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http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6230/anais-ii-encontro-de-rda-no-brasil-2021.pdf
30d1c616e9377793fec8f24ddb3b7ff9
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Encontro de
RDA no Brasil
1 a 12 de novembro de 2021 ∙ eventos.febab.org/rdanobrasil
�Anais do
II Encontro de RDA no Brasil
1 a 12 de novembro de 2021
São Paulo: FEBAB, 2022
�Realização:
Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários,
Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB)
Grupo de Trabalho em Catalogação (GT-CAT)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em
Biblioteconomia e Ciência da Informação (LABIB)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Sistema de Bibliotecas
Apoio:
EBSCO Information Services
ITMS Group
Informações, vídeos e apresentações:
https://eventos.febab.org/rdanobrasil
https://www.youtube.com/febab
http://repositorio.febab.org.br
Catalogação na fonte – CIP
E56a
Encontro de RDA no Brasil (2. : 2021)
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de
2021 [recurso eletrônico]. – São Paulo : FEBAB, 2022.
110 p. : il. color.
ISBN 978-85-85024-14-7
1. Resource description & access. 2. Catalogação descritiva –
Regras – Congressos. I. Título.
CDU: 025.3
CDD: 025.32
Responsável: Fabrício Silva Assumpção – Bibliotecário – CRB-14/1673
Esta publicação está disponível sob os termos da
Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0).
�Comissão Organizadora
Adriane Groehs
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Ana Maria Pereira
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Ana Rafaela Sales de Araújo
GT-CAT/FEBAB
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Fabrício Silva Assumpção
GT-CAT/FEBAB
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Felipe Augusto Arakaki
GT-CAT/FEBAB
Universidade de Brasília (UnB)
Fernanda Gomes Almeida
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Jacqueline Pawlowski Oliveira
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Jéssica Carraro
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Kátia Lúcia Pacheco
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Luciana Candida da Silva
GT-CAT/FEBAB
Universidade Federal de Goiás (UFG)
Marcelo Votto Texeira
GT-CAT/FEBAB
Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ)
Raildo de Sousa Machado
GT-CAT/FEBAB
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
�Comissão Científica
Ana Maria Pereira
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Fabrício Silva Assumpção
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Felipe Augusto Arakaki
Universidade de Brasília (UnB)
Janaina Fialho
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Kátia Lúcia Pacheco
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Luciana Candida da Silva
Universidade Federal de Goiás (UFG)
Marcia Carvalho Rodrigues
Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
Marcia Silva
Universidade de São Paulo (USP)
Marcos Leandro Freitas Hübner
Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Raquel Bernadete Machado
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Roberta Caroline Vesu Alves
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)
Rodrigo Aquino de Carvalho
Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
Vinícius Tolentino
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
�Programação do II Encontro de RDA no Brasil
Segunda-feira, 01 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=q8XP2FKTq5U
Abertura
Abertura e boas-vindas
Comissão Organizadora do II Encontro de RDA no Brasil
Palestra de abertura: “RDA: para agora e para o futuro”
Chris Oliver
Quarta-feira, 03 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=b4v6ht8uARY
Eixo 1: Fundamentos relacionados ao RDA
Das normas de catalogação aos fundamentos e métodos de produção de bases de
dados aderentes aos públicos
Cristina Dotta Ortega
Resource Description and Access em tempos de Linked Data
Fabiano Ferreira de Castro
Espaço dos apoiadores
Desenvolvimento e tecnologia em catalogação
Fabio Tuso (ITMS Group)
Sexta-feira, 05 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=KUmBzv5mw3E
Eixo 2: Aplicação do RDA em Bibliotecas
Relato de experiência na aplicação do RDA no Sistema de Bibliotecas da
Universidade de Caxias do Sul
Ana Guimarães Pereira
�Experiência de implementação do RDA na Biblioteca do Congresso Nacional do
Chile
Ángela Quiroz Ubierna
Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Clarissa Jesinska Selbach
Apresentação de trabalhos
O Catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA): os efeitos do
código nas interfaces dos resultados de busca
Heytor Diniz Teixeira; Rachel Cristina Vesu Alves
Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Clarissa Jesinska Selbach; Anamaria Ferreira; Loiva Duarte Novak; Lucas Martins Kern
Modelagem de Publicações Seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Rhuan Henrique Alves de Oliveira; Fabiano Ferreira de Castro
Segunda-feira, 08 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=3MWTpnfMSVM
Eixo 3: Aspectos tecnológicos aplicados ao RDA
Metadados: novos horizontes com a RDA
Ana Carolina Simionato Arakaki
RDA visto a 30 mil pés
Liliana Giusti Serra
RDA e os metadados bibliográficos
Rachel Cristina Vesu Alves
Espaço dos apoiadores
Gestão de metadados com o FOLIO: BIBFRAME, RDA e KnowledgeBases
Michelângelo Mazzardo Marques Viana (EBSCO)
Apresentação de trabalhos
CIDOC-CRM E O BIBFRAME: integração de metadados
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro; Felipe Augusto Arakaki
RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Letícia Bonetti; Ana Carolina Simionato Arakaki
�Quarta-feira, 10 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=cQ0DwxNfZNU
Eixo 4: Ensino e pesquisa no RDA
Catalogação Bibliográfica: um ensino interdisciplinar para uma aplicação em
linguagem simples
Fernando Modesto
O kairos para uma formação catalográfica crítica
Filipe Reis
O ensino de catalogação no Brasil: contexto histórico e desafios contemporâneos
Marcos Leandro Freitas Hübner
Apresentação de trabalhos
Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Felipe Augusto Arakaki; Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez; Ana Carolina
Simionato Arakaki
RDA e FRBR em ambientes digitais
Natalia Gallo Cerrao; Fabiano Ferreira de Castro
Oficina
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=VZ3htTxggOE
Dublin Core: princípios e fundamentos
Felipe Augusto Arakaki
Sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DXHVLmXcmJ8
Encerramento
Palestra de encerramento: “Contextos do RDA na América Latina”
Filiberto Felipe Martinez Arellano
Encerramento
Comissão Organizadora do II Encontro de RDA no Brasil
�Sumário
Apresentação................................................................................................................................................10
Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino
e a aplicação da linguagem simples ................................................................................................. 11
Fernando Modesto
O kairos para uma formação catalográfica crítica ..................................................................... 21
Filipe Reis
Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA ................................................ 31
Felipe Augusto Arakaki, Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez,
Ana Carolina Simionato Arakaki
Contextos de la aplicación de RDA en América Latina ........................................................... 37
Filiberto Felipe Martínez Arellano
O RDA visto a 30 mil pés ....................................................................................................................... 46
Liliana Giusti Serra
Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS ..................................................... 52
Clarissa Jesinska Selbach
O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA):
os efeitos do padrão nas interfaces dos resultados de busca ................................................. 58
Heytor Diniz Teixeira, Rachel Cristina Vesu Alves
Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS ........ 68
Clarissa Jesinska Selbach, Anamaria Ferreira, Loiva Duarte Novak, Lucas Martins Kern
Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA ....... 77
Rhuan Henrique Alves de Oliveira, Fabiano Ferreira de Castro
Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação ................................................................. 83
Ana Carolina Simionato Arakaki
CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados ......................................................... 90
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro, Felipe Augusto Arakaki
Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais ............................. 97
Natalia Gallo Cerrao, Fabiano Ferreira de Castro
RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data ........................................ 105
Letícia Guarany Bonetti, Ana Carolina Simionato Arakaki
�Apresentação
Nesta publicação reunimos textos apresentados durante o II Encontro de RDA no
Brasil, realizado nos dias 01, 03, 05, 08, 10 e 12 de novembro de 2021, de forma remota, com
transmissão on-line. O Encontro foi promovido pelo Grupo de Trabalho em Catalogação (GTCAT) da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e
Instituições (FEBAB), pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa e Extensão em Biblioteconomia e
Ciência da Informação (LABIB) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e pelo
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), contando também
com o apoio da EBSCO Information Services e do ITMS Group.
O Encontro de RDA no Brasil teve origem em 2019 e, nesta segunda edição, contou
com aportes teóricos e práticos do Resource Description and Access (RDA) e de temas
correlatos, tais como ensino de catalogação, modelos conceituais do universo bibliográfico,
vocabulários e padrões de metadados, conceitos e tecnologias de Linked Data, trazendo um
retrato não só das pesquisas, discussões e aplicações nacionais, mas, também, da própria
evolução destes instrumentos da catalogação.
Em 2021, durante os 6 dias do Encontro, foram realizadas 23 apresentações, entre
palestras, apresentações de trabalho e oficina, com resultados de pesquisas e relatos de
experiência em quatro eixos: Fundamentos, Aplicações, Aspectos tecnológicos e Ensino
& Pesquisa. Na abertura, Chris Oliver, bibliotecária na Universidade de Ottawa, Canadá e
atuante no desenvolvimento do RDA, iniciou o Encontro com uma visão geral do RDA,
cobrindo sua proposta e os recentes desenvolvimentos. No encerramento, Filiberto Felipe
Martinez Arellano, professor na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e
Coordenador da Biblioteca Nacional do México, apresentou um panorama da RDA no contexto
da América Latina.
As restrições impostas pela Pandemia de Covid-19 moldaram esta edição do Encontro,
que foi organizada e executada totalmente on-line, sendo transmitida gratuitamente a partir
do Canal da FEBAB no YouTube. Com estes Anais, com os vídeos do Encontro disponíveis no
Canal e com as apresentações disponíveis no Repositório FEBAB, socializamos os saberes
comunicados e construídos durante o Encontro, estendendo seu alcance além pelo tempo e
espaço. Agradecemos a todas as pessoas que tornaram este Encontro possível: palestrantes,
autores, mediadores, avaliadores, apoiadores, organizadores e participantes, e desejamos uma
boa leitura!
Comissão Organizadora do II Encontro de RDA no Brasil
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu
ensino e a aplicação da linguagem simples
Descriptive catalog: brief reflection on its teaching and the
application of plain language
Fernando Modesto
Professor na Universidade de São Paulo (USP). Graduação e Mestrado em Biblioteconomia e
Documentação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Doutorado em Ciências da
Comunicação pela USP. Pós-Doutorado pela Universidade Carlos III de Madrid, Espanha.
Experiência acadêmica na área da Ciência da Informação – Biblioteconomia.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1070631453914536
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0535-5471
E-mail: fmodesto@usp.br
Resumo
Testemunha-se uma grande revolução na tecnologia da informação e comunicações. Revolução que se
reflete na publicação e no acesso a recursos de informação. Neste aspecto, a intenção deste texto, ao
comentar o ensino da catalogação, é o de demonstrar como a boa instrução e/ou orientação que
contribua com conhecimentos e habilidades pode contribuir para uma atividade catalográfica inovadora.
Ressaltar a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico, sustentado em uma aplicação
técnica. Em termos metodológicos, trata-se de uma reflexão descritiva, baseada em levantamento
bibliográfico. Considera-se que uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro
bibliotecário a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora.
Palavras-chave: Catalogação Descritiva. Ensino Catalográfico. Linguagem Simples. Formação
Profissional. Bibliotecário de Catalogação.
Abstract
We are witnessing a great revolution in information and communications technology. Revolution that is
reflected in publication and access to information resources. In this aspect, the intention of this text,
when commenting on the teaching of cataloging, is to demonstrate how good instruction and/or
guidance that contributes with knowledge and skills can contribute to an innovative cataloging activity.
Emphasize the importance of teaching mediated by theoretical support, supported by a technical
application. In methodological terms, it is a descriptive reflection, based on a bibliographic survey. It is
considered that a good training in the teaching of cataloging should enable the future librarian to
exercise the cataloging activity in a productive and innovative way.
Keywords: Descriptive Cataloging. Cataloging Teaching. Plain Language. Professional qualification.
Cataloging Librarian.
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
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1 Introdução
Nas últimas duas décadas, testemunha-se uma revolução na tecnologia da informação
e comunicações. Cenário de desafios aos bibliotecários que se encontram operando em
ambiente híbrido (tradicional e eletrônico), onde devem exercer suas funções com diferentes
ferramentas tecnológicas e novos processos de controle bibliográfico. Além das regras
tradicionais de catalogação anglo-americanas, das ferramentas de classificação e dos
cabeçalhos de assuntos utilizados há muito tempo, surgiram novas estruturas bibliográficas.
Na vanguarda tem-se a normativa Recursos: descrição e acesso – RDA, e esquemas de
metadados como Dublin Core e BIBFRAME, que exigem habilidades para gerenciar a
informação. Assim, ressalta-se a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico e
técnico, em procedimento que auxilie a transformar e aprimorar os processos catalográficos,
em benefício do usuário. Em termos metodológicos, trata-se de reflexão descritiva, baseada em
levantamento bibliográfico, com abordagem na atuação de personalidades históricas do
campo. Destaca-se aspecto da comunicação social nos serviços e produtos catalográficos, por
meio de uma linguagem simples.
2 O Ensino da Catalogação: entre a prática e a teoria
Mateoré e Lencinas (2020) comentam que o lançamento da RDA gerou desafios de
implementação para as bibliotecas. Um destes desafios está relacionado ao ensino em cursos
de Biblioteconomia. Alertam para o escasso interesse pela normativa, seus aspectos básicos e
exemplos de aplicação. O próprio Comitê de Teste RDA publicou recomendações para que os
programas de biblioteconomia garantissem aos estudantes familiaridade com os conceitos e
terminologias dos requisitos funcionais e os princípios catalográficos; além do potencial dos
dados vinculados. As autoras destacam que os programas de formação, nos Estados Unidos,
enfatizam o ensino teórico. Entretanto, se o objetivo é formar catalogadores coerentes em criar
registros, como não considerar a necessidade de saber como encontrar e localizar materiais,
como e porque estruturar registros e procedimentos de sua recuperação. Segundo Hixson
(2005), a ALCTS (Association for Library Collections & Technical Services), por meio de seu
Grupo de Trabalho desenvolveu pesquisa onde mostra que os conhecimentos e habilidades em
torno dos padrões catalográficos e de classificação tradicionais continuam sendo relevantes, no
atual entorno digital.
No Brasil, as bibliotecas seguem lentas na adesão para a RDA, mantendo dominante a
catalogação tradicional. O ensino da catalogação amplia a carga de conteúdo entre temas
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
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antigos e novos. Na atualidade, o ensino utiliza de modelos pedagógicos; recursos visuais;
jogos; visitas didáticas; análise de catálogos e ferramentas de descoberta; palestras;
laboratórios; softwares livres ou comerciais. Alternativas necessárias, não eliminatórias na
busca por metodologias que contribuam para além das habilidades catalográficas operacionais.
A formação ajuda no desempenho profissional, embora um perfil vocacionado e inovador
influencie. A história da catalogação apresenta exemplos de desempenho inovador.
2.1 Zenódoto de Éfeso (323 ou 333 - 260 a.C.) e Calímaco de Cirene (310 - 240 a.C.)
Zenódoto, era intelectual, tutor dos filhos do rei e chefe da biblioteca de Alexandria.
Estabeleceu sistema de armazenamento para obras, ordenadas de acordo com a natureza do
seu conteúdo (verso, prosa, literário, científico). Inova ao implementar a ordem alfabética
como um modo de organização da coleção bibliográfica. Recruta e treina uma equipe
composta de classificadores, inspetores, atendentes, pajens, copistas, restauradores, entre
outros. Calímaco sucedeu a Zenódoto e foi o responsável pela catalogação. Contribuiu com as
Pinakes – “Tábuas das pessoas eminentes em todos os ramos da aprendizagem, junto com uma
lista de seus escritos”. Uma compilação bibliográfica de textos gregos, composto de 120 livros.
Dividia-se por categorias, ordenadas pelo nome de autores e títulos. Cada autor possuía uma
breve biografia. (CASSON, 2018, p. 50). As tábuas forneciam aos usuários facilidade para
encontrar os documentos. Personagens dominantes na fase inicial da erudição alexandrina,
eram focados em literatura e pensaram modelos biblioteconômicos inovadores. Ambos
identificaram problemas e aplicaram soluções.
Certamente, há outros exemplos na história da catalogação bibliográfica, mas
seleciona-se os três gênios da catalogação: Panizzi, Cutter e Lubetzky. Assim considerados por
Gorman (1968), porque depois deles nada mais foi feito a favor de regras mais intuitivas, e que
se tornassem compatíveis com o conhecimento dos usuários do catálogo.
2.2 Antony Panizzi (1797 – 1879)
Panizzi ao aceitar o cargo de bibliotecário no Museu Britânico, depara-se com o
desafio de reorganizar a coleção e o catálogo. Redefine procedimentos, grupo de trabalho e
mudanças dos processos. Inovando a catalogação e o catálogo, inclusive nos valores sociais da
finalidade catalográfica. Entende que o catálogo deve servir para democratizar o acesso à
informação a todos igualitariamente. Escreveu, em 1836, no relatório aos curadores do museu,
que o seu trabalho “é facilitar o acesso às obras que fazem parte da coleção” (BATTLES, 2003,
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
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p. 132-133). Panizzi era impulsionado por suas raízes progressistas. Impulsos estes que ele
deixa claro ao escrever no relatório:
Eu quero que o estudante pobre tenha os mesmos recursos que o homem
mais rico deste reino para satisfazer sua vontade de aprender, desenvolver
atividades racionais, consultar autoridades nos diversos assuntos e
aprofundar-se nas investigações mais intricadas. Acho que o governo tem a
obrigação de dar a esse estudante a assistência mais generosa e desprendida
possível. (BATTLES, 2003, p. 132-133).
Indica que o catálogo deve ser mais que uma listagem de obras, um instrumento de
colaboração à transformação social. Sob este contexto social, ensinar RDA deve servir para
aperfeiçoar a função dos catálogos na promoção das liberdades intelectuais e justiça social.
2.3 Charles Ammi Cutter (1837-1903)
A personalidade que fixou a estrutura básica do registro catalográfico, dentre outras
contribuições para a catalogação. Trouxe um senso de respeito e liderança para a profissão, ao
exercer papel ativo na gestão de bibliotecas, atividades acadêmicas, ensino e ativismo
equilibrado no âmbito profissional. Deu um toque de inteligência e humor no relacionamento
com as pessoas. De origem humilde, o seu prenome “Ammi” tem significado bíblico “meu
povo”. Órfão, foi criado pelas tias paternas. A escolha pela biblioteconomia, ocorreu com a
nomeação como assistente na biblioteca de Harvard. Certamente, contribuíram para sua
decisão, o ambiente da catalogação, a sua natureza tranquila, a paixão pela literatura e a
influência da tia bibliotecária ou de algum bibliotecário-chefe. Seja qual for a razão, sua opção
beneficiou bibliotecas, a profissão e os usuários. Resultado de um trabalho dedicado à
eficiência do acesso à informação por meio do desenvolvimento de um sistema de catalogação.
Ao começar a trabalhar no Harvard College, em 1860, auxilia na compilação de um fichário
com mais de 100.000 volumes, que incluía autores e índice de categorias em ordem alfabética.
Simultaneamente, desenvolve um catálogo para a Biblioteca Pública de Boston. A experiência
com a catalogação, obtido nas bibliotecas, o prepara para aceitar a nomeação como
bibliotecário do Boston Athenaeum, em 1869. Onde efetua mudanças na política bibliográfica
com uma abordagem proativa na gestão da biblioteca e a comunidade usuária. Na posição de
autoridade, ele implementa inovações no sistema de classificação em uma das bibliotecas mais
importantes do país, por abrigar a maior coleção de livros clássicos. Ao revisar o catálogo do
Athenaeum, ele desenvolve um novo, com 3.402 páginas. Além dos elogios pelo trabalho
realizado, a sua credibilidade cresce entre os mantenedores da instituição. Isso favorece a
publicação das suas regras para um Catálogo Dicionário, em 1875. (CUTTER, 1931). Cutter se
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Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
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construiu como bibliotecário, influenciado por mentores e desenvolvendo trabalhos
significativos
em
instituições
importantes.
Forjado
no
enfrentamento
da
gestão,
desenvolvimento de coleções e construção de catálogos. Entre os seus princípios de
catalogação, a orientação à conveniência do público. (GORMAN, 1968).
2.4 Seymour Lubetzky (1898-2003)
É considerado o maior teórico de catalogação descritiva. Nascido na Bielo-Rússia,
estudou literatura e línguas, antes de imigrar para os Estados Unidos onde diplomou-se em
línguas, na UCLA (1931). Em 1932, a University of California concedeu-lhe o título de mestre
em línguas alemãs e em biblioteconomia. Começa a trabalhar como catalogador na UCLA, e a
publicar artigos sobre sistema e princípios de catalogação. Os textos influenciam a área. A
sínteses de sua percepção da catalogação era a da “catalogação racional e funcional”. Para
Campbell e Fost (2004), Lubetzky utilizava a distinção entre obras e edições para esclarecer o
propósito do catálogo. Ser uma ferramenta bibliográfica, em oposição a uma lista de inventário
ou uma ferramenta de referência. O catálogo, especialmente aquele que segue
escrupulosamente as regras de entrada principal, funciona muito mais do que uma lista de
inventário, pois orienta o usuário em uma estrutura bibliográfica coerente, preenchida por
obras e edições, todas ligadas por relações intrincadas.
[...] a função da biblioteca é fornecer aos seus usuários não apenas os
materiais de que precisam, mas também a orientação "bibliográfica"
necessária para os ajudar a fazer o uso ideal dos materiais, então o catálogo
terá de ser feito para informar a um pesquisador em busca de um livro não
apenas se a biblioteca tem esse livro, mas também quais outras edições e
traduções da obra que a biblioteca tem […] Mas há ainda outra relação
“bibliográfica” de interesse direto e indireto para muitos usuários do
catálogo: é a inter-relação entre as obras de um autor. Mostrar quais obras a
biblioteca possui de um determinado autor é de interesse direto para muitos
usuários envolvidos, não com qualquer livro ou obra em particular, mas sim
com um autor específico que pode ser representado por suas obras na
biblioteca. (LUBETZKY [1969, p. 271], citado por CAMPBELL; FOST, 2004, p.
29).
A criação de uma ferramenta bibliográfica como a que Lubetzky descreve requer
tempo, experiência, treinamento e recursos. Na análise dos seus princípios, descobre-se que a
comunidade dos usuários está no cerne da catalogação convencional de duas maneiras
diferentes, mas igualmente importantes. Em primeiro lugar, a sua defesa pela entrada principal
sob a qual são agrupadas e ordenadas em torno dos autores como entidades definidoras. O
catálogo deve fornecer representações de autores, da mesma forma que as representações de
documentos, edições e obras. Esses “autores”, representados por registros de autoridade de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
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pessoais e entidades coletivas, formam uma parte essencial do catálogo enquanto ferramenta
bibliográfica. Em segundo lugar, a ênfase na edição que representa um dispositivo para
fomentar a comunidade. Nos catálogos modernos, a edição é a entidade fundamental que
desencadeia a criação de novos registros bibliográficos: é a coleção de todas as cópias de um
item que vêm de uma única cópia master e, portanto, podem ser consideradas idênticas.
Elizabeth Eisenstein (citada por CAMPBELL; FROST, 2004), comenta que o surgimento
da imprensa revolucionou o aprendizado na Europa. Em especial, pela criação de cópias
idênticas de textos, o que possibilitou uma colaboração frutífera e a construção de
conhecimento através do tempo e da distância entre as pessoas, algo que era, até então, quase
impossíveis. “[As primeiras edições impressas] eram suficientemente uniformes para que
estudiosos em diferentes regiões correspondessem uns aos outros sobre a mesma citação”.
(CAMPBELL; FROST, 2004, p. 35, tradução nossa). Neste sentido, o usuário do catálogo usa
uma ferramenta que foi projetada para a colaboração intelectual, e no qual ao identificar
textos idênticos e diferenciar textos diferentes, torna possível um intercâmbio significativo.
Lubetzky era crítico da tendência de as normativas catalográficas conterem regras específicas
destituídas de coerência ou princípios elucidativos. Combatia os movimentos interessados em
simplificar o máximo as regras, para pagar baixos salários. Enquanto outros grupos defendiam
que os catalogadores contassem com recursos baseados em uma catalogação rica em regras e
pobre em princípios e que pudessem ser executadas sem o julgamento do catalogador. Um
ponto a salientar sobre as personalidades narradas, é as instituições nas quais atuaram e que
tiveram influência nas contribuições e desenvolvimento de um perfil inovador.
2.5 Melvil Dewey (1851 – 1931)
Na tradição da biblioteconomia, a aprendizagem ocorria com cada profissional
treinando os seus sucessores nos conceitos e práticas da área. Antes de 1850, para trabalhar em
biblioteca não era necessário capacitação formal. Após a criação de legislação estabelecendo
bibliotecas públicas como serviço gratuito, há aumento na demanda por pessoal. De 1850 a
1900, o ensino superior norte-americano caracteriza-se por uma proliferação e evolução de
universidades e faculdades, como instituição de ensino e pesquisa. A situação demanda a
necessidade de coleções suplementares de pesquisa e exacerbam a busca por bibliotecários
capacitados em organizar e administrar os materiais. A concepção popular do profissional era
a de um estudioso, dedicado ao cuidado dos livros. Embora Dewey tenha estabelecido a
primeira escola de Biblioteconomia na Columbia College, em 1887, a instituição não era
favorável a uma educação técnica e evitava essa ênfase para os estudos profissionais. Dewey
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
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estava preocupado com a desorganização dos livros, e esquematizou procedimentos
operacionais para biblioteca. Pensou maneiras de capacitar o pessoal de forma superior à
prática recorrente de treinamento em serviço. Ele propôs um curso de biblioteconomia com
ênfase "em um aprendizado sistemático em Ciência das Bibliotecas”. Complementar ao ensino
ministrado, fundou empresa, a Library Bureau para venda de mobiliários e suprimentos para
bibliotecas. Obcecado com a eficiência, a autoridade e a hierarquia, defendia que as bibliotecas
deveriam privilegiar menos as obras e mais a maneira de organizá-las e disponibilizá-las. Para
isto, se adotasse a padronização generalizada da atividade: “não apenas os esquemas de
catalogação, como também o tamanho das fichas e da sala de fichários deveriam ser os
mesmos em todas as bibliotecas”. Ele escreveu, na primeira edição do American Library
Journal que – “catalogar, indexar e tudo aquilo que envolve essas atividades são coisas que
devem ser feitas de uma vez só para todas as bibliotecas, com enorme economia para cada
instituição [...]”. Desse modo, uma porcentagem bem maior do orçamento poderia ser gasta
em livros. Ele pesava em regras que servissem para qualquer biblioteca. (HALL-ELLIS, 2011, p.
126; BATTLES, 2003, p. 143).
Quando a Universidade de Chicago abriu seu programa de pós-graduação em
Biblioteconomia, em 1926, a teoria tornou-se parte integrante dos currículos. Dewey advertiu
que tais escolas tinham valor pedagógico duvidoso por não seguirem padrões. Mas, desde
1923, tornou-se consenso entre a American Library Association (ALA) e os principais
empregadores em bibliotecas de que a educação bibliotecária deveria ocorrer dentro do
contexto da pós-graduação universitária. (Hall-Ellis, 2011).
Apesar de inovador em vários aspectos, Dewey contribuiu para um processo de
capacitação que restringia a liberdade criativa do bibliotecário. Valorizava procedimentos
operacionais na execução das atividades e na quantificação dos resultados. Na atualidade, as
atividades de tratamento da informação tornam-se mais diversificadas. Segundo Hill (2011), as
pessoas que antes podiam aplicar um único conjunto de regras aos recursos informacionais
para construir um catálogo bibliográfico, agora fazem uso de vários padrões em formatos
diversos de recursos, para construir ferramentas distintas de descoberta. Catalogadores se
tornaram agora especialistas em metadados. O problema é a sua invisibilidade e
desconhecimento. A atividade catalográfica é desconhecida para a maioria dos usuários.
Na questão do ensino da RDA, a normativa delibera a representação dos dados legíveis
pelo usuário, para favorecer as tarefas destes na comunicação com a coleção da biblioteca. Este
é um ponto de valores humanos já comentados.
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�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
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3 A Linguagem Simples
Com novos conceitos envolvidos na transformação da catalogação descritiva, salientase que os dados precisam ser mais claros à compreensão humana. Assim, têm-se o conceito da
“linguagem simples”, como um recurso aplicável aos registros bibliográficos, emoldurados na
interface pública do catálogo. A informação precisa ser compreendida pelo público em suas
diversas faixas etárias e níveis instrucionais. (MOTA; WAECHTER, 2015).
Para Silva e Vitorano (2021, p. 304), a linguagem deve servir ao leitor para melhorar a
compreensão precisa da mensagem bibliográfica. Para que possa de maneira rápida e fácil
encontrar e decidir sobre a informação que deseja. Neste aspecto, a essência da linguagem
simples é realçada ao se destacar que “linguagens burocráticas, institucionalizadas,
especializadas, com termos nebulosos, frases evasivas, parágrafos tortuosos, com escritas ruins
ou complexa, podem e devem ser combatidas usando uma linguagem com estilo claro e
simples”. Aspectos que é encontrado em registros bibliográficos, decorrente de regras
marcadas por expressões, como: “Belfasf [i. e. Dublin s. n], 1982”; “[S.l]; [18–?]”; “[ca. 1960]”;
“1 diaf. (70 fotogr.) : color.; 35 mm + 1 v. (39 p. ; 22 cm)”. Situação em que se pode aplicar
conceitos de “linguagem simples” para apoiar formas melhores de comunicação social.
A “Linguagem Simples” (Plain Language), pode ser considerada uma linguagem
desburocratizada por servir a uma filosofia ou tendência em favor do uso de escrita
compreensiva. Objetiva tornar o texto apreensível para o público, sendo uma alternativa para
fazer do trabalho bibliotecário algo assimilável socialmente. Ressalte-se que a RDA prega a
clareza dos registros bibliográficos, entretanto, a escrita catalográfica clara deve estar na
cultura da catalogação brasileira, independente das normativas utilizadas. A biblioteca lida
com todos os extratos sociais, no qual se inclui o nativo digital e a realidade do analfabeto
funcional (AF). Em termos de país, de cada dez brasileiros, três são considerados AF,
conforme dados do IBGE. Do total estimado de 213.464499 milhões de brasileiros, 12%
possuem um nível de “proficiente”, indicador mais alto da escala. O Indicador de Alfabetismo
Funcional (Inaf) que avalia o grau de analfabetismo da população, entre a faixa de 15 a 64
anos, em pesquisa de 2018, apontou que 96% dos alunos que ingressaram ou concluíram o
ensino superior foram considerados alfabetizados funcionais. Porém, apenas 34% deste público
atingiram o nível de proficiência, sendo que 38% não dominam habilidades básicas de leitura e
escrita. (SUFFAIR, 2021).
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4 Considerações finais
Uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro bibliotecário da
catalogação a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora. Uma profissão
que seja impulsionada pelo medo da obsolescência, teme até mesmo olhar dentro de si para se
aprimorar. Devemos seguir construindo uma catalogação melhor, com valores sociais e
orientada a servir inovadoramente ao público brasileiro.
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O kairos para uma formação catalográfica crítica
The kairos for a critical cataloging formation
Filipe Reis
Professor na Universidade Federal de Goiás (UFG). Doutorando em Ciência da informação na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3400342257925895
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1446-6982
E-mail: filipereis@ufg.br
Resumo
Apresenta reflexões sobre a educação catalográfica crítica. O surgimento do código RDA ( Resource
Description and Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em
vista que as graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos políticopedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse cenário, busca-se
refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica. Compreende-se que o
catalogador deve ter a capacidade de analisar e compreender o contexto catalográfico, com o objetivo de
criticar as contradições identificadas e produzir caminhos, caso sejam necessários. Sendo assim, se
aprendemos sem questionar, não aprendemos; na verdade, somos doutrinados. A crítica ocorre para a
progressão; se não houver o desenvolvimento, a continuidade é consciente.
Palavras-chave: Educação Catalográfica Crítica. Formação Catalográfica Crítica. Ensino de
Catalogação. Educação de Catalogação. Aprendizagem de Catalogação.
Abstract
It presents reflections about critical cataloging education. The emergence of the RDA (Resource
Description and Access) code is a significant element for the kairos of cataloging education, considering
that graduations in Library Science in Brazil are and/or will adapt their pedagogical political projects to
insert content about the “new” cataloging code: RDA. In this scenario, we seek to reflect on critical
education in the processes of cataloging education. It is understood that the cataloguer must have the
ability to analyze and understand the cataloging context, with the objective of criticizing the identified
contradictions and producing paths, if necessary. Therefore, if we learn without questioning, we do not
learn, we are actually indoctrinated. Criticism is for progression and if there is not a development,
continuity is conscious.
Keywords: Critical Cataloging Education. Critical Cataloging Formation. Cataloging Teaching.
Cataloging Education. Learning to Catalog.
1 Introdução
Na mitologia grega, podemos identificar, pelo menos, duas formas de expressar o
tempo. O vocábulo chronos (do latim Chronus, do grego Χρόνος) caracteriza o tempo numa
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disposição em que se pode localizar qualquer evento específico. Nesse sentido, o tempo é
quantificável, linear, mensurável, sequencial, numerável. Ele é proposto em instrumentos que
medem o cumprimento da duração, como relógios e calendários. No entanto, a experiência do
tempo pode ser apreendida por meio de outro sentido. Kairos (do grego καιρός) é definido
como o momento ou como a ocasião de criar significado. Ele é de natureza qualitativa; é “o
momento oportuno”, “certo” ou “supremo” para agir (RAMALHO, 2020). Kairos é um momento
de parada; um ponto infinito no tempo; um plenum dentro de um ponto.
Levando em conta os sentidos de kairos, defende-se que a formação catalográfica
dispõe de um momento oportuno para analisar e repensar o ensino, o currículo, a
aprendizagem, as políticas educacionais, os materiais pedagógicos etc. Esse é um momento de
criar modos educacionais. Isso significa qualificar o processo e os seus dispositivos
catalográficos. A conjectura catalográfica hodierna está expressa por meio de um acúmulo de
conhecimento e de uma constituição de novos modelos conceituais, novos formatos de
metadados, mutações nas tecnologias, modificações e inclusões de perfis de usuários, além de
novos códigos de catalogação. Esse contexto oportuno propicia a análise e a reanálise dos
costumes formativos do catalogador. O surgimento do código RDA (Resource Description and
Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em vista
que as Graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos
político-pedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse
cenário, busca-se refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica.
As normas catalográficas, resultantes de uma constituição cultural, são criações
humanas, que estão em transições e em disputas simbólicas ligadas a interesses e a objetivos
variados sobre os entendimentos de usuário. Esses elementos devem ser constantemente
reanalisados para as devidas adaptações, pois quem controla os modos/sentidos de catalogar
arbitra sobre os valores.
Inicialmente, as normas catalográficas foram constituindo-se de acordo com o seu
contexto; ou seja, elas emergiam para lidar com as demandas das instituições. Todavia, o
último século, principalmente, foi marcado pela elaboração de normas catalográficas que não
se limitavam a uma instituição, a uma rede de instituições similares ou a uma nação. Exemplo
exponencial disso é o código AACR, que foi traduzido para mais de 20 idiomas, sendo utilizado
por povos de diferentes culturas, apesar das inúmeras críticas sobre a preponderância da
cultura anglo-americana expressa nesse código. Vale ressaltar que o abrangente uso do AACR
não é absoluto nem universal; vários países utilizam as suas próprias regras catalográficas,
além haver várias instituições que elaboraram ou adaptaram regras catalográficas, pois não
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encontraram no AACR ou em qualquer outro código regras compatíveis com as necessidades
dos seus usuários e com os interesses da instituição.
Nessa conjuntura, emerge o RDA para substituir o AACR, tendo em vista as novas
estruturações tecnológicas, os modos de formulações das obras na contemporaneidade, as
necessidades dos usuários, entre outras questões. Entre os diferentes aspectos acerca desses
dois códigos, Frederick (2018) afirma que: “no passado, os catalogadores trabalhavam com
‘regras de catalogação’ e políticas, mas em um ambiente de catalogação rda existem
‘instruções’, diretrizes e ‘políticas’.”1 (FREDERICK, 2018, p. 19, tradução nossa, grifo nosso).
Embora a sinalização dessas mudanças seja importante, basilar é pensarmos como lidamos,
relacionamos, interagimos, usamos, reconhecemos, cotejamos etc. qualquer código/norma
catalográfica. Isto é, pouco adianta mudar a concepção de regra para a diretriz, se
continuarmos lidando com novos códigos da mesma forma que outrora. Partirmos do
entendimento de que o catalogador é um profissional com formação acadêmica e precisa
prezar por certas precauções fundamentais para a catalogação.
A fim de evitar análises e ações catalográficas reduzidas, o catalogador deve tomar
certos cuidados e certa prudência. A Figura 1 apresenta uma sistematização parcial de
precauções fundamentais para a catalogação. Veja que há duas fases antes do ato de catalogar:
a definição dos princípios da catalogação e as deliberações catalográficas. Isto é, antes de
catalogar, o bibliotecário tem uma série de análises e de decisões para serem tomadas. Para
catalogar um documento de uma forma ou de outra, ele precisa determinar sob quais regras a
catalogação vai ocorrer e se as suas escolhas vão estar alinhadas a certos princípios. Ainda que
o catalogador não tenha em mente, de forma clara, quais princípios regem as suas deliberações
catalográficas, ele está seguindo certos princípios sem perceber, e, consequentemente, as
decisões ocorrem sem consistência.
1
No original: “In the past, catalogers worked with “cataloging rules” and policies but in an RDA cataloging
environment there are “instructions,” guidelines and “policies.” (FREDERICK, 2018, p. 19).
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Figura 1 – Precauções fundamentais para catalogar
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os princípios e as regras catalográficas são distintos. Os princípios apresentam uma
textura aberta. Eles não são válidos ou inválidos; são sempre levados em consideração, e a sua
aplicação se dá pelo seu pensamento, ou seja, pela importância de sua aplicação em tal
contexto. As regras têm textura fechada: elas são tudo ou nada. Se uma regra contradiz outra,
uma delas será inválida. As regras são razões mais definitivas; se satisfeitas, são aplicadas. Elas
são mais detalhadas. As regras são fixas, enquanto os princípios são mandamentos de
otimização contextual. Assim, os princípios são aplicados em doses máximas, médias ou
mínimas. Os princípios sempre são aplicados.
Nesse contexto, a partir da Figura 1, utilizaram-se os princípios da Declaração dos
Princípios Internacionais da Catalogação, publicada pela IFLA (2018). Poderiam ser outros
princípios, mas acreditamos que esses são suficientemente pertinentes para a exemplificação.
Veja que, entre todos os princípios, um é determinante: interesse do usuário 2. Ou seja, todos os
outros princípios, mesmo sendo relevantes, não podem se sobrepor a esse princípio. Sendo
assim, a decisão de quais regras/diretrizes utilizar deve ser justificada a partir do primeiro
princípio, e não por questões de interoperabilidade, ou pior, simplesmente em razão de
determinada regra ser uma novidade. Após a definição de princípios e após deliberar com base
neles, o catalogador vai realizar a catalogação como hipótese, que será confirmada se ela
funcionar, ou seja, se o usuário conseguir exercer as suas funções no processo de busca por
documentos.
2
No original: “Convenience of the user”.
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Otlet afirma que: “Uma biblioteca não existe por si só. É preciso formá-la [...]. Ela não
é um amontoado de livros.” (OTLET, 2018, p. 535). Organizar é preciso! A catalogação pode ser
compreendida como uma subárea e como um conjunto de procedimentos catalográficos. Como
subárea, a catalogação é compreendida como arte por Cutter (1904), como ciência por
Ranganathan (2009), como estudo por Mey e Silveira (2009) e como disciplina científica por
Alves e Santos (2013). Como um conjunto de procedimentos, a catalogação tem sido fruto de
uma estrutura curricular. Essa base curricular, porém, nem sempre corresponde a uma
estrutura sociopolítica unificada e nem mesmo a uma coexistência ativa e interatuante. Toda a
amplitude da catalogação se rompe em disciplinas singulares, algumas delas bem pouco
viáveis como um cenário dentro do qual uma teoria geral da catalogação possa realizar as suas
potencialidades. A unidade empírica do ato catalográfico jamais funcionou como um fator de
unificação, porque as distintas influências constitutivas dos processos catalográficos
coexistiram, mas com pouca convivência, ao logo do tempo.
Nesse entendimento, intenta-se aproveitar esse kairos, ou seja, esse tempo oportuno,
para uma formação catalográfica crítica endereçada aos bibliotecários. A educação é um
“processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral [...]” (CUNHA, 2010, p.
235). A educação como processo de transmissão e de aprendizagem se realiza por meio dos
dispositivos culturais, ou seja, dos dispositivos de uso, produção e comportamento que
possibilitam que os grupos humanos sejam capazes de satisfazer as suas necessidades
fisiológicas, afetivas e pessoais. Nesse contexto, a educação catalográfica visa a um conjunto
de questões que objetivam modos de formação do catalogador. Ela compreende o ensino, o
currículo, a aprendizagem, o desenvolvimento de competências, as políticas educacionais, o
planejamento educacional e assim por diante. Vale ressaltar que esses temas estão totalmente
associados, porém, têm suas particularidades.
Figura 2 – Educação catalográfica
Fonte: Elaborado pelo autor.
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A literatura sobre educação catalográfica mostra os problemas recorrentes
relacionados a esse processo educacional. Autores como Henderson (1987), Turvey e Latarte
(2002), Joudrey (2002) e Intner (2002), entre outros, expuseram essas questões. De forma
suscita, destacam-se algumas das adversidades da Educação Catalográfica: a controvérsia entre
teoria e prática; a incipiente formação histórica do catalogador; e o currículo, isto é: pensar em
quais conteúdos e materiais são primordiais para uma certa formação e no porquê de certos
conteúdos não serem ensinados; pensar em quais competências são necessárias para lidar com
as demandas catalográficas; e pensar na formação de um senso crítico do catalogador.
Uma formação catalográfica crítica tem sido sinalizada na literatura da área por
autores como Lubetzky (1965), o qual chama a atenção que mesmo os mais atenciosos e
capazes, entre os discentes de catalogação, estarão fadados à confusão e à alienação, por
causa de uma ênfase indevida e não crítica às regras de catalogação. Nesse sentido, Young
(1987) ratifica que é por meio de análises críticas desenvolvidas no processo educacional que
o sujeito estará preparado para se adaptar a um ambiente em mudança e a liderar a
profissão em evolução. Arakaki (2013) afirma que são necessários currículos complementares
que possibilitem exercícios abstratos, teóricos, críticos e práticos; assim, será superada uma
formação ligada a um simples fazer tecnicista. Pereira (2013) defende que o currículo de
catalogação proporcione ao futuro profissional o desenvolvimento de uma visão crítica; além
disso, o autor defende que o currículo contribua para a área, no repensar e no fazer das suas
atividades diárias. Além disso, Olson afirma que: “O profissional deve ser capaz de conhecer
essas coisas de maneira crítica, além da mera aceitação de padrões, para que o catálogo possa
efetivamente desempenhar sua função mediadora entre a coleção e os usuários.” (OLSON,
1997, p. 52, tradução nossa, grifo nosso).
Embora a literatura aponte a relevância de uma formação crítica do catalogador, pouco
se aprofunda nessa questão. O que é crítica? Como se forma um senso crítico no catalogador?
Podemos começar pensando o que não é crítica. Quando fazemos, fazemos, fazemos e não
sabemos, porque3 isso é o prenúncio da falta de senso crítico.
A palavra “crítica” (do grego kritikós – κριτικός) indica a capacidade intelectual de
discernimento sobre algo. Isto é, essa palavra indica quando uma pessoa é capaz de julgar por
diversos pontos de vista, seja o estético, seja o lógico, seja o intelectual, ou “do ponto de vista
de uma concepção, de uma teoria, de uma experiência ou de uma conduta.” (JAPIASSÚ;
3
Fazendo alusão ao artigo: WHITE, Herb. Fazemos, fazemos, fazemos e não sabemos porque: as práticas de
catalogação clamam por uma reavaliação. Revista da Escola de Biblioteconomia, Belo Horizonte, v. 22, n. 2,
p. 257-264, jul./dez. 1993.
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MARCONDES, 2006, p. 61). A partir da filosofia kantiana, o vocábulo “crítica” ganhou
relevância na história do pensamento. Após Kant, podemos destacar alguns autores e
“movimentos” que realizaram uma miríade de estudos críticos: a) Karl Marx e Friedrich Engels,
com estudos econômicos e sociais; b) os autores da Teoria Crítica de Frankfurt: Max
Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse, Erich Fromm, Leo Lowenthal, Jürgen
Habermas, Albrecht Wellmer, Otto Apel, Walter Benjamin 4 e Axel Honneth; e c) os pósestruturalistas, influenciados pelas bases críticas kantianas e marxistas: Jacques Derrida, Gilles
Deleuze, Jean-François Lyotard; Michel Foucault, Judith Butler, Jean Baudrillard, Julia Kristeva,
Jacques Rancière e Paul Ricoeur. Esses autores são contrários a uma teoria tradicional
(HORKHEIMER, 1983), a qual é marcada pela defesa da neutralidade. Eles buscam analisar as
condições sociais, políticas, econômicas etc. das aplicações das teorias, com o objetivo de
transformar a realidade.
O pensamento crítico vai ser requisitado também na Biblioteconomia e na Ciência da
Informação. Podemos observar isso nas publicações de Leckie; Given e Buschman (2010);
Nicholson e Seale (2018); Accardi; Drabinski e Kumbier (2010); Downey (2016); Gregory e
Higgins (2013); Leung e Lopez-McKnight (2021). Isso ocorreu num contexto americano e num
contexto francês; podemos observar a perspectiva crítica na criação do Grupo de Pesquisa
sobre o Escrito e o Documento, envolvendo, entre outros, Robert Estivals, Jean Meyriat,
Pierre Albert, Jean Guenot, Jean-Marie Bouvaist e Jacques Breton (ESTIVALS, 1981). Esse
grupo buscou compreender os circuitos do escrito e do documento a partir de uma explicação
crítica de base marxista.
Uma educação catalográfica crítica deve ir além dos aspectos normativos, que visam
ao padrão ideal, e dos aspectos descritivos, que reduzem o objeto ao estagnado. O ideal e real
não são opostos. É dentro do real que se deve buscar forças favoráveis, para, em momentos
adequados, promover ou bloquear o ideal. Ou seja, é no contexto catalográfico que análises
críticas serão realizadas, a fim de discernir o quanto o ideal (tal modelo) deve ser adotado.
Algumas perguntas podem ser suscitadas numa educação crítica: Quais são as ideias
implícitas? Quais são as evidências que apoiam tal afirmação? Quais são as outras facetas
referentes a ela? Quais são os fundamentos do enunciado? O que precisa ser explorado para
esclarecer certas questões? Quais são as implicações de tal afirmação? Por que catalogamos
assim e não de outra forma? Em resumo, o catalogador deve: a) analisar e compreender o
contexto catalográfico; b) criticar as contradições identificadas; e c) produzir caminhos, caso
seja necessário. Se aprendemos sem questionar, não aprendemos; na verdade, somos
4
Considerado membro da escola por afinidade teórica, teve a sua tese rejeitada pela Universidade de Frankfurt.
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doutrinados. A crítica ocorre para a progressão; se não houver o desenvolvimento, a
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Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Desafios e estratégias metodológicas
para o ensino da RDA
Challenges and methodological strategies for RDA teaching
Felipe Augusto Arakaki
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília (UNB). Doutor em Ciência
da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5324289839207169
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-3983-2563
E-mail: felipe.arakaki@unb.br
Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez
Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1072374287964657
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5480-4106
E-mail: paula.goncalez@ufes.br
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
A reestruturação e redesenho da Resource Description and Access apresentou desafios para o ensino de
catalogação nos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Baseado no modelo conceitual
IFLA LRM, a RDA favorece a construção de dados de bibliotecas no contexto do Linked Data. Isso exige
uma mudança significativa nos planos de ensino de catalogação e outras disciplinas relacionadas.
Diante desta nova configuração, uma preocupação recorrente para professores de catalogação está em
como propor estratégias de ensino para bibliotecários e alunos de graduação sobre os conteúdos da
RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é identificar estratégias metodológicas para o
ensino da RDA a partir da literatura existente. Como resultados e análise, foram recuperados 13
trabalhos apresentados em congressos e artigos que continham esses termos em seu título, em suas
palavras chave ou em seu resumo. Considera-se que o conhecimento de quais metodologias foram
adotadas por outros professores pode facilitar em estabelecer estratégias metodológicas para o ensino
da RDA.
Palavras-chave: RDA. Estratégias de ensino. Catalogação.
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
32
Abstract
The restructuring and redesign of the Resource Description and Access presented challenges for the
teaching of cataloging in the Librarianship and Information Science. Based on the IFLA LRM, RDA
favors the construction of library data in the context of Linked Data. This requires a significant change
in the teaching plans for cataloging and other related disciplines. Given this new configuration, a
recurrent concern for cataloging professors is how to propose teaching strategies for librarians and
undergraduate students about the content of the RDA? From this perspective, the objective of this work
is to identify methodological strategies for teaching RDA from the existing literature. As results and
analysis, 13 papers presented in conferences and articles that contained these terms in their title, in
their keywords or in their abstract were retrieved. It is considered that the knowledge of which
methodologies have been adopted by other teachers can facilitate the establishment of methodological
strategies for teaching RDA.
