na PUCPR. Foi
então iniciado o estudo do formato USMARC, pelas bibliotecárias da DBD, o qual seria
adotado para o sistema.
A analista da DBD, Georgia Regina Rodrigues Gomes Poly,
iniciou, juntamente com o
analista da PUCPR, Marcos Rogério de Souza, a análise da estrutura interna do software,
as modificações necessárias, e as novas aplicações.
Em novembro de 1997, os dados da PUC -Rio foram enviados para a PUCPR, a fim de
serem carregados na nova base de dados.
Em agosto de 1998 o Sistema Pergamum começou a ser utilizado na PUC-Rio.
6
�Primeiramente os módulos de tratamento técnico e consulta, posteriormente o módulo de
interface WEB.
Em março de 1999 iniciou-se a utilização do módulo de empréstimo, devolução e reserva
automatizados.
Em novembro de 1999 foi implantado o módulo de aquisição, composto de sugestão
licitação, encomenda, recebimento e pré-catalogação. Também, nesse ano o formato de
registros passou a ser MARC21.
Em março de 2000 iniciou-se a disponibilização de documentos digitalizados para a
recuperação local ou remota via WEB.
No momento a Biblioteca de documentos digitais e digitalizados da DBD encontra-se com
cerca de 500 teses e dissertações digitais,
textos para discussão, periódicos e outros
materiais.
Em setembro de 2001 foi disponibilizado, pela Divisão de Bibliotecas e Documentação, o
acesso remoto a periódicos eletrônicos e bases de dados através de um servidor proxy .
Em julho de 2002, a DBD disponibilizou através de sua pagina na Internet uma sala de
chat para serviços de referência interativo online..
3.
Criação da Rede Pergamum
Em 4 de outubro de 1999, foi feita em |Curitiba, na PUCPR a primeira reunião dos
usuários do Sistema Pergamum.
Nessa reunião foi decidido pelos presentes - as 13 Universidades que formaram a Rede:
PUC-Rio, PUCPR, PUCMG, UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, UFPA Universidade Federal do Pará, UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense,
Faculdade de Palmas-PR, UCS - Universidade de Caxias do Sul, FAESA - Fundação de
Assistência e Educação, UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina, UNISO -
7
�Universidade de Sorocaba, Centro Universitário FEEVALE e a UVV - Universidade de
Vila Velha - , que era preciso que algo mais fosse estruturado. Não queríamos ser apenas
um grupo de usuários, mas sim transformarmo-nos em uma Rede, com características dos
consórcios das bibliotecas americanas.
Em 1998, representantes da PUC-Rio e PUCPR haviam feito um curso sobre a
administração e formação de consórcios na Universidade de DePaul, em Chicago.
Baseados nas experiências apresentadas e universidades visitadas, e
no conhecimento
recebido no curso, foi possível que a Rede formada englobasse as características de Rede
Cooperativa + Consórcio.
O representante da PUC -Rio foi eleito Presidente da Rede e os representantes PUCPR,
UFSC, UFPA e UCS foram eleitos membros da Comissão Diretora.
Para o melhor desempenho e padronização da Rede as seguintes Comissões foram
formadas:
1. Catalogação -
com as subcomissões de registos bibliográficos, autoridades e
periódicos,
2. Formato USMARC, posteriormente MARC21 , e
3. Informática - para o desenvolvimento continuado do Software.
Os benefícios que a Rede Pergamum trouxe às Universidades foram:
1. padronização dos registros, o que facilita a importação/exportação dos registros,
2. aquisição cooperativa de periódicos eletrônicos, bases de dados, equipamentos,
softwares,
3. empréstimo entre bibliotecas e
4. desenvolvimento e aperfeiçoamento das bibliotecárias e pessoal lotado nas bibliotecas,
tais como, analistas, programadores, auxiliares, etc.
Devido ao tamanho de nosso país, e devido aos custos das passagens aéreas, a DBD Divisão de Bibliotecas e Documentação, desenvolveu cursos à distância para formato
8
�MARC21
bibliográfico e autoridades, buscando solucionar problemas que poderiam
prejudicar o aperfeiçoamento continuado dos componentes da Rede.
Novos cursos estão sendo organizados.
Devido a procura, os cursos foram abertos a outros profissionais que não fazem parte da
Rede Pergamum, também.
3.1
Formação,
•
importância
e
objetivo
das
Comissões
As comissões foram compostas por membros natos: PUC -Rio e PUCPR, e por
membros eleitos pelo plenário.
•
A importância das comissões deve-se ao fato que através das mesmas são
direcionados o desenvolvimento dos trabalhos da Rede e
característ icas
•
específicas
desse
grupo
de
instituições
moldadas
as
heterogêneas.
O objetivo das Comissões foi estabelecido de acordo com parâmetros adotados
mundialmente, e discutidos por todos os membros presentes à reunião de fundação
da Rede Pergamum.
3.1.1- A Comissão Diretora tem por objetivo:
1. fornecer as políticas de desenvolvimento da Rede,
2. elaborar o planejamento estratégico das ações a serem tomadas visando o
funcionamento da Rede Pergamum.
3.1.2 - As Comissões Técnicas são responsáveis por três aspectos essenciais:
1. melhor emprego do formato MARC21
na catalogação dos diversos tipos de
material existentes nas bibliotecas que fazem parte da rede,
9
�2. estabelecimento de padrões para definição de autoridades,
3. estudo dos serviços a serem prestados pelos diversos módulos do Sistema
Pergamum, e
4. aplicação das tecnologias de informatização existentes para tornar a Rede uma
ferramenta de integração dos recursos que dela fazem parte, tais como:
- bancos de dados bibliográficos
- catálogos online para acesso público.
3.2
Principais objetivos e fatores de sucesso
•
O que torna a Rede Pergamum única ?
1. O uso do software Pergamum, desenvolvido em conjunto pela PUCPR e PUC Rio,
2. O envolvimento de todos os membros para que o sistema seja cada vez mais a
resposta às necessidades do grupo, e
3. flexibilidade suficiente para que as individualidades sejam resguardadas, torna
essa Rede diferente do que se conhece em termos de Brasil atualmente.
•
O que faz a Rede ser bem sucedida?
1. O envolvimento dos membros da Rede é essencial para o sucesso desse
empreendimento. Todos participam e não entregam apenas às comissões a
responsabilidade do desenvolvimento da Rede,
2. Ponto -de-vista compartilhado, sempre, é o que desenvolve qualquer tipo de
empreendimento.
Todos temos sempre claro o objetivo da Rede de que o usuário final é o mais
importante elo dessa corrente. Nenhuma Rede sobrevive se, em algum ponto do
processo, o cliente for esquecido. A partir do momento que esse esquecimento se
instala, estaremos desenvolvendo serviços que serão ótimo s para os bibliotecários e
para o software, e que não representam absolutamente nada para nossos clientes.
Sempre temos em mente as diferenças fundamentais entre eficiência e eficácia.
10
�•
moldar às necessidades de nossos clientes - é a nossa maior garantia de sucesso.
Foram desenvolvidos vários módulos que já estão sendo plenamente utilizados e
outros serviços ainda serão criados com as avaliações e participação efetiva do
grupo.
3.3
Como nos desenvolvemos?
Posso, aqui, dar o testemunho da PUC -Rio. Em 1998, março para ser mais precisa,
o Sistema Pergamum de Gerenciamento Integrado de Bibliotecas iniciou sua
carreira. Foi uma revolução na vida dos nossos clientes. A consulta online, em
tempo real (muitas vezes as bibliotecárias mal tinham terminado de catalogar um
livro e já estavam solicitando seu empréstimo), o empréstimo automatizado, a
possibilidade de se fazer reserva, renovação de uma obra através da Internet, enfim,
todas as ações que resultaram em melhor atendimento aos clientes, fizeram com
que a DBD se tornasse parte inalienável de suas vidas.
3.4
Principais questões da Rede
•
As principais questões da Rede são, entre outras, a formalização da sua existência,
e por isso a necessidade de termos um regimento que sempre representará o nosso
norte.
3.5
Principais metas
•
Nossa meta principal é provermos nossos clientes de uma rede integrada de acesso
às informações e publicações existentes em nossos acervos, de forma rápida e
eficaz, ou seja, formamos um "Consórcio" de Bibliotecas.
•
Compartilhar serviços, acervos e experiências
•
Compartilhar custos na compra de publicações e bancos de dados eletrônicos,
equipamentos, softwares...
11
�4.
Principais áreas de ação para desenvolvimento
•
Estudos de planejamento estratégico
•
Estudos de avaliação do software, para diagnosticar áreas de melhoria
•
Acesso imediato às informações compartilhadas
•
Estudos para utilização de padrões de tecnologia não proprietária tais como: Dublin
Core, Z39.50, HTTP, PHP, HtDig
•
5.
Estudo continuado do formato MARC21
Metas para o próximo período
•
Avaliação constante do nível de satisfação dos clientes (usuários).
•
Desenvolvimento de interface/mediadores que permitam a consulta das bases sem
necessidade de armazenamento em um único servidor, barateando custos.
•
disponibilização de relatórios do desenvolvimento do software na página do
Pergamum na WEB.
•
Revisão de metodologias, teste, avaliação e integração de novos desenvolvimentos
relevantes ao software Pergamum.
•
Desenvolvimento de interfaces orientadas ao cliente e ferramentas de ajuda.
12
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Rede Pergamum a experiência da PUC-Rio e PUCPR.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Mulholland, Elda
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata a implantação da Rede Pergamum PUC- Rio e PUC-PR
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4049/SNBU2002_043.pdf
bbf38d763e9de79df92ed2167dd64bec
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Text
CONVERSÃO RETROSPECTIVA
DE
REGISTROS BIBLIOGRÁFICOS
Edwin Hübner
Rio de Janeiro
– 2002 –
�-
RESUMO
Mostra que a conversão retrospectiva ainda é uma necessidade nacional e que
através de metodologia apropriada consegue-se colocar os acervos de uma
Biblioteca em meio magnético em relativamente curto espaço de tempo.
Considera que o serviço de conversão deve caminhar em paralelo com a
automação da Biblioteca. Indica os diversos
tipos de materiais que pode ser
convertidos. Destaca a necessidade de usar fontes onde podem ser encontrados
registros de boa qualidade.
Enfatiza a importância de se adotar um formato
padrão para o qual os registros devem ser convertidos. Indica alternativas e
formas de execução de serviços de conversão. Evidencia que a relação custobenefício é muito favorável para as bibliotecas
2
�ABSTRACT
It shows that the retrospective conversion is still a national necessity and that
through appropriate methodology it is possible to put the catalog of a Library on
magnetic media Considers that the conversion service must worked out in parallel
with the Library automation. Indicates the different types of materials that can be
converted. Highlights the necessity to use sources where records of good quality
can be found. Emphasizes the importance of using a standard format to which the
records should be converted.
Indicates alternatives for the execution of the
conversion services. Evidences that the cost-benefit relation is very favorable for
the libraries.
3
�I. Introdução
II. Registros em meio não magnético ou de forma inadequada
III. Automação de Bibliotecas e Conversão Retrospectiva
IV. O Projeto para um Serviço de Conversão Retrospectiva
V. As fontes de Registros Bibliográficos para Conversão
VI. Conversão e Formato Padrão
VII. Alternativas para execução
VIII. Custo-Benefício para as Bibliotecas
IX. Conclusão
4
�I Introdução
Conversão
retrospectiva
–
também conhecida pela sigla RECON,
abreviação dos termos em inglês: REtrospective CONversion – designa a
atividade de converter registros bibliográficos a partir de fichas, ou de qualquer
outro suporte, para registros em meio magnético, legíveis por computador. Ou
então, conforme Beaumonte & Cox, 1989, conversão retrospectiva de catalogação
de registros bibliográficos refere-se à
transformação de catálogos já existentes
em bibliotecas em formato de fichas, num catálogo em formato legível por
máquina, de acordo com normas e padrões estabelecidos. Pode-se ainda fazer
uma distinção entre catalogação
retrospectiva e conversão retrospectiva
(Campbell, 1994). Este autor mostra que, enquanto a catalogação retrospectiva
enfatiza a qualidade dos registros, podendo-se declarar propriedade aos registros
assim criados, a conversão busca a incorporação da totalidade dos registros dos
acervos das bibliotecas aos catálogos online, e desta forma eliminar o problema
de ter que conviver com catálogos manuais e automatizados ao mesmo tempo,
situação esta que ainda é encontrada em muitas bibliotecas.
Utilizando
metodologias
adequadas,
é
possível
converter
registros
bibliográficos para o formato padrão MARC, em um espaço de tempo
relativamente curto e a um custo acessível.
5
�II.
Registros em meio não magnético ou de forma inadequada
Estima-se que o total do acervo brasileiro gira em torno de 15.000.000 de
títulos e que mais de 50% ainda não está no formato padrão MARC ou sequer se
encontra em meio magnético. Um percentual elevado ainda se encontra em
catálogos de fichas ou não catalogado e, portanto, não acessível ou no mínimo de
difícil acesso para os usuários. Diante deste quadro, os projetos de conversão
retrospectiva de acervos bibliográficos podem ser uma excelente solução para as
bibliotecas, no sentido de disponibilizar os seus acervos através de sistemas de
automação em um espaço de tempo relativamente curto.
III.
Automação de Bibliotecas e Conversão Retrospectiva
O projeto de RECON de uma biblioteca deve ser desenvolvido em paralelo
com o de automação da biblioteca. Tenho presenciado o processo de automação
de muitas bibliotecas. Muitas vezes observa-se que é dedicado muito tempo e
esforço na escolha de um software, com grandes investimentos para a instituição.
Tem-se a impressão que o software é considerado o mais importante e que irá
resolver todos os problemas, quando na realidade não é o software o mais
importante e sim os dados, isto é, os registros bibliográficos que irão alimentar o
software. Os sistemas (software) que hoje estão em evidência, amanhã podem
estar obsoletos e sendo superados por outros. O software que não sofre constante
atualização, terá sua vida útil encurtada, devido à rápida evolução tecnológica. Por
outro lado, os registros bibliográficos, as informações, guardados e manipulados
pelo software, são permanentes. Não devem estar sujeitos à vida de um sistema
6
�de computador que hoje pode ser o melhor do mundo, mas não se sabe o que
será dele amanhã. A partir destas considerações, vale observar duas coisas: a)
Não adianta a biblioteca fazer altos investimentos em software, se não tem os
registros bibliográficos para “povoar” o sistema. Daí a necessidade de tratar,
juntamente com o projeto de seleção e aquisição de software, do projeto de
conversão retrospectiva dos registros bibliográficos, caso estes ainda não estejam
em meio magnético. b) Os registros devem ser convertidos para um formato
padrão tal que garanta a portabilidade dos mesmos, sem perda de informação,
como é o caso do formato MARC, em caso necessidade de migração para outro
software.
IV.
O Projeto para um Serviço de Conversão Retrospectiva
O sucesso de um serviço de conversão retrospectiva certamente depende,
em grande parte, de um projeto bem planejado. Deve ser feito um levantamento
do acervo que deve ser contemplado pelo projeto para determinar claramente a
quantidade e tipo de material a ser convertido; determinar a quantidade de títulos
catalogados e não catalogados, se existirem; qual o suporte em que se
encontram, isto é, catálogos de fichas, listagens, meio magnético, etc. Deve-se
relacionar e tabular todos os detalhes com os totais de cada caso. É importante
determinar a prioridade, ou seja, qual acervo deve ser tratado em primeiro lugar,
pois caso os recursos não forem suficientes, será tratado o que for mais
necessário.
7
�É desejável que, antes de partir para o projeto propriamente dito, fazer um
teste ou um projeto piloto, usando uma amostra de acordo com o levantamento
feito, para estimar o percentual que poderá ser encontrado nas fontes disponíveis.
Isto ajudará no planejamento da execução do serviço e na determinação dos
custos envolvidos. Serve também para testar a metodologia e o fluxo das diversas
etapas sucessivas envolvidas no processo.
V.
As fontes de Registros Bibliográficos para Conversão
Até pouco tempo atrás não se dispunha no Brasil de fontes de registros
bibliográficos que justificassem projetos de RECON, visto que o percentual
conversível era muito baixo. Só no exterior, particularmente nos Estados Unidos,
existiam grandes bancos de dados, chamados de “Utilidades Bibliográficas”, como
o WorldCat da OCLC e o Catálogo da RLIN (Research Libraries Information
Network) do RLG (Research Library Groups). A escolha de uma boa fonte de
registros bibliográficos é uma etapa fundamental para um projeto de conversão
retrospectiva (MORRIS, 1990). Hoje, além das fontes internacionais, como as
citadas e outras, já dispomos no Brasil de registros bibliográficos, não só em
quantidade, mas em qualidade, onde por meio de metodologias adequadas é
possível converter registros para o formato padrão MARC. É importante, antes de
empreender um projeto de RECON, verificar as possíveis fontes e o acesso às
mesmas, se são de acesso livre ou não, se permitem a cópia de registros no
formato MARC, quais a facilidades que oferecem, etc.
8
�VI.
Conversão Retrospectiva e Formato Padrão
O formato para o qual os registros devem ser convertidos é de suma
importância. Um projeto de conversão retrospectiva não deve se limitar a
converter os catálogos de fichas em catálogos automatizados em computador. É
preciso verificar se o sistema que é adotado pela biblioteca, ou que será adotado,
implementa um formato tal que preserve a integridade das informações em caso
de migração. O ideal é que o projeto de RECON seja planejado junto com
processo de seleção de software, como já foi alertado no item III, para que a
compatibilidade seja garantida. A maioria dos grandes catálogos online, que são
fornecedores ou fontes para conversão retrospectiva, mantém seus registros no
formato MARC. Então, o ponto número um é que os registros convertidos devem
estar neste padrão, em arquivos ISO-2709, pois isto facilita na hora da escolha do
software de automação, visto que hoje a maioria dos sistemas disponíveis no
mercado, implementam o formato MARC e importam arquivos ISO-2709.
Vale lembrar, porém, que a decisão de que o registros bibliográficos devem
ser produzidos em formato MARC/ISO-2709 não é tudo. Mesmo sendo o MARC
um formato padrão, ele permite variações, decorrendo daí que cada sistema tem
as suas peculiaridades na implementação do MARC. É necessário, pois, verificar
as particularidades do sistema que irá receber os registros convertidos e as
necessidades da biblioteca, em termos de campos obrigatórios, campos locais
específicos, se o sistema controla ou não catálogo de autoridades, isto é, nomes e
assuntos padronizados e hierarquizados, etc. Uma vez “com a mão na massa”,
9
�deve-se
produzir
registros
o
mais
completo
possível,
porém
sem
ser
perfeccionista, para não encarecer demais o projeto.
VII. Alternativas para execução
A execução de um projeto de RECON pode ser de vários formas. Cabe
identificar as alternativas disponíveis e viáveis. As principais alternativas que
devem ser consideras são: execução local ou interna pela própria biblioteca ou
terceirização dos serviços, sendo que a terceirização pode ser de forma completa
ou parcial.
1.
Execução interna. Nesta modalidade os maiores problemas estão
relacionados com a disponibilidade de pessoal. Normalmente, o pessoal técnico
da biblioteca é em número reduzido e mal dá conta do acervo corrente. Se for
executar um projeto de RECON internamente, via de regra, será necessário
contratar pessoal qualificado por tempo determinado, prover equipamento e
espaço físico para o trabalho.
2.
Terceirização completa – A terceirização de serviços de conversão
retrospectiva requer a escolha e uma empresa devidamente qualificada para este
trabalho, caso contrário pode haver surpresas desagradáveis. Na modalidade
"terceirização completa"
a contratante entrega o seu catálogo à contratada e
recebe os registros prontos.
10
�3.
Terceirização parcial - Esta é a forma geralmente adotada, onde
parte do trabalho é realizado localmente e parte pela empresa contratada. Nesta
modalidade
a tarefa de seleção, verificação, identificação e preparação do
material é feito pela equipe da contratante. O material poderá ser enviado em
etapas ou por lotes à contratada que, à medida que for concluindo os lotes, remete
os registros produzidos para que seja feita a verificação final e dado o devido
encaminhamento.
Cada uma das alternativas deve ser avaliada, determinando as etapas e o
fluxo
dos
serviços
envolvidos,
estimando
o
custo
de cada alternativa.
Normalmente a falta de pessoal e/ou os custos são determinantes para a decisão
de qual das alternativas a ser adotada. No caso de terceirização de um projeto de
RECON, é preciso definir claramente que parte do processo caberá à contratada e
que parte à contratante e de que forma e em que suporte o material deverá ser
encaminhado, quais os produtos que deverão ser devolvidos, forma e
periodicidade da remessa dos arquivos, etc.
VIII. Custo-Benefício para as Bibliotecas
Na avaliação do custo-benefício de um projeto de conversão retrospectiva
deve-se levar em conta não só o aspecto financeiro, mas também o quanto a
comunidade, os usuários, vão se beneficiar com isto. Muitas bibliotecas tem parte
do acervo automatizado e uma grande parte ainda em catálogos tradicionais ou
não catalogado. O material que ainda não está no catálogo automatizado tende a
ficar esquecido na prateleira.
Devido às metodologias hoje disponíveis para
11
�conversão
retrospectiva,
acelerando
significativamente
o
processo
de
informatização da biblioteca, com registros de boa qualidade, maximizando o
acesso através de um sistema de busca eficiente, certamente irá gerar satisfação
e beneficiará o usuário, que deve ser o objetivo da biblioteca. Se for analisado o
custo-benefício de um projeto RECON do ponto de vista financeiro, certamente
também será favorável, principalmente se for executado em uma das modalidades
de terceirização. Isto se justifica pelo fato de uma empresa qualificada já ter uma
metodologia testada, experiência acumulada e pessoal técnico treinado para o
trabalho o que possibilita um custo final menor em função do aumento da
produtividade.
IX.
Conclusão
Diante do exposto podemos concluir que um projeto de conversão
retrospectiva, se bem planejado e executado, é altamente vantajoso para a
biblioteca, pois é uma forma rápida e eficiente para incorporar ao catálogo online
centralizado os registros que se encontram em catálogos manuais ou dispersos
muitas vezes em diversas bases provisórias de soluções locais. Vale à pena
investir em projetos de RECON, pois o retorno será positivo em termos de
projeção da biblioteca, melhoria na qualidade dos serviços e
satisfação do
usuário.
12
�Referências bibliográficas
1. BEAUMONT, J.; COX, J.P. Retrospective conversion; a practical guide for
libraries. Westport: Meckler, 1989. 198p. (Suplements to Computers in
Libraries,7)
2. CAMPBELL, TONY. Special Issue on Retrospective Conversion,
Retrospective Cataloguing and Retrospective Bibliography. IFLA Journal:
v.16, n.1, p.27-36,.1990.
3. MORRIS, Leslie R., Morris, Sandra C., Russell, Moira. Choosing a
Bibliographic Utility. Neal-Schuman Publishers, 1990.
13
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Conversão retrospectiva de registros bibliográficos.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Hübner, Edwin
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Enfatiza a importância de se adotar um formato padrão para o qual os registros devem ser convertidos.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4048/SNBU2002_042.pdf
5190d2e9f4d758d70990606b21379444
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Text
INFORMAÇÃO & CRIATIVIDADE SOB O PRISMA ORGANIZACIONAL DAS
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA.
Edna Gomes Pinheiro
Universidade Federal da Paraíba-Brasil
ednapi@bol.com.br
Maria Isabel de Jesus Sousa
Universidade Federal da Bahia-Brasil
isasousa@ufpb.br
Discute a informação e a criatividade no contexto organizacional das bibliotecas
universitárias, instituições que muitas vezes, ao envolver seus profissionais em múltiplas
exigências, oprime o potencial criador e bloqueia as possibilidades de busca intelectual no
processo de criação. Enfatiza a informação e criatividade como práticas sociais, fenômenos
imprescindíveis para o desenvolvimento do capital humano das bibliotecas universitárias
inseridas numa sociedade que valoriza o não-pensar e bombardeia o homem com um fluxo
de informação excessiva, levando-os a cumprir normas convencionais em detrimento de
descobertas e da autoconfiança para superar os desafios. Afirma que as organizações
(bibliotecas, museus, bancos, hospitais etc.) só serão bem sucedidas se levarem em conta
que a informação e a criatividade são agentes de transformação do capital intelectual e das
estruturas sociais. Apresenta referenciais para reflexão e discussão com relação ao
processo criativo caracterizado pela necessidade de informação, ou angústia do indivíduo
em solucionar problemas e de encontrar caminhos nos espaços informacionais.
Palavras-chave: Informação, criatividade, Bibliotecas universitárias.
1 INICIANDO NOSSA CONVERSA...
“É precisamente a atividade criadora do homem que faz dele um
ser projetado para o futuro, um ser que contribui para criar e
modificar seu presente.”
(Vygotsky)
Esse pensamento, é em essência, o fio condutor que singulariza esse trabalho, visto que o
homem no exercício dos seus atos e no compreender-se dentro dele exerce o seu potencial
criador, construindo e criando em todo o seu fazer. Nesse processo transforma a natureza e
se transforma também. Assim, não somente percebe as transformações como sobretudo
�2
nelas se percebe em razão das múltiplas possibilidades humanas de ser, de agir e de criar.
Essa percepção de si dentro do agir, se configura como uma premissa básica da criação.
Movido por necessidades concretas o potencial criador do homem surge na história como
um fator de realização e constante transformação, pois desde os primórdios da humanidade
o homem surgiu dotado de um dom singular: mais do que fazedor, é um ser formador,
capaz de estabelecer relacionamentos entre os múltiplos eventos que ocorrem dentro de si.
Associando os eventos, o homem os configura em sua experiência do viver e lhes dá um
significado. Nas perguntas que faz ou nas soluções que encontra, ao agir, ao imaginar, ao
sonhar, sempre o homem relaciona e forma . Corroborando com essa asseveração Ostrower
(1987, p. 12), afirma:
nossa vida
Andando, o
redor de si.
criada, cada
viver.
Por isso,
é um longo caminho que, bem sabemos, se faz ao caminhar.
indivíduo configura o seu caminhar. Cria formas, dentro de si e ao
E assim como na arte o artista se procura nas formas da imagem
indivíduo se procura nas formas do seu fazer, nas formas do seu
diante das diferentes situações e contextos, o homem costuma exibir a face
padronizada de sua personalidade e ao enfrentar obstáculos tenta
superá-los, buscando
energias, influências e habilidades disponíveis em seu raciocínio. Na busca desses recursos
e procedimentos que os leva ao inusitado, depara-se com a informação e a criatividade.
Informação compreendida como articuladora de sentidos: estruturas significantes com a
competência de gerar conhecimentos no indivíduo, em seu grupo ou na sociedade.
(BARRETO, 1996, p. 406), e criatividade entendida como potencial inerente ao homem,
fenômeno universal passível de desenvolvimento e que necessita de determinadas
condições sociais e culturais para se manifestar (FARIA; ALENCAR, 1996, p. 50).
Isso posto, percebemos que a relação informação & criatividade por ser bastante discutida,
é vista como portas que vão se abrindo uma após outra, mostrando sempre novos
horizontes e novas perspectivas para o ser humano que vive no meio da mais profunda e
acelerada revolução desde a invenção do machado de pedra. Estamos assim diante de uma
intrigante porta com a qual o homem jamais se deparou e que na concepção de Nicolau
(1998, p. 117) “ se abre para a complexa e poderosa força da natureza, o poder criador da
�3
mente humana, surgida talvez para realizar o que a própria mente ainda não descobriu - e
cuja a chave está escondida em algum lugar dentro dela mesma.”
À luz dessas considerações direcionamos o enfoque deste texto não só para o papel que a
informação desempenha na construção do mundo interior do ser humano e das suas
relações com o mundo exterior, mas também, para o ser humano e o seu potencial criador ,
na perspectiva de que o homem se desenvolve num contexto social, em cujas necessidades
e valorações culturais se moldam os próprios valores da vida. Na verdade, criar & viver se
interligam. Informação & criatividade se integram, dissociá-las corresponde a um ponto
de vista fragmentado da
construção de novos referenciais para as organizações que
primam pelo desenvolvimento do potencial criativo do seu capital humano.
Justificativas, portanto não faltam para direcionar essa questão para os cenários
informacionais,
visto
testemunharmos
quão
comum
tornou-se
para
as
bibliotecas
universitárias, explorar várias alternativas, principalmente as menos ortodoxas, de
modernizar-se e globalizar-se. Informação & criatividade tornaram-se tema relevante para
empresas que frente aos cenários de intensa competição, turbulências e mudanças
profundas precisam promover estratégias para responder aos desafios e empasses
organizacionais. Precisam criar meios que, de fato, habilitem as pessoas e permitam a
expressão de seu potencial criativo para atuarem num cenário dinâmico, competitivo,
complexo e globalizado.
2 INFORMAÇÃO & CRIATIVIDADE: INSTRUMENTOS GERADORES DE
SINERGIA NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
“É a energia que transforma miséria em prosperidade,
estimulando agrupamentos a gerar saber e, no final, renda; é, em
essência, a aplicação da tecnologia social guiada pelo sentimento
de solidariedade e responsabilidade.”
(Ester Freitas)
As transformações que se expandem desenham um cenário marcado por incertezas e riscos
que desafiam a criação de novas e melhores formas de responder aos obstáculos e
�4
problemas da realidade. A capacidade de se adaptar às violentas mudanças técnicopolíticas tornou-se o principal atributo de sobrevivência para o ser humano que vive numa
época em que as organizações, os sistemas e os processos de massificação esmagam o
potencial criador do homem, obrigando-o a questionar tanto a missão, o estilo e as
estruturas das organizações, quanto o próprio sentido da vida humana.
Esse fato é ainda mais grave quando percebemos que as organizações, muitas vezes, para
alcançar os seus objetivos da maneira mais eficaz, concentra-se com maior ênfase nos
recursos que lhes são mais
imprecisos e escassos, em detrimentos daqueles mais
necessários e eminentemente dinâmico - os recursos humanos. Isto, mostra-nos uma forma
estreita e limitada de pensar à organização, porque as pessoas têm o patrimônio de criar,
característica indispensável que estimula à consciência global e o despertar de uma nova
geração de idéias e concepções que influenciam o desempenho e a eficácia da organização.
Essa questão aguça nossa sensibilidade e nos faz percorrer a cartografia desse vasto
território temático na tentativa de entrelaçar pontos vistas que reconheçam a informação e
a criatividade como recursos básicos das organizações.
Criar é, basicamente formar.
Abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta por sua vez, a de relacionar,
ordenar, configurar, significar. Surge da necessidade da vida e do trabalho, movida por
sentimentos os mais peculiares que são experimentados e cultivados pelo homem no
decorrer da sua existência. Os mitos que envolviam a criatividade foram se apagando
através dos tempo, deixand o nos antever que
ela manifesta-se, principalmente no
pensamento flexível, aberto e natural.
O cérebro humano, segundo De Bono (1994), é um dispositivo que permite que as
informações
cheguem a mente humana e se organizem em padrões.
Nós estabelecemos
esses padrões em amplas áreas e criamos as estruturas mentais temporárias formadas pela
seqüência das experiências que vivenciamos, o que permite à mente humana encontrar ou
construir outras seqüências possíveis e ainda não experimentadas. Isso resulta em
configurações novas e até inusitadas que levam o ser humano avançar, percebendo sinais
de que os seus limites são superáveis e que é preciso romper com o preestabelecido para
descobrir meios reais de superar limitações e de driblar o pensamento racional, a fim de
imaginar alternativas que revelem novas perspectivas e estimulem o processo criativo.
�5
Nessas condições, não é de se estranhar que a essa crença ousa destruir as possibilidades de
renovar, criar e inovar, visto que no fazer e no configurar do homem confrontam-se dois
pólos: a criatividade que representa suas potencialidades de um único ser, e sua criação
que será a realização dessas potencialidades já dentro de uma determinada cultura, portanto
não podemos dissociar a
criatividade do níveis ind ividual e social da existência humano.
A criatividade e a racionalidade constituem as duas faces da mente humana. Enquanto o
pensamento proveniente do hemisfério esquerdo do cérebro é racional e linear, porque está
sob o domínio do intelecto, cuja função é medir e classificar tudo o que encontramos ao
nosso redor, o hemisfério direito, é intuitivo, artístico, e pouco estimulado.
A criatividade, portanto, rompe com os caminhos estabelecidos pelo pensamento formal,
estimulando o hemisfério direito do cérebro o que resulta nos que os estudiosos chamam de
insight, pensamento divergente, pensamento lateral, iluminação. A criatividade revela
novas perspectivas ou pontos de vistas diferentes, permitindo que se volte ao caminho
principal com aspectos renovados e, consequentemente com maiores possibilidades de
sucesso. Mas, como manifestar a criatividade senão nas diferentes maneiras que
encontramos de lidar com as adversidades? Nossa racionalidade é responsável pela prática
de nossa existência, todavia, no momento de repensar o mundo, renovar as idéias, dar o
salto qualitativo que nos tornará inovadores, precisamos romper com o pensamento linear
para sermos criativos.
Para a compreensão do pensamento criativo faz-se necessário descortinar o significado do
termo criatividade na visão de estudiosos de áreas distintas. Para aqueles ligados às artes, a
criatividade está intimamente relacionada à capacidade de compreender, de relacionar, de
configurar, de significar que o ser humano possui enquanto ser formador (OSTROWER
apud HEXEL, 1996, p.33). Na área de propaganda, publicidade e marketing, o termo é
designado como “processo de produção pelo qual uma pessoa produz um maior número de
idéias, pontos de vista, hipóteses, soluções, opiniões originais e eficazes do que as demais
pessoas, num espaço mais curto de tempo a criatividade” (GALVÃO apud HEXEL, 1996,
p.34). Ou ainda “atividade mental organizada, visando obter soluções originais para
satisfação de necessidades e desejos”. (MASLOW apud HEXEL, 1996, p.34).
�6
Diante dessas concepções é válido afirmar que o processo criativo assume características
distintas de acordo com o campo de atuação de cada um. Nas variadas formas de artes o
termo é mais facilmente visualizado enquanto ato criativo, sem a conotação de solução de
uma situação-problema. Já em uma organização é comum incentivar a descoberta do
potencial criativo que existe dento de cada membro, a fim de despertar a capacidade de
encontrar soluções variadas para problemas distintos que se apresentam no dia -a-dia.
É mister esclarecer que encontrar uma solução nem sempre significa uma criação genuína,
as vezes é só uma maneira diferente de encarar as coisas. É repensar as situações visando
dinamizar as atividades realizadas, buscando ao máximo a promoção da satisfação pessoal
e institucional, pois de acordo com De Bono (1970, p.82) “nenhum modo de ver as coisas é
tão sagrado que não possa ser reconsiderado. Nenhum modo de fazer as coisas está livre de
ser aperfeiçoado”, ou seja, lançar um novo olhar sobre algo que parece pronto e acabado.
Nem sempre é fácil perceber uma situação anômala, uma vez que é melhor aceitar uma
idéia organizada que faz sentido do que duvidar dela e dar-se ao incômodo de buscar novas
alternativas. Um problema, definido por De Bono (1970, p.80) como sendo “uma situação
que requer uma resposta e esta não deve ser óbvia”, exige dos sujeitos envolvidos um
reconhecimento de tal situação-problema e uma disposição de usar o potencial criativo
existente para descobrir respostas/soluções. Existem determina das situações, nas quais os
problemas não são facilmente identificados que exigem um maior esforço no uso do
pensamento criativo do que em outras onde as anomalias são reconhecidas prontamente.
O homem contemporâneo é submetido cotidianamente a um volume excessivo de
informações advindas das transformações tecnológicas que se operam no bojo de todos os
setores das organizações sociais. Diante dessa nova realidade, enfrenta os desafios de
constantes mudanças de padrões e de novas exigências sociais frente ao dinâmico contexto
informacional, no qual a velocidade com que circulam as informações por vezes
determinam o sucesso de um empreendimento, exigindo o uso continuo do seu lado
criativo como elemento determinante para a eficiência de seu desempenho profis sional. O
fenômeno informacional que se observa a partir de então, provoca mudanças substanciais
nas relações humanas como um todo.
�7
Nessa perspectiva, teóricos de áreas distintas buscam compreender a informação a partir
dos respectivos campos do conhecimento, numa tentativa de explicar o processo
informacional. Assim, a informação ganha concepções diferenciadas a depender do ponto
de vista em que é enfocada.
Na visão de Wersig (1971) a informação é um redutor de incertezas; Shannon (1975) a vê
como uma medida de probabilidade; Brookes e Belkin (1978) a compreende como um
potencial transformador da estrutura do conhecimento. Assim, para esse autor, a
informação pode ser entendida sob quatro pontos de vista distintos: como um recurso, onde
gerador, receptor e mensagem são vistos como entidades isoladas; como mercadoria, à
medida que agrega um valor econômico; como um redutor de incertezas, quando aplicada a
determinada questão cognitiva e como fator de construção social.
Autores brasileiros como Barreto (1994), Gomez (1987), Marteletto (1987) e Araújo
(1998), tendem a considerar a informação como um fator de mudança na estrutura do
conhecimento dos sujeitos da ação. Nessa perspectiva, Barreto (1999, p.168) conceitua a
informação como “[...] conjuntos significantes com a competência e a intenção de gerar
conhecimento no indivíduo, em seu grupo ou na sociedade.” Na concepção do autor, a
informação sendo assimilada pode modificar a consciência do homem e de seu grupo,
proporcionando melhorias na convivência dele consigo mesmo e dele com o meio social
no qual está inserido (BARRETO, 1994).
Para Marteletto (1987, p.179), a informação é “um fator de mudança e não de manutenção
de estruturas”, que ocorre nas relações sociais cotidianas, políticas e científicas. Seguindo a
mesma linha, Araújo (1998, p. 16) entende a informação como um fator de mudança capaz
de transformar estruturas cognitivas individuais e coletivas. Gomez (1990, p. 119), amplia
essa reflexão considerando que
[...] uma prática ou ação de informação implica, além de ‘competências’
lingüísticas, outras ‘competências’ cognitivas e comunicacionais sempre
particularizadas no exercício dos atores sociais que as praticam sob as regras das
lógicas sociais de solidariedade ou de conflito.
�8
Ao referir-se a outras competências a autora nos permite inferir que a criatividade está
situada como um elemento da cognição e como tal é um fator humano
de fundamental
importância, disponível em toda e qualquer organização. Nota-se que informação &
criatividade são potenciais intrinsecamente relacionados à capacidade de comunicação do
ser social. Ambas podem ser compreendidas como práticas sociais uma vez que permeiam
as relações estabelecidas entre sujeitos inseridos num contexto sociocultural, que definem
os valores, crenças e modos de pensar.
Atualmente há uma tendência de valorizar esses potenciais. O que se observa é que cada
vez mais empresas tendem a buscar profissionais para alocar em seus quadros que
demonstrem ter um potencial criativo para lidar com situações diversas; que possam ter a
capacidade de dar respostas rápidas para a solução de problemas.
3 QUANDO CRIAR É FAZER: INFORMAÇÃO & CRIATIVIDADE, ROMPENDO
LIMITES NOS CENÁRIOS INFORMACIONAIS
“ O ato de pôr meu trabalho no papel, de pôr a mão na massa,
como se diz, é para mim inseparável do prazer da criação. No que
me diz respeito, não consigo separar o esforço espiritual do
esforço físico e psicológico; para mim eles estão no mesmo nível e
não obedecem a nenhuma hierarquia.”
(Stravinsky)
Iniciando nossas considerações com esta citação, compreendemos o cenário informacional
como um espaço onde a informação e a criatividade humana devem ser valorizadas, como
recursos que desafiam a capacidade de entender, aprender e fazer das pessoas. Um espaço,
onde liberdade, integração, valorização das pessoas, responsabilidade e auto-realização
contribuem para a construção do processo de cidadania que priorizam o conhecimento e as
práticas sociais emancipatórias, delineando estratégias de democratização da produção e do
acesso a informação.
Isto posto, percebemos razões significativas para a biblioteca universitária investir no
desbloqueio da criatividade do seu capital humano. Para tanto, é necessário criar condições
�9
que favoreçam um ambiente de trabalho criativo que impulsione a construção de um saber
pessoal e profissional e fomente o aprendizado. Nessa linha de raciocínio Alencar (1996,
p.3) afirma: “ a criatividade é resultante mais de condições sócio-organizacionais que a
empresa pode proporcionar aos seus membros, do que de predisposições unicamente
individuais.”
É importante salientar que informação & criatividade sempre existiram enquanto
potenciais no contexto social. O que parece novo nessas práticas é o enfoque que a
sociedade atual vem dando em função da valoração da informação enquanto instrumento
determinante que mobiliza o mundo globalizado, onde a velocidade de processamento dos
dados movimenta a dinâmica da sociedade moderna. A utilização do potencial criativo do
homem vem atender a lógica do mercado global que exige não o saber fazer, mas as
diversas possibilidade que podem ser oferecidas desse saber.
A partir dessas considerações, podemos afirmar que são muitos os modos de pensar e falar
sobre informação & criatividade , pois ambas são referenciadas nos diversos campos do
conhecimentos humano, o que vem a confirmar que as organizações (bibliotecas, museus,
bancos, hospitais etc.) só serão bem-sucedidas se levarem em conta que a informação e a
criatividade são agentes de transformação dos homens e das estruturas sociais, são criações
humanas, temas que não têm fronteiras que somente poderão ser vistas num sentido global,
como um agir integrado em um viver humano. De fato, viver & criar se interligam. Criar &
fazer, rompem os limites.
Nesse sentido, informação & criatividade podem ser compreendidas como práticas sociais,
fenômenos imprescindíveis numa sociedade que muitas vezes, valoriza o não-pensar e
prepara os indivíduos para o cumprimento de normas convencionais em detrimento da
busca de descobertas, do enfrentamento do desconhecido e da autoconfiança para superar
os desafios.
4 ABRINDO NOVOS
INFORMACIONAIS
ICONES
PARA
CRIATIVIDADE
NOS
CENÁRIOS
“O que chamamos de começo é, quase sempre o fim. E atingir um
fim é atingir um começo. O fim é o ponto de onde encetamos
�10
jornada. E toda a expressão e sentença corretas (onde cada
palavra, em seu justo lugar; assume posição para apoiar as outras.
Cada locução, cada frase são um fim e um começo.”
(Eliot)
A atual sociedade da informação para alguns e do conhecimento para outros, vem impondo
ao ser humano uma série de desafios frente as mudanças decorrentes de inovações
tecnológicas que ocorrem em todos os setores da vida social moderna. Tais mudanças
fazem com que os sujeitos sociais busquem novas formas de resolver questões que lhes são
postas na vida cotidiana, levando-os a utilizar potenciais subjetivos inerentes à mente
humana, que por vezes são secundarizados face ao pensamento lógico convencional. Essa
tendência de enfatizar o pensamento criativo já era percebida por Toffler apud (HEXSEL,
1996) ao referir-se à importância da criatividade do ser humano diante das revoluções
tecnológicas, da velocidade e do acúmulo de informações do mundo globalizado.
Nessa perspectiva, a criatividade é um fator que atualmente tem sido amplamente debatido
em diferentes organizações, tendo em vista as atuais exigências mercadológicas
requererem profissionais com grande capacidade criativa para produzir idéias novas que
possibilitem solucionar problemas oriundos da dinâmica organizacional.
Diversas áreas do conhecimento, a exemplo da comunicação, administração, artes entre
outras, tratam a questão da criatividade já há algum tempo, considerando que o assunto tem
uma produção relevante a partir da década de 70. A preocupação com os aspectos
relacionados com o processo de criação fizeram com que Duailibi; Simonsen (1971)
desenvolvessem uma atividade, denominada Brainstorming
(tempestade de idéias) que
tem por objetivo encontrar idéias criativas em um grupo, que possam solucionar problemas
oriundos de uma determinada situação. Essa técnica propicia que um grupo de trabalho
exponha suas idéias e que após uma análise criteriosa, seja indicada aquela que possa ser
aplicada com sucesso.
O surgimento de uma idéia não está relacionada necessariamente
dessa ou daquela
tecnologia, nem tampouco precisa “ser precedida por anos de trabalho” ( DE BONO, 1970,
p.18), ela advém da infinita capacidade criadora da mente humana, entretanto é comum
�11
para alguns relacionarem uma nova idéia a alguma invenção técnica ou a teorias
científicas. Nesse sentido, De Bono (1970, p. 21) enfatiza:
A mente brilha pela capacidade de desenvolver: não há limites concebíveis de
sua excelência nesse sentido, que alcança até o desenho de mentes eletrônicas
auxiliares, as quais podem aumentar ainda mais a sua capacidade de
desenvolvimento [...] mas a tecnologia por si mesma não gera idéias novas.
Segundo esse o autor, por mais sofisticado quer seja um computador “ a solução de um
problema não será encontrada caso ele tenha sido incorretamente definido pelo
programador”. Tal afirmação vem reforçar a idéia de que a mente humana possui
mecanismos criativos não disponível em qualquer máquina inteligente.
Dessa forma, somente aprendendo a ouvir os sentimentos mudos da criatividade do seu
pessoal, a biblioteca universitária poderá inspirar credibilidade à sua equipe. É preciso,
portanto, ouvir o lado inaudível das coisas, o lado não mensurado, porque.... sempre atrás
de uma máquina tem dois olhos, e atrás dos dois olhos tem um ser humano. Este é o
equilíbrio desejado para o binômio: Informação & criatividade, na biblioteca universitária.
5 UMA PALAVRA A MAIS.. .
Informação & criatividade são fenômenos abertos, dinâmicos e complexos. Seus efeitos
nas organizações são indiscritíveis, mesmo sabendo que seus detalhes tendem a embaçar as
lentes de quem os olha e investiga. O indivíduo para explorar novos territórios de
oportunidades, não basta ter informação e conhecimento, é necessários outros recursos
pertinentes a criatividade e aos atributos de personalidade que os conduzem a aprender
com os próprios erros e pensar a realidade aliado a fantasia e a imaginação.
Precisamos nos manter abertos e acessíveis ao processo criativo, sem insistir em querer
conhecer,
antecipadamente os resultados. Assim estaremos aceitando o desafio de
acalentar a liberdade, a burlar a vida encontrando um sentido para ela.
Quando se compreende o quanto é relevante a informação e a criatividade para o homem,
não é difícil argumentar que as bibliotecas universitárias reconhecem a importância dessa
díade na relações existentes nos seus espaços quando procura delinear ações que buscam
�12
equilibrar
tecnologia/capital
humano,
pois
de
que
adianta
uma
biblioteca
estar
modernamente equipada e totalmente automatizadas se o seu quadro de pessoal se encontra
a deriva das megatendências e dos desafios que a organização tem pela frente. No bojo
desses desafios, criatividade & informação assumem um enorme valor estratégico no
processo vital das empresas. Consequentemente, mudanças em práticas, atitudes e
comportamentos poderão ser alcançadas com o refinamento do ato criador do capital
humano a medida em que as organizações desprendem-se dos referenciais antigos e
projetam-se em direção ao futuro que desejam construir para potencializar suas chances de
sobrevivência.
È imperativo, portanto, que as bibliotecas universitárias reconheçam e compreendam que
não devem olhar para o futuro com os olhos do passado. É necessário criar novos
paradigmas, novas idéias e coerência para começar agir diante da falta de perspectivas de
desenvolvimento para a maioria da população, porque a sociedade do conhecimento
precisa de informação e criatividade para ser gerenciada.
Dificuldades a parte, restam as bibliotecas universitárias os desafios de se moldarem a
época de velozes transformações, acreditando que a informação & a criatividade são
grandes aliadas no processo de revitalização, no encontro de novos rumos, no redesenhar
de sua trajetória e na concretização do seu compromisso social.
E, aos bibliotecários e
assistentes, resta o empenho de desvelar a criatividade como forma de contestar o modelo
existente e a decisão de apresentar algo novo independente das críticas que surgirão pelo
fato de terem ousados. Concluímos, não pretendendo emitir nenhuma palavra de ordem,
mas algumas sugestões e reflexões sobre esse tema verdadeiro sinal da manifestação da
expressão de todo o fazer humano.
Ø Para ser criativo, desafie: a resposta certa, a lógica, as normas, a tradição, a autoridade,
a seriedade, a rotina, a segurança, e o medo de errar. Transforme sonho em realidade,
acreditando na idéia, assumindo responsabilidades, sendo persistente e tendo muita
coragem, porque assim que surge uma idéia genial, todos se opõem contra ela.
Ø As bibliotecas universitárias devem priorizar a criatividade e a informação como
recursos estratégicos que apontam caminhos para alcançar seus objetivos, implementar
�13
inovações, a fim de cumprir sua missão no enfrentamento as mudanças radicais que
anunciam novos paradigmas e provocam uma verdadeira avalanche de transformações
nos indivíduos e nos valores sociais.
Ø As bibliotecas universitárias precisam minimizar os ruídos, ultrapassar as barreiras, os
abismos e fronteiras no cumprimento da sua missão. Dessa forma, poderão escrever, a
seu modo, a sua história, abrindo e fechando páginas em igual proporção no intuito de
contornar um novo perfil para o seu capital humano. A idéia não nos parece
pretensiosa, nem inviável, porque cremos na capacidade do bibliotecário em criar,
cremos
ainda,
compartilhadas
que
sábias
idéias,
não
transformam
nada,
mas
quando
são
tornam-se ações inovadoras, pertinentes e criativas, e podem
desempenhar para os cenários informacionais um papel semelhante ao da pedra atirada
no lago: ser o centro e a causa de uma multiplicidade de círculos.
Diante das considerações expostas, as palavras de Eliot (1966, p.195) são oportunas para
finalizar este capitulo: “O que chamamos de começo é, quase sempre o fim. E atingir um
fim é atingir um começo. O fim é o ponto de onde encetamos jornada. E toda a expressão e
sentença correta (onde cada palavra, em seu justo lugar); assume posição para apoiar as
outras. Cada frase é um fim e um começo.”
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�
Dublin Core
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Date
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2002
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Português
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Informação & criatividade sob o prisma organizacional das bibliotecas universitárias: estratégias de sobrevivência.
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Pinheiro, Edna Gomes
Sousa, Maria Isabel de Jesus
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
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An account of the resource
Discute a informação e a criatividade no contexto organizacional das bibliotecas universitárias
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snbu2002
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O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA: HABILIDADES E
COMPETÊNCIAS
Edilson Damasio *
Co-autora: Rose Mary Juliano Longo **
RESUMO
A atuação do profissional da informação na indústria requer habilidades e
competências necessárias para um melhor aproveitamento do conteúdo informacional circulante.
Avaliou se o profissional bibliotecário possui as habilidades e competências necessárias para atuar
no mercado de informação especializada nas indústrias; identificou-se e caracterizou-se os
profissionais da informação no setor das indústrias; caracterizou-se os tipos de informação mais
usados no setor das indústrias; identificou-se as habilidades e competências necessárias e exigidas
dos profissionais da informação e bibliotecários na prestação de serviços nas indústrias. Os sujeitos
deste estudo foram 16 indústrias de grande porte. Aplicou-se um questionário composto de
questões objetivas a respeito da área de formação profissional, áreas de produção da indústria, tipos
de informação especializada utilizada nas indústrias e grau de importância de competências e
habilidades para a atuação do profissional da informação nestas indústrias. Verificou-se que a área
de formação principal do profissional da informação e pós-graduação é das Ciências Sociais
Aplicadas. Não encontrou-se bibliotecários atuando nesta população, mas evidenciando-se a
diversidade de cargos e tempo de experiência destes profissionais. Constatou-se que a utilização de
tipos e fontes de informação industrial visa principalmente responder a ques tões sobre empresas
concorrentes, e que as indústrias procuram utilizar informações que respondam as situações
imediatistas. Concluiu-se que do rol de habilidades e competências do bibliotecário e profissional
da informação, a maioria foi considerada como Muito Importante. Considerou-se que profissionais
com estas habilidades e competências são necessários e importantes no mercado de informação das
indústrias.
Palavras-chave: Profissional da informação - Habilidades e competências; Profissional da
informação – Indústrias; Bibliotecário - Habilidades e competências; Bibliotecário –
Indústrias; Profissional da Informação - Atuação profissional; Bibliotecário - Atuação
profissional; Informação para indústria e negócios.
* Bibliotecário da Universidade Estadual de Maringá, Mestre em Biblioteconomia e Ciência da
Informação. Av. Colombo, 5790 – Maringá – PR – Brasil. edamasio@uem.br
** Docente do Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas - PUCCAMP. (Ph.D. Sheffield, GB). Praça Imaculada, 105 (Vila
Santa Odila) – Campinas – SP. rlongo@terra.com.br
�2
INTRODUÇÃO
Os profissionais da informação e os bibliotecários na gerência da
informação necessitam ter várias habilidades e competências específicas à sua atuação.
Estas habilidades podem ser utilizadas na gerência da informação, nos vários segmentos
empresariais.
Eles têm habilidades em gerenciar informação utilizando principalmente
suas habilidades em gestão da informação e gerenciamento de recursos de informação.
Esses serviços são demandados por várias organizações diferenciadas e dentre elas as
indústrias, que utilizam informações manipuladas em vários segmentos internos, como:
administração, produção, mercados. Para isto necessitam de profissionais que têm a função
principal de gerenciar informações em setores e atividades diferenciadas.
Os profissionais da informação que atuam nesses setores devem estar
aptos a administrar a informação gerada em seu ambiente de atuação, devido ao seu grande
fluxo, típico de qualquer organização. Esses profissionais são contratados pelas empresas,
independente de sua formação profissional. Podem ser: engenheiros, administradores,
bibliotecários e outros. São escolhidos pela importância de suas habilidades e
competências em gerenciar informação, para o bom funcionamento da indústria.
Nas indústrias temos uma grande quantidade de informações a serem
gerenciadas que necessitam de profissionais específicos. São utilizados vários tipos de
informação, que segundo Montalli (1994) são consideradas na literatura em Ciência da
Informação como Informação para Indústria e Negócios, sendo as seguintes: sobre
mercados, estatísticas, sobre produtos, financeiras e sobre companhias. As Informações
estão em fontes distintas e essenciais para o desenvolvimento de várias atividades nas
indústrias, visando principalmente subsidiar o desenvolvimento de seu planejamento
estratégico e de todos os setores e profissionais que necessitam de informação para tomada
de decisão.
Atuar na gestão da informação é sem dúvida a principal atividade
atribuída ao profissional bibliotecário. As escolas de Biblioteconomia e Ciência da
Informação formam profissionais aptos nessa principal habilidade,
visando a atuação em
qualquer ambiente empresarial e institucional de todos os níveis e segmentos.
�3
Supostamente esses profissionais estão aptos a agir como diretores de informação, gerentes
de informação, agentes de informação, gestores e outros.
O presente artigo, relata um estudo que teve a finalidade de explorar a
área de atuação profissional do bibliotecário no setor industrial. Visou avaliar se o
bibliotecário possui as competências e habilidades necessárias para sua atuação no
mercado de informação especializada, pois, o referencial teórico expõe várias formas de
atuação exigidas ao bibliotecário, necessárias para a conquista do mercado de informação
empresarial, mas desconsidera os motivos para a sua baixa atuação em indústrias.
Inicialmente, caracterizou-se quais profissionais da informação atuam no
ambiente industrial, identificando sua área de formação e pós-graduação, cargos que
ocupam, nível no organograma da empresa, tempo de experiênc ia no cargo e área de
produção das indústrias.
Apresentou-se uma relação dos tipos de informação para indústria e
negócios levantados na literatura juntamente com suas principais fontes, visando verificar
seu grau de utilização no setor industrial. Essa listagem de tipos e fontes serviu como um
exemplo da quantidade de informações que esses profissionais têm que administrar, sendo
um aspecto importante para a sua atuação na empresa. A importância da informação na
empresa, pode ser especificada no pensamento de Toffler (1993, p. 92), que condiz que a
moeda da era da informação é a própria informação, sendo considerada a base do
conhecimento empresarial.
Outro passo deste estudo foi abordar as principais habilidades e
competências atribuídas aos profissionais da informação e bibliotecários para atuarem em
indústrias, verificando o grau de importância dessas habilidades e competências, que foram
levantadas na literatura em Ciência da Informação. Isso é importante porque elas são
exigidas dos bibliotecários e dos profissionais da informação que pretendem atuar nessas
organizações.
Avaliou-se também os usuários de informação do setor industrial, sendo
aqueles que utilizam a informação já customizada e agregada de valor, vindas dos vários
setores das indústrias em que atuam.
Com os resultados, espera-se viabilizar um rol de habilidades e
competências que poderão ser transferidas aos bibliotecários que pretendem ocupar o
mercado da informação industrial, que utiliza informação gerenciada e agregada de valor,
para o desenvolvimento de suas atividades.
�4
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO
O parque industrial brasileiro está se modernizando muito rapidamente
devido a fatores como a economia globalizada, assunto tratado em grande escala na
imprensa e literatura. Dentre os principais fatores da modernização, destacam-se a
utilização de recursos em pesquisa tecnológica e principalmente na administração da
informação industrial.
Com este cenário atual de economia globalizada, as organizações tendem
a
exigir
respostas
informacionais
rápidas
a
todas
as
situações,
relevantes
ao
desenvolvimento dos objetivos da organização e ao seu planejamento estratégico. Para
administrar a informação, as indústrias devem utilizar de forma sistematizada, do
Gerenciamento interno dos Recursos de Informações (GRI)1, que interligado às metas da
organização, está preparado para acompanhar, monitorar, organizar e retroalimentar as
necessidades
informacionais
exigidas
pela
administração.
E
principalmente
de
profissionais da informação para gerenciá-lo.
Cronin (1990, p.197) define GRI como
[...] o planejamento, gerenciamento, previsão orçamentária,
organização, direcionamento, treinamento e controle associados com
informação [...]. O termo abrange tanto a informação propria mente dita,
quanto recursos relacionados, tais como pessoal, recursos financeiros e
tecnologia.
Como as organizações industriais tendem a utilizar a gerência da
informação como um recurso estratégico para a tomada de decisões, estas interligadas as
estratégias e objetivos de seu plano, negócio ou mercado, onde, necessitam avaliar novas
oportunidades de mercado e possíveis ameaças aos objetivos da organização, devendo
administrar a informação organizacional, monitorando as oportunidades e ameaças para
dar suporte às decisões futuras.
1
Uma abordagem que abrange a aquisição, o gerenciamento e o controle de todos os aspectos e componentes
de um sistema de informação, e alinhar os objetivos e o gerenciamento de SI (Sistemas de Informação) com
as metas globais da organização. (STAIR 1998, p. 384).
�5
Profissionais da informação têm várias
habilidades para a gestão da
informação, que estão listadas na área de Ciências Sociais Aplicadas, nas ciências da
Informação e Administração de Empresas. Dentre as habilidades e competências
destacam-se como principais a este estudo a gestão da informação, demandada em várias
organizações diferenciadas. Dentre as organizações temos as indústrias que utilizam
informações manipuladas em vários segmentos internos, como: administração, produção,
mercados, e profissionais com funções e formação diferenciadas, atuando também em
setores e atividades diferenciadas, pelo motivo do setor organizacional industrial de grande
porte, em que foi pesquisado, ter diferentes níveis organizacionais e processos específicos
para o seu funcionamento.
Em seus estudos, Barbosa (1998) apud Porat (1977, p.3), definiu o
profissional da informação da seguinte forma:
caracteriza que não há definição universalmente aceita a respeito do que
constitui um profissional da informação. Os primeiros estudos
sistemáticos a respeito da chamada economia da informação adotaram
critérios amplos e incluíam nessa categoria profissionais como
pesquisadores, engenheiros, projetistas, desenhistas industriais,
gerentes, contadores e todos aqueles ‘eventualmente remunerados para
criar conhecimento, comunicar idéias, processar informação’. Mais
recentemente, Strassmann (1985) 2 também adota uma conceituação
muito abrangente, ao definir o profissional da informação como
simplesmente aquele que trabalha com informação em vez de com
objetos.
Neste contexto, os segmentos industriais ou não tendem a exigir e
absorver profissionais que trabalhem com a informação. Segundo a comunicação pessoal
de Tarapanoff (2000)
no II Ciclo de Informação e Cultura, promovido pela FABI
(Faculdade de Biblioteconomia)/PUC -Campinas, destacam-se as seguintes habilidades:
-
conhecer e integrar novos recursos para a recuperação da
informação;
-
gerenciar estoque de informação para uso futuro - Gestão da
informação;
-
identificar e potencializar os recursos informacionais – Criação,
Análise e Uso, através de 6 processos diferenciados e integrados:
2
STRASSMANN, P. A. Information Payoff: The Transformation of Work in the Electronic Age. New York:
Free Press, 1985.
�6
identificação,
aquisição,
organização
e
armazenamento,
desenvolvimento, distribuição, uso da informação;
-
fomentar informação comentada e comunicada;
-
utilizar tecnologias com foco nas organizações, no valor da rede
(sobrevivência da organização) através de bibliotecas virtuais nos ramos
de redes e processos;
-
utilizar e implementar redes, consórcios, parcerias, terceirização da
informação organizacional;
Quando se trabalha com habilidades e competências destinadas aos
profissionais da informação, caracteriza-se que as mesmas estão listadas em diferentes
ciências e áreas de formação. A própria Ciência da Informação definiu-se da fusão de
várias ciências, Damasio, Gomes Filho e Miranda (2000, p.4) caracterizam-na coma a
fusão de três ciências diferentes, Administração de Empresas, Documentação e
Informática.
A questão de aprimoramento profissional caracteriza -se principalmente
pela multidisciplinariedade desta área, exigindo conhecimentos diferenciados, muitas vezes
migrados de diversos cursos e áreas.
Quando se fala em competências profissionais, destaca-se o estudo de
Carvalho (1999, p.75) sobre o capital intelectual nas organizações, que esclarece:
A competência dos profissionais refere-se a competência daquelas
pessoas que planejam, produzem, processam ou apresentam os produtos
ou soluções. A estrutura interna refere-se aos funcionários de suporte,
ou seja, aqueles que trabalham nos setores de gerenciamento geral,
administração, contabilidade, pessoal,
recepção, departamentos
burocráticos, [...]
Montalli (1997) em seus estudos sobre o perfil do profissional da
informação tecnológica e empresarial destaca que as empresas precisam de profissionais da
informação atuando no gerenciamento de informação em seus vários formatos e fontes.
Entretanto, além da informação interna, gerada e disseminada pelos
departamentos da empresa, esta necessita ainda de bons profissionais de
informação capazes de selecionar a enorme gama de variados tipos
externos de informação, dispostos em diferentes formatos/fontes de
informação, impressos, bases de dados, sistemas on-line, instituições,
contatos pessoais, experts e outros.
�7
O profissional da informação deve ter as habilidades e competências,
levantadas como necessárias principalmente para o profissional bibliotecário. Tarapanoff
(1999) apud Kumar (1998, p.I-5) destaca as seguintes habilidades necessárias:
“de ser
inovador, criativo, líder, comunicador, negociador, empresário, especialista na busca
(seletiva) informacional, diante da explosão da informação, e especialista em redes (para
participar no processo de globalização).”
Mesmo na atuação em ambientes organizacionais como o industrial
Prusak
(1999) suge re a seguinte situação aos profissionais da informação. Precisa-se
analisar também a importância da necessidade de estar na melhor posição do organograma
da organização 3“[...] ‘profissionais da informação, devem procurar a posição mais
desejável no organograma da empresa. Pensando no sucesso e se fazendo essencial para o
cumprimento da missão da organização.’ Ele sugere que atue em departamentos de
estratégias marketing e de pesquisa e desenvolvimento ." (tradução do autor)
Desta forma, profissionais da informação devem procurar uma posição
no organograma da empresa compatível com suas habilidades sendo úteis nos cargos que
se relacionam a suas habilidades.
Schwarzwalder (1999), esclarece também que, em função de sua cultura
organizacional, empresas tendem a utilizar outros profissionais não bibliotecários para
gerenciar a informação. Esclarece que os bibliotecários tem de superar uma barreira
cultural existente, decidindo verificar a sua importância na gerência de informação.
Bibliotecários têm algumas vantagens principais como os agentes de
administração de conhecimento e uma desvantagem principal. A
desvantagem é bastante óbvia. Em termos de mudar cultura
organizacional, nós temos pouco ou nenhuma influência. Enquanto a
biblioteca da empresa pode ajudar a facilitar as mudanças de pessoas
necessário para administração de conhecimento prosperar, nós somos
colocados pobremente como agentes de mudança. Este é um obstáculo,
não é uma barreira absoluta. (SCHWARZWALDER, 1999, tradução do
autor ) 4
3
[...] information professionals to seek out the most desirable position in corporate organization chart.
Success lies in making yourself essential to the fulfillment of the mission of the organization. He suggests
including marketing departments to develop marketing strategies and research and development.
4
Librarians have a few major advantages as knowledge management players and one major disadvantage.
The disadvantage is fairly obvious. In terms of changing organizational culture, we have little to no
influence. While the library can help facilitate the people changes necessary for knowledge management to
thrive, we are poorly placed as change agents. While this is an obstacle, it is not an absolute barrier.
�8
Neste contexto os bibliotecários são considerados agentes para a
mudança, principalmente na gestão do conhecimento, atuando nesta área necessária às
empresas no contexto atual. Esta seria uma das atuações em que o bibliotecário tem
habilidades, mas para quebrar esta cultura organizacional,
ainda terá que comprovar-se
cada vez mais importante.
No contexto de educação continuada Tarapanoff (1999, p. 31) define
um ponto importante, “que é necessário alfabetizar digitalmente todos os profissionais da
informação no Brasil, em especial os bibliotecários, para que estes possam atuar, como
multiplicadores e alfabetizadores na sociedade da informação”.
Barbosa (1998) define os prováveis cargos destinados a profissionais da
informação. A lista inclui cargos como especialista em dados, especialista em rede de
computadores, especialista em informação mercadológica, especialista em informação,
especialista em tecnologia de informação, gerente de arquivos, indexadores de documentos
legais, especialista em microfilmes.
Uma
das
principais
funções
do
profissional
da
informação
nas
organizações, seria a função de agregar valor a informação. Neste aspecto, Teixeira Filho
(2000) define.
Agregar valor ao negócio significa várias coisas diferentes mas
complementares. Primeiro, suportar da melhor forma possível o
processo de tomada de decisão com informações de qualidade. A
informação agrega valor quando permite à empresa perceber
oportunidades e ameaças à sua operação, detectando tendências ou
problemas. Mais ainda, num mundo competitivo como o atual,
informação sobre os clientes e o mercado é fundamental para a
sobrevivência da organização.
Competências e habilidades destinadas a profissionais da informação são
encontradas na literatura, principalmente como exigências, em fontes de diferenciados
cursos e disciplinas. O presente estudo está centrado na Ciência da Informação, uma área
do conhecimento, que é rica em estudos, trabalhos e relatórios de pesquisa sobre gerência
de informação.
Este
estudo
utilizou
habilidades
e
competências
exigidas
aos
profissionais da informação, encontradas em diferenciadas publicações, prevalecendo a
grande quantidade encontrada na área de Ciência da Informação, onde este estudo segue
uma linha de pesquisa.
�9
O PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO EM INDÚSTRIAS
O profissional bibliotecário pode ser o profissional essencial para a
gerência da informação, principalmente a especializada, que é a utilizada e consumida no
ambiente industrial.
Prusak (1999) descreve a importância de bibliotecários em qualquer
organização, e também nas indústrias, e especifica que eles têm campo de envolvimento
nas organizações, pois podem entendê-las, conhecer o fluxo de conhecimento, cultivando
uma atitude empresarial profissional.
Eles precisam buscar envolvimentos nas organizações que vão além de
papéis tradicionais de biblioteca, ter impacto nas organizações com
estratégias e operações. Eles têm que ter um desejo para entender como
a organização trabalha, com estratégias e prioridades fundamentais a
pessoas, o que são e o que eles fazem, como fluxos de conhecimento. Eles
precisam cultivar uma atitude empresarial profissional e comportamento
que se ajustam a organização. É importante ser bem atualizado com
novos livros empresariais, tendências de administração, e o que está
entrando na indústria ou organização. Eles estão interessados em
pessoas. Eles são bons em reunir as pessoas em um tipo de papel de
intermediário, enquanto agindo como ' os coordenadores de
conhecimento '. Eles geram confiança. Eles se esforçam muito,
compartilham antes de adquirir. Bibliotecários são inteligentes. Eles têm
uma gama extensiva de interesses. Outra força é que eles são fortes
trabalhadores em redes. Eles investem muito para manter grupos e
andamento de projetos. Você poderia os chamar de ‘conselheiros’ de
conhecimento. (PRUSAK, 1999, tradução do autor) 5
A importância do bibliotecário na organização industrial, reflete-se
principalmente, segundo o pensamento de Schwarzwalder (1999) ao se proceder a
5
They need to seek involvements in their organizations that go beyond traditional library roles and
impact the organization's core strategy and operations. They have to have a desire to understand how the
organization works - strategies and priorities, who the key people are and what they do, how knowledge
flows. They need to cultivate a professional business attitude and demeanor that fits the organization. It's
important to be well read and up to date with top business books, management trends, and what's going
on in the organization's industry.
Qualities to achieve this as well as characteristics to make librarians valuable to knowledge management
initiatives include their strong "affiliative" skills. "They're interested in people. They're good at putting
people together in a kind of matchmaker role, acting as 'knowledge coordinators.' They engender trust.
They're very willing to give, to share before they get. Librarians are smart. They're intelligent. They have
a wide range of interests. Another strength is that they're strong networkers. They invest a lot to keep
groups and projects going. You could call them 'knowledge concierges.'
�10
organização da informação, onde esclarece a organização biblioteconômica como a
administração da informação.
Para trazer ordem aos caos de dados, as organizações precisam prover
de mecanismos para organizar a informação. Informação é dado
sistematizado. Sistemas de informação, como catálogos de biblioteca,
bancos de dados e diretórios, precisam de tratamento consistente e
lógico dos dados, de forma que pessoas possam achar as coisas. Isto é,
onde a maioria das pessoas param. Estes esforços podem ser descritos
como administração de informação. (SCHWARZWALDER, 1999,
tradução do autor) 6
Também esclarece a importância do papel da biblioteca e do bibliotecário
na gestão da informação e conhecimento empresarial, como uma necessidade essencial na
organização ao caos de dados gerados.
Departamentos dentro de sua corporação, universidade, ou
administração de cidades, têm freqüentemente coleções de informação e
processos que estão com falta de administração contínua. Identificando
essas oportunidades e parcerias com esses grupos, lhe farão um
profissional fundamental em administração de conhecimento e
demonstrarão que bibliotecas não são um luxo, elas são uma
necessidade. (SCHWARZWALDER, 1999, tradução do autor) 7
Temos o valor estratégico da informação nas organizações, não mas o
valor de grandeza prevalece como essencial, a informação supera o valor até muitas vezes
patrimonial. Hoje uma empresa que não investe em informação para a tomada de decisão,
independentemente do porte, corre um sério risco frente a suas concorrentes capacitadas na
área da informação.
McGee e Prusak (1994, p.19) esclarecem que
[...] a dimensão final do problema é integrar definição e execução de
forma efetiva. A volatilidade e a imprevisibilidade do ambiente
econômico desses últimos anos demonstram claramente que nenhuma
estratégia dura para sempre. Não há esperanças de que nenhuma
6
In order to bring order to the chaos of data, organizations provide mechanisms to organize them into
information. Information is systematized data. Information systems --such as library catalogs, databases,
and directories--provide consistent and logical treatment of data so that people are able to find things.
This is where most people stop. These efforts can be described as information management.
7
Departments within your corporation, university, or city administration often have information
collections and ongoing processes that are badly in need of management. Identifying those opportunities
and partnering with those groups will make you a key player in knowledge management and demonstrate
that libraries are not a luxury, they are a necessity!
�11
estratégia dure para sempre. Não há esperanças de que seja possível
articular uma estratégia capaz de resistir a todos os desafios.
Conseqüentemente, as organizações devem criar sistemas de avaliação e
feedback que aperfeiçoem o fluxo de informações entre a definição e a
implementação da estratégia, de forma a possibilitar o aprendizado a
partir dos resultados de seus esforços de execução como resultado, a
estratégia pode ser avaliada e redefinida de forma confiável.
A mudança da base em que se apóia a vantagem competitiva é um
subproduto natural da mudança de uma economia industrial, em que o crescimento efetivo
do capital era a chave para o sucesso para a economia da informação, cuja chave é a
própria informação organizada.
A estratégia competitiva de uma empresa define suas atividades
comerciais, a forma de operar essas atividades e, particularmente, a
forma de diferenciar seus produtos e serviços daqueles oferecidos pelos
concorrentes. Assim, uma estratégia abrangente deverá abordar dois
conjuntos de questões e sua integração. Em primeiro lugar, as
estratégias devem considerar os clientes da empresa e os segmentos de
mercado aos quais a organização almeja servir. Segundo, as estratégias
devem considerar habilidades e recursos que a organização deverá
reunir para fornecer produtos e serviços a esses mercados. Esses dois
pontos dependem enormemente da informação. ( McGEE e PRUSAK,
1994, p.21)
Através do estabelecimento de objetivos estratégicos deve-se pensar nos
talentos e habilidades dos empregados da organização. Portanto, quando fala -se em
estratégia competitiva, deve-se priorizar a conquista desta vantagem através da motivação
e treinamento dos funcionários.
A gerência eficaz da informação nas organizações pode propiciar
estratégias competitivas para o futuro da organização, que geram, também com a
aplicação de novas tecnologias, novos processos, avaliação contínua dos processos e
principalmente com a utilização de mão de obra qualificada de profissionais gestores de
informação. Desta forma, a união de todos esses procedimentos, levará a criação da
estratégia competitiva empresarial. Neste sentido, qual o papel do bibliotecário na gerência
de informação nas indústrias.
Neste segmento o bibliotecário nas indústrias, segundo a literatura,
constitui um profissional com habilidades exigidas nos serviços de gerência da informação
industrial.
�12
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO BIBLIOTECÁRIO
Todos os profissionais necessitam de habilidades e competências
distintas para sua atuação, que são iniciadas nos cursos de graduação e conduzidas a terem
melhor aproveitamento e uso durante a atuação profissional. As habilidades e
competências são muito pesquisadas nos programas de pós -graduação e trabalhadas de
diversas formas, visando principalmente destinar aos profissionais, atualizações e novas
linhas de oportunidades de atuação no mercado de trabalho.
Muitas
profissional,
dentro
de
habilidades
áreas
são
distintas
conseguidas
que
os
durante
profissionais
o
aprimoramento
atuam. Listá-las na
Biblioteconomia seria praticamente impossível, pelo motivo do bibliotecário ser um
profissional apto a gerenciar informação em diversas organizações, podendo também atuar
em cargos e funções diferenciadas, que também exigem habilidades e competências
diferenciadas.
Definir a importância do bibliotecário na sociedade e suas habilidades,
pode ser trabalhado em diversos métodos, destacando-se neste estudo a verificação da
importância desse profissional como gerente de informação em empresas industriais.
Na atualidade, a necessidade de gerentes de informação, destacou ainda
mais a importância dos bibliotecários, pois, segundo PRUSAK
(1999) os bibliotecários
distinguem-se dos demais profissionais da informação também pela confiança a eles
depositados das informações pela organização. “[...] as pessoas preferem obter
informação e adquirir conhecimento de fontes que eles confiam, e esta confiança está
baseada na comunicação cara a cara. Pessoas são inflexíveis para somente aprender de
pessoas, não de tecnologia ". ( tradução do autor ) 8
Tarapanoff (2000) considera a importância da utilização do perfil
tradicional dos bibliotecários e outros que surgem das numerosas redes de informação,
onde deve atuar em áreas como: web, intranet, atendimento especializado a outras áreas.
8
[...] that people prefer to gather information and acquire knowledge from sources they trust and since trust
is based on face to face communication, knowledge management strategies that rely on technology alone tend
not to work. People are hardwired to learn from people, not technology.
�13
A Special Libraries Association - SLA em Marshall (1996), desenvolveu
uma lista de competências profissionais e pessoais para o bibliotecário especializado, mas,
que pode ser aplicada a qualquer profissional de informação.
Estas exigências tendem a exemplificar a importância da atuação de
bibliotecários e profissionais da informação nas organizações a que estão destinados.
Deve-se levar em consideração que o bibliotecário seguindo parte destas habilidades no
mercado atual, tende a ser um profissional com diferencial competitivo na área de gerência
de informação, pois, quando já se tem estudos com resultados de necessidades de
habilidades e competências a serem seguidas, já é um grande passo para adequar-se às
exigências e desafios do mercado empresarial, que também é uma das metas de atuação do
bibliotecário.
INFORMAÇÃO: TIPOS E FONTES
Ao se conceituar tipos e fontes de informação, tem-se a considerar a
diversidade de termos encontrados, principalmente dada a
multiplicidade de sentidos
relacionados aos diferentes tipos de informação que pode ser definido como um problema
na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Do mesmo modo, a literatura sobre a
terminologia empregada pelas indústrias e empresas é escassa e de difíc il acesso.
Peter F. Drucker define de um modo objetivo informação como dados
dotados de relevância e propósito (apud Davenport, 1998, p. 19). Barreto (1994) afirma
que a informação é como o dado que gera conhecimento quando a ele se agrega algum
valor
e
que
quando
adequadamente
assimilada,
modifica
e
traz
benefícios
ao
desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade.
A informação tem um valor econômico, que é também apontado por
Targino e Carvalho (1998), ao se referirem à informação científica e tecnológica, como o
instrumento de desenvolvimento das nações a partir do momento em que o conhecimento
técnico, foi o advento da Revolução Industrial, e passou a fazer parte do modo de produção
capitalista. Neste conceito, a informação se caracteriza como um bem de consumo,
produtora de divisas e matéria prima e interveniente nos processos de produção e
comercialização.
O
setor
produtivo
necessita
de
informações
além
daquelas
tradicionalmente fornecidas pelos sistemas de bibliotecas com fins educativos, e outros
�14
como o de lazer. Ele necessita daquelas que possuem valor comercial e que possibilitam
maximizar os processos de produção ou viabilizar o seu desenvolvimento, cujas
informações, de natureza variada, são caracterizadas em diferentes tipos: científica,
tecnológica, estratégica e de negócios, conforme tratadas e discutidas no capítulo anterior.
Neste estudo trabalhou-se com um tipo utilizado pelas empresas
considerado informação para negócios, que segundo (Montalli e Campello, 1997, p.321),
é aquela que “subsidia o processo decisório do gerenciamento das empresas industriais,
de prestação de serviço e comerciais, nos seguintes aspectos: companhias, produtos,
finanças, estatísticas, legislação e mercado” .
Tanto as informações científica, tecnológica, estratégica para negócios,
comercial, econômico-financeira, regulamentar e jurídica, ambiental e de segurança,
formam a base de conhecimento utilizada para a tomada de decisão nas empresas
(Battaglia, 1999).
Quando organizados os diferentes tipos de informação mencionados,
apresentam-se em diversas dimensões dependendo da forma de veiculação, sendo no
formato formal ou informal, conforme seu conteúdo e meios utilizados, apresentando
diferentes veículos de comunicação e diferentes formatos específicos para facilitar
principalmente sua utilização e divulgação. Ainda neste contexto, as empresas também
necessitam e dependem de fornecedores, distribuidores, órgãos governamentais,
não
governamentais e clientes. Garcia (1980) indica diferenças na preferência quanto aos
canais de comunicação, estas entre pesquisadores, administradores e docentes:
Os técnicos e o administradores utilizam mais os canais informais [...] A
atuação eficaz dos canais informais na geração de novas idéias
pressupõe, porém, uma competência cientifica ou técnica adquirida, em
grande parte através do contato com canais formais durante seu
treinamento e formação [...] o desenvolvimento de uma nova idéia até a
produção de resultados irá depender de um bom acesso aos canais
formais. (GARCIA, 1980, p.42).
As fontes de informação levantadas, apresentam-se em diversos suportes,
do meio impresso ao digitalizado.
Cada vez mais, as informações científicas, tecnológicas, estratégicas e
para negócios passam a integrar -se às inovações dos meios de comunicação, processos de
organização e análise e, principalmente, de sistemas de recuperação e difusão, neste
sentido, qualquer empresa com conceito de competitividade no mercado nacional e
principalmente no internacional depende exclusivamente de informações organizadas,
�15
confiáveis e gerenciadas visando responder as exigências dos planos e negócios da
organização.
No Brasil as fontes de informação para negócios são organizadas por
várias entidades como: associações comerciais, núcleos de informações tecnológicas,
institutos
de
pesquisas,
entidades
governamentais,
empresas
de
consultoria
e
Universidades, e estão disponibilizadas para acesso em vários formatos, como: bases de
dados, cd-rom, on-line, Internet, bibliográficas.
Montalli (1994) confere a informação para negócios como aquelas
disponíveis em fontes que informam sobre mercado, sobre estatísticas, sobre finanças,
sobre produtos e sobre companhias, nacionais e internacionais.
A
principalmente
utilização
favorecer
o
da
informação
desenvolvimento
e
especializada
em
comercialização
indústrias
visa
produtos,
mas
de
necessariamente utilizam as 5 áreas com específicas fontes necessárias. Utilizam em
grande parte das informações sobre companhias e produtos, ficando cada segmento
empresarial a requerer e procurar informações de acordo com suas necessidades.
Nas 5 áreas de informação para negócios, segundo estudo de Montalli
(1994), destacam-se os seguintes tipos e suas fontes específicas:
-
Informações sobre MERCADO: informações sobre empresas; informações sobre
produtos e seus fabricantes; informações sobre pólos tecnológicos em alguma região;
informações sobre “staff” de empresas; informações de quando é produzido onde e por
quem?; quem utiliza e qual a demanda futura de produtos.
-
Informações ESTATÍSTICAS: informações estatísticas publicadas e coletadas em
associações comerciais; informações coletadas em agência de consultores; informações
fornecidas por agências financeiras.
-
Informações sobre PRODUTOS: informações sobre descrição de produto; informações
sobre propriedades de um produto; informações sobre detalhes de um produto;
informações sobre desempenho de um produto; informações sobre aplicação de um
produto; normas técnicas; relatórios de testes sobre componentes e materiais; manuais
técnicos; livros e periódicos.
-
Informações
FINANCEIRAS:
informações
publicadas
em
bolsa
de
valores;
informações publicadas em jornais; informações de bases de dados econômicas;
informações
em
organizações
internacionais
como:
relatórios
anuais;
balanços
�16
financeiros; relatórios anuais publicados por empresas; balanços financeiros anuais;
dados financeiros publicados por bancos e agências financeiras.
-
Informações sobre COMPANHIAS: informações publicadas em diretórios (listagens)
de empresas nacionais e internacionais; informações publicadas pelas áreas de atuação
das
companhias
de
empresas
nacionais
e
internacionais;
informações
sobre
oportunidades de negócios; informações sobre oportunidades de parcerias; anuários de
indústrias.
Outras fontes também são utilizadas, dependendo única e logicamente
das necessidades da empresa. Muitas utilizam empresas de consultoria quando necessitam
de informações para a tomada de decisão, ou buscam fontes de informação dentro da
própria empresa, que seria a sua biblioteca, ou institutos que fornecem informação, como
no Brasil o IBGE, a FGV, e outras instituições.
As empresas que querem ser competitivas no mercado internacional tem
que utilizar informações organizadas por empresas e institutos internacionais, sendo o
custo de acesso a estas muitas vezes com preços do mercado internacional, Montalli (1994,
p.165) justifica que
A história conduz os profissionais da área de informação a refletirem
sobre a organização das fontes de informação, sobre mercado, produto,
companhias, finanças e estatísticas. Como competir, export ar ou
importar sem essas informações? A resposta mais evidente parece ser:
pagando preços exorbitantes para obter informações nem sempre
adequadas, de agências localizadas no país ou no exterior, que prestam
serviços de consultoria, mas que não têm compromisso maior com a
informação.
Informação para indústria no Brasil tem sido um assunto muito discutido
e que precisa de definições com relação a sua utilização especificamente pelos
profissionais da informação, com a utilização de suas habilidades em gerência de
informação para melhor manipulá-las.
Não cabe somente a empresas de consultoria e núcleos de informação
disponibilizarem às empresas informações, é necessário provar a importância do
profissional da informação atuando como intermediários dentro da organização.
MÉTODO
�17
O objeto deste estudo consistiu nas indústrias de grande porte do
município de Maringá – Estado do Paraná, considerando-se de grande porte, as indústrias
com mais de 100 funcionários.
Tipo de Pesquisa
O tipo de pesquisa realizado foi exploratória/descritiva. Exploratória
porque não se verificou na literatura a existência de pesquisas que abordem a verificação
da importância das habilidades e competências do bibliotecário por outros profissionais
que exerçam serviços de administração da informação no ambiente industrial e por
Dirigentes e Gerentes, usuários de informação especializada em indústrias. Sendo os
resultados destinados a suprir pesquisas futuras.
Sujeitos
Os sujeitos da pesquisa foram os profissionais atuantes em serviç os de
informação nas indústrias de grande porte do município de Maringá. Foram encontrados
profissionais de várias áreas, posições e cargos distintos, mas, que tinham em comum a
administração da informação empresarial.
Eles foram escolhidos pelo pesquisador após as indústrias definirem o
interesse em participar da pesquisa, antes da aplicação do instrumento de coleta de dados,
um questionário semi-estruturado.
Procedimentos
A escolha dos sujeitos dentro da indústria foi baseada em uma lista de
critérios para a caracterização como profissional da informação, com competências e
habilidades, destinado a verificar qual profissional se caracteriza como profissional da
informação e a ele aplicar o questionário.
Instrumento de Coleta de Dados
�18
Para pesquisar em ambiente industrial onde encontramos profissionais
com formação totalmente diferenciada, levou-se como prioridade a elaboração de um
instrumento de coleta de dados, preocupado com uma linguagem acessível a todos os
possíveis profissionais a serem encontrados, com formação em diversos cursos.
O instrumento para a coleta de dados foi um questionário semiestruturado, contanto com dois tipos de questões, abertas e fechadas. Sendo uma das
questões abertas, destinada a recuperar possíveis opiniões dos respondentes. Uma Escala
de Lickert foi utilizada para verificar o grau de importância das habilidades e
competências.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com relação à área de formação profissional,
ficou caracterizado que
(63%) são das Ciências Sociais Aplicadas, conforme a tabela 1.
Tabela 1 - Área de Formação Profissional
ÁREA DE FORMAÇÃO
F
%
Sociais Aplicadas
17
63,0
Tecnológicas
4
14,8
Exatas
4
14,8
Humanas
2
7,4
TOTAL
27
100
FONTE : O autor
A área de Ciências Sociais Aplicadas evidencia ser a formadora dos
profissionais da informação atuantes no setor industrial.
Formação profissional
Conforme a tabela 2, 37 % dos profissionais são graduados em
Administração de Empresas,
18,5 % em Ciências Contábeis, 14,9 % em Ciências
�19
Econômicas, Engenharia de Alimentos e Engenharia Química e 3,7 % de Análise de
Sistemas e Pedagogia.
Constata-se então que os profissionais das áreas de Administração,
Ciências Contábeis e Ciências da Computação compõem a maior parte dos gerentes de
informação nas indústrias pesquisadas.
Tabela 2 – Área de Graduação
ÁREA DE GRADUAÇÃO
F
%
Administração de Empresas
10
37
Ciências Contábeis
5
18.5
Ciências da Computação
4
14.9
Ciências Econômicas
2
7.4
Engenharia de Alimentos
2
7.4
Engenheiro Químico
2
7.4
Pedagogia
1
3.7
Análise de Sistemas
1
3.7
Total
27
100
Dentre os respondentes, não foi encontrado nenhum profissional
bibliotecário, o que vem caracterizar uma provável indefinição das funções profissionais
do bibliotecário neste segmento, apesar das indústrias pesquisadas serem de grande porte,
visando encontrar profissionais diferenciados e multidisciplinares.
Observa -se que os profissionais de diversas áreas de atuação profissional,
como por exemplo: da área de administração de sistemas de informação, planejamento de
sistemas de informação, gerência de recursos informacionais e outras correlatas, partilham
o mesmo mercado de trabalho.
Com relação a não ser encontrado bibliotecários nas indústrias,
Schwarzwalder (1999) esclarece que o principal motivo é a cultura organizacional nas
empresas, que tendem a utilizar outros profissionais não bibliotecários para gerenciar
informação, sendo uma desvantagem bastante óbvia a este profissional. Desta forma a não
utilização de bibliotecários neste segmento, pode se dever a um fator cultural.
Outro motivo poderia ser de não ter neste município o curso de
Biblioteconomia, mas esta hipótese pode ser completamente descartada, pois, no município
de Londrina Estado do Paraná, próximo ao município pesquisado na Universidade Estadual
�20
de Londrina - UEL, existe o curso que é um dos mais tradicionais do Brasil, e os
profissionais formados suprem o mercado da região e do município pesquisado, sendo
direcionados profissionais para todas as esferas institucionais e organizacionais da região,
inclusive indústrias.
Uma suposição em relação a este resultado seria que, apesar deste
profissional possuir habilidades e competências para atuar neste setor, é possível que este
resultado esteja relacionado a uma baixa auto estima deste profissional e uma falta de
percepção da possibilidade de mercado da sua profissão. É possível que o bibliotecário
ainda esteja percebendo a sua profissão nos limites das bibliotecas tradicionais.
Cargo na indústria
Tabela 3 – Cargo que Ocupa na Indústria
Cargos
F
%
Gerente geral
4
14,8
Analista de Sistemas
3
11,2
Analista de Informática
2
7,4
Analista de Recursos Humanos
2
7,4
Engenheiro de Alimentos
2
7,4
Encarregado de editoração
1
3,7
Auditor
1
3,7
Contador
1
3,7
Controller
1
3,7
Encarregado Administrativo
1
3,7
Engenheiro de Segurança no Trabalho
1
3,7
Engenheiro Químico
1
3,7
Gerente Comercial
1
3,7
Gerente Comercial e Industrial
1
3,7
Gerente de controladoria
1
3,7
Gerente de Custos
1
3,7
Gerente Financeiro
1
3,7
Gerente Financeiro e Vendas
1
3,7
Supervisor de Produção
1
3,7
27
100
TOTAL
Com relação aos cargos que os profissionais da informação ocupam na
indústria, observa-se que 14,8% dos respondentes ocupam o cargo de Gerente Geral, 11,2
�21
% ocupam o cargo de Analista de Sistemas;
7.4 % ocupam o cargo de Analista de
Informática, Analista de Recursos Humanos e Engenheiro de Alimentos em cada um dos
cargos. Foi encontrado apenas um sujeito para cada um dos seguintes cargos: Auditor,
Contador,
Controller,
Encarregado
Administrativo,
Encarregado
de
Editoração,
Engenheiro de Segurança no Trabalho, Engenheiro Químico, Gerente Comercial, Gerente
Comercial e Industrial, Gerente de Controladoria, Gerente de Custos, Gerente Financeiro e
Vendas, Supervisor de Produção.
Pelo caráter de multidisciplinaridade da Ciência da Informação e
gerência da informação as respostas demonstraram uma grande quantidade de cargos
possíveis, desde gerente geral, gerentes de serviços diferenciados à engenheiro químico.
Profissionais que gerenciam informação, conforme definido em Barbosa (1998), são todos
os profissionais remunerados para gerenciar informação. Devido a este caráter, não têm
definição aceita sobre qual cargo devem ocupar, ficando estes a critério da própria
organização industrial em que trabalham.
Verifica-se então que os profissionais da informação atuam em cargos
diferenciados. Desta forma, o bibliotecário pode candidatar-se a cargos além do
tradicional, mas, que relacionam-se com as habilidades de sua formação em gerência de
informação.
Com os seguintes cargos encontrados de: analista de sistemas, analista de
informática, analista de recursos humanos, encarregado de editoração, encarregado
administrativo e as diversas gerências, todos totalmente relacionados com a gerência de
informação, verifica-se que o bibliotecário também pode candidatar-se a estes cargos no
mercado de empregos.
Verifica-se que o bibliotecário está apto a candidatar-se a cargos além do
tradicional, podendo sim pleitear cargos que tenham em sua descrição e exigências,
experiências relacionadas à gestão da informação.
Valendo-se desta discussão, Montalli (1994, p.167), dispõe que os
recursos humanos empregados na área de informação sobre indústria e negócios, devem ter
formação multidisciplinar.
Evidencia-se
então
a
multidisciplinariedade
do
profissional
da
informação, em sua formação e nos cargos que ocupa. Alem disso, Montalli (1994, p.167),
deixou clara a necessidade encontrada de um embasamento educacional específico a estes,
respondendo a questões como esta, de onde conseguir colocação no mercado de trabalho.
�22
Informações Utilizadas no Setor Industrial
Com o objetivo de analisar que tipos de informações especializadas são
utilizadas nas indústrias, considerou-se como parâmetro a definição
feita por Montalli
(1994). Sendo estas advindas de vários segmentos distintos, que são: informações sobre
mercado, estatística, sobre produtos, financeiras e sobre companhias.
A maior utilização de informação especializada sobre mercado está em
informações sobre produtos e seus fabricantes. Existe um menor interesse em obter
informações sobre “staff” de empresas.
Via de regra, no resultado encontrado neste quesito, verifica-se que as
indústrias têm procurado utilizar informações sobre produtos e seus fabricantes e
informações sobre empresas. Esta procura pode estar relacionada aos estudos de Aguiar
(1991, p.12), que esclarecem que as indústrias têm grande interesse em acompanhar a
dinâmica do mercado em que estão inseridas, para isso, elas avaliam quatro situações: que o mercado está sempre sujeito ao assédio dos concorrentes; - as empresas concorrentes
existentes, em implantação; - os planos de expansão de outras empresas; - oportunidades
comerciais.
Desta forma, a procura deste tipo de informação pode estar vinculada a
uma tendência em monitorar constantemente o mercado, verificando os concorrentes.
As informações sobre “staff” de empresas foi o quesito menos
assinalado, levando a compreender que as indústrias estão preocupadas no mercado,
somente com as empresas, produtos e seus fabricantes, não considerando
imp ortante as
informações sobre funcionários.
Em relação às informações estatísticas, o tipo de informação mais
utilizada nas indústrias está relacionado às informações publicadas e coletadas em
associações comerciais.
Constatou-se que as informações publicadas e coletadas em associações
comerciais quase se iguala ao quesito de informações coletadas em agências de
consultores. Verifica-se que as respostas relacionam-se ao método de aquisição destas
informações. Os dois quesitos têm a característica de serem informações abrigadas em
�23
instituições
e consultorias. Verificamos então a tendência das indústrias de se utilizar de
informações estatísticas, advindas, produzidas e organizadas fora da empresa.
Através dos resultados observou-se que a grande maioria da utilização de
informações sobre produtos, estão relacionadas à aplicação, desempenho e descrição,
ficando as informações sobre detalhes e propriedades de um produto com uma
porcentagem menor. Ficou claro que as indústrias estão preocupadas com o aspecto
imediatista deste tipo de informação, pois, deixam como menos importante informações
sobre detalhes e propriedades, que é considerada informação tecnológica.
A utilização de informações financeiras, está em sua maior parte nas
informações publicações em jornais. A grande maioria utiliza este veículo de informação
para atualizar-se. Verificou-se então que as informações publicadas em jornais como a
principal fonte de aquisição de informação financeira. Ficando as informações publicadas
em bolsa de valores como a menos utilizada.
Competências e Habilidades do Profissional da Informação na Indústria
Apresentada a análise em relação à área profissional, formação em
graduação, tipos de informações especializadas e fontes mais utilizadas, passamos à análise
das competências e habilidades necessárias ao profissional da informação na prestação de
serviços de informação na indústria.
As habilidades e competências levantadas e listadas para a avaliação
foram consideradas, em sua vasta maioria, como Muito Importante e Importante. Sendo
assim, evidencia-se que elas são essenciais para a prestação de serviços de informação na
indústria.
Estas mesmas habilidades e competências fazem parte das atribuídas ao
profissional bibliotecário, que portanto tem condições de atuar neste mercado. A evidência
corrobora a posição de Montalli (1997, p.291) especificando que os profissionais da
informação devem ter além de habilidades descritas outras que se destacam
O profissional especialista em informação industrial/empresarial deve
dominar diferentes áreas do conhecimento, assim como qualquer
profissional liberal do novo século. Ele deve conhecer o setor industrial
em que atua, as tendências econômicas e mercadológicas de seu país e
regiões do mundo vinculadas ao setor industrial em que atua.
�24
Desta forma, temos a considerar que o relatório especificado por
Marshall (1996), que confere competências profissionais e pessoais aos bibliotecários
especializados entre outras levantadas na literatura, serve de ponte para a atuação deste
profissional de primeira grandeza também no ambiente industrial. A autora declara que na
era da informação, bibliotecários especializados são essenciais, pois, eles oferecem os
limites da informação para a organização baseada no conhecimento, respondendo com um
senso de urgência às necessidades de informação vitais e críticas. Para isso, necessitam
utilizar estas habilidades e competências.
CONCLUSÕES
O mercado sempre mostrou-se dinâmico e no atual contexto de
globalização ele tem exigido cada vez mais do profissional da informação.
Avaliou-se as habilidades e competências
dos bibliotecários e
profissionais da informação, verificando se são importantes no mercado industrial, através
de seus respectivos profissionais caracterizados que estabeleceram uma relação de
importância aos resultados desejados.
Constatou-se que o profissional da informação no setor industrial, não
necessariamente é graduado em Biblioteconomia e Ciência da Informação.
A área de Ciências Sociais Aplicadas como a formadora dos profissionais
da informação atuantes no setor industrial.
Com relação aos cargos encontrados, verificou-se que em decorrência da
multidisciplinariedade da Ciência da Informação e gerência da informação as respostas
demonstraram uma grande quantidade de cargos possíveis, desde gerente geral, gerentes de
serviços diferenciados à engenheiro químico.
Desta
forma,
os
profissionais
da
informação
atuam
em
cargos
diferenciados, podendo o bibliotecário candidatar-se a cargos além do tradicional, mas, que
relacionam-se com as habilidades de sua formação em gerência de informação.
Verificou-se então que o bibliotecário está apto a candidatar-se a cargos
além do tradicional, podendo sim pleitear cargos que tenham em sua descrição e
exigências, experiências relacionadas à gestão da informação.
�25
No aspecto das informações sobre produtos, viu-se que a grande maioria
utiliza as relacionadas à aplicação, desempenho e descrição, ficando as informações sobre
detalhes e propriedades de um produto com uma utilização menor. Ficou claro que as
indústrias estão preocupadas com o aspecto imediatista neste tipo de informação, pois,
deixam como menos importante informações sobre detalhes e propriedades, que é
considerada informação tecnológica. Aguiar (1991, p.11), referiu-se à informação
tecnológica como “todo tipo de conhecimento relacionado com o modo de fazer um
produto [...]”
As informações mais utilizadas no setor industrial sobre o mercado estão
relacionadas aos produtos e seus fabricantes; as informações estatísticas são as publicadas
e coletadas em associações comerciais; as informações mais utilizadas sobre produto estão
relacionadas à aplicação do produto no mercado e as informações financeiras mais
utilizadas são as publicadas em jornais.
Diante da análise destes resultados fica claro o aspecto imediatista da
informação e a preocupação com o aqui e agora, diminuindo a possibilidade de se trabalhar
com informações para planos futuros, que devem ser gerenciadas e armazenadas pelos
mesmos para uso oportuno.
Em relação à utilização de informação especializada para indústria em
diferentes tipos e fontes pode-se observar a multidisciplinariedade de setores na indústria
que a podem utilizar e quão relevante é a informação neste segmento.
Abre-se aqui uma possibilidade infinita de perspectivas de novas frentes
de trabalho deste profissional no processo de industrialização.
Foram identificadas as habilidades e competências necessárias na
prestação de serviços nas indústrias. As utilizadas neste estudo foram consideradas, em sua
vasta maioria, como Muito Importante e Importante . Sendo assim, parece evidente que
elas são essenciais para a prestação de serviços de informação na indústria. E os
profissionais que as detém, também são Muito Importantes.
Estas mesmas habilidades e competências fazem parte das atribuídas ao
profissional bibliotecário, que portanto tem condições de atuar neste mercado.
Diante deste resultado, parece imprescindível que os bibliotecários se
utilizem de habilidades e competências deles exigida, para utilizar como parâmetro
principal para seguir, pois, elas formam a base para a sobrevivência contínua e o
crescimento deste profissional na era da informação.
�26
Os
resultados
deste
estudo
de
importância
das
habilidades
e
competências, visou, avaliar se o bibliotecário possui competências para atuar no mercado
de informação nas indústrias. Ficou claro, que ele é Muito Importante.
ABSTRACT
The performance of the information professional in the industry requires abilities and competences
that are necessary for a better use of the circulating in formational content. The objectives of this
work were: to evaluate if the professional librarians possess the abilities and the necessary
competences to act at the market of specialized information for the industries; to identify and to
characterize the information professionals in the industries; to characterize what types of
information are more used in the different sections of industries; to identify the necessary abilities
demanded from the information professional and from librarians in the services rendered to the
industries. The subjects of this study were 16 big industries of the city of Maringá, State of Paraná.
A questionnaire was used for collecting the necessary data. Results showed that the main academic
background of the information professionals is the social sciences. Almost half of the professionals
do not have post graduated studies. No librarians were found in the sample studied. It was evident
the variety of posts and the length of experience of these professionals. It was verified that the use
of types and sources of industrial information sought are mainly to answer questions on other
competitive enterprises. The industries try to use information that answer to immediate situations
subsidizing the competitiveness, leaving information for future use on a second plan. It was
concluded that the abilities and the competences of librarians and information professionals were
costly considered Very important. Professionals with these abilities and competences are necessary
in the market of industrial information.
Keywords: Professional of the information - Abilities and competences; Professional of
the information - Industries; Librarian - Abilities and competences; Librarian - Industries;
Professional of the Information - professional Performance; Librarian - professional
Performance; Information for industry and businesses.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O profissional da informação na indústria: habilidades e competências.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Damasio, Edilson
Longo, Rose Mary Juliano
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Identifica se o profissional bibliotecário possui as habilidades e competências necessárias para atuar no mercado de informação especializada nas indústrias
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4046/SNBU2002_040.pdf
60e7db343ebe32113c6dab3f3b950f5d
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Text
GERENCIAMENTO
DE
INFORMAÇÃO
VIRTUAL
EM
UMA
BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA
Edilene Maria da Silva *
dilemarbr@yahoo.com.br
Rosimeri Gomes Couto *
rosecouto@yahoo.com.br
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho relata as atividades referentes à criação de um site, para divulgar serviços
e informações oferecidos pela Biblioteca do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A biblioteca do CCSA atende professores, funcionários e estudantes de pós-graduação
e graduação que se dividem em sete áreas: Ciências administrativas, Ciências econômicas,
Ciências contábeis, Secretariado, Serviço Social, Hotelaria e Turismo.
Vale ressaltar que a criação do site fez parte do projeto “Soluções Virtuais Para
Problemas Reais”, dividido em dois subprojetos para facilitar a sua execução. Os subprojetos
foram realizados simultaneamente, de forma que um complementava o outro. Um dos
subprojetos refere-se à disseminação seletiva da informação (DSI), o outro criou a ferramenta
que possibilitasse a divulgação desta informação selecionada e dos serviços da biblioteca.
No diagnóstico realizado na biblioteca do CCSA, constatou-se que a biblioteca
enfrenta
problemas
como:
quadro
de
recursos
humanos
insuficientes,
horário
de
funcionamento extenso e um fluxo de aproximadamente 1700 usuários ao dia. A combinação
desses
fatores
acarreta
uma
sobrecarga
de
trabalho
aos
membros
da
biblioteca,
impossibilitando-os de realizar a divulgação dos serviços que a biblioteca dispõe.
Com o problema identificado, iniciou-se a realização de entrevista com os funcionários
da biblioteca e aplicação de questionários a estudantes e professores. A sugestão demonstrada
a cada um, foi a criação de um site com o objetivo de disponibilizar serviços e informações
*Relatório final das alunas concluintes do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Pernambuco.
Situada à Avenida Dos Reitores, s/n. Cidade Universitária. Recife - Pernambuco. Brasil. http://www.ufpe.br
�2
oferecidos pela biblioteca, utilizando para tanto não as tradicionais listas impressas, mas sim, o
ciberespaço.
Sendo a internet um instrumento comumente usado por professores, alunos e
funcionários, a criação do site, foi o meio mais apropriado para evitar custos e ao mesmo
tempo facilitar o acesso mais rápido a informação e a divulgação dos serviços oferecidos pela
Biblioteca, que já conta com um serviço de DSI impresso.
2 CONCEITO TEÓRICO
A sociedade moderna é estruturada com base na informação e no conhecimento, os
quais são as molas propulsoras no desenvolvimento do mundo globalizado. A importância da
informação dentro do contexto mundial leva a reflexões sobre o perfil do profissional da
informação, o qual “não mais realiza seu trabalho usando apenas obras em papel, opacs e
bases em cd-rom” (ARELLANO, 2001), mas, sobretudo analisando a necessidade de busca da
informação do indivíduo para gerar novo conhecimento, onde a disseminação da informação
assume um papel importante na construção desse conhecimento.
Em toda atividade humana a informação é um elemento essencial no desenvolvimento
do indivíduo, a qual deve ser precisa, atualizada e obtida com rapidez e segurança. De acordo
com Kurkdjian (1985), “todos os profissionais necessitam estar a par dos últimos
acontecimentos, das mais recentes técnicas empregadas, das novas descobertas e inovações”.
As bibliotecas como fornecedoras de insumo informacionais para todos os indivíduos devem
adequar seus produtos (bens e serviços), as novas necessidades e exigências de seus usuários
conforme Rocha e Gomes (1993).
A disseminação da informação é entendida por vários autores, como o ato de difundir,
espalhar e semear a informação aos usuários. Na visão de Guinchat e Menou (1994), o termo
disseminação da informação não corresponde à importância do serviço, haja vista, que para
eles a informação deveria ser explorada de acordo com a necessidade do usuário dando-lhe
condição para uma tomada de decisão.
Segundo Kurkdjian (1985), “DSI é uma técnica de tratamento da informação, cuja
finalidade é selecionar e enviar de maneira rotineira e periódica as mais recentes informações
de acordo com a área de interesse de cada um”.
�3
O site foi à ferramenta escolhida para proporcionar informação entre biblioteca e
usuários, entretanto, antes de relatar esta experiência, se faz necessário conceituar alguns
termos que não fazem parte da linguagem bibliotecária, tais como: ciberespaço, hipertexto,
interface, hipermídia e ergonomia.
O ciberespaço é um espaço que não existe, ou melhor, existe mas não é real. Assim,
para alguns autores a definição não é tão simples, para fins de esclarecimento adotou-se o
conceito de Moura (1997) que entende o ciberespaço como um “meio de comunicação que
resultou da conexão entre computadores no mundo inteiro”.
Site é um conjunto de hiperdocumentos ligados por conexões, as quais são chamadas
de hipertexto. No hipertexto é utilizada a linguagem Hypertext Markup Language (HTML),
onde possibilita ir de um documento a outro ou ainda a outro site. Segundo Levy (1993),
“tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões”. Moraes apud
Padovani (1997), afirma que “hipertextos são sistemas que superam a linearidade de um texto
convencional e as telas sucessivas”.
A idéia de hipertexto foi elaborada pela primeira vez por Vannevar Bush em 1945, em
um célebre artigo intitulado “As we may think”, publicado na revista americana Atlantic
Monthly. Bush diz que a mente humana não funciona de forma linear, e sim de forma
associativa.
Bush cria o Memex, um dispositivo para mecanizar a classificação e a seleção por
associação, “capaz de propiciar a leitura à escrita não-linear e armazenar uma biblioteca
multimídia” (DIAS, 1999).
Este estudo ficou esquecido até a década de 60, quando Theodore Nelson criou o termo
hipertexto no seu projeto Xanadu, cuja proposta era a mesma de Bush, só que as ligações entre
os documentos seriam eletrônicas, instantâneas e universal. Na década de 90 foi desenvolvida
a linguagem html, a qual possibilita a ligação de documentos pela internet.
A hipermídia amplia a noção do hipertexto, com informação visual (imagens,
animações e vídeos) e sonora, tornando o uso mais fácil e a interface mais agradável, trazendo
benefícios a áreas como: pesquisa, educação e comunicações, (MOURA, 1997).
O tipo de interface utilizada em um site é importante, pois é ela que possibilita a
interação entre homem e computador. A linguagem visual tem o objetivo de manter a máxima
objetividade e mínima ambigüidade, conforme Wong apud Hiratsuka (1998). Segundo
�4
Ferreira (1999) a interface é “conjunto de elementos hardware e software destinados a
possibilitar interação com o usuário”.
A metodologia de elaboração de um site leva em consideração a ergonomia, ou seja, o
desenvolvimento de um produto agradável e funcional, definida por Ferreira (1999) como um
“conjunto de estudos que visam à organização metódica do trabalho em função do fim
proposto e das relações entre homem e máquina”, proporcionando a compatibilidade entre as
características comportamentais do homem e o processamento/apresentação da informação por
computador”.
3 METODOLOGIA
Primeiramente foi realizada uma visita técnica ao Núcleo de Tecnologia da Informação
(NTI), para verificar a viabilidade do projeto quanto a: disponibilidade de hospedagem para o
site e quais os procedimentos a serem adotados.
Em um segundo momento escolheu-se como instrumento para o levantamento do perfil do
usuário da biblioteca do CCSA uma entrevista informal com os servidores da biblioteca e um
questionário para estudantes e professores do CCSA.
A entrevista informal foi direcionada a 5 bibliotecários incluindo a coordenadora, 6
pessoas de apoio, 6 bolsistas da biblioteca, com a finalidade de detectar problema no dia a dia
de trabalho e obter sugestões dos mesmos.
Usou-se a abordagem participativa, na qual o usuário contribui como fornecedor e
produtor da informação simultaneamente. O questionário contemplou perguntas semelhantes
para dois grupos de usuários: 7 professores e 35 estudantes, com o objetivo de comparar
preferências e sugestões.
Para os professores formularam-se as seguintes perguntas: que sugestões teriam de
informação e serviços e que tipo de publicações seria necessário dar mais ênfase.
Para os estudantes analisou-se o uso/freqüência da internet para pesquisas acadêmicas e
porquê; tipo de material que deveria ser mais enfatizado; sugestões de serviços e informações.
A coleta dos dados foi realizada a partir das informações que a biblioteca dispunha, das
fontes encontradas na internet e nos resultados das entrevistas e dos questionários.
�5
A seleção de materiais informacionais é uma das atividades mais delicadas, pois como
bem afirma Vergueiro (1997), é “quando um simples ato profissional define o universo de
informação a que um grupo de usuário terá acesso”. Na etapa de seleção das informações,
foram utilizados os seguintes critérios:
•
Autoridade: procura definir a qualidade da informação tendo como parâmetro à
reputação do seu autor, editor ou patrocinador.
•
Atualidade: tem como finalidade priorizar os dados mais atuais.
•
Relevância/Interesse: tem como objetivo definir se o material é importante para o
usuário.
As recomendações encontradas na literatura da área de design foram aplicadas da
seguinte forma:
a) Elaboração de menus: descrição simples das informações disponíveis em links específicos.
b) Elaboração de telas: as apresentações das informações foram apenas às necessárias para o
usuário pesquisar sem perder tempo/concentração com informações secundárias.
c) Apresentação de textos: foi deixada uma linha em branco entre títulos ou parágrafos; o
texto convencional foi escrito em maiúscula e minúscula, pois é esteticamente melhor e
menos cansativo para o usuário. A letra minúscula é 13% mais rápida no descarregamento
da página
d) Realce de informações: usou-se animações, mais sem excesso, pois causa perturbação
visual.
e) Uso de cores: foi aplicado para melhorar a legibilidade dos textos em relação ao seu fundo.
A homepage ou página principal foi desenvolvida com intuito de chamar a atenção do
usuário, mas a cor preta de fundo foi abolida no restante do site. A cor escolhida para as
telas primárias, secundárias e terciárias é mais suave.
O site foi estruturado em 8 links principais dispostos em um frame fixo:
Conheça a biblioteca: histórico, equipe, estrutura física, horário de funcionamento e as
parcerias ou convênios, os quais a biblioteca participa;
Área especializada: os sete cursos que a biblioteca atende com respectivos links para os
departamentos;
Coleção: livros, periódicos, materiais especiais, trabalho de conclusão de curso;
�6
Base de dados on-line que a biblioteca disponibiliza;
Serviços oferecidos pela biblioteca, dos quais alguns estão disponíveis em meio
eletrônico;
Sumários de periódicos a partir do ano 2000;
Sugestão de aquisição espaço no qual o usuário pode sugerir novas aquisições;
Links interessantes divididos por área de interesse em específicos e gerais.
Os links principais se subdividem em páginas primárias, secundárias e terciárias, as
quais estão dispostas em um frame móvel. As páginas primárias possuem o sub-menu, as
secundárias possuem a informação disposta de forma seletiva e as
terciárias a informação
desejada.