Keywords: RDA. Teaching Strategies. Cataloguing.
1 Introdução
Com a implementação de novos instrumentos da catalogação, nascem novos desafios e
perspectivas de ensino e de aprendizagem para os cursos de Biblioteconomia e Ciência da
Informação. Atualmente, esse desafio é notado pela inserção da Resource Description and
Access (RDA) em sala de aula. Na sua última publicação, em dezembro de 2020, a RDA foi
reestruturada e deixou de ter regras numeradas, seções, apêndices e capítulos, apresentando
uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por meio da modelagem da
IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
Com essa nova estrutura, os planos de ensino de catalogação que pretendem abarcar
esses novos conteúdos, precisarão ser reformulados, assim como as estratégias metodológicas
de ensino precisam ser atualizadas. Posto isto, questiona-se quais as possibilidades ou
estratégias que os cursos e disciplinas de catalogação podem oferecer aos bibliotecários e
alunos de graduação sobre os conteúdos da RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste
trabalho é identificar estratégias metodológicas para o ensino da RDA a partir da literatura
existente.
É importante lembrar que a formação de profissionais capacitados para manusear o
novo RDA, ao pensar em estratégias metodológicas para ensino e aprendizagem para a fixação
de conteúdos, demanda tempo e dedicação por parte do professor, que antes de tudo precisa
conhecer, entender e se capacitar na RDA. Desta forma, este trabalho apresentou além da
introdução, problema e objetivo, uma seção com os procedimentos metodológicos da pesquisa.
Posteriormente, foram apresentados nos resultados e discussões, 13 trabalhos e artigos
científicos que apresentaram discussões e estratégias metodológicas sobre o ensino da RDA.
Por fim, foram apresentadas as considerações finais.
II Encontro de RDA no Brasil
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�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
33
2 Procedimentos metodológicos
A pesquisa consiste em uma pesquisa exploratória na literatura científica, nacional e
internacional, sobre a temática do ensino de RDA. Para a identificação e verificação dos
resultados foi realizada uma busca nos últimos cinco anos (2016-2021) na base de dados
Library & Information Science Abstracts (LISA). Foram utilizados os termos educação, ensino e
RDA para busca. A busca foi realizada ainda nos eventos: I Encontro de RDA no Brasil (2019),
nos três colóquios sobre RDA na América Latina e no Caribe (2018-2020) e no Encontro
Nacional em Ciência da Informação (2014 a 2019). Após a leitura e análise, foram identificados
os artigos que trazem o ensino do RDA como temática, descritos na seção 3.
3 Resultados e discussões
Com o intuito de verificar as estratégias metodológicas utilizadas no ensino da RDA,
foram identificados 13 trabalhos que discorrem sobre a temática de ensino da RDA. Este
universo é composto por cinco artigos e oito trabalhos apresentados em eventos específicos da
RDA, conforme elencados abaixo.
No que tange às práticas de ensino e metodologias de aprendizagem do RDA, a busca
na base de dados LISA, foi possível identificar apenas um trabalho que discutiu e apresentou
estratégias de ensino, como exercícios práticos e questionário interativos. (SHADLE; ZIRPOLI,
2019).
Guillén Jiménez e Hernández Arroyo (2020) da Universidade de Costa Rica relataram a
capacitação dos professores por meio de metodologias em aulas presenciais, com destaque
para a criação de jogos on-line na plataforma Kahoot! e um Quiz. Talavera Ibarra e Zavala
Barrios (2020) relataram a experiência de ensino no Peru, na implementação da RDA, foi feita
a capacitação de pessoal a partir de congressos e seminários e a realização de cursos e oficinas,
com atividades teóricas e práticas. Reis e Silva (2020) apresentaram em seu trabalho a
trajetória do ensino do RDA desde o ano de 2011, e apresentaram a metodologia utilizada em
aulas de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás no que diz respeito ao ensino da
RDA.
Calvo Sanches no ano de 2020, apresentou a atualização da grade curricular da Escola
de Documentação e Biblioteconomia da Universidade Nacional de Costa Rica, em que, para o
ensino da RDA, se valem do uso de metodologias ativas de aprendizagem. Lourenço, Dias,
Lima, Maculam e Aganette, em artigo publicado em 2020, relatam a experiência de ensino da
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
34
UFMG no ensino da disciplina de Introdução de RDA, a partir do uso do manual de ensino de
RDA de Margareth Mering.
No México, Martínez Arellano, Rosa Valgañón e Espino Rivera (2019) apresentaram o
plano de ensino aprovado no ano de 2013, que diante a uma perspectiva construtivista
apontam metodologias de ensino utilizadas no ensino do RDA.
No Brasil, Lourenço e Diaz (2019), propõem um case em que o aluno deve identificar
as entidades do FRBR, fazem pesquisa exploratória no site do RDA. As autoras se basearam no
o manual “The RDA Workbook” de Margaret Merin.
No Segundo Colóquio de RDA, Calvo Sanches (2019) apresentou a incorporação da
RDA nos programas do curso da Escola de Documentação e Biblioteconomia da Universidade
Nacional de Costa Rica. No mesmo evento, Durán Garzón (2019) explanou sobre a formação e
atualização do pessoal na biblioteca Acadêmica da Colômbia. Entretanto, nenhum registro dos
dois trabalhos foram encontrados.
Em seu artigo Sandle (2019), apresentou os conteúdos do Workshop Introduction to
Serials Cataloging with Resource Description and Access (RDA) e a metodologia utilizada para a
fixação do conteúdo. Salta (2018) apresentou a tradução de materiais para treinamento da RDA
por vídeos, textos e exercícios. Dunsire, Fritz e Fritz (2017), publicaram o artigo em que
apresentam um estudo de caso do RIMMF como um software desenvolvido para a manutenção
de dados bibliográficos em RDA. Outro trabalho sobre o mesmo software, foi de Belpassi
(2016) que apresentou ações para o ensino com a RDA.
A partir do levantamento, observou-se que a implementação dos novos instrumentos
da catalogação e especificamente o ensino da RDA nos cursos de graduação de
biblioteconomia se faz urgente frente à demanda.
4 Considerações finais
Diante do exposto, a ferramenta RIMMF - RDA in Many Metadata Formats, criada no
ano de 2011, pode ser utilizada na criação e edição de dados em conformidade com a RDA, ou
seja, esta é uma ferramenta de treinamento de catalogação, que auxiliará professores no
ensino da RDA e por conseguinte o pensamento FRBR.
II Encontro de RDA no Brasil
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�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
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Por fim, conclui-se que é necessário a investigação de metodologias para o ensino da
prática do uso da RDA nos cursos de graduação, bem como, sobre a capacitação e colaboração
entre os profissionais e acadêmicos para formulação de estratégias metodológicas para que
seja possível visualizarmos uma forma mais fluida de fazer a catalogação.
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Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Contextos de la aplicación de RDA en América
Latina
Contexts of RDA application in Latin America
Filiberto Felipe Martínez Arellano
Investigador y profesor de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) en el área
de organización de la información, catalogación y metadatos. Actualmente se desempeña
como Coordinador de la Biblioteca Nacional de México. Coordina el Grupo RDA de América
Latina y el Caribe, representando a esta región en el RDA Board.
ORCID: http://orcid.org/0000-0003-4358-8257
E-mail: felipe@unam.mx
Resumen
En 2010 fue publicado RDA y su versión digital, RDA Toolkit. RDA toma en cuenta las tareas del
usuario, localizar recursos de información, identificar sus características para evaluar su utilidad y
obtenerlos, sin embargo, consideró una tarea más, relacionar recursos, un aspecto importante con el
surgimiento de múltiples formatos para un mismo recurso. En 2017 la IFLA publicó el modelo LRM
(Library Reference Model), siendo una nueva perspectiva para la organización de la información y la
catalogación. En 2016 surgió el Proyecto 3R con el objetivo de Restructurar y Rediseñar RDA. Después
de haberse publicado diversas versiones preliminares del nuevo RDA, la versión final, en donde se
incorporó LRM, fue liberada el 15 de diciembre de 2020. El uso y aplicación de RDA y el surgimiento de
una nueva versión implica diversos retos para las bibliotecas de América Latina y el Caribe, los que se
presentan en esta contribución.
Palabras clave: RDA, contextos de aplicación, América Latina, bibliotecas nacionales, LRM.
Abstract
In 2010 RDA and its digital version, RDA Toolkit, were published. RDA takes into account the user's
tasks, locating information resources, identifying their characteristics to evaluate their usefulness and
obtaining them, however, it considered one more task, relating resources, an important aspect due to
the emergence of multiple formats for the same resource. In 2017 IFLA published the LRM (Library
Reference Model) model, a new perspective for the organization of information and cataloging. In 2016
the 3R Project emerged with the objective of Restructuring and Redesigning RDA. After several RDA
preliminary versions, the final version, into which LRM was incorporated, was released on December
15, 2020. The use and application of RDA and the emergence of this new version involve challenges for
Latin America and the Caribbean libraries, which are presented in this contribution.
Keywords: RDA, application contexts, Latin America, national libraries, LRM.
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
38
1 Introducción
En 1876, los principios del catálogo fueron establecidos por Cutter, señalándose que el
catálogo debería permitir localizar un libro por su autor, título o materia, así como apoyar la
selección de este por medio de la descripción de sus características bibliográficas o literarias.
Cutter planteó los tres objetivos básicos del catálogo: localización de recursos e identificación
de sus atributos para su evaluación y selección. Obviamente, lo anterior complementado con la
obtención de un recurso, a través de su número de clasificación.
Al igual que el estándar RCA2 (Reglas de Catalogación Angloamericanas, segunda
edición), RDA toma en cuenta estos objetivos para apoyar las tareas del usuario del catálogo,
sin embargo, en RDA se consideró un objetivo más, relacionar recursos, aspecto importante el
contexto de la información actual, caracterizado por el surgimiento de innumerables formatos
para un mismo recurso.
En 2006 la IFLA retomó los principios del catálogo establecidos a finales del siglo XIX
por Cutter, estableciendo que un catálogo u otro sistema de información debería permitir:
localizar recursos a través de puntos de acceso (autor, título y tema), identificar las
características de recursos a través de la descripción de sus atributos o características para
permitir al usuario tomar una decisión sobre su utilidad y finalmente, obtenerlo a través de su
clasificación y actualmente de manera digital a través de un URL. Adicionalmente se agregó
otra función, relacionar diversos tipos de recursos. Anteriormente, RCA2 permitía lograr los
cuatros primeros objetivos y actualmente RDA permite también el establecimiento de
relaciones entre los recursos y sus atributos.
2 Creación de relaciones, elemento sustancial de RDA
RDA fue desarrollado tomando como base el modelo de entidad relación FRBR
(Functional Requirements for Bibliographic Records). Los modelos de entidad-relación son
herramientas para el modelado de datos que permiten representar un grupo de entidades
relevantes dentro de un sistema de información, así como sus atributos o características, pero
además establecer las posibles relaciones entre las entidades de dicho grupo. FRBR representó
una nueva perspectiva sobre la estructura y las relaciones en los registros bibliográficos,
además de un vocabulario más preciso para ayudar a los catalogadores y diseñadores de
sistemas a satisfacer las necesidades del usuario. FRBR se encuentra conformado por tres
componentes: Entidades, Atributos y Relaciones.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
39
Las entidades son consideradas como los elementos primordiales dentro del universo
de los recursos de información, siendo estas de tres tipos: productos (obras, expresiones,
manifestaciones e ítems), autores o creadores (personas y organizaciones que intervienen en la
creación intelectual o material de los productos) y los temas o materias de los productos o
recursos de información. Es de resaltarse que estas entidades han estado siempre presentes en
el contexto bibliográfico de las bibliotecas.
El segundo componente del modelo FRBR son los atributos o características de las
entidades anteriormente mencionadas, los que actualmente han sido denominados como
metadatos. Las obras, expresiones, manifestaciones e ítems poseen una serie de atributos, que
se muestran en la Figura 1, siendo los más comúnmente conocidos los correspondientes a las
manifestaciones.
Figura 1 – Atributos de Entidades en FRBR
Fuente: TILLET, 2004, p. 34.
Por otro lado, los creadores también poseen atributos, siendo en el caso de las
personas y las organizaciones otras formas de su nombre y la fecha de nacimiento o creación,
entre otros. Asimismo, los temas o materias poseen atributos como son las diversas formas de
denominarlos.
El tercer componente del modelo FRBR, el cual puede ser considerado como el más
importante dentro del nuevo enfoque de la organización de la información y la catalogación,
son las relaciones.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
40
Algunas de las relaciones que pueden ser establecidas en FRBR y en RDA son aquellas
entre los autores o creadores y los diferentes tipos de recursos. Es decir, una persona u
organización participa de una u otra forma en la creación de una obra, una expresión, una
manifestación o un ítem. Adicionalmente existen relaciones entre los diferentes productos,
una obra tiene diferentes expresiones y estas se manifiestan en distintos formatos, de los que
existen diversos ítems, pertenecientes a una biblioteca o a una persona. Otro tipo de relaciones
son las establecidas entre las diferentes formas de los nombres de los creadores (personas y
organizaciones).
Figura 2 – Comparación entre RCA2 y RDA
Fuente: Creación propia, 2022.
Al efectuar una comparación entre las estructuras de RCA2 y RDA (figura 2) , se puede
notar que en estos dos estándares se encuentran una serie de lineamientos que norman los
aspectos relacionados con la descripción de los recursos de información. También existiendo
otros para normar el registro de los atributos de los autores o creadores. Sin embargo, el
cambio substancial de RDA se encuentra en las posibilidades para el establecimiento de
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�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
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41
relaciones, como es el caso de las relaciones entre los autores/creadores y los recursos de
información (Sección 6), las relaciones entre diferentes productos (obras, expresiones,
manifestaciones e ítems), Sección 8 y las relaciones entre los autores/creadores de recursos de
información, Sección 9.
3 Aplicación de RDA en las bibliotecas de América Latina y el Caribe
La aplicación de RDA en las bibliotecas de América Latina se ha centrado en los
aspectos descriptivos de los recursos de información, particularmente los correspondientes a
las manifestaciones. Sobre este aspecto, se puede señalar que RDA omite el uso de
abreviaturas por lo que en la descripción de los recursos ya no se utiliza la abreviatura p., sino
páginas, ni tampoco la abreviatura ilus., sino el término ilustraciones, así como la palabra
edición en lugar de la abreviatura ed. En el caso de la existencia de más de tres autores, en la
mención de responsabilidad se registraba únicamente el primero, seguido de la abreviatura
latina et. al y actualmente se deben registrar todos, o bien, únicamente el primero acompañado
de los términos y otros tres, dependiendo esto del número de autores involucrados. Asimismo,
se han agregado otras etiquetas nuevas al formato MARC, 336 para el contenido de los
recursos, 337 para el medio de acceso a estos y 338 para su formato, lo que sustituye al DGM
(Designación General del Material).
Respecto a la generación de relaciones, en algunas bibliotecas se han utilizado las
etiquetas del formato MARC para establecer las relaciones de personas u organizaciones con
los recursos. En las etiquetas 100, 110 , 700 y 710 se ha agregado al nombre la persona o
institución, el término que indica su rol en relación con la creación del recurso, siendo algunos
de ellos: autor, traductor, ilustrador, editor o productor, propietario. Para las relaciones entre
obras, expresiones y manifestaciones se han utilizado las etiquetas 240 título uniforme y 505
contenido, así la 500 para expresar diferentes tipos de relaciones como: traducción de, también
disponible en formato digital, ejemplar autografiado. Para la generación de las relaciones en
personas y organizaciones se han continuado utilizando los catálogos de autoridad.
Ciertamente, estas alternativas ha sido una opción aceptable para la generación de
relaciones, sin embargo, lo ideal es pensar en el uso de otras opciones como el uso de XML; el
modelo RDF (Resource Description Framework) y por supuesto, un software específico para la
generación y manejo de relaciones en forma automatizada.
II Encontro de RDA no Brasil
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42
Por otro lado, la adopción y uso de RDA en las bibliotecas de América Latina se
encuentra en distintos niveles. Entre abril y julio de 2019, el Grupo RDA América Latina y el
Caribe efectuó una encuesta entre las bibliotecas nacionales de ABINIA (Asociación de
Estados Iberoamericanos para el Desarrollo de las Bibliotecas Nacionales de Iberoamérica) con
el objetivo de conocer la situación sobre la aplicación de RDA (BARBER, 2019). La encuesta se
envío a 16 bibliotecas de las cuales respondieron 13. Si bien es cierto que han transcurrido dos
años de la aplicación de esta encuesta, sus resultados aun pueden considerarse válidos debido
a la situación que las bibliotecas enfrentaron durante 2020 y 2021 al cerrar sus instalaciones.
Algunos de los resultados relevantes de esta encuesta fueron los siguientes. Solo dos
de las bibliotecas encuestadas respondieron que habían implementado RDA, cinco que estaban
implementándolo, otras cinco que pensaban implementarlo y una no pensaba implementarlo.
Sobre el conocimiento de RDA, una biblioteca señaló que este era avanzado, tres que era
medio y otra que era mínimo. Respecto a las necesidades de capacitación existió un consenso
entre las trece bibliotecas que los temas más importantes eran nuevos conceptos y vocabulario
de RDA, estructura y organización de RDA, así como instrucciones nuevas en RDA.
Adicionalmente, doce bibliotecas mencionaron modelos conceptuales, similitudes y diferencias
entre RCA2 y RDA, así como mapeos RDA-MARC21. Diez bibliotecas señaron uso y
navegación del RDA Toolkit.
Lo anterior implica la elaboración e implementación de un plan de capacitación por el
Grupo RDA América Latina y el Caribe, cuyos integrantes necesitan ser formalizados por las
bibliotecas de ABINIA debido a los cambios en las direcciones de estas y la situación que han
enfrentado durante 2020 y 2021. Este plan de capacitación conlleva la coordinación por el
Grupo RDA América Latina y el Caribe, pero también la colaboración de los grupos nacionales
que han existido o que están en vías de formación en diferentes países: Grupo RDA México,
Grupo de Interés RDA Chile, Grupo de Trabajo sobre RDA (Argentina), Foro RDA (Colombia),
Grupo RDA Perú y Grupo RDA Brasil.
4 La nueva versión de RDA, RDA Toolkit 2020
El 15 de diciembre de 2010 se hizo pública la nueva versión de RDA incluida en el RDA
Toolkit, la cual fue desarrollada tomando en consideración el modelo LRM.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
43
Figura 3 – Entidades LRM
Fuente: IFLA, 2017.
Como puede ser observado en la figura 3, las entidades consideradas en este modelo
son similares a las del modelo FRBR, sin embargo, cabe resaltar que se agregó la entidad
nomen, siendo esta las diversas formas en que denomina a las demás entidades.
Por otro lado, en RDA se ha incorporado nuevos conceptos, como el de elemento, el
cual integra a los atributos y relaciones de una entidad (KATE, 2021). Los elementos pueden
ser registrados de cuatro formas: desde una forma no estructurada, es decir totalmente libre;
una forma semiestructurada, a través de catalogos de autoridad; por medio de identificadores
como el ISBN, o bien por IRIs (International Uniform Identifiers) o URIs (Uniform, Resource
Identifiers) (GLENNAN, 2019). Sobre este último aspecto se puede mencionar que el escritor
Mario
Vargas
Llosa
puede
ser
identificado
con
el
URI
http://id.loc.gov/authorities/names/n79079153.html y su obra “La Ciudad y los Perros” por el
URI http://www.worldcat.org/oclc/460606350. Adicionalmente, la relación entre este autor y
su obra puede ser expresada en el modelo RDF (Resource Description Framework) a través de
URIs, tal y como se muestra en la figura 4.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
44
Figura 4 – Relación RDA
Fuente: MARTÍNEZ; HERNÁNDEZ, 2021, p. 109-110.
5 Consideraciones finales
RDA se ha transformado de un estándar que proporcionaba lineamientos para la
creación de metadatos en las bibliotecas para apoyar la localización, identificación y
generación de relaciones de sus recursos, a una fuente que proporciona alternativas para el
registro de los elementos (atributos y relaciones) de las entidades, con las posibilidades de
utilizar el modelo RDF para el manejo de los datos bibliográficos como datos ligados con el fin
de lograr su inclusión en la Web Semántica. Indudablemente, esta situación ha traído consigo
nuevos retos para la utilización de este estándar en las bibliotecas de América Latina y el
Caribe, los que podrán ser enfrentados a través de la cooperación para comprender la
estructura y características de esta nueva versión de RDA.
Referencias
BARBER, Elsa. Acciones desarrolladas por el Grupo de Trabajo RDA para América Latina y el
Caribe, periodo octubre de 2018 a octubre 2019. 2019.
CUTTER, Charles A. Rules for a printed dictionary catalog. Washington: Government Printing
Office, 1876.
GLENNAN, Kathy. RDA Beta Toolkit: Present and Future. 2° Coloquio sobre RDA-21 October
2019. 2019. Disponible en: http://www.rda-rsc.org/sites/all/files/Glennan%20RDA%20Beta
%20Toolkit%20Present%20and%20Future.pdf
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
45
IFLA. Modelo de Referencia Bibliotecaria de la IFLA: Modelo Conceptual para la Información
Bibliográfica. IFLA. Haag Netherlands, 2017. Disponible en:
https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august-2017_rev201712-es.pdf
KATE, James. RDA Concepts - Elements. 2021. Disponible en:
https://www.youtube.com/watch?v=EEJ2PPDoTEk
MARTÍNEZ, Filiberto; HERNÁNDEZ, Nallely. Datos ligados en los catálogos de autoridad. In:
MARTINEZ, F.F., SALGADO, S., DE LA ROSA, M. (coord.). Retos de la implementación de
RDA en América Latina. Bogotá D.C.- Colombia: Rojas Eberhard Editores, 2019. p. 97-117.
ISBN 978-958-751-017-1.
TILLET, Barbara. El modelo FRBR (Requerimientos Funcionales para Registros Bibliográficos).
2003. Disponible en: https://loc.gov/catdir/cpso/frbrspan.pdf
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O RDA visto a 30 mil pés
The RDA: the view from 30,000 feet
Liliana Giusti Serra
Graduação em Biblioteconomia e Documentação pela Fundação Escola de Sociologia e
Política de São Paulo (FESP-SP). Mestrado em Ciência da Informação pela Universidade de
São Paulo (USP). Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3828328663401491
ORCID: http://orcid.org/0000-0001-6788-2376
E-mail: lgiustiserra@gmail.com
Resumo
Este artigo discorre sobre as possibilidades de descrição de registros com o RDA, sob a perspectiva do
modelo conceitual IFLA LRM. O método de pesquisa empregado foi o de análise conceitual, onde são
propostas soluções para ampliar a compreensão de determinado tema. Para exemplificar a aplicação da
RDA foi utilizada a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, como exemplo, abordando a presença de
expressões, manifestações e relacionamentos com outras obras. Foram identificadas expressões textuais
da obra em outros idiomas e a presença de outras obras passíveis de relacionamento, como adaptações
para verso, quadrinhos, livro e filme cinematográfico. O artigo conclui que as bibliotecas brasileiras
podem beneficiar-se da adoção do RDA mesmo que ainda não seja em sua plenitude, estruturando seus
catálogos para que fiquem mais atrativos aos usuários para que realizem suas tarefas.
Palavras-chave: RDA. IFLA-LRM. Catalogação. Relacionamento de registros. Entidades RDA.
Abstract
This article discusses the possibilities of describing records using the RDA, from the perspective of the
IFLA LRM concept model. The research was developed using conceptual analysis, where solutions are
proposed to broaden the understanding of a given topic. To exemplify the application of the RDA, the
work Os Sertões, by Euclides da Cunha, was used as an example, addressing the presence of
expressions, manifestations, and relationships with other works. Textual expressions of the work in
other languages and the presence of other works that could be related were identified, such as
adaptations for verse, comics, books, and movies. The article concludes that Brazilian libraries can
benefit from the adoption of the RDA even if it is not yet in its entirety, structuring their catalogs so
that they are more attractive to patrons to carry out their tasks.
Keywords: RDA. IFLA-LRM. Cataloging. Record relationships. RDA entities.
1 Introdução
O RDA trouxe uma série de transformações na rotina da representação descritiva. O
código foi estruturado tendo como base os modelos conceituais da família FR: Requisitos
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
47
Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR), Requisitos Funcionais para Registros de
Autoridades (FRAD) e Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto (FRSAD).
Porém, com o lançamento do modelo conceitual Library Reference Model (IFLA-LRM) em 2017,
ocorreu a consolidação dos modelos da família FR, com estabelecimento das entidades RDA,
resultando, inclusive, em ajustes na estrutura do RDA Toolkit.
O RDA é estudado no Brasil, porém são poucas as instituições que estão efetivamente
implementando o novo código. Muitos dos estudos realizados são calcados em comparações
com o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2). As diferenças, entretanto, vão além
de regras a serem seguidas. Inicialmente o RDA foi construído tendo como base o modelo
Entidade-Relacionamento, definido por Peter Chen em 1976. Neste modelo ocorre uma
descrição abstrata, com entidades, seus atributos e os relacionamentos que podem ser
estabelecidos entre elas.
O IFLA-LRM estruturou um conjunto com 13 entidades, organizadas em classes e
subclasses, com atributos que podem ser herdados e relacionamentos que podem ser
representados entre as entidades por meio de identificadores únicos (URIs) ou literais. Ao
trabalhar com esta estrutura flexível, ocorrem outras possibilidades de descrição, não
restringindo-se somente ao item que será descrito, mas aos vínculos que podem ser
estabelecidos com os demais registros (entidades e atributos) presentes no catálogo e para
além dele, na Web.
2 Metodologia
Este artigo foi realizado a partir do método de análise conceitual proposta por Furner
(2004) onde, a partir de perguntas realizadas em cima de uma temática, são propostas soluções
que visam expandir a compreensão sobre um tema. Tendo como ponto de partida o modelo
conceitual IFLA-LRM aliado à prática de catalogação, buscou-se investigar as possibilidades
descritivas propostas no RDA. Para elaborar esta pesquisa foi escolhida uma obra conhecida
em âmbito nacional e internacional que possui diversas expressões e manifestações. Foi
utilizada como exemplo a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, para ilustrar algumas das
alterações proporcionadas pelo RDA. Neste cenário foi possível identificar elementos que
favorecem o estabelecimento de vínculos entre entidades.
II Encontro de RDA no Brasil
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3 Resultados
A obra Os Sertões, escrita por Euclides da Cunha, foi publicada em 1902. A obra
abrange a linha temporal de 1896 a 1897, cobrindo o conflito Guerra de Canudos, que ocorreu
no interior da Bahia. A obra foi traduzida para outros idiomas, além de ser inspiração para
criação de outras obras.
A aplicação do RDA estimula estudos para compreensão da história da obra como um
todo, identificando quando foi criada, o(s) agente(s) que a criou(criaram), as formas com as
quais foi expressa (textual, sonora, visual etc.), os idiomas utilizados, os formatos e diversos
outros aspectos. Foram identificadas expressões textuais da obra Os Sertões nos idiomas
português, inglês, espanhol, francês, entre outros (Figura 1).
Figura 1 – Estrutura WEMI de Os Sertões
Fonte: Elaborado pela autora.
Ao descrever a expressão de conteúdo textual em português é possível detalhar os
dados da autoridade Euclides da Cunha com datas extremas (|d), relação do Agente Pessoa com
a Expressão (|e e |4) e dois identificadores de autoridades (|0 e |1), conforme ilustrado na Figura
2. Destaca-se que a representação no formato MARC 21 é adequada para Manifestações e não
Expressões, porém este recurso foi utilizado neste artigo para facilitar a visualização e
identificação dos elementos descritivos aos catalogadores. Foram criadas relações com
expressões nos idiomas inglês, espanhol e francês em tags 767.
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Figura 2 – Representação de expressão textual em português
041 __ |a por
100 1_ |a
|4
|0
|1
Cunha, Euclides da |d 1866-1909 |e autor
http://rdaregistry.info/Elements/a/P50305
http://http://viaf.org/viaf/64034750
https://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha
245 13 |a Os Sertões : |b (campanha de Canudos) / |c Euclides da Cunha
336 __ |a texto |b txt |2 rdacontent
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Chicago : University of Chicago, 2010.
|h 567 páginas |t Rebellion in the backlands |w 000046173
|z 978-0226124445 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d México : Fondo de Cultura Económica, 1998.
|h 445 páginas |t Los sertones: campaña de Canudos |w 000046183
|z 978-9505575282 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Paris : Metálié, 1997. |h 529 páginas
|t Hautes terres: la guerre de Canudos |w 000046103 |z 978-0226124445 |7 p m
Fonte: Elaborado pela autora.
Foram identificadas algumas obras que permitem o estabelecimento de relações com a
obra Os Sertões, como a obra Os Sertões: poema baseado na obra do mesmo título de Euclides
da Cunha, de autoria de R. P. Castelo Branco; A guerra do fim do mundo, de Mario Vargas
Llosa; Os Sertões: a luta: uma história em quadrinhos, de Carlos Ferreira e Rodrigo Rosa; e
Guerra de Canudos, filme de Sérgio Rezende. Na Figura 3 é possível visualizar características
de obras, expressões e manifestações destas obras.
Figura 3 – Possíveis relações entre Os Sertões e outras obras
Fonte: Elaborado pela autora.
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Na Figura 4 são apresentadas possíveis relações entre as obras presentes na Figura 3
representadas no MARC 21. Destaca-se que nos subcampos |4 estão informados as URIs das
relações existentes, retiradas do RDA Registry1. O significado das relações está informado entre
parênteses após cada URI.
Figura 4 – Possíveis relações entre Os Sertões e outras obras no MARC 21
787 __ |a Rezende, Sérgio |d Rio de Janeiro : Riofilme, 1997.
|h 165 minutos, colorido |t Guerra de Canudos |w 000046103 |7 2 g
|4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10094
(adaptado de Obra como filme cinematográfico)
787 __ |a Vargas Llosa, Mario, 1936- |d São Paulo : Alfaguara, 2008.
|h 608 páginas |t A guerra do fim do mundo |w 000046183
|z 978-8560281497 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10034
(adaptado de Obra como romance)
787 __ |a Ferreira, Carlos |d São Paulo : Quadrinhos na Cia, 2019.
|h 96 páginas |t Os sertões: a luta |w 000046173 |z 978-8535932409
|7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10251
(adaptado de Obra como quadrinhos)
787 __ |a Castelo Branco, R. P. |d Porto Alegre : Martins Livreiro, 1943.
|h 64 páginas |t Os sertões: poema baseado na obra do mesmo título de Euclides da
Cunha |w 000046173 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10023
(adaptado de Obra como verso)
Fonte: Elaborado pela autora.
4 Considerações finais
O RDA proporciona outras possibilidades de descrição de recursos bibliográficos e de
autoridades, com iteração entre registros presentes no próprio catálogo e com dados na Web.
Isto representa aos usuários o acesso a mais dados e descoberta de outras informações,
contextualizando resultados de busca e contribuindo com a realização das tarefas dos usuários.
As bibliotecas brasileiras precisam iniciar a adoção do RDA para participar deste movimento
internacional que visa a modernização dos catálogos, aposentando ideias e concepções que
foram muito úteis, mas que hoje não atendem mais aos anseios dos usuários.
A adoção do RDA, ao exigir maior conhecimento dos registros que serão incluídos no
catálogo, também permite o diálogo entre os registros, embasando a pertinência de
manutenção de determinados títulos no acervo, contribuindo com o desenvolvimento da
coleção.
1
https://www.rdaregistry.info/
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É compreensível a resistência pela adoção de um código que está em outro idioma e
que representa tantas rupturas com a tradição estabelecida desde o século XIX. Sabemos que o
formato MARC 21 não acomoda as possibilidades descritivas do RDA, assim como os sistemas
não estão totalmente preparados para alterar a forma de visualização dos registros – questão
esta que está em aberto até o momento. Mas as bibliotecas não precisam aguardar que tudo
esteja pronto, testado e funcionando para já dar os primeiros passos. O RDA baseia-se em
orientações, dando ênfase às políticas de catalogação desenvolvidas pelas agências
catalogadoras. Afinal, como disse Chris Oliver na sua palestra de abertura do 2º Encontro RDA
no Brasil, vivemos num mundo globalizado, mas não na mesma comunidade. Distinções são
importantes e necessárias. As descrições podem atender às demandas da comunidade local,
mas precisam seguir alguns critérios que sejam compreendidos pelas demais bibliotecas.
Alguns aspectos do RDA já podem ser implantados pelas bibliotecas, como o fim da
regra de três autores, a dispensa de abreviações latinas e a inclusão de URIs em entidades
como Agentes, por exemplo. Com certeza faremos catálogos mais simples, atrativos e
confiáveis aos usuários, a partir do momento que sua utilização for facilitada, sem
renunciarmos aos nossos controles de terminologias e padrões descritivos. Caso contrário as
bibliotecas continuarão com sua estrutura de silos de informação, onde os dados não
conversam entre si dentro do próprio catálogo, nem com a biblioteca vizinha, e muito menos
com a Web.
Referências
FURNER, J. Conceptual analysis: a method for understanding information as evidence, and
evidence as information. Archival Science, v. 4, p. 233-265, 2004. DOI: 10.1007/s10502-0052594-8.
RIVA, Pat; LE BOUEF, P.; ZUMER, M. IFLA Library Reference Model: um modelo conceitual
para a informação bibliográfica. 2020. Disponível em:
https://repository.ifla.org/handle/123456789/47. Acesso em: 09 dez. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Implementação do RDA na Biblioteca Central da
PUCRS
RDA implementation in PUCRS Main Library
Clarissa Jesinska Selbach
Coordenadora do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Graduação em Biblioteconomia (UFRGS).
Especialização em Informática na Educação e Gestão Empresarial (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9478127061244737
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3262-5801
E-mail: clarissa.selbach@pucrs.br
Resumo
Apresenta um breve histórico da Biblioteca Central Irmão José Otão, enunciando sobre a estrutura física
e organizacional, demonstrando mais detalhadamente o Setor de Tratamento da Informação,
responsável pela catalogação da Biblioteca. Relata o processo de implementação do Resource Description
and Access (RDA) na Biblioteca Central da PUCRS, que foi oficialmente adotado em registros
bibliográficos e de autoridade em 2016. Discorre detalhes do processo de trabalho, apresenta as
necessidades, assim como os desafios para a implementação.
Palavras-chave: Biblioteca Central da PUCRS. Resource Description and Access (RDA). Catalogação.
Abstract
It presents a brief history of the Irmão José Otão Main Library, enunciating about the physical and
organizational structure, demonstrating in more detail the Information Treatment Sector, responsible
for library cataloging. It reports on the Resource Description and Access (RDA) implementation process
at the PUCRS Main Library, which was officially adopted in bibliographic and authority records in 2016.
It details the work process, presents the needs and the challenges for implementation.
Keywords: PUCRS Main Library. Resource Description and Access (RDA). Cataloguing.
1 Apresentando a Biblioteca da PUCRS
A Biblioteca Central da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) está situada na cidade de Porto Alegre, zona leste do estado do Rio Grande do Sul, no
sul do Brasil. Seu nome oficial é Biblioteca Central Irmão José Otão, em homenagem a um dos
importantes reitores da Universidade e sua história inicia em 1940, com o acervo originário do
Colégio Marista Rosário. Em 1978, mudou-se para um prédio de 10.000m2 no Campus
Universitário e em 2008, ocorreu a ampliação do prédio para 21.000m2 distribuídos em 14
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
53
andares. Nesse momento, o acervo foi reorganizado em quatro grandes áreas, partilhadas no 2º
e 3º andares, assim como foram feitos investimentos em tecnologias de autoatendimento.
Além dos andares com acervo corrente, a Biblioteca possui coleções de acervos especiais e
obras raras, ademais de muitos espaços exclusivos para desenvolvimento de pesquisas e
produção do conhecimento, com disponibilidade de salas de estudo individuais e em grupo,
proporcionando um ambiente acolhedor para os estudos. Também há espaços de convivência,
como o Espaço Cultural na entrada da Biblioteca, o Dicas de Leitura (estantes com sugestões
de leitura de lazer para os usuários), o Espaço Aberto (com pufes, TV e quadro branco, que
permitem apoiar o estudo dos alunos) e diversos outros ambientes agradáveis.
A estrutura organizacional é composta pela Coordenação da Biblioteca que coordena
tecnicamente a Biblioteca Central da PUCRS, possuindo sob sua subordinação a equipe da
Secretaria de apoio administrativo, bem como os três setores que organizam o trabalho
desenvolvido para o atendimento das demandas da comunidade acadêmica da Universidade: o
Setor de Serviços (SSA) trata do atendimento propriamente dito, com empréstimo dos
materiais, atendimento e treinamento aos alunos; o Setor de Suporte e Desenvolvimento (SSD)
gerencia as tecnologias e sistemas da Biblioteca; e o Setor de Tratamento da Informação (STI)
realiza o processamento técnico dos materiais do acervo. Além disso, seis Grupos de Trabalho
intersetoriais trabalham buscando melhorias nos processos e serviços, sempre agregando
visões diferentes de cada setor. Cita-se como exemplo, o Grupo de Comunicação, que gerencia
as mídias sociais e as divulgações da Biblioteca; o Grupo de Capacitação, que promove
treinamentos tanto para usuários quanto para funcionários; e o Grupo de Vídeos, que
desenvolve os tutoriais da Biblioteca.
No contexto da catalogação, o Setor de Tratamento da Informação é composto por
quatro subáreas: o Serviço de Aquisição, que administra todas as compras, assinaturas e
recebimento de doações; o Preparo Técnico, onde é realizada a pré-catalogação, além da
preparação física dos materiais impressos; o Processamento Técnico, onde os bibliotecários
realizam a revisão da catalogação, indexação, classificação e o controle de autoridades, além de
outras atividades demandadas; e, por fim, o Laboratório de Recuperação de Acervo, local onde
os materiais da Biblioteca são recuperados, por exemplo, quando é necessário confeccionar
uma nova encadernação, realizar um conserto pontual, repor páginas, preservar obras raras,
entre outras atividades.
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2 Implementação do Resource Description and Access (RDA) na Biblioteca da PUCRS
A Biblioteca da PUCRS realiza a catalogação do acervo com base nas diretrizes do
Resource Description and Access (RDA). O histórico do RDA na Biblioteca iniciou em 2013, com
estudos teóricos sobre ele. Em 2015, iniciamos o processo de implementação, sendo oficializada
a adoção do RDA em registros de autoridades e bibliográficos em 2016. Desde então, seguimos
aprimorando nossas práticas e adequando o necessário à nossa realidade.
A implementação foi um projeto que uniu estudos teóricos e a prática de catalogação
do Setor, além de envolver uma mudança organizacional, pois buscou-se o desenvolvimento de
uma atividade visando mudar o estado atual da Biblioteca para uma oportunidade. Por isso, foi
um processo bem estruturado, para realizar esta mudança da forma menos abrupta e mais
fluida, tanto para equipe como para o usuário.
2.1 Catálogo de autoridades
A implementação do RDA iniciou com o catálogo de autoridades e o processo passou
por: mapeamento dos tipos de autoridades disponíveis no catálogo; atualização das planilhas
de preenchimento para cada tipo de autoridade (templates); e atualização dos manuais dos
campos MARC21. Ao iniciar o controle de uma autoridade, abre-se um template em branco,
com campos MARC21 já estabelecidos de acordo com o tipo de autoridade e preenche-se os
atributos conforme localizados nas fontes de pesquisa. Quanto à atualização dos manuais dos
campos MARC21, foram inclusas instruções e exemplos reais que auxiliam na prática diária,
ao consultar diretamente no sistema Aleph, da empresa Proquest/ExLibris.
Para preenchimento dos atributos de autoridades, pesquisa-se em fontes fidedignas,
como: VIAF (Virtual International Authority File); ISNI (International Standard Name Identifier);
Library of Congress; bibliotecas nacionais de cada país de acordo com a nacionalidade do autor;
sites próprios; Currículo Lattes; e outras plataformas de identificação de autores, como o
ORCID.
2.2 Catálogo bibliográfico
No catálogo bibliográfico, da mesma forma que no de autoridades, a implementação
iniciou pelo mapeamento dos tipos de materiais existentes no acervo, sendo verificado mais de
40 tipos diferentes de materiais, registrados em um dos manuais do Setor. Também se realizou
a atualização das planilhas de preenchimento (templates) para cada tipo de material com
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campos MARC21 e atualizou-se os campos de ajuda pertinentes. Ao iniciar a pré-catalogação
de uma obra, abre-se o template em branco com campos MARC21 específicos para o tipo de
material. Alguns campos MARC21 já são preenchidos automaticamente pelo sistema, pois
cada tipo de material, na grande maioria das vezes, possui o mesmo preenchimento dos
campos 33X. Esse comando facilita o trabalho diário e garante a padronização dos metadados.
Outrossim, foi realizada a alteração do campo 260 (publicação, imprenta) para 264
(produção, publicação, distribuição, fabricação e dados de direitos autorais), sendo um dos
campos mais característicos para o uso do RDA, pois permite especificar os dados de
publicação, produção ou até fabricação de uma obra. Entre as vantagens de catalogar em RDA,
está a especificidade em descrever um material e isso é ainda mais percebido em materiais
digitais. Por exemplo, no campo 007, o RDA permite a descrição específica para o tipo de
material digital, onde os valores preenchidos nas posições do campo informam ao sistema as
especificidades do material. Assim como nos campos específicos de descrição física (344, 345 e
347, por exemplo), é possível fornecer informações interessantes para o usuário, como o
tamanho, o tipo e o formato de um arquivo.
Durante todo o processo de implementação, o Setor de Suporte e Desenvolvimento
apoiou as demandas necessárias. Viabilizou-se as configurações dos campos MARC21 para
RDA e, também, alterações em lote em campos MARC21, por exemplo, para a correção de
abreviaturas para sua forma por extenso, como: ‘il.’ para ‘ilustrações’ e ‘p.’ para ‘páginas’.
Além disso, também foi possível alterar a expressão ‘et al.’ para ‘e outros’ e ‘ca’ para
‘aproximadamente’, facilitando o entendimento do usuário ao consultar o catálogo. Foram
implementados novos campos MARC21 (33X) de acordo com diretrizes do RDA, e novos
campos locais (39X) para adequar a saída dos dados. Os campos 39X foram criados para
realizar uma tradução para a linguagem natural dos usuários, por exemplo, o tipo de material
‘livro’, pelos 33X informaria ao usuário que é um ‘texto não mediado em volume’. Para o
usuário, essa descrição não informa um tipo de material real, então adequaram-se os termos
nos campos 39X para ‘livro impresso em papel’, que torna mais compreensível para qualquer
usuário.
Ainda na implementação, foi realizada a inclusão de subcampos para designar a
relação das autoridades com a obra, utilizando os termos padronizados pelo RDA na época no
subcampo $e, tanto do campo 100 quanto do 700. Para auxiliar na recuperação da informação
pelos usuários, também se iniciou a descrição de resumos e sumários das obras nos respectivos
campos MARC21.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
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Com todas as alterações realizadas, os registros da Biblioteca se tornaram híbridos.
Isto é, registros anteriores a 2016 possuem campos MARC21 específicos atualizados para RDA,
mas sua catalogação base permanece em AACR2. Na ferramenta de busca da Biblioteca
(omnis.pucrs.br) constata-se um registro bibliográfico com características de catalogação em
RDA (por exemplo, designação de relação entre a obra e a autoridade e inexistência de
abreviaturas), contudo, não se visualizam os campos 33X, mostrando que a base desse registro
ainda é em AACR2. Desde 2016, todos os materiais novos que chegam na Biblioteca estão em
RDA desde a pré-catalogação. Os materiais antigos são convertidos para RDA à medida em
que são revisados pelo Setor, pois não seria possível revisar mais de um milhão de itens do
acervo.
3 Reflexões a respeito da implementação do RDA
O que se considera essencial durante o processo de implementação do RDA?
Treinamento e capacitação da equipe, pois é uma novidade para todos, bibliotecários e
auxiliares de biblioteca. Então, é importante que todos recebam as instruções corretas da nova
forma de catalogação. Considera-se necessário na adoção no RDA: adaptações nas políticas de
catalogação; estudo permanente; e liderança da instituição ciente da importância de uma
atualização como essa. Para que, assim, seja possível flexibilizar as regras de catalogação e
adequar as diretrizes de acordo com as necessidades da instituição, conforme as políticas
definidas.
Quais desafios encontram-se na implementação do RDA? As equipes geralmente são
enxutas e por muitas vezes a biblioteca conta com 1 ou 2 bibliotecários. Catalogar com RDA e
realizar esse planejamento para implementação exige tempo e dedicação. Somado a isso,
elencam-se os desafios: custo da assinatura do RDA Toolkit ser em dólar; manter-se atento às
atualizações contínuas das diretrizes RDA; mudança organizacional que deve ser bem
planejada para não causar ruídos no desenvolvimento dos processos de trabalho; e atualização
constante da equipe sobre RDA e as tendências na catalogação mundial.
Citando um exemplo das atualizações constantes: recentemente foi oficializada a nova
ferramenta Toolkit baseada no LRM. Em 2015, quando a Biblioteca da PUCRS iniciou a
implementação, o Toolkit (RDA Original), apresentava uma certa estrutura de organização e
era baseado no modelo conceitual FRBR. Desde 2018, uma nova estrutura vem sendo
apresentada (chamada durante o processo de ‘RDA Beta Site’), e no final do ano passado foi
lançado o RDA Oficial, completamente reformulado e agora baseado no LRM, novo modelo
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
57
conceitual. Com essa atualização, é preciso estar atento às mudanças que pode causar também
nas políticas de catalogação da instituição.
Finalizando, o RDA permite ampliar as possibilidades de descoberta de documentos a
partir da descrição dos dados e das relações existentes entre eles. E apesar dos impactos da
mudança em modos e fluxos de trabalho, avalia-se de forma assertiva a adoção do RDA, pois
atende às necessidades da era digital e oferece mais possibilidades à biblioteca.
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�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O catálogo de biblioteca e o Resource Description
and Access (RDA): os efeitos do padrão nas
interfaces dos resultados de busca
The Library Catalog and Resource Description and Access
(RDA): the effects of the standard on search result
interfaces
Heytor Diniz Teixeira
Bibliotecário. Mestrando em Ciência da Informação na Universidade Estadual Paulista
(UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0290308318806354
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5954-1408
E-mail: hd.teixeira@unesp.br
Rachel Cristina Vesu Alves
Docente no Departamento de Ciência da Informação. Doutora em Ciência da Informação.
Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5658134053257855
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1649-3722
E-mail: rachel.vesu@unesp.br
Resumo
Nas últimas décadas, o avanço tecnológico impulsionou diversas adaptações na catalogação.
Atualmente, o Resource Description and Access (RDA) é o padrão de catalogação mais recente,
desenvolvido para a Web e com o foco no usuário. Entretanto, quais são os efeitos do seu uso nas
interfaces dos catálogos de bibliotecas? O objetivo geral deste trabalho é destacar os efeitos da RDA nas
interfaces dos resultados de busca em catálogos bibliográficos. Os resultados mostram a utilização de
alguns elementos que podem apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios da catalogação
em RDA. Conclui-se que um dos principais efeitos do uso da RDA nas interfaces é a visualização mais
clara das informações sobre o recurso informacional, o que favorece a encontrabilidade e apoia o
usuário em seu processo de busca por informações.
Palavras-chave: Catalogação. RDA. Catálogo bibliográfico. Interfaces. Visualização de dados.
Abstract
In the last decades, technological advances have driven several adaptations in cataloging. Currently,
Resource Description and Access (RDA) is the most recent cataloging standard, developed for the Web
and focused on the user. However, what are the effects of its use in the interfaces of library catalogs?
The general aim of this paper is to highlight the effects of RDA on the interfaces of search results in
bibliographic catalogs. The results show the use of some elements that can support the users' tasks and
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
59
enhance the benefits of RDA cataloging. We conclude that one of the main effects of using RDA in
interfaces is the clearer visualization of information about the information resource, which favors
findability and supports the user in his or her information search process.
Keywords: Cataloging. RDA. Bibliographic Catalog. Interfaces. Data visualization.
1 Introdução
A ampla utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ampliaram as
competências de gestão e mediação das bibliotecas para o ambiente Web. Dentre essas
competências, a catalogação bibliográfica, por meio do padrão Resource Description and Access
(RDA), passou a estabelecer apoio para as tarefas dos usuários no processo de busca por
informação, além de abranger em seu escopo os espaços digitais e os novos suportes e
formatos da informação. Entretanto, quais são os efeitos do uso da RDA nas interfaces dos
catálogos de bibliotecas?
Diante disso, este trabalho tem como objetivo geral destacar os efeitos do padrão de
catalogação RDA nas interfaces dos resultados de busca de catálogos bibliográficos. Os
objetivos específicos são: (a) destacar os elementos e as ferramentas que foram utilizados nas
interfaces e que tenham potencial de apoiar as tarefas dos usuários; (b) destacar um modelo
para a visualização da informação em interfaces de catálogos bibliográficos que tem seus
registros catalogados em RDA.
1.1 RDA, Interfaces e Visualização da Informação
A RDA teve seu desenvolvimento direcionado para o ambiente Web, traz um novo
olhar para o universo bibliográfico e possibilita uma descrição mais detalhada dos recursos, o
que amplia o número de pontos de acesso ao documento, podendo influenciar na recuperação
e encontrabilidade da informação no contexto digital. Entretanto, Oliver (2011, p. 117) explica
que
A RDA sozinha não melhorará a navegação nem a exibição [dos resultados
de uma pesquisa] porque os dados devem ser usados de maneira adequada
por mecanismos e interfaces de busca bem-projetados. [...] A meta é criar
dados que possam apoiar buscas e navegação melhores, bem como exibições
aperfeiçoadas dos resultados das buscas.
Desse modo, as interfaces precisam estar projetadas no sentido de que a catalogação
em RDA esteja refletida também na exibição dos registros bibliográficos, a fim de melhorar a
navegação e os índices de encontrabilidade da informação. Oliver (2011, p. 71) afirma que a
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Teixeira; Alves
60
“[...] interface de busca pode tirar proveito desses elementos de dados claramente rotulados e
diferenciados, a fim de elevar o nível de precisão das buscas e organizar os resultados em
formatos de exibição que sejam significativos”.
Lima (2016, p. 8) afirma que “[...] a interface é uma forma de representação do modelo
organizacional da informação, como uma forma de visualização do conteúdo modelado e o
meio que permite o acesso a esse mesmo conteúdo”. Portanto, a interface de um catálogo de
bibliotecas com dados em RDA deve trazer elementos que modelem esses dados no sentido de
que possam apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios trazidos pelo uso das
diretrizes da RDA.
Dentre as possibilidades de potencializar os benefícios dos dados em RDA, existe
alguns tipos de visualização da informação que podem ser aplicados nas interfaces. Baptista
(2019) declara que a visualização da informação busca formas de otimizar a recepção de
informações por parte dos usuários.
Silva (2016) destaca alguns dos modelos de visualização da informação, sendo eles, a
navegação hierárquica, que é aquela que a partir de um nó-raiz é possível ter acesso aos
subnós inferiores; a navegação em grafos, onde os grafos, geralmente, são utilizados para
representar estruturas complexas e a navegação facetada, que pode ser definida como uma
busca que reduz os resultados recuperados a cada iteração, pela seleção das classes pertences
às facetas.
Para Silva (2016), a navegação em grafos pode ser útil para representar as relações de
similaridade entre os documentos ou nas relações destes com os autores. Esse tipo de
navegação possibilita melhor visualização das combinações dos dados e os relacionamentos
entre os recursos, o que pode aprimorar a encontrabilidade da informação.
2 Metodologia
Este trabalho é considerado, segundo seus objetivos, como exploratório e segundo sua
abordagem, como qualitativo. No que se refere aos procedimentos aplicados, foi realizada uma
pesquisa bibliográfica e, posteriormente, uma pesquisa nos catálogos de bibliotecas que
utilizam o código de catalogação RDA.
O universo de pesquisa deste artigo constitui-se de 4 bibliotecas, sendo elas: a
biblioteca universitária da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a
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Library of Congress (LC), The British Library (Reino Unido) e a National Library of Australia
(Austrália).
A seleção das bibliotecas internacionais se deu por serem as principais instituições dos
países envolvidos no desenvolvimento da RDA. Já a escolha da biblioteca da PUCRS foi por ser
uma das primeiras bibliotecas brasileiras a adotar o novo padrão.
3 Resultados
Foram observadas semelhanças entre as interfaces das bibliotecas, o que pode indicar
um processo de busca por referências ou por orientações no sentido de potencializar os
benefícios da catalogação em RDA.
Apesar de não possuir instruções para a exibição dos dados, Oliver (2011) diz que as
instruções da RDA têm a intenção de proporcionar flexibilidade para adaptar às exibições de
acordo com as necessidades e preferências da comunidade de usuários.
Serão exibidos nas figuras abaixo os registros completos recuperados nos catálogos.
Após isso, serão apresentados os principais efeitos da catalogação em RDA que foram
observados nesta pesquisa.
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Figura 1 – Registro completo: catálogo on-line PUCRS
Fonte: Capturado do catálogo on-line da PUCRS (2021).
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Figura 2 – Registro completo: catálogo on-line Library of Congress
Fonte: Capturado do catálogo on-line da Library of Congress (2021).
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Figura 3 – Registro completo: catálogo on-line The British Library
Fonte: Capturado do catálogo on-line The British Library (2021).
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Figura 4 – Registro completo: catálogo on-line National Library of Australia
Fonte: Capturado do catálogo on-line National Library of Australia (2021).
Observou-se que foram utilizados elementos visuais, como ícones e textos que indicam
o formato da obra e o seu tipo de suporte, o que pode auxiliar os usuários durante o processo
de pesquisa e melhorar os índices de encontrabilidade.
Constatou-se que os autores principal e secundários estão em campos separados. Com
isso, percebeu-se que a conhecida regra de 3 advinda do AACR2 não é mais adotada, portanto,
todos os responsáveis pelo conteúdo são identificados, ampliando os pontos de acesso ao
documento. Quando catalogados com o AACR2, todos os responsáveis pela construção da obra
costumam ser descritos no mesmo campo.
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Verificou-se que no catálogo da PUCRS o campo imprenta foi substituído por três
novos campos, sendo eles “Local de publicação”, “Editora”, e “Data de publicação”. A palavra
imprenta pode ser enquadrada nos termos técnicos que não auxiliam os usuários na
identificação de um recurso. Percebeu-se também o uso de 3 elementos, sendo eles: tipo de
conteúdo, tipo de mídia e tipo de suporte. Para Oliver (2011) a informação sobre esses
elementos delimita as buscas e gera relevância nos resultados.
Percebeu-se que as indicações da RDA sobre elementos adicionais também foram
adotadas. Na biblioteca da PUCRS observa-se que o registro completo apresenta não apenas a
“Data de publicação”, mas também “Data de direitos autorais”. Além disso, o registro não
possui abreviaturas que são usadas na catalogação em AACR2.
Em vista do exposto, ao considerar que os modelos conceituais orientaram o
desenvolvimento da RDA, acredita-se que a opção mais adequada para a interface de um
sistema que utiliza o novo padrão de catalogação seja a navegação em grafos, ou representação
em rede. O uso dos grafos "[...] pode ser especialmente útil para representar as relações não
hierárquicas e globais entre as entidades de uma biblioteca" (SILVA, 2016, p. 56), o que
potencializa os benefícios do uso da RDA e contribui para melhorar a navegação do usuário e
a encontrabilidade da informação.
4 Considerações finais
Verificou-se que os principais efeitos do uso da RDA nas interfaces dos catálogos
foram a melhor visualização das informações sobre os registros bibliográficos e o uso de uma
linguagem acessível para o entendimento do usuário, o que favorece a encontrabilidade e
apoia o usuário em seu processo de busca.
No que se refere as interfaces dos catálogos de bibliotecas que utilizam a RDA,
acredita-se que o melhor modelo de visualização da informação seja a navegação em grafos.
Entretanto, assim como destacado por Oliver (2011), as necessidades e preferências da
comunidade devem ser consideradas para que a interface seja uma ferramenta que apoie as
atividades desenvolvidas pelos usuários.
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Referências
BAPTISTA, F. Uma proposta de interface de resultados de buscas em sistemas de
recuperação de informação: a semiótica e a interação humano computador como aporte
teórico. 2019. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Marília, 2019.
LIMA, G. A. L. Navegação hipertextual em contexto. In: LIMA, G. A. Biblioteca digital
hipertextual: caminhos para a navegação em contexto. Rio de Janeiro: Interciência, 2016.
OLIVER, C. Introdução à RDA: um guia básico. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2011.
SILVA, M. F. Interface para navegação em bibliotecas digitais. In: LIMA, G. A. Biblioteca
digital hipertextual: caminhos para a navegação em contexto. Rio de Janeiro: Interciência,
2016.
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Catalogação de personagens fictícios em RDA na
Biblioteca Central da PUCRS
Cataloging of fictional characters in RDA at the PUCRS
Main Library
Clarissa Jesinska Selbach
Coordenadora do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Informática na Educação e Gestão Empresarial
(PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9478127061244737
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3262-5801
E-mail: clarissa.selbach@pucrs.br
Anamaria Ferreira
Bibliotecária do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3927877993135021
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3261-319X
E-mail: anamaria@pucrs.br
Loiva Duarte Novak
Bibliotecária do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Gestão Empresarial (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9000973389535926
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1476-555X
E-mail: loiva.novak@pucrs.br
Lucas Martins Kern
Bibliotecário do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Filosofia e Autoconhecimento e em Gestão de
pessoas: carreiras, liderança e coaching (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2424083998248883
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8271-102X
E-mail: lucas.kern@pucrs.br
Resumo
A Biblioteca Central Irmão José Otão, da PUCRS, adotou o Resource Description and Access (RDA) na
catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016. Desde então, busca formas de aprimorar
os catálogos de modo a atender às necessidades dos usuários. Este relato de experiência aborda o
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
69
desenvolvimento do projeto “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” pelos
bibliotecários do Setor de Tratamento da Informação (STI), que teve como objetivo criar e controlar
registros de autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações
entre as obras e proporcionando mais uma forma de pesquisa na ferramenta de descoberta da Biblioteca
da PUCRS.
Palavras-chave: Catalogação. Resource Description and Access (RDA). Personagens fictícios.
Abstract
The Irmão José Otão Main Library, from PUCRS,) adopted the Resource Description and Access (RDA)
in the cataloging of the bibliographic and authorities records in 2016. Since then, it has been looking for
ways to improve the catalogs to meet the needs of users. This experience report approaches the
development of the project "Cataloging fictional characters in RDA at the Main Library" by librarians
from the Information Treatment Sector (STI), which aimed to create and control authority records of
authorized access points for fictional characters, generating relations between the works and provide
yet another way to search in the PUCRS Library discovery service.
Keywords: Cataloguing. Resource Description and Access (RDA). Fictional characters.
1 Introdução
A Biblioteca Central Irmão José Otão, vinculada à Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS) adotou oficialmente o conjunto de diretrizes do Resource
Description and Access (RDA) na catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016.
Ao ser a primeira biblioteca brasileira a implementar o RDA em ambos os tipos de registros,
encontra-se o desafio de aliar os fundamentos de modelos conceituais e das normas do novo
código à prática diária da catalogação. Ao longo da sua história, a Biblioteca busca excelência
na catalogação, adequando-a à realidade da instituição e do público a que atende.
No cenário atual da Biblioteca da PUCRS, o Setor de Tratamento da Informação (STI) é
responsável pela catalogação, aquisição e por atividades relativas à recuperação de materiais
físicos do acervo. Os bibliotecários catalogadores têm o compromisso de avaliar os processos
constantemente, buscando formas de melhorar as atividades sempre com vista a atender às
necessidades dos alunos, professores, técnicos administrativos e toda a comunidade atendida
pela Biblioteca.
Com a finalidade de proporcionar mais um benefício ao usuário da Biblioteca da
PUCRS durante a pesquisa bibliográfica, os bibliotecários do STI desenvolveram um projeto
intitulado “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” (BIBLIOTECA
CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO, 2019). O objetivo do projeto foi criar e controlar registros de
autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações entre
as obras. A metodologia deste trabalho é de estudo de caso visando explanar sobre o relato de
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�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
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experiência, que aborda o desenvolvimento do projeto em meio à pandemia do novo
coronavírus (COVID-19) e que trouxe mais uma forma de pesquisa no catálogo de autoridades
da Biblioteca da PUCRS.
2 Histórico do RDA na Biblioteca da PUCRS
Para se manter alinhada à visão da PUCRS, que é ser referência internacional em
Educação Superior por meio da inovação e do desenvolvimento social, a Biblioteca trabalha na
busca de excelência para oferta de seus serviços de forma que o usuário desfrute de uma
experiência de uso completa. O STI é responsável pelo tratamento dos dados e do material
físico que compõem o acervo da Biblioteca. Para acompanhar a evolução da representação
descritiva, em 2013 iniciaram-se os estudos sobre o RDA, novo código de catalogação
internacional (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2020). Foram realizados grupos de
estudos pelos bibliotecários, participações em palestras e encontros com a intenção de
construir um alicerce sólido para tamanha mudança. Em 2016 iniciou-se, então, o processo de
implementação com definições nas políticas de catalogação, atualizações nas ajudas de campo
MARC21 (Machine Readable Cataloging), mapeamento dos tipos de materiais, criação de
templates próprios para cada tipo de material nos registros bibliográficos e de autoridades e
alteração das abreviaturas e expressões latinas. A partir deste momento, todos os materiais
incluídos no acervo têm sua catalogação completa em RDA, já os materiais que retornam ao
Setor para alguma revisão são convertidos para RDA e o restante dos registros passaram a
híbridos com as atualizações em lote de campos MARC21 possíveis.
No controle de autoridades, destaca-se que o nível de detalhamento na descrição dos
registros de autoridades é exaustivo, incluindo um grande número de atributos disponíveis,
que podem ser localizados nas fontes de informação estabelecidas nas políticas de catalogação
sendo elas: Library of Congress, VIAF (Virtual International Authority File), ISNI (International
Standard Name Identifier), bibliotecas nacionais de acordo com a nacionalidade do autor e
Currículo Lattes. Essa prática possibilita a distinção de homônimos, além de oferecer dados
confiáveis a respeito das autoridades, transformando o catálogo de autoridades em uma fonte
de pesquisa fidedigna sobre as pessoas, entidades e eventos.
Consolidado o uso do RDA na catalogação, a equipe segue acompanhando as
atualizações no código, as discussões da área e, periodicamente, revê as políticas e a prática da
catalogação no STI com vista a suprir as necessidades e os interesses dos usuários, principal
foco do Setor.
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�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
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3 Personagens fictícios na Biblioteca da PUCRS
A catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca da PUCRS visa
precipuamente a melhora na recuperação das informações pelos usuários, buscando satisfazer
suas necessidades e interesses e melhorar a navegação e a fluidez entre os registros
bibliográficos que possuam personagens, seja como objeto de estudo, seja numa obra de ficção.
A ideia surgiu a partir da percepção da equipe a respeito da grande produção científica que
abordava a história de personagens fictícios nas mais variadas facetas. Ao realizar o
processamento técnico de artigos, teses, dissertações com análises de personagens, críticas e
relatos da história deles, foi possível perceber a pluralidade de diferentes instâncias sob as
quais o olhar acadêmico e científico pode se dedicar. Com isso, fundamentou-se o projeto com
estudos sobre a teoria da área e pesquisas em catálogos de bibliotecas que já utilizam os
personagens fictícios como ponto de acesso de pessoa-personagem. Verificaram-se as
orientações existentes no RDA, analisaram-se os campos MARC21 permitidos para o controle
de atributos de autoridades e, por fim, realizou-se a tomada de decisão quanto à criação dos
pontos de acesso.
No planejamento do projeto, buscou-se bibliotecas que são referência na catalogação
em RDA. Contatou-se a Library of Congress e as Bibliotecas Nacionais da Alemanha, Austrália,
Israel e República Tcheca via e-mail, buscando a troca de experiências (DEUTSCHE
NATIONALBIBLIOTHEK, 2019; LIBRARY OF CONGRESS, 2019; NATIONAL LIBRARY OF
AUSTRALIA, 2019; NATIONAL LIBRARY OF ISRAEL, 2019; NATIONAL LIBRARY OF THE
CZECH REPUBLIC, 2019). A equipe estava ansiosa pelo retorno das bibliotecas, visto que são
exemplos mundiais e seria positivo conhecer a prática delas. Assertivamente, todas as
bibliotecas responderam como se dava a catalogação em RDA dos personagens. As Bibliotecas
Nacionais, assim como a Biblioteca da PUCRS, utilizam a Library of Congress como fonte
principal para a pesquisa dos atributos de personagens. Também informaram que antes do
RDA, já utilizavam personagens fictícios como termo tópico de assunto. Na migração para
RDA, esses registros foram readequados para pontos de acesso de pessoa-personagem.
Relataram que a catalogação de personagens fictícios é uma prática comum, sendo uma
atividade rotineira. A Biblioteca Nacional da Alemanha informou que é indispensável ao
trabalho diário e a Library of Congress relatou que o controle de autoridades é reflexo da
vontade de aumentar a capacidade de encontrar recursos.
Munidos do conteúdo do webinar promovido pela American Library Association (ALA)
sobre o assunto, intitulado “RDA Web seminar: New Concepts: Fictitious and Non-human
Personages”, foi possível sanar dúvidas relativas ao uso de atributos no controle de
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�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
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personagens fictícios (SPROCHI, 2019). Assim, definiu-se os critérios de seleção de
personagens, sendo aqueles que: a) sejam pessoa-personagem principal ou assunto da obra; b)
existam no VIAF; e c) sejam relevantes para o público da Biblioteca. Respeitam-se esses
critérios, com exceção de personagens significativos para o público da Biblioteca que não
existam no VIAF. Nesses casos, os bibliotecários se reúnem e decidem se deve ser criado ou
não.
Com a pandemia do COVID-19, a Biblioteca fechou em março de 2020, migrando o
regime de trabalho para remoto inicialmente e, posteriormente misto, fazendo com que o
projeto fosse alterado em relação ao cronograma e à divulgação nos espaços físicos da
Biblioteca. Adequou-se conforme nova realidade e o resultado do projeto foi apresentado para
a equipe da Biblioteca antes da divulgação oficial como forma de demonstração prática da
pesquisa por personagens na ferramenta de busca e integração entre as equipes para que fosse
transmitido ao usuário de forma eficiente. O processamento técnico trabalha na melhoria da
recuperação da informação pelos usuários, e o Setor de Serviços tem o papel fundamental de
auxiliar no encontro dessa informação.
A ação de divulgação do projeto foi realizada de forma on-line, com o auxílio do Setor
de Suporte e Desenvolvimento, na criação de um vídeo promocional disponível no Instagram 1
da Biblioteca e no canal da PUCRS no Youtube 2. O vídeo apresenta o passo a passo de como
pesquisar um personagem fictício na ferramenta de busca, além de trazer os personagens para
os espaços públicos da Biblioteca, através de efeitos especiais.
Para localizar um personagem fictício na ferramenta de busca da Biblioteca, é
necessário digitar o nome do personagem na caixa de pesquisa. A partir da busca, o sistema
recupera todos os documentos que possuem o personagem relacionado no registro
bibliográfico, sejam livros, artigos, teses, dissertações, filmes, cartazes ou quaisquer outros
tipos de documentos. Na figura 1 observa-se o registro bibliográfico completo disponível na
ferramenta de busca OMNIS na visão do usuário, contendo o relacionamento entre autoridade
de personagem e obra.
1
Vídeo de divulgação disponível no IGTV do perfil da Biblioteca da PUCRS no Instagram (@bibliotecapucrs):
https://www.instagram.com/tv/CMP5l8fJACj
2
Vídeo de divulgação disponível no canal da PUCRS no YouTube: https://www.youtube.com/watch?
v=OM1VydIQMJ0
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�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
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Figura 1 – Registro bibliográfico na ferramenta de busca OMNIS
Fonte: Biblioteca Central Irmão José Otão (2021a).
No catálogo de autoridades, os personagens estão descritos de forma exaustiva,
contando com atributos encontrados nas fontes de informação citadas anteriormente. Os
principais campos MARC21 preenchidos na autoridade referem-se a nome, local (imaginário
ou real), campo de atividade, ocupação, entidade associada (imaginária ou real), idioma,
remissivas para outros nomes conhecidos e notas específicas para registro permanente de
algum dado descrito. Na figura 2, retrata-se um exemplo de autoridade de personagem fictício
no sistema Aleph, utilizado pela Biblioteca.
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Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
74
Figura 2 – Registro de autoridade no sistema Aleph
Fonte: Biblioteca Central Irmão José Otão (2021b).
A indexação de personagens fictícios como pontos de acesso de assunto na Biblioteca
ocorre em obras que fazem uso de análises, críticas e interpretações, contam sua trajetória,
além da presença do próprio personagem como elemento representativo da obra. Conta-se
hoje com documentos indexados com os mais variados personagens, entre eles: Drácula,
Frankenstein, Chewbacca, Darth Vader, Homem Aranha, Homem de Ferro, Hulk, Pantera cor
de rosa, Mickey Mouse, Menino Maluquinho, Bob Esponja, Ben 10, Brás Cubas, Dom Quixote,
Harry Potter, Zorro.
4 Considerações finais
Personagens fictícios já eram utilizados na indexação de assuntos na Biblioteca da
PUCRS, porém eram termos não controlados e havia poucos registros. Com o aumento da
demanda de trabalhos científicos que embasavam seus estudos na vida destes personagens,
bem como o extenso acervo de literatura culminaram para a ideia inicial do projeto. Na
proposta inicial, o lançamento da ação previa o número de 50 autoridades controladas em
RDA, para divulgação ocorrer. Contudo, realizado o levantamento de materiais que possuíam
essa temática, verificou-se uma gama maior de documentos e então o projeto foi lançado com
o controle de autoridade em RDA de mais de 70 personagens fictícios. Estimado o número
atual de personagens, leva-se a pensar na pequena representatividade quantitativa, porém
salienta-se que a atividade de controle de autoridades de personagens fictícios foi incluída e
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
75
soma-se a tantas outras atividades desenvolvidas pelos bibliotecários e que fazem parte do
fluxo de trabalho do STI. É uma nova atividade que possibilita a descoberta de novos
documentos a cada dia.
A respeito do projeto destaca-se o caráter inédito na indexação de personagens com
atributos em RDA no contexto da catalogação brasileira, conferindo pioneirismo à Instituição.
Acrescentamos ainda o viés de popularidade do projeto, visto que grande parte dos usuários
aprecia obras ficcionais e se interessa pelas diferentes ópticas sobre as quais é possível
explorar o universo intangível. Neste sentido, salienta-se a satisfação do grupo de
catalogadores durante a execução do projeto.
Ressalta-se, por fim, que o ‘RDA original’ inicialmente foi modelado de acordo com o
FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records) e permitia que se registrasse
denominações fictícias e não-humanas quando possuíam responsabilidade sobre a obra, e
quando era assunto dela. Posteriormente, em 2013, o ‘RDA original’ foi atualizado em
concordância com os modelos FRAD (Functional Requirements for Authority Records) e FRSAD
(Functional Requirements for Subject Authority Records) e passou a permitir o registro de
personagens fictícios a partir do controle de autoridades (LIBRARY OF CONGRESS, 2021).
Com a recente publicação do modelo conceitual Library Reference Model (LRM) foi
desenvolvido o projeto 3R com vistas a remodelar o RDA de acordo com as novas diretrizes
conceituais. O LRM deixou de indicar denominações fictícias e não-humanas como
responsáveis por uma obra (INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS
AND INSTITUTIONS, 2017), então, decidiu-se relacionar os registros bibliográficos com
personagens que fossem assunto da obra, apenas. Com a atualização para o novo RDA oficial,
agora fundamentado no LRM, a Biblioteca da PUCRS segue a catalogação de acordo com as
diretrizes atuais.
Referências
AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION. About [RDA]. Chicago: ALA, 2020. Disponível em:
https://www.rdatoolkit.org/about. Acesso em: 18 out. 2021.
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO. Aleph 500 versão 23. Porto Alegre: PUCRS,
2021b. Sistema interno de gerenciamento de biblioteca.
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO. OMNIS. Porto Alegre: PUCRS, 2021a.
Disponível em: https://biblioteca.pucrs.br/. Acesso em: 18 out. 2021.
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�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
76
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO. Setor de Tratamento da Informação. Projeto
Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central. Porto Alegre:
PUCRS, 2019. Documento institucional interno.
DEUTSCHE NATIONALBIBLIOTHEK. AW: RDA - Fictitious characters. Destinatário: Clarissa
Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Frankfurt: 6 nov. 2019. 1 e-mail.
INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS. IFLA
Library Reference Model: um modelo conceitual para a informação bibliográfica. [S. l.]:
IFLA, 2017. Disponível em:
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august2017_rev201712-por.pdf. Acesso em: 18 out. 2021.
LIBRARY OF CONGRESS. Library question: answer question #15014256. Destinatário:
Clarissa Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Washington, DC: 14 nov. 2019. 1 e-mail.
LIBRARY OF CONGRESS. List of the subject headings manual PDF files: H 1610 fictitious
characters. Washington, DC: 2021. Disponível em:
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NATIONAL LIBRARY OF AUSTRALIA. FW: NLAref129698 redirected question enquiry.
Destinatário: Clarissa Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Camberra: 8 nov. 2019. 1 e-mail.
NATIONAL LIBRARY OF ISRAEL. RE: RDA - Fictitious characters. Destinatário: Clarissa
Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Jerusalem: 6 nov. 2019. 1 e-mail.
NATIONAL LIBRARY OF THE CZECH REPUBLIC. FW: RDA - Fictitious characters.
Destinatário: Clarissa Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Praha: 5 nov. 2019. 1 e-mail.
SPROCHI, Amanda K. RDA and non-human personages. In: ALAELEARNINGSOLUTIONS.
New concepts: fictitious and non-human personnages. [S. l.: s. n.], 2019. 45 slides. Disponível
em: https://pt.slideshare.net/ALAeLearningSolutions/new-concepts-fictitious-and-nonhumanpersonages. Acesso em: 18 out. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Modelagem de publicações seriadas:
a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Modelling of Serials: the new approach of IFLA LRM and
RDA
Rhuan Henrique Alves de Oliveira
Graduando em Biblioteconomia e Ciência da Informação na Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6616666162574086
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8348-0350
E-mail: rhuan.henrique.oliv@gmail.com
Fabiano Ferreira de Castro
Professor Associado do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pósgraduação em Ciência da Informação (UFSCar). Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em
Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (GPERTIC).
Pós-Doutorado em Ciência da Informação (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7124931056289027
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8712-2654
E-mail: fabianocastro@ufscar.br
Resumo
As publicações seriadas, como recursos específicos, constituem parte relevante do universo
bibliográfico, bem como se apresentam como objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva. Os
alicerces teóricos estabelecidos por Panizzi, Cutter e Lubetzky predominaram até a mudança de
paradigma no cenário do domínio bibliográfico, causada pelo avanço tecnológico, onde a prática
catalográfica inseriu-se cada vez mais no contexto da Web Semântica e Linked Data, fazendo-se
necessário uma nova abordagem das publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model
(IFLA LRM) e no Resource Description and Access (RDA). Dessa maneira, essa pesquisa tem como
objetivo identificar tal abordagem partindo de uma Revisão Sistemática da Literatura e análise do
documento do IFLA LRM e do RDA Toolkit. Conclui-se que fica consolidada a conceituação de
Publicações Seriadas como entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as
monografias bem estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Palavras-chave: Resource Description and Access. IFLA Library Reference Model. Publicações seriadas.
Catalogação descritiva.
Abstract
Serial publications, as specific resources, constitute a relevant part of the bibliographic universe, as well
as being an object of studies in the field of Descriptive Cataloging. The theoretical foundations
established by Panizzi, Cutter and Lubetzky prevailed until the paradigm shift in the bibliographic
domain, caused by technological advances, where the cataloging practice was increasingly inserted in
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
78
the context of the Semantic Web and Linked Data, making it necessary a new approach to serial
publications, announced in the IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) and the Resource
Description and Access (RDA). Thus, this research aims to identify such an approach based on a
Systematic Literature Review and analysis of the IFLA LRM document and RDA Toolkit. It is concluded
that Serial Publications are consolidated as distinct entities of the bibliographic universe, its borders
with monographs well-established and its essence and constitution well-defined.
Keywords: Resource Description and Access. IFLA Library Reference Model. Serial work. Descriptive
cataloging.
1 Introdução
Objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva, as publicações seriadas
constituem parte relevante do universo bibliográfico. Autores basilares da catalogação como
Antonio Panizzi, Charles Ami Cutter e Seymour Lubetzky, lançaram os alicerces teóricos sobre
os princípios e as práticas catalográficas, contribuindo para a construção e consolidação de
códigos de catalogação, tais como o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2).
Contudo, observa-se uma mudança de paradigma no cenário do domínio bibliográfico,
impactada, sobretudo pelo avanço tecnológico, a ascensão do ambiente digital e a proliferação
de periódicos eletrônicos, onde a prática catalográfica é refletida cada vez mais no cenário da
Web Semântica e do Linked Data. Desse modo, fez-se necessário uma nova abordagem das
publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) e no Resource
Description and Access (RDA).
O IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) é um modelo conceitual resultante da
consolidação e ampliação dos três modelos da Família FR: Functional Requirements for
Bibliographic Records (FRBR), Functional Requirements for Authority Data (FRAD) e Functional
Requirements for Subject Authority Data (FRSAD).
O Resource Description and Access (RDA), por sua vez, publicado em 2010, é um pacote
de elementos de dados, de diretrizes e de instruções que formam um padrão de catalogação
concebido para a descrição e o acesso de recursos no ambiente digital. Por meio do 3R Project,
finalizado no final de 2020, o RDA foi alinhado com o IFLA LRM (RDA STEERING
COMMITTEE, 2020).
Dessa maneira, a pesquisa em voga tem como objetivo analisar como as publicações
seriadas são modeladas no IFLA LRM e no RDA redesenhado e reestruturado, resultante do 3R
Project, situando suas respectivas abordagens na tradição catalográfica.
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�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
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2 Metodologia
A metodologia adotada consistiu na realização de uma Revisão Sistemática de
Literatura (RSL), utilizando a string de busca “serial AND rda AND ifla lrm” em pesquisas
realizadas em quatro bases de dados: Web Of Science, Library, Information Science &
Technology Abstracts with full text (LISTA), Information Science & Technology Abstracts (ISTA)
e Base de dados de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI). Posteriormente foi
analisada a modelagem de publicações seriadas a partir do documento do IFLA LRM e do RDA
Toolkit.
3 Breve conceituação histórica das publicações seriadas
Panizzi, em suas 91 regras de catalogação prescritas no Catalogue of printed books in
the British Museum, não aborda as publicações seriadas como uma única classe, porém como
subclasses distintas entre si, identificando-as e diferenciando-as pela suas respectivas formas,
por meio de três amplos grupos: publicações de sociedades e instituições (acadêmicas),
publicações periódicas e efemérides. Essas subclasses eram então organizadas por localização
geográfica (continente, país e cidade), por autoria corporativa e título. Cutter, por sua vez,
abandonou os dois principais níveis de organização utilizados por Panizzi, cabeçalho de
formas e hierarquia geográfica, e reteve as entradas sob autoria corporativa para publicações
de sociedades. (JONES, 2017).
A abordagem de Cutter predominou por um século, até que, pela influência de
Lubetzky e a implementação da segunda edição do Código de Catalogação Anglo-Americano
(AACR2), entradas de autoria corporativa foram abandonadas, desencadeando uma
identificação cada vez maior das publicações seriadas com seus respectivos títulos. Logo, a
conceituação de obras seriadas alinhava-se intimamente com a de monografias (JONES, 2017).
3.1 IFLA Library Reference Model (IFLA LRM)
No IFLA LRM, as publicações seriadas são modeladas como agregados, definidos como
“[...] uma manifestação que materializa várias expressões”. (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER, 2017, p.
95). A partir dessa modelagem, uma Manifestação agregada materializa, além de Expressões
distintas, uma Expressão agregadora que, consequentemente, realiza uma Obra agregadora.
Sendo um tipo específico de Obra agregadora, uma Obra seriada consiste em uma
construção complexa, cuja Manifestação, que a representa em sua totalidade, é composta por
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�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
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outras Manifestações agregadas publicadas em série, estruturação constituída por meio do
relacionamento todo/parte LRM-R261 no nível da Manifestação. Essas Manifestações agregadas
são fascículos, por suas vezes agregados de artigos, publicados ao longo do tempo (RIVA; LE
BOEUF; ŽUMER, 2017).
A entidade Obra no modelo é aquela que permite a identificação dos conteúdos
comuns compartilhados entre expressões distintas, porém esse conteúdo comum é entendido
diferente em uma instância de monografia e uma de Obra Seriada. No que concerne a essa
última, o conteúdo comum que a define reside na intenção do editor de conceber um todo
identificável e na reunião de conceitos editoriais (título, tema, layout etc.) (RIVA; LE BOEUF;
ŽUMER, 2017).
Sendo a reunião de conceitos editoriais a essência da Obra seriada, o modelo prescreve
que edições impressas e online de uma mesma publicação seriada devem ser consideradas
Obras distintas e modeladas com relacionamentos obra-para-obra (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER,
2017).
3.2 Resource Description and Access (RDA)
A modelagem do IFLA LRM concernente às publicações seriadas teve grande impacto
no RDA redesenhado e reestruturado, uma vez que, por meio do 3R Project, suas diretrizes
foram alinhadas com o modelo conceitual.
O RDA em sua modelagem, primeiramente, postula a dicotomia entre Obra Estática e
Obra Diacrônica. A primeira possui seu conteúdo completo já incorporado em um “único ato
de publicação”, o que implica que não é esperado que ele sofra alterações com o decorrer do
tempo; a segunda, por sua vez, é uma obra planejada a ser incorporada através do tempo e
conforme seu plano “[...] é executado, o conteúdo da Obra é alterado gradualmente, sendo
realizado através de uma ou mais Expressões distintas que são incorporadas por uma ou mais
Manifestações” (RDA TOOLKIT, 2021, tradução nossa).
Ademais, as Obras Diacrônicas são de dois tipos, caracterizadas pela maneira que seu
conteúdo é estendido: Obra Sucessiva e Obra Integradora. A Obra Sucessiva possui seu
conteúdo estendido por acumulação, e, no caso da Obra integradora, o conteúdo é substituído
em intervalos de tempo, tornando as iterações anteriores inacessíveis (RDA TOOLKIT, 2021).
1
O LRM-R26 – “possui parte”, “é parte de” – é um relacionamento entre duas Manifestações em que uma é
componente da outra (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER, 2017).
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�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
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Essa modelagem é realizada com o Plano de Extensão, 2 principalmente por meio de seu
atributo Modo de Extensão, que possui os valores de integração e de sucessão. Faz-se relevante
apontar que o RDA postula que a essência de uma Obra Diacrônica é seu plano de mudança de
conteúdo, o que torna o Plano de Extensão caracterizador da Obra Diacrônica (RDA TOOLKIT,
2021).
4 Considerações finais
Essa pesquisa teve como objetivo a reflexão de como as publicações seriadas são
modeladas no IFLA LRM e no RDA redesenhado e reestruturado, resultante do 3R Project, e
situar suas respectivas abordagens na tradição catalográfica. A partir disso, pode-se concluir
que o IFLA LRM e o RDA “[...] proporcionam uma estrutura e vocabulário que auxiliam no
tratamento de seriados e outros dados bibliográficos de novas maneiras”. (MERING, 2019, p.
68, tradução nossa).
A modelagem do IFLA LRM, incorporada pelo RDA, permite que os artigos agregados
nas publicações seriadas retenham sua integridade como unidade distinta (Expressões distintas
de Obras Distintas), não tendo sua individualidade sendo imersa e perdida na unidade da
publicação seriada. Por consequência, é facilitada e potencializada a capacidade descoberta por
parte dos usuários. Outrossim, fica consolidada a conceituação de Publicações Seriadas como
entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as monografias bem
estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Referências
JONES, Edgar. The Evolution of the serial work, the FRBR conceptual model, and RDA.
Cataloging & Classification Quarterly. [s. l.], v. 56, n. ⅔, p. 128- 145, nov. 2017. Disponível
em: https://doi.org/10.1080/01639374.2017.1388325. Acesso em: 23 set. 2021.
MERING, Margaret. IFLA Library Reference Model, RDA, and Serials in a Nutshell. Serials
Review. [s. l.], v. 45, n. 1-2, p. 66-68, jun. 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1080/00987913.2019.1627691. Acesso em: 23 set. 2021.
RDA STEERING COMMITTEE. About RDA. 2020. Disponível em:
http://rda-rsc.org/content/about-rda. Acesso em: 23 set. 2021.
2
“Uma categorização que reflete a intenção de extensão do conteúdo de uma Obra”. (RDA TOOLKIT, 2021,
tradução nossa).
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�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
82
RDA TOOLKIT. RDA Toolkit, 2021. Disponível em: https://access.rdatoolkit.org/. Acesso em:
22 set. 2021.
RIVA, Pat; LE BOUEF, Patrick; ŽUMER, Maja. IFLA Library Reference Model: um modelo
conceitual para a Informação Bibliográfica, [s. l.]: International Federation of Library
Associations and Institutions, 2017. Disponível em:
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august2017_rev201712-por.pdf. Acesso em: 22 set. 2021.
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�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
RDA Vocabulary: weights for cataloging
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Bibliotecária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutora em Ciência da
Informação na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós-Doutoranda na área de
Computação pela Universidade de São Paulo (USP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
O redesenho e reestruturação do Resource Description and Access foram a motivação para essa palestra,
bem como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de
dados. Foi utilizada uma revisão narrativa da literatura, que elencou o desenvolvimento da temática,
principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista teórico e
contextual do assunto. Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como
tendência a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o
vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias para
descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
Palavras-chave: Resource Description and Access. Vocabulário de dados. Vocabulário RDA. Catalogação.
Abstract
The redesign and restructuring of the Resource Description and Access were the motivation for this
lecture, as well as the main objective of identifying the relationship between the RDA and the data
vocabularies. A narrative literature review was used, which listed the development of the theme, mainly
with the recent transformations of the RDA Toolkit tool, from the theoretical and contextual point of
view of the subject. Finally, RDA being defined as a data vocabulary, we see a trend towards
independence from the Cataloging rules, the requirements are few and those who use the RDA
vocabulary will have to decide which descriptive elements and their values are needed to describe a
resource information and how to transcribe that information to the user.
Keywords: Resource Description and Access. Data vocabulary. RDA vocabulary. Cataloguing.
1 Introdução e Metodologia
A partir da publicação do IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) em 2017, o
Resource Description and Access (RDA) foi redesenhado e restruturado em dezembro de 2020
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
84
pelas diretrizes do Projeto 3R. Foram realizadas alterações significativas para a geração dos
registros bibliográficos e de autoridade.
A plataforma RDA Toolkit traz novas formas para (re)pensar a Catalogação. Salienta-se
que por meio dessas alterações, a RDA é alinhada a sua natureza, um vocabulário de dados e
não a um código de catalogação, como até então era pensado. Bem como, traz ao RDA uma
modelagem associada aos princípios de conexão de dados, com o Linked data, com novas
possibilidades de sustentabilidade dos dados advindos dos registros de Catalogação.
Como Oliver (2021, p. 10, tradução nossa) pondera:
O RDA foi projetado para que não seja vinculado a nenhum padrão de
codificação. Ao utilizar a RDA, faz tornar possível a relação entre os dados
em uma ampla gama de contextos, em diferentes cenários de implementação
e não apenas em sistemas tradicionais de gerenciamento de bibliotecas.
Essa nova estrutura apresentada pelo RDA foi necessária pelas dificuldades
encontradas na adequação do MARC21 a esse novo instrumento de representação. Justamente,
pela necessidade em “[...] criar relacionamentos entre os bits de informação, de modo que seja
possível abordar os dados de praticamente qualquer ponto de partida e ainda recuperar o que
você precisa”. (COYLE, 2016, p. 31).
Os nossos catálogos, hoje, apresentam-se registros monolíticos e que não permitem a
individualização dos dados. (ARAKAKI, 2020). Essa preocupação deriva-se de um movimento
de renovação da Catalogação, em que percebemos que nossos catálogos, repletos de dados de
autoridade e bibliográficos já enriquecidos por padrões internacionalmente aceitos, ainda
estão sem conexões ou comunicações entre os mesmos, ou seja, estamos trabalhando em
nichos de armazenamento sem comunicação, comparadas a ilhas ou silos.
Nesse contexto, as alterações do RDA foram a motivação para essa palestra, bem
como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de
dados. A metodologia utilizada nessa pesquisa foi uma revisão narrativa da literatura. Compila
as principais produções da área que discutem e descrevem o desenvolvimento da temática,
principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista
teórico e contextual do assunto.
II Encontro de RDA no Brasil
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�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
85
2 O RDA: flexibilidade, internacionalização e conexão entre os dados
As alterações do RDA Toolkit, plataforma de acesso ao vocabulário RDA, foram
salientadas pelo próprio princípio, objetivo e definição do RDA. Sendo definido como um “[...]
um pacote de elementos de dados, diretrizes e instruções para criar metadados de recursos de
bibliotecas e patrimônio cultural, formulados de acordo com os modelos internacionais para
aplicações de dados ligados centrados no usuário.” (RDA STEERING COMMITTEE, 2020).
O pacote de elementos é melhor compreendido quando também destacamos os
princípios das orientações do próprio RDA, em relação a flexibilidade, internacionalização e
conexão entre os dados. Esses princípios são descritos como (RDA STEERING COMMITTEE,
2020):
a)
Flexibilidade: o RDA comporta as práticas de catalogação para bibliotecas de grande
ou pequeno porte, especializada ou bibliotecas de público geral, independentemente
dos seus requisitos locais, permitindo a aplicação desde os processos tradicionais até
os processos mais recentes de Catalogação
b)
Internacionalização: A administração do RDA está estruturada para garantir uma
representação internacional maior e mais ampla.
c)
Conexão entre os dados: RDA é projetado para criar dados que podem ser acessados e
compartilhados entre bibliotecas e outros centros informacionais. Compatível com
aplicações para o uso de Linked data. (RDA STEERING COMMITTEE, 2020)
O RDA irá oferecer elementos ao catalogador, independente da região e idioma, caberá
ao catalogador escolhê-los de acordo com as necessidades de seus usuários e da adequação
representacional ao tipo de recurso informacional. Além disso, o RDA oferecerá a
possibilidade de que esses dados sejam conectados, seguindo as orientações Linked data,
auxiliando no processo e economia de recursos humanos, infraestrutura, financeiro, etc. que o
catalogador possui a sua disposição, bem como, possibilitará uma maior comunicação e acesso
desses dados à Web.
Como tendência para a integração semântica entre os dados, o Linked data sintetiza
em boas práticas para publicar e conectar conjuntos de dados estruturados na Web, com o
intuito de criar uma “Web de dados” (BIZER; HEATH; BERNERS-LEE, 2009). Por meio da
publicação e conexão dos dados, os sistemas serão mais abertos e interoperáveis,
II Encontro de RDA no Brasil
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�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
86
possibilitando um maior acesso do usuário ao catálogo, e ainda, se preocupando cada vez mais
em um melhor canal entre usuário e recurso informacional.
Para a conexão e composição das triplas pelo modelo de dados em Resource Description
Framework (RDF), as tecnologias semânticas utilizadas para a estruturação em Linked data são:
a)
Uniform Resource Identifier (URI): tem como função de identificar um recurso. É uma
atribuição inequívoca aos objetos e necessária, pois, as relações entre recursos não
podem ser incorretas ou ambíguas. Exemplos de Identificadores únicos: ORCID,
Lattes, DOI, Handle, ISBN, ISSN, entre outros,
b)
Linguagens de marcação: Fornecem marcações para descrição das informações;
padronizar a publicação e troca de dados entre aplicações Web; e realizar a
interoperabilidade com outros dados. Exemplos: XML, Turtle, entre outros.
c)
Resource Description Framework (RDF): modelo de dados para referenciar objetos e
como eles estão relacionados; utiliza a sintaxe XML; e descreve os recursos através de
declarações.
O modelo de sintaxe do RDF é baseado em grafos dirigidos rotulados, onde são
realizadas as conexões entre os recursos. Como o exemplo da figura 1.
Figura 1 – Exemplos de triplas em RDF
Fonte: Elaborado pela autora.
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�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
87
Os elementos base desse modelo de tripla são: recurso (resource); propriedade
(property) e valor (value), e possibilitam a designação de significado aos conjuntos de dados
(datasets) publicados na Web.
3 O Vocabulário RDA (RDA Vocabulary)
Em 2015, a World Wide Web Consortium (W3C) definiu que um vocabulário de dados é
compreendido como um conjunto de termos que visa a descrição de algum recurso. Assim,
tem-se os vocabulários voltados à padronização dos elementos de metadados (vocabulários de
propriedade) e os que buscam uniformizar os valores. Como exemplos, podemos citar, o
Dublin Core Metadata Initiative Metadata Terms (DC Terms), Data Catalog Vocabulary (DCAT),
Friend of a Friend Vocabulary (FOAF Vocabulary) e o Schema.org.
Os autores Baker et al. (2011) no relatório “Library Linked Data Incubator Group Final
Report” declaram que um vocabulário de valor define recursos (como instâncias de tópicos,
estilos de arte ou autores) que são usados como valores para elementos em registros de
metadados. Normalmente, um vocabulário de valor não define recursos bibliográficos, como
livros, mas sim, os conceitos relacionados a recursos bibliográficos (pessoas, línguas, países,
etc.). Eles são "blocos de construção" com os quais os registros de metadados podem ser
preenchidos. Muitas bibliotecas exigem vocabulários específicos para selecionar valores para
um elemento de metadados específico. (BAKER et al., 2011).
Baker et al. (2011) continuam a contextualização referindo a lista controlada de valores
permitidos para um elemento. Os exemplos incluem: tesauros, listas de códigos, listas de
termos, esquemas de classificação, listas de cabeçalhos de assuntos, taxonomias, arquivos de
autoridade, dicionários geográficos digitais, esquemas de conceitos e outros tipos de sistemas
de organização do conhecimento. Para serem úteis na vinculação de dados, os vocabulários de
valores devem ter URIs de protocolo de transferência de hipertexto (HTTP) atribuídos a cada
valor; esses URIs apareceriam em um registro de metadados em vez de ou além do valor literal.
(BAKER et al., 2011).
No RDA, o esquema de codificação e vocabulário de dados, é apresentado por uma
lista estruturada nomeada de representações de valores controlados para os elementos. Um
esquema de codificação de vocabulário inclui uma lista RDA de termos ou seus vocabulários
de valores correspondentes no: registro RDA, uma lista de códigos ISO, uma terminologia
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Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
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padrão, um sistema de controle de autoridade, etc., e pelos índices de palavras-chave. (RDA
STEERING COMMITTEE, 2020).
Destaca-se que o glossário de termos do RDA, conceitua vocabulário de dados como
“Uma categoria que contém conceitos que são usados como valores para propriedades em um
conjunto de dados.”, isto é, definição coerente à referida por Baker et al. (2011).
Outro ponto de destaque, é que todos os elementos RDA, suas definições e quaisquer
itens relacionados notas de escopo, e todos os termos de valor do vocabulário e definições
foram armazenados em RDF no Open Metadata Registry (OMR), incluindo a fonte primária de
conteúdo do RDA Toolkit e as traduções. O OMR é um órgão responsável por fornecer um
meio para identificar, declarar e publicar o registro de esquemas de metadados (conjuntos de
elementos/propriedades), esquemas (vocabulários controlados) e perfis de aplicação (APs).
Todo o vocabulário RDA está exportado para um repositório GitHub, fornecendo um
gerenciamento de download e serviços para desenvolvedores que queiram desenvolver e
implementar aplicações para referência de dados conectados, inclusive as extrações específicas
de idioma e a seleção de elementos individuais e extrações de conceito/valores que fornecem
representações RDF com identificadores específicos.
4 Considerações finais
Com todas essas transformações e reflexões para a Catalogação, percebe-se cada vez
mais, a necessidade de comunicação dos nossos catálogos para ambientes mais abertos, como
Web. Por meio de sistemas mais abertos e interoperáveis, garantirá o acesso a todos os
usuários, independente do local que eles estão buscando a informação.
A publicação e conexão dos dados de biblioteca deverá ser ponderada para que não
seja apenas uma disponibilização dos dados. Mas sim, a melhoria dos problemas de
duplicidade de dados bibliográficos e de autoridade, a possibilidade de reutilização desses
dados por inúmeros catálogos em rede.
Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como tendência
a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o
vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias
para descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
II Encontro de RDA no Brasil
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�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
89
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II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
CIDOC-CRM e o BIBFRAME:
integração de metadados
CIDOC-CRM and the BIBFRAME: metadata integration
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro
Graduação em Biblioteconomia, Universidade de Brasília (UnB).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1047982870667966
E-mail: ezequiel.leandro.rodrigues@gmail.com
Felipe Augusto Arakaki
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília (UNB). Doutor em Ciência
da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5324289839207169
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3983-2563
E-mail: felipe.arakakie@unb.br
Resumo
O trabalho busca elucidar as necessidades de conhecimento sobre a interoperabilidade semântica, pois,
as bibliotecas estão se atualizando aos novos modelos conceituais, padrões e sistemas informacionais. A
exemplo, os modelos conceituais e os vocabulários Bibliographic Framework Initiative Project
(BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM), possibilitam a integração entre bibliotecas e
museus. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM. Por meio
de pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, a revisão da literatura apresenta como resultados, que
o BIBFRAME e o CIDOC CRM estão estruturados em classes e propriedades, que possibilitam o uso das
tecnologias da Web Semântica como RDF (Resource Description Framework), e utilizam as linguagens de
marcação como a XML (eXtensible Markup Language). Conclui-se com a revisão bibliográfica,
principalmente no âmbito nacional, que as discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e
integração.
Palavras-chave: Catalogação. Interoperabilidade. CIDOC CRM. BIBFRAME.