4 RESULTADOS
A visita técnica ao Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) forneceu as seguintes
informações: o espaço disponível para o site são 5 megabytes (Mb); o nome dos arquivos
devem ser em letra minúscula, sem espaço e sem acento O site está hospedado no NTI, com o
endereço:http://www.ufpe.br/bibccsa.
Na entrevista informal foi observado que cada setor tinha problemas específicos, como
pode ser constatado no setor de referência que devido ao grande fluxo de usuário, os
servidores ficam impossibilitados de executarem todas as atividades referentes ao setor. Por
este e outros motivos a idéia da construção do site, foi bem acolhida por todos.
Na opinião dos docentes a renovação/reserva de documentos on-line, foi o serviço mais
cotado, seguido pelo acesso a teses e dissertações da UFPE e de outras instituições. Quanto
aos materiais que se deveria dar mais ênfase foi sugerido pelos professores os trabalhos de
conclusão de curso – TCC, as teses e os periódicos. A entrevista com os professores resultou
em indicações de novos endereços eletrônicos que na opinião deles mereciam serem incluídos
no site como: www.fenassec.com.br, www.fenassec.com.br/artigos.htm e outros, como mais
um instrumento para os estudantes.
O questionário realizado com os estudantes revelou que a maioria utiliza a internet para
pesquisa, sob a alegação de comodidade, rapidez e principalmente a diversidade de fontes de
�7
informações encontradas. Embora muitos não saibam indicar fontes específicas de sua área, o
que demonstra uma pesquisa superficial.
A razão para investigar se os estudantes conheciam os serviços oferecidos pela
universidade, pela Biblioteca Central e Setoriais, foi avaliar a utilização dos serviços pelos
estudantes, para não correr o risco de criar algo similar ou não ser usado de forma eficaz, ou
seja, cair em desuso. O resultado demonstra que mais de 70% não conhecem a página
eletrônica da Biblioteca Central o (Sib Virtual - Sistema integrado de biblioteca) nem o site da
UFPE.
Quanto ao material que se deveria dar mais ênfase, os alunos de graduação apontaram
os livros com 82% e os periódicos com 62%, o que demonstra o desconhecimento de outras
fontes de informação existentes na biblioteca.
No item sugestão de serviços e informações, foi unânime entre os alunos que a
renovação/reserva de livros deveria ser um serviço oferecido on-line, outra indicação foi para
a disponibilização de link para sugestões.
As informações fornecidas pela coordenadora da biblioteca foram de suma
importância, em virtude da mesma ser conhecedora das necessidades informacionais dos
usuários e já desenvolver um serviço de disseminação seletiva da informação (DSI) com os
sumários de periódicos correntes. A listagem com todos os títulos de periódico e a relação com
as fitas de vídeo e cd-rom que a biblioteca possuí, deram condição de disponibilizar mais
informações no site.
A coleta das fontes de informações eletrônicas foi realizada no primeiro momento no
link das bibliotecas setoriais, localizado no site do Sistema de Biblioteca – SIB, em seguida se
fez uso de sites de busca como Alta vista, Bol, Cadê, Google e outros de onde foram coletados
endereços de associações de classes, empresas e artigos eletrônicos.
A seleção de materiais impressos envolveu os periódicos e TCC. Na listagem dos
títulos de periódicos foi disponibilizado, em alguns deles, o acesso a base de dados Proquest e
Capes, que contém textos completos ou resumos, nesse caso a depender da própria revista.
Dos principais periódicos decidiu-se disponibilizar os sumários completos. Dentre os TCC
depositados na foram selecionados os anos 2000 e 2001, por questão de atualidade.
A seleção dos documentos eletrônicos, fitas de vídeos, cd-rom e as bases de dados
ocorreram sob os mesmos critérios usados para os materiais impressos.
�8
As bases de dados da Web of Science, Proquest, Capes, Prossiga, Scielo, e periódicos
eletrônicos da UFPE, foram escolhidas em virtude da abrangência das áreas do conhecimento
que a biblioteca atende, e por serem muito utilizadas na graduação, pós-graduação e pelos
professores.
As escolhas feitas com base em estudos de design foram cuidadosamente
selecionadas para evitar três categorias de problemas em ergonomia e interface:
•
Usabilidade: relacionado ao diálogo da interface, codificação difícil e utilização de termos
técnicos ou desconhecidos. Usou-se uma linguagem simples, omitindo-se a linguagem
técnica de Biblioteconomia e da área de informática.
•
Utilidade: relacionado à tecnologia não funcional, excesso de informações não necessárias,
o que acarreta uma sobrecarga cognitiva, um exemplo comum, o excesso de acionamento
para chegar a uma determinada tela. A apresentação da informação foi disposta do geral
para o especifico, colocando-se a possibilidade de retornar ao sub-menu, proporcionando
agilidade.
•
Informacionais: relacionado à legibilidade do texto na tela, uso de letras maiúsculas e
minúsculas sem critério algum, o tipo de letra e a cor da tela não confortável. Esse
problema foi solucionado da seguinte forma: optou-se por uma cor clara para as telas
sucessivas do site, e a cor preta para a página inicial, como sendo uma forma arrojada de
fugir da monotonia da biblioteca e de chamar atenção do usuário, resultando em um site
com características modernas.
A estrutura dividida em um frame fixo e um móvel proporciona uma visão simultânea
do menu principal e das informações pesquisadas, evitando que o usuário acione vários links
para obter a informação desejada. Cada link tem a informação distribuída de forma seletiva.
A adoção da divisão de telas em principais e secundárias proporciona ao usuário uma
visão objetiva sobre o site, pois ao ser levado ao sub-menu, identifica a área que procura e
chega rápido ao objetivo almejado. O usuário inicia da tela geral para a específica, desta forma
memoriza o percurso e não é obrigado a retornar várias telas (ver anexo).
Alguns serviços foram disponibilizados em forma eletrônica ou virtual, tais como:
visita virtual, sumário eletrônico de periódicos, reserva de sala de vídeo e de estudo e
indicações de novas aquisições, os quais representam um avanço na rotina de execução e
�9
utilização destes serviços, pois os usuários não precisam ir à biblioteca para fazer a reserva da
sala de estudo, podem conhecer a biblioteca através da visita virtual, podem pesquisar os
artigos de periódicos sem perda de tempo, por outro lado, a biblioteca controla a rotina das
solicitações por e-mail e racionaliza o tempo para as respostas e atualização das informações
disponibilizadas.
5 CONCLUSÃO
O homem sempre procurou desenvolver seu potencial intelectual por meio de
tecnologias. Na invenção da escrita tivemos a conservação dos registros do conhecimento,
proporcionando expansão da cultura, à imprensa coube a tarefa de espalhar, disseminar,
difundir esse conhecimento (CARVALHO; KANISKI, 2000).
Na sociedade da informação e do conhecimento, o uso da tecnologia da informação
tem proporcionado cada vez mais a integração entre usuários e fontes de informação, o que
possibilita a geração de novos conhecimentos.
Os pontos positivos analisados revelam que a criação do site possibilitou a inserção da
biblioteca no cenário tecnológico, proporcionando a comunicação entre usuários locais e
remotos, e demais bibliotecas do sistema de bibliotecas da Universidade e outras bibliotecas
nacionais. Proporcionou a divulgação de bases de dados, artigos eletrônicos de periódicos e
sites de forma seletiva, tendo em vista que estas informações eram repassadas apenas quando
solicitadas pelos usuários, pois não tinha um mecanismo de divulgação eficiente.
Os pontos negativos não superam os positivos, mas interferem na utilização plena do
site, como exemplos desta interferência são citados alguns fatores como: limitação de
computadores interconectados a internet que permitam acesso a informações; falta de uma
ferramenta eficaz de divulgação dos serviços oferecidos pelo Sistema de Bibliotecas da UFPE;
inexistência de um catálogo bibliográfico on-line das bibliotecas, o qual possibilitasse a
consulta ao acervo, esteja o usuário na universidade ou na própria residência. Este último fator
é visto pelos professores, estudantes e funcionários como o serviço mais importante que as
bibliotecas deveriam prestar. Porém estes fatores não inviabilizam o uso do site para demais
atividades.
�10
As competências exigidas de uma equipe na construção de um site acadêmico são as
mais diversas: conhecimento de design, ergonomia, interface, informática, delinear o perfil do
usuário/cliente, identificar a necessidade informacional, selecionar a informação e distribuí-la
de forma seletiva conforme o perfil. Os profissionais da área de informática, design e
biblioteconomia devem estar em sintonia e constantemente informados sobre as ações
desenvolvidas.
A criação do site resultou um ganho substancial para a biblioteca Reitor Edinaldo
Bastos, pois possibilitou que a mesma fosse inserida no mundo tecnológico, ou melhor,
dizendo na Web. Em contrapartida a mesma terá uma incumbência de igual valor, ficando a
seu encargo a atualização e implantação de novas informações e serviços, tornando-se um
ponto de referência dentro do Sistema de Biblioteca da UFPE.
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DIAS, C. A. Hipertexto: evolução histórica e efeitos sociais. Ciência da Informação. v..28, n.
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VERGUEIRO, Waldemiro. Seleção de documentos eletrônicos. In:_______. Seleção de
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Gerenciamento de informação virtual em uma biblioteca universitária.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Edilene Maria da
Couto, Rosimeri Gomes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata as atividades referentes à criação de um site, para divulgar serviços e informações oferecidos pela Biblioteca do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) daUniversidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4045/SNBU2002_04.pdf
f99929d57e54ff6ee5f13b0e4cfb602a
PDF Text
Text
A INFRA - ESTRUTURA DA BIBLIOTECA CENTRAL DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ EM AVALIAÇÃO :
UMA CONTRIBUIÇÃO NECESSÁRIA
Ademir Henrique dos santos
ahdsantos@uem.br
Rosa Maria Romero Marques
rmrmarques@uem.br
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Av. Colombo, 5790 – Maringá – PR
CEP 87020900
RESUMO
A Biblioteca é um recurso imprescindível, para o bom andamento,
de qualquer curso oferecido por uma instituição de Ensino Superior,
sendo esta, o suporte para o ensino pesquisa e extensão. Devido a
essas características é que, escolhemos esse órgão como principal
objeto deste estudo. O objetivo geral deste trabalho é mostrar a
evolução dos indicadores de melhoria apontados para uma
biblioteca cumprir suas metas. Para alcançarmos os resultados
seguiu-se algumas etapas a saber: sugestões de funções para
bibliotecas universitárias; evolução dos indicadores de melhoria
apontados; análise avaliativa da evolução dos indicadores da
Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maringá. Dentre as
principais conclusões destaca-se que a avaliação é importante para
que repensamos os objetivos, os modos de atuação, e a
administração, e sempre que possível, voltar ao ponto inicial para
enfim examinar os efeitos causados, pois esta é na realidade a
alavanca promotora de melhorias de uma instituição, devemos
sempre usar a avaliação para impulsionar o processo evolutivo de
auto-crítica. Sugere–se
que cada Biblioteca baseie -se nos
resultados da avaliação, para solucionar os seus problemas, ficando
estes evidenciados a partir de um processo em que todos os
envolvidos tenham plena consciência de sua responsabilidade na
melhoria da qualidade.
�2
INTRODUÇÃO
A Biblioteca é um recurso imprescindível, para o bom andamento,
de qualquer curso oferecido por uma instituição de Ensino Superior, sendo esta, o suporte para o
ensino pesquisa e extensão. Devido a essas características é que, escolhemos esse órgão como
principal objeto deste estudo.
O objetivo geral deste estudo é mostrar a evolução dos indicadores
de melhoria apontados para uma biblioteca cumprir seus objetivos. Para alcançarmos o resultado
seguiremos algumas etapas a saber :
- Sugestões de funções para bibliotecas universitárias;
- Evolução dos indicadores de melhoria apontados;
- Análise avaliativa da evolução dos indicadores da Biblioteca Central da UEM;
" Uma estratégia de avaliação combinando auto avaliação e avaliação
externa tem por objetivo geral e de médio prazo melhorar o nível de qualidade
das atividades - fim desenvolvidas na instituição, a saber, o ensino, a pesquisa,
a extensão, bem como de suas atividades - meio, a saber, a estrutura
administrativa e os órgãos de apoio (Biblioteca, CPD, Editora, Prefeitura do
Campus, etc.)." BELLONI (1989)
2 SUGESTÕES DE FUNÇÕES PARA BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Hamburg (apud Ferreira, 1977, p.22) e seus colaboradores
identificam cinco áreas que exigem a tomada de decisão :
provisão de instalação físicas, promoção do acesso a documentos da biblioteca, promoção do
acesso a documentos existentes em outras bibliotecas, promoção do uso da biblioteca,
planejamento e administração.
Taylor (apud Ferreira, 1977, p.22 ) sugere as funções de :
processamento e organização, distribuição e disseminação, informação e instrução, desenvolvimento
de sistemas educacionais, pesquisa e avaliação da instituição, administração
�3
Segundo Taylor (apud Ferreira, 1977, p.22) há a necessidade de
integrar, na biblioteca, os recursos e serviços dedicados à educação, e apresenta duas vantagens a
primeira seria a transferência para o âmbito da biblioteca universitária os recursos audio-visuais
produzidos para fins de ensino e a segunda seria atividades orientadas para a pesquisa e avaliação
da instituição, reconhecendo a universidade como uma organização dinâmica à procura de um
aperfeiçoamento contínuo.
O controle operacional consiste em assegurar o cumprimento dos
objetivos fixados através do desempenho de atividades de maneira eficiente e eficaz. Compreende
as funções de : planejamento, supervisão, coordenação, avaliação.
O planejamento consiste em orientar a ação em direção aos
objetivos fixados, estabelecendo bases em termos de prioridade, qualidade, quantidade, tempo e
custo. Para melhor desempenhar essa função são necessárias algumas tomadas de decisões quanto
a, objetivos prioritários, diretrizes para cumprimento dos objetivos, requisitos e recursos
necessários, elaboração do plano de ação, modificação a introduzir em decorrência da avaliação.
A supervisão consiste em observar a ação do pessoal responsável
pelo desempenho de tarefas específicas que contribuam para o perfeito funcionamento da
biblioteca.
A coordenação deve estabelecer as relações entre as funções, o
pessoal e o equipamento físico de acordo com uma ordem pré - determinada, objetivando o
cumprimento do plano traçado de modo eficiente
A avaliação consiste em analisar o desempenho dos serviços de
biblioteca em função da utilização das coleções e consequente satisfação do usuário, objetivando
identificar as mudanças a serem introduzidas para garantir maior eficiência no funcionamento da
biblioteca e eficácia dos serviços. Para o melhor desempenho das finalidades de avaliação é
necessário estabelecer alguns critérios tais como : método de avaliação, mecanismo para coleta de
dados, data de início e término da avaliação, formato para apresentação dos resultados.
Percebemos que Taylor idealiza a biblioteca universitária do futuro,
focaliza os estudos em uma Instituição Social que permite a utilização eficaz de dados, informação,
conhecimento, formas artísticas, como suporte a educação, lazer, pesquisa e decisões, um sistema
�4
total onde integram funções diferenciadas, como empréstimo, publicação, venda, arquivo, sistemas
de computação.
2.2 Quadros Demonstrativos da BCE
Para uma melhor fundamentação na análise da evolução da BCE, a
seguir, mostraremos alguns quadros com informações do período 1994-1998 bem como, as
atividades desenvolvidas no período de 1998 a 2002.
Tabela 1 : Gastos
GASTOS
Encadernações com material
PERÍODO
PERÍODO
PERÍODO
PERÍODO
OUT/94 A SET/95
OUT/95 A SET/96
OUT/96 A SET/97
OUT/97 A SET/98
R$ 630,74
R$ 1.670,70
R$ 728,30
R$ 660,80
R$ 3.730,13
R$ 5.853,10
R$ 2.587,00
R$ 4.858,50
R$ 6.691,32
R$ 3.359,51
R$ 3.534,95
R$ 751,96
R$ 7.080,10
R$ 9.303,39
R$ 15.023,20
R$ 16.689,46
R$ 4.900,00
R$ 6.825,00
R$ 6.000,00
R$ 9.000,00
bibliográfico
Consertos e reparos de bens e
manutenção de equipamentos
Solicitação de documentos online e assinatura de Base de
dados
Materiais de expediente, limpeza
e conservação
Aquisição de cupons para
Comutação Bibliográfica –
COMUT
Fonte : UEM/BCE
Tabela 2: Serviços de Referência e Circulação
SERVIÇOS
Frequência usuários
1994
1995
1996
1997
1998
521.661
519.109
478.729
522.915
309.157
�5
SERVIÇOS
1994
1995
1996
1997
1998
Usuários cadastrados
6.128
3.881
4.482
4.958
5.489
COMUT - Material solicitado
4.473
3.784
2.102
2.163
1.680
81
148
44
1.653
06
467
419
459
255
297
22.501
16.198
12.182
7.586
11.700
173.326
162.996
77.428
89.649
87.663
1.486
1.498
1.277
1.802
1.005
133
120
144
46
250
3.547
3.038
3.088
2.480
1.938
(n. de solicitações)
COMUT - Solicitações externas
atendidas
Levantamentos bibliográficos
automatizados
Referências recuperadas por
levantamento
Obras emprestadas
Orientação aos usuários quanto
ao uso da BCE
Treinamento em obras de
referência
Normalizações bibliográficas
Fonte : UEM/BCE
Tabela 3 : Consulta de Material Bibliográfico
Material
1994
1995
1996
1997
1998
Livros
153.849
155.211
151.088
132.850
171.937
Livros de
14.852
15.689
16.762
10.218
12.195
Catálogos
187
561
449
205
350
Atlas
42
56
16
11
31
Normas ABNT
71
140
117
105
21
Monografias
1.248
1988
2.264
2.436
557
Periódicos
71.427
63.972
60.217
47.770
41.687
Periódicos de
19.226
7.031
10.747
8.239
4.336
bibliográfico
referência
referência
Fonte : UEM/BCE
�6
Tabela 4 : Consultas de Coleções Especiais
Material
1994
1995
1996
1997
1998
Folhetos
650
1.084
1.234
1.122
784
Teses
1.403
1.400
1.935
1.714
2.332
Partituras
134
68
147
220
285
Obras Especiais
165
160
306
209
344
Obras Raras
220
158
198
165
248
Mapas
41
47
48
Microfichas
182
90
215
78
70
Coleção de
4.918
5.389
3.823
1.667
1.427
bibliográfico
18
reserva
Fonte : UEM/BCE
Tabela 5: Atendimento ao Usuário
Setor
1994
1995
1996
1997
1998
Acervo Geral
11.689
18.871
17.371
20.164
18.035
Referência
3.704
3.523
5.883
4.706
4.454
Periódicos
18.721
18.138
16.963
18.909
12.037
Sala de Coleções
3.194
3.373
11.633
9.286
8.734
Especiais
Fonte : UEM/BCE
Tabela 6 : Material Bibliográfico adquirido por Compra
Material Bibliográfico
1994
1995
1996
1997
1998
TOTAL
Livros
562
811
1.419
1.760
2.814
7.366
Fita de Vídeo
-
24
64
19
4
111
Fita K7
7
2
8
4
2
23
Disquete
-
-
13
2
1
16
Microfilme
-
-
1
1
40
42
�7
Material Bibliográfico
1994
1995
1996
1997
1998
TOTAL
Microficha
-
-
-
-
641
641
Mapas
-
28
3
4
18
76
Modelos
-
-
26
-
-
26
CD-Rom
-
3
7
3
3
16
Transparências
-
-
5
-
-
5
Periódicos(Títulos)
378
724
609
567
425
2.703
Fonte : UEM/BCE
Tabela 7 : Arrecadação com Multas em Atraso
ANO
VALOR ARRECADADO
1994
R$ 17.724,43
1995
R$ 23.975,80
1996
R$ 14.428,58
1997
R$ 23.744,19
1998
R$ 17.371,31
Fonte : UEM/BCE
Tabela 8 : Projetos
PROJETO
AGÊNCIA
RECURSOS RECEBIDOS
MATERIAL ADQUIRIDO
SITUAÇÃO
Renovação de 363 títulos de
periódicos para cursos de pósgraduação da UEM
Renovação de títulos de
periódicos
Conclusão 1996
-CD-ROM 12th Colletive Index
CA
-CD-ROM 12th colletive
abstracts CA
-Linha telefônica
-FAX
1 microcomputador, 1
impressora jato de tinta, bases
de dados em CD-ROM
Conclusão 1996
Livros, periódicos, CD-ROM,
ilustrações didáticas, modelos,
fitas de vídeo, slides e disquetes
Coclusão
Dezembro/1996
FINANCIADOR
A
Programa de apoio aos cursos
de pós – graduação da UEM1996
Programa de apoio aos cursos
de pós-graduação da UEM 1997
Implantação do posto de
serviço de informação em
química e engenharia química
da UEM -INFOQUIM I
CAPES
US$ 201.904,96
CAPES
US$ 111.700,00
CNPq
US$ 23.400,00
Implantação do posto de
serviço de informação em
química e engenharia química
da UEM -INFOQUIM II
Atualização do acervo
bibliográfico para o ensino de
ciências, Matemática e
CNPq
No país - R$ 12.475,00
PADCT/CAPES
US$ 88.195,22
Conclusão 1997
Execução 1996
Conclusão 1997
�8
PROJETO
AGÊNCIA
RECURSOS RECEBIDOS
MATERIAL ADQUIRIDO
SITUAÇÃO
FINANCIADOR
A
ciências, Matemática e
Educação ambiental da UEM
fitas de vídeo, slides e disquetes
Fonte : UEM/BCE
Tabela 9 : Projetos Aprovados para Ampliação do Acervo Bibliográfico
PROJETO
AGÊNCIA FINANCIADORA
RECURSOS RECEBIDOS
Programa de apoio aos cursos de Pósgraduação da UEM-1994
Programa de apoio aos cursos de pósgraduação da UEM-1995
Programa de apoio aos cursos de pósgraduação da UEM-1996
Implantação do posto de serviço de
informação em Química e Engenharia
Química da UEM-INFOQUIM II – 1996
Atualização do acervo bibliográfico para o
ensino de ciências, Matemática e educação
ambiental da UEM -1996
Programa de apoio aos cursos de Pósgraduação da UEM-1997
Programa de apoio aos cursos de Pósgraduação da UEM – 1998
Programa de recuperação e ampliação dos
acervos bibliográficos da graduação das
IES – 1998
Programa de apoio ao desenvolvimento
científico e tecnológico - PADCT III
CAPES
R$ 111.901,50
CAPES
R$ 147.001,17
CAPES
R$ 209.533,23
CNPq
R$ 40.967,89
PADCT/CAPES
R$ 91.516,48
CAPES
R$ 208.103,19
CAPES
R$ 190.434,88
MEC/SESu
R$ 80.959,00
CNPq/PADCT
R$ 295.919,78*
Fonte : UEM/BCE
•
Recurso ainda não liberado pelo PADCT
2.2.3. Resumo das atividades desenvolvidas no período de 1998 - 2002
⇒ Administração, gerência e representatividade da BCE interna e externamente na comunidade
universitária e segmentos da sociedade maringaense;
⇒ Administração de recursos humanos e financeiros da BCE;
⇒ Elaboração de proposta orçamentária para a BCE;
⇒ Elaboração do Plano Anual de Atividades;
�9
⇒ Preservação e restauração do acervo bibliográfico através de reciclagem dos funcionários quanto
a novas técnicas e campanhas de educação;
⇒ Seleção, aquisição e descarte de material bibliográfico;
⇒ Serviços de intercâmbio com bibliotecas de outras instituições de ensino superior;
⇒ Catalogação e classificação do material bibliográfico adquirido pelos processos de compra,
doação e permuta;
⇒ Processamento físico e manutenção dos catálogos;
⇒ Serviços de referência:
• comutação bibliográfica;
• orientação sobre o uso da biblioteca e serviços a usuários calouros;
• treinamento sobre o uso de obras de referência para os discentes da graduação e pósgraduação;
• serviço de Disseminação Seletiva da Informação;
• levantamentos bibliográficos manuais e on-line, em bases de dados nacionais e
internacionais;
⇒ Auxílio à pesquisa;
⇒ Serviço de circulação e empréstimo entre bibliotecas;
⇒ Inventário do acervo;
⇒ Serviço de quantificação de dados referentes a dinâmica da BCE, Estatísticas de:
• Frequência;
• Atendimento;
• Consulta;
• Empréstimo;
• Preparo técnico;
• Novas Aquisições (compra, doação e permuta).
⇒ Relatórios mensal e anual das atividades;
⇒ Apresentação de projetos para captação de recursos junto aos órgãos de fomento, para
aquisição de acervos, renovação de títulos de publicações periódicas e sistema de
informatização de bibliotecas;
⇒ Participação em convênios:
• Fundação Biblioteca Nacional
• Associação Brasileira de Encadernação e Restauro
• BIREME - Bases LILACS e MEDLINE
• Rede ANTARES - Rede de Serviços de Informação em Ciência e Tecnologia
• COMUT - Programa de Comutação bibliográfica
• CCN - Catálogo Coletivo Nacional
• REBAE – Rede de Bibliotecas de Engenharia
⇒ Participação da BCE no Programa Prossiga Brasil;
⇒ Prestação de serviços na região (elaboração de concursos, treinamentos, estágios
orientados na BCE, cursos, etc.);
⇒ Normalização das publicações da UEM;
�10
⇒ Atividades culturais como exposições de artes, fotografias, cartoons, poesias, lançamentos de
livros etc.;
⇒ Assessoria às bibliotecas dos núcleos e "campi" avançados, na organização dos acervos,
processamento técnico e informatização.
2.2.4 Dificuldades encontradas
a) Inexistência de recursos financeiros para:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Aquisição de títulos novos de publicações periódicas e seriadas;
renovação e complementação das falhas de assinaturas de periódicos;
atualização e ampliação do acervo de livros, multimeios e eletrônicos;
restauração e encadernação de obras danificadas pelo uso;
construção do projeto global da BCE;
equipamentos tecnológicos modernos e mobiliários adequados;
instalação urgente de um sistema de segurança para o acervo para impedir furtos de
livros e periódicos;
informatização do acervo e serviços ;
instalação de Ar condicionado central;
instalação de Brises;
implantação do laboratório de conservação e restauração de documentos;
promoção de atividades culturais;
cursos, treinamentos, estágios, etc. Anualmente, a BCE elabora um Programa de
Capacitação, porém nem sempre é atendida.
b) Falta de recursos humanos para:
• realização de intercâmbio de material bibliográfico;
• melhoria no Sistema de empréstimo;
• melhoria nos serviços prestados, de atendimento e auxílio à pesquisa para comunidade
universitária e externa;
• implantação de novos serviços e divulgação dos existentes;
• manutenção da limpeza das estantes e instalações do prédio da BCE;
• treinamento aos usuários quanto ao manuseio correto das obras.
c) Burocracia na tramitação de documentos. Muitos documentos se perdem e outros não obtém-se
respostas.
Ex.: uma simples requisição de serviços as vezes passa por duas Pró-Reitorias, uma
diretoria, duas divisões para depois chegar ao órgão executor.
�11
d) Problemas no prédio:
∗ Falta de climatização no ambiente:
Nos dias de verão, o calor é intenso e a alta temperatura é prejudicial à conservação do
acervo e causa desconforto ambiental aos usuários e funcionários
∗ falta de mobiliários adequados e temperatura ambiente para conservação de obras raras;
∗ Barulho provocado pelo monta-carga;
∗ Barulho provocado pela Roleta.
e) Falta de setores com infra-estrutura apropriada para funcionamento do serviço de preservação e
restauração.
f) Comportamento inadequado do usuário (mau uso da Biblioteca):
∗ A Biblioteca Central anualmente consegue adquirir alguns exemplares atualizados para
manutenção do acervo, enquanto o usuário, por outro lado depreda-o totalmente. A
solução deve ser realizada em parceria com todos os segmentos da instituição, pois esta
é uma questão de ordem cultural.
g) A frequência de alunos de 1º e 2º graus tem aumentado consideravelmente e isto tem acarretado
sérios transtornos para a biblioteca, pois seus objetivos, serviços e acervos diferem da realidade
de uma biblioteca escolar. E um problema sério a ser resolvido a curto prazo.
h)
Em função do espaço físico ser provisório, todos os setores estão funcionando de forma
precária e aglomerada, causando excesso de barulho no local de circulação, reprografia, portaria
e guarda-volumes.
i) Indeferimento de alguns projetos encaminhados a administração central para implantação e/ou
melhorias na BCE.
j) Dificuldade de fechamento da BCE para realização do inventário anual cujo objetivo é detectar
faltas no acervo.
k) Falta de resposta aos documentos que são enviados aos vários setores administrativos da UEM,
causando transtornos no andamento dos serviços.
l) Falta de espaço físico para os acervos e usuários.
2.2.5. Analise e avaliação Geral
As bibliotecas são, indiscutivelmente, as unidades mais importantes
de apoio ao ensino e pesquisa. Para tal, é necessário atualização constante dos acervos,
�12
qualificação do pessoal e aquisição de recursos tecnológicos modernos para dar cumprimento a sua
característica de órgão dinâmico por excelência e de relevância.
Atualmente, de acordo com as mudanças organizacionais e de forma
globalizada, é impossível oferecer serviços prestados e disponibilizar informação sem estarem
informatizadas de forma integrada.
É urgente que esta Universidade Estadual de Maringá priorize as
bibliotecas em todas as suas necessidades, seja de informatização, aquisição, atualização de
acervos, e ampliação do quadro de recursos humanos.
Considerando o volume de dados e registros de uma biblioteca,
essas medidas amenizadoras não mais correspondem e atendem as exigências e necessidades de
informação da comunidade universitária. Faz-se necessário avaliar, viabilizar e disponibilizar todas
as considerações pertinentes ao Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de Maringá, por
parte da administração superior para que a biblioteca possa cumprir o seu papel de unidade de
organização, armazenagem, disseminação e transferência do conhecimento.
Falta apoio total da Instituição em todos os segmentos necessários
para criação e funcionamento das Bibliotecas Setoriais existentes, como reconhecimento aos órgãos
desta universidade que geram conhecimento e produção científica de fato.
3 ANÁLISE AVALIATIVA DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DA BCE
Na concepção do PAIUB para a elaboração de projetos de
avaliação das IES são necessários seguir alguns princípios
: Globalidade, Comparabilidade
Respeito a identidade institucional, Não premiação ou punição, Adesão voluntária, Legitimidade,
Continuidade.
Segundo BOGDAN e BIKLEN (apud Heinzen, 1995) são
características da avaliação qualitativa : Ter o ambiente natural como fonte direta de dados e o
pesquisador como o seu principal instrumento; Enfocar mais o processo do que o resultado;
Atribuir importância ao significados que as pessoas dão as coisas e a sua vida; Os dados coletados
são predominante descritivos; A análise de dados tende a seguir um processo indutivo.
"A avaliação interna deve ser permanente e orientada a partir
de um roteiro de indicadores nacionalmente estabelecidos. Estes
indicadores deverão ser utilizados pelas Instituições de Ensino
Superior para descrever, analisar, interpretar e avaliar a sua
realidade, as suas dificuldades e potencialidades."
RISTOFF(1996)
�13
A Universidade de Santa Catarina para contribuir com o processo
de avaliação, que está acontecendo em muitas IES brasileiras lançou uma proposta de indicadores
de qualidade.
No que concerne a infra - estrutura diz que a biblioteca deve ter :
disponibilidade, quantidade, qualidade e atualidade do acervo, espaço adequado ao estudo, horário
de atendimento compatíveis com a organização da vida no campus, etc.
A Biblioteca Central da UEM apresentou muitos pontos positivos
com relação a sua infra - estrutura, percebemos que as melhorias foram alcançadas de modo
satisfatório, as dificuldades que percebemos diz respeito ao financeiro, mas contudo sempre
aproveitando os parcos recursos disponíveis, objetivando direciona - lós para o desenvolvimento e
melhoria dos serviços prestados a comunidade universitária e geral.
Quanto ao acervo a participação em projetos do MEC/SESu,
CAPES, CNPq/PADCT, mostram a constante preocupação da BCE em quantificar e qualificar o
acervo bibliográfico, ressaltamos no entanto que deveria ter uma verba mais significativa destinada
para a graduação, visto que a maioria das renovações de títulos de periódicos nacionais são feitos
com a verba de multa de atrasos de livros.
O horário de atendimento da BCE em análise interna constitui um de
seus pontes fortes, visto que atende a comunidade em tempo integral, ou seja encerrando as suas
atividades diárias após o término das atividades acadêmicas.
A Biblioteca Central por estar situada praticamente na área central
da cidade de Maringá recebe diariamente muitos alunos secundaristas, diante deste fato a BCE
tornou-se pequena, pois já não atende tão somente os acadêmicos, mas uma grande quantidade de
alunos da comunidade em geral.
Simon Schwartzman (apud Cardoso, 1997) afirma que qualidade é
um conceito multidimensional (envolve qualidades distintas a serem consideradas) e é valorativo
(expressa as preferências de um conjunto de pessoas).
Schwartzman (apud Cardoso, 1997) sugere as dimensões mais
comuns de qualidade na educação : Equidade e seletividade, recursos didático - pedagógicos e
instalações; Análise do desempenho profissional, do desempenho acadêmico; Requisitos técnicos e
�14
profissionais, da produção científica e da eficiência e efetividade da instituição, impacto comunitário
e regional.
O produto ou serviço de qualidade é aquele que atende
perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo, as
necessidades do cliente.
Enfatizamos que a falta de recursos financeiros é uma barreira para a
solução de alguns problemas em relação a infra - estrutura da BCE.
�15
CONCLUSÃO
Ao finalizarmos este trabalho destaca-se que a avaliação é
importante para que repensamos os objetivos, os modos de atuação, e a administração.
A avaliação deve ser contínua e sempre que possível, voltar ao
ponto inicial para enfim examinar os efeitos causados, pois ela é na realidade a alavanca promotora
de melhorias de uma instituição, devemos sempre usar a avaliação para impulsionar o processo
avaliativo de auto - crítica.
Sugere-se que cada Biblioteca baseie-se nos resultados da
avaliação, para solucionar os seus problemas. A avaliação será evidenciada a partir de um processo
em que todos os envolvidos tenham plena consciência de sua responsabilidade na melhoria da
qualidade.
�16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVALIAÇÃO REVISTA DA REDE DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA
EDUCAÇÃO SUPERIOR , Campinas, UNICAMP, v.1 n.1 1996.
FAVERO, Maria de Lourdes (ORG.) A universidade em questão . São Paulo, Cortez, 1989.
FERREIRA, Gilda Pires A biblioteca universitária
Universidade Federal de Pernambuco, 1977.
em perspectiva sistêmica. Recife,
MENGA, Ludke Pesquisa em educação : abordagens qualitativas . São Paulo, EPU, 1986.
PARANÁ, Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Universidade Estadual
de Maringá. Avaliação dos órgãos da administração centralizada 1993 . Maringá, Pró Reitoria
de Ensino, 1996.
STARK, Joan S. Avaliações em instituições de ensino superior. Brasília, Universidade de
Brasília, 1998
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA. Pró-Reitoria de Ensino. Avaliação
institucional : III documento base do processo de avaliação institucional : indicadores
globais, categorias de análise. Florianópolis, 1995.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ, Pró - Reitoria de Ensino, Biblioteca Central.
Relatório gestão 1994 - 1998. Maringá, Biblioteca Central , 1998.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Relatório Outubro/90 - Outubro/94 gestão :
construindo a universidade pública. Maringá, Universidade Estadual de Maringá.
�
Dublin Core
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A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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Português
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The nature or genre of the resource
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A name given to the resource
A infra-estrutura da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maringá em avaliação: uma contribuição necessária.
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Santos, Ademir Henrique dos
Marques, Rosa Maria Romero
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Recife (Pernambuco)
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2002
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The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
A Biblioteca é um recurso imprescindível, para o bom andamento, de qualquer curso oferecido por uma instituição de Ensino Superior, sendo esta, o suporte para o ensino pesquisa e extensão. Devido a essas características é que, escolhemos esse órgão como principal objeto deste estudo. O objetivo geral deste trabalho é mostrar a evolução dos indicadores de melhoria apontados para uma biblioteca cumprir suas metas. Para alcançarmos os resultados seguiu-se algumas etapas a saber: sugestões de funções para bibliotecas universitárias; evolução dos indicadores de melhoria pontados; análise avaliativa da evolução dos indicadores da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maringá. Dentre as principais conclusões destaca-se que a avaliação é importante para que repensamos os objetivos, os modos de atuação, e a administração, e sempre que possível, voltar ao ponto inicial para enfim examinar os efeitos causados, pois esta é na realidade a alavanca promotora de melhorias de uma instituição, devemos sempre usar a avaliação para impulsionar o processo evolutivo de auto-crítica. Sugere–se que cada Biblioteca baseie -se nos resultados da avaliação, para solucionar os seus problemas, ficando estes evidenciados a partir de um processo em que todos os envolvidos tenham plena consciência de sua responsabilidade na melhoria da qualidade.
Language
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pt
snbu2002
-
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6f2b78e8f0bacba95bd87286b778a4e0
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UM MODELO DE PREVISÃO BASEADO EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA
GESTÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Domingos Vanderlei Filho 1
Tiago Alessandro Espíndola Ferreira 2
Teresa Bernarda Ludermir2
Mêuser Jorge Silva Valença3
Resumo
Este artigo trata do problema de previsão em relação a demanda de usuários que buscam os serviços de uma
biblioteca universitária. Nele procura-se através de uma ferramenta de inteligência artificial, chamada Redes
Neurais Artificiais, estabelecer estimativas que auxiliem o gestor nas tarefas de planejamento e dimensionamento
da estrutura física e de pessoal. Estas tarefas são necessárias para oferecer serviços dentro de padrões de
qualidade estabelecidos junto aos clientes.
Para o estudo de caso foram utilizados dados reais do sistema de informação da Biblioteca Central da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), referentes aos atendimentos prestados aos usuários quanto a
empréstimos de publicações e renovações, realizados no período de janeiro de 1995 a dezembro de 2001.
Palavras-chave: previsão de demanda; redes neurais artificiais; biblioteca universitária, gestão de serviços, séries
temporais.
1 INTRODUÇÃO
A previsão de demanda é uma das atividades mais difíceis dentro do contexto de uma
organização ou empresa. Caso a demanda não seja dimensionada de forma correta, a previsão
terá em contrapartida repercussões negativas no âmbito financeiro. Portanto, uma demanda
superestimada acarreta gastos com excesso de oferta e no caso de uma demanda subestimada
significa perda de receita.
___________________________________________________________________________
1
UFPE Departamento de Eletrônica e Sistemas, Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n - Cidade Universitária, CEP: 50740-530
Recife - PE - Brasil. E-mail: dvanderlei@yahoo.com.br
2
UFPE Centro de Informática Caixa Postal 7851, CEP: 50732-970 Recife – PE - Brasil. E-mail: tbl@cin.ufpe.br,
taef@cin.ufpe.br
3
UNIVERSO, Av. Mascarenhas de Moraes, 1919 - Imbiribeira, CEP: 51150-000 Recife - PE - Brasil. E-mail:
neuserv@uol.com.br
�Este trabalho surgiu da idéia de desenvolver um processo de previsão de demanda que faz uso
dos dados disponíveis para criar um modelo de previsão acurado, através de uma ferramenta
de inteligência artificial chamada redes neurais artificiais (RNAs).
O sistema de previsão de demanda foi concebido como sendo uma ferramenta de apoio a
tomada de decisão para os gestores das bibliotecas universitárias da UFPE. Este sistema
permite analisar e estimar o comportamento do volume de usuários que procuram os serviços
de empréstimo e renovação de livros e periódicos, tomando-se por base os dados históricos
(séries temporais) armazenados no sistema de informação da UFPE.
Baseando-se na afirmação de Linguanotto, Grandi, Sampaio (2001) observa-se que “a
necessidade de informação pode ser caracterizada como a busca por produtos e serviços
imprescindíveis para o suporte às atividades de ensino, pesquisa e trabalhos acadêmicos”.
Adicionalmente, é intuitivo que as bibliotecas universitárias têm papel relevante dentro da
sociedade atual, pois elas atuam como provedoras de informação, a qual é o insumo básico
para produção do conhecimento. Assim, entende-se que uma determinada necessidade de
informação não satisfeita pode ser capaz de provocar perdas no desenvolvimento das
atividades acadêmicas.
É possível observar que dentro da dinâmica do mundo atual globalizado e virtualizado, é
requerido das instituições a definição de modelos, métodos gerenciais e práticas de trabalho
que permitam dar respostas mais rápidas e eficientes para seus clientes. Neste sentido, existe
um nível de exigência crescente dos clientes com relação aos serviços oferecidos, o que tem
levado as empresas a buscar melhorias contínuas de seus processos. Isto sugere a implantação
de recursos que propiciem aos gestores um melhor controle dos processos sob sua
responsabilidade e permitam atingir níveis satisfatórios de qualidade e satisfação junto aos
clientes. O cliente é sem dúvida um elemento importante para o ambiente empresarial,
principalmente considerando-se pontos de vista como o de Teboul (1999), o qual apresenta a
idéia da sociedade estar na Era dos Serviços.
�Dentre outros aspectos que podem ser considerados no objetivo de melhor gerenciar os
serviços e produtos oferecidos pelas bibliotecas universitárias brasileiras, observa-se a
previsão de demanda. Uma previsão dentro de limites confiáveis poderá permitir uma melhor
alocação de recursos materiais e de mão de obra gerenciados. Assim, os gestores de
bibliotecas passam a ter mais informações para a tomada de decisão em diversos aspectos
como: no planejamento de férias e licenças-prêmio, na decisão da quantidade e quando será
necessário contratar mão de obra terceirizada para atender demandas futuras, na aquisição de
equipamentos e outros bens materiais ou ainda na ampliação ou redução do espaço físico
utilizado. Portanto, uma vez que esteja disponível uma estimativa do valor futuro através da
previsão, serão aumentadas as chances de manter a qualidade do serviço evitando-se estresses
e perdas dentro da empresa ou unidade organizacional.
1.1 Problema Abordado
Para a realização deste trabalho, foram utilizados dados reais obtidos a partir do sistema de
informação de bibliotecas da UFPE no período de janeiro de 1995 a dezembro de 2001. A
série temporal dos dados tratados pode ser vista na Figura 1.
Série Temporal de Atendimentos
BC- UFPE (jan/1995 - dez/2001)
10000
8000
6000
4000
2000
jul/01
jan/01
jul/00
jan/00
jul/99
jan/99
jul/98
jan/98
jul/97
jan/97
jul/96
jan/96
jul/95
jan/95
0
FIGURA 1: Série temporal do serviço de empréstimo e renovações
de livros e periódicos na Biblioteca Central da UFPE entre jan/1995
e dez/2001
O problema tratado neste trabalho pode ser sucintamente descrito como um problema de
previsão de demanda dos usuários do serviço de empréstimo e renovação de livros e
�periódicos da Biblioteca Central da UFPE. Pretende-se através da utilização das redes neurais
artificiais propor uma previsão de demanda em relação ao problema tratado.
Este trabalho está estruturado na forma a seguir: Na seção 2 é feita uma breve explicação das
Redes Neurais Artificiais. A seção 3 apresenta o modelo de previsão proposto e os resultados
obtidos com redes Time Delay Neural Networks (TDNN). As considerações finais sobre os
resultados obtidos na seção 3 bem como sugestões são mostradas na seção 4.
2 AS REDES NEURAIS ARTIFICIAIS
A busca do homem em criar máquinas capazes de gerar respostas e ações inteligentes vem
desde a antiguidade. Este pensamento levou cientistas e pesquisadores a buscar formas
alternativas de computação. Entre estas formas estão as Redes Neurais Artificiais, as quais
podem ser entendidas como modelos matemáticos que, de uma maneira geral, procuram imitar
o funcionamento do cérebro humano. Portanto, o desenvolvimento das RNAs tem por objetivo
produzir alguma forma de inteligência artificial.
O cérebro humano é composto por bilhões de neurônios que se interconectam, formando uma
verdadeira rede. Na Figura 2 pode ser visto um neurônio natural. Esta rede é capaz de
processar milhões de informações e realizar trilhões de ligações sinápticas. Embora a
velocidade de processamento do cérebro humano seja relativamente baixa quando comparada
aos computadores modernos, sua forma de processar informação, não linear e paralela, e a
capacidade de organizar seus neurônios resulta num desempenho melhor na computação de
certas funções como no reconhecimento de exemplos.
Entre as características de processamento inteligente das RNAs pode-se citar: aprendizado
(conhecimento extraído de exemplos), adaptação (capacidade de adaptar-se a um novo
ambiente a partir de retreinamento), tomada de decisões e outras. Estas características
fornecem as RNAs potencial para serem aplicadas na solução de vários tipos de problemas,
como os de classificação de padrões, categorização, otimização, controle e previsão entre
outros.
�A tarefa de previsão consiste em dado um conjunto de exemplos {(x(t1 ), x(t2 ), ..., x(tn )}, prever
uma saída x(tn+1 ).
FIGURA 2: Neurônio Natural
2.1 Conceitos Básicos sobre Redes Neurais Artificiais
Em 1943 Warren McCulloch e Walter Pitts desenvolveram um trabalho pioneiro que resultou
no primeiro modelo artificial de um neurônio biológico (McCulloch. & PITTS, 1943).
Diversos trabalhos de pesquisa e estudos permitiram prosseguir e promover avanços na área
de redes neurais artificiais, como os de Donald Hebb (HEBB, 1949), Widrow e Hoff
(WIDROW & HOFF, 1960), Frank Rosemblatt (ROSEMBLATT, 1958) e Rumelhart, Hinton
e Williams (RUMELHART et al, 1986).
Não há uma definição universalmente aceita para uma RNA. Entretanto, há uma certa
concordância entre os pesquisadores em alguns aspectos. Assim, uma RNA pode ser definida
como uma rede de muitos processadores simples, cada um dos quais possui uma pequena
quantidade de memória local. Estes processadores (unidades), estão conectados através de
conexões que transportam dados numéricos.
Segundo Braga, Ludermir e Carvalho (BRAGA et al, 2000), RNAs são sistemas paralelos
distribuídos compostos por unidades de processamento simples (nodos) que calculam
determinadas funções matemáticas (normalmente não-lineares). Estas unidades estão em uma
�ou mais camadas e interligadas por um grande número de conexões, geralmente
unidirecionais. Na Figura 3 pode ser visto um neurônio de McCulloch e Pitts.
FIGURA 3: Neurônio de McCulloch e Pitts
A maioria das RNAs possui algum tipo de regra de treinamento através da qual os pesos das
conexões são ajustados baseados nos dados. Portanto, as RNAs aprendem a partir de exemplos
e exibem alguma capacidade de generalização além dos dados de treinamento. Além das
características já mencionadas as RNAs apresentam: adaptabilidade, tolerância a falhas e
implementação rápida.
De maneira geral, pode-se definir ainda uma RNA como um sistema constituído por elementos
de processamento que estão interconectados, chamados de neurônios, os quais estão dispostos
em camadas (uma camada de entrada, uma ou várias intermediárias e uma de saída) e são
responsáveis pela não-linearidade da rede, através do processamento interno de certas funções
matemáticas. Na Figura 4 está um exemplo de uma RNA com três camadas e três neurônios
na camada intermediária.
Essas redes neurais artificiais possuem alguma forma de regra de aprendizagem que são
responsáveis pela modificação dos pesos sinápticos a cada ciclo de iteração, de acordo com os
�exemplos que lhe são apresentados. Assim pode-se dizer, que as Redes Neurais Artificiais
aprendem por exemplos.
ENTRADA
SAÍDA
FIGURA 4: Exemplo de uma RNA com 3 camadas
De acordo com Rumelhart e McClelland (RUMELHART & McCLELLAND, 1986), os
modelos de redes neurais, de maneira geral, apresentam 8 componentes principais: Um
conjunto de elementos de processamento; Um estado de ativação; Uma função de saída para
cada elemento de processamento; Um padrão de interconexão entre os elementos de
processamento; Uma regra de propagação; Uma regra de ativação; Uma regra de aprendizado;
Uma representação do ambiente onde o sistema deve operar.
3 MODELO
O modelo desenvolvido neste trabalho é baseado em RNAs do tipo Time Delay Neural
Networks (HAYKIN, 1994) com o algoritmo Levenberg-Marquardt. Todas RNAs foram
implementadas através da ferramenta computacional MatLab 6.1 (DERMUTH & BEALE,
1996).
Nas subseções seguintes são apresentadas informações sobre a metodologia utilizada para
realização dos experimentos pertinentes a este trabalho. Inicialmente descreve-se as etapas
realizadas no pré-processamento dos dados, seguidas de como foi efetuada a divisão do
conjunto de dados, as arquiteturas das redes utilizadas, os experimentos executados, os
parâmetros do treinamento empregados e a apresentação dos resultados obtidos.
Em função das informações disponíveis e respostas desejadas para este problema, foi
estabelecida inicialmente uma topologia com 1 entrada e 1 saída para cada RNA.
�Durante o desenvolvimento do modelo o conjunto de dados disponível foi submetido a várias
configurações de nodos da camada escondida e também foi investigada a influência da
variação do parâmetro mu.
3.1
Descrição das etapas do experimento
A seqüência de etapas executadas neste experimento está descrita a seguir. As quatro
primeiras etapas fazem parte do pré-processamento dos dados.
I. LIMPEZA DOS DADOS – A observação da série de dados indicou a presença de
outliers em agosto, setembro e outubro de 2001. Estes dados foram substituídos pelos
valores das médias calculadas sobre os meses correspondentes nos outros anos da série
estudada.
II. ESCALONAMENTO DOS DADOS – Realizou-se o escalonamento nos dados de
janeiro de 1995 a dezembro de 2001 segundo a Expressão 1.
X ESCALONADO =
X − X MÍn.
X Mãx. − X MÍn.
(1)
III. CRIAÇÃO DO DELAY PARA OS DADOS – Foram calculadas as correlações
considerando-se diversos delays para os valores da série temporal estudada,
identificando-se entre os mais relevantes o (t-1). Os valores obtidos podem ser
observados na Tabela 1. Para criação do delay nos conjuntos de exemplos, os dados
foram emparelhados de forma que a coluna da tabela de exemplos representando o
número de usuários atendidos no tempo t (mês), fosse seguida de outra coluna que
representa os dados coletados no tempo t+1 (mês subseqüente). Dessa forma
implementou-se a arquitetura TDNN com um delay para o problema. O conjunto
exemplos utilizado nesse passo estava ordenado na ordem que foram coletados pelo
sistema de informação.
�TABELA 1: Correlação para delays de 1 a 15
t-1
t-2
t-3
t-4
t-5
t-6
t-7
t-8
t-9
t-10 t-11 t-12 t-13 t-14 t-15
0,62 0,18 -0,14 -0,19 -0,02 0,12 -0,01 -0,29 -0,37 -0,16 0,18 0,37 0,28 -0,1 -0,3
IV. CRIAÇÃO DOS CONJUNTOS - Para o tratamento do problema utilizando-se RNAs
foi realizada a divisão do conjunto de exemplos em conjunto de treinamento, conjunto
de validação e conjunto de teste. Esta divisão consistiu em separar 71% do total de
exemplos para a etapa de treinamento, 14,5% para a validação e 14,5% para o teste,
conforme pode ser observado nos valores da Tabela 2.
TABELA 2: Divisão do conjunto de dados em conjunto de treinamento, validação e teste
Período
Número de Exemplos
Conj. de Treinamento
Número de Exemplos
Conjunto de Validação
Número de Exemplos
Conjunto de Teste
De jan. 1995 a
dez. 2001
59
12
12
V. PROSPECÇÃO – Para a escolha da topologia de rede a ser utilizada no modelo foi
realizado um conjunto de simulações, através da Toolbox de Redes Neurais do
MatLab. Os valores encontrados para os erros percentuais no conjunto de validação
para 10 execuções estão apresentados na Tabela 3. Nesta etapa as diversas redes foram
observadas variando-se o números de nós na camada escondida. A topologia (1-5-1)
foi escolhida dentre todas testadas por ter apresentado melhor média e desvio padrão.
Detalhes sobres os parâmetros das RNAs utilizadas nessa fase estão descritos nas
subseções seguintes.
�TABELA 3
Topologia 1-1-1 e mu=0,001
Erro Quadrático Médio no Conjunto de Validação (%)
Média
1,7067
Desvio Padrão
0,1640
Topologia 1-3-1 e mu=0,001
Erro Quadrático Médio no Conjunto de Validação (%)
Média
1,6085
Desvio Padrão
0,0957
Topologia 1-5-1 e mu=0,001
Erro Quadrático Médio no Conjunto de Validação (%)
Média
1,5452
Desvio Padrão
0,0904
Topologia 1-10-1 e mu=0,001
Erro Quadrático Médio no Conjunto de Validação (%)
Média
1,5896
Desvio Padrão
0,1065
VI. EXPERIMENTOS – Partindo-se da rede escolhida na fase anterior mostrada na Figura
5, com cinco nós na camada escondida, foram realizados experimentos utilizando-se
combinações de: quatro valores de mu (1000; 1; 0,001 e 0,0001) e dez inicializações
com pesos aleatórios variando entre –0,5 e +0,5. Isto resultou em quarenta simulações.
Os resultados das simulações em relação a média e o desvio padrão dos erros no
conjunto de validação tomados percentualmente estão na Tabela 4. Observa-se
melhores respostas para valores de mu= 0,001 e 0,0001, tendo-se optado por um valor
de mu = 0,001.
ENTRADA
SAÍDA
FIGURA 5: Topologia (1-5-1)
�TABELA 4
Topologia 1-5-1 e mu=1000
Erro Quadrático Médio no Conjunto de Validação (%)
Média
Desvio Padrão
1,9408
0,9228
Topologia 1-5-1 e mu=1
Erro Quadrático Médio no Conjunto de Validação (%)
Média
Desvio Padrão
1,6866
0,1123
Topologia 1-5-1 e mu=0,001
Erro Quadrático Médio no Conjunto de Validação (%)
Média
1,5451
Desvio Padrão
0,0903
Topologia 1-5-1 e mu=0,0001
Erro Quadrático Médio no Conjunto de Validação (%)
Média
Desvio Padrão
3.2
1,5503
0,0633
Arquitetura
Neste conjunto de experimentos, foram utilizadas redes neurais Multilayer Perceptron (MLP),
com topologia Time Delay Neural Networks (TDNN), com um delay, o que implica em 1
entrada paras todas as redes contendo apenas uma camada intermediária e diversas
configurações de nós.
Os nodos da camada intermediária e de saída possuem em todos os casos função de ativação
sigmóide unipolar [0, 1]. A rede contém todas as possíveis conexões feedforward entre
camadas adjacentes, sem possuir shortcut connections, que são as conexões que ligam nodos
de camadas não-adjacentes.
Foi empregado nos experimentos, o algoritmo de treinamento Levenberg-Marquardt. A
atualização dos pesos das redes foi realizada após cada época, ou seja, após a apresentação de
todos padrões de treinamento (batch).
�3.3
Parâmetros de Treinamento
Para o algoritmo Levenberg-Marquardt, selecionou-se mu com valores 1000; 1; 0,001 e
0,0001. Em todos os casos, os demais parâmetros tiveram seus valores mantidos inalterados
em relação aos valores padrões da ferramenta computacional utilizada (Matlab6 R12),
destacando-se o mu máximo = 1010 , o fator de incremento do mu = 10 e o fator de decremento
do mu = 0,1.
Os pesos das redes foram inicializados aleatoriamente entre –0,5 e 0,5. A função de avaliação
de performance da rede foi o somatório dos erros quadráticos (SSE). O critério de parada
utilizado foi o early stopping (PRECHELT, 1994). Observando-se este critério, o treinamento
foi parado quando se obteve pelo menos um dos seguintes valores especificados:
-
Número máximo de épocas igual a 150.
-
Erro quadrático mínimo no conjunto de treinamento igual a 0.
-
Generalization Loss (GL) igual a 5%
-
Training Progress (P) igual a 0,01
O critério GL (PRECHELT, 1994) traduz a perda de generalização da rede pelo aumento do
erro no conjunto de validação e o Training Progress (PRECHELT, 1994) traduz a estagnação
do aprendizado. Estes dois critérios só são levados em consideração pelo sistema após terem
sido transcorridas 10 iterações. Este conjunto de critérios implica que o treinamento não é
realizado com o objetivo de se conseguir um valor de erro mínimo no conjunto de
treinamento, porém até quando se obtenha um valor mínimo absoluto no erro do conjunto de
validação, durante o treinamento da rede, ou que algum dos outros critérios seja atingido.
3.4
Aspectos Observados
Para o problema abordado, os aspectos observados no presente trabalho foram os seguintes:
•
Erro Quadrático Percentual do conjunto de treinamento ao final do treinamento,
•
Erro Quadrático Percentual do conjunto de validação ao final do treinamento,
•
Erro Quadrático Percentual do conjunto de teste ao final do teste,
�•
Número de iterações efetuadas até o final do treinamento.
•
Critério de parada do treinamento.
4 CONCLUSÕES FINAIS E SUGESTÕES
O problema de previsão de demanda está intimamente relacionado com as dificuldades
encontradas pela ciência para explicar completamente a geração de uma determinada variável,
neste caso a demanda futura por serviços oferecidos pela biblioteca. Desta forma, faz-se
necessário a utilização de modelos matemáticos, ainda que, simplificados e imperfeitos
permitam realizar uma representação do sistema.
Neste sentido, foi proposta uma rede neural artificial na forma de uma ferramenta bastante
poderosa, uma vez que permite tratar a complexidade do problema de forma bastante simples.
A Tabelas 4 apresenta os resultados obtidos para 10 replicações com 5 nós na camada
escondida. O valor parâmetro mu = 0.001, do algoritmo Levenberg-Marquardt, foi definido na
fase de prospecção (subseção 3.1) onde foi verificado que para este valor a solução do
problema em questão adaptou-se de melhor forma. Observa-se na Tabela 5 o melhor
desempenho da rede com erro percentual de validação igual a 1,3789.
TABELA 5:
Top. (1-5-1)
mu=0,001
Erro(%)
Erro(%)Validação Erro(%)Teste
Treinamento
1
2
4,2954
5,4523
1,6404
1,5008
4,9363
5,3027
3
4
5
3,7604
4,4319
5,0888
1,5361
1,6648
1,5002
6,2484
4,8563
5,1983
6
7
8
5,2207
5,2424
6,0083
1,5071
1,4785
1,6055
5,2195
5,199
5,8344
9
10
Média
4,2978
3,5786
4,7377
1,6394
1,3789
1,5452
4,9266
6,1703
5,3892
Desvio Padrão
0,7830
0,0904
0,5119
�Neste trabalho foi possível experimentar em parte as diversificadas possibilidades de para se
determinar a melhor configuração de uma RNA para se solucionar este problema. Assim,
utilizou-se os algoritmos de treinamento Backpropagation e Levenberg-Marquardt, variou-se
o número de nós na camada escondida, bem como os parâmetros de treinamento taxa de
aprendizagem, mu, critérios de parada do treinamento. Posteriormente, verificou-se que
resultados mais significativos foram obtidos com o Levenberg-Marquardt. Entretanto, para
que os resultados até agora obtidos venham a ser estatisticamente mais confiáveis, se faz
necessário mais replicações de cada configuração.
A fundamentação teórica e os resultados obtidos indicam a possibilidade de melhorias nos
resultados através de novas configurações e arquiteturas das RNAs, isto tem implicação direta
no tempo necessário a ser destinado para experimentação. Contudo, é necessário destacar que
o aprimoramento do modelo apresentado neste trabalho deve buscar prover máxima confiança
com baixo custo.
Os resultados apresentados neste trabalho embora preliminares, apontam na direção da
utilização de novas ferramentas e tecnologias para um melhor gerenciamento e otimização dos
recursos existentes nas bibliotecas universitárias. Adicionalmente, eles permitem a detecção
antecipada de possíveis pontos críticos no atendimento aos usuários da biblioteca e introdução
de ações corretivas ou ainda que permitam minimizar os efeitos e impactos negativos na
execução do serviço.
É necessário considerar os ganhos gerenciais com a introdução de ações preventivas, pois
torna-se possível estabelecer uma melhor prestação de serviço, considerando-se tanto o ponto
de vista do usuário que procura a biblioteca e então recebe um atendimento mais ágil, ou ainda
para o funcionário diretamente ligado pelo atendimento através de uma carga de trabalho
melhor distribuída ao longo do tempo, tudo isto sempre buscando-se a melhor relação custo
benefício.
É importante esclarecer que este modelo de previsão poderá ser aplicado aos demais serviços
prestados pelas bibliotecas universitárias como: comutação eletrônica de documentos,
�treinamento de usuários em base de dados, serviço de pesquisa em base de dados;
normalização de documentos; catalogação na fonte; catalogação cooperativa de registros
bibliográficos; serviço de referência on-line e outros.
Finalizando, ressalta-se que este trabalho procura integrar a computação inteligente a área de
ciência da informação, e desta forma permitir a difusão de novas ferramentas direcionadas a
melhoria dos processos. Como sugestão para trabalhos futuros recomenda-se aprimorar o atual
modelo desenvolvido incorporando-se outras ferramentas de inteligência computacional
através de sistemas neurais híbridos (GOONATILAKE & KHEBBAL, 1995) (BRAGA et al,
2000).
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, A. P.; LUDERMIR, T. B.; CARVALHO; A. C. P. L. F.
Redes Neurais Artificiais – Teoria e
Aplicações. Editora LTC, Rio de Janeiro, 2000.
DERMUTH, H., BEALE, M. Neural Network Toolbox User's Guide. The MathWorks, Inc, March 1996.
GOONATILAKE, S.; KHEBBAL, S. Intelligent Hybride Systems . Jonh Wiley & Sons, Inc, 1995.
HAYKIN, Simon. Neural Network, Macmillan Publish Company, 1994.
HEBB, D. O. The organization of Behavior. Willey, 1949.
LINGUANOTTO, A. R. J.; GRANDI, M. E. G.; SAMPAIO, M. I. C.
Indicadores de Qualidade para o
Serviço de Referência: Uma Proposta de Aplicação às Bibliotecas do SIBI/USP. São Paulo,2001. 71p. (Série
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McCULLOCH, W. S., PITTS, W.
A Logical Calculus of the Ideas Immanent in Nervous Activity. Bulletin of
Mathematical Biophysics, 5:115-133, 1943.
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Report 21/94, Fakultät für Informatik, Universität Karlsruhe, Germany, September, 1994.
ROSEMBLATT, F.
The Perceptron: A Probabilistic model for information storage and organization in the brain.
Psycol. Rev., 65:386-408, 1958.
RUMELHART, D. E., HINTON, G. E., WILLIAMS, R. J.
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Nature, 323:533-536, 1986.
RUMELHART, D. E., McCLELLAND, J. L.
Parallel Distributed Processing, vol. 1: Foundations. The MIT
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TEBOUL, J. A Era dos Serviços : uma nova abordagem de gerenciamento. Rio de Janeiro. Qualitymark, 1999.
WIDROW, B., HOFF, M. E. Adaptative switching circuits. Institute of Radio Engineers, Western Electronic
Show and Convention, 1960.
�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Um modelo de previsão baseado em inteligência artificial na gestão de bibliotecas universitárias.
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An entity primarily responsible for making the resource
Vanderlei Filho, Domingos
Ferreira, Tiago Alessandro Espíndola
Ludermir, Teresa Bernarda
Valença, Mêuser Jorge Silva
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda o problema de previsão em relação a demanda de usuários que buscam os serviços de uma biblioteca universitária.
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A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4043/SNBU2002_038.pdf
94442eaba0eca722a3db1a572aff54f5
PDF Text
Text
UMA PROPOSTA FUZZY NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS
Domingos Vanderlei Filho 1
Mêuser Jorge Silva Valença2
Teresa Bernarda Ludermir3
Giane da Paz Ferreira Silva4
Resumo
Este artigo trata a questão da avaliação dos serviços prestados em bibliotecas universitárias através de uma
abordagem fuzzy. A busca por técnicas que conduzam a melhores resultados tem sido objeto de interesse dos
administradores desses serviços. Assim, a utilização de indicadores, no processo de avaliação de desempenho,
que expressem melhor e levem em consideração o ponto de vista dos clientes através de uma linguagem mais
natural, pode conduzir a uma melhor adequação sob a ótica da qualidade. Esta nova abordagem leva em
consideração a maior facilidade do ser humano em lidar com termos lingüísticos, ao invés de valores numéricos.
Além disto, a lógica fuzzy tem uma capacidade notável de tratar com verbalizações revestidas de ambigüidade.
Adicionalmente, sabe-se que a teoria do raciocínio aproximado fornece um método, baseado em subconjuntos
fuzzy, tanto para representar como para raciocinar com informações imprecisas.
Palavras-chave: avaliação de desempenho; lógica fuzzy; biblioteca universitária; indicadores de gestão.
1 INTRODUÇÃO
As bibliotecas universitárias têm papel relevante dentro da sociedade atual, pois atuam como
provedoras de informação, a qual é o insumo básico para produção do conhecimento. De
acordo com Linguanotto, Grandi, Sampaio (2001) “a necessidade de informação pode ser
caracterizada como a busca por produtos e serviços imprescindíveis para o suporte às
atividades de ensino, pesquisa e trabalhos acadêmicos”. Portanto, uma determinada
necessidade de informação não satisfeita pode ser capaz de provocar perdas no
desenvolvimento das atividades acadêmicas.
Adicionalmente, a dinâmica do mundo globalizado e virtualizado tem requerido das
___________________________________________________________________________
1
UFPE Departamento de Eletrônica e Sistemas, Rua Acadêmico Hélio Ramos, s/n - Cidade Universitária, CEP: 50740-530
Recife - PE - Brasil. E-mail: dvanderlei@yahoo.com.br
2
UNIVERSO, Av. Mascarenhas de Moraes, 1919 - Imbiribeira, CEP: 51150-000 Recife - PE - Brasil. E-mail:
neuserv@uol.com.br
3
UFPE Centro de Informática Caixa Postal 7851, CEP: 50732-970 Recife – PE - Brasil. E-mail: tbl@cin.ufpe.br
4
UFPE Biblioteca CTG, Recife - PE - Brasil. E-mail: dapaz@npd.ufpe.br
�instituições a definição de modelos, métodos gerenciais e práticas de trabalho que permitam
dar respostas mais rápidas e eficientes para seus clientes.
É possível observar um nível de exigência crescente dos clientes com relação aos serviços
oferecidos. Isto tem levado as empresas a buscar uma melhoria contínua, a qual sugere a
implantação de um processo de avaliação de desempenho.
Pode-se encontrar na literatura pontos de vista que caracterizam estarmos na Era dos Serviços
(TEBOUL, 1999). Em verdade pode-se dizer, na Era dos Serviços ao Cliente. Em face desta
afirmação, é imperioso implantar procedimentos comprometidos com a qualidade e satisfação
dos clientes. Para obter-se o êxito deste processo é necessário que seja estabelecida uma
sintonia permanente entre a unidade organizacional e os seus clientes.
Atender o cliente é, principalmente, entender o seu pedido, o seu desejo e sua necessidade.
Segundo Tom Peters (PETERS,1996) "o atendimento perfeito ainda é o segredo mais difícil
de copiar de todo o mundo empresarial". Essa afirmação de Tom Peters deve ser entendida no
sentido de atendimento muito bem feito, aquele que para o cliente chega próximo da perfeição,
que o agrada amplamente. E de fato, quando atingido, ele será muito difícil de copiar, por ser
resultado de vários fatores como: cultura própria da empresa, tipo de serviço ou produto e
estilo da clientela.
Dentre outros aspectos que podem ser considerados no objetivo de melhor avaliar o
desempenho das bibliotecas universitárias brasileiras, observa-se a identificação e aplicação de
indicadores de qualidade aos seus serviços e produtos.
Portanto, neste trabalho pretende-se através da utilização da lógica fuzzy propor uma forma de
avaliação de desempenho dos serviços prestados pelas bibliotecas de tal forma que a
subjetividade inerente aos itens de controle utilizados fiquem independentes do avaliador. Isto
é importante uma vez que uma análise comparativa ficará mais isenta do avaliador e
dependente apenas da metodologia proposta.
�As seções e subseções seguintes descrevem conceitos da teoria fuzzy, um sistema de inferência
fuzzy, voltado a avaliação de desempenho de bibliotecas universitárias, teste e conclusões. O
modelo proposto busca, em função de indicadores de qualidade adequados a realidade
brasileira, avaliar de forma permanente o desempenho global do serviço de informação de
natureza acadêmica.
2 A LÓGICA FUZZY
A linguagem diária utiliza a idéia de classes de conjuntos, a qual é um pouco vaga se
comparada com os conjuntos matemáticos. Todo substantivo que se usa denota uma certa
classe de conjuntos, e cada adjetivo descreve a classe para a qual aquele adjetivo é aplicado.
Quando se fala acerca de uma grande quantia de dinheiro, a qual se pode pensar como um
conjunto, ela incluiria R$100,00? Ou R$100.000,00? Possivelmente R$1.000.000.000,00! Esta
classificação não depende somente do indivíduo, mas também do contexto. O mesmo
problema acontece no mundo físico. Um copo cheio d’água não fica imediatamente vazio
quando é inclinado para baixo, um objeto não muda sua temperatura de quente para frio
instantaneamente. Estes exemplos servem para ilustrar o fato que a transição de um conjunto
A para um conjunto A’ é contínua no mundo físico, em vez de apresentar limites nítidos; as
fronteiras são vagas e bastante subjetivas. Esta idéia de um certo grau ou multivalência é um
conceito fundamental, o qual estimulou o professor Lofti A. Zadeh a formalizar a Lógica
fuzzy.
Em 1965, Lotfi A. Zadeh, então professor do departamento de engenharia elétrica da
Universidade da Califórnia em Berkeley, publicou um artigo sobre a teoria dos conjuntos fuzzy
(ZADEH, 1965). Ele propôs graduar a pertinência de elementos nos conjuntos, ou seja, um
elemento pode ser, por exemplo 20% de um conjunto A e 80% do conjunto A’. Esta nova
teoria foi vista naquela época, por uma parte da comunidade científica, como um escândalo
matemático e uma forma de pensamento impreciso.
�A teoria fuzzy constitui-se numa poderosa ferramenta com capacidade para modelar problemas
reais onde incertezas e imprecisões estão presentes. Ela possibilita a representação de
conceitos vagos e imprecisos.
Uma idéia principal associada a esta teoria é muito simples e natural e pode ser explicada pela
seguinte afirmação: Se não somos capazes de determinar os limites exatos da pertinência de
um elemento no conjunto (sim/não), faz-se necessário buscar uma escala que permita
caracterizar o seu grau neste conjunto.
Após mais de três décadas, a idéia de lógica fuzzy desponta com sucesso em várias áreas de
aplicações, tais como: diagnóstico médico, análise de imagens médicas, processos de
fabricação (manufatura), controle de robôs, reconhecimento de escrita, reconhecimento
automático de alvo, engenharia de alimentos e outros. Particularmente na área de gestão,
negócios e finanças: estudo de necessidades e demanda em bibliotecas (LANZILLOTTI et al,
2000), substituição de especialista para avaliação de atividades em bolsa (Yamaichi, Hitachi),
comércio exterior em (YUIZE, 1991), avaliação de riscos de contratos de arrendamento
mercantil ou leasing (BMW Bank GmbH of Germany) em (GÜLLICH, 1996), vigilância do
comércio interno (London Stock Exchange) (HOULDER, 1994). As possibilidades de
aplicações são virtualmente ilimitadas.
2.1 Conceitos Básicos da Teoria de Subconjuntos Fuzzy
Há um forte relacionamento entre a lógica convencional ou Booleana e o conceito de um
subconjunto. De forma similar existe um forte relacionamento entre a lógica fuzzy e a teoria de
subconjuntos fuzzy.
Um subconjunto U de um conjunto S pode ser definido como um conjunto de pares ordenados,
onde cada par tem como primeiro elemento um elemento de S e como segundo um elemento
pertencente ao conjunto {0, 1}, com exatamente um par ordenado para cada elemento de S.
Isto define um mapeamento entre elementos de S e elementos do conjunto {0, 1}. O valor
zero é usado para representar a não pertinência. A verdade ou não da declaração x está em U é
�determinada encontrando o par ordenado, no qual o primeiro elemento é x. A declaração é
verdadeira se o segundo elemento do par ordenado for 1, e a declaração é falsa se ele for 0.
Da mesma forma, um subconjunto fuzzy F de um conjunto S pode ser definido como um
conjunto de pares ordenados, onde cada par tem como primeiro elemento um elemento de S e
como segundo elemento um valor no intervalo [0, 1], com exatamente um par ordenado para
cada elemento de S. Isto define um mapeamento entre os elementos do conjunto S e os pontos
no intervalo [0, 1]. O valor zero é usado para representar a completa não pertinência, o valor
um é usado para representar a completa pertinência, e valores entre zero e um são usados para
representar graus intermediários de pertinência. O conjunto S é chamado de universo de
discurso para o subconjunto fuzzy F. O universo de discurso também pode ser visto como a
faixa de todos possíveis valores de entrada de um sistema fuzzy. De forma freqüente, o
mapeamento é descrito como uma função, a função de pertinência de F. O grau para o qual a
declaração x está em F é verdadeira, é determinada encontrando-se o par ordenado onde o
primeiro elemento é x. O grau de verdade da declaração é dado pelo segundo elemento do par
ordenado.
Definição 1: Seja X um conjunto de objetos, com elementos x. Assim, temos X = { x }.
Definição 2: Um conjunto fuzzy A em X é caracterizado por uma função de pertinência µA(x) a
qual mapea cada ponto em X para o intervalo real [0.0 , 1.0]. Ao passo que µA(x) se aproxima
de 1.0, o grau de pertinência de x em A aumenta.
Os conjuntos fuzzy permitem que se definam operações binárias internas, tais como união,
interseção e complemento, similarmente às existentes na teoria dos conjuntos booleanos.
2.2 Sistema de Inferência Fuzzy
A seguir na Figura 1, está representado um diagrama contendo a idéia geral que descreve o
sistema fuzzy. A idéia contida na inferência fuzzy consiste em interpretar os valores na entrada,
e então baseando-se em algumas regras, atribuir valores para a saída.
�ENTRADA
SAÍDA
REGRAS
TERMOS
DE
ENTRADA
TERMOS
DE
SAÍDA
(INTERPRETAÇÃO)
(ATRIBUIÇÃO)
FIGURA 1: Diagrama do Processo de Inferência Fuzzy Caso
Geral (adaptada de JANG & GULLEY, 1995)
Para estabelecer um processo de inferência fuzzy, é necessário estabelecer um conjunto de
regras, as quais são sentenças com uma estrutura do tipo Se-Então, que são interpretadas pelo
sistema. Convém ressaltar que há um paralelismo natural das regras, na forma em que são
avaliadas, sendo este um dos aspectos mais importantes dos sistemas de lógica fuzzy. As regras
são muito úteis, pois fazem referência as variáveis, aos termos e aos adjetivos que as
descrevem. Para cada caso de variável analisada é estabelecida uma faixa de valores na qual
ela é esperada variar, como também qual é o significado de cada termo lingüístico.
A inferência fuzzy é o processo de mapear uma dada entrada para uma saída, utilizando-se para
isto a lógica fuzzy. Neste processo, tem-se: funções de pertinência, operadores lógicos fuzzy e
regras do tipo Se-Então.
O processo decisório pode ser melhor descrito num nível lingüístico utilizando regras [R] do
tipo: [R] SE Antecedente ENTÃO Conseqüente (Peso)
Os passos envolvidos na inferência fuzzy são:
I - Tornar as entradas fuzzy, determinando-se o grau pelo qual elas pertencem a cada conjunto
fuzzy, utilizando para tanto funções de pertinência. É comum as entradas serem um número
não fuzzy, com contornos bem definidos limitados pelo universo de discurso da variável de
entrada. Esta tradução ou interfaceamento entre o sistema fuzzy puro e o ambiente no qual ele
está situado, se dá neste caso através do passo ou etapa mais geralmente conhecido por
"Fuzzificação", do inglês Fuzzification.
�II – Aplicar o operador fuzzy em cada regra, para obter um número que represente o resultado
do antecedente para aquela regra, quando este tiver mais de uma parte. Assim, a entrada para o
operador fuzzy será formada por dois ou mais valores de pertinência das variáveis de entrada
fuzzy.
III - Aplicar o método de implicação. A implicação ocorre para cada regra, sendo que a
entrada para o método de implicação é um número, dado pelo antecedente, e a saída é um
conjunto fuzzy. Ocorre que antes de aplicar este método é necessário observar o peso de cada
regra, o qual é um número variando de zero a um, aplicado ao número fornecido pelo
antecedente.
IV - Agregar todas saídas. Consiste na unificação das saídas de cada regra, combinando todos
os conjuntos fuzzy que representam a saída de cada regra em um único conjunto fuzzy. A
entrada para o processo de agregação é a lista de funções truncadas de saída, vindas do
processo de implicação de cada regra. A saída resultante deste processo é um conjunto
nebuloso para cada variável de saída.
V - Tornar as entradas não fuzzy. A entrada para este processo é um conjunto fuzzy, e a saída é
um número não fuzzy. Esta etapa de tradução ou interfaceamento final entre o sistema fuzzy e o
ambiente externo é executada pelo passo mais comumente conhecido por "Defuzzificação", do
inglês Defuzzification.
Na Figura 2 pode ser observada a estrutura básica de um sistema de lógica fuzzy.
INFERÊNCIA
VARIÁVEIS
LINGÜÍSTICAS
VARIÁVEL
LINGÜÍSTICA
NÍVEL
LINGÜÍSTICO
NÍVEL
NUMÉRICO
FUZZIFICAÇÃO
VARIÁVEIS
NUMÉRICAS
DEFUZZIFICAÇÃO
VARIÁVEL
NUMÉRICA
FIGURA 2: Estrutura Básica de um Sistema de Lógica Fuzzy
(adaptada de ALTROCK, 1997)
�A interação da estrutura básica com a base de conhecimento é mostrada na Figura 3.
ENTRADAS DO SISTEMA
Base de Conhecimento
Funções de
Pertinência
de Entrada
Unidade de
Fuzzificação
Entradas
Regras
Fuzzy
Avaliação
das
Regras
Saídas
Funções de
Pertinência
de Saída
Inferência
Fuzzy
Defuzzificação
SAÍDAS DO SISTEMA
FIGURA 3: Estrutura geral do sistema de inferência fuzzy
3 MODELO
O modelo desenvolvido neste trabalho é baseado na lógica fuzzy e apresenta na sua
composição um conjunto de regras, variáveis lingüísticas, funções de pertinência, método de
defuzzificação, agregação e implicação. O sistema de inferência fuzzy (FIS) escolhido foi do
tipo Mandani (MANDANI, 1990) (ALTROCK, 1997). Durante a implementação e
desenvolvimento do sistema utilizou-se a toolbox fuzzy logic do MATLAB (JANG &
GULLEY, 1995). Esta ferramenta dispõe de diversos gráficos bastante úteis para um bom
entendimento do problema tratado, os quais estão apresentados em parte nas figuras desta
seção. Adicionalmente, este software permite em ambiente windows a implementação de um
sistema fuzzy de forma rápida, pois possui uma boa interface para usuário.
As variáveis de entrada do sistema estão associadas a indicadores de qualidade em bibliotecas
universitárias brasileiras enfocando-se aspectos relacionados com a satisfação do cliente.
Dentre os diferentes relatos para o termo indicador de qualidade, está a a definição de
“critérios gerais de excelência para os aspectos envolvidos nos serviços e produtos
�disponibilizados aos clientes”(VERGUEIRO, CARVALHO, REDDY, 1998). A seleção do
subconjunto de indicadores para elaboração deste modelo contou com a opinião de especialista
e em pesquisa na literatura pertinente a área de biblioteconomia e documentação
(VERGUEIRO & CARVALHO, 2000).
Assim, as variáveis de entrada definidas para serem tratadas através do sistema de inferência
fuzzy nesta primeira versão proposta, são:
•
Acesso, definida como: facilidade de acesso para o cliente externo quanto a localização,
acesso físico, horário de funcionamento, boas conexões telefônicas e outras tecnologias da
informação;
•
Cortesia, definida como: tratamento dispensado ao cliente externo pelo funcionário
quanto ao respeito, educação e cordialidade;
•
Tempo de Resposta, definida como: prover o serviço no menor tempo possível;
•
Confiança, definida como: a habilidade dos profissionais do balcão de empréstimo em
operar o sistema de empréstimo, de forma a evitar omissões, garantir segurança,
integridade e clareza nos dados tratados.
A variável de saída para o sistema foi chamada de Indicador de Desempenho da Biblioteca. Na
Figura 4 está apresentado o diagrama em blocos do sistema.
ENTRADAS
SAÍDA
Tempo de Resposta
Acesso
Cortesia
Confiança
AVALIADOR
DE
DESEMPENHO
FUZZY
Indicador
de
Desempenho
da
Biblioteca
FIGURA 4: Diagrama Simplificado do Avaliador de Desempenho Fuzzy
As funções de pertinência associadas a cada variável de entrada e de saída estão apresentadas
a seguir:
�•
Tempo de Resposta (muito pequeno, pequeno, médio, grande, muito grande);
•
Acesso (muito difícil, difícil, regular, fácil, muito fácil);
•
Cortesia (ausente, pouca, regular, boa, excelente);
•
Confiança (inexistente, pouca, média, grande, muito grande);
•
Indicador de Desempenho da Biblioteca (muito baixo, baixo, médio, alto, muito alto).
Nas Figuras 5, 6, 7, 8 e 9 estão apresentados os gráficos relativos as quatro variáveis
lingüísticas de entrada e a de saída bem como suas respectivas funções de pertinência.
FIGURA 5: Variável de Entrada Tempo de Resposta
FIGURA 6: Variável de Entrada Acesso
�FIGURA 7: Variável de Entrada Cortesia
FIGURA 8: Variável de Entrada Confiança
FIGURA 9: Variável de Saída Indicador de Desempenho da Biblioteca
As regras que relacionam as variáveis consideradas neste modelo estão apresentadas na Figura
10. Estas regras seguem a seguinte estrutura: IF (antecedente) THEN (conseqüente).
�FIGURA 10: Tela com as Regras do Sistema de Inferência Fuzzy
O procedimento deste modelo fuzzy consiste em calcular o grau de pertinência em todos
conjuntos fuzzy das variáveis de entrada, a partir das entradas correspondentes a cada usuário
que avaliou o serviço. Após isto, o indicador de desempenho da biblioteca é determinado pelo
processo de inferência fuzzy, o qual utiliza o conjunto de regras estabelecido e posterior
defuzzificação da saída fuzzy. O método de defuzzificação proposto foi o centro de gravidade.
O valor final referente a opinião de todos usuários que avaliaram o serviço durante um
determinado intervalo de tempo, no qual foi aplicada a avaliação, será obtido após um pósprocessamento. Nesta etapa de pós-processamento cada valor defuzzificado correspondente as
avaliações individuais entra na composição de uma medida de posição como a média ou
mediana. No caso em estudo optou-se pela utilização da mediana pela sua característica de não
ser afetada por valores extremos. É importante ressaltar que o valor de saída da etapa de pósprocessamento poderá ser novamente convertido na forma de termos lingüísticos.
3.1 Teste
Para realizar testes no modelo construído, ele foi submetido a um conjunto de dados
resultantes das respostas coletadas a partir de questionários aplicados a uma amostra de
�usuários do serviço de empréstimo da biblioteca do Centro de Tecnologia e Geociências
(CTG) da UFPE.
Neste contexto, a lógica fuzzy passa a ser utilizada como uma ferramenta, na qual a população
alvo (alunos, funcionários, professores e a comunidade em geral) verbaliza as suas impressões
sobre o referido serviço, as quais então são tratadas por um sistema de inferência voltado para
avaliação de desempenho.
O modelo de formulário para coleta de dados utilizado na etapa de teste do sistema fuzzy,
proposto neste trabalho, pode ser observado na Figura11. A etapa de teste abrangeu uma
amostra de 47 usuários atendidos pelo serviço de empréstimo da biblioteca do CTG/UFPE
durante o dia 10/07/2002 e resultou em um valor do indicador de desempenho da biblioteca
ALTO ou na sua forma defuzzificada 0,777.
FIGURA 11: Formulário de coleta de informações para o teste do FIS
4 CONCLUSÕES FINAIS E SUGESTÕES
Embora o modelo fuzzy proposto neste trabalho tenha se baseado em informações obtidas a
partir de textos e especialista na área em estudo (gestão de bibliotecas universitárias), é
�recomendável uma depuração. Este modelo simplificado inicial poderá ser melhorado
agregando-se a ele outros aspectos do processo de gestão, inclusive através de adequações as
peculiaridades dos diversos serviços prestados por cada biblioteca. Nesta nova etapa proposta
é possível e esperado que ocorram modificações no modelo inicialmente proposto.
Observa-se que ao avaliar serviços como o de empréstimo em uma biblioteca universitária,
torna-se importante conhecer as circunstâncias nas quais o serviço está sendo oferecido, para
que possa ser feita uma leitura mais compreensiva dos fenômenos que ocorrerão quando do
uso do serviço pelos usuários. Para esse fim considera-se que um processo completo de
avaliação de desempenho voltado para melhoria da qualidade não deve se restringir apenas no
aspecto de consulta ao cliente. É preciso voltar também os olhos para dentro, avaliando-se
internamente o desempenho de quem está prestando o atendimento e o modo como estas
pessoas estão sendo gerenciadas. Assim, é recomendável também a inclusão de novas
variáveis que incorporem a avaliação dos serviços a partir do ponto de vista do funcionário da
biblioteca, de forma a permitir uma visão mais geral do processo gerenciado.
É importante esclarecer que este modelo de avaliação poderá ser aplicado aos demais serviços
prestados pelas bibliotecas universitárias como: comutação eletrônica de documentos,
treinamento de usuários em base de dados, serviço de pesquisa em base de dados;
normalização de documentos; catalogação na fonte; catalogação cooperativa de registros
bibliográficos; serviço de referência on-line e outros.
Este trabalho procura integrar a computação inteligente a área de ciência da informação, e
desta forma permitir a difusão de novas ferramentas direcionadas a melhoria dos processos.
Neste sentido, é interessante observar a hipótese de utilizar abordagem fuzzy em avaliação de
desempenho, pois através dela é possível expressar o conhecimento dos especialistas, o que
vem permitir uma melhor adequação às necessidades de cada decisão a ser tomada.
Adicionalmente, algumas vantagens que se pode citar associadas ao modelo fuzzy apresentado
neste trabalho são sua simplicidade e reduzido custo computacional. A versatilidade e
flexibilidade do avaliador fuzzy apresentado, permite que ele seja adaptado a novos padrões,
através da modificação dos parâmetros que definem o Sistema de Inferência Fuzzy, ou seja, as
�formas das funções de pertinência e seus parâmetros, regras e seus pesos, método de
implicação, agregação, defuzzificação.
Como sugestão para trabalhos futuros recomenda-se aprimorar o atual modelo desenvolvido
incorporando-se outras ferramentas de inteligência computacional através de sistemas
híbridos.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Fuzzy Logic and Neurofuzzy Applications in Business and Finance. Prentice Hall ,
1997.
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ZADEH, L. A. Fuzzy Sets, Information and Control. New York, 1965. V.8, p.338-353.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Uma proposta fuzzy na avaliação de desempenho de bibliotecas universitárias brasileira.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Vanderlei Filho, Domingos
Valença, Mêuser Jorge Silva
Laudermir, Teresa Bernarda
Silva, Giane da Paz Ferreira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Destaca a questão da avaliação dos serviços prestados em bibliotecas universitárias através de uma abordagem fuzzy.
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8bb027b65e677ddd32b22339af7d8057
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Text
O PROJETO DE CONVERSÃO RETROSPECTIVA DE REGISTROS
BIBLIOGRÁFICOS: UMA EXPERIÊNCIA DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO
Dolores Rodriguez Perez
Bibliotecária Supervisora
Seção de Processamento Técnico - Divisão de Bibliotecas e Documentação da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio
Rua Marquês de São Vicente, 225 - Gávea
22453-900 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
dolores@dbd.puc-rio.br
Patrícia Lima
Bibliotecária
Seção de Processamento Técnico - Divisão de Bibliotecas e Documentação da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio
Rua Marquês de São Vicente, 225 - Gávea
22453-900 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
patricia@dbd.puc -rio.br
Resumo
O trabalho trata do Projeto de conversão retrospectiva de registros bibliográficos do Sistema de
Bibliotecas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, desenvolvido pela Divisão de
Bibliotecas e Documentação – DBD. O método adotado nesse processo baseou-se em estudos de viabilidade,
onde foram testadas e observadas algumas metodologias para informatização de catálogos de bibliotecas.
Descrevem-se as técnicas avaliadas e analisam-se os resultados.
São emitidas as conclusões e
recomendações para a tomada de decisão, pela Direção da DBD, quanto à forma mais viável para proceder à
conversão dos registros. Optou-se pela entrada de dados das fichas catalográficas, diretamente no sistema da
DBD. O Projeto está sendo desenvolvido com estudantes dos Cursos de Biblioteconomia da Universidade do
Rio de Janeiro – UNIRIO e da Universidade Federal Fluminense - UFF. Foi ministrado um treinamento com
introdução ao Formato MARC (Machine Readable Cataloging) e ao Sistema Pergamum, utilizado pela DBD.
Foram estabelecidos os procedimentos e elaborado um manual para nortear a transcrição dos dados
bibliográficos no catálogo on-line. Esse trabalho é orientado pelos bibliotecários catalogadores da Seção de
Processamento Técnico da DBD. São apresentados os resultados parciais do Projeto.
Palavras -chave
Estudos de viabilidade; Conversão retrospectiva; Registros bibliográficos; Automação de catálogos;
Catálogos de bibliotecas; Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - Divisão de Bibliotecas e
Documentação.
�2
1
INTRODUÇÃO
As bibliotecas, na atualidade, vivenciam uma nova cultura informacional, devendo
garantir o acesso à informação e não apenas a sua posse. Para galgar esse estágio, têm procurado
trabalhar em rede, estabelecer parcerias, compartilhar custos e recursos, no sentido de expandir e
otimizar a sua capacidade de atendimento dos seus usuários.
Nesse contexto, a Divisão de Bibliotecas e Documentação – DBD, da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio vem, desde 1983, atuando num processo
constante de informatização, visando o desenvolvimento do Sistema de Bibliotecas da
Universidade, no tocante a seus procedimentos técnicos, nos serviços e produtos oferecidos a seus
usuários e na troca de experiência profissional, onde se busca a racionalização de recursos
financeiros e a ampliação e difusão dos recursos informacionais disponíveis.
A sociedade da informação1, ou do conhecimento ou sociedade pós-industrial tem se
apoiado no uso intensificado das tecnologias
de base – as tecnologias
informáticas e de
telecomunicações – denominadas tecnologias da informação. Os fluxos informacionais tornam-se
interativos em tempo real (MARCONDES; GOMES, 1997).
A informatização do Sistema de Bibliotecas da PUC-Rio continua em andamento, haja
visto que, o aplicativo das novas tecnologias da informação é o imperativo à modernização de
todos os sistemas que pretendem acompanhar a evolução da sociedade da informação.
A necessidade de realizar a conversão retrospectiva dos catálogos das Bibliotecas da PucRio, para proporcionar o acesso em linha, local e remoto, às informações das coleções e, utilizar as
novas tecnologias da informação, levou a direção da DBD a redefinir objetivos e metas para
solucionar os problemas mais prementes (MULHOLLAND, 1999).
A conversão de registros bibliográficos antigos é uma tarefa onerosa e de trabalho intenso
porque, em geral, esses registros devem ser atualizados de acordo com novas regras de catalogação
e classificação. Os dados devem ser reestruturados, com base em padrões internacionais, com
consistência e que permitam a transferência e a recuperação da informação.
1
“Trata-se de uma nova sociedade que surge, com nova estrutura, novos canais de comunicação, novas
formas de atuação social e de trabalho”.
Entre seus elementos componentes destacam-se: conteúdo,
computação (infra-estrutura de hardware e software) e telecomunicações (TARAPANOFF, 1999).
�3
A participação em sistemas de catalogação cooperativa, que possibilitam o serviço de
distribuição de dados catalográficos entre várias bibliotecas, tem sido uma atividade cada vez mais
freqüente na geração dos catálogos on-line de acesso público (OPAC).
Segundo Borgman (1997) e Souza et al.(1997), a catalogação cooperativa apresenta
inúmeras vantagens:
- agilidade e padronização dos registros bibliográficos na formação das bases de dados da
biblioteca;
- racionalização de custos, pois evita-se a duplicação do trabalho de catalogação;
- participação em catálogos coletivos, ampliando o acesso aos recursos de informação externos à
biblioteca;
- consistência nas descrições bibliográficas dos registros; e
- possibilidade de inclusão de dados locais, pertinentes a cada biblioteca.
Existem diversos sistemas de catalogação cooperativa, em âmbito universal. O maior deles
- Online Computer Library Center – OCLC, iniciou em 1967, com o nome Ohio College Library
Center, para facilitar a catalogação das bibliotecas acadêmicas do Ohio (EUA), e hoje, dispõe de
mais de 47 milhões de registros e oferece, entre outros, os serviços da catalogação on-line,
conversão retrospectiva, seleção, empréstimo entre bibliotecas, base de autoridades e assunto da
Library of Congress (OCLC, 2002).
A DBD utiliza-se de algumas fontes de pesquisa como a Rede Pergamum, a Biblioteca
Nacional, a Rede BIBLIODATA, a Library of Congress (EUA) e a própria OCLC para a descrição
bibliográfica de suas coleções.
No segundo semestre de 1998, a PUC-Rio colocou em operação o Sistema Pergamum,
desenvolvido pela PUC-Pr e a PUC-Rio, com módulos integrados que correspondem às funções da
biblioteca, facilitando o gerenciamento dos serviços e com acesso direto aos catálogos, via Internet.
Na implantação foram convertidos aproximadamente 80.000 registros, inseridos na Rede
BIBLIODATA, de 1984 a outubro de 1997.
Dada a recente implantação do Sistema, nem todo o acervo das Bibliotecas da PUC-Rio,
anterior a 1984, encontra-se em máquina. A DBD procurando formas alternativas para
disponibilizar o acesso on-line a suas coleções, iniciou o processo de conversão retrospectiva em
abril de 2000. Na época, foram treinados 12 auxiliares da Biblioteca para a digitação da descrição
�4
bibliográfica das fichas catalográficas das Bibliotecas da PUC-Rio. Foram incluídos no Sistema
4.595 registros até março de 2001.
Em fevereiro de 2001, com o início do cadastramento das coleções de periódicos no
Pergamum, a maioria dos auxiliares, que executava aquele processo, foi designada para essa
atividade, dada a sua prioridade. A conversão continuou apenas na, então, Biblioteca Setorial do
Centro de Teologia e Ciências Humanas - BS/CTCH.
Desde a implantação do Sistema, a DBD realizou estudos de viabilidade para a conversão
de registros bibliográficos. O primeiro dele s, realizado em 1998 e o segundo em 2000, utilizaram
os serviços da OCLC.
2 ESTUDOS DE VIABILIDADE
2.1 O Teste de 1998
O primeiro teste com o Serviço de Conversão Retrospectiva da OCLC, envolveu 150
registros de livros diversos, periódicos e mapas . Foram enviadas cópias das fichas catalográficas
para a conversão em registros MARC, a saber: 98% de livros, 1% de periódicos; e 1% de mapas.
Como resultados da identificação dos registros da PUC, no catálogo da OCLC – WorldCat
(OCLC’s Online Union Catalog), obteve-se a identificação de 67% dos títulos de livros; 71% dos
periódicos e 4% dos mapas, estes apresentando diferença, apenas, no ano ou número da edição.
Baseada nas fichas enviadas para teste, a OCLC enviou à DBD uma proposta para a
conversão de 260.000 títulos da PUC-Rio. O custo total da conversão foi calculado da seguinte
forma, para saída em FTP – File Transfer Protocol: (número de fichas X preço unitário) + taxa do
perfil da biblioteca + saídas impressas (para resolução de problemas, opcional) + (US$ 0,176 X
número de saídas de registros eletrônicos) + US$ 236.50 + US$ 30.80/mês. Outros custos não
computados, mas que incorreriam, seriam a tradução de notas e assuntos; a adequação do número
de chamada e a padronização das autoridades, serviços a serem feitos pelo staff da DBD.
Considerados esses custos, que se apresentaram inviáveis, não foi possível implementar
esse Projeto, naquela ocasião.
�5
2.2 O Teste de 2000
O segundo teste para o estudo de viabilidade do Serviço de Conversão Retrospectiva da
OCLC, envolveu 250 registros de livros.
Para a entrada de dados, a DBD optou pelo preenchimento de planilhas EXCEL e o
arquivo foi remetido por correio eletrônico. Foram selecionadas as fichas catalográficas para a
digitação dos dados mínimos, denominados chaves de busca, exigidos para a identificação dos
registros no WorldCat, e dos dados locais da DBD, caracterizando a coleção da PUC-Rio.
Incluíram-se no arquivo: registros de livros em diversos idiomas, publicados em 15 países, em
diferentes edições e livros em coleção, com tipos de coleção variados, localizados nas Bibliotecas
da PUC-Rio.
O QUADRO 1 caracteriza os registros enviados à OCLC, por país de publicação e os
resultados da identificação no WorldCat.
QUADRO 1 – Livros por país de publicação e identificação na OCLC
Registros identificados
Países
Registros não
identificados
Registros enviados
Alemanha
21
Nº
(%)
Nº
(%)
17
81%
4
19%
Argentina
6
5
83%
1
17%
Áustria
1
1
100%
-
-
Brasil
7
2
29%
5
71%
Chile
2
2
100%
-
-
Costa Rica
1
1
100%
-
-
Espanha
17
11
65%
6
35%
Estados Unidos
França
Holanda
109
31
2
88
24
2
81%
77%
100%
21
7
-
19%
23%
-
Inglaterra
37
28
76%
9
24%
Israel
Itália
1
6
1
3
100%
50%
3
50%
México
5
4
80%
1
20%
Portugal
4
-
-
4
100%
76%
61
24%
Total
250
189
A Seção de Automação – SAT imprimiu os relatórios recebidos da OCLC, para facilitar a
análise do processamento do arquivo-teste.
�6
Dos 250 registros enviados, cerca de 76% (189) foram identificados, sendo 42,4% (106)
com apenas um registro correspondente e 33,2% (83) com dois a dez registros correspondentes.
Outras situações foram observadas:
- em 12 registros (4,8%) foram encontrados mais de dez correspondentes;
- 39 registros (15,6%) não foram localizados pela OCLC;
- 2 registros (0,8%) não foram identificados no relatório recebido da OCLC; e
- 8 registros (3,2%) foram identificados pela OCLC, porém, não correspondem aos registros da
PUC.
Os 61 registros não identificados representaram aproximadamente 24% dos registros
enviados.
QUADRO 2 – Processamento do arquivo -teste
Situações do processamento
Com um registro correspondente
Com dois a dez registros
correspondentes
Com mais de 10 registros
correspondentes
Registros não localizados pela
OCLC
Registros PUC não identificados
no relatório da OCLC
Registros PUC diferentes dos
registros correspondentes da OCLC
Total
Nº de registros
Percentual (%)
106
42,4
83
33,2
12
4,8
39
15,6
2
0,8
8
250
3,2
100(%)
Os 83 registros que obtiveram de dois a dez registros correspondentes no WorldCat,
foram re-identificados pela DBD com as fichas da PUC, e devolvidos em um segundo arquivo à
OCLC, para novo processamento. Esta rotina envolveu a digitação de uma outra planilha, desta
vez, com o número de controle da OCLC, como chave de busca e a repetição dos dados locais de
cada registro.
Este procedimento levou, ao todo, quatro dias para ser executado, enviado,
devolvido pela OCLC e analisado pela DBD.
Para os 12 registros que obtiveram mais de dez correspondentes, se a PUC desejasse,
segundo orientação da OCLC, deveriam ser identificados on-line ou encaminhados a outro serviço
de conversão retrospectiva. Para o acesso on-line ao WorldCat é necessário que a instituição seja
�7
membro da OCLC ou possua o CD-Rom desse catálogo. Esta última alternativa seria a mais
adequada, pois a DBD dispõe do mesmo.
2.2.1 Análise dos resultados
Para a análise dos resultados, procedeu-se à comparação das fichas catalográficas da PUC
com os registros recebidos da OCLC, em Formato MARC, podendo-se inferir que:
a) as entradas de autor e título, de maneira geral, estavam completas. No entanto, encontraram-se,
às vezes, entradas completas e incompletas para um mesmo autor;
b) a transcrição do nome dos editores não era padronizada, de acordo com as regras da
catalogação descritiva;
c) as notas constavam na língua do país da instituição que contribuiu com o registro e notou-se
que nem todas as instituições incluíam notas na catalogação;
d) os cabeçalhos de assunto apareciam na língua do país da instituição que primeiro inseriu o
registro, embora, a maioria fosse em inglês, provavelmente, pelo número expressivo de
bibliotecas americanas que participam da OCLC. Alguns registros (poucos) possuíam assuntos
em inglês e em outra língua, simultaneamente, como espanhol, francês e português, atribuídos
por outras instituições; e
e) a descrição catalográfica, em geral, era mais detalhada que a adotada pela PUC.
Além dos aspectos técnicos, já comentados, outras considerações foram registradas:
a) o tempo despendido na digitação e conferência dos dados mínimos. Nesta experiência, com
250 registros, foram gastos três dias de digitação, em tempo integral;
b) a impressão e a avaliação dos resultados no retorno do arquivo processado pela OCLC. Para
este teste, foram impressas 119 páginas e a análise levou dois dias, em tempo integral;
c) a necessidade de conferência de registro por registro, processado, com as fichas da DBD, visto
que alguns registros bibliográficos não correspondiam aos da PUC e outros não foram
identificados nos relatórios;
d) o consumo de material para a impressão das planilhas e dos relatórios de processamento, para
conferência dos dados;
e) os registros com dois a dez correspondentes no WorldCat deveriam ser submetidos, outra vez
para processamento, após seleção pela DBD, do registro realmente correspondente ao da PUC,
através do preenchimento de outra planilha, com a informação do número de controle da OCLC
e envio dos dados locais da PUC;
�8
f)
os registros com mais de dez correspondentes na OCLC deveriam ser identificados novamente,
através da consulta on-line, e para isto, seria necessário pesquisar no catálogo CD-Rom.
Qualquer destas duas modalidades teria seu custo, além do duplo dispêndio de tempo no envio
dos registros para os EUA. A não obtenção do êxito na localização, implicaria em uma
segunda busca para sua identificação;
g)
a necessidade de nova conferência, no retorno do arquivo reprocessado, com os registros que
tinham de dois a dez correspondentes; e
h)
as limitações da planilha, para o preenchimento dos dados locais, fizeram com que nem todas
as informações fossem processadas, obrigando a uma outra inclusão de dados complementares,
quando do processamento para o Sistema Pergamum. Dessa forma, haveria um dispêndio de
tempo, com várias idas e vindas ao registro original da PUC, para a conversão da catalogação.
Nesse serviço de conversão retrospectiva, por lotes de registros bibliográficos, em
planilhas EXCEL, a OCLC cobrava uma taxa por registro e outra para o estabelecimento do perfil
da biblioteca. Dependendo da forma como a instituição desejasse receber os relatórios do
processamento, havia, ainda, outra taxa para a abertura da conta de seguro do FTP – File Transfer
Protocol e uma mensalidade para manutenção dessa conta. Os registros não identificados não
seriam cobrados.
Nos custos desse trabalho foram consideradas todas as rotinas que envolveram
o
preenchimento das planilhas, sua conferência, o envio à OCLC e a análise dos relatórios e dos
dados com os resultados do processamento. Além disso, foi ponderado o custo do processamento
local, necessário para a inserção desses registros no Sistema Pergamum.
3 CONCLUSÕES DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE
A avaliação da aplicação das metodologias estudadas, para a conversão retrospectiva dos
catálogos das Bibliotecas da PUC -Rio, conduziu a alguns questionamentos, que foram ponderados,
para a decisão quanto à maneira mais adequada à continuidade do trabalho de conversão, visando
atender às necessidades e padrões já adotados pela biblioteca, no processamento técnico de seu
acervo de livros.
Embora o índice de registros da PUC, encontrados no WorldCat, através dos testes
realizados, tenha sido considerado bastante satisfatório, as formas estudadas demandavam uma
série de procedimentos, para a adaptação ao Sistema utilizado pela Biblioteca, implicando, parte
deles, em duplicidade de esforços e custos, como já foi relatado.
�9
Outro fator considerado foi a necessidade de rtadução dos cabeçalhos de assunto e das
notas, em sua maioria, apresentados na língua inglesa, exigindo a adequação das informações pela
DBD.
O custo da conversão, por registro, na primeira proposta apresentada pela OCLC foi
relativamente alto, levando-se em conta os fatores já descritos, o que inviabilizou esse trabalho,
naquela época.
Nas várias situações constatadas no processamento dos registros catalográficos pela
OCLC, verificou-se que a transferência dos arquivos recebidos não poderia ser automática para o
sistema local da Biblioteca, sem uma análise dos mesmos, para compatibilização da descrição
catalográfica da PUC. Essa tarefa, descrita anteriormente, no segundo teste realizado, deveria ser
executada por bibliotecário e demandaria muito tempo.
Ficou clara a necessidade de ajustes na catalogação, em conformidade com os padrões
adotados pela DBD, visando a consistência dos dados e a coerência das informações que compõem
a Base bibliográfica da PUC.
Os resultados dos estudos de viabilidade levaram a Direção da DBD a optar pela entrada
de dados, das fichas catalográficas, diretamente no Sistema Pergamum.
4
CONVERSÃO RETROSPECTIVA DE REGISTROS BIBLIOGRÁFICOS
Em setembro de 2001, com a aprovação do orçamento para a contratação de estagiários
de Biblioteconomia, através de Convênio firmado entre a PUC-Rio e a Universidade do Rio de
Janeiro – UNIRIO, e, mais recentemente, com a Universidade Federal Fluminense - UFF, retomouse a conversão retrospectiva dos catálogos da Biblioteca.
Inicialmente, selecionaram-se quatro estudantes, para cumprir uma carga horária de 30
horas semanais. Após a seleção, foi ministrado um treinamento por uma Bibliotecária da Seção de
Processamento Técnico - SPT, durante um mês. O programa constou de duas partes: Introdução ao
Formato MARC e Introdução ao Sistema Pergamum, com ênfase nas funções de consulta e de
catalogação.
Além do conteúdo teórico, o treinamento envolveu uma prática, onde os estagiários
tiveram a oportunidade de exercitar a codificação pelo Formato MARC das próprias fichas
�10
catalográficas, que seriam convertidas para o Sistema Pergamum. As atividades do Projeto são
supervisionadas pelos bibliotecários da SPT.
Estabeleceram-se algumas normas de adequação das regras de catalogação antigas às
atuais, visando alcançar maior uniformidade na recuperação dos registros. Houve uma preocupação
com os seguintes itens:
Ø número de chamada
Deu-se uma atenção especial à identificação de classificações diferentes para uma mesma
obra, evitando, assim, a duplicação de número de acervos.
Para as reimpressões consideradas anteriormente, como edições, na PUC-Rio, definiu-se
que seriam tratadas como acréscimos (exemplares), registrando-se as informações da reimpressão em
nota. Para as reimpressões com correção determinou-se a criação de outros registros.
Ø entradas de autoria
Para as entradas de autoria estabeleceu-se que os autores existentes na base de
autoridades seriam incluídos, normalmente, no registro bibliográfico. Quando não existentes, seriam
criados de acordo com os padrões de preenchimento no MARC, acrescidos da expressão [catálogo
antigo], após o último subcampo da entrada, garantindo assim, a não inserção dos mesmos em
registros novos devidamente pesquisados, de acordo com as regras de catalogação vigentes.
Ø títulos traduzidos
Adotou-se como critério não informar a nota de título original no campo 500, optando-se
pela transcrição deste no campo 240 (Título Uniforme), possibilitando, dessa maneira, sua
recuperação.
Ø data de publicação
Convencionou-se que na ausência de data de publicação nas fichas catalográficas deveria
ser estimada uma data provável, conforme determinação do código Anglo American Cataloging
Rules 2nd edition - AACR-2, para facilitar a identificação de possíveis acréscimos ou novos acervos.
Ø séries
Determinou-se que as entradas de série, constantes na base de autoridades, seriam
informadas no campo 440 (Título da Série) do registro bibliográfico. As não cadastradas, seriam
transcritas no campo 490 (Série Relacionada), sem recuperação.
�11
Ø notas
Para garantir uma uniformidade nas notas adotadas no catálogo antigo, definiram-se
alguns modelos de notas, de acordo com as utilizadas na catalogação corrente.
Estabeleceu-se a nota local (campo 590) Catálogo antigo com o objetivo de sinalizar que
a descrição bibliográfica não está em conformidade com as regras vigentes. Este procedimento
poderá nortear a escolha de registros bibliográficos na importação de dados por outras instituições.
Ø assuntos
Para os assuntos decidiu-se que os já existentes na base de autoridades seriam incluídos
normalmente no registro bibliográfico. Quanto aos não existentes, seriam criados, tal qual se
apresentavam nas fichas, acrescidos da expressão [catálogo antigo], após o último termo do
cabeçalho, evitando assim, a inserção dos mesmos em registros novos devidamente pesquisados, de
acordo com as regras de determinação de cabeçalhos de assuntos da Library of Congress Subject
Headings - LCSH. Adotou-se esse procedimento simplificado, porque a criação de assuntos na base
de autoridades requer a pesquisa à LCSH, para a composição da sua estrutura e posterior
hierarquização.
Com o objetivo de nortear a entrada de dados, compatibilizando as regras de catalogação
anteriores ao AACR-2, com o formato MARC, foi elaborado um manual de procedimentos.
Nessa nova fase do Projeto, priorizou-se a conversão do catálogo da Biblioteca Setorial
do Centro Técnico e Científico - BS/CTC2. Também a coleção da área de Teologia e Ciências
Humanas 3 da Biblioteca Setorial dos Centros de Ciências Sociais e Teologia e Ciências Humanas BS/CCS-CTCH) está sendo convertida por um funcionário auxiliar, sob a orientação da SPT. O
próximo acervo que será processado é o da Biblioteca Central - BC4.
Na BS/CCS-CTCH foi complementada a catalogação das obras que constavam no
Sistema, com dados mínimos. No momento, está sendo convertido o restante do catálogo, seguindo
a ordem topográfica.
2
Com aproximadamente 48.981 títulos, dos quais cerca de 31% (15.258) já foram inseridos no Pergamum.
3
Com aproximadamente 21.897 títulos, dos quais cerca de 70% (15.342) já foram inseridos no Pergamum.
4
Com aproximadamente 137.998 títulos, dos quais cerca de 51% (69.836) já foram inseridos no Pergamum.
�12
5 RESULTADOS PARCIAIS
Os resultados do Projeto, nos anos de 2001 e 2002, estão registrados no QUADRO 3,
englobando o acervo do CTC e do CTCH.
A conversão do catálogo do CTC reflete a produção
dos estagiários, com uma carga horária de 20 horas semanais, desde fins de outubro de 2001,
quando terminou o período de treinamento, até 31 de dezembro do mesmo ano. O ano de 2002
apresenta a produção das duas bibliotecas, no período de janeiro a maio.
Deve-se salientar que a grande parte das alterações realizadas na Base bibliográfica, em
2001, corresponde à complementação da catalogação, que constava no Sistema, apenas, com dados
mínimos, tanto do CTC, quanto do CTCH.
QUADRO 3 – Conversão retrospectiva CTC e CTCH – 2001 e 2002
2001
2002
Base Bibliográfica
Base Bibliográfica
Inclusão
de
Centro
exemplares
I
A
E
CTC
644
886
393
902
CTCH
688
1.534
345
1.005
TOTAL
1.332
(tít.)
2.420
738
1.907
I = inclusões
A = alterações
Inclusão
de
Centro
I
A
E
exemplares
2.026
2.669
1.088
2.766
CTCH
220
248
49
344
TOTAL
2.246
(tít.)
2.917
1.137
3.110
CTC
E = exclusões
Observa-se um crescimento considerável na estatística do CTC, no ano de 2002, em
relação a 2001. Os resultados de 2001 referem-se aos meses de novembro e dezembro, que
seguiram o período de treinamento. O aumento verificado na produção de 2002 pode ser justificado
pelo domínio que o grupo vem demonstrando na execução das rotinas.
Ressalta-se que a conversão do CTCH, no período descrito no QUADRO 3, vem sendo
realizada por um único auxiliar, que desempenha outras atividades na Biblioteca.
�13
Destaca-se que a primeira fase do Projeto, em 2000, alcançou uma produção de 4.595
registros, em um ano, contando com 12 auxiliares, conforme já mencionado neste trabalho. Já na
segunda fase, foram incluídos 3.578 registros, por quatro estagiários e um auxiliar, durante sete
meses, o que demonstra melhores resultados.