Abstract
The work seeks to elucidate the knowledge needs of semantic interoperability, as libraries are updating
themselves to new conceptual models, standards, and informational systems. For example, the
conceptual models and the Bibliographic Framework Intuitive Project (BIBFRAME) and CIDOC
Conceptual Reference Model (CRM). These systems enable the integration between libraries and
museums. So, the objective of the present work is to present and discuss the BIBFRAME and CIDOCCRM. Through exploratory research, of a qualitative nature, the literature review shows as a result that
BIBFRAME and CIDOC-CRM are structured in classes and properties, which enable the use of Semantic
Web technology such as RDF (Resource Description Framework) and use markup languages like XML
(eXtensible Markup Language). It’s concluded with the bibliographical review, mainly at the national
level, that discussions are still incipient about its use and integration.
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
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Keywords: Cataloging. Interoperability. CIDOC CRM. BIBFRAME.
1 Introdução
Os profissionais da Ciência da Informação, especialmente da Arquivologia,
Biblioteconomia e Museologia, tiveram seu surgimento juntamente com a evolução humana e
possuem muitos pontos em comum. (ARAUJO, 2011; SMIT, 2000). Cada profissional trabalha
com propósitos diferentes, entretanto, são similares nos princípios de tratamento
informacional, entre eles, a descrição de recursos informacionais.
Segundo Araújo (2014), a Ciência da Informação não somente dedica-se com a
custódia dos documentos, como também, com os serviços de circulação, disseminação, acesso
e com a divulgação, de forma que seja o mais ágil possível. Além do foco para o conteúdo
informacional dos documentos, ou seja, quanto mais qualidade informacional tiver o
documento mais relevante será este para a comunidade científica. Este transporte
informacional é essencial para os usuários e para os avanços científicos, pois, quanto mais os
usuários tem acesso ao material informacional, mais estes auxiliam no processo do ciclo
informacional (geração, seleção, representação) e consequentemente mais conhecimento será
produzido e renova o fluxo informacional (armazenamento, recuperação, distribuição, uso e
novamente geração de informação).
De acordo com Sousa (2013) existem dois processos de tratamento da informação,
sendo estes: descritivo e temático, o tratamento descritivo é voltado para a forma física,
identificando autoria, título, paginação, edição e afins. De acordo com Pereira, Laurindo e
Santiago (2011) o tratamento descritivo, consiste em entender que o item bibliográfico deve
conter informações relevantes e breves de forma a facilitar a escolha do usuário. Já o
tratamento temático, tem sua preocupação voltada para o conteúdo do documento.
Nesse contexto, autores como Marcondes (2012, 2016), Simionato, Arakaki, Santos
(2017), dentre outros que discutiram as possibilidades de interoperabilidade e representação da
informação entre arquivos, bibliotecas e museus. Nesse contexto se pontua a problemática do
estudo, quais as características entre os modelos conceituais e vocabulários Bibliographic
Framework Initiative project (BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM)
possibilitam a integração entre bibliotecas e museus? Assim, o objetivo deste trabalho é
apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM, no intuito possibilitar a interoperabilidade
entre eles.
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Leandro; Arakaki
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2 Procedimentos metodológicos
O estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa exploratória, de natureza
qualitativa, por meio de uma revisão da literatura sobre a temática.
A revisão realizada focou-se nos seguintes temas: sistemas heterogêneos,
interoperabilidade de sistemas, metadados, linked data, representação descritiva, e
principalmente, no CIDOC CRM e no BIBFRAME. Para acessar os materiais informacionais
que contém esses assuntos, a busca foi feita por meio de pesquisas em:
a)
Google acadêmico;
b)
Portal de periódicos da Capes;
c)
BDTD - Base de Dados de Teses e Dissertações;
d)
Sites e blogs especializados na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação;
e)
SciELO - Scientific Electronic Library Online;
f)
LISA - Library and Information Science Abstracts;
g)
LISTA - Library Information Science & Technology;
h) Web of Science;
i)
Scopus; e
j)
BRAPCI - Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da
Informação.
Foi realizado um recorte temporal de 15 anos e baseado na literatura brasileira da área.
Este trabalho é uma revisão narrativa e foi fundamentado, a partir de pesquisas de autores,
como: Mey e Silveira (2009); Souza e Alves (2009); Siminionato (2015); Simionato e Santos
(2017); Castro e Santos (2018), apresentando pesquisas sobre a representação. Arakaki e Santos
(2015); Carrasco, Thaller e Vidotti (2015); Carrasco (2019), abordando sobre o CIDOC CRM,
Arakaki (2016); Ramalho (2016); Espíndola (2018), abordando o BIBFRAME. St. Pierre e
LaPlant Jr. (1998) e Arakaki (2019) apresentando trabalhos sobre mapeamento de metadados,
salientando que há diversos outros autores que trabalham sobre estes temas.
3 Resultados
O BIBFRAME é uma iniciativa da Library of Congress (LC) originada em 2011, tendo
como primeira versão o BIBFRAME 1.0 e esteve em uso até 2016 (ARAKAKI, 2016). Após
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diversos testes, a LC passou para implementar a versão BIBFRAME 2.0, sendo este dividido em
duas partes: o modelo conceitual BIBFRAME e o vocabulário BIBFRAME (ESPÍNDOLA, 2018).
O BIBFRAME, é visto como o possível substituto para o MARC21 (Machine Readable
Cataloging) que de acordo com Arakaki et al. (2017, p. 2234) “[...] apresenta dificuldades
quanto ao seu uso no ambiente Web, principalmente no que se refere à sintaxe necessária para
compartilhar seus registros e promover a interoperabilidade dos mesmos, devido a estrutura
de seu esquema de metadados.” Segundo Simionato, Arakaki e Santos (2017, p. 453-454) “[...] o
BIBFRAME é caracterizado pela flexibilidade; possui uma arquitetura para expressar e
conectar informações; pode ser adotado além da comunidade de bibliotecas, entre outras
características.”
O BIBFRAME conforme Arakaki et al. (2017) está intimamente ligado a proposta do
FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records), ao FRAD (FunctionalRequirements
for Authority Data) e ao FRSAD (Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto)
por ser fragmentado e separado em blocos. Assim, o resultado final da construção da
catalogação é dados que podem ser conectados a outros blocos, diferente do MARC21 que
oferece um registro único. Ramalho (2016) retrata que o BIBFRAME utiliza de links e
identificadores controlados, possibilitando a visibilidade dos recursos informacionais na Web.
Isso evita o retrabalho e a duplicidade de informações apresentadas aos usuários e
consequentemente diminui os custos relacionados com manutenção de acervos.
Já o CIDOC CRM é uma iniciativa voltada para os museus. Segundo Carrasco (2019) o
CIDOC CRM é padrão ISO (ISO 21127:2014) utilizado para integrar sistemas heterogêneos do
patrimônio cultural. O CIDOC CRM é eficaz na estipulação de relações e ao integrar
conteúdos de diversos sites, blogs, artigos e quaisquer conteúdos informacionais que tenham
relações entre si.
Carrasco (2019, p. 22) relata ainda que “O CIDOC CRM é um modelo conceitual
constituído de uma arquitetura formal destinada a facilitar a integração, mediação e
intercâmbio de informação heterogênea do Patrimônio Cultural.” O CIDOC CRM é composto
de entidades e propriedades, de forma que as propriedades são organizadas baseadas nas
entidades temporais, que é o diferencial do CIDOC CRM, ou seja, em outros modelos
conceituais e ontologias o foco da descrição é dado no objeto, mas no CIDOC CRM a
abordagem é centrada no evento em que os objetos estiveram envolvidos de alguma forma.
Portanto, o CIDOC CRM é um modelo conceitual que possibilita um alto grau de flexibilidade
entre sistemas, mesmo não sendo completamente compatíveis. (SANTOS, 2016).
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Ainda, observou-se no estudo do BIBFRAME e CIDOC-CRM que, ambos estão
estruturados em classes e propriedades, e que possibilitam o uso das tecnologias da Web
Semântica como RDF, como também, podem ser estruturados com linguagens de marcação
como a XML.
4 Considerações finais
O referido artigo é baseado em um trabalho em andamento para conclusão do curso de
Biblioteconomia da Universidade de Brasília. Doravante com as possibilidades de uso das
tecnologias da Web semântica está, a necessidade do usuário que transcende a esfera de um
catálogo estático disponível na Web, para catálogos mais integrados para busca rápida e
simplificada.
Com esta perspectiva e a partir dos estudos realizados sobre o CIDOC CRM,
BIBFRAME e o ambiente digital, principalmente no âmbito nacional, ressalta-se que as
discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e integração.
Isso reforça a importância deste estudo, para promover ambos os padrões e as
possibilidades de integração entre sistemas de bibliotecas e museus. Como trabalho futuro, e já
está em andamento, a realização de um mapeamento sistemático entre o BIBFRAME e CIDOCCRM.
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Relações entre RDA e FRBR:
perspectivas para os ambientes digitais
RDA and FRBR in digital environments
Natalia Gallo Cerrao
Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Grupo
de Pesquisas e Estudos em Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e
Comunicação (GPERTIC).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0889233459179310
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8450-3451
E-mail: nataliacerrao@gmail.com
Fabiano Ferreira de Castro
Professor Associado do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pósgraduação em Ciência da Informação (UFSCar). Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em
Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (GPERTIC).
Pós-Doutorado em Ciência da Informação (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7124931056289027
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8712-2654
E-mail: fabianocastro@ufscar.br
Resumo
O Resource Description and Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR)
têm sido objetos de interesse e pesquisas na área da Catalogação Descritiva no cenário atual. O objetivo
principal dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as ações ou aplicações do RDA
e do FRBR em ambientes digitais e verificar em que medida os assuntos se relacionam, na perspectiva da
Ciência da Informação. A Revisão Sistemática da Literatura (RSL) - um método organizado, confiável e
criterioso de revisão bibliográfica - oportunizou a identificação de estudos, exemplos de aplicações
práticas e ferramentas tecnológicas que relacionam o RDA e o FRBR em ambientes digitais. Conclui-se,
que o RDA e o FRBR possuem sinergia para a atividade da Catalogação Descritiva no contexto
tecnológico vigente, por suas bases teórico-metodológicas consolidadas, corroborando suas aplicações
no desenvolvimento e na modelagem dos ambientes digitais.
Palavras-chave: Catalogação descritiva. Domínio bibliográfico. Ambientes digitais.
Abstract
The Resource Description and Access (RDA) and the Functional Requirements for Bibliographic Records
(FRBR) have been objects of interest and research in the field of Descriptive Cataloging in the current
scenario. The main objective of this research was to identify and map the studies that address the
actions or applications of RDA and FRBR in digital environments and verify to what extent the issues
are related, from the perspective of Information Science. The Systematic Literature Review (RSL) - an
organized, reliable and thorough method of literature review - provided an opportunity to identify
studies, examples of practical applications and technological tools that relate RDA and FRBR in digital
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
98
environments. It is concluded that the RDA and the FRBR have synergy for the activity of Descriptive
Cataloging in the current technological context, due to their consolidated theoretical-methodological
bases, corroborating their applications in the development and modeling of digital environments.
Keywords: RDA. FRBR. Bibliographic domain. Digital environments.
1 Introdução
Diante do avanço tecnológico e das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)
disponíveis, identificam-se algumas tendências no domínio bibliográfico, especialmente no que
se refere ao Tratamento Descritivo da Informação (TTI), onde o Resource Description and
Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) têm sido discutidos
tanto na vertente teórica, quanto na esfera de aplicação em ambientes digitais.
O modelo conceitual FRBR é baseado na modelagem entidade-relacionamento,
aprimorando
a
organização
dos
registros
bibliográficos
e
possibilitando
maior
funcionabilidade aos catálogos, otimizando a busca e a recuperação da informação. A proposta
do FRBR surgiu com dois objetivos principais: recomendar um nível básico de funcionalidade
para registros bibliográficos e relacionar os dados às necessidades dos usuários. (IFLA, 2009).
Nesse contexto tecnológico, Alves e Santos (2013) apontam a necessidade de revisão e
a atualização dos códigos de catalogação que caminhem em consonância com os modelos
conceituais, o que culminou no desenvolvimento de uma proposta para a orientação de
descrição de recursos, o Resource Description and Access (RDA).
Conforme Assumpção e Santos (2013), a adoção do RDA não se constitui
simplesmente como uma escolha administrativa. Antecedendo essa adoção, faz-se necessário o
planejamento, a modelagem e a construção de catálogos que possam refletir a base entidadeatributo-relacionamento presente no modelo conceitual FRBR, de modo que, tendo sido
adotado o RDA, possa ser feito uso de todo seu potencial.
O RDA possui diretrizes e instruções que abrangem a descrição e o acesso de recursos
digitais e analógicos, seu objetivo é facilitar o processo de descrição de recursos seguindo um
processo de decisão lógica. Trata-se de um padrão projetado para ser fácil de usar e gerar
registros que contenham dados relevantes para os usuários. Pautado no modelo FRBR, o RDA
identifica as entidades no universo bibliográfico (obras, itens, pessoas etc.), identifica os
atributos dessas entidades e suas relações entre si. (CERRAO; CASTRO, 2020).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
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O principal objetivo dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as
ações do RDA e do FRBR, identificando ferramentas tecnológicas para aplicações em
ambientes digitais.
2 Metodologia
A adoção do método de Revisão Sistemática da Literatura (RSL) possibilitou a
identificação dos estudos que versam sobre a temática em apreço. A RSL contribui para a
identificação e análise crítica das pesquisas relevantes, definindo estratégias de busca e
critérios de análise e seleção do referencial teórico, para responder questões de pesquisa
específicas. (BRINER; DENIER, 2012)
As etapas criteriosas de uma RSL a diferenciam do método tradicional de revisão
bibliográfica, são metódicas e possibilitam que a pesquisa realizada seja auditada e continuada
sempre que necessário. (CERRAO; JESUS; CASTRO, 2019).
A RSL elaborada nessa pesquisa foi dividida nas etapas Planejamento: familiarização
com a temática estudada e preenchimento do protocolo de busca; Condução: busca em bases
de dados, aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão e análise dos artigos recuperados; e
Extração de Dados e Síntese da RSL.
Para auxiliar a RSL foi utilizado o software State of the Art through Systematic Review
(StArt). O protocolo de busca foi preenchido, conforme o Quadro 1.
Quadro 1 – Protocolo da Revisão Sistemática da Literatura.
Campo
Preenchimento do campo
Objective
(Objetivo)
Compreender, por meio da Revisão Sistemática da Literatura, a
aplicabilidade do FRBR e do RDA em ambientes digitais, identificando
ferramentas tecnológicas.
Main question
(Questão principal)
É possível aplicar o modelo conceitual FRBR e as orientações RDA em
ambientes digitais?
Population
(População)
Ferramentas tecnológicas de aplicação do modelo conceitual FRBR e da
proposta RDA em ambientes digitais.
Intervention
(Intervenção)
Como são abordadas e discutidas as possibilidades de aplicação do modelo
conceitual FRBR e da proposta RDA em ambientes digitais, na literatura
recuperada.
Control (Controle)
Artigos de bases de dados da área da Ciência da Informação.
Results
(Resultados)
Identificar estudos que abordem a aplicação do modelo conceitual FRBR e
da proposta RDA em ambientes digitais.
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Cerrao; Castro
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Campo
Preenchimento do campo
Application
(Aplicação)
Contribuição para a área da Ciência da Informação em relação à
representação da informação e modelagem de dados, aplicando em
ambientes digitais as novas possibilidades no âmbito da Catalogação
Descritiva.
Keywords and
synonyms (Palavraschave e sinônimos)
A string de busca utilizada em todas as bases de dados foi definida como:
(“FRBR” OR “Functional Requirements for Bibliographical Records” OR
“RDA” OR “Resource Description and Access”).
Sources selection
criteria definition
(Definição de critérios
de busca)
Trabalhos indexados em periódicos da área da Ciência da Informação.
Studies languages
(Idiomas)
Inglês; Português; Espanhol
Source search methods
(Métodos de pesquisa)
Leitura do título e resumo dos documentos; aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão; leitura da introdução e conclusão dos documentos;
leitura do documento completo nos casos em que as análises anteriores se
mostrarem inconclusivas para a seleção.
Source list
(Lista de fontes)
As bases de dados consultadas e utilizadas foram:
- Base de Dados em Ciência da Informação (BRAPCI)
- Library and Information Science Abstracts (LISA)
- Library, Information Science & Technology Abstracts with full text
(ISTA)
- Information Science & Technology Abstracts (LISTA)
Study selection criteria
(inclusion and
exclusion)
Critérios de seleção
(inclusão e exclusão)
Os critérios de seleção foram definidos como (I) para inclusão e (E) para
exclusão.
(I) Abordar a aplicação do modelo conceitual FRBR em ambientes digitais.
(I) Abordar aplicação das orientações do RDA em ambientes digitais.
(I) Indicar modelos para a aderência ou aplicação do RDA e FRBR em
ambientes digitais.
(E) Documento não acessível ou não localizado integralmente.
(E) Não estar nos idiomas especificados.
(E) Não abordar a aplicação do RDA e FRBR em ambientes digitais.
Studies types definition
(Definição de tipos de
estudos)
Trabalhos indexados nas bases de dados consultadas.
Studies initial selection
(Seleção inicial)
-
Studies quality
evaluation
(Avaliação de qualidade
dos estudos)
A partir da análise da metodologia dos trabalhos recuperados, será
realizada avaliação minuciosa da qualidade.
Data extraction form
fields (Forma de
extração de dados)
Enfoque dos documentos; aplicação do RDA em ambientes digitais;
aplicação do modelo conceitual FRBR em ambientes digitais; considerações
finais.
Results summarization
(Sumarização de
resultados)
Após extração de dados, os dados serão agrupados em quadros de acordo
com a categoria de análise, os resultados semelhantes serão agrupados
permitindo a realização de uma análise quantitativa e também a elaboração
de inferências que permitiram responder à pergunta de pesquisa.
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
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3 Resultados
Foram aceitos 53 artigos que correspondem aos objetivos dessa pesquisa. Após a
leitura detalhada e minuciosa, análise e sumarização do conteúdo de cada um dos artigos,
foram identificados exemplos de aplicação, tanto do modelo conceitual FRBR, como do RDA
em ambientes digitais, como destacados.
3.1 Perfis de aplicação de metadados Dublin Core (DCAPs)
Um perfil de aplicação trata-se de um framework para aplicações de metadados
designado para promover máxima interoperabilidade e reutilização. O framework define um
conjunto de componentes descritivos que são necessários ou úteis para documentar um perfil
de aplicação e descreve como se relacionam com modelos de domínio padrões e com a Web
Semântica, proporcionando interoperabilidade com outras aplicações, baseados em
vocabulários internacionalmente definidos. (NILSSON; BAKER; JOHNSTON, 2008).
Um exemplo de perfil de aplicação de metadados baseado em FRBR é o Scholarly
Works Dublin Core Application Profile (SWAP), um modelo próprio para aplicação em trabalhos
acadêmicos. Os SWAP são essenciais para compreender a importância dos FRBR e sua atuação
em conjunto com os metadados em ambientes digitais.
3.2 BIBFRAME
A iniciativa BIBFRAME visa perspectivar e, a longo prazo, implementar um novo
ambiente bibliográfico para as bibliotecas, tornando a interconectividade comum.
O BIBFRAME é a base para o futuro da descrição bibliográfica que acontece
na e como parte da Web e do atual mundo em rede. Foi projetado para se
integrar e se envolver com a mais ampla comunidade de informações, além
de atender às necessidades específicas de sua comunidade de manutenção. O
BIBFRAME cumprirá tais propósitos, visando: (a) diferenciar claramente o
conteúdo conceitual e suas manifestações físicas (por exemplo, obras e
instâncias); (b) focar na identificação não ambígua. (CERRAO; CASTRO,
2020, p. 9)
O modelo conceitual FRBR e as diretrizes RDA fazem parte do desenvolvimento do
BIBFRAME, “possibilitando-lhe adequação às tendências do tratamento da informação atual”.
(ARAKAKI et al. 2017, p. 2245). O grande diferencial do BIBFRAME é a aplicação de conceitos
inovadores pertencentes ao universo da Web e a possibilidade de aproveitamento e
reaproveitamento de registros.
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3.3 LibFRBR
O LibFRBR é uma ferramenta para aplicação usada para converter registros
bibliográficos em estruturas e interface de catalogação pautada no modelo conceitual FRBR.
No trabalho de Chang et al. (2013), o LibFRBR foi desenvolvido para a conversão de registros
em formato FRBR no software Koha. Essa ferramenta pode adicionar, editar e organizar dados
pertencentes a entidades, atributos e relacionamentos entre entidades, fornecendo uma
interface FRBR para entrada e armazenamento de dados. Também é possível coletar dados em
MARC21 ou MARCMARC, extrair as entidades no formato FRBR e armazená-los em
linguagem XML ou no Koha.
3.4 RDA In Many Metadata Formats (RIMMF)
O RIMMF foi desenvolvido como uma ferramenta de “treino” no processo de
catalogação descritiva em formato RDA, onde o catalogador pode visualizar e desenvolver
“registros” projetados especificamente para o RDA. (CERRAO; CASTRO, 2020). Essa
ferramenta possibilita a visualização e criação de registros pautados em RDA e na modelagem
entidade-relacionamento, de modo a permitir a inserção de atributos para cada entidade e a
compreensão dos moldes RDA na estrutura semântica, permitindo a inserção de dados
descritivos e vinculando-os a entidades relacionadas.
3.5 FRBR Display Tool
A FRBR Display Tool é citada na literatura científica, como uma ferramenta que
transforma os dados bibliográficos em formato MARC em dados bibliográficos “traduzidos”
para as entidades FRBR. Essa ferramenta classifica e organiza conjuntos de registros
bibliográficos utilizando o modelo FRBR, gerando exibições hierárquicas dos mesmos.
A FRBR Display Tool funciona com arquivos simples de registros MARC, e juntamente
com sua instalação acompanha a ferramenta MARCXML Toolkit, gerando registros nessa
linguagem. Em seguida, ela transforma os dados MARCXML em uma estrutura FRBR
codificada em XML, que usa elementos do padrão Metadata Object Description Schema
(MODS).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
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Cerrao; Castro
103
4 Conclusão
A Revisão Sistemática da Literatura permitiu identificar e explorar ferramentas
tecnológicas, a partir da sinergia do RDA e FRBR e suas potencialidades de aplicação em
ambientes digitais, dentre elas se destacam: Perfis de aplicação de metadados Dublin Core
(DCAPs), BIBFRAME, LibFRBR, RDA In Many Metadata Formats (RIMMF) e FRBR Display Tool.
O RDA e o FRBR devem ser mais estudados, de maneira a trazer contribuições, tanto
para o campo da pesquisa, quanto para a prática profissional da Catalogação Descritiva,
considerando as tendências tecnológicas e as demandas informacionais da sociedade
contemporânea, as quais caminham em consonância ao cenário de dados abertos e conectados.
Referências
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domínio bibliográfico. In: IX ENCONTRO INTERNACIONAL DE CATALOGADORES E II
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II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
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104
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II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
RDA e a nova geração de catálogos:
explorando o Linked Data
RDA and the new generation of catalogs:
the Linked Data exploring
Letícia Guarany Bonetti
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Graduação em Biblioteconomia pela
Universidade de Brasília (UNB) (2019).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1895977717955732
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3012-8465
E-mail: leticiagbonetti@gmail.com
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Bibliotecária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutora em Ciência da
Informação na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós-Doutoranda na área de
Computação pela Universidade de São Paulo (USP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
O cenário da web e dos avanços tecnológicos traz à tona discussões sobre a nova geração de usuários da
informação. Os catálogos de biblioteca parecem continuar ocupando um papel marginal no mercado de
consumo da informação digital, e os usuários consideram seu uso difícil e limitado quando comparados
com os motores de busca. Por meio de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, buscou-se
investigar o papel da Resource Description and Acces (RDA) na elaboração de catálogos mais voltados às
necessidades dos usuários da Web. Os estudos demonstram que a RDA tem potencial para guiar a
elaboração de catálogos mais dinâmicos, com melhor adaptação às tecnologias de bases de dados
emergentes. Os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização mais direcionada nas
necessidades dos usuários de informação, podendo trazer benefícios para uma nova geração de
catálogos.
Palavras-chave: Catálogo. RDA. Linked Data. Web Semântica.
Abstract
The web scenario and technological advances bring up discussions about the new generation of
information users. Library catalogs seem to continue to play a marginal role in the consumer digital
information market, and users find their use difficult and limited compared to search engines. Through
exploratory research, of a qualitative nature, we sought to investigate the role of Resource Description
and Access (RDA) in the elaboration of catalogs more focused on the needs of web users. Studies show
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
106
that the RDA has the potential to guide the creation of more dynamic catalogs, with better adaptation
to emerging database technologies. Conceptual models and the RDA allow for an organization more
focused on the needs of information users, which can bring benefits to a new generation of catalogs.
Keywords: Catalog. RDA. Linked Data. Semantic Web.
1 Introdução
No cenário da Web e dos recursos digitais, discute-se a necessidade de alinhar os
princípios de catalogação para a modelagem de catálogos mais voltados às necessidades dos
usuários atuais (SILVA et al., 2017). De acordo com Silva et al. (2017, p. 135), o usuário foi
posto como foco da biblioteca por Ranganathan “[...] ao mencionar o objetivo da elaboração
de um catálogo, o qual vem sendo repensado, a partir dos modelos conceituais, também com
foco central nas expectativas e necessidades do usuário”.
Nesse sentido, conforme argumenta Díez (2012), as bibliotecas têm realizado diversos
investimentos em prol da adaptação às tecnologias disponíveis, mas os catálogos parecem
continuar ocupando um papel marginal no mercado de consumo da informação digital. Os
usuários consideram o uso dos catálogos difícil e limitado quando comparados com motores de
busca (Google) e sites como a Amazon (DÍEZ, 2012). Surgem, então, novos desafios para as
bibliotecas e a catalogação, que estão relacionados com as regras, normas e códigos como
exemplo, a Resource Description and Acces (RDA) (LOURENÇO, 2020).
Baseado em modelos conceituais, a RDA foi elaborada para atualizar os códigos de
catalogação. Busca atender às exigências da descrição no contexto Web, focando nas
necessidades dos usuários e aproximando-os das linguagens de catalogação (CERRAO;
CASTRO, 2019). Arakaki et al. (2017, p. 4) afirmam que “[...] a evolução dos instrumentos de
representação no domínio bibliográfico acarretará numa nova transição para os catálogos das
bibliotecas”.
Os modelos conceituais, as diretrizes RDA, o cenário da Web Semântica e o Linked
Data passam a ser temas de destaque no cenário das bibliotecas e da representação na Web,
permitindo maximizar as buscas e recuperações das informações nos catálogos. Nesse cenário
pode-se citar, por exemplo, projetos da Library of Congress que utilizam recursos do Linked
Data para a implementação da RDA em catálogos, como o caso do BIBFRAME.
Essa afirmação é constatada pela atualização da RDA em dezembro de 2020. Nessa
atualização, a RDA foi remodelada e deixou de ter regras numeradas, seções, apêndices e
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107
capítulos, apresentando uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por
meio da modelagem da IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
Desse modo, trata-se de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, que
buscou investigar o papel da RDA na elaboração de catálogos mais voltados às necessidades
dos usuários da web. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas nas bases Base de
Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), Scientific
Electronic Library Online (SciELO) e no motor de busca Google Acadêmico, no período de abril
a setembro de 2021. Os termos utilizados foram: “Resource Description and Access” e “Linked
Data” relacionados com “biblioteca”. Dessa forma foi possível obter um panorama dos estudos
e aplicações da RDA na modelagem de catálogos mais abertos.
2 RDA e os catálogos de biblioteca
A literatura encontrada sobre a temática ainda não apresenta relatos da nova RDA.
Nesse sentido, o texto de Candela et al. (2015) destaca que a família de modelos conceituais
FRBR e as diretrizes RDA fornecem uma estrutura moderna que facilita o processamento
automático da informação (CANDELA et al., 2015), indo ao encontro do que é proposto pelo
Linked Data e pela Web Semântica.
Segundo Berners-Lee (2006) a Web Semântica não trata apenas de colocar dados na
web. Trata-se de criar links, para que uma pessoa ou uma máquina possa explorar a rede de
dados. Nesse sentido, dentre as vantagens da RDA citadas por Fusco (2010) está a melhor
adaptação às tecnologias de bases de dados emergentes, o que possibilita que as instituições
como as bibliotecas sejam mais eficientes na recuperação dos dados em seus catálogos.
De acordo com Coyle (2016) o objetivo do catálogo é fornecer uma identidade para os
recursos na biblioteca por meio de um conjunto de qualidades conhecidas, como autor e título.
O catálogo da biblioteca, ao contrário de motores de busca populares como o Google, projeta
seus produtos para atender apenas aos usuários que realizam a pesquisa sabendo o título ou o
autor da obra que desejam. Já os motores de busca não presumem que o usuário esteja ciente
da existência de quaisquer documentos que satisfaçam suas necessidades. Essa é a diferença
entre ver o espaço de informações como um conjunto finito de itens em uma prateleira, versus
um conjunto quase infinito de incógnitas em constante mudança. Apesar do limite e da noção
de inventário fazerem parte dos princípios de catalogação, segundo Coyle (2016), é um erro
presumir que isso seja o que o usuário de informação deseja.
II Encontro de RDA no Brasil
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Bonetti; Simionato Arakaki
108
Para Díez (2012) as expectativas dos usuários estão claramente voltadas para o modelo
das ferramentas e serviços Web. Os motores de busca permitem a pesquisa de textos
completos, superando o caráter restritivo do catálogo limitado à exploração do referencial
bibliográfico. Em concordância, Coyle (2016) afirma que os catálogos e seus objetivos
fornecem uma visão muito estreita da possibilidade de interação dos usuários com a biblioteca
e seus itens. Para Lourenço (2020) os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização
mais focada nas necessidades dos usuários de informação.
Nesse sentido, Díez (2012), ao abordar a nova geração de catálogos, afirma que a
literatura atribui a eles alguns elementos como: interface Web de design atual, semelhante às
disponíveis em sites comerciais; conteúdo rico como imagens das capas, links para índices,
resumos, nuvens de tags, navegação facetada; resultado ordenado por relevância; mecanismos
de autocorreção como “você quis dizer?”; recomendações de materiais relacionados; e
contribuições dos usuários, permitindo-os adicionar dados como resenhas, críticas e tags.
Coyle (2016) vai mais adiante e cita um exemplo do que seria possível com a aplicação
dos preceitos do Linked Data e da Web Semântica no universo bibliográfico, com o autor
identificado em uma descrição de catálogo de biblioteca podendo se interligar com a página de
informações do autor na Amazon ou com a entrada enciclopédica sobre o autor na Wikipédia.
O maior desafio seria fazer essa transição, usando-se de novos modelos.
Tendo isso em vista, pode-se citar o trabalho de Candela et al. (2015) que descreveu a
migração das entradas do catálogo da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes para uma nova
base de dados relacional que segue os modelos conceituais promovidos pela International
Federation of Library Associations and Institutions (IFLA), em particular, às especificações
FRBR. O artigo descreve as etapas aplicadas para a migração de uma coleção de registros
MARC21 para um conjunto de triplos Resource Description Framework (RDF), que é
amplamente incentivado pelos princípios do Linked Data de Berners-Lee (2006), contendo
metadados bibliográficos em RDA.
No contexto da RDA, a descrição bibliográfica, segundo Lourenço (2020, p. 159), “[...]
se torna mais clara para o usuário, com o fim das abreviações e expressões em latim”. Há a
percepção de que o usuário realiza suas buscas tendo quatro tarefas básicas em mente:
encontrar, identificar, selecionar e obter. Mudanças como essas são importantes no cenário
citado por Díez (2012) da marginalização dos catálogos de bibliotecas e da preferência pelas
interfaces amigáveis de sites como o Google.
II Encontro de RDA no Brasil
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�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
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3 Considerações finais
Os catálogos de biblioteca assumem um papel marginal quando comparados com
outros sistemas de recuperação da informação como Google e Amazon. A nova geração de
usuários espera por interfaces mais amigáveis e dinâmicas, que permitam maiores interações e
acesso ao texto completo.
No cenário de mudanças tecnológicas como o Linked Data e a Web Semântica é
importante citar a RDA. Conforme a literatura encontrada, a RDA permite maior dinamicidade
dos catálogos, podendo oferecer soluções para uma nova geração de catálogos mais voltados
para as necessidades atuais dos usuários. Isso tornaria os catálogos e as bibliotecas mais
competitivas no cenário informacional.
No futuro pretende-se realizar maiores estudos sobre as possibilidades de aplicação da
RDA para construção de catálogos mais abertos e amigáveis em nível nacional, como o
trabalho citado da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes.
Referências
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�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
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II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
��
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Encontro de RDA no Brasil (2. : 2021)
Contributor
An entity responsible for making contributions to the resource
Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB). Grupo de Trabalho em Catalogação (GT-CAT)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Biblioteconomia e Ciência da Informação (LABIB)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sistema de Bibliotecas
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
ISBN 978-85-85024-14-7
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access (RDA)
Catalogação descritiva
Regras de catalogação
Description
An account of the resource
Nesta publicação reunimos textos apresentados durante o II Encontro de RDA no Brasil, realizado nos dias 01, 03, 05, 08, 10 e 12 de novembro de 2021, de forma remota, com transmissão on-line. O Encontro foi promovido pelo Grupo de Trabalho em Catalogação (GT-CAT) da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB), pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa e Extensão em Biblioteconomia e Ciência da Informação (LABIB) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), contando também com o apoio da EBSCO Information Services e do ITMS Group.
Conteúdo: Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples / Fernando Modesto. - O kairos para uma formação catalográfica crítica / Filipe Reis. - Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA / Felipe Augusto Arakaki, Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez, Ana Carolina Simionato Arakaki. - Contextos de la aplicación de RDA en América Latina / Filiberto Felipe Martínez Arellano. - O RDA visto a 30 mil pés / Liliana Giusti Serra. - Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS / Clarissa Jesinska Selbach. - O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA): os efeitos do padrão nas interfaces dos resultados de busca / Heytor Diniz Teixeira, Rachel Cristina Vesu Alves. - Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS / Clarissa Jesinska Selbach, Anamaria Ferreira, Loiva Duarte Novak, Lucas Martins Kern. - Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA / Rhuan Henrique Alves de Oliveira, Fabiano Ferreira de Castro. - Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação / Ana Carolina Simionato Arakaki. - CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados / Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro, Felipe Augusto Arakaki. - Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais / Natalia Gallo Cerrao, Fabiano Ferreira de Castro. - RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data / Letícia Guarany Bonetti, Ana Carolina Simionato Arakaki.
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6231/2022-catalogacao-personagens-ficticios-pucrs.pdf
74636771ea12a99e92a5397d129cf383
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Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Catalogação de personagens fictícios em RDA na
Biblioteca Central da PUCRS
Cataloging of fictional characters in RDA at the PUCRS
Main Library
Clarissa Jesinska Selbach
Coordenadora do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Informática na Educação e Gestão Empresarial
(PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9478127061244737
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3262-5801
E-mail: clarissa.selbach@pucrs.br
Anamaria Ferreira
Bibliotecária do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3927877993135021
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3261-319X
E-mail: anamaria@pucrs.br
Loiva Duarte Novak
Bibliotecária do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Gestão Empresarial (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9000973389535926
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1476-555X
E-mail: loiva.novak@pucrs.br
Lucas Martins Kern
Bibliotecário do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Filosofia e Autoconhecimento e em Gestão de
pessoas: carreiras, liderança e coaching (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2424083998248883
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8271-102X
E-mail: lucas.kern@pucrs.br
Resumo
A Biblioteca Central Irmão José Otão, da PUCRS, adotou o Resource Description and Access (RDA) na
catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016. Desde então, busca formas de aprimorar
os catálogos de modo a atender às necessidades dos usuários. Este relato de experiência aborda o
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Selbach; Ferreira; Novak; Kern
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desenvolvimento do projeto “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” pelos
bibliotecários do Setor de Tratamento da Informação (STI), que teve como objetivo criar e controlar
registros de autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações
entre as obras e proporcionando mais uma forma de pesquisa na ferramenta de descoberta da Biblioteca
da PUCRS.
Palavras-chave: Catalogação. Resource Description and Access (RDA). Personagens fictícios.
Abstract
The Irmão José Otão Main Library, from PUCRS,) adopted the Resource Description and Access (RDA)
in the cataloging of the bibliographic and authorities records in 2016. Since then, it has been looking for
ways to improve the catalogs to meet the needs of users. This experience report approaches the
development of the project "Cataloging fictional characters in RDA at the Main Library" by librarians
from the Information Treatment Sector (STI), which aimed to create and control authority records of
authorized access points for fictional characters, generating relations between the works and provide
yet another way to search in the PUCRS Library discovery service.
Keywords: Cataloguing. Resource Description and Access (RDA). Fictional characters.
1 Introdução
A Biblioteca Central Irmão José Otão, vinculada à Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS) adotou oficialmente o conjunto de diretrizes do Resource
Description and Access (RDA) na catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016.
Ao ser a primeira biblioteca brasileira a implementar o RDA em ambos os tipos de registros,
encontra-se o desafio de aliar os fundamentos de modelos conceituais e das normas do novo
código à prática diária da catalogação. Ao longo da sua história, a Biblioteca busca excelência
na catalogação, adequando-a à realidade da instituição e do público a que atende.
No cenário atual da Biblioteca da PUCRS, o Setor de Tratamento da Informação (STI) é
responsável pela catalogação, aquisição e por atividades relativas à recuperação de materiais
físicos do acervo. Os bibliotecários catalogadores têm o compromisso de avaliar os processos
constantemente, buscando formas de melhorar as atividades sempre com vista a atender às
necessidades dos alunos, professores, técnicos administrativos e toda a comunidade atendida
pela Biblioteca.
Com a finalidade de proporcionar mais um benefício ao usuário da Biblioteca da
PUCRS durante a pesquisa bibliográfica, os bibliotecários do STI desenvolveram um projeto
intitulado “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” (BIBLIOTECA
CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO, 2019). O objetivo do projeto foi criar e controlar registros de
autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações entre
as obras. A metodologia deste trabalho é de estudo de caso visando explanar sobre o relato de
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experiência, que aborda o desenvolvimento do projeto em meio à pandemia do novo
coronavírus (COVID-19) e que trouxe mais uma forma de pesquisa no catálogo de autoridades
da Biblioteca da PUCRS.
2 Histórico do RDA na Biblioteca da PUCRS
Para se manter alinhada à visão da PUCRS, que é ser referência internacional em
Educação Superior por meio da inovação e do desenvolvimento social, a Biblioteca trabalha na
busca de excelência para oferta de seus serviços de forma que o usuário desfrute de uma
experiência de uso completa. O STI é responsável pelo tratamento dos dados e do material
físico que compõem o acervo da Biblioteca. Para acompanhar a evolução da representação
descritiva, em 2013 iniciaram-se os estudos sobre o RDA, novo código de catalogação
internacional (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2020). Foram realizados grupos de
estudos pelos bibliotecários, participações em palestras e encontros com a intenção de
construir um alicerce sólido para tamanha mudança. Em 2016 iniciou-se, então, o processo de
implementação com definições nas políticas de catalogação, atualizações nas ajudas de campo
MARC21 (Machine Readable Cataloging), mapeamento dos tipos de materiais, criação de
templates próprios para cada tipo de material nos registros bibliográficos e de autoridades e
alteração das abreviaturas e expressões latinas. A partir deste momento, todos os materiais
incluídos no acervo têm sua catalogação completa em RDA, já os materiais que retornam ao
Setor para alguma revisão são convertidos para RDA e o restante dos registros passaram a
híbridos com as atualizações em lote de campos MARC21 possíveis.
No controle de autoridades, destaca-se que o nível de detalhamento na descrição dos
registros de autoridades é exaustivo, incluindo um grande número de atributos disponíveis,
que podem ser localizados nas fontes de informação estabelecidas nas políticas de catalogação
sendo elas: Library of Congress, VIAF (Virtual International Authority File), ISNI (International
Standard Name Identifier), bibliotecas nacionais de acordo com a nacionalidade do autor e
Currículo Lattes. Essa prática possibilita a distinção de homônimos, além de oferecer dados
confiáveis a respeito das autoridades, transformando o catálogo de autoridades em uma fonte
de pesquisa fidedigna sobre as pessoas, entidades e eventos.
Consolidado o uso do RDA na catalogação, a equipe segue acompanhando as
atualizações no código, as discussões da área e, periodicamente, revê as políticas e a prática da
catalogação no STI com vista a suprir as necessidades e os interesses dos usuários, principal
foco do Setor.
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3 Personagens fictícios na Biblioteca da PUCRS
A catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca da PUCRS visa
precipuamente a melhora na recuperação das informações pelos usuários, buscando satisfazer
suas necessidades e interesses e melhorar a navegação e a fluidez entre os registros
bibliográficos que possuam personagens, seja como objeto de estudo, seja numa obra de ficção.
A ideia surgiu a partir da percepção da equipe a respeito da grande produção científica que
abordava a história de personagens fictícios nas mais variadas facetas. Ao realizar o
processamento técnico de artigos, teses, dissertações com análises de personagens, críticas e
relatos da história deles, foi possível perceber a pluralidade de diferentes instâncias sob as
quais o olhar acadêmico e científico pode se dedicar. Com isso, fundamentou-se o projeto com
estudos sobre a teoria da área e pesquisas em catálogos de bibliotecas que já utilizam os
personagens fictícios como ponto de acesso de pessoa-personagem. Verificaram-se as
orientações existentes no RDA, analisaram-se os campos MARC21 permitidos para o controle
de atributos de autoridades e, por fim, realizou-se a tomada de decisão quanto à criação dos
pontos de acesso.
No planejamento do projeto, buscou-se bibliotecas que são referência na catalogação
em RDA. Contatou-se a Library of Congress e as Bibliotecas Nacionais da Alemanha, Austrália,
Israel e República Tcheca via e-mail, buscando a troca de experiências (DEUTSCHE
NATIONALBIBLIOTHEK, 2019; LIBRARY OF CONGRESS, 2019; NATIONAL LIBRARY OF
AUSTRALIA, 2019; NATIONAL LIBRARY OF ISRAEL, 2019; NATIONAL LIBRARY OF THE
CZECH REPUBLIC, 2019). A equipe estava ansiosa pelo retorno das bibliotecas, visto que são
exemplos mundiais e seria positivo conhecer a prática delas. Assertivamente, todas as
bibliotecas responderam como se dava a catalogação em RDA dos personagens. As Bibliotecas
Nacionais, assim como a Biblioteca da PUCRS, utilizam a Library of Congress como fonte
principal para a pesquisa dos atributos de personagens. Também informaram que antes do
RDA, já utilizavam personagens fictícios como termo tópico de assunto. Na migração para
RDA, esses registros foram readequados para pontos de acesso de pessoa-personagem.
Relataram que a catalogação de personagens fictícios é uma prática comum, sendo uma
atividade rotineira. A Biblioteca Nacional da Alemanha informou que é indispensável ao
trabalho diário e a Library of Congress relatou que o controle de autoridades é reflexo da
vontade de aumentar a capacidade de encontrar recursos.
Munidos do conteúdo do webinar promovido pela American Library Association (ALA)
sobre o assunto, intitulado “RDA Web seminar: New Concepts: Fictitious and Non-human
Personages”, foi possível sanar dúvidas relativas ao uso de atributos no controle de
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personagens fictícios (SPROCHI, 2019). Assim, definiu-se os critérios de seleção de
personagens, sendo aqueles que: a) sejam pessoa-personagem principal ou assunto da obra; b)
existam no VIAF; e c) sejam relevantes para o público da Biblioteca. Respeitam-se esses
critérios, com exceção de personagens significativos para o público da Biblioteca que não
existam no VIAF. Nesses casos, os bibliotecários se reúnem e decidem se deve ser criado ou
não.
Com a pandemia do COVID-19, a Biblioteca fechou em março de 2020, migrando o
regime de trabalho para remoto inicialmente e, posteriormente misto, fazendo com que o
projeto fosse alterado em relação ao cronograma e à divulgação nos espaços físicos da
Biblioteca. Adequou-se conforme nova realidade e o resultado do projeto foi apresentado para
a equipe da Biblioteca antes da divulgação oficial como forma de demonstração prática da
pesquisa por personagens na ferramenta de busca e integração entre as equipes para que fosse
transmitido ao usuário de forma eficiente. O processamento técnico trabalha na melhoria da
recuperação da informação pelos usuários, e o Setor de Serviços tem o papel fundamental de
auxiliar no encontro dessa informação.
A ação de divulgação do projeto foi realizada de forma on-line, com o auxílio do Setor
de Suporte e Desenvolvimento, na criação de um vídeo promocional disponível no Instagram 1
da Biblioteca e no canal da PUCRS no Youtube 2. O vídeo apresenta o passo a passo de como
pesquisar um personagem fictício na ferramenta de busca, além de trazer os personagens para
os espaços públicos da Biblioteca, através de efeitos especiais.
Para localizar um personagem fictício na ferramenta de busca da Biblioteca, é
necessário digitar o nome do personagem na caixa de pesquisa. A partir da busca, o sistema
recupera todos os documentos que possuem o personagem relacionado no registro
bibliográfico, sejam livros, artigos, teses, dissertações, filmes, cartazes ou quaisquer outros
tipos de documentos. Na figura 1 observa-se o registro bibliográfico completo disponível na
ferramenta de busca OMNIS na visão do usuário, contendo o relacionamento entre autoridade
de personagem e obra.
1
Vídeo de divulgação disponível no IGTV do perfil da Biblioteca da PUCRS no Instagram (@bibliotecapucrs):
https://www.instagram.com/tv/CMP5l8fJACj
2
Vídeo de divulgação disponível no canal da PUCRS no YouTube: https://www.youtube.com/watch?
v=OM1VydIQMJ0
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Figura 1 – Registro bibliográfico na ferramenta de busca OMNIS
Fonte: Biblioteca Central Irmão José Otão (2021a).
No catálogo de autoridades, os personagens estão descritos de forma exaustiva,
contando com atributos encontrados nas fontes de informação citadas anteriormente. Os
principais campos MARC21 preenchidos na autoridade referem-se a nome, local (imaginário
ou real), campo de atividade, ocupação, entidade associada (imaginária ou real), idioma,
remissivas para outros nomes conhecidos e notas específicas para registro permanente de
algum dado descrito. Na figura 2, retrata-se um exemplo de autoridade de personagem fictício
no sistema Aleph, utilizado pela Biblioteca.
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Figura 2 – Registro de autoridade no sistema Aleph
Fonte: Biblioteca Central Irmão José Otão (2021b).
A indexação de personagens fictícios como pontos de acesso de assunto na Biblioteca
ocorre em obras que fazem uso de análises, críticas e interpretações, contam sua trajetória,
além da presença do próprio personagem como elemento representativo da obra. Conta-se
hoje com documentos indexados com os mais variados personagens, entre eles: Drácula,
Frankenstein, Chewbacca, Darth Vader, Homem Aranha, Homem de Ferro, Hulk, Pantera cor
de rosa, Mickey Mouse, Menino Maluquinho, Bob Esponja, Ben 10, Brás Cubas, Dom Quixote,
Harry Potter, Zorro.
4 Considerações finais
Personagens fictícios já eram utilizados na indexação de assuntos na Biblioteca da
PUCRS, porém eram termos não controlados e havia poucos registros. Com o aumento da
demanda de trabalhos científicos que embasavam seus estudos na vida destes personagens,
bem como o extenso acervo de literatura culminaram para a ideia inicial do projeto. Na
proposta inicial, o lançamento da ação previa o número de 50 autoridades controladas em
RDA, para divulgação ocorrer. Contudo, realizado o levantamento de materiais que possuíam
essa temática, verificou-se uma gama maior de documentos e então o projeto foi lançado com
o controle de autoridade em RDA de mais de 70 personagens fictícios. Estimado o número
atual de personagens, leva-se a pensar na pequena representatividade quantitativa, porém
salienta-se que a atividade de controle de autoridades de personagens fictícios foi incluída e
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soma-se a tantas outras atividades desenvolvidas pelos bibliotecários e que fazem parte do
fluxo de trabalho do STI. É uma nova atividade que possibilita a descoberta de novos
documentos a cada dia.
A respeito do projeto destaca-se o caráter inédito na indexação de personagens com
atributos em RDA no contexto da catalogação brasileira, conferindo pioneirismo à Instituição.
Acrescentamos ainda o viés de popularidade do projeto, visto que grande parte dos usuários
aprecia obras ficcionais e se interessa pelas diferentes ópticas sobre as quais é possível
explorar o universo intangível. Neste sentido, salienta-se a satisfação do grupo de
catalogadores durante a execução do projeto.
Ressalta-se, por fim, que o ‘RDA original’ inicialmente foi modelado de acordo com o
FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records) e permitia que se registrasse
denominações fictícias e não-humanas quando possuíam responsabilidade sobre a obra, e
quando era assunto dela. Posteriormente, em 2013, o ‘RDA original’ foi atualizado em
concordância com os modelos FRAD (Functional Requirements for Authority Records) e FRSAD
(Functional Requirements for Subject Authority Records) e passou a permitir o registro de
personagens fictícios a partir do controle de autoridades (LIBRARY OF CONGRESS, 2021).
Com a recente publicação do modelo conceitual Library Reference Model (LRM) foi
desenvolvido o projeto 3R com vistas a remodelar o RDA de acordo com as novas diretrizes
conceituais. O LRM deixou de indicar denominações fictícias e não-humanas como
responsáveis por uma obra (INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS
AND INSTITUTIONS, 2017), então, decidiu-se relacionar os registros bibliográficos com
personagens que fossem assunto da obra, apenas. Com a atualização para o novo RDA oficial,
agora fundamentado no LRM, a Biblioteca da PUCRS segue a catalogação de acordo com as
diretrizes atuais.
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II Encontro de RDA no Brasil
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�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
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II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6231/catalogacao-personagens-ficticios.pdf
7e5b606ebf2a69905a65aaccfc9dd905
PDF Text
Text
Catalogação de
Personagens Fictícios
em RDA na
Biblioteca Central da
PUCRS
Anamaria Ferreira
Clarissa Jesinska Selbach
Loiva Duarte Novak
Lucas Martins Kern
5 nov. 2021
�Sobre a Biblioteca da PUCRS
• Contexto do Ensino Superior
• Multiplicidades de recursos
informacionais;
• Amplo escopo temático.
• Preza e estimula a Lifelong
Learning
II Encontro de RDA no Brasil
�Setor de Tratamento da Informação
• Catalogação é de
responsabilidade do
Setor de Tratamento
da Informação (STI)
• Estudo e atualização
contínua;
• Adequação ao
contexto PUCRS e aos
usuários;
• Excelência na
catalogação.
II Encontro de RDA no Brasil
�Personagens fictícios na literatura
• Personagens como assunto
Mas... O que há de diferente?
II Encontro de RDA no Brasil
�Biblioteca da PUCRS X RDA X Projeto Personagens
Lançamento Atualização
RDA
RDA
2010
2013
RDA Beta Toolkit
Lançamento
2016
2018
Implementação
do RDA na
PUCRS
List of the Subject Headings Manual PDF Files
H 1610 Fictitious Characters
II Encontro de RDA no Brasil
Alteração para
RDA Oficial
2019
Início
Projeto
Personagens
2020
2021
Conclusão do
Projeto
Personagens
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Embasamento teórico
• Personagens fictícios podem
ser tratados como assuntospessoa e se tornam entidades
com atributos
• No MARC21 isso significa que os
personagens podem migrar de assunto
tópico 150, para assunto-pessoa 100
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Usuários
Teoria
II Encontro de RDA no Brasil
Acervo
Percepção dos
bibliotecários da
produção científica
que aborda a história de
personagens fictícios nas
mais variadas facetas.
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Planejamento do Projeto
Estudo da teoria
relacionada
Experiências
anteriores
RDA
Contato com
outras bibliotecas
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Embasamento teórico
• American Library Association (ALA)
RDA Web seminar:
New concepts: fictitious and Non-human Personages
Amanda K. Sprochi
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Contato com bibliotecas internacionais
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Fundamentação do Projeto
Estudo da teoria
relacionada
Experiências
anteriores
É possível catalogar
personagens em RDA e a
experiência de outras
bibliotecas é positiva
Controle de autoridades é reflexo da vontade
de aumentar a capacidade de encontrar
recursos (Library of Congress).
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�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Projeto Personagens Fictícios
Embasamento teórico;
Práxis;
Entusiasmo da equipe;
Compromisso.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Objetivos
II Encontro de RDA no Brasil
Criar e controlar registros
de autoridade de pontos de
acesso autorizados para
personagens fictícios, gerando
relações entre as obras
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Objetivos
Recuperar a informação através de mais
uma forma de ponto de acesso
autorizado no catálogo de autoridades
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Execução do Projeto
Atualização dos campos
de ajuda MARC21
Tomada de decisão e
Manual do Setor
Critérios:
• Sejam pessoa-personagem principal ou assunto da obra;
• Existentes no Virtual International Authority File (VIAF);
• Sejam relevantes para o público da Biblioteca*.
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�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Na prática: AACR2
Autoridade em AACR2
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Na prática: Autoridade em RDA
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Na prática: Autoridade em RDA
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Benefício para o usuário
Qual o benefício
para o usuário?
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Benefício para o usuário
Melhor navegação e fluidez
entre os registros bibliográficos que
possuem personagens,
seja como objeto de estudo,
seja numa obra de ficção.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Interface do usuário
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Interface do usuário
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�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Promoção do Projeto
• Covid-19 e implicações;
• Espaços físicos;
• Comunicação interna;
• Público externo.
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�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Integração da equipe para o sucesso do Projeto
COORD
SSA
SUCESSO
SSD
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STI
�Considerações: Projeto Catalogação de Personagens
Fictícios em RDA
Personagens já existiam no
catálogo, porém com poucos ou
quase sem atributos.
Destacamos o ineditismo da
indexação de personagens com
atributos em RDA no Brasil.
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�Considerações: Projeto Catalogação de Personagens
Fictícios em RDA
Estamos atualizados com a teoria
e integrados à catalogação
internacional.
RDA Oficial fundamentado no
modelo conceitual LRM, fica
estabelecido o ponto de acesso
para os personagens.
II Encontro de RDA no Brasil
�Considerações: Projeto Catalogação de Personagens
Fictícios em RDA
Atividade contínua
possibilitando a descoberta de
novos documentos e novas
facetas.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Resultados esperados
Esperamos melhorar a experiência
do usuário, aproximando-o do
catálogo, facilitando a busca e
entregando conteúdo fidedigno e
de qualidade.
II Encontro de RDA no Brasil
�biblioteca.pucrs.br
biblioteca.catalogacao@pucrs.br
@BibliotecaPUCRS
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Clarissa Jesinska Selbach
Anamaria Ferreira
Loiva Duarte Novak
Lucas Martins Kern
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Resource Description and Access (RDA)
Personagens fictícios
Description
An account of the resource
A Biblioteca Central Irmão José Otão, da PUCRS, adotou o Resource Description and Access (RDA) na catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016. Desde então, busca formas de aprimorar os catálogos de modo a atender às necessidades dos usuários. Este relato de experiência aborda o desenvolvimento do projeto “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” pelos bibliotecários do Setor de Tratamento da Informação (STI), que teve como objetivo criar e controlar registros de autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações entre as obras e proporcionando mais uma forma de pesquisa na ferramenta de descoberta da Biblioteca da PUCRS.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6232/2022-catalogacao-descritiva-breves-reflexoes.pdf
6f606ca7b1eb26a063c51f7cc23d02c6
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu
ensino e a aplicação da linguagem simples
Descriptive catalog: brief reflection on its teaching and the
application of plain language
Fernando Modesto
Professor na Universidade de São Paulo (USP). Graduação e Mestrado em Biblioteconomia e
Documentação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Doutorado em Ciências da
Comunicação pela USP. Pós-Doutorado pela Universidade Carlos III de Madrid, Espanha.
Experiência acadêmica na área da Ciência da Informação – Biblioteconomia.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1070631453914536
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0535-5471
E-mail: fmodesto@usp.br
Resumo
Testemunha-se uma grande revolução na tecnologia da informação e comunicações. Revolução que se
reflete na publicação e no acesso a recursos de informação. Neste aspecto, a intenção deste texto, ao
comentar o ensino da catalogação, é o de demonstrar como a boa instrução e/ou orientação que
contribua com conhecimentos e habilidades pode contribuir para uma atividade catalográfica inovadora.
Ressaltar a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico, sustentado em uma aplicação
técnica. Em termos metodológicos, trata-se de uma reflexão descritiva, baseada em levantamento
bibliográfico. Considera-se que uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro
bibliotecário a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora.
Palavras-chave: Catalogação Descritiva. Ensino Catalográfico. Linguagem Simples. Formação
Profissional. Bibliotecário de Catalogação.
Abstract
We are witnessing a great revolution in information and communications technology. Revolution that is
reflected in publication and access to information resources. In this aspect, the intention of this text,
when commenting on the teaching of cataloging, is to demonstrate how good instruction and/or
guidance that contributes with knowledge and skills can contribute to an innovative cataloging activity.
Emphasize the importance of teaching mediated by theoretical support, supported by a technical
application. In methodological terms, it is a descriptive reflection, based on a bibliographic survey. It is
considered that a good training in the teaching of cataloging should enable the future librarian to
exercise the cataloging activity in a productive and innovative way.
Keywords: Descriptive Cataloging. Cataloging Teaching. Plain Language. Professional qualification.
Cataloging Librarian.
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Modesto
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1 Introdução
Nas últimas duas décadas, testemunha-se uma revolução na tecnologia da informação
e comunicações. Cenário de desafios aos bibliotecários que se encontram operando em
ambiente híbrido (tradicional e eletrônico), onde devem exercer suas funções com diferentes
ferramentas tecnológicas e novos processos de controle bibliográfico. Além das regras
tradicionais de catalogação anglo-americanas, das ferramentas de classificação e dos
cabeçalhos de assuntos utilizados há muito tempo, surgiram novas estruturas bibliográficas.
Na vanguarda tem-se a normativa Recursos: descrição e acesso – RDA, e esquemas de
metadados como Dublin Core e BIBFRAME, que exigem habilidades para gerenciar a
informação. Assim, ressalta-se a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico e
técnico, em procedimento que auxilie a transformar e aprimorar os processos catalográficos,
em benefício do usuário. Em termos metodológicos, trata-se de reflexão descritiva, baseada em
levantamento bibliográfico, com abordagem na atuação de personalidades históricas do
campo. Destaca-se aspecto da comunicação social nos serviços e produtos catalográficos, por
meio de uma linguagem simples.
2 O Ensino da Catalogação: entre a prática e a teoria
Mateoré e Lencinas (2020) comentam que o lançamento da RDA gerou desafios de
implementação para as bibliotecas. Um destes desafios está relacionado ao ensino em cursos
de Biblioteconomia. Alertam para o escasso interesse pela normativa, seus aspectos básicos e
exemplos de aplicação. O próprio Comitê de Teste RDA publicou recomendações para que os
programas de biblioteconomia garantissem aos estudantes familiaridade com os conceitos e
terminologias dos requisitos funcionais e os princípios catalográficos; além do potencial dos
dados vinculados. As autoras destacam que os programas de formação, nos Estados Unidos,
enfatizam o ensino teórico. Entretanto, se o objetivo é formar catalogadores coerentes em criar
registros, como não considerar a necessidade de saber como encontrar e localizar materiais,
como e porque estruturar registros e procedimentos de sua recuperação. Segundo Hixson
(2005), a ALCTS (Association for Library Collections & Technical Services), por meio de seu
Grupo de Trabalho desenvolveu pesquisa onde mostra que os conhecimentos e habilidades em
torno dos padrões catalográficos e de classificação tradicionais continuam sendo relevantes, no
atual entorno digital.
No Brasil, as bibliotecas seguem lentas na adesão para a RDA, mantendo dominante a
catalogação tradicional. O ensino da catalogação amplia a carga de conteúdo entre temas
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antigos e novos. Na atualidade, o ensino utiliza de modelos pedagógicos; recursos visuais;
jogos; visitas didáticas; análise de catálogos e ferramentas de descoberta; palestras;
laboratórios; softwares livres ou comerciais. Alternativas necessárias, não eliminatórias na
busca por metodologias que contribuam para além das habilidades catalográficas operacionais.
A formação ajuda no desempenho profissional, embora um perfil vocacionado e inovador
influencie. A história da catalogação apresenta exemplos de desempenho inovador.
2.1 Zenódoto de Éfeso (323 ou 333 - 260 a.C.) e Calímaco de Cirene (310 - 240 a.C.)
Zenódoto, era intelectual, tutor dos filhos do rei e chefe da biblioteca de Alexandria.
Estabeleceu sistema de armazenamento para obras, ordenadas de acordo com a natureza do
seu conteúdo (verso, prosa, literário, científico). Inova ao implementar a ordem alfabética
como um modo de organização da coleção bibliográfica. Recruta e treina uma equipe
composta de classificadores, inspetores, atendentes, pajens, copistas, restauradores, entre
outros. Calímaco sucedeu a Zenódoto e foi o responsável pela catalogação. Contribuiu com as
Pinakes – “Tábuas das pessoas eminentes em todos os ramos da aprendizagem, junto com uma
lista de seus escritos”. Uma compilação bibliográfica de textos gregos, composto de 120 livros.
Dividia-se por categorias, ordenadas pelo nome de autores e títulos. Cada autor possuía uma
breve biografia. (CASSON, 2018, p. 50). As tábuas forneciam aos usuários facilidade para
encontrar os documentos. Personagens dominantes na fase inicial da erudição alexandrina,
eram focados em literatura e pensaram modelos biblioteconômicos inovadores. Ambos
identificaram problemas e aplicaram soluções.
Certamente, há outros exemplos na história da catalogação bibliográfica, mas
seleciona-se os três gênios da catalogação: Panizzi, Cutter e Lubetzky. Assim considerados por
Gorman (1968), porque depois deles nada mais foi feito a favor de regras mais intuitivas, e que
se tornassem compatíveis com o conhecimento dos usuários do catálogo.
2.2 Antony Panizzi (1797 – 1879)
Panizzi ao aceitar o cargo de bibliotecário no Museu Britânico, depara-se com o
desafio de reorganizar a coleção e o catálogo. Redefine procedimentos, grupo de trabalho e
mudanças dos processos. Inovando a catalogação e o catálogo, inclusive nos valores sociais da
finalidade catalográfica. Entende que o catálogo deve servir para democratizar o acesso à
informação a todos igualitariamente. Escreveu, em 1836, no relatório aos curadores do museu,
que o seu trabalho “é facilitar o acesso às obras que fazem parte da coleção” (BATTLES, 2003,
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p. 132-133). Panizzi era impulsionado por suas raízes progressistas. Impulsos estes que ele
deixa claro ao escrever no relatório:
Eu quero que o estudante pobre tenha os mesmos recursos que o homem
mais rico deste reino para satisfazer sua vontade de aprender, desenvolver
atividades racionais, consultar autoridades nos diversos assuntos e
aprofundar-se nas investigações mais intricadas. Acho que o governo tem a
obrigação de dar a esse estudante a assistência mais generosa e desprendida
possível. (BATTLES, 2003, p. 132-133).
Indica que o catálogo deve ser mais que uma listagem de obras, um instrumento de
colaboração à transformação social. Sob este contexto social, ensinar RDA deve servir para
aperfeiçoar a função dos catálogos na promoção das liberdades intelectuais e justiça social.
2.3 Charles Ammi Cutter (1837-1903)
A personalidade que fixou a estrutura básica do registro catalográfico, dentre outras
contribuições para a catalogação. Trouxe um senso de respeito e liderança para a profissão, ao
exercer papel ativo na gestão de bibliotecas, atividades acadêmicas, ensino e ativismo
equilibrado no âmbito profissional. Deu um toque de inteligência e humor no relacionamento
com as pessoas. De origem humilde, o seu prenome “Ammi” tem significado bíblico “meu
povo”. Órfão, foi criado pelas tias paternas. A escolha pela biblioteconomia, ocorreu com a
nomeação como assistente na biblioteca de Harvard. Certamente, contribuíram para sua
decisão, o ambiente da catalogação, a sua natureza tranquila, a paixão pela literatura e a
influência da tia bibliotecária ou de algum bibliotecário-chefe. Seja qual for a razão, sua opção
beneficiou bibliotecas, a profissão e os usuários. Resultado de um trabalho dedicado à
eficiência do acesso à informação por meio do desenvolvimento de um sistema de catalogação.
Ao começar a trabalhar no Harvard College, em 1860, auxilia na compilação de um fichário
com mais de 100.000 volumes, que incluía autores e índice de categorias em ordem alfabética.
Simultaneamente, desenvolve um catálogo para a Biblioteca Pública de Boston. A experiência
com a catalogação, obtido nas bibliotecas, o prepara para aceitar a nomeação como
bibliotecário do Boston Athenaeum, em 1869. Onde efetua mudanças na política bibliográfica
com uma abordagem proativa na gestão da biblioteca e a comunidade usuária. Na posição de
autoridade, ele implementa inovações no sistema de classificação em uma das bibliotecas mais
importantes do país, por abrigar a maior coleção de livros clássicos. Ao revisar o catálogo do
Athenaeum, ele desenvolve um novo, com 3.402 páginas. Além dos elogios pelo trabalho
realizado, a sua credibilidade cresce entre os mantenedores da instituição. Isso favorece a
publicação das suas regras para um Catálogo Dicionário, em 1875. (CUTTER, 1931). Cutter se
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construiu como bibliotecário, influenciado por mentores e desenvolvendo trabalhos
significativos
em
instituições
importantes.
Forjado
no
enfrentamento
da
gestão,
desenvolvimento de coleções e construção de catálogos. Entre os seus princípios de
catalogação, a orientação à conveniência do público. (GORMAN, 1968).
2.4 Seymour Lubetzky (1898-2003)
É considerado o maior teórico de catalogação descritiva. Nascido na Bielo-Rússia,
estudou literatura e línguas, antes de imigrar para os Estados Unidos onde diplomou-se em
línguas, na UCLA (1931). Em 1932, a University of California concedeu-lhe o título de mestre
em línguas alemãs e em biblioteconomia. Começa a trabalhar como catalogador na UCLA, e a
publicar artigos sobre sistema e princípios de catalogação. Os textos influenciam a área. A
sínteses de sua percepção da catalogação era a da “catalogação racional e funcional”. Para
Campbell e Fost (2004), Lubetzky utilizava a distinção entre obras e edições para esclarecer o
propósito do catálogo. Ser uma ferramenta bibliográfica, em oposição a uma lista de inventário
ou uma ferramenta de referência. O catálogo, especialmente aquele que segue
escrupulosamente as regras de entrada principal, funciona muito mais do que uma lista de
inventário, pois orienta o usuário em uma estrutura bibliográfica coerente, preenchida por
obras e edições, todas ligadas por relações intrincadas.
[...] a função da biblioteca é fornecer aos seus usuários não apenas os
materiais de que precisam, mas também a orientação "bibliográfica"
necessária para os ajudar a fazer o uso ideal dos materiais, então o catálogo
terá de ser feito para informar a um pesquisador em busca de um livro não
apenas se a biblioteca tem esse livro, mas também quais outras edições e
traduções da obra que a biblioteca tem […] Mas há ainda outra relação
“bibliográfica” de interesse direto e indireto para muitos usuários do
catálogo: é a inter-relação entre as obras de um autor. Mostrar quais obras a
biblioteca possui de um determinado autor é de interesse direto para muitos
usuários envolvidos, não com qualquer livro ou obra em particular, mas sim
com um autor específico que pode ser representado por suas obras na
biblioteca. (LUBETZKY [1969, p. 271], citado por CAMPBELL; FOST, 2004, p.
29).
A criação de uma ferramenta bibliográfica como a que Lubetzky descreve requer
tempo, experiência, treinamento e recursos. Na análise dos seus princípios, descobre-se que a
comunidade dos usuários está no cerne da catalogação convencional de duas maneiras
diferentes, mas igualmente importantes. Em primeiro lugar, a sua defesa pela entrada principal
sob a qual são agrupadas e ordenadas em torno dos autores como entidades definidoras. O
catálogo deve fornecer representações de autores, da mesma forma que as representações de
documentos, edições e obras. Esses “autores”, representados por registros de autoridade de
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pessoais e entidades coletivas, formam uma parte essencial do catálogo enquanto ferramenta
bibliográfica. Em segundo lugar, a ênfase na edição que representa um dispositivo para
fomentar a comunidade. Nos catálogos modernos, a edição é a entidade fundamental que
desencadeia a criação de novos registros bibliográficos: é a coleção de todas as cópias de um
item que vêm de uma única cópia master e, portanto, podem ser consideradas idênticas.
Elizabeth Eisenstein (citada por CAMPBELL; FROST, 2004), comenta que o surgimento
da imprensa revolucionou o aprendizado na Europa. Em especial, pela criação de cópias
idênticas de textos, o que possibilitou uma colaboração frutífera e a construção de
conhecimento através do tempo e da distância entre as pessoas, algo que era, até então, quase
impossíveis. “[As primeiras edições impressas] eram suficientemente uniformes para que
estudiosos em diferentes regiões correspondessem uns aos outros sobre a mesma citação”.
(CAMPBELL; FROST, 2004, p. 35, tradução nossa). Neste sentido, o usuário do catálogo usa
uma ferramenta que foi projetada para a colaboração intelectual, e no qual ao identificar
textos idênticos e diferenciar textos diferentes, torna possível um intercâmbio significativo.
Lubetzky era crítico da tendência de as normativas catalográficas conterem regras específicas
destituídas de coerência ou princípios elucidativos. Combatia os movimentos interessados em
simplificar o máximo as regras, para pagar baixos salários. Enquanto outros grupos defendiam
que os catalogadores contassem com recursos baseados em uma catalogação rica em regras e
pobre em princípios e que pudessem ser executadas sem o julgamento do catalogador. Um
ponto a salientar sobre as personalidades narradas, é as instituições nas quais atuaram e que
tiveram influência nas contribuições e desenvolvimento de um perfil inovador.
2.5 Melvil Dewey (1851 – 1931)
Na tradição da biblioteconomia, a aprendizagem ocorria com cada profissional
treinando os seus sucessores nos conceitos e práticas da área. Antes de 1850, para trabalhar em
biblioteca não era necessário capacitação formal. Após a criação de legislação estabelecendo
bibliotecas públicas como serviço gratuito, há aumento na demanda por pessoal. De 1850 a
1900, o ensino superior norte-americano caracteriza-se por uma proliferação e evolução de
universidades e faculdades, como instituição de ensino e pesquisa. A situação demanda a
necessidade de coleções suplementares de pesquisa e exacerbam a busca por bibliotecários
capacitados em organizar e administrar os materiais. A concepção popular do profissional era
a de um estudioso, dedicado ao cuidado dos livros. Embora Dewey tenha estabelecido a
primeira escola de Biblioteconomia na Columbia College, em 1887, a instituição não era
favorável a uma educação técnica e evitava essa ênfase para os estudos profissionais. Dewey
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estava preocupado com a desorganização dos livros, e esquematizou procedimentos
operacionais para biblioteca. Pensou maneiras de capacitar o pessoal de forma superior à
prática recorrente de treinamento em serviço. Ele propôs um curso de biblioteconomia com
ênfase "em um aprendizado sistemático em Ciência das Bibliotecas”. Complementar ao ensino
ministrado, fundou empresa, a Library Bureau para venda de mobiliários e suprimentos para
bibliotecas. Obcecado com a eficiência, a autoridade e a hierarquia, defendia que as bibliotecas
deveriam privilegiar menos as obras e mais a maneira de organizá-las e disponibilizá-las. Para
isto, se adotasse a padronização generalizada da atividade: “não apenas os esquemas de
catalogação, como também o tamanho das fichas e da sala de fichários deveriam ser os
mesmos em todas as bibliotecas”. Ele escreveu, na primeira edição do American Library
Journal que – “catalogar, indexar e tudo aquilo que envolve essas atividades são coisas que
devem ser feitas de uma vez só para todas as bibliotecas, com enorme economia para cada
instituição [...]”. Desse modo, uma porcentagem bem maior do orçamento poderia ser gasta
em livros. Ele pesava em regras que servissem para qualquer biblioteca. (HALL-ELLIS, 2011, p.
126; BATTLES, 2003, p. 143).
Quando a Universidade de Chicago abriu seu programa de pós-graduação em
Biblioteconomia, em 1926, a teoria tornou-se parte integrante dos currículos. Dewey advertiu
que tais escolas tinham valor pedagógico duvidoso por não seguirem padrões. Mas, desde
1923, tornou-se consenso entre a American Library Association (ALA) e os principais
empregadores em bibliotecas de que a educação bibliotecária deveria ocorrer dentro do
contexto da pós-graduação universitária. (Hall-Ellis, 2011).
Apesar de inovador em vários aspectos, Dewey contribuiu para um processo de
capacitação que restringia a liberdade criativa do bibliotecário. Valorizava procedimentos
operacionais na execução das atividades e na quantificação dos resultados. Na atualidade, as
atividades de tratamento da informação tornam-se mais diversificadas. Segundo Hill (2011), as
pessoas que antes podiam aplicar um único conjunto de regras aos recursos informacionais
para construir um catálogo bibliográfico, agora fazem uso de vários padrões em formatos
diversos de recursos, para construir ferramentas distintas de descoberta. Catalogadores se
tornaram agora especialistas em metadados. O problema é a sua invisibilidade e
desconhecimento. A atividade catalográfica é desconhecida para a maioria dos usuários.
Na questão do ensino da RDA, a normativa delibera a representação dos dados legíveis
pelo usuário, para favorecer as tarefas destes na comunicação com a coleção da biblioteca. Este
é um ponto de valores humanos já comentados.
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3 A Linguagem Simples
Com novos conceitos envolvidos na transformação da catalogação descritiva, salientase que os dados precisam ser mais claros à compreensão humana. Assim, têm-se o conceito da
“linguagem simples”, como um recurso aplicável aos registros bibliográficos, emoldurados na
interface pública do catálogo. A informação precisa ser compreendida pelo público em suas
diversas faixas etárias e níveis instrucionais. (MOTA; WAECHTER, 2015).
Para Silva e Vitorano (2021, p. 304), a linguagem deve servir ao leitor para melhorar a
compreensão precisa da mensagem bibliográfica. Para que possa de maneira rápida e fácil
encontrar e decidir sobre a informação que deseja. Neste aspecto, a essência da linguagem
simples é realçada ao se destacar que “linguagens burocráticas, institucionalizadas,
especializadas, com termos nebulosos, frases evasivas, parágrafos tortuosos, com escritas ruins
ou complexa, podem e devem ser combatidas usando uma linguagem com estilo claro e
simples”. Aspectos que é encontrado em registros bibliográficos, decorrente de regras
marcadas por expressões, como: “Belfasf [i. e. Dublin s. n], 1982”; “[S.l]; [18–?]”; “[ca. 1960]”;
“1 diaf. (70 fotogr.) : color.; 35 mm + 1 v. (39 p. ; 22 cm)”. Situação em que se pode aplicar
conceitos de “linguagem simples” para apoiar formas melhores de comunicação social.
A “Linguagem Simples” (Plain Language), pode ser considerada uma linguagem
desburocratizada por servir a uma filosofia ou tendência em favor do uso de escrita
compreensiva. Objetiva tornar o texto apreensível para o público, sendo uma alternativa para
fazer do trabalho bibliotecário algo assimilável socialmente. Ressalte-se que a RDA prega a
clareza dos registros bibliográficos, entretanto, a escrita catalográfica clara deve estar na
cultura da catalogação brasileira, independente das normativas utilizadas. A biblioteca lida
com todos os extratos sociais, no qual se inclui o nativo digital e a realidade do analfabeto
funcional (AF). Em termos de país, de cada dez brasileiros, três são considerados AF,
conforme dados do IBGE. Do total estimado de 213.464499 milhões de brasileiros, 12%
possuem um nível de “proficiente”, indicador mais alto da escala. O Indicador de Alfabetismo
Funcional (Inaf) que avalia o grau de analfabetismo da população, entre a faixa de 15 a 64
anos, em pesquisa de 2018, apontou que 96% dos alunos que ingressaram ou concluíram o
ensino superior foram considerados alfabetizados funcionais. Porém, apenas 34% deste público
atingiram o nível de proficiência, sendo que 38% não dominam habilidades básicas de leitura e
escrita. (SUFFAIR, 2021).
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4 Considerações finais
Uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro bibliotecário da
catalogação a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora. Uma profissão
que seja impulsionada pelo medo da obsolescência, teme até mesmo olhar dentro de si para se
aprimorar. Devemos seguir construindo uma catalogação melhor, com valores sociais e
orientada a servir inovadoramente ao público brasileiro.
Referências
BATTLES, M. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Ed. Planeta do Brasil, 2003.
CAMPBELL, D. G.; FOST, K. V. Panizzi, Lubetzky and Google: how the modern web
environment is reinventing the theory of cataloguing. The Canadian Journal of
Information and Library Science, v. 28, n. 3, p. 25-38, 2004.
CASSON, L. Bibliotecas no mundo antigo. São Paulo: Vestígio, 2018.
CUTTER, W. P. Charles Ammi Cutter. Chicago: ALA, 1931.
GORMAN, M. A A 1967: the new cataloguing rules. Library Association Record, v. 70, n. 2,
p. 27-32, Feb. 1968.
HALL-ELLIS, S. D. Cataloging/Metadata and Library Science Education Program for
Catalogers and Metadata Specialists: challengers for the twenty first century. In: SANCHEZ, E.
R. (ed.). Conversations with catalogers in the 21st century. Santa Barbara, California:
Libraries Unlimited, 2011.
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II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
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Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
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Title
A name given to the resource
Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Creator
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Fernando Modesto
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catalogação Descritiva
Ensino Catalográfico
Linguagem Simples
Formação Profissional
Bibliotecário de Catalogação
Description
An account of the resource
Testemunha-se uma grande revolução na tecnologia da informação e comunicações. Revolução que se reflete na publicação e no acesso a recursos de informação. Neste aspecto, a intenção deste texto, ao comentar o ensino da catalogação, é o de demonstrar como a boa instrução e/ou orientação que contribua com conhecimentos e habilidades pode contribuir para uma atividade catalográfica inovadora. Ressaltar a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico, sustentado em uma aplicação técnica. Em termos metodológicos, trata-se de uma reflexão descritiva, baseada em levantamento bibliográfico. Considera-se que uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro bibliotecário a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora.
Source
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Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
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GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
CIDOC-CRM e o BIBFRAME:
integração de metadados
CIDOC-CRM and the BIBFRAME: metadata integration
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro
Graduação em Biblioteconomia, Universidade de Brasília (UnB).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1047982870667966
E-mail: ezequiel.leandro.rodrigues@gmail.com
Felipe Augusto Arakaki
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília (UNB). Doutor em Ciência
da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5324289839207169
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3983-2563
E-mail: felipe.arakakie@unb.br
Resumo
O trabalho busca elucidar as necessidades de conhecimento sobre a interoperabilidade semântica, pois,
as bibliotecas estão se atualizando aos novos modelos conceituais, padrões e sistemas informacionais. A
exemplo, os modelos conceituais e os vocabulários Bibliographic Framework Initiative Project
(BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM), possibilitam a integração entre bibliotecas e
museus. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM. Por meio
de pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, a revisão da literatura apresenta como resultados, que
o BIBFRAME e o CIDOC CRM estão estruturados em classes e propriedades, que possibilitam o uso das
tecnologias da Web Semântica como RDF (Resource Description Framework), e utilizam as linguagens de
marcação como a XML (eXtensible Markup Language). Conclui-se com a revisão bibliográfica,
principalmente no âmbito nacional, que as discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e
integração.
Palavras-chave: Catalogação. Interoperabilidade. CIDOC CRM. BIBFRAME.
Abstract
The work seeks to elucidate the knowledge needs of semantic interoperability, as libraries are updating
themselves to new conceptual models, standards, and informational systems. For example, the
conceptual models and the Bibliographic Framework Intuitive Project (BIBFRAME) and CIDOC
Conceptual Reference Model (CRM). These systems enable the integration between libraries and
museums. So, the objective of the present work is to present and discuss the BIBFRAME and CIDOCCRM. Through exploratory research, of a qualitative nature, the literature review shows as a result that
BIBFRAME and CIDOC-CRM are structured in classes and properties, which enable the use of Semantic
Web technology such as RDF (Resource Description Framework) and use markup languages like XML
(eXtensible Markup Language). It’s concluded with the bibliographical review, mainly at the national
level, that discussions are still incipient about its use and integration.
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
91
Keywords: Cataloging. Interoperability. CIDOC CRM. BIBFRAME.
1 Introdução
Os profissionais da Ciência da Informação, especialmente da Arquivologia,
Biblioteconomia e Museologia, tiveram seu surgimento juntamente com a evolução humana e
possuem muitos pontos em comum. (ARAUJO, 2011; SMIT, 2000). Cada profissional trabalha
com propósitos diferentes, entretanto, são similares nos princípios de tratamento
informacional, entre eles, a descrição de recursos informacionais.
Segundo Araújo (2014), a Ciência da Informação não somente dedica-se com a
custódia dos documentos, como também, com os serviços de circulação, disseminação, acesso
e com a divulgação, de forma que seja o mais ágil possível. Além do foco para o conteúdo
informacional dos documentos, ou seja, quanto mais qualidade informacional tiver o
documento mais relevante será este para a comunidade científica. Este transporte
informacional é essencial para os usuários e para os avanços científicos, pois, quanto mais os
usuários tem acesso ao material informacional, mais estes auxiliam no processo do ciclo
informacional (geração, seleção, representação) e consequentemente mais conhecimento será
produzido e renova o fluxo informacional (armazenamento, recuperação, distribuição, uso e
novamente geração de informação).
De acordo com Sousa (2013) existem dois processos de tratamento da informação,
sendo estes: descritivo e temático, o tratamento descritivo é voltado para a forma física,
identificando autoria, título, paginação, edição e afins. De acordo com Pereira, Laurindo e
Santiago (2011) o tratamento descritivo, consiste em entender que o item bibliográfico deve
conter informações relevantes e breves de forma a facilitar a escolha do usuário. Já o
tratamento temático, tem sua preocupação voltada para o conteúdo do documento.
Nesse contexto, autores como Marcondes (2012, 2016), Simionato, Arakaki, Santos
(2017), dentre outros que discutiram as possibilidades de interoperabilidade e representação da
informação entre arquivos, bibliotecas e museus. Nesse contexto se pontua a problemática do
estudo, quais as características entre os modelos conceituais e vocabulários Bibliographic
Framework Initiative project (BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM)
possibilitam a integração entre bibliotecas e museus? Assim, o objetivo deste trabalho é
apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM, no intuito possibilitar a interoperabilidade
entre eles.
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Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
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2 Procedimentos metodológicos
O estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa exploratória, de natureza
qualitativa, por meio de uma revisão da literatura sobre a temática.
A revisão realizada focou-se nos seguintes temas: sistemas heterogêneos,
interoperabilidade de sistemas, metadados, linked data, representação descritiva, e
principalmente, no CIDOC CRM e no BIBFRAME. Para acessar os materiais informacionais
que contém esses assuntos, a busca foi feita por meio de pesquisas em:
a)
Google acadêmico;
b)
Portal de periódicos da Capes;
c)
BDTD - Base de Dados de Teses e Dissertações;
d)
Sites e blogs especializados na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação;
e)
SciELO - Scientific Electronic Library Online;
f)
LISA - Library and Information Science Abstracts;
g)
LISTA - Library Information Science & Technology;
h) Web of Science;
i)
Scopus; e
j)
BRAPCI - Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da
Informação.
Foi realizado um recorte temporal de 15 anos e baseado na literatura brasileira da área.
Este trabalho é uma revisão narrativa e foi fundamentado, a partir de pesquisas de autores,
como: Mey e Silveira (2009); Souza e Alves (2009); Siminionato (2015); Simionato e Santos
(2017); Castro e Santos (2018), apresentando pesquisas sobre a representação. Arakaki e Santos
(2015); Carrasco, Thaller e Vidotti (2015); Carrasco (2019), abordando sobre o CIDOC CRM,
Arakaki (2016); Ramalho (2016); Espíndola (2018), abordando o BIBFRAME. St. Pierre e
LaPlant Jr. (1998) e Arakaki (2019) apresentando trabalhos sobre mapeamento de metadados,
salientando que há diversos outros autores que trabalham sobre estes temas.
3 Resultados
O BIBFRAME é uma iniciativa da Library of Congress (LC) originada em 2011, tendo
como primeira versão o BIBFRAME 1.0 e esteve em uso até 2016 (ARAKAKI, 2016). Após
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diversos testes, a LC passou para implementar a versão BIBFRAME 2.0, sendo este dividido em
duas partes: o modelo conceitual BIBFRAME e o vocabulário BIBFRAME (ESPÍNDOLA, 2018).
O BIBFRAME, é visto como o possível substituto para o MARC21 (Machine Readable
Cataloging) que de acordo com Arakaki et al. (2017, p. 2234) “[...] apresenta dificuldades
quanto ao seu uso no ambiente Web, principalmente no que se refere à sintaxe necessária para
compartilhar seus registros e promover a interoperabilidade dos mesmos, devido a estrutura
de seu esquema de metadados.” Segundo Simionato, Arakaki e Santos (2017, p. 453-454) “[...] o
BIBFRAME é caracterizado pela flexibilidade; possui uma arquitetura para expressar e
conectar informações; pode ser adotado além da comunidade de bibliotecas, entre outras
características.”
O BIBFRAME conforme Arakaki et al. (2017) está intimamente ligado a proposta do
FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records), ao FRAD (FunctionalRequirements
for Authority Data) e ao FRSAD (Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto)
por ser fragmentado e separado em blocos. Assim, o resultado final da construção da
catalogação é dados que podem ser conectados a outros blocos, diferente do MARC21 que
oferece um registro único. Ramalho (2016) retrata que o BIBFRAME utiliza de links e
identificadores controlados, possibilitando a visibilidade dos recursos informacionais na Web.
Isso evita o retrabalho e a duplicidade de informações apresentadas aos usuários e
consequentemente diminui os custos relacionados com manutenção de acervos.
Já o CIDOC CRM é uma iniciativa voltada para os museus. Segundo Carrasco (2019) o
CIDOC CRM é padrão ISO (ISO 21127:2014) utilizado para integrar sistemas heterogêneos do
patrimônio cultural. O CIDOC CRM é eficaz na estipulação de relações e ao integrar
conteúdos de diversos sites, blogs, artigos e quaisquer conteúdos informacionais que tenham
relações entre si.
Carrasco (2019, p. 22) relata ainda que “O CIDOC CRM é um modelo conceitual
constituído de uma arquitetura formal destinada a facilitar a integração, mediação e
intercâmbio de informação heterogênea do Patrimônio Cultural.” O CIDOC CRM é composto
de entidades e propriedades, de forma que as propriedades são organizadas baseadas nas
entidades temporais, que é o diferencial do CIDOC CRM, ou seja, em outros modelos
conceituais e ontologias o foco da descrição é dado no objeto, mas no CIDOC CRM a
abordagem é centrada no evento em que os objetos estiveram envolvidos de alguma forma.
Portanto, o CIDOC CRM é um modelo conceitual que possibilita um alto grau de flexibilidade
entre sistemas, mesmo não sendo completamente compatíveis. (SANTOS, 2016).
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�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
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Ainda, observou-se no estudo do BIBFRAME e CIDOC-CRM que, ambos estão
estruturados em classes e propriedades, e que possibilitam o uso das tecnologias da Web
Semântica como RDF, como também, podem ser estruturados com linguagens de marcação
como a XML.
4 Considerações finais
O referido artigo é baseado em um trabalho em andamento para conclusão do curso de
Biblioteconomia da Universidade de Brasília. Doravante com as possibilidades de uso das
tecnologias da Web semântica está, a necessidade do usuário que transcende a esfera de um
catálogo estático disponível na Web, para catálogos mais integrados para busca rápida e
simplificada.
Com esta perspectiva e a partir dos estudos realizados sobre o CIDOC CRM,
BIBFRAME e o ambiente digital, principalmente no âmbito nacional, ressalta-se que as
discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e integração.
Isso reforça a importância deste estudo, para promover ambos os padrões e as
possibilidades de integração entre sistemas de bibliotecas e museus. Como trabalho futuro, e já
está em andamento, a realização de um mapeamento sistemático entre o BIBFRAME e CIDOCCRM.
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Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
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8a96aca72fbe1e334565f01c51ccccc5
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CIDOC-CRM E O BIBFRAME:
integração de metadados
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro, Graduação em Biblioteconomia,
Universidade de Brasília (UnB), e-mail:
ezequiel.leandro.rodrigues@gmail.com
Felipe Augusto Arakaki, Doutor em Ciência da Informação, Universidade de
Brasília (UnB), Docente do curso de Biblioteconomia, e-mail:
felipe.arakakie@unb.br.
�Resumo
Visão geral do trabalho:
- Necessidades de conhecimento sobre a
interoperabilidade semântica;
-Modelos conceituais e os vocabulários
Bibliographic Framework Initiative Project
(BIBFRAME) e CIDOC Conceptual
Reference Model (CRM).
�Resumo
- O BIBFRAME e o CIDOC CRM
estão estruturados em classes e
propriedades;
- Uso das tecnologias da Web
Semântica.
�Introdução
- A Ciência da Informação troca o foco da
custódia do documentos, e preocupa-se
também com os serviços de circulação,
disseminação, acesso e divulgação;
- Transporte informacional essencial para a
comunidade científica.
�COMO SE DÁ O
TRATAMENTO
DA
INFORMAÇÃO ?
�Tratamento da Informação
-Dois processos de tratamento:
descritivo e temático;
-É essencial para a interoperabilidade
de sistemas de informação;
-Foco deste trabalho: catalogação.
�Questionamento:
BIBFRAME e
CIDOC CRM
possibilitam a
integração entre
bibliotecas e
museus?
Problema
-Facilidade de acesso à informação;
-Disponibilização de material informacional
indiscriminadamente;
-Atualização dos profissionais da área.
�PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
Desenvolvido a partir
de uma pesquisa
exploratória, de
natureza qualitativa,
por meio de uma
revisão da literatura
sobre a temática.
A revisão realizada
foca nos seguintes
temas: Sistemas
heterogêneos,
Interoperabilidade,
Metadados, Linked
Data, Representação
descritiva, e
principalmente, no
CIDOC CRM e no
BIBFRAME.
�PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
A busca por meio de pesquisas em:
• Buscas na internet, como o
Google e o Google acadêmico;
• Portal de periódicos da Capes;
• BDTD – Base de Dados de Teses e
Dissertações;
• Sites e blogs especializados na
área de Biblioteconomia e Ciência
da Informação;
• SciELO - Base de dados Scientific
Electronic Library Online;
• LISA – Base de dados Library and
Information Science Abstracts;
• LISTA – Base de dados Library
Information Science & Technology;
• Web of Science;
• Scopus;
• BRAPCI – Base de Dados
Referencial de Artigos de Periódicos
em Ciência da Informação.
�RESULTADOS
- Iniciativa da Library of Congress originada em
2011;
- A versão BIBFRAME 2.0, dividida em duas
partes: o Modelo Conceitual BIBFRAME e o
Vocabulário BIBFRAME;
- Dados que podem ser interligados a outros
blocos;
-Possível substituto do MARC;
- Ligado ao FRBR; FRAD e FRSAD.
�- Padrão ISO 21127:2014;
- Iniciativa voltada para museus;
- Linguagem comum;
- Facilmente convertido em outros
formatos legíveis por máquina;
- A abordagem é centrada no evento em
que os objetos;
-O CIDOC CRM, possuem códigos fixos
para as entidades e propriedades;
- Possui modelos para auxiliar e suprir as
necessidades
de
organizações
informacionais;
- CIDOC CRM relacionado ao
BIBFRAME.
CIDOC CRM
�CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Baseado em um trabalho já em
andamento;
Possibilidades de uso das tecnologias
da Web semântica.
CIDOC CRM, BIBFRAME e Ambiente
digital , discussões ainda são
incipientes sobre seu uso e integração;
Estudo voltado para promover ambos
os padrões e as possiblidades de
integração entre bibliotecas e museus.
�CROSSWALK
Há dois tipos de crosswalking:
-"crosswalk absoluto" e "crosswalk
relativo";
-Equivalência um-para-um; um-paramuitos e muitos-para-um.
Entre os dados extraídos foram:
• 122 crosswalking relativo;
• 7 crosswalking absoluto;
• 66 sem correspondência;
• 112 um para um;
• 17 um para muitos;
• 0 muitos para um.
�“A interoperabilidade envolve-se
diretamente no processo de escolha dos metadados que irão
compor a descrição dos recursos em um sistema de
informação.”
(SIMIONATO; ARAKAKI; SANTOS, p.456)
�Obrigado pela atenção!
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro
Felipe Augusto Arakaki
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Interoperabilidade
CIDOC CRM
BIBFRAME
Description
An account of the resource
O trabalho busca elucidar as necessidades de conhecimento sobre a interoperabilidade semântica, pois, as bibliotecas estão se atualizando aos novos modelos conceituais, padrões e sistemas informacionais. A exemplo, os modelos conceituais e os vocabulários Bibliographic Framework Initiative Project (BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM), possibilitam a integração entre bibliotecas e museus. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM. Por meio de pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, a revisão da literatura apresenta como resultados, que o BIBFRAME e o CIDOC CRM estão estruturados em classes e propriedades, que possibilitam o uso das tecnologias da Web Semântica como RDF (Resource Description Framework), e utilizam as linguagens de marcação como a XML (eXtensible Markup Language). Conclui-se com a revisão bibliográfica, principalmente no âmbito nacional, que as discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e integração.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6234/2022-rda-en-america-latina.pdf
bfd967ab53da633d542e74b0e7bdef4f
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Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Contextos de la aplicación de RDA en América
Latina
Contexts of RDA application in Latin America
Filiberto Felipe Martínez Arellano
Investigador y profesor de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) en el área
de organización de la información, catalogación y metadatos. Actualmente se desempeña
como Coordinador de la Biblioteca Nacional de México. Coordina el Grupo RDA de América
Latina y el Caribe, representando a esta región en el RDA Board.
ORCID: http://orcid.org/0000-0003-4358-8257
E-mail: felipe@unam.mx
Resumen
En 2010 fue publicado RDA y su versión digital, RDA Toolkit. RDA toma en cuenta las tareas del
usuario, localizar recursos de información, identificar sus características para evaluar su utilidad y
obtenerlos, sin embargo, consideró una tarea más, relacionar recursos, un aspecto importante con el
surgimiento de múltiples formatos para un mismo recurso. En 2017 la IFLA publicó el modelo LRM
(Library Reference Model), siendo una nueva perspectiva para la organización de la información y la
catalogación. En 2016 surgió el Proyecto 3R con el objetivo de Restructurar y Rediseñar RDA. Después
de haberse publicado diversas versiones preliminares del nuevo RDA, la versión final, en donde se
incorporó LRM, fue liberada el 15 de diciembre de 2020. El uso y aplicación de RDA y el surgimiento de
una nueva versión implica diversos retos para las bibliotecas de América Latina y el Caribe, los que se
presentan en esta contribución.
Palabras clave: RDA, contextos de aplicación, América Latina, bibliotecas nacionales, LRM.
Abstract
In 2010 RDA and its digital version, RDA Toolkit, were published. RDA takes into account the user's
tasks, locating information resources, identifying their characteristics to evaluate their usefulness and
obtaining them, however, it considered one more task, relating resources, an important aspect due to
the emergence of multiple formats for the same resource. In 2017 IFLA published the LRM (Library
Reference Model) model, a new perspective for the organization of information and cataloging. In 2016
the 3R Project emerged with the objective of Restructuring and Redesigning RDA. After several RDA
preliminary versions, the final version, into which LRM was incorporated, was released on December
15, 2020. The use and application of RDA and the emergence of this new version involve challenges for
Latin America and the Caribbean libraries, which are presented in this contribution.
Keywords: RDA, application contexts, Latin America, national libraries, LRM.
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
38
1 Introducción
En 1876, los principios del catálogo fueron establecidos por Cutter, señalándose que el
catálogo debería permitir localizar un libro por su autor, título o materia, así como apoyar la
selección de este por medio de la descripción de sus características bibliográficas o literarias.
Cutter planteó los tres objetivos básicos del catálogo: localización de recursos e identificación
de sus atributos para su evaluación y selección. Obviamente, lo anterior complementado con la
obtención de un recurso, a través de su número de clasificación.
Al igual que el estándar RCA2 (Reglas de Catalogación Angloamericanas, segunda
edición), RDA toma en cuenta estos objetivos para apoyar las tareas del usuario del catálogo,
sin embargo, en RDA se consideró un objetivo más, relacionar recursos, aspecto importante el
contexto de la información actual, caracterizado por el surgimiento de innumerables formatos
para un mismo recurso.
En 2006 la IFLA retomó los principios del catálogo establecidos a finales del siglo XIX
por Cutter, estableciendo que un catálogo u otro sistema de información debería permitir:
localizar recursos a través de puntos de acceso (autor, título y tema), identificar las
características de recursos a través de la descripción de sus atributos o características para
permitir al usuario tomar una decisión sobre su utilidad y finalmente, obtenerlo a través de su
clasificación y actualmente de manera digital a través de un URL. Adicionalmente se agregó
otra función, relacionar diversos tipos de recursos. Anteriormente, RCA2 permitía lograr los
cuatros primeros objetivos y actualmente RDA permite también el establecimiento de
relaciones entre los recursos y sus atributos.
2 Creación de relaciones, elemento sustancial de RDA
RDA fue desarrollado tomando como base el modelo de entidad relación FRBR
(Functional Requirements for Bibliographic Records). Los modelos de entidad-relación son
herramientas para el modelado de datos que permiten representar un grupo de entidades
relevantes dentro de un sistema de información, así como sus atributos o características, pero
además establecer las posibles relaciones entre las entidades de dicho grupo. FRBR representó
una nueva perspectiva sobre la estructura y las relaciones en los registros bibliográficos,
además de un vocabulario más preciso para ayudar a los catalogadores y diseñadores de
sistemas a satisfacer las necesidades del usuario. FRBR se encuentra conformado por tres
componentes: Entidades, Atributos y Relaciones.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
39
Las entidades son consideradas como los elementos primordiales dentro del universo
de los recursos de información, siendo estas de tres tipos: productos (obras, expresiones,
manifestaciones e ítems), autores o creadores (personas y organizaciones que intervienen en la
creación intelectual o material de los productos) y los temas o materias de los productos o
recursos de información. Es de resaltarse que estas entidades han estado siempre presentes en
el contexto bibliográfico de las bibliotecas.