Verificou-se que a contratação das estudantes de Biblioteconomia possibilitou uma
interpretação mais crítica das atividades que envolvem o processo de conversão. Acredita-se que tal
constatação deve-se ao conhecimento que estas estão adquirindo no curso. Por outro lado, esses
alunos estão tendo a oportunidade de colocar em prática técnicas de catalogação, além de, aprender
o formato MARC.
6 CONCLUSÕES
Alguns fatores foram determinantes na escolha do método de execução da conversão
retrospectiva dos catálogos das Bibliotecas da PUC -Rio. O primeiro recaiu no custo elevado desse
processo, se realizado por serviço externo. O segundo aspecto evidenciado, na importação de
registros da OCLC, foi a necessidade de se traduzir os cabeçalhos de assunto para a língua
portuguesa e de se adequarem as notas e outras informações locais.
A opção pela entrada dos dados das fichas catalográficas não representa uma duplicação
de esforços, visto que o trabalho intelectual da catalogação já se encontra realizado. As adequações
e normas adotadas nesse processo tornaram-se viáveis na transcrição bibliográfica realizada por
auxiliares, bem treinados. Já a compatibilização de registros importados, na maioria dos casos,
exige o discernimento do bibliotecário.
Em se tratando de uma catalogação retrospectiva, houve o cuidado de se estabelecer uma
padronização das regras de catalogação, para promover um equilíbrio entre a técnic a e as regras
antigas X atuais, visando maior eficiência na recuperação.
Os resultados quantitativos alcançados no Projeto têm sido satisfatórios, assim como, os
aspectos qualitativos têm se refletido nas pesquisas ao catálogo on-line.
�14
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGMAN, C.L. From acting locally to thinking globally: a brief history of library automation.
The Library Quarterly, v. 67, n. 3, p. 215-249, jul. 1997.
MARCONDES, C.H. ; GOMES, S.L.R. O Impacto da Internet nas bibliotecas brasileiras.
Transinformação, Campinas, v. 9, n. 2, p. 57-68, maio/ago. 1997.
MULHOLLAND, E. Desenvolvimento de trabalho em parceria: PUC-RJ/PUC-Pr. Rio de
Janeiro : PUC, 1999. 4 p. (Trabalho apresentado na 1ª Reunião da Rede PERGAMUM, PUC -Pr,
Curitiba, 20 jul. 1999)
ONLINE COMPUTER LIBRARY CENTER. OCLC retroCon batch service planning guide.
Disponível em: <http://www.oclc.org/secure/retrocon/>. Acesso em: 20 jun. 2002.
SOUZA, T.B. ; CATARINO, M.E. ; SANTOS, P.C. dos. Metadados: catalogando dados na
Internet. Transinformação, Campinas, v. 9, n. 2, p. 93-105, maio/ago. 1997.
TARAPANOFF, K. O Profissional da informação e a
Transinformação, Campinas, v. 11, n. 1, p. 27-38, jan./abr. 1999.
sociedade
do
conhecimento.
Abstract
This work reports the retrospective conversion Project of bibliographical records of the Library
System of Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio, developed by the Divisão de
Bibliotecas e Documentação - DBD. The method adopted in this process was based on the feasibility studies,
where some methodologies were tested and observed to convert the library catalogs. The valued techniques
are described and the results are analysed. The conclusions are issued and the recommendations to the
decision-making of the dean of DBD, to choose the best viable way to do retrocon. The choice was the direct
input from the catalog cards in the DBD system. The project is being developed with students from The
Librarianship courses of Universidade do Rio de Janeiro - UNIRIO and Universidade Federal Fluminense UFF. They were trained to MARC Format (Machine Readable Cataloging) and to Pergamum System, used
by DBD. The procedures were established and a manual was written to instruct the transcribing of the
bibliographical data in the on-line catalog. This task is oriented by the cataloging libraries of the Technical
Processing Section of DBD. The partial results of this project are presented.
Keywords
Feasibility studies ; Retrospective conversion; Bibliographical records; Catalog automation; Library catalogs;
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - Divisão de Bibliotecas e Documentação.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O projeto de conversão retrospectiva de registros bibliográficos: uma experiência do sistema de bibliotecas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Perez, Dolores Rodriguez
Lima, Patrícia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata o Projeto de conversão retrospectiva de registros bibliográficos do Sistema de Bibliotecas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio,
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4041/SNBU2002_036.pdf
e6763962b09b6598cca059c25b45eb08
PDF Text
Text
PLANEJAMENTO E GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DAS
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS: NOVAS TENDÊNCIAS OU
MUDANÇA DE PARADIGMAS? (+)
Dinah Aguiar Población(*)
dinahmap@usp.br
Daisy Pires Noronha(*)
daisynor@usp.br
Waldomiro C.S.Vergueiro(**)
wdcsverg@usp.br
Ana Paula Pereira dos Prazeres(***)
apprazbr@yahoo.com.br
Antonio Marcos Gonçalves Filho(***)
amarcosg@yahoo.com
Fernanda Mendes de Queiroz(***)
femendesq@yahoo.com.br
Jeanne Beserra Barbosa(***)
jeannebb@bol.com.br
Laucivaldo Cardoso de Almeida(***)
waldokp@hotmail.com
Endereço:
Departamento de Biblioteconomia e Documentação
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (CBD/ECA/USP)
Av. Prof. Lucio Martins Rodrigues, 443 – Bloco 22
05508-900 – São Paulo, SP
(+)
Projeto de Núcleo de Produção Científica (NPC) financiado pelo CNPq
Professoras Doutoras – CBD/ECA/USP
(**)
Professor Associado – CBD/ECA/USP
(***)
Bolsistas de Iniciação Científica CNPq
(*)
�2
Introdução
O fluxo de comunicação entre os pesquisadores inicia-se na fase da comunicação
informal onde é gerada a produção da literatura cinzenta representada principalmente por
relatórios científicos e textos apresentados nos eventos. O reconhecimento da importância
dessa literatura não convencional, que representa um desafio para aproximadamente 90%
dos pesquisadores
que acompanham as pesquisas de ponta (POBLACIÓN, 1992)
despertou o interesse do Núcleo de Produção Científica (NPC) sediado na ECA/USP em
identificar os eventos realizados no Brasil desde 1951 referentes as áreas de Arquivologia,
Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação e Museologia (EVENTOS ...,
1994, 1997).
Na edição de 1997 de catálogo editado (EVENTOS..., 1994, 1997) foram
registrados 578 eventos dos quais destacam-se três que vêm mantendo com regularidade as
reuniões periódicas desde o início das respectivas datas iniciais: CBBD-Congresso
Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, I, 1954, Recife ao XIX, 2000, Porto
Alegre, RS;
SNBU-Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, I, 1978, Niterói ao
XI, Florianópolis, SC,
2000;
ENANCIB-Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da
Informação: I, 1994, Belo Horizonte ao IV, Brasília, DF, 2000.
Priorizando essa literatura de difícil acesso e nem sempre disponível aos
profissionais interessados, o Núcleo mantém atualizada a Base de Literatura Cinzenta –
Eventos (BLC-E) contendo os registros da comunicações apresentadas nos eventos citados.
Dessa base são extraídas as informações necessárias para realizar estudos bibliométricos e
cienciométricos da produção bibliográfica dos profissionais da área de Ciência da
Informação (NORONHA e col., 2000; POBLACIÓN e col., 1995, 1996; POBLACIÓN e
NORONHA, 2001).
A literatura produzida pela comunidade científica brasileira na área da Ciência da
Informação é bastante representativa da participação dos profissionais em eventos da área
constituindo-se um dos maiores índices de produção de comunicações (POBLACIÓN e
NORONHA, 2001).
OHIRA (1997) destaca em seu trabalho, a preferência demonstrada
pelos pesquisadores na utilização das comunicações em eventos para a divulgação dos
resultados de suas investigações e a possibilidade do intercâmbio das novidades científicas.
�3
Dentre os eventos da área, os SNBUs destacam-se por
propiciar condições a
debates e intercâmbio de idéias entre os profissionais vinculados a bibliotecas universitárias
das diferentes áreas, pelo conjunto de relatos que divulgam as atividades, serviços e
produtos relacionados com a geração e uso da informação. além de oferecerem a
oportunidade para se conhecer os avanços ocorridos.
A exemplo dos demais eventos da área, os trabalhos apresentados nos SNBUs são
agrupados de acordo com eixos temáticos sob uma temática central. A cada evento
realizado é destacado um tema, cuja escolha é motivada por fatores ocasionais ou de
destaque no cenário à época da realização do evento.
O gerenciamento/administração de bibliotecas universitárias é um dos temas
centrais que tem sido proposto pelas comissões técnicas organizadoras do evento para ser a
palavra de ordem na chamada dos trabalhos.
podem ser consideradas como
É um tema que envolve abordagens que
desafio ao profissional da informação pela necessidade de
estar apto a planejar suas atividades, definir e fixar metas, alocar recursos e gerenciar a
informação de interesse ao seu usuário. Trata-se de uma
capacitação administrativa que,
em geral, não lhe é passada na sua totalidade no curso de graduação, e que, além de ser
adquirida empiricamente, pode ser buscada em práticas de gestão em cursos especializados
e, também, pela troca de experiência e conhecimentos adquiridos nas exposições ocorridas
nos eventos da área.
A temática do 12o SNBU “Bibliotecas Universitárias: espaços de ®evolução do
conhecimento e da informação” será desenvolvida em grandes eixos centrados no
gerenciamento de bibliotecas universitárias.
Esta abordagem
estimulou os participantes do
NPC a analisar os enfoques voltadas a administração/gerenciamento das bibliotecas
universitárias dados nas comunicações dos 11 SNBUs realizados, e como se apresentam as
autorias dos trabalhos e a inter-relação institucional entre eles.
Objetivos
1) Identificar as tendências ou pontos focais
das comunicações dos 11 SNBUs,
realizados de 1979 a 2000, voltados para o planejamento e gestão dos sistemas de
informação.
�4
2) Identificar a sociabilidade dos autores dos SNBUs pelas comunicações de autoria
múltipla
3) Identificara
a produção dos docentes/doutores vinculados,
em dezembro de
1999,
aos seis Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação, autores de
comunicação no evento analisado, centradas na temática
Bibliotecas Universitárias
e Sistemas de Informação: Gestão e Planejamento.
Método
A pesquisa documental, realizada a partir das informações constantes dos campos
estruturados na BLC-E, permitiu identificar: a) o total de comunicações de cada evento; b)
a
temática
dos
documentos
por
categorias
relacionadas
com
Administração
e
Gerenciamento de Bibliotecas Universitárias; c) os tipos de autorias (individuais ou
múltipla) das comunicações);
d) a procedência institucional dos autores e identificação dos
docentes de pós-graduação que apresentaram comunicações nos SNBUs.
Essa coleta de dados garantiu a delimitação do universo,
centrado na análise do
discurso dos autores que enfocaram Administração e/ou Gerenciamento de bibliotecas
universitárias, discutindo aspectos relacionados com Acervo, Recursos Humanos, Serviços,
Automação e Administração em geral,
decorrentes da política e filosofia institucional ou
profissional.
Dos registros selecionados, foram identificadas as instituições de procedência dos
autores, para a definição da sociabilidade existente entre os mesmos. Quando não indicada
a identificação da procedência dos autores, os mesmos foram agrupados na categoria “não
consta”.
Além disso, procurou-se identificar, entre os autores, aqueles que constituem o
corpo docente de doutores dos programas de pós-graduação em ciência da informação.
Na medida em que as informações constantes dos resumos não eram suficientes
para avaliação do conteúdo, a análise integral do objeto de estudo foi feita a partir do texto
completo, uma vez que o NPC possui a coleção completa dos eventos realizados, o que
garante a validade metodológica do material utilizado.
Resultados
�5
Os SNBUs realizados tiveram como tema central os seguintes assuntos:
SNBU
Tema Central
1º, 1979, UFF, Niterói, RJ
“A Biblioteca como Suporte do Ensino e da Pesquisa
no Desenvolvimento Nacional”
2º, 1981, Capes, Brasília, DF
“Avaliação
do
Desempenho
da
Biblioteca
Universitária no Brasil”
3º, 1983, UFRN, Natal, RN
“Mecanismo
de
Administração
de
Bibliotecas
Universitárias”
4º, 1985, Unicamp, Campinas, SP
“Bibliotecas Universitárias: Usuários e Serviços”
5º, 1987, UFRGS, Porto Alegre, RS
“Plano Nacional de Bibliotecas Universitárias”
º
6 , 1989, UFPa, Belém, PA
“Automação de Bibliotecas e Serviços aos Usuários”
7º, 1991, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ
“Padrões Nacionais para Planejamento e Avaliação
em Bibliotecas Universitárias”
8º, 1994, Unicamp, Campinas, SP
”Integração e Compartilhamento”
9º, 1996, UFPr, Curitiba, PR
“Bibliotecas Universitária e a Sociedade da
Informação”
10º, 1998, UFCe, Fortaleza, CE
“Gestão de Bibliotecas Universirárias”
º
11 , 2000, RFSC, Florianópolis, SC “Técnicas e Tecnologias na Bibliotecas Universitária
do Século XXI”
_________________________________________________________________________
Ao longo dos eventos realizados, a temática “gerenciamento/administração” de
bibliotecas universitárias vem sendo explorada como tema central ou eixo temático em
grande parte dos SNBUs realizados, além de constituir-se em objeto de estudo das
comunicações.
Estudos
têm
sido
realizados
sobre
as
comunicações
dos
SNBUs
(POBLACIÓN e col.,1995), com análise e questionamentos de textos centrais de painéis
(TARGINO, 1987) e temas específicos dos trabalhos apresentados (CUNHA e col., 2000).
Neste sentido, CUNHA e col. realizaram uma
análise das comunicações que trataram da
formação profissional e até que ponto essa temática reflete a preocupação das bibliotecas
universitárias na formação de seus recursos humanos.
A Tabela 1 mostra o total de registros constantes na base BLC-E para cada um dos
SNBUs realizados e aqueles selecionados para o presente estudo que são relacionados ao
assunto
“administração/gerenciamento”
de
bibliotecas
universitárias
com
relacionadas a automação, acervo, administração em geral, recursos humanos, serviços.
abordagens
�6
Tabela 1
SNBUs
1o , 1979 – UFF, Niterói
2o , 1981 – Capes, Brasília
3o , 1983 - UFRN, Natal*
4o , 1985 – Unicamp, Campinas
5o , 1987 – UFRGS, Porto Alegre
6o , 1989 – UFPA, Belém
7o , 1991 – UFRJ, Rio de Janeiro
8o , 1994 – Unicamp, Campinas
9o , 1996 – UFPR, Curitiba
10o , 1998 – UFCE, Fortaleza
11o , 2000 – UFSC, Florianópolis
Total
* Anais não publicados
Total de
Registros
48
127
36
78
80
42
101
152
123
97
884
Registros
Administração/Gerenciamento BU
16 (33%)
27 (21%)
6 (17%)
36 (46%)
33 (41%)
8 (19%)
50 (52%)
31 (20%)
43 (35%)
36 (37%)
286 (32%)
Do total de registros dos SNBUs ingressados na base BLC-E, 286 (32%)
comunicações
apresentam
enfoques
relacionados
bibliotecas universitárias. A maior proporção delas
central “Integração e Compartilhamento”,
a
administração/gerenciamento
recai sobre o
de
º
8 SNBUs, de tema
com 52% do total das comunicações
apresentadas nesse evento. A maioria desses trabalhos analisados apresentou enfoques
sobre
serviços e automação de bibliotecas universitárias. Vale considerar que 3º
SNBU
teve sua temática voltada a “Mecanismos de Administração de Bibliotecas Universitárias”,
cujos anais não foram editados. Assim, pressupõe-se que, na presente análise, este resultado
teria uma outra vertente caso as comunicações desse evento tivessem sido consideradas.
O Gráfico 1 mostra a distribuição das comunicações segundo as abordagens
dadas
ao tema estudado. O assunto “serviços” manteve uma constante em todos os SNBUs
realizados.
O interesse no desenvolvimento de comunicações sobre “recursos humanos”
começa a ser ventilado a partir do 5º SNBU. O assunto “automação” teve seu auge no 6º
evento de 1989, quando as novas tecnologias passam a fazer parte integrante das bibliotecas
universitárias brasileiras, muito embora desde o primeiro evento, ocorrido em 1979, esse
assunto já viesse sendo ventilado. Estudos sobre “acervo” de bibliotecas universitárias
mantêm também uma constância embora em menor número. Trabalhos que tratam de
“administração em geral” das bibliotecas universitárias também vêm ocorrendo de maneira
�7
sistemática.
Assim,
parece que a preocupação dos bibliotecários
está em mostrar, pelas
comunicações nos eventos, os serviços que vêm realizando em suas bibliotecas, e, embora
não sendo objetivo do presente trabalho identificar o tipo de trabalho realizado, tem-se que
a maioria dessas comunicações é voltada a estudos de caso. Foram incluídos em “outros”
assuntos
as comunicações voltadas a estudos de diagnósticos de bibliotecas universitárias,
projetos de integração, modelos organizacionais.
Gráfico 1 - Enfoque dos trabalhos sobre gerenciamento/administração de
bibliotecas universitárias - SNBUs
20
15
10
Acervo
Adm.Geral
Automação
Rec.Hum.
Serviços
Outros
5
1o
.,1
9
2o 79
.,
19
81
4o
.,
19
5o 85
.,
19
6o 87
.,
19
7o 89
.,
19
8o 91
.,
19
94
9o
.,
19
96
10
o.
,1
99
11
8
o.
,2
00
0
0
O Gráfico 2 apresenta o tipo de autoria das comunicações apresentadas nos SNBUs,
pelas quais
se verifica a tendência das autorias individuais para os primeiros eventos
realizados (1º, e 2º) e a de autoria múltipla para os trabalhos apresentados nos demais
eventos, firmando-se a partir do 7º SNBU realizado em 1992.
POBLACION e
NORONHA (2001) destacam que “os trabalhos das pesquisa integradas vêm contribuindo
para aumentar a produção de grupos de trabalho estáveis que são apresentados,
principalmente
autores.
em
eventos,
com
a
assinatura
de
três
ou
mais
�8
Gráfico 2 - Tipo de autoria da comunicações apresentadas nos SNBUs
35
30
25
20
15
10
5
0
Individual
Coletiva
1º,
1979
2º,
1981
4º,
1985
5º,
1987
6º,
1989
7º,
1991
8º,
1994
9º,
1996
10º,
1998
Para as comunicações de autoria múltipla (159, ou 56% do total),
11º,
2000
prevalecem os
trabalhos realizados por equipe intrainstitucional (82%), indicando a tendência dos
profissionais e bibliotecários darem preferência, na elaboração de seus “papers”, à
colaboração dos
próprios colegas de trabalho. Mesmo em pouca proporção (8% do total
das comunicações estudadas), verifica-se um ligeiro crescimento na elaboração de trabalhos
por equipe integrando profissionais de instituições diferentes.
A sociabilidade dos autores das comunicações pode ser verificada na Figura 1 pela
qual
se
detecta quais as instituições cujos autores mantiveram um relacionamento com
colegas extra-muros, para a feitura de suas comunicações.
interinstitucional bastante diversificado e esporádico.
Constata-se um relacionamento
Os autores da UFRJ, UNICAMP e
UFF foram os que mantiveram maior contato com profissionais de outras instituições para a
elaboração de suas comunicações.
�9
Figura 1- Inter-relação institucional dos autores das comunicações dos SNBUs
PUCCAMP
CAPES
UNESP
UNICAMP
CREUPI
INFOMAR
UFPR
UFPE
UFSC
CETEC(MG)
NC
IRGA
UFBA
UFSCAR
FURG
IBICT
USP
IDESPA
UFRJ/IBICT
UFOP
UFF
UNB
UFRJ
UEPA
EMBRAPA
CIN/CNEN
UFPA
AL/MG
UFRGS
FEBAB
UFPI
UFMG
UEPG
UFCE
PUC/RJ
CNI
SENAI/DIN
Ao se elaborar a distribuição de freqüência da participação dos autores segundo a
sua procedência (Tabela 2), verifica-se que 50% (164) das participações nos trabalhos
sobre os temas estudados, referem-se a autores provenientes de 8 instituições (11%), ou
sejam: USP, UNICAMP, IBICT/UFRJ, UFRGS, UFPB, UFSC e UNESP.
Dessas
instituições, os autores da UNICAMP e IBICT/UFRJ são os que realizaram maior número
de
trabalhos
de
autoria
múltipla
interinstitucional.
Com
apenas
uma
comunicação
encontram-se profissionais de 36 instituições (49,3% do total das mesmas). Não foi
identificada a procedência institucional de 19 autores (6%) das comunicações analisadas.
�10
Tabela 2 – Distribuição de freqüência das comunicações segundo as instituições de
Origem dos autores
No.de Instituições
No. Participações
Σ
Σ%
1
38
38
12
1
23
61
19
2
22
105
32
1
20
125
38
1
14
139
43
1
13
152
47
1
12
164
50
2
11
186
57
1
9
195
60
1
7
202
62
2
2
206
63
3
4
218
67
12
3
254
78
8
2
270
83
36
1
306
94
19
325
100
325
-
-
Não consta
73
A produção dos
docentes/doutores vinculados, em 1999, aos programas de pós-
graduação em ciência da informação vem sendo
avaliada em estudos realizados pelo
Núcleo de Produção Científica, pelos projetos de pesquisa financiados pelo CNPq. Um dos
trabalhos
realizados (POBLACION e NORONHA, 2002), procurou relacionar o perfil
docente com a temática das linhas de pesquisa dos respectivos Programas. Assim, das 22
linhas de pesquisa identificadas em 1999, duas são voltadas à Administração de
�11
Bibliotecas/Sistemas
de
Informação,
Considerando-se a produção desses
com
a
participação
de
7
docentes/doutores.
docentes nos anos 90, foram identificados 5 trabalhos
apresentados nos 4 SNBUs realizados no período (7o , 1991 ao 10º, 1998)
relacionados a
tecnologias da informação, projetos arquitetônicos de bibliotecas, ações integradas das
universidades com ensino médio, atividade acadêmica e prática profissional. A contribuição
à temática “administração”,
constante da base de dados compilada da produção dos
docentes/doutores dos programas de pós-graduação (base PROBI),
outro lado,
comunicações
não é marcante. Por
docentes não vinculados a Linhas dessa temática contribuíram com 7
nesses
4
eventos,
voltadas
a
assuntos
relacionados
à
administração/gerenciamento de bibliotecas, como: indicadores de qualidade, desempenho
de bibliotecas universitárias, políticas de automação e financiamento, marketing no
gerenciamento de bibliotecas.
Este resultado mostra uma dispersão nos assuntos da
produção dos docentes, ou seja, os assuntos dos trabalhos publicados parecem não seguir a
temática das linhas de pesquisa nas quais os docentes estão engajados.
Considerações
Os resultados obtidos na análise apresentada podem contribuir para se detectar
algumas tendências ou mudanças de focos que vêm se firmando na área da ciência da
informação. Assim, permitem chegar às seguinte considerações:
A importância da temática voltada à administração/gerencimento das bibliotecas
universitárias é detectada na preocupação dos organizadores dos SNBUs,
servindo como
tema central ou eixo temático dos mesmos.
As comunicações dos SNBUs voltadas à administração/gerenciamento têm como
principal abordagem a administração de serviços das bibliotecas universitárias, com
destaque à avaliação.
A tendência a trabalhos de autoria coletiva, intrainstitucional, é demonstrada a partir
dos últimos eventos realizados.
A sociabilidade dos autores com profissionais extra-muros
é ainda incipiente. O grande número de universidades, o distanciamento entre as mesmas e
as dificuldades de locomoção, além da falta de financiamento aos projetos realizados,
podem ser causas que levam à não interação interinstitucional dos autores das
comunicações.
�12
Embora a produção dos docentes/doutores dos programas de Pós-graduação, nos
anos 90, detenha um grande número de comunicações em eventos, é pouca a participação
dos
mesmos com comunicações nos SNBUs realizados no período. Não foi identificada
uma coerência marcante entre os assuntos das comunicações apresentadas nos SNBUs por
esses docentes e a temática das linhas de pesquisa.
Referências
CUNHA, Miriam Vieira da, SILVA, Edna Lucia da, MENEZES, Estera Muszkat. Os
Seminários Brasileiros de Bibliotecas Universitárias e a temática centrada na formaçào
profissional.
In: Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, 11º, 2000,
Florianópolis, SC. Anais... [CD-ROM]
EVENTOS em Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação e
Museologia realizados no Brasil (1951-1996).
São Paulo : Núcleo de Produção
Científica.CBD/ECA/USP, 1997.
NORONHA, Daisy Pires et al.
Produção científica: análise cienciométrica das
comunicações apresentadas nos SNBUs, 1978-1998. In: Seminário Nacional de Bibliotecas
Universitárias, 11º, 2000, Florianópolis, SC. Anais... 12p. [CD-ROM]
OHIRA, M.L.B. Produção técnico-científica e artística da Universidade do Estado de Santa
Catarina (1991-1995). In: Witter, Geraldina Porto (org.) Produção científica. Campinas,
Ed.Atomo, 1997. P.87-113.
POBLACIÓN, Dinah Aguiar. Literatura cinzenta ou não convencional: um desafio a ser
enfrentado. Ciência da Informação, Brasília, v. 21, n.3, p.243-6, set./dez. 1992.
POBLACIÓN, Dinah Aguiar (coord.) et al. A transparência das bibliotecas universitárias
brasileiras através da literatura cinzenta: análise dos anais e programas dos SNBUs (19781994). In: Encontro Nacional da ANCIB, 2º, 1995, Valinhos, SP. Anais. Campinas,
ANCIB, 1995. P.68-74.
POBLACIÓN, Dinah Aguiar, NORONHA, Daisy Pires, CURRÁS, Emília.
Literatura
cinzenta versus literatura branca: transição dos autores das comunicações nos SNBUs para
produtores de artigos. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n.2, p. 228-42, maio/ago.
1996.
POBLACIÓN , Dinah Aguiar, NORONHA, Daisy Pires. Ciência da Informação no Brasil:
produção das literaturas branca e cinzenta pelos docentes/doutores dos cursos de pósgraduação. In: Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, 7º,
2001, Porto, Portugal. Anais... 18p. [CD-ROM]
�13
POBLACIÓN, Dinah Aguiar, NORONHA, Daisy P. Ciencia de la informacion en Brasil:
perfil y lineas de investigación de los docentes/doctores de los programas de pos-grado del
area.
In: Congreso Internacional de Información-Info2002, 2002, La Habana, Cuba.
Anales... [CD-ROM]
TARGINO, Maria das Graças. Divulgação da produção científica e cultural das instituições
de ensino: os casos da Biblioteca Nacional e da Universidade Federal de Minas Gerais. In:
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, 5º, 1987, Porto Alegre, RS. Anais...
Porto Alegre: UFRGS, 1987. v.2, p. 255-65.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Planejamento e gestão de sistemas de informação das bibliotecas universitárias brasileiras: novas tendências ou mudanças de paradigmas?
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Población, Dinah Aguiar
Noronha, Daisy Pires;Vergueiro, Waldomiro C. S
Prazeres, Ana Paula Pereira dos
Gonçalve Filho, Antonio Marcos
Queiroz, Fernanda Mendes de
Barbosa, Jeanne Beserra
Almeida, Laucivaldo Cardoso de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda os enfoques dos 11 SNBUs realizados, e como se apresentam as autorias dos trabalhos e a inter- relação institucional entre eles
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4040/SNBU2002_035.pdf
700b92f2290eb64ed2627ab1222b6f9c
PDF Text
Text
GESTÃO DE PROJETOS EM SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO
ACADÊMICOS: EXPERIÊNCIA DA UNESP
Dilnei Fátima Fogolin *
dilnei@marilia.unesp.br
Maria Rosangela de Oliveira **
dirsbd@adm.feis.unesp.br
* UNESP – Coordenadoria Geral de Bibliotecas
Avenida Vicente Ferreira, 1278 – Bairro Cascata 17515-901 Marília – SP Brasil
** UNESP – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação.
Avenida Brasil, 56 – Centro
15385-000 Ilha Solteira – SP Brasil
�RESUMO
A participação efetiva da UNESP nos Programas de Infra-estrutura de Agências de
Fomento contribuiu de forma decisiva na modernização e implementação dos serviços e
produtos das Bibliotecas da Rede. A UNESP, por meio da Coordenadoria Geral de
Bibliotecas, órgão que viabiliza o funcionamento sistêmico da Rede de Bibliotecas,
constituída por 23 Bibliotecas, localizadas em 16 cidades do Estado de São Paulo,
apresentou projetos arrojados e inovadores que captaram cerca de R$15.000.000,00. A
experiência na gestão destes projetos levou à compilação de uma metodologia
a ser
adotada em cada uma das etapas, adequadas ao escopo da linha de financiamento
disponível, quais sejam: elaboração, execução e prestação de contas. Em cada uma das
etapas são detalhados os principais procedimentos para o desenvolvimento das
mesmas.
Na elaboração são detalhados o diagnóstico, a redação, a montagem e o envio do projeto.
Na execução são discriminados o planejamento, o detalhamento de itens e os
procedimentos de aquisição e recebimento dos bens ou serviços. A prestação de contas
inclui a organização e montagem dos documentos. Como resultado, apresenta-se a vivência
da Biblioteca do Campus de Ilha Solteira que captou R$ 990.117,26 de recursos que
possibilitaram: aquisição de mobiliário; encadernação de obras do acervo; climatização dos
ambientes; ampliação da rede lógica; aquisição de equipamentos de informática e
audiovisuais, entre outros.
2
�INTRODUÇÃO
O Universo das organizações vem-se tornando cada vez mais complexo, considerando o
momento de incertezas e desigualdades causadas pelas mudanças da sociedade, no
contexto globalizado, quer sejam
nos aspectos político, educacional, econômico, social e
tecnológico.
É consenso entre os gerentes a posição de que é fundamental a adoção, por parte das
organizações, de uma gestão voltada para a análise dos ambientes internos, externos e
sobre o futuro, integrando todos os aspectos positivos e negativos diante dos desafios e
problemas desta constante mudança.
Pode-se amenizar o trabalho com esta complexidade, se considerar a formulação de um
cuidadoso Planejamento Estratégico em busca da melhoria no desempenho organizacional,
por meio de uma participação mais efetiva de todos os envolvidos no processo, visando o
enfoque e funcionamento sistêmico do órgão.
Neste cenário, encontram-se as Universidades na Sociedade da Informação e do
Conhecimento. OLIVEIRA (2000) enfatiza que da mesma forma que a Universidade segue
uma orientação empresarial, desenvolvendo estratégias competitivas para competir com
outras fontes de treinamento e educação, e desenvolver programas e projetos mais
relevantes para atrair novos ‘clientes’, a biblioteca também deve se adequar aos impactos
do ambiente em mudança, e se tornar mais ‘business minded’.
Diante desta ótica, a Coordenadoria Geral de Bibliotecas – CGB, órgão que viabiliza o
funcionamento sistêmico da Rede de Bibliotecas da UNESP – Universidade Estadual
Paulista, constituída por 23 Bibliotecas, localizadas em 16 cidades do Estado de São Paulo,
propôs uma mudança em sua gestão administrativa, elaborando um Planejamento e
Estratégico.
Essa nova proposta implantou, a partir do Planejamento Estratégico, uma gestão
participativa, articulando uma efetiva interação entre o meio acadêmico e administrativo,
visando alcançar a excelência nos produtos e na prestação de serviços informacionais
oferecidos pela Rede de Bibliotecas.
3
�Segundo CHIAVENATO (c1997), a administração participativa constitui uma forma de
administração onde as pessoas tenham reais possibilidades de participar, com liberdade de
questionar, discutir, sugerir, modificar, alterar, questionar uma decisão, um projeto ou uma
simples proposta. Isso não significa destruir ou anular os centros de poder, pois a
administração participativa é compatível com a hierarquia.
Encontramos em OLIVEIRA (1999), a afirmação de que o estabelecimento de projetos
proporciona ao executivo condições de identificar e operacionalizar os planos de ação que
a empresa irá desenvolver com o objetivo de alcançar os resultados esperados e enfocados
pelo planejamento estratégico.
Administrar por meio de projetos constitui-se uma maneira eficaz para superar os
problemas e desafios que surgem constantemente.
Marvin Bower citado por VASCONCELLOS FILHO (1984) afirma que o Planejamento
Estratégico é relacionado, principalmente, com o ajustamento da organização com o seu
ambiente, resolvendo problemas básicos, contornando as limitações, capitalizando sobre
vantagens herdadas ou desenvolvidas e aproveitando as principais oportunidades.
Com base nestas premissas, a UNESP oportunizou a participação nos Programas de Infraestrutura da FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo,
apresentando projetos com propostas arrojadas e inovadoras que captaram cerca de
R$15.000.000,00, contribuindo de forma decisiva na modernização e implementação dos
serviços e produtos das Bibliotecas da Rede.
Destacam-se os projetos:
-
aquisição do software ALEPH-500 e da ampliação e adequação do parque
computacional, viabilizando a implementação do Projeto de automação da Rede
UNESP;
-
Climatização;
-
Editoração eletrônica;
-
Equipamentos audiovisuais;
4
�-
Reforma dos prédios, estruturando as Bibliotecas da Rede em função do
dimensionamento, dinâmica e a conjunção da prestação de serviços aos usuários da
informação com a qualidade desejada.
Expectativas quanto à administração e implementação destes projetos com a aplicabilidade
de novas tecnologias de informação, fizeram com que os Diretores das Bibliotecas da Rede
UNESP acompanhassem esse processo inovador, dando ênfase ao desenvolvimento ou
aprimoramento de habilidades e competências desta nova gestão de gerência estratégica.
A participação da CGB neste processo, objetivou integrar os gerentes das Bibliotecas,
norteando
ações,
fornecendo
orientações,
subsídios
e
condições
adequadas
aos
procedimentos e padronização na elaboração das ações destes projetos, enfatizando o
funcionamento
sistêmico
e
harmônico
da
Rede
em
um
trabalho
cooperativo
e
compartilhado.
GESTÃO DE PROJETOS
A experiência na gestão destes projetos levou à compilação de uma metodologia
a ser
adotada em cada uma das etapas, adequadas ao escopo da linha de financiamento
disponível, quais sejam: elaboração, execução e prestação de contas. Em cada uma das
etapas são detalhados os principais procedimentos para o desenvolvimento das mesmas.
+ Elaboração
A fase de
elaboração do projeto
é subdividida em etapas que visam coletar e organizar
todas as informações necessárias para a redação do mesmo. São detalhados o diagnóstico,
a redação, a montagem e o envio do projeto. Como etapa preliminar deve-se verificar as
linhas de financiamento existentes e levantar os itens financiáveis e os não financiáveis em
cada uma delas. Este levantamento preliminar será o norteador das solicitações.
Etapa de diagnóstico
-
levantar as carências de recursos atuais na Unidade de atuação;
-
levantar os itens necessários para um futuro próximo e que poderão completar os já
existentes ou que possam criar uma estrutura ou serviço absolutamente novo na
Unidade de Informação.
5
�Reforçando o conceito de administração participativa, estes levantamentos deverão ser
realizados através de reuniões e contatos com:
ü Funcionários da Biblioteca
Estas reuniões deverão ocorrer na ordem indicada para melhor desenvolvimento das
atividades e deverão contar com um espaço de tempo razoável para levantamento e análise
das informações para tomada de decisões. Deve-se:
a)
informar as linhas de financiamento disponíveis e solicitar que cada um indique os
itens necessários relacionados aos seus serviços (levantamento não censurado);
b) apresentar os itens levantados e
discutir sobre a viabilidade de sua inserção nos
projetos;
c) apresentar informações que o responsável pela elaboração dos projetos
obteve junto à:
Comissão de Biblioteca; Bibliotecários elaboradores de projetos da UNESP (Rede e
CGB) e de outras instituições e fornecedores. Os funcionários analisarão os itens
apresentados;
d) reunião final para fechar o escopo dos projetos.
ü Membros da Comissão de Biblioteca. Esta Comissão de Biblioteca é composta por
membros da Comunidade que poderão indicar itens e aprovarão o texto final do projeto
com o Coordenador do mesmo. Deve-se:
a) informar sobre as linhas de financiamento disponíveis e solicitar que cada um
levante
os itens que julgar necessários;
b) apresentar as informações coletadas em outras fontes e confrontar com as propostas
apresentadas pela Comissão;
c) discutir todas as propostas e deliberar sobre os itens a serem solicitados;
d) apresentar e aprovar o texto final dos projetos.
ü Bibliotecários, normalmente Diretoras de Bibliotecas da Rede UNESP, para levantar
possíveis itens para solicitação (incluindo informações sobre fornecedores) e elaboração
conjunta de projetos ou de projetos conjuntos.
ü Bibliotecários da CGB para indicação de itens necessários para solicitações
ü Bibliotecários de outras instituições para levantar itens para solicitações
6
�ü Docentes e funcionários da Unidade que podem assessorar na identificação e seleção
dos melhores itens disponíveis no mercado
ü Visitas a Bibliotecas para verificar possíveis itens para solicitação (tirar fotografias;
anotar dados sobre fornecedores idôneos etc.)
ü Contatos com fornecedores
a) visita de fornecedores à Biblioteca para que façam diagnósticos das necessidades e
proponham soluções;
b) visitas dos Bibliotecários às empresas para verificar itens disponíveis;
c) elaboração de propostas de fornecimento pelos fornecedores,
dependendo da
complexidade do produto e/ou serviço.
ü Contatos com usuários por meio de:
a) contatos informais;
b) Coleta em Caixas de sugestões.
Etapa de redação do projeto
•
Texto
ü apresentação da Instituição Proponente e da Unidade Executora (Biblioteca)
ü descrição da situação atual
a) infra-estrutura física (podem ser anexadas plantas, lay-out, fotografias etc);
b) recursos disponíveis (equipamentos de informática e audiovisuais. Devem ser feitas as
descrições completas e indicadas as quantidades dos recursos já instalados);
c) serviços e produtos oferecidos pela Biblioteca;
ü Descrição e justificativas da solicitação
a) descrição do problema que se propõe a solucionar ou situação que se pretende modificar
ou criar, relatando os esforços já realizados;
b) indicação dos recursos necessários para cumprir o que se pretende no item acima;
c) justificativas: reunir os argumentos para o convencimento e/ou comprovação da
importância
da solicitação. Este item pode estar amparado nas razões determinantes do
7
�projeto; em bibliografia levantada e citada sobre o assunto; em registros que ilustrem a
situação problema. (Por exemplo: fotografias, laudos de vistoria etc.).
Nesta fase é importante:
- indicar os problemas separadamente e, no texto, logo em seguida, arrolar as justificativas;
-
indicar quando ocorrerem itens interdependentes, sem prejuízo desta forma de
apresentação;
- procurar sempre relacionar os argumentos nas justificativas com o objetivo para o qual o
financiamento foi disponibilizado;
- enfatizar a importância do atendimento às solicitações, visando a otimização das
condições para atendimento ao usuário. Todos os esforços desenvolvidos para a melhoria
da Biblioteca têm como alvo ou foco o usuário e esta prioridade tem que estar clara para
quem redigir o texto do projeto e para quem for lê-lo e avaliá-lo.
•
Orçamentos
ü detalhamento dos itens solicitados, normalmente subdivididos pelo tipo de material:
permanente, consumo, serviços de terceiros, nacional ou importado
ü adotar para o orçamento a mesma numeração utilizada para o item no texto do projeto.
Isto facilita a compreensão e a aprovação completa do item solicitado
•
Preenchimento dos formulários
ü Coletar as informações solicitadas e preencher os campos dos formulários
Normalmente estes dados são coletados e disponibilizados por uma estrutura de apoio
existente na Universidade, que organiza e fornece as informações (Pesquisas em
Andamento, Currículo dos Pesquisadores etc.). Na UNESP existem Núcleo de Apoio à
Pesquisa, Escritório de Pesquisa etc.
Etapa de montagem e envio do projeto
ü confirmar o preenchimento de todos os campos dos formulários
ü conferir todas as partes do projeto e seus anexos
ü colher assinatura do responsável (Coordenador)
ü verificar a existência de cópia completa
ü enviar o projeto para a instituição de fomento
No recebimento das respostas aos pedidos enviados, temos as seguintes situações:
8
�ü projeto aprovado na íntegra = partir para a Execução
ü projeto aprovado parcialmente
-
os itens aprovados = partir para a Execução
-
os itens negados:
-
encaminhar recursos logo após a resposta
-
encaminhar solicitação de aditivo durante o desenvolvimento (execução) do projeto
caso se configure uma necessidade premente dos itens originalmente negados
ü projeto negado na totalidade = encaminhar recurso
+ Execução
Nesta fase são discriminados o planejamento, o detalhamento de itens e os procedimentos
de aquisição e recebimento dos bens ou serviços.
Etapa de planejamento
ü
para que as aquisições sejam realizadas de acordo com as regras definidas e não haja
problemas com a Prestação de Contas, é necessário uma releitura completa e atenta do
Manual de Instruções para Utilização de Recursos, Remanejamentos e Prestação de Contas
ü levantamento de todos os itens aprovados discriminados no Termo de Outorga e
Aceitação de Auxílio por tipo de verba
ü caso tenha sido aprovado mais de um projeto, com itens similares, encaminhar para
aquisição de forma conjunta
ü estabelecimento de um cronograma para aquisição dos materiais e realização dos
serviços. Para definição deste cronograma, considerar:
a) aquisições e serviços que devem ser realizados prioritariamente;
b) aquisições e serviços que não devem ser realizados em determinados períodos (por
exemplo: reformas ou construções,
em época
de chuvas; encadernação de itens do
acervo que são muito utilizados, em períodos de aula etc.);
c) restringir
a
quantidade
de
aquisições
e
serviços
que
podem
ser
realizados
concomitantemente. Não é aconselhável realizar grande número de aquisição e serviços
ao mesmo tempo, sob pena de perder o controle e a qualidade.
Etapa de detalhamento dos itens/serviços a serem adquiridos e seleção de fornecedores
ü descrição básica dos itens/serviços a serem adquiridos
9
�ü definição completa de configurações, marcas, modelos a partir de consultas a
especialistas. Estes especialistas podem ser pessoas da própria comunidade universitária
(por exemplo: especialistas em informática, recursos audiovisuais) ou consultores externos.
É interessante manter independência em relação a prováveis fornecedores para que não
ocorra uma "indução" a adquirir o que não é adequado à Biblioteca, ou, por outro lado, é
mais adequado ao fornecedor.
Nesta fase é importante alguns cuidados para:
-
não comprar “gato” por “lebre”
-
não adquirir item que não atenda a
necessidade (fique aquém) ou que seja muito
superior a ela
ü localização de possíveis fornecedores
ü solicitação de propostas de fornecimento
ü confronto de pelo menos 3 propostas para cada item/serviço a ser adquirido.
Aconselhável arquivar todas as propostas para eventual necessidade de comprovação de
realização de levantamento de preços
ü busca de informações sobre idoneidade dos fornecedores (por exemplo: junto a outras
Bibliotecas; à Seção de Compras da Instituição etc.)
ü seleção da melhor oferta
-
condições de fornecimento (prazo, entrega)
-
menor preço entre itens da mesma especificação
-
facilidade de manutençãoEtapa da aquisição e recebimento dos bens ou serviços
ü firmar contrato de fornecimento e manutenção (no mínimo dois anos)
ü exigir Termos de Garantia dos equipamentos/serviços adquiridos
ü conferir todos os materiais/serviços adquiridos e recebidos (testar os equipamentos)
ü conferir todos os dados das Notas Fiscais e arquivá-las para a fase de Prestação de
Contas. Caso haja
incorreção nas Notas Fiscais, solicitar substituição ou retificação das
mesmas
ü solicitar resgate do valor a ser utilizado para o pagamento
ü confirmar a disponibilidade do valor resgatado na conta bancária
ü efetuar pagamento
10
�Em algumas Unidades da UNESP as etapas de seleção dos fornecedores e aquisição são
realizadas pela Seção de Material, a pedido da Biblioteca.
Lembretes importantes para o desenvolvimento do projeto:
- A condução de todo o processo deve ser de responsabilidade da Biblioteca, auxiliada pela
Comissão de Biblioteca e por seções da Unidade que possam assessorar
- Nenhuma aquisição deve ser realizada sob pressão do fornecedor = quem tem um bom
produto, não precisa pressionar
- Todas as informações que tenham como fonte os fornecedores devem ser averiguadas
antes de servirem de base para qualquer decisão
- Durante a execução do projeto, controlar minuciosamente os montantes de: valores
resgatados, valores utilizados e valores disponíveis
- Procurar não deixar situações pendentes
- Não descentralizar demais as aquisições de modo que possa ocorrer descontrole nas
contas
Algumas solicitações/complementações que podem ocorrer durante a Execução do projeto
são discriminadas, a seguir:
-
aditivos: podem ser solicitados materiais ou serviços negados no pedido original ou
cuja necessidade tenha se apresentado no desenvolvimento do projeto. (Justificada)
-
remanejamentos de verba: caso sejam necessários remanejamentos de verbas não
previstos no Manual de Instruções para Utilização de Recursos, Remanejamentos e
Prestação de Contas, encaminhar solicitação (Justificada)
-
alteração do pedido original: pode ser solicitada a alteração de bem ou serviço
(Justificada)
-
prorrogação do prazo para encerramento do projeto: no Termo de Outorga e Aceitação
de Auxílio há a definição da data do encerramento do projeto. Caso não seja possível
executá-lo no período determinado, há possibilidade de se solicitar prorrogação no
prazo de apresentação da prestação de contas (Justificada)
ü utilização de saldo remanescente: tendo sido realizadas todas as aquisições previstas e,
tendo sido verificada a existência de saldo, o mesmo poderá ser utilizado, após
solicitação autorizada, para aquisição de itens não previstos no pedido original
11
�+ Prestação de Contas
Preliminarmente, faz-se necessário uma releitura do Manual de Instruções para Utilização
de Recursos, Remanejamentos e Prestação de Contas. Nesta faz, inclui-se a organização
dos documentos e montagem da prestação de contas.
Etapa de organização dos documentos
ü classificar as notas fiscais de acordo com a verba (material permanente, material de
consumo etc.)
ü em cada uma das verbas, organizar cronologicamente as notas fiscais
Etapa da montagem da Prestação de Contas
ü montar o balancete e as relações de materiais, conforme o modelo estabelecido no
Manual
ü juntar os documentos originais, conforme estabelecido no Manual, formando o dossiê
ü indicar, em anotações destacadas, situações que sejam exceções às regras da Prestação
de Contas
ü colher assinatura do Coordenador do Projeto
ü copiar o dossiê completo
ü encaminhar a Prestação de Contas
Em algumas Unidades, a Prestação de Contas é preparada pela Seção de Finanças, a pedido
da Biblioteca.
A VIVÊNCIA DA BIBLIOTECA DO CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA
O Câmpus de Ilha Solteira foi criado no ano de 1976 e instalado no ano de 1977, como
uma Unidade da UNESP, com o intuito de fortalecer os esforços para viabilização do
município de Ilha Solteira e utilizar a estrutura tecnológica decorrente da construção da
usina
hidrelétrica
(laboratório,
equipamentos,
acervo
técnico,
pesquisas
e
serviços
desenvolvidos etc.)
No ano de 1977, foi criada a Biblioteca do Câmpus, ocupando instalações adaptadas para
seu funcionamento. Com o passar do tempo, a precariedade das adaptações passou a causar
12
�prejuízos à qualidade dos serviços prestados pela Biblioteca. Finalmente, no ano de 1997,
foi inaugurado um novo prédio construído especialmente para abrigar a Biblioteca.
Com a titulação dos docentes e a implantação dos cursos de pós-graduação, o Câmpus de
Ilha Solteira solidificou as atividades relacionadas à pesquisa e tem desenvolvido vários
projetos financiados por Instituições de fomento. Este desenvolvimento possibilitou à
Biblioteca a elaboração e encaminhamento
de projetos para captação de recursos, dentro
do Programa de Infra-estrutura da FAPESP, proporcionando a inclusão de recursos que,
aliados à construção do novo edifício, alçaram a Biblioteca a um novo patamar.
Utilizando a metodologia apresentada neste trabalho para o desenvolvimento de cada uma
das etapas dos projetos, a Biblioteca do Câmpus de Ilha Solteira vivenciou uma completa
transformação que alterou profundamente sua infra-estrutura física e propiciou a sensível
melhoria nos produtos e serviços disponibilizados aos usuários.
Com os recursos obtidos foi possível, entre outros benefícios:
-
climatizar e mobiliar todos os ambientes da edificação de 1654m² que abriga a
Biblioteca. Assim, ficou garantido o conforto para usuários e funcionários e a adequada
acomodação de acervo e equipamentos;
-
garantir o aumento da vida útil e de preservação das principais obras do acervo
bibliográfico;
-
instalar rede lógica com 70 pontos de acesso à Internet (com possibilidade de
ampliação);
-
instalar e disponibilizar aos usuários 25 microcomputadores com acesso à Internet;
-
dotar o Anfiteatro com os recursos audiovisuais mais modernos e sofisticados para
apoiar as atividades desenvolvidas no ambiente (aulas, defesas, palestras etc.);
-
estruturar uma sala com funcionamento ininterrupto, a Sala 24 Horas;
-
automatizar o Serviço de Empréstimo domiciliar.
Expõe-se abaixo, o quadro demonstrativo com os projetos apresentados e os valores
captados:
PROJETOS APROVADOS NO PROGRAMA DE APOIO À INFRA-ESTRUTURA DE
PESQUISA DA FAPESP PARA A BIBLIOTECA DE ILHA SOLTEIRA
13
�FASE
TÍTULO
VALOR
CAPTADO
1
• Instalação de Sistema de Alarme Elet rônico Contra Furto
• Complementação ao Projeto de Automação da Rede de Bibliotecas da
UNESP
R$ 33.809,15
R$ 9.940,00
2
• Climatização
• Aquisição de Equipamentos e Suprimento para Confecção de Cartões
de Identificação de Usuários, com código de barras para utilização no
Serviço de Empréstimo Informatizado
• Aquisição de Mobiliário Complementar
• Encadernação, Conferência, Reetiquetagem, Imantação e Manutenção
de Obras do Acervo + Aditivo
• Automatização do Serviço de Empréstimo
• Aquisição de Equipamentos para Suporte aos Eventos Científicos que
se desenvolverão no Anfiteatro e Salas Especiais
R$ 376.985,67
R$ 6.756,00
3
• Infra-Estrutura do Serviço de Biblioteca e Documentação – SBD
(ampliação da rede lógica, equipamentos de informática e
audiovisuais)
R$ 130.007,00
4
• Infra-Estrutura do Serviço de Biblioteca e Documentação – SBD
(complementação aos recursos já instalados)
Recursos obtidos para reparo de equipamentos
• Reparo do Modulo Eletrônico do Sistema de Vigilância
• Reparo no Sistema de Ar Condicionado Central
R$ 185.596,44
TOTAL
R$ 116.896,00
R$ 96.278,00
R$ 7.787,00
R$ 14.891,00
R$
R$
2.726,00
8.445,00
R$ 990.117,26
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A introdução de todos estes recursos pode ser verificado a partir da intensa utilização dos
espaços e equipamentos da Biblioteca. Para alguns recursos disponibilizados, a demanda é
tão pronunciada que exige
definição de prioridades e agendamento prévio para utilização.
A Biblioteca é um ponto de referência positivo na Unidade, sendo reconhecida tanto pela
comunidade interna quanto por consultores que avaliam suas condições (Exemplo: MEC,
CAPES).
A rápida absorção destes recursos pelos usuários acabou resultando numa forte
contrapartida da UNESP que dotou cinco bibliotecas da Rede UNESP, entre elas a de Ilha
Solteira, de completa estrutura para Videoconferência.
14
�A comunidade científico-acadêmica compartilha do êxito desta trajetória preconizando os
benefícios e a satisfação em prol da qualidade do acesso e compartilhamento dos recursos
informacionais.
Pode-se afirmar que a participação das Bibliotecas da Rede UNESP nos Programas da
FAPESP, com uma grande soma na captação destes recursos externos, dotou-as de uma
infra-estrutra completa
permitindo a participação em convênios, consórcios, parcerias com
sistemas similares em âmbito nacional e internacional e a integração efetiva à “Sociedade
do Conhecimento”.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Gerenciando pessoas: o passo decisivo para a administração
participativa. 3.ed. São Paulo: Makron Books, c1997. p.62.
OLIVEIRA, D. P. R. de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia, práticas.
14.ed. rev. São Paulo: Atlas, 1999. p.225
OLIVEIRA, S. M. de. Correlação entre atuação de gerentes de S.I. e aspectos gerenciais
considerados importantes. Transinformação, v.12, n.2, p.29-50, jul./dez. 2000.
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controle. Rio de Janeiro: LTC, 1984. p. 28
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resultados. São Paulo: Atlas, 1997.
OLIVEIRA, M. R. de. Projetos para captação de recursos externos: a experiência da
Biblioteca da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – UNESP com o Programa de
Infra-Estrutura da FAPESP. Marília: FFC, 2001. (Aula ministrada aos alunos do 4º ano do
Curso de Biblioteconomia no dia 22.11.2001)
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Coordenadoria Geral de Bibliotecas.
Programação de Gestão da informação e de pessoas em perspectiva sistêmica e
acadêmica na Rede de bibliotecas: 2001-2004. Marília: Unesp, 2001. 15p. (Documento
interno).
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Coordenadoria Geral
Relatório; 1997-2000. Marília: Unesp, 2000. 40p. (Documento interno).
de
Bibliotecas.
15
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Gestão de projetos em serviços de informação acadêmicos: experiência da UNESP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Fogolin, Dilnei Fátima
Oliveira,Maria Rosangela
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
apresenta a vivência da Biblioteca do Campus de Ilha Solteira
Language
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pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4039/SNBU2002_034.pdf
5857d43d88b4bde493f677705941741b
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Text
A INTERATIVIDADE DO BIBLIOTECÁRIO COM OS PROFISSIONAIS DA
SAÚDE NO AUXÍLIO À PESQUISA CIENTÍFICA
CASTRO, Denise Geralda Perdigão de
Bibliotecária do CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA DE MINAS GERAIS.
Especialista em Gestão da Informação Tecnológica pela Universidade Federal de Minas
Gerais. Tesoureira do Conselho Regional de Biblioteconomia de Minas Gerais.
Endereço Comercial: Av. Contorno, 7556
B. Funcionários
CEP: 30110-110 – Belo Horizonte/MG
biblioteca@cromg.org.br - deniseperdigao@hotmail.com
LIMA, Armando Antônio
Cirurgião-Dentista.
Especialista
em
Radiologia
pelo
Centro
de
Estudos
Odontológicos/IPSEMG. Especialista em Saúde Pública pela Escola de Saúde Pública de
Minas Gerais. Especialista em Ortodontia pela FOUFMG. Mestrando em Engenharia de
Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor
de Mestrado em
Ortodontia da FOPUC/MG.
Endereço Comercial: Av. Cristóvão Colombo, 550 Sl. 603
B. Funcionários
CEP: 30140-150 – Belo Horizonte/MG
armandolima@brfree.com.br
RESUMO
Este trabalho visa avaliar o nível de conhecimento dos cirurgiões-dentistas, usuários da
biblioteca do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CROMG), em relação
ao uso do computador como instrumento de pesquisa científica via internet. Com base na
experiência e na prática diária, onde o volume de informação é vasto e o avanço das novas
tecnologias é facilmente perceptível, elaborou-se um questionário com de questões
fechadas para medir e analisar as dificuldades encontradas por esses profissionais na
utilização racional do computador. Foram avaliados três grupos de pós-graduandos com
nível de especialização, mestrado e doutorado. Essa avaliação enfocou o acesso às bases de
dados on-line como fonte de busca e recuperação de informação e a utilização para a
pesquisa de assuntos de interesse. Constatou-se que este grupo de profissionais ainda não
está completamente familiarizado com o advento internet, e que esse domínio ainda é
mínimo para grande parte desses usuários. A pesquisa demonstrou o papel relevante
exercido pelos bibliotecários que atuam na área da saúde e sua responsabilidade na
organização dessas informações, bem como o seu envolvimento com o ensino e a
aplicabilidade desses conhecimentos.
Palavras Chaves: 1- Informática em saúde 2- Profissionais da saúde 3- Pesquisa científica
4- Profissionais bibliotecários.
�INTRODUÇÃO
Vivemos o ápice da era da informação e a própria sobrevivência humana tem
exigido uma profunda atualização informacional. Em todas as atividades profissionais, a
velocidade no acúmulo de conhecimento está aumentando aceleradamente. Está surgindo
uma sociedade baseada na tecnologia da informação. São milhares de sites disponíveis,
específicos para os profissionais da saúde e que apresentam um vasto conteúdo científico. É
necessário que esses profissionais se qualifiquem e aprimorem seus conhecimentos para
que possam acompanhar esta grande revolução virtual. É através da internet que esses
profissionais podem ter acesso, em tempo hábil, aos mais diversos conhecimentos
especializados, a publicações científicas e às informações produzidas pelo mundo todo.
Com a explosão do advento internet, a comunicação na área da saúde sofreu
profundas modificações, especialmente, por causa do crescente número de publicações
eletrônicas, que possibilita o acesso instantâneo a textos na íntegra das mais diversas
localidades do mundo. A publicação eletrônica, com base em uma tecnologia de
distribuição de informação, que pode ser visualizada a qualquer momento, é um dos pontos
importantes deste trabalho. Nos dias de hoje, até mesmo os pacientes estão mais bem
informados e são, portanto, mais questionadores quando apresentam algum problema de
saúde. Cabe ao profissional, responder corretamente a esses questionamentos, sanando
dúvidas e desmistificando informações falsas, muitas vezes absorvidas por crendices
populares ou equívocos.
A internet é o maior banco de informações do mundo. É uma linguagem universal e
obrigatória, principalmente para aqueles que desejam reconhecimento profissional. Dentre
as milhares de pessoas conectadas à rede, cada qual possui conhecimentos variados e todos
estão prontos para compartilhá-los. Com o avanço das tecnologias de comunicação, a forma
da transmissão da informação sofreu grandes mudanças. Porém, isso não significa que essas
mudanças proporcionaram a qualidade da informação. Por outro lado, sua distribuição
incrementou-se. Cabe ao pesquisador julgar o que considera útil, pois ele é o único capaz
de avaliar a utilidade das informações recuperadas.
Passando do INDEX MEDICUS (impresso) e do CD ROM à disponibilização
“ON- LINE”, a revolução da forma de efetuar a pesquisa bibliográfica agilizou o processo
da busca pela informação, através de bibliotecas virtuais, digitais e eletrônicas. O acesso
gratuito e de qualidade às bases de dados para todas as comunidades de pesquisadores
traduz-se na melhoria do ensino, da pesquisa e atenção à saúde.
A interatividade do profissional bibliotecário com os profissionais da saúde é de
grande importância. Cabe ao primeiro o auxílio no desenvolvimento da capacidade de
busca e recuperação das informações contidas nas bases de dados específicas. São também
objetivos do bibliotecário a promoção dos serviços de informação – aumentando as
oportunidades de capacitação e possibilitando aos pesquisadores acesso a metodologias
mais simples. É importante citar o compartilhamento dos recursos e uso de tecnologias
adequadas às habilidades de cada usuário, o que significa reciclar os profissionais da saúde,
promovendo a eficiência e a qualidade dos mesmos.
�Interagir com as fontes de informações básicas em saúde é fundamental tanto para o
profissional bibliotecário, que é o divulgador desses produtos e serviços, quanto para os
profissionais da saúde, seus principais consumidores. Portanto, estes últimos devem ter o
domínio das técnicas da organização do conhecimento, armazenamento, processamento e
transmissão da informação, proporcionando sua própria construção do conhecimento.
O mercado profissional vem mudando com uma rapidez impressionante. Dentro
deste contexto, o desenvolvimento do potencial humano é um investimento único, seguro e
pessoal. Saem na frente aqueles que investem na formação do autoconhecimento, pois em
um ambiente altamente competitivo, o mercado exige pessoas mais competentes. Já se pode
imaginar que em um futuro próximo, o campo da pesquisa bibliográfica apresentará muitas
novidades a toda comunidade de pesquisadores. Devido à agilidade, estruturação e
simplificação, brevemente será possível a recuperação, na íntegra, de todos os artigos,
teses, e demais materiais desejados.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Bastos (2002), “ o volume de dados presentes na rede tem apresentado
crescimento vertiginoso; a divulgação da informações na área da saúde segue o mesmo
caminho e velocidade. Assim, ao mesmo tempo em que é relativamente fácil encontrar
informação sobre determinado assunto, cresce a necessidade de todo esse material ser
visto com olhos críticos. É necessário separar “o joio do trigo”, avaliando a fonte e a
qualidade da informação”.
A internet é uma excelente fonte de informação dos mais variados tipos. Por isso, as
pessoas com pouca ou nenhuma experiência em acesso às bases de dados apresentam um
grau de dificuldade na utilização dos recursos e, principalmente, em encontrar informações
na rede.
A sociedade da informação exige que os profissionais da saúde saibam gerenciar
racionalmente as informações coletadas e absorvidas. Com a implementação das redes de
comunicação, a informática em saúde ajuda na aproximação do profissional com o
paciente. A organização e o gerenciamento da informação em saúde são tarefas devem ser
desempenhadas por pessoas qualificadas. A invasão tecnológica tomou conta da vida das
pessoas e essas devem se adaptar a mudanças inevitáveis.
Essa falta de informação tem impacto imediato sobre os pacientes. A prescrição
inadequada de um determinado medicamento pode ser fatal; prontuários obsoletos e pouco
precisos podem causar danos irreversíveis. A segurança na obtenção da informação por
meio eletrônico, em revistas de impacto, reflete positivamente no resultado do atendimento.
Nesse caso, tecnologia e segurança são aliadas.
Para Sigulem (1997), “o profissional da saúde tem de ser cuidadosamente
preparado para o exercício de sua profissão. Faz parte disso a compreensão do que é
�informação, do significado que tem no contexto da sua atividade e de como ela altera seu
processo cognitivo, bem como de onde buscá-la, como buscá-la e qual o impacto da sua
utilização na solução de dúvidas e problemas sobre os quais esteja atuando”.
Guiando-nos ainda pelas idéias do autor acima, “a indústria da assistência à saúde
está sendo puxada e empurrada em todas as direções – por médicos, para aumentara
qualidade da assistência; por empresários, para diminuir os custos e melhorar a
estabilidade financeira de sua empresas; pelas agências legais e de regulamentação que,
para fins de auditoria, forçam os hospitais a produzir detalhada documentação de seus
procedimentos, e pela academia, para prover dados para a pesquisa e aumentar as
oportunidades para a educação. Os sistemas de informação em saúde situam-se no meio de
todas essas demandas”.
Chaves (1991), menciona que “ pensar na educação apenas como uma forma de
transferência de conhecimento do professor para o aluno, como despejar de informação de
um recipiente para o outro, não é mais possível. Não se pode mais dar aos jovens uma
ração de conhecimento que vá durar a vida inteira. Nem mesmo sabemos o que vão ser e
fazer daqui a alguns anos. Os alunos de hoje não podem pressupor que terão uma só
carreira em sua vida, porque os empregos que hoje existem estarão radicalmente alterados
no futuro próximo. Para que sejam bem sucedidos, os indivíduos precisarão ser
extremamente flexíveis, podendo, assim, mudar de uma companhia para outra, de um tipo
de indústria para outro, de uma carreira para outra. Aquilo de que os alunos de amanhã
precisam não é apenas o domínio do conteúdo, mas o domínio das formas de aprender. A
educação não pode ser prelúdio para uma carreira: deve ser um empreendimento que dure
a vida inteira."
Dando continuidade às idéias de Chaves (1991), "precisamos examinar
cuidadosamente a sociedade que está emergindo para definir a educação adequada a ela.
(…) É necessário substituir o ensino centrado em conteúdos pela criação de ambientes
ricos em possibilidades de aprendizagem, em que os alunos possam analisar os processos,
desenvolver as competências, compreender os valores que, em seu conjunto, os
capacitarão para um aprendizado permanente, numa sociedade em constante mudança. E
isso deve ser feito de uma forma que desafie, envolva e motive os alunos".
O problema não será solucionado pela utilização das novas tecnologias. É preciso
estar alerta ao surgimento de novas demandas e na descoberta das soluções. Esse processo é
complexo e integrado. Envolve pessoas, procedimentos, idéias, dispositivos e organização
para analisar problemas e projetar, implementar, avaliar e gerenciar soluções. A verdade é
que o bibliotecário exerce um papel de educador e os usuários são seus educandos. Deve-se
ensinar de acordo com a demanda, incorporando-os às bases de conhecimento, avaliando os
parâmetros e provocando alterações de postura. Deve-se criar condições para que cada
indivíduo exponha as suas potencialidades, muitas vezes implícitas.
Novos tempos exigem novos métodos de ensino. O avanço global no processo de
aprendizagem exige do profissional uma postura mais didática e pedagógica. Essa inovação
será o diferencial do bibliotecário que acompanhar o processo de globalização. A mudança
�deverá ser no paradigma e não apenas nas estruturas das bibliotecas, onde pessoas e
máquinas exercem o papel de colaboradores.
A interação eletrônica global está transformando radicalmente a forma de se
pesquisar. Os usuários das bibliotecas passam a exercer um papel muito mais ativo e
autônomo na busca do aprendizado e do conhecimento. Orientando didaticamente os
profissionais da saúde, evita-se que estes sofram os impactos desse evolução. Objetivando o
aprimoramento e a facilitação do aprendizado nas buscas científicas, deve-se encontrar uma
alternativa que incremente, estimule e inove o processo e a forma de aprender dos usuários.
Para que isso se concretize é necessário a criação de um ambiente propício, com um
laboratório para treinamento dos usuários. Entretanto, é imprescindível que haja interesse
da instituição em financiar e fomentar esse projeto.
MATERIAIS E MÉTODOS
A partir da aplicação de um questionário, dirigido a 400 usuários da biblioteca do
CROMG, foi possível constatar o nível da relação entre os profissionais da odontologia e os
meios tecnologicamente mais avançados na busca pela informação. Relação essa permeada
pela dificuldade no manuseio das ferramentas de busca disponíveis; pela falta de
informação e iniciativa dos usuários em se aproximar corretamente da pesquisa virtual. E,
por fim, da resistência dos profissionais em assimilar os constantes avanços da tecnologia
da busca bibliográfica. Os entrevistados, que dispõem de serviço de busca na biblioteca,
dividiram-se em três grupos, com nível de pós-graduação: especialistas ou estudantes de
especialização, 60%; mestres ou mestrandos, 25%; e doutores ou doutorandos, 15%.
Nível de Pós Graduação
15%
Especialização
Mestrado
25%
Doutorado
60%
Com base em um estudo interdisciplinar, procurou-se fornecer informações
especializadas e orientações relativas à avaliação da comunidade de usuários de uma
biblioteca. O propósito é avaliar o impacto das transformações atuais sobre esse grupo,
dando uma visão geral sobre a prática na busca e recuperação da informação. Utilizando
uma postura didática, procurou-se traçar os diversos campos de aplicação na pesquisa e no
ensino da informática na odontologia. A pesquisa durou dois meses, com 100% dos
questionários, respondidos in loco. A maior concentração de pesquisadores está entre os
profissionais formados na década de 90, ou seja , 41%. Notou-se que quanto mais tempo de
formado, menos o profissional procura por uma formação além da acadêmica,
conseqüentemente, menos acesso tem às novas tecnologias da informação. Trinta e dois por
�cento formaram-se na década de 80; e somente 13% dos entrevistados se encaixam na
década de 70. Sendo que o restante, 14%, formaram pós 2000.
Década de Graduação
14%
13%
70
80
90
32%
Pós 2000
41%
Superar a dificuldade é sempre um desafio. Um bom desafio, que corresponde a
ultrapassar obstáculos do homem e da máquina. Este trabalho serviu para constatar
importantes dificuldades dos usuários da biblioteca do CROMG, que no futuro tendem a
diminuir. Porém, precisam diminuir rapidamente. Alerta-se para o fato de 87% dos
entrevistados não possuem nenhum domínio sobre as ferramentas de busca na internet. Fica
próximo a esse índice – 94% - a quantidade de usuários que não são capazes de fazer busca
de artigos na íntegra, via rede. Quanto à pesquisa de referências bibliográficas nas bases de
dados, apenas 18% afirmaram conseguir efetuá-la.
Domínio Sobre as Ferramentas
Busca por Artigos
6%
13%
Capazes
Dominam
Incapazes
Não Dominam
94%
87%
Esses percentuais preocupam, ao mesmo tempo em que estimulam o bibliotecário a
romper a barreira do acesso à informação. Somente com um treinamento efetivo dos
usuários será possível promover sua capacitação e auto-suficiência, garantindo a autonomia
na pesquisa e sua independência para lidar com as novas tecnologias de informação. De
acordo com a pesquisa, apenas 19% dos entrevistados acessam as bases de dados sem
dificuldades. O propósito deste trabalho é chamar atenção para a urgência de se aumentar
esse índice.
Autonomia na Pesquisa
Bibliográfica
18%
Dificuldade Frente às Novas
Tecnologias
19%
Têm
Conseguem
Dificuldades
Não Conseguem
Não Têm
Dificuldades
82%
81%
�Era de se esperar um percentual baixo, mas mesmo assim chegou a surpreender o
total de usuários que participam de listas de discussão em saúde: 5%. Essas listas são
importantes, na medida em que promovem a troca de informações e experiências. Outra
importante fonte de conhecimento na área da saúde é o EpiInfo 2000, um sistema integrado
de gerenciamento de dados epidemiológicos. Somente 4% dos entrevistados já utilizaram
este programa, o que é lamentável, em se tratando de um assunto de tão elevada
importância para a saúde.
Participação em Lista de Discussão
5%
Conhecimento do EpiInfo
4%
Participam
Já Usaram
Não Participam
Nunca Usaram
95%
96%
Tão importante quanto avaliar a dificuldade do usuário é saber da contribuição do
bibliotecário para saná-la. Quase a totalidade dos entrevistados, 98%, reconhece a
importância do profissional da informação na pesquisa. Constata-se aí a grande
contribuição do bibliotecário para a associação do conhecimento e necessidades dos
serviços na área de informação e informática em saúde.
Importância do Bibliotecário no
Auxílio à Pesquisa
2%
Confiabilidade no Profissional
Bibliotecário
3%
Confiam
Afirmam essa
Importância
98%
Negam essa
Importância
Não Confiam
97%
Isso reflete na confiabilidade da busca, pois 97% dos entrevistados confiam mais na
pesquisa feita pelo bibliotecário. As dificuldades dos usuários em lidar com as novas
tecnologias fortalecem o campo de atuação do bibliotecário na área de informática em
saúde. A conveniência de poder contar com sua experiência e capacidade reforça o grau de
confiança que é depositada no trabalho desse profissional.
Essa luta pela distribuição e pelo acesso ao conhecimento deve ter uma participação
efetiva por parte dos profissionais da informação. A interface entre bibliotecários e
profissionais da saúde resulta na melhoria da comunicação entre as pessoas com limitações
relativas à informática. Comprovadamente, é o profissional da informação
quem pode promover o acesso aos mais variados serviços disponibilizados em rede,
facilitando a recuperação de dados e a troca de informações.
�Visando a qualidade na prestação dos serviços, o profissional
acompanhar as mudanças e avanços tecnológicos. É essencial estar
necessidades dos usuários e, sobretudo, delimitar melhor o seu espaço de
relevante o seu papel, enquanto disseminador da informação. Exercendo
social muito mais importante do que o imaginado.
bibliotecário deve
atento às novas
atuação, tornando
assim, um papel
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Traçar um perfil exato dos profissionais que utilizam os serviços de pesquisa da
biblioteca do CROMG não é tarefa fácil, pois podemos perceber nitidamente o grau de
dificuldade e de resistência, principalmente pelos cirurgiões-dentistas com mais tempo de
formados. A grande dificuldade é assimilar os avanços contínuos e aceitar as profundas
transformações tecnológicas da atualidade. O que se sugere neste trabalho é o
desenvolvimento da cidadania com igualdade de oportunidades de acesso ao saber, através
de uma ação educacional in loco.
Hoje, a capacitação do saber é mais veloz e autônoma. A pesquisa científica é de
fundamental importância para o desenvolvimento da comunidade de profissionais da saúde.
O uso das fontes de informação computadorizadas ainda é muito pequeno. Apesar do
crescente volume de fontes de informações disponíveis (Medline, Lilacs, BBO, Scielo etc.),
ainda é pequena a quantidade de revistas que disponibilizam seus artigos na íntegra.
Portanto, os profissionais devem ser qualificados, para, assim, incluir a tecnologia na
prática diária.
A classe odontológica mineira em quase sua totalidade permanece inerte ao
processo evolutivo da informação, por ser pouco treinada e motivada. A capacitação dos
odontólogos é obtida através da difusão do conhecimento pelos bibliotecários, munidos
técnica e cientificamente. Somente pode-se concretizar esse processo trabalhando na união
de esforços e no emprego da tecnologia, engajados na coleta sistematizada da informação e
realizando um trabalho cooperativo. A partir dessa concepção , a principal missão dos
bibliotecários é dar assistência eficiente e de qualidade, visando o suporte técnico e a
superação das limitações.
A capacitação dos bibliotecários, diante das inovações tecnológicas, é de
fundamental importância no contexto da pesquisa em saúde. A aplicação desses
conhecimentos em uma nova sociedade - a sociedade da informação, proporcionará
oportunidade ímpar, onde o bibliotecário poderá atuar no suporte aos profissionais da
saúde. Promovendo, assim, o êxito e progresso da pesquisa científica em ciências da saúde.
Experiência é algo que não se aprende, adquire-se!
�REFERÊNCIAS
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odontologia. Rio de Janeiro: Brasport, 1999. 191p.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
A Interaratividade do bibliotecário com os profissionais da saúde no auxílio à pesquisa científica.
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Castro, Denise Geralda Perdigão de
Lima, Armando Antônio
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho visa avaliar o nível de conhecimento dos cirurgiões-dentistas, usuários da biblioteca do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CROMG),
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O AMBIENTE DE QUALIDADE EM UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO E A APLICAÇÃO DO
PROGRAMA 5S
Danielle Thiago Ferreira
Bibliotecária
UNICAMP – Biblioteca Central
Caixa Postal 6136 CEP13081-970
Campinas-SP /Brasil
danif@unicamp.br
danif@lycos.com
RESUMO
O artigo analisa o Programa 5S de administração, nascido no Japão no final da década de 60,
apresentando, a partir desta análise, dicas de como aplicá-lo em um Sistema de Informação. Procura-se
demonstrar que é possível, independente de recursos, encontrar soluções originais e consequentemente
alcançar
um
melhoria
na
prestação
dos
serviços
aos
usuários,
criando
um
clima
de
confiança,
responsabilidade e qualidade no local de trabalho.
Palavras-chave: Programa 5S, Ambiente de qualidade, Administração de sistemas de informação
1. INTRODUÇÃO
1
�Percebemos que, atualmente, o desejo de um ambiente de qualidade é uma preocupação cada vez
mais frequente entre administradores para atingir certos objetivos das organizações. Estas por sua vez
vão desde empresas até Bibliotecas e Centros de informação, e são caracterizadas por ter uma forma
diferente de administração, ou seja, com ênfase nas relações humanas.
Qualquer tipo de organização, além das bibliotecas e centros de informação, mais do que nunca,
estão em busca da qualidade e o programas de qualidade estão aí, para desenvolver na organização este
tipo de visão. Pontos comuns encontrados nestes programas de qualidade, estão: no envolvimento de
alta prioridade na estratégia das empresas; no envolvimento de todas as divisões e áreas da empresa,
maior preocupação com as exigências dos consumidores, também na utilização de indicadores
gerenciais, também no maior envolvimento da direção e alta gerencia e no relacionamento mais maduro
com os fornecedores. Assim sendo, destacam-se três abordagens como base para os programas da
qualidade: Certificação da Qualidade, Gestão da Qualidade Total e o Programa 5S.
Nesta análise, retrataremos e comentaremos sobre somente um destes programas de qualidade; o
Programa 5S.
O 5S nasceu no Japão no final da década de 60 e chegou ao Brasil em 1991, para mobilizar e
transformar as pessoas e organizações.
Tal programa possui grande nível de importância porque, além de envolver
aspectos estratégicos é um sistema educacional revolucionário, que trabalha prática e
reflexão.
Vemos, então, que o programa 5S tem por finalidade aprimorar o ambiente de qualidade de
trabalho, gerar estímulos para relacionamentos mais humanos e melhorar a qualidade de vida dos
funcionários.
No entanto, as unidades de informação, devido à necessidade de estarem
constantemente em mudança, incorporando novas tecnologias e procurando tornaremse cada vez mais atrativas e essenciais para seus usuários, constituem-se ambientes
propícios para estas novas formas de gestão. Os dirigentes destas unidades, em sintonia
2
�com as modificações de paradigmas administrativos que estão se produzindo no
mundo, enfrentam o desafio de adequarem-se a tais mudanças, visando à melhoria da
qualidade dos serviços que prestam a sua comunidade de usuários.
2. O PROGRAMA 5S
Como visto, tal programa foi introduzido no Japão, mais especificamente nas
empresas japonesas com o propósito de acabar com o “trabalho forçado”.
E é um
conjunto de cinco palavras japonesas que exprimem os princípios fundamentais da
organização e que deram origem ao programa 5S: seiri, seiton, seisou, seiketsu e shitsuke,
em
português,
significam:
senso
de
utilização,
organização,
limpeza,
saúde
e
autodisciplina.
A essência dos 5S está na autodisciplina, que vai desde a capacidade de ter iniciativas, a busca do
conhecimento de si e do outro, o espírito de equipe, o autodidatismo até a capacidade de almejar melhoria
contínua tanto no nível pessoal quanto no organizacional. Pessoas que praticam
estes conceitos tornam-se
gerentes de si mesmas e são destaque no mercado de trabalho.
A prática do 5S, aqui no Brasil, através de relatos de empresas, tem produzido
consequências visíveis no aumento da auto-estima, no respeito às pessoas, ao meio
ambiente
e no crescimento pessoal. Não só as pessoas se sentem melhor, e sim toda a
comunidade. O clima da organização também melhora.
Trabalhar com mais segurança, manter bons hábitos para a saúde, buscar limpeza e
organização, combater desperdícios, ter espírito de equipe, aceitar desafios e ser
responsável, são algumas das vantagens que o programa proporciona à organização e às
pessoas que fazem parte destas.
E para se conquistar tais vantagens, o programa segue os cinco sensos,
caracterizados à seguir:
3
�O senso de utilização,
favorece a eliminação do desperdício de inteligência, tempo
e matéria-prima. Significa usar os recursos disponíveis, com bom senso e equilíbrio,
evitando desatualizações e carências. Todos os funcionários devem identificar e manter no
seu lugar os itens verdadeiramente úteis ao seu serviço, enfatizando o objetivo de separar
as coisas necessárias das desnecessárias à partir de critérios de estratificação,
classificando os objetos segundo a ordem de importância.
O senso de organização, facilita o desenvolvimento do primeiro senso, ao diminuir
o tempo de busca dos objetos. Implica “dispor os recursos de forma sistemática e
estabelecer um excelente sistema de comunicação visual para o rápido acesso a eles”.
Este senso consiste em dar lugar a cada item e colocar cada item em seu lugar,
padronizando as nomenclaturas e evitando, assim, mais de uma interpretação para o
mesmo objeto.
Significa colocar as coisas nos lugares certos ou dispostas de forma correta para que
possam ser usadas prontamente. É uma forma de acabar com a procura de objetos.
Enfatiza o gerenciamento funcional e permite que se encontre o que se precisa quando se
quer. Busca formular regras claras que governem a estratificação, permitindo um lay-out
flexível que possa ser alterado, de maneira a impedir a formação de labirintos e assim,
aumentar a eficiência.
O senso de limpeza, de acordo com todos os autores mencionados, pode ser definido como a
eliminação da sujeira sob todos os aspectos, incluindo a boa preservação dos equipamentos, ambiente de
trabalho limpo, com agradável sensação de bem-estar e eliminação de estoques desnecessários. Pode ser
feita pelos próprios funcionários, cada um tornando-se responsável pela manutenção de seu espaço. A
limpeza é considerada uma oportunidade para o monitoramento, inspeção ou reconhecimento do local de
trabalho, permitindo descobrir e atacar as causas da sujeira e facilitando, desta forma, a criação de um
ambiente impecável.
O quarto senso é denominado senso da saúde, higiene ou padronização. Este referese ao estágio alcançado com a prática dos três sensos anteriores, acrescido de hábitos
4
�rotineiros de higiene, segurança no trabalho e saúde mental. Por isso, excesso de
materiais, má ordenação e sujeira são, reconhecidamente, causas de acidentes de trabalho
e estresse. Combater essas causas já significa grande iniciativa para conservar a vida da
empresa e dos empregados em boas condições. O seiketsu é traduzido como asseio, o que
implica conservar a higiene, sem descuidar os estágios de organização, ordem e limpeza
alcançados, padronizando hábitos, normas e procedimentos.
Enfatiza o gerenciamento visual, a manutenção das condições-padrão, permitindo
agir com rapidez.
O quinto e último senso, o senso de disciplina, procura a manutenção da nova
ordem estabelecida. Implica cumprir rigorosamente as normas e tudo aquilo que for
decidido pelo grupo. Considera-se a disciplina como um sinal de respeito aos outros. À
medida que as pessoas se mantêm comprometidas com o fiel cumprimento dos padrões
técnicos e éticos, é produzida uma evidente melhoria individual e organizacional. Este
último senso apregoa a luta permanente para manter e melhorar os quatro sensos
anteriores e a capacidade de fazer as coisas como devem ser feitas, demonstrando como,
em definitivo, os cinco sensos estão interligados.
3. COMO APLICÁ-LO EM UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO
Antes de mais nada, devemos levar em conta que o líder (bibliotecário-chefe, etc.)
que irá
conduzir tal programa precisa desempenhar um papel empreendedor, e para isso,
deve ter a mente aberta às idéias de inovação, mudança e criatividade, visando modificar
o ambiente organizacional e melhorar os serviços de informação oferecidos, além de
acompanhar toda e qualquer mudança vinda com o surgimento das novas tecnologias e
que fazem parte da gestão de uma unidade de informação.
Antes da aplicação, é feito um diagnóstico da situação inicial do Sistema, a fim de
detectar os principais problemas, suas causas, soluções, conhecer os recursos disponíveis
e estabelecer prioridades. Em seguida, torna-se necessário avaliar, informalmente, o nível
5
�de satisfação dos usuários e funcionários, tomando cuidado com as condições já existentes
de cada um, para não traumatizar as pessoas com as mudanças que serão realizadas.
No primeiro momento, percebemos que as primeiras ações numa aplicação, são
como tivéssemos fazendo uma “faxina geral”, onde praticam-se os sensos de utilização,
ordenação e limpeza, onde também permite-se visualizar os problemas mais sérios. È
importante enfatizar mais uma vez que, é preciso mostrar aos funcionários todos os
conceitos oferecidos por este programa, entusiasmando-os e sensibilizando-os,
para que
todos possam, com tal entendimento, colaborar na criação do ambiente de qualidade.
Como princípio básico, o senso de utilização é aplicado no que se diz respeito à
descartes ou remanejamento de materiais bibliográficos desatualizados e sem uso e
também qualquer outro tipo de material, como equipamentos e móveis que estavam
esquecidos. Quanto aos materiais bibliográficos, o descarte é feito mediante sempre às
opiniões de usuários e outros, para avaliar sua real importância.
Com isso ganha-se mais espaço para materiais que realmente são importantes de se
ter no acervo de um Centro de informação, reduzindo assim os desperdícios.
Analisando o senso de organização (ordenação), tem-se exemplos do que pode ser
feito nos Sistemas, como uma mudança de lay-out físico, para se aproveitar melhor o
espaço, facilitando a localização de materiais e o controle destes, a locomoção das pessoas
e também o próprio ambiente em si, no que diz respeito à iluminação, ao visual,
preocupando-se com o bem estar do usuário.
Quanto ao senso de limpeza, pode-se de primeiro momento, preocupar-se com a
distribuição da coleta de lixo, depois com a limpeza de assoalhos e janelas do ambiente.
Também neste instante, pode-se fazer pequenos reparos e reformas no ambiente, como
pinturas, troca de piso, etc, lembrando sempre que um ambiente claro, limpo e com bom
aspecto atrai muito mais pessoas.
6
�Quanto ao senso de saúde, algumas medidas tomadas são, o controle dos usuários e
dos materiais retirados e a implantação de carteirinhas ou cadastro de usuários.
Destacamos neste item também a preocupação com a iluminação, para o bem estar dos
funcionários e usuários. Neste mesmo item, outra grande preocupação é quanto a
diminuição de acidentes de trabalho e estresse, preservando a saúde física, mental e
emocional dos funcionários, incentivando-os a realização de controle médico e a prática
de esportes, e dentro do trabalho a melhor distribuição de tarefas e implantar um clima de
confiança e solidariedade entre todos.
No que se refere ao senso de disciplina, o que deve ser cultivado é a cooperação
entre toda a equipe do Sistema, levando-se em conta que todos devem cultivar também
bons hábitos no dia a dia, se conscientizando das tarefas que desempenham e da
responsabilidade que se dispensa em cada uma delas, desenvolvendo o autocontrole e a
autodisciplina.
Portanto,
depois da aplicação de todo o programa de qualidade, como forma de
controle e avaliação, devem ser feitas reuniões com o grupo para melhor integrar a equipe
e abrir espaço para as opiniões, assim é mais fácil de saber o que toda a mudança
acarretou individualmente a cada funcionário, para daí ter a certeza de que todo este
trabalho contribuiu de forma completa na motivação do grupo.
3.1 COMO MANTER E MELHORAR A APLICAÇÃO DO PROGRAMA 5S
Além de uma avaliação constante, outras formas de melhorar e manter os 5S em uma organização,
tem-se mostrado muito úteis como, o incentivo ao esporte ou campeonato (torneios), o incentivo através de
prêmios ou certificados, não só para resultados alcançados, mas também para o esforço da equipe,
mostrando o reconhecimento pelo trabalho.
Também são importantes a formação de equipes, o diálogo entre gerente e equipe e
as reuniões periódicas,
o que seria uma forma das pessoas exporem melhorias e
7
�promoverem cooperação e aprendizagem. Promover concursos e pesquisas também é uma
forma de manutenção do programa, pois há o comprometimento das pessoas quando estas
geram idéias de melhoria.
3.2 COMO FAZER A AVALIAÇÃO DO PROGRAMA 5S
As avaliações do programa 5S são feitas por gerentes, direção ou pessoas
devidamente preparadas ou responsáveis pela coordenação ou implantação do programa.
São feitas com uma freqüência maior no começo da implantação do programa,
diminuindo gradativamente ou assim que as pessoas se habituarem à pratica.
Como instrumento de avaliação, são feitas listas de verificação, elaboradas sob
medida para que, à partir destas possam ser identificados onde e quando as ações
corretivas devem ser aplicadas, para tanto, é incentivado a realização de uma
auto-avaliação, antes da avaliação em si.
Os resultados da avaliação trazem as sugestões de melhorias, e estes devem ser
aplicados somente se trouxerem resultados positivos.
Portanto, as avaliações da implantação do programa 5S tem por finalidade além de
promover a integração e comunicação das pessoas, também gerar clima de ajuda mútua,
identificar possibilidades de melhoria, divulgar realizações pessoais e gerar um ambiente
de competição sadia.
4. CONCLUSÃO
O que temos de importante a tirar de tal programa é que este não constitui somente
o “housekeeping” (arrumação da casa) no sentido físico e restrito da palavra, e sim vai
muito além, porque o que importa é o ambiente da qualidade, onde as pessoas cultivem o
8
�senso de qualidade, por isso devemos interpretar tal programa, além do seu aspecto
dogmático, para assim, construir um verdadeiro ambiente de qualidade.
Dizia um diretor de uma certa empresa japonesa que “somente quando os
empregados se sentirem orgulhosos por terem construído um local de trabalho digno e se
dispuseram a melhorá-lo constantemente, ter-se-á compreendido a verdadeira essência do
5S”.
Pode-se dizer ainda, que antes, durante e depois da aplicação e implantação do
programa 5S, existem ainda armas poderosíssimas para se compartilharem objetivos e
estabelecer o ambiente da qualidade numa organização, são elas: a motivação, a
comunicação, a decisão de mudança, estas por sua vez, consideradas grandes desafios que
constituem os degraus para o sucesso da empresa.
ABSTRACT
The article analyses the Administration’s 5S’s Program was born in Japan in the last
60s, it presents hints in the co-application in an Information System. It Attempts to
demonstrate that is possible, independent of
resources, to find original solutions, reaching
substantial advances in the services offered to the users and creating an environment of
trust, responsability and quality within the organization.
Key-words: 5S’s Programs; Quality environment; Information system administration
9
�REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - SILVA, João Martins de. O ambiente da qualidade na prática – 5s. 3. Ed. Belo
Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1996. 260p.
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Janeiro: Campus, 1994.
3- VANTI, Nadia. Ambiente de qualidade em uma biblioteca universitária: aplicação do
5s e de um estilo participativo de administração. Ciência da Informação, v.28, n.3,
p.331-337, set./dez. 1999.
4- LOBOS, Julio. O cliente encantado. São Paulo: J. Lobos, 1995.
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�5- UMEDA, Masao. TQC e administração de recursos humanos no Japão. Belo
Horizonte: UFMG, 1996. 87p.
6- UMEDA, Masao. ISO e TQC, o caminho em busca de G. Q. T. Belo Horizonte:
UFMG, 1996. 58p.
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www.wcca.com.br/pt12.html (Documento eletrônico)
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www.abrafati.com/informativos/industri.htm (Documento eletrônico)
9- Housekeeping.
www.ceres.winbr.com/5 (Documento eletrônico)
11
�
Dublin Core
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O Ambiente de qualidade em um sistema de informação e a aplicação do Programa 5S.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ferreira, Danielle Thiago
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa o Progrma 5S de administração, nascido no Japão no final da década de 60
Language
A language of the resource
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snbu2002
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http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4037/SNBU2002_032.pdf
d07f01487dd2dc5b43224d20086f7b4c
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A INTERNET NA PRÁTICA BIBLIOTECÁRIA: ESTUDO EXPLORATÓRIO
JUNTO AO SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (SIBI/USP)*
The Internet in the librarian practice: exploratory study in the Integrated Library System of
the University of São Paulo (SIBi/USP)
Cybelle de Assumpção FONTES**
Neusa Dias de MACEDO***
Resumo
Buscando levantar usos e efeitos da Internet no contexto das bibliotecas
universitárias brasileiras, utilizou-se questionário estruturado, distribuído por correio
eletrônico, abrangendo a identificação dos participantes, o uso da Internet e de seus
recursos, os efeitos do uso na prática profissional. Dentre os 243 questionários enviados a
profissionais do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBi/USP), obteve-se noventa e
quatro respostas (39%), representando vinte e oito (93%) das trinta bibliotecas
selecionadas para esta pesquisa. Aponta-se que o uso da Internet se inicia na própria
Universidade, em média de cinco anos, ocorrendo também nas bibliotecas da USP. Os
treinamentos oferecidos pela Universidade e a iniciativa própria têm sido as primeiras
formas de contato. O correio eletrônico, o correio eletrônico com envio de anexo e a
WWW, são os três recursos mais utilizados. A Internet agiliza as rotinas de trabalho, altera
o acesso à informação, a comunicação e o uso de recursos de informação. A maioria dos
participantes relata não ter dificuldade no uso da Internet.
Os serviços e produtos
desenvolvidos relacionam-se ao acesso a recursos de informação, ao atendimento ao
usuário e à divulgação de notícias, publicações e acervo. A interação com o usuário se
intensifica, principalmente, com o público interno (docentes alunos de pós-graduação e de
graduação). Se a Internet não pudesse mais ser utilizada, dificultaria e tornaria lenta a
execução das atividades. Conclui-se que a Internet é considerada como ferramenta de real
importância, que transforma e abre novas perspectivas à profissão, estando os
bibliotecários cada vez mais dela dependentes.
Palavras-chave: Bibliotecas Universitárias. Bibliotecários. Universidade de São Paulo,
Brasil. SIBi/USP. Internet . Uso e Efeitos. Recursos da Internet.
*
Trabalho derivado de Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Comunicação e Artes da
Universidade de São Paulo (ECA-USP), em junho de 2001.
**
Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP; Diretora Técnica do Serviço de Biblioteca e
Documentação da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. Endereço: Al. Dr.
Octavio P. Brisola, 9-75 – Caixa Postal 73 - 17012-901 Bauru, SP - Brasil cafy@uol.com.br
***
Professora Doutora do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA-USP. Endereço: CBD
– ECA/USP. Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 - 05508-900 São Paulo, SP – Brasil
nedima@ig.com.br
�1 – Introdução
A informática e as redes eletrônicas1 estão dentre os principais agentes de mudança
da Sociedade, desde a metade do século XX.
Ao longo das últimas décadas, estas redes, cada vez mais interligadas, formaram o
que hoje se convencionou chamar de Internet. A partir de 1995, a Internet firma-se como
meio legítimo de comunicação, marcando um “ponto sem retorno do processo de
incorporação da tecnologia informática à civilização ocidental" (ANDIÓN GAMBOA,
1997, p. 9). Observa-se, por exemplo, que foram necessários vários anos para que
diferentes e importantes invenções, como a eletricidade (46 anos) e o computador (16
anos) fossem utilizados por mais de 50 milhões de pessoas. A Internet sobressai-se, por
alcançar aquele mesmo número de pessoas em apenas quatro anos (COX ; ALM, 1998).
Sobre sua estrutura física de cabos, conectores, roteadores e mediados por
protocolos de comunicação, diferentes recursos são utilizados na Internet: correio
eletrônico, Telnet, FTP, grupos e listas de discussão, bate-papo e WWW, para citar os mais
conhecidos.
Dentre os possíveis aspectos de análise da Internet estão os estudos de uso de redes
eletrônicas que, segundo Savolainen (1998, p. 332), referem-se às pesquisas de diferentes
formas de consulta aos recursos disponíveis. Um dos pontos primordiais destes estudos é o
universo de pesquisa a ser abordado. Conforme Menou (1999), este universo compõe-se de
“espaços básicos”, que se superpõem “mais ou menos extensivamente”, variando de
importância segundo os atores e circunstâncias, e que seriam: o espaço individual, familiar,
de trabalho e de participação social.
Estudos de uso relacionados com o trabalho representam, talvez, “a parte mais
avançada dos estudos de uso, tanto conceitualmente como
empiricamente”; comparando-
se com as pesquisas gerais, os estudos relacionados ao trabalho são mais claramente
1
Citam-se como redes eletrônicas, em um termo mais abrangente; entretanto, este trabalho estará limitado à
Internet.
�focados (SAVOLAINEN, 1998, p. 339-340). Um dos enfoques é a análise de um
grupo/organização - verificando, principalmente, a freqüência de uso de vários serviços,
em diferentes organizações (universidades e empresas de negócios);
centra-se no indivíduo,
um segundo enfoque
verificando o significado do uso relacionado ao trabalho,
relembrando-se que não é possível determinar uma rígida divisão entre estes enfoque, por
se sobreporem (MENOU, 1999).
Centrando-se no indivíduo, estes estudos permitem verificar “as experiências
adquiridas pelo uso dos serviços das redes e a análise do significado que os indivíduos dão
a esses serviços”; oferecem insights dos caminhos para os quais a vida de trabalho e o
tempo de lazer estão sendo modificados. Altera-se, desta forma, a visão da pessoa como
“mera consumidora de serviço num modelo simplista de envio e recebimento de
mensagem” (SAVOLAINEN, 1998, p. 335, 339, 343 e 346).
O uso de uma tecnologia de informação é acompanhado por uma série de
“fenômenos contínuos”, partindo de uma “mera novidade aparente” até chegar a
“transformações de comportamento em nível individual ou social”. Esses “fenômenos
contínuos”, portanto, acarretam mudanças na forma das pessoas e organizações tratarem
suas atividades particulares (MENOU, 1999).
Como definir estas mudanças? Para Benakauche (1995), a noção de "impacto"
sugere uma sociedade passivamente “atingida” por uma inovação “externa”. Relembra a
autora que toda técnica é um produto social, “resultado de esforços conscientes e dirigidos
de grupos sociais específicos”.
Menou (1998 apud Menou 1999) observa que “impacto é a colisão de corpos e a
alteração resultante disso. Quando ocorre um impacto nenhum dos corpos permanece o
mesmo”. Estabelece, então, que o impacto traz “mudanças substantivas e duradouras na
base
de
conhecimento,
comportamento,
organização
ou
eficácia
dos
indivíduos,
instituições e sociedade”. Em se tratando de mudanças não duráveis ou substanciais,
denominam-se efeitos.
�O uso das tecnologias de informação pode modificar de forma transitória (efeito) ou
definitiva (impacto) as atividades de indivíduos e empresas. Ainda que o uso dos recursos
de informação não leve a mudanças consideradas como impactos, devem ser considerados,
pois “é mais provável que a sua observação seja uma condição para o rastreamento dos
impactos” (MENOU, 1999).
A aplicação dos computadores e das redes eletrônicas ocorre em todas as áreas de
atividades humanas, incluindo-se as bibliotecas. Diante das novas possibilidades e a
desconcertante complexidade do novo cenário, os profissionais que ali atuam procuram
acompanhar as mudanças ocorridas na sociedade, como um todo, buscando “reinventar ou
redefinir seus papéis tradicionais para incorporar a tecnologia” (ABBAS, 1997).
Estudos relacionados ao uso e efeitos da Internet em bibliotecas versam sobre a
freqüência de uso desta rede, como um todo. Dentre inúmeros trabalhos, citam-se os de
Ladner; Tillman (1992), Torres M. (1996), Rosenthal; Spiegelman (1996), Schilling;
Wessel (1996), Stover (2000). Predominantemente desenvolvidas em ambiente americano,
as análises em outros países e continentes também está disponível, como nas pesquisas
australiana, de Olson (1995) e africana, realizada por Chisenga (1999).
Os pontos de análise são, quase sempre, levantamentos sobre quais os recursos mais
utilizados, tipos de treinamento realizados e oferecidos para bibliotecários e usuários,
dificuldades encontradas para a sua utilização, confiabilidade na informação e nos recursos
como instrumento de trabalho, conforme trabalhos de Dumans (1993), Cromer; Johnson
(1994), Abels (1996), Schnell (1996), Sloan (1997). Analisando-se o uso de um recurso
específico da Internet, poderiam ser citados os trabalhos de Tomer (1994), Stoddard;
Siebert (1994), Klassen (1995),
Notess (1996), Schneider (1999), Hewitt (1999), Lindell;
Mimi Pappas; Colleen (2000), Ronan (2000), Colbert (2000), Yue (2001).
No contexto brasileiro, citam-se os primeiros levantamentos gerais,
realizados por
Silva; Márdero; Cláudio (1997), Ferreira, J. R. (1997), IBICT (1998) e Bertholino; Oliveira
(1998). Enfocando o uso de recursos, Gomes (1998) realizou levantamento de fontes e
recursos disponíveis, incluindo-se recursos como catálogos e bases de dados disponíveis na
Internet, enquanto Terra (1998) analisou a comunicação em duas listas de discussão
�brasileiras; Landini (1998), verificou a “aplicabilidade da Internet”,
junto aos profissionais
da informação (usuários da Internet) de todas as regiões do Brasil, representados pelos
Postos de Serviços Rede Antares. Buscando-se o uso para acesso à informação nas
comunidades de pesquisa em C&T, e indiretamente, nos serviços de bibliotecários
tradicionais, apontam-se os trabalhos de Ferreira, S. M. S. P. (1995) e Gonçalves e
Marcondes (1998). Por fim, Correa (1999) buscou levantar qual o preparo dos profissionais
– tanto individualmente como nas Faculdades – para atuarem nos novos mercados de
trabalho, como a Internet.
Diante das novas possibilidades levantadas na literatura e, na prática profissional,
optou-se por realizar este estudo de uso de redes eletrônicas em ambiente de trabalho,
delimitado às bibliotecas universitárias brasileiras e focando-se em seus profissionais – os
bibliotecários.
A contextualização se deu com a escolha da Universidade de São Paulo (USP),
reconhecida pelo seu padrão de ensino e pesquisa e que conta com 39 bibliotecas,
coordenadas
por
um
Departamento
Técnico,
formando
um
Sistema
Integrado
de
Bibliotecas (SIBi). Por meio das atividades tradicionais, como o empréstimo-entrebibliotecas,
levantamentos
e
comutação
bibliográficos,
apoiadas
por
programas
de
educação e treinamento, dão suporte a seus usuários na busca de informação e atividades
de pesquisa.
Como resultado da modernização dos serviços/produtos do SIBi/USP, nos últimos
anos, podem ser citados: o Banco de Dados Bibliográficos da USP - o DEDALUS - com
sua versão Web, desde 1997, reunindo mais de um milhão de registros; o acesso a
periódicos eletrônicos, por meio de consórcio com outras Instituições; adoção do software
Ariel, para o envio eletrônico de documentos; desenvolvimento do site SIBiNet, que reúne
os principais serviços e recursos online disponíveis aos usuários.
Destacam-se, ainda, as ações de modernização de estrutura de rede e informática,
realizadas por meio de projetos de infra-estrutura, financiados pela FAPESP, que
proporcionaram um
grande salto qualitativo na prestação e desenvolvimento de serviços
em rede, favorecendo a cultura de uso das redes eletrônicas entre as bibliotecas do sistema
�e seus usuários. Por fim, os profissionais do SIBi/USP contam com programas de
capacitação para o uso de redes e recursos informacionais. Todos estes pontos favoreceram
a escolha do SIBi/USP como ambiente desta pesquisa.
2 - Objetivo do estudo
Verificar
o uso dos recursos da Internet, evidenciando seus possíveis efeitos na
prática profissional, conforme opinião dos bibliotecários do SIBi/USP,
3 - Metodologia
Neste estudo exploratório e descritivo, como universo da pesquisa, elegeu-se as 30
bibliotecas do SIBi/USP ligadas às Unidades de Ensino e Pesquisa, excluindo-se
bibliotecas ramais, setoriais ou departamentos não ligados a estas Unidades ou não
reconhecidos como bibliotecas pelo SIBi/USP.
Ao total, observou-se
14 bibliotecas na
área de Biológicas, 11 bibliotecas na área de Exatas e 5 bibliotecas na área de Humanas.
Os sujeitos da pesquisa foram os bibliotecários que atuam nestas bibliotecas; seus
nomes
foram
obtidos
primeiramente
junto
ao
DT-SIBi;
posteriormente,
foram
confirmados diretamente com cada biblioteca, obtendo-se, também, o endereço eletrônico.
Ao final, chegou-se ao total de 243 profissionais: 107 da área de Biológicas, 73 da área de
Exatas e 63 de Humanas.
Tendo como enfoque metodológico a observação indireta, adotou-se o questionário
como instrumento de coleta de dados. Composto por 20 questões abertas e fechadas, este
instrumento de pesquisa estruturou-se sob três grandes indicadores: 1) Identificação dos
sujeitos; 2) Uso dos recursos da Internet; 3) Efeitos do uso dos recursos da Internet.
Os questionários, juntamente com uma carta convite, foram remetidos via correio
eletrônico em setembro de 2000, por meio de uma conta exclusiva, criada em um provedor
comercial (mest2000@uol.com.br). Os endereços eletrônicos foram previamente testados,
com o envio de uma mensagem. Buscando obter maior participação, repetiu-se o envio, por
mais duas vezes (outubro e novembro de 2000), reforçando-se também por meio de
�mensagens telefônicas e correspondência comum àqueles que não respondiam a solicitação
de colaboração à pesquisa.
Dentre os 243 bibliotecários contatados a participar da pesquisa foram retornados
94 questionários, outrossim, considerados como válidos, ou seja, 39% do universo da
pesquisa. Estes questionários representaram 28 das 30 bibliotecas (93%) de unidades de
ensino e pesquisa da USP, considerando-se, pois, representativa esta população de
informantes.
As respostas às 20 questões foram tabuladas em planilha eletrônica, utilizando-se o
programa Excel (Microsoft). Para o cálculo de freqüências estatísticas transpôs-se a
planilha geral de dados no programa Statistica for Windows, versão 5.1 (Statsoft Inc.),
auxiliado também pelo programa Analyse-it, versão 1.61 (Analyse-it Software). Para cada
questão aberta criou-se um arquivo no editor de textos Word (Microsoft), onde os
participantes foram identificados e suas respostas transcritas. Para a análise do conteúdo
destas respostas, foram identificados os conceitos-chave, na busca de um núcleo comum de
idéias.
4 – Resultados e análise dos dados
Identificação dos participantes
Os participantes atuam nas bibliotecas da USP há em média 10 anos, exercendo
uma parte considerável (55%) algum tipo de função gerencial, o que torna o resultado de
respostas coeso.
Uso dos recursos da Internet
Para a maioria dos participantes (86%), o uso da Internet teve início (ainda que
tardiamente, em comparação a países mais desenvolvidos) na década de 90, dentro da
própria USP, particularmente nas próprias bibliotecas onde atuam (67%). A média deste
uso corresponde a 5 anos, coincidindo com o início de instalação e utilização da Internet
nas bibliotecas.
�A primeira forma de contato com a Internet (48%) deu-se por meio de orientações e
treinamentos na própria USP. Ainda assim, cerca de 40% dos participantes passaram a usar
os recursos da Internet por iniciativa própria, tendo em conta a premente atualização
profissional. Verifica-se, portanto, que mesmo em havendo ambientação favorável no
ambiente de trabalho, o bibliotecário, por si próprio, decide-se pelo uso e responsabiliza-se
por sua reciclagem.
Os meios mais citados como os mais adequados para a “iniciação de uso da
Internet”, configuram-se como treinamento formal,
experiências práticas e treinamentos
por iniciativa própria e a leitura de manuais técnicos.
De qualquer forma, fica claro que os bibliotecários podem decidir-se pela educação
contínua, nesta fase de transição da Biblioteconomia, ou seja, dos conhecimentos e práticas
convencionais às tecnologias emergentes. Todavia, educação formal deve estar aberta a
estes profissionais da informação, pelas universidades, entidades de classe e outros órgãos,
acompanhando-se as constantes modificações dos sistemas e meios eletrônicos.
Os quatro recursos mais conhecidos e utilizados são o correio eletrônico (99%); o
WWW (96%); os anexos enviados por meio de correio eletrônico2 (94%); o FTP (51%).e o
Telnet (51%) Entre os menos conhecidos, na proporção de pouco mais do que 10%, estão
o FTP, grupos de discussão e Telnet. Considerados os mais úteis às atividades
profissionais, o correio eletrônico simples, ou com anexos, e o WWW. Mais uma vez,
verifica-se a pouca utilização das listas de discussão entre os bibliotecários brasileiros.
Parte considerável dos bibliotecários (78%) realiza práticas diversas com a Internet,
fora do ambiente de trabalho, sendo que 73% o fazem em suas residências. Citam buscas
de informações gerais (em bancos, lojas, informações de caráter cultural e de
entretenimento). Interessante observar que parte deste uso destina-se a buscar informações
para amigos e parentes, ou mesmo, para ensinar outros profissionais quanto ao uso da rede.
O uso da Internet é apontado nas mais diversas atividades bibliotecárias: desde
intercomunicações internas e externas, intercâmbio de informações, tanto com colegas ou
�com públicos diversos (fornecedores, usuários e outros), transações de pesquisas, serviços
bibliotecários específicos solução de problemas, divulgação e disseminação de informação,
entre tantos outros. Pesquisas específicas, mais aprofundadas, devem ser feitas neste
particular.
Verifica-se que há uma tendência daqueles que usam a Internet em outras
atividades conhecerem um número maior de recursos, ficando assim, a possibilidade de
novos estudos, na busca de maiores evidências neste sentido. Entretanto, não houve
correlação, estatisticamente relevante, entre o tempo de experiência no uso e número de
recursos conhecidos.
A maioria dos participantes considera como “média” a sua experiência no uso da
Internet, independentemente do número de recursos conhecidos e utilizados. O grau de
experiência demonstrou tendência de correlação com o número de recursos conhecidos e
utilizados, mas sem correlação com o tempo de uso da Internet.
Caracterizam-se diversas práticas bibliotecárias, ligadas a tipos de recursos. Pelo
correio eletrônico - comunicações internas e externas; envio de arquivos já elaborados;
WWW - próprio para pesquisa e criação de serviços; FTP - registros para bases de dados,
pesquisas bibliográficas, programas de informática; listas de discussão - troca de
informação e questões de atualização; bate-papo - solução de problemas e dúvidas; Telnet
– busca de registros catalográficos e envio de informações.
Fica claro que a Internet incrementa os serviços e produtos das bibliotecas.
Por
meio da análise das homepages destas bibliotecas, verificou-se o desenvolvimento de
mecanismos
importante para o acesso à informação, possibilitando a ampliação de acesso
a bases de dados e catálogos internos, anteriormente restritos à consulta local3. Diferentes
serviços
de atendimento ao usuário, com mais dinamismo, são desenvolvidos. As
bibliotecas e as próprias Unidades tornam-se mais conhecidas e divulgadas por páginas e
2
Detectou-se, no pré-teste do questionário, que a transmissão de arquivos (FTP) era confundida com o envio
de arquivos anexos, por correio eletrônico, optando-se, portanto, por separa-los.
3
Catálogos disponíveis: Faculdade de Saúde Pública (FSP) - Acervo, SeCIR (periódicos) e Higéia
(Produção Científica); Instituto de Física de São Carlos (IFSC) - BBI – monografias e teses; Escola de
Comunicação e Artes (ECA) - ACORDE, CENA e SONORA, respectivamente abrangendo partituras, filmes
e vídeos, discos e fitas; Conjunto das Químicas (CQ) - DBDCQ – catálogo de livros e teses.
�portais, versões online de listagens de periódicos e publicações internas com cópias para
serem gravadas, já surgindo as bibliotecas virtuais
4
e acesso controlado por senha, com
serviços exclusivos aos usuários cadastrados, reunidos em uma Intranet.
Efeitos e reflexos do uso da Internet na prática profissional
A Internet, por unanimidade, é considerada influenciadora de renovação nas
práticas convencionais dos bibliotecários. As principais alterações na rotina de trabalho
dizem respeito à gestão de serviços mais rápidos e ágeis, influenciando acesso à
informação, comunicação e uso de recursos informacionais.
Apenas
34%
dos
principalmente relacionada à
participantes
“lentidão” e
apontam
dificuldades
no
uso
da
Internet,
“conexão da rede”. A questão da velocidade
também perpassa pela necessidade de atualização dos equipamentos; a Universidade deve
estar atenta para esta questão, buscando fornecer subsídio para as bibliotecas poderem
periodicamente atualizar seu conjunto de máquinas. Outro ponto levantado, nesta questão,
é a falta de apoio técnico. Enquanto alguns bibliotecários reclamam da falta de
conhecimento
para o desenvolvimento de produtos e serviços (criação de páginas, por
exemplo), aqueles que o fazem continuam dependentes do pessoal técnico de informática
para alocarem em servidores e disponibilizarem serviços mais complexos, como catálogos
e bases de dados. Retorna-se, mais uma vez, a antiga questão da interação entre o
bibliotecário e os profissionais de informática no desenvolvimento de serviços e sistemas.
De outro lado, a maioria declara que são satisfatórios o ambiente e os equipamentos
existentes em suas bibliotecas.
A Internet é reconhecida como ferramenta de trabalho, ressaltando-se seu papel
como fonte de informação e meio de comunicação. Os comentários apontam-na não como
“mais
uma
ferramenta”,
mas
os
adjetivos
a
transformam
em
uma
ferramenta
“fundamental”, “importantíssima”, imprescindível” etc. Esta ferramenta eletrônica tem
facilitado e agilizado trâmites de pesquisa, intercomunicação com pares e usuários,
principalmente a comunidade interna (docentes e pós-graduandos).
4
Biblioteca Virtual de Óptica Básica e Aplicada (IFSC) e Biblioteca Virtual de Saúde Reprodutiva (FSP).
�As transformações se dão tanto na profissão, como no mercado de trabalho, que
sofre uma transformação, de um ambiente arcaico, para outro mais moderno e dinâmico.
Ainda quanto à Internet como ferramenta, uma minoria vincula o seu uso como fator
determinante de qualidade, rapidez e eficiência em suas atividades, possibilitando um
atendimento melhor e a um maior número de usuários.
Como uma “provocação” final, a última pergunta formulada inquiria sobre o que
poderia ocorrer na atividade profissional daquele bibliotecário, caso a Internet não pudesse
mais ser utilizada. Para alguns, sem a Internet, as práticas bibliotecárias se estagnariam,
tanto na obtenção como no fornecimento de dados. Haveria um retrocesso nas atividades,
interrompendo o desenvolvimento das atividades e prejudicando o atendimento ao público.