El segundo componente del modelo FRBR son los atributos o características de las
entidades anteriormente mencionadas, los que actualmente han sido denominados como
metadatos. Las obras, expresiones, manifestaciones e ítems poseen una serie de atributos, que
se muestran en la Figura 1, siendo los más comúnmente conocidos los correspondientes a las
manifestaciones.
Figura 1 – Atributos de Entidades en FRBR
Fuente: TILLET, 2004, p. 34.
Por otro lado, los creadores también poseen atributos, siendo en el caso de las
personas y las organizaciones otras formas de su nombre y la fecha de nacimiento o creación,
entre otros. Asimismo, los temas o materias poseen atributos como son las diversas formas de
denominarlos.
El tercer componente del modelo FRBR, el cual puede ser considerado como el más
importante dentro del nuevo enfoque de la organización de la información y la catalogación,
son las relaciones.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
40
Algunas de las relaciones que pueden ser establecidas en FRBR y en RDA son aquellas
entre los autores o creadores y los diferentes tipos de recursos. Es decir, una persona u
organización participa de una u otra forma en la creación de una obra, una expresión, una
manifestación o un ítem. Adicionalmente existen relaciones entre los diferentes productos,
una obra tiene diferentes expresiones y estas se manifiestan en distintos formatos, de los que
existen diversos ítems, pertenecientes a una biblioteca o a una persona. Otro tipo de relaciones
son las establecidas entre las diferentes formas de los nombres de los creadores (personas y
organizaciones).
Figura 2 – Comparación entre RCA2 y RDA
Fuente: Creación propia, 2022.
Al efectuar una comparación entre las estructuras de RCA2 y RDA (figura 2) , se puede
notar que en estos dos estándares se encuentran una serie de lineamientos que norman los
aspectos relacionados con la descripción de los recursos de información. También existiendo
otros para normar el registro de los atributos de los autores o creadores. Sin embargo, el
cambio substancial de RDA se encuentra en las posibilidades para el establecimiento de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
41
relaciones, como es el caso de las relaciones entre los autores/creadores y los recursos de
información (Sección 6), las relaciones entre diferentes productos (obras, expresiones,
manifestaciones e ítems), Sección 8 y las relaciones entre los autores/creadores de recursos de
información, Sección 9.
3 Aplicación de RDA en las bibliotecas de América Latina y el Caribe
La aplicación de RDA en las bibliotecas de América Latina se ha centrado en los
aspectos descriptivos de los recursos de información, particularmente los correspondientes a
las manifestaciones. Sobre este aspecto, se puede señalar que RDA omite el uso de
abreviaturas por lo que en la descripción de los recursos ya no se utiliza la abreviatura p., sino
páginas, ni tampoco la abreviatura ilus., sino el término ilustraciones, así como la palabra
edición en lugar de la abreviatura ed. En el caso de la existencia de más de tres autores, en la
mención de responsabilidad se registraba únicamente el primero, seguido de la abreviatura
latina et. al y actualmente se deben registrar todos, o bien, únicamente el primero acompañado
de los términos y otros tres, dependiendo esto del número de autores involucrados. Asimismo,
se han agregado otras etiquetas nuevas al formato MARC, 336 para el contenido de los
recursos, 337 para el medio de acceso a estos y 338 para su formato, lo que sustituye al DGM
(Designación General del Material).
Respecto a la generación de relaciones, en algunas bibliotecas se han utilizado las
etiquetas del formato MARC para establecer las relaciones de personas u organizaciones con
los recursos. En las etiquetas 100, 110 , 700 y 710 se ha agregado al nombre la persona o
institución, el término que indica su rol en relación con la creación del recurso, siendo algunos
de ellos: autor, traductor, ilustrador, editor o productor, propietario. Para las relaciones entre
obras, expresiones y manifestaciones se han utilizado las etiquetas 240 título uniforme y 505
contenido, así la 500 para expresar diferentes tipos de relaciones como: traducción de, también
disponible en formato digital, ejemplar autografiado. Para la generación de las relaciones en
personas y organizaciones se han continuado utilizando los catálogos de autoridad.
Ciertamente, estas alternativas ha sido una opción aceptable para la generación de
relaciones, sin embargo, lo ideal es pensar en el uso de otras opciones como el uso de XML; el
modelo RDF (Resource Description Framework) y por supuesto, un software específico para la
generación y manejo de relaciones en forma automatizada.
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�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
42
Por otro lado, la adopción y uso de RDA en las bibliotecas de América Latina se
encuentra en distintos niveles. Entre abril y julio de 2019, el Grupo RDA América Latina y el
Caribe efectuó una encuesta entre las bibliotecas nacionales de ABINIA (Asociación de
Estados Iberoamericanos para el Desarrollo de las Bibliotecas Nacionales de Iberoamérica) con
el objetivo de conocer la situación sobre la aplicación de RDA (BARBER, 2019). La encuesta se
envío a 16 bibliotecas de las cuales respondieron 13. Si bien es cierto que han transcurrido dos
años de la aplicación de esta encuesta, sus resultados aun pueden considerarse válidos debido
a la situación que las bibliotecas enfrentaron durante 2020 y 2021 al cerrar sus instalaciones.
Algunos de los resultados relevantes de esta encuesta fueron los siguientes. Solo dos
de las bibliotecas encuestadas respondieron que habían implementado RDA, cinco que estaban
implementándolo, otras cinco que pensaban implementarlo y una no pensaba implementarlo.
Sobre el conocimiento de RDA, una biblioteca señaló que este era avanzado, tres que era
medio y otra que era mínimo. Respecto a las necesidades de capacitación existió un consenso
entre las trece bibliotecas que los temas más importantes eran nuevos conceptos y vocabulario
de RDA, estructura y organización de RDA, así como instrucciones nuevas en RDA.
Adicionalmente, doce bibliotecas mencionaron modelos conceptuales, similitudes y diferencias
entre RCA2 y RDA, así como mapeos RDA-MARC21. Diez bibliotecas señaron uso y
navegación del RDA Toolkit.
Lo anterior implica la elaboración e implementación de un plan de capacitación por el
Grupo RDA América Latina y el Caribe, cuyos integrantes necesitan ser formalizados por las
bibliotecas de ABINIA debido a los cambios en las direcciones de estas y la situación que han
enfrentado durante 2020 y 2021. Este plan de capacitación conlleva la coordinación por el
Grupo RDA América Latina y el Caribe, pero también la colaboración de los grupos nacionales
que han existido o que están en vías de formación en diferentes países: Grupo RDA México,
Grupo de Interés RDA Chile, Grupo de Trabajo sobre RDA (Argentina), Foro RDA (Colombia),
Grupo RDA Perú y Grupo RDA Brasil.
4 La nueva versión de RDA, RDA Toolkit 2020
El 15 de diciembre de 2010 se hizo pública la nueva versión de RDA incluida en el RDA
Toolkit, la cual fue desarrollada tomando en consideración el modelo LRM.
II Encontro de RDA no Brasil
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�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
43
Figura 3 – Entidades LRM
Fuente: IFLA, 2017.
Como puede ser observado en la figura 3, las entidades consideradas en este modelo
son similares a las del modelo FRBR, sin embargo, cabe resaltar que se agregó la entidad
nomen, siendo esta las diversas formas en que denomina a las demás entidades.
Por otro lado, en RDA se ha incorporado nuevos conceptos, como el de elemento, el
cual integra a los atributos y relaciones de una entidad (KATE, 2021). Los elementos pueden
ser registrados de cuatro formas: desde una forma no estructurada, es decir totalmente libre;
una forma semiestructurada, a través de catalogos de autoridad; por medio de identificadores
como el ISBN, o bien por IRIs (International Uniform Identifiers) o URIs (Uniform, Resource
Identifiers) (GLENNAN, 2019). Sobre este último aspecto se puede mencionar que el escritor
Mario
Vargas
Llosa
puede
ser
identificado
con
el
URI
http://id.loc.gov/authorities/names/n79079153.html y su obra “La Ciudad y los Perros” por el
URI http://www.worldcat.org/oclc/460606350. Adicionalmente, la relación entre este autor y
su obra puede ser expresada en el modelo RDF (Resource Description Framework) a través de
URIs, tal y como se muestra en la figura 4.
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Martínez Arellano
44
Figura 4 – Relación RDA
Fuente: MARTÍNEZ; HERNÁNDEZ, 2021, p. 109-110.
5 Consideraciones finales
RDA se ha transformado de un estándar que proporcionaba lineamientos para la
creación de metadatos en las bibliotecas para apoyar la localización, identificación y
generación de relaciones de sus recursos, a una fuente que proporciona alternativas para el
registro de los elementos (atributos y relaciones) de las entidades, con las posibilidades de
utilizar el modelo RDF para el manejo de los datos bibliográficos como datos ligados con el fin
de lograr su inclusión en la Web Semántica. Indudablemente, esta situación ha traído consigo
nuevos retos para la utilización de este estándar en las bibliotecas de América Latina y el
Caribe, los que podrán ser enfrentados a través de la cooperación para comprender la
estructura y características de esta nueva versión de RDA.
Referencias
BARBER, Elsa. Acciones desarrolladas por el Grupo de Trabajo RDA para América Latina y el
Caribe, periodo octubre de 2018 a octubre 2019. 2019.
CUTTER, Charles A. Rules for a printed dictionary catalog. Washington: Government Printing
Office, 1876.
GLENNAN, Kathy. RDA Beta Toolkit: Present and Future. 2° Coloquio sobre RDA-21 October
2019. 2019. Disponible en: http://www.rda-rsc.org/sites/all/files/Glennan%20RDA%20Beta
%20Toolkit%20Present%20and%20Future.pdf
II Encontro de RDA no Brasil
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Martínez Arellano
45
IFLA. Modelo de Referencia Bibliotecaria de la IFLA: Modelo Conceptual para la Información
Bibliográfica. IFLA. Haag Netherlands, 2017. Disponible en:
https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august-2017_rev201712-es.pdf
KATE, James. RDA Concepts - Elements. 2021. Disponible en:
https://www.youtube.com/watch?v=EEJ2PPDoTEk
MARTÍNEZ, Filiberto; HERNÁNDEZ, Nallely. Datos ligados en los catálogos de autoridad. In:
MARTINEZ, F.F., SALGADO, S., DE LA ROSA, M. (coord.). Retos de la implementación de
RDA en América Latina. Bogotá D.C.- Colombia: Rojas Eberhard Editores, 2019. p. 97-117.
ISBN 978-958-751-017-1.
TILLET, Barbara. El modelo FRBR (Requerimientos Funcionales para Registros Bibliográficos).
2003. Disponible en: https://loc.gov/catdir/cpso/frbrspan.pdf
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Filiberto Felipe Martínez Arellano
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
es
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access (RDA)
América Latina
Bibliotecas nacionales
IFLA-LRM
Description
An account of the resource
En 2010 fue publicado RDA y su versión digital, RDA Toolkit. RDA toma en cuenta las tareas del usuario, localizar recursos de información, identificar sus características para evaluar su utilidad y obtenerlos, sin embargo, consideró una tarea más, relacionar recursos, un aspecto importante con el surgimiento de múltiples formatos para un mismo recurso. En 2017 la IFLA publicó el modelo LRM (Library Reference Model), siendo una nueva perspectiva para la organización de la información y la catalogación. En 2016 surgió el Proyecto 3R con el objetivo de Restructurar y Rediseñar RDA. Después de haberse publicado diversas versiones preliminares del nuevo RDA, la versión final, en donde se incorporó LRM, fue liberada el 15 de diciembre de 2020. El uso y aplicación de RDA y el surgimiento de una nueva versión implica diversos retos para las bibliotecas de América Latina y el Caribe, los que se presentan en esta contribución.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6235/2022-desafios-estrategias-metodologicas-ensino-rda.pdf
d8593a3f772d614243b5441982047aa2
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Desafios e estratégias metodológicas
para o ensino da RDA
Challenges and methodological strategies for RDA teaching
Felipe Augusto Arakaki
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília (UNB). Doutor em Ciência
da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5324289839207169
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-3983-2563
E-mail: felipe.arakaki@unb.br
Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez
Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1072374287964657
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5480-4106
E-mail: paula.goncalez@ufes.br
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
A reestruturação e redesenho da Resource Description and Access apresentou desafios para o ensino de
catalogação nos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Baseado no modelo conceitual
IFLA LRM, a RDA favorece a construção de dados de bibliotecas no contexto do Linked Data. Isso exige
uma mudança significativa nos planos de ensino de catalogação e outras disciplinas relacionadas.
Diante desta nova configuração, uma preocupação recorrente para professores de catalogação está em
como propor estratégias de ensino para bibliotecários e alunos de graduação sobre os conteúdos da
RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é identificar estratégias metodológicas para o
ensino da RDA a partir da literatura existente. Como resultados e análise, foram recuperados 13
trabalhos apresentados em congressos e artigos que continham esses termos em seu título, em suas
palavras chave ou em seu resumo. Considera-se que o conhecimento de quais metodologias foram
adotadas por outros professores pode facilitar em estabelecer estratégias metodológicas para o ensino
da RDA.
Palavras-chave: RDA. Estratégias de ensino. Catalogação.
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
32
Abstract
The restructuring and redesign of the Resource Description and Access presented challenges for the
teaching of cataloging in the Librarianship and Information Science. Based on the IFLA LRM, RDA
favors the construction of library data in the context of Linked Data. This requires a significant change
in the teaching plans for cataloging and other related disciplines. Given this new configuration, a
recurrent concern for cataloging professors is how to propose teaching strategies for librarians and
undergraduate students about the content of the RDA? From this perspective, the objective of this work
is to identify methodological strategies for teaching RDA from the existing literature. As results and
analysis, 13 papers presented in conferences and articles that contained these terms in their title, in
their keywords or in their abstract were retrieved. It is considered that the knowledge of which
methodologies have been adopted by other teachers can facilitate the establishment of methodological
strategies for teaching RDA.
Keywords: RDA. Teaching Strategies. Cataloguing.
1 Introdução
Com a implementação de novos instrumentos da catalogação, nascem novos desafios e
perspectivas de ensino e de aprendizagem para os cursos de Biblioteconomia e Ciência da
Informação. Atualmente, esse desafio é notado pela inserção da Resource Description and
Access (RDA) em sala de aula. Na sua última publicação, em dezembro de 2020, a RDA foi
reestruturada e deixou de ter regras numeradas, seções, apêndices e capítulos, apresentando
uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por meio da modelagem da
IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
Com essa nova estrutura, os planos de ensino de catalogação que pretendem abarcar
esses novos conteúdos, precisarão ser reformulados, assim como as estratégias metodológicas
de ensino precisam ser atualizadas. Posto isto, questiona-se quais as possibilidades ou
estratégias que os cursos e disciplinas de catalogação podem oferecer aos bibliotecários e
alunos de graduação sobre os conteúdos da RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste
trabalho é identificar estratégias metodológicas para o ensino da RDA a partir da literatura
existente.
É importante lembrar que a formação de profissionais capacitados para manusear o
novo RDA, ao pensar em estratégias metodológicas para ensino e aprendizagem para a fixação
de conteúdos, demanda tempo e dedicação por parte do professor, que antes de tudo precisa
conhecer, entender e se capacitar na RDA. Desta forma, este trabalho apresentou além da
introdução, problema e objetivo, uma seção com os procedimentos metodológicos da pesquisa.
Posteriormente, foram apresentados nos resultados e discussões, 13 trabalhos e artigos
científicos que apresentaram discussões e estratégias metodológicas sobre o ensino da RDA.
Por fim, foram apresentadas as considerações finais.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
33
2 Procedimentos metodológicos
A pesquisa consiste em uma pesquisa exploratória na literatura científica, nacional e
internacional, sobre a temática do ensino de RDA. Para a identificação e verificação dos
resultados foi realizada uma busca nos últimos cinco anos (2016-2021) na base de dados
Library & Information Science Abstracts (LISA). Foram utilizados os termos educação, ensino e
RDA para busca. A busca foi realizada ainda nos eventos: I Encontro de RDA no Brasil (2019),
nos três colóquios sobre RDA na América Latina e no Caribe (2018-2020) e no Encontro
Nacional em Ciência da Informação (2014 a 2019). Após a leitura e análise, foram identificados
os artigos que trazem o ensino do RDA como temática, descritos na seção 3.
3 Resultados e discussões
Com o intuito de verificar as estratégias metodológicas utilizadas no ensino da RDA,
foram identificados 13 trabalhos que discorrem sobre a temática de ensino da RDA. Este
universo é composto por cinco artigos e oito trabalhos apresentados em eventos específicos da
RDA, conforme elencados abaixo.
No que tange às práticas de ensino e metodologias de aprendizagem do RDA, a busca
na base de dados LISA, foi possível identificar apenas um trabalho que discutiu e apresentou
estratégias de ensino, como exercícios práticos e questionário interativos. (SHADLE; ZIRPOLI,
2019).
Guillén Jiménez e Hernández Arroyo (2020) da Universidade de Costa Rica relataram a
capacitação dos professores por meio de metodologias em aulas presenciais, com destaque
para a criação de jogos on-line na plataforma Kahoot! e um Quiz. Talavera Ibarra e Zavala
Barrios (2020) relataram a experiência de ensino no Peru, na implementação da RDA, foi feita
a capacitação de pessoal a partir de congressos e seminários e a realização de cursos e oficinas,
com atividades teóricas e práticas. Reis e Silva (2020) apresentaram em seu trabalho a
trajetória do ensino do RDA desde o ano de 2011, e apresentaram a metodologia utilizada em
aulas de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás no que diz respeito ao ensino da
RDA.
Calvo Sanches no ano de 2020, apresentou a atualização da grade curricular da Escola
de Documentação e Biblioteconomia da Universidade Nacional de Costa Rica, em que, para o
ensino da RDA, se valem do uso de metodologias ativas de aprendizagem. Lourenço, Dias,
Lima, Maculam e Aganette, em artigo publicado em 2020, relatam a experiência de ensino da
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
34
UFMG no ensino da disciplina de Introdução de RDA, a partir do uso do manual de ensino de
RDA de Margareth Mering.
No México, Martínez Arellano, Rosa Valgañón e Espino Rivera (2019) apresentaram o
plano de ensino aprovado no ano de 2013, que diante a uma perspectiva construtivista
apontam metodologias de ensino utilizadas no ensino do RDA.
No Brasil, Lourenço e Diaz (2019), propõem um case em que o aluno deve identificar
as entidades do FRBR, fazem pesquisa exploratória no site do RDA. As autoras se basearam no
o manual “The RDA Workbook” de Margaret Merin.
No Segundo Colóquio de RDA, Calvo Sanches (2019) apresentou a incorporação da
RDA nos programas do curso da Escola de Documentação e Biblioteconomia da Universidade
Nacional de Costa Rica. No mesmo evento, Durán Garzón (2019) explanou sobre a formação e
atualização do pessoal na biblioteca Acadêmica da Colômbia. Entretanto, nenhum registro dos
dois trabalhos foram encontrados.
Em seu artigo Sandle (2019), apresentou os conteúdos do Workshop Introduction to
Serials Cataloging with Resource Description and Access (RDA) e a metodologia utilizada para a
fixação do conteúdo. Salta (2018) apresentou a tradução de materiais para treinamento da RDA
por vídeos, textos e exercícios. Dunsire, Fritz e Fritz (2017), publicaram o artigo em que
apresentam um estudo de caso do RIMMF como um software desenvolvido para a manutenção
de dados bibliográficos em RDA. Outro trabalho sobre o mesmo software, foi de Belpassi
(2016) que apresentou ações para o ensino com a RDA.
A partir do levantamento, observou-se que a implementação dos novos instrumentos
da catalogação e especificamente o ensino da RDA nos cursos de graduação de
biblioteconomia se faz urgente frente à demanda.
4 Considerações finais
Diante do exposto, a ferramenta RIMMF - RDA in Many Metadata Formats, criada no
ano de 2011, pode ser utilizada na criação e edição de dados em conformidade com a RDA, ou
seja, esta é uma ferramenta de treinamento de catalogação, que auxiliará professores no
ensino da RDA e por conseguinte o pensamento FRBR.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
35
Por fim, conclui-se que é necessário a investigação de metodologias para o ensino da
prática do uso da RDA nos cursos de graduação, bem como, sobre a capacitação e colaboração
entre os profissionais e acadêmicos para formulação de estratégias metodológicas para que
seja possível visualizarmos uma forma mais fluida de fazer a catalogação.
Referências
BELPASSI, E. RIMMF software: rda thinking in action. Jlis.It, [S.L.], v. 7, n. 1, p. 207-223, 15
jan. 2016. Università di Firenze Dipartimento di Storia, Archeologia, Geografia, Arte e
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DUNSIRE, G.; FRITZ, D.; FRITZ, R. Instructions, Interfaces, and Interoperable Data: the rimmf
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DURÁN GARZÓN, I. El proceso de implementación de la norma RDA a partir de la
capacitación y actualización del personal encargado del área en una Biblioteca Académica
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de Bibliotecología y Ciencias de la Información de la Universidad de Costa Rica en la
implementación de RDA, mediante el uso de nuevas herramientas de aprendizaje. In:
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II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
36
LOURENÇO, C. de A.; DIAS, C. da C.; LIMA, G. Â. de; MACULAN, B. C. M. dos S.;
AGANETTE, E. C. Os Desafios do ensino de RDA em cursos de Biblioteconomia. Revista
Brasileira de Educação em Ciência da Informação, [S.L.], v. 7, n. 2, p. 69-88, 23 dez. 2020.
Revista Brasileira de Educação em Ciência da Informação (REBECIN). Disponível em:
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MARTÍNEZ ARELLANO, F.F.; ROSA VALGAÑÓN, P. de la; ESPINO RIVERA, M. de los A.
RDA en las aulas: una experiencia docente. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019,
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REIS, F.; SILVA, L. C. Ensino do código RDA: processos e desafios na implantação no curso de
Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1.,
2019, Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302179-7. Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 25 out. 2021
SALTA, G. Traducción al español de los materiales de entrenamiento de RDA. In: COLOQUIO
SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 1., 2018, México. Anais [...] . México:
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_Mexico.pdf. Acesso em: 24 set. 2021.
SHADLE, S.; ZIRPOLI, A. Introduction to Serials Cataloging with Resource Description and
Accss (RDA). The Serials Librarian, [S.L.], v. 76, n. 1-4, p. 9-15, 2 maio 2019. Informa UK
Limited. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/0361526x.2019.1579694. Acesso em: 25 out.
2021
TALAVERA IBARRA, A. M.; ZAVALA BARRIOS, C. RDA: experiencias de capacitación en
Perú. In: COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 2020, México.
Anais [...] . México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2020. p. 1-19. Disponível em:
https://coloquio-rda.iib.unam.mx/files/rda/Presentaciones3coloquio/
Ana_Mara_Talavera_Ibarra.pdf. Acesso em: 24 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6235/desafios-estrategias-ensino-rda.pdf
bc6aeda5e73c1d3a87a7f4103de997da
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Desafios e estratégias metodológicas para o
ensino da RDA
Felipe Augusto Arakaki (UNB)
Paula R. V. A. Gonçalez (UFES)
Ana Carolina S. Arakaki (UFSCar)
2021
�Novos
Instrumentos da
Catalogação
Desafios e perspectivas de ensino e de
aprendizagem para os cursos de
Biblioteconomia e Ciência da Informação.
�Inserção da Resource Description and Access
(RDA) em sala de aula
Dezembro 2020 – Reestruturação da RDA
Deixa de ter regras numeradas, seções, apêndices e capítulos, apresentando
uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por meio da
modelagem da IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
�Nova Estrutura
• Planos de ensino de catalogação precisarão ser
reformulados, Estratégias metodológicas de ensino
precisam ser atualizadas.
• Formação de profissionais capacitados para manusear o
novo RDA.
• Professor precisa conhecer, entender e se capacitar na
RDA.
�A PESQUISA
Objetivo
• Identificar estratégias metodológicas para o ensino da RDA a partir da
literatura existente
Procedimentos metodológicos
• Tipo de pesquisa: exploratória com abordagem qualitativa, literatura
•
•
•
•
nacional e internacional sobre a temática do ensino de RDA
Base de dados: Scopus e Library and Information Science Abstract (LISA)
Eventos: I Encontro de RDA no Brasil (2019), nos três colóquios sobre RDA
na América Latina e no Caribe (2018-2020) e no Encontro Nacional em
Ciência da Informação (2014 a 2019)
Período: 2016 a 2021
Critério de inclusão: Foram utilizados os termos educação, ensino e RDA
para busca
�Resultados e Discussões
Identificação de 13 trabalhos sobre a temática de ensino da RDA.
• Cinco artigos
• Oito trabalhos apresentados em eventos específicos da RDA
• A prática de ensino e metodologias de aprendizagem do RDA, na base de
dados LISA, foi identificado apenas um trabalho - que discutiu e apresentou
estratégias de ensino, como exercícios práticos e questionário interativos
�Resultados e Discussões
• Universidade de Costa Rica - capacitação dos professores por meio de metodologias em
aulas presenciais, com destaque para a criação de jogos on-line na plataforma Kahoot! e
um Quiz.
• No Peru, na implementação da RDA, foi feita a capacitação de pessoal a partir de
congressos e seminários e a realização de cursos e oficinas, com atividades teóricas e
práticas.
• da Escola de Documentação e Biblioteconomia da Universidade Nacional de Costa Rica, o
ensino da RDA, adotou metodologias ativas de aprendizagem.
• Na UFMG no ensino da disciplina de Introdução de RDA, a partir do uso do manual de
ensino de RDA de Margareth Mering.
• No México, apresentaram o plano de ensino aprovado no ano de 2013, que diante a uma
perspectiva construtivista apontam metodologias de ensino utilizadas no ensino do RDA.
�Resultados e Discussões
• Foi apresentada a incorporação da RDA nos programas do curso da Escola de
Documentação e Biblioteconomia da Universidade Nacional de Costa Rica.
• Há uma indicação sobre a formação e atualização do pessoal na biblioteca Acadêmica
da Colômbia. Entretanto, nenhum registro dos dois trabalhos foram encontrados.
• Workshop Introduction to Serials Cataloging with Resource Description and Access
(RDA)
• Tradução de materiais para treinamento da RDA por vídeos, textos e exercícios
• Estudos de caso do RIMMF como um software desenvolvido para a manutenção de
dados bibliográficos em RDA e ações para o ensino com a RDA.
�Conclusões
• A ferramenta RIMMF - RDA in Many Metadata Formats, criada no ano de
2011, pode ser utilizada na criação e edição de dados em conformidade com
a RDA, ela auxiliará professores no ensino da RDA e por conseguinte o
pensamento FRBR.
• Se faz necessário a investigação de metodologias para o ensino da prática do
uso da RDA nos cursos de graduação; capacitação e colaboração entre os
profissionais e acadêmicos para formulação de estratégias metodológicas
para que seja possível visualizarmos uma forma mais fluida de fazer a
catalogação.
�Referências
BELPASSI, E. RIMMF software: rda thinking in action. Jlis.It, [S.L.], v. 7, n. 1, p. 207-223, 15 jan. 2016. Università di Firenze Dipartimento di Storia, Archeologia, Geografia, Arte e Spettacolo. Disponível em:
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herramientas de aprendizaje. In: COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 2020, México. Anais [...] . México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2020. p. 1-19. Disponível em: https://coloquiorda.iib.unam.mx/files/rda/Presentaciones3coloquio/Ginette.pdf . Acesso em: 24 set. 2021.
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LOURENÇO, C. de A.; DIAS, C. da C.; LIMA, G. Â. de; MACULAN, B. C. M. dos S.; AGANETTE, E. C. Os Desafios do ensino de RDA em cursos de Biblioteconomia. Revista Brasileira de Educação em Ciência da Informação, [S.L.], v. 7, n.
2, p. 69-88, 23 dez. 2020. Revista Brasileira de Educação em Ciência da Informação (REBECIN). ). Disponível em: http://dx.doi.org/10.24208/rebecin.v7i2.203 Acesso em: 25 out. 2021
MARTÍNEZ ARELLANO, F.F.; ROSA VALGAÑÓN, P. de la; ESPINO RIVERA, M. de los A. RDA en las aulas: una experiencia docente. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019, Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da
UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302-179-7. Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 24 set. 2021.
REIS, F.; SILVA, L. C. Ensino do código RDA: processos e desafios na implantação no curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019, Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis:
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SHADLE, S.; ZIRPOLI, A. Introduction to Serials Cataloging with Resource Description and Accss (RDA). The Serials Librarian, [S.L.], v. 76, n. 1-4, p. 9-15, 2 maio 2019. Informa UK Limited. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1080/0361526x.2019.1579694. Acesso em: 25 out. 2021
TALAVERA IBARRA, A. M.; ZAVALA BARRIOS, C. RDA: experiencias de capacitación en Perú. In: COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 2020, México. Anais [...] . México: Universidad Nacional Autónoma de
México, 2020. p. 1-19. Disponível em: https://coloquio-rda.iib.unam.mx/files/rda/Presentaciones3coloquio/Ana_Mara_Talavera_Ibarra.pdf. Acesso em: 24 set. 2021.
�Obrigada pela atenção!
Felipe Augusto Arakaki
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Ana Carolina Simionato Arakaki
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Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
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A name given to the resource
Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Felipe Augusto Arakaki
Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez
Ana Carolina Simionato Arakaki
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access (RDA)
Estratégias de ensino
Catalogação
Description
An account of the resource
A reestruturação e redesenho da Resource Description and Access apresentou desafios para o ensino de catalogação nos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Baseado no modelo conceitual IFLA LRM, a RDA favorece a construção de dados de bibliotecas no contexto do Linked Data. Isso exige uma mudança significativa nos planos de ensino de catalogação e outras disciplinas relacionadas. Diante desta nova configuração, uma preocupação recorrente para professores de catalogação está em como propor estratégias de ensino para bibliotecários e alunos de graduação sobre os conteúdos da RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é identificar estratégias metodológicas para o ensino da RDA a partir da literatura existente. Como resultados e análise, foram recuperados 13 trabalhos apresentados em congressos e artigos que continham esses termos em seu título, em suas palavras chave ou em seu resumo. Considera-se que o conhecimento de quais metodologias foram adotadas por outros professores pode facilitar em estabelecer estratégias metodológicas para o ensino da RDA.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6236/2022-rda-na-biblioteca-central-pucrs.pdf
373fa903691dcc7e122241c72dfcaa89
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Implementação do RDA na Biblioteca Central da
PUCRS
RDA implementation in PUCRS Main Library
Clarissa Jesinska Selbach
Coordenadora do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Graduação em Biblioteconomia (UFRGS).
Especialização em Informática na Educação e Gestão Empresarial (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9478127061244737
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3262-5801
E-mail: clarissa.selbach@pucrs.br
Resumo
Apresenta um breve histórico da Biblioteca Central Irmão José Otão, enunciando sobre a estrutura física
e organizacional, demonstrando mais detalhadamente o Setor de Tratamento da Informação,
responsável pela catalogação da Biblioteca. Relata o processo de implementação do Resource Description
and Access (RDA) na Biblioteca Central da PUCRS, que foi oficialmente adotado em registros
bibliográficos e de autoridade em 2016. Discorre detalhes do processo de trabalho, apresenta as
necessidades, assim como os desafios para a implementação.
Palavras-chave: Biblioteca Central da PUCRS. Resource Description and Access (RDA). Catalogação.
Abstract
It presents a brief history of the Irmão José Otão Main Library, enunciating about the physical and
organizational structure, demonstrating in more detail the Information Treatment Sector, responsible
for library cataloging. It reports on the Resource Description and Access (RDA) implementation process
at the PUCRS Main Library, which was officially adopted in bibliographic and authority records in 2016.
It details the work process, presents the needs and the challenges for implementation.
Keywords: PUCRS Main Library. Resource Description and Access (RDA). Cataloguing.
1 Apresentando a Biblioteca da PUCRS
A Biblioteca Central da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) está situada na cidade de Porto Alegre, zona leste do estado do Rio Grande do Sul, no
sul do Brasil. Seu nome oficial é Biblioteca Central Irmão José Otão, em homenagem a um dos
importantes reitores da Universidade e sua história inicia em 1940, com o acervo originário do
Colégio Marista Rosário. Em 1978, mudou-se para um prédio de 10.000m2 no Campus
Universitário e em 2008, ocorreu a ampliação do prédio para 21.000m2 distribuídos em 14
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
53
andares. Nesse momento, o acervo foi reorganizado em quatro grandes áreas, partilhadas no 2º
e 3º andares, assim como foram feitos investimentos em tecnologias de autoatendimento.
Além dos andares com acervo corrente, a Biblioteca possui coleções de acervos especiais e
obras raras, ademais de muitos espaços exclusivos para desenvolvimento de pesquisas e
produção do conhecimento, com disponibilidade de salas de estudo individuais e em grupo,
proporcionando um ambiente acolhedor para os estudos. Também há espaços de convivência,
como o Espaço Cultural na entrada da Biblioteca, o Dicas de Leitura (estantes com sugestões
de leitura de lazer para os usuários), o Espaço Aberto (com pufes, TV e quadro branco, que
permitem apoiar o estudo dos alunos) e diversos outros ambientes agradáveis.
A estrutura organizacional é composta pela Coordenação da Biblioteca que coordena
tecnicamente a Biblioteca Central da PUCRS, possuindo sob sua subordinação a equipe da
Secretaria de apoio administrativo, bem como os três setores que organizam o trabalho
desenvolvido para o atendimento das demandas da comunidade acadêmica da Universidade: o
Setor de Serviços (SSA) trata do atendimento propriamente dito, com empréstimo dos
materiais, atendimento e treinamento aos alunos; o Setor de Suporte e Desenvolvimento (SSD)
gerencia as tecnologias e sistemas da Biblioteca; e o Setor de Tratamento da Informação (STI)
realiza o processamento técnico dos materiais do acervo. Além disso, seis Grupos de Trabalho
intersetoriais trabalham buscando melhorias nos processos e serviços, sempre agregando
visões diferentes de cada setor. Cita-se como exemplo, o Grupo de Comunicação, que gerencia
as mídias sociais e as divulgações da Biblioteca; o Grupo de Capacitação, que promove
treinamentos tanto para usuários quanto para funcionários; e o Grupo de Vídeos, que
desenvolve os tutoriais da Biblioteca.
No contexto da catalogação, o Setor de Tratamento da Informação é composto por
quatro subáreas: o Serviço de Aquisição, que administra todas as compras, assinaturas e
recebimento de doações; o Preparo Técnico, onde é realizada a pré-catalogação, além da
preparação física dos materiais impressos; o Processamento Técnico, onde os bibliotecários
realizam a revisão da catalogação, indexação, classificação e o controle de autoridades, além de
outras atividades demandadas; e, por fim, o Laboratório de Recuperação de Acervo, local onde
os materiais da Biblioteca são recuperados, por exemplo, quando é necessário confeccionar
uma nova encadernação, realizar um conserto pontual, repor páginas, preservar obras raras,
entre outras atividades.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
54
2 Implementação do Resource Description and Access (RDA) na Biblioteca da PUCRS
A Biblioteca da PUCRS realiza a catalogação do acervo com base nas diretrizes do
Resource Description and Access (RDA). O histórico do RDA na Biblioteca iniciou em 2013, com
estudos teóricos sobre ele. Em 2015, iniciamos o processo de implementação, sendo oficializada
a adoção do RDA em registros de autoridades e bibliográficos em 2016. Desde então, seguimos
aprimorando nossas práticas e adequando o necessário à nossa realidade.
A implementação foi um projeto que uniu estudos teóricos e a prática de catalogação
do Setor, além de envolver uma mudança organizacional, pois buscou-se o desenvolvimento de
uma atividade visando mudar o estado atual da Biblioteca para uma oportunidade. Por isso, foi
um processo bem estruturado, para realizar esta mudança da forma menos abrupta e mais
fluida, tanto para equipe como para o usuário.
2.1 Catálogo de autoridades
A implementação do RDA iniciou com o catálogo de autoridades e o processo passou
por: mapeamento dos tipos de autoridades disponíveis no catálogo; atualização das planilhas
de preenchimento para cada tipo de autoridade (templates); e atualização dos manuais dos
campos MARC21. Ao iniciar o controle de uma autoridade, abre-se um template em branco,
com campos MARC21 já estabelecidos de acordo com o tipo de autoridade e preenche-se os
atributos conforme localizados nas fontes de pesquisa. Quanto à atualização dos manuais dos
campos MARC21, foram inclusas instruções e exemplos reais que auxiliam na prática diária,
ao consultar diretamente no sistema Aleph, da empresa Proquest/ExLibris.
Para preenchimento dos atributos de autoridades, pesquisa-se em fontes fidedignas,
como: VIAF (Virtual International Authority File); ISNI (International Standard Name Identifier);
Library of Congress; bibliotecas nacionais de cada país de acordo com a nacionalidade do autor;
sites próprios; Currículo Lattes; e outras plataformas de identificação de autores, como o
ORCID.
2.2 Catálogo bibliográfico
No catálogo bibliográfico, da mesma forma que no de autoridades, a implementação
iniciou pelo mapeamento dos tipos de materiais existentes no acervo, sendo verificado mais de
40 tipos diferentes de materiais, registrados em um dos manuais do Setor. Também se realizou
a atualização das planilhas de preenchimento (templates) para cada tipo de material com
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
55
campos MARC21 e atualizou-se os campos de ajuda pertinentes. Ao iniciar a pré-catalogação
de uma obra, abre-se o template em branco com campos MARC21 específicos para o tipo de
material. Alguns campos MARC21 já são preenchidos automaticamente pelo sistema, pois
cada tipo de material, na grande maioria das vezes, possui o mesmo preenchimento dos
campos 33X. Esse comando facilita o trabalho diário e garante a padronização dos metadados.
Outrossim, foi realizada a alteração do campo 260 (publicação, imprenta) para 264
(produção, publicação, distribuição, fabricação e dados de direitos autorais), sendo um dos
campos mais característicos para o uso do RDA, pois permite especificar os dados de
publicação, produção ou até fabricação de uma obra. Entre as vantagens de catalogar em RDA,
está a especificidade em descrever um material e isso é ainda mais percebido em materiais
digitais. Por exemplo, no campo 007, o RDA permite a descrição específica para o tipo de
material digital, onde os valores preenchidos nas posições do campo informam ao sistema as
especificidades do material. Assim como nos campos específicos de descrição física (344, 345 e
347, por exemplo), é possível fornecer informações interessantes para o usuário, como o
tamanho, o tipo e o formato de um arquivo.
Durante todo o processo de implementação, o Setor de Suporte e Desenvolvimento
apoiou as demandas necessárias. Viabilizou-se as configurações dos campos MARC21 para
RDA e, também, alterações em lote em campos MARC21, por exemplo, para a correção de
abreviaturas para sua forma por extenso, como: ‘il.’ para ‘ilustrações’ e ‘p.’ para ‘páginas’.
Além disso, também foi possível alterar a expressão ‘et al.’ para ‘e outros’ e ‘ca’ para
‘aproximadamente’, facilitando o entendimento do usuário ao consultar o catálogo. Foram
implementados novos campos MARC21 (33X) de acordo com diretrizes do RDA, e novos
campos locais (39X) para adequar a saída dos dados. Os campos 39X foram criados para
realizar uma tradução para a linguagem natural dos usuários, por exemplo, o tipo de material
‘livro’, pelos 33X informaria ao usuário que é um ‘texto não mediado em volume’. Para o
usuário, essa descrição não informa um tipo de material real, então adequaram-se os termos
nos campos 39X para ‘livro impresso em papel’, que torna mais compreensível para qualquer
usuário.
Ainda na implementação, foi realizada a inclusão de subcampos para designar a
relação das autoridades com a obra, utilizando os termos padronizados pelo RDA na época no
subcampo $e, tanto do campo 100 quanto do 700. Para auxiliar na recuperação da informação
pelos usuários, também se iniciou a descrição de resumos e sumários das obras nos respectivos
campos MARC21.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
56
Com todas as alterações realizadas, os registros da Biblioteca se tornaram híbridos.
Isto é, registros anteriores a 2016 possuem campos MARC21 específicos atualizados para RDA,
mas sua catalogação base permanece em AACR2. Na ferramenta de busca da Biblioteca
(omnis.pucrs.br) constata-se um registro bibliográfico com características de catalogação em
RDA (por exemplo, designação de relação entre a obra e a autoridade e inexistência de
abreviaturas), contudo, não se visualizam os campos 33X, mostrando que a base desse registro
ainda é em AACR2. Desde 2016, todos os materiais novos que chegam na Biblioteca estão em
RDA desde a pré-catalogação. Os materiais antigos são convertidos para RDA à medida em
que são revisados pelo Setor, pois não seria possível revisar mais de um milhão de itens do
acervo.
3 Reflexões a respeito da implementação do RDA
O que se considera essencial durante o processo de implementação do RDA?
Treinamento e capacitação da equipe, pois é uma novidade para todos, bibliotecários e
auxiliares de biblioteca. Então, é importante que todos recebam as instruções corretas da nova
forma de catalogação. Considera-se necessário na adoção no RDA: adaptações nas políticas de
catalogação; estudo permanente; e liderança da instituição ciente da importância de uma
atualização como essa. Para que, assim, seja possível flexibilizar as regras de catalogação e
adequar as diretrizes de acordo com as necessidades da instituição, conforme as políticas
definidas.
Quais desafios encontram-se na implementação do RDA? As equipes geralmente são
enxutas e por muitas vezes a biblioteca conta com 1 ou 2 bibliotecários. Catalogar com RDA e
realizar esse planejamento para implementação exige tempo e dedicação. Somado a isso,
elencam-se os desafios: custo da assinatura do RDA Toolkit ser em dólar; manter-se atento às
atualizações contínuas das diretrizes RDA; mudança organizacional que deve ser bem
planejada para não causar ruídos no desenvolvimento dos processos de trabalho; e atualização
constante da equipe sobre RDA e as tendências na catalogação mundial.
Citando um exemplo das atualizações constantes: recentemente foi oficializada a nova
ferramenta Toolkit baseada no LRM. Em 2015, quando a Biblioteca da PUCRS iniciou a
implementação, o Toolkit (RDA Original), apresentava uma certa estrutura de organização e
era baseado no modelo conceitual FRBR. Desde 2018, uma nova estrutura vem sendo
apresentada (chamada durante o processo de ‘RDA Beta Site’), e no final do ano passado foi
lançado o RDA Oficial, completamente reformulado e agora baseado no LRM, novo modelo
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
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Selbach
57
conceitual. Com essa atualização, é preciso estar atento às mudanças que pode causar também
nas políticas de catalogação da instituição.
Finalizando, o RDA permite ampliar as possibilidades de descoberta de documentos a
partir da descrição dos dados e das relações existentes entre eles. E apesar dos impactos da
mudança em modos e fluxos de trabalho, avalia-se de forma assertiva a adoção do RDA, pois
atende às necessidades da era digital e oferece mais possibilidades à biblioteca.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Clarissa Jesinska Selbach
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Biblioteca Central da PUCRS
Resource Description and Access (RDA)
Catalogação
Description
An account of the resource
Apresenta um breve histórico da Biblioteca Central Irmão José Otão, enunciando sobre a estrutura física e organizacional, demonstrando mais detalhadamente o Setor de Tratamento da Informação, responsável pela catalogação da Biblioteca. Relata o processo de implementação do Resource Description and Access (RDA) na Biblioteca Central da PUCRS, que foi oficialmente adotado em registros bibliográficos e de autoridade em 2016. Discorre detalhes do processo de trabalho, apresenta as necessidades, assim como os desafios para a implementação.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Modelagem de publicações seriadas:
a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Modelling of Serials: the new approach of IFLA LRM and
RDA
Rhuan Henrique Alves de Oliveira
Graduando em Biblioteconomia e Ciência da Informação na Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6616666162574086
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8348-0350
E-mail: rhuan.henrique.oliv@gmail.com
Fabiano Ferreira de Castro
Professor Associado do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pósgraduação em Ciência da Informação (UFSCar). Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em
Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (GPERTIC).
Pós-Doutorado em Ciência da Informação (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7124931056289027
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8712-2654
E-mail: fabianocastro@ufscar.br
Resumo
As publicações seriadas, como recursos específicos, constituem parte relevante do universo
bibliográfico, bem como se apresentam como objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva. Os
alicerces teóricos estabelecidos por Panizzi, Cutter e Lubetzky predominaram até a mudança de
paradigma no cenário do domínio bibliográfico, causada pelo avanço tecnológico, onde a prática
catalográfica inseriu-se cada vez mais no contexto da Web Semântica e Linked Data, fazendo-se
necessário uma nova abordagem das publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model
(IFLA LRM) e no Resource Description and Access (RDA). Dessa maneira, essa pesquisa tem como
objetivo identificar tal abordagem partindo de uma Revisão Sistemática da Literatura e análise do
documento do IFLA LRM e do RDA Toolkit. Conclui-se que fica consolidada a conceituação de
Publicações Seriadas como entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as
monografias bem estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Palavras-chave: Resource Description and Access. IFLA Library Reference Model. Publicações seriadas.
Catalogação descritiva.
Abstract
Serial publications, as specific resources, constitute a relevant part of the bibliographic universe, as well
as being an object of studies in the field of Descriptive Cataloging. The theoretical foundations
established by Panizzi, Cutter and Lubetzky prevailed until the paradigm shift in the bibliographic
domain, caused by technological advances, where the cataloging practice was increasingly inserted in
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
78
the context of the Semantic Web and Linked Data, making it necessary a new approach to serial
publications, announced in the IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) and the Resource
Description and Access (RDA). Thus, this research aims to identify such an approach based on a
Systematic Literature Review and analysis of the IFLA LRM document and RDA Toolkit. It is concluded
that Serial Publications are consolidated as distinct entities of the bibliographic universe, its borders
with monographs well-established and its essence and constitution well-defined.
Keywords: Resource Description and Access. IFLA Library Reference Model. Serial work. Descriptive
cataloging.
1 Introdução
Objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva, as publicações seriadas
constituem parte relevante do universo bibliográfico. Autores basilares da catalogação como
Antonio Panizzi, Charles Ami Cutter e Seymour Lubetzky, lançaram os alicerces teóricos sobre
os princípios e as práticas catalográficas, contribuindo para a construção e consolidação de
códigos de catalogação, tais como o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2).
Contudo, observa-se uma mudança de paradigma no cenário do domínio bibliográfico,
impactada, sobretudo pelo avanço tecnológico, a ascensão do ambiente digital e a proliferação
de periódicos eletrônicos, onde a prática catalográfica é refletida cada vez mais no cenário da
Web Semântica e do Linked Data. Desse modo, fez-se necessário uma nova abordagem das
publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) e no Resource
Description and Access (RDA).
O IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) é um modelo conceitual resultante da
consolidação e ampliação dos três modelos da Família FR: Functional Requirements for
Bibliographic Records (FRBR), Functional Requirements for Authority Data (FRAD) e Functional
Requirements for Subject Authority Data (FRSAD).
O Resource Description and Access (RDA), por sua vez, publicado em 2010, é um pacote
de elementos de dados, de diretrizes e de instruções que formam um padrão de catalogação
concebido para a descrição e o acesso de recursos no ambiente digital. Por meio do 3R Project,
finalizado no final de 2020, o RDA foi alinhado com o IFLA LRM (RDA STEERING
COMMITTEE, 2020).
Dessa maneira, a pesquisa em voga tem como objetivo analisar como as publicações
seriadas são modeladas no IFLA LRM e no RDA redesenhado e reestruturado, resultante do 3R
Project, situando suas respectivas abordagens na tradição catalográfica.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
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2 Metodologia
A metodologia adotada consistiu na realização de uma Revisão Sistemática de
Literatura (RSL), utilizando a string de busca “serial AND rda AND ifla lrm” em pesquisas
realizadas em quatro bases de dados: Web Of Science, Library, Information Science &
Technology Abstracts with full text (LISTA), Information Science & Technology Abstracts (ISTA)
e Base de dados de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI). Posteriormente foi
analisada a modelagem de publicações seriadas a partir do documento do IFLA LRM e do RDA
Toolkit.
3 Breve conceituação histórica das publicações seriadas
Panizzi, em suas 91 regras de catalogação prescritas no Catalogue of printed books in
the British Museum, não aborda as publicações seriadas como uma única classe, porém como
subclasses distintas entre si, identificando-as e diferenciando-as pela suas respectivas formas,
por meio de três amplos grupos: publicações de sociedades e instituições (acadêmicas),
publicações periódicas e efemérides. Essas subclasses eram então organizadas por localização
geográfica (continente, país e cidade), por autoria corporativa e título. Cutter, por sua vez,
abandonou os dois principais níveis de organização utilizados por Panizzi, cabeçalho de
formas e hierarquia geográfica, e reteve as entradas sob autoria corporativa para publicações
de sociedades. (JONES, 2017).
A abordagem de Cutter predominou por um século, até que, pela influência de
Lubetzky e a implementação da segunda edição do Código de Catalogação Anglo-Americano
(AACR2), entradas de autoria corporativa foram abandonadas, desencadeando uma
identificação cada vez maior das publicações seriadas com seus respectivos títulos. Logo, a
conceituação de obras seriadas alinhava-se intimamente com a de monografias (JONES, 2017).
3.1 IFLA Library Reference Model (IFLA LRM)
No IFLA LRM, as publicações seriadas são modeladas como agregados, definidos como
“[...] uma manifestação que materializa várias expressões”. (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER, 2017, p.
95). A partir dessa modelagem, uma Manifestação agregada materializa, além de Expressões
distintas, uma Expressão agregadora que, consequentemente, realiza uma Obra agregadora.
Sendo um tipo específico de Obra agregadora, uma Obra seriada consiste em uma
construção complexa, cuja Manifestação, que a representa em sua totalidade, é composta por
II Encontro de RDA no Brasil
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Oliveira; Castro
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outras Manifestações agregadas publicadas em série, estruturação constituída por meio do
relacionamento todo/parte LRM-R261 no nível da Manifestação. Essas Manifestações agregadas
são fascículos, por suas vezes agregados de artigos, publicados ao longo do tempo (RIVA; LE
BOEUF; ŽUMER, 2017).
A entidade Obra no modelo é aquela que permite a identificação dos conteúdos
comuns compartilhados entre expressões distintas, porém esse conteúdo comum é entendido
diferente em uma instância de monografia e uma de Obra Seriada. No que concerne a essa
última, o conteúdo comum que a define reside na intenção do editor de conceber um todo
identificável e na reunião de conceitos editoriais (título, tema, layout etc.) (RIVA; LE BOEUF;
ŽUMER, 2017).
Sendo a reunião de conceitos editoriais a essência da Obra seriada, o modelo prescreve
que edições impressas e online de uma mesma publicação seriada devem ser consideradas
Obras distintas e modeladas com relacionamentos obra-para-obra (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER,
2017).
3.2 Resource Description and Access (RDA)
A modelagem do IFLA LRM concernente às publicações seriadas teve grande impacto
no RDA redesenhado e reestruturado, uma vez que, por meio do 3R Project, suas diretrizes
foram alinhadas com o modelo conceitual.
O RDA em sua modelagem, primeiramente, postula a dicotomia entre Obra Estática e
Obra Diacrônica. A primeira possui seu conteúdo completo já incorporado em um “único ato
de publicação”, o que implica que não é esperado que ele sofra alterações com o decorrer do
tempo; a segunda, por sua vez, é uma obra planejada a ser incorporada através do tempo e
conforme seu plano “[...] é executado, o conteúdo da Obra é alterado gradualmente, sendo
realizado através de uma ou mais Expressões distintas que são incorporadas por uma ou mais
Manifestações” (RDA TOOLKIT, 2021, tradução nossa).
Ademais, as Obras Diacrônicas são de dois tipos, caracterizadas pela maneira que seu
conteúdo é estendido: Obra Sucessiva e Obra Integradora. A Obra Sucessiva possui seu
conteúdo estendido por acumulação, e, no caso da Obra integradora, o conteúdo é substituído
em intervalos de tempo, tornando as iterações anteriores inacessíveis (RDA TOOLKIT, 2021).
1
O LRM-R26 – “possui parte”, “é parte de” – é um relacionamento entre duas Manifestações em que uma é
componente da outra (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER, 2017).
II Encontro de RDA no Brasil
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�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
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81
Essa modelagem é realizada com o Plano de Extensão, 2 principalmente por meio de seu
atributo Modo de Extensão, que possui os valores de integração e de sucessão. Faz-se relevante
apontar que o RDA postula que a essência de uma Obra Diacrônica é seu plano de mudança de
conteúdo, o que torna o Plano de Extensão caracterizador da Obra Diacrônica (RDA TOOLKIT,
2021).
4 Considerações finais
Essa pesquisa teve como objetivo a reflexão de como as publicações seriadas são
modeladas no IFLA LRM e no RDA redesenhado e reestruturado, resultante do 3R Project, e
situar suas respectivas abordagens na tradição catalográfica. A partir disso, pode-se concluir
que o IFLA LRM e o RDA “[...] proporcionam uma estrutura e vocabulário que auxiliam no
tratamento de seriados e outros dados bibliográficos de novas maneiras”. (MERING, 2019, p.
68, tradução nossa).
A modelagem do IFLA LRM, incorporada pelo RDA, permite que os artigos agregados
nas publicações seriadas retenham sua integridade como unidade distinta (Expressões distintas
de Obras Distintas), não tendo sua individualidade sendo imersa e perdida na unidade da
publicação seriada. Por consequência, é facilitada e potencializada a capacidade descoberta por
parte dos usuários. Outrossim, fica consolidada a conceituação de Publicações Seriadas como
entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as monografias bem
estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Referências
JONES, Edgar. The Evolution of the serial work, the FRBR conceptual model, and RDA.
Cataloging & Classification Quarterly. [s. l.], v. 56, n. ⅔, p. 128- 145, nov. 2017. Disponível
em: https://doi.org/10.1080/01639374.2017.1388325. Acesso em: 23 set. 2021.
MERING, Margaret. IFLA Library Reference Model, RDA, and Serials in a Nutshell. Serials
Review. [s. l.], v. 45, n. 1-2, p. 66-68, jun. 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1080/00987913.2019.1627691. Acesso em: 23 set. 2021.
RDA STEERING COMMITTEE. About RDA. 2020. Disponível em:
http://rda-rsc.org/content/about-rda. Acesso em: 23 set. 2021.
2
“Uma categorização que reflete a intenção de extensão do conteúdo de uma Obra”. (RDA TOOLKIT, 2021,
tradução nossa).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
82
RDA TOOLKIT. RDA Toolkit, 2021. Disponível em: https://access.rdatoolkit.org/. Acesso em:
22 set. 2021.
RIVA, Pat; LE BOUEF, Patrick; ŽUMER, Maja. IFLA Library Reference Model: um modelo
conceitual para a Informação Bibliográfica, [s. l.]: International Federation of Library
Associations and Institutions, 2017. Disponível em:
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august2017_rev201712-por.pdf. Acesso em: 22 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6237/publicacoes-seriadas-ifla-lrm-rda.pdf
8c16f19c5ea2ebb5f552039d51b9f8ec
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Modelagem de Publicações
Seriadas:
a nova abordagem do IFLA
LRM e do RDA
Rhuan Henrique Alves de Oliveira
Fabiano Ferreira de Castro
Universidade Federal de São Carlos
05 de novembro de 2021
�Publicações Seriadas
Código da Vaticana
-
Publicações Periódicas são aquelas editadas em fascículos, a
intervalos regulares ou irregulares, por tempo ilimitado, [...] que
tratem de assuntos diversos, porém dentros dos limites de um
programa mais ou menos definido (BIBLIOTECA VATICANA
APOSTÓLICA, p. 215-216).
AACR2r
-
Um recurso contínuo publicado em uma sucessão de partes
separadas, trazendo usualmente numeração, não tendo sua
conclusão predeterminada. São exemplos de publicações
seriadas: jornais, revistas, periódicos eletrônicos, diretórios
contínuos, relatórios anuais e séries monográficas. (CÓDIGO de
catalogação anglo-americano, Apêndice D-11).
�IFLA Library Reference Model (IFLA LRM)
O que é?
-
Modelo Conceitual de alto nível
Estruturado a partir do modelo Entidade-Relacionamento
Estendido (EER)
Finalidade
-
Explicitar princípios gerais que governam a estrutura lógica da
informação bibliográfica
Servir de guia ou base para a formulação de regras de
catalogação e implementação de sistemas bibliográficos
Alcance
-
Aborda os dados bibliográficos de maneira ampla
Toma seu escopo funcional das tarefas do usuário
Aplicações práticas deverão determinar o apropriado nível de
precisão
�Resource Description and Access (RDA)
O que é?
-
Pacote de elementos de dados, de diretrizes, e de instruções,
concebido para a descrição e o acesso de recursos no ambiente
digital
Alinhado com modelo conceitual IFLA LRM
Finalidade
-
Proporcionar dados com estrutura consistente, reconhecíveis por
humanos e máquinas
Potencializar a identificação e descoberta de recursos em
bibliotecas e outras instituições de patrimônio cultural
Alcance
-
Metadados de bibliotecas e de patrimônio cultural
Dados administrativos não entram em seu escopo
�Objetivo
- Analisar como as publicações seriadas são modeladas no IFLA LRM e no RDA
redesenhado e reestruturado, resultante do 3R Project, situando suas respectivas
abordagens na tradição catalográfica.
�Metodologia - Revisão Sistemática da Literatura
(RSL)
-
Para auxiliar no processo de
realização, utilizou-se a ferramenta
denominada State of the Art through
Systematic Review (StArt),
desenvolvida pelo Laboratório de
Pesquisa em Engenharia de Software
(LAPES), do Departamento de Ciência
da Computação, da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar).
Fonte: Jesus e Castro (2019, p. 47)
�Modelagem das publicações
seriadas pelas abordagens da
tradição catalográfica
�Conceituação Histórica das Publicações seriadas
-
Sir Antonio Genesio Maria Panizzi (1797-1879)
Publicações de
sociedades e
instituições
(acadêmicas)
Publicações
periódicas
Efemérides
Organizadas por
Localização
Geográfica
Autoria
Corporativa
Fonte: Autores (2021)
Título
�Conceituação Histórica das Publicações seriadas
-
Charles Ammi Cutter (1837-1907)
Publicações
periódicas
Organizadas por
Autoria Corporativa
(para publicações de
sociedade)
Fonte: Autores (2021)
Título
�Conceituação Histórica das Publicações seriadas
-
Seymour Lubetzky (1898- 2003)
Publicações
periódicas
Organizadas por
Título
Fonte: Autores (2021)
�Abordagem do IFLA LRM de
Publicações seriadas
�Modelagem de agregados
-
Manifestação que materializa diversas expressões
Três tipos distintos de agregados
- Coleções agregados de Expressões
- Ex: Fascículos de publicações periódicas, mais de um romance publicado
em um único volume, livros com capítulos de autoria independente, etc.
- Agregados resultantes de acréscimos
- Ex: Edição do Paraíso Perdido de John Milton com ilustrações de William
Blake.
- Agregados de expressões paralelas
- Ex: Edições bilíngues.
�Modelagem de agregados
(RIVA; LEBOEUF; ŽUMER, 2017, p. 97)
�Obras seriadas
-
Construções complexas que combinam relações de todo/parte e relações de agregação
A essência da obra seriada são os conceitos editoriais que norteiam a produção dos fascículos
que compõem a manifestação agregada
Qualquer obra seriada pode ter apenas uma expressão e uma manifestação
Exemplo:
-
Possui diferentes “edições” regionais
Versão impressa x Versão digital
Edição inglesa, japonesa e chinesa
�Obras
Expressões
Publicações seriadas
Manifestação
agregada
Obra seriada
LRM-R26
Obras
Manifestação
agregada
LRM-R26
Manifestação
seriada
Expressão
seriada
Expressões
LRM-R26
Obras
Expressões
LRM-R21
Manifestação
agregada
Fonte: Autores (2021)
Expressão
agregadora
Obra
agregadora
�Abordagem do RDA de
Publicações seriadas
�Obra Estática x Obra Diacrônica
-
Conteúdo completo já incorporado
em um “único ato de publicação”
Não é esperado que sofra
alterações com o decorrer do
tempo
-
Obra planejada a ser incorporada
através do tempo
Conteúdo alterado gradualmente
Realizada através de uma ou mais
Expressões distintas que são
incorporadas por uma ou mais
Manifestações
�Obra Diacrônica
-
Dois Tipos:
- Obra Sucessiva: conteúdo estendido por acumulação
- Obra Integradora: conteúdo é substituído em intervalos de tempo
-
Obra modelada a partir do atributo Plano de Extensão, através do atributo Modo
de Extensão que possui dois valores:
- Integração
- Sucessão
�Obra Diacrônica
-
Fronteiras da entidade
- Planejamento distingue as obras diacrônicas entre si
- Mudança no planejamento que indica transformação da obra
- Escopo ou política editorial
- Gênero ou Forma Literária
- Público Alvo
- Estilo
�Conclusão
-
Pode-se concluir que o IFLA LRM e o RDA “[...] proporcionam uma estrutura e vocabulário que
auxiliam no tratamento de seriados e outros dados bibliográficos de novas maneiras”. (MERING,
2019, p. 68, tradução nossa).
-
Artigos agregados nas publicações seriadas preservam sua integridade como unidade distinta
(Expressões distintas de Obras Distintas).
-
Fica consolidada a conceituação de Publicações Seriadas como entidades distintas do universo
bibliográfico
�Referências
BIBLIOTECA APOSTÓLICA VATICANA. Normas para a catalogação de impressos. 2. ed. brasileira, Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de
Bibliografia e Documentação, 1962.
CÓDIGO de catalogação anglo-americano. 2. ed., rev. 2002. São Paulo: FEBAB, 2004.
JONES, Edgar. The Evolution of the serial work, the FRBR conceptual model, and RDA. Cataloging & Classification Quarterly. [s. l.], v. 56, n.
⅔, p. 128- 145, nov. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1080/01639374.2017.1388325. Acesso em: 23 set. 2021.
MERING, Margaret. IFLA Library Reference Model, RDA, and Serials in a Nutshell. Serials Review. [s. l.], v. 45, n. 1-2, p. 66-68, jun. 2019.
Disponível em: https://doi.org/10.1080/00987913.2019.1627691. Acesso em: 23 set. 2021.
RDA STEERING COMMITTEE. About RDA. 2020. Disponível em: http://rda-rsc.org/content/about-rda. Acesso em: 23 set. 2021.
RDA TOOLKIT. RDA Toolkit, 2021. Disponível em: https://access.rdatoolkit.org/. Acesso em: 22 set. 2021.
RIVA, Pat; LE BOUEF, Patrick; ŽUMER, Maja. IFLA Library Reference Model: um modelo conceitual para a Informação Bibliográfica, [s. l.]:
International Federation of Library Associations and Institutions, 2017. Disponível em:
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august-2017_rev201712-por.pdf. Acesso em:
22 set. 2021.
Capa: Photo by DAVID ILIFF. License: CC BY-SA 3.0
�Muito Obrigado!
Rhuan Henrique Alves de Oliveira
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Fabiano Ferreira de Castro
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Title
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Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Creator
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Rhuan Henrique Alves de Oliveira
Fabiano Ferreira de Castro
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access
IFLA Library Reference Model
Publicações seriadas
Catalogação descritiva
Description
An account of the resource
As publicações seriadas, como recursos específicos, constituem parte relevante do universo bibliográfico, bem como se apresentam como objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva. Os alicerces teóricos estabelecidos por Panizzi, Cutter e Lubetzky predominaram até a mudança de paradigma no cenário do domínio bibliográfico, causada pelo avanço tecnológico, onde a prática catalográfica inseriu-se cada vez mais no contexto da Web Semântica e Linked Data, fazendo-se necessário uma nova abordagem das publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) e no Resource Description and Access (RDA). Dessa maneira, essa pesquisa tem como objetivo identificar tal abordagem partindo de uma Revisão Sistemática da Literatura e análise do documento do IFLA LRM e do RDA Toolkit. Conclui-se que fica consolidada a conceituação de Publicações Seriadas como entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as monografias bem estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6238/2022-catalogo-de-biblioteca-e-o-rda.pdf
688092f53b6a161af8ee2d579424f910
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O catálogo de biblioteca e o Resource Description
and Access (RDA): os efeitos do padrão nas
interfaces dos resultados de busca
The Library Catalog and Resource Description and Access
(RDA): the effects of the standard on search result
interfaces
Heytor Diniz Teixeira
Bibliotecário. Mestrando em Ciência da Informação na Universidade Estadual Paulista
(UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0290308318806354
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5954-1408
E-mail: hd.teixeira@unesp.br
Rachel Cristina Vesu Alves
Docente no Departamento de Ciência da Informação. Doutora em Ciência da Informação.
Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5658134053257855
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1649-3722
E-mail: rachel.vesu@unesp.br
Resumo
Nas últimas décadas, o avanço tecnológico impulsionou diversas adaptações na catalogação.
Atualmente, o Resource Description and Access (RDA) é o padrão de catalogação mais recente,
desenvolvido para a Web e com o foco no usuário. Entretanto, quais são os efeitos do seu uso nas
interfaces dos catálogos de bibliotecas? O objetivo geral deste trabalho é destacar os efeitos da RDA nas
interfaces dos resultados de busca em catálogos bibliográficos. Os resultados mostram a utilização de
alguns elementos que podem apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios da catalogação
em RDA. Conclui-se que um dos principais efeitos do uso da RDA nas interfaces é a visualização mais
clara das informações sobre o recurso informacional, o que favorece a encontrabilidade e apoia o
usuário em seu processo de busca por informações.
Palavras-chave: Catalogação. RDA. Catálogo bibliográfico. Interfaces. Visualização de dados.
Abstract
In the last decades, technological advances have driven several adaptations in cataloging. Currently,
Resource Description and Access (RDA) is the most recent cataloging standard, developed for the Web
and focused on the user. However, what are the effects of its use in the interfaces of library catalogs?
The general aim of this paper is to highlight the effects of RDA on the interfaces of search results in
bibliographic catalogs. The results show the use of some elements that can support the users' tasks and
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
59
enhance the benefits of RDA cataloging. We conclude that one of the main effects of using RDA in
interfaces is the clearer visualization of information about the information resource, which favors
findability and supports the user in his or her information search process.
Keywords: Cataloging. RDA. Bibliographic Catalog. Interfaces. Data visualization.
1 Introdução
A ampla utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ampliaram as
competências de gestão e mediação das bibliotecas para o ambiente Web. Dentre essas
competências, a catalogação bibliográfica, por meio do padrão Resource Description and Access
(RDA), passou a estabelecer apoio para as tarefas dos usuários no processo de busca por
informação, além de abranger em seu escopo os espaços digitais e os novos suportes e
formatos da informação. Entretanto, quais são os efeitos do uso da RDA nas interfaces dos
catálogos de bibliotecas?
Diante disso, este trabalho tem como objetivo geral destacar os efeitos do padrão de
catalogação RDA nas interfaces dos resultados de busca de catálogos bibliográficos. Os
objetivos específicos são: (a) destacar os elementos e as ferramentas que foram utilizados nas
interfaces e que tenham potencial de apoiar as tarefas dos usuários; (b) destacar um modelo
para a visualização da informação em interfaces de catálogos bibliográficos que tem seus
registros catalogados em RDA.
1.1 RDA, Interfaces e Visualização da Informação
A RDA teve seu desenvolvimento direcionado para o ambiente Web, traz um novo
olhar para o universo bibliográfico e possibilita uma descrição mais detalhada dos recursos, o
que amplia o número de pontos de acesso ao documento, podendo influenciar na recuperação
e encontrabilidade da informação no contexto digital. Entretanto, Oliver (2011, p. 117) explica
que
A RDA sozinha não melhorará a navegação nem a exibição [dos resultados
de uma pesquisa] porque os dados devem ser usados de maneira adequada
por mecanismos e interfaces de busca bem-projetados. [...] A meta é criar
dados que possam apoiar buscas e navegação melhores, bem como exibições
aperfeiçoadas dos resultados das buscas.
Desse modo, as interfaces precisam estar projetadas no sentido de que a catalogação
em RDA esteja refletida também na exibição dos registros bibliográficos, a fim de melhorar a
navegação e os índices de encontrabilidade da informação. Oliver (2011, p. 71) afirma que a
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
60
“[...] interface de busca pode tirar proveito desses elementos de dados claramente rotulados e
diferenciados, a fim de elevar o nível de precisão das buscas e organizar os resultados em
formatos de exibição que sejam significativos”.
Lima (2016, p. 8) afirma que “[...] a interface é uma forma de representação do modelo
organizacional da informação, como uma forma de visualização do conteúdo modelado e o
meio que permite o acesso a esse mesmo conteúdo”. Portanto, a interface de um catálogo de
bibliotecas com dados em RDA deve trazer elementos que modelem esses dados no sentido de
que possam apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios trazidos pelo uso das
diretrizes da RDA.
Dentre as possibilidades de potencializar os benefícios dos dados em RDA, existe
alguns tipos de visualização da informação que podem ser aplicados nas interfaces. Baptista
(2019) declara que a visualização da informação busca formas de otimizar a recepção de
informações por parte dos usuários.
Silva (2016) destaca alguns dos modelos de visualização da informação, sendo eles, a
navegação hierárquica, que é aquela que a partir de um nó-raiz é possível ter acesso aos
subnós inferiores; a navegação em grafos, onde os grafos, geralmente, são utilizados para
representar estruturas complexas e a navegação facetada, que pode ser definida como uma
busca que reduz os resultados recuperados a cada iteração, pela seleção das classes pertences
às facetas.
Para Silva (2016), a navegação em grafos pode ser útil para representar as relações de
similaridade entre os documentos ou nas relações destes com os autores. Esse tipo de
navegação possibilita melhor visualização das combinações dos dados e os relacionamentos
entre os recursos, o que pode aprimorar a encontrabilidade da informação.
2 Metodologia
Este trabalho é considerado, segundo seus objetivos, como exploratório e segundo sua
abordagem, como qualitativo. No que se refere aos procedimentos aplicados, foi realizada uma
pesquisa bibliográfica e, posteriormente, uma pesquisa nos catálogos de bibliotecas que
utilizam o código de catalogação RDA.
O universo de pesquisa deste artigo constitui-se de 4 bibliotecas, sendo elas: a
biblioteca universitária da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a
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Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
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Teixeira; Alves
61
Library of Congress (LC), The British Library (Reino Unido) e a National Library of Australia
(Austrália).
A seleção das bibliotecas internacionais se deu por serem as principais instituições dos
países envolvidos no desenvolvimento da RDA. Já a escolha da biblioteca da PUCRS foi por ser
uma das primeiras bibliotecas brasileiras a adotar o novo padrão.
3 Resultados
Foram observadas semelhanças entre as interfaces das bibliotecas, o que pode indicar
um processo de busca por referências ou por orientações no sentido de potencializar os
benefícios da catalogação em RDA.
Apesar de não possuir instruções para a exibição dos dados, Oliver (2011) diz que as
instruções da RDA têm a intenção de proporcionar flexibilidade para adaptar às exibições de
acordo com as necessidades e preferências da comunidade de usuários.
Serão exibidos nas figuras abaixo os registros completos recuperados nos catálogos.
Após isso, serão apresentados os principais efeitos da catalogação em RDA que foram
observados nesta pesquisa.
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Figura 1 – Registro completo: catálogo on-line PUCRS
Fonte: Capturado do catálogo on-line da PUCRS (2021).
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Figura 2 – Registro completo: catálogo on-line Library of Congress
Fonte: Capturado do catálogo on-line da Library of Congress (2021).
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Figura 3 – Registro completo: catálogo on-line The British Library
Fonte: Capturado do catálogo on-line The British Library (2021).
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Figura 4 – Registro completo: catálogo on-line National Library of Australia
Fonte: Capturado do catálogo on-line National Library of Australia (2021).
Observou-se que foram utilizados elementos visuais, como ícones e textos que indicam
o formato da obra e o seu tipo de suporte, o que pode auxiliar os usuários durante o processo
de pesquisa e melhorar os índices de encontrabilidade.
Constatou-se que os autores principal e secundários estão em campos separados. Com
isso, percebeu-se que a conhecida regra de 3 advinda do AACR2 não é mais adotada, portanto,
todos os responsáveis pelo conteúdo são identificados, ampliando os pontos de acesso ao
documento. Quando catalogados com o AACR2, todos os responsáveis pela construção da obra
costumam ser descritos no mesmo campo.
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Verificou-se que no catálogo da PUCRS o campo imprenta foi substituído por três
novos campos, sendo eles “Local de publicação”, “Editora”, e “Data de publicação”. A palavra
imprenta pode ser enquadrada nos termos técnicos que não auxiliam os usuários na
identificação de um recurso. Percebeu-se também o uso de 3 elementos, sendo eles: tipo de
conteúdo, tipo de mídia e tipo de suporte. Para Oliver (2011) a informação sobre esses
elementos delimita as buscas e gera relevância nos resultados.
Percebeu-se que as indicações da RDA sobre elementos adicionais também foram
adotadas. Na biblioteca da PUCRS observa-se que o registro completo apresenta não apenas a
“Data de publicação”, mas também “Data de direitos autorais”. Além disso, o registro não
possui abreviaturas que são usadas na catalogação em AACR2.
Em vista do exposto, ao considerar que os modelos conceituais orientaram o
desenvolvimento da RDA, acredita-se que a opção mais adequada para a interface de um
sistema que utiliza o novo padrão de catalogação seja a navegação em grafos, ou representação
em rede. O uso dos grafos "[...] pode ser especialmente útil para representar as relações não
hierárquicas e globais entre as entidades de uma biblioteca" (SILVA, 2016, p. 56), o que
potencializa os benefícios do uso da RDA e contribui para melhorar a navegação do usuário e
a encontrabilidade da informação.
4 Considerações finais
Verificou-se que os principais efeitos do uso da RDA nas interfaces dos catálogos
foram a melhor visualização das informações sobre os registros bibliográficos e o uso de uma
linguagem acessível para o entendimento do usuário, o que favorece a encontrabilidade e
apoia o usuário em seu processo de busca.
No que se refere as interfaces dos catálogos de bibliotecas que utilizam a RDA,
acredita-se que o melhor modelo de visualização da informação seja a navegação em grafos.
Entretanto, assim como destacado por Oliver (2011), as necessidades e preferências da
comunidade devem ser consideradas para que a interface seja uma ferramenta que apoie as
atividades desenvolvidas pelos usuários.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
67
Referências
BAPTISTA, F. Uma proposta de interface de resultados de buscas em sistemas de
recuperação de informação: a semiótica e a interação humano computador como aporte
teórico. 2019. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Marília, 2019.
LIMA, G. A. L. Navegação hipertextual em contexto. In: LIMA, G. A. Biblioteca digital
hipertextual: caminhos para a navegação em contexto. Rio de Janeiro: Interciência, 2016.
OLIVER, C. Introdução à RDA: um guia básico. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2011.
SILVA, M. F. Interface para navegação em bibliotecas digitais. In: LIMA, G. A. Biblioteca
digital hipertextual: caminhos para a navegação em contexto. Rio de Janeiro: Interciência,
2016.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
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Catálogo bibliográfico
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Nas últimas décadas, o avanço tecnológico impulsionou diversas adaptações na catalogação. Atualmente, o Resource Description and Access (RDA) é o padrão de catalogação mais recente, desenvolvido para a Web e com o foco no usuário. Entretanto, quais são os efeitos do seu uso nas interfaces dos catálogos de bibliotecas? O objetivo geral deste trabalho é destacar os efeitos da RDA nas interfaces dos resultados de busca em catálogos bibliográficos. Os resultados mostram a utilização de alguns elementos que podem apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios da catalogação em RDA. Conclui-se que um dos principais efeitos do uso da RDA nas interfaces é a visualização mais clara das informações sobre o recurso informacional, o que favorece a encontrabilidade e apoia o usuário em seu processo de busca por informações.
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Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O kairos para uma formação catalográfica crítica
The kairos for a critical cataloging formation
Filipe Reis
Professor na Universidade Federal de Goiás (UFG). Doutorando em Ciência da informação na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3400342257925895
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1446-6982
E-mail: filipereis@ufg.br
Resumo
Apresenta reflexões sobre a educação catalográfica crítica. O surgimento do código RDA ( Resource
Description and Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em
vista que as graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos políticopedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse cenário, busca-se
refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica. Compreende-se que o
catalogador deve ter a capacidade de analisar e compreender o contexto catalográfico, com o objetivo de
criticar as contradições identificadas e produzir caminhos, caso sejam necessários. Sendo assim, se
aprendemos sem questionar, não aprendemos; na verdade, somos doutrinados. A crítica ocorre para a
progressão; se não houver o desenvolvimento, a continuidade é consciente.
Palavras-chave: Educação Catalográfica Crítica. Formação Catalográfica Crítica. Ensino de
Catalogação. Educação de Catalogação. Aprendizagem de Catalogação.
Abstract
It presents reflections about critical cataloging education. The emergence of the RDA (Resource
Description and Access) code is a significant element for the kairos of cataloging education, considering
that graduations in Library Science in Brazil are and/or will adapt their pedagogical political projects to
insert content about the “new” cataloging code: RDA. In this scenario, we seek to reflect on critical
education in the processes of cataloging education. It is understood that the cataloguer must have the
ability to analyze and understand the cataloging context, with the objective of criticizing the identified
contradictions and producing paths, if necessary. Therefore, if we learn without questioning, we do not
learn, we are actually indoctrinated. Criticism is for progression and if there is not a development,
continuity is conscious.
Keywords: Critical Cataloging Education. Critical Cataloging Formation. Cataloging Teaching.
Cataloging Education. Learning to Catalog.
1 Introdução
Na mitologia grega, podemos identificar, pelo menos, duas formas de expressar o
tempo. O vocábulo chronos (do latim Chronus, do grego Χρόνος) caracteriza o tempo numa
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
22
disposição em que se pode localizar qualquer evento específico. Nesse sentido, o tempo é
quantificável, linear, mensurável, sequencial, numerável. Ele é proposto em instrumentos que
medem o cumprimento da duração, como relógios e calendários. No entanto, a experiência do
tempo pode ser apreendida por meio de outro sentido. Kairos (do grego καιρός) é definido
como o momento ou como a ocasião de criar significado. Ele é de natureza qualitativa; é “o
momento oportuno”, “certo” ou “supremo” para agir (RAMALHO, 2020). Kairos é um momento
de parada; um ponto infinito no tempo; um plenum dentro de um ponto.
Levando em conta os sentidos de kairos, defende-se que a formação catalográfica
dispõe de um momento oportuno para analisar e repensar o ensino, o currículo, a
aprendizagem, as políticas educacionais, os materiais pedagógicos etc. Esse é um momento de
criar modos educacionais. Isso significa qualificar o processo e os seus dispositivos
catalográficos. A conjectura catalográfica hodierna está expressa por meio de um acúmulo de
conhecimento e de uma constituição de novos modelos conceituais, novos formatos de
metadados, mutações nas tecnologias, modificações e inclusões de perfis de usuários, além de
novos códigos de catalogação. Esse contexto oportuno propicia a análise e a reanálise dos
costumes formativos do catalogador. O surgimento do código RDA (Resource Description and
Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em vista
que as Graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos
político-pedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse
cenário, busca-se refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica.
As normas catalográficas, resultantes de uma constituição cultural, são criações
humanas, que estão em transições e em disputas simbólicas ligadas a interesses e a objetivos
variados sobre os entendimentos de usuário. Esses elementos devem ser constantemente
reanalisados para as devidas adaptações, pois quem controla os modos/sentidos de catalogar
arbitra sobre os valores.
Inicialmente, as normas catalográficas foram constituindo-se de acordo com o seu
contexto; ou seja, elas emergiam para lidar com as demandas das instituições. Todavia, o
último século, principalmente, foi marcado pela elaboração de normas catalográficas que não
se limitavam a uma instituição, a uma rede de instituições similares ou a uma nação. Exemplo
exponencial disso é o código AACR, que foi traduzido para mais de 20 idiomas, sendo utilizado
por povos de diferentes culturas, apesar das inúmeras críticas sobre a preponderância da
cultura anglo-americana expressa nesse código. Vale ressaltar que o abrangente uso do AACR
não é absoluto nem universal; vários países utilizam as suas próprias regras catalográficas,
além haver várias instituições que elaboraram ou adaptaram regras catalográficas, pois não
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
23
encontraram no AACR ou em qualquer outro código regras compatíveis com as necessidades
dos seus usuários e com os interesses da instituição.
Nessa conjuntura, emerge o RDA para substituir o AACR, tendo em vista as novas
estruturações tecnológicas, os modos de formulações das obras na contemporaneidade, as
necessidades dos usuários, entre outras questões. Entre os diferentes aspectos acerca desses
dois códigos, Frederick (2018) afirma que: “no passado, os catalogadores trabalhavam com
‘regras de catalogação’ e políticas, mas em um ambiente de catalogação rda existem
‘instruções’, diretrizes e ‘políticas’.”1 (FREDERICK, 2018, p. 19, tradução nossa, grifo nosso).
Embora a sinalização dessas mudanças seja importante, basilar é pensarmos como lidamos,
relacionamos, interagimos, usamos, reconhecemos, cotejamos etc. qualquer código/norma
catalográfica. Isto é, pouco adianta mudar a concepção de regra para a diretriz, se
continuarmos lidando com novos códigos da mesma forma que outrora. Partirmos do
entendimento de que o catalogador é um profissional com formação acadêmica e precisa
prezar por certas precauções fundamentais para a catalogação.
A fim de evitar análises e ações catalográficas reduzidas, o catalogador deve tomar
certos cuidados e certa prudência. A Figura 1 apresenta uma sistematização parcial de
precauções fundamentais para a catalogação. Veja que há duas fases antes do ato de catalogar:
a definição dos princípios da catalogação e as deliberações catalográficas. Isto é, antes de
catalogar, o bibliotecário tem uma série de análises e de decisões para serem tomadas. Para
catalogar um documento de uma forma ou de outra, ele precisa determinar sob quais regras a
catalogação vai ocorrer e se as suas escolhas vão estar alinhadas a certos princípios. Ainda que
o catalogador não tenha em mente, de forma clara, quais princípios regem as suas deliberações
catalográficas, ele está seguindo certos princípios sem perceber, e, consequentemente, as
decisões ocorrem sem consistência.
1
No original: “In the past, catalogers worked with “cataloging rules” and policies but in an RDA cataloging
environment there are “instructions,” guidelines and “policies.” (FREDERICK, 2018, p. 19).
II Encontro de RDA no Brasil
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�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
24
Figura 1 – Precauções fundamentais para catalogar
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os princípios e as regras catalográficas são distintos. Os princípios apresentam uma
textura aberta. Eles não são válidos ou inválidos; são sempre levados em consideração, e a sua
aplicação se dá pelo seu pensamento, ou seja, pela importância de sua aplicação em tal
contexto. As regras têm textura fechada: elas são tudo ou nada. Se uma regra contradiz outra,
uma delas será inválida. As regras são razões mais definitivas; se satisfeitas, são aplicadas. Elas
são mais detalhadas. As regras são fixas, enquanto os princípios são mandamentos de
otimização contextual. Assim, os princípios são aplicados em doses máximas, médias ou
mínimas. Os princípios sempre são aplicados.
Nesse contexto, a partir da Figura 1, utilizaram-se os princípios da Declaração dos
Princípios Internacionais da Catalogação, publicada pela IFLA (2018). Poderiam ser outros
princípios, mas acreditamos que esses são suficientemente pertinentes para a exemplificação.
Veja que, entre todos os princípios, um é determinante: interesse do usuário 2. Ou seja, todos os
outros princípios, mesmo sendo relevantes, não podem se sobrepor a esse princípio. Sendo
assim, a decisão de quais regras/diretrizes utilizar deve ser justificada a partir do primeiro
princípio, e não por questões de interoperabilidade, ou pior, simplesmente em razão de
determinada regra ser uma novidade. Após a definição de princípios e após deliberar com base
neles, o catalogador vai realizar a catalogação como hipótese, que será confirmada se ela
funcionar, ou seja, se o usuário conseguir exercer as suas funções no processo de busca por
documentos.
2
No original: “Convenience of the user”.
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Otlet afirma que: “Uma biblioteca não existe por si só. É preciso formá-la [...]. Ela não
é um amontoado de livros.” (OTLET, 2018, p. 535). Organizar é preciso! A catalogação pode ser
compreendida como uma subárea e como um conjunto de procedimentos catalográficos. Como
subárea, a catalogação é compreendida como arte por Cutter (1904), como ciência por
Ranganathan (2009), como estudo por Mey e Silveira (2009) e como disciplina científica por
Alves e Santos (2013). Como um conjunto de procedimentos, a catalogação tem sido fruto de
uma estrutura curricular. Essa base curricular, porém, nem sempre corresponde a uma
estrutura sociopolítica unificada e nem mesmo a uma coexistência ativa e interatuante. Toda a
amplitude da catalogação se rompe em disciplinas singulares, algumas delas bem pouco
viáveis como um cenário dentro do qual uma teoria geral da catalogação possa realizar as suas
potencialidades. A unidade empírica do ato catalográfico jamais funcionou como um fator de
unificação, porque as distintas influências constitutivas dos processos catalográficos
coexistiram, mas com pouca convivência, ao logo do tempo.
Nesse entendimento, intenta-se aproveitar esse kairos, ou seja, esse tempo oportuno,
para uma formação catalográfica crítica endereçada aos bibliotecários. A educação é um
“processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral [...]” (CUNHA, 2010, p.
235). A educação como processo de transmissão e de aprendizagem se realiza por meio dos
dispositivos culturais, ou seja, dos dispositivos de uso, produção e comportamento que
possibilitam que os grupos humanos sejam capazes de satisfazer as suas necessidades
fisiológicas, afetivas e pessoais. Nesse contexto, a educação catalográfica visa a um conjunto
de questões que objetivam modos de formação do catalogador. Ela compreende o ensino, o
currículo, a aprendizagem, o desenvolvimento de competências, as políticas educacionais, o
planejamento educacional e assim por diante. Vale ressaltar que esses temas estão totalmente
associados, porém, têm suas particularidades.
Figura 2 – Educação catalográfica
Fonte: Elaborado pelo autor.
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A literatura sobre educação catalográfica mostra os problemas recorrentes
relacionados a esse processo educacional. Autores como Henderson (1987), Turvey e Latarte
(2002), Joudrey (2002) e Intner (2002), entre outros, expuseram essas questões. De forma
suscita, destacam-se algumas das adversidades da Educação Catalográfica: a controvérsia entre
teoria e prática; a incipiente formação histórica do catalogador; e o currículo, isto é: pensar em
quais conteúdos e materiais são primordiais para uma certa formação e no porquê de certos
conteúdos não serem ensinados; pensar em quais competências são necessárias para lidar com
as demandas catalográficas; e pensar na formação de um senso crítico do catalogador.
Uma formação catalográfica crítica tem sido sinalizada na literatura da área por
autores como Lubetzky (1965), o qual chama a atenção que mesmo os mais atenciosos e
capazes, entre os discentes de catalogação, estarão fadados à confusão e à alienação, por
causa de uma ênfase indevida e não crítica às regras de catalogação. Nesse sentido, Young
(1987) ratifica que é por meio de análises críticas desenvolvidas no processo educacional que
o sujeito estará preparado para se adaptar a um ambiente em mudança e a liderar a
profissão em evolução. Arakaki (2013) afirma que são necessários currículos complementares
que possibilitem exercícios abstratos, teóricos, críticos e práticos; assim, será superada uma
formação ligada a um simples fazer tecnicista. Pereira (2013) defende que o currículo de
catalogação proporcione ao futuro profissional o desenvolvimento de uma visão crítica; além
disso, o autor defende que o currículo contribua para a área, no repensar e no fazer das suas
atividades diárias. Além disso, Olson afirma que: “O profissional deve ser capaz de conhecer
essas coisas de maneira crítica, além da mera aceitação de padrões, para que o catálogo possa
efetivamente desempenhar sua função mediadora entre a coleção e os usuários.” (OLSON,
1997, p. 52, tradução nossa, grifo nosso).
Embora a literatura aponte a relevância de uma formação crítica do catalogador, pouco
se aprofunda nessa questão. O que é crítica? Como se forma um senso crítico no catalogador?
Podemos começar pensando o que não é crítica. Quando fazemos, fazemos, fazemos e não
sabemos, porque3 isso é o prenúncio da falta de senso crítico.
A palavra “crítica” (do grego kritikós – κριτικός) indica a capacidade intelectual de
discernimento sobre algo. Isto é, essa palavra indica quando uma pessoa é capaz de julgar por
diversos pontos de vista, seja o estético, seja o lógico, seja o intelectual, ou “do ponto de vista
de uma concepção, de uma teoria, de uma experiência ou de uma conduta.” (JAPIASSÚ;
3
Fazendo alusão ao artigo: WHITE, Herb. Fazemos, fazemos, fazemos e não sabemos porque: as práticas de
catalogação clamam por uma reavaliação. Revista da Escola de Biblioteconomia, Belo Horizonte, v. 22, n. 2,
p. 257-264, jul./dez. 1993.
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MARCONDES, 2006, p. 61). A partir da filosofia kantiana, o vocábulo “crítica” ganhou
relevância na história do pensamento. Após Kant, podemos destacar alguns autores e
“movimentos” que realizaram uma miríade de estudos críticos: a) Karl Marx e Friedrich Engels,
com estudos econômicos e sociais; b) os autores da Teoria Crítica de Frankfurt: Max
Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse, Erich Fromm, Leo Lowenthal, Jürgen
Habermas, Albrecht Wellmer, Otto Apel, Walter Benjamin 4 e Axel Honneth; e c) os pósestruturalistas, influenciados pelas bases críticas kantianas e marxistas: Jacques Derrida, Gilles
Deleuze, Jean-François Lyotard; Michel Foucault, Judith Butler, Jean Baudrillard, Julia Kristeva,
Jacques Rancière e Paul Ricoeur. Esses autores são contrários a uma teoria tradicional
(HORKHEIMER, 1983), a qual é marcada pela defesa da neutralidade. Eles buscam analisar as
condições sociais, políticas, econômicas etc. das aplicações das teorias, com o objetivo de
transformar a realidade.
O pensamento crítico vai ser requisitado também na Biblioteconomia e na Ciência da
Informação. Podemos observar isso nas publicações de Leckie; Given e Buschman (2010);
Nicholson e Seale (2018); Accardi; Drabinski e Kumbier (2010); Downey (2016); Gregory e
Higgins (2013); Leung e Lopez-McKnight (2021). Isso ocorreu num contexto americano e num
contexto francês; podemos observar a perspectiva crítica na criação do Grupo de Pesquisa
sobre o Escrito e o Documento, envolvendo, entre outros, Robert Estivals, Jean Meyriat,
Pierre Albert, Jean Guenot, Jean-Marie Bouvaist e Jacques Breton (ESTIVALS, 1981). Esse
grupo buscou compreender os circuitos do escrito e do documento a partir de uma explicação
crítica de base marxista.
Uma educação catalográfica crítica deve ir além dos aspectos normativos, que visam
ao padrão ideal, e dos aspectos descritivos, que reduzem o objeto ao estagnado. O ideal e real
não são opostos. É dentro do real que se deve buscar forças favoráveis, para, em momentos
adequados, promover ou bloquear o ideal. Ou seja, é no contexto catalográfico que análises
críticas serão realizadas, a fim de discernir o quanto o ideal (tal modelo) deve ser adotado.
Algumas perguntas podem ser suscitadas numa educação crítica: Quais são as ideias
implícitas? Quais são as evidências que apoiam tal afirmação? Quais são as outras facetas
referentes a ela? Quais são os fundamentos do enunciado? O que precisa ser explorado para
esclarecer certas questões? Quais são as implicações de tal afirmação? Por que catalogamos
assim e não de outra forma? Em resumo, o catalogador deve: a) analisar e compreender o
contexto catalográfico; b) criticar as contradições identificadas; e c) produzir caminhos, caso
seja necessário. Se aprendemos sem questionar, não aprendemos; na verdade, somos
4
Considerado membro da escola por afinidade teórica, teve a sua tese rejeitada pela Universidade de Frankfurt.
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doutrinados. A crítica ocorre para a progressão; se não houver o desenvolvimento, a
continuidade é consciente.
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Tradução de Taiguara Villela Aldabalde, Letícia Alves, Virginia Arana, Silvana Arduini,
Cristian Brayner, Marcilio de Brito, Max Evangelista, Maria Yêda de Filgueira Gomes,
Guilherme Achiles Clair Marie Isnard Filho, Nair Kobashi, Ana Regina Luz Lacerda, Antonio
Agenor Briquet de Lemos, Ercilia Mendonça, José Antonio Pereira do Nascimento, Martha
Suzana Nunes, Regina Obata, Edmir Perrotti, Ivete Pieruccini, Alice Araújo Marques de Sá,
Camila Silva, Johanna Wilhelmina Smit, Rosemeri Bernieri de Souza, Maria Carolina de Deus
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�
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Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
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Title
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O kairos para uma formação catalográfica crítica
Creator
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Filipe Reis
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GT-CAT/FEBAB
Date
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2022
Language
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pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Educação Catalográfica Crítica
Formação Catalográfica Crítica
Ensino de Catalogação
Educação de Catalogação
Aprendizagem de Catalogação
Description
An account of the resource
Apresenta reflexões sobre a educação catalográfica crítica. O surgimento do código RDA (Resource Description and Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em vista que as graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos político-pedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse cenário, busca-se refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica. Compreende-se que o catalogador deve ter a capacidade de analisar e compreender o contexto catalográfico, com o objetivo de criticar as contradições identificadas e produzir caminhos, caso sejam necessários. Sendo assim, se aprendemos sem questionar, não aprendemos, na verdade, somos doutrinados. A crítica ocorre para a progressão, se não houver o desenvolvimento, a continuidade é consciente.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6240/2022-rda-visto-a-30-mil-pes.pdf
c3788c33fe61c1796db0084774a86f7d
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O RDA visto a 30 mil pés
The RDA: the view from 30,000 feet
Liliana Giusti Serra
Graduação em Biblioteconomia e Documentação pela Fundação Escola de Sociologia e
Política de São Paulo (FESP-SP). Mestrado em Ciência da Informação pela Universidade de
São Paulo (USP). Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3828328663401491
ORCID: http://orcid.org/0000-0001-6788-2376
E-mail: lgiustiserra@gmail.com
Resumo
Este artigo discorre sobre as possibilidades de descrição de registros com o RDA, sob a perspectiva do
modelo conceitual IFLA LRM. O método de pesquisa empregado foi o de análise conceitual, onde são
propostas soluções para ampliar a compreensão de determinado tema. Para exemplificar a aplicação da
RDA foi utilizada a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, como exemplo, abordando a presença de
expressões, manifestações e relacionamentos com outras obras. Foram identificadas expressões textuais
da obra em outros idiomas e a presença de outras obras passíveis de relacionamento, como adaptações
para verso, quadrinhos, livro e filme cinematográfico. O artigo conclui que as bibliotecas brasileiras
podem beneficiar-se da adoção do RDA mesmo que ainda não seja em sua plenitude, estruturando seus
catálogos para que fiquem mais atrativos aos usuários para que realizem suas tarefas.
Palavras-chave: RDA. IFLA-LRM. Catalogação. Relacionamento de registros. Entidades RDA.
Abstract
This article discusses the possibilities of describing records using the RDA, from the perspective of the
IFLA LRM concept model. The research was developed using conceptual analysis, where solutions are
proposed to broaden the understanding of a given topic. To exemplify the application of the RDA, the
work Os Sertões, by Euclides da Cunha, was used as an example, addressing the presence of
expressions, manifestations, and relationships with other works. Textual expressions of the work in
other languages and the presence of other works that could be related were identified, such as
adaptations for verse, comics, books, and movies. The article concludes that Brazilian libraries can
benefit from the adoption of the RDA even if it is not yet in its entirety, structuring their catalogs so
that they are more attractive to patrons to carry out their tasks.
Keywords: RDA. IFLA-LRM. Cataloging. Record relationships. RDA entities.
1 Introdução
O RDA trouxe uma série de transformações na rotina da representação descritiva. O
código foi estruturado tendo como base os modelos conceituais da família FR: Requisitos
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
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Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR), Requisitos Funcionais para Registros de
Autoridades (FRAD) e Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto (FRSAD).
Porém, com o lançamento do modelo conceitual Library Reference Model (IFLA-LRM) em 2017,
ocorreu a consolidação dos modelos da família FR, com estabelecimento das entidades RDA,
resultando, inclusive, em ajustes na estrutura do RDA Toolkit.
O RDA é estudado no Brasil, porém são poucas as instituições que estão efetivamente
implementando o novo código. Muitos dos estudos realizados são calcados em comparações
com o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2). As diferenças, entretanto, vão além
de regras a serem seguidas. Inicialmente o RDA foi construído tendo como base o modelo
Entidade-Relacionamento, definido por Peter Chen em 1976. Neste modelo ocorre uma
descrição abstrata, com entidades, seus atributos e os relacionamentos que podem ser
estabelecidos entre elas.
O IFLA-LRM estruturou um conjunto com 13 entidades, organizadas em classes e
subclasses, com atributos que podem ser herdados e relacionamentos que podem ser
representados entre as entidades por meio de identificadores únicos (URIs) ou literais. Ao
trabalhar com esta estrutura flexível, ocorrem outras possibilidades de descrição, não
restringindo-se somente ao item que será descrito, mas aos vínculos que podem ser
estabelecidos com os demais registros (entidades e atributos) presentes no catálogo e para
além dele, na Web.
2 Metodologia
Este artigo foi realizado a partir do método de análise conceitual proposta por Furner
(2004) onde, a partir de perguntas realizadas em cima de uma temática, são propostas soluções
que visam expandir a compreensão sobre um tema. Tendo como ponto de partida o modelo
conceitual IFLA-LRM aliado à prática de catalogação, buscou-se investigar as possibilidades
descritivas propostas no RDA. Para elaborar esta pesquisa foi escolhida uma obra conhecida
em âmbito nacional e internacional que possui diversas expressões e manifestações. Foi
utilizada como exemplo a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, para ilustrar algumas das
alterações proporcionadas pelo RDA. Neste cenário foi possível identificar elementos que
favorecem o estabelecimento de vínculos entre entidades.
3 Resultados
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A obra Os Sertões, escrita por Euclides da Cunha, foi publicada em 1902. A obra
abrange a linha temporal de 1896 a 1897, cobrindo o conflito Guerra de Canudos, que ocorreu
no interior da Bahia. A obra foi traduzida para outros idiomas, além de ser inspiração para
criação de outras obras.