5 - Conclusão
Diante do exposto, fica evidente que a Internet é considerada ferramenta
imprescindível nas práticas diárias bibliotecárias e, em algumas destas atividades, é grande
a dependência deste recurso. Os efeitos de seu uso são observados na modificação de
serviços e produtos e no comportamento e no mercado de trabalho de seus agentes.
O quadro traçado é situacional, restringindo-se às bibliotecas da USP. No entanto,
registram-se estes dados, sugerindo-se que novos estudos possam advir, com outros
grupos, acompanhando-se as rápidas transformações os constantes desafios,
onde a única
certeza é a da mudança.
Abstract
Searching about the use and effects of the Internet on the brazilian academic
libraries, it was used a structured questionnaire, sent by email, with the identification of the
informants; the Internet uses; their effects in the professional practice. From 243
questionnaires sent to the librarians of the Integrated Library System of the University of
São Paulo, 94 were returned (39%), but representing 93% of the libraries selected to the
research. It was pointed out that the use of the Internet resources starts properly at some
University agencies, in the average in five years, occurring also in its libraries. Librarians
had, as its first manners of Internet access, some trainings promoted by USP, and by the
�own initiative. The simple e-mail and with annexed files, and WWW are the three principal
resources used. The Internet makes the library daily works faster, changing the access to
communication/information, and the use of information resources. A great part of
participants indicates that they have no difficulties in using the Internet and are satisfied
with the number of equipments and their workplaces. The user interaction is mainly
intensified by the internal public (faculty, undergraduate and graduate students). If the
Internet could not be used any more, the fulfillment of library activities would be more
difficult and slow. It concludes that Internet is considered as an important working tool that
transform and open new perspectives to the profession and these librarians are becoming
more dependent of it.
Key-words: Academic Libraries. Librarians. University of São Paulo. Brazil. SIBi/USP.
Use and Effects of Internet. Resources of Internet.
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TORRES M., A. C. Implementando servicios con Internet: destrezas y estrategias. Revista
Interamericana de Bibliotecología, Medelín, v. 19, n. 1, p. 112-122, ene./jun. 1996.
YUE, J. The use of ICQ in providing real time reference service. In: KASOWITZ, A. S. ;
STAHL, J. (Eds.). Facets of Digital Reference : papers and presentations from the Virtual
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Clearinghouse on Information & Technology, 2001. Disponível em:
<http://www.vrd.org/conferences/VRD2000/proceedings/Yue11-20.shtml>. Acesso em: 24
fev. 2001.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A internet na prática bibliotecária:estudo exploratório junto ao sistema integrado de bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBI/USP).
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Fontes, Cybelle de Assumpção
Macedo, Neusa Dias de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Buscando levantar usos e efeitos da Internet no contexto das bibliotecas universitárias brasileiras.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4036/SNBU2002_031.pdf
cc1e11f685b9699be8e053997b3c37ed
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Text
SÍTIO ECOLÓGICO: UMA EXPERIÊNCIA VIRTUAL
Cristiane Alberto Gonçalves
Bibliotecária
UNICAP - Setor de Processos Técnicos
cristianealberto@hotmail.com
Maria Carolina de Deus Cysneiros
Bibliotecária
AESO - Biblioteca
carolcysneiros@bol.com.br
Susana Schmidt
UFPE - Depto. Ciência da Informação
susach@npd.ufpe.br
�SÍTIO ECOLÓGICO: UMA EXPERIÊNCIA VIRTUAL
Resumo
Relata processo de criação do protótipo da Cartilha do Sítio Ecológico Gilberto Freyre nas
versões: site, livro eletrônico e impresso. O produto informacional pretende divulgar a
fauna e flora do Sítio Ecológico da Fundação Gilberto Freyre, enriquecer o Projeto de
Educação Ambiental da instituição e estimular a educação continuada. Seu objetivo é
oferecer variados pontos de acesso às informações lá armazenadas, permitindo às
bibliotecas
universitárias
e
entidades
especializadas,
interação
neste
ambiente
informacional.
INTRODUÇÃO
A Fundação Gilberto Freyre é uma entidade filantrópica, privada, sem fins lucrativos, sua
missão principal é a gestão da informação acerca da vida e obra de Freyre, seu patrimônio
cultural, seus bens e acervos. O Sítio Ecológico Gilberto Freyre está situado no entorno da
casa onde viveu o sociólogo e escritor pernambucano, atualmente a Fundação Gilberto
Freyre. É um amplo espaço verde, constituído por várias espécies de plantas e animais.
Durante Estágio Supervisionado realizado na Fundação, orientado pela professora Maria
Auxiliadora e coordenado pela bibliotecária Jamille Cabral. Foi constatada a necessidade
do aprimoramento da visitação ao Sítio Ecológico, em decorrência do projeto de Educação
Ambiental, sendo necessário a geração de produtos informacionais para a disseminação das
informações física e virtualmente. Optou-se por desenvolver um produto informacional em
diferentes plataformas ou suportes, permitindo a interface entre físico e virtual.
O produto desenvolvido foi o Protótipo da Cartilha do Sítio Ecológico Gilberto Freyre: nas
versões site, livro eletrônico e impresso, contendo informações acerca da fauna e flora do
Sítio Ecológico, que até então eram repassadas apenas oralmente durante a visitação.
Sendo o Sítio um ambiente rico em informações, este produto informacional serve a
diferentes tipos de bibliotecas inclusive universitárias e entidades especializadas. O acesso
a essas informações, proporciona a interação entre vários sistemas e a instituição.
�REVISÃO DE LITERATURA
A Fundação Gilberto Freyre recebe cerca de 480 visitantes por mês no Sítio Ecológico.
Essa demanda gerou uma ação por parte da Fundação, denominada Educação Ambiental, a
partir dessa ação foi gerada uma gama enorme de informação especializada e de alto nível
acerca da fauna e flora do Sítio. As informações eram repassadas apenas oralmente no ato
das visitações e por falta de plataformas que as consolidasse, se perdiam no tempo e
espaço.
Diante desse quadro, surgiu a necessidade de realizar o Projeto de Criação do Protótipo da
Cartilha do Sítio Ecológico Gilberto Freyre, nas versões já mencionadas, sendo possível
reunir e disseminar as informações geradas na visitação.
Para que as informações reunidas no produto informacional sejam relevantes para os
usuários,
foram
utilizados
critérios
de
seleção:
idioma,
conveniência,
relevância,
autoridade, precisão, atualidade e cobertura, considerando que “eles visam guiar o
bibliotecário no trabalho... de seleção” (VERGUEIRO, 1997), garantindo que essa seleção
seja objetiva e eficiente. Dessa forma constata-se ser indispensável o estabelecimento e a
utilização de critérios, o que é condição essencial para uma perfeita seleção de
informações.
A opção por utilizar diferentes suportes tem como objetivo alcançar um público alvo
composto por crianças e adolescentes vindos de realidades distintas, ou seja, comunidades
carentes e bairros nobres, escolas públicas (municipais e estaduais) e escolas privadas,
dessa forma, o produto informacional pretende se adequar a realidade de cada visitante,
sem causar restrições no acesso às informações coletadas, organizadas e disponibilizadas,
porque como bem diz o Prof. Dr. J.S.A.K. Van Benhem, a “informação é a única matéria
prima na natureza que se reproduz quando é consumida”. Nossa proposta permite que a
informação seja assimilada de forma continuada, acrescendo conhecimentos aos visitantes,
sendo consumida através de qualquer suporte:
- Cartilha Impressa, composta de imagens, textos e jogos que descrevem a fauna e a flora
do Sítio Ecológico Gilberto Freyre;
�- Livro Eletrônico (e-book), composto de imagens e textos que descrevem a fauna e a flora
do Sítio Ecológico Gilberto Freyre;
- Reestruturação do ambiente Complexo Educacional, que se encontra no Site da Fundação
Gilberto Freyre. Será inserido neste ambiente a versão on-line da cartilha, além de jogos e
uma área para divulgação de eventos.
A utilização de diferentes suportes na elaboração do produto permitiu uma interface entre o
físico e o virtual, o que torna-se importante considerando estarmos em um momento de
transição no repasse e armazenamento das informações de forma física a virtual,
constatando-se que “em adição ao texto impresso novos tipos de artefatos informacionais
integrarão o sistema digital em bibliotecas...” (DRABENSTOTT, 1997) e além disso o
“texto é um objeto virtual, abstrato, independente de um suporte específico.” (SOUZA,
1997 apud LÉVY, 1996).
Para permitir que o acesso às informações contidas nestes documentos fosse o mais amplo
possível buscou-se novas formas de acesso, sem restrições a espaço geográfico e temporal.
Torna-se indispensável neste contexto utilizar as tecnologias da internet, pois “a internet é
uma ferramenta de comunicação poderosa para tornar mais rápida e eficaz a comunicação
com a comunidade de usuários; a comunicação para disseminação da informação...”
(SOUZA, 1997).
Diante das transformações nos procedimentos de produção e transmissão de informações,
ocasionadas pela utilização das múltiplas tecnologias disponíveis, “a nova biblioteca
deverá necessariamente ter informação eletrônica e disponibilidade pela Rede como
premissas básicas de sua estrutura” (MANDEL, 1997). É essencial que os bibliotecários e
demais profissionais da informação reconheçam seu papel diante de novas tecnologias da
informação, considerando que “a missão da biblioteca continuará sendo a mesma, mas não
será apenas ‘depositária’, esta será também ‘ponto de acesso’ entre muitos outros ‘pontos
de acesso’ na ‘teia eletrônica’, ... proporcionando ao usuário um acesso muito mais amplo
e ágil às informações...” (ROSETTO, 1997).
De acordo com SOUZA (1997) “vivemos um momento de exaltação à palavra digital no
qual a meta é prover acesso à publicações eletrônicas”, e segundo MANDEL (1997) “a
�tecnologia da publicação eletrônica e uso da internet já mostra uma direção para mudança
no conceito de publicação”. Desta maneira constata-se ser fundamental que as unidades de
informação estejam empenhadas no planejamento e idealização de publicações eletrônicas.
Com a utilização dessas publicações as formas de acesso às informações são diversas pois
a disponibilidade das informações é infinita, os conteúdos são transferíveis quantas vezes
forem necessárias. Pode-se disponibilizar textos na íntegra, imagens, audiovisuais e
animações, tudo isso virtualmente.
As possibilidades de leitura e navegação pelo documento são diversas, o hipertexto se
move, se desdobra em múltiplas facetas, pois ele “constituye uma modalidad que rompe el
esquema tradicional de lectura secuencial, ofrece la posilibidad de navegar entre diferentes
pasajes de um texto o pasar de uno a otros textos siguiendo enlaces definidos por el
usuário.” (MARCIAL, 1997).
Neste contexto a proposta do projeto foi estruturar mecanismos de disseminação da
informação através de um produto informacional em versão impressa e digital, que possa
ser usado como ferramenta de apoio ao incentivo da leitura e também um apoio
paradidático, a ser consultado fora do ambiente da Fundação pelas próprias crianças e
adolescentes e/ou seus professores, em sala de aula e em suas casas. Porque como bem
coloca FERREIRA (1997) “Qualquer informação só tem sentido quando integrada a um
contexto. A infor mação em si mesma se constitui em um dado incompleto. É o indivíduo
que lhe atribui sentido a partir de suas experiências passadas e interesses futuros”.
ATIVIDADES REALIZADAS
O projeto executado teve como base os elementos da fauna e flora existentes no Sítio
Ecológico Gilberto Freyre, com a geração de informações a partir desses elementos, com
disseminação para um público diversificado, constituído por crianças e adolescentes de
escolas particulares, públicas, municipais e estaduais.
Essa geração de informações se deu através da criação de um produto informacional, com
o intuito de estimular a conscientização da necessidade de preservação da natureza, através
�da leitura, seja em suporte impresso ou virtual. O protótipo da cartilha obedeceu as
seguintes etapas:
Planejamento Editorial
Como o próprio nome propõe, nesta etapa o trabalho desenvolveu-se como um spectrum
do trabalho a ser realizado. Com base no referencial teórico exposto por SOUZA,
MANDEL, DRABENSTOTT, ROSETTO, entre outros, fica clara a necessidade da
utilização de diversos tipos de artefatos informacionais em adição ao texto impresso, sendo
o texto um objeto virtual, abstrato, independente de um suporte específico. A biblioteca
deve ser um ponto de acesso, permitindo ao usuário acesso amplo e ágil às informações, o
que deve se dar através da utilização das mídias impressas e virtuais.
Foi elaborado um
Briefing quanto à estrutura editorial do produto informacional.
Optou-se por se trabalhar uma Cartilha, com conteúdo composto por informações sobre os
elementos da fauna e flora que constituem o Sítio, sendo definido que essas informações
estariam dispostas, através de textos descritivos desses elementos e suas respectivas
imagens, além de passatempos (jogos educativos) que pudessem permitir melhor fixação
do conteúdo da Cartilha.
A finalidade é transmitir informações sobre a fauna e flora nordestina, encontradas no Sítio
Ecológico, sendo o diferencial estabelecer múltiplos caminhos de acesso as informações
sobre a fauna e flora, estimular a leitura através da linguagem visual e textual, de forma
lúdica para um público infanto-juvenil e aprimorar técnicas de aprendizagem e fixação de
conteúdo, por meio da aplicação de passatempos temáticos. Assim, foram definidas três
plataformas para o acesso: site, livro eletrônico e impresso, afim de proporcionar maior
disseminação das informações da Cartilha.
Desenvolvimento da Estrutura lnformacional
Esta etapa foi constituída de ações mais práticas, ou seja, a execução propriamente dita das
ações planejadas na etapa acima comentada.
�Identificação dos elementos:
Foi desenvolvida uma tabela de elementos da fauna e flora encontrados no Sítio Ecológico,
com o auxilio da bióloga, Manuela Falcão, responsável pelas ações lá desenvolvidas.
Coleta das informações:
Foi realizada a coleta dos dados sobre os elementos que encontram-se no Sítio. Os dados
procurados foram: textos, imagens e sons da fauna, e textos e imagens da flora. As
pesquisas foram realizadas em diversas instituições, tais como: Biblioteca da UFRPE
(Universidade Federal Rural de Pernambuco), Biblioteca do IBAMA, Biblioteca Joaquim
Cardozo e Biblioteca Central da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Biblioteca
Pública
Presidente Castello Branco (atualmente Biblioteca Pública do Estado de
Pernambuco), Biblioteca da FUNESO (Fundação de Ensino Superior de Olinda), Livraria
Imperatriz, Livraria Modelo, Livraria Sodiler, Livraria Saraiva, Livraria Siciliana, além de
várias buscas na internet.
Houveram
grandes
dificuldades
em
encontrar
material
bibliográfico
específico
que
retratassem a fauna e flora encontradas no Sítio, especialmente no que se refere a imagens.
O tempo gasto para coletar informações foi muito superior ao previsto originalmente e em
relação a alguns itens, sem sucesso algum.
Seleção e análise das informações:
Foram utilizados alguns critérios de seleção para textos e imagens, sendo eles: fonte,
conteúdo e imagem.
Fonte: idioma (português), conveniência (foram observados se a abordagem do assunto
estava de acordo com a idade do público a ser alcançado), relevância (se o texto ou mesmo
a imagem tinha condições de despertar a imaginação e curiosidade das crianças e
adolescentes).
Conteúdo: autoridade (foi observada a qualidade do material, considerando a reputação do
autor e/ou editor da obra), precisão (foi observado se a informação do texto ou imagem
correspondia exata, rigorosa e corretamente com o elemento em questão), atualidade
(houve o cuidado de coletar as informações básicas sobre os elementos, e mais atualizadas
�possíveis), cobertura (foi observado detalhadamente se eram abordados nos documentos
aspectos importantes sobre os elementos que não poderiam ficar de fora da Cartilha).
Imagem: foi observado além da perfeição das cores e qualidade da imagem (nitidez), dois
aspectos fundamentais para a clareza da exposição da imagem em relação aos elementos da
flora em particular, nesta devida ordem de prioridade:
1) imagem incluindo a folhagem e o fruto do elemento em questão;
2) imagem incluindo a folhagem e a flor do elemento em questão. Não foram aceitas
imagens de árvores inteiras, que não definissem bem o elemento a ser apresentado.
Os critérios acima adotados, permitiram identificar dentre as fontes consultadas, aquelas
que melhor apresentavam e descreviam o elemento.
Tratamento das informações:
Redação dos textos e preparação das ilustrações
Com base na literatura, foram elaborados textos explicativos e descritivos acerca dos
elementos da fauna e flora, pelos biólogos da FGF. Foi realizada leitura e digitação dos
textos, sendo posteriormente selecionados e revisados. Algumas ilustrações feitas por um
desenhista, foram aproveitadas para compor a Cartilha.
Layout dos produtos:
Foi definido o planejamento visual da Cartilha, considerando o suporte (versão) específico
de cada produto e definida sua estrutura gráfica para o suporte impresso e estrutura de
navegação dos produtos virtuais.
Concepção e Montagem de Jogos
Nesta etapa foram elaborados os passatempos que compõem a cartilha. Foram realizadas
pesquisas em fontes que utilizam passatempos, a fim de entender melhor como poderiam
ser os processos de criação desses jogos educativos.
�Foram
utilizados
como
(http://www.monica.com.br)
fontes
e
do
de
referências,
EcoKids
os
sites
da
Turma
(http://www.ecokids.com.br)
da
que
Mônica
possuem
vários passatempos destinados ao público infantil e, no caso do Ecokids, ligados também a
questões de educação ambiental.
Implementação
Após as etapas de idealização, coleta e organização das informações, deu-se início a
execução propriamente dita do protótipo da Cartilha, em suas diversas versões.
Adequação de desenhos para cartilha:
Foram utilizadas ilustrações elaboradas por um desenhista, já existentes na Fundação, de
um “animal”, que se assemelha a um sagüi, e que seria o mascote do Sítio. Para que as
ilustrações fossem inseridas na Cartilha, foi preciso refazer alguns de seus traços, alterar
suas cores iniciais para que elas se adequassem ao layout da Cartilha. Todo esse trabalho,
foi realizado através da digitalização dos desenhos que já existiam do Mascote. Depois eles
passaram a ser alterados, em computador, através do editor de imagens Adobe Photoshop
5.5.
Digitalização de desenhos e imagens:
Como já foi citado acima, os desenhos do Mascote precisaram ser digitalizados para que
pudesse ter sido realizada sua adequação. As imagens coletadas dos elementos da fauna e
flora do SEGF, também foram digitalizadas e, posteriormente tratadas. Algumas imagens
precisaram ser recortadas, outras sombreadas, para que pudesse ser dado um enfoque maior
ao elemento descrito. Todo esse tratamento foi realizado com a utilização do editor de
imagens Adobe Photoshop 5.5, pelo programador visual da Fundação. Tanto as imagens
coletadas dos elementos, como as ilustrações, foram digitalizadas no formato JPG, com
tamanho 300 dpi.
Desenvolvimento da estrutura da cartilha na versão impressa:
1) Capa
2) Contra Capa
�3) Equipe – créditos para todos os que direta ou indiretamente participaram da execução da
Cartilha, nas suas diferentes versões.
4) Imagens e Textos de Apresentação do Sítio Ecológico Gilberto Freyre
5) Conteúdo: dividido a partir de suas duas grandes classes, flora e fauna.
6) Glossário
7) Patrocínios e Apoios
8) Encarte – o encarte é um anexo da Cartilha (versão impressa). Ele contém passatempos
educativos, que abordam o conteúdo da Cartilha.
Elaboração do protótipo da cartilha na versão livro eletrônico – e-book
A criação da versão e-book, contém os mesmos elementos da versão impressa: as mesmas
imagens coloridas da fauna e flora e os mesmos textos descritivos, sendo utilizada a
mesma subdivisão entre fauna e flora. Iniciou-se a criação das telas que compõem o ebook, de acordo com a sua estrutura de navegação:
Abertura
Fauna
Anfíbios
Aves
Flora
Mamíferos
Répteis
Trilha das
pitangueiras
FGF
SEGF
Trilha do
pau-brasil
Foram elaboradas as telas de abertura, da Fundação Gilberto Freyre, do Sítio Ecológico e
de um elemento de cada subdivisão da fauna e da flora. Foram disponibilizados textos a
respeito da Fundação e do Sítio.
Reestruturacão do ambiente virtual Complexo Educacional – cartilha na versão site
O ambiente Complexo Educacional já existente no site da FGF foi reestruturado, sendo
trabalhadas as páginas do Sitio Ecológico e do Espaço Cultural, acrescentando-se à página
do Sítio atalhos para a versão on-line da cartilha, jogos (passatempos educativos) em
versão eletrônica e a versão e-book para download. No Espaço Cultural foi acrescentada
uma página para divulgação de eventos a serem realizados na Fundação Gilberto Freyre,
ligados ao tema Educação Ambiental. A nova estrutura do ambiente ficou da seguinte
forma:
�Complexo
Educacional
Casa
Museu
Visitação
Pública
Sítio
Ecológico
Versão on-line
da cartilha
Museu
Vivo
Passatempos
Espaço
Cultural
Download
do e-book
Eventos
Foi utilizado o editor de html Homesite 4.5.1 na reestruturação do ambiente Complexo
Educacional.
CONCLUSÃO
A Fundação Gilberto Freyre é uma instituição totalmente voltada para a gestão de
informações, procura desenvolver diversas açõ es que disseminem informações para seu
variado público. Para permitir que o acesso às informações seja o mais amplo e eficiente
possível a FGF utiliza meios que permitem liberdade de inovação no desenvolvimento das
atividades de gestão e transferência do conhecimento. A informação lá armazenada e
gerada é o ponto de partida para todas as suas ações, sendo suas metas comprometidas com
o desenvolvimento informacional, utilizando diferentes saídas e suportes informacionais.
Diante disto constata-se ser a FGF uma unidade informacional com uma estrutura de
organização que oferece aos profissionais da informação amplos espaços de atuação, no
que se trata de gestão da informação com métodos inovadores e criativos.
O projeto permitiu a criação de um produto que pode servir como fonte de informação,
explorando e organizando elementos da fauna e flora nordestina, com cobertura de texto,
imagem e som.
Vale registrar a necessidade de conhecimentos básicos de informática para a realização de
pesquisas na internet e concepção do que é necessário e possível na elaboração dos
produtos informacionais, além da presença de profissionais de outras áreas.
�Trata-se de uma experiência enriquecedora onde foram aliados conhecimentos teóricos a
atividades práticas, sendo possível visualizar novas áreas de trabalho para o profissional
bibliotecário, identificando novos rumos para a profissão, interligando os conhecimentos
adquiridos durante o curso a idéias inovadoras e diversificadas das tradicionais, criando
novas perspectivas para o campo de trabalho do futuro.
O Protótipo da Cartilha foi aprovado pela Fundação Gilberto Freyre e está inserido no
projeto Educação Ambiental, para futura implementação.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, C. Livro eletrônico é o novo alvo das editoras. Jornal do Commercio , Recife,
29 maio 2000. Caderno C, p.6.
DRABENSTOTT, K. M.; BURMAN, C. M. Revisão analítica da biblioteca do futuro.
Ciência da Informação on-line, Brasília, v. 26, n. 2, 1997. Disponível em:
<http://www.ibict.br/cionline/260297/26029711.htm>. Acesso em: 26 set. 2000.
FERREIRA, S. M. Design de biblioteca virtual centrado no usuário: abordagem do SenseMaking para estudos de necessidades e procedimentos de busca e uso da informação.
Ciência da Informação, Brasília, v. 26, n. 2, p. 214-217, maio/ago. 1997.
O IMPASSE do livro. O Estado de São Paulo , São Paulo, 08 abr. 2000. Caderno 2, p. D3.
LIVRO eletrônico faz mais que versão em papel. O Estado de São Paulo . São Paulo, 24
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O LIVRO morreu! viva o e-livro! Folha de São Paulo, São Paulo, 09 abr. 2000.
Suplemento, p. 1-13.
LYMAN, P. O projeto das comunidades virtuais. Revista Usp: informática/ internet, São
Paulo, n. 35, set./ nov. 1997. Disponível em:
<http://www.usp.br/geral/infousp/lyman.htm>. Acesso em: 27 set. 2000.
�MANDEL, A. Bibliotecas virtuais. Revista Usp: informática/ internet, São Paulo, n. 35,
set./ nov. 1997. Disponível em: <http://www.usp.br/geral/infousp/arnaldo.htm>. Acesso
em: 27 set. 2000
MARCIAL,
N.
A.
Transición:
los
documentos
electrónicos
la
biblioteca.
Transinformação, Campinas, v. 9, n. 2, maio/ ago. 1997. Disponível em:
<http://www.puccamp.br/~biblio/marcial92.html>. Acesso em: 28 set. 2000.
ROSETTO, M. Os novos materiais bibliográficos e a gestão da informação: livro
eletrônico e biblioteca eletrônica na América Latina e Caribe. Ciência da Informação online , Brasília, v. 26, n. 1, 1997. Disponível em:
<http://www.ibict.br/cionline/260197/26019707.htm>. Acesso em: 26 set. 2000.
SOUZA, C. M. Aviso aos navegantes ou onde fica a biblioteca? Transinformação,
Campinas, v. 9, n. 2, maio/ ago. 1997. Disponível em:
<http://www.puccamp.br/~biblio/cmsouza92.html>. Acesso em: 28 set. 2000.
VERGUEIRO, W. Seleção de materiais de informação: princípios e técnicas. 2.ed.
Brasília: Briquet de Lemos/ Livros, 1997. 126p.
�ANEXO – Telas do e-book
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Sítio ecológico: uma experiência virtual.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Gonçalves, Cristiane Alberto
Cysneiro, Maria Carolina de Deus
Schmidt, Susana
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata processo de criação do protótipo da Cartilha do Sítio Ecológico Gilberto Freyre nas versões: site, livro eletrônico e impresso.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4035/SNBU2002_030.pdf
e167fb7bc594e1b7153bd587b9ca9b60
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Text
ORGANIZAÇÃO, TRATAMENTO E DISPONIBILIZAÇÃO DE COLEÇÕES
ESPECIAIS: A EXPERIÊNCIA DA UNICAP.
Cristiane Alberto Gonçalves
Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
Rua do Príncipe, 526 – Boa Vista – Recife/PE.-Brasil
cristianealberto@hotmail.com
Luciana Vidal
Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
Rua do Príncipe, 526 – Boa Vista – Recife/PE. -Brasil
lclvidal@hotmail.com
Pollyanna Alves
Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
Rua do Príncipe, 526 – Boa Vista – Recife/PE. -Brasil
pollyannaaferreira@hotmail.com
�ORGANIZAÇÃO, TRATAMENTO E DISPONIBILIZAÇÃO DE COLEÇÕES
ESPECIAIS: A EXPERIÊNCIA DA UNICAP.
Cristiane Alberto Gonçalves1
Luciana Vidal2
Pollyanna Alves3
Resumo
São relatadas a organização, o tratamento e a disponibilização das coleções doadas à
Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), consideradas de rico valor informacional em
diversas áreas do conhecimento, especialmente Direito, Economia, Política e Teologia. O
material inclui livros e periódicos provenientes da produção intelectual de personalidades ilustres
do cenário pernambucano e de documentos por eles adquiridos ao longo dos anos. Entre outras
coleções estão a coleção do jurista Prof. Dr. José de Moura Rocha e a coleção da Congregação
Mariana. Após breve histó rico sobre a formação dessas coleções especiais, descreve tarefas já
realizadas, atividades em desenvolvimento e ações futuras pretendidas pela biblioteca, cujo
objetivo é diversificar serviços, criando novos pontos de acesso a informação, disponibilizando
documentos que resgatam a memória e estimulam a pesquisa e a produção do conhecimento.
Palavras-chave: Obras Raras; Obras Preciosas; Coleções Especiais – Organização.
1
Bacharel em Biblioteconomia pela UFPE, bibliotecária do Setor de Processos Técnicos da Universidade Católica de
Pernambuco – UNICAP – e-mail: cristianealberto@hotmail.com
2
Bacharel em Biblioteconomia pela UFPE, bibliotecária do Setor de Processos Técnicos da Universidade Católica de
Pernambuco – UNICAP – e-mail: lclvidal@hotmail.com
3
Bacharel em Biblioteconomia pela UFPE, bibliotecária do Setor de Processos Técnicos da Universidade Católica de
Pernambuco – UNICAP – e-mail: pollyannaaferreira@hotmail.com
2
�1 Introdução
A Biblioteca Central Pe. Aloísio Mosca de Carvalho S.J., é um órgão suplementar da
Universidade Católica de Pernambuco, vinculada à Pó-reitoria de Graduação e ExtensãoPROGRADE, com o objetivo básico de proporcionar suporte informacional às atividades de
ensino, pesquisa e extensão; está em funcionamento desde 1943 quando então era conhecida
como Biblioteca da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manoel da Nóbrega. Após a
construção de um novo prédio no campus da UNICAP, a Biblioteca Central mudou-se e desde
1987 funciona num prédio de quatro pavimentos. Atualmente conta t ambém com um anexo, o 1o .
e o 2o . pavimento do Bloco G, setor D, onde funcionam salas especiais para seus usuários,
totalizando hoje uma área de 7.110,29 m2 . A Biblioteca é constituída de quatro setores:
Assistência ao Usuário, Aquisição, Processos Técnic os, Multimeios e Periódicos. Seu acervo
reúne aproximadamente 76 mil títulos, com 203 mil exemplares, referentes a livros, teses e
dissertações, 3.100 periódicos e 3.850 materiais especiais: cd-rom, cd-audio, DVD, fitas de
vídeo, fitas cassete, disquetes, Slides, ilustrações e outros. Além desse acervo, a Biblioteca
reuniu ao longo dos anos, principalmente através de doações, uma massa documental de
aproximadamente 32 mil exemplares, denominada até o momento de Coleções Especiais,
objeto desse trabalho.
2 Revisão de Literatura
As tecnologias da informação tem acelerado o processo natural das reflexões, promovendo um
rápido processo de mudança nas áreas econômica, tecnológica, científica, política e social,
então, rever e preservar o passado é uma necessidade urgente que tende a aumentar de
importância, uma vez que o livro antigo, raro ou precioso, se devidamente conservado, é uma
fonte inesgotável de pesquisa, pois só o tempo julga e preserva o seu conteúdo. Conservar o
livro ainda é a melhor maneira de se preservar a memória científica. A despeito de todo o avanço
tecnológico da informática, nada há que supere a importância e o valor de um livro bem
conservado, especialmente sob o prisma da durabilidade e credibilidade desse suporte.
3
�Entretanto, é sabido que as instituições de ensino superior em geral, passam atualmente por
profundas e rápidas mudanças e suas bibliotecas, conseqüentemente, são afetadas pelos
impactos dessas transformações. Segundo Cunha (2000) na universidade, a preservação do
conhecimento é uma das funções que menos rapidamente mudam (...) Através dos séculos,
o ponto focal da universidade tem sido a biblioteca, com o seu acervo de obras impressas
preservando o conhecimento da civilização. Mas apesar de todo o esforço de preservar o
conhecimento para as gerações futuras, muitas são as obras danificadas, especialmente as mais
antigas. Um breve passeio entre as estantes de uma biblioteca pode revelar à olhos atentos,
dezenas de documentos com lombadas danificas, capas e páginas soltas, rasgadas, amassadas,
machucadas.
Então, o que fazer para restituir a integridade física desses documentos?
Restaurar? Sim. Se o documento já foi danificado não resta outro caminho a seguir. Mas é
importante lembrar que a restauração é uma atividade muito onerosa, pois exige
equipamentos e materiais de alto custo além de mão de obra especializada (Mársico, 2002).
Diante de um acervo em risco, a primeira atitude deve ser identificar os fatores que promoveram
seu desgaste e estabelecer critérios que estanquem o pr ocesso de degradação, implantando o
mais rápido possível uma política de conservação preventiva. As políticas de acervo, no
âmbito do acesso e do manuseio do livro raro, recomendam “conservar para não
restaurar”, na medida em que a restauração atinge, apenas, o suporte e não a informação
(Pinheiro, 2001).
Outra função da biblioteca universitária, além de assessorar a produção do conhecimento e
preserva -lo, é captar e monitorar informações que possam responder satisfatoriamente independente de seu limite histórico no caso das obras antigas, raras e/ou preciosas - as novas
demandas de mercado, estruturando e agregando valor a informação, de modo que ela passe a
ter uma importância contextual, transformando o conhecimento científico na inteligência prática
de como fazer as coisas. Segundo Tarapanoff (2000), a informação pode se expandir, ser
completada. É capaz de ser substituída, transportável, difusa e pode ser compartilhada.
Como um produto / mercadoria, a informação não se deprecia e é disponível livremente,
tem um valor que cresce com a reutilização.
4
Porque a informação sempre se reproduz
�quando é consumida. A abordagem do livro como a síntese de um conhecimento registrado,
capaz de se transformar em outro conhecimento, através de um continuado e silencioso
oferecimento-apreensão, é ratificada por teorias, que atribuem ao livro uma força
intelectual que enuncia, traduz e forma pensamentos (Otlet apud Pinheiro, 2000).
Atualmente há uma variação enorme de suportes, de apresentação e de recuperação da
informação. Essa multiplicidade faz com que a biblioteca universitária ocupe um nicho importante
na vida acadêmica, assessorando a produção do conhecimento. Pois, as necessidades da
sociedade determinam as aplicações do conhecimento gerado nas universidades. Nas
últimas décadas, as universidades têm sido solicitadas a contribuir em uma ampla
variedade de atividades, desde a saúde até a proteção ambiental, da reconstrução de
cidades ao entretenimento do público em geral. Essa gama de atividades, certamente tem
reflexos na biblioteca universitária, especialmente no acervo e na provisão de produtos e
serviços (Cunha, 2000). Daí a necessidade de analisar o atual cenário das Coleções Especiais
existentes na UNICAP e delinear iniciativas que promovam o resgate, a preservação e a difusão
dos conhecimentos contidos em seus documentos.
Com base nesse enfoque é que foi feito esse trabalho. Seu objetivo é relatar atividades já
realizadas até o momento, no que diz respeito a experiência da UNICAP na organização,
tratamento e disponibilização de suas Coleções Especiais e pontuar os principais tópicos de
ações que serão desenvolvidas para que seja garantido o amplo acesso às informações contidas
nessa massa documental, beneficiando assim a sociedade como um todo.
3 Histórico
Há cerca de 1 ano e meio a Biblioteca está sendo dirigida pela bibliotecária Jaíse da Costa Leão,
a qual vem desenvolvendo e implementando projetos pioneiros em bibliotecas universitárias
particulares no Recife, como é o caso do projeto da Biblioteca Digital, que já está em
5
�funcionamento.4 Outro projeto que desponta na instituição, e que ainda está em fase embrionária
é justamente o Projeto de Organização, Tratamento e Disponibilização de Coleções
Especiais, objeto do presente trabalho.
A Biblioteca ao longo dos anos reuniu a seu acervo, principalmente através de doações, uma
massa documental de aproximadamente 32 mil volumes. São documentos de grande valor
histórico, mas que até pouco tempo atrás se mantinham apenas bem guardados, quase que
escondidos, sem nenhum tratamento ou possibilidade de acesso pelos usuários. As Coleções
Especiais são compostas pelas seguintes coleções:
è Coleção Prof. Moura Rocha
è Coleção Prof. Nailton Santos
è Coleção da Congregação Mariana
è Coleção da Residência dos Padres
è Coleção Pe. Anibal
è Coleção Prof. Rubens Lóssio
è Coleção Prof. Potiguar Mattos
è Coleção Pe. Machado
è Coleção Obras Raras
Durante o ano de 2001, foi iniciada a preparação da Coleção do Prof. Moura Rocha e do Prof.
Nailton Santos, através da contratação de uma equipe de prestadores de serviços. Com o
término do contrato, a nova Direção fez ver a PROGRADE, a necessidade urgente da
contratação de 3 bibliotecárias para trabalharem exclusivamente na organização e tratamento das
Coleções Especiais, dando continuidade a preparação do material, preservando-o devidamente.
Ao iniciarem os trabalhos, com a nova equipe, foi detectado a
necessidade de se desenvolver uma política de tratamento voltada para a identificação de obras
antigas, raras e/ou preciosas provavelmente existentes nas Coleções Especiais, para que
essas obras recebam tratamento e acondicionamento adequados.
4
Para maiores informações acesse www.unicap.br
6
�Sabendo que o rastreamento detalhado e identificação de obras antigas, raras e/ou preciosas não
é tarefa das mais fáceis, a Universidade está criando oportunidades de capacitação e
especialização para suas bibliotecárias, afim de que o trabalho seja realizado com qualidade e
seriedade.
3.1 Atividades Desenvolvidas (de Fevereiro à Junho/2002)
è Participação no Curso Conservação Preventiva para Acervos Raros, ministrado
por Ingrid Beck (Fundação VITAE) e Maria Aparecida Remédio (UNICAMP), de 18 a 19 de
fevereiro de 2002, na Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco. Perfazendo um total de
16h/aulas.
è Visita técnica à Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco – Divisão de Coleções
Especiais/Seção de Manuscritos e Obras Raras, em 26/abril e 27/maio de 2002.
è Consultas a Catálogos impressos de Obras Raras.
è Consultas a Catálogos on-line de bibliotecas com acervos de obras raras.
è Elaboração de critérios para identificação de obras raras e/ou preciosas (que fará
parte da Política de Identificação e Tratamento de Obras Raras e/ou Preciosas da UNICAP).
è Participação no VI Encontro Nacional de Acervo Raro, promovido pela Fundação
Biblioteca Nacional, de 24 a 26/jun., realizado durante o XX Congresso Brasileiro de
Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, em Fortaleza/CE., no período de 23
a 28 de junho de 2002.
3.1.1 Coleção Prof. Moura Rocha :
è Conclusão do tratamento técnico da Coleção Prof. Moura Rocha.
è Identificação de algumas obras raras (Anexo 1)
è Identificação de alguns Ex-Libris (Anexo 2) e Super-Libris na coleção.
3.1.2 Coleção Prof. Nailton Santos :
è Conclusão do tratamento técnico da Coleção Prof. Nailton Santos.
3.2 Atividades em Andamento
7
�3.2.1 Coleção Prof. Moura Rocha :
è Preparação física das obras já tratadas tecnicamente.
è Levantamento de obras antigas, raras e/ou preciosas provavelmente existentes.
è Levantamento de Ex-Libris e Super-Libris na coleção.
è Revisão de catalogação para nível mais exaustivo de descrição.
3.2.2 Coleção Prof. Nailton Santos :
è Preparação física das obras já tratadas tecnicamente.
3.2.3 Coleção da Congregação Mariana :
è Preparação técnica das obras.
è Preparação física das obras.
è Identificação de obras antigas, raras e/ou preciosas provavelmente existentes.
è Identificação de Ex-Libris e Super-Libris na coleção.
3.3 Ações Futuras
è Treinamento na Biblioteca Pública Estadual de Pernambuco – Divisão de Coleções
Especiais/Seção de Manuscritos e Obras Raras, no período de 01 a 23 de julho de 2002.
è Elaboração de critérios para tratamento técnico, físico e acondicionamento de obras
raras e preciosas (que fará parte da Política de Identificação e Trata mento de Obras Raras e/ou
Preciosas).
è Elaboração de projeto para criação do Setor de Coleções Especiais e Obras Raras
na Biblioteca Central da UNICAP.
è
Organização, tratamento, acondicionamento e disponibilização das Coleções
Especiais: Coleção da Residência dos Padres; Coleção Pe. Aníbal; Coleção Prof. Rubens
Lóssio; Coleção Prof. Potiguar Mattos; Coleção Pe. Machado; Coleção Obras Raras.
3.3.1 Coleção Prof. Moura Rocha :
è Reestruturação no layout da Coleção: disposição de estantes, sinalização e ambiente
para consulta às obras.
8
�4 Considerações Finais
A disponibilização das Coleções Especiais contidas na Biblioteca da UNICAP, constitui mais um
recurso informacional de extrema importância para o cumprimento de sua missão. De forma
introdutória, foi apresentado o trabalho que se inicia, sabendo que, a trajetória a ser percorrida é
longa, tendo em vista, o volume documental a ser trabalhado. O futuro porém, revelará
descobertas fascinantes ainda retidas nessas coleções, e tais descobertas, estarão acessíveis ao
pesquisador. Diante de tais considerações, pode-se dizer que o caminho ainda não está pronto
– como um labirinto, vislumbra-se o caminho a medida que se caminha (Pinheiro, 2001).
5 Referências
BAETA, M. L. A. ; BARCELOS, M. E. A. S. ; BUCCINI, M. L. U. Projeto de organização e
automação da coleção de obras raras da Biblioteca da Faculdade de Direito – UFMG. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 19, 2000,
Porto Alegre. Anais ... Porto Alegre: ARB, 2000. 1CD-Rom.
BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO (RS). Catálogo de obras raras ou valiosas da
Biblioteca Pública do Estado. Porto Alegre: Globo, 1972.
BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Obras raras na Biblioteca do Ministério da
Justiça. Brasília, 1981. 147p.
CUNHA, M. B. da. Construind o o futuro: a biblioteca universitária em 2010. Ciência da
Informação, Brasília, v.29, n.1, p. 73, 82, jan./abr. 2000.
9
�EX-LIBRIS: do amor aos livros e bibliotecas nasceu à necessidade de marcar-lhes e garantir-lhes
a posse: daí a origem do ex-libris. Revista Genealógica Brasileira. Rio de Janeiro, a. 3, n. 6,
1942. Disponível em: < http://www.bsi.com.br/~igepar/exlibris/ig_ex_pr.html > Acesso em 06.jun.2002.
MARISCO, M. A. V. Noções básicas de conservação de livros e documentos. Boletim
Informativo da Rede Sirius. Rio de Janeiro, v. 4, n. 35, 2002. Disponível em: <http:
http://www2.uerj.br/%7rsirius/boletim/artigos.htm. Acesso em: 07.jun.2002.
PERNAMBUCO. ARQUIVO PÚBLICO ESTADUAL. Catálogo de obras raras. Recife,
1982. 57p.
PINHEIRO, A. V. O que é livro raro: uma metodologia para o estabelecimento de critérios de
raridade bibliográfica. Rio de Janeiro: Presença, 1989. 70p.
___________. Livro raro: antecedentes, propósitos e definições. Boletim Informativo da
Rede
Sirius .
Rio
de
Janeiro,
v.
4,
n.
35,
2002.
Disponível
em:
http://www2.uerj.br/~rsirius/boletim/artigos.htm. Acesso em: 07.jun.2002.
SILVA, E. M. Origem formação e desenvolvimento das coleções raras e especiais do Colégio
Pedro II – Rio de Janeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E
DOCUMENTAÇÃO, 19, 2000, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: ARB, 2000. 1CDROM.
TARAPANOFF, K. ; ARAÚJO JUNIOR, R. H. de; CORMIER, P. M. J. Sociedade da
informação e inteligência em unidades de informação. Ciência da Informação, Brasília, v.29,
n.3, p. 92, set/dez. 2000.
10
�ANEXO 1 – Identificação de Obras Raras
Apresentamos algumas das obras raras identificadas até o momento na Coleção do Prof. Dr.
Moura Rocha, as quais encontram-se em fase de preparação para disponibilização.
Selecionamos três delas para apresentá-las por meio de suas folhas de rosto (Figuras 1, 2 e 3),
as demais, são apresentadas em forma de referências bibliográficas logo abaixo:
(Figura 1)
(Figura 2)
11
�(Figura 3)
-
AMERICANO, J. Do abuso do direito no exercicio da demanda. 2.ed. muito melhorada.
São Paulo: Saraiva & Comp., 1932. 158p.
-
AZEVEDO, M. M. C. Observações sobre varios artigos do codigo do processo
criminal e outros da lei de 3 de dezembro de 1841. (Recife): Typ. da Viuva Roma, 1852.
520p.
-
CARNEIRO, M. B. Direito civil de portugal: contendo três livros. Lisboa: Typ. de
Antonio José da Rocha, 1844. V. 1 e 3.
-
CESAR, S. Summa politica. Amsterdam: Tip. de Simão Dias Soeiro Lufitano, 1650. 214p.
-
COLLECÇÃO de historias, anecdotas, factos, fabulas, dialogos, cartas, e dramas,
traduzidos dos melhores autores francezes, para instrucção da mocidade de ambos os sexos.
Lisboa: Typ. Rollandiana, 1798. V. 1.
-
DOURADO, M. Hipolito da Costa e o correio brasiliense. Rio de Janeiro: Ed. Biblioteca
do Exercito, 1957. 641p. (Biblioteca do Exercito, 234)
-
FREIRII, P. J. M. Institutionum juris criminalis lusitani. Conimbricae: Typis Academicis,
1860. 135p.
-
GONZÁLEZ, Z. Historia de la filosofía . 2.ed. Madrid: Agustín Jubera, 1886. V. 4.
12
�-
LAFERRIERE, M. F. Essai sur l´histoire du droit francaise: depuis les temps anciens
jusqu´a nos jours y compris le droit public et privé de la revolution française. 10.ed. Paris:
Liv. Guillaumin et Cie., 1859. V. 2.
-
LOBÃO, M. A. S. de. Appendice diplomatico-historico ao tractado pratico do direito
emphyteutico. Lisboa: Impressão Regia, 1814. 528p.
-
__________. Fasciculo de dissertações juridico-praticas. Lisboa: Impressão Regia,
1816. V.1.
-
__________. Collecção de dissertações varias as quais se fazem remissões no
tractado das acções summarias e sumarissimas. Lisboa: Imprensa Nacional, 1847. V. 2.
-
MACKELDY, F. Manuel de droit romain: contenant la theorie des institutes. 3.ed.
Bruxelles: Societé Typographique Belge, 1846. 382p.
-
MARINHO, J.S. A egreja e o estado. Rio de Janeiro: Typ. J.C. de Villeneuve & C., 1874.
V. 1.
-
___________. A egreja e o estado. Rio de Janeiro: Typ. Perseverança, 1875. V.3.
-
THAILLER, E. Des faillites en droit comparé: avec une étude sur le reglement des
failletes en droit international. Paris: Libraire Nouvelle de Droit et de Jurisprudence, 1887. V.
1.
-
VIANNA, O. Raça e assimilação. 2.ed. augumentada. São Paulo: Bibliotheca Pedagogica
Brasileira, 1934. 285p. (Brasiliana, 4)
13
�ANEXO 2 – Ex-Libris
Demonstramos abaixo alguns Ex-libris (Figuras 4 e 5) encontrados durante o rastreamento de
obras antigas, raras e/ou preciosas nas Coleções:
(Figura 4)
(Figura 5)
14
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Organização, tratamento e disponibilização de coleções especiais: a experiência da UNICAP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Gonçalves, Cristiane Alberto
Vidal, Luciana
Alves, Pollyanna
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
São relatadas a organização, o tratamento e a disponibilização das coleções doadas à Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP),
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4034/SNBU2002_03.pdf
30351a86003fed737d48f714ea1edb19
PDF Text
Text
O PROCESSO DE SELEÇÃO DE PERIÓDICOS ADQUIRIDOS COM RECURSOS
CAPES NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
MARINGÁ-PR
Ademir Henrique.dos Santos
ahdsantos@uem.br
Carmen Torresan
ctorresan@uem.br
Mariza Nogami
bce-fde3@uem.br
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Av. Colombo, 5790 – Maringá – PR
Cep 87020-900
Os recursos financeiros estão cada vez mais escassos nas
instituições públicas. Para um melhor aproveitamento e
conseqüente aplicação responsável dos poucos investimentos
que eventualmente venham a acontecer, tornam-se necessário
que critérios sejam cada vez mais aprimorados para uma
gestão eficaz.Neste sentido, a Universidade Estadual de
Maringá-PR, como uma das beneficiadas de recursos
provenientes da Fundação CAPES, para aquisição de
periódicos, apresenta neste trabalho, sua experiência no
processo de seleção desenvolvido juntamente com sua
comunidade acadêmica.Para atingir este objetivo, vários
critérios foram utilizados no decorrer dos anos, como:
reuniões conjuntas com a coordenação de cursos, entrevistas,
avaliação de uso, fator de impacto e as linhas de pesquisa dos
cursos.
INTRODUÇÃO
Atualmente, com recursos cada
vez mais escassos, as Bibliotecas Universitárias
necessitam de uma política de aquisição de coleção que permita adquirir um acervo que
contemple seus usuários e ao mesmo tempo seja adaptada a atual realidade financeira da
Instituição mantenedora.
�Surge, então, a grande dificuldade dos bibliotecários responsáveis pela tomada de
decisão, a falta de critérios que facilitem a seleção, devido ao fato das bibliotecas
trabalharem isoladamente não havendo troca de informação e experiências entre si, fato
este justificado até pelas características do Brasil, a distância e a falta de estrutura dificulta
este intercâmbio.
NASCIMENTO
(1996, p.8) afirma que o País não dispõe de indicadores
comparáveis e sistêmicos que possam ajudar a repensar a política científica e tecnológica
nacional de maneira abrangente. Os indicadores convencionais de avaliação, além de
extremamente diferenciados entre vários órgãos de financiamento, dizem respeito à
competência profissional de docentes e pesquisadores
e à qualificação das instituições de
pesquisa.
O esforço conjunto de bibliotecários e pesquisadores é fundamental na busca de
consolidação de indicadores em C&T e que estes intercambiem experiências na área, a fim
de que possam compor indicadores nacionais que abordem a produção científica, do ponto
de vista quantitativo e qualitativo, pois a margem de erros e inconsistência é significativa e
deve ser objeto de preocupação e cuidados.
NEAVE (1988, p.9) diz que "não se trata, portanto, de um mero fantasma a idéia de
que a avaliação institucional possa constituir um instrumento poderoso de controle do
estado sobre as universidades e , sim, de distribuição de sua autonomia".
WOLYNEC (1989, p. 7) afirma que há de se implantar um sistema de informações
e controle para obtenção de indicadores pois estando a avaliação das universidades públicas
do país estabelecida, seria importante a definição de um conjunto de indicadores que
permitissem comparação entre instituições. Essas comparações auxiliam as próprias
universidades a identificar onde há necessidade de esforços para melhorar a eficiência e o
desempenho, devendo, em princípio, comparar custos e desempenho.
A necessidade de acompanhamento sistêmico das ações e gastos estaduais em
ciência e tecnologia têm se mostrado visível recentemente. A disponibilidade de
informações passa a ter dupla importância.
Por um lado, é um instrumento gerencial básico para a própria formulação das
políticas e para a articulação de entidades estaduais e federais. Por outro, é um instrumento
chave para a negociação política, quer seja entre governos estaduais e federais, quer seja
�dentro dos próprios estados, tentando consolidar uma área que é ainda bastante incipiente
nessas estruturas administrativas.
O discurso político já introduziu a ciência e a tecnologia, como estratégico para o
desenvolvimento estadual, por outro a prática orçamentária e, principalmente, financeira,
coloca-o na maioria das vezes, em posição bastante desconfortável.
"Para a C&T torna-se necessário a definição de procedimentos
claros e práticos para a modificação do atual quadro de
desconfiança diante das estatísticas existentes, sendo necessário
também o desenvolvimento de um modelo alternativo para a coleta
e oferta de informações sobre gastos do setor público pois estas
informações são estratégicas na nova conjuntura políticoinstitucional do setor, podendo levar a um fortalecimento e
consolidação do mesmo nas várias unidades da federação". Sicsu e
Araújo (1993, p.181).
A própria prática de financiamento transita por mecanismos onde a avaliação tem
considerável peso. O vínculo entre avaliação e financiamento é hoje claramente constatado,
à medida que os recursos ficam mais escassos e a comunidade científica cresce
exponencialmente. Discutir uma metodologia quantitativa, utilizando a bibliometria para
fins de avaliação da coleção de periódicos da universidade, embora insuficiente, é
fundamental para dar início ao processo de repensar outras variáveis qualitativas referentes
ao desempenho universitário brasileiro.
BARRETO (1996, p.408) fala que uma análise da eficiência econômica e da
viabilidade dos produtos e serviços de informação nos orienta a uma reflexão para
apreciação da manifestação do fenômeno da informação. A informação é qualificada como
um instrumento modificador da consciência do homem e de seu grupo social.
Isso faz com que uma biblioteca para cumprir seu papel dentro de uma instituição
de ensino/pesquisa, muitas vezes, mantenha em seu acervo, materiais bibliográficos
considerados ultrapassados ou semi-utilizado por seus clientes, não havendo motivo prático
que justifique tal procedimento.
A direção de uma biblioteca não pode assumir a atitude econômica racional de só
aumentar o acervo, caso ocorra um acréscimo de demanda, pois, a longo prazo, isto levaria
à extinção daquela unidade de informação, tornando-a completamente obsoleta.
�BARRETO (1996, p.410) comenta que unidades de informação tendem a operar
sempre com capacidade ociosa ou em uma "ineficiência operacional desejável", pois esta
ineficiência é necessária para atender aos requisitos de qualidade que são esperados por
seus usuários.
Acrescenta ainda que são as condições políticas as que mais afetam a distribuição da
informação e a potencial geração do conhecimento no indivíduo e na sociedade. Aqueles
que detém o poder sobre os estoques institucionais de informação detém também o poder
sobre a sua distribuição e, consequentemente, sobre o conhecimento gerado nesta sociedade
e o seu potencial de desenvolvimento.
FREITAS (1995, p.77) diz que a comunicação científica que ocorre através dos
canais formais e informais de disseminação do conhecimento é objeto de estudo da
comunidade biblioteconômica comprometida em fornecer serviços condizentes com as
necessidades informacionais dos pesquisadores. O periódico científico é objeto de estudo
por refletir a urgência dos pesquisadores em adquirir informações substanciais e decisivas
para o embasamento de seus trabalhos.
O estudo da literatura de natureza científica e tecnológica tem se constituído num
imperativo para acompanhar os avanços provenientes da ciência uma vez que o acesso à
informação possibilita que o mesmo se inteire do que de mais recente vem sendo publicado
em sua área de interesse.
A visão dos administradores de bibliotecas precisa partir do pressuposto de que o
indivíduo é o centro de todo o sistema, significa que é o termômetro de toda organização,
podendo gerar desequilíbrios e promover o desenvolvimento de organizações, sociedades e
bibliotecas. As bibliotecas, são avaliadas e criticadas com vistas à demanda da sociedade e
das tendências apresentadas nos diversos setores de serviços e colocação de produtos no
mercado.
Portanto, a política adotada pela administração da biblioteca no sentido de
estabelecer os serviços a serem prestados, no que se refere a pessoal, coleção e recursos,
precisa
estar
embasada
em
estudos
preliminares
de
suas
reais
necessidades.
Entretanto, há necessidade constante de que a biblioteca mensure o valor que determinada
informação possui para a clientela com a qual interage, fazendo com que os
�empreendimentos com fins avaliativos sejam devidamente planejados e representativos em
sua ampla gama de serviços rotineiros a fim de alcançar a tão almejada qualidade.
Na era da globalização é essencial que as coleções de periódicos das bibliotecas
universitárias brasileiras sejam, também, comparadas as recomendadas por instituições
internacionais. Títulos listados em fontes de referência internacionais, denotam ser
suficientemente importante para a área.
Para que uma instituição cumpra seus objetivos deve planejar, executar e avaliar
suas ações. As instituições de ensino superior são responsáveis pela formação de pessoas
que produzem e disseminam conhecimento, suas unidades de informação necessitam
sempre estarem atualizadas em suas ações para que possam desempenhar com eficácia seu
papel e posicionarem de forma adequada e eficiente no mercado da informação.
É necessário que as instituições tenham uma política de desenvolvimento adequada
à atual conjuntura, direcionando os trabalhos e garantindo a inserção da unidade de
informação de forma adequada, competitiva, produtiva e não como um órgão dispendioso
para a instituição mantenedora.
ANDRADE et al (1998,
p.9)
também emite opinião similar e acrescenta que
a
grande quantidade de novas informações bibliográficas publicadas e o elevado custo das
mesmas tornou impraticável o ideal de reunir nos acervos todo o conhecimento humano
registrado. Como conseqüência, novas soluções foram encontradas para suprir a busca e o
acesso à informação demandada pelo usuário.
A aquisição abrangente cedeu lugar às aquisições seletivas e as novas formas de
armazenagem/disseminação da informação, como bancos de dados informatizados (muitos
deles já conectados com bases de dados de textos completos e serviços de cópias em papel),
trouxeram importantes contribuições.
Esses fatos, aliados ao aumento considerável dos custos de aquisição, espaço para
armazenamento físico e preservação do material, refletem no custo/benefício, exigindo
política atualizada para nortear o desenvolvimento de aquisição compatível com a
utilização racional de recursos que permitam a todas as bibliotecas o conhecimento e acesso
às fontes de informação existentes.
Um estudo esclarecedor a respeito da situação vivenciada, na Universidade Estadual
de Maringá, muito terá a contribuir para os profissionais que atuam, auxiliando-os para que
�não negligenciem pontos fundamentais para o desenvolvimento das bibliotecas, pois os
recursos disponíveis para aquisição de material bibliográfico estão cada vez mais escassos,
sendo inadmissível a má aplicação dos mesmos.
Este processo torna-se fundamental, pois garante que o administrador tenha uma
visão geral do acervo. Sua elaboração envolve as seguintes atividades: diagnóstico das
necessidades dos usuários, elaboração de uma política de seleção, aquisição, avaliação e
descarte.
Acredita-se também, que este trabalho, seja muito importante, pois poderá
contribuir para futuras pesquisas e para a prática de avaliação de acervos de periódicos em
outras bibliotecas e na própria UEM, motivando outros profissionais a realizarem novas
pesquisas, objetivando comprovar os resultados deste estudo ou auxiliando na investigação
de coleções de outras instituições, priorizando assim os periódicos com melhor desempenho
no momento da renovação das assinaturas.
Conclui-se, também que, a avaliação deve ser um processo contínuo, podendo ser
efetuado de forma quantitativa ou qualitativa. Para que obtenha sucesso devem ser traçados
objetivos de fácil alcance, e também utilizar instrumentos de medida simples, que facilitem
sua aplicabilidade.
E que, para garantir a qualidade de qualquer serviço, há a necessidade de se
trabalhar em grupo, pois o trabalho individual torna-se muito difícil de ser executado com
eficiência, em se tratando de avaliação, depende de dados executados por setores diferentes
dentro da instituição. Somente uma equipe coesa poderá garantir a qualidade e a
confiabilidade do serviço executado.
Todos os métodos apresentam vantagens e desvantagens na sua aplicação. Deve-se,
no entanto, observar que ao analisar uma coleção, as fórmulas devem ser de acordo com as
necessidades específicas de cada biblioteca.
Muitos autores como FIGUEIREDO (1993, p.103) reconhecem que a primeira
providência é o planejamento, pois ele norteará todo o processo, sendo necessário uma
visão crítica e analítica por parte do pessoal e dos administradores, com relação aos
trabalhos da biblioteca. No ato de implantação de qualquer uma das atividades do
desenvolvimento de coleção, deve ser seguida uma rotina estabelecida.
�A avaliação é uma tarefa difícil, exige habilidade e segurança para executá-la, mas é
de suma importância que seja incluída como parte integrante na rotina dos serviços como
qualquer outra realizada na biblioteca, pois produzirá informações importantíssimas nas
tomadas de decisões no momento da aquisição de materiais bibliográficos.
Para LANCASTER (1996, p. 10) a avaliação de um serviço de informação pode ser
subjetiva ou objetiva. Estudos subjetivos, baseados em opiniões, não deixam de ser úteis,
pois é importante saber o que as pessoas sentem em relação ao serviço. Mas a avaliação
terá sua utilidade máxima se for analítica e diagnóstica, procurando descobrir como o
serviço poderia melhorar, e é difícil basear este tipo de estudo apenas em opiniões. Devemse adotar critérios e procedimentos objetivos. Os resultados de um estudo objetivo devem
ser quantificáveis
Segundo GUERREIRO, et al. (1980, p.218)
avaliar uma coleção é o processo de
analisar, calcular ou estimar valor ou a valia de uma coleção em relação à clientela a ser
servida, tendo por objetivos:
"Determinar a adequação ou a qualidade da coleção
relativamente aos usuários; obter uma compreensão mais exata sobre o campo,
profundidade e utilização da coleção; obter subsídios para o planejamento da coleção;
retificar inadequações no desenvolvimento do acervo, verificando os pontos fortes e fracos
da coleção de modo a favorecê-los nas próximas alocações de recursos; obter justificativas
para aumento dos recursos financeiros; identificar materiais obsoletos ou pouco usados para
retirá-los da coleção (descarte)".
BRAGA e OBERHOFER, (1982, p.29) propõem um modelo para avaliação de
periódicos científicos e técnicos baseando-se principalmente num documento desenvolvido
por um grupo de pesquisadores sob o patrocínio da UNESCO, denominado "documento de
Rio Piedras". Esse documento apresenta uma série de critérios e condições, que mediante a
atribuição de pontos, classificam o periódico em categorias variando de "deficiente" a
"excelente".
O modelo desenvolvido por BRAGA e OBERHOFER inclui sete critérios:
normalização,
duração,
periodicidade,
indexação,
difusão,
colaboração
e
divisão
de
conteúdo e autoridade. A cada um dos critérios corresponde um conjunto de variáveis que
devem preencher determinadas condições para obter um número de pontos que procura
exprimir, em escala de 1 a 5, o valor que tais condições representam no contexto da
�avaliação do periódico. O número total de pontos que o periódico receber determina o seu
nível de desempenho.
BENNION e KARSCHAMROM (1984, p.219) compararam a classificação de
revistas de física segundo a utilidade percebida (baseada num levantamento a 167 físicos)
com classificações obtidas de modelos de regressão múltipla que incorporavam diversos
valores bibliométricos, tais como número de itens publicados, citações recebidas,
fator de
impacto e proporção entre citações feitas e citações recebidas. Os autores afirmam que
esses modelos multivariados predizem a utilidade melhor
do que qualquer indicador
bibliométrico isolado.
WIBERLY (1982, p.351) na área de serviço social, comparou as classificações de
revistas obtidas de dados de citação nacionais com classificações obtidas de dados de
citação locais. Os dados nacionais foram extraídos de duas revistas de destaque e uma
enciclopédia especializada; os dados locais eram as referências bibliográficas dentro das
publicações do corpo docente de uma escola de serviço social. Os dados nacionais foram
quase tão bons quanto os dados locais de um determinado período, para predizer os padrões
dos dados locais, utilizados num período posterior.
LANCASTER (1996, p.96), expõe sua opinião quanto se refere ao processo de
avaliação de periódicos "de fato, a situação ideal seria aquela que o bibliotecário
pudesse atribuir um escore a cada periódico, sendo que o escore global seria a soma
de vários componentes".
Lancaster enfatiza, ainda, que
os critérios mais óbvios para elaborar uma
classificação de periódicos são: Mediante de dados real coletados na biblioteca; Mediante
dados de uso que já tenha sido coletados (e talvez publicados) por outra biblioteca;
Mediante opinião (por exemplo professores); Mediante citações; e Fator de impacto.
2 - EXPERIÊNCIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
A Universidade Estadual de Maringá-UEM foi criada em 1970. Atualmente possui
48 cursos de graduação no Campus Sede, 12 cursos nos campus de extensão de Cianorte,
Goioerê, Cidade Gaúcha e Umuarama.
�A pós-graduação teve início com seu primeiro curso em 1990 com o Mestrado em
Engenharia Química, em 1993 contávamos com 5 cursos de mestrado e atualmente
possuímos 17 cursos de mestrado e 7 cursos de doutorado.
Segundo o Manual do Usuário de Periódicos da Capes, o Programa de Aquisição de
Periódicos, foi iniciado em 1994 com o objetivo de apoiar bibliotecas ligadas a cursos de
pós-graduação, da qual participavam 270 bibliotecas de 73 instituições de ensino superior.
Em 1995 foi realizada, com o apoio da UFRJ, uma primeira grande licitação internacional
para as assinaturas de 1996 e 1997, gerando uma base de dados que posteriormente
foi
transferida para a Superintendência de Informática da CAPES, essa base possuía uma série
de erros e problemas, entre os quais:
-
Cerca de 6.500 títulos sem ISSN;
-
Cerca de 3.500 títulos com ISSN errado;
-
Mais de 50% dos títulos escritos de forma incorreta;
-
Duplicidade de assinatura de um mesmo título para uma mesma instituição.
Desde 1994 a Universidade Estadual de Maringá, participa do Programa de
Aquisição de periódicos para os Cursos de Pós-Graduação da Capes, inicialmente
atendendo 5 cursos de mestrado, sendo selecionados 111 títulos. A seleção foi feita baseada
nas necessidades das linhas de pesquisa dos projetos relacionados pelos professores e
enviados à Capes e esta realizava o processo de aquisição
As assinaturas para 1998, a Capes exigiu que a cada biblioteca estabelecesse
prioridades para os títulos confirmados tendo em vista a possibilidade de cortes no
orçamento. Cada instituição teve que dividir suas assinaturas em prioridades, sendo
distribuídos, 20% para prioridade 1; 20% para prioridade 2; 20% para prioridade 3; 20%
para prioridade 4; e 20% para prioridade 5.
A principal dificuldade, foi que o software somente aceitava
os percentuais exatos,
fazendo com que muitos títulos que seriam prioridade 1 para o curso de pos-graduação,
tiveram que passar para 2, prioridade 2 para a 3 e assim sucessivamente, ou seja as
necessidades dos cursos foram prejudicadas em virtude das exigências do programa.
Em 2000-2001, a CAPES enviou os recursos financeiros para as instituições e elas que
estabelecerem seus critérios, na UEM aumentou o numero de cursos e os recursos
�permaneceram os mesmos. Estabeleceu-se que procurasse manter as assinaturas já
existentes e o restante seria dividido entre os cursos novos. Para contemplar um número
maior de cursos foi assinado as bases de dados do Consorcio CBBU, e o restante foi
dividido entre os 5 novos cursos.
Para se chegar a listagem final dos títulos foram realizadas reuniões com os
coordenadores dos cursos de pós-graduação e este realizava reuniões com os professores no
departamento onde seriam estabelecidas as linhas de pesquisa esta para chegar aos títulos
que mais seriam adequadas.
2.1 - A participação da Universidade Estadual de Maringá no Programa de Aquisição
de Periódicos iniciou-se da seguinte forma:
1993 – Os cursos de pós-graduação selecionaram títulos necessários para atender as
linhas de pesquisas de acordo com seus projetos de pesquisa. A CAPES efetuou licitação e
assinou todos 111 títulos solicitados para o ano 1994.
1995 – 1997 Houve um crescimento no número de cursos de 5 para 10, e o numero
de assinaturas em média de 348 títulos par ano. Os títulos em alguns convênios foram
substituídos por outros, quando a coordenação do curso informava que determinado título
não era o que se desejava na linha de pesquisa.
Neste período a CAPES executou diretamente os recursos orçamentários, efetuando
a licitação. Devido aos cortes nos recursos destinados ao Programa de Apoio à Aquisição
de Periódicos Internacionais, as exclusões de títulos nem sempre foram efetuados pelos
Programas de Pós-graduação, gerando conflitos com os projetos de pesquisa da Instituição.
1998 – Neste ano a CAPES desenvolveu um programa para distribuir o orçamento
destinados as assinaturas. O programa tinha como objetivo corrigir as distorções, erros e
problemas encontrados nos convênio anteriores e oferecer parâmetros para subsidiar as
futuras tomadas de decisão do órgão.
O programa determinava que os títulos deveriam ser classificados em prioridades de
1 a
5, sendo distribuídos 20% cada prioridade. A dificuldade encontrada foi conciliar as
necessidades de cada curso dentro dos 20% de cada prioridade. Em alguns cursos isto gerou
descontentamento, pois um periódico que era prioridade 1 teve que passar para 2 e assim
sucessivamente.
�1999 – Baseada nas prioridades estabelecidas em 1998, a CAPES efetuou os cortes
das assinaturas para adequar-se ao orçamento da União previsto para aquele ano.
Houve
então uma renovação automática dos títulos da prioridade 1 e foi enviado à Instituição
recursos para ser efetuada a licitação local. Os recursos enviados não foram suficientes para
renovar os títulos de 1998 da prioridade 2 a 5.
Diante da autonomia para fazer a assinatura através da UEM, os coordenadores dos
cursos estabeleceram outros critérios, como: fator de impacto dos periódicos, uso da
coleção na biblioteca e linhas de pesquisas com maior número de projetos relacionados.
2000 – Neste ano houve um grande avanço tecnológico, surgiu o Portal de
Periódicos - CAPES, que oferece acesso aos textos completos de artigos de mais de 1400
revistas internacionais, nacionais e estrangeiras, e a 8 bases de dados com referências e
resumos de documentos em todas as áreas do conhecimento.
Na UEM também ocorreu um crescimento no número de cursos de pós-graduação
de 5 (1994) para 16 (2000), consequentemente exigindo um acervo maior de títulos de
periódicos.
Os recursos foram enviados à Instituição para compra local e a seleção dos títulos só
ficou definida após diversas reuniões com os coordenadores dos cursos. A princípio os
coordenadores chegaram num consenso que quais bases de dados referenciais deveríamos
assinar, de maneira que atendessem a todos os cursos.
Em seguida, foi efetuada a divisão dos recursos financeiros entre os cursos novos e
os cursos que faziam já parte do convênio, de maneira que os cursos mais antigos
permanecessem com a verba já tinha nos anos anteriores.
Determinado os recursos financeiros de cada curso (denominada “cota”), os
coordenadores efetuaram a seleção dos títulos (assinatura para 2001), visando atender as
prioridades que melhor contemplasse às linhas de pesquisa. Com o Portal de Periódicos da
Capes, diversos títulos deixaram de ser assinados em papel, proporcionando aos cursos a
oportunidade de assinar novos títulos.
2002 – O Portal de Periódicos da CAPES foi ampliado para 2400 revistas
internacionais, nacionais e estrangeiras, e 13 bases de dados referenciais. Não houve
distribuição de recursos às IES estaduais para aquisição de periódico em papel.
�3 – VARIAÇÃO DE CURSOS E PERIÓDICOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
ASSINADOS
PELA
Observando a evolução das assinaturas e dos cursos de pós-graduação, nota-se que
não foram compatíveis com o aumento de cursos, ou seja, à medida em que houve um
aumento no número de cursos, a quantidade de assinaturas não evoluiu na mesma média.
No início do programa em 1994 a UEM, mantinha 5 cursos com 111 títulos, média
de 22,2 títulos por curso; no ano seguinte com 6 cursos passou a ter 309 títulos, média 51,5
por curso; em 1995 quando tivemos um aumento considerável de cursos, a média
quantitativa de títulos caiu para 42,7 por curso; em 1996 diminuíram a quantidade de títulos
e aumentou o número de cursos para 10, média de 35,6 títulos por curso; em 1997 houve
novos cortes, a média caiu para 34,3 títulos por curso; em 1999 a quantidade de títulos caiu
mais ainda, média de 30,8 títulos por curso; em 1999 foi um dos anos mais críticos, onde a
média caiu para 12,9 títulos por curso; já no ano 2000 houve um aumento de títulos, mas
também aumentou o número de cursos ficando a média de 19 títulos por curso.
Variação das Assinaturas dos Periódicos
16
2000
305
11
142
1999
339
11
1998
343
10
1997
Cursos de Pós-graduação
10
356
1996
Titulos assinados
9
1995
385
6
1994
309
5
1993
0
111
70
140
210
280
350
420
�CONCLUSÃO
A experiência da Universidade Estadual de Maringá demonstra que os critérios
utilizados para seleção dos títulos de periódicos internacionais evoluiu durante os 8 anos de
convênio com a CAPES.
Observou-se que houve um amadurecimento por parte dos coordenadores dos
cursos de pós-graduação, diante da escassez dos recursos financeiros, levando-os a refletir
sobre a necessidade de seleção mais criteriosa dos títulos. Tal fato, fez que a seleção
procurasse atender as diversas linhas de pesquisa de cada curso, levando-se em
consideração o fator de impacto, avaliação do uso na biblioteca e a opinião dos
docentes/pesquisadores, ou seja a qualidade e não a quantidade.
Devido aos cortes efetuados no orçamento da União para o repasse dos recursos à
CAPES, a exclusão de determinados títulos efetuados de forma unilateral pelo Programa,
causou certo prejuízo na complementação da coleção, visto ser este um dos critérios para
avaliação dos cursos.
Quanto aos periódicos on-line do
Portal Capes, são imprescindíveis para as
pesquisas, pois, o pesquisador tem acesso a documentos antes de serem disponibilizados de
forma impressa, embora, na Universidade Estadual de Maringá, devido aos recursos
tecnológicos de rede, há muitas vezes dificuldades no acesso, mas tem-se mostrado
fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos.
Ressaltamos que o ano 2002 a CAPES não destinou verba para assinaturas de
periódicos em papel, para as instituições de ensino que pertencem a governos estaduais,
somente as instituições do governo federal, o que afeta a evolução natural das coleções,
pois os cursos de pós-graduação ainda não se programaram para suprir essa falha, o que
levará a uma nova reflexão sobre o acervo documental.
�REFERÊNCIAS
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bibliotecas da Universidade de São Paulo: Subsídios. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10. Anais... Fortaleza, 1998.
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produtos e serviços de informação. Ciência da Informação. Brasília, v. 25, n.3, set./dez.
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BENNION, B. C., KARSCHAMROOM, S. Multivariate regression models for estimating
journal usefulness in physics. Journal of Documentation, n. 40, 1984, p. 217-227.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O processo de seleção de periódicos adquiridos com recursos CAPES na Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maringá-PR.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Ademir Henrique dos
Torresan, Carmen
Nogami, Mariza
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Os recursos financeiros estão cada vez mais escassos nas instituições públicas. Para um melhor aproveitamento e conseqüente aplicação esponsável dos poucos investimentos que eventualmente venham a acontecer, tornam-se necessário que critérios sejam cada vez mais aprimorados para uma gestão eficaz.Neste sentido, a Universidade Estadual de Maringá-PR, como uma das beneficiadas de recursos provenientes da Fundação CAPES, para aquisição de periódicos, apresenta neste trabalho, sua experiência no processo de seleção desenvolvido juntamente com sua comunidade acadêmica.Para atingir este objetivo, vários critérios foram utilizados no decorrer dos anos, como: reuniões conjuntas com a coordenação de cursos, entrevistas, avaliação de uso, fator de impacto e as linhas de pesquisa dos cursos.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4033/SNBU2002_029.pdf
3ebde15f01f1a367483748b8d10d7d84
PDF Text
Text
SALTANDO BARREIRAS, LANÇANDO DARDOS, ROMPENDO
LIMITES, Sujeitos em um contexto grupal de aprendizagem.
Conceição Lopes
Mestre em Comunicação pela UFPE
Assessora da Biblioteca Central da UFRPE
Recife-PE-Brasil
e-mail : saomartins@bol.com.br
Reginete Cavalcanti Pereira
Mestre em Desenvolvimento Humano pela UFPB
Psicóloga da Divisão de Assistência Médico-Odontológica da UFRPE
Professora Assistente da FAFIRE
Recife-PE-Brasil
e-mail: reginete@uol.com.br
RESUMO
Produzido a quatro mãos, o texto é um exercício inicial de reflexão acerca das teias invisíveis da
Comunicação e da Psicologia Social, e sobre como tecemos com elas (muitas vezes, sem perceber)
inúmeras relações. Nossa proposta é recompor a memória do trabalho de grupo que há 14 meses
vem sendo vivenciado pelo Corpo Técnico da Biblioteca Central da UFRPE, ao incorporar novos
paradigmas e conceitos da era tecnológica. Nela, há recortes do seu ideário e testemunhos orais e
imagéticos significativos, onde aflora, sobretudo, o sentimento do grupo para com o momento e as
mudanças propostas. O que se segue é a narrativa de fragmentos do caminho metodológico
percorrido, de forma que cada um dos quatorze membros do grupo vivenciasse com menos
sofrimento este rito de passagem. Ao longo da leitura, tomam corpo e expressão os medos e
angústias incorporados e vencidos, assim como o compromisso assumido com o desenvolvimento e
os resultados do processo. Esta é uma leitura de vida, de crescimento individual e coletivo.
Inevitavelmente escrita sob os limites de nossa imagem, do nosso olhar, do nosso viver, esta é uma
leitura apaixonada e viva do agir, sentir e pensar desta equipe. Nosso objetivo não se reduz ao ato
exclusivo do resgate dessa experiência. Tudo está entrelaçado com o contemporâneo, com o novo,
com a tecnologia, como um diálogo entre tempos, espaços, temas e indivíduos. Esta história está
sendo escrita sem ponto final. Cada um desses sujeitos a está tecendo na dimensão contraditória do
cotidiano.
Palavras-Chave: Comunicação; Psicologia Social; Grupo; Dinâmica de Grupo; Sentimento
�1- De onde vem essa narrativa...
O grupo é como um rio que tem força e vida
próprias. O facilitador segue com ele, aproveitando suas correntes e possibilitando a
descoberta das riquezas submersas. Porém, por mais que mergulhe nessas águas, não esgota
os seus mistérios.
Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro
Registrar o que estava acontecendo foi a idéia. Apanhar a idéia e fixar veio a
posteriori pois, volátil e rica de detalhes, aquilo que estava sucedendo numa prática de encontros,
leituras, debates e dinâmicas, tratava-se de uma singular experiência.
Imaginamos paralelamente, como seria se o ser humano não fizesse narrativas para
os outros, sobre si próprio e sobre eles. Tal universo é inimaginável, porque isto significaria um
mundo sem história, mito ou drama; e vidas sem reminiscências, revelações e revisões interpretativas.
Concomitantemente, é da mesma forma, impossível, imaginarmos o mundo sem imagens e o
indivíduo sem a capacidade de percebê-las e construí-las.
Começamos então, a pensar como seria interessante narrar aos nossos pares a
história desse momento, desse grupo; contar aos outros o que e como aconteceu e continua a
acontecer, pois apesar da atividade em grupo se constituir em uma realidade no cotidiano de
qualquer trabalho, no ambiente da biblioteca, de maneira geral, tal tarefa é ainda vivenciada sem a
devida conscientização da essência do produzir no coletivo. Assim sendo, como nos assegura
Câmara (1999) “ é necessário buscar uma maior reflexão sobre esse tipo de trabalho, para
podermos utililizá-lo de uma forma mais consciente, reflexiva e efetiva”. Desta feita, a cada momento
dessa nossa experiência, nos deparamos com a necessidade de investir no estudo dos fenômenos
grupais, enquanto estratégia aplicada no contexto da biblioteca, para que tenhamos cada vez mais
claros os seus fundamentos.
�No decorrer dessa vivência, tivemos a consciência que o grupo pode ser influenciado
por diversas variáveis que contribuem ou não para o alcance de seus objetivos. Atentamos, neste
sentido, para esse fato como um determinante no êxito desse trabalho e o tomamos como fio
condutor em nosso cotidiano para a reflexão teórica e pratica do trabalho de grupo.
Nesse contexto, entrecruzaram-se o olhar da Ciência da Informação e o da Ciência do Comportamento
Humano que, instalados num tempo e espaço delimitados, estabeleceram duas formas de comunicação, a verbal e a não verbal,
através de múltiplas vivências. Desse universo lúdico e criativo, selecionamos para este relato uma atividade realizada com uma
técnica de dinâmica de grupo, que constitui um rico recurso de trabalho. Como afirma Serrão (1999), as técnicas de dinâmicas
de grupo constituem-se num instrumento facilitador do processo grupal por desenvolverem a capacidade de ouvir, falar,
comunicar-se e conviver, explorando linguagens variadas, como dramatização, expressão corporal, desenhos, música, dança etc.
Possibilitando, sobretudo, a reflexão, a construção e reconstrução das vivências e do conhecimento.
Nesse sentido, visamos a uma semeadura que teve como objetivo geral possibilitar à equipe da Biblioteca
Central da Universidade Federal Rural de Pernambuco a oportunidade de, enquanto sujeitos, estarem reunidos para a produção
conjunta de uma reflexão grupal no atual contexto de mudança de paradigma do manual para o tecnológico e, como objetivos
específicos, facilitar o entrosamento, o clima de confiança e uma maior integração entre os componentes da equipe técnica no
atual contexto mutante da Biblioteca Central; propiciar, finalmente, uma reflexão sobre as formas de trabalho isolado e em
equipe, despertando a necessidade e importância da ação coletiva.
É nessa experiência do vivenciar a re-aprendizagem no cotidiano do trabalho, através das técnicas de
dinâmicas de grupo, que essa equipe está transformando sua própria imagem decorrente de novas descobertas, emoções,
aptidões e compromissos. Iniciando uma jornada de vida.
�2- Contextualizando...
A chegada de um outro paradigma no cerne do Projeto de Informatização e
Modernização da Biblioteca Central da Universidade Federal Rural de Pernambuco, BC-UFRPE,
localizada no Recife, capital do estado de Pernambuco, concebido por uma consultoria externa,
trouxe a mudança de métodos e processos de trabalho e nos estimulou a inferir com maior
persistência sobre a compreensão do contexto sociocultural do cotidiano.
Pareceu-nos apropriado, ao assumir o papel de mediadores, na função de
Coordenação Administrativa do Projeto, aprofundar nossa leitura sistêmica acerca do mundo
imediato, das coisas e dos animais que nele existem e do qual somos partícipes e observadores.
Nesse sentido, tomamos o ato de ler o comportamento animal, buscando uma analogia com o
comportamento humano, como fio condutor para fluir e envolver o grupo no processo de mudança,
assim como para a reflexão, levando-o a redirecionar seu olhar e a auto-revelar-se naturalmente.
A releitura e a analogia dessa revolução tecnológica contemporânea foi iniciada
através do resgate da capacidade de transformação e da eficiência do homem em alterar seu
ambiente ao longo dos tempos que, em grande parte, deve-se à sua extraordinária capacidade de se
comunicar e elaborar artefatos e ferramentas. De modo semelhante, resgatamos, também, a lagarta
em seu casulo, durante sua metamorfose, e as aranhas, que modificam seu ambiente utilizando fios de
seda que possibilitam alavancar sua evolução: a teia.
Enquanto o homem teve, na via cultural, a principal aliada do sucesso, as crisálidas
têm, em Cronos, o tempo para transformarem-se. E as aranhas? Essas ao longo da evolução,
percorreram também apenas a via genética. Fazem, porém, um trabalho tão perfeito que inspirou a
web.
�Paralelamente, a transformação da lagarta não é fácil, é longa. É um ato isolado, hermético, incomunicável,
sofrível. Seu retiro e espera, porém, a leva à qualidade da borboleta: suas cores, sua agilidade, sua vivacidade e competência
para voar pelo espaço.
A teia da aranha, por outro lado, desenvolveu-se ao longo de milhões de anos, a
partir da fisiologia dos seus "laboratórios" (glândulas situadas no abdome), que produzem vários tipos
de seda.
Versátil e engenhosa, afirma Ades(1995a), a aranha, que constrói uma teia
geométrica, a constrói de acordo com o espaço e os suportes de que dispõe; se variarem as
condições externas, varia o desempenho; colocada num ambiente pela primeira vez, produz uma teia
diferente de todas as construídas anteriormente.
A crisálida e a aranha dependem das condições fisiológicas. O homem, das
condições fisiológicas, tecnológicas e, por que não dizer, emocionais. Em ambas, o relacionamento
com o tempo de espera e o exercício de paciência são determinantes. Nos três, o intrincamento de
movimentos, a complexidade e a perfeição dos resultados, reflete padrões de comportamento,
formando uma unidade lagarta-borboleta/aranha-teia/homem-grupo.
O convite à leitura do comportamento animal foi aceito pelo grupo, que passou a
compartilhar essa experiência de forma lúdica e prazeirosa. Esse fio condutor veio a redirecionar o
olhar coletivo para os detalhes desse mundo inconcluso, onde cada um de nós, homem e animais, o
está construindo.
Diante dessa conscientização do caráter mutante dos seres vivos, podemos concluir:
que bom que somos humanos. Nesse momento, podemos estar mutantes, mas em conjunto. Seres
�humanos, somos, por natureza, gregários. Necessitamos, portanto, do convívio em grupo. Nesse
ambiente de trabalho, trocamos idéias, dividimos emoções, inseguranças e alegrias.
3- Do Agrupamento ao Grupo...
Nascemos indivíduos e nos tornamos pessoas. Para se tornar pessoa, é preciso pessoas. Pessoas são seres
humanos, são como os nós, que formam e amarram uma rede. Todos, entrelaçados e trançados, formam uma teia de relações,
encontros e desencontros que, rápidos ou permanentes, vão se cristalizando em grupos sociais e, dentre eles, grupos de
referência, como os grupos de trabalho, nos quais sujeitos produzem e transformam.
É a diversidade de enfoques da literatura a respeito da formação de grupos que, neste contexto, nos induz a
diferenciar agrupamento e grupo social. A experiência tem mostrado que o agrupamento não é uma conduta específica do
homem. Na realidade, muitas das caracteristicas do agrupamento humano têm sua origem no comportamento animal, tal como
observado nos agrupamentos das formigas, de uma colméia de abelhas ou de um grupo de primatas.
Zimmermann (1997) destaca que o agrupamento caracteriza-se por um conjunto de pessoas que partilha de
um mesmo espaço e tem interesses comuns, podendo vir a tornar-se grupo. A passagem de um agrupamento a um grupo
propriamente dito resultaria, segundo ele, da transformação de interesses comuns em interesse em comum: isto é, os
integrantes de um grupo reúnem-se em torno de uma tarefa e de um objetivo comum ao interesse de todos.
A esse respeito, Olmsted, citado por Braghirolli (2001), ratifica, colocando grupo como “uma pluralidade
de indivíduos que estão em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que estão conscientes de que têm algo
significativamente importante em comum”. Interesses, crenças, tarefas, características pessoais e outras coisas podem ser este
“algo em comum”.
Observa-se, no entanto, que nem a simples existência de interesses ou atividades comuns fazem um grupo.
Para que um conjunto de pessoas possa ser chamado de grupo, é preciso que atenda, ao mesmo tempo, aos três critérios: estar
em contato, considerar-se mutuamente como membros de um grupo e ter algo em comum.
É a partir deste aporte teórico e do atual contexto de mutação da Biblioteca Central da Universidade
Federal Rural de Pernambuco que relatamos essa primeira etapa do rito de passagem que esse grupo de Bibliotecários, reunido
�em torno de uma tarefa e de um objetivo em comum ao interesse de todos, a informatização e a modernização, deu início à
transformação de interesses comuns em INTERESSE COMUM.
4- Vivenciando uma dinâmica...
A atividade relatada e que serviu de base às reflexões aqui tecidas constitui o terceiro momento do encontro
do grupo que, há exatos 14 meses, encontra-se em andamento com a equipe de Bibliotecários, decorrente da substituição do
paradigma manual para o automatizado nos serviços da Biblioteca Central. A quebra do modelo manual, como todo processo de
mudança, inicialmente, foi visto por alguns como um momento de muita desconfiança, apesar de se constituir em uma
reivindicação histórica da equipe. Tal ruptura acarretou angústias, despertou medos e inseguranças. Este momento mostrou-se
confuso, pesado e foi olhado pelo grupo como algo difícil de ser “domado”.
Minimizar as resistências diante do novo incorporado naquele instante plural, desde o início, apresentou-se
como um desafio, pois fazia-se necessário associar à CAPACITAÇÃO, que trazia novos conceitos e práticas, o
SENTIMENTO, representado na emoção, no afeto, na vontade, no simbólico. Esse contexto em gestação favoreceu o
desenvolvimento de uma proposta lúdica, utilizando jogos, vivências e dinâmicas como instrumentos para um trabalho de
desenvolvimento interpessoal que, paulatinamente, está germinando uma maior interação grupal.
Estimular uma visão crítica e prospectiva, explorando as possibilidades da mudança e buscando um maior
compromisso com os resultados e nova postura profissional, tem sido o foco das ações desenvolvidas na Biblioteca Central
com o Grupo de Estudo e os Grupos de Trabalho formados pelos Bibliotecários. Assim sendo, ao longo desse percurso, temse buscado demandar o compartilhamento de ações através da participação de todos para que, uns em contato com os outros,
conscientizem-se que têm um rito de passagem significativamente importante em comum.
Conhecer o sentimento individual e grupal a partir da produção de uma imagem representativa da
Biblioteca Central foi o fio que conduziu a realização desta atividade. Para isso, utilizamos como ferramenta uma metáfora a
partir do “mote” animal, escolhido por ser esta uma instituição eminentemente direcionada às Ciências Agrárias e estar
situada em área circunvizinha ao Jardim Zoo-Botânico no bairro de Dois Irmãos no Recife. O contexto e a valorização do tema
animal, foi considerado por se tratar de um dos itens presentes nas discussões e estudos deste grupo, fato que permitiu a
possibilidade de uma analogia do comportamento animal com o contexto e estrutura de funcionamento da organização
denominada Biblioteca Central.
�Reunidos em uma sala ampla da própria Biblioteca, os 14 bibliotecários, na manhã do dia 7 de fevereiro de
2002, vivenciaram uma metodologia de trabalho que, fugindo à rotina, almejava a partir de um questionamento, o exercício de
ampliação do olhar sobre a realidade em gestação refletido no jogo. Indagou-se, então: “Se a BC fosse um animal, que animal
seria”?
A partir de então, foi oferecido ao grupo, papel em branco, lápis de cor, hidrocor e pincel pilot. Convidouse cada membro a representar através de um desenho individual a imagem de um animal que para ele representava a Biblioteca
Central naquele momento. Na seqüência, houve a apresentação individual dos desenhos para o grupo que, paulatinamente,
foram sendo expostos um a um na parede, seguindo as explanações do sentimento desenvolvido na produção, assim como o
motivo da identificação do animal representado com a BC.
Esta representação imagética possibilitou ao grupo não só o novo olhar, mas também um novo sentir,
refletir e agir. Constituiu-se em uma experiência singular, trouxe compreensão do sentimento do outro, demonstrando que cada
um é uma pessoa única e com olhar particular. Assim, esses seres humanos que, por natureza, são curiosos, exploradores,
comunicativos, auto desafiadores e que têm grande necessidade de expressão, no jogo, apropriaram-se, ressignificaram e
testemunharam essa mutação, em rico e significativo painel, do qual tomamos emprestado os animais representados para
potencializarmos as considerações a seguir:
- o Leão e a Cobra, como animais selvagens, vêm representar a agressividade, a ameaça e a insegurança que essa mudança
representa pois, apesar de tornar real uma reivindicação histórica do grupo, causa receio, sendo difícil conviver com ela;
- o Elefante e a Tartaruga, animais de caráter pesado e lento, vêm destacar que a atual mudança é um processo que
incomoda, pois o ritmo vagaroso e lento de antes está sendo superado pelo acúmulo de tarefas que, nesse momento, apresentase como “um fardo pesado”, indispensável, porém, à implantação da automação;
- a Coelha com filhotes, na qualidade de roedor, vem demonstrar a necessidade da persistência, do trabalho contínuo para se
alcançar a mudança pretendida. Ao mesmo tempo, permite a leitura do caráter afetivo da Biblioteca Central e,
conseqüentemente, revela a afetividade do grupo;
- as Formigas, representando o grupo dos animais agressivos, neste contexto, representam a necessidade do agir com
empreendedorismo. Destacam a união de esforços no trabalho organizado e em equipe, para investir no amanhã, numa
Biblioteca informatizada, moderna e em um grupo coeso;
- a Borboleta, a Águia, a Pomba, o Cisne e a Coruja, voadores, apesar de diferentes entre si, essas aves representam a
necessidade e o anseio dos membros desse grupo pela velocidade, rapidez e racionalidade do porvir da tecnologia;
- a Galinha, como única representante dos animais domésticos, deixa latente a realidade do modelo ainda presente, subjugado,
contido e reprimido aos fichários e tarefas manuais;
- o Macaco, representante isolado da categoria dos animais estéticos, representa as facetas da descontração e da comicidade
que contrabalançam as inseguranças e as angústias do processo. Paralelamente, caracteriza o racional, aliado ao sentimento de
vaidade, por estar iniciando a adoção do novo modelo, o tecnológico.
�Exposto o material em painel, formado a partir da apresentação individual dos desenhos com seus
respectivos sentimentos, seguiu-se a discussão em plenária para consenso do desenho que melhor identificava a Biblioteca, ou
seja, a imagem da Biblioteca Central, tendo sido escolhido o desenho das formigas e o das borboletas. De acordo com a fala
do grupo, a primeira figura foi escolhida porque “ainda somos formigas, apesar de continuarmos no chão, estamos nos
programando e organizando para o futuro, pensando no amanhã”.
Por outro lado, a segunda figura, porque “somos borboletas, estamos vivendo em processo de evolução,
saindo do casulo, em crescimento. Antes, éramos lagartas, exclusivamente nos fichários manuais. Agora, com as asas que
começam a aparecer, estamos superando a visão da lagarta e a usar a tecnologia como ferramenta”.
“Finalmente, estamos mutantes de FORMIGAS para BORBOLETAS porque, a partir do atual trabalho em grupo de
formiguinhas agregada ao casulo, estamos nos transformando em uma BORBOLETA que pretende subir, subir, voar, crescer e
aparecer”!
�5. Discutindo resultados.....
A chegada do novo, ao mesmo tempo em que vem quebrar amarras, cristaliza resistências. Nesta realidade
complexa, onde convivem o plural e o singular, a introdução de novos procedimentos é vista como algo estimulante e
motivante. Nela, bibliotecários que antes se fechavam em suas rotinas de trabalho quase isolados, aos poucos começam a
perceber que não adianta tentarem impedir o processo vital de mudança. Precisam adaptar-se urgentemente ao mesmo.
Percebemos, então que, nesta realidade, a grande geradora de nossas motivações são nossas necessidades,
daí a facilidade de adesão dos bibliotecários da Universidade Federal Rural de Pernambuco ao trabalho proposto, visto que eles
se encontram em um momento especial de suas histórias profissionais.
Entendemos, especialmente, a partir daí, que a incorporação ao grupo ocorreu à medida que este foi
entendido como uma oportunidade de extravasamento dos anseios, temores, conflitos, dúvidas, enfim, como uma possibilidade
de se trabalhar os sentimentos, o dito e o não dito.
As considerações que tecemos neste texto fazem-se apropriadas, e significam que estamos buscando, de
repente, de um lado, a estabilidade para que, nesse grupo, possam sentir-se seguros e protegidos nessa passagem. De outro,
permitem-nos observar o redirecionamento do olhar, o que fez com que o grupo da Biblioteca Central percebesse o atual
processo de mutação de paradigma a partir de um outro enfoque, o da analogia do comportamento animal/homem/organização.
O caminho alternativo sugerido, através da percepção do misterioso mundo do animal, em seu
comportamento e interação com o ambiente, projeta-nos essencialmente a fazer uma leitura além da simplória observação do
que faz e como faz esse animal, e ao entendimento do por que ele faz. Conseqüentemente, nos leva a uma empatia e a uma
outra interpretação do binômio animal/homem e, por conseguinte, da organização, que nada mais é do que o retrato do grupo
que a gerencia e dos que nela atuam.
Dessa forma, não se trata, a nosso ver, de simplesmente achar que o animal sente e pensa como nós, mas de
perceber que ele tem a sua própria essência, o seu jeito particular de ser. Sendo assim, sentir empatia é, nesse contexto, a
tentativa de, compreendendo o animal em seu próprio habitat, em toda a sua peculiaridade, conseqüentemente melhorar nossa
compreensão do homem e da organização no atual contexto em mutação.
�Na experiência descrita foi, portanto, pelo prazer, pela emoção, pelo afeto, pela intuição, pela vontade,
pelo sentimento e pelo simbólico que o grupo registrou no desenho livre e individual essa compreensão, caracterizando na
figura de um animal a representação da Biblioteca Central no estágio hodierno dessa mudança.
Na seqüência, as falas produzidas individualmente, a partir dos desenhos, revelam uma biblioteca que oscila
entre a lentidão dos processos manuais (tartaruga), o início do projeto (lagarta/casulo), a confusão, o acúmulo de tarefas e os
ajustes para a capacitação (elefante), seguidos pela união da ação coletiva (formigas), tendo em vista a implantação do
software e, conseqüentemente, da uniformização (coruja e borboleta).
Nessa ação criativa, motivados, alguns participantes não se limitaram ao desenho de apenas um
representante animal. Dessa forma, as formigas e as borboletas formaram um dueto. A tartaruga, por outro lado, para uns surgiu
lado a lado com o casulo e a águia, para outros, fez-se acompanhar do ágil coelho e da transmutação da borboleta. Ao largo, a
comicidade do macaco apareceu emparelhada com a coruja, o símbolo da profissão, e a galinha foi registrada fazendo par com a
águia.
Observamos, ainda, que a borboleta, por representar a metamorfose, a transformação, foi simbolicamente
resgatada por 35 % do grupo. Registrada em todas as suas fases, primeiro enquanto lagarta, arrastando-se pelo solo e folhagens,
depois, no hermético e isolado casulo e, ao final da transformação, ao ganhar asas e voar. Em tal resgate, curiosamente, um
olhar transcendeu o casulo, e a desenhou nas várias etapas da sua metamorfose. Nele, aparece evoluindo com a completeza
apenas do corpo, de uma das antenas e com parte da asa esquerda. A outra antena e a asa direita, aparecem ainda em formação.
Noutro registro visual, as lagartas arrastam-se pelo solo, sobem pelos ramos; depois, a partir delas, surgem
borboletas de diferentes tamanhos, formatos e cores, porque estão em crescimento e começando a voar. Há, ainda, a visão
daquele que capturou a imagem de uma linda, colorida e inquieta borboleta que, em toda a sua singularidade e plenitude,
empresta vida e alegria ao ambiente.
Finalmente, nesta vivência metafórica, os desenhos escolhidos como aqueles que representam a imagem
final da Biblioteca Central, ratificados na fala do grupo naquele momento (hoje, talvez não sejam mais os mesmos), voltamos a
afirmar, nos permitem observar o contraponto do mundo do trabalho, registrado nas formigas pois, simbolicamente, resgata o
metódico, a rotina de tarefas. Foi o movimentar-se sistemático, individual e grupal, carregando folhas, algumas vezes muito
maiores que seu próprio tamanho, num esforço físico extenuante e cansativo; foi, sobretudo, essa união de esforços e a divisão
de tarefas e de papéis que, ao possibilitar o alcance do interesse comum, levou esse grupo de bibliotecários a se apropriar e a
ressignificar a capacidade de organização do grupo de trabalho formado por essas formigas.
�Opondo-se totalmente a essa extremidade da atividade física e grupal, extrapolando a busca da velocidade
terrena para deter-se na lentidão do tempo e no esforço isolado, nesse grupo, esta mutação apresenta-se como uma etapa, cujo
sofrimento tem sido incorporado apenas pelos que dela fazem parte, num rito de passagem que surge, não simploriamente no
cansativo, mas especialmente no emocional, na metamorfose da borboleta.
Sendo assim, opondo um tempo diametralmente oposto ao da velocidade instantânea, é na metamorfose da
lagarta/borboleta que o grupo recupera o equilíbrio e, provavelmente, recupera não só as referências do mundo social, mas
também do mundo profissional. Ou seja, é provavelmente por permitir suportar melhor a ansiedade do fazer algo novo, do
aprender a reaprender, que os aprisiona na imediatez do tempo, onde mostram-se humanos, com suas contradições, lutas,
pequenas conquistas e perdas. Onde têm medo e coragem.
Diferentemente do trabalho e do esforço físico, da realização instantânea da formiga, é na borboleta que
esse grupo deseja um prazer mais consistente e duradouro, que vai além, que ultrapassa essa mudança de paradigma, significa
maturidade emocional e profissional.
À guisa do final desta discussão, voltamos a lembrar que esse processo de mudança não se viabiliza apenas
com um bom projeto, com a vontade da Instituição em mudar. Neste particular, é importante envolver cada participante do
grupo, valorizá-lo, ganhá-lo para a idéia do projeto. Sem seu compromisso, não se concretiza a mudança de paradigma. A
ousadia de mudar não se faz apenas pela vontade de alguns, mas com todos os que desejam incrementar a qualidade
profissional. Aí está a semente da transformação.
Com o agir desse grupo e a participação de muitos jardineiros e agricultores, esta semeadura continua...
Esta é, pois, uma história que continua sendo escrita.
�6- Referências bibliográficas
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�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
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A name given to the resource
Saltando barreiras, lançando dardos, rompendo limites, sujeitos em um contexto grupal de aprendizagem.
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Lopes, Conceição
Pereira, Reginete Cavalcanti
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
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Buscando levantar usos e efeitos da Internet no contexto das bibliotecas universitárias brasileiras.
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snbu2002
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e14ffbf98d3f37f081f3ee78883ce10b
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Trabalho aceito para o SNBU 2002 – para exposição oral
Eixo temático : Gerenciamento Organizacional de Bibliotecas Universitárias
Título : Apontamentos para uma análise dos critérios governamentais de avaliação de bibliotecas universitárias e
seus efeitos no ensino superior privado
Autoria : Claudia Negrão Balby
Instituição onde atua (1) :
Nome :
Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da
USP
Endereço :
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443
05508-900 – São Paulo, SP – Brasil
tel. (+ 55 11) 3091-4076, fax (+55 11) 3091-4325
Email :
clnbalby@usp.br
Instituição onde atua (2) :
Nome
Ex Libris do Brasil
Endereço :
Rua Vieira de Moraes, 420 – cjto. 64
04617-000 – São Paulo, SP – Brasil
tel. (+ 55 11) 5093-0168, fax (+55 11) 5093-3710
Email :
claudia@aleph-exlibris.com.br
RESUMO :
O setor privado de ensino superior tem se transformado grandemente, em parte impulsionado pelo reordenamento
e institucionalização do sistema de avaliação governamental do ensino superior. Observam-se tendências de
expansão, diversificação, flexibilização, incremento da produção científica e da pós-graduação, preocupação com
a
qualidade
do
ensino
e
da
pesquisa,
melhoria
da
qualificação
docente,
concentração,
interiorização,
descentralização nas metrópoles, busca pela diferenciação competitiva e reorganização associativa. As bibliotecas
são um dos aspectos considerados nas avaliações. Os indicadores aplicados não são novidade, mas há diferenças
de abordagem entre os instrumentos e parâmetros de áreas diferentes do conhecimento, bem como erros
conceituais e terminológicos. Este trabalho analisa todas as menções à informatização de bibliotecas feitas nos
instrumentos de coleta de dados e registro de avaliações disponíveis no site do MEC/SeSu em janeiro de 2002,
evidenciando que parecem ter sido escritos do ponto de vista de professores-usuários (os especialistas de áreas do
conhecimento), sem a colaboração de especialistas de Biblioteconomia/Ciência da Informação. A despeito das
deficiências dos instrumentos, os efeitos das avaliações sobre as bibliotecas são grandes, influindo no acervo, nos
recursos humanos, na informatização, no espaço físico, na participação em redes, na organização profissional do
segmento e na própria inserção do bibliotecário na IES privada. Defende-se que os instrumentos sejam
melhorados com a colaboração de especialistas de Biblioteconomia/Ciência da Informação e das entidades de
representação profissional da área, para que se possa, daqui a alguns anos, qualificar os efeitos das avaliações nas
bibliotecas das IES privadas como tendo sido inteiramente positivos.
�TEXTO COMPLETO
Apontamentos para uma análise dos critérios governamentais de avaliação de bibliotecas
universitárias e seus efeitos no ensino superior privado 1
Claudia Negrão Balby2
1
Instituições privadas de ensino superior: entre a clientela e o governo
Diferentemente do que ocorreu na América espanhola, o Brasil não teve universidades ou
outras IES (instituições de ensino superior) durante todo o período colonial. A história do
ensino superior brasileiro iniciou-se com a vinda da Família Real portuguesa para o Brasil, em
1808, que propiciou a fundação das primeiras IES, na forma de escolas profissionalizantes
laicas, não organizadas em universidades e diretamente subordinadas à Coroa. Essa situação
perdurou durante todo o século XIX; em 1900 o país contava com 24 dessas escolas
(TEIXEIRA, 1969, citado por DURHAM e SAMPAIO, 1996). A primeira Constituição da
República (1891) permitiu a criação de instituições privadas; entre 1889 e 1918, 56 novas
escolas de ensino superior foram fundadas, a maioria delas particulares.
O modelo de IES autônomas perdurou até a reforma educacional de 1931, já no Estado Novo,
que definiu pela primeira vez uma ordenação jurídica para as universidades brasileiras, e
reconheceu a liberdade da iniciativa privada para criar estabelecimentos próprios sujeitos à
supervisão governamental. Nessa época foram criadas as primeiras universidades públicas,
muitas vezes por aglutinação das antigas escolas autônomas. Na década seguinte, em reação
ao que via como tendências muito estatizantes e laicizantes do ensino superior público, a
Igreja Católica começou a fundar suas próprias universidades, a partir de 1944.
Segundo SAMPAIO (2000, p. 43-44), a década de 50 foi marcada por debates polarizados
entre a defesa do ensino público pelos movimentos estudantis (que incluía propostas de
extinção
1
do
setor
privado,
por
absorção
estatal,
e
privilegiava
a
organização
em
Este trabalho deriva da tese de Doutorado da autora, apresentada à Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo em 2002.
2
Professora Assistente, Departamento de Biblioteconomia e Documentação, ECA/USP. Gerente de Suporte
Técnico e Implantações, Ex Libris do Brasil. Email: clnbalby@usp.br.
�universidades), e posições defendendo a continuidade do setor privado e da organização em
escolas isoladas. Prevaleceram as últimas posições: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, promulgada em 1961, consolidou a presença do setor privado, permitiu-lhe
continuar a organizar-se em instituições não universitárias, e reduziu a influência do
Ministério de Educação, instituindo um Conselho Federal de Educação encarregado de decidir
e controlar a criação, expansão e funcionamento de IES. Formado por representantes tanto do
setor público quanto do setor privado, nos anos seguintes o Conselho acabou por se tornar uma
arena privilegiada para o lobby dos interesses deste último.
Os governos autoritários que regeram o país a partir de 1964 empenharam-se em desintegrar o
movimento estudantil. Diferentemente do que ocorreu em outros países da América Latina na
mesma época, porém, a repressão política não interrompeu o crescimento do ensino superior,
tanto público como privado; este último, de fato, ampliou-se extraordinariamente, em resposta
ao processo de desenvolvimento urbano-industrial. A primeira fase de sua expansão durou, a
grosso modo, de 1968 até os anos 80, e foi caracterizada pelo surgimento de um tipo até então
inédito
de
IES:
escolas
de
ensino
superior
mantidas
por
instituições
organizadas
empresarialmente com fins lucrativos, muitas delas geridas por famílias de empreendedores
que até então haviam se dedicado ao ensino primário e secundário.
O processo de redemocratização do país ocorrido a partir de 1979 fortaleceu o movimento de
docentes universitários, assentado sobre a defesa da educação pública, gratuita e organizada
em universidades que associem ensino e pesquisa. Esse modelo orientou as políticas de
investimento público da década de 80, voltadas à criação de novas universidades e à
incorporação de estabelecimentos isolados. Nas IES públicas, as atividades de pesquisa
constituíram, senão uma realidade para todas, pelo menos um objetivo formal, que teve como
decorrência a expansão dos cursos de pós-graduação. Isso diferenciou-as do setor privado -que
continuou
basicamente
orientado
para
o
ensino
de
graduação
(com
exceções,
principalmente em algumas universidades católicas). Para DURHAM e SAMPAIO (1997,
citadas por SAMPAIO, 2000, p. 166), essa espécie de divisão de funções entre IES públicas e
privadas foi produto de uma escolha política do Estado brasileiro para atender “à demanda
�crescente de ensino superior e, ao mesmo tempo, preservar o setor público, financiado com
recursos públicos, da massificação e seus efeitos.”
A tendência de aglutinação de IES isoladas, que já se verificava no setor público desde a
década de 30, manifestou-se no setor privado somente a partir da década de 70, e acelerou-se
com a nova Constituição de 1988 -- que, ao estabelecer a autonomia didática, administrativa e
financeira para todas as universidades, públicas ou não, criou um instrumento que permitia ao
setor privado escapar dos controles burocráticos do Conselho Federal de Educação, caso
transformasse suas IES em universidades. Uma enorme pressão política por facilidades para
essa transformação acabou provocando a própria extinção do Conselho, em 1994, por
suspeitas de corrupção generalizada.
É comum que o ensino superior privado no Brasil seja caracterizado como:
1) Possuidor de caráter complementar ao ensino público (e, nas visões mais extremistas, até como seu desvio
mercantilizado);
2) Numericamente pouco significativo até o inicio do regime militar, e ampliado somente a partir dele;
3) Organizado em dois grandes blocos: instituições laicas (muitas vezes caracterizadas como recentes e
4)
mercantilizadas), e instituições religiosas (muitas vezes caracterizadas como mais tradicionais e não
mercantilizadas);
Voltado ao atendimento dos alunos menos favorecidos social e economicamente.
A realidade é mais matizada, porém, conforme procuraremos demonstrar a seguir.
O caráter complementar pode ser entendido através de GEIGER (citado por DURHAM e
SAMPAIO, 1996), para quem as IES privadas complementam os setores públicos (que são
relativamente menores, mais seletivos e fortemente orientados para as carreiras de elite), e
caracterizam-se
por
sua
capacidade
de
expandir-se rapidamente, mobilizando recursos
privados, com o objetivo de absorver a demanda. Dados estatísticos demonstram a importância
do setor: segundo dados de 2000, temos no Brasil um total de 1.280 instituições de ensino
superior. Delas, 1.099 são privadas, representando 86%, e 181 são públicas, representando
14%. Por dados de 1999, as IES privadas têm a maior fatia do número total de matrículas
(64,9%, ao lado de 35,1% das públicas) (CASTRO, 2001).
�Dados estatísticos também colaboram para refutar a idéia de que o ensino superior privado
tenha sido insignificante até o início do regime militar. De acordo com DURHAM e
SAMPAIO (1996), já nos anos 30 o setor privado respondia por 60% dos estabelecimentos de
ensino superior e por 43,7% das matrículas. É notável a sua expansão até os números atuais,
mas a tendência já se anunciava, se considerarmos que entre 1940 e 1960 o número de
matrículas do setor privado mais do que triplicou, passando de 27.671 a 93.902.
Quanto aos dois grandes blocos, laico e religioso, deve-se observar que há mais
heterogeneidade no setor do que essa divisão binária faz parecer. Até os anos 60, a educação
religiosa de subordinação católica tinha um grande peso. A partir dessa década, dois
movimentos de mudança podem ser observados: de um lado, as iniciativas laicas de criação de
IES com cunho empresarial já mencionadas, que passam a dominar o setor; de outro, criação
de IES de denominações protestantes, especialmente metodistas e luteranas. Mas há outra
diferença, que se sobrepõe à religiosa: a que se dá entre instituições comunitárias e
empresariais. As primeiras são instituições sem fins lucrativos, embora não sejam gratuitas.
Incluem as instituições confessionais, católicas ou não, mas também um grupo expressivo, no
Sul do Brasil, formado por IES laicas.
Quanto ao alunado, existem poucas variações entre IES públicas e particulares no que
concerne ao perfil de suas clientelas. SAMPAIO (2000, p. 254) cita estudo seu e de
CARDOSO, realizado em 1994 com estudantes de diferentes universidades e escolas de
ensino superior no estado de São Paulo, que demonstrou que os alunos fazem parte de uma
parcela muito restrita da sociedade (apenas 11,4% da faixa etária entre 20 e 24 anos, em
1995). A maioria dos alunos das IES privadas (57,8%) e públicas (55,1%) concentra-se nas
duas faixas intermediárias de renda (6-10 e mais de 10-20 salários mínimos). Os índices são
próximos também nas faixas mais altas de renda (acima de 20 salários mínimos): 33,9% nas
IES privadas e 32,7% nas IES públicas. Em suas palavras: “Os estudantes universitários não
estão segmentados por setor em função de sua condição socioeconômica; tanto no setor
público como no privado, a clientela está segmentada em função das carreiras, dos turnos em
que as aulas são ministradas, da localização regional e geográfica do estabelecimento, das
�anuidades cobradas e das exigências e facilidades acadêmicas que cada curso representa.”
(SAMPAIO, 2000, p. 381).
A partir dos anos 80, o setor de ensino superior como um todo (público e privado, e não
apenas no Brasil) viu-se confrontado com uma crise de financiamento, de qualidade e de
clientela. Segundo SAMPAIO (2000, p. 89-90), as tendências de estabilidade inicial e
posterior declínio no número de matrículas do ensino superior, verificadas no Brasil do início
de 1985 até meados dos anos 90, devem-se à retenção que ocorreu no nível educacional
anterior, o secundário (maiores taxas de evasão e menor quantidade de concluintes).
Grandes transformações ocorreram em reação a essa crise. No setor privado, foram
impulsionadas pela confluência da estagnação da demanda com a nova moldura legal que
passou a regulamentar o ensino superior no País, a partir da Constituição de 1988 (SAMPAIO,
2000,
p.
18).
Muitas
mudanças
foram
respostas
das
IES
ao
reordenamento
e
institucionalização do sistema de avaliação governamental do ensino superior, em curso desde
aquela época. Nas IES privadas de origem familiar, as transformações foram também
propiciadas por mudanças na própria visão empreendedora, que tiveram origem em processos
de sucessão dos fundadores e profissionalização do corpo diretivo3 .
As transformações ocorridas nas IES privadas, muitas ainda em curso, podem ser resumidas
como segue:
1) Expansão: aumento no número total de IES (públicas e privadas), de 882 em 1980 para 1.280 em 2000. Hoje
2)
3
as IES privadas representam 86% do número total e têm a maior fatia do número total de matrículas (64,9%).
Concentram seus matriculados no período noturno (têm 77,5% das matrículas noturnas, contra os 22,5% que
têm as IES públicas), e crescem a taxas maiores do que as públicas: no período 1994-1999, sua quantidade
de matriculados cresceu 58,5% (enquanto as matrículas nas IES públicas federais cresceram 21,8%, nas
estaduais 30,4%, e nas municipais decresceram 8,3%). Comparando-se com o período 1991-94, quando as
matrículas das IES privadas cresceram somente 1,2%, percebe-se que nos últimos anos houve uma forte
retomada do crescimento (CASTRO, 2001);
Diversificação: foram propiciadas pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB, a partir
de 1996: a) criação de novas modalidades de IES: Faculdades Integradas, Centros Universitários e Institutos
Superiores de Educação; b) criação de novas modalidades de cursos de graduação (seqüenciais); e c) criação
de cursos à distância baseados em tecnologia (que já foram agrupados numa universidade virtual formada
A propósito, veja-se a dissertação de mestrado de Fábio FIGUEIREDO recentemente defendida na PUC-SP,
que está relacionada nas Referências Bibliográficas deste trabalho.
�3)
4)
5)
6)
7)
8)
9)
por dez instituições particulares). Também se observa a criação de novos cursos de graduação para setores
específicos do mercado de trabalho;
Flexibilização: também propiciada pela nova LDB: dos currículos (graças à extinção dos currículos mínimos
de vigência nacional) e das formas de ingresso. O antigo vestibular classificatório foi/é substituído por novas
modalidades, sendo as mais freqüentes: avaliação do histórico escolar do candidato, carta de recomendação
do aluno por um professor, entrevista com o candidato, e vestibular unificado entre várias instituições
privadas (SAMPAIO, 2000, p. 363-364). Mais recentemente, também se tornaram comuns a consideração da
nota obtida pelo candidato no Exame Nacional do Ensino Médio-ENEM e a realização de provas não
presenciais, através da Internet.
Incremento da produção científica e de cursos de pós-graduação: ocorrido em resposta a critérios
governamentais para o reconhecimento do status de universidade. Num primeiro momento, o setor privado
multiplicou os cursos de especialização, que formalmente pertencem ao nível de pós-graduação (lato sensu).
Mais tarde, constituiu mestrados de caráter profissionalizante (os chamados MBAs) e também mestrados e
doutorados de caráter acadêmico (stricto sensu). Também se observa expansão nas editoras universitárias
(surgimento de novas editoras e fortalecimento / profissionalização das existentes, aumento no número de
publicações monográficas, surgimento de novos títulos de periódicos);
Preocupação com a qualidade do ensino e da pesquisa: manifestada primeiramente no interior das
universidades públicas nos 80, foi transposta cerca de uma década depois para as IES privadas, em parte
como reação às seguintes ações governamentais de avaliação periódica do desempenho das instituições: a)
Exame Nacional de Cursos (Provão), b) Avaliação das Condições de Oferta, c) Avaliação Institucional, d)
Censo do Ensino Superior (SIED-Sup), e) Processo de credenciamento de IES, f) Processo de Autorização/
Reconhecimento de Cursos, g) Processo de Avaliação da Pós-Graduação (CASTRO, 2001). As ações
governamentais de avaliação baseiam-se num indicador direto (os resultados do Provão), e alguns
indicadores indiretos (infra-estrutura, incluindo bibliotecas; áreas de concentração dos cursos; titulação
acadêmica do corpo docente; carreira e regime de trabalho; pesquisa; pós-graduação stricto sensu). Em
resultado delas, as IES (tanto públicas como privadas) obtém a chancela do governo federal para seus cursos,
sempre em caráter temporário, na forma de autorizações, reconhecimentos e credenciamentos. As ações de
avaliação encaminhadas pelo governo têm motivado grandes transformações nas bibliotecas das IES, que
serão abordadas mais adiante. Vale destacar que o governo trata estatisticamente os dados que coleta no
decorrer das ações e divulga-os através da Internet, facilitando, bem mais do que o fez em épocas anteriores,
o controle social da educação ministrada no país. Vale também ressaltar que, nas IES de origem familiar,
iniciativas de avaliação independentes do governo também ocorrem, como parte de ações de diagnóstico e
planejamento estratégico realizadas em preparação e/ou decorrência dos processos de sucessão dos
fundadores.
Melhoria da qualificação docente: enfatizando a importância dos indicadores indiretos carreira e regime
de trabalho e pesquisa e pós-graduação stricto sensu para a qualidade do ensino superior, a LDB de 1996
estabeleceu que as universidades devem contar com 1/3 de mestres ou doutores em seu corpo docente, e 1/3
de docentes contratados em tempo integral (40 h semanais). Isso provocou grandes mudanças na qualificação
dos docentes das IES privadas, que buscaram conformar-se à lei, seja pela contratação de titulados
precocemente aposentados das universidades públicas, seja pela contratação de recém-titulados delas
egressos, seja pela titulação dos docentes já contratados. A titulação foi /é buscada externamente ou, em
alguns casos, construída internamente -- compondo-se o alunado das turmas pioneiras dos novos cursos de
pós-graduação das IES particulares com os professores da própria instituição.
Concentração: pela aglutinação de instituições isoladas em Faculdades Integradas, Centros Universitários
ou Universidades, já mencionada;
Interiorização: IES não abandonando as capitais mas instalando-se também em regiões interioranas com
potencial de desenvolvimento urbano-industrial;
Descentralização nas metrópoles: em anos recentíssimos pode ser observado, nas metrópoles de trânsito
congestionado (particularmente São Paulo e Rio), um movimento de aproximação geográfica das instituições
à clientela. As IES multiplicam unidades por bairros próximos aos locais de residência, trabalho ou lazer dos
�10)
11)
estudantes, em prédios que são tão mais estratégicos quanto mais próximos fiquem de terminais de transporte
público ou grandes vias expressas;4
Busca pela diferenciação competitiva: IES ressaltando a competência acadêmica e infra-estrutura ofertadas
ao alunado. Antes da crise dos anos 80/90, já referida, as IES privadas apresentavam-se à clientela potencial
de maneira muito parecida (i.e., como alternativas ao ensino superior público mais ou menos semelhantes
entre si). Modernamente, enfatizam suas diferenças em relação à concorrência. No eixo acadêmico, buscam
privilegiar a divulgação dos cursos pelos quais são mais reconhecidas (DURHAM e SAMPAIO, 1996) e
destacar a proporção de mestres e doutores no corpo docente. No eixo da infra-estrutura, buscam divulgar os
grandes investimentos que realizam em tecnologia da informação, laboratórios, bibliotecas, etc. Vale
esclarecer que a divulgação desses dados por parte das IES, além de ser uma estratégia publicitária, é feita
também para responder a uma portaria ministerial de 1997 que determinou a divulgação das condições
institucionais das IES nos manuais de inscrição para o vestibular (SAMPAIO, 2000, p. 354).
Organização associativa: a organização do setor privado em entidades representativas não é um fato novo,
mas os últimos anos viram um crescimento da mobilização e uma reorganização em novos grupos de
interesse. As principais entidades são: ABESC (Associação Brasileira das Escolas Católicas - fundada em
1952, hoje possui 41 associadas); ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior fundada em 1982, reúne hoje 285 mantenedoras e 435 mantidas); ABRUC (Associação Brasileira das
Universidades Comunitárias – fundada em 1995, tem hoje 29 associadas); ANUP (Associação Nacional das
Universidades Particulares - fundada em 1989, hoje tem 49 associadas); CRUB (Conselho dos Reitores das
Universidades Brasileiras – fundado em 1966, tem hoje 135 filiadas; embora reúna todas as universidades,
públicas ou privadas, tem participação das IES privadas nos cargos diretivos); SEMESP (Sindicato das
Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo –fundado em
1979, congrega hoje 283 instituições; embora seja uma entidade regional, a importância do setor privado
nesse estado transforma o SEMESP num ator também do cenário nacional).
2 Bibliotecas das instituições privadas de ensino superior: entre a clientela, a alta
administração da IES e o governo
Conforme já dissemos, o governo federal tem realizado nos últimos anos o reordenamento e a
institucionalização de um sistema de avaliação do ensino superior, através de múltiplas ações
de avaliação periódica das IES públicas e privadas, que se baseiam num indicador direto (os
resultados
do
Provão),
e
em
alguns
indicadores
indiretos
(infra-estrutura,
incluindo
bibliotecas; áreas de concentração dos cursos; titulação acadêmica do corpo docente; carreira e
regime de trabalho; pesquisa; pós-graduação stricto sensu). Tais ações constituem um
mecanismo de atribuição da chancela do governo federal aos cursos, em caráter temporário.
4
Assim, vemos IES ocupando prédios de antigas indústrias em bairros tradicionais das camadas médias oriundas
do operariado industrial (a exemplo da Moóca, em São Paulo), antigos prédios comerciais no centro das cidades,
ou ainda prédios onde a IES divide espaço com shopping centers e academias de ginástica (como em Del Castilho
e Jacarepaguá, no Rio). Sobre a ocupação de antigos prédios industriais, não podemos deixar de imaginar um
jovem que é o primeiro de sua família a chegar ao ensino superior, e estuda no prédio que foi a fábrica onde seu
pai ou mãe trabalharam... Não o conhecemos, mas acreditamos que ele exista. Haverá história de vida mais
representativa das mudanças do Brasil urbano do que a sua?
�Todas têm em comum a coleta de dados estatísticos, que são enviados pelas IES ao governo.
Muitas também envolvem verificações in loco, durante visitas às instituições feitas por
avaliadores comissionados, que se baseiam em parâmetros e instrumentos de coleta de dados e
registro das avaliações preparados por comissões de especialistas em cada área do
conhecimento5 .
Os indicadores considerados para avaliar as bibliotecas das IES durante essas ações
governamentais não são novidade para a Biblioteconomia, em que pesem algumas diferenças
de abordagem entre os instrumentos e parâmetros de áreas diferentes do conhecimento, bem
como alguns erros conceituais e terminológicos neles existentes.
De forma resumida, os
indicadores avaliados pelas comissões de especialistas são:
1) Acervo por área/curso: quantidade de títulos e exemplares de livros, de títulos de periódicos nacionais e
2)
3)
4)
5)
6)
7)
8)
estrangeiros, de outros tipos de materiais (particularmente vídeos); volume anual de atualização (por compra,
doação, permuta); modalidade de acesso (aberto ou fechado); modalidade de disposição (CDD, CDU, outra);
modalidade de representação descritiva (AACR1, AACR2, outra) ;
Recursos humanos (bibliotecários e outros);
Empréstimo (aberto ou fechado à comunidade, com ou sem empréstimo de material de referência);
Reserva (se existe e como é feita: informatizada ou manual);
Serviços de reprografia (se existem e onde se localizam: dentro da biblioteca ou no prédio onde fica a
biblioteca);
Nível de informatização (do acervo local, bem como facilidades de acesso a bases de dados externas e
Internet);
Espaço físico (salas individuais, salas para grupos, salas destinadas aos funcionários da biblioteca: área em
m2 e horários de funcionamento);
Participação em redes de catalogação cooperativa, redes de informação e redes de comutação
bibliográfica6 .
Embora seja interessantíssimo e necessário, foge aos propósitos desta pesquisa fazer um
estudo detalhado dos parâmetros e instrumentos de avaliação de bibliotecas de cada área do
5
Todos os instrumentos de coleta de dados e registro das avaliações encontram-se disponíveis publicamente no
site da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação, no URL http://www.mec.gov.br/Sesu/.
6
Há que citar, como exemplo dos erros conceituais e terminológicos existentes em alguns desses documentos, a
frase expressa no documento MANUAL DO AVALIADOR. Autorização de cursos. Ciências Biológicas
(URL http://www.mec.gov.br/sesu/ftp/curdiretriz/biologicas/ajuda.doc) : “Considerar satisfatório se existe
sistema de catalogação (CCN, IBICT, OCLC)”. Sistema de catalogação é expressão aplicada mais propriamente
ao sistema de computador usado localmente pela biblioteca avaliada para catalogar seu acervo. As três siglas
mencionadas referem-se a bancos de dados bibliográficos de caráter cooperativo -- formados pela centralização,
num único banco de dados, de registros produzidos nos vários sistemas de catalogação usados pelas bibliotecas
participantes. CCN é o Catálogo Coletivo Nacional de Periódicos, mantido pelo IBICT; IBICT talvez seja uma
referência ao mesmo CCN, ou então ao SITE–Sistema Teses Brasileiras, também mantido pelo IBICT; OCLC é o
maior banco bibliográfico do mundo.
�conhecimento, que analisasse também os resultados de sua aplicação. Temos que nos deter,
porém, no que é avaliado quanto à informatização.
Para tal, estudamos todos os parâmetros, instrumentos de coleta de dados e instrumentos de
registro de avaliações existentes no site da Secretaria de Ensino Superior do MEC,
selecionando deles todas as frases relativas à informatização das bibliotecas. Percebemos que:
1) Na maioria dos documentos, a informatização é entendida como abrangendo duas frentes: a criação e
2)
3)
4)
5)
manutenção de um catálogo informatizado do acervo local (um OPAC) e a disponibilização de acesso a
recursos informacionais remotos, através da Internet (há um documento, inclusive, que prescreve que todos
os computadores existentes na Biblioteca tenham acesso à Internet). Consideramos correto esse
entendimento;
As expressões grau de informatização e nível de informatização são freqüentes nos documentos. A
representação do grau/nível em conceitos varia de área para área, no entanto: os documentos de algumas
áreas utilizam tríades de conceitos (adequado/ parcialmente adequado/ inadequado ou satisfatório/
insatisfatório/ inexistente), enquanto os documentos de outras áreas não representam os conceitos de
avaliação. Os documentos que utilizam as tríades de conceitos não explicitam, porém, quais os requisitos que
a biblioteca deve demonstrar ter para receber um deles, com exceção de uma frase encontrada no documento
da área de Ciências Biológicas, já citado na nota de rodapé no 6: “Considerar satisfatório se todo o acervo
relatado está informatizado (amostragem)”;
Embora todos os documentos recomendem implicitamente a disponibilização de acesso a recursos
informacionais remotos, somente os da área de Medicina citam nominalmente bases de dados/sistemas de
informação relevantes. Nas outras áreas, quando ocorre citação nominal é sempre a títulos de periódicos
impressos, nacionais e estrangeiros. A impressão que se tem é que, para a maioria das áreas, é suficiente que
a biblioteca disponha de acesso genérico à Internet. Tal visão é superficial, e parece-nos emanar de
especialistas não suficientemente familiarizados com os recursos de informação existentes na rede para as
suas respectivas áreas de especialização;
É freqüente a expressão informatização do acervo, mas ela nunca é definida. Isso pode levar a interpretações
ambíguas que resultem em distorção nas avaliações – pois a informatização do acervo, em seu grau mais
elaborado, pode significar disponibilização de documentos digitais. Acreditamos que os especialistas
quiseram dizer informatização da catalogação do acervo;
Quanto às outras funções dos sistemas informatizados de gestão de bibliotecas, poucas áreas mencionam
sistemas de consulta e empréstimo, e nenhuma área menciona sistemas para serviços-meio, tais como seleção
e aquisição. Essa visão é um tanto empobrecedora, pois desconsidera os grandes esforços de modernização
administrativa feitos pelas bibliotecas que têm, sim, reflexos positivos na qualidade dos serviços prestados
aos usuários.
Concluímos que as diretrizes para bibliotecas em uso nessas avaliações parecem ter sido
escritas exclusivamente do ponto de vista de professores-usuários (os especialistas de área),
sem colaboração de especialistas de Biblioteconomia/ Ciência da Informação. O contato direto
com os avaliadores que visitaram a biblioteca universitária que administramos no período
1996-2000 fez-nos perceber que há muita variação na atribuição dos conceitos; como os guias
não os explicitam suficientemente, a maior influência do avaliador parece ser a sua
�experiência pessoal com as bibliotecas que utiliza em sua atividade de docente e pesquisador.
Não temos mais contato direto com avaliadores, mas continuamos muito próximos de
bibliotecários universitários em nossa atual posição, os quais confirmam nossas impressões.
Sabemos que a CBBU-Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias, associada à
FEBAB-Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, recebeu do Ministério da
Educação um pedido de parecer sobre os itens de avaliação, que foi respondido por seus
Conselheiros Regionais. Desconhecemos outras ações, por parte de nossos Conselhos
Regionais e Federal e Escolas de Biblioteconomia, para a melhoria dos critérios de avaliação
das bibliotecas de IES.
Em que pesem as deficiências dos instrumentos de avaliação já apontadas, os efeitos do
processo sobre as bibliotecas universitárias do setor privado são muito grandes. Elencamos,
com base em nossa observação do segmento:
1) Quanto ao acervo: aumento quantitativo, maior diversificação de tipos documentais, abertura do livre
2)
3)
4)
5)
6)
acesso às estantes – causando também uma certa especialização no mercado livreiro (já há fornecedores
especializados em montar acervos para reconhecimentos, autorizações e credenciamentos);
Quanto aos recursos humanos: aumento quantitativo; necessitariam de um estudo aprofundado as
tendências que observamos de a) busca de maior qualificação profissional pelos bibliotecários das IES
privadas, através da educação continuada formal e informal; b) em algumas instituições, recrutamento de
bibliotecários com qualificação acima da média para os postos diretivos, algumas vezes em substituição a
profissionais que, na visão da IES, não corresponderam adequadamente às exigências dos novos tempos. Há
que investigar se essas duas tendências já tiveram reflexos significativos na média salarial da profissão.
Também faltam estudos mais aprofundados sobre as novas habilidades necessárias ao bibliotecário de IES
privada: desenvolvimento de coleções em sentido amplo (domínio de área e domínio de mercado),
informatização, gerência, habilidades políticas no contato com os atores do cenário intra-institucional e
extra-institucional.
Quanto à informatização: tendências que já apontamos: implantação de sistemas pela primeira vez;
substituição de sistemas anteriormente implantados; esforços de conversão retrospectiva (i.e., substituição
integral dos catálogos de fichas por catálogos informatizados);
Quanto ao espaço físico: tendências que já apontamos: ampliações, reformas, substituição de ambientes
adaptados por ambientes especialmente planejados;
Quanto à participação em redes de catalogação cooperativa, redes de informação e redes de comutação
bibliográfica: aumento.
Quanto à organização do segmento: tendências que já apontamos: realização de eventos próprios, maior
participação nos eventos tradicionais (particularmente o CBBD-Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e
Documentação e o SNBU-Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias); constituição de grupo
específico do setor. Há que observar, porém, que ainda não se viu o estabelecimento de um consórcio
exclusivo de IES privadas que permitisse partilhar recursos e serviços em máximo grau (formar coleções de
maneira compartilhada, repartindo os custos entre múltiplas instituições; usá-las também de forma
compartilhada, dando direitos ao usuário vindo da instituição parceira que fossem equivalentes ao usuário da
instituição proprietária; intercambiar registros bibliográficos em meio legível por computador, abreviando o
tempo gasto na catalogação e eliminando a repetição de esforços entre instituições). A competição por uma
mesma clientela que existe entre as IES privadas dificulta, a nosso ver, esse tipo de ação cooperativa. A
�forma de realização das avaliações governamentais também não a facilita, dado que parte do trabalho das
comissões de especialistas é comprovar a posse dos acervos pela IES avaliada (conferindo catálogo X
carimbos de registro patrimonial X notas fiscais que comprovem a despesa feita para adquirir o material que
o avaliador encontra nas estantes). Assim, parece-nos mais fácil que as bibliotecas das IES privadas se
juntem a consórcios mistos com as bibliotecas das IES públicas, a exemplo do que já ocorre no consórcio
denominado Compartilhamento de Bibliotecas entre Instituições de Ensino Superior do Estado do Rio de
Janeiro.
3 Conclusão
O trabalho educacional caracteriza-se por sua natureza cíclica, vinculada ao calendário escolar
e aos fluxos de entrada de ingressantes e saída de concluintes. No ensino superior brasileiro de
hoje, percebemos que as ações governamentais de avaliação sobrepuseram múltiplos outros
ciclos àqueles do calendário escolar: os ciclos de avaliação governamental de cada curso. Em
decorrência,
as
responsabilidades
e
tarefas
dos
gestores
educacionais
aumentaram
significativamente -- mais ainda quando são responsáveis por setores que servem a múltiplos
cursos ao mesmo tempo, como é o caso de muitas bibliotecas de IES privadas. Diante da nova
sobrecarga, não é incomum que os profissionais dessas instituições relatem a sensação de
estarem trabalhando para atender antes ao Ministério da Educação do que à sua clientela.
As ações governamentais de avaliação não mudaram uma característica tradicional das
bibliotecas: a de não serem geradoras diretas de receita que seja significativa para as finanças
da IES privada. O peso das bibliotecas nas avaliações, porém, deu aos bibliotecários uma
maior visibilidade dentro da instituição e um maior acesso às instâncias mais altas da
hierarquia.
É
nossa
opinião
que,
corrigidos
os
erros
conceituais,
terminológicos
e
metodológicos existentes nos instrumentos de avaliação e na forma em que são aplicados –
com,
espera-se,
expressiva
participação
de
profissionais
e
pesquisadores
de
Biblioteconomia/Ciência da Informação – poderemos, daqui a alguns anos, considerar que as
ações de avaliação governamental terão representado um momento de transformação
inteiramente positivo na vida das bibliotecas das IES privadas.
Referências Bibliográficas
CASTRO, Maria Helena Guimarães de (2001). Avaliação da educação superior: novos
rumos em 2001 [Online]. Disponível: http://www.abmes.org.br [8 jan. 2002].
�DURHAM, Eunice, SAMPAIO, Helena (1996). La educación privada en Brasil [Online].
Disponível: http://www.cidi.oas.org/SchwAnex.htm [8 jan. 2002].
FIGUEIREDO, Fábio Ferreira (2001). O processo sucessório no controle e na gestão das
universidades particulares da cidade de São Paulo: análises e perspectivas. São Paulo.
Dissertação (mestrado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
SAMPAIO, Helena (2000). Ensino superior no Brasil: o setor privado. São Paulo : Hucitec;
FAPESP.
�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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2002
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Balby, Claudia Negrão
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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UFPE
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
analisa todas as menções à informatização de bibliotecas feitas nos instrumentos de coleta de dados e registro de avaliações disponíveis no site do MEC/SeSu em janeiro de 2002.
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-
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ESTILOS GERENCIAIS NO CONTEXTO DAS BIBLIOTECAS DE
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR EM MANAUS *
Célia Regina Simonetti Barbalho**
Kellem Andrezza de Araújo Freitas***
RESUMO
Analisa o perfil dos administradores de bibliotecas de instituições de ensino
superior que atuam na cidade de Manaus a partir das abordagens
administrativas e os estilos gerenciais oriundos da Teoria Comportamental,
com objetivo de identificar a atuação do bibliotecário enquanto gerente de
bibliotecas, conhecer sua formação e modos de atualização profissional bem
como os estilo gerencial predominante verificando se há relação entre o estilo
identificado pelo próprio gerente com o desempenho dos colaboradores.
Baseia -se, teoricamente em Rensis Likert para determinar a predominância
perfil dos gestores manauenses que manifestaram, através de instrumento do
tipo formulário composto de trinta questões divididas entre identificação,
atividades desenvolvidas e características individuais. Após a interpretação dos
resultados obtidos na análise dos dados relacionados com as teorias e conceitos
apresentados pela literatura pesquisada, conclui-se que os profissionais
pesquisados enquadram-se, predominantemente, no perfil consultivo/
participativo.
Palavras -Chave: Estilos gerenciais; Administradores de Bibliotecas;
Bibliotecas de Instituições de Ensino Superior
Administrar, atualmente envolve uma gama muito mais abrangente e diversificada de
atividades do que no passado. Conseqüentemente o gestor hoje precisa estar apto a perceber,
refletir, decidir e agir em condições totalmente diferentes do que antes tendo em vista que seu
cotidiano envolve diferentes contatos com uma realidade complexa onde os processos
necessitam de equipes de diferentes áreas, perfis profissionais e linguagens, as situações
apresentam cada vez mais um número maior de variáveis de ação; o processo decisório está
comprimido pelo curto espaço de tempo, e os prazos de ação/reação são cada vez mais
*
Baseado nos resultados obtidos pelo projeto de pesquisa intitulado Estilos Gerenciais dos Administradores de
Bibliotecas em Manaus desenvolvido pelo Núcleo de Estudo e Pesquisa em Ciência da Informação do
Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Amazonas.
**
Professora adjunta do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Amazonas. Doutora em
Comunicação e Semiótica. simonetti@objetivomao.br
***
Discente do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Amazonas. kfreitas@genius.org.br
�exíguos; as situações de trabalho com elementos externos ao seu ambiente nativo, e, por
conseguinte com outras culturas: clientes, fornecedores, parceiros, terceiros, equipes de outras
unidades
organizacionais,
inclusive
do
estrangeiro
exige
um
perfil
multicultural;
as
tecnologias da informação e da comunicação estão a oferecer constantemente novas
oportunidades e ameaças e o ambiente de mercado é cada vez mais competitivo, não só em
relação aos competidores tradicionais, mas principalmente, pelos novos entrantes e produtos
substitutos.
Com muita propriedade, TEIXEIRA et all (2002) ao discutirem o ensino de
Biblioteconomia por competência afirmam que os gestores contemporâneos necessitam ter a
capacidade de reconhecer e analisar as tendências do ambiente para adaptar-se a elas. Com
efeito, os autores destacam ainda que competências como conhecimento geral, informática,
línguas complementam a capacidade de visão de conjunto, interpessoalidade e o trato com a
informação como fundamentais para a empregabilidade.
Cotejando o cenário de atuação acima descrito e as competências exigidas pelo
mercado de trabalho, este estudo busca responder a uma indagação: qual o indicador apontado
pelo estilo gerencial adotado pelos gestores de bibliotecas de instituições de ensino superior
em relação à manifestação de suas competências, entendidas por habilidades, atitudes e
conhecimentos? Tal questão desdobra-se em dois eixos básicos para a pesquisa: um
relacionado à identificação, através de pesquisa de campo, do estilo gerencial predominante a
partir de valores ajuizados pelos gestores e outro relativo as competências exigidas para o
desempenho da função a partir do estudo da literatura existente.
Como resultado de um trabalho de pesquisa, esse artigo apresenta os aspectos inerentes
ao primeiro eixo básico do estudo, qual seja, o perfil dos administradores de bibliotecas de
instituições de ensino superior que atuam na cidade de Manaus a partir das abordagens
administrativas
e
dos
estilos
gerenciais
oriundos
da
Teoria
Comportamental,
mais
especificamente, da abordagem teórica de Rensis Likert.
Gerência: qualidades, funções e papéis
O termo gerência vem do inglês management e está ligado à administração, tanto nas
empresas como em outras organizações, podendo ser considerada uma função intermediária da
�Direção, estando subordinado a um nível mais alto na hierarquia da empresa e tendo sob sua
direção outras pessoas, ou seja, é a função que tem a supervisão de outro ao mesmo tempo em
que presta serviços a um terceiro.
O gestor ao executar a sua função necessita conhecer os objetivos da tarefa proposta e
transformá-los em uma ação por meio de planejamento que o manterá em uma direção e no
controle de todos os esforços utilizados para o alcance das metas elaboradas.
Dentro deste enfoque, FUNARO (1997) afirma que
o gerente ganha a função de facilitador no desempenho das tarefas,
alcançando os objetivos da organização e motivando os subordinados para
que os mesmos possam agir de forma cooperativa, disciplinada e que tenha a
oportunidade de crescimento e desenvolvimento pessoal.
O gerente deve ter pleno conhecimento de suas funções e de seu papel dentro da
organização para que desenvolva com eficiência e eficácia as tarefas sob sua responsabilidade.
Especialmente quando se trata do gestor de unidades de informação, a Lei 4.084 de
30/06/641
que rege a profissão, estabelece como sendo atribuições profissionais do
bibliotecário, a organização, direção e execução dos serviços técnicos além da administração
de bibliotecas, passando a ter efeito mais ampliado no processo de formação profissional
quando o Ministério da Educação e Cultura – MEC delineou o currículo mínimo, em 1982,
incluindo disciplinas como organização e métodos, administração, marketing, estudo da
comunidade, entre outras indispensáveis à formação curricular e capacitação multidisciplinar
desses que serão os futuros gestores da informação. Recentemente o Conselho Nacional de
Educação (2001) aprovou as Diretrizes Curriculares que definem competências e habilidades
necessárias para o exercício profissional que, marcadamente no processo de gestão, envolvem
a capacidade de:
formular e executar políticas institucionais; elaborar, coordenar, executar e
avaliar planos, programas e projetos; utilizar racionalmente os recursos
disponíveis; desenvolver e utilizar novas tecnologias; traduzir as necessidades
de indivíduos, grupos e comunidades nas respectivas áreas de atuação;
desenvolver atividades profissionais autônomas, de modo a orientar, dirigir,
1
A profissão passou, em 1998, a ser legislada pela Lei nº 9.674/98 de 25/06/1998, conhecida no meio
profissional como a Lei do Veto em função do grande número de artigos vetados pelo Presidente da República.
Essa lei pouco ou nada esclarece sobre a atuação profissional, motivo pelo qual não foi considerada quando das
digressões teóricas desse estudo. O artigo 5º alínea II, IV e V vetadas, tratavam especificamente de delinear a
atividade do administrador de bibliotecas.
�assessorar, prestar consultoria, realizar perícias e emitir laudos técnicos e
pareceres; responder a demandas sociais de informação produzidas pelas
transformações tecnológicas que caracterizam o mundo contemporâneo.
Observa-se que, tanto o espírito da lei que rege a ação profissional quanto a que
sistematiza a sua formação, há uma ampla preocupação com questões voltadas a atividade de
gestão de unidades de informação, seja no entendimento de que ela se constitui em um
organismo a ser gerenciado, seja na percepção de que os mecanismos de gestão do
conhecimento também necessitam ser conhecidos pelo profissional.
MINTZBERG2 , citado por MAXIMIANO (1995: 70-72) define papel como um
conjunto organizado de comportamentos que pertencem a uma função ou posição identificável
e agrupou os papéis gerenciais em três famílias:
§
Papéis Interpessoais , onde o gerente age como líder, como ligação entre sua equipe e
outras no intercâmbio de informações;
§
Papéis de Informação, onde o gerente age como monitor, como disseminador (papel
que complementa o anterior) de informações de fora para dentro, e como porta-voz
(levando as informações de dentro para fora);
§
Papéis de Decisão, onde o gerente age como entrepreneur, ou seja, empreendedor
(planejando e iniciando mudanças), como controlador de distúrbios (relacionado a
crises
conflitos
ou
imprevistos),
como
administrador
de
recursos
(ligado
à
administração do próprio tempo, do trabalho alheio e autorização de decisões tomadas
por terceiros) e como negociador frente a outras empresas ou órgãos.
A diferença entre papel e função reside no fato de que a segunda lida com o saber
fazer o trabalho, enquanto a primeira se atém às atitudes que devem ser tomadas para que o
saber fazer, seja corretamente executado.
Gerenciar é, sobretudo, lidar com pessoas, fator fundamental para o desenvolvimento
de atividades, mas que necessitam de motivação constante podendo ela ser provocada por
estímulo externo ou interno.
2
MINTZBERG, Henry. The nature of managerial work. New York: Harper & Row, 1973.
�A administração está inserida nas mais diversas áreas do conhecimento como elemento
de coordenação e direção profissional e pessoal. Desta forma, a Biblioteconomia e mais
especificamente as bibliotecas de instituições de ensino superior, se utilizam da administração
para gerenciar processos e a informação de forma racional, direcionando-se para satisfazer às
necessidades da comunidade a que atende.
Teoria Comportamental: buscando a essência da práxis gerencial
Comportamento é a maneira pela qual um indivíduo ou uma organização age em
resposta ao seu meio ambiente.
A Teoria Comportamental surgiu em 1947 nos Estados Unidos, dentro de uma
fundamentação
amplamente
democrática,
representando
para
a
maioria
dos
teóricos
comportamentais a aplicação da Psicologia Organizacional à Administração. Seu objetivo
principal é a preocupação em satisfazer as necessidades humanas dentro do contexto
organizacional, apresentando-se como uma das mais democráticas teorias administrativas,
tendo no processo decisorial um importante aspecto que retrata os objetivos e desempenho da
organização.
Os
estilos
de
administração,
originado
nessa
teoria,
caracterizam-se
pelas
manifestações das convicções que os gestores têm a respeito do comportamento humano
dentro da organização.
O desenvolvimento das teorias basilares do comportamento possibilitou significativas
transformações para os estudos sobre a gestão que associou o crescimento da organização ao
do indivíduo. KWASNICKA (1995), afirma que uma organização surge espontaneamente da
associação de pessoas que têm as mesmas necessidades, interesses e objetivos.
Pela necessidade em caracterizar os estilos de administração, Douglas McGregor
apresenta-se como um dos mais conhecidos teóricos behavioristas. Sua teoria compara dois
estilos opostos e antagônicos de administrar: de um lado, um estilo, excessivamente
mecanicista, a Teoria X, e de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do
comportamento humano, denominado Teoria Y. A primeira reflete um estilo rígido, duro e
autoritário, que limita o fazer das pessoas que trabalham dentro de certos padrões previamente
�planejados e organizados, tendo em vista exclusivamente os objetivos das organizações. Dessa
forma, toda vez que um administrador impõe um esquema de trabalho, passando a controlar
externamente o comportamento de seus subordinados, ele se enquadrará na extremidade da
Teoria X. O fato do dirigente impor autoritariamente ou suavemente não faz diferença, para
McGregor ambas são diferentes formas de se fazer Teoria X.
Na Teoria Y, as concepções e premissas atuais a respeito da natureza humana são seus
elementos caracterizadores, que reflete um estilo de administração muito aberto e dinâmico,
extremamente democrático e francamente participativo, baseado nos valores humanos e
sociais. Para a Teoria Y, administrar é um processo de criar oportunidades, encorajar o
crescimento individual e proporcionar orientação quanto a objetivos.
Para McGregor, o X e o Y são o extremo de um contínuo que poderá variar conforme o
modo de ação de cada gestor, sem, contudo delinear as características que compõem o meio
termo das duas variáveis.
Como um complementador dos estilos de administração apresentados por McGregor,
emerge, um outro teórico muito importante dentro desse processo de caracterização do
comportamento humano que é Rensis Likert. Ele fundamenta seus estudos considerando
priorísticamente “a Administração como processo relativo, no qual não existem normas e
princípios universais válidos para todas as circunstâncias e ocasiões” (CHIAVENATO,
1997, p. 548).
Os Sistemas de Administração, assim denominado por Likert, não tem limites
definidos entre si, podendo um administrador estar em níveis intercalados entre um sistema ou
outro, ou seja, ser simultaneamente Autoritário e Consultivo, podendo ser Autoritário em uma
tomada de decisões e Consultivo no relacionamento com seus subordinados.
A teoria de Likert possibilita um melhor enquadramento dos estilos gerenciais
observados, de forma a considerar as características particulares de cada organização,
enfatizando, ainda, questões ligadas ao ambiente interno e externo, suposições do gerente
sobre o funcionário, aspectos diversificados das organizações e de grupos envolvidos e
principalmente como forma de melhor adequar esses estilos à necessidade e realidade de cada
gerente dentro da organização.
Nesse sentido, o autor desenvolveu uma nova teoria de organização baseada nos
princípios e práticas de administração dos dirigentes de empresas norte-americanas que
�obtiveram os melhores resultados quanto aos processos de eficiência, produtividade e,
principalmente, aumento nos índices de satisfação nos membros das organizações que
aplicaram a teoria.
Tais sistemas podem ser mais bem visualizados quando acompanhados
pelo quadro a seguir:
Quadro 1- Sistemas de Administração de Rensis Likert
SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO
AUTORITÁRIO
PARTICIPATIVO
Autoritário forte
Autoritário benévolo
Consultivo
Grupo participativo
Sistema administrativo
Sistema administrativo
Trata-se de um
É o sistema
autocrático, coercitivo
autoritário com
sistema mais
administrativo
e altamente arbitrário,
atenuada variação
participativo do que
democrático por
controlando
comparado ao sistema
autocrático e
excelência. É também
rigidamente tudo o
anterior, ou seja, é um
impositivo,
o mais aberto de todos
que ocorre dentro da
sistema autoritário
representando um
os sistemas descritos
organização.
forte mais condescente
gradativo
por Likert.
Considerado o sistema
e menos rígido.
abrandamento da
mais duro e fechado
arbitrariedade
existente, tornando o
organizacional.
nível institucional
sobrecarregado com a
tarefa decisorial.
Fonte: LIKERT, Rensis. Novos padrões de administração, p. 258.
De acordo com a concepção administrativa estabelecida pelo autor, e que pode ser
observada no quadro acima, percebe-se que os quatro principais Sistemas de Administração
possuem diferentes características que podem ser subdivididas em sete variáveis principais
que compõe a nova teoria administrativa estabelecida pelo autor e que podem ser assim
definidas:
§
Forças motivacionais – Envolvem os sentimentos de crescimento individual, de
reconhecimento profissional e as necessidades de auto-realização. Fazem parte dentre
outros: o elogio, as recompensas salariais, a participação nas decisões e objetivos da
instituição. Ao aplicar tais forças, o gerente eleva o desempenho dos subordinados,
bem como da organização como um todo, fundamental para atingir o que o autor
define como Desempenho Organizacional.
�§
Processo de comunicação – É considerado um dos mais importantes elementos da
administração, uma vez que se bem realizado, proporciona a informação e a
compreensão necessária para a execução correta das tarefas, aumentando o grau de
desempenho e produtividade na organização.
§
Processo de interação-influência – Consiste na junção interdependente dos processos
de motivação, comunicação e decisão, de forma a proporcionar a cooperação e a
interação entre todos os membros da organização. A qualidade de todos esses
processos determina a capacidade da organização em realizar uma comunicação
eficiente, em tomar decisões corretas e em motivar, influenciar e coordenar as
atividades dos membros.
§
Processo decisorial – É o processo de análise e escolha entre várias alternativas
disponíveis do curso de ação que o dirigente deverá seguir. Constitui-se em um dos
mais importantes elementos da Teoria Comportamental por ser o que melhor conduz
aos objetivos e desempenho da organização, fundamentando-se em dois princípios: o
individual e o de grupo, sendo esse último o mais aceito pelos estudiosos em
administração, já que todos os membros afetados pela decisão sentem-se motivados a
participar de sua formulação e também executá-la.
§
Metas e expedição de ordens – Para a nova teoria de Likert, as metas e ordens
estabelecidas pelo gerente deve despertar no subordinado motivação para realizá-la,
utilizando na execução toda sua potencialidade.
§
Processos de controle – Estão intimamente relacionados ao desempenho das funções
decisoriais, ou seja, as chamadas funções de controle podem ser executadas tanto pelos
níveis mais altos da organização, quanto pelos níveis inferiores, de modo que todos os
membros da organização encarreguem-se por executá-la.
§
Desempenho – Está intimamente relacionada a outros mecanismos como: liderança,
comunicação e relações grupais. O autor define que os gerentes
que registram os
melhores padrões de desempenho formam grupos de trabalho eficientes através do
estabelecimento
de
diretos
canais
de
comunicação
entre
seus
subordinados,
confirmando, assim, sua autêntica característica de líder. Atitude essa que reafirma os
elevados níveis de produtividade e desenvolvimento de toda a organização.
�É importante esclarecer que os padrões demonstrados no quadro acima, não abarcam todos
os estilos gerenciais, e sim é mais um delineamento do padrão geral de administração. De fato,
outras categorias podem ser aplicadas nesse Sistema com vistas a se chegar bem mais próximo
do real estilo gerencial encontrado nos administradores.
Likert considera, também, a existência de diferentes formas de organização, que permite
produzir diferentes administradores capazes de operar dentro desses sistemas. Exemplificando:
uma organização autoritária tende a desenvolver gerentes dependentes e pouco líderes,
enquanto que as organizações participativas tendem a desenvolver gerentes socialmente
maduros, eficientes, com iniciativa, abertos a opiniões do grupo e principalmente fazendo
cumprir o exercício de liderança.
O autor salienta que, para a nova tendência de estrutura organizacional baseada no Modelo
Grupal de Organização, todas as decisões são tomadas em conjunto, analisadas sob o ponto de
vista da organização mediante reuniões regulares entre o superior e os demais membros da
organização.
O líder neste modelo de organização exerce a função de ligação entre seu grupo e toda a
organização, representando de maneira efetiva as opiniões, metas, valores e decisões de seu
grupo. Seu papel, neste cenário, é desenvolvido através de eficientes processos de
comunicação, conferindo-lhe melhor informação e mais experiência na tomada de decisões
que, sozinho, não poderia coordenar. Os líderes podem desempenhar, também, papéis duplos,
voltados ora como líder no grupo de subordinados, ora como subordinado perante chefias
superiores.
Decorrente deste mesmo modelo grupal, o autor estabelece como sendo um importante
fator para o desempenho organizacional o Princípio de Relações Solidarizantes, no qual o
superior leva em consideração as experiências e expectativas de cada subordinado, colocandose no lugar do outro a fim de perceber as coisas de maneira coletiva. É necessário, neste
princípio, que cada membro da organização sinta-se motivado, o que concorrerá para uma
consciência de que tanto os objetivos da organização, como sua própria tarefa, são
indispensáveis para a concretização dos objetivos da mesma.
A motivação vem, portanto, como uma das mais importantes características deste
processo, já que através dela, cada membro sente-se identificado e responsabilizado pelo
cumprimento das decisões conjuntamente tomadas.
�Neste
campo
da
motivação
humana,
surgem
dois
importantes
teóricos
comportamentais que vêem como prioridade o conhecimento das necessidades humanas para
uma melhor compreensão acerca do comportamento gerencial do administrador, bem como
um meio para melhorar a qualidade de vida dentro das organizações. São eles: Maslow e
Herzberg.
Maslow apresentou uma teoria baseada nas necessidades do homem, dispostas em
níveis, numa hierarquia em forma de pirâmide, na qual a base é representada pelas
necessidades fisiológicas (alimentação, repouso, abrigo, etc.) e no topo, as necessidades de
auto-realização (realização do seu próprio potencial). Já Herzberg desenvolveu a chamada
teoria dos dois fatores, para melhor explicar o comportamento do indivíduo dentro da
organização, formados pelos fatores higiênicos (salário, ambiente de trabalho, ascensão de
cargo, etc.) e os fatores motivacionais (reconhecimento profissional, auto-realização, etc.).
O que se pode observar nas teorias motivacionais propostas por Maslow e Herzberg é
que ambas apresentam pontos de concordância que permitem desenvolver um quadro mais
amplo sobre o comportamento humano, através da interligação existente entre cada uma delas,
ou seja, os fatores higiênicos de Herzberg referem-se às necessidades fisiológicas de Maslow,
enquanto que os fatores motivacionais referem-se às chamadas necessidades de autorealização.
Todos os princípios e concepções já apresentados são mais um norteamento para se
chegar à identificação dos perfis gerenciais, através dos dados obtidos nesta pesquisa, com
base na fundamentação dos Sistemas Administrativos estudados por Rensis Likert.
A atuação manauense: a analise dos estilos dos gestores
A finalidade desta pesquisa foi conhecer o sistema de gestão e o perfil gerencial dos
administradores de bibliotecas de instituições de ensino superior de Manaus.
Para este estudo foram coletados dados junto aos gerentes de cinco instituições dessa
natureza de num total de oito existentes na cidade.
Observou-se que dentro do perfil organizacional levantado, os gerentes foram
indicados para exercer o cargo, o que pode denotar uma ausência de plano de carreira dentro
das instituições em que atuam. Além disso, mais de 50% dos bibliotecários têm mais de 10
anos de tempo de serviço e não possuem pós-graduação na área gerencial.
�Quanto ao treinamento recebido para o exercício da função, verificou-se que mais da
metade dos profissionais receberam treinamento antes de assumir o cargo. No entanto, para a
maioria dos bibliotecários esta prática não foi suficiente para atender suas necessidades
profissionais; o que pode ser confirmado no que se refere à atualização, onde apontam a gestão
como um ponto importante para o desempenho de suas funções.
A leitura e a participação em eventos foram às formas mais indicadas de atualização na
área, o que não pode ser considerado ideal, pois se sabe que o hábito da leitura também não é
fator preponderante entre os bibliotecários e os eventos voltados para a administração de
bibliotecas são raramente oferecidos na cidade de Manaus.
Com relação às atividades desenvolvidas, percebeu-se que o profissional se preocupa
muito com as atividades burocráticas tendo em vista que as atividades realizadas mais
apontadas foram: reuniões e elaboração de plano de trabalho. Para MAXIMIANO (1995), tais
atividades caracterizam o profissional como um burocrata que está muito mais preocupado
com a manutenção dos procedimentos institucionais do que com os rumos e estratégias a
serem cumpridas na prática.
Quanto ao sistema de comunicação, percebe-se que na elaboração de atividades, os
gerentes são classificados dentro do sistema de Likert como consultivos, pois dependendo da
atividade, estes reúnem apenas os subordinados envolvidos com a atividade para juntos
discutirem suas ações.
Dentro dos padrões de Likert, os bibliotecários–gestores se inserem no perfil
participativo no que diz respeito à forma de se comunicar com seus colaboradores visto que
estes o fazem verbal e pessoalmente.
No relacionamento interpessoal, os profissionais foram definidos como participativos
por interferirem como advogados perante os conflitos, tomando uma posição após analisar a
situação que envolvia seus colaboradores.
Tendo em vista os itens elencados e considerando as variáveis de Likert, os gerentes
das bibliotecas de instituições de ensino superior de Manaus podem se enquadrar em
autoritários benévolos, levando em consideração o tempo na função, onde a produtividade é de
regular para boa. Quanto ao comportamento dos gerentes durante as reuniões estes se
enquadram numa postura participativa, onde o gestor considera todas as sugestões colocadas
�em pauta; já em relação às decisões, o gerente é consultivo/participativo, pois considera todas
as sugestões de consenso da equipe.
Dentro do sistema de organização proposto por Likert, os gerentes podem ser
enquadrados como participativos. Quanto ao sistema de recompensas, estes também são
participativos, pois fazem uso das forças motivacionais de maneira grupal para que todos
tenham conhecimento.
Considerações Finais
Pode-se concluir que os gerentes de bibliotecas de instituições de ensino superior na
cidade de Manaus são profissionais capacitados para o exercício da função, mas, conforme
afirmado por eles mesmos, necessitam de treinamento na área de administração.
Tratando-se de uma função específica, é importante que a formação na parte de
planejamento de tarefas, administração de reuniões e relações humanas seja considerada tendo
em vista a importância do domínio dessas temáticas para uma prática mais qualitativa.
Pode-se afirmar que eles desempenham parcialmente o seu papel, pois cumprem suas funções
internas burocráticas e técnicas, mas, no que tange o seu papel de agente da informação,
colaborador de transformações sociais e animador cultural, os gestores mostram não
possuírem nenhuma ação nesse sentido.
Assim, o conhecimento sobre os resultados desta pesquisa se constituirá num
instrumento de alerta que servirá para que os profissionais busquem soluções para melhor
atender à comunidade, atuando de forma a viabilizar seu crescimento.
É necessário ressaltar que pesquisas devem ser feitas continuamente para que sejam
levantadas novas necessidades a fim de direcionar ações de melhoria. Em se tratando desse
fazer, acredita-se que, o primeiro passo, o do conhecimento foi dado. Resta-nos a partir de
agora, inferir na realidade de modo a produzir mudanças significativas na ação dos
administradores de bibliotecas para assim alterar a visibilidade dos agentes gestores da
informação.
�Bibliografia
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Fortaleza, 2002. Anais … Fortaleza: Associação de Bibliotecários Cearenses, 2002. (formato
eletrônico)
�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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Biblioteconomia
Documentação
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Bibliotecas Universitárias
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Português
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Babalho, Célia Regina Simonetti;Freitas, Kellem Andrezza de Araújo
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Recife (Pernambuco)
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Analisa o perfil dos administradores de bibliotecas de instituições de ensino superior que atuam na cidade de Manaus a partir das abordagens administrativas.
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Gestão baseada nas competências
Célia Regina Simonetti Barbalho1
RESUMO
Discute, teoricamente, os conceitos da gestão baseada na
competência como um novo formato gerencial que figura como
alternativa aos modelos de gestão tradicional utilizado pelas
organizações. Constitui elementos para a criação de um ambiente de
gestão pelas competências em unidades de informação voltadas para
o atendimento de usuários de ambientes universitários. Apontas as
competências desejáveis para os gestores de bibliotecas de
instituições de ensino superior.
PALAVRAS CHAVE
Gestão das competências; Recursos Humanos;
Informação; Bibliotecas Universitárias
Unidades
de
O processo de gestão nas organizações, sejam públicas ou privadas, vem sofrendo
mudanças em função da necessidade de adequação às exigências da sociedade do
conhecimento onde o capital humano é valorado a partir de sua capacidade de explorar suas
qualidades intelectuais.
Para o profissional, a exigência de aprender a interagir
como o novo lhe garante um
certo nível de mobilidade na organização uma vez que busca adaptar-se ao dinâmico processo
produtivo de modo a tornar-se criativo, flexível diante a confrontação com situações inéditas
que demandem por iniciativas baseadas em conhecimentos previamente adquiridos. Com
efeito, a vasta literatura da área de gestão, tem apontado alguns modelos para a adequação das
instituições ao novo perfil exigido como a gestão estratégica de recursos humanos (Taylor et
al, 1996), do saber e do capital intelectual (Stewart, 1998), do desempenho (Edwards & Ewen,
1996), baseada nas competências (Prahalad & Hamel, 1990) e a learning organization (Senge,
1998).
A base comum de tais modelos é o desenvolvimento intelectual do indivíduo como
fator preponderante para o sucesso organizacional uma vez que mobiliza a capacidade de agir
com maior segurança e competência.
1
Professora Adjunta do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Amazonas. Mestre em
Biblioteconomia. Doutora em Comunicação e Semiótica. simonetti@objetivomao.br
�Este trabalho elege a gestão baseada nas competências para discutir os aspectos
relacionados ao capital humano que atua em unidades de informação, mais especificamente na
sua
direção,
destacando,
sobretudo,
indicadores
que
possuem
relevância
para
o
desenvolvimento do trabalho.
Competências: desenvolvimento e conhecimento
No domínio do senso comum, a competência é compreendida como um saber ou fazer
qualquer coisa bem. Em termos organizacionais a competência concentra-se na análise da
contribuição do indivíduo para a organização, bem como o modo como ela é concretizada,
exigindo-se assim, não uma competência, mas um conjunto delas que envolve tanto um saber
geral, quanto um conhecimento específico para o exercício da atividade.
Para Magalhães et al (1997, p.14) competências diz respeito ao “conjunto de
conhecimentos, habilidades e experiências que credenciam um profissional a exercer uma
determinada função”, ou seja, ela está diretamente relacionada à combinação de experiências
com destrezas com vista ao alcance de um determinado propósito.
De fato, a gestão baseada nas competências tem como foco as habilidades e necessárias
ao negócio da organização com base na alavancagem e disponibilização dos talentos humanos.
O foco é concentrado na atividade estratégica a fim de alinhar competências (individuais,
grupais e organizacionais) com as estratégias de negócios da organização. A responsabilidade
principal da gestão de pessoas permanece distribuída no nível gerencial ou intermediário da
organização, mas o staff constitui o núcleo básico da gestão do conhecimento e da otimização
do capital humano e intelectual através da gestão das competências individuais, grupais e
organizacionais. A base fundamental deixa de ser o desenho dos cargos e passa a ser o
conceito dinâmico de habilidades e competências necessárias ao sucesso da organização e dos
seus parceiros – clientes, fornecedores, funcionários, acionistas, etc.
Pedro Demo (1998), ao discutir os aspectos conceituais, define competência como a
capacidade de fazer e fazer-se diariamente, ou seja, para o autor ter competência não é apenas
executar bem uma tarefa, é, acima de tudo, refazer-se para antecipar as demandas,
reconstruindo, questionando, inovando de modo a enfrentar os desafios da qualidade formal
(inovação pelo conhecimento) e política (intervenção ética e cidadania). Competência é
atributo da cidadania, do sujeito consciente e organizado.
�Philippe Zarifian, na obra Objetivo competência, afirma que a competência é de
iniciativa e de responsabilidade do indivíduo sobre as situações profissionais ao qual se
defronta. Para ele, ter competência é “assumir responsabilidades frente a situações de
trabalho complexas” a partir de uma postura reflexiva no trabalho. Na abordagem do autor
observa-se que ele refere-se a metacognição e a atitudes relacionadas ao trabalho atribuindo
um grau de menor importância aos aspectos técnicos.
Na literatura ainda é possível identificar autores que abordam a competência não
somente como um conjunto de qualificações que um indivíduo detém, mas também como o
resultado ou efeito de tais qualificações aplicadas ao ambiente de trabalho. Le Boterf (1999)
afirma que cada ação competente é produto de uma combinação de recursos e é no saber
mobilizar e aplicar esses recursos que reside a riqueza profissional, ou seja, a competência.
Contudo, Dutra et al (1998) tratam a competência como a capacidade de uma pessoa gerar
resultados de acordo com os objetivos organizacionais, isto é, pelos resultados e desempenho
obtidos através do conjunto que qualidades que lhe é inerente.
Diante essa variedade de definições é possível elencar como elementos constituintes da
competência o conhecimento, a habilidade e a atitude.
O
conhecimento
corresponde
a
uma série de informações assimiladas e estruturadas pelo indivíduo, que lhe permitem
entender o mundo, ou seja, é a dimensão do saber. A habilidade, por sua vez, está associada ao
saber-fazer, ou seja, a capacidade de aplicar e fazer uso produtivo do conhecimento adquirido
utiliza-lo em uma ação com vista ao atingimento de um propósito específico. Finalmente a
atitude é a dimensão do querer-saber-fazer, que diz respeito aos aspectos sociais e afetivos
relacionados ao trabalho.
As três dimensões da competência estão interligadas e são interdependentes, uma vez
que, para exposição de uma habilidade, presume-se que o indivíduo conheça princípios e
técnicas específicas, como pode ser observado na Figura 1 que permite visualizar a
abrangência do conceito de competência.
�Figura 1 - As dimensões da competência
Saber o que fazer
Saber por que fazer
INFORMAÇÃO
CONHECIMENTOS
COMPE
TÊNCIA
HABILIDADES
TÉCNICA
Destreza
Saber como fazer
ATITUDES
INTERESSE
Determinação
Querer fazer
A figura acima, adaptada da dissertação denominada Um estudo sobre competências
profissionais na indústria bancária em Manaus de autoria de Edileuza Silva Lobato, permite
inferir que as dimensões estabelecidas para a ação competente envolvem a assimilação de
conhecimentos, aquisição de habilidades e internalização de atitudes e pressupõe que o
indivíduo seja capaz de articular os elementos de modo a obter eficiência e eficácia em suas
ações obtendo um alto desempenho em seu trabalho.
Com efeito, a dimensão do conhecimento é a face da competência que busca colocar o
indivíduo em contato com o saber para entender como e o que deve ser feito o que se
configura a necessidade de atuar e posicionar diante as questões. Tal ação só se torna
�eficazmente possível com a união das técnicas existentes, que se bem selecionada estabelece a
destreza do agir, e com a determinação motivada pelo interesse em por-se diante a situação.
Assim chega-se a necessidade de articulação entre os conteúdos conceituais, procedimentais e
atitudinais que delineiam a capacidade e, por conseguinte a competência do indivíduo.
Vendrell e Miranda (1999), baseados em Braslavsky, ao descreverem as competências
necessárias para o profissional da informação, elencam seis tipos de competências necessárias
para a atuação em unidades de informação que são:
§
Competência intelectual – referente aos processos cognitivos internos necessários
para simbolizar e representar idéias, imagens, conceitos ou outras abstrações. É
também denominada, segundo as autoras, de competência analítica, criativa ou
meta competência;
§
Competência prática – referente a um saber-fazer, ou seja, é saber articular as
tomadas imediatas de decisão, colocando-as em ação. Isso implica em um amplo
entendimento
administrativo
dos
recursos
espaciais,
temporais,
materiais
e
humanos disponíveis;
§
Competência interativa – implica na capacidade dos sujeitos de participar como
membro de um grupo de referência como a família, os pares etc;
§
Competência social – envolve no uso do consenso, no exercício de aceitação da
liderança, da capacidade de ensinar e aprender com os outros;
§
Competências éticas – implica no discernimento entre o bem e o mal, no amplo e
complexo espaço em que os indivíduos estão em processo de inter-relacionamento.
Tal competência está relacionada ao direito a vida, as pautas culturais, as crenças,
as religiões, ao amor e a educação;
§
Competência estética – que aludem a capacidade de distinguir entre o que há de
bom e de ruim e, no plano de valores, entre o belo e o feio.
Pode-se observar, pelas competências descritas pelas autoras, que elas se desdobram
das que foram apresentadas na Figura 1, complementando-as e, de modo mais amplo,
permitindo uma maior compreensão do que seja a temática em discussão.
Autores como Tauile, Cherubin, Carvalho Neto, Leite, Sparrow e Bognanno, citados
por Lobato (2001), tem discutido a questão das competências em relação às alterações que
estão sendo processadas no cenário tecnológico e sua relação com as exigências de
�qualificação profissional e com a empregabilidade. Para esses autores, as competências estão
inseridas em um ciclo de relevância que, ao longo do tempo sofre alterações sendo possível
classifica-las em quatro categorias que são:
§
Emergentes – surgem com mudanças significativas que ocorrem no mercado de
trabalho e estão relacionadas, por exemplo, ao domínio de um idioma, ao eficaz uso
de novas tecnologias, entre outros fatores;
§
Declinantes – estão relacionadas às mudanças de tecnologias ou do modo de
operacionalização das atividades da organização;
§
Estáveis ou essenciais – são aquelas que permanecem relevantes ao logo do tempo;
§
Transitórias – embora essenciais em momentos críticos de transição, podem ser
necessárias porá um determinado momento.
O caráter dinâmico das competências, conforme exposto pelas categorias acima
referidas, se aplica a todos os segmentos produtivos tornando possível classifica-las ainda em
humanas ou profissionais – que estão relacionadas ao indivíduo ou a equipe de trabalho –, e
em organizacionais que dizem respeito à instituição como um todo ou a uma de suas unidades
produtivas.
Em alguns setores específicos, o grau de mutação dos conhecimentos, habilidades e
atitudes humanas exigidas, têm sofrido maior impacto, tendo em vista não somente os avanços
tecnológicos, como também a dinamicidade imposta a profissionais que, por exemplo, atuam
na produção, organização, difusão com vista ao processo de utilização de informações, ou
seja, aqueles que necessitam apresentar uma postura investigativa e crítica de modo a
contribuir para a consolidação de um processo de transformação social.
De fato, a economia contemporânea está delineada pela quantidade de informação
adquirida, veiculada e disseminada e o conhecimento de seu fluxo, a percepção do ambiente
informacional, a destreza no manuseio e no uso dos recursos tecnológicos que favoreçam o
acesso, o tratamento, a recuperação e o uso de modo a facilitar a geração de novos
conhecimentos, vem impondo aos profissionais que lidam com a informação competências
emergentes e transitórias que redimensionam o seu o saber fazer.
Nessa perspectiva questiona-se: quais as competências exigidas desse profissional?
Considerando, como afirma Shera, que as competências profissionais devem está voltadas
para a reunião, organização e facilitação de uso dos recursos informacionais incluindo-se
�nesse aspecto a transferência da informação e o impacto dela sobre o indivíduo e a sociedade,
como se delinear as competências emergentes, declinantes, estáveis e transitórias para tais
profissionais?
A seguir, busca-se construir, a partir das discussões sobre a formação profissional2,
quais seriam os conhecimentos, habilidades e atitudes capazes de conduzir a excelência do
desempenho.
Profissional da informação: competências exigidas
A capacidade intelectual de saber, a partir de conteúdos conceituais, e de saber fazer
em função da atuação baseada em procedimentos sedimentados por uma prática consciente e
basilar para uma ação social que consolide o processo de mudança coletiva ou individual é a
base do perfil de competência delineado para os profissionais da informação.
Com efeito, o conceito de competência, como visto anteriormente, refere-se ao
conjunto de capacidades, seus níveis de integração e aplicação nos diferentes âmbitos da vida
individual ou social que se expressa através de uma síntese das experiências de vida que cada
profissional possui produzindo um saber fazer consciente. Contudo, cabe destacar que é
necessário, como afirmam Vendrell e Miranda (1999), antes de tudo, entender, no interior de
tal discussão, que existem diferentes papéis a serem desempenhados pelos profissionais da
informação que, de maneira geral, podem ser classificados, segundo as autoras, em:
§
Administrador/planejador – formulador de políticas de condução e ação; gestor dos
recursos e coordenador do processo de avaliação dos resultados a partir das
políticas institucionais;
§
Técnico – processador, analista e preparador da informação requerida pelo usuário,
conforme as políticas institucionais;
2
As questões referentes ao perfil de competências profissionais têm sido amplamente discutidas pelos
seguimentos que trabalham com a formação profissional tanto no Brasil quanto no exterior. A então Associação
Brasileira de Ensino da Biblioteconomia e Documentação – ABEBD, atual Associação Brasileira de Educação
em Ciência da Informação – ABECIN, apresenta em sua publicação Documentos ABEBD, 13, os resultados da
pesquisa conduzida em todo o país sobre o perfil almejado pelos cursos de Biblioteconomia brasileiros, onde as
escolas apontaram as competências necessárias para a formação do profissional da informação em cada uma das
seis áreas que compõem o currículo dos cursos. Posteriormente as escolas de Biblioteconomia do MERCOSUL,
reuniram-se em Santiago do Chile (1998) e em Montevidéu (2000) para discutir as competências dos
profissionais. Esses documentos é que subsidiam as discussões desse trabalho.
�§
Assessor – difusor da informação;
§
Autônomo – utilizador dos novos espaços que o mercado oferece.
Compreender a diversidade do fazer profissional, auxilia a delinear habilidades necessárias
que, segundo Sanches Vega citado por Souza (1999) são inerentes as destrezas para:
§
Agregar valor, ou seja, detectar, analisar, interpretar e avaliar informação e
conhecimento em uma perspectiva inter e multidisciplinar;
§
Fazer uso eficiente e eficaz das tecnologias da informação;
§
Gerenciar paradigmas organizacionais em constantes mudanças, vinculador ao
desenvolvimento de redes de informação e comunicação eletrônica;
§
Compreender as necessidades de informação e tecnologias do ambiente macro, face
às demandas da realidade social do país ou bloco econômico.
De fato, tanto as preocupações de Vendrell e Miranda, no que se refere à necessidade de
estabelecer um olhar diferenciador sobre as competências a partir das funções e papéis dos
profissionais, quanto às de Sanches Vega, que elenca habilidades basilares, são fundantes do
entendimento do perfil de competência necessário para o profissional. Contudo, é importante
compreender, mesmo que em um primeiro momento isso pareça dicotômico, que embora as
ações sejam diferenciadas em função do perfil de atuação, existem exigências que são
elementares para qualquer profissional.
Nesse sentido, Valentim (2002), baseada nos resultados do encontro uruguaio, apresenta
quatro categorias genéricas de competências para os profissionais da informação, que se
integram como pode ser visto na Figura 2, abaixo.
Figura 2 – Competências necessárias ao profissional da informação
COMUNICAÇÃO
E EXPRESSAO
SOCIAIS E
POLÍTICAS
COMPETENCIAS
EXIGIDAS
GERENCIAIS
TÉCNICA
CIENTÍFICA
�Na figura acima, as competências sociais e políticas são atitudinais, relativas a
determinação e ao querer fazer enquanto que as de comunicação e expressão, gerenciais e
técnica científica estão relacionadas aos procedimentos, portanto envolvem as habilidades
necessárias para o desempenho profissional. Todas demandam por conhecimentos sobre o
fazer de modo que viabiliza o saber porque fazer.
Velentim apresenta também as habilidades, atitudes e conhecimentos inerentes a cada
uma das competências que constituem a Figura 2, como resultado do encontro em Montevideo
que são:
§
Competências de Comunicação e Expressão:
§
Formular e gerenciar projetos de informação;
§
Aplicar técnicas de marketing, liderança e de relações públicas;
§
Capacitar e orientar os usuários para um melhor uso dos recursos de
informação disponíveis nas unidades de informação;
§
§
Elaborar produtos de informação;
§
Executar procedimentos automatizados;
§
Planejar e executar estudos de usuários.
Competências Técnico-Científicas:
§
Desenvolver e executar o processamento de documentos em distintos
suportes em unidades, sistemas e serviços de informação;
§
Selecionar, registrar, armazenar, recuperar e difundir a informação gravada
em qualquer meio para os usuários de unidades, serviços e sistemas de
informação;
§
Elaborar produtos de informação;
§
Utilizar e disseminar fontes, produtos e recursos de informação em
diferentes suportes;
§
Reunir e valorar documentos e proceder ao arquivamento;
§
Preservar
e
conservar
os
materiais
armazenados
nas
unidades
de
informação;
§
Selecionar todo o tipo de material;
§
Buscar, registrar, avaliar e difundir a informação com fins acadêmicos e
profissionais;
�§
Executar procedimentos automatizados;
§
Planejar e executar estudos de usuários, bem como promover a formação de
usuários da informação; entre outras.
§
Competências Sociais e Políticas
§
Selecionar e avaliar todo o tipo de material para unidades de informação;
§
Buscar, registrar, avaliar e difundir a informação para fins acadêmicos e
profissionais;
§
Assessorar e intervir na formulação de políticas de informação;
§
Assessorar no planejamento econômico-financeiro e de recursos humanos;
§
Planejar e executar estudos de usuários e promover a formação do usuário
da informação;
§
Promover uma atitude crítica e reflexiva a respeito das resoluções dos
problemas e questões da informação;
§
Fomentar uma atitude aberta e interativa com os diversos atores sociais;
§
Identificar as novas demandas sociais da informação;
§
Contribuir para definir, consolidar e desenvolver o mercado de trabalho na
área; entre outras
As características apontadas em cada competência não se esgotam nelas mesmas,
muito pelo contrário elas foram desmembradas somente para efeito de entendimento do que
seria especificamente cada uma delas. Observa-se que em alguns casos, as habilidades,
atitudes e conhecimentos demandados são de tamanha importância que estão relacionados na
dissecação de todas as competências apontadas.
Estudos da Special Libraries Association, citado por Teixeira et all (2002), apontaram
como competências do bibliotecário:
§
o conhecimento dos conteúdos das fontes de informação, incluindo a habilidade
de avaliá-las criticamente e filtrá-las;
§
o
conhecimento
subjetivo
especializado
apropriado
para
o
negócio
da
organização ou do cliente;
§
o desenvolvimento e gerenciamento de serviços de informação, com custo
acessível, alinhados com as estratégias de sua organização
�§
a instrução e apoio os usuários/clientes quanto ao uso dos serviços da biblioteca
e de informação, tal como busca na Internet, consulta a base de dados,
garimpagem de dados;
§
o levantamento, avaliação e elaboração de planos para atender as necessidades
de informação da organização;
§
o uso de tecnologia de informação apropriada para adquirir, organizar e
disseminar informação;
§
a participação em atividades de gerenciamento do conhecimento criado pelo
capital intelectual da empresa;
§
o uso de instrumentos de negócios e gerência para manter a direção da empresa
informada da importância dos serviços de informação da biblioteca;
§
a avaliação dos efeitos do uso da informação e elaboração de pesquisas
relacionadas com a solução de problemas de gestão da informação;
§
o desenvolvimento de medidas de freqüência do uso dos serviços, satisfação
dos clientes e impacto da informação na tomada de decisão da empresa;
§
o incremento continuo de serviços de informação em resposta às necessidades
de mudança;
§
a participação como membro efetivo da equipe sênior de gerenciamento e
consultor para a empresa em fluxos de informação;
§
o desenvolvimento de políticas de informação; participar do planejamento
estratégico da empresa;
§
a participação em equipes de benchmarking;
§
a obtenção de informações de patentes e outras.
Cotejando as competências apresentadas pelo encontro em Montevideo e as do grupo
americano, observa-se que ambas preocupam-se com os processos destinados à gestão do
conhecimento,
destacando-se nesse foco, os aspectos inerentes ao monitoramento da
informação.
Contudo, as competências gerenciais de unidades de informação e não da informação
em si, por ser foco específico de discussão desse trabalho, serão apresentadas a seguir
possibilitando um delineamento da gestão de unidades de informação baseadas nas
competências que serão discutidas a seguir.
�Gestor de unidades de informação: delineando suas competências
Administrar é uma atividade inerente ao cotidiano do homem contemporâneo. Todos
administram, correta ou incorretamente, recursos destinados ao convívio no ambiente social
onde se encontram.
No contexto organizacional, entende-se por administração a condução racional das
atividades que ordenam eficazmente os recursos disponíveis de forma a atingir as metas e a
missão empresarial.
Estas atividades dizem respeito ao seguinte modelo estabelecido pelos teóricos da área:
Figura 3 – Funções Administrativas
PLANEJAMENTO
ORGANIZAÇÃO
DIREÇÃO
CONTROLE
Este modelo apresenta as funções essenciais da atividade administrativa, destacando as
competências necessárias para a adequada integração empresa - mercado.
A atividade de planejamento determina antecipadamente quais os objetivos almejados
e o que deve ser feito para atingi-lo de maneira adequada.
Enquanto função administrativa que consiste no ato de organizar, estruturar e integrar
os recursos e os órgãos incubidos de sua administração além de estabelecer as relações entre
eles e as atribuições de cada um, a organização determina ações que permitam a configuração
estrutural da empresa.
A direção está relacionada com a ação dos recursos humanos da empresa uma vez que
atua diretamente na aplicação das pessoas em seus cargos e funções, treinando-as, guiando-as
e motivando-as para alcançarem os resultados que delas se esperam. Compreende ações
�relacionadas ao preenchimento de cargos, comunicação e liderança e motivação de pessoal,
além da direção para atingir os objetivos organizacionais.
A função de controlar compreende a identificação e análise dos desvios ocorridos em
um planejamento. Sua amplitude estará completa com a correção, fazendo então com que as
ações futuras sejam mais aproximadas dos planos. Para que se efetue o controle são
necessários planos e avaliação das ações ou aferição dos resultados.
Notadamente, teóricos como Chiavenato destacam que aspectos inerentes a estrutura,
ao ambiente, as tarefas, às pessoas e a tecnologia
se apresentam como pontos básicos que
permitirão uma visão holística do administrador.
Desta forma, entendendo unidades de informação como ambientes organizacionais, os
processos de sua gerência, deverá ter como objetivo a criação, organização, manutenção e
avaliação dos serviços e recursos de informação incluindo todos os tipos como bibliotecas,
centro de documentação, arquivo, entre outros.
As habilidades necessárias, no que diz respeito ao aspecto gerencial, são apontadas por
Chiavenato como sendo:
§
Habilidades técnicas - referente ao emprego e utilização dos conhecimentos, métodos,
técnicas e equipamentos necessários para execução da tarefa.
§
Habilidade humana - capacidade psicológica e de liderança para entender e atender as
atitudes e motivação dos indivíduos.
§
Habilidade conceitual - capacidade de compreender o ambiente organizacional como
todo.
São estas habilidades que, em conjunto com as atitudes desejáveis tais como
criatividade,
cooperação,
participação,
atuação
interdisciplinar,
capacidade
de
análise,
sensibilidade para o valor da informação como vantagem competitiva, senso crítico,
comprometimento com os objetivos organizacionais, ousadia e liderança que permitirão ao
gestor ter uma atuação em consonância com as expectativas do perfil competente.
De fato, no novo modelo de gestão envolve, como propõem Pinto e Blattmann (2002)
citando Oderich e Lopes, as seguintes habilidades, atitudes e conhecimentos:
�Quadro 1 – Modelo do novo perfil de liderança
Habilidades
Refletir e analisar
Diferenciar-se do papel
desempenhado no momento
Saber ouvir
Impor limites e saber lidar
com eles
Autoridade
Criar e aproveitar
associações
Orquestrar o conflito e a
diversidade
Inspiração
Criatividade e curiosidade
Coragem e resistência
Observa-se
que
Conhecimentos
Atitudes
Análise pessoal e do contexto
Contexto para um processo
sistemático de trabalho de
adaptação
Aumento da capacidade de
adaptação
Contexto para a intervenção
Exame dos valores
Conhecimento de temas,
processos, instituições e
políticas relevantes
a
gestão
competente
de
Paixão pela sabedoria
Dilemas morais da liderança
unidades
necessariamente, a compreensão dos objetivos organizacionais
de
informação
contempla,
de forma a conduzir ao
entendimento das ações que se desdobrarão na busca de atingir essencialmente a eficiência,
eficácia e efetividade dos processos informacionais em conformidade com os fins para os
quais se destinam.
Conclusão
Discutir aspectos inerentes a competências profissionais envolve questões que, nesse
trabalho, foram abordadas de forma superficial tendo em vista que aqui se buscou constituir os
primeiros elementos para a construção de uma ampla visão do tema.
As competências envolvem características que delineiam o modo de agir de cada
profissional e, sobretudo, de buscar uma atuação que dignifique seu fazer amparado no saber
consciente e, acima de tudo, pertinente com as expectativas geradas pelo perfil de demanda do
público que deve ser atendido. É, sobretudo, apoiar um prática nas reais necessidades do fazer
profissional que visa, antes de tudo, o desenvolvimento justo do indivíduo e de seu ser
cidadão.
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�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
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Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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Title
A name given to the resource
Gestão baseada nas competências.
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Babalho, Célia Regina Simonetti
Coverage
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Recife (Pernambuco)
Publisher
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
Discute, teoricamente, os conceitos da gestão baseada na competência como um novo formato gerencial que figura como alternativa aos modelos de gestão tradicional
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snbu2002
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DESENVOLVIMENTO DE MATERIAL DE APOIO AOS TREINAMENTOS
PRESENCIAIS UTILIZANDO FERRAMENTA DE EAD – EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA: WEBCT NO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNICAMP
Célia Maria Ribeiro 1
Celiam@unicamp.br
Regina Ap. Blanco Vicentini 2
Rblanco@unicamp.br
________________________
1
2
Especialista em Geração de Bases de Dados e Acesso a Bancos de Dados pela UFRJ, Especialista em
Bibliotecas de Instituições de Nível Superior pela UFMG.
UNICAMP/BC, Cx P. 6136, Campinas -SP-Brasil, CEP 13081-970.
Especialista em Sistemas Automatizados de Informação pela PUCCAMP, Mestranda em Gestão da
Qualidade pela Faculdade de Engenharia Mecânica da UNICAMP.
UNICAMP/BC, Cx P. 6136, Campinas-SP-Brasil, CEP 13081-970
�RESUMO
O WebCt é uma ferramenta que auxilia a montagem e disponibilização de cursos baseados
na Internet através de uma interface amigável permitindo a aplicação de práticas
pedagógicas em um novo ambiente educacional. Instalado em um servidor, permite aos
alunos acessar os conteúdos: textos, imagens, vídeo e áudio, glossários, além da facilidade
de comunicação via e-mail com o instrutor. Aos atores do sistema - administrador,
designer e monitor, estão disponíveis meios de gerenciar as notas, efetuar avaliação de
aprendizagem, corrigir atividades e monitorar os acessos.
Esta forma de ensino tornou-se importante com os novos recursos de informática e rede
adotados pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. O Sistema de Bibliotecas
da UNICAMP com o intuito de fazer o melhor uso destas tecnologias, está integrando o
WebCT aos treinamentos presenciais do Programa de Capacitação de Usuários iniciados
no ano de 2001, visando adequá-lo às novas demandas, agregando técnicas e metodologias
de Educação à Distância.
O primeiro conteúdo disponível está relacionado à elaboração de referências e citação em
documentos, que tem grande demanda por parte da comunidade acadêmica quando em fase
de preparação de trabalhos de conclusão de curso, dissertação e tese, além da publicação de
trabalhos em revistas científicas.
Ao final do treinamento o pesquisador estará apto a realizar a normalização de seu trabalho
sendo orientado em tempo real por um profissional que presta atendimento personalizado,
o que não acontece quando da aplicação do treinamento presencial devido às necessidades
diferenciadas do público alvo.
Palavras-chave: Ensino à distância – Tecnologia educacional; Ensino superior – Ensino à
distância – Cursos – Treinamentos; Computadores – Ensino – WebCT.
�A inserção de novas tecnologias nas unidades de informação especialmente nas Bibliotecas
Universitárias – BUs, passou a exigir dos profissionais da área uma maior integração com
os usuários de forma a orientá-los para usar adequadamente as fontes de pesquisa e
recuperação de documentos que as instituições passaram a oferecer mediante o
estabelecimento de parcerias e consórcios.
Em 1995, Fine já analisava em seu trabalho o lado humano do serviços de referência e seus
recursos concluindo que independentemente das características dos pesquisadores, se
iniciantes ou experts, tímidos ou seguros, competentes ou inaptos, na sua interação com o
bibliotecário, o que conta é que a relação entre ambos é que faz com que um serviço de
referência aconteça com sucesso ou não.
Com a institucionalização do Programa de Integração e Capacitação de Usuários do
Sistema de Bibliotecas da UNICAMP - SBU, treinamento presencial oferecido à
comunidade acadêmica durante o no ano de 2001 e tendo continuidade em 2002, o SBU
optou por aproveitar a experiência adquirida pelos profissionais envolvidos na sua
aplicação para implementar o projeto inicial.
Baseados na grande demanda e nas sugestões recebidas dos participantes dos treinamentos,
principalmente por atividades mais dinâmicas, procedeu-se ao melhoramento e adaptação
do material instrucional utilizado atualmente ao ambiente de Educação à Distância – EAD.
Este recurso permite a complementação dos treinamentos presenciais e o acompanhamento
de cada usuário em suas necessidades específicas.
Com o intuito de melhorar a qualidade da assistência aos usuários, o SBU decidiu pela
adoção do WebCt, uma ferramenta utilizada por várias instituições em nível nacional e
internacional que tem uma interface amigável e permite montar e disponibilizar cursos em
ambiente educacional pedagógico baseado na Internet. A facilidade para que o usuário
acesse conteúdos: textos, imagens, vídeo e áudio, glossários, além da comunicação via email com o instrutor, torna a interação ideal para o atendimento de questões pontuais,
vindo de encontro às perspectivas do SBU em relação à sua responsabilidade em integrar
�novos serviços de acordo com a evolução das tecnologias de informação e das novas
demandas (MARTINS, 2002).
Além do acesso ilimitado do aluno, o atendimento personalizado independe da localização
geográfica do usuário em relação ao instrutor, permitindo que este gerencie as notas, efetue
avaliação de aprendizagem, corrija atividades e monitore os acessos ao conteúdo do curso.
A rapidez e eficiência que esta tecnologia permite, além do baixo custo e do livre acesso ao
conhecimento faz parte das iniciativas que privilegiam a democratização da informação
acompanhando as tendências e as propostas da Sociedade da Informação.
O objetivo desse novo formato para aplicação de treinamentos é que o usuário desenvolva
de forma independente as atividades de pesquisa tanto em bases de dados estruturadas que
usam vocabulários controlados, como no ambiente da Internet que usa palavras-chave
livres. Contempla também a utilização das normas de padronização de trabalhos
científicos, dá acesso à conceituação de alguns termos básicos em ciência da informação,
de forma a desmistificar os diferentes tipos de fontes de informação muitas vezes
caracterizadas pelo suporte físico.
De acordo com análise dos resultados obtidos até agora pelo Programa de Capacitação,
verificou-se que o conteúdo programático com maior demanda e com pontos mais críticos
refere-se à Normalização de Trabalhos Acadêmicos, que exige atenção individualizada
devido aos diferentes tipos de documentos consultados por cada pesquisador.
Na fase de preparação de trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e tese
de doutorado, além da publicação de trabalhos em revistas científicas surgem muitas
dúvidas que podem ser esclarecidas virtualmente por um bibliotecário usando os recursos
de infra-estrutura de C&T instalados na Universidade para este fim. O entendimento da
formatação de um trabalho acadêmico, da padronização e do conseqüente respeito aos
direitos autorais quando da citação correta das fontes pesquisadas, facilita o trabalho e
certifica a produção científica.
�Numa primeira fase do treinamento no novo formato estará acessível o conteúdo de
Referências e Citações Bibliográficas, abrangendo tanto as normas nacionais da ABNT,
como internacionais: ISO, Vancouver, APA, MLA, as quais são usadas pelas diferentes
áreas dentro da UNICAMP (ANEXO I).
Foram elaborados exercícios e testes utilizando material impresso, eletrônico e outros tipos
de mídia, reproduzindo situações reais de normalização das Referências e Citações com a
aplicação das Normas Nacionais e Internacionais.
A disponibilização desta modalidade de treinamento é imprescindível para que tenhamos
uma avaliação da sua aceitação no âmbito acadêmico, sem no entanto abandonar o formato
de instrução presencial. Todos os Módulos Instrucionais aplicados atualmente serão
convertidos em formato recomendado pelas metodologias de EAD de forma a otimizar a
relação ensino-aprendizagem.
Sabemos que o usuário não hesitará em trocar de produto caso apareça um outro que lhe
seja mais adequado e que ele
...avalia os serviços prestados por meio de suas expectativas, porque ele verifica se o
provedor da informação conseguiu ou não satisfazê-lo, comparando o que espera com o
que percebeu, isto é, como vê o produto, e se ele considera suas necessidades atendidas”
(GARCEZ, 2002).
O conteúdo do curso fica armazenado em um servidor no Centro de Computação da
Universidade Estadual de Campinas - CCUEC, equipamento que faz parte da infraestrutura científico-tecnológica da Universidade, cujo acesso é autorizado por um
administrador. Conta também com o apoio do Grupo de Suporte em EAD da UNICAMP
na elaboração de material, configuração do programa e acompanhamento das estratégias de
trabalho.
�O Anexo II demonstra as ferramentas escolhidas na configuração inicial do WebCT:
quadro de avisos para divulgar as notas, definir datas para entrega de atividades, marcar as
aulas presenciais necessárias para esclarecimento de dúvidas ou aulas de laboratório.
Pensou-se também em oferecer material de apoio como: glossário, bibliografia e links para
outras páginas de interesse, além das ferramentas de comunicação: e-mail e lista de
discussão. Os testes de avaliação dependerão do nível de conhecimento do aluno e poderão
ser de múltipla escolha, combinação de perguntas/respostas ou questões práticas.
A equipe de bibliotecários responsável pelo desenvolvimento do material instrucional está
trabalhando juntamente a equipe técnica de EAD da UNICAMP - onde foi instalado
recentemente o Pólo Regional da Associação Brasileira de Educação à Distância – Pólo
ABED (GARDENAL, 2002). Estes Bibliotecários trabalham na Seção de Referência da
Diretoria de Serviços ao Público da Biblioteca Central da UNICAMP, e têm grande
experiência prática, tanto em suporte quanto em orientação e acompanhamento de
normalização de trabalhos científicos.
O gerenciamento desta tecnologia também passa a ser de responsabilidade da biblioteca na
medida em que os materiais são desenvolvidos usando procedimentos metodológicos com
conteúdos distribuídos em tópicos, com textos para auto estudo e exercícios. O
bibliotecário responsável pelo Módulo Instrucional será o facilitador da interação com os
alunos.
Macedo (1999) comenta em seu trabalho que nenhuma tecnologia substituirá
perfeitamente a riqueza da relação/intuição desenvolvida entre o bibliotecário de referência
e o usuário. No caso da Unicamp a informalidade da comunicação será bastante explorada,
de forma que independentemente do conceito adotado, este novo serviço de referência
virtual seja definitivamente integrado às rotinas atuais do Serviço de Referência da
Biblioteca Central.
�Implantado o Programa de Capacitação utilizando técnicas de EAD, todos os participantes
do treinamento terão tido a oportunidade de normalizar seus próprios trabalhos utilizando
também como exercício os materiais com os quais estão trabalhando.
Quando da aplicação do treinamento presencial o atendimento personalizado não acontece
devido às necessidades diferenciadas do público alvo, portanto a adoção de técnicas
inovadores tem a finalidade de atender com qualidade o maior número de pesquisadores.
Concordamos com Arellano (2001) quando afirma que “...um primeiro exame das novas
tecnologias aplicadas ao serviço de referência aponta para uma futura reprodução, quase
idêntica em tempo real, da relação bibliotecário-usuário no balcão de referência das
bibliotecas tradicionais”.
�ANEXO I
�ANEXO II
«
lI'ehCT
Programa de Capacitação de Usuários em blfolloação Cieulifiu
"'-
,
QgI:J
Infollllações
~
" Itnd"
Calendáno
j
oI\i" boord
Quadro de Avisos
Referência e Citação
Bibhognwca
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Programa
&
~,
019"''''
E-Mail
I
ri!
gIo .. ,,!
Glossáno
Links InterCSSiJ!!tes
"
�REFERÊNCIAS
ARELLANO, Miguel Ángel Márdero. Serviços de referência virtual. Ci. Inf., Brasília,
v.30, n. 2, p. 7-15, maio/ago. 2001.
FINE, Sara. Reference and resources: the human side. The Journal of Academic
Librarianship, Greenwich, v.21, n.1, p. 17, 1995.
GARCEZ, Eliane Maria Stuart; RADOS, Gregório J. Varvakis. Necessidades e
expectativas dos usuários na educação a distância: estudo preliminar junto ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.
Ci. Inf., Brasília, v.31, n.1, p. 13-26, jan./abr. 2002.
GARDENAL, Isabel. Tão longe, tão perto: Unicamp vai centralizar atividades e iniciativas
relacionadas à educação à distância na região. Jornal da Unicamp, Campinas, v. 16, n.
180, p. 2, 10-21 jul. 2002.
MACEDO, Neusa Dias; MODESTO, Fernando. Equivalências: do serviço de referência
convencional a novos ambientes de redes digitais em bibliotecas. R. Bras. Bibliotecon.
Doc., São Paulo, Nova Série, v. 1, n. 1, p. 55-72, 1999.
MARTINS, Valéria dos Santos Gouveia et al. Programa de Integração e Capacitação de
Usuários: a experiência do Sistema de Bibliotecas da UNICAMP. In: INTEGRAR:
CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS, BIBLIOTECAS, CENTROS DE
DOCUMENTAÇÃO E MUSEUS, 1., 2002, São Paulo. Anais...São Paulo: Imprensa
Oficial, 2002. p. 295-302.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Desenvolvimento de material de apoio aos treinamentos presenciais utilizando ferramenta de EAD- Educação À Distância: WEBCT no Sistema de Bibliotecas da UNICAMP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ribeiro, Célia Maria
Vicentini, Regina Ap. Blanco
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O WebCt é uma ferramenta que auxilia a montagem e disponibilização de cursos baseados na Internet através de uma interface amigável permitindo a aplicação de práticas pedagógicas em um novo ambiente educacional.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4028/SNBU2002_024.pdf
02d61e91fc233ae5fb4265ac21378aba
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Vantagens e Desvantagens do Periódico
Eletrônico na Pesquisa Odontológica:
relato de caso
Experiência do setor de referência da
Biblioteca do Centro de Ciências da Saúde – UFRJ
Celeste Velasco Torquato
celmar@eagle.ufrj.br
Marco Tullio Azevedo Juric
joe@eagle.ufrj.br
Rio de Janeiro
Brasil
2002
�SUMÁRIO
pg
1 – Introdução.............................................................................................................
3
2 – Objetivo.........................................................................................................
4
3 – O que devemos conhecer?....................................................................................
5
4 – Vantagens..............................................................................................................
6
5 – Desvantagens.........................................................................................................
6
6 – Relato de caso........................................................................................................
6
7 – Conclusão........................................................................................................
7
8 – Gráficos..................................................................................................................
9
�1 – Introdução
3
As novas tecnologias de comunicação trouxeram enormes vantagens aos mais diversos
segmentos da sociedade. Podemos verificar o quanto agilizou o processo de recuperação da
informação através das bases bibliográficas em CD-ROM e on-line, como também na
obtenção do próprio conteúdo desejado. Os periódicos eletrônicos retratam uma parcela
desse avanço tecnológico, apresentando vantagens e desvantagens tanto na sua forma
“física” como nas bases que os disponibilizam. O objetivo desta apresentação é relatar
nossas experiências e considerações sobre essa nova modalidade de publicação.
Hoje existem diversos “sites” na internet que disponibilizam periódicos eletrônicos. Neste
cenário encontramos uma grande variedade de interfaces que por vezes comprometem os
resultados das pesquisas, uma vez que as dificuldades encontradas pelos usuários para
realizar uma pesquisa bibliográfica são elementos desestimulantes e geradores de buscas
ineficientes ou mesmo incorretas. Na área Biomédica, onde a Odontologia está inserida,
utiliza-se tanto para indexação como para recuperação da informação, os termos dos
thesaurus MESH ou DeCS. Estas ferramentas não fazem parte de alguns dos principais
“sites” de pesquisa bibliográfica, obrigando o usuário a pesquisar por palavras que na
maioria
das
vezes
são
encontradas
nos
resumos
(abstracts)
não
expressando,
necessariamente, com exatidão o assunto dos artigos recuperados.
É compreensível que vários fatores concorram para que haja tamanha diversidade e mesmo
mudança de interface nos sites de busca bibliográfica, pois nessa era globalizada que
estamos inseridos tudo parece mudar muito rapidamente. A própria Internet aparece como
fator desencadeante principal de tantas mudanças, onde se percebe quase que uma
“anarquia controlada”. Os sites acompanham as tendências tanto de design como de
objetivos específicos.
É preciso que os profissionais da “informação informatizada” estejam atentos para as
constantes mudanças e atualizações não somente nos sites que disponibilizam pesquisa
�4
bibliográfica com ou sem textos completos mas, sobretudo, para as constantes mudanças
de hábitos, estilos, tendências, sofwares etc., que ocorrem no espaço virtual ou real e que
são indicadores e termômetros das necessidades de novas estruturas de disseminação da
informação.
O profissional da informação tem que estar ciente de que no desenvolver de seu trabalho,
traz embutida a tarefa de educar o usuário nos diversos aspectos relevantes e inerentes às
particularidades e especificidades, tanto da área do conhecimento em questão como dos
elementos de informática (software e hardware).
2 – Objetivo
Relatar nossa experiência, no setor de referência, que hoje também é uma biblioteca virtual
em saúde, sobre a utilização dos periódicos eletrônicos disponíveis em Odontologia no
Portal da Capes.
�3 - O que devemos conhecer?
5
Ferramentas de indexação/recuperação: MESH e DeCS.
A partir de suas estruturas,
essas duas ferramentas ajudam,
em muito, a montar uma boa
estratégia de busca, o
que
resulta na recuperação mais
precisa da informação.
Operadores, boleanos ou não: and, or, not, +, *, ?, “ “ etc.
Os operadores, boleanos ou não,
são os mais utilizados pelos sites
que disponibilizam bases de
dados
na
Internet,
para
incrementarem
limites
nas
pesquisas bibliográficas. Porém
devemos examinar os tutoriais
de pesquisa de cada site para
que possamos
utilizar ao
máximo os recursos de pesquisa
oferecidos.
Sistemas e aplicativos: Windows, Browsers, Acrobat Reader...
A
familiarização
com
os
sistemas operacionais e com os
aplicativos
utilizados
na
pesquisa e na visualização dos
resultados, tornará mais fácil
todo o processo de busca e
consulta
nos
sites
que
disponibilizam as bases de
dados bibliográficas e/ou texto
completo.
�4 - Vantagens
•
Facilidade na edição
•
Maior rapidez na veiculação
•
Acesso simultâneo
•
Não necessita de espaço físico para armazenamento
•
Links para referências relacionadas
•
Baixo custo de aquisição
6
5 - Desvantagens
•
Total dependência das telecomunicações e energia elétrica
•
Não existe o acervo impresso
•
Dependência dos equipamentos disponíveis
•
As mudanças constantes nos “sites”
6 - Relato de caso
Os bibliotecários do setor de referência, no desempenho de suas funções e, como principal
elo de ligação entre os usuários e a informação, detectam diversas dificuldades no processo
de pesquisa bibliográfica por parte dos usuários. Não é difícil encontrar usuários que não
dominam, ou pelo menos tenham algum conhecimento do Sistema Operacional Windows,
um dos mais utilizados em nosso país, indispensável nas tarefas de gravar/salvar,
ferramentas de busca na internet (browsers), aplicativos que visualizam os textos em
formato PDF, software que compactam/fragmentam arquivos para que possam caber em
disquetes. Em suma, nos deparamos com usuários que, como qualquer um de nós, tem
dificuldades variadas na área de informática. E antes mesmo que nos lancemos a
desafiadora tarefa de explicar a metodologia de busca nos variados sites de pesquisa
bibliográfica, muitas vezes é preciso que ministremos um pequeno treinamento de como
�7
utilizar o mouse, teclado, aplicativos etc. Uma tarefa muito desgastante quando se fala em
um espaço com 25 microcomputadores e com apenas um bibliotecário por período e um
auxiliar. Por outro lado isso nos impulsiona para uma atualização constante no que diz
respeito aos aspectos de software e hardware, pois nesses tempos de globalização e
Internet, tudo parece ter menos tempo de vida. As mudança são constantes.
Com relação aos usuários da área de Odontologia, observa-se que grande parte prefere que
suas pesquisas sejam realizadas pelo setor de referência, por vários motivos:
1. muitos usuários sentem-se inibidos ao lidar com microcomputador;
2. outros não dispõem de tempo para aprender e executar a pesquisa bibliográfica;
3. vários estão aquém das expectativas investigativas e de pesquisa, recusando-se até
mesmo a aprender;
4. muitos se satisfazem com pouco;
5. são menos exigentes;
Cabe aqui ressaltar o fato de que a Biblioteca do CCS recebe muitos usuários de
Odontologia oriundos de diversas instituições de ensino superior de vários municípios do
estado do Rio de Janeiro, e mesmo de outros estados, caracterizando assim um público bem
heterogêneo.
7 - Conclusão
Concluímos que para um bom resultado da pesquisa bibliográfica, todos os envolvidos
neste processo devem estar atentos para a real necessidade de atualização, principalmente,
com as tecnologias de informática, que são suportes dessa nova publicação.
Constata-se que há somente 11 títulos de periódicos “full text”, em Odontologia, no Portal
de Periódicos da CAPES. Provavelmente, esta seja a razão para a estatística de comutação
�8
on-line do segundo semestre de 2001 até março de 2002 ter sido de 376 pedidos solicitados
e 1183 recebidos, apesar da Universidade ter atravessado três meses de greve neste período.
Nós bibliotecários precisamos estar vigilantes aos novos rumos tecnológicos traçados para
a informação, para que, dentro de nossa esfera de atuação, o elo de ligação entre a
informação e o usuário seja mantido da melhor forma possível. E por mais que o usuário
entenda ou não de informática, solicitará ajuda para saber quais são e como usar os sites de
pesquisa de sua área.
O usuário também apresenta freqüentemente alguma pergunta sobre o que ele já descobriu,
e questiona sobre alguma informação a mais que complemente a sua pesquisa. Este tipo de
usuário não é tão freqüente em nossa biblioteca mas, teoricamente, essa realidade tende a
crescer juntamente com o avanço tecnológico.
�8 - Gráficos
9
900
800
899
700
600
500
Atendidos
Rejeitados
400
300
200
284
100
0
2º Semestre/2001 - março/2002 - RECEBIDOS
�10
350
300
332
250
200
Atendidos
Rejeitados
150
100
50
44
0
2º Semestre/2001 - março/2002 - SOLICITADOS
�11
Títulos de Periódicos Full Text, em Odontologia, no Portal Periódicos
CAPES
7
7
6
7
6
IDEAL
5 5
OVID
SCIELO
4
SCIENCE DIRECT
4
GALE
3
3
3
2
7
3
2
1
1
0
1 0
0
Títulos Full Text
1
0
2º Semestre/2001 - março/2002 - RECEBIDOS
SCIELO
GALE
SCIENCE DIRECT
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Vantagens e desvantagens do periódico eletrônico na pesquisa odontológica: relato de caso.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Torquato, Celeste Velasco
Juric, Marco Tullio Azevedo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As novas tecnologias de comunicação trouxeram enormes vantagens aos mais diversos segmentos da sociedade.
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A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4027/SNBU2002_023.pdf
540fd305c26c7bbb8cf77e6c54cac69b
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TREINAMENTO DA EQUIPE DO SBU DECORRENTE DA MIGRAÇÃO DE
SISTEMA DE AUTOMAÇÃO NA UFRGS
Caterina Groposo Pavão
caterina@cpd.ufrgs.br
Janise Silva Borges da Costa
janise@cpd.ufrgs.br
Laís Freitas Caregnato
lais@cpd.ufrgs.br
Sônia Regina Zanotto
sonia@cpd.ufrgs.br
Zita Prates de Oliveira
zita@inf.ufrgs.br
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Centro de Processamento de Dados
Rua Ramiro Barcelos, 2574
90035-003 Porto Alegre RS
BRASIL
RESUMO
A migração de sistema de automação de bibliotecas vem acompanhada de muita
expectativa dos profissionais com relação à integridade dos dados, ao funcionamento e
apresentação da base de dados em outra plataforma. Não obstante a experiência acumulada
ao longo de dez anos de uso do SABi versão 4.0, sistema proprietário, requereu um esforço
de toda a equipe no sentido de adaptar-se aos novos fluxos e procedimentos. A
qualificação do quadro de pessoal para uso dos recursos e mecanismos disponibilizados
pela nova ferramenta é vista como um requisito fundamental para a motivação da equipe e
imprescindível para a manutenção da qualidade dos registros incluídos na base, bem como
da recuperação da informação. Este trabalho relata as etapas de planejamento, organização
e avaliação dos treinamentos ministrados à equipe de bibliotecários e auxiliares das trinta e
três bibliotecas que integram o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul - SBU, decorrentes do processo de migração da base SABi para o sistema
Aleph.
�1 INTRODUÇÃO
A migração de sistema de automação no Sistema de Bibliotecas da UFRGS SBU, integrado por uma Biblioteca Central e 32 bibliotecas setoriais distribuídas
geograficamente em cinco pontos distintos, porém atuando, tecnicamente, de forma
integrada, demanda esforços da equipe de implantação, no sentido de mobilizar, envolver,
divulgar e treinar a equipe das bibliotecas.
Toda mudança gera ansiedade, apreensão e expectativa nos profissionais, o que
não é diferente quando se trata de migração de sistema de automação, uma vez que
ocasiona mudanças de grande impacto nas atividades das bibliotecas, como a alteração de
rotinas, fluxo de trabalho e na própria filosofia do sistema. Para minimizar estes efeitos, a
informação, a participação e, sobretudo, o treinamento da equipe são de fundamental
importância.
A equipe é composta por 77 bibliotecários efetivos, 26 bibliotecários contratados,
140 servidores pertencentes a outras categorias funcionais, 98 alunos bolsistas e 13
funcionários contratados, totalizando 354 pessoas (dados de 2000).
2 AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS NA UFRGS
Desde a década de 70, quando foi iniciado o processo de automação no SBU,
passou-se por várias experiências que se caracterizaram pela adoção de padrões e normas
nacionais e internacionais, de modo a permitir a evolução deste processo no âmbito da
Universidade, acompanhando o desenvolvimento da tecnologia da informação, bem como
dos recursos de informática e comunicação de dados.
Em 1987, contudo, estas iniciativas foram encaminhadas de forma mais efetiva e
abrangente, tendo sido desenvolvido um sistema proprietário para automação das rotinas
das bibliotecas, denominado SABi (Sistema de Automação de Bibliotecas da UFRGS), o
qual foi instalado em 1989 em um servidor dedicado para a gerência da base de dados do
SBU.
O SABi contribuiu para otimizar as rotinas técnicas e administrativas das
bibliotecas, assim como para facilitar e agilizar a recuperação e disseminação da
informação no âmbito da Universidade e fora dela. Estava estruturado em módulos, tendo
sido implementados os Módulos de Registro Bibliográfico e de Recuperação da
Informação.
�A partir de 1997 foi disponibilizado para consulta em versão gráfica, através da
Web, mas apresentava problemas de recuperação da informação que, devido a limitações
do sistema gerenciador da base de dados, o CDS/ISIS, não foi possível solucionar, de
maneira a atender satisfatoriamente às necessidades das bibliotecas e dos usuários.
Ao longo dos dez anos em que foi utilizado nas bibliotecas o sistema passou por
diversos ajustes e atualizações, insuficientes para atender às exigências dos profissionais,
com vistas à otimização dos serviços oferecidos à comunidade usuária.
O crescimento dos acervos, os problemas com a segurança dos dados e a
necessidade de implementar os demais módulos, visando a ampliação e modernização do
SABi, foram decisivos para a realização de estudo acerca da viabilidade de continuidade de
desenvolvimento do SABi, enquanto sistema proprietário, bem como das alternativas de
softwares
disponíveis
no
mercado
que
atendessem
às
especificações
técnicas
e
operacionais exigidas pelo SBU.
2 MIGRAÇÃO DA BASE SABi
O estudo realizado apontou para a necessidade de aquisição de um software que
contemplasse todos os módulos e que atendesse às exigências técnicas e operacionais prédefinidas pela equipe de bibliotecários e analistas de sistemas da Universidade.
Assim sendo, em 1999 a Universidade adquiriu o software Aleph 500 mas, desde
1998, vinham sendo realizados estudos e desenvolvidas atividades imprescindíveis para o
processo de migração de sistema de automação.
A partir da identificação da necessidade de aquisição de um software comercial de
automação de bibliotecas, o qual viria substituir o SABi, versão 4.0, foi designada a
Comissão de Automação, constituída por cinco bibliotecários e um analista de sistemas,
com a atribuição de planejar, coordenar e executar sua implantação no SBU.
O preparo da base SABi para tal envolveu a consistência dos registros
bibliográficos, o estudo comparativo dos formatos SABi e USMARC e a definição do novo
Formato SABi e conseqüente customização do sistema.
A consistência dos registros bibliográficos caracterizou-se, basicamente, pela
identificação de erros de digitação e de grafias distintas para uma mesma entrada, tendo
sido consistidos, nesta etapa, os nomes pessoais.
�O
estudo
comparativo
entre
os
formatos
SABi
e
USMARC
abrangeu,
inicialmente, um estudo aprofundado do Formato USMARC e, em etapa subseqüente, a
análise minuciosa dos campos, estabelecendo a compatibilização dos mesmos com o
Formato SABi. A partir deste trabalho foi definido o novo Formato SABi a ser adotado,
adequando-o ao USMARC que, pela sua abrangência e flexibilidade, possibilita o registro
de diversos tipos de materiais e a adoção de campos que contemplam as necessidades
institucionais, como o controle da produção intelectual da Universidade.
Definido o formato para registro bibliográfico foi realizada a customização do
sistema, de forma a atender à demanda dos profissionais do SBU.
Concluídas estas fases, em maio de 2000, foi realizada a conversão definitiva dos
cerca de 270.000 registros disponíveis na base SABi, versão 4.0.
No período de maio de 1998 a dezembro de 1999 a Comissão adotou como
sistemática de trabalho a divulgação regular de suas atividades, tendo utilizado os
seguintes mecanismos: envio, através do correio eletrônico, de boletim semanal, às
bibliotecas, com o relato de atividades; promoção do Seminário Introdutório ao USMARC
e ao Aleph e participação eventual nas reuniões mensais de chefias das bibliotecas. A partir
de janeiro de 2000 o boletim passou a ser divulgado mensalmente, considerando a
regularidade das atividades.
Desta forma, os profissionais foram mantidos informados durante todo o processo
de preparação de mudança de sistema de automação, ao mesmo tempo que foram bastante
participativos, sempre que requisitados pela Comissão. Além disto, a integração e
participação da equipe de bibliotecários que atua junto aos Grupos Assessores Técnicos do
SBU - GATs foi extremamente importante, tendo contribuído de forma decisiva na
qualificação da base e customização do sistema.
A participação e o envolvimento da equipe nas várias fases do processo de
transição de sistema de automação contribuíram muito para o êxito da migração da base de
dados, preservando o trabalho realizado até então, e para a receptividade demonstrada até o
momento com relação ao novo sistema.
Concluída a migração o grande desafio foi proporcionar à equipe a qualificação
necessária para o uso adequado do novo sistema, a fim de aumentar o nível de satisfação
da equipe e a melhoria dos serviços oferecidos aos usuários.
�4 TREINAMENTO DA EQUIPE
O treinamento constitui-se em um dos requisitos primordiais para que qualquer
sistema de automação de biblioteca resulte, concretamente, em aumento da eficiência,
melhoria dos serviços, facilidade de gerenciamento da informação, supressão de atividades
rotineiras e economia de tempo da equipe.
No SBU tem sido planejado de maneira bastante criteriosa pelo grupo responsável
pela implantação do novo sistema, com o intuito de que a equipe utilize todo o potencial
que está sendo disponibilizado.
O treinamento está dividido em duas etapas distintas: aquele oferecido pela
empresa que comercializa o software, o qual, por cláusula contratual, atinge um número
limitado de pessoas, denominadas multiplicadores, por serem responsáveis pela difusão aos
demais, e aquele estruturado e ministrado pela equipe da UFRGS já treinada, o qual deve
contemplar a todos que atuam no SBU.
4.1 Treinamento dos multiplicadores
O treinamento oferecido pela empresa que comercializa o software apresenta uma
visão geral do sistema, abrangendo aspectos técnicos do software e informações sobre os
módulos específicos, incluindo suas características e potencialidades.
Na Universidade foram realizados, até o momento, quatro treinamentos formais,
indicados na tabela 1.
TABELA 1 - Treinamento dos multiplicadores
Treinamento
Participantes
Sistemas I
Membros das áreas de suporte e manutenção do sistema,
gerenciamento de rede do Centro de Processamento de
Dados e da Comissão de Automação
Módulos de OPAC, Catalogação, Itens &
Autoridades
Membros das Comissão de Automação e dos GATs
Módulos de Circulação e de Caixa
Membros das Comissão de Automação e dos GATs
Sistemas II
Analista e programadores
Comissão de Automação
do
sistema
e
membros das
�Os treinamentos de Sistemas I e nos Módulos de OPAC, Catalogação, Itens &
Autoridades antecederam a migração da base SABi, pois eram indispensáveis para
compreensão do software.
Participaram de cada um dos respectivos treinamentos cerca de 20 profissionais.
Este grupo variou em relação ao(s) módulo(s) que estava(m) sendo apresentado(s) e a este
grupo coube planejar e treinar a equipe de bibliotecários e auxiliares do SBU.
4.2 Treinamento da equipe do SBU
No
planejamento
e
desenvolvimento
do
programa
de
treinamento
foram
observados aspectos como conteúdo programático, instrutores, material didático, duração,
instalações e metodologia.
O conteúdo programático foi abordado de forma abrangente e detalhada, de modo
a apresentar todos os recursos disponíveis no novo sistema.
Os instrutores variaram de acordo com sua área de atuação principal e o módulo
alvo do treinamento, a fim de que questões técnicas que comumente se confundem com
dúvidas de sistema fossem dirimidas.
Os treinamentos foram elaborados em PowerPoint e enviados aos participantes
para cópia e posterior utilização em sala de aula.
A duração de cada treinamento variou de 4 a 20 horas-aula, distribuídas em
turnos, tomando por base o conteúdo programático, sem deixar de prever tempo para a
realização de exercícios e esclarecimento de dúvidas.
Como recursos didáticos foram utilizadas aulas expositivas e exercícios. Cada
aluno dispôs de um micro para os exercícios.
Dando início às atividades de implantação do SABi versão Aleph 500, no
primeiro semestre de 2000, foram realizados quatro treinamentos para a equipe do SBU,
conforme apresentado na tabela 2.
�TABELA 2 - Treinamentos oferecidos ao SBU - 1º semestre 2000
Informações
Carga horária
Público
Nº de participantes
Treinamento no SABi versão Aleph 500
20h
Bibliotecários
87
Treinamento Avançado na Recuperação da
Informação
16h
Bibliotecários
75
Treinamento Avançado SABi versão Aleph:
Processamento Técnico
20h
Bibliotecários
78
Treinamento Geral na Recuperação da
Informação no OPAC/WEB
4h
Auxiliares
54
Treinamento
O primeiro treinamento SABi versão Aleph 500 tinha por objetivo:
-
estabelecer comparação entre o novo sistema e a versão anteriormente em uso;
-
oferecer uma visão geral do sistema, seus módulos, bases de dados
(Bibliográfica e Autoridades), interfaces de trabalho e de acesso público;
-
habilitar os bibliotecários no uso das interfaces de registro bibliográfico (GUI)
e de recuperação da informação (OPAC/GUI e OPAC/WEB).
Os treinamentos avançados em Recuperação da Informação e Processamento
Técnico procuraram aprofundar tópicos e recursos oferecidos pelo sistema: pesquisa
numérica, por listas e por palavras, estratégias de busca, aspectos específicos do formato
USMARC, de descrição como, por exemplo, suporte x formato, manuscritos, seriados,
catálogo de autoridades, descrição de assuntos e impressão de etiquetas, vistos de forma
genérica no treinamento do SABi versão Aleph 500.
O treinamento na Recuperação da informação no OPAC/WEB foi oferecido para
o pessoal auxiliar das bibliotecas, considerando que eles recebiam muitas solicitações de
informação e deveriam ter instrumental mínimo de recuperação para poder orientar os
usuários.
Os três treinamentos oferecidos para bibliotecários possibilitaram treinar a
maioria dos profissionais em exercício no SBU, bem como os contratados para trabalho
temporário, que totalizam 103 bibliotecários, conforme demonstrado na figura 1.
�Total de bibliotecários
100
Bibliotecários
não treinados
80
60
Bibliotecários
treinados
40
20
1 (84,46%)
2 (72,81%)
3 (75,72%)
Treinamentos
1 Treinamento no SABi versão Aleph 500
2 Treinamento Avançado na Recuperação da Informação
3 Treinamento Avançado SABi versão Aleph: Processamento Técnico
Figura 1 - Treinamento de bibliotecários do SBU
O treinamento oferecido aos auxiliares atendeu menos da metade dos servidores
lotados nas bibliotecas, que correspondem a 140, devendo ser estendido àqueles que não
tiveram oportunidade na ocasião, conforme apresentado na figura 2.
Auxiliares
não
treinados
61%
39%
Auxiliares
treinados
Figura 2 - Treinamento de auxiliares
Em 2001, com o objetivo de suprir a necessidade de treinamento em áreas
específicas, num curto espaço de tempo, foram disponibilizados dois treinamentos
remotos, acessível a todos os bibliotecários do SBU, através do site da Biblioteca Central:
-
Importação de registros bibliográficos MARC, estimulando os catalogadores a
utilizarem o recurso para otimizar o processo de catalogação retrospectiva do
acervo do SBU;
-
Emissão de relatório de produção intelectual por tipo de documento no SABi,
suprindo a necessidade de divulgação da produção da UFRGS, de forma
sistemática, pelas bibliotecas do SBU.
A adoção dos treinamentos remotos, via Web, possibilitou à equipe do SBU a
utilização de um moderno recurso educacional para vencer as limitações de tempo e de
dispersão geográfica das bibliotecas na Universidade.
�Após os treinamentos oferecidos em 2000 a Comissão de Automação manteve
uma rotina de monitoria sistemática dos novos registros incluídos na base SABi. Tal
acompanhamento detectou inconsistências nos registros pelo uso inadequado dos recursos
da interface de catalogação oferecida pelo Aleph.
Foi proposto um treinamento individualizado, de reforço em catalogação, para
seis catalogadores do SBU. Com duração de 4 horas tinha como objetivos:
-
habilitar os catalogadores no uso correto dos recursos da interface de
catalogação (telas de função, planilhas para cada tipo de material, catálogo de
autoridades e outros) e
-
dirimir eventuais dúvidas de catalogação.
Além dos treinamentos formais, a Comissão de Automação mantém canais de
comunicação direta com as bibliotecas, por telefone ou por e-mail, através dos quais
auxilia e orienta os profissionais esclarecendo dúvidas de operação do sistema.
5 AVALIAÇÃO
5.1 Alunos
Ao término de cada treinamento foram realizadas avaliações contemplando os
seguintes tópicos:
-
conteúdo do módulo,
-
instrutor,
-
material didático,
-
duração e
-
instalações
Os três primeiros tópicos foram conceituados de Muito bom a Ótimo (85% das
avaliações). A duração dos treinamentos recebeu conceitos Bom e Muito bom (77% das
avaliações), mas um número significativo de alunos (10%) considerou o tempo de
treinamento de Insificiente a Regular.