A aplicação do RDA estimula estudos para compreensão da história da obra como um
todo, identificando quando foi criada, o(s) agente(s) que a criou(criaram), as formas com as
quais foi expressa (textual, sonora, visual etc.), os idiomas utilizados, os formatos e diversos
outros aspectos. Foram identificadas expressões textuais da obra Os Sertões nos idiomas
português, inglês, espanhol, francês, entre outros (Figura 1).
Figura 1 – Estrutura WEMI de Os Sertões
Fonte: Elaborado pela autora.
Ao descrever a expressão de conteúdo textual em português é possível detalhar os
dados da autoridade Euclides da Cunha com datas extremas (|d), relação do Agente Pessoa com
a Expressão (|e e |4) e dois identificadores de autoridades (|0 e |1), conforme ilustrado na Figura
2. Destaca-se que a representação no formato MARC 21 é adequada para Manifestações e não
Expressões, porém este recurso foi utilizado neste artigo para facilitar a visualização e
identificação dos elementos descritivos aos catalogadores. Foram criadas relações com
expressões nos idiomas inglês, espanhol e francês em tags 767.
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Figura 2 – Representação de expressão textual em português
041 __ |a por
100 1_ |a
|4
|0
|1
Cunha, Euclides da |d 1866-1909 |e autor
http://rdaregistry.info/Elements/a/P50305
http://http://viaf.org/viaf/64034750
https://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha
245 13 |a Os Sertões : |b (campanha de Canudos) / |c Euclides da Cunha
336 __ |a texto |b txt |2 rdacontent
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Chicago : University of Chicago, 2010.
|h 567 páginas |t Rebellion in the backlands |w 000046173
|z 978-0226124445 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d México : Fondo de Cultura Económica, 1998.
|h 445 páginas |t Los sertones: campaña de Canudos |w 000046183
|z 978-9505575282 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Paris : Metálié, 1997. |h 529 páginas
|t Hautes terres: la guerre de Canudos |w 000046103 |z 978-0226124445 |7 p m
Fonte: Elaborado pela autora.
Foram identificadas algumas obras que permitem o estabelecimento de relações com a
obra Os Sertões, como a obra Os Sertões: poema baseado na obra do mesmo título de Euclides
da Cunha, de autoria de R. P. Castelo Branco; A guerra do fim do mundo, de Mario Vargas
Llosa; Os Sertões: a luta: uma história em quadrinhos, de Carlos Ferreira e Rodrigo Rosa; e
Guerra de Canudos, filme de Sérgio Rezende. Na Figura 3 é possível visualizar características
de obras, expressões e manifestações destas obras.
Figura 3 – Possíveis relações entre Os Sertões e outras obras
Fonte: Elaborado pela autora.
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Na Figura 4 são apresentadas possíveis relações entre as obras presentes na Figura 3
representadas no MARC 21. Destaca-se que nos subcampos |4 estão informados as URIs das
relações existentes, retiradas do RDA Registry1. O significado das relações está informado entre
parênteses após cada URI.
Figura 4 – Possíveis relações entre Os Sertões e outras obras no MARC 21
787 __ |a Rezende, Sérgio |d Rio de Janeiro : Riofilme, 1997.
|h 165 minutos, colorido |t Guerra de Canudos |w 000046103 |7 2 g
|4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10094
(adaptado de Obra como filme cinematográfico)
787 __ |a Vargas Llosa, Mario, 1936- |d São Paulo : Alfaguara, 2008.
|h 608 páginas |t A guerra do fim do mundo |w 000046183
|z 978-8560281497 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10034
(adaptado de Obra como romance)
787 __ |a Ferreira, Carlos |d São Paulo : Quadrinhos na Cia, 2019.
|h 96 páginas |t Os sertões: a luta |w 000046173 |z 978-8535932409
|7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10251
(adaptado de Obra como quadrinhos)
787 __ |a Castelo Branco, R. P. |d Porto Alegre : Martins Livreiro, 1943.
|h 64 páginas |t Os sertões: poema baseado na obra do mesmo título de Euclides da
Cunha |w 000046173 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10023
(adaptado de Obra como verso)
Fonte: Elaborado pela autora.
4 Considerações finais
O RDA proporciona outras possibilidades de descrição de recursos bibliográficos e de
autoridades, com iteração entre registros presentes no próprio catálogo e com dados na Web.
Isto representa aos usuários o acesso a mais dados e descoberta de outras informações,
contextualizando resultados de busca e contribuindo com a realização das tarefas dos usuários.
As bibliotecas brasileiras precisam iniciar a adoção do RDA para participar deste movimento
internacional que visa a modernização dos catálogos, aposentando ideias e concepções que
foram muito úteis, mas que hoje não atendem mais aos anseios dos usuários.
A adoção do RDA, ao exigir maior conhecimento dos registros que serão incluídos no
catálogo, também permite o diálogo entre os registros, embasando a pertinência de
manutenção de determinados títulos no acervo, contribuindo com o desenvolvimento da
coleção.
1
https://www.rdaregistry.info/
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
51
É compreensível a resistência pela adoção de um código que está em outro idioma e
que representa tantas rupturas com a tradição estabelecida desde o século XIX. Sabemos que o
formato MARC 21 não acomoda as possibilidades descritivas do RDA, assim como os sistemas
não estão totalmente preparados para alterar a forma de visualização dos registros – questão
esta que está em aberto até o momento. Mas as bibliotecas não precisam aguardar que tudo
esteja pronto, testado e funcionando para já dar os primeiros passos. O RDA baseia-se em
orientações, dando ênfase às políticas de catalogação desenvolvidas pelas agências
catalogadoras. Afinal, como disse Chris Oliver na sua palestra de abertura do 2º Encontro RDA
no Brasil, vivemos num mundo globalizado, mas não na mesma comunidade. Distinções são
importantes e necessárias. As descrições podem atender às demandas da comunidade local,
mas precisam seguir alguns critérios que sejam compreendidos pelas demais bibliotecas.
Alguns aspectos do RDA já podem ser implantados pelas bibliotecas, como o fim da
regra de três autores, a dispensa de abreviações latinas e a inclusão de URIs em entidades
como Agentes, por exemplo. Com certeza faremos catálogos mais simples, atrativos e
confiáveis aos usuários, a partir do momento que sua utilização for facilitada, sem
renunciarmos aos nossos controles de terminologias e padrões descritivos. Caso contrário as
bibliotecas continuarão com sua estrutura de silos de informação, onde os dados não
conversam entre si dentro do próprio catálogo, nem com a biblioteca vizinha, e muito menos
com a Web.
Referências
FURNER, J. Conceptual analysis: a method for understanding information as evidence, and
evidence as information. Archival Science, v. 4, p. 233-265, 2004. DOI: 10.1007/s10502-0052594-8.
RIVA, Pat; LE BOUEF, P.; ZUMER, M. IFLA Library Reference Model: um modelo conceitual
para a informação bibliográfica. 2020. Disponível em:
https://repository.ifla.org/handle/123456789/47. Acesso em: 09 dez. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O RDA visto a 30 mil pés
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Liliana Giusti Serra
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access (RDA)
IFLA-LRM
Catalogação
Relacionamento de registros
Entidades RDA
Description
An account of the resource
Este artigo discorre sobre as possibilidades de descrição de registros com o RDA, sob a perspectiva do modelo conceitual IFLA LRM. O método de pesquisa empregado foi o de análise conceitual, onde são propostas soluções para ampliar a compreensão de determinado tema. Para exemplificar a aplicação da RDA foi utilizada a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, como exemplo, abordando a presença de expressões, manifestações e relacionamentos com outras obras. Foram identificadas expressões textuais da obra em outros idiomas e a presença de outras obras passíveis de relacionamento, como adaptações para verso, quadrinhos, livro e filme cinematográfico. O artigo conclui que as bibliotecas brasileiras podem beneficiar-se da adoção do RDA mesmo que ainda não seja em sua plenitude, estruturando seus catálogos para que fiquem mais atrativos aos usuários para que realizem suas tarefas.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6241/2022-rda-nova-geracao-de-catalogos-linked-data.pdf
0e1763c6d52e0b6297f1791a128dad29
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
RDA e a nova geração de catálogos:
explorando o Linked Data
RDA and the new generation of catalogs:
the Linked Data exploring
Letícia Guarany Bonetti
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Graduação em Biblioteconomia pela
Universidade de Brasília (UNB) (2019).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1895977717955732
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3012-8465
E-mail: leticiagbonetti@gmail.com
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Bibliotecária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutora em Ciência da
Informação na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós-Doutoranda na área de
Computação pela Universidade de São Paulo (USP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
O cenário da web e dos avanços tecnológicos traz à tona discussões sobre a nova geração de usuários da
informação. Os catálogos de biblioteca parecem continuar ocupando um papel marginal no mercado de
consumo da informação digital, e os usuários consideram seu uso difícil e limitado quando comparados
com os motores de busca. Por meio de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, buscou-se
investigar o papel da Resource Description and Acces (RDA) na elaboração de catálogos mais voltados às
necessidades dos usuários da Web. Os estudos demonstram que a RDA tem potencial para guiar a
elaboração de catálogos mais dinâmicos, com melhor adaptação às tecnologias de bases de dados
emergentes. Os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização mais direcionada nas
necessidades dos usuários de informação, podendo trazer benefícios para uma nova geração de
catálogos.
Palavras-chave: Catálogo. RDA. Linked Data. Web Semântica.
Abstract
The web scenario and technological advances bring up discussions about the new generation of
information users. Library catalogs seem to continue to play a marginal role in the consumer digital
information market, and users find their use difficult and limited compared to search engines. Through
exploratory research, of a qualitative nature, we sought to investigate the role of Resource Description
and Access (RDA) in the elaboration of catalogs more focused on the needs of web users. Studies show
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
106
that the RDA has the potential to guide the creation of more dynamic catalogs, with better adaptation
to emerging database technologies. Conceptual models and the RDA allow for an organization more
focused on the needs of information users, which can bring benefits to a new generation of catalogs.
Keywords: Catalog. RDA. Linked Data. Semantic Web.
1 Introdução
No cenário da Web e dos recursos digitais, discute-se a necessidade de alinhar os
princípios de catalogação para a modelagem de catálogos mais voltados às necessidades dos
usuários atuais (SILVA et al., 2017). De acordo com Silva et al. (2017, p. 135), o usuário foi
posto como foco da biblioteca por Ranganathan “[...] ao mencionar o objetivo da elaboração
de um catálogo, o qual vem sendo repensado, a partir dos modelos conceituais, também com
foco central nas expectativas e necessidades do usuário”.
Nesse sentido, conforme argumenta Díez (2012), as bibliotecas têm realizado diversos
investimentos em prol da adaptação às tecnologias disponíveis, mas os catálogos parecem
continuar ocupando um papel marginal no mercado de consumo da informação digital. Os
usuários consideram o uso dos catálogos difícil e limitado quando comparados com motores de
busca (Google) e sites como a Amazon (DÍEZ, 2012). Surgem, então, novos desafios para as
bibliotecas e a catalogação, que estão relacionados com as regras, normas e códigos como
exemplo, a Resource Description and Acces (RDA) (LOURENÇO, 2020).
Baseado em modelos conceituais, a RDA foi elaborada para atualizar os códigos de
catalogação. Busca atender às exigências da descrição no contexto Web, focando nas
necessidades dos usuários e aproximando-os das linguagens de catalogação (CERRAO;
CASTRO, 2019). Arakaki et al. (2017, p. 4) afirmam que “[...] a evolução dos instrumentos de
representação no domínio bibliográfico acarretará numa nova transição para os catálogos das
bibliotecas”.
Os modelos conceituais, as diretrizes RDA, o cenário da Web Semântica e o Linked
Data passam a ser temas de destaque no cenário das bibliotecas e da representação na Web,
permitindo maximizar as buscas e recuperações das informações nos catálogos. Nesse cenário
pode-se citar, por exemplo, projetos da Library of Congress que utilizam recursos do Linked
Data para a implementação da RDA em catálogos, como o caso do BIBFRAME.
Essa afirmação é constatada pela atualização da RDA em dezembro de 2020. Nessa
atualização, a RDA foi remodelada e deixou de ter regras numeradas, seções, apêndices e
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
107
capítulos, apresentando uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por
meio da modelagem da IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
Desse modo, trata-se de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, que
buscou investigar o papel da RDA na elaboração de catálogos mais voltados às necessidades
dos usuários da web. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas nas bases Base de
Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), Scientific
Electronic Library Online (SciELO) e no motor de busca Google Acadêmico, no período de abril
a setembro de 2021. Os termos utilizados foram: “Resource Description and Access” e “Linked
Data” relacionados com “biblioteca”. Dessa forma foi possível obter um panorama dos estudos
e aplicações da RDA na modelagem de catálogos mais abertos.
2 RDA e os catálogos de biblioteca
A literatura encontrada sobre a temática ainda não apresenta relatos da nova RDA.
Nesse sentido, o texto de Candela et al. (2015) destaca que a família de modelos conceituais
FRBR e as diretrizes RDA fornecem uma estrutura moderna que facilita o processamento
automático da informação (CANDELA et al., 2015), indo ao encontro do que é proposto pelo
Linked Data e pela Web Semântica.
Segundo Berners-Lee (2006) a Web Semântica não trata apenas de colocar dados na
web. Trata-se de criar links, para que uma pessoa ou uma máquina possa explorar a rede de
dados. Nesse sentido, dentre as vantagens da RDA citadas por Fusco (2010) está a melhor
adaptação às tecnologias de bases de dados emergentes, o que possibilita que as instituições
como as bibliotecas sejam mais eficientes na recuperação dos dados em seus catálogos.
De acordo com Coyle (2016) o objetivo do catálogo é fornecer uma identidade para os
recursos na biblioteca por meio de um conjunto de qualidades conhecidas, como autor e título.
O catálogo da biblioteca, ao contrário de motores de busca populares como o Google, projeta
seus produtos para atender apenas aos usuários que realizam a pesquisa sabendo o título ou o
autor da obra que desejam. Já os motores de busca não presumem que o usuário esteja ciente
da existência de quaisquer documentos que satisfaçam suas necessidades. Essa é a diferença
entre ver o espaço de informações como um conjunto finito de itens em uma prateleira, versus
um conjunto quase infinito de incógnitas em constante mudança. Apesar do limite e da noção
de inventário fazerem parte dos princípios de catalogação, segundo Coyle (2016), é um erro
presumir que isso seja o que o usuário de informação deseja.
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�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
108
Para Díez (2012) as expectativas dos usuários estão claramente voltadas para o modelo
das ferramentas e serviços Web. Os motores de busca permitem a pesquisa de textos
completos, superando o caráter restritivo do catálogo limitado à exploração do referencial
bibliográfico. Em concordância, Coyle (2016) afirma que os catálogos e seus objetivos
fornecem uma visão muito estreita da possibilidade de interação dos usuários com a biblioteca
e seus itens. Para Lourenço (2020) os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização
mais focada nas necessidades dos usuários de informação.
Nesse sentido, Díez (2012), ao abordar a nova geração de catálogos, afirma que a
literatura atribui a eles alguns elementos como: interface Web de design atual, semelhante às
disponíveis em sites comerciais; conteúdo rico como imagens das capas, links para índices,
resumos, nuvens de tags, navegação facetada; resultado ordenado por relevância; mecanismos
de autocorreção como “você quis dizer?”; recomendações de materiais relacionados; e
contribuições dos usuários, permitindo-os adicionar dados como resenhas, críticas e tags.
Coyle (2016) vai mais adiante e cita um exemplo do que seria possível com a aplicação
dos preceitos do Linked Data e da Web Semântica no universo bibliográfico, com o autor
identificado em uma descrição de catálogo de biblioteca podendo se interligar com a página de
informações do autor na Amazon ou com a entrada enciclopédica sobre o autor na Wikipédia.
O maior desafio seria fazer essa transição, usando-se de novos modelos.
Tendo isso em vista, pode-se citar o trabalho de Candela et al. (2015) que descreveu a
migração das entradas do catálogo da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes para uma nova
base de dados relacional que segue os modelos conceituais promovidos pela International
Federation of Library Associations and Institutions (IFLA), em particular, às especificações
FRBR. O artigo descreve as etapas aplicadas para a migração de uma coleção de registros
MARC21 para um conjunto de triplos Resource Description Framework (RDF), que é
amplamente incentivado pelos princípios do Linked Data de Berners-Lee (2006), contendo
metadados bibliográficos em RDA.
No contexto da RDA, a descrição bibliográfica, segundo Lourenço (2020, p. 159), “[...]
se torna mais clara para o usuário, com o fim das abreviações e expressões em latim”. Há a
percepção de que o usuário realiza suas buscas tendo quatro tarefas básicas em mente:
encontrar, identificar, selecionar e obter. Mudanças como essas são importantes no cenário
citado por Díez (2012) da marginalização dos catálogos de bibliotecas e da preferência pelas
interfaces amigáveis de sites como o Google.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
109
3 Considerações finais
Os catálogos de biblioteca assumem um papel marginal quando comparados com
outros sistemas de recuperação da informação como Google e Amazon. A nova geração de
usuários espera por interfaces mais amigáveis e dinâmicas, que permitam maiores interações e
acesso ao texto completo.
No cenário de mudanças tecnológicas como o Linked Data e a Web Semântica é
importante citar a RDA. Conforme a literatura encontrada, a RDA permite maior dinamicidade
dos catálogos, podendo oferecer soluções para uma nova geração de catálogos mais voltados
para as necessidades atuais dos usuários. Isso tornaria os catálogos e as bibliotecas mais
competitivas no cenário informacional.
No futuro pretende-se realizar maiores estudos sobre as possibilidades de aplicação da
RDA para construção de catálogos mais abertos e amigáveis em nível nacional, como o
trabalho citado da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes.
Referências
ARAKAKI, F. A. et al. Bibframe: tendência para a representação bibliográfica na web. Revista
Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, p. 2231-2249, 2017. Disponível em:
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/3416. Acesso em: 09 ago. 2021.
BERNERS-LEE, T. Linked Data: Design Issues. [S.l.]: W3C, 2006. Disponível em:
https://www.w3.org/DesignIssues/LinkedData.html. Acesso em: 25 jun. 2017.
CANDELA, G. et al. Transformation of a Library Catalogue into RDA Linked Open Data. In:
Kapidakis S., Mazurek C., Werla M. (eds). Research and Advanced Technology for Digital
Libraries. TPDL 2015. Lecture Notes in Computer Science, v. 9316. Springer, Cham.
Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-319-24592-8_26. Acesso em: 10 mar. 2021.
CERRAO, N. G.; CASTRO, F. F. Perfil de aplicação de metadados baseado em frbr e rda.
Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, n. XX ENANCIB, 2019. Disponível
em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/122527. Acesso em: 06 set. 2021.
COYLE, K. FRBR, before and after: a look at our bibliographic models. Chicago: American
Library Association, 2016. Disponível em: https://kcoyle.net/beforeAndAfter/978-0-8389-13642.pdf.
DÍEZ, M. L. A. Redefiniendo el catálogo: expectativas de las interfaces de descubrimiento
centradas en el usuário. México, Investigación Bibliotecológica, vol. 26, no. 56, p. 181-204,
ene./abr., 2012.
II Encontro de RDA no Brasil
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�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
110
FUSCO, E. Modelos conceituais de dados como parte do processo da catalogação:
perspectiva de uso dos FRBR no desenvolvimento de catálogos bibliográficos digitais. 2010.
249 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências,
2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/103369.
LOURENÇO, C. A. Novas tendências em catalogação: o novo paradigma da catalogação a
partir da modelagem conceitual. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 25, n. Especial,
p. 150-167, 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/135741. Acesso em:
09 set. 2021.
SILVA, L. C.; SANTARÉM SEGUNDO, J. E.; ZAFALON, Z. R.; SANTOS, P. L. V. A. C. O código
rda e a iniciativa bibframe: tendências da representação da informação no domínio
bibliográfico. Em Questão, v. 23, n. 3, p. 130-156, 2017. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/69549/0. Acesso em: 06 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
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RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Letícia Guarany Bonetti
Ana Carolina Simionato Arakaki
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catálogo
Resource Description and Access (RDA)
Linked Data
Web Semântica
Description
An account of the resource
O cenário da web e dos avanços tecnológicos traz à tona discussões sobre a nova geração de usuários da informação. Os catálogos de biblioteca parecem continuar ocupando um papel marginal no mercado de consumo da informação digital, e os usuários consideram seu uso difícil e limitado quando comparados com os motores de busca. Por meio de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, buscou-se investigar o papel da Resource Description and Acces (RDA) na elaboração de catálogos mais voltados às necessidades dos usuários da Web. Os estudos demonstram que a RDA tem potencial para guiar a elaboração de catálogos mais dinâmicos, com melhor adaptação às tecnologias de bases de dados emergentes. Os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização mais direcionada nas necessidades dos usuários de informação, podendo trazer benefícios para uma nova geração de catálogos.
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A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6242/2022-relacoes-entre-rda-frbr.pdf
d2d449691fde9ce637cb755cdd2174c5
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II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Relações entre RDA e FRBR:
perspectivas para os ambientes digitais
RDA and FRBR in digital environments
Natalia Gallo Cerrao
Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Grupo
de Pesquisas e Estudos em Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e
Comunicação (GPERTIC).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0889233459179310
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8450-3451
E-mail: nataliacerrao@gmail.com
Fabiano Ferreira de Castro
Professor Associado do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pósgraduação em Ciência da Informação (UFSCar). Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em
Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (GPERTIC).
Pós-Doutorado em Ciência da Informação (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7124931056289027
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8712-2654
E-mail: fabianocastro@ufscar.br
Resumo
O Resource Description and Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR)
têm sido objetos de interesse e pesquisas na área da Catalogação Descritiva no cenário atual. O objetivo
principal dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as ações ou aplicações do RDA
e do FRBR em ambientes digitais e verificar em que medida os assuntos se relacionam, na perspectiva da
Ciência da Informação. A Revisão Sistemática da Literatura (RSL) - um método organizado, confiável e
criterioso de revisão bibliográfica - oportunizou a identificação de estudos, exemplos de aplicações
práticas e ferramentas tecnológicas que relacionam o RDA e o FRBR em ambientes digitais. Conclui-se,
que o RDA e o FRBR possuem sinergia para a atividade da Catalogação Descritiva no contexto
tecnológico vigente, por suas bases teórico-metodológicas consolidadas, corroborando suas aplicações
no desenvolvimento e na modelagem dos ambientes digitais.
Palavras-chave: Catalogação descritiva. Domínio bibliográfico. Ambientes digitais.
Abstract
The Resource Description and Access (RDA) and the Functional Requirements for Bibliographic Records
(FRBR) have been objects of interest and research in the field of Descriptive Cataloging in the current
scenario. The main objective of this research was to identify and map the studies that address the
actions or applications of RDA and FRBR in digital environments and verify to what extent the issues
are related, from the perspective of Information Science. The Systematic Literature Review (RSL) - an
organized, reliable and thorough method of literature review - provided an opportunity to identify
studies, examples of practical applications and technological tools that relate RDA and FRBR in digital
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
98
environments. It is concluded that the RDA and the FRBR have synergy for the activity of Descriptive
Cataloging in the current technological context, due to their consolidated theoretical-methodological
bases, corroborating their applications in the development and modeling of digital environments.
Keywords: RDA. FRBR. Bibliographic domain. Digital environments.
1 Introdução
Diante do avanço tecnológico e das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)
disponíveis, identificam-se algumas tendências no domínio bibliográfico, especialmente no que
se refere ao Tratamento Descritivo da Informação (TTI), onde o Resource Description and
Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) têm sido discutidos
tanto na vertente teórica, quanto na esfera de aplicação em ambientes digitais.
O modelo conceitual FRBR é baseado na modelagem entidade-relacionamento,
aprimorando
a
organização
dos
registros
bibliográficos
e
possibilitando
maior
funcionabilidade aos catálogos, otimizando a busca e a recuperação da informação. A proposta
do FRBR surgiu com dois objetivos principais: recomendar um nível básico de funcionalidade
para registros bibliográficos e relacionar os dados às necessidades dos usuários. (IFLA, 2009).
Nesse contexto tecnológico, Alves e Santos (2013) apontam a necessidade de revisão e
a atualização dos códigos de catalogação que caminhem em consonância com os modelos
conceituais, o que culminou no desenvolvimento de uma proposta para a orientação de
descrição de recursos, o Resource Description and Access (RDA).
Conforme Assumpção e Santos (2013), a adoção do RDA não se constitui
simplesmente como uma escolha administrativa. Antecedendo essa adoção, faz-se necessário o
planejamento, a modelagem e a construção de catálogos que possam refletir a base entidadeatributo-relacionamento presente no modelo conceitual FRBR, de modo que, tendo sido
adotado o RDA, possa ser feito uso de todo seu potencial.
O RDA possui diretrizes e instruções que abrangem a descrição e o acesso de recursos
digitais e analógicos, seu objetivo é facilitar o processo de descrição de recursos seguindo um
processo de decisão lógica. Trata-se de um padrão projetado para ser fácil de usar e gerar
registros que contenham dados relevantes para os usuários. Pautado no modelo FRBR, o RDA
identifica as entidades no universo bibliográfico (obras, itens, pessoas etc.), identifica os
atributos dessas entidades e suas relações entre si. (CERRAO; CASTRO, 2020).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
99
O principal objetivo dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as
ações do RDA e do FRBR, identificando ferramentas tecnológicas para aplicações em
ambientes digitais.
2 Metodologia
A adoção do método de Revisão Sistemática da Literatura (RSL) possibilitou a
identificação dos estudos que versam sobre a temática em apreço. A RSL contribui para a
identificação e análise crítica das pesquisas relevantes, definindo estratégias de busca e
critérios de análise e seleção do referencial teórico, para responder questões de pesquisa
específicas. (BRINER; DENIER, 2012)
As etapas criteriosas de uma RSL a diferenciam do método tradicional de revisão
bibliográfica, são metódicas e possibilitam que a pesquisa realizada seja auditada e continuada
sempre que necessário. (CERRAO; JESUS; CASTRO, 2019).
A RSL elaborada nessa pesquisa foi dividida nas etapas Planejamento: familiarização
com a temática estudada e preenchimento do protocolo de busca; Condução: busca em bases
de dados, aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão e análise dos artigos recuperados; e
Extração de Dados e Síntese da RSL.
Para auxiliar a RSL foi utilizado o software State of the Art through Systematic Review
(StArt). O protocolo de busca foi preenchido, conforme o Quadro 1.
Quadro 1 – Protocolo da Revisão Sistemática da Literatura.
Campo
Preenchimento do campo
Objective
(Objetivo)
Compreender, por meio da Revisão Sistemática da Literatura, a
aplicabilidade do FRBR e do RDA em ambientes digitais, identificando
ferramentas tecnológicas.
Main question
(Questão principal)
É possível aplicar o modelo conceitual FRBR e as orientações RDA em
ambientes digitais?
Population
(População)
Ferramentas tecnológicas de aplicação do modelo conceitual FRBR e da
proposta RDA em ambientes digitais.
Intervention
(Intervenção)
Como são abordadas e discutidas as possibilidades de aplicação do modelo
conceitual FRBR e da proposta RDA em ambientes digitais, na literatura
recuperada.
Control (Controle)
Artigos de bases de dados da área da Ciência da Informação.
Results
(Resultados)
Identificar estudos que abordem a aplicação do modelo conceitual FRBR e
da proposta RDA em ambientes digitais.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
100
Campo
Preenchimento do campo
Application
(Aplicação)
Contribuição para a área da Ciência da Informação em relação à
representação da informação e modelagem de dados, aplicando em
ambientes digitais as novas possibilidades no âmbito da Catalogação
Descritiva.
Keywords and
synonyms (Palavraschave e sinônimos)
A string de busca utilizada em todas as bases de dados foi definida como:
(“FRBR” OR “Functional Requirements for Bibliographical Records” OR
“RDA” OR “Resource Description and Access”).
Sources selection
criteria definition
(Definição de critérios
de busca)
Trabalhos indexados em periódicos da área da Ciência da Informação.
Studies languages
(Idiomas)
Inglês; Português; Espanhol
Source search methods
(Métodos de pesquisa)
Leitura do título e resumo dos documentos; aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão; leitura da introdução e conclusão dos documentos;
leitura do documento completo nos casos em que as análises anteriores se
mostrarem inconclusivas para a seleção.
Source list
(Lista de fontes)
As bases de dados consultadas e utilizadas foram:
- Base de Dados em Ciência da Informação (BRAPCI)
- Library and Information Science Abstracts (LISA)
- Library, Information Science & Technology Abstracts with full text
(ISTA)
- Information Science & Technology Abstracts (LISTA)
Study selection criteria
(inclusion and
exclusion)
Critérios de seleção
(inclusão e exclusão)
Os critérios de seleção foram definidos como (I) para inclusão e (E) para
exclusão.
(I) Abordar a aplicação do modelo conceitual FRBR em ambientes digitais.
(I) Abordar aplicação das orientações do RDA em ambientes digitais.
(I) Indicar modelos para a aderência ou aplicação do RDA e FRBR em
ambientes digitais.
(E) Documento não acessível ou não localizado integralmente.
(E) Não estar nos idiomas especificados.
(E) Não abordar a aplicação do RDA e FRBR em ambientes digitais.
Studies types definition
(Definição de tipos de
estudos)
Trabalhos indexados nas bases de dados consultadas.
Studies initial selection
(Seleção inicial)
-
Studies quality
evaluation
(Avaliação de qualidade
dos estudos)
A partir da análise da metodologia dos trabalhos recuperados, será
realizada avaliação minuciosa da qualidade.
Data extraction form
fields (Forma de
extração de dados)
Enfoque dos documentos; aplicação do RDA em ambientes digitais;
aplicação do modelo conceitual FRBR em ambientes digitais; considerações
finais.
Results summarization
(Sumarização de
resultados)
Após extração de dados, os dados serão agrupados em quadros de acordo
com a categoria de análise, os resultados semelhantes serão agrupados
permitindo a realização de uma análise quantitativa e também a elaboração
de inferências que permitiram responder à pergunta de pesquisa.
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
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Cerrao; Castro
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3 Resultados
Foram aceitos 53 artigos que correspondem aos objetivos dessa pesquisa. Após a
leitura detalhada e minuciosa, análise e sumarização do conteúdo de cada um dos artigos,
foram identificados exemplos de aplicação, tanto do modelo conceitual FRBR, como do RDA
em ambientes digitais, como destacados.
3.1 Perfis de aplicação de metadados Dublin Core (DCAPs)
Um perfil de aplicação trata-se de um framework para aplicações de metadados
designado para promover máxima interoperabilidade e reutilização. O framework define um
conjunto de componentes descritivos que são necessários ou úteis para documentar um perfil
de aplicação e descreve como se relacionam com modelos de domínio padrões e com a Web
Semântica, proporcionando interoperabilidade com outras aplicações, baseados em
vocabulários internacionalmente definidos. (NILSSON; BAKER; JOHNSTON, 2008).
Um exemplo de perfil de aplicação de metadados baseado em FRBR é o Scholarly
Works Dublin Core Application Profile (SWAP), um modelo próprio para aplicação em trabalhos
acadêmicos. Os SWAP são essenciais para compreender a importância dos FRBR e sua atuação
em conjunto com os metadados em ambientes digitais.
3.2 BIBFRAME
A iniciativa BIBFRAME visa perspectivar e, a longo prazo, implementar um novo
ambiente bibliográfico para as bibliotecas, tornando a interconectividade comum.
O BIBFRAME é a base para o futuro da descrição bibliográfica que acontece
na e como parte da Web e do atual mundo em rede. Foi projetado para se
integrar e se envolver com a mais ampla comunidade de informações, além
de atender às necessidades específicas de sua comunidade de manutenção. O
BIBFRAME cumprirá tais propósitos, visando: (a) diferenciar claramente o
conteúdo conceitual e suas manifestações físicas (por exemplo, obras e
instâncias); (b) focar na identificação não ambígua. (CERRAO; CASTRO,
2020, p. 9)
O modelo conceitual FRBR e as diretrizes RDA fazem parte do desenvolvimento do
BIBFRAME, “possibilitando-lhe adequação às tendências do tratamento da informação atual”.
(ARAKAKI et al. 2017, p. 2245). O grande diferencial do BIBFRAME é a aplicação de conceitos
inovadores pertencentes ao universo da Web e a possibilidade de aproveitamento e
reaproveitamento de registros.
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�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
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3.3 LibFRBR
O LibFRBR é uma ferramenta para aplicação usada para converter registros
bibliográficos em estruturas e interface de catalogação pautada no modelo conceitual FRBR.
No trabalho de Chang et al. (2013), o LibFRBR foi desenvolvido para a conversão de registros
em formato FRBR no software Koha. Essa ferramenta pode adicionar, editar e organizar dados
pertencentes a entidades, atributos e relacionamentos entre entidades, fornecendo uma
interface FRBR para entrada e armazenamento de dados. Também é possível coletar dados em
MARC21 ou MARCMARC, extrair as entidades no formato FRBR e armazená-los em
linguagem XML ou no Koha.
3.4 RDA In Many Metadata Formats (RIMMF)
O RIMMF foi desenvolvido como uma ferramenta de “treino” no processo de
catalogação descritiva em formato RDA, onde o catalogador pode visualizar e desenvolver
“registros” projetados especificamente para o RDA. (CERRAO; CASTRO, 2020). Essa
ferramenta possibilita a visualização e criação de registros pautados em RDA e na modelagem
entidade-relacionamento, de modo a permitir a inserção de atributos para cada entidade e a
compreensão dos moldes RDA na estrutura semântica, permitindo a inserção de dados
descritivos e vinculando-os a entidades relacionadas.
3.5 FRBR Display Tool
A FRBR Display Tool é citada na literatura científica, como uma ferramenta que
transforma os dados bibliográficos em formato MARC em dados bibliográficos “traduzidos”
para as entidades FRBR. Essa ferramenta classifica e organiza conjuntos de registros
bibliográficos utilizando o modelo FRBR, gerando exibições hierárquicas dos mesmos.
A FRBR Display Tool funciona com arquivos simples de registros MARC, e juntamente
com sua instalação acompanha a ferramenta MARCXML Toolkit, gerando registros nessa
linguagem. Em seguida, ela transforma os dados MARCXML em uma estrutura FRBR
codificada em XML, que usa elementos do padrão Metadata Object Description Schema
(MODS).
II Encontro de RDA no Brasil
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�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
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4 Conclusão
A Revisão Sistemática da Literatura permitiu identificar e explorar ferramentas
tecnológicas, a partir da sinergia do RDA e FRBR e suas potencialidades de aplicação em
ambientes digitais, dentre elas se destacam: Perfis de aplicação de metadados Dublin Core
(DCAPs), BIBFRAME, LibFRBR, RDA In Many Metadata Formats (RIMMF) e FRBR Display Tool.
O RDA e o FRBR devem ser mais estudados, de maneira a trazer contribuições, tanto
para o campo da pesquisa, quanto para a prática profissional da Catalogação Descritiva,
considerando as tendências tecnológicas e as demandas informacionais da sociedade
contemporânea, as quais caminham em consonância ao cenário de dados abertos e conectados.
Referências
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domínio bibliográfico. In: IX ENCONTRO INTERNACIONAL DE CATALOGADORES E II
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ARAKAKI, F. A. et al. BIBFRAME: tendência para a representação bibliográfica na web.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 13, p. 2231-2249,
dez. 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/3416. Acesso em: 14 set. 2021.
ASSUMPÇÃO, F. S.; SANTOS, P. L. V. A. C. A utilização do Resource Description and Access
(RDA) na criação de registros de autoridade para pessoas, famílias e entidades coletivas.
Encontros Bibli: revista eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
Florianópolis, v. 18, n. 37, p. 203-226, 2013. Disponível em:
https://brapci.inf.br/index.php/res/download/52343. Acesso em: 20 set. 2021.
BRINER, R. B.; DENYER, D. Systematic review and evidence synthesis as a practice and
scholarship tool. In: ROUSSEAU, D. M. (ed.). Handbook of evidence-based management:
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CERRAO, N. G.; CASTRO, F. F. de; JESUS, A. F. de. O método de revisão sistemática da
literatura (RS) na área da Ciência da Informação no Brasil: análise de dados de pesquisa.
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II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
104
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Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-35552007000100013. Acesso em: 20 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Natalia Gallo Cerrao
Fabiano Ferreira de Castro
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catalogação descritiva
Domínio bibliográfico
Ambientes digitais
Description
An account of the resource
O Resource Description and Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) têm sido objetos de interesse e pesquisas na área da Catalogação Descritiva no cenário atual. O objetivo principal dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as ações ou aplicações do RDA e do FRBR em ambientes digitais e verificar em que medida os assuntos se relacionam, na perspectiva da Ciência da Informação. A Revisão Sistemática da Literatura (RSL) - um método organizado, confiável e criterioso de revisão bibliográfica - oportunizou a identificação de estudos, exemplos de aplicações práticas e ferramentas tecnológicas que relacionam o RDA e o FRBR em ambientes digitais. Conclui-se, que o RDA e o FRBR possuem sinergia para a atividade da Catalogação Descritiva no contexto tecnológico vigente, por suas bases teórico-metodológicas consolidadas, corroborando suas aplicações no desenvolvimento e na modelagem dos ambientes digitais.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.org.br/files/original/56/6243/2022-vocabulario-rda.pdf
9c8312ec771341c66992b5dea6d60763
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
RDA Vocabulary: weights for cataloging
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Bibliotecária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutora em Ciência da
Informação na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós-Doutoranda na área de
Computação pela Universidade de São Paulo (USP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
O redesenho e reestruturação do Resource Description and Access foram a motivação para essa palestra,
bem como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de
dados. Foi utilizada uma revisão narrativa da literatura, que elencou o desenvolvimento da temática,
principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista teórico e
contextual do assunto. Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como
tendência a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o
vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias para
descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
Palavras-chave: Resource Description and Access. Vocabulário de dados. Vocabulário RDA. Catalogação.
Abstract
The redesign and restructuring of the Resource Description and Access were the motivation for this
lecture, as well as the main objective of identifying the relationship between the RDA and the data
vocabularies. A narrative literature review was used, which listed the development of the theme, mainly
with the recent transformations of the RDA Toolkit tool, from the theoretical and contextual point of
view of the subject. Finally, RDA being defined as a data vocabulary, we see a trend towards
independence from the Cataloging rules, the requirements are few and those who use the RDA
vocabulary will have to decide which descriptive elements and their values are needed to describe a
resource information and how to transcribe that information to the user.
Keywords: Resource Description and Access. Data vocabulary. RDA vocabulary. Cataloguing.
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
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1 Introdução e Metodologia
A partir da publicação do IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) em 2017, o
Resource Description and Access (RDA) foi redesenhado e restruturado em dezembro de 2020
pelas diretrizes do Projeto 3R. Foram realizadas alterações significativas para a geração dos
registros bibliográficos e de autoridade.
A plataforma RDA Toolkit traz novas formas para (re)pensar a Catalogação. Salienta-se
que por meio dessas alterações, a RDA é alinhada a sua natureza, um vocabulário de dados e
não a um código de catalogação, como até então era pensado. Bem como, traz ao RDA uma
modelagem associada aos princípios de conexão de dados, com o Linked data, com novas
possibilidades de sustentabilidade dos dados advindos dos registros de Catalogação.
Como Oliver (2021, p. 10, tradução nossa) pondera:
O RDA foi projetado para que não seja vinculado a nenhum padrão de
codificação. Ao utilizar a RDA, faz tornar possível a relação entre os dados
em uma ampla gama de contextos, em diferentes cenários de implementação
e não apenas em sistemas tradicionais de gerenciamento de bibliotecas.
Essa nova estrutura apresentada pelo RDA foi necessária pelas dificuldades
encontradas na adequação do MARC21 a esse novo instrumento de representação. Justamente,
pela necessidade em “[...] criar relacionamentos entre os bits de informação, de modo que seja
possível abordar os dados de praticamente qualquer ponto de partida e ainda recuperar o que
você precisa”. (COYLE, 2016, p. 31).
Os nossos catálogos, hoje, apresentam-se registros monolíticos e que não permitem a
individualização dos dados. (ARAKAKI, 2020). Essa preocupação deriva-se de um movimento
de renovação da Catalogação, em que percebemos que nossos catálogos, repletos de dados de
autoridade e bibliográficos já enriquecidos por padrões internacionalmente aceitos, ainda
estão sem conexões ou comunicações entre os mesmos, ou seja, estamos trabalhando em
nichos de armazenamento sem comunicação, comparadas a ilhas ou silos.
Nesse contexto, as alterações do RDA foram a motivação para essa palestra, bem
como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de
dados. A metodologia utilizada nessa pesquisa foi uma revisão narrativa da literatura. Compila
as principais produções da área que discutem e descrevem o desenvolvimento da temática,
principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista
teórico e contextual do assunto.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
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2 O RDA: flexibilidade, internacionalização e conexão entre os dados
As alterações do RDA Toolkit, plataforma de acesso ao vocabulário RDA, foram
salientadas pelo próprio princípio, objetivo e definição do RDA. Sendo definido como um “[...]
um pacote de elementos de dados, diretrizes e instruções para criar metadados de recursos de
bibliotecas e patrimônio cultural, formulados de acordo com os modelos internacionais para
aplicações de dados ligados centrados no usuário.” (RDA STEERING COMMITTEE, 2020).
O pacote de elementos é melhor compreendido quando também destacamos os
princípios das orientações do próprio RDA, em relação a flexibilidade, internacionalização e
conexão entre os dados. Esses princípios são descritos como (RDA STEERING COMMITTEE,
2020):
a)
Flexibilidade: o RDA comporta as práticas de catalogação para bibliotecas de grande
ou pequeno porte, especializada ou bibliotecas de público geral, independentemente
dos seus requisitos locais, permitindo a aplicação desde os processos tradicionais até
os processos mais recentes de Catalogação
b)
Internacionalização: A administração do RDA está estruturada para garantir uma
representação internacional maior e mais ampla.
c)
Conexão entre os dados: RDA é projetado para criar dados que podem ser acessados e
compartilhados entre bibliotecas e outros centros informacionais. Compatível com
aplicações para o uso de Linked data. (RDA STEERING COMMITTEE, 2020)
O RDA irá oferecer elementos ao catalogador, independente da região e idioma, caberá
ao catalogador escolhê-los de acordo com as necessidades de seus usuários e da adequação
representacional ao tipo de recurso informacional. Além disso, o RDA oferecerá a
possibilidade de que esses dados sejam conectados, seguindo as orientações Linked data,
auxiliando no processo e economia de recursos humanos, infraestrutura, financeiro, etc. que o
catalogador possui a sua disposição, bem como, possibilitará uma maior comunicação e acesso
desses dados à Web.
Como tendência para a integração semântica entre os dados, o Linked data sintetiza
em boas práticas para publicar e conectar conjuntos de dados estruturados na Web, com o
intuito de criar uma “Web de dados” (BIZER; HEATH; BERNERS-LEE, 2009). Por meio da
publicação e conexão dos dados, os sistemas serão mais abertos e interoperáveis,
II Encontro de RDA no Brasil
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�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
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possibilitando um maior acesso do usuário ao catálogo, e ainda, se preocupando cada vez mais
em um melhor canal entre usuário e recurso informacional.
Para a conexão e composição das triplas pelo modelo de dados em Resource Description
Framework (RDF), as tecnologias semânticas utilizadas para a estruturação em Linked data são:
a)
Uniform Resource Identifier (URI): tem como função de identificar um recurso. É uma
atribuição inequívoca aos objetos e necessária, pois, as relações entre recursos não
podem ser incorretas ou ambíguas. Exemplos de Identificadores únicos: ORCID,
Lattes, DOI, Handle, ISBN, ISSN, entre outros,
b)
Linguagens de marcação: Fornecem marcações para descrição das informações;
padronizar a publicação e troca de dados entre aplicações Web; e realizar a
interoperabilidade com outros dados. Exemplos: XML, Turtle, entre outros.
c)
Resource Description Framework (RDF): modelo de dados para referenciar objetos e
como eles estão relacionados; utiliza a sintaxe XML; e descreve os recursos através de
declarações.
O modelo de sintaxe do RDF é baseado em grafos dirigidos rotulados, onde são
realizadas as conexões entre os recursos. Como o exemplo da figura 1.
Figura 1 – Exemplos de triplas em RDF
Fonte: Elaborado pela autora.
II Encontro de RDA no Brasil
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�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
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Os elementos base desse modelo de tripla são: recurso (resource); propriedade
(property) e valor (value), e possibilitam a designação de significado aos conjuntos de dados
(datasets) publicados na Web.
3 O Vocabulário RDA (RDA Vocabulary)
Em 2015, a World Wide Web Consortium (W3C) definiu que um vocabulário de dados é
compreendido como um conjunto de termos que visa a descrição de algum recurso. Assim,
tem-se os vocabulários voltados à padronização dos elementos de metadados (vocabulários de
propriedade) e os que buscam uniformizar os valores. Como exemplos, podemos citar, o
Dublin Core Metadata Initiative Metadata Terms (DC Terms), Data Catalog Vocabulary (DCAT),
Friend of a Friend Vocabulary (FOAF Vocabulary) e o Schema.org.
Os autores Baker et al. (2011) no relatório “Library Linked Data Incubator Group Final
Report” declaram que um vocabulário de valor define recursos (como instâncias de tópicos,
estilos de arte ou autores) que são usados como valores para elementos em registros de
metadados. Normalmente, um vocabulário de valor não define recursos bibliográficos, como
livros, mas sim, os conceitos relacionados a recursos bibliográficos (pessoas, línguas, países,
etc.). Eles são "blocos de construção" com os quais os registros de metadados podem ser
preenchidos. Muitas bibliotecas exigem vocabulários específicos para selecionar valores para
um elemento de metadados específico. (BAKER et al., 2011).
Baker et al. (2011) continuam a contextualização referindo a lista controlada de valores
permitidos para um elemento. Os exemplos incluem: tesauros, listas de códigos, listas de
termos, esquemas de classificação, listas de cabeçalhos de assuntos, taxonomias, arquivos de
autoridade, dicionários geográficos digitais, esquemas de conceitos e outros tipos de sistemas
de organização do conhecimento. Para serem úteis na vinculação de dados, os vocabulários de
valores devem ter URIs de protocolo de transferência de hipertexto (HTTP) atribuídos a cada
valor; esses URIs apareceriam em um registro de metadados em vez de ou além do valor literal.
(BAKER et al., 2011).
No RDA, o esquema de codificação e vocabulário de dados, é apresentado por uma
lista estruturada nomeada de representações de valores controlados para os elementos. Um
esquema de codificação de vocabulário inclui uma lista RDA de termos ou seus vocabulários
de valores correspondentes no: registro RDA, uma lista de códigos ISO, uma terminologia
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�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
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padrão, um sistema de controle de autoridade, etc., e pelos índices de palavras-chave. (RDA
STEERING COMMITTEE, 2020).
Destaca-se que o glossário de termos do RDA, conceitua vocabulário de dados como
“Uma categoria que contém conceitos que são usados como valores para propriedades em um
conjunto de dados.”, isto é, definição coerente à referida por Baker et al. (2011).
Outro ponto de destaque, é que todos os elementos RDA, suas definições e quaisquer
itens relacionados notas de escopo, e todos os termos de valor do vocabulário e definições
foram armazenados em RDF no Open Metadata Registry (OMR), incluindo a fonte primária de
conteúdo do RDA Toolkit e as traduções. O OMR é um órgão responsável por fornecer um
meio para identificar, declarar e publicar o registro de esquemas de metadados (conjuntos de
elementos/propriedades), esquemas (vocabulários controlados) e perfis de aplicação (APs).
Todo o vocabulário RDA está exportado para um repositório GitHub, fornecendo um
gerenciamento de download e serviços para desenvolvedores que queiram desenvolver e
implementar aplicações para referência de dados conectados, inclusive as extrações específicas
de idioma e a seleção de elementos individuais e extrações de conceito/valores que fornecem
representações RDF com identificadores específicos.
4 Considerações finais
Com todas essas transformações e reflexões para a Catalogação, percebe-se cada vez
mais, a necessidade de comunicação dos nossos catálogos para ambientes mais abertos, como
Web. Por meio de sistemas mais abertos e interoperáveis, garantirá o acesso a todos os
usuários, independente do local que eles estão buscando a informação.
A publicação e conexão dos dados de biblioteca deverá ser ponderada para que não
seja apenas uma disponibilização dos dados. Mas sim, a melhoria dos problemas de
duplicidade de dados bibliográficos e de autoridade, a possibilidade de reutilização desses
dados por inúmeros catálogos em rede.
Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como tendência
a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o
vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias
para descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
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Referências
ARAKAKI, Ana Carolina Simionato. O Modelo IFLA Library Reference Model e o Linked Data.
Informação & Informação, [S.l.], v. 25, n. 3, p. 163-186, out. 2020. Disponível em:
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II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ana Carolina Simionato Arakaki
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access
Vocabulário de dados
Vocabulário RDA
Catalogação
Description
An account of the resource
O redesenho e reestruturação do Resource Description and Access foram a motivação para essa palestra, bem como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de dados. Foi utilizada uma revisão narrativa da literatura, que elencou o desenvolvimento da temática, principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista teórico e contextual do assunto. Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como tendência a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias para descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)