As instalações foram consideradas de Regular a Boas (81% das avaliações), mas
também foram consideradas Insuficientes por 10% dos participantes.
�5.2 Instrutores/Comissão
Em
reunião
conjunta
dos
instrutores
e
Comissão
de
Automação
foram
identificados pontos positivos e negativos dos treinamentos, bem como providências a
serem tomadas.
Como pontos positivos foram apontados:
-
a receptividade dos alunos na aprendizagem do novo sistema;
-
início do treinamento pelo Módulo de Recuperação da Informação, oferecendo
aos participantes uma visão do comportamento do sistema quando usado pela
comunidade da UFRGS.
As principais dificuldades identificadas foram:
-
de uso do computador/mouse e do próprio sistema por parte de alguns
participantes dos treinamentos;
-
de entendimento do Catálogo de Autoridades;
Foram apresentadas as seguintes sugestões para melhoria:
-
estender o Treinamento em Recuperação da Informação aos demais auxiliares;
-
reforçar a utilização do Catálogo de Autoridades;
-
envolver um maior número de profissionais na implantação e uso do sistema,
mediante a participação nos GATs;
-
utilizar
exercícios
específicos
para
cada
participante,
nos
próximos
treinamentos, a fim de evitar que o trabalho seja interrompido na etapa de
gravação de um registro ou de um resultado de pesquisa.
6 DOCUMENTOS ELABORADOS
O esforço de treinamento da equipe do SBU exigiu a elaboração de extensa
documentação para uso durante as aulas e para suporte posterior ao processamento técnico
e à recuperação da informação nas bibliotecas.
Foram elaborados:
-
quatro treinamentos formais em PowerPoint;
-
dois treinamentos remotos na Web;
-
manuais do sistema (Registro Bibliográfico, Registro de Autoridades, Registro
de Itens e Impressão de Etiquetas e Tabelas auxiliares);
-
Guia de funções utilizadas no módulo de Catalogação;
�-
Manuais de Recuperação da Informação no OPAC/GUI e OPAC/WEB, e
-
Catálogo on-line das bibliotecas da UFRGS (cartão de referência) distribuído
aos usuários com informações sobre a recuperação da informação no SABi.
Os treinamentos formais e os manuais foram elaborados pela Comissão e GATs e
enviados/disponibilizados, por via eletrônica, para cópia nas bibliotecas. A adoção deste
procedimento eliminou a trabalhosa etapa de duplicar e distribuir os documentos para todo
o SBU.
A impressão em gráfica foi utilizada apenas para o Guia de funções e para o
cartão de referência, considerando o grande número de cópia s a serem distribuídas para os
usuários das bibliotecas.
7 CONCLUSÕES
O êxito do processo de migração de sistema de automação nas bibliotecas da
UFRGS pode ser atribuído à participação da equipe do SBU em todas as fases que o
envolveram e, sobretudo, nos treinamentos realizados.
O conhecimento da equipe com relação ao potencial da nova ferramenta é
condição para que haja segurança, tranqüilidade e, acima de tudo, pleno domínio dos
recursos de que dispõem para otimizar o desenvolvimento de suas atividades.
Práticas como o uso intensivo do e-mail como canal de comunicação, dos recursos
de edição de texto, do envio de documentos por via eletrônica e dos treinamentos via Web
se consolidaram no SBU por otimizarem o trabalho de implantação dos módulos do SABi
versão Aleph.
Os treinamentos realizados enfatizaram a habilitação dos profissionais no uso da
interface GUI e dos recursos do sistema para o processamento técnico de documentos. A
Comissão responsável pela implantação reconhece, entretanto, a necessidade de que outros
focos de treinamento sejam abordados:
-
treinamentos básicos e avançados a serem oferecidos, de forma sistemática,
aos atuais e aos novos usuários do SBU e
-
treinamento de fluxo contínuo para profissionais e/ou bolsistas contratados
para o processamento técnico nas bibliotecas.
�ABSTRACT
The move to a new library automation system generates a lot of expectations in
the staff as far as data integrity, database performance, and data presentation in the new
system are concerned. Despite the accumulated experience of ten years with the
proprietary SABi 4.0 system, a strong effort by the whole staff was necessary to adapt to
the new procedures. The training of the staff to better use the resources of the new tool is
seen as an important requisite for team motivation and necessary to insure the quality of
the database records and of the information retrieval. We describe the planning,
organization and evaluation of the training for the move from the SABi base to the Aleph
system that was given to the group of librarians and assistants at the thirty three libraries
that belong to the Universidade Federal do Rio Grande do Sul Library System - SBU.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Biblioteca Central. Relatório
2000. Porto Alegre, 2001. 14f.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Comissão de Automação.
Relatório de atividades 2000 . Porto Alegre, 2000. 10f.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Biblioteca Central, Centro de
Processamento de Dados. Comissão de Automação. Treinamentos de implantação do SABi
versão ALEPH: relatório geral. Porto Alegre, 2000. 7f.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Treinamento da equipe do SBU decorrente da migração de sistemas de automação da UFRGS.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pavão, Caterina Groposo
Costa, Janise Silva Borges da
Caregnato, Laís Freitas
Zanotto, Sônia Regina
Oliveira, Zita Prates de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho relata as etapas de planejamento, organização e avaliação dos treinamentos ministrados à equipe de bibliotecários e auxiliares das trinta e três bibliotecas que integram o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do RioGrande do Sul - SBU,
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4026/SNBU2002_022.pdf
22b11da032f8ee83fe73c1b2dc4dbaf0
PDF Text
Text
SISTEMA DIGITOMBO – Solução para controle patrimonial integrada ao
sistema de automação de bibliotecas da Rede Sirius – Rede de Bibliotecas
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Boris Flegr – sbflegr@uerj.br
Luiz Antonio Alves de Oliveira – luiz.alves@iname.com
Rosane Lopes Machado – rosane@uerj.br
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
Rede Sirius – Rede de Bibliotecas UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524 – 1º andar – Bloco B – sala 1028
Maracanã – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
CEP20550-900
Resumo
O trabalho apresenta o Sistema DigiTombo como solução para problema encontrado no
processo de automação dos procedimentos das bibliotecas da Rede Sirius – Rede de
Bibliotecas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Embora a Rede Sirius tenha
adquirido o Sistema VTLS de Automação de Bibliotecas, este não contempla os
procedimentos legais relativos ao controle patrimonial a que o material bibliográfico está
submetido. Por outro lado, para administrar o seu patrimônio, a UERJ utiliza o Sistema SABM
– Sistema de Administração de Bens Móveis, o que faz com que a biblioteca tenha que utilizar
dois sistemas para cadastrar um material bibliográfico. Isto prejudica a agilização dos
procedimentos pretendida com a automação, e ainda possibilita que a mesma informação seja
inserida diferentemente em cada um deles. O Sistema DigiTombo foi desenvolvido sem custos
para a Universidade e alcançou os objetivos de unificar o procedimento de cadastramento de
material bibliográfico e manter os dois sistemas sincronizados, de modo a assegurar a
confiabilidade das informações.
Palavras-chave: Sistema de automação de bibliotecas; Controle patrimonial de material
bibliográfico.
�2
Introdução
A Universidade do Rio de Janeiro, atualmente Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), constituída a partir da junção de 4 (quatro) faculdades isoladas, cria, em 1961, a
Biblioteca Central (BC), pela Resolução 90/61 e a regulamenta pela Resolução 92/61, que
estabelece suas condições de funcionamento e administração, objetivando a criação de um
órgão central coordenador das diversas bibliotecas localizadas nas diferentes faculdades – das
quais constituiu-se a UERJ –, que até então permaneciam isoladas.
No ano de 1975, os acervos destas Faculdades começam a ser unificados mediante o processo
de centralização de acervo, que consistiu no tombamento manual do material informacional
em livros tombo, com informações sobre cada registro bibliográfico adquirido, reiniciando a
numeração a cada início de ano.
Em decorrência deste processo, instituí-se, em 1976, pelo Ato Executivo de Decisão
Administrativa – AEDA 794/76, o Catálogo Coletivo que reúne todo o acervo existente nas
bibliotecas da UERJ.
A Rede Sirius é constituída pela Diretoria – composta da Direção, Núcleo de Planejamento e
Administração (PLANAD), Núcleo de Processos Técnicos e Automação (PROTAT) e Núcleo
de Memória, Informação e Documentação (MID), 2 (duas) Seções de apoio administrativo e
21 (vinte e uma) bibliotecas. Destas, 12 (doze) estão localizadas no campus Maracanã, 5
(cinco) na cidade do Rio de Janeiro e 4 (quatro) em outros municípios do Estado do Rio de
Janeiro. Tem como responsabilidade solicitar o patrimônio de todo material informacional
adquirido pela Universidade, ou seja, deve informar ao Departamento de Patrimônio da UERJ
(DEPAT/UERJ) toda aquisição, transferência e descarte deste material.
Em 1996 é criado o Grupo de Trabalho de Informatização do Sistema de Bibliotecas, com a
finalidade de estudar e analisar soluções relativas à automação das bibliotecas da UERJ; o
�3
projeto elaborado pelo GT culmina na aquisição, em dezembro de 1998, do Sistema de
Automação de Bibliotecas – Solução VTLS, desenvolvido de forma modular. Entretanto o
módulo que contempla as funções de aquisição de material informacional não é adquirido por
não corresponder à realidade das instituições públicas brasileiras, que seguem normas
específicas determinadas pelos Tribunais de Contas do país.
Sistema de Automação de Bibliotecas – VTLS
O VTLS (Virginia Tech Library System) é um sistema para automação de serviços de
bibliotecas, desenvolvido pela empresa americana VTLS Inc e destina-se a auxiliar nas tarefas
de processamento técnico de materiais bibliográficos para que estes estejam disponíveis para
consulta. Para isso mantém base de dados bibliográficos atualizada e permite a utilização do
padrão internacional para representação de dados, o formato MARC (Machine Readable
Cataloging standard). Além disso, disponibiliza a base de dados para consulta por qualquer
computador na rede da instituição pelo módulo OPAC (Online Public Access Catalog) ou em
qualquer computador conectado à Internet pelo aplicativo Web Gateway e gerencia a
movimentação de circulação do material informacional, gerando diversos dados para a
emissão de estatísticas.
O sistema é executado em máquina com sistema operacional UNIX e utiliza o ORACLE como
sistema gerenciador de banco de dados. Para interagir com o VTLS, é necessário iniciar o
programa cliente EasyPAC que disponibiliza uma interface amigável. A comunicação
cliente/servidor ocorre através de uma conexão telnet e por isso a comunicação é feita sempre
em modo texto. Numa linha específica da tela são digitadas informações requisitadas pelo
sistema ou comandos, que são conjuntos de letras precedidos por barra, cujos resultados são
visualizados na parte da tela denominada Área de trabalho. Na figura 1 é apresentada uma das
diversas telas do sistema.
�4
Figura 1: Tela do sistema VTLS
O VTLS, por ser um produto americano, não prevê um controle sobre os exemplares de
material informacional de acordo com o disposto pela legislação brasileira, pois por ser um
sistema específico para bibliotecas, a sua maior preocupação é com as informações
bibliográficas que serão disponibilizadas para consulta. O controle de exemplares serve apenas
para permitir a circulação pelos usuários.
�5
Controle patrimonial
O DEPAT é o órgão responsável pelo gerenciamento do patrimônio, ou seja, dos bens da
universidade junto ao Tribunal de Contas do Estado. Cabe a ele planejar as atividades de
patrimônio, promover o emplaquetamento dos bens, manter a sua documentação atualizada ,
bem como controlar a sua movimentação. O material bibliográfico é considerado como bem
patrimonial relacionado – bens que, pela sua configuração física, não são passíveis de receber
plaqueta de patrimônio, sendo então apenas catalogados e numerados. Existem procedimentos
específicos e obrigatórios para a movimentação dos bens e os processos de aquisição e baixa
são os instrumentos formais para a incorporação e desincorporação de um bem em relação ao
patrimônio da universidade.
Sistema de Administração de Bens Móveis (SABM)
Para controlar a movimentação dos bens no âmbito da universidade foi desenvolvido pela
Diretoria de Informática da UERJ (DINFO/UERJ) em conjunto com o DEPAT, o Sistema de
Administração de Bens Móveis (SABM) com a finalidade de auxiliar o gerenciamento do
patrimônio da universidade, facilitando o controle das incorporações e desincorporações de
bens móveis. Este sistema utiliza a arquitetura cliente/servidor, sendo que o programa servidor
é executado em uma máquina da DINFO e os programas clientes do sistema podem ser
instalados em qualquer máquina, acessando o servidor pela rede.
Descrição do problema
A questão principal do trabalho está no fato de que um dado exemplar necessita ser inserido
no SABM, pelos motivos anteriormente mencionados, e também precisa ser cadastrado no
VTLS, para permitir a circulação do mesmo. Entretanto, cada um destes sistemas trata esta
mesma entidade de forma diferente: o bem móvel para o SABM e o item para o VTLS, o que
implica na necessidade de introdução da mesma informação em cada um dos sistemas o que
gera duplicação do trabalho de digitação e uma provável fonte de inconsistências.
�6
Além disso, é importante considerar que não é possível modificar o sistema VTLS ou os
procedimentos de tombamento.
Características da solução
A solução proposta deveria apresentar como requisitos básicos a sincronização dos sistemas
VTLS e SABM através da utilização de uma interface única e simples para entrada dos dados
de patrimônio, evitando duplicação de digitação e inconsistência dos dados.
Metodologia
Diversas possíveis soluções foram elaboradas, e analisadas segundo os critérios de interface,
impacto na rede, facilidade de manutenção e compatibilidade.
Dessa forma, a solução que melhor atendeu a estes critérios foi a chamada Servidor de
Tombamento, cujo esquema é apresentado na figura 2.
Servidor UNIX
Cliente PC
VTLS
Cliente do VTLS (EASYPAC)
telnet
telnet
Servidor PC
DigiTombo
Banco de Dados de
Tombamento
Cliente
Interface com
SABM
SABM
Figura 2: Solução Servidor de Tombamento
�7
O Sistema DigiTombo
Como visto na figura 2, o sistema DigiTombo funciona como uma interface entre o programa
cliente do VTLS e o próprio sistema VTLS. Qualquer comando do usuário do cliente
EasyPAC é enviado ao sistema DigiTombo, ao qual está conectado, que finalmente o passa ao
VTLS. A resposta do VTLS segue o caminho inverso. Quando o sistema DigiTombo detecta a
intenção de se realizar um tombamento ou baixa, através de comando do usuário, solicita dele
todas as informações necessárias por uma interface amigável. O sistema DigiTombo então se
encarrega de atualizar o VTLS. O administrador do sistema atualiza o SABM utilizando a
Interface com SABM, garantindo assim a consistência das informações.
Processo de tombamento
O processo é iniciado com a inclusão de um material bibliográfico no VTLS, a partir do
processamento técnico do mesmo de acordo com o AACR2 e o formato MARC, resultando na
criação de um identificador único no sistema, denominado BIB_ID para cada registro
bibliográfico processado.
Cada novo exemplar do material bibliográfico é identificado no sistema como um item
daquele registro bibliográfico (BIB_ID). A partir da criação dos itens, estes estão disponíveis
para a circulação pelos usuários.
Na interface usual do VTLS, um usuário pode efetuar diversas operações sempre por meio de
comandos. O comando específico para criação de item somente pode ser dado a partir de tela
Registro Bibliográfico MARC que identifica um único registro bibliográfico (BIB_ID). Para
acessar esta tela, o usuário precisa realizar uma pesquisa informando o título, autor, assunto ou
mesmo o BIB_ID do material bibliográfico. Feito isto, pode ser dado o comando para a
inclusão do item.
�8
Após comando de inclusão de item, o sistema abre a tela Cadastramento de Item (Figura 3)
para entrada dos dados de tombamento. Ao selecionar Gravar, o exemplar estará tombado e o
item criado no VTLS.
Figura 3: Tela Cadastramento de Item
Além do formulário para cadastramento de item, outros formulários foram acrescentados para
atender a funcionalidades do sistema com o objetivo de melhorar a interface e agilizar ainda
mais os procedimentos. São eles: cadastramento de documentos, relatórios de itens de um
documento, etiquetas de código de barras, entre outros.
�9
Tecnologias Utilizadas
Delphi
Foi utilizado o ambiente de desenvolvimento de aplicações Delphi, da empresa Borland, para
a plataforma Windows. Está baseado na linguagem de programação Object Pascal e na
biblioteca de componentes VCL (Visual Component Library).
InterBase
O InterBase é um sistema gerenciador de bancos de dados relacional (ANSI SQL-92). Entre
suas características, destaca-se a vantagem de ser pequeno, fácil de instalar e utilizar, além de
requerer pouca ou nenhuma manutenção. A versão 6 do InterBase está disponível
gratuitamente com código-fonte aberto para múltiplas plataformas, incluindo Linux, MS
Windows NT e Sun Solaris. Além disso, o InterBase oferece uma boa performance, otimiza o
uso de recursos do sistema e permite a utilização por um grande número de usuários.
Oferece conjunto de componentes para Delphi, com código fonte aberto, que implementam
suporte nativo ao InterBase.
Conjunto de componentes Indy (Internet Direct)
Pacote de componentes para Delphi de código fonte aberto que implementa vários protocolos
Internet, tais como TelNet, FTP, SMTP e POP3.
Conclusão
Uma importante etapa para a automação da Rede Sirius foi concluída, que consiste na
integração dos sistemas VTLS e SABM. O trabalho permitiu o sincronismo dos dois sistemas
com relação às informações de tombamento, oferecendo uma única int erface amigável que
facilita a entrada dos dados e que assiste o bibliotecário no tombamento do material
informacional.
�10
O Sistema DigiTombo possui as informações necessárias para estabelecer o sincronismo entre
os sistemas VTLS e SABM e tem a função de estabelecer uma relação entre um item do
VTLS, um registro bibliográfico também do VTLS e um número de patrimônio do SABM.
Como benefícios do sistema podemos citar a sincronização dos sistemas, minimização do
tempo para disponibilização do material informacional aos usuários das bibliotecas,
atualização online do SABM e a agilização nos despachos de processos administrativos e
prestação de contas, de acordo com as exigências referentes ao patrimônio da Universidade.
Abstracts
The work presents the DigiTombo System as a solution to a problem found in the automation
process of Rede Sirius’ procedures. However, although Rede Sirius – Rede de Bibliotecas of
the University of State of the Rio de Janeiro – has acquired the VTLS library’s automation
system, it doesn’t contemplate the legal procedures related to the control of the university
patrimony to which the bibliographic material is submitted. Otherwise, to manage its
patrimony, UERJ utilizes the SABM system – Management of Movable Property System. For
this reason, Rede Sirius has to use two systems to register the bibliographic material, what
impairs the procedures aimed through the automation, and, besides enables the same
information to be inserted in two different ways, in each system. The DigiTombo system was
developed, by administrative personnel of the Núcleo de Processos Técnicos e Automação,
without costs to the University, and has reached the aims of unifying the procedure to register
of the bibliographic material and of keeping the two systems synchronized, as a way to assure
the reliability of the information.
Keywords: Library automation system; control of patrimony of bibliographic material.
Referências Bibliográficas
FLEGR, Boris; OLIVEIRA, Luiz Antonio Alves de. Estudo para interligação dos
procedimentos de processamento técnico e tombamento de material bibliográfico das
bibliotecas da UERJ. Rio de Janeiro, 2001. 58f.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Manual de orientação de controle
de bens patrimoniais móveis. Rio de Janeiro, [1999]. 61f.
�11
_______. Ato Executivo nº 794, de 02 de abril de 1976. Dispõe sobre a organização e
atribuições da Diretoria Geral de Administração. Rio de Janeiro, 1976.
UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO. Resolução nº 90, de 25 de agosto de 1961. Dispõe
sobre a subordinação da Biblioteca Central à Reitoria. Rio de Janeiro, 1961.
_______. Resolução nº 92, de 28 de agosto de 1961. Regula as condições de funcionamento
da Biblioteca Central da Universidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1961.
VIRGINIA TECH LIBRARY SYSTEMS. Cataloging VTLS-99: release 1.0. Blacksburg,
Va., 2000. 475p.
_______. EasyPAC client interface: version 2.2. Blacksburg, Va., 2000. 125p.
_______. System management VTLS-99: release 1.0. Blacksburg, Va., 1998. 3v.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Sistema DIGITOMBO – Solução para controle patrimonial integrada ao sistema de automação de bibliotecas da Rede Sirius – Rede de Bibliotecas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Flegr, Boris
Oliveira, Luiz Antonio Alves de
Machado, Rosane Lopes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta o Sistema DigiTombo como solução para problema encontrado no processo de automação dos procedimentos das bibliotecas da Rede Sirius – Rede de Bibliotecas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Embora a Rede Sirius tenha adquirido o Sistema VTLS de Automação de Bibliotecas, este não contempla os procedimentos legais relativos ao controle patrimonial a que o material bibliográfico está submetido. Por outro lado, para administrar o seu patrimônio, a UERJ utiliza o Sistema SABM – Sistema de Administração de Bens Móveis, o que faz com que a biblioteca tenha que utilizar dois sistemas para cadastrar um material bibliográfico. Isto prejudica a agilização dos procedimentos pretendida com a automação, e ainda possibilita que a mesma informação seja inserida diferentemente em cada um deles. O sistema DigiTombo foi desenvolvido sem custos para a Universidade e alcançou os objetivos de unificar o procedimento de cadastramento de material bibliográfico e manter os dois sistemas sincronizados, de modo a assegurar a confiabilidade das informações.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4025/SNBU2002_021.pdf
a474fae659bc82e6750561c78bfc7d85
PDF Text
Text
1
FOGO, FUMAÇA E ÁGUA: COMO SE PREPARAR PARA SITUAÇÕES DE
EMERGÊNCIA
EM
BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS:
O
CASO
DA
BIBLIOTECA DA ECA.
Bárbara Júlia Menezello Leitão – bjulia@usp.br
Dulcineia Dilva Jacomini – ddj@usp.br
Universidade de São Paulo
Escola de Comunicações e Artes
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443
São Paulo – SP – Brasil
1. INTRODUÇÃO
Dificilmente uma biblioteca é lembrada como um local passível de ocorrer um desastre.
Contudo, em 2 de outubro de 2001, a notícia de um incêndio no prédio onde está instalado
o Serviço de Biblioteca e Documentação da Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo – SBD/ECA/USP, causou momentos de angústia e apreensão
na comunidade local.
Com a rápida intervenção do corpo de bombeiros o fogo localizado no segundo andar do
prédio foi controlado a tempo, mas não houve como evitar os danos provenientes do uso da
água que se infiltrou e atingiu a biblioteca.
A proposta deste texto é relatar a experiência vivida e as lições aprendidas pela equipe do
SBD/ECA durante o episódio, bem como sugerir o desenvolvimento de ações de
prevenção e gestão de desastres.
�2
2. SOBRE O SBD/ECA
O SBD/ECA foi fundado em 1970 e visa apoiar o ensino, pesquisa e extensão realizados
nos nove Departamentos da Escola.
Seu acervo é composto por livros, teses, periódicos e revistas de histórias em quadrinhos,
partituras, fitas de áudio e vídeo, slides, CD-ROM, DVD, fotografias, peças de teatro,
catálogos de exposições, em um total de aproximadamente 140.000 itens para atender uma
comunidade local composta de professores, alunos e funcionários, bem como a
comunidade externa representada por outras instituições de ensino externas à Universidade
de São Paulo.
A partir de 1997, com recursos provenientes do Programa de Apoio à Infra-Estrutura de
Bibliotecas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, o
SBD/ECA, localizado no térreo do prédio principal da Escola, teve suas instalações físicas
totalmente reformadas, com adequação para uma rede de computadores e um sistema de
detecção precoce de incêndio. Nesta reforma foi remodelada a distribuição do acervo e
implementada condições de conservação às denominadas coleções especiais.
3. RETROSPECTIVA DO DESASTRE
Um curto-circuito provocou o incêndio que começou na madrugada, no segundo andar do
prédio principal construído no início da década de 70. Nele, estavam instalados: a Diretoria
da Escola, biblioteca, tesouraria, secretarias de vários núcleos de estudo, de graduação e de
pós-graduação, além de salas de aulas com equipamentos (ilha de edição, câmeras,
computadores, televisores, vídeos, retroprojetores), auditório e salas de professores.
Parte do segundo andar onde se encontravam os Departamentos de Rádio e TV,
Comunicações e Artes, Biblioteconomia e vários núcleos de pesquisa, foi destruída.
Houve perda total do acervo pertencente ao Núcleo de Telenovelas, instalado no segundo
andar, local onde ocorreu o curto circuito. Esse acervo se constituía de revistas de foto e
�3
radionovelas dos anos 50, roteiros, fotografias, imagens de boa parte da história da
teledramaturgia brasileira. Dez anos da Revista Comunicação & Educação foram
destruídos. Além das perdas de cada docente que possuía sua sala nesse andar (documentos
pessoais, programas de aula, livros, vídeos, transparências, projetos, produção acadêmica).
Essas perdas são quase que totalmente irrecuperáveis.
Nos dias subseqüentes ao incêndio, choveu muito em São Paulo, agravando a situação de
infiltração de água no SBD, localizado no térreo de um prédio cujo telhado havia sido
danificado pelo incêndio.
4. ADMINISTRANDO O DESASTRE EM UMA BIBLIOTECA
Acordar com a notícia do incêndio foi um choque incalculável, misto da sensação de
desespero e tristeza. Assistir ao término do combate às chamas, com rolos de fumaça
saindo por todos os lados, foram momentos de expectativa nervosa, pois não se tinha a
noção da extensão do dano ao prédio e quanto a biblioteca havia sido atingida.
A mesma sensação de perda e desolação acometida sobre a equipe do SBD, era percebida
em todos os funcionários da ECA que trabalhavam no prédio principal. O sentimento era
de perda de referencial.
Em ocasiões desta natureza, sempre temos notícia de atos corajosos por parte de algumas
pessoas. Desta vez não foi diferente. Por sorte, enquanto os bombeiros entravam com suas
mangueiras pela biblioteca para poder controlar o foco do incêndio no segundo andar, o
Diretor de Serviços Gerais da ECA, entrou junto e conseguiu retirar do balcão de
atendimento, instalado logo na entrada, equipamentos, fichas do empréstimo e algum
material bibliográfico.
Felizmente, o sistema de detecção de incêndio, instalado durante a reforma nas instalações
do SBD, funcionou bem. A infiltração da fumaça oriunda do foco principal do incêndio no
andar superior provocou o disparo do alarme em uma das alas da biblioteca, fazendo com
que os bombeiros se dirigissem para verificar se havia propagação do incêndio.
�4
Quando, enfim, foi liberada pelos bombeiros a entrada na biblioteca, a situação era de
grande desolação. Juntamente com um professor do Departamento de Biblioteconomia e
dois funcionários do SBD/ECA, pode-se verificar que apesar do fogo não ter atingido a
biblioteca, havia água por toda parte.
Neste primeiro momento, não era possível avaliar a condição do acervo, pois ainda havia
muita água caindo do teto, mas mesmo assim, iniciou-se a retirada do material
bibliográfico e dos equipamentos localizados nas áreas mais atingidas.
Em seguida, por recomendação do capitão dos bombeiros, este serviço foi interrompido,
pois havia dúvidas quanto à estrutura do prédio. Com a permissão e acompanhamento do
mesmo, pode-se retirar apenas o backup do sistema no qual estavam armazenadas todas as
bases de dados do SBD. Outros bombeiros ajudaram a cobrir uma parte do acervo onde era
visível o escoamento da água pelo teto. Em seguida o prédio foi interditado.
Sem poder avaliar quanto do acervo havia sido atingido e por quanto tempo o SBD ficaria
interditado, as preocupações da equipe aumentaram. A maior preocupação relacionava-se
aos acervos climatizados: coleções especiais (periódicos), histórias em quadrinhos, filmes
em rolo, vídeo, slides e fotografias, suportes frágeis que sofrem mais com as alterações de
umidade e calor. O acervo de filmes em rolo representa uma parte da memória do cinema
nacional. Com a energia elétrica cortada, o ar condicionado não funcionava e não se sabia
se a água havia entrado nas salas que acomodam esse material.
Ainda desnorteados pelo choque, começou-se no dia seguinte, a buscar alternativas para
enfrentar a situação. Nesse momento, encontrar um local para reunir a equipe era vital,
permitindo dessa forma, transmitir as informações sobre as decisões tomadas e ações
necessárias.
Este local teve a função fundamental de servir como ponto de referência para manter a
equipe coesa, já que o nível de estresse em uma situação desse tipo é elevado. O cansaço
físico e mental é forte e os gerentes devem estar atentos para administrar esse desgaste no
moral da equipe.
�5
O Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade (SBD/FEA), solidariamente, cedeu para a equipe do SBD/ECA, o Centro
Interativo de Ensino e Pesquisa, dotado de equipamentos ligados à rede USP,
possibilitando a manutenção do contato com o Sistema de Bibliotecas da USP e com os
usuários de uma forma geral, que buscavam informações sobre o ocorrido.
Dias depois, enquanto se aguardava o laudo de liberação do prédio, foi permitida a entrada,
de uma pessoa de cada setor da Escola, para avaliação dos danos. Verificou-se, então, que
as salas climatizadas estavam em ordem e a parte mais atingia da Biblioteca foi a seção de
referência. Entretanto, havia muita água no chão.
O tempo liberado para essa avaliação foi mínimo. A única ação possível foi a de abrir as
janelas para melhorar a circulação do ar e para diminuir a umidade. A desinterdição total
ainda demoraria alguns dias.
A constatação que apenas uma pequena parte do acervo havia sido atingida, trouxe alívio
para a equipe do SBD.
Com a necessidade de um local que servisse como quartel general, a equipe do SBD/ECA
ficou provisoriamente acomodada junto com a equipe do Sistema Integrado de Bibliotecas
da USP (SIBi/USP), cujas instalações ficam no prédio ao lado da ECA. Informações sobre
a situação do SBD/ECA eram disponibilizadas no site do SIBi.
Neste local, a equipe do SBD teve disponível uma infra-estrutura mínima para poder
realizar os contatos necessários com a Direção da ECA, especialistas em conservação,
empresas fornecedoras do mobiliário, equipamentos de informática, rede e a construtora
responsável pela reforma.
A partir desses especialistas e fornecedores elaborou-se um plano de ação, para quando o
prédio fosse liberado.
�6
5. O PLANO DE AÇÃO COLOCADO EM PRÁTICA
Quando a liberação de entrada na biblioteca foi definitiva, o plano de ação teve início.
Nesse momento o trabalho em equipe foi de suma importância. As responsabilidades e
ações para a reconstrução do ambiente foram divididas entre todos os funcionários.
Como primeiro item do plano constava a avaliação minuciosa do acervo e dos
equipamentos, pois o prédio tinha sofrido um aquecimento e resfriamento bruscos. Além
disso, a infiltração e a conseqüente evaporação da água dentro da biblioteca aumentaram o
nível da umidade no ambiente.
A equipe, então, se revezou em examinar todas as estantes, equipamentos e mobiliário do
SBD.
Em seguida, tomou-se a iniciativa de cobrir todo o acervo com um plástico transparente,
para criar uma proteção contra a infiltração da água que, acumulada no piso dos andares
superiores e nas juntas de dilatação, teimava em escorrer para dentro do SBD. Faz-se
necessário observar que não se podia prever onde e quando a água iria se infiltrar na
biblioteca. Desta forma, a queda de água continuou por um bom tempo, com vazamentos
novos surgindo a cada dia.
A insegurança quanto às possíveis infiltrações deixava todos os membros da equipe do
SBD em estado de alerta. Desta forma, um dos funcionários percebeu um vazamento na
sala de coleções especiais, a tempo de se criar uma barreira com jornais e impedir que a
água atingisse as estantes.
A etapa seguinte se referia à limpeza geral. Então, alguns funcionários começaram por
auxiliar na retirada da água acumulada no piso e em cima de alguns móveis, enquanto
outros auxiliavam o funcionário responsável pela conservação a secar os livros atingidos
pela água.
�7
Ouvir idéias, trabalhar em conjunto foi muito importante nessa ocasião. Um professor, por
exemplo, sugeriu que se criasse reservatórios com lona plástica (mais resistente) e jornais,
para armazenar a água nos locais conhecidos nos quais a água fluía com mais constância e
volume.
A fase final do plano consistia em tentar recriar o dia a dia do SBD antes do incêndio. O
grupo de funcionários responsável pelo atendimento se ocupou com a parte operacional,
retomando o material bibliográfico devolvido no SBD/FEA e buscando soluções práticas
para recomeçar os serviços aos usuários.
Os funcionários do processamento técnico tiveram um retorno mais tranqüilo, pois esta ala
quase não foi atingida.
Graças ao apoio recebido da Direção da Escola e da Comissão de Biblioteca, ao espírito de
equipe dos funcionários do SBD, e à solidariedade de Unidades USP e outras Instituições,
a biblioteca pode reabrir ao público poucos dias depois do incêndio, ainda sob cuidados
preventivos.
Situações novas surgiam a cada momento e exigiam ações rápidas. Esse é um momento em
que toda a equipe deve estar preparada para agir.
Uma dessas situações aconteceu quando começou a retirada do material queimado no
andar superior à biblioteca. O manuseio do material resultante da queima de madeira,
plástico, papel, etc., começou a espalhar uma grossa fuligem na biblioteca. O acervo estava
coberto, mas exigiu um plantão permanente do pessoal de limpeza.
O ditado que uma desgraça nunca vem só se confirmou no SBD. Nessa ocasião aconteceu
uma invasão de cupins, que escolheram a biblioteca como moradia. Foi necessário uma
descupinização em regime de urgência para evitar a propagação.
O papel solidário de alguns setores da ECA, de outros órgãos da USP e das empresas
parceiras e fornecedoras do SBD foi de fundamental importância para a restauração da
�8
ordem e execução do plano de ação. A contribuição interna de funcionários de outros
departamentos ajudaram nas atividades de limpeza e reorganização. A externa, com o
fornecimento de equipamentos e orientações preciosas. É Importante destacar, dentre
todos, o Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB), a Cinemateca Brasileira e a
Biblioteca Nacional.
O apoio e a orientação daqueles que atuam diretamente na área de conservação, foi
imprescindível. O IEB, por exemplo, nos enviou aparelhos para aferição da umidade e
temperatura nos ambientes da biblioteca; a bibliotecária responsável pela conservação no
Museu de Zoologia da USP avaliou e orientou com relação ao nível de umidade; uma
especialista vinda da Biblioteca Nacional analisou o ambiente todo e realizou um laudo.
Este laudo teve a função de documento para respaldo quanto à justificativas futuras para
obtenção de verbas.
Com o passar do tempo a situação foi se normalizando, os plásticos de proteção retirados,
os reservatórios desmontados e o dia a dia no SBD voltou ao normal, com o burburinho
comum dos usuários entrando e saindo.
O controle de temperatura e umidade continuaram a ser realizados até que as mesmas se
estabilizaram.
Apesar da crise vivida pela equipe do SBD, esta situação teve o seu lado positivo. As
manifestações de preocupação e carinho recebidos trouxeram um grande conforto à equipe
e mostraram o forte elo da biblioteca com a sua comunidade acadêmica.
6. SUGESTÕES CONCLUSIVAS
Um incêndio é uma situação inesperada, que pega a todos de surpresa. Entretanto, não se
deve estar despreparado para enfrentá -lo. Um estado de alerta permanente e algumas ações
preventivas amenizam a catástrofe.
�9
Isso vale como um alerta a todos que atuam em bibliotecas. Algumas das lições que
ficaram:
•
Bibliotecas são passíveis de acidentes e catástrofes;
•
As plantas da biblioteca devem estar atualizadas e guardadas em local resistente à ação
do fogo;
•
Todas as saídas de emergência da biblioteca devem estar sinalizadas e com o acesso
livre;
•
As ações preventivas contra incêndio, recomendadas pelos bombeiros, devem ser
seguidas à risca;
•
Se não houver na Unidade, a própria biblioteca deve constituir a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes – CIPA;
•
É dever desta comissão, entre outros, a avaliação quanto a validade e a recarga de
extintores próprios para o ambiente de biblioteca; revisão da carga elétrica e o controle
quanto a sinalização e o acesso das saídas de emergência;
•
O aviso “proibido fumar” deve estar presente em todos os ambientes da biblioteca, e a
responsabilidade pelo seu cumprimento é de todos os funcionários;
•
É imprescindível a guarda de cópias backup de todas as bases de dados da biblioteca
em lugar seguro, resistente ao fogo;
•
Se possível, uma segunda cópia do backup deve ser armazenada fora da biblioteca;
•
É aconselhável a instalação de um sistema de detecção de fumaça;
�10
•
Deve haver uma lista atualizada com endereço e telefone de todos os membros da
equipe de trabalho;
•
Deve-se manter um cadastro atualizado referente a pessoas que possam fornecer algum
tipo de auxílio em caso de calamidades como inundações, incêndios, etc.;
•
Trabalho em equipe é fundamental. Ouvir sugestões/opiniões em momentos de tensão
pode ajudar muito;
•
Nem sempre o responsável pela biblioteca é a pessoa mais indicada para lidar com
situações de emergência desse porte. Selecione dois membros da equipe que devem ser
orientados a atender em uma situação como essa;
•
A documentação fotográfica é muito importante. Fotos dos ambientes, mobiliários e
equipamentos, auxiliarão tanto no caso de perícia, como justificar o pedido de verbas
para reposição material;
•
Jornais são ferramentas importantes no combate a água;
•
Ao gerente deve ficar claro que esse é um momento em que cada membro de sua
equipe reagirá de forma diferente. Não exija mais do que cada um pode suportar. Lidar
com a perda é um processo difícil, inclusive o próprio gerente deve aprender a respeitar
seu limite de estresse;
•
Ter sempre em mente que com o trabalho em conjunto é possível reconstruir, por pior
que seja a perda.
Cabe ao gerente não permitir que a equipe fique sem estímulo, o que não é fácil, pois em
alguns momentos um profundo sentimento de tristeza abate a todos, principalmente quando
é preciso repetir processos, retirada de água, por exemplo.
�11
Finalmente, a paciência e a perseverança são qualidades básicas para enfrentar os
imprevistos decorrentes das situações de calamidade, pois os problemas não se resolvem
com a precisão e momento desejados.
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
EDEN, P; MATTHEWS, G. Disaster management in libraries. Facilities, v.15, n.1/2, p.4250, jan./feb. 1997.
VRIEND, A. Creating guidelines for disaster planning. Art Libraries Journal, v.27, n.1,
p.27-30, 2002.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Fogo, fumaça e água: como se preparar para situações de emergência em bibliotecas universitárias: o caso da Biblioteca da ECA.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Leitão, Bárbara Júlia Menezello
Jacomini, Dulcneia Dilva
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A proposta deste texto é relatar a experiência vivida e as lições aprendidas pela equipe do SBD/ECA durante o episódio de incêncio no prédio, bem como sugerir o desenvolvimento de ações de prevenção e gestão de desastres.Dificilmente uma biblioteca é lembrada como um local passível de ocorrer um desastre. Com a rápida intervenção do corpo de bombeiros o fogo localizado no segundo andar do prédio foi controlado a tempo, mas não houve como evitar os danos provenientes do uso da água que se infiltrou e atingiu a biblioteca.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4024/SNBU2002_020.pdf
00d5f832342babe87e87b1a658f0bbf4
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Text
EMPREENDEDORISMO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
UM ESTUDO DO CENÁRIO PARANAENSE
Astrid Honesko1
ahonesko@uepg.br
O estudo aborda a temática do empreendedorismo como um novo modelo de gestão nas bibliotecas das universidades públicas
e privadas do Paraná. Apresenta como objetivos: a categorização acadêmica e funcional dos profissionais da informação, a
identificação de características empreendedoras nesses profissionais, a verificação do grau de conhecimento relacionado ao
tema e uma análise do ambiente das bibliotecas universitárias quanto ao desenvolvimento de habilidades empreendedoras,
utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário com questões abertas e fechadas. As conclusões apresentam
um diagnóstico do atual cenário das bibliotecas e considerações que poderão contribuir para diminuir a distância a ser
percorrida até tornarem-se unidades empreendedoras.
Palavras-chave: Empreendedorismo; Bibliotecas Universitárias.
1.INTRODUÇÃO
Iniciamos o milênio eliminando paradigmas que não mais se justificam. As modernas
teorias que orientam os programas mais avançados de formação de empreendedores apregoam que
é fundamental preparar as pessoas para aprenderem a agir e a pensar por conta própria, com
criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar seu espaço no mercado.
Neste contexto, o empreendedorismo se afigura não somente como um indutor de novos
negócios, mas também como um novo modelo de gestão que estimula a inovação usando a energia
criativa dos empregados dando a eles os recursos e a independência que eles necessitam para
inovar dentro da organização.
O empreendedorismo não é ainda uma visão muito difundida no Brasil e a área da
Biblioteconomia, que tradicionalmente não tem fins lucrativos, está sofrendo várias transformações.
A biblioteca possui papel decisivo no ensino superior, por se constituir em um dos principais
recursos de que a universidade dispõe para atingir suas finalidades. Tendo em vista que o
profissional da informação desenvolve suas atividades em ambientes que exigem mudanças em seus
1
Mestre em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela PUC-Campinas.Responsável pela Seção de Formação da Coleção
da Biblioteca Central - Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Av.Carlos Cavalcanti, 4748. CEP: 84030-900 - Ponta
Grossa - PR.- Brasil
�2
papéis tradicionais, algumas atenções são exigidas. Acredita-se na necessidade de aperfeiçoar suas
habilidades e transformá-lo em um profissional empreendedor e inovador, preparando-o para este
novo e recente paradigma que o manterá competitivo no futuro.
Dessa forma, por que não apoiar as pessoas com coragem, pensamento inovativo e
dispostas a realizar e assumir riscos dentro das organizações? Por que não identificar, cultivar,
apoiar e encorajar profissionais criativos e inovadores? Torna -se então necessário o estabelecimento
de uma política nas organizações para delegar autoridade, encorajar e facilitar a obtenção de
inovação criativa e sucesso aplicando o conceito de entrepreneurship na biblioteca.
O objetivo deste trabalho é mostrar a situação das bibliotecas universitárias quanto a
adoção e importância dos princípios do empreendedorismo. Sendo assim, essa investigação parte
do pressuposto que é possível e necessário em Biblioteconomia e Ciência da Informação
desenvolver referenciais teóricos que dêem conta de auxiliar na gestão dos serviços de informação,
contribuindo para a melhoria do desempenho do sistema de informação como um todo.
A gestão empreendedora com ênfase na inovação e criatividade, se adotada pelas
bibliotecas, provavelmente proporcionará a possibilidade da abertura de novos caminhos e
oportunidades para que os gestores tenham uma ampla visão dos objetivos corporativos e
compreensão do propósito das atividades e dos serviços que a biblioteca oferece, tornando-os
diferenciados e relevantes. A efetivação de mudanças nesse sentido sinaliza a possibilidade de
prover os usuários com o que lhes falta, antecipando dessa forma suas necessidades e superando
suas expectativas.
Se a evolução do mercado caminha para esse tipo de papel (empreendedor), quer seja na
criação do próprio negócio de informação ou na gestão de uma biblioteca, questiona-se: os
profissionais da informação atuantes nas bibliotecas estão acompanhando essa evolução, têm
consciência da importância dessa nova forma de gestão e da criação de um ambiente que a
proporcione, fortalecendo as bibliotecas em seu papel primordial de apoio ao ensino e à pesquisa
junto à sociedade?
�3
2. REVISANDO A TEORIA DO EMPREENDEDORISMO
O termo entrepreneurship, aqui entendido como empreendedorismo, existe desde os
primórdios de nossa história. É um campo recente de estudos na Ciência da Administração, tem
cerca de duas décadas, ainda que a definição, em te rmos acadêmicos, tenha quase duzentos anos.
Contribui para o crescimento econômico da sociedade, aumenta a produtividade, cria novas
tecnologias, produtos e serviços.
O desenvolvimento dos empreendedores parte do princípio de que os seres humanos são
dotados de uma necessidade de criar algo que jamais existiu, ou melhorar o que não funciona bem,
podendo tais criações tornarem-se ou não lucrativas. Isso significa fazer coisas novas ou
desenvolver maneiras novas e diferentes de fazer as coisas. A atividade de empreender é
representada principalmente pela identificação e aproveitamento constante de novas oportunidades.
É através de uma idéia que se visualiza uma oportunidade. E as oportunidades decorrem das
mudanças.
Apesar de popularizado através da importação do inglês, o empreendedorismo é derivado
da palavra entrepreneur, de origem francesa, usada no século XII para designar “aquele que
incentivava brigas”. A primeira definição formal da área surgiu por volta de 1730 a partir das idéias
de Cantillon, que via o empreendedor como aquele que comprava matéria prima por um preço certo
para revendê-la por um preço indefinido, obtendo seu lucro. Um século mais tarde, Jean-Baptiste
Say cunhou o termo entrepreneur, conferindo-lhe o papel de transferir recursos econômicos de um
setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento, ou seja, aquele “indivíduo que, na sua
busca pelo êxito perturba e desorganiza o status quo do sistema econômico” (PEREIRA,
1995, p.12). Segundo Araújo (1988) e Silva (1996), Say pode ser considerado o pai do que hoje
se chama de empreendedorismo.
Porém, somente no século XX, o economista Joseph Schumpeter consolidou o conceito
dessa disciplina associando o empreendedorismo à inovação. Atualmente a definição mais
abrangente encontrada na literatura é de Filion (1999, p.19), que afirma que o empreendedor “é
uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. Apesar do aumento de pesquisas sobre o
tema, Filion (2000) conclui que ainda não se estabeleceu um perfil aplicável à área de negócios que
pudesse identificar os empreendedores em potencial. Porém, o autor identificou na literatura
�4
características comuns que os fazem ser bem-sucedidos ou se destacarem. Ele salienta que o
empreendedorismo pode ser ensinado, sob condições diferentes daquelas propostas pelo ensino
tradicional, cujo enfoque é a formação de gerentes. Para o autor, o verdadeiro ambiente do aluno
empreendedor é o próprio mercado.
O que diferencia o empreendedor do empresário são as motivações para criar algo novo.
O empresário visa essencialmente o lucro, já o empreendedor encara o lucro como conseqüência de
uma necessidade identificada de consumo.
Atualmente, a literatura tem dado um novo enfoque ao campo de estudo do
empreendedorismo, surgindo as concepções de intrapreneur, termo cunhado por Pinchot III
(1989) para significar empreendedor interno. O entrepreneurship (empreendedorismo interno) é
um sistema revolucionário para promover inovações dentro das organizações. Isso porque motiva os
empreendedores internos a satisfazerem uma necessidade pessoal de realização, normalmente
através da criação de novos produtos e serviços que tenham significado para eles, assim como para
o mercado.
Qualquer pessoa pode ser inovadora e a maioria dos produtos inovadores foi criado por
indivíduos que só queriam achar uma maneira mais prática de resolver um problema ou transformar
a própria vida e a vida dos outros. O grande desafio empresarial é a mudança de paradigmas,
propiciando uma nova estrutura que ofereça as pessoas a oportunidade para agir, o que, fatalmente
exige um ambiente criativo.
2.1 Empreendedorismo na Área da Informação
O conceito de entrepreneurship foi incorporado à literatura da área de serviços de
informação, por volta da década de 80. Após, foram aparecendo estudos com alguma regularidade
na literatura técnica da área, representado, principalmente pelas idéias de White, Riggs, Cottam e
Dumont. Para Cottam (1989, p.523), a instituição biblioteca precisa de gestores empreendedores,
equipe de sonhadores, pessoas para quebrar a tradição e agir no desenvolvimento de novos papéis
e responsabilidades.
Marchiori (1996, p.31) admite a importância do empreendedorismo, quando diz que
“[...] o bibliotecário não deve ser mais um obscuro num canto de quatro paredes, mas um
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empreendedor e amante da visibilidade [...]”
Wormell (1999, p.11) recomenda que para responder as demandas crescentes de uma
parte dinâmica da sociedade “é necessário ter agilidade, flexibilidade e espírito empreendedor
no campo da informação, principalmente aqueles profissionais que atuam no setor público”.
Tarapanoff (1999, p.28) compartilha da visão dos outros autores ao dizer que cabe ao
novo profissional bibliotecário ser: “inovador, criativo, líder, negociador, empresário,
especialista na busca diante da explosão da informação e especialista em redes”.
A notar pelas opiniões dos autores, acredita-se que o empreendedorismo tem lugar nas
bibliotecas, mas salienta-se que de nada adianta se não for amparado por uma cultura que considere
novas estratégias organizacionais adaptadas à missão da biblioteca. Entretanto, dado à sua natureza
específica, pode-se afirmar que o empreendedorismo nas bibliotecas é desenvolvido e praticado
diferentemente no tocante à estrutura, contexto administrativo, tipos de riscos e recompensas.
O entrepreneurship como ponto de partida para a inovação não é incumbência exclusiva
daquele que cria ou gerencia uma empresa. Pode estar presente nas organizações com ou sem fins
lucrativos e não está ligado somente a criação de novos produtos e serviços auferindo lucros
financeiros. Na área da informação, além da prestação de serviços pelos profissionais autônomos,
que visam lucro financeiro, numa unidade que existe para suprir a informação para clientes definidos
a linha de lucro é raramente financeira. O resultado é entendido, primeiramente, como a satisfação
dos clientes em verem suas necessidades antecipadas e atendidas (ST CLAIR, 1995, p.29).
Sob o ponto de vista de Cottam (1989, p.523) algumas características do espírito
empreendedor em bibliotecas incluem permissão para que os funcionários sejam estimulados a
correr riscos calculados enquanto se dedicam a idéias e produtos inovadores, colaboração e apoio
administrativo na resolução de problemas e trabalhar dentro das limitações burocráticas para
superar obstáculos assumindo responsabilidades por uma iniciativa pessoal. St Clair (1995, p.29,
102) complementa que a gestão empreendedora de uma biblioteca que assume riscos centraliza o
foco no cliente, encoraja a educação continuada, tem forte compromisso com a equipe e respeita as
metas de cada indivíduo. Não descarta também a possibilidade do estabelecimento de valores nas
transações da informação.
�6
Para St Clair (1995), barreiras como burocracia organizacional, restrições orçamentárias,
política organizacional ou departamental podem interferir nos processos de implementação de
mudanças. O autor aborda que na informação empreendedora mensura-se o sucesso de acordo
com os resultados, e isto é a tomada de riscos. O risco moderado é o fornecimento ou não de um
serviço ou produto que agrade o cliente. Cada cliente quer ser tratado como único. E neste
tratamento personalizado está o segredo do sucesso de um negócio ou serviço.
Se o papel do empreendedor é utilizar a inovação para introduzir mudanças em sua
unidade ou organização, então os gerentes precisam estar cientes da necessidade da existência de
empreendedores. Figueiredo (1989, p.93) salienta que “não havendo inovação, os bibliotecários
poderão tornar-se apenas guardiões do tesouro que pode se tornar obsoleto pelos serviços
alternativos já existentes”.
3. MÉTODO
A pesquisa é de natureza exploratória/descritiva, uma vez que procura explorar e descrever
o fenômeno do empreendedorismo em uma realidade observável, sendo esta as bibliotecas das
universidades do Paraná.
3.1 População/Amostra
Para a definição da população alvo do estudo realizou-se um levantamento preliminar do
número de profissionais com função de responsabilidade nas bibliotecas e /ou
sistema de
bibliotecas das dez universidades públicas e privadas paranaenses. Não foram consideradas como
parte deste estudo as faculdades isoladas do Paraná. A amostra é do tipo não-probabilística,
acidental, sendo determinada de acordo com o índice de retorno dos questionários, que foi de 57
para um total de 80 questionários distribuídos, perfazendo uma amostra de 71,25%.
3.2 Instrumento de Coleta de Dados
Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário do tipo estruturado
dividido em quatro partes:
Parte 1 - caracterização do profissional da informação;
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Parte 2 - Identificação de características pessoais comuns aos empreendedores de
sucesso nos profissionais pesquisados. Utiliza como parâmetro as dez características usadas pelo
Programa Empretec do SEBRAE (2000) para treinamento de empreendedores;
Parte 3 - Investiga a opinião dos respondentes sobre o empreendedorismo de uma forma
geral e no ambiente das bibliotecas, se ele é considerado importante como forma de gestão e, ainda,
o que os respondente s entendem por ação empreendedora em suas bibliotecas;
Parte 4 - Investiga o ambiente de trabalho dos respondentes e o que eles consideram
como essencial e como barreira à implantação do empreendedorismo.
3.3 Tabulação de Dados
Os dados coletados foram tabulados
utilizando-se procedimentos estatísticos do
aplicativo MS Excel 7.0, e refletem os resultados consolidados em março/abril 2001. Nas partes
um e quatro as alternativas já constavam do questionário de modo estruturado e os resultados foram
tratados por intermédio de freqüências e porcentagens. Na parte três, as questões abertas, com
respostas livres foram categorizadas e os resultados foram, também, tratados pela freqüência e
porcentagens. Por fim, na parte dois os resultados das questões fechadas foram tratados por
intermédio das médias ponderadas conforme as freqüências das respostas para cada uma das
alternativas e o respectivo peso atribuído. Para tanto, foi usada uma escala tipo Likert, composta
por sete níveis.
A média ponderada foi calculada estabelecendo-se pesos para as alternativas de nunca a
sempre. Para cada questão foram obtidas as freqüências de ocorrência de resposta para cada
alternativa que, multiplicada pelo peso que lhe foi atribuído e dividido pelo número de respondentes,
resultou na média ponderada, que representa o posicionamento do grupo com relação à
característica refletida na questão. Todas as características foram representadas por mais de uma
questão. A média geral de cada característica foi obtida pela média aritmética das médias
ponderadas de cada questão. A média aritmética final de todas as características foi obtida
somando-se a média geral de cada característica e dividindo-se pelo número de características.
Para a transformação das médias das características em percentuais foi dividida a média geral de
cada característica pelo peso máximo de 3, que equivale a 100% (conforme escala estabelecida de
(3) a (-3) para atribuir os pesos às alternativas em cada questão). Em seguida este valor foi
multiplicado por 100, obtendo-se as características em percentuais facilitando, desta forma, sua
adequação em pontos fracos e fortes.
�8
4. RESULTADOS E CONCLUSÕES
Os resultados da avaliação da situação das bibliotecas universitárias quanto à adoção e
importância dos princípios do empreendedorismo são apresentados em quatro partes:
4.1 Caracterização do Profissional da Informação
Em relação à graduação, os resultados da pesquisa mostram que dos profissionais com
função de responsabilidade, 87,70% são bacharéis em Bib lioteconomia, 5,30% são bacharéis em
Administração, 3,50% são licenciados em Pedagogia, 1,75% tem bacharelado em Ciências
Econômicas e 1,75% tem apenas o 2º Grau. Em relação à pós-graduação, encontramos 75,44%
de profissionais com especialização, 8,77% com mestrado, 15,79% não possuem pós-graduação e
o índice de
doutores é nulo. A área de formação dos especialistas
concentra-se em
Biblioteconomia com 52,64%. Segue-se Administração com 15,79%, Educação com 5,26% e
Educação a Distância com 1,75%.
Quanto ao cargo ocupado, 86% dos profissionais com função de responsabilidade nas
bibliotecas pesquisadas exerce o cargo de bibliotecário e os 14% restantes são profissionais não
bibliotecários. Quanto à natureza das unidades de informação esclarece-se que 86% dos
entrevistados pertence às instituições públicas e 14% são oriundos das instituições privadas.
4.1.1 Avaliação da Caracterização do Profissional da Informação
A pesquisa demonstra que os respondentes têm se preocupado com sua reciclagem
profissional, o que permite a estes funcionários abraçarem novas situações em ambientes em
mudanças. Haja vista o tema recente e a maioria dos profissionais não possuir a formação básica no
assunto, não se traduz em dizer que esses profissionais não possam se tornar empreendedores, já
que o empreendedorismo pode ser ensinado.
4.2 Características Empreendedoras no Âmbito Profissional
São analisadas dez características nos profissionais da informação, conforme segue:
�9
4.2.1 Busca de Oportunidade e Iniciativa
Oportunidade para Filion (1999, p.11), quase sempre consiste em ocupar um segmento que
ninguém tenha pensado em ocupar desta maneira antes. Iniciativa para Somoggi (2000, p.68) é ter a
atitude oposta àqueles que têm a chamada “síndrome de empregado”, ou seja, seguem apenas o
que é estabelecido ou resolvem só os problemas identificados.
4.2.2 Persistência
Somoggi (2000, p.67) acredita que ser persistente significa não desistir facilmente, sempre
procurar uma forma de continuar, apesar das eventuais dificuldades, fazer com que nada mude suas
idéias, acreditar realmente em seus sonhos, ser otimista, mas não perder a noção da realidade. Isto
significa não ser indiferente e acreditar no que se faz, encontrar algo na biblioteca em que acredite e
pelo qual esteja disposto a dar o máximo de si mesmo.
4.2.3 Riscos Calculados
Correr riscos calculados implica em ser moderado, avaliar as situações, não colocando tudo
a perder. Para Felippe (1997, p.1), em vez de estabelecer metas impossíveis e apostar tudo, os
empreendedores estabelecem metas que podem atingir e depois trabalham para minimizar os riscos,
desafiando-se passo a passo e buscando a melhoria contínua. Se uma organização quer ser
inovadora ela precisa ter uma maneira de assumir muitos riscos pequenos, ter muitos erros e muitos
fracassos. “Há que se buscar as surpresas, não para evitá-las, mas para entendê-las”
(PINCHOT III, 1989, p.194).
4.2.4 Exigência de Qualidade e Eficiência
Qualidade em sistemas de informação para Moresi (2000, p.21) é “ um conjunto de
propriedades a serem atendidas de modo que o sistema satisfaça as necessidades de seus
usuários”. Somoggi (2000, p.69) entende que os empreendedores são movidos por uma visão e
�10
conta que o que mais os entusiasma é fazer algo de que gostam, com uma certa obsessividade e
não exatamente para ganhar dinheiro.
4.2.5 Comprometimento
No entender de Sheedy (1996, p.129), comprometimento é não perder de vista o futuro,
não se permitir estacionar no presente pela ansiedade, medo ou insegurança. Comprometimento é a
demonstração de estar envolvido com aquilo que se considera objetivos válidos. A necessidade de
realização produz flexibilidade com as regras, não uma perda de integridade. Demonstrar saber o
que é necessário para manter a biblioteca ativa, pode levá-la a uma situação de maior crescimento e
novos mercados.
4.2.6 Busca de Informações
Refere-se à busca de informações, que significa, segundo Felippe (1997, p.12), a busca da
melhoria contínua por meio de treinamentos, cursos e o desenvolvimento de comportamentos
adequados de liderança, atendimento ao cliente, comunicação, criatividade e melhora nos
processos, levando ao grau de comprometimento desejado. É o preparo para a nova realidade.
Para Pinchot III (1989, p.9), novos conhecimentos criam a oportunidade de se fazer coisas novas
de novas maneiras, que tornam as antigas obsoletas. Por isso, o empreendedor precisa capacitarse.
4.2.7 Estabecimento de Metas
Na visão de Sheedy (1996, p.46), estabelecer metas significa pensar profundamente no que
se deseja para a sua organização e depois dirigir seu tempo e energia para consegui-lo. Pinchot III
(1989, p.40) diz que os “intrapreneurs costumam estabelecer metas auto-determinadas e
tomar a iniciativa de fazer coisas com que não lhe foram pedidas”. Uma conseqüência é que
estes se autonomeiam para suas tarefas. Para Cox (1994, p.247) quando não se pode trabalhar em
uma meta própria, pode-se dizer que existem idéias que são mortas. Arriscar-se é a palavra,
continuar trabalhando até aperfeiçoar o que os outros julgam inútil.
�11
4.2.8 Planejamento e Monitoramento Sistemáticos
Planejamento e monitoramento sistemáticos implica em antecipar situações e preparar-se
para elas, tendo capacidade de observação (DOLABELA, 1999, p.48). Tomar decisões rápidas
na ausência de dados adequados fica mais fácil quando barreiras são previstas e planejadas e,
juntamente com elas, as maneiras de contorná-las, antes de ficarem bloqueados por situações
insolúveis. Pinchot III (1989, p.60) afirma que o intrapreneur é intolerante com atrasos e procura
corrigir problemas de forma decisiva, de modo que não ocorram novamente.
4.2.9 Persuasão e Rede de Contatos
Persuasão e rede de contatos diz respeito a inspirar confiança e mostrar que as idéias
podem dar certo, usando a capacidade de argumentação. O empreendedor interno precisa de um
protetor para suas idéias, alguém mais poderoso que assuma riscos junto e o proteja. Este fator é
fundamental para o desenvolvimento de um intrapreneur (PINCHOT III, 1989).
4.2.10 Independência e Autoconfiança
Independência e autoconfiança significa acreditar muito em uma idéia e saber que ela pode
ser colocada em prática. Ser puramente racional e ter a capacidade de usar a intuição quando
necessário. St Clair (1995, p.25) enfatiza que os gestores de informação intrapreneurs, mesmo
quando apaixonados por uma idéia, são capazes de entender e reconhecer as diferenças entre o
risco calculado e uma mera aventura. São sonhadores com os pés no chão. Se julgam algo
impossível, não arriscam. Para Pinchot III (1989, p.20), “os intrapreneurs são capazes de ver
sucesso em um fracasso aparente”. De fato, é essencial para o empreendedor correr riscos e
aprender com os próprios erros.
4.2.11 Análise Global das Características Empreendedoras
Baseando-se em estudos de Mello (apud O CAMINHO, 1996), que considera como
pontos fortes as características com percentual acima de 50%, são avaliadas as atitudes e opiniões
dos respondentes revelando seus pontos fracos e fortes, conforme mostra o gráfico 1:
�12
GRÁFICO 1 - CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS (PONTOS FORTES E FRACOS) AVALIADAS EM
PERCENTUAIS NOS PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO COM FUNÇÃO DE
RESPONSABILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS PARANAENSES – MAR-ABR
2001
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Qualidade e
Oport. e
Persistência
eficiência
iniciativa (1)
Percentual
69%
64%
59%
Planejam. e
Comprometi
monit.
mento
sistemát. (2)
59%
54%
Independ. e
Estabel. de
autoconfianç
metas (3)
a (4)
25%
25%
Persuasão
Riscos
calculados
23%
13%
Características
FONTE: o autor
NOTAS: Características com percentual acima de 50% são consideradas como ponto forte.
A característica busca de informações não está representada no gráfico por não ter sido tratada com a mes ma
metodologia de Likert.
(1) Característica oportunidade e iniciativa
(2) Característica planejamento e monitoramento sistemáticos
(3) Característica estabelecimento de metas
(4) Característica independência e autoconfiança
A característica busca de informações, embora não avaliada pela escala de Likert, pode
ser considerada como ponto forte, tendo em vista que os respondentes, de forma unânime, têm
mostrado interesse em se atualizar para exercer suas funções.
A característica riscos calculados foi o ponto fraco que chamou a atenção. St Clair (1995,
p.xxiii) deixa transparecer que infelizmente bibliotecários têm a reputação de serem avessos ao risco,
entretanto alguns o fazem. Isso implica dizer, baseando-se na opinião do autor, que para fazer uma
transição bem-sucedida para novos paradigmas requer-se dos profissionais
fundamental na aproximação tradicional ao risco.
uma mudança
�13
Ainda não se chegou ao ponto de poder avaliar uma pessoa e então, com certeza, afirmar se
ela vai ou não ser bem-sucedida como empreendedora. Entretanto, pode se dizer se ela tem ou não
as características e aptidões mais comumente encontradas em entrepreneurs de sucesso, que
permite aos empreendedores em potencial e aos empreendedores de fato identificarem as
características que devem ser aperfeiçoadas para a obtenção do sucesso.
A constatação de que os profissionais pesquisados têm, no nível grupal, grau positivo
favorável fraco de empreendedorismo - possuindo certas características empreendedoras pessoais,
algumas em maior e outras em menor grau, mas nenhuma em grau desfavorável - provavelmente,
pode justificar futuros êxitos obtidos no cumprimento da missão a que as bibliotecas se propõem.
4.3 Conhecimento dos Profissionais com Relação ao Empreendedorismo
Para verificar o conhecimento em empreendedorismo sondou-se a opinião dos respondentes
com relação ao tema, o empreendedor no ambiente de bibliotecas, importância do
empreendedorismo como forma de gestão e ações empreendedoras nas bibliotecas.
4.3.1 Avaliação geral do conhecimento de empreendedorismo
Quanto ao conhecimento do tema, os pesquisados demonstram possuir um conhecimento
teórico sobre o empreendedorismo. Entendem, também, a importância de uma gestão
empreendedora para as bibliotecas, pois acreditam que os profissionais da informação devam se
atualizar e inovar para não se tornarem somente guardiões de livros, e sim verdadeiros
disseminadores da informação. Os profissionais, embora pareçam estar compreendendo as marcas
da nova cultura e do novo perfil, ainda não estão, de maneira geral, processando as ações
empreendedoras, pois as ações citadas estão ligadas de forma mais relevante a condições préestabelecidas ao avanço da tecnologia. O conhecimento teórico não implica em aplicações práticas,
tornando-se indispensável que se dê início a ações de conscientização para a necessidade de se
consolidar a cultura do empreendedorismo. Por certo, as ações empreendedoras a serem
implantadas não inventarão nada, o produto da biblioteca “a informação”, vem sendo produzid o há
anos. Entretanto, segundo Drucker (1987, p.29) ao aplicar o conceito de técnicas gerenciais e de
administração cria-se um novo mercado e um novo consumidor. Isto é o novo empreendimento.
�14
4.4 Ambiente das Bibliotecas Universitárias quanto ao Desenvolvimento das Habilidades
Empreendedoras
Analisa-se aqui a classificação do ambiente de trabalho, os fatores necessários e as barreiras
para a implantação de um ambiente empreendedor.
4.4.1 Visão Geral do Ambiente de Bibliotecas Universitárias
A realidade paranaense ainda não atingiu o marco de satisfatório, mas apenas um processo
incipiente em algumas bibliotecas pesquisadas. Sendo assim, não se pode considerar que exista nas
bibliotecas universitárias do Paraná, de maneira geral, um ambiente propício à implantação dos
princípios do empreendedorismo.
Ainda há que se incutir idéias de inovação, havendo de
culminar esse esforço na sensibilização institucional ambicionando o desenvolvimento da biblioteca e
do próprio profissional. Os resultados mostram que essa deficiência é dependente das condições
pouco favoráveis do próprio ambiente identificados pela pesquisa, porém, cada um com seus
esforços, pensando em como enfrentar barreiras possam colocar a biblioteca na sua verdadeira
posição dentro do contexto universitário.
Os respondentes parecem estar cientes da importância da gestão empreendedora nas
bibliotecas, como também do que é necessário e do que dificulta sua implantação. Estas dificuldades
não estão relacionadas diretamente ao interesse profissional, mas a certas condições que
possibilitem sua execução e favoreçam a implantação de um ambiente propício para tal gestão.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cumpre enfatizar que, na prática, os princípios do empreendedorismo estão presentes de
maneira geral no setor privado onde há competitividade, mas não se descarta a idéia de que esses
princípios possam ser implantados em organizações sem fins lucrativos. Embora o ambiente das
bibliotecas ainda não esteja totalmente preparado para a adoção desses princípios, essas exigências,
em breve, provavelmente também farão parte das bibliotecas, quer sejam elas pertencentes a
organizações públicas ou privadas.
Porém, acredita-se que todo início de processo de mudanças pode, a princípio, assustar,
mas jamais se deve descartar a possibilidade de transformar as bibliotecas em unidades
�15
empreendedoras, uma vez que tudo se inicia no modelo mental de seus gestores.
This paper is focused on the theme of entrepreneurship like a new model of management at libraries of public and private
universities from Paraná. It has the following objectives: funcional and academic categorical of information professionals, the
identification of entrepreneurship characteristics on these professionals, the verification of the degree of knowled ge related
with the theme and an analysis of the environmental of academic libraries to alow for the entrepreneur skills to develop, using
of a questionnaire for colleting data with open and closed questions. The conclusions present a diagnostic of the actual set of
the libraries and the considerations shown contribute to reduce the distance to be overcome until libraries can become
entrepreneurship units.
Key-Words: Entrepreneurship; Academic Libraries.
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�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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2002
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Português
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Recife (Pernambuco)
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A name given to the resource
Empreendedorismo em Bibliotecas Universitárias: um estudo do cenário paranaense.
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Honesko, Astrid
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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2002
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The nature or genre of the resource
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O estudo aborda a temática do empreendedorismo como um novo modelo de gestão nas bibliotecas das universidades públicas e privadas do Paraná. Apresenta como objetivos: a categorização acadêmica e funcional dos profissionais da informação, a identificação de características empreendedoras nesses profissionais, a verificação do grau de conhecimento relacionado ao tema e uma análise do ambiente das bibliotecas universitárias quanto ao desenvolvimento de habilidades empreendedoras, utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário com questões abertas e fechadas. As conclusões apresentam um diagnóstico do atual cenário das bibliotecas e considerações que poderão contribuir para diminuir a distância a ser percorrida até tornarem-se unidades empreendedoras.
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-
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CURSO DE PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE MATERIAL
BIBLIOGRÁFICO NA PENITENCIÁRIA ESTADUAL DE MARINGÁ: RELATO
DE EXPERIÊNCIA
Adélia Tomaz - UEM
Ana Maria Marquezini Alvarenga -UEM
Célia Regina da Silva -UEM
Iza Maria Cavalcanti Brito -UEM
Vera Lúcia da Silva - UEM
MARINGÁ - 2002
�2
RESUMO
Relata a experiência vivida no decorrer do Curso de Preservação e Restauração de
Materiais Bibliográficos oferecido pela Biblioteca Central da Universidade Estadual de
Maringá. Mostra a importância do trabalho como atividade de reintegração e socialização
dos detentos. Os procedimentos utilizados na realização do curso e também a contribuição
do mesmo para diminuir os problemas da conservação e restauração do acervo da BCE. Há
planejamento para que outras atividades sejam oferecidas, no sentido de diminuir o
problema da ociosidade carcerária dando a chance para uma futura profissionalização e
colocação no mercado de trabalho tão carente nesta área de pessoal especializado.
Palavras-chaves: Biblioteca – Curso de Restauração – Penitenciária
�3
1.
INTRODUÇÃO
O homem sempre teve a necessidade de deixar registrada a sua história, seus
costumes e seus conhecimentos. Para isso, desde o início da humanidade, utilizou-se no
decorrer do tempo de vários suportes como: pedra, argila, papiro, tecido, papel: nos nossos
dias, há o uso de novas tecnologias.
Mesmo com o surgimento de novas tecnologias, o papel continua sendo um dos
suportes mais importantes e utilizados pela humanidade. Segundo Martins (1996, p.242)
“o livro guarda a sua superioridade própria e venerável de veículo privilegiado.”
Infelizmente,
muitas
bibliotecas
do
mundo
inteiro,
mesmo
em
países
desenvolvidos, enfrentam grave problema para manter seus acervos: a falta de uma política
efetiva de preservação e restauração. No Brasil a realidade não é diferente, pois o crescente
aumento por consultas às coleções, vandalismo e a falta de recursos, refletem no número
alarmante de material bibliográfico danificado.
O esforço do homem para melhorar a qualidade e durabilidade do papel não tem
sido suficiente para “deter” a ação do tempo no material produzido com a celulose e a
lignina que o tornam altamente ácido e auto destrutível. O manuseio incorreto e o ambiente
inadequado no armazenamento do acervo de nossas bibliotecas tornam nosso material
bibliográfico menos durável e muito mais sujeito a danos.
A degradação dos materiais exige uma ação preventiva. A preservação é um dos
instrumentos urgentes que deve ser uma ação prioritária pelas Unidades de Informação.
Isso requer custo e planejamento para preparação, educação e conscientização dos
usuários, que, na maioria das vezes, não aprenderam a respeitar os livros como parte do
patrimônio cultural da humanidade. Com isso, torna-se grande o número de material
danificado nos acervos. Um dos fatores que dificulta a recuperação é a falta de
profissionais qualificados no Brasil.
A prática da restauração consiste em se recuperar para pleno uso um objeto,
desgastado ou deteriorado, quer pela ação do tempo, quer pela ação do próprio homem.
�4
Trata-se, portanto, de uma recuperação, de uma renovação de seus elementos ou das partes
danificadas, com a intenção de torná-lo utilizável.
Quando os materiais já apresentam algum tipo de degradação, são necessárias
ações restauradoras. Santos (1995) afirma que: “restauração é, primeiramente, a maneira de
impedir processos de deterioração que possam causar perda total de uma obra.”
“A restauração visa à preservação de documentos para a posteridade, de tal maneira que a
intervenção feita seja imperceptível no conjunto e delimitada no particular, mantendo a sua integridade,
mesmo quando comprometidos pelo descuido humano, pela ação do tempo, dos danos físicos e biológicos”.
Motta (1994, p.27).
Como já foi observado, há falta de pessoal capacitado para atuar na área de
preservação e restauração nas bibliotecas brasileiras. A realidade da Biblioteca Central da
Universidade Estadual de Maringá não é diferente. Com o aumento de cursos oferecidos
por ela e a criação de novas faculdades em Maringá e região, o número de consultas em
seu acervo cresceu substancialmente, tendo aumentado os serviços de rotina, não sobrando
tempo para que os técnicos possam se dedicar à atividade de restauração ou aos pequenos
reparos das obras.
No setor de restauração, apenas uma funcionária desempenha essa função em
horário integral, não conseguindo, assim, atender de forma satisfatória ao grande número
de materiais danificados. Apesar das ações de restauração e conservação, existindo mais de
7.000 (sete mil) obras para serem restauradas. Várias tentativas já foram feitas, visando
atenuar essa situação. Uma delas surgiu quando a chefe da Divisão Ocupacional e de
Qualificação da Penitenciária Estadual de Maringá entrou em contato com a diretoria da
Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maringá, com o objetivo de verificar se a
mesma poderia oferecer algum tipo de serviço, ou projeto que auxiliasse no programa de
recuperação dos detentos. Segundo Foucault (1982, p.131-132)
“Desde o começo a prisão devia
ser um instrumento tão aperfeiçoado quanto a escola, a caserna ou o hospital, e agir com precisão sobre os
indivíduos. O fracasso foi o próprio projeto. Desde 1920 se constata que a prisão, longe de transformar
criminosos em gente honesta, serve apenas para fabricar novos criminosos ou para afundá-los ainda mais na
criminalidade”.
Martins (1977,p.30) enfatiza: “A
prisão
torna-se,
o
grande
instrumento
de
recrutamento, e a partir do momento que alguém adentrar a ela, estará acionando todo o mecanismo que o
tornará infame; e a dela sair, pouco ou nada poderá fazer, a não ser voltar a ser delinqüente”.
�5
A proposta de reintegração do detento através do trabalho veio ao encontro com
uma das funções do bibliotecário, ou seja, de estar envolvido com as necessidades da
comunidade e participante do desenvolvimento e do progresso de seu país. Não é preciso
ser penitenciarista ou criminólogo para reconhecer que a insuficiência de trabalho, os
desajustes, a monotonia e o ócio, freqüentemente encontrados nas penitenciárias
brasileiras, somente poderão ser combatidos por meio de incentivos que dêem ao detento a
ressocialização através da profissionalização.
Desta
forma,
este
trabalho
tem
o
intuito
de
relatar
a
experiência,
o
desenvolvimento do Curso de Restauração de Material Bibliográfico, a sua contribuição
para o acervo da Biblioteca Central, bem como para os detentos da Penitenciária Estadual
de Maringá.
2.
CARACTERIZAÇÃO
DA
BIBLIOTECA
CENTRAL
DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
A Biblioteca Central da UEM tem como objetivos apoiar as unidades
universitárias e demais órgãos em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Cabe a ela, também, a missão de atender a comunidade externa, pesquisadores,
alunos das outras universidades de Maringá e região. Atende os alunos de primeiro e
segundo graus de Maringá e outras cidades vizinhas.
Foi criada em 1974, no campus universitário, inicialmente contando com um
prédio de 1.050m2. Em virtude do aumento de usuários, foram necessárias ampliações no
seu espaço físico.
Com o tempo, a universidade foi aumentando o número de seus cursos e
conseqüentemente, o seu espaço, a cada ano, torna-se insuficiente para comportar as
coleções do seu acervo geral, bem como dos próprios alunos.
Soma um acervo de 126.835 livros, 3.600 teses, 1.511 monografias e 5.179 títulos
e 206.806 fascículos de periódicos. Possui uma videoteca e sala de projeção, utilizadas
como recurso didático.
�6
O volume de consulta é expressivo. Com a grande movimentação e uso de
material bibliográfico, trazendo tipos e níveis diferentes de usuários, o acervo da biblioteca
paga um preço, sofrendo um severo desgaste.
3.
CARACTERIZAÇÃO
DA
PENITENCIÁRIA
ESTADUAL
DE
MARINGÁ
A Penitenciária Estadual de Maringá – PEM, inaugurada em 10 de abril de 1996,
funciona em regime fechado e é uma das unidades pertencentes ao Departamento
Penitenciário do Estado do Paraná. Com capacidade para 360 sentenciados, possui 170
servidores, entre agentes penitenciários, funcionários técnicos e administrativos. Sua
estrutura física compõe-se por 60 celas, galerias, guaritas, solários, refeitórios, salas de
aula, salas de atendimento técnico, cozinha, panificadora, lavanderia, consultório médico,
consultório dentário, enfermarias, enfermarias de isolamento, área íntima e pátios para
visitantes.
A segurança externa é realizada pela Polícia Militar e a interna, de
responsabilidade dos agentes penitenciários, é reforçada por portões automatizados,
quadrantes suspensos, sistemas de alarme e som (com sirenes eletrônicas), detector de
metais ( fixo e móvel), rádios transceptores, portas de segurança das celas e ouriço.
A população é formada por detentos da cadeia Pública de Maringá, das cadeias
públicas da região e oriundos de outros estabelecimentos penais com familiares na região.
Possui programas de ressocialização como o ensino de 1 º e 2 º graus, cursos
profissionalizantes e canteiros de trabalho. Conta também com serviços assistenciais
(jurídicos, clínica médica e odontológica, psicólogos, sociais, educacionais e religiosos).
Foi construída objetivando a execução do programa de interiorização dos
presídios e diminuição da população carcerária das cadeias públicas da região.
4. METODOLOGIA DO CURSO
�7
Para dar início ao projeto do Curso de Preservação e Restauração de Material
Bibliográfico na Penitenciária Estadual de Maringá, contou-se inicialmente com a
colaboração da chefe da Divisão Ocupacional e de Qualificação desta instituição, que
entrou em contato com a diretoria da Biblioteca Central da UEM. O objetivo não era
apenas recuperar os livros danificados da biblioteca mas também desenvolver, nos
participantes, a reintegração e a profissionalização dos detentos.
Foi realizada inicialmente uma visita à Penitenciária pela diretora e pela chefe de
Divisão do Acervo Geral da BCE. Para a execução do curso, solicitou-se à Diretoria de
Extensão (DEX) a concessão para a viabilização do mesmo, bem como a liberação da
verba.
Na primeira etapa, selecionaram-se cinqüenta livros e os materiais utilizados no
processo de restauração, como: cola, pincel, linha, bisturi, estilete, régua, régua metálica,
cartolina, folha de guarda, prensa, tinta esmalte, bacia plástica, sulfite, papel Kraft; agulha,
lápis, peso, tesoura, cabeceado, dobradeira de osso, morim, papel percalux, papel Paraná e
trincha.
O curso foi divulgado na Penitenciara e se inscreveram 72 internos, sendo que
destes, 12 foram selecionados. Os critérios utilizados para esta seleção incluíram o tipo de
crime, tempo da pena e habilidade manual observada em outros cursos. Os detentos foram
avaliados por uma equipe multidisciplinar (psicólogo, assistente social, segurança e
pedagoga).
O curso foi ministrado por cinco funcionárias da BCE, no período de 02 a 06 de
julho de 2001, no horário das 14h às 18h.
4.1 Processo de Desenvolvimento do Curso
1 º dia: Higienização
Procedimentos:
Os doze detentos foram orientados no processo de higienização; preparou-se o
material a ser usado neste processo, bem como especificou-se a função de cada um deles.
�8
2 º dia : Conserto De Livros De Folhas Soltas
Procedimentos:
Separou-se a capa do miolo, soltando folha por folha e com o bisturi retirou-se o
excesso de cola. As páginas foram ordenadas, respeitando-se sua numeração.
Posteriormente, o livro foi colocado na prensa. Retirado, colocou-se a lombada.
3 º dia : Continuidade Do Dia Anterior E Técnicas De Marmorização
Procedimentos:
Com a cola da lombada seca, serrou-se a mesma, nas devidas medidas,
costurando-a. Preparou-se a folha de guarda e a capa de cartolina.
4 º dia : Costura Em Cadernos Feitos De Sulfite
Procedimentos:
Os sulfites foram dobrados, formando blocos de quatro cada um, totalizando doze
cadernos. Riscou-se a lombada com as devidas medidas, serrando e finalmente costurando.
5 º dia : Encadernação Do Material Costurado
Procedimentos:
Após colado o cabeceado, o morim e o fóleo, preparou-se a encadernação de capa
dura.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sentido deste projeto foi de tornar público questões relativas à importância e à
eficácia do trabalho, como um fator de valorização e recuperação do ser humano.
A reintegração do homem à sociedade não pode ser vista apenas como um fator de
produção, mas como um novo sentido pessoal e humano. Daí, a importância da busca de
�9
melhores soluções e oportunidades a serem oferecidas aos detentos, que, na maioria das
vezes, encontram-se ociosos nas penitenciárias.
Do ponto de vista social e educativo, a integração do bibliotecário nesta questão
carcerária e na comunidade como um todo é de fundamental importância.
Nesse aspecto, Santos (1996, p.12) enfatiza que este profissional está saindo de
sua área de domínio, segura e confortável (o documento escrito), e entrando no tratamento
específico da informação. Cabe entender que ela está, intrinsecamente, ligada ao
desenvolvimento da sociedade.
Infelizmente, há os que vêem experiências como a presença na Penitenciária, com
certa revolta, como se fossem injustificáveis privilégios para os delinqüentes. O que se
pretendeu foi apenas dar um tratamento mais humano ao preso, para ajudá-lo na
reintegração de fato à sociedade, pois o maior beneficiado acaba sendo a própria.
O Curso de Preservação e Restauração superou as expectativas de ambas as partes
envolvidas. A capacidade e a dedicação dos participantes, foi observada através do grande
aproveitamento e qualidade nos cinqüenta materiais restaurados durante o curso e após
mais de trezentos já foram recuperados de maneira primorosa. Mostraram-se à altura de
qualquer homem livre que também trabalha com as mesmas finalidades de sobrevivência
social e econômica.
Dos doze inscritos, cinco foram selecionados para o canteiro de trabalho e terão
como benefício, além da redução da pena, uma remuneração de R$40,00 (quarenta reais)
mensais, pelos serviços prestados à Biblioteca Central da UEM.
A própria seleção dos cinco detentos demonstrou o respeito entre eles, pois os
demais já possuíam canteiro de trabalho, deixando a oportunidade aos que não
desenvolviam nenhuma atividade.
Dessa forma, percebe-se que a biblioteca cumpre seu papel social, desenvolvendo
um projeto que vem contribuir e modificar a desconfiança do meio para com o detento e
deste para com a sociedade, dando-lhe um pouco de dignidade. Buscou-se diminuir a
ociosidade e proporcionar a sua volta ao seio da sociedade, através da profissionalização.
Sendo esta a filosofia da direção e grande maioria dos funcionários da Penitenciária
�10
Estadual de Maringá: a confiança
dignidade
e
elevação
da
e esperança que o caminho da recuperação está na
auto-estima
dos
internos
através
dos
inúmeros
cursos
proporcionados e os “canteiros de trabalho” onde há uma simbólica remuneração mensal e
a remissão da pena: a cada três dias trabalhados é abatido um dia na pena.
A biblioteca pretende dar continuidade a este trabalho ministrando outros cursos,
propiciando a outros detentos a oportunidade de aprender a preservar e restaurar.
Oferecendo também um período de estágio e aperfeiçoamento após a saída deles do
cárcere e tendo-os na biblioteca prestando serviços como pré-egresso.
Apesar deste projeto não ser suficiente para solucionar todos os problemas dos
materiais que encontram-se danificados, ele poderá contribuir de forma significativa para
amenizar tais problemas.
�11
BIBLIOGRAFIA
BRITO, Iza Maria Cavalcanti. Conservação preventiva: uma proposta emergencial para a
Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maringá. Londrina, 2000. Monografia
(Especialização) – Universidade Estadual de Londrina. Depto. de Ciências da Informação.
Londrina, 2001.
COELHO, Gustavo Neiva. Pôr que e como restaurar. Estudos, Goiânia, v.23, n.1/2,
jan./jun. 1996.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis : Vozes, 1977.
FOUCAULT, Michel. .Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1982, p.131-132.
KAWAMOTO, Julia Satiko. Caracterização dos internos da Penitenciária Estadual de
Maringá.
Maringá,
1988.
Monografia
(Especialização) –
Universidade Estadual de
Maringá. Depto. de Estatística. 28 p. Maringá, 2000.
MARTINS, Lígia Maria. Psicologia em estabelecimentos penais. Bauru : Édipo, 1997.
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LANE, Sandra S. ; VAL, Marta R. S. Ribeiro do. Preservação de acervos de bibliotecas :
degradação dos materiais. São Paulo : APB, 1996. ( Ensaios APB, n.26).
MARTINS, Wilson. A palavra escrita. São Paulo : Ática, 1996.
MOTTA, Edson. Restauração. Cultura, Brasília, v.3, n.12, p.27, jan./mar. 1974.
SANTOS, Fausto Henrique dos ; FANAI, Liamara Leite ; CHISTO, Tatiana Ribeiro.
Restauração : metodologia aplicada no laboratório de restauração da Biblioteca Nacional.
Rio de Janeiro : Fundação Biblioteca Nacional, 1995. 12p.
�12
SANTOS, Jussara Pereira. O moderno profissional da informação : o bibliotecário e seu
perfil face aos novos tempos. Informação & Informação, Londrina, v.1, n.1, p. 12, jan./jun.
1996.
THOMPSON, Augusto F.G. A questão penitenciária. Petrópolis : Vozes, 1976.
�
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2002
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Curso de preservação e restauração de material bibliográfico na Penitenciária Estadual de Maringá: relato de experiência.
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Tomaz, Adélia
Alvarenga, Ana Maria Marquezini
Silva, Célia Regina da
Brito, Iza Maria Cavalcanti
Silva, Vera Lúcia da
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Relata a experiência vivida no decorrer do Curso de Preservação e Restauração de Materiais Bibliográficos oferecido pela Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maringá. Mostra a importância do trabalho como atividade de reintegração e socialização dos detentos. Os procedimentos utilizados na realização do curso e também a contribuição do mesmo para diminuir os problemas da conservação e restauração do acervo da BCE. Há planejamento para que outras atividades sejam oferecidas, no sentido de diminuir o problema da ociosidade carcerária dando a chance para uma futura profissionalização e colocação no mercado de trabalho tão carente nesta área de pessoal especializado.
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ARQUIVO DE FICHAS DE JORNAIS: UTILIZANDO O FICHÁRIO
ELETRÔNICO CARDFILE
ARLETE BRAZ GONÇALVES DOS SANTOS
Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
Rua do Príncipe, 526 – Boa Vista – Recife – PE Brasil
Bcsau@unicap.br
ANDREA MARIA LIDINGTON LINS
Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
Rua do Príncipe, 526 – Boa Vista – Recife – PE Brasil
Bcsau@unicap.br
�ARQUIVO
DE
FICHAS
DE
JORNAIS:
UTILIZANDO
O
FICHÁRIO
ELETRÔNICO CARDFILE
Arlete Braz Gonçalves dos Santos, CRB-4/10001
Andrea Maria Lidington Lins, CRB-4/ 8682
RESUMO: O gerenciamento de informações é tarefa estratégica em todos os setores da
economia moderna. A riqueza e diversidade de informações existentes nos jornais é
apoio de grande importância para os usuários, pois possibilitam diferentes abordagens,
pela multiplicidade das informações, o que permite desenvolver uma visão crítica da
realidade e reavaliar sua própria atuação. Então, o que fazer com tantos artigos de
jornais que são selecionados diariamente por bibliotecários nas bibliotecas? Tudo é
recortado porque “é importante guardar”, ou “este assunto interessa aos nossos
usuários”,
“arquive na Pasta de Recortes”, será que vamos recuperar com facilidade
pelo assunto “Recortes”? Para facilitar a organização e o arquivamento desses recortes
no Setor de Assistência ao Usuário da Biblioteca Central da UNICAP, surgiu a
necessidade de buscar a melhor solução para a recuperação dessas informações. Para
isso, utilizamos o Fichário Eletrônico Cardfile, desenvolvido nas versões do Windows
3.x. Todo esse processo possibilita o acesso às informações sobre a atualidade e serve
de suporte a um ensino de qualidade, a uma pesquisa com resultados e a uma extensão
efetiva.
Palavras-chave:
indexação automatizada; recuperação de informação; recortes de
jornais; serviço de informação.
1
Bibliotecária do Setor de Assistência ao Usuário da Biblioteca Central Pe. Aloísio Mosca de Carvalho
S.J. da Universidade Católica de Pernambuco. arletebraz@starmedia.com
2
Bibliotecária do Setor de Assistência ao Usuário da Biblioteca Central Pe. Aloísio Mosca de Carvalho
S.J. da Universidade Católica de Pernambuco. andrealidington@starmedia.com
2
�1 INTRODUÇÃO
Desenvolver um sistema de arquivo que atenda às necessidades dos
usuários é uma tarefa complexa, tanto para quem vai desenvolver como para quem vai
utilizar. Almeja-se que toda a informação ali processada e armazenada seja possível de
recuperação através de mecanismos de busca fáceis de serem utilizados. A grande
variedade de informações e os diferentes tipos de acesso a essas informações podem
trazer sérios problemas de busca se o
serviço não estiver devidamente organizado.
Pensando nisso, foi desenvolvido pelas bibliotecárias do Setor de Assistência ao
Usuário da Biblioteca Central da UNICAP o arquivo de fichas de jornais utilizando o
Fichário Eletrônico Cardfile, que viabilizou com rapidez a disseminação e recuperação
das informações jornalísticas.
2 DESENVOLVIMENTO
A delicada interseção entre o discurso jornalístico e o uso dele pelos
usuários da Biblioteca Central da UNICAP é uma realidade. O discurso jornalístico
veicula todas as informações coletadas no cotidiano e cuja abrangência espacial é cada
vez mais mundial. Suas matérias são produtos feitos para informar, formar opinião e
defender interesses. Diariamente, cada vez mais artigos analíticos são publicados por
intelectuais que pensam a sociedade e a cultura.
Nosso objetivo inicial :
•
oferecer aos usuários várias informações fornecidas por essa mídia impressa;
•
oportunizar aos usuários desenvolvimento do hábito de leitura de jornais ;
•
servir como fonte de consulta e pesquisa para os usuários.
O
arquivo de Recortes de Jornais foi organizado e disponibilizado pelos usuários da
Biblioteca Central da Unicap desde 1982.
3
�A rotina do material tratado consistia:
Seleção, colagem, indexação (cada matéria arquivada
recebia no topo a descrição do
assunto geral e o assunto específico);
arquivamento (ordem alfabética nas pastas suspensas, ordem cronológica
dentro das
pastas);
Ex. Se o tema do artigo tratava sobre Ensino Fundamental no Brasil, a entrada seria:
EDUCAÇÃO – Ensino Fundamental –Brasil
Ficha Catalográfica
A indexação dos assuntos contidos nos artigos, bem como nas pastas suspensas, era
feita em fichas catalográficas,
tamanho 12,5cm X 7,5cm.,
utilizando a linguagem
natural. A dificuldade começou a surgir a partir da indexação desses assuntos, tanto
referente ao assunto geral e local da pasta suspensa onde seria arquivado o artigo,
como o assunto específico, na ordem cronológica dentro da pasta. As fichas
catalográficas eram armazenadas em fichário próprio em ordem alfabética por
palavras-chave. Essa indexação continha variações de termos, para um mesmo
assunto,
havendo
pois
cada
bibliotecário
indexador
utilizava
palavras-chave
diferentes,
multiplicidade de termos e dificultando com isso a finalidade básica de
todo sistema de arquivo que é reunir e agrupar no mesmo locus as informações.
4
�Outro problema observado era
com relação a quantidade dos artigos arquivados nas
pastas suspensas. Não havia uma política
de quanto tempo de permanência um artigo
deveria ficar guardado nas pastas, contribuindo com isso acúmulo e desgaste dos
artigos.
3 METODOLOGIA ADOTADA PARA O TRATAMENTO DO ACERVO DE
RECORTES DE JORNAIS A PARTIR DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS
“Toda questão relacionada a
política de indexação tem ação
direta no modo de
recuperação da informação e no seu resultado. Quando um serviço de recuperação de
informação é avaliado e é detectado problemas de busca, geralmente conclui-se que os
motivos quase que em sua totalidade recaem nas estratégias de busca mal elaboradas ou
na indexação em desacordo com as necessidades de informação do usuário. Para que a
informação possa ser localizada quando necessária, um conjunto de ações deve ser
planejado, pois valor algum tem informação perdida no tempo” (PAZETTO, 2000).
O importante não é guardar o documento e colocá-lo à disposição do usuário,
mas fazê-lo de forma a que o usuário tenha facilidade de acesso e de consulta. Esta
facilidade se obtém com a organização e a indexação desses documentos.
Devido aos problemas detectados partiu-se para encontrar um sistema de
arquivamento
que recuperasse com rapidez e eficiência as informações contidas nos
artigos de jornais. O nosso problema estava na indexação das palavras-chave. Então
adotamos o Fichário Eletrônico Cardfile
5
�4 FICHÁRIO ELETRÔNICO CARDFILE: uma breve descrição
É
um programa que havia nas versões do Windows 3.x. Nele, se organiza, armazena
dados no estilo index-card. Nessa versão, sua memória física é limitada algo em torno
de 32.244 KB. Atualmente, esse programas não têm mais suporte da Microsoft, por isso
não é mais oferecido. Para copiá -lo de um PC com o Windows3.x., é necessário apenas
um executável e um arquivo de ajuda. Por exemplo: para copiar o Cardfile, basta
selecionar todos os arquivos cardfile.
Não é muito difícil encontrar PC com Windows 3.x. Você pode extrair esse
programa a partir de disquetes de instalação do sistema, mas para isso será preciso usar
o programa extract.exe. que acompanha todas as versões do Windows 3.x.
Outra
alternativa
é
o
shareware
CardBase,
Download.com( http://download.com) ,bem como o Card32,
oferecido
pelo
site
substituto do programa
Cardfile, que oferece mais recursos do tipo:
-
envio de e-mail do cartão desejado a um clique de mouse;
-
comandos de edição(recortar, copiar, colar), escolha de fontes e cores,
discador automático, URL linking e mais;
-
exportação de texto puro e texto ASCII delimitado por vírgulas;
-
Importação dos antigos artigos do Cardfile para o Windows 3.x;.
-
Compatibilidade com Microsoft Excele Access
Licença: Shareware
Idioma: Inglês
6
�Modelo
Fichário Eletrônico Cardfile
Arquivo de Fichas - (sem nome)
aaaAAAAAaAAAA
Arquivo
Editor
Visualizar
Visualizando Fichas
Ficha
<
Localizar
Info
>
AAAAAAUUUUu
5 ORGANIZAÇÃO E INDEXAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO
O trabalho de organização e indexação de artigos de jornais possui rotinas bem
definidas:
a) Cada bibliotecário é responsável pela seleção de um jornal. Atualmente fazem parte
da coleção os jornais locais (Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio e Folha de
Pernambuco) e principais jornais de circulação do país(Folha de São Paulo, Jornal do
Brasil, O Estado de São Paulo, O Globo);
7
�b) Somente os principais artigos são selecionados, de acordo com as necessidades dos
usuários e da instituição;
c) No início do mês subseqüente, esses artigos são recortados e colados em folha de
papel A 4
e carimbados com
as seguintes informações: assunto, jornal, caderno,
local, data e página;
Modelo
Recorte de Jornal
8
�d) Lê-se o artigo cuidadosamente com a finalidade de identificar e extrair dele palavraschave que constituirão entradas;
e) A linguagem utilizada para indexação é a linguagem natural , onde
foram criados 221 termos de grande abrangência, formando com isso
uma lista de palavras-chave;
Exemplo:
AÇÚCAR,
AGRICULTURA,
AMAZONIA,
AMÉRICA
ARQUEOLOGIA,
ALAGOAS,
LATINA,
ARQUITETURA,
ALEMANHA,
AMÉRICAS,
ARTES,
ALIMENTAÇÃO,
ANIMAIS,
ARGENTINA,
ARTES-PERNAMBUCO,
ARTES-
PINTURA, ÁSIA, ASTRONOMIA, AUTORES PERNAMBUCANOS, AVIAÇÃO,
BAHIA,
BANCOS,
DOCUMENTAÇÃO,
ECONOMIA,
BEBIDAS,
BIBLIOTECAS,
BIOGRAFIA,
BIOLOGIA,
BRASIL-ESTADOS
E
BIBLIOTECONOMIA
BOTÂNICA,
REGIÕES,
E
BRASILBRASIL-
EXPORTAÇÃO/IMPORTAÇÃO, BRASIL-HISTÓRIA, BRASIL-5 Séc. de Cultura,
BRASIL
500
ANOS,
BRASIL-POLÍTICA,
BRASIL-POLÍTICA-PRESIDENTES,
BRASÍLIA, CAÇA E PESCA, CAFÉ, CANADÁ, CANGAÇO E CORONELISMO,
CARUARU,
CHILE,
CHINA,
CIÊNCIAS
HOJE,
CINEMA,
DOENÇAS,
DOENÇAS-AIDS, DOENÇAS-CÂNCER, ECOLOGIA, ECONOMIA, etc.
f) Transcrição das palavras-chave no fichário eletrônico;
g) E, finalmente, arquiva-se os artigos em pastas suspensas em ordem
alfabética por assunto e estes recebem um número por ordem de chegada
para facilitar o rearquivamento, quando são solicitados para xerocópias.
6 PROCEDIMENTOS EMPREGADOS NA TRANSCRIÇÃO
DAS PALAVRAS-CHAVE PARA O FICHÁRIO CARDFILE
Ao selecionar um artigo sobre o escritor pernambucano Ariano Suassuna, verifica-se
no fichário eletrônico se existe indexada, na lista de cabeçalho de assunto, um termo
9
�que trate do tema
“Autores Pernambucanos”. Se existe, apenas transcreve-se do
fichário para a parte superior esquerda do recorte e em seguida adiciona-se no corpo
da ficha o assunto específico, nesse caso: Suassuna, Ariano, se não existir o termo,
cria-se e acrescenta-se ao fichário Cardfile
Modelo
de Indexação do Artigo sobre Ariano Suassuna
AUTORES PERNAMBUCANOS “ P –Z”
-
Rodrigues, José
Souto Maior, Mário
Suassuna, Ariano
Valente, Waldemar
Pena Filho, Carlos
Pontes, Joel
Trindade, Francisco Solano
O tamanho da ficha no fichário eletrônico é padronizado, geralmente no corpo da ficha
há espaço para 11 entradas de palavras-chave específicas, caso não tenha espaço para
transcrever todas as entradas adiciona -se uma nova ficha.
Modelo adição de fichas
AGRICULTURA ((( Ficha 3) (9(9icha 3)
AGRICULTURA ( Ficha 2)ficha
2)
AGRICULTURA
10
�Indexação das entradas Termos Geral de acordo
com Palavras Chave
ASTRONOMIA
AUTORES PERNAMBUCANOS - “P – Z”
O fichário eletrônico é limitado quanto ao número de fichas, devido a memória física ,
atualmente estão indexadas 1260 fichas, ordenadas alfabeticamente por assunto.
Modelo do Fichário Eletrônico Cardfile, com Indexação de palavras-chave
Arquivo
Editar
Visualizar
<
Visualizando Fichas
Ficha
>
Localizar
1.260
ALEMANHA
ALAGOAS
AGRICULTURA (Ficha 2)
AGRICULTURA
ACÚÇAR
-
cana de açúcar
- controle de pragas
- setor canavieiro
- produção
- zona da mata – PE
- crise
- produção
Modelo de Recorte de Jornal sobre Ariano Suassuna
11
Info
�7 RECUPERAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
O sistema possibilita pesquisar por assunto e localizar as entradas das pastas . Exemplo:
localizar a pasta que trata sobre assunto “Autores Pernambucanos”. Clicar no menu
“localizar” a opção “Ir para....”, digitar o assunto desejado de acordo com os termos de
grande abrangência antes determinado. O sistema
mostrará as pastas que estão
arquivadas com esse assunto.
Exemplo
Arquivo
Editor
Visualizar
Ficha
Localizar
Info
Ir para......
Procurar.....
Procurar a Próxima.
AUTORES PERNAMBUCANOS “P – Z”
Ir para
Outra opção é localizar pelo assunto específico que trata o artigo do jornal.
Exemplo: Localizar os recortes de jornais que tratem sobre o escritor pernambucano
Ariano Suassuna. Clicar no menu “Localizar” , ir para a opção “procurar”,
nome do escritor
e o sistema mostrará todas as entradas que houver com este título,
bastando para isso ir para a opção “Procurar a Próxima”.
Procurar
digitar o
SUASSUNA, Ariano
12
�8 REVISÃO DE PASTAS
A revisão nas pastas é uma necessidade constante no processo de atualização da
coleção. O critério adotado consiste em guardar artigos atuais e de interesse do usuário e
da Instituição, como, por exemplo, a coleção de personalidades que fizeram e fazem a
história do Estado Pernambuco.
Essa revisão é feita semestralmente. A rotina consiste em reler os artigos,
descartar os desatualizados, efêmeros e desgastados pelo manuseio, o que compromete
sua legibilidade e rearquivar os que não foram descartados, havendo, com isso, alteração
do número recebido de acordo com a ordem de chegada, bem como atualização no
fichário Cardfile.
9 CONCLUSÃO
Estabelecer quais assuntos que devem ser guardados e como serão indexados,
sempre
representou um desafio para bibliotecários que lidam com a organização dos
artigos de jornais. Para tanto, a busca do aprimoramento precisa ser constante. Não há
uma forma exata de prestar um serviço que nunca precisará de ajustes, seja em função
das mudanças tecnológicas, seja pelas mudanças estratégicas da instituição.
Antes do fichário eletrônico, o arquivo de recortes de jornais da Biblioteca
Central da UNICAP tinha suas consultas restritas, e também não era amplamente
ofertado. Com a facilidade da indexação automatizada, houve rapidez nestas operações, e
um aumento significativo na procura por este serviço. Nas estatísticas relativas ao ano
2001, no item referente ao processamento de recortes de jornais ocorreram 3.326 artigos
arquivados, 2.096 artigos classificados, 40 revisões de pastas e 905 pastas consultadas,
número bastante significativo, pois oferecemos um serviço de qualidade .
Fazer uso dos recursos da informática, facilitando o acesso desse material como
ferramenta de busca por qualquer palavra, e, ao mesmo tempo, garantir sua guarda,
viabiliza a realização de todo o potencial desse acervo, enquanto fonte de pesquisa e na
incansável busca da satisfação dos usuários.
13
�10 REFERENCIAS:
CHAUMIER, Jacques. Indexação: conceito, etapas e instrumentos. Revista Brasileira
de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v.21, n.1/2, p. 63-79, jan./jun. 1988.
LANCASTER, F. Wilfrid. Indexação e resumo: teoria e prática. Brasília, DF: Briquet
de Lemos, 1993. 347p.
PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991.
162p.
PRADO, Heloisa de Almeida. A técnica de arquivar. 5.ed. São Paulo: T. A. Queiroz,
1988. 171p.
PAZETTO, Denise. Serviço de entrada e recuperação de dados no centro de
documentação
e
informação
dos
jornais
da
RBS:
avaliação
e
mundaças.
In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO,19.,
2000, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: PUCRS, 2000. 1 CD-ROM.
SANTOS, Vilma Moreira dos et al. O tratamento de acervos arquivísticos na UFMG: a
experiência de organização do acervo Curt Lange. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 19., 2000, Porto Alegre. Anais... Porto
Alegre: PUCRS, 2000. 1 CD-ROM.
VERSIANI, Luciana de Noronha; COELHO, Marisa
C.
Hemeroteca digitalizada:
preservação de documentos e difusão da informação. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 19., 2000, Porto Alegre. Anais...
Porto Alegre: PUCRS, 2000. 1 CD-ROM.
14
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Arquivos de fichas de jornais: utilizando o fichário eletrônico Cardfile.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Arlete Braz Gonçalves dos
Lins, Andrea Maria Lidington
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O gerenciamento de informações é tarefa estratégica em todos os setores da economia moderna. A riqueza e diversidade de informações existentes nos jornais é apoio de grande importância para os usuários, pois possibilitam diferentes abordagens, pela multiplicidade das informações, o que permite desenvolver uma visão crítica da realidade e reavaliar sua própria atuação. Então, o que fazer com tantos artigos de jornais que são selecionados diariamente por bibliotecários nas bibliotecas? Tudo é recortado porque “é importante guardar”, ou “este assunto interessa aos nossos usuários”, “arquive na Pasta de Recortes”, será que vamos recuperar com facilidade pelo assunto “Recortes”? Para facilitar a organização e o arquivamento desses recortes no Setor de Assistência ao Usuário da Biblioteca Central da UNICAP, surgiu a necessidade de buscar a melhor solução para a recuperação dessas informações. Para isso, utilizamos o Fichário Eletrônico Cardfile, desenvolvido nas versões do Windows 3.x. Todo esse processo possibilita o acesso às informações sobre a atualidade e serve de suporte a um ensino de qualidade, a uma pesquisa com resultados e a uma extensão efetiva.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4021/SNBU2002_018.pdf
1e1a5d98093dce38aad979755b694b2d
PDF Text
Text
1
QUALIDADE: MOMENTOS DA VERDADE NO SERVIÇO
DE ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS*
Antonio Costa Gomes Filho
acgfilho@unicentro.br
Universidade Estadual do Centro Oeste
Guarapuava-Pr
RESUMO Este artigo tem por objetivo apresentar aspectos relacionados à gestão da
qualidade em bibliotecas universitárias, através da integração de diversas técnicas
administrativas, quais sejam: adoção de empowerment; valorização do capital humano;
projetos de endomarketing; gerenciamento da cultura organizacional; estudos de
percepções de usuários e; análise dos momentos da verdade. O autor defende que a
verdadeira qualidade somente é conseguida a partir da integração dessas teorias,
possibilitando uma atitude adequada por parte do funcionário para resolver problemas dos
usuários nos diversos momentos da verdade. Relata o estudo de caso efetuado na
Biblioteca de Ciências Humanas da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Palavras-chave: Qualidade – serviços de atendimento – bibliotecas. Qualidade em
bibliotecas. Qualidade percebida. Momentos da verdade em bibliotecas.
INTRODUÇÃO
Embora a palavra qualidade não seja nova no campo da Biblioteconomia, pode-se
dizer que esta área ainda se ressente da inexistência de uma base teórica para a
compreensão e uso desse conceito no gerenciamento efetivo dos serviços de informação.
Isso implica dizer, que na prática o nível de qualidade geral, em bibliotecas universitárias
brasileiras, ainda deixa a desejar.
Uma visão holística aceitável que sugere os principais componentes de um
programa de qualidade com boas chances de sucesso deve enfocar as atitudes dos
funcionários, as percepções dos usuários e o gerenciamento do processo através de uma
*
Dissertação defendida no Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação, área
de concentração: Planejamento e Administração de Sistemas de Informação, Depart amento de Pós
Graduação em Biblioteconomia da Faculdade de Biblioteconomia da PUC-Campinas, sob orientação da
professora doutora Rose Mary Juliano Longo.
�2
estrutura que permita resolver problemas no momento da verdade1, que nada mais é, do
que o contato pessoal, ou, até mesmo virtual2, existente entre funcionários e usuários.
O setor de serviços vem crescendo assustadoramente, e sua principal característica
é a participação do usuário no processo de resolução do problema. Dessa forma, uma
enfermeira, quando aplica um medicamento interage com o paciente, explicando a
possibilidade de ocorrência de efeitos colaterais. A interação também existe quando um
bibliotecário indica fontes de referência, oferecendo opções para a melhor forma de
obtenção da informação desejada. Em qualquer dos casos, a relação do usuário do serviço
com o funcionário pode levar à confiança ou não, sobre a capacidade do profissional em
prestar um bom atendimento, bem como exerce a influência sobre o conceito de qualidade
firmado na mente do cliente.
Nas bibliotecas, onde ocorre esse ponto de encontro entre o cliente e o funcionário?
Como acontece essa relação? Desde o momento em que o usuário chega às instalações
físicas da biblioteca até o momento de sua saída, em vários pontos do percurso, ele
mantém contato com os funcionários atuantes na biblioteca, desde o porteiro até o
bibliotecário responsável pelo atendimento. Somente o usuário do serviço é quem pode
dizer se foi bem recebido, ou não.
Porém, o mapeamento dos momentos da verdade somente é possível através de
estudos de casos específicos 3, pois cada instituição é única, com seus pontos fortes e com
seus pontos fracos.
1
História do conceito: “Momentos da verdade”, como metáfora básica e estrutura conceitual, foi criado por
Normann em 1978. Subseqüentemente, o conceito e a estrutura foram publicados em diversos artigos na
Escandinávia e depois em edições anteriores do livro do autor do conceito (edição sueca de 1983; edição
inglesa de 1984. O livro foi traduzido para o português em 1993 com o título: Administração de Serviços. A
Scandinavian Airlines System adotou o conceito como parte da linguagem diária, principalmente depois que
Jan Carlzon, da Scandinavian Airlines System, escreveu um livro intitulado Momentos da Ver dade (1987),
traduzido para o português em 1992 com o título: A hora da verdade. Desde então o termo tornou-se
amplamente aceito e familiar na indústria de serviços de todo o mundo.
2
Devido às novas tecnologias, o usuário, hoje, nem sempre vai pessoalment e à instituição, resolvendo seus
problemas por fax, telefone ou INTERNET.
3
Em trabalho apresentado no XIX Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, Vergueiro
(2000) propõem a utilização dos momentos da verdade e os estudos de caso específicos para a definição de
indicadores e de padrões em bibliotecas universitárias.
�3
O modelo de Gestão da Qualidade Total está se fundindo a outras teorias, gerando
um novo paradigma para o tratamento do tema qualidade dentro das organizações.
O trabalho aqui apresentado propõe resolver os problemas da qualidade com a
integração de diversas teorias administrativas, tais como: teorias da qualidade: análise dos
modelos europeu, americano e japonês 4; teorias sobre motivação dos funcionários5;
técnicas de empowerment6; valorização do capital humano7; projetos de endomarketing8;
estudos de cultura organizacional9; estudos de percepções de usuários10; mapeamento dos
momentos da verdade11.
O mapeamento dos momentos da verdade pode contribuir para a busca de
indicadores de qualidade em bibliotecas universitárias, que tem sido uma preocupação dos
teóricos da área.
Além dos indicadores, faz-se necessário definir padrões de qualidade, sendo
caminho mais longo, em nosso entender, iniciar pela melhoria dos processos internos. É
necessário antes perguntar ao cliente quais partes do processo afetam diretamente seu
conceito de qualidade, esses pontos visíveis e perceptíveis pelos usuários é que devem ser
melhorados. Dessa forma, o conceito de qualidade, conforme dizem os teóricos da área, é
formado a partir de estudos de percepções dos clientes pesquisados, pois o princípio
fundamental do modelo de Gestão da Qualidade é o foco no cliente.
4
Síntese a respeito pode ser encontrada em Barbalho (1995).
Referências a respeito podem ser encontradas em: Moller (1997, p. 19) ; Assunção (1975, p. 52-62) ; Marra
(1996, p. 12 e 19) ; Batista (1996, p. 11); Normann (1993, p. 82); Caudron (1997, p. 82-86); Carr e Littman
(1992, p. 226); Kondo (1997, p. 171-172); Rangel (1995, p. 50 e 94); Fernandes (1996, p. 22); Albrecht
(1992, p. 97).
6
Trabalho melhor sistematizado pode ser encontrado em Tracy (1994 ).
7
Para ampliação do conceito, vide Oliveira et al (2000).
8
Visão mais completa pode ser encontrada em Cerqueira (1994).
9
A dificuldade de gerenciamento da cultura organizacional para implantação de programas de qualidade nos
serviços públicos é destacada em Longo (1996, p.14). Já a postura dos pesquisadores da área são ressaltados
em Fleury (1996, p. 15-27) .
10
Estudo de caso especifico aplicado a bibliotecas universitárias é destacado em Silva (2000).
11
Desconhece-se a existência de estudos de caso aplicados a bibliotecas universitárias brasileiras, sendo o
trabalho do autor deste artigo inédito a nível nacional.
5
�4
Após o mapeamento, a categorização dos momentos da verdade em trágicos,
apáticos e encantados podem contribuir para a definição de padrões para o caso analisado,
levando a uma nova maneira de enfocar a qualidade dentro da área de Biblioteconomia e
Ciência da Informação.
MÉTODO
Sujeitos
A pesquisa efetuada teve duas categorias de sujeitos a saber: Clientes Internos 12: foi
o termo utilizado para designar os Bibliotecários, Técnicos Administrativos e de
Bibliotecas, Auxiliares Administrativos e de Bibliotecas e Auxiliares de Serviços Gerais
que prestam serviço para a Biblioteca de Ciências Humanas, Letras e Artes da
Universidade Estadual de Ponta Grossa; Clientes Externos 13: em sentido estrito, foi a
denominação utilizada para os usuários dos serviços da Biblioteca de Ciências Humanas,
Letras e Artes da Universidade Estadual de Ponta Grossa, abrangendo os professores,
alunos de graduação e alunos de pós-graduação cadastrados como usuários no ano de 2000.
Universo da pesquisa
O universo da pesquisa foi os funcionários, aqui denominados clientes internos,
envolvidos diretamente com a Seção de Auxílio aos Leitores, na seguinte ordem:
bibliotecários, 5 (cinco); técnicos em biblioteca e técnicos administrativos, 6 (seis);
auxiliares de biblioteca e auxiliares administrativos, 4 (quatro) e auxiliares de serviços
gerais, 1 (um).
A pesquisa envolveu também os alunos de graduação, pós-graduação, e professores
cadastrados na Biblioteca de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Estadual
12
O termo cliente interno refere-se às pessoas ou setores que fazem parte da organização, dessa forma,
mesmo dentro da organização temos uma relação cliente-fornecedor. Juran (1995).
13
O termo cliente externo é utilizado para designar todas as pessoas que não pertencem à organização, mas
que são afetadas pelos seus serviços. Juran (1995).
�5
de Ponta Grossa, aqui denominados clientes externos, componentes dos seguintes números:
graduação, 2.952 (dois mil, novecentos e cinqüenta e dois) alunos(amostra de trezentos e
dezesseis); pós-graduação, 154 (cento e cinqüenta e quatro) alunos (amostra de dezesseis)
e professores, 73 (setenta e três) professores (amostra de nove).
O tamanho da amostra foi definido por estratos, utilizando a tabela composta por
Powel (1985, p. 81), representando uma amostra aleatória de aproximadamente 10,72%
(341) do total de clientes externos.
A aplicação dos questionários foi aleatória, porém respeitou-se o número da
amostra definida nos diversos estratos.
Material
Os dados para tabulação da pesquisa foram coletados utilizando os modelos de
questionários números 1 (um), 2 (dois) e 3 (três)14.
O questionário número 1 (um) e o questionário número 2 (dois) foram construídos
utilizando os conceitos de Albrecht (1993). Segundo o autor, o cliente leva para casa um
pacote de valor15, nas seguintes dimensões:
Interpessoal - esta dimensão inclui: amabilidade, cortesia, solicitude, aparência
física e competência aparente na execução de certas tarefas.
Processual - podem incluir: esperar, explicar as necessidades do cliente, preencher
formulários, prestar informações, ir a vários locais e ser sujeito a manipulações ou
tratamentos físicos.
Informativo – isto inclui coisas simples, como exemplo, a sinalização em um
prédio, que possibilita ao cliente descobrir onde ele deve ir, se o mesmo pode decifrar a
fatura ou a conta, e se ele pode entender a apólice de seguro são também outros aspectos
envolvidos. Este componente pode incluir fatores críticos, como por exemplo, se alguém
14
Vide Gomes Filho (2001)
Pacote de Valor é uma combinação de experiências que cria, no cliente, uma percepção total do valor
recebido. Albrecht (1993).
15
�6
explicou adequadamente o uso de um item de um equipamento ou se o cliente sabe o que
deve esperar depois de um procedimento médico crítico.
Ambiental – é o cenário físico no qual o cliente vivencia experiências. Pode ser um
quarto de hospital, o saguão de um banco, a cabine de um avião, uma cadeira de um
barbeiro. No caso de serviços à distância, o ambiente pode ser a própria casa do cliente,
ampliada pelo telefone através do qual ele tem contato com a empresa.
Estético – é a experiência sensorial direta encontrada pelo cliente. Ela pode incluir:
cenas, sons, sabores, sensações físicas, desconforto, sentimentos, características estéticas
de uma mercadoria e o ambiente visual ou psicológico da empresa.
Entregável – está incluída qualquer mercadoria comprada, mas também pode estar
incluída a bandeja de comida servida a bordo do avião. Outros exemplos são: talões de
cheques, fitas de vídeo alugadas, cardápios, documentos de viagem e coletes salva-vidas.
Financeiro – é quanto e como o cliente paga pela experiência total. Em muitos
casos, isto é óbvio - é o preço. Em outros, pode ser menos óbvio. Por exemplo, um
departamento de serviços internos pode cobrar dos outros pelos seus serviços; nenhum
dinheiro muda de mãos, mas os fundos irão de um orçamento para outro. Uma companhia
de seguros pode pagar as despesas médicas, mas mesmo assim o cliente sabe o preço.
Já o questionário número 2(dois) foi elaborado com o objetivo de avaliar se as
atitudes do cliente interno estavam próximas ou distantes da escala de valores do cliente
externo definidas no questionário número 1(um).
Os questionários números 1(um) e 2(dois) foram aplicados junto aos clientes
internos e clientes externos.
Também foi utilizado um terceiro questionário, que teve por objetivo quantificar os
momentos da verdade (trágicos, apáticos ou encantados). Esse questionário foi construído
a partir de observações pessoais do processo de atendimento e identificação dos diversos
pontos do ciclo de serviços (vide figura), ou seja, quando o usuário entrava na biblioteca,
observou-se que ele se dirigia ao balcão para pegar uma chave para guardar sua pasta no
malex16. Dentro da biblioteca ele ia ao balcão de empréstimo para devolver ou emprestar
16
MALEX: é o armário onde o usuário deixa seus pertences antes de entrar nas instalações da biblioteca.
�7
livros. Em muitos casos ele se dirigia ao funcionário para solicitar material bibliográfico e,
ou, auxilio em sua pesquisa. Outras vezes ele caminhava rumo aos computadores, para
agendar o uso ou para acessar a INTERNET. Em certas situações ele ia à Subseção de
Acesso a Base de Dados para solicitar pesquisas via COMUT ou utilizar o serviço de
empréstimo entre-bibliotecas.
Com base nessas observações foram identificados dez pontos do ciclo de serviços, a
saber: Ao pegar a chave no balcão para guardar a pasta no malex; Ao emprestar livros; Ao
devolver livros; Ao solicitar informações via telefone; Ao conversar pessoalmente com o
atendente; Ao localizar livros na estante; Ao agendar uso da INTERNET; Ao utilizar a
INTERNET; Ao solicitar informações sobre normas técnicas e; Ao solicitar pesquisas via
COMUT ou empréstimo entre bibliotecas.
Observou-se que em cada um desses pontos do ciclo de serviços, o cliente externo
poderia vivenciar diversos momentos da verdade. Segundo Almeida (1995, p. 24), os
clientes podem vivenciar três tipos de momentos da verdade, a saber:
Momentos da verdade trágicos: são os momentos em que os funcionários exercitam
toda sua capacidade criativa no sentido de “expulsar” o cliente.
Momentos da verdade apáticos: não chegam a ser trágicos, entretanto são um “zero
à esquerda”, ou seja, não contribui em nada para a conquista do cliente. E a não conquista,
em última instância, significa nada.
Momentos da verdade encantados: são aqueles em que o cliente percebe que “ali
não é um lugar comum”. Percebe que naquele lugar, naquela empresa, há uma diferença
em relação à maioria das outras. Os momentos da verdade encantados são “mágicos” à
medida que “enfeitiçam” o cliente.
O questionário número 3(três) foi aplicado apenas aos clientes externos visando
quantificar os momentos da verdade ocorridos durante o ciclo de serviços, e teve por
objetivo identificar pontos críticos no ciclo de serviços.
�8
FIGURA 1 - MAPEAMENTO DA SEÇÃO DE AUXILIO AOS LEITORES
4
F
1
1
1
1
1
1
4
1
4
F
1
4
1
4
4
1
1
4
1
4
I
I
D
5
8
G
H
J
5
E
2
2
2
2
2
2
1 - Estantes
2 - Computadores
3 - Armários (malex)
4 - Mesas
5 - Escrivaninhas
6 - Balcão de
Empréstimo
7 - Roleta
8 - Telefone
B
C
A - Chave
B - Empréstimo
C - Devolução
D - Telefone
E - Consulta (funcionário)
Balcão
de Empréstimo
F - Localização
livros
G
Agenda
INTERNET
Roleta
H - Uso da INTERNET
I - Normas técnicas
J - COMUT
3
2
6
3
7
A
D
8
FONTE: GOMES FILHO, A. C. Qualidade: momentos da verdade no serviço de atendimento aos usuários.
Campinas, 2001. 137f.
Dissertação (Mestrado em Biblioteconomia e Ciência da Informação) –
Departamento de Pós-Graduação em Biblioteconomia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
�9
Procedimentos
Visando atingir o maior grau de confiabilidade possível nas respostas, a primeira
preocupação foi com a adequação do instrumento de pesquisa aos objetivos propostos, tal
adequação foi feita através da aplicação de pré-teste junto a um ex-usuário da Biblioteca
Central, um usuário atual (excluído posteriormente da amostra pesquisada) e dois
estagiários. O instrumento demonstrou ser eficaz, com melhora na redação de algumas
perguntas, que não estavam bem claras, segundo os pré-testados. Mediu-se ainda o tempo
médio de resposta do questionário, em torno de vinte minutos.
O período de coleta de dados teve seu início em 16 de outubro de 2000 e terminou
em 14 de novembro de 2000. Dessa forma, foram obtidos dados relativos a
aproximadamente um mês, com todas as variações de alta e baixa no fluxo de pessoas
entrando e saindo da biblioteca.
Os questionários foram aplicados nas dependências da biblioteca. Foram explicados
os objetivos gerais da pesquisa quando da distribuição dos questionários, bem como a
forma de estrutura dos mesmos, foram esclarecidas dúvidas sobre procedimentos de
respostas, sem, no entanto, induzir os respondentes a uma avaliação negativa ou positiva.
Na tabulação dos dados, os recursos estatísticos utilizados para validar a
confiabilidade foram: média estatística; desvio-padrão; coeficiente de variação e; análise
de dispersão, combinando média estatística e desvio-padrão (teorema de Tchebichev).
RESULTADOS
Tendo em vista o interesse central deste trabalho como uma tentativa de investigar
a escala de valores dos clientes externos e internos, especificamente nos conceitos de
qualidade, do estudo de caso proposto e, sua posterior avaliação à luz das novas tendências
da qualidade em serviços, tornou-se possível, obter os seguintes resultados.
�10
a) Clientes externos do estrato graduação, e clientes internos apresentam
maior índice de insatisfação
Os dados comprovam que as duas categorias de sujeitos
avaliaram de forma geral entre média 3,00 e média 4,00, ou seja, consideram que a
Biblioteca Central apresenta um atendimento de qualidade entre regular e bom.
b) Clientes externos dos estratos pós-graduação e professores apresentam
maior índice de satisfação. A avaliação feita pelos alunos da pós-graduação e pelos
professores apresentam dados concentrados em torno da média 4,00, revelam, de maneira
geral que a Biblioteca de Ciências Humanas apresenta um atendimento de boa qualidade.
Os dados gerais sugerem uma diferenciação no atendimento entre os diversos estratos. O
novo modelo de estrutura voltada para o cliente defende a idéia que todos os clientes são
importantes e que devem ter seus problemas resolvidos nos diversos momentos da
verdade .
c) Atendimento na pós-graduação a caminho da excelência. Na óptica do aluno
de pós-graduação, os valores processual, ambiental e estético superam sua escala de
valores, sendo indicações de excelência
no atendimento. No entanto, os aspectos
financeiro, entregável, informativo e interpessoal ainda deixam a desejar.
d) Dados homogêneos no ciclo de serviços . Na análise dos diversos pontos do
ciclo de serviços foi detectado uma homogeneidade de respostas para a devolução de
livros. Com predominância de momentos da verdade apáticos . Outro ponto do ciclo foi a
localização de livros nas estantes, que apresenta dados homogêneos para os momentos da
verdade trágicos e momentos da verdade apáticos, e mostra maior dispersão nos momentos
da verdade encantados. A homogeneidade encontrada nos dados revela que existe atitude
adequada por parte do cliente interno.
e) Pontos críticos no ciclo de serviços . Ao analisar todos os momentos da verdade
trágicos em todos os pontos do ciclo de serviços, a pesquisa identifica a existência de um
ponto crítico no processo, com predominância de momentos da verdade trágicos. Esse
ponto é o agendamento para uso da INTERNET, onde todos os estratos responderam que
dificilmente conseguem equipamentos disponíveis para uso no horário que necessitam.
�11
Vale lembrar que existem apenas quatro equipamentos para três mil cento e setenta e nove
usuários potenciais. Há necessidade de estudos complementares a respeito, para identificar
as diversas necessidades de utilização de acordo com o perfil dos usuários e,
posteriormente, definir-se estratégias de uso racional.
f) Excelência nos momentos da verdade . No ponto do ciclo de serviços
denominado devolução de livros
foi identificado um indicador de excelência
na
experiência vivenciada pelo estrato professores, com 33% dos respondentes afirmando
sempre vivenciarem momentos da verdade encantados. A pergunta questionava sobre o
comportamento ético dos clientes internos ao devolver dinheiro, documentos, cheques,
quando esquecidos nos livros devolvidos.
Considerando-se esses resultados básicos, é importante que sejam reafirmados
alguns pontos:
- em primeiro lugar, fica aqui registrado que a inviabilidade de atingir toda a
população no curto espaço de tempo da pesquisa, levou à coleta de dados por amostra,
sendo reconhecida como uma das restrições de caráter metodológico;
- em segundo lugar, convém reforçar que este trabalho aborda, antes de tudo, a
qualidade definida a partir das experiências vivenciadas pelas pessoas, e tão somente com
aquelas que se dispuseram a participar do estudo. Assim, todas as conclusões devem ser
vistas, primeiramente, do ponto de vista desses indivíduos, nunca se podendo afirmar com
100% de confiabilidade que a população toda possui as mesmas percepções.
CONCLUSÕES
O movimento para a qualidade e posterior criação de técnicas de gerenciamento e
controle do processo produtivo iniciado na década de sessenta, cujos precursores são os
japoneses leva-nos à seguinte reflexão:
Será que a semente da teoria da qualidade plantada na década de sessenta e
desenvolvida nos anos seguintes não teria sido um modelo específico para a produção
industrial? Será que a área de serviços não exige metodologia própria?
�12
São questões que ainda parecem fazer parte das discussões filosóficas entre teóricos
e estudiosos do setor de serviços. Evidente que a busca constante de respostas deve nortear
também os pesquisadores na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, pois, com
o volume de informações cada vez maior, sendo disseminado diariamente através das
novas tecnologias, e com a robotização cada vez maior no setor industrial, as sociedades
caminham estruturalmente para uma economia de serviços, com porcentagem cada vez
maior de trabalhadores migrando do setor industrial para o chamado setor de serviços.
Aplicar soluções do passado a problemas do presente, sem dúvida, pode levar a
uma falta de visão administrativa. A qualidade não pode ser vista como mais um programa,
mas sim como filosofia ética integrante de todo o componente humano organizacional.
A principal tendência para este início de milênio é que a qualidade parece estar-se
fundindo a outras teorias administrativas, atualmente o chamado capital humano precisa
possuir poder de decisão para resolver os problemas nos diversos momentos da verdade.
Isto exige que toda a estrutura da empresa seja alterada, focando-a no cliente.
Somente através da integração de todas as novas teorias administrativas, a
qualidade poderá nascer forte e contagiar todos os colaboradores, desde os auxiliares até os
diretores em nível estratégico.
No contato com a literatura de serviços, parecia-nos que a resposta estaria no
conceito de momentos da verdade. No caso da Biblioteca de Ciências Humanas da
Universidade Estadual de Ponta Grossa, o mapeamento e identificação dos momentos da
verdade apontaram os principais pontos críticos do processo.
O mapeamento dos diversos pontos do ciclo de serviços, em conjunto com a análise
dos momentos da verdade trágicos, apáticos e encantados demonstrou ser perfeitamente
adequado para análise do estudo do caso em questão. Com momentos da verdade
trágicos ocorrendo, em maior frequência, na média de 20% em análise geral de todos os
pontos, e momentos da verdade encantados apresentando índices semelhantes, pôde-se
�13
concluir que, em média, 60% dos respondentes vivem momentos da verdade apáticos.
Infere-se daí que aqueles índices predominantes em avaliação geral entre média 3,00
(atendimento regular) e média 4,00 (atendimento bom) são condizentes com os momentos
da verdade vivenciados pelos clientes externos. A análise dos momentos da verdade, como
instrumento para avaliar o processo de atendimento, demonstrou ser ferramenta eficaz.
Como conclusão final, entendemos que é preciso criar sistemas de apoio cultural,
sustentados por uma cultura de serviços. Nesse novo modelo, as figuras de autoridade, os
valores dominantes, as normas de comportamento e o sistema de incentivos se unem no
sentido de influenciar as pessoas na direção de resultados de elevada qualidade nos
diversos momentos da verdade.
A
verdadeira
qualidade
é
aquela
em
que
todos
na
organização
estão
comprometidos, unindo-se em torno da missão institucional.
ABSTRACT This article purpose to show aspects of the quality manager in university
libraries, through of the integrate diverses manager technics, therefore: appropriated of
empowerment; valued of human capital, projects of endomarketing; organization culture
manager; search of users perception and; analysis of moments of truth. The author
affirmate that
the truth quality only is possible when there is theory integrated,
possibiliting a appropriate posture of staffs for give solutions that problems of users on the
various moments of truth. Relate the case study realizated at the Library of Humans
Science of the Ponta Grossa State University.
Key-words: Quality – attendance services – libraries. Quality in libraries. Perception
quality. Moments of truth at libraries
�14
REFERÊNCIAS
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maneira de tratar os seus clientes. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1992.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Qualidade: momentos da verdade no serviço de atendimento aos usuário.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Gomes Filho, Antonio Costa
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este artigo tem por objetivo apresentar aspectos relacionados à gestão da qualidade em bibliotecas universitárias, através da integração de diversas técnicas administrativas, quais sejam: adoção de empowerment; valorização do capital humano; projetos de endomarketing; gerenciamento da cultura organizacional; estudos de percepções de usuários e; análise dos momentos da verdade. O autor defende que a verdadeira qualidade somente é conseguida a partir da integração dessas teorias, possibilitando uma atitude adequada por parte do funcionário para resolver problemas dos usuários nos diversos momentos da verdade. Relata o estudo de caso efetuado na Biblioteca de Ciências Humanas da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4020/SNBU2002_017.pdf
94cd4110e3f1e3fada0e76742b6a8e4b
PDF Text
Text
Gerenciamento de Bibliografias em Meio Eletrônico e
Normalização no Padrão ABNT
BRITO*, A.A.S.;OLIVEIRA, R.C.
PIC Informática – Av. Albino Oliveira, 1393 – 13085 Campinas SP
brito@picinfo.com.br
Dept. de Letras, CECH - UFSCAR
RESUMO
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT®) tem definido diversas
normas de citação de referências bibliográficas (NBR© 6023 e 10520). Apesar da
editoração e composição dos textos científicos serem executados digitalmente, o trabalho
de formatação de estilos de citação e bibliografia é feito manualmente.
Apresentamos uma ferramenta de software para consolidar as normas de referências
bibliográficas de modo automático e seguindo as regras da ABNT. Esta ferramenta pode
ser aplicada a gerenciadores de banco de dados bibliográficos e editores de texto. Deste
modo o usuário pode desenvolver seu trabalho de pesquisa sem preocupar-se com
correções na formatação das citações e referências bibliográficas. O método eletrônico de
formatação permite uma fácil padronização evitando assim a descaracterização de normas.
Palavras Chave: ABNT, NBR 6023:2000, Reference Manager; bibliografia, referências;
organização bibliográfica
1. Introdução
A definição de um padrão para referências bibliográficas é uma exigência da metodologia
presente em todas as publicações científicas. Entretanto verifica-se uma grande dispersão
nas regras utilizadas por alunos e professores na confecção de trabalhos científicos
publicados no Brasil. As revistas indexadas de circulação internacional possuem normas de
referência bibliográficas bem definidas. No Brasil o esforço desenvolvido pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) resultou no projeto NBR 6023 , definido pela
Comissão de Estudo de Referências com a finalidade de definir um padrão nacional. Esta
Norma (como será descrita neste texto a partir de então), concluída no mês de agosto de
2000, foi baseado nas ISO 690:1987 e ISO 690-2:1997 e substitui a NBR 6023:1989. A
Norma contém vários elementos novos dentre os quais a indicação de referências em
meios eletrônicos.
1
�O Reference Manager é um programa de captura, organização e definição de estilos de
referências bibliográficas. Embora contenha mais de 600 estilos de revistas internacionais,
faltava ainda um estilo capaz de cobrir as definições da Norma.
Para desenvolver um estilo padrão ABNT criamos um banco de dados especial,
(ABNTPIC.RMD) com os próprios exemplos da Norma. Para incluir todas as
recomendações e especificações foram adicionados campos aos registros usuais do
Reference Manager. Estes campos foram introduzidos de modo a evitar conflitos com os
registros importados de outros bancos de dados como PUBMED e o Web Of Science
(WOS). Os campos foram traduzidos e adaptados para o Português de modo a obedecer aos
termos utilizados na Norma.
A Norma permite dois modos de inserção de uma referência no texto: (a) por ordem
numérica de citação (o utilizado neste texto) ou (b) através da indicação de autor-datapágina. Para atender a estas opções, criamos duas folhas de estilo (a) para indicação por
ordem de citação (arquivo de estilo ABNTNUM.OS) e (b) por ordem de autor e data.
(arquivo de estilo ABNTAUT.OS). Usamos e testamos os exemplos sugeridos na Norma.
Na Seção de Material e Método descrevemos os exemplos sugeridos pela Norma. As
possíveis maneiras de identificação foram testadas para os diversos tipos de documentos
(livros, capítulos de livro, revistas completas, jornais, periódicos, artigos, comunicação
eletrônica, mídia eletrônica). Os elementos essenciais na identificação (Autores, Títulos e
subtítulo, Edição, Local de Publicação, Editora, Data da Publicação, local de acesso
eletrônico), os elementos complementares (Ilustrador, revisor, tradutor,) e as características
físicas (suporte material, páginas, volumes, ilustrações, dimensões, notas) e as
identificações únicas ISBN ou ISSN foram considerados nas mais diversas formas.
Na Seção Conclusão mostramos ser possível construir com uma ferramenta de software
todas as possíveis normas definidas na ABNT exceto com uma única exceção que pode ser
corrigida facilmente pelo escritor atento. A Seção de Bibliografia foi gerada com exemplos
da Norma, baseados nos bancos de dados de modo totalmente automático.
2. Material e Método.
Usamos como ponto de partida as normas da ABNT© NBR6023:2000 e os exemplos ali
descritos. A Norma (Seção 7.1) estabelece como monografia um conjunto de documentos
tais como Livro1;2 , Tese3 , Folheto4 , Dicionário5, Guia6, Manual7 (classificado como
2
�relatório), Catálogos8;9 e Almanaque10 . Para o banco de dados temos que distinguir os
diferentes tipos de monografia. Por outro lado algumas distinções da Norma é indiferente
para o banco de dados. Por exemplo tanto Dicionário3, Guia6 ou Almanaque10 para nós é
simplesmente um livro como um todo. Observe-se a distinção do subtítulo (sem negrito)
em
3
e a introdução de um responsável pela obra3 ou observações adicionais ao final da
referência1;2;5-7;10
Talvez o tipo de citação mais complexa é citação de uma monografia ou capítulo dentro de
uma outra monografia ou um livro. Neste caso tanto a parte citada como a obra na qual está
inserida precisam ser descritas. Este tipo de citação é descrito na Seção 7.2 da Norma
como Parte de Monografia (no banco ABNTPIC.RMD esta inclusa no grupo capítulo de
livro11;12). A obra completa contém o prefixo “In”11;12 e os organizadores da obra principal
são identificados11 (no caso “Org.”).
Vamos fazer uma anatomia de uma referência completa para exemplificar a hierarquia da
informação dentro da referência. Por exemplo considere-se a parte de monografia11
3
�ROMANO, G. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J.
(Org.). História dos jovens 2 : a época contemporânea. Trad.Marcondes,
C.; Moulin, N.; Neves, P. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.
Traduzido de Storia dei giovani. Bari:Laterza, 1994. ISBN 8571645558.
Campo
Exemplo
observação
ROMANO, G.
Como usual indicam-se os autores pelo último
Autor do artigo ou
SOBRENOME, N. (prenomes abreviados neste caso,
capítulo
porém não necessariamente, como em 2;6;7;13;14 )
Imagens da
Por se tratar de uma parte, sem ênfase e somente o início
Título trabalho
juventude na
em maiúscula, separando por ponto final de autor.
era moderna
In: LEVI, G.;
Observe-se o prefixo “In:” indicando que trata-se de um
Autores da obra
SCHMIDT, J.
artigo dentro de uma obra maior. Os autores obedecem a
principal
(Org.).
notação usual de autor, separados por ponto e vírgula. Ao
final aponta-se o Organizador ou coordenador,como em
15-18
História dos
jovens 2:
O título principal do livro é em negrito, com a inicial em
maiúsculas, separando-se do subtítulo por dois
pontos.Caso o título seja desconhecido, ele é substituído
por um traço “______” como em 12 .
a época
Sem ênfase conclui com ponto final. As vezes tanto o
Subtítulo do livro ou
contemporânea
título como o subtítulo pode ser abreviado, como em 19
obra principal
Tradutores, ilustradores Trad.Marcondes, Outros responsáveis pela obra. (tradutores, compiladores,
C.; Moulin, N.; ilustradores). Não é um elemento essencial e pode ser
ou outros
Neves, P.
omitido como na sugestão original da Norma20 No caso de
até 3 autores, eles são separador por ponto e vírgula
simplesmente. Em caso de 4 ou mais autores eles são
precedidos por et al. 14;21-23
.São Paulo
Local de Publicação
Precedido de ponto final, segue o local de publicação.
Quando não se tem certeza, o local é colocado entre
colchetes [São Paulo] como em 24-26 . Na falta de
informações pode ser abreviado pela expressão latina sine
loco [S.I.] como em 27-29
:Companhia das
Precedido de dois pontos, a editora é indicada como é
Editora
Letras
mais conhecida, podendo usar abreviações quando não
houver perda de identidade. Quando existirem dois ou
mais editores ambos podem ser indicados como em 19;30.
No caso de ausência de editores, pode-se indicar pela
abreviação latina sine nomine [s.n.] como em 16;29;31-33
, 1986
Data da Publicação
Precedido de vírgula após nome da Editora, a data de
publicação (sempre que possível o ano em 4 dígitos) pode
tanto ser um ano, como um período.34-37. Em caso de
dúvida a data é colocada entre colchetes [2001]
p.
7-16
No caso trata-se de página inicial e final. Pode-se anotar
Páginas onde se localiza
somente a página inicial, como em38;39
o artigo
Traduzido de
Ao final pode-se introduzir uma observação. Embora é
Observação não
Storia dei
essencial
comum fazê-lo2;5;6;10;24;40-56 não é obrigatório.
giovani.
Bari:Laterza,
1994
ISBN 8571645558 Opcionalmente pode-se incluir o ISBN (International
ISBN
Standard Book Numbering), que é uma identidade única
de um livro.
Título do livro ou obra
principal
Tabela 1.:Descrição de parte de uma monografia no interior de um livro
4
�Analisamos até aqui os documentos descritos como parte de monografias e livros. Quanto
aos livros vários outros elementos ainda podem ser acrescentados, tais como:
dimensões1;2;51;53-58,
ilustrações6;40;48;50;55-57;59-63,
edições12;21;54;55;58;64-67,número
de
páginas1;2;6;18;26-28;30;32;33;40;41;45-58;60-65;68-80, com paginação irregular24;44, tipo coleção ou
série 31;45;51-53
Para publicação de trabalhos indexados, a maior parte das referências são do tipo artigo de
autor. A maior parte da indicação segue o padrão internacional de diversas revistas. Os
gerenciadores de Bibliografia já tem modelos prontos. Vejamos um exemplo81 de Artigos
em periódicos
GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e Administração, Rio
de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15-20, set. 1997.
Campo
Autor ou autores
Nome do artigo ou
trabalho
Nome da revista ou
periódico
Local de Publicação
Exemplo
Gurgel, C.
Reforma do Estado e
segurança pública
Política e
Administração
,Rio de Janeiro,
, v 3
Volume ou ano
, n. 2
Número
Página inicial e final
, p. 15-20
Data de publicação
set. 1997
comentário
Idêntico ao comentado na Tabela 1.
É indicado conforme consta no documento,
sem alterações.
Em negrito e conforme consta do título. É
um elemento obrigatório
Precedido de vírgula, é um elemento não
essencial.
Precedido de vírgula. Pode ter vários
formas de identificação, por exemplo
veja34;35;37;81-86, ou pode ser simplesmente
omitido tal como em36;87-90
Precedido de vírgula, podem existir
diferentes formas de identificação 34;83
Precedido de vírgula, indica-se a página
inicial e final 34-36;81-84;89, porém nem sempre
isto é possível 37;85;86;90
Precedido de vírgula, na maioria das vezes
limita-se ao ano com 4 dígitos 82;87;89.,
porém pode-se indicar ano e o mês
35;81;84;85;88;90
ou mesmo um período 34;36;37;83
sempre com o ano ao final.
Tabela 2.:Descrição de um artigo com identificação de autor
As citações de Teses e Dissertações (Mestrado, Doutorado, Livre Docência, Titular,
Monografias de final de curso) são semelhantes ao de artigo em periódicos, com o cuidado
adicional de identificar o local e o tipo de documento.Vejamos um exemplo91 dentre outros
3;91;92
:
5
�ARAUJO, J. A. Máscaras inteiriças Tukuna:possibilidades de estudo de artefatos de museu para o
conhecimento do universo indígena. 1985. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, São Paulo.1986.
Campo
Autor ou autores
Nome da Tese ou
Dissertação
Subtítulo
Data da Defesa
Número de páginas ou
folhas
Tipo
Grau e área
Local de Defesa ou
responsável
Data da Publicação
Exemplo
comentário
Araújo, J. A.
Idêntico ao comentado na Tabela 1.
Máscaras inteiriças
Em negrito, maiúsculas para nomes.
Tukuna
:possibilidades de
Precedido de dois pontos, segue o
estudo de artefatos de btítulo, quando houver.
museu para o
conhecimento do universo
indígena.
. 1985
Precedido de ponto, a data de defesa.
. 102 f
Precedido de ponto. Quando se trata de
único volume, indica-se o número total de
páginas ou folhas seguido da abreviatura.
Dissertação
Precedido de ponto, indica-se o tipo:
Tese, Tese, Dissertação, Monografia
(Mestrado em Ciências
Entre parênteses, segue-se o Grau
Sociais)
(Mestrado, Doutorado, etc..) e a área de
concentração .
Fundação Escola de
Precedido de um traço “-“ segue a
Sociologia e Política de Instituição responsável pela publicação da
São Paulo
obra, com elementos complementares,
como cidade3;91.
. 1986.
Precedido de um ponto segue a data de
publicação.
Tabela 3. Descrição de uma Tese
Observe-se que o número de páginas ou folhas depende da confecção da monografia. Uma
folha tem duas páginas, alguns trabalhos são escritos somente no anverso, daí indicar
apenas o número de folhas “f”.
A Norma reserva uma Seção (7.13 documento de acesso exclusivo em meio eletrônico)
para documentos não impressos disponíveis por meio eletrônico. O gerenciador Reference
Manager reserva 5 campos para indicação, via conexão a arquivos em rede, no computador
local ou na Internet. Nossa estratégia foi definir um destes campos, o “WEB/URL” , para
apontar um local onde o documento pode ser acessado eletronicamente. Neste referencial
não importa qual é o tipo do documento. Os documentos de acesso eletrônico (exclusivo ou
não), podem ser acessados e indicados como: artigos em periódicos85;86;88;90,trabalhos
apresentados em eventos ou congressos93-95; comunicações pessoais (trocas de e-mail)96,
jornais97;98. Reservamos um campo para uma observação final para a inclusão da data onde
o documento foi acessado pela última vez85;86;88;90;93-95;97-101. Quando se tratar de software,
6
�CD ROM, banco de dados, indicamos também o sistema operacional e o tipo de mídia
onde está gravado102-106. Utilizando o mesmo padrão outros gerenciadores poderão usar o
banco de dados e com pequena adaptação folhas de estilo semelhantes poderão ser criadas.
O documento no anexo 1: ABNTNUM.TXT pode servir como guia para uso em um
ambiente sem gerenciador de banco de dados e com um editor de textos padrão
3.Conclusão
A definição da Norma é um grande avanço na padronização de indicação bibliográfica no
Brasil. O uso de ferramenta de software, tal como os gerenciadores de bibliografia,
representam um avanço na facilidade de implementação da Norma. Pois em vez de
consultas freqüentes à Norma, sujeitas a interpretações pessoais, uma ferramenta capaz de
formatar o estilo automaticamente poupa o autor da árdua tarefa de conferência e
automatiza a definição do padrão. Se levarmos em conta que para referências indexadas a
bancos de dados disponíveis na Internet, um recurso cada vez mais acessível, a tarefa de
digitação de títulos e autores, sempre sujeita a erros, pode ser eliminada, veremos um
significativo aumento de produtividade do pesquisador e da qualidade do produto final.
Dentre as referências analisadas, somente uma exceção é digna de nota. Trata-se do caso de
referências com omissão de autor2;6. Neste caso específico, ao contrário de todas as outras
citações onde o título vem em negrito, a Norma define utilizar o título sem ênfase com a
primeira palavra em caixa alta. Por exemplo na referência2, o título correto seria :[PERFIL
da administração pública paulista. ......] e não como está indicado (negrito com primeira
letra em maiúscula). Esta exceção, obras sem autores definidos, é bastante rara e de fácil
correção. Omitimos, por motivo de espaço, outros tipos de documentos (Patente,
Documento jurídico, imagem em movimento, documentos iconográfico, cartográfico,
sonoro musical e tridimensional). Porém o autor pode fornecer os arquivos originais
completos a usuários interessados. Como sempre aparecem inovações na área acadêmica e
as constantes revisões que se fazem necessárias, estes trabalhos (o banco de dados
desenvolvidos e os estilos definidos) poderão sofrer adaptações no futuro sem perda do
conteúdo principal. Apesar de uma cuidadosa revisão não nos julgamos livres de
interpretações equivocadas ou incompletas. Solicitamos ao usuário e leitor sempre que
possível enviar-nos correções e sugestões de melhorias.
7
�4. Bibliografia
[1] GOMES, L. G. F. F. Novela e Sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137 p., 21 cm. (Coleção
Apologia e Ciência Política, 15). Bibliografia: p. 131-132. ISBN 85-7285-026-0.
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índice. ISBN 85-228-0268-8.
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estágio verde e maturação de colheita. 1998. 160 f. Tese (Doutorado em Nutrição) - Faculdade de
Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
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de S. Paulo
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Inclui Mapa rodoviário
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[14] ALVES, Roque de Brito. Ciência criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995
8
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[22] MALAGRINO, W.et. al. Estudos preliminares sobre os efeitos de baixas concentrações de
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Curso Tamandaré, 1993. Não paginado
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[26] LAZZARINI NETO, S. Cria e recria. [São Paulo]: SDF Editores, 1994. 108 p.
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anos, 2).
[31] MOORE, W. (Ed.). Construtivismo del movimiento educacional:soluciones. Córdoba, AR: [s.n.],
1960
9
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[33] DURAN, J. J. Iluminação para vídeo e cinema. São Paulo: [s.n], 1993. 126 p., 21 cm
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10
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[51] CARVALHO, M. Guia prático do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1994. 95 p., 21 cm.
(Princípios, 243)
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[55] HOLANDA, S. B. Caminhos e fronteiras. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. 301 p.,
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[64] GOMES, O. O direito de família. Atualização e notas de Humberto Theodoro Júnior . 11. ed. Rio
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11
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�
Dublin Core
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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Português
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Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Gerenciamento de bibliografias em meio eletrônico e normalização no padrão ABNT.
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Brito, A. A. S.
Oliveira, R. C.
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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The nature or genre of the resource
Evento
Description
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A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT®) tem definido diversas normas de citação de referências bibliográficas (NBR© 6023 e 10520). Apesar da editoração e composição dos textos científicos serem executados digitalmente, o trabalho de formatação de estilos de citação e bibliografia é feito manualmente. Apresentamos uma ferramenta de software para consolidar as normas de referências bibliográficas de modo automático e seguindo as regras da ABNT. Esta ferramenta pode ser aplicada a gerenciadores de banco de dados bibliográficos e editores de texto. Deste modo o usuário pode desenvolver seu trabalho de pesquisa sem preocupar-se com correções na formatação das citações e referências bibliográficas. O método eletrônico de formatação permite uma fácil padronização evitando assim a descaracterização de normas.
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pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4019/SNBU2002_016.pdf
0a1077b16aee78dd33d224d7c24fedb5
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ACESSO E RECUPERAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA PELA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA: OS ANAIS DE EVENTOS
Autores:
Ângela Maria Saraiva de Moura <angela@npd.ufpe.br>
Professora Assistente - DCI/UFPE
Carla Vilella de Mattos <carlavoxx@yahoo.com.br>
Danielle Castro da Silva <danicastro01@yahoo.com.br>
Alunas bolsistas do CNPq
Endereço:
Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Artes e Comunicação
Departamento de Ciência da Informação
Cidade Universitária - Recife - Pernambuco - Brasil
<dci@npd.ufpe.br>
RESUMO
Contextualiza a produção científica como um vetor importante para consolidação do
conhecimento nas áreas de saber, sendo a universidade o “locus” por excelência onde essa
produção é gerada, advinda das pesquisas e estudos desenvolvidos no meio acadêmico nos
seus vários campos. A comunicação desses produtos sendo realizada através de canais
formais, como os periódicos e outros veículos publicados por editoras comerciais e por
canais informais, como trabalhos em eventos e outros, também conhecidos como literatura
cinzenta. Define a literatura cinzenta e percorre alguns trabalhos nessa temática no Brasil,
enfatizando um tipo específico, os anais de eventos. Faz um retrospecto de iniciativas
existentes, com o uso de tecnologias de informação e da Internet, para garantir o acesso às
informações constantes nos anais de eventos. Analisa o SIGLE, no exterior, e as bases de
dados on-line de Eventos do IBICT e a de Anais do CIN/CNEN, além do Programa de
implantação da Biblioteca Digital Brasileira do IBICT/Prossiga. Questiona como saber
quais os trabalhos apresentados em determinado evento. Constata a dificuldade, no
momento, das bibliotecas universitárias em recuperar essa informação, por falta de acesso
aos trabalhos divulgados nos anais de eventos. Analisa os empecilhos e propõe alternativas
locais para cobrir as lacunas na prestação desse tipo de serviço de recuperação da
informação.
�1 INTRODUÇÃO
A produção científica é um vetor importante para consolidação do conhecimento nas áreas
do saber. A universidade é, portanto, o locus por excelência onde essa produção é gerada,
advinda das pesquisas e estudos desenvolvidos no meio acadêmico, nos vários campos do
conhecimento.
A produção acadêmica, por um lado, é uma exigência crescente na universidade, uma vez
que é tida como um dos indicadores de competência do departamento no ambiente da
instituição, e da universidade em outras instâncias. E por outro lado, para o docente
representa além da satisfação de contribuir para a sua área, uma necessidade diante da
pontuação instituída pela Gratificação de Estímulo à Docência – GED, que incide
diretamente na remuneração. Esses fatores são determinantes para o aumento quantitativo
de trabalhos acadêmicos.
Contudo, os produtos gerados quando comunicados é que fazem impulsionar o progresso
científico, tecnológico e cultural do país.
Hills (1983) analisa um modelo de comunicação no qual o processo está dividido em seis
partes interconectadas, identificando as ações e interações entre os envolvidos:
-
produtor, que gera a informação acadêmica, dependendo da veiculação dos trabalhos
nos canais de divulgação existentes, e que também usa essa informação para se inteirar
de relevantes fontes de informação e de idéias para seus trabalhos;
-
as sociedades profissionais, que reúnem os que trabalham em campos similares e que
ajudam na disseminação da informação;
-
editor, que é o agente da disseminação e pode ser o próprio produtor da informação, a
sociedade profissional ou a organização comercial;
-
produto, a saída do ato de comunicar e que se apresenta em várias formas;
-
bibliotecário, tradicionalmente o mediador entre o usuário e a informação e que agora
tem seu papel alterado, gerando e disseminando informação;
�-
as novas tecnologias, cuja influência se estende a todas as etapas do processo.
Assim, a comunicação da produção científica é efetivada através de canais formais,
convencionais, como periódicos, livros e outros publicados e veiculados por editoras
comerciais; e por canais informais, não convencionais, conhecidos como literatura
cinzenta.
Población (1992), autora de vários trabalhos sobre esta literatura, comenta que “atualmente
o conceito está ampliando, e incluem-se nesse grupo, além de relatórios de todos os tipos
(internos, institucionais, técnicos, de pesquisa, de comissões e outros), as comunicações
apresentadas em eventos, os anais e atas de reuniões, as conferências, pré-prints,
publicações oficiais, teses, traduções, patentes”.
Almeida (1994), Gomes, Mendonça, Souza (2000), remetem ao Seminário de York, que
definiu a literatura cinzenta como aquele material que não está disponível para ser
adquirido através dos canais normais de vendas e que é difícil de identificar e obter. Para
Chillag, citado por Población (1992) a literatura cinzenta caracteriza-se “segundo sua
apresentação não convencional, portanto não sendo publicada e distribuída através dos
canais normais do parque editorial, é compreensível que o seu difícil acesso crie sérios
problemas para a coleta, armazenamento e recuperação”. Población (1995) analisa que a
característica da literatura cinzenta é a tiragem reduzida, divulgação restrita e dificuldade
de acesso, mas que ela flui com rapidez entre os pares pelo fato de ser despida da
formalidade exigida para apresentação dos documentos convencionais.
Como parte integrante desta literatura tem-se os eventos, os encontros científicos, que para
Mello (1996) são meios eficientes de comunicação, tidos como um importante canal
informal, pela rapidez da divulgação e intercâmbio das idéias.
O produto desses eventos científicos, os anais, mesmo confirmados como importantes
fontes de disseminação de informação, dificilmente têm seu conteúdo amplamente
divulgado. As características desse tipo de documento são: distribuição fica restrita aos
�participantes dos eventos; poucos exemplares ficam disponíveis para as bibliotecas e
centros de informação; alguns anais apresentam apenas os resumos dos trabalhos. Essas
características enunciadas para a literatura cinzenta aplicam-se também ao caso específico
de anais de eventos.
No entanto, como veículo de comunicação científica ele tem seu valor reconhecido em
vários países e por organizações internacionais. A área científica e tecnológica constata
que em muitos casos a informação que divulgam é mais detalhada do que a que aparece em
canais formais como nos periódicos e livros.
Com o incremento das novas tecnologias de comunicação e do uso da Internet, houve um
aumento de fontes impressas e em Cd-Rom, bases de dados favorecendo uma substancial
alteração no processo de comunicação dos produtos científicos.
Algumas experiências de sistemas de cooperação internacional merecem destaque como a
criação da GreyNet, uma rede de âmbito internacional, com sede na Holanda, com o
objetivo de promover e apoiar o trabalho de autores, pesquisadores, bibliotecários e
intermediários de informação no campo da literatura cinzenta. Destaca-se também o
System of Information for Grey Literature in Europe - SIGLE, criado em 1980, que produz
e fornece acesso às bases de dados bibliográficas mantidas pelos Centros Nacionais, em
mais de dezesseis países cooperantes, no continente. O conteúdo da base de dados SIGLE é
atualizado mensalmente, existindo em Cd-Rom (para instituições associadas) e online com
as consultas restritas a assinantes. Almeida (1994) informa que cada centro nacional dos
países associados é responsável pelos seus acervos e pela garantia de que todos os
documentos sejam incorporados à base de dados para assegurar que sejam acessíveis.
No Brasil (2001) uma iniciativa importante é o Programa Biblioteca Digital Brasileira, no
estágio de implantação, que "pretende integrar em único portal os mais importantes
repositórios de informação digital do país [...]". Entre os serviços e acervos que integrarão
a Biblioteca Digital Brasileira tem-se, sob a responsabilidade do Centro de Informações
Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CIN/CNEN:
-
Base de dados de texto completo de trabalhos de congressos;
�-
Anais de eventos - um serviço para disponibilizar um ambiente web para edição
eletrônica de anais de eventos, incluindo canais de comunicação que possibilitem a
submissão, avaliação e aceitação de trabalhos apresentados em eventos.
E sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT:
-
Base de dados de eventos - a que existe atualmente, mas que passará por ajustes para se
tornar mais eficiente.
Este quadro norteou a pesquisa delineada a seguir.
2 PRODUÇÃO CIENTÍFICA, LITERATURA CINZENTA E ANAIS DE EVENTOS
A “Produção científica e tecnológica em Nutrição: dimensionamento e impacto social”, é
uma pesquisa que está sendo realizada pelo Grupo de Informação Tecnológica do
Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE,
e conta com o apoio do CNPq.
O estudo incide no Laboratório de Experimentação e Análise de Alimentos – LEAAL da
UFPE. Este laboratório atua dentro e fora da universidade através da pesquisa analítica e
tecnológica de matérias primas convencionais ou não; avaliação da eficiência e eficácia do
processamento de alimentos.
A escolha do LEAAL recaiu pela relevância dos estudos que realizam para a melhoria
nutricional da população. Tenta-se verificar o impacto da produção científica na área de
Nutrição e sua divulgação no âmbito da sociedade.
Entre os subprojetos que compõem a pesquisa, enfoca-se aqui o de “Impacto da produção
científica em Nutrição na literatura cinzenta”. Visa estudar a produção científica dos
professores/pesquisadores do LEAAL pelos registros em canais de literatura cinzenta: teses
�e dissertações do programa de pós-graduação em Nutrição e a participação em eventos
com trabalhos científicos divulgados em anais, na década de noventa (1990/2000).
Um recorte desse estudo, o que se relaciona aos trabalhos disseminados nos Anais de
eventos objetiva verificar o acesso e recuperação das informações contidas neste tipo de
produção científica, para analisar a repercussão desses trabalhos em sua área específica.
2.1 METODOLOGIA
O público alvo da pesquisa é composto por nove professores/pesquisadores atuantes no
LEAAL, abrangendo o período de 1990-2000.
Inicialmente procedeu-se ao levantamento bibliográfico sobre a literatura cinzenta, eventos
e anais de eventos para compor o corpus da pesquisa.
Com a lista atualizada dos docentes, passou-se a um levantamento documental no arquivo
administrativo do LEAAL.
Os dados foram organizados por ano até 1996, data limite constante nas pastas
pesquisadas. Para assegurar dados corretos, obter e inserir as referência s dos anos
seguintes, teve-se que seguir outros caminhos: contou-se com uma lista de referências
bibliográficas dos trabalhos de pesquisa realizados no LEAAL de 1965-1994, e o livro de
Costa e Souza (1995) volume que compõe a retrospectiva Quarenta anos de Nutrição no
Nordeste.
A busca envolveu: os currículos pessoais, como também, através da Internet o Diretório
dos Grupos de Pesquisa no Brasil do CNPq, e o Currículo Lattes de cada um dos
docentes/pesquisadores.
Tornou-se
necessário
esse
rastreamento
para
se
filtrar
as
informações e ter maior segurança nos dados, uma vez que trabalhos em co-autoria
apareciam com divergências ora no título, ora no local ou no ano do evento.
�A seleção e análise desses dados permitiu o mapeamento de autoria e veículos de
divulgação dos trabalhos publicados, constando de tipo de participação, local e data dos
eventos. As informações foram depuradas para se obter uma lista única por título de
trabalho, evento e ano. Este procedimento permitiu uma visão focalizada nos trabalhos em
si, uma vez que, em grande parte, eles são elaborados em co-autoria: pesquisadores e
técnicos.
Procedeu-se à verificação da listagem no Sistema de Bibliotecas da UFPE, particularmente
na Biblioteca Central e na Biblioteca do Centro de Ciências da Saúde.
A verificação estendeu-se às bases de dados on-line de universidades e institutos de
pesquisa tais como:
DEDALUS <http://dedalus.usp.br> Catálogo on-Line Global
ITAL <http://www.ital.org.br> Biblioteca on-line, consulta ao acervo
BIREME
<http://bireme.br>
Literatura científica – base de dados - Lilacs (Literatura
Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde)
CIN/CNEN. <http://www.cnen.gov.br> Acessar a base SuprirNet do CIN
UNB <http://www.bce.unb.br/bibliotecavirtual/online.htm> Catálogo online
Na UFPE utilizou-se o catálogo SAB2 acessado pela Intranet.
A base de eventos do IBICT não foi pesquisada pelo fato de que seu formato/conteúdo não
corresponder especificamente, na ocasião, ao proposto pela pesquisa.
E o Cd-CIN, 3ª edição, 1998. Outro formato para o Catálogo Coletivo de Anais de
Eventos, como descrito por Coutinho e Braga (1995), um instrumento para o serviço de
comutação bibliográfica do CIN e do COMUT/IBICT.
2.2 RESULTADOS
Na listagem geral da produção científica do LEAAL aparecem 77 trabalhos divulgados em
41 diferentes eventos científicos, no período de 1990 a 2000.
�Nas buscas efetuadas pelos nomes desses 41 eventos, localizou-se o total de 21 (51,2%),
conseguindo-se recuperar, portanto, a metade do número de eventos.
Quanto aos trabalhos disseminados nos eventos cujas referências foram recuperadas pelos
títulos nas buscas empreendidas, localizaram-se 19 (24,7%) dos 77 trabalhos listados.
Tabela 1: Distribuição dos títulos encontrados por base pesquisada.
Bases pesquisadas
Títulos encontrados
Grupos de pesquisa CNPq
13
CCS/UFPE
04
Dedalus/USP
01
UnB
01
Total:
19
2.3 COMENTÁRIOS
Confronta-se os resultados da pesquisa com as etapas do processo de comunicação
assinalados por Hills (1983) e em alguns itens remete-se à literatura utilizada.
- O produtor
No caso em tela como as pesquisas são feitas no laboratório e dependendo da área
estudada, os resultados são divulgados com o nome de todos os que participaram da
pesquisa: docentes/pesquisadores e técnicos. Daí ser muito visível a co-autoria.
- As sociedades profissionais
Das referências recuperadas oito foram bancadas por sociedades profissionais e três por
universidades.
- O editor
Na disseminação da informação onze foram divulgados por sociedades e associações
profissionais aparecendo uma referência editada como um livro e com registro ISBN.
�- O produto
Na busca empreendida junto às bases de catalográficas e on-line, verificou-se que muitos
dos trabalhos apresentados em eventos também tinham sido publicados como artigos de
periódicos, como explicitado por Población (1995). Sabe-se que nos últimos anos há uma
tendência
forte
de
disseminação
através
de
Cd-Rom’s,
o
que
implica
numa
organização/tratamento/recuperação diferentes das que ocorreram nas poucas referências
recuperadas.
- O bibliotecário
No seu papel de intermediário entre o usuário e a informação, na literatura
biblioteconômica e da Ciência da Informação, nota-se uma preocupação em inverter esse
binômio, passando para mediador entre a informação e o usuário. Isso quer dizer que
passou a trabalhar com os suportes, filtrar, minerar os dados, direcionando-os e
acondicionando-os da melhor forma para o usuário/cliente. Nas buscas efetuadas, em off,
foram colocadas as dificuldades de acessar a informação in natura.
- As novas tecnologias
Indubitavelmente
as
novas
tecnologias
têm
representado
na
área
da
Biblioteconomia/Ciência da Informação o papel de: agente propulsor das mudanças;
instrumento facilitador ocorrente em todo o fluxo da informação, do produtor ao produto.
No ciclo da produção cientifica favorece a sua retroalimentação, com maior agilidade,
promovendo a mudança do papel do bibliotecário, que passa, em muitos casos, para a
função de produtor de informação. Na área da editoração, diminuindo os custos,
melhorando a produtividade e acentuando a qualidade. Com isso facilitando para o
produtor, o editor, a biblioteca terem o produto disseminado em vários suportes impressos,
eletrônicos e digitais.
O Programa Biblioteca Digital Brasileira inclue como responsabilidade do MEC a
unificação dos OPAC’s –
Catálogos de Acesso Público On-line das bibliotecas
universitárias brasileiras que já disponibilizam na Internet seus catálogos segundo
�protocolo padronizado. O documento conclui com a necessidade de "despertar interesse de
parceiros".
Sendo assim, propõe-se que as bibliotecas universitárias com os catálogos on-line ou não,
pensem na necessidade de incluir em suas rotinas o registro de dados de eventos (no todo)
e analíticas dos respectivos trabalhos. Teria-se, assim, a possibilidade de acessar e
recuperar, não só os eventos, como os autores e trabalhos apresentados. Um exemplo temse na base Dedalus (Figuras 1 e 2).
Figura 1 Interface de busca.
�Figura 2 Resultado de busca.
3. CONCLUSÃO
É fato incontestável a explosão da produção científica na atualidade, propiciada pelas
imposições acadêmicas e facilitada pelo uso das novas tecnologias.
Essa produção disseminada através dos eventos científicos encontra entraves para o acesso
e recuperação, como visto na literatura pesquisada com trabalhos em décadas diferentes.
Uma pergunta permeou a pesquisa durante a elaboração e execução do trabalho: como
saber quais os trabalhos apresentados em determinado evento?
Sintoniza-se como uma necessidade que as bibliotecas universitárias sejam incluídas como
receptoras
dos
anais
de
eventos
para
que
possam
disponibilizando-os, percorrendo, assim, todo o fluxo da informação.
registrá-las
analiticamente,
�REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. do R. G. Consideraciones generales sobre literatura gris. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 8., 1994, Campinas, SP. Anais...
Campinas: UNICAMP, 1994. p. 245-258.
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia, Programa de Informação e Comunicação para a Pesquisa. Biblioteca
Digital Brasileira: programa de implantação Biênio 2001-2002. Brasília, fev. 2001.
COMISSÃO Nacional de Energia Nuclear. Centro de Informações Nucleares. Cd-CIN. 3.
ed. Rio de Janeiro, 1998. 1 Cd-Rom.
COSTA, M. C. M. de A.; SOUZA, M. J. G. de. Memória científica do Departamento de
Nutrição e das instituições predecessoras (1950/1995). In: QUARENTA anos de Nutrição
no Nordeste: uma retrospectiva. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 1995. v. 2.
COUTINHO, O. C. de A.; BRAGA, F. R. Base de dados de anais de congressos como
instrumento de comutação bibliográfica: estado atual e perspectivas. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE COMUTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA, 2., 1994, Campinas, SP. Anais...
Brasília: IBICT/CAPES, 1995. P. 31-36.
GOMES, S. L. R.; MENDONÇA, M. A. R.; SOUZA, C. M. de. Literatura cinzenta. In:
CAMPELO, B. S.; CENDOR, B. V.; KRAEMER, J. M. (Org.). Fontes de informação
para pesquisadores e profissionais . Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000. p. 97-103.
HILLS, P. J. The scholarly communication process. In: WILLIAMS, M. E. (Ed.). Annual
Review of Information Science and Technology. Washington, DC.: ASIS, 1983. v. 18, p.
99-125.
MELLO, L. L. C. C. de. Os anais de encontros científicos como fonte de informação:
relato de pesquisa. R. Bibliotecon. Brasília, v. 20, n. 1, p. 53-68, jan./jun. 1996.
POBLACIÓN, D. A. Literatura cinzenta ou não convencional: um desafio a ser enfrentado.
Ciência da Informação, Brasília, v. 21, n. 3, p. 243-246, set./dez. 1992.
POBLACIÓN, D. A.; NORONHA, D. P.; CURRÁS, E. Literatura Cinzenta versus
Literatura Branca: transição dos autores das comunicações dos eventos para produtores de
artigos. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 2, 1995. Disponível em:
<http://www.ibict.br/cionline/250296/25059612.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2002.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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Acesso e recuperação da produção científica pela biblioteca.
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An entity primarily responsible for making the resource
Moura, Angela Maria Saraiva de
Mattos, Carla Vilella de
Silva, Danielle Castro da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Contextualiza a produção científica como um vetor importante para consolidação do conhecimento nas áreas de saber, sendo a universidade o “locus” por excelência onde essa produção é gerada, advinda das pesquisas e estudos desenvolvidos no meio acadêmico nos seus vários campos. A comunicação desses produtos sendo realizada através de canais formais, como os periódicos e outros veículos publicados por editoras comerciais e por canais informais, como trabalhos em eventos e outros, também conhecidos como literatura cinzenta. Define a literatura cinzenta e percorre alguns trabalhos nessa temática no Brasil, enfatizando um tipo específico, os anais de eventos. Faz um retrospecto de iniciativas existentes, com o uso de tecnologias de informação e da Internet, para garantir o acesso às informações constantes nos anais de eventos. Analisa o SIGLE, no exterior, e as bases de dados on-line de Eventos do IBICT e a de Anais do CIN/CNEN, além do Programa de implantação da Biblioteca Digital Brasileira do IBICT/Prossiga. Questiona como saber quais os trabalhos apresentados em determinado evento. Constata a dificuldade, no momento, das bibliotecas universitárias em recuperar essa informação, por falta de acesso aos trabalhos divulgados nos anais de eventos. Analisa os empecilhos e propõe alternativas locais para cobrir as lacunas na prestação desse tipo de serviço de recuperação da informação.
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31b78533ea5f0d5b133cc10956210c2b
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PROGRAMA SOCIAL? BIBLIOTECA PRESENTE!
AUTOR:ANA VIRGINIA DE QUEIROZ MELO
INSTITUIÇÃO:FAL – FACULDADE DE NATAL
ENDEREÇO:ALAMEDA DAS MANSÕES, 2110, CANDELÁRIA NATAL –RN
CEP: 59067 - 010
PAÍS: BRASIL
E-MAIL: anavirginia@falnatal.com.br
biblioteca@falnatal.com.br
�2
ANA VIRGINIA DE QUEIROZ MELO
PROGRAMA SOCIAL? BIBLIOTECA PRESENTE!
NATAL/RN
JULHO/2002
�3
À minha mãe, Nilrene que tanto amo e que a distância não consegue separar.
�4
“Uma jornada de mil léguas começa com um único passo”
Lao-tzu
�5
PROGRAMA SOCIAL? BIBLIOTECA PRESENTE!
Partindo da necessidade de integrar a comunidade carente de Natal-RN em
experiências profissionais que primasse pela capacitação e vivências em ambientes
Institucionais, despertando o interesse pela leitura e, ao mesmo tempo, conduzindo a uma
sociabilidade com o meio acadêmico, foi instituído, através do Convênio firmado entre a
Biblioteca Universitária da Faculdade de Natal - FAL e a Fundação Fé e Alegria
(Organização não-governamental sediada em São Paulo, com
escritório
localizado em
Natal – RN), o Projeto Biblioteca Facilidade Cidadã. Um dos objetivos deste projeto é
facilitar o acesso ao primeiro estágio em Bibliotecas Universitárias
para
jovens de baixa
renda, combatendo a exclusão social e desenvolvendo a capacitação profissional e
educacional. Os jovens, integrantes deste Projeto, são selecionados nas comunidades onde
a Fundação atua e encaminhados para vivenciarem a rotina da Biblioteca Universitária da
FAL com
carga horária ,
remuneração e
outros benefícios definidos, tendo a
oportunidade de adquirir hábitos, experiências e atitudes indispensáveis à formação
humana e social,contribuindo assim para criação de mão-de-obra especializada, capacidade
de enfrentar o mercado de trabalho e consciência de
cidadania. Para fazer parte do
programa é necessário freqüentar a escola e participar do Projeto Bibliotecas Comunitárias,
mantido pela Fundação Fé e Alegria. A Faculdade, por se um centro de produção de
conhecimento, tem que estar intimamente articulada com a comunidade e, através da
experiência na Biblioteca universitária, houve uma troca de informações
entre os
funcionários e estagiários, respeito às diferenças, responsabilidades e auto-estima. Através
do estágio, podemos constatar que os jovens mantiveram uma conduta corporativa, que
antes, conforme depoimentos, não conseguiam mensurar.
Esses jovens, com um futuro
incerto, passaram a possuir a chance de ter uma vida melhor, recuperando alegria,
dignidade, cidadania e o sonho de ter uma profissão, acreditando na educação, na cultura e
principalmente, neles mesmos.
�6
DOES THE SOCIAL PROGRAM? PRESENT LIBRARY!
Leaving of the need of integrating the lacking community of Natal-RN in professional
experiences that it excelled for the training and existences in Institutional atmospheres,
waking up the interest for the reading and, at the same time, leading her/it a sociability
with the academic middle, it was instituted, through the Agreement among the
Academicals Library of University de Natal - FAL and the Foundation of Trust and
Happiness (headquartered no-government Organization in São Paulo, with located office in
Natal - RN), the Project Facility Library of the Citizen. One of the objectives of this project
is to facilitate the access to the first apprenticeship in Academicals Libraries for youths of
low income, combating the social exclusion and developing the professional and
educational training. The youths, integral of this Project, they are selected in the
communities where the Foundation acts and directed for us to live the routine of the
Academicals Library of FAL with hourly load, remuneration and other defined benefits,
tends the opportunity to acquire like this habits, experiences and indispensable attitudes to
the human formation and social contrition for skilled labor creation, capacity to face the
job market and citizenship conscience. To do part of the program it is necessary to frequent
the school and to participate in the Project Community Libraries, maintained by the
Foundation of the Trust and Happiness. University, for if a center of knowledge
production, has to be intimately articulated with the community and, through the
experience in the academicals Library, there was a change of information between the
employees and trainees, respect to the differences, responsibilities and self-esteem.
Through the apprenticeship, we can verify that the youths maintained a corporate conduct,
that before, as depositions, didn't get measure.
Those young ones, with an uncertain future,
started to possess the chance of having a better life, recovering happiness, dignity,
citizenship and the dream of having a profession, believing in the education, in the culture
and mainly, in them same.
�7
SUMÁRIO
.
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
2
OBJETIVOS
2.1 GERAL
2.1.1 ESPECÍFICOS
3
JUSTIFICATIVA
4
FUNDAÇÃO FÉ E ALEGRIA
5
PROJETO BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS.
5.1 IMPLANTAÇÃO DAS BIBLIOTECAS
5.2 CAPACITAÇÃO DE PESSOAL
5.2.1 MEDIADORES DE LEITURA
5.2.2 GESTORES DE BIBLIOTECAS
6
A FACULDADE DE NATAL – FAL
6.1 A BIBLIOTECA DA FAL.
6.2 PROJETO BIBLIOTECA FACILIDADE CIDADÃ.
6.3 LEGITIMAÇÃO DO PROJETO
7
UMA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA OU UMA BIBLIOTECA
DIFERENTE?
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANEXO 1 – TERMO DE COMPROMISSO DE CONVÊNIO
09
09
09
09
10
11
12
12
12
12
13
13
14
14
15
17
18
�8
1 INTRODUÇÃO
São inúmeros os problemas que enfrentam os jovens oriundos da população
carente,
geralmente
com
baixos
níveis
de
socialmente valorizantes e fracamente qualificados.
afeta a
escolaridade,
sem
saídas
profissionais
A pobreza é o principal problema que
sociedades na região nordeste, impedindo o desenvolvimento de potenciais.A
degradação das condições de vida na periferia e nos próprios centros urbanos nas áreas
onde se concentram as habitações sociais dessa imensa maioria de jovens fica à mercê do
aumento de atividades ilícitas ligadas à venda e consumo de drogas, uma
marcante
característica social contemporânea brasileira. Mesas de discussões com especialistas de
diversas áreas ligadas ao comportamento humano avaliam que a educação, ou melhor,
seria, a falta dela, é a principal causa da violência que assistimos no dia -a-dia.
Mas as potencialidades destes territórios são também grandes; uma parcela imensa
desses jovens está à procura de crescimento pessoal, com enorme vontade de trabalhar,
ainda que com pouca expressão real
de participação ativa, devido ao pouco incentivo que
recebem.
Desejando promover, entre outras coisas a empregabilidade, entendida aqui como explica
Minarelli (1995, p.11): “Condição de ser empregável, isto é, de dar ou conseguir emprego
para seus conhecimentos, habilidades e atitudes intencionalmente desenvolvidas por meio
de educação e treinamentos sintonizados com o mercado de trabalho”.
Percebe-se a partir da citação que é preciso lutar contra os processos de exclusão,
associando a reflexão e a produção de instrumentos facilitadores da sua inserção social e
econômica,
nomeadamente,
para
(inter)mediação. Este trabalho aborda
da
Faculdade de Natal - FAL
um
vasto
leque
de
funções
emergentes
da
o Convênio firmado entre a Biblioteca Universitária
e a Fundação Fé e Alegria, uma Organização Não
Governamental – ONG, que tem como objetivo principal
proporcionar as comunidades
carentes o acesso à informação, ao saber, a cultura e ao lazer através do Projeto Bibliotecas
Comunitárias.
Neste
sentido,
o
projeto
busca
transportando-as a um universo rico
integrar
comunidades
carentes
às
Bibliotecas,
em experiências e conhecimentos. Para tanto, conta
com ajuda voluntária de jovens residentes nas comunidades-sede onde a Fundação atua,
que participam nas condições de gestores ou mediadores de leitura.
�9
A partir do projeto da Fundação Fé e Alegria, foi criado o Projeto Biblioteca
Facilidade Cidadã, pela Biblioteca da FAL, com a missão de promover a interação com a
comunidade. Foram selecionados jovens que trabalham nas bibliotecas comunitárias para
vivenciarem a rotina da Biblioteca Universitária, sob a forma de estágio, com carga horária
e benefícios próprios.
Além do estágio, o Projeto Biblioteca Facilidade Cidadã inclui capacitação dos mediadores
e gestores de leitura nas próprias comunidades, com
palestras sobre organização e
administração de bibliotecas, processamento técnicos das obras e captação de recursos.
2
OBJETIVOS
2.1 GERAL
• Analisar de que forma a associação entre a Fundação Fé e Alegria e a Faculdades de
Natal - FAL podem possibilitar a inclusão de jovens carentes na vivência Institucional.
2.2 ESPECÍFICOS:
• Avaliar como a Biblioteca poderia contribuir no fortalecimento da ação voluntária,sob
a forma de capacitação.
•
Identificar como a Biblioteca pode colaborar na articulação e em projetos de atuação
social.
•
Agregar na educação e
capacitação, elementos motivadores e integradores dos jovens
no fortalecimento das identidades individuais e coletivas e na elevação da auto-estima
•
Promover o acesso aos meios e a democratização da informação
3 JUSTIFICATIVA
A Biblioteca da FAL, após saber da inauguração do Projeto da Fundação Fé e
Alegria, foi a primeira Biblioteca Universitária a manter contato e procurar se aprofundar
na temática abordada.
Com o aumento natural da demanda e a necessidade de somar mais pessoas ao
quadro funcional pensou-se em inovar e garantir essa vaga para jovens carentes, pessoas
que já vivenciassem o dia-a-dia em bibliotecas mas que não tem oportunidades de
vivenciar Institucionalmente e/ou conhecer a rotina de uma biblioteca universitária.
�10
Algumas indagações,oriundas na própria faculdade,sobre a origem do projeto e dele ser de
autoria de um Bibliotecário eram prontamente justificadas sobre o conceito da profissão,
com afirma Guinchat (1994, p.336):
Trata-se de uma profissão que exige curiosidade com relação a pessoas, às
instituições, às coisas, aos fatos,às idéias e ás técnicas. Não é possível memorizar
conhecimentos nem fazer circular informações sem ter interesse nestes
problemas.
4 A FUNDAÇÃO FÉ E ALEGRIA
A Fundação Fé e alegria do Brasil são uma organização não governamental
vinculada à Companhia de Jesus (S.J.) e a Federação Internacional do Movimento de
Educação Popular Integral Fé e Alegria. Este Movimento integra treze países da América
Latina e Espanha e tem como lema: A melhor educação para os mais pobres.
No Brasil foi fundada em 1981, e atualmente atua em nove Estados: São Paulo, Rio de
janeiro, Mato Grosso, Santa Catarina, Espírito Santo, Paraná, Bahia e Rio Grande do
Norte.Todo trabalho é orientado pela missão de:
Promover uma educação integral de qualidade,comprometida com os princípios
cristãos de igualdade, justiça, solidariedade, capaz de tornar crianças e
adolescentes em sujeitos autônomos, visando a transformação social, em parceria
com as camadas populares (CADO, 2000, p. 4).
A Fundação conta com o reconhecimento, cooperação e apoio de importantes
organismos nacionais e internacionais, públicos privados e não governamentais. Dentre os
quais a UNICEF, Fundação Bernard Van Leer, Fundação Kellog, Caritas francesa, e em
1998 foi uma das 50 Organizações brasileiras contempladas com o prêmio “Bem
Eficiente”, promovido pela Kanits e Associadas.
O prêmio foi fundado pelo administrador Stephen Kanitz e é destinado a entidades sem
fins lucrativos que fossem administrativa e socialmente competentes (JEBAILI, 2002,
p.40)
Além das Bibliotecas Comunitárias, a Fundação desenvolve vários projetos sociais,
como: Projeto desenvolvimento Infantil em Programas Informais, Projeto Mulheres
educadoras no século XXI, Projeto Trabalho e qualidade de vida, entre outros.
�11
5 PROJETO BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS
A idéia das Bibliotecas Comunitárias se fez do vazio de locais comunitários de
cultura. E esse vazio cultural é motivo, também para os jovens buscarem nas drogas e na
violência respostas
para a inquietude própria de sua fase de vida. Todos sabem que a
criança e o jovem devem ser o público prioritário da atenção de qualquer trabalho que se
queira preventivo e formador do ser humano saudável e bom.
As Bibliotecas Comunitárias da Fundação Fé e Alegria se fazem na perspectiva de
envolvimento comunitário e desenvolvimento da capacidade humana de criação e
transformação da realidade. Por isso seu cunho articulador e organizador porém, dentro de
um limite de tempo onde essa comunidade possa assumi-la e toma-la como sua
propriedade e mantenedora.
A Fundação Fé e Alegria quer através do livro, que o mesmo seja fonte geradora de
alimento cultural. Que o livro possa estimular o canto, a dança, as diversas expressões
culturais do humano, transformando-se em movimento de defesa da comunidade e dos
cidadãos nela envolvidos, e, para se consolidar essa idéia, não é necessário apenas livros,
mas também a união de todos.
Por isso construí-se , coletivamente, um conceito de Biblioteca Comunitária diferente de
uma Biblioteca tradicional, onde o trabalho constitui de características próprias, dentre as
quais: ser um trabalho comunitário em que as lideranças locais se comprometam com sua
implementação,
deve estimular a iniciativa e o comprometimento de jovens e adultos das
comunidades com a manutenção e desenvolvimento do projeto, ter visão organizacional de
pólo aglutinador e disseminador das expressões culturais da comunidade local e de
propagação dos bens culturais da sociedade em geral.
Segundo Cado (2000, p.12), a Biblioteca trabalha com quatro eixos de referência:
•
Possui um acervo dirigido ao público infanto-juvenil, adultos e profissionais de
educação
•
Trabalha a qualificação de Mediadores e gestores de bibliotecas comunitárias
•
Desenvolve atividades sócio-culturais no bairro onde se localiza e também fora
deles
•
Trabalha com oficinas temáticas e cursos
�12
5.1 IMPLANTAÇÃO DAS BIBLIOTECAS
Definido o local de implantação, para inicio de trabalho será feito um diagnóstico
da realidade sócio-cultural e de necessidades locais de obras literárias e livros escolares,
como subsídio indispensável às etapas posteriores de implantação. Serão realizadas visitas
de levantamento de dados sobre as áreas e consultas bibliográficas que fundamentem a
elaboração do diagnóstico.
Concomitantemente, a equipe responsável pela
operacionalização do projeto fará o
trabalho de sensibilização comunitário necessário a adesão das comunidades ao Projeto. È
o momento em que a equipe entra na comunidade, contata lideranças, articula as forças
existentes, expões o Projeto, estimula a participação dos comunitários, enfim, envolve os
beneficiários da ação para o pertenciamento á proposta. Para tanto, são feitas visitas de
reconhecimento
da
área
e
contatos
com
as
lideranças
comunitárias
e
instituições/organizações existentes.
A partir desse momento inicial de intervenção nas comunidades, procede-se a
instalação das bibliotecas. Sendo feita aquisição de acervo e equipamentos, de forma que o
Projeto assegure o mínimo necessário para o início das atividades.
5.2 CAPACITAÇÃO DE PESSOAL
O Projeto conta ainda um processo de capacitação que deverá assegurar as
condições de participação do grupo de responsáveis pelo atendimento e gestão das
bibliotecas. Serão oficinas com temas específicos à formação dos Mediadores de Leitura e
Gestores das Bibliotecas comunitárias.
5.2.1 MEDIADORES DE LEITURA
São pessoas da comunidade, voluntários, geralmente jovens, responsáveis pelo
atendimento nas bibliotecas. Para tanto , precisam ser capacitados na área de biblioteca e
cultura.
5.2.2 GESTORES DE BIBLIOTECAS
São pessoas voluntárias, da comunidade, responsáveis pela administração da
biblioteca. Na forma de conselhos de gestores, as bibliotecas terão pessoas diretamente
�13
responsáveis que deverão garantir as condições básicas para seu funcionamento,
principalmente a participação da comunidade.
6 A FACULDADE DE NATAL - FAL
Criada em 1998, inicialmente com dois cursos de graduação e atualmente com 4
cursos (Administração, Marketing, Direito e Contabilidade), pós-graduação e de extensão.
Distribuídas em duas unidades (uma na Zona sul da cidade e outra instalada na Zona norte)
a FAL tem como missão:
Formar profissionais competitivos, conscientes de sua responsabilidade social
através de um processo acadêmico de privilegie a transformação de informação
em conhecimento, desenvolvendo atitudes e valores orientados para a cidadania
e utilizando talentos humanos e tecnologia avançada.(PLANO DE ...,1999, p.4)
As instalações físicas funcionam nas dependências de uma escola privada de ensino
fundamental
e
médio
(Colégio
Hipócrates)
com
seus
departamentos
e
gerências
independentes, compartilhando, além das salas de aula, a Biblioteca.
6.1 A BIBLIOTECA DA FAL
A Biblioteca da FAL, caracterizada de médio porte, sempre obteve grande procura
por parte dos alunos, professores e comunidade externa, visto que suas publicações, além
de abrangentes (superando o conteúdo dos cursos), são de edições atualizadas.
O acervo é composto de livros, periódicos e multimeios, com livre acesso às estantes.
O espaço é comum tanto para a faculdade como para o Colégio, sendo seus acervos
diferenciados por estantes e sem restrições para consulta local.
A catalogação do acervo é totalmente informatizada, sendo utilizado um Software
modular especialmente desenvolvido para atender as necessidades de uma biblioteca
universitária.
O sistema- módulo biblioteca, possibilita eficiente controle das tarefas de catalogação,
classificação, habilitação de usuários por categorias (alunos, professores e funcionários),
empréstimo domiciliar, devolução e renovação, consulta por palavra-chave, por título, por
autor e por registro de todos os documentos cadastrados no sistema.
�14
O corpo funcional sempre mesclou níveis de atuação, contando, além da
Bibliotecária, com funcionários, prestadores de serviços e estagiários de Biblioteconomia
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
6.2 PROJETO “BIBLIOTECA FACILIDADE CIDADÔ
O ano de 2001 foi instituído pelas Nações Unidas, o Ano Internacional do
Voluntariado.
Segundo
Vilela
(2001,p.18),
presidente
do
Comitê
brasileiro
do
Voluntariado: “dos 123 países que participam do Ano Internacional do Voluntariado, o
Brasil foi um dos que conseguiram a maior cobertura da mídia”
Ela encara a questão do voluntariado como um processo e não fala apenas do ano mas sim
da década do voluntariado. A partir de 2002, passada a fase de sensibilização, é hora de
concentrar esforços para formação de lideranças e de gestores voltados para projetos do
terceiro setor.
Todos os dias, em várias comunidades, em todo o mundo, voluntários trabalham
para solucionar problemas sociais críticos. Atuam na melhoria da qualidade de vida ,
através
da construção de direitos e redução das diferenças, a partir de ações em áreas
diversas como saúde, meio ambiente, educação e cultura.
Existia uma inquietação: por que não aliar a Biblioteca a um trabalho social?
Conhecedora de grandes empresas que faturam muito e investem parte desses
recursos em ações sociais geridas por imponentes institutos ou fundações, A Biblioteca da
FAL não se intimidou e resolveu apostar nesse projeto, inicialmente tímido mas, com
maneiras eficientes de influenciar na melhoria da qualidade de vida de alguns jovens. São
pequenas ações , internas e externas, que, juntas, modelam um perfil de programa social.
Esses jovens são selecionados e indicados pela própria Fundação Fé e Alegria com a única
exigência de que estejam estudando e participando ativamente do projeto Bibliotecas
comunitárias.
6.3 LEGITIMAÇÃO DO PROJETO
Após aprovação por parte da Direção da Instituição, o Projeto precisava ter um
respaldo legal para que garantisse a integridade dos envolvidos.
Antes do início
da seleção dos jovens estagiários e apresentação à Instituição, foram
necessários vários encontros entre os representantes da Fundação Fé e Alegria e a
�15
Biblioteca da FAL a fim de fazer as cláusulas do instrumento legal (contrato) para reger a
atividade.
Juntamente com o setor jurídico da Instituição foi formulado um termo de convênio
específico para que o desenvolvimento das atividades não ferisse os princípios éticos e
legais da Fundação, como também, não acarretassem ônus para a Faculdade.
O presente convênio tem por objeto
operacionalização do estágio para integrantes
voluntários do Programa Bibliotecas Comunitárias nos termos da Lei nº 6494/77,
regulamentada pelo Decreto nº 87497/82 (anexo1).
Por está em fase inicial, o contrato do convênio poderá sofrer alterações oriundas de
ambas as partes a fim de atender novas necessidades e/ou reformular determinações
anteriores.
7 UMA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA OU UMA BIBLIOTECA DIFERENTE?
Após indicação, seleção e aprovação do candidato ao estágio, o mesmo é
apresentado a toda estrutura e corpo funcional da Instituição e, em seguida, apresentado as
rotinas e seções da Biblioteca.
A partir do primeiro contato com o universo da Biblioteca Universitária, foi percebido que
os jovens faziam outra idéia do que era a rotina corporativa.
Informa-lo de que cada tipo de biblioteca possui características próprias, mas com a mesma
essência foi o passo inicial.
As bibliotecas universitárias dependem das universidades ou de outros
estabelecimentos de ensino superior. Suas coleções são mais especializadas do
que as das bibliotecas públicas e geralmente muitas completas nas disciplinas
científicas e técnicas ministradas nos diversos cursos da universidade. Servem
em prioridade aos professores e estudantes mas são,muitas vezes abertas ao
público em geral (GINCHAT, 1994, p. 286)
O contato com os usuários, rotina dos serviços e tipos de materiais encontrados e
formas de tratamento para recuperação da informação foi um dos itens citados como mais
interessantes.
A proximidade direta com coordenadores, diretores e presidência da mantenedora
estimulam a valorização e auto-estima.Inclusive o resgate da auto-estima é um dos focos
do Projeto. É por meio dela que se dá a melhoria do desempenho escolar e aumento das
responsabilidades.
�16
Para os funcionários da biblioteca , o resultado foi positivo visto que mostram
orgulho em relação ao impacto dessa ação social. Um dos papeis que
confiança a
de praticar
jovens e, através dos funcionários,
se exerce é dar
a responsabilidade de apresentar o novo,
rotinas e situações diferentes é compartilhada. Ao trazer esses jovens para o
ambiente de trabalho de uma biblioteca universitária, local para onde convergem todos os
alunos da faculdade em busca de conhecimentos específicos (e gerais) para seus cursos,
injeta-se novas formulações de vida, dando-lhes chances ao convívio com outra realidade,
promovendo um aumento em sua capacidade de atrair e aproveitar vantagens que
anteriormente lhes passavam desapercebidas (BARBOSA, 2001, p.40).
O universo da Internet é apontado como fascinante. É emocionante observar como
os jovens quando tem oportunidade de pôr as mãos sobre um computador em rede,
compreende bem que o mundo digital é muito mais do que uma massa generalizada de
dados, e sim mais uma possibilidade de aprender, criar, pensar e se divertir.
Deve-se pensar em
capacitar a comunidade e principalmente os jovens em várias
mídias e linguagens (vídeos, cd’s, computadores e internet), promovendo o domínio dessas
ferramentas com vistas a ampliar seus conhecimentos. Formar jovens comprometidos com
a disseminação dessas ferramentas entre eles mesmos e em suas comunidades, possibilita
uma abertura para o mundo e um olhar para sua identidade.
�17
CONCLUSÃO
O maior desafio em um trabalho social é promover a melhoria da qualidade de vida
dos beneficiados. Através do Projeto Biblioteca Facilidade Cidadã, pretende-se abrir uma
nova e promissora oportunidade de crescimento aos jovens estagiários da Biblioteca da
FAL e no futuro, ampliar esse campo de atuação para os demais setores da instituição.
Outras atividades envolvendo alunos de graduação, dos cursos ministrados na
Faculdade, já estão sendo planejados para que aumente a atuação do projeto. Será o elo
entre a Biblioteca, o ensino teórico-prático, o mercado de trabalho e a ação social. Ë
oferecer aos discentes condições de se tornarem indivíduos capazes de criar oportunidades
de trabalho em atuações sociais, transformando-as em realizações para si e para a
comunidade.
Perceber-se que, independente de sua abrangência, do volume de recursos
envolvidos e da forma como são conduzidas essas iniciativas indicam que há um crescer
daqui para frente. Mostra também que programa social é
um
processo permanente, de
longo prazo, que não faz diferença entre grandes, médias e pequenas empresas. Ela pode
ser parte dos genes de qualquer negócio,
e que esse negócio também, se processe nas
bibliotecas, por que não? Apoio social... Biblioteca presente!
�18
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Lívia. A diversidade no seu devido lugar. Exame. São Paulo, n. 754, p.
40-42, 2001. Suplemento: Guia da boa cidadania corporativa.
CADO, Raimunda Nonata. Projeto Bibliotecas comunitárias. Natal: [s.n], 2000.
GUINCHAT, Claire; MENOU, Michel. Introdução geral às ciências e técnicas da
informação e documentação. Brasília: IBICT, 1994.
JEBAILI, Paulo. O futuro é preto e branco. Melhor, São Paulo, n.181, p.40-48, jun.
2002.
MINARELLI, José Augusto. Empregabilidade: o caminho das pedras. São Paulo:
Gente, 1995.
PLANO de desenvolvimento institucional. Natal:Faculdade de Natal- FAL, 1999.
VILELA, Maria de Lourdes Egydio. Cada um tem que fazer a sua parte. Exame. São
Paulo, n. 754, p. 16-18. Entrevista concedida a Nely Caixeta. Suplemento.
�19
ANEXO 1 – TERMO DE COMPROMISSO DE CONVÊNIO
�20
FUNDAÇÃO FÉ E ALEGRIA DO BRASIL
MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO POPULAR INTEGRAL – MEPI
REGIONAL RIO GRANDE DO NORTE-NATAL
Rua Jaboatão, n. 07 – Cidade da Esperança. Cep: 59070-320
Fone: 205-5522 Fax:205-5523 E-mail: falegria@ntl.matrix.com.br
TERMO DE COMPROMISSO DE CONVÊNIO DE ESTÁGIO QUE
ENTRE SE CELEBRAM, NESTA DATA, AS PARTES A SEGUIR QUALIFICADAS.
Pelo presente instrumento particular entre de um lado a FAL- FACULDADES DE
NATAL Instituição de ensino superior mantida pela ANEC-ASSOCIAÇÃO
NATALENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA pessoa jurídica, com sede
Rua
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, nº xxx, bairro: xxxxxx, na cidade de Natal/RN, CEP
xxxxx
Inscrita no CNPJ nº xxxxxxxxxxxxxxxxx/0001-xx, fone
fax nº (084) xxxx-xxxx
neste ato representada por seu presidente, CARLOS VASCONCELOS DE PAULA
( CARGO OU FUNÇÃO ), RG xxxxxxxxxxxxxxx, CPF º xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
tendo como superviso (a) da atividade a Sr(a) ANA VIRGINIA DE QUEIROZ
MELO,,Bibliotecaria, CRB 4-1203 durante denominada de FAL, FUNDAÇÃO FÉ E
ALECRIA DO BRASIL – SUBREGIONAL NATAL, sociedade civil de direito privado,
de âmbito nacional, sem fins lucrativo, com sede na rua Jaboatão, nº 07 – Cidade da
Esperança – Natal-RN – inscrita no CNPJ nº 46.250.411/0009-93, neste ato apresentada
por seus procuradores Sra. Raimunda Nonata Cado, brasileiro,solteira, Assistente
Social,RG: nº xxxxxxxxx e Pe. Hugo Eduardo Furtado, brasileiro, solteiro, sacerdote, RG:
nº xxxxx SSP/CE, doravante denominada FUNDAÇÃO FÉ E ALEGRIA o presente
convênio de estagio na formadas cláusulas e condições: seguintes: celebrar.
CLÁUSULA 1ª : DO OBJETO
O presente convênio tem por objeto operacionalização do estágio para estudantes
integrantes voluntários do programa BIBLIOTECAS COMUNITARIAS nos termos da Lei
nº 6494/77, regulamentada pelo Decreto nº 87497/82.
CLÁUSULA 2ª : DA DISCIPLINA JURÍDICA : O presente convênio encontra-se
disciplinado em conformidade c/ a lei 8494177, regulamentada pelo Decreto nº 8749/82.
Fica a FUNDAÇÃO FÉ E ALEGRIA autorizada a represcrita a FAL junto as Instituição
de Ensino, para os procedimentos de caráter legal, técnico, burocrático e administrativo
necessários á realização dos estágios, conforme preceitua o art. 7º do Decreto 87497/82.
•
Com fim proporcionar vivência prática no ofício da Biblioteconomia promovendo
assim, o aperfeiçoamento técnico-cultural, profissionalização do estagiário
facilitando a e de relacionamento humano. Sua inserção no mercado de trabalho.
�21
II – DAS OBRIGAÇÕES DAS PARTES
CLÁUSULA 3ª : DAS OBRIGAÇÕES
1- Constituem-se obrigações e deveres da FUNDAÇÃO FÉ E ALEGRIA.
a) Apresentar à FAL os estudantes ao projeto bibliotecas com a ter participantes do
projeto BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS, interessados nas oportunidades de
estágio:
b) Apresentar à FAL
somente que estejam vinculados ate experiências em
bibliotecas, na condição de Gestor ou mediador de leitura;
c) Apresentar à FAL, estudantes que tenham idade mínima de 18 (dezoito ) anos e
máxima de 25 (vinte e cinco ) anos
d) Apresentar à FAL estudantes regularmente matriculados na rede pública de ensino
ou que possuem 2º grau completo;
e) Apresentar à FAL estudantes que não tenham nenhuma experiência de trabalho
anterior.
f) Preparar toda a documentação legal referente ao estágio, incluindo:
• Acordo de Cooperação entre a Instituição de ensino e a Unidade Concedentes,
instrumento jurídico de que trata o art. 5º do decreto nº 87497/82.
• Termo de compromisso de Estágio entre a Unidade concedente e o estudante, com
interveniência e assinatura da instituição de Ensino, nos termos do 1º do art. 6º do
Decreto nº 87497/82.
g) Acompanhar a realização do estágio junto à Unidade Concedentes;
h) Notificar à FAL qualquer irregularidade constatada na situação escolar dos
estagiários;
i) Substituir o estudante controlado em caso de irregularidades, desqualificação ou
não adaptação à função;
II – Constituem-se obrigações e deveres da FAL
a) Efetivar seguro de acidentes Pessoais em favor de estagiários estudantes;
b) Zelar pelo melhor aproveitamento e integração do estudante no ambiente de
estágio, orientando profissionalmente na realização dos seus trabalhos práticos e
oportunizando-lhe o acesso ao funcionamento integral de uma biblioteca;
c) Não permitir qualquer forma de exploração da força de trabalho e nem
discriminação ou preconceito;
d) Prestar informações trimestralmente á fundação Fé e Alegria, através do
preenchimento de formulários próprios fornecidos pela mesma, sobre o
desempenho profissional e conduta ética dos estagiários;
e) Efetuar o pagamento mensal das bolsas-auxília-estágio, diretamente a seus
estagiários;
f) Manter pontualidade no cumprimento do progamento mensal da bolsa estágio e
demais itens constitutivos que permeiam o auxílio;
g) Doar fardamento para uso diário;
h) Participar da sistemática de acompanhamento, supervisão e avaliação dos
estagiários;
i) Sobre imagem do outro convênio.
�22
j) Compromete-se a não remanejar o estagiário para outro se for ou função que não
seja a estabulação da classe 1 ª desta Instituição.
III – PARAGRAFO ÚNICO: Este convênio, pelas suas características, não implicara em
responsável de ordem trabalhista, previdenciária ou de quando a natureza administração.
Entre as partes conscientes em relação ao estagiário.
CLÚSULA 4ª : DA BOLSA – ESTÁGIO
A FAL se compromete a remunerar o estagiário com uma Bolsa-Auxilio-Estágio, em
moeda corrente no país, no valor 40% do salário mínimo vigente, mais Vale transporte e
uma cesta básica alimentícia, mensalmente.
CLAÚSULA 5ª : DO PRAZO DO CONVÊNIO
Não tem prazo determinado, e passa vigora a partir da data da sua assinatura.
CLAÚSULA 6ª : DA RESCISÃO
O presente convênio ficara rescindido, de pleno direito, por inadimplência de quando das
obrigações aqui partidas.
PARAGRAFO O ÚNICO – Poderá ocorrer, ainda, a rescisão unilateral do presente
convênio, mediante denúncia escrita e com antecedência mínima de 30 dias.
Fica eleito o foro destas dúvidas e controvérsias oriundas do presente convênio.
E por estarem de acordo, as partes assinam este convênio em 3 (três) vias de igual teor.
CLAÚSULA7ª : DOS CASOS OMISSOS
Os casos omissos serão resolvidos de comum acordo entre as partes, respeitada a
legislação vigente.
CLAÚSULA 8ª : DAS ALTERAÇÕES
Este termo poderá ser alterado por acordo entre as partes, o que deverá ser formalizado
através de termo aditivo.
Fica eleito o Foro desta cidade, com renúncia de qualquer outro para serem dirimidas as
dúvidas e controvérsias oriundas do presente convênio. E por estarem de acordo, as partes
assinam este convênio em 3 (três) vias de igual teor.
Natal,___ de _______de 200___
�
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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The topic of the resource
Biblioteconomia
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Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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Recife (Pernambuco)
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Title
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Programa social? Biblioteca presente!
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Melo, Ana Virginia de Queiroz
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Partindo da necessidade de integrar a comunidade carente de Natal-RN em experiências profissionais que primasse pela capacitação e vivências em ambientes Institucionais, despertando o interesse pela leitura e, ao mesmo tempo, conduzindo a uma sociabilidade com o meio acadêmico, foi instituído, através do Convênio firmado entre a Biblioteca Universitária da Faculdade de Natal - FAL e a Fundação Fé e Alegria (Organização não-governamental sediada em São Paulo, com escritório localizado em Natal – RN), o Projeto Biblioteca Facilidade Cidadã. Um dos objetivos deste projeto é facilitar o acesso ao primeiro estágio em Bibliotecas Universitárias para jovens de baixa renda, combatendo a exclusão social e desenvolvendo a capacitação profissional e educacional.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4017/SNBU2002_014.pdf
9d3254ae89850f660b2724749baaaebd
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CAMINHOS PARA PESQUISA NA INTERNET, NAS ÁREAS DE NUTRIÇÃO E ODONTOLOGIA
Ana Rosa dos Santos
ndcars@vm.uff.br
Maria Conceição da Silva
bnor@vm.uff.br
Biblioteca de Nutrição e Odontologia
Núcleo de Documentação
Universidade Federal Fluminense
Rua São Paulo, 30, 5ºandar – Niterói – Rio de Janeiro - Brasil
RESUMO
Traça alguns caminhos para pesquisa nas áreas de nutrição e
odontologia utilizando a Internet. Experiência da Biblioteca de
Nutrição e Odontologia, da Universidade Federal Fluminense.
Tece comentários sobre a “Sociedade da informação” ambiente
onde a Internet se desenvolveu. Aponta bases de dados para
levantamentos bibliográficos e localização de documentos. Traz
portais de periódicos eletrônicos. Apresenta as ferramentas de
busca na Web. Estabelece diferença entre os diretórios e motores
de busca, e metamotores. Destaca diretórios que abrangem áreas
de nutrição e/ou odontologia. Indica listas de discussão, fóruns
eletrônicos. Recomenda critérios para avaliação dos documentos
eletrônicos. Sugere formas de armazenamento e referenciação de
documentos eletrônicos. Tenciona ser um facilitador para
profissionais da informação e pesquisadores das áreas cobertas
por esse trabalho, na busca de informação na Internet.
PALAVRAS CHAVES: Metodologia científica; Internet;
Tecnologias
da
informação,
Nutrição;
Odontologia;
Recuperação da Informação eletrônica.
�1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo apontar alguns caminhos de pesquisa para as áreas de
nutrição e odontologia na Internet.
Traz as trilhas da Biblioteca de Nutrição e Odontologia da Universidade Fluminense,
além de outras. Essas foram analisadas considerando a relevância, apresentação, constância, e
confiabilidade. Inclui breves descrições dos caminhos propostos. Comenta a sociedade da
informação. Recomenda critérios de avaliação para os documentos localizados.
E indica como
referenciar e armazenar os documentos eletrônicos.
Tenciona ser um facilitador para profissionais da informação e pesquisadores das áreas
cobertas por esse trabalho na busca de informação na Internet.
2 BIBLIOTECA DE NUTRIÇÃO E ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
A Biblioteca de Nutrição e Odontologia tem como função oferecer apoio às atividades
de ensino, pesquisa e extensão das Faculdades de Nutrição e Odontologia de nossa
Universidade, atendendo também a comunidade em geral.
Está subordinada ao Núcleo de
Documentação - NDC, da Universidade Federal Fluminense - UFF. A UFF foi criada pela Lei
n. 3.848, de 18 de dezembro de 1960 com o nome de Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro – UFERJ.
Incorporaram-se a ela cinco faculdades federais em Niterói: Direito,
Medicina, Farmácia, Odontologia e Veterinária. Agregaram-se também escolas estaduais de
Enfermagem, Engenharia, Serviço Social, Filosofia e Ciências Econômicas, as quais, pela Lei
n. 3.958 de 1961, foram, finalmente incorporadas a UFERJ e, assim, federalizadas. Passou a
denominar-se Universidade Federal Fluminense, em 1965, com a Lei n. 4.831.
2
�3 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
“Sociedade da informação” pode ser definida como um ambiente global que tem por
base as tecnologias de comunicação e informação (Brasil, p.11, 1998).
É conhecida também,
como: “nova civilização”, “terceira onda”, (Toffler, c1980); “sociedade informática” ou
“segunda revolução industrial” (Schaff, c1990); “sociedade pós-capitalista” ou “sociedade do
conhecimento” (Drucker, c1997); “pós-industrial”; “sociedade do aprendizado”, etc. Pode-se
dizer que a idéia de uma “nova sociedade” vem sendo promovida desde a década de 50, tendo
como um de seus marcos a “teoria do capital humano”, premiada com o Nobel na década de
70, que dizia que a riqueza de uma nação estaria vinculado ao investimento em pessoas.
Nessa nova sociedade capitalista o conhecimento é apresentado como meio de produção
(Drucker, c1997, xv-xvi).
No Brasil a chamada Sociedade da Informação tem seu início datado em 1996, quando
no Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia sua idéia começa a circular.
Em 15 de
dezembro de 1999, com o Decreto n. 3.294, é instituída a Sociedade da Informação no Brasil,
através de um Programa do Governo Fernando Henrique Cardoso.
O Programa Sociedade da
Informação está sendo coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
A criação de uma infra-estrutura para a Internet foi um dos passos para a construção da
Sociedade da Informação Brasileira, que teve como base a experiência acumulada pela Rede
Nacional de Pesquisa – RNP, que desde 1989, começou o trabalho de estruturação da rede
brasileira.
3
�A Internet, a chamada rede das redes, estava limitada no Brasil aos centros de pesquisa
e às universidades.
Em 1995 a Internet comercial surge, ampliando seus serviços ao público
em geral.
A World Wide Web –WWW, um dos serviços da Internet, revolucionou essa Rede,
com sua interface gráfica, hipertexto, e hipermídia, que tornou o acesso a Internet mais
agradável.
Um novo contexto, novas tecnologias, novos caminhos para pesquisa que profissionais
da informação e pesquisadores precisam conhecer.
4 LEVANTANDO DADOS E LOCALIZANDO A INFORMAÇÃO
Com a WWW aconteceu uma explosão documental. A rede sem uma coordenação
central permite a publicação de idéia e ideologias sem restrição.
Todos podem criar páginas,
disponibilizando documentos, hipertextos, listas de discussão, conferências eletrônicas, fóruns
eletrônicos, etc (Marcondes & Gomes, 1997), formando assim esse repositório informacional
de difícil gerenciamento que é a Internet hoje. Visando facilitar a localização das informações
disponibilizadas foram criadas as ditas ferramentas de busca, na tentativa de fazer um índice
para Internet. A princípio podem ser classificados em duas categorias:
Diretórios - Onde a indexação é feita com a participação humana.
O índice é
organizado em categorias, de forma hierárquica. Foi a primeira tentativa de índice para
Web.
Como exemplo têm-se: Yahoo!; e Cadê ( http://br.cade.dir.yahoo.com.), que hoje
funciona com a tecnologia Yahoo!.
4
�Motores de busca - A indexação é realizada por robôs.
Seu índice contém todos os
termos contidos nas páginas por eles armazenadas, e as suas URLs.
Exemplos: Altavista,
Google, Todobr.
Nos diretórios os resultados apresentam maior precisão e relevância; nos motores de
busca maior revocação.
Para atenuar o problema causado pelo excesso de itens recuperados
pelos motores, foram criados critérios que fazem com que os resultados mais relevantes sejam
apresentados primeiro (Cendon, 2001).
Na tentativa de ser exaustivo é preciso buscar em várias ferramentas, a partir dessa
idéia surgem as metaferramentas ou multibuscadores que fazem suas buscas simultaneamente
nas bases de dados de diretórios e motores existentes.
Hoje cada vez mais as diferenças entre os tipos de ferramentas são tênue, Chedon
(2001) caracteriza essas ferramentas com híbridas.
Por exemplo, o Yahoo! permite a busca
por palavras; o Google e o Altavista apresentam a estrutura de um diretório, como opção em
suas páginas. A exaustividade na Internet é impossível, mas objetivando qualidade é
importante que se monte uma boa estratégia de busca. Para tal devem ser considerados os
possíveis
sinônimos,
disponibilizam.
o
tipo
de
ferramenta,
e
os
operadores
booleanos
que
essas
Enfim é preciso conhecer a estrutura lógica da ferramenta para melhor
aproveitá-las.
As ferramentas de busca podem apontar alguns dos caminhos existentes na Internet.
Apresenta-se aqui alguns daqueles já trilhados pela Biblioteca de Nutrição e Odontologia,
alguns
desses
já
estão
disponíveis
através
de
nossa
homepage
<http://www.ndc.uff.br/bibliotecas/bno/>:
Art Nutri www.artnutri.com.br
5
�Revista eletrônica sobre nutrição. Oferece resumo de artigos da revista, notícias diárias,
eventos e aulas virtuais.
Bireme http://www.bireme.br/
Oferece pesquisas em diversas bases, mas destaca-se as seguintes : Medline (literatura
internacional), Lilacs (literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e BBO
(Bibliografia brasileira de odontologia). Adolec (Saúde na adolescência). Faz serviço de
Comutação Bibliográfica.
BVS Saúde Pública - Brasil (BVS-SP) http://saudepublica.bvs.br/
Tem por objetivo promover acesso online à informação científica e técnica relevante para o
desenvolvimento da saúde. É parte integrante da Biblioteca Virtual em Saúde para América
Latina e Caribe.
Centro de Referência do Envelhecimento (SESC -RS) http://www.gerontologia.com.br/
Propõe uma reflexão sobre o envelhecimento em toda a sociedade, bem como incentiva e
mantém uma rede de serviços, através do desenvolvimento integrado de informação, pesquisa
e ensino.
Dentalpress http://www.dentalpress.com.br
Oferece artigos de acesso exclusivo para assinantes e artigos de acesso livre, agenda de
eventos, agenda de lançamentos e fórum de discussão.
The Free Medical Journals site www.freemedicaljournals.com
Oferece 940 (novecentos e quarenta) revistas, listagem por título e por especialidades.
Revistas com caracteres não usuais tais como Russo. As revistas são disponibilizadas em
diferentes períodos após sua publicação. Alguns de imediato, alguns depois de 6 meses, 12
6
�meses e 24 meses. Dessas revistas temos 7 (sete) para nutrição e 14 (quatorze) para
odontologia. Possui serviço de Alerta .
Grupo
de
publicações
eletrônicas
em
Medicina,
Biologia
e
Saúde
http://www.epub.org.br/principal.htm
O Grupo e*pub tem por objetivo fomentar e auxiliar o desenvolvimento e publicação na
Internet e em outros meios de disseminação puramente eletrônicos, de revistas e periódicos
científicos nas áreas de Biologia, Medicina e Saúde. O Grupo e*pub é sediado pelo Núcleo de
Informática Biomédica da Universidade Estadual de Campinas.
IBICT http://www.ibict.br/
Oferece serviços como catálogo de Anais de Eventos, Base de Dados do Catálogo Coletivo
Nacional de Publicações Seriadas e Base de Dados de Teses e Dissertações em Ciência e
Tecnologia, Comutação bibliográfica.
Medcenter.com. www.medcenter.com.br
Site da área médica que disponibiliza diversos artigos de todas especialidades odontológicas,
além de informações sobre pacientes especiais, geriatria, odontologia desportiva e informática.
Tem também indicações de livros sobre odontologia.
Nutrição em Pauta www.nutricaoempauta.com.br
Oferece resumo de artigos da revista, entrevistas, eventos e lançamentos de livros.
Odontologia.com http://www.odontologia.com/
Apresenta artigos, fórum de discussão, agenda de eventos e informações sobre faculdades de
odontologia.
7
�Periódicos CAPES http://www.periodicos.capes.gov.br/
Permite o acesso a um conjunto expressivo de periódicos estrangeiros em texto completo, nas
diversas áreas. Mas em nutrição e odontologia este número gira em torno de 25 (vinte e cinco).
Acesso restrito a usuários vinculados às instituições cadastradas pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES.
Polo Virtual de Saúde Bucal http://www.saudebucalcoletiva.unb.br/
Objetiva disponibilizar trabalhos em Saúde Bucal Coletiva; Saúde Bucal da Família; Saúde
Bucal no Mercado. Espaço virtual para reunião e apoio de alunos, professores e profissionais
envolvidos com as atividades de graduação, especialização e serviços .
Prossiga Páginas Brasileira http://www.prossiga.br/paginasbrasileiras/
Banco de dados de localizadores de informações que visa direcionar seus usuários para sites
brasileiros que tratam das atividades de ciência e tecnologia em instituições de pesquisa,
institutos de tecnologia e em universidades no Brasil.
SciELO The Scientific Electronic Library Online http://www.scielo.br/
Proporciona acesso a coleções de periódicos como um todo, aos fascículos de cada título de
periódico, assim como aos textos completos dos artigos. Disponibiliza 2 (dois) periódicos para
a área de nutrição e 2 (dois) para odontologia.
U.S. National Library of Medicine http://www.nlm.nih.gov/
Considerada a maior biblioteca médica do mundo. Responsável pela compilação do Medline.
Web of Science http://webofscience.fapesp.br/
Base dados de citações, multidisciplinar, podendo ser pesquisada por autor, assunto e lugar.
Cobre mais de 5.700 (cinco mil e setecentos) principais revistas de 164 (cento e sessenta e
quatro) disciplinas científicas.
8
�Estes são alguns dos sites visitados nessa pesquisa.
Tentou-se seguir os critérios
abaixo sugeridos visando buscar uma qualidade nos resultados obtidos.
5 AVALIAÇÃO, ARMAZENAMENTO, E REFERENCIAÇÃO DE DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
A Internet esse novo repositório de informação, um espaço alternativo, cada vez mais
participante do nosso cotidiano, nos oferece essa variedade e quantidade de recursos, que
precisam ser avaliados.
Alguns critérios são sugeridos por Elizabeth Kirk citada por Ursula
Blattmann, (c1999).
Autoridade (link): quem é o autor, qual sua área de atuação, que outras obras
tem publicado, se existe informação biográfica a respeito, se existe endereço
de contato sobre a instituição na qual trabalha(e-mail ou telefone).
Escopo: que itens aborda? Quais os assuntos (profundidade, abrangência)? A
informação está limitada a certos períodos de tempo? Quais os formatos que
podem ser encontrados (arquivos em Hyper Text Markup Language - HTML,
Portable Document Format - PDF, etc.) e quais os recursos são excluídos
(telnet, Gopher, FTP)?
Conteúdo: se a informação é factual ou opinião? Se a página contém
informação original ou simplesmente links? Se a informação é acurada,
atualizada, qualidade do estilo da escrita e se os links estão atualizados.
Público-alvo : se facilmente pode ser verificado a quem se destina (escolar,
científico, técnico). Propósito da informação: informa, exemplifica ou julga.
Endereço do documento (URL): que instituição é provedora da informação
(acadêmica, órgão governamental, militar, comercial).
Corpo Editorial: se possui cabeçalho ou rodapé indicando relações a outros
Web site. Se possui marca d'água que proporciona mesma função. Se possui
link para ir a página mestre para onde o documento permanece. Se existe link
para enviar mensagem ao Webmaster.
Atualidade: se o documento é atual ou ultrapassado. Isto se torna relevante
quando as informações tem caráter estatístico ou econômico. Se é possível
saber a que período de abrangência e atualizada.
O armazenamento das informações encontradas na Internet ainda não possui uma
política definida, podendo ser feito de várias maneiras.
Pode-se salvar no seu bookmarks
9
�(favoritos e/ou marcadores), em disquete, em disco rígido, fazer impressão. Essas são as
formas mais comuns, cada uma possui algumas vantagens e desvantagens.
salvam os endereços das páginas visitadas.
Os bookmarks
Esse recurso ocupa pouco espaço no disco, mas
apresenta a necessidade de nova conexão com a Internet. O disquete oferece a portabilidade,
mas essa facilidade de transporte apresenta o risco de acidente de percursos.
O disco rígido
apresenta maior capacidade de armazenamento, mas perde em portabilidade.
Imprimindo se
tem uma informação mais completa, texto, figuras, além dos dados necessários para futura
referenciação, que geralmente são impressos no final da página.
hipertextos e hipermídias são perdidos.
Mas todos os
recursos de
O custo e o volume da impressão também é uma
desvantagem.
Como na pesquisa em papel, na Internet é preciso lembrar de se fazer a referência dos
itens encontrados. A referência de documentos eletrônicos já foi normalizada desde agosto de
dois mil, pela nova NBR 6023, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT
<http://www.abnt.org.br>.
A referenciação segue basicamente os padrões dos documentos
tradicionais, seguido pelo endereço do site onde o documento foi encontrado, e a data de
acesso. Exemplificando:
CARVALHAES, M. A. B. L.; BENÍCIO, M. H. D. Capacidade materna de cuidar e
desnutrição
infantil.
Rev.
Saúde
Pública,
v.36,
n.2,
abr.
2002.
Disponível
em:
<http://scielo.br>. Acesso em: 13 jun. 2002.
Essas foram algumas sugestões para o manuseio das informações dessa grande rede
mundial. As normas ainda estão sendo desenvolvidas, nesse novo ambiente. É necessário se
estar atentos às novidades que se apresentam.
10
�6 CONCLUSÃO
A Internet ofereceu a possibilidade produção e acesso à informação nunca antes
pensada.
Pela velocidade que essa informação é produzida e acessada, ela se torna logo
obsoleta e/ou incompleta, criando a necessidade de uma nova informação.
Assim, para
localizar e selecionar essa nova informação é necessário que se busque os caminhos certos de
modo obter a precisão e relevância necessária à pesquisa acadêmica.
Foram indicados alguns caminhos para pesquisa nas áreas de Nutrição e Odontologia,
considerados seguros e confiáveis no dia-a-dia dessa biblioteca. Apresentou-se as ferramentas
de busca na Web, estabelecendo as diferenças entre diretórios, motores de busca e
metamotores, chegando-se a conclusão que a diferença entre eles é muito tênue. Foram
propostas algumas formas de armazenamento e referenciação de documentos eletrônicos.
Este trabalho buscou ser um facilitador para profissionais da informação pesquisadores
das áreas cobertas, na busca de informação na Internet.
6 BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e documentação;
referências, elaboração: NBR 6023, 2000. Rio de Janeiro, 2000.
BLATTMANN, Ursula; TRISTÃO, Ana Maria Delazari.
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<http://www.ced.ufsc.br/~ursula/papers/civil_net.html >. Acesso em: 06 mar. 2002
11
�BRASIL. Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Sociedade da informação. São Paulo:
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CENDON, Beatriz Valladares. Ferramentas de busca na Web. Ciência da Informação,
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12
�SANTOS, Ana Rosa, VALLE, Luciana Manta Brício do.
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DE
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CONGRESSO
BRASILEIRO
BIBLIOTECONOMIA
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TOFFLER, Alvin. A terceira onda. 18.ed. Rio de Janeiro: Record, c1980.
ABSTRACT
It traces some ways for research in the nutrition and dentistry
using the Internet. Experience of the Library of Nutrition and
Dentistry, of the Universidade Federal Fluminense. It comments
about "Information Society" where the Internet have developed.
It points databases, electronics journals. It presents the tools of
search in the Web. It appoints difference between the directories
and engines of search, and metamotors. It detaches directories
that enclose areas of nutrition and/or dentistry.
It indicates
discussions lists, and forums.
It recommends criteria for
evaluation of electronic documents. It suggests forms of storage
and electronic document referencing.
It intends to be a
facilitador for professionals of the information and researchers
of the areas covered for this work, in the search of information
in the Internet.
KEYWORDS:
resources
Internet;
Nutrition;
Dentistry;
Information
13
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Caminhos para pesquisa na Internet, nas area de Nutrição e Odontologia.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos , Ana Rosa dos
Silva, Maria Conceição da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Traça alguns caminhos para pesquisa nas áreas de nutrição e odontologia utilizando a Internet. Experiência da Biblioteca de Nutrição e Odontologia, da Universidade Federal Fluminense. Tece comentários sobre a “Sociedade da informação” ambiente onde a Internet se desenvolveu. Aponta bases de dados para levantamentos bibliográficos e localização de documentos. Traz portais de periódicos eletrônicos. Apresenta as ferramentas de busca na Web. Estabelece diferença entre os diretórios e motores de busca, e metamotores. Destaca diretórios que abrangem áreas de nutrição e/ou odontologia. Indica listas de discussão, fóruns eletrônicos. Recomenda critérios para avaliação dos documentos eletrônicos. Sugere formas de armazenamento e referenciação de documentos eletrônicos. Tenciona ser um facilitador para profissionais da informação e pesquisadores das áreas cobertas por esse trabalho, na busca de informação na Internet.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4016/SNBU2002_013.pdf
b5ef1caedb33bff9e81ee0ee80f3b629
PDF Text
Text
CONTRIBUIÇÃO PARA PESQUISA NA INTERNET DA ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO
Ana Rosa dos Santos
ndcars@vm.uff.br
José Antonio Rodrigues Viana
bac@ndc.uff.br
Universidade Federal Fluminense - Núcleo de Documentação
R. Visconde de Rio de Branco, s/n - Campus do Gragoatá
24240-006 - Niterói - RJ – Brasil
RESUMO
Apresenta fontes de informação na Internet da área de
Administração, que segundo dados do Ministério da
Educação possui 989 cursos. Aponta ferramentas de busca
da Internet. Estabelece diferença entre os diretórios, motores
de busca e metamotores. Indica bibliografias, catálogos de
bibliotecas, catálogo de teses e dissertações, portais,
periódicos eletrônicos, estudo de casos, dicionários,
instituições, listas de discussão. Recomenda critérios para
avaliação dos documentos eletrônicos. Pretende proporcionar
aos usuários e profissionais de informação uma fonte de
referência no auxílio às pesquisas acadêmicas.
DESCRITORES:
Administração.
Internet;
Fontes
de
informação;
�1 INTRODUÇÃO
A Internet proporcionou uma miriade informacional de difícil gestão. Garantir o
acesso, sem o excesso de informação, vem se tornando uma tarefa cada vez mais árdua.
Para desempenhá-la é preciso conhecer as variadas fontes de informação oferecidas por
essa rede.
Esta pesquisa apresenta fontes de informação da Internet na área de Administração.
Essas fontes foram selecionadas através do uso de ferramentas de busca.
O trabalho, além disso, estabelece as diferenças entre as ferramentas de busca da
World Wide Web. Apresenta também alguns critérios para avaliação, quanto à
credibilidade das informações encontradas.
Com este trabalho pretende-se dar uma contribuição aos usuários e profissionais de
informação da área de administração na tarefa de exploração dos recursos disponibilizados
pela Internet.
2 A ADMINISTRAÇÃO
Segundo dados do Instituto Nacional De Estudos e Pesquisas Educacionais
(2001)
no Brasil em 2000 , existiam 989 cursos das mais diversas áreas de Administração.
Fischer (p. 138, 2001) alerta
para as dificuldades atuais de delimitar a área de
Administração, que foi introduzida como ensino formal no Brasil nos
anos 60 (graduação)
e nos anos 70 (pós-graduação), por sua própria natureza e pela "invasão" de outras áreas
como Engenharia, Economia, Ciência Política, Sociologia, Antropologia, Psicologia e
outras que se "propõem também a formar gestores, a formular e gerir a execução de
políticas públicas, a gerir e regular serviços privatizados ou a capacitar quadros para
desenvolvimento local e gestão social" .
2
�Isto demonstra o grande número de usuários em potencial das Bibliotecas
Universitárias nesta área e ressalta a importância de se estar pronto para melhor atender as
necessidades de informação destes.
3 A INTERNET
A Internet, a chamada rede das redes, é um espaço alternativo, que cada vez mais se
sobressai como uma das principais fontes de informação. A variedade recursos
informacionais disponibilizados por essa rede extrapola os tipos tradicionais, como livros,
teses, periódicos, etc. Novos recursos inerentes a Internet acrescem as possibilidades de
informação, como: os hipertextos, listas de discussão, conferências eletrônicas, fóruns
eletrônicos, etc (Marcondes & Gomes, p.5, 1997).
A World Wide Web – WWW, revolucionou a Internet, com seus programas
gráficos e hipermídia e hipertexto, tornando a navegação na rede mais agradável. Com o
serviço WWW o número de usuários aumentou assim como os dados.
3.1 FERRAMENTAS DE BUSCA
Para administrar melhor a WWW foram criadas as chamadas ferramentas de busca,
divididas a princípio em dois tipos:
3.1.1 Diretórios
Nestes a indexação é feita com a participação humana. Os índices são organizados
em categorias, de forma hierárquica. Como exemplos destacou-se categorias de diretórios
gerais e diretórios específicos nas áreas da Administração.
Yahoo! (http://yahoo.com)
Yahoo! Administração (http://dir.yahoo.com/Business_and_Economy/Directories/)
Cadê (http://br.cade.dir.yahoo.com/Business_to_Business/)
BOL (http://www.bol.com.br/melhordainternet/economia_e_negocios/index.html )
3
�Financialfind.com (http://www.financialfind.com/ )
Marketing Virtual Library (http://www.knowthis.com/)
3.1.2 Motores de busca
A indexação nessas ferramentas é realizada por robôs.
Seus índices incluem todos
os termos contidos nas páginas por eles armazenadas, bem como suas URLs. Exemplos:
Altavista (www.altavista.com)
Google (http://www.google.com)
Radar UOL (http://radaruol.uol.com.br/ )
Todobr (www.todobr.com.br/ )
Os diretórios apresentam maior precisão e relevância; os motores de busca maior
revocação.
Para atenuar o problema causado pelo excesso de itens recuperados pelos
motores, foram criados critérios, de forma a apresentar as informações mais relevantes em
primeiro lugar (Cendon, 2001). Em uma avaliação do sistema SAPHIRE (Sistema de
indexação e recuperação automática na área biomédica), a indexação humana apresentou
uma vantagem de cerca de 10% em relação à indexação automatizada (Hersh & Hickam
apud Dias, 2001).
Assim, cabe analisar, em cada situação específica, a melhor ferramenta
de busca a ser utilizada.
A experiência mostra que para uma pesquisa exaustiva é necessário buscar em
várias ferramentas, para facilitar esse trabalho foram criadas as metaferramentas, também
chamadas de multibuscadores, que fazem suas buscas usando as bases de dados dos
diretórios e dos motores de busca existentes, exemplificando:
Metaminer (http://miner.bol.com.br/index.html )
Dogpile (http://www.dogpile.com/ )
Search.com ( http://www.search.com/ )
Jarbas ( http://www.jarbas.com.br )
4
�A distinção entre os tipos de ferramentas é cada vez mais tênue, hoje a maioria
delas podem ser consideradas ferramentas híbridas(Chendon, 2001).
Yahoo!, permite a busca por palavras; o Google
um diretório, como opção em suas páginas.
Management
(http://www.brint.com/km/)
Por exemplo, o
e o Altavista apresentam a estrutura de
O WWW Virtual Library on Knowledge
apresenta
estrutura
de
diretório,
é
uma
metaferramenta, sendo um portal na área de Administração do Conhecimento. A
classificação dos recursos da Internet vem se tornando um trabalho cada vez mais
complexo.
Para um resultado com maior qualidade é importante que se monte uma boa
estratégia de busca. Devem ser considerados os possíveis sinônimos, os tipos de
ferramentas, e os operadores booleanos que essas disponibilizam.
Enfim é preciso
conhecer a estrutura lógica das ferramentas para melhor aproveitá-las.
As ferramentas de busca geralmente são as primeiras portas usadas para exploração
da Internet.
Com elas pode-se dar início a uma navegação mais segura. Destacar-se-ão
algumas fontes de informação encontradas através das ferramentas de busca da Web.
3.2 FONTES DE INFORMAÇÃO
3.2.1 Bibliografia
Bibliografia Brasileira de Administração (http://www.orientador.com.br)
FindArticles.com (http://www.findarticles.com/cf_0/PI/subject.jhtml?topic=bus)
3.2.2 Catálogos de Bibliotecas
UFCE (http://sw.npd.ufc.br/sbu/catalogoonline.html)
UFF (http://www.ndc.uff.br)
UFRGS (http://obelix.ufrgs.br:4505/ALEPH)
UFSC (http://www.bu.ufsc.br/)
UNICAMP (http://www.unicamp.br/bc/)
5
�USP (http://www.usp.br/sibi)
3.2.3 Catálogo de Teses e Dissertações
Teses e Dissertações EA/UFRGS
(http://www.ea.ufrgs.br/teses_e_dissertacoes/procura.asp)
Teses e Dissertações FEA/ USP (http://www.teses.usp.br/)
Teses e Dissertações CEPEAD/UFMG (http://150.164.83.249/banco_teses/index.asp)
3.2.4 Portais
Social Science Information Gateway (http://www.sosig.ac.uk/business/)
Intermanagers (http://www.intermanagers.com.br/)
Canal Executivo (http://www.uol.com.br/canalexecutivo)
Empreendedor on line (http://www.empreendedor.com.br)
It Web – Tecnologia da Informação (http://www.itweb.com.br/)
Empresário on line (http://www.empresario.com.br)
3.2.4 Periódicos
Administração Online - FECAP (http://www.fecap.br/adm_online/)
Business Week (http://www.businessweek.com)
Business Week (http://www.businessweek.com/)
Caderno
de
Pesquisas
em
Administração
–
USP
(http://www.ead.fea.usp.br/cad-
pesq/index.htm)
Caderno
de
pesquisas
em
Administração
-
USP
(http://www.ead.fea.usp.br/Cad-
pesq/index.htm )
Controversa – FEA/USP (http://www.fea.usp.br/publicacoes/controversa/index.html)
Dablium – Administração em Revista (http://members.lycos.co.uk/Dablium/)
Diário Oficial da União (http://www.in.gov.br)
Dinheiro (http://www.revistadinheiro.com.br)
Financial Times (http://www.ft.com)
Forbes (http://www.forbes.com/)
6
�Fortune (http://pathfinder.com/fortune/magazine)
Fortune (http://www.fortune.com)
Gazeta Mercantil (http://www.gazeta.com.br)
Gestão RH online( http://www.gestaoerh.com.br/)
Gurus Online (http://gurusonline.tv/)
Harvard Business Review (http://www.hbsp.harvard.edu/)
Isto é ( http://www.istoe.com.br)
Jornal do Commercio (http://www.jornaldocommercio.com.br)
Journal of Management and Information Systems (http://www.stern.nyu.edu/jmis)
Journal of the Association for Information Systems (http://jais.isworld.org/)
Money (http://www.money.com)
Organizações & Sociedade (http://www.adm.ufba.br/ipublica_org.html)
Pequenas Empresas, Grandes Negócios (http://www.pequenasempresason.com.br)
Qualimetria online (http://www.revistaqualimetria.com.br/)
RACE - Rede Acadêmica de Ciências Econômicas
(http://www.race.nuca.ie.ufrj.br/revistas/revistas.htm)
READ - Revista Eletrônica de Administração (http://read.adm.ufrgs.br/)
Revista Análise ( http://www.pucrs.br/face/public.htm)
Revista Brasileira de Administração (http://www.cfa.org.br/html/rba/rba.html)
Revista Brasileira de Contabilidade (http://www.cfc.org.br/revista/rbc.htm)
Revista de Administração - FGV (http://www.fgvsp.br/rae/index.cfm)
Revista de Administração - USP (http://www.fea.usp.br/rausp/p1.htm)
Revista TecHoje (http://www.ietec.com.br/techoje/)
3.2.5 Estudo de casos
Biblioteca de Estudo de Casos em Administração Geral - FEA/USP
( http://www.ead.fea.usp.br/bc/index.htm )
Case Studies in Public Policy and Management (Harvard)
(http://www.ksgcase.harvard.edu/ )
7
�3.2.6 Dicionários
Dicionário de Marketing ( http://www.gismarketing.com.br/dicionario.htm)
Dictionary.Financialfind.Com ( http://dictionary.financialfind.com/look.cgi )
3.2.7 Instituições
Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração - ANGRAD
( http://www.angrad.com )
Centro de Estudos em Logística – COPPEAD/UFRJ (http://www.cel.coppead.ufrj.br/)
Centro Latinoamericano de Administracion para el desarrollo - CLAD
( http://www.clad.org.ve/home.html)
Conselho Federal de Contabilidade - CFC (http://www.cfc.org.br)
Conselho Regional de Administração - CRA-RJ (http://www.cra-rj.org.br)
Conselho Regional de Contabilidade - Rio de Janeiro (http://www.crc.org.br)
ESAF (http://www.esaf.fazenda.gov.br)
Federação
Nacional
dos
Estudantes
de
Administração
-
FENEAD
(http://www.fenead.org.br/)
Instituto Brasileiro de Contadores (http://www.ibracon.com.br)
Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais - IBMEC (http://www.ibmec.br/)
Instituto Ethos (http://www.ethos.org.br )
Instituto Superior da Empresa (http://www.ise.org.br/)
SEBRAE (http://www.sebrae.com.br )
Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional (http://www.sobrapo.org.br/)
3.2.8 Instituições de Ensino Nacionais
Escola de Administração de Empresas de São Paulo - FGV ( http://www.fgvsp.br )
Escola Superior de Propaganda e Marketing (http://www.espm.br/ )
FAAP - Fundação Armando Álvares Penteado (http://www.faap.br/)
Faculdade Ruy Barbosa de Administração (http://www.frb.br/ )
FGV/RJ - Fundação Getulio Vargas - Rio de Janeiro (http://www.fgv.br/)
Instituto COPPEAD de Administração ( http://www.coppead.ufrj.br )
8
�Mackenzie
.
Faculdade
de
Ciências
Econômicas,
Contábeis
e
Administrativas
(http://www.mackenzie.com.br/universidade/fceca/)
PUC / Minas Gerais (http://www.pucminas.br/cursos/graduacao/administracao/curso.html )
PUC / Rio de Janeiro (http://www.puc-rio.br/ensinopesq/ccg/administracao.html )
PUC / São Paulo (http://www.fea.pucsp.br/ )
UFBA - Universidade Federal da Bahia - Escola de Administração
(http://www.adm.ufba.br/)
UFF - Universidade Federal Fluminense
( http://www.uff.br/secplan/catalogo/cursos/7admin.htm)
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais - Faculdade de Ciências Econômicas
( http://www.face.ufmg.br/)
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco - Departamento de Ciências Administrativas
(http://www.ufpe.br/dca/ )
UFPR - Universidade Federal do Paraná (http://www.ceppad.ufpr.br/ )
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Escola de Administração
(http://www.adm.ufrgs.br/)
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Faculdade de Administração e Ciências
Contábeis ( http://www.facc.ufrj.br/ )
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
- Departamento de Ciências da
Administração (http://www.cse.ufsc.br/~cad/ )
UFU - Universidade Federal de Uberlândia ( http://www.ufu.br )
UnB - Universidade de Brasília (http://www.unb.br/deg/daa/curso/cur00019.htm )
UNESP - (http://www.unesp.br/ensinoecultura/grad/ )
Universidade de Pernambuco ( http://www.upe.br )
Universidade
do
Estado
de
Santa
Catarina
(http://www.udesc.br/graduacao/administracao.htm )
USP
- Universidade de São Paulo - Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade ( http://www.ead.fea.usp.br/ )
3.2.9 Instituições de Ensino Internacionais
Brandeis University (http://www.brandeis.edu/)
9
�Copenhagen Business School (http://www.cbs.dk)
Cranfield University (http://www. Cranfield.ac.uk)
Erasmus Universiteit Rotterdam (http://www.eur.nl/)
ESSEC - Ecole Supériuere de Sciences Economiques et Sociales (http://www.essec.fr)
Escuela Superior de Administración y Direccción de Empresas (ESADE)
( http://www.esade.es/ )
Instituto
Tecnológico
y
de
Estudios
Superiores
de
Monterrey
(ITESM)
(http://www.mty.itesm.mx/)
London Business School (http://www.lbs.lon.ac.uk/ )
Manchester Business School (http://www.mbs.ac.uk/ )
Melbourne Business School (http://www.mbs.unimelb.edu.au/ )
MIT -Massachusetts Institute of Technology (http://www.mit.edu/ )
New York University (http://www.nyu.edu/ )
Pontifícia Universidad Católica de Chile (http://www.puc.cl/ )
Universidade de Belgrano (http://www.ub.edu.ar/ )
University of California (http://www.ucop.edu/ )
Universidade of Pennsylvania-Wharton (http://www.wharton.edu/ )
University of Chicago (http://www-gsb.uchicago.edu/ )
University of Michigan (http://www.umich.edu/ )
Michigan State University (http://www.msu.edu/)
Harvard University (http://www.harvard.edu/)
Universität Mainz (http://www.uni-mainz.de/)
The University of Denver (http://www.du.edu/)
University of Minnesota ( http://www.umn.edu/ )
The University of Western Ontario (http://www.uwo.ca/ )
Virginia Tech - Virginia Politechnic Institute and State University (http://www.vt.edu/)
York University (http://www.yorku.ca/)
3.2.10 Listas de discussão
Lista de discussão de Administração da Universidade Gama Filho
http://www.ugf.br/listas/
10
�Administrando@yahooGrupos.com.br
http://www.netwaybbs.com.br/clientes/donjuan/adm/lista.htm
E-commerce (e-commerce@race.nuca.ie.ufrj.br )
Orçamento participativo ( o-participativo@race.nuca.ie.ufrj.br )
A exaustividade na Internet é impossível, selecionou-se apenas algumas fontes,
como contribuição à tarefa de exploração desse espaço etéreo que é a Internet.
A seguir
recomendam-se alguns critérios de avaliação das informações recuperadas.
4 C RITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A Internet esse novo repositório de informação, oferece essa variedade e quantidade
de recursos, uma seleção é necessária a fim de obter melhores resultados. Alguns critérios
de avaliação são sugeridos por Elizabeth Kirk citada por Ursula Blattmann, (c1999).
Autoridade (link): quem é o autor, qual sua área de atuação, que outras
obras tem publicado, se existe informação biográfica a respeito, se existe
endereço de contato sobre a instituição na qual trabalha(e -mail ou
telefone).
Escopo: que itens aborda? Quais os assuntos (profundidade,
abrangência)? A informação está limitada a certos períodos de tempo?
Quais os formatos que podem ser encontrados (arquiv os em Hyper Text
Markup Language - HTML, Portable Document Format - PDF, etc.) e
quais os recursos são excluídos (telnet, Gopher, FTP)?
Conteúdo: se a informação é factual ou opinião? Se a página contém
informação original ou simplesmente links? Se a informação é acurada,
atualizada, qualidade do estilo da escrita e se os links estão atualizados.
Público-alvo: se facilmente pode ser verificado a quem se destina
(escolar, científico, técnico).
Propósito da informação: informa, exemplifica ou julga.
Endereço do documento (URL): que instituição é provedora
informação (acadêmica, órgão governamental, militar, comercial).
da
Corpo Editorial: se possui cabeçalho ou rodapé indicando relações a
outros Web site. Se possui marca d'água que proporciona mesma função.
Se possui link para ir a página mestre para onde o documento permanece.
Se existe link para enviar mensagem ao Webmaster.
Atualidade: se o documento é atual ou ultrapassado. Isto se torna
relevante quando as informações tem caráter estatístico ou econômic o. Se
é possível saber a que período de abrangência e atualizada.
11
�A WWW permitiu a publicização de idéias, pois não existe restrição para
na rede.
entrada
Por isso é necessário o cuidado, quando se trata de pesquisa acadêmica. Os
resultados de uma pesquisa dependem da qualidade de suas fontes de informação.
5 CONCLUSÃO
A Internet como espaço alternativo, na busca de informação, vem sendo cada vez
mais utilizada nas pesquisas acadêmicas. Seus incontáveis recursos precisam ser
explorados visando melhor aproveitamento.
Na
área
de
Administração,
como
uma
área
multidisciplinar,
os
recursos
informacionais dessa rede são incontáveis dessa rede, tornando a exaustividade uma tarefa
impossível.
Apresentaram-se as ferramentas de busca da WWW, estabelecendo suas sutis
diferenças.
Apontaram-se fontes de informação da área de Administração. Destacou-se a
importância de critérios para avaliação das informações obtidas na Internet, de modo a
garantir a qualidade da pesquisa acadêmica.
Essa foi uma pequena contribuição aos usuários e profissionais de informação na
pesquisa sobre Administração na Internet.
BIBLIOGRAFIA
CENDON, Beatriz Valladares. Ferramentas de busca na Web. Ciência da Informação,
Brasília, v. 30, n. 1, jan/abr. 2001. Disponível em: <http://scielo.br>. Acesso em: 28 out.
2001.
BLATTMANN, Ursula, TRISTÃO, Ana Maria Delazari.
pesquisa
técnico-científica
na
engenharia
Internet como instrumento de
civil.
Disponível
em:
<http://www.ced.ufsc.br/~ursula/papers/civil_net.html >. Acesso em: 06 mar. 2002..
12
�DIAS, Eduardo Wense.
Contexto Digital e Tratamento da Informação DataGramaZero -
Revista de Ciência da Informação,
v.2, n. 5, out.
2001.
Disponível: <
http://www.dgz.org.br/out01/F_I_aut.htm >. Acesso em: 23 jan. 2002.
FISCHER,
Tânia
Maria
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Administração/Turismo.
Infocapes
-
Boletim
Informativo da Capes, v. 9, n. 2/3, p. 137-141, 2001.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS. Sinopse
estatística da educação superior em 2000. Brasília: 2001. 400p.
MARCONDES, Carlos Henrique, GOMES, Sandra Lúcia Rebel.
nas bibliotecas brasileiras.
O impacto da Internet
Transinformação, v. 9, n. 2, maio/ago. 1997. Disponível em:
<http://www.puccamp.br/~biblio/marcondes92.html>. Acesso em 18 dez. 2001.
ABSTRACT
It presents sources of the information in the Internet on the
Management Science. It points the search tools of the
Internet. It establishes difference between the directories,
engines of search and metamotors. It indicates
bibliographies, catalogues of libraries, catalogue of thesis
and dissertations, portals, periodic electronic periodicals,
study of cases, dictionaries, institutions, discussion lists. It
recommends criteria for evaluation of electronic documents.
It intends to provide to the users and professionals of
information an important source of reference for aid in the
academic research.
KEYWORDS: Internet; Information resources,
Management science.
13
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Contribuição para pesquisa na Internet da área de Administração.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Ana Rosa dos
Viana, José Antoni Rodrigues
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta fontes de informação na Internet da área de Administração, que segundo dados do Ministério da Educação possui 989 cursos. Aponta ferramentas de busca da Internet. Estabelece diferença entre os diretórios, motores e busca e metamotores. Indica bibliografias, catálogos de bibliotecas, catálogo de teses e dissertações, portais, periódicos eletrônicos, estudo de casos, dicionários, instituições, listas de discussão. Recomenda critérios para avaliação dos documentos eletrônicos. Pretende proporcionar aos usuários e profissionais de informação uma fonte de referência no auxílio às pesquisas acadêmicas.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4015/SNBU2002_012.pdf
a86921d3bfb9b6140c69a84af81bcd41
PDF Text
Text
1
Gestão da Qualidade em Bibliotecas : aspectos críticos
Ana Estela Codato Silva
Especialista em Biblioteca Universitária pela UFPr
Mestre em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela PUCCAMP
Bibliotecária da Universidade Estadual de Maringá - Paraná
Aecodato@uem.br
RESUMO
As teorias administrativas de Deming e Juran tomada como um novo modo de
organização
do
processo
de
trabalho,
vem
obtendo
destacada
divulgação
na
biblioteconomia. Isso tem facilitado a inserção de modismos administrativos, sem se dar
conta dos danos que podem provocar, tampouco da influência de políticas neoliberais
inseridas nelas. Alguns, consideram a qualidade total como um modismo, outros
classificam-na como uma filosofia. Pretende-se aqui, chamar atenção para abordagens da
Gestão da Qualidade, visando focalizar pontos ideologicamente divergentes na sua
aplicação.
A Biblioteconomia sempre importou conteúdos das teorias administrativas para
aplicação em suas práticas organizacionais. As conhecidas teorias de Taylor, Fayol, Henry
Ford, Mayo e atualmente as de Deming e Juran, tomada como um novo modo de
organização do processo de trabalho das empresas, em substituição ao taylorismo e ao
fordismo vêem obtendo ampla divulgação e aplicação na área.
Barbosa (1998) diz que em muitos aspectos, a Biblioteconomia e Ciência da
Informação assemelham-se à Administração, pois ambos são campos multidisciplinares que
se alimentam de disciplinas dos mais diversos campos do conhecimento. Galvão (1998) por
sua vez, afirma que no seu percurso histórico, a Biblioteconomia sempre importou
conceitos e denominações provenientes de outras ciências como a Administração, a
Lingüística, a Lógica, a Comunicação e outras áreas.
1
�2
Ausentes os questionamentos teóricos, as práticas aplicadas e adaptadas ao contexto
bibliotecário tem facilitado a inserção de modismos administrativos, destes que surgem e
desaparecem repentinamente, sem se dar conta dos danos que podem provocar numa dada
organização, tampouco da influência de políticas neoliberais inseridas nestas teorias.
Alguns autores denominam a Teoria da Qualidade total como um modismo, outros
classificam-na como uma filosofia, capaz de mudar comportamentos a partir da
conscientização pela qualidade. São inúmeros as definições e conceitos. Neste artigo, de
cunho teórico, pretende-se chamar a atenção para as abordagens da Gestão da Qualidade
em Biblioteconomia, visando focalizar pontos ideologicamente divergentes na aplicação
dessa teoria.
Em diferentes campos do conhecimento científico, a tendência em seguir uma dada
linha de pensamento, indica os rumos da prática e discussões na área. Os argumentos
podem apresentar perspectivas de transformação ou limitar-se a um discurso reformador.
Como o próprio nome sugere, reformar significa corrigir, dar melhor forma à, consertar,
reparar sem tratar da estrutura e de implicações ideológicas. Nessa perspectiva, acredita-se
que a prática da Qualidade total em Biblioteconomia está mais para um discurso
reformador e superficial, cópia fiel da Administração de Deming e seus contemporâneos,
do que para os aspectos de mudança como tenta demonstrar.
Concordando com Lima (1996), que diz, que a força das teorias administrativas nos
diversos setores da sociedade apresentam forte discurso reformador e que atualmente uma
das mais novas a filosofia da qualidade total, vem sendo destacada como aplicável a
qualquer tipo de sistema de produção, organismo público, hospitais e escolas em detrimento
do grau de avanço técnico, do contexto social e de outros fatores importantes, buscando
introduzir a idéia de empresa privada em detrimento do público, seria oportuno refletir
sobre a influência que sofrem o gerenciamento de Biblioteca quando importam o discurso
da gestão da qualidade. Essas discussões estariam mais ligadas a fatores educacionais ou
são tratadas como na administração das empresas, voltadas ao setor produtivo e privado.
2
�3
Dada a proximidade da Biblioteconomia com o setor educacional, principalmente
quando se refere à biblioteca de caráter público, é importante destacar as considerações de
Enguita (1995) quando afirma que, no início do século a influência taylorista implantava
seu processo de administração por vários setores, inclusive na educação. Reformadores
como Bobbitt, Spaulding, Cubberley e outros sustentavam que as escolas deveriam servir à
comunidade, identificando-as com as empresas. Os alunos deveriam ser modelados pela
escola, de acordo com os desejos das empresas, com isso introduziu-se a análise do custo
benefício e outras mudanças administrativas na educação.
As bibliotecas estruturadas em contextos educacionais sofrem também esta
influência, podendo ser tratadas como organismos empresarias, aplicando-se análises de
custo-benefício, índices de produtividade, concorrência, competitividade e outros. Seguindo
esse raciocínio, há de se indagar a partir de qual viés ideológico as bibliotecas vem sendo
gerenciadas.
Segundo Mostafa (1994) a ideologia de uma época precisa ser questionada e para
isso é preciso superar o senso comum, produzir teorias ou explicação do real em bases
científicas e isso se faz nas Universidades, deve-se fazer na Biblioteconomia e na Ciência
da Informação.
De acordo com Motta (1992) a análise de qualquer instituição que não passe pelo
nível ideológico é sempre incompleta, porque se limita ao imediatamente visível, quando
geralmente o importante está naquilo que permanece oculto.
As relações sociais que se reproduzem nas organizações confirmam e reforçam a
estrutura social. Essas relações são econômicas, políticas e ideológicas, da mesma
forma que os conflitos sociais podem ser sempre analisados a partir dessas três
dimensões. A ideologia é uma verdade apenas se a entendermos como verdade
conflitual. Isso quer dizer que a ideologia é um conjunto de valores e crenças que
visa à manutenção de uma determinada ordem social, ocultando os elementos que
a ameaçam e lhe são inerentes.
3
�4
As ideologias são transitórias e dominantes em certas épocas, surgem, modificamse e eventualmente desaparecem, face ao movimento das relações sociais concretas. A
adesão a uma ideologia é o modo pelo qual se verifica o caráter histórico dos modos de
pensar. (MOTTA, 1996, p.42).
Se a mesma análise crítica, tão presente na produção científica das Ciências Sociais
e Humanas, como o uso da Filosofia ou da Sociologia, por exemplo, fossem
freqüentemente praticadas na Biblioteconomia e Ciência da Informação, esse
aparente
ufanismo em torno do discurso da qualidade total, estaria comprometido. Esse discurso,
simplifica problemas e soluções a partir da composição de gráficos e diagramas, satisfação
do cliente, motivação e conscientização das pessoas, missão e outros termos adotados.
Por conta dessa nova modalidade de gerenciamento, existem verdadeiras equipes e
indivíduos que viajam o país divulgando seus pressupostos como uma religião. As novas
terminologias, também acompanham o discurso religioso da qualidade, como por exemplo
os objetivos passam a ser missão, os recursos humanos passam a ser grupos conscientes da
qualidade, os usuários/leitores da biblioteca viram clientes e a cooperação entre biblioteca,
cedem lugar à competição tão cobrada pelo mundo moderno.
Em Ciência da Informação Valls&Vergueiro (1998) indicam a inexistência de uma
base teórica sólida que permita um estudo aprofundado em gestão da qualidade. Afirmam
que, no Brasil os relatos de experiência são grandes, especialmente os publicados em anais
de eventos, mas é na literatura internacional que se observa um estudo mais aprofundado
sobre a contribuição da gestão da qualidade em projetos de melhoria de serviços de
informação. Neste sentido, estar atento as novas teorias organizacionais, passa a ser prática
dos responsáveis pelo planejamento dos serviços de Biblioteca.
Analisando a literatura biblioteconômica produzida nos anos 90 é possível observar
mudanças terminológicas em função da diversidade de idéias e pensamentos que vem sendo
introduzidas no meio acadêmico.
4
�5
Termos como competitividade, concorrência, cumprimento de missão, filosofia da
qualidade, produtos e serviços; clientes, valor agregado, sociedade emergente,
terceirização e outros, tem sido comuns. Isso busca comprovar a atualidade das discussões,
mas demonstra, ao mesmo tempo, inexistência de um olhar crítico na importação destes
termos. Podem ser encontrados em CHIARA et all (1998), TAYLOR (1985) apud PAIM
(1996), LINS (1993), BELLUZZO & MACEDO (1993) e outros.
Tem -se a impressão que a Biblioteconomia ressurge das cinzas para deslumbrar o
mundo moderno, globalizado, de mercado competitivo, reinventando produtos, oferecendolhes uma nova aparência transformando suas identidades. A introdução das novas
tecnologias em todos os setores da sociedade implementa novas relações entre produtos,
produtores, máquinas e técnicas, mas nem sempre essas mudanças estão a favor dos
indivíduos.
Para Taylor (1987, p.10) o progresso no capitalismo assume a forma da incessante
busca do novo, do que vai ficar na moda. O que implica perene renovação cultural, em
que a mudança se torna um valor em si, que ofusca os demais valores. Ser moderno é o
que importa. Demo (1999) afirma que um dos traços do subdesenvolvimento é atrelar-se
a modismos. “Estamos cheios deles e todos vão passando, deixando-nos, quase sempre
mais perplexos. Veio a qualidade total, que prometia redimir as relações dentro da
empresa, fazendo a todos partícipes do mesmo destino. Foi bom para o empregador, mas,
como regra, uma arapuca para o trabalhador.”
Afirma
Silva
(1996)
que
pensar
as
organizações
como
uma
construção
historicamente determinada requer contextualização e interdisciplinaridade e que o
isolamento da Teoria Organizacional das contribuições da Teoria Econômica, Sociológica,
dos estudos da Psicopatologia do Trabalho tem prejudicado a compreensão do fenômeno
organizacional em profundidade. Afirma ainda, que esse tratamento geralmente evitado
pelos famosos manuais e best sellers da administração, estão preocupados com o
5
�6
imediatismo da denominada aplicação prática, transformando a Teoria Organizacional em
simples receituários de sucesso garantido, prejudicando o avanço da abordagem científica.
Dentre os autores mundialmente conhecidos e citados nos trabalhos sobre qualidade,
destacam-se Edward Deming considerado por alguns autores como um filósofo da
qualidade, um pregador em busca de discípulos; Philip Crosby considera-se um pensador
de negócios pragmático; Joseph Duran contribuiu decisivamente no movimento japonês em
prol da qualidade; Armand Feigenbaun afirma que a qualidade seria um modo de vida para
as empresa, uma filosofia de compromisso com a empresa e Kaoro Ishikawa criou os
famosos círculos de controle, os CCQ e as sete ferramentas de Ishikawa. (WOOD JR
(1994)
Além do mais não se pode esquecer que para estudar a implantação da qualidade em
serviços de biblioteca é preciso conhecer também as discussões sobre a qualidade da
informação. Paim (1996) apresenta importante discussão a respeito, além de uma rica
revisão de literatura.
Diante disso e no momento em que a Biblioteconomia e Ciência da Informação
refletem sobre seu objeto de estudo, estar atrelada a modismos indica a presença de um
discurso reformador, tal como se apresenta o da Qualidade total, indicando uma limitada
contribuição para as discussões científicas na área. Observa-se que, as citações
bibliográficas dos artigos publicados em periódicos de Biblioteconomia, indicam insistente
consulta a “best sellers”, representados por autores como Juran, Deming, Mirshawka,
Walton e outros, que apresentam soluções rápidas e milagrosas para problemas, que são
estruturais ou conjunturais, dependendo da época e contexto. Preocupam-se mais com a
produtividade do que com os indivíduos.
Alguns autores como Coriat (1991) apud Lima (1991) apesar de aceitar a idéia de
universalidade do modelo japonês, afirma que ele é resultado da conjunção de fatores
específicos de um dado momento histórico atravessado pelo Japão e que a reprodução deste
6
�7
para um outro contexto seria impossível. Portanto, não parece simples transportar a idéia ou
como chama alguns esses nova filosofia de gestão, para a realidade brasileira.
Seguindo também raciocínio crítico, Campos (1997) diz que
a pedra de toque da qualidade total (corrente, de certa forma incluída no rol dos
estilos gerenciais neotaylorista) assenta-se na descoberta de que é possível abrir as
portas das empresas, trazendo a concorrência do mercado para o dia a dia das
relações de trabalho. Para operacionalizar isso, trataram de comparar o empenho
de um trabalhador com o do outro. Nessas circunstâncias, passaria então a viger a
lei do perde-ganha, também no microcosmo das organizações. As comparações se
registram por indicadores de produtividade e, de vez em quando, de qualidade.
Para que essa geringonça funcionasse, tiveram de ampliar os espaços de
autonomia de cada equipe. Senão ninguém tomaria iniciativas para superação do
status quo. O resto é lantejoulas. Qualidade total é isso.
Na lógica da qualidade, como componente diferencial e único nas relações de
competitividade do mercado, a Biblioteca passaria a ser depositária de bens e serviços,
devendo negociar o produto do conhecimento, como um bem de consumo.
No entanto, alguns autores preocupados com este aspecto, retiraram da teoria da
qualidade apenas o enfoque do cliente, concordando que estas organizações não visam
lucro, portanto não lhe cabe o uso de todos os instrumentos da qualidade. Mesmo assim,
existem implicações ideológicas que demonstram um sentido mercantil de retórica
conservadora. Usuário deve virar cliente? Objetivo deve virar missão? Os serviços devem
ser terceirizados? A biblioteca deixa de cooperar entre si para tornarem-se concorrentes no
mundo competitivo? O staff da Biblioteca tem sido preparados para este novo
empreendimento? Não seria pretensão demais que a qualidade virasse filosofia? O que será
que pensam os filósofos a respeito?
7
�8
Outro enfoque tem sido levantado a respeito da qualidade da informação.
Nehmy&Paim (1998), chamam a atenção sobre as formas de abordagem da qualidade da
informação na literatura biblioteconômica, identificando limitações e desafios para a
construção teórica do conceito.
Em Valls&Vergueiro (1998) distinguem a qualidade por si mesma, em nível de
excelência, ligada ao aprimoramento de serviços e a gestão da qualidade, como estrutura
gerencial, que visa o estabelecimento de uma nova cultura organizacional. Tal é a
preocupação destes autores, com a diferença entre projetos individualizados de melhoria,
como sinônimos de fazer bem feito e àqueles ligados a estruturas administrativas, que
denominam os primeiros, como motivadores da distorção ou vulgarização do conceito da
gestão de qualidade. Segundo eles, isso traz prejuízos ao avanço das organizações e ao
crescimento de céticos ligados ao projeto de qualidade total.
Por outro lado, analisando a literatura disponível na área administrativa, observa-se
que os chamados céticos, que consideram estes projetos de Qualidade total apenas como
onda administrativa, subdividem-se em, os que acreditam na política de gestão da
qualidade, mas criticam os fracassos administrativos, decorrentes do mau emprego na sua
implantação e os que criticam a teoria em si, buscando justificativas de caráter ideológico.
Ligado aos primeiros, Wood Jr (1994) afirma que existe material abundante sobre a
qualidade, refletindo sua importância e interesse. No entanto, quase não há produção
acadêmica sobre o assunto, podendo-se afirmar que existe certo preconceito e que os
poucos estudiosos que tratam do assunto, costumam fazê-lo de forma crítica. Os segundos,
menos conhecidos que os gurus da qualidade, implementam em seus trabalhos
contribuições críticas/ideológicas para a reflexão sobre o tema. As considerações da
psicóloga Lima (1994) em seu artigo sobre programas de qualidade total e seus impactos
sobre a qualidade de vida, constituí-se num sugestivo ponto de partida para estudos na área,
por apresentar o que ela chama de diversos aspectos mal explorados nas discussões sobre
qualidade total.
8
�9
A autora afirma que, a exemplo da grande maioria dos países ocidentais, o Brasil
também aderiu aos chamados programas de qualidade total no decorrer dos últimos anos.
Porém, até o presente momento são raras as discussões sobre a legitimidade de tais
programas, seu potencial de generalização, possibilidades de concretização de suas
propostas e benefícios suscetíveis de serem proporcionados à sociedade como um todo.
Igualmente raras, são as reflexões sobre as origens dessas práticas e a conveniência
de sua importação, bem como impactos sofridos pelos trabalhadores em função da leitura
que se faz do modelo. Além do mais, o título escolhido para estes programas expressam
afinidade com o modelo japonês, sugerindo uma leitura parcial, observando que a qualidade
total, é apenas um dos aspectos do gerenciamento da produção e do pessoal, desenvolvidos
no Japão e que inúmeras são as distorções do modelo, o qual restringe-se à importação de
algumas técnicas, como CCQ, Just in time, Zero defeito, Estoque-zero, dentre outros.
Seguindo o raciocínio dos apoiadores aos programas de Controle da Qualidade
Total (CQTs), poder-se-ia supor que a modernização da biblioteca brasileira, dependesse
tão somente da adoção de modernos métodos de gestão e da capacidade de incorporar
novas tecnologias. Para tanto, seria essencial que a qualidade e a produtividade, fossem
adotadas como instrumentos estratégicos, de forma a tornar possível o crescimento
econômico e o desenvolvimento social, tão almejado pela sociedade.
Outras implicações presentes na análise, referem-se a fatores éticos e culturais que
permitiram Morishima (1987) apud Lima (1994) compreender o sucesso do capitalismo
japonês, considerando o despertar daquele governo na tentativa de superar a distância que
separava o Japão dos países ocidentais sob os planos militares, científicos e tecnológicos.
Buscavam um Estado moderno, inspirado no modelo ocidental, com ganhos para empresas
consideradas estratégicas, submetendo .outras organizações a uma maior exploração.
Ainda hoje, pequenas e médias empresas, ainda pagam seu tributo, onde a maioria
tem de se contentar em preencher os buracos criados pela defasagem entre a demanda em
9
�10
tempos de prosperidade e a demanda em tempos de recessão. Isso acarretou no Japão,
disparidade de salários e de benefícios sociais entre grandes e pequenas empresas
Por tudo isso, é possível verificar a relação entre as novas formas de gestão de
origem japonesa e o movimento operário, consistindo numa forma do capital “frear” as
atividades sindicais.
Assim, parece óbvio, que o movimento sindical no Brasil e de todo o mundo,
apresente restrições à implantação dessa política de gestão. Basta consultar os Boletins do
Dieese de março de 1990 e outubro de 1993 e as considerações de Ruas et alii (1993) apud
Vieira (1996) quando afirma que é justamente nas regiões e setores em que as condições de
organização dos trabalhadores são mais frágeis que as empresas têm obtido maior
envolvimento dos trabalhadores com estas práticas.
Conclui Vieira (1996), que em 1989 empresários da Weg (fabricante brasileiro de
motores elétricos) preocupados com movimento grevista, que se alastrava no setor
metalúrgico, passaram a realizar cursos de aperfeiçoamento para negociadores. Um ano
depois, diante de um quadro econômico recessivo e trabalhadores reivindicando melhores
salários, o tema qualidade e produtividade passaram a fazer parte do discurso dos
empresários, que organizavam cursos, seminários, debates e começavam a adotar inovações
tecnológicas na organização do trabalho.
Assim, é possível observar que, questões desse nível demonstram inúmeros fatores
envolvidos nos estudos sobre o tema, principalmente quando se pretende imprimir um
discurso crítico às teorias da qualidade total. Neste final de século, o quadro econômico
recessivo dos países ditos emergentes vem se agravando.
A globalização surge com ares de desenvolvimento social, mas reveste-se de
enigmas desconhecidos pela maioria dos trabalhadores, que longe das reflexões
acadêmicas, caem nas armadilhas do chamado desenvolvimento econômico, como
sinônimo de modernismo. Ninguém quer ficar para trás, estar tecnologicamente atrasado.
10
�11
Países capitalistas, economicamente ricos, também ditam suas regras de desenvolvimento,
através das inovações tecnológicas, que por sua vez, influenciam as relações entre os
homens, instituindo poder e domínio.
Portanto, não se trata apenas do maniqueísmo entre bem e mal, querer ou não
querer, crentes ou céticos, ou simplesmente incluir e excluir a Qualidade. Não é dela
isoladamente que se quer tratar. A gestão pela qualidade, enquanto política definitiva, é que
implementa através de seu discurso superficial, uma série de mecanismos diferentes dos
apresentados até então, daí o seu sucesso.
Essa política está claramente ao lado da concorrência, da competitividade,
lucratividade, ações muito distantes das bibliotecas brasileiras, que na sua maioria são
públicas e com escassos recursos financeiros. Aos trabalhadores das bibliotecas serviria
para transmitir que é preciso atender com qualidade, conhecer o “cliente”, ser atencioso,
educado, onde o cliente tem sempre razão. Essa qualidade sempre foi necessária e é
almejada por todos os setores que se comunicam o público. Não é necessário copiar a moda
japonesa, com jeito novo de fazer coisas velhas. O que se faz até hoje na biblioteca, a não
ser a busca por melhores serviços? Deve-se esquecer tudo e começar novamente?
reformulando-se as pessoas, os serviços?
Neste novo mundo do trabalho, exige-se habilidades tecnológicas, conhecimento de
línguas, aperfeiçoamento, especialização, jornadas de trabalho mais longas em substituição
ao trabalhador antigo, que demitido, vê sua atividade ser substituída pela máquina ou por
outro salário inferior ao seu.
Nesse contexto, a política da qualidade total apresenta-se mais como um projeto
neoliberal, instituído pelas empresas com um fim determinado de aumento da produtividade
e de manipulação das consciências individuais, do que um referencial teórico, posto para
colaborar na solução dos problemas administrativos das bibliotecas modernas.
11
�12
Se a implantação da gestão pela qualidade puder ser apontada como busca a
democratização da informação, onde indivíduos que estão à mercê do sistema educacional
brasileiro e conseqüentemente de freqüência a biblioteca, tivessem melhores chances de
acesso a esses ambientes, rendo-me às justificativas para sua manutenção.
Diante disso, admite-se serem necessárias à implementação de pesquisas, que
recaíam em torno das implicações político ideológicas, existentes no discurso da qualidade
em biblioteconomia e suas repercussões para o staff da biblioteca. Isso se torna possível, a
partir de um referencial teórico, definido pela crítica e de uma base empírica, sustentada no
levantamento de uso das ferramentas ou técnicas do controle da qualidade, importadas para
a área, onde sejam apresentados os impactos sofridos pelos trabalhadores da Biblioteca, que
porventura tenham participado da implantação dessa política.
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14
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Gestão da qualidade em bibliotecas : aspectos críticos.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Ana Estela Codato
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As teorias administrativas de Deming e Juran tomada como um novo modo de organização do processo de trabalho, vem obtendo destacada divulgação na biblioteconomia. Isso tem facilitado a inserção de modismos administrativos, sem se dar conta dos danos que podem provocar, tampouco da influência de políticas neoliberais inseridas nelas. Alguns, consideram a qualidade total como um modismo, outros classificam-na como uma filosofia. Pretende-se aqui, chamar atenção para abordagens da Gestão da Qualidade, visando focalizar pontos ideologicamente divergentes na sua aplicação.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4014/SNBU2002_011.pdf
493370622ef3546050978f3c99b609a5
PDF Text
Text
JORNAL “O PLURAL”: A EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA CENTRAL DA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO NA MELHORIA DA
COMUNICAÇÃO INTERNA.
Ana Beatriz de Araújo Silva Nascimento
bcref@unciap.br
Pedro Manoel da Silva
bibliotecadigital@unicap.br
Universidade Católica de Pernambuco
Biblioteca Central Pe. Aloísio Mosca de Carvalho, S.J.
Rua do Príncipe, 526 – Boa Vista
50050-900 Recife – PE - Brasil
1
�1
INTRODUÇÃO
Ao passarmos da era industrial para era da informação, o
conhecimento se tornou o principal direcionador do sucesso competitivo das
organizações. Os usuários (clientes) estão cada vez mais informados e mais
exigentes sobre os novos produtos e serviços disponibilizados pelas Unidades de
Informação. De pouco adianta adquirir equipamentos se não houver pessoas
devidamente preparadas e motivadas para operá-los, ou seja, o cliente interno
tornou-se ponto chave para a sobrevivência da organização no mercado.
As organizações de uma forma em geral precisam perceber que os
seres humanos, em seu trabalho, não são apenas pessoas movimentando ativos,
eles são ativos que podem ser valorizados, medidos e desenvolvidos como
qualquer outro ativo da corporação (NASSAR, 2001). Nessa perspectiva a
comunicação é tão importante para o funcionário quanto para o usuário.
A Comunicação Interna é o instrumento que permite que a
administração
torne
comum
mensagens
destinadas
a
motivar,
estimular,
promover, diferenciar, premiar e agrupar os integrantes de uma organização
(NASSAR, 2000).
2
�Dentro dessa abordagem esse artigo tem como objetivo descrever a
experiência da Biblioteca Central da Universidade Católica de Pernambuco na
implantação do jornal interno como instrumento de melhoria da comunicação
interna. Destaca-se a política editorial adotada, o processo de elaboração, a
participação e receptividade dos funcionários.
2
A COMUNICAÇÃO INTERNA NA BIBLIOTECA
CENTRAL
A comunicação empresarial é essencial para o desenvolvimento das
instituições, principalmente nas últimas décadas, que as incertezas políticas e
econômicas mundiais atingem todos direta e indiretamente. A globalização, o
impacto das novas tecnologias e a competitividade de mercados foram fatores
que contribuíram para alertar os administradores sobre a importância do
investimento no capital humano através da comunicação interna.
Neste contexto o processo de comunicação interna aplica-se a todos
os segmentos, inclusive o informacional. Surgiu da necessidade de utilizar os
veículos de comunicação para aumentar a produtividade no trabalho.
No âmbito das Unidades de Informação vivencia-se também
uma
fase de revolução tecnológica e administrativa. Investe-se cada vez mais em
equipamentos e novas tecnologias para acompanhar as mudanças de mercado. No
entanto, de nada adianta o investimento em equipamentos de última geração,
capacitação de funcionários, se não houver uma comunicação interna eficaz. A
deficiência desse recurso compromete a cadeia de ações interligadas ao processo
de trabalho.
3
�Atenta para a importância de se investir no capital humano, a
Biblioteca Central da Universidade Católica de Pernambuco (BCU) implantou o
jornal interno “O Plural” para dinamizar e reduzir os ruídos na comunicação.
A BCU é um órgão suplementar da Universidade Católica de
Pernambuco, vinculada à Pró-reitoria de Graduação e Extensão, com o objetivo
básico de proporcionar suporte informacional às atividades de ensino, pesquisa e
extensão.
A Biblioteca Central de acordo com seu organograma está
estruturada com os seguintes setores: Direção, Secretaria, Setor de Aquisição,
Setor de Processos Técnicos, Setor Assistência ao Usuário (Referência e
Circulação), Setor de Periódicos e Setor de Multimeios. Compõe o quadro
funcional da instituição 65 funcionários, sendo 1 Diretora, 01 Assistente
Administrativo, 17 Bibliotecários, 37 Auxiliares Administrativos e 8 Estagiários.
Possui 12.679 usuários cadastrados e uma freqüência mensal de 107.300 pessoas
, entre usuários formais (alunos, professores e funcionários), estudantes de outras
instituições de ensino superior e estudantes de ensino médio e fundamental.
A comunicação interna na BCU é direcionada para dois fins, o
burocrático-administrativo e o de relações humanas. O primeiro funciona através
de CIs (comunicações internas), ofícios-circulares, telefone, e-mail, quadro de
avisos e reuniões (setoriais ou gerais). O segundo, entretanto faz-se através do
“boca a boca”.
4
�A comunicação interna é vista pela Direção da BCU como
instrumento
administrativo
de
desburocratização
da
informação
e
de
desenvolvimento das relações humanas no ambiente de trabalho.
A Direção da Biblioteca participa do processo de comunicação
interna através do estímulo à participação dos funcionários na elaboração do
informativo, na integração de funcionários de outros setores através de rodízios/
treinamentos e no incentivo à participação em eventos tanto internos como
externos.
2.1 O Jornal Interno “O Plural”
O informativo interno da BCU foi criado em setembro de 2001 por
um grupo formado por 3 bibliotecários e 1 auxiliar administrativo, com o
objetivo
principal
de
integrar
o
funcionário
na
missão
da
Instituição,
minimizando a setorização do trabalho e conscientizando que a responsabilidade
pela qualidade da comunicação depende de todos que formam a organização.
Os objetivos específicos do jornal são:
• Divulgar as decisões administrativas da Direção;
• Mostrar as atividades e serviços de cada setor;
• Estimular a interação entre os funcionários, chefias e direção;
• Desenvolver o hábito da leitura;
• Cobrir eventos realizados pela Biblioteca; e
• Divulgar os projetos da Biblioteca.
5
�2.1.1 Política editorial
Entende-se por política editorial a filosofia adotada na determinação
da linguagem e do conteúdo do jornal.
Segundo
Palma
(1994)
três
fontes
fundamentais
devem
ser
consideradas em função da política editorial: o pessoal, a associação de classe e a
direção da empresa. O sucesso do informativo é proporcional à participação
dessas fontes e ao equilíbrio na interpretação e veiculação das informações.
A política editorial segue quatro critérios de posicionamento. São
estes:
• Publicar informações da grande imprensa que estejam relacionadas direta ou
indiretamente ao público interno;
• Divulgar a filosofia da empresa;
• Estimular a integração entres as pessoas; e
• Incentivar a educação continuada do quadro funcional da empresa.
6
�2.1.2 Divulgação
A comunicação interna é um componente da comunicação integrada
e do conjunto das demais atividades da instituição, portanto sua divulgação está
diretamente relacionada à iniciativa das chefias e dos funcionários.
Na Biblioteca, o processo de divulgação do informativo seguiu duas
etapas: a divulgação do informativo propriamente dita e a institucionalização da
comunicação interna.
Os meios utilizados para divulgação do informativo foram: cartazes,
correio eletrônico e o marketing “boca a boca”.
Cartazes - foram fixados nos “cafezinhos” ponto estratégico de
encontro de funcionários durante a pausa do trabalho.
Correio eletrônico – a divulgação via correio eletrônico não atingiu a
totalidade dos funcionários, por ser um mecanismo de acesso restrito às chefias e
limitado para o uso de trabalho. Detectou-se através de conversas informais que
os e-mails não eram lidos freqüentemente.
Marketing “boca a boca”- foi considerado o método mais eficiente de
divulgação pois atingia o público-alvo independente de estar dentro do ambiente
de trabalho.
7
�A institucionalização da comunicação implica na consciência de que
o
compromisso
na
transferência
da
informação
e
a
participação
no
desenvolvimento do informativo são atribuições de todos que fazem parte da
organização.
2.1.3 Distribuição
O processo de distribuição do informativo está dividido em duas
fases, a do formato impresso e a do eletrônico (Anexo 1).
No formato impresso o jornal era entregue aos funcionários no
próprio local de trabalho, exceto no período de férias ou de licença médica, pois
recebiam o informativo no mês consecutivo.
O processo de distribuição no formato eletrônico foi racionalizado
através da instalação de arquivo em html nos microcomputadores com acesso à
internet. Esse formato foi desenvolvido no “Composer” do Netscape Navegation
e uma das principais razões da escolha deste aplicativo foi a possibilidade do
envio do arquivo através de correio eletrônico, utilizando uma interface mais
amigável para o usuário. Alem disso, pretende-se instalar o jornal na página da
Biblioteca, onde o funcionário terá acesso ao jornal através de login e senha,
inclusive podendo consultar os números anteriores.
2.1.4 Receptividade/aceitação dos leitores
8
�A aceitação e receptividade dos leitores foram avaliadas através de
questionários aplicados no período de transição do formato impresso para o
eletrônico.
O objetivo da aplicação do questionário foi medir o grau de
satisfação do leitor com relação à política editorial e proporcionar um espaço
para comentários, críticas e sugestões.
Os itens analisados foram;
•
Conteúdo do informativo;
•
Público-leitor; e
•
Formato eletrônico.
Quanto ao conteúdo do informativo todos os leitores confirmaram o
interesse nos assuntos abordados na publicação, selecionando as seções Dicas
Culturais e Informes da Biblioteca como preferidas. Os assuntos considerados
como prioridade para serem publicados no jornal foram Eventos da Biblioteca e
Informações Científicas e Tecnológicas . Os itens Ilustração e Tema das
matérias foram avaliados como regulares.
Constatou-se que a maioria dos funcionários não compartilha o
informativo com terceiros.
9
�Quanto ao formato, por questões culturais e de acesso, o impresso é
que possui maior aceitação.
3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da adoção do jornal como veículo no processo de
comunicação interna na Biblioteca Central, observou-se que o informativo como
ação isolada não contribui de forma significativa para institucionalização da
informação.
Ações como rodízio de funcionários de setores internos para
treinamento nos setores de atendimento ao público e o incentivo à participação
em eventos promovidos pela Biblioteca, contribuíram em conjunto com o
informativo, para aumentar o entrosamento entre as equipes de trabalho.
A mudança do formato impresso para o eletrônico reduziu custo e
ampliou a forma de acesso, porém por questões culturais não obteve grande
aceitação por parte dos leitores. Detectou-se informalmente o hábito de imprimir
o que se está lendo na tela. Os leitores afirmaram, que embora mais interativo, o
formato eletrônico restringiu o acesso à informação.
Utilizar a Comunicação Interna como instrumento de gestão dentro
da organização não é apenas uma tendência, é uma necessidade, uma exigência
do mercado. No entanto, os gestores da organização devem adotar uma postura
de valorização do capital humano através da desburocratização da informação.
Sem esta postura, não há melhoria na integração dos funcionários, nem aumento
de produtividade, nem comprometimento e espírito de equipe.
10
�Observou-se também a necessidade da formação de uma equipe
multidisciplinar com profissionais da área de Jornalismo ou de Relações Públicas
para aperfeiçoar o formato, o conteúdo e a diagramação do jornal.
Independente do formato escolhido o jornal interno é um forte aliado
no processo de Comunicação Interna. Um dos resultados mais perceptíveis,
apesar de abstrato, é o sentimento de orgulho e motivação dos funcionários
envolvidos na elaboração do informativo, pois a comunicação deve se propor a
ajudar as pessoas a se sentirem mais felizes em seu ambiente de trabalho.
11
�REFERÊNCIAS
CAHEN, Roger. Tudo o que seus gurus não lhe contaram sobre comunicação
empresarial. 6.ed. São Paulo: Best Seller, 1990.
LIEDKE, Enoí Dagô. A Comunicação organizacional como instrumento de
socialização.
In:
CONGRESSO
BRASILEIRO
DE
CIÊNCIA
DA
COMUNICAÇÃO, 24., Campo Grande, 2001. Anais eletrônicos... Campo
Grande:
INTERCOM.
Disponível
em:
<http://www.intercom.org.br/papers/indexbp.html>. Acesso em: 29 maio 2002.
NASSAR, Paulo. Administrar e comunicar. Melhor: vida & trabalho, São
Paulo, n.153, p.29, dez. 2000.
_________. Comunicação interna a favor da marca. Melhor: vida & trabalho,
São Paulo, n.165, p.32, fev.2001.
PALMA, Jaurês. Jornalismo empresarial. 2.ed. Porto Alegre: Sagra-DCLuzzatto Editores, 1994. (Coleção Comunicação Viva).
REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Jornalismo Empresarial: teoria e
prática. 2.ed. São Paulo: Summus Editorial, 1986.
______. Comunicação empresarial/ comunicação institucional. São Paulo:
Summus Editorial, 1986.
______. Cultura, poder e comunicação e imagem: fundamentos de uma nova
empresa. São Paulo: Pioneira, 1992.
12
�ANEXO
Questionário de avaliação do informativo interno da BCU
Prezados colegas!
Estamos fazendo uma avaliação do nosso jornal interno “O Plural” e contamos com a sua
colaboração para responder esse questionário. Sua opinião é muito importante! Antecipadamente
agradecemos a colaboração.
1.
Setor / cargo ou função:
2.
Setor / cargo ou função:
3.
Em sua opinião:
( ) Muita coisa que o jornal publica interessa
( ) Pouca coisa que o jornal publica interessa
( ) Nada interessa (neste caso responda o último tópico do questionário)
4.
Quais as seções que mais lhe agradam no jornal?
( ) Dicas culturais
( ) Opinião
( ) Fique ligado na rede
( ) Classificados
( ) Aniversariantes
( ) Informes da UNICAP
5.
Que outros assuntos você considera mais importantes sair no jornal ?
( ) Política
( ) Esportes
( ) Eventos da Biblioteca
13
�( ) Homenagem a funcionários
( ) Informação científica e tecnológica
( ) Educação
( ) Literatura
( ) Humor
( ) Religião
( ) Turismo
( ) Outros ___________________________________________
6.
Na sua opinião quais itens podem melhorar no jornal ?
( ) Redação
( ) Ilustração
( ) Diagramação
( ) Artigos
( ) Escolha dos temas
( ) Formato
( ) Outros_____________________________________________
7.
Além de você quem mais lê o jornal ?
( ) Cônjuge
( ) Filhos
( ) Parentes
( ) Amigos
( ) Ninguém
8.
Qual sua opinião a respeito do formato eletrônico do Plural?
9.
Espaço reservado para comentários, críticas e sugestões.
14
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Jornal “O Plural”: a experiência da Biblioteca Central da Universidade Católica de Pernambuco na melhoria da comunicaçao interna.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Nascimento, Ana Beatriz de Araújo Silva
Silva, Pedro Manoel da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Descreve a experiência da Biblioteca Central da Universidade Católica de Pernambuco na implantação do jornal interno como instrumento de melhoria da comunicação interna. Destaca-se a política editorial adotada, o processo de elaboração, a participação e receptividade dos funcionários. Destaca-se a política editorial adotada, o processo de elaboração, a participação e receptividade dos funcionários.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/29/4013/SNBU2002_010.pdf
c2ad66c99cdd7b61935c6e26835e96f4
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1
LOS RECURSOS HUMANOS DE LAS BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS ANTE
LAS NUEVAS TECNOLOGÍAS: FORMACIÓN Y TRANSFORMACIÓN
Alicia García de León aliciag@seciu.edu.uy
Red Académica Uruguaya (RAU) http://www.rau.edu.uy
Universidad de la República. Uruguay
Resumen
Se presenta el escenario surgido a partir de las Nuevas Tecnologías de la Información y la
Comunicación (NTICs) y su impacto en los servicios de información con especial énfasis
en la educación superior y las Bibliotecas Universitarias. Se destaca su misión histórica y
la nueva dimensión que ésta adopta. Se aborda la temática de los nuevos retos de los
servicios bibliotecarios universitarios y el papel de los recursos humanos profesionales
desde la óptica de la capacitación. Se analizan tres aspectos: las transformaciones en las
prestaciones a brindar; los contenidos y destrezas a adquirir y las transformaciones en la
comprensión de los nuevos fenómenos. Se sustenta la necesidad de una sólida formación,
no en términos de “ser los mismos, pero con un plus de contenidos” , sino entendiendo
formación como adquisición crítica, inteligente y transformadora. Se sostiene que, en
tanto el desafío de la tecnología es constante e imprevisible los profesionales de la
información deben formarse y transformarse “para lo inesperado”. Se enfatiza que no debe
considerarse la formación curricular como factor único o determinante del cambio, pues es
la actitud del profesional de la información un factor esencial, que proviene de su
personalidad, vocación personal y lectura del universo en el que está inserto. Se concluye
que la reconversión de la Biblioteca Universitaria no es una tarea automatizada o
automatizable; es sin duda, una decisión, un acto de la voluntad, enteramente humano.
Palabras Claves: Bibliotecas Universitarias - Profesional de la Información - Sociedad de
la Información - Nuevas Tecnologías - Capacitación - Actualización – Liderazgo
1- La Sociedad de la Información, el escenario
A partir de su difusión masiva y creciente, las Nuevas Tecnología de la Información y la
Comunicación (NTICs), han modificado la relación de las personas con la información. La
posibilidad de acceso a multiplicidad de recursos, ha transformado la vida cotidiana y en
especial la comunicación y el ámbito educativo. La Sociedad de la Información. surge de
la convergencia de nuevas tecnologías para la generación, el registro, el procesamiento y la
recuperación de la información, con los nuevos soportes, recursos para el almacenamiento
y medios para su transmisión. Se trata del paso de la sociedad industrial, basada en la
producción y la distribución de bienes, a una sociedad post industrial, basada en el valor
del conocimiento y la información como sostén de los procesos. La Sociedad de la
�2
Información, considera a la información un insumo tanto o más importante que la materia
prima.
En estos tiempos, es aparentemente sencillo el presentar contenidos en las redes de
información. Encontramos cada vez más información que no sigue necesariamente pautas
de elaboración y mucho menos está pensada para su posterior recuperación. Gran parte de
la mística de la Sociedad de la Información, se sustenta en la creencia de que toda la
información está disponible y lista para ser usada. Sin embargo esa creencia no tiene
fundamento. La información se presenta en forma caótica y desordenada. La localización
es difícil. El rigor y la calidad de las fuentes son dispares. Encontrar información requiere
capacitación, experiencia y auxilios.
2- Educación Superior: Misión y objetivos de la Universidad en los nuevos escenarios
La educación superior, tiene presente este nuevo escenario y formula sus reflexiones en
torno a él. Los Foros de Educación Superior efectuados por Unesco (Conferencia Regional
sobre Políticas y Estrategia para la Transformación de la Educación Superior en América
Latina y el Caribe, La Habana, noviembre de 1996 y Conferencia Mundial sobre
Educación Superior, París, octubre de 1998), proponen una transformación profunda de la
educación superior para responder a los desafíos tecnológicos y de la sociedad actual.
Señalan el valor de las NTICs en tanto, adoptadas por los sistemas educativos, sean
difundidas y puestas al servicio de la formación de las personas y del crecimiento de la
sociedad, democratizando así su acceso y permitiendo un uso inteligente y crítico.
La Unesco detecta que es la democratización del acceso, y no la sola existencia de fuentes
de información, lo que puede garantizar la paridad entre las personas, culturas, países y
regiones. Encuentra parte del cumplimiento de esa misión en la “modernización de las
bibliotecas universitarias; actualización y mejora de la formación de los especialistas en
información; comunidades reales y virtuales de usuarios”1. Así, la Universidad del Siglo
XXI se piensa poniendo al servicio de sus misión a las NTICs; gran parte de ella se
cumple desde la Biblioteca Universitaria. Los bibliotecólogos están llamados a operar
como verdaderas interfaces humanas y a convertir a la Biblioteca Universitaria en una gran
interfaz.
�3
3- Misión de la Biblioteca Universitaria: repensarse sin desdecirse
La Biblioteca Universitaria debe pues incorporar y propiciar la utilización de la NTICs
poniéndolas al servicio de la Universidad del Siglo XXI. ¿Es esa una situación nueva? No,
de hecho, los bibliotecólogos, en tanto profesionales de la información, han estado
siempre efectuando las tareas de descripción, análisis, presentación, conservación y
difusión de la información. Para cumplirlas han usado las técnicas y herramientas propias
de su tiempo. Las tecnologías actualmente disponibles para la creación y uso de fuentes de
información, implican actividades de localización, identificación, selección, organización
y ayudas para su operación.
En cumplimiento de los objetivos de la educación superior, la Biblioteca Universitaria
debe facilitar el estudio, la formación, la capacitación de los usuarios, así como auspiciar
y propiciar la educación permanente. Cumple tanto funciones de custodia cultural, como de
difusora de los avances tecnológicos.
3.1- La Biblioteca Universitaria un espacio privilegiado, diferente y único
La Bibliotecas Universitaria, procesa y suministran documentos, y es también, un espacio
privilegiado para la comunicación y el crecimiento del conocimiento. Debe con su acción,
sin desdecirse de sus funciones básicas, potenciarlas, incorporando prácticas nuevas u
optimizando las ya existentes. Si no se incorpora al mundo externo puede, en este
horizonte de cambios, al intentar sustraerse, simplemente quedar fuera. ¿Será la biblioteca
el lugar donde el cambio este ausente?
El mensaje social que proclama la muerte de las bibliotecas es desdecido cada día por la
realidad: los usuarios se sienten cada vez más desbordados por una oferta de información
que crece exponencialmente, posee una calidad dispar, dificultades de localización y
carencias de mantenimiento. Estas dificultades hacen crecer la necesidad de ayuda y
consejo profesional. Los creadores de los nuevos documentos y herramientas, empiezan a
comprender la necesidad de trabajar con bibliotecólogos. Estos , han dado muestras
�4
históricamente, de su capacidad para trabajar con documentos existentes, así como crear
nuevos y desarrollar herramientas para su localización.
En el ámbito universitario, si bien el usuario quiere y gusta de manejar la información en
el desarrollo de sus tareas de investigación, no busca convertirse en un técnico en
bibliotecología, ni dedicar horas a adquirir capacitación y masa crítica. Ya hay quienes
hacen eso y lo hacen bien. Los usuarios quieren sí, como es lógico mejorar sus capacidades
de operación y localización.
Las bibliotecas dejan de estar centradas en las colecciones físicas y comienzan a vincularse
con sus pares y con sitios afines, ricos en fuentes. Están cada día mas involucradas en la
comunicación académica, convirtiéndose en sitios privilegiados de convergencia,
disparadores por excelencia de nuevas acciones, propiciando iniciativas documentales y
además asistiendo documentalmente iniciativas de toda la Universidad.
3.2- Las transformaciones
En un ámbito nuevo muchas actividades de las bibliotecas se ven modificadas. Los
procesos, actividades y estructuras son repensados y reorientados, la tecnología modifica y
diversifica las posibilidades en términos de productos y servicios. La clave de la acción de
la Biblioteca Universitaria es la utilización inteligente de los recursos existentes, y de las
nuevas tecnologías no como fines en sí mismos, sino como herramientas para su gestión.
Veamos algunas actividades que pueden transformase:
•
la catalogación en línea, ya sea en sistemas cooperativos o simplemente a través de la
gestión de grandes bases permite ahorrar costos, tiempo y re asignar recursos humanos,
así como optimizar los procesos;
•
la colección de la biblioteca se multiplica, en tanto también se multipliquen las
destrezas del personal para la identificación y el manejo de los recursos en línea;
•
el desarrollo cooperativo de colecciones apoyado en catálogos colectivos y en los
nuevos medios de intercambio de documentos: servicios de suministro de documentos
(delivery services), FTP (File Transfer Protocol), grupos de noticias (Newsgroups),
cooperan también en la ampliación de recursos;
�5
•
el acceso en línea a colecciones de revistas permite prescindir o reducir las
suscripciones en papel y los costos de su gestión física y procesamiento;
•
el acceso a las redes permite acceder a bases de datos y documentos a texto completo
así como a datos puntuales (cifras, fechas, definiciones, legislación) con enormes
facilidades de actualización;
•
gran parte de la capacitación y la actualización del personal de la biblioteca puede
efectuarse en la Red;
•
muchos servicios pueden ser suministrados en línea (referencia electrónica,
distribución vía correo electrónico, suministro de documentos vía FTP, etc.);
•
los catálogos de la biblioteca pueden estar accesibles vía Web;
•
la biblioteca puede crear, consolidar y reforzar su imagen corporativa a través de los
nuevos recursos electrónicos;
•
la capacitación y básicamente la asistencia a usuarios puede efectuarse en forma
virtual, ya sea a medida o con herramientas estandarizadas;
•
la creación y difusión de herramientas de valor agregado adquiere otra dimensión
(páginas Web con suministro de enlaces, selecciónde fuentes, vínculos entre
documentos, páginas de ayuda, interfaces amigables);
•
la gestión de adquisiciones;
•
las actividades conjuntas con otras bibliotecas o entidades.
Las NTICs no sólo están generando la automatización de las funciones y tareas
tradicionales de las bibliotecas, sino que están transformando los procedimientos clásicos y
la organización del trabajo, modificando actividades, desarrollando nuevos perfiles
profesionales y generando nuevas acciones y vínculos. Se trata de una situación de tránsito
y evolución, que precisa decisiones de gestión global. Una nueva óptica debe sustentar las
decisiones. Evitar transformaciones, poco puede hacer para detener el cambio: no sólo se
han modificados las herramientas y los recursos, se ha modificado también la demanda.
4- La capacitación, el camino necesario
Los profesionales de la información, como ya hemos visto, históricamente han conducido
e incluso liderado los procesos de cambios en torno a las herramientas de acceso y a los
nuevos soportes documentales. De hecho , las nuevas tareas que deben desempeñar, son
�6
evoluciones lógicas de actividades tradicionales. Nada que no les corresponda: nada que no
les sea propio. Deben capacitarse con el fin de incorporarse e incorporar a los usuarios al
uso de las NTICs, comprender y adoptar los nuevos mecanismos, incluso optimizarlos
desde la comprensión documental. No se trata de dejar atrás o desconocer las acciones
pasadas, sino de hacer convivir y potenciar entre sí, las viejas formas con las nuevas.
La capacitación constante y creciente es la respuesta. Ahora bien, no basta incorporar
algunos saberes, poder lidiar con algunas herramientas o adquirir destrezas puntuales. Las
habilidades requeridas son de una magnitud diferente, pero no mayor, a las se exigían
para el desempeño anterior. En tecnología los cambios muchas veces significan más que
cambios de capacidad, cantidad o velocidad, cambios de naturaleza.
4.1- Algunas dificultades
El desafío y la aceleración del cambio tecnológico pueden crear tensión en los grupos
humanos. Hay que estar “viendo” en forma constante qué ocurre y leyendo entre líneas su
significación. La nueva situación conlleva además, la necesidad de aprender a trabajar en
espacios nuevos, sin duda interdisciplinarios, una actividad que implica dificultades pero,
donde lejos de diluirse, el bibliotecólogo crece y se fortalece “descubriendo” la
singularidad de su aporte.
Es necesaria, en primer lugar, una visión comprensiva e inteligente de los tiempos, una
lectura crítica, pero proactiva y no reactiva. Negarse a reconocer los cambios, fracasar en
la adecuación de la biblioteca a la nueva sociedad significa correr el riesgo de quedar al
margen. Y significa también privar a la sociedad y las Universidades de un aporte
insustituible.
Algunas prácticas pueden resultar inicialmente difíciles, pues la Biblioteca Universitaria
tiene una gran cultura de control sobre el documento real, físico, básicamente en soporte
papel y se debe manejar ahora en otro marco y con otras reglas. Sin duda en muchos
ámbitos existe una falta de cultura tecnológica de los recursos humanos, y esa falta,
subsanable con esfuerzo, puede crear un cierto temor inicial. Ese temor puede verse
�7
aumentado por un mensaje social y masivo que proclama la más absoluta
desintermediación documental.
4. 2- ¿Qué es lo que hay que adquirir? Aspectos operacionales y procedimentales
En cuanto a los contenidos a incorporar, es básica su incorporación en forma paulatina, en
sucesivas etapas, verdaderas oleadas, apr oximaciones que se van superponiendo y
consolidando con el tiempo y la práctica. Contemplamos aquí, no solamente contenidos
tecnológicos, sino también, otros vinculados a la administración de recursos y el mercadeo,
contenidos propios de la gestión de las organizaciones:
•
capacidad de trabajar en entornos gráficos como Windows;
•
manejo de procesadores de texto, pautas generales de conversión, edición y
transferencia;
•
ofimática básica;
•
mantenimiento físico y lógico de recursos electrónicos;
•
bases de datos, estructura, tipología, características básicas de cada tipo y su aplicación
a la Recuperación de Información;
•
formatos de descripción bibliográfica;
•
lenguaje de interrogación de cada base de datos;
•
interfaces y accesibilidad;
•
funcionamiento básico de las Bases de Datos: Algebra de Boole;
•
áreas del conocimiento;
•
terminología y lingüística;
•
manejo de recursos en CD-ROM;
•
manejo de OPAC, lenguaje de interrogación básico de los OPAC’s, lenguaje y
búsquedas en el OPAC propios, externos, en línea;
•
Internet, estructura y filosofía de la Red;
•
protocolos, interactividad, direcciones IP;
•
fundamentos básicos de Redes, Arquitectura cliente/servidor;
•
manejo de recursos como correo electrónico, listas de distribución, FTP, grupos de
noticias;
�8
•
navegación, hipertexto, enlaces, distintos navegadores Web;
•
localización de Información: buscadores, directorios metabuscadores;
•
lenguaje de marcas, html, xml, edición, arquitectura de la información ergonomía y
usabilidad;
•
Intranets;
•
metadatos y recuperación electrónica;
•
mercadeo de recursos electrónicos;
•
unos de escáner y manejo de imágenes;
•
uso de OCR (Optical Character Recognition);
•
marketing corporativo;
•
negociación, habilidades de persuasión;
•
mejoras en la calidad de la comunicación oral o escrita;
•
diseño y gestión de proyectos de información;
•
legislación sobre Derecho de Autor .
Todos los conocimientos evolucionan en forma constante, lo que resulta aún más evidente
cuando se trata de contenidos tecnológicos.
Podría llegar a cuestionarse. si un lenguaje de edición sucede a otro: ¿para qué aprender
uno? Pero la idea, es aprender la filosofía, la estructura que sustenta cada habilidad, para
ser capaz de atravesar los cambios con la capacidad de adaptación a lo nuevo y su
consecuente factibilidad de comprensión. Los procesadores de textos pueden evolucionar,
pero, la capacitación en el manejo de uno, puede permitir abordar las nuevas versiones;
las bases de datos podrán cambiar, pero siempre será necesaria la capacidad de entender
los términos de estructuración y recuperación de la información. El lenguaje html ya tiene
sucesores, pero la adopción de estos últimos será posible si ya se comprenden los
fenómenos de recuperación electrónica y la mecánica de lo hipertextual.
Formarse , incorporar nuevos contenidos, no implica de ninguna manera desconocer el
sentido dinámico y perecedero de ellos, significa prepararse para abordar lo que vendrá. La
metodología que se incorpora, posee un carácter perdurable, independientemente del objeto
mismo del aprendizaje. Es pertinente en consecuencia: elaborar a partir de los contenidos
�9
los nexos necesarios, por ejemplo : imagen - transferencia, imagen - recuperación, edición
- conversión, conversión - html, html - xml, html - enlaces, enlaces - valor agregado,
enlaces - recuperación. Se trata de un estado constante de comunicación e interacción, de
conjunción de saberes y de una actitud voluntaria para incorporar los nuevos.
4.3- Aspectos actitudinales
Todo acto educativo, implica un mensaje y un metamensaje; paralelamente a la recepción
de los conocimientos y a la adquisición de destrezas, es deseable que el sujeto educativo
construya y consolide actitudes. Éstas surgen de la comprensión global de los fenómenos
estudiados. El objetivo de la formación del personal de la biblioteca debe ser, además de la
incorporación de conocimientos y capacidades, la creación de un profesional capaz de
asumir una postura que puede ser resumida en su necesidad de comprender, aprender y
emprender en forma constante.
La formación apuntar al hoy, pero debe también preparar para lo desconocido.
No sabemos cómo será el futuro, lo seguro es que tendremos que estar listos para
comprenderlo. Los conocimientos cambian pero las actitudes atraviesan las historia.
Las decisiones que la incorporación de la s NTICs conlleva, no dependen de las NTICs. Es
el factor humano el que permite que se operen los cambios, el que hace la diferencia. Son
las personas, orientadas por sus objetivos, creyendo y haciendo apuestas, el activo más
valioso que poseen los sistemas, quienes pueden transformarlos.
La Biblioteca Universitaria y sus profesionales tienen una gran ventaja en términos de
experiencia y masa crítica para asumir los nuevos desafíos:
•
han enfrentado muchos cambios y atravesado la historia, han podido con ellos e incluso
los han difundido;
•
conocen el valor de la información y saben reconocer su calidad;
•
saben incorporar valor a los documentos;
•
saben generar y normalizar documentos;
�10
•
saben buscar en bases de datos, pues ellos mismo son expertos en construirlas,
conocen los nuevos soportes y saben adoptarlos;
•
piensan en términos de localización y recuperación;
•
han conocido muchos software y saben reconocer sus flaquezas y debilidades, saben
también adecuarlos;
•
desde siempre han capacitado y asistido a usuarios;
•
saben trabajar en ámbitos de cooperación y de redes;
•
saben determinar las necesidades de información;
•
tienen un claro concepto de su misión y del valor de los documentos.
5 - Hacia la reconversión, pensar en términos de liderazgo.
Los esfuerzos de capacitación, necesarios e ineludibles, no son por sí mismos
transformadores, no actúan mágicamente sobre las personas, los grupos humanos o las
instituciones. Pertrechan de recursos tecnológicos que son verdaderas prótesis, extensiones
del ser. Sin embargo, esas destrezas no desarrollan la capacidad de liderazgo
imprescindible para conducir cambios en tiempos de cambio.
Si no existe una verdadera reconversión, dice el Profesor Julio Cubillo2: “...Seremos una
especie de guardarropa donde seguiremos colgando en percheros más y más prendas que se
van acumulando. Nos habremos convencido que el tema del desarrollo profesional consiste
en un carrera sin fin por adquirir nuevas técnicas y conceptos”.
La actualización además del enorme valor que tiene en sí misma, permite visitar otros
mundos, atravesar umbrales, visualizarse en otros marcos, después de estos viajes y,
aunque se vuelva al “viejo mundo”, nadie es el mismo. “Atravesar el espejo” es difícil, y
mucho menos cómodo, pero es necesario.
6- Conclusiones
Los bibliotecólogos, más aún los que se desempeñan en las Bibliotecas de las
Universidades , como otro sinnúmero de profesionales de los tiempos presentes, deben
crear el nuevo camino a ser recorrido. Este camino, muy lejos de estar definido, se gesta a
�11
partir de la comprensión, el análisis de la situación y el trabajo. Deberán, aprender a
aprender y a emprender, y sobre todo, perder el temor al conflicto que ocasiona el
encuentro de las viejas prácticas con las nuevas y al riesgo que implica afrontarlo.
Superado el temor, el cambio será la constante y se producirá incluso, con mayor
celeridad.
La biblioteca debe sobrevivir y prosperar. Sólo la actualización constante puede
prepararnos para la acción. Es necesaria una sólida formación, no sólo en términos de “ser
los mismos, pero con un plus de contenidos” , sino también entender la formación como
adquisición crítica de habilidades, es decir, formación como medio de transformación. En
tanto los desafíos de la tecnología son constantes e imprevisibles, los profesionales de la
información deben formarse y transformarse “aun para lo inesperado”.
La formación curricular, de enrome valor, no debe ser considerada a como factor único o
determinante del cambio: es la actitud del profesional de la información un factor esencial,
que proviene no sólo de los nuevos conocimientos, sino también de su personalidad,
vocación personal y de su lectura del universo en el que está inserto. No es cuestión de
adicionar destrezas, si queremos construir espacios nuevos y legítimos. La reconversión de
la Biblioteca Universitaria no es una tarea automatizada o automatizable; es sin duda, una
decisión, un acto de la voluntad, enteramente humano.
Bibliografía Citada
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en el siglo XXI: visión y acción. Conferencia Mundial sobre Educación Superior: "La
Educación Superior en el siglo XXI: Visión y Acción", París, Francia, 5-9 octubre de
1998. Capturado el 4 de mar. 2002. Online. Disponible en la Internet.
http://www.rau.edu.uy/rau/docs/paris1.htm#declaracion
2 CUBILLO, Julio. Los bibliotecarios ¿constructores de "la" sociedad de la
información? Capturado el 12 de feb. 2002. Online. Disponible en la Internet
http://www.jcasociados.cl/TextosPDF/articulos/ArticABGRA.pdf
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Epicurean Work Ethic. Journal of Library Administration, v. 14, nr.4, p. 37-50, 1991.
�12
BROVETTO, Jorge. Formar para lo Desconocido. Montevideo : Universidad de la
República, 1994. 104 p.
CUBILLO, Julio. El liderazgo como dimensión esencial del futuro profesional de la
información, dentro y fuera del ciberespacio, Santiago de Chile : CEPAL, 1998.
Capturado el 20 de feb. 2002. Online. Disponible en la Internet http://www.bireme.br/cgibin/crics4w/text0?id=crics4-pa2-co2
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�13
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�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFPE
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
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Português
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The nature or genre of the resource
Evento
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Recife (Pernambuco)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Los recursos humanos de las bibliotecas universitarias ante las nuevas tecnologias: formación y transformación.
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León, Alicia García de
Coverage
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Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
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2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
Se presenta el escenario surgido a partir de las Nuevas Tecnologías de la Información y la municación (NTICs) y su impacto en los servicios de información con especial énfasis en la educación superior y las Bibliotecas Universitarias. Se destaca su misión histórica y la nueva dimensión que ésta adopta. Se aborda la temática de los nuevos retos de los servicios bibliotecarios universitarios y el papel de los recursos humanos profesionales desde la óptica de la capacitación. Se analizan tres aspectos: las transformaciones en las prestaciones a brindar; los contenidos y destrezas a adquirir y las transformaciones en la comprensión de los nuevos fenómenos. Se sustenta la necesidad de una sólida formación, no en términos de “ser los mismos, pero con un plus de contenidos” , sino entendiendo formación como adquisición crítica, inteligente y transformadora. Se sostiene que, en tanto el desafío de la tecnología es constante e imprevisible los profesionales de la información deben formarse y transformarse “para lo inesperado”. Se enfatiza que no debe considerarse la formación curricular como factor único o determinante del cambio, pues es la actitud del profesional de la información un factor esencial, que proviene de su personalidad, vocación personal y lectura del universo en el que está inserto. Se concluye que la reconversión de la Biblioteca Universitaria no es una tarea automatizada o automatizable; es sin duda, una decisión, un acto de la voluntad, enteramente humano.
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A language of the resource
es
snbu2002
-
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07103074e1ad638a8b33cb89f7f32cfa
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1
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA & EMPRESA: UM POTENCIAL A SER
EXPLORADO
Adalberto do Rego Maciel Filho (e-mail: admaciel@nlink.com.br), Professor Titular Faculdade
das
Ciências de Administração de Pernambuco - FCAP- Universidade de Pernambuco - UPE.
Miriam Cunha de Aquino- Professora assistente aposentada do Departamento de Ciência da Informação
da UFPE.
Priscila Mendes Cândido (e-mail: priscillamc@zipmail.com.br), Bolsista de Iniciação Cientifica, FCAP
– UPE.
Juliana Gomes(e-mail: julianagomes@nlink.com.br), Bolsista de Iniciação Cientifica,
FCAP – UPE.
RESUMO
Interligam-se resultados de três pesquisas exploratórias sobre informação empresarial no
Recife. São analisados o perfil da demanda de informação em dez bibliotecas (seis
universitárias), as estruturas físicas e condições de oferta dos serviços bibliotecários, bem como
estudou-se a consulta ao banco de dados do CDI- SEBRAE/PE e identificou-se o perfil dos
usuários: sexo, escolaridade, motivo da procura, natureza da informação solicitada, número de
visitas e procedência. Discutem-se tendências, oportunidades e perspectivas no atendimento a
empresários e candidatos a empresários. Apresentam-se propostas para elevar a participação
desse segmento dentre os usuários das principais bibliotecas universitárias. Sugere-se tal política
face à importância da informação para o desenvolvimento econômico e do papel dos empresários
das pequenas e microempresas na geração de empregos e renda.
INTRODUÇÃO
Este trabalhos 1 tem a preocupação de investigar o perfil da demanda empresarial de informações
e discutir ainda diversas possibilidades de atendê-la. A importância das questões ligadas ao
conhecimento/informação e desenvolvimento tem sido objeto de diversos trabalho recentes
como o da OCDE (1996) e o do Banco Mundial (2000)2.
O presente trabalho compõe-se de quatro partes. Na primeira, se discutem as metodologias
adotadas em três estudos sobre informação empresarial no Recife. Na segunda, se analisa o
1
Este estudo não poderia ter sido realizado sem o auxílio e a colaboração dos técnicos do SEBRAE: Tereza
Brito, Andréia Moraes, Paulo Magalhães, Gilane Lima, Tereza Tenório, Catarina Valentin e Daniel Vieira.
Fundamental, no entanto, para consecução deste trabalho foi o apoio do Dr. Oswaldo Ramos. É importante
destacar, ainda, o apoio recebido da FACEPE através do PUBLIC, como também, das bolsas recebidas
pelos estagiários da FACEPE e da FCAP - UPE.
2
Vide também nesta questão Maciel Filho 2000.
�2
perfil da demanda dessa informação empresarial através de dados
oriundos de dois
levantamentos realizados em 2001 e 2002. O primeiro, uma pesquisa direta em dez bibliotecas
(Maciel, Aquino,Gomes, Lapa, 2001). O segundo, uma análise do banco de dados da biblioteca
do SEBRAE-PE ( Maciel, Aquino, Gomes e Mendes), que decorreu da mencionada pesquisa
direta. A terceira parte trata da estrutura para oferta de informação das mesmas bibliotecas do
primeiro estudo(Maciel, Aquino,Gomes, Lapa, 2001). Na quarta e última, comentam-se algumas
estratégias para atendimento pelas bibliotecas universitárias
da demanda de informação
analisada.
PARTE 1- CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS
A pesquisa dos serviços prestados a empresários e candidatos a empresário abrangeu seis
bibliotecas universitárias (a Central da Universidade Católica de Pernambuco – BC/UNICAP, a
Central da Universidade Federal de Pernambuco-BC/UFPE3, do Centro de Tecnologia e
Geociência- CTG/UFPE, do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas -CCSA/UFPE, do Centro
de Ciências Exatas e da Natureza -CCEN/UFPE, e da Faculdade de Ciência da Administração
da Universidade de Pernambuco -FCAP/UPE), a Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco
e três especializadas(do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas –SEBRAE/PE e da Fundação Instituto
Tecnológico de Pernambuco –ITEP).
No primeiro estudo, utilizou-se questionário 4 para coleta de dados, posto à disposição do usuário
no serviço de referência de cada biblioteca, no período de abril e agosto de 2001. Todas as
bibliotecárias receberam orientação sobre como aplicá-los. Houve acompanhamento constante,
através de monitoração, para auxiliar o processo de coleta. Empregou-se o software Excel da
Microsoft na tabulação dos resultados desse trabalho.
3
Foram escolhidas no sistema de bibliotecas da UFPE aquelas setoriais que poderiam, potencialmente, ter
uma maior aproximação com o público pesquisado.
4
Os questionários podem ser solicitados via e -mail. Ainda, por falta de espaço, algumas tabelas e quadros
foram convertidos em textos na apresentação dos resultados das pesquisas.
�3
O segundo levantamento se realizou no Centro de Documentação e Informação (CDI), nome
atribuído às unidades de informação do SEBRAE de janeiro de 2001 a novembro de 2001. No
banco de dados do CDI de Pernambuco CDI/SEBRAE-PE, estão registradas informações
pessoais (escolaridade, endereço, profissão) dos clientes e os tipos de recursos da biblioteca
usados, assim como os assuntos por eles requisitados. Com a ajuda de técnicos5 de Informática
do SEBRAE/PE, elaborou-se um software em um formato compatível com as necessidades da
pesquisa. Assim, tornou-se possível o cruzamento das informações com o aplicativo
disponibilizado e a utilização de outros softwares, como o Access.
O universo se constituiu de 11.414 atendimentos registrados no banco de dados CDI/SEBRAEPE, no período de janeiro de 2000 a novembro de 2001 , feitos a 8.761 usuários.
No terceiro levantamento, utilizou-se um questionário elaborado a partir do modelo do MINC
para pesquisa sobre biblioteca universitária realizada em 1988. O mesmo foi preenchido pelas
bibliotecárias de cada unidade pesquisada. Nas quatros bibliotecas da UFPE , no entanto,
houve auxílio dos pesquisadores, buscando reduzir o tempo de coleta em função da
complexidade das mesmas.
Os bolsistas participaram das diversas etapas das três pesquisas: na atualização da bibliografia
através da Internet; na realização de busca em banco de dados específicos; na elaboração no
teste, na aplicação, no acompanhamento e na tabulação dos questionários; e na redação dos
relatórios parcial e final.
PARTE 2 – PERFIL DA DEMANDA EMPRESARIAL DE INFORMAÇÃO.
Discutem-se os resultados da pesquisa direta e, em seguida, os da análise do banco de dados
do CDI/SEBRAE-PE.
5
Paulo Magalhães e Catarina Valentin
�4
2.1 Pesquisa Direta
.
Comentam-se os resultados referentes às bibliotecas do SEBRAE e do SENAC e os das
demais bibliotecas pesquisadas.
Dos 101 questionários preenchidos por usuários nas bibliotecas do SEBRAE (84,16%) e do
SENAC (14,84%), 85,15% foram de candidatos a empresário, 9,9 % de empresários (todos
provenientes do SEBRAE) e 4,95% de empregados a serviço de suas empresas.
Os dados encontrados nessa pesquisa não serão aqui discutidos por dois motivos: o primeiro a
absoluta falta de espaço; o segundo é que
os resultados encontrados são similares aos
resultados obtidos na análise do banco de dados do SEBRAE e, portanto, estão analisados na
seção 2.2.
Nas demais bibliotecas pesquisadas: BC/UNICAP,
ITEP, Pública Estadual, BC/UFPE,
CTG/UFPE, CCEN/UFPE, CCSA/UFPE e FCAP/UPE em contraste com o observado no
SENAC e SEBRAE, não houve preenchimento de nenhum questionário devido, possivelmente, a
algum dos motivos comentados na seção 4.1.
A falta de interação entre as empresas e a biblioteca foi mencionada em entendimentos verbais
pelas próprias bibliotecárias. Disseram que, praticamente não existem usuários que sejam
empresários ou candidatos a empresário, entre aqueles que as procuram pessoalmente para
solicitar informação.
2.2 Estudo do Perfil da Demanda do CDI/SEBRAE-PE
Tendo em vista que dados referentes à demanda de informação empresarial não se encontravam
disponíveis nas bibliotecas universitárias, na pública estadual e em duas das especializadas, os
�5
11.414 atendimentos prestados a 8.761 usuários, de janeiro de 2000 a novembro de 2001, pelo
SEBRAE/PE constituem a única fonte que possibilita uma melhor compreensão do perfil dessa
demanda em Pernambuco.
No banco de dados do CDI, o termo tipo é uma classificação adotada para especificar a
natureza da publicação passível de ser consultada. Constataram-se as seguintes quantidades
demandadas de título por tipo de publicação, em ordem decrescente de consulta: perfil de
negócios 25,43 %; revistas 23,45%; anuários 12,53 %; manual 12,39 %; livros técnicos 10,87
%; oportunidades de negócios 8,95 % ; lista telefônica 4,60 %; fitas de vídeo 1,13 % e guias
0,54%.
Os quatros primeiros tipos alcançam 70% do total da quantidade demandada. O SEBRAE, de
acordo com informações colhidas junto às técnicas do CDI, é responsável pela maioria dos Perfis
de Negócios (80% a 90%), bem como pelas Oportunidades de Negócios. Desta forma, é
possível inferir que as publicações do SEBRAE atendem a um percentual, relativamente, grande
da quantidade demandada das informações empresariais.
O termo anuário agrega uma série de tipos de fonte de informação: anuários da indústria,
catálogos de fornecedores e bancos de dados disponibilizados pelo SEBRAE na intranet do
Sistema SEBRAE Nacional. Portanto, o percentual de atendimento pelo SEBRAE, mediante
publicações próprias, torna-se ainda mais elevado. Estima-se, a grosso modo6, que um
percentual superior a 50% dos atendimentos sejam realizados com o apoio de fontes de
informações geradas pelo Sistema SEBRAE, conforme entrevistas com as bibliotecárias do
Centro.
O número de consultas de títulos por assunto e os respectivos percentuais em relação ao total da
quantidade demandada estão listados em ordem decrescente a seguir7 : oportunidades de
negócio 26,49; anuário das indústrias do Brasil 6,41; indústria 6,24; plano de negócios – serviços
6
As informações contidas no banco dados do CDI não possibilitam fazer essa diferenciação e, portanto,
calcular , precisamente, esse valor. O percentual do trabalhos editados pelo Sebrae em relação ao total
corresponde a 46%.
7
São apresentados aqueles assuntos cujo percentual foi igual ou superior a 1%.
�6
5,25; pequenas empresas 4,80; indústria, comércio e serviços 4,34; plano de negócios –
comércio 3,17; plano de negócios – indústria 2,65; cooperativa 2,06; franchising 1,50;
oportunidades de agronegócios 1,47; serviços – escritórios 1,44; e turismo 1,41.
De um total de 36.428 informações, os itens com mais de 100 solicitações(53) correspondem a
85,49 %. A soma dos tipos de consulta com ocorrência superior a 0,5 % (23 itens) representa
67,23%. O total dos tipos de consulta com ocorrência superior a 1 % (13 itens) perfaz 74,81%.
Os dez primeiros correspondem a 62,91%.
A quantidade de assuntos demandados, individualmente, é muito extensa, chega a 280. Os
assuntos oportunidades de negócio, anuário, plano de negócios (serviços- comércio- indústria),
pequenas empresas (termo que representa a revista Pequenas Empresas Grandes Negócios PEGN) e
oportunidades de agronegócios atingem a 50% da quantidade demandada. A
participação das publicações do SEBRAE, no atendimento por assunto, também é elevada.
Cabe destacar que a revista PEGN, sozinha, satisfaz a 4,8 % da quantidade demandada total de
informação.
Do total de 28 profissões declaradas, 24 delas atingiram percentual superior a 0,5% e
correspondem a 48,54% das indicações. Um grande percentual de usuários (27,92%) não
informou sua ocupação principal.
As 13 primeiras profissões correspondem a 40,78 % do total. É significativo o número de
estudantes (10,18 %)que utilizam o CDI. Destacam-se, também, os comerciantes(7,77%),
engenheiros(3,73 %), vendedores(3,23 %), administradores de empresa( 3,09 %) e professores(
2,82 %) que representam 20,64 % da demanda total. Outras que alcançaram mais de 1 %:
autônomos 2.21 %; funcionários públicos 1,67 %; empresários 1,51 %; economistas 1,28 %;
do lar 1,18 %; e representantes comercias 1,16%.
Os atendimentos, segundo o nível de escolaridade do usuário do CDI, estão assim distribuídos:
segundo grau completo mais superior incompletos 39,54%; nível superior 31,54 % (graduados
30,57 % e pós-graduados 0,97 %); primeiro grau completo mais segundo grau incompleto
�7
4,19%; 24,8 % não informaram a escolaridade. Vale ressaltar que 71,08% têm, pelo menos, o
segundo grau concluído.
O número de clientes que visitam, apenas uma vez, o CDI correspondem a 80,8% do total. Os
que visitam duas vezes
13,6%. Mais de duas atingem 5,6% do total dos 8761 usuários. A
maioria dos usuários ( 80,8%) procuram o CDI apenas uma vez. Esse comportamento, do
ponto de vista do atendimento, apresenta ,no entanto, um perfil de custo por usuário mais baixo.
O município de Recife, sozinho, representa 62,27% do total da quantidade demandada de
informação. Ele mais os municípios de Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Camaragibe
e Cabo totalizam 93,29 %. Logo, a demanda é bastante concentrada na região metropolitana do
Recife. Neste caso, uma diminuição da distância de 10% corresponde a um aumento na
quantidade demanda de serviços de, aproximadamente, 6,36% 8 . Como em outros estudos
(Maciel, Padilha, 2001), a demanda é sensível à distância, assim como ao número de habitantes
do município.
PARTE 3 - ANÁLISE DA ESTRUTURA DA OFERTA DE INFORMAÇÃO
Buscando analisar o que poderia influenciar o aumento ou a diminuição da interação
biblioteca/empresas, elaborou-se um questionário, denominado de oferta de serviços, com o
objetivo de obter informações sobre a estrutura das bibliotecas pesquisadas. Procurou-se, assim,
avaliar o potencial de oferta das informações de cada uma delas.
Trabalhou-se com o mesmo universo de bibliotecas da pesquisa Perfil da Demanda Empresarial
de Informação – parte 2 deste estudo.
O total de horas de atendimento oferecidas pelas bibliotecas pesquisadas estão assim
distribuídas: as especializadas oferecem uma média de 9h e 42min: SEBRAE (9h); SENAC
(12h); ITEP (8h). As universitárias disponibilizam uma média de 13h: BC/UFPE (13h e 30min);
8
Esse valor foi calculado utilizando um modelo gravitacional (em sua forma logarítmica) em que os
coeficientes estimados foram todos, estatisticamente, significat ivos e o R2 ajustado alcançou o valor de 0,89.
�8
CCEN/UFPE (12h e 30min); CTG/UFPE(13h); CCSA/UFPE (13h); BC/UNICAP (13h e
30min); FCAP/UPE (13h). A Pública estadual oferece l1h de atendime nto. Observou-se que
as especializadas oferecem em média um horário de atendimento menor que as demais. Porém,
todas oferecem serviços ao público por pelo menos oito horas diárias.
Tabela 1
ESTRUTURA FÍSICA DAS BIBLIOTECAS
BIBLIOTECAS ESPECIALIZADAS
ÁREA
OCUPADA (M2 )
CADEIRAS
((UNID.)
192
197.1
58
30
3.31
5244
1525.84
1700
1540
7110.29
432
192
120
120
220
700
100
27.31
12.75
14.17
7.70
10.16
4.32
4800
485
9.90
SEBRAE
SENAC
ITEP
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
BC/UFPE
CCEN/UFPE
CTG/UFPE
CCSA/UFPE
BC/UNICA P
FCAP/UPE
BIBLIOTECAS PÚBLICAS
PÚBLICA ESTADUAL
M2 /CADEIRAS
6.57
As universitárias, em função do tamanho do seu acervo como também da necessidade de
oferecerem áreas para estudo, dispõem, em média, uma maior quantidade de assentos e espaço
físico. As especializadas apresentam uma área relativamente menor comparadas com as
universitárias e a pública estadual.
Os dados da Tabela 1 parecem indicar, ainda, que o atendimento a empresários e a candidatos
a empresários não requer maiores investimentos em termos de área e assentos, utilizando-se a
biblioteca do SEBRAE- PE como referência.
O Quadro 1 mostra o acervo das bibliotecas pesquisadas. As bibliotecas especializadas
possuem acervos menores que as demais. Possivelmente, por cobrirem assuntos mais específicos
�9
e terem potencialmente menor número de usuários. Fatores esses que também podem justificar
disporem de menor área física e quantidade de assentos.
Quadro 1
LIVROS, PERIÓDICOS CORRENTES, CD-ROM E BANCO DE DADOS ON LINE
BIBLIOTECAS
BIBLIOTECAS
ESPECIALIZADAS
SEBRAE
SENAC
ITEP
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
BC/UFPE
CCEN/UFPE
CTG/UFPE
CCSA/UFPE
BC/UNICAP
FCAP/UPE
BIBLIOTECAS PÚBLICAS
PÚBLICA ESTADUAL
LIVROS E
FOLHETOS(A)
PERIÓDICOS
CORRENTES
NACIONAL
ESTRANGEIRO
CD-ROM
3056
4848
5080
24
47
-
01*
58391
27146
20498
47550
180510
23690
25
19
36
128
598
130
12**
491
100
111
132
2
185916
-
-
-
BANCO DE
DADOS
ON-LINE
21
37
39
11
-
73
108
13
194
-
12
6
15
6
2
-
74
2
* Existe no SEBRAE um sistema intranet que possibilita o acesso a um banco de dados que vende serviços de consultoria.** Os
valores apresentados para bibliotecas setoriais e central da UFPE foram calculados a partir dos dados disponibilizados no “site”
daquela instituição.
A maioria dos periódicos correntes das especializadas são nacionais. Nas bibliotecas
universitárias ocorre a mesma situação, com exceção das bibliotecas da UFPE, com mais de 100
% de periódicos correntes estrangeiros.
As bibliotecas universitárias (excetuando-se a FCAP/UPE) têm um diferencial em relação às
demais, a existência de bancos de dados, que são cada vez mais necessários à pesquisa e um
diferencial competitivo para tomada de decisão como mostra a literatura estrangeira
(Matarazzo, Connolly,1999). Esses bancos de dados, por sua vez, substituem de forma
crescente as assinaturas de periódicos internacionais como é o caso do portal de periódicos da
CAPES. As três modalidades de bibliotecas apresentam uma boa quantidade de cd-rom,
destacando-se as bibliotecas CCEN/UFPE e a BC/UNICAP.
�10
TABELA 2
RECURSOS HUMANOS
BIBLIOTECAS
BIBLIOTECÁRIOS
(A)
OUTROS DE
NÍVEL SUPERIOR
ESTAGIÁRIOS
02
01
01
02
02
13
04
06
04
15
02
13
BIBLIOTECAS
ESPECIALIZADAS
SEBRAE
SENAC
ITEP
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
BC/UFPE
CCEN/UFPE
CTG/UFPE
CCSA/UFPE
BC/UNICAP
FCAP/UPE
BIBLIOTECAS PÚBLICAS
PÚBLICA ESTADUAL
ADMINISTRATIV
OS(B)
B/A
02
01
02
1
-
0.5
-
01
-
17
10
08
06
02
08
28
01
04
03
38
02
2.15
0.25
0.67
0.75
2.53
1
46
11
25
1.92
As bibliotecas centrais e a pública estadual dispõem de um número razoável de bibliotecárias por
exercerem atribuições específicas, como por exemplo, aquisição e catalogação de todo o
acervo e centralização de algumas atividades. O número de auxiliares administrativos, excluindose as centrais, é relativamente baixo. A razão empregados administrativos/bibliotecários é igual
ou menor que um, exceto nas centrais e na pública estadual.
Essa situação é, parcialmente, atenuada com a presença dos serviços dos estagiários. Fica
evidenciado, também, que uma unidade especializada poderia funcionar com uma equipe de uma
a duas bibliotecárias.
PARTE 4- ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.1 Avaliação dos Resultados
Na pesquisa direta ficou constatada a baixa interação entre as bibliotecas e as empresas, com
exceção da biblioteca do SEBRAE e a do SENAC, ambas diretamente ligadas à classe
empresarial que as mantém.
As possíveis razões para a baixa interação biblioteca e empresa podem ser: a falta efetiva de
visitas de empresários e candidatos a empresários às bibliotecas como foi dito em depoimento
�11
por algumas bibliotecárias; a dificuldade de identificação da categoria do usuário (empresários e
candidatos a empresário ou qualquer outro tipo) por parte das bibliotecárias e atendentes; o
sistema de livre acesso às coleções, aos catálogos e aos terminais adotados pelas
bibliotecas
pesquisadas; a inexistência de um bureau de triagem dos usuários logo na entrada da biblioteca
ou da instituição que a mantém, como há no SEBRAE, que caracteriza todos que nela adentram;
o layout da maioria das bibliotecas pesquisadas que privilegia o livre trânsito; a ausência de uma
preocupação maior ou de condições de identificar o perfil dos
usuários que consulta
catálogos e acervos( há identificação precisa dos que retiram obras por empréstimo).
Constatou-se que o cliente típico do CDI é residente na Região Metropolitana do Recife,
concluiu o segundo grau, realiza uma única visita ao CDI, está interessado em perfis, planos e
oportunidades de negócio e encontrará tais informações, primordialmente, em fontes de
informações geradas pelo SEBRAE. Ainda, em sua maioria, é candidato a empresário.
A análise do potencial de prestação de serviços indicou que as bibliotecas universitárias dispõem
de boa infra-estrutura para atendimento da demanda empresarial de informação em termos de
área, quantidade de assentos, acesso a banco de dados nacionais e estrangeiros e de periódicos
nacionais e estrangeiros.
4.2 Outras Considerações
As questões acima discutidas dizem respeito, de certo modo, à demanda de informação
empresarial de pequenas e microempresas nacionais. A necessidade de informação para
tomada de decisão empresarial também pode ser constatada na análise do perfil da demanda de
informação e estrutura das bibliotecas empresariais.
Os resultados, recentemente publicados (Matarazzo, Connolly, 1999), de levantamento feito
através de entrevistas com diretores de 103 empresas internacionais sobre a importância das
bibliotecas empresariais conduziram às seguintes conclusões: 71% das bibliotecas empresariais
pesquisadas tinham uma equipe constituída de menos de 5 empregados; os serviços mais
�12
solicitados se referiam à utilização de banco de dados (48%) e em segundo lugar, serviços de
bureau de referência (22%); aproximadamente 1/3 afirmaram que os serviços prestados pelas
bibliotecas proporcionam informações básicas para o planejamento estratégico. De uma forma
geral, 3/4 dos entrevistados afirmaram a importância das bibliotecas como apoio à formulação de
decisões estratégicas; ainda, somente 14% dos entrevistados afirmaram que seria necessário o
crescimento da equipe das bibliotecas.
Esses resultados podem ser vistos como indicadores de tendências das grandes empresas, como
também da importância dos serviços das bibliotecas no processo de transmissão de informação
(Maciel Filho, 2000).
4.3 Oportunidades de Intervenção Local
Quais seriam as dificuldades para a biblioteca universitária atender a esse segmento de uma
forma mais explícita?
Os interessados em informação empresarial, em sua maioria, já possuem o segundo grau,
semelhante aos atendidos pela universidade em seu dia -a-dia. Há disponibilidade de espaço
físico para atendê-los por ser pequena a demanda de espaço requerida por esse tipo de
serviço. Em seu acervo, possivelmente, já deve existir uma grande parte do acervo do
SEBRAE, daqueles publicados por editoras comerciais. Quanto aos periódicos, também, deve
haver títulos comuns. No tocante às publicações do SEBRAE, o acervo adicional necessário
seria relativamente pequeno. 9 As universidades oferecem, ainda, horário de atendimento mais
longo que as especializadas.
Em alguns casos, a maior dificuldade, possivelmente, seria a da necessidade de deslocamento
interno ou contratação de um bibliotecário para o atendimento dessa nova demanda.
9
Segundo levantamento recentemente realizado pelos autores( maio, 2002) no SEBRAE-PE, o valor médio
das publicações perfil de negócio e oportunidade de negócio são respectivamente de 6,44 reais e 6,10 reais.
�13
Quais seriam as vantagens? A universidade teria a possibilidade de oferecer serviços de
informação bem mais específicos, se assim se fizer necessário, tendo em vista o seu acervo e a
disponibilidade de banco de dados nacionais e internacionais pertinentes às diversas áreas.
A universidade teria acesso à demanda de informação empresarial o que lhe possibilitaria realocar
os seus esforços de pesquisa para as áreas identificadas como pouco estudadas ou de interesse
para os empresários, como também, oferecer cursos de extensão
e consultoria para esses
mesmos segmentos. Oferecer, ainda, os serviços em áreas geográficas não atendidas tendo em
vista a sensibilidade à distância na demanda de informação.
A universidade, além disso, teria a possibilidade de vir a atender as grandes empresas que,
como Matarazzo, Connoly( 1999) afirmaram, são grandes usuárias dos serviços de bancos de
dados (48%) e serviços de referência (22%). Passando a atender esse segmento, a mesma teria
uma vantagem estratégica, caso as empresas, como vem ocorrendo em todo mundo, optarem
pela terceirização também dos serviços de informação. Nesse caso, seria possível oferecer um
produto de maior valor agregado.
As vantagens indiretas seriam alcançadas no possível incremento no número de
empresários/empresas e no aumento da competitividade e/ou crescimento das já existentes,
com os seus reflexos na renda, no emprego e no desenvolvimento da região.
Possíveis Formas de Intervenção Local
A universidade, naturalmente, não precisaria atuar de forma isolada. Essas instituições têm uma
longa experiência em convênios e parcerias. Ainda, com o advento da internet, as possibilidades
se multiplicaram e, mais uma vez, as bibliotecas universitárias já têm um longa tradição nesta área.
A parceria poderia, primeiramente, envolver o SEBRAE em termos de aquisição ou doação de
livros específicos. Estabelecer, ainda,
um sistema de atendimento complementar ao do
SEBRAE, caso o cliente precise de informações mais específicas não disponíveis naquelas
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bibliotecas. Por exemplo, o caso das médias e grandes empresas que, geralmente, não são
atendidas pelo SEBRAE. Seria, ainda, possível também estabelecer parcerias com o SENAC
ou SENAI ou SENAR e demais órgãos ligados à classe empresarial.
Poderia, além disso, fazer convênio com as bibliotecas públicas municipais que, com o programa
do FUST/biblioteca, passarão a dispor de computadores e internet e, assim, poderão participar
de
intercâmbios de informações a custos reduzidos. Também, com
as diversas ONGs
preocupadas com essa área, que serão contempladas com computadores do programa do
FUST/bibliotecas10.
Em estudo 11, recentemente, concluído foi mensurado a disposição a pagar (DAP) dos usuários
da biblioteca do SEBRAE. A primeira aproximação do valor estimado ficou entre 235 e 246
reais por usuário, por ano. Este valor ou uma percentual do mesmo poderia ser cobrado do
usuário para, parcialmente, ajudar a financiar os salários das bibliotecárias adicionais, assim
como, o acervo complementar necessário.
Deveria ser escolhida uma biblioteca no campus de fácil acesso onde fosse centralizado todo o
atendimento empresarial e com um nome específico como por exemplo: bureau de atendimento
empresarial, centro de informações empresariais, balcão empresarial etc. Deveria ainda ser
pensando, no processo, alguma forma de divulgação dos novos serviços. Experiência recente
com bibliotecas empresariais indica que a demanda de serviços é, relativamente, sensível à
publicidade (Maciel et al 2002b).
Espera-se, com este trabalho, ter contribuído para dar uma visão inicial de um novo espaço a
ser ocupado por bibliotecas universitárias que estejam interessadas na prestação de serviços
para o setor empresarial e que não tenham, ainda, uma estratégia definida de como fazê -lo.
10
No caso de Pernambuco, por exemplo, o Pólo Digital
FUST/bibliotecas para as ONGS.
11
será a cabeça de sistema
do programa
Os valoras acima forma calculados utilizando–se o método de valoração contingente e a forma de
eliciação dicotômica( referendo). As informações foram colhidas através de entrevistas realizadas por telefone.
O modelo estatístico de estimação utilizado foi o logístico. Foram consultados 148 usuários em um universo
�15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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knowledge- Cambridge Journal of Economic , 23, p. 243-260,1999.
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CONSELHO Nacional da Industria. Demanda por Informação Tecnológica pelo Setor
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MACIEL FILHO, Adalberto e Padilha Filho, Artur. Demanda Empresarial de Informação.
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MATARAZZO, James M., CONNOLLY, Suzanne D. Knowledge and Special Libraries. USA,
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de aproximadamente 2942 no ano de 2001.
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Biblioteca Universitária & empresa: um potencial a ser explorado.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Maciel Filho, Adalberto do Rego
Aquino, Miriam Cunha de
Cândido, Priscila Mendes
Gomes, Juliana
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Interligam-se resultados de três pesquisas exploratórias sobre informação empresarial no Recife. São analisados o perfil da demanda de informação em dez bibliotecas (seis universitárias), as estruturas físicas e condições de oferta dos serviços bibliotecários, bem como estudou-se a consulta ao banco de dados do CDI- SEBRAE/PE e identificou-se o perfil dos usuários: sexo, escolaridade, motivo da procura, natureza da informação solicitada, número de isitas e procedência. Discutem-se tendências, oportunidades e perspectivas no atendimento a empresários e candidatos a empresários. Apresentam-se propostas para elevar a participação desse segmento dentre os usuários das principais bibliotecas universitárias. Sugere-se tal política face à importância da informação para o desenvolvimento econômico e do papel dos empresários das pequenas e microempresas na geração de empregos e renda.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002